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<p>ALUNOS: GABRIELLE MATTOS, JUSSARA, MARIANA, SARA RABERY E SARAH SOARES</p><p>ERGONOMIA ODONTOLÓGICA: INTEGRANDO TEORIA E PRÁTICA PARA O AVANÇO DO ENSINO</p><p>1 INTRODUÇÃO</p><p>A introdução deste texto nos leva a uma reflexão sobre a evolução necessária no modo como ensinamos e aprendemos em cursos de Odontologia. Nos tempos passados, o modelo de "educação bancária" colocava o professor como o detentor exclusivo do conhecimento, enquanto os alunos se viam como meros receptores passivos. Contudo, com o avanço tecnológico e a explosão de informações, essa abordagem já não se mostra adequada. Originadas no Canadá no final dos anos 60, essas abordagens enfatizam a participação ativa dos alunos na construção do conhecimento. Aqui, o papel do professor não é mais o de mero transmissor, mas sim o de facilitador, orientando os estudantes em sua jornada de aprendizagem. Além disso, a introdução nos lembra da importância da ergonomia na prática odontológica. Não se trata apenas de garantir o conforto físico dos profissionais, mas também de prevenir doenças ocupacionais e promover uma abordagem mais saudável ao trabalho. Por fim, há uma chamada à ação no que diz respeito ao ensino em escolas de Odontologia. Não se trata apenas de formar profissionais capazes de diagnosticar e tratar, mas sim de promover a saúde e prevenir doenças. Assim, ao avaliar uma estratégia de ensino-aprendizagem baseada em cenários reais, a Faculdade de Odontologia de Araçatuba (FOA/UNESP) demonstra seu compromisso com uma educação que prepara os estudantes não apenas para os desafios técnicos da profissão, mas também para os desafios éticos e humanos que ela apresenta.</p><p>2 MÉTODOS</p><p>O estudo consiste em uma pesquisa realizada no Laboratório de Ensaios Ergonômicos da FOA/UNESP de um curso de Odontologia, envolvendo 20 alunos em processo de graduação. O laboratório foi criado para a realização do estudo, sendo dividido em dois ambientes: o consultório odontológico, com diversas câmeras, e a sala de exposição, com parede envidraçada. A metodologia consistiu basicamente em duas etapas: na primeira, os alunos participaram de aulas expositivas dialogadas sobre princípios ergonômicos na prática odontológica. Já na segunda etapa, os alunos foram divididos em dois grupos, sendo um de observadores, onde ficaram na sala de exposição, e outro de operadores para o atendimento a pacientes no consultório. Enquanto um grupo realizava os atendimentos, o outro grupo fazia observações em tempo real na sala anexa, com visualização direta do ambiente de atendimento. Durante os procedimentos clínicos, os alunos tinham a função de identificar erros posturais, uso inadequado de equipamentos e instrumentos odontológicos, e a partir desses, apresentar soluções para os problemas observados, posteriormente discutidos. As filmagens dos atendimentos foram projetadas em sala de aula para discussão em grupo, incentivando a reflexão e a busca por soluções baseadas em evidências científicas.</p><p>3 RESULTADOS</p><p>Ao final do semestre, foi realizada uma etapa final da dinâmica de ensino para avaliação do aprendizado e percepção dos alunos sobre a estratégia empregada. Os alunos demonstraram um grande avanço na percepção do desvio das normas ergonômicas e na autocorreção postural. O método empregado permitiu que os próprios alunos identificassem os problemas e participassem ativamente das discussões sobre a organização do processo de trabalho na prática clínica odontológica. O estímulo do professor fez com que os alunos buscassem respostas em livros e artigos científicos para aprofundar o conhecimento. Os alunos também identificaram problemas relacionados à disposição dos equipamentos e instrumentos odontológicos, como desorganização da bandeja do equipo e distância excessiva da bandeja em relação ao operador e auxiliar. Durante os procedimentos restauradores, foram observadas inclinações incorretas e rotações do pescoço, posição inadequada do pedal em relação ao pé e mal posicionamento dos membros superiores. Alguns desses problemas não foram inicialmente identificados pelos acadêmicos, mas após discussões e estímulo do tutor, eles passaram a atentar para essas questões. Durante os procedimentos de exodontia, também foram identificados problemas posturais, como o operador trabalhando com o tronco distante do encosto da cadeira, angulação fechada da coxa em relação à panturrilha, inclinação da cabeça e elevação dos membros superiores. Após discussões em grupo, os alunos passaram a reconhecer esses problemas como questões ergonômicas. Durante os tratamentos endodônticos, o tutor identificou vários erros posturais, como inclinação das costas, da cabeça e rotação, além da elevação dos membros superiores. Os alunos conseguiram identificar esses problemas e apontaram como solução o ajuste do equipamento odontológico em relação ao profissional e o uso de novas tecnologias, como as lupas.</p><p>4 DISCUSSÃO</p><p>Nesse estudo, foi analisado o impacto de um ensino-aprendizagem na ergonomia odontológica, destacando a importância da aplicação prática dos conhecimentos adquiridos pelos acadêmicos. Observou-se a necessidade de mudança na formação dos profissionais de saúde para atender às demandas sociais e melhorar a eficiência do trabalho. A falta de experiência aumenta o risco de doenças ocupacionais entre os jovens acadêmicos e profissionais, ressaltando a urgência do ensino da ergonomia odontológica. Embora os alunos possuam bom conhecimento teórico, não aplicam os princípios ergonômicos na prática clínica, indicando a necessidade de integração entre teoria e prática no ensino. A avaliação por meio de filmagem dos procedimentos permite ajustes rápidos e eficientes, incentivando uma prática profissional saudável. A metodologia ativa empregada enfatizou os princípios ergonômicos e envolveu os acadêmicos na observação e otimização de seu trabalho, destacando a importância da mudança na prática pedagógica para enfrentar os desafios atuais.</p><p>5 CONCLUSÃO</p><p>Em conclusão, o texto ressalta a necessidade de uma mudança no paradigma educacional em Odontologia, afastando-se do modelo tradicional centrado no professor como detentor absoluto do conhecimento. Em vez disso, destaca a importância de metodologias ativas que colocam o aluno no centro do processo de aprendizagem, promovendo a autonomia, o pensamento crítico e a reflexão. A introdução da ergonomia nos cursos de Odontologia representa um avanço significativo, visando à saúde e ao bem-estar dos profissionais. A abordagem prática e reflexiva adotada no estudo discutido mostra resultados positivos na conscientização dos alunos sobre os princípios ergonômicos e na aplicação desses conhecimentos na prática clínica. Portanto, a implementação de estratégias de ensino-aprendizagem baseadas em cenários reais e na participação ativa dos alunos demonstra ser fundamental para uma formação mais completa e qualificada dos futuros profissionais de Odontologia, preparando-os para enfrentar os desafios do mercado de trabalho de forma mais consciente, responsável e eficaz.</p>