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LINDB

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LINDB (cont3)
Revogação:
 
·     Conceito: É a supressão da força obrigatória da lei, retirando-lhe a eficácia.
 
·     Espécies:
1)   Ab-rogação: revogação total da lei.
2)   Derrogação: revogação parcial da lei.
 
·     Formas:
1)   Expressa: a lei revogadora é clara e expressa quanto a retirada da lei revogada;
2)   Tácita: decorre de duas circunstâncias – a) incompatibilidade da lei nova com a lei revogada; b) a lei nova regula inteiramente a matéria de que tratava a lei revogada.
 
Repristinação: É a restauração da vigência da lei revogada por ter a lei revogadora perdido sua eficácia. Em regra, ela não é aplicada.
            Exceção: O nosso ordenamento jurídico admite a repristinaçao desde que expressamente determinada.
 
 
Princípio da obrigatoriedade (art. 3º): Ninguém pode se escusar de cumprir a lei, alegando que não a conhece.
            Exceção: A inescusabilidade do desconhecimento da lei é excepcionada quanto à comprovação, no processo civil, do direito municipal, estadual, estrangeiro e consuetudinário, os quais devem ser provados em juízo pela parte que os alegar (art. 337 do CPC e art. 14 da LICC).
 
 Princípio da irretroatividade da lei (art. 6º): A lei terá eficácia geral e imediata e, em regra, opera seus efeitos sobre fatos pendentes e futuros, ou seja, terá eficácia ex nunc.
            Exceção: Entretanto, é possível que a lei opere efeitos retroativos, desde que preenchidos os seguintes requisitos:
1)    não ofenda o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada;
2)    quando houver determinação expressa do legislador no sentido de aplicá-la a casos pretéritos.
OBS: Não existe no nosso direito a retroatividade tácita da lei.
ATENÇÃO: NÃO CONFUNDIR REPRISTINAÇÃO COM EFEITO REPRISTINATÓRIO DA NORMA CONSTITUCIONAL
REPRISTINAÇÃO E EFEITO REPRISTINATÓRIO
A despeito da semelhança, são vocábulos com significação diversa. 
A repristinação é um fenômeno legislativo no qual há a entrada novamente em vigor de uma norma efetivamente revogada, pela revogação da norma que a revogou. Contudo, a repristinação deve ser expressa dada a dicção do artigo 2º
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, § 3º
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da LICC
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: Art. 2o Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue. § 3o Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência. 
Já o efeito repristinatório advém do controle de constitucionalidade. Para compreendê-lo melhor, é necessário explanar brevemente sobre o princípio que lhe dá suporte: o princípio da nulidade do ato inconstitucional. 
Para este princípio implícito, extraído do controle difuso de constitucionalidade e acolhido em nosso ordenamento, o ato inconstitucional nasce eivado de nulidade. Não é apenas anulável. 
Essa tese é embasada no fato de que a decisão que reconhece a inconstitucionalidade é declaratória. E a decisão declaratória apenas reconhece determinada situação, no caso, a nulidade. 
Com isso, a norma que nasce nula (declarada inconstitucional) não poderia revogar a anterior validamente. 
Assim, o efeito repristinatório é a reentrada em vigor de norma aparentemente revogada, ocorrendo quando uma norma que revogou outra é declarada inconstitucional (FERREIRA, Olavo Augusto Vianna Alves. O efeito repristinatório e a declaração de inconstitucionalidade inLeituras complementares de Direito Constitucional - Controle de Constitucionalidade. Salvador: Editora JusPODVIM. 2007. p.151). 
A doutrina que afirma que esta teoria vai de encontro à segurança jurídica, de fato,existe. Todavia, a corrente dominante afirma que se não houvesse tal efeito, existiria uma lacuna legislativa sobre o tema, causando ainda mais insegurança no ordenamento.
Exemplos: http://www.jusbrasil.com.br/topicos/302744/efeito-repristinatorio
O art. 6º da LICC tem como correspondente na CF o art. 5º, XXXVI, com a seguinte redação: “A lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada.”
 
·      Ato Jurídico Perfeito: Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou. Ex: nomeação e posse em cargo de juiz de direito antes da EC n. 45/04.
 
·      Coisa julgada: É a imutabilidade dos efeitos da sentença, que não mais se sujeita a recursos. É a sentença transitada em julgado.
OBS: Está em desenvolvimento a teoria da relativização da coisa julgada, que vem sendo aplicada em casos excepcionais, sob uma análise cautelosa da jurisprudência. Tal tema, porém, não constitui objeto da nossa disciplina.
 
·      Direito Adquirido: É o direito que já se incorporou ao patrimônio jurídico da pessoa. É o direito apefeiçoado, ou seja, que preencheu todos os requisitos necessários à sua aquisição. O direito foi adquirido, todavia, ainda não foi exercido. Ex: o direito à aposentadoria; direito à licença prêmio.
 
Para que se considere um direito como adquirido é preciso que sejam observados dois requisitos: a) que o fato jurídico, de que se originou o direito, nos termos da lei antiga, tenha sido totalmente integrado no patrimônio jurídico durante a vigência da lei anterior; b) seja resultante de ato idôneo.
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XCXCXFEFES
OBS: De acordo com a jurisprudência firme do STF, não há direito adquirido a regime jurídico (administrativo, remuneratório, tributário). A propósito, ver decisão da repercussão geral que reafirmou esse entendimento. Regime jurídico é o sistema, o modo de regular, pelo qual as pessoas, instituições ou coisas se devam conduzir.
OBS: O direito adquirido não se confunde com a expectativa de direito, que significa o direito em formação, ainda não consumado, que eventualmente poderá fazer parte do patrimônio jurídico futuro da pessoa. O direito está no caminho, mas ainda não chegou ao fim porque o suporte fático não foi totalmente preenchido. Ex: aprovação em fases de concurso público para conquistar o direito adquirido à nomeação, quando aprovado dentro do número de vagas, segundo a atual jurisprudência do STJ.
ANTINOMIAS
As antinomias aparentes são os conflitos de normas ocorridos durante o processo de interpretação e que podem ser solucionados através da aplicação dos critérios hierárquico, cronológico e da especialidade.
As antinomias são classificadas pela doutrina clássica quanto a sua solução como antinomias aparentes e antinomias reais, estas últimas também chamadas de lacunas de conflito.
As antinomias reais são conflitos entre normas que não são resolvidos com a utilização dos referidos critérios. A solução de uma antinomia real é feita pelo intérprete autêntico, com a utilização da analogia, dos costumes, dos princípios gerais de Direito e da doutrina, nos termos do art. 4 da Lei de Introdução ao Código Civil, in verbis: “Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de Direito”.
Já as antinomias aparentes que são os conflitos de normas ocorridos durante o processo de interpretação que podem ser solucionados através da aplicação dos critérios hierárquico, cronológico e da especialidade para solucionar o conflito.
o.
Integração da Lei (art. 4º) – forma de solução das antinomias REAIS.
 
            Em sua aplicação prática, a lei poderá ser omissa. Por melhor que seja, por mais previdente que sejam seus preceitos, a lei não conseguirá regular todos os fatos que surgirão no meio social. 
            Por outro lado, o princípio da inafastabilidade da jurisdição e da regra do art. 126 do CPC (proibição do non liquet), impõe ao juiz o dever de julgar a demanda a ele submetida, não lhe sendo facultado deixar de decidi-la sob a justificativa de que não existe lei para a resolução da contenda que lhe foi submetida.
 
            Para superar eventual lacuna ou omissão da lei, o operador do direito deve se valer dos mecanismos de integração indicados no art. 4º da LICC: analogia, costumes e princípios gerais de direito. 
 
·      Analogia: É o mecanismo de aplicação, ao caso não contemplado de modo direto e específico na lei, de
uma norma prevista para um caso semelhante à hipótese omissa. Ex: Últimos julgados do STF conferindo efeito concretista ao Mandado de Injunção. 
 
·      Costumes: É a prática reiterada de determinados atos, considerados pela sociedade como juridicamente obrigatórios. São comportamentos uniformes e constantes pela convicção de sua obrigatoriedade e necessidade jurídica. Para que um comportamento seja considerado costume é preciso que atenda a dois requisitos: a) requisito extrínseco – é o uso reiterado e prolongado, com os caracteres de uniformidade, publicidade e generalidade; b) requisito intrínseco – é a convicção de sua obrigatoriedade, a crença de que está diante de uma norma.
OBS:  Por mais relevante que seja, o nosso ordenamento não admite que o costume revogue a lei. O desuso ou o comportamento contrário não revogam a lei, fato que só ocorre com a edição de nova lei. 
 
·      Princípios Gerais de Direito: São os cânones que emergem do direito natural; as regras fundamentais que inspiram e condicionam o ideal de justiça. Ex: o princípio da autonomia da vontade nos contratos, o princípio da boa-fé; o princípio da vedação do enriquecimento ilícito. 
 
OBS: Segundo o posicionamento majoritário da doutrina, há uma hierarquia entre os mecanismos de integração da lei, de modo que o operador do direito, constatando a lacuna da lei, deverá recorrer primeiramente à analogia. Se esta também não for suficiente, deverá valer-se, em segundo lugar, dos costumes. Permanecendo a omissão, poderá, por fim, lançar mão dos princípios gerais. Entretanto, parece-nos que tal regra está ultrapassada para o atual regime constitucional-democrático da CF/ 88, onde os princípios ganharam novo significado e dimensão, de modo que não podem mais ser compreendidos apenas como simples e última fonte supletiva de aplicação do Direito.
OBS: A doutrina majoritária não considera a Equidade como um meio supletivo de lacuna de lei, mas como um importante recurso auxiliar de aplicação da lei. A melhor definição de equidade é o da sua concepção aristotélica, onde equidade é entendida como a “justiça do caso concreto”. Atualmente, por força do art. 127 do CPC, o julgamento por equidade somente é admitido em casos excepcionais quando a lei autorizar o juiz a fazê-lo. Ex: art. 20 do CPC – a fixação dos honorários advocatícios de sucumbência nas causas de pequeno valor , nas de valor inestimável, onde a lei delega ao prudente arbítrio do julgador a estipulação do quantum debeatur; art. 1.109, segunda parte, do CPC, segundo o qual, nos procedimentos de jurisdição voluntária, o “o juiz decidirá o pedido no prazo de 10 dias; não é, porém, obrigado a observar critério de legalidade estrita, podendo adotar em cada caso a solução que reputar mais conveniente ou oportuna.”
ANTINOMIAS APARENTES
“Os princípios utilizados na solução de conflitos entre normas (i.e. lex superior derogat legi inferiori, lex posterior derogat legi propri, lex specialis derogat legi generali), nada mais são do que regras que regulam a aplicação de outras regras (normas de estrutura). Não têm eles o condão de retirar a eficácia, vigência e validade de umas das normas conflitantes, apenas estabelecem critérios para que o agente competente estruture suas significações em relações de coordenação e subordinação (no plano S4) e, assim, aplique uma norma em detrimento da outra”.
O critério hierárquico afirma que não há o que se falar em norma jurídica inferior contrária à superior. Isto ocorre porque “a norma que representa o fundamento de validade de uma outra norma é, em face desta, uma norma superior”
O critério cronológico, fundamentado no artigo 2º, § 1º, da Lei de Introdução ao Código Civil, regula que norma posterior revoga a anterior: “A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior.
O critério da especialidade prescreve que a norma especial prevalece sobre a geral. Este critério encontra-se no artigo 2º, § 2o da Lei de Introdução ao Código Civil “A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, não revoga nem modifica a lei anterior”.
EXEMPLO:
O Decreto 406 de 1968 em sua lista anexa de serviços possuía o item 79 que previa a cobrança de Imposto sobre Serviço sobre a seguinte atividade: “Locação de bens móveis, inclusive arrendamento mercantil”.
Sendo que o Decreto-lei 406\1968 (status de Lei Complementar) afirma que deve incidir imposto sobre serviços sobre a locação de bens móveis e a Constituição Federal reza que o Imposto só pode incidir sobre serviços
Serviço é um esforço humano desenvolvido em favor de outrem (obrigação de fazer), com vistas a produção de uma utilidade, realizado mediante remuneração e regido por normas aplicáveis aos negócios privados. Desta forma, não podemos afirmar que “locar” é um esforço humano.
A Constituição Federal delegou a competência aos Municípios de instituírem imposto sobre serviços e apenas serviços. Serviço é precipuamente uma obrigação de fazer e não apenas de dar. Na lei citada acima, temos a inclusão da locação de bens móveis como serviço passível de cobrança de imposto sobre serviços. Ocorrendo a locação de bem móveis, incide ou não imposto sobre serviços?
O sentido do signo “serviço” encontrado na Constituição Federal que nossa lei maior impossibilita a aplicação de itens do Decreto-lei que sejam contrários a esta definição (obrigações de fazer).
A utilização do critério hierárquico neste caso (Constituição Federal x Decreto-lei – recepcionado como Lei Complementar) resolve o problema de interpretação de modo que não deve incidir imposto sobre serviços sobre atividades que não tenham natureza de serviço, ou seja, uma obrigação de fazer.
Aplicação da Lei no Espaço.
 
a)     Princípio da Territorialidade Temperada:
 
Em razão do conceito jurídico de soberania estatal, a norma deve ser aplicada dentro dos limites territoriais do Estado que a editou. Essa é a idéia do princípio da territorialidade.
Entretanto, essa regra tem se mostrado insuficiente para abranger a imensa gama de relações jurídicas estabelecida entre pessoas de diversos países, sobretudo com a globalização, que intensificou o descolamento de pessoas pelo globo.
Contrapondo-se à regra da territorialidade, tem-se o princípio da extraterritorialidade que admite a aplicabilidade no território nacional de leis de outros Estados, segundo princípios e convenções internacionais.
Nessa linha, amoldando-se a ordem jurídica internacional contemporânea, o Brasil adotou a o princípio da Territorialidade Moderada (temperada ou mitigada), segundo o qual não é absoluta a regra de que a lei nacional tem aplicação dentro do território delimitado pelas fronteiras do Estado brasileiro, sendo admitido que, em certas circunstâncias especiais, a lei estrangeira tenha eficácia dentro do nosso território, sem que isso comprometa a soberania do país. 
É o que se verifica na LICC, que adota, simultaneamente, a territorialidade nos arts. 8º e 9º e a extraterritorialidade nos arts. 7º e 10.
 
            Portanto, um dos objetivos da LICC é definir qual o direito material, se o nacional ou o estrangeiro, será excepcionalmente aplicado às relações jurídicas estabelecidas entre brasileiros e estrangeiros, no Brasil e no exterior.
 
b) Questões relativas ao começo e fim da personalidade, o nome, a capacidade e aos direito de família:
 
·      Regra: Utiliza-se o critério do domicílio da pessoa, de modo que será aplicada a lei do país de domicílio da pessoa (art. 7º, caput);
OBS: É a lei do país do DOMICÍLIO do estrangeiro, e não do país de sua nacionalidade.
 
·      Exceção: Casamento realizado no Brasil – Será aplicada a lei brasileira quanto aos impedimentos dirimentes e às formalidades de celebração (parágrafo primeiro)
 
OBS: Os impedimentos dirimentes  (art. 1.521 do CC) são aqueles cuja infração tem força para romper o casamento; em regra, tornam o casamento nulo. Os impedimentos proibitivos ou impedientes (art.
1.523 do CC) são os que causam embaraço legal à realização do casamento, todavia, uma vez efetivado o matrimônio, tais impedimentos não o invalidam. Note-se que, quanto aos impedimentos proibitivos ou impedientes, aplica-se a lei do domicílio da pessoa.
 
·      Exceção da Exceção: Casamento perante a autoridade diplomática – O casamento de estrangeiros poderá se realizar perante autoridades diplomáticas, observando-se, nesse caso, a lei do país do celebrante e desde que os nubentes sejam conacionais. 
OBS: O casamento perante a autoridade diplomática somente se realizará entre co-nacionais. Observe-se que o critério aqui é o da nacionalidade da pessoa, e não o do domicílio.
 
·      Invalidade do matrimônio: Será regida pelo domicílio dos nubentes ou, quando diversos, pela lei do primeiro domicílio do casal.
 
·      Regime de bens: Será regida pelo domicílio dos nubentes ou, quando diversos, pela lei do primeiro domicílio do casal.
 
·      Divórcio de brasileiro realizado no estrangeiro: Foi suplantada, pelo art. 226, §6º, da CF, a regra de homologação que exigia 3 anos da data da sentença estrangeira da separação judicial.
 
OBS: STF - SEC n. 7782: Diante do disposto no § 6º do art. 226 da CF, ficou suplantada a regra do parágrafo sexto do art. 7º da LICC acerca da exigência do decurso do prazo de 3 anos para reconhecimento de divórcio realizado no exterior. (Informativo n. 370).
 
OBS: STJ – SEC n. 1.303-EX: Não é possível realizar a homologação de sentença estrangeira que anula o casamento realizado no Brasil (Informativo n. 341 do STJ).
 
b)    Questões sobre direitos reais (bens móveis e imóveis):
 
·      Regra: Aplica-se a lei do país em que estiverem situados os bens.
·      Exceção I: Bens móveis trazidos com o proprietário ou se destinarem a transporte para outros lugares – aplica-se a lei do domicílio do proprietário.
 
·      Exceção II: O penhor – regula-se pela lei do domicílio do possuidor da coisa apenhada. 
 
Vide Decreto-Lei nº 4.707, de 1942
Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro.(Redação dada pela Lei nº 12.376, de 2010
DECRETO-LEI Nº 4.657, DE 4 DE SETEMBRO DE 1942.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, usando da atribuição que lhe confere o artigo 180 da Constituição, decreta:
Art. 1o  Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada.
§ 1o  Nos Estados, estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida, se inicia três meses depois de oficialmente publicada. (Vide Lei 2.145, de 1953)  (Vide Lei nº 2.410, de 1955)  (Vide Lei nº 3.244, de 1957)  (Vide Lei nº 4.966, de 1966)  (Vide Decreto-Lei nº 333, de 1967)
§ 2o  (Revogado pela Lei nº 12.036, de 2009).
§ 3o  Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação de seu texto, destinada a correção, o prazo deste artigo e dos parágrafos anteriores começará a correr da nova publicação.
§ 4o  As correções a texto de lei já em vigor consideram-se lei nova. 
Art. 2o  Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue. (Vide Lei nº 3.991, de 1961)
§ 1o  A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior. 
§ 2o  A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, não revoga nem modifica a lei anterior.
§ 3o  Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência.
Art. 3o  Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece.
Art. 4o  Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito.
Art. 5o  Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum.
Art. 6º A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada. (Redação dada pela Lei nº 3.238, de 1957)
§ 1º Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou. (Incluído pela Lei nº 3.238, de 1957)
§ 2º Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou alguém por êle, possa exercer, como aquêles cujo comêço do exercício tenha têrmo pré-fixo, ou condição pré-estabelecida inalterável, a arbítrio de outrem. (Incluído pela Lei nº 3.238, de 1957)
§ 3º Chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão judicial de que já não caiba recurso. (Incluído pela Lei nº 3.238, de 1957)
Art. 7o  A lei do país em que domiciliada a pessoa determina as regras sobre o começo e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família.
§ 1o  Realizando-se o casamento no Brasil, será aplicada a lei brasileira quanto aos impedimentos dirimentes e às formalidades da celebração.
§ 2o O casamento de estrangeiros poderá celebrar-se perante autoridades diplomáticas ou consulares do país de ambos os nubentes. (Redação dada pela Lei nº 3.238, de 1957)
§ 3o  Tendo os nubentes domicílio diverso, regerá os casos de invalidade do matrimônio a lei do primeiro domicílio conjugal.
§ 4o  O regime de bens, legal ou convencional, obedece à lei do país em que tiverem os nubentes domicílio, e, se este for diverso, a do primeiro domicílio conjugal.
§ 5º - O estrangeiro casado, que se naturalizar brasileiro, pode, mediante expressa anuência de seu cônjuge, requerer ao juiz, no ato de entrega do decreto de naturalização, se apostile ao mesmo a adoção do regime de comunhão parcial de bens, respeitados os direitos de terceiros e dada esta adoção ao competente registro. (Redação dada pela Lei nº 6.515, de 1977)
§ 6º  O divórcio realizado no estrangeiro, se um ou ambos os cônjuges forem brasileiros, só será reconhecido no Brasil depois de 1 (um) ano da data da sentença, salvo se houver sido antecedida de separação judicial por igual prazo, caso em que a homologação produzirá efeito imediato, obedecidas as condições estabelecidas para a eficácia das sentenças estrangeiras no país. O Superior Tribunal de Justiça, na forma de seu regimento interno, poderá reexaminar, a requerimento do interessado, decisões já proferidas em pedidos de homologação de sentenças estrangeiras de divórcio de brasileiros, a fim de que passem a produzir todos os efeitos legais. (Redação dada pela Lei nº 12.036, de 2009).
§ 7o  Salvo o caso de abandono, o domicílio do chefe da família estende-se ao outro cônjuge e aos filhos não emancipados, e o do tutor ou curador aos incapazes sob sua guarda.
§ 8o  Quando a pessoa não tiver domicílio, considerar-se-á domiciliada no lugar de sua residência ou naquele em que se encontre.
Art. 8o  Para qualificar os bens e regular as relações a eles concernentes, aplicar-se-á a lei do país em que estiverem situados.
§ 1o  Aplicar-se-á a lei do país em que for domiciliado o proprietário, quanto aos bens moveis que ele trouxer ou se destinarem a transporte para outros lugares.
§ 2o  O penhor regula-se pela lei do domicílio que tiver a pessoa, em cuja posse se encontre a coisa apenhada.
Art. 9o  Para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei do país em que se constituirem.
§ 1o  Destinando-se a obrigação a ser executada no Brasil e dependendo de forma essencial, será esta observada, admitidas as peculiaridades da lei estrangeira quanto aos requisitos extrínsecos do ato.
§ 2o  A obrigação resultante do contrato reputa-se constituida no lugar em que residir o proponente. 
Art.  10.  A sucessão por morte ou por ausência obedece à lei do país em que domiciliado o defunto ou o desaparecido, qualquer que seja a natureza e a situação dos bens.
§ 1º A sucessão de bens de estrangeiros, situados no País, será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, ou de quem os represente, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do de cujus. (Redação dada pela Lei nº 9.047, de 1995)
§ 2o  A lei do domicílio do herdeiro ou legatário regula a capacidade para suceder.
Art. 11.  As organizações destinadas
a fins de interesse coletivo, como as sociedades e as fundações, obedecem à lei do Estado em que se constituirem. 
§ 1o  Não poderão, entretanto ter no Brasil filiais, agências ou estabelecimentos antes de serem os atos constitutivos aprovados pelo Governo brasileiro, ficando sujeitas à lei brasileira.
§ 2o  Os Governos estrangeiros, bem como as organizações de qualquer natureza, que eles tenham constituido, dirijam ou hajam investido de funções públicas, não poderão adquirir no Brasil bens imóveis ou susceptiveis de desapropriação.
§ 3o  Os Governos estrangeiros podem adquirir a propriedade dos prédios necessários à sede dos representantes diplomáticos ou dos agentes consulares. (Vide Lei nº 4.331, de 1964)
Art. 12.  É competente a autoridade judiciária brasileira, quando for o réu domiciliado no Brasil ou aqui tiver de ser cumprida a obrigação.
§ 1o  Só à autoridade judiciária brasileira compete conhecer das ações relativas a imóveis situados no Brasil. 
§ 2o A autoridade judiciária brasileira cumprirá, concedido o exequatur e segundo a forma estabelecida pele lei brasileira, as diligências deprecadas por autoridade estrangeira competente, observando a lei desta, quanto ao objeto das diligências.
Art.  13.  A prova dos fatos ocorridos em país estrangeiro rege-se pela lei que nele vigorar, quanto ao ônus e aos meios de produzir-se, não admitindo os tribunais brasileiros provas que a lei brasileira desconheça.
Art. 14.  Não conhecendo a lei estrangeira, poderá o juiz exigir de quem a invoca prova do texto e da vigência.
Art. 15.  Será executada no Brasil a sentença proferida no estrangeiro, que reuna os seguintes requisitos:
a) haver sido proferida por juiz competente;
b) terem sido os partes citadas ou haver-se legalmente verificado à revelia; 
c) ter passado em julgado e estar revestida das formalidades necessárias para a execução no lugar em que foi proferida;
d) estar traduzida por intérprete autorizado; 
e) ter sido homologada pelo Supremo Tribunal Federal. (Vide art.105, I, i da Constituição Federal).
Parágrafo único.   (Revogado pela Lei nº 12.036, de 2009).
Art. 16.  Quando, nos termos dos artigos precedentes, se houver de aplicar a lei estrangeira, ter-se-á em vista a disposição desta, sem considerar-se qualquer remissão por ela feita a outra lei.
Art. 17.  As leis, atos e sentenças de outro país, bem como quaisquer declarações de vontade, não terão eficácia no Brasil, quando ofenderem a soberania nacional, a ordem pública e os bons costumes.
Art. 18. Tratando-se de brasileiros, são competentes as autoridades consulares brasileiras para lhes celebrar o casamento e os mais atos de Registro Civil e de tabelionato, inclusive o registro de nascimento e de óbito dos filhos de brasileiro ou brasileira nascido no país da sede do Consulado. (Redação dada pela Lei nº 3.238, de 1957)
Art. 19. Reputam-se válidos todos os atos indicados no artigo anterior e celebrados pelos cônsules brasileiros na vigência do Decreto-lei nº 4.657, de 4 de setembro de 1942, desde que satisfaçam todos os requisitos legais. (Incluído pela Lei nº 3.238, de 1957)
Parágrafo único. No caso em que a celebração dêsses atos tiver sido recusada pelas autoridades consulares, com fundamento no artigo 18 do mesmo Decreto-lei, ao interessado é facultado renovar o pedido dentro em 90 (noventa) dias contados da data da publicação desta lei. (Incluído pela Lei nº 3.238, de 1957)
Rio de Janeiro, 4 de setembro de 1942, 121o da Independência e 54o da República.
GETULIO VARGAS
Alexandre Marcondes Filho
Oswaldo Aranha. 
c)     Questões sobre obrigações:
 
·      Regra: Aplica a lei do local em que a obrigação foi constituída.
OBS: A obrigação resultante do contrato reputa-se constituída no lugar em que residir o proponente.
·      Exceção: obrigação destinada a ser executada no Brasil – Se depender de forma especial, será está observada conforme a lei brasileira.
 
d)    Questões sobre sucessões:
·      Regra: A sucessão obedecerá a lei do país em que for domiciliado o de cujus.
·      Exceção I: (art. 5, XXXI, da CF) Será regulada pela lei brasileira em benefícios do cônjuge e dos filhos brasileiros, sempre que não lhe seja mais favorável a lei pessoal do de cujus.
 
·      Exceção II: Capacidade para suceder: É regulada pela lei do domicílio do herdeiro ou legatário.

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