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<p>BIOGEOQUÍMICA AMBIENTAL</p><p>AULA 4</p><p>Profª Ellen Caroline Baettker de Faria</p><p>2</p><p>CONVERSA INICIAL</p><p>BIOGEOQUÍMICA AMBIENTAL</p><p>A importância da água potável de boa qualidade não pode ser ignorada</p><p>nos tempos atuais, quando a poluição se tornou quase um fenômeno inevitável.</p><p>A falta de água potável de qualidade, com sua contaminação por micróbios,</p><p>levou metade da população dos países em desenvolvimento a sofrer de</p><p>problemas relacionados à saúde.</p><p>Essa deterioração da qualidade da água potável pode ser atribuída a uma</p><p>série de contaminantes que podem ser de natureza física, química e biológica.</p><p>Para que seja possível mitigar, controlar e fiscalizar esses recursos hídricos, é</p><p>importante que se tenha claros os instrumentos e as metodologias de avaliação</p><p>e controle da qualidade da água, para que os gestores tenham ferramentas para</p><p>impor que a legislação seja cumprida e mantenham preservados os corpos</p><p>hídricos.</p><p>TEMA 1 – CONTROLE DA QUALIDADE DAS ÁGUAS</p><p>A qualidade da água natural é definida pelo conjunto de suas</p><p>características físicas, biológicas, químicas e radiológicas, que são adquiridas</p><p>ao longo dos ciclos hidrogeológicos e bioquímicos da natureza (Calijuri; Cunha,</p><p>2019). Sendo assim, sua qualidade é modificada e apresenta especificidades</p><p>dependendo da trajetória a qual percorreu.</p><p>Na Figura 1, podemos observar as diversas maneiras pelas quais a</p><p>qualidade da água pode ser alterada durante o seu percurso, principalmente por</p><p>meio de processos antrópicos, que podem, dependendo da quantidade</p><p>adicionada, contaminar e poluir essas fontes.</p><p>3</p><p>Figura 1 – Fontes de poluição antrópica que causam a contaminação da água</p><p>Crédito: VectorMine/Shutterstock.</p><p>Além dos fatores antrópicos, a qualidade das águas é influenciada por</p><p>fatores naturais característicos da bacia, como: formação geológica, solos,</p><p>geomorfologia, clima e cobertura vegetal (Tucci, 1997). Von Sperling (2005)</p><p>complementa sobre as influências naturais na qualidade da água, pois, mesmo</p><p>com a bacia hidrográfica preservada nas suas condições naturais, a qualidade é</p><p>afetada pelo escoamento superficial e pela infiltração no solo, resultantes da</p><p>precipitação atmosférica. Segundo Delgado et al. (2021), o impacto é</p><p>dependente do contato da água em escoamento ou infiltração com as partículas,</p><p>substâncias e impurezas no solo. Assim, a incorporação de sólidos em</p><p>suspensão (partículas de solo) ou dissolvidos (íons oriundos da dissolução de</p><p>rochas) ocorre mesmo na condição em que a bacia hidrográfica esteja totalmente</p><p>https://www.shutterstock.com/g/normaals</p><p>4</p><p>preservada em suas condições naturais (ocupação do solo com matas e</p><p>florestas). Nesse caso, a cobertura e a composição do solo têm grande influência</p><p>nesse processo.</p><p>Diante disso, vale lembrar que a crescente escassez de águas naturais</p><p>de boa qualidade constitui um dos grandes problemas mundiais da atualidade.</p><p>Para que isso não ocorra, é fundamental controlar o aporte de poluentes nos</p><p>mananciais, por meio de regulamentos e resoluções que estabeleçam as</p><p>concentrações máximas de contaminantes que podem ser descartados em</p><p>mananciais e os critérios de qualidade dos recursos hídricos.</p><p>Os critérios de qualidade da água são as características cientificamente</p><p>necessárias, isto é, as medidas, para a proteção da vida aquática (marinha e</p><p>água doce) e da saúde humana. Além de considerar a viabilidade política,</p><p>econômica e tecnológica, bem como as condições específicas do local, os</p><p>estados podem tornar os padrões mais rigorosos do que o governo federal, mas</p><p>não menos rigorosos. Portanto, antes de definir os diretrizes e os padrões, torna-</p><p>se necessário conhecer os diversos parâmetros de qualidade da água, que</p><p>traduzem as suas principais características químicas, físicas e biológicas.</p><p>TEMA 2 – PARÂMETROS DA QUALIDADE DAS ÁGUAS</p><p>Os principais parâmetros que descrevem a qualidade da água potável</p><p>são: os físicos, associados à aparência; os químicos, que indicam seus</p><p>componentes; e as microbiológicas, importantes no contexto da saúde pública.</p><p>Esses parâmetros são indicadores da qualidade da água e quando atingem</p><p>valores superiores aos estabelecidos para um determinado uso podem indicar</p><p>altas concentrações de impurezas.</p><p>2.1 Parâmetros físicos</p><p>Os principais parâmetros físicos monitorados são os que se seguem.</p><p>• Temperatura: fator que influencia nos processos químicos, físico e</p><p>biológicos, principalmente na solubilidade dos gases dissolvidos.</p><p>Portanto, o aumento da temperatura da água eleva a velocidade das</p><p>reações químicas e, consequentemente, o crescimento de determinadas</p><p>comunidades aquáticas, que consomem mais oxigênio e diminuem a</p><p>solubilidade de gases dissolvidos, com predomínio dos processos</p><p>5</p><p>anaeróbios, que geram mau cheiro por liberação de gases como metano</p><p>e sulfídrico (Von Sperling, 2005).</p><p>• Turbidez: é causada pela presença de matéria em suspensão na água,</p><p>como argila, silte, material orgânico fino, organismos microscópicos e</p><p>outras partículas. A presença de partículas que causam a turbidez pode</p><p>apresentar contaminantes microbiológicos perigosos capazes de afetar a</p><p>eficiência das substâncias usadas na desinfecção (Davis; Masten, 2016).</p><p>• Cor: o que confere cor é a presença de metais inorgânicos, como ferro ou</p><p>manganês, e a decomposição da matéria orgânica da água</p><p>(principalmente vegetais), por algas ou pela introdução de esgotos</p><p>industriais e domésticos. Esse parâmetro atribui o valor estético da água</p><p>potável e traz segurança em relação ao tratamento utilizado.</p><p>• Odor e sabor: causados pela presença de componentes naturais, como:</p><p>vegetação em decomposição, algas; bactérias; fungos; compostos</p><p>orgânicos como sulfeto de hidrogênio, sulfatos e compostos artificiais</p><p>como esgoto industrial e/ou doméstico.</p><p>• Sólidos: podem ser divididos em sólidos em suspensão, que são as</p><p>partículas que ficam retidas no filtro de tamanho especificado; e sólidos</p><p>dissolvidos, que são as menores partículas que passam por esse filtro</p><p>(Von Sperling, 2005).</p><p>• Condutividade elétrica: análise relacionada a íons dissolvidos em água,</p><p>que são partículas carregadas eletricamente. A principal fonte é o sal em</p><p>efluentes industriais e esgotos domésticos.</p><p>2.2 Parâmetros químicos</p><p>Os principais parâmetros químicos monitorados são os que se seguem.</p><p>• Alcalinidade: está relacionado com a presença de bicarbonatos,</p><p>carbonatos e hidróxidos, quase sempre de metais alcalinos ou alcalino-</p><p>terrosos, que neutralizam os íons hidrogênio. A alcalinidade influencia o</p><p>tratamento da água para consumo doméstico.</p><p>• pH: o potencial hidrogeniônico define o caráter ácido, básico ou neutro de</p><p>uma solução. No caso da água, essa característica é da fonte,</p><p>dependendo de onde ela vem, mas muda com a entrada de outras</p><p>substâncias. Um pH baixo torna a água corrosiva, enquanto uma água</p><p>6</p><p>com pH alto tende a se acumular nas tubulações, isto é, causar</p><p>incrustação. Os organismos vivos dependem do pH, em uma faixa entre</p><p>6 e 9.</p><p>• Dureza: causada por minerais de cálcio e magnésio encontrados em</p><p>calcário e resíduos industriais. Esse parâmetro causa um sabor</p><p>desagradável e, dependendo da concentração, pode ter um efeito laxante.</p><p>Além disso, pode causar incrustações em caldeiras, tubulações de água</p><p>quente e aquecedores, devido às altas temperaturas desses dispositivos.</p><p>• Cloreto: a presença de altas concentrações pode indicar possível</p><p>contaminação por esgoto (por excreção de cloretos na urina) ou resíduos</p><p>industriais. Além de alterar o sabor da água, acelera o processo de</p><p>corrosão de tubulações de aço e alumínio.</p><p>• Nitrogênio: esse elemento é encontrado nas formas de nitrogênio</p><p>orgânico, amoniacal, nitrito e nitrato. O nitrogênio é um nutriente para os</p><p>processos biológicos; portanto, altas concentrações em corpos d’água,</p><p>com fósforo, pode causar eutrofização, poluindo a água. O nitrato, na</p><p>água, pode causar a metemoglobinemia, e a amônia é tóxica aos peixes.</p><p>As principais fontes de nitrogênio na água são: esgotos domésticos e</p><p>industriais, fertilizantes e excrementos de animais.</p><p>• Oxigênio Dissolvido (OD): é fundamental para vida na água, já que muitos</p><p>peixes e seres aeróbios precisam dele para respirar. Quando há entrada</p><p>de matéria orgânica nas águas, os valores de oxigênio dissolvidos podem</p><p>ficar baixos, dependendo da capacidade de autodepuração do manancial,</p><p>podendo chegar próximo de zero extinguindo os organismos aquáticos</p><p>aeróbios. A quantidade de oxigênio dissolvido na água é um indicador da</p><p>qualidade do recurso hídrico (Von Sperling, 2005).</p><p>• Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO): é definida como a quantidade</p><p>de oxigênio necessária para oxidar a matéria orgânica biodegradável sob</p><p>condições aeróbicas (Von Sperling, 2005). Portanto, é uma estimativa</p><p>indireta do consumo de oxigênio nos cursos d’água. O que causa aumento</p><p>nos valores de DBO na água é a entrada de matéria orgânica, podendo</p><p>ser esgoto doméstico. Essa entrada pode ocasionar o consumo total de</p><p>oxigênio e causar a morte de peixes e outras espécies.</p><p>• Demanda Química de Oxigênio (DQO): é a quantidade de oxigênio</p><p>necessária para oxidar a matéria orgânica, por meio de um agente</p><p>7</p><p>químico. A DQO corresponde a duas vezes a DBO, sendo considerada</p><p>uma análise mais rápida, e consegue indicar a presença de compostos</p><p>mais resistentes à degradação biológica. O aumento da concentração</p><p>desse parâmetro pode estar associado a efluentes industriais.</p><p>• Fósforo: na água, encontra-se em forma de ortofosfato, polifosfato e</p><p>fósforo orgânico. É originado naturalmente da dissolução de compostos</p><p>do solo e da decomposição da matéria orgânica, sendo essencial para o</p><p>crescimento das algas, mas em altas concentrações pode causar a</p><p>eutrofização (fenômeno recorrente do aumento da quantidade de</p><p>nutrientes nos corpos d’água). O fósforo é um macronutriente, e como o</p><p>nitrogênio, é um dos principais nutrientes utilizados nos processos</p><p>biológicos (Paiva; Paiva, 2003). Sendo suas fontes de origem antrópicas</p><p>como o uso excessivo de detergentes, fertilizantes e excrementos de</p><p>animais.</p><p>• Ferro e manganês: podem originar-se da dissolução de compostos do</p><p>solo ou de despejos industriais. Expostos ao oxigênio livre sofrem</p><p>oxidação e tornam-se insolúveis causando coloração avermelhada à</p><p>água, no caso do ferro, ou marrom, no caso do manganês, manchando</p><p>roupas e outros produtos industrializados. Podem conferir sabor metálico</p><p>à água; as águas ferruginosas favorecem o desenvolvimento das</p><p>ferrobactérias, que causam maus odores e coloração à água e obstruem</p><p>as canalizações (Schorr, 2022).</p><p>• Fenóis: compostos altamente tóxicos para os organismos aquáticos e</p><p>para o homem, mesmo em baixas concentrações. Sua origem é</p><p>basicamente de compostos industriais e sua combinação com cloro causa</p><p>sabor e odor desagradável. Causam inúmeros problemas ao trato</p><p>digestivo e ao sistema nervoso.</p><p>• Contaminantes orgânicos (pesticidas, compostos policíclicos aromáticos,</p><p>bifenilas policloradas, solventes etc.): componentes que nem sempre são</p><p>de fácil degradação, com características distintas e toxicidades variadas,</p><p>podendo acumular na cadeia alimentar.</p><p>• Componentes inorgânicos: apresentam diferentes características e</p><p>toxicidades variadas. Os principias elementos são os metais pesados,</p><p>mas há, também, os cianetos, dentre outros. As fontes são despejos</p><p>industriais ou por atividades agrícolas, de garimpo e de mineração.</p><p>8</p><p>2.3 Parâmetros biológicos</p><p>Os principais parâmetros biológicos monitorados são os que se seguem.</p><p>• Coliformes termotolerantes: são bactérias que ocorrem no trato intestinal</p><p>de animais de sangue quente e são indicadoras de poluição por esgotos</p><p>domésticos. Elas não causam doenças, mas sua presença em grandes</p><p>números indicam a possibilidade da existência de microrganismos</p><p>patogênicos responsáveis pela transmissão de doenças de veiculação</p><p>hídrica, como a disenteria bacilar, febre tifoide, cólera (Schorr, 2022).</p><p>• Algas: são indicadores de qualidade, pois produzem parte do oxigênio</p><p>utilizado no meio, mas quando estão em grande quantidade podem poluir,</p><p>devido à grande quantidade de biomassa e produção de compostos</p><p>orgânicos que modificam o sabor e o odor, dando um aspecto</p><p>desagradável à água.</p><p>TEMA 3 – CRITÉRIOS E PADRÕES DE QUALIDADE DA ÁGUA</p><p>Os critérios de qualidade da água são estabelecidos para proteger os</p><p>organismos aquáticos e a saúde humana. O objetivo desses critérios é o de</p><p>definir as condições pelas quais uma comunidade saudável de organismos</p><p>aquáticos está presente e os possíveis usos da água como fontes de água</p><p>potável para consumo humano. Assim, os critérios de qualidade da água são</p><p>baseados em níveis que não exercem efeitos adversos sobre os organismos</p><p>aquáticos e consideram os critérios para a água potável.</p><p>Os critérios são geralmente desenvolvidos para a água bruta em relação</p><p>ao seu uso como fonte de água para abastecimento de água potável, agricultura</p><p>e recreação, ou como hábitat para comunidades biológicas. Critérios também</p><p>podem ser desenvolvidos em relação ao funcionamento dos ecossistemas</p><p>aquáticos no geral. A manutenção desses usos da água geralmente impõe</p><p>diferentes necessidades de qualidade da água e, portanto, os critérios de</p><p>qualidade da água associados são muitas vezes diferentes para cada uso.</p><p>No Brasil, os critérios de qualidade dos recursos hídricos são descritos</p><p>pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), sendo a primeira</p><p>resolução sobre qualidade de recursos hídricos no Brasil em 1986 (Resolução</p><p>Conama n. 20). Em 2005, essa resolução foi alterada pela Resolução n. 357,</p><p>que está vigente até hoje. Ela estabelece a classificação e os critérios de</p><p>9</p><p>qualidade para águas superficiais bem como os limites máximos para</p><p>lançamento de efluentes em mananciais. Além disso, existe outras como a</p><p>Resolução Conama n. 274, de 2000, que trata dos padrões de balneabilidade e</p><p>a Resolução Conama n. 396, de 2008, que estabelece os critérios de qualidade</p><p>para águas subterrâneas.</p><p>A Resolução Conama n. 357/2005 estabeleceu o controle sobre as</p><p>condições de qualidade de água em 12 parâmetros indicadores de qualidade,</p><p>dividiu as águas do território nacional em águas doces, salobras e salinas e</p><p>estabeleceu as classes em função dos usos previstos, com uma determinada</p><p>qualidade a ser mantida. Ela dá destaque à importância do enquadramento, visto</p><p>que o controle da poluição das águas está relacionado com a proteção da saúde</p><p>e com uma garantia do meio ambiente ecologicamente equilibrado, sendo um</p><p>instrumento de melhoria do sistema de gestão de recursos hídricos no Brasil</p><p>(Rosa et al., 2021). O quadro seguinte apresenta o art. 4º dessa Resolução que</p><p>destaca a classificação das águas.</p><p>Quadro 1 – Classificação de águas adotada pela Resolução Conama n. 357 de</p><p>2005</p><p>Águas doces</p><p>I – CLASSE ESPECIAL – Águas destinadas:</p><p>a) ao abastecimento para consumo humano, com desinfecção;</p><p>b) à preservação do equilíbrio natural das comunidades aquáticas;</p><p>c) à preservação dos ambientes aquáticos em unidades de conservação</p><p>de proteção integral.</p><p>II – CLASSE 1 – Águas que podem ser destinadas:</p><p>a) ao abastecimento para consumo humano, após tratamento</p><p>simplificado;</p><p>b) à proteção das comunidades aquáticas;</p><p>c) à recreação de contato primário, conforme Resolução CONAMA nº</p><p>274 de 2000;</p><p>d) à irrigação de hortaliças que são consumidas cruas e de frutas que</p><p>se desenvolvem rentes ao solo e que sejam ingeridas cruas sem</p><p>remoção de película;</p><p>e) à proteção das comunidades aquáticas em terras indígenas.</p><p>III – CLASSE 2 – Águas que podem ser destinadas:</p><p>a) ao abastecimento para consumo humano, após tratamento</p><p>convencional;</p><p>b) à proteção das comunidades aquáticas;</p><p>c) à recreação de contato primário, conforme Resolução CONAMA nº</p><p>274 de 2000;</p><p>10</p><p>d) à irrigação</p><p>de hortaliças, plantas frutíferas e de parques, jardins,</p><p>campos de esporte e lazer com os quais o público possa vir a ter</p><p>contato direto;</p><p>e) à aquicultura e à atividade de pesca.</p><p>IV – CLASSE 3 – Águas destinadas:</p><p>a) ao abastecimento para consumo humano, após tratamento</p><p>convencional ou avançado;</p><p>b) à irrigação de culturas arbóreas, cerealíferos e forrageiros;</p><p>c) à pesca amadora;</p><p>d) à recreação de contato secundário;</p><p>e) à dessedentação de animais.</p><p>V – CLASSE 4 – Águas destinadas:</p><p>a) à navegação;</p><p>b) à harmonia paisagística.</p><p>Águas salinas</p><p>I – CLASSE ESPECIAL – Águas destinadas:</p><p>a) à preservação dos ambientes aquáticos em unidades de conservação</p><p>de proteção integral;</p><p>b) à preservação do equilíbrio natural das comunidades aquáticas.</p><p>II – CLASSE 1 – Águas que podem ser destinadas:</p><p>a) à recreação de contato primário, conforme Resolução CONAMA nº</p><p>274, de 2000;</p><p>b) à proteção das comunidades aquáticas;</p><p>c) à aquicultura e à atividade de pesca.</p><p>III – CLASSE 2 – Águas que podem ser destinadas:</p><p>a) à pesca amadora;</p><p>b) à recreação de contato secundário.</p><p>IV – CLASSE 3 – Águas destinadas:</p><p>a) à navegação;</p><p>b) à harmonia paisagística.</p><p>Águas salobras</p><p>I – CLASSE ESPECIAL – Águas destinadas:</p><p>a) à preservação dos ambientes aquáticos em unidades de conservação</p><p>de proteção integral;</p><p>b) à preservação do equilíbrio natural das comunidades aquáticas.</p><p>II – CLASSE 1 – Águas que podem ser destinadas:</p><p>a) à recreação de contato primário, conforme Resolução CONAMA nº</p><p>274, de 2000;</p><p>b) à proteção das comunidades aquáticas;</p><p>c) à aquicultura e à atividade de pesca;</p><p>d) ao abastecimento para consumo humano após tratamento</p><p>convencional ou avançado;</p><p>e) à irrigação de hortaliças que são consumidas cruas e de frutas que</p><p>se desenvolvam rentes ao solo e que sejam ingeridas cruas sem</p><p>11</p><p>remoção de película, e à irrigação de parques, jardins, campos de</p><p>esporte e lazer, com os quais o público possa vir a ter contato direto.</p><p>III – CLASSE 2 – Águas que podem ser destinadas:</p><p>a) à pesca amadora;</p><p>b) à recreação de contato secundário.</p><p>IV – CLASSE 3 – Águas destinadas:</p><p>a) à navegação;</p><p>b) à harmonia paisagística.</p><p>Fonte: Faria, 2022.</p><p>Os dados apresentados nas tabelas constituem apenas exemplos, sendo</p><p>recomendável a leitura do texto completo da referida Resolução bem como da</p><p>Resolução Conama n. 430, de 13 de maio de 2011, que complementa e altera</p><p>parcialmente a Resolução Conama n. 357, de 2005.</p><p>Portanto, a partir desses critérios, há legislações que definem os padrões</p><p>de qualidade das águas que variam de acordo com o uso do corpo d'água. Existe</p><p>três tipos de padrões de qualidade: para água potável, para efluentes e para</p><p>qualidade de água superficial.</p><p>A designação de usos benéficos é determinada pelos gestores da água</p><p>em confiança para o povo. Muitas vezes, os padrões são numéricos (por</p><p>exemplo, uma medição precisa de uma concentração química permitida não</p><p>deve ser excedida).</p><p>As principais referências para qualidade da água no Brasil são:</p><p>• padrão de corpos d'água – Resolução Conama n. 357 (2005), do</p><p>Ministério do Meio Ambiente, e eventuais legislações estaduais;</p><p>• padrão de potabilidade – Portaria de Consolidação n. 5, Anexo XX, do</p><p>Ministério da Saúde de 2017.</p><p>A Tabela 1 apresenta alguns exemplos de parâmetros físico-químicos e</p><p>valores estabelecidos para a qualidade das águas doces.</p><p>Tabela 1 – Parâmetros de qualidade das águas doces previstas na Resolução</p><p>Conama n. 357 de 2005</p><p>Parâmetro Unidade Classe</p><p>1 2 3 4</p><p>DBO mgO2/L ≤ 3 ≤ 5 ≤ 10 (2)</p><p>OD mgO2/L ≥ 6 ≥ 5 ≥ 4 ≥ 2</p><p>Turbidez UT ≤40 ≤ 100 ≤ 100 (2)</p><p>Cor</p><p>Verdadeira</p><p>mgPt/L (1) ≤ 75 ≤ 75 (2)</p><p>12</p><p>pH 6 a 9</p><p>Coliformes, toxicidade, óleos e graxas e outros parâmetros *ver texto completo da</p><p>Resolução Conama n. 357 (2005)</p><p>Observações: (1) Nível de cor natural do corpo de água em mgPt/L; (2) Não há limites.</p><p>Fonte: Faria, 2022.</p><p>Essa resolução citada anteriormente visa garantir a proteção dos</p><p>mananciais para que, posteriormente, essas águas possam ser captadas e</p><p>tratadas para consumo, pois as águas naturais destinadas ao consumo humano</p><p>devem ser seguras do ponto de vista sanitário, ou seja, não devem ser</p><p>prejudiciais à saúde do consumidor. Para isso, a qualidade deve sempre</p><p>satisfazer os padrões de potabilidade; no Brasil, temos a Portaria de</p><p>Consolidação n. 5 que adota critérios físicos, químicos, organolépticos,</p><p>bacteriológicos e radiológicos, definindo os valores máximos permitidos (VMP) e</p><p>estabelecendo a frequência mínima de amostragens (Calijuri; Cunha, 2019).</p><p>Na Tabela 2 e 3 são apresentados os resumos dos padrões de</p><p>potabilidade para substâncias químicas, contudo, são apenas alguns exemplos,</p><p>sendo importante consultar o texto e a lista completa de padrões da portaria</p><p>citada.</p><p>Tabela 2 – Padrões microbiológicos e de turbidez contidos na Portaria de</p><p>Consolidação n. 5, de 2017, do Ministério da Saúde (MS)</p><p>I – Padrão microbiológico da água para consumo humano</p><p>Tipo de água Parâmetro VMP (1)</p><p>Água para consumo humano Escherichia coli (2) Ausência em 100</p><p>mL</p><p>Água tratada Na saída do</p><p>tratamento</p><p>Coliformes totais (3) Ausência em 100</p><p>mL</p><p>No sistema de</p><p>distribuição</p><p>(reservatórios e</p><p>rede)</p><p>Escherichia coli Ausência em 100</p><p>mL</p><p>Coliformes</p><p>totais (4)</p><p>Sistemas ou</p><p>soluções</p><p>alternativas</p><p>coletivas que</p><p>abastecem</p><p>menos de 20</p><p>mil habitantes</p><p>Apenas uma</p><p>amostra, entre as</p><p>amostras</p><p>examinadas no</p><p>mês, poderá</p><p>apresentar</p><p>resultado positivo</p><p>Sistemas ou</p><p>soluções</p><p>alternativas</p><p>coletivas que</p><p>abastecem a</p><p>partir de 20 mil</p><p>habitantes</p><p>Ausência em 100</p><p>mL em 95% das</p><p>amostras</p><p>examinadas no mês</p><p>13</p><p>II – Padrão de turbidez para água pós-filtração ou pré-desinfecção</p><p>Desinfecção</p><p>(para águas</p><p>subterrâneas)</p><p>1,0 uT (5) em</p><p>95% das</p><p>amostras</p><p>Desinfecção</p><p>(para águas</p><p>subterrâneas)</p><p>1,0 uT (5) em</p><p>95% das</p><p>amostras</p><p>Desinfecção (para</p><p>águas</p><p>subterrâneas)</p><p>Filtração rápida</p><p>(tratamento</p><p>completo ou</p><p>filtração direta)</p><p>0,5 uT (5) em</p><p>95% das</p><p>amostras</p><p>Filtração rápida</p><p>(tratamento</p><p>completo ou</p><p>filtração direta)</p><p>0,5 uT (5) em</p><p>95% das</p><p>amostras</p><p>Filtração rápida</p><p>(tratamento</p><p>completo ou</p><p>filtração direta)</p><p>Filtração lenta 1,0 uT (5) em</p><p>95% das</p><p>amostras</p><p>Filtração lenta 1,0 uT (5) em</p><p>95% das</p><p>amostras</p><p>Filtração lenta</p><p>Observações: (1) Valor máximo permitido; (2) Indicador de contaminação fecal; (3) Indicador de</p><p>eficiência de tratamento; (4) Indicador de integridade do sistema de distribuição (reservatório e</p><p>rede); (5) Unidade de turbidez.</p><p>Fonte: Faria, 2022.</p><p>Tabela 3 – Exemplos de padrões de potabilidade para substâncias químicas da</p><p>Portaria de Consolidação n. 5, de 2017, do Ministério da Saúde (MS) do Brasil</p><p>(ver lista completa na Portaria citada)</p><p>I – Padrão para substâncias químicas (apenas alguns exemplos)</p><p>Parâmetro CAS (2) Unidade VMP (1)</p><p>Arsênio 7440-38-2 mg/L 0,01</p><p>Chumbo 7439-92-1 mg/L 0,01</p><p>Cianeto 57-12-5 mg/L 0,07</p><p>Cromo 7440-47-3 mg/L 0,05</p><p>Fluoreto 7782-41-4 mg/L 1,5</p><p>Nitrato (como N) 14797-55-</p><p>8</p><p>mg/L 10</p><p>Pentaclorofenol 87-86-5 mg/L 9</p><p>Tetacloreto de</p><p>carbono</p><p>56-23-5 mg/L 4</p><p>Tricloroeteno 79-01-6 mg/L 20</p><p>Bromato 15541-45-</p><p>4</p><p>mg/L 0,01</p><p>Cloro residual livre 7782-50-5 mg/L 5</p><p>Trihalometanos total (3) mg/L 0,1</p><p>II – Padrão organoléptico de potabilidade (apenas alguns exemplos)</p><p>Alumínio 7429-90-5 mg/L 0,2</p><p>Cloretos 16887-00-</p><p>6</p><p>mg/L 250</p><p>Cor aparente – uH (mg Pt Co/L) 15</p><p>Dureza total – mg/L 500</p><p>Ferro 7439 89 6 mg/L 0,3</p><p>Gosto e odor – Intensidade 6</p><p>Manganês 7439-96-5 mg/L 0,1</p><p>Sulfato 14808-79-</p><p>8</p><p>mg/L 250</p><p>Surfactantes (como</p><p>LAS)</p><p>– mg/L 0,5</p><p>III – Padrão de cianotoxinas da água para consumo humano</p><p>Microcistinas (Total) – μg/L 1,0</p><p>14</p><p>Saxitoxinas – μg equivalente STX/L 3,0</p><p>VI – Padrão de radioatividade da água para consumo humano</p><p>Rádio-226 – Bq/L 1</p><p>Rádio-228 – Bq/L 0,1</p><p>Observações: (1) Valor máximo permitido; (2) CAS é o número de referência de compostos e</p><p>substâncias químicas adotado pelo Chemical Abstract Service; (3) Trihalometanos:</p><p>Triclorometano</p><p>ou Clorofórmio (TCM) – CAS = 67-66-3, Bromodiclorometano (BDCM) – CAS =</p><p>75-27-4, Dibromoclorometano (DBCM) – CAS = 124-48-1, Tribromometano ou Bromofórmio</p><p>(TBM) – CAS = 75-25-2.</p><p>Fonte: Faria, 2022.</p><p>Vale destacar que os padrões são valores que protegem a saúde humana;</p><p>por isso, serão sempre mais restritivos quando relacionados à potabilidade, mas</p><p>é importante sempre buscar bons critérios de qualidade e quanto mais restritivos,</p><p>melhor tanto para saúde quanto para o meio ambiente.</p><p>TEMA 4 – PROGRAMA NACIONAL DE AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DAS</p><p>ÁGUAS (PNAQA)</p><p>Diante dos diversos usos para águas e as dificuldades para se monitorar</p><p>e acompanhar a gestão desse recurso natural, a Agência Nacional de Águas e</p><p>Saneamento Básico (ANA) (2021) monitora a qualidade das águas superficiais</p><p>e subterrâneas do país, com base nos dados fornecidos pelos órgãos estaduais</p><p>gestores de recursos hídricos. Contudo, essa agência encontrava alguns</p><p>problemas para monitorar os inúmeros estados, pois cada região estava</p><p>utilizando diferentes critérios e parâmetros, por isso a comparação dos dados,</p><p>em nível nacional, nem sempre era possível.</p><p>Para auxiliar nesse monitoramento, em 2013, a ANA lançou a Rede</p><p>Nacional de Monitoramento de Qualidade da Água (RNQA), que conta com uma</p><p>estratégia de cooperação entre os operadores das redes de monitoramento,</p><p>padronizando e ampliando o monitoramento em nível nacional. Assim, os</p><p>estados continuam sendo os principais responsáveis pelo estabelecimento e</p><p>operação de redes de qualidade da água, mas os dados gerados ficam mais</p><p>fáceis de serem interpretados e os custos de implementação e operação são</p><p>reduzidos.</p><p>Dentro dessa proposta veio o Programa Nacional de Avaliação da</p><p>Qualidade das Águas (PNQA), descrito no site da ANA (2021) com o objetivo de</p><p>eliminar as lacunas geográficas e temporais no monitoramento de qualidade de</p><p>15</p><p>água. O PNQA está estruturado em quatro componentes, organizados de acordo</p><p>com o atendimento aos objetivos do programa, e as principais ações estratégicas</p><p>são as que se seguem.</p><p>• Rede Nacional de Monitoramento: implementar, ampliar e otimizar a</p><p>distribuição geográfica da rede de monitoramento da qualidade de água,</p><p>tornando adequadas as frequências de monitoramento a fim de garantir a</p><p>sustentabilidade financeira do sistema de monitoramento.</p><p>• padronização: definir parâmetros mínimos de qualidade de água a serem</p><p>monitorados por todas as Unidades da Federação, bem como os</p><p>procedimentos de coleta, preservação e análise das amostras de</p><p>qualidade da água.</p><p>• laboratórios e capacitação: ampliar o controle de qualidade dos</p><p>laboratórios envolvidos em análises de qualidade da água e capacitar</p><p>pessoas envolvidas com o monitoramento e análise de qualidade das</p><p>águas.</p><p>• avaliação da qualidade da água: criando e mantendo um banco de dados</p><p>nacional e um portal na internet para divulgação das informações de</p><p>qualidade da água para que se possa avaliar sistematicamente a</p><p>qualidade das águas superficiais brasileiras.</p><p>Sendo assim, a ANA (2021) indica a ultimação de índices de qualidade da</p><p>água com o intuito de sintetizar a informação sobre vários parâmetros físico-</p><p>químicos, visando informar a população e orientar as ações de planejamento e</p><p>gestão da qualidade da água.</p><p>Esses valores únicos tendem a facilitar, mas qualquer análise mais</p><p>detalhada deve considerar os parâmetros individuais que determinam a</p><p>qualidade das águas.</p><p>Os principais índices de qualidade da água utilizados pelo programa são:</p><p>• Índice de Qualidade das Águas (IQA);</p><p>• Índice de Qualidade da Água Bruta para fins de Abastecimento Público</p><p>(IAP);</p><p>• Índice de Estado Trófico (IET);</p><p>• Índice de Contaminação por Tóxicos;</p><p>• Índice de Balneabilidade (IB); e</p><p>• Índice de Qualidade de Água para a Proteção da Vida Aquática (IVA).</p><p>16</p><p>4.1 Índice de Qualidade das Águas (IQA)</p><p>De acordo com a ANA (2021), o IQA é o principal indicador qualitativo</p><p>usado no país. Foi desenvolvido para avaliar a qualidade da água para o</p><p>abastecimento público, após o tratamento convencional. A interpretação dos</p><p>resultados da avaliação do IQA deve levar em consideração esse uso da água.</p><p>Por exemplo, um valor baixo de IQA indica a má qualidade da água para</p><p>abastecimento, mas essa mesma água pode ser utilizada em usos menos</p><p>exigentes, como a navegação ou a geração de energia.</p><p>O IQA é calculado com base nos seguintes parâmetros: temperatura da</p><p>água, pH, oxigênio dissolvido, resíduo total, demanda bioquímica de oxigênio,</p><p>coliformes termotolerantes, nitrogênio total, fósforo total e turbidez, pela seguinte</p><p>fórmula (ANA, 2021):</p><p>𝐼𝐼𝐼𝐼𝐼𝐼 = �𝑞𝑞𝑖𝑖𝑤𝑤1</p><p>𝑛𝑛</p><p>𝑖𝑖=1</p><p>em que:</p><p>IQA: Índice de Qualidade das Águas, um número entre 0 e 100;</p><p>qi: qualidade do i-ésimo parâmetro, um número entre 0 e 100, obtido da</p><p>respectiva “curva média de variação de qualidade”, em função de sua</p><p>concentração ou medida;</p><p>wi: peso correspondente ao i-ésimo parâmetro, um número entre 0 e 1, atribuído</p><p>em função da sua importância para a conformação global de qualidade, sendo</p><p>que:</p><p>n: número de variáveis que entram no cálculo do IQA.</p><p>Os valores do IQA são classificados em faixas, que variam entre os</p><p>estados brasileiros, como descritos na Tabela 4.</p><p>17</p><p>Tabela 4 – Classificação do IQA</p><p>Faixas de IQA</p><p>utilizadas nos</p><p>seguintes Estados:</p><p>AL, MG, MT, PR, RJ,</p><p>RN, RS</p><p>Faixas de IQA</p><p>utilizadas nos</p><p>seguinte Estados: BA,</p><p>CE, ES, GO, MS, PB,</p><p>PE, SP</p><p>Avaliação da</p><p>Qualidade da Água</p><p>91-100 80-100 Ótima</p><p>71-90 52-79 Boa</p><p>51-70 37-51 Razoável</p><p>26-50 20-36 Ruim</p><p>0-25 0-19 Péssima</p><p>Fonte: Faria, 2022.</p><p>4.2 Índices de qualidade da Água Bruta para Fins de Abastecimento</p><p>Público (IAP)</p><p>Esse índice foi uma iniciativa de pesquisadores da Cetesb, Sabesp,</p><p>institutos de pesquisa e universidades, sendo calculado nos pontos de</p><p>amostragem dos rios e reservatórios que são utilizados para o abastecimento</p><p>público.</p><p>De acordo com Cetesb (2013), o índice é composto por três grupos de</p><p>parâmetros.</p><p>• Índice de Qualidade das Águas (IQA): temperatura d’água, pH, oxigênio</p><p>dissolvido, demanda bioquímica de oxigênio, coliformes fecais, nitrogênio</p><p>total, fósforo total, resíduo total e turbidez.</p><p>• parâmetros que avaliam a presença de substâncias tóxicas (teste de</p><p>mutagenicidade, potencial de formação de trihalometanos, cádmio,</p><p>chumbo, cromo total, mercúrio e níquel).</p><p>• parâmetros que afetam a qualidade organoléptica da água (fenóis, ferro,</p><p>manganês, alumínio, cobre e zinco).</p><p>Os parâmetros que avaliam a presença de substâncias tóxicas e que</p><p>afetam a qualidade organoléptica são compostos de maneira a fornecer o Índice</p><p>de Substâncias Tóxicas e Organolépticas (Isto).</p><p>18</p><p>Para cada parâmetro incluído no Isto são estabelecidas curvas de</p><p>qualidade que atribuem ponderações variando de 0 a 1. As curvas de qualidade,</p><p>representadas pelas variáveis de potencial de formação de trihalometanos e</p><p>metais, foram construídas utilizando-se dois níveis de qualidade (qi), que</p><p>associam os valores numéricos 1.0 e 0.5, respectivamente, ao limite inferior (LI)</p><p>e ao limite superior (LS).</p><p>De acordo com a ANA (2021), as faixas de variação de qualidade (qi) que</p><p>são atribuídas aos valores medidos para o potencial de formação de</p><p>trihalometanos para os metais que compõem o Isto refletem as seguintes</p><p>condições de qualidade da água bruta destinada ao abastecimento público.</p><p>• Valor medido < LI: águas adequadas para o consumo humano. Atendem</p><p>aos padrões de potabilidade da Portaria n. 518/04 do Ministério da Saúde</p><p>em relação às variáveis avaliadas.</p><p>• LI < Valor medido < LS: águas adequadas para tratamento convencional.</p><p>Atendem aos padrões de qualidade da classe 3 da Resolução Conama n.</p><p>357/05 em relação às variáveis determinadas.</p><p>• Valor medido > LS: águas que não devem ser submetidas apenas a</p><p>tratamento convencional. Não atendem aos padrões de qualidade da</p><p>classe 3 da Resolução Conama</p><p>n. 357/05 em relação às variáveis</p><p>avaliadas.</p><p>O IAP é calculado com a seguinte expressão:</p><p>IAP = IQA x ISTO</p><p>Os valores do IAP são classificados nas seguintes faixas, como descritos</p><p>na Tabela 5.</p><p>Tabela 5 – Classificação de IAP</p><p>Valor do IAP Qualificação</p><p>80 – 100 Ótima</p><p>52 – 79 Boa</p><p>37 – 51 Regular</p><p>20 – 36 Ruim</p><p>= 19 Péssima</p><p>19</p><p>4.3 Índice do Estado Trófico (IET)</p><p>O Índice do Estado Trófico tem por finalidade classificar os corpos d’água</p><p>em diferentes graus de trofia, ou seja, avalia a qualidade da água quanto ao</p><p>enriquecimento por nutrientes e seu efeito relacionado ao crescimento excessivo</p><p>das algas ou ao aumento da infestação de macrófitas aquáticas (ANA, 2021).</p><p>O principal parâmetro no cálculo desse índice são os valores de fósforo,</p><p>devido à sua característica de causar eutrofização, já que esse nutriente atua</p><p>como o agente causador do processo (ANA, 2021).</p><p>Em rios, o cálculo do IET, a partir dos valores de fósforo total, é feito pela</p><p>fórmula, segundo Lamparelli (2004):</p><p>IET = 10.(6-((0,42-0,36.(ln.PT)/ln2))</p><p>em que o fósforo total (PT) é expresso em µg/L.</p><p>Em reservatórios, o cálculo do IET a partir dos valores de fósforo é feito</p><p>pela fórmula:</p><p>IET = 10. (6-(1,77-0,42.(ln.PT)/ln 2))</p><p>em que o fósforo total (PT) é expresso em µg/L.</p><p>Foi calculado o IET para 1.034 pontos nos quais existiam valores de</p><p>Fósforo Total. Os valores do IET são classificados segundo as classes de estado</p><p>tróficos, apresentadas na Tabela 6, bem como suas características.</p><p>Tabela 6 – Classe de estado trófico e suas características principais</p><p>Valor do IET Classes de</p><p>Estado</p><p>Trófico</p><p>Características</p><p>= 47 Ultraoligotrófico Corpos d’água limpos, de produtividade</p><p>muito baixa e concentrações</p><p>insignificantes de nutrientes que não</p><p>acarretam prejuízos aos usos da água.</p><p>47<IET= 52 Oligotrófico Corpos d’água limpos, de baixa</p><p>produtividade, em que não ocorrem</p><p>interferências indesejáveis sobre os usos</p><p>20</p><p>da água, decorrentes da presença de</p><p>nutrientes.</p><p>52 <IET= 59 Mesotrófico Corpos d’água com produtividade</p><p>intermediária, com possíveis implicações</p><p>sobre a qualidade da água, mas em</p><p>níveis aceitáveis, na maioria dos casos.</p><p>59<IET=63 Eutrófico Corpos d’água com alta produtividade em</p><p>relação às condições naturais, com</p><p>redução da transparência, em geral</p><p>afetados por atividades antrópicas, nos</p><p>quais ocorrem alterações indesejáveis na</p><p>qualidade da água decorrentes do</p><p>aumento da concentração de nutrientes e</p><p>interferências nos seus múltiplos usos.</p><p>63<IET=67 Supereutrófico Corpos d’água com alta produtividade em</p><p>relação às condições naturais, de baixa</p><p>transparência, em geral afetados por</p><p>atividades antrópicas, nos quais ocorrem</p><p>com frequência alterações indesejáveis</p><p>na qualidade da água, como a ocorrência</p><p>de episódios florações de algas, e</p><p>interferências nos seus múltiplos usos.</p><p>> 67 Hipereutrófico Corpos d’água afetados</p><p>significativamente pelas elevadas</p><p>concentrações de matéria orgânica e</p><p>nutrientes, com comprometimento</p><p>acentuado nos seus usos, associados a</p><p>episódios de florações de algas ou</p><p>mortandades de peixes, com</p><p>consequências indesejáveis para seus</p><p>múltiplos usos, inclusive sobre as</p><p>atividades pecuárias nas regiões</p><p>ribeirinhas.</p><p>Fonte: Elaborado com base em Cetesb, 2007; Lamparelli, 2004.</p><p>21</p><p>Devido às variações sazonais dos processos ambientais que afetam o</p><p>grau de eutrofização dos corpos d'água, esse processo pode variar ao longo do</p><p>ano, podendo ser mais intenso em alguns momentos e mais limitado em outros</p><p>(Cetesb, 2013).</p><p>4.4 Contaminação por tóxicos</p><p>Índice adotado por Minas Gerais, que utiliza a classificação dos corpos</p><p>d’água em função das concentrações observadas dos seguintes parâmetros:</p><p>Amônia, Arsênio total, Bário total, Cádmio total, Chumbo total, Cianeto livres,</p><p>Cobre total, Cobre dissolvido, Cromo hexavalente, Cromo total, Fenóis totais,</p><p>Mercúrio total, Nitritos, Nitratos e Zinco total (ANA, 2021).</p><p>As concentrações desses parâmetros são comparadas com os limites</p><p>estabelecidos para as classes de enquadramento dos corpos de água</p><p>determinadas pela Resolução Conama n. 357/05 ou pela Deliberação Normativa</p><p>Conjunta Copam/CERH-MG n. 1, de 5 de Maio de 2008.</p><p>A contaminação por tóxicos é classificada em Baixa, Média ou Alta. Na</p><p>classe baixa as substâncias tóxicas apresentam concentrações iguais ou</p><p>inferiores a 20% dos limites de classe de enquadramento do trecho do corpo de</p><p>água onde se localiza o ponto de amostragem. Na classe média ocorrem</p><p>concentrações entre 20% e 100% dos limites mencionados. Por fim, na classe</p><p>alta as concentrações são superiores a 100% dos limites.</p><p>A pior situação do conjunto de resultados define a faixa de contaminação.</p><p>Assim, se um dos parâmetros apresentou valor acima de 100% (o dobro da</p><p>concentração limite), em pelo menos uma das campanhas do ano, a</p><p>contaminação no ponto de amostragem será classificada como alta.</p><p>Os valores do Índice de Contaminação por Tóxicos são classificados nas</p><p>seguintes faixas, como descritos na Tabela 7.</p><p>22</p><p>Tabela 7 – Valores do Índice de Contaminação por Tóxicos</p><p>Concentração em relação à classe de</p><p>enquadramento</p><p>Classe de contaminação</p><p>= 1,2.P Baixa</p><p>1,2.P < concentração = 2.P Média</p><p>Concentração > 2.P Alta</p><p>Observações: P = Limite de classe definido pela Resolução Conama n. 357/2005 (dados a partir</p><p>de 2005) ou pela Deliberação Normativa Conjunta Copam/CERH-MG n. 1, de 5 de Maio de 2000.</p><p>Fonte: Igam.</p><p>4.5 Índice de Balneabilidade (IB)</p><p>A análise de balneabilidade avalia a qualidade dos corpos d’água para a</p><p>recreação de contato primário, sendo utilizada tanto em praias litorâneas quanto</p><p>em águas interiores. A legislação que estabelece os critérios e limites para</p><p>análise de balneabilidade é a Resolução Conama n. 274, de 29 de novembro de</p><p>2000 (ANA, 2021).</p><p>A partir dos resultados obtidos nos monitoramentos (semanal e mensal),</p><p>a Cetesb desenvolveu um índice de Balneabilidade, que representa uma síntese</p><p>da qualidade das águas monitoradas ao longo do ano.</p><p>Nos locais em que é realizado o monitoramento semanal, o Índice de</p><p>Balneabilidade é calculado a partir das classificações obtidas ao longo das 52</p><p>semanas do ano. Nos locais em que é realizado monitoramento mensal, o índice</p><p>é calculado a partir das densidades de E. coli.</p><p>As praias são classificadas em quatro categorias segundo o Índice de</p><p>Balneabilidade, como descrito na Tabela 8.</p><p>Tabela 8 – Índice de Balneabilidade – Classificação Anual</p><p>Condição das praias Qualificação</p><p>Praias classificadas como excelentes em</p><p>100% do ano</p><p>Ótima</p><p>Praias próprias em 100% do ano, exceto as</p><p>classificadas como excelentes em 100% do</p><p>ano</p><p>Boa</p><p>Praias classificadas como impróprias em</p><p>porcentagem inferior a 50% do ano</p><p>Regular</p><p>23</p><p>Praias classificadas como impróprias em</p><p>porcentagem de tempo igual ou superior a</p><p>50% do ano</p><p>Má</p><p>Fonte: Cetesb, 2016.</p><p>4.6 Índice de Proteção da Vida Aquática (IVA)</p><p>A ANA (2021) também cita o índice de qualidade de água para a proteção</p><p>da vida aquática (IVA) utilizado pela Cetesb e tem como o objetivo a avaliação</p><p>da qualidade das águas visando à proteção da fauna e flora aquáticas.</p><p>O IVA é composto por dois subíndices.</p><p>• IPMCA – Índice de Parâmetros Mínimos para a Preservação da Vida</p><p>Aquática: considera a concentração de substâncias que causam efeito</p><p>tóxico sobre os organismos aquáticos, além do pH e do oxigênio</p><p>dissolvido. Os limites dos parâmetros são aqueles determinados pela</p><p>Resolução Conama n. 357 para as classes de enquadramento que se</p><p>destinam à preservação da vida aquática.</p><p>• IET – Índice do Estado Trófico de Carlson modificado por Toledo.</p><p>O IVA é calculado pela seguinte fórmula:</p><p>IVA = (IPMCA x 1,2) + IET</p><p>Quando não houver o valor do IET, o mesmo é considerado igual a 1. Os</p><p>valores do IVA são classificados nas seguintes faixas de acordo com a Tabela 9.</p><p>Tabela 9 – Classificação do IVA</p><p>Valor</p><p>do IVA Qualificação</p><p>≤ 2,5 Ótima</p><p>2,6 ≤ IVA ≤ 3,3 Boa</p><p>3,4 ≤ IVA ≤ 4,5 Regular</p><p>4,6 ≤ IVA ≤ 6,7 Ruim</p><p>IVA > 6,8 Péssima</p><p>24</p><p>4.7 Índice de Qualidade de Água em Reservatórios (IQAR)</p><p>Esse índice foi criado e é utilizado pelo Instituto Ambiental do Paraná (IAP)</p><p>para verificar a degradação da qualidade da água dos reservatórios. Nesse</p><p>índice foi desenvolvida uma matriz que apresenta seis classes de qualidade da</p><p>água, as quais foram estabelecidas a partir do cálculo dos percentis 10%, 25%,</p><p>50%, 75% e 90% de cada uma das variáveis selecionadas, conforme a Tabela</p><p>10 (ANA, 2021).</p><p>Tabela 10 – Valores das variáveis das seis classes de qualidade da água</p><p>Classes de qualidade (q)</p><p>Variáveis 1 2 3 4 5 6</p><p>Déficit de Oxigênio</p><p>dissolvido (%)</p><p>≤5 6-20 21-35 36-50 51-70 >70</p><p>Clorofila a (µg/L) ≤1,5 1,5-3,0 3,1-5,0 5,1-10,0 11,0-32,0 >32</p><p>Fósforo total (PO2-</p><p>mg/L)</p><p>≤0,010 0,011-</p><p>0,025</p><p>0,026-</p><p>0,040</p><p>0,041-</p><p>0,085</p><p>0,086-</p><p>0,210</p><p>>0,210</p><p>Profundidade – Disco</p><p>de Secchi (m)</p><p>≥3 3-2,3 2,2-1,2 1,1-0,6 0,5-0,3 <0,3</p><p>DQO (mg/L) ≤3 3-5 6-8 9-14 15-30 >30</p><p>Tempo de residência</p><p>(dias)</p><p>≤10 11-40 41-120 121-365 366-550 >550</p><p>Nitrogênio inorgânico</p><p>total (N-mg/L)</p><p>≤0,15 0,16-</p><p>0,25</p><p>0,26-</p><p>0,60</p><p>0,61-2,00 2,00-5,00 >5,00</p><p>Cianobactérias (nº de</p><p>células /mL)</p><p>≤1.000 1.001-</p><p>5.000</p><p>5.001-</p><p>20.000</p><p>20.001-</p><p>50.000</p><p>50.001-</p><p>100.000</p><p>>100.000</p><p>Profundidade média</p><p>(metros)</p><p>≥35 34-15 14-7 6-3,1 3-1,1 <1</p><p>Fonte: Cetesb, 2016.</p><p>Para o cálculo do IQAR, as variáveis selecionadas recebem pesos em</p><p>função do seu nível de importância para a avaliação da qualidade da água do</p><p>reservatório, conforme a Tabela 11.</p><p>Tabela 11 – Peso dos parâmetros utilizados no cálculo do IQAR</p><p>Parâmetro de Qualidade da Água Peso (w)</p><p>Déficit de Oxigênio dissolvido (%) ¹ 17</p><p>Clorofila a (µg/L) 15</p><p>25</p><p>Fósforo total (PO2-mg/L) ² 12</p><p>Profundidade Secchi (m) 12</p><p>Demanda química de oxigênio – DQO (mg/L) ² 12</p><p>Tempo de residência (dias) 10</p><p>Nitrogênio inorgânico total (N-mg/L) ² 8</p><p>Cianobactérias (n. de células /mL) ³ 8</p><p>Profundidade média (metros) 6</p><p>Obs.: (1) média da coluna d’água; (2) média das profundidades I e II; e (3)</p><p>concentração da profundidade I</p><p>O IQAR é calculado pela seguinte fórmula:</p><p>IQAR: ∑ (wi.qi)/ ∑ wi</p><p>sendo:</p><p>wi = peso da variável i;</p><p>qi = classe de qualidade em relação à variável i (pode variar de 1 a 6).</p><p>Os valores do IQAR são classificados em seis faixas (Tabela 12).</p><p>Tabela 12 – Classificação do IQAR</p><p>Valor do IQAR Qualificação</p><p>0 – 1,50 Não impactado a muito pouco degradado</p><p>1,51 – 2,50 Pouco degradado</p><p>2,51 – 3,50 Moderadamente degradado</p><p>3,51 – 4,50 Criticamente degradado a poluído</p><p>4,51 – 5,50 Muito poluído</p><p>> 5,51 Extremamente poluído</p><p>TEMA 5 – PROCESSOS DE TRATAMENTO DA ÁGUA</p><p>Para garantir a potabilidade da água, alguns processos são necessários</p><p>para a o consumo de qualidade. Portanto, é necessário realizar análises físico-</p><p>químicas e bacteriológicas da fonte utilizada como fonte de suprimento com</p><p>antecedência para entender suas características e quais necessidades de</p><p>tratamento e processos necessários devem ser aplicados. Porque, dependendo</p><p>26</p><p>da qualidade da água a tratar, podem não ser necessárias algumas etapas de</p><p>tratamento para purificar adequadamente a água a ser distribuída.</p><p>De acordo com Calijuri e Cunha (2019), uma estação de tratamento de</p><p>água (ETA), na verdade, constitui uma indústria de transformação em que a</p><p>matéria-prima é a água natural e o produto final é a água potável. No interior de</p><p>uma ETA, assim como no interior de qualquer indústria de transformação, a</p><p>matéria-prima (água), por seus diversos processos e operações unitárias, é</p><p>transformada em água potável, com a utilização de vários agentes químicos</p><p>auxiliares e com a geração de subprodutos indesejáveis, como os lodos e águas</p><p>de lavagem de filtros, os quais contêm a maior parte dos sólidos separados da</p><p>água durante o tratamento.</p><p>Portanto, em um tratamento convencional as principais etapas a serem</p><p>seguidas são as que se seguem.</p><p>• coagulação e floculação: é a etapa responsável pela formação dos flocos,</p><p>que são partículas reunidas pela ação de um coagulante e,</p><p>posteriormente, removidas por decantação. Os reagentes usados são</p><p>chamados de coagulantes, geralmente sulfato de alumínio e cloreto</p><p>férrico. Nesta etapa também pode ser utilizado um agente alcalinizante</p><p>(cal virgem ou hidratada) para fazer as correções de pH necessárias para</p><p>melhorar o desempenho do coagulante.</p><p>• decantação: com a ação da gravidade os flocos decantam nos tanques.</p><p>• filtração: essa etapa ocorre com a passagem da água por filtros que</p><p>possuem diferentes características, mas normalmente é constituído de um</p><p>meio poroso granular, no caso a areia, de uma ou mais camadas,</p><p>instalado sobre um sistema de drenagem, capaz de reter e remover as</p><p>impurezas ainda presentes na água.</p><p>• desinfecção: consiste em assegurar que os microrganismos patogênicos</p><p>sejam removidos e não venham a transmitir doenças. Para isso, utiliza-se</p><p>um agente físico ou químico (desinfetante). Os agentes desinfetantes</p><p>mais utilizados são: cloro, ozona, luz ultravioleta e íons de prata.</p><p>• fluoretação: é utilizada em países em desenvolvimento para prevenir e</p><p>proteger os dentes, contribuindo para a redução da incidência de cárie</p><p>dentária em até 60%, com a adição de compostos à base de flúor.</p><p>27</p><p>Assim, após seu condicionamento final, a água tratada deve apresentar-</p><p>se estabilizada e devidamente desinfetada (com residual de cloro), estando</p><p>então adequada para ser transportada, através de canalizações fechadas e</p><p>pressurizadas, até os reservatórios interligados à rede de distribuição de água</p><p>das cidades. Finalmente, como toda indústria, uma ETA também apresenta</p><p>subprodutos indesejáveis. Os mais importantes são os lodos gerados na etapa</p><p>de clarificação da água por decantação ou por flotação e a água gerada nas</p><p>operações de lavagem dos filtros. Esses subprodutos devem ser</p><p>adequadamente tratados, recuperados e/ou dispostos, conforme serão vistos</p><p>mais adiante.</p><p>FINALIZANDO</p><p>A poluição das águas possui diferentes causas e fontes; assim, é</p><p>necessário monitorar, avaliar e tratar essa água com fins para a saúde do meio</p><p>ambiente ou pública devido ao contato direto com o ser humano. Esta etapa</p><p>abordou quais ações modificam a qualidade das águas, os principais parâmetros</p><p>de qualidade das águas, os critérios que devemos analisar e quais padrões estão</p><p>descritos nas normas e legislações. Nos aprofundamos nos índices de avaliação</p><p>da qualidade das águas dispostos pela ANA, bem como foram abordadas</p><p>sucintamente as etapas de tratamento da água.</p><p>28</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>AGENCIA Nacional das Águas e Saneamento (ANA). Portal da Qualidade das</p><p>Águas (site), 2021. Disponível em: <http://pnqa.ana.gov.br/default.aspx>.</p><p>Acesso em: 11 jan. 2021.</p><p>BRASIL. Resolução Conama no 357 de 17 de março de 2005. Conselho</p><p>Nacional do Meio Ambiente – Conama. Ministério do Meio Ambiente. 2005.</p><p>______. Resolução Conama no 430 de 13 de maio de 2011. Conselho Nacional</p><p>do Meio Ambiente – Conama. Ministério do Meio Ambiente. 2011.</p><p>______. Portaria de Consolidação No5 de 28/09/2017. DOU, Seção I, No 190,</p><p>03/10/2017, Suplemento p.360. Ministério da Saúde. 2017.</p><p>CALIJURI, M. do C.; CUNHA, D. G. F. Engenharia Ambiental - Conceitos,</p><p>Tecnologias e Gestão. São Paulo: Grupo GEN, 2019. E-book. ISBN</p><p>9788595157446. Disponível em:</p><p><https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595157446/>. Acesso</p><p>em: 31 out. 2022.</p><p>CETESB – Companhia Ambiental do Estado de São Paulo. Índices de Qualidade</p><p>das Águas. Qualidade das águas interiores no estado de São Paulo. Séries</p><p>relatórios, Apêndice C., São Paulo: Cetesb, 2013. Disponível em:</p><p><https://cetesb.sp.gov.br/aguas-interiores/apendice-c-indices-de-qualidade-das-</p><p>aguas>. Acesso em: 11 jan. 2022.</p><p>DAVIS, M. L.; MASTEN, S. J. Princípios de Engenharia Ambiental. São Paulo:</p><p>Grupo A, 2016.</p><p>E-book. ISBN 9788580555912. Disponível em:</p><p><https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788580555912/>. Acesso</p><p>em: 1 nov. 2022.</p><p>DELGADO, O. T. et al. Parâmetros de qualidade da água no monitoramento</p><p>ambiental, v. 1, n. 15, p. 219-232, 2021. Disponível em: Parâmetros de</p><p>qualidade da água no monitoramento ambiental - Editora Científica Digital</p><p>(editoracientifica.com.br). Acesso em: 1 dez. 2022.</p><p>LAMPARELLI , M. C. Grau de trofia em corpos d’água do estado de São</p><p>Paulo: avaliação dos métodos de monitoramento. São Paulo: USP/</p><p>Departamento de Ecologia, 2004. 235 f. Tese (Doutorado) – Universidade de</p><p>São Paulo, 2004.</p><p>29</p><p>PAIVA, J. B. D.; PAIVA, E. M. C. D. Hidrologia aplicada à gestão de pequenas</p><p>bacias hidrográficas. Porto Alegre: ABRH, 2003.</p><p>ROSA, N. C. et al. Parâmetros de qualidade da água no monitoramento</p><p>ambiental. Parâmetros de qualidade da água no monitoramento ambiental,</p><p>v. 1, n. 15, p. 219-232, 2021.</p><p>SCHORR, A. de S. Tratamento de Águas e efluentes. Freitas Bastos, 2022.</p><p>TUCCI, C. E. M. Hidrologia: ciência e aplicação. 2. ed. Porto Alegre: Editora da</p><p>Universidade: ABRH, 1997.</p><p>VON SPERLING, M. Introdução à qualidade das águas e ao tratamento de</p><p>esgotos. 3. ed. Belo Horizonte: Departamento de Engenharia Sanitária e</p><p>Ambiental/UFMG, 2005.</p><p>Conversa inicial</p><p>FINALIZANDO</p>

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