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<p>PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS</p><p>ESCOLA DE DIREITO E RELAÇÕES INTERNACIONAIS</p><p>Bacharelado em Direito</p><p>Direito Penal IV</p><p>Prof. Roberto Rodrigues</p><p>ANÁLISE DE CASO: MARIANA FERRER</p><p>Isabela Vieira Teixeira</p><p>Goiânia</p><p>2020</p><p>Mariana Borges Ferreira (também conhecida como Mariana Ferrer e Mari Ferrer) é</p><p>uma influencer e modelo de 23 anos de idade, que ficou conhecida por ter</p><p>supostamente sofrido um estupro dentro do conceituado beach club Café de La</p><p>Musique (Av. dos Merlins, s/n – Posto 1B, 88053-310) localizado no bairro de Jurerê</p><p>Internacional em Florianópolis, Santa Catarina.</p><p>Fotografia de Mariana Ferrer tirada no Café de La Musique</p><p>Mariana (que em dezembro de 2018 tinha 21 anos) foi contratada pela equipe do</p><p>Café para fazer trabalhos relacionados à promoção do local nas redes sociais. A</p><p>testemunha Jéssica Weiss Raulino Ramos era a responsável pela coordenação de</p><p>eventos e promoção de vários estabelecimentos, incluindo o Café de La Musique, e</p><p>conhecia a vítima desde 2014, e a contratou como uma das embaixadoras do</p><p>conceituado beach club. O trabalho de Mariana envolvia tirar fotos no local e</p><p>promover os eventos que eram realizados ali, e enquanto ela cumpria suas</p><p>obrigações, ela tinha direito a um almoço, R$ 200,00 (duzentos reais) para o</p><p>consumo de outros serviços, e a levar acompanhantes do sexo feminino (que</p><p>também tinham direito ao almoço por conta da casa). Naquele 15 de dezembro de</p><p>2018, Mariana estava acompanhada de um grupo composto por algumas mulheres e</p><p>um homem. Jéssica viu que um homem estava entre os acompanhantes de Mariana,</p><p>e avisou esta que a casa forneceria o almoço das mulheres, mas o homem teria que</p><p>pagar pela própria refeição, o que foi prontamente aceito pela vítima.</p><p>Mariana e o grupo de amigos que a acompanhavam naquele dia</p><p>O grupo almoçou no Café, e durante o almoço, ocorreu um desentendimento entre</p><p>Mariana e um dos garçons do estabelecimento. As 18:00, o funcionário comunicou</p><p>Jéssica que Mariana estava se recusando a pagar o almoço do homem que a</p><p>acompanhava, já que de acordo com a mesma, ele havia apenas provado um pouco</p><p>da sua comida (o que foi desmentido pelo próprio rapaz, que afirmou que ele pediu</p><p>um prato separado e que não estava ciente do esquema de acompanhantes).</p><p>Jéssica estava em uma mesa bem próxima da mesa de Mariana, e percebeu que</p><p>todas as pessoas da mesa haviam comido uma refeição inteira. Como ela já havia</p><p>trabalhado para a casa outras vezes e sabia das regras, Jéssica ficou bastante</p><p>decepcionada, e chegou à conclusão que iria demiti-la na segunda-feira seguinte ao</p><p>evento. Mais tarde, o homem que acompanhava Mariana mandou as conversas que</p><p>teve com Mariana naquele dia, e demonstrou que Mariana estava planejando</p><p>“enrolar” a situação para acalmar os nervos da patroa. No seu depoimento, Mariana</p><p>expressou que apenas achou que o amigo não tinha dinheiro para pagar pela</p><p>refeição, e que tudo foi apenas um mal entendido.</p><p>Mariana também expressou suspeitas em relação às pessoas do seu próprio grupo.</p><p>Em seu depoimento, ela falou que o homem que a acompanhava também era</p><p>embaixador e conhecia Jéssica, e que ele aproveitou de sua boa-fé para criar uma</p><p>confusão, e ainda que o mesmo havia pedido para ela ficar em pé, de costas para a</p><p>comida. Ela supôs que algo poderia ter sido colocado na sua comida neste</p><p>momento.</p><p>Logo após a situação que ocorreu durante o almoço, Mariana e o grupo foram</p><p>aproveitar a festa. Durante ou logo após o almoço (Mariana pareceu não saber o</p><p>horário exato em seu depoimento), ela e seus amigos assistiram a um show de</p><p>mágica, e mais tarde, ela apresentou suspeitas em relação ao mágico, e expressou</p><p>que algo poderia ter sido colocado em sua bebida pelo mesmo. Logo depois do</p><p>show de mágica, ela foi ao deque tirar algumas fotos, acompanhada de seu grupo.</p><p>Algumas testemunhas expressaram que suas interações com Mariana</p><p>começaram a ficar cada vez mais esparsas durante o evento, provavelmente porque</p><p>ela estava circulando entre alguns grupos diferentes. A festa não estava lotada</p><p>nesse horário, e de acordo com algumas testemunhas, era fácil ver por onde</p><p>Mariana se encontrava. Ela parecida estar bebendo alguma coisa, e durante o seu</p><p>depoimento, ela admitiu que havia bebido um gin e tônica que estava incluído na sua</p><p>comanda, e parecia estar um pouco alterada. Algumas testemunhas afirmaram que</p><p>não viram ou não perceberam que Mariana estava bebendo álcool, e uma delas</p><p>ouviu Mariana dizer que iria beber naquele dia, porque havia ficado chateada com a</p><p>situação do almoço. A maioria das pessoas que estavam no local observaram que a</p><p>vítima não estava extremamente alterada, mas sim mais “alegre”. Nesse momento, o</p><p>grupo, juntamente com Mariana, se encontrava em uma área de bangalôs, mais</p><p>especificamente no bangalô 403.</p><p>Mariana presente em outro evento do Café, em um dos bangalôs.</p><p>Alguns dos amigos de Mariana ficaram por um tempo com ela no bangalô. Também</p><p>estavam presentes um grupo que incluía Roberto Marinho Neto (herdeiro da Rede</p><p>Globo de televisão), Roger Rodrigues da Silva (um dos proprietários do Café de La</p><p>Musique) e o réu, André de Camargo Aranha (empresário do ramo futebolístico).</p><p>Mariana expressou que ela havia sido deixada sozinha ali por uma de suas amigas</p><p>com dois homens mais velhos, e que um dos seus últimos momentos de consciência</p><p>parcial foi quando uma de suas amigas a chamou para tirar uma foto enquanto</p><p>estavam juntas no bangalô.</p><p>Ela parecia ter ficado durante um tempo com esse grupo no bangalô. Seus amigos</p><p>decidiram ir para outro beach club localizado nas proximidades chamado 300 (Av.</p><p>dos Salmões, 1232 – Jurerê Internacional, Florianópolis, 88053-310). Mariana foi</p><p>convidada, porém não apresentou interesse em ir no momento, e combinou com o</p><p>rapaz que a acompanhava que iriam se encontrar em tal estabelecimento após a</p><p>festa do Café. A partir de tal momento, algumas testemunhas disseram que Mariana</p><p>parecia estar cada vez mais alterada, provavelmente por causa do consumo de</p><p>bebida alcoólica, mas nada fora do normal, principalmente quando se leva em conta</p><p>o padrão de tais festas.</p><p>Imagem de Mariana na frente do DJ, por volta das 18:30-19:00</p><p>Quando o réu foi pagar a conta, mais ou menos às 22:00 horas, Mariana se</p><p>aproximou dele e ele acariciou o cabelo dela. André pagou a conta inteira, já que o</p><p>seu amigo estava sem carteira. Nesse momento, Mariana pediu para ir ao banheiro.</p><p>Nesse momento, subiram na escada do camarote privado. Tal camarote era</p><p>reservado para os sócios, clientes frequentes com uma pulseira VIP, atrações e DJs</p><p>que se apresentavam na casa, e embaixadoras que já trabalhavam ali por algum</p><p>tempo. A gerência, os maitres e os sócios também poderiam autorizar a entrada de</p><p>outras pessoas. Roger (um dos sócios previamente mencionados) autorizou que</p><p>André e Mariana utilizassem o banheiro dos camarotes. Mariana expressou que não</p><p>se lembra do que aconteceu nesses momentos, porém, conseguiu expressar o que</p><p>estava fazendo e como estava se sentindo. Disse que nunca tomou remédios ou</p><p>outras drogas e que não costuma beber muito, mas que quando fica dopada se</p><p>comporta como um “robô”.</p><p>Logo depois de André ter pago a conta, os dois subiram a escada íngreme do</p><p>camarote em direção a um dos espaços reservados. André afirmou nunca ter subido</p><p>naquele lugar, esta foi a sua primeira vez. De acordo com ele, tudo foi muito rápido;</p><p>começaram a se beijar e a se acariciar, e Mariana iniciou o sexo oral. Entre outras</p><p>carícias, o réu afirmou que sentiu um odor forte vindo da genital de Mariana, e tentou</p><p>sair da situação. Desconversou e a convidou para jantar com o grupo em outro local,</p><p>e pediu para que ela o esperasse, já que ele iria fazer xixi e logo voltaria. Ela desceu</p><p>e ele lavou as mãos. Desceu pouco depois dela, e não a viu mais. Afirmou ainda que</p><p>ela estava perfeitamente normal e sóbria. Algo que lhe chamou a atenção foi que ao</p><p>se despedir dele, quando os dois estavam no camarote, ela o chamou de</p><p>“Robertinho”, como se tivesse confundido André com Roberto</p><p>Marinho Neto, que</p><p>também estava presente na festa naquele dia. André atribuiu a confusão ao álcool</p><p>consumido por ela (o que provavelmente contradiz sua afirmação de que ela estava</p><p>perfeitamente sóbria). De acordo com ele, não houve nenhum tipo de penetração e</p><p>não chegou a ejacular, mas não se lembra se introduziu o dedo. Não viu nenhuma</p><p>mancha de sangue.</p><p>Mariana afirma que não se lembra de nada do ato sexual, mas parece se lembrar de</p><p>subir e descer as escadas, e também se recorda de como estava se sentindo.</p><p>Tentava mandar mensagem para os amigos, mas estranhou a própria fala. Tentou</p><p>ligar para alguns deles, mas nenhum atendeu. O segurança que guardava a porta do</p><p>camarote não percebeu absolutamente nada de estranho; se lembrava de Mariana,</p><p>e ela subiu e desceu de maneira normal. André também não parecia estar alterado.</p><p>A perita Mirella Frascino Musumeci observou que Mariana nunca teria conseguido</p><p>descer as escadas sob o efeito de alguma substância entorpecente, já que a escada</p><p>para o camarote era notoriamente íngreme, até para alguém completamente sóbrio.</p><p>Após sair do camarote, ela ainda enviou uma mensagem para uma de suas amigas</p><p>que estavam em outro estabelecimento.</p><p>Mensagem mandada por Mariana a uma amiga, possivelmente se referindo a André como “boy”.</p><p>Imagens do depoimento, quando Mariana se lembra de ter subido um “lugar bem alto”.</p><p>Mariana desceu e se dirigiu a outro estabelecimento, o beach house 300, onde seus</p><p>amigos já se encontravam. Ela foi caminhando de salto por um caminho de</p><p>aproximadamente 700 metros de distância, levando por volta de 9-10 minutos para</p><p>ser percorrido (como ela estava de salto alto, o policial civil Fábio Silveira Volpato</p><p>chegou à conclusão que ela teria levado 12-15 minutos para ela percorrer todo o</p><p>trajeto). Mariana percorreu todo o trajeto até o 300 sem cair ou sofrer nenhum tipo</p><p>de acidente, e é possível ver nas</p><p>imagens de vídeo que ela mexia no</p><p>celular enquanto caminhava. Quando</p><p>chegou ao 300, ela se comportava de</p><p>maneira normal, sem apresentar</p><p>nenhum desvio de coordenação motora</p><p>devido à ingestão de álcool ou drogas.</p><p>A patroa de Mariana, Jéssica</p><p>Weiss, também estava presente no</p><p>300 e viu Mariana, e observou que ela estava perfeitamente normal, caminhando</p><p>bem e mexendo no celular. O vestido estava perfeitamente branco, sem nenhuma</p><p>mancha de sangue ou rasgos.</p><p>Mariana saindo do Café de La Musique</p><p>Mariana fica aproximadamente 20 minutos dentro do 300. Ela pede um Uber pelo</p><p>aplicativo e aguarda alguns minutos. Apesar de não comunicar tal fato, uma de suas</p><p>amigas lhe ofereceu carona, mas ela recusou. O Uber chega, ela confere a placa e</p><p>entra. Walton Souza Rabbib foi o motorista que atendeu Mariana, e o mesmo</p><p>também prestou depoimento. Ele observou que a moça estava impecável, de cabelo</p><p>e maquiagem imaculados. Como já observado, ela usava um vestido branco, sem</p><p>nenhuma mancha de sangue. Ele perguntou se não estava bom lá dentro, e ela</p><p>respondeu que não. Percebeu que a passageira começou a chorar, e ela ligou para</p><p>alguém. Ela repetia várias palavras, perguntava pelo pai, e citava o nome de várias</p><p>pessoas, nas quais ela não podia confiar mais, segundo ela mesma. A impressão do</p><p>motorista foi que ela estava alterada de alguma forma, mas não embriagada; ela não</p><p>tinha cheiro de álcool. Quando ela chegou no destino ela já tinha se acalmado um</p><p>pouco.</p><p>Quando Mariana chegou em casa, sua mãe pagou o motorista em dinheiro, e</p><p>Mariana foi amparada pela irmã, até chegarem ao apartamento. Luciane Aparecida</p><p>Borges, mãe de Mariana, sempre entrava em contato com a filha quando ela estava</p><p>fora de casa trabalhando. Ela supostamente perdeu tal contato as 19:00, tentou</p><p>novamente as 22:00 e não conseguiu falar com a filha. Luciane apenas conseguiu</p><p>falar com Mariana quando esta ligou para ela no Uber, enquanto chorava</p><p>desesperada. Sua filha mais nova resolveu gravar a ligação, porque suspeitavam</p><p>que Mariana estava muito bêbada. Quando Mariana desceu do carro, Luciane</p><p>percebeu que a filha estava com o rosto todo sujo e borrado. Quando finalmente</p><p>chegaram ao apartamento, carregaram Mariana até o chuveiro e tiraram suas</p><p>roupas. A mãe de Mariane imediatamente percebeu um cheiro ruim e sangue nas</p><p>roupas; não conseguiu fazer outra coisa a não ser guardar tudo em um saco plástico</p><p>que estava próximo.</p><p>O body e a calcinha que Mariana estava usando no dia da agressão.</p><p>Luciane supostamente ligou para o SAMU e para a Polícia, mas disse que não foi</p><p>atendida por estarem “muito ocupados” (nenhuma das ligações foram</p><p>comprovadas).</p><p>Decidiu esperar até o dia seguinte para ir até a delegacia. Também não ligou para</p><p>sua irmã (tia de Mariana) que morava bem próximo, e não contatou vizinhos. Se</p><p>dirigiram até o Instituto Geral de Perícias e a Delegacia de Canasvieiras às 11:00 do</p><p>dia seguinte. Mariana alegava estar sentindo dores na região genital, na barriga e</p><p>nas pernas. Também começou a sofrer de terrores noturnos, onde acorda gritando e</p><p>chorando. O principal suspeito apontado pela mãe de Mariana foi Roberto Marinho</p><p>Neto. Luciane também pegou o celular de Mariana e ligou para vários amigos e</p><p>conhecidos que estavam com ela naquele dia, como Jéssica e o grupo de amigos</p><p>que a acompanhou. Jéssica disse que a mãe de Mariana foi muito agressiva, e</p><p>exigiu o nome de todos que estavam no bangalô; ainda insultou a mesma dizendo</p><p>que ela “não tinha família” e por isso não se importava com o ocorrido.</p><p>As investigações foram feitas pela Polícia Civil de Santa Catarina. Foram</p><p>requisitados imagens e vídeos tanto do Café de La Musique, quanto do 300 e</p><p>também das ruas pelas quais Mariana passou nos caminhos entre um e outro. A</p><p>perícia das roupas foi feita no exterior. Foram ouvidas a vítima, o acusado e</p><p>testemunhas presentes. Foi constatado que a vítima possuía boa orientação</p><p>espacial e boa capacidade motora em deslocamento. A perita contatada pela</p><p>defesa, a ortopedista Mirella Frascino Musumeci, constatou que é muito improvável</p><p>que Mariana tenha sido dopada com o conhecido “boa noite cinderela”, já que seria</p><p>impossível ter apenas os sintomas apresentados por ela. A vítima manteve bom</p><p>controle motor, não apresenta distúrbio de marcha, teve planejamento e lembrança,</p><p>lembrou dos amigos que estavam com ela, recorda-se de algumas situações,</p><p>consegue dar baixa na comanda sem problemas, e caminha por uma distância de</p><p>500-700 metros sem cair ou cambalear, além de ter recobrado a memória</p><p>rapidamente. Não existe nenhuma droga que provoque efeitos tão seletivos assim (é</p><p>válido lembrar que a janela de detecção depende de diversos fatores, e que algumas</p><p>substâncias não se encaixam nas janelas de detecção mais comuns, que são de</p><p>24-72 horas. É provável que algumas substâncias mais novas sejam indetectáveis,</p><p>já que é estimado que surja uma nova droga sintética por semana no mundo).</p><p>Mariana publicou a thread no Twitter no dia 26 de junho de 2019, o que viralizou a</p><p>história. A mãe de Mariana relatou que a filha necessita de tratamento psiquiátrico e</p><p>psicológico, além de estar apresentando sintomas de depressão profunda e</p><p>síndrome do pânico. Várias testemunhas recebem ameaças de morte e estupro</p><p>todos os dias, e acusam Mariana de publicar histórias nas redes sociais sem provar</p><p>a veracidade (como por exemplo, alegações de que outras meninas tenham sido</p><p>dopadas em vários beach clubs da região). Mariana também conjecturou que exista</p><p>um esquema de estupro de vulneráveis ocorrendo dentro do estabelecimento, que</p><p>droga garotas para a satisfação de homens ricos que frequentam o local. Várias</p><p>testemunhas afirmam que todos os empregados do local sofreram com o ocorrido,</p><p>principalmente os garçons, que foram acusados por Mariana em várias ocasiões de</p><p>colocarem droga nas bebidas de mulheres.</p><p>A sentença inocentando André de Camargo Aranha foi publicada pelo The Intercept</p><p>no dia 2 de novembro de 2020, e causou polêmica por ter usado a expressão</p><p>“estupro culposo” para descrever a sentença. Também foi destacado o tratamento</p><p>que Mariana recebeu</p><p>durante o julgamento, enquanto era repetidamente humilhada</p><p>pelo advogado de André, Cláudio Gastão da Rosa Filho, sem nenhuma interferência</p><p>do Juiz ou do Promotor responsáveis.</p>