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<p>1 No que se refere à aplicação da lei no tempo, está incorreta a alternativa:</p><p>Alternativas</p><p>A</p><p>Sempre que se tratar de novatio legis in pejus, é admissível a sua retroatividade da lei.</p><p>B</p><p>Uma nova lei editada, a qual descreve que não existe mais razão para incriminar uma determinada conduta, sendo essa conduta retida do nosso arcabouço jurídico-penal, contudo, os efeitos extrapenais (cíveis e administrativos) não são atingidos pela descriminalização da antiga conduta que era tipificada como delituosa.</p><p>C</p><p>Em consonância com o princípio da legalidade ou da reserva legal as condutas que posteriormente tornaram-se crime não retroagem, sendo aplicáveis a partir de sua vigência.</p><p>D</p><p>A novatio legis in mellius e a abolitio criminis retroagem para beneficiar o agente criminoso.</p><p>COMENTARIO</p><p>A novatio legis in pejus NÃO RETROAGE, tendo em vista ser prejudicial ao acusado.</p><p>A retroatividade da lei penal é a capacidade que a lei possui em atingir fatos que foram praticados anteriormente a sua vigência. Acontece que isso só é possível, desde que benéfico para o indivíduo.</p><p>A REGRA é a nao retroatividade.</p><p>Artigo 5º da Constituição Federal: "XL – a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu"</p><p>2 Acerca da parte geral do Código Penal, assinale a opção correta.</p><p>Alternativas</p><p>A</p><p>A entrada em vigor de lei nova que deixe de considerar o fato criminoso é uma das causas de extinção da punibilidade.</p><p>B</p><p>Age em legítima defesa aquele que, após ter aceito um desafio para um duelo, ofende a integridade física do desafiante.</p><p>C</p><p>A coação moral irresistível é causa de exclusão de antijuridicidade, pois afasta o caráter injusto do delito.</p><p>D</p><p>O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo e impede a punição do agente por crime culposo.</p><p>COMENTARIO</p><p>· A) Correto. De acordo com o Art. 107, III do Código Penal, a entrada em vigor de uma lei nova que deixe de considerar o fato como criminoso é uma das causas de extinção da punibilidade, aplicando-se retroativamente, conforme o princípio da abolitio criminis.</p><p>· B) Errado. A aceitação de um duelo não caracteriza legítima defesa, pois esta só ocorre quando há a necessidade de repelir uma agressão injusta, atual ou iminente, e o duelo é um ato previamente acordado.</p><p>· C) Errado. A coação moral irresistível exclui a culpabilidade, e não a antijuridicidade. Nesse caso, o agente não possui a plena capacidade de compreender o caráter ilícito do fato ou de se determinar de acordo com esse entendimento.</p><p>· D) Errado. O erro sobre elemento constitutivo do tipo exclui o dolo, mas pode permitir a punição do agente por crime culposo, se houver previsão legal de punição na forma culposa, conforme o Art. 20 do Código Penal.</p><p>A abolitio criminis ocorre quando uma nova lei deixa de considerar como crime uma conduta que antes era tipificada. Esse fenômeno retroage, beneficiando o agente que cometeu o crime antes da mudança da lei. Quando ocorre a abolitio criminis, o fato deixa de ser punível, e qualquer processo ou condenação relacionado a esse fato é extinto.</p><p>Esse princípio está baseado no Art. 5º, XL da Constituição Federal, que prevê que a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu.</p><p>3 Com relação à aplicação de lei penal, julgue os itens a seguir.</p><p>I - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência.</p><p>II- Considera-se praticado o crime no momento em que se verifica o resultado.</p><p>III- A entrada em vigor de uma lei nova (posterior), que deixa de considerar o fato como criminoso, é uma das causas de extinção da punibilidade.</p><p>IV- Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela os processos em andamento e permanecendo apenas os efeitos da sentença condenatória definitiva.</p><p>Estão CORRETOS apenas os itens:</p><p>Alternativas</p><p>A</p><p>I e III.</p><p>B</p><p>I e II.</p><p>C</p><p>III e IV.</p><p>D</p><p>I, III e IV.</p><p>E</p><p>II, III e IV.</p><p>COMENTARIO</p><p>Os itens I e III estão corretos. Vamos analisar cada um:</p><p>Item I - Correto:</p><p>A lei excepcional ou temporária aplica-se aos fatos praticados durante sua vigência, mesmo que a lei tenha deixado de vigorar. Isso é estabelecido no Art. 3º do Código Penal, que trata da ultratividade das leis excepcionais ou temporárias. Elas continuam a produzir efeitos sobre fatos ocorridos enquanto estavam em vigor, mesmo que já tenham expirado.</p><p>Item II - Incorreto:</p><p>O crime é considerado praticado no momento da ação ou omissão, não no momento do resultado. Isso está estabelecido no Art. 4º do Código Penal, que diz que "considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado".</p><p>Item III - Correto:</p><p>A entrada em vigor de uma lei nova que deixa de considerar o fato como criminoso é uma das causas de extinção da punibilidade, conforme o princípio da abolitio criminis, previsto no Art. 107, III do Código Penal.</p><p>Item IV - Incorreto:</p><p>Quando uma lei posterior deixa de considerar o fato como crime, os efeitos da sentença condenatória definitiva também são extintos. Não permanecem efeitos penais, conforme previsto no Art. 2º, parágrafo único, do Código Penal, que determina que as consequências penais também são anuladas, cessando os processos em andamento e os efeitos penais da sentença.</p><p>Gabarito: letra a.</p>