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<p>1</p><p>SUMÁRIO</p><p>1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 2</p><p>2 INTRODUÇÃO AO CONCEITO DE ARTE ................................................. 3</p><p>2.1 A arte como um reflexo da cultura e da sociedade .............................. 3</p><p>2.2 Origem da arte ..................................................................................... 5</p><p>2.3 Tipos de arte ........................................................................................ 5</p><p>3 DIFERENÇA ENTRE ARTE E CULTURA .................................................. 8</p><p>3.1 Arte e cultura nas diferentes expressões arquitetônicas .................... 10</p><p>4 ARQUITETURA ASSOCIADA À ARTE E À CULTURA BRASILEIRA ...... 13</p><p>5 A IMPORTÂNCIA DA ARTE NA EDUCAÇÃO .......................................... 15</p><p>5.1 Qual é o papel da arte na educação .................................................. 15</p><p>5.2 Cinco vantagens de aprender arte na escola: .................................... 16</p><p>6 COMPREENSÃO DAS ARTES CÊNICAS, PLÁSTICAS, VISUAIS,</p><p>MUSICAIS E DA DANÇA .......................................................................................... 18</p><p>7 COMPREENDENDO AS ARTES CÊNICAS MUSICAIS E DA DANÇA NA</p><p>CONTEMPORANEIDADE ......................................................................................... 30</p><p>8 COMPREENDENDO AS ARTES PLÁSTICAS, VISUAIS E LITERÁRIAS NA</p><p>CONTEMPORANEIDADE ......................................................................................... 33</p><p>9 ARTE CONTEMPORÂNEA ...................................................................... 36</p><p>9.1 Formação da arte contemporânea ..................................................... 36</p><p>10 PRINCIPAIS VERTENTES DA ARTE CONTEMPORÂNEA ................. 38</p><p>11 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................... 41</p><p>2</p><p>1 INTRODUÇÃO</p><p>Prezado aluno!</p><p>O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante</p><p>ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável -</p><p>um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma</p><p>pergunta , para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum</p><p>é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a</p><p>resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas</p><p>poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em</p><p>tempo hábil.</p><p>Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa</p><p>disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das</p><p>avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que</p><p>lhe convier para isso.</p><p>A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser</p><p>seguida e prazos definidos para as atividades.</p><p>Bons estudos!</p><p>3</p><p>2 INTRODUÇÃO AO CONCEITO DE ARTE</p><p>Ao longo da história, o homem sempre produziu inúmeros artefatos para o seu</p><p>dia a dia, concebidos de forma harmoniosa, a partir da combinação de cores e</p><p>texturas. Além de produzir objetos cotidianos, ele criou obras para expressar os seus</p><p>sentimentos diante da vida e a sua visão da realidade, nas mais diversas linguagens.</p><p>A arte nasceu com o homem e deu a ele a consciência de sua capacidade de criar,</p><p>interpretar, imaginar e se comunicar. Portanto, a necessidade de se expressar</p><p>artisticamente acompanha a evolução humana desde os tempos pré-históricos. As</p><p>primeiras manifestações estéticas datam deste período, ainda associadas aos rituais</p><p>das conquistas.</p><p>A arte pode ser entendida como uma série de coisas. Uma delas é a</p><p>transformação icônica do mundo. Ou seja, o artista cria um mundo diferente, mais belo</p><p>ou mais intenso, ou mais ordenado, na realidade diante de seus olhos. “Naturalmente,</p><p>esse mundo que o artista cria ou inventa nasce de sua cultura, de sua experiência de</p><p>vida, das ideias que ele tem na cabeça, enfim, de sua visão de mundo”. (GULLAR</p><p>apud FERREIRA, 2011, p. 61).</p><p>2.1 A arte como um reflexo da cultura e da sociedade</p><p>A obra de arte se encontra entre o particular e o universal da experiência</p><p>humana. Cada uma delas tem uma origem cultural de determinada época, e também</p><p>da imaginação humana, no qual o valor é universal. A obra de arte mostra para o</p><p>artista e para o espectador uma possibilidade de comunicação que ultrapassa os fatos</p><p>e as relações habituais conhecidas.</p><p>Assim, a criação artística se distingue de outras formas de conhecimento pela</p><p>comunicação entre as pessoas com o uso específico de suas formas linguísticas.</p><p>Para o filósofo alemão Arthur Schopenhauer, a arte teria o objetivo de</p><p>expressar ideias e assim descobrir o conteúdo real do mundo. Para ele, a arte é</p><p>definida como a "exposição de ideias", ou a maneira de ver as coisas</p><p>independentemente dos princípios da razão. Ou seja, é o próprio conhecimento de</p><p>objetivação da vontade. (SCHOPENHAUER, 2003, p. 15).</p><p>Usuario</p><p>Realce</p><p>Usuario</p><p>Realce</p><p>Usuario</p><p>Realce</p><p>4</p><p>A arte pode ser entendida como um meio privilegiado de conhecer e chegar a</p><p>indivíduos de diferentes culturas. Afinal, promove o reconhecimento de diferenças e</p><p>semelhanças, expressas na produção artística e no design estético, em um nível mais</p><p>profundo do que o discurso verbal.</p><p>Fonte: www.todamateria.com.br/o-que-e-arte</p><p>Ao analisar objetos e imagens que o homem produziu ao longo do tempo, é</p><p>possível ver, além de um retrato das transformações, os registros das descobertas</p><p>proporcionados pela ciência, sistematizados pela geografia, registrados pela história</p><p>e desenvolvidos pela matemática. A arte torna possível compreender a relação do</p><p>homem com seu objeto e seu espaço.</p><p>As artes expressivas são exemplos da diversidade cultural de diferentes povos,</p><p>demonstrando a riqueza criativa de artistas de todos os tempos e lugares. As obras</p><p>de arte muitas vezes representam problemas humanos, como problemas sociais e</p><p>políticos, sonhos, medos, questionamentos e as mais diversas preocupações. Além</p><p>disso, registram eventos históricos e expressões culturais específicas. (FERREIRA,</p><p>2011, p. 67).</p><p>O artista, por meio de sua autêntica obra de arte, pode protestar contra a</p><p>barbárie do mundo, transformando a submissão em ato de luta, tentando salvar a</p><p>dignidade humana, buscando uma sociedade melhor, mais justa e mais democrática,</p><p>Usuario</p><p>Realce</p><p>5</p><p>na qual todos tenham acesso a bens culturais para consumo e lazer. Dessa forma, a</p><p>arte não se restringe a produzir o belo ou o útil, o prazer. Mais do que isso, a “arte</p><p>pode contribuir para a compreensão do mundo real e a expressão da verdade”</p><p>(FERREIRA, 2011, p. 67).</p><p>2.2 Origem da arte</p><p>Como se vê, as pessoas, independentemente do tempo, sempre produzem e</p><p>se equipam com artefatos e utensílios para uso diário e para expressar seus</p><p>sentimentos pela vida. Os primeiros vestígios da cultura humana remontam aos</p><p>tempos pré-históricos.</p><p>Objetos, pinturas e esculturas foram encontrados dentro de muitas cavernas ao</p><p>redor do mundo. Graças a eles, antropólogos e historiadores puderam reconstruir a</p><p>vida dos ancestrais pré-históricos do homem. Devido à sua longa duração, a Pré-</p><p>História foi dividida por historiadores da seguinte forma:</p><p> Paleolítico (Idade da Pedra Lascada) — do surgimento do ser humano até</p><p>cerca de 12 mil anos atrás;</p><p> Neolítico (Idade da Pedra Polida) — de 12 até 6 mil anos atrás;</p><p> Idade dos Metais — de 6 mil anos atrás até o desenvolvimento da escrita.</p><p>(PROENÇA, 2009)</p><p>2.3 Tipos de arte</p><p>Para se expressar artisticamente, as pessoas usam o som (música), a</p><p>linguagem verbal ou escrita (literatura), a linguagem visual e a linguagem corporal</p><p>(dança). Também pode ser expresso em uma combinação de vários idiomas. É</p><p>possível categorizar a arte de várias maneiras.</p><p>No entendimento de Schopenhauer,</p><p> Body art</p><p>A body art (arte do corpo) se desenvolveu em 1960 em discordância ao</p><p>minimalismo e à arte conceitual. Se trata de uma arte que utiliza o corpo como forma</p><p>de expressão ou como suporte para a expressão da arte, além de usar</p><p>frequentemente a performance como forma de expressão. Isso significa que a</p><p>execução da obra se torna parte dela, podendo esse processo ser desenvolvidos para</p><p>um público que assiste ou que interage com a criação do artista. Diversas obras</p><p>provocativas da body art foram elaboradas para questionar as guerras. Essas obras</p><p>incluíam automutilação e autoflagelação dos artistas. Os principais nomes da body</p><p>art, são: Yves Klein, Bruce Nauman, Piero Manzoni e Vito Acconci.</p><p> Land art</p><p>A land art (arte da terra) também surgiu em 1960. Sua característica é</p><p>utilização dos meios da natureza como suporte, ou seja, como espaço e como material</p><p>para a demonstração artística. Normalmente, as obras adotam grandes dimensões e</p><p>só podem ser entendidas por meio de fotografias ou vídeos. A land art ampliou os</p><p>limites das galerias de arte e museus. Entre os principais artistas dessa vertente,</p><p>podemos citar: Robert Smithson, Richard Serra e Walter de Maria.</p><p> Obras em destaque</p><p>A pluralidade de estilos de arte contemporânea se reflete em um grande</p><p>número de obras. Muitos deles se destacaram e desempenharam um papel</p><p>importante na definição dos novos rumos que a arte tomou na segunda metade do</p><p>século XX.</p><p>41</p><p>11 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS</p><p>AIDAR, Laura. O que são artes visuais e quais suas linguagens? Cultura Genial,</p><p>2019.</p><p>ARCHER, M. Arte contemporânea: uma história concisa. São Paulo: Martins</p><p>Fontes, 2001.</p><p>BARBOSA, A. M. Arte-educação no Brasil. São Paulo: Perspectiva, 1978.</p><p>BARBOZA, J. A metafísica do belo de Arthur Schopenhauer. São Paulo:</p><p>Humanitas, 2001.</p><p>BARROSO, P. F. História da arte. Porto Alegre: Sagah, 2018.</p><p>BOWMAN, W. Educating musically. In: COWELL, R; RICHARDSON, C. (Ed.). The</p><p>new handbook of research on music teaching and learning. Oxford: Oxford University,</p><p>2002.</p><p>COLI, J. O que é arte? 15. ed. São Paulo: Brasiliense, 1995.</p><p>DENIS, R. C. Uma introdução à história do design. São Paulo: Edgard Blücher,</p><p>2000.</p><p>ESCOSTEGUY, Cléa Coitinho; CORRÊA, Romualdo. Metodologia do ensino de</p><p>artes. Porto Alegre 2017.</p><p>FARTHING, S. 501 grandes artistas. Rio de Janeiro: Sextante, 2009.</p><p>FERREIRA, R. M. R. A. Da arte e sua utilidade. Revista Pandora Brasil, n. 34, p. 60-</p><p>67, set. 2011.</p><p>FREIRE, P. Educação como prática da liberdade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1989.</p><p>JANSON, H. W.; JANSON, A. E. Iniciação à história da arte. 2. ed. São Paulo:</p><p>Martins Fontes, 1996.</p><p>MILLER, D. Consumo como cultura material. Horizontes Antropológicos, Porto</p><p>Alegre, ano 13, n. 28, p. 33-63, jul/dez. 2007.</p><p>PROENÇA, G. História da arte. São Paulo: Ática, 2005.</p><p>PROENÇA, G. História da arte. São Paulo: Ática, 2009.</p><p>SCHOPENHAUER, A. Metafísica do belo. São Paulo: UNESP, 2003.</p><p>LOPES, R. M. Cultura regional é fonte rica de diferenciais criativos e agrega</p><p>valor. Economia e empreendedorismo. 2012.</p><p>ORLANDI, E. P. A linguagem e seu funcionamento: as formas do discurso.</p><p>Campinas: Pontes, 2003.</p><p>RENGEL, Lenira e LANGENDONCK, Rosana. Pequena viagem pelo mundo da</p><p>dança. São Paulo: Moderna, 2006.</p><p>existia uma forma de hierarquia entre as</p><p>artes, no qual a menos importante seria a arquitetura, seguindo pela pintura, poesia,</p><p>e por último, a música, considerada por ele a mais importante das expressões</p><p>(Schopenhauer, apud, BARBOZA, 2001, p. 94).</p><p>Usuario</p><p>Realce</p><p>Usuario</p><p>Realce</p><p>Usuario</p><p>Realce</p><p>6</p><p>Sendo assim, segundo ele, a arquitetura seria uma arte com capacidade de</p><p>lidar com formas e proporções, que ainda mostram o conflito entre gravidade e</p><p>resistência.</p><p>A um nível superior da arquitetura e da jardinagem, se encontra a escultura e a</p><p>pintura histórica, que são capazes de representar a forma e o corpo humano com uma</p><p>beleza estética autêntica. De acordo com essa hierarquia, a poesia estará em posição</p><p>superior às artes visuais e apenas inferior à música.</p><p>Para Schopenhauer, a poesia permite a exposição da vontade em sua</p><p>objetivação mais elevada, possibilitando uma dinâmica narrativa das ações e</p><p>aparência superior à das artes plásticas. A última arte na hierarquia e a mais sublime</p><p>de todas elas, seria a música, pois através dela se vê “não a cópia, repetição de</p><p>alguma ideia das coisas do mundo”, mas a “linguagem universal” da coisa em si.</p><p>(SCHOPENHAUER, 2003)</p><p> Artes plásticas: envolve alguns tipos de artes visuais. Estão relacionadas a</p><p>expressões artísticas que usam técnicas de produção que manipulam materiais</p><p>para construir formas e imagens. A ideia é que tais formas e imagens mostrem</p><p>uma nova concepção estética e a visão poética de um artista plástico. Entre as</p><p>artes plásticas, estão: arquitetura, pintura, desenho, escultura, gravura e</p><p>fotografia.</p><p> Artes cênicas: corresponde ao estudo das expressões performáticas</p><p>demonstradas em um palco e vinculadas com a dança, o teatro, a linguagem</p><p>verbal ou a música.</p><p> Artes visuais: são aquelas artes que representam a realidade ou imaginação</p><p>que é vista pelo olhar como um processo criativo.</p><p> Arquitetura: pode ser compreendida como a arte que projeta e edifica espaços</p><p>através de uma harmonia de proporções, uma mistura de materiais e de</p><p>soluções estruturais, ou seja, uma verdadeira plástica arquitetônica.</p><p> Escultura: é a técnica usada para representar figuras e organizar formas em</p><p>três dimensões, esculpindo ou combinando elementos.</p><p> Pintura: é a técnica de aplicar tintas sobre uma superfície, elaborando e</p><p>representando figuras reais ou imaginárias, no qual a cor é um elemento</p><p>básico. Exemplos: quadros, painéis, murais.</p><p>Usuario</p><p>Realce</p><p>Usuario</p><p>Realce</p><p>Usuario</p><p>Realce</p><p>Usuario</p><p>Realce</p><p>Usuario</p><p>Realce</p><p>Usuario</p><p>Realce</p><p>Usuario</p><p>Realce</p><p>Usuario</p><p>Realce</p><p>Usuario</p><p>Realce</p><p>7</p><p> Música: é uma junção harmoniosa e expressiva de sons e ritmos, no qual a</p><p>compreensão acontece meio a uma esfera do sensível e do intuitivo, através</p><p>da audição. De modo geral, é a arte de se manifestar por meio de sons, onde</p><p>a forma e o conteúdo diversificam de acordo com cada cultura e contexto social.</p><p>A música é desenvolvida em inúmeras sociedades desde a Pré-História.</p><p> Teatro: consiste na arte de atuar. Se trata de uma arte que percorreu a história</p><p>da humanidade, unindo por vezes a dança e a música. O teatro surgiu com a</p><p>evolução dos rituais relacionados à caça e à colheita (agricultura). Logo depois,</p><p>os ritos teatrais passaram a ser as cerimônias dramáticas, com expressões de</p><p>cunho espiritual.</p><p> Poesia (literatura): usa recursos linguísticos e estéticos para representar os</p><p>sentimentos, situações humanas e/ou situações cotidianas. Sua finalidade é</p><p>retratar o real ou o imaginário, de forma lírica, fornecendo informações ao</p><p>receptor.</p><p> Cinema: tambpem conhecido como “sétima arte”, surgiu por meio dos irmãos</p><p>Lumière, na França, em 1895, a partir do cinematógrafo, influenciado pela ideia</p><p>de domínio fotográfico e de síntese do movimento com a proposição sonora.</p><p>Gradualmente, a arte retrata grandes eventos sociais. Hoje, cada vez mais</p><p>filmes e documentários transmitem e repassam imagens e mensagem para</p><p>informar e provocar seus espectadores.</p><p>Os artistas podem se expressar das mais diversas formas, seja por meio da</p><p>linguagem visual, da linguagem cênica ou da linguagem plástica, ou ainda pela</p><p>combinação de várias linguagens. Assim, as diversas expressões da arte estão</p><p>profundamente associadas à cultura de um povo, pois ora retratam elementos do</p><p>ambiente natural (como nas pinturas pré-históricas), ora retratam temas religiosos,</p><p>situações sociais, etc. As expressões artísticas revelam a visão do homem sobre o</p><p>espaço, bem como sua relação com seu ambiente e tempo. Em outras palavras, as</p><p>obras de arte são um reflexo da cultura e da história.</p><p>Usuario</p><p>Realce</p><p>Usuario</p><p>Realce</p><p>Usuario</p><p>Realce</p><p>Usuario</p><p>Realce</p><p>Usuario</p><p>Realce</p><p>Usuario</p><p>Realce</p><p>8</p><p>3 DIFERENÇA ENTRE ARTE E CULTURA</p><p>A cultura, pode ser entendida como um conjunto de expressões artísticas,</p><p>sociais, linguísticas e comportamentais de um povo ou de uma civilização. Dessa</p><p>forma, a cultura de um povo são as atividades de teatro, música, danças, a arquitetura,</p><p>os meios pelo qual a sociedade se organiza, os pensamentos, as criações, a língua</p><p>falada e escrita bem como os ritos referentes a religião.</p><p>Fonte: www.cultura.pe.gov.br/audiovisual</p><p>A arte possui uma característica estética e está intimamente relacionada com</p><p>as sensações e emoções dos indivíduos. [...] Importante salientar, que a arte tem uma</p><p>função social essencial, uma vez que expõe características históricas e culturais de</p><p>determinada sociedade, tornando-se um reflexo da essência humana (AIDAR, 2019).</p><p>À medida que a cultura se consolida ao longo do tempo, a arte é, por vários</p><p>fatores, parte da cultura e produzida conscientemente pelas pessoas. Nesse sentido,</p><p>a arte é uma forma de as pessoas expressarem suas emoções através de diferentes</p><p>maneiras. Assim, as manifestações artísticas são o reflexo da história e da cultura de</p><p>um povo e dessa forma fazem parte da cultura.</p><p>Usuario</p><p>Realce</p><p>Usuario</p><p>Realce</p><p>Usuario</p><p>Realce</p><p>Usuario</p><p>Realce</p><p>9</p><p>É possível dizer que a arte, são certas manifestações da atividade humana</p><p>diante das quais nosso sentimento é admirativo, isto é: nossa cultura possui uma</p><p>noção que denomina solidamente algumas de suas atividades e as privilegia [...]”</p><p>(COLI, 1995, p. 8).</p><p>A arte está presente na humanidade desde os tempos pré-históricos e surge</p><p>da necessidade do homem de expressar seus desejos, capturar momentos, expandir</p><p>sua criatividade e expressar sua visão de mundo. Como uma das formas</p><p>representativas da cultura, a arte tem a capacidade de evoluir de acordo com o</p><p>contexto e o estilo, causando diversos efeitos. Ela se divide em plástica, cênicas e</p><p>visuais. As artes plásticas são aquelas vinculadas a arquitetura, escultura, artesanato</p><p>e artes gráficas. As artes visuais podem ser classificadas como representações</p><p>artísticas onde se usa muito a imaginação, nos quais a imaginação, como por</p><p>exemplo, a pintura. No âmbito das artes cênicas, estão envolvidos o teatro, a música</p><p>e a dança.</p><p>Nas palavras de Aidar, Aristóteles dizia que a arte poderia ser compreendida</p><p>como uma imitação da realidade. “Esse conceito, mais tarde, foi duramente refutado</p><p>por diversas correntes artísticas que compreendiam que a arte não era somente</p><p>baseada na imitação da realidade, e sim, na criação [...]” (AIDAR, 2019).</p><p>Durante a Idade Média, a arte foi dividida em artesanato, também conhecido</p><p>como artes mecânicas, e artes liberais, também chamadas de artes intelectuais.</p><p>Naquela época, as artes intelectuais ganhavam mais importância, justamente por</p><p>causa de sua orientação intelectual. A arte, como a arquitetura, pode ser dividida em</p><p>diferentes períodos que geram uma variedade de formas de arte e se concentram em</p><p>contextos históricos.</p><p>A arte não é apenas uma forma de representação e expressão de cada</p><p>indivíduo, ela serve também para transmitir significado e relatar fatos históricos. Sendo</p><p>assim, podemos dizer que a arte aproxima as pessoas e favorece</p><p>o reconhecimento</p><p>das diferenças e semelhanças de cada arte e suas respectivas culturas.</p><p>Segundo o entendimento de Coli, é muito difícil dizer o que é arte e o que não</p><p>é. Atualmente existem diversos pesquisadores e estudiosos que podem atestar se</p><p>uma produção criativa pode ser considerada como arte (COLI, 1995).</p><p>Usuario</p><p>Realce</p><p>Usuario</p><p>Realce</p><p>Usuario</p><p>Realce</p><p>Usuario</p><p>Realce</p><p>10</p><p>Mesmo que uma expressão criativa não seja realmente chamada de "arte", ela</p><p>ainda pode expressar a identidade do seu criador, seu povo, origens, história e visão</p><p>de mundo. É também através das expressões artísticas que as pessoas</p><p>compreendem outras realidades, expandem a sua consciência e conseguem integrar-</p><p>se em outros contextos, compreendendo as diferentes culturas.</p><p>Portanto, a arte faz parte de uma cultura e tem um papel muito importante em</p><p>cada região, uma vez que ela consegue construir e apresentar diversas formas da</p><p>visão do mundo e da história.</p><p>Embora a relação entre arte e cultura seja bastante clara, é importante lembrar</p><p>que a cultura não se expressa apenas entre as diferentes formas de arte, é muito mais</p><p>complexa do que isso, incluindo o contexto da arte, história, hábitos de um povo,</p><p>técnicas passadas descendo de geração em geração, crenças e tradições, e valores</p><p>e símbolos de cada pessoa.</p><p>3.1 Arte e cultura nas diferentes expressões arquitetônicas</p><p>A arquitetura é considerada uma arte visual e uma importante expressão de</p><p>cultura por ser uma cultura tangível que pode ser facilmente reconhecida, e vivida.</p><p>Assim como as diversas formas de arte, a arquitetura evoluiu ao longo dos anos e é</p><p>um legado de diferentes épocas, contextos, estilos, inspirações e povos.</p><p>De modo geral, podemos dizer que a primeira manifestação arquitetônica</p><p>vinculada a cultura são os monumentos de pedras e as cavernas da pré-história. Por</p><p>conta da ausência de ferramentas e conhecimento suficiente, essa arquitetura não</p><p>obteve grandes contribuições do homem, mas ainda assim é possível observar alguns</p><p>vestígios de pintura rupestres nas pedras de abrigos locais.</p><p>Com o desenvolvimento das sociedades e dos povos, outro tipo de expressão</p><p>arquitetônica que surgiu e ainda se destaca em comunidades de diferentes épocas é</p><p>a arquitetura sacra, que se concentra em construções religiosas como templos, igrejas</p><p>e mosteiros.</p><p>Na Idade Antiga, Clássica e Medieval, esse tipo de arquitetura era explorada</p><p>com frequência, e vista como uma das principais formas de expressão durante muitos</p><p>anos. Por meio deste tipo de construção, é possível observar traços da cultura</p><p>Usuario</p><p>Realce</p><p>Usuario</p><p>Realce</p><p>Usuario</p><p>Realce</p><p>11</p><p>vinculados à arquitetura, como por exemplo, a preocupação com a estética e simetria,</p><p>como no caso dos templos gregos (ADAIR, 2019).</p><p>É importante salientar que nesta época a utilização de outros elementos</p><p>artísticos, como a pintura e a escultura, era cada vez mais evidente para valorizar e</p><p>completar os espaços interiores da arquitetura, e também como uma forma de gerar</p><p>conhecimento e cultura, enraizando cada vez mais esses tipos de manifestações</p><p>artísticas.</p><p>A arquitetura barroca é um dos exemplos poderosos de arquitetura sagrada e</p><p>expressão artística culturalmente focada do momento. O surgimento desse estilo</p><p>arquitetônico se deve ao contexto da época, causado por mudanças, instabilidade e</p><p>anti-catolicismo. Diante dessa realidade, surgiu o movimento barroco. Esse estilo</p><p>começou na Europa durante um cenário de reforma religiosa, mais precisamente no</p><p>final do século XVI, quando a Igreja Católica estava em declínio devido à perda de</p><p>prestígio e poder.</p><p>Apesar dessa crise, o movimento católico ainda tinha muita influência no</p><p>cenário econômico, político e religioso europeu. Foi assim que a arte barroca se</p><p>afastou, em parte, da arte sacra, criando uma arte mais erótica, mais profana,</p><p>cotidiana e, portanto, menos idealizada.</p><p>Com o passar dos anos e o surgimento da Revolução Industrial,</p><p>aproximadamente a partir do século XVIII, surgiu uma arquitetura mais moderna, que,</p><p>segundo Aidar, em alguns momentos chegava até a ser uma movimento “anti-arte”.</p><p>(AIDAR, 2019).</p><p>Nesse momento a cultura estava sofrendo fortes mudanças, tanto nos aspectos</p><p>sociais, mas principalmente na economia. As industriais estavam se estabelecendo</p><p>nos centros urbanos, as pessoas do campo estavam vindo morar nas cidades e era</p><p>preciso adequar a arquitetura a uma produção mais industrial, padronizada, com</p><p>menos detalhes, mais pratica e funcional para atender àquele momento de</p><p>transformações.</p><p>12</p><p>Fonte: www.megatimes.com.br</p><p>Já a arquitetura da atualidade se diferencia de todas a outras manifestações</p><p>artísticas realizadas até então. O momento arquitetônico atual relaciona-se com a</p><p>cultura e com a arte na medida em que faz transparecer nas edificações o contexto</p><p>as novidades e possibilita a criação dos mais diversos tipos e formas de construções.</p><p>Atualmente, nossa cultura é marcada pela diversificação, pela incorporação e</p><p>fusão de culturas, pela transformação e pela aculturação. Esses fenômenos podem</p><p>ser observados pela arquitetura através do uso de materiais diferenciados, e as mais</p><p>diversas tecnologias, recursos para melhorar o tempo das obras, elementos que</p><p>facilitam o controle de energia e segurança. Além disso, a arquitetura moderna se</p><p>adequa a personalidade de cada morador, ou seja, o que cada um precisa para</p><p>atender suas necessidades e facilitar sua rotina.</p><p>A arte contemporânea possuí um conceito amplo sendo pautado, portanto, na</p><p>originalidade, experimentações artísticas e técnicas inovadoras. Dessa forma, ela</p><p>admite diversas modalidades e linguagens artísticas bem como a combinação entre</p><p>elas. Nos dias atuais, fala-se em arte performática, arte multimídia, arte étnica, dentre</p><p>outros (AIDAR, 2019).</p><p>Em observação à essas relações entre cultura, arte e arquitetura, é possível</p><p>perceber como edifícios enfrentam o momento cultural de cada momento para ser um</p><p>reflexo da rotina, desejos e necessidades de cada povo.</p><p>13</p><p>4 ARQUITETURA ASSOCIADA À ARTE E À CULTURA BRASILEIRA</p><p>A arquitetura, considerada uma forma de arte, consegue representar de forma</p><p>clara a cultura e costumes de um povo, e, através de seus elementos, pode causar</p><p>sensações e transmitir significados. O Brasil, assim como os outros países do mundo,</p><p>tem a sua arquitetura associada a cultura. Atualmente, a arquitetura é bastante</p><p>misturada, com elementos de diversas culturas, mas a arquitetura vernacular</p><p>brasileira é um bom exemplo que demonstra a essência da cultura do nosso país.</p><p>A cultura vernacular brasileira trata-se, principalmente, das construções</p><p>realizadas pelo povo indígena, antes da colonização do Brasil. Hoje, essas edificações</p><p>ainda existem em algumas áreas do país, e fazem parte das culturas regionais e</p><p>locais. Essa arquitetura, é rica e cheia de valor, sendo parte fundamental do patrimônio</p><p>do nosso povo, abrangendo diversos aspectos e simbologias. (LOPES, 2012)</p><p>A arquitetura vernacular, leva esse nome porque é um estilo específico de cada</p><p>lugar ou região, e assim expressa uma identidade cultural importante. Essa arquitetura</p><p>é criada por nativos, sem usar tecnologia ou qualquer pesquisa.</p><p>As edificações indígenas são consideradas um dos principais exemplos da</p><p>arquitetura vernacular do Brasil porque foram uma das primeiras expressões</p><p>arquitetônicas deste território, existentes muito antes da chegada dos portugueses. A</p><p>arquitetura vernacular brasileira é capaz de demonstrar materiais, técnicas</p><p>construtivas e relacionar a construção a outros objetos de arte.</p><p>Primeiramente, esse tipo de arquitetura foi elaborada levando em consideração</p><p>o local e que seria inserida, e após isso, construída com os materiais disponíveis nas</p><p>proximidades desse local. No caso das edificações indígenas, elas se conformam</p><p>basicamente de bambu, taquaras, algum outro tipo de madeira ou troncos, cipó para</p><p>amarrações e folhas de palmeira ou palha para cobrimento.</p><p>Usuario</p><p>Realce</p><p>14</p><p>Fonte: professoralucianekawa.blogspot.com</p><p>Os materiais existentes na arquitetura vernacular estão associados à arte e à</p><p>cultura, pois também são usados para criar objetos, ferramentas, redes, cestos e</p><p>muito mais. Esses objetos representam a cultura brasileira e ainda estão presentes</p><p>no artesanato do país.</p><p>O uso do barro na arquitetura brasileira é um exemplo de material que foi muitas</p><p>vezes usado na construção das primeiras residências depois da colonização dos</p><p>portugueses, e também na elaboração de objetos artesanais, como vasos e outros</p><p>utensílios cerâmicos.</p><p>Além da arquitetura vernacular, nota-se outros tipos de arquitetura brasileira</p><p>que demonstram a cultura do país ou até mesmo de regiões especificas, como por</p><p>exemplo as Igrejas do Estado de Minas Gerais. Em um período chamado “século de</p><p>ouro” a arquitetura se desenvolveu bastante na região e as edificações religiosas,</p><p>além de demonstrarem a cultura da religião católica no local, foram construídas</p><p>baseadas no estilo barroco, ou seja, cheias de detalhes em dourado, além de</p><p>esculturas e pinturas no seu interior.</p><p>Assim, essas arquiteturas conseguiram, não só demonstrar através da própria</p><p>edificação a cultura, mas alia-la aos outros tipos de arte, comprovando cada vez mais</p><p>essa relação. Alguns produtores desse outro tipo de arte incorporados mereceram</p><p>15</p><p>destaque, como por exemplo o Aleijadinho e o Mestre Ataíde, sendo as suas obras,</p><p>consideradas as mais belas do país. O período barroco brasileiro, em seus santos e</p><p>igrejas é a expressão mais importante da fé e da arte: não só uma fé intimista com</p><p>que cada pessoa se relacionava com seu santo, mas também uma expressão única</p><p>de ver, sentir e vivenciar a arte.</p><p>Através destes exemplos fica evidente o quanto as diversas formas de arte e a</p><p>arquitetura fazem parte e são importantes para as culturas. Além disso, é possível</p><p>perceber a relação e a contribuição entre a arquitetura e a escultura, pintura e</p><p>artesanato. Portanto, deve-se entender que todas as formas de arte podem contribuir</p><p>para as culturas e merecem ser destacadas na sociedade, mesmo que seja para</p><p>valorizar, manter esses elementos vivos, ou simplesmente divulgá-los para que mais</p><p>pessoas possam conhecer e compreender mais sobre a cultura brasileira.</p><p>5 A IMPORTÂNCIA DA ARTE NA EDUCAÇÃO</p><p>As expressões artísticas possibilitam a melhora do raciocínio, da memória, e</p><p>auto estima do aluno, além de incentivar os laços com outros estudantes. Outra</p><p>característica da arte, é a abordagem das subjetividades, uma vez que os sentimentos</p><p>e as sensações são muito trabalhados nesse âmbito.</p><p>Neste contexto, a arte deve ser entendida como um exercício que é capaz de</p><p>incentivar a criatividade e a capacidade da interpretação dos alunos, como diferentes</p><p>abordagens e idiomas podem ser processados, como teatro, fotografia, dança,</p><p>cinema, além das artes plásticas.</p><p>5.1 Qual é o papel da arte na educação</p><p>O estudo artístico ajuda o aluno a desenvolver e trabalhar diversas qualidades</p><p>como foco e concentração, disciplina, imaginação, pensamento crítico, criatividade,</p><p>resiliência, além de ampliar o repertório cultural e histórico do aluno.</p><p>Assim, a arte pode ser utilizada no processo de ensino e aprendizagem para</p><p>estimular os alunos a expressarem o que sentem e também o que sabem sobre</p><p>determinado tema. E isso pode ser feito através de diferentes linguagens, como</p><p>literatura, pintura, escultura, música, fotografia ou teatro.</p><p>16</p><p>5.2 Cinco vantagens de aprender arte na escola:</p><p> Estímulo da criatividade</p><p>O ser humano tem a capacidade de ser criativo, mas essa qualidade precisa</p><p>ser cultivada e aprimorada. Hoje, muitas vezes se ouve a expressão "pensar fora da</p><p>caixa", que significa resolver um problema de uma maneira nova e não óbvia. Todavia,</p><p>isso só se torna possível se a pessoa tiver imaginação para criar soluções alternativas</p><p>para o que precisa ser resolvido.</p><p>É assim que a arte se torna relevante nas salas de aula, pois através dela o</p><p>aluno não só aprende os processos criativos, mas também a argumentar de forma</p><p>lúdica e inovadora.</p><p> Percepção do mundo</p><p>A arte é uma forma de conhecimento, por isso ajuda a construir a consciência</p><p>do mundo. Uma das principais características da arte é sua subjetividade, no entanto,</p><p>ela pode ser articulada com outros campos da ciência, como geometria e história, para</p><p>obter resultados realistas e objetivos.</p><p>Um bom exemplo da prática da característica citada, acontece quando uma</p><p>criança imagina e cria uma história em quadrinhos. Nesse momento ela usa técnicas</p><p>de geometria, desenho, e várias outras. Portanto, o aluno incentiva sua própria</p><p>capacidade de observar e de se expressar, aprendendo e representando o mundo ao</p><p>seu redor.</p><p>3. Inteligência emocional</p><p>A criança aprende a representar o mundo em que vive na medida em que pode</p><p>compreendê-lo. E o mesmo vale para as emoções. À medida que as crianças</p><p>experimentam e aprendem sobre as emoções humanas, as crianças desenvolvem</p><p>formas complexas de expressá-las.</p><p>17</p><p>Por exemplo, quando criança, tristeza, raiva ou frustração podem ser expressas</p><p>por meio do choro. À medida que envelhecemos, esses sentimentos podem ser</p><p>expressos de maneiras mais complexas.</p><p>Desta forma, a arte fornece as ferramentas e mecanismos para que as crianças</p><p>aprendam, ao longo do tempo, a expressar o que sentem e como sentem. Além disso,</p><p>a linguagem artística tem características próprias que permitem que a criança se</p><p>expresse de maneiras que talvez não consiga fazer usando apenas a linguagem</p><p>falada.</p><p>4. Desenvolvimento do senso crítico</p><p>As brincadeiras infantis são mais do que divertidas, são estratégias para</p><p>aprender algo, que pode ser rabisco, desenho livre, quebra-cabeças ou escultura,</p><p>enfim, são todas atividades relacionadas ao desenvolvimento do senso crítico dos</p><p>alunos.</p><p>Isso porque essas ações permitem que a criança observe e materialize o</p><p>mundo ao seu redor com as próprias mãos, nesse contexto é possível avaliar os</p><p>esforços realizados, o processo artístico aplicado e o resultado obtido, o aluno</p><p>aprende a ter um papel ativo e a criar o que é necessário e a desenvolver seus próprios</p><p>conceitos.</p><p>5. Contextos e associações</p><p>De modo geral, o ser humano aprende por meio de conexões, ou seja,</p><p>conectamos temas e acontecimentos para que possamos compreendê-los melhor.</p><p>Por isso a arte colabora com o aprendizado nos espaços educacionais, pois ela ajuda</p><p>a criança a estabelecer conexões, a vivenciar conceitos e a criar a partir de novos</p><p>aprendizados.</p><p>18</p><p>6 COMPREENSÃO DAS ARTES CÊNICAS, PLÁSTICAS, VISUAIS, MUSICAIS E</p><p>DA DANÇA</p><p>A história da arte está vinculada à cultura dos mais variados povos que existem.</p><p>Ela percorre os tempos, criando e contando o passado e recriando o presente. Ou</p><p>seja, a arte está presente à nossa volta, e, com ela, ergueu-se a história de uma</p><p>sociedade. Cada objeto artístico apresenta uma finalidade. Desde a pré-história, o</p><p>homem sempre criou elementos que o ajudassem a superar suas necessidades e a</p><p>vencer desafios.</p><p>Fonte: sites.google.com</p><p>Existem objetos do homem que demonstram seus sentimentos, algo que a</p><p>utilidade pública muitas vezes não consegue contestar, somente considerando a sua</p><p>beleza. Esses objetos são conhecidos como obras de arte. Elas formam grande parte</p><p>da cultura do povo e possibilitam ilustrar situações sociais ou não.</p><p>A arte pode ser definida como fruto da criação do homem e de seus valores</p><p>junto à sociedade. Sua composição é feita através de inúmeros procedimentos e</p><p>técnicas utilizadas para compor uma obra.</p><p>O campo artístico nos proporciona reconhecer os valores, costumes, crenças e</p><p>modos de agir de um povo. Ao identificar um conjunto de evidências perceptíveis na</p><p>19</p><p>obra, o intérprete da arte se esforça</p><p>em um objetivo de relacionar esses vestígios com</p><p>algum traço do período em que foi concebida. Dessa forma, a arte passa a ser definida</p><p>com um olhar histórico, que se empenha em decifrar aquilo que o artista disse com a</p><p>obra.</p><p>Ao conhecer a história da arte, é possível perceber que uma manifestação de</p><p>clara evidência “artística” pode não ser vista dessa forma pelo seu autor ou pela</p><p>sociedade onde ela se encontra situada. Ademais, quando se estabelece um olhar</p><p>atento à manifestação artística de apenas um artista, podemos concordar que os seus</p><p>trabalhos não só refletem o tempo em que viveu, como também mostram a sua relação</p><p>particular, o diálogo único que estabeleceu com seu tempo.</p><p>Os principais tipos de artes que foram regulamentados pelo Manifesto das Sete</p><p>Artes são as seguintes:</p><p>1ª Arte – Música (som)</p><p>2ª Arte – Dança/Coreografia (movimento)</p><p>3ª Arte – Pintura (cor)</p><p>4ª Arte – Escultura (volume)</p><p>5ª Arte – Teatro (representação)</p><p>6ª Arte – Literatura (palavra)</p><p>7ª Arte – Cinema</p><p>Anos depois, foram adicionados mais quatro tipos de arte à lista:</p><p>8ª Arte – Fotografia (imagem)</p><p>9ª Arte – História em quadrinhos</p><p>10ª Arte – Jogos de computador e de videogame</p><p>11ª Arte – Arte digital</p><p>Cada uma das artes citadas e formalizadas no manifesto apresentam sua</p><p>história, compreensão e particularidades, portanto é de suma importância que</p><p>tenhamos uma visão de cada uma</p><p> Música</p><p>A música existe e sempre existiu como um produto cultural, pois de acordo com</p><p>as pesquisas científicas, desde que os humanos começaram a se organizar em tribos</p><p>Usuario</p><p>Realce</p><p>20</p><p>primitivas por toda a África, a música tornou-se parte indispensável do cotidiano</p><p>dessas pessoas. Acredita-se que a música tenha surgido 50.000 anos atrás, quando</p><p>as primeiras demonstrações se originaram no continente africano se espalhando com</p><p>a raça humana pelo mundo. Conforme os humanos se estenderam pela Terra, a</p><p>música continuou a se expandir ao redor do mundo. A produção ou reprodução da</p><p>música é afetada diretamente pela organização social, cultural e econômica local, e</p><p>também conta com características climáticas e tecnologia envolvendo a linguagem</p><p>musical.</p><p>A música possui a capacidade estética de traduzir os sentimentos, atitudes e</p><p>valores culturais de um povo ou nação e é uma linguagem local e global. Na pré-</p><p>história, o ser humano já produzia uma forma de música que lhe era essencial, pois</p><p>sua produção cultural constituía de utensílios para serem utilizados no dia a dia.</p><p>(ESCOSTEGUY; CORRÊA, 2017)</p><p>Já na cultura egípcia, por volta de 4.000 anos a.C., alcançou-se um nível</p><p>elevado de expressão musical, pois era um território que preservava a agricultura, e</p><p>esse costume levava às cerimônias religiosas, durante as quais as pessoas batiam</p><p>espécies de discos e paus uns contra os outros, utilizavam harpas, percussão,</p><p>diferentes formas de flautas e também cantavam.</p><p>A teoria musical só começou a ser elaborada no século V a.C., na</p><p>Antiguidade Clássica, e a música renascentista ficou marcada pelo período</p><p>do século XIV, durante o qual os artistas pretendiam compor uma música</p><p>mais universal, buscando se distanciarem das práticas da Igreja. Havia um</p><p>encantamento pela sonoridade polifônica, pela possibilidade de variação</p><p>melódica (ESCOSTEGUY; CORRÊA, 2017)</p><p>Em seguida, surge a Música Clássica, e imediatamente muitas novidades,</p><p>como a orquestra, que toma forma e valorização. As composições para instrumentos,</p><p>pela primeira vez na história da música, passam a ser mais valiosas do que as</p><p>compostas para canto, surgindo a “música para piano”.</p><p>21</p><p> Dança</p><p>A dança se trata de uma arte que depende da música, pois sem esta, não existe</p><p>aquela. A dança só acontece quando o corpo executa movimentos que surgiu a partir</p><p>de determinado ritmo.</p><p>Naquela época, a dança estava diretamente relacionada à sobrevivência, pois</p><p>os homens, vivendo em tribos isoladas e dependentes da caça, pesca, vegetais e</p><p>frutas colhidas na natureza, criavam rituais, com a esperança de que eventos naturais</p><p>interferissem nessas atividades.</p><p>As danças da índia por exemplo, fazem invocação ao Shiva, que é o deus da</p><p>dança. Com suas danças e músicas, os hindus buscavam uma união com a natureza.</p><p>Dessa forma, a dança de Shiva tinha por tema a atividade cósmica, no qual exprimia</p><p>os eventos divinos. O ritmo da dança era vinculado à criação contínua do mundo, à</p><p>destruição de algumas formas para o nascimento de outras. Os diversos estilos de</p><p>dança, sempre voltadas aos deuses, tinham o mesmo princípio, o de que “o corpo</p><p>inteiro deve dançar”. Podemos perceber o quanto as danças indianas demonstram</p><p>movimentos muito elaborados de pescoço, olhos, boca, mãos, ombros e pés.</p><p>A Idade Média, conhecida como "Idade das Trevas" pelos humanistas</p><p>renascentistas, foi um período contraditório para a dança. A essa altura, a Igreja havia</p><p>se tornado uma autoridade incorporada. A expressão corporal foi proibida, e a dança</p><p>estava associada ao pecado. Os teatros foram fechados, e usados apenas para</p><p>protestos e celebrações religiosas.</p><p>No entanto, a Igreja não podia interferir nas danças folclóricas dos agricultores,</p><p>que continuaram a celebrar suas festas durante as épocas de semeadura e colheita e</p><p>no início da primavera. Para não ofender a Igreja, essas danças são disfarçadas pela</p><p>introdução de figuras como anjos e santos. Esses eventos foram posteriormente</p><p>incorporados às festas cristãs, com a introdução da dança nas igrejas. Desde o</p><p>Renascimento, as mudanças foram marcadas como inovações em muitas áreas da</p><p>vida sociocultural, e os palácios também foram transformados.</p><p>A partir da vontade de ostentar suas riquezas, passaram a comemorar com</p><p>grandes festas algumas datas como por exemplo nascimento, casamento, aniversário,</p><p>entre outras. A desenvoltura da dança aconteceu em Florença, na Itália, no palácio da</p><p>22</p><p>família Médici, no qual eram apresentados alguns espetáculos denominados como</p><p>triunfos, pois demonstravam riqueza e poder.</p><p>No ano de 1.500, em uma festividade de Carnaval em Veneza, houve</p><p>apresentação de um dos triunfos mais suntuosos, onde os dançarinos estavam com</p><p>mascaras bordadas com fios de ouro e pedras preciosas.</p><p>Fonte: www.paixaopeladanca.com.br</p><p>No século XVII, o balé foi um gênero que surgiu e marcou a época, pois foi</p><p>neste século que Luís XIV fundou uma companhia de dança que continha 20</p><p>bailarinos, para a famosa Ópera de Paris. Os vestidos longos e pesados impediam o</p><p>virtuosismo de movimentos verticais. O sonho de voar de Ícaro, Leonardo da Vinci e</p><p>Santos Dumont também são o sonho dos bailarinos dessa época. Os temas para o</p><p>balé começam a exigir a ilusão do voo e, para isso, os cenógrafos utilizaram alavancas</p><p>e roldanas para erguer os bailarinos.</p><p>Por volta do século XIX, o balé adentrou em um mundo de ilusão, esboçando o</p><p>ideal das concepções românticas. Já o século XX, foi um tempo do desenvolvimento,</p><p>de descobertas científicas, agilidade de expansão de fronteiras, e da modernidade.</p><p>Diversas transformações nas tradições e valores adotados naquela época marcaram</p><p>esse momento de início da era industrial.</p><p>23</p><p>Na fase modernista da história da dança, o que vai separar o clássico do</p><p>moderno não é simplesmente a técnica, mas, também, o pensamento que norteou</p><p>sua elaboração. Nos Estados Unidos e na Europa, apareceram novos modos de</p><p>dançar bastante diferentes da tradição clássica em relação aos espaços utilizados, à</p><p>concepção de dança e aos movimentos do corpo.</p><p>No momento de transição para a era contemporânea, nas décadas de 1940 e</p><p>1950, alguns coreógrafos passam a questionar os modos de se construir a dança,</p><p>criando uma verdadeira revolução na modernidade. Na fronteira entre a dança</p><p>moderna e a contemporânea, está o coreógrafo e bailarino Merce Cunningham. Os</p><p>pioneiros da dança moderna se dedicaram à formação das fundações de</p><p>uma nova</p><p>dança. Cunningham, que ficou conhecido pelos críticos como precursor da dança</p><p>contemporânea, assumiu uma opinião contra a permanência de modelos acadêmicos</p><p>na dança moderna.</p><p>Cunningham explorou novas fórmulas e, juntamente com seus parceiros, o</p><p>compositor John Cage, uma das principais figuras do mundo da música</p><p>contemporânea, e o artista plástico Robert Rauchenberg, construiu uma nova versão</p><p>para a dança, desenvolvendo os princípios da dança contemporânea. Dessa forma, a</p><p>dança contemporânea não obriga mais modelos rígidos, e, da mesma forma os corpos</p><p>dos artistas não têm um padrão predeterminado, podendo der gordos, magros, altos,</p><p>baixos e de diversas etnias. A maioria desses trabalhos incorpora novos movimentos</p><p>e não mais os movimentos clássicos do balé ou das técnicas de dança moderna.</p><p> Pintura</p><p>A pintura acompanha o desenvolvimento do ser humano desde a antiguidade.</p><p>Ainda que durante o período grego clássico ela não tenha se desenvolvido tanto</p><p>quanto a escultura, a pintura foi uma das principais formas de representação dos</p><p>povos medievais, do Renascimento até o século XX.</p><p>A pintura nasceu na pré-história quando os homens das cavernas elaboravam</p><p>as pinturas rupestres. Todavia, somente depois do século XIX, com a desenvoltura da</p><p>técnica de reprodução de imagens, com o advento Revolução Industrial, que a pintura</p><p>de cavalete perde o espaço que tinha no mercado. Antes disso, a gravura era a única</p><p>forma de representação de imagens, e esse trabalho muitas vezes era realizado por</p><p>24</p><p>pintores. No entanto, com o advento da fotografia, a principal função da pintura de</p><p>cavalete, a representação de imagens, enfrentou acirrada concorrência. Foi uma crise</p><p>de originalidade e o ápice da cópia em massa.</p><p>Durante o século XX, a pintura de cavalete se mantém pela difusão das galerias</p><p>de arte, mas a técnica da pintura continua a ser valorizada por vários tipos de</p><p>designers, especialmente na publicidade.</p><p>As técnicas de pinturas em óleo são historicamente consideradas uma das mais</p><p>tradicionais das artes plásticas, uma vez que grandes obras, como por exemplo Mona</p><p>Lisa e A última Ceia, de Leonardo Da Vinci, foram feitas dessa forma.</p><p> Escultura</p><p>Na pré-história, a escultura era associada à magia e à religião. Já no período</p><p>paleolítico, a finalidade era moldar animais e figuras humanas. A escultura como</p><p>conhecemos hoje, surgiu no Oriente Médio, e foi uma das últimas artes a serem</p><p>desenvolvidas durante a Idade Média, por conta de seu apelo sensual.</p><p>A Grécia Clássica é o local onde a arte de esculpir teve origem, desde os seus</p><p>primeiros artefatos em mármore ou bronze depois do século 10 a.C. até o apogeu da</p><p>era de Péricles, com as esculturas da Acrópole de Atenas. Logo depois, os romanos</p><p>assumiram a cultura clássica e continuaram a desenvolver esculturas até o fim do</p><p>império, disseminando o trabalho em mármore por todo o império. As esculturas</p><p>gregas se inspiraram na arte egípcia até criarem a sua própria arte, que foi bastante</p><p>copiada pelos romanos. A escultura romana ganhou da escultura grega a sua</p><p>perfeição, porém, assumiu um caráter mais realista das formas, além de ter</p><p>contribuído com obras originais, que foram consideradas as mais belas da</p><p>Antiguidade.</p><p>No período do Renascimento a escultura se destacou através da famosa</p><p>estátua de Davi, de Michelangelo. Donatello e Verocchio também foram mestres</p><p>importantes dessa época. Entre os séculos XIX e XX, os artistas Constantin Brancuse</p><p>e August Rodin, também tiveram grande reconhecimento, sendo dois mestres da</p><p>escultura que influenciaram diversos outros artistas.</p><p>No Brasil, o primeiro escultor brasileiro de que se tem notícia, porém, é Frei</p><p>Agostinho de Jesus, o qual se acredita ser o autor da imagem de Nossa Senhora da</p><p>25</p><p>Aparecida que foi encontrada por pescadores e fez surgir a devoção à então padroeira</p><p>do Brasil.</p><p>A partir do início do século XX, a escultura passou a se ajustar às propostas</p><p>das vanguardas artísticas que emergiram na Europa, como o cubismo, o dadaísmo, o</p><p>abstracionismo e o construtivismo. Além de Picasso, outros escultores, como</p><p>Constantin Brancusi e Henry Moore, tornaram-se célebres dentro das vanguardas</p><p>modernistas, que, até hoje, seguem influenciando a produção contemporânea de</p><p>esculturas.</p><p> Teatro</p><p>O teatro surgiu no século VI a.C., na Grécia, através das festas dionisíacas que</p><p>aconteciam em homenagem ao deus Dionísio, deus do vinho, do teatro e da</p><p>fertilidade. Essas festas eram como rituais sagrados, procissões e recitais que</p><p>duravam dias contínuos, e acontecia uma vez por ano durante a primavera, tempo em</p><p>que se fazia a colheita do vinho naquela região.</p><p>O teatro grego que hoje conhecemos, segundo os historiadores, surgiu de um</p><p>acontecimento surpresa: quando um participante desse ritual sagrado decidiu vestir</p><p>uma máscara humana, ornada com cachos de uvas, subiu em seu tablado em praça</p><p>pública e disse: “Eu sou Dionísio! ”. Todos ficaram espantados com a coragem desse</p><p>indivíduo, com a sua atitude de fingir ser um deus. Ao longo do tempo, as celebrações</p><p>ao deus Dionísio tornaram-se mais elaboradas. Vale lembrar, que naquela época,</p><p>todos os papéis eram interpretados por homens, uma vez que não era permitida a</p><p>participação de mulheres nas representações.</p><p>Junto com este evento sócio-cultural apareceram edifícios teatrais gregos, bem</p><p>como arquibancadas, que eram feitas de pedra e os cidadãos gregos que os usavam</p><p>eram democráticos; todos podiam assistir tragédia, comédia e sátira com a mesma</p><p>qualidade de imagem.</p><p>26</p><p>Fonte: falauniversidades.com.br</p><p>Poucas apresentações teatrais parecem ter existido nesta época. Poucos</p><p>artistas passaram pela corte dos reis e da nobreza, como o malabarista, o trovador</p><p>(poeta que canta um poema com o som de um instrumento), o imitador e o jograis</p><p>(que interpretam poemas ou canções românticas, dramáticas, ou sobre feitos</p><p>heróicos).</p><p>No Brasil, o teatro foi obra dos jesuítas, empenhados em evangelizar os índios</p><p>católicos e coibir os hábitos condenáveis dos colonos portugueses. O padre José de</p><p>Anchieta (1534-1597), em quase uma dezena de peças inspiradas no ritual religioso</p><p>medieval e, sobretudo, em Gil Vicente, expressou-se nessa tarefa, com interesse pela</p><p>religião e educação, e não pela arte.</p><p>Já os fundamentos estéticos vivenciados no século XIX, entre público e artistas,</p><p>no âmbito do teatro, foram desafiados e ampliados no século XX, expandindo-se em</p><p>experiências e inovações teatrais. Naquele momento, o “naturalismo” cênico</p><p>dominava as convenções teatrais, e, em seguida, no início do século XX, novos</p><p>movimentos e experimentações artísticas começaram a surgir em oposição às regras</p><p>dominantes.</p><p>Na era pós-moderna, nasce uma arte dramática que se pressupõe fora do</p><p>centralismo textual com as experiências de criatividade coletiva favorecidas por</p><p>27</p><p>inúmeros grupos artísticos. Macunaíma, exposição de Antunes Filho de 1978, pode</p><p>ser considerada o primeiro marco da era pós-moderna no Brasil.</p><p>Associando códigos da intertextualidade, da paródia, da ironia, do humor, ele</p><p>soube preencher o palco nu com signos impactantes e oferecer uma nova face ao</p><p>homem brasileiro, assim como a instaurar um renovado padrão de teatralidade.</p><p> Literatura</p><p>Apesar de se originar etimologicamente da palavra “letra”, a literatura surgiu</p><p>nos primórdios da humanidade, quando o homem ainda desconhecia a escrita e vivia</p><p>em tribos nômades, à mercê das forças naturais que ele tentava entender pelos</p><p>primeiros cultos religiosos. As lendas e canções eram transmitidas de forma oral por</p><p>meio das gerações. Com o aparecimento da escrita, as paredes das cavernas</p><p>começaram a receber pinturas e desenhos simbólicos que passaram a registrar a</p><p>tradição oral. Posteriormente, surgiriam novas formas para armazenar essas</p><p>informações, como por exemplo as tabuletas, óstracos, papiros e pergaminhos.</p><p>Dessa</p><p>forma, as primeiras obras literárias conhecidas são registros escritos de composições</p><p>oriundas de remota tradição oral.</p><p>O Egito, que possuía intuição mística sobre um mundo sobrenatural, acendeu</p><p>a imaginação dos gregos e romanos. Da cultura hebraica, o principal legado literário</p><p>do Ocidente vem de seus primeiros manuscritos, como o Antigo Testamento da Bíblia.</p><p>Muitos textos foram ampliados de forma oral durante vários e vários séculos</p><p>antes que fossem escritos, sendo eles difíceis de datar.</p><p>A chamada literatura clássica, que inclui toda a produção greco-romana entre</p><p>os séculos V e V d.C., influenciou toda a literatura ocidental. Todos os principais</p><p>gêneros, como épico, lírico, tragédia, comédia, sátira, história, biografia e prosa</p><p>narrativa foram criados pelos gregos e romanos.</p><p>As primeiras manifestações da literatura brasileira foram fortemente marcadas</p><p>pelo modelo literário de Portugal, já que nossos primeiros escritores ou eram</p><p>portugueses de nascimento ou brasileiros com formação universitária em Portugal.</p><p>Com o passar do tempo, surge a literatura moderna, um movimento da literatura</p><p>brasileira que surgiu em 1920 e se estendeu até meados de 1978. A literatura moderna</p><p>foi dividida em três fases, cada uma com características diferentes, como a liberdade</p><p>28</p><p>de expressão, contextualização e inclusão do cotidiano, linguagem coloquial e novas</p><p>técnicas de escrita. Nesse novo estilo moderno, todas as normas e parâmetros da</p><p>criação artística foram rompidos. Os autores do modernismo passam a valorizar o</p><p>retrato da vida cotidiana. A vida burguesa sai do cenário artístico.</p><p>Em relação à escrita, os versos aparecem livres, sem as formas fixas de</p><p>sonetos e versos. As frases curtas são mais respeitadas A fragmentação do texto e</p><p>recortes também ganhou espaço na literatura moderna. Muitos autores utilizam</p><p>diversas vozes narrativas nos seus textos.</p><p> Cinema</p><p>Segundo os ensinamentos de ESCOSTEGUY e CORRÊA:</p><p>A origem do cinema está associada à invenção do cinematógrafo, no século</p><p>XIX, um aparelho capaz de capturar “imagens em movimento”. Um dos</p><p>fenômenos tecnológicos mais impressionantes de nossa história é a</p><p>capacidade de captação (ou captura) da “imagem em movimento”, isto é, da</p><p>apreensão de imagens dinâmicas da realidade. Essa capacidade de captação</p><p>foi tornada possível a partir de 1889, com a criação do cinetoscópio, por</p><p>William Dickson, assistente do cientista e inventor americano Thomas Edison.</p><p>(ESCOSTEGUY e CORRÊA, 2017)</p><p>Os modelos que vieram a seguir ajudaram no desenvolvimento do que se</p><p>tornou o cinema nos dias atuais, ou seja, a arte cinematográfica.</p><p>O cinema é, portanto, derivado do cinetoscópio, que não projetava imagens na</p><p>tela grande. O visualizador do cinetoscópio tinha que observar por um tempo limitado</p><p>de 15 minutos, as imagens dentro da câmera obscurecidas por um orifício no qual ele</p><p>colocava um de seus olhos. Nesse sentido, a experiência visual proporcionada pelo</p><p>cinetoscópio não pode ser universalizada. Edison não chegou a patentear o invento,</p><p>o que abriu portas para outros inventores, sobretudo da Europa, aperfeiçoarem o</p><p>modelo (ESCOSTEGUY; CORRÊA, 2017).</p><p>No ano de 1892, o francês Léon Bouly conseguiu, a partir do cinetoscópio,</p><p>elaborar o cinematógrafo, um modelo que conseguia gravar e projetar a luz das</p><p>imagens em movimento para uma tela. Todavia, Bouly não tinha dinheiro para</p><p>registrar a patente dessa invenção. O cinematógrafo acabou sendo patenteado pelos</p><p>irmãos Lumière, que passaram, a partir de 1895, a fazer diversas produções</p><p>29</p><p>cinematográficas de pequena capacidade e a exibi-las em sessões especiais para</p><p>isso.</p><p>A primeira exibição de filme feito por Auguste e Louis Lumière aconteceu em</p><p>22 de março de 1895. O filme tinha o nome “La Sortie de L’usine Lumière à Lyon” (A</p><p>Saída da Fábrica Lumière em Lyon) e mostrava a saída dos funcionários do interior</p><p>da empresa Lumière, na cidade de Lyon, na França.</p><p>Entretanto, seria nas três primeiras décadas do século XX que o cinema</p><p>afirmar-se-ia como arte. Isso ocorreu sobretudo pela ação de artistas</p><p>interessados em teatro, mágicos (e ilusionistas) e todo tipo possível de efeito</p><p>cênico. Um dos principais nomes dessa fase do cinema foi Georges Meliès,</p><p>que dirigiu Viagem à Lua, em 1902, conseguindo, com esse filme, efeitos</p><p>visuais verdadeiramente impressionantes para a época (ESCOSTEGUY;</p><p>CORRÊA, 2017).</p><p>Os primeiros filmes gravados no Brasil, foram desenvolvidos no fim do século</p><p>XIX, quando o Brasil ainda enfrentava alguns problemas em relação à energia elétrica,</p><p>o que acabou dificultando a produção dos filmes no país. Os filmes de ficção só</p><p>surgiram no Brasil no início do século XX. Após o ano de 1905, houve o que ficou</p><p>conhecido como a “Belle Epoque” (Bela Época) do cinema nacional, marcado pelas</p><p>produções inspiradas na ópera e no que se chamou de “cinema cantado”. No ano de</p><p>1930, foi construído o primeiro estúdio de cinema do Brasil: a Cinédia, que produziu</p><p>sátiras dos filmes de Hollywood, chanchadas e os primeiros filmes carnavalescos, que</p><p>dominaram a produção cinematográfica nacional até a década de 1950.</p><p>30</p><p>Fonte: jornalgazetadooeste.com.br</p><p>De qualquer forma, o que se vê hoje no cinema é um movimento no sentido de</p><p>quebra com o dispositivo que imperou ditatorialmente por longos anos, e buscar</p><p>incentivo para mudanças no campo das artes visuais. De outra forma, podemos</p><p>perceber no campo das artes visuais, um movimento inverso, no sentido de buscar</p><p>formas e conteúdo do cinema, como por exemplo a narração e o documentário, a</p><p>projeção em sala escura, e outros. Se cinema e arte contemporânea podem se</p><p>encontrar em algum ponto intermediário para trocar experiências, talvez esse encontro</p><p>seja benéfico para ambos no sentido de superar o impasse atual.</p><p>7 COMPREENDENDO AS ARTES CÊNICAS MUSICAIS E DA DANÇA NA</p><p>CONTEMPORANEIDADE</p><p>Os novos métodos de ensino de Arte não são resultantes simplesmente da</p><p>junção da Arte e da educação, muito menos da oposição entre elas, mas da sua</p><p>interpenetração. (BARBOSA, 1978)</p><p>O professor é o instrumento principal para as transformações no ensino de arte</p><p>devendo ser o diferencial, o colaborador para a eficácia do bom aproveitamento dos</p><p>conteúdos.</p><p>31</p><p>São necessários conteúdos que contribuam para a compreensão da arte como</p><p>cultura, do artista como ser social e dos alunos como produtores e apreciadores. Por</p><p>isso, o foco agora é em conteúdos que valorizem expressões artísticas de diferentes</p><p>povos e culturas em diferentes épocas e lugares, incluindo arte contemporânea e</p><p>brasileira, e que esse conteúdo possa ser alcançado com cada vez mais sofisticação</p><p>e profundidade.</p><p>Artes cênicas, música e dança podem ser entendidas como inter-relacionadas,</p><p>pois, na arte dramática percebe-se que dança e a música, em uma mesma</p><p>performance, se articulam para formar um todo, uma aparição de excelente qualidade.</p><p>Como o corpo é o eixo de toda e qualquer produção criativa na dança, a</p><p>materialidade dos processos é estabelecida de forma subjetiva, a partir das</p><p>características próprias de cada indivíduo. Isso produz abordagens muito</p><p>diferenciadas de acordo com cada visão de mundo que se instaura</p><p>dramaturgicamente.</p><p>Nesse sentido, destacam-se as palavras de Hércules:</p><p>Em primeira instância, dramaturgia será entendida como composição de</p><p>ações. Considerando-se que o ambiente onde estas ações se configuram é</p><p>o da dança, torna-se imperativo o reconhecimento dos distintos modos como</p><p>as instruções que constituem o movimento são, singularmente,</p><p>implementadas por cada corpo. Assim sendo, a denominação dramaturgia da</p><p>dança torna-se imprecisa, necessitando ser substituída por dramaturgia do</p><p>corpo que dança. (HPERCULES, 2010)</p><p>Nas escolas, portanto, é necessária uma compreensão diferente em relação a</p><p>esses segmentos artísticos, que muitas vezes podem ser combinados.</p><p>É preciso que, no ensino de dança</p><p>como atuação pedagógica, tirem-se as</p><p>sapatilhas para poder ver melhor os pés dos alunos, e que se flexibilizem os espaços</p><p>para a atuação da dança. O primordial é reconhecer a expressão corporal de cada</p><p>um, e o papel do educador é revelar a dança que se encontra em cada aluno como</p><p>resultado de uma didática inovadora (MILLER, 2007).</p><p>A história da dança na contemporaneidade parece aflorar e apontar percursos</p><p>artísticos e didáticos transgressores que fissuraram uma época, como Judith Dunn,</p><p>que estimulava a produção de “espaços do nada”, em que o vazio pudesse ocorrer,</p><p>proporcionando liberdade e empoderamento aos indivíduos. Ainda se faz urgente que</p><p>esses tipos de pensamento/prática sejam inseridos de modo mais contundente nos</p><p>processos formativos em dança na contemporaneidade.</p><p>32</p><p>O teatro, por outro lado, é uma forma de expressão artística em que uma</p><p>história, verdadeira ou não, é interpretada por meio do roteiro, figurinos e atuação de</p><p>atores no palco diante de uma plateia.</p><p>Ao observar o cenário escolar, nos questionamos: como o teatro é concebido</p><p>na escola atualmente? O que é possível visualizar? Dramatizações almejam ilustrar</p><p>conteúdos? Uma brincadeira para tornar a aula mais agradável? Ao mesmo tempo,</p><p>são essas ideias que povoam o imaginário popular. Ou seja, é esse o estereótipo de</p><p>teatro na escola que a sociedade tem em mente e vem divulgando.</p><p>Apesar de existirem educadores que acreditam na força que a arte de</p><p>encenar tem para promover a aprendizagem e o desenvolvimento do aluno,</p><p>ainda há um grande número de escolas que não aceitam e não valorizam a</p><p>atividade teatral no processo educativo. Isso pode se dar devido à enorme</p><p>carga transdisciplinar que permeia o teatro, o qual gera algo novo, causando,</p><p>assim, o risco da descoberta (CUNHA, 2009, p. 293).</p><p>Daí a necessidade de que o teatro exista na escola, abrindo espaço para</p><p>reconhecer seu ensino como um fim em si mesmo, e não como uma ferramenta para</p><p>fins de outra natureza.</p><p>O olhar dos profissionais filiados à escola deve centrar-se nessa compreensão</p><p>das atividades teatrais que estimulam e desenvolvem o caráter produtivo e coletivo</p><p>dessa atividade artística nas escolas, o que pode estimular o gosto pela formação</p><p>técnica e individualismo de quem a pratica. O olhar dos profissionais filiados à escola</p><p>deve centrar-se nessa compreensão das atividades teatrais que estimulam e</p><p>desenvolvem o caráter produtivo coletivo dessa atividade artística nas escolas, o que</p><p>pode estimular o gosto pela formação técnica e individualismo de quem a pratica.</p><p>Ou seja, o professor de teatro na escola, além de ter conhecimentos de teatro,</p><p>deve ser regularmente exposto às principais abordagens do ensino de teatro para que</p><p>essa disciplina pedagógica seja efetiva, com objetivos de aprendizagem claros e</p><p>consistentes.</p><p>No que diz respeito às artes musicais, a educação musical tem sido colocada</p><p>como opcional nas escolas. Há um completo descaso com a música e o seu poder</p><p>sobre as pessoas, bem como sua influência no desenvolvimento cultural e cognitivo</p><p>das crianças e das pessoas em geral.</p><p>33</p><p>Um princípio fortemente enfatizado no cenário educacional atual e, portanto, no</p><p>campo da educação musical contemporânea é a ideia de avaliar as origens culturais</p><p>dos alunos, compreendendo, reconhecendo e utilizando seu discurso musical como</p><p>base do processo de ensinar e aprender música.</p><p>A mudança psicológica é um fator fundamental para o progresso musical nas</p><p>escolas, principalmente pela qualidade da educação musical que se espera na escola</p><p>para todos os alunos.</p><p>Essa mudança de mentalidade depende de argumentos e orientações claras</p><p>sobre como incluir a música, respeitando o ensino geral das artes nas escolas,</p><p>preparando editais que garantam a caracterização de cada linguagem da arte, etc.</p><p>O Conselho Nacional de Educação está agindo diretamente nessas questões</p><p>através da implementação da Lei nº 11769/2008, realizando audiências públicas nas</p><p>diversas regiões brasileiras com a finalidade de ouvir administradores, professores,</p><p>profissionais da educação em geral e estudantes de licenciatura em relação os</p><p>desafios e as ações necessárias para que a música seja incluída no currículo escolar.</p><p>O importante é que existe a intenção de conhecer melhor a situação da música</p><p>na escola e encontrar soluções para os desafios vinculados a essa inclusão da música</p><p>no currículo escolar. As mudanças desejadas acontecerão a partir das ações que</p><p>envolvem as universidades formadoras; os profissionais da educação atuantes nas</p><p>escolas brasileiras; os administradores escolares responsáveis pela reorganização</p><p>curricular e pela contratação de profissionais para a escola; e a sociedade como um</p><p>todo, que precisa também conhecer e opinar sobre as possíveis decisões curriculares.</p><p>8 COMPREENDENDO AS ARTES PLÁSTICAS, VISUAIS E LITERÁRIAS NA</p><p>CONTEMPORANEIDADE</p><p>A relevância de abordar a arte contemporânea nas escolas está na variedade</p><p>de experiências que ela apresenta, em relação a outros campos, na proximidade da</p><p>arte com a vida e na sua capacidade de mudança. Sua constante mudança a torna</p><p>um importante meio de criação de sentido, entre outros aspectos.</p><p>Assim, é possível trabalhar em harmonia com as artes plásticas, as artes</p><p>visuais e as artes literárias, porque elas têm muitas diferenças, mas ao mesmo tempo</p><p>34</p><p>têm muitas relações. É possível notar que as três atividades se relacionam com</p><p>imagens, o concreto e a criatividade.</p><p>Quando pensamos em artes visuais, logo nos vêm à mente desenhos, pinturas,</p><p>esculturas, tintas, entre milhares de outros recursos capazes de representar o mundo,</p><p>seja ele real ou imaginário. No entanto, eles estão além do papel. O campo de atuação</p><p>das artes visuais é muito amplo. Por exemplo, teatro, cinema, música, fotografia, moda</p><p>ou arquitetura, também os representam.</p><p>De forma geral, podemos dizer que a arte é o registro mais estável da história</p><p>da humanidade. É a imagem da contemporaneidade de cada época. Seus conteúdos,</p><p>estão conectados à literatura, geografia, física, química, música, teatro, etc. Através</p><p>dessas conexões, torna-se evidente outros olhares e percepções estéticas diversas.</p><p>A visualização também tem um impacto na aprendizagem. A capacidade da</p><p>criança de perceber uma imagem torna-se cada vez mais presente e influente. Não</p><p>se pode mais dizer que a escola é o único lugar onde os alunos aprendem. Portanto,</p><p>os educadores devem transmitir conhecimentos culturais e artísticos do passado em</p><p>associação com o presente.</p><p>Fonte: todamateria.com.br</p><p>As artes plásticas, por sua vez, estão voltadas para as expressões artísticas</p><p>que usam técnicas de produção que manipulam materiais para elaborar formas e</p><p>35</p><p>imagens que mostram uma nova concepção estética e a visão poética do artista</p><p>plástico.</p><p>Nas escolas, esta forma de arte utiliza alguma linguagem artística</p><p>contemporânea para expressar emoções e valores estéticos. A diversidade como</p><p>expressão em relação a compreensão humana contemporânea se encaixa com as</p><p>proposições artísticas atuais, com a arte-educação e com a tecnologia do século XXI.</p><p>A literatura, como as artes visuais e as artes plásticas, não precisa de</p><p>significado; não pode ser contido, porque atinge o inacessível, o imensurável. A</p><p>literatura é a arte da fala e faz da fala seu objeto principal, dando-lhe outras</p><p>possibilidades, retirando-a de seu lugar habitual e transferindo-a para um universo</p><p>onde somente homens e mulheres são dotados de novos sujeitos, conseguindo</p><p>percebê-la.</p><p>A arte em geral, e a literatura, em particular, são atividades cujas grandezas</p><p>residem nessa sublime “inutilidade”. A literatura é o resultado, trata-se de mergulhar</p><p>na alegria que a leitura pode oferecer. O gosto estético que a literatura proporciona,</p><p>torna os indivíduos mais atentos àquilo que é impalpável, torna-nos sensíveis às dores</p><p>do mundo.</p><p>“A literatura</p><p>existe porque a vida não basta”, foi assim que o mestre Fernando</p><p>Pessoa definiu a literatura. O que seria da vida se não houvesse os momentos de fuga</p><p>que nos permitem abstrair e, assim, amenizar o dia a dia e suas inúmeras obrigações</p><p>que preenchem de vazio nossos dias. Se, para Pessoa, escrever é esquecer, para o</p><p>leitor, ler é esquecer, é permitir-se entrar em sintonia com a palavra, com o estado de</p><p>fruição que só a arte nos permite experimentar. A vida não basta; para isso, existe a</p><p>literatura, para preencher os vazios que a realidade não consegue perceber.</p><p>A leitura não se trata de uma atitude passiva, pois não se reduz a uma mera</p><p>decodificação de sinais gráficos, mas sim uma atividade de reconstrução de sentidos.</p><p>Quando cruzamos um texto com outro, quando fazemos perguntas, os</p><p>interlocutores se expandem, nesse sentido ler é sempre escrever; São processos</p><p>interligados. Os textos literários apresentam sempre uma dupla leitura-escrita; é uma</p><p>rede de conexões transportadas por várias formas discretas. Ler e escrever são</p><p>processos complementares.</p><p>Através da leitura, os alunos ampliam a imaginação, o hábito de leitura, o</p><p>pensamento crítico e suas emoções. Ainda que o ensino de literatura não se encontre</p><p>36</p><p>presente nas escolas como deveria, é importante estar atento para que essa disciplina</p><p>não se torne monótona, dada a sua importância.</p><p>A arte literária é essencial para a importância para o desenvolvimento das</p><p>pessoas e sua formação social, contemplando os mais diversos aspectos que vão</p><p>desde a linguagem, passando pela sensibilidade, emoção até a criticidade e exercício</p><p>de reflexão que são fundamentais para as diferentes aprendizagens. Por meio da</p><p>leitura, é possível adquirir um vasto conhecimento sobre diferentes lugares e</p><p>descobrimos um novo mundo de culturas e saberes, muitas vezes sem precisar sair</p><p>do lugar.</p><p>Ler é um processo contínuo, pois envolve uma compreensão que não se</p><p>esgota na decodificação da palavra escrita, mas que se antecipa e se alonga na</p><p>inteligência do mundo. A produção do sentido está no modo como a leitura se</p><p>relaciona entre o dito e o compreendido. (ORLANDI, 2003)</p><p>9 ARTE CONTEMPORÂNEA</p><p>A arte contemporânea é caracteriza por uma diversidade de estilos que vêm</p><p>sendo elaborados desde o final da Segunda Guerra Mundial até os dias de hoje. A</p><p>partir de uma ruptura dos conceitos preestabelecidos de arte, ela reinventa e inova as</p><p>formas de expressão. Dessa forma, dá liberdade total aos artistas, que exploram as</p><p>potencialidades de discussão e reflexão da realidade por meio da arte.</p><p>9.1 Formação da arte contemporânea</p><p>A arte contemporânea contempla a produção artística desenvolvida no mundo</p><p>a partir da segunda metade do século XX até os dias de hoje. Caracterizada por uma</p><p>grande diversidade de linguagens, a arte contemporânea amplia o conceito de arte, e</p><p>proporciona ao artista, liberdade total para criar e se expressar de toda forma e com</p><p>todo tipo de material.</p><p>A Segunda Guerra Mundial trouxe grandes modificações para o mundo. A</p><p>partir dela, ocorreu a ampliação do capitalismo, o desenvolvimento da globalização, o</p><p>surgimento de uma sociedade de consumo, o desenvolvimento tecnológico e a difusão</p><p>dos meios de comunicação de massa (rádio, televisão, cinema, etc.). Esse período</p><p>37</p><p>também consolidou a hegemonia econômica e cultural dos Estados Unidos,</p><p>transferindo o eixo das artes de Paris para Nova Iorque, com o expressionismo</p><p>abstrato do artista Jackson Pollock (ARGAN, 1992).</p><p>A arte contemporânea reúne um grande número de estilos vinculados a formas</p><p>inovadoras de expressão. A arte se aproxima da realidade e provoca discussões e</p><p>reflexões sobre a sociedade e sobre si mesma. Além disso, hoje se propõe o</p><p>rompimento com as ideias tradicionais de arte (pintura e escultura). Isso resulta numa</p><p>expressão em que o que importa é a ideia e o processo artístico, não o objeto ou a</p><p>imagem final. A relação do espectador com a obra também se altera. O mero</p><p>observador se torna participante ativo da obra. É o que ocorre, por exemplo, em</p><p>instalações e performances, que passam a fazer parte da linguagem da arte</p><p>contemporânea (BARROSO, 2018).</p><p>A principal influência da arte contemporânea foram os movimentos de</p><p>vanguarda europeus da primeira metade do século XX. Eles romperam a estética</p><p>clássica da arte.</p><p>Em meio às discussões sobre o papel da arte, a pop art surgiu como um dos</p><p>primeiros movimentos que romperam com os conceitos estabelecidos. Alguns artistas</p><p>como por exemplo Andy Warhol usaram objetos e linguagens típicos das propagandas</p><p>de massa de produtos de consumo e os modificaram em arte.</p><p>A arte contemporânea explora as mais diversas formas de expressão. Ela</p><p>ampliou o campo da arte para além da pintura e da escultura. Foi então que surgiram</p><p>as instalações, videoarte, videoinstalação, assemblage (colagens com objetos em três</p><p>dimensões), performance, body art (arte no corpo), arte digital, entre outros.</p><p>38</p><p>Fonte: postal.pt</p><p>10 PRINCIPAIS VERTENTES DA ARTE CONTEMPORÂNEA</p><p>A arte contemporânea tem como característica a pluralidade de estilos e formas</p><p>de expressão. A seguir, você vai ver algumas das principais vertentes da arte</p><p>contemporânea e as suas características centrais.</p><p> Minimalismo</p><p>O minimalismo se desenvolveu na década de 1960, em Nova Iorque, em</p><p>discordância ao expressionismo abstrato de Pollock. Ele se caracteriza pelo uso da</p><p>instalação como forma de expressão. Ou seja, o espaço e o entorno fazem parte do</p><p>conceito da obra. Ademais, o minimalismo estabelece formas geométricas simples e</p><p>puras em sequências que constituem o espaço. Entre os principais artistas</p><p>minimalistas, se encontram: Donald Judd, Carl Andre, Sol LeWitt, Robert Morris e Dan</p><p>Flavin.</p><p>39</p><p> Op art</p><p>A chamada op art tem origem do termo em inglês optical art, que significa arte</p><p>óptica. Esse estilo se intensificou na metade dos anos 1950. Ele se caracteriza por</p><p>explorar os aspectos e falhas da visão humana por meio da ilusão de óptica. De</p><p>maneira geral, se expressa através de figuras geométricas abstratas na pintura. O</p><p>principal objetivo da op art é representar o movimento. Entre os principais artistas,</p><p>estão: Ad Reinhardt, Kenneth Noland e Bridget Riley.</p><p> Arte cinética</p><p>A arte cinética surgiu em Paris, no ano de 1950. Eu possuí peculiaridade que</p><p>exploram o movimento, principalmente nas esculturas. Está vinculada à op art por</p><p>explorar também a ilusão de óptica na busca pelo movimento. Podem ser utilizados</p><p>vários materiais para o movimento da estrutura, como por exemplo motores,</p><p>eletromagnetismo, vento, água e interação com o público. Entre os principais artistas</p><p>da arte cinética, podemos citar: Victor Vasarely, Pol Bury, Yaacov Agam, Jean</p><p>Tinguely e Jesus Rafael Soto.</p><p> Arte conceitual</p><p>A arte conceitual surgiu por volta de 1960, na Europa e nos Estados Unidos.</p><p>Sua principal característica é a valorização mais aos conceitos e as ideias do que o</p><p>objeto em si. Ou seja, A arte aqui não é mais visual, e sim uma ideia, uma expressão,</p><p>um questionamento. Os artistas usam as mais variadas formas de expressão e os</p><p>mais diversos materiais, como por exemplo fotografia, filmes, fotocópias, etc. Os</p><p>principais artistas que se destacam na arte conceitual, estão: Barbara Kruger, Jasper</p><p>Johns, Joseph Beuys, Joseph Kosuth e Daniel Buren.</p><p> Arte povera</p><p>A arte povera surgiu na Itália, por volta de 1960. Sua característica é o</p><p>empobrecimento arte da através do uso de materiais simples e naturais, como por</p><p>40</p><p>exemplo madeiras, folhas, areia e até mesmo sucata. Se trata de um tipo de arte que</p><p>faz uma crítica à sociedade de consumo e salienta a efemeridade da arte</p><p>contemporânea, assim como a sua desvinculação com o mercado das artes. Entre os</p><p>artistas mais conhecidos podemos citar: Giovanni Anselmo, Jannis Kounellis, Richard</p><p>Long e Giuseppe Penone.</p>