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<p>Conteudista: Prof.ª M.ª Rosa Maria Neves Abade</p><p>Revisão Textual: Esp. Vinicius Oliveira</p><p>DESAF IO</p><p>ATIVIDADE</p><p>Material Teórico</p><p>Material Complementar</p><p>Situação-Problema 1</p><p>Situação-Problema 2</p><p>Situação-Problema 3</p><p>Problema em Foco</p><p>Projeto Integrador Transdisciplinar em Serviços</p><p>Penais</p><p>R EF ER ÊN CIAS</p><p>Atividade de Entrega</p><p>Referências</p><p>Olá, estudante!</p><p>Vamos iniciar a disciplina abordando os conceitos necessários para que você possa realizar a</p><p>atividade através das situações-problema mais à frente.</p><p>Introdução</p><p>Como sabemos, o especialista em serviços penais gerencia serviços penitenciários e elabora</p><p>políticas públicas que objetivem a melhoria da segurança e a qualidade de vida nesses espaços. É</p><p>esse profissional que analisa riscos em prisões e penitenciárias; elabora estratégias de contenção de</p><p>1 / 8</p><p>Material Teórico</p><p> Atenção, estudante! Aqui, reforçamos o acesso ao conteúdo</p><p>online para que você assista à videoaula. Será muito importante</p><p>para o entendimento do conteúdo.</p><p>crises; desenvolve metodologias de reinserção social do preso; e possui uma visão mais ampla do</p><p>sistema prisional brasileiro, com todos os seus defeitos e qualidades.</p><p>Figura 1 – Prisão</p><p>Fonte: Reprodução</p><p>#ParaTodosVerem: foto de um policial penal de costas com uniforme preto, em que</p><p>está escrito “polícia penal” na parte de trás. O policial veste touca preta e colete à</p><p>prova de balas e leva uma arma pendurada às costas. Está voltado para a frente de</p><p>uma cela com grades azuis. Do outro lado delas é possível distinguir as mãos e a</p><p>nuca de uma pessoa, que parece estar sentada no chão. Fim da descrição.</p><p>O agente especializado em serviços penais é o profissional que garante a segurança do preso,</p><p>internado e egresso, bem como promove a disciplina, a saúde, a qualidade de vida e a inserção</p><p>social.</p><p>Nada mais justo que o profissional de serviços penais, que tem tantas atribuições no sistema</p><p>prisional, conheça com maior profundidade o sistema penitenciário brasileiro, não é mesmo?</p><p>Chegou a hora de conhecer o sistema penitenciário do país e a aplicação das penas e das medidas</p><p>alternativas. Vamos lá!</p><p>Sistema Penitenciário</p><p>Conceito</p><p>O sistema penitenciário brasileiro é o conjunto dos estabelecimentos de regime aberto, fechado e</p><p>semiaberto, masculinos e femininos, incluindo os estabelecimentos penais que recebem o recluso</p><p>que ainda não foi condenado, ou seja, que ainda está respondendo ao processo, mas aguarda preso</p><p>a sentença.</p><p>O sistema prisional brasileiro tem como objetivo a ressocialização e a punição da criminalidade.</p><p>Divide-se em sistema penitenciário federal, administrado pelo Ministério da Justiça e Segurança</p><p>Pública, e os sistemas penitenciários estaduais e do Distrito Federal, administrados pelo Poder</p><p>Executivo dos estados e do Distrito Federal.</p><p>Você sabe qual é o órgão que fiscaliza as prisões no Brasil?</p><p>Órgão Fiscalizador do Sistema Prisional</p><p>O Ministério da Justiça, através do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária (CNPCP), é</p><p>responsável pela formulação da política carcerária. Esse colegiado é o órgão superior de um sistema</p><p>integrado atualmente pela Secretaria Nacional de Políticas Penais (SENAPPEN).</p><p>A SENAPPEN é o órgão executivo que acompanha e controla a aplicação da Lei de Execução Penal</p><p>(Lei 7.210/1984 – LEP) e das diretrizes da Política Penitenciária Nacional, emanadas pelo CNPCP.</p><p>A secretaria é responsável pelo sistema penitenciário federal. Seus principais objetivos são o</p><p>isolamento das lideranças do crime organizado, o cumprimento rigoroso da Lei de Execução Penal e</p><p>a custódia de presos condenados e provisórios sujeitos ao regime disciplinar diferenciado: líderes de</p><p>organizações criminosas; presos responsáveis pela prática reiterada de crimes violentos; presos</p><p>responsáveis por ato de fuga ou grave indisciplina no sistema prisional de origem; presos de alta</p><p>periculosidade e que possam comprometer a ordem e a segurança pública; réus colaboradores</p><p>presos ou delatores premiados.</p><p>Além disso, a SENAPPEN é gestora do Fundo Penitenciário Nacional (FUNPEN), criado pela Lei</p><p>Complementar 79, de 7 de janeiro de 1994, e regulamentado pelo Decreto 1.093/1994.</p><p>A SENAPPEN foi criada em 1º de janeiro de 2023 por força do artigo 59 da Medida Provisória 1.154.</p><p>Assim, o Departamento Penitenciário Nacional (DEPEN) foi transformado na SENAPPEN, mantendo as</p><p>competências e a execução das responsabilidades estabelecidas em lei.</p><p>O art. 73 da Lei de Execução Penal, por sua vez, faz a previsão de que a legislação local poderá criar</p><p>departamento penitenciário ou órgão similar, com as atribuições que estabelecer, com a finalidade</p><p>de supervisionar e coordenar os estabelecimentos penais da Unidade da Federação a que</p><p>pertencer, por exemplo: as Secretarias de Administração Penitenciária do Estado (SAP).</p><p>Agora você já conhece o sistema prisional. Vamos conhecer as espécies de penas?</p><p>Existem, no direito penal, três espécies de penas:</p><p>Pena privativa de liberdade;</p><p>Pena restritiva de direitos; e</p><p>A pena privativa de liberdade é aplicada aos crimes mais graves, ou quando o acusado é reincidente</p><p>na prática de infrações penais.</p><p>A pena restritiva de direitos é uma medida alternativa ao acusado que é condenado a uma pena</p><p>privativa de liberdade não superior a 4 (quatro) anos por crime em que não haja violência ou por</p><p>crime culposo (quando não há intenção de praticar o crime).</p><p>Nesses casos, o juiz substitui a prisão por medidas diversas de prisão que aplicam outras tarefas ao</p><p>condenado, tais como pagamento de um valor em dinheiro para a vítima ou para uma instituição com</p><p>destinação social, perda de bens (exemplo: perda de um veículo), prestação de serviços à</p><p>comunidade (exemplo: pintar o muro de uma escola) e limitação de fim de semana ( o condenado</p><p>não pode sair de casa aos sábados e domingos).</p><p>Já a pena de multa é o pagamento de certa quantia ao Fundo Penitenciário.</p><p>Portanto, as medidas alternativas são penas que servem para evitar que o condenado seja submetido</p><p>a uma prisão quando o crime cometido não for grave e quando ele não for reincidente em crime</p><p>doloso.</p><p>Já o sistema prisional é destinado àqueles que cumprem pena privativa de liberdade, em regime</p><p>fechado, semiaberto ou aberto.</p><p>Da Pena Privativa de Liberdade</p><p>Pena Privativa de Liberdade</p><p>As chamadas penas privativas de liberdade são aquelas em que o indivíduo fica preso, ou seja,</p><p>aquelas em que o indivíduo fica privado de sua liberdade.</p><p>Pena de multa.</p><p>Sistemas de Execução da Pena Privativa de Liberdade</p><p>São três os sistemas, a saber:</p><p>Espécies de Pena Privativa de Liberdade</p><p>A pena privativa de liberdade é classificada em três espécies:</p><p>Na verdade, atualmente não há diferença específica entre pena de reclusão e de detenção. A lei usa</p><p>as espécies apenas como critérios para determinar qual regime será imposto conforme a seguinte</p><p>regra:</p><p>Reclusão</p><p>Fundamento legal: arts. 33 ao 42 do CP; Lei 7.210/1984 – Lei de Execução Penal.</p><p>Sistema Filadélfia: o condenado cumpre a pena integralmente na cela (isolado);</p><p>Sistema Auburn (silent system): o condenado, durante o dia, trabalha com os demais (em</p><p>silêncio) e, à noite, recolhe-se à cela (cumpre isoladamente);</p><p>Sistema progressivo (ou inglês): o condenado inicia o cumprimento da pena em cela</p><p>isolada integralmente; a seguir, durante o dia, trabalha e, à noite, recolhe-se à cela; e,</p><p>em um terceiro momento, recebe a liberdade condicional. É o adotado no Brasil.</p><p>Reclusão: aplicada para os crimes mais graves;</p><p>Detenção: aplicada para os crimes mais leves; e</p><p>Prisão simples: aplicada nas contravenções penais (decreto-lei 3.688/1941).</p><p>Destina-se a crimes dolosos. É pena rigorosa, para ser cumprida em penitenciária, com estágios</p><p>diversos; a lei a comina aos crimes de maior gravidade.</p><p>A pena de reclusão deve ser cumprida em:</p><p>Detenção</p><p>Destina-se a crimes dolosos e culposos. É pena que se cumpre com rigor penitenciário menor que o</p><p>da reclusão.</p><p>A pena de detenção deve ser cumprida em:</p><p>Prisão Simples</p><p>É prevista na Lei de Contravenções Penais</p><p>como pena para condutas descritas como contravenções,</p><p>que são infrações penais de menor lesividade. O cumprimento ocorre sem rigor penitenciário em</p><p>estabelecimento especial ou seção especial de prisão comum, em regime aberto ou semiaberto.</p><p>Somente são admitidos os regimes aberto e semiaberto para a prisão simples.</p><p>Regime fechado;</p><p>Semiaberto; ou</p><p>Aberto.</p><p>Regime fechado;</p><p>Semiaberto; ou</p><p>Aberto.</p><p>Os Regimes Prisionais em Espécie</p><p>O artigo 110 da Lei 7.210/1984 (Lei de Execução Penal) prevê que o Juiz, na sentença, estabelecerá o</p><p>regime no qual o condenado iniciará o cumprimento da pena privativa de liberdade, observando-se</p><p>o disposto no artigo 33 e seus parágrafos do Código Penal.</p><p>O Código Penal Brasileiro, por sua vez, em seu artigo 33 prevê três regimes para a execução da pena</p><p>privativa de liberdade: fechado, semiaberto e aberto.</p><p>Regime Fechado</p><p>É o destinado aos condenados à pena superior a 8 (oito) anos ou para os condenados reincidentes</p><p>cuja pena for inferior a 8 (oito) anos mas superior a 4 (quatro), segundo reza o art. 33, § 2º, alíneas a e</p><p>b, do Código Penal.</p><p>- BRASIL, 1940, n. p.</p><p>“Art. 33. A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semiaberto ou</p><p>aberto. A de detenção, em regime semiaberto, ou aberto, salvo necessidade de</p><p>transferência a regime fechado.</p><p>§ 1º Considera-se:</p><p>Regime fechado a execução da pena em estabelecimento de segurança máxima ou</p><p>média;</p><p>Regime semiaberto a execução da pena em colônia agrícola, industrial ou</p><p>estabelecimento similar;</p><p>Regime aberto a execução da pena em casa de albergado ou estabelecimento adequado.</p><p>A pena, neste caso, será cumprida em estabelecimento de segurança máxima ou média, conforme o</p><p>art. 33, § 1º, alínea a, do Código Penal e os arts. 87 a 90 da Lei de Execuções Penais (Lei 7.210/1984).</p><p>No regime fechado o preso fica em penitenciária as 24 horas do dia: trabalha durante o dia e à noite</p><p>faz o repouso em cela individual (art. 87 da LEP).</p><p>Se o condenado for reincidente e receber uma pena de reclusão, mesmo que a quantidade desta</p><p>seja igual ou inferior a 8 (oito) anos, também deverá começar a cumpri-la em regime fechado.</p><p>Igualmente e conforme o art. 188 da LEP, o condenado que tenha se revelado incompatível com</p><p>outro regime menos severo poderá ser transferido por regressão ao regime fechado.</p><p>E o condenado que revelar bom comportamento prisional poderá progredir para o regime</p><p>semiaberto. Para tanto, basta que tenha cumprido, no mínimo, um sexto de sua pena em regime</p><p>fechado.</p><p>Regime Semiaberto</p><p>No regime semiaberto o condenado cumpre a pena sem ficar submetido às regras rigorosas do</p><p>regime fechado. Não são utilizados mecanismos de segurança contra a fuga do condenado.</p><p>O condenado é obrigado a trabalhar em comum com os demais, no interior do estabelecimento,</p><p>durante o dia, e, durante a noite, recolhe-se à cela individual ou ao dormitório coletivo. Inicia em</p><p>regime semiaberto o condenado, primário ou reincidente, que venha cumprir pena de detenção</p><p>superior a quatro anos.</p><p>O regime semiaberto é aplicado ao condenado primário a uma pena de reclusão acima de 4 (quatro)</p><p>anos e não superior a 8 (oito) anos (art. 33, § 2º, alínea b).</p><p>O condenado poderá progredir para o regime aberto ou regredir para o regime fechado,</p><p>dependendo do seu comportamento prisional.</p><p>Regime Aberto</p><p>No regime semiaberto o condenado cumpre a pena sem ficar submetido às regras rigorosas do</p><p>regime fechado. Não são utilizados mecanismos de segurança contra a fuga do condenado.</p><p>O condenado é obrigado a trabalhar em comum com os demais, no interior do estabelecimento,</p><p>durante o dia, e, durante a noite, recolhe-se à cela individual ou ao dormitório coletivo. Inicia em</p><p>regime semiaberto o condenado, primário ou reincidente, que venha cumprir pena de detenção</p><p>superior a quatro anos.</p><p>O regime semiaberto é aplicado ao condenado primário a uma pena de reclusão acima de 4 (quatro)</p><p>anos e não superior a 8 (oito) anos (art. 33, § 2º, alínea b).</p><p>O condenado poderá progredir para o regime aberto ou regredir para o regime fechado,</p><p>dependendo do seu comportamento prisional.</p><p>Estabelecimentos Penais</p><p>Estabelecimento penal ou prisional é uma edificação ou mesmo um conjunto de edificações</p><p>públicas, com características e segurança específicas, de acordo com sua finalidade.</p><p>É o local para cumprimento das penas privativas de liberdade.</p><p>Os estabelecimentos penais ou prisionais “destinam-se ao condenado, ao submetido à medida de</p><p>segurança, ao preso provisório e ao egresso” (art. 82 da LEP).</p><p>Os estabelecimentos penais ou prisionais podem ser federais ou estaduais.</p><p>São estas as espécies de estabelecimento penal:</p><p>Penitenciária: (destina-se ao condenado à pena de reclusão, em regime fechado);</p><p>Conforme o artigo 82, § 1º, da Lei de Execução Penal, a mulher e o maior de 60 (sessenta) anos,</p><p>separadamente, serão recolhidos a estabelecimento próprio e adequado à sua condição pessoal.</p><p>A Lei de Execução Penal também traz a possibilidade de que o mesmo conjunto arquitetônico</p><p>abrigue estabelecimentos de destinação diversa, desde que devidamente isolados.</p><p>O estabelecimento penal ou prisional, conforme sua natureza, deverá contar em suas dependências</p><p>com áreas e serviços destinados a dar assistência, educação, trabalho, recreação e prática esportiva.</p><p>Os estabelecimentos penais destinados a mulheres são dotados de berçário, para que as detentas</p><p>possam cuidar dos filhos, inclusive amamentá-los, no mínimo, até 6 (seis) meses de idade.</p><p>Tais estabelecimentos femininos deverão conter, inclusive, agentes do sexo feminino na segurança</p><p>das dependências internas.</p><p>Colônia agrícola, industrial ou similar: (destina-se ao cumprimento da pena em regime</p><p>semiaberto);</p><p>Casa do albergado: (destina-se ao cumprimento de pena privativa de liberdade, em</p><p>regime aberto, e da pena de limitação de fim de semana);</p><p>Centro de observação: (onde se realizam os exames gerais e o criminológico);</p><p>Hospital de custódia e tratamento psiquiátrico: (destina-se aos inimputáveis e semi-</p><p>imputáveis referidos no artigo 26 e seu parágrafo único do código penal);</p><p>Cadeia pública: (destina-se ao recolhimento de presos provisórios).</p><p>A Lei de Execução Penal traz a previsão dos estabelecimentos penais. Vamos conhecê-los?</p><p>Penitenciária</p><p>A União, os estados, o Distrito Federal e os territórios poderão construir penitenciárias destinadas,</p><p>exclusivamente, aos presos provisórios e condenados que estejam em regime fechado, sujeitos ao</p><p>regime disciplinar diferenciado, nos termos do art. 5 da LEP.</p><p>A penitenciária destina-se “ao condenado à pena de reclusão, em regime fechado” (art. 87 da LEP).</p><p>A penitenciária pode ser de segurança máxima ou média (art.33, § 1º, alínea a).</p><p>O condenado deverá ser alojado em cela individual com área mínima de 6 (seis) metros quadrados,</p><p>contendo dormitório, aparelho sanitário e lavatório (art. 88 da LEP).</p><p>Figura 2 – Cela</p><p>Fonte: Reprodução</p><p>#ParaTodosVerem: ilustração de uma cela conforme o previsto no artigo 88 da Lei</p><p>7.210/1984. O desenho consistem em uma cela com cama de cimento, vaso</p><p>sanitário, pia e chuveiro (exceto a cama de cimento, todos os objetos estão em</p><p>branco). No interior da cela há uma silhueta de um homem, elaborada em</p><p>vermelho, representando um preso. Lê-se no interior da representação da cela: “6</p><p>m2 é a área da cela”. Fora da representação da cela está escrito: “O presídio fornece</p><p>kit com cobertor, colchão, uniforme e material de higiene pessoal”. Fim da</p><p>descrição.</p><p>O Ministério da Justiça classifica as penitenciárias em segurança máxima especial e segurança média</p><p>ou máxima.</p><p>As primeiras designam estabelecimentos penais destinados a abrigar pessoas presas com</p><p>condenação em regime fechado e dotados exclusivamente de celas individuais. As segundas, por</p><p>sua vez, são estabelecimentos penais destinados a abrigar pessoas presas com condenação em</p><p>regime fechado e dotados de celas individuais e coletivas.</p><p>A penitenciária que abrigar mulheres, além dos requisitos referidos</p><p>no art. 88 da LEP, será dotada de</p><p>seção para gestante e parturiente e de creche para abrigar crianças maiores de 6 (seis) meses e</p><p>menores de 7 (sete) anos, com a finalidade de assistir a criança desamparada cuja responsável</p><p>estiver presa. É o que consta no artigo 89 da Lei 7.210/1984.</p><p>É ainda previsão legal que a penitenciária masculina seja construída em local afastado do centro</p><p>urbano e a uma distância que não restrinja a visitação.</p><p>Colônia Agrícola, Industrial ou Similar</p><p>A colônia agrícola, industrial ou similar destina-se “ao cumprimento da pena em regime semiaberto”</p><p>(art. 91 da LEP).</p><p>O condenado é alojado em compartimento coletivo e são observados os mesmos requisitos de</p><p>salubridade de ambiente exigidos na penitenciária. O estabelecimento situa-se na zona rural e os</p><p>sentenciados trabalham como colonos.</p><p>É um estabelecimento que se caracteriza pela inexistência de grades, muros, cercas eletrificadas ou</p><p>guardas armados para evitar fuga.</p><p>Figura 3 – Colônia penal agrícola</p><p>Fonte: Reprodução</p><p>#ParaTodosVerem: foto de presos em colônia penal agrícola. São quatro presos.</p><p>Estão de costas, com enxada na mão, arando a terra. Vestem uniforme (bermuda</p><p>amarela e camiseta branca). Fim da descrição.</p><p>São também requisitos básicos das dependências coletivas:</p><p>Casa do Albergado</p><p>A seleção adequada dos presos;</p><p>O limite de capacidade máxima que atenda aos objetivos de individualização da pena.</p><p>A casa do albergado é um estabelecimento prisional para abrigar presos com baixo ou nenhum grau</p><p>de periculosidade, que cumprem pena por crimes de baixo potencial ofensivo, cometidos sem</p><p>violência.</p><p>Figura 4 – Casa do albergado</p><p>Fonte: Reprodução</p><p>#ParaTodosVerem: fotografia de uma casa pintada de cor laranja. À frente dela está</p><p>uma árvore com uma placa azul em que está escrito “casa do albergado”. Fim da</p><p>descrição.</p><p>A casa do albergado destina-se “ao cumprimento de pena privativa de liberdade, em regime aberto,</p><p>e da pena de limitação de fim de semana” (art. 93 da LEP).</p><p>Nela o condenado fica recolhido somente no período noturno e nos domingos e feriados.</p><p>Ele poderá exercer normalmente o seu trabalho, se já o tiver. E para o condenado que não estiver</p><p>trabalhando, ficará recolhido na casa do albergado ou estabelecimento adequado.</p><p>Neste estabelecimento não há qualquer tipo de vigilância direta, uma vez que o condenado</p><p>demonstra senso de autodisciplina e de responsabilidade.</p><p>A construção desse estabelecimento não deve possuir características de estabelecimento prisional.</p><p>A Lei de Execuções Penais, em seu artigo 94, determina que o mencionado estabelecimento não</p><p>deve ter obstáculos físicos contra fuga.</p><p>No artigo 95 da LEP consta expressamente que em cada região deverá haver pelo menos uma casa</p><p>do albergado.</p><p>O prédio deverá situar-se em centro urbano, separado dos demais estabelecimentos, e caracterizar-</p><p>se pela ausência de obstáculos físicos contra fuga, e deverá conter, além dos aposentos para</p><p>acomodar os presos, local adequado para cursos e palestras.</p><p>O estabelecimento terá instalações para os serviços de fiscalização e orientação dos condenados.</p><p>Todavia, em certas regiões, não há esse estabelecimento e, conforme enunciado de Súmula do</p><p>Supremo Tribunal Federal, o preso não pode ir para regime mais severo por falta de</p><p>estabelecimento adequado.</p><p>Assim, nas regiões onde não há casa do albergado, as penas são cumpridas na própria residência dos</p><p>sentenciados, que devem obedecer a diversas determinações judiciais.</p><p>Atualmente, os presos que estão em prisão domiciliar podem ser monitorados por tornozeleira</p><p>eletrônica. Essa previsão foi incluída no artigo 146-B, IV, da LEP pela Lei 12.258/2010.</p><p>O fato de o preso não cumprir as condições impostas para a prisão domiciliar constitui falta grave e</p><p>pode resultar na perda do benefício com expedição de mandado de prisão.</p><p>Centro de Observação</p><p>O centro de observação é o estabelecimento onde “realizar-se-ão os exames gerais e o</p><p>criminológico, cujos resultados serão encaminhados à Comissão Técnica de Classificação” (art. 96 da</p><p>LEP).</p><p>No entanto, o Ministério da Justiça o denomina como centro de observação criminológica e o</p><p>classifica como estabelecimento penal de regime fechado e de segurança máxima. Nele, conforme</p><p>o Ministério da Justiça, devem ser realizados os exames gerais e criminológicos, cujos resultados são</p><p>encaminhados às Comissões Técnicas de Classificação, que indicam o tipo de estabelecimento e o</p><p>tratamento adequado para cada pessoa presa.</p><p>Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico (HCTP)</p><p>O hospital de custódia e tratamento psiquiátrico destina-se “aos inimputáveis e semimputáveis</p><p>referidos no artigo 26 e seu parágrafo único do Código Penal” (art. 99 da LEP).</p><p>Neles estão as pessoas submetidas à medida de segurança, que poderão ser internadas ou realizar o</p><p>tratamento ambulatorial.</p><p>Cadeia Pública</p><p>A cadeia pública é destinada “ao recolhimento de presos provisórios” (art. 102 da LEP), ou seja, que</p><p>ainda não foram condenados, como aqueles com a prisão preventiva ou temporária decretada pela</p><p>Justiça.</p><p>Em alguns estados é chamada de centro de detenção provisória (CDP), destinado à custódia</p><p>provisória de pessoas do sexo masculino.</p><p>Regime Disciplinar Diferenciado (RDD)</p><p>Está previsto no artigo 52 da Lei de Execuções Penais, na subseção que trata das faltas disciplinares.</p><p>A finalidade do regime disciplinar diferenciado é isolar presos provisórios e condenados que</p><p>venham a oferecer risco para a sociedade, em razão de sua periculosidade, ou pratiquem crime</p><p>doloso e ocasionem a subversão da ordem ou da disciplina interna. Ficam sujeitos a regime mais</p><p>rigoroso, com consequências jurídicas vigorosas, necessárias para a preservação do interesse social</p><p>e a manutenção da ordem prisional durante o cumprimento da pena privativa de liberdade.</p><p>Conforme o artigo 52 da LEP, o RDD será adotado quando o preso, provisório ou condenado,</p><p>nacional ou estrangeiro, sem prejuízo da sanção penal:</p><p>Características do RDD</p><p>Praticar fato previsto como crime doloso, o que constitui falta grave;</p><p>Ocasionar subversão da ordem ou disciplina internas;</p><p>Apresentar alto risco para a ordem e a segurança do estabelecimento penal ou da</p><p>sociedade;</p><p>Tiver sobre si fundadas suspeitas de envolvimento ou participação, a qualquer título, em</p><p>organização criminosa, associação criminosa ou milícia privada, independentemente da</p><p>prática de falta grave.</p><p>Duração máxima de até 2 (dois) anos, sem prejuízo de repetição da sanção por nova falta</p><p>grave de mesma espécie;</p><p>Recolhimento em cela individual;</p><p>Visitas quinzenais, de 2 (duas) pessoas por vez, a serem realizadas em instalações</p><p>equipadas para impedir o contato físico e a passagem de objetos, por pessoa da família</p><p>ou, no caso de terceiro, autorizado judicialmente, com duração de 2 (duas) horas;</p><p>Função de Liderança na Organização Criminosa: conforme o art. 52, § 3º, da LEP, havendo indícios de</p><p>que o preso exerce liderança em organização criminosa, associação criminosa ou milícia privada, ou</p><p>que tenha atuação criminosa em 2 (dois) ou mais estados da Federação, o regime disciplinar</p><p>diferenciado será obrigatoriamente cumprido em estabelecimento prisional federal.</p><p>Prorrogação: conforme o art. 52, § 4º, da LEP, o regime disciplinar diferenciado poderá ser</p><p>prorrogado sucessivamente, por períodos de 1 (um) ano, existindo indícios de que o preso:</p><p>O regime disciplinar diferenciado deverá contar com alta segurança interna e externa,</p><p>principalmente no que diz respeito à necessidade de evitar contato do preso com membros de sua</p><p>organização criminosa, associação criminosa ou milícia privada, ou de grupos rivais.</p><p>Direito do preso à saída da cela por 2 (duas) horas diárias para banho de sol, em grupos</p><p>de até 4 (quatro) presos, desde que não haja contato com presos do mesmo grupo</p><p>criminoso;</p><p>Entrevistas sempre monitoradas, exceto aquelas com seu defensor, em instalações</p><p>equipadas para impedir o contato físico e a passagem de objetos, salvo</p><p>expressa</p><p>autorização judicial em contrário;</p><p>Fiscalização do conteúdo da correspondência;</p><p>Participação em audiências judiciais preferencialmente por videoconferência,</p><p>garantindo-se a participação do defensor no mesmo ambiente do preso.</p><p>Continua apresentando alto risco para a ordem e a segurança do estabelecimento</p><p>penal de origem ou da sociedade;</p><p>Mantém os vínculos com organização criminosa, associação criminosa ou milícia</p><p>privada, considerados também o perfil criminal e a função desempenhada por ele no</p><p>grupo criminoso, a operação duradoura do grupo, a superveniência de novos processos</p><p>criminais e os resultados do tratamento penitenciário.</p><p>Em conformidade com o inciso III do caput do artigo 52 da LEP, a visita será gravada em sistema de</p><p>áudio ou de áudio e vídeo e, com autorização judicial, fiscalizada por agente penitenciário.</p><p>O preso que não receber a visita de que trata o inciso III do caput deste artigo poderá, após prévio</p><p>agendamento, ter contato telefônico com uma pessoa da família. O telefonema será gravado 2 (duas)</p><p>vezes por mês e por 10 (dez) minutos.</p><p>A inclusão do preso em regime disciplinar depende de requerimento elaborado pelo diretor do</p><p>estabelecimento ou autoridade administrativa (por exemplo, o secretário de segurança pública ou</p><p>da administração penitenciária).</p><p>O RDD é imposto pelo juiz da vara de execução penal, através de decisão fundamentada, no prazo de</p><p>15 dias, mediante consulta prévia do Ministério Público e da defesa.</p><p>O MP também pode requerer inclusão de preso no RDD, sempre dependendo de solicitação.</p><p>O isolamento provisório (ou inclusão preventiva) será computado no período de cumprimento da</p><p>sanção disciplinar.</p><p>Direitos do Preso</p><p>Prevê-se na Lei de Execução Penal que o preso tem direito “a assistência material (fornecimento de</p><p>alimentação, vestuário, instalações higiênicas e serviços que atendam as suas necessidades</p><p>pessoais), de saúde (de caráter preventivo e curativo, incluindo atendimento médico, farmacêutico e</p><p>odontológico); jurídica, educacional, social religiosa” (MIRABETE, 2019, p. 248).</p><p>Tais direitos estão descritos no art. 41 da Lei de Execução Penal:</p><p>Alimentação suficiente e vestuário;</p><p>Atribuição de trabalho e sua remuneração;</p><p>Trabalho do Preso</p><p>Previdência Social;</p><p>Constituição de pecúlio;</p><p>Proporcionalidade na distribuição do tempo para o trabalho, o descanso e a recreação;</p><p>Exercício das atividades profissionais, intelectuais, artísticas e desportivas anteriores,</p><p>desde que compatíveis com a execução da pena;</p><p>Assistência material, à saúde, jurídica, educacional, social e religiosa;</p><p>Proteção contra qualquer forma de sensacionalismo;</p><p>Entrevista pessoal e reservada com o advogado;</p><p>Visita do cônjuge, da companheira, de parentes e amigos em dias determinados;</p><p>Chamamento nominal;</p><p>Igualdade de tratamento salvo quanto às exigências da individualização da pena;</p><p>Audiência especial com o diretor do estabelecimento;</p><p>Representação e petição a qualquer autoridade, em defesa de direito;</p><p>Contato com o mundo exterior por meio de correspondência escrita, da leitura e de</p><p>outros meios de informação que não comprometam a moral e os bons costumes.</p><p>Atestado de pena a cumprir, emitido anualmente, sob pena da responsabilidade da</p><p>autoridade judiciária competente.</p><p>Conforme o art. 39 do Código Penal, o trabalho do preso será remunerado, sendo-lhe garantidos os</p><p>benefícios da Previdência Social.</p><p>O trabalho do preso objetiva criar bens econômicos, mas, acima de tudo, tem foco existencial e</p><p>social, como meio que viabiliza tanto a autoafirmação do homem como a estruturação da sociedade.</p><p>O trabalho é obrigatório, e a jornada não deve ser inferior a seis nem superior a oito horas, com</p><p>descanso nos domingos e feriados.</p><p>No regime fechado o trabalho será em comum dentro do estabelecimento, conforme as aptidões ou</p><p>ocupações anteriores do condenado, desde que compatíveis com a execução da pena.</p><p>É admissível o trabalho externo para os que estão em regime fechado somente em serviços e obras</p><p>públicas, desde que cumprido 1/6 da pena, conforme disposto no art. 37 da LEP.</p><p>Em regime semiaberto, o trabalho do preso é realizado em colônia agrícola, industrial ou similar,</p><p>sendo admissível o trabalho externo, bem como permitido frequentar cursos profissionalizantes, de</p><p>instrução de segundo grau ou superior.</p><p>O trabalho do preso não está sujeito ao regime de Consolidação das Leis do Trabalho, mas será</p><p>remunerado, mediante prévia tabela, não podendo ser inferior a ¾ (três quartos) do salário mínimo.</p><p>Penas e Medidas Alternativas</p><p>As penas e medidas alternativas são formas de punibilidade alternativas à pena de prisão, aplicadas a</p><p>pessoa que tenha cometido um ato considerado crime pela lei e pela sociedade.</p><p>As medidas alternativas têm um caráter de inaplicabilidade de uma pena que possa ser imposta</p><p>sobre a pessoa que tenha cometido determinado delito.</p><p>São exemplos de medidas alternativas: a fiança, o sursis, a suspensão condicional do processo, o</p><p>perdão judicial. Elas também são chamadas de “medidas não privativas de liberdade”.</p><p>Já as penas alternativas são sanções diversas da prisão, tais como a multa, e as penas restritivas de</p><p>direitos, tais como prestação de serviços à comunidade e as interdições temporária de direito,</p><p>limitação de fim de semana.</p><p>Portanto, as penas alternativas são aplicadas quando o juiz impõe uma sentença de condenação e</p><p>são formas de pena diferentes da pena privativa de liberdade.</p><p>Espécies de Penas Alternativas</p><p>São duas as espécies de penas alternativas:</p><p>Pena Restritiva de Direitos</p><p>As penas restritivas de direitos também são chamadas de penas “alternativas”, pois são uma</p><p>alternativa à prisão. Em vez de ficarem encarcerados, os condenados sofrem limitações em alguns</p><p>direitos, de modo que cumpram a pena.</p><p>As penas restritivas de direitos são autônomas e substitutivas, ou seja, o juiz aplica primeiro a pena</p><p>privativa de liberdade. Preenchidos os requisitos, ele a substitui por pena restritiva de direitos.</p><p>Requisitos para a Concessão da Pena Restritiva de Direitos</p><p>Os requisitos para a substituição estão previstos no art. 44, caput, do Código Penal:</p><p>Pena restritiva de direitos;</p><p>Pena de multa.</p><p>Que o crime seja culposo, qualquer que seja a pena aplicada, ou, se doloso, que a pena</p><p>estabelecida na sentença não seja superior a 4 anos (art. 44, I, do CP);</p><p>Regras para a Substituição</p><p>É na sentença condenatória que o juiz deve verificar a possibilidade de conversão da pena privativa</p><p>de liberdade em restritiva de direitos, de acordo com os requisitos anteriormente estudados (limite</p><p>de pena fixada, primariedade, ausência de emprego de violência contra pessoa ou grave ameaça,</p><p>circunstâncias judiciais favoráveis).</p><p>Nos crimes dolosos, que não tenha havido emprego de violência contra pessoa ou</p><p>grave ameaça (art. 44, I, do CP). Se o réu for condenado, por exemplo, por crime de</p><p>tentativa de roubo cometido com emprego de faca a uma pena de 2 anos de reclusão,</p><p>não poderá obter o benefício, em razão da grave ameaça empregada no delito. Mas, se</p><p>for condenado, também a pena de 2 anos, por furto qualificado pelo emprego de chave</p><p>falsa, poderá obter a substituição, na medida em que a violência nesse crime não foi</p><p>empregada contra pessoa, e sim contra coisa.</p><p>Que o réu não seja reincidente em crime doloso (art. 44, II, do CP).</p><p>Excepcionalmente, o art. 44, § 3º, do Código aceita a substituição,</p><p>desde que estejam presentes dois requisitos:</p><p>• Que a medida seja recomendável no caso concreto em face da</p><p>condenação anterior;</p><p>• Que a reincidência não seja pelo mesmo crime (reincidência</p><p>específica).</p><p>Que a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do</p><p>condenado, bem como os motivos e as circunstâncias do crime, indiquem que a</p><p>substituição é suficiente (art. 44, III, do CP). Aqui o juiz analisa as circunstâncias judiciais</p><p>contidas no artigo 59 do Código Penal.</p><p>Caso o juiz entenda ser cabível a substituição, deverá atentar para as seguintes regras descritas</p><p>no</p><p>art. 44, § 2º, do Código Penal:</p><p>Competência para Fixar as Penas Restritivas de Direitos</p><p>Quem fixa a espécie de pena restritiva que substituirá a pena de prisão é o próprio juiz da sentença</p><p>quando vai condenar o réu. Ele verifica se estão presentes os requisitos ora mencionados e faz a</p><p>substituição.</p><p>Duração das Penas Restritivas</p><p>Conforme prevê o art. 55 do Código Penal, as penas restritivas têm a mesma duração da pena</p><p>privativa de liberdade aplicada na sentença. Assim, se o réu tiver sido condenado a 3 anos de</p><p>reclusão, o juiz poderá substituí-la exatamente por 3 anos de prestação de serviços à comunidade,</p><p>limitação de fins de semana etc.</p><p>Penas Restritivas de Direito em Espécie</p><p>As penas substitutivas foram denominadas penas restritivas de direitos e classificadas no art. 43 em:</p><p>Prestação Pecuniária</p><p>Consiste no pagamento em dinheiro à vítima, a seus dependentes ou a entidade pública ou privada</p><p>com destinação social, de importância fixada pelo juiz da condenação.</p><p>Se a pena fixada na sentença for igual ou inferior a 1 ano, o juiz poderá substituí-la por</p><p>multa ou por uma pena restritiva de direitos;</p><p>Se a pena fixada for superior a 1 ano, o juiz deverá substituí-la por duas penas restritivas</p><p>de direitos, ou por uma pena restritiva e outra de multa.</p><p>Não pode ser ela inferior a um salário mínimo nem superior a 360 vezes esse salário (art. 45, § 1º, do</p><p>CP, com a nova redação). Assim, deve o juiz fixar o valor (o quantum) da pena com base apenas nos</p><p>dados disponíveis no processo, uma vez que não existe previsão legal específica de procedimento</p><p>para calcular-se o prejuízo resultante da prática do crime.</p><p>Quando a prestação for paga à vítima ou aos seus dependentes, o valor pago será deduzido do</p><p>montante de eventual condenação em ação de reparação civil, se coincidentes os beneficiários (art.</p><p>45, § 1º).</p><p>A prestação pecuniária não se confunde com a pena de multa.</p><p>Perda de Bens e Valores</p><p>É pena restritiva de direitos a perda de bens e valores pertencentes ao condenado, autorizada pelo</p><p>art. 5º, LXVI, b, da Constituição Federal.</p><p>Refere-se a bens ou valores (títulos, ações) pertencentes ao condenado, que o juiz declara perdidos</p><p>em favor do Fundo Penitenciário Nacional, tendo como teto o que for maior:</p><p>Nos termos do art. 45, § 3º, a perda de bens e valores consiste no confisco em favor do Fundo</p><p>Penitenciário Nacional de quantia que pode atingir até o valor referente ao prejuízo causado ou do</p><p>provendo obtido pelo agente ou por terceiro, em consequência da prática do crime, prevalecendo</p><p>aquele que for maior.</p><p>Limitação de Fim de Semana</p><p>O montante do prejuízo causado;</p><p>O provento obtido pelo agente ou por terceiro em consequência da prática do crime.</p><p>Consiste na obrigação de permanecer, aos sábados e domingos, por 5 horas diárias, em casa do</p><p>albergado ou outro estabelecimento adequado (art. 48 do CP).</p><p>Durante a permanência, poderão ser ministrados aos condenados cursos e palestras ou atribuídas</p><p>atividades educativas (art. 48, parágrafo único).</p><p>A inexistência de casa do albergado ou estabelecimentos similares em diversas comarcas tem</p><p>levado os juízes a fazer pouca utilização dessa modalidade de pena restritiva de direitos, que, a bem</p><p>da verdade, é uma espécie de pena restritiva de liberdade (são 10 horas semanais de recolhimento).</p><p>O estabelecimento designado (casa do albergado ou outro) encaminhará, mensalmente, ao juiz das</p><p>execuções relatório de cumprimento da pena, bem como comunicará, a qualquer tempo, eventual</p><p>ausência ou falta disciplinar (art. 153 da LEP).</p><p>Prestação de Serviços à Comunidade ou a Entidades Públicas</p><p>Consiste na obrigação de permanecer, aos sábados e domingos, por 5 horas diárias, em casa do</p><p>albergado ou outro estabelecimento adequado (art. 48 do CP).</p><p>Durante a permanência, poderão ser ministrados aos condenados cursos e palestras ou atribuídas</p><p>atividades educativas (art. 48, parágrafo único).</p><p>A inexistência de casa do albergado ou estabelecimentos similares em diversas comarcas tem</p><p>levado os juízes a fazer pouca utilização dessa modalidade de pena restritiva de direitos, que, a bem</p><p>da verdade, é uma espécie de pena restritiva de liberdade (são 10 horas semanais de recolhimento).</p><p>O estabelecimento designado (casa do albergado ou outro) encaminhará, mensalmente, ao juiz das</p><p>execuções relatório de cumprimento da pena, bem como comunicará, a qualquer tempo, eventual</p><p>ausência ou falta disciplinar (art. 153 da LEP).</p><p>Interdição Temporária de Direitos</p><p>As penas de interdição temporária de direitos, conforme o art. 47 do CP, são:</p><p>Proibição do Exercício de Cargo, Função ou Atividade Pública, Bem</p><p>como de Mandato Eletivo</p><p>Cargo público é o lugar instituído na organização do funcionalismo, com denominação própria,</p><p>atribuições específicas e estipêndio correspondente.</p><p>Função pública "é a atribuição ou conjunto de atribuições que a Administração confere a cada</p><p>categoria profissional, ou comete individualmente a determinação dos servidores para a execução</p><p>de serviços eventuais".</p><p>Atividade pública é toda aquela efetuada em benefício do Estado, seja remunerada ou não, e que</p><p>dependa de nomeação, escolha, designação etc. por parte do Poder Público (Executivo, Legislativo</p><p>e Judiciário).</p><p>Mandato eletivo exercem os competentes do Legislativo (vereadores, deputados e senadores) ou do</p><p>Executivo (prefeitos, governadores e presidentes da República), eleitos por prazos determinados.</p><p>Proibição do exercício de cargo, função ou atividade pública, bem como de mandato</p><p>eletivo;</p><p>Proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício que dependam de habilitação</p><p>especial, de licença ou autorização do poder público;</p><p>Suspensão de autorização ou de habilitação para dirigir veículo;</p><p>Proibição de frequentar determinados lugares;</p><p>Proibição de inscrever-se em concurso, avaliação ou exame públicos.</p><p>Proibição do Exercício de Profissão, Atividade ou Ofício que</p><p>Dependam de Habitação Especial, de Licença ou Autorização do</p><p>Poder Público</p><p>A proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício que dependem de habilitação especial, de</p><p>licença ou autorização do poder público. É o caso dos médicos, engenheiros, advogados,</p><p>despachantes, corretores de valores e de seguros etc.</p><p>Aplicada a pena de interdição em estudo, o condenado fica privado do direito de exercer a profissão,</p><p>ofício ou atividade pelo tempo da pena, ainda que esteja habilitado legalmente para o seu exercício.</p><p>Suspensão de Autorização ou de Habilitação para Dirigir Veículo</p><p>A suspensão de autorização ou de habilitação para dirigir veículo é aplicável exclusivamente aos</p><p>crimes culposos de trânsito (art. 57).</p><p>Proibição de Frequentar Determinados Lugares</p><p>Esta modalidade de intervenção temporária de direitos também está prevista como condição do</p><p>sursis especial estabelecido no art. 78 § 2 do CP. Neste caso o juiz determina que condenado não</p><p>pode frequentar determinados lugares, por exemplos: bares noturnos, estádios de futebol e etc.</p><p>Proibição de Inscrever-se em Concurso, Avaliação ou Exame</p><p>Públicos</p><p>O juiz determina esta substituição quando o agente é condenado no crime previsto no artigo 311-A,</p><p>fraude de certames.</p><p>Pena de Multa</p><p>É utilizada como opção contra as penas privativas de liberdade por tempo curto de reclusão. O artigo</p><p>49 do Código Penal prevê que a pena de multa consiste no pagamento ao Fundo Penitenciário da</p><p>quantia fixada na sentença e calculada em dias-multa. A multa penal pode ser cominada como pena</p><p>única, como pena cumulativa (e multa), como pena alternativa (ou multa), e também em caráter</p><p>substitutivo.</p><p>Pagamento da Multa</p><p>Transitada em julgado a sentença que impôs pena de multa, os autos irão ao contador judicial para a</p><p>atualização de seu valor.</p><p>Em seguida, após ouvir o Ministério Público, o juiz homologará o valor e determinará a notificação do</p><p>condenado para que, no prazo de 10 dias, efetue o pagamento.</p><p>Estabelece, por sua vez, o art. 50, caput, do Código Penal que, a pedido do condenado e conforme as</p><p>circunstâncias do caso, poderá o juiz permitir que</p><p>o pagamento se faça em parcelas mensais.</p><p>Permite, ainda, o art. 50, § 1º, do Código Penal que a cobrança seja efetuada mediante desconto no</p><p>salário do condenado, se não prejudicar o seu sustento e o de sua família, se a multa tiver sido</p><p>aplicada isoladamente, cumulada com restritiva de direitos, ou caso tenha havido aplicação de sursis</p><p>em relação à pena privativa de liberdade cumulativamente imposta.</p><p>Efetuado o pagamento, o juízo decretará a extinção da pena.</p><p>Execução da Pena de Multa</p><p>O art. 51 do CP estabelece que “transitada em julgado a sentença condenatória, a multa será</p><p>considerada dívida de valor, aplicando-se-lhe as normas da legislação relativa à dívida ativa da</p><p>Fazenda Pública, inclusive no que concerne às causas interruptivas e suspensivas da prescrição”.</p><p>A competência para a execução seria do Juízo das Execuções Fiscais e não mais da Vara das</p><p>Execuções Penais.</p><p>Medidas Alternativas</p><p>As medidas alternativas são concedidas antes ou depois da sentença condenatória. São meios que</p><p>visam impedir que autor de uma infração penal venha sofrer uma prisão ou pena privativa de</p><p>liberdade. São espécies de medidas alternativas: a fiança, o sursis, a suspensão condicional do</p><p>processo, o perdão judicial. São também chamadas de “medidas não privativas de liberdade” .</p><p>Algumas Espécies de Medidas Alternativas</p><p>Lei 11.343/2006 (Lei Antidrogas): conforme o artigo 28, em caso de porte ou uso de</p><p>entorpecente, o autor da infração será submetido às seguintes penas;</p><p>Lei 9.605/1998 (Lei Crime Ambiental): a lei define os crimes ambientais e apresenta</p><p>novas alternativas penais, por exemplo: recolhimento domiciliar e suspensão parcial ou</p><p>total de atividade da empresa;</p><p>Lei 9.503/97 (Código de Trânsito Brasileiro): conforme o CTB, por exemplo, no caso de</p><p>homicídio culposo, além da pena privativa, pode ser aplicada uma pena restritiva de</p><p>direito na modalidade de suspensão ou proibição de obter a permissão ou a habilitação</p><p>para dirigir veículo automotor (artigo 302);</p><p>O juiz da Vara Criminal, ao condenar a uma pena não superior a 2 (dois) anos, pode</p><p>conceder o benefício do sursis (sursis da pena);</p><p>O juiz da Vara Criminal pode conceder o sursis processual (art. 89 da Lei 9.099/1995). Por</p><p>exemplo, no caso de um sujeito acusado de crime cuja pena mínima for igual ou inferior</p><p>a 1 (um) ano, poderá o processo ser suspenso por 2 (dois) anos, e o sujeito deverá</p><p>comparecer mensalmente no fórum durante esse tempo. Ao término, estará extinta a</p><p>punibilidade e o sujeito não será processado;</p><p>O juiz do Juizado Especial Criminal pode conceder a transação penal (art. 76 da Lei</p><p>9.099/1995), no caso de crimes cuja pena máxima prevista for de até 2 (dois) anos. Nesse</p><p>caso o Ministério Público oferece uma proposta, por exemplo, de pagamento de cestas</p><p>básicas, fraldas, pagamento de valor, para que o autor da infração não seja processado.</p><p>Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta disciplina:</p><p>VÍDEOS</p><p>Estabelecimentos Prisionais</p><p>Clique no botão para conferir o vídeo indicado.</p><p>ASSISTA</p><p>Tudo sobre Penas Alternativas</p><p>Clique no botão para conferir o vídeo indicado.</p><p>ASSISTA</p><p>Direito Penal: Penas Restritivas de Direitos</p><p>Clique no botão para conferir o vídeo indicado.</p><p>2 / 8</p><p>Material Complementar</p><p>https://youtu.be/NIEyndbWOf8</p><p>https://youtu.be/6TjQS8DBVB8</p><p>ASSISTA</p><p>Pelo Direito de Recomeçar</p><p>Clique no botão para conferir o vídeo indicado.</p><p>ASSISTA</p><p>LEITURA</p><p>A Pena e as Medidas Alternativas</p><p>A monografia apresenta a diferenciação entre penas e medidas alternativas</p><p>https://bit.ly/43nvpjq</p><p>Modelo de Gestão da Política Prisional</p><p>Trata-se de um modelo de gestão da política prisional, elaborado pelo Conselho Nacional de Justiça,</p><p>pelo Departamento Penitenciário Nacional (Depen) e pelo Programa das Nações Unidas para o</p><p>Desenvolvimento (PNUD Brasil). O documento apresenta a política prisional e traz diretrizes voltadas</p><p>à qualificação da política prisional implementada no país.</p><p>https://bit.ly/3Od9Ded</p><p>https://youtu.be/ieS0-1pGXSw</p><p>https://youtu.be/YLrwdquiL4Y</p><p>https://bit.ly/43nvpjq</p><p>https://bit.ly/3Od9Ded</p><p>Caro(a), estudante.</p><p>Agora, vamos compreender o cenário que será abordado na primeira situação-problema da</p><p>disciplina.</p><p>Atente-se à situação profissional que você precisará entender para poder realizar a atividade.</p><p>Segundo as regras do Código Penal, a prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas</p><p>é aplicada quando a pena substituída for superior a 1 (um) ano. A prestação de serviços a comunidade</p><p>visa substituir e melhor adequar a finalidade da pena, ou seja retribuição e prevenção, mas dando</p><p>maior efetividade para ressocialização. Não obstante tratar-se de uma prestação de serviços à</p><p>comunidade não há qualquer remuneração. A prestação de serviços à comunidade ou a entidades</p><p>públicas não será remunerada (art. 30 da LEP). Trata-se de pena alternativa à prisão, uma sanção, uma</p><p>forma de o condenado reparar o dano que causou à sociedade, sem que ela pague por isso.</p><p>3 / 8</p><p>Situação-Problema 1</p><p>Vamos compreender o cenário que será abordado na segunda situação-problema da disciplina.</p><p>Atente-se à situação profissional que você precisará entender para poder realizar a atividade.</p><p>O trabalho interno do preso, por sua vez, este sim é remunerado em valor não inferior a 3 / 4 do</p><p>salário mínimo e ainda há a possibilidade de redução de 1 ( um) dia da pena a cada três dias</p><p>trabalhados, conforme previsão legal do instituto chamado remição de pena.</p><p>4 / 8</p><p>Situação-Problema 2</p><p>Por fim, vamos compreender o último cenário, abordado na terceira situação-problema da disciplina.</p><p>Atente-se à situação profissional que você precisará entender para poder realizar a atividade.</p><p>A Constituição Federal no seu artigo 170 dispõe, "a ordem econômica, fundada na valorização do</p><p>trabalho e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da</p><p>justiça social". Já o artigo 39 do Código Penal garante que: o trabalho do preso será sempre</p><p>remunerado, sendo-lhe garantidos os benefícios da Previdência Social.</p><p>5 / 8</p><p>Situação-Problema 3</p><p>Situação 1</p><p>A prestação de serviço à comunidade como pena alternativa não obstante ao contido no artigo 30 da</p><p>LEP deve ser remunerado? Justifique.</p><p>Situação 2</p><p>Efetue uma pesquisa sobre a eficácia do trabalho do preso em regime fechado e semiaberto.</p><p>Situação 3</p><p>Faça uma pesquisa sobre o trabalho do preso e quais mecanismos seriam eficazes para que todo</p><p>preso pudesse ter acesso ao trabalho</p><p>6 / 8</p><p>Problema em Foco</p><p>Muito bem, estudante.</p><p>Agora que você já leu todas as situações-problema, você pode</p><p>fazer o download deste arquivo para realizar a atividade de</p><p>entrega.</p><p>Caso prefira, o arquivo também se encontra no Ambiente Virtual</p><p>de Aprendizagem.</p><p>7 / 8</p><p>Atividade de Entrega</p><p>https://bb.cruzeirodosulvirtual.com.br/bbcswebdav/xid-135968949_1</p><p>BRASIL. Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940. Código Penal. Disponível em:</p><p><https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del2848compilado.htm>. Acesso em: 31/5/2023.</p><p>BRASIL. Lei n. 7.210, de 11 de julho de 1984. Institui a Lei de Execução Penal. Disponível em:</p><p><https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l7210>.htm. Acesso em: 31/5/2023.</p><p>BITENCOURT, C. R. Tratado de direito penal: parte geral. 28. ed. São Paulo: Saraiva, 2022. (e-book)</p><p>GRECO, R. Curso de direito penal: parte geral. 22. ed. Niterói: Impetus, 2022. (e-book)</p><p>NUCCI, G. S. Curso de direito penal: parte geral – arts. 1º a 120 do Código Penal (volume 1). São Paulo:</p><p>Forense, 2022.</p><p>MEIRELLES, H. L. Direito Administrativo Brasileiro. 18. ed. . São Paulo, Malheiros, p. 361, 1990.</p><p>8 / 8</p><p>Referências</p><p> Muito bem, estudante! Você concluiu o material de estudos! Agora,</p><p>volte ao Ambiente Virtual de Aprendizagem para realizar a Atividade.</p>