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<p>2</p><p>SUMÁRIO</p><p>1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 3</p><p>2 CONCEITOS BÁSICOS ...................................................................................... 4</p><p>3 SISTEMA ESQUELÉTICO ................................................................................ 15</p><p>4 SISTEMA ARTICULAR ..................................................................................... 20</p><p>5 SISTEMA MUSCULAR ..................................................................................... 21</p><p>5.1 Fisiologia muscular ......................................................................................... 23</p><p>6 SISTEMA NERVOSO ....................................................................................... 30</p><p>7 SISTEMA CIRCULATÓRIO .............................................................................. 35</p><p>8 SISTEMA RESPIRATÓRIO .............................................................................. 41</p><p>8.1 Fisiologia do sistema respiratório ................................................................... 45</p><p>8.2 Integrações do sistema cardiorrespiratório ..................................................... 48</p><p>9 SISTEMA DIGESTÓRIO ................................................................................... 52</p><p>9.1 Fisiologia do sistema digestório ...................................................................... 57</p><p>9.2 Funções do sistema digestório: motilidade, secreção, digestão e absorção .. 58</p><p>10 SISTEMA URINÁRIO ........................................................................................ 61</p><p>10.1 Fisiologia renal ................................................................................................ 63</p><p>10.2 Fatores reguladores da função renal .............................................................. 68</p><p>11 SISTEMA GENITAL MASCULINO .................................................................... 71</p><p>12 SISTEMA GENITAL FEMININO ....................................................................... 74</p><p>12.1 Fisiologia da lactação ..................................................................................... 78</p><p>13 SISTEMA ENDÓCRINO ................................................................................... 80</p><p>14 SISTEMA SENSORIAL ..................................................................................... 89</p><p>15 SISTEMA TEGUMENTAR ................................................................................ 90</p><p>16 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................. 92</p><p>3</p><p>1 INTRODUÇÃO</p><p>Prezado aluno!</p><p>O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante</p><p>ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável -</p><p>um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma</p><p>pergunta , para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum</p><p>é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a</p><p>resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas</p><p>poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em</p><p>tempo hábil.</p><p>Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa</p><p>disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das</p><p>avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que</p><p>lhe convier para isso.</p><p>A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser</p><p>seguida e prazos definidos para as atividades.</p><p>Bons estudos!</p><p>4</p><p>2 CONCEITOS BÁSICOS</p><p>A Anatomia (ana = em partes + tomein = cortar) é a ciência que estuda</p><p>macroscopicamente a estrutura dos seres organizados, através da descrição</p><p>morfológica dos órgãos e sistemas. É imprescindível ter o conhecimento da</p><p>anatomia do corpo humano, desde as menores até às maiores dimensões de seus</p><p>componentes, que comumente são divididos em níveis organizacionais.</p><p>Abordagens ou especialidades anatômicas</p><p>Duas categorias gerais dos estudos anatômicos são comumente consideradas:</p><p>a anatomia microscópica e a anatomia macroscópica. A anatomia microscópica</p><p>examina estruturas que não são visíveis a olho nu, utilizando-se de equipamentos</p><p>como lupas e microscópios ópticos e eletrônicos. A macroscópica é a qual considera</p><p>as estruturas visíveis a olho nu e que se vale de formas de estudo como a anatomia</p><p>de superfície, a anatomia topográfica (ou regional) e a anatomia sistêmica. Estas</p><p>formas de estudo se completam gerando uma perspectiva mais ampla para o</p><p>conhecimento. Entenda-as:</p><p>5</p><p>➢ Anatomia de superfície: analisa os pontos ou regiões superficiais do corpo,</p><p>sem utilizar métodos de dissecção, por meio da palpação ou observação.</p><p>➢ Anatomia topográfica: examina as características internas e externas de uma</p><p>região do corpo específica, como tórax, abdome e membros superiores e</p><p>inferiores.</p><p>➢ Anatomia sistêmica: estudo dos sistemas do corpo; como o sistema ósseo,</p><p>muscular, nervoso e digestório. Considera as características anatômicas de um</p><p>grupo de órgãos que funcionam integrados para produzir efeitos coordenados.</p><p>➢ Anatomia do desenvolvimento ou embriologia: acompanha o</p><p>desenvolvimento humano desde o nascimento até a maturidade física;</p><p>➢ Anatomia clínica: compreende as características anatômicas descobertas nas</p><p>patologias.</p><p>➢ Anatomia comparada: relaciona a anatomia de outros animais que</p><p>apresentam um processo de evolução semelhante ao do ser humano;</p><p>➢ Anatomia por imagem ou anatomia radiológica: gera o conhecimento</p><p>anatômico por meio da visualização e da interpretação de imagens</p><p>radiológicas, como as da radiografia, da tomografia computadorizada, da</p><p>ressonância magnética (Figura 1). As imagens geradas pelo aparelho de</p><p>ultrassom (ecografia) também estão incluídas.</p><p>As imagens radiológicas podem ser úteis não apenas para estudar a anatomia</p><p>normal do corpo humano, mas também para compreender as variações anatômicas,</p><p>patologias e diferenças morfológicas em neonatos, crianças, adultos jovens, adultos</p><p>e idosos.</p><p>6</p><p>Figura 01 –Imagens dotórax: (A) tomografia computadorizada;(B) radiografia;(C)</p><p>ressonância magnética.</p><p>Fonte: CHEN; TALANOW,2012.</p><p>Terminologia anatômica</p><p>A anatomia é uma ciência essencialmente baseada em observar e descrever o</p><p>que se vê. Os anatomistas estudam o corpo humano há séculos, tentando proferir o</p><p>que encontram e o que veem; para isso, eles necessitam de um vocabulário</p><p>específico, que traduza a imagem em linguagem.</p><p>Esta linguagem é fundamentalmente derivada de termos e étimos gregos e</p><p>latinos. Por exemplo, a palavra intercostal é composta das raízes do latim inter, que</p><p>significa ‘entre’, e costo, que significa ‘costelas’; assim, a palavra intercostal tem como</p><p>significado ‘entre as costelas’, como os músculos intercostais (BECKER, et al., 2018).</p><p>Essa linguagem anatomoclínica é amplamente utilizada na área da saúde,</p><p>devendo ser inserida para comunicação no ambiente acadêmico e vida profissional.</p><p>Posições corporais</p><p>As descrições de alguma parte do corpo humano assumem que elas estão em</p><p>uma posição padronizada de referência chamada posição anatômica. Na posição</p><p>7</p><p>anatômica, o indivíduo se mantém ereto de frente para o observador, com a cabeça e</p><p>os olhos voltados diretamente para frente.</p><p>Os membros inferiores estão paralelos, os pés estão retos sobre o chão e</p><p>direcionados para frente. Os membros superiores ficam ao lado do corpo, com as</p><p>palmas voltadas para frente. Dois termos descrevem o corpo deitado. Se o corpo está</p><p>com o rosto voltado para baixo, ele está em decúbito ventral. Se o corpo está com o</p><p>rosto voltado para cima, ele está em decúbito dorsal (TORTORA; DERRICKSON,</p><p>2016).</p><p>Partes</p><p>(direito e esquerdo) são os órgãos responsáveis pela hematose,</p><p>localizam-se na cavidade torácica e são envolvidos por uma membrana serosa,</p><p>denominada de pleura. A pleura é dividida em pleura visceral, aderida à superfície do</p><p>pulmão, e pleura paríetal, que reveste a cavidade torácica. A pleura parietal e a pleura</p><p>visceral estão intimamente unidas, e são separadas por um pequeno espaço por onde</p><p>circula um líquido, denominado de cavidade pleural (SILVA, 2021).</p><p>45</p><p>8.1 Fisiologia do sistema respiratório</p><p>Os pulmões se dividem em lobos, delimitados por fendas, denominadas de</p><p>fissuras. O pulmão direito apresenta três lobos: superior, médio e inferior, O lobo</p><p>superior é separado do lobo médio pela fissura oblíqua e o lobo médio é separado do</p><p>lobo inferior pela fissura horizontal. Já o pulmão esquerdo apresenta dois lobos,</p><p>superior e inferior, que são separados pela fissura oblíqua. Os lobos pulmonares, por</p><p>sua vez, se dividem em vários segmentos broncopulmonares, os quais recebem ar de</p><p>um brônquio segmentar específico.</p><p>Os pulmões apresentam uma abertura na face mediastinal por onde</p><p>atravessam diversas estruturas, denominada hilo pulmonar. Pelo hilo pulmonar</p><p>entram e saem vasos sanguíneos e linfáticos, brônquios principais e nervos, os quais</p><p>em conjunto formam a raiz do pulmão (SILVA, 2021).</p><p>O sistema respiratório funciona como um instrumento de detecção através de</p><p>estruturas altamente especializadas para que o oxigênio inalado alcance os alvéolos</p><p>dos pulmões e, em seguida, entre rapidamente na corrente sanguínea para órgãos e</p><p>tecidos. A função principal é o transporte de oxigênio da atmosfera para a corrente</p><p>sanguínea e, inversamente, a remoção de dióxido de carbono da corrente sanguínea</p><p>para a atmosfera.</p><p>A respiração ainda pode ser dividida em duas fases. A respiração externa é o</p><p>processo de troca gasosa entre o ar nos pulmões e o sangue, no qual o dióxido de</p><p>carbono é substituído por oxigênio no nível celular. A respiração interna é o processo</p><p>de fornecimento de sangue rico em oxigênio para os tecidos do corpo (AIRES, 2012).</p><p>As passagens nasais, ou cavidades nasais, se comunicam com o mundo</p><p>exterior através das narinas. Em sua estrutura interna encontram-se células ciliadas</p><p>que secretam o muco nasal, "filtram" o ar inalado, aquecem-no através dos capilares</p><p>e umidificam-no através das glândulas mucosas. A faringe é uma estrutura comum</p><p>aos sistemas respiratório e digestivo que permite a passagem do bolo alimentar para</p><p>o sistema digestivo e a passagem do ar para o sistema respiratório (GUYTON; HALL,</p><p>2017).</p><p>Como a faringe é um canal comum para deglutição e respiração, ela se</p><p>comunica com a laringe, onde o trato gastrointestinal e as vias aéreas se cruzam. A</p><p>laringe está entre a faringe e a traquéia e contém as cordas vocais. Ele contém uma</p><p>46</p><p>epiglote que impede que o bolo alimentar entre no trato respiratório. A laringe está na</p><p>frente da garganta, logo abaixo do osso hioide e acima da traquéia.</p><p>A traquéia é um tubo revestido com células ciliadas e células secretoras de</p><p>muco que ajudam a remover partículas impuras do ar. A traquéia é um tubo de 5</p><p>polegadas de comprimento de anéis de cartilagem hialina em forma de C, revestido</p><p>com um epitélio ciliado pseudoestratificado, conecta a laringe aos brônquios e permite</p><p>que o ar entre no peito pela garganta. Os anéis cartilaginosos que compõem a traquéia</p><p>a mantêm constantemente exposta ao ar. A extremidade aberta do anel cartilaginoso</p><p>aponta posteriormente para o esôfago, permitindo que ele se expanda no espaço</p><p>ocupado pela traquéia para acomodar grandes quantidades de alimentos que se</p><p>deslocam por ele (TORTORA; DERRICKSON, 2017).</p><p>Segundo o autor, a principal função da traquéia é fornecer uma via aérea livre</p><p>para o ar entrar e sair dos pulmões. Além disso, o epitélio que reveste a traquéia</p><p>produz muco. O muco retém a poeira e outros poluentes e os impede de chegar aos</p><p>pulmões. O corpo ciliar, na superfície das células epiteliais, transporta o muco para a</p><p>faringe, onde pode ser ingerido e digerido no trato gastrointestinal. Os brônquios</p><p>surgem da bifurcação da traqueia e ramificam-se em tubos menores (bronquíolos).</p><p>Ambos têm um revestimento interno semelhante à traquéia e numerosos cílios que</p><p>expelem bactérias e outras partículas inaladas.</p><p>Os pulmões são o principal órgão do sistema respiratório. Eles estão</p><p>localizados na cavidade torácica, que é acomodada pelas costelas, esterno e ossos</p><p>vertebrais. Eles são circundados pela pleura, cuja função é suavizar e facilitar o</p><p>movimento dos pulmões durante a respiração.</p><p>A troca gasosa ocorre nos alvéolos, onde os sistemas circulatório e respiratório</p><p>estão integrados. São órgãos compostos por camadas de espessura sensível.</p><p>O mecanismo de ventilação</p><p>A respiração mecânica ocorre devido à contração do diafragma (músculo</p><p>auxiliar do processo respiratório) durante a inspiração, de modo que com a ajuda da</p><p>ação dos músculos intercostais e dos movimentos de expansão da caixa torácica, o</p><p>volume dos pulmões aumenta, a pressão diminui, o ar entra nos pulmões (inspiração)</p><p>(Figura 9).</p><p>47</p><p>Figura 9 - Mecanismo de respiração</p><p>Fonte: bit.ly/3KmNhVo</p><p>No mecanismo inverso, quando o diafragma relaxa com a ajuda dos músculos</p><p>intercostais, caixa torácica e pulmões, o ar sai do interior dos pulmões, reduzindo o</p><p>volume e aumentando a pressão (expiração). O ciclo respiratório pode, portanto, ser</p><p>visto como um resultado de forma complementar entre os mecanismos inspiratório e</p><p>expiratório subsequente. O número de ciclos respiratórios por unidade de tempo pode</p><p>ser alterado pela atividade física direcionada (GUYTON; HALL, 2017).</p><p>Segundo o autor, a poluição do ar também afeta as vias aéreas em algumas</p><p>doenças, como a asma, que se caracteriza pelo estreitamento dos brônquios e</p><p>dificuldade no ciclo respiratório. Uma infecção dos alvéolos dos pulmões causada por</p><p>pneumonia, vírus, bactérias e fungos que aumenta a produção de secreções de muco</p><p>que se acumulam nos alvéolos dos pulmões e previnem hematomas pulmonares.</p><p>Hábitos também podem danificar o sistema respiratório, como fumar cigarros, que</p><p>causa câncer de pulmão e é causado por células anormais que se formam dentro do</p><p>sistema.</p><p>Cerca de 90% dos cânceres de pulmão e 80% dos cânceres de laringe e</p><p>esôfago são causados pelo uso do tabaco. As medidas preventivas mais importantes</p><p>para a saúde respiratória são medidas que priorizam a atividade física ao ar livre,</p><p>cessação do tabagismo, prevenção da poluição do ar e preferência por florestas.</p><p>48</p><p>8.2 Integrações do sistema cardiorrespiratório</p><p>As estruturas do sistema cardiovascular fornecem oxigênio e nutrientes aos</p><p>tecidos orgânicos e dependem das estruturas do sistema respiratório para captação e</p><p>expulsão do ar.</p><p>Os sistemas circulatório e respiratório trabalham juntos para garantir que os</p><p>tecidos dos órgãos recebam oxigênio adequado. Para as funções celulares, o oxigênio</p><p>é necessário. O ar inspirado e retido nos pulmões é transferido para a corrente</p><p>sanguínea. O sangue é circulado pelo coração, que conduz o sangue oxigenado dos</p><p>pulmões para o corpo. Além disso, os dois sistemas do corpo colaboram para remover</p><p>o dióxido de carbono, um resíduo metabólico (GUYTON; HALL, 2017).</p><p>O coração tem dois ventrículos e dois átrios. O sangue das veias é recebido</p><p>pelo ventrículo direito e pelos átrios. O sangue desoxigenado flui para o lado direito</p><p>do coração. Quando o músculo cardíaco relaxa, o sangue é liberado dos átrios para o</p><p>ventrículo direito. O ventrículo direito então injeta o sangue através da veia pulmonar</p><p>para a artéria pulmonar, onde é liberado nos pulmões para recuperação de oxigênio.</p><p>Como resultado, o sangue retorna para o lado esquerdo do coração. Quando o</p><p>músculo cardíaco relaxa, o lado esquerdo recebe o sangue e o envia para o ventrículo.</p><p>Finalmente, o sangue é bombeado para a aorta e distribuído</p><p>por todo o corpo.</p><p>As artérias são as principais fontes de sangue oxigenado para o corpo e,</p><p>portanto, dependem dos pulmões para a oxigenação. O sangue sai na aorta e vai para</p><p>as extremidades do corpo. A aorta divide-se em arteríolas, que se dividem em vasos</p><p>ainda menores conhecidos como capilares. Esses capilares têm membranas muito</p><p>finas que permitem que o oxigênio se mova através deles e entre nas células. O</p><p>dióxido de carbono e o oxigênio são oxidados nos pulmões (GUYTON; HALL, 2017).</p><p>Segundo o autor, os pulmões são o principal órgão do sistema respiratório. O</p><p>processo é conhecido como troca gasosa. Quando o ar é inalado, os alvéolos dos</p><p>pulmões se enchem de oxigênio. O oxigênio é entregue às células sanguíneas nos</p><p>capilares que circundam os alvéolos. Quando o ar se expande, o dióxido de carbono</p><p>no sangue é transportado para os alvéolos e expelido do corpo. Nesse ponto, o</p><p>sangue se torna oxigenado e retorna ao coração. Os bronquíolos e alvéolos são as</p><p>principais partes dos pulmões que fornecem oxigênio ao sangue.</p><p>49</p><p>Os bronquíolos são ramificações de traqueias que entram no sistema</p><p>respiratório através dos lóbulos pulmonares. Chegam aos alvéolos, que são pequenas</p><p>bolsas circundadas por capilares e utilizadas para trocas gasosas.</p><p>Compreender como o sistema cardiovascular interage com o sistema</p><p>respiratório revela que a conexão com os pulmões é o principal local de interação</p><p>cardiovascular e respiratória. É necessário estabelecer um estado de estabilidade ou</p><p>equilíbrio em um sistema para que a capacidade cardiorrespiratória funcione</p><p>adequadamente (GUYTON; HALL, 2017).</p><p>Segundo autor, nesse estado denominado homeostase, o organismo tenta</p><p>manter um ambiente interno constante. Manter um ambiente interno estável requer</p><p>monitoramento e ajustes constantes à medida que as condições mudam. Esse ajuste</p><p>dos sistemas fisiológicos dentro do corpo é chamado de regulação homeostática.</p><p>A homeostase requer mecanismos regulatórios cardiovasculares e</p><p>respiratórios altamente coordenados para garantir que a entrega de oxigênio a todas</p><p>as regiões do corpo seja suficiente para atender às demandas metabólicas de cada</p><p>região. Isto é especialmente importante no caso do coração e músculos esqueléticos,</p><p>cuja atividade metabólica pode variar muito. Por exemplo, durante o exercício máximo</p><p>em humanos, o fornecimento de oxigênio ao exercício de músculos esqueléticos pode</p><p>aumentar para níveis 20 a 50 vezes maiores do que os níveis de repouso. Isso é</p><p>conseguido por uma combinação de mecanismos locais, autonômicos e respiratórios</p><p>(GUYTON; HALL, 2017).</p><p>A homeostase é mantida pelo sistema respiratório de duas maneiras: troca</p><p>gasosa e regulação do pH do sangue. A troca de gases é realizada pelos pulmões,</p><p>eliminando o dióxido de carbono, um produto residual liberado pela respiração celular.</p><p>O dióxido de carbono sai do corpo e o oxigênio necessário para a respiração celular</p><p>entra no corpo pelos pulmões. O ATP (molécula de energia química), produzido pela</p><p>respiração celular, fornece energia para o corpo realizar várias funções, incluindo a</p><p>condução nervosa e a contração muscular (GUYTON; HALL, 2017).</p><p>A troca gasosa nos pulmões, proporcionada pela pequena circulação, é entre</p><p>o ar alveolar e o sangue nos capilares pulmonares. Essa troca é resultado do aumento</p><p>da concentração de oxigênio e da diminuição do dióxido de carbono. Esse processo</p><p>de troca é feito por meio da difusão. Na respiração interna, a troca de gás entre o ar</p><p>50</p><p>nos alvéolos e o sangue ocorre dentro dos capilares pulmonares. Uma taxa normal de</p><p>respiração é de 12 a 25 respirações por minuto.</p><p>Na respiração externa, os gases se difundem em qualquer direção por meio</p><p>das paredes dos alvéolos. O oxigênio se difunde do ar para o sangue e o dióxido de</p><p>carbono se difunde de fora do sangue para o ar. A maior parte do dióxido de carbono</p><p>é transportada para o plasma nos íons de bicarbonato (HCO3 -).</p><p>Quando o sangue entra nos capilares pulmonares, os íons de bicarbonato e</p><p>íons de hidrogênio são convertidos em ácido carbônico (H2CO3) e, em seguida,</p><p>novamente em dióxido de carbono (CO2) e água. Essa reação química também usa</p><p>íons de hidrogênio. A remoção desses íons dá ao sangue um pH mais neutro,</p><p>permitindo que a hemoglobina ligue mais oxigênio. O sangue desoxigenado</p><p>proveniente das artérias pulmonares geralmente tem uma pressão parcial de oxigênio</p><p>(pp) de 40 mmHg e CO2 pp de 45 mmHg (GUYTON; HALL, 2017).</p><p>De acordo com o autor, o sangue traz oxigênio para as células do corpo e retira</p><p>seu dióxido de carbono. O sangue que viaja de volta ao coração e aos pulmões é</p><p>vermelho escuro, saturado de dióxido de carbono das células do corpo. O dióxido de</p><p>carbono no sangue é trocado por oxigênio nos alvéolos. O sangue do coração flui</p><p>através dos capilares e coleta oxigênio dos alvéolos. Ao mesmo tempo, o dióxido de</p><p>carbono passa dos capilares para os alvéolos. Quando se expira, o organismo se livra</p><p>desse dióxido de carbono. O sangue vermelho vivo e rico em oxigênio é devolvido ao</p><p>coração e bombeado para o corpo, completando o ciclo.</p><p>A função respiratória e cardiovascular também é regulada de maneira</p><p>altamente coordenada em outras circunstâncias, como em associação com respostas</p><p>comportamentais que são críticas para a sobrevivência, por exemplo, fuga de um</p><p>predador ou perseguição de uma presa. Além disso, os desafios ambientais, como a</p><p>hipóxia ou o estresse térmico, também exigem respostas cardiovasculares e</p><p>respiratórias coordenadas para manter a homeostase. Finalmente, tal regulação</p><p>coordenada é também evidente mesmo sob condições de repouso, por variações</p><p>respiratórias relacionadas à frequência (GUYTON; HALL, 2017).</p><p>A sobrevivência orgânica depende da regulação da entrega de oxigênio a todas</p><p>as regiões do corpo, de modo a corresponder às exigências metabólicas de cada</p><p>região. Isso, por sua vez, depende de uma estreita coordenação dos mecanismos</p><p>51</p><p>cardiovasculares e respiratórios centrais. Essa coordenação resulta de três</p><p>mecanismos gerais segundo Guyton; Hall (2017):</p><p>1. Reflexos que regulam simultaneamente a função cardiovascular e</p><p>respiratória em resposta a estímulos de receptores periféricos, como</p><p>quimiorreceptores, receptores nasofaríngeos ou receptores quentes.</p><p>2. Conexões centrais entre os neurônios que regulam a atividade respiratória e</p><p>aqueles que regulam a função cardiovascular.</p><p>3. Comando central, pelo qual os neurônios em níveis mais altos do cérebro</p><p>têm projeções colaterais para os neurônios cardiovasculares e respiratórios dentro do</p><p>tronco encefálico.</p><p>Em muitos casos, dois ou mais desses mecanismos podem contribuir para a</p><p>coordenação da função cardiovascular e respiratória, juntamente com mecanismos</p><p>locais que também são necessários para garantir que o fluxo sanguíneo para</p><p>determinadas regiões, especialmente músculos esqueléticos e coração, corresponda</p><p>às demandas metabólicas daquelas regiões.</p><p>O resultado da integração fisiológica do sistema cardiorrespiratório é</p><p>evidenciado pelo aumentando da ventilação pulmonar mediante ganho metabólico,</p><p>por meio da oxigenação e na redução da frequência respiratória (GUYTON; HALL,</p><p>2017).</p><p>Ainda segundo o autor, o sistema cardiorrespiratório é responsável por:</p><p>movimentar o sangue oxigenado dos pulmões para o corpo, enquanto, ao mesmo</p><p>tempo, movimenta o sangue desoxigenado do corpo de volta para os pulmões pelo</p><p>coração; distribuir os principais nutrientes para as células ao redor do corpo na taxa</p><p>necessária (isso ocorre durante o exercício ou o descanso); remover resíduos</p><p>metabólicos, como dióxido de carbono, ácido láctico e ureia; regular o equilíbrio do pH</p><p>no sangue para controlar acidose ou alcalose; transportar hormônios e enzimas para</p><p>regular funções fisiológicas e psicológicas; manter o volume de fluido para evitar a</p><p>desidratação; manter a temperatura corporal, absorvendo e redistribuindo calor por</p><p>meio do fluxo sanguíneo para a pele; e promover as adaptações cardiorrespiratórias</p><p>durante o exercício.</p><p>A realização regular de exercícios cardiorrespiratórios aumentará a capacidade</p><p>geral de exercício e contribuirá para a prevenção de doenças cardiovasculares. Há</p><p>muitos benefícios a curto e longo prazos que vêm do exercício cardiorrespiratório</p><p>52</p><p>regular: capacidade cardiorrespiratória aumentada, demanda diminuída de oxigênio</p><p>miocárdico, aumento do débito cardíaco, ejeção ventricular esquerda, menor</p><p>frequência cardíaca em repouso, pressão sanguínea abaixada e caminhos</p><p>metabólicos melhorados (GUYTON; HALL, 2017).</p><p>9 SISTEMA DIGESTÓRIO</p><p>O sistema digestório é formado por vários órgãos que, promovem em conjunto</p><p>a preensão, mastigação, modificação e absorção dos alimentos, bem como a</p><p>eliminação de resíduos em forma de fezes.</p><p>O sistema digestório é um canal que tem origem na boca e termina no ânus.</p><p>Desta forma, os alimentos penetram no sistema digestório através da boca, onde</p><p>começam a sofrer modificações mecânicas e químicas. Em seguida, são direcionados</p><p>para a faringe, esófago, até chegar ao estómago. No estómago, os alimentos,</p><p>parcialmente digeridos, sofrem mais modificações mecânicas e químicas, e são</p><p>direcionados aos intestinos delgado e grosso, onde são absorvidos pelo organismo.</p><p>Os resíduos desse processo de digestão e absorção são eliminados na forma</p><p>de fezes através da porção final do sistema digestório (ânus).</p><p>Para que o sistema digestório desempenhe suas funções de forma adequada,</p><p>estruturas conhecidas como órgãos anexos (glândulas salivares, pâncreas e figado)</p><p>auxiliam a digestão dos alimentos ao liberarem seus produtos de secreção no interior</p><p>do sistema digestório. De modo geral, esses produtos são enzimas especializadas em</p><p>fragmentar os alimentos em partículas menores, possibilitando assim sua absorção</p><p>(SILVA, 2021).</p><p>Boca e cavidade oral</p><p>A boca é a primeira estrutura do sistema digestório. Comunica-se anteriormente</p><p>com o meio externo por intermédio de uma fenda (rima da boca), limitada pelos lábios,</p><p>e posteriormente com a parte oral da faringe, por meio do istmo das fauces.</p><p>Lateralmente é limitada pelas bochechas, superiormente pelo palato, e inferiormente</p><p>pelos músculos que formam o assoalho da boca.</p><p>53</p><p>Na boca encontram-se os dentes, a gengiva e a língua. A cavidade oral pode</p><p>ser dividida em duas partes: vestíbulo da boca (espaço entre lábios e bochechas) e</p><p>cavidade própria da boca (restante da cavidade oral).</p><p>O palato é formado por uma porção óssea (palato duro) e uma porção muscular</p><p>(palato mole). O palato mole apresenta uma projeção em direção à faringe,</p><p>denominada úvula palatina, e lateralmente duas pregas, denominadas arco</p><p>palatoglosso (a mais anterior) e arco palatofaríngeo (a mais posterior). Entre os arcos</p><p>palatoglosso e palatofaríngeo existe um espaço, denominado fossa tonsilar, onde se</p><p>localiza a tonsila palatina. À tonsila palatina é um órgão linfoide e, por esta razão,</p><p>constitui uma barreira de proteção do organismo contra microrganismos.</p><p>A língua é um órgão muscular (formada pelos mm, extrínsecos e intrínsecos)</p><p>revestido por mucosa, e é dividido em duas partes, um corpo e uma raiz. À língua</p><p>possui diversas funções envolvidas na mastigação, deglutição e gustação. Sua face</p><p>superior, denominada dorso da língua, apresenta uma série de projeções conhecidas</p><p>como papilas linguais, as quais podem ser classificadas em filiformes,</p><p>valadas,cônicas, fungiformes e folhadas. Na porção posterior da língua, observa-se a</p><p>tonsila lingual, a qual também é composta por tecido linfático (SILVA, 2021).</p><p>Os dentes são estruturas rígidas, implantadas em cavidades da mandíbula e</p><p>da maxila, denominadas alvéolos dentários, e são divididos em 3 partes: raiz</p><p>(implantada no alvéolo), coroa (parte livre) e colo (região circundada pela gengiva).</p><p>No homem há duas dentições: primária (ou de leite) e a permanente. À primeira</p><p>dentição aparece ao redor dos seis meses de idade, e é composta por 20 dentes,</p><p>sendo oito incisivos, quatro caninos e oito molares. A primeira dentição começa a ser</p><p>substituída ao redor dos sete anos de idade pela dentição permanente, a qual é</p><p>composta por 32 dentes, sendo 8 incisívos, 4 caninos, 8 pré-molares e 12 molares.</p><p>As glândulas salivares, que são órgãos anexos do sistema digestório,</p><p>produzem saliva, que é liberada na cavidade oral. As maiores glândulas salivares são:</p><p>parótidas, submandibulares e sublinguais. As glândulas parótidas estão localizadas</p><p>na face, anteriormente à orelha. Seu canal excretor, o ducto parotídeo, abre-se no</p><p>vestíbulo da boca. As glândulas submandibulares localizam-se inferiormente à</p><p>mandíbula e seu canal excretor se abre no assoalho da cavidade oral. Já as glândulas</p><p>sublinguais estão localizadas inferiormente à língua da mesma maneira que as</p><p>54</p><p>glândulas submandibulares, drenam saliva no assoalho da cavidade oral (SILVA,</p><p>2021).</p><p>Faringe</p><p>Como citado anteriormente, a faringe corresponde a um tubo muscular,</p><p>mediano, dividido em três partes. À cavidade própria da boca comunica-se</p><p>posteriormente com a parte oral da faringe, através do istmo das fauces. Durante a</p><p>deglutição, o palato mole é tracionado superiormente, fechando a comunicação da</p><p>parte oral (inferior) com a parte nasal da faringe (superior), impedindo assim a</p><p>passagem de alimento para o interior da cavidade nasal. Simultaneamente, a</p><p>cartilagem epiglótica fecha o ádito da laringe, impedindo a passagem de alimento para</p><p>o interior da laringe. Dessa forma, o alimento presente na cavidade oral é transportado</p><p>pela parte oral e parte laríngea da faringe, até atingir o esófago inferiormente (SILVA,</p><p>2021).</p><p>Esôfago</p><p>O esófago é um órgão muscular que comunica a faringe ao estômago. O</p><p>esófago é a continuação da faringe, situa-se anteriormente à coluna vertebral e à aorta</p><p>e posteriormente à traqueia, Este pode ser dividido em três partes: cervical, torácica</p><p>e abdominal. Através da realização de movimentos peristálticos, o esófago realiza o</p><p>transporte do bolo alimentar da faringe até o estômago.</p><p>Abdome e Peritônio</p><p>Os órgãos do sistema digestório descritos anteriormente localizam-se na</p><p>cabeça, pescoço e tórax. No entanto, o sistema digestório possui outros órgãos</p><p>localizados no abdome. O abdome é separado do tórax pelo diafragma, o qual é</p><p>atravessado pelo esófago, através do hiato esofágico (SILVA, 2021).</p><p>55</p><p>Os órgãos abdominais do sistema digestório são revestidos por uma membrana</p><p>serosa de parede dupla, denominada peritônio. Este por sua vez é dividido em</p><p>peritônio parietal, que reveste a cavidade abdominal, e peritônio visceral, que reveste</p><p>as vísceras, entre os quais observa-se a cavidade intraperitoneal. Alguns órgãos estão</p><p>localizados posteriormente ao peritônio parietal e, por isso, são denominados</p><p>retroperitoniais, como por exemplo, o pâncreas. Ainda, o peritônio pode fixar algumas</p><p>estruturas à parede abdominal posterior (mesentério) ou ainda pode formar pregas</p><p>entre dois órgãos (omento).</p><p>Estômago</p><p>O estômago é um órgão muscular que apresenta dois orifícios: o óstio cárdico,</p><p>que se comunica com o esófago, e o óstio pilórico, que se comunica com o duodeno.</p><p>Este localiza-se na parte superior esquerda da cavidade abdominal. O estômago</p><p>apresenta duas margens denominadas curvatura maior (esquerda) curvatura menor</p><p>(direita), e é dividido em algumas partes: cárdia (próximo ao óstio cárdico), fundo (mais</p><p>superior), corpo (maior parte do órgão) e a parte pilórica (próxima ao óstio pilórico). A</p><p>mucosa do estómago apresenta pregas gástricas que desaparecem com a distensão</p><p>do órgão. Logo após a parte pilórica, inicia-se a primeira parte do intestino delgado, o</p><p>duodeno (SILVA, 2021).</p><p>Intestino delgado</p><p>O intestino delgado estende-se do piloro até o óstio ileal. Este é dividido em 3</p><p>segmentos: duodeno, jejuno e íleo. O duodeno</p><p>inicia-se após o piloro, e estende-se</p><p>até a flexura duodenojejunal. O duodeno é a menor parte do intestino delgado,</p><p>encontra-se ao lado do pâncreas. No duodeno desembocam os ductos colédoco (que</p><p>traz a bile produzida pelo fígado) e o ducto pancreático (que traz a secreção</p><p>pancreática produzida pelo pâncreas), em uma projeção da mucosa, denominada de</p><p>papila maior do duodeno. Esses ductos normalmente se unem, formando a ampola</p><p>hepatopancreática.</p><p>O duodeno é continuado pelo jejuno e íleo, e como não é possível delimitar os</p><p>limites entre eles, essas duas porções são comumente descritas em conjunto, o</p><p>56</p><p>jejuno-fleo se inicia após a flexura duodeno-jejunal e termina no óstio ileal, onde</p><p>estabelece comunicação com o ceco, que é a primeira porção do intestino grosso.</p><p>O jejuno-ileo é formado por várias alças intestinais, aderidas à parede posterior</p><p>da cavidade abdominal pelo mesentério, que é uma projeção do peritônio. A mucosa</p><p>do intestino delgado apresenta várias pregas que aumentam a superfície de absorção</p><p>dos nutrientes (SILVA, 2021).</p><p>Intestino grosso</p><p>O intestino grosso corresponde à porção final do sistema digestório, e</p><p>apresenta-se menor e mais calibroso quando comparado ao intestino delgado. O</p><p>intestino grosso inicia-se no ceco e termina no ânus. Este apresenta diversas</p><p>dilatações delimitadas por sulcos, denominadas saculações do colo, e três fitas que</p><p>percorrem toda a sua extensão, denominadas tênias. O intestino grosso é dividido nas</p><p>seguintes porções: ceco, colo ascendente, colo transverso, colo descendente, colo</p><p>sigmoide e reto, o qual comunica-se com o exterior através do ânus.</p><p>Anexos do sistema digestório</p><p>Como descrito anteriormente, o sistema digestório é auxiliado por estruturas</p><p>denominadas de órgãos anexos, os quais auxiliam na digestão, que são as glândulas</p><p>salivares, fígado e pâncreas. O papel das glândulas salivares já foi abordado. O fígado</p><p>é a maior glândula do corpo, localizada inferiormente ao diafragma posicionado à</p><p>direita na cavidade abdominal. Este apresenta duas faces, diafragmática (voltada para</p><p>o diafragma) e outra visceral (voltada para as visceras).</p><p>À face visceral é composta por quatro lobos: direito, esquerdo, caudado e</p><p>quadrado. Na face visceral, observam-se diversas estruturas, como a vesícula biliar,</p><p>uma parte da veia cava inferior, e o pedículo hepático, o qual é formado pela veia</p><p>porta do fígado, artéria hepática, ducto hepático comum, vasos linfáticos e nervos. A</p><p>face diafragmática é composta pelo lobo direito e lobo esquerdo, entre os quais</p><p>observa-se uma prega do peritônio, o ligamento falciforme (SILVA, 2021).</p><p>O ducto hepático comum surge da junção entre o ducto hepático direito e o</p><p>ducto hepático esquerdo que, por sua vez, são formados pela união de dúctulos</p><p>57</p><p>biliares intra-hepáticos, que transportam a bile produzida no fígado. O ducto hepático</p><p>comum se une ao ducto cístico, formando o ducto colédoco, que drena a bile</p><p>armazenada na vesícula biliar na papila maior do duodeno, juntamente com o ducto</p><p>pancreático.</p><p>O pâncreas é uma glândula mista, ou seja, possui uma porção endócrina</p><p>(produz insulina e glucagon) e outra exócrina (produz enzimas digestivas). Este está</p><p>localizado posteriormente ao estômago, aderido à parede abdominal, e é formado por</p><p>três partes: cabeça, corpo e cauda. A secreção exócrina do pâncreas é liberada no</p><p>duodeno por meio do ducto pancreático, o qual pode desembocar junto como ducto</p><p>colédoco, na ampola hepatopancreática, ou separadamente, Alguns indivíduos</p><p>apresentam um ducto pancreático acessório, que drena o suco pancreático</p><p>diretamente no duodeno ou no ducto pancreático principal (SILVA, 2021).</p><p>9.1 Fisiologia do sistema digestório</p><p>Você já reparou como é diversa a alimentação humana, consumir vitaminas é</p><p>o ideal e nos tornamos uma espécie onívora. Mas qual é a nossa fonte de energia?</p><p>Algumas das principais fontes são os carboidratos, e o mais abundante é o</p><p>amido (contido, por exemplo, na batata), substância complexa composta de milhares</p><p>de moléculas de glicose ligadas entre si (GUYTON; HALL, 2017).</p><p>De acordo com Guyton; Hall (2017), podemos também considerar como fonte</p><p>energética os aminoácidos obtidos das proteínas, derivadas, por exemplo, da carne,</p><p>que nada mais é do que um tecido muscular rico em proteínas contráteis</p><p>(principalmente actina e miosina), e que também contém glicogênio (estoque</p><p>energético da fibra muscular). Porém, dentre os nutrientes, quem nos fornece a maior</p><p>quantidade de energia é a gordura (em especial os triacilglicerois), a qual pode ser de</p><p>origem vegetal ou animal, por exemplo, entremeada às fibras musculares da carne.</p><p>Portanto, se nós nos alimentamos de estoques energéticos dos vegetais e dos</p><p>animais que ingerimos, temos na dieta apenas formas complexas ou polímeros</p><p>(amido, proteínas, glicogênio e triacilglicerois), formados por duas ou mais moléculas,</p><p>o que os torna impróprios para a absorção imediata.</p><p>Como apenas substâncias simples atravessam a mucosa intestinal (salvo</p><p>algumas exceções), torna-se fundamental a digestão prévia, ou seja, a divisão dos</p><p>58</p><p>polímeros em porções unitárias (ou monômeros) que, aí sim, poderão ser absorvidos.</p><p>Repare, então, que estas são duas das principais funções de nosso Sistema</p><p>Digestório: a digestão e a absorção de nutrientes.</p><p>Estruturas do sistema digestório</p><p>O sistema digestivo é tão complexo quanto nossa dieta. Portanto, antes de</p><p>estudar a fisiologia do sistema digestivo, você deve entender as características</p><p>morfológicas mais importantes do trato digestivo e suas glândulas associadas. O Tubo</p><p>Digestório (TD) é um canal de aproximadamente 8,5 metros de extensão que se inicia</p><p>na boca e termina no estômago, sendo composto por órgãos localizados na cabeça,</p><p>pescoço, tórax, abdome e pelve. É formado pela boca, faringe, esôfago, estômago,</p><p>intestinos delgado e grosso e ânus. Na transição entre os diferentes segmentos estão</p><p>os esfíncteres (AIRES; 2012).</p><p>Segundo Aires (2012), por este tubo o alimento é transportado ao mesmo</p><p>tempo em que é processado e absorvido, sendo necessária a presença de secreções</p><p>produzidas pelas exócrinas, incluindo as glândulas salivares, pâncreas, feto e</p><p>glândulas mucosas espalhadas pelo DT a partir da boca para o canal anal. Somente</p><p>após o processamento adequado, os nutrientes, juntamente com água, vitaminas e</p><p>minerais, são absorvidos. O que não for digerido e / ou absorvido será</p><p>temporariamente armazenado no intestino grosso e eventualmente expelido na forma</p><p>de material fecal.</p><p>9.2 Funções do sistema digestório: motilidade, secreção, digestão e absorção</p><p>Como dito anteriormente, se quisermos entender como o alimento é</p><p>processado no DS, devemos primeiro entender como ele é transportado (fenômeno</p><p>conhecido como motilidade) e processado em pequenas partes por processos</p><p>enzimáticos em substâncias menores e mais absorvíveis. Assim, as principais funções</p><p>do SD são a mobilidade, a secreção, a digestão e, por fim, a absorção de nutrientes.</p><p>A excreção ocorrerá apenas se houver material que não tenha sido digerido e / ou</p><p>absorvido (AIRES; 2012).</p><p>59</p><p>Sistemas reguladores das funções do Sistema Digestório</p><p>Independente da função do sistema digestivo, sua regulação deve ser eficiente</p><p>e coordenada, exigindo o envolvimento da regulação neuroendócrina (SNC e SNA),</p><p>regulação endócrina e regulação da paratireoide, segundo Aires (2012):</p><p>• A regulação neurócrina é realizada por neurônios sensoriais, associativos e</p><p>motores, e envolve diferentes neurotransmissores, um exemplo é a acetilcolina.</p><p>• A regulação endócrina é aquela que envolve os hormônios, substâncias</p><p>produzidas e armazenadas por células especializadas, localizadas na mucosa</p><p>do tubo digestório e secretadas para o sangue. Exemplos: gastrina e</p><p>colecistoquinina.</p><p>• A regulação parácrina é aquela exercida localmente, a partir de substâncias</p><p>produzidas</p><p>e armazenadas por células especializadas e localizadas na mucosa</p><p>do tubo digestório, um exemplo é a histamina.</p><p>Figura 10 - Trajeto do alimento no sistema digestório</p><p>Fonte: FARIA et al. 2014</p><p>Regulação Neurócrina das funções do sistema digestório</p><p>A regulação neurócrina envolve o SNA, o qual possui duas porções extrínsecas</p><p>ao SD, ou seja, que não pertencem ao SD, o Sistema Nervoso Simpático (SNS) e o</p><p>60</p><p>Sistema Nervoso Parassimpático (SNP), e uma porção intrínseca ao SD (contida no</p><p>SD), o Sistema Nervoso Entérico (SNE) (CONSTANZO, 2007).</p><p>Tanto o Sistema Nervoso Simpático (SNS) quanto o Parassimpático (SNP)</p><p>exercem as influências externas (ou extrínsecas) sobre as atividades do SD, tornando</p><p>o processo de digestão mais eficiente, especialmente as atividades motoras e</p><p>secretoras, que poderão ser iniciadas antecipadamente, quer dizer, poderão ocorrer</p><p>antes mesmo de o alimento ser ingerido. Então, é através da inervação extrínseca</p><p>efetuada pelo SNA que a visão, o cheiro e o paladar, dentre inúmeros fatores, podem</p><p>influenciar positivamente ou negativamente no processo de digestão. Mas, para que</p><p>essas influências sejam positivas, é necessário que haja motivação para comer (o</p><p>apetite ou a fome) ou ainda a associação dos sinais sensoriais com sensações de</p><p>prazer. Caso contrário, as influências poderão ser inibitórias e, portanto, desacelerar</p><p>ou até mesmo impedir a ingestão e a digestão do alimento. Reveja as principais</p><p>características, apresentadas em Neurofisiologia, sobre o SNS e o SNP na regulação</p><p>visceral (CONSTANZO, 2007).</p><p>O Sistema Nervoso Entérico (SNE) é a terceira divisão do SNA e está envolvido</p><p>nos processos fisiológicos do SD. Ele é composto pelos plexos mioentérico e</p><p>submucoso, os quais contêm neurônios cujos corpos celulares estão dispostos em</p><p>gânglios, presentes desde o terço médio do esôfago até o reto.</p><p>O número de neurônios é semelhante àquele observado na medula espinhal e</p><p>já foram descritos mais de 14 tipos de neurônios, que podemos agrupar em neurônios</p><p>sensoriais, interneurônios (ou associativos) e neurônios motores. Tanto o SNS quanto</p><p>o SNP modularão (acelerando ou desacelerando) as atividades digestivas, atuando</p><p>sobre os circuitos neurais formados pelos neurônios do SNE (CONSTANZO, 2007).</p><p>Figura 11- Organização do SNE e suas relações com os sistemas SNS e SNP,</p><p>todos pertencentes ao Sistema Nervoso Periférico ou Autônomo (SNA).</p><p>61</p><p>Fonte: FARIA et al. 2014.</p><p>Neurotransmissores: Ach - acetilcolina; NE - noradrenalina; T1 -L3 e S2 -S4 - níveis</p><p>medulares.</p><p>Os neurônios sensoriais (aferentes) do SNE detectam a presença de</p><p>substâncias químicas na luz da víscera (são os quimioceptores), ou são sensíveis a</p><p>estiramento, ou contração da musculatura do tubo digestório (mecanoceptores), ou</p><p>até mesmo à temperatura (termoceptores). Os neurônios motores (eferentes) são</p><p>aqueles que inervam a musculatura lisa, podendo estimular ou inibir sua contração,</p><p>dependendo do neurotransmissor envolvido. Também são considerados neurônios</p><p>motores aqueles que estimulam ou inibem as secreções (exócrinas, endócrinas ou</p><p>parácrinas, recebendo o nome de neurônios secretomotores), e os neurônios</p><p>vasomotores, que inervam os vasos sanguíneos (CONSTANZO, 2007).</p><p>Finalmente um circuito neural regulador de uma determinada função exigirá a</p><p>participação de neurônios sensoriais (aferência sensorial), interneurônios e motores</p><p>(eferência motora ou secretomotora).</p><p>10 SISTEMA URINÁRIO</p><p>O sistema urinário é constítuido por órgãos e estruturas que produzem (rins),</p><p>armazenam (bexiga urinária) e transportam (ureteres e uretra) a urina. Graças a esse</p><p>sistema, o organismo é capaz de excretar inúmeros resíduos metabólicos, como ácido</p><p>úrico, ureia e creatinina. Além disso, os rins regulam o volume e o equilíbrio de sais</p><p>62</p><p>no sangue, influenciando assim a homeostase do organismo. Os rins também</p><p>influenciam a produção de eritrócitos, devido à produção da eritropoietina (SILVA,</p><p>2021).</p><p>Rim</p><p>A urina é produzida pelos rins (direito e esquerdo), cuja forma lembra um grão</p><p>de feijão. Estes são envolvidos por uma cápsula fibrosa, firmemente aderida ao</p><p>parênquima renal, e ao seu redor observa-se uma cápsula adiposa, rica em gordura.</p><p>Os rins localizam-se posteriormente ao peritônio (posição retroperitonial), na</p><p>região lombar. Os rins têm duas faces: anterior e posterior; duas margens: medial e</p><p>lateral; e duas extremidades: polos superior e inferior, sendo que no polo superior</p><p>encontra-se a glândula suprarrenal. À margem medial possui uma abertura, hilo renal,</p><p>onde atravessam diversas estruturas, como veia renal, artéria renal, vasos linfáticos,</p><p>nervos e ureter, as quais em conjunto formam o pedículo renal.</p><p>Um corte frontal dos rins permite identificar uma área mais externa,</p><p>denominada córtex renal, e uma área mais interna, a medula renal. Do córtex se</p><p>projetam estruturas para a medula renal, denominadas colunas renais, que por sua</p><p>vez delimitam porções cônicas da medula, denominadas pirâmides renais. As</p><p>pirâmides têm seu ápice voltado para a pelve renal, que é a extremidade inicial e</p><p>dilatada do ureter. A pelve renal é dividida em cálices renais maiores e cálices renais</p><p>menores, sendo que estes últimos oferecem um encaixe para receber o ápice da</p><p>pirâmide renal, identificado também como papila renal, local onde será drenada a</p><p>urina produzida pelos rins (SILVA, 2021).</p><p>Ureter</p><p>O ureter é um tubo muscular, de trajeto descendente, que transporta urina dos</p><p>rins para a bexiga urinária, onde se abre por meio do óstio ureteral. Pelo seu trajeto</p><p>distinguem-se três porções no ureter: abdomínal, pélvica e intramural. O transporte da</p><p>urina através do ureter se deve graças aos movimentos peristálticos realizados pelos</p><p>músculos que compõem o ureter.</p><p>Bexiga urinária</p><p>63</p><p>A bexiga urinária é um órgão muscular, localizado posteriormente à sínfise</p><p>púbica e apoiada sobre o assoalho pélvico, cuja função é armazenar urina. O tamanho</p><p>e forma da bexiga urinária dependem de seu estado de plenitude. Esta possui o corpo,</p><p>o fundo, o ápice e o colo. Em sua mucosa, é possível observar a presença de 3</p><p>orifícios, que são os óstios dos ureteres e o óstio interno da uretra, os quais delimitam</p><p>o trígono da bexiga (SILVA, 2021).</p><p>Uretra</p><p>A uretra é um tubo mediano que transporta urina da bexiga urinária para o meio</p><p>externo, ela se comunica com a bexiga urinária, por intermédio do óstio interno da</p><p>uretra, e externamente, por meio do óstio externo da uretra. No óstio interno da uretra</p><p>existe o músculo esfíncter interno da uretra que controla a saída de urina da bexiga</p><p>urinária para a uretra.</p><p>A uretra possui algumas variações anatômicas e funcionais no homem e na</p><p>mulher. No homem, a uretra é maior (cerca de 20 cm), e é uma via comum tanto para</p><p>o transporte de urina, como também para a ejaculação. Já a uretra feminina, além de</p><p>ser bem mais curta (3-4 cm) que a uretra masculina, serve apenas para excreção de</p><p>urina. O óstio externo da uretra no homem abre-se na glande do pênis, enquanto que</p><p>na mulher este óstio abre-se na superiormente ao óstio da vagina.</p><p>A uretra masculina se divide em 3 partes: prostática (atravessa a próstata),</p><p>membranosa (atravessa o assoalho pélvico) e esponjosa (atravessa o corpo</p><p>esponjoso do pênis).</p><p>10.1 Fisiologia renal</p><p>Os principais componentes do sistema urinário são os rins, ureteres, bexiga e</p><p>uretra. O rim humano filtra em média 180 litros de líquido por dia através de 1,25</p><p>milhão de néfrons, as unidades funcionais do sistema.</p><p>O sistema urinário tem nove funções: excreção de produtos da degradação</p><p>metabólica e de substâncias estranhas para o organismo; regulação do equilíbrio</p><p>hídrico e eletrolítico, do volume do líquido extracelular, da osmolalidade plasmática,</p><p>64</p><p>da produção de eritrócitos, da resistência vascular, do equilíbrio ácido-base, da</p><p>produção de vitamina D;</p><p>e gliconeogênese (AIRES, 2012).</p><p>Fisiologia da função renal</p><p>O rim tem um papel exócrino que é a formação de urina e também desenvolve</p><p>suas funções endócrinas, por meio de células secretoras específicas. A função</p><p>homeostática do meio interno, que é a principal função desse órgão, é efetuada pela</p><p>formação de urina na unidade funcional básica, que é o néfron, um conjunto de</p><p>estruturas vasculares e renais que produzem urina (GUYTON; HALL, 2011).</p><p>Segundo autor, cada rim possui mais de um milhão de néfrons e os processos</p><p>de filtragem, reabsorção e parte da excreção ocorrem a partir das suas estruturas.</p><p>Porém, isso não significa que todos os néfrons funcionam ao mesmo tempo, pois essa</p><p>atividade varia de acordo com o ritmo da função renal (néfrons ativos e de repouso),</p><p>assim, existe uma reserva funcional para o rim, que será utilizada em situação de</p><p>sobrecarga renal.</p><p>A porção analítica do néfron é formada por uma rede de túbulos que</p><p>transportam o filtrado. Os túbulos são cercados por vasos sanguíneos que permitem</p><p>a reabsorção de elementos importantes para o corpo, como glicose e água. A porção</p><p>funcional da borda está localizada no córtex renal, e a urina é produzida na medula.</p><p>O processo de filtragem se inicia com a artéria renal, que se origina na aorta abdominal</p><p>e segue até o córtex através da arteríola correspondente, que se conecta ao glomérulo</p><p>renal e é sensível ao fluxo sanguíneo, secretando renina (TORTORA; DERRICKSON,</p><p>2017).</p><p>O glomérulo é uma estrutura abrigada na cápsula de Bowman formada por</p><p>muitos capilares enrolados uns aos outros, o que forma uma grande área superficial</p><p>para pouco espaço. A pressão sanguínea dentro do glomérulo (60 a 80 mm/Hg) é</p><p>maior do que a da circulação do corpo (13 mm/Hg). Essa pressão vai comprimir a</p><p>entrada do líquido nas estruturas tubulares do néfron. A estrutura do néfron é</p><p>distribuída entre o córtex e a medula renal e é composta pelos seguines segmentos,</p><p>segundo Tortora; Derrickson (2017):</p><p>• Cápsula de Bowman;</p><p>• Túbulos contorcidos proximal e distal no córtex;</p><p>65</p><p>• Alça de Henle;</p><p>• Túbulo coletor na medula renal.</p><p>A cápsula de Bowman participa do primeiro processo de filtragem, pois o</p><p>conteúdo do glomérulo é aspirado para a cápsula. O filtrado que é extraído do tecido</p><p>sanguíneo para o glomérulo é composto pelos seguintes elementos, segundo Tortora;</p><p>Derrickson (2017):</p><p>• Água (H2O);</p><p>• Cloro (Cl);</p><p>• Sódio (Na);</p><p>• Potássio (K);</p><p>• Bicarbonato (HCO3);</p><p>• Aminoácidos;</p><p>• Glicose;</p><p>• Creatinina;</p><p>• Ureia.</p><p>Elementos maiores como glóbulos, plaquetas e proteínas plasmáticas não</p><p>entram na cápsula e escapam pela arteríola oposta, permanecendo na corrente</p><p>sanguínea sem passar pelos néfrons. A arteríola eferente tem musculatura</p><p>desenvolvida; entretanto, as contrações que estimulam o fluxo de líquidos ocorrem</p><p>por influência de substâncias vasoativas ou do sistema nervoso autônomo. Todo</p><p>líquido que passa pela cápsula de Bowman e continua pelos tubos é chamado de</p><p>filtrado glomerular (TORTORA; DERRICKSON, 2017).</p><p>Segundo o autor (qual autor?), a primeira parte dos túbulos é conhecida como</p><p>túbulo proximal, que tem a forma de uma serpentina; isso faz com que o filtrado passe</p><p>e permaneça na estrutura por mais tempo; assim é a primeira parte ocorre a</p><p>reabsorção. Nesta fase, todos os aminoácidos e glicose (100%) serão reabsorvidos;</p><p>além de HCO3 (90%), H2O, Na, Cl e K (65–70%).</p><p>O conteúdo reabsorvido sai do túbulo proximal, passa pelos capilares</p><p>sanguíneos e continua até a arteríola oposta, retornando à circulação sanguínea. O</p><p>túbulo proximal contém células epiteliais com alta concentração de mitocôndrias para</p><p>dar suporte aos processos de transporte ativo. As bordas deste segmento contêm</p><p>66</p><p>moléculas transportadoras de proteases, que possibilitam o mecanismo de transporte</p><p>do sódio ligado aos nutrientes orgânicos (aminoácidos e glicose) (TORTORA;</p><p>DERRICKSON, 2017).</p><p>O restante do filtrado que não foi reabsorvido será direcionado para a próxima</p><p>estrutura, a alça de Henle. Esta alça tem duas porções: a descendente, onde desce o</p><p>filtrado, e a ascendente, onde sobe o filtrado. Este segmento também inclui o processo</p><p>de reabsorção (capilares e arteríola aferente). NaCl (25%) é reabsorvido na proporção</p><p>ascendente. Esta porção é permeável apenas ao cloreto de sódio.</p><p>Já a porção descendente é permeável apenas à água e realiza reabsorção (25</p><p>%). Com isso, a alça de Henle produzirá um equilíbrio químico, pois o excesso de</p><p>NaCl em uma porção estimulará a reabsorção de água em outra via osmose. O que</p><p>não é absorvido na altitude de Henle irá para a próxima estrutura, o túbulo distal, onde</p><p>ocorre a reabsorção de NaCl e H2O (5%) (capilares e arteríola diferem).</p><p>O restante do filtrado que não for reabsorvido será expelido; ou seja, os</p><p>excessos de água, cloreto de sódio, creatinina e uréia serão direcionados para um</p><p>tubo coletor que se conecta aos cálices renais (menores e maiores), à pelve renal e</p><p>ao ureter. O túbulo coletor também tem alguma capacidade de reabsorção de</p><p>eletrólitos e uréia, participando dos processos de concentração e diluição da urina. O</p><p>túbulo coletor contém células intercalares que secretam H+ ou HCO3 e fornecem</p><p>equilíbrio ácido-base para a borda; e células primárias que reabsorvem sódio e</p><p>secretam potássio sob o controle dos hormônios aldosterona e arginina vasopressina,</p><p>que é um hormônio antidiurético (origem na neuro-hipófise) (TORTORA;</p><p>DERRICKSON, 2017).</p><p>67</p><p>Figura 12 - Estruturas e funções do néfron</p><p>Fonte: Tortora e Derrickson (2017, p. 532).</p><p>A maior importância da fisiologia renal é a manutenção da homeostase do meio</p><p>interno, atividade realizada pelo rim e que envolve os seguintes passos:</p><p>• Controle e manutenção do conteúdo de água corporal;</p><p>• Manutenção da osmolaridade extracelular;</p><p>• Manutenção da concentração de eletrólitos;</p><p>• Manutenção da concentração de íons hidrogênio (pH);</p><p>• Manutenção da concentração de metabólitos.</p><p>Essa ação renal permite a manutenção e o controle da pressão arterial,</p><p>ocasionados por meio de processos de depuração plasmática renal, de absorção e de</p><p>68</p><p>reabsorção tubular de água, açúcares, vitaminas, sais minerais e, por fim, de formação</p><p>do produto final a ser excretado: a urina.</p><p>10.2 Fatores reguladores da função renal</p><p>A funcionalidade renal é um dos fatores responsáveis por equilibrar o conteúdo</p><p>de água e de sódio no corpo humano, o que influencia diretamente no volume e na</p><p>pressão arterial média do sangue. Os rins recebem 10% do débito cardíaco em</p><p>repouso; esse volume pode ser utilizado para manter a circulação (encefálica e</p><p>coronária) em condições críticas no caso de um choque circulatório. O fluxo sanguíneo</p><p>renal (FSR) é controlado pelo sistema nervoso autônomo por rotas endócrinas e</p><p>neurais (AIRES, 2012).</p><p>Na rota neural, as arteríolas glomerulares são inervadas e ativadas quando a</p><p>pressão arterial média cai. Essa ativação aumenta a resistência vascular por limitar o</p><p>fluxo sanguíneo nos rins, causando constrição na arteríola eferente, que reduz o FSR</p><p>e mantém a taxa de filtração glomerular (TFG) em níveis que asseguram a função</p><p>renal. O estímulo neural intenso diminui o fluxo sanguíneo nas arteríolas glomerulares</p><p>e a formação de urina é interrompida. Em casos de hemorragia severa, pode agravar</p><p>a situação do suprimento sanguíneo das arteríolas, podendo causar infarto e</p><p>insuficiência renal (GUYTON; HALL, 2017).</p><p>Na rota endócrina, o FSR é regulado pela adrenalina e por um peptídeo</p><p>natriurético atrial (PNA). A liberação da adrenalina na circulação sanguínea estimula</p><p>as rotas de noradrenalina que apresenta suas principais ações no sistema</p><p>cardiovascular e está relacionada com o aumento do influxo celular de cálcio, além</p><p>disso, a noradrenalina mantém a pressão sanguínea em níveis normais.</p><p>O PNA é liberado pelos átrios cardíacos quando eles apresentam estresse</p><p>por</p><p>elevados volumes sanguíneos, resultando no aumento do FSR e da TFG e na</p><p>excreção de água e de sódio. A regulação hormonal na reabsorção e na secreção de</p><p>íons envolve a angiotensina II e a aldosterona. Nos túbulos contorcidos proximais, a</p><p>angiotensina II aumenta a reabsorção de Na+ e Cl–. Em adição, a angiotensina II</p><p>estimula a liberação de aldosterona pelo córtex suprarrenal, um hormônio que age</p><p>nas células tubulares da última porção do túbulo contorcido distal, estimulando-as a</p><p>reabsorverem Na e Cl e a secretarem mais K+. Quanto mais Na e Cl forem</p><p>69</p><p>reabsorvidos, mais água também é reabsorvida por osmose (TORTORA;</p><p>DERRICKSON, 2017).</p><p>Na absorção de água, o hormônio atuante é o antidiurético (ADH), por meio de</p><p>retroalimentação negativa. Quando a concentração de água no sangue diminui,</p><p>osmorreceptores que estão no hipotálamo (encéfalo) estimulam a neuro-hipófise a</p><p>secretar o ADH, que irá agir nas células tubulares presentes dos túbulos contorcidos</p><p>distais e ao longo dos túbulos coletores. Quando não há secreção do ADH, os túbulos</p><p>têm pouca permeabilidade, portanto esse hormônio aumenta a permeabilidade das</p><p>células tubulares à água e, assim, a água se move do líquido tubular para as células</p><p>e, em seguida, para o sangue (Figura 13) (GUYTON; HALL, 2017).</p><p>70</p><p>Figura 13- Regulação da absorção de água pelo ADH</p><p>Fonte: Tortora e Derrickson (2017, p. 538).</p><p>Os rins produzem, aproximadamente, de 400 a 500 mL de urina concentrada</p><p>por dia, quando a concentração de ADH é máxima (durante uma desidratação grave).</p><p>No entanto, quando o nível de ADH diminui, os canais de água são removidos das</p><p>membranas. Os rins produzem um grande volume de urina diluída quando o nível de</p><p>ADH é baixo (GUYTON; HALL, 2011).</p><p>O nível de cálcio no sangue abaixo do normal estimula as glândulas</p><p>paratireoides a liberar o paratormônio (PTH), que estimula as células dos túbulos</p><p>contorcidos distais a reabsorverem mais cálcio no sangue. Além disso, esse hormônio</p><p>71</p><p>inibe a reabsorção de fosfato nos túbulos contorcidos proximais, promovendo a</p><p>excreção de fosfato. Algumas teorias sugerem a autorregulação do sistema que</p><p>podem ser observadas a seguir segundo Guyton; Hall (2017):</p><p>• Teoria da miogênica — o aumento da pressão arterial média provoca estímulo</p><p>na musculatura lisa da arteríola aferente levando à vasoconstricção e à redução</p><p>na filtração glomerular. Em contrapartida, provoca relaxamento na musculatura</p><p>da arteríola aferente, levando à vasodilatação e aumentando a filtração</p><p>glomerular.</p><p>• Teoria do metabolismo — indica que a redução do fluxo sanguíneo provoca o</p><p>acúmulo de substâncias vasodilatadoras (cininas, prostaglandinas) que, como</p><p>consequência, provocam o aumento do fluxo sanguíneo. O contrário também</p><p>funciona, pois, um aumento de fluxo faz com que ocorra uma rápida drenagem</p><p>de substâncias vasodilatadoras, diminuindo a vasodilatação e reduzindo o fluxo</p><p>sanguíneo.</p><p>• Teoria da mácula densa — indica que, na porção final da alça de Henle, existe</p><p>uma porção chamada mácula densa. Ela capta as alterações na concentração</p><p>de sódio (quanto mais sódio, mais elevada é a TFG) e envia estímulo para a</p><p>arteríola aferente gerando vasoconstricção. Com isso, diminui o fluxo</p><p>sanguíneo e a TFG. Quando ocorre a diminuição da concentração de sódio,</p><p>acontece o inverso, há o aumento da TFG.</p><p>11 SISTEMA GENITAL MASCULINO</p><p>Este sistema é formado por órgãos que produzem, transportam e introduzem o</p><p>sêmen no sistema genital feminino. Os órgãos que compõem o sistema genital</p><p>masculino são: testículos, epidídimo, ducto deferente, ducto ejaculatório, uretra, pênis,</p><p>glândulas seminais, próstata e glândulas bulbouretrais (SILVA, 2021).</p><p>Testículos e escroto</p><p>Os testículos são os órgãos produtores de espermatozoides a partir da</p><p>puberdade, são estruturas ovais, localizadas em uma bolsa denominada escroto.</p><p>Dentro do escroto, cada testículo é envolvido externamente por uma membrana</p><p>72</p><p>serosa, denominada túnica vaginal. Ainda, os testículos são envolvidos por uma</p><p>membrana fibrosa, denominada túnica albugínea, que se projeta para o interior do</p><p>testículo, formando lóbulos, os quais abrigam os túbulos seminíferos contorcidos,</p><p>onde ocorre a espermatogênese. Estes túbulos convergem e formam os túbulos</p><p>seminiferos retos, os quais originam a rede testicular, esta que dá origem a diversos</p><p>canais: os dúctulos eferentes do testículo, que penetram no epidídimo. Os testículos,</p><p>além de produzirem espermatozoides, produzem hormônios sexuais, atuando assim</p><p>como glândulas endócrinas (SILVA, 2021).</p><p>O escroto é uma bolsa formada por uma túnica muscular (túnica dartos),</p><p>recoberta por uma pele fina coberta por pelos, e está localizado fora da cavidade</p><p>pélvica e inferior à sínfise púbica. O escroto é dividido internamente em dois</p><p>compartimentos por um septo, os quais abrigam os testículos. Graças ao músculo liso</p><p>presente na túnica dartos, o escroto é capaz de se contrair ou relaxar, regulando assim</p><p>a temperatura dos testículos para manter condições adequadas à espermatogênese.</p><p>Epidídimo</p><p>É uma estrutura alongada, situada na parte posterior do testículo, responsável</p><p>por armazenar os espermatozoides até o momento da ejaculação. Além disso, o</p><p>epidídimo possui importante papel na maturação dos espermatozoides, visto que é</p><p>neste local que os espermatozoides adquirem capacidade de se movimentar e</p><p>fecundar o óvulo. O epidídimo é dividido em três porções: cabeça, corpo e cauda.</p><p>Os dúctulos eferentes do testículo entram na cabeça do epidídimo, os quais</p><p>convergem para o ducto do epidídimo, que irá armazenar os espermatozoides.</p><p>Ducto deferente e ducto ejaculatório</p><p>É pelo ducto deferente que os espermatozoides são transportados do epidídimo</p><p>até o ducto ejaculatório durante a ejaculação. O ducto deferente se inícia na cauda do</p><p>epidídimo e, para chegar até a cavidade pélvica, atravessa o canal inguinal. Pelo canal</p><p>inguinal também passam diversas estruturas, como nervos, vasos sanguíneos e</p><p>linfáticos, as quais em conjunto com o ducto deferente formam o funículo espermático</p><p>(SILVA, 2021).</p><p>73</p><p>Na cavidade pélvica, o ducto deferente se une ao ducto da glândula seminal na</p><p>face posterior da bexiga urinária, para formar o ducto ejaculatório. Este ducto se abre</p><p>na parte prostática da uretra.</p><p>Uretra</p><p>No homem, a uretra é uma via de passagem comum para a ejaculação e</p><p>micção. Esta inicia-se na bexiga urinária, no óstio interno da uretra, atravessa a</p><p>próstata (parte prostática), o assoalho pélvico (parte membranosa) e o pênis (parte</p><p>esponjosa), onde termina no óstio externo da uretra, localizado na glande do pênis.</p><p>Glândulas seminais, glândulas bulbouretrais e próstata</p><p>As glândulas seminais produzem secreções que são lançadas no ducto da</p><p>vesicula seminal, o qual se une ao ducto deferente, para criar o ducto ejaculatório</p><p>dentro da próstata. À próstata também produz secreções que são lançadas na parte</p><p>prostática da uretra, enquanto que as glândulas bulbouretrais secretam seu produto</p><p>na parte esponjosa da uretra. Em conjunto, os produtos de secreção dessas glândulas</p><p>fornecem condições necessárias para a ativação e transporte dos espermatozoides</p><p>(SILVA, 2021).</p><p>Pênis</p><p>O pênis é o órgão masculino da cópula, e é formado pelos corpos cavernosos</p><p>e pelo corpo esponjoso, os quais são formados por tecido erétil, que se preenchem</p><p>de sangue durante a estimulação sexual. O corpo esponjoso apresenta duas</p><p>dilatações, uma anterior (glande do pênis) e outra posterior (bulbo do pênis), a qual</p><p>se prende a estruturas do assoalho da pelve, enquanto que os corpos cavernosos se</p><p>fixam aos ossos do quadril. Essas estruturas fixas representam a raíz do pênis,</p><p>seguida por uma porção pendente, distal, denominada corpo do pênis.</p><p>A glande do pênis é recoberta por uma camada de pele, o prepúcio. Em alguns</p><p>casos, pode ocorrer um estreitamento do prepúcio,</p><p>o qual é conhecido como fimose.</p><p>74</p><p>12 SISTEMA GENITAL FEMININO</p><p>O sistema genital feminino pode ser dividido em estruturas externas e internas,</p><p>é formado por diversos órgãos que são responsáveis pela reprodução. Os órgãos que</p><p>o compõem são:</p><p>Internos:</p><p>➢ vagina,</p><p>➢ útero,</p><p>➢ ovários,</p><p>➢ tubas uterinas.</p><p>Externos (vulva)</p><p>➢ monte pubiano,</p><p>➢ lábios maiores e lábios menores,</p><p>➢ clitóris,</p><p>➢ bulbo do vestíbulo,</p><p>➢ glândulas vestibulares maiores e menores.</p><p>Parte dessas estruturas é envolvida pelo peritônio. Ao revestir o útero, o</p><p>peritônio forma uma prega transversal, o ligamento largo do útero, que auxília a sua</p><p>fixação (SILVA, 2021).</p><p>O ligamento largo do útero divide a cavidade pélvica em duas porções, uma</p><p>anterior (entre a bexiga e o útero) e outra posterior (entre o útero e o reto), também</p><p>conhecidas como escavação vesicouterina e escavação retouterina, respectivamente.</p><p>Ovários</p><p>Os ovários são estruturas pares, localizados lateralmente ao útero, cuja função</p><p>é produzir óvulos e hormônios, responsáveis pelos caracteres sexuais secundários.</p><p>Antes da primeira ovulação, os ovários têm uma superfície lisa que, com o tempo,</p><p>torna-se enrugada devido às ovulações. Os ovários estão fixos à face posterior do</p><p>ligamento largo do útero através do mesovário. Além disso, o ligamento suspensor do</p><p>75</p><p>ovário fixa o ovário à parede lateral da cavidade pélvica. Ainda, os ovários encontram-</p><p>se conectados ao útero medialmente, através do ligamento próprio do ovário (SILVA,</p><p>2021).</p><p>Tubas uterinas</p><p>As tubas uterinas são tubos estreitos responsáveis por transportar o óvulo após</p><p>a ovulação, estas estão localizadas na margem superior do ligamento largo do útero,</p><p>e são divididas em 4 partes: uterina, istmo, ampola e infundíbulo.</p><p>A tuba uterina se comunica com a cavidade abdominal, através do óstio</p><p>abdominal da tuba, e com a cavidade uterina, através do óstio uterino da tuba. Após</p><p>a ovulação, o óvulo é captado por fimbrias presentes no infundíbulo, e é na tuba</p><p>uterina que ocorre a fecundação do óvulo.</p><p>Útero</p><p>O útero é um órgão muscular oco, situado na cavidade pélvica, posterior à</p><p>bexiga urinária e anterior ao reto. É responsável por receber, cuidar e promover a</p><p>evolução do embrião até o nascimento. Este possui duas faces, anterior e posterior, e</p><p>duas margens, direita e esquerda. O útero é dividido em quatro partes: fundo, corpo,</p><p>istmo e colo do útero. Além disso, possui três camadas: o endométrio, miométrio e</p><p>perimétrio.</p><p>O endométrio é a camada mais interna, e durante o ciclo menstrual sofre muitas</p><p>alterações. O miométrio é a camada média, constituída por fibras musculares. O</p><p>perimétrio é a camada mais externa, derivada do peritônio.</p><p>O colo do útero se projeta na vagina, e estabelece a comunicação com ela</p><p>através do óstio do útero.</p><p>Vagina</p><p>A vagina é um tubo muscular com paredes finas e colabadas, que desempenha</p><p>o papel de órgão de cópula na mulher e de via de passagem ao feto durante o parto</p><p>de secreção uterina. Esta comunica-se superiormente com a cavidade uterina, por</p><p>76</p><p>meio do óstio do útero, e inferiormente com o vestíbulo da vagina, através do óstio da</p><p>vagina.</p><p>Nas mulheres virgens existe uma membrana de tecido conjuntivo no óstio da</p><p>vagina, denominado hímen. À superfície interna da vagina possui diversas projeções,</p><p>denominadas rugas vaginais.</p><p>Órgãos genitais externos</p><p>Os órgãos genitais externos no sistema genital feminino, também conhecidos</p><p>como vulva, são: monte do púbis, lábios maiores, lábios menores e clitóris.</p><p>O monte do púbis está localizado acima da vagina, e corresponde a uma</p><p>elevação anterior à sínfise púbica, formada de tecido adiposo e recoberta de pelos,</p><p>originam-se duas pregas cutâneas que se projetam posteriormente, os lábios maiores,</p><p>os quais envolvem duas pregas menores, mediais, denominadas de lábios menores.</p><p>Os lábios menores delimitam uma fenda, o vestíbulo da vagina. No vestíbulo</p><p>da vagina observa-se o óstio externo da uretra, o óstio da vagina e os orifícios das</p><p>glândulas vestibulares.</p><p>Estruturas eréteis</p><p>Assim como o homem, a mulher também possui estruturas eréteis, que se</p><p>preenchem de sangue durante a estimulação sexual, que são o clitóris e o bulbo do</p><p>vestíbulo. O clitóris é formado por dois ramos que se fundem formando o corpo do</p><p>clitóris, que termina numa estrutura denominada glande do clitóris.</p><p>Ao redor do óstio da vagina encontra-se o bulbo do vestíbulo. Essas estruturas</p><p>se enchem de sangue durante a estimulação sexual, aumentando o contato entre o</p><p>pênis e a vagina.</p><p>Glândulas vestibulares</p><p>Para garantir a lubrificação da vagina durante a relação sexual, existem</p><p>glândulas secretoras de muco na parede da vagina, que se abrem no vestíbulo da</p><p>77</p><p>vagina. Essas glândulas são denominadas glândulas vestibulares, classificadas,</p><p>conforme seu tamanho, em glândulas vestibulares maiores e menores (SILVA, 2021).</p><p>Mamas</p><p>As mamas são projeções da parede anterior do tórax, e são formadas por tecido</p><p>glandular, associado a tecido conjuntivo e tecido adiposo. Elas são estruturas anexas</p><p>à pele especializadas na produção de leite. Existem em ambos os sexos, mas são</p><p>bem rudimentares no sexo masculino. No sexo feminino elas se desenvolvem e se</p><p>diferenciam na puberdade, alcançando o seu maior pico de desenvolvimento durante</p><p>a gestação e o processo de lactação (VIEIRA, 2018).</p><p>As mamas são compostas pelas células produtoras de leite, estas que</p><p>representam 63% do total da massa mamária. Parte restante da composição mamária</p><p>e formada pelo tecido glandular que se localiza a cerca de 3 cm da base do mamilo.</p><p>Em relação a histologia a mama é composta por tecido adiposo subcutâneo, tecido</p><p>intraglandular, tecido glandular (retromamário), tecido mioepitelial, tecido conjuntivo</p><p>interlobular e músculo peitoral (VIEIRA, 2018).</p><p>Anatomicamente as mamas estão situadas entre as camadas superficial e</p><p>profunda da pele, as mamas estendem-se entre a segunda e a sexta costela e do</p><p>esterno à linha axilar média (VIEIRA, 2018).</p><p>A elevação dos níveis séricos de estrogênio na puberdade é o processo</p><p>responsável pela indução da proliferação celular que resulta no desenvolvimento de</p><p>estruturas pequenas denominadas túbulo-alveolares que se encontram nas</p><p>extremidades dos ductos mamários, o que condiciona um aumento progressivo do</p><p>tamanho das mamas, enquanto simultaneamente os canais galactóforos se ramificam</p><p>e alongam. O início do desenvolvimento mamário pode ser assimétrico e ocorrer</p><p>meses antes numa mama em relação à outra. As diferenças de tamanho observáveis</p><p>se devem a variações na quantidade de tecido adiposo e não de tecido glandular. As</p><p>mulheres com mamas pequenas podem amamentar sem problemas (VIEIRA, 2018).</p><p>78</p><p>12.1 Fisiologia da lactação</p><p>A fisiologia da lactação está relacionada com a fisiologia dos processos</p><p>reprodutivos. A maior parte do desenvolvimento estrutural da glândula mamária</p><p>acontece durante a gestação.</p><p>A mamogênese se refere ao processo de formação e crescimento das mamas</p><p>e é caracterizada pela ação de hormônios gonadais, hipofisários, corticoadrenais,</p><p>tireoidianos, placentários e pancreáticos. Eles atuam promovendo alterações</p><p>metabólicas, endócrinas e fisiológicas resultando assim no crescimento da mama e</p><p>em alterações na sensibilidade do mamilo assim como na coloração da aureola</p><p>(GALVÃO,2006).</p><p>Após o processo de gestação, inicia-se a lacto gênese, processo que é</p><p>responsável pela produção do leite. A lacto gênese se encontra intrinsecamente</p><p>relacionada aos processos reprodutivos e adaptativos, como a gestação, parto, pós-</p><p>parto e puerpério, além da sucção constante do RN na mama (GALVÃO, 2006).</p><p>Na lactogênese, a glândula mamária que já se encontra previamente preparada</p><p>para a produção do leite vai depender fundamentalmente da prolactina, um hormônio</p><p>hipofisário que tem sua síntese aumentada após o</p><p>parto, onde é expulsada a placenta</p><p>e diminuído os níveis de estrogênio. A prolactina alcança as células dos alvéolos</p><p>mamários, via sanguínea, estimulando a produção láctea.</p><p>Nos primeiros dias, o leite materno é chamado colostro, que contém mais</p><p>proteínas e menos gorduras do que o leite maduro, ou seja, o leite secretado a partir</p><p>do sétimo ao décimo dia pós-parto. O leite de mães de recém-nascidos prematuros é</p><p>diferente do de mães de bebês a termo. Veja na Tabela 1 as diferenças entre colostro</p><p>e leite maduro, entre o leite de mães de prematuros e de bebês a termo e entre o leite</p><p>materno e o leite de vaca. Esse tem muito mais proteínas que o leite humano e essas</p><p>proteínas são diferentes das do leite materno. A principal proteína do leite materno é</p><p>a lactoalbumina e a do leite de vaca é a caseína, de difícil digestão para a espécie</p><p>humana.</p><p>Tabela 1 – Composição do colostro e do leite materno maduro de mães de crianças</p><p>a termo e pré-termo e do leite de vaca.</p><p>79</p><p>Nutriente Colostro</p><p>(3-5 dias)</p><p>Colostro</p><p>(3-5 dias)</p><p>Leite</p><p>Maduro</p><p>(26-29</p><p>dias)</p><p>Leite</p><p>Maduro</p><p>(26-29</p><p>dias)</p><p>Leite de</p><p>vaca</p><p>A termo Pré-termo A termo Pré-termo</p><p>Calorias</p><p>(kcal/dL</p><p>48 58 62 70 69</p><p>Lipídios</p><p>(g/dL)</p><p>1,8 3,0 3,1 4,0 3,7</p><p>Proteínas</p><p>(g/dL)</p><p>1,9 2,1 1,3 1,4 3,3</p><p>Lactose</p><p>(g/dL)</p><p>5,1 5,0 6,5 6,0 4,8</p><p>Fonte: Adapatado Ministério da saúde, 2016.</p><p>Em relação aos hormônios envolvidos no processo de mamogênese e</p><p>lactogênese se destacam a prolactina, a ocitocina e o lactogênio placentário. Possui</p><p>um importante papel na diferenciação das células da glândula mamária e controla os</p><p>passos bioquímicos envolvidos na síntese do leite. Induz a acumulação de mRNA</p><p>(RNA mensageiro) da caseína, estimulando a expressão de genes desta proteína e</p><p>provavelmente de outros genes. Os receptores para prolactina na glândula mamária</p><p>aumentam paralelamente com o aumento da secreção de PRL no período do periparto</p><p>(VIEIRA, 2018).</p><p>A PRL não atua sozinha, mas de forma sinérgica com outros hormônios, o lacto</p><p>gênio placentário (LP) começa a ser secretado desde poucos dias após a fecundação</p><p>até metade da gestação. Possui atividade luteotrópica e lactogênica, embora esta</p><p>última não suficientemente elucidada. Os efeitos metabólicos são similares aos</p><p>ocasionados pelo hormônio do crescimento: GH (VIEIRA, 2018).</p><p>Os níveis circulantes de lactogênio placentário caem à medida que o parto se</p><p>aproxima. Contudo, no primeiro estágio da lactação ainda persistem alguns níveis tão</p><p>baixos (de forma prática indetectáveis), que há dúvida que por si só possam ter</p><p>atividade lactogênica (VIEIRA, 2018).</p><p>A ocitocina se sintetiza no hipotálamo e se armazena na hipófise posterior,</p><p>sendo similar quanto a sua composição química ao hormônio antidiurético (ADH). Sua</p><p>meia-vida é curta (2- 4 minutos), possui ação sobre o músculo liso e sobre as células</p><p>mioepiteliais na glândula mamária (VIEIRA, 2018).</p><p>80</p><p>A ocitocina se considera o hormônio da ejeção do leite, requisito básico para a</p><p>lactogênese. Além disso, é considerado como hormônio galactopoiético. Encontram-</p><p>se maiores valores basais de OXT no início da lactação do que no final. A secreção</p><p>de ocitocina é inibida pela adrenalina (VIEIRA, 2018).</p><p>13 SISTEMA ENDÓCRINO</p><p>As glândulas que compõem o sistema endócrino estão espalhadas por todo o</p><p>corpo e, diferentemente das glândulas exócrinas, não contêm ducto excretor.</p><p>Assim, seus produtos de secreção (hormônios) são lançados diretamente na</p><p>circulação, e é esta característica que as determinam como glândulas endócrinas. A</p><p>principal função exercida pelo sistema endócrino é a manutenção da homeostasia do</p><p>organismo, através da regulação e integração de sinais de outros sistemas.</p><p>São glândulas endócrinas: tireoide, paratireoides, suprarrenais, ilhotas</p><p>pancreáticas, hipófise, timo, pineal, testículos e ovários. A glândula tireoide, localizada</p><p>anteriormente no pescoço, é constituída por dois lobos unidos por um istmo. Esta</p><p>produz os hormônios tiroideanos (T3 e T4) responsáveis principalmente pela</p><p>regulação do metabolismo, crescimento e desenvolvimento. Algumas células da</p><p>tiroide também secretam calcitonina, que atua na regulação dos níveis de cálcio na</p><p>circulação (SILVA, 2021).</p><p>As glândulas paratireoides são duas pequenas glândulas situadas na face</p><p>posterior de cada lobo da glândula tireoide, seu principal produto de secreção é o</p><p>hormônio da paratireoide, envolvido com a regulação dos níveis de cálcio no sangue.</p><p>As glândulas suprarrenais são duas glândulas de formato piramidal, localizadas</p><p>no polo superior de cada rim e são divididas em duas regiões: uma mais externa</p><p>(córtex) e uma mais interna (medula). O córtex produz corticosteroides</p><p>(mineralocorticoides e glicocorticoides) e andrógenos. A medula produz adrenalina e</p><p>noradrenalina (SILVA, 2021).</p><p>O pâncreas é uma glândula mista, ou seja, possui uma porção exócrina e uma</p><p>endócrina (ilhotas pancreáticas). A porção exócrina está envolvida com a digestão de</p><p>alimentos, enquanto que a porção endócrina secreta hormônios, como a insulina e o</p><p>glucagon, os quais regulam a concentração sanguínea de glicose.</p><p>81</p><p>A hipófise localiza-se na fossa hipofisária, abaixo do cérebro, e é dividida em</p><p>duas porções: adeno-hipófise e neuro-hipófise. A hipófise está ligada ao hipotálamo</p><p>pela haste, o infundíbulo, à adeno-hipófise produz vários hormônios, como hormônio</p><p>tireoestimulante, hormônio adrenocorticotrópico, hormônio folículo estimulante,</p><p>hormônio luteinizante, os quais regulam a secreção de outras glândulas endócrinas.</p><p>Além disso, a adeno-hipófise produzir prolactina, hormônio do crescimento e hormônio</p><p>melanócito-estimulante, os quais agem diretamente em tecidos alvos não endócrinos.</p><p>À neuro-hipófise produz oxitocina, que induz contração do músculo liso, e hormônio</p><p>antidiurético, o qual promove reabsorção de água nos rins. A glândula pineal é uma</p><p>pequena glândula localizada abaixo do corpo caloso, entre os colículos superiores.</p><p>Seu produto de secreção é a melatonina, que regula o ritmo circadiano. O timo é um</p><p>órgão bem desenvolvido na infância, localizado na parte anterior do tórax, e secreta</p><p>hormônios tímicos que estimulam a maturação dos linfócitos T.</p><p>Os ovários produzem estrógeno, responsável pelas características sexuais</p><p>secundárias na mulher, e progesterona, responsável por preparar o útero para a</p><p>gravidez. Já os testículos sintetizam testosterona, que é responsável pelas</p><p>características sexuais secundárias no homem, além de atuar na formação dos</p><p>espermatozoides (SILVA, 2021).</p><p>Podemos começar o nosso estudo do sistema endócrino buscando a etimologia</p><p>da palavra endócrino, de origem grega, em que endo significa dentro, interno e krino</p><p>significa secretar ou secreção, logo, podemos imaginar que o sistema endócrino é um</p><p>sistema do corpo humano responsável pela secreção de alguma coisa para dentro do</p><p>nosso organismo (VANPUTTE; REGAN; RUSSO, 2017).</p><p>Uma vez que introduzimos a função básica do sistema endócrino , devemos</p><p>entender suas estruturas, pois o sistema endócrino é um dos vários sistemas do corpo</p><p>humano, cada um com seu próprio conjunto único de características conhecidas como</p><p>glândulas endócrinas.</p><p>Dentre as glândulas que compõem o sistema endócrino, podemos citar a</p><p>glândula hipófise, também chamada de pituitária. Ela é considerada a glândula mestra</p><p>do organismo humano, pois tem a função de coordenar as funções que alguns órgãos</p><p>e até mesmo outras glândulas endócrinas realizam. A hipófise tem as suas ações</p><p>reguladas juntamente com o hipotálamo, numa interface conhecida como eixo</p><p>hipotálamo-hipofisário ou hipotálamo-hipófise (SILVERTHORN, 2017).</p><p>82</p><p>É por meio desse eixo que as mensagens nervosas são recebidas e emite</p><p>sinais para que hajam respostas químicas no nosso organismo. São exemplos de</p><p>glândulas e órgãos regulados pelo eixo hipotálamo-hipófise as glândulas mamárias,</p><p>as paredes uterinas,</p><p>os rins, regulando o processo de filtração que ocorre nos néfrons,</p><p>os ossos, auxiliando na regulação dos níveis de cálcio no nosso organismo, a glândula</p><p>suprarrenal, a glândula tireoide auxiliando na regulação do equilíbrio do organismo e</p><p>as gônadas que auxiliam na regulação da reprodução.</p><p>Outro exemplo de glândula bastante estudada no campo da endocrinologia são</p><p>as glândulas suprarrenais, que se localizam sobre os rins e atuam em resposta ao</p><p>estresse, por meio da secreção de hormônios corticosteroides e catecolaminas, como</p><p>o cortisol e a adrenalina, respectivamente, e também atuam na regulação do</p><p>funcionamento dos rins por meio da aldosterona, que, embora seja secretada pelas</p><p>glândulas suprarrenais, como mencionado anteriormente, tem sua produção e</p><p>secreção regulada pelo eixo hipotálamo- -hipófise. Veja a Figura 14.</p><p>Figura 14 - Eixo hipotálamo - hipófise</p><p>Fonte: bit.ly/3K2CDli</p><p>83</p><p>Independentemente de sua estrutura anatômica, composição celular ou</p><p>propriedades funcionais, todas as glândulas têm a capacidade de produzir e secretar</p><p>hormônios, que são mensageiros químicos que viajam de sua fonte secretora através</p><p>da corrente sanguínea para locais específicos conhecidos como tecidos-alvo ou</p><p>células-alvo. Os hormônios irão atuar sobre esses alvos, regulando suas funções por</p><p>meio de estímulos excitatórios ou inibitórios (SILVERTHORN, 2017).</p><p>É importante diferenciar nesse momento as glândulas exócrinas das glândulas</p><p>endócrinas. As glândulas exócrinas, como indica o prefixo exo, indica a ideia de</p><p>exterior (algo externo, como no exoesqueleto, a parte flexível e resistente que cobre</p><p>o corpo de muitos animais), e crino, novamente, remete à secreção, logo, pode-se</p><p>imaginar que as glândulas exócrinas são aquelas que produzem e secretam suas</p><p>substâncias para forma do corpo, por meio de ductor e canais específicos, como as</p><p>glândulas lacrimais, que produzem e secretam as lágrimas no canal lacrimal, que</p><p>termina no olho, em que as lágrimas irão lubrificar e limpar esse órgão.</p><p>Outro exemplo de glândula exócrina são as glândulas salivares, que são</p><p>responsáveis por produzir e secretar saliva diretamente dentro da boca, onde irá</p><p>auxiliar na digestão de carboidratos .Quanto às glândulas endócrinas, como vimos , o</p><p>prefixo endo é encontrado na fisiologia humana , e significa "dentro" ou " de dentro ",</p><p>como em endométrio e endocárdio, que é a mucosa que reveste o interior do útero e</p><p>o interior do miocárdio. Endócrino denota que todo o material secretado por essas</p><p>glândulas é secretado no interior de nossos corpos diretamente na corrente</p><p>sanguínea, uma rede de vasos sanguíneos que percorrem nosso corpo, transportando</p><p>nutrientes, células e hormônios .</p><p>Por fim, existem as glândulas que são classificadas como mistas ou anfícrinas</p><p>devido à sua atividade e secreção das duas formas, como as gônadas masculinas</p><p>localizadas nos testículos, que são responsáveis pela produção e secreção de</p><p>testosterona diretamente na corrente sanguínea, mas também são responsáveis pela</p><p>produção e secreção de espermatozoides, no tubo seminífero.</p><p>Essa distinção é crítica e está diretamente relacionada à ação dos hormônios</p><p>produzidos e secretados pelo sistema endócrino. Por exemplo, a glândula mamária,</p><p>encontrada nas mães, é responsável pela produção e secreção do leite materno, um</p><p>material bioquímico vital cuja principal função é nutrir o recém-nascido.</p><p>84</p><p>Por outro lado, o pâncreas é um órgão que, dentre outras funções, é</p><p>responsável por produzir e secretar a insulina, um hormônio que tem função de</p><p>metabolizar o açúcar presente no sangue por meio de uma facilitação do transporte</p><p>dessas moléculas de glicose que estão na corrente sanguínea para o interior de</p><p>diferentes células, como as do tecido muscular ou do fígado para armazenamento e</p><p>produção de energia, ou seja, é extremamente importante e faz todo sentido biológico</p><p>que essa sinalização e “captação” da glicose ocorra em praticamente todas as partes</p><p>do nosso corpo.</p><p>Entretanto, como isso é feito? Através da corrente sanguínea, que tem vasos</p><p>sanguíneos espalhados por todo corpo, e, justamente por isso, essa forma de</p><p>distribuição do hormônio é tão importante fisiologicamente para o sistema endócrino.</p><p>Como resultado, podemos perceber que o sistema endócrino pode ser visto</p><p>como um serviço de distribuição de cartões criptografados para toda a cidade, mas</p><p>somente quem possui o código específico consegue entender a mensagem e</p><p>responder. Assim, como o interior do sistema endócrino pode ser descrito por meio de</p><p>três componentes básicos que o constituem, descritos a seguir.</p><p>• Glândulas endócrinas: são constituídas por células epiteliais especializadas</p><p>que se encontram em todo o corpo. Assim, eles são responsáveis por liberar</p><p>seus produtos químicos (hormônios) no espaço intersticial ou diretamente na</p><p>corrente sanguínea.</p><p>• Hormônios: os produtos químicos liberados por uma célula, geralmente em</p><p>quantidades muito pequenas acabam sendo mensurados em microgramas (10-</p><p>6 g), nano gramas (10-9 g) e pictogramas (10-12 g), porém, com grande</p><p>capacidade de exercer suas ações, sendo que os efeitos que um determinado</p><p>hormônio exerce no organismo relaciona-se diretamente com a forma que ele</p><p>está concentrado no plasma sanguíneo.Sendo assim, essa concentração</p><p>plasmática do hormônio é condicionada por seguintes como a taxa de secreção</p><p>hormonal na glândula endócrina, a taxa metabólica ou de excreção do</p><p>hormônio, a quantidade de proteína transportadora (nos casos que têm) e a</p><p>alterações no volume plasmático.</p><p>• Órgão-alvo: órgão que contém células com receptores específicos para</p><p>determinados hormônios. É nesses receptores que os hormônios irão se ligar</p><p>e produzir suas respostas biológicas (RAFF; LEVITZKY, 2012).</p><p>85</p><p>Além do sistema endócrino, que assume um papel bastante importante de</p><p>regulação do organismo, o sistema nervoso também é responsável por atuação</p><p>regulatória e coordenação das atividades de todas as estruturas essenciais do corpo</p><p>para manter a homeostase e, por vezes, atuam juntos, pois compartilham diversas</p><p>semelhanças, como estruturas associadas com o cérebro, como o hipotálamo, que,</p><p>ao mesmo tempo que é uma área de grande importância para o cérebro, no qual é</p><p>responsável por identificar diferenças na temperatura corporal e atuar tanto</p><p>estimulando o aquecimento e o resfriamento do corpo, também atua no sistema</p><p>endócrino, secretando hormônios para estimular a produção da hipófise e até mesmo</p><p>produzindo e secretando hormônios, como o hormônio antidiurético e a ocitocina</p><p>(GUYTON; HALL, 2017).</p><p>Outro ponto em comum de ambos os sistemas é que eles atuam em conjunto</p><p>para regular processos cruciais do corpo e, por vezes, utilizando as mesmas</p><p>substâncias como neurotransmissores (no caso do sistema nervoso) e como</p><p>hormônios (no caso do sistema endócrino), como podemos ver com a adrenalina, que</p><p>é tanto secretada na fenda sináptica, atuando como um neurotransmissor e</p><p>produzindo uma resposta específica (apenas naquelas células-alvo que receberam a</p><p>sinapse) e imediata, como também é secretada pela glândula suprarrenal na corrente</p><p>sanguínea, onde ela atua de modo mais geral (todas as células com receptores</p><p>adrenérgicos irão ser estimulados) e com uma resposta mais duradoura.</p><p>No entanto, além dessas semelhanças, o sistema nervoso e o sistema</p><p>endócrino apresentam diferenças significativas. Enquanto o sistema endócrino</p><p>depende de um meio de transporte, nomeadamente a corrente sanguínea, o sistema</p><p>nervoso funciona transmitindo mensagens através de sinapses entre neurónios , bem</p><p>como entre neurônios e células-alvo, por onde são secretados os mensageiros do</p><p>sistema nervoso, conhecidos como neurotransmissores. Assim, por meio dessa</p><p>diferenciação na forma de transporte dos seus sinalizadores, o sistema nervoso</p><p>promove, de modo geral, uma resposta mais rápida do que a produzida pelo sistema</p><p>do corpo humano e regiões anatômicas</p><p>A divisão do corpo humano é feita em partes principais, que podem ser</p><p>identificadas externamente. As principais partes do corpo são a cabeça, o pescoço, o</p><p>tronco, os membros superiores e os membros inferiores. A cabeça consiste no crânio</p><p>e na face. O crânio envolve e protege o encéfalo; a face é a parte frontal da cabeça</p><p>que inclui olhos, nariz, boca, fronte, bochechas e mento. O pescoço sustenta a</p><p>cabeça, unindo-a ao tronco.</p><p>O tronco consiste em tórax, abdome e pelve. Cada membro superior está unido</p><p>ao tronco e consiste em ombro, axila, braço (a parte do membro do ombro até o</p><p>cotovelo), antebraço (do cotovelo até o punho), punho e mão. Cada membro inferior</p><p>também está unido ao tronco e consiste em nádega, coxa (a parte do membro da</p><p>nádega até o joelho), perna (a parte do membro do joelho até o tornozelo), tornozelo</p><p>e pé. A região inguinal é a área na superfície anterior do corpo, marcada por uma</p><p>prega de cada lado, na qual o tronco se liga às coxas (TORTORA; DERRICKSON,</p><p>2016).</p><p>Figura 02 - Terminologia anatômica das principais partes do corpo.</p><p>8</p><p>Fonte: shre.ink/HvyU</p><p>Na figura acima, mostra os nomes comuns anatômicos e os da terminologia</p><p>anatômica das principais partes do corpo. Por exemplo, se você recebe uma vacina</p><p>antitetânica na região glútea, ela é aplicada na nádega. Como o termo anatômico para</p><p>uma parte do corpo em geral se baseia em uma palavra ou “radicais” gregos ou latinos,</p><p>ela pode ser diferente do nome comum para a mesma parte do corpo. Por exemplo, a</p><p>palavra latina que descreve a cavidade abaixo da articulação do ombro é “axila”.</p><p>Desse modo, um dos nervos que atravessam essa região é denominado nervo axilar.</p><p>Termos direcionais</p><p>Para localizar diferentes estruturas do corpo, os anatomistas usam termos</p><p>direcionais específicos, palavras que descrevem a posição de uma parte do corpo em</p><p>9</p><p>relação à outra. Diversos termos direcionais são agrupados em pares com significados</p><p>opostos, como anterior (frente) e posterior (atrás).</p><p>A maioria dos termos direcionais usados para descrever a correlação entre uma</p><p>parte do corpo com outra pode ser agrupada em pares com significados opostos. Por</p><p>exemplo, superior significa na direção da parte de cima do corpo e inferior significa na</p><p>direção da parte de baixo do corpo. É importante entender que os termos direcionais</p><p>têm significados relativos; eles só fazem sentido quando usados para descrever a</p><p>posição de uma estrutura em relação à outra. Por exemplo, o joelho é superior ao</p><p>tornozelo, mesmo que ambos estejam localizados na metade inferior do corpo</p><p>(TORTORA; DERRICKSON, 2016).</p><p>TERMOS DIRECIONAIS DEFINIÇÃO EXEMPLO DE USO</p><p>Superior (cefálico ou cranial) Em direção à cabeça ou na parte</p><p>de cima de uma estrutura.</p><p>O coração encontra-se superior</p><p>ao fígado.</p><p>Inferior (caudal) Distante da cabeça ou na parte de</p><p>baixo de uma estrutura.</p><p>O estômago encontra-se</p><p>inferior aos pulmões.</p><p>Anterior (ventral)* Próximo da parte frontal ou na</p><p>frente do corpo</p><p>O esterno encontra-se anterior</p><p>ao coração.</p><p>Posterior (dorsal) Próximo ou na parte de trás do</p><p>corpo.</p><p>O esôfago encontra-se</p><p>posterior à traqueia.</p><p>Medial Próximo ao plano mediano (um</p><p>plano imaginário vertical que</p><p>divide o corpo em lados iguais</p><p>direito e esquerdo).</p><p>A ulna encontra-se medial ao</p><p>rádio.</p><p>Lateral Mais afastado do plano mediano. Os pulmões encontram-se</p><p>laterais ao coração.</p><p>Intermediário Entre duas estruturas. O colo transverso encontra-se</p><p>em posição intermediária aos</p><p>colos ascendente e</p><p>descendente do intestino</p><p>grosso.</p><p>Ipsilateral No mesmo lado do corpo em</p><p>relação a outra estrutura.</p><p>A vesícula biliar e o colo</p><p>ascendente do intestino grosso</p><p>são ipsilaterais.</p><p>Contralateral No lado oposto do corpo em</p><p>relação a outra estrutura.</p><p>Os colos ascendente e</p><p>descendente do intestino</p><p>grosso são contralaterais.</p><p>Proximal Próximo à ligação entre um</p><p>membro e o tronco; próximo à</p><p>origem de uma estrutura.</p><p>O úmero encontra-se proximal</p><p>ao rádio.</p><p>Distal Distante da ligação entre um</p><p>membro e o tronco; distante da</p><p>origem de uma estrutura.</p><p>As falanges (ossos dos dedos</p><p>da mão) são distais aos ossos</p><p>carpais.</p><p>Superficial (externo) Na direção ou na superfície do</p><p>corpo.</p><p>As costelas encontram-se</p><p>superficiais aos pulmões.</p><p>Profundo (interno) Distante da superfície do corpo. As costelas encontram-se</p><p>profundas em relação à pele do</p><p>tórax e do dorso.</p><p>10</p><p>*Repare que os termos anterior e ventral significam a mesma coisa para seres humanos. Entretanto,</p><p>nos quadrúpedes, ventral refere-se ao ventre e é, portanto, inferior. De maneira semelhante, os termos</p><p>posterior e dorsal significam a mesma coisa em seres humanos, mas em quadrúpedes, dorsal refere-</p><p>se ao dorso e é, portanto, superior.</p><p>Figura 03 - Termos direcionais localizam precisamente várias partes do corpo em</p><p>relação umas às outras.</p><p>Fonte: shre.ink/HvmJ</p><p>Posição anatômica</p><p>O termo posição anatômica é outra convenção para examinar o corpo humano de</p><p>uma forma organizada e metodológica. Esse termo estabelece que a posição seja: o</p><p>corpo humano está em pé (ereto), o olhar no horizonte, as palmas das mãos para</p><p>11</p><p>frente (supinação), os membros superiores e inferiores estão retos (em extensão) e</p><p>os pés estão ligeiramente afastados. Portanto, visto que definido esse termo, não</p><p>precisa mais visualizar uma imagem, somente imaginar o corpo posicionado assim.</p><p>(BECKER et al., 2018).</p><p>Quadrantes abdominais</p><p>Na anatomia de superfície existe termos que referenciam as regiões do</p><p>abdome. Trata-se de uma convenção para padronizar a comunicação e descrição</p><p>anatômica na área da saúde. Comumente, são aplicadas duas formas ao abdome: a</p><p>divisão em 4 e em 9 quadrantes. Essa divisão do abdome é feita para facilitar a</p><p>descrição da localização anatômica e é também muito útil para a investigação de</p><p>disfunções e patologias. Cada quadrante é específico a órgãos e/ou estruturas</p><p>internas, abdominais e pélvicas específicas (BECKER, et al., 2018).</p><p>Anatomia seccional</p><p>Podem ser examinadas através de cortes ou planos de corte todas as</p><p>estruturas da anatomia. Existem três tipos de cortes ou secções padronizados.</p><p>12</p><p>Através de imagem radiológica, da interpretação diagnóstica de exames de</p><p>tomografia computadorizada e ressonância magnética é possível realizar o estudo</p><p>anatômico em secções. Caso você tenha a oportunidade de observar essas imagens</p><p>radiológicas em cortes, automaticamente você estará exercitando a anatomia</p><p>topográfica, observará estruturas e órgãos de vários sistemas corporais em um único</p><p>corte. Ainda estará testando seu raciocínio espacial, tentando imaginar uma estrutura</p><p>em três dimensões, partindo de uma imagem em duas dimensões (BECKER, et al,</p><p>2018).</p><p>Cavidades do corpo</p><p>O corpo é formado internamente por cavidades cujas funções são proteger</p><p>separar e sustentar os órgãos.</p><p>13</p><p>Anatomia Sistêmica</p><p>Como vimos anteriormente, a anatomia sistêmica consiste no estudo da</p><p>morfologia dos órgãos que compõem os sistemas orgânicos, os quais em conjunto</p><p>formam o corpo humano. Os sistemas orgânicos encontram descritos a seguir:</p><p>➢ Sistema esquelético: formado pelos ossos que compõem o esqueleto de</p><p>sustentação do corpo, além de servir de suporte de fixação a outras estruturas</p><p>(exemplo: músculos) e de proteção a órgãos (exemplo: coração e pulmões).</p><p>➢ Sistema articular: composto pelas articulações que conectam os ossos, de</p><p>fundamental importância para a realização de movimentos.</p><p>➢ Sistema muscular: constituído pelos músculos esqueléticos, os quais se fixam</p><p>nos ossos e são responsáveis pela parte ativa movimento.</p><p>14</p><p>➢ Sistema nervoso: constituído por uma parte central (sistema nervoso central),</p><p>uma parte periférica (sistema nervoso periférico) e uma autônoma (sistema</p><p>nervoso autônomo).</p><p>➢ Sistema circulatório: composto pelo coração e por vasos nos</p><p>endócrino, uma vez que o estímulo neural direto sobre a célula-alvo passa por número</p><p>muito menor de intermediadores do que o sistema endócrino</p><p>Embora a velocidade da resposta produzida pelo sistema nervoso seja mais</p><p>rápida, ela também tem duração de tempo menor, pois, em geral, o sistema nervoso</p><p>mantêm atividade sobre as células-alvo apenas durante o envio do potencial de ação,</p><p>86</p><p>já no sistema endócrino, a resposta tende a ser mais duradora, tendo em vista que os</p><p>hormônios permanecem na corrente sanguínea por minutos, dias e até mesmo</p><p>semanas e, assim, ativam suas células-alvo durante todo esse tempo.</p><p>Produção e regulação hormonal</p><p>Após serem secretadas, os hormônios produzem respostas em todo o corpo</p><p>humano, regulando os processos de homeostase por meio de suas células-alvo. É</p><p>importante notar, no entanto, que para produzir tais respostas, os hormônios devem</p><p>primeiro ser secretados por suas glândulas por meio de estímulos específicos. Antes</p><p>de discutir esses estímulos, é necessário discutir os mecanismos de retroalimentação.</p><p>A taxa de secreção hormonal na glândula endócrina é sempre determinada pela</p><p>magnitude do estímulo e se a função é estimular ou inibir. Nesse sentido, uma das</p><p>formas que ocorre é a retroalimentação negativa, também conhecida como feedback</p><p>negativo. Isso acontece quando há uma diminuição do hormônio que sinaliza a</p><p>necessidade de liberação ou inibição do hormônio.</p><p>Como exemplo de feedback negativo ou retroalimentação, podemos usar os</p><p>níveis de cálcio na corrente sanguínea. Quando os níveis de cálcio no sangue</p><p>aumentam, a glândula tireoide estimula a produção de calcitonina.</p><p>A calcitonina estimula o depósito de cálcio nos ossos e a eliminação de cálcio</p><p>pela urina. Esse hormônio também influenciará a quantidade de cálcio absorvida pelo</p><p>intestino. Como resultado, o imposto sobre o cálcio no sangue cairá. Quando os níveis</p><p>de cálcio no nosso sangue caem, a secreção de calcitonina é inibida, e os</p><p>paratireoides são estimulados a produzir o paratormônio, que tem a função oposta da</p><p>calcitonina, pois libera o cálcio dos nossos ossos para a corrente sanguínea e estimula</p><p>o intestino a absorver o cálcio, além de diminuir a eliminação de cálcio pelos rins</p><p>(SILVERTHORN, 2017).</p><p>O feedback positivo, por outro lado, ocorre quando o estímulo é amplificado,</p><p>informando a necessidade de liberação ou inibição do hormônio. Como exemplo de</p><p>feedback positivo, considere a situação em que um bebê está prestes a nascer e puxa</p><p>a parede uterina, causando um forte estímulo.</p><p>Como resultado, as células nervosas presentes na parede uterina produzem</p><p>sinais nervosos que são transmitidos por uma via correspondente ao hipotálamo, que</p><p>87</p><p>envia mensagens para a neurohipófise, fazendo com que a neurohipófise libere um</p><p>hormônio conhecido como ocitocina.</p><p>A ocitocina tem a função de auxiliar no trabalho de parto e vai provocar</p><p>contrações uterinas. A contração uterina aumentará a força que o bebê exerce sobre</p><p>a parede do útero, reforçando a sinalização nervosa descrita anteriormente, formando</p><p>um ciclo. Assim os estímulos vão se tornando cada vez mais fortes um após o outro,</p><p>até que o parto seja realizado e haja o nascimento (SILVERTHORN, 2017).</p><p>Conhecendo os mecanismos de feedback positivo e negativo, podemos discuti-</p><p>los usando três tipos de estímulos específicos: humoral , neural e hormonal.</p><p>Estimulação humoral: Esta estimulação é fornecida por moléculas que circulam na</p><p>corrente sanguínea e são tipicamente derivadas de células sanguíneas. Recebem o</p><p>nome de estímulo humoral porque a palavra humor refere-se a fluidos corporais, como</p><p>o sangue.</p><p>Os hormônios controlados pela estimulação humoral são sensíveis às</p><p>concentrações plasmáticas de substâncias como glicose, cálcio e sódio. Como</p><p>resultado, quando os níveis dessas moléculas no sangue mudam, os hormônios são</p><p>liberados em resposta à mudança. No entanto, além do humor, é importante notar que</p><p>a inibição ocorre frequentemente em resposta ao mesmo humor.</p><p>Geralmente, essas respostas ocorrem em hormônios que têm ação antagônica,</p><p>isto é, quando o hormônio A se opõe ao hormônio B. Como exemplo dessa regulação</p><p>humoral, podemos citar a relação insulina-glucagon, ambos hormônios secretados</p><p>pelo pâncreas. Após o aumento da glicemia, característico do período pós-prandial, a</p><p>grande quantidade de açúcar no sangue estimula a liberação da insulina, que irá</p><p>metabolizar esse açúcar e estimular a captação e o armazenamento deste como</p><p>reserva de energia, ao mesmo tempo, ocorre uma inibição do glucagon, porém, em</p><p>uma situação oposta, como após uma sessão de exercício aeróbico e/ou após horas</p><p>em jejum, é natural que se observe uma redução na quantidade de açúcar do sangue.</p><p>Ao mesmo tempo em que inibe a ação da insulina, a hiperglicemia estimula a</p><p>secreção de glucagon, hormônio que vai estimular a gliconeogênese, ou a quebra das</p><p>reservas de glicose no fígado (glicogênio hepático) para fornecer glicose adequada à</p><p>corrente sanguínea.</p><p>Neuroestimulação: Este tipo de regulação envolve a estimulação neural das</p><p>glândulas endócrinas via liberação de neurotransmissores na fenda pós-sináptica. Em</p><p>88</p><p>alguns casos, esse neurotransmissor estimula as células a aumentar a produção e</p><p>secreção de hormônios; em outros, os neurônios secretam neuropeptídeos</p><p>diretamente na corrente sanguínea, o que estimula a secreção hormonal de outras</p><p>células endógenas , conhecidas como liberadores de hormônios.</p><p>Ao mesmo tempo, pode ocorrer inibição neural. Nesse caso, os neurônios</p><p>inibem seus alvos da mesma forma que fariam se estivessem sendo estimulados, mas</p><p>com um neurotransmissor diferente, impedindo que a glândula libere o seu hormônio,</p><p>ou podem promover a inibição por secretando neuropeptídeos diretamente na</p><p>corrente sanguínea, e são referidos como hormônios inibitórios.</p><p>Por exemplo, podemos considerar a estimulação do sistema nervoso simpático</p><p>nas glândulas suprarrenais para a secreção de adrenalina, ou a liberação de GHrH e</p><p>GhiH, neuropeptídeos secretados pelo hipotálamo na corrente sanguínea para</p><p>estimular ou inibir a secreção do hormônio do crescimento pela hipófiseglândula.</p><p>Estimulação hormonal: esse mecanismo ocorre quando um hormônio é</p><p>secretado e, como resultado , estimula a secreção de outros hormônios.</p><p>Nesses casos, a proibição ocorre quando a secreção de um hormônio inibe a</p><p>secreção de outro , e ambos os mecanismos estão envolvidos na regulação hormonal.</p><p>Essa estimulação é muito comum na regulação da adeno-hipófise — uma porção da</p><p>glândula hipófise — por meio da liberação de hormônios tireoidianos. Esses</p><p>hormônios tróficas são liberadas pelo hipotálamo , que estimula a liberação de um</p><p>hormônio hipofisário trófico , que vai agir e estimular a secreção de uma quarta</p><p>glândula e um quarto hormônio. Por exemplo, o hipotálamo produz o hormônio</p><p>tirotropina-estimulante, conhecido como TRH, que é liberado na adeno-hipófise,</p><p>estimulando a produção do hormônio estimulante da tireoide, o TSH.</p><p>O TSH estimula a tireoide a produzir e secretar hormônios, entre eles a tiroxina</p><p>(T4), que é convertida em triiodotironina (T3), responsável por estimular e acelerar o</p><p>metabolismo do organismo. Ao mesmo tempo , os hormônios tireoidianos podem</p><p>controlar seus próprios níveis sanguíneos, evitando a liberação do trófico hipofisário</p><p>hormonal.</p><p>89</p><p>14 SISTEMA SENSORIAL</p><p>Fonte: shre.ink/mpNt</p><p>O sistema sensorial é responsável por informar ao SNC as alterações que</p><p>acontecem no meio externo e no meio interno para que ele seja capaz de integrar e</p><p>deflagrar comandos a fim de manter a homeostasia. Para isso, o sistema sensorial é</p><p>composto de elementos especializados em exercer tal função através dos receptores</p><p>sensitivos.</p><p>Os órgãos que informam ao SNC os estímulos externos são os órgãos do</p><p>sentido, os quais estão relacionados à visão (olho), audição e equilíbrio (orelha),</p><p>olfato</p><p>(nariz) e gustação (língua).</p><p>O olho está localizado na cavidade da órbita e é formado por três túnicas:</p><p>fibrosa, vascular e interna. A túnica fibrosa é formada pela esclera e córnea; a túnica</p><p>vascular é formada pelo corioide, corpo ciliar e íris; e a túnica interna é formada pela</p><p>retina. O olho possui anexos, que são os elementos de proteção (cílios, pálpebras e</p><p>glândula lacrimal) e os músculos extrínsecos do olho (SILVA, 2021).</p><p>A orelha é responsável pela audição e pelo equilíbrio. É dividida em três partes:</p><p>orelha externa, orelha média e orelha interna. A orelha externa é formada pela orelha</p><p>e meato acústico externo, e é separada da orelha média pela membrana timpânica.</p><p>90</p><p>Na orelha média (ou cavidade timpânica) encontram-se três ossículos: o martelo, a</p><p>bigorna e o estribo, que transferem as vibrações da membrana timpânica para a orelha</p><p>interna. A orelha interna, é constituída por dois labirintos, um ósseo e outro</p><p>membranáceo. Entre o labirinto ósseo e labirinto membranáceo existe um líquido, a</p><p>perilinfa, a qual propaga vibrações até o labirinto membranoso, e a endolinfa, líquido</p><p>da orelha interna que envolve o órgão de Corti, estimulando receptores auditivos que</p><p>captam o estímulo sonoro, transferindo-o para o córtex auditivo (SILVA, 2021).</p><p>Na orelha interna existem estruturas que informam o SNC sobre o equilíbrio,</p><p>que são o sáculo, urtículo e ductos semicirculares. O movimento da cabeça agita a</p><p>endolinfa, a qual estimula os receptores que informam o cerebelo e o tronco encefálico</p><p>sobre o movimento da cabeça. A função de manutenção do equilíbrio não é exclusiva</p><p>da orelha interna, mas de uma cooperação entre essa e outras estruturas, como</p><p>órgãos da visão e receptores proprioceptivos dos tendões, músculos e articulações.</p><p>As sensações gustativas são percebidas devido à presença de receptores</p><p>especializados, denominados calículos gustatórios. Apesar da maioria desses</p><p>receptores encontrarem-se na língua (papilas), é possível detectá-los na faringe,</p><p>palato e superfície interna das bochechas (SILVA, 2021).</p><p>15 SISTEMA TEGUMENTAR</p><p>Fonte: shre.ink/mpNZ</p><p>91</p><p>O sistema tegumentar é composto pela pele e seus anexos (unhas, pelos,</p><p>glândulas sudoríparas, glândulas sebáceas e mamas), os quais em conjunto formam</p><p>um sistema de revestimento com funções de proteção, regulação da temperatura</p><p>corpórea, além de possuir receptores sensoriais, que permitem a identificação de</p><p>diversas informações (SILVA, 2021).</p><p>A pele é constituída por três camadas, uma mais superficial, uma média e outra</p><p>mais profunda, denominadas epiderme, derme e hipoderme, respectivamente; é um</p><p>órgão distensível, devido à presença de fibras colágenas e elásticas presentes na</p><p>derme, esta que é altamente vascularizada, e nela situam-se os folículos pilosos e as</p><p>glândulas sudoríparas e sebáceas. Esta apresenta elevações que se projetam para a</p><p>epiderme, conhecidas como papilas dérmicas, as quais são visíveis nos dedos,</p><p>constituindo as impressões digitais. A derme repousa sobre a hipoderme, que é uma</p><p>tela subcutânea, rica em tecido adiposo, cuja quantidade de gordura varia nas</p><p>diferentes partes do corpo e possui importante papel em diminuir a perda de calor para</p><p>o meio externo.</p><p>As glândulas sudoríparas possuem importante papel na regulação da</p><p>temperatura corpórea, através da secreção do suor, e apresentam alta densidade na</p><p>palma das mãos e nos pés, são localizadas principalmente na derme. As glândulas</p><p>sebáceas estão localizadas na derme e o seu ducto se abre nos folículos pilosos,</p><p>atuando na lubrificação da pele. O pigmento responsável em dar cor à pele é a</p><p>melanina, sendo que quanto maior for a quantidade de melanina na pele, mais escura</p><p>ela é.</p><p>Os pelos são estruturas afiladas que apresentam uma haste e uma raiz, que se</p><p>aloja em uma estrutura denominada folículo piloso. Eles recobrem diversas regiões</p><p>do corpo, com exceção da palma das mãos e planta dos pés.</p><p>As unhas são placas de queratina situadas nas falanges distais. Assim como</p><p>os pelos, as unhas também oferecem um corpo e uma raiz, e têm um papel de</p><p>proteção (SILVA, 2021).</p><p>92</p><p>16 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS</p><p>AIRES, M. M. Fisiologia. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012.</p><p>BEAR, M. F.; CONNORS, B. W.; PARADISO, M. A. Neurociências: desvendando o</p><p>sistema nervoso. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017.</p><p>BECKER, R. O.; et al. Anatomia Humana. Grupo A, 2018.</p><p>CHEN, M. Y. M.; POPE, T. L.; OTT, D. J. Radiologia básica. 2. ed. Porto Alegre:</p><p>AMGH, 2012.</p><p>CONSTANZO, L.S. Fisiologia. 3 ed. Elsevier Editora Ltda. Rio de Janeiro, RJ. 2007.</p><p>DANGELO, J. G.; FATTINI, C. A. Anatomia humana sistêmica e segmentar. Rio de</p><p>Janeiro: Atheneu, 2010.</p><p>GUYTON, A.C. e Hall J.E.– Tratado de Fisiologia Médica. Editora Elsevier. 13. ed.,</p><p>2017.</p><p>GUYTON, A.C.; HALL, J.E. Tratado de Fisiologia Médica. 12. ed. Rio de Janeiro:</p><p>Elsevier, 2011.</p><p>LIBERATO, J. A.; et al. Terminologia Anatômica: terminologia anatômica</p><p>internacional. Sociedade Brasileira de Anatomia. Barueri: Manole, 2001.</p><p>MARTINI, F. H.; TIMMONS, M. J.; TALLITSCH, R. B. Anatomia humana. 6. ed. Porto</p><p>Alegre: Artmed, 2009.</p><p>MARTINI; et al. Anatomia e Fisiologia Humana: uma abordagem visual. 1. ed. São</p><p>Paulo: Pearson, 2014.</p><p>MINISTÉRIO DA SAÚDE. Saúde da criança: aleitamento materno e alimentação</p><p>complementar / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento</p><p>de Atenção Básica. – 2. ed. – Brasília: Ministério da Saúde, 2016. 184 p.: il. –</p><p>(Cadernos de Atenção Básica; n. 23)</p><p>SANTOS, N. C. M. Anatomia e Fisiologia humana. Editora Saraiva, 2014.</p><p>SILVA, F. G. Anatomia e Fisiologia humana. São Caetano do Sul-SP: Difusão</p><p>Editora, 2021.</p><p>SILVERTHORN, D. U. Fisiologia humana: uma abordagem integrada. 7. ed. Porto</p><p>Alegre: Artmed, 2017.</p><p>TALANOW, R. Radiologia de emergência: manual baseado em casos clínicos.</p><p>Porto Alegre: AMGH, 2012</p><p>TORTORA, G. J.; DERRICKSON, B. Princípios de anatomia e fisiologia. 14. ed.</p><p>Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016.</p><p>93</p><p>TORTORA, G. J.; DERRICKSON, B. Corpo humano: fundamentos de anatomia e</p><p>fisiologia. 10. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017</p><p>TORTORA, G. J.; NIELSEN, M. T. Princípios da Anatomia Humana. 12. ed. Rio de</p><p>Janeiro: Guanabara Koogan, 2013.</p><p>VIEIRA, L. G.; MARTINS, G. F. Fisiologia da mama e papel dos hormônios na</p><p>lactação. 2018.</p><p>quais circulam</p><p>o sangue e a linfa.</p><p>➢ Sistema respiratório: constituído por órgãos responsáveis pela condução</p><p>(exemplo: nariz, faringe, laringe, traqueia e brônquios) e trocas de gases entre</p><p>o ar e o sangue (exemplo: pulmões).</p><p>➢ Sistema digestório: formado por órgãos que transportam (exemplo: faringe,</p><p>esófago) e modificam o alimento ingerido (exemplo: boca, estômago, pâncreas,</p><p>fígado), além de permitir a absorção de nutrientes (exemplo: intestino delgado),</p><p>armazenamento e eliminação de resíduos para o meio externo (intestino</p><p>grosso).</p><p>➢ Sistema urinário: composto pelos órgãos produtores de urina (rins) e vias</p><p>urinárias que transportam a urina para o meio externo (cálices renais, pelve</p><p>renal, ureter, bexiga urinária e uretra).</p><p>➢ Sistema genital feminino: constituído por órgãos produtores de gametas</p><p>(ovários), tubas uterinas, útero, vagina, glândulas vestibulares, clitóris e vulva.</p><p>➢ Sistema genital masculino: composto por órgãos produtores de gametas</p><p>(testículos), além dos epidídimos, ductos deferentes, ducto ejaculatório,</p><p>glândulas seminais, próstata, glândulas bulbouretrais, uretra, escroto e pênis.</p><p>➢ Sistema endócrino: formado por glândulas endócrinas, que não possuem</p><p>ducto excretor (hipófise, tireoide, paratireoides, pineal, ilhotas pancreáticas,</p><p>suprarrenal).</p><p>➢ Sistema sensorial: constituído pelos órgãos dos sentidos e estruturas</p><p>responsáveis por informar sensações ao sistema nervoso (pele, orelha, nariz,</p><p>boca, olho).</p><p>➢ Sistema tegumentar: formado pelas estruturas que revestem externamente o</p><p>corpo (pele, cabelo, pelos, unhas, glândulas sebáceas e mamárias).</p><p>A seguir, discutiremos detalhadamente os órgãos e estruturas que compõem</p><p>cada sistema.</p><p>15</p><p>3 SISTEMA ESQUELÉTICO</p><p>Fonte: shre.ink/mpO4</p><p>O corpo humano adulto é formado por aproximadamente 206 ossos, unidos por</p><p>articulações, os quais em conjunto formam o esqueleto. No entanto, o número de</p><p>ossos que formam o esqueleto pode variar, dependendo dos critérios de contagem,</p><p>da idade e de variações individuais. O esqueleto é um arcabouço ósseo, resistente,</p><p>que tem por função fornecer suporte e sustentação ao corpo e conferir proteção à</p><p>órgãos vitais (coração, pulmões, encéfalo e medula espinal). Ainda, o esqueleto serve</p><p>de reservatório de diversos íons (cálcio e fosfato), além também de armazenar células</p><p>tronco hematopoiéticas, que irão originar diversas células sanguíneas (SILVA, 2021).</p><p>O esqueleto é dividido em esqueleto axial, o qual forma o eixo do corpo (ossos</p><p>da cabeça, pescoço e tronco), e esqueleto apendicular, formado pelos membros</p><p>(ossos dos membros superiores e inferiores). O esqueleto apendicular se conecta ao</p><p>esqueleto axial através dos cíngulos do membro superior (escápula e clavícula) e do</p><p>membro inferior (ossos do quadril).</p><p>Os ossos são revestidos externamente por uma membrana, denominada de</p><p>periósteo (exceto as superfícies articulares). À camada profunda do periósteo é</p><p>osteogênica, e contém células responsáveis pelo remodelamento do tecido ósseo.</p><p>Além disso, observa-se no periósteo diversos nervos e vasos sanguíneos, os quais</p><p>são responsáveis pela inervação e nutrição dos ossos (SILVA, 2021).</p><p>16</p><p>Classificação dos ossos</p><p>Os ossos podem ser classificados de diversas maneiras. Conforme a sua</p><p>localização topográfica, podem ser classificados em axiais (localizam-se no esqueleto</p><p>axial) e apendiculares (localizam-se no esqueleto apendicular). Além disso, os ossos</p><p>podem ser classificados conforme a predominância de uma de suas dimensões em:</p><p>ossos longos (comprimento predomina sobre espessura e largura; exemplos: fêmur,</p><p>úmero), curtos (comprimento, largura e espessura equivalentes; exemplo: ossos do</p><p>carpo e do tarso), planos (largura e comprimento predominam sobre espessura;</p><p>exemplo: escápula, frontal), irregulares (não possuem morfologia definida; exemplo:</p><p>temporal, vértebras), pneumáticos (possuem cavidades contendo ar e revestidas de</p><p>mucosa; exemplo: frontal, maxilar) e sesamoides (encontrados em articulações ou</p><p>tendões; exemplos: patela, periarticulares).</p><p>Nos ossos longos é possível notar duas extremidades, denominadas epífises,</p><p>conectadas por um corpo denominado de diáfise. Em ossos longos com ossificação</p><p>incompleta, observa-se a presença da cartilagem epifisial entre a epífise e a diáfise, a</p><p>qual é responsável pelo crescimento em comprimento do osso longo. No interior da</p><p>diáfise, observa-se a cavidade medular, que contém a medula óssea amarela. Além</p><p>disso, ao seccionarmos um osso, podemos observar que este é formado por dois tipos</p><p>de substância óssea, denominadas substância compacta e substância esponjosa</p><p>(SILVA, 2021).</p><p>Osso longo Apresenta um comprimento maior que a largura e a espessura. Exemplo:</p><p>fêmur, úmero, rádio, ulna, tíbia, fíbula e falanges</p><p>Osso curto Apresenta equivalência das três dimensões. São os ossos que suportam o</p><p>peso do corpo. Exemplo: ossos do carpo e do tarso.</p><p>Osso plano Seu comprimento e sua largura são equivalentes, predominando sobre a</p><p>espessura. Ossos do crânio, como o parietal, frontal, occipital e outros como</p><p>a escápula e o osso do quadril, são exemplos bem demonstrativos. São</p><p>também chamados (impropriamente) de ossos planos.</p><p>Osso irregular Apresenta uma morfologia complexa não encontrando correspondência em</p><p>formas geométricas conhecidas. As vértebras e osso temporal são exemplos</p><p>marcantes.</p><p>17</p><p>Figura 04 – Ossos do crânio</p><p>Fonte: shre.ink/Hvmn</p><p>Ossos do esqueleto axial</p><p>O esqueleto axial é formado pelos ossos da cabeça, pescoço e tronco.</p><p>Ossos da cabeça</p><p>São ossos do crânio e da face: Frontal, parietal, occipital, temporal, esfenoide,</p><p>etmoide, nasal, maxila, mandíbula, zigomático, palatino, vômer, lacrimal, ossículos da</p><p>audição e concha nasal inferior (SILVA, 2021).</p><p>Ossos do pescoço e do tronco</p><p>18</p><p>A coluna vertebral corresponde ao eixo ósseo do corpo, que além de servir de</p><p>suporte para a sustentação e movimentação do corpo, também protege a medula</p><p>espinal, localizada no seu interior. As vértebras possuem uma estrutura básica,</p><p>constituída pelo forame vertebral, corpo vertebral, processos transversos e</p><p>espinhosos.</p><p>A coluna vertebral é formada por 33 peças ósseas que se articulam entre si</p><p>através dos discos intervertebrais. As vértebras encontram-se dispostas umas sobre</p><p>as outras, formando a coluna vertebral, e são classificadas em:</p><p>➢ 7 vértebras cervicais</p><p>➢ 12 vértebras torácicas</p><p>➢ 5 vértebras lombares</p><p>➢ 5 vértebras sacrais (sacro)</p><p>➢ 4 vértebras coccígeas (cóccix)</p><p>As vértebras são conectadas entre si por diversas articulações e ligamentos de</p><p>modo a conferir estabilidade e flexibilidade à coluna, atributos necessários para</p><p>amobilidade do tronco, postura, equilíbrio e suporte de peso.</p><p>As vértebras torácicas, por sua vez, se associam com o esterno e as costelas</p><p>para formar a caixa torácica (SILVA, 2021).</p><p>Figura 05- Coluna vertebral</p><p>19</p><p>Fonte: shre.ink/Hvmh</p><p>Ossos do esqueleto apendicular</p><p>O esqueleto apendicular é formado pelos ossos dos membros superiores e</p><p>inferiores.</p><p>Ossos dos membros superiores</p><p>São ossos dos membros superiores: escápula, clavícula, úmero, ulna, rádio,</p><p>carpo, metacarpo e falanges.</p><p>Ossos dos membros inferiores</p><p>São ossos dos membros inferiores: ossos do quadril, fêmur, patela, tíbia, fíbula,</p><p>tarso, metatarso e falanges.</p><p>20</p><p>4 SISTEMA ARTICULAR</p><p>As articulações unem dois ou mais ossos, e têm por função permitir a formação</p><p>do esqueleto. Além de promover a união entre os ossos, as articulações</p><p>desempenham importante papel na movimentação, através da sua associação com o</p><p>sistema esquelético e sistema muscular. Elas podem ser classificadas de acordo com</p><p>sua estrutura ou função (SILVA, 2021).</p><p>As articulações fibrosas são formadas por tecido conjuntivo fibroso, e possuem</p><p>mobilidade extremamente reduzida. As articulações fibrosas podem ser subdivididas</p><p>em: suturas (entre os ossos do crânio), gonfoses (entre dente e alvéolo) e</p><p>sindesmoses (entre extremidades distais da tíbia e fibula). As suturas apresentam</p><p>forma variável e, por isso, podemos classificá-las em: plana, escamosa, esquindilese</p><p>e serrátil. No neonato, observa-se uma maior quantidade de tecido conjuntivo fibroso</p><p>entre os ossos do crânio, a qual é fundamental para permitir o crescimento destes</p><p>ossos. Essas regiões são chamadas de fontanelas (ou fontículos) e desaparecem</p><p>após a ossificação completa do crânio.</p><p>As articulações cartilaginosas são constituídas por cartilagem hialina ou</p><p>fibrocartilagem, e também apresentam pouca mobilidade. As articulações</p><p>cartilaginosas possuem cartilagem hialina entre os ossos e são classificadas como</p><p>sincondroses (sincrondose esfeno-occipital). Já as articulações cartilaginosas</p><p>formadas por fibrocartilagem são denominadas de sínfises (sínfise púbica).</p><p>O terceiro tipo de articulação é a articulação sinovial, a qual apresenta como</p><p>elemento estrutural o líquido sinovial. Diferente das articulações fibrosas e</p><p>cartilagíneas, as articulações sinoviais permitem grande mobilidade entre as peças</p><p>ósseas dessa articulação.</p><p>As extremidades ósseas que se relacionam nessa articulação são revestidas</p><p>por cartilagem hialina, e são desprovidas de irrigação sanguínea e inervação, o que</p><p>torna a regeneração do tecido lenta em caso de lesões. Além disso, encontramos</p><p>nesse tipo de articulação uma cápsula articular, que envolve a articulação e conecta</p><p>as peças ósseas, e uma cavidade articular, onde se encontra o líquido sinovial. As</p><p>articulações sinoviais podem ainda apresentar elementos acessórios, como por</p><p>exemplo, meniscos, discos e ligamentos (SILVA, 2021).</p><p>21</p><p>As articulações sinoviais podem ser classificadas morfologicamente de acordo</p><p>com a forma das superfícies ósseas articulares em: plana (articulações intercarpais),</p><p>gínglimo (articulação interfalângica), trocoidea (articulação radioulnar proximal),</p><p>elipsoidea (articulação metacarpofalângica), selar (articulação carpometacarpal do</p><p>polegar) e esferoidea (articulação do quadril). Elas podem ainda ser classificadas de</p><p>acordo com os movimentos realizados em torno de um, dois ou três eixos (ântero-</p><p>posterior, longitudinal e látero-lateral) em: monoaxiais (articulação rádioulnar</p><p>proximal), biaxiais (articulação radiocarpal) e triaxiais (articulações do ombro e</p><p>quadril).</p><p>5 SISTEMA MUSCULAR</p><p>Fonte: shre.ink/mpOQ</p><p>O sistema muscular é composto pelos músculos estriados esqueléticos,</p><p>responsáveis por realizar diversos tipos de movimento. Os músculos são formados</p><p>por células especializadas, que contraem e relaxam frente à diferentes estímulos. As</p><p>células musculares são fusiformes e alongadas, sendo denominadas de fibras.</p><p>As fibras se agrupam em feixes que, por sua vez, formam os músculos, por</p><p>serem o elemento ativo do movimento, participam da sustentação, locomoção e</p><p>manutenção da forma do corpo. Além disso, os músculos são reservatórios de</p><p>proteínas e fontes de produção de calor. Os músculos estriados esqueléticos</p><p>apresentam estriações, e são em sua maioria voluntários. Ainda é válido ressaltar que</p><p>22</p><p>a força de contração de um músculo depende não apenas do número de fibras que o</p><p>compõe, mas também do diâmetro destas fibras (SILVA, 2021).</p><p>Os músculos estriados esqueléticos possuem uma porção carnosa, chamada</p><p>ventre muscular, que é a parte contrátil dos músculos. Além disso, os músculos</p><p>estriados esqueléticos possuem em suas extremidades uma porção branca</p><p>cilíndrica/ou em forma de fita, denominada tendão ou aponeurose, as quais são</p><p>constituídas de tecido conjuntivo denso e são responsáveis por fixar o músculo ao</p><p>esqueleto, cartilagens ou outras estruturas.</p><p>Além disso, os músculos estriados esqueléticos são envolvidos externamente</p><p>por uma membrana de tecido conjuntivo, a fáscia muscular, que tem por finalidade,</p><p>otimizar o trabalho de contração dos músculos, além de auxiliar a sua fixação ao</p><p>esqueleto (SILVA, 2021).</p><p>O ponto proximal de fixação do músculo é denominado origem, enquanto que</p><p>o ponto distal de fixação é denominado de inserção. Nos membros, normalmente, a</p><p>inserção corresponde à porção mais distal, e a origem à porção mais proximal do</p><p>músculo. Dessa forma, a origem e inserção do músculo não dependem do movimento</p><p>realizado. No entanto, é válido esclarecer que durante a realização de determinados</p><p>movimentos, um músculo pode ter seus pontos fixo e móvel alterados.</p><p>Os músculos podem ser classificados conforme vários critérios que incluem a</p><p>disposição das fibras musculares e a forma. Quanto à disposição das fibras</p><p>musculares, os músculos podem ser classificados em longo (m.</p><p>esternocleidomastoideo), largo (m. glúteo máximo) e fusiforme (m. bíceps braquial),</p><p>quando apresentam fibras musculares paralelas. Ainda, alguns músculos apresentam</p><p>fibras em disposição oblíqua, sendo classificados como peniformes, quando suas</p><p>fibras são oblíquas em relação aos tendões (m. reto femoral).</p><p>Além disso, alguns músculos apresentam fibras musculares em disposição</p><p>circular, sendo classificados como circulares (m. orbicular da boca). Quanto ao</p><p>número de origens, os músculos podem ser classificados em bíceps (2 origens: m.</p><p>bíceps braquial), tríceps (3 origens: m. tríceps sural) e quadríceps (quatro origens: m.</p><p>quadríceps femural).</p><p>No que diz respeito ao número de inserções, os músculos podem ser divididos</p><p>em bicaudado (2 tendões de inserção: m. reto da coxa) e policaudado (3 ou mais</p><p>tendões de inserção: mm. extensores dos dedos da mão). Além disso, os músculos</p><p>23</p><p>podem ser classificados conforme o número de ventres musculares em digástrico (2</p><p>ventres: m. digástrico) e poligástrico (3 ou mais ventres: m. reto do abdome).</p><p>Os músculos também podem ser classificados conforme o movimento que</p><p>realizam, ou seja, de acordo com sua função. Assim, quando o músculo é o principal</p><p>agente na execução de um movimento, ele é denominado agonísta; quando se opõe</p><p>ao movimento do agonista, ele é denominado antagonista.</p><p>As células musculares normalmente são controladas pelo sistema nervoso,</p><p>através da inervação das fibras musculares, que irão promover a contração ou</p><p>relaxamento do músculo (SILVA, 2021).</p><p>5.1 Fisiologia muscular</p><p>Propriocepção é um termo derivado do latim, proprious significa "si mesmo, e</p><p>recepção refere-se a "receber", obter informações sobre a posição e o estado das</p><p>partes do corpo significa que os proprioceptores são estruturas nos músculos</p><p>esqueléticos, tendões, articulações e até mesmo no ouvido interno que realizam essas</p><p>sensações. Tais estruturas capturam a posição, o movimento e as forças exercidas</p><p>pelas estruturas do corpo, como a cabeça e os membros, sem olhar para sua</p><p>localização (GUYTON; HALL, 2017).</p><p>Você pode testar o quão bem essas estruturas funcionam. Tente fechar os</p><p>olhos e tentar localizar onde estão seus braços. Você é capaz de se sentir assim</p><p>porque seus proprioceptores de ordem superior estão "avisando" você sobre esse</p><p>local.</p><p>Os proprioceptores são considerados receptores sensoriais, o que significa que</p><p>os impulsos nervosos originários dessas estruturas são transportados por neurônios</p><p>sensoriais e entram no sistema nervoso central (SNC), na medula ou no encéfalo.</p><p>Posteriormente, essa informação percorre os tratos sensoriais, que são fibras</p><p>nervosas compostas por projeções axônicas, e ascende encefalicamente até o córtex</p><p>cerebral.</p><p>A seguir abordaremos sobre as estruturas encefálicas envolvidas nesse</p><p>processo. Os proprioceptores também emitem sinais contínuos ao SNC.</p><p>24</p><p>Fusos musculares</p><p>Os fusos musculares são receptores sensoriais de estiramento que detectam o</p><p>comprimento do músculo e suas alterações. Distribui-se nas fibras musculares</p><p>esqueléticas, também denominadas extrapiramidais, e circundado por uma cápsula</p><p>de tecido conjuntivo fibroso.</p><p>O músculo esquelético possui</p><p>numerosos fusos musculares. Por exemplo, os</p><p>músculos dos dedos dos recém-nascidos têm pelo menos 50 fusos.</p><p>Morfologicamente, sua parte externa é pontiaguda na ponta e a parte central é larga.</p><p>O interior contém fibras musculares chamadas intrafusais. Isso difere das fibras</p><p>musculares esqueléticas porque elas se contraem apenas nos pólos. Sua região</p><p>central carece dessa capacidade porque carece de miofibrilas. A inervação das fibras</p><p>intrafusais é dividida em segundo Tortora; Derrickson, 2017):</p><p>• Uma parte sensorial, composta de axônios de fibras Ia, que inervam a região</p><p>equatorial intrafusal não contráctil. Essas fibras nervosas são estimuladas por</p><p>estiramento muscular esquelético;</p><p>• Uma parte motora contráctil do fuso em suas extremidades, que é inervada por</p><p>neurônios motores gama.</p><p>Figura 6 - Fusos musculares e seu funcionamento</p><p>Fonte: Bear, Connors e Paradiso (2017).</p><p>25</p><p>Os axônios Ia são grandes e mielinizados, o que leva à rapidez na transmissão</p><p>do potencial de ação. Essas fibras se ligam à raiz dorsal da medula espinhal e criam</p><p>sinapses excitatórias com interneurônios e neurônios motores alfa no corpo ventral da</p><p>medula espinhal. As fibras musculares esqueléticas são inervadas pelos neurônios</p><p>motores do tipo alfa, que também fazem com que o neurotransmissor acetilcolina</p><p>libere sinapticamente ( ACh ) (Figura 7).</p><p>A função do fuso é ajustável, como foi dito anteriormente. Com isso, ele</p><p>continua ativo enquanto os músculos estão em repouso, proporcionando a</p><p>manutenção do tônus muscular (que será abordado no próximo tópico). Além disso, o</p><p>fuso atua durante a contração muscular no seguinte processo:</p><p>• Quando o músculo é estirado, os fusos musculares também são estendidos,</p><p>resultando em disparo das fibras sensoriais Ia;</p><p>• Após esse estiramento, ocorre uma contração muscular das fibras extrafusais</p><p>de forma reflexa, realizada pelos neurônios motores alfa. Mas por que isso</p><p>acontece? Bem isso ocorre para impedir danos relativos ao estiramento</p><p>muscular excessivo.</p><p>Esse processo pode ser denominado reflexo de estiramento, ou também reflexo</p><p>miotático (em grego, mio significa “músculo” e tático significa “estirar”) (Figura 7). A</p><p>sinapse entre os neurônios sensoriais Ia e os motores alfa constituem um arco reflexo</p><p>monossináptico, pois apenas uma sinapse é realizada aqui (SILVERTHORN, 2017).</p><p>Figura 7 - Fusos musculares e o reflexo de estiramento</p><p>26</p><p>Fonte: Silverthorn (2017, p. 423).</p><p>Já a fusão muscular poderia enfraquecer sua ação, paralisando a musculatura.</p><p>Por que isso não acontece? A gama de neurônios motores entra em cena para que o</p><p>sistema muscular continue funcionando adequadamente. Essas fibras nervosas, que</p><p>circundam as extremidades opostas do fuso, realizam o disparo neuronal, estimulando</p><p>a contração das fibras intrafusais. A partir daí o fuso volta a se movimentar, garantindo</p><p>uma contração muscular. Essa estimulação é conhecida como coativação alfa - gama</p><p>porque envolve dois neurônios motores com atividade aumentada, conforme mostrado</p><p>na Figura 8.</p><p>Figura 8 - O fuso muscular e os neurônios motores alfa e gama</p><p>27</p><p>Fonte: Bear, Connors e Paradiso (2017, p. 474).</p><p>Órgão tendinoso de Golgi</p><p>O órgão tendinoso de Golgi, é um proprioceptor localizado entre a junção dos</p><p>tendões com as fibras musculares. Ele atua como um sensor de tensão dos músculos,</p><p>devido à ação que os tendões sofrem quando se aumenta a tensão de contração do</p><p>músculo.</p><p>Esse fenômeno é distinto da atividade do fuso muscular, visto que o órgão</p><p>tendinoso não atua em relação ao estiramento muscular e, sim, na contração, como</p><p>um sensor de tensão. Sua estrutura morfológica é representada por uma cápsula de</p><p>tecido conjuntivo e terminações nervosas livres entrelaçadas com fibras de colágeno.</p><p>As fibras sensoriais no órgão tendinoso são do tipo Ib, um pouco mais finas do que as</p><p>fibras Ia (SILVERTHORN, 2017).</p><p>Quando a tensão muscular aumenta, o órgão tendinoso atua. Isso faz com que</p><p>a tensão nas fibras de colágeno aumente, o que acaba comprimindo as fibras</p><p>sensoriais e resultando em potenciais rajadas de energia relacionadas à ação. As</p><p>fibras Ib entram pelo milho ventral da medula medial e fazem sinapses com</p><p>interneurônios inibitórios. Como resultado, há uma conexão pós-sináptica entre esses</p><p>interneurônios e os neurônios motores alfa ainda no tronco cerebral.</p><p>28</p><p>Este circuito serve como base para o reflexo tendinoso de Golgi. Tal fenômeno</p><p>regula a tensão muscular dentro de uma faixa ideal. Ele pode estimular a " proteção"</p><p>se o músculo estiver carregando uma carga excessiva que cause muita tensão. Como</p><p>resultado, o alfa motor neuronal reduz suas taxas de disparo, o que, por sua vez,</p><p>resulta em um declínio na contração.</p><p>Por outro lado, o neurônio motor alfa volta a disparar quando a carga muscular</p><p>diminui já que sua incapacidade de resistir aumenta, levando ao sucesso na oposição.</p><p>Essa reação auxilia muito no manuseio de objetos com maior fragilidade, pois</p><p>proporciona uma faixa de tensão de manuseio (SILVERTHORN, 2017).</p><p>Tônus muscular</p><p>O tônus muscular é a tensão de um músculo durante a contração. Este</p><p>processo é provocado por uma variedade de estruturas contidas nos músculos, bem</p><p>como suas interações com o sistema nervoso periférico (SNP) e conexões SNC. As</p><p>unidades motoras nas fibras musculares são o contingente de fibras imobilizadas por</p><p>um único neurônio motor. Todas as unidades lutam entre si coletivamente quando</p><p>esse neurônio libera potenciais de ação (CONSTANZO, 2007).</p><p>Os músculos ficam relaxados quando em estado de repouso, mas algumas</p><p>unidades motoras são ativadas involuntariamente para manter a estimulação</p><p>muscular contínua. O estabelecimento do tônus muscular é resultado desse processo,</p><p>e esse fenômeno é mantido tanto pela ativação contínua quanto pela intercalação das</p><p>unidades motoras.</p><p>Porém, não são gerados movimentos ou contrações intensas pelo tônus</p><p>muscular, deixando a musculatura rígida para a manutenção postural. Uma ilustração</p><p>da atividade do tônus muscular é o músculo pectíneo dorsal, que mantém seu tônus</p><p>de modo que a cabeça não caia para a frente em direção à região torácica. Devemos</p><p>lembrar que a contração muscular ocorre após a estimulação do neurônio motor das</p><p>fibras musculares (CONSTANZO, 2007).</p><p>O autor afirma que a porção ventral da substância medular cinzenta abriga as</p><p>regiões corticais do neurônio motor alfa. Este neurônio cria sinapses químicas com o</p><p>músculo esqueleto, ou junções neuromusculares. O neurotransmissor ACh é liberado</p><p>nessas junções como resultado de um potencial de ação no neurônio motor.</p><p>29</p><p>A acetilcolina (Ach) é distribuída para a placa motora, que serve como ponto de</p><p>contato entre o axônio terminal e a membrana da fibra muscular. Como resultado, a</p><p>ACh liga-se aos receptores nicotínicos, que são os canais de sódio, e provoca a sua</p><p>abertura, permitindo que a ACh se difunda por toda a célula muscular. Diante disso,</p><p>ocorre uma despolarização da fibra muscular que favorece o deslizamento da capa</p><p>do filamento de miosina sobre a actina, resultando no cruzamento das fibras e</p><p>encurtamento da fibra.</p><p>Ação do fuso na manutenção do tônus muscular</p><p>Como dito, as fibras musculares têm uma ação tônica que ajuda a manter o</p><p>tônus e mantê-las consistentemente firmes. O mecanismo por trás desse processo</p><p>está, antes de tudo, conectado às fibras Ia no cérebro. A mesma contração do músculo</p><p>esquelético ocorre enquanto o músculo está em repouso; no entanto, essa contração</p><p>é mais leve do que o normal e tem como objetivo ativar as fibras Ia, que estão</p><p>localizadas na região intermediária do fuso.</p><p>Como resultado, as fibras sensoriais transmitem informações para a medula</p><p>dorsal e realizam sinapses com a raiz ventral dos neurônios motores. Essa conexão,</p><p>discutida anteriormente no tópico, fornece uma conexão excitatória que leva a um</p><p>reflexo</p><p>monossináptico (SILVERTHORN, 2017).</p><p>Nota- se uma leve tensão nos músculos do tônus devido à conexão entre as</p><p>fibras Ia e os neurônios motores alfa, o que resulta em atividade tônica.</p><p>A resposta provocada pela ativação da fornalha muscular por estiramento é</p><p>uma contração das fibras da matriz extracelular. Como resultado, a função do fuso</p><p>seria reduzida porque o músculo não estaria mais tão esticado. Mas, quando há</p><p>neurônios motores da gama, os músculos permanecem ativos porque o neurônio</p><p>empurra as extremidades das fibras intramusculares, mantendo o músculo ativo</p><p>independentemente do comprimento do músculo. O significado da ativação alfa-gama</p><p>fica assim claro (SILVERTHORN, 2017).</p><p>30</p><p>6 SISTEMA NERVOSO</p><p>O sistema nervoso é responsável pela integração do ser humano ao meio</p><p>ambiente, uma vez que é capaz de interpretar os estimulos aplicados ao corpo, e gerar</p><p>respostas adequadas a este estímulos. Desta forma, o sistema nervoso controla e</p><p>coordena todos os sistemas que formam o organismo. Para desempenhar suas</p><p>funções, o sistema nervoso possui milhões de receptores sensitivos, que detectam</p><p>informações de dentro e fora do corpo. Em seguida o sistema nervoso interpreta e</p><p>integra essas informações, as quais irão desencadear respostas nos órgãos efetores</p><p>(SILVA, 2021).</p><p>O sistema nervoso é dividido em sistema nervoso central (SNC), formado pela</p><p>medula espinal e pelo encéfalo, responsável por interpretar estímulos e gerar</p><p>comandos, e pelo sistema nervoso periférico (SNP), formado por nervos cranianos e</p><p>espinais, gânglios e terminações nervosas, cuja função é tanto conduzir estímulos</p><p>para o SNC como também ordens geradas no SNC para as estruturas-alvo (fibras</p><p>meotoras ou eferentes). Além disso, há o sistema nervoso autônomo (SNA), formado</p><p>pelas subdivisões simpática e parassimpática, o qual é responsável pelo controle e</p><p>manutenção da homeostase do organismo (SILVA, 2021).</p><p>Sistema nervoso central e sistema nervoso periférico</p><p>O SNC é formado pelo encéfalo e medula espinal, os quais se localizam dentro</p><p>do crânio e da coluna vertebral. O SNP, como mencionado anteriormente, é composto</p><p>por terminações nervosas, nervos e gânglios. Os nervos correspondem a feixes de</p><p>fibras nervosas que conduzem ou trazem impulsos ao SNC, e podem ser divididos em</p><p>nervos cranianos ou espinais.</p><p>OS NERVOS CRANIANOS (12 PARES) FAZEM CONEXÃO COM O ENCÉFALO, E</p><p>SÃO DIVIDIDOS EM:</p><p>Olfatório (I),</p><p>Óptico (II),</p><p>Oculomotor (III),</p><p>Troclear (IV),</p><p>Trigêmeo (V),</p><p>31</p><p>Abducente (VI),</p><p>Facial (VII),</p><p>Vestibulococlear (VIII),</p><p>Glossofaríngeo (IX),</p><p>Vago (X),</p><p>Acessório (XI) e Hipoglosso (XII).</p><p>Já os nervos espinais (31 pares) realizam conexão com a medula espinal.</p><p>Cérebro</p><p>O encéfalo pode ser dividido em várias partes, que são o cérebro, tronco</p><p>encefálico e cerebelo. O cérebro é formado pelo telencéfalo e diencéfalo, que durante</p><p>o processo de desenvolvimento do embrião evoluem a partir do prosencéfalo. O</p><p>telencéfalo é composto por dois hemisférios cerebrais, os quais estão unidos por</p><p>fibras, denominadas de comissuras. Os hemisférios cerebrais são compostos pelo</p><p>córtex cerebral (substância cinzenta), fibras nervosas (substância branca) e núcleos</p><p>da base.</p><p>A área clara, denominada substância branca, localiza-se na região central do</p><p>encéfalo, enquanto a área escura, denominada substância cinzenta, ocupa a região</p><p>periférica do encéfalo (SILVA, 2021).</p><p>Na substância branca há predomínio de fibras nervosas mielínicas, enquanto</p><p>que na substância cinzenta há predomínio de corpos de neurônios. O acúmulo de</p><p>corpos de neurônios no SNC forma núcleos, os quais possuem diversas funções,</p><p>como por exemplo, controle da respiração, da pressão arterial, da produção de</p><p>hormônios, etc.</p><p>Tronco encefálico</p><p>O tronco encefálico é formado pelo mesencéfalo, ponte e bulbo, os quais</p><p>evoluem a partir do mesencéfalo, metencéfalo e mielencéfalo. No mesencéfalo,</p><p>situam-se importantes estruturas, como a glândula pineal e o nervo troclear. Na ponte,</p><p>localizada entre o mesencéfalo e o bulbo, nota-se o nervo trigêmeo. No sulco que</p><p>afasta a ponte do bolbo (sulco bulbopontino), emergem os nervos facial, abducente,</p><p>32</p><p>intermédio e vestibulococlear. Do bulbo, emergem os nervos glossofaríngeo, vago,</p><p>acessório e hipoglosso (SILVA, 2021).</p><p>Cerebelo</p><p>O cerebelo origina-se a partir do metencéfalo, e está localizado posteriormente</p><p>o bulbo e à ponte. Suas principais funções estão relacionadas à coordenação motora</p><p>e ao equilíbrio.</p><p>Medula espinal</p><p>A medula espinal é uma estrutura cilíndrica e afilada, localizada no canal</p><p>vertebral. À medula espinal é composta por substância cinzenta, localizada mais</p><p>internamente e em forma de “H”, e por substância branca, formada principalmente por</p><p>fibras mielínicas e localizada na porção mais externa. Na medula espinal, encontram-</p><p>se os nervos espinais, os quais são formados pela união da raiz posterior e da raiz</p><p>anterior. As fibras que compõe essas raízes são sensitivas (raiz posterior) e motoras</p><p>(raiz anterior), o que torna o nervo espinal misto.</p><p>No entanto, logo após a fusão das raízes, o nervo se divide em ramos anterior</p><p>e posterior, que inervam diferentes regiões do corpo. Alguns ramos anteriores podem</p><p>se unir, formando Plexos nervosos (plexo braquial).</p><p>Meninges</p><p>O encéfalo e a medula espinal são envolvidos por membranas de tecido</p><p>conjuntivo, denominadas meninges. A membrana mais interna, aderida ao tecido</p><p>nervoso, é a pia-máter, enquanto a mais externa é a dura-máter; entre essas duas</p><p>membranas há uma membrana intermediária, denominada de aracnoide-máter. A</p><p>medula espinal possui espaços entre as meninges. Entre o canal vertebral e a dura-</p><p>máter há o espaço epidural entre a aracnoide-máter e a dura-máter há o espaço</p><p>subdural. Entre a pia-máter e a aracnoide-máter há o espaço subaracnóideo, por onde</p><p>circula o liquor, o qual é produzido nos plexos coroideos, localizados nos ventrículos</p><p>cerebrais (SILVA, 2021).</p><p>33</p><p>Sistema nervoso autônomo</p><p>O sistema nervoso (SN) pode ser dividido funcionalmente em SN somático e</p><p>SN visceral. O SN somático é responsável por integrar o indivíduo ao meio ambiente,</p><p>através de suas ações sobre o músculo estriado esquelético. Já o SN visceral regula</p><p>a atividade das glândulas, músculo cardíaco e músculo liso, atuando assim no controle</p><p>da homeostasia do organismo. O SN visceral possui um componente aferente, o qual</p><p>transmite informações até o SNC, que por sua vez interpreta as informações e</p><p>desencadeia uma resposta, a qual é enviada até o local de origem do estímulo por</p><p>meio da via eferente, que é também denominada de Sistema Nervoso Autônomo</p><p>(SNA).</p><p>O SNA é fundamental para o controle da manutenção da homeostase, através</p><p>de seus efeitos sobre a atividade das glândulas, músculo cardíaco e músculo liso. Os</p><p>SN visceral é o somático apresentam algumas diferenças anatômicas e funcionais.</p><p>Uma das diferenças refere-se aos órgãos inervados, uma vez que o SN somático</p><p>inerva músculo esquelético, enquanto que o SN visceral inerva coração músculo liso</p><p>e glândulas. Outra diferença entre o SN visceral e o SN somático diz respeito ao</p><p>número de neurônios que inervam o órgão efetor. Enquanto o SN somático tem um</p><p>neurônio responsável por inervar o órgão, o SN visceral possui dois neurônios, sendo</p><p>um localizado dentro do SNC (neurônio pré-ganglionar) e outro em um gânglio</p><p>(neurônio pós-ganglionar).</p><p>O SN autônomo é dividido em dois ramos, denominados de simpático e paras-</p><p>simpático, os quais apresentam diferenças anatômicas e funcionais. Uma das</p><p>diferenças anatômicas refere-se quanto à localização dos neurônios pré-ganglionares.</p><p>No SN simpático, os neurônios pré-ganglionares estão localizados nas porções</p><p>torácica e lombar (de T1 a L2) da medula espinal (SILVA, 2021).</p><p>Já no SN Parassimpático, os neurônios pré-ganglionares estão localizados na</p><p>parte sacral</p><p>(de S2-S4) da medula espinal e no tronco encefálico. À ativação do SN</p><p>simpático promove aumento da frequência cardíaca, vasodilatação, dilatação das</p><p>pupilas, as quais são caracterizadas como reação de luta e fuga. Por outro lado, a</p><p>ativação do SN parassimpático induz redução da frequência cardíaca, promove</p><p>vasoconstrição e constrição das pupilas, características de uma situação de repouso.</p><p>34</p><p>Entretanto, em alguns casos, as partes simpática e parassimpática podem</p><p>exercer o mesmo efeito em um órgão. À maior parte dos órgãos são inervados pelas</p><p>duas divisões do SN autônomo. Entretanto, algumas estruturas apresentam somente</p><p>um tipo de inervação, como, por exemplo, as glândulas sudoríparas, que são</p><p>inervadas apenas pelo SN simpático (SILVA, 2021).</p><p>O SN autônomo é influenciado por estruturas do SNC, como tronco encefálico,</p><p>hipotálamo, córtex cerebral, amígdala e medula espinal. Este fato explica como</p><p>modificações do funcionamento visceral podem ocorrer frente a alterações</p><p>emocionais.</p><p>Transmissão Sináptica</p><p>As sinapses podem ser definidas como zonas de contato entre dois neurônios,</p><p>ou entre neurônios e células musculares, e até mesmo células glandulares. As</p><p>sinapses podem ser químicas ou elétricas, sendo que nas sinapses químicas uma</p><p>molécula, chamada de neurotransmissor, é liberada em um espaço denominado fenda</p><p>sináptica, daí se difundindo para interagir com receptores na outra célula.</p><p>Nas sinapses elétricas não há neurotransmissor; o estímulo é propagado para</p><p>a célula vizinha por meio de canais que comunicam o citoplasma de uma célula a</p><p>outra. Por propagar rapidamente o potencial de ação através dos seus axônios, este</p><p>tipo de sinapse é mais comum em neurônios responsáveis pelas informações</p><p>sensoriais. No caso das sinapses químicas, a transmissão do impulso elétrico é</p><p>sempre unidirecional, o que nos permite classificar as células dessa sinapse em pré e</p><p>pós-sináptica. A célula que transmite o estímulo é conhecida como célula pré-</p><p>sináptica, enquanto que a célula que recebe o estímulo, dando continuidade à</p><p>propagação do sinal, é conhecida como célula pós-sináptica.</p><p>Vale salientar que, apesar de existirem dois tipos de sinapses, o tipo mais</p><p>encontrado são as sinapses químicas. Estas sinapses estão envolvidas com</p><p>processos de aprendizagem, sendo bastante comum no SNC. Diferente das sinapses</p><p>elétricas que sempre são excitatórias, as químicas podem ser tanto excitatórias</p><p>quanto inibitórias, isto é, sinapses que estimulam e inibem a atividade da célula pós-</p><p>sináptica, respectivamente. Para entender melhor a importância das sinapses</p><p>inibitórias nos processos biológicos podemos citar o controle das atividades motoras</p><p>35</p><p>realizadas por estruturas supra-espinhais (tronco encefálico e córtex cerebral), os</p><p>quais são na grande maioria dependentes de sinapses químicas inibitórias.</p><p>O processo de liberação do neurotransmissor nas sinapses químicas depende</p><p>da chegada do potencial de ação no terminal da fibra pré-sináptica, o que leva a</p><p>abertura de canais de cálcio e entrada deste íon. O cálcio estimula o tráfego, fusão</p><p>das vesículas e liberação do neurotransmissor na fenda sináptica. O neurotransmissor</p><p>interage com receptores presentes na fibra pós-sináptica, processo que leva a</p><p>abertura de canais para cátions (íons com carga positiva), geração e propagação do</p><p>potencial de ação na fibra pós-sináptica (SILVA, 2021).</p><p>7 SISTEMA CIRCULATÓRIO</p><p>O sistema circulatório é um sistema fechado constituído por tubos (vasos) no</p><p>interior dos quais circulam fluidos (sangue), através da ação de uma bomba muscular</p><p>(coração). Tem por função realizar o transporte de nutrientes, oxigênio, hormônios e</p><p>resíduos do metabolismo, além de transportar células de defesa importantes para a</p><p>defesa do organismo. Ele é subdividido em sistema sanguíneo, formado pelos vasos</p><p>que transportam sangue (veias, artérias e capilares) e o coração, e sistema linfático,</p><p>formado pelos vasos que transportam linfa (capilares e vasos linfáticos) e por órgãos</p><p>linfoides (tonsilas, linfonodos, baço e timo).</p><p>Coração</p><p>O coração está localizado na cavidade torácica, posterior ao esterno e às</p><p>costelas, apoiado sobre o diafragma, em uma região denominada mediastino. O</p><p>coração possui uma base, que é superior, e um ápice, o qual é inferior, e possui três</p><p>faces, cujos nomes descrevem as suas relações com as estruturas adjacentes</p><p>(esternocostal, diafragmática e pulmonar).</p><p>Externamente, os átrios apresentam estruturas em forma de orelha,</p><p>denominadas aurículas (direita e esquerda). A morfologia interna dos átrios é</p><p>caracterizada pela presença dos músculos pectíneos. Já os ventrículos, apresentam</p><p>em sua morfologia interna projeções musculares, denominadas de músculos papilares</p><p>(SILVA, 2021).</p><p>36</p><p>Entre os átrios e os ventrículos existem orifícios: os óstios atrioventriculares</p><p>esquerdo e direito. Nestes óstios, observam-se a valva atrioventricular direita, ou</p><p>tricúspide (formada por três válvulas), e a valva atrioventricular esquerda, ou bicúspide</p><p>(composta por duas válvulas), as quais permitem a passagem unidirecional do sangue</p><p>dos átrios para os ventrículos.</p><p>Basicamente, o coração funciona como uma bomba contrátil que transporta</p><p>sangue pouco oxigenado para os pulmões e sangue rico em oxigênio proveniente dos</p><p>pulmões para o coração, para então ser transportado ao restante do organismo. As</p><p>veias cavas superior e inferior drenam o sangue pouco oxigenado no átrio direito, o</p><p>qual é transportado para o ventrículo direito. No ventrículo direito, emerge o tronco</p><p>pulmonar, que se divide em artérias pulmonares (direita e esquerda), as quais</p><p>transportam sangue para ser oxigenado nos pulmões.</p><p>Em seguida, o sangue rico em oxigênio retorna pelas veias pulmonares (direitas</p><p>e esquerdas) ao átrio esquerdo (circulação pulmonar), que em seguida é transportado</p><p>ao ventrículo esquerdo. No ventrículo esquerdo, emerge o arco da aorta, por onde o</p><p>sangue rico em oxigênio será transportado a todo organismo (circulação sistêmica),</p><p>O músculo cardíaco (miocárdio) é revestido externamente por uma membrana serosa</p><p>(epicárdio) e internamente por células endoteliais (endocárdio). Além disso, o coração</p><p>é envolvido externamente por um saco fibroso, o pericárdio, o qual é formado por uma</p><p>camada externa (pericárdio fibroso) e uma camada interna (pericárdio seroso), a qual</p><p>é subdividida em duas lâminas, (parietal e visceral), entres quais se observa a</p><p>cavidade do pericárdio (SILVA, 2021).</p><p>O coração é irrigado pelas artérias coronárias (direita e esquerda), as quais</p><p>quando obstruídas, podem resultar em infarto do miocárdio. Entre as propriedades do</p><p>coração, podemos citar o automatismo, ou seja, a capacidade que o coração possui</p><p>de gerar e conduzir impulsos elétricos. A atividade contrátil do coração é influenciada</p><p>pelo SN autônomo, o qual atua sobre o nó sinoatrial, que por sua vez conduz o impulso</p><p>ao nó atrioventricular, de onde partem os feixes que se distribuem e inervam todo o</p><p>miocárdio.</p><p>Fisiologia Cardíaca</p><p>37</p><p>Na fisiologia, o coração é dividido em duas bombas: uma direita e outra</p><p>esquerda. A primeira propele o sangue para os pulmões, e a segunda para a</p><p>circulação sistêmica. Cada uma dessas bombas apresenta duas câmaras, um átrio e</p><p>um ventrículo constituídos pelos músculos atrial e ventricular, respectivamente, além</p><p>de fibras excitatórias e condutoras; estas últimas são pobres em proteínas de</p><p>contração, porém, especializadas em gerar impulsos e conduzi-los por todo o coração,</p><p>tornando-o uma bomba contrátil.</p><p>A velocidade de propagação do impulso gerado pelas fibras excitatórias é</p><p>otimizada pela presença de uma comunicação entre as fibras cardíacas denominadas</p><p>discos intercalares, e são eles que fornecem ao coração a natureza sincicial. Para que</p><p>o músculo cardíaco se contraia, ele precisa antes passar por uma despolarização de</p><p>suas membranas. Em repouso, a membrana</p><p>sarcoplasmática das fibras cardíacas é</p><p>carregada negativamente, e para que haja contração é preciso que íons carregados</p><p>positivamente entrem rapidamente na fibra tornando-a positiva, o que caracteriza um</p><p>potencial de ação.</p><p>Diferentemente do músculo esquelético, o potencial de ação do músculo</p><p>cardíaco é mais longo, pois apresenta um platô, ou seja, um período de estabilidade</p><p>elétrica onde o potencial de membrana não diminui nem aumenta. Isso acontece pela</p><p>abertura dos canais lentos de cálcio e pelo retardo na abertura dos canais de potássio,</p><p>após a abertura dos canais de sódio; estes últimos são responsáveis pela</p><p>despolarização da membrana, enquanto que os canais de cálcio e de potássio pelo</p><p>platô. Vale ressaltar que o platô é importante para a função de bomba do coração.</p><p>A positividade da membrana promove um aumento intracelular de cálcio</p><p>proveniente da abertura de canais de cálcio do retículo sarcoplasmático e da</p><p>membrana plasmática (sarcolema), que, por sua vez, promove o deslizamento dos</p><p>filamentos contráteis de actina sobre os de miosina, encurtando o músculo, o que</p><p>constitui o mecanismo de contração cardíaca. Após a contração, o cálcio é removido</p><p>do meio intracelular pelas bombas de cálcio presentes no retículo sarcoplasmático e</p><p>sarcolema.</p><p>Ciclo cardíaco</p><p>38</p><p>Os eventos que ocorrem desde o início do primeiro batimento cardíaco até o</p><p>começo do seguinte compõem o chamado ciclo cardíaco. O ciclo se inicia com a</p><p>geração do potencial de ação no nodo sinusal, localizado no átrio direito, atingindo</p><p>primeiramente os átrios. Por esta razão, eles se contraem primeiro, e depois os</p><p>ventrículos, por meio do nodo e do feixe atrioventriculares. O motivo pelo qual os</p><p>ventrículos contraem apenas após os átrios é que, na altura no nodo atrioventricular,</p><p>o impulso elétrico originado no nodo sinoatrial ou sinusal sofre um atraso na sua</p><p>condução; este fenômeno é conhecido como retardo funcional. O ciclo cardíaco é</p><p>dividido em duas fases: uma de contração, chamada de sístole, e outra de</p><p>relaxamento, momento em que há enchimento da câmara cardíaca, denominada</p><p>diástole.</p><p>No eletrocardiograma, o ciclo cardíaco pode ser identificado pelo traçado</p><p>produzido pelos sinais elétricos do coração propagados para a superfície do corpo. A</p><p>onda P do traçado indica despolarização dos átrios, seguida pelo complexo QRS</p><p>(ondas identificadas no traçado do eletrocardiograma), que indica despolarização dos</p><p>ventrículos - fenômenos que antecedem a contração dos átrios e ventrículos,</p><p>respectivamente. O complexo QRS é seguido pela onda T, que representa a</p><p>repolarização dos ventrículos. Dessa forma, o espaço entre a onda P e o complexo</p><p>QRS, denominado intervalo P-R, indica o retardo funcional, enquanto o espaço entre</p><p>o complexo QRS e onda T, denominado segmento S-T, representa o platô.</p><p>Sístole ventricular</p><p>O aumento da pressão ventricular, imediatamente após a contração dos</p><p>ventrículos, provoca fechamento das valvas atrioventriculares (valvas A-V) e, em</p><p>seguida, a abertura das valvas semilunares (aórtica e pulmonar), permitindo a saída</p><p>de sangue dos ventrículos para a aorta (coração esquerdo) e o tronco pulmonar</p><p>(coração direito). No entanto, nem todo o sangue do ventrículo é ejetado pelo coração,</p><p>permanecendo no final da sístole um volume residual, denominado volume sistólico</p><p>final, enquanto que o volume ejetado é denominado débito sistólico.</p><p>O volume sistólico final é importante para nutrição do endocárdio, desprovido</p><p>do aporte sanguíneo durante a contração. Com o fim da sístole ventricular ocorre uma</p><p>diminuição da pressão ventricular e, consequentemente, as valvas semilunares se</p><p>39</p><p>fecham, enquanto as valvas A-V se abrem, permitindo a passagem do sangue</p><p>acumulado nos átrios durante a sístole ventricular para os ventrículos, enchendo-os.</p><p>Artérias</p><p>São tubos que transportam sangue para fora do coração. São compostas por</p><p>uma tánica íntima (endotélio), uma túnica média (fibras musculares lisas e elastina)</p><p>espessa e uma túnica adventícia (tecido conjuntivo). As artérias apresentam calíbre</p><p>variado, ou seja: grande, médio, pequeno e arteríolas, cujos ramos podem ser</p><p>terminais (quando a artéria se ramifica e o tronco principal deixa de existir após a</p><p>divisão) ou colaterais (quando a artéria se ramifica e o tronco de origem continua a</p><p>existir). As artérias podem ser superficiais ou profundas, dependendo de sua</p><p>localização topográfica. Os critérios mais comuns utilizados para designar as artérias</p><p>estão relacionados com o local por onde passam (artéria braquial), órgão irrigado</p><p>(artéria gástrica) ou osso mais próximo (artéria temporal).</p><p>Veias</p><p>São tubos que transportam sangue para o coração. As veias também possuem</p><p>uma túnica íntima, túnica média e túnica adventícia, entretanto, a túnica média das</p><p>veias é muito menor do que das artérias. Além disso, a luz das veias é maior do que</p><p>das artérias. Às veias apresentam forma variada, dependendo do volume de sangue</p><p>presente no seu interior. Assim, quando as veias estão cheias de sangue tornam-se</p><p>cilíndricas, mas quando estão com pouco sangue tornam-se achatadas (SILVA, 2021).</p><p>Quanto ao calibre, as veias podem ser classificadas em veias de grande, médio</p><p>e pequeno calibre, e vênulas. Enquanto as artérias se ramificam, formando outros</p><p>vasos de menor calibre, as veias de menor calibre vão se unindo com outras veias,</p><p>formando vasos de maior calibre à medida que se aproximam do coração.</p><p>Bem como as artérias, as veias podem ser superficiais ou profundas,</p><p>dependendo da sua localização. Em alguns casos, é possível observar a presença de</p><p>veias comunicantes estabelecendo comunicações entre veias superficiais e</p><p>profundas.</p><p>40</p><p>A quantidade de veias é maior do que de artérias devido ao elevado número de</p><p>veias superficiais, que é superior ao de artérias, e devido à presença de duas veias</p><p>satélites, que acompanham o trajeto de algumas artérias.</p><p>Outra característica das veias é a presença de válvulas no seu interior,</p><p>formadas a partir de uma projeção da membrana interna do vaso, cuja função é</p><p>orientar o fluxo sanguíneo em direção ao coração e impedir o refluxo de sangue para</p><p>regiões inferiores do corpo. Entretanto, veias do cérebro e do pescoço não</p><p>apresentam válvulas, já que o fluxo sanguíneo nesses territórios é favorecido pela</p><p>gravidade. A falência das válvulas provoca estase sanguínea e dilatação dos vasos,</p><p>que é conhecido como varizes (SILVA, 2021).</p><p>O sangue circula nas artérias por diferença de pressão. No entanto, para que o</p><p>sangue possa circular nas veias, onde a pressão é quase nula, outros mecanismos</p><p>são necessários para que o sangue retorne ao coração, como por exemplo, as</p><p>válvulas, peristaltismo (movimento das vísceras no tubo digestório) e contração</p><p>muscular, os quais, em conjunto, promovem o retorno do sangue venoso ao coração.</p><p>Capilares Sanguíneos</p><p>São as menores estruturas do sistema circulatório, formadas por uma camada</p><p>de células endoteliais, interpostas entre as artérias e veias. Os capilares</p><p>correspondem ao local das trocas realizadas entre o sangue e os tecidos (SILVA,</p><p>2021).</p><p>Sistema linfático</p><p>É um sistema formado por capilares linfáticos (mais calibrosos e irregulares que</p><p>os sanguíneos), vasos linfáticos, troncos linfáticos e órgãos linfoides (linfomodos,</p><p>baço, tonsilas e timo). Os vasos linfáticos transportam a linfa, que possui constituição</p><p>diferente do sangue. Este sistema auxilia o transporte de moléculas que saíram dos</p><p>capilares sanguíneos, além de remover o excesso de líquido dos tecidos, auxiliando</p><p>assim a drenagem realizada pelo sistema venoso.</p><p>O fluxo de linfa nos vasos e capilares linfáticos é lento e flui apenas em direção</p><p>ao coração. A linfa que circula pelos vasos linfáticos é lançada de volta ao sistema</p><p>41</p><p>venoso através do maior tronco linfático, denominado ducto torácico, localizado entre</p><p>a veia jugular</p><p>interna e a veia subclávia do lado esquerdo. Os capilares linfáticos estão</p><p>localizados em quase todas as regiões, exceto no SNC, medula óssea, ossos e dentes</p><p>(SILVA, 2021).</p><p>Além de auxiliar o sistema venoso na remoção de líquidos e partículas, o</p><p>sistema linfático possui órgãos linfoides, podendo citar os linfonodos. Estas estruturas</p><p>estão localizadas no trajeto dos vasos linfáticos e constituem um mecanismo de</p><p>proteção contra partículas estranhas presentes na circulação.</p><p>8 SISTEMA RESPIRATÓRIO</p><p>O sistema respiratório é responsável pela hematose, que é o processo pelo</p><p>qual ocorre a absorção do oxigênio pelo organismo e eliminação do CO2 (dióxido de</p><p>carbono) no ar expirado. Ele pode ser dividido do ponto de vista funcional em duas</p><p>porções: uma que conduz o ar e outra que promove a hematose. À porção condutora</p><p>é constituída por estruturas tubulares que transportam o ar para os pulmões e</p><p>transportam o ar dos pulmões rico em CO2, para o meio externo.</p><p>A porção condutora é composta pelo nariz, cavidade nasal, seios paranasais,</p><p>faringe, laringe, traqueia e brônquios. Já a porção de respiração corresponde aos</p><p>pulmões, que é o local onde ocorrem as trocas gasosas entre os capilares pulmonares</p><p>e o ar presente nos alvéolos (SILVA, 2021).</p><p>Algumas estruturas de condução do ar podem estar envolvidas com outras</p><p>funções, como, por exemplo, a laringe, que é um órgão de fonação, e o nariz que</p><p>também é responsável pelo olfato. Ainda, parte da faringe também participa do</p><p>sistema digestório, conduzindo o alimento para o esôfago. As estruturas que</p><p>compõem o sistema respiratório serão discutidas a seguir.</p><p>Nariz, cavidade nasal e seios paranasais</p><p>O nariz é formado por um esqueleto ósseo (ossos nasais, maxilas) e</p><p>cartilaginoso (cartilagens nasais). As diferenças nas cartilagens nasais são as</p><p>principais responsáveis pelas variações morfológicas do nariz. O nariz apresenta em</p><p>sua extremidade superior uma raiz e, em sua extremidade inferior, uma base com</p><p>42</p><p>duas aberturas denominadas narinas, as quais comunicam a cavidade nasal com o</p><p>meio externo.</p><p>A cavidade nasal localiza-se posteriormente às narinas e comunica-se</p><p>posteriormente com a parte nasal da faringe através das coanas. À cavidade nasal é</p><p>separada em duas metades pelo septo nasal, composto por uma porção óssea</p><p>(lâmina perpendicular do osso etmoide e osso vômer) e uma porção cartilagínea</p><p>(cartilagem do septo nasal).</p><p>Esta ainda está separada da cavidade oral, localizada inferiormente pelo palato,</p><p>formado por osso (palato duro) e por músculos (palato mole). À cavidade nasal</p><p>desempenha importantes funções, que incluem o transporte, aquecimento, filtração e</p><p>umidificação do ar inspirado, atua como câmara de ressonância na fonação, e possui</p><p>receptores olfatórios, atuando assim na olfação (SILVA, 2021).</p><p>Nas paredes laterais da cavidade nasal são observadas projeções: as conchas</p><p>nasais (superior, média e inferior), que são formadas por tecido ósseo recoberto de</p><p>mucosa. A principal função das conchas nasais é possibilitar o aumento da superfície</p><p>da cavidade nasal. Entre as conchas nasais, observam-se espaços, denominados</p><p>meatos (superior, médio e inferior).</p><p>Os seios paranasais são cavidades presentes em alguns ossos do crânio e da</p><p>face, revestidos por mucosa e preenchidos de ar, que auxiliam na modificação do ar</p><p>inspirado. Os seios paranasais são encontrados nos ossos frontal, esfenoide, etmoide</p><p>e maxila, eles se comunicam com a cavidade nasal por meio de estruturas que se</p><p>abrem nos meatos, através dos quais podem liberar excesso de fluídos (SILVA, 2021).</p><p>Faringe</p><p>A faringe é um tubo muscular comum aos sistemas respiratório e digestório,</p><p>pois permite a passagem de ar e de alimento em algumas de suas partes. Este tubo</p><p>localiza-se posteriormente à cavidade nasal, oral e à laringe, e é dividido em três</p><p>partes: parte nasal, parte oral e parte laríngea.</p><p>À parte nasal da faringe, superior, comunica-se anteriormente com a cavidade</p><p>nasal através das coanas. À parte oral da faringe, média, comunica-se anteriormente</p><p>com a cavidade oral através do istmo das fauces. Já a parte laríngea da faringe,</p><p>43</p><p>inferior, localiza-se posteriormente a laringe, e é continuada inferiormente pelo</p><p>esôfago.</p><p>Observa-se na parte nasal da faringe um orifício que comunica a cavidade</p><p>timpânica com a faringe, denominado óstio faríngeo da tuba auditiva, o qual tem por</p><p>função equilibrar as pressões de ar da cavidade timpânica e do ar externo. Processos</p><p>infecciosos na cavidade oral podem afetar a orelha média, através da propagação do</p><p>agente infeccioso por este óstio (SILVA, 2021).</p><p>Laringe</p><p>É conhecida também como “caixa de voz”, a laringe é um tubo curto</p><p>cartilaginoso revestido por uma túnica mucosa, servindo de conexão para a faringe</p><p>com a traqueia. Fica localizada na parte mediada do pescoço, anterior à quarta, quinta</p><p>e sexta vértebras cervicais (TORTORA; DERRICKSON, 2017). Em sua parte anterior,</p><p>a laringe é constituída pela cartilagem tireoidea, sendo formada por cartilagem hialina.</p><p>Popularmente recebe o nome de “pomo de Adão”, dando referência de que em</p><p>homens é geralmente maior que em mulheres, graças à influência dos hormônios</p><p>sexuais masculinos durante a puberdade. Na laringe existe uma estrutura chamada</p><p>epiglote, sendo um pedaço foliado de cartilagem elástica recoberto por epitélio. Tem</p><p>uma parte chamada pecíolo da epiglote, que fica preso na margem anterior da</p><p>cartilagem tireoidea e no osso hioide. Sua porção superior não é fixa, estado livre para</p><p>se mover para cima e para baixo, fazendo o trabalho de um alçapão, sendo uma peça</p><p>fundamental para a deglutição, pois esse alçapão consegue fechar a laringe durante</p><p>a deglutição de alimentos ou líquidos, impedindo que produtos alimentares entrem</p><p>para o trato respiratório inferior, local que deve receber apenas ar, e nunca produtos</p><p>sólidos ou líquidos. Com isso, os produtos alimentares obrigatoriamente descem em</p><p>direção ao esôfago. Se, eventualmente, alguma coisa diferente de ar passar para a</p><p>laringe, ocorre o reflexo de tosse, no intuito de expelir o corpo estranho daquele local</p><p>(TORTORA; DERRICKSON, 2017).</p><p>Formando a parede inferior da laringe, encontramos a cartilagem cricoidea,</p><p>sendo um anel de cartilagem hialina, estando fixada ao primeiro anel de cartilagem da</p><p>traqueia. Acima da cartilagem cricoidea podemos encontrar as cartilagens</p><p>aritenoideas pares, constituídas principalmente por cartilagem hialina. Essas</p><p>44</p><p>cartilagens estão fixadas às pregas vocais e aos músculos da faringe, tendo atuação</p><p>na produção da voz. Se caso for preciso acessar uma abertura para a passagem de</p><p>ar de emergência, chamada traqueostomia, esta acontecerá na cartilagem cricoidea</p><p>(TORTORA; DERRICKSON, 2017).</p><p>Traqueia</p><p>A traqueia é um tubo mediano, localizado inferiormente à laringe, composta por</p><p>diversos anéis cartilaginosos incompletos, conectados por ligamentos anulares. A</p><p>parede posterior da traqueia é constituída por músculo liso, denominado parede</p><p>membranácea da traqueia. À constituição da traqueia confere a esse tubo mobilidade</p><p>e flexibilidade e ao mesmo tempo impede o seu colapso devido a presença dos anéis</p><p>de cartilagem. Ela apresenta um pequeno desvio para a direita inferiormente, antes</p><p>de se ramificar para formar os brônquios principais, que se dirigem para os pulmões</p><p>direito e esquerdo (SILVA, 2021).</p><p>Brônquios</p><p>Os brônquios principais direito e esquerdo, ou de primeira ordem, se ramificam</p><p>em estruturas tubulares menores, conhecidas como brônquios lobares ou de segunda</p><p>ordem, cada um para um lobo pulmonar (dois à esquerda e três à direita). Em seguida,</p><p>se ramificam em brônquios segmentares ou de terceira ordem, que por sua vez se</p><p>ramificam em estruturas cada vez menores, denominados de bronquíolos terminais,</p><p>estes que terminam nos alvéolos pulmonares, onde ocorrem as trocas gasosas.</p><p>Pulmões</p><p>Os pulmões</p>

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