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<p>CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE - CFC</p><p>CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE DE MINAS GERAIS - CRCMG</p><p>CONTABILIDADE RURAL: ATIVO BIOLÓGICO, PRODUTO AGRÍCOLA E</p><p>APLICAÇÃO DO MÉTODO DO VALOR JUSTO</p><p>Mateus Rocha Menezes</p><p>Belo Horizonte</p><p>2024</p><p>CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE - CFC</p><p>CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE DE MINAS GERAIS - CRCMG</p><p>Belo Horizonte</p><p>2024</p><p>0</p><p>SUMÁRIO</p><p>1 Introdução ............................................................................................................. 01</p><p>1.1 Aspectos Legais .................................................................................................. 04</p><p>1.2 Aspectos da atividade rural ................................................................................. 04</p><p>2 Atividade rural Pessoa Física (PF) ...................................................................... 36</p><p>2.1 Atividade rural e seus tributos para PF ............................................................... 36</p><p>2.2 INSS Produtor PF ................................................................................................ 63</p><p>3 Livro Caixa da Atividade Rural ........................................................................... 67</p><p>3.1 Instruções de Preenchimento .............................................................................. 68</p><p>3.2 Apresentação do Programa ................................................................................ 68</p><p>3.3 Instruções Gerais ................................................................................................ 69</p><p>3.4 Atividade Exercida no Brasil e no Exterior .......................................................... 70</p><p>3.5 O Que Deve Ser Escriturado ............................................................................... 70</p><p>3.6 Fichas do Programa ............................................................................................ 71</p><p>3.7 Como Fazer Para e Usar o Ajuda ....................................................................... 79</p><p>3.8 Programas de IRPF Disponibilizados Pela RFB.................................................. 98</p><p>4 Tutorial de Entrega do Livro Caixa Digital do Produtor Rural (LCDPR ......... 100</p><p>5 Contabilidade tributária da atividade rural Pessoa Jurídica (PJ) .................. 109</p><p>5.1 Contabilidade atividade Rural para PJ .............................................................. 116</p><p>5.2 Tratamento tributário IRPJ e CSLL ................................................................... 158</p><p>5.3 PIS e Cofins na atividade rural .......................................................................... 177</p><p>5.4 INSS Produtor PJ .............................................................................................. 181</p><p>REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 196</p><p>1</p><p>1 Introdução</p><p>As atividades agropecuárias como o plantio, a criação de animais, a produção</p><p>de fibras, alimentos e energia permanecem como um dos principais elos que ligam o</p><p>homem ao meio ambiente. Foi ainda na pré-história, na transição do período Paleolítico</p><p>e suas populações nômades para o período Neolítico, que se iniciaram novos</p><p>relacionamentos entre os seres humanos e a natureza, com destaque para a</p><p>agricultura, um dos mais importantes avanços na história da humanidade (MOREIRA,</p><p>2012).</p><p>O impacto do surgimento da agricultura foi evidente, onde pela primeira vez o</p><p>homem pôde influenciar na disponibilidade dos alimentos. Os primeiros núcleos</p><p>populacionais que praticaram este tipo de atividade, bem como a domesticação dos</p><p>primeiros animais, surgiram, provavelmente, nas regiões que compreendem a</p><p>Mesopotâmia, o Egito e a área habitada pelos hebreus, que, atualmente, corresponde</p><p>ao Oriente Médio, há cerca de 8.000 a.C.</p><p>Na fase conhecida como Primeira Revolução Agrícola, por volta dos séculos</p><p>XVII e XIX, intensificou-se na Europa a adoção de sistemas de rotação de culturas com</p><p>plantas forrageiras, e as atividades de pecuária e a agricultura se integra. Esse fato se</p><p>deu pelo crescimento populacional e pela queda da fertilidade dos solos utilizados após</p><p>sucessivas culturas no continente europeu.</p><p>No final do século XIX e início do século XX, o problema crônico de escassez de</p><p>alimentos na Europa levou a uma série de descobertas científicas e ao</p><p>desenvolvimento tecnológico: fertilizantes químicos, melhoramento genético, máquinas</p><p>e motores a combustão. Estas descobertas possibilitaram o progressivo abandono das</p><p>antigas práticas, levando a uma especialização dos agricultores tanto nas culturas</p><p>quanto nas criações. Essa nova fase nos sistemas agropecuários é chamada de</p><p>Segunda Revolução Agrícola, em que a forma de conceber e gerenciar a atividade rural</p><p>passa a ser chamada de Agricultura Industrial, Agricultura Convencional ou Agricultura</p><p>Química.</p><p>A partir da Primeira Guerra Mundial, as indústrias químicas e mecânicas</p><p>emergentes intensificaram a produção de insumos agrícolas. A agricultura passa a</p><p>depender cada vez menos dos recursos locais, e cada vez mais dos tratores,</p><p>colheitadeiras, arados, agrotóxicos e ração animal produzidos pela indústria. A indústria</p><p>passa a transformar produtos provenientes da agricultura, industrializando,</p><p>acondicionando e distribuindo uma parte crescente da produção agrícola, tudo isso</p><p>aliado aos avanços nos processos de transporte e conservação de produtos agrícolas.</p><p>Todas estas transformações, aliadas às conquistas da pesquisa nas áreas</p><p>química, mecânica e genética, bem como o fortalecimento do setor industrial voltado</p><p>para a agricultura, culminaram, no final da década de 60, início da década de 70, em</p><p>um novo processo de transformação profunda da agricultura mundial, conhecido como</p><p>Revolução Verde. O termo Revolução Verde é usado para identificar o modelo de</p><p>modernização da agricultura mundial, baseado no princípio da intensificação através da</p><p>2</p><p>especialização. O modelo tem como eixos a monocultura e a produção estável de</p><p>alimentos, principalmente arroz, trigo e milho. O “pacote tecnológico” da Revolução</p><p>Verde envolve tecnologias como: motomecanização, uso de variedades vegetais</p><p>geneticamente melhoradas, fertilizantes de alta solubilidade, pesticidas, herbicidas e</p><p>irrigação.</p><p>Neste período algumas correntes de pensamento afirmavam que o crescimento</p><p>econômico e os padrões de consumo, nos níveis da época, não eram compatíveis com</p><p>os recursos naturais existentes. Uma das ideias centrais era a de que os seres</p><p>humanos não só estavam deliberadamente destruindo o meio ambiente, exterminando</p><p>espécies vegetais e animais, como também colocando sua própria espécie em risco de</p><p>extinção. Nesse processo de discussão se esboça o conceito de Agricultura</p><p>Sustentável, que pode ser definida como uma agricultura ecologicamente equilibrada,</p><p>economicamente viável, socialmente justa, humana e adaptativa.</p><p>A atividade agrícola foi predominante para as economias por milhares de anos</p><p>antes da revolução industrial. Sua importância não diminui nem mesmo com o</p><p>surgimento de fábricas nem com a chegada de uma era digital, pois se trata de produzir</p><p>alimentos, indispensáveis à vida.</p><p>O sucesso de qualquer empreendimento está subordinado a uma administração</p><p>eficiente. É justamente nesse aspecto que a empresa rural brasileira apresenta uma de</p><p>suas mais visíveis carências, prejudicando todo o processo da modernização da</p><p>agropecuária. É possível constatar que a administração rural no Brasil ainda se</p><p>desenvolve dentro de critérios bastante tradicionais. Essa característica não é</p><p>constatada apenas em pequenas propriedades rurais, prevalecendo também entre as</p><p>médias e grandes empresas.</p><p>Uma das ferramentas administrativas menos utilizadas pelos produtores é, sem</p><p>dúvida, a Contabilidade Rural, vista, geralmente como uma técnica complexa</p><p>vacinas e medicamentos, impostos (exceto imposto de renda), taxas,</p><p>encargos trabalhistas, benfeitorias realizadas no imóvel (currais, casas, galpões,</p><p>açudes, pastagens, cercas, desmatamentos etc.), aquisição de tratores,</p><p>equipamentos, implementos, veículos de carga, utilitários rurais, reprodutores,</p><p>matrizes, rebanho de cria e engorda, desde que necessários ao desenvolvimento</p><p>da atividade, à expansão da produção ou à melhoria da produtividade agrícola.</p><p>As despesas devem ser assim consideradas:</p><p> As aquisições a prazo, no mês do pagamento de cada parcela;</p><p> Os encargos financeiros efetivamente pagos em decorrência de empréstimos</p><p>contraídos para o financiamento de custeio/investimentos da atividade rural,</p><p>no mês do pagamento;</p><p> O valor do bem adquirido por meio de financiamento rural, no mês do</p><p>pagamento do bem e não no mês do pagamento do empréstimo;</p><p> O valor de cada parcela paga após o recebimento do bem, quando adquirido</p><p>por meio de consórcio ou arrendamento mercantil, no mês do respectivo</p><p>pagamento;</p><p>O valor dos bens adquiridos por meio de permuta com produtos rurais que</p><p>caracterizem pagamento parcelado, no mês do pagamento de cada parcela.</p><p>As despesas devem ser comprovadas por meio de documentos idôneos, tais como</p><p>notas fiscais, guias de recolhimento de imposto sobre operações relativas à</p><p>circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte</p><p>interestadual e intermunicipal e de comunicação (ICMS) e de encargos trabalhistas,</p><p>recibos emitidos por empregados ou prestadores de serviço etc.</p><p>Assistência à Saúde de Trabalhador Rural: Somente podem ser deduzidos os</p><p>gastos com assistência à saúde que se configurem como permanentes e</p><p>constantes, e se destinem à melhoria da condição de vida do trabalhador rural, não</p><p>sendo permitida a dedução de gastos eventuais.</p><p>42</p><p>Despesas de Aluguel, Uso e Manutenção de Veículos: Desde que as despesas</p><p>sejam realizadas com veículos utilizados diretamente na atividade rural, tais como</p><p>os gastos realizados com peças de reposição, manutenção e uso de veículo,</p><p>combustíveis, óleos lubrificantes, serviços de mecânico, salários do condutor.</p><p>Aeronaves: Somente podem ser deduzidos os gastos com:</p><p>a) Aquisição de aeronaves próprias para uso agrícola, desde que a utilização seja</p><p>exclusiva para a atividade rural, bem assim os gastos realizados com peças de</p><p>reposição, manutenção e uso da aeronave, combustíveis, óleos lubrificantes,</p><p>serviços de mecânico, salários do piloto etc.;</p><p>b) Aluguel das aeronaves descritas na alínea "a" ou a contratação de serviço com o</p><p>uso delas (pulverização, semeadura etc.).</p><p>Prestação de Serviços: Considera-se prestação de serviços da atividade rural,</p><p>para fins de dedução como despesa de custeio, aquela que contribui normalmente</p><p>para a realização da produção rural, como por exemplo:</p><p>As operações culturais, de colheita, debulha, enfarda, ceifa e recolha, incluindo</p><p>operações de sementeira e de plantação;</p><p>As operações de embalagem e de acondicionamento, tais como a secagem,</p><p>limpeza, trituração, desinfecção e ensilagem de produtos agrícolas;</p><p>A armazenagem de produtos agrícolas;</p><p>A guarda, criação ou engorda de animais;</p><p>A locação, para fins rurais, dos meios normalmente utilizados nas explorações</p><p>agrícolas, pecuárias, silvícolas ou de pesca;</p><p>A assistência técnica;</p><p>A destruição de plantas e animais nocivos, o tratamento de plantas e de terreno</p><p>por pulverização;</p><p>A exploração de instalações de irrigações e de drenagem; e</p><p>A poda de árvores, corte de madeira e outros serviços silvícolas.</p><p>Despesas Ocorridas Fora da Área Rural: Como regra geral, somente as</p><p>despesas ocorridas dentro da propriedade rural explorada podem ser deduzidas</p><p>das receitas auferidas nessa atividade. Assim, em princípio, só podem ser</p><p>computadas as despesas ocorridas fora da área de exploração rural quando</p><p>efetivamente necessárias a essa atividade, como utilização de mão-de-obra e</p><p>equipamentos de escritório, uso e ocupação de imóveis etc., quando exista contrato</p><p>formal de uso, locação, arrendamento, armazenamento etc.</p><p>Todavia, quando a pessoa física que explore essa atividade possuir imóveis</p><p>situados fora da área rural, mas cuja destinação única e específica seja para</p><p>seleção, secagem, armazenamento etc., dos produtos oriundos exclusivamente das</p><p>propriedades rurais das quais seja participante, percebendo ou não pela cessão</p><p>desses bens, as despesas de mão-de-obra correspondentes a essas atividades,</p><p>bem como as decorrentes da utilização e da conservação desses bens, podem ser</p><p>43</p><p>deduzidas da receita bruta, desde que sejam compatíveis com as práticas usuais e</p><p>preço de mercado e estejam devidamente comprovadas.</p><p>Aquisição Bem por Consórcio: Somente após o recebimento do bem, os valores</p><p>já pagos, expressos em reais, acrescidos do valor correspondente ao lance, se for o</p><p>caso, podem ser considerados despesa. Daí em diante, os demais pagamentos, até</p><p>o final do contrato, também serão considerados despesa no mês correspondente.</p><p>Enquanto o bem não for recebido, os valores pagos em cada ano-calendário devem</p><p>ser informados apenas em Bens da Atividade Rural do Demonstrativo da Atividade</p><p>Rural, não podendo ser considerados despesa.</p><p>Empréstimos e Financiamentos: As importâncias correspondentes aos</p><p>financiamentos ou empréstimos obtidos são consideradas recursos no ano em que</p><p>forem recebidas e declaradas pelo saldo em 31 de dezembro de cada ano na ficha</p><p>Dívidas Vinculadas à Atividade Rural do Demonstrativo da Atividade Rural. Os</p><p>dispêndios com formação e manutenção da atividade rural são considerados</p><p>despesas ou investimentos no mês em que forem efetivados como custeio ou como</p><p>inversão de capital. Os encargos financeiros efetivamente pagos em decorrência de</p><p>empréstimos contraídos para o financiamento de custeio e investimentos da</p><p>atividade rural podem ser deduzidos como despesa na apuração do resultado.</p><p>Ressalte-se que as parcelas de amortização do financiamento ou empréstimo, no</p><p>montante correspondente ao valor do principal, não podem ser deduzidas como</p><p>despesa quando de seu pagamento, devendo apenas ser informadas na ficha</p><p>Dívidas Vinculadas à Atividade Rural do Demonstrativo da Atividade Rural.</p><p>Multas: A regra geral é que são indedutíveis como despesas da atividade rural os</p><p>pagamentos de multas efetuados durante o ano-calendário, especialmente aquelas</p><p>decorrentes de infrações legais aplicadas por auto de infração/notificação.</p><p>Entretanto, as multas moratórias decorrentes do pagamento em atraso de despesas</p><p>dedutíveis da atividade rural têm o mesmo tratamento destas despesas e, neste</p><p>caso, são também dedutíveis.</p><p>Também as multas decorrentes do descumprimento de obrigações acessórias, de</p><p>que não resulte falta ou insuficiência de pagamento de tributos, são dedutíveis, bem</p><p>como as decorrentes do descumprimento de obrigações contratuais que</p><p>representem despesas dedutíveis da atividade rural.</p><p>Investimentos: De forma geral, considera-se investimento a efetiva aplicação de</p><p>recursos financeiros, durante o anocalendário, que vise ao desenvolvimento da</p><p>atividade rural para a expansão da produção e melhoria da produtividade e seja</p><p>realizado com:</p><p>a) Benfeitorias resultantes de construção, instalações, melhoramentos, culturas</p><p>permanentes, essências florestais e pastagens artificiais;</p><p>b) Aquisição de tratores, implementos e equipamentos, máquinas, motores,</p><p>veículos de carga ou utilitários usados diretamente na atividade rural, utensílios e</p><p>44</p><p>bens de duração superior a um ano e animais de trabalho, de produção e de</p><p>engorda;</p><p>c) Serviços técnicos especializados, devidamente contratados, visando a elevar a</p><p>eficiência do uso dos recursos da propriedade ou exploração rural;</p><p>d) Insumos que contribuam destacadamente para a elevação da produtividade, tais</p><p>como: reprodutores, sementes e mudas selecionadas, corretivos do solo,</p><p>fertilizantes, vacinas e defensivos vegetais e animais;</p><p>e) Atividades que visem especificamente à elevação socioeconômica</p><p>do trabalhador</p><p>rural, tais como: casas de trabalhadores, prédios e galpões para atividades</p><p>recreativas, educacionais e de saúde;</p><p>f) Estradas que facilitem o acesso ou a circulação na propriedade;</p><p>g) Instalação de aparelhagem de comunicação e de energia elétrica;</p><p>h) Bolsas de estudo para formação de técnicos em atividades rurais, inclusive</p><p>gerentes de estabelecimentos e contabilistas.</p><p>Na aquisição de imóvel rural o custo da terra nua não constitui investimento da</p><p>atividade rural. Os gastos com a construção de escolas em propriedade rural e com</p><p>a educação dos filhos dos empregados podem ser deduzidos das receitas da</p><p>atividade rural, como investimentos e podem ser deduzidos como despesas para</p><p>efeito da apuração do resultado da atividade rural, desde que ocorridos</p><p>dentro da propriedade rural do contribuinte. Além disso, também podem ser</p><p>deduzidos os gastos com bolsas para a formação de técnicos em atividades rurais,</p><p>inclusive gerentes de estabelecimentos e contabilistas.</p><p>Desmatamento de Terras: Os valores pagos a título de desmate, enleiramento,</p><p>derrubada de árvores, catação de raízes etc., para implantação de culturas</p><p>permanentes, essências florestais e pastagens artificiais, constituem investimentos.</p><p>Alerte-se que, havendo recebimento de valores em virtude da posterior venda de</p><p>produtos da atividade rural, tais como madeira, lenha, carvão etc., retirados do</p><p>imóvel rural, o montante recebido deve ser tributado como receita da atividade rural.</p><p>Reprodutores e Matriz: O valor despendido com a compra de reprodutores ou</p><p>matrizes, inclusive P.O. (puro por origem) ou P.C. (puro por cruza), bem como de</p><p>alevinos, embriões e sêmen, pode ser considerado investimento no ano de sua</p><p>aquisição e, como tal, pode ser deduzido no mês em que se efetivarem as</p><p>despesas.</p><p>Também pode ser deduzida parte do valor correspondente a esses reprodutores ou</p><p>matrizes, quando adquiridos em sociedade ou condomínio.</p><p>Quotas de Cooperativa Rural: Não será considerado como despesas, o dispêndio</p><p>da aquisição de participação societária e deve ser incluído na ficha de Bens e</p><p>Direitos da Declaração de Ajuste Anual.</p><p>DISPOSIÇÕES GERAIS</p><p>45</p><p>Alienação da Propriedade Rural: Na alienação de propriedade rural pode ocorrer</p><p>a alienação apenas da terra nua (sobre a qual se apura o ganho de capital), ou da</p><p>terra nua mais benfeitorias. Caso o instrumento de transmissão identifique</p><p>separadamente o valor de alienação da terra nua e das benfeitorias e o custo</p><p>dessas benfeitorias (tanto as adquiridas pelo alienante quanto as por este</p><p>realizadas) tenha sido deduzido como custo ou despesa da atividade rural, o valor</p><p>de sua alienação deve ser oferecido a tributação como receita da atividade rural.</p><p>Quando o instrumento de transmissão não identificar separadamente o valor de</p><p>alienação da terra nua e das benfeitorias, o valor dessas deve ser apurado por meio</p><p>de cálculo específico.</p><p>Caso o custo das benfeitorias (tanto as adquiridas pelo alienante quanto as por este</p><p>realizadas) não tenha sido deduzido como custo ou despesa da atividade rural, o</p><p>seu valor integra o custo de aquisição para fins de apuração do ganho de capital,</p><p>sobre o valor total da alienação.</p><p>Venda de Benfeitorias e Bens: No caso de alienação de bens ou benfeitorias</p><p>juntamente com a terra nua, sem que o instrumento de transmissão identifique</p><p>separadamente o valor da terra nua, o valor de venda a ser atribuído aos bens ou</p><p>benfeitorias é determinado da maneira a seguir descrita.</p><p>1 - Contribuinte computou como despesa da atividade rural os bens ou benfeitorias:</p><p>a) Calcula-se o valor dos bens ou benfeitorias que foram deduzidos como custo ou</p><p>despesa na apuração do resultado da atividade rural atualizados pela variação da</p><p>UFIR, se adquiridos até 1994. A partir de 1995, pelo seu valor de aquisição.</p><p>b) Determina-se a relação percentual entre o valor dos bens ou benfeitorias</p><p>computadas como despesa, que corresponde ao total em reais apurado conforme a</p><p>alínea "a", e o custo total em reais do patrimônio alienado, ou seja, do imóvel rural</p><p>(terra nua e benfeitorias) somado ao dos bens;</p><p>c) Aplica-se o percentual apurado na alínea "b" sobre o valor de venda do</p><p>patrimônio, constante do instrumento de transmissão. Essa quantia deve ser</p><p>oferecida à tributação como receita da atividade rural e a diferença entre o valor de</p><p>venda e esta quantia será considerada valor de alienação da terra nua.</p><p>2 - Contribuinte não computou como despesa da atividade rural os bens ou</p><p>benfeitorias:</p><p>Nesse caso, os rendimentos auferidos na venda dos bens ou benfeitorias são</p><p>tributados como ganho de capital, a ser apurado separadamente, considerando-se:</p><p>a) Como custo de aquisição, o valor em reais constante na ficha de Bens e Direitos</p><p>de sua declaração de rendimentos, ou zero, caso não tenha sido incluído na ficha</p><p>de Bens e Direitos; e</p><p>b) Como valor de alienação, a parcela correspondente aos bens ou benfeitorias do</p><p>valor recebido na venda do patrimônio, a ser calculada da seguinte forma:</p><p> Determina-se a relação percentual entre o custo de aquisição em reais dos</p><p>bens ou benfeitorias e o custo total em reais do patrimônio alienado, ou seja,</p><p>do imóvel rural (terra nua e benfeitorias) somado ao dos bens. Caso os bens</p><p>ou benfeitorias não tenham sido incluídos na ficha de Bens e Direitos, o</p><p>46</p><p>contribuinte deve providenciar um laudo de avaliação de acordo com as</p><p>normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), relativo à data</p><p>da alienação, para determinar a relação percentual entre o valor dos bens ou</p><p>benfeitorias e o do patrimônio alienado;</p><p> Aplica-se o percentual apurado conforme o item anterior sobre o valor de</p><p>venda do patrimônio, constante do instrumento de transmissão.</p><p>A receita decorrente da venda de bens e benfeitorias deve ser sempre comprovada</p><p>por documentos reconhecidos pelas fiscalizações estaduais, por instrumentos de</p><p>transmissão, quando alienados juntamente com o imóvel rural, ou por documentos</p><p>hábeis e idôneos, inclusive recibos, onde necessariamente devem constar as</p><p>informações do adquirente, o preço, a data da operação e as condições de</p><p>pagamento.</p><p>Adiantamentos: O valor recebido por conta de adiantamento de recursos</p><p>financeiros, referente a produto rural a ser entregue em ano posterior, deve ser</p><p>informado em Apuração do Resultado Não Tributável do Demonstrativo da</p><p>Atividade Rural.</p><p>Como o contrato de compra e venda de coisa futura configura modalidade de ato</p><p>jurídico sob condição suspensiva, ou seja, modalidade em que a eficácia do ato</p><p>jurídico fica pendente de evento futuro, o fato gerador da obrigação tributária</p><p>somente ocorre com o implemento da condição, isto é, com a materialização da</p><p>coisa futura (produção rural) e sua venda ao financiador.</p><p>Dessa forma, a importância paga pela aquisição da produção, referente à parte</p><p>contratada que o produtor tenha recebido como antecipação, deve ser computada</p><p>como receita somente no mês do ano-calendário em que a condição se</p><p>implementar, ou seja, no mês em que a venda se concluir com a entrega efetiva dos</p><p>produtos.</p><p>Caso haja devolução de valor antes da efetiva entrega do produto rural, este valor</p><p>deve ser diminuído da importância recebida por conta da venda, porém, se houver</p><p>devolução após a entrega efetiva do produto rural, este valor constituirá despesa no</p><p>mês da devolução.</p><p>Devolução Caso a devolução ocorra no mesmo ano-calendário do pagamento da</p><p>aquisição, este valor deve ser diminuído da importância considerada como</p><p>despesa, porém, se houver a devolução no ano-calendário seguinte (ou seguintes),</p><p>este valor constituirá receita no mês do recebimento.</p><p>Recebimentos de órgãos Públicos: Os valores recebidos de órgãos públicos, tais</p><p>como auxílios, subvenções, subsídios, Aquisições do Governo Federal (AGF),</p><p>Prêmio Equalizador Pago ao Produtor (Pepro) e as indenizações recebidas do</p><p>Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Pro-Agro) são considerados</p><p>como receita da atividade rural no mês em que forem recebidos. Também</p><p>classificam-se</p><p>como receita da atividade rural os valores recebidos a título de</p><p>crédito tributário, como, por exemplo, as transferências de crédito de ICMS, quando</p><p>previstas nas respectivas legislações.</p><p>47</p><p>Sinistro de Bens Segurados: O valor recebido das companhias seguradoras,</p><p>nestes casos, deve ser considerado receita da atividade rural, com o mesmo efeito</p><p>de ter sido alienado, tendo em vista a anterior apropriação como custo ou despesa</p><p>daquela atividade.</p><p>Cooperativa: Como o ato cooperativo não implica operação de mercado, nem</p><p>contrato de compra e venda de mercadoria ou produto, e como a entrega de</p><p>produto rural do cooperado à sua cooperativa não significa mais do que a outorga</p><p>de poderes, o cômputo como receita e a tributação dos rendimentos deve ocorrer</p><p>no momento do recebimento do produto da venda de produto agropecuário</p><p>realizado pela sociedade cooperativa.</p><p>Ressalte-se que integram também a receita da atividade rural as sobras líquidas</p><p>decorrentes da comercialização de produtos agropecuários, apuradas na</p><p>demonstração de resultado do exercício - sobras ou perdas líquidas e quando</p><p>pagas, creditadas ou distribuídas pelas sociedades cooperativas de produção</p><p>agropecuária ou agroindustrial aos cooperados produtores rurais.</p><p>Integralização de Capital: A entrega de animais, produtos ou bens rurais para</p><p>integralização de capital em sociedade por quotas implica obtenção de receita e,</p><p>em consequência, deve compor o resultado da atividade rural. O valor pelo qual os</p><p>animais, produtos ou bens rurais forem transferidos deve ser incluído como receita</p><p>para apuração do rendimento tributável.</p><p>48</p><p>49</p><p>50</p><p>LIVRO CAIXA</p><p>Regra geral, o resultado da exploração da atividade rural exercida por pessoas</p><p>físicas é apurado através da escrituração do livro Caixa, abrangendo as receitas, as</p><p>despesas de custeio, os investimentos e demais valores que integram essa</p><p>atividade. Examinamos a seguir as normas gerais de escrituração e manutenção do</p><p>livro Caixa para comprovação do resultado da atividade.</p><p>A escrituração do livro Caixa deve ser efetuada abrangendo todas as unidades</p><p>rurais exploradas pelo contribuinte, de modo a permitir a apuração dos valores da</p><p>receita bruta e das despesas de custeio e dos investimentos que integram o</p><p>resultado da atividade rural. O resultado da atividade rural apurado pelas pessoas</p><p>físicas, quando positivo, integra à base de cálculo do Imposto de Renda devido, na</p><p>Declaração de Ajuste Anual, e quando negativo, constitui prejuízo compensável. É</p><p>considerado resultado da atividade rural a diferença entre os valores das receitas</p><p>recebidas e das despesas de custeio e dos investimentos pagos no ano-calendário</p><p>(regime de caixa).</p><p>51</p><p>Formalidades da Escrituração</p><p>Plano de Contas do Livro Caixa</p><p>Código 1.00.000 - Receita da Atividade Rural: As receitas da atividade rural</p><p>devem ser comprovadas por documentação hábil e idônea usualmente utilizada</p><p>nessa atividade, tais como nota fiscal de produtor, nota fiscal de entrada, notas</p><p>promissórias rurais vinculadas às notas fiscais de produtor e demais documentos</p><p>reconhecidos pelas fiscalizações estaduais e do Distrito Federal.</p><p>O contribuinte que realizar a entrega de produto rural em 2015, pelo qual tenha sido</p><p>recebido adiantamento de recursos financeiros em anos anteriores, deverá</p><p>escriturá-lo tanto no código 1.00.000 (Receita da Atividade Rural) como no 4.00.000</p><p>(Receita de Produtos Entregues no Ano Referente a Adiantamentos Recebidos até</p><p>o Ano Anterior). Estes recursos são computados como receita no mês da efetiva</p><p>entrega do produto, porém é feito um ajuste na Declaração de Ajuste Anual do IRPF</p><p>do exercício de 2015, ano-calendário de 2014, na disponibilidade de recursos</p><p>financeiros do período, por meio de seu registro na linha Receita(s) de produto(s)</p><p>entregue(s) em 2015 referente a adiantamento(s) recebido(s) até 2014, tendo em</p><p>vista que o recurso financeiro foi recebido antes de 2015.</p><p>Exemplo:</p><p>O produtor rural recebeu adiantamento de R$ 100.000,00, em 28/06/2014, por</p><p>conta de venda para entrega futura de café em 30/04/2015. Quando da entrega do</p><p>produto, em 30/04/2015, o contribuinte deve emitir a Nota Fiscal de Produtor, no</p><p>valor de R$ 100.000,00, que é receita da atividade rural e escriturada no Livro Caixa</p><p>sob o código 1.01.002. O valor de R$ 100.000,00 deverá também ser escriturado no</p><p>Livro Caixa, sob o código 4.00.001, como produtos entregues em 2015, referentes a</p><p>adiantamentos recebidos até 2014.</p><p>52</p><p>Código 2.00.000 - Despesas de Custeio e Investimentos: Podem ser</p><p>considerados despesas de custeio e investimentos os gastos, com computador,</p><p>telefone, fax, combustíveis, lubrificantes, salários, aluguéis, arrendamentos,</p><p>ferramentas, utensílios, corretivos e fertilizantes, defensivos agrícolas e animais,</p><p>rações, vacinas e medicamentos, impostos incidentes na atividade (exceto imposto</p><p>sobre a renda), taxas, contribuições para o INSS e demais encargos trabalhistas,</p><p>benfeitorias realizadas no imóvel (currais, casas, galpões, açudes, pastagens,</p><p>cercas, desmatamentos etc.), aquisição de tratores, equipamentos, implementos,</p><p>veículos de carga, utilitários rurais, reprodutores, matrizes, rebanho de cria e</p><p>engorda, desde que necessários ao desenvolvimento da atividade à expansão da</p><p>produção ou melhoria da produtividade agrícola.</p><p>Código 3.00.000 - Despesas não Dedutíveis: Não é obrigatória a escrituração de</p><p>valores com este código. Informe, se quer, as despesas não dedutíveis da receita</p><p>de atividade rural, como poupança para aquisição de bens por consórcio e as</p><p>despesas gerais não vinculadas à atividade rural.</p><p>Código 4.00.000 - Receita de Produtos Entregues no Ano Referente a</p><p>Adiantamentos Recebidos até o Ano Anterior: Neste grupo informe a receita</p><p>referente aos adiantamentos de recursos financeiros recebidos até 2014, relativos a</p><p>produtos entregues em 2015. O contribuinte que realizar entrega de produto em</p><p>2015, cujo adiantamento tenha sido recebido em anos anteriores, deve escriturá-lo</p><p>tanto no código 1.00.000 (Receita da Atividade Rural) como no 4.00.000 (Receita</p><p>de Produtos Entregues no Ano Referente a Adiantamentos Recebidos até o Ano</p><p>Anterior).</p><p>Código 5.00.000 - Adiantamentos Recebidos no Ano por Conta de Vendas</p><p>para Entrega Futura: Neste grupo informe os adiantamentos de recursos</p><p>financeiros que receber em 2015, relativos a produtos para entrega futura, a partir</p><p>de 2016, que serão computados como receita somente no mês da efetiva entrega</p><p>do produto.</p><p>Exemplo: O produtor rural recebe adiantamento de R$ 100.000,00, em 28/06/2015,</p><p>por conta de venda para entrega futura de café em 30/04/2016. Quando do</p><p>recebimento do adiantamento em 28/06/2015, o valor de R$ 100.000,00 deve ser</p><p>escriturado no Livro Caixa sob o código 5.00.001, como adiantamento recebido em</p><p>2015 por conta de venda para entrega futura. Quando da entrega do produto, em</p><p>30/04/2016, o contribuinte emite a Nota Fiscal de Produtor no valor de R$</p><p>100.000,00, que é escriturada no Livro Caixa, simultaneamente, como receita da</p><p>atividade rural, sob o código 1.01.002, e como produto entregue referente a</p><p>adiantamento sob o código 4.00.001.</p><p>Histórico: Informe o histórico relativo à conta selecionada, como, por exemplo, o</p><p>número e o tipo da nota fiscal, nos casos de compra ou venda, e os dados</p><p>53</p><p>constantes do recibo, no caso de realização de despesas, inclusive a descrição e a</p><p>quantidade da mercadoria e/ou serviço correspondente.</p><p>Valor: Informe o valor da receita/despesa na moeda de origem do país</p><p>correspondente a este Livro Caixa.</p><p>Totais: Durante a escrituração, para verificar os totais dos lançamentos no mês,</p><p>clique sobre o botão</p><p>Autenticação: O livro Caixa não depende de registro ou autenticação em qualquer</p><p>órgão.</p><p>Compensação de Prejuízos: Para compensação de prejuízo acumulado, a pessoa</p><p>física deve manter escrituração do livro Caixa, mesmo que esteja dispensada desta</p><p>obrigação. A não escrituração terá como consequência</p><p>a perda do direito à</p><p>compensação do prejuízo acumulado.</p><p>Arbitramento do Resultado: À opção do contribuinte, o resultado da atividade</p><p>rural, quando positivo, será limitado a 20% da receita bruta do ano-calendário.</p><p>Todavia, neste caso, o contribuinte perderá o direito à compensação do total dos</p><p>prejuízos correspondentes aos anos-calendário anteriores ao da opção.</p><p>A falta de escrituração do livro Caixa implicará no arbitramento do resultado da</p><p>atividade rural à razão de 20% da receita bruta do ano-calendário.</p><p>Insuficiência de Caixa: O contribuinte que, tendo escriturado as receitas e as</p><p>despesas e investimentos da atividade rural, encontrar insuficiência de caixa em</p><p>qualquer mês do ano-calendário deverá justificá-la inequivocamente pelos</p><p>rendimentos das demais atividades, rendimentos tributados exclusivamente na</p><p>fonte ou isentos e por adiantamentos ou empréstimos, subsídios e subvenções</p><p>obtidos, coincidentes em datas e valores, comprovados por documentação idônea.</p><p>54</p><p>55</p><p>56</p><p>57</p><p>58</p><p>59</p><p>IRPF</p><p>Pessoa Física:</p><p> Incidência do Imposto de Renda (Declaração de Ajuste Anual - DAA);</p><p>60</p><p> Tributação PF permite: Apuração direto com base no resultado da atividade 20%</p><p>da receita bruta;</p><p> Aplicativo Livro Caixa da Atividade Rural, disponibilizado pela Receita Federal</p><p>(todo ano);</p><p> Escriturar em livro caixa o registro das receita e despesas da atividade rural.</p><p>Exceção: receita bruta inferior a R$ 56.000,00 esta dispensada da escrituração</p><p>do livro caixa.</p><p> resultado da exploração da atividade rural exercida pela pessoa física é apurado</p><p>mediante a escrituração do livro-caixa, abrangendo as receitas, as despesas, os</p><p>investimentos e demais valores que integram a atividade.</p><p> A escrituração e a apuração devem ser feitas separadamente, por contribuinte e</p><p>por país, em relação a todas as unidades rurais exploradas individualmente, em</p><p>conjunto ou em comunhão em decorrência do regime de casamento.</p><p> Também é permitido à pessoa física apurar o resultado pela forma contábil.</p><p>Nesse caso, deve efetuar os lançamentos em livros próprios de contabilidade,</p><p>necessários para cada tipo de atividade (Diário, Caixa, Razão etc.), de acordo</p><p>com as normas contábeis, comerciais e fiscais pertinentes a cada um dos livros</p><p>utilizados.</p><p> Obrigado a guardar documentos, notas, recibos, comprovantes e quaisquer</p><p>outros que justifiquem o apuração do resultado da atividade rural.</p><p> Ressalte-se que, no caso de exploração de uma unidade rural por mais de uma</p><p>pessoa física, cada produtor rural deve escriturar as parcelas da receita, da</p><p>despesa de custeio, dos investimentos e dos demais valores que integram a</p><p>atividade rural que lhe caibam.</p><p> A Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB) disponibiliza o programa</p><p>aplicativo Livro-Caixa da Atividade Rural para pessoa física que exerça a</p><p>atividade rural no Brasil ou no exterior, o qual permite a escrituração pelo</p><p>sistema de processamento eletrônico, no sítio <http://rfb.gov.br>.</p><p>Perguntão IRPF 2023</p><p>ATIVIDADE RURAL — CONCEITOS GERAIS</p><p>TRIBUTAÇÃO DO RESULTADO DA ATIVIDADE RURAL 470 — Como é tributado o resultado da</p><p>atividade rural?</p><p>61</p><p>O resultado da atividade rural, quando positivo, integrará a base de cálculo do imposto</p><p>na Declaração de Ajuste Anual. Para sua apuração, as receitas, as despesas e os</p><p>investimentos são computados mensalmente pelo regime de caixa.</p><p>(Lei nº 8.023, de 12 de abril de 1990, art. 7º; Lei nº 9.250, de 26 de dezembro de</p><p>1995, art. 9º; Regulamento do Imposto sobre a Renda – RIR/2018, arts. 50, 60 e 61,</p><p>aprovado pelo Decreto nº 9.580, de 22 de novembro de 2018; e Instrução Normativa</p><p>SRF nº 83, de 11 de outubro de 2001, arts. 1º e 11)</p><p>O resultado da exploração da atividade rural exercida pela pessoa física é apurado</p><p>mediante a escrituração do livro-caixa, abrangendo as receitas, as despesas, os</p><p>investimentos e demais valores que integram a atividade.</p><p>A escrituração e a apuração devem ser feitas separadamente, por contribuinte e por</p><p>país, em relação a todas as unidades rurais exploradas individualmente, em conjunto</p><p>ou em comunhão em decorrência do regime de casamento.</p><p>Quando a receita bruta total auferida no ano-calendário não exceder a R$ 56.000,00, é</p><p>permitida a apuração mediante prova documental, dispensada a escrituração do livro-</p><p>caixa, encontrando-se o resultado pela diferença entre o total das receitas e o das</p><p>despesas/investimentos.</p><p>Também é permitido à pessoa física apurar o resultado pela forma contábil. Nesse</p><p>caso, deve efetuar os lançamentos em livros próprios de contabilidade, necessários</p><p>para cada tipo de atividade (Diário, Caixa, Razão etc.), de acordo com as normas</p><p>contábeis, comerciais e fiscais pertinentes a cada um dos livros utilizados.</p><p>Ressalte-se que, no caso de exploração de uma unidade rural por mais de uma pessoa</p><p>física, cada produtor rural deve escriturar as parcelas da receita, da despesa de</p><p>custeio, dos investimentos e dos demais valores que integram a atividade rural que lhe</p><p>caibam.</p><p>A Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil (RFB) disponibiliza o programa</p><p>aplicativo Livro-Caixa da Atividade Rural para pessoa física que exerça a atividade rural</p><p>no Brasil ou no exterior, o qual permite a escrituração pelo sistema de processamento</p><p>eletrônico, no site http://www.gov.br/receitafederal/pt-br.</p><p>(Lei nº 9.250, de 26 de dezembro de 1995, art. 18; Regulamento do Imposto sobre a</p><p>Renda – RIR/2018, art. 53, aprovado pelo Decreto nº 9.580, de 22 de novembro de</p><p>2018; e Instrução Normativa SRF nº 83, de 11 de outubro de 2001, arts. 22 a 25)</p><p>A escrituração consiste em assentamentos das receitas, despesas de custeio,</p><p>investimentos e demais valores que integram a atividade rural, em livro-caixa. As</p><p>insuficiências de caixa apuradas devem estar inequivocamente justificadas pelos</p><p>rendimentos das demais atividades, rendimentos tributados exclusivamente na fonte ou</p><p>62</p><p>isentos e por adiantamentos ou empréstimos, subsídios e subvenções obtidos,</p><p>coincidentes em datas e valores, comprovados por documentação hábil e idônea.</p><p>É permitida a escrituração do livro-caixa pelo sistema de processamento eletrônico,</p><p>com subdivisões numeradas em ordem sequencial ou tipograficamente.</p><p>O livro-caixa independe de registro em órgão da Secretaria Especial da Receita</p><p>Federal do Brasil (RFB) ou em qualquer repartição pública, deve ser numerado</p><p>sequencialmente e conter, no início e no encerramento, anotações em forma de</p><p>"Termos" que identifiquem o contribuinte e a finalidade do livro.</p><p>A RFB disponibiliza o programa aplicativo do Livro-Caixa da Atividade Rural para</p><p>pessoa física que exerça a atividade rural no Brasil ou no exterior, no site</p><p>http://www.gov.br/receitafederal/pt-br.</p><p>(Regulamento do Imposto sobre a Renda – RIR/2018, art. 53, aprovado pelo</p><p>Decreto nº 9.580, de 22 de novembro de 2018; e Instrução Normativa SRF nº 83, de 11</p><p>de outubro de 2001, art. 23, §§ 1º, 2º e 3º)</p><p>Deve entregar o arquivo digital com a escrituração LCDPR a pessoa física que explora</p><p>a atividade rural e obteve, no ano-calendário de 2022, individualmente, receita bruta</p><p>total da atividade rural em valor superior a R$ 4.800.000,00 (quatro milhões e</p><p>oitocentos mil reais).</p><p>Atenção:</p><p>A escrituração do Livro Caixa Digital do Produtor Rural deve ser realizada conforme o</p><p>leiaute vigente e o manual de preenchimento divulgados pela Coordenação-Geral de</p><p>Programação e Estudos (Copes) da Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil</p><p>(RFB), devendo a entrega do arquivo digital do LCDPR ser realizada até o final do</p><p>prazo de apresentação da Declaração de Ajuste Anual do respectivo ano-calendário.</p><p>O contribuinte que auferir, no ano-calendário, receita bruta total da atividade rural</p><p>inferior à prevista para o ano-calendário, mesmo desobrigado, poderá escriturar e</p><p>entregar o LCDPR.</p><p>O produtor rural pessoa física, obrigado à entrega do LCDPR, que</p><p>deixar de apresenta-</p><p>lo até o fim do prazo de apresentação da DAA do respectivo ano-calendário, ou o</p><p>apresentar com incorreções ou omissões, estará sujeito às multas previstas no art. 57</p><p>da Medida Provisória nº 2.158-35, de 24 de agosto de 2001.</p><p>(Instrução Normativa SRF nº 83, de 11 de outubro de 2001, arts. 23-A e 23-B)</p><p>Verificar perguntas da 475 até 515 do Livro Perguntão do IRPF 2023</p><p>63</p><p>2.2 INSS Produtor PF</p><p>PRODUTOR RURAL: Produtor rural é a pessoa física, que desenvolve, em área</p><p>urbana ou rural, a atividade agropecuária, pesqueira ou silvicultural, bem como a</p><p>extração de produtos primários, vegetais ou animais, em caráter permanente ou</p><p>temporário, diretamente ou por intermédio de prepostos, sendo:</p><p>a) o segurado especial que, na condição de proprietário, parceiro, meeiro,</p><p>comodatário ou arrendatário, pescador artesanal ou a ele assemelhado, exerce a</p><p>atividade individualmente ou em regime de economia familiar, ainda que com o</p><p>auxílio eventual de terceiros, bem como seus respectivos cônjuges ou</p><p>companheiros e filhos maiores de 16 anos ou a eles equiparados, desde que</p><p>trabalhem comprovadamente com o grupo familiar;</p><p>b) a pessoa física, proprietária ou não, que explora atividade agropecuária (agrícola,</p><p>pastoril ou hortifrutigranjeira) ou pesqueira, em caráter permanente ou temporário,</p><p>diretamente ou por intermédio de prepostos e com auxílio de empregados,</p><p>utilizados a qualquer título, ainda que de forma não contínua.</p><p>PRODUÇÃO RURAL: Considera-se produção rural os produtos de origem animal</p><p>ou vegetal, em estado natural ou submetidos a processos de beneficiamento ou</p><p>industrialização rudimentar, assim compreendidos, entre outros, os processos de</p><p>lavagem, limpeza, descaroçamento, pilagem, descascamento, lenhamento,</p><p>pasteurização, resfriamento, secagem, fermentação, embalagem, cristalização,</p><p>fundição, carvoejamento, cozimento, destilação, moagem, torrefação, bem como os</p><p>subprodutos e os resíduos obtidos através desses processos.</p><p>Subprodutos e Resíduos: Subprodutos e resíduos são aqueles que, mediante</p><p>processo de beneficiamento ou de industrialização rudimentar de produto rural</p><p>original, surgem sobre nova forma, tais como a casca, o farelo, a palha, o pelo e o</p><p>caroço, dentre outros.</p><p>Excremento de Animais: O excremento de animais, quando comercializado, é</p><p>considerado produto rural para efeito de incidência das contribuições sociais, em</p><p>razão de característica e origem próprias.</p><p>CONTRIBUIÇÃO SOBRE A PRODUÇÃO RURAL</p><p>A legislação determina que as contribuições sociais incidentes sobre a receita bruta</p><p>proveniente da comercialização da produção rural, industrializada ou não,</p><p>substituem as contribuições sociais incidentes sobre a folha de pagamento dos</p><p>segurados empregados e trabalhadores avulsos, previstas nos incisos I (CPP –</p><p>Contribuição Patronal Previdenciária de 20%) e II (Gilrat – Grau de Incidência de</p><p>Incapacidade Laborativa Decorrente dos Riscos Ambientais do Trabalho de 1%, 2%</p><p>ou 3%) do artigo 22 da Lei 8.212/91, sendo devidas por produtores rurais pessoa</p><p>física.</p><p>64</p><p>Alíquotas: O produtor rural que recolhe a contribuição previdenciária devida sobre</p><p>a comercialização dos produtos rurais, o faz considerando a forma como este está</p><p>constituído, ou seja, pessoa física.</p><p>A alíquota de contribuição previdenciária incidente sobre a receita bruta proveniente</p><p>da comercialização da sua produção, em substituição à contribuição sobre a folha</p><p>de salários (20% de CPP e 1%, 2% ou 3% de Gilrat), para o produtor rural pessoa</p><p>física, desde 1-1-2018, é 1,5%, no código FPAS 744, sendo:</p><p>a) 1,2% para custear os benefícios do trabalhador rural;</p><p>b) 0,1% para o financiamento da complementação das prestações por acidente do</p><p>trabalho;</p><p>c) 0,2% destinado ao Senar.</p><p>Vale lembrar que o produtor rural, pessoa física equiparado a autônomo</p><p>(contribuinte individual), empregador, que contribui sobre a receita bruta da</p><p>comercialização da produção, ainda deverá recolher, com o código FPAS 604, a</p><p>contribuição de terceiros (código de terceiros 0003), no total de 2,7%, que</p><p>corresponde a 2,5% de Salário-Educação e 0,2% de Incra – Instituto Nacional de</p><p>Colonização e Reforma Agrária, incidente sobre a folha de pagamento, e a</p><p>contribuição previdenciária de 8%, 9% ou 11% descontada dos empregados.</p><p>Opção pela Contribuição sobre s Receita ou Folha de Salários: Com base nas</p><p>alterações promovidas pela Lei 13.606/2018, o produtor rural pessoa física que se</p><p>dedique à produção rural poderá optar por contribuir sobre a receita bruta</p><p>proveniente da comercialização da produção rural ou sobre a folha de salários,</p><p>manifestando sua opção mediante o pagamento da contribuição previdenciária</p><p>relativa a janeiro de cada ano, ou à primeira competência subsequente ao início da</p><p>atividade rural, e será irretratável para todo o ano-calendário.</p><p>A opção pelo recolhimento da contribuição previdenciária sobre a folha de salários</p><p>abrangerá todos os imóveis em que exerça atividade rural.</p><p>O produtor rural pessoa física que fizer a opção do recolhimento previdenciário</p><p>sobre a folha de salários deverá apresentar à empresa adquirente, consumidora,</p><p>consignatária ou cooperativa, ou à pessoa física adquirente não produtora rural, a</p><p>declaração de que recolhe as contribuições previdenciárias desta forma, conforme</p><p>modelo.</p><p>ANEXO</p><p>65</p><p>O empregador rural pessoa física equiparado a autônomo (contribuinte individual),</p><p>empregador, que optar por contribuir sobre a folha de pagamento, fica obrigado às</p><p>seguintes contribuições:</p><p>a) 20% sobre o total da remuneração paga, devida ou creditada a empregados e</p><p>trabalhadores avulsos a seu serviço;</p><p>b) 20% sobre a remuneração de contribuintes individuais (trabalhadores</p><p>autônomos) a seu serviço;</p><p>c) Contribuição destinada ao financiamento da aposentadoria especial e dos</p><p>benefícios concedidos em razão do Gilrat, incidente sobre a remuneração de</p><p>empregados e trabalhadores avulsos;</p><p>d) 2,5% a título de Salário-Educação sobre o total da remuneração paga, devida ou</p><p>creditada a empregados e trabalhadores avulsos a seu serviço;</p><p>e) 0,2% para o Incra sobre o total da remuneração paga, devida ou creditada a</p><p>empregados e trabalhadores avulsos a seu serviço;</p><p>f) 0,2% para o Senar sobre a comercialização da produção rural.</p><p>RESPONSABILIDADE PELO RECOLHIMENTO:</p><p>As contribuições sociais incidentes sobre a receita bruta oriunda da comercialização</p><p>da produção são devidas pelo produtor rural, sendo a responsabilidade pelo</p><p>recolhimento do produtor rural, pessoa física, e do segurado especial, quando</p><p>comercializarem a produção diretamente com:</p><p>66</p><p>a) Adquirente domiciliado no exterior (exportação), observado que não há incidência</p><p>das contribuições previdenciárias sobre as receitas decorrentes de exportação de</p><p>produtos, cuja comercialização ocorra a partir de 12-12-2001;</p><p>b) Consumidor pessoa física, no varejo;</p><p>c) Outro produtor rural pessoa física;</p><p>d) Outro segurado especial.</p><p>O produtor rural pessoa física e o segurado especial também serão responsáveis</p><p>pelo recolhimento da contribuição, quando venderem a destinatário incerto ou</p><p>quando não comprovarem, formalmente, o destino da produção.</p><p>Da mesma forma, o produtor rural pessoa física e o segurado especial são</p><p>obrigados a recolher, diretamente, a contribuição incidente sobre a receita bruta</p><p>proveniente:</p><p>a) Da comercialização de artigos de artesanato elaborados com matéria-prima</p><p>produzida pelo respectivo grupo familiar;</p><p>b) De comercialização de artesanato ou do exercício de atividade artística; e</p><p>c) De serviços prestados, de equipamentos utilizados e de produtos</p><p>comercializados no imóvel rural, desde que em atividades turística e de</p><p>entretenimento desenvolvidas no próprio imóvel, inclusive hospedagem,</p><p>alimentação, recepção, recreação e atividades pedagógicas, bem como taxa de</p><p>visitação e serviços especiais.</p><p>A obrigação de reter e recolher a contribuição previdenciária da produção rural,</p><p>recaíra para:</p><p>a) A empresa adquirente, inclusive se agroindustrial,</p><p>consumidora, consignatária ou</p><p>da cooperativa, na condição de sub-rogada nas obrigações do produtor rural,</p><p>pessoa física, e do segurado especial;</p><p>b) Os órgãos públicos da administração direta, das autarquias e das fundações de</p><p>direito público que ficam sub-rogados nas obrigações do produtor rural pessoa</p><p>física e do segurado especial, quando adquirirem a produção rural, ainda que para</p><p>consumo, ou comercializarem a recebida em consignação, diretamente dessas</p><p>pessoas ou por intermediário pessoa física;</p><p>c) A pessoa física adquirente não produtora rural, na condição de sub-rogada no</p><p>cumprimento das obrigações do produtor rural pessoa física e do segurado</p><p>especial, quando adquirir produção para venda no varejo, a consumidor pessoa</p><p>física.</p><p>A responsabilidade da empresa adquirente, consumidora ou consignatária ou da</p><p>cooperativa prevalece quando a comercialização envolver produção rural de pessoa</p><p>física ou de segurado especial, qualquer que seja a quantidade,</p><p>independentemente de ter sido realizada diretamente com o produtor ou com o</p><p>intermediário, pessoa física.</p><p>A sub-rogação é a condição que se reveste a empresa adquirente, consumidora,</p><p>consignatária ou a cooperativa que, por expressa disposição de Lei, torna-se</p><p>diretamente responsável pelo recolhimento das contribuições devidas pelo produtor</p><p>rural pessoa física e pelo segurado especial.</p><p>67</p><p>Não Cabe Retenção: No caso de aquisição de produção de produtor rural pessoa</p><p>física que fizer a opção pelo recolhimento sobre a folha de salários e que comprovar</p><p>a opção por meio da declaração, em relação a cada ano, não há contribuição</p><p>previdenciária a ser retida sobre a comercialização da produção rural pela empresa</p><p>adquirente, inclusive se agroindustrial, consumidora, consignatária ou da</p><p>cooperativa, na condição de sub-rogada nas obrigações do produtor rural pessoa</p><p>física.</p><p>3 Livro Caixa da Atividade Rural</p><p>O Livro Caixa Digital do Produtor Rural (LCDPR) foi instituído pela Instrução</p><p>Normativa RFB no 1.848, de 28 de novembro de 2018, que alterou a Instrução</p><p>Normativa SRF nº 83, de 11 de outubro de 2001.</p><p>O resultado da exploração da atividade rural no Brasil deverá ser apurado</p><p>mediante escrituração do LCDPR, que deverá abranger as receitas, as despesas de</p><p>custeio, os investimentos e demais valores que integram a atividade desenvolvida</p><p>no país.</p><p>O produtor rural que auferir, durante o ano, receita bruta total da atividade rural</p><p>superior ao limite estabelecido, deverá entregar arquivo digital que contém o</p><p>LCDPR até o final do prazo de entrega da declaração do Imposto sobre a Renda da</p><p>Pessoa Física referente ao respectivo ano-calendário.</p><p>Observa-se que o limite de receita bruta deve abranger todas as unidades rurais</p><p>exploradas pelo contribuinte, de modo a permitir a apuração do resultado da</p><p>atividade rural que deverá ser informado em campo próprio na ficha Atividade Rural</p><p>da Declaração de Ajuste Anual do Imposto de Renda da Pessoa Física (DIRPF).</p><p>Os dados da atividade rural desenvolvida no exterior devem ser informados</p><p>diretamente no campo Atividade Rural da DIRPF, não sendo lançados no LCDPR</p><p>do ano-calendário de 2019.</p><p>O LCDPR deverá ser assinado digitalmente, por meio de certificado digital</p><p>válido, emitido por entidade credenciada pela Infraestrutura de Chaves Públicas</p><p>Brasileira (ICP-Brasil), a fim de garantir a autoria do documento digital.</p><p>O produtor rural que auferir, durante o ano, receita bruta total da atividade rural</p><p>inferior ao limite estabelecido, ainda que desobrigado, poderá entregar arquivo</p><p>digital que contém o LCDPR.</p><p>68</p><p>3.1 Instruções de Preenchimento</p><p>3.2 Apresentação do Programa</p><p>O resultado da exploração da atividade rural é apurado mediante escrituração,</p><p>manual ou eletrônica, do Livro Caixa, abrangendo as receitas, as despesas de custeio,</p><p>os investimentos e os demais valores que integram a atividade rural do declarante.</p><p>Quando a receita bruta total auferida no ano-calendário não exceder a R$ 56.000,00</p><p>é facultada a apuração mediante prova documental, dispensada a escrituração do Livro</p><p>Caixa, exceto na hipótese de apuração de prejuízo para compensação futura.</p><p>O Livro Caixa independe de registro ou autenticação em qualquer órgão.</p><p>A escrituração do Livro Caixa é baseada em documentos hábeis e idôneos a</p><p>comprovar tanto as receitas quanto as despesas de custeio, os investimentos e os</p><p>demais valores que integram a atividade rural do declarante.</p><p>O programa Livro Caixa da Atividade Rural oferece as seguintes vantagens:</p><p>- escrituração eletrônica do Livro Caixa;</p><p>- impressão do Livro Caixa, com termos de abertura e de encerramento;</p><p>- orientações sobre o preenchimento do Livro Caixa;</p><p>69</p><p>- totalização mensal das receitas, despesas de custeio, investimentos,</p><p>adiantamentos financeiros recebidos no ano e receitas dos produtos entregues por</p><p>conta de adiantamentos financeiros de anos anteriores;</p><p>- razão com a relação das contas e seus respectivos lançamentos e saldos;</p><p>- gravação de dados para serem exportados para a Declaração de Ajuste Anual do</p><p>IRPF do exercício de 2024, ano-calendário de 2023;</p><p>- importação de dados cadastrais do Livro Caixa de 2022;</p><p>- gravação e recuperação de cópia de segurança.</p><p>3.3 Instruções Gerais</p><p>O resultado da exploração da atividade rural deve ser apurado mediante</p><p>escrituração, manual ou eletrônica, do Livro Caixa, referente às receitas e às despesas</p><p>de custeio, investimentos e demais valores que integram a atividade rural do</p><p>declarante.</p><p>O resultado positivo da Atividade Rural é tributado na Declaração de Ajuste Anual</p><p>do Imposto sobre a Renda da Pessoa Física. Dessa forma, os dados consolidados do</p><p>Livro Caixa, que constam na ficha Consolidação de Receitas e Despesas, devem ser</p><p>transportados para o IRPF2024 mediante a opção Ferramentas...Exportar para o</p><p>IRPF2024 na barra de menu ou Exportar para o IRPF2024 na barra lateral ou</p><p>pressionando as teclas Ctrl+X ou por sua digitação diretamente na ficha de Receitas e</p><p>Despesas do Demonstrativo da Atividade Rural do IRPF2024.</p><p>Quando a receita bruta total auferida no ano-calendário não exceder a R$ 56.000,00, é</p><p>facultada a apuração mediante prova documental, dispensada a escrituração do Livro</p><p>Caixa, exceto na hipótese de apuração de prejuízo para compensação futura.</p><p>O Livro Caixa independe de registro ou autenticação em qualquer órgão.</p><p>A escrituração do Livro Caixa deve ser baseada em documentos hábeis e idôneos a</p><p>comprovar tanto a receita quanto as despesas de custeio, investimentos e demais</p><p>valores que integram a atividade rural do declarante.</p><p>Os arrendatários, os condôminos e os parceiros na exploração da atividade rural</p><p>devem apurar o resultado nas formas previstas na legislação correspondente,</p><p>separadamente, na proporção dos rendimentos e despesas ou investimentos que</p><p>couberem a cada um, observada a comprovação dessas condições mediante escritura</p><p>ou contrato por escrito.</p><p>70</p><p>O resultado da atividade rural produzido em bens comuns ao casal, em decorrência</p><p>do regime de casamento, deve ser apurado e tributado pelos cônjuges relativamente à</p><p>sua parte. Opcionalmente, esse resultado pode ser tributado pelo total na declaração</p><p>de um dos cônjuges, junto com a totalidade dos demais rendimentos comuns, caso o</p><p>regime de casamento seja comunhão de bens.</p><p>O resultado obtido por um dos cônjuges na condição de arrendatário, condômino ou</p><p>parceiro, quando a unidade rural não pertencer ao casal, deve ser apurado e tributado</p><p>integralmente pelo titular dessa atividade, salvo no caso de opção pela declaração em</p><p>conjunto.</p><p>3.4 Atividade Exercida no Brasil e no Exterior</p><p>Este programa pode ser utilizado para escrituração separadamente do Livro Caixa</p><p>da Atividade Rural no Brasil e no exterior. A escrituração de receitas e despesas de</p><p>imóvel rural situado no exterior deve ser informada mês a mês pelo contribuinte, na</p><p>moeda do país onde o imóvel estiver localizado, com base em cada documento válido</p><p>segundo a legislação deste</p><p>país.</p><p>No caso de imóveis rurais situados em países distintos, o contribuinte deve fazer</p><p>uma escrituração para cada país.</p><p>O resultado positivo da atividade rural exercida no exterior, por residente ou</p><p>domiciliado no Brasil, não pode ser compensado com o resultado negativo (prejuízo)</p><p>obtido por ele no Brasil. Também não pode ser compensado o resultado negativo</p><p>(prejuízo) obtido no exterior com resultado positivo obtido no Brasil. No entanto podem</p><p>ser compensados os resultados positivos e negativos de atividade rural exercida no</p><p>exterior quando o mesmo contribuinte possuir imóveis rurais situados em diversos</p><p>países.</p><p>São aplicadas para a escrituração da atividade rural no exterior as mesmas normas</p><p>previstas para exploração da atividade rural no Brasil.</p><p>3.5 O Que Deve Ser Escriturado</p><p>Devem ser escriturados os rendimentos recebidos individualmente, em parceria rural</p><p>ou em condomínio, relativamente à exploração das seguintes atividades:</p><p>a) criação, recriação ou engorda de animais de médio e grande porte;</p><p>b) cultura do solo, seja qual for a natureza do produto cultivado;</p><p>71</p><p>c) apicultura, avicultura, cunicultura, piscicultura, sericicultura, suinocultura ou</p><p>quaisquer outras culturas de pequenos animais, inclusive a captura e venda in natura</p><p>de pescado;</p><p>d) extração e exploração vegetal e animal;</p><p>e) transformação de produtos agrícolas ou pecuários, sem que sejam alteradas a</p><p>composição e as características do produto in natura (exemplo: transformação de grãos</p><p>em farinha ou farelo; pasteurização e acondicionamento de leite, transformação de leite</p><p>em queijo, manteiga ou requeijão; produção de suco de frutas acondicionado em</p><p>embalagem de apresentação; transformação de frutas em doces etc.), quando feita</p><p>pelo próprio agricultor ou criador e seus familiares e empregados, dentro do imóvel</p><p>rural, com equipamentos e utensílios usualmente empregados nas atividades rurais,</p><p>desde que utilizada, exclusivamente, matéria-prima produzida na propriedade rural</p><p>explorada;</p><p>f) cultivo de florestas.</p><p>Se a transformação dos produtos não for feita nas condições referidas na letra "e", os</p><p>rendimentos auferidos na venda são tributados como ganho de capital, se esta</p><p>atividade não for exercida com habitualidade, ou, se houver habitualidade e fim</p><p>especulativo de lucro, a pessoa física é considerada empresário (empresa individual)</p><p>equiparado à pessoa jurídica, sendo seus rendimentos tributados nessa condição.</p><p>O contribuinte pode considerar, como receita da atividade rural, somente a venda de</p><p>produtos e subprodutos dela decorrentes. Não são consideradas como receita da</p><p>atividade rural as provenientes do aluguel ou arrendamento de imóvel rural, pastos ou</p><p>máquinas e instrumentos agrícolas, bem como da prestação de serviços de transporte</p><p>de produtos de terceiros, as quais devem ser incluídas com os demais rendimentos</p><p>tributáveis na Declaração de Ajuste Anual do Imposto sobre a Renda da Pessoa Física.</p><p>Não se caracteriza como atividade rural a compra de rebanho bovino e sua posterior</p><p>venda com permanência em poder do contribuinte por prazo inferior a 52 dias, quando</p><p>em regime de confinamento, ou 138 dias, nos demais casos.</p><p>Ainda que esteja dispensado da escrituração do Livro Caixa, o contribuinte deve,</p><p>quando solicitado pela autoridade fiscal, comprovar a veracidade das receitas e das</p><p>despesas mediante documentação hábil e idônea que identifique o adquirente ou o</p><p>beneficiário, o valor e a data da operação.</p><p>3.6 Fichas do Programa</p><p>Fichas do Livro Caixa Identificação do Contribuinte</p><p>Nome</p><p>72</p><p>O nome do contribuinte é transportado do quadro Novo Contribuinte. O programa</p><p>permite alteração nesse campo.</p><p>Inscrições Estaduais/Municipais</p><p>Informe, se houver, o número da inscrição estadual ou municipal, com até 20 dígitos,</p><p>correspondente a sua inscrição como produtor rural e selecione a respectiva sigla da</p><p>Unidade da Federação (UF).</p><p>Informe também o número do Cadastro Imobiliário Brasileiro CIB e o Nome do imóvel</p><p>rural. (No caso dos imóveis rurais, o CIB é gerado pelo cadastro de origem, no caso o</p><p>Número do Imóvel na Receita Federal - NIRF).</p><p>No caso de mais de uma inscrição estadual ou municipal, informe esses números e a</p><p>respectiva sigla da UF.</p><p>Se a atividade rural for exercida no exterior, este campo não é habilitado.</p><p>Endereço</p><p>O endereço deve estar completo, contendo o tipo e nome do logradouro, número,</p><p>complemento (bloco, apartamento etc), bairro ou distrito onde mora. UF</p><p>Clique na seta, selecione a UF e clique outra vez na UF escolhida.</p><p>Se o endereço for no exterior este campo não deve ser preenchido.</p><p>Município</p><p>O programa mostra a relação dos municípios da UF informada em ordem alfabética.</p><p>Clique na seta e selecione o município de seu endereço. Para facilitar a busca, digite a</p><p>primeira letra do município.</p><p>CEP</p><p>Informe o CEP com 8 (oito) dígitos, conforme tabela da Empresa de Correios e</p><p>Telégrafos (ECT). Ao lado deste campo, há um botão Consulta CEP que, ao ser</p><p>acionado, mostra o sítio dos correios, desde que o contribuinte esteja conectado à</p><p>internet.</p><p>Se o endereço for no exterior este campo não deve ser preenchido.</p><p>DDD/Telefone</p><p>Informe o número do DDD da localidade, com 2 (dois) dígitos, e o número do telefone,</p><p>com até 9 (nove) dígitos.</p><p>73</p><p>Se o endereço for no exterior este campo não deve ser preenchido.</p><p>País</p><p>Nome da Moeda</p><p>O nome do país é transportado do quadro Novo Contribuinte e o programa não permite</p><p>alteração nesse campo. Caso tenha havido erro na seleção do país, exclua o</p><p>respectivo Livro Caixa e insirao novamente com o país correto.</p><p>Informe o nome da moeda de origem do país caso o imóvel rural esteja no exterior.</p><p>Botão:</p><p>Ajuda</p><p>Exibe o texto do ajuda relativo à ficha.</p><p>Escrituração</p><p>Em cada utilização da ficha Escrituração, a tela correspondente indica o mês em curso,</p><p>conforme configuração de data do sistema operacional de seu computador.</p><p>Nessa ficha é mostrado na tela conforme o preenchimento dos dados já escriturados</p><p>pelo contribuinte, constando a data, conta, histórico, entrada ou saída conforme tipo de</p><p>conta e o saldo. O quadro Totais é preenchido pelo programa com a soma dos valores</p><p>consolidados no mês por grupo de contas.</p><p>Para iniciar a escrituração no mês em curso, selecione a Aba do mês que pretende</p><p>preencher e, em seguida, clique no botão Novo e informe data, conta, histórico e valor</p><p>e, em seguida, clique no botão OK para encerrar o preenchimento dos dados. Caso já</p><p>exista(m) algum(ns) dado(s) relacionado(s), é possível alterá-lo(s) ou excluí-lo(s). Para</p><p>alterá-lo(s), selecione a linha onde consta(m) o(s) campo(s) a ser(em) alterado(s) e</p><p>clique no botão Editar e para excluí-los, selecione a linha e clique no botão Excluir.</p><p>Atenção:</p><p>Ao optar por excluir, todas as informações preenchidas nos campos da linha</p><p>selecionada serão excluídas.</p><p>Dados do Lançamento Data</p><p>Para o preenchimento do campo Data, informe o dia do recebimento ou do pagamento</p><p>correspondente ao documento que se está escriturando. O programa ordena</p><p>automaticamente a escrituração em ordem cronológica.</p><p>74</p><p>Conta</p><p>Para o preenchimento do campo Conta, informe o código correspondente ou clique no</p><p>ícone Lupa existente no referido campo e selecione a conta que se pretende escriturar.</p><p>Se necessário, o plano de contas poderá ser alterado em Fichas… Alterar Plano de</p><p>Contas na barra de menu ou em Alterar Plano de Contas na barra lateral.</p><p>Código 1.00.000 - Receita da Atividade Rural</p><p>O contribuinte deve considerar como receita da atividade rural a venda de produtos e</p><p>subprodutos da agricultura, cultivo de florestas, pecuária, apicultura, avicultura,</p><p>cunicultura, piscicultura, sericicultura, suinocultura, captura e venda in natura de</p><p>pescado, exploração extrativa animal e vegetal, bem como a transformação de</p><p>produtos agrícolas ou pecuários sem que sejam alteradas a composição e as</p><p>características do produto in natura, quando feita pelo próprio agricultor</p><p>ou criador e</p><p>seus familiares e empregados, dentro do imóvel rural, com equipamentos e utensílios</p><p>usualmente empregados nas atividades agropastoris, utilizando exclusivamente</p><p>matéria-prima produzida na propriedade rural explorada.</p><p>Constitui também receita da atividade rural, entre outros, o valor da alienação dos bens</p><p>utilizados na produção rural, tais como tratores, implementos agrícolas, equipamentos,</p><p>máquinas, utilitários rurais e benfeitorias incorporadas ao imóvel rural quando alienadas</p><p>junto ou separadamente deste, bem como os valores correspondentes aos produtos</p><p>rurais entregues em permuta pela aquisição de bens da atividade rural.</p><p>Nas alienações a prazo, as parcelas recebidas devem ser computadas como receitas</p><p>na data de seu recebimento, inclusive a atualização monetária, se houver. Nas vendas</p><p>de produtos com preço final sujeito a cotação do produto, a diferença apurada por</p><p>ocasião do recebimento deve ser computada com receita.</p><p>Constitui ainda receita da atividade rural a diferença recebida por ocasião do</p><p>fechamento da operação em razão da variação de preços dos produtos rurais, sobras</p><p>líquidas pagas, creditadas ou distribuídas pelas sociedades cooperativas rurais, os</p><p>valores recebidos de órgãos públicos, tais como auxílios e subvenções, o valor dos</p><p>produtos rurais entregues em permuta com outros bens ou em dação em pagamento e</p><p>o valor de bens, produtos rurais e animais que o subscritor entregar para integralização</p><p>de capital.</p><p>As receitas da atividade rural devem ser comprovadas por documentação hábil e</p><p>idônea usualmente utilizada nessa atividade, tais como nota fiscal de produtor, nota</p><p>fiscal de entrada, notas promissórias rurais vinculadas às notas fiscais de produtor e</p><p>demais documentos reconhecidos pelas fiscalizações estaduais e do Distrito Federal.</p><p>O contribuinte que realizar a entrega de produto rural em 2023, pelo qual tenha sido</p><p>recebido adiantamento de recursos financeiros em anos anteriores, deverá escriturá-lo</p><p>tanto no código 1.00.000 (Receita da Atividade Rural) como no 4.00.000</p><p>(Adiantamentos Recebidos até o Ano Anterior a serem Informados como Receita de</p><p>75</p><p>Produtos Entregues no Ano). Estes recursos são computados como receita no mês da</p><p>efetiva entrega do produto, porém é feito um ajuste na Declaração de Ajuste Anual do</p><p>IRPF do exercício de 2024, ano-calendário de 2023, na disponibilidade de recursos</p><p>financeiros do período, por meio de seu registro na linha Adiantamento(s) Recebido(s)</p><p>até 2022 a Ser(em) Informado(s) como Receita(s) de Produto(s) Entregue(s) em 2023,</p><p>tendo em vista que o recurso financeiro foi recebido até 2022.</p><p>Exemplo:</p><p>O produtor rural recebeu adiantamento de R$ 100.000,00, em 28/06/2022, por conta de</p><p>venda para entrega futura de café em 30/04/2023.</p><p>Quando da entrega do produto, em 30/04/2023, o contribuinte deve emitir a Nota Fiscal</p><p>de Produtor, no valor de R$ 100.000,00, que é receita da atividade rural, e escriturar no</p><p>Livro Caixa sob o código 1.01.002.</p><p>O valor de R$ 100.000,00 deverá também ser escriturado no Livro Caixa, sob o código</p><p>4.00.001, como produtos entregues em 2023, referentes a adiantamentos recebidos até</p><p>2022.</p><p>Código 2.00.000 - Despesas de Custeio e Investimento</p><p>Podem ser considerados despesas de custeio e investimentos os gastos, com</p><p>computador, telefone, fax, combustíveis, lubrificantes, salários, aluguéis,</p><p>arrendamentos, ferramentas, utensílios, corretivos e fertilizantes, defensivos agrícolas e</p><p>animais, rações, vacinas e medicamentos, impostos incidentes na atividade (exceto</p><p>imposto sobre a renda), taxas, contribuições para o INSS e demais encargos</p><p>trabalhistas, benfeitorias realizadas no imóvel (currais, casas, galpões, açudes,</p><p>pastagens, cercas, desmatamentos etc.), aquisição de tratores, equipamentos,</p><p>implementos, veículos de carga, utilitários rurais, reprodutores, matrizes, rebanho de</p><p>cria e engorda, desde que necessários ao desenvolvimento da atividade à expansão da</p><p>produção ou melhoria da produtividade agrícola.</p><p>Nos contratos de compra e venda de produtos rurais para entrega futura que prevejam</p><p>devolução de valor, o valor devolvido após a entrega do produto constitui despesa no</p><p>mês da devolução e, antes da entrega do produto, não constitui despesa, devendo ser</p><p>diminuído do adiantamento recebido por conta do contrato.</p><p>Os encargos financeiros efetivamente pagos em decorrência de empréstimos</p><p>contraídos para o financiamento do custeio/investimento da atividade rural podem ser</p><p>deduzidos na apuração do resultado.</p><p>As despesas relativas às aquisições a prazo somente são consideradas no mês do</p><p>pagamento de cada parcela.</p><p>76</p><p>O bem adquirido por meio de financiamento rural é considerado despesa no mês do</p><p>pagamento do bem e não no mês do pagamento do empréstimo.</p><p>Os bens adquiridos por meio de consórcio ou arrendamento mercantil são</p><p>considerados despesas no momento do pagamento de cada parcela, exceto no caso</p><p>de consórcio não contemplado, em que as parcelas pagas são consideradas despesas</p><p>somente quando ocorrer o recebimento do bem.</p><p>Os bens adquiridos por meio de permuta com produtos rurais, que caracterizem</p><p>pagamento parcelado, são considerados despesas no mês do pagamento de cada</p><p>parcela pela entrega dos produtos rurais permutados (os valores correspondentes aos</p><p>produtos rurais entregues são tributados como receita no mesmo mês).</p><p>Essas despesas devem ser comprovadas por meio de documentos hábeis e idôneos,</p><p>tais como: guias de recolhimento de ICMS e INSS, notas fiscais, recibos emitidos por</p><p>empregados ou prestadores de serviço etc.</p><p>Código 3.00.000 - Despesas Não Dedutíveis</p><p>Não é obrigatória a escrituração de valores com este código. Informe, se quiser, as</p><p>despesas não dedutíveis da receita de atividade rural, como poupança para aquisição</p><p>de bens por consórcio e as despesas gerais não vinculadas à atividade rural.</p><p>Código 4.00.000 - Adiantamentos Recebidos até o Ano Anterior a serem</p><p>Informados como Receita de Produtos Entregues no Ano</p><p>Neste grupo informe a receita referente aos adiantamentos de recursos financeiros</p><p>recebidos até 2022, relativos a produtos entregues em 2023.</p><p>O contribuinte que realizar entrega de produto em 2023, cujo adiantamento tenha sido</p><p>recebido em anos anteriores, deve escriturá-lo tanto no código 1.00.000 (Receita da</p><p>Atividade Rural) como no 4.00.000 (Adiantamentos Recebidos até o Ano Anterior a</p><p>serem Informados como Receita de Produtos Entregues no Ano).</p><p>Exemplo:</p><p>O produtor rural recebeu adiantamento de R$ 100.000,00, em 28/06/2022, por conta de</p><p>venda para entrega futura de café em 30/04/2023.</p><p>Quando da entrega do produto, em 30/04/2023, o contribuinte deve emitir a Nota Fiscal</p><p>de Produtor no valor de R$ 100.000,00, que é receita da atividade rural, e escriturar no</p><p>Livro Caixa, sob o código 1.01.002.</p><p>O valor de R$ 100.000,00 deve também ser escriturado no Livro Caixa, sob o código</p><p>4.00.001, como produtos entregues em 2023, referentes a adiantamentos recebidos até</p><p>2022.</p><p>77</p><p>Código 5.00.000 - Adiantamentos Recebidos no Ano por Conta de Venda para</p><p>Entrega Futura</p><p>Neste grupo informe os adiantamentos de recursos financeiros que receber em 2023,</p><p>relativos a produtos para entrega futura, a partir de 2024, que serão computados como</p><p>receita somente no mês da efetiva entrega do produto.</p><p>Exemplo:</p><p>O produtor rural recebe adiantamento de R$ 100.000,00, em 28/06/2023, por conta de</p><p>venda para entrega futura de café em 30/04/2024.</p><p>Quando do recebimento do adiantamento em 28/06/2023, o valor de R$ 100.000,00</p><p>deve ser escriturado no Livro Caixa sob o código 5.00.001, como adiantamento</p><p>recebido em 2023 por conta de venda para entrega futura.</p><p>Quando da entrega do produto, em 30/04/2024, o contribuinte emite a Nota Fiscal de</p><p>Produtor no valor de R$ 100.000,00, que é escriturada no Livro Caixa,</p><p>simultaneamente, como receita da atividade rural, sob o código 1.01.002, e como</p><p>produto entregue referente a adiantamento sob o código 4.00.001.</p><p>Ocorrendo</p><p>a devolução de valor, decorrente de contratos de compra e venda de</p><p>produtos rurais para entrega futura, o valor devolvido:</p><p>- após a entrega do produto constitui despesa no mês da devolução;</p><p>- antes da entrega do produto, não constitui despesa, devendo ser diminuído do</p><p>adiantamento recebido por conta do contrato.</p><p>Histórico</p><p>Informe o histórico relativo à conta selecionada, como, por exemplo, o número e o tipo</p><p>da nota fiscal, nos casos de compra ou venda, e os dados constantes do recibo, no</p><p>caso de realização de despesas, inclusive a descrição e a quantidade da mercadoria</p><p>e/ou serviço correspondente.</p><p>Valor</p><p>Informe o valor do recebimento ou do pagamento correspondente ao documento que</p><p>se está escriturando, na moeda de origem do país correspondente a este Livro Caixa.</p><p>No caso de devolução de adiantamento recebido no ano por conta de venda para</p><p>entrega futura, o valor do lançamento na respectiva conta do grupo 5.00.000 deve ser</p><p>precedido do sinal – (menos), para indicar a saída do recurso.</p><p>Botões:</p><p>78</p><p>Novo</p><p>Para incluir um novo lançamento.</p><p>Editar</p><p>Para consultar ou alterar lançamentos anteriormente incluídos.</p><p>Excluir</p><p>Para excluir um lançamento, selecione-o, clique no botão “Excluir” e responda SIM à</p><p>pergunta: “Deseja excluir este lançamento?”.</p><p>Ajuda</p><p>Exibe o texto do ajuda relativo à ficha.</p><p>Ficha Consolidação de Receitas e Despesas</p><p>Todos os campos desta ficha são provenientes da ficha Escrituração e não podem ser</p><p>digitados pelo contribuinte.</p><p>A Consolidação de Receitas e Despesas é feita por contribuinte e por país.</p><p>Receitas</p><p>O programa transporta para esta linha, de acordo com o mês, o somatório dos valores</p><p>digitados com o código 1.00.000 na ficha Escrituração.</p><p>Despesas</p><p>O programa transporta para esta linha, de acordo com o mês, o somatório dos valores</p><p>digitados com o código 2.00.000 na ficha Escrituração.</p><p>Despesas Não Dedutíveis</p><p>O programa transporta para esta linha, de acordo com o mês, o somatório dos valores</p><p>digitados com o código 3.00.000 na ficha Escrituração.</p><p>Adiantamento(s) Recebido(s) até 2022 a Ser(em) Informado(s) como Receita(s) de</p><p>Produto(s) Entregue(s) em 2023</p><p>O programa transporta para esta linha, de acordo com o mês, o somatório dos valores</p><p>digitados com o código 4.00.000 na ficha Escrituração.</p><p>Adiantamento(s) Recebido(s) em 2023 por Conta de Venda para Entrega Futura</p><p>79</p><p>O programa transporta para esta linha, de acordo com o mês, o somatório dos valores</p><p>digitados com o código 5.00.000 na ficha Escrituração.</p><p>Botão:</p><p>Ajuda</p><p>Exibe o texto do ajuda relativo à ficha.</p><p>Ficha Razão</p><p>Nessa ficha o contribuinte consulta as contas preenchidas no Livro Caixa por conta,</p><p>constando os lançamentos com data, histórico, valor e o saldo.</p><p>Seleciona a conta e, em seguida, clique no botão OK para consultar o razão.</p><p>Atenção:</p><p>Para imprimir ou salvar os dados do razão, clique no botão Imprimir ou Salvar</p><p>respectivamente.</p><p>Clique no botão Voltar para retornar à ficha Razão.</p><p>Botões:</p><p>Marcar todas</p><p>Selecione todas as contas selecionadas.</p><p>OK</p><p>Abre a consulta para a ficha Razão.</p><p>Ajuda</p><p>Exibe o texto do ajuda relativo à ficha.</p><p>3.7 Como Fazer Para e Usar o Ajuda</p><p>Usar o Teclado</p><p>A lista abaixo indica as teclas utilizáveis com as respectivas ações:</p><p>Tecla Ação</p><p>Tab/Enter Avança o cursor para o campo seguinte dentro de uma ficha ou</p><p>80</p><p>de uma tabela.</p><p>Shift+Tab</p><p>Retorna o cursor para o campo anterior dentro de uma ficha ou</p><p>de uma tabela.</p><p>Del</p><p>Apaga um caractere à direita do cursor dentro de um campo. Se</p><p>o conteúdo estiver todo selecionado (fundo azul), apaga toda</p><p>seleção</p><p>Ctrl+Del</p><p>Apaga o conteúdo de um campo editável ou de uma linha inteira</p><p>da ficha Escrituração.</p><p>Backspace</p><p>Apaga um caractere à esquerda do cursor dentro de um campo.</p><p>Se o conteúdo estiver todo selecionado (fundo azul), apaga toda</p><p>seleção</p><p>Seta para</p><p>direita</p><p>Em campos editáveis, avança o cursor um caractere para a</p><p>direita. Em tabelas, avança uma célula para a direita.</p><p>Seta para</p><p>esquerda</p><p>Em campos editáveis, retorna o cursor um caractere para a</p><p>esquerda. Em tabelas, retorna uma célula para a esquerda.</p><p>Seta para</p><p>baixo</p><p>Em campos editáveis, avança o cursor um caractere para a</p><p>direita. Em tabelas, avança uma linha na mesma coluna.</p><p>Seta para</p><p>cima</p><p>Em campos editáveis, retorna o cursor um caractere para a</p><p>esquerda. Em tabelas, retorna uma linha na mesma coluna.</p><p>Shift + Seta</p><p>para direita</p><p>Em campos editáveis, avança o cursor um caractere para a</p><p>direita, selecionando-o. Em tabelas, avança uma célula para a</p><p>direita.</p><p>Shift + Seta</p><p>para</p><p>esquerda</p><p>Em campos editáveis, retorna o cursor um caractere para a</p><p>esquerda, selecionando-o. Em tabelas, retorna uma célula para a</p><p>esquerda.</p><p>Shift + Seta</p><p>para baixo</p><p>Em campos editáveis, avança o cursor um caractere para a</p><p>direita, selecionando-o. Em tabelas, avança uma linha na mesma</p><p>coluna.</p><p>Shift + Seta</p><p>para cima</p><p>Em campos editáveis, retorna o cursor um caractere para a</p><p>esquerda, selecionando-o. Em tabelas, retorna uma linha na</p><p>mesma coluna.</p><p>Ctrl + Seta</p><p>para direita</p><p>Em campos editáveis na tabela, avança o cursor uma palavra</p><p>para a direita.</p><p>Ctrl + Seta</p><p>para</p><p>esquerda</p><p>Em campos editáveis na tabela, retorna o cursor uma palavra</p><p>para a esquerda.</p><p>Ctrl + Seta</p><p>para baixo</p><p>Em campos editáveis na tabela, avança o cursor uma palavra</p><p>para a direita.</p><p>Ctrl + Seta</p><p>para cima</p><p>Em campos editáveis na tabela, retorna o cursor uma palavra</p><p>para a esquerda.</p><p>Ctrl + Shift +</p><p>Seta para</p><p>direita</p><p>Em campos editáveis na tabela, avança o cursor uma palavra</p><p>para a direita, selecionando-a.</p><p>Ctrl + Shift</p><p>Seta para</p><p>Em campos editáveis na tabela, retorna o cursor uma palavra</p><p>para a esquerda, selecionando-a.</p><p>81</p><p>esquerda</p><p>Ctrl + Shift +</p><p>Seta para</p><p>baixo</p><p>Em campos editáveis na tabela, avança o cursor uma palavra</p><p>para a direita, selecionando-a.</p><p>Ctrl + Shift +</p><p>Em campos editáveis na tabela, retorna o cursor uma palavra</p><p>para a</p><p>Seta para</p><p>cima</p><p>esquerda, selecionando-a.</p><p>Home</p><p>Em campos editáveis na tabela, avança o cursor para o início do</p><p>texto. Em tabelas, salta para a primeira coluna à esquerda.</p><p>End</p><p>Em campos editáveis na tabela, retorna o cursor para o fim do</p><p>texto. Em tabelas, salta para a última coluna à direita.</p><p>Ctrl+Home Em tabelas, salta para a primeira linha da primeira coluna.</p><p>Ctrl+End Em tabelas, salta para a última linha da última coluna.</p><p>F1</p><p>Chama a ajuda de contexto relativa ao campo onde se encontra</p><p>o cursor.</p><p>Alt+F4 Sai do programa</p><p>Verificar Disponibilidade de Atualizações</p><p>A Atualização Automática é uma nova funcionalidade disponibilizada no programa</p><p>Atividade Rural 2023. Através dela, é possível atualizar a versão do programa, sem a</p><p>necessidade de realizar o download no site da Receita Federal.</p><p>A verificação da disponibilidade de novas atualizações é feita, automaticamente, pelo</p><p>programa ao abrir o PGD Atividade Rural ou pelo declarante, a qualquer tempo, através</p><p>da opção Verificar Atualizações.</p><p>Para acessar a opção Verificar Atualizações, clique em:</p><p>1) Ferramentas... Verificar Atualizações na barra de menu, ou;</p><p>2) Mantenha pressionada a tecla Alt e pressione, seguidamente, as teclas t e a. Para</p><p>que a verificação seja realizada, o computador deve estar conectado à Internet.</p><p>Em caso de nova atualização disponível, o programa liberará uma mensagem, a</p><p>depender do tipo de atualização:</p><p>1) Opcional</p><p>2) Obrigatória (Impede a importação de dados na declaração, caso não seja realizada)</p><p>Após confirmação pelo declarante, a atualização é realizada e o programa é reiniciado.</p><p>Caso haja impossibilidade de atualização automática, o programa exibirá mensagem</p><p>específica. Nesse caso, a atualização deverá ser manual, com acesso à página de</p><p>download do sítio da Receita Federal na internet.</p><p>82</p><p>Navegar pelo Sistema</p><p>A navegação dentro do Livro Caixa da Atividade Rural é feita da seguinte maneira:</p><p>Movimentação entre os campos</p><p>Para avançar nos campos de uma tela, pressione a tecla Tab ou Enter. Para retornar,</p><p>pressione simultaneamente as teclas Shift e Tab. Se preferir, clique com o mouse</p><p>sobre o campo selecionado.</p><p>Movimentação entre as fichas</p><p>Para movimentar entre as fichas, clique com o mouse na barra de menu ou na barra</p><p>lateral.</p><p>Salvar os Dados</p><p>Os dados serão salvos à medida que forem digitados. Portanto, não existe o risco de</p><p>perda das informações ao fechar o demonstrativo ou mesmo se ocorrerem problemas</p><p>externos (falta de energia, por exemplo).</p><p>Incluir novo Demonstrativo</p><p>Para incluir um novo demonstrativo, clique em:</p><p>1) Demonstrativo...Novo, na barra de menu;</p><p>2) Novo, na barra lateral;</p><p>3) Criar Novo Demonstrativo na tela inicial do programa; ou</p><p>4) pressione as teclas CTRL+N.</p><p>O programa apresenta uma caixa de diálogo com a opção de importar os dados</p><p>cadastrais do contribuinte e do plano de contas do programa Atividade Rural 2022. Em</p><p>caso positivo, o programa abre uma janela para que seja selecionada a unidade e a</p><p>pasta de origem dos dados de 2022, a fim de que seja efetuada a importação. Em caso</p><p>negativo, o programa apresenta outra caixa de diálogo para que se informe o número</p><p>de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF), o nome do contribuinte, e</p><p>selecione o país onde é exercida a atividade rural e, ainda, o plano de contas a ser</p><p>utilizado pelo demonstrativo.</p><p>O contribuinte, na opção selecione o “Plano de Contas a ser utilizado pelo</p><p>demonstrativo”, pode escolher o plano Padrão do programa ou selecionar um número</p><p>de inscrição no CPF para o programa buscar o plano de contas previamente</p><p>83</p><p>preenchido para esse contribuinte. Assim, permite-se a utilização desse plano de</p><p>contas para vários contribuintes. Caso não utilize esse recurso, selecione “Padrão” que</p><p>busca todas as contas existentes no Livro Caixa.</p><p>Atenção:</p><p>Independente da opção, o plano de contas sempre poderá ser alterado para se adaptar</p><p>à realidade das contas do demonstrativo.</p><p>Caso tenha sido preenchido o Livro Caixa da Atividade Rural de anos anteriores a</p><p>2022, mas não o deste ano, ainda assim podem ser importados os dados cadastrais e</p><p>o plano de contas do programa de atividade rural do último ano preenchido. Para isto</p><p>deve-se importá-lo para o ano seguinte ao do preenchimento e assim sucessivamente,</p><p>até chegar ao de 2022.</p><p>O nome pode ser composto por apenas uma parte ou até 15 partes, sendo que a</p><p>primeira parte pode ter apenas um caractere. As partes não podem ter mais de 20</p><p>caracteres, nem três caracteres iguais e consecutivos, exceto o numeral romano “III” na</p><p>última parte.</p><p>Após clicar no botão OK, será aberta a ficha Identificação do Contribuinte, na qual deve</p><p>ser informado o endereço completo para correspondência do contribuinte, com o</p><p>preenchimento dos campos “Tipo”, “Logradouro”, “Número”, “Complemento”,</p><p>“Bairro/Distrito”, bem como “UF”, “Município”, “CEP”, “DDD” e “Telefone”. Também</p><p>podem ser incluídas as inscrições estaduais ou municipais dos imóveis rurais</p><p>localizados no Brasil explorados no ano, clicando no botão “Inscrições</p><p>Estaduais/Municipais”, que disponibiliza o quadro para inserção desse dado.</p><p>No caso de atividade rural exercida no exterior, informe o Nome da Moeda do</p><p>respectivo País.</p><p>Botões:</p><p>OK</p><p>Abre a ficha “Identificação do Contribuinte” para preenchimento.</p><p>Cancelar</p><p>Retorna para tela inicial do programa.</p><p>Ajuda</p><p>Exibe o texto do ajuda relativo à ficha.</p><p>84</p><p>Abrir Demonstrativo</p><p>Para abrir um demonstrativo, clique em:</p><p>1) Demonstrativo...Abrir na barra de menu;</p><p>2) Abrir na barra lateral;</p><p>3) selecione o CPF em Abrir Demonstrativos Recentes na tela inicial do programa;</p><p>ou</p><p>4) pressione as teclas CTRL+B.</p><p>É apresentada a relação dos números de inscrição no CPF e nome dos contribuintes já</p><p>incluídos, e os respectivos países onde é exercida a atividade rural, para que se</p><p>selecione qual abrir. Para selecioná-lo, clique com o mouse sobre a linha que contém o</p><p>número de inscrição no CPF, o nome e o País escolhido e, em seguida, no botão OK.</p><p>O programa não permite a seleção de mais de um contribuinte de cada vez.</p><p>Botões:</p><p>OK</p><p>Abre a ficha Identificação do Contribuinte para preenchimento.</p><p>Cancelar</p><p>Retorna para tela inicial do programa.</p><p>Ajuda</p><p>Exibe o texto do ajuda relativo à ficha.</p><p>Fechar Demonstrativo</p><p>Para fechar o demonstrativo, clique em:</p><p>1) Demonstrativo...Fechar na barra de menu;</p><p>2) Fechar na barra lateral; ou</p><p>3) pressione as teclas CTRL+F.</p><p>Observações:</p><p>85</p><p>1. A opção Demonstrativo...Fechar é diferente da opção Demonstrativo...Sair do</p><p>Programa, pois ao fechar um número de inscrição no CPF o programa permanece</p><p>aberto para incluir um novo número de inscrição no CPF ou selecionar outro.</p><p>2. Não há a necessidade de salvar os dados antes de fechar o demonstrativo, pois o</p><p>programa os salva automaticamente.</p><p>Excluir Demonstrativo</p><p>Para excluir um ou mais demonstrativos, clique em:</p><p>1) Demonstrativo...Excluir na barra de menu;</p><p>2) Excluir na barra lateral; ou</p><p>3) pressione as teclas Ctrl+E.</p><p>É apresentada a relação dos números de inscrição no CPF e nome dos contribuintes já</p><p>incluídos, e os respectivos países onde é exercida a atividade rural, para que se</p><p>selecione qual excluir. Para selecioná-lo, clique com o mouse sobre a linha que contém</p><p>o número de inscrição no CPF, o nome e o País escolhido e, em seguida, no botão OK.</p><p>O programa permite a seleção de mais de um contribuinte de cada vez, relativo a uma</p><p>sequência sem intervalo, devendo para isto ser clicado com o mouse sobre a primeira</p><p>linha que contém o número de inscrição no CPF, o nome e o País escolhido e,</p><p>mantendo pressionada a tecla Shift, clicar sobre a última linha da sequência que</p><p>contém o número de inscrição no CPF, o nome e o País dos demais contribuintes que</p><p>também se quer excluir, e, em seguida, no botão OK.</p><p>Também é possível selecionar mais de um contribuinte de cada vez de forma</p><p>alternada, fazendo o mesmo procedimento, porém mantendo pressionada a tecla Ctrl e</p><p>clicando apenas sobre cada linha que contém o número de inscrição no CPF, o nome e</p><p>o País dos demais contribuintes que pretende excluir.</p><p>Caso pretenda excluir todos os demonstrativos, clique no botão Todos e, em seguida,</p><p>no botão OK.</p><p>OK</p><p>Exclui o registro selecionado.</p><p>Todos</p><p>Seleciona todos os registros a serem excluídos.</p><p>86</p><p>Cancelar</p><p>Retorna para tela inicial do programa.</p><p>Ajuda</p><p>Exibe o texto do ajuda relativo à ficha.</p><p>Importar dados do Livro Caixa da Atividade Rural 2022</p><p>Para importar os dados cadastrais preenchidos no Livro Caixa da Atividade Rural 2022,</p><p>assim como o plano de contas ajustado à sua atividade, clique em:</p><p>1) Demonstrativo...Importar Dados do Livro Caixa da Atividade Rural 2022 na</p><p>barra de menu;</p><p>2) Importar Dados do Livro Caixa da Atividade Rural 2022 na barra lateral;</p><p>3) Ícone Importar Dados do Livro Caixa da Atividade Rural 2022 na tela inicial do</p><p>programa; ou</p><p>4) pressione as teclas Ctrl+M.</p><p>É aberta uma caixa de diálogo para que se escolha a unidade e a pasta de origem do</p><p>disco rígido ou da mídia removível (ex. pen drive ou disco rígido externo) onde estão</p><p>gravados estes dados de 2022. Após selecionado o arquivo cujos dados se pretende</p><p>importar, clique no botão OK e o programa inicia o processo de cópia.</p><p>Exportar para o IRPF2024</p><p>Para exportar os dados da Consolidação de Receitas e Despesas da Atividade Rural</p><p>para o programa IRPF2024, clique em:</p><p>1) Ferramentas… Exportar para o IRPF2024 na barra de menu; ou</p><p>2) Exportar para o IRPF2024 na barra lateral, ou</p><p>3) pressione as teclas Ctrl+X.</p><p>Esses dados podem ser transportados para o programa IRPF2024, no momento</p><p>oportuno, a partir da sua gravação no disco rígido ou em uma mídia removível (ex. pen</p><p>drive ou disco rígido externo).</p><p>87</p><p>Essa gravação não conterá todos os dados do Livro Caixa e não servirá como cópia de</p><p>segurança, cuja operação está disponibilizada</p><p>em sua</p><p>execução, com baixo retorno, na prática. Além disso, quase sempre é conhecida</p><p>apenas dentro de suas finalidades fiscais, sendo que a maioria dos produtores sujeitos</p><p>à tributação do Imposto de Renda não mostra grande interesse por uma aplicação</p><p>gerencial, relegando toda sua contabilidade a profissionais de área contábil.</p><p>Verifica-se, no entanto, que a necessidade de alcançar elevados níveis de</p><p>produtividade, através do emprego de técnicas produtivas modernas, torna</p><p>indispensável a implantação de uma contabilidade rural, propiciando um melhor</p><p>gerenciamento e a efetivação de um resultado almejado, que é a maximização do</p><p>lucro. A Contabilidade Rural destaca-se como o principal instrumento de apoio às</p><p>tomadas de decisões, durante a execução e o controle das operações da empresa</p><p>rural.</p><p>Um sistema contábil eficiente, aliado ao bom senso do administrador, deve</p><p>proporcionar um diagnóstico realista, com a localização dos pontos fracos e fortes de</p><p>cada atividade produtiva, e da empresa como um todo. De posse de tais informações,</p><p>poderão ser tiradas inúmeras conclusões para diversas finalidades. O conhecimento</p><p>3</p><p>técnico, a sensibilidade e a competência dos profissionais responsáveis pelo</p><p>diagnóstico da empresa e implantação do sistema contábil determinam, com certeza,</p><p>grande parte do sucesso.</p><p>Assim, em razão das fortes influências de fatores de mercado (redução da</p><p>demanda, alteração nos preços etc.), e ambientais (como, por exemplo, mudanças</p><p>climáticas que prejudicam a safra) nas atividades agrícolas, a contabilidade torna-se</p><p>importante como um instrumento de controle e tomada de decisão econômica haja</p><p>vista que proporciona a seus usuários avaliar a situação econômico-financeira da</p><p>entidade.</p><p>Nas empresas rurais, a Contabilidade Rural não se limita a contribuir apenas nos</p><p>aspectos fiscais definidos por leis, sua contribuição avança para modelos gerenciais</p><p>que adicionam valor às empresas. A importância da contabilidade rural destaca-se</p><p>como principal instrumento de apoio à tomada de decisões durante a execução e o</p><p>controle das opções da empresa rural.</p><p>A Contabilidade Rural há muito é comentada, mas pouco conhecida pelos</p><p>produtores rurais, não tendo assim, conhecimento da sua necessidade de implantação,</p><p>seus conceitos e o reconhecimento da sua utilidade, principalmente como instrumento</p><p>para auxiliar no processo de planejamento. Os produtores brasileiros, até algum tempo</p><p>atrás, utilizam pouco a contabilidade porque acreditavam ser uma técnica de difícil</p><p>execução e que gera pouco retorno. Dentre outros motivos dessa dificuldade temos:</p><p> adaptação de sistemas estrangeiros e de Contabilidade Comercial e</p><p>Industrial, inadequados para retratar as características da agropecuária</p><p>brasileira;</p><p> a falta de profissionais capacitados na transmissão de tecnologias</p><p>administrativas aos fazendeiros; e</p><p> a não inclusão da Contabilidade Rural como instrumento de políticas</p><p>governamentais agrícolas ou fiscais.</p><p>Felizmente a realidade agora é outra. De seu lado o Conselho Federal de</p><p>Contabilidade à luz das normas legais e internacionais, divulgou a Resolução CFC nº</p><p>909/2001, e depois a Res. CFC nº 980/2003 que Aprovou a NBC T 10 – dos aspectos</p><p>contábeis específicos em entidades diversas, o item: NBC T 10.14 – ENTIDADES</p><p>RURAIS. Posteriormente aprovou a Resolução CFC nº 1.186/09 - NBC TG 29 – Ativo</p><p>Biológico e Produto Agrícola dentre outras normas de registro e controle.</p><p>1.1 Aspectos Legais</p><p>- Lei no 8.023, de 12 de abril de 1990 - Altera a legislação do Imposto de Renda</p><p>sobre o resultado da atividade rural e dá outras providências.</p><p>- Lei nº 9.250, de 26 de dezembro de 1995. - Altera a legislação do imposto de</p><p>renda das pessoas físicas e dá outras providências.</p><p>4</p><p>- Decreto no 9.580, de 22 de novembro de 2018 – Regulamenta a tributação, a</p><p>fiscalização, a arrecadação e a administração do Imposto sobre a Renda e Proventos</p><p>de Qualquer Natureza.</p><p>- Instrução Normativa SRF no 83, de 11 de outubro de 2001 – Dispõe sobre a</p><p>tributação dos resultados da atividade rural das pessoas físicas.</p><p>- Instrução Normativa RFB no 1.848, de 28 de novembro de 2018, que altera a</p><p>Instrução Normativa SRF nº 83, de 11 de outubro de 2001, que dispõe sobre a</p><p>tributação de resultados da atividade rural de pessoas físicas.</p><p>- Instrução Normativa RFB no 1.903, de 24 de julho de 2019, que altera a</p><p>Instrução Normativa SRF nº 83, de 11 de outubro de 2001, que dispõe sobre a</p><p>tributação de resultados da atividade rural de pessoas físicas.</p><p>Ato Declaratório Executivo nº 3/2018, de 14 de dezembro de 2018 – Dispõe</p><p>sobre o leiaute e o manual de preenchimento do Livro Caixa Digital do Produtor Rural.</p><p>(Revogado)</p><p>Ato Declaratório Executivo nº 3/2019, de 28 de junho de 2019 – Dispõe sobre o</p><p>leiaute 1.1 e o manual de preenchimento do Livro Caixa Digital do Produtor Rural.</p><p>(Revogado)</p><p>Ato Declaratório Executivo nº 6/2019, de 17 de setembro de 2019 – Dispõe</p><p>sobre o leiaute 1.2 e o manual de preenchimento do Livro Caixa Digital do Produtor</p><p>Rural. (Revogado)</p><p>Ato Declaratório Executivo nº 1/2020, de 31 de janeiro de 2020 – Dispõe sobre o</p><p>leiaute 1.3 e o manual de preenchimento do Livro Caixa Digital do Produtor Rural.</p><p>1.2 Aspectos da atividade rural</p><p>O que seria Atividade Rural?</p><p>Atividade Rural são aquelas exercidas das mais variadas formas, desde o cultivo</p><p>caseiro para a própria subsistência até os grandes complexos industriais, explorando</p><p>os setores agrícolas, pecuários e agroindustriais. Desse modo, as empresas rurais são</p><p>conceituadas por meio do cultivo da terra, da criação de animais e da transformação de</p><p>determinados produtos agrícolas (MARION, 2014).</p><p>O Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) divulgou em agosto de 2009 o</p><p>“Pronunciamento Técnico CPC 29 – Ativo Biológico e Produto Agrícola”, com o objetivo</p><p>de estabelecer o tratamento contábil, e as respectivas divulgações, relacionadas aos</p><p>ativos biológicos e aos produtos agrícolas. Essas mudanças são inerentes ao processo</p><p>de convergência às normas internacionais de contabilidade. Nota-se, por exemplo, que</p><p>o CPC 29 corresponde à norma internacional IAS 41 – Agriculture.</p><p>5</p><p>O principal avanço trazido pelo CPC 29 é o estabelecimento do critério de valor</p><p>justo para a avaliação e o reconhecimento dos ativos biológicos, as condições mínimas</p><p>para caracterizar um mercado ativo, bem como a forma de apresentação das</p><p>demonstrações financeiras das empresas agrícolas. Nesse contexto, as empresas do</p><p>setor de agronegócios terão um desafio ainda maior no processo de convergência dos</p><p>padrões contábeis brasileiros aos internacionais. Ao considerarmos que dentre os mais</p><p>de cem países, que utilizam ou estão no processo de convergência, não há</p><p>precedentes do que anuncia ser a escala brasileira, teremos a maior variedade de</p><p>situações e de conhecimentos contábeis nessa área.</p><p>O CPC 29 define Atividade Agrícola como o gerenciamento da transformação</p><p>biológica e da colheita de ativos biológicos para venda ou para conversão em produtos</p><p>agrícolas ou em ativos biológicos adicionais, pela entidade. Entende-se como Ativo</p><p>Biológico o animal ou planta vivos, tudo que nasce, cresce e morre, de árvores e</p><p>culturas variadas a rebanhos e matrizes animais reprodutoras. É considerada produção</p><p>agrícola aquela obtida no momento e no ponto de colheita dos produtos advindos dos</p><p>ativos biológicos da empresa. Depois desse momento será aplicado outro</p><p>pronunciamento mais adequado (como o CPC 16 - Estoques). Assim, o CPC 29 não</p><p>tratará dos produtos agrícolas após a colheita, como é o caso do processamento da</p><p>cana-de-açúcar para a transformação em açúcar ou álcool por uma usina, mesmo que</p><p>ela tenha cultivado e colhido a cana-de-açúcar para esse propósito específico.</p><p>Assim, por exemplo, o gado para produção de leite é ativo biológico que produz</p><p>o produto agrícola “leite”, e está sujeito a nascimento, crescimento, produção,</p><p>degeneração, procriação; se os bezerros machos que nascem são destinados à venda,</p><p>eles são considerados</p><p>por meio da função Gravar cópia.</p><p>É aberta uma caixa de diálogo com uma mensagem informando sobre a possibilidade</p><p>de exportação e solicitando a confirmação da gravação. Após clicar no botão Sim, é</p><p>aberta outra caixa de diálogo com a relação dos números de inscrição no CPF e nome</p><p>dos contribuintes já incluídos, para que se escolha de qual pretende gravar a</p><p>exportação bem como, em seguida, a unidade e a pasta onde será feita a cópia dos</p><p>dados da Consolidação de Receitas e Despesas. Para selecioná-lo, clique com o</p><p>mouse sobre a linha que contém o número de inscrição no CPF e o nome escolhido,</p><p>coloque a mídia de gravação na unidade escolhida, se for copiar em uma mídia</p><p>removível (ex. pen drive ou disco rígido externo), selecione a unidade e a pasta onde</p><p>será feita a cópia, clique no botão OK e o programa inicia o processo de cópia.</p><p>O programa permite a seleção de mais de um contribuinte de cada vez, relativo a uma</p><p>sequência sem intervalo, devendo para isto ser clicado com o mouse sobre a primeira</p><p>linha que contém o número de inscrição no CPF, o nome e o País escolhido e,</p><p>mantendo pressionada a tecla Shift, clicar sobre a última linha da sequência que</p><p>contém o número de inscrição no CPF, o nome e o País dos demais contribuintes que</p><p>também se quer exportar e, em seguida, no botão OK e, em seguida, clique no botão</p><p>OK e o programa inicia o processo de cópia.</p><p>Também é possível selecionar mais de um contribuinte de cada vez de forma</p><p>alternada, fazendo o mesmo procedimento, porém mantendo pressionada a tecla Ctrl e</p><p>clicando apenas sobre cada linha que contém o número de inscrição no CPF, o nome e</p><p>o País dos demais contribuintes que pretenda exportar e, em seguida, clique no botão</p><p>OK e o programa inicia o processo de cópia.</p><p>Botões:</p><p>OK</p><p>Exporta o registro selecionado.</p><p>Todos</p><p>Seleciona todos os registros a serem exportados.</p><p>Cancelar</p><p>Retorna para tela inicial do programa.</p><p>Ajuda</p><p>Exibe o texto do ajuda relativo à ficha.</p><p>88</p><p>Imprimir Demonstrativos</p><p>Para imprimir ou salvar em pasta específica todo o Livro Caixa ou apenas partes dele,</p><p>clique em:</p><p>1) Demonstrativo...Imprimir...Demonstrativo na barra de menu;</p><p>2) Imprimir...Demonstrativo na barra lateral; ou</p><p>3) pressione as teclas Ctrl+D.</p><p>Para imprimir o Livro Caixa, é apresentada a relação dos números de inscrição no CPF</p><p>e nome dos contribuintes já incluídos, e os respectivos países onde é exercida a</p><p>atividade rural. Para selecioná-lo, clique com o mouse sobre a linha que contém o</p><p>número de inscrição no CPF, o nome e o País escolhido e, em seguida, no botão OK.</p><p>Para imprimir o Demonstrativo de Apuração, clique no item específico, em seguida,</p><p>selecione “Visualizar”, “Gerar imagem PDF” ou “Imprimir” e clique no botão Imprimir.</p><p>Para imprimir o Livro Caixa, selecione os meses ou o item “Todos os meses com</p><p>termo de abertura e encerramento”. Em seguida, selecione “Visualizar”, “Gerar</p><p>imagem PDF” ou “Imprimir” e clique no botão Imprimir.</p><p>Para imprimir o Razão, clique no item específico, em seguida, selecione “Visualizar”,</p><p>“Gerar imagem PDF” ou “Imprimir” e clique no botão Imprimir.</p><p>Botões:</p><p>Imprimir</p><p>Imprime o Demonstrativo, o Livro Caixa e o Razão.</p><p>Cancelar</p><p>Retorna para tela inicial do programa.</p><p>Ajuda</p><p>Exibe o texto do ajuda relativo à ficha.</p><p>Imprimir Plano de Contas</p><p>Para imprimir ou salvar em pasta específica o Plano de Contas , clique em:</p><p>1) Demonstrativo...Imprimir ... Plano de Contas na barra de menu;</p><p>2) Imprimir...Plano de Contas na barra lateral; ou</p><p>89</p><p>3) pressione as teclas Ctrl+P</p><p>Para imprimir o Plano de Contas, é apresentada a relação dos números de inscrição no</p><p>CPF e nome dos contribuintes já incluídos, e os respectivos países onde é exercida a</p><p>atividade rural. Para selecioná-lo, clique com o mouse sobre a linha que contém o</p><p>número de inscrição no CPF, o nome e o País escolhido e, em seguida, no botão OK</p><p>Para imprimir ou salvar em pasta específica o Plano de Contas, escolha na barra de</p><p>ferramentas a opção Visualizar , Gerar imagem PDF ou Imprimir e clique no botão</p><p>Imprimir ou salvar em pasta específica.</p><p>Botões:</p><p>Imprimir</p><p>Imprime o Plano de Contas.</p><p>Cancelar</p><p>Retorna para tela inicial do programa.</p><p>Ajuda</p><p>Exibe o texto do ajuda relativo à ficha.</p><p>Sair do Programa</p><p>Para sair do programa, clique em Demonstrativo...Sair do Programa na barra de</p><p>menu ou pressione as teclas ALT+F4.</p><p>Não há a necessidade de salvar os dados antes de sair do programa, pois o programa</p><p>os salva automaticamente.</p><p>Gravar cópia de segurança</p><p>Para gravar a cópia de segurança, clique em:</p><p>1) Ferramentas...Cópia de Segurança...Gravar na barra de menu;</p><p>2) Gravar Cópia na barra lateral; ou</p><p>3) pressione as teclas Ctrl+G.</p><p>É apresentada a relação dos números de inscrição no CPF e nome dos contribuintes já</p><p>incluídos, para que se selecione o que pretende gravar cópia de segurança. Para</p><p>90</p><p>selecioná-lo, clique com o mouse sobre a linha que contém o número de inscrição no</p><p>CPF, o nome e o País escolhido e, em seguida, no botão OK.</p><p>Caso tenha sido escriturado mais de um país por CPF, ao gravar a cópia de segurança</p><p>o programa apresenta um único CPF com os dados de todos os países unificadamente,</p><p>sem, porém, juntar os dados dos países cujas atividades foram escrituradas no arquivo</p><p>gravado.</p><p>O programa permite a seleção de mais de um contribuinte de cada vez, relativo a uma</p><p>sequência sem intervalo, devendo para isto ser clicado com o mouse sobre a primeira</p><p>linha que contém o número de inscrição no CPF, o nome e o País selecionado e,</p><p>mantendo pressionada a tecla Shift, clicar sobre a última linha da sequência que</p><p>contém o número de inscrição no CPF, o nome e o País dos demais contribuintes que</p><p>também se quer gravar e, em seguida, no botão OK. Também é possível selecionar</p><p>mais de um contribuinte de cada vez de forma alternada, fazendo o mesmo</p><p>procedimento, porém mantendo pressionada a tecla Ctrl e clicando apenas sobre cada</p><p>linha que contém o número de inscrição no CPF, o nome e o País dos demais</p><p>contribuintes que pretenda gravar cópia de segurança e, em seguida, no botão OK.</p><p>Caso pretenda selecionar todos os demonstrativos, clique no botão Todos e, em</p><p>seguida, no botão OK.</p><p>Atenção:</p><p>Após clicar no botão OK selecione a unidade e a pasta onde será feita a cópia e, em</p><p>seguida, em OK, e o programa inicia o processo de cópia. Também poderá ser gravada</p><p>a cópia em uma mídia removível (ex. pen drive ou disco rígido externo).</p><p>Botões:</p><p>OK</p><p>Grava o registro selecionado.</p><p>Todos</p><p>Seleciona todos os registros a serem gravados.</p><p>Cancelar</p><p>Retorna para tela inicial do programa.</p><p>Ajuda</p><p>Exibe o texto do ajuda relativo à ficha.</p><p>91</p><p>Restaurar Cópia de Segurança</p><p>Para restaurar a cópia de segurança, clique em:</p><p>1) Ferramentas...Cópia de Segurança...Restaurar na barra de menu;</p><p>2) Restaurar na barra lateral; ou</p><p>3) pressione as teclas CTRL+R.</p><p>A opção Restaurar inverte o processo de gravação de cópia de segurança, copiando</p><p>para o disco rígido, no diretório do programa Atividade Rural, as informações relativas</p><p>ao número de inscrição no CPF selecionado, e a partir da pasta de origem da qual será</p><p>restaurada a base de dados do Livro Caixa. Para selecioná-lo, clique com o mouse</p><p>sobre a linha que contém o número de inscrição no CPF e o nome escolhido, coloque a</p><p>mídia de gravação na unidade selecionada, se for copiar de uma mídia removível (ex.</p><p>pen drive ou disco rígido externo), selecione a unidade e a pasta de onde será</p><p>restaurada a cópia, clique no botão OK e o programa inicia o processo de cópia.</p><p>Caso tenha sido gravada a cópia de segurança relativa a um CPF para o qual tenham</p><p>sido escriturados mais de um país, ao restaurar a cópia de segurança o programa</p><p>apresenta um único CPF com os dados de todos os países unificadamente, separando</p><p>no arquivo restaurado os países cujas atividades foram escrituradas .</p><p>O programa permite a seleção de mais de um contribuinte de cada vez,</p><p>relativo a uma</p><p>sequência sem intervalo, devendo para isto ser clicado com o mouse sobre a primeira</p><p>linha que contém o número de inscrição no CPF, o nome e o País escolhido e,</p><p>mantendo pressionada a tecla Shift, clicar sobre a última linha da sequência que</p><p>contém o número de inscrição no CPF, o nome e o País dos demais contribuintes que</p><p>também se quer restaurar e, em seguida, no botão OK. Também é possível selecionar</p><p>mais de um contribuinte de cada vez de forma alternada, fazendo o mesmo</p><p>procedimento, porém mantendo pressionada a tecla Ctrl e clicando apenas sobre cada</p><p>linha que contém o número de inscrição no CPF, o nome e o País dos demais</p><p>contribuintes que pretende restaurar a cópia de segurança e, em seguida, no botão</p><p>OK.</p><p>Usar a Calculadora</p><p>Para usar a calculadora, clique em:</p><p>1) Ferramentas...Calculadora na barra de menu; ou</p><p>2) Calculadora na barra lateral.</p><p>2) pressione as teclas CTRL+ALT+A</p><p>92</p><p>A calculadora pode ser acionada durante o preenchimento de qualquer campo da</p><p>declaração. Para transportar os valores calculados para o campo desejado, clique no</p><p>botão transportar, posicione o cursor no referido campo e clique novamente.</p><p>Os valores só serão transportados para campos numéricos.</p><p>Alterar Plano de Contas do Livro Caixa</p><p>O Plano de Contas do Livro Caixa existente no programa pode ser alterado, a qualquer</p><p>momento, pela inclusão de novas contas de receitas e despesas e exclusão das já</p><p>existentes (desde que ainda não utilizadas), assim como a modificação de nomes de</p><p>contas, com a finalidade de ajustar a escrituração à atividade do contribuinte.</p><p>Para alterar o plano de contas do Livro Caixa, clique em:</p><p>1) Fichas…Alterar Plano de Contas na barra de menu; ou</p><p>2) Alterar Plano Contas na barra lateral.</p><p>É apresentado o grupo de contas em uso, composto de subgrupos e contas, para que</p><p>se possa incluir nova conta, editar ou excluir conta existente.</p><p>Novo</p><p>Para incluir uma nova conta, clique duas vezes sobre o grupo e depois sobre o</p><p>subgrupo no qual quer incluí-la. Ao clicar no botão Novo ou pressionar as teclas</p><p>ALT+N, aparece um quadro com o próximo código ainda não usado e o campo</p><p>Descrição, que deve ser preenchido com o nome da nova conta. Clique no botão OK</p><p>para confirmar a inclusão de uma nova conta ou sair sem o preenchimento.</p><p>Editar</p><p>Para modificar o nome de uma conta, selecione-a, clique no botão Editar ou pressione</p><p>as teclas ALT+E e digite as alterações necessárias no campo Descrição. Clique no</p><p>botão OK para confirmar a alteração da conta ou sair sem alteração da conta.</p><p>Excluir</p><p>Para excluir uma conta, selecione-a e clique no botão Excluir ou pressione as teclas</p><p>ALT+X. Responda Sim à pergunta “Deseja excluir esta Conta?”, para confirmar a</p><p>exclusão individual de cada conta. O programa não permite a exclusão de contas já</p><p>utilizadas na escrituração.</p><p>Também é possível a exclusão de todo um subgrupo, aparecendo nesse caso uma</p><p>mensagem que informa sobre a exclusão de todas as contas do subgrupo que não</p><p>estiverem sendo utilizadas, bem como a informação de que, após a exclusão, serão</p><p>93</p><p>apresentadas as contas que não foram excluídas por estarem sendo utilizadas em</p><p>outras fichas.</p><p>Botões:</p><p>Novo</p><p>Para incluir uma nova conta.</p><p>Editar</p><p>Para consultar ou alterar dados anteriormente incluídos de uma conta.</p><p>Excluir</p><p>Para excluir uma conta, selecione essa conta no subgrupo de contas. Para excluir um</p><p>subgrupo, selecione esse subgrupo no grupo de contas.</p><p>Ajuda</p><p>Exibe o texto do ajuda relativo à ficha.</p><p>Verificar Pendências</p><p>Atenção:</p><p>A verificação de pendências só está disponível com o demonstrativo aberto.</p><p>Para acessar verificar pendências, clique em:</p><p>1) Demonstrativo...Verificar Pendências na barra de menu;</p><p>2) Verificar Pendências na barra lateral; ou</p><p>3) pressione a tecla F5.</p><p>Em qualquer momento do preenchimento do demonstrativo a verificação de</p><p>pendências poderá ser acionada por meio de qualquer uma das opções acima.</p><p>Se pretender corrigir erros ou avisos de qualquer ficha basta clicar na inconsistência</p><p>indicada na relação, e o programa vai direto para o campo da respectiva ficha que se</p><p>pretende corrigir.</p><p>É recomendável que, ao concluir o preenchimento do demonstrativo, seja acionada a</p><p>opção Verificar Pendências, para o programa fazer o exame delas, apontando as</p><p>inconsistências encontradas. Se, por exemplo, o endereço estiver incompleto, o</p><p>programa o alertará para a inconsistência, permitindo a correção antes da exportação</p><p>94</p><p>do demonstrativo para o IRPF2024. As inconsistências encontradas serão</p><p>classificadas, de acordo com a importância, como ERROS ou AVISOS.</p><p>Erros são inconsistências graves, que impedem a exportação do demonstrativo para o</p><p>IRPF2024.</p><p>Avisos são inconsistências menos significativas. Ao contrário do que ocorre em relação</p><p>a erros, a existência de avisos permite a exportação do demonstrativo para o</p><p>IRPF2024.</p><p>Botão:</p><p>Ajuda</p><p>Exibe o texto do ajuda relativo à ficha.</p><p>Classificação das contas no Livro Caixa eletrônico</p><p>Na escrituração eletrônica do Livro Caixa, observe as instruções a seguir para</p><p>classificar corretamente os documentos que devem ser escriturados:</p><p>Código 1.00.000 - Receita da Atividade Rural</p><p>O contribuinte deve considerar como receita da atividade rural a venda de produtos e</p><p>subprodutos da agricultura, cultivo de florestas, pecuária, apicultura, avicultura,</p><p>cunicultura, piscicultura, sericicultura, suinocultura, captura e venda in natura de</p><p>pescado, exploração extrativa animal e vegetal, bem como a transformação de</p><p>produtos agrícolas ou pecuários sem que sejam alteradas a composição e as</p><p>características do produto in natura, quando feita pelo próprio agricultor ou criador e</p><p>seus familiares e empregados, dentro do imóvel rural, com equipamentos e utensílios</p><p>usualmente empregados nas atividades agropastoris, utilizando exclusivamente</p><p>matéria-prima produzida na propriedade rural explorada.</p><p>Constitui também receita da atividade rural, entre outros, o valor da alienação dos bens</p><p>utilizados na produção rural, tais como tratores, implementos agrícolas, equipamentos,</p><p>máquinas, utilitários rurais e benfeitorias incorporadas ao imóvel rural quando alienadas</p><p>junto ou separadamente deste, bem como os valores correspondentes aos produtos</p><p>rurais entregues em permuta pela aquisição de bens da atividade rural.</p><p>Nas alienações a prazo, as parcelas recebidas devem ser computadas como receitas</p><p>na data de seu recebimento, inclusive a atualização monetária, se houver. Nas vendas</p><p>de produtos com preço final sujeito a cotação do produto, a diferença apurada por</p><p>ocasião do recebimento deve ser computada como receita.</p><p>Constitui ainda receita da atividade rural a diferença recebida por ocasião do</p><p>fechamento da operação em razão da variação de preços dos produtos rurais, as</p><p>sobras líquidas pagas, creditadas ou distribuídas pelas sociedades cooperativas rurais,</p><p>95</p><p>os valores recebidos de órgãos públicos tais como auxílios e subvenções, o valor dos</p><p>produtos rurais entregues em permuta com outros bens ou em dação em pagamento e</p><p>o valor de bens, produtos rurais e animais que o subscritor entregar para integralização</p><p>de capital.</p><p>As receitas da atividade rural devem ser comprovadas por documentação hábil e</p><p>idônea usualmente utilizada nessa atividade, tais como nota fiscal de produtor, nota</p><p>fiscal de entrada, notas promissórias rurais vinculadas às notas fiscais de produtor e</p><p>demais documentos reconhecidos pelas fiscalizações estaduais e do Distrito Federal.</p><p>O contribuinte que realizar a entrega de produto rural em 2023, pelo qual tenha sido</p><p>recebido adiantamento de recursos financeiros em anos anteriores, deverá escriturá-lo</p><p>tanto no código 1.00.000 (Receita da Atividade Rural) como no código 4.00.000</p><p>(Adiantamentos Recebidos até o Ano Anterior a serem Informados como Receita de</p><p>Produtos Entregues no Ano). Estes recursos são computados como receita no mês da</p><p>efetiva entrega do produto,</p><p>porém é feito um ajuste na Declaração de Ajuste Anual do</p><p>IRPF do exercício de 2024, ano-calendário de 2023, na disponibilidade de recursos</p><p>financeiros do período, por meio de seu registro na linha Adiantamento(s) Recebido(s)</p><p>até 2022 a Ser(em) Informados como Receita(s) de Produto(s) Entregue(s) em 2023,</p><p>tendo em vista que o recurso financeiro foi recebido até 2022.</p><p>Exemplo:</p><p>O produtor rural recebeu adiantamento de R$ 100.000,00, em 28/06/2022, por conta de</p><p>venda para entrega futura de café em 30/04/2023.</p><p>Quando da entrega do produto, em 30/04/2023, o contribuinte deve emitir a Nota Fiscal</p><p>de Produtor no valor de R$ 100.000,00, que é receita da atividade rural, e escriturar no</p><p>Livro Caixa sob o código 1.01.002.</p><p>O valor de R$ 100.000,00 deve também ser escriturado no Livro Caixa, sob o código</p><p>4.00.001, como produtos entregues em 2023, referentes a adiantamentos recebidos até</p><p>2022.</p><p>Código 2.00.000 - Despesas de Custeio e Investimento</p><p>Podem ser considerados despesas de custeio e investimentos os gastos, com</p><p>computador, telefone, fax, combustíveis, lubrificantes, salários, aluguéis,</p><p>arrendamentos, ferramentas, utensílios, corretivos e fertilizantes, defensivos agrícolas e</p><p>animais, rações, vacinas e medicamentos, impostos incidentes na atividade (exceto</p><p>imposto sobre a renda), taxas, contribuições para o INSS e demais encargos</p><p>trabalhistas, benfeitorias realizadas no imóvel (currais, casas, galpões, açudes,</p><p>pastagens, cercas, desmatamentos etc.), aquisição de tratores, equipamentos,</p><p>implementos, veículos de carga, utilitários rurais, reprodutores, matrizes, rebanho de</p><p>cria e engorda, desde que necessários ao desenvolvimento da atividade, à expansão</p><p>da produção ou melhoria da produtividade agrícola.</p><p>96</p><p>Nos contratos de compra e venda de produtos rurais para entrega futura que prevejam</p><p>devolução de valor, o valor devolvido após a entrega do produto constitui despesa no</p><p>mês da devolução e, antes da entrega do produto, não constitui despesa, devendo ser</p><p>diminuído do adiantamento recebido por conta do contrato.</p><p>Os encargos financeiros efetivamente pagos em decorrência de empréstimos</p><p>contraídos para o financiamento do custeio/investimento da atividade rural podem ser</p><p>deduzidos na apuração do resultado.</p><p>As despesas relativas às aquisições a prazo somente são consideradas no mês do</p><p>pagamento de cada parcela.</p><p>O bem adquirido por meio de financiamento rural é considerado despesa no mês do</p><p>pagamento do bem e não no mês do pagamento do empréstimo.</p><p>Os bens adquiridos por meio de consórcio ou arrendamento mercantil são</p><p>considerados despesa no momento do pagamento de cada parcela, exceto no caso de</p><p>consórcio não contemplado, em que as parcelas pagas são consideradas despesa</p><p>somente quando ocorrer o recebimento do bem.</p><p>Os bens adquiridos por meio de permuta com produtos rurais, que caracterizem</p><p>pagamento parcelado, são considerados despesa no mês do pagamento de cada</p><p>parcela pela entrega dos produtos rurais permutados (os valores correspondentes aos</p><p>produtos rurais entregues são tributados como receita no mesmo mês).</p><p>Essas despesas devem ser comprovadas por meio de documentos hábeis e idôneos,</p><p>tais como guias de recolhimento de ICMS e INSS, notas fiscais, recibos emitidos por</p><p>empregados ou prestadores de serviço etc.</p><p>Código 3.00.000 - Despesas não Dedutíveis</p><p>Não é obrigatória a escrituração de valores com esse código. Informe, se quiser, as</p><p>despesas não dedutíveis da receita de atividade rural, como poupança para aquisição</p><p>de bens por consórcio e as despesas gerais não vinculadas à atividade rural.</p><p>Código 4.00.000 - Adiantamentos Recebidos até o Ano Anterior a serem</p><p>Informados como Receita de Produtos Entregues no Ano</p><p>Neste grupo informe a receita referente ao(s) adiantamento(s) de recursos financeiros</p><p>recebidos até 2022, relativos a produtos entregues em 2023.</p><p>O contribuinte que realizar entrega de produto em 2023, cujo adiantamento tenha sido</p><p>recebido em anos anteriores, deve escriturá-lo tanto no código 1.00.000 (Receita da</p><p>Atividade Rural) como no 4.00.000 (Adiantamentos Recebidos até o Ano Anterior a</p><p>serem Informados como Receita de Produtos Entregues no Ano).</p><p>97</p><p>Exemplo:</p><p>O produtor rural recebeu adiantamento de R$ 100.000,00, em 28/06/2022, por conta de</p><p>venda para entrega futura de café em 30/04/2023.</p><p>Quando da entrega do produto, em 30/04/2023, o contribuinte deve emitir a Nota Fiscal</p><p>de Produtor no valor de R$ 100.000,00, que é receita da atividade rural, e escriturar no</p><p>Livro Caixa, sob o código 1.01.002.</p><p>O valor de R$ 100.000,00 deve também ser escriturado no Livro Caixa, sob o código</p><p>4.00.001, como produtos entregues em 2023, referentes a adiantamentos recebidos até</p><p>2022.</p><p>Código 5.00.000 - Adiantamentos Recebidos no Ano por Conta de Venda para</p><p>Entrega Futura</p><p>Neste grupo, informe o(s) adiantamento(s) de recursos financeiros que receber em</p><p>2023, relativos a produtos para entrega futura a partir de 2024, que serão computados</p><p>como receita somente no mês da efetiva entrega do produto.</p><p>Exemplo:</p><p>O produtor rural recebe adiantamento de R$ 100.000,00, em 28/06/2023, por conta de</p><p>venda para entrega futura de café em 30/04/2024.</p><p>Quando do recebimento do adiantamento, em 28/06/2023, o valor de R$ 100.000,00</p><p>deve ser escriturado no Livro Caixa, sob o código 5.00.001, como adiantamento</p><p>recebido em 2023, por conta de venda para entrega futura.</p><p>Quando da entrega do produto, em 30/04/2024, o contribuinte emite a Nota Fiscal de</p><p>Produtor no valor de R$ 100.000,00, que é escriturada no Livro Caixa,</p><p>simultaneamente, como receita da atividade rural, sob o código 1.01.002, e como</p><p>produto entregue referente a adiantamento, sob o código 4.00.001.</p><p>Ocorrendo a devolução de valor, decorrente de contratos de compra e venda de</p><p>produtos rurais para entrega futura, o valor devolvido:</p><p>- após a entrega do produto constitui despesa no mês da devolução;</p><p>- antes da entrega do produto, não constitui despesa, devendo ser diminuído do</p><p>adiantamento recebido por conta do contrato.</p><p>98</p><p>Como Usar o Ajuda</p><p>O sistema de ajuda foi criado com o objetivo de facilitar o uso do programa Livro Caixa</p><p>da Atividade Rural. O Ajuda contém informações sobre o funcionamento do programa e</p><p>sobre as disposições legais para seu correto preenchimento.</p><p>Para acessar o ajuda, clique em:</p><p>1) Ajuda...Conteúdo na barra de menu;</p><p>2) Ajuda...Instruções de Preenchimento na barra de menu;</p><p>3) Conteúdo na barra lateral; ou</p><p>4) Instruções na barra lateral.</p><p>Os principais componentes do Ajuda são:</p><p>Ajuda contextual ou ajuda de campo: Ativada por meio da tecla F1, fornece</p><p>informações relativas à ficha a ser preenchida no momento.</p><p>Botões (localizados na parte superior da janela do Ajuda):</p><p>Guardar como...</p><p>Imprimir Documento: Imprime o tópico que está sendo apresentado na tela.</p><p>Procurar Documento</p><p>Mostrar / ocultar painel de utilitários</p><p>Primeira página</p><p>Página anterior</p><p>Número da página atual</p><p>Número de páginas</p><p>Página seguinte</p><p>Última página</p><p>Reduzir zoom</p><p>Zoom</p><p>Aumentar zoom</p><p>3.8 Programas de IRPF Disponibilizados Pela RFB</p><p>Nome do Programa Sigla Para que Serve?</p><p>1. IRPF2023</p><p>Declaraçãode Ajuste</p><p>Anual.</p><p>IRPF2023</p><p>Para preencher a</p><p>declaração de ajuste</p><p>anual de 2023, em</p><p>99</p><p>qualquer sistema</p><p>operacional com</p><p>máquina virtual Java</p><p>instalada, referente aos</p><p>rendimentos recebidos</p><p>durante o ano-calendário</p><p>de 2022, e para efetuar</p><p>todos os cálculos</p><p>necessários à apuração</p><p>do imposto.</p><p>2. Ganhos de</p><p>Capital2022.</p><p>GCAP2022</p><p>Para calcular o imposto</p><p>sobre a renda incidente</p><p>na alienação de bens e</p><p>direitos em moeda</p><p>nacional e estrangeira,</p><p>realizada em 2022, e na</p><p>alienação de moeda</p><p>estrangeira mantida em</p><p>espécie, realizada em</p><p>2022, e para exportar os</p><p>dados para a declaração</p><p>IRPF2023.</p><p>3. Livro Caixa</p><p>daAtividade Rural</p><p>2022.</p><p>AR2022</p><p>Para escriturar o Livro</p><p>Caixa da Atividade Rural</p><p>referente a receitas</p><p>auferidas e despesas</p><p>realizadas durante</p><p>o ano</p><p>de 2022 e para exportar</p><p>os dados para a</p><p>declaração IRPF2023</p><p>4. Ganhos de</p><p>Capital2023.</p><p>GCAP2023</p><p>Para calcular o imposto</p><p>sobre a renda incidente</p><p>na alienação de bens e</p><p>direitos em moeda</p><p>nacional e estrangeira,</p><p>realizada em 2023, e na</p><p>alienação de moeda</p><p>estrangeira mantida em</p><p>espécie, realizada em</p><p>2023, e para exportar os</p><p>dados para a declaração</p><p>IRPF2024.</p><p>5. Carnê Leão. Carnê Leão</p><p>Para calcular o imposto</p><p>sobre a renda incidente</p><p>sobre os rendimentos</p><p>sujeitos ao recolhimento</p><p>100</p><p>mensal obrigatório.</p><p>6. Livro Caixa</p><p>daAtividade Rural</p><p>2023.</p><p>AR2023</p><p>Para escriturar o Livro</p><p>Caixa da Atividade Rural</p><p>referente a receitas</p><p>auferidas e despesas</p><p>realizadas durante o ano</p><p>de 2023 e para exportar</p><p>os dados para a</p><p>declaração IRPF2024.</p><p>Atenção:</p><p>Todos os programas de IRPF podem ser obtidos no sítio da RFB na Internet, no</p><p>endereço <https://www.gov.br/receitafederal/pt-br>.</p><p>4 Tutorial de Entrega do Livro Caixa Digital do Produtor Rural (LCDPR)</p><p>101</p><p>102</p><p>103</p><p>104</p><p>105</p><p>106</p><p>107</p><p>108</p><p>109</p><p>5 Contabilidade tributária da atividade rural Pessoa Jurídica (PJ)</p><p>O sucesso de qualquer empreendimento está subordinado a uma administração</p><p>eficiente. É justamente nesse aspecto que a empresa rural brasileira apresenta uma</p><p>110</p><p>de suas mais visíveis carências, prejudicando todo o processo da modernização da</p><p>agropecuária. É possível constatar que a administração rural no Brasil ainda se</p><p>desenvolve dentro de critérios bastante tradicionais. Essa característica não é</p><p>constatada apenas em pequenas propriedades rurais, prevalecendo também entre</p><p>as médias e grandes empresas.</p><p>Uma das ferramentas administrativas menos utilizadas pelos produtores é, sem</p><p>dúvida, a Contabilidade Rural, vista, geralmente como uma técnica complexa em</p><p>sua execução, com baixo retorno, na prática. Além disso, quase sempre é</p><p>conhecida apenas dentro de suas finalidades fiscais, sendo que a maioria dos</p><p>produtores sujeitos à tributação do I.R. não mostra grande interesse por uma</p><p>aplicação gerencial, relegando toda sua contabilidade a profissionais de área</p><p>contábil.</p><p>Verifica-se, no entanto, que a atual crise econômica, a retirada de subsídios e</p><p>incentivos fiscais, por parte do governo, vem provocando uma reversão desse</p><p>quadro. A necessidade de alcançar elevados níveis de produtividade, através do</p><p>emprego de técnicas produtivas modernas, torna-se indispensável a implantação de</p><p>uma contabilidade rural, propiciando um melhor gerenciamento e efetivação de um</p><p>resultado almejado, que é a maximização do lucro. A contabilidade Rural destaca-</p><p>se como o principal instrumento de apoio às tomadas de decisões, durante a</p><p>execução e o controle das operações da empresa rural.</p><p>Um sistema contábil eficiente, aliado ao bom senso do administrador, deve</p><p>proporcionar um diagnóstico realista, com a localização dos pontos fracos e fortes</p><p>de cada atividade produtiva, e da empresa como um todo. De posse de tais</p><p>informações, poderão ser tiradas inúmeras conclusões para diversas finalidades.</p><p>Contabilidade Rural é a contabilidade geral aplicada às empresas rurais (agrícolas,</p><p>zootécnica, agropecuária e agro-industrial).</p><p>PESSOA JURÍDICA: Considerando a pessoa jurídica em virtude das necessidades</p><p>organizacionais, da prestação de contas aos sócios ou acionistas, da importância</p><p>dos relatórios contábeis para diversos usuários - em alguns casos existe Auditoria -</p><p>e considerando o volume de negócio (normalmente, maior que o das pessoas</p><p>físicas), há um cuidado maior em exercitar o Princípio da Entidade Contábil.</p><p>No que concerne às pessoas físicas, comparam-se a legislação do Imposto de</p><p>Renda e o princípio em estudo sob dois aspectos; por um lado, há perfeito</p><p>entrosamento e, por outro, total desarmonia.</p><p>Em primeiro lugar, destacam-se as formas de apuração de rendimento na</p><p>agropecuária, que, dependendo da receita bruta do negócio, poderão ser:</p><p>simplificada (escrituração rudimentar ou simplificada nos moldes do livro caixa) ou</p><p>contábil (escrituração regular em livros contábeis e fiscais, podendo manter o livro</p><p>111</p><p>caixa). Quanto maior for a receita bruta, mais completa será a escrituração, até</p><p>atingir a forma contábil.</p><p>A receita bruta mensal e as despesas de custeio e investimento apurados em</p><p>qualquer das três formas já indicadas serão transcritas na Declaração de</p><p>Rendimentos - Pessoas Físicas, no Demonstrativo da Atividade Rural, onde se</p><p>apurará o rendimento líquido tributável oriundo da atividade agropecuária. Essa</p><p>apuração na declaração não é individualizada por imóvel, quando o proprietário</p><p>tiver mais de uma propriedade.</p><p>Portanto, no que tange à apuração de rendimentos, há identificação entre os</p><p>preceitos de legislação do Imposto de Renda e os do Princípio da Entidade</p><p>Contábil, qual seja: a individualização de apuração do resultado do negócio</p><p>agropecuário independente, de forma separada de outros rendimentos.</p><p>Em segundo lugar, destacam-se os registros dos itens patrimoniais competentes ao</p><p>negócio agropecuário como os valores de terra nua que deverão constar, conforme</p><p>disposição do Imposto de Renda, da declaração de bens e de dívidas da</p><p>Declaração do Imposto de Renda Pessoa Física, em conjunto com outros bens do</p><p>proprietário.</p><p>Dessa forma, os valores correspondentes a terra nua passam a fazer parte do</p><p>patrimônio particular do proprietário, e não da entidade.</p><p>Dever-se-ia fazer um controle paralelo do patrimônio da entidade (isto normalmente</p><p>ocorre quando a pessoa estiver obrigada a utilizar a forma de escrituração contábil).</p><p>Todavia, Inexistindo a obrigatoriedade fiscal, dificilmente isso vai ocorrer. Ressalte-</p><p>se que, para outras atividades, muitas vezes com volume de negócio menor que o</p><p>de muitas agropecuárias, tais como empresas individuais, bares, bancas de jornal,</p><p>um pequeno consultório etc., o patrimônio dos proprietários é destacado, por força</p><p>legal, do da entidade.</p><p>Para efeito do princípio em estudo, portanto, o proprietário dispõe parcial ou</p><p>totalmente dos seus bens para operar no negócio agropecuário, formando um ativo</p><p>para a entidade. Esse ativo, enquanto o negócio mantiver continuidade, será</p><p>controlado como patrimônio da entidade.</p><p>Só assim se poderá melhor atingir alguns objetivos da Contabilidade, tais como</p><p>determinar o valor do negócio, determinar a rentabilidade do negócio em certo</p><p>período, prover o fazendeiro de informações que o auxiliarão nas tomadas de</p><p>decisões etc.</p><p>ATIVIDADE RURAL: A exploração da atividade rural inclui as operações</p><p>provenientes do giro normal da empresa, em decorrência do exercício das</p><p>seguintes atividades:</p><p> Agricultura;</p><p>112</p><p> Pecuária;</p><p> Extração e exploração vegetal e animal;</p><p> Exploração de atividades zootécnicas, tais como apicultura, avicultura,</p><p>cunicultura, suinocultura, sericicultura, piscicultura e de outras culturas de</p><p>pequenos animais;</p><p> Exploração de atividade florestal, ou seja, o cultivo de florestas que se</p><p>destinem ao corte para comercialização, consumo ou industrialização;</p><p> Venda de rebanho de renda, reprodutores ou matrizes;</p><p> Transformação de produtos decorrentes da atividade rural, sem que sejam</p><p>alteradas a composição e as características do produto in natura, feita pelo</p><p>próprio agricultor ou criador, com equipamentos e utensílios usualmente</p><p>empregados nas atividades rurais, utilizando exclusivamente matérias-primas</p><p>produzidas na área rural explorada, tais como:</p><p>a) Beneficiamento de produtos agrícolas:</p><p>Descasque de arroz e de outros produtos semelhantes;</p><p>Debulha de milho;</p><p>Conservas de frutas etc.;</p><p>b) Transformação de produtos agrícolas:</p><p>Moagem de trigo e de milho;</p><p>Moagem de cana-de-açúcar para produção de açúcar mascavo,</p><p>melado, rapadura;</p><p>Grãos em farinha ou farelo;</p><p>c) Transformação de produtos zootécnicos:</p><p>Produção de mel acondicionado em embalagem de apresentação;</p><p>Laticínio (pasteurização e o acondicionamento</p><p>do leite;</p><p>transformação do leite em queijo, manteiga e requeijão);</p><p>Produção de sucos de frutas acondicionados em embalagem de</p><p>apresentação;</p><p>Produção de adubos orgânicos;</p><p>d) Transformação de produtos florestais:</p><p>Produção de carvão vegetal;</p><p>Produção de lenha com árvores da propriedade rural;</p><p>Venda de pinheiros e madeira de árvores plantadas na propriedade</p><p>rural;</p><p>e) Produção de embriões de rebanho em geral, alevinos e girinos em</p><p>propriedade rural, independentemente de sua destinação (reprodução ou</p><p>comercialização);</p><p> Atividade de captura de pescado in natura, realizada por embarcações,</p><p>desde que a exploração se faça com apetrechos semelhantes ao da pesca</p><p>artesanal (arrastões de praia, rede de cerca etc.), inclusive a exploração em</p><p>regime de parceria.</p><p>A inclusão de rendimentos auferidos em outras atividades que não seja atividade</p><p>rural, com o objetivo de usufruir de benefícios fiscais, constitui fraude e sujeita o</p><p>113</p><p>infrator à multa de 150% do valor da diferença do imposto devido, sem prejuízos de</p><p>outras cominações legais.</p><p>Estão excluídas do conceito de atividade rural, não sendo aplicável o tratamento ora</p><p>examinado, as atividades diversas daquelas mencionadas, dentre elas:</p><p>a) A industrialização de produtos, tais como bebidas alcoólicas em geral, óleos</p><p>essenciais, arroz beneficiado em máquinas industriais, fabricação de vinho com</p><p>uvas ou frutas;</p><p>b) A comercialização de produtos rurais de terceiros e a compra e venda de</p><p>rebanho com permanência em poder da pessoa jurídica rural em prazo inferior a 52</p><p>dias, quando em regime de confinamento, ou 138 dias, nos demais casos;</p><p>c) O beneficiamento ou a industrialização de pescado in natura;</p><p>d) O ganho auferido por pessoa jurídica rural proprietária de rebanho, entregue,</p><p>mediante contrato por escrito, à outra parte contratante (simples possuidora do</p><p>rebanho), para o fim específico de procriação, ainda que o rendimento seja</p><p>predeterminado em número de animais;</p><p>e) As receitas provenientes do aluguel ou arrendamento de máquinas,</p><p>equipamentos agrícolas e pastagens, e da prestação de serviços em geral, inclusive</p><p>a de transportes de produtos de terceiros;</p><p>f) As receitas decorrentes da venda de recursos minerais, extraídos de propriedade</p><p>rural, tais como metal nobre, pedras preciosas, areia, aterro, pedreiras;</p><p>g) As receitas de vendas de produtos agropecuários recebidos em doação, quando</p><p>o donatário não explore atividade rural;</p><p>h) As receitas financeiras de aplicações de recursos no período compreendido entre</p><p>dois ciclos de produção;</p><p>i) Os valores dos prêmios ganhos a qualquer titulo pelos animais que participarem</p><p>em concursos, competições, feiras e exposições;</p><p>j) Os prêmios recebidos de entidades promotoras de competições hípicas pelos</p><p>proprietários, criadores e profissionais do turfe;</p><p>k) As receitas oriundas da exploração de turismo rural e de hotel fazenda.</p><p>ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL: A forma de escrituração das operações é de livre</p><p>escolha da pessoa jurídica rural, desde que mantenha registros permanentes com</p><p>obediência aos preceitos da legislação comercial e fiscal, e aos princípios de</p><p>contabilidade geralmente aceitos, devendo observar métodos ou critérios contábeis</p><p>uniformes no tempo e registrar as mutações patrimoniais segundo o regime de</p><p>competência, sendo obrigatória a manutenção do Lalur para fins da apuração do</p><p>lucro real.</p><p>No caso de a pessoa jurídica que explora a atividade rural também desenvolver</p><p>outras de natureza diversa e desejar beneficiar-se dos incentivos fiscais próprios</p><p>concedidos à atividade rural, deverá manter escrituração da atividade rural em</p><p>separado das demais atividades com o fim de segregar as receitas, os custos e as</p><p>despesas referentes à atividade rural de modo a permitir a determinação da receita</p><p>líquida e a demonstração, no Lalur, do lucro ou prejuízo contábil e do lucro ou</p><p>prejuízo fiscal da atividade rural separados dos das demais atividades.</p><p>114</p><p>Os registros contábeis devem evidenciar as contas de receitas, custos e despesas,</p><p>segregadas por tipo de atividades.</p><p>NORMA CONTÁBIL: O CFC - Conselho Federal de Contabilidade, através da</p><p>Resolução 1.186/2009, aprovou a NBC TG 29 – Ativo Biológico e Produto Agrícola,</p><p>com vigência a partir de 2010, onde estabelece o tratamento contábil dos ativos</p><p>biológicos (animais e vegetais, vivos) e dos produtos agrícolas (bens gerados pelos</p><p>ativos biológicos) obtidos no momento de colheita.</p><p>De acordo com a referida NBC TG, os ativos biológicos e os produtos agrícolas</p><p>serão mensurados da seguinte forma:</p><p>a) Ativo biológico: deve ser mensurado ao valor justo menos a despesa de venda</p><p>no momento do reconhecimento inicial e no final de cada período de competência,</p><p>exceto para os casos em que o valor justo não pode ser mensurado de forma</p><p>confiável;</p><p>b) Produto agrícola: deve ser mensurado ao valor justo, menos a despesa de</p><p>venda, no momento da colheita. O valor assim atribuído representa o custo,</p><p>devendo ser aplicadas as Normas específicas para avaliação de estoques.</p><p>Considera-se valor justo o valor pelo qual um ativo pode ser negociado, ou um</p><p>passivo liquidado, entre partes interessadas, conhecedoras do negócio e</p><p>independentes entre si, com a ausência de fatores que pressionem para a</p><p>liquidação da transação ou que caracterizem uma transação compulsória.</p><p>Valor justo é o valor pelo qual um ativo pode ser negociado, ou um passivo</p><p>liquidado, entre partes interessadas, conhecedoras do negócio e independentes</p><p>entre si, com a ausência de fatores que pressionem para a liquidação da transação</p><p>ou que caracterizem uma transação compulsória.</p><p>Conforme prevê a NBC TG 29, há uma premissa de que o valor justo dos ativos</p><p>biológicos pode ser mensurado de forma confiável. Contudo, tal premissa pode ser</p><p>rejeitada no caso de ativo biológico cujo valor deveria ser determinado pelo</p><p>mercado, porém, este não o tem disponível e as alternativas para estimá-los não</p><p>são claramente confiáveis. Em tais situações, o ativo biológico deve ser mensurado</p><p>ao custo, menos qualquer depreciação e perda por irrecuperabilidade acumuladas.</p><p>Quando o valor justo de tal ativo biológico se tornar mensurável de forma confiável,</p><p>deve-se mensurá-Io ao seu valor justo menos as despesas de venda. Quando o</p><p>ativo biológico classificado no Ativo Não Circulante satisfizer aos critérios para ser</p><p>classificado como mantido para venda, ou incluído em grupo de ativo mantido para</p><p>essa finalidade, de acordo com a NBC T 19.28 - Ativo Não Circulante Mantido para</p><p>Venda e Operação Descontinuada, presume-se que o valor justo possa ser</p><p>mensurado de forma confiável.</p><p>A presunção mencionada anteriormente pode ser rejeitada somente no</p><p>reconhecimento inicial. A empresa que tenha mensurado previamente o ativo</p><p>biológico ao seu valor justo, menos a despesa de venda, continuará a mensurá-Io</p><p>assim até a sua venda.</p><p>Em todos os casos, a empresa deve mensurar o produto agrícola no momento da</p><p>colheita ao seu valor justo, menos a despesa de venda. A Norma assume a</p><p>premissa de que o valor justo do produto agrícola no momento da colheita pode ser</p><p>115</p><p>sempre mensurado de forma confiável. Na determinação do custo, da depreciação</p><p>e da perda por irrecuperabilidade acumuladas, deve-se considerar a NBC TG 16 -</p><p>Estoques, NBC TG 27 - Ativo Imobilizado e NBC TG 12 - Redução ao Valor</p><p>Recuperável de Ativos.</p><p>A NBC TG 29 dispõe que o ganho ou perda decorrente de variações no valor justo</p><p>do ativo biológico e do produto agrícola será incluído no resultado do período em</p><p>que tiver origem ou em que ocorrer.</p><p>Na NBC TG os seguintes termos são usados com significados específicos:</p><p> Planta portadora é uma planta viva que:</p><p>a) é utilizada na produção ou no fornecimento de produtos agrícolas;</p><p>b) é cultivada para produzir frutos por mais de um período; e</p><p>c) tem uma probabilidade remota de ser vendida como produto agrícola,</p><p>exceto para eventual venda como sucata.</p><p>Não são plantas portadoras:</p><p>a) Plantas cultivadas para serem colhidas como produto agrícola</p><p>(por</p><p>exemplo, árvores cultivadas para o uso como madeira);</p><p>b) Plantas cultivadas para a produção de produtos agrícolas, quando há a</p><p>possibilidade maior do que remota de que a entidade também vai colher e</p><p>vender a planta como produto agrícola, exceto as vendas de sucata como</p><p>incidentais (por exemplo, árvores que são cultivadas por seus frutos e sua</p><p>madeira); e</p><p>c) Culturas anuais (por exemplo, milho e trigo).</p><p> Atividade agrícola é o gerenciamento da transformação biológica e da</p><p>colheita de ativos biológicos para venda ou para conversão em produtos</p><p>agrícolas ou em ativos biológicos adicionais, pela entidade.</p><p> Produção agrícola é o produto colhido de ativo biológico da entidade.</p><p> Ativo biológico é um animal e/ou uma planta, vivos.</p><p> Transformação biológica compreende o processo de crescimento,</p><p>degeneração, produção e procriação que causam mudanças qualitativa e</p><p>quantitativa no ativo biológico.</p><p> Despesa de venda são despesas incrementais diretamente atribuíveis à</p><p>venda de ativo, exceto despesas financeiras e tributos sobre o lucro.</p><p> Grupo de ativos biológicos é um conjunto de animais ou plantas vivos</p><p>semelhantes.</p><p> Colheita é a extração do produto de ativo biológico ou a cessação da vida</p><p>desse ativo biológico.</p><p>Exemplos de ativos biológicos, produto agrícola e produtos resultantes do</p><p>processamento depois da colheita:</p><p>116</p><p>5.1 Contabilidade atividade Rural para PJ</p><p>EMPRESAS AGRÍCOLAS</p><p>Aspectos Gerais: As empresas agrícolas são aquelas que se destinam à produção</p><p>de bens, mediante o plantio, manutenção ou tratos culturais, colheita e</p><p>comercialização de produtos agrícolas.</p><p>As culturas agrícolas dividem-se em:</p><p>a) Temporárias: a que se extinguem pela colheita, sendo seguidas de um novo</p><p>plantio; e</p><p>b) Permanentes: aquela de duração superior a um ano ou que proporcionam mais</p><p>de uma colheita, sem a necessidade de novo plantio, recebendo somente tratos</p><p>culturais no intervalo entre as colheitas.</p><p>O ciclo operacional é o período compreendido desde a preparação do solo,</p><p>entendida esta como a utilização de grade, arado e demais implementos agrícolas,</p><p>deixando a área disponível para o plantio até a comercialização do produto.</p><p>Atividade agrícola compreende uma série de atividades, por exemplo, aumento de</p><p>rebanhos, silvicultura, colheita anual ou constante, cultivo de pomares e de</p><p>plantações, floricultura e cultura aquática (incluindo criação de peixes). Certas</p><p>características comuns existem dentro dessa diversidade:</p><p>a) Capacidade de mudança - Animais e plantas vivos são capazes de</p><p>transformações biológicas;</p><p>b) Gerenciamento de mudança - O gerenciamento facilita a transformação</p><p>biológica, promovendo, ou pelo menos estabilizando, as condições</p><p>necessárias para que o processo ocorra (por exemplo, nível de nutrientes,</p><p>umidade, temperatura, fertilidade, luz). Tal gerenciamento é que distingue as</p><p>atividades agrícolas de outras atividades. Por exemplo, colher de fontes não</p><p>117</p><p>gerenciadas, tais como pesca no oceano ou desflorestamento, não é</p><p>atividade agrícola; e</p><p>c) Mensuração da mudança - A mudança na qualidade (por exemplo, mérito</p><p>genético, densidade, amadurecimento, nível de gordura, conteúdo proteico e</p><p>resistência da fibra) ou quantidade (por exemplo, descendência, peso, metros</p><p>cúbicos, comprimento e/ou diâmetro da fibra e a quantidade de brotos)</p><p>causada pela transformação biológica ou colheita é mensurada e monitorada</p><p>como uma função rotineira de gerenciamento.</p><p>A Transformação biológica resulta dos seguintes eventos:</p><p>a) Mudanças de ativos por meio de crescimento (aumento em quantidade ou</p><p>melhoria na qualidade do animal ou planta); degeneração (redução na</p><p>quantidade ou deterioração na qualidade de animal ou planta) ou procriação</p><p>(geração adicional de animais ou plantas); ou</p><p>b) Produção de produtos agrícolas, tais como látex, folhas de chá, lã, leite.</p><p>Fluxo contábil na atividade agrícola</p><p>Culturas temporárias</p><p>Culturas temporárias são aquelas sujeitas ao replantio após a colheita,</p><p>possuindo curto período de vida entre o plantio e a colheita, como, por exemplo, os</p><p>cultivos de feijão, legumes, arroz, trigo, que são arrancados do solo durante a colheita.</p><p>As culturas deverão, sempre que possível, ser contabilizadas pelo seu valor justo, uma</p><p>vez que são ativos biológicos. O valor justo pode então ser encontrado com base em</p><p>valores de mercado ou por valor presente de fluxo de caixa esperado.</p><p>Na prática, esses valores são difíceis de serem estipulados. Imagine definir o</p><p>preço de mercado das ramas de feijão, ou do pé de milho recém-brotado, ou ainda do</p><p>canteiro de hortaliças onde se acabou de plantar as sementes. Trazer a valor presente</p><p>os fluxos futuros de caixa esperados com a cultura talvez pudesse ser mais adequado.</p><p>Contudo, a confiabilidade na mensuração poderia ter grandes problemas,</p><p>principalmente no momento de formação da cultura, visto que não se sabe ao certo</p><p>como será o crescimento da cultura, nível de pragas e doenças, ocorrência ou não de</p><p>chuvas, etc. Nesse caso, a avaliação poderá ser feita a custo.</p><p>Considerando então a avaliação por custo, durante o ciclo produtivo, os custos</p><p>pagos ou incorridos, nesta cultura, serão acumulados em conta específica que pode</p><p>ser intitulada como “Cultura Temporária em Formação” - Estoques - Ativo Circulante.</p><p>Na conta “Cultura Temporária em Formação” serão contabilizados todos os gastos</p><p>necessários para preparar a terra para plantio, gastos com sementes, fertilizantes,</p><p>mudas, inseticidas, demarcações, seguro, mão de obra, encargos sociais, energia</p><p>elétrica, combustíveis, serviços profissionais, irrigação, depreciação de veículos e</p><p>outros imobilizados, bem como todos os gastos com a colheita dos produtos.</p><p>De acordo com o Sumário do CPC 29, durante a colheita, todos os gastos</p><p>necessários também serão contabilizados como ativo, ao custo, e reconhecidos como</p><p>118</p><p>despesa assim que o produto agrícola surge e é avaliado ao valor justo menos</p><p>despesas de venda. Surge nessa fase o produto agrícola, como uma conta de estoque</p><p>no Ativo Circulante, especificando o tipo de produto (feijão, soja, milho, batata...). No</p><p>momento da contabilização do produto agrícola a valor justo, a contrapartida será um</p><p>ganho no resultado. Em resumo, os gastos da colheita serão lançados como despesa</p><p>do período e, no caso da cultura temporária, a exaustão da cultura também, visto que</p><p>as culturas serão extirpadas do solo. À medida que a produção agrícola, contabilizada</p><p>a valor justo menos despesa, for vendida, dá-se baixa na conta “Produtos Agrícolas” e</p><p>transfere-se o valor de custo para a conta “Custo dos Produtos Vendidos”,</p><p>possibilitando o confronto entre receita e despesa e aferição do Lucro Bruto.</p><p>Custos versus despesas e Contabilização da cultura temporária</p><p>Os custos são todos os gastos identificáveis, direta ou indiretamente com a</p><p>cultura ou produto. São considerados custos de cultura, por exemplo, sementes,</p><p>adubos, combustíveis, fertilizantes, energia elétrica, inseticidas, depreciação, de</p><p>tratores, de veículos etc. As despesas são todos os gastos não identificáveis com a</p><p>cultura, não sendo acumulados ao estoque, entre elas: as despesas administrativas,</p><p>despesas com pessoal, despesas financeiras, despesas de vendas etc.</p><p>Alguns tipos de gastos, no entanto, são mais difíceis de conceituar entre custo</p><p>ou despesa. Os gastos com manutenção do estoque como silagem e congelamento</p><p>são considerados custos em alguns casos, despesas em outros. Uma empresa que</p><p>vende queijos maduros necessita da estocagem para que o produto chegue ao ponto</p><p>ideal de venda. Por outro lado, uma empresa que vende queijo minas frescal não</p><p>necessita da estocagem para que o produto chegue ao ponto ideal de venda; nesse</p><p>caso, a estocagem é considerada despesa, pois não tem mais a ver com a produção e</p><p>sim em não deixar o produto final estragar.</p><p>Em alguns casos, os produtores armazenam seus produtos para poder vendê-</p><p>los em momentos em que o preço esteja melhor no mercado.</p><p>Estes gastos são</p><p>geralmente considerados Despesas Operacionais de Vendas e não como custo do</p><p>produto. Essa prática é comum, por exemplo, no caso da comercialização da soja. O</p><p>impacto da armazenagem da soja na propriedade rural sobre os preços de mercado da</p><p>commodity e na ampliação da capacidade de armazenamento e observa-se que, na</p><p>medida em que a capacidade de armazenagem aumenta, os preços mundiais tendem a</p><p>se elevar, podendo gerar ganhos superiores a R$5,00/saca para o produtor em um</p><p>cenário onde a capacidade de armazenagem chegue a 60% da produção.</p><p>Todavia, considerando que o produto agrícola pode ficar em estoque para</p><p>vendas futuras, algumas vezes ultrapassando um ano, há quem prefira contabilizar o</p><p>gasto de armazenamento acumulado no custo, isto é, no estoque, identificando melhor</p><p>o custo do produto no momento da venda (MARION, 2014).</p><p>119</p><p>Gastos com Colheita: Todo o custo da colheita será acumulado na conta</p><p>"Cultura Temporária" e, após o término da colheita, essa conta será baixada pelo</p><p>seu valor de custo e transferida para uma nova conta, denominada "Produtos</p><p>Agrícolas", sendo especificado, como subconta, o tipo de produto (soja, milho,</p><p>batata).</p><p>Embora não se assemelhe a um estoque em formação, mas a um estoque</p><p>acabado, recolhido ao depósito ou ao armazém, essa conta também compõe o</p><p>Ativo Circulante.</p><p>A essa conta de "Produtos Agrícolas" serão somados todos os custos posteriores à</p><p>colheita (para acabamento do produto ou para deixá-Io em condições de ser</p><p>vendido, consumido ou reaplicado, tais como beneficiamentos, acondicionamentos</p><p>etc.) e todos os custos para manutenção desse estoque: silagem, congelamento</p><p>etc.</p><p>À medida que a produção agrícola for vendida, dá-se proporcionalmente baixa na</p><p>conta "Produtos Agrícolas" e transfere-se o valor de custo para a conta "Custo do</p><p>Produto Vendido" (resultado), especificando-se o tipo de produto agrícola vendido</p><p>(trigo, tomate, abóbora). Dessa forma, haverá o confronto entre a Receita e o Custo</p><p>do Produto Vendido, podendo-se apurar o Lucro Bruto.</p><p>Gastos com Armazenamento: Quando o produto agrícola estiver pronto</p><p>para venda, totalmente acabado, não devendo sofrer mais nenhuma alteração, é</p><p>comum, em alguns casos, armazena-lo, no sentido de vendê-Io em momento</p><p>oportuno, esperando-se o preço oscilar para cima.</p><p>Estes gastos são normalmente tratados como Despesa de Vendas, no grupo</p><p>Despesa Operacional, e não Custo do Produto. Dessa forma, são considerados</p><p>custo do período e não do produto.</p><p>No exemplo a seguir, considerou-se a formação da cultura mensurada ao custo</p><p>e no momento do reconhecimento do produto agrícola a mensuração a valor justo.</p><p>Formação da cultura</p><p>120</p><p>Colheita</p><p>Produtos colhidos</p><p>Provisão de Despesas referentes a vendas dos produtos</p><p>121</p><p>Venda do produto e apuração do custo</p><p>Culturas permanentes</p><p>Cultura em Formação são aquelas não sujeitas ao replantio após a colheita, uma</p><p>vez que propiciam mais de uma colheita ou produção, bem como apresentam prazo de</p><p>vida útil superior a um ano. Na prática, basta a cultura durar mais de um ano e propiciar</p><p>mais de uma colheita para ser permanente, como, por exemplo: laranjeira, macieiras,</p><p>cana-de-açúcar, plantações de café, etc. Durante a formação dessa cultura, os gastos</p><p>são acumulados na conta “Cultura Permanente em Formação” no Grupo Ativo Não</p><p>Circulante e no subgrupo Imobilizado. Nessa conta serão contabilizados todos os</p><p>custos com adubação, formicidas, fungicidas, mão de obra, encargos sociais, preparo</p><p>do solo, irrigação etc. Na conta “Cultura Permanente em Formação” há subcontas que</p><p>indicam especificamente o tipo de cultura: café, maçãs, seringueira, pastagem,</p><p>florestamento etc.</p><p>122</p><p>Quando a cultura atingir a sua maturidade e estiver em condições de produzir, o</p><p>saldo da conta da cultura em formação será transferido para a conta “Cultura</p><p>Permanente Formada” - Imobilizado, especificando-se também o tipo de cultura. É</p><p>importante ressaltar os casos de, por exemplo, cana-de-açúcar, palmito, eucalipto,</p><p>pinho, entre outros. Essas culturas não passam de “Cultura em Formação” para</p><p>“Cultura Formada”, visto que, no momento de se considerar acabada, ela é ceifada,</p><p>extirpada do solo ou cortada para brotarem novamente. No caso do canavial, uma vez</p><p>plantado, poderá gerar de três a quatro cortes.</p><p>Outro ponto importante a se destacar é a depreciação/exaustão, visto que a</p><p>conta “Cultura Formada” está sujeita a essa contabilização a partir do mês em que</p><p>começar a produzir. Se, por exemplo, estima-se que a vida útil produtiva e</p><p>economicamente viável do cafezal é de 13 anos, a cada ano de colheita é necessário</p><p>reduzir o valor da Cultura Formada.</p><p>Contabilização da cultura em formação</p><p>Preparação do solo</p><p>Adubação e preparo do plantio</p><p>123</p><p>Plantio</p><p>Irrigação</p><p>Tratamento fitossanitário</p><p>124</p><p>Manutenção no período de crescimento</p><p>Cultura Permanente Formada</p><p>Colheita ou produção (da cultura permanente)</p><p>Agora com a cultura já formada, a preocupação se dá com a primeira colheita ou</p><p>primeira produção. Durante o período de formação do produto (e não da cultura) a ser</p><p>colhido, os custos pagos ou incorridos serão acumulados em conta específica, que</p><p>poderá ser denominada de “Colheita em Andamento” - Estoques - Ativo Circulante,</p><p>devendo-se especificar o tipo de produto que vai ser colhido. A colheita caracteriza-se</p><p>como Estoque em Andamento (Estoque em Elaboração), uma produção em formação</p><p>destinada à venda que deve ser classificada no Ativo Circulante, onde serão</p><p>registrados todos os custos necessários para a realização da colheita, seja ela no</p><p>período de floração, formação ou maturação do produto. Entre os custos dessa fase</p><p>estão a mão-de-obra e respectivos encargos sociais (poda, capina, aplicação de</p><p>herbicida, desbrota, raleação...), produtos químicos, custo com irrigação (energia</p><p>elétrica, transporte de água, depreciação dos motores), custo do combate a pragas,</p><p>seguro da safra, secagem da colheita etc.</p><p>Ao custo da colheita é necessário adicionar o custo de depreciação/ exaustão da</p><p>“Cultura Permanente Formada”, que seriam as quotas anuais ajustadas com a vida útil</p><p>de cada cultura. Geralmente, o custo com depreciação/exaustão da Cultura é o</p><p>125</p><p>principal item do custo da colheita. Agora observe a seguinte situação: em uma</p><p>pesquisa efetuada pelo Instituto Agronômico de Campinas (IAC) em 2003, observou-se</p><p>que uma poda especial, quando a planta atinge entre 10 e 11 anos, pode dobrar a vida</p><p>útil dos cafezais. Será que o custo da poda especial deverá ser registrado na colheita</p><p>do 10º ou 11º ano?</p><p>Nesse caso o gasto efetuado com a poda não deveria ser registrado na colheita</p><p>do ano, para que ela não seja sobrecarregada. Como os benefícios do ganho de</p><p>produtividade ou aumento da vida útil serão realizados no decorrer dos anos, o registro</p><p>deveria ser feito no Imobilizado na conta de Cultura Permanente, que será diluído nas</p><p>safras pela depreciação/exaustão. Isso seria mais apropriado, haja vista que</p><p>representaria de maneira mais apropriada o regime de competência.</p><p>Contabilização da cultura permanente – colheita até venda</p><p>Período de formação do produto</p><p>Depreciação ou Exaustão</p><p>Produtos colhidos</p><p>126</p><p>Provisão de Despesas referentes a vendas dos produtos</p><p>127</p><p>Venda do produto e apuração do custo</p><p>Custos indiretos - os custos indiretos das culturas, temporárias ou permanentes,</p><p>devem ser apropriados aos respectivos produtos; para isso é necessário utilizar alguma</p><p>metodologia de alocação dos custos indiretos. Nos poucos casos de única cultura,</p><p>todos os custos se tornam diretos à cultura e assim devem ser apropriados. Existindo</p><p>várias culturas, caso mais comum, há necessidade de alocação dos custos indiretos,</p><p>proporcionalmente a cada cultura.</p><p>128</p><p>Perdas extraordinárias – As culturas estão sujeitas a perdas extraordinárias</p><p>decorrentes de geadas, inundações, secas e outros eventos. A ocorrência desses fatos</p><p>provoca perda parcial ou total da capacidade produtiva, e, mesmo que seja coberta por</p><p>seguro, a cultura deve ser baixada contra o resultado do período em Outras Despesas,</p><p>de preferência sendo evidenciada em rubrica específica para que o usuário identifique</p><p>que se trata de um item não recorrente.</p><p>Perdas normais - As perdas normais, inerentes à própria plantação, sendo previsíveis,</p><p>farão parte do custo dos produtos agrícolas e não devem ser baixados como perda</p><p>extraordinária.</p><p>Início da depreciação/exaustão – A cultura em formação não sofrerá</p><p>depreciação/exaustão, uma vez que a sua formação visa a potencializar sua produção</p><p>futura e, como não está pronta para a produção, ainda não sofreu com a perda da</p><p>capacidade produtiva. Desse modo, a depreciação/exaustão será iniciada por ocasião</p><p>da primeira colheita ou primeira produção.</p><p>Desmatamento, destocamento e outras melhorias no solo para cultivo – Normalmente,</p><p>ao se preparar a terra bruta para a agricultura, ocorre uma série de gastos, como</p><p>desmatamento, destocamento, terraplanagem, desvio de leitos de rios para irrigação,</p><p>nivelamento do solo, entre outros. Estes gastos são normalmente adicionados ao valor</p><p>da terra, pois são entendidos como valorização da terra, tornando-a agricultável. Por</p><p>outro lado, há aqueles que preferem tratar como custo (ativado), na conta “Melhorias”,</p><p>amortizando-a em vários períodos. É importante ressaltar que tais gastos deverão</p><p>atender à definição de ativo, isto é, proporcionar benefícios econômicos futuros. Caso</p><p>contrário, deverão ser tratados como despesa do período.</p><p>Depreciação na Agropecuária</p><p>Cultura agrícola</p><p>Conforme o que já foi visto, toda a cultura permanente que produzir frutos será</p><p>alvo de depreciação. A árvore produtora não é extraída do solo; seu produto final é o</p><p>fruto e não a própria árvore. Um cafeeiro produz grãos de café (frutos), com uma vida</p><p>útil estimada, mas mantendo-se a árvore intacta. Assim, cafeeiro, laranjeiras, pereiras,</p><p>videiras, castanheiras, macieiras, jabuticabeiras, abacateiros, jaqueiras, mamoeiros etc.</p><p>serão alvos de depreciação. Na cultura de chá, o desbastamento das folhas é</p><p>considerado depreciação, pois a folha é o produto final e não a árvore, o caule. No</p><p>caso da bananeira, após o cacho de bananas ser colhido, a bananeira tem seu caule</p><p>cortado, mas como o produto final é o cacho de bananas, temos a mesma situação de</p><p>depreciação.</p><p>Uma pergunta natural que pode surgir neste momento é quanto à taxa de</p><p>depreciação. E ela só pode ser respondida por agrônomos, técnicos em agronomia ou</p><p>pelos próprios agricultores que conhecem a vida útil ou o número de anos de produção</p><p>da árvore, que varia não só em função do tipo de solo, clima, manutenção etc., mas</p><p>também em virtude da qualidade ou tipo de árvore. Em outras palavras, não é,</p><p>129</p><p>portanto, apenas função do contador estimar os critérios de depreciação, haja vista que</p><p>muitas vezes não tem os conhecimentos necessários para isso. Ao contrário, essas</p><p>estimativas deverão ser realizadas conjuntamente com os especialistas do assunto.</p><p>A depreciação pode ser estimada considerando a vida útil esperada da árvore</p><p>ou de acordo com a produção estimada da cultura permanente. Exemplificando, se</p><p>uma macieira tem vida útil estimada de 16 anos, a taxa média anual de depreciação</p><p>será de 6,25%, considerando taxas constantes. Por outro lado, admitindo-se colher 300</p><p>t/ha durante a vida útil do pomar, se no primeiro ano a produção for de 21 t/ha, a</p><p>depreciação será de 7% e variará anualmente, dependendo da colheita de cada</p><p>período. O uso desse último método oferece por um lado a vantagem de se ter menos</p><p>custo de depreciação nos anos de safras ruins (já que a taxa é calculada</p><p>proporcionalmente à produção), de não haver redução excessiva de lucro (ou prejuízo)</p><p>e de evitar grandes oscilações nos resultados no decorrer de vários anos. Por outro</p><p>lado, no ano de maior produção a depreciação será maior. Todavia, fique bem definido</p><p>que a depreciação passa a incidir sobre a cultura depois de formada (nunca em</p><p>formação), a partir da primeira colheita.</p><p>Implementos agrícolas</p><p>Em virtude da mecanização agrícola ocorrida nos últimos tempos, com a</p><p>intenção de aumentar a produtividade na agricultura, uma mensuração adequada do</p><p>custo dos equipamentos agrícolas utilizados na lavoura é essencial para a tomada de</p><p>decisão dos gestores das entidades agrícolas. Alguns erros não deveriam ser</p><p>cometidos no cálculo do custo desses equipamentos, entre eles atribuir o custo da</p><p>reposição de peças ou o custo por dias em que o equipamento fica parado. A grande</p><p>dificuldade na prática é definir como será realizado o cálculo da depreciação desses</p><p>implementos agrícolas.</p><p>A alternativa mais apropriada para esses implementos, como tratores,</p><p>colheitadeiras, aparelhos agrícolas de forma geral, seria calcular a depreciação por</p><p>horas de trabalho, estimando-se um número de horas de trabalho por equipamento, em</p><p>vez da quantidade de anos de vida útil. Essa metodologia é a mais adequada, pois</p><p>esses implementos não são utilizados de forma ininterrupta durante o ano, em virtude</p><p>de entressafra, chuvas, ociosidades etc. Para se encontrar a vida útil em horas desses</p><p>implementos, pode-se consultar o fabricante do equipamento, ou consultar as</p><p>estimativas de especialistas na utilização dos implementos.</p><p>Pecuária</p><p>Animais constantes do Ativo Imobilizado, como é o caso dos animais de</p><p>trabalhos e de gados reprodutores, também sofrem depreciação. Na medida em que</p><p>esses animais envelhecem, há uma perda de capacidade normal de trabalho que deve</p><p>ser considerada para efeitos de resultado. No caso do gado destinado à reprodução, há</p><p>de lembrar que não haverá depreciação durante o período de crescimento dos</p><p>130</p><p>mesmos, sendo contada apenas a partir do momento em que estiver em condição de</p><p>reprodução. Outro aspecto relevante é que o animal reprodutor, principalmente o touro,</p><p>tende a atingir um estágio de máxima eficiência para, a seguir, iniciar o processo de</p><p>declínio de capacidade reprodutiva, até perder sua utilidade para tal fim.</p><p>Para que a demonstração contábil apresente a informação mais adequada, não</p><p>há dúvidas que o ideal seria detectar esse estágio, para daí então iniciar a depreciação.</p><p>Por outro lado, não é fácil detectar esse ponto na prática e, considerando que existiriam</p><p>outros reprodutores em fases distintas, normalmente a depreciação é iniciada</p><p>juntamente com a fase reprodutora. Para a estimação da vida útil do plantel reprodutor</p><p>ou de qual será a política contábil para a depreciação, a consulta ao veterinário seria o</p><p>mais indicado. Os dados históricos da entidade rural ou mesmo estimativas de</p><p>cooperativas ou frigoríficos, com base na média regional, podem ser utilizados. Alguns</p><p>estudos mostram uma variação dessa vida útil, dependendo da região e da qualidade</p><p>do rebanho, entre quatro a dez anos após o início da atividade de reprodução.</p><p>Um aspecto relevante que deve ser considerado é o valor residual do gado</p><p>reprodutor no fim de sua vida útil, multiplicando o seu peso pelo preço por arroba que</p><p>se conseguiria no frigorífico, por ocasião de sua venda. Vejamos o exemplo levantado</p><p>por Marion (2014):</p><p>131</p><p>4.4 Exaustão</p><p>A exaustão é aplicada somente aos recursos naturais exauríveis, no caso da</p><p>agricultura àqueles que, de alguma forma, são extirpados do solo, como florestas,</p><p>espécies vegetais de menor porte, cana-de-açúcar e pastagens. Nesses casos, a</p><p>extração não se dá por meio de frutos, e sim a própria árvore é ceifada, cortada ou</p><p>extraída do solo. Ressalta-se que os aspectos discutidos anteriormente acerca da</p><p>depreciação também são válidos para a exaustão.</p><p>4.5 Redução ao valor recuperável de ativos (teste de impairment)</p><p>Periodicamente as entidades deverão analisar a recuperação dos valores</p><p>registrados no Imobilizado e no Intangível, revisando e ajustando os critérios utilizados</p><p>para</p><p>determinação dos percentuais estimados para a depreciação, exaustão e</p><p>amortização. É importante ressaltar que o teste de recuperabilidade de ativos, o</p><p>impairment test, é exigido pelo CPC 29 apenas para os ativos biológicos que estão</p><p>132</p><p>mensurados pelo custo, isto é, nos casos em que o valor justo não pode ser estimado</p><p>em bases confiáveis. Isso porque, quando o ativo estiver mensurado pelo valor justo,</p><p>essa própria base de mensuração irá refletir as possíveis perdas por desvalorização.</p><p>Portanto, os ativos biológicos mensurados pelo custo, além da depreciação,</p><p>estarão sujeitos à perda por impairment. Nesses casos, quando houver evidências de</p><p>que o ativo biológico esteja desvalorizado, a entidade deve proceder a avaliação do</p><p>valor recuperável do referido ativo, que será o maior entre o valor de mercado e o valor</p><p>em uso. Caso a empresa comprove que o ativo está registrado contabilmente por um</p><p>valor maior do que será recuperado pela venda ou pela utilização desse ativo, ela</p><p>deverá registrar a perda por desvalorização no resultado.</p><p>Pecuária</p><p>Por constituir-se a pecuária no Brasil numa atividade de grande relevância</p><p>econômica e também por estar presente em grande parte das propriedades rurais,</p><p>indicamos, a seguir, características da atividade pecuária e alguns entendimentos</p><p>contábeis. Em se tratando de contabilidade pecuária, há dois métodos de avaliação do</p><p>estoque vivo (plantel): valores de custo e valores de mercado.</p><p>Tipos de atividade pecuária</p><p>Existem três etapas distintas, na atividade pecuária, pelas quais passa o animal</p><p>que se destina ao abate:</p><p>a) Cria - a atividade básica é a produção de bezerros, que só serão vendidos</p><p>após o desmame.</p><p>b) Recria - a atividade básica é, a partir do bezerro adquirido, a produção e a</p><p>venda do novilho magro para a engorda.</p><p>c) Engorda - a atividade básica é, a partir do novilho magro adquirido, a</p><p>produção e a venda do novilho gordo.</p><p>Pela combinação dessas três etapas, há a possibilidade de encontramos seis</p><p>alternativas de produção: cria, recria, cria-recria; cria-recria-engorda, recria-engorda,</p><p>engorda.</p><p>O presente material dará ênfase ao gado bovino e às atividades pecuárias que</p><p>englobam as três fases, cria-recria-engorda, isto é, desde quando nasce o bezerro até</p><p>sua fase adulta, quando é vendido para abate.</p><p>Classificação contábil do gado</p><p>Ativo Circulante</p><p>133</p><p>Estoques Vivos - compreende aves, gado bovino, suínos, ovinos, caprinos, coelhos,</p><p>peixes e pequenos animais destinados à revenda, ou a serem consumidos.</p><p>Ativo não circulante</p><p>Imobilizado</p><p>Gado Reprodutor - representado por gado destinado à reprodução por monta ou</p><p>destinado à inseminação artificial.</p><p>Gado de Renda - representado por bovinos, suínos, ovinos e equinos utilizados para a</p><p>produção de bens que constituem objeto de suas atividades (caso típico é o gado</p><p>leiteiro).</p><p>Animais de Trabalho - compreendem equinos, bovinos, muares, asininos destinados</p><p>ao trabalho agrícola, sela e transporte.</p><p>Classificação do gado para corte e para reprodução</p><p>No caso da pecuária bovina de corte, por ocasião do nascimento dos bezerros</p><p>deve-se classificá-los no Ativo Circulante, como se todos se destinassem à venda.</p><p>Após certo período de experimentação, faz-se uma reclassificação, transferindo-se</p><p>para o Imobilizado aqueles considerados aptos para a reprodução e que serão</p><p>efetivamente utilizados. Tal avaliação considera fertilidade, ardor sexual, carcaça, peso,</p><p>etc., e varia com a política de produção do produtor rural.</p><p>Curto e longo prazo na pecuária</p><p>Ainda no aspecto de classificação contábil, pode surgir neste momento a dúvida</p><p>do por que contabilizar como Circulante, no subgrupo Estoques Vivos, ou Estoque em</p><p>Formação, produtos com ciclo operacional elevado, normalmente com período superior</p><p>a três anos, que, conforme a Lei das Sociedades nas Ações, seriam classificados como</p><p>Realizável a Longo Prazo.</p><p>Ocorre que o mesmo dispositivo legal estabelece que, nos casos em que o ciclo</p><p>operacional tiver duração maior que o exercício social (um ano), a classificação no</p><p>Circulante ou Realizável a Longo Prazo terá por base o prazo desse ciclo. Desta forma,</p><p>o curto prazo para a pecuária será igual ao seu ciclo operacional (em média, três a</p><p>quatro anos). Assim, os estoques constarão no Ativo Circulante e não no Realizável a</p><p>Longo Prazo. A mesma regra é válida para as exigibilidades do Passivo. Em outras</p><p>palavras, o que prevalece nesse caso é o ciclo operacional da entidade.</p><p>Variação patrimonial líquida</p><p>Variação Patrimonial significa a mudança dos valores do patrimônio da empresa</p><p>pela alteração de um ou mais itens patrimoniais. Essa variação origina-se com a</p><p>134</p><p>ocorrência de uma mudança no valor de item patrimonial, decorrente de uma variação</p><p>econômica do valor do bem, porém não financeira. Ou seja, há uma diferença entre o</p><p>valor com que ele está escriturado e o valor praticado no mercado.</p><p>Há dois fatores preponderantes para essa variação. Primeiro, o gado, através de</p><p>seu crescimento natural, ganha peso e envergadura com o passar do tempo, ficando o</p><p>Ativo a constante aumento de valor econômico real. Segundo, na pecuária pelo ciclo</p><p>operacional extenso, a rotatividade do estoque é lenta, acarretando os efeitos da</p><p>inflação com a perda do poder aquisitivo da expressão monetária que está registrada.</p><p>Desta forma, é essencial que se reconheça essa modificação.</p><p>A variação patrimonial poderá ser positiva, nos casos em que há ganho</p><p>econômico, como, por exemplo, o nascimento de um bezerro. Ou negativa, com a</p><p>morte de um novilho por doença. O resultado entre as variações patrimoniais positivas</p><p>e negativas dará a variação patrimonial líquida, que será destacada nas contas de</p><p>resultado do exercício.</p><p>Método de custo e método do valor justo</p><p>Para a apuração dos resultados anuais por ocasião do Balanço Patrimonial, o</p><p>rebanho bovino poderá ser inventariado pelo preço real de custo (método de custo) ou</p><p>pelo preço corrente de mercado (método do valor de mercado). No entanto existe uma</p><p>situação interessante, se o gado será tratado como ativo biológico ou produto agrícola.</p><p>Em ambos os casos, o gado deverá ser mensurado a valor justo, porém no caso de</p><p>ativo biológico há a possibilidade de ser mensurado ao custo, caso o valor justo não</p><p>possa ser mensurado de forma confiável.</p><p>O gado bovino destinado a corte deve ser tratado como produto agrícola e,</p><p>portanto, mensurado exclusivamente a valor justo. Caso o gado bovino seja, por</p><p>exemplo, destinado à produção leiteira e o mesmo não apresente valor de mercado, o</p><p>valor justo poderá ser encontrado de outras formas, inclusive pelo valor presente dos</p><p>fluxos futuros esperados de caixa com a venda do leite. No entanto, se mesmo assim</p><p>não for possível a mensuração a valor justo, o custo poderá ser utilizado.</p><p>Imagine agora que o gado bovino de uma fazenda seja utilizado para o trabalho,</p><p>como puxar carro de boi, ou mesmo para montaria. Caso não exista uma forma</p><p>confiável de mensurar o valor justo, o gado utilizado para trabalho poderá ser avaliado</p><p>ao custo.</p><p>O método de custo é semelhante ao de uma empresa industrial. Todos os</p><p>custos com a formação do rebanho são acumulados ao plantel e destacados no valor</p><p>do animal. Com o desgaste ou envelhecimento do animal, utilizados, por exemplo, no</p><p>trabalho da roça, ocorre a depreciação. Como geralmente os preços de mercado são</p><p>superiores ao preço de custo, se reconhece um ganho econômico periodicamente (uma</p><p>vez por ano), em virtude do crescimento natural do rebanho. Por esse critério o gado</p><p>fica destacado na conta “Estoque” pelo seu valor de mercado, e no resultado é</p><p>135</p><p>reconhecido um ganho econômico do período, apurado pela diferença encontrada entre</p><p>o valor de mercado atual e o valor pelo custo histórico.</p><p>No exercício seguinte, o rebanho registrado no Estoque pelo valor de mercado</p><p>será movimente avaliado com o novo preço de mercado. O acréscimo no preço de</p><p>mercado de um ano para o outro será adicionado</p><p>ao Estoque e creditado como</p><p>Variação Patrimonial Líquida (Superveniências Ativas). Da Variação Patrimonial</p><p>Líquida será subtraído o custo do rebanho no período para se apurar o novo lucro</p><p>econômico. Esse método é mais adequado, pois reconhece a cada exercício o ganho</p><p>econômico. Entretanto, ao reconhecer o valor real do rebanho, cria-se um ganho</p><p>econômico tributável antecipadamente sem a realização efetiva da receita, que só</p><p>ocorrerá por ocasião da venda.</p><p>Supervivências ativas e insubsistências ativas</p><p>São formas de variação patrimonial, sendo as Superveniências Ativas os</p><p>acréscimos ganhos em relação ao Ativo da empresa. Esses acréscimos ocorrem com o</p><p>nascimento de animais e ganhos que acontecem com o crescimento natural do gado.</p><p>São as já mencionadas variações patrimoniais positivas.</p><p>As Insubsistências Ativas significam reduções do Ativo da empresa, decorrentes</p><p>de perdas, fatos fortuitos, anormais e imprevistos. E há o caso de mortes,</p><p>desaparecimento de animais do rebanho. São variações patrimoniais negativas. Nas</p><p>Demonstrações Contábeis devem ser assim evidenciadas:</p><p>Demonstração de Resultado do Exercício</p><p>3. Receita Bruta</p><p>3.1. Receita do gado bovino</p><p>3.1.1. Venda do gado bovino</p><p>3.1.2. Variação patrimonial líquida</p><p>3.1.2.1. Superveniências ativas</p><p>3.1.2.2. (-) Insubsistências ativas</p><p>Contabilidade pecuária pelo método de valor de mercado</p><p>Conforme explicita o CPC 29, os produtos agrícolas serão avaliados Conforme</p><p>explicita o CPC 29, os produtos agrícolas serão avaliados Assim, mostraremos um</p><p>136</p><p>exemplo retirado de Marion (2014) em que o gado bovino é contabilizado a valor de</p><p>mercado.</p><p>Ano X1</p><p>a) Nascem 200 bezerros(as) ao valor de mercado de R$ 100 cada um = R$ 20.000.</p><p>b) Houve Despesas/Custos do período de R$ 16.000</p><p>c) A provisão para Despesas de Distribuição será a base de 2,5% sobre o valor de</p><p>mercado (com base na média histórica da empresa).</p><p>137</p><p>Ano X2</p><p>a) Nascem 180 bezerros(as) ao valor de mercado de R$ 150 cada um = R$ 27.000.</p><p>b) Os bezerros(as) de X1 são transferidos(as) para a categoria de novilhos(as) (9</p><p>a 18 meses). Além disso, o valor de mercado dos novilhos passa para R$ 30.000.</p><p>c) Morrem 10 bezerros nascidos em X2: 10 bezerros x R$ 150,00 = R$ 1.500</p><p>138</p><p>d) Houve Despesas/Custos de período no total de R$ 30.000</p><p>e) A provisão para Despesas de Distribuição é realizada sobre os R$ 10.000 da</p><p>Variação Patrimonial Líquida e os R$ 28.500 sobre os bezerros nascidos e vivos.</p><p>139</p><p>Ano X3</p><p>a) Nascem 200 bezerros(as) ao valor de mercado de R$ 200 cada um = R$ 40.000.</p><p>b) Os(as) novilhos(as) de 9/18 meses são transferidos(as) para a categoria 19/36</p><p>meses. O ajuste ao valor de mercado foi de R$ 15.000, passando para R$ 45.000.</p><p>140</p><p>c) Os(as) bezerros(as) de X2 são transferidos(as) para a categoria de</p><p>novilhos(as). O aumento pela nova avaliação a preço de mercado foi de R$</p><p>14.500, passando para R$ 40.000.</p><p>d) Houve Despesas/Custos de período no total de R$ 40.000</p><p>e) A provisão para Despesas de Distribuição é realizada sobre as Variações</p><p>Patrimoniais Líquidas, ou seja:</p><p>141</p><p>f) Houve a venda de metade dos(as) novilhos(as) de 19/36 meses por R$ 25.000 à</p><p>vista. Como já houve o reconhecimento da Receita referente àquele plantel de R$</p><p>22.500 (1/2 de R$ 45.000), reconhece-se como lucro apenas a diferença, ou seja,</p><p>R$ 2.500 (R$ 25.000 - R$ 22.500).</p><p>g) Despesa de Distribuição: nessa operação tem-se uma despesa de venda de R$</p><p>625 (2,5% x R$ 25.000). Todavia, já houve a identificação dessa despesa na</p><p>parcela baixada de R$ 22.500, referente aos(às) novilhos(as) vendidos(as). Assim,</p><p>faz-se a adição à Despesa de Distribuição da diferença: R$ 2.500 x 2,5% = R$</p><p>62,50. Contudo, no que tange ao pagamento, o valor a ser liquidado será de R$</p><p>625 gerado no ato da venda. Por isso, o crédito será lançado em Caixa ou Contas</p><p>a Pagar, e o débito, em Provisão e em Despesa de Distribuição. A provisão, no</p><p>valor de R$ 1.737,50 foi realizada com base nas novas Variações Patrimoniais</p><p>Líquidas (Receita Econômica).</p><p>142</p><p>143</p><p>144</p><p>Os resultados evidenciados pelo método de valor justo são economicamente</p><p>verdadeiros, pois evidenciam o ganho econômico gerado pelo crescimento dos</p><p>animais, que, apesar de não terem sido vendidos, aumentaram a riqueza dos sócios da</p><p>entidade.</p><p>Custos e Ingressos Agropecuários</p><p>Conceitos de custos e ingressos</p><p>A movimentação econômico-financeira decorrente do ato cooperativo, na forma</p><p>disposta no estatuto social, é definida contabilmente como ingressos e dispêndios,</p><p>conforme NBC T 10.8. Aquela originada do ato não-cooperativo é definida como</p><p>receitas, custos e despesas.</p><p>As operações com associados nas cooperativas agropecuárias são registradas</p><p>como ingressos e dispêndios, enquanto que as operações ocorridas com terceiros são</p><p>registradas como receitas, custos e despesas.</p><p>As receitas operacionais da atividade rural são aquelas provenientes do giro</p><p>normal da empresa, em decorrência da exploração das respectivas atividades rurais.</p><p>Giro normal da empresa equivale às receitas diversas que sejam inerentes à</p><p>atividade rural, como por exemplo o aluguel ou arrendamento de bens imobilizados</p><p>utilizados na produção, bem como o ganho de capital apurado na alienação de bens do</p><p>ativo imobilizado, excetuada a terra-nua.</p><p>Consideram-se despesas de custeio, dedutíveis na apuração do resultado da</p><p>atividade rural, aquelas necessárias à percepção dos rendimentos e à manutenção da</p><p>fonte produtora e estejam relacionadas com a natureza da atividade exercida,</p><p>apropriando-as em função do regime de competência.</p><p>145</p><p>Aspectos gerenciais no controle de Custos Agropecuários</p><p>Tem a função de registrar os custos incorridos com a produção, apresentando o</p><p>resultado após a execução de todas as operações, com o produto já concluído e/ou</p><p>acabado. O Custo de produção considera a soma global de todos os encargos</p><p>suportados pelo agricultor para se obter o produto, representa as aplicações de bens</p><p>ou serviços para a obtenção de um novo bem.</p><p>Dentre os sistemas, um dos mais utilizados é o custo histórico ou real absorvido</p><p>que consiste nos registros contábeis das despesas e gastos reais à medida em que</p><p>eles ocorrem. Apresenta o resultado no fim do ciclo produtivo com o produto já</p><p>concluído, pronto para comercialização ou consumo.</p><p>As empresas que controlam custos por atividades adotam o sistema de custos</p><p>ABC (Activity Based Costing). A ideia básica do sistema de custos ABC é</p><p>primeiramente atribuir custos às atividades e posteriormente transferir os custos das</p><p>atividades aos produtos.</p><p>Critério de rateio ou distribuição das despesas indiretas ou custo indireto</p><p>Para se determinar o critério de rateio das despesas indiretas, deverá ser levado</p><p>em conta a natureza da operação e as características das despesas. Na atividade</p><p>agrícola as operações e despesas são de natureza e características semelhantes,</p><p>portanto, as despesas com mão de obra e encargos, combustíveis e lubrificantes,</p><p>manutenção e conservação de máquinas e implementos agrícolas, depreciação e</p><p>outras despesas com gradeação, lavração, aplicação de fertilizantes e defensivos e</p><p>outras operações, poderão ter como base para rateio a relação quantidade de hectares</p><p>de cada cultura. Exemplo:</p><p>146</p><p>Elementos componentes do custo de produção</p><p>São componentes dos custos de produção as despesas diretas com insumos e</p><p>mão de obra e as despesas indiretas.</p><p>Despesas diretas ou custo direto: São aquelas que pela sua natureza e</p><p>características, é possível determinar com exatidão os valores e aonde foram</p><p>aplicadas. São contabilizadas diretamente como custo da cultura especifica e</p><p>normalmente compreende as despesas com sementes, fertilizantes, defensivos, mão</p><p>de obra e encargos diretos.</p><p>Despesas indiretas ou custo indireto: Também denominadas gastos indiretos,</p><p>são aquelas</p><p>produto agrícola, e se as fêmeas se destinam à futura produção</p><p>de leite, são consideradas ativos biológicos. Noutros exemplos, o pé de café é o ativo</p><p>biológico que produz o produto agrícola “café”; o eucalipto é o ativo biológico que</p><p>produz o produto agrícola “madeira”, a ser utilizada como matéria-prima para a</p><p>obtenção da celulose, etc.</p><p>As atividades das empresas rurais estão divididas em três grupos distintos:</p><p> Produção vegetal – atividade agrícola</p><p> Produção animal – atividade zootécnica</p><p> Industrias rurais – atividade agroindustrial</p><p>Art. 249 da IN 1.700/2017. A exploração da atividade rural inclui as operações</p><p>de giro normal da pessoa jurídica em decorrência das seguintes atividades</p><p>consideradas rurais:</p><p>I - agricultura;</p><p>6</p><p>II - pecuária;</p><p>III - extração e exploração vegetal e animal;</p><p>IV - exploração de atividades zootécnicas, tais como apicultura, avicultura,</p><p>cunicultura, suinocultura, sericicultura, piscicultura e outras culturas animais;</p><p>V - cultivo de florestas que se destinem ao corte para comercialização, consumo</p><p>ou industrialização;</p><p>VI - venda de rebanho de renda, reprodutores ou matrizes;</p><p>VII - transformação de produtos decorrentes da atividade rural, sem que sejam</p><p>alteradas a composição e as características do produto in natura, feita pelo próprio</p><p>agricultor ou criador, com equipamentos e utensílios usualmente empregados nas</p><p>atividades rurais, utilizando exclusivamente matéria-prima produzida na área rural</p><p>explorada, tais como:</p><p>a) beneficiamento de produtos agrícolas: 1. descasque de arroz e de outros</p><p>produtos semelhantes; 2. debulha de milho; 3. conserva de frutas;</p><p>b) transformação de produtos agrícolas: 1. moagem de trigo e de milho; 2.</p><p>moagem de cana-de-açúcar para produção de açúcar mascavo, melado</p><p>e rapadura; 3. grãos em farinha ou farelo;</p><p>c) transformação de produtos zootécnicos: 1. produção de mel</p><p>acondicionado em embalagem de apresentação; 2. laticínio</p><p>(pasteurização e acondicionamento de leite e transformação de leite em</p><p>queijo, manteiga e requeijão); 3. produção de sucos de frutas</p><p>acondicionados em embalagem de apresentação; 4. produção de</p><p>adubos orgânicos.</p><p>d) transformação de produtos florestais: 1. produção de carvão vegetal; 2.</p><p>produção de lenha com árvores da propriedade rural; e 3. venda de</p><p>pinheiros e madeira de árvores plantadas na propriedade rural; e</p><p>e) produção de embriões de rebanho em geral, alevinos e girinos, em</p><p>propriedade rural, independentemente de sua destinação (reprodução</p><p>ou comercialização).</p><p>§ 1º A atividade de captura de pescado in natura é considerada</p><p>extração animal, desde que a exploração se faça com apetrechos</p><p>semelhantes aos da pesca artesanal (arrastões de praia, rede de cerca</p><p>etc.), inclusive a exploração em regime de parceria.</p><p>§ 2º Considera-se unidade rural, para fins do IRPJ e da CSLL, a</p><p>embarcação para captura in natura do pescado e o imóvel, ou qualquer</p><p>lugar, utilizado para exploração ininterrupta da atividade rural.</p><p>7</p><p>Não é Considerada Atividade Rural é verificado no Art. 250 da IN. 1700/2017:</p><p>I - a industrialização de produtos, tais como bebidas alcoólicas em geral, óleos</p><p>essenciais, arroz beneficiado em máquinas industriais e fabricação de vinho com uvas</p><p>ou frutas;</p><p>II - a comercialização de produtos rurais de terceiros e a compra e venda de</p><p>rebanho com permanência em poder da pessoa jurídica rural em prazo inferior a 52</p><p>(cinquenta e dois) dias, quando em regime de confinamento, ou 138 (cento e trinta e</p><p>oito) dias, nos demais casos;</p><p>III - o beneficiamento ou a industrialização de pescado in natura;</p><p>IV - o ganho auferido pela pessoa jurídica rural proprietária de rebanho,</p><p>entregue, mediante contrato por escrito, à outra parte contratante (simples possuidora</p><p>do rebanho) para o fim específico de procriação, ainda que o rendimento seja</p><p>predeterminado em número de animais;</p><p>V - as receitas provenientes do aluguel ou arrendamento de máquinas,</p><p>equipamentos agrícolas e pastagens, e da prestação de serviços em geral, inclusive a</p><p>de transporte de produtos de terceiros;</p><p>VI - as receitas decorrentes da venda de recursos minerais extraídos de</p><p>propriedade rural, tais como metal nobre, pedras preciosas, areia, aterro e pedreiras;</p><p>VII - as receitas financeiras de aplicações de recursos no período compreendido</p><p>entre 2 (dois) ciclos de produção;</p><p>VIII - os valores dos prêmios ganhos a qualquer título pelos animais que</p><p>participarem em concursos, competições, feiras e exposições;</p><p>IX - os prêmios recebidos de entidades promotoras de competições hípicas</p><p>pelos proprietários, criadores e profissionais do turfe; profissionais do turfe;</p><p>X - as receitas oriundas da exploração do turismo rural e de hotel fazenda</p><p>Na Tabela 1 são exemplificados ativos biológicos, produtos agrícolas e produtos</p><p>resultados do processamento após a colheita, onde é possível perceber a diferença</p><p>entre eles.</p><p>8</p><p>A Tabela 2 a seguir apresenta exemplos de ativos biológicos de empresas</p><p>brasileiras, conforme pesquisa realizada no ano de 2011 pela empresa de auditoria</p><p>Ernst Young e pela FIPECAFI.</p><p>9</p><p>O processo de reconhecimento e mensuração será apresentado nos próximos</p><p>capítulos, mas cabe salientar que todo esse estimulante processo de mudanças,</p><p>combinado com a importância do setor agropecuário no Brasil, nos leva a perceber a</p><p>importância da Contabilidade Rural, seja no âmbito das grandes empresas</p><p>agropecuárias ou mesmo dos pequenos produtores rurais. Nesse aspecto, podemos</p><p>destacar algumas finalidades da Contabilidade Rural:</p><p> Orientar as operações agrícolas e pecuárias;</p><p> Medir o desempenho econômico-financeiro da empresa e de cada</p><p>atividade produtiva individualmente;</p><p> Controlar as transações financeiras;</p><p> Apoiar as tomadas de decisões no planejamento da produção, das</p><p>vendas e dos investimentos;</p><p>10</p><p> Auxiliar as projeções de fluxos de caixa e necessidades de crédito;</p><p> Permitir a comparação da performance da empresa no tempo, e desta</p><p>com as outras empresas;</p><p> Conduzir as despesas pessoais do proprietário e de sua família;</p><p> Justificar a liquidez e capacidade de pagamento da empresa junto aos</p><p>agentes financeiros e outros credores;</p><p> Usar informações para a declaração do Imposto de Renda;</p><p>A exploração da capacidade produtiva do solo por meio do cultivo da terra, da</p><p>criação de animais e da transformação de determinados produtos agrícolas caracteriza</p><p>as atividades econômicas das entidades rurais. As atividades rurais podem ser</p><p>exercidas de várias formas, desde o cultivo para a própria sobrevivência, até a</p><p>exploração por grandes empresas dos setores agrícolas, pecuários e agroindustriais.</p><p>Dentre as atividades rurais mais comuns destacam-se a exploração das atividades</p><p>agrícolas, pecuárias, a extração e a exploração vegetal e animal, a exploração da</p><p>apicultura, avicultura, suinocultura, sericicultura, piscicultura e outras de pequenos</p><p>animais e o cultivo de florestas que se destinem ao corte para comercialização,</p><p>consumo ou industrialização.</p><p>Resumidamente, o campo de atividades das empresas rurais pode ser dividido:</p><p> Produção vegetal – atividade agrícola;</p><p> Produção animal – atividade zootécnica;</p><p> Indústrias rurais – atividades agroindustriais.</p><p>I) A atividade agrícola divide-se em dois subgrupos:</p><p>a) Culturas hortícolas e forrageiras:</p><p>- cereais (soja, arroz, feijão, aveia, trigo...);</p><p>- hortaliças (verduras, tomate, berinjela, jiló...);</p><p>- tubérculos (batata, cenoura, beterraba, inhame, mandioca );</p><p>- bulbos (cebola, alho...);</p><p>- plantas oleaginosas (mamona, amendoim, girassol, azeitona...);</p><p>- fibras (algodão, linho...);</p><p>- especiarias (cravo, pimenta, canela...);</p><p>11</p><p>- floricultura, forragem e plantas industriais.</p><p>b) Arboricultura:</p><p>- florestamento (eucalipto, pinho...);</p><p>- pomares (maçã, laranja, pêra, manga...);</p><p>- vinhedos, olivais, seringais, etc.</p><p>II) Atividade Zootécnica (criação de animais)</p><p>- apicultura (criação de abelhas);</p><p>- avicultura (criação</p><p>despesas que não permitem identificar com exatidão os valores que</p><p>devam recair sobre cada cultura ou atividade. Representa as despesas comum às</p><p>diversas culturas e deverão ser rateadas entre elas.</p><p>Detalhamento das contas</p><p>As planilhas de custos da CONAB- Companhia Nacional de Abastecimento</p><p>estão organizadas de maneira a separar os componentes de acordo com sua natureza</p><p>contábil e econômica.</p><p>147</p><p>Em termos contábeis, os custos variáveis são separados em despesas de</p><p>custeio da lavoura, e outras despesas, que se desdobram em despesas de pós-colheita</p><p>e despesas financeiras, esta última incidente sobre o capital de giro utilizado. Da</p><p>mesma forma, os custos fixos são diferenciados em depreciação do capital fixo e</p><p>demais custos fixos envolvidos na produção e remuneração dos fatores terra e capital</p><p>fixo.</p><p>Em termos econômicos, os componentes do custo são agrupados, de acordo</p><p>com sua função no processo produtivo, nas categorias de custos variáveis, custos</p><p>fixos, custo operacional e custo total.</p><p>Nos custos variáveis são agrupados todos os componentes que participam do</p><p>processo, na medida que a atividade produtiva se desenvolve, ou seja, aqueles que</p><p>somente ocorrem ou incidem se houver produção. Enquadram-se aqui os itens de</p><p>custeio, as despesas de pós-colheita e as despesas financeiras. No planejamento de</p><p>política econômica adotada para cada produto, os custos variáveis desempenham</p><p>papel crucial na definição do limite inferior do intervalo dentro do qual o preço mínimo</p><p>deve variar, constituindo-se, no curto prazo numa condição necessária para que o</p><p>produtor continue na atividade.</p><p>Nos custos fixos, enquadram-se os elementos de despesas que são</p><p>suportados pelo produtor, independentemente do volume de produção, tais como</p><p>depreciação, seguros, manutenção periódica de máquinas e outros.</p><p>O custo operacional é composto de todos os itens de custos variáveis</p><p>(despesas diretas) e a parcela dos custos fixos diretamente associada à</p><p>implementação da lavoura. Difere do custo total apenas por não contemplar a renda</p><p>dos fatores fixos, consideradas aqui como remuneração esperada sobre o capital fixo e</p><p>sobre a terra. É um conceito de maior aplicação em estudos e análises que vislumbrem</p><p>horizontes de médio prazo.</p><p>O custo total de produção, compreende o somatório do custo operacional mais</p><p>a remuneração atribuída aos fatores de produção. Numa perspectiva de longo prazo</p><p>todos esses itens devem ser considerados na formulação de políticas para o setor.</p><p>Descrição dos Itens que Compõem o Custo de Produção</p><p>A - CUSTO VARIÁVEL</p><p>I - DESPESAS DE CUSTEIO DA LAVOURA</p><p>1 - Operação com aviões</p><p>2 - Operação com máquinas</p><p>3 - Aluguel de máquinas</p><p>4 - Mão-de-obra temporária</p><p>5 - Mão-de-obra permanente</p><p>6 – Sementes</p><p>7 – Fertilizantes</p><p>8 – Agrotóxicos</p><p>148</p><p>9 - Despesas administrativas</p><p>II - DESPESAS PÓS-COLHEITA</p><p>1 - Transporte externo</p><p>2 – Classificação</p><p>3 - Recepção/Limpeza/Secagem/Armazenamento (30 dias)</p><p>4 - Despesas com PROAGRO</p><p>III - DESPESAS FINANCEIRAS</p><p>1 – Juros</p><p>2 - Impostos e taxas</p><p>B - CUSTO FIXO</p><p>IV – DEPRECIAÇÕES</p><p>1 - Depreciação de benfeitorias e instalações</p><p>2 - Depreciação de máquinas e implementos</p><p>V - OUTROS CUSTOS FIXOS</p><p>1 - Manutenção periódica de máquinas</p><p>2 - Encargos sociais</p><p>3 - Seguro do capital fixo</p><p>C - CUSTO OPERACIONAL (A + B)</p><p>VI - RENDA DE FATORES</p><p>1 - Remuneração esperada sobre capital fixo</p><p>2 – Terra</p><p>D - CUSTO TOTAL (C + VI)</p><p>11.4.1 Operação com aviões - Algumas operações, por razões diversas, são</p><p>realizadas com utilização de aviões, como por exemplo, a aplicação de agrotóxicos nas</p><p>lavouras irrigadas, onde o uso da máquina torna-se praticamente impossível. Neste</p><p>item são computadas as despesas que o produtor realiza na contratação de aplicações</p><p>aéreas (agrotóxicos, fertilizantes, etc). Assim como em qualquer item das despesas de</p><p>custeio, o dispêndio é obtido mediante a multiplicação do respectivo coeficiente técnico</p><p>pelo custo do serviço de aluguel do avião.</p><p>11.4.2. Operação com máquinas - O valor que aparece nesta conta resulta do</p><p>somatório das despesas com operações mecanizadas, com máquinas próprias, no</p><p>preparo do solo (conservação de terraços, aração, gradagem e aplicação de herbicidas</p><p>PPI); no plantio e adubação de manutenção, nos tratos culturais (aplicação de</p><p>agrotóxicos, capinas mecânicas e aplicação mecânica de adubo de cobertura), na</p><p>149</p><p>colheita e no transporte interno. O dispêndio em cada operação é obtido mediante a</p><p>multiplicação do respectivo coeficiente técnico pelo custo horário de máquina.</p><p>O custo horário de máquina pode ser calculado a partir dos índices de consumo</p><p>de óleo combustível, lubrificantes, filtros e salário do operador, de acordo com a</p><p>potência de cada máquina utilizada no processo produtivo, bastando, para tanto,</p><p>conhecer os preços desses insumos e serviços no momento desejado. Esses preços</p><p>são pesquisados junto às revendas e instituições técnicas do setor, sempre na primeira</p><p>semana do mês. Os custos de operação de máquina, são adicionados os gastos</p><p>parciais com manutenção das mesmas no decorrer do ciclo da cultura que representam</p><p>40% dos gastos totais com este dispêndio, obtendo-se, assim , o custo/hora total. Estas</p><p>despesas são, portanto, apropriadas a essa categoria do custo variável, por</p><p>representar um desembolso imediato do agricultor.</p><p>Como as despesas com manutenção de máquinas tanto ocorrem ao longo do</p><p>ciclo produtivo da lavoura, como após o seu encerramento, o restante (60%) são</p><p>computados no custo fixo.</p><p>11.4.3. Aluguel de máquinas - Só difere em relação ao item anterior –</p><p>Operação com máquinas, porque o produtor, por não possuir máquina própria, contrata</p><p>os serviços de terceiros para realizar os serviços.</p><p>11.4.4. Operações com animais - Representam os gastos relacionados às</p><p>operações realizadas com animais de tração do produtor. Segundo uma planilha</p><p>própria, o cálculo deste custo contempla as despesas com alimentação, operador,</p><p>manejo e defesa sanitária (vacinas e medicamentos), necessários à manutenção e à</p><p>sobrevivência do animal.</p><p>11.4.5. Mão-de-obra - De acordo com a metodologia de cálculo, são</p><p>considerados dois tipos de mão-de-obra: o trabalhador temporário e a mão-de-obra</p><p>permanente. Tais despesas são apropriadas como custo variável, uma vez que</p><p>representam desembolso imediato para o agricultor.</p><p>Por trabalhador temporário entende-se aquele que é remunerado por dia de</p><p>serviço na execução de tarefas que não exigem maiores qualificações. Enquadram-se</p><p>nesta categoria diversos tipos de trabalhadores, desde os “trabalhadores volantes”</p><p>(boias frias) até os pequenos proprietários que se assalariam para a complementação</p><p>da renda familiar.</p><p>Sabe-se, contudo, que para a realização de determinadas práticas em culturas</p><p>anuais, o trabalhador é melhor remunerado, seja pelos cuidados requeridos na sua</p><p>execução, seja pela oportunidade da realização das mesmas, onde o atraso pode</p><p>implicar em queda de produtividade e prejudicar a qualidade do produto colhido. Neste</p><p>particular, é feita uma diferenciação no caso da mão-de-obra requerida para as</p><p>colheitas de algodão e de feijão.</p><p>O valor do salário pago ao diarista é obtido por meio de pesquisa de campo. Já</p><p>a remuneração paga pela colheita de algodão e de feijão é calculada através do critério</p><p>150</p><p>de comparação histórica do valor dispendido nessas operações com aquele pago ao</p><p>diarista (serviços gerais).</p><p>Assim, comparando-se a média das remunerações pagas nos últimos anos aos</p><p>trabalhadores contratados para a operação de colheita dessas culturas com a média do</p><p>salário pago ao diarista, no mesmo período, observou-se que existe um</p><p>comportamento relativamente estável entre essas duas variáveis, que faz com que os</p><p>gastos com essa operação possam ser expressos como uma proporção do salário</p><p>pago ao diarista.</p><p>Nas duas últimas safras, esta proporção foi da ordem de 25% do valor pago ao</p><p>diarista, para se colher uma arroba (15 kg) de algodão. Para a</p><p>colheita de feijão a diária</p><p>correspondeu a 115% do valor de uma diária comum.</p><p>Mão-de-obra Permanente: são os dispêndios efetuados para a remuneração</p><p>dos trabalhadores permanentes (capatazia). Na medida que o trabalhador permanente</p><p>de uma propriedade agrícola tende a atender a propriedade como um todo, a</p><p>mensuração do tempo e do valor gasto em uma atividade específica torna-se difícil de</p><p>ser aferido, exigindo, para tanto, que se adote alguns critérios que permitam a</p><p>obtenção de uma aproximação razoável desse gasto, durante o ciclo produtivo de uma</p><p>determinada cultura.</p><p>Como não se trata de uma propriedade em particular, mas de uma estimativa</p><p>genérica para o conjunto de propriedades existentes para se determinar o montante da</p><p>mão-de-obra permanente usado em cada cultura, na presente metodologia, considera-</p><p>se o valor de um salário mínimo, pelo período de seis meses, rateado por 100,00</p><p>hectares. Este período é entendido como sendo o tempo médio de duração dos ciclos</p><p>das culturas anuais, enquanto 100,00 hectares seria o tamanho médio de uma</p><p>propriedade, possível de ser administrada por um capataz. Dessa forma, obtém-se o</p><p>dispêndio com mão-de-obra permanente em cada hectare, padrão a todas as culturas.</p><p>11.4.6. Insumos - Refere-se às despesas de aquisição de fertilizantes,</p><p>agrotóxicos e sementes.</p><p>Fertilizantes e Agrotóxicos: os preços são obtidos através de pesquisas de</p><p>campo e referem-se aos insumos colocados na propriedade do agricultor. Estes preços</p><p>pesquisados são comparados com a série histórica, de maneira a testar sua</p><p>compatibilidade com a tendência histórica real.</p><p>Sementes e Mudas: no momento em que se calcula o custo estimado, o</p><p>mercado de sementes ainda não formou seus preços, exigindo, então, que se recorra a</p><p>um critério específico, que consiste em fazer um estudo comparativo entre os preços</p><p>do grão e da respectiva semente, de modo a se obter um relativo de preços que possa</p><p>ser utilizado para se estimar o preço da semente na época efetiva de sua</p><p>comercialização, baseando-se nas expectativas de preços de mercado para o grão.</p><p>Primeiramente, os preços nominais pagos pelos produtores na safra anterior,</p><p>com a aquisição de sementes na época de concentração da comercialização deste</p><p>151</p><p>insumo, são atualizados monetariamente para o mês de junho, através do IGP-DI. Em</p><p>seguida, os preços reais das sementes são ponderados pelo calendário de plantio dos</p><p>principais estados produtores, obtendo-se, assim, os preços reais médios pagos,</p><p>ponderados para a safra. Posteriormente, adota-se o mesmo procedimento para os</p><p>preços recebidos pelos agricultores, mediante a tabulação dos preços nominais nos</p><p>principais estados produtores, no período de comercialização dos produtos, corrigindo-</p><p>os pelo mesmo índice, também para o mês de junho.</p><p>Estes preços reais são ponderados pelos percentuais de colheita mensal e pelo</p><p>volume de produção obtido em cada um dos principais estados produtores, obtendo-se</p><p>dessa forma, os preços reais médios recebidos. Os relativos sementes/grãos ou caroço</p><p>são obtidos através da divisão dos preços reais médios pagos pelas sementes, pelos</p><p>preços reais médios recebidos com a venda dos grãos ou caroços (algodão). A partir</p><p>daí, faz-se a estimativa do preço de sementes de duas maneiras:</p><p>a) relativo encontrado na safra atual multiplicado pelo preço real ponderado do</p><p>produto;</p><p>b) média dos relativos das safras anteriores e atual multiplicada pelo preço real</p><p>do produto.</p><p>Finalmente, faz-se o comparativo, mediante o confronto das estimativas de</p><p>preços previstos para a safra, com o preço mínimo de sementes, com os preços</p><p>coletados na última pesquisa de campo e com os fornecidos pela Associação Brasileira</p><p>dos Produtores de Sementes (ABRASEM), também em valores de junho, de modo a</p><p>testar a consistência dos preços obtidos.</p><p>Critério para rateio de custos – Exemplo da Embrapa – cultura do leite</p><p>Sabe-se que, na maioria das vezes, a propriedade rural não tem no leite a sua</p><p>única atividade. Desta forma, deve existir um critério para rateio dos itens de custo</p><p>incidentes em outras atividades além do leite, principalmente componentes como</p><p>máquinas, implementos, energia elétrica e combustíveis. Os critérios mais utilizados</p><p>para realização deste rateio são os seguintes:</p><p> De acordo com o tempo de uso: utilizado principalmente para máquinas e</p><p>implementos agrícolas, é considerado o critério ideal, pois reproduz fielmente a</p><p>quantidade utilizada de cada máquina em cada atividade. No entanto, a</p><p>mensuração do tempo utilizado em cada atividade pode ser difícil e tornar-se</p><p>imprecisa, o que se constitui numa limitação do método.</p><p> Participação na renda bruta da propriedade: faz-se o rateio dos gastos com</p><p>componentes comuns a várias atividades de acordo com a participação</p><p>percentual das mesmas na renda bruta da propriedade agrícola.</p><p>152</p><p> Participação na área total: no mesmo princípio do mecanismo anterior, o rateio</p><p>pode ser realizado de acordo com a participação das atividades na ocupação da</p><p>área total da propriedade.</p><p> Participação na movimentação financeira da propriedade: usando o mesmo</p><p>princípio, o rateio pode ser realizado de acordo com a participação percentual</p><p>das atividades no total da movimentação financeira (Custos Totais + Receitas</p><p>Totais) da propriedade.</p><p> Seja qual for o método utilizado para o rateio, deve ser clara a ideia de que ele</p><p>tem que ser realizado e o método utilizado deve estar claramente explicitado na</p><p>metodologia do trabalho.</p><p>Elaboração de sistema de custos para a agropecuária</p><p>As etapas para implantação de controle de custos na pecuária incluem “1ª-</p><p>Treinamento da mão-de-obra; 2ª- Coleta de dados; 3ª- Processamento dos dados; 4ª-</p><p>Análise dos resultados”. E todos os envolvidos devem saber de suas responsabilidades</p><p>e da importância do estabelecimento de controles dentro de uma empresa rural,</p><p>reforçando a convicção de que o esforço de todos os envolvidos no processo produtivo</p><p>é indispensável.</p><p>Na bovinocultura o custo direto pode ser a aquisição do animal magro, sua</p><p>alimentação, sanidade e a mão-de obra dos peões quando manejam o gado, no caso</p><p>quantifique-se o trabalho com os animais. Os custos indiretos compreendem os gastos</p><p>que não podem ser alocados de forma direta ou objetiva aos produtos, por esse motivo</p><p>é preciso utilizar algum critério lógico de rateio.</p><p>A depreciação das instalações e equipamentos utilizados no manejo do gado</p><p>são considerados custos indiretos, assim como mão-de-obra que não tenha contato</p><p>direto no manejo do gado. Os impostos sobre a venda dos animais, energia, despesas</p><p>diversas, depreciação de demais instalações seriam considerados despesas, na óptica</p><p>contábil.</p><p>A remuneração da terra, do capital investido e de giro, devem ser considerados</p><p>parte do lucro que o empresário rural deseja obter. A remuneração sobre o capital é</p><p>chamada de custo de oportunidade, ou, o montante de valor que se deixa de ganhar,</p><p>ao optar por investir o capital em terras ao invés de outras atividades econômicas.</p><p>Como exemplo, a seguir os custos hipotéticos da produção de gado no sistema</p><p>de engorda em confinamento através da somatória de todos os gastos da fazenda:</p><p>153</p><p>Gastos com a produção de 500 cabeças por 100 dias em confinamento</p><p>Simulações dos custos em um sistema de produção em pecuária de cria.</p><p>O estoque final de produtos agrícolas, animais e extrativos, existente no encerramento</p><p>do período, deverá ser avaliado com base num dos seguintes critérios de avaliação:</p><p>a) custo médio;</p><p>b) custo de aquisições mais recentes (PEPS);</p><p>c) inventário físico (contagem física) avaliado aos preços unitários praticados mais</p><p>recentemente nas compras; e</p><p>154</p><p>d) preços correntes no mercado.</p><p>Observe-se que a avaliação do estoque a preços de mercado, embora de apuração</p><p>mais prática, implica no reconhecimento da valorização como receita tributável no</p><p>período.</p><p>DEPRECIAÇÃO NA ATIVIDADE RURAL: A depreciação</p><p>na atividade rural é a</p><p>apropriação ao resultado, da perda de eficiência ou da capacidade de produção de</p><p>bens tangíveis, componentes do Ativo Permanente que servem à produção de</p><p>vários ciclos de produção e não se destinam à venda. É o caso das culturas</p><p>permanentes, maquinas e equipamentos, tratores, gados reprodutores, animais de</p><p>trabalho e outros bens que são de propriedade da empresa.</p><p>De acordo com o artigo 260 da Instrução Normativa RFB 1.700/2017, os bens do</p><p>Ativo Imobilizado, exceto a terra nua, adquiridos por pessoa jurídica que explore</p><p>atividade rural, para uso nessa atividade, poderão ser depreciados integralmente no</p><p>próprio ano da aquisição. Não terá direito ao benefício da depreciação acelerada</p><p>incentivada a pessoa jurídica rural que direcionar a utilização do bem</p><p>exclusivamente para outras atividades estranhas à atividade rural própria.</p><p>A depreciação integral no mesmo ano de aquisição consiste em registro, na</p><p>escrituração comercial, do encargo calculado à taxa normal de depreciação e</p><p>exclusão, na Parte "A" do Lalur, do complemento necessário para atingir o valor</p><p>integral do bem.</p><p>O valor da depreciação, excluído na determinação do lucro real do ano de</p><p>aquisição, deverá ser controlado na Parte "B" do Lalur, para adição, a partir do</p><p>período de apuração seguinte, na medida em que a depreciação, à taxa normal, for</p><p>sendo registrada na escrita contábil.</p><p>Por ocasião da alienação do bem, existindo saldo de depreciação na Parte "B" do</p><p>Lalur, este deverá ser adicionado ao lucro líquido da atividade rural para fins de</p><p>apuração do lucro real.</p><p>No período de apuração em que o bem já totalmente depreciado, em virtude de</p><p>depreciação incentivada, for desviado exclusivamente para outras atividades,</p><p>deverá ser adicionado ao resultado líquido da atividade rural o saldo da depreciação</p><p>complementar existente na Parte "B" do Lalur. Retornando o bem a ser utilizado na</p><p>produção rural própria da pessoa jurídica, esta poderá voltar a fazer jus ao benefício</p><p>da depreciação incentivada, excluindo do resultado líquido da atividade rural no</p><p>período a diferença entre o custo de aquisição do bem e a depreciação acumulada</p><p>até a época, fazendo os devidos registros na Parte "B" do Lalur.</p><p>Retorno ao Lucro Real: A pessoa jurídica rural que retornar à tributação com base</p><p>no lucro real deverá adicionar o encargo de depreciação normal registrado na</p><p>escrituração comercial, relativo a bens já totalmente depreciados, ao resultado</p><p>líquido do período de apuração, para determinação do lucro real da atividade rural,</p><p>efetuando a baixa do respectivo valor no saldo da depreciação incentivada</p><p>controlado na Parte "B" do Lalur.</p><p>155</p><p>Lucro Presumido e Arbitrado: A pessoa jurídica rural que tiver usufruído o</p><p>benefício fiscal da depreciação acelerada incentivada, vindo, posteriormente, a ser</p><p>tributada pelo lucro presumido ou arbitrado, caso aliene o bem depreciado com o</p><p>incentivo durante a permanência em um desses regimes, deverá adicionar à base</p><p>de cálculo, para determinação do lucro presumido ou arbitrado, o saldo</p><p>remanescente da depreciação não realizada.</p><p>Depreciação Segundo as Novas Normas Contábeis: O valor depreciável de um</p><p>ativo deve ser apropriado de forma sistemática ao longo da sua vida útil estimada.</p><p>O valor residual e a vida útil de um ativo são revisados pelo menos ao final de cada</p><p>exercício e, se as expectativas diferirem das estimativas anteriores, a mudança</p><p>deve ser contabilizada como mudança de estimativa contábil, segundo a NBC TG</p><p>23 – Políticas Contábeis, Mudança de Estimativa e Retificação de Erro.</p><p>A depreciação é reconhecida mesmo que o valor justo do ativo exceda o seu valor</p><p>contábil, desde que o valor residual do ativo não exceda o seu valor contábil. A</p><p>reparação e a manutenção de um ativo não evitam a necessidade de depreciá-lo.</p><p>O valor depreciável de um ativo é determinado após a dedução de seu valor</p><p>residual. Na prática, o valor residual de um ativo frequentemente não é significativo</p><p>e por isso imaterial para o cálculo do valor depreciável. O valor residual de um ativo</p><p>pode aumentar. A despesa de depreciação será zero enquanto o valor residual</p><p>subsequente for igual ou superior ao seu valor contábil.</p><p>A depreciação do ativo se inicia quando este está disponível para uso, ou seja,</p><p>quando está no local e em condição de funcionamento na forma pretendida pela</p><p>administração. A depreciação de um ativo deve cessar na data em que o ativo é</p><p>classificado como mantido para venda (ou incluído em um grupo de ativos</p><p>classificado como mantido para venda de acordo com a NBC TG 31 – Ativo Não</p><p>Circulante Mantido para Venda e Operação Descontinuada) ou, ainda, na data em</p><p>que o ativo é baixado, o que ocorrer primeiro. Portanto, a depreciação não cessa</p><p>quando o ativo se torna ocioso ou é retirado do uso normal, a não ser que o ativo</p><p>esteja totalmente depreciado. No entanto, de acordo com os métodos de</p><p>depreciação pelo uso, a despesa de depreciação pode ser zero enquanto não</p><p>houver produção.</p><p>Os benefícios econômicos futuros incorporados no ativo são consumidos pela</p><p>entidade principalmente por meio do seu uso. Porém, outros fatores, tais como</p><p>obsolescência técnica ou comercial e desgaste normal enquanto o ativo permanece</p><p>ocioso, muitas vezes dão origem à diminuição dos benefícios econômicos que</p><p>poderiam ter sido obtidos do ativo. Consequentemente, todos os seguintes fatores</p><p>são considerados na determinação da vida útil de um ativo:</p><p>a) Uso esperado do ativo que é avaliado com base na capacidade ou produção</p><p>física esperadas do ativo;</p><p>b) Desgaste físico normal esperado, que depende de fatores operacionais tais como</p><p>o número de turnos durante os quais o ativo será usado, o programa de reparos e</p><p>manutenção e o cuidado e a manutenção do ativo enquanto estiver ocioso;</p><p>156</p><p>c) Obsolescência técnica ou comercial proveniente de mudanças ou melhorias na</p><p>produção, ou de mudança na demanda do mercado para o produto ou serviço</p><p>derivado do ativo; e</p><p>d) Limites legais ou semelhantes no uso do ativo, tais como as datas de término dos</p><p>contratos de arrendamento mercantil relativos ao ativo.</p><p>A vida útil de um ativo é definida em termos da utilidade esperada do ativo para a</p><p>entidade. A política de gestão de ativos da entidade pode considerar a alienação de</p><p>ativos após um período determinado ou após o consumo de uma proporção</p><p>específica de benefícios econômicos futuros incorporados no ativo.</p><p>Por isso, a vida útil de um ativo pode ser menor do que a sua vida econômica. A</p><p>estimativa da vida útil do ativo é uma questão de julgamento baseado na</p><p>experiência da entidade com ativos semelhantes.</p><p>O método de depreciação utilizado reflete o padrão de consumo pela entidade dos</p><p>benefícios econômicos futuros. O método de depreciação aplicado a um ativo deve</p><p>ser revisado pelo menos ao final de cada exercício e, se houver alteração</p><p>significativa no padrão de consumo previsto, o método de depreciação deve ser</p><p>alterado para refletir essa mudança.</p><p>157</p><p>EXAUSTÃO NA ATIVIDADE RURAL: A exaustão corresponde à perda do valor,</p><p>decorrente da exploração de direitos cujo objeto sejam minerais ou florestais.</p><p>Enquanto as propriedades físicas se deterioram física ou economicamente, os</p><p>recursos naturais se esgotam. O esgotamento é a extinção dos recursos naturais e</p><p>a exaustão é a extinção do custo ou do valor desses recursos naturais (florestas,</p><p>minas, etc.). Na proporção em que são extraídos os recursos naturais, registra-se a</p><p>exaustão deste recurso.</p><p>O valor da quota de exaustão florestal é apurado identificando-se a relação</p><p>percentual entre o volume dos recursos florestais utilizados, ou a quantidade de</p><p>árvores extraídas durante cada período de apuração do imposto, e o volume ou</p><p>quantidade de árvores que compunham a floresta no início desse período.</p><p>A percentagem encontrada é aplicada sobre o valor da floresta registrada no Ativo,</p><p>e o seu resultado corresponde à quota de exaustão relativa aos recursos florestais</p><p>extraídos.</p><p>Tratando-se</p><p>de floresta ou plantações que não se extinguem com o primeiro corte,</p><p>a quota de exaustão é calculada em função do volume extraído em cada período,</p><p>em confronto com a produção total esperada, englobando os diversos cortes.</p><p>As florestas objeto de direitos contratuais de exploração por prazo indeterminado</p><p>também podem ser exauridas pelo adquirente desses direitos, que deve tomas</p><p>como valor da floresta o do contrato, corrigido monetariamente, quando for o caso.</p><p>AMORTIZAÇÃO NA ATIVIDADE RURAL: A ocorrência da amortização se dá nos</p><p>casos de aquisição de direitos sobre bens de terceiros. Corresponde à perda do</p><p>valor do capital aplicado em Ativos Intangíveis de duração limitada. Como exemplo,</p><p>a aquisição de direitos de extração de madeira em florestas de propriedade de</p><p>terceiros ou de exploração de pomar alheio, por prazo determinado, a preço único e</p><p>prefixado.</p><p>158</p><p>Outros gastos que contribuirão para a formação do resultado de mais de um</p><p>exercício social, registrados no Ativo Diferido, também deverão ser amortizados. É</p><p>o caso de gastos com melhoras no solo que propiciam incremento na capacidade</p><p>produtiva, tais como: desmatamento, destacamento, corretivos, etc.</p><p>A quota de amortização do período é obtida, dividindo-se o valor do direito ou do</p><p>gasto em melhoramento, pelo número de períodos de duração deste direito ou</p><p>melhoramento.</p><p>5.2 Tratamento tributário IRPJ e CSLL</p><p>As pessoas jurídicas que se dedicam à exploração de atividade rural sujeitam-se,</p><p>atualmente, às mesmas regras de incidência do Imposto de Renda (inclusive</p><p>adicional) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido aplicáveis às demais</p><p>pessoas jurídicas, podendo, atendidas as condições e limites da legislação vigente,</p><p>enquadrar-se no lucro real, presumido ou arbitrado.</p><p>A atividade rural é beneficiada com determinados incentivos que somente podem</p><p>ser utilizados pela pessoa jurídica quando tributada com base no lucro real.</p><p>O lucro real deverá ser apurado de conformidade com as leis comerciais e fiscais,</p><p>inclusive com a manutenção do Lalur, segregando contabilmente as receitas, os</p><p>custos e as despesas referentes à atividade rural das demais atividades, a fim de se</p><p>proceder a correta determinação dos resultados da atividade rural, com vistas à</p><p>utilização dos citados incentivos.</p><p>A regra geral de apuração do lucro real é trimestral. No entanto, a empresa pode</p><p>optar pela apuração do lucro real anual, sem prejuízo do recolhimento mensal do</p><p>IRPJ e da CSLL calculados com base em regime de estimativa. Nesse caso, o</p><p>período de apuração encerra-se em 31 de dezembro do respectivo ano-calendário.</p><p>Lucro Presumido ou Arbitrado: A pessoa jurídica que exerce atividade rural</p><p>poderá optar pela tributação com base no lucro presumido, desde que não se utilize</p><p>de qualquer dos incentivos aplicáveis a essa atividade, observadas as normas</p><p>aplicáveis às demais pessoas jurídicas.</p><p>A pessoa jurídica rural pagará o Imposto de Renda sobre o lucro arbitrado nas</p><p>hipóteses e condições previstas para as demais pessoas jurídicas.</p><p>Na tributação com base no lucro presumido ou arbitrado, a apuração trimestral é</p><p>obrigatória, qualquer que seja a atividade da pessoa jurídica.</p><p>Para efeito de determinação do lucro presumido ou arbitrado, as pessoas jurídicas</p><p>que desenvolvem atividades rurais devem aplicar, sobre a receita bruta apurada a</p><p>cada trimestre, o percentual de 8% ou 9,6%, respectivamente. À parcela, assim</p><p>determinada, deverão ser acrescidos os ganhos de capital, os rendimentos e</p><p>ganhos líquidos auferidos em aplicações financeiras, as demais receitas e os</p><p>resultados positivos não abrangidos na receita bruta.</p><p>159</p><p>Apuração do Ganho de Capital na Alienação de Imóvel Rural: A partir de</p><p>01/01/97, por força do artigo 19 da Lei 9.393/96, para fins de apuração do ganho de</p><p>capital, as pessoas jurídicas, tributadas com base no lucro presumido ou arbitrado,</p><p>deverão considerar como custo de aquisição e valor da venda do imóvel rural o</p><p>Valor da Terra Nua (VTN) constante do Documento de</p><p>Informação e Apuração do ITR (Diat) ou o valor atribuído de ofício quando o Diat</p><p>não for entregue pelo proprietário do imóvel, nos anos de ocorrência de sua</p><p>aquisição e de sua alienação, respectivamente. Na apuração do ganho de capital</p><p>correspondente a imóvel rural adquirido anteriormente a 01/01/97, será considerado</p><p>custo de aquisição o valor constante da escritura pública, devendo ser observado,</p><p>com base no artigo 17 da Lei 9.249/95, que:</p><p>a) Tratando-se de bens cuja aquisição tenha ocorrido até o final de 1995, o custo de</p><p>aquisição poderá ser corrigido monetariamente até 31 de dezembro desse ano,</p><p>tomando-se por base o valor da UFIR vigente em 01-01-1996 (R$ 0,8287), não se</p><p>aplicando qualquer correção monetária a partir desta data;</p><p>b) Tratando-se de bens adquiridos após 31-12-1995, ao custo de aquisição dos</p><p>bens não será atribuída qualquer atualização monetária.</p><p>RECEITA BRUTA: Considera-se receita bruta da atividade rural aquela decorrente</p><p>das atividades rurais mencionadas, das quais serão excluídas as vendas</p><p>canceladas, as devoluções de vendas e os descontos incondicionais concedidos.</p><p>Na receita bruta não se incluem os impostos não cumulativos cobrados</p><p>destacadamente do comprador ou contratante, dos quais o vendedor dos produtos</p><p>seja mero depositário.</p><p>São também computados como receita bruta da atividade rural:</p><p>Os valores recebidos de órgãos públicos, tais como auxílios, subvenções,</p><p>subsídios, Aquisições do Governo Federal (AGF) e as indenizações recebidas do</p><p>Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro);</p><p>O valor da entrega de produtos agrícolas, pela permuta com outros bens ou pela</p><p>dação em pagamento;</p><p>As sobras líquidas da destinação para constituição do Fundo de Reserva e do</p><p>Fundo de Assistência Técnica, Educacional e Social, quando creditadas,</p><p>distribuídas ou capitalizadas à pessoa jurídica rural cooperada.</p><p>Conceito de Receita Bruta</p><p>Receitas da Atividade Rural IN 1.700/2017</p><p>160</p><p>Instrução Normativa SRF nº 1.700 de 14 de março de 2017</p><p>Art. 251. Observado o disposto no art. 26, considera-se receita bruta da atividade rural</p><p>aquela decorrente da exploração das atividades relacionadas no art. 249.</p><p>Art. 249 da IN 1.700/2017 . A exploração da atividade rural inclui as operações de giro</p><p>normal da pessoa jurídica em decorrência das seguintes atividades consideradas</p><p>rurais:</p><p>Art. 26. A receita bruta compreende:</p><p>I - o produto da venda de bens nas operações de conta própria;</p><p>II - o preço da prestação de serviços em geral;</p><p>III - o resultado auferido nas operações de conta alheia; e</p><p>IV - as receitas da atividade ou objeto principal da pessoa jurídica, não compreendidas</p><p>nos incisos I a III.</p><p>§ 1º A receita líquida será a receita bruta diminuída de:</p><p>I - devoluções e vendas canceladas;</p><p>II - descontos concedidos incondicionalmente;</p><p>161</p><p>III - tributos sobre ela incidentes; e</p><p>IV - valores decorrentes do ajuste a valor presente de que trata o inciso VIII do caput do</p><p>art. 183 da Lei nº 6.404, de 1976, das operações vinculadas à receita bruta.</p><p>§ 2º Na receita bruta não se incluem os tributos não cumulativos cobrados,</p><p>destacadamente, do comprador ou contratante pelo vendedor dos bens ou pelo</p><p>prestador dos serviços na condição de mero depositário.</p><p>§ 3º Na receita bruta incluem-se os tributos sobre ela incidentes e os valores</p><p>decorrentes do ajuste a valor presente, de que trata o inciso VIII do caput do art. 183 da</p><p>Lei nº 6.404, de 1976, das operações previstas no caput deste artigo, observado o</p><p>disposto no § 2º.</p><p>Parágrafo único. O regime tributário estabelecido para a pessoa jurídica rural não</p><p>permite a inclusão de receitas e despesas de outras atividades, as quais, se</p><p>existentes, deverão ser segregadas nos termos do art. 254.</p><p>Art. 252- IN 1.700/2017 . Integram também a receita bruta da atividade rural:</p><p>Art. 253. A receita bruta da atividade rural decorrente da comercialização dos produtos</p><p>deve ser comprovada por</p><p>documentos usualmente utilizados nessa atividade, tais</p><p>como Nota Fiscal de Produtor e demais documentos oficialmente reconhecidos pelas</p><p>administrações fiscais dos estados.</p><p>Segregação de Receitas da Atividade Rural</p><p>Art. 254. A pessoa jurídica rural que explorar outras atividades deverá segregar,</p><p>contabilmente, as receitas, os custos e as despesas referentes à atividade rural das</p><p>demais atividades e demonstrar, no Lalur de que trata o caput do art. 310,</p><p>separadamente, o lucro ou prejuízo contábil, o lucro real ou prejuízo fiscal e o resultado</p><p>ajustado positivo ou negativo dessas atividades.</p><p>§ 1º A pessoa jurídica rural deverá ratear proporcionalmente à percentagem que a</p><p>receita líquida de cada atividade representar em relação à receita líquida total:</p><p>162</p><p>§ 2º Na hipótese de a pessoa jurídica rural não apurar receita líquida no ano-</p><p>calendário, a determinação da percentagem prevista no § 1º será efetuada com base</p><p>nos custos ou despesas de cada atividade explorada.</p><p>Atividade rural exercida no exterior</p><p>Art. 269. Os resultados da atividade rural exercida no exterior por pessoas jurídicas domiciliadas no</p><p>Brasil estão sujeitos à incidência do IRPJ e da CSLL na forma prevista para as demais pessoas jurídicas,</p><p>observado o disposto neste Capítulo.</p><p>Art. 270. É vedada a compensação do prejuízo fiscal da atividade rural apurado no exterior com o</p><p>lucro real obtido no Brasil, seja este oriundo da atividade rural ou não.</p><p>Parágrafo único. É vedada a compensação da base de cálculo negativa da CSLL da atividade rural</p><p>apurada no exterior com o resultado ajustado positivo obtido no Brasil, seja este oriundo da atividade</p><p>rural ou não.</p><p>TABELA DE ADIÇÕES AO LUCRO LÌQUIDO</p><p>TABELA DE EXCLUSÕES DO LUCRO LÌQUIDO</p><p>163</p><p>Fundo de Liquidez para Garantia dos Financiamentos Contratados: A Lei</p><p>11.524/2007 permitiu à instituição financeira a constituição de fundo de liquidez</p><p>para garantia dos financiamentos, composto de recursos oriundos das</p><p>participações, não restituíveis, a serem pagas pelos produtores rurais ou suas</p><p>cooperativas, destinado a financiar a liquidação de suas dívidas com fornecedores</p><p>de insumos agropecuários.</p><p>Os valores das participações para constituição do fundo de liquidez poderão ser</p><p>considerados como despesa dedutível na apuração da base de cálculo do Imposto</p><p>de Renda e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, quando pagos por</p><p>pessoa jurídica produtora rural.</p><p>O bônus de adimplência recebido pelo produtor rural ou sua cooperativa, em</p><p>decorrência de sua participação no fundo, bem como o valor resultante do rateio do</p><p>saldo do fundo de liquidez serão considerados receita operacional.</p><p>Comprovação da Receita e da Despesa: A receita da atividade rural e as</p><p>despesas de custeio e os investimentos deverão estar lastreados com documentos</p><p>com as características a seguir.</p><p>A receita bruta da atividade rural, decorrente da comercialização dos produtos,</p><p>deverá ser sempre comprovada por documentos usualmente utilizados nesta</p><p>atividade, tais como nota fiscal do produtor, nota fiscal de entrada, nota promissória</p><p>rural vinculada à nota fiscal do produtor e demais documentos reconhecidos pelas</p><p>fiscalizações estaduais. Quando a receita bruta da atividade rural for decorrente da</p><p>alienação de bens utilizados na exploração da atividade rural, a comprovação</p><p>poderá ser feita por documentação hábil e idônea, onde necessariamente constem</p><p>o nome, CPF ou CNPJ e endereço do adquirente, bem como a data e o valor da</p><p>operação em moeda corrente nacional.</p><p>A despesa de custeio, assim considerada aquela necessária à percepção dos</p><p>rendimentos da atividade rural e à manutenção da respectiva fonte produtora,</p><p>relacionada com a natureza das atividades rurais exercidas, e o investimento, que é</p><p>a aplicação de recursos financeiros que visem ao desenvolvimento da atividade</p><p>164</p><p>rural para a expansão da produção e melhoria da produtividade, serão</p><p>comprovados através de documentos idôneos, tais como nota fiscal, fatura,</p><p>duplicata, recibo, contrato de prestação de serviços, laudo de vistoria de órgão</p><p>financiador e folha de pagamento de empregados, de modo que possa ser</p><p>identificada a destinação dos recursos.</p><p>A nota fiscal simplificada e o cupom de máquina registradora, quando identificarem</p><p>o destinatário das mercadorias ou produtos, são documentos hábeis para</p><p>comprovar as despesas.</p><p>Resultado da Atividade Rural</p><p>Considera-se resultado da atividade rural a diferença entre os valores das receitas</p><p>auferidas e das despesas incorridas no período de apuração, correspondentes a</p><p>todas as unidades rurais exploradas pela pessoa jurídica rural. Admite-se como da</p><p>atividade própria das empresas que se dedicam à criação de animais os resultados</p><p>provenientes da venda de reprodutores ou matrizes, bem como do rebanho de</p><p>renda, qualquer que seja o montante do resultado dessa operação, desde que</p><p>observado o período de permanência na empresa em prazo inferior a 52 dias,</p><p>quando em regime de confinamento, ou 138 dias, nos demais casos.</p><p>Resultado da Venda do Imobilizado: Integra o resultado da atividade rural a</p><p>alienação de todos os bens utilizados exclusivamente na produção rural, tais como</p><p>tratores, implementos, equipamentos, máquinas, utilitários e benfeitorias</p><p>incorporadas ao imóvel rural. Na alienação de bens utilizados na produção, o valor</p><p>da terra nua não constitui resultado da atividade rural. Nesse caso, o ganho ou</p><p>perda deve ser apurado de acordo com regras aplicáveis às demais pessoas</p><p>jurídicas tributadas pelo lucro real.</p><p>LIVRO DE APURAÇÃO DO LUCRO REAL – LALUR: A empresa rural que explore</p><p>atividades mistas deverá demonstrar, no Lalur, separadamente, o lucro ou prejuízo</p><p>contábil e o lucro ou prejuízo fiscal dessas atividades.</p><p>Embora a atividade rural esteja sujeita, como as demais atividades, à alíquota</p><p>básica de 15% e ao adicional de 10% quando o lucro real ultrapassar o limite fixado</p><p>haverá necessidade de se apurarem dois lucros separadamente, para fins de</p><p>compensação de prejuízos fiscais.</p><p>COMPENSAÇÃO DE PREJUÍZOS FISCAIS: Com o advento das Leis 8.981 e</p><p>9.065/95, a compensação de prejuízos fiscais, pelas empresas em geral, ficou</p><p>limitada a 30% do lucro líquido ajustado pelas adições e exclusões previstas na</p><p>legislação do Imposto de Renda. No entanto, como a tributação da atividade rural é</p><p>regida por legislação específica, esse limite não se aplica à compensação dos</p><p>prejuízos fiscais decorrentes da atividade rural.</p><p>Empresa com Atividade Mista: Segundo a Instrução Normativa RFB 1.700/2017,</p><p>para efeito de compensação de prejuízos fiscais, as empresas que exploram</p><p>atividade rural juntamente com outra atividade deverão observar o exposto a</p><p>165</p><p>seguir.</p><p>a) O prejuízo fiscal da atividade rural poderá ser compensado, sem qualquer</p><p>limitação, nos seguintes casos:</p><p>Compensação do prejuízo fiscal da atividade rural com o lucro real dessa mesma</p><p>atividade, apurado em períodos subsequentes;</p><p>Compensação do prejuízo fiscal da atividade rural com o lucro real de outras</p><p>atividades apurado no mesmo período.</p><p>b) A limitação de 30% do lucro real deverá ser observada na compensação:</p><p>De prejuízos fiscais da atividade rural com o lucro real de outra atividade, apurado</p><p>em períodos subsequentes;</p><p>De prejuízos fiscais de outras atividades com o lucro real dessas mesmas</p><p>atividades, em períodos de apuração subsequentes.</p><p>Os prejuízos fiscais da atividade rural correspondentes aos anos-calendário de</p><p>1986 a 1990 somente poderão ser compensados com o lucro real da atividade rural.</p><p>Prejuízos Não Operacionais: Por força do artigo 31 da Lei 9.249/95, os prejuízos</p><p>não operacionais apurados pelas pessoas jurídicas a partir de 1-1-96 somente</p><p>poderão ser compensados em períodos de apuração seguintes, com lucros da</p><p>mesma natureza, observado o limite de 30% do lucro líquido ajustado.</p><p>Para fins do disposto anteriormente, consideram-se não operacionais os resultados</p><p>decorrentes da alienação de bens e direitos do</p><p>antigo Ativo Permanente contido no</p><p>atual Ativo Não Circulante não utilizados exclusivamente na produção rural, incluída</p><p>a terra nua, exceto as perdas decorrentes de baixa de bens ou direitos do antigo</p><p>Ativo Permanente, em virtude de terem-se tornado imprestáveis, obsoletos ou caído</p><p>em desuso, ainda que posteriormente venham a ser alienados como sucata.</p><p>Para os efeitos fiscais, considera-se prejuízo compensável o apurado na</p><p>demonstração da base de cálculo do imposto devido na atividade rural. Somente</p><p>poderão ser compensados os prejuízos fiscais da</p><p>atividade rural apurados a partir de 31-12-86.</p><p>CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO: As empresas rurais</p><p>tributadas com base no lucro real, presumido ou arbitrado, estão sujeitas ao</p><p>pagamento da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL).</p><p>Relativamente aos fatos geradores ocorridos a partir de 01-01-2003, a alíquota da</p><p>CSLL é de 9%.</p><p>A Lei 8.981/95 limitou em 30% da base de cálculo positiva apurada em períodos de</p><p>apuração subsequentes, a compensação da base de cálculo negativa da</p><p>Contribuição Social sobre o Lucro Líquido. A limitação de 30% era observada</p><p>inclusive para efeito de compensação da base de cálculo negativa da Contribuição</p><p>Social apurada pelas empresas rurais.</p><p>A partir de 13-3-2000, com a edição da Medida Provisória 1.991-15, de 10-3-2000,</p><p>atual Medida Provisória 2.158-35/2001, esta limitação não mais se aplica ao</p><p>resultado decorrente da exploração da atividade rural.</p><p>166</p><p>CSLL – Contribuição Social sobre o Lucro Líquido</p><p>A CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido) é um tributo federal que</p><p>incide sobre todas as Pessoas Jurídicas (PJ) domiciliadas no Brasil. Seu objetivo é o</p><p>de apoiar financeiramente a Seguridade Social. Esse apoio à Seguridade Social diz</p><p>respeito aos investimentos em serviços públicos como aposentadoria, desemprego,</p><p>direitos à saúde, etc. Lembra do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ)? Então,</p><p>para a CSLL são aplicadas as mesmas normas de apuração e de pagamento que</p><p>foram estabelecidas para o IRPJ. Todas as empresas devem pagar a CSLL, de acordo</p><p>com o modelo de tributação para fins de recolhimento do Imposto de Renda.</p><p>Compensação de Prejuízos Fiscais e Bases de Cálculo Negativas da CSLL</p><p>Art. 263. Não se aplica o limite de 30% (trinta por cento) de que tratam os</p><p>arts. 203 (IRPJ) e 207 (CSLL) à compensação dos prejuízos fiscais nem à</p><p>compensação das bases de cálculo negativas da CSLL decorrentes da atividade rural,</p><p>com lucro real e resultado ajustado positivo da mesma atividade, observado o</p><p>disposto no art. 270 (atividade rural apurado no exterior não pode).</p><p>Art. 270. É vedada a compensação do prejuízo fiscal da atividade rural apurado no</p><p>exterior com o lucro real obtido no Brasil, seja este oriundo da atividade rural ou não.</p><p>Parágrafo único. É vedada a compensação da base de cálculo negativa da CSLL da</p><p>atividade rural apurada no exterior com o resultado ajustado positivo obtido no Brasil,</p><p>seja este oriundo da atividade rural ou não.</p><p>CÁLCULO DO IRPJ: O cálculo do Imposto de Renda devido pelas empresas rurais</p><p>deve ser efetuado de acordo com os critérios aplicáveis às pessoas jurídicas em</p><p>geral. A alíquota básica do IRPJ é de 15%. As pessoas jurídicas estão sujeitas ao</p><p>adicional de 10% sobre a parcela do lucro que ultrapassar o limite de R$ 20.000,00</p><p>para cada mês abrangido no período de apuração.</p><p>As empresas tributadas com base no lucro presumido ou arbitrado, bem como</p><p>aquelas tributadas pelo lucro real, que se enquadrarem na apuração trimestral,</p><p>estarão sujeitas ao adicional quando o lucro apurado no trimestre exceder o limite</p><p>167</p><p>de R$ 60.000,00 ou o valor correspondente ao resultado da multiplicação de R$</p><p>20.000,00 pelo número de meses que compuserem o período de apuração.</p><p>As empresas enquadradas no regime de estimativa, que pagarem o Imposto de</p><p>Renda mensalmente, com base na receita bruta e acréscimos, estarão sujeitas ao</p><p>adicional quando a base de cálculo do imposto ultrapassar o limite de R$ 20.000,00.</p><p>A pessoa jurídica deverá pagar o adicional do IRPJ, quando o lucro real apurado no</p><p>encerramento do ano-calendário ultrapassar o limite de R$ 240.000,00.</p><p>No caso de período de apuração inferior a doze meses, bem como de apuração</p><p>procedida em balanços/balancetes intermediários, para fins de suspensão/redução</p><p>do pagamento mensal do imposto, o limite será o valor resultante da multiplicação</p><p>de R$ 20.000,00 pelo número de meses a que corresponder o respectivo período</p><p>de apuração.</p><p>O adicional de 10% incidirá sobre a parcela do lucro real (atividades em geral e</p><p>atividade rural) que exceder a R$ 20.000,00 multiplicado pelo número de meses do</p><p>período de apuração.</p><p>Pessoa Jurídica</p><p>Art. 5º - IN 1.700/2017 - Consideram-se pessoas jurídicas, contribuintes do IRPJ e da</p><p>CSLL:</p><p>I - as pessoas jurídicas de direito privado domiciliadas no Brasil, sejam quais forem</p><p>seus fins, nacionalidade ou participantes no capital;</p><p>II - as filiais, sucursais, agências ou representações no País das pessoas jurídicas com</p><p>sede no exterior; e</p><p>III - os comitentes domiciliados no exterior, quanto aos resultados das operações</p><p>realizadas por seus mandatários ou comissários no Brasil.</p><p>Parágrafo único. Inclui-se no inciso I do caput a empresa individual de responsabilidade</p><p>limitada de que trata o art. 980-A da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 - Código</p><p>Civil.</p><p>Obrigações Tributárias</p><p>Imposto de Renda e contribuições</p><p>Tributação: Lucro Real, Lucro Presumido e Simples</p><p>a) CONTABILIDADE COMPLETA E EXATA</p><p>Implica em organização e controles mais precisos do Gestor e Contador.</p><p>b) Apresentação de Contabilidade e Demonstrações contábeis.</p><p>168</p><p>Incentivos a PJ Lucro Real:</p><p>IRPJ – compensação de prejuízos fiscais (sem limites);</p><p>CSLL – Compensação de base negativa (sem limites).</p><p>Considerações sobre Lucro Real x Lucro Presumido</p><p>169</p><p>Breve cálculo do IRPJ – Lucro Real e Presumido</p><p>Cálculo do IRPJ</p><p>170</p><p>SIMPLES NACIONAL: O Simples Nacional regime tributário diferenciado,</p><p>simplificado e favorecido previsto na Lei Complementar nº. 123, de 2006, aplicável</p><p>às Microempresas e às Empresas de Pequeno Porte, a partir de 01.07.2007, pode</p><p>ser utilizado pela Empresa Rural. Considera-se ME, para efeito do Simples</p><p>Nacional, a sociedade empresária, a sociedade simples, a empresa individual de</p><p>responsabilidade limitada e o empresário que aufiram, em cada ano-calendário,</p><p>receita bruta igual ou inferior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais).</p><p>171</p><p>Considera-se EPP, para efeito do Simples Nacional, a sociedade empresária, a</p><p>sociedade simples, a empresa individual de responsabilidade limitada e o</p><p>empresário que aufiram, em cada ano-calendário, receita bruta superior a R$</p><p>360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais) e igual ou inferior a R$ 4.800.000,00</p><p>(quatro milhões e oitocentos mil reais).</p><p>Também a partir de 2012, há um limite extra para exportação de mercadorias no</p><p>valor de R$ 4.800.000,00 (quatro milhões e oitocentos mil reais).). Dessa forma, a</p><p>EPP poderá auferir receita bruta até R$ 9.600.000,00 (nove milhões e oitocentos mil</p><p>reais), desde que não extrapole, no mercado interno ou em exportação de</p><p>mercadorias, o limite de R$ 4.800.000,00 (quatro milhões e oitocentos mil reais).</p><p>Uma vez a empresa optando pelo simples nacional implicaria no recolhimento</p><p>mensal, mediante documento único de arrecadação, dos seguintes tributos:</p><p>Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ);</p><p>Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI);</p><p>Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL);</p><p>Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS);</p><p>Contribuição para o PIS/Pasep;</p><p>Contribuição Patronal Previdenciária (CPP); e</p><p>Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e Sobre</p><p>Prestações de Serviços de</p><p>Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS).</p><p>A opção pelo Simples Nacional</p><p>não abrange no recolhimento unificado alguns</p><p>tributos e contribuições. O contribuinte deverá recolher os seguintes tributos,</p><p>devidos na qualidade de contribuinte ou responsável, nos termos da legislação</p><p>aplicável às demais pessoas jurídicas:</p><p>Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR);</p><p>Contribuição para o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS);</p><p>Contribuição para manutenção da Seguridade Social, relativa ao trabalhador;</p><p>Contribuição para a Seguridade Social, relativa à pessoa do empresário, na</p><p>qualidade de contribuinte individual;</p><p>172</p><p>ITR – Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural</p><p> ITR incide sobre a propriedade, o domínio útil ou a posse (inclusive por usufruto)</p><p>de imóvel por natureza, localizado fora da zona urbana do município, em 1º de</p><p>janeiro de cada ano.</p><p> Apuração Anual</p><p> Declaração 2ª quiz. Ago a 30.09</p><p> Aplica-se a PF e PJ</p><p> base de cálculo do ITR é o Valor da Terra Nua Tributável (VTNt).</p><p> valor do ITR a ser pago é obtido mediante a multiplicação do VTNt pela alíquota</p><p>correspondente, considerados a área total e o grau de utilização (GU) do imóvel</p><p>rural.</p><p>173</p><p>Imunes e Isentas do ITR - Decreto nº 4.382, de 19 de setembro de 2002.</p><p>Art. 3º São imunes do ITR:</p><p>I - a pequena gleba rural, desde que o seu proprietário a explore só ou com sua</p><p>família, e não possua outro imóvel (Constituição Federal - CF, art. 153, § 4º; Lei nº</p><p>9.393, de 1996, arts. 2º e 4º);</p><p>II - os imóveis rurais da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios</p><p>(CF, art. 150, inciso VI, alínea "a");</p><p>III - os imóveis rurais de autarquias e fundações instituídas e mantidas pelo</p><p>Poder Público, desde que vinculados às suas finalidades essenciais ou às delas</p><p>decorrentes (CF, art. 150, inciso VI, alínea "a" e § 2º);</p><p>IV - os imóveis rurais de instituições de educação e de assistência social, sem</p><p>fins lucrativos, relacionados às suas finalidades essenciais (CF, art. 150, inciso VI,</p><p>alínea "c" e § 4º).</p><p>§ 1º Pequena gleba rural é o imóvel com área igual ou inferior a (Lei nº 9.393, de</p><p>1996, art. 2º, parágrafo único):</p><p>I - cem hectares, se localizado em município compreendido na Amazônia</p><p>Ocidental ou no Pantanal mato-grossense e sul-mato-grossense;</p><p>II - cinqüenta hectares, se localizado em município compreendido no Polígono</p><p>das Secas ou na Amazônia Oriental;</p><p>III - trinta hectares, se localizado em qualquer outro município.</p><p>Art. 4º São isentos do imposto (Lei nº 9.393, de 1996, art. 3º):</p><p>I - o imóvel rural compreendido em programa oficial de reforma agrária,</p><p>caracterizado pelas autoridades competentes como assentamento, que,</p><p>cumulativamente, atenda aos seguintes requisitos (Lei nº 9.393, de 1996, art. 3º, inciso</p><p>I):</p><p>174</p><p>a) seja explorado por associação ou cooperativa de produção;</p><p>b) a fração ideal por família assentada não ultrapasse os limites da pequena</p><p>gleba rural, fixados no § 1º do art. 3º;</p><p>c) o assentado não possua outro imóvel;</p><p>II - o conjunto de imóveis rurais de um mesmo proprietário, cuja área total em</p><p>cada região observe o respectivo limite da pequena gleba rural, fixado no § 1º do</p><p>art. 3º, desde que, cumulativamente, o proprietário (Lei nº 9.393, de 1996, art.</p><p>3º, inciso II):</p><p>a) o explore só ou com sua família, admitida ajuda eventual de terceiros;</p><p>b) não possua imóvel urbano.</p><p>§ 1º Entende-se por ajuda eventual de terceiros o trabalho, remunerado ou</p><p>não, de natureza eventual ou temporária, realizado nas épocas de maiores</p><p>serviços.</p><p>§ 2º Para fins do disposto no inciso II do caput deste artigo, deve ser</p><p>considerado o somatório das áreas dos imóveis rurais por região em que se</p><p>localizem, o qual não poderá suplantar o limite da pequena gleba rural da</p><p>respectiva região.</p><p>Cadastro do Imóvel para ITR:</p><p> Cafir: Cadastro de Imóveis Rurais</p><p> NIRF: Número de Inscrição de Imóvel Rural</p><p> DIAC: Documento de informação e Atualização Cadastral do ITR</p><p> ITR: Calculado e Declarado por meio da “DITR”. Declaração do Imposto sobre a</p><p>Propriedade Territorial Rural</p><p>ICMS – Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços</p><p>O ICMS (imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre</p><p>prestações de serviços de transporte interestadual, intermunicipal e de comunicação) é</p><p>de competência dos Estados e do Distrito Federal.</p><p>Sua regulamentação constitucional está prevista na Lei Complementar 87/1996 (a</p><p>chamada “Lei Kandir”), alterada posteriormente pelas Leis Complementares 92/97,</p><p>99/99 e 102/2000.</p><p>http://www.normaslegais.com.br/legislacao/tributario/lc87.htm</p><p>175</p><p>DESTAQUE DO IMPOSTO</p><p>O ICMS devido é informado na nota fiscal, em coluna própria.</p><p>Exemplo de preenchimento na coluna "Cálculo do Imposto" da nota fiscal eletrônica</p><p>(NF-e)</p><p>Base de Cálculo do ICMS: R$ 1.000,00</p><p>Valor do ICMS: R$ 120,00</p><p>Alíquota: 12%</p><p>INCIDÊNCIAS</p><p>O imposto incide sobre:</p><p>I – operações relativas à circulação de mercadorias, inclusive o fornecimento de</p><p>alimentação e bebidas em bares, restaurantes e estabelecimentos similares;</p><p>II – prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal, por qualquer</p><p>via, de pessoas, bens, mercadorias ou valores;</p><p>III – prestações onerosas de serviços de comunicação, por qualquer meio, inclusive a</p><p>geração, a emissão, a recepção, a transmissão, a retransmissão, a repetição e a</p><p>ampliação de comunicação de qualquer natureza;</p><p>IV – fornecimento de mercadorias com prestação de serviços não compreendidos na</p><p>competência tributária dos Municípios;</p><p>V – fornecimento de mercadorias com prestação de serviços sujeitos ao imposto sobre</p><p>serviços, de competência dos Municípios, quando a lei complementar aplicável</p><p>expressamente o sujeitar à incidência do imposto estadual.</p><p>VI – a entrada de mercadoria importada do exterior, por pessoa física ou jurídica, ainda</p><p>quando se tratar de bem destinado a consumo ou ativo permanente do</p><p>estabelecimento;</p><p>VII – o serviço prestado no exterior ou cuja prestação se tenha iniciado no exterior;</p><p>VIII – a entrada, no território do Estado destinatário, de petróleo, inclusive lubrificantes</p><p>e combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, e de energia elétrica, quando não</p><p>176</p><p>destinados à comercialização ou à industrialização, decorrentes de operações</p><p>interestaduais, cabendo o imposto ao Estado onde estiver localizado o adquirente.</p><p>NÃO INCIDÊNCIAS</p><p>O imposto não incide sobre:</p><p>I – operações com livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão;</p><p>II – operações e prestações que destinem ao exterior mercadorias, inclusive produtos</p><p>primários e produtos industrializados semi-elaborados, ou serviços;</p><p>II – operações interestaduais relativas a energia elétrica e petróleo, inclusive</p><p>lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, quando destinados à</p><p>industrialização ou à comercialização;</p><p>IV – operações com ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou instrumento</p><p>cambial;</p><p>V – operações relativas a mercadorias que tenham sido ou que se destinem a ser</p><p>utilizadas na prestação, pelo próprio autor da saída, de serviço de qualquer natureza</p><p>definido em lei complementar como sujeito ao imposto sobre serviços, de competência</p><p>dos Municípios, ressalvadas as hipóteses previstas na mesma lei complementar;</p><p>VI – operações de qualquer natureza de que decorra a transferência de propriedade de</p><p>estabelecimento industrial, comercial ou de outra espécie;</p><p>VII – operações decorrentes de alienação fiduciária em garantia, inclusive a operação</p><p>efetuada pelo credor em decorrência do inadimplemento do devedor;</p><p>VIII – operações de arrendamento mercantil, não compreendida a venda do bem</p><p>arrendado ao arrendatário;</p><p>IX – operações de qualquer natureza de que decorra a transferência de bens móveis</p><p>salvados de sinistro para companhias seguradoras.</p><p>Equipara-se às operações de que trata o item II a saída de mercadoria realizada com o</p><p>fim específico de exportação para o exterior, destinada a:</p><p>a) empresa</p><p>comercial exportadora, inclusive tradings ou outro estabelecimento da</p><p>mesma empresa;</p><p>177</p><p>b) armazém alfandegado ou entreposto aduaneiro.</p><p>5.3 PIS e Cofins na atividade rural</p><p>PIS - Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor</p><p>Público – PIS/PASEP, de que tratam o art. 239 da Constituição de 1988 e as Leis</p><p>Complementares 7, de 07 de setembro de 1970, e 8, de 03 de dezembro de 1970.</p><p>COFINS – Contribuição para Financiamento da Seguridade Social, instituída pela Lei</p><p>Complementar 70 de 30/12/1991.</p><p>COFINS - CONTRIBUINTES</p><p>São contribuintes da COFINS as pessoas jurídicas de direito privado em geral,</p><p>inclusive as pessoas a elas equiparadas pela legislação do Imposto de Renda, exceto</p><p>as microempresas e as empresas de pequeno porte submetidas ao Simples Nacional</p><p>(Lei Complementar 123/2006).</p><p>PIS – CONTRIBUINTES</p><p>São contribuintes do PIS as pessoas jurídicas de direito privado e as que lhe são</p><p>equiparadas pela legislação do Imposto de Renda, inclusive empresas prestadoras de</p><p>serviços, empresas públicas e sociedades de economia mista e suas subsidiárias,</p><p>excluídas as microempresas e as empresas de pequeno porte submetidas ao Simples</p><p>Nacional (Lei Complementar 123/2006).</p><p>REGIMES VIGENTES</p><p>O PIS e a COFINS vigoram, atualmente, em 2 regimes distintos:</p><p>1) REGIME CUMULATIVO - regido pela Lei 9.718/1998 e alterações posteriores. Neste</p><p>regime não há desconto de créditos, calculando-se, regra geral, o valor das</p><p>contribuições devidas diretamente sobre a base de cálculo.</p><p>2) REGIME NÃO CUMULATIVO - COFINS - regido pela Lei 10.833/2003 e PIS -</p><p>regido pela Lei 10.637/2002, com alterações subsequentes.</p><p>3) PIS e COFINS IMPORTAÇÕES - Lei 10.865/2004.</p><p>As duas contribuições, apesar de originarem-se de diferentes legislações, têm uma</p><p>relativa semelhança na base de cálculo, pois em sua formação devem ser somadas</p><p>todas as receitas auferidas, com as exceções e exclusões previstas em lei.</p><p>http://www.portaltributario.com.br/legislacao/lc7.htm</p><p>http://www.portaltributario.com.br/legislacao/lc8.htm</p><p>http://www.portaltributario.com.br/legislacao/lc70.htm</p><p>http://www.portaltributario.com.br/legislacao/lc70.htm</p><p>http://www.normaslegais.com.br/legislacao/lc123_2006.htm</p><p>http://www.normaslegais.com.br/legislacao/lc123_2006.htm</p><p>http://www.normaslegais.com.br/legislacao/tributario/lei9718.htm</p><p>http://www.normaslegais.com.br/legislacao/tributario/lei10833.htm</p><p>http://www.normaslegais.com.br/legislacao/tributario/lei10637.htm</p><p>http://www.normaslegais.com.br/legislacao/tributario/lei10865.htm</p><p>178</p><p>Existem ainda normas específicas de tributação pelo PIS e COFINS - como PIS e</p><p>COFINS devidos por Substituição Tributária, PIS e COFINS com alíquotas</p><p>diferenciadas (combustíveis, bebidas e outros produtos) e PIS e COFINS - Regimes</p><p>Monofásicos (como produtos Farmacêuticos, de Higiene e correlatos).</p><p>FATO GERADOR E BASE DE CÁLCULO: A Contribuição para o PIS e a COFINS,</p><p>com a incidência não-cumulativa, tem como fato gerador o faturamento mensal,</p><p>assim entendido o total das receitas auferidas pela pessoa jurídica,</p><p>independentemente de sua denominação ou classificação contábil, ou seja, o total</p><p>das receitas compreende a receita bruta da venda de bens e serviços nas</p><p>operações em conta própria ou alheia e todas as demais receitas auferidas pela</p><p>pessoa jurídica. Para as empresa tributadas pelo regime cumulativo o faturamento</p><p>mensal compreende apenas a receita bruta da pessoa jurídica.</p><p>A base de cálculo é o faturamento mensal, que compreende a receita bruta da</p><p>venda de bens e serviços nas operações em conta própria e alheia e todas as</p><p>demais receitas auferidas pela pessoa jurídica. Para as empresa tributadas pelo</p><p>regime cumulativo o faturamento mensal compreende apenas a receita bruta da</p><p>pessoa jurídica.</p><p>Exclusões da Base de Cálculo: Não integram a base de cálculo:</p><p>o Receitas isentas ou não alcançadas pela incidência da contribuição;</p><p>o Sujeitas à alíquota zero;</p><p>o Receitas não-operacionais, decorrentes da venda de ativo permanente;</p><p>o Receitas auferidas pela pessoa jurídica revendedora, na revenda de mercadorias</p><p>em relação às quais a contribuição seja exigida da empresa vendedora, na</p><p>condição de substituta tributária;</p><p>o Vendas canceladas;</p><p>o Descontos incondicionais concedidos;</p><p>o Mercadorias ou bens recebidos em bonificação;</p><p>o Reversões de provisões;</p><p>o Recuperações de créditos baixados como perda, que não representem ingresso</p><p>de novas receitas;</p><p>o Resultados positivos da avaliação de investimentos pelo valor do patrimônio</p><p>líquido e dos lucros e dividendos derivados de investimentos avaliados pelo custo</p><p>de aquisição, que tenham sido computados como receita, inclusive os derivados de</p><p>empreendimento objeto de Sociedade em Conta de Participação (SCP);</p><p>o IPI; e</p><p>o ICMS, quando cobrado pelo vendedor na condição de substituição tributária</p><p>Fornecimento a Pessoa Jurídica de Direito Público: No caso de fornecimento a</p><p>preço determinado de bens ou serviços, contratados por pessoa jurídica de direito</p><p>público, a receita poderá ser diferida para efeito de recolhimento das contribuições</p><p>para o mesmo do seu efetivo recebimento.</p><p>179</p><p>ALÍQUOTAS: Para determinação do valor do PIS e da COFINS aplicar-se-á, sobre</p><p>a base de cálculo apurada as seguintes alíquotas:</p><p>Regime Cumulativo: 0,65 para o PIS e 3% para a Cofins.</p><p>Regime Não-Cumulativo: 1,65 para o PIS e 7,6% para a Cofins.</p><p>Alíquotas Diferenciadas: Para alguns produtos temos alíquotas zero (0%), como:</p><p>Venda de produtos hortícolas e frutas, classificados no capítulos 7 e 8, e ovos,</p><p>classificados na posição 04.07;</p><p>As receitas financeiras auferidas pelas pessoas jurídicas sujeitas ao regime da não</p><p>cumulatividade.</p><p>De acordo com o Decreto nº 5.442/2005, a redução não se aplica aos juros sobre</p><p>capital próprio, mas aplica-se às pessoas jurídicas que tenham apenas parte de</p><p>suas receitas submetidas ao regime de incidência não cumulativa;</p><p>Sementes e mudas destinadas à semeadura e ao plantio, e produtos de natureza</p><p>biológica utilizados em sua produção;</p><p>Feijões comuns (Phaseolus vulgaris), classificados nos códigos 0713.33.19,</p><p>0713.33.29 e 0713.33.99 da NCM, arroz descascado (arroz "cargo" ou castanho),</p><p>classificado no código 1006.20 da NCM, arroz semibranqueado ou branqueado,</p><p>mesmo polido ou brunido (glaceado), classificado no código 1006.30 da NCM e</p><p>farinhas classificadas no código 1106.20 da NCM;</p><p>Pintos de 1 (um) dia classificados no código 0105.11 da TIPI;</p><p>Queijos tipo mozarela, minas, prato, queijo de coalho, ricota, requeijão, queijo</p><p>provolone, queijo parmesão e queijo fresco não maturado;</p><p>CRÉDITOS A DESCONTAR: Do valor apurado a pessoa jurídica poderá descontar</p><p>créditos calculados em relação a:</p><p>A. Das aquisições efetuadas no mês:</p><p>I. De bens para revenda, exceto em relação às mercadorias e aos produtos cuja</p><p>tributação é por substituição tributária ou incidência monofásica;</p><p>II. De bens e serviços, inclusive combustíveis e lubrificantes, utilizados como</p><p>insumos:</p><p>a. Na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda; ou</p><p>b. Na prestação de serviços;</p><p>Entendem-se como insumos:</p><p>I. Utilizados na fabricação ou produção de bens destinados à venda:</p><p>a. A matéria-prima, o produto intermediário, o material de embalagem e quaisquer</p><p>outros bens que sofram alterações, tais como o desgaste, o dano ou a perda de</p><p>propriedades físicas ou químicas, em função da ação diretamente exercida sobre o</p><p>produto em fabricação, desde que não estejam incluídas no ativo imobilizado;</p><p>b. Os serviços prestados por pessoa jurídica domiciliada no País, aplicados ou</p><p>consumidos na produção ou fabricação do produto;</p><p>II. Utilizados na prestação de serviços:</p><p>180</p><p>a. Os bens aplicados ou consumidos na prestação de serviços, desde que não</p><p>estejam incluídos no ativo imobilizado; e</p><p>B. Das despesas e custos incorridos no mês, relativos:</p><p>I. A energia elétrica consumida nos estabelecimentos da pessoa jurídica;</p><p>II. Os aluguéis de prédios,</p><p>máquinas e equipamentos, pagos à pessoa jurídica,</p><p>utilizados nas atividades da empresa;</p><p>III. A contraprestação de operações de arrendamento mercantil pagas a pessoa</p><p>jurídica, exceto quando esta for optante pelo Simples; e</p><p>IV. a armazenagem de mercadoria e frete na operação de compra e venda, quando</p><p>o ônus for suportado pelo vendedor.</p><p>C. Dos encargos de depreciação e amortização, incorridos no mês, relativos:</p><p>I. As máquinas, equipamentos e outros bens incorporados ao ativo imobilizado</p><p>adquiridos no País para utilização na produção de bens destinados à venda, ou na</p><p>prestação de serviços;</p><p>II. As edificações e benfeitorias em imóveis próprios ou de terceiros, utilizados na</p><p>atividade da empresa; e</p><p>D. Relativos aos bens recebidos em devolução, no mês, cuja receita de venda</p><p>tenha integrado o faturamento do mês ou de mês anterior, e tenha sido tributada na</p><p>forma não cumulativa.</p><p>Vedação ao Creditamento: Não dará direito a crédito o valor de mão-de-obra paga</p><p>a pessoa física e a aquisição de bens ou serviços não sujeitos ao pagamento da</p><p>contribuição, inclusive quando revendidos sujeitos à alíquota 0 (zero), isentos ou</p><p>não alcançados pela contribuição. O direito ao crédito aplica-se, exclusivamente,</p><p>em relação aos:</p><p>o Bens e serviços adquiridos de pessoa jurídica domiciliada no País;</p><p>o Custos e despesas incorridos, pagos ou creditados a pessoa jurídica domiciliada</p><p>no País;</p><p>o Bens e serviços adquiridos e aos custos e despesas incorridos a partir do mês</p><p>em que se iniciar a aplicação da Lei.</p><p>O crédito não aproveitado em determinado mês poderá sê-lo nos meses</p><p>subsequentes.</p><p>As vendas efetuadas com suspensão, isenção, alíquota 0 (zero) ou não incidência</p><p>da Contribuição para o PIS/P ASEP e da COFINS não impedem a manutenção,</p><p>pelo vendedor, dos créditos vinculados a essas operações. (art. 17, da lei</p><p>11.033/2005)</p><p>Estorno do Crédito: Deverá ser estornado o crédito do PIS e da COFINS relativo a</p><p>bens adquiridos para revenda ou utilizados como insumos na prestação de serviços</p><p>e na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda, que tenham</p><p>sido furtados ou roubados, inutilizados ou deteriorados, destruídos em sinistro ou,</p><p>ainda, empregados em outros produtos que tenham tido a mesma destinação.</p><p>181</p><p>5.4 INSS Produtor PJ</p><p>CONCEITOS: Segundo a legislação previdenciária, em relação à atividade rural,</p><p>deparamos com as seguintes conceituações:</p><p>I. Produtor rural, a pessoa física ou jurídica, proprietária ou não, que desenvolve,</p><p>em área urbana ou rural, a atividade agropecuária, pesqueira ou silvicultural, bem</p><p>como a extração de produtos primários, vegetais ou animais, em caráter</p><p>permanente ou temporário, diretamente ou por intermédio de prepostos.</p><p>II. Produção rural, os produtos de origem animal ou vegetal, em estado natural ou</p><p>submetidos a processos de beneficiamento ou de industrialização rudimentar, bem</p><p>como os subprodutos e os resíduos obtidos por esses processos;</p><p>III. Beneficiamento, a primeira modificação ou o preparo dos produtos de origem</p><p>animal ou vegetal, realizado diretamente pelo próprio produtor rural pessoa física e</p><p>desde que não esteja sujeito à incidência do Imposto Sobre Produtos</p><p>Industrializados (IPI), por processos simples ou sofisticados, para posterior venda</p><p>ou industrialização, sem lhes retirar a característica original, assim compreendidos,</p><p>dentre outros, os processos de lavagem, limpeza, descaroçamento, pilagem,</p><p>descascamento, debulhação, secagem, socagem e lenhamento;</p><p>IV. Industrialização rudimentar, o processo de transformação do produto rural,</p><p>realizado pelo produtor rural pessoa física ou pessoa jurídica, alterando-lhe as</p><p>características originais, tais como a pasteurização, o resfriamento, a fermentação,</p><p>a embalagem, o carvoejamento, o cozimento, a destilação, a moagem, a torrefação,</p><p>a cristalização, a fundição, dentre outros similares;</p><p>V. Subprodutos e resíduos, aqueles que, mediante processo de beneficiamento ou</p><p>de industrialização rudimentar de produto rural original, surgem sob nova forma, tais</p><p>como a casca, o farelo, a palha, o pelo e o caroço, dentre outros;</p><p>VI. Parceria rural, o contrato agrário pelo qual uma pessoa se obriga a ceder a</p><p>outra, por tempo determinado ou não, o uso de imóvel rural, de parte ou de partes</p><p>de imóvel rural, incluindo ou não benfeitorias e outros bens, ou de embarcação,</p><p>com o objetivo de nele exercer atividade agropecuária ou pesqueira ou de lhe</p><p>entregar animais para cria, recria, invernagem, engorda ou para extração de</p><p>matéria-prima de origem animal ou vegetal, mediante partilha de risco, proveniente</p><p>de caso fortuito ou de força maior, do empreendimento rural e dos frutos, dos</p><p>produtos ou dos lucros havidos, nas proporções que estipularem;</p><p>VII. Parceiro, aquele que, comprovadamente, tem contrato de parceria com o</p><p>proprietário do imóvel ou embarcação e nele desenvolve atividade agropecuária ou</p><p>pesqueira, partilhando os lucros conforme o ajustado em contrato;</p><p>VIII. Meeiro, aquele que, comprovadamente, tem contrato com o proprietário do</p><p>imóvel ou de embarcação e nele desenvolve atividade agropecuária ou pesqueira,</p><p>dividindo os rendimentos auferidos em partes iguais;</p><p>IX. Parceria de produção rural integrada, o contrato entre produtores rurais, pessoa</p><p>física com pessoa jurídica ou pessoa jurídica com pessoa jurídica, objetivando a</p><p>produção rural para fins de industrialização ou de comercialização, sendo o</p><p>resultado partilhado nos termos contratuais;</p><p>182</p><p>X. Arrendamento rural, o contrato pelo qual uma pessoa se obriga a ceder a outra,</p><p>por tempo determinado ou não, o uso e o gozo de imóvel rural, de parte ou de</p><p>partes de imóvel rural, incluindo ou não outros bens e outras benfeitorias, ou</p><p>embarcação, com o objetivo de nele exercer atividade de exploração agropecuária</p><p>ou pesqueira mediante certa retribuição ou aluguel;</p><p>XI. Comodato rural, o empréstimo gratuito de imóvel rural, de parte ou de partes de</p><p>imóvel rural, incluindo ou não outros bens e outras benfeitorias, ou embarcação,</p><p>com o objetivo de nele ser exercida atividade agropecuária ou pesqueira;</p><p>XII. Consórcio simplificado de produtores rurais, a união de produtores rurais</p><p>pessoas físicas que, mediante documento registrado em cartório de títulos e</p><p>documentos, outorga a um deles poderes para contratar, gerir e demitir trabalhador</p><p>para a exclusiva prestação de serviços aos integrantes desse consórcio.</p><p>XIII. Cooperativa de produção rural, a sociedade de produtores rurais pessoas</p><p>físicas, ou de produtores rurais pessoas físicas e pessoas jurídicas que, organizada</p><p>na forma da lei, constitui-se em pessoa jurídica com o objetivo de produzir e</p><p>industrializar, ou de produzir e comercializar, ou de produzir, industrializar e</p><p>comercializar a sua produção rural;</p><p>XIV. Cooperativa de produtores rurais, a sociedade organizada por produtores</p><p>rurais pessoas físicas ou por produtores rurais pessoas físicas e pessoas jurídicas,</p><p>com o objetivo de comercializar, ou de industrializar, ou de industrializar e</p><p>comercializar a produção rural dos cooperados;</p><p>CONTRIBUIÇÃO SOBRE A PRODUÇÃO RURAL: A legislação determina que as</p><p>contribuições sociais incidentes sobre a receita bruta proveniente da</p><p>comercialização da produção rural, industrializada ou não, substituem as</p><p>contribuições sociais incidentes sobre a folha de pagamento dos segurados</p><p>empregados e trabalhadores avulsos, previstas nos incisos I (CPP – Contribuição</p><p>Patronal Previdenciária de 20%) e II (Gilrat – Grau de Incidência de Incapacidade</p><p>Laborativa Decorrente dos Riscos Ambientais do Trabalho de 1%, 2% ou 3%) do</p><p>artigo 22 da Lei 8.212/91, sendo devidas por produtores rurais pessoa jurídica e</p><p>agroindústrias, exceto as de piscicultura, de carcinicultura, de suinocultura e de</p><p>avicultura.</p><p>A substituição prevista anteriormente ocorre, dentre outros, em relação à</p><p>remuneração dos segurados empregados:</p><p>a) Que prestam serviços em escritório mantido por produtor rural, pessoa física ou</p><p>pessoa jurídica, exclusivamente para a administração</p><p>da atividade rural;</p><p>b) Contratados pelo consórcio simplificado de produtores rurais para suas</p><p>atividades administrativas.</p><p>Empresa que se Dedique ao Florestamento e Reflorestamento: Em relação à</p><p>empresa que se dedique ao florestamento e reflorestamento como fonte de matéria-</p><p>prima para industrialização própria, caberá a contribuição sobre a produção rural,</p><p>quando:</p><p>183</p><p>a) A atividade rural da empresa for exclusivamente de florestamento e</p><p>reflorestamento e seja utilizado processo industrial que não modifique a natureza</p><p>química da madeira nem a transforme em pasta celulósica;</p><p>b) O processo industrial utilizado implicar modificação da natureza química da</p><p>madeira ou sua transformação em pasta celulósica e desde que concomitantemente</p><p>com essa situação, a empresa:</p><p>1) Comercialize resíduos vegetais, sobras ou partes da produção cuja receita bruta</p><p>decorrente da comercialização desses produtos represente mais de 1% da receita</p><p>bruta proveniente da comercialização da sua produção;</p><p>2) Explore outra atividade rural;</p><p>Não caberá a contribuição sobre a produção rural, quando:</p><p>a) Relativamente à atividade rural, a empresa se dedica apenas ao florestamento e</p><p>reflorestamento como fonte de matéria-prima para industrialização própria e utiliza</p><p>processo industrial que modifique a natureza química da madeira ou a transforme</p><p>em pasta celulósica; e</p><p>b) Na hipótese de efetuar venda de resíduos vegetais, sobras ou partes da</p><p>produção rural, a receita bruta dela decorrente represente menos de 1% da receita</p><p>bruta proveniente da comercialização da sua produção.</p><p>Não é Considerado Produtor Rural: A instituição de ensino, a entidade hospitalar,</p><p>a creche, a empresa de hotelaria ou qualquer outro estabelecimento que, por sua</p><p>natureza, realiza, eventual ou subsidiariamente, atividade rural, não é considerado</p><p>produtor rural, para os efeitos da substituição das contribuições sociais incidentes</p><p>sobre a folha de pagamento, sendo que a eventual comercialização de sua</p><p>produção não constitui fato gerador de contribuições sociais.</p><p>Apenas a aquisição de produção rural de terceiros para industrialização ou para</p><p>comercialização não se caracteriza atividade rural, devendo a empresa adquirente</p><p>contribuir com base na remuneração paga, devida ou creditada aos segurados a</p><p>seu serviço, respondendo, também, pelas obrigações decorrentes da sub-rogação.</p><p>OPÇÃO PELA CONTRIBUIÇÃO SOBRE A RECEITA OU FOLHA DE SALÁRIOS:</p><p>Com base nas alterações promovidas pela Lei 13.606/2018, o produtor rural pessoa</p><p>jurídica que se dedique à produção rural poderão optar por contribuir sobre a receita</p><p>bruta proveniente da comercialização da produção rural ou sobre a folha de</p><p>salários, manifestando sua opção mediante o pagamento da contribuição</p><p>previdenciária relativa a janeiro de cada ano, ou à primeira competência</p><p>subsequente ao início da atividade rural, e será irretratável para todo o ano-</p><p>calendário.</p><p>Se a pessoa jurídica, exceto a agroindústria, explorar, além da atividade de</p><p>produção rural, outra atividade econômica autônoma comercial, industrial ou de</p><p>serviços, no mesmo estabelecimento ou em estabelecimento distinto, ou optar por</p><p>contribuir sobre a folha de pagamento, fica obrigada às seguintes contribuições, em</p><p>relação a todas as atividades:</p><p>a) 20% sobre o total da remuneração paga, devida ou creditada a empregados e</p><p>trabalhadores avulsos a seu serviço;</p><p>184</p><p>b) 20% sobre a remuneração de contribuintes individuais (trabalhadores</p><p>autônomos) a seu serviço;</p><p>c) Contribuição destinada ao financiamento da aposentadoria especial e dos</p><p>benefícios concedidos em razão do Gilrat, incidente sobre a remuneração de</p><p>empregados e trabalhadores avulsos.</p><p>FATO GERADOR: O fato gerador das contribuições previdenciárias sobre a</p><p>receita ocorre:</p><p>I. Na comercialização da produção rural do produtor rural pessoa jurídica, exceto</p><p>daquele que, além da atividade rural, exerce atividade econômica autônoma do</p><p>ramo comercial, industrial ou de serviços;</p><p>II. Na comercialização da produção própria ou da adquirida de terceiros,</p><p>industrializada ou não, pela agroindústria, exceto quanto às sociedades</p><p>cooperativas e às agroindústrias de piscicultura, carcinicultura, suinocultura e a</p><p>de avicultura, a partir de 1-11-2001.</p><p>III. Na destinação, para fins diversos daqueles que asseguram a isenção, de</p><p>produto originariamente adquirido com isenção, tais como o descarte, a</p><p>industrialização, a revenda, dentre outros;</p><p>IV. Na comercialização de produto rural vegetal ou animal originariamente isento</p><p>de contribuição com adquirente que não tenha como objetivo econômico</p><p>atividade condicionante da isenção;</p><p>V. Em qualquer crédito ou pagamento efetuado pela cooperativa aos</p><p>cooperados, representando complementação de preço do produto rural,</p><p>incluindo-se, dentre outros, as sobras, os retornos, as bonificações e os</p><p>incentivos próprios ou governamentais;</p><p>VI. No arremate de produção rural em leilões e praças, exceto se os produtos</p><p>não integrarem a base de cálculo das contribuições.</p><p>Parceria Rural Integrada: Na parceria de produção rural integrada, o fato</p><p>gerador, a base de cálculo das contribuições e as alíquotas serão determinados</p><p>em função da categoria de cada parceiro perante o RGPS – Regime</p><p>Geral de Previdência Social no momento da destinação dos respectivos</p><p>quinhões.</p><p>Contratos de Compra e Venda para Entrega Futura: Nos contratos de compra</p><p>e venda para entrega futura, que exigem cláusula suspensiva, o fato gerador de</p><p>contribuições ocorrerá na data de emissão da respectiva nota fiscal,</p><p>independentemente da realização de antecipações de pagamento.</p><p>Não Configura Fato Gerador: O recebimento de produção agropecuária</p><p>oriunda de outro país, ainda que o remetente seja o próprio destinatário do</p><p>produto, não configura fato gerador de contribuições sociais sobre a receita</p><p>bruta proveniente da comercialização da produção rural.</p><p>185</p><p>Os seguintes eventos são também considerados fatos geradores de contribuições</p><p>sociais:</p><p>a) A destinação, para fins diversos daqueles que asseguram a isenção, de produto</p><p>originariamente adquirido com isenção, tais como o descarte, a industrialização, a</p><p>revenda, dentre outros;</p><p>b) A comercialização de produto rural vegetal ou animal originariamente isento de</p><p>contribuição com adquirente que não tenha como objetivo econômico atividade</p><p>condicionante da isenção;</p><p>c) A dação em pagamento, a permuta, o ressarcimento, a indenização ou a</p><p>compensação feita com produtos rurais pelo produtor rural com adquirente,</p><p>consignatário, cooperativa ou consumidor;</p><p>d) Qualquer crédito ou pagamento efetuado pela cooperativa aos cooperados,</p><p>representando complementação de preço do produto rural, incluindo-se, dentre</p><p>outros, as sobras, os retornos, as bonificações e os incentivos próprios ou</p><p>governamentais;</p><p>e) O arremate de produção rural em leilões e praças, exceto se os produtos não</p><p>integrarem a base de cálculo das contribuições.</p><p>BASE DE CÁLCULO: A base de cálculo das contribuições sociais devidas pelo</p><p>produtor rural é:</p><p>I. O valor da receita bruta proveniente da comercialização da sua produção e dos</p><p>subprodutos e resíduos, se houver;</p><p>II. O valor do arremate da produção rural;</p><p>III. O preço de mercado da produção rural dada em pagamento, permuta,</p><p>ressarcimento ou em compensação, entendendo-se por:</p><p>a) Preço de mercado, a cotação do produto rural no dia e na localidade em que</p><p>ocorrer o fato gerador;</p><p>b) Preço a fixar, aquele que é definido posteriormente à comercialização da</p><p>produção rural, sendo que a contribuição será devida nas competências e nas</p><p>proporções dos pagamentos;</p><p>c) Preço de pauta, o valor comercial mínimo fixado pela União, pelos Estados, pelo</p><p>Distrito Federal ou pelos Municípios para fins tributários.</p><p>Considera-se receita bruta o valor recebido ou creditado ao produtor rural pela</p><p>comercialização da sua produção rural com adquirente ou consumidor, pessoas</p><p>físicas ou jurídicas, com cooperativa ou por meio de consignatário, podendo, ainda,</p><p>ser resultante de permuta, compensação,</p><p>de aves);</p><p>- sericultura (criação do bicho-da-seda);</p><p>- cunicultura (criação de coelhos);</p><p>- ranicultura (criação de rãs);</p><p>- piscicultura (criação de peixes);</p><p>- pecuária (criação de gado);</p><p>- outros pequenos animais.</p><p>Pecuária é a arte de criar e tratar gado. Gados “são animais geralmente criados em</p><p>campo, para serviços de lavoura, para consumo doméstico ou para fins industriais e</p><p>comerciais”. São exemplos de gado: bovinos, suínos, caprinos, equinos, ovinos,</p><p>muares etc.</p><p>III) Atividade Agroindustrial</p><p>Transformação de produtos decorrentes da atividade rural, em que sejam alteradas a</p><p>composição e as características do produto in natura, feita pelo próprio agricultor ou</p><p>criador, com equipamentos e utensílios usualmente empregados nas atividades rurais,</p><p>utilizando exclusivamente matérias primas produzidas na área rural explorada tais</p><p>como:</p><p>- beneficiamento de produtos agrícolas (arroz, café, milho, conservas...);</p><p> Descasque de arroz e de outros produtos semelhantes;</p><p> Debulha de milho;</p><p> Conservas de frutas, etc;</p><p>12</p><p>- transformação de produtos agrícolas (cana-de-açúcar em álcool e aguardente,</p><p>oleicultura, vinicultura, moagem de trigo e milho);</p><p> moagem de trigo e de milho;</p><p> moagem de cana-de-açúcar para produção de açúcar mascavo,</p><p>melado, rapadura;</p><p> grãos em farinha ou farelo;</p><p>- transformação de produtos zootécnicos (mel, laticínios, casulos de seda,</p><p>adubos orgânicos).</p><p> produção de mel acondicionado em embalagem de apresentação;</p><p> laticínio (pasteurização e o acondicionamento do leite;</p><p>transformação do leite em queijo, manteiga e requeijão);</p><p> produção de sucos de frutas acondicionados em embalagem de</p><p>apresentação;</p><p> produção de adubos orgânicos;</p><p>- transformação de produtos florestais:</p><p> produção de carvão vegetal;</p><p> produção de lenha com árvores da propriedade rural;</p><p> venda de pinheiros e madeira de árvores plantadas na propriedade</p><p>rural;</p><p>- produção de embriões de rebanho em geral, alevinos e girinos em propriedade</p><p>rural, independente de sua destinação (reprodução ou comercialização):</p><p> atividade de captura de pescado in natura, realizada por</p><p>embarcações, desde que a exploração se faça com apetrechos</p><p>semelhantes ao da pesca artesanal (arrastões de praia, rede de</p><p>cerca, etc), inclusive a exploração em regime de parceria.</p><p>Outras definições e características importantes</p><p>Considerando o contexto de mudanças em que a contabilidade vive com</p><p>inclusão do subjetivismo responsável e da utilização de julgamento no processo de</p><p>reconhecimento e mensuração contábil, alguns termos definidos no CPC 29 estão</p><p>transcritos abaixo.</p><p>13</p><p>Ativos biológicos consumíveis: são aqueles passíveis de serem obtidos como</p><p>produto agrícola ou vendidos como ativos biológicos. Exemplos de ativos biológicos</p><p>consumíveis são os rebanhos de animais mantidos para a produção de carne, rebanho</p><p>mantidos para a venda, produção de peixe, plantações de milho, café, soja, etc.</p><p>Ativos biológicos para produção: demais tipos de ativos biológicos que não</p><p>são produtos agrícolas; são, sim, autorrenováveis, como por exemplo: rebanhos de</p><p>animais para produção de leite, árvores frutíferas, rebanho de ovelhas para obtenção</p><p>de lã.</p><p>Ativos biológicos maduros: são aqueles que alcançaram a condição para</p><p>serem colhidos ou estão aptos para sustentar colheitas regulares.</p><p>Transformação biológica: o processo de crescimento, degeneração, produção</p><p>e procriação que causa mudanças qualitativa e quantitativa no ativo biológico.</p><p>Despesa de venda: despesas incrementais diretamente atribuíveis à venda de</p><p>ativo, excluindo as despesas financeiras e tributos sobre o lucro.</p><p>Grupo de ativos biológicos: conjunto de animais ou plantas vivos</p><p>semelhantes.</p><p>Colheita: extração do produto de ativo biológico ou a interrupção da vida desse</p><p>ativo biológico.</p><p>Capacidade de mudança: característica da atividade agrícola em que animais e</p><p>plantas vivos são capazes de transformações biológicas.</p><p>Gerenciamento de mudanças: característica da atividade agrícola em que o</p><p>gerenciamento é responsável ou facilitador de transformação biológica, promovendo</p><p>condições necessárias para que o processo ocorra (por exemplo, nível de nutrientes,</p><p>umidade, temperatura, iluminação). O gerenciamento distingue atividades agrícolas de</p><p>outras atividades, como pesca no oceano, que, por ser realizada em fontes não</p><p>gerenciadas, não é considerada atividade agrícola.</p><p>Mensuração da mudança: outra característica da atividade agrícola que diz</p><p>respeito à monitoração e mensuração das mudanças de qualidade e quantidade</p><p>causadas pela transformação biológica ou colheita.</p><p>Mercado ativo: são aqueles em que os itens negociados são homogêneos, em</p><p>que há a qualquer momento compradores e vendedores dispostos a negociar e em que</p><p>os preços estão disponíveis ao público.</p><p>Valor Contábil: montante pelo qual um ativo é reconhecido no balanço.</p><p>Valor Justo: é o valor pelo qual um ativo pode ser negociado, ou um passivo</p><p>liquidado, entre partes interessadas, conhecedoras do negócio e independentes entre</p><p>si, com a ausência de fatores que pressionem para a liquidação da transação ou que</p><p>14</p><p>caracterizem uma transação compulsória. Para identificação do valor justo há de se</p><p>considerar sua localização e condições atuais; por exemplo, o valor do gado na</p><p>fazenda é o preço do mercado principal, menos as despesas de transporte e outras</p><p>despesas necessárias para colocá-lo no referido mercado.</p><p>O que seria Atividade Rural?</p><p> Agricultura;</p><p> Pecuária;</p><p> Extração e Exploração vegetal e animal;</p><p> A exploração da apicultura, avicultura, cunicultura, suinocultura, sericicultura,</p><p>piscicultura e outras culturas animais;</p><p> Beneficiamento de produtos agrícolas;</p><p> A transformação de produtos decorrentes da atividade rural, sem que sejam</p><p>alteradas a composição e as características do produto in natura, feita pelo</p><p>próprio agricultor ou criador, com equipamentos e utensílios usualmente</p><p>empregados nas atividades rurais, utilizando exclusivamente matéria-prima</p><p>produzida na área rural explorada, tais como a pasteurização e o</p><p>acondicionamento do leite, assim como o mel e o suco de laranja,</p><p>acondicionados em embalagem de apresentação;</p><p> Transformação de produtos zootécnicos;</p><p> Transformação de produtos florestais;</p><p> O cultivo de florestas que se destinem ao corte para comercialização, consumo</p><p>ou industrialização.</p><p> Produção de embriões.</p><p>Lei 8.023/1990, art. 2°; Lei 9.250/1995, art. 17 e Lei 9.430/1996, art. 59.</p><p>Ano agrícola x exercício social</p><p>Um dos questionamentos frequentes na atividade agropecuária é quanto ao</p><p>término do exercício social. Ao contrário do que ocorre com a maioria das empresas ao</p><p>15</p><p>fazerem o exercício social coincidir com o ano civil, esta prática pode não ser adequada</p><p>para as empresas rurais.</p><p>As empresas comerciais, industriais ou de serviços, de maneira geral, têm sua</p><p>receita e despesa constantes durante os meses do ano, não havendo dificuldade</p><p>quanto à fixação do encerramento do exercício social para a apuração de resultado.</p><p>Qualquer mês escolhido refletirá o resultado distribuído de maneira quase uniforme no</p><p>decorrer dos últimos 12 meses. Como dezembro é o último mês do ano civil e</p><p>geralmente ocorre interrupção ou redução das atividades por férias coletivas, propicia</p><p>condições adequadas para o inventário de mercadorias e consequente apuração de</p><p>resultado.</p><p>No entanto, na agropecuária é quanto ao término do exercício social. Devido a</p><p>sua produção sazonal, concentrada em determinado período, muitas vezes em alguns</p><p>dias do ano, nada mais justo que, após seu término, proceder em seguida à apuração</p><p>do resultado, tão importante para a tomada de decisão, sobretudo a respeito do que</p><p>fazer no novo ano agrícola, que é o período compreendido pela plantação, colheita e</p><p>normalmente comercialização da safra agrícola.</p><p>Em alguns casos específicos as empresas não comercializam os produtos logo</p><p>após a colheita, armazenando</p><p>em treinamentos para educação continuada para Contadores</p><p>de cooperativas de crédito filiadas ao Sicoob Central Cecremge, para</p><p>Contadores no Conselho Regional de Contabilidade de Minas Gerais (CRCMG)</p><p>e na Escola Aberta do Terceiro Setor.</p><p> Professor Instrutor de cursos no Sistema OCEMG SESCOOP/MG.</p><p> Autor e Co-autor de diversos artigos publicados em Periódicos e Congressos</p><p>Científicos na Área.</p><p> Foi Assistente de pesquisa econômico-estatística da Fundação IPEAD-UFMG</p><p>por 12 anos.</p><p> É sócio da S & M Consultoria e Treinamento Ltda. promovendo treinamento em</p><p>desenvolvimento profissional e gerencial, atividades de contabilidade e</p><p>palestras.</p><p>199</p><p> É Conselheiro Fiscal efetivo do Sicoob Nossacoop e também Consultor na</p><p>mesma instituição, prestando serviços de treinamento e capacitação em</p><p>educação financeira e cultura cooperativista para todo quadro social da</p><p>cooperativa.</p><p> Conselheiro Fiscal efetivo da Fundac.</p><p> Educador Financeiro e cooperativista</p><p> Professor Orientador da Consultoria Júnior Projet-DEPRO-UFOP.</p><p>a safra na expectativa de comercializarem o produto por</p><p>melhor preço no futuro. Neste caso deve-se considerar o ano agrícola como o término</p><p>da colheita. Desse modo, a informação contábil será oportuna e consequentemente</p><p>mais útil à tomada de decisão dos gestores da atividade rural.</p><p>Caso a entidade diversifique suas culturas, com colheitas em períodos</p><p>diferentes, aconselha-se que o ano agrícola seja estipulado em função da cultura</p><p>predominante economicamente. Imagine um produtor de café que, para ter renda o ano</p><p>inteiro, conjugue a plantação com a cultura de maracujá. A colheita do maracujazeiro</p><p>ocorre geralmente de dezembro até o final de julho e também em meados de agosto.</p><p>Quando terminada a colheita do maracujá já se pode colher o café. Como o café é a</p><p>cultura que prevalece economicamente, o ano agrícola deverá ser fixado em sua</p><p>função.</p><p>Também na atividade pecuária o período adequado para encerramento do</p><p>exercício social pode não ser necessariamente o ano civil. O ideal é realizá-lo logo</p><p>após o nascimento dos bezerros, que, de maneira geral, se concentra em determinado</p><p>período do ano. Outro critério válido é fixá-lo com base no mês em que se concentra a</p><p>venda das reses para o frigorífico. Nas propriedades rurais em que há atividades</p><p>diversificadas, agrícolas e pecuárias, adequado será adotar como término do exercício</p><p>social o mês seguinte ao da ocorrência da colheita ou receita pecuária de maior</p><p>representatividade econômica para a propriedade.</p><p>É importante ressaltar que, de acordo com regras do Imposto de Renda, todas</p><p>as empresas deverão, obrigatoriamente, coincidir o ano agrícola com o ano civil, isto é,</p><p>de 1º de janeiro a 31 de dezembro. Essa regra pode trazer sérios prejuízos à</p><p>contabilidade rural, pois a avaliação do desempenho da empresa não se dará no</p><p>16</p><p>melhor momento. Por outro lado, nada impede que gerencialmente a contabilidade seja</p><p>feita considerando o ano agrícola, o que tornará a informação contábil gerada de maior</p><p>utilidade para tomada de decisão. E isso também é válido para a contabilidade para</p><p>fins de societários, elaboradas de acordo com as normas do CPC. Em outras palavras,</p><p>a empresa possui liberdade para definir, de forma mais apropriada, seu ano contábil,</p><p>que pode, eventualmente, ser distinto do seu ano fiscal.</p><p>Veja-se, por exemplo, o caso da Açúcar Guarani, empresa que tem como objeto</p><p>social e atividade preponderante o plantio de cana-de-açúcar e a fabricação e o</p><p>comércio de açúcar, etanol e demais derivados da cana-de-açúcar, que encera seu</p><p>exercício social em 31 de março de cada ano.</p><p>Reconhecimento</p><p>O reconhecimento é o processo de incorporar nas demonstrações contábeis um</p><p>item que satisfaça a definição de uma classe e os critérios de reconhecimento. Ativo é</p><p>um recurso controlado pela entidade como resultado de eventos passados e do qual</p><p>se espera que resultem futuros benefícios econômicos para a entidade.</p><p>Reconhecer ou não um item como ativo é avaliar se este item atende a todas as</p><p>características essenciais de um ativo, que são:</p><p>a) controle do ativo como resultado de eventos passados;</p><p>b) expectativa que benefícios econômicos futuros associados com o ativo fluirão</p><p>para a entidade; e</p><p>c) o valor justo ou o custo do ativo podem ser mensurados de forma confiável</p><p>Caso todas as características sejam atendidas há o reconhecimento do item como</p><p>ativo da entidade. Em atividade agrícola, o controle pode ser evidenciado por várias</p><p>formas, por exemplo, pela propriedade legal do gado e pela sua marcação no momento</p><p>da aquisição ou nascimento. No entanto, cabe ressaltar que o controle, e não a</p><p>propriedade, é que deve ser considerado para reconhecimento do ativo.</p><p>Do mesmo modo, para ser considerado como ativo, o referido item deverá</p><p>proporcionar benefícios econômicos futuros para a entidade. Em alguns casos, esses</p><p>benefícios ocorrem por meio da entrada de caixa mediante a venda da produção</p><p>agrícola. Em outros casos, os ativos poderão ser utilizados no processo produtivo e</p><p>gerarão benefícios de maneira indireta.</p><p>Mensuração de ativos biológicos</p><p>Uma vez reconhecido certo ativo, deve-se mensurá-lo, que é o processo de</p><p>determinar os valores pelos quais os elementos das demonstrações contábeis devem</p><p>ser reconhecidos e apresentados no balanço patrimonial e na demonstração do</p><p>resultado; em outras palavras, dar valor às coisas que serão registradas no balanço. O</p><p>Pronunciamento Conceitual Básico do CPC mostra quatro tipos diferentes de bases de</p><p>17</p><p>mensuração, sendo elas: (i) custo histórico, (ii) custo corrente, (iii) valor realizável</p><p>e (iv) valor presente. Além disso, o conceito de valor justo é incluído na contabilização</p><p>e deve estar presente nos julgamentos necessários para produção de demonstrações</p><p>contábeis.</p><p>O valor justo envolve o montante que um ativo pode ser negociado entre partes</p><p>interessadas, que conhecem o negócio e que são interdependentes, desde que não</p><p>exista fatores que pressionem para a liquidação da transação. O valor justo do ativo</p><p>biológico e do produto agrícola está ligado ao conceito de valor de mercado, o que</p><p>exige a existência de mercado ativo para esse ativo biológico ou produto agrícola, ou</p><p>então o mercado ativo de bens similares. Por exemplo, o preço expresso em mercados</p><p>ativos por arroba de carne, preço da saca do café.</p><p>O agrupamento dos ativos biológicos ou produtos agrícolas pode facilitar a</p><p>determinação do valor justo, por exemplo, por tempo de nascimento dos bezerros,</p><p>idade dos eucaliptos, raças de ovinos, etc. Cada entidade deve identificar quais os</p><p>atributos são usados pelo mercado como base para fixação de preço. A utilização de</p><p>um plano de contas detalhando essas características aumentaria a utilidade da</p><p>informação contábil. Agora imaginemos que uma entidade produtora de café conilon</p><p>pode comercializar a saca de 60 kg para Vitória ou para Colatina. Os preços de</p><p>mercado no final do ano são de R$ 240,00/saca em Vitória e R$ 232,00/saca em</p><p>Colatina. Qual seria o valor de mercado que utilizaríamos? A resposta se dará via</p><p>julgamento da entidade, pois, se tem acesso a dois mercados ativos, deve usar o preço</p><p>vigente no mercado que pretende utilizar e que será mais relevante para ela.</p><p>Segundo o que estabelece o CPC 29, o ativo biológico deve ser contabilizado</p><p>pelo valor justo menos as despesas de venda, desde o reconhecimento inicial, exceto</p><p>quando o valor justo não estiver disponível. Todas as variações no valor justo do ativo</p><p>biológico são receitas ou despesas na demonstração de resultado do período. Esse</p><p>fato implica ser normalmente necessária a existência de mercado para esse ativo</p><p>biológico. Assim, o gado leiteiro é continuamente avaliado a valor justo menos</p><p>despesas de venda, com as oscilações desse valor justo afetando o resultado, já que o</p><p>normal é a existência de mercado ativo para esse ativo biológico.</p><p>As bezerras ao nascerem também são imediatamente avaliadas ao valor justo</p><p>contra o resultado. Já no caso de certas árvores em crescimento para futura produção</p><p>de madeira, por exemplo, pode não haver valor de mercado enquanto nessa fase.</p><p>Nesse caso, a avaliação desse ativo biológico é feita pelo custo. Noutro exemplo, pode</p><p>não haver valor de mercado para os pés de café tomados isoladamente e nem outra</p><p>forma confiável de obtê-lo e, nesse caso, serão avaliados ao custo também.</p><p>Se passar a haver mercado e condição de avaliação ao valor justo menos</p><p>despesas de venda para um ativo biológico que vinha sendo avaliado ao custo, esse</p><p>valor justo líquido deve passar a ser utilizado desse momento em diante. Quando da</p><p>avaliação ao valor justo menos despesas de venda, todos os gastos relativos ao ativo</p><p>biológico são considerados como despesa do período quando incorridos.</p><p>18</p><p>Mensuração do Produto Agrícola</p><p>De acordo com o CPC 29, imediatamente após a colheita, o nascimento ou</p><p>qualquer outra forma de sua obtenção, os produtos agrícolas são avaliados ao valor</p><p>justo menos despesas de venda, com a contrapartida desse</p><p>registro afetando o</p><p>resultado. Um fato importante do pronunciamento é a presunção de que sempre há</p><p>valor de mercado para o produto agrícola, ou seja, não existe a possibilidade de o</p><p>produto agrícola ser contabilizado ao custo histórico.</p><p>Todos os gastos relativos à obtenção do produto agrícola derivado de ativo</p><p>biológico avaliado a valor justo menos despesas de venda são considerados como</p><p>despesa do período quando incorridos. Os gastos necessários para obtenção de leite</p><p>de vacas avaliadas a valor justo menos despesas de vendas devem ser considerados</p><p>no resultado, como o salário do boiadeiro e a energia elétrica das ordenhas. Ressalta-</p><p>se que, nesse exemplo, o leite também será contabilizado pelo seu valor de mercado</p><p>menos as despesas para se vender o leite.</p><p>Por outro lado, os gastos relativos à obtenção do produto agrícola de ativo</p><p>biológico avaliado ao custo são contabilizados como ativo também ao custo e</p><p>reconhecidos como despesa assim que o produto agrícola surge e é avaliado ao valor</p><p>justo menos despesa de venda. Um bom exemplo seria um cafezal avaliado a custo,</p><p>em que os custos para colheita do café também seriam ativados na conta “Colheita em</p><p>Andamento”. Quando o café for colhido, surge o produto agrícola que será avaliado ao</p><p>valor justo menos despesas de venda e os custos lançados para o resultado do</p><p>período.</p><p>Qualquer utilização do produto agrícola em processo de transformação, como,</p><p>por exemplo, transformação do leite em queijo, deixam de ser tratados conforme o CPC</p><p>29 e passam a ser tratados pelo CPC 16 – Estoques, passando a ser considerado pela</p><p>avaliação de custo na produção de queijo.</p><p>Não existência de mercado ativo</p><p>Caso não exista mercado ativo, a entidade deve utilizar, quando disponível, uma</p><p>ou mais das seguintes alternativas para determinação do valor justo:</p><p>a) O preço de mercado da transação mais recente, considerando que não tenha</p><p>havido nenhuma mudança significativa nas circunstâncias econômicas entre a</p><p>data da transação e a de encerramento das demonstrações contábeis.</p><p>Exemplo: Uma empresa produz milho e deve fechar suas demonstrações</p><p>contábeis em 31/12, no entanto não há cotação do dia para a saca de milho. A</p><p>empresa deverá olhar qual foi a última data que teve cotação para a saca de</p><p>milho, que, suponha, seja dia 20/11 pelo valor de R$ 31,00. Caso no período de</p><p>19</p><p>20/11 a 31/12 não tiver ocorrido nenhuma mudança econômica significativa, o</p><p>valor justo será R$ 31,00.</p><p>b) Preços de ativos similares com ajustes para refletir diferenças. Exemplo: Uma</p><p>entidade produz banana nanica e banana prata e seu principal mercado é a</p><p>cidade de Montes Claros/MG. Na cidade, o mercado ativo somente para a</p><p>banana nanica apresentou o preço de R$ 15,00/Cx 22kg. A partir de dados</p><p>passados, a entidade sabe que o preço da banana prata é, em média, 20%</p><p>maior que o da banana nanica e, desse modo, determina o valor justo da</p><p>banana prata em R$ 18,00/Cx 22kg.</p><p>c) Padrões do setor, tais como o valor de pomar expresso pelo valor de</p><p>embalagem padrão de exportação, alqueires ou hectares, e o valor de gado</p><p>expresso por quilograma ou arroba de carne. Exemplo: Uma entidade, ao não</p><p>encontrar mercado ativo para definir o valor do boi, recorreu ao preço da arroba</p><p>do boi gordo, determinado no mercado ativo de Goiânia pelo valor de R$ 93,00.</p><p>Sabe-se ainda que, quando se fala em arrobas, se faz referência ao peso da</p><p>carcaça, ou seja, o peso da carne com o osso. Desconta-se então o total pesado</p><p>pelo sebo, couro, patas, cabeça e entranhas, que representam cerca de 50% do</p><p>boi vivo. Desse modo um boi vivo de 540 kg, que apresenta 18 arrobas (270 kg</p><p>de carcaça), tem como valor justo R$ 1674,00.</p><p>Existe a premissa de que o valor justo dos ativos biológicos pode ser mensurado</p><p>com confiabilidade. Entretanto, caso a premissa não seja verdadeira, isto é, não há</p><p>mercado disponível e as outras formas de estimá-lo não são claramente confiáveis, o</p><p>ativo biológico deve ser mensurado a custo menos depreciação e perda por</p><p>irrecuperabilidade acumuladas. O mesmo não ocorre para produtos agrícolas, uma vez</p><p>que se presume sempre a existência de valor de mercado. Mesmo com essa</p><p>possibilidade existindo, em qualquer momento posterior, ou seja, a possibilidade de</p><p>determinar o valor justo do ativo biológico de forma confiável, a entidade deve</p><p>mensurá-lo ao seu valor justo menos despesas de vendas. A Tabela 3 a seguir</p><p>apresenta exemplos de mensurações de ativos biológicos de empresas brasileiras:</p><p>20</p><p>21</p><p>Código Civil para atividade rural</p><p>O Código Civil de 2002, apresenta no artigo 966 a definição de empresário.</p><p>Empresário é a pessoa que explora atividade econômica organizada para a produção e</p><p>circulação de bens e serviços. Tal pessoa pode ser física ou jurídica. Neste caso, é</p><p>mister não confundir empresário individual (pessoa física) com sócios de sociedade</p><p>empresária. Aquele explora pessoalmente a atividade econômica enquanto que sócio é</p><p>integrante da sociedade empresária (pessoa jurídica).</p><p>O empresário rural é o que exerce atividade agrária seja ela agrícola, pecuniária,</p><p>agroindustrial ou extrativa, procurando conjugar, de forma racional, organizada e</p><p>econômica, segundo os padrões estabelecidos pelo governo e fixados legalmente, os</p><p>fatores terra, trabalho e capital.</p><p>Pelo art. 970 do NCC, dispõe que o empresário rural “terá tratamento favorecido,</p><p>diferenciado e simplificado no exercício da atividade”, quanto a inscrição e aos efeitos</p><p>daí decorrentes.</p><p>No art. 971 consta que o empresário que tiver sua principal profissão a atividade</p><p>rural poderá para gerir essa atividade, solicitar a inscrição no Registro Público de</p><p>Empresas Mercantis como os demais empresários. Caso contrario, poderá continuar na</p><p>condição de produtor rural, sem inscrição na Junta Comercial, devendo manter a</p><p>inscrição na Secretaria da Fazenda de seu Estado para obter talão de notas fiscais de</p><p>produtor rural.</p><p>De maneira geral, conforme o novo Código Civil, o empresário, cuja atividade</p><p>rural constitua sua principal profissão, pode exercer esta atividade nas seguintes</p><p>formas jurídicas:</p><p> Autônomo, sem registro na Junta Comercial, permanecendo apenas com</p><p>a inscrição de produtor;</p><p> Empresário individual, quando inscrito na Junta Comercial (é optativo);</p><p> Sociedade empresária, inscrita na Junta Comercial (na forma de</p><p>sociedade limitada, sociedade anônima etc.).</p><p>Essa atividade rural, no Brasil, é explorada, majoritariamente, em dois tipos:</p><p>agroindústria e agricultura familiar. A primeira emprega tecnologia avançada, mão de</p><p>obra assalariada (permanente e temporária); há especialização de culturas em</p><p>latifúndios. Neste tipo, normalmente, uma sociedade explora a atividade própria de</p><p>empresário rural. A Segunda não emprega tecnologia, a mão de obra é familiar e são</p><p>relativamente mais diversificadas as culturas e menores as áreas de cultivo; aqui se</p><p>tem a figura do empresário rural individual. Em vista destas características da</p><p>agricultura brasileira, o Código Civil de 2002 reservou para o empresário rural, seja</p><p>22</p><p>pessoa física ou jurídica, um tratamento específico (arts. 971 e 984), que será</p><p>analisado no último tópico do presente trabalho.</p><p>Os empresários estão sujeitos, em termos gerais, às seguintes obrigações:</p><p>a) Registrar-se na Junta Comercial antes de dar início à exploração de sua</p><p>atividade;</p><p>b) Manter a escrituração regular de seus negócios;</p><p>c) Levantar demonstrações periódicas.</p><p>Essas obrigações, consideradas de natureza formal, se descumpridas, geram</p><p>consequências sérias, inclusive na área penal. O rigor vem do fato de que não</p><p>interessa somente ao próprio empresário estar a par da atividade econômica</p><p>desenvolvida, mas também aos credores e parceiros, à receita e, em certa medida, à</p><p>própria comunidade. O empresário que falta nessas obrigações, conhecido como</p><p>empresário irregular, deixando simplesmente de desenvolver negócios com</p><p>empresários regulares, contrair empréstimos bancários, vender para a Administração</p><p>Pública</p><p>etc. Sua empresa, em suma, será informal, clandestina e devedora de</p><p>impostos.</p><p>Como visto, o Código Civil impõem aos empresários em geral três obrigações: a</p><p>de se registrar na Junta Comercial, antes de dar início a exploração de suas atividades;</p><p>a de manter escrituração regular de seus negócios; e, finalmente, a de levantar</p><p>balanços anuais, patrimoniais e de resultado.</p><p>O empresário, cuja atividade agrícola constitua sua principal profissão, está</p><p>dispensado de requerer inscrição no registro de empresas, mas pode fazê-lo. Caso</p><p>optar por se registrar na Junta Comercial, será considerado juridicamente empresário,</p><p>ficando submetido às exigências descritas acima e às sanções de irregularidade no</p><p>cumprimento das obrigações gerais.</p><p>Se o empresário rural não optar por sua inscrição no registro de empresas, não</p><p>se considera juridicamente empresário e suas ações serão do regime de direito civil</p><p>(claro, se a atividade for desenvolvida em sociedade, seus atos constitutivos deverão</p><p>ser levados ao Registro Civil de Pessoas Jurídicas). Pode-se dizer, portanto, que para</p><p>uma sociedade rural que exerce agronegócios é mais vantajoso usufruir dessa</p><p>faculdade de se registrar, opção oferecida pelo direito empresarial, enquanto que o</p><p>regime de direito civil seria apropriado aos titulares de negócios rurais familiares –</p><p>empresário rural individual.</p><p>Associação na atividade econômica rural</p><p>Produtor rural: Pessoa física ou jurídica que explora a terra, com fins</p><p>econômicos ou de subsistência, por meio da agricultura, da pecuária, da silvicultura, do</p><p>extrativismo sustentável, da aquicultura, além de atividades não-agrícolas, respeitada a</p><p>23</p><p>função social da terra. Também são produtores rurais os parceiros e arrendatários que</p><p>exerçam as atividades descritas anteriormente.</p><p>Empresário rural: Tem tratamento favorecido, diferenciado e simplificado, não</p><p>se sujeita ao registro comercial. No entanto, faculta-lhe adquirir a condição plena de</p><p>empresário, mediante sua inscrição no Registro do Comércio (art. 970 e 971 -Código</p><p>Civil).</p><p>Contratos agrários: A lei reconhece para o fim de posse ou uso temporário da</p><p>terra, entre o proprietário, que detenha a posse ou tenha com livre administração de um</p><p>imóvel rural, e aquele que nela exerça qualquer atividade agrícola, pecuária,</p><p>agroindustrial, extrativa ou mista.</p><p>Nas explorações agropecuárias, encontram-se dois tipos de investimentos:</p><p> Capital fundiário: terra, edifícios e edificações rurais, benfeitorias e</p><p>melhoramentos na terra, cultura permanente, pastos etc. São todos os</p><p>recursos fixos, vinculados à terra, e dela não retiráveis. O capital</p><p>fundiário, na agropecuária, representa aquilo que nas indústrias</p><p>transformadoras corresponde aos edifícios e seus anexos; e</p><p> Capital de exercício (capital operacional, ou capital industrial, ou capital</p><p>de trabalho): gado para reprodução, animais de trabalho, equipamentos,</p><p>trator etc. É o instrumental necessário para o funcionamento do negócio.</p><p>Esse capital pode ser permanente (não se destina à venda; é de vida útil</p><p>longa) ou de giro (recursos financeiros e valores que serão transformados</p><p>em dinheiro ou consumidos em curto prazo).</p><p>24</p><p>Observam-se também duas personalidades economicamente distintas nas</p><p>associações dos capitais fundiários e de exercício na atividade agropecuária.</p><p> O proprietário da terra, que participa no negócio com o capital fundiário;</p><p> O empresário, que participa com o capital de exercício, explorando o</p><p>negócio agropecuário independente de ser ou não proprietário da terra.</p><p>A partir das combinações dessas duas personalidades, observam-se, além das</p><p>sociedades comerciais, as formas de associação nas explorações agropecuárias</p><p>enumeradas a seguir.</p><p>EMPRESÁRIO AGROPECUÁRIO COM A PROPRIEDADE DA TERRA: Nesse</p><p>caso, somam-se os capitais fundiários e de exercício, isto é, o proprietário da terra</p><p>também a utiliza, na condução do negócio agropecuário. O proprietário investe em</p><p>capital de exercício e administra seus negócios.</p><p>Nessa circunstância, a entidade contábil é o negócio agropecuário, incluindo os</p><p>capitais fundiários e de exercício. Portanto, a contabilidade fará os registros contábeis</p><p>para o proprietário, destacando-se a entidade como pessoa distinta da pessoa do</p><p>proprietário. Assim, o Ativo, o Passivo e o Patrimônio Líquido são da entidade. O</p><p>proprietário terá retirada pró-labore pelo seu trabalho (se houver), bem como retirada</p><p>total ou parcial nos lucros. A retirada parcial dos lucros implicará reinvestimentos da</p><p>parte não retirada e, consequentemente, aumento no Patrimônio Líquido da entidade.</p><p>Conclui-se, então, que o Patrimônio Líquido pertence à entidade (Ativo =</p><p>Passivo + Patrimônio Líquido) e não ao proprietário ou aos investidores, salvo a parcela</p><p>destacada como distribuível, que poderá ser, como já se viu, até lucro total.</p><p>PARCERIA: Quando o proprietário da terra concorre no negócio com capital</p><p>fundiário e o capital do exercício, associando-se a terceiro(s) em forma de parceria (à</p><p>meia, à terça parte etc.), há uma união (de direito ou de fato) semelhante à sociedade</p><p>de capital e indústria.</p><p>Nesse tipo de associação (capital e indústria), há duas espécies de sócios:</p><p> Capitalista (proprietário): entra com o capital e, geralmente, com a</p><p>gerência do negócio;</p><p> De trabalho (parceiro): entra com a execução do trabalho.</p><p>Quando se trata de uma associação (regular ou irregular) que envolve uma</p><p>única gleba, a contabilidade, como no caso anterior, fará os registros contábeis da</p><p>entidade (o conjunto Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido), reportando-se ao proprietário</p><p>e ao parceiro.</p><p>Para apuração do resultado do exercício, serão debitadas, além das despesas</p><p>comuns, despesas como: depreciação dos bens do proprietário, aplicados no negócio,</p><p>25</p><p>à disposição e utilizáveis na atividade; pró-labore do sócio de trabalho e do sócio</p><p>capitalista (se este trabalhar como administrador ou técnico) etc.</p><p>O resultado, se positivo, será distribuído, total ou parcialmente, aos sócios, na</p><p>proporção combinada no contrato.</p><p>Nesse tipo de associação, é relevante ressaltar que todo o Ativo da entidade</p><p>emana exclusivamente do proprietário; no encerramento da sociedade, o Ativo</p><p>continuará de posse do proprietário, salvo itens gerados na parceria, como estoque,</p><p>investimentos realizados em comum acordo, criação etc. (neste caso, haverá a</p><p>partilha).</p><p>A não retirada dos lucros por parte do proprietário significa acréscimo ao</p><p>Patrimônio Líquido (normalmente, o sócio de trabalho retira toda a sua parte nos</p><p>lucros). O Patrimônio Líquido também será acrescido se o proprietário adquirir novos</p><p>bens permanentes, ou realizar novas benfeitorias ativáveis. Todavia, nessa situação,</p><p>os recursos utilizados não serão do caixa da sociedade, mas do sócio capitalista.</p><p>Podem-se encontrar ainda situações, embora pouco comuns, em que o colono</p><p>(sócio de trabalho parceiro) contribui com algum capital de exercício. Nesse caso, o</p><p>Patrimônio Líquido destacará a parte do proprietário e a parte do colono. Não significa</p><p>que se está aceitando a Teoria do Proprietário (em oposição à Teoria da Entidade),</p><p>mas um controle no Patrimônio Líquido, para facilitar o reembolso dos bens aos</p><p>respectivos sócios, no encerramento da sociedade.</p><p>Embora muitos agropecuaristas que trabalham com o sistema de parceria</p><p>prefiram adotar contabilidade em regime de Caixa para, no final do exercício, distribuir</p><p>objetivamente o lucro financeiro, e também por ser mais simples, esse sistema já não é</p><p>indicado; isso porque, além de não considerar despesas não desembolsáveis, como</p><p>Depreciação, também não registra o fluxo de bens e de benfeitorias que o proprietário</p><p>canaliza diretamente para a atividade (fluxo não monetário), não avaliando, dessa</p><p>forma, as variações do Patrimônio Líquido.</p><p>A receita proveniente da parceria é considerada como da atividade rural para</p><p>efeito de Imposto de Renda.</p><p>ARRENDAMENTO: Quando o proprietário da terra aluga o seu capital fundiário</p><p>(dificilmente aluga o capital de exercício) por determinado período a um empresário, há</p><p>o que se chama Sistema de Arrendamento. O arrendador recebe do arrendatário uma</p><p>retribuição certa, que é o aluguel.</p><p>Nesse caso, a contabilidade vai reportar-se ao arrendatário, relatando os</p><p>registros decorrentes da atividade agropecuária. Na Demonstração do Resultado do</p><p>Exercício, estará discriminado como despesa o aluguel devido ao locador. Não haverá</p><p>para a entidade, obviamente, a Despesa de Depreciação relativa ao capital fundiário,</p><p>uma vez que se subentende que o proprietário, na importância paga como aluguel,</p><p>está-se ressarcindo daquela despesa.</p><p>26</p><p>A receita proveniente do arrendamento não é considerada como da atividade</p><p>rural para efeito de Imposto de Renda, devendo este ser recolhido por meio do</p><p>Documento de Arrecadação de Receitas Federais (Darf).</p><p>COMODATO: Nesse caso, o Proprietário cede seu capital sem nada receber do</p><p>comodatário. A contabilidade irá, portanto, reportar-se ao comodatário.</p><p>CONDOMÍNIO: É a propriedade em comum, ou a copropriedade, em que os</p><p>condôminos proprietários compartilham dos riscos dos resultados, da mesma forma</p><p>que a parceria, na proporção da parte que lhes cabe no condomínio.</p><p>27</p><p>28</p><p>29</p><p>30</p><p>31</p><p>32</p><p>33</p><p>34</p><p>35</p><p>LATIFÚNDIO: Os latifúndios são extensas propriedades rurais onde existe uma</p><p>grande proporção de terras cultivadas ou não e são exploradas com tecnologia</p><p>obsoleta e de baixa produtividade com mão-de-obra de baixo custo.</p><p>MINIFÚNDIO: O minifúndio é a propriedade fundiária de dimensão mínima, em</p><p>função de vários fatores: a situação regional, a destinação econômica e a</p><p>produtividade. Não se pode confundir pequenas propriedades com produção pequena.</p><p>Com técnicas avançadas, alguns minifundiários auferem bons lucros ao aproveitar ao</p><p>máximo o espaço resumido, através do plantio de hortaliças, apicultura, criação de</p><p>aves, piscicultura, fruticultura e qualquer atividade que dependa de pouco espaço e</p><p>muita mão-de-obra.</p><p>36</p><p>2. Atividade rural Pessoa Física (PF)</p><p>PESSOA FÍSICA: No Brasil, a agropecuária pode ser explorada pela pessoa física</p><p>sem a constituição de pessoa jurídica.</p><p>Pelo princípio em estudo, constata-se que a pessoa física, no que tange à sua</p><p>atividade agropecuária, deverá ser tratada como uma entidade contábil, dada a</p><p>importância dos relatórios individualizados decorrentes dessa atividade.</p><p>A Receita Federal disponibilizou um software (programa) para a pessoa física que</p><p>exerce atividade rural, denominado "Livro Caixa da Atividade Rural", abrangendo</p><p>receitas, despesas de custeio, investimentos e demais valores que integram a atividade</p><p>rural do declarante, possibilitando a integração com a</p><p>Declaração do Imposto de Renda da Pessoa Física. Esse programa é específico</p><p>para a Receita Federal</p><p>e não possibilita a emissão de relatórios gerenciais.</p><p>Para efeito de Imposto de Renda, haverá necessidade de controle individualizado</p><p>(separado) da atividade agropecuária em relação a outras atividades ou outros</p><p>rendimentos que a pessoa física possa ter. Assim, o negócio deve ser tratado como</p><p>uma firma, pois o fazendeiro tem outros interesses, alguns dos quais não econômicos</p><p>(social, político etc.); que nada tem que ver com o objetivo do negócio, que é o lucro</p><p>máximo nas operações.</p><p>Todavia, nem sempre é tarefa fácil separar o que compete à atividade do que diz</p><p>respeito às contas particulares da pessoa física. Por exemplo, separar consumo de</p><p>água, luz, telefone etc. da atividade agropecuária e da pessoa física e sua família;</p><p>considerar o trabalho da família do proprietário, que quase sempre não é remunerado,</p><p>como custo do negócio agropecuário etc.</p><p>Normalmente, o proprietário e sua família utilizam-se dos bens do negócio</p><p>agropecuário, como a casa onde reside a família (dentro da propriedade agropecuária),</p><p>os veículos, que muitas vezes são utilizados para locomoção da família, o gado, que é</p><p>abatido e consumido pela família do proprietário etc.</p><p>Dada à dificuldade de separar essas séries de eventos e considerando que nem</p><p>sempre o benefício decorrente da separação é maior que o seu custo monetário, o</p><p>Princípio da Entidade Contábil nem sempre é integralmente colocado em prática nesse</p><p>setor de atividade.</p><p>2.1 Atividade rural e seus tributos para PF</p><p>O resultado da exploração da atividade rural exercida pela pessoa física é apurado</p><p>mediante a escrituração do livro Caixa, abrangendo as receitas, as despesas, os</p><p>investimentos e demais valores que integram a atividade.</p><p>A escrituração e a apuração devem ser feitas em destaque, por contribuinte, pelo</p><p>valor global das receitas auferidas das unidades rurais exploradas individualmente, em</p><p>conjunto ou em comunhão em decorrência do regime de casamento.</p><p>Quando a receita bruta total auferida no ano-calendário não exceder a R$ 56.000,00</p><p>é facultada a apuração mediante prova documental, dispensada a escrituração do livro</p><p>Caixa, encontrando-se o resultado pela diferença entre o total das receitas e o das</p><p>despesas/investimentos.</p><p>37</p><p>É permitida à pessoa física apurar o resultado pela forma contábil. Nesse caso,</p><p>deve efetuar os lançamentos em livros próprios de contabilidade, necessários para</p><p>cada tipo de atividade (Diário, Caixa, Razão etc.), de acordo com as normas contábeis,</p><p>comerciais e fiscais pertinentes a cada um dos livros de registro utilizados.</p><p>Ressalte-se que somente deve ser escriturada a parte da receita, da despesa de</p><p>custeio e dos investimentos, correspondente ao produtor rural na unidade rural</p><p>explorada.</p><p>A SRF disponibiliza o programa aplicativo livro Caixa da Atividade Rural para</p><p>imóveis rurais localizados no Brasil, o qual permite a escrituração pelo sistema de</p><p>processamento eletrônico no endereço <http://www.receita.fazenda.gov.br>.</p><p>Os arrendatários, os condôminos e os parceiros na exploração da atividade rural</p><p>devem apurar o resultado nas formas previstas na legislação correspondente,</p><p>separadamente, na proporção dos rendimentos e despesas que couberem a cada um,</p><p>observada a comprovação dessas condições mediante escritura ou contrato por</p><p>escrito. O resultado da atividade rural produzido em bens comuns ao casal, em</p><p>decorrência do regime de casamento, deve ser apurado e tributado pelos cônjuges</p><p>relativamente à sua parte. Opcionalmente, esse resultado pode ser tributado pelo total</p><p>na declaração de um dos cônjuges, junto com a totalidade dos demais rendimentos</p><p>comuns.</p><p>O resultado obtido por um dos cônjuges na condição de arrendatário, condômino ou</p><p>parceiro, quando a unidade rural não pertencer ao casal, deve ser apurado e tributado</p><p>integralmente pelo titular dessa atividade, salvo no caso de opção pela declaração em</p><p>conjunto.</p><p>38</p><p>CONCEITO E RECEITAS: Serão considerados como receitas da atividade rural das</p><p>pessoas físicas e declarados como os rendimentos recebidos individualmente, em</p><p>parceria rural ou em condomínio, relativamente à exploração das seguintes atividades:</p><p> Criação, recriação ou engorda de animais de qualquer espécie;</p><p> Cultura do solo, seja qual for a natureza do produto cultivado;</p><p> Apicultura, avicultura, cunicultura, piscicultura, sericicultura, suinocultura ou</p><p>quaisquer outras culturas animais, inclusive da captura e venda in natura do</p><p>pescado;</p><p> Extração e exploração animal e vegetal;</p><p> Transformação de produtos agrícolas ou pecuários, sem que sejam alteradas a</p><p>composição e as características do produto in natura (exemplo: transformar</p><p>grãos em farinha ou farelo; pasteurização e o acondicionamento do leite de</p><p>produção própria, transformação do leite em queijo, manteiga ou requeijão;</p><p>produção de suco de laranja acondicionado em embalagem de apresentação;</p><p>frutas em doces etc.), quando feita pelo próprio agricultor ou criador e seus</p><p>familiares e empregados, dentro do imóvel rural, com equipamentos e utensílios</p><p>usualmente empregados</p><p>nas atividades agropastoris, utilizando exclusivamente</p><p>matéria-prima produzida na propriedade agrícola ou pastoril explorada.</p><p>Se a transformação dos produtos não for feita nas condições referidas no item</p><p>acima, a pessoa física será considerada empresa individual equiparada à pessoa</p><p>jurídica, sendo os rendimentos descaracterizados como atividade rural e tributados</p><p>como de pessoa jurídica.</p><p>O contribuinte somente pode considerar como receita da atividade rural a venda de</p><p>produtos e subprodutos dela decorrentes. Não são consideradas como receita da</p><p>atividade rural as provenientes do aluguel ou arrendamento de imóvel rural, pastos ou</p><p>máquinas e instrumentos agrícolas, e da prestação de serviços de transporte de</p><p>produtos de terceiros, as quais devem ser incluídas com os demais rendimentos</p><p>tributáveis na declaração de rendimentos da pessoa física.</p><p>Alevinos e Embriões de Rebanho: É considerado atividade rural a produção de</p><p>alevinos e embriões de rebanho, independentemente de sua destinação:</p><p>reprodução ou comercialização.</p><p>Gado Bovino: Não se caracterizam como atividade rural a compra e venda de</p><p>rebanho bovino com permanência em poder do contribuinte em prazo inferior a 52</p><p>dias, quando em regime de confinamento, ou 138 dias nos demais casos. O</p><p>tratamento tributário neste caso seria o seguinte:</p><p>a) Os rendimentos auferidos, na venda, são tributados como ganho de capital, se</p><p>esta atividade não for exercida com habitualidade; ou</p><p>b) Se houver habitualidade e fim especulativo de lucro, a pessoa física é</p><p>considerada empresário (empresa individual) equiparado a pessoa jurídica, sendo</p><p>seus lucros tributados nessa condição.</p><p>39</p><p>Captura In Natura do Pescado: Considera-se atividade rural a captura in natura do</p><p>pescado realizada por embarcações, inclusive a exploração realizada em regime de</p><p>parceria, desde que a exploração se faça com apetrechos semelhantes aos da</p><p>pesca artesanal (arrastões de praias, redes de cerca etc.). O beneficiamento ou a</p><p>industrialização de pescado in natura não são considerados atividade rural.</p><p>O fato de o produtor rural possuir a propriedade de mais de um barco pesqueiro,</p><p>explorado em parceria, não implica equiparação a pessoa jurídica. Os rendimentos</p><p>da pessoa física tripulante de barcos pesqueiros têm o seguinte tratamento:</p><p>a) Quando à pessoa física couber parte ou quinhão nos resultados da pesca,</p><p>equipara-se a parceiro rural para os efeitos do imposto sobre a renda. Não é</p><p>tributável na fonte ou no carnê-leão o quinhão ou a parte de cada um, por ocasião</p><p>do rateio do produto da pesca, pois constitui rendimento da atividade rural;</p><p>b) Quando a pessoa física exercer as suas funções mediante contrato de trabalho</p><p>com vínculo empregatício, de conformidade com o que prescreve a Consolidação</p><p>das Leis do Trabalho (CLT), as quantias recebidas são rendimentos do trabalho e</p><p>sujeitam-se à tributação na fonte e, também, ao ajuste na declaração anual;</p><p>c) No caso de a pessoa física prestar serviço sem vínculo empregatício, os valores</p><p>recebidos sujeitam-se ao carnê-leão, se recebidos de pessoas físicas, ou à</p><p>retenção na fonte, se pagos por pessoa jurídica, e, também, ao ajuste na</p><p>declaração anual.</p><p>Hospedagem de Animais: O rendimento decorrente da hospedagem de animais</p><p>em haras não é tributado na atividade rural, devendo ser tributado como aluguel ou</p><p>arrendamento, sujeitando-se ao carnê-leão, se recebido de pessoa física, ou à</p><p>retenção na fonte, se pago por pessoa jurídica, e, também, ao ajuste na declaração</p><p>anual.</p><p>Pasteurização de Leite: A pasteurização, com acondicionamento, do leite, bem</p><p>como o acondicionamento e embalagem de apresentação do mel e do suco de</p><p>frutas, são considerados atividade rural apenas quando efetuados com produção</p><p>própria.</p><p>Aluguel de Bens: O valor correspondente a aluguel de pastagens, máquinas e</p><p>equipamentos não é considerado receita da atividade rural, devendo ser incluído</p><p>como rendimento mensal sujeito ao carnê-leão, se recebido de pessoa física, ou</p><p>submetido à retenção na fonte, se pago por pessoa jurídica, e, também, ao ajuste</p><p>na declaração anual. O locador ou arrendatário deve informar o valor total pago, o</p><p>nome e o número de inscrição no CPF do locatário ou arrendador na Relação de</p><p>Pagamentos e Doações Efetuados da sua declaração de rendimentos.</p><p>Avicultura: A avicultura é considerada pela legislação tributária como atividade</p><p>rural, nela incluída a produção de ovos, que não se descaracteriza como tal, em</p><p>virtude da utilização de máquinas para lavagem, classificação e embalagem de</p><p>ovos.</p><p>40</p><p>O fato de o produtor rural entregar, mediante contrato de prestação de serviços,</p><p>ovos férteis de sua produção, para que sejam incubados por terceiros, não</p><p>descaracteriza a atividade rural, uma vez que o risco da atividade permanece com o</p><p>produtor. A incubação faz parte da produção dos "pintinhos de um dia", portanto é</p><p>irrelevante se a mesma é executada pelo produtor ou por terceiros.</p><p>Turismo Rural: As atividades de turismo rural, hotéis-fazenda, locais de passeio</p><p>etc., não constituem atividade rural.</p><p>Venda de Árvores Plantadas: Os rendimentos recebidos na venda de árvores</p><p>plantadas têm o seguinte tratamento:</p><p>a) Se as árvores plantadas são decorrentes do cultivo de florestas exercido pelo</p><p>alienante, as quantias recebidas são incluídas na receita da atividade rural</p><p>explorada;</p><p>b) Se as árvores plantadas não são decorrentes do cultivo de florestas exercido</p><p>pelo alienante:</p><p>Os rendimentos auferidos na venda são tributados como ganho de capital, se</p><p>esta atividade não for exercida com habitualidade; ou</p><p>Se houver habitualidade e fim especulativo de lucro, a pessoa física é</p><p>considerada empresário (empresa individual) equiparado à pessoa jurídica, sendo</p><p>seus lucros tributados nessa condição.</p><p>Extração de Madeira e Produção de Carvão: O tratamento tributário é o seguinte:</p><p>a) Se a pessoa física exerce o cultivo de florestas utilizando-se do setor secundário</p><p>da economia, porém, por meio de procedimento que não configure produção, as</p><p>quantias recebidas na venda da madeira extraída ou do carvão produzido são</p><p>incluídas na receita da atividade rural explorada;</p><p>b) Excetuada a hipótese acima referida:</p><p>Os rendimentos auferidos na venda são tributados como ganho de capital, se</p><p>esta atividade não for exercida com habitualidade; ou</p><p>Se houver habitualidade e fim especulativo de lucro, ou procedimento que</p><p>configure industrialização, a pessoa física é considerada empresário (empresa</p><p>individual) equiparado a pessoa jurídica, sendo seus lucros tributados nessa</p><p>condição.</p><p>Venda de Minério Extraído de Propriedade Rural: Os rendimentos recebidos na</p><p>venda de minério extraído de propriedade rural têm o seguinte tratamento:</p><p>a) Os rendimentos auferidos na venda são tributados como ganho de capital, se</p><p>esta atividade não for exercida com habitualidade; ou</p><p>b) Se houver habitualidade e fim especulativo de lucro, a pessoa física é</p><p>considerada empresário (empresa individual) equiparado à pessoa jurídica, sendo</p><p>seus lucros tributados nessa condição.</p><p>41</p><p>Quando houver cessão de direitos para pesquisar e extrair os recursos minerais</p><p>(metal nobre, pedras preciosas, areia, aterro, pedreiras etc.), os rendimentos,</p><p>auferidos pelo cedente do direito, sujeitam-se à apuração do ganho de capital.</p><p>Venda de Produtos Diretamente a Centros de Abastecimento: O produtor rural</p><p>que em seu nome vender produtos de sua atividade rural diretamente a centros de</p><p>abastecimento, fornecendo notas de venda para atender às exigências do fisco</p><p>estadual, não perde a condição de pessoa física, devendo os rendimentos</p><p>derivados dessa atividade compor o resultado da atividade rural.</p><p>DESPESAS DE CUSTEIO E INVESTIMENTO: Podem ser considerados de uma</p><p>forma geral como despesas de custeio e investimentos os gastos, com computador,</p><p>telefone, fax, combustíveis, lubrificantes, salários, aluguéis, arrendamentos,</p><p>ferramentas, utensílios, corretivos e fertilizantes, defensivos agrícola e animal,</p><p>rações,</p>em treinamentos para educação continuada para Contadores 
de cooperativas de crédito filiadas ao Sicoob Central Cecremge, para 
Contadores no Conselho Regional de Contabilidade de Minas Gerais (CRCMG) 
e na Escola Aberta do Terceiro Setor. 
 Professor Instrutor de cursos no Sistema OCEMG SESCOOP/MG. 
 Autor e Co-autor de diversos artigos publicados em Periódicos e Congressos 
Científicos na Área. 
 Foi Assistente de pesquisa econômico-estatística da Fundação IPEAD-UFMG 
por 12 anos. 
 É sócio da S & M Consultoria e Treinamento Ltda. promovendo treinamento em 
desenvolvimento profissional e gerencial, atividades de contabilidade e 
palestras. 
199 
 
 É Conselheiro Fiscal efetivo do Sicoob Nossacoop e também Consultor na 
mesma instituição, prestando serviços de treinamento e capacitação em 
educação financeira e cultura cooperativista para todo quadro social da 
cooperativa. 
 Conselheiro Fiscal efetivo da Fundac. 
 Educador Financeiro e cooperativista 
 Professor Orientador da Consultoria Júnior Projet-DEPRO-UFOP.

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