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DIDÁTICA
DALTA MOTTA
AULA 7
TECNOLOGIA E TÉCNICAS DE ENSINO
O planejamento é um processo de racionalização, organização e coordenação da ação docente, articulando a atividade escolar e a problemática do contexto social.
O significado dessas relações na escola: os elementos do planejamento escolar – objetivos, conteúdos, métodos – estão recheados de implicações sociais, inclusive com significado político.
O planejamento é uma atividade de reflexão acerca de nossas opções e ações, caso contrário ficaremos entregues aos rumos estabelecidos pelos interesses dominantes na sociedade. Portanto não se reduz ao simples preenchimento de formulário para controle pedagógico; deve ser uma atividade consciente de previsão das ações docentes, fundamentadas em opções político-pedagógicas, e tendo como referência permanente as situações didáticas concretas (ou seja, problemática social, econômica, política e cultural que envolve a comunidade escolar que interagem no processo de ensino).
Para que os planos sejam efetivamente instrumentos de ação, devem:
- ser um guia de orientação;
- apresentar uma ordem sequencial;
- ter objetividade;
- ter coerência;
- apresentar flexibilidade; 
Requisitos para o planejamento:
Objetivos e tarefas da instituição democrática: ao planejar o processo de ensino, a instituição e os professores devem ter clareza de como o trabalho docente pode prestar um efetivo serviço à população e saber que conteúdos respondem às exigências profissionais, políticas e culturais postas por uma sociedade que ainda não alcançou a democracia plena.
Exigências dos planos e programas oficiais: é dever do Estado garantir o ensino básico a todos, traçar uma política educacional, prover recursos financeiros e materiais para o funcionamento do sistema escolar, administrar e controlar as atividades escolares de modo a todas crianças e jovens receberem um ensino de qualidade. Os planos e programas oficiais refletem um núcleo comum e são a garantia de uma unidade cultural e política na nação.
PLANEJAMENTO DA AÇÃO DIDÁTICA
1- Planejamento do sistema educacional
 . Nível nacional, estadual e municipal
 . Políticas educacionais
2 – Planejamento Escolar ou Político Pedagógico
 - Plano da instituição
3 – Planejamento Curricular
 . Componentes curriculares
 . Concepção filosófica / Organicidade
4 – Planejamento Didático ou de Ensino
 . Ações e Procedimentos
Plano da instituição
É um documento mais global que expressa as ligações entre o projeto pedagógico da escola com os planos de ensino propriamente dito;
Planejamento de Ensino ( Plano de Curso)
. É um desdobramento do plano curricular.
. Prevê as atividades a serem realizadas por um público específico e por um determinado tempo.
 - Sondagem inicial.
 - Indicação de conteúdos;
 - Atividades e procedimentos;
 - Seleção de recursos;
 - Escolha do modelo de avaliação
 - Proposição de objetivos a serem alcançados em um determinado tempo.
Planejamento de Unidades ou de Disciplinas
É um documento elaborado para um ano ou semestre, dividido por unidades seqüenciais, no qual aparecem objetivos específicos, conteúdos e encaminhamento metodológico.
 Etapas
Apresentação - introdução do tema
Desenvolvimento – organização e apresentação de situações de aprendizagem
Interação – síntese do conhecimento
Planejamento de Aula
É a previsão do desenvolvimento do conteúdo para uma aula ou conjunto de aulas e tem um caráter específico.
Prevê objetivos
Especifica conteúdos
Define procedimentos
Indica recursos
Estabelece a avaliação
Em seu processo de construção, o Plano de Aula segue os mesmos passos de um Plano de Ensino. Deve pensar também nos objetivos que pretende alcançar na aula que está sendo planejada, selecionar os conteúdos que deverão ser trabalhados, indicar os materiais e as ações adequadas e acompanhar o processo.
Segundo Menegolla (2008), um Plano de Aula deve apresentar as seguintes características: (p. 68)
Funcionalidade
Simplicidade
Flexibilidade
Objetividade
Utilidade
O PASSO A PASSO
1.Tema
Descrição do assunto que vai ser tratado na aula.
2. Justificativa
Deve constar de todo Plano de Aula uma breve justificativa que indique o assunto da aula e sua importância para os alunos/alunas, ou seja, por que vamos trabalhar este conteúdo.
3. Definição dos Objetivos
Os objetivos de ensino estão presentes em todos os níveis de plano educacional, desde o Plano Nacional de Educação até o Plano de Aula.
Nos planos educacionais mais elevados, os objetivos pensados são gerais, amplos, abrangentes o suficiente para atender a todo o país; previstos para serem alcançados a longo prazo, como por exemplo o Plano Nacional de Educação. Quanto aos objetivos que fazem parte do Projeto Pedagógico do Curso, seu prazo estimado corresponde ao da integralização do Curso.
Em relação ao Plano de Aula, podemos prever objetivos gerais, porém mais definidos, mais explicitados, no sentido de favorecer a exploração do conteúdo que se vai trabalhar de acordo com o interesse e o potencial do grupo a que se destina.
No entanto, esses objetivos gerais precisam ser “traduzidos e definidos operacionalmente, a fim de que indiquem exatamente o que o aluno deve dizer ou fazer de forma bem expressa e clara” (MENEGOLLA, 2008, p.85).
A esses objetivos podemos denominar de específicos.
Ainda de acordo com Menegolla, para se definir corretamente os objetivos, há necessidade de que eles apresentem as seguintes características:
- CLAREZA
- SIMPLICIDADE
- VALIDADE
- OPERACIONALIDADE
- OBSERVÁVEL
Na redação dos objetivos podem ser previstas ações que deverão ser praticadas pelos alunos, cujas características podem ser simples ou complexas.
4 - SELEÇÃO DOS CONTEÚDOS
Quando falamos em “conteúdo”, logo associamos aos conhecimentos específicos de cada disciplina. Mas se levarmos em consideração uma formação integral, vamos perceber sua abrangência, porque além dos conhecimentos cognitivos podemos incluir conhecimentos atitudinais e procedimentais.
Os conhecimentos cognitivos referem-se aos conteúdos conceituais, ou seja, os conteúdos relacionados a fatos, acontecimentos, códigos, entre outros. São informações que demandam compreensão, reflexão, análise, etc., permitindo a construção de novos conhecimentos.
Os conhecimentos atitudinais são os valores, as atitudes, a ética. Podemos incluir também a cooperação, o trabalho em equipe e o gosto pelas atividades sugeridas. Devem estar vinculados à filosofia da Instituição.
Os conhecimentos procedimentais dizem respeito, entre outros, às regras, às técnicas, aos métodos e aos procedimentos. Apesar de relacionados aos conhecimentos cognitivos apresentam características próprias.
Mas o que devemos aprender?
Os conteúdos são muitos e variados. Segundo Menegolla(2008), os critérios para a seleção de conteúdos são:
1. SIGNIFICAÇÃO
2. ADEQUAÇÃO ÀS NECESSIDADES (CULTURAIS E SOCIAIS)
3. INTERESSE
4. VALIDADE
5. UTILIDADE
6. POSSIBILIDADE DE
REELABORAÇÃO
7. FLEXIBILIDADE
5 - PROCEDIMENTOS DE ENSINO
Estão relacionados às atividades que serão desenvolvidas na aula. São as ações docentes e discentes que mais se adequam ao alcance dos objetivos.
6 - RECURSOS FÍSICOS
Para melhor desempenho das ações docentes e discentes, podem ser utilizados recursos variados de acordo com a natureza de cada disciplina do curso.
Significa todo e qualquer material utilizado de forma a garantir uma aprendizagem satisfatória.
 7 - APLICAÇÃO PRÁTICA E TEÓRICA DOS CONHECIMENTOS
Indicação ou disponibilização de objetos (textos, sites, listas de exercícios, etc.) que permitam a contextualização dos conhecimentos e demonstração de sua aplicação teórica e/ou prática. Os arquivos devem ser anexados ao plano de ensino
 8 - AVALIAÇÃO
 Para uma aula, existem técnicas e instrumentos diversos que nos permitem verificar: ‘Até onde conseguimos chegar?’ ‘O que o grupo foi capaz de aprender?’ ‘Que objetivos foram alcançados e quais não foram?’.
Nesse espaço, o professor deixará registrado comoele irá verificar se os objetivos previstos para aquela aula forma atingidos.
O desenvolvimento da “aula” – trabalhando com projetos
Problematização
Provocação inicial (questionamento, desestabilização)
Articulação com outros saberes e experiências vividos dentro ou fora da escola (conhecimentos prévios)
Definição do plano de trabalho
Toda aula deveria começar com uma provocação aos alunos. Apresentação de um questionamento ou vivência de uma situação que desestabilizasse suas idéias à cerca do tema/conteúdo proposto.
Essa provocação precisa estar articulada com outros saberes e experiências vividas dentro ou fora da escola pelos alunos. 
Dessa forma, poderíamos contextualizar a problemática, resgatando os conhecimentos prévios dos alunos a respeito.
Diante de uma discussão preliminar em torno do problema objeto de estudo, define-se um plano de trabalho: que informações precisaremos buscar, onde as encontraremos, que atividades vamos realizar, etc.
Pesquisa Transmissão Assimilação
- Percepção ativa do objeto
- Mediação intelectual
- (Re) formulação de conceitos
- Desenvolvimento de competências/habilidades
Ao longo do desenvolvimento das atividades de pesquisa e das ações desenvolvidas, o professor deve estimular a percepção ativa do objeto.
O professor deve fazer a mediação entre as diferentes fontes de conhecimento e experiências, e os alunos de modo a provoca-los, estimular a sua curiosidade epistêmica, a formulação e (re) formulação de conceitos.
Nesse momento, é importante considerar não apenas a aquisição de conhecimentos, mas as competências que se quer promover a partir da problemática e do estudo proposto. 
Sistematização
- Consolidação e aprimoramento das competências/habilidades (reprodutiva, generalizadora e criativa)
No final da aula/atividade, mesmo que ainda não se tenha atingido os resultados conclusivos, o professor deve fazer uma sistematização do que foi produzido, de modo a promover a consolidação e o aprimoramento dos conhecimentos e competências/habilidades desenvolvidos.
Essa sistematização deve ultrapassar a mera reprodução dos passos/ conceituações realizadas, mas buscar integrá-los numa visão mais geral da área onde se inserem. Sempre que possível, deve também buscar, a partir daí, uma abordagem criativa da problemática. 
Os desdobramentos da “aula”
Todo projeto de trabalho deve ser objeto de reflexão do professor e dos alunos. Assim, ao final da aula ou conjunto de aulas, é importante avaliar as atividades desenvolvidas e o desempenho dos participantes.
Isso envolverá avaliar os processos, as vivências, assim com os resultados da experiência, os produtos do trabalho. Requer também um exercício de auto-avaliação que permita desenvolver o senso crítico a cerda da própria atividade, compromisso, responsabilidade.
 
É interessante ainda buscar desenvolver experiências que permitam a transferência de aprendizagem. Que os alunos possam realizar a aplicação dos conhecimentos e competências/habilidades trabalhados em outras situações. Desse modo terão a oportunidade de valorizá-los e ressignificá-los.