Prévia do material em texto

<p>04/09/2023, 15:06 Avaliação da aprendizagem</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/00566/index.html# 1/86</p><p>Avaliação da aprendizagem</p><p>Prof.ª Marina Santos Nunes de Campos</p><p>Prof. Rodrigo dos Santos Rainha, Prof. Luís Claudio Dallier, Prof.ª Marina Caprio</p><p>Descrição</p><p>Conceito, tipos, funções e instrumentos da avaliação da aprendizagem na prática docente, demarcando</p><p>seus desafios e processos.</p><p>Propósito</p><p>Compreender, de maneira crítica, os diferentes tipos de avaliação da aprendizagem, suas funções,</p><p>relacionando-os com sua dimensão ética e política comprometida com a qualidade do ensino.</p><p>Objetivos</p><p>04/09/2023, 15:06 Avaliação da aprendizagem</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/00566/index.html# 2/86</p><p>Módulo 1</p><p>De�nição de avaliação da aprendizagem</p><p>Definir o conceito de avaliação da aprendizagem.</p><p>Módulo 2</p><p>Usos e tipos de avaliações</p><p>Identificar as funções e modalidades de avaliações da aprendizagem.</p><p>Módulo 3</p><p>Os instrumentos da avaliação</p><p>Reconhecer os instrumentos da avaliação da aprendizagem.</p><p>Módulo 4</p><p>Avaliação da aprendizagem na pandemia e pós-</p><p>pandemia</p><p>Relacionar o impacto do cotidiano nas adaptações da avaliação da aprendizagem.</p><p></p><p>04/09/2023, 15:06 Avaliação da aprendizagem</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/00566/index.html# 3/86</p><p>Introdução</p><p>Avaliação da aprendizagem é um campo importante da Pedagogia e se reflete em toda a área da educação.</p><p>Seu papel é inquestionável na construção do conhecimento e na definição de políticas educacionais. As</p><p>escolas devem adotar obrigatoriamente sistemas avaliativos da aprendizagem. Além disso, o Estado tem</p><p>cada vez mais organizado sistemas de avaliações com o objetivo de acompanhar o desempenho dos</p><p>estudantes.</p><p>Dentro da escola, temos diferentes formas de pensar e praticar a avaliação. A avaliação da aprendizagem,</p><p>que é realizada para verificar, conhecer, analisar o processo de aprendizagem (e de ensino também), a</p><p>avaliação institucional, que é a avaliação que professores, estudantes e toda a comunidade fazem da escola</p><p>(quem nunca ouviu a expressão “aquela escola é boa/ótima/ruim?) e também a avaliação externa, que é</p><p>realizada pelos órgãos oficiais para mensurar e conhecer como estão as escolas e até mesmo “dar uma</p><p>satisfação” para a população.</p><p>Você passará agora a refletir sobre a avaliação da aprendizagem para que, como futuro docente, seja capaz</p><p>de compreender sua importância para uma educação efetivamente comprometida com a qualidade. Por</p><p>isso, além de conceitos e caminhos, sinalizaremos como a avaliação é fundamental na estratégia e no</p><p>planejamento escolar, partindo de um evento crítico como a pandemia da Covid-19.</p><p>04/09/2023, 15:06 Avaliação da aprendizagem</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/00566/index.html# 4/86</p><p>1 - De�nição de avaliação da aprendizagem</p><p>Ao �nal deste módulo, você será capaz de de�nir o conceito de avaliação</p><p>da aprendizagem.</p><p>Compreendendo o que é avaliação</p><p>Avaliação – a visão dos alunos</p><p>Neste vídeo, você verá alguns alunos respondendo a perguntas e mostrando a sua visão sobre o processo</p><p>de avaliação.</p><p>Primeiros passos</p><p>A avaliação da aprendizagem é essencial à atividade educativa, assim como formal e intencional. Mas por</p><p>que a avaliação é essencial? Porque todo trabalho educativo é planejado. Nenhum professor consegue</p><p>entrar em uma sala de aula sem ter preparado, planejado, organizado o conteúdo ou a aula a ser</p><p>desenvolvida. E, após essa preparação, organização e planejamento, como saber se deu tudo certo? Como</p><p>saber se os estudantes entenderam um conceito, desenvolveram uma habilidade? Avaliando. Somente</p><p>fazendo uma avaliação.</p><p>E quando falamos em avaliação na escola, o que vem à sua memória? Provavelmente, você pensou em uma</p><p>prova escrita, com estudantes enfileirados, cada um em sua carteira, certo? Para muitos, essa memória vem</p><p>entrelaçada com sentimentos ruins, como a sensação de frio na barriga, o branco, o “x” vermelho ao lado de</p><p>uma resposta incorreta, o medo de mostrar o boletim para a família.</p><p></p><p>04/09/2023, 15:06 Avaliação da aprendizagem</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/00566/index.html# 5/86</p><p>Agora, imagine que você esteja em uma calçada e, para atravessar para o outro lado, precisa olhar para</p><p>ambas as direções. Se houver alguém vindo, deverá avaliar o momento correto de atravessar.</p><p>Embora tenhamos no senso comum a ideia de que avaliação é o momento em que fazemos uma prova,</p><p>nossa vida diária exige que realizemos avaliações a todo momento para tomarmos decisões. Avaliamos o</p><p>ambiente, as pessoas, caminhos, atitudes, nós mesmos, enfim, tudo. Essas decisões são sustentadas a</p><p>partir de julgamentos provisórios que realizamos pela unidade imediata de pensamento X ação. Para fazer</p><p>esse juízo e definir a melhor opção, mobilizamos nossas crenças, ideologias, opiniões, nossos sentimentos,</p><p>saberes etc.</p><p>O ato de avaliar está presente a todo momento em nossas vidas. Então, será que, em uma sala de aula, os</p><p>estudantes são avaliados apenas como provas e testes? Somente os docentes avaliam os estudantes ou</p><p>será que o contrário também acontece? Ainda, se estamos em prontidão a todo momento para realizar uma</p><p>avaliação quase instantânea do que nos cerca, isso pode ser fruto de uma reflexão ou conhecimento</p><p>aprofundado? Bom, como realizar essas avaliações aligeiradas é inerente ao ser humano, é inevitável que</p><p>um docente emita, constantemente, juízos sobre seus estudantes e suas turmas.</p><p>04/09/2023, 15:06 Avaliação da aprendizagem</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/00566/index.html# 6/86</p><p>Dica</p><p>Embora a avaliação espontânea seja inevitável, é importante que seja provisória e não se configure em uma</p><p>atitude que estratifique o outro, caso contrário, origina estereótipos e preconceitos. Pairam no imaginário</p><p>social diversos modelos que nos ajudam a compreender nossa realidade e que, por vezes, orientam nossos</p><p>juízos. No ambiente escolar, para além dos modelos gerais, são acrescentados a um imaginário como deve</p><p>ser um aluno, seu ritmo de aprendizagem, entre outros ideais.</p><p>De modo geral, percebemos que professores, em uma avaliação genérica, tendem a se reconhecer em</p><p>alguns alunos e renegar outros, gerando um processo longe de ser o ideal.</p><p>Você notou algum professor que agiu assim? Os estudantes tidos como “normais” são mais parecidos com</p><p>ele?</p><p>Julgamos o outro a partir do que somos, com nossos valores e crenças. Quando a avaliação espontânea</p><p>realizada pelo docente rotula um estudante (ou até uma turma), isso influencia a relação entre ambos e</p><p>suas atitudes, reforçando rótulos que, se cristalizados, impedirão o professor de perceber alguma mudança</p><p>no aluno.</p><p>Exemplo</p><p>04/09/2023, 15:06 Avaliação da aprendizagem</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/00566/index.html# 7/86</p><p>Uma turma rotulada no início do ano como bagunceira provavelmente investirá em comportamentos que</p><p>corroborem o rótulo recebido. Por sua vez, o docente à frente dessa classe terá dificuldade de notar</p><p>comportamentos desviantes do rótulo.</p><p>Sendo assim, um docente precisa assumir o compromisso ético de ter criticidade perante suas avaliações</p><p>espontâneas e seus juízos provisórios, além de conhecimentos metodológicos e epistemológicos.</p><p>Conhecimentos metodológicos e epistemológicos</p><p>Conhecimentos de como fazer (metodologia) e dinâmica do pensamento do próprio campo (epistemologia)</p><p>para que o ato avaliativo na sua sala de aula seja ético, inclusivo e justo, estando vinculado a um projeto</p><p>educativo, e não aos julgamentos particulares e subjetivos.</p><p>Embora todo professor seja humano e com isso traga seus valores, sua moralidade e seus juízos, é</p><p>fundamental que a avaliação seja o mais objetiva possível e isenta de rótulos e estigmas. Parece óbvio, mas</p><p>é sempre bom reafirmar que o professor avaliará o processo de aprendizagem e, claro, o processo de</p><p>ensino. Ou seja, a avaliação ao mesmo tempo que direciona para a atividade do aluno, também deve ser</p><p>direcionada para a atividade do professor.</p><p>Com certeza</p><p>eu faço com isso?</p><p>Observação</p><p>04/09/2023, 15:06 Avaliação da aprendizagem</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/00566/index.html# 59/86</p><p>A observação é um instrumento de avaliação muito utilizado na educação infantil e nos anos iniciais do</p><p>ensino fundamental, mas que traz contribuições em todas as etapas da educação. Envolve a percepção e a</p><p>atenção, enquadra-se em uma concepção de avaliação formativa e proporciona um acompanhamento mais</p><p>contínuo do processo de ensino-aprendizagem.</p><p>Lembra que no início deste módulo conceituamos os instrumentos de avaliação como registros de</p><p>diferentes naturezas? A observação realizada pelo professor só consistirá em um instrumento de avaliação</p><p>quando houver documentos por meio de registros que expressem os dados coletados pela observação. A</p><p>observação precisa ser planejada, indicando qual será o seu objetivo e definindo o objeto de ensino a ser</p><p>avaliado. A observação incluída no processo de avaliação permite o acompanhamento de resultados de</p><p>curto, médio e longo prazo.</p><p>Desse modo, ao adotar a observação como instrumento avaliativo, é preciso formular um plano de</p><p>observação que delimite o foco da observação. O plano de observação deve contemplar o período (tempo),</p><p>o campo (espaço), o enfoque (objetivos), o modo como serão realizados os registros (técnica de</p><p>documentação) e como as informações obtidas pela observação serão interpretadas (avaliação).</p><p>Destacamos três recursos para realizar o registro da observação:</p><p>Ficha de observação</p><p>Roteiro do que se deseja observar.</p><p>Anedotário</p><p>Recurso (caderno, diário de bordo) onde o docente descreve fatos relevantes do processo de</p><p>ensino-aprendizagem (ocorrências) que sirvam para a tomada de decisões futuras ou</p><p>fl õ C b d t f d i t é di ã</p><p>04/09/2023, 15:06 Avaliação da aprendizagem</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/00566/index.html# 60/86</p><p>Veja o exemplo a seguir (clique aqui para baixar):</p><p>reflexões. Cabe destacar que o foco desses registros é a aprendizagem e não o</p><p>comportamento.</p><p>Checklist</p><p>Lista com os objetivos ou comportamentos esperados para determinada atividade, em que o</p><p>professor pode assinalar etapas conforme a atividade vá sendo desempenhada pelos</p><p>estudantes, pelo grupo ou pela turma. Embora demande maior tempo para sua elaboração,</p><p>possibilita um registro rápido no momento da atividade.</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/00566/pdf/exemplo1.pdf</p><p>04/09/2023, 15:06 Avaliação da aprendizagem</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/00566/index.html# 61/86</p><p>Portfólio</p><p>O portfólio é uma coletânea de registros sobre aprendizagens organizada pelo estudante, mas orientado</p><p>pelo professor. Oferece ao docente, ao próprio estudante e à sua família uma visão evolutiva do processo de</p><p>aprendizagem. A construção de um portfólio demanda uma atenta seleção das atividades, que devem</p><p>evidenciar a progressão do estudante (HOFFMANN, 2002).</p><p>Esse instrumento é interessante porque contribui para autonomia do estudante, mas, para isso, é preciso</p><p>que ele compreenda sua função e, com base nesse material, reflita sobre seu processo de aprendizagem.</p><p>Lembra da imagem de uma atividade de ditado? Ela foi retirada de um portfólio que tinha como objetivo</p><p>acompanhar o desenvolvimento da escrita. Veja a seguir mais registros de portfólio que evidenciam essa</p><p>evolução:</p><p>04/09/2023, 15:06 Avaliação da aprendizagem</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/00566/index.html# 62/86</p><p>Palavras ditadas: abacaxi, presunto, suco, pão e “eu comi abacaxi".</p><p>Autoavaliação</p><p>Nesse instrumento, o próprio estudante se avalia por meio de um roteiro que pode ser elaborado pelo</p><p>docente ou em conjunto pelo grupo. Esse método contribui para o desenvolvimento da autocrítica e, quando</p><p>bem orientado, abre espaço para que o estudante seja corresponsável pelo seu processo de avaliação e,</p><p>portanto, aprendizagem. É importante que a autoavaliação não seja realizada só no final do ano para o</p><p>grupo que se aproprie desse instrumento e que seja mediada pelo docente, que deve discutir os resultados</p><p>autoatribuídos e critérios de avaliação com o estudante ou a turma.</p><p>Veja um exemplo de autoavaliação:</p><p>04/09/2023, 15:06 Avaliação da aprendizagem</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/00566/index.html# 63/86</p><p>Marina Santos Nunes de Campos.</p><p>Falando com os pares</p><p>Conselho de classe</p><p>São reuniões periódicas entre docentes e outros atores envolvidos no processo de ensino-aprendizagem da</p><p>mesma série, o que oportuniza diferentes pontos de vista, com o objetivo de avaliar tanto a turma e/ou</p><p>estudantes individualmente quanto o trabalho pedagógico realizado.</p><p>04/09/2023, 15:06 Avaliação da aprendizagem</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/00566/index.html# 64/86</p><p>Segundo Libâneo (2004), o conselho de classe é a instância objetiva de um conhecimento mais minucioso</p><p>da turma e de cada indivíduo e da análise de desempenho docente com base nos resultados alcançados.</p><p>Tem como função traçar soluções de maneira coletiva.</p><p>É importante delimitar o objetivo de cada conselho de classe para que as discussões não circundem apenas</p><p>os aspectos comportamentais, mas também enfoquem, principalmente, o desenvolvimento do processo de</p><p>ensino-aprendizagem.</p><p>Como vimos, a avaliação deve ser um processo contínuo e sistemático, possuir diferentes funções e estar</p><p>sempre atrelada aos objetivos educacionais. Sendo assim, não podemos conceber que um processo</p><p>avaliativo de qualidade adote um único instrumento de avaliação. A conjugação de uma diversidade de</p><p>instrumentos no processo de avaliação permite que o docente possa reunir uma variedade de informações</p><p>sobre o processo de aprendizagem do estudante. Com isso, ampliar sua capacidade de ação perante as</p><p>dificuldades, já que nenhum instrumento é completo e cada uma possui vantagens e desvantagens.</p><p>Veja, a seguir, exemplo do atrelamento entre o objetivo e o instrumento de avaliação construído para o</p><p>acompanhamento de um estudante com autismo que quase não permanecia junto à turma durante as</p><p>aulas. Como o objetivo naquele momento era a integração do aluno com o grupo, foi construído um gráfico</p><p>que avaliava quanto tempo ele permanecia na sala. Depois de dado momento do ano letivo, esse</p><p>instrumento não foi mais necessário e foram adotados outros.</p><p>04/09/2023, 15:06 Avaliação da aprendizagem</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/00566/index.html# 65/86</p><p>Gráfico de linhas que descreve matrículas/classes a partir da representação em escala de 1000 matrículas por unidade. A linha azul descreve as</p><p>matrículas em classes de Educação Especial como um todo. Para este dado, registra-se 337 matrículas em 1998, atingindo 701 em 2006, com</p><p>uma evolução estável no número de matrículas, exceto uma oscilação entre 2007 até 2009, quando se registrou 640 matrículas. A partir de</p><p>2010, há retomada estável do crescimento, até atingir 1066 matrículas em 2017. A linha verde descreve as matrículas de Educação Especial em</p><p>Classes Comuns. Há crescimento relativamente estável, partindo de 44 em 1998 até 897 matrículas em Classes Comuns em 2017. A linha</p><p>laranja descreve as matrículas de Educação Especial em Classes Exclusivas. Entre 1998 e 2006, é possível ver a estabilização das matrículas</p><p>em Classes Exclusivas, inclusive com um leve aumento de 293 para 375. Em seguida, há um declínio relativamente estável a partir de 2007, que</p><p>teve 348 matrículas, até atingir 170 matrículas em Classes Exclusivas em 2017. Nota: Números expressos em mil.</p><p>É aconselhável que o docente procure eliminar o máximo de elementos de pressão para esse momento. É</p><p>importante compartilhar com os estudantes, com antecedência, quando será o momento de avaliação, qual</p><p>será seu formato, o que se espera dele e quais serão os critérios da avaliação. O professor também precisa</p><p>estipular com cuidado quanto tempo será necessário para que toda turma consiga realizar a avaliação de</p><p>maneira adequada. Dependendo da etapa em que estiver lecionando, uma classe em processo de</p><p>alfabetização, por exemplo, e dos objetivos avaliados, é conveniente uma leitura de instruções para o grupo.</p><p>04/09/2023, 15:06 Avaliação da aprendizagem</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/00566/index.html# 66/86</p><p>Falta pouco para atingir seus objetivos.</p><p>Vamos praticar alguns conceitos?</p><p>Questão 1</p><p>Sobre os instrumentos de avaliação, marque V para as alternativas verdadeiras e F para as falsas.</p><p>(   ) A questão dissertativa é a mais adequada para avaliar processos mentais superiores.</p><p>(   ) A observação não estruturada é um importante instrumento de avaliação formativa.</p><p>(   ) Na autoavaliação, é importante que o docente interfira o mínimo possível para ter acesso à</p><p>autoimagem que o estudante constrói de si.</p><p>(   ) Os conselhos de classe devem se ater aos aspectos comportamentais dos estudantes.</p><p>04/09/2023, 15:06 Avaliação da aprendizagem</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/00566/index.html# 67/86</p><p>Assinale a opção que contém a ordem correta de preenchimento:</p><p>Parabéns! A alternativa C está correta.</p><p>A primeira afirmação é verdadeira, pois, por meio de questões dissertativas, podemos avaliar certos</p><p>tipos de objetivos que se relacionam com processos mentais superiores, como dissertar, sintetizar,</p><p>explicar etc. A segunda afirmação é falsa, pois, para ser considerado um instrumento de avaliação, a</p><p>observação precisa ser estruturada e originar um registro. A terceira afirmação é falsa, pois o professor</p><p>precisa mediar o processo de autoavaliação, oferecendo parâmetros e discutindo as valorações</p><p>atribuídas. A terceira afirmativa é falsa, pois os conselhos de classe devem ter como foco o processo</p><p>de aprendizagem.</p><p>Questão 2</p><p>A qual instrumento de avaliação as características da tabela abaixo se referem?</p><p>A V - V - F - F</p><p>B V - F - V - F</p><p>C V - F - F - F</p><p>D F - V - V - F</p><p>E F - F - F - V</p><p>04/09/2023, 15:06 Avaliação da aprendizagem</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/00566/index.html# 68/86</p><p>Parabéns! A alternativa D está correta.</p><p>A alternativa D é a correta. O conselho de classe é o instrumento de avaliação que consiste em uma</p><p>reunião onde professores e demais membros da equipe pedagógica se reúnem para discutir, avaliar as</p><p>ações educacionais e indicar alternativas que busquem garantir a efetivação do processo de ensino e</p><p>aprendizagem dos estudantes.</p><p>A Planejamento da equipe pedagógica.</p><p>B Avaliação formativa.</p><p>C Conselho de pais e mestres.</p><p>D Conselho de classe.</p><p>E Avaliação somativa.</p><p>04/09/2023, 15:06 Avaliação da aprendizagem</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/00566/index.html# 69/86</p><p>4 - Avaliação da aprendizagem na pandemia</p><p>e pós-pandemia</p><p>Ao �nal deste módulo, você será capaz de relacionar o impacto do</p><p>cotidiano nas adaptações da avaliação da aprendizagem.</p><p>De repente, a pandemia</p><p>A avaliação da aprendizagem e a pandemia</p><p>Neste vídeo, uma análise sobre a avaliação da aprendizagem no período da pandemia de Covid-19.</p><p>O ensino remoto</p><p>No final de 2019, observávamos, com certa distância, o surgimento de um vírus desconhecido, na China. O</p><p>vírus altamente transmissível e ainda desconhecido causava insegurança e aos poucos foi se espalhando.</p><p>Em 11 março de 2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declara pandemia</p><p>devido à disseminação geográfica rápida do vírus, SARS-CoV-2, causador da covid-</p><p>19.</p><p>Aqui no Brasil, também em março de 2020, começamos a observar os primeiros cidadãos se contaminando</p><p>e o início das medidas de distanciamento social e isolamento, fechando escolas, comércio e até mesmo</p><p></p><p>04/09/2023, 15:06 Avaliação da aprendizagem</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/00566/index.html# 70/86</p><p>proibindo a circulação de pessoas em espaços públicos. Nos meses seguintes, a situação era de crianças,</p><p>adolescentes, jovens e adultos em casa! Famílias inteiras trabalhando de casa, filhos e filhas sem ter como</p><p>ir à escola ou às faculdades.</p><p>A Portaria MEC Nº 343, de 17 de março de 2020, autoriza a “substituição das disciplinas presenciais, em</p><p>andamento, por aulas que utilizem meios e tecnologias de informação e comunicação” (BRASIL, 2020a). Ao</p><p>longo de março e início de abril, o MEC e outras instâncias do Poder Público tornam conhecidas algumas</p><p>orientações sobre as atividades educacionais e escolares durante a pandemia.</p><p>Fachada do Ministério da Educação (MEC), Brasília.</p><p>No final de abril, foi publicado o Parecer CNE/CP nº 5/2020, aprovado em 28 de abril de 2020, que trata da</p><p>“Reorganização do Calendário Escolar e da possibilidade de cômputo de atividades não presenciais para</p><p>fins de cumprimento da carga horária mínima anual, em razão da Pandemia da COVID-19” (BRASIL, 2020b).</p><p>Foram apresentadas orientações aos sistemas educacionais e autorização para que todas as escolas,</p><p>níveis e modalidades educacionais adaptassem o processo de ensino e aprendizagem para os meios</p><p>digitais e, ainda, flexibilizassem o calendário e a carga horária do período letivo.</p><p>Comentário</p><p>A resposta dos sistemas e redes de ensino foi bastante variada, com algumas redes demorando um pouco</p><p>mais a substituir as atividades pedagógicas presenciais por atividades não presenciais. Também os</p><p>recursos e tecnologias utilizados variaram, indo do uso de plataformas de videoconferência, passando pelo</p><p>uso de televisão e rádio até chegar ao envio de material impresso.</p><p>A mídia e muitos educadores denominaram essa nova configuração educacional de ensino remoto. Nos</p><p>documentos oficiais, as expressões utilizadas ao longo de 2020 foram “aulas em meios digitais”,</p><p>destacando o aspecto da mediação tecnológica, e a abrangente expressão “atividades não presenciais”,</p><p>destacando o processo ensino-aprendizagem no contexto do distanciamento físico.</p><p>04/09/2023, 15:06 Avaliação da aprendizagem</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/00566/index.html# 71/86</p><p>O ensino remoto se estendeu praticamente ao longo de 2020 e 2021, sendo que no segundo ano da</p><p>pandemia, em momentos nos quais o contágio parecia diminuir, houve experiências híbridas, com parte dos</p><p>alunos e docentes indo às escolas. Mas essa foi uma experiência bastante limitada a algumas cidades e</p><p>escolas.</p><p>O ensino remoto se caracterizou, inicialmente, como uma resposta emergencial à crise provocada pela</p><p>pandemia. Foi uma experiência não planejada, improvisada e provisória. Por isso mesmo, houve um</p><p>discurso muito forte para distinguir o ensino remoto da educação a distância.</p><p>O emprego da expressão ‘ensino remoto’ se deu quase sempre em oposição à</p><p>educação a distância e como variação ou equivalente de outras expressões</p><p>que apelavam ao aspecto da dimensão do espaço (remoto), do tempo (on-line)</p><p>e da mediação tecnológica (meios digitais).</p><p>(SALDANHA, 2020, p. 127)</p><p>Essa diferenciação é importante. Educação a distância (EaD) é uma modalidade de ensino, ou seja, uma</p><p>forma de ofertar educação prevista pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 9394/1996).</p><p>04/09/2023, 15:06 Avaliação da aprendizagem</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/00566/index.html# 72/86</p><p>Na EaD, o curso todo é planejado, pensado, organizado para ser ofertado a distância, ou seja, o conteúdo, as</p><p>metodologias, as técnicas de ensino e a avaliação de aprendizagem são planejados e organizados para</p><p>ocorrerem mediados pelas tecnologias síncronas e assíncronas.</p><p>Fóruns, chats, aulas, repositório de materiais, vídeos, simulados, podcasts, webquests são instrumentos</p><p>usuais dos cursos a distância e cada curso utiliza as ferramentas mais apropriadas ao seu conteúdo e para</p><p>alcançar ao objetivo de formação.</p><p>No ensino remoto emergencial, o que houve foi uma adaptação do processo de ensino que ocorria em sala</p><p>de aula para as telas dos computadores e celulares. De acordo com Behar (2020) e Saldanha (2020, p. 131),</p><p>os seguintes elementos diferenciam a EaD do Ensino Remoto:</p><p>Funcionamento e concepção didático-pedagógica próprios.</p><p>Conteúdo e atividades com design adequados.</p><p>04/09/2023, 15:06 Avaliação da aprendizagem</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/00566/index.html#</p><p>73/86</p><p>Avaliar em tempos de crise</p><p>Avaliação no ensino remoto</p><p>O ensino remoto durante a pandemia foi um grande desafio para aprendizagem dos alunos que, de suas</p><p>casas ou em espaços muitas vezes insalubres e inadequados, procuravam acompanhar as aulas e</p><p>participas das demais atividades pedagógicas.</p><p>Muitas instituições não tinham ambiente virtual e tiveram que, em curto espaço de tempo, adquirir esses</p><p>ambientes, capacitar professores e ensinar os estudantes e familiares a navegar nesses espaços. Aos</p><p>poucos os improvisos foram cedendo espaços às ações mais organizadas, planejadas pelas instituições de</p><p>ensino.</p><p>Mas e o acesso?</p><p>Em um país com tanta desigualdade, o acesso aos recursos como celulares, computadores e internet</p><p>afastaram muitas crianças e jovens do processo educativo. Um enorme prejuízo que ainda teremos que</p><p>conviver por muitos anos.</p><p>Modelo pedagógico voltado para alunos, professores, tutores e gestores, com arquitetura</p><p>pedagógica (AP) e estratégias pedagógicas (EP) que possibilitam a construção do</p><p>conhecimento em ambiente virtual.</p><p>Competências discentes específicas para o ambiente virtual e aprendizagem a distância.</p><p>Acompanhamento do percurso cognitivo e emocional do aluno pelos professores ou tutores.</p><p>04/09/2023, 15:06 Avaliação da aprendizagem</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/00566/index.html# 74/86</p><p>Os professores se desdobraram para tentar dialogar com os estudantes, ensinar o que estava planejado e</p><p>ainda os manter motivados. Mas como estudar em casa com desemprego rondando as famílias, o medo da</p><p>doença e de perder alguém?</p><p>Como manter crianças e jovens motivadas quando o mundo inteiro está</p><p>preocupado, entrando em crise econômica, com o número de doentes e mortos</p><p>aumentando a cada dia?</p><p>Esse foi um dos maiores desafios dos educadores na pandemia: como continuar educando, ensinando,</p><p>desenvolvendo competências com um panorama tão inseguro? Os processos de ensino, via ensino remoto</p><p>emergencial, continuaram acontecendo. Mesmo que de uma forma “nova” e improvisada. Os professores</p><p>tinham o desafio de se manter tentando ensinar. Mas e o processo avaliativo? Como avaliar o que está</p><p>sendo ensinado de forma remota?</p><p>Atenção!</p><p>Sabemos que avaliação não é sinônimo de prova, assim como educação ou aprendizagem não é sinônimo</p><p>de aula.</p><p>Durante o ensino remoto emergencial, inicialmente, mais importante do que avaliar o que o estudante</p><p>aprendeu, era mantê-lo na escola, assistindo às aulas, fazendo as atividades, se sentindo pertencente a uma</p><p>rede de pessoas que estavam na mesma situação. Nesse sentido, muitas estratégias foram utilizadas, tais</p><p>como: observação do envolvimento do estudante na realização das aulas on-line e das atividades práticas</p><p>virtuais; atividades escritas como resumos, exercícios, mapas mentais; conversas de forma síncrona e</p><p>assíncrona, seja pelo WhatsApp ou em reuniões on-line no Zoom.</p><p>Diante dessa situação, é claro que o processo de avaliação foi bastante desafiador e complexo. Ramos,</p><p>Sarmento e Menegat (2021) apresentam as principais dificuldades em relação à avaliação durante o período</p><p>de ensino remoto emergencial, são elas:</p><p>04/09/2023, 15:06 Avaliação da aprendizagem</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/00566/index.html# 75/86</p><p></p><p>a busca de diferentes formas para realizar a avaliação;</p><p></p><p>o acompanhamento da aprendizagem, identificando as competências (não)desenvolvidas;</p><p></p><p>a observação direta do desempenho dos alunos, devido ao distanciamento físico e, também, ao fato de nem</p><p>todos os alunos participarem dos encontros virtuais;</p><p></p><p>a interação no momento da avaliação, contribuindo para dirimir possíveis dúvidas;</p><p></p><p>a participação incipiente dos alunos nos encontros virtuais, dificultando a consideração dessa participação</p><p>como um dos componentes avaliativos;</p><p></p><p>o atraso ou a falta de entrega dos trabalhos propostos (especialmente no ensino fundamental I, pois as</p><p>crianças dependiam do auxílio de algum familiar ou porque as famílias demoravam para se organizar e</p><p>enviar as fotos dos trabalhos);</p><p></p><p>04/09/2023, 15:06 Avaliação da aprendizagem</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/00566/index.html# 76/86</p><p>a incerteza da aprendizagem devido à dúvida sobre a veracidade das avaliações realizadas (se feitas pelos</p><p>alunos ou por outra pessoa);</p><p></p><p>a dependência e/ou apoio das famílias, no caso das crianças pequenas;</p><p></p><p>a dificuldade em interagir mais com os alunos; e</p><p></p><p>a interferência de muitas famílias na realização das atividades, priorizando o resultado final e não o</p><p>processo avaliativo.</p><p>A tudo isso devemos acrescentar a dificuldade de acesso aos instrumentos tecnológicos para que crianças</p><p>e jovens pudessem continuar a estudar e participar das avaliações, que dependiam de celulares,</p><p>computadores e acesso à internet.</p><p>Assim, a partir dos processos de avaliação durante a pandemia e de várias pesquisas realizadas sobre o</p><p>ensino remoto, Pimenta e Souza observam o seguinte:</p><p>[...] houve diminuição no ritmo de aprendizagem dos estudantes. Para o</p><p>agravamento dessa situação, concorrem as dificuldades dos professores em</p><p>lidar com ferramentas tecnológicas e com o ensino remoto, o aumento da</p><p>ansiedade e a falta de estímulo dos estudantes para realizarem atividades</p><p>propostas, especialmente por, muitas vezes, não conseguirem compreendê-las</p><p>– sem o contato com professores e colegas em aulas presenciais.</p><p>(PIMENTA E SOUZA, 2021, p. 12)</p><p>04/09/2023, 15:06 Avaliação da aprendizagem</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/00566/index.html# 77/86</p><p>Precisamos também destacar que, mais do que uma avaliação de saberes e competências, a avaliação</p><p>permitiu que os professores mantivessem o acompanhamento sobre o processo de ensino e aprendizagem,</p><p>mostrando a fragilidade do ensino remoto.</p><p>Essa fragilidade é acentuada pelas diferenças econômicas e sociais, mas também pelo contexto de</p><p>insegurança, doença, crise econômica.</p><p>É preciso considerar, ao educar crianças, jovens e adultos, todo o contexto social, emocional, econômico.</p><p>Os estudantes são sujeitos que estão imersos em ambientes culturais e sociais e dependem destes para</p><p>que seu processo de aprendizado e desenvolvimento ocorra.</p><p>Diante da realidade que se mostrou na pandemia, podemos afirmar que os processos avaliativos tiveram de</p><p>ser readequados. Também ficou evidente a necessidade de avaliação diagnóstica, a fim de se conhecer as</p><p>dificuldades e as lacunas decorrentes do ensino remoto.</p><p>Os Pareceres do CNE, ao longo da pandemia, enfatizaram a “avaliação diagnóstica e formativa – pautada na</p><p>Base Nacional Comum Curricular (BNCC)”. Em relação às avaliações somativas, eles recomendaram que</p><p>fosse considerado aquilo “que efetivamente foi trabalhado com os estudantes” (PIMENTA; SOUZA, 2021, p.</p><p>14).</p><p>Com a pandemia, também se percebeu a necessidade e a oportunidade de “procedimentos e instrumentos</p><p>que podem ser utilizados para avaliação no ensino on-line, [como] mapas cognitivos, memorial, blogs,</p><p>fóruns de discussão, webfólio, monitoramento da participação ” (PIMENTA; SOUZA, 2021, p. 16).</p><p>04/09/2023, 15:06 Avaliação da aprendizagem</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/00566/index.html# 78/86</p><p>Avaliando na pós-pandemia</p><p>Avaliando após a pandemia</p><p>Após o retorno das atividades presenciais, a avaliação diagnóstica se tornou fundamental. Como conhecer</p><p>o que os alunos aprenderam depois de mais de quinze, vinte meses de ensino remoto? Ou como fazer</p><p>diante da situação em que alunos pouco estudaram ou nem mesmo tiveram uma experiência de</p><p>aprendizagem?</p><p>Somente pela avaliação diagnóstica, realizada na retomada e continuidade no pós-</p><p>pandemia, é que se pode (re)conhecer o que foi aprendido, o que não foi aprendido</p><p>e o que ainda precisa ser aprendido, para planejar o novo período letivo.</p><p>Além disso, tornou-se ainda mais necessário superar a perspectiva seletiva e classificatória da avaliação,</p><p>em nome da aprendizagem de todos os estudantes. A avaliação diagnóstica aliada ao redirecionamento da</p><p>avaliação, em busca de avaliações formativas</p><p>e mais flexíveis, seria uma forma de “enfrentar o acirramento</p><p>das desigualdades educacionais, decorrente do isolamento social imposto pela pandemia” (PIMENTA;</p><p>SOUZA, 2021, p. 18).</p><p>04/09/2023, 15:06 Avaliação da aprendizagem</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/00566/index.html# 79/86</p><p>Também é preciso aprender com a experiência de novos instrumentos de avaliação ou novos recursos a</p><p>serviço da avaliação usados durante a pandemia. O uso de plataformas digitais, aplicativos, games e outros</p><p>recursos interativos podem ser incorporados nos processos de avaliação da aprendizagem. A avaliação em</p><p>ambientes digitais foi uma necessidade na pandemia e pode ser uma opção ou oportunidade de inovação</p><p>na pós-pandemia.</p><p>Atenção!</p><p>Assim, a pós-pandemia nos apresenta o desafio de desenvolver processos avaliativos formativos, contínuos</p><p>e on-line ou híbridos.</p><p>É certo que a educação não será como antes. Existem debates importantes se de alguma forma a situação</p><p>traumática não teria sido propulsora de avanços que existiam em ambientes reduzidos ou experimentais. A</p><p>lógica é que tal qual como uma guerra é desastrosa para vidas humanas, ela acaba por promover avanços</p><p>em técnicas de cura e comunicação – exemplo da Segunda Guerra Mundial – a educação e a sua inserção e</p><p>trocas com o mundo digital era uma questão necessária e desafiadora, e passou a ser uma solução criativa,</p><p>ao mesmo tempo que sofrida.</p><p>Situações de uma hierarquização a educação chegaram ao ponto de um caos de apartheid digital, em que a</p><p>discussão é o retorno, e como lidar com as imensas diferenças entre os sujeitos que compartilham o</p><p>04/09/2023, 15:06 Avaliação da aprendizagem</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/00566/index.html# 80/86</p><p>mesmo ambiente. Esse quadro não será solucionado, será longo e histórico, será vivenciado e dialogará e</p><p>tomará novos rumos de maneira constante.</p><p>Tudo o que aprendemos sobre formas de avaliação mais eficientes, que não visem a uma mera</p><p>classificação, mas que forneçam subsídios para as dinâmicas de ensino-aprendizagem, lidar com os alunos</p><p>como aprendentes, de fato, como ativos e vivos nas escolhas pedagógicas, deixaram de ser uma</p><p>necessidade a ser discutida para ser uma emergência em prol da educação.</p><p>04/09/2023, 15:06 Avaliação da aprendizagem</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/00566/index.html# 81/86</p><p>Falta pouco para atingir seus objetivos.</p><p>Vamos praticar alguns conceitos?</p><p>Questão 1</p><p>Com a pandemia, as escolas começaram a ofertar o ensino remoto emergencial. Sobre essa</p><p>possibilidade de ensino, assinale a alternativa correta:</p><p>Parabéns! A alternativa B está correta.</p><p>A A pandemia permitiu que algumas escolas optassem por manter as aulas presenciais.</p><p>B</p><p>O MEC autorizou a todas as escolas, níveis e modalidades a adaptarem o processo de</p><p>ensino para os meios digitais e ainda flexibilizar o calendário e a carga horária do</p><p>período letivo.</p><p>C</p><p>O Conselho Nacional de Educação obrigou todas as escolas a desenvolverem</p><p>processos de ensino e aprendizagem por meio das plataformas de videoconferência.</p><p>D</p><p>Ensino remoto emergencial é uma modalidade educacional prevista na Lei de Diretrizes</p><p>e Bases da Educação Nacional (Lei 9394/1996).</p><p>E</p><p>A educação a distância é apenas uma forma de ensinar pelo computador e apresenta os</p><p>mesmos níveis de planejamento pedagógico do ensino remoto.</p><p>04/09/2023, 15:06 Avaliação da aprendizagem</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/00566/index.html# 82/86</p><p>Foi autorizado pelo Conselho Nacional de Educação a adaptação do processo de ensino para os meios</p><p>digitais. Veja a publicação oficial, busque a Resolução CNE, CP nº 2, de 10 de Dezembro de 2020.</p><p>Questão 2</p><p>Sobre as dificuldades e possibilidades encontradas durante o processo de ensino e avaliação da</p><p>aprendizagem, leia as afirmativas a seguir:</p><p>I – São dificuldades do ensino remoto emergencial: a observação direta do desempenho dos alunos,</p><p>devido ao distanciamento físico e, também, ao fato de nem todos alunos participarem dos encontros</p><p>virtuais; a interação no momento da avaliação, contribuindo para dirimir possíveis dúvidas; a</p><p>participação incipiente dos alunos nos encontros virtuais, dificultando a consideração dessa</p><p>participação como um dos componentes avaliativo;</p><p>II – São dificuldades do ensino remoto emergencial: o atraso ou a falta de entrega dos trabalhos</p><p>propostos (especialmente no ensino fundamental I, pois as crianças dependiam do auxílio de algum</p><p>familiar ou porque as famílias demoravam para se organizar e enviar as fotos dos trabalhos); a</p><p>incerteza da aprendizagem devido à dúvida sobre a veracidade das avaliações realizadas;</p><p>III – O ensino remoto possibilitou a realização de provas em duplas ou individuais por escrito em</p><p>momentos combinados; provas foram sempre boas estratégias de avaliação durante o ensino remoto</p><p>emergencial.</p><p>Estão Corretas:</p><p>A Apenas a II.</p><p>B Apenas a III.</p><p>C Apenas I e III.</p><p>D Apenas I e II.</p><p>E Apenas II e III.</p><p>04/09/2023, 15:06 Avaliação da aprendizagem</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/00566/index.html# 83/86</p><p>Parabéns! A alternativa D está correta.</p><p>As afirmativas I e II estão corretas porque apresentam dificuldades pertinentes ao processo ensino-</p><p>aprendizado durante a pandemia. A afirma III está incorreta porque prova não é uma boa estratégia em</p><p>ensino remoto emergencial pelas dificuldades de realizá-la.</p><p>Considerações �nais</p><p>Não podemos conceber a avaliação como uma prática separada da metodologia docente e dos objetivos de</p><p>ensino, devendo haver coerência entre eles. A produção de um estudante, mesmo com seus “erros”, é um</p><p>valioso documento que necessita ser interpretado para poder ser avaliado.</p><p>O baixo rendimento de um aluno não deve ter como primeira solução a sua reprovação, e sim considerar</p><p>soluções para que ele aprenda o conteúdo efetivamente, por meio de estratégias didáticas e um</p><p>acompanhamento mais individualizado, por exemplo. Também é relevante que o estudante seja</p><p>corresponsável nos seus processos de avaliação.</p><p>Devemos perceber a avaliação como um entrelugar, que impossibilita uma definição que fixe o outro, porque</p><p>os sujeitos estão em permanente movimento fazendo com que toda descrição seja parcial e provisória.</p><p>Por fim, a avaliação não deve ser considerada como um meio de coerção e punição, mas sim um recurso</p><p>para melhoria da qualidade de ensino e do exercício da avaliação como uma prática emancipatória. Se isso</p><p>já era uma demanda urgente, o cenário de pandemia expôs as dificuldades e nos força a repensar caminhos</p><p>a serem desenvolvidos.</p><p>Podcast</p><p>Ouça agora, neste podcast, os principais assuntos abordados no tema.</p><p></p><p>04/09/2023, 15:06 Avaliação da aprendizagem</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/00566/index.html# 84/86</p><p>Explore +</p><p>Para saber mais sobre a avaliação da aprendizagem, leia:</p><p>Avaliação da Aprendizagem: Componente do Ato Pedagógico, de Cipriano Carlos Luckesi, publicado pela</p><p>editora Cortez. O autor deste livro é um dos grandes nomes da educação sobre a avaliação da</p><p>aprendizagem escolar.</p><p>Aprendizagem Baseada em Problemas: uma proposta de avaliação em curso de nível superior a</p><p>distância, de Monica Cristina da Silva Andrade, Cleuza Santos Faustino e Monica Campos Santos</p><p>Mendes.</p><p>Educar sem reprovar: desafio de uma escola para todos, de Marcia Aparecida Jacomini.</p><p>Trabalho docente: o desafio de reinventar a avaliação em tempos de pandemia, de Jussara Bueno De</p><p>Queiroz Paschoalino, Mara Lúcia Ramalho e Virgínia Coeli Bueno De Queiroz.</p><p>Assista:</p><p>Merli, uma série espanhola da TV3 sobre um professor de filosofia que discute sobre a importância do</p><p>aprendizado.</p><p>Vídeos e entrevistas de Jussara Hoffmann, uma das maiores especialista em avaliação de aprendizagem.</p><p>Experiências Docentes durante a Pandemia, vídeo produzido pela Universidade Virtual do Estado de São</p><p>Paulo (UNIVESP).</p><p>Referências</p><p>04/09/2023, 15:06 Avaliação da aprendizagem</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/00566/index.html# 85/86</p><p>ALLAL, L. Avaliação das aprendizagens.</p><p>In: ZANTEN, A. V. (coord). Dicionário de Educação. Petrópolis:</p><p>Vozes, 2011. p.71-74.</p><p>BEHAR, P. A. O ensino remoto emergencial e a educação a distância. UFRGS, 06 jul. 2020.</p><p>BRASIL. Ministério da Educação. Portaria Nº 343, de 17 de março de 2020. Diário Oficial da União, edição</p><p>53, seção 1, p. 39, 18 mar. 2020a.</p><p>BRASIL. Ministério da Educação. Parecer CNE/CP nº 5/2020, de 28 de abril de 2020. Brasília, MEC, 2020b.</p><p>FIRME, T. P. Avaliação e Políticas Públicas em Educação, n. 1, v. 2, out./dez. 1994.</p><p>FREITAS, L. C. Ciclos, seriação e avaliação: avaliação confrontos de lógicas. São Paulo: Moderna, 2003.</p><p>HADJI, C. Avaliação desmistificada. Porto Alegre: Artes Médicas, 2000.</p><p>HAYDT, R. C. Avaliação do processo ensino-aprendizagem. São Paulo: Ática, 2004.</p><p>HOFFMANN, J. Avaliação mediadora - uma prática em construção da pré-escola à universidade. 3. ed. Porto</p><p>Alegre: Mediação, 1993.</p><p>KENSKI, V. M. Avaliação da aprendizagem. In: VEIGA, I. P. A. Repensando a didática. Campinas: Papirus,</p><p>1994.</p><p>LIBÂNEO, J. C. Organização e gestão da escola: teoria e prática. Goiânia: Alternativa, 2004.</p><p>LUCKESI, C. C. Avaliação da aprendizagem escolar. São Paulo: Cortez, 1996.</p><p>LUCKESI, C. C. Verificação ou avaliação: o que pratica a escola? Série Ideias n. 8, São Paulo: FDE, 1998, pp.</p><p>71-80.</p><p>PASCHOALINO, J. B. Q.; RAMALHO, M. L.; QUEIROZ, V. C. B. Trabalho docente: o desafio de reinventar a</p><p>avaliação em tempos de pandemia. Revista LABOR, Fortaleza (CE),v. 1, n. 23, p. 113-130, jan./jun. 2020.</p><p>PIMENTA; C. O.; SOUZA, S. Z. Avaliação em tempos de pandemia: oportunidade de recriar a escola. Estud.</p><p>Aval. Educ., São Paulo, v. 32, 2021.</p><p>RAMOS, R. C.; SARMENTO, D. F.; MENEGAT, J. Avaliação da aprendizagem no contexto da pandemia:</p><p>concepções e práticas docentes. Estudos em Avaliação Educacional, São Paulo, v. 32, 2021.</p><p>RAMPAZZO, S. R. R. Instrumentos de avaliação: reflexões e possibilidades de uso no processo de ensino e</p><p>aprendizagem. Universidade Estadual de Londrina. Londrina, 2011.</p><p>SALDANHA, L. C. D. O discurso do ensino remoto durante a pandemia de covid-19. Revista Educação e</p><p>Cultura Contemporânea, v. 17, n. 50, 2020.</p><p>VASCONCELLOS, C. S. Avaliação da aprendizagem: práticas de mudança – por uma práxis transformadora.</p><p>São Paulo: Libertad, 2003.</p><p>04/09/2023, 15:06 Avaliação da aprendizagem</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/00566/index.html# 86/86</p><p>Material para download</p><p>Clique no botão abaixo para fazer o download do conteúdo completo em formato PDF.</p><p>Download material</p><p>O que você achou do conteúdo?</p><p>Relatar problema</p><p>javascript:CriaPDF()</p><p>você já ouviu falar daqueles professores em cujas disciplinas nenhum aluno é aprovado ou</p><p>apenas a minoria é aprovada. Vamos pensar um pouco: o professor passou um semestre ou um ano</p><p>trabalhando com a turma e nenhum estudante foi capaz de aprender o suficiente? Será que o problema está</p><p>nos 30/40 estudantes ou no trabalho realizado? Ou na forma com que a avaliação foi feita?</p><p>Atualizações do conceito de avaliação da</p><p>aprendizagem</p><p>Avaliação: um conceito atualizado</p><p>04/09/2023, 15:06 Avaliação da aprendizagem</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/00566/index.html# 8/86</p><p>As mudanças nas perspectivas educacionais ressignificaram o modo como compreendemos a avaliação,</p><p>que deixou de ser concebida apenas como um método de seleção e classificação para se tornar uma aliada</p><p>da qualidade de ensino. Antes, tínhamos a avaliação como um processo classificatório, em que o aluno</p><p>poderia ser aprovado para a próxima “série” ou repetir a em que se encontrava. Tínhamos também uma</p><p>classificação de melhores e piores turmas.</p><p>Herdamos muito desse passado, mas a proposta atual diz que a avaliação deve servir para que o</p><p>aprendizado possa ser facilitado, verificando as demandas discentes. Além disso, atualmente não podemos</p><p>pensar em processo de ensino sem avaliar.</p><p>Mas não avaliação como sinônimo de prova ou teste, mas como possibilidade de acompanhar, observar o</p><p>percurso formativo do estudante. Se não sabemos o caminho que os estudantes estão percorrendo, como</p><p>poderemos saber se eles estão indo em direção ao caminho correto?</p><p>A importância de um docente possuir técnicas de avaliação perpassa não apenas o campo ético. O ensinar</p><p>e o aprender são instâncias complementares do processo educacional. Sendo assim, a avaliação é uma</p><p>importante parte do trabalho docente, visto que os sujeitos possuem diferentes modos e tempos de</p><p>04/09/2023, 15:06 Avaliação da aprendizagem</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/00566/index.html# 9/86</p><p>aprendizado. Além disso, também é uma essencial ferramenta de acompanhamento dos resultados do</p><p>processo de ensino e aprendizagem, tanto para avaliar os estudantes quanto para avaliar o trabalho</p><p>docente.</p><p>A avaliação é uma necessidade da instituição educacional, pois, por meio dela, verifica-se em que medida o</p><p>currículo escolar desenvolvido pelo docente, parte de seus objetivos, foi apreendido pelos alunos. A partir</p><p>desse acompanhamento, é possível fazer ajustes no trabalho pedagógico, reorientando a ação docente,</p><p>para ser possível o cumprimento desses objetivos.</p><p>A avaliação tem como proposta corrigir rumos, replanejar, criar possibilidades de aprendizado, e não</p><p>deve excluir os que não se sentiram competentes. A avaliação não tem como principal finalidade emitir</p><p>notas sobre alunos ou definir sua aptidão para progredir de série. Seu objetivo primordial é ampliar a</p><p>qualidade do trabalho pedagógico, a fim de promover a aprendizagem dos estudantes.</p><p>“Cuidado com o vão entre o trem e a plataforma”</p><p>Embora a avaliação seja uma importante dimensão do trabalho pedagógico, ela tem como função melhorar</p><p>a qualidade do ensino para que os objetivos didáticos traçados sejam cumpridos, oferecendo informações</p><p>para que tanto o estudante quanto o professor possam se aperfeiçoar. Sendo assim, o fim da prática</p><p>pedagógica não pode ser a avaliação. Quando a avaliação é valorizada em detrimento dos objetivos</p><p>pedagógicos, ocorre uma redução do objeto de ensino e uma hierarquização dos conteúdos e das</p><p>experiências escolares, visto que só serão valorizados aqueles possíveis de serem avaliados.</p><p>Exemplificando, avaliamos para saber se os estudantes estão aprendendo determinados conteúdos por</p><p>meio das estratégias escolhidas e não escolhemos as estratégias de uma aula para que os estudantes se</p><p>“saiam bem” em uma avaliação.</p><p>Não entendeu? Vamos melhorar a provocação. Imagine a seguinte situação:</p><p>Um professor de Matemática afirma orgulhosamente que, na matéria dele, os alunos têm alto</p><p>índice de reprovação. Considerado um bom professor por alguns, ele repete que não perdoa</p><p>ninguém e que o aluno deve ser cobrado mesmo, porque Matemática é para poucos.</p><p>04/09/2023, 15:06 Avaliação da aprendizagem</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/00566/index.html# 10/86</p><p>Um dia, uma colega docente de Artes lhe pergunta:</p><p>— Professor, em média, quantos alunos são reprovados na sua matéria?</p><p>O professor então responde:</p><p>— Uns 40%. Minha prova é muito difícil, costumo dizer que só eu sou 10.</p><p>04/09/2023, 15:06 Avaliação da aprendizagem</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/00566/index.html# 11/86</p><p>A professora pensa e questiona:</p><p>— Mas isso não o deixa envergonhado?</p><p>Intrigado, ele repete:</p><p>— Envergonhado?</p><p>04/09/2023, 15:06 Avaliação da aprendizagem</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/00566/index.html# 12/86</p><p>Esse diálogo nos mostra a relação cotidiano X reflexão necessária. A visão desse conceito deve</p><p>acompanhá-lo daqui por diante. Avaliar é um instrumento poderoso e sua função deve ser construir e</p><p>fomentar estratégias para alcançar seus objetivos.</p><p>História da avaliação</p><p>A concepção de avaliação inicialmente era ligada à ideia de medir por meio de testes, muito populares nos</p><p>anos 1940. No entanto, com a compreensão de que nem tudo o que é aprendido/ensinado na escola é</p><p>passível de medição, a partir dos anos 1960, o termo avaliação passou a assumir novas dimensões (HAYDT,</p><p>— Sim. Tantos anos dando aula e ainda não encontrou uma estratégia de promover o</p><p>aprendizado da Matemática.</p><p>04/09/2023, 15:06 Avaliação da aprendizagem</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/00566/index.html# 13/86</p><p>2004). Ressaltamos a seguir alguns conceitos que comumente surgem quando tratamos desse tema, mas</p><p>que estão bem longe de serem sinônimos.</p><p>Testar</p><p>Testar significa verificar o desempenho de algo ou alguém por meio de uma situação previamente</p><p>organizada, denominada teste. Os testes são usados na educação para obtenção de mapeamentos em</p><p>larga escala, no entanto, não são eficientes para averiguar todos os objetivos pretendidos com o ato de</p><p>ensino.</p><p>Por exemplo, um currículo de Ciências pode pretender que o estudante construa um comportamento</p><p>investigativo e crítico perante uma realidade. Talvez o modo mais eficaz de avaliar se esse objetivo foi</p><p>alcançado seja a observação, e não um teste.</p><p>Medir</p><p>Medir tem por base um sistema de unidades convencionais, refere-se ao aspecto quantitativo de um</p><p>fenômeno que se pretende descrever. O teste é um instrumento para isso, mas não o único. Também há a</p><p>limitação de que nem tudo na esfera educacional pode ser quantificado. Medir é muito recorrente na parte</p><p>técnica.</p><p>Você é capaz de atingir um resultado, como por exemplo: 100%, 75% ou 120%. Ao medir, é possível chegar a</p><p>um resultado, seja da aceleração do trem ou de quantos potes é possível guardar de forma organizada.</p><p>Eficiente em certo sentido, mas crítico em outros.</p><p>Avaliar</p><p>Avaliar significa coletar dados não só quantitativos, mas também qualitativos, e interpretá-los, fazendo um</p><p>julgamento sobre o resultado obtido a partir de critérios previamente definidos (um padrão). Sendo assim,</p><p>quando utilizamos o termo avaliar, estamos tratando de algo mais abrangente do que testar ou medir se um</p><p>sujeito possui ou não certo conteúdo curricular. Há também uma preocupação qualitativa com relação à</p><p>aquisição de determinado conteúdo, ou seja, se ela origina determinada habilidade, atitude etc. Sendo</p><p>assim, é importante para o processo de avaliação tanto dados quantitativos como qualitativos. Por exemplo,</p><p>você fez um intenso debate sobre política em sua turma. Qual seria sua métrica avaliativa? Poderiam ser a</p><p>04/09/2023, 15:06 Avaliação da aprendizagem</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/00566/index.html# 14/86</p><p>capacidade de falar sobre o assunto e a competência escritora, ou ainda a cognição e a possibilidade de</p><p>identificar conceitos diversos e associá-los. Isso tudo é construído no processo avaliativo.</p><p>De acordo Allal (2011), avaliar</p><p>é um processo que engloba as seguintes atividades:</p><p>Para a realização dessas etapas, o docente lança mão de diversos instrumentos: o plano de curso,</p><p>atividades individuais e em grupo, atividades escritas e orais, com ajuda ou não, diversos registros,</p><p>observação do estudante, portfólios, autoavaliação, reunião de responsáveis, boletim, dentre tantos outros</p><p>que podem ser necessários.</p><p>Passo 1</p><p>Definição do objeto de</p><p>avaliação.</p><p>Passo 2</p><p>Coleta de informações</p><p>relativas às condutas dos</p><p>educandos em relação ao</p><p>objeto escolhido.</p><p>Passo 3</p><p>Interpretação das</p><p>informações recolhidas.</p><p>Passo 4</p><p>Tomada de decisões e</p><p>comunicação das</p><p>apreciações ao outro.</p><p>04/09/2023, 15:06 Avaliação da aprendizagem</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/00566/index.html# 15/86</p><p>Avaliar para gerar aprendizados</p><p>Re�etindo sobre o aprendido</p><p>Vamos exemplificar cada uma das etapas?</p><p>O 1º ano do ensino fundamental tem como objeto de aprendizagem essencial a apropriação do</p><p>sistema de escrita alfabética. Uma professora escolhe esse conhecimento como objeto de</p><p>avaliação.</p><p>Para coletar informações a respeito das condutas dos educandos em relação a esse objeto, ela</p><p>decide fazer um ditado citando as seguintes palavras: pão, abóbora, melão, melancia e a frase “eu</p><p>bebi suco de melancia”. A produção de um estudante é a seguinte:</p><p>Definição do objeto de avaliação </p><p>Coleta de informações </p><p>04/09/2023, 15:06 Avaliação da aprendizagem</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/00566/index.html# 16/86</p><p>Após obter esta produção, a professora a interpreta e, então, nota que o estudante já possui alguns</p><p>conhecimentos sobre o sistema e desconhece outros. Por exemplo, ele sabe utilizar letras para</p><p>escrever, mas ainda não entende a relação delas com a pauta sonora.</p><p>Após essa análise, a professora reorienta o seu planejamento, substituindo atividades de</p><p>diferenciação de letras, números e símbolos, visto que o estudante já domina tal conteúdo, por</p><p>experiências que evidenciem a relação entre os fonemas e os grafemas.</p><p>Interpretação das informações recolhidas </p><p>Tomada de decisões e comunicação </p><p>04/09/2023, 15:06 Avaliação da aprendizagem</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/00566/index.html# 17/86</p><p>Qual etapa do processo ainda está faltando? A comunicação, conhecida como feedback! Essa etapa</p><p>depende de qual faixa etária estamos lidando. Nesse caso, a professora pode elaborar um relatório</p><p>sobre a criança e enviar para a família ou realizar uma reunião de responsáveis para relatar os</p><p>resultados. No caso de estudantes maiores, o processo pode ser ainda mais rico e envolver</p><p>diretamente o próprio estudante.</p><p>Note que o docente deve conceber a produção e o estudante como um valioso documento que precisa ser</p><p>interpretado. Por trás de um “erro”, existe uma hipótese, uma lógica, uma estratégia de pensamento</p><p>utilizada, indícios de “ainda não”. A interpretação deles contribui para organização das ações didáticas que</p><p>visem à apropriação do conhecimento que se deseja.</p><p>A avaliação é um processo contínuo e sistemático que integra um processo mais amplo, o de ensino e</p><p>aprendizagem. Afirmar que esse processo é contínuo e sistemático significa dizer que atividades</p><p>esporádicas e não planejadas não constituem uma avaliação! Cabe ressaltar, também, que a avaliação</p><p>deve ser integral, ou seja, não deve ser centrada apenas nos aspectos cognitivos dos estudantes, mas</p><p>também contemplar os aspectos sociais, afetivos etc. A avaliação, por ser um processo contínuo, deve</p><p>realizado ao longo do tempo, durante o bimestre, o trimestre, o período letivo todo para acompanhar o</p><p>processo de aprendizagem do estudante. Ao acompanhar esse processo, o professor consegue fazer</p><p>intervenções e desenvolver novas estratégias para suprir eventuais dificuldades de aprendizagem.</p><p>Vimos que a avaliação está intrinsicamente ligada aos objetivos educacionais, consistindo em um método</p><p>de coleta de dados que vão indicar se tais objetivos estão sendo alcançados. Isso ajuda na implementação</p><p>de mudanças na prática educacional, razão de a avaliação ser um instrumento para melhoria da qualidade</p><p>do ensino-aprendizagem. Por fim, sua finalidade não é classificar um estudante, e sim diagnosticar</p><p>possíveis falhas no processo de ensino-aprendizagem e reorientar a prática, buscando alternativas</p><p>pedagógicas para que os objetivos traçados sejam alcançados.</p><p>04/09/2023, 15:06 Avaliação da aprendizagem</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/00566/index.html# 18/86</p><p>Falta pouco para atingir seus objetivos.</p><p>Vamos praticar alguns conceitos?</p><p>Questão 1</p><p>Assinale a alternativa que corresponde ao conceito contemporâneo de avaliação:</p><p>A Verificar um desempenho por meio de um teste.</p><p>B Descrever um fenômeno pelo ponto de vista quantitativo.</p><p>04/09/2023, 15:06 Avaliação da aprendizagem</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/00566/index.html# 19/86</p><p>Parabéns! A alternativa C está correta.</p><p>A alternativa A refere-se ao conceito de testar e a alternativa B ao de medir. Com relação à alternativa D,</p><p>um dos princípios da avaliação é ser sistemática e contínua, logo, não pode ser esporádica ou</p><p>improvisada, e sim planejada e constante. A resposta certa é a letra C, pois a avaliação é um processo</p><p>interpretativo para emissão de um julgamento a partir de padrões preestabelecidos.</p><p>Questão 2</p><p>Avaliar não é punir, mas gera reflexões. Sobre o processo de avaliação da aprendizagem, é necessário</p><p>considerar que:</p><p>C Interpretar dados para obter um parecer tendo por base critérios.</p><p>D Improvisar um teste surpresa para uma turma.</p><p>E Estabelecer métricas regulares de qualidade e fomentar que o aluno os atinja.</p><p>A é componente secundário do processo de ensino-aprendizagem.</p><p>B tem como função verificar se o conteúdo foi ensinado.</p><p>C</p><p>deve ter datas claras e divulgadas previamente aos alunos, a fim de que se preparem</p><p>para as provas.</p><p>D precisa de processos de medição para que os alunos possam notar sua hierarquização.</p><p>04/09/2023, 15:06 Avaliação da aprendizagem</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/00566/index.html# 20/86</p><p>Parabéns! A alternativa E está correta.</p><p>A alternativa E está correta, pois a avaliação deve ser integral, contemplando o aluno como um todo,</p><p>inclusive os aspectos da relação ensino-aprendizagem, pensada com os aspectos cognitivos</p><p>relacionados aos objetos de aprendizagem e aos objetivos propostos. Além disso, é fundamental que a</p><p>avaliação seja contínua e preocupada em fornecer formas de melhorar para todos.</p><p>2 - Usos e tipos de avaliações</p><p>Ao �nal deste módulo, você será capaz de identi�car as funções e</p><p>modalidades de avaliações da aprendizagem.</p><p>Como avaliar?</p><p>E</p><p>compõe o conjunto das experiências de ensino-aprendizagem, que deve ser o foco da</p><p>educação.</p><p>04/09/2023, 15:06 Avaliação da aprendizagem</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/00566/index.html# 21/86</p><p>Tipos de avaliação: a visão dos professores</p><p>Neste vídeo, reflita sobre o processo de avaliação para disgnosticar o nível de abosrção do conteúdo dos</p><p>alunos e a importância dos tipos de avaliação.</p><p>Contextualizando</p><p>Imagine uma sala de aula antiga, em que um aluno esteja de pé, respondendo a uma pergunta da</p><p>professora. Logo atrás, um colega lhe “sopra” as respostas. Pense agora que esse aluno tenha medo de ser</p><p>descoberto e, por isso, esteja apreensivo.</p><p>Lembra quando comentamos a respeito dos sentimentos que as provas podem nos gerar? Por que e para</p><p>que avaliamos?</p><p>Essas perguntas não possuem uma resposta única. Buscar respostas para elas significa abordar as funções</p><p>da avaliação. Como discutimos, atualmente há uma compreensão mais ampla das funções da avaliação,</p><p>antes entendida meramente como instrumento para medir, classificar e selecionar os estudantes.</p><p></p><p>04/09/2023, 15:06 Avaliação da aprendizagem</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/00566/index.html# 22/86</p><p>Avaliação é muito mais e envolve diferentes e complexas variáveis. Mas afinal, o que é avaliar? De acordo</p><p>com Luckesi:</p><p>O ato de avaliar importa coleta,</p><p>análise e síntese dos dados que configuram o</p><p>objeto da avaliação, acrescido de uma atribuição de valor ou qualidade, que se</p><p>processa a partir da comparação da configuração do objeto avaliado com um</p><p>determinado padrão de qualidade previamente estabelecido para aquele tipo</p><p>de objeto. O valor ou qualidade atribuídos ao objeto conduzem a uma tomada</p><p>de posição a seu favor ou contra ele. E, o posicionamento a favor ou contra o</p><p>objeto, ato ou curso de ação, a partir do valor ou qualidade atribuídos, conduz a</p><p>uma decisão nova, a uma ação nova: manter o objeto como está ou atuar sobre</p><p>ele.</p><p>04/09/2023, 15:06 Avaliação da aprendizagem</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/00566/index.html# 23/86</p><p>(LUCKESI, 1998, p. 96)</p><p>Os estudos sobre avaliação de modo geral tendem a distinguir três funções para a avaliação: diagnosticar,</p><p>controlar/acompanhar e classificar. Todas essas funções visam à regulação do processo de formação e</p><p>originam três modalidades de avaliação. Aprofunde a seguir.</p><p>Tipos e práticas avaliativas</p><p>Tipos de avaliação</p><p>São modalidades de avaliação:</p><p></p><p>Diagnóstica</p><p></p><p>Formativa</p><p></p><p>Somativa</p><p>Veja sobre cada uma delas.</p><p>Avaliação diagnóstica</p><p>A avaliação diagnóstica tem como objetivo realizar um levantamento dos conhecimentos prévios dos</p><p>estudantes, buscando investigar se eles possuem ou não os pré-requisitos necessários para uma nova</p><p>aprendizagem, antes de iniciar o processo de ensino. Também visa saber qual será o ponto de partida do</p><p>docente para tal aprendizagem, ou seja, permite conhecer a realidade na qual o processo de ensino-</p><p>04/09/2023, 15:06 Avaliação da aprendizagem</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/00566/index.html# 24/86</p><p>aprendizagem será realizado. Sendo assim, essa modalidade de avaliação é realizada no início de um</p><p>período letivo ou de uma unidade de ensino.</p><p>Suponha que você assuma a regência de uma turma de 6º ano. Como não a acompanhou nos anos</p><p>anteriores, será difícil saber o que os estudantes já vivenciaram e aprenderam para embasar a construção</p><p>do seu plano de curso.</p><p>Você precisaria realizar uma avaliação diagnóstica para ter um panorama do que eles já sabem ou precisam</p><p>retomar e então organizar os conteúdos abordados ao longo do período.</p><p>04/09/2023, 15:06 Avaliação da aprendizagem</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/00566/index.html# 25/86</p><p>Essa avaliação não precisa ser realizada somente no início do ano letivo, sendo também recomendável ao</p><p>iniciar um novo bloco de conteúdo.</p><p>Avaliação formativa</p><p>A avaliação formativa é parte integrante do processo de ensino-aprendizagem, pois visa controlar o seu</p><p>processo, ou seja, acompanhar se os alunos estão alcançando os objetivos previstos e se as aulas</p><p>ministradas são eficientes. Este tipo de avaliação é realizado ao longo de todo período letivo, uma vez que</p><p>suas informações são importantes para o prosseguimento ou não de etapas.</p><p>Resumindo</p><p>Avalia o processo gradual pelo qual os estudantes estão alcançando os objetivos ou não.</p><p>Por meio da avaliação formativa, o estudante também recebe informações sobre seu desempenho e a partir</p><p>do conhecimento de seus resultados pode reorientar seus estudos. A avaliação formativa oferece feedback</p><p>para ambas as partes (docente e discente), evidenciando se o trabalho didático está sendo eficaz e</p><p>orientando o processo de ensino-aprendizagem. Quando bem realizada, contribui para o aperfeiçoamento</p><p>do processo de ensino-aprendizagem, garantindo que todos os estudantes alcancem os objetivos traçados.</p><p>Na avaliação formativa, o professor define habilidades e competências desejadas. Dessa forma, segundo</p><p>Hadji (2000), a ideia de avaliação formativa corresponde ao modelo ideal de uma avaliação:</p><p>Colocando-se de forma deliberada a serviço do fim que lhe dá sentido: tornar-se um elemento,</p><p>um momento determinante da ação educativa.</p><p>04/09/2023, 15:06 Avaliação da aprendizagem</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/00566/index.html# 26/86</p><p>A afirmação segundo a qual se trata de um modelo ideal repousa, de acordo com o autor, sobre duas séries</p><p>de dados:</p><p>Série 1</p><p>O que a define é menos da ordem dos fatos, objetivamente observáveis, que das intenções, que por sua vez</p><p>não podem ser apreendidas na exterioridade das práticas. “É em sua destinação, no sentido do projeto no</p><p>âmbito do qual ela se inscreve que se “lê” a “formatividade” da avaliação (HADJI, 2000, p. 21).</p><p>Série 2</p><p>Partindo de tal fato, cabe ressaltar que o modelo ideal não é diretamente operatório. “Ela é uma</p><p>possibilidade oferecida aos professores que compreenderam que podiam colocar as constatações pelas</p><p>quais se traduz uma atividade de avaliação dos alunos, qualquer que seja sua forma, a serviço de uma</p><p>relação de ajuda. É a vontade de ajudar que, em última análise, instala a atividade avaliativa em um registro</p><p>formativo” (HADJI, 2000, p. 22).</p><p>Exemplos e cotidiano da avaliação</p><p>O que importa, de fato, é não se afastar de um aspecto fundamental das práticas, que é a distância entre o</p><p>que se quer fazer e o que se faz realmente! Ao tratarmos de uma abordagem descritiva das práticas de</p><p>Propondo-se a contribuir para a evolução do aluno, como também a dizer o que, atualmente,</p><p>ele é.</p><p>Inscrevendo-se na continuidade da ação pedagógica, em vez de se limitar simplesmente a</p><p>uma operação externa de controle, cujo agente poderia, neste caso, ser totalmente</p><p>estrangeiro à atividade pedagógica.</p><p>04/09/2023, 15:06 Avaliação da aprendizagem</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/00566/index.html# 27/86</p><p>avaliação, deve-se buscar compreender as intenções e as representações do professor, de forma a delimitar</p><p>o modelo de regulação que ele usa mais ou menos consciente e depois tentar definir as regulações efetivas.</p><p>O professor Rodrigo dá aula de História para o 6º ano e tem como conteúdo planejado tratar sobre</p><p>Feudalismo. Depois de muito pensar, ele decide aplicar um modelo de avaliação formativa e define qual</p><p>competência os alunos precisam desenvolver: “compreender que a relação entre o homem e a terra é uma</p><p>relação de poder”.</p><p>Uma vez definida, o professor busca um texto de fácil compreensão sobre a riqueza do homem, o qual</p><p>demonstra que a diferença entre pobres e ricos – em forma de vida – modifica-se nesse período e como é</p><p>fortalecida a ideia da terra como poder.</p><p>04/09/2023, 15:06 Avaliação da aprendizagem</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/00566/index.html# 28/86</p><p>Durante a aula, em vez de pedir aos alunos para lerem e reproduzirem o texto, prefere fazer uma</p><p>introdução sobre o valor da terra e, em seguida, pede que os grupos se organizem para jogar um jogo de</p><p>tabuleiro chamado WAR.</p><p>O grupo vencedor deve explicar a razão e a forma da conquista de certos territórios considerados mais</p><p>importantes.</p><p>A avaliação feita por esses alunos tem um fim em si e gera um resultado que leva à próxima atividade,</p><p>propiciando, assim, que o ciclo seja constantemente estabelecido, até que todos os alunos atinjam as</p><p>competências buscadas.</p><p>Assim, a cada aula, há uma nova atividade que permite, ao final do conjunto daquela unidade temática, a</p><p>consolidação de uma nota. O resultado da avaliação de uma aula incide no planejamento da aula seguinte,</p><p>gerando nova avaliação e novo resultado.</p><p>Avaliação somativa</p><p>A avaliação somativa é realizada no final de um período letivo ou unidade de ensino e tem como função a</p><p>classificação dos estudantes em níveis de aproveitamento preestabelecidos. Em geral, esse tipo de</p><p>avaliação serve para identificar se o estudante está apto ou não para ser promovido de série (em sistemas</p><p>04/09/2023, 15:06 Avaliação da aprendizagem</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/00566/index.html# 29/86</p><p>seriados). Costuma ser realizada no final dos períodos letivos ou de uma unidade de ensino, ocasionando</p><p>em uma nota ou um conceito para fins de promoção. Sendo assim, a avaliação somativa tem uma função</p><p>“mais administrativa do que pedagógica” (HAYDT, 2004, p. 25).</p><p>Essa modalidade de avaliação também carrega em si um caráter</p><p>comparativo, pois o estudante geralmente</p><p>é comparado com o rendimento dos demais colegas e não com ele mesmo (como iniciou o processo e</p><p>como terminou). Cabe ressaltar que as discussões contemporâneas no campo da educação vêm superando</p><p>esse tipo de avaliação calcado em uma perspectiva seletiva e competitiva.</p><p>Exemplo</p><p>Marcelo, professor de Matemática, resolve fazer uma competição entre seus alunos. Ele coloca uma meta</p><p>mínima para aprovação, e todos os estudantes farão atividades matemáticas para ver o quanto evoluíram</p><p>ou não. Em uma aula, as atividades são contas de somar e a resolução de alguns problemas, cada etapa de</p><p>exercícios vale uma pontuação. Ao final da atividade, para dar notas a cada aluno, Marcelo faz uma média</p><p>de todos os acertos, considerando que cada etapa avançada tem mais peso do que a anterior. Poderíamos</p><p>dar um exemplo mais direto, mas escolhemos esse para que você entenda que esse tipo de avaliação</p><p>fragmentada tem seu fim em atingir um modelo métrico.</p><p>Escolher é preciso</p><p>Estratégia pedagógica</p><p>A própria estratégia pedagógica de retenção nas séries vem sendo questionada e alternativas insurgem nos</p><p>sistemas de ensino, como, por exemplo, a organização do currículo por meio de ciclos, a promoção</p><p>automática e a progressão continuada.</p><p>A LDB/96, em seu artigo 23, ofereceu autonomia para os estados e municípios organizarem seus sistemas</p><p>de ensino por séries anuais, períodos semestrais, ciclos, grupos não seriados etc. Os ciclos organizam o</p><p>tempo escolar em etapas de acordo com as fases de desenvolvimento, em blocos de aprendizagens ou em</p><p>ciclos de dois ou quatro anos, em vez de séries. Desse modo, a aprovação ou retenção é realizada ao final</p><p>do ciclo. Estabelecem-se objetivos para o ciclo, o docente acompanha o estudante e, ao final do ciclo, define</p><p>se o estudante está apto para o próximo ciclo ou se deve repetir o ciclo cursado. Vamos conhecer a lei:</p><p>LDB/96, em seu artigo 23</p><p>04/09/2023, 15:06 Avaliação da aprendizagem</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/00566/index.html# 30/86</p><p>A Educação brasileira é regida centralmente pela Lei Darcy Ribeiro, ou Lei de Diretrizes e Bases da Educação</p><p>Nacional, aprovada em 1996, e foi criada a partir das determinações da Constituição de 1988. Ela versa sobre a</p><p>estrutura de forma completa, tendo um conselho para dirimir dúvidas e questões, além de portarias e diretrizes</p><p>que se associam. Ex.: Você tem uma Base Nacional Curricular Comum que dialoga com a LDB, sendo uma</p><p>outra diretriz, ou ainda reformas na própria lei, como a chamada Reforma do Ensino Médio, que altera a LDB em</p><p>2019, sem invalidar sua originalidade.</p><p>Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional.</p><p>Art. 23. A educação básica poderá organizar-se em séries anuais, períodos semestrais, ciclos,</p><p>alternância regular de períodos de estudos, grupos não-seriados, com base na idade, na</p><p>competência e em outros critérios, ou por forma diversa de organização, sempre que o interesse do</p><p>processo de aprendizagem assim o recomendar.</p><p>§ 1º A escola poderá reclassificar os alunos, inclusive quando se tratar de transferências entre</p><p>estabelecimentos situados no País e no exterior, tendo como base as normas curriculares gerais.</p><p>§ 2º O calendário escolar deverá adequar-se às peculiaridades locais, inclusive climáticas e</p><p>econômicas, a critério do respectivo sistema de ensino, sem com isso reduzir o número de horas</p><p>letivas previsto nesta Lei.</p><p>A universalização e a democratização da escola e da aprendizagem como direito trouxe consigo questões</p><p>como o fracasso escolar, a distorção idade-série e a evasão. Impôs o desafio para os sistemas de lidar com</p><p>a diversidade e construir uma escola para todos, inclusiva. As alternativas à repetência são alinhadas às</p><p>concepções de uma educação inclusiva que:</p><p>Reconhece o caráter contínuo da construção do conhecimento e seu aspecto interdisciplinar.</p><p>Respeita os diferentes ritmos de aprendizagem.</p><p>Dá importância a valores como a solidariedade, em contraposição com a competitividade.</p><p>Associa-se a uma perspectiva multicultural, na medida em que respeita os diferentes saberes e culturas,</p><p>em contraposição a uma lógica conteudista.</p><p>Valoriza a heterogeneidade, em contraposição à busca da homogeneidade etc.</p><p>Essa é uma discussão polêmica no campo educacional, as soluções construídas até agora têm evidenciado</p><p>pontos positivos e negativos e não são universais. Para alguns, a não reprovação contribui para a baixa</p><p>qualidade da educação, favorece o desinteresse dos menos estudiosos e tira o estímulo dos mais</p><p>LDBE - Lei nº 9.394 de 20 de Dezembro de 1996 </p><p>04/09/2023, 15:06 Avaliação da aprendizagem</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/00566/index.html# 31/86</p><p>aplicados, diminui a autoridade do professor, ocasiona turma heterogêneas demais com relação aos</p><p>tempos de aprendizagem etc. (FIRME, 1994). Por outro lado, Freitas complexifica o debate ao elucidar que:</p><p>Um aspecto importante é que guardar todos os alunos dentro da escola, independentemente de</p><p>terem aprendido ou não, dá mais visibilidade àqueles alunos que não aprenderam e que antes eram</p><p>simplesmente expulsos da escola pela reprovação administrativa. A visibilidade do aluno que não</p><p>aprende é percebida, erradamente, pelos pais e pela sociedade como um problema do ciclo ou da</p><p>progressão continuada; entretanto, é produto da velha lógica da escola e da avaliação já revelada</p><p>por nós. No esquema seriado, tais alunos não incomodavam, pois eram eliminados do sistema,</p><p>permanecendo nele somente quem aprendia. Nos ciclos e na progressão continuada, esses alunos</p><p>permanecem no interior da escola, exigindo tratamento pedagógico adequado. Eles são uma</p><p>denúncia viva da lógica excludente, exigindo reparação. A volta para o sistema seriado é uma</p><p>forma de calar essa denúncia e precisa ser evitada.</p><p>(FREITAS, 2003, pp. 49-50)</p><p>Há um consenso nos debates educacionais de que a reprovação assumiu um espaço tão poderoso</p><p>enquanto solução para as não aprendizagens que desresponsabilizou o compromisso escolar com a</p><p>aprendizagem de todos, ofuscando e deslegitimando outras soluções nos projetos e planejamentos</p><p>escolares e instituindo a chamada cultura da repetência. Percebam que a reprovação ainda está presente no</p><p>imaginário de professores e alunos, que escola de boa qualidade é a que reprova, e que preocupação com o</p><p>desenvolvimento e a recuperação dos estudantes com dificuldade é algo de menor importância. Veja sobre</p><p>o imaginário popular:</p><p>Escola boa</p><p>04/09/2023, 15:06 Avaliação da aprendizagem</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/00566/index.html# 32/86</p><p>É a escola que reprova.</p><p>Escola ruim</p><p>Aquela que se preocupa em recuperar os alunos ou lidar com dificuldades deles.</p><p>É urgente, ao longo do período letivo, a criação de estratégias pedagógicas para solução do não</p><p>aprendizado, além da reprovação, que acarreta em uma exclusão e desmotivação do aluno.</p><p>Um processo de avaliação da aprendizagem de qualidade contribui para que a reprovação não seja</p><p>encarada como “a solução”, por permitir o acompanhamento do processo, funcionando como um “controle</p><p>de qualidade”.</p><p>Isso é importante para que não aconteça com nossos estudantes uma cena comum em salas de aula,</p><p>quando uma professora pede para quem não entendeu que levante a mão, e vários levantam. É importante</p><p>elucidarmos que as diferentes modalidades de avaliação não são excludentes.</p><p></p><p>04/09/2023, 15:06 Avaliação da aprendizagem</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/00566/index.html# 33/86</p><p>Em geral, no cotidiano escolar, você verá que o processo de avaliação da aprendizagem resulta da</p><p>combinação de todas essas modalidades.</p><p>Independentemente da função e modalidade de avaliação, o objetivo da avaliação da aprendizagem deve</p><p>ser o aperfeiçoamento do processo de ensino, tendo uma função orientadora. Nessa perspectiva, a</p><p>avaliação é um instrumento de melhoria da qualidade de ensino, garantindo que a ação docente esteja na</p><p>direção certa e oferecendo subsídios para que o estudante tenha um</p><p>melhor aproveitamento, na medida em</p><p>que tome conhecimento dos seus resultados.</p><p>Atenção!</p><p>A avaliação nunca deve servir como instrumento de punição/castigo. Para que o seu resultado seja</p><p>consistente, devemos propiciar condições que favoreçam ao aluno apresentar seu melhor resultado.</p><p>Sabemos bem como o nervosismo e a ansiedade podem afetar o desempenho, além de gerar uma distorção</p><p>do papel da avaliação.</p><p>Planejando a aprendizagem</p><p>04/09/2023, 15:06 Avaliação da aprendizagem</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/00566/index.html# 34/86</p><p>Relação entre planejar e avaliar a</p><p>aprendizagem</p><p>O conteúdo visto até aqui não é simples e precisa ter um contínuo processo de reflexão. Para ajudá-lo nessa</p><p>compreensão, optamos então por lançar mão da prática.</p><p>Imagine que um professor de Matemática tenha a missão de ensinar a boa e velha álgebra.</p><p>A Matemática pode ser um excelente instrumento para apoiar e elucidar os cenários que envolvem</p><p>conjuntos de variáveis e tomada de decisões, com qualidade.</p><p>A álgebra também é uma ferramenta poderosa para resolver problemas às vezes bastante complicados.</p><p>Para utilizá-la, um passo é fundamental: equacionar o problema, ou seja, “traduzi-lo” para a linguagem</p><p>matemática.</p><p>1</p><p>O marcador de gasolina de</p><p>um carro apresenta um erro e</p><p>o dono deseja conhecê-lo a</p><p>fim de compensá-lo nas</p><p>ó i l it d</p><p>04/09/2023, 15:06 Avaliação da aprendizagem</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/00566/index.html# 35/86</p><p>Tradição:</p><p>próximas leituras do</p><p>marcador.</p><p>2</p><p>Há pouco, o aparelho marcava</p><p>3/4 do tanque e ele precisou</p><p>de 10 litros para enchê-lo</p><p>completamente. A</p><p>capacidade do tanque é de 50</p><p>litros.</p><p>3</p><p>Qual o erro percentual que o</p><p>marcador apresenta? Para</p><p>mais ou para menos?</p><p>04/09/2023, 15:06 Avaliação da aprendizagem</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/00566/index.html# 36/86</p><p>Aluno resolveu e acertou a questão</p><p>Concluímos que ele aprendeu a matéria.</p><p>Aluno não resolveu e errou a questão</p><p>Deverá repetir a série.</p><p>Porém, e se o ideal não for esse?</p><p>Não queremos resolver o exercício citado, mas sim provocar o aluno a pensar. Não devemos planejar uma</p><p>separação entre os capazes e os abandonados por serem fracos, refletir a tensão entre o planejamento X</p><p></p><p>04/09/2023, 15:06 Avaliação da aprendizagem</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/00566/index.html# 37/86</p><p>avaliação. O professor deve saber que o planejamento não é uma linha reta e precisa de constante</p><p>adaptação para ser atingido, e a avaliação é um instrumento que o auxilia a construir uma percepção</p><p>complexa das habilidades dos alunos.</p><p>Embora não sejam a mesma coisa, o planejamento e a avaliação têm o mesmo fim e, quando bem feitos,</p><p>são ricos em percepções de variáveis, não reduzindo cada aluno a um grau ou número. Fazer um</p><p>planejamento é lidar com um grande problema algébrico. Portanto, vamos pensar em quais passos são</p><p>necessários para o solucionarmos.</p><p>Passo 1</p><p>Antes de mais nada, precisamos entendê-lo, e essa compreensão vai além de palavras ou símbolos,</p><p>englobando também saber os passos para a busca da sua solução, superando dificuldades e obstáculos</p><p>apresentados.</p><p>Passo 2</p><p>Após a compreensão do problema, precisamos partir para a elaboração de um plano que permita a sua</p><p>resolução, ou seja, quais os procedimentos que deverão ser utilizados para se alcançar a meta.</p><p>Passo 3</p><p>Na etapa seguinte, é interessante identificar quais são os conteúdos e conceitos envolvidos no seu</p><p>problema para ajudar a elaboração do plano.</p><p>Passo 4</p><p>O próximo passo é a execução do plano elaborado, seguindo-o passo a passo.</p><p>Passo 5</p><p>04/09/2023, 15:06 Avaliação da aprendizagem</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/00566/index.html# 38/86</p><p>E finalmente, chega-se à última fase, a revisão. Nesse momento, teremos a chance de corrigir eventuais</p><p>erros no processo e garantir a validade da resposta.</p><p>Assim, podemos resumir os cinco passos para a resolução de um problema em perguntas inseridas em</p><p>duas etapas.</p><p>Compreender o problema</p><p>Quais são os dados? Existe alguma condição ou restrição? Se existir uma condição, ela é suficiente para</p><p>determinar solução? É contraditória?</p><p>Conceber um plano</p><p>Já encontrou um problema semelhante? Ou já viu o mesmo problema proposto de maneira um pouco</p><p>diferente?</p><p>Nesse contexto, o planejamento estratégico, quando fundamentado na concepção matemática de resolução</p><p>de problemas, assume desenhos diferentes daqueles lineares e predefinidos. As diferentes variáveis que</p><p>estão associadas a esse planejamento podem ser visualizadas por meio de trilhas que delineiam e</p><p>constituem uma realidade e cujos resultados não serão alcançados de modo linear e com uma única</p><p>solução.</p><p>Resumindo</p><p>O que se espera como solução para um problema pode não ser útil para outro, uma vez que pode existir</p><p>uma nova variável e, com isso, a solução não servir mais. Desse modo, o processo de solução necessita ser</p><p>feito a partir de novas escolhas.</p><p>Ao nos deparamos com uma situação problema, é fundamental considerarmos as etapas que nos levam à</p><p>possível solução. Esse mesmo raciocínio orienta o planejamento estratégico à medida que é necessário</p><p>reconhecer (planificar) a situação e identificar (escolher) os instrumentos (caminhos/recursos) que nos</p><p>permitem tomar decisões/ações (alternativas) para as diferentes variáveis que a situação nos apresenta.</p><p>Verificar a plausibilidade das escolhas para, então, colocá-las em prática e avaliar todo o processo.</p><p>Veja a seguir um esquema que elucida esse raciocínio:</p><p>04/09/2023, 15:06 Avaliação da aprendizagem</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/00566/index.html# 39/86</p><p>Por exemplo, um curso de Correntes Políticas – extracurricular – por ser dessa forma, ele pode ser</p><p>meramente expositivo? Não.</p><p>Repare:</p><p>A escola percebeu que as questões políticas vinham se tornando um embate constante e</p><p>difícil, com muito grito e pouco entendimento. Então, entendeu que precisava criar um</p><p>mecanismo de aplacamento e optou como decisão estratégica pela disponibilização de</p><p>informações com mais qualidade.</p><p>Ela tinha um quadro prévio, organizou o projeto e iniciou. Como resultado, os embates foram</p><p>ampliados, assim como o diálogo melhorou. Essa percepção gerou a ideia de fazer uma ação</p><p>de debate ao fim de cada aula, para que o processo não tivesse novo fim, descontrolado.</p><p>04/09/2023, 15:06 Avaliação da aprendizagem</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/00566/index.html# 40/86</p><p>Isso precisa ser direcionado para essa energia virar algo positivo, ação, continuidade do curso com um</p><p>momento público de debate. E daí, certamente, novos caminhos, e sempre deve haver novos caminhos.</p><p>Vamos conhecer algumas atividades que podem ser consideradas nessas etapas quando nos deparamos</p><p>com o planejamento estratégico:</p><p>Identificação das diferentes variáveis que envolvem o problema e a priorização daquelas consideradas</p><p>mais relevantes para a sua solução.</p><p>Desenho da estratégia de solução, metas de ação, desenho do plano de ação (resolução).</p><p>Avaliação (análise) da viabilidade das propostas de ação, identificando e avaliado as restrições das</p><p>diferentes variáveis.</p><p>Identificação da plausibilidade das propostas de ação, bem como das suas restrições em função das</p><p>variáveis envolvidas no problema.</p><p>Tomada de decisão – executar as ações.</p><p>Avaliação do impacto das ações e correções necessárias.</p><p>Para uma melhor compreensão da relação entre a solução de problemas e o planejamento estratégico, é</p><p>importante considerar:</p><p>A definição do problema – situação.</p><p>A identificação das variáveis envolvidas.</p><p>A identificação das variáveis essenciais para o contexto no qual o problema está inserido.</p><p>A descrição clara do problema – a situação.</p><p>A exposição das causas – explicações. Qual será a solução do “problema”? Em uma sala de aula, 10</p><p>litros de conhecimento não são mensuráveis de maneira tão fácil!</p><p>Re�etindo sobre nossos caminhos</p><p>04/09/2023, 15:06 Avaliação da aprendizagem</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/00566/index.html#</p><p>41/86</p><p>Do que já foi discutido até agora, podemos afirmar que a avaliação não se resume à realização de provas e</p><p>testes, ela é um instrumento para a compreensão do processo pedagógico visando à melhoria da prática</p><p>pedagógica. Nesse contexto, não só os estudantes são avaliados, mas também o trabalho docente e,</p><p>inclusive, a escola e o sistema de ensino. A partir desse entendimento, não podemos mais ter uma prática</p><p>avaliativa que consista na aplicação de provas ao final do ano que tenham como objetivo apenas promover</p><p>ou reter um estudante na série.</p><p>Precisamos avaliar em diferentes momentos, com diferentes finalidades e por meio de diferentes situações</p><p>na qual, em cada uma delas, é preciso ter clareza do que se pretende avaliar. Salientamos que a meta de</p><p>uma educação de qualidade é garantir a aprendizagem de todos, mas sabemos que os sujeitos possuem</p><p>tempos e modos diversificados de aprender. Sendo assim, para uma avaliação de qualidade e inclusiva, é</p><p>importante que lancemos mão de instrumentos de avaliação adequados e diversificados, sobre os quais</p><p>estudaremos no próximo módulo.</p><p>04/09/2023, 15:06 Avaliação da aprendizagem</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/00566/index.html# 42/86</p><p>Falta pouco para atingir seus objetivos.</p><p>Vamos praticar alguns conceitos?</p><p>Questão 1</p><p>“No ano letivo de 2015, a professora supervisora nos informou quais os conteúdos que seriam</p><p>ensinados ao decorrer do ano: Função, Função Afim, Função Quadrática, Função Exponencial e Função</p><p>Logarítmica [...] Antes de iniciarmos essas atividades [...], aplicamos um questionário com o intuito de</p><p>04/09/2023, 15:06 Avaliação da aprendizagem</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/00566/index.html# 43/86</p><p>verificar dificuldades relatadas pelos alunos, além de identificar conhecimentos prévios dos mesmos.”</p><p>(SANTOS, I. B. Metodologia do ensino de Matemática. São Cristóvão: CESAD, 2009.)</p><p>O trecho acima relata o uso de uma certa modalidade de avaliação desenvolvida por bolsistas do PIBID</p><p>de Matemática em uma turma do 1º ano de ensino médio. Que modalidade de avaliação é essa?</p><p>Parabéns! A alternativa A está correta.</p><p>A alternativa A é a correta. Foi realizada uma avaliação diagnóstica para que, por meio do levantamento</p><p>dos conhecimentos prévios da turma e possíveis dificuldades, os bolsistas pudessem estipular o ponto</p><p>de partida das futuras ações e iniciar o bloco de conteúdo.</p><p>Questão 2</p><p>Leia o trecho da reportagem abaixo e assinale à qual modalidade de avaliação se refere:</p><p>“Esta se caracteriza por ser realizada geralmente ao final de um programa, com o único objetivo de</p><p>definir uma nota ou estabelecer um conceito - ou seja, dizer se os estudantes aprenderam ou não e</p><p>ordená-los.”</p><p>PELLEGRINI. Avaliar para ensinar melhor. Nova Escola, jan. 2003.</p><p>A Diagnóstica</p><p>B Formativa</p><p>C Descritiva</p><p>D Somativa</p><p>E Discursiva</p><p>04/09/2023, 15:06 Avaliação da aprendizagem</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/00566/index.html# 44/86</p><p>Parabéns! A alternativa D está correta.</p><p>A alternativa D é a correta, pois a avaliação somativa costuma ser realizada no final dos períodos</p><p>letivos ou de uma unidade de ensino, ocasionando uma nota ou conceito para fins de promoção, como</p><p>indicado no trecho da reportagem.</p><p>A Diagnóstica</p><p>B Formativa</p><p>C Descritiva</p><p>D Somativa</p><p>E Estratégica</p><p>04/09/2023, 15:06 Avaliação da aprendizagem</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/00566/index.html# 45/86</p><p>3 - Os instrumentos da avaliação</p><p>Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer os instrumentos da</p><p>avaliação da aprendizagem.</p><p>Instrumentos de avaliação</p><p>Organizar os instrumentos de avaliação</p><p>Neste vídeo, a professora Claudia Costin fala sobre os instrumentos de avaliação, a importância da sua</p><p>aplicação e organização.</p><p>A escolha das formas de avaliar</p><p>A palavra instrumento é utilizada para nomear todo objeto que serve para auxiliar ou levar a efeito uma ação</p><p>qualquer. Quando falamos de instrumentos de avaliação ou avaliativos, estamos nos referindo aos registros</p><p>utilizados para coletar dados a respeito do processo ensino e aprendizagem, ou seja, que viabilizem o</p><p>acompanhamento de determinado estudante. Sendo assim, qualquer registro que ofereça informações</p><p>sobre a aprendizagem passível da intepretação do docente pode ser considerado um instrumento de</p><p>avaliação. Esse registro pode ser de diferentes naturezas:</p><p>Expresso pelo próprio aluno</p><p></p><p>04/09/2023, 15:06 Avaliação da aprendizagem</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/00566/index.html# 46/86</p><p>Provas, cadernos, exercícios, textos e outros.</p><p>Expresso pelo professor</p><p>Pareceres, registro de observação, fichas, relatórios e outros.</p><p>Até o final do século passado, a avaliação da aprendizagem era realizada basicamente por testes orais.</p><p>Graças à complexificação da compreensão do ato avaliativo, atualmente contamos com inúmeras</p><p>possibilidades de instrumentos de avaliação: observação, trabalho em grupo, debates, seminário, mapas</p><p>conceituais, provas, dramatizações, autoavaliação, projetos, enfim, tudo o que origine um registro ou</p><p>expresse algo do processo de ensino e aprendizagem. Diante de tantas possibilidades, seria inviável</p><p>tratarmos de todos eles aqui, no entanto, vamos nos ater aos mais comuns.</p><p>Prova</p><p>A prova é o instrumento mais comumente utilizado na escola, sendo sinônimo de avaliação em algumas</p><p>delas. Alguns motivos justificam a “popularidade” deste instrumento. A seguir, elencamos alguns:</p><p>A prova é instrumento conhecido pelos docentes, que já vivenciaram essa experiência em muitas</p><p>situações ao longo de sua vida acadêmica (LUCKESI, 1993).</p><p>Oferece segurança ao docente na devolução dos resultados, pois é um instrumento legitimado</p><p>socialmente (HOFFMANN, 1993).</p><p>Como nesse modelo é aplicado um instrumento com as mesmas questões a todos os estudantes</p><p>igualmente, promove uma sensação de justiça e igualdade (RAMPAZZO, 2011).</p><p>Os docentes não sabem fazer uma avaliação de maneira diferente (VASCONCELLOS, 2003).</p><p>Localiza o problema no aluno, não questionando o processo de ensino (VASCONCELLOS, 2003).</p><p>Ora, se o professor que prepara a prova oferece o mesmo nível de dificuldade para todos os seus alunos,</p><p>esse não seria um modelo justo de avaliação?</p><p>≠</p><p>04/09/2023, 15:06 Avaliação da aprendizagem</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/00566/index.html# 47/86</p><p>Um livro infantil famoso é o The Animal School (1940) de George Reavis.</p><p>O livro conta a história de um peixe que vai para a escola e precisa participar de corridas e escaladas. Mas o</p><p>que isso tem a ver com a nossa conversa?</p><p>A sensação de justiça que a prova evoca pode ser ilusória, pois uma prova pode:</p><p>Ser utilizada como instrumento para correção de atitudes comportamentais,</p><p>ser elaborada com alto ou baixo grau de dificuldade, desrespeitar o contrato</p><p>didático, não apresentar questões de forma clara e etc.</p><p>(RAMPAZZO, 2011, p.8)</p><p>A discussão apresentada não é um ataque às provas nem um manifesto para sua abolição, e sim um alerta</p><p>para seus limites e para fato de que são necessários reflexão e cuidado em sua utilização como</p><p>instrumento avaliativo. Muitas questões de provas “viralizam” na internet por causa de suas respostas.</p><p>O que provoca o riso nesses exercícios?</p><p>Você, como professor, tomaria que postura nessa situação? O uso da prova como instrumento avaliativo é</p><p>conhecido por todos, dando uma falsa impressão de que é fácil de elaborar, por isso, vamos nos ater um</p><p>pouco mais nesse instrumento. Isso não quer dizer que o valorizamos mais que os outros.</p><p>04/09/2023, 15:06 Avaliação da aprendizagem</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/00566/index.html# 48/86</p><p>A elaboração de uma prova exige cuidados que vão desde o processo de elaboração das questões,</p><p>perpassando pela organização, disposição das questões, aplicação, até a correção. A seguir, destacamos</p><p>algumas preocupações necessárias que visam à garantia de elaboração de uma prova “bem feita” de acordo</p><p>com Rampazzo (2011):</p><p>A contextualização das questões por meio de textos que não</p><p>sejam meramente ilustrativos, mas que</p><p>contribuam para a resposta do estudante.</p><p>A definição de parâmetros para a correção.</p><p>A elaboração de questões que não exijam do estudante a mera transcrição de informações ou conceitos.</p><p>Instruções claras e objetivas. É sempre importante estar atento ao nível de complexidade das instruções</p><p>e se questionar: será que o estudante conseguirá entender o comando?</p><p>Nível de dificuldade adequado ao que foi trabalhado em sala, respeitando o contrato didático.</p><p>Constitui um texto orgânico.</p><p>Ordenação e numeração das questões devem estar bem dispostas na página.</p><p>Informar o valor de cada questão etc.</p><p>Você já deve saber que uma prova pode ser apresentada de forma objetiva ou discursiva. Conhecer a</p><p>natureza de cada uma delas contribui para que o professor escolha qual se adequa mais aos seus objetivos,</p><p>metodologia de ensino, o conteúdo a ser avaliado, a qual habilidade do aluno pretende-se avaliar, dentre</p><p>outros. Uma prova, também, pode mesclar questões discursivas e objetivas.</p><p>A prova objetiva (ou questões objetivas):</p><p>04/09/2023, 15:06 Avaliação da aprendizagem</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/00566/index.html# 49/86</p><p>É um teste, no qual a opinião do aluno e a sua interpretação dos</p><p>fatos não determinam a resposta correta, visto que ela já é expressa</p><p>no texto.</p><p>(RAMPAZZO, 2011, p. 12)</p><p>Esse modelo de prova precisa conter questões com diferentes níveis de dificuldade. Os tipos de questão</p><p>objetiva são divididos em duas categorias, onde na primeira é exigido que o estudante escreva uma</p><p>resposta e a segunda onde o estudante deve apenas escolher uma das alternativas apresentadas.</p><p>Enquadram-se no primeiro grupo questões de resposta curta ou com lacunas e, no segundo grupo, questões</p><p>de certo e errado, correlação (ou acasalamento, ou combinação) e múltipla escolha. A seleção do tipo de</p><p>questão deve atender ao que se deseja avaliar. A seguir, são elucidados e exemplificados cada tipo dessas</p><p>questões:</p><p>Questão de resposta curta</p><p>Exige uma resposta breve, frase, palavra ou número, sendo disponibilizado um pequeno campo para o</p><p>estudante dar sua resposta.</p><p>Questões do tipo “complete a frase”.</p><p>Pergunta direta com resposta simples, como “Quais são as cores da bandeira do Brasil?”.</p><p>Essas questões costumam ser fáceis de elaborar e corrigir, mas é necessário que se tenha alguns cuidados</p><p>na sua elaboração para que sejam diretas, não abrindo espaço para mais de uma resposta correta, e que</p><p>seja breve e precisa. Uma das vantagens desse tipo de questão é que ela diminui a possibilidade do acerto</p><p>casual (que chamamos coloquialmente de “chute”).</p><p>04/09/2023, 15:06 Avaliação da aprendizagem</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/00566/index.html# 50/86</p><p>Questão de lacuna</p><p>Contém uma ou mais frases em que são omitidas palavras ou partes, que são substituídas por espaços em</p><p>branco a serem preenchidos pelo estudante por palavras ou números. Essas lacunas podem estar em</p><p>qualquer lugar da afirmação.</p><p>Exemplo</p><p>O corpo humano é composto de cinco sentidos: _____, ______, ______, ______ e _____.</p><p>Complete a frase, escrevendo na linha pontilhada o verbo “substituir” no tempo indicado: Os jogadores</p><p>reservas ...................... os titulares. (Futuro do presente do indicativo)</p><p>Algumas dicas para elaboração adequada desse tipo de questão são: formular questões que só admitam</p><p>uma reposta, não omitir dados irrelevantes, mas também não omitir palavras que impossibilitem a</p><p>compreensão da frase.</p><p>Questão de certo/errado</p><p>Apresenta uma frase declarativa e o estudante deve escolher entre os pares, como:</p><p>Verdadeiro/falso</p><p>Certo/errado</p><p>Sim/não</p><p>Correto/incorreto</p><p>Para a formulação desse tipo de questão, é importante que não sejam apresentadas declarações ambíguas.</p><p>Um aspecto que deve ser levado em consideração quando escolhemos esse modelo é que ele abre um</p><p>espaço muito grande para o acerto casual, já que, como são apenas duas opções, mesmo que “chute”, o</p><p>estudante tem 50% de chance de acertar, o que pode distorcer o seu resultado.</p><p>Questão de correlação</p><p>Apresenta duas colunas, as quais o estudante deve relacionar, tem como objetivo avaliar a habilidade de</p><p>relacionar ideias ou fatos, classificar etc. Veja o exemplo na questão a seguir:</p><p>1. Na coluna da direita, estão indicadas a classificação das palavras conforme a posição da sílaba tônica.</p><p>Na coluna da esquerda, há algumas palavras. No espaço entre parênteses, coloque o número</p><p>correspondente à respectiva classificação quanto à tonicidade. Cada número pode ser usado uma ou</p><p>mais vezes.</p><p>04/09/2023, 15:06 Avaliação da aprendizagem</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/00566/index.html# 51/86</p><p>1. Oxítona (   ) Português</p><p>2. Paroxítona (   ) Proibido</p><p>3. Proparoxítona (   ) Ângulo</p><p>(   ) Matemática</p><p>Na elaboração desse tipo de questão, é importante que os itens a serem combinados pertençam à mesma</p><p>categoria, que nas instruções seja elucidado como deverá ser realizada a combinação (ligar, enumerar,</p><p>colocar a letra correspondente) e que indique se os itens selecionados podem ser atribuídos uma única vez</p><p>ou mais.</p><p>Questão de múltipla escolha</p><p>Certamente, das questões objetivas, essa é a mais usual, pois se adapta a diferentes objetivos e conteúdos</p><p>e é fácil de corrigir.</p><p>Consiste numa parte introdutória (suporte) contendo o problema –</p><p>que pode aparecer sob a forma de a�rmação incompleta ou uma</p><p>pergunta direta.</p><p>(HAYDT, 2004, p. 108)</p><p>Após a introdução, são apresentadas as possibilidades de resposta dentre as quais o estudante deve</p><p>escolher apenas uma. As questões de múltipla escolha podem ser de vários tipos, de acordo com seus</p><p>objetivos e do que se exige como reposta:</p><p>Questão do tipo única: há uma interrogativa direta, e são apresentadas as alternativas de</p><p>resposta.</p><p>Questão de afirmação incompleta: há lacunas no enunciado que devem ser completadas por uma</p><p>das alternativas.</p><p>Tipos de questões de múltipla escolha </p><p>04/09/2023, 15:06 Avaliação da aprendizagem</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/00566/index.html# 52/86</p><p>Questão de resposta múltipla: uma situação é apresentada e são elencadas afirmativas com</p><p>relação a ela (nessa modalidade, podem ser avaliados vários tópicos de conteúdos).</p><p>Questão de foco negativo: são apresentadas várias repostas corretas e apenas uma incorreta.</p><p>Questão do tipo lacuna: é apresentada uma sentença com partes suprimidas que devem ser</p><p>completadas com palavras constantes nas alternativas.</p><p>Questão de interpretação: consiste em uma questão que apresenta determinado material (texto,</p><p>gráfico, fotografia etc.) para ser interpretado pelo estudante.</p><p>Questão de associação: são apresentados elementos com alguma relação entre si e, portanto,</p><p>podem ser relacionados.</p><p>Questão de ordenação ou seriação: o estudante deve ordenar ou classificar de acordo com algum</p><p>critério e dentre as alternativas assinalar a ordenação correta.</p><p>Questão de alternativas constantes: são apresentadas sentenças e nas alternativas o estudante</p><p>deve assinalar a que corresponde à ordem correta do julgamento da sentença, como</p><p>verdadeiro/falso/verdadeiro.</p><p>Veja um exemplo a seguir:</p><p>Exemplo</p><p>(Questão de prova Professor - 1º ao 5º Ano/ Pref. São João da Barra/RJ/ 2015/ BIORIO:</p><p>A construção do Projeto Político Pedagógico implica nas seguintes etapas, exceto:</p><p>(A) Análise da situação geral.</p><p>(B) Definição dos objetivos e escolha das estratégias.</p><p>(C) Formação das turmas e definição do número de alunos.</p><p>(D) Coordenação entre os diferentes profissionais e setores envolvidos.</p><p>(E) Acompanhamento e avaliação.</p><p>Na elaboração de questões de múltipla escolha de qualidade, é preciso garantir, dentre outras coisas, que</p><p>diversas alternativas pareçam plausíveis à primeira vista, a fim de evitar que uma alternativa seja muito</p><p>parecida com a outra, com exceção de um detalhe (“pegadinha”), e evitar alternativas como</p><p>“todas/nenhuma das alternativas acima”.</p><p>Em busca de novas competências avaliativas</p><p>04/09/2023, 15:06 Avaliação da aprendizagem</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/00566/index.html#</p><p>53/86</p><p>Avaliação discursiva</p><p>A prova discursiva (ou questões discursivas) é a mais adequada para avaliar resultados mais complexos do</p><p>processo de ensino-aprendizagem, como a capacidade de argumentar, sintetizar, analisar, narrar, aplicar um</p><p>conteúdo em novas situações, comparar, relacionar etc. Em questões discursivas, possibilitamos que o</p><p>estudante se expresse, com descrições mais livres, suas ideias, por meio de sua própria linguagem. Embora</p><p>mais livre, não se deve perder de vista a objetividade, ou seja, o objeto da aprendizagem que se deseja</p><p>avaliar.</p><p>Exemplo</p><p>(Questão de prova Professor - São João da Barra/RJ – 2015 – BIORIO)</p><p>A sequência a seguir é formada por 10 números</p><p>5, 10, 2, 8, 9, 4, 6, ____, ____, ____.</p><p>Os 3 últimos números dessa sequência são, respectivamente:</p><p>A) 1, 3 e 7. B) 1, 7 e 3. C) 3, 1 e 7. D) 7, 1 e 3. E) 7, 3 e 1.</p><p>Para garantir a qualidade de uma prova/questão discursiva, é preciso termos atenção nos seguintes pontos</p><p>de sua elaboração:</p><p>Evitar questões que possibilitem respostas rasas (como um mero “sim” ou “não”).</p><p>Ter clareza do que se pretende com cada questão, o que facilita tanto sua preparação quanto</p><p>correção.</p><p>04/09/2023, 15:06 Avaliação da aprendizagem</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/00566/index.html# 54/86</p><p>Quanto à correção de provas/questões discursivas, não é porque são mais livres que não exigem critérios</p><p>de correção e valores para cada questão. Sendo assim, é aconselhável que se tenha uma resposta modelo,</p><p>que se elenque elementos essenciais que devem ser contemplados. Os resultados não devem atribuir</p><p>apenas valor para cada resposta (nota ou certo/errado), mas também ser acompanhados de comentários</p><p>que elucidem ao aluno o que se esperava que fosse contemplado na sua resposta.</p><p>Verner Sims (apud HAYDT, 2004, p. 115) classificou os itens de resposta livre, obtidas em questões</p><p>discursivas em três categorias:</p><p>Categoria 1</p><p>Exige respostas mais simples que pedem apenas a recordação de acontecimentos, nomes, datas e locais;</p><p>advém de perguntas curtas. Contempla as questões que usam expressões como: o que, quem, quando,</p><p>qual, onde.</p><p>Categoria 2</p><p>Exige respostas mais elaboradas, mas não tão extensas, de uma ou mais frases. Contempla as perguntas</p><p>que usam expressões como: relacione, enumere, defina.</p><p>Categoria 3</p><p>Exige respostas complexas, dissertativas propriamente ditas e podem ter extensão variável. Contempla as</p><p>preguntas que usam expressões como: descreva, explique, resuma, compare, analise, interprete, compare.</p><p>A questão dissertativa permite a avaliação de diversos processos mentais superiores.</p><p>Evitar comandos como “dê sua opinião”, “o que você acha”, “comente sobre” ou “diga tudo que</p><p>aprendeu”. Expressões genéricas abrem espaço para repostas que costumam “viralizar” na</p><p>internet.</p><p>04/09/2023, 15:06 Avaliação da aprendizagem</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/00566/index.html# 55/86</p><p>A probabilidade de o estudante acertar “chutando”, o acerto casual, é muito pequena. Além disso, exige</p><p>do estudante a capacidade de expressar seus conhecimentos, habilidades e opiniões por meio da</p><p>escrita. Por outro lado, caso não haja uma preocupação na elaboração de uma resposta modelo, a</p><p>margem para discrepâncias na correção pode ser grande, fazendo com que a subjetividade do docente</p><p>interfira nos resultados.</p><p>Objetivos e avaliação</p><p>Fazendo escolhas</p><p>Ao avaliar o professor precisa ter em mente que ele faz escolhas.</p><p>Essas escolhas devem estar pensadas, vinculadas a seus objetivos e o que os aluno necessitam</p><p>desenvolver em termos de habilidades e competências.</p><p>Destacamos que diversos comportamentos e habilidades necessitam de questões discursivas para serem</p><p>avaliados, muitos dos quais foram elencados e definidos por Vianna (apud HAYDT, 2004, p. 112) e podem</p><p>ser conferidos abaixo, organizados de modo crescente, do mais simples para o mais complexo:</p><p>Relacionar ou enumerar: recordação.</p><p>Organizar: recordação de fatos de acordo com um determinado.</p><p>Tipo de questão e habilidade exigida </p><p>04/09/2023, 15:06 Avaliação da aprendizagem</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/00566/index.html# 56/86</p><p>Selecionar: avaliação de acordo com um critério preestabelecido.</p><p>Descrever: exposição de características de algo*.</p><p>Discutir: apreciação por meio da exposição de ideias, questionamentos e argumentos.</p><p>Definir: enunciação de atributos essenciais e específicos de algo*.</p><p>Exemplificar: confirmação de uma regra ou demonstração de uma verdade, exigindo a aplicação</p><p>de um conhecimento aprendido.</p><p>Explicar: elucidação de fatos ou ideias.</p><p>Comparar: análise simultânea de algo*, determinando semelhanças, diferenças, relações e/ou</p><p>definição de vantagens e desvantagens.</p><p>Sintetizar: Exposição de forma abreviada de um assunto ou ideia que contemple seus aspectos</p><p>essenciais (resumo).</p><p>Esquematizar: organização da síntese de um assunto ou ideia por meio de tópicos e subtópicos,</p><p>enfatizando a relação entre suas funções e elementos.</p><p>Interpretar: análise do significado de palavras, textos, ideias ou compreensão das ideias de um</p><p>autor, por meio da capacidade de compreensão e de realizar inferências.</p><p>Criticar: análise crítica, julgamento, avaliação de textos ou ideias, em que o aluno deve “ser capaz</p><p>de demonstrar a correção ou adequação de uma ideia e apresentar sugestões para seu</p><p>aprimoramento ou abandono” (p. 116).</p><p>* Objeto, fato, processo ou fenômeno.</p><p>Veja o que Okuda tem a dizer sobre a escolha do tipo de prova:</p><p>O professor deve se pautar em alguns aspectos como referência para</p><p>a escolha do tipo de prova. São eles: o instrumento, o aluno,</p><p>elaboração, aplicação e correção.</p><p>(OKUDA, 2001, apud RAMPAZZO, 2011, p. 10).</p><p>Comparando objetivos</p><p>Veja estes aspectos sistematizados:</p><p>Instrumento</p><p>04/09/2023, 15:06 Avaliação da aprendizagem</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/00566/index.html# 57/86</p><p>Prova objetiva</p><p>Adequada para avaliar comportamentos mais simples, sua qualidade depende de quem elabora os itens.</p><p>Prova discursiva</p><p>Adequada para avaliar comportamentos mais complexos, sua qualidade depende de quem a corrige.</p><p>Aluno</p><p>Prova objetiva</p><p>O aluno reconhece e assinala a resposta por meio da interpretação das ideias do outro (professor). É</p><p>possível que acerte a resposta mesmo sem sabê-la, o que chamamos coloquialmente de “chute”.</p><p>Prova discursiva</p><p>É o aluno que elabora as respostas, expressando por meio da escrita suas ideias e singularidades.</p><p>Demanda mais tempo de realização. É possível que ele não seja claro em suas respostas e/ou desvie do</p><p>foco da pergunta. A habilidade de leitura e escrita influencia na qualidade da resposta.</p><p>Elaboração</p><p>Prova objetiva</p><p>Sua elaboração costuma ser mais “difícil”, visto que contempla um maior número de questões, que</p><p>precisam ser mais específicas e breves.</p><p>Prova discursiva</p><p>Sua elaboração costuma ser mais “fácil”, visto que contempla menos questões, as quais são mais gerais</p><p>e admitem respostas amplas.</p><p>Aplicação</p><p>Prova objetiva</p><p>Exige a distribuição de uma cópia para cada aluno. A possibilidade de comunicação entre os alunos se</p><p>torna mais fácil, facilita a possibilidade de “cola”.</p><p>04/09/2023, 15:06 Avaliação da aprendizagem</p><p>https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/00566/index.html# 58/86</p><p>Prova discursiva</p><p>Possibilita que as questões sejam passadas no quadro negro, dificulta a comunicação entre os alunos e</p><p>apresenta menor possibilidade de “cola”.</p><p>Correção</p><p>Prova objetiva</p><p>Sua correção é mais fácil e demanda menos tempo, possibilitando o retorno dos resultados mais</p><p>rapidamente. A atribuição de notas advém da própria prova (gabarito).</p><p>Prova discursiva</p><p>Sua correção é mais difícil e demanda mais tempo, retardando a possibilidade de um retorno de</p><p>resultados rápido. A atribuição de notas é controlada pelo professor.</p><p>É interessante sugerir que os próprios estudantes elaborem questões.</p><p>É essencial que o assunto já tenha sido amplamente abordado em sala e que, após</p><p>a elaboração, o professor aprecie as questões criadas junto à turma.</p><p>Mas e o que</p>