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<p>INTRODUGAO A</p><p>FARMACOLOGIA</p><p>DEFINIGAO</p><p>Histérico da Farmacologia. Conceitos essenciais da Farmacologia. Aplicagbes da</p><p>Farmacologia. Fases da pesquisa clinica: desenvolvimentos de farmacos. Principios gerais da</p><p>ação medicamentosa.</p><p>PROPOSITO</p><p>Conhecer a evolução histérica dos principais conceitos da Farmacologia, o que é fundamental</p><p>para a atuação das substancias quimicas nos sistemas bioldgicos e suas aplicagdes no que</p><p>tange a promoção de melhoria na qualidade de vida individual e da sociedade.</p><p>OBJETIVOS</p><p>MODULO 1</p><p>Descrever o histérico e a evolugdo da Farmacologia como ciéncia</p><p>MODULO 2</p><p>Identificar os principais conceitos da Farmacologia, suas aplicagdes associadas e a ação</p><p>medicamentosa dos farmacos</p><p>MODULO 3</p><p>Reconhecer os processos de desenvolvimentos dos farmacos e a importancia de cada fase</p><p>INTRODUGAO</p><p>jcomp / Freepik</p><p>PARA COMECARMOS O ESTUDO DA FARMACOLOGIA,</p><p>PRECISAMOS COMPREENDER CONCEITOS</p><p>FUNDAMENTAIS, COMO: O QUE E SAUDE? O QUE E</p><p>DOENGA? O QUE SAO MEDICAMENTOS?</p><p>Segundo a Organizagdo Mundial da Saúde (OMS), o conceito de saúde é amplo, pois não esta</p><p>ligado apenas a auséncia de doenga, e sim a uma relagao perfeita entre o bem-estar fisico,</p><p>mental e social. Esta definição, descrita em 1947, foi bastante criticada, j& que aponta para algo</p><p>“inalcangavel”. Cabe destacar que essa definigao é valida até os dias de hoje, porém ainda é</p><p>alvo de criticas e reflexdes de muitos pesquisadores.</p><p>«! ATENGAO</p><p>O termo doença pode ser descrito como estado causado por uma afecgdo em um organismo,</p><p>alterando seu bem-estar. O Ministério da Saúde traz esse conceito como uma alteração ou um</p><p>desvio do estado de equilibrio de um individuo com o meio ambiente, conceito este adotado em</p><p>1987.</p><p>O estudo dos medicamentos é importante para obter uma melhor compreenséo da atuagéo das</p><p>drogas dentro do organismo humano. Historicamente, os medicamentos foram originados de</p><p>elementos da natureza e, até hoje, são recursos fundamentais na melhoria da qualidade de</p><p>vida do individuo, seja trazendo a cura, seja amenizando a dor, seja para fins diagnésticos.</p><p>Podemos dizer que o medicamento é uma das “pontes” que leva o nosso organismo da doenga</p><p>para a saude.</p><p>MODULO 1</p><p>O Descrever o histérico e a evolução da Farmacologia como ciéncia</p><p>HISTORICO DA FARMACOLOGIA</p><p>Séculos atras, as doengas eram usualmente consideradas como possessdes demoniacas ou</p><p>resultantes da raiva dos deuses. Muitas vezes, para ajudar no combate aos sintomas, a</p><p>população utilizava rituais religiosos e pogdes a base de ervas. O uso de substancias quimicas</p><p>esteve, desde entdo, presente na sociedade, no intuito de aliviar a dor e o sofrimento fisico.</p><p>Segundo a fala do famoso médico, alquimista, fisico e astrélogo Paracelso, do século XVI:</p><p>“O QUE DIFERE VENENO DE REMEDIO É A DOSE”.</p><p>Fonte: Dominio Publico / Wikipedia</p><p>Quando estudamos a histéria dos medicamentos, nés nos confrontamos com um único</p><p>profissional que era capaz de compreender os sintomas, diagnosticar as enfermidades e</p><p>preparar formulagées medicamentosas a fim de tratar o doente. Este profissional era médico e</p><p>farmacéutico ao mesmo tempo.</p><p>A histéria da farméacia e dos medicamentos é bem descrita por Claudio Galeno, médico e</p><p>filésofo nascido em Pérgamo, antiga cidade grega, hoje territério da Turquia.</p><p>Galeno criou uma coletéanea (Corpus Galenus), na qual abrange o campo da Medicina,</p><p>Filosofia, Matematica, Gramatica e do Direito. Uma de suas principais obras é o De methodo</p><p>medendi, escritos em 14 volumes, abordando a parte terapéutica. O médico ressaltava que a</p><p>doença se iniciava a partir de uma desordem humoral ou até mesmo a partir de lesées do</p><p>corpo. Ao compreender os sintomas do paciente, seria possivel tragar um progndstico e iniciar</p><p>a terapéutica adequada para o quadro, objetivando o equilibrio humoral.</p><p>PROGNOSTICO</p><p>Termo muito utilizado na Medicina. Ele se baseia no diagnéstico do paciente a fim de</p><p>prever a evolução e as consequéncias de alguma patologia.</p><p>A base terapéutica de Galeno era pautada em alguns fatores, como: personalidade do</p><p>paciente, idade, raga e até mesmo o clima em que ele vivia. Ele acreditava que esse conjunto</p><p>de fatores interferiam de alguma forma nos humores no corpo. Diante dessas respostas, era</p><p>tracado qual medicamento seria ministrado ao paciente.</p><p>© SAIBA MAIS</p><p>O termo farmacologia vem do grego farmacon, que significa droga e logia, derivado de lógus,</p><p>que significa estudo. Desta forma, a Farmacologia é um ramo da Farméacia que estuda como as</p><p>substancias quimicas interagem com os sistemas bioldgicos.</p><p>No comego do século XIX, boa parte dos medicamentos eram de origem natural,</p><p>independentemente de ser extraido de um vegetal, mineral ou animal, e, muitas vezes, de</p><p>estrutura quimica e natureza desconhecidas, como a obtengdo de morfina, derivada do ópio</p><p>retirado do leite da papoula. Anos depois, com a descoberta da quimica organica, muitas</p><p>drogas foram isoladas e identificadas, favorecendo a evolução da farmacologia moderna.</p><p>No século XX, novos farmacos foram desenvolvidos, muitos de origem sintética, e introduzidos</p><p>no mercado, proporcionando aos pacientes uma possibilidade de cura para doengas ditas fatais</p><p>e, frequentemente, de natureza infecciosa, como tuberculose, variola e gripe espanhola.</p><p>Ópio bruto</p><p>=] Obtenção</p><p>da tintura</p><p>de ópio</p><p>- Noscapina</p><p>- Papaverina</p><p>- e muitos outros</p><p>(mas não heroina)</p><p>—</p><p>Tíntura de ópio</p><p>Fonte: Lullmann, 2017</p><p>@ Figura 1: Da papoula à morfina</p><p>Atualmente, boa parte dos medicamentos são produzidos em escala industrial, respeitando as</p><p>boas praticas de fabricação e, desta forma, conseguiram alcangar um papel central na</p><p>terapéutica.</p><p>Com o avancgo da expectativa de vida e a necessidade no aumento da prevengao de doengas,</p><p>os medicamentos se apresentam como um dos maiores responsaveis pelos gastos com saude</p><p>publica.</p><p>FARMACOLOGIA NO BRASIL</p><p>Fontes histéricas relatam que, em 1549, partindo de Portugal, chegou ao Brasil o primeiro</p><p>governador geral, Tomé de Souza, acompanhado de uma comitiva de, aproximadamente, mil</p><p>pessoas. Nesse grupo, estava Diogo de Castro, um boticario, profissional responsavel por</p><p>manipular e produzir medicamentos na frente dos pacientes, de acordo com a farmacopeia e</p><p>prescrigdo médica.</p><p>Ao chegar ao Brasil, Diogo de Castro encontrou uma comunidade indigena que utilizava raizes,</p><p>folhas, flores e sementes para tratar seus doentes. Os portugueses vieram com o intuito de</p><p>criar missdes junto aos indios, mas, através desse trabalho, acabaram se dedicando ao</p><p>aprendizado da manipulagdo de matérias-primas extraidas da natureza para a produgéo de</p><p>remédios, como mostra a figura a seguir:</p><p>Fonte: Fiocruz, 2014</p><p>Figura: O contato com os indios fez dos jesuitas conhecedores de métodos curativos de</p><p>origem indigena. Colegdo Hariberto de Miranda Jordao</p><p>COM O AVANGAR DOS ANOS, VARIAS BOTICAS</p><p>FORAM FUNDADAS. FORAM INSTALADAS NA BAHIA,</p><p>EM PERNAMBUCO (OLINDA E RECIFE), NO</p><p>MARANHAO, RIO DE JANEIRO E EM SAO PAULO. A</p><p>BOTICA QUE GANHOU DESTAQUE FOI A DA BAHIA,</p><p>POIS SE TORNOU UM CENTRO DE DISTRIBUIGAO.</p><p>A partir da primeira metade do século XIX, devido a necessidade crescente de medicamentos</p><p>para os enfermos, a botica — onde eram pesquisadas e manipuladas férmulas extemporaneas —</p><p>deu lugar a outros dois novos tipos de estabelecimentos: a Farméacia e o Laboratério</p><p>Industrial Farmacéutico. A partir dai, as preparagdes passaram a ser manipuladas em</p><p>maiores quantidades e com melhores critérios de qualidade, ja que as boticas não conseguiam</p><p>abastecer os hospitais com regularidade.</p><p>REMEDIO X MEDICAMENTO: DEFINIGOES E</p><p>CLASSIFICAGAO</p><p>Fonte: freepik / Freepik</p><p>CONCEITOS:</p><p>Remédios</p><p>Remédios são todos os métodos ou cuidados terapéuticos que ajudam a aliviar desconfortos.</p><p>Um remédio para a fadiga, por exemplo, é o repouso. Outros recursos terapéuticos, como</p><p>fisioterapia, acupuntura, psicoterapia, massagens e compressas locais, também são</p><p>considerados</p><p>remédios.</p><p>Medicamentos</p><p>Ja o termo medicamento se refere a um produto farmacéutico, tecnicamente obtido ou</p><p>elaborado, com finalidade profilatica, curativa, paliativa ou para fins de diagnéstico, na qual são</p><p>produzidos com rigoroso controle técnico para atender as especificagdes determinadas pelos</p><p>órgãos reguladores (ANVISA, 2010).</p><p>Todo medicamento possui valores agregados, são eles:</p><p>Valor terapéutico;</p><p>Valor preventivo;</p><p>Ganhos em saúde, como melhoria da qualidade de vida; e</p><p>Redugéo dos custos da doenga.</p><p>Os medicamentos são produtos acabados que contém o componente responsavel pelo</p><p>principal efeito, conhecido como principio ativo ou farmaco, e seus adjuvantes farmacéuticos</p><p>necessarios para facilitar a administragdo. Podem ser manipulados no intuito de atender a um</p><p>individuo. Seu preparado ocorre de maneira personalizada, para atender suas necessidades</p><p>em formulagdes nas mais variadas formas farmacéuticas. Esses medicamentos são</p><p>classificados em oficinais ou magistrais.</p><p>Embora os significados sejam bem préximos, os termos medicamento oficinal e magistral</p><p>possuem definigdes distintas. Veja os conceitos:</p><p>Medicamentos oficinais: são aqueles preparados diretamente em uma farmécia de</p><p>manipulagédo de forma individualizada, e não pela industria farmacéutica. Essa preparação é</p><p>realizada a partir de formulagdes descritas no Formulario Nacional ou em Formularios</p><p>Internacionais reconhecidos por órgãos fiscalizadores, como, por exemplo, a manipulagédo de</p><p>uma solução de alcool iodado.</p><p>Medicamentos magistrais: sdo obtidos a partir de uma prescrigao feita por um profissional</p><p>habilitado. Neste caso, o prescritor devera fornecer informagdes quanto a dosagem,</p><p>composição, forma farmacéutica, posologia e ao modo de uso. A grande vantagem deste tipo</p><p>de medicamento é que poderemos obter formulagdes que conservem o principio ativo e resolva</p><p>problemas de administragao realizando alteragdes da formulagéo original. Podemos</p><p>exemplificar como medicamentos magistrais as formulagdes polivitaminicas prescritas de forma</p><p>individualizada por um endocrinologista.</p><p>© SAIBA MAIS: UM CHA CASEIRO DE PLANTAS</p><p>MEDICINAIS E UM REMEDIO OU UM MEDICAMENTO?</p><p>Diante do que discutimos, podemos afirmar que um chá é um remédio, e ndo medicamento, ja</p><p>que o cha não é uma preparagao elaborada que segue determinagdes de qualidade e</p><p>segurancga.</p><p>CLASSIFICAGCAO DOS MEDICAMENTOS</p><p>Todos os medicamentos têm como garantia a seguranga, eficacia e qualidade, colaborando</p><p>com o acesso da população aqueles considerados essenciais. Os medicamentos que são</p><p>produzidos pelas industrias farmacéuticas apresentam distintas classificagdes de acordo com a</p><p>RESOLUGAO-RDC Nº 16, de 2 de margo de 2007:</p><p>MEDICAMENTO INOVADOR</p><p>São medicamentos comercializados em ambito nacional, que apresentam como principio ativo</p><p>pelo menos um farmaco patenteado, caracterizando, desta forma, uma nova molécula que</p><p>agregue ganhos terapéuticos. De modo geral, os medicamentos inovadores podem ser</p><p>reconhecidos como medicamentos de referéncia.</p><p>MEDICAMENTOS DE REFERENCIA</p><p>A indústria farmacéutica, muitas vezes, investe em pesquisas clinicas no intuito de descobrir</p><p>novos farmacos. A partir dessas substancias, são elaborados medicamentos inovadores, que</p><p>podem ser chamados de medicamentos de referéncia, ou seja, o produto inovador com marca</p><p>registrada.</p><p>Um medicamento de referéncia não precisa, necessariamente, conter uma molécula nova. Por</p><p>exemplo, o Buscopan é um medicamento de referéncia e tem como principio ativo a</p><p>escopolamina. O Buscopan Composto tem, em sua férmula, a associagéo da escopolamina</p><p>com dipirona e faz parte do rol de medicamentos de referéncia.</p><p>É importante frisar que o medicamento de referéncia precisa ter qualidade, eficacia e</p><p>seguranga, o que só pode ser comprovadas depois de muitos investimentos em anos de</p><p>pesquisa. Esses medicamentos, como ja discutimos anteriormente, poder ser patenteados;</p><p>desta forma, a industria tera a exclusividade na comercializagao da férmula durante o periodo</p><p>de patente, que varia entre 10 e 20 anos. Cabe ressaltar que esta comercializagdo só ocorrera</p><p>mediante autorizagdo concedida por órgãos fiscalizadores, como a Anvisa. Apds a expiração da</p><p>patente, outras indUstrias poderdo produzir e comercializar o produto.</p><p>MEDICAMENTOS GENERICOS</p><p>No inicio do século XX, a industria brasileira de medicamentos tinha total dominio sobre o</p><p>comeércio nacional, sem competição, exercendo, assim, pregos elevados e, por vezes, baixo</p><p>investimento em tecnologia. Na década de 1990, com a abertura do comércio pela diminuigdo</p><p>das tarifas de importação e a assinatura do governo do Trade-Related Aspects of Intellectual</p><p>Property Rights (TRIPS), muitas indUstrias nacionais sairam do mercado, gerando um aumento</p><p>exponencial das importagdes e, consequentemente, queda da industria de medicamentos no</p><p>Brasil.</p><p>Diante do exposto, o governo pretendia reequilibrar este setor, e logo veio a criagdo da Lei n°.</p><p>9.787, de 1999, também conhecida como “Lei dos Genéricos”. Esta lei leva ao término da</p><p>concessdo das patentes por mais de 20 anos, além de autorizar a produção de medicamentos</p><p>genéricos.</p><p>Os medicamentos genéricos tém como caracteristicas o mesmo principio ativo, na mesma</p><p>dose e forma farmacéutica do medicamento de referéncia, além de compartilhar a mesma via,</p><p>com a mesma posologia e indicação terapéutica. Para ganhar essa denominagao, necessita</p><p>passar por testes que comprovem sua eficacia e seguranca.</p><p>Os medicamentos são intercambiaveis, ou seja, apos realizagdo dos testes, é possivel</p><p>assegurar a substituicdo do medicamento de referéncia pelo medicamento genérico. Essa</p><p>possibilidade é certificada por meio de ensaios que avaliam a bioequivaléncia entre eles.</p><p>Os testes de bioequivaléncia são avaliagdes comparativas entre medicamentos de referéncia e</p><p>genéricos, onde se busca comprovar que os genéricos e os de referéncia apresentam</p><p>biodisponibilidade igual no organismo. O teste de biodisponibilidade evidencia a quantidade de</p><p>farmaco que é absorvido e a velocidade deste processo por unidade de tempo. Desta forma,</p><p>quando dois farmacos apresentam a mesma biodisponibilidade, poderemos dizer que são</p><p>compativeis e, portanto, intercambiaveis.</p><p>A fim de identificar os medicamentos genéricos, os fabricantes devem seguir algumas normas</p><p>pré-estabelecidas. Estes ndo possuem marca, e sim o principio ativo indicado na caixa.</p><p>Apresenta uma tarja amarela com o termo Medicamento Genérico descrito, além do nimero e</p><p>nome da lei impressos na embalagem: “Medicamento Genérico Lei nº 9.787, de 1999”.</p><p>nome do genérico</p><p>s mo</p><p>000 mg</p><p>& nome do genérico</p><p>Fonte: Anvisa, 2020</p><p>Figura: Medicamentos genéricos</p><p>Os genéricos chegaram com o intuito de trazer mais acesso aos medicamentos de qualidade, a</p><p>fim de minimizar o domínio da produção por parte das grandes multinacionais. O preço dos</p><p>medicamentos genéricos geralmente é menor do que os medicamentos de referência.</p><p>MEDICAMENTOS SIMILARES</p><p>Os medicamentos similares contêm mesmo princípio ativo, mesma concentração, forma</p><p>farmacêutica, via de administração, posologia e indicação terapêutica dos medicamentos de</p><p>referência, mas podem ser diferentes no tamanho e na forma do produto, no prazo de validade,</p><p>na embalagem, rotulagem, em excipientes e no veiculo e devem sempre ser identificados pelo</p><p>nome comercial (marca). Testes de eficacia e seguranga se fazem necessarios para qualquer</p><p>medicamento. Porém, os estudos de biodisponibilidade relativa e bioequivaléncia são</p><p>obrigatérios no caso dos medicamentos classificados como tarjados.</p><p>O teste de bioequivaléncia para os similares tarjados só veio a ser obrigatorio a partir de 2003,</p><p>com a Resolução RDC 134/2003, ou seja, sdo exigidos os mesmos testes que os genéricos</p><p>para a comprovação de que estes medicamentos apresentam o mesmo comportamento no</p><p>organismo quando comparado aos de referéncia. Essa modificagao foi importante para garantir</p><p>a utilizagdo dos medicamentos similares de forma segura.</p><p>Contudo, com os medicamentos de referéncia, os similares tarjados acabaram se tornando</p><p>intercambiaveis. Como base para este tipo de substituição, a Anvisa disponibiliza, em seu</p><p>portal, uma lista para consulta chamada Lista de medicamentos similares e seus respectivos</p><p>medicamentos de referéncia, conforme RDC 58/2014. Figura 4.</p><p>Substancia Referéncia Similar</p><p>Ativa</p><p>><_</p><p>VENDA SOB</p><p>PRESCRIÇÃO MÉDICA</p><p>VENDA SOB</p><p>PRESCRIÇÃO MÉDICA</p><p>VENDA SOB</p><p>PRESCRIÇÃO MÉDICA</p><p>@ Figura: Medicamento de referéncia X genérico X similar.</p><p>TARJADOS</p><p>Com seus riscos potenciais ao organismo. Essa classificagdo é identificada por tarjas</p><p>coloridas nas embalagens e inscrições que orientam a dispensação desses produtos. Os</p><p>medicamentos podem ser classificados de acordo com seus riscos potenciais ao</p><p>organismo. Essa classificagdo é identificada por tarjas coloridas nas embalagens e</p><p>inscricdes que orientam a dispensagao desses produtos.</p><p>Tipos de tarjas:</p><p>Vermelha: usada para identificar os medicamentos que tém contraindicacéo e</p><p>podem causar efeitos colaterais graves. Eles devem ser vendidos com</p><p>apresentagao de receita, sem que esta fique retida no estabelecimento. Nesta tarja,</p><p>está escrito o seguinte: “Venda sob prescricdo médica”.</p><p>Vermelha com retenção de receita: presente na embalagem de medicamentos de</p><p>controle especial. Medicamentos desta classe s6 podem ser vendidos com</p><p>apresentagao do receituario especial, que ficara retido. Nesta tarja, é impressa uma</p><p>das seguintes mensagens: “Venda sob prescricdo médica — só pode ser vendido</p><p>com retenção de receita” ou “Venda sob prescricdo médica — só pode ser vendido</p><p>com retenção da receita. Atenção: risco para mulheres gravidas; causa graves</p><p>defeitos nas faces, nas orelhas, no coragdo e no sistema nervoso do feto”.</p><p>Preta: identifica os medicamentos com ação sedativa ou que ativam o sistema</p><p>nervoso central. Esses medicamentos podem ser classificados como psicotrépicos</p><p>ou entorpecentes. Esta tarja vem acompanhada da seguinte orientagdo: “Venda</p><p>sobre prescrição médica — o abuso deste medicamento pode causar dependéncia”.</p><p>Amarela: indica que o medicamento é genérico e deve conter a seguinte</p><p>mensagem: “Medicamento Genérico”, em azul.</p><p>MEDICAMENTOS BIOSSIMILARES (PRODUTOS</p><p>BIOLOGICOS)</p><p>Esse tipo de medicamentos engloba aqueles que foram obtidos a partir de um processo</p><p>bioldgico, diferentemente das outras classes de medicamentos, que são obtidas por sintese,</p><p>extragdo ou purificagdo basicamente.</p><p>Estas moléculas são geralmente maiores e mais complexas, o que dificulta sua obtengéo e</p><p>purificagdo, uma vez que são produtos do metabolismo de um organismo. Seu registro também</p><p>não segue aquele fundamentado na lei dos genéricos e é regulado pela Resolugdo RDC n° 55,</p><p>de 16 de dezembro de 2010. Nela, estão descritos alguns conceitos importantes, como:</p><p>Produto biolégico: é o medicamento bioldgico que não é novo ou conhecido que contém</p><p>molécula com atividade bioldgica conhecida, ja registrado no Brasil e que tenha passado</p><p>por todas as etapas de fabricagdo (formulagao, envase, liofilizagao, rotulagem,</p><p>embalagem, armazenamento, controle de qualidade e liberação do lote do produto para</p><p>uso);</p><p>Produto biolégico novo: é o medicamento biolégico que contém molécula com atividade</p><p>biolégica conhecida, ainda não registrado no Brasil, e que tenha passado por todas as</p><p>etapas de fabricagdo (formulagéo, envase, liofilizagao, rotulagem, embalagem,</p><p>armazenamento, controle de qualidade e liberagéo do lote de medicamento biolégico</p><p>novo para uso);</p><p>Produto biolégico comparador: é o produto biolégico ja registrado na Anvisa com base</p><p>na submissão de um dossié completo e que ja tenha sido comercializado no pais;</p><p>Medicamento biolégico similar: os produtos biossimilares são os produtos biolégicos</p><p>registrados pela via de desenvolvimento por comparabilidade, que é a via regulatéria</p><p>utilizada por um produto biolégico para obtenção de registro, em que foi utilizado o</p><p>exercicio de comparabilidade em termos de qualidade, eficacia e seguranga entre o</p><p>produto desenvolvido para ser comparavel e o produto biolégico comparador;</p><p>Via de desenvolvimento por comparabilidade: é a via regulatéria que podera ser</p><p>utilizada por um produto biolégico para obtenção de registro junto a autoridade</p><p>regulatéria, em que foi utilizado o exercicio de comparabilidade em termos de qualidade,</p><p>eficacia e seguranca entre o produto desenvolvido para ser comparavel e o produto</p><p>biolégico comparador;</p><p>Via de desenvolvimento individual: é a via regulatéria que podera ser utilizada por um</p><p>produto biolégico para obtenção de registro junto a autoridade regulatéria, em que é</p><p>preciso apresentar dados totais sobre desenvolvimento, produgéo, controle de qualidade</p><p>e dados não clinicos e clinicos para demonstragdo da qualidade, eficacia e seguranga do</p><p>produto.</p><p>Como são obtidos por processos distintos dos demais tipos de medicamento, não é possivel</p><p>comparar os processos produtivos, e, portanto, a comparação (via da comparabilidade) se da</p><p>pelos resultados clinicos que ndo podem ser inferiores aqueles esperados pelo medicamento</p><p>que perdeu sua patente.</p><p>A incorporação de medicamentos bioldgicos €, hoje, a maior estratégia para dar acesso a</p><p>produtos de biotecnologia aos pacientes e garantir a saúde financeira das instituicdes. Estima-</p><p>se que o uso desses medicamentos pode levar a redução de 80% do custo total do tratamento.</p><p>Foi essa tecnologia a responsavel, por exemplo, pela incorporagao do anticorpo monoclonal</p><p>Trastuzumabe no SUS, o que mudou o panorama do tratamento de cancer de mama no Brasil.</p><p>Assista ao video a seguir para assistir a simulagdo de um caso clinico referente a classificagdo</p><p>dos medicamentos.</p><p>Para assistir a um video D</p><p>sobre o assunto, acesse a o</p><p>vers&o online deste conteúdo. -0—</p><p>VERIFICANDO O APRENDIZADO</p><p>1. SOBRE A HISTORIA DA FARMACIA E DOS MEDICAMENTOS, E</p><p>INCORRETO AFIRMAR QUE:</p><p>A) Geralmente, o boticario manipulava e produzia o medicamento na frente do paciente, de</p><p>acordo com a farmacopeia e a prescrigdo médica.</p><p>B) A histéria da Farmacia e dos medicamentos é bem descrita por Claudio Galeno, que criou</p><p>uma coletéanea conhecida como Corpus Galenus.</p><p>C) A base terapéutica de Galeno era pautada em alguns fatores, como: personalidade do</p><p>paciente, idade, raça e até mesmo o clima em que ele vivia.</p><p>D) No começo do século XIX, os medicamentos ja eram de origem sintética, como a obtenção</p><p>da morfina.</p><p>E) No século XX, novos farmacos foram desenvolvidos, muitos de origem sintética, e</p><p>introduzidos no mercado trazendo aos pacientes mais possibilidade de cura.</p><p>2. SOBRE A HISTORIA DA FARMACIA E DOS MEDICAMENTOS, E</p><p>INCORRETO AFIRMAR QUE:</p><p>A) Para que dois medicamentos possam ser considerados intercambiaveis, será suficiente</p><p>apresentar os estudos de biodisponibilidade de cada um deles.</p><p>B) Um medicamento só é considerado de referéncia quando for bioequivalente ao</p><p>medicamento similar, ou seja, os dados dos testes de biodisponibilidade relativa mostraram a</p><p>bioequivaléncia entre o medicamento do teste e o medicamento de referéncia.</p><p>C) Para ser registrado na Anvisa, um medicamento genérico deve demonstrar que é</p><p>bioequivalente ao medicamento de referéncia, por meio da realizagdo de teste de</p><p>biodisponibilidade relativa.</p><p>D) A bioequivaléncia refere-se a demonstragéo de equivaléncia farmacéutica entre produtos</p><p>distintos de mesma forma farmacéutica e contendo idéntica composição qualitativa e</p><p>quantitativa do(s) principio(s) ativo(s), com biodisponibilidade comparavel quando estudados</p><p>sobre um mesmo modelo experimental.</p><p>GABARITO</p><p>1. Sobre a histéria da Farmacia e dos medicamentos, é incorreto afirmar que:</p><p>A alternativa "D " esta correta.</p><p>No século XIX, os medicamentos preparados eram a base de produtos naturais,</p><p>independentemente de ser extraido de um vegetal, mineral ou animal, e, muitas vezes, de</p><p>estrutura quimica e natureza</p><p>desconhecidas. A morfina é de origem natural, extraida do leite da</p><p>papoula, e ndo de origem sintética.</p><p>2. Sobre a historia da Farmacia e dos medicamentos, é incorreto afirmar que:</p><p>A alternativa "D " esta correta.</p><p>Como pontuado ao longo da explanagao do conteúdo, os medicamentos genéricos e similares,</p><p>para serem comercializados, precisam apresentar o estudo de biodisponibilidade. O estudo de</p><p>equivaléncia tem o intuito de garantir que um medicamento tem a mesma eficacia e seguranca</p><p>de outro medicamento; neste caso, quando comparado ao medicamento de referéncia.</p><p>MODULO 2</p><p>O |Identificar os principais conceitos da Farmacologia, suas aplicagdes associadas e a ação</p><p>medicamentosa dos farmacos.</p><p>CONCEITOS DA FARMACOLOGIA E SUAS</p><p>APLICACOES</p><p>Fonte: freepik / Freepik</p><p>Para melhor compreenséo da Farmacologia, precisamos conhecer conceitos que sdo de</p><p>extrema importancia no estudo dos farmacos. A Farmacologia pode ser dividida em dois</p><p>grandes grupos: Farmacocinética e Farmacodinamica.</p><p>i |</p><p>— ‘ I</p><p>| T— q ¥</p><p>N ‘ Íl i 1 i</p><p>A Farmacocinética estuda o destino do farmaco ao atingir o organismo. E de extrema</p><p>importancia, pois fornecera parametros fundamentais para tragar a posologia ideal. Ou seja,</p><p>ajuda a compreender qual é a dose do medicamento capaz de provocar uma resposta</p><p>terapéutica desejada no paciente, além de trazer informagdes sobre variação de respostas</p><p>entre grupos diferentes de individuos.</p><p>Fonte: freepik / Freepik</p><p>A Farmacodinamica estuda o efeito dos farmacos no organismo descrevendo seu mecanismo</p><p>de ação, bem como a relação entre a dose e seus efeitos obtidos.</p><p>A Farmacologia pode, ainda, ser dividida quanto ao tipo de estudo: Farmacognosia,</p><p>Farmacotécnica, Farmacogenética e Toxicologia. Conhega cada um desses ramos da</p><p>Farmacologia:</p><p>FARMACOGNOSIA</p><p>É o ramo da Farmacologia que tem como alvo de estudo os principios ativos naturais sob todos</p><p>os aspectos.</p><p>FARMACOTECNICA</p><p>É considerada uma ciéncia de aplicagéo, ou seja, é o estudo das formas farmacéuticas sob</p><p>os aspectos relacionados a constituigdo, ao planejamento, a formulagéo e preparagéo, bem</p><p>como ao acondicionamento, a conservagao e corregdo de sabor, odor e cor. Sua grande</p><p>importancia é garantir uma forma farmacéutica ideal para maior absorgéo do principio ativo,</p><p>conforme tratamento.</p><p>FORMAS FARMACEUTICAS</p><p>A forma farmacéutica é o estado final dos medicamentos, ou seja, a forma dos</p><p>medicamentos apds serem submetidas as manipulagdes farmacéuticas necessarias, no</p><p>intuito de facilitar a sua administração e obter o efeito terapéutico desejado. Uma forma</p><p>farmaceéutica ideal garantira a adesão ao tratamento pelo paciente, além de garantir a</p><p>precisdo da dose e proteger os ativos durante o percurso pelo organismo, objetivando a</p><p>chegada do principio ativo no local de ação, para finalmente obter o efeito farmacoldgico,</p><p>bem como proteger o farmaco de condições que poderiam altera-lo, como umidade,</p><p>sensibilidade a luz, temperatura ou ar ambiente.</p><p>FARMACOGENETICA</p><p>É o ramo da Farmacologia que tem por objetivo estudar a variabilidade genética dos pacientes</p><p>com relação a um tratamento especifico. Muitas vezes, a genética ditara o desempenho ou até</p><p>mesmo a tolerancia de um medicamento.</p><p>TOXICOLOGIA</p><p>É a ciéncia que estuda tanto a composição de substancias quimicas quanto suas respostas no</p><p>organismo, observando seus danos e beneficios a curto e longo prazos. Essa ciéncia ajuda a</p><p>estabelecer o uso seguro dessas substancias, já que nem todos os organismos respondem da</p><p>mesma maneira na presenga de um composto quimico. Apresenta como o principal objetivo</p><p>evitar que efeitos nocivos afetem a saúde de um ser.</p><p>Outro conceito de fundamental importancia na Farmacologia é o perfil farmacoterapéutico.</p><p>DESTACA-SE POR SER UM REGISTRO CRONOLOGICO</p><p>DAS INFORMAGOES DIRETAMENTE RELACIONADAS</p><p>AO CONSUMO DE MEDICAMENTOS POR UM</p><p>PACIENTE. ESSA INFORMAGAO AUXILIA O</p><p>PROFISSIONAL DE SAUDE A ACOMPANHAR O</p><p>TRATAMENTO DO PACIENTE, OBJETIVANDO GANHOS</p><p>TERAPEUTICOS.</p><p>Principios gerais de ação dos farmacos:</p><p>Segundo a Agéncia Nacional de Vigilancia Sanitaria, farmaco é a principal substancia</p><p>encontrada dentro de uma formulagdo farmacéutica. Ele é responsavel pela ação</p><p>farmacoldgica, trazendo como resultados agdes profilaticas, curativas, paliativas ou para fins de</p><p>diagnéstico. Os farmacos podem ser classificados de acordo com sua origem: natural, animal,</p><p>vegetal ou sintética.</p><p>Sua ação no organismo podera ser discutida em trés fases:</p><p>FASE FARMACEUTICA</p><p>Responsavel pela desintegragao, ou seja, liberagao da forma de dosagem, seguida da</p><p>dissolugao da substancia ativa. Esta etapa agrega valor a formulagéo, pois determina a</p><p>liberação do farmaco a partir da forma farmacéutica. Estuda o modo como as propriedades</p><p>fisico-quimicas do farmaco, a forma farmacéutica e a via de administragéo afetam a velocidade</p><p>e a extensão de absorgao do principio ativo.</p><p>DESINTEGRAGAO</p><p>A desintegração consiste na liberação do ativo para meio biolégico, que estara</p><p>diretamente relacionado a forma farmacéutica, como comprimidos, drageas e capsulas.</p><p>Essas formas farmacéuticas precisam desintegrar para liberar seu principio ativo para o</p><p>organismo. Vale ressaltar que nem todas as formas farmacéuticas necessitam passar por</p><p>essa fase, como é o caso dos comprimidos efervescentes.</p><p>DISSOLUGAO</p><p>A dissolugéo consiste na solubilização do farmaco no meio onde ocorrera a absorgao,</p><p>desde que seja requerida uma ação farmacoldgica sistémica, e não local. Esta etapa</p><p>contribuira para determinar a velocidade da primeira etapa farmacocinética, a absorção</p><p>que consequentemente influenciara na biodisponibilidade.</p><p>FASE FARMACOCINETICA</p><p>Esta relacionada ao movimento dos farmacos, ou seja, discute desde o momento em que o</p><p>farmaco é absorvido até sua excreção. Consiste na identificação e quantificagdo da passagem</p><p>do farmaco pelo sistema biológico.</p><p>FASE FARMACODINAMICA</p><p>Estuda a interagdo dos farmacos diretamente com o local de ação, ou seja, sua afinidade com</p><p>seu receptor, que podem ser proteinas, enzimas ou receptores-alvo, e, consequentemente, a</p><p>sua ação farmacoldgica.</p><p>RECEPTOR</p><p>Macromolécula envolvida na sinalizagdo quimica entre as células e no seu interior. São</p><p>alvos farmacolégicos que podem estar localizados tanto na superficie celular quanto em</p><p>seu interior. Ao ativar um receptor, serão geradas respostas, muitas vezes estimulando</p><p>processos bioquimicos celulares, como, por exemplo, influxo de ions, fosforilagao de</p><p>proteinas, entre outros.</p><p>AGAO FARMACOLOGICA</p><p>Quando discutimos a ação farmacoldgica, precisamos compreender a interação dos farmacos</p><p>com seu alvo terapéutico.</p><p>O alvo terapéutico ou farmacolégico permite interagéo entre o farmaco e o receptor, formando</p><p>um complexo estavel capaz de permitir determinado efeito. Ainda neste contexto, podemos</p><p>discutir seletividade, que traduz a afinidade do farmaco com determinado sitio de ação, em vez</p><p>de outros locais. Desta forma, podemos dizer que, quanto mais seletivo for o farmaco, mais</p><p>seguro este sera para o paciente. Considera-se um farmaco seguro quando conhecemos todos</p><p>os efeitos colaterais por ele apresentados, já que todos os medicamentos podem acarretar</p><p>efeitos ndo farmacolégicos em decorréncia do seu mecanismo de ação.</p><p>«! ATENGAO</p><p>Apesar de muitas pessoas confundirem ou acharem que se trata do mesmo fenémeno, efeito</p><p>colateral e efeito adverso são eventos diferentes!</p><p>Efeito colateral</p><p>O efeito colateral é a decorréncia causada pelo uso do medicamento em doses habituais,</p><p>gerando efeitos não intencionais. Esses efeitos geram uma resposta adversa ao medicamento</p><p>previsivel.</p><p>Efeito adverso</p><p>Ja o efeito adverso corresponde ao evento indesejado causado pelo uso do medicamento, e,</p><p>muitas vezes, não possui relação causal com o tratamento.</p><p>A ação farmacoldgica estara diretamente relacionada a dose que se é administrada de um</p><p>medicamento para o paciente, independentemente da via de administragao</p><p>escolhida. A dose é</p><p>a quantidade de medicamento capaz de gerar uma resposta terapéutica no organismo de um</p><p>paciente, preferencialmente sem gerar efeitos colaterais.</p><p>Após administragao do farmaco, sua concentragdo plasmatica aumenta a medida que o</p><p>farmaco é absorvido. A concentragdo maxima é alcangada e, em seguida, esse valor decai de</p><p>acordo com a eliminagéo do farmaco no organismo. A duragéo do efeito do farmaco esta</p><p>diretamente relacionada a dose, como mostra a figura a seguir:</p><p>Efeito Efeito</p><p>100 100</p><p>10</p><p>></p><p>. Tempo</p><p>Dose =100</p><p>Fonte: LULLMANN, 2017</p><p>Figura: duração do efeito na dependéncia da dose.</p><p>Quando administramos um medicamento a um paciente, devemos respeitar a janela</p><p>terapéutica e a posologia. Veja os conceitos:</p><p>O termo janela terapéutica, também conhecido como indice terapéutico, é utilizado para</p><p>determinar as concentragdes minima e maxima de um farmaco que poderá ser</p><p>administrado a um paciente. Essa faixa de valores determinara o equilibrio entre a</p><p>eficacia e a toxicidade do farmaco no organismo. A compreensão dessas faixas agrega</p><p>valores ao tratamento, já que podem ser evitados os quadros de submedicação e de</p><p>toxicidade.</p><p>Posologia é o estudo das doses. Ela determinara como o medicamento sera</p><p>administrado com relação ao espago de tempo e a concentragdo ideal, sempre</p><p>respeitando a janela terapéutica. Pode haver variação da posologia de paciente para</p><p>paciente, da doenga que esta sendo tratada e do tipo de medicamento administrado.</p><p>Agora que vocé ja compreende esses conceitos, vamos entender um ramo da Farmacologia</p><p>importantissimo na Farmacoterapia, a Farmacocinética Clinica. Este ramo da Farmacologia</p><p>estuda os processos cinéticos dos farmacos e possui uma relação direta com a</p><p>Farmacodinamica, analisando de forma quantitativa e cronolégica os processos de</p><p>administragdo, absorgao, distribui¢do, biotransformagéo e eliminagdo das drogas no organismo</p><p>do paciente.</p><p>A ABORDAGEM DA FARMACOCINETICA CLINICA</p><p>AUXILIA NA DETERMINACAO DA POSOLOGIA E DE</p><p>SEUS POSSIVEIS AJUSTES, NA INTERPRETAGAO DE</p><p>RESPOSTAS INESPERADAS AOS MEDICAMENTOS, NA</p><p>COMPREENSAO DA AGAO DAS DROGAS E NA</p><p>PESQUISA DE NOVOS MEDICAMENTOS.</p><p>Assista ao video a seguir para uma simulação de um caso clinico referente ao efeito e dose</p><p>através do grafico</p><p>Para assistir a um video</p><p>sobre o assunto, acesse a</p><p>versão online deste conteudo.</p><p>VERIFICANDO O APRENDIZADO</p><p>1. APARTIR DOS CONCEITOS DE FARMACOLOGIA ESTUDADOS NESTE</p><p>MODULO, MARQUE A ALTERNATIVA CORRETA ABAIXO:</p><p>A) Efeito colateral é um efeito prejudicial ou indesejavel que ocorre durante ou após uma</p><p>intervengdo ou o uso de um medicamento, em que ha possibilidade razoavel de relagéo causal</p><p>entre o tratamento e o efeito.</p><p>B) Efeito adverso é um efeito não pretendido (adverso ou benéfico) causado por medicamento</p><p>utilizado em doses terapéuticas.</p><p>C) O conceito de desintegragdo é empregado como medida da qualidade da forma de dosagem</p><p>oral, como comprimidos e capsulas. É realizado para descobrir o tempo necessario para uma</p><p>forma de dosagem oral sélida, como um comprimido ou uma capsula, para desintegrar</p><p>completamente, ou seja, perder a coesao, a fim de que, finalmente, o principio ativo seja</p><p>liberado.</p><p>D) A fase terapéutica é a extensão de tempo em que a concentragdo do medicamento oferece</p><p>o desejado efeito: quando reduzida, o efeito está aquém do desejado, e, quando acima,</p><p>aparecem os efeitos toxicos.</p><p>2. AFARMACOLOGIA PODERA SER DIVIDIDA EM DOIS GRANDES</p><p>GRUPOS: FARMACOCINETICA E FARMACODINAMICA. SOBRE ESSES</p><p>CONCEITOS, MARQUE A ALTERNATIVA CORRETA:</p><p>A) A Farmacodinamica descreve algumas propriedades dos medicamentos, como: efeitos</p><p>terapéuticos e efeitos colaterais.</p><p>B) A Farmacocinética discute a biodisponibilidade, em que indica a velocidade e a extensao de</p><p>absorção de um principio ativo em uma forma de dosagem. Ela ditara o efeito adverso da</p><p>droga.</p><p>C) A Farmacocinética descreve a ciéncia que estuda e descreve os efeitos dos medicamentos</p><p>e drogas no organismo, assim como seus mecanismos de ação e a relação entre a dose e os</p><p>efeitos provocados.</p><p>D) O conceito de Farmacodinamica consiste no conhecimento dos farmacos, cuja velocidade</p><p>de absorção e/ou quantidade absorvida podem ser afetadas na presenga de alimentos, bem</p><p>como aqueles que não são afetados.</p><p>GABARITO</p><p>1. A partir dos conceitos de Farmacologia estudados neste médulo, marque a alternativa</p><p>CORRETA abaixo:</p><p>A alternativa "C " esta correta.</p><p>A desintegração é um termo bastante empregado na Farmacotécnica. Consiste na liberação do</p><p>principio ativo no meio biolégico. Desta forma, consegue-se determinar o tempo de liberação</p><p>do farmaco no organismo do paciente.</p><p>2. A Farmacologia podera ser dividida em dois grandes grupos: Farmacocinética e</p><p>Farmacodinamica. Sobre esses conceitos, marque a alternativa CORRETA:</p><p>A alternativa "A " esta correta.</p><p>A Farmacocinética e a Farmacodinamica são conceitos distintos, que estão relacionados a</p><p>ação dos medicamentos sobre o organismo. A Farmacocinética é o estudo do caminho que o</p><p>medicamento faz no organismo desde que é ingerido até ser excretado; já a Farmacodinamica</p><p>estuda a interagdo do medicamento com o local de ligação no intuito de se obter o efeito</p><p>farmacolégico e até mesmo efeitos colaterais.</p><p>MODULO 3</p><p>O Reconhecer os processos de desenvolvimentos dos farmacos e a importancia de cada fase</p><p>PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DOS</p><p>FARMACOS</p><p>topntp26 / Freepik</p><p>O desenvolvimento de novos farmacos, desde a descoberta até sua real comercializagdo,</p><p>requer fases cruciais que devem ser cumpridas. Muitas vezes, essas etapas são realizadas em</p><p>parcerias das industrias com centros de pesquisa de universidade. Existem ainda empresas</p><p>especializadas no planejamento e na sintese de novos farmacos que trabalham por demanda</p><p>das grandes corporagdes para inclusão de novos produtos no mercado, uma vez que estas</p><p>etapas podem levar mais de dez anos de pesquisa e investimento.</p><p>A primeira etapa de desenvolvimento de novos farmacos esta diretamente relacionada a</p><p>pesquisa. Essa etapa consiste na busca de moléculas promissoras que sejam candidatas a</p><p>uma nova droga. Neste momento, são feitos ensaios de otimizagdo quimica visando sua</p><p>efetividade e seguranga.</p><p>Para agilizar esse processo, a industria passou a utilizar os recursos da quimica combinatéria e</p><p>a realizar testes totalmente controlados por robds de alta capacidade, capazes de testar mais</p><p>de 1 milhdo de amostras a cada ano. Esse fato, ao mesmo tempo em que reduziu, em parte, o</p><p>tempo da descoberta de novas drogas, fez com que os custos de desenvolvimento de um novo</p><p>medicamento aumentassem expressivamente (DIMASI et al., 2003).</p><p>Assim, de cada 30.000 moléculas sintetizadas:</p><p>20.000 (66,7%) entram na fase de estudos pré-clinicos;</p><p>200 (0,67%) entram na fase | de estudos clinicos;</p><p>40 (0,13%) passam para a fase |l;</p><p>12 (0,04%) entram na fase IlI;</p><p>Somente 9 (0,027%) são aprovadas pelos órgãos regulatorios.</p><p>«! ATENGAO</p><p>E importante mencionar ainda que apenas um medicamento aprovado (0,003%) satisfaz o</p><p>mercado, e, em função disso, traz retorno para a industria que o desenvolveu.</p><p>A compreenséo do receptor farmacolégico é fundamental quando se estuda ou se</p><p>desenvolve uma nova molécula candidata a farmaco. Quando pesquisamos uma molécula, ela</p><p>pode ter afinidade com o receptor de forma a aumentar ou diminuir uma fungéo celular.</p><p>RECEPTOR FARMACOLOGICO</p><p>Como vimos no médulo anterior, os receptores são macromoléculas que estão envolvidas</p><p>na sinalização quimica entre as células e no seu interior. Alvos farmacolégicos que podem</p><p>estar localizados tanto na superficie celular, quanto em seu interior. Ao ativar um receptor,</p><p>serdo geradas respostas muitas vezes estimulando processos bioquimicos celulares,</p><p>como por exemplo o influxo de ions, fosforilagéo de proteinas etc.</p><p>Uma mesma molécula podera agir em varios receptores simultaneamente, gerando respostas</p><p>distintas. Dizemos, nestes</p><p>casos, que a molécula possui pouca seletividade. A resposta</p><p>farmacolégica pode ser determinada pelo tempo de permanéncia do complexo farmaco-</p><p>receptor.</p><p>! ATENGAO</p><p>Processos farmacodinamicos e farmacocinéticos podem alterar o tempo de vida deste</p><p>complexo, ou seja, quanto maior o tempo de ligação, mais prolongado sera o efeito</p><p>farmacoldgico exercido. É importante destacar que o periodo de ocupação pode levar tanto a</p><p>efeitos desejados quanto a efeitos téxicos.</p><p>CONCEITO DE PESQUISA/ESTUDO CLINICO</p><p>A pesquisa pode ser classificada como:</p><p>Fonte: freepik / Freepik</p><p>Exploratéria: objetiva a caracterizagéo inicial do problema a ser estudado. Esta etapa constitui</p><p>a primeira etapa de toda a pesquisa cientifica.</p><p>Teórica: tem por objetivo a ampliação dos fundamentos teóricos, estruturagdo de modelos de</p><p>pesquisa.</p><p>Aplicada: tem como objetivo investigar, confirmar e recusar hipéteses apontadas pela pesquisa</p><p>tedrica.</p><p>De campo: pesquisa observacional dos fatos. Neste tipo de pesquisa, ndo se consegue</p><p>controlar as variaveis.</p><p>Experimental: tem por objetivo determinar o objeto de estudo. Neste tipo de pesquisa, é</p><p>possivel controlar as variaveis que podera influenciar na pesquisa.</p><p>Bibliografica: compila todo conhecimento cientifico sobre o tema abordado.</p><p>«! ATENGAO</p><p>Existem varias formas de classificar uma pesquisa, porém a maioria destes estudos</p><p>apresentam em comum o método aplicado. Exemplo: na area da saúde, é muito comum que</p><p>as pesquisas sejam divididas em experimental e epidemioldgica.</p><p>A pesquisa experimental é mais cautelosa, pois, muitas vezes, são utilizados animais. A</p><p>vantagem desse tipo de pesquisa é que conseguimos controlar as variaveis, reduzindo os</p><p>graus de subjetividade.</p><p>A pesquisa epidemiolégica investiga a saúde da população e os fatores diretamente</p><p>relacionados para agravo da saude publica. Esse estudo se baseia na observação dos fatos e</p><p>em suas variagoes.</p><p>FASES DE ESTUDOS CLINICOS</p><p>As etapas de desenvolvimento de novos farmacos passam pelas etapas pré-clinicas e clinicas.</p><p>A etapa pré-clinica compreende teste in vitro e in vivo, muitas vezes em células e animais. A</p><p>etapa clinica tem por objetivo teste de seguranca e eficacia em humanos e é dividida em quatro</p><p>fases:</p><p>TESTE IN VITRO E IN VIVO</p><p>Os testes ou ensaios ditos in vitro são aqueles realizados em laboratérios com</p><p>equipamentos e vidrarias, como por exemplo tubos de ensaios. Ja os in vivo são ensaios</p><p>que se refere a uma experimentação feita em animais ou no tecido vivo, no intuito de</p><p>mimetizar uma resposta que podera ocorrer no organismo humano.</p><p>FASE |</p><p>Esta relacionada a administragdo do medicamento pela primeira vez em seres humanos. São</p><p>testados um numero pequeno de pacientes, de 20 a 100 voluntérios. Nesta etapa, os individuos</p><p>sujeitos do estudo são saudaveis. Serdo avaliadas diferentes vias de administragéo e</p><p>diferentes doses, a fim de determinar os provaveis limites da variagdo da dosagem</p><p>clinicamente segura. Havera exceção quando se espera que o farmaco apresente toxicidade,</p><p>como os antineoplasicos. Neste caso, são usados pacientes voluntarios com a doenga, em vez</p><p>de voluntérios sadios.</p><p>FASE |l</p><p>Esta relacionada a obtenção de mais dados quanto a seguranga do fármaco e a avaliagao de</p><p>sua eficacia. Nesta fase, os pacientes tém a doenca para qual o farmaco esta sendo testado.</p><p>Um numero ainda relativamente pequeno de pacientes são estudados detalhadamente, em</p><p>torno de 100 a 200 voluntarios. É nesta fase que normalmente são detectadas as falhas, como</p><p>a auséncia do resultado esperado. Apenas uma pequena quantidade de farmacos em</p><p>desenvolvimento consegue passar por esta etapa e avangar para a proxima.</p><p>FASE Il</p><p>Esta ligada a um maior nimero de pacientes; são chamados de estudos multicéntricos,</p><p>normalmente com milhares de pacientes. Nesta fase, os sujeitos do estudo apresentam a</p><p>patologia em que o medicamento esta sendo pesquisado, e o periodo de duração deste</p><p>estudo é superior aos anteriores, aproximadamente quatro anos.</p><p>Séo realizados em cenarios bem similares daqueles previstos para o uso final. Geralmente, os</p><p>medicamentos são comparados a outros ja existentes e recomendados para o mesmo</p><p>problema. Ainda nesta fase, são obtidas maiores informagdes sobre a seguranga e eficacia do</p><p>farmaco e, até mesmo, as possiveis interagdes com outros farmacos. Os pacientes envolvidos</p><p>são divididos em dois grupos: um deles recebe o novo tratamento, e o outro recebe aquele que</p><p>ja é habitual.</p><p>Cabe ressaltar que o paciente e o pesquisador desconhecem qual medicamento esta</p><p>sendo administrado. Essa pratica também é conhecida como ensaio duplo cego.</p><p>Desta forma, serdo comparados os tratamentos e sera analisada a superioridade de um sobre</p><p>o outro. As informagdes obtidas nessa etapa são de extrema relevancia e irdo compor a bula</p><p>do medicamento. É a mais trabalhosa, devido as dificuldades de planejamento e execução</p><p>frente a grandes quantidades de dados gerados. É também a mais custosa, visto que o número</p><p>de pacientes presentes na pesquisa é bem maior quando comparada as fases anteriores. Após</p><p>a fase Ill, podera ser solicitada a patente.</p><p>PATENTE</p><p>O termo patente é definido como monopdlio de exploragao, por tempo determinado,</p><p>geralmente até 20 anos para farmacos novos, que é conferido pelo Estado, por meio do</p><p>Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), com prévia anuéncia da Anvisa</p><p>(Agéncia Nacional de Vigilancia Sanitaria). Cabe ressaltar que, apesar da industria</p><p>detentora da patente ter o direito de exploração, não pode comercializar o produto antes</p><p>da autorização da Anvisa. Apos a expiragao da patente, qualquer indUstria farmacéutica</p><p>podera produzir o medicamento, podendo comercializa-lo como um produto genérico ou</p><p>similar.</p><p>Finalmente, ao passar por todas as trés fases iniciais, a industria solicita as autoridades</p><p>sanitarias o registro e a aprovação para a comercializagdo do medicamento. Para isso,</p><p>devera apresentar todos os resultados envolvendo as fases pré-clinica e clinica juntamente ao</p><p>processo de produgdo. A agéncia reguladora, estando de acordo com a informagdes</p><p>fornecidas, concedera a autorizagéo para langamento e comercializagdo do novo medicamento.</p><p>FASE IV</p><p>Esta relacionada ao monitoramento do medicamento após comercializagao. Testes de</p><p>acompanhamento de uso são elaborados e implementados no intuito de obter informagdes</p><p>adicionais quanto a seguranca e eficacia destes farmacos. Neste passo, poderao ser obtidas</p><p>novas informagdes de efeitos colaterais até entdo desconhecidos. Esta etapa é também</p><p>conhecida como farmacovigilancia, mostrada na figura a seguir:</p><p>Estudos — Testesem Testes</p><p>invitro — animais clínicos Comercialização</p><p>o 2 4 8-9 20</p><p>Anos (em média) IND NDA (A patente expira</p><p>20 anos depois do</p><p>protocolo do pedido)</p><p>Fonte: Katzung, 2013</p><p>@ Figura: O processo de desenvolvimento e teste necessario para levar um farmaco ao</p><p>mercado nos EUA. Algumas das exigéncias são diferentes para os farmacos usados em</p><p>doengas potencialmente fatais. IND- novo farmaco em investigagdo; NDA- pedido de novo</p><p>farmaco.</p><p>VIAS DE</p><p>COMPARAGAO/COMPARABILIDADE</p><p>Alguns fatores podem levar ao comprometimento do estudo clinico. A histéria natural da doenga</p><p>influenciara no andamento dos estudos, já que muitas patologias sofrem flutuagdes, ou seja, as</p><p>doengas tendem a aumentar e a diminuir em gravidade. Por isso, em muitos ensaios, faz-se</p><p>necessario adotar esquemas para os individuos avaliados.</p><p>É comum que o mesmo paciente receba doses do medicamento que está sendo testado e, em</p><p>outro momento, receba placebo (no intuito do controle) e tratamento padrao, que é o controle</p><p>positivo.</p><p>PLACEBO</p><p>Medicamentos placebo são aqueles que ndo apresentam nenhuma ação farmacoldgica</p><p>por não conter principio ativo presente na formulagdo, porém apresenta aparéncia exata</p><p>de um medicamento real.</p><p>Fonte: YAKOBCHUK VIACHESLAYV / Shutterstock</p><p>A presenga de outra doenga ou quando o paciente</p><p>apresenta algum fator de risco também</p><p>pode impactar no andamento da pesquisa, ja que muitas patologias podem alterar a</p><p>farmacocinética dos farmacos. A administragdo concomitante de farmacos ou até mesmo</p><p>alimentos pode levar a alteragéo significativa dos parametros farmacocinéticos e</p><p>farmacodinamicos.</p><p>Para minimizar tais situagdes, o que, muitas vezes, pode ser feito é uma técnica chamada de</p><p>estudo cruzado e selecionar os pacientes que serdo alocadas a cada grupo. Para isso, é</p><p>preciso um bom conhecimento sobre histérias médicas e farmacolégicas, diagnosticos</p><p>acurados e métodos de randomizag&o.</p><p>ESTUDO CRUZADO</p><p>Estudos cruzados ou randomizados, são estudos longitudinais em que os individuos</p><p>recebem uma sequéncia de diferentes tratamentos. São extremamente controlados por</p><p>pesquisadores na qual os sujeitos da pesquisa são distribuidos aleatoriamente em</p><p>diferentes grupos no intuito de ser atribuido a uma sequéncia de dois ou mais</p><p>tratamentos, dos quais um pode ser um tratamento padrdo ou um placebo.</p><p>Não podemos deixar de destacar que alguns fatores, como idade avangada e gravidez,</p><p>influenciam a farmacocinética de alguns medicamentos. Por restricdes legais, individuos que</p><p>apresentem essas caracteristicas ndo podem participar dos ensaios.</p><p>«! ATENGAO</p><p>Outro fator importante é a adesdo ao uso do medicamento durante o estudo pelos pacientes. A</p><p>não adesão impactara diretamente nos resultados obtidos, o que, por vezes, pode estar</p><p>relacionado as reagdes adversas.</p><p>LIBERAGAO DE NOVOS FARMACOS PARA</p><p>COMERCIALIZAGAO</p><p>O principio ativo, também conhecido como farmaco, é uma substancia presente na</p><p>composição do medicamento, em que é responsavel pelo efeito farmacolégico no organismo.</p><p>No Brasil, os farmacos recebem denominagdo em ambito nacional, conhecida como DCB</p><p>(Denominagdo Comum Brasileira), e em nivel internacional, denominadas DCI</p><p>(Denominagao Comum Internacional).</p><p>Veja os conceitos:</p><p>Fonte: National Cancer Institute / Unsplash</p><p>A DCB é a denominag&o do farmaco ou principio farmacologicamente ativo aprovado pelo</p><p>órgão federal responsavel pela vigilancia sanitaria e surgiu no inicio da década de 1970. Ainda</p><p>hoje, a DCB sofre constantes atualizações. Esta denominação ajuda a uniformizar a</p><p>nomenclatura dos farmacos, trazendo mais clareza e precisão quanto aos nomes dos principios</p><p>ativos, facilitando as praticas de saúde e evitando a ocorréncia de danos relacionados ao erro</p><p>de medicagao.</p><p>A DCI permite que as autoridades de saude de diversos paises possam elaborar formularios</p><p>internacionais de medicamentos, sempre com o intuito de uniformizar as informagées sobre os</p><p>farmacos, em que os nomes ali listados sdo de recomendagéo da Organizagdo Mundial da</p><p>Saude (OMS).</p><p>Assista ao video e veja o resumo do médulo e cada fase através de um caso clinico de um</p><p>medicamento ja existente.</p><p>Para assistir a um video</p><p>sobre o assunto, acesse a</p><p>versao online deste conteudo.</p><p>VERIFICANDO O APRENDIZADO</p><p>1. A PESQUISA DE NOVOS FARMACOS E DE EXTREMA IMPORTANCIA</p><p>NA BUSCA DE FARMACOS INOVADORES QUE AGREGUEM GANHOS</p><p>TERAPEUTICOS AOS PACIENTES. DIANTE DISSO, E CORRETO AFIRMAR</p><p>SOBRE A ORDEM CRONOLOGICA DE UMA PESQUISA CLINICA:</p><p>A) Pesquisa pré-clinica — Pesquisa clinica — Comercialização e farmacovigilancia.</p><p>B) Pesquisas clinicas — Marketing — Pés-comercializagao.</p><p>C) Investigação — Pesquisa pré-clinica — Pesquisa clinica — Pds-comercializagéo.</p><p>D) Descoberta — Pesquisas pré-clinica — Marketing - Pesquisa clinica.</p><p>2. SOBRE OS ESTUDOS CLINICOS E SUAS FASES, ASSINALE A</p><p>ALTERNATIVA INCORRETA.</p><p>A) ) Afase pré-clinica é composta por testes em laboratério (em situações artificiais e em</p><p>animais de experimentagao).</p><p>B) O objetivo da fase Il é avaliar se o medicamento é seguro, sua farmacocinética (como se</p><p>distribui pelo corpo) e farmacodinamica (como funciona e como age no organismo). Também</p><p>busca a melhor forma de utilizag&o (oral, injetada etc.), a dose mais segura (maior dose</p><p>toleravel), menor dose efetiva, relação dose/efeito, duração dos efeitos e efeitos colaterais.</p><p>C) A taxa de resposta para um estudo da fase Il precisa ser igual ou maior que a obtida em um</p><p>tratamento padrão, a fim de que se passe para um estudo de fase |IIl.</p><p>D) Na fase lll, ha o estabelecimento do perfil terapéutico, como indicagdes, dose e via de</p><p>administragao, contraindicagdes, efeitos colaterais, medidas de precaução e demonstragao de</p><p>vantagem terapéutica (comparagao com outros medicamentos). Estes estudos determinam o</p><p>resultado do risco/beneficio a curto e longo prazos e as reações adversas mais frequentes.</p><p>GABARITO</p><p>1. A pesquisa de novos farmacos é de extrema importancia na busca de farmacos</p><p>inovadores que agreguem ganhos terapéuticos aos pacientes. Diante disso, é correto</p><p>afirmar sobre a ordem cronolégica de uma pesquisa clinica:</p><p>A alternativa "A " esta correta.</p><p>As etapas da pesquisa compreendem as fases pré-clinicas e clinicas. Na fase pré-clinica, são</p><p>realizados testes em células e em animais. Ja na clinica, ha as fasesde l a IV: la lll são as</p><p>fases de ensaios com pacientes, seguida da aprovação para a comercializagao do</p><p>medicamento. A fase IV está relacionada a avaliagdo de interagdes medicamentosas, efeitos</p><p>adversos adicionais (farmacovigilancia).</p><p>2. Sobre os estudos clinicos e suas fases, assinale a alternativa incorreta.</p><p>A alternativa "B " esta correta.</p><p>A resposta é a letra B. Ela está incorreta, pois, como pontuado ao longo da explanagéo do</p><p>conteudo, é a fase | que apresenta como objetivo avaliar a seguranca do medicamento, a</p><p>farmacocinética e farmacodinamica, e não a fase |l.</p><p>CONCLUSAO</p><p>aaa</p><p>CONSIDERAGOES FINAIS</p><p>Compreender a evolugao farmacéutica nos remete a grande importancia das boticas surgidas</p><p>no periodo colonial, que utilizavam como principal matéria-prima substancias de origem natural.</p><p>Pouco se sabia naquela época sobre interação farmacéutica e conceitos de farmacocinética e</p><p>farmacodinamica, porém o boticario, profissional que exercia a medicina e farmacia ao mesmo</p><p>tempo, preparava remédios com plantas medicinais nativas através da terapéutica dos indios.</p><p>Esses conhecimentos adquiridos foram fundamentais para o surgimento das farmacias, que</p><p>foram criadas a partir da industrializagédo do pais, e das industrias farmacéuticas. Com o</p><p>processo de industrializagdo e a descoberta da quimica organica, criou-se a necessidade de</p><p>desenvolvimento de novos farmacos e de novas formulagdes que trouxessem ganhos</p><p>terapéuticos para os pacientes.</p><p>Atualmente, o conhecimento técnico tanto da manipulagéo quanto da atividade farmacolégica</p><p>agrega valores expressivos no tratamento de muitas patologias, seja com objetivo profilatico,</p><p>seja com fins diagndsticos, ou até mesmo a cura.</p><p>O conhecimento e a aplicação dos contetidos abordados neste tema são de grande</p><p>importancia em todas as etapas de obtenção, utilizagdo e acompanhamento</p><p>farmacoterapéutico, na atengéo ao paciente e ao sistema de saúde como um todo.</p><p>Para ouvir um podcast sobre</p><p>0 assunto, acesse a versao</p><p>online deste conteudo.</p><p>REFERENCIAS</p><p>BRASIL. ANVISA. Agéncia Nacional de Vigilancia Sanitaria. Cartilha — O que devemos saber</p><p>sobre os medicamentos? Consultado em meio eletrénico em: 2 jun. 2020.</p><p>BRASIL. ANVISA. Agéncia Nacional de Vigilancia Sanitaria. Medicamentos Genéricos.</p><p>Consultado em meio eletrénico em: 22 maio 2020.</p><p>BRASIL. Lei 9787/1999. Consultado em meio eletrénico em: 22 maio 2020.</p><p>BRASIL. ANVISA. Resolugao 134/2003. Consultado em meio eletrénico em: 18 maio 2020.</p><p>BRASIL. ANVISA. Resolugao 16/2007. Consultado em meio eletrénico em: 2 jun. 2020.</p><p>BRASIL. ANVISA. Resolugédo 17/2007. Consultado em meio eletrénico em: 20 maio 2020.</p><p>BRASIL. ANVISA. Resolugao 55/2010. Consultado em meio eletrénico em: 20 maio 2020.</p><p>BRASIL. ANVISA. Resolugao 58/2014. Consultado em meio eletrénico em: 20 maio 2020.</p><p>CALIXTO, L. B.; SIQUEIRA JR., L. M. Desenvolvimento de Medicamentos no Brasil:</p><p>Desafios. Gaz. Méd. Bahia.</p><p>78 (Suplemento 1): 98-106, 2008.</p><p>DIEZ DEL CORRAL, F. S. Do boticario ao farmacéutico: o ensino de farmacia na Bahia de</p><p>1815 a 1949. Salvador: EDUFBA, 2009.</p><p>DIMASI, J. A.; HANSEN, R. W.; GRABOWSKI, H. G. The price of innovation: new estimates</p><p>of drug development costs. In: J Health Econ, 22:151-185, 2003. Consultado em meio</p><p>eletrénico em: 24 jul. 2020.</p><p>GOODMAN, G. As bases farmacolégicas da terapéutica. 12. ed. Rio de Janeiro: Guanabara</p><p>Koogan/Mc Graw-Hill, 2012.</p><p>GOODMAN & GILMAN; BRUNTON, L. L.; CHABNER, B. A.; BJORN, C. K. As bases</p><p>farmacoldégicas da terapéutica. 13. ed. Porto Alegre: AMHG, 2018.</p><p>JANNUZZI, A. H. L.; VASCONCELLOS, A. G.; SOUZA, C. G. Especificidades do</p><p>patenteamento no setor farmacéutico: modalidades e aspectos da proteção intelectual. /n:</p><p>Cad. Saude Publica, Rio de Janeiro, v. 24, n. 6, p. 1205-1218, jun 2008. Consultado em meio</p><p>eletronico em: 24 jul. 2020.</p><p>KATZUNG, B. G. Farmacologia Basica e Clinica. 12. ed. Rio de Janeiro: Guabanara Koogan,</p><p>2013.</p><p>LULLMANN, H. Farmacologia: texto e atlas [recurso eletrdnico] / Heinz Lillmann, Klaus Mohr,</p><p>Lutz Hein; tradug&o e revisao técnica: Augusto Langeloh. 7. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017.</p><p>MARQUES, M. B. Patentes farmacéuticas e acessibilidade aos medicamentos no Brasil.</p><p>In: Hist. cienc. saude-Manguinhos, Rio de Janeiro, v. 7, n. 1, p. 07-21, jun 2000. Consultado em</p><p>meio eletronico em: 24 jul. 2020.</p><p>MELO, D. O.; RIBEIRO, E.; STORPIRTIS, S. A importancia e a histéria dos estudos de</p><p>utilizagao de medicamentos. /n: Rev. Bras. Cienc. Farm., São Paulo, v. 42, n. 4, p. 475-485,</p><p>dez 2006. Consultado em meio eletrénico em: 24 jul. 2020.</p><p>SEGRE, M.; FERRAZ, F. C. O conceito de satde. /n: Rev. Saúde Publica, São Paulo, v. 31, n.</p><p>5, p. 538-542, out 1997. Consultado em meio eletrônico em: 24 jul. 2020.</p><p>RANG, H. P.; DALE, M. M.; RITTER, J. M. Farmacologia. 8. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2016.</p><p>TAVARES, L. C. Origens e trajetérias da industria farmacéutica no Brasil. /n: Rev. Bras.</p><p>Cienc. Farm., São Paulo, v. 44, n. 1, p. 166-167, mar 2008. Consultado em meio eletrénico em:</p><p>24 jul. 2020.</p><p>EXPLORE+</p><p>Para quem se interessou pela histéria da Farmacia e quiser explorar um pouco mais esse</p><p>universo, busque o artigo Literatura, historia e farméacia: um diálogo possivel, de Irene</p><p>Nogueira de Rezende, em que ela discute com riqueza de detalhes esse tema. Aproveite</p><p>a leitura.</p><p>CONTEUDISTA</p><p>Cristiane Paiva Coelho Soares</p><p>@& CURRICULO LATTES</p>