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<p>EVANDRO GUEDES E ESTEFÂNIA ROCHA</p><p>9</p><p>PARTE GERAL</p><p>PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL</p><p>1. 1. (Iades) Encontram-se expressamente previstos na Constituição Federal os princípios penais da:</p><p>a) legalidade, da anterioridade e da responsabilidade pessoal da pena.</p><p>b) territorialidade e da extraterritorialidade incondicionada.</p><p>c) insignificância e da adequação social.</p><p>d) consunção, da subsidiariedade e da especialidade.</p><p>e) mínima ofensividade e da alternatividade.</p><p>Os princípios podem ser explícitos, positivados no ordenamento, ou implícitos, quando derivam</p><p>daqueles expressamente previstos e que decorrem de interpretação sistemática de determinados</p><p>dispositivos.</p><p>PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL</p><p>EXPLÍCITOS NA CF/88</p><p>PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL</p><p>IMPLÍCITOS NA CF/88</p><p> Legalidade ou Reserva Legal.</p><p> Anterioridade.</p><p> Retroatividade da lei penal mais benéfica.</p><p> Dignidade da pessoa humana.</p><p> Devido processo legal.</p><p> Proibição de prova ilícita.</p><p> Juiz e promotor natural.</p><p> Contraditório e ampla defesa.</p><p> Presunção de inocência.</p><p> Celeridade e razoável duração do processo.</p><p> Personalidade ou da responsabilidade pessoal.</p><p> Individualização da pena.</p><p> Humanidade.</p><p> Proporcionalidade.</p><p> Razoabilidade.</p><p> Intervenção mínima ou subsidiariedade.</p><p> Fragmentariedade.</p><p> Lesividade ou ofensividade.</p><p> Taxatividade penal ou da determinação.</p><p> Adequação dos meios aos fins.</p><p> Proibição do excesso.</p><p> Culpabilidade ou da responsabilidade subjetiva.</p><p> Adequação social.</p><p> Insignificância ou da bagatela.</p><p>Gabarito: A.</p><p>2. 2. (Cespe/Cebraspe – Adaptada) Com relação aos princípios e às garantias penais:</p><p>A proibição da previsão de tipos penais vagos decorre do princípio da reserva legal em matéria penal.</p><p>Certo ( ) Errado ( )</p><p>Para atender ao princípio da legalidade, a taxatividade profere que a lei penal necessita ser a mais</p><p>clara, mais precisa, mais determinada possível, devendo-se evitar termos vagos, imprecisos. Assim,</p><p>não há que se falar em proibição.</p><p>Gabarito: Errado.</p><p>10</p><p>PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL</p><p>3. 3. (Cespe/Cebraspe) Com relação a aspectos gerais do Direito Penal brasileiro, julgue o item a</p><p>seguir.</p><p>Pelo princípio da fragmentariedade, o Direito Penal só deve intervir em ofensas realmente</p><p>graves aos bens jurídicos mais relevantes.</p><p>Certo ( ) Errado ( )</p><p>O Direito Penal não deve se ocupar da proteção de bens jurídicos de menor relevo, exatamente</p><p>porque o Direito Penal é o instrumento mais invasivo de que dispõe o Estado para intervir na</p><p>vida em sociedade, de maneira que sua utilização para proteção de todo e qualquer bem jurídico</p><p>demonstraria certa desproporcionalidade, além de contribuir para a banalização do Direito Penal.</p><p>Para a fragmentariedade, o Direito Penal só deve se ocupar com ofensas realmente graves aos</p><p>bens jurídicos protegidos. Da variante, da intervenção mínima, surge o princípio da insignificância</p><p>desenvolvido por Claus Roxin. Entende-se que devem ser consideradas atípicas as ofensas mínimas</p><p>ao bem jurídico, logo, não há tipicidade material, possui, apenas, tipicidade formal.</p><p>Gabarito: Certo.</p><p>4. 4. (FGV) Observando as afirmações sobre os princípios constitucionais penais, marque a alternativa</p><p>incorreta:</p><p>a) O princípio da legalidade veda a existência de crime sem lei que o defina e impede a existência</p><p>de pena sem cominação legal.</p><p>b) O princípio da anterioridade permite que o fato praticado anteriormente à vigência da lei</p><p>penal que o define como crime seja punido.</p><p>c) O princípio da legalidade ou da reserva legal impede a criação de crimes e a cominação de</p><p>penas por medidas provisórias.</p><p>d) O princípio da lesividade ou da exclusiva proteção de bens jurídicos impede que a lei consagre</p><p>como crime fato que não acarrete lesão ou perigo de lesão a bem jurídico de terceiro.</p><p>e) Tipos penais que não definem com clareza o fato proibido, tornando-o evidente, violam o</p><p>princípio da legalidade.</p><p>Princípio da legalidade: significa a exigência de lei em matéria penal, de que não há crime sem</p><p>lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal, conforme art. 5º, XXXIX, da CF/88</p><p>e art. 1º do CP.</p><p>O princípio da legalidade, do qual decorre a reserva legal, veda o uso dos costumes e da ana-</p><p>logia para criar tipos penais incriminadores ou agravar as infrações existentes, embora permita a</p><p>interpretação analógica da norma penal. A obediência às formas e aos procedimentos exigidos na</p><p>criação da lei penal e, principalmente, na elaboração de seu conteúdo normativo.</p><p> Lex praevia: a lei deve ser anterior/vedação à retroatividade in pejus (princípio da anterioridade).</p><p> Lex certa: proibição de expressões/conceitos vagos/imprecisos/indeterminados (princípio da</p><p>taxatividade).</p><p> Lex scripta: proibição do costume como fundamento de crimes ou de penas.</p><p> Lex stricta: proibição da analogia como método de criminalização ou de penalização de ações</p><p>humanas.</p><p>EVANDRO GUEDES E ESTEFÂNIA ROCHA</p><p>11</p><p>A legalidade penal se refere à lei em sentido estrito, no que tange as normas penais incrimina-</p><p>doras. Diante disso, outro instrumento normativo não poderá ser editado para tratar de normas</p><p>incriminadoras, por exemplo, medida provisória. Ressalte-se que as medidas provisórias produzirão</p><p>efeitos no Direito Penal somente quando versarem sobre normas penais NÃO incriminadoras.</p><p>Princípio da anterioridade: é a necessidade de lei penal incriminadora anterior ao fato para pos-</p><p>sibilitar a responsabilidade penal, conforme o art. 5º, XXXIX, da CF/88.</p><p>Princípio da lesividade/ofensividade: propõe que a lesão oriunda da conduta criminosa atinja</p><p>um bem jurídico de terceiro, não admitindo a punição da autolesão. Entretanto, grande parte da</p><p>doutrina compreende o princípio da lesividade como sinônimo de ofensividade.</p><p>Gabarito: B.</p><p>5. 5. (Instituto AOCP – Adaptada) No tocante ao Direito Penal, assinale a alternativa correta.</p><p>a) É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria relativa a Direito Penal (art. 62,</p><p>§ 1º, b, CF/88). Nada obstante, o STF firmou jurisprudência no sentido de que as medidas</p><p>provisórias podem ser utilizadas na esfera penal, desde que benéficas ao agente.</p><p>b) O fundamento político do princípio da reserva legal revela a aceitação pelo povo, representado</p><p>pelo Congresso Nacional, da opção legislativa no âmbito criminal.</p><p>c) Com a evolução da sociedade e a modificação dos seus valores, determinados compor-</p><p>tamentos, inicialmente típicos, podem deixar de interessar ao Direito Penal. Nesse caso,</p><p>pode-se afirmar que ocorreu a chamada desmaterialização (liquefação) de bens jurídicos</p><p>no Direito Penal.</p><p>d) O princípio da fragmentariedade se projeta no plano concreto, isto é, em sua atuação prática,</p><p>o Direito Penal somente se legitima quando os demais meios disponíveis já tiverem sido</p><p>empregados, sem sucesso, para proteção do bem jurídico.</p><p>e) A primeira manifestação do princípio da personalidade da pena no Brasil ocorreu já no período</p><p>republicano, com o advento do Código Penal de 1890.</p><p>A CF/88 veda a edição de medida provisória tratando sobre Direito Penal, incriminador ou não, de</p><p>acordo com o art. 62, § 1º, I, b, da CF/88, entretanto, o STF no RE 254818/PR, entende que é possível</p><p>a medida provisória em matéria penal desde que não seja incriminadora, ou seja, admite-se a</p><p>medida quando em favor do réu. Veja o julgado:</p><p>Jurisprudência do STF: I. Medida provisória: sua inadmissibilidade em matéria penal - extraída</p><p>pela doutrina consensual - da interpretação sistemática da Constituição -, não compreende a de</p><p>normas penais benéficas, assim, as que abolem crimes ou lhes restringem o alcance, extingam</p><p>ou abrandem penas ou ampliam os casos de isenção de pena ou de extinção de punibilidade. II.</p><p>Medida provisória: conversão em lei após sucessivas reedições, com cláusula de «convalidação» dos</p><p>efeitos produzidos anteriormente: alcance por esta de normas não reproduzidas a partir de uma das</p><p>sucessivas reedições. III. MPr 1571-6/97, art. 7º, § 7º, reiterado na reedição subseqüente (MPr 1571-7,</p><p>art. 7º, § 6º), mas não reproduzido a partir da reedição seguinte (MPr</p><p>1571-8 /97): sua aplicação aos</p><p>fatos ocorridos na vigência das edições que o continham, por força da cláusula de «convalidação»</p><p>inserida na lei de conversão, com eficácia de decreto-legislativo. (STF - RE: 254818 PR, Relator:</p><p>SEPÚLVEDA PERTENCE, Data de Julgamento: 08/11/2000, Tribunal Pleno, Data de Publicação: DJ</p><p>19-12-2002 PP-00081 EMENT VOL-02096-07 PP-01480 RTJ VOL-00184-01 PP-00301).</p><p>12</p><p>PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL</p><p>Fundamentação das alternativas:</p><p>b) O princípio da reserva legal, significa que só será considerada como infração penal a conduta</p><p>prevista na Lei, os fundamentos:</p><p>• Fundamento democrático é a aceitação pelo povo da opção legislativa, ou seja, os crimes</p><p>criados por Lei por meio do Congresso Nacional são aceitos pelo povo, já que o congresso os</p><p>representa.</p><p>• Fundamento político da reserva legal tem como fundamento a proteção do ser humano</p><p>contra os arbítrios do Estado, é a limitação do poder do Estado para não ferir os direitos</p><p>fundamentais.</p><p>c) Com a evolução da sociedade e a modificação dos seus valores, determinados comportamentos,</p><p>inicialmente típicos, podem deixar de interessar ao Direito Penal, a esse fenômeno denomina-se</p><p>de fragmentariedade às avessas. A desmaterialização, liquefação ou espiritualização de bens</p><p>jurídicos no Direito Penal dá-se quando com a evolução do Direito e da sociedade como um todo,</p><p>o Direito Penal passou a tipificar condutas anteriores ao dano, ou seja, que causam apenas o</p><p>perigo abstrato ou concreto, o Direito Penal passa a se preocupar com os crimes de perigo, em</p><p>que a lei presume o risco ao bem jurídico.</p><p>d) O item trata do princípio da subsidiariedade, em que o Direito Penal só é utilizado para tutelar</p><p>o bem jurídico em último caso, quando os demais ramos não conseguirem protegê-lo e se projeta</p><p>no plano concreto. Diferentemente, o princípio da fragmentariedade recomenda que somente os</p><p>casos realmente relevantes sejam protegidos pelo Direito Penal, que dizer, alguns ilícitos assim o</p><p>serão somente em outras esferas, só se configurará infração penal se for bem jurídico essencial à</p><p>manutenção e progresso da sociedade.</p><p>e) O princípio da personalidade da pena afirma que nenhuma pena passará da pessoa do conde-</p><p>nado, não podendo se transmitir à família, contudo, a primeira manifestação desse princípio já</p><p>ocorrera na Constituição de 1824:</p><p>Art. 179. [...]</p><p>XX – Nenhuma pena passará da pessoa do delinquente. Por tanto não haverá em caso algum con-</p><p>fiscação de bens, nem a infâmia do réo se transmittirá aos parentes em qualquer gráo, que seja.</p><p>Gabarito: A.</p><p>6. 6. (Cespe/Cebraspe – Adaptada) Com relação aos princípios e às garantias penais:</p><p>O princípio da adequação social serve de parâmetro fundamental ao julgador, que, à luz das</p><p>condutas formalmente típicas, deve decidir quais sejam merecedoras de punição criminal.</p><p>Certo ( ) Errado ( )</p><p>O princípio da culpabilidade ou nulla poena sine culpa, ou seja, não há crime sem culpa ou dolo</p><p>na conduta, sendo assim, traduz-se na vedação da responsabilidade objetiva.</p><p>Segundo Greco (2000), o princípio da culpabilidade possui três sentidos fundamentais:</p><p>• Culpabilidade como elemento integrante do conceito analítico de crime: é a terceira ca-</p><p>racterística integrante do conceito analítico de crime, sendo estudada, após a análise do fato</p><p>típico e da ilicitude.</p><p>• Culpabilidade como princípio medidor da pena: é uma das condições judiciais do art. 59</p><p>– A culpabilidade, uma vez condenado o agente, exercerá uma função mediadora da sanção</p><p>penal que a ele será aplicada.</p><p>EVANDRO GUEDES E ESTEFÂNIA ROCHA</p><p>13</p><p>• Culpabilidade como princípio impedidor da responsabilidade penal objetiva: isto signi-</p><p>fica que para determinado resultado ser atribuído ao agente é preciso que a sua conduta te-</p><p>nha sido dolosa ou culposa, se não houver dolo ou culpa é sinal de que não houve conduta.</p><p>Gabarito: Certo.</p><p>7. 7. (Instituto AOCP) Analise a seguinte situação hipotética:</p><p>Hércules, que é francês, viajou de férias à Costa Rica com sua esposa Xena, de nacionalidade</p><p>colombiana. Em determinado momento das férias, após forte desentendimento entre o casal,</p><p>Hércules cometeu o crime de feminicídio contra Xena. Desesperado, após o ocorrido, fugiu</p><p>para o Brasil. Considerando que o Brasil, por meio de tratado internacional, obrigou-se a repri-</p><p>mir o referido delito, Hércules estará sujeito à lei brasileira em razão do princípio da:</p><p>a) universalidade do direito de punir.</p><p>b) proteção.</p><p>c) personalidade.</p><p>d) bandeira.</p><p>e) territorialidade temperada.</p><p>Princípio da justiça penal universal, justiça cosmopolita, da competência universal, da universali-</p><p>dade, da jurisdição universal, da jurisdição mundial, da repressão mundial ou da universalidade do</p><p>direito de punir: Trata-se de um princípio que foi adotado na hipótese mencionada no art. 7º, II, a,</p><p>do CP, em outras palavras, nos crimes de genocídio, e naqueles que o Brasil se obrigou a reprimir</p><p>por força de tratado ou convenção internacional.</p><p>Fundamentação das alternativas:</p><p>b) proteção – art. 7º, I, a, b e c, do CP: princípio da defesa/proteção real.</p><p>c) Nos termos do art. 7º, d, do CP: princípio da personalidade ativa e domicílio. Ficam sujeitos</p><p>à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro, os crimes de genocídio, quando o agente for</p><p>brasileiro ou domiciliado no Brasil.</p><p>d) Consoante o art. 7º, c, do CP: princípio da bandeira. Praticados em aeronaves ou embarcações</p><p>brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam</p><p>julgados.</p><p>e) Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional,</p><p>ao crime cometido no território nacional. Trata-se de territorialidade temperada conforme o teor</p><p>do 5º do CP.</p><p>Gabarito: A.</p><p>8. 8. (Vunesp) Quanto aos princípios constitucionais que regem o Direito Penal, é correto afirmar que</p><p>a Constituição da República de 1988 consagrou expressamente que:</p><p>a) a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento</p><p>do morador, em qualquer horário, salvo em caso de flagrante delito ou determinação judicial.</p><p>b) é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, que exclusiva-</p><p>mente para fins de investigação penal pode ser afastado por determinação judicial.</p><p>14</p><p>PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL</p><p>c) não constitui crime a livre expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comu-</p><p>nicação, sendo necessárias licenças para o exercício de algumas atividades, na forma da lei.</p><p>d) são invioláveis e serão punidas mediante a lei penal ofensas à intimidade, à vida privada,</p><p>à honra e à imagem das pessoas, assegurado, também, o direito a indenização pelo dano</p><p>material ou moral decorrente de sua violação.</p><p>e) é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das</p><p>comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma</p><p>que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal.</p><p>De acordo com o teor do art. 5º, XII, da CF/88: é inviolável o sigilo da correspondência e das</p><p>comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por</p><p>ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal</p><p>ou instrução processual penal.</p><p>Fundamentação das alternativas:</p><p>a) O art. 5º, XI, CF/88, dispõe que a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo</p><p>penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para</p><p>prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial.</p><p>b) O art. 5º, XIV, estabelece que é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo</p><p>da fonte, quando necessário ao exercício profissional.</p><p>c) O art. 5º, IX, é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação,</p><p>independentemente de censura ou licença.</p><p>d) O art. 5º, X, dispõe que são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das</p><p>pessoas,</p><p>assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação.</p><p>Gabarito: E.</p><p>9. 9. (AV Moreira) Marque a alternativa em que o princípio constitucional do Direito Penal NÃO cor-</p><p>responde ao seu conceito.</p><p>a) Princípio da Individualização da Pena: qualquer que seja a pena aplicada, ela estará restrita</p><p>à liberdade, ao patrimônio e à pessoa do condenado. A exceção é o uso do patrimônio</p><p>transferido em herança para quitar obrigação de decretação de perdimento de bens e de</p><p>reparação de dano.</p><p>b) Princípio da Irretroatividade: enquanto as leis em geral gozam de retroatividade mínima –</p><p>alcançam obrigações vencidas não pagas e por vencer –, a lei definidora de crime não retroage</p><p>senão para beneficiar o réu.</p><p>c) Princípio da Legalidade: a norma basilar do Direito Penal é a não existência de crime sem lei</p><p>anterior que o defina. Isto é, para que uma conduta seja considerada um delito, é preciso que</p><p>seu dispositivo e sua hipótese de incidência estejam previstos em um documento escrito que</p><p>superou todas as etapas do processo legislativo.</p><p>d) Princípio da Presunção da Inocência: ninguém será considerado culpado até o trânsito em</p><p>julgado de sentença penal condenatória.</p><p>e) Princípio da Responsabilidade Pessoal: qualquer que seja a pena aplicada, ela estará restrita</p><p>à liberdade, ao patrimônio e à pessoa do condenado. A exceção é o uso do patrimônio</p><p>transferido em herança para quitar obrigação de decretação de perdimento de bens e de</p><p>reparação de dano.</p><p>EVANDRO GUEDES E ESTEFÂNIA ROCHA</p><p>15</p><p>Princípio da Transcendência da Pena/Responsabilidade Pessoal/Personalidade: o art. 5º, XLV, da</p><p>CF/88, determina que nenhuma pena passará da pessoa do condenado, razão pela qual as sanções</p><p>relativas à restrição de liberdade não alcançarão parentes do autor do delito. Logo, não impede que</p><p>os sucessores do condenado falecido sejam obrigados a reparar os danos civis causados pelo fato.</p><p>A exceção é o uso do patrimônio transferido em herança para quitar obrigação de decretação de</p><p>perdimento de bens e de reparação de dano. O objetivo é descontar os valores do patrimônio do</p><p>falecido, de modo que os herdeiros não sejam obrigados por indenizações e penas além do que</p><p>for transferido.</p><p>Gabarito: A.</p><p>10. 10. (Fepese) Assinale a alternativa correta a respeito dos princípios do Direito Penal, conforme pre-</p><p>visto na Constituição Federal de 1988.</p><p>a) A prática do racismo constitui crime afiançável.</p><p>b) Admite-se no direito brasileiro, excepcionalmente, juízo ou tribunal de exceção.</p><p>c) A lei penal jamais retroagirá, nem mesmo para beneficiar o réu.</p><p>d) Ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória.</p><p>e) São cabíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos.</p><p>Conforme preceitua o art. 5º, LVII, da CF/88, ninguém será considerado culpado até o trânsito em</p><p>julgado de sentença penal condenatória (princípio da presunção de inocência ou não culpabilidade).</p><p>Fundamentação das alternativas:</p><p>a) A prática do racismo constitui crime INAFIANÇÁVEL, consoante o teor do art. 5º, XLII, da CF/88,</p><p>a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos</p><p>termos da lei.</p><p>O que a CF/88 dispõe sobre inafiançabilidade e imprescritibilidade?</p><p> IMPRESCRITÍVEIS: racismo e ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem cons-</p><p>titucional e o Estado Democrático.</p><p> INAFIANÇÁVEIS: racismo, tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, terrorismo e</p><p>os definidos como crimes hediondos.</p><p> INSUSCETÍVEIS DE GRAÇA OU ANISTIA: tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins,</p><p>terrorismo e os definidos como crimes hediondos.</p><p>b) O Direito brasileiro NÃO admite, nem mesmo excepcionalmente, juízo ou tribunal de exceção,</p><p>conforme previsto no art. 5º, XXXVII, da CF/88, não haverá juízo ou tribunal de exceção (princípio</p><p>do juiz natural).</p><p>c) O item confronta o art. 5º, XL, da CF/88, a lei penal NÃO retroagirá, SALVO para beneficiar o réu.</p><p>REGRA EXCEÇÃO</p><p>Princípio da irretroatividade Princípio da retroatividade da lei penal mais benéfica</p><p>e) São INADIMISSÍVEIS, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos (art. 5º, LVI, da CF/88).</p><p>Gabarito: D.</p><p>16</p><p>PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL</p><p>11. 11. (PM-MG) Em relação aos princípios constitucionais do Direito Penal, assinale a alternativa correta:</p><p>a) Ninguém poderá ser punido se não tiver agido com dolo ou culpa, ou seja, a responsabilidade</p><p>no Direito Penal deverá ser subjetiva nullun crimem cine culpa. Em regra, só é punido aquele</p><p>que agiu com dolo, sendo que a condenação por crime culposo é exceção e só cabe quando</p><p>prevista em lei.</p><p>b) Exceção feita às penas previstas para os crimes considerados hediondos, nenhuma pena</p><p>passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação</p><p>da pena de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas,</p><p>até o limite do valor do patrimônio transferido.</p><p>c) A lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes: privação</p><p>ou restrição da liberdade; perda de bens; multa; banimento; prestação social alternativa e</p><p>suspensão ou interdição de direitos.</p><p>d) Ao legislador é permitida, em casos específicos e previamente definidos na Constituição Fe-</p><p>deral, a criação de leis penais que incidam sobre fatos anteriores à sua vigência, tipificando-os</p><p>como crimes ou aplicando pena aos agentes.</p><p>Para a teoria da excepcionalidade do crime culposo, ninguém poderá ser punido se não tiver</p><p>agido com dolo ou culpa, ou seja, a responsabilidade no Direito Penal deverá ser subjetiva nullun</p><p>crimem cine culpa.</p><p>Em regra, só é punido aquele que agiu com dolo, sendo que a condenação por crime culposo é</p><p>exceção e só cabe quando prevista em lei. O dolo é a regra; a culpa, exceção. Para se punir alguém</p><p>por delito culposo, é indispensável que a culpa venha expressamente delineada no tipo penal.</p><p>b) O princípio da incontagiabilidade das penas prevê que nenhuma pena passará da pessoa do</p><p>condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação da pena de bens ser, nos termos</p><p>da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio</p><p>transferido (NÃO há exceção).</p><p>c) A CF/88 NÃO prevê no seu texto a pena de banimento. O art. 5º, XLVI, estabelece que a lei re-</p><p>gulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes: a) privação ou restrição da</p><p>liberdade; b) perda de bens; c) multa; d) prestação social alternativa; e) suspensão ou interdição</p><p>de direitos.</p><p>d) O art. 5º, XXXIX, dispõe que não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia</p><p>cominação legal.</p><p>Gabarito: A.</p><p>12. 12. (Selecon) Érica conduz investigação no concernente a crime que é capitulado em mais de uma</p><p>lei formal. Com dificuldades de definir a lei aplicável, estabelece que, no caso investigado, deveria</p><p>ser aplicado o princípio da:</p><p>a) constitucionalidade.</p><p>b) individualidade.</p><p>c) especialidade.</p><p>d) temporalidade.</p><p>EVANDRO GUEDES E ESTEFÂNIA ROCHA</p><p>17</p><p>O princípio da especialidade demonstra que a norma especial afasta a incidência da norma geral.</p><p>Além disso, o princípio da especialidade é a norma que possui todos os elementos da norma ge-</p><p>ral, denominados especializantes. O art. 12 do CP dispõe que lei geral será aplicada tão-somente</p><p>quando uma norma de caráter mais específico sobre determinada matéria não se verificar no</p><p>ordenamento jurídico.</p><p>Gabarito: C.</p><p>13. 13. (Selecon) Eros requereu a absolvição de Hermes e Zeus, vez que os atos pelos quais foram acu-</p><p>sados teriam aprovação da comunidade e, dessa forma, aplicável seria o princípio da:</p><p>a) admissão coletiva.</p><p>b) conjunção popular.</p><p>c) reprovação comum.</p><p>d) adequação social.</p><p>O princípio da adequação social foi criado por Hans Welzel e estabelece que, apesar de uma con-</p><p>duta se subsumir ao modelo legal, não será considerada típica se for socialmente adequada ou</p><p>reconhecida, isto é, se estiver de acordo com a ordem social da vida historicamente condicionada.</p><p>Além</p><p>do mais, o princípio da adequação social, possui dupla função. A primeira função é a de</p><p>restringir o âmbito de abrangência do tipo penal, limitando a sua interpretação, e dele excluindo</p><p>as condutas consideradas socialmente adequadas e aceitas pela sociedade.</p><p>Gabarito: D.</p><p>14. 14. (Cespe/Cebraspe) De acordo com a doutrina predominante no Brasil relativamente aos princí-</p><p>pios aplicáveis ao Direito Penal, assinale a opção correta.</p><p>O princípio da taxatividade, ou do mandado de certeza, preconiza que a lei penal seja concreta</p><p>e determinada em seu conteúdo, sendo vedados os tipos penais abertos.</p><p>Certo ( ) Errado ( )</p><p>Princípio da taxatividade ou determinação: a lei penal deve ser CLARA, PRECISA e COMPLETA,</p><p>delimitando expressamente a conduta incriminadora. O princípio relacionado à técnica redacional</p><p>legislativa. Não basta existir uma lei que defina uma conduta como crime. A norma incriminadora</p><p>deve ser clara, compreensível, permitindo ao cidadão a real consciência acerca da conduta punível</p><p>pelo Estado. Não é um princípio previsto em nenhuma norma legal. Trata-se de uma construção</p><p>doutrinária, fundamentada no princípio da legalidade.</p><p>Gabarito: Errado.</p><p>15. 15. (Vunesp) O princípio da insignificância, que defende a não intervenção do Direito Penal para coi-</p><p>bir ações típicas que causem ínfima lesão ao bem jurídico tutelado é afastado pela jurisprudência</p><p>do Superior Tribunal de Justiça, por sua Súmula nº 599, em relação aos crimes:</p><p>a) praticados contra as mulheres ou em condição de violência de gênero.</p><p>b) contra o meio ambiente.</p><p>c) contra a Administração Pública.</p><p>18</p><p>PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL</p><p>d) contra a criança e o adolescente.</p><p>e) de menor potencial ofensivo.</p><p>A jurisprudência do STJ dispõe uma regra consoante a VEDAÇÃO da aplicação do princípio da</p><p>insignificância consoante o entendimento sumulado, a saber a Súmula nº 599 do STJ: O princípio</p><p>da insignificância é inaplicável aos crimes contra a administração pública. (STJ. Corte Especial.</p><p>Aprovada em 20/11/2017, DJe 27/11/2017).</p><p>Exceções:</p><p>Jurisprudência do STJ Jurisprudência do STF</p><p>HÁ UMA EXCEÇÃO NO STJ: A jurispru-</p><p>dência é pacífica em admitir a aplicação</p><p>do princípio da insignificância ao crime</p><p>de descaminho (art. 334, do CP), que,</p><p>topograficamente, está inserido no Título XI</p><p>do Código Penal, que trata sobre os crimes</p><p>contra a Administração Pública.</p><p>No STF, há julgados admitindo a aplicação do princípio</p><p>mesmo em outras hipóteses além do descaminho,</p><p>como foi o caso do HC 107370, Rel. Min. Gilmar Mendes,</p><p>julgado em 26/04/2011 e do HC 112388, Rel. p/ Acórdão</p><p>Min. Cezar Peluso, julgado em 21/08/2012. Segundo o</p><p>entendimento que prevalece no STF, a prática de crime</p><p>contra a Administração Pública, por si só, não inviabiliza</p><p>a aplicação do princípio da insignificância, devendo</p><p>haver uma análise do caso concreto para se examinar se</p><p>incide ou não o referido postulado.</p><p>ATENÇÃO! Estas são as Súmulas do Supremo Tribunal de Justiça (STJ) que tratam do princípio da</p><p>insignificância:</p><p>SÚMULAS DO STJ HIPÓTESES</p><p>Súmula nº 502</p><p>Presentes a materialidade e a autoria, afigura-se típica, em relação ao crime</p><p>previsto no art. 184, § 2º, do Código Penal, a conduta de expor à venda CDs e</p><p>DVDs piratas.</p><p>Súmula nº 574</p><p>Para a configuração do delito de violação de direito autoral e a comprovação de</p><p>sua materialidade, é suficiente a perícia realizada por amostragem do produto</p><p>apreendido, nos aspectos externos do material, e é desnecessária a identificação</p><p>dos titulares dos direitos autorais violados ou daqueles que os representem.</p><p>Súmula nº 589 É inaplicável o princípio da insignificância nos crimes ou contravenções</p><p>penais praticados contra a mulher no âmbito das relações domésticas.</p><p>Súmula nº 599 O princípio da insignificância é inaplicável aos crimes contra a administração</p><p>pública.</p><p>Súmula nº 606</p><p>Não se aplica o princípio da insignificância a casos de transmissão clandes-</p><p>tina de sinal de internet via radiofrequência, que caracteriza o fato típico</p><p>previsto no art. 183 da Lei nº 9.472/1997.</p><p>Gabarito: C.</p><p>16. 16. (Cespe/Cebraspe) De acordo com a doutrina predominante no Brasil relativamente aos princí-</p><p>pios aplicáveis ao Direito Penal, assinale a opção correta.</p><p>O princípio da bagatela imprópria implica a atipicidade material de condutas causadoras de</p><p>danos ou de perigos ínfimos.</p><p>Certo ( ) Errado ( )</p><p>EVANDRO GUEDES E ESTEFÂNIA ROCHA</p><p>19</p><p>Princípio da bagatela própria ou princípio da insignificância: é derivado do princípio da interven-</p><p>ção mínima, quando o bem jurídico mais relevante é protegido (há tipicidade formal), mas a conduta</p><p>do agente é incapaz de ofender materialmente e de forma relevante o bem jurídico (ausência da</p><p>tipicidade material – lembrando que a tipicidade material somada a antinormatividade resulta na</p><p>chamada tipicidade conglobante). Os requisitos para a aplicação do princípio da bagatela própria/</p><p>da insignificância, são:</p><p>• Mínima ofensividade da conduta.</p><p>• Ausência de periculosidade da ação.</p><p>• Reduzido grau de reprovabilidade da conduta.</p><p>• Inexpressividade da lesão jurídica provocada.</p><p>Preenchidos estes requisitos, a tipicidade estará excluída, o fato será atípico.</p><p>Princípio da bagatela imprópria: quando há tipicidade formal, há tipicidade material, mas a</p><p>aplicação da pena é que se torna desnecessária. É relevante para o direito, mas depois vê que</p><p>a aplicação de qualquer pena no caso concreto seria totalmente desnecessária. É a irrelevância</p><p>penal do fato. Esse princípio parte da premissa que a função da sanção penal não pode ser apenas</p><p>retributiva, mas também preventiva, e tem por base legal o art. 59 do CP que vincula a aplicação</p><p>da pena a sua necessidade.</p><p>BAGATELA PRÓPRIA</p><p>(PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA) BAGATELA IMPRÓPRIA</p><p>É o desvalor da conduta e do resultado. A conduta</p><p>já nasce irrelevante para o Direito Penal. O fato é</p><p>atípico materialmente.</p><p>É a desnecessidade da aplicação da pena no caso</p><p>concreto. A conduta nasce relevante para o Direito</p><p>Penal. O fato é típico e ilícito.</p><p>EXCLUI a tipicidade material. EXCLUI a PUNIBILIDADE.</p><p>Gabarito: Errado.</p><p>17. 17. (Cespe/Cebraspe) De acordo com a doutrina predominante no Brasil relativamente aos princí-</p><p>pios aplicáveis ao Direito Penal, assinale a opção correta.</p><p>O princípio da subsidiariedade determina que o Direito Penal somente tutele uma pequena</p><p>fração dos bens jurídicos protegidos, operando nas hipóteses em que se verificar lesão ou</p><p>ameaça de lesão mais intensa aos bens de maior relevância.</p><p>Certo ( ) Errado ( )</p><p>Princípio da subsidiariedade: A atuação do Direito Penal é cabível apenas quando os outros ramos</p><p>do Direito e os demais parelhos de controle social do Estado tiverem se revelado impotentes</p><p>para o controle da ordem pública.</p><p>Gabarito: Errado.</p><p>18. 18. (Cespe/Cebraspe) De acordo com a doutrina predominante no Brasil relativamente aos princí-</p><p>pios aplicáveis ao Direito Penal, assinale a opção correta.</p><p>O princípio da ofensividade, segundo o qual não há crime sem lesão efetiva ou concreta ao</p><p>bem jurídico tutelado, não permite que o ordenamento jurídico preveja crimes de perigo</p><p>abstrato.</p><p>Certo ( ) Errado ( )</p><p>20</p><p>PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL</p><p>Princípio da ofensividade: nullum crimem nulla poena sine injuria. Para uma conduta ser crime,</p><p>ela deve ofender um bem jurídico alheio. O fato criminoso deve gerar lesão ou perigo de lesão</p><p>ao bem jurídico tutelado, deve haver o desvalor da ação e o desvalor do resultado; do contrário,</p><p>não há injusto penal. Para ser considerado crime.</p><p>• Não pode incriminar estados existenciais.</p><p>• Não se deve incriminar condutas desviadas.</p><p>• Não se deve incriminar estados mentais/cogitação.</p><p>• Não se deve incriminar condutas que não ultrapassem o âmbito do próprio autor.</p><p>A criação de crimes de perigo abstrato não representa, por si só, comportamento inconstitucional</p><p>por parte do legislador penal. A tipificação de condutas que geram perigo em abstrato, muitas vezes,</p><p>acaba sendo a melhor alternativa ou a medida mais eficaz para a proteção de bens jurídico-penais</p><p>supra</p><p>individuais ou de caráter coletivo, por exemplo, o meio ambiente, a saúde etc. Portanto, pode</p><p>o legislador, dentro de suas amplas margens de avaliação e de decisão, definir quais as medidas mais</p><p>adequadas e necessárias para a efetiva proteção de determinado bem jurídico, o que lhe permite</p><p>escolher espécies de tipificação próprias de um Direito Penal preventivo. (STF HC 102.087/MG)</p><p>Gabarito: Errado.</p><p>19. 19. (Cespe/Cebraspe) De acordo com a doutrina predominante no Brasil relativamente aos princí-</p><p>pios aplicáveis ao Direito Penal, assinale a opção correta.</p><p>O princípio da adequação social serve de parâmetro ao legislador, que deve buscar afastar a</p><p>tipificação criminal de condutas consideradas socialmente adequadas.</p><p>Certo ( ) Errado ( )</p><p>Hans Welzel, definindo que, apesar de uma conduta se subsumir ao modelo legal, ela não será</p><p>típica se for socialmente adequada ou reconhecida pelos costumes. Esse princípio tem duas</p><p>grandes funções: 1) restringir a abrangência do tipo penal, pois busca excluir as condutas aceitas</p><p>pela sociedade; 2) orientar o legislador na seleção dos bens jurídicos, agindo na descriminalização</p><p>das condutas.</p><p>ATENÇÃO! Jurisprudência do STF e STJ: O STF NÃO reconhece esse princípio, mas o STJ o aplicou</p><p>no Caso Bahamas ao entender que manter casa de prostituição não é crime, salvo quando ocorrer</p><p>exploração sexual. Por fim, costume, jurisprudência, lei municipal, decreto e tipo penal impreciso</p><p>não podem criar norma penal.</p><p>O princípio da adequação tem duas funções precípuas:</p><p>• De restringir o âmbito de abrangência do tipo penal (limitando sua interpretação ao excluir</p><p>as condutas socialmente aceitas).</p><p>• De orientar o legislador na seleção dos bens jurídicos a serem tutelados atuando, também,</p><p>no processo de descriminalização das condutas.</p><p>Trata-se de um princípio constitucional implícito, no qual atesta que condutas socialmente aceitáveis</p><p>e assimiladas pela comunidade não podem ser consideradas lesivas ao bem jurídico. Outrossim, a</p><p>adequação social servirá como norte para o legislador, que deverá ter a sensibilidade de distinguir</p><p>as condutas consideradas socialmente adequadas daquelas que estão a merecer a reprimenda do</p><p>Direito Penal.</p><p>Gabarito: Certo.</p><p>EVANDRO GUEDES E ESTEFÂNIA ROCHA</p><p>21</p><p>20. 20. (Cespe/Cebraspe) O art. 1º do Código Penal dispõe que “não há crime sem lei anterior que o de-</p><p>fina. Não há pena sem prévia cominação legal”. Considerando esse dispositivo legal, bem como</p><p>os princípios e as repercussões jurídicas dele decorrentes, julgue o item que se segue.</p><p>O presidente da República, em caso de extrema relevância e urgência, pode editar medida</p><p>provisória para agravar a pena de determinado crime, desde que a aplicação da pena agravada</p><p>ocorra somente após a aprovação da medida pelo Congresso Nacional.</p><p>Certo ( ) Errado ( )</p><p>O princípio da legalidade afirma que a criação de crimes e cominação de penas exige lei em sentido</p><p>estrito. Dessa forma, uma medida provisória não é apta para criar crimes, até mesmo diante da</p><p>vedação constitucional prevista no art. 62, § 1º, b, do CP. Contudo, segundo pacífica jurisprudência</p><p>do STF, a vedação constitucional deve ser restrita às hipóteses em que a medida provisória veicule</p><p>matéria penal de forma gravosa ao acusado, ou seja, caso a MP seja benéfica, não há óbice para</p><p>tratar sobre o tema.</p><p>Na questão, percebe-se que a medida provisória seria utilizada para gravar a pena do tipo penal,</p><p>razão pela qual seria vedada (medida provisória in malam partem). Segundo pacifica jurisprudên-</p><p>cia do STF, a vedação constitucional deve ser restrita às hipóteses em que a medida provisória</p><p>veicule matéria penal de forma gravosa ao acusado, ou seja, caso a MP seja benéfica, não há</p><p>óbice para tratar sobre o tema.</p><p>Gabarito: Errado.</p><p>21. 21. (Cespe/Cebraspe) A respeito de institutos diversos de Direito Penal, julgue o item a seguir.</p><p>Nos casos de delitos contra o patrimônio praticados sem violência ou grave ameaça à pessoa,</p><p>a aplicação do princípio da insignificância é admitida pelo Superior Tribunal de Justiça, mes-</p><p>mo que existam condições pessoais desfavoráveis, como maus antecedentes, reincidência ou</p><p>ações penais em curso.</p><p>Certo ( ) Errado ( )</p><p>Segundo a jurisprudência consolidada no STF e STJ, a existência de condições pessoais desfavorá-</p><p>veis, como maus antecedentes, reincidência ou ações penais em curso, não impedem a aplicação</p><p>do princípio da insignificância.</p><p>Gabarito: Certo.</p><p>22. 22. (Cespe/Cebraspe) O CP adota o sistema vicariante, que impede a aplicação cumulada de pena</p><p>e medida de segurança a agente semi-imputável e exige do juiz a decisão, no momento de prola-</p><p>tar sua sentença, entre a aplicação de uma pena com redução de um a dois terços ou a aplicação</p><p>de medida de segurança, de acordo com o que for mais adequado ao caso concreto.</p><p>Certo ( ) Errado ( )</p><p>A questão trata da reforma no CP, que ocorreu em 1984, quando o nosso ordenamento jurídico</p><p>passou a admitir o sistema vicariante, que consiste na impossibilidade de o juiz aplicar, cumulati-</p><p>vamente, ao sentenciado, uma pena privativa de liberdade e uma medida de segurança.</p><p>Gabarito: Certo.</p><p>22</p><p>PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL</p><p>23. 23. (Cespe/Cebraspe) Segundo o princípio da intervenção mínima, o Direito Penal somente deverá</p><p>cuidar da proteção dos bens mais relevantes e imprescindíveis à vida social.</p><p>Certo ( ) Errado ( )</p><p>De acordo com esse princípio, o direito deve orientar e limitar o poder incriminador do Estado,</p><p>buscando evitar a previsão desnecessária de crimes. Conhecido também como ultima ratio, prevê</p><p>que a criminalização de determinada conduta só se justifica caso constitua o meio necessário para a</p><p>proteção de determinado bem jurídico, ou seja, somente deverá ser requisitado quando as demais</p><p>áreas do Direito não se mostrarem eficazes na função de proteger um bem jurídico.</p><p>Gabarito: Certo.</p><p>24. 24. (Cespe/Cebraspe) Segundo a jurisprudência do STJ, o princípio da insignificância deve ser apli-</p><p>cado a casos de furto qualificado em que o prejuízo da vítima tenha sido mínimo.</p><p>Certo ( ) Errado ( )</p><p>De acordo com a jurisprudência do STJ, em regra, a qualificadora afasta o princípio da insignificância.</p><p>Isso porque tal princípio exige a presença concomitante dos seguintes requisitos:</p><p>• Conduta minimamente ofensiva.</p><p>• Ausência de periculosidade do agente.</p><p>• Reduzido grau de reprovabilidade.</p><p>• Lesão jurídica inexpressiva.</p><p>Portanto, para que tal princípio seja aplicado, é necessário que esses requisitos sejam cumulados,</p><p>o que torna a questão errada.</p><p>Gabarito: Errado.</p><p>25. 25. (Cespe/Cebraspe) Depreende-se do princípio da lesividade que a autolesão, em regra, não é</p><p>punível.</p><p>Certo ( ) Errado ( )</p><p>Em regra, a autolesão não é punível, salvo previsão legal. De acordo com o art. 171, § 2º, do CP:</p><p>Nas mesmas penas incorre quem frauda para recebimento de indenização ou valor de seguro; [...]</p><p>V – destrói, total ou parcialmente, ou oculta coisa própria, ou lesa o próprio corpo ou a saúde, ou</p><p>agrava as consequências da lesão ou doença, com o intuito de haver indenização ou valor de seguro.</p><p>Assim, ninguém pode ser punido por causar mal apenas a si próprio, pois uma das características</p><p>inerentes ao Direito Penal moderno repousa na necessidade de intersubjetividade nas relações</p><p>penalmente relevantes.</p><p>Gabarito: Certo.</p><p>26. 26. (Alfacon) O princípio da especialidade tem por regra que a norma especial prevalece sobre a</p><p>norma geral.</p><p>Certo ( ) Errado ( )</p><p>Neste caso, a norma do tipo penal incriminador (especial) é mais completa que a norma geral. Tal</p><p>princípio é utilizado quando ocorre o conflito aparente de normas penais, ou seja, quando duas</p><p>ou mais normas aparentemente parecem reger o mesmo tema. Na prática, uma conduta pode se</p><p>EVANDRO GUEDES E ESTEFÂNIA ROCHA</p><p>23</p><p>enquadrar em mais de um tipo penal, mas isso é apenas aparente, pois os princípios do Direito</p><p>Penal resolvem esse fato.</p><p>Gabarito: Certo.</p><p>27. 27. (Alfacon) Subsidiariedade, consunção, alternatividade e especialidade são princípios que resol-</p><p>vem o conflito aparente de normas penais.</p><p>Certo ( ) Errado ( )</p><p>Esses princípios são utilizados quando houver conflito de normas.</p><p>• Princípio da subsidiariedade: afasta-se o subsidiário quando comprovado o fato principal.</p><p>• Princípio da consunção: quando um crime mais grave absorve um crime menos grave.</p><p>• Princípio da alternatividade: quando o tipo penal prevê mais de uma conduta em seus</p><p>variados núcleos do tipo (verbos).</p><p>• Princípio da especialidade: uma lei geral será aplicada somente quando uma norma mais</p><p>específica não se verificar no ordenamento jurídico.</p><p>Gabarito: Certo.</p><p>28. 28. (Cespe/Cebraspe) No Código Penal, a exposição de motivos é exemplo de interpretação autên-</p><p>tica, pois é realizada no próprio texto legal.</p><p>Certo ( ) Errado ( )</p><p>A Exposição de Motivos é considerada como uma interpretação doutrinária, e não autêntica, por</p><p>não fazer parte da estrutura da lei. A interpretação doutrinária ou científica é a interpretação</p><p>exercida pelos doutrinadores, escritores e articulistas do texto legal. Diante disso, não tem força</p><p>obrigatória e vinculante.</p><p>Gabarito: Errado.</p><p>29. 29. (Cespe/Cebraspe) Conforme entendimento do STF, os dois únicos requisitos necessários para a</p><p>aplicação do princípio da insignificância são nenhuma periculosidade social da ação e inexpres-</p><p>sividade da lesão jurídica provocada.</p><p>Certo ( ) Errado ( )</p><p>De acordo com o STF, os requisitos necessários para a configuração do princípio da insignificância</p><p>são: mínima ofensividade da conduta, ausência de periculosidade social da ação, reduzido grau</p><p>de reprovabilidade do comportamento e inexpressividade da lesão jurídica.</p><p>Gabarito: Errado.</p><p>30. 30. (Cespe/Cebraspe) A aplicação do princípio da insignificância implica reconhecimento da ati-</p><p>picidade formal de perturbações jurídicas mínimas ou leves, as quais devem ser consideradas</p><p>não só em seu sentido econômico, mas também em relação ao grau de afetação à ordem social.</p><p>Certo ( ) Errado ( )</p><p>Para a aplicação do princípio da insignificância, é essencial o reconhecimento da atipicidade</p><p>MATERIAL de certas condutas, embora estas sejam formalmente típicas.</p><p>Gabarito: Errado.</p><p>24</p><p>PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL</p><p>31. 31. (Cespe/Cebraspe) Conforme o entendimento doutrinário dominante relativamente ao princípio</p><p>da intervenção mínima, o Direito Penal somente deve ser aplicado quando as demais esferas de</p><p>controle não se revelarem eficazes para garantir a paz social. Decorrem de tal princípio a frag-</p><p>mentariedade e o caráter subsidiário do Direito Penal.</p><p>Certo ( ) Errado ( )</p><p>O princípio da intervenção mínima diz que o Direito Penal somente deve ser utilizado em “último</p><p>caso”, ou seja, quando for estritamente necessário para a proteção de bens jurídicos relevantes.</p><p>Assim, esse princípio decorre do caráter fragmentário e subsidiário do Direito Penal. Dessa forma,</p><p>por força desse princípio, a criminalização de condutas só deve ocorrer quando se caracterizar</p><p>como meio absolutamente necessário à proteção de bens jurídicos relevantes (fragmentariedade),</p><p>e desde que isso não seja possível pelos outros ramos do Direito (subsidiariedade).</p><p>Gabarito: Certo.</p><p>32. 32. (Cespe/Cebraspe) Ao se referir ao princípio da lesividade ou ofensividade, a doutrina majoritá-</p><p>ria aponta que somente haverá infração penal se houver efetiva lesão ao bem jurídico tutelado.</p><p>Certo ( ) Errado ( )</p><p>O princípio da ofensividade exige que a conduta criminalizada tenha tendência para ofender o</p><p>bem jurídico que a norma pretende tutelar. Não se exige, em todos os casos, a efetiva lesão, pois</p><p>existem os chamados crimes de perigo, que são aqueles em relação aos quais basta que o bem</p><p>jurídico seja exposto a risco de dano para que o crime se configure, sem que haja violação ao</p><p>princípio da ofensividade.</p><p>Gabarito: Errado.</p><p>33. 33. (Cespe/Cebraspe) Dado o princípio da intranscendência da pena, o condenado não pode per-</p><p>manecer mais tempo preso do que aquele estipulado pela sentença transitada em julgado.</p><p>Certo ( ) Errado ( )</p><p>O erro da questão está na definição do princípio, uma vez que o princípio da intranscendência da</p><p>pena veda que a pena seja aplicada à pessoa diversa daquela que foi efetivamente condenada.</p><p>Ou seja, ninguém poderá ser punido por crime praticado por outra pessoa, nos termos do art. 5º,</p><p>XLV, da CF/88.</p><p>Gabarito: Errado.</p><p>34. 34. (Cespe/Cebraspe) O princípio da adequação social surgiu como uma regra de hermenêutica, ou</p><p>seja, possibilita a exclusão de condutas que, embora se ajustem formalmente a um tipo penal —</p><p>tipicidade formal —, não são mais consideradas objeto de reprovação social e, por essa razão, se</p><p>tornaram socialmente aceitas e adequadas.</p><p>Certo ( ) Errado ( )</p><p>Esta é a definição do princípio da adequação social, o qual possibilita a exclusão de condutas, que</p><p>embora possuam tipicidade formal, não são mais objetos de reprovação social.</p><p>Gabarito: Certo.</p><p>EVANDRO GUEDES E ESTEFÂNIA ROCHA</p><p>25</p><p>35. 35. (Cespe/Cebraspe) O princípio da insignificância propõe ao ordenamento jurídico uma redu-</p><p>ção dos mecanismos punitivos do Estado ao mínimo necessário, de modo que a intervenção</p><p>penal somente se justificaria nas situações em que fosse definitivamente indispensável à pro-</p><p>teção do cidadão.</p><p>Certo ( ) Errado ( )</p><p>O erro da questão está na definição do princípio, uma vez que essa definição é do princípio da</p><p>intervenção penal mínima, e não do princípio da insignificância.</p><p>Gabarito: Errado.</p><p>36. 36. (Cespe/Cebraspe) O agente que pratica constantemente infrações penais que tenham deixa-</p><p>do de ser consideradas perniciosas pela sociedade poderá alegar que, em conformidade com o</p><p>princípio da adequação social, o qual tem o condão de revogar tipos penais incriminadores, sua</p><p>conduta deverá ser considerada adequada socialmente.</p><p>Certo ( ) Errado ( )</p><p>O princípio da adequação social não tem o condão de revogar condutas que estejam tipificadas</p><p>formalmente como delitos. Assim, trata-se de mera regra de interpretação, cuja finalidade</p><p>é, em alguns casos específicos, afastar a aplicação da norma em razão da ausência de repro-</p><p>vação social.</p><p>Gabarito: Errado.</p><p>37. 37. (Cespe/Cebraspe) Em se tratando de Direito Penal, admite-se a analogia quando existir efetiva</p><p>lacuna a ser preenchida e sua aplicação for favorável ao réu. Constitui exemplo de analogia a</p><p>aplicação ao companheiro em união estável da regra que isenta de pena o cônjuge que subtrai</p><p>bem pertencente ao outro cônjuge, na constância da sociedade conjugal.</p><p>Certo ( ) Errado ( )</p><p>A analogia é uma forma de ampliação da lei penal, e é utilizada quando há lacuna na lei, ou seja,</p><p>não há norma penal aplicável à hipótese. É importante ressaltar que a analogia só é cabível quando</p><p>favorável ao réu, caso contrário, não será admitida.</p><p>Gabarito: Certo.</p><p>38. 38. (Cespe/Cebraspe) Depreende-se da aplicação do princípio da insignificância a determinado</p><p>caso que a conduta em questão é formal e materialmente atípica.</p><p>Certo ( ) Errado ( )</p><p>A conduta não pode e não deve ser formalmente atípica, pois caso seja, não há necessidade</p><p>de se aplicar o princípio da insignificância, pois o fato seria atípico. A conduta deve ser ma-</p><p>terialmente atípica, quanto à forma como foi realizada, e não pode ser formalmente atípica,</p><p>sem previsão legal. Assim, para um fato comportar o princípio da insignificância, é necessário</p><p>que esse possua uma conduta típica (deve estar na lei) e apresente os requisitos necessários</p><p>para sua aplicação.</p><p>Gabarito: Errado.</p><p>26</p><p>PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL</p><p>39. 39. (Cespe/Cebraspe) Embora o princípio da legalidade proíba o juiz de criar figura típica não</p><p>prevista na lei, por analogia ou interpretação extensiva, o julgador pode, para benefício do réu,</p><p>combinar dispositivos de uma mesma lei penal para encontrar pena mais proporcional ao caso</p><p>concreto.</p><p>Certo ( ) Errado ( )</p><p>É entendimento majoritário no STF que não pode haver combinação de leis pelo magistrado (lex</p><p>tertia). Isso seria criar uma terceira norma. Na dúvida, o juiz deve aplicar a lei que traz maiores</p><p>benefícios para o acusado no caso concreto (Teoria da Ponderação Unitária ou Global).</p><p>Gabarito: Errado.</p><p>40. 40. (Cespe/Cebraspe) Do princípio da culpabilidade procede a responsabilidade penal subjetiva,</p><p>que inclui, como pressuposto da pena, a valoração distinta do resultado no delito culposo ou</p><p>doloso, proporcional à gravidade do desvalor representado pelo dolo ou culpa que integra a</p><p>culpabilidade.</p><p>Certo ( ) Errado ( )</p><p>A responsabilidade penal do agente é realmente subjetiva. Contudo, o dolo e a culpa previstos no</p><p>art. 18 do CP integram a conduta que, por sua vez, está prevista na árvore do crime, dentro do fato</p><p>típico, e não dentro da culpabilidade, como afirma a questão.</p><p>Gabarito: Errado.</p><p>41. 41. (Cespe/Cebraspe) O princípio do ne bis in idem está expressamente previsto na CF e preconiza</p><p>a impossibilidade de uma pessoa ser sancionada ou processada duas vezes pelo mesmo fato,</p><p>além de proibir a pluralidade de sanções de natureza administrativa sancionatórias.</p><p>Certo ( ) Errado ( )</p><p>Ne bis in idem – ninguém pode ser punido duas vezes pelo mesmo fato. É um princípio de Direito Pe-</p><p>nal. Não está expresso na CF/88 e não tem relação nenhuma com sanção administrativa. Assim, um</p><p>mesmo agente não pode ser punido duas vezes pelo mesmo fato penal, mas pode ser punido pelo</p><p>mesmo fato em várias esferas, ou seja, penal, administrativa e civil, que seguem regras distintas.</p><p>Gabarito: Errado.</p><p>42. 42. (Cespe/Cebraspe) O princípio da ofensividade ou lesividade não se presta à atividade de con-</p><p>trole jurisdicional abstrata da norma incriminadora ou à função político-criminal da atividade</p><p>legiferante. No delito continuado, a lei penal posterior, ainda que mais gravosa, aplica-se aos</p><p>fatos anteriores à vigência da nova norma, desde que a cessação da atividade delituosa tenha</p><p>ocorrido em momento posterior à entrada em vigor da nova lei.</p><p>Certo ( ) Errado ( )</p><p>“O princípio da ofensividade ou lesividade não se presta”. Aqui está o erro, pois é exatamente ao</p><p>contrário, uma vez que se presta à atividade de controle jurisdicional abstrata da norma incrimina-</p><p>dora ou à função político-criminal da atividade legiferante. Assim, esse princípio deve ser levado</p><p>em conta tanto na hora de criar a norma quanto na hora de aplicá-la em matéria penal.</p><p>Gabarito: Errado.</p><p>EVANDRO GUEDES E ESTEFÂNIA ROCHA</p><p>27</p><p>43. 43. (Alfacon) Os critérios para a aplicação do princípio da insignificância descrevem-se pela mínima</p><p>ofensividade da conduta do agente, nenhuma periculosidade social da ação, reduzidíssimo grau</p><p>de reprovabilidade do comportamento e expressividade da lesão jurídica provocada.</p><p>Certo ( ) Errado ( )</p><p>De acordo com o entendimento jurisprudencial, são necessários quatro requisitos definidos pelo</p><p>STF para a aplicação do princípio da insignificância ou princípio da bagatela. O único erro da</p><p>questão está em descrever a expressividade da lesão jurídica provocada, sendo que o certo seria</p><p>a inexpressividade. Além disso, não é necessário que o réu seja primário.</p><p>Gabarito: Errado.</p><p>44. 44. (Alfacon) É possível a aplicação do princípio da insignificância em crime praticado contra a Ad-</p><p>ministração em Geral por particular.</p><p>Certo ( ) Errado ( )</p><p>Exemplo disso ocorre no crime de Descaminho, previsto no art. 334 do CP, descrito por: Iludir,</p><p>no todo ou em parte, o pagamento de direito ou imposto devido pela entrada, pela saída ou pelo</p><p>consumo de mercadoria.</p><p>O valor máximo para a aplicação do princípio da insignificância, neste crime, é de R$ 20.000,00 de</p><p>acordo com o STF e com o STJ, pois, atualmente, ambos os tribunais adotam esse valor.</p><p>Gabarito: Certo.</p><p>45. 45. (Alfacon) O princípio da anterioridade da lei penal é sintetizado pela expressão “não há crime</p><p>sem lei que o defina”.</p><p>Certo ( ) Errado ( )</p><p>Trata-se de típica questão de texto de lei em que a interpretação é determinante, pois não sintetiza</p><p>somente pela expressão dada e, sim, não há crime sem lei anterior que a defina; não há pena sem</p><p>prévia cominação legal, conforme o art. 5º, XXXIX, da CF/88.</p><p>Gabarito: Errado.</p><p>46. 46. (Alfacon) Conforme orientação firmada no STF, para a aplicação do princípio da insignificância,</p><p>nos crimes de furto, faz-se necessário ter alguns critérios a serem seguidos, os quais são: “Mínima</p><p>ofensividade da conduta do agente; nenhuma periculosidade social da ação; reduzidíssimo grau</p><p>de reprovabilidade do comportamento; inexpressividade da lesão jurídica provocada; e o réu ser</p><p>primário”.</p><p>Certo ( ) Errado ( )</p><p>Segundo o entendimento jurisprudencial há a necessidade de quatro requisitos que estão previstos</p><p>pelos tribunais como pressupostos para a aplicação do princípio da insignificância ou da bagatela.</p><p>O único erro da questão está em afirmar que há a necessidade de o réu ser primário, pois essa</p><p>característica não foi prevista.</p><p>Gabarito: Errado.</p><p>28</p><p>PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL</p><p>47. 47. (Cespe/Cebraspe) A prática constante de comportamentos contrários à lei penal, ainda que</p><p>insignificantes, implica a perda da característica de bagatela desses comportamentos, devendo o</p><p>agente submeter-se ao Direito Penal, dada a reprovabilidade da conduta.</p><p>Certo ( ) Errado ( )</p><p>O princípio da insignificância não pode ser aplicado quando o criminoso é contumaz, mesmo que</p><p>pratique crimes de pequena monta. Assim, não pode ser tratado pelo Direito Penal como se tivesse</p><p>praticado condutas irrelevantes. As condutas ínfimas, quando se transformam em um meio de vida</p><p>criminoso, passam a ter relevância e a serem tratadas como fato típico. Portanto, condutas ditas</p><p>como “criminalmente regulares”, mesmo que ínfimas, não podem ser tratadas pelo princípio da</p><p>insignificância.</p><p>Gabarito: Certo.</p><p>48. 48. (Cespe/Cebraspe) Um dos princípios basilares do Direito Penal diz respeito à não transcen-</p><p>dência da pena, que significa que a pena deve estar expressamente prevista no tipo penal, não</p><p>havendo possibilidade de aplicar pena cominada a outro crime.</p><p>Certo ( ) Errado ( )</p><p>O princípio da intranscendência da pena está relacionado à impossibilidade de a pena passar da</p><p>pessoa do infrator, ou seja, da impossibilidade de se aplicar a pena criminal a uma pessoa diversa</p><p>daquela que praticou o delito.</p><p>Gabarito: Errado.</p><p>49. 49. (Cespe/Cebraspe) Dado o princípio da limitação das penas, veda-se que a pena passe do con-</p><p>denado para outrem, ainda no que se refira à execução dos sucessores do agente quanto às</p><p>obrigações decorrentes de eventuais danos.</p><p>Certo ( ) Errado ( )</p><p>Esse é o princípio da intranscedência da pena, em que a pena não poderá passar da pessoa do</p><p>apenado, podendo a reparação do dano ser cobrada do sucessor, mas somente até o valor da</p><p>herança transmitido.</p><p>Gabarito: Errado.</p><p>50. 50. (FCC) Quando o agente invade domicílio para praticar furto, há concurso aparente de normas</p><p>entre os delitos de invasão de domicílio e furto. Tal conflito resolve-se pelo princípio da:</p><p>a) alternatividade.</p><p>b) especialidade.</p><p>c) subsidiariedade.</p><p>d) consunção.</p><p>e) legalidade.</p><p>A assertiva trata do princípio da consunção, no qual o crime fim absorve o crime meio. Assim,</p><p>ocorre tal princípio quando um crime constitui MEIO necessário ou FASE NORMAL de preparação</p><p>ou execução de outro crime.</p><p>Gabarito: D.</p>