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<p>Unidade 1 Pagina inicial</p><p>Pular para o conteúdo principal Pular para a navegação</p><p>INTRODUÇÃO À</p><p>ERGONOMIA</p><p>Professor :</p><p>Esp. Thiago Vieira Souza</p><p>Objetivos de aprendizagem</p><p>Conhecer o histórico da Ergonomia e sua evolução no ambiente do trabalho e apresentar o panorama da Ergonomia no</p><p>Brasil.</p><p>Identificar as diferentes áreas de abrangência da Ergonomia e apresentar os conceitos básicos utilizados na área</p><p>ergonômica.</p><p>Compreender a aplicação da Ergonomia nos processos produtivos, conhecer a aplicação da Ergonomia nos diversos</p><p>setores da atividade produtiva, bem como os principais riscos ergonômicos.</p><p>Plano de estudo</p><p>A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:</p><p>Definição e evolução da ergonomia</p><p>Áreas de abrangência da ergonomia</p><p>Ergonomia aplicada ao trabalho</p><p>Introdução</p><p>Caro(a) aluno(a), neste encontro teremos o prazer de iniciar os nossos estudos em Ergonomia. Nas aulas a seguir, serão abordados</p><p>diversos assunto que serão fundamentais para sua atuação ergonômica, assim como prepará-lo para exercer com excelência a sua</p><p>profissão. Nos nossos encontros, serão respondidas questões, como: afinal, o que é Ergonomia? Para que utilizá-la? Para que serve?</p><p>Ela é empregada nas atividades produtivas e nos processos de produção?</p><p>Sendo assim, estudaremos toda a trajetória percorrida por essa ciência no Brasil e mundo, entendendo como foi ocorrida a sua</p><p>evolução ao longo dos anos. Além disso, serão apresentados os conceitos de Ergonomia no campo acadêmico Então, você, caro(a)</p><p>aluno(a), perceberá que não existe um único conceito, na verdade, são diversos conceitos aplicados a essa ciência. Entretanto, não</p><p>há certo ou errado, mas sim um complemento de informações para permitir ao aluno um melhor aprofundamento do tema.</p><p>Além disso, aprenderemos as áreas de abrangência da Ergonomia e os principais conceitos utilizados nessa disciplina, para que nos</p><p>nossos próximos encontros você consiga compreender os “jargões” usados nessa temática, como: acidente de trabalho, atividade e</p><p>tarefa.</p><p>Para finalizar o nosso estudo, serão apresentas as diversas atuações da Ergonomia no mundo do trabalho - e você, caro(a) aluno(a),</p><p>verá que ela está presente em variadas áreas da atividade produtiva, como a indústria, comércio, agricultura e, inclusive, no seu dia</p><p>a dia – bem como os riscos ergonômicos reconhecidos pelo Ministério do Trabalho e Previdência Social.</p><p>Pronto(a) para se aventurar nessa importante temática? Espero que, nessas aulas, possamos compartilhar muitos conhecimentos e</p><p>que você consiga absorver o máximo de informação possível.</p><p>Bons estudos!</p><p>Avançar</p><p>UNICESUMAR | UNIVERSO EAD</p><p>Unidade 1 Pagina inicial</p><p>Pular para o conteúdo principal Pular para a navegação</p><p>DEFINIÇÃO E EVOLUÇÃO</p><p>DA ERGONOMIA</p><p>Caro(a) aluno(a), antes de iniciar qualquer estudo é importante entender a origem e o objetivo daquela temática. Com esse</p><p>propósito, nesse encontro, estudaremos a origem da Ergonomia e sua respectiva evolução no contexto laboral, seu panorama no</p><p>Brasil e as suas principais definições.</p><p>A EVOLUÇÃO DA ERGONOMIA NO MUNDO</p><p>A presença da Ergonomia no dia a dia da sociedade, apesar de não notada, é constante desde os tempos do Homem das Cavernas.</p><p>Dado que, ao descobrir que uma simples pedra poderia ser afiada até ficar pontiaguda e se transformar em uma lança ou um</p><p>machado, ou ainda, quando posicionava galhos ou troncos de árvores sob rochas ou outros obstáculos resultando em uma</p><p>alavanca, estavam empregando, nesses exemplos, ferramentas ergonômicas.</p><p>Mas, por que considerar a presença da Ergonomia nesses exemplos?</p><p>Essa pergunta é respondida por meio do significado do nome Ergonomia. O termo ergonomia foi utilizado pela primeira vez, em</p><p>1857, pelo cientista e biólogo polonês Woitej Yastembowky. Por meio da publicação de um artigo intitulado“Ensaios de ergonomia</p><p>ou ciência do trabalho, baseado nas leis objetivas da ciência sobre a natureza”, Yastembowky apresentou o significado da</p><p>ergonomia que se derivou de duas palavras gregas, sendo: ergos (trabalho) e nomos (leis, normas e regras). Dessa forma,</p><p>inicialmente foi classificada como uma ciência que pesquisa, estuda, desenvolve e aplica regras e normas a fim de organizar o</p><p>trabalho, tornando este último compatível com as características físicas e psíquicas do ser humano (BARBOSA FILHO, 2010).</p><p>Mas espera, ainda não consegui compreender o porquê da Ergonomia estar “envolvida” nessa história do homem das cavernas,</p><p>pode explicar melhor?</p><p>Claro, caro(a) aluno(a)! A importante contribuição advinda do estudo apresentado pelo cientista polonês transformou a</p><p>Ergonomia em uma ciência aplicada à facilitar o trabalho executado pelo homem, sendo que se interpreta aqui a palavra “trabalho”</p><p>como algo muito abrangente, em todos os ramos e áreas de atuação. Dessa forma, todas as estratégias adotadas pelo homem da</p><p>caverna foram para facilitar o trabalho dele, como exemplo a caça que era uma das suas atividades principais.</p><p>Másculo (2008) aponta que Woitej Yastembowky propôs uma disciplina com um escopo bastante extenso e com grande</p><p>magnitude de interesses e aplicações, englobando todos os aspectos da atividade humana. A partir da Revolução Industrial é que</p><p>se ressentiu da falta de compatibilidade entre o projeto das máquinas e o operador humano, o que se tornou questão estratégica</p><p>de vital importância na II Guerra Mundial.</p><p>E foi nesse movimento que segundo Iida (2005), a ergonomia tem uma data “oficial” de nascimento, ou seja, 12 de julho de 1949.</p><p>Dul e Weerdmeester complementam:</p><p>a ergonomia desenvolveu-se durante a II Guerra Mundial (1939-45). Pela primeira vez, houve uma</p><p>conjugação sistemática de esforços entre a tecnologia, ciências humanas e biológicas para resolver</p><p>problemas de projeto. Médicos, psicólogos, antropólogos e engenheiros trabalharam juntos para resolver os</p><p>problemas causados pela operação de equipamentos militares complexos. Os resultados desse esforço</p><p>interdisciplinar foram gratificantes, a ponto de serem aproveitados pela indústria, no pós-guerra (2004, p.</p><p>1).</p><p>A partir desse momento, a Ergonomia começou a se consolidar ainda mais no meio acadêmico e no ambiente do trabalho. Barbosa</p><p>Fillho (2010) e Másculo (2008), mostram os a trajetória percorrida pela Ergonomia, destacando os principais acontecimentos:</p><p>Ainda em 1949, na Universidade de Oxford, na Inglaterra, o engenheiro inglês Murrel fundou a pioneira sociedade de</p><p>ergonomia: a Ergonomics Research Society (ERS), em que congregava psicólogos, engenheiros e fisiologistas com a pretensão</p><p>de expressar o estudo do relacionamento entre o homem e seu trabalho.</p><p>Mais tarde, em 1957, surgiu a Humam Factors Society nos Estados Unidos da América.</p><p>Logo após, em 1961, foi criada a Associação Internacional de Ergonomia (IEA), que, atualmente, representa as associações</p><p>de ergonomia de 40 diferentes países, com um total de 19 mil sócios.</p><p>Nos anos de 1970, foi realizado o I Congresso Internacional de Ergonomia na cidade de Estrasbrugo, na Áustria.</p><p>E em 1983, foi criada no Brasil a Associação Brasileira de Ergonomia (ABERGO).</p><p>Os fatos destacados demonstram o crescimento da Ergonomia no mundo, apontando o grande potencial e a importante</p><p>contribuição advinda dessa ciência para o ambiente laboral.</p><p>Ficou curioso em saber mais sobre a história da Ergonomia? Então, aconselho a assistir esse vídeo bem</p><p>divertido e compreender ainda mais o histórico e o significado dessa importante ciência, a Ergonomia. Além</p><p>disso, por meio dessa apresentação será comprovado o quanto você utiliza a Ergonomia no seu dia a dia.</p><p>Assista e divirta-se! Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=ccaXnRQhD_U&t=4s> .</p><p>Fonte: o autor.</p><p>O PANORAMA DA ERGONOMIA NO BRASIL</p><p>Como verificado anteriormente – A Evolução da Ergonomia no mundo, no ano de 1983, foi criada a ABERGO, que, atualmente, tem</p><p>sua Administração Geral localizada na Cidade Universitária – Ilha do Fundão, no Estado do Rio de Janeiro. Entretanto,</p><p>é adotada por</p><p>alguém livremente, mas é resultado de um conjunto de fatores, como: características da tarefa, condições de trabalho, formas</p><p>fisiológicas e biomecânicas de manutenção do equilíbrio ou as características do meio de trabalho.</p><p>O MÉTODO OWAS</p><p>O sistema OWAS, Ovako Working Posture Analysis System, é um dos métodos mais tradicionais de avaliação ergonômica. Serve</p><p>para realizar a avaliação postural dos trabalhadores em seus postos de trabalho. Seus criadores foram três cientistas finlandeses</p><p>que trabalhavam em uma siderúrgica: Karku, Kansi e Kuorinka, em 1977. No início, eles analisaram por meio de fotografias as</p><p>posturas principais, que poderiam ser vistas em indústrias pesadas, onde chegaram a um número de 72 posturas. Para chegar a</p><p>esse número, foram feitas diversas combinações, sendo elas de quatro posições de dorso, três de braços e sete de perna (IIDA,</p><p>2005).</p><p>O que confirmou a credibilidade deste sistema foi um teste do método por meio de inúmeras observações, em tarefas específicas</p><p>de indústrias, sendo feito por diferentes analistas previamente treinados, para um mesmo trabalho; foi registrado, em média, 93%</p><p>de aprovação. Observou-se que um mesmo trabalhador, analisado pela manhã e pela tarde, mantinha 86% das posturas</p><p>documentadas e diferentes trabalhadores, para as mesmas tarefas, possuíam 69% de semelhança nas posturas (IIDA, 2005).</p><p>O método foi concebido sob o princípio de ser um método simples, mas seguro, propiciando facilidade no seu aprendizado e</p><p>simplicidade na utilização. Ele apresenta os resultados em porcentagens de tempo que o trabalhador permanece em uma postura</p><p>“boa” e “má”, e, ainda, possibilita o direcionamento para a melhoria do posto de trabalho.</p><p>Para Guimarães (2000, p. 4-6) o método possibilita a análise dos dados posturais de dois modos:</p><p>1. para examinar as posturas combinadas das costas, braços, pernas e forças e determinar seu efeito sobre o</p><p>sistema músculo esquelético; 2. para examinar o tempo relativo gasto em uma postura específica para cada</p><p>parte do corpo e determinar o efeito do tempo sobre o sistema músculo esquelético.</p><p>APLICAÇÃO DO MÉTODO OWAS</p><p>Másculo e Vidal (2011), declaram ser o método OWAS simples para análise da postura do trabalhador durante o desenvolvimento</p><p>de suas atividades. Os resultados obtidos se baseiam na posição da coluna, braços e pernas, em consonância com as cargas e</p><p>esforços aplicados durante a realização da atividade. Deste modo, aplicando-se a etapa de classificação das posturas e da</p><p>determinação do peso das cargas, confrontam-se com uma tabela (Tabela 1), em que resultado final indica a determinação do nível</p><p>de risco.</p><p>Tabela 1 - Sistema OWAS: classificação das posturas pela combinação das variáveis</p><p>Fonte: Iida (2005, p. 25).</p><p>Com o nível de risco, obtém-se um resultado final, onde indica a avaliação da postura e em qual categoria e ação deverá ser</p><p>tomada, em uma escala de quatro pontos (CRUZ et al, 2015):</p><p>Categoria 1: postura normal, não é necessária a adoção de medidas corretivas.</p><p>Categoria 2: postura requer a adotadas medidas corretivas em futuro próximo.</p><p>Categoria 3: postura requer a adoção de medidas corretivas assim que possível.</p><p>Categoria 4: postura que deve merecer atenção imediata.</p><p>Após estudar a postura e o método de avaliação para avaliá-la, vamos abordar em nosso próximo encontro o posto de trabalho e o</p><p>Método RULA como forma de identificar o esforço muscular associado ao trabalho.</p><p>O POSTO DE TRABALHO E O MÉTODO</p><p>RULA</p><p>Já estudamos acerca do levantamento e transporte de carga, a postura e os Métodos NIOSH e OWAS e obtivemos muitos</p><p>aprendizados. Agora, nós focaremos em reflexões relacionadas aos postos de trabalho e, para isso, vamos abordar as funções</p><p>básicas das células. Boa leitura!</p><p>POSTO DE TRABALHO</p><p>Iida (2005, p. 17) conceitua o que vem a ser postos de trabalho:</p><p>e o estudo de uma parte do sistema onde atua um trabalhador. A abordagem ergonômica ao nível do posto</p><p>de trabalho faz a análise da tarefa, da postura e dos movimentos do trabalhador e das suas exigências físicas</p><p>e cognitivas. Considerando um posto mais simples, onde o homem opera apenas uma máquina, a análise</p><p>deve partir do estudo da interface homem-máquina- ambiente, ou seja, das interações que ocorrem entre o</p><p>homem, a máquina e o ambiente.</p><p>Para Omi (2012), o posto de trabalho é o local de produção do trabalho, onde há o envolvimento do ambiente de trabalho, máquina</p><p>e o próprio trabalhador.</p><p>Iida (2005) descreve que há duas formas de se examinar o posto de trabalho:</p><p>• Enfoque taylorista : estudo dos movimentos corporais fundamentais para realizar uma atividade e o tempo gasto.</p><p>• Enfoque ergonômico : ligação ambiente, homem e sua postura. Deste modo, equipamentos e maquinários utilizados no</p><p>posto de trabalho necessitam ser adaptados ao local de realização da atividade e às condições físicas do trabalhador,</p><p>objetivando um equilíbrio biomecânico, diminuindo o estresse e os resultados nas musculaturas do trabalhador.</p><p>Vários são os parâmetros para mensurar adequações do posto de trabalho: o tempo despendido na atividade e a relação de</p><p>acidentes e erros. Entretanto, o melhor parâmetro, do ponto de vista ergonômico, é a postura e o esforço físico despendido pelos</p><p>trabalhadores, quando é possível aferir pontos de onde há tensões, podendo provocar dores nos músculos e tendões (IIDA, 2005).</p><p>DOENÇAS RELACIONADAS AO POSTO DE TRABALHO</p><p>Neste tópico, você irá conhecer as quatro principais doenças relacionadas ao posto de trabalho. Vamos lá.</p><p>FADIGA</p><p>A fadiga vem a ser uma queda reversível da capacidade funcional de um órgão, por sua utilização acima do normal, reduzindo a</p><p>performance muscular. Uma força menor e um aumento do tempo da movimentação do músculo resulta em redução da</p><p>coordenação motora, aumentando consideravelmente o risco de falhas e acidentes (DO RIO; PIRES, 2001).</p><p>Grandjean (1998, p. 135), caracteriza a fadiga de duas formas:</p><p>[...] fadiga muscular e fadiga generalizada. A primeira é um acontecimento agudo, doloroso, que o atingido</p><p>sente em sua musculatura sobrecarregada de forma localizada. A fadiga generalizada, ao contrário, é uma</p><p>sensação difusa, que é acompanhada de uma indolência e falta de motivação para qualquer atividade.</p><p>Exigir além de um músculo resulta em uma redução da produtividade, modificando os padrões de uso do mesmo. Há uma</p><p>tendência a realizar as tarefas de forma mais simples, com movimentações desordenadas e tendência à erro (OMI, 2012).</p><p>DISTÚRBIOS OSTEOMUSCULARES RELACIONADOS AO TRABALHO (DORT)</p><p>Conforme informa Rocha (2008), DORT são afecções ou doenças do sistema musculoesquelético, em especial do pescoço e</p><p>membros superiores, interligados ou não ao trabalho. As queixas clínicas das DORT são diversas e incluem dor, formigamento,</p><p>dormência, choque, peso e fadiga precoce. As disfunções existentes são: tendinite, tenossinovite, sinovite de ombros, cotovelos,</p><p>punhos e mãos; epicondilite, tenossinovite estenosante, dedo em gatilho, cisto, síndrome do túnel do carpo, síndrome do túnel</p><p>ulnar, síndrome do pronador redondo, síndrome do desfiladeiro torácico, síndrome cervical, neurite digital, síndrome mio facial,</p><p>mialgia, síndrome da tensão do pescoço.</p><p>As DORT podem ocorrem tanto nos membros superiores como inferiores, ou até mesmo em outras partes do corpo. A queixa</p><p>inicial é desconforto que desaparece com o repouso. Já no outro estágio se inicia com dor tolerável, que com o tempo se torna</p><p>frequente. No próximo estágio há dor intensa, persistente e localizada, causando incapacidade laboral para o trabalhador. Por fim,</p><p>o último estágio, a dor se torna ininterrupta, afetando também o estado emocional (SCOPEL, 2010).</p><p>Um fator de risco significativo é a repetitividade e uma das formas de aferir a caracterização ergonômica das tarefas quanto à</p><p>repetitividade, é o método NIOSH, já estudado. Lembrando, no Método NIOSHI é conceituada como repetitiva a tarefa em</p><p>movimentos iguais, ou de</p><p>mesmo padrão, que são realizados a cada poucos segundos, por um período superior a duas horas.</p><p>Posturas de trabalho inadequadas, como visto, entram também no grupo dos fatores de risco para ocorrência de DORT.</p><p>Portanto, DORT são lesões ocasionadas por repetitividade, esforço, ritmo da tarefa, resistência pessoal, estado psicossocial do</p><p>indivíduo, além da exposição a fatores ambientais como ruído, vibrações, frio, umidade, iluminação, mobiliário, arranjo físico e</p><p>dimensionamento do posto de trabalho.</p><p>ESTRESSE OCUPACIONAL</p><p>Estresse é um estado de alerta ou estado de alarme, apresentando um conjunto de respostas do nosso organismo frente a</p><p>estímulos externos ou internos, que são entendidos como pressões, ameaças ou desafios, exigindo a ação de mecanismos</p><p>adaptativos frente a essas pressões. Como consequência se tem uma tensão além do normal no organismo (DO RIO; PIRES, 2001).</p><p>Pesquisas demonstram que o ambiente social, o ambiente físico (ruído, pouca iluminação etc.) ou o ambiente de trabalho podem</p><p>desencadear estresse.</p><p>LOMBALGIA</p><p>Lombalgia significa dor na região lombar, sendo um sintoma de dor que pode ou não indicar uma doença.</p><p>Os distúrbios musculoesqueléticos (DME), como as lombalgias, englobam fatores organizacionais como ritmo acelerados, horas</p><p>extras; ambientais como inadequação do espaço físico e mobiliário, como a manipulação de peso, posturas inadequadas e</p><p>movimentos repetitivos (SHOJI; SOUZA; FARIAS, 2015). Os DME no trabalho afetam músculos, tendões, nervos, fáscias e</p><p>ligamentos, isoladamente ou em combinação; causam dor, parestesia, sensação de peso e fadiga.</p><p>Ocorre uma sobrecarga do sistema musculoesquelético e sua recuperação ineficaz diante do desequilíbrio entre a exigência da</p><p>atividade e a capacidade individual para realizá-la (LELIS et al, 2012).</p><p>O MÉTODO RULA</p><p>Assim relata Cardoso Júnior (2006, p. 3) sobre o RULA:</p><p>um dos métodos mais tradicionais de avaliação postural foi desenvolvido pelo grupo siderúrgico Finlandês</p><p>denominado OVAKO Oy. O método foi desenvolvido em conjunto com o Instituto Finlandês de Saúde</p><p>Ocupacional em meados dos anos 70, pelos pesquisadores Karu, Kansi e Kuorinka e batizado por OWAS,</p><p>Ovako Working Posture Analysis System. O método OWAS surgiu da necessidade de se identificar e avaliar</p><p>as posturas inadequadas durante a execução de uma tarefa, que podem em conjunto com outros fatores,</p><p>determinar o aparecimento de problemas músculo-esqueletais, gerando incapacidade para o trabalho,</p><p>absenteísmo e custos adicionais ao processo produtivo.</p><p>Os autores da metodologia RULA desenvolveram uma forma rápida e genérica para avaliar a ergonomia em geral, isto é, os</p><p>esforços a que são submetidos os membros superiores, a postura, função muscular e força que exercem. Objetiva apontar o real</p><p>risco de desenvolver LER/DORT, além do esforço muscular que está associado ao seu posto de trabalho (PAVANI; QUELHAS,</p><p>2006).</p><p>Há três etapas no método:</p><p>Detecção das posturas de trabalho.</p><p>Aplicação de um sistema de pontuação.</p><p>Aplicação de uma escala de níveis de ação.</p><p>Com este método se avalia a sobrecarga biomecânica nos membros superiores, pescoço, tronco e membros inferiores. O que vai</p><p>determinar o risco são as posturas adotadas pelos trabalhadores durante o trabalho. Avalia-se o risco por meio de uma análise dos</p><p>ciclos de trabalho pontuando as posturas, frequência e força dentro de uma escala que varia de 1 (um), correspondente ao</p><p>intervalo de movimento ou postura de trabalho onde o fator de risco é mínimo, indo até ao valor 9 (nove) no qual o fator de risco</p><p>correlato é máximo. Desenha-se a postura de trabalho nos planos sagital, frontal e, se possível, no transversal, para em seguida se</p><p>fazer uma análise da postura dividindo o corpo em grupo “A” e grupo “B”. O método divide cada parte do corpo em seções e recebe</p><p>escores que variam de “um” a “nove”, sendo que “um” equivale ao menor risco de lesão possível e “nove” equivale a postura com</p><p>maior risco de lesão (PAVANI, 2007).</p><p>Inicia-se a análise pelos membros superiores, onde são calculados de acordo com o ângulo formado do eixo do tronco e deve ser</p><p>atribuído uma pontuação para tal posição; do mesmo modo, realiza-se a análise nos membros inferiores, tronco e pernas. Os</p><p>escores atribuídos podem ser alterados de acordo com a posição do ombro do trabalhador - caso o ombro esteja elevado ou</p><p>encolhido, se os braços giram ou estão dobrados, ou se os ombros precisam suportar o peso dos braços durante o trabalho.</p><p>Após estudar os membros superiores, faz-se a análise da posição dos membros inferiores, punhos, pescoço e pernas. Para obter a</p><p>pontuação do Grupo A (pontuação do braço, antebraço, punho e giro do punho) e Grupo B (pescoço, o tronco e as pernas) se</p><p>somam as pontuações. A pontuação obtida pela soma do Grupo A corresponde à atividade muscular e às forças aplicadas, da</p><p>mesma forma que a soma da pontuação do Grupo B. Com as pontuações, gera-se uma pontuação final que variará entre“um”</p><p>e“sete”, sendo que quanto maior a pontuação, maior o risco. O escore final é mostrado no quadro a seguir:</p><p>Quadro 1 – Nível de intervenção para os resultados do método RULA</p><p>Fonte: Pavani e Quelhas (2006, p. 20).</p><p>O método RULA dispensa o uso de equipamentos especiais, disponibilizando aos investigadores um treinamento rápido para a</p><p>realização das análises. As avaliações podem ocorrer nos locais de trabalho fechados, sem interromper as atividades laborais.</p><p>Como vimos, trabalhadores podem estar expostos diariamente a riscos ergonômicos.</p><p>É importante que se identifiquem quais são esses riscos, como forma de preservar a integridade dos trabalhadores. Por isso,</p><p>precisam as organizações disponibilizar condições de trabalho adequadas para o desempenho das atividades.</p><p>A análise ergonômica por meio do Método RULA pode ou não identificar a necessidade de mudanças no posto de trabalho dos</p><p>trabalhadores, por meio da pontuação de risco ergonômico. Caso haja necessidade, poderá ser possível propor recomendações</p><p>importantes para reduzir os riscos ergonômicos no posto de trabalho.</p><p>Avançar</p><p>UNICESUMAR | UNIVERSO EAD</p><p>Unidade 2 Pagina inicial</p><p>Pular para o conteúdo principal Pular para a navegação</p><p>ATIVIDADES</p><p>1. Os estudos biomecânicos tratam do tema: levantamento e transporte manual de cargas. Acerca do tema, marque a alternativa</p><p>correta:</p><p>a) Para o trabalhador realizar o transporte manual de cargas, partes do corpo, ou todo ele, são envolvidas.</p><p>b) O trabalhador que possuir baixa eficiência em seu sistema muscular, pode aumentar o risco de lesões e consequentes</p><p>acidentes de trabalho ou de incidência de doenças profissionais, dependendo da carga a ser deslocada.</p><p>c) Não havendo a possibilidade de mecanizar o levantamento, o transporte pode ser retardado para outro momento.</p><p>d) Mesmo sendo uma carga pequena, o levantamento e transporte não são feitos automaticamente durante o trabalho.</p><p>e) Somente o levantamento manual de cargas é considerado fator de risco para o desenvolvimento de adoecimentos</p><p>ocupacionais nas áreas de trabalho, desconsiderando os carregamentos manuais de cargas excessivas.</p><p>2. A biomecânica ocupacional faz um estudo aprofundo sobre a Postura dos trabalhadores em seus postos de Trabalho. Marque a</p><p>alternativa correta:</p><p>a) Há três momentos onde a postura incorreta pode acarretar em prejuízos ao trabalhador: em trabalhos imóvel que exige por</p><p>longos períodos uma postura parada; trabalhos que obrigam o uso de muita força e trabalhos que exigem posturas</p><p>inconvenientes, por exemplo, o tronco inclinado e torcido.</p><p>b) A coluna vertebral, por não ser composta de discos, possui pouca resistência a forças contrárias ao seu eixo, localizado na</p><p>região lombar.</p><p>c) Mesmo que o levantamento da carga ocorra na posição mais ereta possível, o esforço se distribui de forma desigualitária</p><p>por todas a coluna, ocorrendo uma queda de 20 % na compressão nos discos, em comparação ao levantamento na posição</p><p>curvada.</p><p>d) A boa postura</p><p>é irrelevante para a realização do trabalho sem desconforto ou estresse.</p><p>e) Os componentes do posto de trabalho não necessitam se adaptar às características anatômicas e fisiológicas dos seres</p><p>humanos.</p><p>3. O Método RULA é um dos métodos mais tradicionais de avaliação postural. Leia as etapas do método a seguir e informe a</p><p>alternativa correta:</p><p>I) Aplicar de um sistema de pontuação.</p><p>II) Aferir o peso das Cargas levantadas.</p><p>III) Determinar as posturas adotadas no trabalho.</p><p>IV) Aplicar de uma escala de níveis de ação.</p><p>Assinale a alternativa correta:</p><p>a) Somente a alternativa I está correta.</p><p>b) Somente as alternativas I, III e IV estão corretas.</p><p>c) Somente as alternativas II e III estão corretas.</p><p>d) Todas as alternativas anteriores estão corretas.</p><p>e) Nenhuma das alternativas anteriores estão corretas.</p><p>Resolução das atividades</p><p>Avançar</p><p>UNICESUMAR | UNIVERSO EAD</p><p>Unidade 2 Pagina inicial</p><p>Pular para o conteúdo principal Pular para a navegação</p><p>RESUMO</p><p>A ergonomia é conhecida como o estudo da relação entre o homem e o trabalho, propiciando ao indivíduo o conforto adequado e</p><p>os métodos de prevenção de acidentes e de patologias especificas para cada tipo de atividade executada. Postura incorretas e as</p><p>lesões por esforços repetitivos, com o passar do tempo, causam inúmeros danos que afetam e comprometem a saúde do</p><p>trabalhador, impossibilitando, em certos momentos, que o trabalhador continue atuando na mesma função, em decorrência, por</p><p>exemplo, de uma deficiência motora.</p><p>Como forma de colaborar com essa estrutura, a ergonomia previne a ocorrência de acidentes e doenças do trabalho. Se utilizados</p><p>de forma assertiva, os procedimentos ergonômicos evitam lesões físicas ao indivíduo e colaboram com a diminuição do estresse do</p><p>indivíduo.</p><p>Levantamento e transporte de cargas, associados a outros ambientes do trabalho, como a iluminação, o nível de ruídos e a</p><p>temperatura, são os principais causadores dos problemas que afetam, diretamente, a saúde dos funcionários de uma empresa.</p><p>Nestes, a ergonomia também ajuda a prevenir o surgimento de enfermidades, tornando cada vez mais eficiente os procedimentos</p><p>de controle e de regulação das condições adequadas de trabalho.</p><p>O uso dos métodos de avaliação dos postos de trabalho, associado a posturas adotadas pelo trabalhador, podem eliminar os riscos</p><p>que afetam a saúde do trabalhador, ou seja, a utilização dos métodos ergonômicos resulta para as empresas uma diminuição das</p><p>despesas com possíveis indenizações, quando não há condições adequadas de trabalho, causando nos trabalhadores algum tipo de</p><p>incapacidade física que o impossibilite de exercer suas atividades diárias. Os Métodos NIOSH, RULA E OWAS proporcionam a</p><p>adequação postural dos trabalhadores às condições ajustadas no trabalho, colhendo frutos satisfatórios e uma maior eficiência</p><p>produtiva.</p><p>Avançar</p><p>UNICESUMAR | UNIVERSO EAD</p><p>Unidade 2 Pagina inicial</p><p>Pular para o conteúdo principal Pular para a navegação</p><p>Material Complementar</p><p>Leitura</p><p>Manual de Ergonomia: Adaptando o Trabalho ao Homem</p><p>Autor: Etienne Grandjean, Karl H. E. Kroemer</p><p>Editora: Bookman</p><p>Sinopse : este livro se concentra nas bases da ergonomia com ênfase</p><p>especial nos dados fisiológicos, acompanhados de muitas recomendações</p><p>práticas. Os temas abordados incluem tópicos bastante atuais, como</p><p>“queixas de dores nos costas e uso de cadeiras adequadas ao trabalho,</p><p>teclados”, “fisiologia da leitura” e “estresse do trabalho”, os quais se</p><p>relacionam diretamente ao maior uso do computador em nossos dias. O</p><p>objetivo desta obra é trazer os elementos mais importantes da ergonomia</p><p>de uma forma facilmente inteligível e clara, permitindo aos profissionais</p><p>adequá-la à realidade do seu dia a dia.</p><p>Avançar</p><p>UNICESUMAR | UNIVERSO EAD</p><p>Unidade 2 Pagina inicial</p><p>Pular para o conteúdo principal Pular para a navegação</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>BRASIL. Ministério do Trabalho. Portaria n. 3214, de 08 de junho de 1978 . Aprova as normas regulamentadoras que consolidam</p><p>as leis do trabalho, relativas à segurança e medicina do Trabalho. Norma Regulamentadora n. 17 (NR 17): Ergonomia. Diário Oficial</p><p>da República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, 1978. Disponível em: < http://trabalho.gov.br/images</p><p>/Documentos/SST/ NR/NR17.pdf >. Acesso em: 08 ago. 2018.</p><p>__________ Decreto Lei n. 5452, de 01 de maio de 1943 . Consolidação das Leis do Trabalho. Brasília. Disponível em:</p><p>< http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del5452.htm >. Acesso em: 10 ago. 2018.</p><p>__________ Ministério do Trabalho e Emprego. Man ual de aplicação da Norma Regulamentadora NR17 . 2. ed., Brasília, 2002.</p><p>COUTO, H.A. Ergonomia aplicada ao trabalho : o manual técnico da máquina humana v. 1. Belo Horizonte: Ergo, 1995.</p><p>CRUZ, V. C. et al. Aplicação do método OWAS e Análise Ergonômica do Trabalho em um segmento de uma empresa de grande</p><p>porte situada no Município de Campos dos Goytacazes. In: XXXV Encontro Nacional de Engenharia de Produção , Fortaleza, CE,</p><p>2015. Disponível em: < http:// www.abepro.org.br/biblioteca/TN_STO_209_238_27002.pdf >. Acesso em: 10 ago. 2018.</p><p>DO RIO, R. P.; PIRES, L. Ergonomia : Fundamentos da Prática Ergonômica. 3. ed. São Paulo: Editora LTR, 2001.</p><p>DUL, J.; WEERDMEESTER, B. Ergonomia prática . São Paulo: Edgard Blücher, 2004.</p><p>FERREIRA, N. L. et al. Manual sobre Ergonomia . Campinas: Unicamp, 2001. Disponível em: <http://</p><p>www.dgrh.unicamp.br/documentos/manuais/man_dsso_ergonomia.pdf> . Acesso em: 10 ago. 2018.</p><p>GRANDJEAN, E. Manual de Ergonomia : adaptando o trabalho ao homem. 4. ed. Porto Alegre: Bookman, 1998.</p><p>GUIMARÃES, L B. de M. (coord.). Ergonomia de processo . Porto Alegre: UFRGS, 2000. v. 1.</p><p>IIDA, I. Ergonomia : projeto e produção. São Paulo: Edgar Blücher, 2005.</p><p>CARDOSO JUNIOR, M. M. Avaliação ergonômica: Revisão dos métodos para avaliação postural. Revista Produção Online ,</p><p>Florianópolis, v. 6, n. 3, p.1-22, 29 mar. 2006. Disponível em: < https://producaoonline.org.br/rpo/article/view/630/668 >. Acesso</p><p>em: 13 ago. 2018.</p><p>KROEMER, K. H. E.; GRANDJEAN, E. Manual de Ergonomia : Adaptando o trabalho ao homem. 5. ed. Porto Alegre: Bookman,</p><p>2005.</p><p>LELIS, C. M. et al. Distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho em profissionais de enfermagem: revisão integrativa da</p><p>literatura. Acta Paulista de Enfermagem , São Paulo, v. 25, n. 3, p.477-482, 2012.</p><p>MÁSCULO, F. S.; VIDAL, M. C. Ergonomia : Trabalho adequado e eficiente. Rio de Janeiro: Elsevier Ltda, 2011.</p><p>MAZINI FILHO, M. L. et al. Analise de transporte manual de carga em um supermercado na cidade de Cataguases-MG. Revista</p><p>Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício , São Paulo, v. 09, n. 54, p. 463-470, jul./ago. 2015.</p><p>MOREIRA, E. da S. et al. Melhorias Ergonômicas Utilizando a Equação Revisada de Levantamento Niosh. Revista de Ciências</p><p>Exatas e Tecnologia , Taubaté, v. 10, n. 10, p. 46-52, 2015. Disponível em: < http://pgsskroton.com.br/seer/index.php/rcext/article</p><p>/view/3404/3036 >. Acesso em: 10 ago. 2018.</p><p>OMI, P. H. Análise ergonômica do posto de trabalho do operador de máquina injetora utilizando a metodologia RULA (Rapid</p><p>Upper Limb Assessment) . 2012, 56 f. Monografia (Especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho) – Departamento</p><p>Acadêmico de Construção Civil, Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Curitiba, 2012.</p><p>PAVANI, A. R. Estudo ergonômico aplicando o método Occupational Repetitive (OCRA): Uma contribuição para a gestão da</p><p>saúde no trabalho. São Paulo: SENAC, 2007.</p><p>PAVANI, A. R.; QUELHAS, O. A avaliação dos riscos ergonômicos como ferramenta gerencial em saúde ocupacional. In: XIII</p><p>Simpep , Bauru, 2006.</p><p>PEREIRA, C. C. et al. Análise do risco ergonômico lombar de trabalhadores da construção civil através do Método Niosh. Revista</p><p>Produção Online , Florianópolis, v. 15, n. 3, p.914-924, jul.2015. Disponível em: < https://www.producaoonline.org.br/rpo/article</p><p>/view/1888 >. Acesso em: 10 ago. 2018.</p><p>ROCHA, G. C. Trabalho,</p><p>Saúde e Ergonomia . Curitiba: Juruá, 2008.</p><p>SCOPEL, J. Dor osteomuscular em membros superiores e casos sugestivos de LER/DOR entre trabalhadores bancários .</p><p>Dissertação (Mestrado em Epidemiologia) - Programa de Pós- Graduação em Epidemiologia, Universidade Federal do Rio Grande</p><p>do Sul, Porto Alegre, 2010.</p><p>SHOJI, S.; SOUZA, N. V. D. de O.; FARIAS, S. N. P. Impacto do ambiente laboral no processo saúde doença dos trabalhadores de</p><p>enfermagem de uma unidade ambulatorial especializada. Reme : Revista Mineira de Enfermagem, Belo Horizonte, v. 19, n. 1,</p><p>p.43-48, 2015.</p><p>WATERS, T. R., et al. Revised NIOSH equation for the design and evaluation of manual lifting tasks. Ergonomics , Loughborough, v.</p><p>36, n. 7, p. 749-776, 1993. Disponível em: < http://www.tandfonline.com/doi/abs/10.1080/00140139308967940 >. Acesso em: 10</p><p>ago. 2018.</p><p>Avançar</p><p>UNICESUMAR | UNIVERSO EAD</p><p>Unidade 2 Pagina inicial</p><p>Pular para o conteúdo principal Pular para a navegação</p><p>APROFUNDANDO</p><p>Podemos aplicar a ergonomia nos mais diferentes setores da atividade produtiva, por exemplo, na indústria, na busca de soluções</p><p>que corrijam o uso de máquinas e equipamentos. Desta forma se adotam medidas de prevenção que permitam procedimentos</p><p>laborais mais seguros. A aplicação da ergonomia também pode ser vista na observação da qualidade de produtos por meio de</p><p>testes de segurança, desempenho e durabilidade.</p><p>No início, a maior empregabilidade da ergonomia foi na agricultura, mineração e, principalmente, na indústria. Atualmente a</p><p>ergonomia tem sido utilizada no setor de serviços, mas também nas atividades domésticas e de lazer das pessoas.</p><p>● Ergonomia na indústria</p><p>Normalmente, os trabalhadores desenvolvem suas atividades em locais previamente definidos, fazendo uso de certos</p><p>equipamentos e máquinas. Para desenvolver essas atividades, os trabalhadores costumam receber treinamento e ajuda de outros</p><p>diversos profissionais, tais como, ferramenteiros, profissionais em higiene e segurança, bombeiros, médicos etc. (IIDA, 2005).</p><p>● Ergonomia na agricultura e na construção</p><p>As atividades agrícolas ou de construção possuem inúmeras tarefas para serem desenvolvidas pelos trabalhadores e, com isso,</p><p>diversificados instrumentos de trabalho podem ser adotados, expondo-os a possíveis e frequentes mudanças climáticas nos</p><p>ambientes de trabalho. Conforme relata Iida (2005), a ergonomia, na agricultura, é recente, comparando-se com a indústria, sendo</p><p>desenvolvidas de formas árduas, com uso de posturas incorretas e esforços além do normal, além de ambientes climáticos</p><p>desfavoráveis.</p><p>● Ergonomia no setor de serviços</p><p>O crescente setor de serviços veio aliado com o uso constante da informática. Para isso, a ergonomia, neste setor, é tão</p><p>importante, em função do desenvolvimento de problemas na saúde física, que ocorrem devido ao uso prolongado de</p><p>computadores e sob condições ergonômicas inadequadas.</p><p>● Ergonomia na vida diária</p><p>No dia a dia das pessoas, também, existem contribuições importantes da ergonomia, no tocante à criação de objetos e</p><p>equipamentos eletrodomésticos utilizados.</p><p>Para que todo esse sistema aconteça de forma adequada, é necessária a interação homem-máquina. Conforme Iida (2005, p. 69)</p><p>informa:</p><p>o sistema homem-máquina-ambiente corresponde a unidade básica de estudo da</p><p>ergonomia, sendo constituído basicamente por um homem e uma máquina, os quais</p><p>interagem continuamente entre si na realização de um trabalho. Existem dois tipos</p><p>básicos de máquinas, as tradicionais que auxiliam a realizar os trabalhos físicos, como</p><p>é o caso da utilização de ferramentas manuais e máquinas-ferramentas e as</p><p>máquinas cognitivas, que operam por meio de informações, a exemplo disto o</p><p>computador.</p><p>Ainda conforme Iida (2005, p. 70),</p><p>para possibilitar as interações no sistema homem-máquina deve haver subsistemas</p><p>próprios para que o homem possa introduzir informações no sistema, sendo que</p><p>estes subsistemas referem-se aos controles. Os tipos usuais de controle são os</p><p>volantes, manivelas, botões, teclados, mouses, joyticks, controles remotos entre</p><p>outros.</p><p>Desta forma os sistemas são utilizados pelo trabalhador por intermédio de um processo de comunicação e ações entre o usuário e</p><p>a máquina, interações em relação às diferentes formas de atuação recíproca.</p><p>Sempre lembrando, que existem diferenças importantes a serem consideradas entre homem e o maquinário que ele opera.</p><p>Homens têm discernimento, sabem julgar, decidir e resolvem situações. Possuem experiências prévias e agem sob pressão. Já as</p><p>máquinas não estão expostas à fadiga, repetem operações rapidamente e de forma precisa, podem trabalhar sob longos períodos</p><p>de tempo.</p><p>Então, como podemos ver, a Ergonomia existe em vários momentos da vida humana, desde sua atividade laboral até mesmo em</p><p>suas atividades rotineiras, melhorando a qualidade de vida de trabalhadores, das pessoas em pessoas em suas residências. Em</p><p>geral, esse serviço está ligado a órgãos de defesa do consumidor.</p><p>REFERÊNCIA</p><p>IIDA, I. Ergonomia : projeto e produção. São Paulo: Edgar Blücher, 2005.</p><p>PARABÉNS!</p><p>Você aprofundou ainda mais seus estudos!</p><p>Avançar</p><p>UNICESUMAR | UNIVERSO EAD</p><p>Unidade 2 Pagina inicial</p><p>Pular para o conteúdo principal Pular para a navegação</p><p>EDITORIAL</p><p>DIREÇÃO UNICESUMAR</p><p>Reitor Wilson de Matos Silva</p><p>Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho</p><p>Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho</p><p>Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva</p><p>Pró-Reitor de Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin</p><p>Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi</p><p>C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ . Núcleo de Educação a Distância;</p><p>SOUZA , Thiago Vieira; NUNES , Anna Carolina Bornhausen; BOSSETTO , Marco Aurélio</p><p>Ergonomia . Thiago Vieira Souza; Anna Carolina Bornhausen Nunes; Marco Aurélio Bossetto.</p><p>Maringá-Pr.: UniCesumar, 2017.</p><p>38 p.</p><p>“Pós-graduação Universo - EaD”.</p><p>1. Ergonomia 2. Design 3. EaD. I. Título.</p><p>CDD - 22 ed. 620.82</p><p>CIP - NBR 12899 - AACR/2</p><p>Pró Reitoria de Ensino EAD Unicesumar</p><p>Diretoria de Design Educacional</p><p>Equipe Produção de Materiais</p><p>Fotos : Shutterstock</p><p>NEAD - Núcleo de Educação a Distância</p><p>Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jardim Aclimação - Cep 87050-900</p><p>Maringá - Paraná | unicesumar.edu.br | 0800 600 6360</p><p>Retornar</p><p>UNICESUMAR | UNIVERSO EAD</p><p>Unidade 3 Pagina inicial</p><p>Pular para o conteúdo principal Pular para a navegação</p><p>ANTROPOMETRIA E A</p><p>ANÁLISE</p><p>ERGONÔMICA DO</p><p>TRABALHO</p><p>Professora :</p><p>Me. Anna Carolina Bornhausen Nunes</p><p>Objetivos de aprendizagem</p><p>Definir antropometria e reconhecer a importância e necessidades no ambiente de trabalho.</p><p>Apresentar os diferentes fatores ambientais na Ergonomia e compreender a interferência no trabalho.</p><p>Conceituar a Análise Ergonômica do Trabalho e apresentar os fatores que envolvem a Análise de Demanda. Análise</p><p>Global e Análise da Tarefa. Elaborar um modelo de Análise Ergonômica do Trabalho.</p><p>Plano de estudo</p><p>A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:</p><p>Antropometria</p><p>Análise ambiental em ergonomia</p><p>Análise ergonômica do trabalho</p><p>Introdução</p><p>As pressões ocasionadas sobre as empresas em função da alta concorrência têm proporcionado estudos voltados para redução de</p><p>custos e aumento de produtividade. Esses fatores, de certa forma, cobram uma produtividade maior dos trabalhadores e, como</p><p>consequência, muitos casos de lesões por operações repetitivas. Nesse sentido, as empresas estão buscando alternativas para</p><p>adequar o colaborador em um posto de trabalho, de tal forma que consiga melhorar sua produtividade, aliando a uma redução do</p><p>número de lesões nos trabalhadores. Assim sendo, estudos ergonômicos vêm ganhando espaço dentro das organizações, pois um</p><p>trabalho preventivo é menos oneroso financeiramente para as empresas, do que corretivo, pois um colaborador afastado,</p><p>proporciona um ônus financeiro sem a prestação de serviços.</p><p>Neste encontro, vamos abordar vários elementos sobre a Análise</p><p>Ergonômica do Trabalho (AET), assim como a importância da</p><p>Antropometria no ambiente de trabalho. AET é uma Intervenção, no ambiente de trabalho, para estudo dos desdobramentos e</p><p>consequências físicas e psicofisiológicas, decorrentes da atividade humana no meio produtivo. Consiste em compreender a</p><p>interferência dos fatores ambientais no trabalho (ruído, iluminação, temperatura, cores e mobiliário), confrontar com aptidões e</p><p>limitações à luz da ergonomia, diagnosticar situações críticas à luz da legislação oficial, estabelecer sugestões, alterações e</p><p>recomendações de ajustes de processo, ajustes de produto, postos de trabalho, ambiente de trabalho.</p><p>A AET busca estabelecer uma aproximação no que se refere à compreensão geral de problemas relacionados com a organização do</p><p>trabalho e seus reflexos em prováveis ocorrências de lesões físicas e transtornos psicofisiológicas em fatores que envolvem a</p><p>Análise de Demanda, Análise Global e Análise da Tarefa, onde discutiremos a confrontação entre as características e contradições</p><p>dos três fatores. Pronto(a) para começar?</p><p>Avançar</p><p>UNICESUMAR | UNIVERSO EAD</p><p>Unidade 3 Pagina inicial</p><p>Pular para o conteúdo principal Pular para a navegação</p><p>ANTROPOMETRIA</p><p>Nesse encontro abordaremos a definição de antropometria e reconhecer a importância dentro do ambiente de trabalho da</p><p>ergonomia. Vamos lá?</p><p>A antropometria trata das medidas físicas do corpo humano. Sua origem remonta à antiguidade pois</p><p>Egípcios e Gregos já observavam e estudavam as diversas partes do corpo. O reconhecimento dos biótipos</p><p>remonta-se aos tempos bíblicos e o nome de muitas unidades de medida utilizadas hoje em dia são</p><p>derivados de segmentos do corpo. A importância das medidas ganhou especial interesse na década de 1940</p><p>pela necessidade da produção em massa, pois um produto mal dimensionado poderia provocar a elevação</p><p>dos custos, e devido ao surgimento dos sistemas de trabalho complexos onde o desempenho humano</p><p>dependem das dimensões antropométricas dos seus operadores. Atualmente a antropometria</p><p>(antropologia física) associada aos valores culturais (antropologia cultural) constituem um ponto</p><p>importante nas questões que envolvem transferência de tecnologias, é a denominada antropotecnologia.</p><p>Fonte: Santos e Fialho, (1997, p. 20).</p><p>Sempre que possível e justificável, deve-se realizar as medidas antropométricas da população para a qual está sendo projetado um</p><p>produto ou equipamento, pois equipamentos fora das características dos usuários podem levar a estresse desnecessário e até</p><p>provocar acidentes graves. Normalmente as medidas antropométricas são representadas pela média e o desvio padrão, porém a</p><p>utilidade dessas medidas depende do tipo de projeto em que vão ser aplicadas (FALZON, 2012).</p><p>A antropologia é a ciência da humanidade com a preocupação de conhecer cientificamente o ser humano na sua totalidade</p><p>(SANTOS; FIALHO, 1997). Devido ao fato de ser um objetivo extremamente amplo que visa o homem como ser biológico,</p><p>pensante, produtor de culturas e participante da sociedade, a antropologia se divide em dois grandes campos: a antropologia física</p><p>e a antropometria cultural.</p><p>A antropologia física ou biológica estuda a natureza física do homem, origem, evolução, estrutura anatômica, processos</p><p>fisiológicos e as diferenças raciais das populações antigas e modernas. Nesta, situa-se a antropometria, com o objetivo de levantar</p><p>dados das diversas dimensões dos segmentos corporais (SANTOS; FIALHO, 1997).</p><p>A contribuição da ciência das medidas tem sido comentada muito na história das civilizações. Segundo Silva e Paschoarelli (2010),</p><p>ao estatístico belga Quetelet é creditada à fundação da ciência e à invenção do próprio termo “antropometria” com a publicação</p><p>em 1870 da sua obra Antropometrie , que constitui a primeira pesquisa somatométrica em grande escala. A antropometria tem as</p><p>suas origens na antropologia física que, como registro e ciência comparada, remonta-se às viagens de Marco Polo (1273-1295),</p><p>que revelou um grande número de raças humanas diferentes em tamanho e constituição e na antropologia racial comparativa</p><p>inaugurada por Linné, Buffon e White no século XVIII, demonstrando que havia diferenças nas proporções corporais de várias</p><p>raças humanas (MÁSCULO; VIDAL, 2011; SILVA; PASCHOARELLI, 2010).</p><p>Na década de 40, as medidas antropométricas procuravam determinar as médias de uma população como peso e estatura; hoje, o</p><p>interesse principal está centrado nas diferenças entre grupos e as influências de variáveis como raça, região geográfica e a cultura.</p><p>Toda a população é constituída de indivíduos diferentes e, até há pouco tempo, havia a preocupação para estabelecer padrões</p><p>nacionais, porém com a crescente internacionalização da economia, alguns produtos são vendidos no mundo todo, como, por</p><p>exemplo, os computadores, automóveis e aviões. Isto contribuiu para que se pensar mais amplamente. Ao se projetar um produto,</p><p>deve-se pensar que os consumidores podem estar espalhados por muitos países.</p><p>Embora não existam medidas confiáveis para a população mundial, grande parte das medidas disponíveis é oriunda de</p><p>contingentes das forças armadas, o que limita bastante, pois esta população se caracteriza por ser predominantemente do sexo</p><p>masculino, na faixa dos 18 aos 30 anos e que atenderam aos critérios para recrutamento militar como peso e estatura mínimos</p><p>(IIDA, 2005).</p><p>Segundo Añes (2011, p. 6, on-line)1:</p><p>uma das grandes aplicabilidades das medidas antropométricas na ergonomia é no dimensionamento do</p><p>espaço de trabalho. Iida (2005), define espaço de trabalho como sendo o espaço imaginário necessário para</p><p>realizar os movimentos requeridos pelo trabalho. O espaço de trabalho para um jogador de futebol é o</p><p>próprio campo de futebol e até uma altura de 2,5 m (que é a altura de cabeceio). O espaço de trabalho de um</p><p>carteiro seria um sólido sinuoso que acompanha a sua trajetória de entregas e tem uma seção retangular de</p><p>60 cm de largura por 170 de altura. Porém a maioria das ocupações da vida moderna desenvolve-se em</p><p>espaços relativamente pequenos com o trabalhador em pé ou sentado, realizando movimentos</p><p>relativamente maiores com os membros do que com o corpo e onde devem ser considerados vários fatores</p><p>como: postura, tipo de atividade manual e o vestuário.</p><p>Dentro do espaço de trabalho as superfícies horizontais são de especial importância, pois são sobre elas que</p><p>se realiza grande parte do trabalho. Na mesa de trabalho os equipamentos devem estar corretamente</p><p>posicionados dentro da área de alcance que corresponde aproximadamente a 35 – 45 cm com os braços</p><p>caídos normalmente e de 55 a 65 cm com os braços estendidos girando em torno do ombro. A altura da</p><p>mesa também é muito importante, principalmente para o trabalho sentado, sendo duas varáveis as</p><p>responsáveis para a determinação da sua altura, a altura do cotovelo, que depende da altura do assento e o</p><p>tipo de trabalho a ser executado. A altura da mesa resulta da soma da altura poplítea e da altura do cotovelo.</p><p>Com relação ao tipo de trabalho deve-se considerar se este será realizado a nível da mesa ou em elevação.</p><p>O assento é, provavelmente, uma das invenções que mais contribuiu para modificar o comportamento</p><p>humano. Muitas pessoas chegam a passar mais de 20 horas por dia na posição sentada e deitada. Daí o</p><p>grande interesse dos pesquisadores da ergonomia com relação ao assento. Na posição sentada, o corpo</p><p>entra em contato com o assento só através da sua estrutura óssea. Esse contato é feito através das</p><p>tuberosidades isquiáticas que são recobertas por uma fina camada de tecido muscular e uma pele grossa,</p><p>adequada para suportar grandes pressões. Em apenas 25 cm2 de superfície concentra-se 75% do peso total</p><p>do corpo.</p><p>Com relação aos assentos, devem-se observar os seguintes princípios gerais (IIDA, 2005):</p><p>1. Existe um assento adequado para cada tipo de função.</p><p>2. As dimensões do assento devem ser adequadas às dimensões</p><p>antropométricas.</p><p>3. O assento deve permitir variações de postura.</p><p>4. O encosto deve ajudar no relaxamento.</p><p>5. Assento e mesa formam um conjunto integrado.</p><p>Existem inúmeros dados antropométricos que podem ser utilizados na concepção dos espaços de trabalho, mobília, ferramentas e</p><p>produtos de forma geral; na maioria dos casos, pode-se utilizá-los no projeto industrial (SANTOS; FIALHO, 1997). Contudo, devido</p><p>à abundância de variáreis, é importante que os dados sejam os que melhor se adaptem aos usuários do espaço ou objetos que se</p><p>desenham. Por isso, há necessidade de se definir com exatidão a natureza da população que se pretende servir em função da idade,</p><p>sexo, trabalho e raça. Muitas vezes, quando o usuário é um indivíduo ou um grupo reduzido de pessoas e estão presentes algumas</p><p>situações especiais, o levantamento da informação antropométrica é importante, principalmente quando o projeto envolve um</p><p>grande investimento econômico (MÁSCULO; VIDAL, 2011).</p><p>Embora muitas das aplicações de engenharia utilizam técnicas desenvolvidas pelos primeiros antropologistas, tem ocorrido muitas</p><p>mudanças na forma de obter dados e, principalmente, nos instrumentos desenvolvidos, para atender a necessidades específicas.</p><p>Em especial, a necessidade de estabelecer relações espaciais em coordenadas tridimensionais foi desenvolvida como aplicação da</p><p>antropometria na engenharia. Os engenheiros devem saber trabalhar não somente com os comprimentos do corpo, mas também</p><p>saber onde eles estão localizados durante a atividade física. A antropometria possui uma importância muito grande no</p><p>planejamento do posto de trabalho e no desenvolvimento de projetos de ferramentas e equipamentos. As relações entre</p><p>antropometria clássica, a biomecânica e engenharia antropométrica são tão estreitas e inter-relacionadas que é difícil e muitas</p><p>vezes desnecessário delimitá- las. A antropologia física é, obviamente, a base para cada uma delas e a designação do ambiente</p><p>humano para atender as suas dimensões e atingir as suas capacidades é o resultado (KROEMER; GRANDJEAN, 2004).</p><p>Durante os últimos anos, o desenvolvimento dos computadores permitiu um melhor tratamento dos dados obtidos em grandes</p><p>levantamentos e permitiu o desenvolvimento de modelos matemáticos dos fenômenos antropométricos. Nas áreas de tecnologia</p><p>avançada haverá um aumento da precisão e automatização das técnicas de medida com o desenvolvimento de “scanners” para uma</p><p>melhor definição do tamanho humano e da mecânica do espaço de trabalho, roupas equipamentos e ferramentas. Cada vez mais</p><p>ouvimos o termo “desenhado ergonomicamente”, porém, poucas pessoas sabem o que isto significa realmente. Uma boa maneira</p><p>de reconhecer de forma subjetiva, porém prática, se um produto foi desenhado ergonomicamente, consiste em seguir as</p><p>orientações de um folder publicado pela Sociedade de Ergonomia da Inglaterra.</p><p>Tente usar, pense em todas as maneiras e circunstâncias em que você poderia usar.</p><p>Serve para seu corpo ou poderia ser melhor?</p><p>Pode você ver e ouvir tudo o que você precisa ver e ouvir?</p><p>É difícil de dar errado?</p><p>É confortável de usar o tempo todo? (Ou só no início)?</p><p>É fácil e conveniente de usar ou poderia ser melhorado?</p><p>É fácil de aprender a usar?</p><p>As instruções são claras?</p><p>É fácil de manter e limpar?</p><p>Se sente relaxado após o uso?</p><p>Se as respostas a todas estas perguntas forem sim, então o produto provavelmente tenha sido desenhado</p><p>pensando no usuário.</p><p>MÉTODOS UTILIZADOS PARA A OBTENÇÃO DAS MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS</p><p>De um ponto de vista abrangente, todos os homens são semelhantes, constituídos de acordo com um mesmo modelo e dotados das</p><p>mesmas faculdades, pois pertencem à mesma espécie. As diferenças que existem entre indivíduos e grupos humanos são de pouca</p><p>importância em relação às suas semelhanças. Todavia, são essas diferenças que permitem contar as particularidades de cada</p><p>indivíduo e cada grupo humano. O interesse no estudo dessas diferenças está na mensuração de uma série de dados físicos que</p><p>permitem distinguir dimensionalmente as populações, a fim de que, com o registro destes dados, seja possível adequar qualquer</p><p>produto à população usuária. As distinções entre características físicas se fazem entre populações e intrapopulações, não entre</p><p>indivíduos (FALZON, 2012).</p><p>Estudos relacionando a dispersão das médias da estatura observadas em amostras da África e da Europa verificaram que a</p><p>variação no tamanho total do corpo entre populações é menor que aquela encontrada intrapopulações (FALZON, 2012). Entre</p><p>indivíduos de uma mesma nacionalidade, pode existir uma grande variação na estatura e nas proporções do corpo, devido a fatores</p><p>como diferenças climáticas, imigração, miscigenação, nutrição etc.</p><p>BASE GENÉTICA PARA ALGUMAS CARACTERÍSTICAS FÍSICAS</p><p>Em uma pesquisa realizada com militares do sexo masculino de vários países, Máculo : e Vidal (2011, p. 20) observaram que</p><p>a altura-sentado ilustra uma interessante variação na proporção do corpo humano. Uma grande parte da</p><p>variação na estatura humana está no comprimento das pernas; o torso é relativamente constante em</p><p>comprimento. [...] Se a altura-sentado for expressa como percentagem da altura, a razão resultante ou</p><p>índice é de cerca de 52% para os americanos e a maioria dos europeus. Assim, o comprimento das pernas; o</p><p>torso é relativamente constante em comprimento. Entretanto, no caso dos pilotos coreanos e japoneses, a</p><p>altura-sentado é cerca de 54% da estatura, resultando que o comprimento da perna é somente 46% da</p><p>estatura.</p><p>Percebe-se, então, que a proporção entre estatura e altura-sentado está ligada à herança genética. Segundo Santos e Fialho</p><p>(1997), a contribuição genética, no caso da estatura, está em 85% das populações da Europa Ocidental e África.</p><p>Estudos realizados nos Estados Unidos demonstraram que existem diferenças entre as proporções do corpo de brancos e negros</p><p>que vivem sob condições climáticas similares, sendo eu os mestiços apresentaram valores intermediários Japoneses e outros</p><p>povos orientais têm, em geral, a mesma altura-sentado que os brancos, mas suas pernas tendem a ser menores; no caso dos negros,</p><p>as pernas são mais longas em proporção a seus troncos do que nos brancos (SILVA; PASCHOARELLI, 2010).</p><p>BASE AMBIENTAL PARA AS CARACTERÍSTICAS FÍSICAS</p><p>Segundo Kroemer e Grandjean (2004) as variações na forma do corpo facilitam a manutenção do balanço térmico corporal em</p><p>climas diversos; observou-se que os povos que habitam regiões de clima quente tendem a ter o tronco mais fino, e os membros</p><p>superiores e inferiores relativamente mais longos. Enquanto isso, os povos que habitam regiões de clima frio têm o tronco mais</p><p>cheio, são mais volumosos e arredondados e os membros inferiores e superiores são relativamente mais curtos.</p><p>A explicação mais razoável para estas diferenças é a seleção natural, ou seja, as bases genéticas desses traços se mantiveram, em</p><p>detrimento de outras, ao longo das gerações, pois os corpos mais finos facilitam a troca de calor com o ambiente, enquanto aqueles</p><p>mais cheios têm mais facilidade de conservar o calor do corpo.</p><p>INFLUÊNCIA DE OUTROS FATORES NAS CARACTERÍSTICAS FÍSICAS</p><p>As particularidades e o estilo de vida de cada indivíduo também influenciam a análise antropométrica, incluindo nutrição, sexo e</p><p>idade, como você pode ver a seguir.</p><p>Nutrição</p><p>A nutrição é outro fator determinante na constituição corporal. A Primeira Pesquisa Nacional de Nutrição e Saúde, realizada nos</p><p>EUA (1971-74), apresentou valores de estatura e peso de indivíduos entre 18 e 74 anos relacionados ao nível socioeconômico e</p><p>educacional. Esta pesquisa demonstrou que as diferenças de estatura existentes entre brancos e negros de renda alta eram</p><p>menores do que as verificadas entre nutricionais desiguais geram diferenças na estatura e peso dos indivíduos da mesma origem</p><p>étnica (JARUFE, [s.d.]). “A média de peso para os homens de 18 a 74 anos, com 13 anos ou mais de escolaridade, é</p><p>4,08 kg, maior do</p><p>que para aqueles com menos de 9 anos de educação” (SANTOS; FIALHO, 1997, p. 20).</p><p>Condicionamento físico</p><p>Outro fator que pode influir no crescimento do corpo é o treinamento físico, pois não só os indivíduos que praticam exercícios</p><p>físicos regularmente e com intensidade desde a infância tendem a crescer mais em relação aos que não os praticam como o</p><p>desenvolvimento do corpo é orientado de acordo com a categoria de músculos requisitados para o esporte.</p><p>Entretanto, qualquer mudança a nível corporal não modifica a proporção existente entre os membros superiores/inferiores e o</p><p>tronco, devido à herança genética recebida (IIDA, 2005).</p><p>Sexo</p><p>Em relação às diferenças formais existentes entre homens e mulheres, podemos observar que essas se caracterizam tanto pela</p><p>aparência externa com, também, ao nível do próprio esqueleto (IIDA, 2005).</p><p>No que se referem à estrutura óssea, as seguintes diferenças são as mais marcantes:</p><p>O homem, em geral, apresenta ombros e tórax mais largos e a pélvis relativamente estreita; os braços e pernas são mais</p><p>compridos com mãos e pés maiores.</p><p>Quanto ao crânio masculino, todas as saliências são mais angulosas e próximas aos 90º do que o feminino, a não ser pelas</p><p>proeminências temporais, mais aparentes na mulher que no homem.</p><p>A mulher apresenta ombros estreitos com um tórax mais leve e arredondado; a pélvis é mais larga e inclinada para frente;</p><p>braços e pernas são mais curtos, sendo as mãos e os pés menores.</p><p>Acrescenta-se que a diferença média entre as alturas de homens e mulheres é em torno de 6 ou 7%.</p><p>Quanto às diferenças na constituição física, observa-se que, na forma masculina, predomina o tecido muscular sobre o</p><p>adiposo, enquanto na feminina acontece o inverso. Isto se verifica em todas as idades, desde o nascimento.</p><p>Geralmente, o homem apresenta uma proporção de 6:3 de músculo em relação à gordura; a mulher, uma proporção de 5:4.</p><p>Homens costumam ser mais altos (25% em média) e mais magros, com braços mais compridos (devido ao tamanho do</p><p>antebraço). Possuem também mais músculos esqueléticos do que as mulheres.</p><p>Idade</p><p>O crescimento total em altura culmina, para os homens, com o fim da adolescência e início dos vinte anos; para as mulheres, este</p><p>crescimento é atingido alguns anos mais cedo.</p><p>Entretanto, com o passar dos anos, ocorre uma perda gradativa de estatura em ambos os sexos. No estudo, também se observou a</p><p>diminuição do alcance superior das pessoas idosas.</p><p>O envelhecimento é um processo gradual de mudanças degenerativas nos sistemas morfológicos, sendo impossível determinar</p><p>com precisão a progressão cronológica média dessas mudanças (DUL; WEERDMEESTER, 2004).</p><p>Assim como o processo de desenvolvimento do corpo, os processos degenerativos não ocorrem, necessariamente, com a mesma</p><p>velocidade. Algumas mudanças na estrutura precedem outras, como, por exemplo, a calcificação das cartilagens, que com a idade</p><p>avançada se torna mais pronunciada, prejudicando sua elasticidade.</p><p>Devido à calcificação dos discos invertebrais ocorre, também, perda de estatura e de capacidade para movimentação do tronco.</p><p>Estudos realizados na Inglaterra demonstraram que a altura de mulheres idosas era inferior à altura de mulheres jovens.</p><p>Com a idade, a atrofia muscular e a crescente fragilidade do esqueleto também se processam. Os ossos se tornam gradualmente</p><p>mais finos e porosos. Todas essas mudanças, somadas à diminuição da eficiência do processo respiratório e da atividade de</p><p>bombeamento do coração, reduzem, ainda mais, o movimento corporal. Esses fatores ligados ao envelhecimento deverão ser</p><p>considerados, sempre que o projeto venha abranger uma população de idosos (KROEMER; GRANDJEAN, 2004).</p><p>Somatotípia</p><p>Em todas as populações humanas é possível observar se a variedade de tipos físicos (biótipos) encontrada entre os indivíduos.</p><p>Cada forma corporal adulta é desenvolvida a partir de determinados aspectos morfológicos, os quais variam de indivíduo para</p><p>indivíduo do mesmo sexo. Pequenas diferenças nas proporções corporais, quase imperceptíveis na época do nascimento, tendem a</p><p>se acentuar durante o crescimento até que o biótipo de cada um esteja formado.</p><p>Em 1940, William Sheldon, um psicólogo americano, desenvolveu um método para determinação da constituição física dos</p><p>indivíduos e determinou, por meio de um projeto fotográfico, três tipos extremos de forma corporal (IIDA, 2005) (Figura 1):</p><p>Figura 1 – Os três tipos do corpo humano</p><p>• Endomorfo : forma física arredondada e macia, com grande depósito de gordura. O abdômen é cheio e extenso e o tórax</p><p>parece pequeno. Os membros são curtos e delicados. Os ombros são cheios e, como a cabeça, de formato arredondado. Os</p><p>ossos são pequenos.</p><p>• Mesomorfo : forma física vigorosa, com ângulos bem marcados e músculos aparentes. Os ombros predominam, o tórax é</p><p>largo e o abdômen pequeno. Os membros são largos e fortes e a cabeça cúbica. Os ossos são pesados.</p><p>• Ectomorfo : forma física frágil e esguia com um mínimo de gordura e definição muscular. O tronco geralmente parece curto,</p><p>sendo o tórax estreito e recuado em relação ao abdômen. Os ombros são largos, mas caídos e os membros compridos e finos. O</p><p>crânio geralmente é grande, o rosto é magro e o pescoço longo.</p><p>MEDIÇÕES ANTROPOMÉTRICAS</p><p>De acordo com Iida (2005), as medições antropométricas, sempre que for possível e economicamente justificável, devem ser</p><p>efetuadas diretamente, por meio de uma amostra significativa de indivíduos que serão usuários ou consumidores de um objeto a</p><p>ser projetado. Estas medições compreendem as etapas de definição de objetivos e das medidas com a escolha do método de</p><p>medição, seleção da amostra, as medidas e as respectivas estatísticas.</p><p>Inicialmente, deve-se definir o motivo da utilização das medidas antropométricas, pois a partir desta definição é decidido o tipo de</p><p>aplicação antropométrica, estática ou dinâmica com a escolha das variáveis a serem medidas, de acordo com os detalhamentos e</p><p>precisões com que estas medidas devem ser realizadas. Um exemplo pode ser visto em Iida (2005), onde, para o projeto de um</p><p>posto de trabalho para digitadores são tomadas, no mínimo, seis medidas críticas do operador sentado (Figura 2).</p><p>Figura 2 – Posto de trabalho para uma pessoa sentada</p><p>Fonte: IIDA (2005)</p><p>TIPOS DE MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS</p><p>As medidas antropométricas podem ser definidas como estática, dinâmica e funcional (IIDA, 2005):</p><p>Medida antropométrica estática – se refere às medidas obtidas com o corpo parado ou com poucos movimentos. A sua</p><p>aplicação pode ocorrer em projetos de objetos isentos de partes móveis ou com mínima mobilidade. A maior parte das</p><p>tabelas existentes relacionadas à antropométrica, refere- se à estática. De acordo com Iida (2005), uma das tabelas de</p><p>medidas antropométricas mais completas que se tem conhecimento é a norma alemã DIN 33402 de junho de 1981,</p><p>apresentando medidas de 54 variáveis do corpo.</p><p>Medida antropométrica dinâmica – utilizada para medir o alcance dos movimentos corporais, sendo recomendados para os</p><p>projetos de máquinas, ou postos de trabalho com partes que se movimentam, possibilita medir os alcances dos movimentos</p><p>de cada parte do corpo, mantendo-se o resto do corpo estático, o que neste caso envolve pequenos movimentos corporais.</p><p>Medida antropométrica funcional – este tipo de medida está relacionado com a execução de tarefas específicas, devido ao</p><p>fato de que cada parte do corpo não se move isoladamente, havendo uma conjugação de diversos movimentos na realização</p><p>de uma determinada função. Por exemplo, pode ser citado o alcance das mãos, que não é limitado pelo comprimento dos</p><p>braços, mas que envolve o movimento dos ombros, rotação do tronco, inclinação das costas e o tipo de função que será</p><p>exercido pelas mãos.</p><p>Nessa aula, verificou-se a importância da antropometria dentro do ambiente do trabalho, comprovando a necessidade de se</p><p>conhecer as medidas antropométricas, assim como</p><p>dos métodos utilizados para se obter estas medidas.</p><p>ANÁLISE AMBIENTAL EM ERGONOMIA</p><p>O objetivo nesse tópico é conhecer os diferentes fatores ambientais na ergonomia, conhecer também as diferentes maneiras para</p><p>minimizar seus efeitos e aprender a realizar mudanças que melhoram ergonomicamente o ambiente de trabalho. Vamos lá?</p><p>FATORES AMBIENTAIS</p><p>Os fatores ambientais de acordo com os limites de exposição podem exercer uma determinada influência na ergonomia, dentre os</p><p>quais podemos citar os ruídos, radiação, iluminação, vibrações, substâncias químicas, clima e a poluição microbiológica.</p><p>Em geral, segundo Dul e Weerdmeester (2004), existem três tipos de medidas que podem ser utilizadas para minimizar ou eliminar</p><p>os efeitos nocivos dos fatores ambientais, assim descritos:</p><p>Na fonte – empregado para eliminar ou reduzir a emissão dos poluentes.</p><p>Na propagação entre a fonte e o receptor – utilizado no isolamento da fonte e/ou pessoa.</p><p>No nível individual – empregado na redução do tempo de exposição ou por meio da utilização de EPI – Equipamento de</p><p>Proteção Individual.</p><p>RUÍDO</p><p>É um fator que, devido ao seu índice elevado, em um ambiente de trabalho, e, com o decorrer do tempo de exposição, pode</p><p>perturbar e causar sérios problemas ao trabalhador. De acordo com Iida (2005), os ruídos se constituem no principal motivo de</p><p>reclamações sobre as condições ambientais. Os sintomas podem ser observados por meio da dificuldade de comunicação e na</p><p>redução de concentração, devido à interferência de ruído. A NR 15, em seu anexo I, dispõe de limites máximos admissíveis para os</p><p>ruídos, os quais são expressos em decibéis (dB) e, que podem ser analisados segundo o seu tempo de exposição, conforme o</p><p>Quadro 1.</p><p>Quadro 1 – Limites de tolerância para ruído contínuo e intermitente</p><p>Fonte: IIDA (2005, p. 30).</p><p>De acordo com Iida (2005), os níveis de ruído contínuo ou intermitente</p><p>devem ser medidos em decibéis utilizando o decibelímetro de acordo com</p><p>a Figura 3.</p><p>Dessa forma, utilizando o Anexo I da NR 15, podemos constatar que para</p><p>cada aumento de 5 dB, o tempo de exposição ao ruído deve ser reduzido</p><p>pela metade. Por exemplo, em um ambiente em que o ruído presente é de</p><p>80 dB o tempo de permanência é de 8 horas, caso haja um aumento de 5</p><p>dB, ou seja, caso o nível de ruído seja elevado para 85 dB o tempo de</p><p>permanência deve ser reduzido para 4 horas e, assim sucessivamente.</p><p>Por isso, a partir do momento que em um ambiente de trabalho o ruído</p><p>gerado por máquinas e equipamento for superior a 80 dB, torna-se</p><p>necessário tomar providências, que o minimizem. O que pode ser</p><p>evidenciado por meio da utilização de EPC – Equipamentos de Proteção</p><p>Coletiva, como, por exemplo, um anteparo que ajude na redução da</p><p>emissão do ruído ou por meio da utilização de EPI, neste caso um</p><p>protetor auricular (IIDA, 2005).</p><p>Figura 3 Decibelímetro</p><p>Fonte: Victor Brasil ([2018], on-line)2.</p><p>A obtenção da redução do ruído através do projeto e organização do trabalho conforme Dul e Weerdmeester (2004) pode ser</p><p>conseguida por meio de determinadas recomendações, tais como:</p><p>Separação do trabalho silencioso do trabalho de elevado ruído.</p><p>Mantenabilidade da distância em relação à fonte de ruído.</p><p>Utilização de tetos e pisos acústicos.</p><p>Emprego de barreiras acústicas.</p><p>VIBRAÇÃO</p><p>As vibrações podem afetar as mãos e braços ou ocorrer no corpo inteiro, quando surge nos pés na posição em pé ou no assento por</p><p>meio da posição sentada. Segundo Iida (2005), vibração é qualquer movimento que o corpo ou parte dele executa em torno de um</p><p>ponto fixo, podendo ser regular do tipo sensorial ou irregular, quando não segue nenhum padrão determinado.</p><p>Conforme Dul e Weerdmeester (2004), existem três variáveis que influem no efeito da vibração, conforme descritas a seguir:</p><p>Frequência – expressa em Hz, de forma que, cada parte do corpo humano apresenta uma sensibilidade de acordo com uma</p><p>determinada faixa de frequências.</p><p>Nível – expressa em m/s2.</p><p>Duração – refere-se ao tempo.</p><p>Já Iida (2005), afirma que a vibração é definida por três variáveis, assim descrita:</p><p>Frequência – medida em ciclos por segundo ou hertz (Hz).</p><p>Intensidade de deslocamento – medida em cm ou mm.</p><p>Direção do movimento – definida por três eixos triortogonais: x (das costas para frente), y (da direita para a esquerda) e z</p><p>(dos pés à cabeça).</p><p>Conforme Iida (2005), os efeitos da vibração direta sobre o corpo humano podem afetar gravemente o corpo humano, danificando</p><p>permanentemente alguns órgãos. As vibrações, particularmente, são mais danosas ao organismo nas frequências mais baixas, em</p><p>torno de 1 a 80 Hz, podendo provocar lesões nos ossos, juntas e tendões, nas frequências intermediárias, de 30 a 200 Hz podem</p><p>provocar doenças cardiovasculares e, nas altas, acima de 300 Hz o sintoma é de dores agudas e distúrbios neurovasculares. Já, no</p><p>corpo inteiro, as vibrações são mais sensíveis na faixa de 4 a 5 Hz e de 10 a 14 Hz, particularmente a faixa de 5 Hz, pois</p><p>corresponde a frequência de ressonância na direção vertical (eixo z), na horizontal e lateral, as ressonâncias ocorrem em</p><p>frequências mais baixas, em torno de 1 a 2 Hz.</p><p>Figura 4 Testador de Vibrações</p><p>Fonte: Fluke, ([2018], on-line)3.</p><p>A utilização de equipamentos que permitam analisar as vibrações (Figura 4), possibilitam obter uma resposta rápida em relação</p><p>aos problemas detectados ou previstos, assim como, o seu respectivo grau de gravidade e de prioridade em relação às ações</p><p>corretivas e preventivas.</p><p>ILUMINAÇÃO</p><p>A visibilidade adequada em um local de trabalho pode ser determinada pela intensidade da luz expressa em lux que incide sobre a</p><p>superfície de trabalho, a qual deve ser suficiente para garantir uma boa visibilidade. De acordo com Dul e Weerdmeester (2004),</p><p>existem distinções entre a luz ambiental, iluminação local e a iluminação especial determinada pelas quantidades de luz e definidas</p><p>através das intensidades luminosas.</p><p>Luz ambiental – a quantidade de lux neste caso fica entre 10 a 200 lux, sendo suficiente para locais em que não são</p><p>realizadas tarefas exigentes.</p><p>Iluminação local – neste caso e devido à execução de tarefas normais como, por exemplo, montagens de peças, leituras e</p><p>trabalhos com máquinas e equipamentos, a intensidade de lux deve ser de 200 a 800 lux.</p><p>Iluminação especial – deve ser utilizada com uma intensidade luminosa alta que pode variar de 800 a 3000 lux, de forma</p><p>que a luz incida diretamente sobre a tarefa. A aplicação com esta exigência visual pode ser observada durante a realização</p><p>de cirurgias delicadas.</p><p>A intensidade luminosa (lux) pode ser medida por meio do instrumento luxímetro conforme a Figura 5.</p><p>Figura 5 Luxímetro</p><p>Fonte: Victor Brasil ([2018], on-line)4.</p><p>O Quadro 2, conforme a NR-15, mostra para cada tipo de atividade, a iluminância (lux) necessária para o desempenho das</p><p>atividades laborais de acordo com as respectivas classes A, B e C.</p><p>Quadro 2 – Iluminância por classes de tarefas visuais</p><p>Fonte: NR 15 (BRASIL, 1978)</p><p>A NBR 5413 estabelece os valores de iluminâncias médias mínimas em serviço para iluminação artificial em</p><p>interiores, onde se realizem atividades de comércio, indústria, ensino, esporte e outras.</p><p>Fonte: o autor.</p><p>CLIMA</p><p>De acordo com Dul e Weerdmeester (2004), o clima de trabalho para ser considerado confortável deve atender a diversas</p><p>condições, que podem ser observadas por meio dos seguintes fatores referentes ao conforto térmico: temperatura do ar, calor</p><p>radiante, velocidade do ar e umidade relativa, de modo que para ser considerado agradável é necessário verificar o vestuário e o</p><p>tipo de atividade física desenvolvida. Em relação à temperatura do ar, o ideal seria realizar o ajuste da temperatura de acordo com</p><p>o esforço físico, por exemplo, em atividades com trabalhos pesados o clima poderia ser mais frio, já em trabalhos leves o clima pode</p><p>ser mais quente. Temperaturas acima de 24°C podem gerar queda de rendimento e aumento de erros.</p><p>No caso da umidade relativa, é importante evitar o ar muito úmido ou seco, pois pode afetar o conforto térmico, já em relação ao</p><p>frio e ao calor, quando intensos, podem gerar desconforto e provocar sobrecarga energética no corpo.</p><p>SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS</p><p>As substâncias químicas presentes no ambiente podem estar sob forma de líquidos, gases, vapores, poeiras e sólidos, de forma que</p><p>determinadas substâncias quando inaladas, ingeridas ou em contato com a pele e olhos, podem causar doenças ou mal-estar.</p><p>Em relação à exposição a substâncias químicas, existem limites internacionais de tolerância, em relação a sua exposição no ar. O</p><p>limite de tolerância, segundo Dul e Weerdmeester (2004), corresponde a concentração média de uma substância encontrada no</p><p>ar, no período de 8 horas, e que não pode ser ultrapassada em nenhum dia.</p><p>Estes limites de tolerância podem ser observados em tabelas por meio da NR 15 em seu Anexo 11, onde existe referência a</p><p>inúmeras substâncias.</p><p>Segundo Iida (2005), o contato por inalação é o mais frequente em ambientes de trabalho, sendo genericamente chamado de</p><p>aerodispersóides, classificando-se em:</p><p>Poeiras – são considerados os aerodispersóides sólidos com granulações invisíveis, menores que 0,2 µm ou visíveis de 10 a</p><p>150 µm. Os menores que 5µm flutuam no ar durante muito tempo e os menores de 3 µm podem atingir os alvéolos</p><p>pulmonares e pode ser encontrado em poeiras de granito, sílica e algodão.</p><p>Fumos – são resultantes da condensação de vapores apresentando dimensões inferiores a 1 µm e que ocorrem em</p><p>processos de solda com ferro, alumínio, entre outros. Os sintomas, neste caso, podem ser de curta duração, semelhantes a</p><p>uma gripe, como tosse, febre, dor de garganta e dores no corpo. Em casos mais graves podem causar a incapacidade de</p><p>trabalho.</p><p>Gases – são partículas muito pequenas que tendem a ocupar todo o volume do espaço de trabalho, exemplos: monóxido de</p><p>carbono, gás sulfídrico, cloro e gás cianídrico. O monóxido de carbono, em particular, apresenta uma afinidade com a</p><p>hemoglobina de até 300 vezes maiores que o oxigênio, por isso, pequenas concentrações produzem sintomas como: falta de</p><p>ar, tontura, dores de cabeça, confusão mental, inconsciência e morte.</p><p>Vapores – são semelhantes aos gases e se difundem facilmente no ar, diferindo-se dos gases, devido ao fato de que, em</p><p>condições normais de temperatura e pressão, podem se encontrar em estado líquido ou sólido. Exemplos: gasolina, benzeno,</p><p>dissulfeto de carbono e mercúrio.</p><p>Neblinas – referem-se às partículas líquidas que resultam de um processo de dispersão mecânica, produzidas pela passagem</p><p>de ar ou de gás por meio de um líquido ou processo mecânico com aspersão. Podem ser observados em processos de</p><p>irrigação ou em processos de aplicação de agrotóxicos.</p><p>A presença de poeira de sílica, por exemplo, pode provocar uma doença denominada de silicose. Esta é uma</p><p>doença pulmonar crônica e incurável, apresenta uma evolução progressiva e irreversível podendo gerar a</p><p>incapacidade para o trabalho.</p><p>Fonte: o autor.</p><p>RADIAÇÃO</p><p>De acordo com Iida (2005), o corpo humano troca calor sucessivamente com o ambiente, por radiação, seja recebendo calor de</p><p>objetos mais quentes ou irradiando para aqueles mais frios que o seu corpo. É importante salientar que temperaturas diferentes</p><p>emitem diferentes tipos de radiações (alfa, beta ou gama), ou seja, quanto maior a temperatura, menor é o comprimento de onda</p><p>das radiações emitidas. De modo que nem todas as radiações tem igual poder de penetração no corpo humano, por exemplo, com</p><p>uma penetração de no máximo 5 a 10 cm de profundidade, apresentam ondas de 1 a 1,5 µm, provocando sensação de bem-estar,</p><p>devido ao aquecimento interno do corpo. Já, as radiações de pouca penetração, mas com ondas mais longas, em torno de 3 a 5 µm,</p><p>aquecem apenas a superfície, produzindo queimadura superficial e desconforto.</p><p>Nessa aula, foram analisados os fatores ambientais referentes aos ruídos, clima, iluminação, vibrações, radiações e substâncias</p><p>químicas que podem comprometer a segurança, saúde e o conforto das pessoas, sendo recomendados limites máximos de</p><p>exposição a cada fator, assim como as respectivas sugestões necessárias para limitar estas exposições.</p><p>ANÁLISE ERGONÔMICA</p><p>DO TRABALHO</p><p>Nesse encontro, o objetivo é conceituar a Análise Ergonômica do Trabalho (AET), apresentar os fatores que a envolvem e</p><p>disponibilizar um modelo de AET. Vamos lá?</p><p>Em qualquer situação em que se faz necessário uma análise do trabalho humano, é importante o uso de métodos adequados para</p><p>que se consiga atingir os objetivos esperados, tendo em vista que há diversos fatores afetando o trabalho. Segundo o Manual de</p><p>Aplicação da Norma Regulamentadora n. 17 (BRASIL, 2002, p. 101), a análise ergonômica do trabalho é um processo construtivo e</p><p>participativo para a resolução de um problema complexo que exige o conhecimento das tarefas, da atividade desenvolvida para</p><p>realizá-las e das dificuldades enfrentadas para se atingirem o desempenho e a produtividade exigidos.</p><p>Santos e Fialho (1997) colocam que a análise ergonômica do trabalho compreende três fases: análise da demanda, análise da</p><p>tarefa e análise das atividades. Na análise da demanda, define-se o problema a ser investigado com os atores envolvidos. A análise</p><p>da tarefa coloca o que o trabalhador deve realizar e as condições ambientais técnicas e organizacionais. A análise das atividades</p><p>traz, efetivamente, o que é realizado pelo trabalhador, o comportamento do homem no trabalho.</p><p>Para Iida (2005), o ergonomista, na busca de realizar seus objetivos, deve estudar diversos aspectos do comportamento humano</p><p>no trabalho e outros fatores importantes, que são: o homem, a máquina, o ambiente, a informação, a organização e as</p><p>consequências do trabalho. Como objetivos busca a segurança, satisfação e o bem-estar dos trabalhadores no seu relacionamento</p><p>com os sistemas produtivos.</p><p>A Análise Ergonômica do Trabalho é uma metodologia para se conhecer uma situação real ou aproximada do trabalho, visando</p><p>diagnosticar melhor os riscos e propor medidas preventivas ou corretivas eficazes.</p><p>A Análise ergonômica do Trabalho se constitui de três fases, como na Figura 6 (IIDA, 2005):</p><p>Figura 6 - Análise Ergonômica do Trabalho</p><p>Fonte: Iida (2005, p. 20).</p><p>a. Análise da demanda : é a definição do problema a ser analisado, a partir de uma negociação com os diversos atores sociais</p><p>envolvidos.</p><p>b. Análise da tarefa : é o que o trabalhador deve realizar e as condições ambientais, técnicas e organizacionais desta realização</p><p>(trabalho prescrito).</p><p>c. Análise da atividade : é o que o trabalhador efetivamente realiza para executar a tarefa. É a análise do comportamento do</p><p>homem no trabalho (trabalho real).</p><p>Após a Análise Ergonômica, é apresentado o Diagnóstico, as Recomendações Ergonômicas e o Memorial Descritivo.</p><p>ANÁLISE DE DEMANDA</p><p>A etapa de compreensão da situação passa pela contextualização do problema proposto pela tarefa em análise, no cenário interno</p><p>e externo à empresa. Nesta etapa, no nível externo à empresa, devem ser considerados os indicadores de saúde, aspectos sociais</p><p>intervenientes, o momento técnico e tecnológico do contexto de inserção da empresa, bem como os condicionantes legais</p><p>vigentes.</p><p>Ao nível interno, a percepção do contexto passa por aspectos relacionados com a política e estratégia adotada pela empresa, o</p><p>sistema de produção utilizado, o modelo de gestão dos recursos humanos, os índices de acidentes, além de variáveis, como saúde</p><p>ocupacional, tensões e conflitos.</p><p>ANÁLISE DE TAREFA</p><p>A análise da tarefa compreende a identificação e compreensão dois pontos: o trabalho prescrito (a instrução de trabalho) e os</p><p>requisitos físicos para execução a tarefa. O primeiro ponto de observação inclui aspectos como o ambiente de inserção da tarefa</p><p>(layout, mobiliário, equipamentos e espaços de trabalho), a carga de trabalho física e mental requerida, além dos aspectos</p><p>psicosociológicos e de tempos de produção.</p><p>O segundo ponto da análise envolve requisitos físicos da tarefa, abrange a natureza do trabalho muscular (estático e/ou dinâmico),</p><p>a postura requerida para execução da tarefa, a qual depende das características das superfícies de trabalho e assento (quando</p><p>necessário), com a consideração, ainda, de informações referentes a condições de acessibilidade aos sistemas de comunicação e</p><p>acionamentos.</p><p>ANÁLISE DA ATIVIDADE</p><p>A análise da atividade contempla a etapa de observação do trabalho efetivamente realizado por meio da observação das</p><p>atividades mentais e físicas do trabalhador. As atividades mentais se reportam aos níveis de detecção, discriminação e</p><p>interpretação das informações e, na sequência, os níveis de tomada de decisão e ação, respectivamente.</p><p>CONFRONTO TAREFA X ATIVIDADE</p><p>A etapa de confrontação da tarefa com a atividade tem como objetivo a verificação das diferenças entre o trabalho prescrito e o</p><p>trabalho realizado, a determinação das incorreções da tarefa frente às potencialidades e limitações do ser humano. Busca, ainda,</p><p>identificar as atividades regulatórias nesta relação.</p><p>DIAGNÓSTICO</p><p>A etapa de diagnóstico abrange as condições técnicas para a execução do trabalho, as condições ambientais em que a atividade</p><p>ocorre, além das condições organizacionais do trabalho.</p><p>ANÁLISE ERGONÔMICA DOS POSTOS DE TRABALHO</p><p>A análise ergonômica se divide em três etapas diferentes. Vamos a elas.</p><p>ANÁLISE ERGONÔMICA DA DEMANDA</p><p>É o ponto de partida de toda análise ergonômica do trabalho, que permite:</p><p>Delimitar o(s) problema(s) a ser(em) abordado(os) em uma análise ergonômica;</p><p>A definição de um contrato e delimitação da intervenção (prazos, custos, acesso às diversas áreas da empresas, informações</p><p>e pessoas);</p><p>A definição de um plano de intervenção.</p><p>As origens da demanda podem ser:</p><p>Da direção da empresa (geralmente explícitas e de grande complexidade);</p><p>Dos trabalhadores (geralmente implícitas e relacionadas especificamente ao posto de trabalho);</p><p>Das organizações sindicais;</p><p>Dos órgãos ou instituições fiscalizadoras.</p><p>Os tipos de demandas podem ser:</p><p>Recomendações ergonômicas para um novo posto;</p><p>Resolução de problemas ergonômicos em postos de trabalho já implantados e/ou em funcionamento;</p><p>Identificação de novas condicionantes, a partir de mudanças organizacionais ou implantação de novas tecnologias.</p><p>Possuindo algumas delimitações:</p><p>Tempo para realizar o estudo;</p><p>Custo de sua realização;</p><p>Custo preliminar das modificações;</p><p>Problemática inicial (referência).</p><p>ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA</p><p>As tarefas compreendem não só as condições técnicas de trabalho, mas também as condições ambientais e organizacionais de</p><p>trabalho. É o trabalho prescrito. Com os seguintes tipos de tarefas:</p><p>Tarefa prescrita;</p><p>Tarefa induzida ou redefinida;</p><p>Tarefa atualizada.</p><p>Possuindo algumas delimitações:</p><p>Definição da missão do sistema;</p><p>Definição do perfil do sistema;</p><p>Identificação e descrição das funções do sistema e subsistemas;</p><p>Estabelecimento de normas;</p><p>Atribuição de funções aos humanos e às máquinas.</p><p>ANÁLISE ERGONÔMICA DAS ATIVIDADES</p><p>A atividade de trabalho é a mobilização total do indivíduo, em termos de comportamentos, para realizar uma tarefa que é</p><p>prescrita. Trata-se, então, da mobilização das funções fisiológicas e psicológicas de um determinado indivíduo, em um determinado</p><p>momento.</p><p>A parte observável da atividade (sensório-motora) pode ser evidenciada pelo conjunto de ações de trabalho que caracteriza os</p><p>modos operativos. A parte não observável (mental) pode ser caracterizada pelos processos cognitivos: sensação, percepção,</p><p>memorização, tratamento de informação e tomada de decisão.</p><p>Para Iida (2005), a descrição da tarefa abrange aspectos envolvendo o objetivo desta, o operador, as características técnicas, as</p><p>aplicações, as condições operacionais e as condições ambientais. Santos e Fialho (1997) enfatizam que a ação ergonômica advém</p><p>de uma demanda, oriunda de diferentes interlocutores. Cabe ao ergonomista analisar esta e fazer a proposta de ação se</p><p>confirmado um problema. Deverá analisar o funcionamento da empresa, por meio de observações abertas. Verificará as relações</p><p>entre os constrangimentos da situação do trabalho, à atividade desenvolvida pelos operadores e às consequências dessa atividade</p><p>para a saúde e para a produção. A partir disso, poderá fazer um pré-diagnóstico e depois um plano de observação onde procurará</p><p>verificar suas hipóteses.</p><p>Figura 7 – Esquema geral de abordagem da ação ergonômica</p><p>Fonte: Santos e Fialho (1997, p. 20).</p><p>A partir das observações e das entrevistas com os operadores poderá, então, estar em condições de formular um diagnóstico local</p><p>de utilidade à empresa. Esta sistemática pode ser observada na figura 7.</p><p>ROTEIRO GENÉRICO PARA ELABORAÇÃO DE UMA AET</p><p>Compreensão da tarefa e suas relações com o meio;</p><p>Levantamento de requisitos para atendimento da tarefa;</p><p>Definição de meios de produção necessários à tarefa;</p><p>Estudos de postura para a execução da tarefa;</p><p>Áreas livres e/ ou de influência (Envelope Humano);</p><p>Observação e análise da atividade (trabalho executado);</p><p>Confronto entre o previsto (tarefa) e o realizado (atividade);</p><p>Diagnóstico;</p><p>Ecomendações e Sugestões.</p><p>Avançar</p><p>UNICESUMAR | UNIVERSO EAD</p><p>Unidade 3 Pagina inicial</p><p>Pular para o conteúdo principal Pular para a navegação</p><p>ATIVIDADES</p><p>1. O assento é, provavelmente, uma das invenções que mais contribuiu para modificar o comportamento humano. Muitas pessoas</p><p>chegam a passar mais de 20 horas por dia na posição sentada e deitada. Com relação aos assentos, deve-se observar os seguintes</p><p>princípios gerais, exceto:</p><p>a) Existe um assento adequado para cada tipo de função.</p><p>b) As dimensões do assento devem ser adequadas às dimensões antropométricas.</p><p>c) O assento não deve permitir variações de postura.</p><p>d) O encosto deve ajudar no relaxamento.</p><p>e) Assento e mesa formam um conjunto integrado.</p><p>2. As vibrações podem afetar as mãos e braços ou ocorrer no corpo inteiro, quando surge nos pés na posição em pé ou no assento</p><p>por meio da posição sentada. Qual é a variável comum, tanto para Iida quanto para Dul e Weerdmeester, que influencia no efeito</p><p>da vibração?</p><p>a) Frequência.</p><p>b) Duração.</p><p>c) Nível.</p><p>d) Direção.</p><p>e) Sentido.</p><p>3. De acordo, o item 8.1 da Norma Regulamentadora n. 17, o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO),</p><p>além de atender à Norma Regulamentadora</p><p>n. 7, deve, necessariamente, reconhecer e registrar os riscos identificados em qual documento?</p><p>a) PPRA.</p><p>b) AET.</p><p>c) PCMAT.</p><p>d) CIPA.</p><p>e) SIPAT.</p><p>Resolução das atividades</p><p>Avançar</p><p>UNICESUMAR | UNIVERSO EAD</p><p>Unidade 3 Pagina inicial</p><p>Pular para o conteúdo principal Pular para a navegação</p><p>RESUMO</p><p>Neste estudo, verificamos a importância da antropometria dentro do ambiente do trabalho, comprovando a necessidade de se</p><p>conhecer às medidas antropométricas, assim como dos métodos utilizados para se obter estas medidas, foram analisados os</p><p>fatores ambientais referentes aos ruídos, clima, iluminação, vibrações, radiações e substâncias químicas que podem comprometer</p><p>a segurança, saúde e o conforto das pessoas - sendo recomendados limites máximos de exposição a cada fator, assim como, as</p><p>respectivas sugestões necessárias para limitar estas exposições.</p><p>Uma das aplicações das medidas antropométricas na ergonomia é no dimensionamento do espaço de trabalho e desenvolvimento</p><p>de produtos industrializados como mobília, automóveis, ferramentas etc. Na ergonomia, diversas ferramentas têm sido utilizadas</p><p>para melhorar a adaptação do trabalho ao homem. A análise do posto de trabalho e de como o homem interage nesse ambiente são</p><p>fatores que vêm sendo discutidos por pesquisadores há muito tempo.</p><p>Com o avanço da tecnologia, haverá um aumento na precisão e automatização das técnicas de medida para uma melhor definição</p><p>do tamanho humano e da mecânica do espaço de trabalho,</p><p>o</p><p>surgimento da Ergonomia no Brasil ocorreu anterior à criação da Associação.</p><p>De acordo com Soares (2005), a ergonomia brasileira surgiu da difusão da ergonomia em âmbito internacional e desde então</p><p>ocupa um relativo destaque nesse cenário. Moraes e Soares (1989) concluem que as primeiras vertentes de implantação da</p><p>ergonomia no Brasil ocorreram juntamente às engenharias e ao design, sem aplicação experimental, na Universidade de São Paulo</p><p>de Ribeirão Preto e na Fundação Getúlio Vargas do Rio de Janeiro.</p><p>Dessa forma, os autores apresentam grandes acontecimentos que contribuíram para o crescimento da Ergonomia no Brasil:</p><p>Em 1960, no curso de Engenharia de Produção da Escola Politécnica da USP, por meio do professor Sérgio Penna Kehl na</p><p>abordagem de “O Produto e Homem”.</p><p>Em 1970, ocorreu a introdução do ensino de ergonomia no curso de Engenharia de Produção, do Programa de Pós-</p><p>Graduação em Engenharia da UFRJ, tendo como professor Itiro Iida.</p><p>Em 1973, foi publicado o primeiro livro de ergonomia escrito por um autor brasileiro, intitulado “Ergonomia: notas de</p><p>classe”.</p><p>Em 1976, ocorreu a introdução do ensino de ergonomia no curso de Desenho Industrial da Escola Superior de Desenho</p><p>Industrial da UERJ.</p><p>Além desses fatos, Barbosa Fillho (2010) e Másculo (2008) mostram que:</p><p>Em 1983, foi criada, no Brasil, a Associação Brasileira de Ergonomia (ABERGO), entidade que congrega os profissionais</p><p>nacionais com interesse na temática e que realiza encontros bienais para promovê-la por todo o Brasil, sendo ela também</p><p>filiada a IEA.</p><p>Em 1998, foi lançado o Núcleo de Ergonomia Aplicada do Recife (NEAR), cuja perspectiva é se tornar o centro de referência</p><p>estadual sobre as temáticas relacionadas à saúde, segurança do trabalho e correlatas.</p><p>Outros acontecimentos também foram importantes para que a Ergonomia fosse difundida no país, como:</p><p>A edição, pelo Ministério do Trabalho e Emprego, da portaria n° 3214 de 08/06/1978 em que aprovou as Normas</p><p>Regulamentadoras (NR), do Capítulo V, Título II, da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), no qual foi atribuída à NR 17 a</p><p>temática de Ergonomia.</p><p>Em 23 de novembro de 1990, o Ministério do Trabalho e Previdência Social, instituiu a Portaria n° 3751 alterando a Norma</p><p>Regulamentadora 17, em que visa a estabelecer parâmetros que permitam a adaptação das condições de trabalho às</p><p>características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e</p><p>desempenho eficiente, incluindo os aspectos relacionados ao levantamento, ao transporte e à descarga de materiais, ao</p><p>mobiliário, aos equipamentos e às condições ambientais do posto de trabalho e à própria organização do trabalho.</p><p>Por meio da instituição dessa Norma, a Ergonomia no Brasil ganha mais destaque no ambiente laboral, exigindo que as empresas</p><p>adotem procedimentos para permitir aos funcionários melhores condições de trabalho.</p><p>E, para demonstrar a evolução da Ergonomia no Brasil, de acordo com um levantamento realizado por Silva e Pascoarelli (2010),</p><p>demonstra que no site do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) no diretório dos Grupos de</p><p>Pesquisa no Brasil, utilizando a palavra-chave “ergonomia”, identificou que 165 grupos realizam pesquisa nessa área.</p><p>Os autores complementam, ainda, que o primeiro evento na área foi o 1º Seminário Brasileiro de Ergonomia, organizado em 1974,</p><p>pela Associação Brasileira de Psicologia Aplicada em parceria com o Instituto Superior de Estudos e Pesquisas Psicossociais da</p><p>Fundação Getúlio Vargas. Já, o primeiro evento efetivamente organizado pela ABERGO foi o 2º Seminário Brasileiro de</p><p>Ergonomia, em 1984. Além disso, a partir da consulta nos Anais dos congressos da ABERGO, que a partir de 2004 passaram a ser</p><p>bienais, foram publicados um total de 1.553 artigos ao longo desses anos, fomentando ainda mais a Ergonomia e a sua atuação no</p><p>ambiente do trabalho.</p><p>DEFINIÇÕES DA ERGONOMIA</p><p>Nossa, quanta história aprendida nesse encontro, não é mesmo? E, para finalizar o nosso estudo, serão apresentadas as principais</p><p>definições da temática Ergonomia.</p><p>Como aprendido anteriormente, a palavra Ergonomia é derivada de duas palavras gregas: Ergos + Nomos. Contudo, conhecer</p><p>apenas a origem da palavra não é o bastante. Por isso, serão abordadas as principais definições da Ergonomia. Observe que não há</p><p>uma definição única e exclusiva, não há certa ou errada, mas sim todas se complementam para possibilitar ao leitor um melhor</p><p>entendimento do tema.</p><p>A Associação Brasileira de Ergonomia, em 2013, disponibilizou no seu site um documento intitulado “O que é Ergonomia” e</p><p>reconheceu a seguinte definição:</p><p>em agosto de 2000, a Associação Internacional de Ergonomia – IEA adotou a definição oficial de ergonomia,</p><p>como sendo uma disciplina científica relacionada ao entendimento das interações entre os seres humanos e</p><p>diferentes elementos ou sistemas, e à aplicação de teorias, princípios, dados e métodos a projetos com o</p><p>objetivo de aperfeiçoar o bem estar humano e métodos a projetos com o objetivo de aperfeiçoar o bem</p><p>estar humano e o desempenho global do sistema (ABERGO, 2013, on-line)¹.</p><p>Já Oliveira Netto e Tavares (2006, p. 12) entendem que:</p><p>a ergonomia é um conjunto de estudos que visam à organização metódica do trabalho em função do fim</p><p>proposto e das relações entre o homem e a máquina. Sua aplicação serve também para minimizar os</p><p>acidentes de trabalho.</p><p>Dul e Weerdmeester (2004) definem a ergonomia como sendo uma ciência aplicada ao projeto de máquinas, equipamentos,</p><p>sistemas e tarefas, entendendo-se que a ergonomia nada mais é do que agrupar conhecimentos relativos ao homem e necessários</p><p>à concepção de instrumentos, máquinas e dispositivos que possam ser utilizados de forma mais confortável possível, levando em</p><p>consideração a segurança e a eficiência ao trabalhador.</p><p>E, para finalizar, vejamos o que defende Barbosa Filho (2010, p. 70) “ergonomia: a ciência do conforto humano, a busca do bem-</p><p>estar, a promoção da satisfação no trabalho, à maximização da capacidade produtiva e a segurança plena”.</p><p>Caro(a) aluno(a), como você observou, foram apresentadas várias definições acerca da Ergonomia e todas elas se</p><p>complementaram. Essas são as únicas definições para esse tema, professor? Felizmente, não! Pois, assim o estudante tem a</p><p>possibilidade de aprofundar ainda mais o seu estudo. Caso seja pesquisado, certamente serão encontradas outras definições sobre</p><p>Ergonomia. Contudo, garanto que uma das definições apresentadas fizeram você compreender a definição da Ergonomia, não é</p><p>mesmo? Então, agora solicito que seja feita uma releitura em todos os conceitos apresentados e marque aquele que você mais se</p><p>identificou.</p><p>ÁREAS DE ABRANGÊNCIA</p><p>DA ERGONOMIA</p><p>Prezado(a) aluno(a), espero que tenha gostado da nossa primeira aula. Agora que você já conhece a história da Ergonomia e suas</p><p>principais definições, é necessário compreender o seu objetivo, sua área de abrangência, assim como os principais conceitos</p><p>utilizados em Ergonomia para que tenha, ainda mais, conhecimento sobre essa importante ciência.</p><p>OBJETIVOS DA ERGONOMIA</p><p>A literatura apresenta diversos objetivos para Ergonomia. Porém, assim como foi verificado na definição de Ergonomia, nenhum</p><p>objetivo é mais certo ou mais errado que o outro. Você vai perceber que todos se complementam auxiliando o estudante a obter</p><p>maior conhecimento sobre o objetivo dessa ciência.</p><p>Para iniciar nosso estudo, apresento o objetivo destacado por Minicucci (1995). Segundo o autor, a ergonomia tem como</p><p>propósito, dentre outros, estudar as características materiais do trabalho, como o peso dos instrumentos, a resistência dos</p><p>comandos, a dimensão do posto de trabalho; o meio ambiente físico (o ruído, iluminação, vibrações, ambiente térmico); a duração</p><p>da tarefa, os horários, as pausas no trabalho; o modelo de treinamento e aprendizagem e as lideranças e ordens dadas. Observe</p><p>que, nesse</p><p>roupas e equipamentos.</p><p>Com o estabelecimento das relações espaciais em coordenadas tridimensionais associando a engenharia, a biomecânica e a</p><p>antropometria, uma nova variedade de fenômenos pode vir a ser investigadas como procedimentos diagnósticos, a construção de</p><p>próteses ou a simples confecção de uma roupa. Cabe a nós, profissionais da área, ou de qualquer área, sempre estarmos em</p><p>sintonia com o desenvolvimento tecnológico e sempre na atualização de novos procedimentos e técnicas.</p><p>Avançar</p><p>UNICESUMAR | UNIVERSO EAD</p><p>Unidade 3 Pagina inicial</p><p>Pular para o conteúdo principal Pular para a navegação</p><p>Material Complementar</p><p>Leitura</p><p>Dimensionamento Humano para Espaços Interiores. Um Livro de</p><p>Consulta e Referência para Projetos</p><p>Autor: Julius Panero e Martin Zelnik</p><p>Editora : Gustavo Gili - GG</p><p>Sinopse : o estudo das medidas do corpo humano em base comparativa é</p><p>conhecido como antropometria. Sua aplicação ao projeto se dá por meio</p><p>da interface, ou adequação física, entre o corpo humano e os vários</p><p>elementos que compõem os espaços interiores. Dimensionamento</p><p>Humano para Espaços Interiores é o primeiro e mais completo livro de</p><p>referência, baseado na antropometria, para padrões de projeto e design,</p><p>dirigido a todos profissionais envolvidos com o planejamento físico e</p><p>detalhamento de interiores, incluindo designers de interiores, arquitetos,</p><p>desenhistas industriais e de móveis, construtores e estudantes de design</p><p>ou arquitetura. O uso dos dados antropométricos, embora não substitua</p><p>um bom projeto ou uma análise crítica por parte do profissional, deve ser</p><p>visto como uma das muitas ferramentas do processo de projeto.</p><p>Avançar</p><p>UNICESUMAR | UNIVERSO EAD</p><p>Unidade 3 Pagina inicial</p><p>Pular para o conteúdo principal Pular para a navegação</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>BRASIL. Ministério da Saúde. Lesões por esforços repetitivos – LER e Distúrbios Osteomusculares Relacionado ao Trabalho -</p><p>DORT . Brasília: Ministério da Saúde, 2001.</p><p>__________ Ministério do Trabalho. Portaria nº 3214, de 08 de junho de 1978: Aprova as normas regulamentadoras que consolidam</p><p>as leis do trabalho, relativas à segurança e medicina do Trabalho. Norma Regulamentadora nº 17 (NR 17): Ergonomia . Diário</p><p>Oficial da República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, 1978. Disponível em: < http://trabalho.gov.br/images</p><p>/Documentos/SST/NR/NR17.pdf > Acesso em: 22 julho 2017.</p><p>__________ Ministério do Trabalho. Manual de aplicação da Norma Regulamentadora n. 17. 2. ed. Brasília: MTE, SIT, 2002. 101 p.</p><p>DUL, J.; WEERDMEESTER, B. Ergonomia Prática . Tradução por Itiro Iida. São Paulo: E. Blücher, 2004. 137 p.</p><p>JARUFE, M. S. S. Ergonomia no projeto e na produção . Espírito Santo: UFES, [s.d.]. Disponível em: <http://www3.ceunes.ufes.br</p><p>/downloads/2/manueljarufe-MiApostila%20Manuel%20-%20 Ergonomia%20Eng%20Prod%202010.pdf>. Acesso em: 21 jul.</p><p>2017. [Apostila].</p><p>FALZON, P. Ergonomia . 02. ed. São Paulo: Edgar Blücher, 2012.</p><p>IIDA, I. Ergonomia : projeto e produção. São Paulo: Edgard Blücher, 2005.</p><p>KROEMER, K. H. E.; GRANDJEAN, E. Manual de Ergonomia : Adaptando o trabalho ao homem. 5. ed. Porto Alegre: Bookman,</p><p>2004. 328 p.</p><p>MÁSCULO, F. S.; VIDAL, M. C. Ergonomia : Trabalho adequado e eficiente. Rio de Janeiro: Elsevier Ltda, 2011.</p><p>SANTOS, M. H. R. et al. Análise de Postura e Carga através dos métodos OWAS e NIOSH em uma fábrica de sorvetes no Sul do</p><p>Brasil, XXXIII Encontro Nacional de Engenharia de Produção , Salvador, BA, 2013. Disponível em: < http://www.abepro.org.br</p><p>/biblioteca/enegep2013_tn_ sto_180_027_22719.pdf >. Acesso em: 17 ago. 2018.</p><p>SANTOS, N.; FIALHO F. A. P. Manual de Análise Ergonômica do Trabalho . Curitiba: Gêneses, 1997.</p><p>SILVA, J. C. P. DA.; PASCHOARELLI, L. C. A evolução histórica da ergonomia no mundo e seus pioneiros . São Paulo: Cultura</p><p>Acadêmica, 2010.</p><p>REFERÊNCIAS ON-LINE</p><p>1. Em: <http://segurancanotrabalho.eng.br/ergonomia/11.pdf> . Acesso em: 22 ago. 2018.</p><p>2 Em: <http://www.victordobrasil.com.br/site/index.php/pt-BR/virtuemart-categories/ seguran%C3%A7a-do-trabalho/vc824-</p><p>decibel%C3%ADmetro-digital-detail> . Acesso em: 17 ago. 2018.</p><p>3 Em: < http://www.fluke.com/fluke/brpt/ferramentas-de-alinhamento-a-laser-e-medidores-de-vibracao/Fluke-</p><p>810.htm?PID=56137 >. Acesso em: 15 ago. 2018.</p><p>4 Em: < http://www.victordobrasil.com.br/site/index.php/pt-BR/virtuemart-categories/ seguran%C3%A7a-do-</p><p>trabalho/vc1010a-lux%C3%ADmetro-digital-detail >. Acesso em: 17 ago. 2018.</p><p>Avançar</p><p>UNICESUMAR | UNIVERSO EAD</p><p>Unidade 3 Pagina inicial</p><p>Pular para o conteúdo principal Pular para a navegação</p><p>APROFUNDANDO</p><p>Análise Ergonômica do Trabalho ou Laudo Ergonômico?</p><p>Como aprofundamento, iremos fazer uma análise sobre Análise Ergonômica do Trabalho e Laudo Ergonômico. Qual a diferença?</p><p>Ambas as denominações são comuns no meio empresarial e causam, inclusive, confusões entre alguns profissionais que atuam na</p><p>área. Começaremos por algumas constatações de nossa vivência prática.</p><p>A palavra “ Laudo ” denota resposta a um conjunto de questionamentos ou itens de conformidade ao qual se deve apresentar uma</p><p>investigação e resposta (seja de solução ou de opinião). Nesse sentido, teríamos no Laudo Ergonômico um documento que</p><p>responde todas as questões ergonômicas relativas à uma situação de trabalho. Em partes, pois na prática não é o que se observa</p><p>habitualmente.</p><p>Um “ laudo ” geralmente é solicitado mediante uma solicitação do auditor fiscal do trabalho, quando encontrada alguma</p><p>irregularidade, alguma situação de não conformidade. Aproxima-se mais do sentido de perícia.</p><p>O laudo ergonômico tem por objetivo analisar as condições de trabalho dos setores administrativos e produtivos da empresa, ou</p><p>mesmo de um estabelecimento particular como uma residência, sob os aspectos da Ergonomia e das condições Ambientais,</p><p>visando fornecer subsídios para a empresa, ou para o solicitante, para implementar mudanças em sua organização e método de</p><p>trabalho, no sentido de diminuir os riscos da ocorrência de acidentes e moléstias do trabalho.</p><p>Obviamente que sempre que um laudo é solicitado espera-se respostas a todos os itens observados, mas não necessariamente</p><p>todos os itens que circundam uma situação de trabalho, atributos da Análise Ergonômica do Trabalho (AET).</p><p>O termo Análise Ergonômica do Trabalho ou Estudo Ergonômico demanda maior aprofundamento nas questões gerais dos postos ou</p><p>situações de trabalho. Em tese, é o estudo das condições de trabalho que se precisa efetivar para atendimento à NR 17.</p><p>Esse tipo de análise tem suas raízes nas escolas francesas e belga e compreende basicamente as etapas de:</p><p>Análise da demanda - entendimento daquilo que se pretende com o estudo, o alcance da ação. Em geral nesta etapa,</p><p>analisam-se os dados de afastamentos, doenças ocupacionais, queixas, jornada, análise do perfil da população trabalhadora</p><p>entre outros;</p><p>Análise da tarefa - a análise da tarefa, também conhecida por trabalho prescrito, é o estudo daquilo que a empresa projeta</p><p>como ideal na situação de trabalho, incluindo suas normas e regras. Por meio desta análise avalia-se, por exemplo, as normas</p><p>de produção, tempos de ciclo, indicadores de ruído, iluminação, temperatura, entre outros fatores. Em resumo, se avalia as</p><p>condições oferecidas pela empresa aos trabalhadores;</p><p>Análise da atividade - ponto central da análise ergonômica busca compreender o trabalho como acontece de forma prática e</p><p>recebe a denominação de trabalho real. Quanto maior o distanciamento entre tarefa e atividade, em geral maiores os custos</p><p>e sofrimentos no trabalho. Nesta etapa, deve-se além de entender os riscos ergonômicos, qualificá-los e quantificá-los,</p><p>conferindo um correto diagnóstico ergonômico;</p><p>Caderno de recomendações (encargos) - como fase final do estudo projeta-se o caderno de recomendações, que</p><p>compreende o plano de ação para correções das situações anormais verificadas. É de suma importância atribuir um plano</p><p>real, dentro das condições prioritárias</p><p>de mudança e que traga benefícios efetivos e progressivos.</p><p>A AET tem como objetivo rastrear, observar, avaliar e analisar o profissional em seu real posto de trabalho e verificar as relações</p><p>existentes entre demandas de doenças, acidentes e produtividade com as condições de trabalho, com as interfaces, com os</p><p>sistemas e com a organização do trabalho.</p><p>Existem muitas formas e modelos de laudo ergonômico ou análise ergonômica do trabalho. Entretanto, a melhor maneira de</p><p>promover transformações no ambiente de trabalho é compreendê-lo em sua essência e trazer para junto do estudo os</p><p>trabalhadores, que são aqueles que conhecem profundamente as situações de trabalho e podem contribuir de maneira grandiosa</p><p>para a construção de estudos de qualidade.</p><p>O Laudo Ergonômico é geralmente um documento emitido como resposta à algumas ou diversas das questões ergonômicas</p><p>relativas à uma condição específica de trabalho em um determinado posto de trabalho. Certamente que um laudo ergonômico é</p><p>solicitado para que um conjunto de respostas seja dada aos itens analisados, embora não necessariamente a totalidade dos itens</p><p>relacionados à uma situação de trabalho, condição que caracteriza a Análise Ergonômica do Trabalho (AET).</p><p>Fonte: o autor.</p><p>PARABÉNS!</p><p>Você aprofundou ainda mais seus estudos!</p><p>Avançar</p><p>UNICESUMAR | UNIVERSO EAD</p><p>Unidade 3 Pagina inicial</p><p>Pular para o conteúdo principal Pular para a navegação</p><p>EDITORIAL</p><p>DIREÇÃO UNICESUMAR</p><p>Reitor Wilson de Matos Silva</p><p>Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho</p><p>Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho</p><p>Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva</p><p>Pró-Reitor de Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin</p><p>Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi</p><p>C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ . Núcleo de Educação a Distância;</p><p>SOUZA , Thiago Vieira; NUNES , Anna Carolina Bornhausen; BOSSETTO , Marco Aurélio.</p><p>Ergonomia. Thiago Vieira Souza; Anna Carolina Bornhausen Nunes; Marco Aurélio Bossetto.</p><p>Maringá-Pr.: UniCesumar, 2017.</p><p>44 p.</p><p>“Pós-graduação Universo - EaD”.</p><p>1. Ergonomia 2. Design 3. EaD. I. Título.</p><p>CDD - 22 ed. 620.82</p><p>CIP - NBR 12899 - AACR/2</p><p>Pró Reitoria de Ensino EAD Unicesumar</p><p>Diretoria de Design Educacional</p><p>Equipe Produção de Materiais</p><p>Fotos : Shutterstock</p><p>NEAD - Núcleo de Educação a Distância</p><p>Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jardim Aclimação - Cep 87050-900</p><p>Maringá - Paraná | unicesumar.edu.br | 0800 600 6360</p><p>Retornar</p><p>UNICESUMAR | UNIVERSO EAD</p><p>Unidade 4 Pagina inicial</p><p>Pular para o conteúdo principal Pular para a navegação</p><p>DOENÇA OCUPACIONAL E A</p><p>NORMA</p><p>REGULAMENTADORA 17</p><p>Professor :</p><p>Me. Marco Aurélio Bossetto</p><p>Objetivos de aprendizagem</p><p>Conhecer as recomendações e as considerações acerca do trabalho realizado pelo levantamento e transporte manual de</p><p>carga. Apresentar a equação NIOSH e compreender o modelo de cálculo empregado para obtenção do limite de peso</p><p>recomendado.</p><p>Compreender a biomecânica e os seus principais fatores. Apresentar o método Ovako Working Posture Analysing System</p><p>(OWAS) com o intuito de avaliar a postura correta nos diferentes ambientes de trabalho.</p><p>Definir posto de trabalho. Apresentar o método Rapid Upper Limb Assessment (RULA), como ferramenta de avaliação dos</p><p>postos de trabalho.</p><p>Plano de estudo</p><p>A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:</p><p>O Levantamento e Transporte Manual de Carga e a Equação NIOSH</p><p>A Postura e o Método OWAS</p><p>O Posto de trabalho e o Método RULA</p><p>Introdução</p><p>Caro(a) aluno(a),</p><p>Aqui, trataremos de três assuntos importantes para garantir a qualidade de vida e saúde dos trabalhadores, bem como para</p><p>manter a produtividade de uma empresa. Inicialmente conversaremos sobre o levantamento e transporte manual de cargas, tema,</p><p>este, bastante corriqueiro nas diversas profissões.</p><p>Podemos nos deparar com cargas no setor da construção civil, transporte, saúde, indústrias e, até mesmo, no campo – pecuária. E</p><p>de que modo este levantamento e transporte deve ser desenvolvido sem que haja prejuízos à saúde física do trabalhador,</p><p>assegurando o pleno funcionamento humano em seu local de trabalho? Existem técnicas de levantamento e transporte? Sim,</p><p>existem e esses será um dos temas que trataremos neste estudo.</p><p>A seguir, apresentaremos a você um outro tema muito relevante que vem a ser a postura dos trabalhadores. Em qualquer setor</p><p>que o funcionário atue, ele fará uso de seu corpo como um meio de desenvolver suas atividades laborais. E uma das estruturas que</p><p>mais se compromete é a coluna, nossa base de sustentação, equilíbrio e apoio. Atividades desenvolvidas exigem do trabalhador a</p><p>adoção de uma postura correta. Daí a importância de trazermos esse tema para estudo. Do mesmo modo que quantificamos o</p><p>levantamento manual com o método NIOSH, para avaliarmos a sobrecarga ou não, há um método para realizar esta “cobrança”</p><p>sobre o sistema musculoesquelético do trabalhador: o Método OWAS, que analisa as posturas de trabalho que se apresentam</p><p>inadequadas, identifica as posturas mais prejudiciais e ainda identifica as regiões que são mais atingidas.</p><p>Contudo, para desenvolver as atividades laborais fazemos uso de um posto de trabalho, certo? Então, trataremos do posto de</p><p>trabalho e do Método RULA, que é uma adaptação do método OWAS, com algumas outras variáveis: força, repetição e amplitude</p><p>do movimento articular.</p><p>Pronto(a) para começar? Então juntos vamos juntos conhecer melhor todos esses temas! Bom estudo!</p><p>Avançar</p><p>UNICESUMAR | UNIVERSO EAD</p><p>Unidade 4 Pagina inicial</p><p>Pular para o conteúdo principal Pular para a navegação</p><p>DOENÇA OCUPACIONAL</p><p>RELACIONADA COM A ERGONOMIA</p><p>Nesse encontro, abordaremos as principais lesões e distúrbios referente aos esforços repetitivos relacionados ao trabalho.</p><p>Conforme o Ministério da Saúde (BRASIL, 2001), atualmente, as expressões de desgaste de estruturas do sistema</p><p>musculoesquelético atingem várias categorias profissionais e têm várias denominações, entre as quais, podem ser citadas as</p><p>Lesões por Esforços Repetitivos (LER) e Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT), adotadas pelo Ministério</p><p>da Saúde (MS) e pelo Ministério da Previdência Social (MPAS). A alta prevalência de LER/DORT tem sido explicada por</p><p>transformações do trabalho e das empresas, cuja organização tem se caracterizado pelo estabelecimento de metas e</p><p>produtividade, considerando suas necessidades, particularmente de qualidade dos produtos e serviços e aumento da</p><p>competitividade de mercado, sem levar em conta os trabalhadores e seus limites físicos e psicossociais.</p><p>Exige-se a adequação dos trabalhadores às características organizacionais das empresas, pautadas por intensificação do trabalho,</p><p>aumento real das jornadas e prescrição rígida de procedimentos, impossibilitando manifestações de criatividade e flexibilidade.</p><p>LER e DORT</p><p>A LER é a sigla utilizada para “Lesões por Esforços Repetitivos” representada por um grupo de afecções do sistema</p><p>musculoesquelético, as quais apresentam manifestações clínicas distintas variando em intensidade.</p><p>A DORT se refere à sigla para “Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho” e segundo a Sociedade Brasileira de</p><p>Reumatologia (2016, on-line)1 foi introduzida para substituir a sigla LER, devido a duas razões:</p><p>a. Devido a maioria dos trabalhadores com sintomas no sistema musculoesquelético não apresentar evidência de lesão em</p><p>nenhuma estrutura.</p><p>b. Além do esforço repetitivo (sobrecarga dinâmica), outros tipos de sobrecargas no trabalho podem ser lesivos para o</p><p>trabalhador, tais como:</p><p>Sobrecarga estática (uso de contração muscular por tempos prolongados para manutenção de postura).</p><p>Excesso de força aplicada para execução de tarefas.</p><p>Uso de equipamentos que transmitam vibração excessiva.</p><p>Trabalhos realizados com posturas inadequadas.</p><p>FORMAS DE OCORRÊNCIA DE LER E DORT</p><p>De uma forma geral, ambos são danos decorrentes do emprego excessivo, de movimentos e esforços</p><p>impostos ao sistema</p><p>musculoesquelético, sem a devida falta de tempo para recuperação. Apresentam como característica a ocorrência de vários</p><p>sintomas, concomitantes ou não, sendo que o seu aparecimento pode ocorrer sem apresentar sintomas específicos, ocorrendo,</p><p>principalmente, nos membros superiores.</p><p>Os diversos estudos e pesquisas envolvendo as mais variadas atividades laborais comprovam que, de acordo com as condições a</p><p>que estas atividades estão expostas, possibilitam o surgimento e/ou agravamento de quadros relacionados à LER/DORT.</p><p>Estas atividades laborais podem ser identificadas por meio dos seguintes trabalhadores:</p><p>Soldadores de estaleiros.</p><p>Trabalhadores industriais expostos a atividades com alta repetitividade e força.</p><p>Trabalhadores de linhas de montagem de embalagens.</p><p>Trabalhadores de abatedouros.</p><p>Empacotadores.</p><p>Digitadores.</p><p>Montadores de componentes eletrônicos.</p><p>Trabalhadores do setor de investimentos etc.</p><p>Não apenas os fatores mecânicos, mas também outros estão envolvidos, como, por exemplo, os fatores sociais, familiares,</p><p>econômicos, bem como, os graus de insatisfação no trabalho, depressão, ansiedade, problemas pessoais ou outros, o que torna</p><p>questionável o diagnóstico de LER ou DORT em muitos trabalhadores.</p><p>De acordo com o Ministério da Saúde (BRASIL, 2001), a ocorrência de LER/ DORT em um grande número de pessoas, em</p><p>diferentes países e em atividades consideradas leves, gerou uma mudança no conceito tradicional de que o trabalho pesado,</p><p>envolvendo esforço físico, é mais desgastante do que o trabalho leve.</p><p>Em relação aos casos de LER/DORT no Brasil, foram inicialmente descritos como tenossinovites ocupacionais. Porém, na área</p><p>social, principalmente na década de 80, os sindicatos dos trabalhadores de processamento de dados iniciaram uma luta pelo</p><p>enquadramento da tenossinovite como doença do trabalho.</p><p>Tenossinovite é o termo utilizado usualmente para definir uma inflamação da membrana que recobre o</p><p>tendão, tendo a dupla função de lubrificação e nutrição, no seu interior é que ocorre o deslizamento dos</p><p>tendões, quando da execução de qualquer movimento.</p><p>Fonte: o autor.</p><p>Em relação aos casos de LER/DORT, é importante verificar os inúmeros fatores de risco envolvidos direta ou indiretamente, sendo</p><p>que os fatores de risco não são essencialmente as causas diretas de LER/DORT, mas podem causar respostas que produzem as</p><p>lesões ou os distúrbios.</p><p>Outro importante fator é em relação à interação que ocorre entre os fatores de risco, os quais não são independentes, por isso</p><p>devem sempre ser analisados de forma integrada, envolvendo aspectos biomecânicos, cognitivos, sensoriais, afetivos e de</p><p>organização do trabalho. Como exemplo, são citados os fatores organizacionais, como carga de trabalho e pausas para descanso,</p><p>que podem controlar fatores de risco em relação à frequência e à intensidade.</p><p>Já em relação aos fatores físicos de risco não organizacionais, destacam-se quatro elementos, conforme o Quadro 1.</p><p>Quadro 1 – Fatores físicos de risco não organizados</p><p>Fonte: Brasil (2001, on-line).</p><p>GRUPOS DE FATORES DE RISCO PARA LER E DORT</p><p>De acordo com o Ministério da Saúde (BRASIL, 2001), os grupos de fatores de risco para LER/DORT podem ser relacionados com:</p><p>O posto de trabalho – embora as dimensões do posto de trabalho não causem distúrbios musculoesqueléticos por si, elas</p><p>podem forçar o trabalhador a adotar posturas, a suportar certas cargas e a se comportar de forma a causar ou agravar as</p><p>afecções musculoesqueléticas. Como exemplo, podemos citar: mouse com fio curto demais, obrigando o trabalhador a</p><p>manter o tronco para frente sem encosto e o membro superior estendido; reflexos no monitor que atrapalham a visão, o que</p><p>obriga o trabalhador a permanecer em determinada postura do corpo e da cabeça para vencer essa dificuldade.</p><p>A exposição a vibrações – as exposições a vibrações de corpo inteiro, ou do membro superior, podem causar efeitos</p><p>vasculares, musculares e neurológicos.</p><p>A exposição ao frio – pode ter efeito direto sobre o tecido exposto e indireto pelo uso de equipamentos de proteção</p><p>individual contra baixas temperaturas, como, por exemplo, luvas.</p><p>A exposição a ruído elevado – entre outros efeitos, pode produzir mudanças de comportamento.</p><p>A pressão mecânica localizada – a pressão mecânica provocada pelo contato físico de cantos retos ou pontiagudos de</p><p>objetos. Ferramentas e móveis com tecidos moles de segmentos anatômicos e trajetos nervosos ocasionam compressões de</p><p>estruturas moles do sistema musculoesquelético.</p><p>As posturas – podem causar afecções musculoesqueléticas, possuem três características, que podem estar presentes</p><p>simultaneamente.</p><p>A carga estática – está presente quando um membro é mantido numa posição que vai contra a gravidade. Nesses casos, a</p><p>atividade muscular não pode se reverter à zero (esforço estático).</p><p>A invariabilidade da tarefa – implica monotonia fisiológica e/ou psicológica. Assim, a carga mecânica fica restrita a um ou a</p><p>poucos segmentos corpóreos, amplificando o risco potencial.</p><p>As exigências cognitivas – podem ter um papel no surgimento das lesões e dos distúrbios, seja causando um aumento da</p><p>tensão muscular, seja causando uma reação mais generalizada de estresse.</p><p>Os fatores organizacionais e psicossociais ligados ao trabalho – são as percepções subjetivas que o trabalhador tem dos fatores de</p><p>organização do trabalho.</p><p>LESÕES PROVENIENTES DO LER E DORT</p><p>a. Tenossinovite ou “dedo em gatilho” – ocorre nos tendões flexores superficiais dos quirodáctilos, geralmente na região da</p><p>cabeça do metacarpo, que contém uma polia contensora. Um espessamento no tendão o leva a ficar encarcerado em flexão.</p><p>b. Tenossinovite de DeQuervain – ocorre nos tendões abdutores longos e extensor curto do polegar, como é possível</p><p>observar na figura a seguir.</p><p>Figura 1 – Tendinite de DeQuervain</p><p>Fonte: Pinheiro (2016, on-line)2.</p><p>c. Epicondilite lateral (“cotovelo de tenista”) – decorre do envolvimento da origem dos tendões extensores do carpo.</p><p>d. Síndrome do túnel do carpo – na face ventral do punho, o nervo mediano e os tendões flexores dos dedos atravessam um</p><p>túnel formado, posteriormente, pelos ossos do carpo e, anteriormente, pelo ligamento volar do carpo.</p><p>DOENÇA OCUPACIONAL X DOENÇA DO TRABALHO</p><p>A doença ocupacional , ou doença profissional , é desenvolvida pela prática do trabalho de uma atividade específica e constante, de</p><p>acordo com uma relação criada pelo Ministério do Trabalho e Emprego e pela Previdência Social. Como, exemplo, podemos citar</p><p>duas doenças graves, passíveis de serem consideradas por esses órgãos como doença ocupacional:</p><p>Saturnismo, que é a intoxicação causada por chumbo.</p><p>Silicose, ocasionada pela inalação de finas partículas de sílica.</p><p>A lei sobre doença ocupacional ou profissional encontra-se no artigo 20 da lei n.</p><p>8.213 de 24 de julho de 1991.</p><p>Existem outros tipos de doenças relacionadas ao ocupacional, e qualquer uma delas, adquiridas por meio de agentes nocivos como</p><p>venenos, radiação, meios físicos, biológicos ou químicos, são amparadas pela lei. Por outro lado, se os agentes nocivos estão além</p><p>do nível tolerado e o trabalhador é exposto sem proteção adequada, não é considerada doença ocupacional.</p><p>A doença do trabalho é aquela adquirida ou ocasionada por condições especiais de acordo como o trabalho que é feito,</p><p>relacionando-se diretamente ao trabalho exercido de forma constante. Como exemplo, podemos citar a disacusia — o mesmo que</p><p>surdez —, causada pelo trabalho devido a ruídos extremos no local.</p><p>A lei que rege este tipo de doença relacionada com o trabalho está no o inciso II do art. 20 da lei n. 8.213 de 24 de julho de 1991.</p><p>GINÁSTICA LABORAL</p><p>A necessidade da prática de exercícios físicos no local de trabalho remonta a Revolução Industrial (Inglaterra, século XVIII). A</p><p>partir desta época, o número de funcionários com Lesões por Esforços Repetitivos e Distúrbios Osteomoleculares Relacionados ao</p><p>Trabalho (L.E.R./D.O.R.T.) aumentou consideravelmente. O advento de novos processos de produção trouxe, em seu bojo,</p><p>mudanças consideráveis no ambiente de trabalho. Mais recentemente, a Era da Informática acentuou estas mudanças e catalisou</p><p>suas consequências. Os “Tempos Modernos” impuseram uma nova rotina aos operários, que, geralmente, têm uma vida sedentária,</p><p>passando muitas horas na mesma posição e quase sempre repetindo movimentos milhares de vezes por dia (IIDA, 2005).</p><p>Estatísticas atuais apontam que cerca de quatro milhões de brasileiros são submetidos a tratamento em razão de dores</p><p>provocadas pela postura incorreta no trabalho e pela pressão diária de situações competitivas. Surgiu, então, a necessidade da</p><p>criação de atividades que atuem direta e especificamente na prevenção de doenças nos sistemas muscular e nervoso dos</p><p>trabalhadores. A crescente preocupação das empresas com a saúde e desempenho de seus funcionários faz da Ginástica Laboral</p><p>uma ótima oportunidade de trabalho o para Profissional de Educação Física (FALZON, 2012).</p><p>Os primeiros registros da prática de Ginástica Laboral são de 1925. Neste ano, na Polônia, operários se exercitavam com uma</p><p>pausa adaptada a cada ocupação particular. Alguns anos depois, esta ginástica foi introduzida na Holanda e na Rússia. No início da</p><p>década de 60, ela começou a ser praticada na Alemanha, Suécia, Bélgica e Japão. Os Estados Unidos adotaram a Ginástica Laboral</p><p>em 1968. Os norte-americanos criaram a International Management Review, uma das mais significativas avaliações sobre a saúde</p><p>do trabalhador pelo exercício físico. Ainda nesta época, a NASA, a agência espacial dos Estados Unidos, envolveu 259 voluntários</p><p>numa pesquisa, que obteve resultados significativos.</p><p>No Brasil, as primeiras manifestações de atividades físicas, entre funcionários, foram registradas em 1901, mas a Ginástica Laboral</p><p>teve sua proposta inicial publicada em 1973. Algumas empresas começaram a investir em empreendimentos com opções de lazer e</p><p>esporte para os seus funcionários, como a Fábrica de Tecido Bangu, a pioneira e o Banco do Brasil, com a posterior criação da</p><p>Associação Atlética do Banco do Brasil (AABB).</p><p>Já no início da década de 70, a Federação de Estabelecimento de Ensino Superior (FEEVALE), em Novo Hamburgo (RS), por meio</p><p>da Escola de Educação Física, publicou uma proposta de exercícios baseados em análises biomecânicas, Educação Física</p><p>Compensatória e recreação. Em 1979, a mesma entidade, em convênio com o SESI (Serviço Social da Indústria), elaborou e</p><p>executou o projeto de Ginástica Laboral. Em 1999, a Escola de Educação Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul criou</p><p>o curso que visa preparar alunos e profissionais para esta área de atuação (SILVA; PASCHOARELLI, 2010).</p><p>TIPOS DE GINÁSTICA LABORAL</p><p>Existem três tipos de Ginástica Laboral: a Preparatória, Compensatória e a de Relaxamento.</p><p>1. A Ginástica Preparatória é realizada antes ou logo nas primeiras horas do início do trabalho. Na maioria das vezes, não é</p><p>possível implantar em todos os setores antes de iniciar a jornada, mas logo no seu início, e isso não descaracteriza como</p><p>preparatória. Ela é constituída de aquecimentos e ou alongamentos específicos para determinadas estruturas exigidas. O</p><p>objetivo é aumentar a circulação sanguínea, lubrificar e aumentar a viscosidade das articulações e tendões. Geralmente tem</p><p>duração de 5 a 10 minutos.</p><p>2. A Ginástica Compensatória é realizada no meio da jornada de trabalho, como uma pausa ativa para executar exercícios</p><p>específicos de compensação. Praticada junto às máquinas, mesas do escritório e, eventualmente, no refeitório ou em espaço</p><p>livre, utilizando exercícios de descontração muscular e relaxamento, visando diminuir a fadiga e prevenir as enfermidades</p><p>profissionais crônicas.</p><p>3. A de Relaxamento , realizada ao final da jornada de trabalho, tem como principal objetivo o alivio de tensões e diminuição do</p><p>estresse, onde são feitas automassagens, exercícios respiratórios, alongamentos e meditação.</p><p>As classificações da ginástica laboral também podem ser feitas por meio dos objetivos principais dos exercícios, como (KROEMER;</p><p>GRANDJEAN, 2004):</p><p>Ginástica corretiva/postural: relacionada ao equilíbrio entre as musculaturas agonista e antagonista, envolvendo</p><p>alongamento e fortalecimento de musculaturas em pouco uso. Tem a duração média de dez minutos, podendo ser realizada</p><p>todos os dias ou três vezes por semana.</p><p>Ginástica de compensação: objetiva a prevenção de adaptações e compensações posturais. São realizados exercícios</p><p>simétricos e alongamentos por até dez minutos.</p><p>Ginástica terapêutica: objetiva o tratamento de distúrbios, patologias e alterações posturais, conforme as principais</p><p>queixas. Necessita de um local apropriado e tem a duração média de trinta minutos.</p><p>Ginástica de manutenção/conservação: programa onde se busca manter os resultados decorrentes de um trabalho de</p><p>condicionamento físico, após alcançar o equilíbrio muscular e as correções necessárias. Necessita de uma sala especial para</p><p>o treinamento, utilizando o tempo de folga, com duração média entre quarenta e cinco e noventa minutos.</p><p>BENEFÍCIOS DA GINÁSTICA LABORAL</p><p>Confira, ponto a ponto, as melhorias que a ginástica laboral proporciona.</p><p>Aumenta a disposição e o ânimo para o trabalho.</p><p>Promove a socialização e a integração entre as pessoas, favorecendo o relacionamento social e o trabalho em equipe.</p><p>Melhora da autoestima e da autoimagem.</p><p>Combate às tensões emocionais (estresse, depressão, ansiedade).</p><p>Reduz índices de sedentarismo.</p><p>Melhora flexibilidade, força, coordenação, agilidade e resistência, promovendo maior mobilidade e melhor postura.</p><p>Reduz a sensação de fadiga muscular.</p><p>Aumenta a consciência corporal.</p><p>Minimiza os vícios posturais.</p><p>Contribui para maior eficiência no trabalho.</p><p>Promove o combate e a prevenção das doenças ocupacionais (LER/DORT).</p><p>Melhora a atenção e a concentração nas atividades desempenhadas, reduzindo os riscos de acidentes de trabalho.</p><p>PROGRAMA BÁSICO DE GINÁSTICA LABORAL</p><p>Há vários estudos que mostram os benefícios da ginástica laboral, dentre eles, destacam- se o alívio das dores corporais, a</p><p>diminuição dos casos de LER/DORT (L.E.R - Lesão por Esforço Repetitivo e D.O.R.T - Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao</p><p>Trabalho), além do alívio do estresse, melhora da postura, da saúde e, consequentemente, da produtividade. Segue alguns</p><p>exemplos:</p><p>Alongamento da panturrilha: apoie as mãos na cadeira e incline o corpo para frente e mova o quadril também para frente,</p><p>fazendo a perna de trás se esticar mais. Sinta o alongamento na panturrilha da perna de trás e segure por 15 a 30 segundos.</p><p>Alongamento MMSS (Membros Superiores): apoie as mãos no encosto da cadeira, flexione levemente os joelhos, estenda</p><p>os braços e pressione lentamente o tronco para baixo, por 15 a 30 segundos.</p><p>Alongamento de quadríceps e quadril: em pé, apoie uma das mãos na cadeira e flexione o joelho, segurando o tornozelo</p><p>com as mãos. Tente aproximar ao máximo o calcanhar das nádegas. Mantenha por 15 a 30 segundos a posição.</p><p>Rotação da coluna sentada: sentado na cadeira, com as pernas levemente afastadas, a coluna bem ereta e o peito aberto.</p><p>Inspire e, na expiração, rode o tronco para a direita. Retorne ao centro e execute o mesmo movimento para o outro lado.</p><p>Segure de 15 a 30 segundos.</p><p>Alongamento de posteriores das coxas: sentado na parte da frente da cadeira, incline o tronco à frente sobre a perna</p><p>estendida. Tente alcançar a ponta do pé, para sentir mais o alongamento na parte posterior da coxa.</p><p>Exercício para alongar o pescoço: em pé, pernas afastadas e coluna ereta. Com a mão direita segure a cabeça,</p><p>empurrando-a em direção ao ombro direito. Fique nessa posição entre 15 a 30 segundos e retorne. Repita do outro lado.</p><p>Manter os ombros relaxados.</p><p>Alongamento dos flexores do antebraço e punho: estenda um braço a frente com a palma da mão virada para</p><p>frente. Com a</p><p>outra mão, puxe suavemente os dedos para trás, até sentir o alongamento na região anterior do punho.</p><p>Alongamento dos extensores do antebraço e punho: estenda um braço a frente e com a palma da mão virada para baixo.</p><p>Com a outra mão pressione suavemente o dorso da mão para baixo, até sentir o alongamento do antebraço e punho.</p><p>Alongamento das costas: sentado em uma cadeira com os pés apoiados no chão. Curve-se, lentamente, para frente e para baixo.</p><p>Relaxe bem os ombros, braços, cabeça e costas. Fique na posição por 15 a 30 segundos para relaxar.</p><p>É uma atividade física orientada e, previamente, planejada conforme o público e o tipo de ambiente. A</p><p>ginástica laboral utiliza exercícios respiratórios, de força, flexibilidade isométricos, isotônicos,</p><p>alongamentos, além de dinâmicas de integração, recreação e até massagem. Faça sempre atividades físicas</p><p>sob orientação de profissional especializado, nesse caso, Profissional de Educação Física.</p><p>Fonte: o autor.</p><p>NORMA</p><p>REGULAMENTADORA NR-17</p><p>O objetivo é apresentar, na íntegra, a NR 17, atualizada do ano de 2013. É importante destacar que constantemente ocorrem</p><p>alterações na legislação na área de segurança do trabalho, o que torna necessário estar sempre atento a estas mudanças.</p><p>Quadro 2 - NR-17</p><p>17.1. Esta Norma Regulamentadora visa a estabelecer parâmetros que permitam a adap- tação das condições de trabalho às</p><p>características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho</p><p>eficiente.</p><p>17.1.1. As condições de trabalho incluem aspectos relacionados ao levantamento, trans- porte e descarga de materiais, ao</p><p>mobiliário, aos equipamentos e às condições ambientais do posto de trabalho e à própria organização do trabalho.</p><p>17.1.2. Para avaliar a adaptação das condições de trabalho às características psicofisioló- gicas dos trabalhadores, cabe ao</p><p>empregador realizar a análise ergonômica do trabalho, devendo a mesma abordar, no mínimo, as condições de trabalho, conforme</p><p>estabele- cido nesta Norma Regulamentadora.</p><p>17.2. Levantamento, transporte e descarga individual de materiais.</p><p>17.2.1. Para efeito desta Norma Regulamentadora:</p><p>17.2.1.1. Transporte manual de cargas designa todo transporte no qual o peso da carga é suportado inteiramente por um só</p><p>trabalhador, compreendendo o levantamento e a deposição da carga.</p><p>17.2.1.2. Transporte manual regular de cargas designa toda atividade realizada de maneira contínua ou que inclua, mesmo de</p><p>forma descontínua, o transporte manual de cargas.</p><p>17.2.1.3. Trabalhador jovem designa todo trabalhador com idade inferior a dezoito anos e maior de quatorze anos.</p><p>17.2.2. Não deverá ser exigido nem admitido o transporte manual de cargas, por um tra- balhador cujo peso seja suscetível de</p><p>comprometer sua saúde ou sua segurança.</p><p>17.2.3. Todo trabalhador designado para o transporte manual regular de cargas, que não as leves, deve receber treinamento ou</p><p>instruções satisfatórias quanto aos métodos de trabalho que deverá utilizar, com vistas a salvaguardar sua saúde e prevenir</p><p>acidentes.</p><p>17.2.4. Com vistas a limitar ou facilitar o transporte manual de cargas deverão ser usados meios técnicos apropriados.</p><p>17.2.5. Quando mulheres e trabalhadores jovens forem designados para o transporte manual de cargas, o peso máximo destas</p><p>cargas deverá ser nitidamente inferior àquele admitido para os homens, para não comprometer a sua saúde ou a sua segurança.</p><p>17.2.6. O transporte e a descarga de materiais feitos por impulsão ou tração de vago- netes sobre trilhos, carros de mão ou</p><p>qualquer outro aparelho mecânico deverão ser executados de forma que o esforço físico realizado pelo trabalhador seja</p><p>compatível com sua capacidade de força e não comprometa a sua saúde ou a sua segurança.</p><p>17.2.7. O trabalho de levantamento de material feito com equipamento mecânico de ação manual deverá ser executado de</p><p>forma que o esforço físico realizado pelo traba- lhador seja compatível com sua capacidade de força e não comprometa a sua saúde</p><p>ou a sua segurança.</p><p>17.3. Mobiliário dos postos de trabalho.</p><p>17.3.1. Sempre que o trabalho puder ser executado na posição sentada, o posto de tra- balho deve ser planejado ou adaptado</p><p>para esta posição.</p><p>17.3.2. Para trabalho manual sentado ou que tenha de ser feito em pé, as bancadas, mesas, escrivaninhas e os painéis devem</p><p>proporcionar ao trabalhador condições de boa postura, visualização e operação e devem atender aos seguintes requisitos</p><p>mínimos:</p><p>a) ter altura e características da superfície de trabalho compatíveis com o tipo de ativida- de, com a distância requerida dos</p><p>olhos ao campo de trabalho e com a altura do assento;</p><p>b) ter área de trabalho de fácil alcance e visualização pelo trabalhador;</p><p>c) ter características dimensionais que possibilitem posicionamento e movimentação adequados dos segmentos corporais.</p><p>17.3.2.1. Para trabalho que necessite também da utilização dos pés, além dos requisi- tos estabelecidos no subitem 17.3.2, os</p><p>pedais e demais comandos para acionamento pelos pés devem ter posicionamento e dimensões que possibilitem fácil alcance, bem</p><p>como ângulos adequados entre as diversas partes do corpo do trabalhador, em função das características e peculiaridades do</p><p>trabalho a ser executado.</p><p>17.3.3. Os assentos utilizados nos postos de trabalho devem atender aos seguintes re- quisitos mínimos de conforto:</p><p>a) altura ajustável à estatura do trabalhador e à natureza da função exercida;</p><p>b) características de pouca ou nenhuma conformação na base do assento;</p><p>c) borda frontal arredondada;</p><p>d) encosto com forma levemente adaptada ao corpo para proteção da região lombar.</p><p>17.3.4. Para as atividades em que os trabalhos devam ser realizados sentados, a partir da análise ergonômica do trabalho,</p><p>poderá ser exigido suporte para os pés, que se adapte ao comprimento da perna do trabalhador.</p><p>17.3.5. Para as atividades em que os trabalhos devam ser realizados de pé, devem ser colocados assentos para descanso em</p><p>locais em que possam ser utilizados por todos os trabalhadores durante as pausas.</p><p>17.4. Equipamentos dos postos de trabalho.</p><p>17.4.1. Todos os equipamentos que compõem um posto de trabalho devem estar ade- quados às características</p><p>psicofisiológicas dos trabalhadores e à natureza do trabalho a ser executado.</p><p>17.4.2. Nas atividades que envolvam leitura de documentos para digitação, datilogra- fia ou mecanografia deve:</p><p>a) ser fornecido suporte adequado para documentos que possa ser ajustado propor- cionando boa postura, visualização e</p><p>operação, evitando movimentação frequente do pescoço e fadiga visual;</p><p>b) ser utilizado documento de fácil legibilidade sempre que possível, sendo vedada a utilização do papel brilhante, ou de</p><p>qualquer outro tipo que provoque ofuscamento.</p><p>17.4.3. Os equipamentos utilizados no processamento eletrônico de dados com termi- nais de vídeo devem observar o</p><p>seguinte:</p><p>a) condições de mobilidade suficientes para permitir o ajuste da tela do equipamento à iluminação do ambiente, protegendo-a</p><p>contra reflexos, e proporcionar corretos ângulos de visibilidade ao trabalhador;</p><p>b) o teclado deve ser independente e ter mobilidade, permitindo ao trabalhador ajus- tá-lo de acordo com as tarefas a serem</p><p>executadas;</p><p>c) a tela, o teclado e o suporte para documentos devem ser colocados de maneira que as distâncias olho-tela, olho-teclado e</p><p>olho-documento sejam aproximadamente iguais;</p><p>d) serem posicionados em superfícies de trabalho com altura ajustável.</p><p>17.4.3.1. Quando os equipamentos de processamento eletrônico de dados com termi- nais de vídeo forem utilizados</p><p>eventualmente poderão ser dispensadas as exigências previstas no subitem 17.4.3, observada a natureza das tarefas executadas e</p><p>levando-se em conta a análise ergonômica do trabalho.</p><p>17.5. Condições ambientais de trabalho.</p><p>17.5.1. As condições ambientais de trabalho devem estar adequadas às características psicofisiológicas dos trabalhadores</p><p>e à</p><p>natureza do trabalho a ser executado.</p><p>17.5.2. Nos locais de trabalho onde são executadas atividades que exijam solicitação intelectual e atenção constantes, tais</p><p>como: salas de controle, laboratórios, escritórios, salas de desenvolvimento ou análise de projetos, dentre outros, são</p><p>recomendadas as seguintes condições de conforto:</p><p>a) níveis de ruído de acordo com o estabelecido na NBR 10152, norma brasileira regis- trada no INMETRO;</p><p>b) índice de temperatura efetiva entre 20°C (vinte) e 23°C (vinte e três graus centígrados);</p><p>c) velocidade do ar não superior a 0,75 m/s;</p><p>d) umidade relativa do ar não inferior a 40 (quarenta) por cento.</p><p>17.5.2.2. Os parâmetros previstos no subitem 17.5.2 devem ser medidos nos postos de trabalho, sendo os níveis de ruído</p><p>determinados próximos à zona auditiva e as demais variáveis na altura do tórax do trabalhador.</p><p>17.5.3. Em todos os locais de trabalho deve haver iluminação adequada, natural ou ar- tificial, geral ou suplementar, apropriada</p><p>à natureza da atividade.</p><p>17.5.3.1. A iluminação geral deve ser uniformemente distribuída e difusa.</p><p>17.5.3.2. A iluminação geral ou suplementar deve ser projetada e instalada de forma a evitar ofuscamento, reflexos incômodos,</p><p>sombras e contrastes excessivos.</p><p>17.5.3.3. Os níveis mínimos de iluminamento a serem observados nos locais de trabalho são os valores de iluminâncias</p><p>estabelecidos na NBR 5413, norma brasileira registrada no INMETRO.</p><p>17.5.3.4. A medição dos níveis de iluminamento previstos no subitem 17.5.3.3 deve ser feita no campo de trabalho onde se</p><p>realiza a tarefa visual, utilizando-se de luxímetro com fotocélula corrigida para a sensibilidade do olho humano e em função do</p><p>ângulo de incidência.</p><p>17.5.3.5. Quando não puder ser definido o campo de trabalho previsto no subitem 17.5.3.4, este será um plano horizontal a 0,75</p><p>m (setenta e cinco centímetros) do piso.</p><p>17.6. Organização do trabalho.</p><p>17.6.1. A organização do trabalho deve ser adequada às características psicofisiológicas dos trabalhadores e à natureza do</p><p>trabalho a ser executado.</p><p>17.6.2. A organização do trabalho, para efeito desta NR, deve levar em consideração, no mínimo:</p><p>a) as normas de produção;</p><p>b) o modo operatório;</p><p>c) a exigência de tempo;</p><p>d) a determinação do conteúdo de tempo;</p><p>e) o ritmo de trabalho;</p><p>f) ) o conteúdo das tarefas.</p><p>17.6.3. Nas atividades que exijam sobrecarga muscular estática ou dinâmica do pescoço, ombros, dorso e membros superiores</p><p>e inferiores, e a partir da análise ergonômica do trabalho, deve ser observado o seguinte:</p><p>a) todo e qualquer sistema de avaliação de desempenho para efeito de remuneração e vantagens de qualquer espécie deve</p><p>levar em consideração as repercussões sobre a saúde dos trabalhadores;</p><p>b) devem ser incluídas pausas para descanso;</p><p>c) quando do retorno do trabalho, após qualquer tipo de afastamento igual ou supe- rior a 15 (quinze) dias, a exigência de</p><p>produção deverá permitir um retorno gradativo aos níveis de produção vigentes na época anterior ao afastamento.</p><p>17.6.4. Nas atividades de processamento eletrônico de dados, deve-se, salvo o dispos- to em convenções e acordos coletivos de</p><p>trabalho, observar o seguinte:</p><p>a) o empregador não deve promover qualquer sistema de avaliação dos trabalhado- res envolvidos nas atividades de digitação,</p><p>baseado no número individual de toques sobre o teclado, inclusive o automatizado, para efeito de remuneração e vantagens de</p><p>qualquer espécie;</p><p>b) o número máximo de toques reais exigidos pelo empregador não deve ser superior a 8.000 por hora trabalhada, sendo</p><p>considerado toque real, para efeito desta NR, cada movimento de pressão sobre o teclado;</p><p>c) o tempo efetivo de trabalho de entrada de dados não deve exceder o limite máximo de 5 (cinco) horas, sendo que, no</p><p>período de tempo restante da jornada, o trabalhador poderá exercer outras atividades, observado o disposto no art. 468 da</p><p>Consolidação das Leis do Trabalho, desde que não exijam movimentos repetitivos, nem esforço visual;</p><p>d) nas atividades de entrada de dados deve haver, no mínimo, uma pausa de 10 minutos para cada 50 minutos trabalhados, não</p><p>deduzidos da jornada normal de trabalho;</p><p>e) quando do retorno ao trabalho, após qualquer tipo de afastamento igual ou superior a 15 (quinze) dias, a exigência de</p><p>produção em relação ao número de toques deverá ser iniciado em níveis inferiores do máximo estabelecido na alínea “b” e ser</p><p>ampliada progressivamente.</p><p>Fonte: adaptado de Brasil (2002, p. 10).</p><p>ANEXO 1 – TRABALHO DOS OPERADORES DE CHECKOUT</p><p>Esta Norma objetiva estabelecer parâmetros e diretrizes mínimas para adequação das condições de trabalho dos operadores de</p><p>checkout, visando à prevenção dos problemas de saúde e segurança relacionados ao trabalho dos empregadores que desenvolvam</p><p>atividade comercial, utilizando sistema de autosserviço e checkout, como supermercados, hipermercados e comércio atacadista,</p><p>estabelecendo parâmetros que permitam a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos</p><p>trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente, incluindo os aspectos</p><p>relacionados ao levantamento, transporte e descarga de materiais, ao mobiliário, aos equipamentos e às condições ambientais do</p><p>posto de trabalho e à própria organização do trabalho.</p><p>ANEXO 2 – TRABALHO EM TELEATENDIMENTO/</p><p>TELEMARKETING</p><p>Para combater algumas regras absurdas que eram impostas ao trabalhador(a) em telemarketing, foi travada uma luta para aprovar</p><p>este anexo à Norma Regulamentadora 17 e, assim, impedir abusos contra os Operadores(as) em Telemarketing. Os Dirigentes do</p><p>Sindicato participaram da escrita do Anexo II da NR 17, que entrou em vigor em 2007.</p><p>Ele prevê uma serie de novas regras no ambiente de trabalho e extermina algumas regras absurdas, que antes eram impostas ao</p><p>trabalhador(a) em telemarketing. Com o Anexo II, o Operador de Telemarketing tem dois intervalos de 10 minutos cada, sendo</p><p>inclusos na jornada de 6h e mais uma pausa de 20 minutos para alimentação e repouso, como previsto no Artigo 71 da CLT.</p><p>A norma também estabelece o rompimento de regras abusivas que eram impostas aos operadores(as) com a chamada “pausa</p><p>banheiro”, que obrigava o trabalhador(a) a fazer suas necessidades em um período previamente estabelecido, estipulado em 5</p><p>minutos.</p><p>O item 3 do Anexo II da NR 17 - Equipamentos dos Postos de Trabalho, determina que a empresa tem que fornecer equipamentos</p><p>(headset) gratuitos, individuais e garantir a correta higienização e as condições operacionais recomendadas pelos fabricantes, bem</p><p>como a manutenção continua de todos os equipamentos. As Condições de trabalho não podem ser inadequadas em nenhuma</p><p>hipótese.</p><p>A Norma Regulamentadora 17 apresenta uma série de determinações que visam proteger o trabalhador no ambiente de trabalho.</p><p>Ela define as condições adequadas para vários quesitos, que devem ser obrigatoriamente obedecidas pelos patrões. As condições</p><p>do ambiente de trabalho estão entre esses quesitos.</p><p>Essa aula permitiu analisar a NR 17 e seus dois respectivos anexos, tornando evidente a necessidade de inúmeras leituras, pois é</p><p>uma NR que apresenta uma interdisciplinaridade muito explícita com as demais NRs, por isso, apresenta itens relevantes em</p><p>relação às condições ambientais de trabalho.</p><p>Avançar</p><p>UNICESUMAR | UNIVERSO EAD</p><p>Unidade 4 Pagina inicial</p><p>Pular para o conteúdo principal Pular para a navegação</p><p>ATIVIDADES</p><p>1. Os estudos biomecânicos tratam do tema: levantamento e transporte manual de cargas. Acerca do tema, marque a alternativa</p><p>correta:</p><p>a) Para o trabalhador realizar o transporte manual de cargas, partes do corpo, ou todo ele, são envolvidas.</p><p>b) O trabalhador que possuir baixa eficiência em seu sistema muscular, pode aumentar o risco de lesões e consequentes</p><p>acidentes de trabalho ou de incidência de doenças profissionais, dependendo da carga a ser deslocada.</p><p>c) Não havendo a possibilidade</p><p>de mecanizar o levantamento, o transporte pode ser retardado para outro momento.</p><p>d) Mesmo sendo uma carga pequena, o levantamento e transporte não são feitos automaticamente durante o trabalho.</p><p>e) Somente o levantamento manual de cargas é considerado fator de risco para o desenvolvimento de adoecimentos</p><p>ocupacionais nas áreas de trabalho, desconsiderando os carregamentos manuais de cargas excessivas.</p><p>2. A biomecânica ocupacional faz um estudo aprofundo sobre a Postura dos trabalhadores em seus postos de Trabalho. Marque a</p><p>alternativa correta:</p><p>a) Há três momentos onde a postura incorreta pode acarretar em prejuízos ao trabalhador: em trabalhos imóvel que exige por</p><p>longos períodos uma postura parada; trabalhos que obrigam o uso de muita força e trabalhos que exigem posturas</p><p>inconvenientes, por exemplo, o tronco inclinado e torcido.</p><p>b) A coluna vertebral, por não ser composta de discos, possui pouca resistência a forças contrárias ao seu eixo, localizado na</p><p>região lombar.</p><p>c) Mesmo que o levantamento da carga ocorra na posição mais ereta possível, o esforço se distribui de forma desigualitária</p><p>por todas a coluna, ocorrendo uma queda de 20 % na compressão nos discos, em comparação ao levantamento na posição</p><p>curvada.</p><p>d) A boa postura é irrelevante para a realização do trabalho sem desconforto ou estresse.</p><p>e) Os componentes do posto de trabalho não necessitam se adaptar às características anatômicas e fisiológicas dos seres</p><p>humanos.</p><p>3. O Método RULA é um dos métodos mais tradicionais de avaliação postural. Leia as etapas do método a seguir e informe a</p><p>alternativa correta:</p><p>I) Aplicar de um sistema de pontuação.</p><p>II) Aferir o peso das Cargas levantadas.</p><p>III) Determinar as posturas adotadas no trabalho.</p><p>IV) Aplicar de uma escala de níveis de ação.</p><p>Assinale a alternativa correta:</p><p>a) Somente a alternativa I está correta.</p><p>b) Somente as alternativas I, III e IV estão corretas.</p><p>c) Somente as alternativas II e III estão corretas.</p><p>d) Todas as alternativas anteriores estão corretas.</p><p>e) Nenhuma das alternativas anteriores estão corretas.</p><p>Resolução das atividades</p><p>Avançar</p><p>UNICESUMAR | UNIVERSO EAD</p><p>Unidade 4 Pagina inicial</p><p>Pular para o conteúdo principal Pular para a navegação</p><p>RESUMO</p><p>A ergonomia é conhecida como o estudo da relação entre o homem e o trabalho, propiciando ao indivíduo o conforto adequado e</p><p>os métodos de prevenção de acidentes e de patologias especificas para cada tipo de atividade executada. Postura incorretas e as</p><p>lesões por esforços repetitivos, com o passar do tempo, causam inúmeros danos que afetam e comprometem a saúde do</p><p>trabalhador, impossibilitando, em certos momentos, que o trabalhador continue atuando na mesma função, em decorrência, por</p><p>exemplo, de uma deficiência motora.</p><p>Como forma de colaborar com essa estrutura, a ergonomia previne a ocorrência de acidentes e doenças do trabalho. Se utilizados</p><p>de forma assertiva, os procedimentos ergonômicos evitam lesões físicas ao indivíduo e colaboram com a diminuição do estresse do</p><p>indivíduo.</p><p>Levantamento e transporte de cargas, associados a outros ambientes do trabalho, como a iluminação, o nível de ruídos e a</p><p>temperatura, são os principais causadores dos problemas que afetam, diretamente, a saúde dos funcionários de uma empresa.</p><p>Nestes, a ergonomia também ajuda a prevenir o surgimento de enfermidades, tornando cada vez mais eficiente os procedimentos</p><p>de controle e de regulação das condições adequadas de trabalho.</p><p>O uso dos métodos de avaliação dos postos de trabalho, associado a posturas adotadas pelo trabalhador, podem eliminar os riscos</p><p>que afetam a saúde do trabalhador, ou seja, a utilização dos métodos ergonômicos resulta para as empresas uma diminuição das</p><p>despesas com possíveis indenizações, quando não há condições adequadas de trabalho, causando nos trabalhadores algum tipo de</p><p>incapacidade física que o impossibilite de exercer suas atividades diárias. Os Métodos NIOSH, RULA E OWAS proporcionam a</p><p>adequação postural dos trabalhadores às condições ajustadas no trabalho, colhendo frutos satisfatórios e uma maior eficiência</p><p>produtiva.</p><p>Avançar</p><p>UNICESUMAR | UNIVERSO EAD</p><p>Unidade 4 Pagina inicial</p><p>Pular para o conteúdo principal Pular para a navegação</p><p>Material Complementar</p><p>Leitura</p><p>Manual de Ergonomia: Adaptando o Trabalho ao Homem</p><p>Autor: Etienne Grandjean, Karl H. E. Kroemer</p><p>Editora: Bookman</p><p>Sinopse : este livro se concentra nas bases da ergonomia com ênfase</p><p>especial nos dados fisiológicos, acompanhados de muitas recomendações</p><p>práticas. Os temas abordados incluem tópicos bastante atuais, como</p><p>“queixas de dores nos costas e uso de cadeiras adequadas ao trabalho,</p><p>teclados”, “fisiologia da leitura” e “estresse do trabalho”, os quais se</p><p>relacionam diretamente ao maior uso do computador em nossos dias. O</p><p>objetivo desta obra é trazer os elementos mais importantes da ergonomia</p><p>de uma forma facilmente inteligível e clara, permitindo aos profissionais</p><p>adequá-la à realidade do seu dia a dia.</p><p>Avançar</p><p>UNICESUMAR | UNIVERSO EAD</p><p>Unidade 4 Pagina inicial</p><p>Pular para o conteúdo principal Pular para a navegação</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>BRASIL. Ministério do Trabalho. Portaria n. 3214, de 08 de junho de 1978. Aprova as normas regulamentadoras que consolidam</p><p>as leis do trabalho, relativas à segurança e medicina do Trabalho. Norma Regulamentadora n. 17 (NR 17): Ergonomia. Diário Oficial</p><p>da República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, 1978. Disponível em: < http://trabalho.gov.br/images/Documentos</p><p>/SST/NR/NR17.pdf >. Acesso em: 08 ago. 2018.</p><p>__________. Decreto Lei n. 5452, de 01 de maio de 1943 . Consolidação das Leis do Trabalho. Brasília. Disponível em:</p><p>< http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del5452.htm >. Acesso em: 10 ago. 2018.</p><p>__________ . Ministério do Trabalho e Emprego. Manual de aplicação da Norma Regulamentadora NR17 . 2. ed., Brasília, 2002.</p><p>COUTO, H.A. Ergonomia aplicada ao trabalho : o manual técnico da máquina humana v. 1. Belo Horizonte: Ergo, 1995.</p><p>CRUZ, V. C. et al. Aplicação do método OWAS e Análise Ergonômica do Trabalho em um segmento de uma empresa de grande</p><p>porte situada no Município de Campos dos Goytacazes. In: XXXV Encontro Nacional de Engenharia de Produção , Fortaleza, CE,</p><p>2015. Disponível em: < http://www.abepro.org.br/biblioteca/TN_STO_209_238_27002.pdf >. Acesso em: 10 ago. 2018.</p><p>DO RIO, R. P.; PIRES, L. Ergonomia : Fundamentos da Prática Ergonômica. 3. ed. São Paulo: Editora LTR, 2001.</p><p>DUL, J.; WEERDMEESTER, B. Ergonomia prática . São Paulo: Edgard Blücher, 2004.</p><p>FERREIRA, N. L. et al. Manual sobre Ergonomia . 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Monografia (Especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho) – Departamento</p><p>Acadêmico de Construção Civil, Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Curitiba, 2012.</p><p>PAVANI, A. R. Estudo ergonômico aplicando o método Occupational Repetitive (OCRA): Uma contribuição para a gestão da</p><p>saúde no trabalho. São Paulo: SENAC, 2007.</p><p>PAVANI, A. R.; QUELHAS, O. A avaliação dos riscos ergonômicos como ferramenta gerencial em saúde ocupacional. In: XIII</p><p>Simpep , Bauru, 2006.</p><p>PEREIRA, C. C. et al. Análise do risco ergonômico lombar de trabalhadores da construção civil através do Método Niosh. Revista</p><p>Produção Online , Florianópolis, v. 15, n. 3, p.914-924, jul.2015. Disponível em: <https://www.producaoonline.org.br/rpo/article</p><p>/view/1888>. Acesso em: 10 ago. 2018.</p><p>ROCHA, G. C. Trabalho, Saúde e Ergonomia . Curitiba: Juruá, 2008.</p><p>SCOPEL, J. Dor osteomuscular em membros superiores e casos sugestivos de LER/DOR entre trabalhadores bancários .</p><p>Dissertação (Mestrado em Epidemiologia) - Programa de Pós- Graduação em Epidemiologia, Universidade Federal do Rio Grande</p><p>do Sul, Porto Alegre, 2010.</p><p>SHOJI, S.; SOUZA, N. V. D. de O.; FARIAS, S. N. P. Impacto do ambiente laboral no processo saúde doença dos trabalhadores de</p><p>enfermagem de uma unidade ambulatorial especializada. Reme : Revista Mineira de Enfermagem, Belo Horizonte, v. 19, n. 1,</p><p>p.43-48, 2015.</p><p>WATERS, T. R., et al. Revised NIOSH equation for the design and evaluation of manual lifting tasks. Ergonomics , Loughborough, v.</p><p>36, n. 7, p. 749-776, 1993. Disponível em: < http://www.tandfonline.com/doi/abs/10.1080/00140139308967940 >. Acesso em: 10</p><p>ago. 2018.</p><p>Avançar</p><p>UNICESUMAR | UNIVERSO EAD</p><p>Unidade 4 Pagina inicial</p><p>Pular para o conteúdo principal Pular para a navegação</p><p>APROFUNDANDO</p><p>Os 10 principais problemas de saúde desenvolvidos no trabalho</p><p>Ao contrário de uma dor de cabeça ou gripe que surge após um período intenso de trabalho, alguns problemas de saúde podem</p><p>estar relacionados ao desempenho da atividade profissional que dão ao trabalhador, do ponto de vista legal, os mesmos direitos de</p><p>um acidente de trabalho.</p><p>De acordo com Eduardo Jesuísno, Médico do Trabalho, para que um problema de saúde seja considerado uma doença ocupacional,</p><p>o trabalho deve ter o vínculo nexo causal, ou seja, causa e efeito específico na situação.</p><p>O médico alerta que certas doenças ocupacionais aparecem de forma silenciosa. "Algumas doenças só aparecem [após] 10 ou 15</p><p>anos de trabalho e acaba fazendo tamanho estrago que, muitas vezes, a pessoa não tem condições de voltar para o trabalho, seja</p><p>pelas limitações decorrentes da própria doença ou por ser o único local que o trabalhador consiga desenvolver atividades e isso</p><p>[retornar para este único local] acabaria agravando a doença", disse.</p><p>Ele informou que pessoas que sofreram alguma doença no trabalho e tiveram que ser afastadas têm o direito de receber até 40%</p><p>do salário base durante o período de afastamento. Para esse benefício, deve-se comprovar a ligação que a doença tem com o</p><p>trabalho através de perícia no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), e ter, no mínimo, 12 anos de contribuição previdenciária.</p><p>Em entrevista ao iBahia, o médico listou as 10 principais doenças que podem ser desenvolvidas no trabalho. Confira abaixo e fique</p><p>atento a possíveis alterações em sua saúde:</p><p>LER/DORT (Lesão por Esforços Repetitivos/ Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho)</p><p>Provocada por movimentos repetitivos ou por posturas inadequadas, chamadas de posturas antiergonômicas. Deve-se ter cuidado</p><p>no diagnóstico, pois muitas pessoas confundem a LER com uma simples torção ou mau posicionamento em algum movimento.</p><p>Antracnose</p><p>Lesão pulmonar ocasionada por diferentes agentes que são adquiridos nas áreas de carvoarias. A doença pode ser o ponto de</p><p>partida para outros problemas ainda mais graves e afeta, principalmente, os trabalhadores que têm contato direto com a fumaça</p><p>do carvão.</p><p>Bissinose</p><p>Doença causada pela poeira das fibras de algodão, que afeta principalmente as pessoas que trabalham na indústria algodoeira.</p><p>Surdez temporária ou definitiva</p><p>Quando o trabalhador está exposto em uma área ruídos constante, ele começa a perder a sensibilidade auditiva e isso pode se</p><p>tornar irreversível. A perda auditiva se torna definitiva de forma lenta, silenciosa e prolongada. É mais comum entre operários de</p><p>obras de construção que utilizam equipamentos que emitem ruídos e operadores de telemarketing.</p><p>Dermatose ocupacional</p><p>Pessoas que trabalham com graxa ou óleo mecânico podem desenvolver reações alérgicas crônicas, de forma que a pele cria</p><p>placas.</p><p>Câncer de pele</p><p>Pessoas que trabalham, por exemplo, em lavouras, têm grandes chances de desenvolver o câncer de pele devido à excessiva</p><p>exposição ao sol. A doença é bastante comum no Brasil, mas só pode ser considerada ocupacional se estiver relacionada à</p><p>atividade profissional desenvolvida. Uma pessoa que trabalha em um escritório, sem se expor ao sol, por exemplo, pode ter o</p><p>câncer de pele por outros e não terá assistência do INSS.</p><p>Siderose</p><p>Pessoas que trabalham nas minas de ferro acabam inalando partículas microscópicas de ferro. Estas partículas acabam se alojando</p><p>nos bronquíolos, provocando falta de ar constante.</p><p>Catarata</p><p>Quem trabalha em lugares de altas temperaturas pode desenvolver a perda do cristalino, ocasionando a cegueira. Assim como o</p><p>câncer de pele, a doença atinge uma parcela significativa da população brasileira, principalmente os idosos, e precisa ter relação</p><p>direta com o trabalho para ser considerada ocupacional.</p><p>Doenças por função</p><p>Pessoas que trabalham com alimentos, por exemplo, podem se contaminar pelos produtos orgânicos que são utilizados.</p><p>Doenças psicossociais</p><p>Problemas como depressão, ou de outra ordem emocional, muitas vezes estão associados a carga horária excessiva, a pressão no</p><p>trabalho, ou algum desentendimento na área de trabalho. Elas podem acabar desenvolvendo no trabalhador um desânimo</p><p>prolongado no convívio de trabalho, ocasionando uma tristeza profunda.</p><p>Fonte: Revista Proteção (2014, on-line)¹.</p><p>REFERÊNCIA</p><p>¹Em: < http://www.protecao.com.br/noticias/doencas_ocupacionais</p><p>/10_principais_problemas_de_saude_desenvolvidos_no_trabalho/AAyAAJji/6057 >. Acesso em: 20 ago. 2018.</p><p>PARABÉNS!</p><p>Você aprofundou ainda mais seus estudos!</p><p>Avançar</p><p>UNICESUMAR | UNIVERSO EAD</p><p>Unidade 4 Pagina inicial</p><p>Pular para o conteúdo principal Pular para a navegação</p><p>EDITORIAL</p><p>DIREÇÃO UNICESUMAR</p><p>Reitor Wilson de Matos Silva</p><p>Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho</p><p>Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho</p><p>Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva</p><p>Pró-Reitor de Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin</p><p>Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi</p><p>Pró Reitoria de Ensino EAD Unicesumar</p><p>Diretoria de Design Educacional</p><p>Equipe Produção de Materiais</p><p>Fotos : Shutterstock</p><p>C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ . Núcleo de Educaçãoa Distância;</p><p>SOUZA, Thiago Vieira; NUNES, Anna Carolina Bornhausen; BOSSETTO, Marco Aurélio.</p><p>Ergonomia. Thiago Vieira Souza; Anna Carolina Bornhausen Nunes; Marco Aurélio Bossetto.</p><p>Maringá-Pr.: UniCesumar, 2017.</p><p>35 p.</p><p>“Pós-graduação Universo - EaD”.</p><p>1. Ergonomia 2. Design 3. EaD. I. Título.</p><p>CDD - 22 ed. 620.82CIP - NBR 12899 - AACR/2</p><p>NEAD - Núcleo de Educação a Distância</p><p>Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jardim Aclimação - Cep 87050-900</p><p>Maringá - Paraná | unicesumar.edu.br | 0800 600 6360</p><p>Retornar</p><p>UNICESUMAR</p><p>| UNIVERSO EAD</p><p>caso, o autor enumerou diversos objetivos para a Ergonomia. Nos nossos encontros, você terá a oportunidade de</p><p>conhecer ferramentas ergonômicas que o auxiliará a atingir os objetivos elencados pelo autor.</p><p>Outra importante contribuição quanto ao objetivo da Ergonomia foi exposto por Barbosa Filho (2010), apontando que o objetivo</p><p>da ergonomia é proporcionar ao homem condições de trabalho que sejam favoráveis, com o intuito de torná-lo mais produtivo por</p><p>meio de ambiente de trabalho saudáveis e seguros, que solicite dos trabalhadores menor exigência e, por consequência, concorra</p><p>para um menor desgaste e um maior resultado.</p><p>Não pode deixar de ser comentada a definição apresentada por Francischini (2010, p. 20), “o objetivo da ergonomia é o estudo da</p><p>adaptação do trabalho ao homem. Seu objetivo central é o estudo do homem, suas habilidades, capacidades e limitações”.</p><p>Para finalizar, será apresentado mais um objetivo da Ergonomia e sua contribuição para o ambiente laboral pelo Prof. Iida (2005, p.</p><p>30). De acordo com o autor,</p><p>a ergonomia visa inicialmente à saúde, segurança e satisfação do trabalhador e, que podem ser assim</p><p>descritas:</p><p>Saúde – mantém-se a saúde do trabalhador a partir do momento em que não são ultrapassadas as</p><p>limitações energéticas e cognitivas das exigências do trabalho e do ambiente.</p><p>Segurança – obtida através de projetos do posto de trabalho, ambiente e da sua organização, desde</p><p>que dentro das limitações e capacidades do trabalhador, permitindo reduzir acidentes, estresse, erros</p><p>e fadiga.</p><p>Ficou curioso em conhecer mais objetivos da Ergonomia? Neste vídeo são apresentados outros objetivos</p><p>ligados à Ergonomia, oportunizando maior conhecimento sobre o assunto. Assista e divirta-se! Disponível</p><p>em: < https://www.youtube.com/watch?v=UdUZupbDYYs >.</p><p>Fonte: o autor.</p><p>ÁREAS DE ABRANGÊNCIA DA ERGONOMIA</p><p>Antes de iniciarmos os nossos estudos sobre as áreas de abrangência da Ergonomia, serão apresentados os seus campos de</p><p>atuação. De acordo com Souza e Silva (2007), no Brasil, atualmente, a Ergonomia está inserida, no campo das Engenharias com</p><p>desenvolvimento de métodos e técnicas de análise dos ambientes de trabalho, somente em profissões de “grande massa” de</p><p>trabalhadores, como na agricultura, medicina, educação, dentre outras.</p><p>Figura 1 - Áreas da ergonomia / Fonte: Souza; Silva (2007, p.</p><p>15).</p><p>Além disso, o autor indica que a Ergonomia também está presente nos seguintes campos: Ciências Aplicadas, Ciências Humanas,</p><p>Linguística, Letras e Artes, Ciências da Saúde e Ciências Agrárias, conforme ilustrado na Figura 1.</p><p>Observe que a Ergonomia está presente em uma extensa área de atuação, dessa forma, essa ciência tem trazido importante</p><p>contribuição para elaboração de pesquisas e desenvolvimento de técnicas e métodos em diversas áreas no campo do</p><p>conhecimento.</p><p>Quanto aos domínios de especialização da ergonomia, ou melhor dizendo, sua área de abrangência, a Associação Brasileira de</p><p>Ergonomia destaca, conforme apresentado na Figura 2, que podem ser divididos em três grupos, a saber: ergonomia física,</p><p>ergonomia organizacional e ergonomia cognitiva.</p><p>Figura 2 – Grupos da ergonomia / Fonte: Ergo Company, ([2018], on-line)².</p><p>De acordo com a Abergo (2013, on-line)¹, a abrangência da Ergonomia é dividida da seguinte forma:</p><p>Ergonomia física – a qual está relacionada com as características da anatomia humana, antropometria,</p><p>fisiologia e biomecânica em sua relação à atividade física. De forma que os temas relevantes abrangem o</p><p>estudo da postura no trabalho, manejo de materiais, movimentos repetitivos, distúrbios</p><p>musculoesqueléticos relacionados ao trabalho, projeto de posto de trabalho, segurança e saúde.</p><p>Ergonomia cognitiva – refere-se aos processos mentais, tais como percepção, memória, raciocínio e a forma</p><p>de como afetam as interações entre seres humanos e diferentes elementos de um sistema. Neste sentido</p><p>ressalta-se o estudo da carga mental de trabalho, tomada de decisão, desempenho especializado, interação</p><p>homem computador, estresse e treinamento.</p><p>Ergonomia organizacional – reportar-se à otimização dos sistemas sócio técnicos, abrangendo suas</p><p>estruturas organizacionais, políticas e de processos, principalmente através das comunicações, projeto de</p><p>trabalho, organização temporal do trabalho, trabalho em grupo, projeto participativo, novos paradigmas do</p><p>trabalho, trabalho cooperativo, cultura organizacional, organizações em rede e gestão da qualidade.</p><p>Caro aluno, a área de abrangência da Ergonomia é apenas uma divisão didática quanto aos recursos oferecidos por essa ciência. Ao</p><p>trabalhar na área ergonômica você perceberá que, atuando em uma empresa de Engenharia ou em universidade, utilizará</p><p>ferramentas da Ergonomia física, cognitiva e organizacional. Dessa forma, é importante conhecer todos os recursos advindos</p><p>dessa disciplina.</p><p>Para melhor fixação dos conceitos apresentados quanto às áreas de abrangência da Ergonomia, será apresentado um pequeno</p><p>resumo de cada área destacada no Quadro 1.</p><p>Quadro 1 - Áreas de Abrangência da Ergonomia</p><p>Fonte: adaptado de Abergo (2013, on-line)¹.</p><p>PRINCIPAIS CONCEITOS EM ERGONOMIA</p><p>A seguir, serão apresentados os principais conceitos utilizados na área ergonômica. Essa apresentação é necessária, pois esses</p><p>termos são usados em larga escala durante o emprego de ferramentas de avaliação ergonômica, assim como na realização de uma</p><p>Análise Ergonômica do Trabalho (AET).</p><p>O primeiro conceito a ser abordado será acidente de trabalho, uma vez que um dos principais objetivos das análises ergonômicas é</p><p>mitigar ou eliminar ocorrências de acidentes no trabalho. De acordo com o art. 19 da lei 8213/91,</p><p>Acidente de trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa ou pelo exercício do</p><p>trabalho dos segurados referidos no inciso VII do art. 11 desta lei, provocando lesão corporal ou</p><p>perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade</p><p>para o trabalho (BRASIL, 1991, on-line).</p><p>De acordo com a legislação, não é qualquer acidente cometido na empresa ou a caminho dela que será considerado acidente de</p><p>trabalho. Para se enquadrar nesse conceito, é necessário que simultaneamente:</p><p>I. Ocorra pelo exercício do trabalho a serviço da empresa ou os trabalhadores que estão amparados pelo inciso VII do art. 11</p><p>da lei.</p><p>II. Provoque lesão corporal ou perturbação funcional.</p><p>III. Cause a morte, a perda ou a redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho (BRASIL, 1991, on-line)</p><p>Para enriquecer o entendimento, aconselho acessar a lei 8213/91 para conhecer quais são os trabalhadores</p><p>amparados pelo inciso VII do art. 11. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03</p><p>/leis/L8213cons.htm> .</p><p>Fonte: o autor.</p><p>Outro conceito que costuma causar bastante dúvida na ergonomia é a diferença entre tarefa e atividade. Peço que preste bastante</p><p>atenção nessa diferença, pois será fundamental para seguir o estudo desse conteúdo. Segundo Guerin et al. (2001), a definição de</p><p>tarefa corresponde a um modo concreto de apreensão do trabalho, que tem por objetivo reduzir ao máximo o trabalho</p><p>improdutivo e otimizar ao máximo o trabalho produtivo. Ou seja, a tarefa é o que é prescrito pela empresa ao operador ou</p><p>conjunto de objetivos dados ao operador. Entretanto, a atividade é entendida como a realização efetiva de uma tarefa em um</p><p>contexto específico e sob condições determinadas em termos materiais, organizacionais e temporais. Dessa forma, podemos</p><p>sintetizar que a tarefa é o que está prescrito e a atividade é a realização da tarefa, ou seja, realizar o que está prescrito.</p><p>Para finalizar o nosso estudo, serão apresentados dois conceitos que muitas pessoas também confundem, são eles: eficiência e</p><p>eficácia. A partir desse momento, tenho certeza que você não terá mais essa dúvida. De acordo com Chiavenato (1994), um</p><p>importante autor na área da administração, pode-se conceituá-las</p><p>da seguinte forma:</p><p>Eficácia é uma medida normativa do alcance dos resultados, enquanto eficiência é uma medida normativa</p><p>da utilização dos recursos nesse processo. [...] A eficiência é uma relação entre custos e benefícios</p><p>(CHIAVENATO, 1994, p. 70).</p><p>Por meio dessas definições, pode-se concluir que a eficácia está estritamente voltada ao alcance ou não do objetivo desejado. A</p><p>eficiência verifica quais foram os recursos foram utilizados para alcançar o objetivo desejado.</p><p>Caro(a) aluno(a), terminamos mais um estudo em Ergonomia. Aproveito para informar que é importante realizar uma revisão dos</p><p>principais conteúdos estudos. Então, por que antes de iniciar a próxima aula não faça uma breve revisão de todos os assuntos</p><p>estudos? Bons estudos!</p><p>ERGONOMIA APLICADA AO</p><p>TRABALHO</p><p>Prezado(a) aluno(a), agora que já conhecemos a história da Ergonomia, sua definição, objetivos e áreas de abrangência, está no</p><p>momento de apresentar a Ergonomia aplicada ao trabalho.</p><p>A ERGONOMIA NOS PROCESSOS PRODUTIVOS</p><p>Como visto no início da Aula 1 – Definição e Evolução da Ergonomia, a Ergonomia está presente na sociedade desde a época dos</p><p>Homens Cavernas. Ao longo do tempo, demonstrando sua importante contribuição para a melhoria e aumento de produtividade,</p><p>assim como no bem estar dos profissionais, a Ergonomia foi ganhando cada vez mais espaço nos processos produtivos. De acordo</p><p>com Pinheiro e França (2006), a aplicação da ergonomia é realizada nas etapas iniciais de projeto de uma máquina ou</p><p>equipamento, passando pelo ambiente ou local de trabalho, tendo como componente o ser humano, sendo considerado</p><p>conjuntamente com as partes mecânicas e ambientais.</p><p>Dessa forma, podemos perceber a presença da Ergonomia nas diversas etapas do processo produtivo, como:</p><p>I. Etapa de projetação – onde ocorre a identificação de dificuldades, riscos etc. Podemos verificar a Ergonomia na redefinição</p><p>dos layouts objetivando melhor aproveitamento do ambiente laboral, assim como detalhamento das tarefas e atividades a serem</p><p>desempenhadas pelo trabalhador.</p><p>II. Etapa de Planejamento – onde ocorre a realização do estudo de impacto de mudanças organizações. A Ergonomia é verificada</p><p>na aplicação operacional de modelagem e otimização os processos e/ou métodos de trabalho.</p><p>III. Etapa de Produção – onde ocorre à solução quanto aos problemas relacionados à saúde e segurança do trabalhador. Nessa</p><p>etapa, a Ergonomia está presente por meio do emprego de técnicas ergonômicas e análises ergonômicas do trabalho para ofertar</p><p>ao empregado um ambiente laboral mais sadio.</p><p>A ERGONOMIA NOS SETORES DE ATIVIDADE PRODUTIVA</p><p>Nesse momento, vamos reconhecer a Ergonomia empregada nos diversos setores de atividade produtiva. Por meio desse estudo,</p><p>você vai perceber como essa ciência é utilizada em larga escala no ambiente laboral.</p><p>Na indústria , segundo Iida (2005), a Ergonomia trouxe um respeito maior às individualidades, necessidades do trabalhador e</p><p>normas de grupo. Uma das consequências dessa nova postura gerencial foi a gradativa eliminação das linhas de montagem, onde</p><p>cada trabalhador realiza tarefas simples e altamente repetitivas, definidas pela gerência. Além disso, o autor complementa que no</p><p>sistema produtivo de grupos autônomos, cada grupo se encarrega de fazer um produto completo, conforme a Figura 3. Dessa</p><p>forma, podemos perceber a Ergonomia na melhoria das condições organizacionais do trabalho, assim como nas melhorias das</p><p>condições ambientais do trabalho.</p><p>Linha de produção</p><p>Grupo a ut ô n o mo</p><p>Figura 3 - Linhas de Produção x Grupo Autônomo</p><p>Fonte: Iida (2005, p. 30).</p><p>Na área da agricultura , de acordo com Iida (2005), às aplicações da ergonomia nas atividades laborais efetuadas na agricultura,</p><p>pode-se dizer que, são relativamente recentes se comparadas com as da indústria. O autor completa que os avanços à ergonomia,</p><p>na agricultura, são lentos devido ao baixo poder de barganha das categorias e à dispersão que desarticula os trabalhadores. Para o</p><p>autor, os trabalhadores agrícolas têm poucas oportunidades de aperfeiçoamento e são pouco remunerados, sendo, muitas vezes,</p><p>insuficiente para suprir suas necessidades de sobrevivência. Forçados pela sociedade consumidora, muitas vezes, são levados a</p><p>adquirir produtos supérfluos, com sacrifício de sua própria alimentação e saúde. Denotando que as atividades florestais e agrícolas</p><p>no Brasil são árduas, apesar da Ergonomia, nesse setor de atividade, não ser tão presente quanto os demais, observa-se o seu</p><p>emprego na melhoria do projeto de máquinas agrícolas, conforme a Figura 4, melhoria das tarefas de colheita, transporte e</p><p>armazenagem por meio de ferramentas ergonômicas, assim como no estudo sobre os efeitos dos agroquímicos.</p><p>Figura 4 – Máquina agrícola</p><p>No setor de serviços , a Ergonomia pode ser utilizada no aperfeiçoamento de</p><p>projetos de sistemas de informação por meio da aplicação da ergonomia no setor de</p><p>informática, assim como desenvolvendo estudos para avaliação de posturas</p><p>incorretas e movimentos repetitivos nas empresas, podemos citar também a</p><p>interação homem-computador, conforme Figura 5, ferramenta muito utilizada nos</p><p>serviços em geral. A aplicação ergonômica, nesse, se faz necessária também no</p><p>intuito de alterar o projeto em sistemas complexos de controle (layout), podendo ser</p><p>utilizado em inúmeros locais, como: hospitais, bancos, supermercados etc. Cabe</p><p>ressaltar que Moraes e Mont’Alvão (2009) apontam o uso da Ergonomia nas</p><p>empresas como algo indispensável, para evitar cargas excessivas de trabalho e</p><p>situações que coloque a saúde física e mental do colaborador. É importante ressaltar</p><p>que a prevenção de acidentes e afastamentos trazem à empresa lucratividade e</p><p>economia.</p><p>Figura 5 – Homem-computador</p><p>Para finalizar o estudo da contribuição da Ergonomia nos setores das atividades</p><p>produtivas, serão elencadas a sua contribuição na vida diária . Segundo Iida (2005),</p><p>no dia a dia do trabalhador, para prevenir dores lombares, é importante que os</p><p>fabricantes de móveis, designers, arquitetos e decoradores criem locais de trabalho</p><p>em que as atividades laborais possam ser executadas com o dorso vertical, tanto na</p><p>postura em pé como na sentada. Além disso, o autor ressalta que os acidentes</p><p>domésticos são relativamente mais numerosos que os relacionados ao trânsito ou</p><p>trabalho. Os acidentes podem ocorrer na cozinha com quedas, cortes (facas) e</p><p>queimaduras, envolvendo os equipamentos da chamada “linha branca” como fogões,</p><p>fornos e geladeiras. Contudo, as maiores causas estão relacionadas às quedas por</p><p>tropeços, escorregamentos e caídas de nível. Dessa forma, a Ergonomia é percebida</p><p>na consideração de recomendações ergonômicas na concepção de objetos e</p><p>equipamentos eletrodomésticos de uso cotidiano.</p><p>Como visto, a Ergonomia está presente em diversas atividades produtivas, inclusive na vida diária. Agora é</p><p>com você! No seu dia a dia, em quais momentos você consegue perceber a presença da Ergonomia?</p><p>PRINCIPAIS RISCOS ERGONÔMICOS</p><p>Como já é de seu conhecimento, as principais atuações da Ergonomia no ambiente produtivo, é necessário apresentar quais os</p><p>principais riscos ergonômicos existentes na execução dessas atividades.</p><p>Riscos ergonômicos podem ser considerados como os fatores que podem afetar a integridade física ou mental do trabalhador,</p><p>proporcionando-lhe desconforto ou doença (ALBUQUERQUE, 1998).</p><p>Ainda, segundo o autor, os riscos ergonômicos podem gerar distúrbios psicológicos e fisiológicos e provocar sérios danos à saúde,</p><p>pois são responsáveis por produzir alterações no organismo e no estado emocional do indivíduo, comprometendo sua</p><p>produtividade, saúde e segurança. São exemplos de consequências dos riscos ergonômicos: Lesão por Esforço Repetitivo (LER),</p><p>Doença Osteomusculares Relacionadas ao Trabalho (DORT), cansaço físico, dores musculares, hipertensão arterial, alterações no</p><p>sono, entre outros.</p><p>Segundo a Portaria n. 25 de 29 de dezembro de 1994,</p><p>do Ministério do Trabalho e Previdência Social (MTPS) são considerados</p><p>riscos ergonômicos: esforço físico intenso, levantamento e transporte manual de peso, exigência de postura inadequada, controle</p><p>rígido da produtividade, imposição de ritmos excessivos, trabalho em turno noturno, jornada de trabalho prolongada e monotonia</p><p>e repetitividade.</p><p>Pronto, caro(a) aluno(a)! Chegamos ao fim da nossa aula, agora já é de seu conhecimento o conceito de riscos ergonômicos, quais</p><p>os riscos ergonômicos reconhecidos pelo MTPS e suas principais consequências. Além disso, nossas aulas renderam excelente</p><p>aproveitamento, pois tivemos a oportunidade de aprender a história da ergonomia no Brasil e no mundo, seus conceitos e</p><p>objetivos, sua área de abrangência e atuação. Sendo assim, despeço-me e o aguardo na próxima aula. Entretanto, antes de</p><p>prosseguir, realize uma pequena revisão de todos os conteúdos aprendidos. Um abraço e bons estudos!</p><p>Avançar</p><p>UNICESUMAR | UNIVERSO EAD</p><p>Unidade 1 Pagina inicial</p><p>Pular para o conteúdo principal Pular para a navegação</p><p>ATIVIDADES</p><p>1. Desde o seu desenvolvimento, na II Guerra Mundial, a Ergonomia tem demonstrado sua importância no ambiente laboral.</p><p>Dessa forma, dentre as definições de Ergonomia apresentadas abaixo, assinale a que está incorreta.</p><p>a) Uma disciplina científica relacionada ao entendimento das interações entre os seres humanos e diferentes elementos ou</p><p>sistemas, e à aplicação de teorias, princípios, dados e métodos a projetos com o objetivo de aperfeiçoar o bem estar humano e o</p><p>desempenho global do sistema.</p><p>b) Um conjunto de estudos que visam à organização metódica do trabalho em função do fim proposto e das relações entre o</p><p>homem e a máquina.</p><p>c) Uma ciência aplicada ao projeto de máquinas, equipamentos, sistemas e tarefas, entendendo-se que a ergonomia nada mais</p><p>é do que agrupar conhecimentos relativos ao homem e necessários à concepção de instrumentos, máquinas e dispositivos que</p><p>possam ser utilizados de forma mais confortável possível, levando em consideração a segurança e a eficiência ao trabalhador.</p><p>d) A ciência do conforto humano, a busca do bem-estar, a promoção da satisfação no trabalho, à maximização da capacidade</p><p>produtiva e a segurança plena.</p><p>e) Nenhuma das alternativas anteriores está correta.</p><p>2 . A Ergonomia organizacional se reporta à otimização dos sistemas sócio técnicos, abrangendo suas estruturas organizacionais,</p><p>políticas e de processos. Dentre as atividades desenvolvidas nessa área de abrangência, assinale o que se pode destacar:</p><p>a) Estudos relacionados à postura no trabalho.</p><p>b) Estudos relacionados à carga mental de trabalho.</p><p>c) Estudos relacionados à organização temporal do trabalho.</p><p>d) Estudos relacionados ao projeto de posto de trabalho.</p><p>e) Nenhuma das alternativas anteriores está correta.</p><p>3. Dos distúrbios psicológicos e fisiológicos apresentados abaixo:</p><p>I) Lesão por Esforço Repetitivo (LER).</p><p>II) Doença Osteomusculares Relacionadas ao Trabalho (DORT).</p><p>III) Dores musculares. IV) Alterações no sono.</p><p>Assinale quais podem estar associados aos riscos ergonômicos:</p><p>a) Apenas II e III.</p><p>b) Apenas I, III e IV.</p><p>c) Apenas I, II, III.</p><p>d) Apenas I, II, III e IV.</p><p>e) Nenhuma das alternativas anteriores está correta.</p><p>Resolução das atividades</p><p>Avançar</p><p>UNICESUMAR | UNIVERSO EAD</p><p>Unidade 1 Pagina inicial</p><p>Pular para o conteúdo principal Pular para a navegação</p><p>RESUMO</p><p>A Ergonomia que tem sua data “oficial” de nascimento em 12 de julho de 1949, é originada de duas palavras gregas, sendo: ERGOS</p><p>(trabalho) e NOMOS (leis, normas e regras). Essa ciência se encontra presente na sociedade desde os tempos dos homens da</p><p>caverna e, ao longo dos anos, tem conquistado cada vez mais importância no meio acadêmico e no mundo do trabalho.</p><p>No Brasil, concluem que as primeiras vertentes de implantação da ergonomia ocorreram juntamente às engenharias e ao design.</p><p>Além disso, em 1983, foi criada, no Brasil, a Associação Brasileira de Ergonomia (ABERGO), entidade que congrega os profissionais</p><p>nacionais com interesse na temática e que realiza encontros bienais para promovê-la por todo o Brasil, sendo ela também filiada a</p><p>IEA.</p><p>De acordo com Barbosa Filho (2010, p. 30), “Ergonomia: a ciência do conforto humano, a busca do bem-estar, a promoção da</p><p>satisfação no trabalho, à maximização da capacidade produtiva e a segurança plena”, e está dividida em três áreas, sendo: física</p><p>(relacionada com as características da anatomia humana), cognitiva (relacionada aos processos mentais) e organizacional</p><p>(relacionada à otimização dos sistemas sócio-técnicos).</p><p>Além disso, está presente em diversas atividades produtivas, como: agricultura (por meio da melhoria nas tarefas de colheita,</p><p>transporte e armazenagem por meio de ferramentas ergonômicas, assim como no estudo sobre os efeitos dos agroquímicos),</p><p>indústria (por meio da melhoria nas condições organizacionais do trabalho, assim como nas melhorias das condições ambientais do</p><p>trabalho), serviços (evitando cargas excessivas de trabalho e situações que coloque a saúde física e mental do colaborador) e na</p><p>vida diária (por meio da consideração de recomendações ergonômicas na concepção de objetos e equipamentos eletrodomésticos</p><p>de uso cotidiano).</p><p>Avançar</p><p>UNICESUMAR | UNIVERSO EAD</p><p>Unidade 1 Pagina inicial</p><p>Pular para o conteúdo principal Pular para a navegação</p><p>Material Complementar</p><p>Leitura</p><p>Ergonomia: Trabalho Adequado e Eficiente</p><p>Autor: Mário Cesar Vida, Francisco Soares Másculo e outros</p><p>Editora: Elsevier Academic</p><p>Sinopse : Ergonomia é a ciência que estuda e transforma a realidade do</p><p>trabalho das pessoas buscando ganhos de produtividade por meio de sua</p><p>componente principal, o conforto humano. Esta obra, integrante da série</p><p>Campus/ABEPRO, é um marco dessa disciplina no Brasil. Os</p><p>organizadores reuniram contribuições de 27 autores das mais relevantes</p><p>instituições de ensino e pesquisa no Brasil para tratar do tema com o</p><p>enfoque da Engenharia de Produção. A princípio, temos uma</p><p>Apresentação incluindo histórico do estudo da Ergonomia e</p><p>contextualização por meio de exemplos do dia a dia. A segunda parte é</p><p>Ergonomia na Empresa que cobre os pontos de maior demanda da</p><p>indústria, ou seja, conformidade legal, economia e certificação. Já, na</p><p>parte, três são apresentadas as diversas áreas que compõe as Bases</p><p>Científicas da Ergonomia. Como decorrência natural, a parte quatro trata</p><p>das Bases Metodológicas. A parte cinco trata do Projeto Ergonômico que</p><p>define a ergonomia como disciplina da Engenharia de Produção relevante</p><p>para os projetos de unidades produtivas e postos de trabalho. A última</p><p>parte trata das Aplicações. É apresentado um vasto panorama de estudos</p><p>de caso da Ergonomia acompanhados de discussões e orientações</p><p>práticas dos autores.</p><p>Avançar</p><p>UNICESUMAR | UNIVERSO EAD</p><p>Unidade 1 Pagina inicial</p><p>Pular para o conteúdo principal Pular para a navegação</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>ALBUQUERQUE, M. B. M. Uma reflexão sobre as questões em torno da Biossegurança. In: ODA, L. M.; AVILA, S. M. (Org.)</p><p>Biossegurança em Laboratório de Saúde Pública . Brasília: Ministério da Saúde, 1998. p. 11-14.</p><p>BARBOSA FILHO, A. N. Segurança do trabalho e gestão ambiental . São Paulo: Atlas, 2010.</p><p>BRASIL. Portaria n 3214, de 08 de junho de 1978: Aprova as normas regulamentadoras que consolidam as leis do trabalho,</p><p>relativas à segurança e medicina do Trabalho. Norma Regulamentadora n. 17 (NR 17) : Ergonomia. Diário Oficial da República</p><p>Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília: Ministério do Trabalho 1978. Disponível em: < http://trabalho.gov.br/images</p><p>/Documentos/SST/NR/NR17.pdf >. Acesso em: 07 jul. 2018.</p><p>__________. Lei n. 8.213, de 24 de julho de 1991 . Dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social e dá outras</p><p>providências. Brasília, 1991. Disponível em: <http:// www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8213cons.htm >. Acesso em: 21 ago. 2018.</p><p>__________. Ministério do Trabalho E Emprego.</p><p>Portaria n. 25, de 29 de dezembro de 1994 . Diário Oficial da República Federativa</p><p>do Brasil, Poder Executivo, Brasília, 1994. Disponível em: <http://www.trabalhoseguro.com/Portarias/</p><p>port_25_1994_mapa_de_risco.html> . Acesso em: 22 jul. 2017.</p><p>__________. Presidência da República. Lei n. 8213, de 24 de julho de 1991 . Dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência</p><p>Social e dá outras providências. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, 1991. Disponível em:</p><p>< http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8213cons.htm >. Acesso em: 21 ago. 2018.</p><p>CHIAVENATO, I. Recursos Humanos na Empresa . 3. ed. São Paulo: Atlas, 1994.</p><p>DUL, J.; WEERDMEESTER, B. Ergonomia Prática . Tradução por Itiro Iida. São Paulo: E. Blücher, 2004. 137 p.</p><p>FRANCISCHINI, P. G. Estudos de tempos. In: CONTADOR, J. C. (Org.). Gestão de operações : a engenharia de produção a serviço</p><p>da modernização da empresa. São Paulo: Edgard Blücher, 2010.</p><p>GUERIN, F. et al. Compreender o trabalho para transformá-lo : a prática da ergonomia. São Paulo. Ed. Edgard Blucher, 2001.</p><p>IIDA, I. Ergonomia : projeto e produção. São Paulo: Edgard Blücher, 2005.</p><p>MÁSCULO, F. S. Ergonomia, higiene e segurança do trabalho. In: BATALHA, M. O. (Org.). Introdução à engenharia de produção. Rio</p><p>de Janeiro: Elsevier, 2008.</p><p>MORAES, A.; MONT’ALVÃO, C. Ergonomia : Conceitos e aplicações. 4. ed. 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O Trabalho do bibliotecário e os riscos potenciais a sua saúde integral: considerações em torno do campo</p><p>da Ergonomia. Em Questão , Porto Alegre, v. 13, n. 1, jan/jun 2007. Disponível em: < http://seer.ufrgs.br/index.php/EmQuestao</p><p>/article/view/34 >. Acesso em: 21 ago. 2018.</p><p>REFERÊNCIAS ON-LINE</p><p>¹Em: < http://www.abergo.org.br/internas.php?pg=o_que_e_ergonomia > Acesso em: 07 ago. 2018.</p><p>²Em: < http://www.ergocompany.com.br/servicos/ergonomia/analise-ergonomica-do-trabalho >. Acesso em: 21 ago. 2018.</p><p>Avançar</p><p>UNICESUMAR | UNIVERSO EAD</p><p>Unidade 1 Pagina inicial</p><p>Pular para o conteúdo principal Pular para a navegação</p><p>APROFUNDANDO</p><p>A Ergonomia e a Inovação</p><p>Como verificado durante as aulas, a Ergonomia abrange diversas áreas do conhecimento, assim como está presente nas mais</p><p>variadas atividades produtivas. Além disso, essa ciência também é muito utilizada nos processos de inovação. Dessa forma, nessa</p><p>seção serão discutidas a sua proximidade essa temática.</p><p>Primeiramente, é necessário compreender o significado de Inovação. Drucker acredita que inovação é a habilidade de transformar</p><p>algo já existente em um recurso que gere riqueza. "[...]qualquer mudança no potencial produtor-de-riqueza de recursos já</p><p>inexistentes constitui inovação [...]” (DRUCKER, 1987, p. 40). Além disso, Cribb (2007) entende que a inovação se identifica como</p><p>um imperativo para as empresas sobreviverem e ganharem, cada vez mais, espaço nos mercados nacionais e internacionais. Para</p><p>finalizarmos, Drucker (1985) compreende que a inovação é a ferramenta-chave dos gestores, o meio pelo qual exploram a</p><p>mudança como uma oportunidade para um negócio ou serviço diferente. É passível de ser apresentada como uma disciplina, de ser</p><p>ensinada e aprendida, de ser praticada.</p><p>“Tudo bem professor, já entendi o que é inovação. Contudo, qual a sua relação com a Ergonomia?”</p><p>Caro(a) aluno(a), analise o que o grande autor Schumpeter (1984) relata. Segundo o autor, uma das maneiras de inovar é a inserção</p><p>de uma nova tática de produção. A inovação ainda pode ser determinada como uma forma de melhoria nos métodos já existentes.</p><p>Então de que forma se pode criar novos métodos de produção ou como melhorá-los de forma que beneficie a diminuição de custos,</p><p>o desenvolvimento da qualidade ou da produtividade.</p><p>Ainda não conseguiu compreender? Explico melhor! Segundo o autor, para que haja o processo de Inovação, é necessária a adoção</p><p>de novas táticas de produção, melhoria nos métodos de produção já existentes, para assim diminuir os custos, desenvolver</p><p>qualidade ou melhorar a produtividade. Não sei se vai recordar, mas vou lembrá-lo(a) de uma das definições de Ergonomia.</p><p>Segundo Dul e Weerdmeester (2004), a ergonomia é uma ciência aplicada ao projeto de máquinas, equipamentos, sistemas e</p><p>tarefas, entendendo-se que a ergonomia nada mais é do que agrupar conhecimentos relativos ao homem e necessários à</p><p>concepção de instrumentos, máquinas e dispositivos que possam ser utilizados de forma mais confortável possível, levando em</p><p>consideração a segurança e a eficiência ao trabalhador. Logo, a Ergonomia está intimamente ligada à busca por melhoria de novos</p><p>processos, assim como novas táticas de produção.</p><p>Mas então, professor, realmente a Ergonomia contribui para a inovação? Sim caro(a) aluno(a)! Leia essa citação do autor Dahlman</p><p>(1983), esclarecendo que mudanças advindas da análise e dos princípios ergonômicos podem impactar, também, no processo de</p><p>desenvolvimento de produtos inovadores, com características essenciais para o incremento da qualidade de vida e saúde do</p><p>trabalhador.</p><p>Convencido do uso da Ergonomia na Inovação, caro(a) aluno(a)?</p><p>Quase, professor! Poderia incrementar a participação dessa ciência nesse processo só mais um pouco?</p><p>Claro que sim! Leia também essa afirmação a seguir. Segundo Machado (1994), o impacto das inovações tecnológicas sobre o</p><p>modo de produção incide tanto nas relações de troca, quanto nas relações de produção propriamente ditas. Tais inovações alteram</p><p>as formas de cooperação influindo diretamente na atividade humana, na matéria-prima que se aplica ao trabalho e nos meios e</p><p>instrumentos utilizados. Nesse sentido, a ergonomia vem trabalhando, de forma sistemática, no estudo da introdução dessas</p><p>novas tecnologias, demonstrando a transformação do conteúdo e da natureza do trabalho, bem como as consequências dessas</p><p>mudanças na saúde dos sujeitos e na eficácia das organizações.</p><p>Nossa! Realmente professor, agora estou convencido. A Ergonomia também é empregada no processo de inovação.</p><p>É verdade, caro(a) aluno(a)! A Ergonomia é uma ciência interdisciplinar, sendo assim contribui para diversos campos do</p><p>conhecimento.</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>CRIBB, A. Y. Mudança cultural coletiva : o pré-requisito da inovação no Brasil. Rio de Janeiro: Jornal da Cidade, 2007.</p><p>DAHLMAN, S. A washbasin for washing when seated: an example of a user-oriented development project: a study in systematic</p><p>design based on ergonomics principles. Applied Ergonomics , v. 14, n. 2, p. 123-131, 1983.</p><p>DRUKER, P. F. Inovação e espírito empreendedor . São Paulo: Editora Pioneira, 1987.</p><p>DUL, J.; WEERDMEESTER, B. Ergonomia Prática . Tradução por Itiro Iida. São Paulo: E. Blücher, 2004. 137 p.</p><p>MACHADO, L. R. S. A Educação e os desafios das novas tecnologias . Petrópolis: Vozes, 1994.</p><p>SCHUMPETER, J. Capitalismo, socialismo e democracia . Rio de Janeiro: Zahar, 1984.</p><p>PARABÉNS!</p><p>Você aprofundou ainda mais seus estudos!</p><p>Avançar</p><p>UNICESUMAR | UNIVERSO EAD</p><p>Unidade 1 Pagina inicial</p><p>Pular para o conteúdo principal Pular para a navegação</p><p>EDITORIAL</p><p>DIREÇÃO UNICESUMAR</p><p>Reitor Wilson de Matos Silva</p><p>Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho</p><p>Pró-Reitor</p><p>de Administração Wilson de Matos Silva Filho</p><p>Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva</p><p>Pró-Reitor de Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin</p><p>Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi</p><p>C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ . Núcleo de Educação a Distância;</p><p>SOUZA , Thiago Vieira; NUNES , Anna Carolina Bornhausen; BOSSETTO , Marco Aurélio.</p><p>Ergonomia . Thiago Vieira Souza; Anna Carolina Bornhausen Nunes; Marco Aurélio Bossetto.</p><p>Maringá-Pr.: UniCesumar, 2017.</p><p>34 p.</p><p>“Pós-graduação Universo - EaD”.</p><p>1. Ergonomia. 2. Design. 3. EaD. I. Título.</p><p>CDD - 22 ed. 620.82</p><p>CIP - NBR 12899 - AACR/2</p><p>Pró Reitoria de Ensino EAD Unicesumar</p><p>Diretoria de Design Educacional</p><p>Equipe Produção de Materiais</p><p>Fotos : Shutterstock</p><p>NEAD - Núcleo de Educação a Distância</p><p>Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jardim Aclimação - Cep 87050-900</p><p>Maringá - Paraná | unicesumar.edu.br | 0800 600 6360</p><p>Retornar</p><p>UNICESUMAR | UNIVERSO EAD</p><p>Unidade 2 Pagina inicial</p><p>Pular para o conteúdo principal Pular para a navegação</p><p>MÉTODOS DE</p><p>AVALIAÇÃO EM</p><p>ERGONOMIA</p><p>Professor :</p><p>Esp. Thiago Vieira Souza</p><p>Objetivos de aprendizagem</p><p>Conhecer as recomendações e as considerações acerca do trabalho realizado pelo levantamento e transporte manual de</p><p>carga. Apresentar a equação NIOSH e compreender o modelo de cálculo empregado para obtenção do limite de peso</p><p>recomendado.</p><p>Compreender a biomecânica e os seus principais fatores. Apresentar o método Ovako Working Posture Analysing System</p><p>(OWAS) com o intuito de avaliar a postura correta nos diferentes ambientes de trabalho.</p><p>Definir posto de trabalho. Apresentar o método Rapid Upper Limb Assessment (RULA), como ferramenta de avaliação dos</p><p>postos de trabalho.</p><p>Plano de estudo</p><p>A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:</p><p>O levantamento e transporte manual de carga e a Equação NIOSH</p><p>A postura e o Método OWAS</p><p>Posto de trabalho e o Método RULA</p><p>Introdução</p><p>Caro(a) aluno(a),</p><p>Aqui, trataremos de três assuntos importantes para garantir a qualidade de vida e saúde dos trabalhadores, bem como para</p><p>manter a produtividade de uma empresa. Inicialmente conversaremos sobre o levantamento e transporte manual de cargas, tema,</p><p>este, bastante corriqueiro nas diversas profissões.</p><p>Podemos nos deparar com cargas no setor da construção civil, transporte, saúde, indústrias e, até mesmo, no campo – pecuária. E</p><p>de que modo este levantamento e transporte deve ser desenvolvido sem que haja prejuízos à saúde física do trabalhador,</p><p>assegurando o pleno funcionamento humano em seu local de trabalho? Existem técnicas de levantamento e transporte? Sim,</p><p>existem e esses será um dos temas que trataremos neste estudo.</p><p>A seguir, apresentaremos a você um outro tema muito relevante que vem a ser a postura dos trabalhadores. Em qualquer setor</p><p>que o funcionário atue, ele fará uso de seu corpo como um meio de desenvolver suas atividades laborais. E uma das estruturas que</p><p>mais se compromete é a coluna, nossa base de sustentação, equilíbrio e apoio. Atividades desenvolvidas exigem do trabalhador a</p><p>adoção de uma postura correta. Daí a importância de trazermos esse tema para estudo. Do mesmo modo que quantificamos o</p><p>levantamento manual com o método NIOSH, para avaliarmos a sobrecarga ou não, há um método para realizar esta “cobrança”</p><p>sobre o sistema musculoesquelético do trabalhador: o Método OWAS, que analisa as posturas de trabalho que se apresentam</p><p>inadequadas, identifica as posturas mais prejudiciais e ainda identifica as regiões que são mais atingidas.</p><p>Contudo, para desenvolver as atividades laborais fazemos uso de um posto de trabalho, certo? Então, trataremos do posto de</p><p>trabalho e do Método RULA, que é uma adaptação do método OWAS, com algumas outras variáveis: força, repetição e amplitude</p><p>do movimento articular.</p><p>Pronto(a) para começar? Então juntos vamos juntos conhecer melhor todos esses temas! Bom estudo!</p><p>Avançar</p><p>UNICESUMAR | UNIVERSO EAD</p><p>Unidade 2 Pagina inicial</p><p>Pular para o conteúdo principal Pular para a navegação</p><p>O LEVANTAMENTO E TRANSPORTE</p><p>MANUAL DE CARGA E A EQUAÇÃO</p><p>NIOSH</p><p>Nesta aula conversaremos sobre dois tópicos extremamente importantes em ergonomia: o levantamento e transporte manual de</p><p>carga e a equação NIOSH.</p><p>LEVANTAMENTO E TRANSPORTE MANUAL DE CARGA</p><p>No dia a dia das organizações, inúmeros trabalhadores das mais diversas atividades, ao desempenharem suas atividades laborais,</p><p>em algum momento realizam o levantamento e transporte manual de carga. Isto tem direta influência na saúde do trabalhador,</p><p>pois, desenvolvendo suas funções, de forma ergonomicamente correta ou não, podem prevenir ou causar lesões em seu corpo, em</p><p>especial as lombalgias.</p><p>Quando falamos em Ergonomia, conceito já estudado, já se tem conhecimento que ela “[...] é o estudo do relacionamento entre o</p><p>homem e seu trabalho, equipamentos e ambiente, e particularmente, a aplicação dos conhecimentos de anatomia, fisiologia e</p><p>psicologia na solução dos problemas surgidos desse relacionamento” (IIDA, 2005, p. 54).</p><p>O objetivo da ergonomia é adequar o trabalho ao homem; todavia, para que isso ocorra, é necessário que se possua o máximo de</p><p>conhecimento que envolva as necessidades e características do trabalhador e seu posto de trabalho. Essas adequações precisam</p><p>ser feitas no local do trabalho, para que a atividade realizada pelo trabalhador não gere um desgaste desnecessário, ou seja,</p><p>precisam respeitar os limites adequados.</p><p>Para tanto, é de suma importância que o trabalhador e a organização onde este labora tenham conhecimento da Norma</p><p>Regulamentadora 17 (BRASIL, 2002), que trata especificamente da Ergonomia e traz em seu texto o levantamento, transporte e</p><p>descarga individual de materiais.</p><p>O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) disponibiliza na íntegra a Norma Regulamentadora Nº 17 -</p><p>Ergonomia, de 23 de novembro de 1990. É de suma importância você ter conhecimento sobre esta norma,</p><p>que trata sobre as condições de trabalho e a forma correta de utilização dos seus instrumentos de trabalho</p><p>como meio de prevenir futuras lesões à sua saúde física. Disponível em: < http://trabalho.gov.br/images</p><p>/Documentos/SST/NR/NR17.pdf >.</p><p>E tem mais, no site do MTE, você pode conhecer todas as outras normas regulamentadoras atualizadas.</p><p>Deste modo, a sua consulta não sofre defasagens em função de atualizações realizadas. Disponível em:</p><p>< http://trabalho.gov.br/index.php/seguranca-e-saude-no-trabalho/normatizacao/ normas-</p><p>regulamentadoras >.</p><p>Fonte: a autora.</p><p>No item 17, da referida Norma, há o conceito de transporte de cargas, sendo muito importante para você, aluno(a), obter a</p><p>compreensão sobre o tema que estamos estudando:</p><p>17.2.1.1. Transporte manual de cargas designa todo transporte no qual o peso da carga é suportado inteiramente por um só</p><p>trabalhador, compreendendo o levantamento e a deposição da carga.</p><p>17.2.1.2. Transporte manual regular de cargas designa toda atividade realizada de maneira contínua ou que inclua, mesmo</p><p>de forma descontínua, o transporte manual de cargas (BRASIL, 1978, on-line).</p><p>Carga é a quantidade que se exige sobre o trabalhador, no ato de desenvolvimento das suas funções. Essa</p><p>carga possui exigências que atua como um todo. É possível subdividi-la em alguns tipos específicos de</p><p>cargas: sensorial (estímulos auditivos, visuais, táteis, gustativos); cognitiva (memória, atenção,</p><p>concentração), afetiva (exigências de interação afetiva próprias do trabalho, isto é, atividades de</p><p>atendimento ao público, atividades na área de saúde); musculoesquelética (posturas da cabeça, pescoço,</p><p>tronco e membros). Para Kroemer e Grandjean (2005, p. 118), “Subcarga atrofia. Sobrecarga desgasta. Mas,</p><p>a carga bem dimensionada, desenvolve”.</p><p>Fonte: a autora.</p><p>Neste momento, cabe questionarmos: quando um trabalhador vai levantar e/ou transportar algum material qual a postura</p><p>adotada? Este trabalhador conhece as consequências de posturas inadequadas? Há chances</p><p>de ele adquirir alguma doença</p><p>ocupacional ou vir a se acidentar em função do estresse muscular?</p><p>Grandjean (1998, p. 85) informa acerca do levantamento de cargas:</p><p>[...] o levantamento de cargas deve ser considerado como trabalho pesado. [...] a carga das costas é</p><p>frequentemente tão elevada que podem surgir complicações patológicas futuras. O problema principal do</p><p>manuseio de cargas não é tanto a exigência dos músculos, mas sim o desgaste dos discos intervertebrais.</p><p>Para isso, a necessidade premente de conhecer a forma correta de levantar e transportar cargas, para que possam ser evitados</p><p>acidentes ocupacionais decorrentes da atividade trabalho desenvolvida.</p><p>Para o trabalhador realizar o transporte manual de cargas, partes do corpo, ou todo ele, são envolvidas. E, independentemente da</p><p>carga ser deslocada ser muito volumosa ou pesada ou não, o trabalhador que possuir baixa eficiência em seu sistema muscular,</p><p>pode aumentar o risco de lesões e consequentes acidentes de trabalho ou de incidência de doenças profissionais. Portanto, os</p><p>estudos biomecânicos veem ao encontro dessas tarefas - levantamento e transporte manual de cargas – bastante comuns em</p><p>diversas atividades, sendo responsáveis por diversas lesões, muitas vezes irreversíveis ou de difícil tratamento, sobretudo ao nível</p><p>da coluna.</p><p>A escritora Grandjean (1998, p. 93) recomenda 7 regras básicas para um levantamento de cargas correto:</p><p>1. A carga deve ser segura e levantada com as costas retas e joelhos dobrados.</p><p>2. A carga deve ser levantada o mais próximo possível do corpo, segurando, sempre que possível, a carga</p><p>entre os joelhos com os pés em posição apropriada, [...].</p><p>3. O início do levantamento deve ser, sempre que possível, na altura dos joelhos, já que a força máxima de</p><p>levantamento começa na altura entre 50 e 75 cm do chão. Quando o levantamento começa na altura dos</p><p>joelhos, a carga pode ser facilmente até a altura de 90 a 110 cm. Se o levantamento começa na altura do</p><p>cotovelo, a carga pode ser facilmente levantada até os ombros.</p><p>4. Quando faltarem alças, então os “prolongamentos artificias do braço devem ser usados, na forma de</p><p>cordas, cintas ou ganchos.</p><p>5. Rampas devem possibilitar que a carga seja manuseada na altura de 50cm, sendo que a altura de</p><p>depósito, fique em 80 a 110 cm.</p><p>6. Enquanto o levantamento ocorre, deve-se evitar a rotação simultânea do tronco.</p><p>7. Para o manuseio de cargas usar sempre possível carrinhos, rodízios ou dispositivos de levantamento</p><p>mecânico.</p><p>Outras informações relevantes para o levantamento manual de cargas são que, não havendo a possibilidade de mecanizar o</p><p>levantamento, devem ser desenvolvidos nos locais de trabalho bancadas ou prateleiras para facilitar o desenvolvimento de tarefas</p><p>que obrigam o levantamento de cargas.</p><p>Trabalhadores levantam peso inúmeras vezes em seu dia a dia laboral. Mesmo sendo uma carga pequena, esse ato se desenvolve</p><p>de forma automática, em razão das repetidas vezes em que são feitos, e por isso não existe uma consciência do quanto o organismo</p><p>é exigido para realizar estes atos.</p><p>Além do levantamento manual de cargas como fator de risco para o desenvolvimento de adoecimentos ocupacionais nas áreas de</p><p>trabalho, há os carregamentos manuais de cargas excessivas. Este transporte manual, no qual, geralmente, é fisicamente</p><p>extenuante, envolve um alto custo energético; desta forma o trabalhador precisa conhecer e cumprir um padrão a ser seguido,</p><p>reduzindo, desta forma, lesões ao corpo e, consequentemente, minorando os riscos de acidentes de trabalho, resultando em</p><p>produtividade e eficiência para a organização (MAZINI FILHO et al, 2015).</p><p>Para realizar a movimentação manual de cargas, é importante que estas sejam deslocadas em uma linha vertical perto do centro de</p><p>gravidade. Deste modo, reduzem-se as exigências musculares. Grandjean relata que “menos interessante é o carregamento de</p><p>carga em frente ao corpo, porque através disto inúmeros músculos do abdome são sobrecarregados estaticamente” (1998, p. 93).</p><p>A Norma Regulamentadora 17 assim descreve: “não deverá ser exigido nem admitido o transporte manual de cargas, por um</p><p>trabalhador cujo peso seja suscetível de comprometer sua saúde ou sua segurança” (BRASIL, 1978, on-line).</p><p>Levantar e manusear cargas são as principais causas de lombalgia. Estas podem aparecer por esforço além do permitido ou mesmo</p><p>como consequência de esforços repetitivos (BRASIL, 2002, on-line).</p><p>Conforme a CLT – Consolidação das Leis Trabalhistas (BRASIL, 1943, on-line) em seu artigo 198: “é de 60 kg (sessenta</p><p>quilogramas) o peso máximo que um empregado pode remover individualmente, ressalvadas as disposições especiais relativas ao</p><p>trabalho do menor e da mulher”.</p><p>No mesmo decreto, artigo 390, há a informação referente ao peso máximo para a mulher trabalhadora: “ao empregador é vedado</p><p>empregar a mulher em serviço que demande o emprego de força muscular superior a 20 (vinte) quilos para o trabalho continuo, ou</p><p>25 (vinte e cinco) quilos para o trabalho ocasional”.</p><p>Entretanto, a OIT em suas indicações, faz a seguinte recomendação quanto ao levantamento de cargas por homens, mulheres e</p><p>jovens, segundo a Tabela 1.</p><p>Tabela 1 – Recomendações de levantamento de carga</p><p>Fonte: Grandjean (1998, p. 92).</p><p>Vamos conversar sobre algumas recomendações importantes sobre levantamento e transporte de cargas (FERREIRA, 2001).</p><p>Cuidados iniciais:</p><p>1. Quando for carregar um peso, é necessário averiguar o trajeto que será utilizado para este transporte, para que ocorra de</p><p>forma segura.</p><p>2. Retirar quaisquer obstáculos que possam existir no caminho. Entretanto, ao efetuar o transporte, não esquecer daqueles</p><p>que ficarão no caminho por não poderem ser removidos.</p><p>3. Averiguar antecipadamente o tamanho e peso do objeto que será transportado, para garantir o transporte e equilíbrio.</p><p>Após os cuidados iniciais, para elevar um peso:</p><p>1. Aproximar-se do objeto, deixando os pés afastados, posicionando um pé mais à frente que o outro, como forma de melhorar</p><p>sua base de sustentação.</p><p>2. Ao se abaixar, dobrar os joelhos e ficando com a cabeça e as costas em eretas.</p><p>3. Fixar o objeto com a palma das mãos e dedos.</p><p>4. Erguer-se, utilizando somente a força das pernas e mantendo os braços retos.</p><p>5. Colocar o objeto próximo ao corpo e mantê-lo centralizado em relação às pernas enquanto o transporta.</p><p>Como forma de prevenir danos às costas, em razão de um levantamento mal realizado, tomar as</p><p>seguintes precauções:</p><p>1. Manter as costas eretas.</p><p>2. Ficar o mais próximo possível do objeto a ser transportado.</p><p>3. Se necessitar virar o corpo estando com a carga, manter as pernas fixas no chão.</p><p>4. Jamais apoiar a carga na perna ou no joelho.</p><p>5. Objetos pesados não podem ser erguidos acima da cabeça.</p><p>6. Evitar executar atividades pesadas por períodos prolongados.</p><p>Procedimentos alternativos:</p><p>1. Para transportar grandes cargas, é importante que se peça a ajuda de outro trabalhador, com altura similar, evitando assim o</p><p>desnível do objeto.</p><p>2. Fazer uso de carrinhos próprios ou qualquer outro meio de transporte arquitetado para o transporte de materiais.</p><p>3. Ao utilizar carrinhos para transportar cargas, a atividade fica facilitada e com menor dano às costas dos trabalhadores, ao</p><p>invés de conduzir nos braços.</p><p>Empurrando a carga:</p><p>1. Manter-se próximo da carga.</p><p>2. Evitar inclinações do corpo sobre ela.</p><p>3. Fazer uso da força dos dois braços para movê-la.</p><p>4. Contrair os músculos do abdome.</p><p>Puxando a carga:</p><p>1. Ficar atrás do carrinho e colocar os pés um diante do outro, com 30 cm entre eles.</p><p>2. Manter as costas retas.</p><p>3. Fletir ligeiramente as pernas.</p><p>4. Recuar devagar, mas com passos uniformes.</p><p>Como visto, a ergonomia indica como ações com objetivo de prevenir danos ocupacionais, a alternância de posturas e movimentos.</p><p>Ok, mas existe algum método para avaliar as posturas do trabalhador? Sim, existe! Guimarães (2000, p. 4-12) apresenta alguns:</p><p>RULA</p><p>(Rapid Upper Limb Assessment): para uma avaliação rápida de DORTs (principalmente de membros superiores) Código de</p><p>Armstrong OWAS NIOSH (National Institute for Occupational Safety and Health)</p><p>A seguir, descreverei um pouco mais sobre estes métodos.</p><p>EQUAÇÃO NIOSH</p><p>Conforme descreve Pereira et al (2015, p. 916), O Método NIOSH - National Institute for Ocupational Safety and Health, é uma</p><p>ferramenta de avaliação de levantamento de cargas. Ele foi criado em 1981 e revisado em 1992, onde alguns fatores foram</p><p>inseridos: a duração da tarefa, a frequência dos levantamentos e a qualidade da pega. Ademais, foram discutidas limitações da</p><p>equação e o uso de um índice para a identificação dos riscos, sendo proposto o Limite de Peso Recomendado (L.P.R) e o Índice de</p><p>Levantamento (I.L).</p><p>Este método tem como objetivo desenvolver um instrumento que identifique os riscos de lombalgia em associação com a carga</p><p>física à que se submete o trabalhador e como resultado propor um limite de peso adequado para cada atividade em questão.</p><p>Para Guimarães (2000, p.17),</p><p>a equação de NIOSH é formulada de maneira que o peso é aceitável para a maioria da população (99% dos</p><p>homens e 75% das mulheres), que a carga de compreensão do dorso é menor que 3400N (346,70 kgf ou</p><p>aproximadamente 340 kgf ) e que a energia consumida em 1 até 2 horas de levantamento repetitivo é</p><p>menos do que 260 W para levantamentos de carga que estão abaixo de bancada (75 cm) e 190 W para</p><p>cargas acima de 75 cm.</p><p>Já Moreira (2015, p.48) informa que:</p><p>a formulação de um método consistente sobre o assunto, que deveria contar com quatro critérios básicos:</p><p>Epidemiológico: estudo das doenças provocadas, neste caso, pelos movimentos de levantamento de cargas,</p><p>encontrando a causa-doença e definindo critérios para reduzir e até mesmo eliminar a possibilidade de</p><p>doença ao trabalhador; Psicológico: considera o comportamento humano, muitas vezes a imposição para</p><p>realizar o trabalho pode agravar alguns problemas relativos à ergonomia entre postos de trabalho;</p><p>Biomecânico: estruturas dos sistemas biológicos, este aspecto contém conceitos relevantes envolvendo</p><p>métodos e leis da mecânica que influenciam o corpo humano e Fisiológico: estuda as funções do organismo</p><p>das pessoas, procura por meios de estudo dos desgastes fisiológicos dos exercícios, verifica o desgaste do</p><p>operador e de seu organismo em relação à atividade física no posto de trabalho.</p><p>Após vários estudos, foi definida a seguinte fórmula (MOREIRA et al, 2015, p. 49):</p><p>LPR = 23 x FDH x FAV x FDVP x FFL x FRLT x FQPC</p><p>Sendo que:</p><p>LPR = Limite de Peso Recomendado.</p><p>23 = Valor constante é aquele definido e pode ser manuseado sem risco particular para o operador; peso que uma pessoa</p><p>levante durante o trabalho, sendo 90% para os homens e no mínimo 75% das mulheres e assim o farão sem riscos de lesões</p><p>(WATERS, 1993).</p><p>FDH = Fator de Distância Horizontal em Relação à Carga.</p><p>FAV = Fator de Altura Vertical em Relação ao Solo.</p><p>FRLT = Fator de Rotação Lateral do Tronco.</p><p>FFL = Fator Frequência de Levantamento.</p><p>Pega de Carga = Definição (ótima, boa ou ruim).</p><p>O método NIOSH estabeleceu que, para uma situação qualquer de trabalho, no levantamento manual de cargas, existe um L.P.R</p><p>(Limite de Peso Recomendado). O L.P.R, após calculado, é comparado com a carga real levantada, chegando-se ao Índice de</p><p>Levantamento (I.L). Assim, fica determinado que se o valor do I.L, for menor que 1.0, a chance de lesão será mínima e o trabalhador</p><p>estará em situação segura; se o valor for de 1.0 a 2.0, aumenta-se o risco; e se a situação de trabalho for maior que 2.0, aumentará</p><p>o risco de lesões na coluna (WATERS et al, 1993; COUTO, 1995).</p><p>Para conhecer mais sobre o Método NIOSH, seus conceitos e aplicações, a Universidade Federal do Rio</p><p>Grande do Sul disponibiliza um conteúdo interessante e que aprimoram a explicação sobre o tema, que está</p><p>disponível no seguinte link: < http://www.producao.ufrgs.br/arquivos/disciplinas/395_niosh.pdf >.</p><p>Fonte: a autora.</p><p>O método NIOSH possui vantagens para todos os envolvidos no processo do trabalho:</p><p>1. Para os trabalhadores significa a diminuição do estresse e fadiga na jornada de trabalho.</p><p>2. Para o empregador também há ganhos, pois os trabalhadores terão menos chances de lesões e, com isso, diminuição no</p><p>número de faltas ao trabalho, aumentando, assim, a produtividade.</p><p>3. O governo também ganha, pois menor número de trabalhadores afastados significa diminuição de gastos com tratamentos</p><p>e indenizações decorrentes das lesões nos locais de trabalho.</p><p>Em seguida vamos conversar sobre a postura do trabalhador em seu posto de trabalho e o método OWAS.</p><p>A POSTURA E O MÉTODO OWAS</p><p>Nesta aula, trataremos de um tema de extrema importância para o trabalhador: a sua postura ao realizar suas atividades e a</p><p>aplicação do Método OWAS como instrumento de avaliação de posturas inadequadas ao se executar uma tarefa, que quando não</p><p>bem administradas podem determinar o surgimento problemas musculoesqueléticos, resultando em incapacidade laboral e</p><p>absenteísmo.</p><p>A POSTURA</p><p>Desenvolver um trabalho com excelência, envolve um conjunto de três fatores: o trabalhador, equipamentos e locais adequados</p><p>para desenvolvimento das tarefas. Quando estes fatores se encontram interligados e harmônicos determinarão uma melhor</p><p>performance na realização das atividades, além da melhor utilização dos recursos disponíveis.</p><p>Figura 1- Postura corporal</p><p>Para conversarmos sobre postura, é necessária uma breve explicação acerca da biomecânica ocupacional. Ela vem a ser o estudo</p><p>dos movimentos do corpo do trabalhador e as forças interligadas ao trabalho. Ela vem a ser uma parte da biomecânica geral, tendo</p><p>a preocupação de analisar a influência do posto de trabalho, máquinas, ferramentas e materiais utilizados pelo trabalhador, com a</p><p>situação física, objetivando minimizar os riscos de distúrbios musculoesqueléticos. Em suma, averiguar as posturas corporais no</p><p>trabalho, a utilização de forças e suas consequências (IIDA, 2005).</p><p>Então, um dos temas mais importantes em Biomecânica se refere a postura do trabalhador. Uma postura correta no momento em</p><p>que se desenvolve o trabalho, permite ao trabalhador uma longevidade ocupacional.</p><p>“Postura é o estudo do posicionamento relativo de partes do corpo, como cabeça, tronco e membros, no espaço. A boa postura é</p><p>importante para a realização do trabalho sem desconforto ou estresse” (IIDA, 2005, p. 164).</p><p>Para Iida (2005, p. 165), há três momentos onde a postura incorreta pode acarretar em prejuízos ao trabalhador: em trabalhos</p><p>imóvel que exige por longos períodos uma postura parada; trabalhos que obrigam o uso de muita força e trabalhos que exigem</p><p>posturas inconvenientes, por exemplo, o tronco inclinado e torcido.</p><p>A coluna vertebral, por ser composta de discos, possui pouca resistência a forças contrárias ao seu eixo, localizado na região</p><p>lombar, como você pode observar na Figura 1. Mesmo que o levantamento da carga ocorra na posição mais ereta possível, o</p><p>esforço se distribui de forma igualitária por todas a coluna, e, consequentemente, pelas vértebras e discos, ocorrendo uma queda</p><p>de 20% na compressão nos discos, em comparação ao levantamento na posição curvada.</p><p>Postura é o estudo do posicionamento relativo de partes do corpo, como cabeça, tronco e membros, no espaço (IIDA, 2005). A</p><p>postura, frequentemente, é determinada pela tarefa e pelo posto de trabalho, seja sentado ou em pé, e quando inadequada e</p><p>prolongada produz tensões mecânicas nos músculos, ligamentos e articulações que resultam em dores no pescoço, costas, ombros</p><p>e punhos (DUL; WEERDMEESTER, 2004). Cada componente do posto de trabalho deve ter sua própria adequação ergonômica, em</p><p>que deve se adaptar às características anatômicas e fisiológicas dos seres humanos, principalmente no que se refere aos sistemas</p><p>musculoesquelético e óptico (DO RIO; PIRES, 2001). Porém, nenhuma postura é neutra e nenhuma má postura</p>