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<p>P</p><p>á</p><p>g</p><p>in</p><p>a</p><p>1</p><p>NUTRIÇÃO EM OBSTETRÍCIA: FERTILIDADE,</p><p>GESTAÇÃO E PUERPÉRIO</p><p>P</p><p>á</p><p>g</p><p>in</p><p>a</p><p>2</p><p>NOSSA HISTÓRIA</p><p>A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de em-</p><p>presários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Gradu-</p><p>ação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade</p><p>oferecendo serviços educacionais em nível superior.</p><p>A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas</p><p>de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a</p><p>participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua</p><p>formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos cultu-</p><p>rais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comu-</p><p>nicar o saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comuni-</p><p>cação.</p><p>A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de</p><p>forma confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir</p><p>uma base profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma</p><p>das instituições modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela</p><p>inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido.</p><p>P</p><p>á</p><p>g</p><p>in</p><p>a</p><p>3</p><p>Sumário</p><p>NUTRIÇÃO EM OBSTETRÍCIA, FERTILIDADE, GESTAÇÃO E PUERPÉRIO</p><p>..................................................................................... Erro! Indicador não definido.</p><p>NOSSA HISTÓRIA ..................................................................................................... 2</p><p>ASSISTÊNCIA NUTRICIONAL NO PRÉ-NATAL .................................................. 5</p><p>AVALIAÇÃO FUNCIONAL PARA DEFICIÊNCIA DE VITAMINA A ............... 17</p><p>AVALIAÇÃO SOCIODEMOGRÁFICA .................................................................. 18</p><p>RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS – Energia e Proteínas ................................ 20</p><p>Cálculo das exigências energéticas na gestação, para gestantes adolescentes ........... 21</p><p>CONDUTA NUTRICIONAL .................................................................................... 25</p><p>PRIMEIRA CONSULTA ...................................................................................... 25</p><p>CONSULTAS SUBSEQUENTES ......................................................................... 27</p><p>Consumo de edulcorantes: ..................................................................................... 27</p><p>CONDUTA NUTRICIONAL NAS GESTANTES ADOLESCENTES ................... 28</p><p>CONDUTA NUTRICIONAL NOS CASOS DE GANHO DE PESO</p><p>INSUFICIENTE ......................................................................................................... 29</p><p>CASOS DE GANHO DE PESO EXCESSIVO ......................................................... 30</p><p>ORIENTAÇÕES NUTRICIONAIS EM SITUAÇÕES ESPECÍFICAS MAIS</p><p>COMUNS NA GESTAÇÃO ...................................................................................... 31</p><p>Cegueira Noturna (XN) .......................................................................................... 32</p><p>Náuseas e vômitos: ................................................................................................. 34</p><p>Hiperêmese ............................................................................................................. 35</p><p>Pirose ...................................................................................................................... 35</p><p>Sialorréia ou Ptialismo (Salivação excessiva) ........................................................ 35</p><p>Fraquezas e Desmaios ............................................................................................ 36</p><p>Picamalácia ............................................................................................................. 36</p><p>Cãimbras ................................................................................................................. 36</p><p>Constipação Intestinal e flatulência: ...................................................................... 36</p><p>Hemorróidas: .......................................................................................................... 37</p><p>Sensação de plenitude ............................................................................................ 37</p><p>Pureperio .................................................................................................................... 38</p><p>MATERIAIS E MÉTODOS ...................................................................................... 39</p><p>ALIMENTAÇÃO DE PUÉRPERAS ......................................................................... 40</p><p>MITOS E CRENÇAS SOBRE A AL ........................................................................ 42</p><p>file:///D:/Para%20Enviar/ANDAMENTO/URGENCIA/NUTRICAO%20EM%20OBSTETRICIA,%20FERTILIDADE,%20GESTAÇAO%20E%20PUREPERIO/Nova%20pasta/NUTRIÇAO%20EM%20OBSTETRICIA.docx%23_Toc61555409</p><p>file:///D:/Para%20Enviar/ANDAMENTO/URGENCIA/NUTRICAO%20EM%20OBSTETRICIA,%20FERTILIDADE,%20GESTAÇAO%20E%20PUREPERIO/Nova%20pasta/NUTRIÇAO%20EM%20OBSTETRICIA.docx%23_Toc61555409</p><p>P</p><p>á</p><p>g</p><p>in</p><p>a</p><p>4</p><p>IMENTAÇÃO MATERNA ....................................................................................... 42</p><p>ALIMENTOS FUNCIONAIS .................................................................................... 44</p><p>LACTAÇÃO .............................................................................................................. 46</p><p>LABILIDADE EMOCIONAL E DEPRESSÃO PÓS-PARTO................................ 48</p><p>CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................... Erro! Indicador não definido.</p><p>REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 52</p><p>P</p><p>á</p><p>g</p><p>in</p><p>a</p><p>5</p><p>ASSISTÊNCIA NUTRICIONAL NO PRÉ-NATAL</p><p>O nutricionista da Maternidade Escola presta assistência nutricional às</p><p>gestantes em consultas individuais e em grupos. E a partir de estudos desenvol-</p><p>vidos na maternidade, verificou-se que essa assistência previne anemia, defici-</p><p>ência de vitamina A, inadequação do ganho de peso gestacional, intercorrências</p><p>gestacionais em gestantes adultas e, em estudos com gestantes adolescentes,</p><p>verificou-se que a assistência nutricional pré-natal previne o baixo peso ao nas-</p><p>cer.</p><p>GRUPO DE ACOLHIMENTO</p><p>O nutricionista participa do grupo multiprofissional de acolhimento a</p><p>gestantes. Neste primeiro contato as gestantes recebem orientações nutricionais</p><p>gerais para uma alimentação saudável e equilibrada durante a gravidez. As mu-</p><p>lheres são estimuladas a participar com suas dúvidas alimentares e queixas co-</p><p>muns ao início de gestação. Todas recebem folder colorido explicativo com as</p><p>P</p><p>á</p><p>g</p><p>in</p><p>a</p><p>6</p><p>orientações nutricionais qualitativas, de higienização de hortaliças e caso tenham</p><p>alguma intercorrência ou morbidade crônica são orientadas e recebem folder ex-</p><p>plicativo. As gestantes de alto risco ou risco nutricional (diabetes mellitus, hiper-</p><p>tensão arterial, obesidade, baixo peso pré-gestacional, pós cirurgia bariátrica,</p><p>gestação múltipla, adolescentes -idade <18 anos, transtorno alimentar), são en-</p><p>caminhadas para consulta individual com nutricionista mediante agendamento.</p><p>CONSULTA INDIVIDUAL DE PRIMEIRA VEZ (AMBULATÓRIO DE</p><p>NUTRIÇÃO)</p><p>● Contato inicial com a gestante: apresentação do profissional, expli-</p><p>cação do motivo e objetivo da consulta e os procedimentos;</p><p>● AVALIAÇÃO DETALHADA DO PRONTUÁRIO IDENTIFICANDO:</p><p>o Idade gestacional na data da consulta; idade materna; atividade pro-</p><p>fissional; pareceres da equipe de saúde; fatores de risco: idade materna <17</p><p>anos e > 35 anos, ocupação, situação conjugal insegura, baixa escolaridade (<5</p><p>anos), condições de saneamento ambiental desfavorável, dependência de dro-</p><p>gas lícitas/ilícitas; baixa renda familiar per capita; gestação não</p><p>deprimidas acreditam</p><p>que o mundo é tão perverso que elas devem livrar a criança desse tormento,</p><p>enquanto outras acreditam que a criança tem alguma coisa errada e que elas</p><p>fazem uma caridade matando-a. Quando a situação é séria como o relato, a mu-</p><p>lher provavelmente será internada num hospital para tratamento, principalmente</p><p>se houver um risco de ela machucar o bebê ou a si própria (MCKENZIE, 2001).</p><p>P</p><p>á</p><p>g</p><p>in</p><p>a</p><p>5</p><p>0</p><p>Os sintomas mais comuns citados são: humor deprimido, sentimentos</p><p>de inadequação familiar e social, alterações do apetite e do sono, concentração</p><p>prejudicada, falta de interesse ou de prazer em realizar suas atividades diárias,</p><p>perda de peso e de energia, agitação ou letargia, sentimento de desvalia ou de</p><p>culpa sem causa, fadiga, labilidade do humor, cansaço, sintomas hipocondríacos</p><p>e pensamento de morte ou suicídio. É importante ressaltar que a preocupação</p><p>obsessiva da mãe em relação ao bebê, a resposta totalmente ansiosa ao choro</p><p>do bebê e o medo irreal de machucá-lo, podem ser sintomas da depressão (ME-</p><p>DEIROS, 2004).</p><p>Alguns alimentos podem ser recomendáveis para prevenir a depressão</p><p>no pós-parto: A serotonina é um neurotransmissor implicado diretamente nas</p><p>alterações de humor e outros processos emocionais que acontecem no cérebro.</p><p>Manter níveis de serotonina suficientemente elevados na recente amamentação</p><p>pode diminuir a possibilidade de depressão pós-parto. Este aumento se conse-</p><p>gue com alimentos como o leite e os produtos lácteos, os carboidratos de absor-</p><p>ção lenta e alguns alimentos de origem animal, em geral, carne, peixe e frango.</p><p>Além disso, estes últimos favorecem também uma boa absorção de proteínas,</p><p>que é muito importante para a mãe lactante, já que as necessidades nutricionais</p><p>da mulher, em termos de proteínas, se veem incrementadas durante o período</p><p>do aleitamento (REVIRIEGO, s.d., online).</p><p>No entanto, torna-se frequente a necessidade ou o desejo de consumir</p><p>doces, pouco saudáveis e geralmente mais calóricos. Nessas situações uma por-</p><p>ção de chocolate, preferivelmente negro, pode resultar até benéfico, já que além</p><p>de aplacar essa necessidade de doce, diminui a ansiedade que poderia produzir</p><p>a negação, aumentando assim os níveis de serotonina. As frutas são uma das</p><p>melhores opções, mesmo que ocasionalmente possam ser trocadas por um suco</p><p>de frutas (REVIRIEGO, s.d.).</p><p>Para finalizar, é importante ressaltar que o apoio social percebido pela</p><p>mãe, além de apresentar correlação positiva com a estruturação materna e com</p><p>P</p><p>á</p><p>g</p><p>in</p><p>a</p><p>5</p><p>1</p><p>a responsabilidade do bebê, funciona como fator protetor para sintomas depres-</p><p>sivos, bem como evitar transtornos futuros. Assim, dando a ambos qualidade de</p><p>vida.</p><p>P</p><p>á</p><p>g</p><p>in</p><p>a</p><p>5</p><p>2</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>BAIÃO, M.R; DESLANDES, S.F. Alimentação na gestação e puerpério.</p><p>Rev. Nutr., v.19, n.2, p.245253, 2006. Disponível em: <www.scielo.br>. Acesso</p><p>em: 26 abr 2016.</p><p>BARROS, S.M.O.; MARIN, H.F.; ABRÃO, A.C.F.V. Enfermagem obs-</p><p>tétrica e ginecológica: guia para a prática assistencial. São Paulo: ROCA; 2002.</p><p>BRASIL. Ministério da Saúde. Assistência Pré-Natal. Manual Técnico.</p><p>Brasília: Ministério da Saúde, 2000.</p><p>CAMINHA, M.F.C. et al . Suplementação com Vitamina A no Puerpério:</p><p>Revisão Sistemática. Rev. Saúde Pública v. 43, n. 4, p. 699-706, 2009.</p><p>CARVALHO, P. G. B et al. Hortaliças como Alimentos Funcionais. Hor-</p><p>tic. Bras. v. 24, n. 4 p. 397-404, 2006. Disponível em: <www.scielo.br> acesso</p><p>em 12 maio 2016.</p><p>CASTRO, M.B; KAC, G.; SICHIERI, R. Determinantes nutricionais e só-</p><p>ciodemográficos da variação de peso no pós-parto: uma revisão da literatura.</p><p>Rev. Bras. Saúde Mater. Infant., v.9, n.2, 2009. Disponível em: <www.sci-</p><p>elo.br>. Acesso em: 27 abr 2016.</p><p>CHAMILCO, R.A.S. Práticas culturais de parteiras tradicionais na</p><p>assistência gravídico-puerperal: um estudo etnográfico. Tese. 227 F. Escola</p><p>de Enfermagem Anna Nery, Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2004. Dis-</p><p>ponível em: <//teses.ufrj.br/eean_d/RosildaDaSilvaIslaChamilco.pdf>. Acesso 28</p><p>abr 2016.</p><p>COSTA, N. M. B; ROSA, C. O. B. Alimentos Funcionais: Componen-</p><p>tes Bioativos e Efeitos Fisiológicos. Rio de Janeiro: Rubio, 2010. 536 p.</p><p>ENCICLOPÉDIA Culturama. O que é labilidade emocional. 2015. Dis-</p><p>ponível em: <edukavita.blogspot. com.br/2015/05/o-que-e-labilidade-emocional-</p><p>conceitos.html>. Acesso em: 01 jun 2016.</p><p>FARIA, V. C. et al. Conhecimentos, mitos e crenças sobre o aleitamento</p><p>materno entre primíparas em um hospital geral na cidade de Taubaté-SP.2007.</p><p>P</p><p>á</p><p>g</p><p>in</p><p>a</p><p>5</p><p>3</p><p>Disponível em: <www.inicepg.univap.br/cd/INIC2008/anais/ arquivosI-</p><p>NIC/INIC1459_01_A.pdf>. Acesso em: 17 maio 2016.</p><p>GARCIA, R.W. Reflexos da globalização na cultura alimentar: conside-</p><p>rações sobre as mudanças na alimentação urbana. Rev. Nutr., v.16, n.4, 2003.</p><p>Disponível em: <www.scielo.br>. Acesso em: 14 maio 2016.</p><p>HENRIQUE, C.T. Gestação puerpério e humor. Clinica da atenção</p><p>memoria e humor. s.d. Disponível em: <tdahcampinas.com.br>. Acesso: 3 jun</p><p>2016.</p><p>ICHISATO, S. M. T.; SHIMO, A. K. K. Aleitamento materno e as crenças</p><p>alimentares. Rev. Latino-Am. Enfermagem, v.9, n.5, p.70-76,2001. Disponível</p><p>em: <www.scielo.br/scielo.phpscript=sci_arttext&pid=S0104-</p><p>11692001000500011&lng=pt&nrm=iso>.</p><p>Acesso em: 17 maio 2016.</p><p>LACERDA, E.M. et al. Consumo alimentar na gestação e no pós-parto</p><p>segundo cor da pele no município do Rio de Janeiro. Rev. Saúde Pública, v.41,</p><p>n.6, 2007. Disponível em: <www.scielo.br>. Acesso em: 27 abr 2016.</p><p>MARQUES, E. S. et al. A influência da rede social da nutriz no aleita-</p><p>mento materno: o papel estratégico dos familiares e dos profissionais de saúde.</p><p>Ciênc. saúde coletiva. vol.15, suppl.1, p.1391-1400. 2010. Disponível em:</p><p><www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-</p><p>81232010000700049&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 17 maio 2016.</p><p>MARQUES, E S; COTTA, R M M; PRIORE, S E. Mitos e crenças sobre</p><p>o aleitamento materno. Ciênc. saúde coletiva, v.16, n.5, p.2461-2468, 2011.</p><p>Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-</p><p>81232011000500015&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em 17 maio 2016.</p><p>MCKENZIE, K. Depressão. ISTOÉ. São Paulo: Três, 2001. p. 75-78.</p><p>MEDEIROS, P. Perfil dos cuidados maternos em mães deprimidas e</p><p>não deprimidas no período puerperal. J Bras. Psiquiatria, 2004.</p><p>MORESI, Eduardo. Metodologia da Pesquisa.2003. Disponível em:</p><p><www.inf.ufes.br> Acesso em: 27 abr 2016.</p><p>P</p><p>á</p><p>g</p><p>in</p><p>a</p><p>5</p><p>4</p><p>P</p><p>á</p><p>g</p><p>in</p><p>a</p><p>5</p><p>5</p><p>planejada; ges-</p><p>tação não aceita, menarca há menos de 2 anos.</p><p>o História reprodutiva anterior desfavorável: (aborto, parto prematuro,</p><p>baixo peso ao nascer, intervalo intergestacional <24 meses, óbito fetal ou nati-</p><p>morto/neomorto, macrossomia fetal –peso ao nascer >4,0 kg, intercorrências</p><p>gestacionais- especialmente diabetes mellitus, síndromes hipertensivas da gra-</p><p>videz, carência de micronutrientes - anemia, de vitamina A). o Doença obstétrica</p><p>atual; o Intercorrências ou morbidade clínicas crônicas na gravidez atual. o Ava-</p><p>liação dos sinais e sintomas digestivos. o Investigar o uso de suplementos vita-</p><p>mínico-minerais ou complemento alimentar. o Avaliação de exames complemen-</p><p>tares.</p><p>P</p><p>á</p><p>g</p><p>in</p><p>a</p><p>7</p><p>● AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DETALHADA (antropométrica, clínica</p><p>e obstétrica, dietética, funcional, bioquímica, sociodemográfica e dos exames</p><p>complementares).</p><p>Avaliação antropométrica e cálculo do ganho de peso recomen-</p><p>dado até o termo. Classificação do estado antropométrico pré-gestacional</p><p>(adulta e adolescente).</p><p>• O ideal é realizar a avaliação do estado nutricional inicial segundo o</p><p>Índice de Massa Corporal (IMC) prégestacional (calculado com o peso pré-ges-</p><p>tacional informado, correspondente ao peso até no máximo 2 meses antes da</p><p>concepção ou medido até a 13ª semana gestacional). Para gestantes adultas</p><p>calcular o IMC e classificá-lo segundo o quadro 1.</p><p>• Para adolescentes, calcular o IMC pré-gestacional, consultar os pon-</p><p>tos de corte específicos segundo a idade materna (em anos e meses), de acordo</p><p>com as curvas da WHO (World Health Organization – WHO. Growth reference</p><p>data for 5-19 years. BMI-for-age GIRLS 5 to 19 years (percentiles). Disponível</p><p>em: http://www.who.int/growthref/, anexo I) e classificá-lo segundo o Quadro 2.</p><p>Avaliação do estado antropométrica segundo o Índice de Massa</p><p>Corporal (IMC):</p><p>IMC= Peso (kg)*</p><p>Estatura ²</p><p>*Para o cálculo do IMC pré-gestacional usar o peso pré-gestacional e</p><p>para o cálculo do IMC gestacional, adotar o peso gestacional.</p><p>P</p><p>á</p><p>g</p><p>in</p><p>a</p><p>8</p><p>Quadro 1: Ganho de peso recomendado (kg) na gestação segundo o</p><p>estado nutricional inicial de gestantes de feto único</p><p>Recomendação para ganho de peso gestacional semanal e total (kg), segundo o Ín-</p><p>dice de Massa Corporal (IMC) prégestacional</p><p>IMC</p><p>pré-</p><p>gestacio-</p><p>nal (kg/m2) a</p><p>Ganho</p><p>de peso (kg) total</p><p>até o final do 1º</p><p>trimestre (até</p><p>14ª. Se-</p><p>mana) b</p><p>Ganho de</p><p>peso (kg) semanal</p><p>no 2º e 3º</p><p>trimestres</p><p>(a partir da</p><p>14ª. semana)</p><p>Ganho de</p><p>peso (kg) total na</p><p>gestação</p><p>Ganho</p><p>de peso</p><p>mínimo</p><p>(kg/sem) c</p><p>Baixo</p><p>Peso (BP) (< 18,5)</p><p>2,0 0,51 (0,44–</p><p>0,58)</p><p>12,5–18,0 0,44</p><p>Adequado</p><p>(A) (18,5–24,9)</p><p>1,5 0,42 (0,35–</p><p>0,50)</p><p>11,5–16,0 0,35</p><p>Sobrepeso</p><p>(S) (25,0–29,9)</p><p>1,0 0,28 (0,23–</p><p>0,33)</p><p>7,0–11,5 0,23</p><p>Obesidade</p><p>(O) (> 30,0)</p><p>0,5 0,22 (0,17–</p><p>0,27)</p><p>5–9 0,17</p><p>Fonte: Adaptado de Institute of Medicine (IOM, 2009), por Saun-</p><p>ders et al. (2012); validado por Padilha et al. (2014).</p><p>a Os pontos de corte de IMC pré-gestacional propostos no quadro 1,</p><p>devem ser adotados na classificação do estado nutricional de adultas. Para ava-</p><p>liação do IMC pré-gestacional e classificação das adolescentes, realizar a avali-</p><p>ação segundo parâmetros para a idade em anos e meses;</p><p>b Diante da importância do ganho de peso no primeiro trimestre e seu</p><p>impacto comprovado na predição do peso ao nascer e do índice ponderal do</p><p>recém-nascido, sempre que possível estimar o ganho de peso para o período.</p><p>P</p><p>á</p><p>g</p><p>in</p><p>a</p><p>9</p><p>c Os limites mínimos de ganho de peso semanal propostos para cada</p><p>categoria de IMC pré-gestacional podem ser adotados como ganho de peso mí-</p><p>nimo ou modesto. Como exemplo, para as mulheres com baixo peso pré-gesta-</p><p>cional, que já ganharam o total de ganho recomendado para toda a gestação,</p><p>mas ainda encontram-se no segundo ou no terceiro trimestres, devem ter um</p><p>ganho mínimo saudável de 0,44 kg/semana até o parto (40 semanas). A adoção</p><p>do ganho de peso mínimo é muito útil também nos casos de ganho de peso</p><p>excessivo no segundo ou terceiro trimestres gestacional.</p><p>Quadro 2 – Classificação do estado nutricional de adolescentes do sexo feminino</p><p>segundo IMC pré-gestacional</p><p>Percentil Escore-z Diagnóstico nutricional</p><p>< 3 < -2 Baixo Peso (BP)</p><p>≥ 3 e < 85 ≥ -2 e < +1 Adequado ou Eutrófico (A)</p><p>≥ 85 e < 97 ≥ +1 e < +2 Sobrepeso (S)</p><p>≥ 97 ≥ +2 Obesidade (O)</p><p>Fonte: adaptado Ministério da Saúde (2008). Brasil. Ministério da Sa-</p><p>úde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Proto-</p><p>colos do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional – SISVAN na assistência</p><p>à saúde / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento</p><p>de Atenção Básica. – Brasília: Ministério da Saúde, 2008. 61 p. : il. – (Série B.</p><p>Textos Básicos de Saúde).</p><p>• Caso não seja possível a estimativa do IMC pré-gestacional, calcular</p><p>o IMC gestacional (com o peso na data da consulta) e avaliar o estado nutricional</p><p>da gestante segundo o IMC por semana gestacional (quadro 3), para adultas e</p><p>adolescentes.</p><p>Quadro 3: Avaliação do estado nutricional da gestante acima de 19 anos segundo Índice de Massa Corporal</p><p>(IMC) por semana gestacional</p><p>P</p><p>á</p><p>g</p><p>in</p><p>a</p><p>1</p><p>0</p><p>(Fonte: Atalah et al, 1997; MS, 2012)</p><p>Semana</p><p>gestação</p><p>Baixo</p><p>peso</p><p>Adequado Sobrepeso Obesi-</p><p>dade</p><p>IMC < IMC entre IMC entre IMC ></p><p>6 19,9 20,0 24,9 25,0 30,0 30,1</p><p>8 20,1 20,2 25,0 25,1 30,1 30,2</p><p>10 20,2 20,3 25,2 25,3 30,2 30,3</p><p>11 20,3 20,4 25,3 25,4 30,3 30,4</p><p>12 20,4 20,5 25,4 25,5 30,3 30,4</p><p>13 20,6 20,7 25,6 25,7 30,4 30,5</p><p>14 20,7 20,8 25,7 25,8 30,5 30,6</p><p>15 20,8 20,9 25,8 25,9 30,6 30,7</p><p>16 21,0 21,1 25,9 26,0 30,7 30,8</p><p>17 21,1 21,2 26,0 26,1 30,8 30,9</p><p>18 21,2 21,3 26,1 26,2 30,9 31,0</p><p>19 21,4 21,5 26,2 26,3 30,9 31,0</p><p>20 21,5 21,6 26,3 26,4 31,0 31,1</p><p>21 21,7 21,8 26,4 26,5 31,1 31,2</p><p>22 21,8 21,9 26,6 26,7 31,2 31,3</p><p>23 22,0 22,1 26,8 26,9 31,3 31,4</p><p>24 22,2 22,3 26,9 27,0 31,5 31,6</p><p>25 22,4 22,5 27,0 27,1 31,6 31,7</p><p>26 22,6 22,7 27,2 27,3 31,7 31,8</p><p>27 22,7 22,8 27,3 27,4 31,8 31,9</p><p>28 22,9 23,0 27,5 27,6 31,9 32,0</p><p>29 23,1 23,2 27,6 27,7 32,0 32,1</p><p>30 23,3 23,4 27,8 27,9 32,1 32,2</p><p>31 23,4 23,5 27,9 28,0 32,2 32,3</p><p>32 23,6 23,7 28,0 28,1 32,3 32,4</p><p>P</p><p>á</p><p>g</p><p>in</p><p>a</p><p>1</p><p>1</p><p>33 23,8 23,9 28,1 28,2 32,4 32,5</p><p>34 23,9 24,0 28,3 28,4 32,5 32,6</p><p>35 24,1 24,2 28,4 28,5 32,6 32,7</p><p>36 24,2 24,3 28,5 28,6 32,7 32,8</p><p>37 24,4 24,5 28,7 28,8 32,8 32,9</p><p>38 24,5 24,6 28,8 28,9 32,9 33,0</p><p>39 24,7 24,8 28,9 29,0 33,0 33,1</p><p>40 24,9 25,0 29,1 29,2 33,1 33,2</p><p>41 25,0 25,1 29,2 29,3 33,2 33,3</p><p>42 25,0 25,1 29,2 29,3 33,2 33,3</p><p>Diagnóstico nutricional inicial - classificação do estado nutricional da</p><p>gestante segundo o IMC por semana gestacional:</p><p>• Baixo peso - quando o IMC for igual ou menor do que os valores apre-</p><p>sentados na coluna correspondente ao baixo peso</p><p>• Normal – quando o IMC observado estiver compreendido na faixa de</p><p>valores da coluna adequado</p><p>• Sobrepeso – quando o IMC observado estiver compreendido na faixa</p><p>de valores da coluna sobrepeso</p><p>• Obesidade - quando o IMC for igual ou maior aos valores apresenta-</p><p>dos na coluna correspondente à obesidade</p><p>Gestação Gemelar</p><p>P</p><p>á</p><p>g</p><p>in</p><p>a</p><p>1</p><p>2</p><p>Quadro 4: Ganho semanal e total para gestação gemelar adulta e ado-</p><p>lescente, segundo IMC pré-gestacional (para gestação de 2 fetos)</p><p>Estado</p><p>nutricional inicial</p><p>(IMC</p><p>kg/m2)*1</p><p>Gan ho de peso (kg) sema-</p><p>nal</p><p>Ganho de</p><p>peso</p><p>total</p><p>(em kg)</p><p>0-20 sem 20-28 sem 28</p><p>sem</p><p>ao parto</p><p>Baixo</p><p>peso</p><p>0,560 –</p><p>0,790</p><p>0,680 –</p><p>0,790</p><p>0,560 22,5-27,9</p><p>Adequado</p><p>0,450 –</p><p>0,680</p><p>0,560 –</p><p>0,790</p><p>0,450 18-24,3</p><p>Sobrepeso</p><p>0,450 –</p><p>0,560</p><p>0,450 –</p><p>0,680</p><p>0,450 17,1-21,2</p><p>Obesidade 0,340 –</p><p>0,450</p><p>0,340 –</p><p>0,560</p><p>0,340 13-17,1</p><p>Fonte: Luke (2005); WHO (1995)</p><p>*1 – Para a classificação do IMC pré-gestacional das gestantes adultas</p><p>e adolescentes, adotar o mesmo procedimento para as gestantes de feto único.</p><p>• Recomendação provisória do Institute of Medicine (2009) para gesta-</p><p>ção gemelar (até o termo), de acordo com a classificação pré-gestacional:</p><p>o Eutrófica: 17-25 kg o Sobrepeso: 14-23 kg</p><p>o Obesas: 11-19 kg</p><p>P</p><p>á</p><p>g</p><p>in</p><p>a</p><p>1</p><p>3</p><p>Cálculo do ganho de peso gestacional proposto</p><p>• Calcular e analisar o ganho de peso gestacional até a data da con-</p><p>sulta: peso pré gestacional- peso atual</p><p>o Idade gestacional (IG) no caso de disponibilidade de IG segundo a</p><p>ultrassonografia (US) e data da última menstruação (DUM) (MS, 2012) conside-</p><p>rar a IG pela US:</p><p>1º trimestre: IG - 0 a 13s e 6d</p><p>2º trimestre: IG - de 14s a 27s e 6d</p><p>3º trimestre: IG - de 28s a 40s</p><p>• Calcular o ganho de peso recomendado, adequando inicialmente a</p><p>velocidade de ganho por semana e posteriormente dentro da faixa de ganho de</p><p>peso total. Caso não seja possível adequar a velocidade por semana e o ganho</p><p>total simultaneamente, ajustar o ganho de peso semanal dentro da faixa de ga-</p><p>nho recomendada conforme o IMC pré-gestacional e dentro da faixa de 0,17 a</p><p>0,58kg/semana.</p><p>• Ganho de peso superior a 3kg/mês, especialmente após a 20ª se-</p><p>mana de gestação merece avaliação detalhada. Avaliar os níveis de pressão ar-</p><p>terial, a presença de edema e de incisura com alteração do fluxo sanguíneo.</p><p>• Para as adolescentes adotar a mesma conduta para cálculo do ganho</p><p>ponderal que as adultas, porém atentando para diferença na classificação do</p><p>estado nutricional antropométrico.</p><p>• Para as adolescentes com idade ginecológica <2 anos, considerá-las</p><p>como de risco nutricional e aumentar o número de consultas. Atenção para o</p><p>crescimento da adolescente e avaliar cuidadosamente o crescimento fetal.</p><p>P</p><p>á</p><p>g</p><p>in</p><p>a</p><p>1</p><p>4</p><p>Avaliação clínica e obstétrica</p><p>• Na avaliação clínica investigar a presença de doenças crônicas, inter-</p><p>corrências gestacionais, sintomatologia digestiva, níveis de pressão arterial (vide</p><p>protocolo assistencial do pré-natal), presença de edema e edema oculto (ganho</p><p>de peso súbito > 3kg mês) e sinais sugestivos de carência nutricional (quadro 5).</p><p>Atenção para os casos de picamalácia - ingestão de substâncias não alimentares</p><p>ou combinações atípicas de alimentos. Tal transtorno alimentar aumenta o risco</p><p>de anemia, intercorrências gestacionais e em gestantes adolescentes, pode as-</p><p>sociar-se com ganho de peso inadequado. Para o diagnóstico da picamalácia,</p><p>aplicar a entrevista abaixo (quadro 6).</p><p>• História obstétrica. Atenção para a história de aborto provocado ou</p><p>espontâneo, que aumenta a chance de cegueira noturna gestacional, Intervalo</p><p>intergestacional <24 meses, planejamento e aceitação da gestação pela ges-</p><p>tante;</p><p>QUADRO 5: SINAIS CLÍNICOS DE CARÊN-</p><p>CIAS NUTRICIONAIS</p><p>Achados Sugestivo de</p><p>P</p><p>á</p><p>g</p><p>in</p><p>a</p><p>1</p><p>5</p><p>Olhos</p><p>Cegueira noturna Deficiência de vitamina</p><p>A</p><p>Palidez conjuntival Anemia</p><p>Vermelhidão e</p><p>fissuras nos epican-</p><p>tos</p><p>Carência de Ribofla-</p><p>vina e Piridoxina</p><p>Xantelasma (peque-</p><p>nas bolsas amareladas ao re-</p><p>dor dos olhos)</p><p>Hiperlipidemia</p><p>Face Seborréia nasolabial Carência de Ribofla-</p><p>vina</p><p>Lábios e Língua Estomatite angular.</p><p>Língua magenta</p><p>Carência de Ribofla-</p><p>vina</p><p>Gengivas Gengivas esponjo-</p><p>sas, que sangram com facili-</p><p>dade, e pequenas hemorra-</p><p>gias cutâneas</p><p>Carência de Vitamina</p><p>C</p><p>Glândulas Bócio – aumento da</p><p>tireóide</p><p>Carência de Iodo</p><p>Palidez cutâneo-mucosa, fraqueza, fadiga ao</p><p>menor esforço físico, susceptibilidade aumentada aos</p><p>processos infecciosos</p><p>Anemia Ferropriva</p><p>P</p><p>á</p><p>g</p><p>in</p><p>a</p><p>1</p><p>6</p><p>Quadro 6: Entrevista para a investigação da picamalácia na gestação</p><p>Tem vontade de ingerir substâncias ou combinações de alimentos</p><p>estranhas durante a gestação?</p><p>1) Sim. Qual(is), frequên-</p><p>cia?_________________________________________________ (2) Não</p><p>Caso a resposta da 1 seja Sim, perguntar: O que sente é vontade ou</p><p>desejo de ingerir tais substân-</p><p>cias?___________________________________________________________</p><p>____________</p><p>Quando sente a vontade de ingerir a substância, realmente a in-</p><p>gere?</p><p>(1) Sim. Frequência, quantidade?</p><p>_______________________________________________ (2) Não</p><p>Esse comportamento já ocorreu em outras gestações ou em perí-</p><p>odos de amamentação anteriores ou mesmo fora da gestação?</p><p>(1) Sim.</p><p>Quando?____________________________________________________ (2)</p><p>Não</p><p>Você sabe o motivo dessa vontade/de-</p><p>sejo?______________________________________________</p><p>Para os casos de respostas positivas, perguntar se a gestante teve pi-</p><p>camalácia fora da gestação.</p><p>P</p><p>á</p><p>g</p><p>in</p><p>a</p><p>1</p><p>7</p><p>AVALIAÇÃO FUNCIONAL PARA DEFICIÊNCIA DE VITAMINA A</p><p>Adotar a entrevista para Cegueira Noturna (XN) em todas as consul-</p><p>tas</p><p>1- Dificuldade para enxergar durante o dia?</p><p>Se Sim, investigar os casos diagnosticados de miopia, hipermetropia</p><p>ou outros. Atenção para diagnosticar o início do sinal ocular.</p><p>2- Dificuldade para enxergar com pouca luz ou à noite?</p><p>Explicar à entrevistada que se trata de dificuldade de visão com pouca</p><p>luminosidade (ex. dificuldade para caminhar no escuro e reconhecer objetos e</p><p>pessoas, limitação da rotina). Outro recurso que pode ser adotado é utilizar como</p><p>referência à capacidade de visão noturna antes e durante o período gestacional</p><p>e indagar se houve alteração nesse padrão individual. Investigar quando come-</p><p>çou a apresentar o sintoma e, investigar se ocorreu na última gestação ou lacta-</p><p>ção, ou se iniciou na gestação atual, na fase adulta, etc. Atenção para diagnos-</p><p>ticar o período de ocorrência do sintoma ocular (início e término), em semanas</p><p>ou meses.</p><p>3- Tem XN?</p><p>Investigar se a entrevistada acha que tem XN, definida como dificul-</p><p>dade de visão à noite ou com pouca luminosidade. Atenção para a estimativa de</p><p>tempo de ocorrência.</p><p>A XN é diagnosticada quando houver dificuldade para enxergar ao</p><p>anoitecer ou à noite, mas quando não for relatada dificuldade para enxergar du-</p><p>rante o dia, ou seja, quando a resposta para a pergunta 1 for NÃO e a resposta</p><p>para a pergunta 2 e/ou 3 for SIM.</p><p>P</p><p>á</p><p>g</p><p>in</p><p>a</p><p>1</p><p>8</p><p>• Os determinantes da XN em gestantes adultas do Rio de Janeiro são:</p><p>local de moradia (não residir na Zona Sul, áreas de menor cobertura de sanea-</p><p>mento básico, maior densidade demográfica e menor renda familiar per capita),</p><p>pequeno número de consultas com o nutricionista e/ou início tardio do acompa-</p><p>nhamento nutricional, história de aborto e anemia no 1º. ou 2º. trimestre de ges-</p><p>tação. O fator associado com a XN em gestantes adolescentes do Rio de Janeiro</p><p>é o uso de cigarro e álcool na gestação (Saunders e Leal, 2014).</p><p>• Recomenda-se a investigação da XN em todas as consultas de pré-</p><p>natal e em todas as gestantes especialmente dentre as que apresentam as ca-</p><p>racterísticas descritas acima (Saunders e Leal, 2014).</p><p>• Para confirmar o diagnóstico, nos casos de XN, proceder a avaliação</p><p>dietética, investigando o consumo de alimentos fonte de vitamina A (fígado, ve-</p><p>getais verdes, alaranjados, derivados de leite integral) e, solicitar ao médico as-</p><p>sistente a dosagem de retinol sérico que será feita no Laboratório conveniado.</p><p>AVALIAÇÃO SOCIODEMOGRÁFICA</p><p>• Avaliar as</p><p>características:</p><p>o Cor da pele – destaque para a cor não branca, que pode associar-se</p><p>com resultados perinatais indesejáveis o Grau de escolaridade, anos de atraso</p><p>escolar (adolescentes) - destaque para a baixa escolaridade e anos de atraso</p><p>escolar, que pode associar-se com menor número de consultas de pré-natal e</p><p>resultados indesejáveis</p><p>o Naturalidade – influencia nos hábitos alimentares</p><p>o Profissão/ocupação – atenção para a carga horária e tipo de ativi-</p><p>dade laboral</p><p>o Situação marital – a falta do apoio do companheiro pode associar-</p><p>se com resultados perinatais indesejáveis o Número de pessoas da família e</p><p>P</p><p>á</p><p>g</p><p>in</p><p>a</p><p>1</p><p>9</p><p>renda familiar per capita - grande número de pessoas na família associase com</p><p>menor renda per capita. o Condições de saneamento da moradia – atenção</p><p>para água encanada, esgoto e coleta de lixo. A falta de um destes serviços es-</p><p>senciais representa condições inadequadas de saneamento, que pode associar-</p><p>se com piores condições sociodemográficas.</p><p>Avaliação bioquímica e dos exames complementares</p><p>Os parâmetros utilizados estão descriminados no protocolo de Pré-Na-</p><p>tal da Maternidade Escola (vide protocolo específico).</p><p>Avaliação Dietética</p><p>• Investigar a composição das refeições, local e horários adotados. Ve-</p><p>rificar a freqüência de consumo dos alimentos e quantificar, pelo menos, o ali-</p><p>mento de consumo mais freqüente de cada grupo (método freqüência de con-</p><p>sumo semi-quantitativo ou anamnese alimentar);</p><p>• Investigar o uso de adoçante (tipo/quantidade) produtos dietéticos, re-</p><p>frigerantes, doces, frituras e outros erros alimentares;</p><p>• Observar a adesão às orientações nutricionais, de acordo com os cri-</p><p>térios: quantidade, qualidade, adequação do ganho de peso (considerar como</p><p>adequado, o ganho de peso semanal observado em cada consulta de pré-natal</p><p>dentro da faixa recomendada para cada categoria de IMC pré-gestacional, e pa-</p><p>drão das refeições (nº, horário e intervalo entre as refeições).</p><p>P</p><p>á</p><p>g</p><p>in</p><p>a</p><p>2</p><p>0</p><p>RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS – Energia e Proteínas</p><p>O cálculo do Valor Energético Total (VET) deve ser feito com base na</p><p>avaliação nutricional antropométrica cuidadosa, considerando-se as</p><p>recomendações da FAO/WHO, 2004, segundo a idade materna.</p><p>• Cálculo das exigências energéticas na gestação, para gestantes</p><p>adultas:</p><p>o 1º passo: Avaliação do estado nutricional da gestante e determinação</p><p>do ganho de peso recomendável até a 40ª semana gestacional.</p><p>o 2º passo: Calcular o VET da dieta a partir do Gasto Energético (GE)</p><p>somado ao adicional requerido para o ganho de peso gestacional.</p><p>Cálculo da Taxa Metabólica Basal (TMB ) (FAO/OMS, 2004), segundo</p><p>a idade materna:</p><p>10 a 18 anos --> TMB (kcal/dia) = 13,384P (kg) +692,6</p><p>18 A 30 ANOS —> TMB (KCAL/DIA) = 14,818P (KG) + 486,6</p><p>30 A 60 ANOS—> TMB (KCAL/DIA) = 8,126P (KG) + 845,6</p><p>Observações:</p><p>O peso aceitável/desejável pode ser obtido a partir do IMC aceitável ou</p><p>desejável que varia de 18,5 a 24,9 kg/m2 para mulheres adultas ou pela adoção</p><p>da mediana de IMC de 21 kg/m2, sugerido para a população feminina em geral</p><p>(FAO, 2004).</p><p>P</p><p>á</p><p>g</p><p>in</p><p>a</p><p>2</p><p>1</p><p>Situações:</p><p>o Para o cálculo da TMB para gestantes com IMC pré-gestacional nor-</p><p>mal: usar o peso aceitável/desejável ou o peso pré-gestacional. o Mulheres de</p><p>baixo peso pré-gestacional: usar o peso aceitável/desejável. Em caso de mulhe-</p><p>res com IMC prégestacional muito baixo (distante da mediana 21 kg/m2), pode-</p><p>se realizar o cálculo do peso desejável/aceitável com base no IMC desejável</p><p>mínimo – 18,5 kg/m2. o Mulheres com sobrepeso ou obesas: usar o peso pré-</p><p>gestacional</p><p>Nível de Atividade física (NAF) para adultas (FAO/WHO, 2004)</p><p>● Seguir as recomendações da FAO/WHO, 2004. Considera-se que va-</p><p>lores de NAF >2,40 são difíceis de serem mantidos por longo período. Valores</p><p>de NAF extremamente baixos só devem ser adotados em situações especiais,</p><p>pois, não são compatíveis com a saúde dos indivíduos. O valor de NAF mínimo</p><p>recomendado pelo comitê é 1,4 para intervenções a curto prazo.</p><p>Cálculo das exigências energéticas na gestação,</p><p>para gestantes adolescentes</p><p>● A primeira etapa do procedimento é a mesma que para gestantes</p><p>adultas, sendo que deve-se considerar a energia necessária para o crescimento</p><p>durante a gestação, multiplicando o GE por 1.01.</p><p>● Cálculo do peso aceitável/desejável: pode ser obtido aplicando-se a</p><p>fórmula abaixo, considerando a mediana (ou P50) de IMC para a idade de meni-</p><p>nas em anos e meses (OMS 2007)</p><p>IMC = Peso (kg)</p><p>P</p><p>á</p><p>g</p><p>in</p><p>a</p><p>2</p><p>2</p><p>Estatura 2 (m)</p><p>Logo para o cálculo do peso desejável, pode-se aplicar a fórmula:</p><p>P(kg) = IMC x E2(m)</p><p>● O nível atividade física (NAF) para adolescentes deverá ser calculado,</p><p>segundo a idade pela recomendação da FAO/OMS, 2004.</p><p>Valor energético total da dieta (VET) = Taxa metabólica basal (TMB)</p><p>x NAF = gasto energético (GE). VET= GE + adicional energético gestacional</p><p>Cálculo das exigências energéticas na gestação visando ganho de</p><p>peso individualizado</p><p>Para um ganho ponderal gestacional de 12kg são necessárias</p><p>77000kcal, logo: 1 kg 6417 kcal.</p><p>• Obtido o total de kcal necessárias para o ganho de peso desejado,</p><p>dividir o valor pelo número de dias que faltam até o termo (40ª semana) e adici-</p><p>onar ao valor obtido com o cálculo da GE.</p><p>Distribuição percentual dos macronutrientes em relação ao VET</p><p>(% kcal, WHO, 2003; IOM, 2005): adultas e adolescentes sem morbidades:</p><p>• Carboidratos 55-75%</p><p>• Fibras >25g/d</p><p>• Açúcar de adição <10%</p><p>• Proteínas 10 -15%</p><p>• Lipídios 15-30%, evitar ácidos graxos trans e lipídios saturados</p><p>P</p><p>á</p><p>g</p><p>in</p><p>a</p><p>2</p><p>3</p><p>Recomendações de Proteínas</p><p>● Gestação: para ganho de peso de 12,5kg, concepto de 3,3kg, arma-</p><p>zenamento estimado de 925g ou 3,3g/dia durante as 40 semanas gestacionais.</p><p>Taxa de armazenamento maior na segunda metade da gestação (20% no 2º. T,</p><p>80% no 3º. T).</p><p>• IOM (2002) e FAO (2007): 1g/kg/dia + 1g (1º. T), 9g (2º. T) e 31g/dia</p><p>(3º. T)</p><p>• ANVISA (MS, 2005): 1,1g/kg/d ou + 25g/d - total de 71g/d</p><p>• Gestação gemelar FAO (2007): + 50g/dia a partir da 20a. semana</p><p>gestacional e + 1000kcal, além das</p><p>recomendações previstas para as mulheres de gestação de feto único.</p><p>o ADA (1989): < 15 anos: 1,7g/kg/dia de peso ideal</p><p>> 15 anos: 1,5g/kg/dia de peso ideal</p><p>Recomendações de Vitaminas e Minerais</p><p>P</p><p>á</p><p>g</p><p>in</p><p>a</p><p>2</p><p>4</p><p>• Os valores de ingestão recomendados correspondem às Dietary Re-</p><p>ference Intakes (DRI) ou ingestão dietética de referência (IDR) propostas pelo</p><p>IOM, (1997; 2001), para todas as gestantes.</p><p>• A suplementação de micronutrientes prevista obrigatoriamente no</p><p>pré-natal da Unidade (ver capítulo do prénatal), conforme recomendação do Mi-</p><p>nistério da Saúde (2012):</p><p>• Ferro e Ácido fólico: Recomenda-se a suplementação de 40mg/dia de</p><p>ferro elementar (200mg de sulfato ferroso)+ 5mg de ácido fólico a partir da 20ª</p><p>semana de gestação. Orienta-se que a ingestão seja realizada uma hora antes</p><p>das refeições. A suplementação de ferro deve ser mantida no pós-parto e no</p><p>pós-aborto por 3 meses.</p><p>• Folato periconcepcional: Deve ser usado rotineiramente pelo menos</p><p>dois meses antes e nos dois primeiros meses da gestação. Esta informação deve</p><p>ser difundida por programas educacionais de saúde. Mulheres que tiveram fetos</p><p>ou neonatos com defeitos abertos do tubo neural têm que usar folato continua-</p><p>mente se ainda planejarem engravidar.</p><p>P</p><p>á</p><p>g</p><p>in</p><p>a</p><p>2</p><p>5</p><p>• A necessidade de suplementação de múltiplos micronutrientes tem</p><p>sido discutida individualmente,</p><p>assim como a suplementação isolada de outros</p><p>nutrientes como cálcio e vitamina A.</p><p>•</p><p>CONDUTA NUTRICIONAL</p><p>PRIMEIRA CONSULTA</p><p>• Orientação nutricional individualizada e detalhada, adequando as</p><p>condições socioeconômicas, com ênfase nas porções e na lista de substituição</p><p>dos alimentos, objetivando o ganho de peso recomendado e a prevenção e tra-</p><p>tamento das carências nutricionais específicas;</p><p>• Orientar o maior fracionamento da dieta, com menor volume (prefe-</p><p>rencialmente 5-6 refeições ao dia)</p><p>• Orientações específicas para sinais e sintomas digestivos, intolerân-</p><p>cias alimentares, se presentes e para correções de práticas alimentares errôneas</p><p>identificadas na anamnese alimentar;</p><p>• Orientação específica para as intercorrências, morbidades crônicas e</p><p>carências nutricionais caso presentes;</p><p>P</p><p>á</p><p>g</p><p>in</p><p>a</p><p>2</p><p>6</p><p>• Desestimular o consumo de alimentos gordurosos, frituras, alimentos</p><p>processados e o consumo de preparações concentradas em glicídios simples</p><p>como doces, balas, refrigerante e pastelarias (BRASIL, 2014).</p><p>• Orientação para que sejam evitados alimentos ultraprocessados (for-</p><p>mulações industriais tais como: vários tipos de biscoitos, sorvetes e guloseimas</p><p>em geral, sopas, macarrão e temperos instantâneos, molhos, salgadinhos de pa-</p><p>cote, embutidos, refrigerantes e refrescos, produtos congelados e próprios para</p><p>aquecimento entre outros (BRASIL, 2014).</p><p>• Estimular a atividade física habitual, caso não haja contraindicação</p><p>obstétrica;</p><p>• Para prevenção ou tratamento de anemia desestimular o consumo de</p><p>café, chá, mate, refrigerante, leite e derivados e alimentos ricos em fibras (farelos</p><p>ou integrais) junto às grandes refeições. Estimular o consumo de frutas ricas em</p><p>vitamina C junto às grandes refeições na forma de sucos ou sobremesa;</p><p>• No caso de cegueira noturna recomendar o uso de bife de fígado bo-</p><p>vino (100g) uma vez por semana e aumentar o consumo de derivados do leite,</p><p>ovo, folhosos verdes e vegetais alaranjados. O uso do bife de fígado semanal-</p><p>mente também é indicado para prevenir ou tratar anemia (1 bife médio1x /se-</p><p>mana no A ou J).</p><p>• Orientar a ingestão de no mínimo 2 litros água ao dia, no intervalo das</p><p>refeições;</p><p>• Consumo moderado de café, chá preto e mate, (no máximo 300mg</p><p>de cafeína/dia)</p><p>• Evitar o fumo e uso de bebidas alcoólicas</p><p>• Investigar tabus, crenças e experiências anteriores relacionadas com</p><p>o aleitamento materno.</p><p>• Incentivo ao aleitamento materno e orientações das técnicas de</p><p>acordo com as diretrizes do MS, 2012.</p><p>P</p><p>á</p><p>g</p><p>in</p><p>a</p><p>2</p><p>7</p><p>CONSULTAS SUBSEQUENTES</p><p>• Revisão do prontuário.</p><p>• Avaliação do ganho de peso até a data da consulta atual, reavaliação</p><p>do cálculo do ganho de peso recomendado até a 40ª semana e caso necessário</p><p>recalcular o VET.</p><p>• Anamnese alimentar detalhada.</p><p>• Investigação de sinais e sintomas digestivos e da função intestinal,</p><p>picamalácia, cegueira noturna.</p><p>• Acompanhamento dos exames laboratoriais e complementares.</p><p>• Esclarecer as dúvidas. Orientação nutricional.</p><p>• Incentivo ao aleitamento materno.</p><p>Consumo de edulcorantes:</p><p>• De acordo com a Associação Americana de Diabetes (ADA) e a Food</p><p>and Drug Administration (FDA), os edulcorantes aprovados podem ser utilizados</p><p>pela população em geral incluindo as gestantes. Porém como cautela, o serviço</p><p>de nutrição prescreve os adoçantes artificiais, com moderação, apenas em casos</p><p>de diabetes na gestação. Nos casos de obesidade e pós cirurgia bariátrica a</p><p>avaliação da necessidade do uso dos edulcorantes fica a critério do nutricionista</p><p>em conjunto com a gestante. Os edulcorantes recomendados neste caso são os</p><p>P</p><p>á</p><p>g</p><p>in</p><p>a</p><p>2</p><p>8</p><p>aprovados pelo comitê da ADA (adoçantes e produtos diet/light à base de sucra-</p><p>lose, aspartame, acessulfame K, sacarina sódica e neotame). Vide protocolo de</p><p>gestante com diabetes.</p><p>CONDUTA NUTRICIONAL NAS GESTANTES ADOLESCENTES</p><p>● Mesmo protocolo da conduta nutricional para as gestantes adultas,</p><p>devendo-se reforçar as seguintes orientações: o Esclarecer quanto à importância</p><p>do ganho de peso gestacional adequado, visando melhorar o resultado obstétrico</p><p>e permitir o crescimento linear materno.</p><p>o Esclarecer à adolescente os benefícios da alimentação equilibrada</p><p>para atender às necessidades materno-fetais e contribuir para a lactação;</p><p>o Desencorajar o consumo regular de “fast foods” e lanches rápidos em</p><p>substituição, principalmente, às grandes refeições;</p><p>o Considerar no planejamento de lanches rápidos, os grupos básicos</p><p>de alimentos; o Estimular o uso de alimentos fortificados;</p><p>• O nutricionista participa do grupo multiprofissional específico para</p><p>adolescentes do ambulatório de pré-natal. Além das consultas individuais a ges-</p><p>tante adolescente recebe orientações nutricionais no grupo.</p><p>P</p><p>á</p><p>g</p><p>in</p><p>a</p><p>2</p><p>9</p><p>•</p><p>•</p><p>CONDUTA NUTRICIONAL NOS CASOS DE GANHO DE PESO IN-</p><p>SUFICIENTE</p><p>• Investigar possíveis causas, atenção para sinais e sintomas digesti-</p><p>vos, infecções e problemas familiares. Corrigir erros alimentares</p><p>• Na consulta de retorno: conforme a avaliação dietética, caso a alimen-</p><p>tação seja adequada (com todos os grupos presentes), recalcular o VET. Inves-</p><p>tigar se a gestante não aumentou a carga de trabalho ou de suas atividades</p><p>diárias e analisar a utilização de outros valores de NAF.</p><p>• Adequar a dieta conforme queixas, situações patológicas e condição</p><p>socioeconômica.</p><p>• Aumentar a ingestão de líquidos entre as refeições.</p><p>• Avaliar a prescrição de suplementos/complementos nutricionais.</p><p>P</p><p>á</p><p>g</p><p>in</p><p>a</p><p>3</p><p>0</p><p>• Orientar quanto aos tabus alimentares.</p><p>• Esclarecer quanto ao ganho de peso recomendado. Em caso de ati-</p><p>vidade física intensa, orientar a redução desta.</p><p>CASOS DE GANHO DE PESO EXCESSIVO</p><p>• Calcular o VET correspondente ao ganho de peso esperado (NUNCA</p><p>PROMOVER PERDA DE PESO).</p><p>• Investigar possíveis causas, atenção para sinais e sintomas digesti-</p><p>vos, infecções e problemas familiares. Corrigir erros alimentares</p><p>• Na avaliação dietética, atenção para o consumo de alimentos muito</p><p>calóricos. Corrigir os erros alimentares. Desestimular o consumo de alimentos</p><p>gordurosos, evitar frituras, preparações concentradas em glicídios simples (do-</p><p>ces, balas, refrigerantes, pastelarias)</p><p>• Reforçar a orientação da lista de substituições de alimentos, com ên-</p><p>fase nas quantidades e tamanho das porções.</p><p>• Adequar a dieta conforme queixas, situações patológicas e condição</p><p>socioeconômica. Preferir alimentos em preparações simples, assados, cozi-</p><p>dos, ensopados, grelhados.</p><p>• Aumentar a ingestão de vegetais e frutas, de preferência crus e como</p><p>entrada.</p><p>P</p><p>á</p><p>g</p><p>in</p><p>a</p><p>3</p><p>1</p><p>• Atenção para a quantidade de óleo e azeite em saladas. Utilizar ape-</p><p>nas a quantidade prescrita. Preferir vinagre, limão, sal, cheiro verde, salsa, ervas.</p><p>• O uso de açúcar deve ser restrito para adoçar líquidos, e o valor ener-</p><p>gético deve ser considerado no valor energético total da dieta. O uso de adoçan-</p><p>tes e produtos dietéticos deve ser restrito para casos de diabetes na gestação</p><p>ou conforme avaliação individual feita pelo nutricionista.</p><p>• Estimular a atividade física habitual, desde que não haja contra-indi-</p><p>cação médica. Aumentar a ingestão de líquidos entre as refeições.</p><p>ORIENTAÇÕES NUTRICIONAIS EM SITUAÇÕES ESPECÍFICAS</p><p>MAIS COMUNS NA GESTAÇÃO</p><p>• Anemia o Desestimular o consumo de café, chá, mate, refrigerante,</p><p>leite e derivados e alimentos ricos em fibras (farelos) junto às grandes refeições.</p><p>o Estimular o consumo de frutas ricas em vitamina C junto às grandes</p><p>refeições. o Estimular o consumo de alimentos fontes de ferro como: carnes,</p><p>vegetais verde-escuros, leguminosas, bife de fígado (100g) uma vez por se-</p><p>mana.</p><p>o Estimular o uso de alimentos fortificados com ferro.</p><p>o Estimular a adesão ao esquema</p><p>de suplementação de ferro prescrito</p><p>pelo obstetra, de acordo com o protocolo da Instituição.</p><p>o De acordo com o MS (2012):</p><p> Hemoglobina < 11 g/dl e > 8 g/dl: diagnóstico de anemia leve</p><p>a moderada; hemoglobina < 8 g/dl: diagnóstico de anemia grave.</p><p> A suplementação para o tratamento de anemia é prescrita pelo</p><p>médico obstetra de acordo com o protocolo assistencial da Instituição (ver capí-</p><p>tulo de Assistência Pré-natal)</p><p>P</p><p>á</p><p>g</p><p>in</p><p>a</p><p>3</p><p>2</p><p>Cegueira Noturna (XN)</p><p>o Para prevenir a XN, caso a gestante não utilize as fontes alimentares,</p><p>indicar a suplementação de vitamina A, dentro do limite considerado seguro para</p><p>as mulheres na idade fértil e gestantes em qualquer período da gestação (SAU-</p><p>NDERS e LEAL, 2014):</p><p>o Recomendar o consumo de 1 bife pequeno de fígado (100g), com a</p><p>freqüência de uma vez por semana, em uma das refeições (almoço ou jantar).</p><p>o Estimular também o consumo de derivados de leite integral, ovo, fo-</p><p>lhosos verde-escuros e vegetais alaranjados; alimentos regionais ricos em vita-</p><p>mina A, azeite de dendê. Atenção para a Ingestão dietética de referência (IDRs),</p><p>que preconizam a ingestão dietética recomendada e a ingestão máxima segundo</p><p>o Institute of Medicine (2001), que são descritas no quadro X.</p><p>o Investigar a anemia gestacional e estimular a adesão ao esquema de</p><p>suplementação prescrito para a prevenção ou tratamento da anemia. A correção</p><p>da anemia pode melhorar o estado nutricional de vitamina A da gestante. o A</p><p>prevenção deve ser feita para todas as gestantes, especialmente para as adultas</p><p>e adolescentes com maior chance de desenvolver XN, conforme descrito em ob-</p><p>servações.</p><p>o Desestimular o uso de cigarro e álcool na gestação.. o Estimular a</p><p>preferência por alimentos fortificados com vitamina A.</p><p>o A suplementação de vitamina A não é recomendada pela WHO (2011)</p><p>na atenção pré-natal para a prevenção da morbimortalidade materna e infantil.</p><p>o Contudo, em áreas onde a deficiência de vitamina A (DVA) é um grave</p><p>problema de saúde pública (populações onde a prevalência de XN é de 5% ou</p><p>mais em mulheres grávidas ou 5% ou mais em crianças 24-59 meses de idade),</p><p>a suplementação de vitamina A é recomendada durante a gravidez para a pre-</p><p>venção da XN gestacional (WHO, 2011).</p><p>o O esquema de suplementação de vitamina A seguro para as gestan-</p><p>tes é:</p><p>o Dose máxima: dose diária de até 10.000UI de vitamina A ou dose se-</p><p>manal: até 25 000 UI de vitamina A.</p><p>P</p><p>á</p><p>g</p><p>in</p><p>a</p><p>3</p><p>3</p><p>o Via de administração: Oral líquida, preparação à base de óleo ou pre-</p><p>paração de palmitato de retinil ou acetato de retinil.</p><p>o Duração mínima de suplementação: 12 semanas durante a gravidez</p><p>até o parto e, preferencialmente após a 9ª semana de gestação. A gestante deve</p><p>ser orientada quanto ao risco de má formação associado ao uso de dose exces-</p><p>siva de vitamina A.</p><p>o Tratamento da XN gestacional (Saunders e Leal, 2014):</p><p> Nos casos de XN diagnosticada pela entrevista, ou a presença</p><p>de sinais clínicos da xeroftalmia, investigar a ingestão dietética habitual de ali-</p><p>mentos fonte de vitamina A e, se possível, confirmar o diagnóstico da DVA com</p><p>a dosagem do retinol sérico (<1,05mol/L – DVA), antes do início da intervenção</p><p>(Tempo 0 - TO) e 4 semanas após o uso da suplementação (T4).</p><p> Para o tratamento da XN gestacional em mulheres na idade</p><p>reprodutiva, a recomendação é de suplementação de vitamina A com dose diária</p><p>oral de 5.000-10.000UI de vitamina A por 4 semanas ou dose semanal de</p><p>25.000UI. A dose semanal não pode exceder a 25.000UI (WHO, 1997). As outras</p><p>medidas descritas para a prevenção da XN também devem ser implementadas.</p><p> Atenção deve ser dada para as gestantes com idade gestacio-</p><p>nal entre 15 e 60 dias pós-concepção, pois, trata-se do período de maior vulne-</p><p>rabilidade para malformações (OMS, 2001). Para estes casos, a orientação deve</p><p>ser reforçada para minimizar o risco da gestante usar uma dose excessiva de</p><p>vitamina A.</p><p>P</p><p>á</p><p>g</p><p>in</p><p>a</p><p>3</p><p>4</p><p>Quadro 7: Recomendação de Ingestão de Vitamina A para gestantes</p><p>Faixa etá-</p><p>ria</p><p>Recomenda-</p><p>ção do Consumo</p><p>Alimentar (Re-</p><p>commended</p><p>Dietary Al-</p><p>lowance- RDA, µg)</p><p>Limite Superior Tolerável de</p><p>Ingestão (Tolerable Upper Intake Le-</p><p>vel – UL, µg)</p><p>≤ 18 anos 750 2800</p><p>19 – 30</p><p>anos</p><p>770 3000</p><p>31 – 50</p><p>anos</p><p>770 3000</p><p>* 1µg = 3,33 UI.</p><p>Náuseas e vômitos:</p><p>o Orientar a gestantes que são sintomas comuns no início da gestação;</p><p>o Dieta fracionada com menor volume:</p><p>o Evitar frituras, alimentos gordurosos e alimentos com odor forte ou</p><p>desagradável ou os que causem desconforto/intolerância. o Modificar o tempero</p><p>P</p><p>á</p><p>g</p><p>in</p><p>a</p><p>3</p><p>5</p><p>das preparações. Evitar o uso de condimentos picantes, preferir temperos sua-</p><p>ves; o Preferir alimentos sólidos pela manhã e ricos em glicídios (biscoitos tipo</p><p>cracker, torradas, iogurte gelado entre outros).</p><p>o Ingerir água para evitar a desidratação e acidose metabólica, nos in-</p><p>tervalos das refeições. o Dar preferência para preparações à temperatura fria ou</p><p>gelada e preferir frutas com caldo</p><p>o Evitar a monotonia alimentar, variando a alimentação e orientar para</p><p>que a gestante evite deitar-se após as grandes refeições (almoço e jantar).</p><p>Hiperêmese</p><p>o Explicar a gestante que são vômitos persistentes que dificultam a ali-</p><p>mentação;</p><p>o Além das orientações dietéticas para náuseas e vômitos (ver item an-</p><p>terior), alterar a consistência da dieta para liquida gelada ou pastosa de acordo</p><p>com a tolerância;</p><p>o Monitorar cuidadosamente a evolução ponderal e avaliar a indicação</p><p>de suplemento nutricional.</p><p>o Avaliar a necessidade de encaminhar para acompanhamento psico-</p><p>lógico.</p><p>Pirose</p><p>o Indicar dieta fracionada (5-6 refeições por dia), com menor volume.</p><p>o Elevar a cabeceira da cama e evitar deitar-se após as grandes refei-</p><p>ções.</p><p>o Evitar café, chá, mate, álcool, fumo, doces, frituras, pastelarias, ali-</p><p>mentos gordurosos, embutidos e pimenta.</p><p>o Excluir/substituir alimentos que causem desconforto/intolerância.</p><p>Sialorréia ou Ptialismo (Salivação excessiva)</p><p>o Explicar à gestante que se trata de sinal comum na gestação; o Indi-</p><p>car dieta fracionada (5-6 refeições por dia), com menor volume; o Orientar para</p><p>deglutir a saliva; o Orientação semelhante à indicada para náuseas e vômitos.</p><p>P</p><p>á</p><p>g</p><p>in</p><p>a</p><p>3</p><p>6</p><p>Fraquezas e Desmaios</p><p>o Indicar dieta fracionada (5-6 refeições por dia), com menor volume. o</p><p>Evitar o jejum prolongado e um intervalo grande entre as refeições, visando pre-</p><p>venir a hipoglicemia e a hipotensão.</p><p>o O sal da dieta deverá ser usado na quantidade normal de acordo com</p><p>as recomendações dos comitês nacionais e internacionais, com exceção em ca-</p><p>sos de hipertensão crônica que devem ser avaliados individualmente.</p><p>Picamalácia</p><p>o Conversar com a gestante, investigando problemas emocionais ou</p><p>familiares que possam estar associados e tentar convencê-la a substituir essa</p><p>prática pela ingestão de alimentos de sua preferência.</p><p>o Esclarecer que as substâncias não alimentares podem contribuir para</p><p>o agravo da anemia e interferir na absorção de nutrientes ou mesmo acarretar</p><p>doenças (parasitoses por exemplo).</p><p>Cãimbras</p><p>o Recomendar o consumo de alimentos fontes de potássio (água de</p><p>coco, banana, laranja entre outros), cálcio e vitamina B1;</p><p>o Evitar a prática de exercícios em excesso.</p><p>Constipação Intestinal e flatulência:</p><p>o Aumentar a ingestão de fibras: frutas laxativas (mamão, ameixa, la-</p><p>ranja entre outras) e as demais com bagaço; vegetais de preferência crus.</p><p>o Estimular o consumo de produtos integrais (cereais, pães, biscoitos,</p><p>farinhas).</p><p>P</p><p>á</p><p>g</p><p>in</p><p>a</p><p>3</p><p>7</p><p>o Estimular o consumo de farelo de trigo ou aveia. Iniciar com 1 colher</p><p>de chá e</p><p>aumentar conforme a tolerância, chegando até a 2 colheres de sopa/dia,</p><p>pois, casos de distensão abdominal são descritos no início do tratamento. Pode-</p><p>se recomendar farelos, ou alimentos industrializados à base de fibras, porém,</p><p>considerar o valor energético e a presença de edulcorantes artificiais.</p><p>o Orientar para o uso das fibras junto com líquidos e fora do horário do</p><p>almoço e jantar, pois podem interferir na absorção do ferro. A gestante deve ser</p><p>orientada de que o efeito da fibra é eficaz e se faz com o uso prolongado. Não</p><p>sendo medicação, não se observa resultado imediato. o Observar a tolerância a</p><p>alimentos flatulentos (alho, batata-doce, brócolis, cebola, couve, couve-flor, ervi-</p><p>lha, feijão, milho, ovo, rabanete, repolho, entre outros). Evitar o sedentarismo,</p><p>para regularizar o hábito intestinal. Orientar para o atendimento do reflexo retal.</p><p>o Orientar a ingestão mínima de 2 litros de água por dia.</p><p>o Mastigar bem os alimentos, evitar falar durante as refeições e comer</p><p>devagar e fazer as refeições em ambiente calmo.</p><p>Hemorróidas:</p><p>o Indicar dieta para evitar obstipação intestinal. o Evitar papel higiênico</p><p>colorido ou áspero.</p><p>o Fazer higiene perianal com água e sabão neutro, após a defecação.</p><p>Sensação de plenitude</p><p>o Ajustar a alimentação conforme a tolerância, evitando grandes volu-</p><p>mes por refeição, aumentando o fracionamento;</p><p>o Modificar a consistência das preparações para branda ou pastosa,</p><p>principalmente no jantar e ceia, caso os sintomas sejam intensos;</p><p>o Indicar complemento nutricional caso o valor energético da dieta não</p><p>seja alcançado.</p><p>o Evitar alimentos gordurosos e que causem irritação gástrica; o Evitar</p><p>deitar após a refeição; o Orientar para preferir roupas amplas e confortáveis.</p><p>P</p><p>á</p><p>g</p><p>in</p><p>a</p><p>3</p><p>8</p><p>Pureperio</p><p>O período puerpério se inicia logo após o parto, cesso de aleitamento</p><p>materno. No entanto, é uma etapa sendo uma fase de transição de mudanças</p><p>físicas e psi- envolvida por crenças populares, interferência familiar cológicas. A</p><p>mulher se encontra em um momento de e a cultura regional. Importante ressaltar</p><p>que essa fase labilidade emocional de influências externas sobre a de transição</p><p>não se aplica somente em mulheres que tiveram seus filhos, sendo também as</p><p>acometidas pelo aborto.</p><p>A nutrição se ocupa em adequar as recomendações nutricionais dos</p><p>indivíduos nas diversas fases do ciclo da vida. Porém, estudos realizados em</p><p>diferentes regiões do Brasil, revelam que no período puerpério as práticas ali-</p><p>mentares de mulheres são permeadas por crenças, prescrições e proibições</p><p>(TRIGO et al, 1989 apud BAIÃO; DESLANDES, 2006).</p><p>O incentivo para uma alimentação adequada deve acontecer desde o</p><p>pré-natal e deve ser reforçado no pós-parto, uma vez que a nutrição desequili-</p><p>brada pode ter consequências no organismo da puérpera, sendo uma delas a</p><p>constipação intestinal (VIEIRA et al, 2010).</p><p>No Brasil, tem-se necessidade de melhorar o acompanhamento do pré-</p><p>natal e principalmente do pós-parto. Neste período, as ações visam mais em</p><p>assegurar o aleitamento materno. No período do pós-parto, as mães são geral-</p><p>P</p><p>á</p><p>g</p><p>in</p><p>a</p><p>3</p><p>9</p><p>mente orientadas a aumentar a ingestão energética para suprir o custo da lacta-</p><p>ção. Sendo no puerpério onde ocorre manifestações involutivas e de modifica-</p><p>ções locais e sistêmicas provocadas pela gravidez e parto (CASTRO; KAC; SI-</p><p>CHIERI, 2009).</p><p>Durante a fase puerpério torna-se fundamental uma orientação dieté-</p><p>tica adequada que assegure a perda de peso e, consequentemente, o retorno</p><p>ao peso pré-gestacional, atendendo tanto às necessidades maternas como o</p><p>crescimento e desenvolvimento do bebê (CASTRO; KAC; SICHIERI, 2009).</p><p>O consumo energético é um importante determinante do ganho de peso</p><p>durante a gestação que, por sua vez, é um dos fatores que sistematicamente</p><p>vem apresentando associação positiva com a retenção de peso pós-parto e obe-</p><p>sidade materna. Quantificar o consumo nutricional, principalmente o energético,</p><p>durante a gestação e pós-parto é fundamental para contribuir para o esclareci-</p><p>mento de uma questão tão relevante, complexa e multifatorial como a obesidade</p><p>(LACERDA et al, 2007).</p><p>As puérperas devem observar que os cuidados com sua alimentação</p><p>no pós-parto são tão importantes quanto na época em que estavam grávidas.</p><p>Também como lactante é importante pensar não só nas suas necessidades, mas</p><p>também nas necessidades do bebê. A dieta pós-gravidez resume-se na alimen-</p><p>tação balanceada, diversificada capaz de suprir as suas exigências nutricionais</p><p>e ingestão de água.</p><p>O objetivo do presente estudo é apresentar o tema Atenção Nutricional</p><p>Materno-infantil no Puerpério através de levantamento bibliográfico.</p><p>MATERIAIS E MÉTODOS</p><p>Trata-se de um estudo bibliográfico. Um estudo sistematizado desen-</p><p>volvido com base em material publicado em livros, revistas, jornais, redes eletrô-</p><p>nicas, isto é, material acessível ao público em geral (MORESI, 2003).</p><p>O levantamento bibliográfico foi realizado nos meses de abril, maio e</p><p>junho de 2016.</p><p>P</p><p>á</p><p>g</p><p>in</p><p>a</p><p>4</p><p>0</p><p>Foram utilizadas buscas online, fontes governamentais e da biblioteca</p><p>virtual Scielo, além de livros encontrados na biblioteca da UEMG (Unidade de</p><p>Passos).</p><p>Para as buscas eletrônicas utilizaram-se as palavras-chaves: amamen-</p><p>tação, puerpério, nutrição, alimentação materna, mitos e verdades, depressão</p><p>no pós-parto, alimentos funcionais, lactação, obesidade, sobrepeso, gestantes.</p><p>Foram selecionadas fontes publicadas no período de 2000 a 2015.</p><p>Foram utilizados ao todo 21 referências, sendo 4 de livros, 13 de artigos</p><p>científicos e 4 de sites. Os conteúdos selecionados nessas fontes foram organi-</p><p>zados e apresentados nos seguintes temas: A influência regional na alimentação</p><p>de puérperas; Mitos e crenças sobre a alimentação materna; Alimentos funcio-</p><p>nais; Lactação; Labilidade emocional e Depressão pós-parto.</p><p>A INFLUÊNCIA REGIONAL NA</p><p>ALIMENTAÇÃO DE PUÉRPERAS</p><p>Segundo o Ministério da Saúde a assistência pré-natal inclui o acom-</p><p>panhamento e o monitoramento do ganho de peso gestacional e prevê orienta-</p><p>ções voltadas as mulheres no período que vai da gravidez a amamentação</p><p>(BRASIL, 2000).</p><p>P</p><p>á</p><p>g</p><p>in</p><p>a</p><p>4</p><p>1</p><p>Em diferentes regiões do Brasil estudos revelam que os hábitos alimen-</p><p>tares de puérperas, nos estados fisiológicos e nutricionais de grande importância</p><p>ainda são permeados por crenças, prescrições e proibições. Alimentos como le-</p><p>gumes, frutas, ovos, peixes e carnes costumam ser suprimidos da dieta, pois são</p><p>considerados perigosos para a saúde da mãe e do bebê. Em resumo, a alimen-</p><p>tação evidencia a presença de significados a partir de dois tipos de lógica: a</p><p>sociocultural e o conhecimento científico (BAIÃO; DESLANDES, 2006).</p><p>Estudos tem demonstrado um padrão inadequado no consumo alimen-</p><p>tar das brasileiras, caracterizado por alta ingestão energética, com grandes teo-</p><p>res de gorduras e açúcares simples, em detrimento de carboidratos complexos</p><p>e fibras. A associação demostrada por métodos quantitativos entre dietas e do-</p><p>enças, em especial as crônicas, vem motivando o setor de saúde a intervir com</p><p>mudanças nos padrões de consumo alimentar (GARCIA, 2003).</p><p>O puerpério na linguagem popular é conhecido como o período de res-</p><p>guardo, com duração de quarenta dias. As demandas nutricionais nesse período</p><p>visam principalmente à saúde da mãe e do filho. Por outro lado, a prática alimen-</p><p>tar desta mulher pode ser influenciada por outras lógicas.</p><p>Os Itapuaenses, no Pará, creem que as mulheres ficam estragadas, ou</p><p>seja, doentes, quando não há o seu total resguardo, não podendo cumprir suas</p><p>funções como antes. Nessa comunidade, o período não termina ao fim dos qua-</p><p>renta dias após o parto, pois as proibições de alimentos e de certas atividades</p><p>se estendem para o primeiro ano, em cinco momentos distintos. Devido ao rigor</p><p>das proibições alimentares,</p><p>é comum que as mulheres se alimentem apenas de</p><p>mingau de farinha de mandioca, quando há falta de alimentos permitidos para as</p><p>mesmas (MOTTA MAUÉS, 1994 apud BAIÃO; DESLANDES, 2006).</p><p>Em Santana do Amapá, durante os primeiros sete dias de resguardo,</p><p>as puérperas são orientadas a consumir uma dieta especial. O cardápio pode</p><p>ser resumido em café da manhã com café e bolachas ou pão; um copo de suco</p><p>ou leite ou caldo de cana, por volta das nove horas; metade de uma galinha,</p><p>cozida em bastante caldo, arroz e farinha de mandioca no almoço; à tarde, um</p><p>lanche semelhante ao das nove; jantar igual ao almoço e, antes de dormir, um</p><p>P</p><p>á</p><p>g</p><p>in</p><p>a</p><p>4</p><p>2</p><p>copo de leite com pão ou bolacha. A comida e o café não podem ser requentados</p><p>porque podem causar dor de barriga, cólica e infecção. Alimentos como alguns</p><p>tipos de peixe e carnes, também ficam proibidos durante o resguardo (CHA-</p><p>MILCO, 2004).</p><p>Pode se dizer que, em geral, a fase do puerpério não indica apenas</p><p>desempenho de uma atividade fisiológica, mas também acontecimentos culturais</p><p>que são experimentados sob uma construção simbólica que permeia os indiví-</p><p>duos (BAIÃO; DESLANDES, 2006).</p><p>MITOS E CRENÇAS SOBRE A AL</p><p>IMENTAÇÃO MATERNA</p><p>“O aleitamento materno é uma relação evolutiva, interdependente e re-</p><p>cíproca entre mãe e filho. Embora os reflexos envolvidos sejam naturais, muitas</p><p>das técnicas de aleitamento precisam ser aprendidas pela mãe e pelo bebê”</p><p>(KENNER, 2001 apud FARIA, 2007, online).</p><p>Muitos fatores podem interferir positivamente ou negativamente no su-</p><p>cesso do aleitamento. Entre eles, alguns se relacionam à mãe, como as carac-</p><p>terísticas de sua personalidade e sua atitude frente à situação de amamentar,</p><p>outros fatores se aplicam à criança e ao ambiente, como, por exemplo, as suas</p><p>condições de nascimento e o período pós-parto, além de falta de apoio familiar</p><p>e fatores circunstanciais, como trabalho materno, condições habituais e culturais</p><p>de vida (mitos, crenças e religiões) (FARIA, 2007).</p><p>As crenças, a cultura e os tabus vem determinando diferentes signifi-</p><p>cados do aleitamento materno para a mulher. A decisão de amamentar ou não o</p><p>seu bebê, alimentar-se ou não de determinados alimentos no puerpério depende</p><p>do significado que a mulher atribui a esta prática (ICHISATO; SHIMO, 2001).</p><p>“Também há influências de experiências anteriores e o estado emocio-</p><p>nal da nutriz, bem como a família e os profissionais de saúde, tanto como trans-</p><p>missores de mitos e crenças, quanto como incentivo/apoio” (BARREIRA; MA-</p><p>CHADO, 2004. REZENDE et al, 2002 apud MARQUES et al, 2010, online).</p><p>P</p><p>á</p><p>g</p><p>in</p><p>a</p><p>4</p><p>3</p><p>O ciclo social da nutriz pode exercer interferência na decisão de ama-</p><p>mentar, através de diferentes determinantes, tais como: o incentivo/apoio; o re-</p><p>passe de conhecimentos e valores culturais obtidos pela observação, experiên-</p><p>cia de vida e tradição familiar; o desinteresse/desestímulo e a pressão à lactante</p><p>em relação à forma de alimentar a criança e a orientação quanto à fisiologia e</p><p>benefícios da amamentação; e ao cuidado com o bebê através do diálogo, do</p><p>compartilhamento de angústias e dúvidas (MARQUES et al, 2010).</p><p>Tudo o que a mãe ingere e o organismo metaboliza, em parte chega ao</p><p>leite materno, isto não significa que certamente fará mal ao bebê. Alguns pedia-</p><p>tras aconselham as mães à se alimentarem da mesma forma como se alimenta-</p><p>vam anteriormente. Outros pediatras indicam a diminuição do consumo de açú-</p><p>car (doces em geral), gordura, alimentos cítricos, principalmente frutas e todos</p><p>os produtos que contenha cafeína (VAUCHER; DURMAN, 2005). Mas o correto</p><p>seria um aconselhamento feito por nutricionista.</p><p>Na volta para casa a puérpera nem sempre implementa o que é suge-</p><p>rido pelos pediatras, devido as crenças familiares impostas, principalmente, pela</p><p>mãe e sogra. Os alimentos que a nutriz acredita que possam aumentar a produ-</p><p>ção de leite são importantes pois atuam no psicológico da mulher. Como por</p><p>exemplo, pode-se citar uma das crenças mais ouvidas: “a puérpera deve se res-</p><p>guardar por 40 dias devendo neste período apenas tomar caldo de frango” (VAU-</p><p>CHER; DURMAN, 2005, online).</p><p>Ainda têm muitas pessoas que creem que os desejos da gestante pre-</p><p>cisam ser atendidos, caso contrário a criança nascerá com alguma marca; que a</p><p>coloração de alguns alimentos pode manchar a pele do bebê e que alimentos</p><p>considerados quentes podem provocar aborto (HELMAN, 1994 apud BAIAO;</p><p>DESLANDES, 2006).</p><p>Podemos observar que as diversas culturas e religiões devem ser res-</p><p>peitadas, que as mães de primeira viagem são mais influenciadas em seus cos-</p><p>tumes e hábitos de vida. No entanto, sugere-se aconselhamento nutricional pois</p><p>a falta de orientação, principalmente, para essas mães influencia diretamente na</p><p>ação da amamentação. Se no início da gravidez já houvesse essa orientação</p><p>P</p><p>á</p><p>g</p><p>in</p><p>a</p><p>4</p><p>4</p><p>educacional possibilitaria ter resultados melhores e facilitaria quando chegasse</p><p>na fase da lactação (FARIA, 2007).</p><p>Querendo ou não, a lactante esta sujeita a receber “dicas” sobre ama-</p><p>mentação e cuidados do bebê, podendo haver uma sobrecarga emocional no</p><p>pós parto. Por isso deve-se haver um auxílio profissional e moderado da família</p><p>nesta fase.</p><p>ALIMENTOS FUNCIONAIS</p><p>Alimentos funcionais são aqueles que possuem componentes capazes</p><p>de promover a saúde, além dos benefícios nutricionais. Produzem efeitos meta-</p><p>bólicos ou fisiológicos através da atuação de nutrientes, promovendo boa saúde</p><p>física e mental, auxiliando na diminuição de doenças crônico-degenerativas (PA-</p><p>LERMO, 2008).</p><p>O conceito de alimentos funcionais foi proposto no Japão nos anos oi-</p><p>tenta e se espalhou rapidamente por várias partes do mundo. O Canadá, os EUA,</p><p>a União Europeia e a Austrália, começaram a identificar e definir os alimentos</p><p>funcionais como ingredientes naturais que atuam para melhorar o metabolismo</p><p>(COSTA; ROSA, 2010).</p><p>As principais funções dos alimentos funcionais são: redução do risco</p><p>de doenças cardiovasculares e de câncer; controle da obesidade, da função</p><p>imune e de causas de envelhecimento; melhora da condição física e de humor.</p><p>Entre os alimentos funcionais estão os pró-bióticos e pré-bióticos, fibras, ferro,</p><p>selênio, ácidos graxos ômega 3 e ômega 6, óleo vegetal, oligossacarídeos, fito-</p><p>químicos, antioxidantes, vitaminas C, A, D e E, distribuídos em alimentos con-</p><p>vencionais, fortificados, enriquecidos ou realçados e suplementos alimentares.</p><p>Entre eles: certos peixes e alimentos ricos em carotenoides, farelo de aveia, leite</p><p>enriquecido com ômega 3 e alimentos geneticamente modificados (PALERMO,</p><p>2008).</p><p>Os pré-bióticos possuem compostos não digeríveis pelo organismo hu-</p><p>mano. Agem na microflora do intestino melhorando e estimulando o crescimento</p><p>P</p><p>á</p><p>g</p><p>in</p><p>a</p><p>4</p><p>5</p><p>de bactérias do cólon restabelecendo o equilíbrio do meio. Exemplos: Lactoba-</p><p>cillus acidphilus, Lactobacellus casei Bifidobacterium animallis. Para pessoas sa-</p><p>dias recomenda-se o uso de vinte gramas/dia. Mais de trinta gramas dia pode</p><p>causar diarreia e flatulência. Os pró-bióticos são micro-organismos vivos, exer-</p><p>cem efeitos benéficos para a saúde, melhorando o equilíbrio da flora intestinal,</p><p>aumentando as bactérias benéficas e diminuindo as maléficas. A combinação de</p><p>pró-bióticos e pré-bióticos forma um simbiótico. Exemplos: oligossacarídeos. Os</p><p>ácidos graxos, ômega-3 e ômega-6 diminuem os níveis de LDL, ajudam no con-</p><p>trole da pressão arterial e nos riscos de doenças cardíacas. As fibras promovem</p><p>retardo no processo de absorção, ajudando a regular as funções intestinais, pre-</p><p>venindo constipação e reduzindo colesterol. Evitam a formação de cálculos re-</p><p>nais, a obesidade e tem efeito hipotensivo. Nos diabéticos atuam na redução da</p><p>absorção de açúcar. Exemplos: betaglucanas, lactulose e quitosona. O consumo</p><p>de óleos vegetais é indicado para baixar os níveis de colesterol e arteriosclerose.</p><p>Exemplos: Os óleos de</p><p>oliva, girassol, canola, palma, de fibras de milho, de li-</p><p>nhaça e soja (PALERMO, 2008).</p><p>As hortaliças são ingredientes importantes na dieta da puérpera. For-</p><p>necem nutrientes valiosos, têm pouca gordura e calorias, ricas em carboidratos</p><p>e fibras e fornecem muito micronutrientes, possuem compostos funcionais, con-</p><p>tribuindo para melhorar o estado de saúde e bem-estar diminuindo o risco de</p><p>doenças (CARVALHO et al, 2006).</p><p>Importante administrar suplemento de vitamina A na puérpera para pre-</p><p>venir hipovitaminose. Incluindo também na dieta alimentos ricos em vitamina A</p><p>como: Leite, Fígado, Folhas verdes, cenoura e abóbora (CAMINHA et al, 2009).</p><p>Recomenda-se que a puérpera consuma alimentos funcionais para pre-</p><p>venir a depressão pós-parto, como o óleo de peixe, rico em ácidos graxos ômega</p><p>3. Fazer uma dieta rica em sardinha, arenque, salmão, atum, nozes, semente de</p><p>linhaça e chia. Fazendo também uso de alimentos ricos em ferro encontrado nas</p><p>carnes vermelhas, cereais fortificados e ovos, para evitar anemia. O ideal é con-</p><p>P</p><p>á</p><p>g</p><p>in</p><p>a</p><p>4</p><p>6</p><p>seguir um equilíbrio na alimentação que ofereça calorias adequadas para garan-</p><p>tir a produção de leite e favorecer a normalização do peso corporal da puérpera</p><p>(CAMINHA et al, 2009).</p><p>Muitos são os alimentos que apresentam a propriedade de alimento</p><p>funcional, por possuírem compostos bioativos. Estamos iniciando uma nova era</p><p>na ciência da Nutrição que vai exigir muito estudo e bom senso antes de indicar</p><p>um alimento para determinado fim (COSTA; ROSA, 2010).</p><p>As puérperas têm motivos de sobra para incluírem os alimentos funci-</p><p>onais em suas dietas. Eles protegem contra doenças e alimentam. O modo de</p><p>vida influi na maneira como os alimentos agem no organismo. É importante que</p><p>as puérperas procurem um nutricionista ou nutrólogo para fazer uma análise de</p><p>seu estado nutricional e elaborar uma dieta personalizada. Os alimentos só for-</p><p>necem benefícios quando ingeridos de forma adequada.</p><p>LACTAÇÃO</p><p>O aleitamento materno é um dos principais fenômenos que ocorrem no</p><p>puerpério. Esse processo possui grande importância para a mãe que já sofreu</p><p>alterações em seu corpo e precisará se adequar a essa fase, podendo enfrentar</p><p>diversas dificuldades como lactante. Ele é vital para o bebê, sendo o leite ma-</p><p>terno o único alimento completo para o lactente.</p><p>A cada ano aumentam as evidências científicas de que a amamentação</p><p>é a melhor forma de alimentar a criança pequena. As autoridades de saúde re-</p><p>comendam sua implementação através de políticas e ações que previnam o des-</p><p>mame precoce (REA, 2004).</p><p>O leite materno é o alimento ideal para o recém-nascido devido às suas</p><p>propriedades nutricionais e imunológicas, protegendo-o de infecções, diarreia e</p><p>doenças respiratórias, permitindo seu crescimento e desenvolvimento saudável,</p><p>além de fortalecer o vínculo mãe-filho e reduzir o índice de mortalidade infantil.</p><p>Sabe-se também que a amamentação oferece vantagens não só ao bebê, mas</p><p>também à mãe, à família e ao Estado (MARQUES; COTTA; PRIORE, 2011).</p><p>P</p><p>á</p><p>g</p><p>in</p><p>a</p><p>4</p><p>7</p><p>Para a nutriz, a lactação é fonte de vários benefícios, como a redução</p><p>de alguns tipos de fraturas ósseas, câncer de mama e de ovários, além da dimi-</p><p>nuição no risco de morte por artrite reumatoide (MARQUES; COTTA; PRIORE,</p><p>2011).</p><p>A amamentação também proporciona para a mulher a recuperação de</p><p>seu peso pré-gestacional, pois no pós-parto, quando o organismo da mulher está</p><p>preparado para lactar, nem sempre ela consome a quantidade necessária de</p><p>calorias para produzir o leite que o bebê ingere e se ela estiver amamentando, o</p><p>organismo irá retirar aquela reserva acumulada para fabricar o leite. Se a ama-</p><p>mentação for exclusiva, ou seja, se todas as calorias que o bebê estiver consu-</p><p>mindo forem de origem materna, a quantidade retirada da mãe será maior. As-</p><p>sim, se a mãe interrompe a amamentação precocemente, conserva as calorias</p><p>que seriam usadas para fabricar leite materno. A puérpera, então, conservará o</p><p>peso ganho na gestação e demorará mais tempo para voltar ao peso pré-gesta-</p><p>cional (REA, 2004).</p><p>Como na fase de lactação a mulher é a responsável por nutrir seu filho</p><p>através do que o seu corpo produz, sua alimentação no período pós-parto pode</p><p>influenciar na qualidade do leite materno, principalmente no que se refere ao teor</p><p>de vitaminas. Especialistas alertam também que uma dieta balanceada desde a</p><p>gestação e no puerpério é fundamental para garantir que as reservas de ferro e</p><p>vitaminas da mãe não sejam esgotadas pela amamentação (TOLEDO, 2010).</p><p>P</p><p>á</p><p>g</p><p>in</p><p>a</p><p>4</p><p>8</p><p>LABILIDADE EMOCIONAL E DEPRESSÃO PÓS-</p><p>PARTO</p><p>Os primeiros dias após o nascimento do bebê é um conjunto de senti-</p><p>mentos variados para as mães. Reações como angústia, tristeza e pensamentos</p><p>negativos são notados nas parturientes, sendo a maternidade é cheia de altos e</p><p>baixos, com mudanças de humor frequentes. O apoio e atenção familiar são es-</p><p>senciais nestes momentos.</p><p>Labilidade emocional, ou seja, a instabilidade refere-se a uma pessoa</p><p>que sofre mudanças frequentes de humor e é volúvel, ao ponto de ter atitudes</p><p>que não são previsíveis por meio de causa e efeito. É importante destacar que o</p><p>pensamento influencia sentimentos e ao mesmo tempo, o sentimento é refletido</p><p>na ação. Por trás do humor abrupto, também pode haver pensamentos automá-</p><p>ticos que a pessoa tem interiorizado. Esses pensamentos negativos podem pro-</p><p>duzir sensações desagradáveis (ENCICLOPÉDIA..., 2015).</p><p>Algumas vezes a depressão se inicia quando o apoio e as atenções de</p><p>amigos e familiares começam a diminuir. A depressão pós-parto (DPP) não pode</p><p>ser somente justificada pelas mudanças hormonais, pois as grandes mudanças</p><p>nos níveis de hormônio ocorrem muito antes do início da depressão, possivel-</p><p>mente elas tornam a mulher mais suscetível a depressão, mas os fatores sociais</p><p>também desempenham um papel importante (MCKENZIE, 2001).</p><p>A dificuldade da detecção precoce está relacionada à semelhança</p><p>existente entre os primeiros sintomas da depressão pós-parto e do período de</p><p>P</p><p>á</p><p>g</p><p>in</p><p>a</p><p>4</p><p>9</p><p>ajustamento emocional após o parto podem ser confundidos pelos profissionais</p><p>de saúde e a falta de um vínculo dos profissionais com a puérpera também con-</p><p>tribui para essa dificuldade. A escala de auto avaliação, embora ainda seja pouco</p><p>estudada, vêm trazendo uma grande contribuição para a detecção e o diagnós-</p><p>tico precoce da DPP, além de possibilitar que as puérperas mais receosas pos-</p><p>sam transcrever os seus sentimentos (BARROS; MARIN; ABRÃO, 2002).</p><p>A depressão pós-parto pode ser considerada um quadro depressivo</p><p>que acomete aproximadamente 10% a 15% das puérperas. O período puerperal</p><p>é uma fase de grande importância e que exige cuidados especiais à mulher. É</p><p>marcado pela experiência de gerar, parir, cuidar e por várias alterações físicas e</p><p>emocionais. Esta é uma fase que exige grande capacidade de adaptação da</p><p>mulher, e requer atenção e acompanhamento contínuo da família e dos profissi-</p><p>onais da saúde, em especial a participação diária e sensata do seu cônjuge (ME-</p><p>DEIROS, 2004).</p><p>Os principais fatores de risco psicossociais relacionados à depressão</p><p>maior no puerpério são: idade inferior a 16 anos, história de transtorno psiquiá-</p><p>trico prévio, eventos estressantes experimentados nos últimos 12 meses, confli-</p><p>tos conjugais, ser solteira ou divorciada, estar desempregada (a paciente ou o</p><p>seu cônjuge) e apresentar pouco suporte social. Outros fatores de risco aponta-</p><p>dos são: personalidade vulnerável (mulheres pouco responsáveis ou organiza-</p><p>das), esperar um bebê do sexo oposto ao desejado, apresentar poucas relações</p><p>afetivas satisfatórias e suporte emocional deficiente (HENRIQUE, s.d.).</p><p>Na depressão, a mulher perde o contato com a realidade e pode ter</p><p>delírio e alucinações. O risco para o bebê é sério e algumas mães gravemente</p><p>enfermas chegam a matar seus filhos. Algumas mulheres</p>

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