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PONTO 4 - PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO PROCESSUAL 4.1. PRINCÍPIOS INFORMATIVOS 4.1.1- Princípio LÓGICO Na estrutura, o processo há de ser lógico, ou seja, deve seguir uma determinada ordem estrutural. Processo é uma sequência de atos logicamente encadeados. 4.1.2- Princípio JURÍDICO O órgão jurisdicional há de proporcionar aos litigantes igualdade de tratamento no processo e justiça na decisão. 4.1.3- Princípio POLÍTICO O processo é instrumento público para a sociedade O processo assegura ao cidadão o direito de participação na realização do seu direito. (Pacificação social) 4.1.4- Princípio ECONÔMICO O processo deve buscar os melhores resultados possíveis com o menor dispêndio de recursos, esforços e tempo. 4.2- PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS E INFRACONSTITUCIONAIS DO PROCESSO 4.2.1- DEVIDO PROCESSO LEGAL O princípio do devido processo legal está previsto no artigo 5º, LIV, Constituição, significando que “ninguém será privado de sua liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal.” Esse principio é bastante amplo e abrangente. Dele derivam os demais princípios do setor processual. Origem: Direito inglês, Magna Carta de 1215. Deve ser interpretado em 2 sentidos: a) devido processo legal processual ou procedural due process of law O princípio do devido processo legal processual garante que o julgamento da lide seja feito com a observância de um conjunto mínimo de regras e valores. Obriga que se respeitem as garantias processuais para a obtenção de uma sentença justa. b) devido processo legal material ou substancial/ substantive due process of law O princípio do devido processo legal material se aproxima do princípio da RAZOABILIDADE e da PROPORCIONALIDADE, onde todas as normas devem ser aplicadas e todos os bens tutelados de forma razoável. 4.2.2- IMPARCIALIDADE Embora a Constituição não o mencione expressamente, contém uma série de dispositivos visando assegurar que as causas de qualquer espécie sejam julgadas por juízes imparciais. É a garantia de um julgamento proferido por juízo equidistante das partes. O próprio Código de Processo Civil, em seus arts. 134 e 135, prevê hipóteses de natureza objetiva e subjetiva de parcialidade do juiz. 4.2.3- IGUALDADE ou ISONOMIA ou PARIDADE de ARMAS As partes e os procuradores devem receber tratamento igualitário, para que tenham as mesmas oportunidades de fazer valer em juízo as suas razões e pretensões (artigo 125, I do CPC). A paridade / igualdade apresenta dois sentidos: a) Igualdade FORMAL/ PROCESSUAL é dar iguais oportunidades para todos; b) Igualdade SUBSTANCIAL /MATERIAL /PROPORCIONAL entre os litigantes é tratar igual os iguais, e desigual os desiguais, na medida de suas desigualdades 4.2.4- CONTRADITÓRIO E AMPLA DEFESA É cláusula esculpida no art. 5º, LV, Constituição: “aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes”. Contraditório: Consiste na outorga de efetiva oportunidade de participação das partes na formação do convencimento do juiz. É a oportunidade para contraditar. É a base dialética. Ampla defesa: Consiste nos elementos para materializar o contraditório. 4.2.5- AÇÃO/ DEMANDA/ INICIATIVA DAS PARTES/ IMPULSO OFICIAL O principio da iniciativa das partes está previsto no artigo 2º do Código de Processo Civil (CPC): “Nenhum juiz prestará a tutela jurisdicional senão quando a parte ou o interessado a requerer, nos casos e forma legais.” Jurisdição é inerte, logo para sua movimentação exige-se a provocação do interessado, assim o Poder Judiciário não age de oficio, salvo algumas exceções. Art. 989,CPC. O juiz determinará, de ofício, que se inicie o inventário, se nenhuma das pessoas mencionadas nos artigos antecedentes o requerer no prazo legal. Art. 262, CPC. O processo civil começa por iniciativa da parte, mas se desenvolve por IMPULSO OFICIAL. 4.2.6- DISPOSITIVO Representa a possibilidade da parte apresentar ou não sua pretensão em juízo. Assim, cabe às PARTES as principais tarefas de instauração (ajuizamento das ações) e instrução do processo (produção de provas). Mas, a atual dinâmica do processo civil não se compadece mais com a imagem do juiz como mero espectador passivo. Art. 130,CPC. Caberá ao juiz, de ofício ou a requerimento da parte, determinar as provas necessárias à instrução do processo, indeferindo as diligências inúteis ou meramente protelatórias. 4.2.7- PUBLICIDADE DOS ATOS PROCESSUAIS Art. 155, CPC. Os ATOS PROCESSUAIS SÃO PÚBLICOS. Correm, todavia, em SEGREDO DE JUSTIÇA os processos: I - em que o exigir o interesse público; Il- que dizem respeito a casamento, filiação, separação dos cônjuges, conversão desta em divórcio, alimentos e guarda de menores. Art. 5º, LX, Constituição- “a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem;” Art. 93, IX, Constituição- “Todos os JULGAMENTOS dos órgãos do Poder Judiciário serão PÚBLICOS, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação;” 4.2.8- MOTIVAÇÃO DAS DECISÕES JUDICIAIS Art. 93, IX, Constituição - “Todos os Julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão Públicos, e FUNDAMENTADAS TODAS AS DECISÕES, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação;” 4.2.9- PROIBIÇÃO DE PROVA ILÍCITA Prova obtida ilicitamente deverá ser desprezada e eliminada de qualquer processo, em prol do ideal maior de um processo justo, condizente com o interesse que tem a sociedade na eficaz repressão aos delitos. Teoria dos Frutos da Arvore Envenenada - se a prova for ilícita contaminará todas as demais dela derivada. 4.2.10- DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO Embora não previsto expressamente na Constituição, o principio do duplo grau de jurisdição está implicitamente contido no artigo 5º, inciso LV e no artigo 92 da Constituição, quando apresenta os diversos órgãos integrantes do Poder Judiciário de forma escalonada.
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