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<p>Produção, sistema econômico e escassez</p><p>Ao observar o comportamento das diferentes sociedades existentes no mundo, é</p><p>possível perceber que há uma diversidade cultural, étnica e econômica presentes</p><p>em cada nação.</p><p>Estas diferenças podem ser explicadas, por exemplo, partindo da ideia de que cada</p><p>indivíduo, ou sociedade a qual ele pertence, é responsável por escolher quais os</p><p>recursos produtivos são os mais adequados na produção e qual a melhor maneira</p><p>de distribuí-los entre si.</p><p>Independentemente do nível de desenvolvimento de uma sociedade, é importante</p><p>deixar claro que os recursos adotados na produção de um bem ou serviço é limitado,</p><p>ou seja, existe uma restrição orçamentária, técnica ou até mesmo de recursos que</p><p>obriga os indivíduos a fazer escolhas no momento de produzir. Em contrapartida, o</p><p>ser humano tem, por característica, uma série de necessidades de consumo que são</p><p>ilimitadas e renováveis, ora por conta do crescimento da própria população, ora pelo</p><p>desejo de elevar o padrão de vida.</p><p>Diante deste embate de conceitos temos uma questão a ser solucionada, que na</p><p>verdade é a ponto central do estudo da economia: a escassez, onde temos recursos</p><p>restritos aliados às necessidades ilimitadas. Toda sociedade precisa escolher quais</p><p>as melhores opções de produção e distribuição entre os diversos grupos que</p><p>formam uma sociedade. Ao longo desta unidade verificaremos como se estabelece</p><p>a relação entre produção e escassez dentro de um sistema econômico.</p><p>A ESCASSEZ DE RECURSOS: PROBLEMAS ECONÔMICOS FUNDAMENTAIS</p><p>Ao associarmos a escassez de recursos (fatores de produção) às necessidades dos</p><p>indivíduos, iremos nos deparar com os problemas considerados fundamentais</p><p>dentro da economia:</p><p>• O que ou quanto produzir</p><p>Cabe à sociedade selecionar entre as diversas possibilidades de produção quais</p><p>produtos serão fabricados e suas respectivas quantidades, levando em consideração</p><p>que os recursos que serão utilizados são escassos. É preciso considerar que a</p><p>escolha da produção de um determinado bem implicará na recusa de outro,</p><p>cabendo às autoridades econômicas o papel de estimular o crescimento e</p><p>desenvolvimento visando o bem-estar social;</p><p>• Como produzir</p><p>É responsabilidade da sociedade a escolha dos recursos de produção utilizados para</p><p>criar bens ou serviços, considerando a tecnologia disponível. Neste contexto é</p><p>preciso observar a concorrência, que decide a maneira como os bens e serviços</p><p>serão produzidos e indicará aos produtores o método que apresentar o menor custo</p><p>de produção. Certamente esta questão vai considerar o confronto entre o trabalho</p><p>humano e a máquina, ainda que seja necessária a utilização de ambas para manter</p><p>sua eficiência produtiva;</p><p>• Para quem produzir</p><p>Outro papel da sociedade é definir a participação dos seus membros na distribuição</p><p>dos resultados obtidos na produção, ou seja, de que forma eles irão usufruir do</p><p>resultado de seu trabalho. De acordo com Vasconcellos e Garcia (2008), a</p><p>distribuição de renda vai depender, além da oferta e da demanda, da repartição da</p><p>propriedade e a forma como ela é transmitida por herança.</p><p>Diante deste entendimento é possível fazer um questionamento: como as</p><p>sociedades conseguem resolver estes problemas fundamentais? A resposta está no</p><p>modo como um país consegue se organizar economicamente, ou seja, no seu</p><p>sistema econômico.</p><p>Uma sociedade pode se organizar das mais variadas maneiras visando sempre</p><p>aquela que melhor consiga atender as suas próprias demandas. Neste contexto,</p><p>podemos definir que um sistema econômico é a forma política, social e econômica</p><p>que uma sociedade estabelece para produzir, distribuir e consumir os bens e</p><p>serviços disponíveis, visando elevar o padrão de vida e bem-estar dos indivíduos.</p><p>Todo sistema econômico, segundo Vasconcellos e Garcia (2008), é composto por três</p><p>elementos básicos:</p><p>1.Estoque de fatores de produção, ao qual podemos acrescentar os recursos</p><p>humanos, a terra, o capital, as reservas e a tecnologia;</p><p>2.Unidades de produção com maior complexidade e formado por empresas;</p><p>3.Instituições jurídicas, sociais, econômicas e políticas capazes de organizar o</p><p>funcionamento da sociedade.</p><p>Isto posto, os sistemas econômicos podem ser basicamente classificados em:</p><p>SISTEMA CAPITALISTASISTEMA SOCIALISTA</p><p>Regido pelo mercado, caracterizado pela livre iniciativa e pela propriedade privada</p><p>dos fatores produtivos. Nas economias de mercado, a dinâmica que envolve os</p><p>preços dos produtos, serviços e salários é estabelecida pelo mecanismo de preços</p><p>inseridos por meio da oferta e demanda dos fatores de produção. Trata-se de um</p><p>sistema de economia aberta que defende a negociação de bens e serviços mediante</p><p>importação e exportação, indicando um processo de abertura comercial de um país.</p><p>Umas das fases iniciais do capitalismo se concentrava nas trocas comerciais e se</p><p>caracterizava por medir a riqueza dos países por meio da capacidade de acumular</p><p>https://sereduc.blackboard.com/bbcswebdav/library/Library%20Content/%28LMS%29%20-%20Do%20Not%20Delete/%28LMS%29%20DOL%20-%20Do%20Not%20Delete/SCORM/ECONOMIA%20POL%C3%8DTICA/UNIDADE%202/scormcontent/index.html</p><p>https://sereduc.blackboard.com/bbcswebdav/library/Library%20Content/%28LMS%29%20-%20Do%20Not%20Delete/%28LMS%29%20DOL%20-%20Do%20Not%20Delete/SCORM/ECONOMIA%20POL%C3%8DTICA/UNIDADE%202/scormcontent/index.html</p><p>matérias-primas. Trata-se do mercantilismo, que se sustentava em Estados</p><p>nacionais fortes e uma importante intervenção na economia para assegurar a</p><p>acumulação de lucros.</p><p>SISTEMA SOCIALISTA</p><p>Sistema onde os problemas fundamentais da economia são centralizados e</p><p>solucionados pelo governo, por meio da assunção dos recursos produtivos, que se</p><p>encontram disponíveis e de acordo com as necessidades do país. O mecanismo de</p><p>preços é definido pelo órgão centralizado do governo e não pela oferta e demanda</p><p>do mercado, sendo um sistema de economia fechada, o que é essencial para</p><p>mensurar os gastos gerais da economia ou determinar os níveis do emprego e renda</p><p>nacional.</p><p>É um sistema econômico que se caracteriza pela busca de uma sociedade igualitária</p><p>e que procura se aproveitar do desenvolvimento produtivo gerado pelo capitalismo</p><p>para aumentar o nível de bem-estar e eliminar as limitações à liberdade pessoal.</p><p>Dentro de todo sistema econômico existem trocas, mas que são praticadas de</p><p>maneiras diversas. Levando em consideração que cada indivíduo é dotado de</p><p>habilidades e recursos diferenciados e almeja consumir uma variedade de produtos,</p><p>é natural a existência de um intercâmbio comercial onde é possível ceder os</p><p>produtos excedentes, adquirindo o que não possui e se beneficiando de maneira</p><p>mútua. O Diagrama 1 demonstra os efeitos positivos de um intercâmbio comercial</p><p>proporcionado pelos sistemas de trocas:</p><p>Como você pode perceber, este modelo de intercâmbio favorece o aumento da</p><p>produção por indivíduo. Sendo assim, é possível entender que a especialização,</p><p>aliada à divisão do trabalho, irá precisar de um sistema onde os seus agentes</p><p>conseguirão comercializar entre si.</p><p>Vale ressaltar que a maneira mais primitiva e direta de comercialização era o</p><p>escambo (praticamente em desuso atualmente), onde os indivíduos se desfaziam</p><p>dos produtos em excesso e adquiriam aqueles que necessitavam, causando uma</p><p>série de inconvenientes. Tal situação foi solucionada a partir da introdução</p><p>da moeda (trocas indiretas), que auxiliou na evolução das atividades comerciais e</p><p>estimulou a divisão do trabalho e a especialização.</p><p>Partindo deste entendimento, é possível fazer outro questionamento: diante do</p><p>dilema entre escassez e necessidades humanas ilimitadas, quais são as</p><p>possibilidades de produção de uma sociedade? Para responder este</p><p>questionamento, vamos entender o conceito dos fluxos econômicos e a curva de</p><p>transformação.</p><p>https://sereduc.blackboard.com/bbcswebdav/library/Library%20Content/%28LMS%29%20-%20Do%20Not%20Delete/%28LMS%29%20DOL%20-%20Do%20Not%20Delete/SCORM/ECONOMIA%20POL%C3%8DTICA/UNIDADE%202/scormcontent/index.html</p><p>Segundo Mankiw (2001), a economia é formada pela interação de milhões de</p><p>pessoas na execução da uma diversidade de atividades. Sendo assim, é preciso</p><p>encontrar um modelo capaz de sintetizar o funcionamento da economia e a forma</p><p>como estas atividades são realizadas, ou seja, como os participantes estabelecem</p><p>esta interação.</p><p>Mesmo que os detalhes sejam omitidos, vale frisar que os modelos econômicos, por</p><p>intermédio do uso de diagramas e equações, permitem o debate de questões</p><p>fundamentais de maneira simplificada, onde as hipóteses de desenvolvimento da</p><p>sociedade sejam de fato discutidas.</p><p>Para compreendermos o funcionamento de um sistema econômico, vamos partir</p><p>dos pressupostos de uma economia de mercado fechada, ou seja, um modelo onde</p><p>não há uma intervenção do governo e sem negociações externas. Neste contexto,</p><p>definimos o funcionamento do ambiente econômico por meio dos seus agentes: as</p><p>famílias (unidades familiares) e as empresas (unidades produtoras). Importante</p><p>salientar que as famílias são as detentoras dos fatores de produção (trabalho, terra,</p><p>tecnologia e capital) e consomem os bens e serviços oferecidos pelas empresas; por</p><p>sua vez, as empresas são as unidades de produção que produzem bens e serviços</p><p>utilizando estes fatores de produção.</p><p>Ao combinarem os fatores de produção, as empresas são responsáveis por</p><p>disponibilizar os seus bens e serviços para as famílias, dentro deste mercado. À vista</p><p>disso, podemos compreender que o fluxo de fatores de produção, bens e serviços é</p><p>denominado de fluxo real da economia, que pode ser simbolizado conforme nos</p><p>mostra o Diagrama 2.</p><p>O que podemos visualizar é que os agentes econômicos (família e empresa) vão</p><p>exercer uma dupla funcionalidade. Se observarmos o funcionamento no mercado</p><p>de bens e serviços, as famílias vão demandar e as empresas irão disponibilizar os</p><p>bens e serviços. Já no mercado de fatores de produção, as famílias vão disponibilizar,</p><p>enquanto as empresas demandam os serviços dos fatores de produção.</p><p>A utilização da moeda nos assegura observar, em paralelo ao fluxo real, o fluxo</p><p>monetário da economia, como ilustra o Diagrama 3.</p><p>O que podemos notar é que, em cada um dos mercados, as forças de oferta e</p><p>demanda vão atuar de maneira conjunta ao estabelecer os níveis de preço. De um</p><p>lado temos o preço dos bens e serviços que são praticados no mercado de bens e</p><p>serviços, enquanto os preços dos fatores de produção (salários, por exemplo) serão</p><p>praticados no seu respectivo mercado. Em um modelo simples de fluxos reais e</p><p>monetários, a inserção do governo e do comércio internacional na economia não</p><p>altera o funcionamento do sistema, agindo como qualquer outro agente econômico.</p><p>DICA</p><p>É importante entender que a viabilidade do fluxo real da economia ocorre graças ao</p><p>uso da moeda adotada para exercer duas funções básicas: remunerar os fatores de</p><p>produção e servir de pagamento dos bens e serviços.</p><p>O governo pode ser o responsável por executar as funções regulatórias ao atuar nos</p><p>fluxos econômicos se apropriando de uma parte da renda social e direcionando-a</p><p>para suprir as demandas da sociedade. O comércio internacional é importante,</p><p>dentre outros aspectos, na criação de empregos, para a inserção de novas</p><p>ferramentas tecnológicas, proporcionando, consequentemente, que a renda da</p><p>população se eleve.</p><p>Para que isto se torne viável, o governo procura remunerar e utilizar os fatores de</p><p>produção estabelecendo uma interação com as famílias, que vão adquirir bens e</p><p>serviços das empresas. Como você pode observar, é possível manter os fluxos</p><p>básicos entre as famílias e as empresas, porém levando em consideração algumas</p><p>distinções essenciais.</p><p>A primeira distinção está ligada à limitação do poder aquisitivo das famílias e</p><p>empresas aliadas à sua capacidade privativa de acumulação, onde o governo insere</p><p>estas reduções por meio da cobrança de tributos. A segunda distinção está</p><p>relacionada à realocação de renda com o governo agindo nas instituições, como a</p><p>previdência social, interferindo na renda social, realocando-a por intermédio do</p><p>pagamento de transferência. Por fim, temos a terceira delimitação, que vai tratar da</p><p>possível reconfiguração da demanda e oferta de bens e serviços por meio da</p><p>formação bruta de capital fixo ou pelo atendimento direto de necessidades da</p><p>demanda.</p><p>Esta relação existente entre famílias e empresas pode indicar uma retração ou</p><p>expansão econômica, a depender da utilização dos recursos produtivos. Alguns</p><p>fatores podem colaborar para elevar os índices de crescimento econômico. São eles:</p><p>• Aumento do investimento</p><p>Elevar a quantidade de bens de investimento aumenta a produtividade dos</p><p>trabalhadores. O investimento está relacionado à redução do consumo e à elevação</p><p>da poupança, desde que ela esteja disponível para o investimento;</p><p>• Inovações</p><p>São implementadas no instante em que se descobre uma alternativa de produção</p><p>mais qualitativa considerando a mesma quantidade de insumos. A tecnologia ou as</p><p>técnicas de mercadologia, por exemplo, colaboram para o crescimento econômico;</p><p>• Maior divisão do trabalho</p><p>Os trabalhadores se tornam mais produtivos por conta da especialização da</p><p>atividade produtiva, graças à divisão do trabalho. Em paralelo, é difundida a ideia de</p><p>que os trabalhadores produzem para atender as suas necessidades e a de outras</p><p>pessoas, formando um ciclo e evidenciando que a especialização e o comércio</p><p>caminham juntos;</p><p>• Aumento nos insumos</p><p>Em um ambiente em que há mais trabalhadores, consequentemente teremos uma</p><p>quantidade maior de máquinas e terra. Isto implica em dizer que uma elevação da</p><p>quantidade de insumos vai gerar um produto maior e levará a um crescimento</p><p>econômico.</p><p>// Lei dos rendimentos decrescentes</p><p>É visível que a curva de produção de uma economia depende, dentre vários aspectos,</p><p>dos recursos que estão disponíveis e da maneira que serão alocados. Assim,</p><p>entende-se que o nível de intensidade e a constância dos deslocamentos aos quais</p><p>a curva de produção está sujeita se encontram diretamente relacionados a um fator</p><p>importante dentro da economia: lei de rendimentos decrescentes.</p><p>Sem dúvidas, é possível afirmar que tais deslocamentos são ocasionados pelo</p><p>aumento da quantidade de recursos direcionados para a produção, ou seja, quanto</p><p>mais elevadas forem as possibilidades produtivas, maiores serão os alcances de</p><p>economia.</p><p>Vamos partir do pressuposto que todo governo deseja a elevação produtiva da sua</p><p>economia e que dessa maneira é preciso que os recursos produtivos sejam de fato</p><p>expandidos. Porém, se esta expansão não ocorrer, ou seja, caso ela permaneça</p><p>inalterada durante suscetíveis períodos de produção, o que iremos notar é um</p><p>crescimento decrescente no longo prazo. Certamente você deve estar se</p><p>questionando como isso é possível.</p><p>Na economia, é preciso ter em mente que ao mantermos um único recurso</p><p>produtivo fixo durante um longo período, o aumento da capacidade se tornará cada</p><p>vez mais desproporcional, ou seja, será decrescente ou nulo a partir de uma</p><p>determinada fase.</p><p>AS ILIMITÁVEIS NECESSIDADES E ASPIRAÇÕES: NECESSIDADES ECONÔMICAS</p><p>A procura frequente por melhorias no Estado de bem-estar desperta inúmeros</p><p>desejos que podem ser manifestados atendendo aos mais diferentes tipos de</p><p>carências. Tais carências são expostas por inquietações e desconfortos que</p><p>pressionam os indivíduos a satisfazê-las. Trazendo este entendimento para o campo</p><p>da economia, vamos notar que esta carência, associada aos estímulos de satisfação,</p><p>vai ser identificada como uma necessidade econômica.</p><p>As necessidades econômicas são as únicas demandas consideradas dentro de um</p><p>ambiente de oferta e procura, e estão subdivididas em três categorias:</p><p>1. Primária: Também conhecidas como necessidades básicas, pois são comuns</p><p>às pessoas e são fundamentais para a sobrevivência do ser humano. Estamos</p><p>tratando de necessidades relacionadas, por exemplo,</p><p>à educação, saúde,</p><p>lazer, entre outros.</p><p>2. Secundária: Estão ligadas diretamente ao nível de socialização apresentado</p><p>pelo ser humano e requer um determinado período para que seja adaptado</p><p>ao cotidiano. São hábitos relacionados ao ato de beber, fumar, uso de</p><p>celulares, dentre outros aspectos.</p><p>3. Terciária: São necessidades impossíveis de serem sanadas de maneira</p><p>individual, cabendo ao Poder Público a responsabilidade de atendê-las, como,</p><p>por exemplo, a comunicação, a Justiça e a segurança.</p><p>É preciso ressaltar que a percepção da necessidade vai variar de acordo com a</p><p>satisfação atingida e o nível de urgência, ou seja, necessidades mais imediatas são</p><p>prioritárias em relação às necessidades que serão atendidas no futuro. Dentro deste</p><p>contexto, podemos abordar outros conceitos que explicam a ideia das necessidades</p><p>humanas. Para que possamos atender a tais necessidades, é preciso disponibilizar</p><p>bens e serviços que podem ser mensurados de acordo com a sua utilidade, ou seja,</p><p>a sua capacidade de satisfazer uma determinada demanda.</p><p>OS BENS ECONÔMICOS LIMITADOS: OBJETO DE ESTUDO DA ECONOMIA</p><p>Pode-se definir que um bem é todo item adotado por conta da sua utilidade para</p><p>atender às inúmeras necessidades humanas. Desta maneira, é importante salientar</p><p>que a Ciência Econômica adota uma série de critérios para classificar os bens.</p><p>Quanto à sua disponibilidade, é possível classificar os bens como: escassos, quando</p><p>a sua quantidade é insuficiente para acolher as necessidades; ou abundantes,</p><p>quando a quantidade ofertada é superior à demanda, criando assim um excedente.</p><p>Diante desta disponibilidade, os bens podem ser considerados livres, quando não</p><p>exigem nenhum esforço humano e não implicam nenhuma relação de ordem</p><p>financeira. Econômicos, quando este esforço humano existe e acarreta um custo</p><p>para a sua obtenção. Por conseguinte, os bens econômicos podem</p><p>ser tangíveis ou intangíveis de acordo com a sua possibilidade de mensuração física</p><p>ou abstrata, além de serem classificados como duráveis (alimentos) ou não</p><p>duráveis (automóveis) conforme sua existência após atender às necessidades</p><p>humanas. Ainda, os bens econômicos possuem finalidades, e podem ser</p><p>classificados em conformidade com o seu objetivo enquanto bens de</p><p>capital (adotados na produção de outros bens, porém sem o desgaste total no</p><p>processo produtivo); bens de consumo (diretamente direcionado para atender às</p><p>inúmeras necessidades humanas); e bens intermediários (inseridos na produção e</p><p>consumidos ao longo do processo produtivo).</p><p>OS RECURSOS ECONÔMICOS E O PROCESSO DE PRODUÇÃO</p><p>Os sistemas econômicos utilizam o trabalho humano e os recursos financeiros e</p><p>naturais para exercer as suas atividades de produção. Importante ressaltar que o</p><p>capital (recurso financeiro) é o principal responsável pelo aumento da produção de</p><p>maneira mais ampla e variada em relação ao trabalho humano e ao uso dos recursos</p><p>naturais.</p><p>A produção, por meio da ampliação e do melhoramento dos seus instrumentos, é</p><p>considerada uma das principais responsáveis para a evolução da sociedade desde o</p><p>período pré-histórico, entretanto, é preciso ter em mente que existe uma série de</p><p>limitações que tornam este processo mais complexo. O fluxo de recursos deve ser</p><p>um processo que busca o equilíbrio permanente já que o mau-uso pode interferir</p><p>negativamente nas bases da atividade produtiva e no comportamento da sociedade.</p><p>As categorias essenciais de um fluxo econômico são provenientes da produção</p><p>determinada, que por sua vez vai depender dos recursos utilizados, chamados de</p><p>fatores de produção. Segundo Rossetti (2013), estes recursos são formados pelas</p><p>dádivas da natureza, pela população economicamente mobilizável, pela diversidade</p><p>do capital e pela diversidade tecnológica. Acompanhe no Quadro 1 a classificação</p><p>destes fatores.</p><p>Nota-se que os fatores de produção são combinados entre si e mobilizados entre si</p><p>por meio do variado conjunto de unidades que acabam integrando o aparelho</p><p>produtivo das economias. Eles estão presentes nos fluxos que resultam nas</p><p>atividades produtivas, onde cada um destes fatores irá colaborar de maneira variada</p><p>de setor para setor (ROSSETTI, 2003).</p><p>De fato, haverá economias que se baseiam em atividades intensivas no fator terra,</p><p>como o Brasil, que se destaca pelo agronegócio como um dos pilares da sua</p><p>economia. Países como a Alemanha, por exemplo, se destacam pela capacidade</p><p>tecnológica de criar e inovar produtos e serviços disponibilizados para a sociedade.</p><p>A despeito da intensidade, todos os fatores são essenciais para a produção, e a sua</p><p>disponibilidade é fundamental para os fluxos produtivos de uma economia.</p><p>As atividades produtivas precisam de critérios para serem classificadas, que estão</p><p>relacionados à intensidade do uso dos fatores de produção e as diferentes</p><p>categorias de produtos fabricados. Sendo assim, estas atividades são denominadas</p><p>de primárias, secundárias e terciárias.</p><p>ATIVIDADES PRIMÁRIAS</p><p>As atividades primárias estão relacionadas à agropecuária, portanto se destacam</p><p>por conta da intensidade do fator terra. Normalmente estão segregadas nas</p><p>lavouras, por meio de culturas permanentes, temporárias, horticultura, entre outras.</p><p>Contamos também com a produção animal (mediante criação animal e seus</p><p>derivados) e a extração vegetal (mediante silvicultura ou produção florestal, por</p><p>exemplo).</p><p>ATIVIDADES SECUNDÁRIAS</p><p>Já as atividades secundárias estão diretamente relacionadas a quatro modelos de</p><p>ramo de atuação. O primeiro está relacionado à indústria extrativa mineral do tipo</p><p>metálicos e não metálicos. O segundo ramo atua na indústria de transformação que</p><p>envolve a produção, por exemplo, de eletroeletrônicos, farmacêuticos ou</p><p>alimentares.</p><p>O terceiro ramo de atuação está ligado à indústria da construção, que envolve obras</p><p>públicas, por exemplo. Por fim, temos as atividades semi-industriais, que envolvem</p><p>o processo de produção, transmissão e distribuição de serviços tangíveis</p><p>(distribuição de água) ou intangíveis (serviços de energia elétrica). Nestas atividades,</p><p>a intensidade do fator capital é mais preponderante.</p><p>ATIVIDADES TERCIÁRIAS</p><p>Por fim, contamos com as atividades terciárias, que se caracterizam por abarcar</p><p>setores importantes como o comércio, que graças ao seu ramo principal podem</p><p>atuar como varejista ou atacadista. Temos também as instituições financeiras</p><p>(bancos e sociedades creditícias, por exemplo), o setor de transportes, a própria</p><p>administração pública e outros serviços, como a assistência da saúde, educação ou</p><p>cultura. Estas atividades se destacam por serem intensivas no fator trabalho</p><p>É importante evidenciar que para haver uma mobilização de recursos aliada a uma</p><p>interação de fatores, é preciso entender que o aparelho de produção econômico</p><p>depende da interligação destes setores citados anteriormente. Rossetti (2013)</p><p>descreve que ao longo da execução de uma atividade produtiva os fatores básicos</p><p>de produção são mobilizados e processados, muitas vezes de forma intermediária,</p><p>para que alcancem os produtos finalizados nos mercados distintos.</p><p>Como você pode notar, esta cadeia que interliga as atividades produtivas é</p><p>movimentada pelas unidades de produção, que é um conjunto de organizações</p><p>empresariais e categorias inseridas na produção de um bem ou serviço. Estas</p><p>unidades são heterogêneas na sua modalidade operacional, habilidade produtiva ou</p><p>composição jurídica, porém são similares nas capacidades que apresentam em</p><p>combinar os fatores produtivos essenciais para a economia.</p><p>https://sereduc.blackboard.com/bbcswebdav/library/Library%20Content/%28LMS%29%20-%20Do%20Not%20Delete/%28LMS%29%20DOL%20-%20Do%20Not%20Delete/SCORM/ECONOMIA%20POL%C3%8DTICA/UNIDADE%202/scormcontent/index.html</p><p>https://sereduc.blackboard.com/bbcswebdav/library/Library%20Content/%28LMS%29%20-%20Do%20Not%20Delete/%28LMS%29%20DOL%20-%20Do%20Not%20Delete/SCORM/ECONOMIA%20POL%C3%8DTICA/UNIDADE%202/scormcontent/index.html</p><p>https://sereduc.blackboard.com/bbcswebdav/library/Library%20Content/%28LMS%29%20-%20Do%20Not%20Delete/%28LMS%29%20DOL%20-%20Do%20Not%20Delete/SCORM/ECONOMIA%20POL%C3%8DTICA/UNIDADE%202/scormcontent/index.html</p><p>Vamos compreender que o processo produtivo se baseia no seu aparelho formado</p><p>pelas unidades que se interligam combinando os fatores ativos e qualificados para</p><p>serem executados no processo produtivo, independentemente das suas respectivas</p><p>dimensões ou formas organizacionais. Estes fatores (recursos), que são articulados</p><p>e mobilizados dentro de uma unidade produtiva, vão exercer uma pressão primária</p><p>sobre as reservas naturais, ou seja, serão desenvolvidas atividades com intensidade</p><p>no fator terra.</p><p>Diante deste cenário, o próximo passo é migrar para as atividades secundárias que</p><p>irão transformar ou reprocessar os recursos naturais adquiridos e combinados entre</p><p>si. É através deles que são estabelecidos os fluxos contínuos, que vão desde o uso</p><p>até o reprocessamento de materiais, com o apoio essencial das atividades do setor</p><p>terciário. Consequentemente, todo este fluxo vai desencadear na criação de novos</p><p>produtos, que irão atender às necessidades de consumo e acumulação almejados</p><p>pela sociedade. O Diagrama 4 apresenta o processo produtivo esquematizado, com</p><p>as suas categorias de produtos e destinações.</p><p>Um ponto importante que devemos nos atentar é o fato de que o processo produtivo</p><p>irá resultar em uma série de categorias posteriores. Sendo assim, podemos verificar</p><p>que as saídas dos fluxos contínuos, do ponto de vista da sua natureza, vão gerar dois</p><p>tipos de produtos: bens, que se caracterizam principalmente pela tangibilidade e são</p><p>provenientes das atividades primárias e secundárias; e serviços, que normalmente</p><p>são intangíveis e originados nas atividades terciárias. Quanto à sua destinação,</p><p>Rossetti (2013) afirma que os bens e serviços são classificados em:</p><p>• Bens e serviços de consumo</p><p>Buscam atender às mais diversificadas e crescentes demandas, que exigem um nível</p><p>mais complexo de requisições que irão mover todo o aparelho produtor inserido na</p><p>economia. Normalmente são direcionadas para o consumo durável ou imediato;</p><p>• Bens e serviços intermediários</p><p>Se caracterizam por reingressar no aparelho produtivo da economia visando atender</p><p>às necessidades finais. No que se refere aos serviços, podemos considerá-los como</p><p>intermediários quando auxilia na produção do sistema se transformando e</p><p>atendendo às demandas das empresas;</p><p>• Bens e serviços de produção</p><p>Também conhecido como bens de capital, são categorias que acabam se</p><p>diferenciando dos produtos finais. São bens ou serviços que constituem o estoque</p><p>de capital da economia destinados a suprir a demanda de acumulação do aparelho</p><p>produtivo. Equipamentos de infraestrutura e construções são exemplos de bens de</p><p>capital.</p><p>Estes fluxos produtivos estão associados de maneira direta ao crescimento</p><p>econômico, ou seja, a quantidade de bens e serviços estão em expansão por</p><p>habitante. Rossetti (2013) explica que se o esforço social, com o auxílio dos fatores</p><p>produtivos, conseguir expandir a produção, a economia terá condições de crescer.</p><p>Entretanto, é preciso compreender que os fluxos correntes de produção são</p><p>direcionados para o processo de acumulação de capital e não para atender às</p><p>necessidades de consumo imediato. E por que isso ocorre? A acumulação de capital</p><p>é responsável por elevar o nível de emprego, ou seja, a combinação destes fatores</p><p>em escala crescente torna viável a ampliação dos níveis globais de produção.</p><p>CONTEXTUALIZANDO</p><p>O esforço social da produção exige um padrão de equilíbrio, pois a expansão dos</p><p>padrões materiais de bem-estar disponibilizará bens e serviços de consumo,</p><p>enquanto o aumento da capacidade de produção é impulsionado pelo acúmulo de</p><p>capital e tecnologia.</p><p>Divisão moderna da economia</p><p>A questão da divisão da economia, por diversos momentos, é um aspecto visto como</p><p>secundário para alguns autores dentro da Ciência Econômica moderna. Dessa</p><p>forma, é possível iniciar o estudo desta área por meio das suas bases, terminologias</p><p>ou conceitos.</p><p>Uma das primeiras teorias ligadas à divisão da economia foi formulada por James</p><p>Mill, que sugeriu, em 1821, o estudo da economia baseado na produção, repartição,</p><p>circulação e consumo. Mesmo sendo uma teoria superada em alguns aspectos, esta</p><p>divisão ainda é utilizada por economistas que acreditam que a Ciência Econômica</p><p>consiste em um conjunto de ações que tratam das técnicas aplicáveis desde a</p><p>produção até o consumo final.</p><p>Outro pensador importante é Jean-Baptiste Say, que apresentou a mesma divisão da</p><p>economia defendida por James Mill, mas levando em consideração que a repartição</p><p>e a circulação de mercadorias fazem parte do mesmo processo. O que se altera na</p><p>verdade é a nomenclatura dos termos, porém a ideia de funcionamento da</p><p>economia é basicamente a mesma.</p><p>Sabe-se que a economia é vista como uma ciência unitária, ou seja, o seu</p><p>entendimento precisa ser dividido em partes para que se estabeleça uma análise</p><p>mais profunda sobre o assunto. Sendo assim, podemos afirmar que a Economia</p><p>moderna é subdividida em três fases: economia descritiva, teoria econômica e</p><p>política econômica.</p><p>• Economia descritiva</p><p>A economia descritiva vai demonstrar como se comportam os agentes que</p><p>compõem o sistema econômico. A economia vai lidar com o desempenho dos</p><p>consumidores, produtores, governos e agentes públicos/privados, que se dedicam a</p><p>empregar os recursos escassos para atender às necessidades coletivas. É importante</p><p>deixar claro que as ações destes agentes econômicos são interligadas e</p><p>extremamente complexas devido às reações heterogêneas que cada agente</p><p>demonstra diante de um fato econômico que acontece no mundo real.</p><p>Deste modo, compreende-se que a difícil tarefa de colher, descrever e classificar</p><p>estes fatos está diretamente atribuída à economia descritiva. Por meio dela é</p><p>possível adotar um tratamento científico mais criterioso para que a relação existente</p><p>entre os diversos agentes da economia seja analisada. A passagem da economia</p><p>descritiva para a teoria econômica é simbolizada na conversão dos fatos visualizados</p><p>em teorizações.</p><p>• Teoria econômica</p><p>A teoria econômica está diretamente relacionada aos acontecimentos econômicos</p><p>centrais, pois graças a ela é possível ordenar, de maneira lógica, os questionamentos</p><p>apurados na economia descritiva. Ela é capaz de produzir um conjunto de</p><p>generalizações que possibilitam interligar os fatos, identificar as ações e as reações</p><p>dos agentes, além de discernir o nível de interligação entre os fenômenos</p><p>econômicos.</p><p>O conhecimento da realidade (economia positiva) acaba estabelecendo um</p><p>conjunto de normas (economia normativa) que serão implementadas na política</p><p>econômica de um país. Sendo assim, podemos classificar a teoria econômica em</p><p>duas grandes áreas: a microeconomia e a macroeconomia.</p><p>A microeconomia, ou análise microeconômica, é o ramo que se ocupa em explicar,</p><p>de maneira individual, o comportamento do consumidor e do produtor e entender</p><p>o funcionamento do sistema econômico. Dentro da análise microeconômica, é</p><p>possível verificar o estudo básico de cinco importantes teorias:</p><p>Teoria do consumidor;</p><p>Teoria da firma;</p><p>Teoria da produção;</p><p>Teoria dos custos;</p><p>Teoria da repartição.</p><p>Em relação à macroeconomia (análise macroeconômica), vamos entender que se</p><p>trata do estudo dos agregados presentes na execução da atividade econômica, cuja</p><p>finalidade é estabelecer quais as condições necessárias para que o equilíbrio e o</p><p>crescimento econômico ocorram dentro de um sistema. Há cinco importantes</p><p>teorias na análise macroeconômica:</p><p>Teoria geral do equilíbrio e do crescimento econômico;</p><p>Teoria da moeda;</p><p>Teoria das finanças públicas;</p><p>Teoria das relações internacionais;</p><p>Teoria do desenvolvimento.</p><p>• Política econômica</p><p>Quando se trata da política econômica, é preciso entender</p><p>que ela está diretamente</p><p>relacionada aos desenvolvimentos criados pela teoria econômica. Certamente, os</p><p>princípios e modelos que explicam a realidade da sociedade servirão de base para</p><p>que a política econômica mais adequada seja implantada. Sendo assim, podemos</p><p>entender que a política econômica é um ramo que trata do condicionamento da</p><p>atividade econômica. Um bom exemplo disso é a participação do governo em</p><p>desenvolver ações que conduzam e equilibrem o sistema econômico.</p><p>DICA</p><p>Um sistema econômico aplica as suas políticas mediante o uso de dados. O uso da</p><p>estatística econômica é extremamente importante na coleta e análise dos dados</p><p>econômicos, e no preparo das estimativas para obter os resultados almejados.</p><p>Ao longo desta unidade, veremos como funciona, de maneira detalhada, cada um</p><p>destes compartimentos e quais as suas respectivas ações dentro de um sistema</p><p>econômico.</p><p>Compartimentos da economia: microeconomia, macroeconomia e a política</p><p>econômica</p><p>O primeiro grande compartimento da economia é a microeconomia, que tem por</p><p>função avaliar de que maneira os preços são estabelecidos no mercado. Além disso,</p><p>cabe à análise microeconômica formar os preços referentes aos bens e serviços e</p><p>dos fatores de produção.</p><p>Vasconcellos e Garcia (2008) enfatizam que a teoria microeconômica tem um</p><p>enfoque distinto em relação ao estudo da economia de empresas: a principal</p><p>diferença é que a microeconomia, como já mencionamos, analisa como a relação da</p><p>oferta (empresas) e da demanda (consumidores) contribui para que os preços de</p><p>mercado sejam efetivamente formados. Já a economia de empresas verifica o</p><p>funcionamento da organização empresarial de maneira específica, e nestas</p><p>condições o que prevalece é o aspecto contábil financeiro que contribui, de maneira</p><p>significativa, para a formação do preço dos produtos, levando em consideração os</p><p>seus custos produtivos.</p><p>Partindo do ponto de vista de um economista, devemos entender que os custos de</p><p>produção são mensurados levando em consideração os custos explícitos</p><p>(desembolsos financeiros efetivamente realizados pela empresa) e os custos</p><p>implícitos (aqueles que seriam realizados caso a organização empresarial resolvesse,</p><p>por exemplo, investir em outras atividades alternativas ao seu negócio).</p><p>A relação existente entre consumidores e ofertantes pode ser entendida pelos</p><p>conceitos econômico e jurídico, a depender do enfoque de estudo. Os consumidores</p><p>são agentes que manifestam o desejo de adquirir bens ou serviços que consigam</p><p>suprir ao máximo as suas necessidades. Do ponto de vista jurídico, o consumidor é</p><p>todo agente que adquire bens ou serviços na condição de destinatário final. Já do</p><p>ponto de vista econômico, a empresa é o agente responsável pela oferta de bens e</p><p>serviços que combina os fatores de produção para disponibilizar a produção com</p><p>menor custo. Sob o aspecto jurídico, a atividade econômica é vista como uma relação</p><p>entre empresário e empresa, que é o complexo de relações jurídicas que unem o</p><p>sujeito ao objeto desta atividade (VASCONCELLOS; GARCIA, 2008).</p><p>MICROECONOMIA</p><p>Um ponto importante que devemos nos atentar é que a microeconomia, nas suas</p><p>análises, se baseia na hipótese do coeteris paribus, ou seja, todo o resto constante.</p><p>É aquela ideia de que a análise realizada é direcionada para um mercado específico,</p><p>verificando fundamentalmente a função que a oferta e a demanda realizam, onde</p><p>as demais variáveis praticamente não exercem influência neste mercado.</p><p>É importante, por exemplo, saber que a demanda por um bem está intimamente</p><p>relacionada ao nível de preço e da renda pertencente aos consumidores. Mantendo</p><p>a renda constante (coeteris paribus), a fim de avaliar o efeito do preço na demanda,</p><p>ou mantendo o preço constante para analisar a ligação entre a procura e a renda, a</p><p>que conclusão podemos chegar? Verifica-se que há um efeito “puro” destas variáveis</p><p>sobre a demanda. Na microeconomia são considerados mais relevantes os</p><p>chamados “preços relativos”, que comparam o preço de um determinado bem com</p><p>o preço de outros bens. Já os preços absolutos são valores “isolados” das</p><p>mercadorias.</p><p>Vamos imaginar esta situação: dois produtos (X e Y) são considerados similares e</p><p>substitutos um do outro. Se por acaso o preço de ambos for reduzido na mesma</p><p>proporção e as demais varáveis se mantiverem constantes, a consequência disto</p><p>será a inalterabilidade da demanda de ambos os produtos. Entretanto, se a redução</p><p>do preço ocorrer apenas em um dos produtos (em X, por exemplo) mantendo</p><p>inalterado os valores atribuídos ao produto Y, certamente temos uma procura maior</p><p>ao produto X e uma queda na demanda do produto Y. A que conclusão podemos</p><p>chegar? Que mesmo não havendo alteração no valor absoluto de Y, o seu preço</p><p>relativo se elevou, se compararmos com o produto X.</p><p>// Finalidades de uma organização empresarial</p><p>Quando o assunto for microeconomia, é preciso levar em consideração as</p><p>abordagens distintas que tratam dos objetivos de uma organização empresarial</p><p>focada na produção de bens e serviços. A avaliação mais tradicionalista defende a</p><p>ideia de que o empresário visa a lucratividade máxima ao utilizar os recursos</p><p>disponíveis de maneira plena e evidenciando, dentre outros aspectos, o da</p><p>produtividade marginal. A análise alternativa considera que o empresário não visa</p><p>apenas maximizar a lucratividade, mas interferir na participação das vendas ou</p><p>maximizar a margem que incide nos custos de produção.</p><p>Uma análise microeconômica não é, necessariamente, um conjunto de técnicas para</p><p>a realização de decisões diárias: ela simboliza um instrumento necessário para</p><p>determinar um conjunto de estratégias empresariais, ou até mesmo um conjunto de</p><p>políticas econômicas. Estabelecer uma política de preços de uma empresa ou prever</p><p>custos de produção são algumas das decisões que podem ser tomadas sendo</p><p>subsidiadas pelas análises microeconômicas.</p><p>No que se refere à política econômica, a microeconomia colabora, de maneira</p><p>significativa, em questões que envolvam análise de projetos de investimentos</p><p>públicos, políticas de subsídios, leis antitrustes, dentre outros aspectos.</p><p>// Subdivisão da microeconomia</p><p>Para compreendermos como a microeconomia atua em aspectos gerais, é preciso</p><p>entender que a teoria da demanda pode estar direcionada ao estudo do consumidor</p><p>ou do mercado, da mesma maneira que a teoria da oferta vai focar no estudo da</p><p>firma individual ou no mercado.</p><p>DICA</p><p>A análise da oferta da firma se subdivide na teoria da produção, responsável por</p><p>avaliar as ligações entre as quantidades físicas de um produto e os seus fatores</p><p>produtivos, e a teoria dos custos de produção, que abrange as quantidades físicas e</p><p>os preços atribuídos aos insumos.</p><p>O preço e a quantidade de equilíbrio são estabelecidos mediante a demanda e a</p><p>oferta de mercado, que por sua vez vão depender da estrutura definida para este</p><p>mercado, que pode ser competitiva ou concentrada, levando em consideração a</p><p>quantidade de empresas participantes neste ramo que produzem um determinado</p><p>bem.</p><p>Você irá perceber que para que a estrutura de mercado seja efetivamente analisada,</p><p>é preciso avaliar os possíveis impactos da oferta e da demanda e os seus respectivos</p><p>desempenhos no mercado de bens e serviços, e de fatores de produção.</p><p>Vasconcellos e Garcia (2008) apresentam as principais estruturas desses mercados,</p><p>como é possível observar no Diagrama 5.</p><p>Vale salientar que a demanda por fatores de produção é conhecida como “demanda</p><p>derivada”, já que a procura por insumos depende da demanda pelo produto final</p><p>das organizações empresariais, que se encontram no mercado de bens e serviços.</p><p>Por fim, podemos observar que a microeconomia se pauta também na avaliação do</p><p>equilíbrio geral, que considera as relações entre todos os mercados, ou seja, a ideia</p><p>é avaliar se o desempenho individual de cada agente econômico consegue</p><p>implementar uma posição</p><p>de equilíbrio global.</p><p>Observa-se a inserção da teoria do bem-estar (welfare economics), que busca</p><p>encontrar soluções eficientes do ponto de vista social e solucionar questões ligadas</p><p>à alocação e distribuição dos recursos. Neste contexto, a microeconomia é</p><p>fundamental, pois ela é a responsável por avaliar as assimetrias que ocorrem no</p><p>mercado, ou seja, situações onde os preços são estabelecidos de maneira isolada</p><p>dentro de cada mercado.</p><p>MACROECONOMIA</p><p>Analisar o comportamento e a determinação dos agregados: este é o principal</p><p>objetivo da macroeconomia. Todas as vezes que ouvimos falar em renda nacional,</p><p>nível de emprego, balanço de pagamentos ou taxa de juros, por exemplo, estamos</p><p>tratando de aspectos macroeconômicos. Assim, a macroeconomia não objetiva</p><p>estudar o desempenho das unidades econômicas individuais ou dos mercados mais</p><p>específicos, pois se trata do campo de estudo da microeconomia.</p><p>Certamente este enfoque agregativo que a macroeconomia proporciona permite a</p><p>compreensão maior das interações econômicas mais relevantes, que ocorrem entre</p><p>os mercados distintos, resultando em um mecanismo importante de programação</p><p>econômica.</p><p>Apesar do aparente confronto, a micro e a macroeconomia não são áreas</p><p>conflitantes, até porque a análise de uma variável vai resultar na avaliação da outra.</p><p>O que existe de verdade é uma diferença nas perspectivas de estudo: enquanto a</p><p>microeconomia considera uma variável para ser analisada mantendo as outras</p><p>constantes (coeteris paribus), a macroeconomia analisa as variações econômicas de</p><p>maneira mais generalista.</p><p>A teoria macroeconômica trata dos aspectos de curto prazo, como questões ligadas</p><p>ao desemprego ou à estabilização do nível geral de preços, por exemplo. Podemos</p><p>frisar que as teorias relacionadas ao desenvolvimento e crescimento econômico</p><p>estão relacionadas com o longo prazo e com as questões estruturais, estando ligadas</p><p>também a fatores institucionais, como a distribuição de renda, por exemplo. Toda</p><p>política macroeconômica está pautada em um conjunto de objetivos, conforme</p><p>podemos ver no Diagrama 6.</p><p>No que se refere ao alto nível de emprego, é preciso verificar o contexto histórico</p><p>relacionado à discussão sobre desemprego – que passou a ser inserido a partir da</p><p>década de 1930, tendo como principal expoente o economista John Maynard Keynes.</p><p>O pensamento keynesiano promoveu a introdução de instrumentos capazes de</p><p>recuperar os níveis de emprego de uma economia ao longo de um determinado</p><p>período. A contribuição de Keynes é essencial para a teoria macroeconômica</p><p>moderna e o papel do Estado na interferência de uma economia de mercado.</p><p>Outro ponto é a estabilidade dos preços e seus impactos na economia. Este objetivo</p><p>está relacionado a um fenômeno denominado inflação, que é o aumento</p><p>generalizado e contínuo dos níveis de preço. Trata-se de um fenômeno parcialmente</p><p>aceitável em países que se encontram em crescimento, já que o uso de recursos</p><p>permite que a produção consiga atingir a sua capacidade máxima. Contudo, o</p><p>processo inflacionário é visto como um problema por conta das distorções que ele</p><p>pode suscitar nos agregados econômicos, como a distribuição de renda.</p><p>A distribuição de renda representa a repartição das riquezas e dos bens socialmente</p><p>produzidos. Suas características variam de acordo com a organização da produção</p><p>e com a forma que se estabelece o uso da propriedade (pública ou privada) dentro</p><p>de cada sociedade. Como podemos notar, a distribuição é proveniente de um</p><p>processo produtivo ligado à divisão social do trabalho.</p><p>O crescimento econômico está diretamente relacionado à renda nacional per capita,</p><p>o que significa disponibilizar para a sociedade uma quantidade de bens ou serviços</p><p>superiores ao crescimento populacional efetivo. A renda per capita é um dos</p><p>indicadores que melhor simboliza a melhoria do padrão de vida populacional,</p><p>embora apresente algumas distorções de um país para outro. O crescimento</p><p>econômico pode ser visto como um solucionador de problemas oriundos de</p><p>conflitos sociais, elevando a renda dos menos favorecidos sem necessariamente</p><p>reduzir a renda dos mais ricos.</p><p>As questões ligadas ao emprego e à inflação, vistas como conjunturais, são</p><p>estabelecidas no curto prazo e estão inseridas nas políticas de estabilização. Já as</p><p>questões ligadas ao crescimento econômico e à distribuição de renda são estruturais</p><p>e serão implementadas ao longo de um período, ou seja, no longo prazo.</p><p>// Estrutura de análise macroeconômica</p><p>O modelo macroeconômico é formado por um conjunto de mercados. Entretanto,</p><p>de maneira tradicional, é possível visualizar que a estrutura básica deste modelo é</p><p>formada especificamente por cinco mercados, conforme podemos observar no</p><p>Diagrama 7.</p><p>As variáveis macroeconômicas são formadas pela relação entre oferta e demanda</p><p>em cada mercado específico. Sendo assim, visualizaremos ao longo desta seção</p><p>como funcionam cada um destes mercados e sua importância dentro do modelo</p><p>macroeconômico.</p><p>Mercado de bens e serviços: trata-se de um mercado que estabelece tanto o nível de</p><p>produção agregada quanto nível geral de preços. É como se a economia</p><p>supostamente gerasse um único bem, que seria alcançado por intermédio da</p><p>agregação de diversos outros bens gerados.</p><p>A evolução da demanda e oferta agregada de bens e serviços é responsável por</p><p>estabelecer um nível geral de preços e produção. A demanda agregada depende do</p><p>processo evolutivo de consumidores, empresas, governo e setor externo. Por sua</p><p>vez, a oferta agregada vai depender do nível de evolução do emprego e da</p><p>capacidade produtiva. Nestas condições, o equilíbrio no mercado é obtido no</p><p>momento em que:</p><p>Oferta agregada de bens e serviços = Demanda agregada de bens e serviços</p><p>Mercado de trabalho: age de maneira similar em relação ao mercado de bens e</p><p>serviços, uma vez que é formado pela junção dos diferentes tipos de trabalho,</p><p>independentemente das suas características. Este mercado é o responsável por</p><p>estabelecer as taxas de salário e os níveis gerais de emprego.</p><p>É preciso levar em consideração que neste mercado a demanda por mão de obra vai</p><p>depender do seu custo efetivo (taxa de salário real) para as organizações</p><p>empresariais e do nível produtivo almejado por elas. Por sua vez, a oferta de mão de</p><p>obra está relacionada ao salário real e à evolução da população considerada</p><p>economicamente ativa. Sendo assim, o equilíbrio de mercado de trabalho é:</p><p>Oferta de mão de obra = Demanda de mão de obra</p><p>Mercado monetário: sabendo que a moeda é um instrumento que permite as</p><p>transações econômicas, o mercado monetário se caracteriza pela existência de uma</p><p>demanda de moeda motivada pela necessidade de liquidez, uma oferta de moeda</p><p>estabelecida, dentre vários aspectos, pelo Banco Central. Importante ressaltar que a</p><p>demanda e a oferta de moeda são responsáveis por determinar a taxa de juros. Isto</p><p>posto, a condição de equilíbrio se estabelece da seguinte maneira:</p><p>Oferta de moeda = Demanda de moeda</p><p>Onde as taxas de juros e estoque de moeda são as variáveis estabelecidas nesse</p><p>mercado.</p><p>Mercado de títulos: auxilia na análise da responsabilidade de agentes econômicos</p><p>superavitários e deficitários, e de que maneira eles acabam interagindo. Os agentes</p><p>superavitários (bancos, por exemplo), que se caracterizam por realizar um nível de</p><p>gastos menor que a renda, podem realizar transferências para os agentes</p><p>deficitários (indivíduos), que possuem gastos menores que a sua renda. Deste modo,</p><p>a condição de equilíbrio estabelecida nesse mercado é disponibilizada pela:</p><p>Oferta de títulos = Demanda de títulos</p><p>Onde o preço dos títulos é a variável estabelecida nesse mercado.</p><p>Mercado de divisas: surge a partir da necessidade de um país estabelecer transações</p><p>comerciais com outros países. É constituída pela oferta de divisas, que está</p><p>relacionada com as exportações e a entrada de capitais, e pela demanda,</p><p>que é</p><p>formada pelo volume de importações e saídas de capital. A condição de equilíbrio</p><p>estabelecida nesse mercado é disponibilizada pela:</p><p>Oferta de divisas = Demanda de divisas</p><p>Onde taxa de câmbio é a variável estabelecida nesse mercado.</p><p>POLÍTICA ECONÔMICA</p><p>Podemos compreender que a política econômica consiste em uma série de ações</p><p>executadas pelo governo objetivando alcançar metas no âmbito econômico de um</p><p>país, além de solucionar questões sociais. E quais são estes objetivos? Toda política</p><p>econômica visa, entre outros aspectos, estabilizar preços, promover o crescimento e</p><p>o desenvolvimento da economia, promover uma melhor distribuição de renda, além</p><p>de propiciar o pleno emprego. Sendo assim podemos subdividir as políticas</p><p>econômicas em:</p><p>POLÍTICA MONETÁRIA POLÍTICA FISCAL POLÍTICA CAMBIAL</p><p>Quando o seu objetivo é controlar a quantidade de moeda dentro de um sistema</p><p>econômico.</p><p>E quais as características principais destas políticas e como elas são implementadas?</p><p>Vejamos como estas políticas impactam no resultado econômico</p><p>• // Política monetária</p><p>Segundo o entendimento abordado por Lopes e Rossetti (1998), a função da política</p><p>monetária é exercer o controle da moeda e das taxas de juros para que os objetivos</p><p>da política econômica geral de um governo sejam efetivamente atingidos. Podemos</p><p>https://sereduc.blackboard.com/bbcswebdav/library/Library%20Content/%28LMS%29%20-%20Do%20Not%20Delete/%28LMS%29%20DOL%20-%20Do%20Not%20Delete/SCORM/ECONOMIA%20POL%C3%8DTICA/UNIDADE%202/scormcontent/index.html</p><p>https://sereduc.blackboard.com/bbcswebdav/library/Library%20Content/%28LMS%29%20-%20Do%20Not%20Delete/%28LMS%29%20DOL%20-%20Do%20Not%20Delete/SCORM/ECONOMIA%20POL%C3%8DTICA/UNIDADE%202/scormcontent/index.html</p><p>https://sereduc.blackboard.com/bbcswebdav/library/Library%20Content/%28LMS%29%20-%20Do%20Not%20Delete/%28LMS%29%20DOL%20-%20Do%20Not%20Delete/SCORM/ECONOMIA%20POL%C3%8DTICA/UNIDADE%202/scormcontent/index.html</p><p>considerar que esta política também visa adaptar os meios de pagamento às</p><p>necessidades econômicas de um país.</p><p>Para que a política monetária seja efetivamente implantada é fundamental o uso da</p><p>moeda como um facilitador das trocas entre agentes individuais, utilizada para</p><p>realizar transações de compra e venda ou pagamento de bens e serviços. Importante</p><p>frisar que a moeda pode ser classificada considerando o seu nível de liquidez</p><p>absoluta (M1), que consiste no somatório das moedas metálicas e papel moeda que</p><p>se encontram no poder do público, acrescidos dos depósitos realizados à vista pelos</p><p>bancos.</p><p>Podemos considerar que o Banco Central, como ocorre na maioria dos países, é o</p><p>principal órgão executor da política monetária e responsável por exercer o processo</p><p>regulamentador e de fiscalização das atividades de intermediação financeira</p><p>realizadas nos países. A política monetária pode variar de acordo com o nível de</p><p>desenvolvimento e com os objetivos governamentais: se observarmos o comércio</p><p>internacional, por exemplo, a maioria das nações buscam o equilíbrio em suas</p><p>transações econômicas realizadas no mercado externo.</p><p>Alguns instrumentos de política monetária são bastante usuais dentro de um</p><p>sistema econômico. Um deles são as operações de mercado aberto (open market),</p><p>muito adotadas nas atividades que envolvem o comércio exterior e que atuam como</p><p>uma ferramenta ágil de política monetária, visando regular o fluxo da economia e</p><p>exercer influência nas taxas de juros de curto prazo.</p><p>Podemos entender que as taxas de juros são vistas como remunerações</p><p>(pagamentos) que um tomador de empréstimo deve realizar ao detentor do capital</p><p>emprestado. Podem ser classificadas como nominais, que constituem um</p><p>pagamento expresso em porcentagem periódica (mensal, trimestral, anual etc.) ou</p><p>reais, que mensuram o retorno de uma aplicação já descontando a taxa de inflação.</p><p>As taxas são importantes ferramentas adotadas pela política monetária, pois</p><p>influenciam no fluxo de capitais de um país. Entretanto, é preciso frisar que em uma</p><p>economia aberta qualquer alteração nas taxas pode interferir nos fluxos de capital</p><p>estrangeiro e tornar a política macroeconômica mais complexa e instável.</p><p>• // Política fiscal</p><p>A política fiscal é um importante mecanismo adotado, dentre vários aspectos, para</p><p>provocar mudanças na demanda agregada e alterar tendências econômicas na</p><p>estrutura e eficácia dos setores que refletem no produto interno bruto.</p><p>Trata-se de uma política que visa alcançar determinados objetivos no âmbito</p><p>macroeconômico ou até mesmo sociais. Para isto, ele acaba centralizando suas</p><p>ações nos gastos executados pelo setor público e nos impostos que são cobrados da</p><p>sociedade. A ideia é sempre buscar um equilíbrio entre a arrecadação de tributos e</p><p>as despesas do governo.</p><p>É notório que a ação executada pelo governo, por meio da política fiscal, vai abranger</p><p>basicamente três funções: a função alocativa, que tange o fornecimento de bens</p><p>públicos; a função distributiva, que está ligada a uma distribuição de renda mais</p><p>justa para a sociedade; e a função estabilizadora, que visa um elevado nível de</p><p>emprego, estabilidade e crescimento econômico.</p><p>A política fiscal pode ser conduzida de duas formas diferentes: a política fiscal</p><p>expansionista é utilizada no momento em que existe uma insuficiência de demanda</p><p>agregada se compararmos à sua capacidade de produção da economia. Já a política</p><p>é adotada no momento em que a demanda agregada é superior à capacidade de</p><p>produção da economia, indicando o chamado “hiato inflacionário”, que é a</p><p>quantidade pela qual o gasto autônomo se excede para alcançar o equilíbrio de</p><p>pleno emprego.</p><p>• // Política cambial</p><p>Uma política cambial se caracteriza por adotar um conjunto de instrumentos</p><p>capazes de evitar a evasão de divisas e colaborar para que o balanço de pagamentos</p><p>se equilibre. Uma ferramenta importante utilizada é a taxa de câmbio, que simboliza</p><p>o preço, em moeda nacional, de uma unidade de moeda estrangeira. As taxas de</p><p>câmbio sofrem variações que resultarão em processo de valorização, onde são</p><p>utilizadas menores quantidades de moedas nacionais para a aquisição de moedas</p><p>estrangeiras; ou em desvalorização, que se caracteriza pelo processo inverso.</p><p>Estas variações interferem no mercado externo e no mercado interno de um país.</p><p>Uma desvalorização cambial, por exemplo, pode elevar a competitividade dos</p><p>produtos de um país, o que elevaria o nível de exportações, produção e empregos.</p><p>Entretanto, este processo pode ocasionar a elevação dos preços praticados no</p><p>mercado interno, o que provocaria inflação. Entendemos, então, que o câmbio</p><p>apreciado influencia, por exemplo, na balança comercial, ao incentivar as</p><p>importações e retrair as exportações. Por consequência, o país vai apresentar um</p><p>déficit comercial, e este crescimento das importações acaba sendo essencial para a</p><p>aquisição de máquinas importadas que agregam valor para as suas exportações e</p><p>asseguram um determinado nível de competitividade externa.</p><p>As taxas de câmbio podem ser estabelecidas levando em consideração uma</p><p>diversidade de fatores, como os regimes cambiais, que são regras estabelecidas para</p><p>formação da taxa de câmbio. Segundo Carvalho e colaboradores (2007) e</p><p>considerando a sua aplicabilidade e experiência empírica, os regimes cambiais</p><p>podem ser classificados em:</p><p>• Câmbio fixo ajustável</p><p>Criado na reunião de Bretton Woods (1944), visava conciliar um mundo com</p><p>estabilidade cambial dando autonomia aos estados nacionais para perseguirem</p><p>suas metas macroeconômicas próprias e liberdade cambial. Durou entre 1946 a</p><p>1971;</p><p>• 𝘊𝘳𝘢𝘸𝘭𝘪𝘯𝘨 𝘱𝘦𝘨</p><p>Sistema de minidesvalorizações muito utilizado por nações com inflação alta,</p><p>constituído como um método para tentar compatibilizar a convivência de preços em</p><p>alta com a sustentação de competitividade da produção;</p><p>• Bandas de flutuação</p><p>Considerado um sistema misto entre os dois extremos. Há uma paridade</p><p>central</p><p>com extremidades de banda, onde o Banco Central deve intervir quando a taxa</p><p>cambial variar atingindo as extremidades;</p><p>• Flutuação suja</p><p>Semelhante à flutuação pura, onde o Banco Central apenas intervém para evitar</p><p>volatilidade excessiva da taxa de câmbio.</p>

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