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<p>5</p><p>FACULDADE EDUCAMAIS</p><p>Pós-Graduação em Direito Eleitoral</p><p>VOTO FACULTATIVO COMO PLENO EXERCÍCIO DA CIDADANIA</p><p>PIRAPORA</p><p>2023</p><p>FACULDADE EDUCAMAIS</p><p>VOTO FACULTATIVO COMO PLENO EXERCÍCIO DA CIDADANIA</p><p>Trabalho de conclusão de curso apresentado à Faculdade Educamais como requisito para aprovação no curso de pós-graduação em Direito Eleitoral.</p><p>PIRAPORA</p><p>2023</p><p>VOTO FACULTATIVO COMO PLENO EXERCÍCIO DA CIDADANIA</p><p>Artigo apresentada à Faculdade Educamais em como requisito para apresentação no curso de Pós Graduação em Direito Eleitoral</p><p>Nota _______ Data ___/___/___</p><p>________________________________________________</p><p>Professor (a)</p><p>________________________________________________</p><p>Professor (a)</p><p>________________________________________________</p><p>Professor (a)</p><p>SUMÁRIO</p><p>I – INTRODUÇÃO 5</p><p>II – CONTEXTO HISTÓRICO DO VOTO NO BRASIL 5</p><p>III – ARGUMENTOS FAVORÁVEIS AO VOTO OBRIGATÓRIO 8</p><p>III.a - O Voto é um Poder-Dever 8</p><p>III.b – Tradição 9</p><p>III.c - Fator de Educação Política 9</p><p>III.d - A obrigatoriedade do voto não constitui ônus para o país e o constrangimento ao eleitor é mínimo comparado aos benefícios que oferece ao processo político-eleitoral. 9</p><p>III.e - A tradição brasileira e latino-americana é pelo voto obrigatório. 9</p><p>IV - ARGUMENTOS FAVORÁVEIS AO VOTO FACULTATIVO 10</p><p>IV.a - Voto é Direito, Não Dever. 10</p><p>IV.b - Adotado em Países Desenvolvidos e Democráticos. 11</p><p>IV.c - Participação Apenas Dos Realmente Interessados E Conscientes 11</p><p>IV.d - O Voto Obrigatório Não Garante A Participação Da Maioria 11</p><p>IV.e - O Voto Obrigatório Não Gera Conscientização Dos Cidadãos. 12</p><p>IV.f - O Estágio Político No Brasil Propicia O Voto Facultativo. 12</p><p>V- CONSIDERAÇÕES FINAIS. 12</p><p>REFERÊNCIAS 15</p><p>VOTO FACULTATIVO COMO PLENO EXERCÍCIO DA CIDADANIA</p><p>RESUMO</p><p>O presente artigo tem a finalidade de expor os argumentos contrários e a favor da implementação do voto facultativo no Brasil. Como parâmetro, serão utilizados dados das duas últimas eleições presidenciais e ao final será demonstrado qual das duas teses seria a mais coerente com os princípios constitucionais.</p><p>Palavras-chave: Constituição, Voto Obrigatório, Voto Facultativo, Direito-Dever, Exercício da Cidadania.</p><p>I – INTRODUÇÃO</p><p>O tema que será objeto do presente artigo é um dos temas mais recorrentes no Congresso Nacional e nos debates envolvendo articulistas políticos brasileiros, pois em uma democracia tão jovem como a brasileira, que já passou por vários períodos ditatoriais em sua história, decidir se o direito ao exercício voto deva permanecer sendo obrigatória ou facultativa causa certa celeuma.</p><p>Será necessário trazer à baila tanto o contexto histórico do voto no Brasil como os argumentos daqueles que creem que o voto é um dever do cidadão, devendo ser obrigatório, e daqueles que entendam que o voto é um direito do cidadão, cabendo a ele decidir exercê-lo ou não, como acontece nas principais democracias ocidentais.</p><p>Com a evolução dos meios de informações e comunicações, a sociedade brasileira tem demonstrado que não é mais aquela que existia quando a atual Constituição foi promulgada, portanto, é necessário considerar se ainda é correto se manter a imposição do voto ou se as mudanças havidas na sociedade já fazem com que essa obrigação seja algo incoerente com um ambiente democrático, por isso consideramos a relevância do presente artigo.</p><p>II – CONTEXTO HISTÓRICO DO VOTO NO BRASIL</p><p>A Rádio Câmara produziu um excelente material que abordou todo o contexto histórico do voto no Brasil desde o período Colonial até o direito ao voto universal e secreto. Tal reportagem está disponível no site da Rádio Câmara e nas principais plataformas relacionadas ao Direito, sobretudo ao Direito Eleitoral, por isso será a principal fonte de informação neste tópico.</p><p>Como relatado na reportagem, à história do voto no Brasil começou quando o país ainda se era colônia de Portugal, tendo a primeira eleição ocorrida no ano de 1532, com a escolha dos membros do Conselho Municipal da Vila de São Vicente, em São Paulo, porém, naquela época o sistema não era unificado para todo o território nem muito menos para todos. Ao longo da colônia e, mesmo após a independência do país e a chegada do período imperial, o voto era permitido apenas para quem tivesse uma renda mínima, sendo que a lisura do processo não parecia uma preocupação.</p><p>Antes da chegada da República, foi instituído o título de eleitor em 1881. Já em 1889, fraudes e adulterações continuaram. O voto parou de ser censitário e seguiram vetado aos menores de 21 anos, mulheres, analfabetos, soldados rasos, indígenas e integrantes do clero.</p><p>O renomado cientista político Paulo Kramer, em entrevista concedida à Rádio Câmara, avaliou que a principal alteração no perfil das eleições do Brasil desde a proclamação da República até o período atual está no aumento gradativo do número de participantes no processo eleitoral:</p><p>Na República Velha, de 1889 a 1930, só para ter um exemplo, não participavam nem 10% da população nas eleições. Voto feminino ainda não havia sido aprovado. O que você tem de 1930, 32 mais precisamente, quando foi aprovado o primeiro código eleitoral, já permitindo voto feminino, e com mais força, do final da Segunda Guerra, de 1945, com a redemocratização, e do fim do Estado Novo para cá? Esse eleitorado só tem feito crescer acompanhando a tendência à urbanização, industrialização do país (MACEDO, 2022).</p><p>Em 24 de fevereiro de 1932, por meio do Decreto 21.076, do então presidente Getúlio Vargas, que constituiu o Código Eleitoral e criava a Justiça Eleitoral, as mulheres brasileiras conquistaram o direito de votar, sendo tal direito incorporado à Constituição de 1934, mas era facultativo, já em 1965, tornou-se obrigatório, sendo equiparado ao dos homens. O decreto também instituiu o voto secreto (Teodoro, 2021).</p><p>Em 1955, as eleições passaram a ser por meio de cédulas eleitorais e com a utilização de um título eleitoral com foto, considerado um avanço diante das irregularidades já ocorridas nas eleições passadas. No ano de 1964, diante da ditadura militar com restrições de direitos, o voto foi afetado. No regime militar as eleições eram para os cargos proporcionais, sendo restrito e conturbado (Macedo, 2022).</p><p>Já em 1985, após muitos anos de frustração por não terem o direito ao voto pleno, finalmente o país conquistou na lei o voto direto para presidente, que só seria viabilizado em 1.989, com a eleição de Fernando Collor de Mello. Em 1986, a Justiça acertou em cadastrar os eleitores nacionalmente. Até então, o registro estava nas mãos dos estados, o que gerava incerteza quanto à duplicidade e transferência entre os estados.</p><p>Depois disso, já com a promulgação da Constituição de 1.988, analfabetos e maiores de 16 anos igualmente passaram a ter o direito de participar das eleições. A Constituição ainda abriu a possibilidade do voto a detentos provisórios, o que foi viabilizado mais de 20 anos depois.</p><p>Diante das mudanças na lei, a Justiça Eleitoral também foi procurando novas normas e metodologias para ampliar a segurança e participação de todos nas eleições, como a implantação das urnas eletrônicas e mais recentemente o uso da biometria para a identificação dos eleitores.</p><p>O cientista político Jairo Nicolau, também em entrevista à Rádio Câmara, destacou que atualmente a mecânica de votação no Brasil não está mais sob suspeita, “... Claro que ainda há um pouco de corrupção eleitoral, mas vários passos foram dados, como voto secreto, mais recentemente a criação da urna eletrônica (Macedo, 2022).” Ele continua dizendo que tem sido feito esforços para que as eleições sejam mais fidedignas e mais limpas, mesmo que mudanças pareçam poucas, elas não são (Macedo, 2022).</p><p>Na eleição de 2.022 o Brasil já contava com mais de 156 milhões de eleitores aptos a votar, eleitorado que cresceu 6,21% em checagem a 2018, segundo dados do TSE. No dia 2 de outubro, primeiro turno das Eleições 2022, 156.454.011 eleitoras e eleitores puderam apresentar-se às urnas para a escolha dos novos</p><p>pelas questões centrais de interesse da comunidade. Essas características condicionam e tipificam, segundo Hesse, a estrutura e a função dos direitos fundamentais. Eles asseguram não apenas direitos subjetivos, mas também os princípios objetivos da ordem constitucional e democrática (Mendes, 1999, p. 2).</p><p>Com base nas palavras do Ilustre Ministro, entende-se que a liberdade efetiva do cidadão assegura a presença dos direitos subjetivos deste e ainda, o respeito pela ordem constitucional e democrática. Ainda, sobre a liberdade e o Estado o referido Ministro, acrescenta em sua obra:</p><p>Vinculados à concepção de que ao Estado incumbe, além da não intervenção na esfera da liberdade pessoal dos indivíduos, garantida pelos direitos de defesa, a tarefa de colocar à disposição os meios materiais e implementar as condições fáticas que possibilitem o efetivo exercício das liberdades fundamentais, os direitos fundamentais a prestações objetivam, em última análise, a garantia não apenas da liberdade-autonomia (liberdade perante o Estado), mas também da liberdade por intermédio do Estado, partindo da premissa de que o indivíduo, no que concerne à conquista e manutenção de sua liberdade, depende em muito de uma postura ativa dos poderes públicos (MENDES, 2010, p. 139-140).</p><p>Diante disso, os apoiadores da tese de que o voto é um direito e não um dever entende que o Estado deve garantir ao cidadão o exercício pleno da liberdade, além disso, observar a não intervenção estatal na esfera particular do cidadão, devendo ademais garantir aos cidadãos, métodos para defender a sua liberdade, inclusive o direito de não ir votar.</p><p>IV. b - Adotado em Países Desenvolvidos e Democráticos.</p><p>Conforme a Agência Central de Inteligência dos EUA, dos 236 países em que se hão eleições, em apenas 31 deles o voto é obrigatória, sendo assim é nítido que cerca de 10% dos países ainda usam esse tipo de votação (Giangiulio, 2015).</p><p>Poucos países adotam a mesma determinação do Brasil. Segundo o Instituto Internacional para a Democracia e Assistência Eleitoral (Idea), em 25 nações, ir às urnas é mais que um direito: é um dever. Na América do Sul, o voto é obrigatório também na Argentina, na Bolívia, no Equador, no Peru, no Paraguai e no Uruguai. Na América do Norte, essa imposição existe no México. Já na América Central, é obrigatório em Honduras, no Panamá e na Costa Rica. E na Oceania, os eleitores da Austrália, de Nauru e de Samoa devem votar.</p><p>O voto é obrigatório em determinados lugares da Europa: na Grécia, em Liechtenstein, em Luxemburgo, na Suíça (somente no Cantão de Schaffhausen) e, na França, para o Senado. Já na África, a República Democrática do Congo, o Gabão e o Egito – que ainda tem uma parte do território no continente asiático – utilizam o voto obrigatório. Dentre os países asiáticos, os eleitores de Singapura e Tailândia são obrigados a votar (TSE, 2022c).</p><p>Como se pode verificar, as grandes democracias do mundo adotam o voto facultativo para escolha dos seus representantes, estando à legislação do Brasil muito distante da tendência global.</p><p>IV. c - Participação Apenas Dos Realmente Interessados E Conscientes</p><p>Com voto facultativo deve se reduzir o número de votos nulos e brancos, tendo em vista que o cidadão vai sair da sua residência só se realmente possuir o interesse em votar naquele determinado candidato, e assim significando um corpo eleitoral interessado pelas propostas apresentadas pelos partidos ou candidatos. O que em tese, poderia gerar votos com maior qualidade (Carvalho, 2016).</p><p>IV. d - O Voto Obrigatório Não Garante A Participação Da Maioria</p><p>É importante destacar que por mais que seja obrigatório o voto, no ano de 2020 (dois mil e vinte) houve o maior recorde de abstenção com cerca de 29,5%, e levando em consideração os votos branco ou nulo, que acaba levando a cerca de 35% dos eleitores, deste modo, mesmo o voto sendo obrigatório ele não garante a participação da maioria (Senado, 2020).</p><p>Na primeira entrevista coletiva após o primeiro turno da Eleição de 2022, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) divulgou os principais dados do pleito. O número de abstenções chegou a mais de 31 milhões, o que representa 20% do eleitorado. Foi a maior porcentagem desde 1998 (Senado, 2020).</p><p>IV. e - O Voto Obrigatório Não Gera Conscientização Dos Cidadãos.</p><p>Realmente não gera conscientização, porque muitas pessoas votam apenas pela obrigação, que acaba acarretando para que o voto seja de maneira inconsciente ou inconsequente, já que essa imposição não leva a reflexão por parte do cidadão sobre o voto em si, já que muitos acabam votando em candidatos que não possuem nenhuma ligação ideológica ou lógica (Giangiulio, 2015).</p><p>É reconhecido que muitos acabam vendendo o voto ou votando em pessoas que nem sequer lembra-se do nome após saírem da cabine eleitoral, o que causa grande desalento aos que votam de forma consciente, que também são atingidos diretamente pelas más escolhas dos que votam sem pesar as consequências (Carvalho, 2016).</p><p>IV. f - O Estágio Político No Brasil Propicia O Voto Facultativo.</p><p>De acordo com uma pesquisa Datafolha, foi constatada que de seis a cada dez brasileiros (61%) são contra a imposição do voto e 34%, são favoráveis. Uma parcela de 4% é indiferente e 1% não soube responder, com base nessa pesquisa é nítido que o Brasil está preparado para deixar a critério do cidadão o querer ir ou não votar (Datafolha 2014).</p><p>V- CONSIDERAÇÕES FINAIS.</p><p>Em que pese os argumentos favoráveis às imposições do voto no Brasil, que se sustentam em uma tradição que remonta desde o Código Eleitoral de 1932, deste modo, há quase um século, quando as condições econômicas e políticas do País e do mundo eram diferentes, entendemos que os apoiadores desse intimidamento legal têm a aspiração de impor a participação política como meio de estabelecimento da democracia representativa, fato que vai contra a própria democracia.</p><p>As modificações econômicas suportadas pelo Brasil e pelo mundo nas últimas décadas suscitaram um novo aspecto de sociedade, marcado pela forte urbanização e pela grande expansão dos meios de comunicação, sobretudo as redes sociais, que exercem grande influência sobre os eleitores, suscitando uma conjuntura mais adepta ao exercício da cidadania ao desvincular o eleitor dos coronéis que determinavam em quem o eleitor votaria, às vezes votavam por medo ou por supostas vantagens prometidas que nem sempre eram cumpridas.</p><p>Percebe-se que o mundo que se conhecia desde a Constituição de 1.988, para não ir muito além, mudou, não havendo, hoje, nenhuma democracia representativa proeminente que adote o recurso do voto obrigatório. As mais importantes democracias, como a dos Estados Unidos da América e França, mal conseguiram levar às urnas a metade do eleitorado nas últimas eleições, mesmo com campanhas presidenciais muito disputadas, como foi à eleição francesa de 2.022 e a americana de 2.020, nem por isso esses países têm a legitimidade das eleiçoes questionadas.</p><p>O voto obrigatório perdeu dimensão nos debates democráticos pelo mundo, sendo questionada a liberdade do cidadão. O voto carece ser produto em que o indivíduo sinta o desejo de exercer seu direito a escolha sem que isso gere qualquer outro transtorno, sendo um ato de revolução para grupos que precisam de mudanças significativas que se é alcançada por coletividade permitida pela democracia.</p><p>Voto é direito e não pode ser reduzido a um dever, pois apenas o próprio cidadão pode se impor tal participação, sobretudo quando não se vê representado por nenhum grupo político que disputa o poder. O eleitor, ao exercer o voto, desempenha um ato de liberdade, pois se quiser protestar isso também lhe será permitido, porém também pode votar com convicção, mostrando que pretende se vir representado por alguém que mais se aproxime dos seus anseios.</p><p>Dentro da sociedade, a movimentação pública precisa ser feita através do voto consciente de que tal escolha pode ocasionar uma mudança de paradigma da atuação politica. Há profunda necessidade que os eleitores se concientizem sobre a importância</p><p>do voto, e não o façam apenas por questões burocráticas. O uso do voto deve estar alicerçado e alinhado na busca de transformações e melhorias para grupos e para a sociedade em geral, mas isso carece ser mais discutido para que todos os envolvidos compreendam a sua importância através do ato da votação.</p><p>O voto facultativo e o que mais se aproxima da finalidade de inserção do cidadão no campo da plena e livre escolha, volvendo a adesão mais ajustada com a democrácia e constitui o direcionamento para a ascenção da democracia dentro de uma sociedade que participa e se torna ativa no processo político.</p><p>Haja vista pelo resultado do comparecimento da ultima eleição ocorrida em 2022, foi percebido a falta de interesse do eleitorado. As opções que os eleitores têm de exercer o voto livre e consciente em alguém, ou ao ato de votar em branco ou anular, permanecem, mas não é razoável obrigar alguém a enfrentar fila para no final não votar em ninguém, pouco contribuindo para o direcionamento de novas políticas públicas e resoluções na sociedade.</p><p>Tais informações corroboram com o fato de que o voto obrigatório não teria nenhuma relação com a prática representativa, tampouco consegue dirigir o eleitor ao voto, já que aquele que não quiser votar não o fará, chegando até a preferir pagar a multa, que é de um valor irrisório, trazendo a sociedade a um dever formal e não ao exercício de consciência livre.</p><p>Tem se tornado grande o evento de votos brancos nulos registrados nas últimas eleições, mostrando o distanciamento dos brasileiros e das instituições políticas do País. O despertar político deve ser incentivado para ativar a consciencia cívica, mostrando que o voto vai além da imposição e repassa para um amadurecimento em relação à visão da política exercida e ofertada, para o combate da incompetência e da corrupção.</p><p>Ao eleitor que exerce o ato do voto prontamente, demonstrando acreditar no potencial do voto para proporcionar as mudanças no destino da nação e na busca de melhorias para todos, deve ser dado o direito de se ausentar, porém não é esperado que pessoas com essa conciência se ausentassem, sobretudo por carregarem em si o desejo de se viver em uma sociedade mais justa.</p><p>Portanto, ao se falar sobre a ideia de voto consciente, o que mais se aproxima dessa realidade é o voto facultativo, exercido com pleno conhecimento das consequências advindas da sua escolha, sabendo que o voto depositado em alguém afeta o seu meio social, possibilitando ao eleitor que comparece às urnas refletir e agir livremente para decidir os rumos da sociedade como um todo.</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>BAQUERO, Marcello. Construindo uma outra sociedade: o capital social na estruturação da política participativa no Brasil. Revista de Sociologia e Política, núm. 21, novembro, 2003, pp. 83-108 Universidade Federal do Paraná.</p><p>CARVALHO, Monise. Vantagens e desvantagens do voto obrigatório, facultativo e o voto do analfabeto. 2016. Disponível em: https://mocarvalho.jusbrasil.com.br/artigos/334230759/vantagens-e-desvantagens-do-voto-obrigatorio-facultativo-e-o-voto-do-analfabeto. Acesso 24 de Janeiro de 2023.</p><p>DATAFOLHA. Rejeição a voto obrigatório atinge 61% e alcança taxa recorde entre brasileiros. Disponível em: https://datafolha.folha.uol.com.br/eleicoes/2014/05/1453158-rejeicao-a-voto-obrigatorio-atinge-61-e-alcanca-taxa-recorde-entre-brasileiros.shtml. Acesso 24 de Janeiro de 2023.</p><p>GIANGIULIO, Gustavo. Voto Facultativo x Voto Obrigatório. 2015. Disponível em: https://gutogiangiulio.jusbrasil.com.br/artigos/142023487/voto-facultativo-x-voto-obrigatorio. Acesso 24 de Janeiro de 2023.</p><p>MACEDO, Ana Raquel. A história do voto no Brasil – da primeira eleição ao voto secreto. 2022. Disponível em: https://www.camara.leg.br/radio/programas/439742-a-historia-do-voto-no-brasil-da-primeira-eleicao-ao-voto-secreto/?pagina=2%23todas-edicoes. Acesso 24 de janeiro de 2023.</p><p>MENDES, Gilmar. Os direitos fundamentais e seus múltiplos significados na ordem constitucional. Revista Jurídica Virtual. Jun. vol. 2, nº 13. 1999. Disponível em: http://www.gilmarmendes.com.br/wp-content/uploads/2018/09/OS-DIREITOS-FUNDAMENTAIS-E-SEUS-M%C3%9ALTIPLOS-SIGNIFICADOS-NA-ORDEM-CONSTITUCIONAL.pdf. Acesso em: 24 de Janeiro de 2023.</p><p>MENDES, Gilmar Ferreira; COELHO, Inocêncio mártires; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Curso de Direito Constitucional. 5º edição. rev. e atu. São Paulo: Saraiva 2010.</p><p>NARJARA. O voto obrigatório e voto facultativo: vantagens e desvantagens para o Estado Democrático de Direito, incluindo o papel da mulher no processo eleitoral brasileiro. 2015. Disponível em: https://jus.com.br/artigos/36088/o-voto-obrigatorio-e-voto-facultativo-vantagens-e-desvantagens-para-o-estado-democratico-de-direito-incluindo-o-papel-da-mulher-no-processo-eleitoral-brasileiro. Acesso 24 de Janeiro de 2023.</p><p>NOBRE, Marcelo. O voto é um direito ou um dever? 2014. Disponível em: https://jus.com.br/artigos/31457/o-voto-e-um-direito-ou-um-dever. Acesso 24 de Janeiro de 2023.</p><p>SAMPAIO, Nelson de Souza. Eleições e Sistemas Eleitorais, in Revista de Jurisprudência – Arquivos do Tribunal de Alçada do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1º trimestre de 1981.</p><p>SENADO. Especialistas analisam abstenção recorde nas eleições de 2020. Disponível em: https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2020/11/30/especialistas-analisam-abstencao-recorde-nas-eleicoes-de-2020. Acesso 24 de Janeiro de 2024.</p><p>SOARES, Paulo Henrique. Vantagens e desvantagens do voto obrigatório e do voto facultativo. Textos para discussão. Brasília, abril/2004. Disponível em: https://www12.senado.leg.br/publicacoes/estudos-legislativos/tipos-de-estudos/textos-para-discussao/td-6-vantagens-e-desvantagens-do-voto-obrigatorio-e-do-voto-facultativo. Acesso 24 de Janeiro de 2023.</p><p>TEODORO, Rafael. A conquista do voto feminino. Disponível em: https://www.camara.leg.br/internet/agencia/infograficos-html5/a-conquista-do-voto-feminino/index.html. Acesso 25 de Janeiro de 2023.</p><p>TSE. Estatística do Eleitorado. 2022 a. Disponível em: https://sig.tse.jus.br/ords/dwapr/seai/r/sig-eleicao-eleitorado/home?session=10150602034407. Acesso 24 de Janeiro de 2023.</p><p>TSE. Brasil tem mais de 156 milhões de eleitoras e eleitores aptos a votar em 2022. 2022b. Disponível em: https://www.tse.jus.br/comunicacao/noticias/2022/Julho/brasil-tem-mais-de-156-milhoes-de-eleitoras-e-eleitores-aptos-a-votar-em-2022-601043. Acesso 24 de Janeiro de 2023.</p><p>TSE. Eleições pelo Mundo: obrigatoriedade do voto e uso de urnas eletrônicas. 2022c. Disponível em: https://www.tse.jus.br/comunicacao/noticias/2021/Setembro/serie-201celeicoes-pelo-mundo201d-traz-historico-sobre-obrigatoriedade-do-voto-e-uso-de-urnas-eletronicas. Acesso 24 de Janeiro de 2023.</p>do voto, e não o façam apenas por questões burocráticas. O uso do voto deve estar alicerçado e alinhado na busca de transformações e melhorias para grupos e para a sociedade em geral, mas isso carece ser mais discutido para que todos os envolvidos compreendam a sua importância através do ato da votação. O voto facultativo e o que mais se aproxima da finalidade de inserção do cidadão no campo da plena e livre escolha, volvendo a adesão mais ajustada com a democrácia e constitui o direcionamento para a ascenção da democracia dentro de uma sociedade que participa e se torna ativa no processo político. Haja vista pelo resultado do comparecimento da ultima eleição ocorrida em 2022, foi percebido a falta de interesse do eleitorado. As opções que os eleitores têm de exercer o voto livre e consciente em alguém, ou ao ato de votar em branco ou anular, permanecem, mas não é razoável obrigar alguém a enfrentar fila para no final não votar em ninguém, pouco contribuindo para o direcionamento de novas políticas públicas e resoluções na sociedade. Tais informações corroboram com o fato de que o voto obrigatório não teria nenhuma relação com a prática representativa, tampouco consegue dirigir o eleitor ao voto, já que aquele que não quiser votar não o fará, chegando até a preferir pagar a multa, que é de um valor irrisório, trazendo a sociedade a um dever formal e não ao exercício de consciência livre. Tem se tornado grande o evento de votos brancos nulos registrados nas últimas eleições, mostrando o distanciamento dos brasileiros e das instituições políticas do País. O despertar político deve ser incentivado para ativar a consciencia cívica, mostrando que o voto vai além da imposição e repassa para um amadurecimento em relação à visão da política exercida e ofertada, para o combate da incompetência e da corrupção. Ao eleitor que exerce o ato do voto prontamente, demonstrando acreditar no potencial do voto para proporcionar as mudanças no destino da nação e na busca de melhorias para todos, deve ser dado o direito de se ausentar, porém não é esperado que pessoas com essa conciência se ausentassem, sobretudo por carregarem em si o desejo de se viver em uma sociedade mais justa. Portanto, ao se falar sobre a ideia de voto consciente, o que mais se aproxima dessa realidade é o voto facultativo, exercido com pleno conhecimento das consequências advindas da sua escolha, sabendo que o voto depositado em alguém afeta o seu meio social, possibilitando ao eleitor que comparece às urnas refletir e agir livremente para decidir os rumos da sociedade como um todo. REFERÊNCIAS BAQUERO, Marcello. Construindo uma outra sociedade: o capital social na estruturação da política participativa no Brasil. Revista de Sociologia e Política, núm. 21, novembro, 2003, pp. 83-108 Universidade Federal do Paraná. CARVALHO, Monise. Vantagens e desvantagens do voto obrigatório, facultativo e o voto do analfabeto. 2016. Disponível em: https://mocarvalho.jusbrasil.com.br/artigos/334230759/vantagens-e-desvantagens-do-voto-obrigatorio-facultativo-e-o-voto-do-analfabeto. Acesso 24 de Janeiro de 2023. DATAFOLHA. Rejeição a voto obrigatório atinge 61% e alcança taxa recorde entre brasileiros. Disponível em: https://datafolha.folha.uol.com.br/eleicoes/2014/05/1453158-rejeicao-a-voto-obrigatorio-atinge-61-e-alcanca-taxa-recorde-entre-brasileiros.shtml. Acesso 24 de Janeiro de 2023. GIANGIULIO, Gustavo. Voto Facultativo x Voto Obrigatório. 2015. Disponível em: https://gutogiangiulio.jusbrasil.com.br/artigos/142023487/voto-facultativo-x-voto-obrigatorio. Acesso 24 de Janeiro de 2023. MACEDO, Ana Raquel. A história do voto no Brasil – da primeira eleição ao voto secreto. 2022. 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