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<p>1</p><p>A)Quatro a seis</p><p>ARTETERAPIA E OFICINAS DE ARTE</p><p>2</p><p>NOSSA HISTÓRIA</p><p>A nossa história inicia-se com a ideia visionária e da realização do sonho</p><p>de um grupo de empresários na busca de atender à crescente demanda de</p><p>cursos de Graduação e Pós-Graduação. E assim foi criado o Instituto, como uma</p><p>entidade capaz de oferecer serviços educacionais em nível superior.</p><p>O Instituto tem como objetivo formar cidadão nas diferentes áreas de co-</p><p>nhecimento, aptos para a inserção em diversos setores profissionais e para a</p><p>participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e assim, colaborar na</p><p>sua formação continuada. Também promover a divulgação de conhecimentos</p><p>científicos, técnicos e culturais, que constituem patrimônio da humanidade,</p><p>transmitindo e propagando os saberes através do ensino, utilizando-se de publi-</p><p>cações e/ou outras normas de comunicação.</p><p>Tem como missão oferecer qualidade de ensino, conhecimento e cultura,</p><p>de forma confiável e eficiente, para que o aluno tenha oportunidade de construir</p><p>uma base profissional e ética, primando sempre pela inovação tecnológica, ex-</p><p>celência no atendimento e valor do serviço oferecido. E dessa forma, conquistar</p><p>o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos de quali-</p><p>dade.</p><p>3</p><p>Sumário</p><p>NOSSA HISTÓRIA .................................................................................. 2</p><p>1. O QUE É ARTETERAPIA ............................................................... 4</p><p>2. ARTETERAPIA NO BRASIL ........................................................... 6</p><p>3. O PROFISSIONAL ARTETERAPEUTA ......................................... 9</p><p>3.1 Benefícios da arteterapia ............................................................. 16</p><p>3.2 Síndrome do jaleco branco .......................................................... 19</p><p>4. OFICINA DE ARTE: Atividades propostas pelo arteterapeuta ..... 21</p><p>4.1 Desenhos ..................................................................................... 22</p><p>4.2 Musicoterapia ............................................................................... 23</p><p>4.3 Teatro ........................................................................................... 25</p><p>4.4 Psicodrama .................................................................................. 25</p><p>5. REFERÊNCIAS: ........................................................................... 28</p><p>4</p><p>1. O QUE É ARTETERAPIA</p><p>Figura: 01</p><p>A arteterapia, como o próprio termo sugere, une as dimensões da arte e</p><p>da saúde, com o objetivo de potencializar a experimentação da criatividade e do</p><p>autoconhecimento do indivíduo.</p><p>A Arteterapia é também um caminho pelo qual cada indivíduo pode</p><p>encontrar possibilidades de expressão para processar, elaborar e redimensionar</p><p>dificuldades e conflitos de sua vida. A Arteterapia utiliza, para isso, as linguagens</p><p>expressivas da arte, tais como: plástica, sonora, dramática, corporal e literária</p><p>envolvendo as diferentes técnicas de cada uma. Por exemplo: desenho, pintura,</p><p>modelagem, construções, sonorização, musicalização, dança, drama e poesia.</p><p>No processo arteterapêutico, o papel do profissional arteterapeuta é</p><p>fundamental porque é com ele que o indivíduo constrói uma relação de</p><p>confiança, que facilita a ampliação da consciência e do autoconhecimento e, ao</p><p>mesmo tempo, possibilita mudanças comportamentais, emocionais, sociais e</p><p>afetivas. O profissional arteterapeuta acolhe de maneira criativa os processos de</p><p>transformação do outro.</p><p>5</p><p>Para se realizar o processo arteterapêutico, no entanto, é preciso reforçar</p><p>que não há necessidade de que o paciente tenha conhecimento prévio sobre</p><p>arte ou habilidade artística. É preciso apenas ter disposição para manusear os</p><p>materiais disponibilizados e criar livremente as produções, sem preocupações</p><p>estéticas ou com julgamentos por parte do arteterapeuta.</p><p>Quando apreciamos a arte, seja o teatro, a música ou a dança, por</p><p>exemplo, percebemos como estamos envoltos de informações que alimentam</p><p>nosso repertório e compreendemos que além do caráter sociocultural, a arte</p><p>está conectada com a vida e os anseios das pessoas, já que sentimos</p><p>necessidade de expressar nossos sentimentos e pensamentos. Estima-se</p><p>que há 40 mil anos a.C., durante o período Paleolítico Superior, o homem</p><p>desenvolveu as primeiras formas de comunicação artística, as artes rupestres.</p><p>Os desenhos e pinturas rupestres testemunhavam a cultura e cenas do</p><p>cotidiano de um período da humanidade. Com o passar do tempo, além da</p><p>representação de cenas do cotidiano, o homem passou a usar a arte como meio</p><p>de comunicação e linguagem. É o que podemos observar, por exemplo, em</p><p>galerias e museus. Logo, a arte também passou a ser utilizada como ferramenta</p><p>para atividade terapêutica com objetivo de trabalhar as emoções e sentimentos</p><p>do indivíduo que a nomeou de arteterapia.</p><p>A arteterapia, em razão de seu teor simbólico espontâneo, aplica-se a</p><p>pessoas de todas as faixas etárias, desde que apresentem alguma condição</p><p>para elaborar suas produções.</p><p>As indicações variam de situações clínicas preventivas ou curativas a</p><p>aspectos comportamentais. O intuito é sempre despertar o paciente para a</p><p>autopercepção e promover o desenvolvimento de sua criatividade. É uma</p><p>jornada pelo autoconhecimento e pelas descobertas sobre si mesmo, resultando</p><p>em diversos benefícios à saúde do individuo.</p><p>É importante enfatizar que o processo arteterapéutico é construído por</p><p>atividades artísticas e práticas criativas, muitas vezes lúdicas e envolventes. Por</p><p>se tratar de um processo terapêutico profundo, deve ser elaborado pelo</p><p>profissional arteterapeuta, seguindo-se os trámites necessários para que o</p><p>6</p><p>participante vivencie esse processo de acordo com os próprios objetivos, os</p><p>quais são registrados na anamnese realizada inicialmente.</p><p>2. ARTETERAPIA NO BRASIL</p><p>No início do século XX, o médico psiquiatra Ulysses Pernambucano já</p><p>utilizava a arte com seus pacientes no Hospital de Alienados, depois nomeado</p><p>Hospital da Tamarineira, em Recife. Esse foi o segundo hospital psiquiátrico do</p><p>Brasil. O médico psiquiatra Silvio Aranha de Moura, baseando-se no trabalho de</p><p>Pernambucano, escreveu, em 1923, a monografia Manifestações artísticas nos</p><p>alienados (Cesar, 1929; Andriolo, 2003).</p><p>Em São Paulo, o paraibano Osório Cesar, crítico de arte e médico</p><p>anatomopatologista, posteriormente em outra especialização, torna-se</p><p>psiquiatra e, em 1927, participa como membro-fundador da Sociedade Brasileira</p><p>de Psiquiatria (SBP). Em sua prática e por meio de suas atividades de pesquisa,</p><p>também desenvolveu a arte como possibilidade nos tratamentos psiquiátricos</p><p>realizados no Hospital do Juquery, na cidade de Franco da Rocha (São Paulo),</p><p>e publicou, em 1929, o livro A expressão artística dos alienados: estudos dos</p><p>símbolos na arte, no qual propõe uma forma de se compreender as produções</p><p>artísticas desses indivíduos. No hospital, foram inauguradas, oficialmente, a</p><p>Oficina de Pintura, em 1923, e a Escola Livre de Artes Plásticas, em 1949 (Ubaat,</p><p>2022b).</p><p>Em 1946, a psiquiatra Nise da Silveira, atuando no Centro Psiquiátrico D.</p><p>Pedro II, situado na cidade do Rio de Janeiro, revoluciona o campo psiquiátrico</p><p>brasileiro. Por sua coragem e seu profundo e incessante trabalho, ao assumir</p><p>uma visão humanizada dos internos, modificou, sobretudo, o que diz respeito à</p><p>relação entre médico e paciente. Nise abriu os caminhos da expressão, da</p><p>criatividade, com diferentes</p><p>materiais de trabalho, ao oferecer aos internos</p><p>diversos ateliês, promovendo o acesso às imagens vindas do inconsciente. A</p><p>psiquiatra dava grande importância tanto ao processo criativo quanto ao</p><p>7</p><p>simbolismo das produções, com especial interesse nos efeitos das obras sobre</p><p>os doentes, inaugurando, assim, a psiquiatria interpretativa.</p><p>Em 1952, Nise da Silveira fundou o Museu de Imagens do Inconsciente,</p><p>espaço multidisciplinar, centro de estudos e pesquisas. Em 1956, inaugurou a</p><p>Casa das Palmeiras, destinada ao acompanhamento e tratamento dos</p><p>deficientes em regime de externato. A partir dos anos 1960, surgiram os</p><p>primeiros cursos de Arteterapia, e sua prática, para além da psiquiatria, tornou-</p><p>se mais frequente. Dessa forma, Nise da Silveira é considerada a grande</p><p>percursora da arteterapia no Brasil.</p><p>A primeira associação de arteterapeutas do Brasil surgiu em 1999 e, em</p><p>2006, criou-se a Ubaat, que tem como objetivo reconhecer e normatizar a</p><p>profissão, havendo associações regionais nos seguintes estados: Rio Grande do</p><p>Sul, Paraná, Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Goiás,</p><p>Minas Gerais, Paraíba, Rio Grande do Norte, Bahia, Maranhão e Pernambuco</p><p>(Maciel: Carneiro, 2012).</p><p>A Ubaat foi fundada para assegurar a qualidade dos profissionais</p><p>arteterapeutas, bem como a prática e a docência da arteterapia. Com essa</p><p>preocupação e o intuito de garantir uma gestão coletiva, democrática e</p><p>representativa, a organização e a gestão da Ubaat são realizadas por um</p><p>conselho diretor, constituído pelos representantes dos estados participantes. A</p><p>Ubaat implementa seus objetivos por uma diretoria executiva e grupos de</p><p>trabalho formados por representantes das diferentes associações regionais.</p><p>Nise da Silveira não gostava da nomeação “arteterapia” sobre seu</p><p>trabalho, porque acreditava que a arte poderia soar como algo que possui um</p><p>valor estético, o que não era sua finalidade. A psiquiatra contestava que o</p><p>propósito do terapeuta era fornecer os materiais plásticos para compreender a</p><p>problemática afetiva de seu paciente, uma vez que ele não produzia pensando</p><p>em ser um artista (NASTARI, 2007).</p><p>No que tange a prática do fazer artístico, Nise disponibilizava diversos</p><p>materiais, como tintas, telas, argilas, tecidos etc., e deixava que seus pacientes</p><p>8</p><p>ficassem livres para produzir. Os monitores não eram autorizados a intervir neste</p><p>processo de criação, eles ficavam apenas à disposição, compartilhando a</p><p>experiência e descobrindo junto com eles as possibilidades do material</p><p>disponível. Para este relacionamento, Nise denominou-o como “afeto</p><p>catalizador”: potencializava as reações positivas, motivava a realização das</p><p>atividades e a retomava o contato com a realidade e com o outro (PEREIRA et.</p><p>al., 2016).</p><p>Em 1952, Silveira criou o Museu de Imagens do Inconsciente, o qual foi</p><p>formado pelo acervo crescente das obras produzidas pelos seus pacientes,</p><p>sendo mais de 300.000 documentos plásticos, tal como telas, papéis e</p><p>esculturas. A prática realizada na Seção de Terapêutica Ocupacional pôde</p><p>proporcionar um vasto campo para a pesquisa sobre o valor terapêutico das</p><p>atividades expressivas com as imagens do Museu de Imagens do Inconsciente</p><p>(CASANOVA, 2014).</p><p>A Arteterapia trabalha a saúde mental do dia-a-dia, de estresses, de</p><p>psicosomatização, de desequilíbrio emocional diário devido ao trânsito, aos</p><p>conflitos familiares, sociais e profissionais.</p><p>Portanto, a Arteterapia é indicada para pessoas de todas as idades, de</p><p>crianças a idosos.</p><p>A Arteterapia desenvolve a capacidade criativa por meio de suas técnicas,</p><p>auxiliando o desempenho profissional e de aprendizagem. O uso de tintas, cores,</p><p>formas e outros materiais empregados na criação liberam sentimentos e afetos</p><p>de angústia, raiva, frustração, prazer e amor, por exemplo.</p><p>9</p><p>3. O PROFISSIONAL ARTETERAPEUTA</p><p>Para realizar esse trabalho, o profissional arteterapeuta deve ser</p><p>devidamente qualificado e ter concluído um curso de especialização em</p><p>Arteterapia, reconhecido obrigatoriamente pelo Ministério da Educação (MEC) e</p><p>pela União Brasileira de Assossiações deArteterapia (Ubaat). O profissional</p><p>também deve estar registrado como arteterapeuta vinculado à Assossiação de</p><p>Arteterapia regional do estado inde exerce sua atividade. Essas são as</p><p>qualificações técnicas obrigatórias para se obter segurança tanto para exercer a</p><p>função quanto para garantir a qualidade de atendimento para o paciente.</p><p>O processo arteterapêutico dinamiza e coloca em movimento a história de</p><p>vida do indivíduo, revela seus conflitos mais íntimos e profundos. Torna</p><p>conscientes as emoções secretas em relação aos fatos reais da vida. Facilita</p><p>também a identificação do potencial criativo, auxiliando na tomada de decisão</p><p>frente aos conflitos da vida, tais como, doenças, morte, divórcio, acidentes, crise</p><p>econômica etc.</p><p>O objetivo é obter maior compreensão do indivíduo, sabendo que é</p><p>possivel encontrar uma especíe de libertação emocional, através da arteterapia</p><p>e pode ser praticada por pessoa de qualquer idade, crianças, adolescentes,</p><p>adultos e idosos, por pessoas que estão hospitalizadas ou não.</p><p>O atendimento arteterapêutico no idoso poderá ser feito de forma grupal,</p><p>e havendo disponibilidade em situações específicas, prestar atendimento</p><p>individual.</p><p>A Arteterapia não está direcionada a formar artistas, e sim em desenvolver</p><p>o potencial criativo saudável, privilegiando a saúde e o bem estar de cada</p><p>indivíduo. Não existe a preocupação estética e sim como a obra é composta,</p><p>quais elementos simbólicos estão presentes, e por que surgiram em determinado</p><p>trabalho artístico, e quais emoções, sentimentos e lembranças surgiram durante</p><p>a execução, possibilitando uma reflexão sobre a vida e ao mesmo tempo o</p><p>reencontro consigo.</p><p>10</p><p>Durante o processo arteterapêutico, o sujeito se entrega totalmente à</p><p>criação e suas vivências. A escolha dos materiais revela o crescimento interior,</p><p>onde as cores, sons e formas denotam emoções, frustrações e alegrias.</p><p>Figura: 02</p><p>A arte pode favorecer a emersão e o trabalho com conteúdo com</p><p>conteúdo psíquico de maneira leve e prazerosa. A arteterapia não pode ser um</p><p>projeto sobre a pessoa, mas um projeto com ela, é realizada em grupo ou até</p><p>mesmo individual, caso necessário.A arteterapia pode começar a partir do mal</p><p>estar da pessoa ou do mal estar que está afetando o grupoo.</p><p>O profissional de terapeuta pode atuar em áreas da saúde, educação,</p><p>presídios e em diferentes contextos sociais etc.</p><p>No trabalho terapêutico, a arte pressupõe um paradoxo: a concomitância</p><p>entre a suspensão fenomenológica e o olhar treinado, entre o olhar curioso e o</p><p>olhar acostumado às surpresas, ao desfrute e às mudanças na velocidade que</p><p>a fruição costuma requerer.</p><p>Cada experimento é um começo, mas quem já teve contato com diversas</p><p>áreas da cultura e, mais ainda, quem não se limita a uma única cultura ou forma</p><p>de arte, estará, de início, mais instrumentado para enfrentar o inesperado, o</p><p>11</p><p>jamais visto, bem como para reagrupar pedaços de velhas experiências,</p><p>releituras, recomeços, retornos, idas, voltas e despedidas. Uma experiência de</p><p>transcendência do concreto é por vezes a chave de várias manifestações da</p><p>criatividade no porvir. Primeiro se faz a varinha; depois, a mágica pode ser</p><p>infinita. O repertório de cada pessoa, em algum ou em vários aspectos,</p><p>apresenta familiaridade com atividades simbólicas, fantasiosas e criativas; tanto</p><p>que, muitas vezes, o primeiro trabalho do terapeuta é criar condições para que</p><p>o outro valorize o próprio universo, reconectando-se a ele e</p><p>desejando sua</p><p>ampliação.</p><p>Da mesma maneira, um experimento nos permite, por exemplo, quebrar</p><p>um discurso estereotipado, ao enfatizar uma frase, uma palavra, certas</p><p>entonações e conjugações de verbo tudo a ser experenciado de acordo com o</p><p>convite de quem está propondo a atividade.</p><p>Um dos exercícios é convidar o participante a expressar aquele conteúdo,</p><p>por vezes batido, mecânico e cristalizado, em uma língua que não existe,</p><p>resultando na procura de um tom que expresse um momento, uma queixa, um</p><p>sentimento. Mais além, podemos bloquear a emissão de palavras, para que o</p><p>todo daquele organismo se reorganize e consiga se comunicar: usar mímica ou</p><p>expressão facial, tocar no interlocutor, apontar um objeto, mudar de posição,</p><p>respirar, suspirar.</p><p>Muitas vezes o terapeuta pede licença à arte e ao artista quando usa em</p><p>terapia uma produção cujo propósito original não tenha sido o autoconhecimento</p><p>ou a comunicação, pois, eventualmente, a obra em questão é reduzida a algo</p><p>muito explícito, sendo esmiuçada até revelar algo que de outra maneira teria</p><p>permanecido mais vago, multifacetado, abrangente. A comunicação terapêutica</p><p>não permite ambiguidades pela simples fruição, como é permitido no exercício</p><p>de apreciar ou participar de um evento artístico; o discurso vago e</p><p>excessivamente abstrato é adequado apenas quando extremamente necessário</p><p>e com todo o aparato de segurança, como um chão firme e bem sinalizado por</p><p>onde se possa ir e voltar, se separar e se reencontrar. A simples fruição, no</p><p>entanto, é sempre bem-vinda quando o objetivo é praticá-la, convidar a ela quem</p><p>habitualmente não a exerce.</p><p>12</p><p>Embora o acaso seja nosso obrigatório companheiro de empreitada, às</p><p>vezes ele chega sem ser convidado, quando a prospecção de temas para o</p><p>trabalho passa por um palpite, uma peça fora do quebra-cabeças habitual do</p><p>processo de cada um (em grupo, esse convite é constante - por exemplo, quando</p><p>se acolhe o conteúdo de um dos participantes em detrimento dos outros). De</p><p>qualquer modo, o acaso deve ser explicitado, como: "Vou fazer uma pergunta,</p><p>mas não sei se isso vai nos levar a algum lugar, a alguma descoberta", ou: "Vou</p><p>propor tal assunto, apenas porque nunca falamos nisso".</p><p>Outro recurso que tem dado resultados surpreendentes é o "safári</p><p>fotográfico", realizado no percurso de casa ao curso ou ao consultório. Através</p><p>do fotografar fácil, acessível e instantâneo, muito pode ser representado:</p><p>paisagens, viagens, praias, montanhas, um piano pesado, pessoas</p><p>desconhecidas e pessoas conhecidas... tudo passa a ser portátil. Pedir que os</p><p>clientes tragam imagens significativas, ou dignas de ser apresentadas, além de</p><p>gerar um precioso material que fala do momento e local de escolha, marca o</p><p>começo de uma afinação do olhar, do prazer de fragmentar e recompor, isolar e</p><p>religar, enfatizar uma percepção que muda completamente as possibilidades do</p><p>olhar.</p><p>Figura: 03</p><p>13</p><p>Poucas transformações são feitas sem ousadia, sem o atrevimento de</p><p>incluir a inadequação. Mas ousadias terapêuticas que buscam transformações</p><p>se ancoram em e são facilitadas principalmente pela experiência advinda da</p><p>prática constante.</p><p>A afinação do olhar - assim como a afinação da orquestra - passa por</p><p>ruídos até que se ache o tom. É por isso que enfatizamos que é desejável, e</p><p>quase sempre necessário, abandonar os conceitos cristalizados do belo, do</p><p>aceitável, e questionar os dogmas que poderiam ser enunciados num comentário</p><p>como "Onde já se viu?” - expressão que, de tão ouvida, não mais aparece como</p><p>inimiga da presentificação, pois implica que só o velho seria aceito e, desse</p><p>modo, invalida toda e qualquer novidade.</p><p>Desta forma, o trabalho terapêutico com arte oportuniza uma amplitude</p><p>de linguagem que permite e facilita ao paciente encontrar caminhos menos</p><p>dolorosos para expressar seu universo interior, reduzindo as defesas verbais e</p><p>abrindo as portas para um mergulho mais confiante e seguro na alma humana</p><p>(MACIEL, 2012).</p><p>Os potenciais trabalhados em artes são muito diversos, dentre eles:</p><p>▶ Autoestima;</p><p>▶ Livre expressão;</p><p>▶ Respeito;</p><p>▶ Sensibilidade;</p><p>▶ Aprendizagem;</p><p>▶ compromisso;</p><p>▶ Cidadania;</p><p>▶ Interesse;</p><p>▶ Senso crítico;</p><p>▶ Criatividade;</p><p>▶ Envolvimento;</p><p>▶ Comunicação;</p><p>▶ Relacionamento interpessoal;</p><p>▶ Autonomia;</p><p>14</p><p>▶ Cooperação.</p><p>Como descrito, as atividades voltadas para a arteterapia desenvolvem</p><p>a capacidade criativa e de expressão, fortalecem o vínculo entre terapeuta e</p><p>paciente. E quando realizadas em grupo, promovem maior socialização.</p><p>As artes exercem a função de entretenimento – os desenhos, as pinturas,</p><p>o canto, as rodas de dança permitem que os indivíduos encontrem um recurso</p><p>para a higiene mental.</p><p>As atividades que trabalham música e dança, que funcionam como</p><p>elementos socializadores na medida em que ajudam a combater a agressividade</p><p>(canalizando o excesso de energia), criam meios para enfrentar o isolamento,</p><p>desenvolvem o espírito de iniciativa e a autoexpressão, além de propiciar iguais</p><p>oportunidades a todos, integrando o indivíduo ao seu meio ambiente.</p><p>Ao vivenciar e liberar o potencial criativo, a pessoa encontra equilíbrio e</p><p>paz interior. A expressão artística atua de maneira diferente em cada indivíduo,</p><p>portanto cada processo arteterapêutico é único e pertence àquele momento.</p><p>As atividades que trabalham a música são bem-vindas para o</p><p>aquecimento nas atividades de grupo. Quando existe a necessidade de</p><p>sensibilização, a música torna a sessão mais agradável e seus objetivos</p><p>terapêuticos são mais facilmente alcançados.</p><p>As atividades musicais contemplam objetivos, tais como:</p><p>▶ Elevar a autoestima;</p><p>▶ Possibilitar a autoexpressão por meio de uma forma de comunicação</p><p>não verbal;</p><p>▶ Desenvolver aspectos cognitivos, afetivos e psicomotores;</p><p>▶ Melhorar a atenção e orientação;</p><p>▶ Estimular a integração do grupo;</p><p>▶ Estimular a criatividade;</p><p>▶ Estimular a tolerância pelas várias manifestações que podem surgir no</p><p>decorrer das sessões em grupo;</p><p>15</p><p>▶ Estimular a solidariedade e a cooperação;</p><p>▶ Desenvolver a escuta da expressão do outro;</p><p>▶ Contribuir para o desenvolvimento global dos pacientes;</p><p>▶ Desenvolver o senso rítmico e acuidade auditiva;</p><p>▶ Despertar ou ampliar o gosto pela música;</p><p>▶ Desenvolver a coordenação motora;</p><p>▶ Promover um relaxamento;</p><p>▶ Melhorar a capacidade da expressão corporal e emocional;</p><p>▶ Melhorar o ritmo das crinaças, promover a sociaçização, aumentar a</p><p>motivação e a autoestima;</p><p>▶ Estimular a criatividade;</p><p>▶ Descobrir formas próprias de expressão.</p><p>A dança favorece, tanto quanto a música, a promoção da autoestima, a</p><p>autoexpressão, os aspectos cognitivos, afetivos, psicomotores e a percepção</p><p>corporal.</p><p>Em muitos casos, o paciente sofre de baixa autoestima, sentindo -</p><p>se inferiorizado e desvalorizado. O elogio é uma das recompensas de um</p><p>trabalho de artes visuais, e esse reforçador promove uma maior motivação e</p><p>a melhora na autoest ima, além de também ajudar a controlar a impulsividade</p><p>e a diminuir a ansiedade. Assim, as atividades artísticas contribuem, e muito,</p><p>para o desenvolvimento biopsicossocial dos pacientes em terapia.</p><p>A arte pode estar na tentativa de fluidificar as cristalizações da dinâmica</p><p>"figura e fundo" e ainda aparecer como atividade indicada para ajudar a</p><p>amadurecer os impasses, como um tapete de Penélope, tecido de dia e desfeito</p><p>à noite, à espera de algum Ulisses. Poucas metáforas são mais precisas para</p><p>descrever o ritual de inclusão e afastamento do que as pinceladas do artista que</p><p>respeitam o tamanho do braço e o alcance do pincel, mas pedem também</p><p>aqueles dois</p><p>passos para trás, a fim de não se perder o contexto geral. A arte</p><p>ajuda a achar os pares, enquanto valoriza o que cada um tem de impar; integra</p><p>o inusitado, o precioso, o necessário, o esquisito; permite agregar o aplauso ao</p><p>16</p><p>vexame, facilita a presentificação e, como processo ou produto, de maneira</p><p>ideal, leva-nos a uma das formas mais sublimes de se estar presente: a fruição.</p><p>3.1 Benefícios da arteterapia</p><p>A arte é multifuncional, ela pode ter um sentido crítico, religioso,</p><p>decorativo como também pode expor pensamentos, ideias e sentimentos</p><p>intrínseco do seu autor. Seja através de desenhos, pinturas ou outras formas</p><p>de expressão, como a colagem ou a escultura, a arteterapia traz à tona</p><p>conteúdos simbólicos com facilidade e rapidez. Diante de cenários emocionais</p><p>traumáticos ou diversas outras situações limitantes, a arte se apresenta como</p><p>um recurso revelador. E assim, de maneira bastante prazerosa, o</p><p>paciente/cliente, vai entendendo o que dificulta o seu bem viver e vai</p><p>ressignificando e dando outros destinos aos seus problemas (CARNEIRO,</p><p>2016).</p><p>Na pintura, se dá um primeiro passo de desbloqueio, deixando-se levar</p><p>pelas imagens que venham, os traços, as formas, as cores, buscando que a mão</p><p>fuja da censura do olho, como uma desinibição, para organizar, em um segundo</p><p>momento, e pouco a pouco ir adentrando no mais profundo da pessoa.</p><p>Figura: 04</p><p>17</p><p>A terapia da arte é benéfica com relação à possibilidade de desenvolver</p><p>habilidades interpessoais, comunicando o paciente com outras pessoas de seu</p><p>ambiente de forma mais fácil, devido à facilidade de expressão que propõe. Além</p><p>disso, é muito útil para manejar o comportamento, aumentar a autoestima e</p><p>evitar os efeitos que a ansiedade produz.</p><p>Detalhamos as vantagens da arteterapia sobre as pessoas que a</p><p>praticam:</p><p>1. Expressão dos sentimentos que são difíceis de verbalizar</p><p>Às vezes é difícil expressar aquilo que sentimos ou aquilo que pensamos</p><p>pelas vias mais tradicionais, é por isso que a arteterapia, por ser uma ferramenta</p><p>que utiliza e desenvolve a expressão, pode ajudar a dar forma aqueles</p><p>pensamentos e sentimentos que demoram a sair.</p><p>2. Desenvolvimento de habilidades de enfrentamento saudáveis</p><p>O fato de enfrentar os sentimentos e emoções de uma forma criativa pode</p><p>ajudar na hora de mudar aqueles comportamentos ou hábitos instaurados e que</p><p>se realizam cada vez que se necessita expressar as emoções. Utilizar a</p><p>arteterapia quando se está passando por um processo emocional triste, tentando</p><p>utilizar tal emoção para criar, pode ajudar na hora de enfrentar a situação da</p><p>melhor forma possivel.</p><p>3. Exploração da imaginação e da criatividade</p><p>Utilizar este tipo de terapia faz com que a pessoa potencialize sua</p><p>capacidade para poder criar e imaginar, assim como potencializa tais</p><p>capacidades ao trabalhá-las de forma centrada e com ajuda do terapeuta.</p><p>4. Melhora a autoestima e a confiança</p><p>Comprovar que podemos realizar algo por nós mesmos nos leva a</p><p>conseguir uma maior estabilidade emocional. Da mesma forma, conseguir</p><p>alcançar os objetivos propostos nos faz aumentar a segurança em nós mesmos</p><p>e alimentar o pensamento de que estamos fazendo algo certo.</p><p>18</p><p>5. Identificação e esclarecimento de preocupações</p><p>O fato de estampar no mundo externo aquilo que nos preocupa a nível</p><p>interno faz com que enxerguemos de uma forma mais prática e acessível</p><p>aqueles conceitos que não podemos entender. Ideais abstratas que somente</p><p>observando de uma perspectiva externa poderiam se integrar ao nosso</p><p>conhecimento.</p><p>6. Aumento da capacidade de comunicação</p><p>Utilizar a modalidade artística para se expressar faz com que a pessoa</p><p>adquira novas ferramentas para ter uma boa comunicação, tanto com os demais</p><p>quanto com eles mesmos. O fato de poder expressar aquilo que custa verbalizar</p><p>treina a habilidade de expressão de uma forma mais clara e mais de acordo com</p><p>o que se quer comunicar.</p><p>7. Melhora as habilidades físicas</p><p>A arteterapia normalmente utiliza o corpo para expressar aquilo que não</p><p>podemos dizer, por isso este tipo de terapia também favorece aquelas pessoas</p><p>que têm dificuldade na hora de realizar movimentos ou coordená-los.</p><p>8. A arte diminui os níveis de estresse e de ansiedade</p><p>Realizar atividades relacionadas à arte e com a criatividade oferece para</p><p>a pessoa uma experiência que reduz tanto o nível de estresse quanto o de</p><p>ansiedade. As pessoas que realizam este tipo de terapia encontram tais</p><p>atividades relaxantes.</p><p>9. Motiva o exercício do pensamento e ajuda a refletir</p><p>O pensamento científico vai mais além e se relaciona também com a</p><p>capacidade para ser autônomo ou a resolução de problemas da vida cotidiana.</p><p>10. Melhora a concentração, a atenção e a memória</p><p>Ter uma boa capacidade de concentração nos ajuda a sermos mais</p><p>efetivos na hora de realizar qualquer tarefa. As vantagens de ter uma boa</p><p>19</p><p>concentração são muitas: aumenta nossa memória, nossa efetividade na tomada</p><p>de decisões, nossa precisão e nossa agilidade etc.</p><p>Os âmbitos de aplicação da arteterapia são a saúde física, saúde mental,</p><p>bem-estar emocional e bem-estar social em diferentes setores da população. No</p><p>caso daquelas pessoas que requerem um seguimento específico sobre sua</p><p>expressão corporal e movimento, a arteterapia pode ser aplicada mediante as</p><p>técnicas estudadas em psicoterapia.</p><p>3.2 Síndrome do jaleco branco</p><p>Figura: 05</p><p>Também conhecida como latrofobia ou fobia irracional de médicos, a</p><p>síndrome do jaleco branco está relacionada a dificuldade de certas pessoas em</p><p>lidar com o ambiente hospitalar, de clínicas ou consultórios médicos.</p><p>Essa síndrome trata-se de um transtorno psicológico classificado na</p><p>categoria de fobia. Como tal, a reação da pessoa é desproporcional à situação</p><p>20</p><p>em si. Seu medo é tão grande que ela não consegue sequer controlar o seu</p><p>próprio corpo. Sendo assim, mesmo que a pessoa saiba que o médico não</p><p>representa perigo algum, ela sofre com crises de ansiedade e outros sintomas</p><p>cada vez que precisa encontrá-lo.</p><p>Os demais sintomas são os mesmos que as pessoas com fobias</p><p>geralmente sofrem. Eles incluem reações físicas e psicológicas como:</p><p>▶ Tremores;</p><p>▶ Tontura;</p><p>▶ Ansiedade;</p><p>▶ Suor frio;</p><p>▶ Tensão muscular;</p><p>▶ Agitação;</p><p>▶ Náuseas e ânsia de vômito;</p><p>▶ Ataque de pânico.</p><p>Muitas crianças e idosos tem receio em ter contato com pessoas com</p><p>vestimentas brancas, então pode-se trabalhar a arteterapia com desenhos, para</p><p>que possa diminuir esse quadro, preparar a criança e o idoso para que ele se</p><p>sinta seguro e tranquilo.</p><p>21</p><p>4. OFICINA DE ARTE: Atividades propostas pelo</p><p>arteterapeuta</p><p>Figura: 06</p><p>As atividades artísticas permitem que a pessoa simbolize as suas</p><p>percepções sobre o mundo, sobretudo quando não consegue expressar-se</p><p>verbalmente ou através da linguagem escrita. Através da arteterapia é possível</p><p>trabalhar outras linguagens não-verbais, como a sonora, a corporal e a plástica,</p><p>estimulando também a audição, a visão, as funções motoras e cognitivas.</p><p>A arte na criança trabalha diversos aspectos, como: organização motora,</p><p>desenvolvimento da criatividade, concentração, percepção, observação,</p><p>comportamento das pessoas. “A criança que trabalha com arte é menos</p><p>consumista, porque ela é acostumada com imagem, isso não é mais primário”.</p><p>Em pessoas adultas, a arte também pode curar. “A arteterapia pode servir para</p><p>diversas coisas: auto estima baixa, dificuldade de concentração, hiperatividade,</p><p>serve para adultos estressados,</p><p>com limitação motora e depressão”</p><p>22</p><p>Figura: 07</p><p>A Arteterapia se utiliza das diversas linguagens artísticas, especialmente</p><p>das Artes Visuais, de onde provêm os principais elementos utilizados para</p><p>tratamentos terapêuticos. A linguagem artística visa, por meio da linguagem não</p><p>verbal, a manifestação e a expressão do que se passa interiormente em cada</p><p>indivíduo, ou seja, medos, sonhos, ideais, frustrações ou realizações. Para</p><p>Arcuri, “A arte é, portanto uma linguagem capaz de criar um canal de</p><p>comunicação com a psique, é capaz de compreendê-la na sutileza dos seus</p><p>nuances” (ARCURI, 2006, p.27).</p><p>4.1 Desenhos</p><p>Os tipos de desenhos a serem propostos pelo profissional a ser</p><p>trabalhado com o paciente vai depender da idade e das condições do paciente,</p><p>um exemplo de desenho, é completar o desenho, por exemplo uma maca de</p><p>hospital.</p><p>23</p><p>4.2 Musicoterapia</p><p>Figura: 08</p><p>Pode também fazer uso de tintas, mas tomando cuidado para não</p><p>envolver questões raciais. E tem também a música que pode ser trabalhada de</p><p>forma divertida, desde que o paciente se sinta a vontade, vai depender também</p><p>do tipo de música e levar em cosideração a idade do paciente. Principalmente o</p><p>sofrimento com o luto pode ser trabalhado com a musicoterapia. É muito comum</p><p>durante o luto a pessoa possa ressignificar a história com a pessoa querida, por</p><p>ela pode ter uma gratidão pela pessoa, pelas lembraças por tudo que ela deixou</p><p>que a faz a pessoa sentir “saudades” “lembranças” enfim. Durante as sessões</p><p>de musicoterapia, a pessoa pode até mesmo pedir para tocar uma música que</p><p>lembra o inte querido, e ela(e) acaba chorando por lembrar da pessoa, pode-se</p><p>usar também intrumentos no momento da musicotertapia, pode ser que talvez</p><p>até um instrumento sendo tocado faz lembrar a pessoa que querida. Esses</p><p>momentos de musicoterapia faz bem a todos os envolvidos.</p><p>24</p><p>É bastante difícil descrever o que acontece em uma sessão de</p><p>musicoterapia, pois existem diversas abordagens de tratamento. Ele pode ser</p><p>realizado com o paciente passivo, somente escutando o musicoterapeuta</p><p>tocando, ou ativo, ou seja, participando e fazendo música com o terapeuta.</p><p>A Musicoterapia é um conhecimento com forte contribuição na atenção</p><p>psicossocial. A intervenção musicoterápica vai ao encontro das experiências que</p><p>o indivíduo ou grupo possui para favorecer as possibilidades de trocas,</p><p>convidando-os a exercer plenamente o que se é capaz. Auxilia a reintegração</p><p>social, fortalecendo a autoestima, e permitindo a ampliação de percepções de</p><p>caminhos para a sua própria descoberta pessoal e grupal (MORIÁ; CORDEIRO,</p><p>2017).</p><p>Também é possível que a musicoterapia seja utilizada em grupos, em que</p><p>todos os membros tocam algum instrumento em conjunto e participam da</p><p>execução de uma música.</p><p>A musicoterapia pós-perda, ou seja, realizada após a morte do paciente,</p><p>tem o intuito de oferecer aos familiares enlutados suporte social, emocional e</p><p>espiritual no processo de elaboração do luto. Ancorada nesta premissa, há uma</p><p>investigação que se propôs a avaliar os efeitos da música sacra, instrumental e</p><p>cantada no bem-estar espiritual de familiares enlutados, embora com resultados</p><p>não estatisticamente significativos e que identificou que a audição de música</p><p>sacra tende a melhorar os níveis de bem-estar espiritual de familiares enlutados,</p><p>bem como auxiliar no processo de elaboração do luto.</p><p>25</p><p>4.3 Teatro</p><p>Figura: 09</p><p>A expressão corporal é uma das formas mais utilizadas para explorar o</p><p>corpo, a sua finalidade é enriquecedora. E mesmo preexistindo à própria palavra,</p><p>a expressão do corpo sempre está presente na atuação dos atores. A expressão</p><p>corporal é considerada uma condição própria do homem, pois pode ser</p><p>percebida como parte essencial da comunicação humana. Dessa forma, ela é</p><p>entendida como uma das mais antigas formas de comunicação do homem e;</p><p>consequentemente, um fator preponderante “para que ele expresse suas</p><p>emoções, ideias e sentimentos, afinal a expressão corporal é uma conduta</p><p>preexistente e espontânea” (PEDROSA e TAVARES, 2009, p. 199).</p><p>4.4 Psicodrama</p><p>O psicodrama, concebido pelo psiquiatra romeno Jacob Levi Moreno é</p><p>uma modalidade de terapia psicológica, na qual o paciente deve representar</p><p>seus acontecimentos e emoções, procurando experimentá-los como se os</p><p>26</p><p>estivesse vivendo em tempo presente. Suas sessões costumam ser grupais e</p><p>pode-se aplicá-lo nos mais diversos campos, como o educacional ou o laboral.</p><p>A terapia do psicodrama ajuda no crescimento pessoal, a autoestima, a</p><p>vida afetiva, a conduta e os relacionamentos. Também aumenta o bem-estar</p><p>físico e emocional e permite aprender e desenvolver novas habilidades.</p><p>Figura: 10</p><p>O psicodrama possibilita o trabalho dos terapêuticos compartilhados, a</p><p>dinâmica em grupo pode ser bem observados pelos profissionais envolvidos,</p><p>visto que mais de um profissional da saúde podem trabalhar juntos.</p><p>Outra técnica que é utilizada nas sessões de arteterapia é a modelagem.</p><p>Ela utiliza materiais pastosos como argila, papel machê e massa de modelar.</p><p>A argila é um material natural que para algumas pessoas transmite certa</p><p>estranheza ao toque. Sobre esta sensação, Urrutigaray (2011) afirma que:</p><p>A argila é o material mais próximo de um sentido visceral. Devido a seu</p><p>aspecto, traz em si uma modalidade de ênfase ao trabalho com as</p><p>mãos propulsoras de imagens de experiências mais fortes, mais</p><p>viscerais, que usualmente encontram-se dificultadas na sua expressão,</p><p>verbalização, em virtude da interferência da consciência do ego.</p><p>(URRUTIGARAY, 2011, p. 68).</p><p>Expressar sentimentos difíceis de serem verbalizados não é um processo</p><p>simples, porém a arteterapia conta com uma gama de ferramentas e técnicas</p><p>das artes visuais que facilitam este processo.</p><p>27</p><p>A arteterapia também pode fazer uso da tecnologia digital como forma</p><p>de comunicação interpessoal do indivíduo.</p><p>Segundo Malchiodi (2018), a arteterapia digital trata de intervenções</p><p>terapêuticas que utilizam teclados, telas de computador/tablets ou outros</p><p>dispositivos tecnológicos para capturar imagens no contexto do tratamento do</p><p>participante em uma sessão de arteterapia. Os dispositivos servem para editar,</p><p>modificar e/ou manipular imagens e fotos, assim como é possível utilizar nos</p><p>encontros de arteterapia digital outras ferramentas digitais e aplicativos para a</p><p>criação de arte, tais como: vídeos, animações, storytelling, desenho digital,</p><p>colagem, fotografia, edição de música, jogos-eletrônicos, realidade virtual e</p><p>arteterapia online. Com objetivo de buscar evidências teóricas de que os jogos</p><p>digitais servem como instrumentos para aplicar a arteterapia na reabilitação</p><p>cognitiva voltada para acompanhamento terapêutico de esquizofrênicos,</p><p>Menezes et al. (2017), fizeram uma revisão bibliográfica que comprovou este</p><p>tipo de terapia.</p><p>Vídeo complementar</p><p>Aula Arteterapia - Jung / Nise da Silveira - Ana Paula</p><p>Rezende - Casa Pirilampo.</p><p>Link: https://www.youtube.com/watch?v=0JviE1a-26E</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=0JviE1a-26E</p><p>28</p><p>5. REFERÊNCIAS:</p><p>ARCURI, Irene Gaeta. Arteterapia e o Corpo Secreto: Técnicas</p><p>Expressivas Coligadas ao Trabalho Corporal. São Paulo: Vetor, 2006.</p><p>CARNEIRO, D. Uma oportunidade para o livre pensar. In: Arteterapia e o</p><p>12º congresso brasileiro de arteterapia, 1., Salvador. Anais [...] Bahia: Revista</p><p>Transdisciplinar, 2016. p. 30 - 33.</p><p>MACIEL, Carla; CARNEIRO, Celeste. Diálogos criativos entre a</p><p>Arteterapia e a Psicologia Junguiana. Rio de Janeiro: Wak editora, 2012.</p><p>MALCHIODI, C. The handbook of art therapy digital technology. 1. ed.</p><p>EUA: Jessica Kingsley Publishers, 2018.</p><p>MENEZES, F.; COX, K .; TELES, P. Aplicação de Jogos Digitais na</p><p>Arteterapia para Reabilitação Cognitiva de Esquizofrênicos. Sergipe: Revista</p><p>Uneb, 2017.</p><p>MORIÁ, I. B. R& CORDEIRO, R. Musicoterapia e Saúde Mental: um</p><p>encontro através do cantar. 2017. 65 f.Trabalho de Conclusão de Curso</p><p>(Graduação) – Música - Habilitação em Musicoterapia. Universidade Federal de</p><p>Minas Gerais. Belo Horizonte, 2017.</p><p>NASTARI, Lívia de Carvalho. Artes da vida: uma visão junguiano da</p><p>arteterapia. 2007. 46 p. Monografia (Bacharel em Psicologia) - Centro</p><p>Universitário de Brasília, [S. l.], 2007.</p><p>PEDROSA, Mariane dos Reis; TAVARES, Helenice Maria. Expressão</p><p>corporal e educação: elos de conhecimento. In: Revista da Católica, Uberlândia,</p><p>2009.</p><p>29</p><p>PEREIRA, K. M. F.; NOGUEIRA, L. R.; LIMA, T. C. M. Nise da Silveira:</p><p>uma metodologia na contramão. Estudos Contemporâneos da Subjetividade, Rio</p><p>de Janeiro, v. 6, n. 2, p. 211- 222, 2016.</p><p>PERLS, F. S.; Herfferline, R.; Goodman, P. Geltalt-terapia. São Paulo:</p><p>Summus, 1997.</p><p>URRUTIGARAY, M. A transformação pessoal pelas imagens. 5 Ed., Rio</p><p>de Janeiro: WAK , 2011.</p><p>ZINKER, J. “Permissão para ser criativo”. In: Processo criativo em Gestalt-</p><p>terapia. São Paulo: Summus, 2007.</p>