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Inquérito como ferramenta de proteção de direitos fundamentais
Incidência mitigada do contraditório e ampla defesa
Missão preservadora – inibir processos criminais temerários
“O processo penal sem a investigação preliminar é um processo
irracional, uma figura inconcebível segundo a razão e os postulados da
instrumentalidade garantista”.
LOPES JUNIOR, Aury. Sistemas de investigação preliminar no processo
penal. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2003, p. XXI.
Função de filtro processual
Evitar acusações infundadas
3 fatores, segundo Aury Lopes Júnior:
1. O custo do processo
2. O sofrimento que causa para o sujeito passivo (estado de ânsia
prolongada)
3. A estigmatização social e jurídica que gera
Inquisitorial
• Investigação preliminar como procedimento sujeito a
contraditório diferido e ampla defesa (Aury Lopes Júnior,
Antônio Scarance Fernandes – Lei 13.245/16)
• Investigação preliminar como procedimento inquisitorial
(posição
majoritária, ex. Renato Brasileiro)
Aplicação do princípio da insignificância
“O princípio da insignificância afasta a tipicidade do fato. Logo,
se o fato é atípico para a autoridade judiciária, também
apresenta igual natureza para a autoridade policial”.
MASSON, Cleber. Direito Penal Esquematizado.
O delegado poderia:
1. Não lavrar o auto de prisão em flagrante
2. Não lavrar a portaria de instauração do inquérito
“Verificada a improcedência das informações (artigo 5º,
parágrafo 3º, do CPP) por força do princípio da insignificância,
a autoridade policial não estará obrigada a lavrar o flagrante
ou baixar portaria instaurando o inquérito policial. Possui
nesse momento autoridade para fazer o primeiro juízo de
tipicidade”.
NICOLLIT, André. Manual de Processo Penal.
PENAL. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. FURTO.
PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. VALOR EXPRESSIVO DO BEM SUBTRAÍDO.
INAPLICABILIDADE. RESTITUIÇÃO DO BEM. RAZÃO INSUFICIENTE PARA A APLICAÇÃO DO
PRINCÍPIO. CONCESSÃO DE HABEAS CORPUS, DE OFÍCIO.
IMPOSSIBILIDADE DIANTE DA AUSÊNCIA DE FLAGRANTE ILEGALIDADE. AGRAVO DESPROVIDO.
1. O princípio da insignificância reafirma a necessidade de lesão jurídica expressiva para a
incidência do direito penal, afastando a tipicidade do delito em certas hipóteses em que, apesar de
típica a conduta, não houve dano juridicamente relevante. Na hipótese dos autos, conforme
registrado pela Corte de origem (e-STJ, fl. 168) o valor dos bens subtraídos foi de R$ 116,28 (cento
e dezesseis reais e vinte e oito centavos), equivalente a mais de 10% do salário mínimo vigente,
que era de R$ 937,00 (novecentos e trinta e sete reais) 2. O simples fato de o bem haver sido
restituído à vítima, não constitui, por si só, razão suficiente para a aplicação do princípio da
insignificância.
3. Não sendo possível se vislumbrar a ocorrência de ilegalidade flagrante ou de constrangimento
ilegal, resta descabida a concessão de habeas corpus, de ofício.
4. Agravo regimental desprovido.
(AgRg no AREsp 1615345/SP, Rel. Ministro RIBEIRO DANTAS, QUINTA TURMA, julgado em
10/03/2020, DJe 26/03/2020)
STJ, Info 441:
A Turma concedeu parcialmente a ordem de habeas corpus a paciente condenado pelos delitos de
furto e de resistência, reconhecendo a aplicabilidade do princípio da insignificância somente em
relação à conduta enquadrada no art. 155, caput, do CP (subtração de dois sacos de cimento de 50
kg, avaliados em R$ 45). Asseverou-se, no entanto, ser impossível acolher o argumento de que a
referida declaração de atipicidade teria o condão de descaracterizar a legalidade da ordem de
prisão em flagrante, ato a cuja execução o apenado se opôs de forma violenta. Segundo o Min.
Relator, no momento em que toma conhecimento de um delito, surge para a autoridade policial o
dever legal de agir e efetuar o ato prisional. O juízo acerca da incidência do princípio da
insignificância é realizado apenas em momento posterior pelo Poder Judiciário, de acordo com as
circunstâncias atinentes ao caso concreto. Logo, configurada a conduta típica descrita no art. 329
do CP, não há de se falar em consequente absolvição nesse ponto, mormente pelo fato de que
ambos os delitos imputados ao paciente são autônomos e tutelam bens jurídicos diversos. HC
154.949-MG, Rel. Min. Felix Fischer, julgado em 3/8/2010.
Requisitos – STF
Mínima ofensividade
Nenhuma periculosidade social de ação
Reduzidíssimo grau de reprovabilidade do comportamento
Inexpressividade da lesão jurídica

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