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<p>UNIVERSIDADE FEDERAL DAS CIÊNCIAS DA SAÚDE DE PORTO ALEGRE</p><p>CURSO DE GRADUAÇÃO EM NUTRIÇÃO</p><p>Disciplina de Bioética - Julia Lima</p><p>ABORDAGEM NUTRICIONAL EM CUIDADOS PALIATIVOS</p><p>A nutrição é essencial para a saúde e bem-estar, sendo também usada</p><p>como terapia para algumas doenças. Em pacientes sem resposta a tratamentos</p><p>curativos, a nutrição ajuda a reduzir efeitos adversos de medicamentos e</p><p>controlar sintomas da doença. Para garantir a satisfação e o conforto do</p><p>paciente, a abordagem nutricional deve respeitar sua autonomia e hábitos</p><p>alimentares. A atuação da equipe de saúde em cuidados paliativos deve seguir</p><p>os princípios da OMS, que incluem: aliviar a dor e sintomas desagradáveis,</p><p>afirmar a vida e considerar a morte como um processo normal, não acelerar nem</p><p>adiar a morte, integrar aspectos psicológicos e espirituais no cuidado, oferecer</p><p>suporte contínuo ao paciente e familiares, realizar abordagem multiprofissional,</p><p>melhorar a qualidade de vida e iniciar cuidados paliativos precocemente. Esses</p><p>princípios garantem a dignidade do paciente, reconhecendo que há um limite</p><p>para a cura, mas não para o cuidado.</p><p>A alimentação é um direito humano fundamental, essencial para a vida e</p><p>a cidadania, sendo sinônimo de saúde e bem-estar. Nos cuidados paliativos, a</p><p>nutrição segue os princípios bioéticos (autonomia, beneficência, não-</p><p>maleficência e justiça), permitindo que o paciente decida sobre sua alimentação.</p><p>Quando o paciente não pode se comunicar, a opinião dos familiares e da equipe</p><p>de assistência deve ser considerada. A colaboração entre médico e nutricionista</p><p>melhora a aceitação dos alimentos e a qualidade de vida. A conduta nutricional</p><p>varia conforme características individuais e em pacientes com restrições</p><p>alimentares, é importante discutir com a equipe multiprofissional os alimentos a</p><p>serem oferecidos, considerando os riscos e benefícios, mas também tentar</p><p>atender aos desejos alimentares dos pacientes, que podem proporcionar</p><p>conforto físico e emocional.</p><p>Idosos também requerem atenção especial devido ao envelhecimento e</p><p>às doenças crônicas. A atenção integral ao idoso, com envolvimento familiar, é</p><p>crucial para manter a qualidade de vida e evitar o rápido declínio das funções.</p><p>Não há consenso sobre a via de alimentação em idosos, e a autonomia do</p><p>paciente e da família deve ser respeitada. Em casos de idosos abandonados</p><p>pela família, a equipe multidisciplinar deve decidir a melhor conduta, sempre</p><p>respeitando a integridade física, psíquica e moral do paciente, conforme o</p><p>Estatuto do Idoso.</p><p>A abordagem nutricional em cuidados paliativos deve focar na autonomia</p><p>do paciente, garantindo a liberdade de escolha. O profissional deve informar</p><p>claramente as opções de alimentação e nutrição do paciente e acolher os</p><p>familiares, que muitas vezes não se sentem seguros para decidir. Quando em</p><p>conflito, o profissional deve compartilhá-lo com a equipe multidisciplinar para</p><p>buscar alternativas alinhadas aos princípios éticos da OMS.</p><p>CONSIDERAÇÕES</p><p>O texto traz considerações importantes sobre como atuar nos cuidados</p><p>paliativos, especialmente no que diz respeito à autonomia. O paciente deve ser</p><p>sempre consultado, escutado, e quando possível, atendido em relação à sua</p><p>alimentação. O princípio bioético da autonomia diz que os indivíduos capacitados</p><p>para deliberarem sobre suas escolhas pessoais devem ser tratados com respeito</p><p>pela sua capacidade de decisão, pois as pessoas têm o direito de decidir sobre</p><p>as questões relacionadas ao seu corpo e à sua vida.</p><p>O texto também aborda a postura do profissional de nutrição, orientado</p><p>pelo princípio bioético da beneficência, que se refere à obrigação ética de</p><p>maximizar o benefício e minimizar o prejuízo. Esse princípio se alinha com os</p><p>princípios da OMS, principalmente no que diz respeito à “promover o alívio da</p><p>dor e outros sintomas desagradáveis” e “melhorar a qualidade de vida e</p><p>influenciar positivamente o curso da doença”. O profissional deve ter a maior</p><p>informação técnica possível para assegurar que sua conduta é benéfica ao</p><p>paciente. Esse princípio, que proíbe infligir dano deliberado, relaciona-se com o</p><p>princípio bioético da não-maleficência, que diz que a ação do profissional sempre</p><p>deve causar o menor prejuízo à saúde do paciente.</p><p>Por fim, o princípio bioético da justiça também diz respeito à postura e</p><p>conduta do profissional, pois estabelece como condição fundamental a</p><p>equidade, que é a obrigação ética de tratar cada indivíduo de forma moralmente</p><p>correta e adequada, e dar a cada um o que lhe é devido. O nutricionista deve ser</p><p>imparcial, sempre buscando a melhor forma de tratamento e atendimento para</p><p>cada paciente, independente de classe social, religião, raça ou etnia.</p>

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