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<p>1Curso	Ênfase	©	2020</p><p>Direito	Do	Trabalho	–	Joalvo	Magalhães</p><p>Grupo	Econômico	Para	Fins	Trabalhistas</p><p>Olá,	 pessoal!	 Vamos	 dar	 início	 a	 nossa	 unidade	 de	 aprendizagem,</p><p>tratando,	agora,	do	tema	grupo	econômico	para	fins	trabalhistas.</p><p>Bom,	 vamos	 começar,	 agora,	 a	 nossa	 unidade	 de	 aprendizagem	 com</p><p>uma	importante	pergunta	provocadora.	A	pergunta	é	a	seguinte:</p><p>2Curso	Ênfase	©	2020</p><p>Bom,	para	responder	a	nossa	pergunta	provocadora,	antes	nós	temos</p><p>que	 estudar	 um	 pouco	 do	 grupo	 econômico	 para	 entender	 qual	 é	 a</p><p>responsabilidade	das	empresas	que	compõem	o	grupo	econômico.</p><p>3Curso	Ênfase	©	2020</p><p>O	 primeiro	 ponto,	 a	 saber,	 é	 a	 ideia	 de	 conceito	 e	 de	 primazia	 da</p><p>realidade	quanto	ao	grupo	econômico.	Para	fins	trabalhistas,	pessoal	-</p><p>e	 aí	 quando	 eu	me	 refiro	 à	 ideia	 de	 grupo	 econômico,	 eu	 estou	me</p><p>referindo	 a	 um	 conceito	 estritamente	 do	 direito	 do	 trabalho	 -,</p><p>considera-se	 grupo	 econômico	 a	 reunião	 de	 empresas.	 Então,</p><p>empresas	 quando	 se	 reúnem	 (seja	 por	 coordenação	 seja	 por</p><p>subordinação),	 quando	 se	 reúnem	 para	 exercer	 conjuntamente	 a</p><p>atividade	econômica,	elas,	do	ponto	de	vista	 trabalhista,	vão	 ter	uma</p><p>solidariedade.</p><p>Como	assim	uma	solidariedade?</p><p>Haverá	 uma	 responsabilidade	 solidária	 entre	 todas	 as	 empresas</p><p>integrantes	 do	 grupo	 econômico,	 no	 que	 concerne	 aos	 débitos</p><p>trabalhistas	relativos	a	todas	essas	empresas.</p><p>Qual	a	finalidade	disso,	pessoal?</p><p>A	 finalidade	 é	 garantir	 o	 trabalhador;	 a	 finalidade	 é	 evitar	 fraudes</p><p>trabalhistas.</p><p>Que	tipo	de	fraude?</p><p>Fraudes	 nas	 quais	 uma	 empresa,	 ao	 invés	 de	 contratar	 um</p><p>empregado,	cria	uma	segunda	empresa,	cria	uma	terceira	empresa	e,</p><p>ao	invés	de	contratar	diretamente	o	empregado,	ela	fica	contratando</p><p>por	 essas	 empresas	 que	 ela	 mesma	 criou,	 com	 a	 finalidade	 de	 se</p><p>escusar	de	responsabilidade	trabalhista.	A	lei	diz	que	não	adianta.	Se</p><p>ela	vai	criando	empresas	e	essas	empresas	atuam	juntamente	com	ela</p><p>4Curso	Ênfase	©	2020</p><p>no	 âmbito	 da	 economia,	 no	 âmbito	 da	 atividade	 econômica,	 todas</p><p>essas	 empresas	 serão	 responsáveis	 solidariamente	 pelos	 débitos</p><p>trabalhistas.</p><p>Isso	tem	a	ver	com	o	princípio	da	primazia	da	realidade.	É	como</p><p>se	 todos	 aqueles	 ali	 fossem	 considerados	 empregadores.	 Todas</p><p>aquelas	empresas,	como	elas	atuam	conjuntamente,	são	consideradas</p><p>empregadoras.</p><p>Interessante	que,	para	o	Direito	do	Trabalho,	não	há	necessidade	de</p><p>formalização	desse	grupo	econômico,	 tudo	com	base	no	princípio	da</p><p>primazia	da	realidade	sobre	a	forma.	Então,	na	verdade,	as	empresas</p><p>não	 precisam	 constituir	 formalmente	 um	 grupo	 econômico,	 não</p><p>precisa	ser	uma	modalidade	societária	lá	do	Direito	Empresarial,	não</p><p>precisa	estar	formalmente	como	uma	holding,	por	exemplo.</p><p>Não	 há	 essa	 necessidade	 de	 uma	 subsidiária,	 de	 uma	 filial,	 não.</p><p>Mesmo	que	do	ponto	de	vista	 formal	 (do	ponto	de	vista	 jurídico)	não</p><p>exista	nenhum	contrato	relacionando	essas	empresas,	se	do	ponto	de</p><p>vista	 prático	 (do	 ponto	 de	 vista	 fático)	 ficar	 evidenciado	 que	 elas</p><p>atuam	conjuntamente	no	âmbito	da	sua	atividade	econômica,	haverá,</p><p>como	consequência,	 o	 reconhecimento	desse	grupo	econômico.	Uma</p><p>vez	 havendo	 o	 reconhecimento	 do	 grupo	 econômico,	 a	 consequência</p><p>direta	é	a	responsabilidade	solidária	de	todas	as	empresas	envolvidas.</p><p>Perfeito?</p><p>Ora,	e	quais	são,	aí,	os	pressupostos	para	a	formação	do	grupo</p><p>econômico?</p><p>O	grupo	econômico	está	previsto	no	art.	2º,	§2º,	da	Consolidação	das</p><p>Leis	Trabalhistas	(CLT),	e	agora	também	o	§3º	trata	do	tema.</p><p>5Curso	Ênfase	©	2020</p><p>Para	 que	 haja	 grupo	 econômico	 deve	 haver	 uma	 aglutinação	 de</p><p>empresas.	Claro!	O	próprio	nome	já	diz:	"grupo	econômico";	"grupo</p><p>industrial";	grupos	de	vários	setores	da	economia.	Tem	que	haver	um</p><p>agrupamento	dessas	empresas;	elas	 têm	que	se	 reunir,	elas	 têm	que</p><p>se	aglutinar.	Se	elas	não	se	reúnem,	se	elas	não	se	aglutinam,	não	há	a</p><p>configuração	de	grupo	econômico.</p><p>Além	disso,	essas	empresas	têm	que	ter	personalidade	jurídica</p><p>diversa.	 Claro!	 Se	 eu	 estou	 diante	 de	 empresas	 que	 têm	 a	 mesma</p><p>personalidade	 jurídica,	 eu	 não	 estou	 diante	 de	 pessoas	 diferentes.</p><p>Então,	 para	 que	 configure	 o	 grupo	 econômico,	 eu	 tenho	 a	 empresa</p><p>"A",	 a	 empresa	 "B",	 a	 empresa	 "C",	 por	 exemplo,	 e	 todas	 elas	 têm</p><p>personalidade	 diferente,	 são	 pessoas	 jurídicas	 diferentes,	 com</p><p>patrimônios	 diferentes,	 com	 personalidades	 diferentes;	 porém,	 elas</p><p>estão	 aglutinadas,	 estão	 agrupadas,	 estão	 ali	 formando	 um	 grupo</p><p>6Curso	Ênfase	©	2020</p><p>econômico.	 E,	 a	 partir	 do	 momento	 que	 elas	 formam	 esse	 grupo</p><p>econômico,	todas	elas	serão	responsáveis	solidariamente.</p><p>Claro	que	esse	é	um	instituto	típico	de	direito	do	trabalho;	então	não</p><p>quer	 dizer	 que	 para	 outros	 efeitos	 (efeito	 para	 o	 direito	 do</p><p>consumidor,	 por	 exemplo)	 elas	 vão	 ter,	 ali,	 uma	 responsabilidade.</p><p>Não!	Essa	responsabilidade	é	prevista	para	o	Direito	do	Trabalho.</p><p>O	outro	pressuposto	para	a	formação	do	grupo	econômico	é	que	haja</p><p>exploração	 de	 atividade	 econômica.	 Deve	 haver	 exploração	 de</p><p>atividade	 econômica.	 Se	 não	 houver	 uma	 empresa,	 não	 houver	 uma</p><p>exploração	de	atividade	econômica,	não	há	grupo	econômico,	porque</p><p>o	próprio	nome	 já	diz,	o	próprio	nome	 já	 indica:	"grupo	econômico".</p><p>Então,	tem	que	haver	uma	atividade	econômica.	Essa	é	a	regra	geral!</p><p>O	 grupo	 econômico	 pode	 se	 desenvolver	 em	 uma	 relação	 de</p><p>subordinação	 ou	 de	 coordenação.	 Essa	 diferença	 é	 muito</p><p>importante,	pessoal.	Preste	atenção	aqui!</p><p>NÃO	ERRE</p><p>Não	erre!	Por	que?</p><p>Porque	isso	foi	objeto	de	mudança	com	a	reforma	trabalhista.</p><p>7Curso	Ênfase	©	2020</p><p>A	Lei	nº	13.467	passou	a	permitir,	no	âmbito	da	CLT,	a	configuração</p><p>do	chamado	grupo	horizontal	(ou	grupo	por	coordenação).</p><p>"Ora,	 mas	 explica	 aí	 qual	 a	 diferença	 de	 grupo	 vertical	 para	 grupo</p><p>horizontal".	Pessoal,	grupo	vertical	é	aquele	que	se	forma	através	de</p><p>empresas	que	atuam	sob	uma	subordinação.	No	grupo	vertical	existe</p><p>uma	 subordinação,	 enquanto	 que	 no	 grupo	 horizontal	 não	 existe</p><p>uma	subordinação,	existe	uma	coordenação.</p><p>Então,	no	grupo	vertical	há	uma	hierarquia;	há	uma	empresa	que	está</p><p>acima	 e	 que	 comanda	 a	 empresa	 que	 está	 abaixo.	 Enquanto	 que	 no</p><p>grupo	horizontal	elas	estão	ali	em	pé	de	igualdade.</p><p>Por	 que	 é	 importante	 saber	 isso?	 A	 diferença	 de	 grupo	 por</p><p>coordenação	(ou	grupo	horizontal)	e	grupo	por	subordinação</p><p>(ou	grupo	vertical),	por	que	é	importante	saber	isso,	pessoal?</p><p>Porque,	antes,	a	CLT	não	permitia	o	grupo	por	coordenação.	Antes	a</p><p>8Curso	Ênfase	©	2020</p><p>CLT	só	permitia	grupo	econômico	quando	uma	empresa	comandasse	a</p><p>outra,	 quando	 a	 empresa	 dirigisse	 a	 outra,	 quando	 a	 empresa	 fosse</p><p>subordinada	 a	 outra,	 chamado	 de	 grupo	 vertical.	 Com	 a	 Reforma</p><p>Trabalhista,	 Lei	 nº	 13.467/2017,	 o	 artigo	 passou	 a	 dizer	 que</p><p>configura	 grupo	 econômico	 quando	 a	 empresa	 for	 subordinada	 a</p><p>outra	ou	quando,	mesmo	cada	uma	mantendo	a	 sua	autonomia,	 elas</p><p>atuarem	conjuntamente	na	economia.	Olha	que	interessante	isso!</p><p>Então,	hoje,	a	lei	admite	os	dois	tipos	de	grupo	econômico:	grupo	por</p><p>subordinação	 (também	 chamado	 de	 grupo	 vertical)	 e	 grupo	 por</p><p>coordenação	(também	chamado	de	grupo	horizontal).</p><p>Só	um	detalhe	aqui:	a	 lei	deixa	bem	claro	que	a	mera	 identidade	de</p><p>sócios	não	é	suficiente	para	configuração	do	grupo	econômico.</p><p>9Curso	Ênfase	©	2020</p><p>Como	assim,	Joalvo?</p><p>Ora,	muitas	vezes	existe	 lá	a	empresa	 "A"	e	existe	a	empresa	 "B".	A</p><p>empresa	"A"	tem	como	sócios	João	e	Maria;	e	a	empresa	"B"	tem	como</p><p>sócios	 João	 e	 José.	 E	 aí	 o	 empregado	 já	 diz,	 muitas	 vezes,	 que	 a</p><p>empresa	 "A"	 e	 a	 empresa	 "B"	 fazem	 parte	 do	 mesmo	 grupo</p><p>econômico,	 porque	 o	 sócio	 de	 uma	 é	 sócio	 da	 outra.	 Pessoal,	 nem</p><p>sempre	isso	vai	ser	verdade.</p><p>Porque,	imaginem	vocês,	uma	pessoa	que	é	uma	grande	investidora	e</p><p>que	 ela	 tem	vários	 sócios	 em	empresas	 diferentes,</p><p>tem	vários	 sócios</p><p>em	 atividades	 econômicas	 diferentes.	 Vamos	 imaginar	 João:	 ele	 tem</p><p>um	 sócio	 num	 salão	 de	 beleza,	 tem	 outro	 sócio	 num	 supermercado,</p><p>tem	 sócio	 numa	 lanchonete;	 são	 empresas	 que	 atuam	 totalmente</p><p>distintas	uma	da	outra.	Uma	não	depende	da	outra,	não	compartilha</p><p>clientela,	 não	 compartilha	 mão	 de	 obra,	 não	 compartilha	 linha	 de</p><p>produção.	Nada!	Elas	não	têm	afinidade	entre	si.</p><p>A	única	circunstância	que	une	essas	empresas	é	o	 fato	de	que	essas</p><p>empresas	 têm	 como	 sócio	 comum,	 essa	 pessoa	 João,	 esse	 investidor</p><p>que	nem	vai	à	empresa.	Na	verdade,	ele	entrou	com	o	capital.</p><p>Será	que	vai	existir	grupo	econômico	nessa	hipótese,	pessoal?</p><p>Não,	não	vai	existir,	porque	a	Lei	deixa	bem	claro:	"a	mera	identidade</p><p>de	 sócios,	 por	 si	 só,	 não	 é	 suficiente	 para	 configuração	 do	 grupo</p><p>econômico".	Para	que	haja	grupo	econômico	tem	que	haver	afinidade,</p><p>tem	que	haver	comunhão	de	interesses;	tem	que	restar	demonstrado</p><p>que	as	empresas	têm	uma	atuação	econômica	conjunta.</p><p>É	 isso	 que	 justifica	 o	 reconhecimento	 do	 grupo	 econômico,	 seja	 ele</p><p>10Curso	Ênfase	©	2020</p><p>um	 grupo	 econômico	 vertical	 (um	 grupo	 econômico	 por</p><p>subordinação),	 em	 que	 uma	 empresa	manda	 na	 outra,	 em	 que	 uma</p><p>empresa	 dirige	 a	 outra,	 ou	 seja	 ele	 um	 grupo	 econômico	 por</p><p>coordenação	(ou	horizontal),	em	que	as	empresas	se	coordenam.	Mas,</p><p>de	alguma	forma,	elas	têm	que	atuar	conjuntamente.	O	mero	fato	de</p><p>o	 sócio	 ser	o	mesmo	não	é	 suficiente	para	 formar	grupo	econômico.</p><p>Okay,	pessoal?</p><p>Agora,	 preste	 atenção:	 se	 eu	 estou	 lá,	 dentro	 da	 empresa	 "A"	 e	 da</p><p>empresa	 "B",	 que	 tem	 o	 mesmo	 sócio	 e,	 além	 disso,	 atua</p><p>conjuntamente	 na	 economia,	 é	 evidente	 que	 vão	 formar	 grupo</p><p>econômico.	Agora,	se	o	único	elemento	que	eu	tiver	 for	a	 identidade</p><p>de	sócios,	esse	elemento,	por	si	 só,	não	é	suficiente	para	comprovar,</p><p>para	demonstrar	a	existência	do	grupo	econômico.	Perfeito?</p><p>Bom,	 quando	 pensamos	 em	 grupo	 econômico,	 pensamos	 numa</p><p>relação	 de	 solidariedade.	 A	 solidariedade	 existente	 aqui	 é	 entre	 as</p><p>empresas	componentes	do	grupo	econômico	(todas	elas).</p><p>Essa	 solidariedade	 pode	 ser	 uma	 solidariedade	passiva	 (chamada</p><p>de	 responsabilidade	 solidária)	 ou	 pode	 ser	 também	 a	 chamada</p><p>solidariedade	ativa.</p><p>11Curso	Ênfase	©	2020</p><p>Qual	é	a	diferença	entre	solidariedade	passiva	e	solidariedade</p><p>ativa?</p><p>Solidariedade	 passiva	 diz	 respeito	 aos	 débitos	 trabalhistas,	 e	 é	 uma</p><p>solidariedade	que	beneficia	o	empregado.</p><p>Por	que	beneficia?</p><p>Porque,	 pela	 responsabilidade	 solidária	 (pela	 solidariedade	 passiva),</p><p>todas	 as	 empresas	 componentes	 do	 grupo	 econômico	 serão</p><p>solidariamente	responsáveis	por	todos	os	débitos	trabalhistas	oriundos</p><p>dessas	empresas.</p><p>Significa	 que	 se	 um	 sujeito	 é	 contratado	 pela	 empresa	 "B",	 mas	 a</p><p>empresa	"B"	faz	parte	de	um	grupo	econômico	junto	com	a	empresa</p><p>"A",	 junto	 com	 a	 empresa	 "C",	 esse	 empregado,	 embora	 seja</p><p>empregado	da	empresa	 "B",	ele	pode	ajuizar	ação	 trabalhista	contra</p><p>12Curso	Ênfase	©	2020</p><p>todas	as	empresas	 integrantes	do	grupo	econômico.	Todas	elas	 terão</p><p>responsabilidade	de	pagar	os	débitos	trabalhistas.</p><p>Ah,	 mas	 quem	 assinou	 a	 Carteira	 de	 Trabalho	 foi	 a	 empresa	 "B";</p><p>quem	 dava	 ordens	 era	 a	 empresa	 "B";	 quem	 pagava	 salário	 era	 a</p><p>empresa	"B".	Não	importa!	O	empregador,	ali,	ostensivo,	poderia	ser	a</p><p>empresa	"B",	mas,	do	ponto	de	vista	trabalhista,	todas	as	empresas	do</p><p>grupo	econômico	serão	consideradas	como	se	 fossem	empregadoras,</p><p>para	 efeito	 de	 responsabilização	 trabalhista.	 E	 é	 uma</p><p>responsabilização	solidária,	 tá,	pessoal?	Não	é	uma	responsabilização</p><p>subsidiária,	não.	O	que	significa	dizer	que	o	empregado	pode	ajuizar</p><p>ação	contra	a	empresa	 "B",	que	 foi	quem	assinou	a	Carteira,	e	pode</p><p>entrar	só	contra	a	empresa	"A",	se	ele	quiser,	ou	só	contra	a	empresa</p><p>"C".</p><p>Não	é	uma	responsabilidade	subsidiária.	Ele	não	precisa	entrar	contra</p><p>a	empresa	"B"	e,	se	a	empresa	"B"	não	 tiver	dinheiro,	vai	acionar	as</p><p>outras,	 não.	 Ele	 já	 pode,	 de	 início,	 optar	 por	 acionar	 qualquer	 das</p><p>empresas	 envolvidas	 e	 isso	 é	 o	 que	 nós	 conhecemos	 por</p><p>responsabilidade	passiva	(ou	responsabilidade	solidária).</p><p>Ao	 lado	 dessa	 responsabilidade	 solidária	 nós	 temos,	 também,	 a</p><p>solidariedade	ativa.	O	que	é	a	solidariedade	ativa?</p><p>A	solidariedade	ativa	é	o	contrário,	já	beneficia	o	empregador.	Muitas</p><p>vezes,	 no	 grupo	 econômico	 com	 várias	 empresas	 (empresa	 "A",</p><p>empresa	 "B",	 empresa	 "C"),	 uma	 das	 empresas	 contrata	 um</p><p>empregado	 (assina	 o	 contrato	 de	 trabalho	 dele),	 só	 que,	 na	 prática,</p><p>aquele	 empregado	 não	 trabalha	 apenas	 para	 a	 empresa	 "B".	 Na</p><p>prática,	ele	fica	um	dia	na	empresa	"A",	outro	dia	na	empresa	"C".	Na</p><p>13Curso	Ênfase	©	2020</p><p>prática,	ele	acaba	prestando	serviços	para	todas	as	empresas	daquele</p><p>grupo	econômico.</p><p>E	 eu	 pergunto	 para	 vocês	 o	 seguinte:	 nesse	 caso,	 se	 ele	 presta</p><p>serviços	para	mais	de	uma	empresa,	mas	as	três	de	um	mesmo</p><p>grupo	 econômico,	 será	 que	 vai	 haver	 a	 formação	 de	 três</p><p>contratos	 de	 trabalhos,	 ou	 será	 que	 existe	 apenas	 um	 único</p><p>contrato	de	trabalho?</p><p>De	acordo	com	a	ideia	de	solidariedade	ativa,	por	mais	que	ele	preste</p><p>serviço	para	várias	empresas	do	grupo	econômico,	o	empregador	não</p><p>é	 apenas	 quem	 assinou	 a	 CTPS,	 o	 empregador	 é	 todo	 o	 grupo</p><p>econômico.	 Nesse	 caso,	 haveria	 um	 contrato	 único,	 porque	 o</p><p>empregador	é	único	também.</p><p>Por	 isso,	muita	atenção	para	essa	 jurisprudência	que	eu	vou	trazer</p><p>para	vocês!</p><p>JURISPRUDÊNCIA</p><p>A	jurisprudência,	pessoal,	é	a	Súmula	nº	129	do	Tribunal	Superior	do</p><p>Trabalho	(TST).	Veja	o	que	diz	a	súmula:</p><p>14Curso	Ênfase	©	2020</p><p>Significa	 dizer,	 pessoal,	 que	 a	 jurisprudência	 acolheu	 a	 tese	 de</p><p>"empregador	 único".	 Se	 cair	 na	 prova	 do	 concurso	 "empregador</p><p>único",	saibam	que	é	isso	aí:	a	tese	da	solidariedade	ativa,	ou	seja,	da</p><p>mesma	forma	que	todas	as	empresas	integrantes	do	grupo	podem	ser</p><p>responsabilizadas	 pelo	 pagamento	 de	 débitos	 trabalhistas,	 também</p><p>todas	as	empresas	do	grupo	econômico	podem	exigir	trabalho	àquele</p><p>empregado.</p><p>Por	que?</p><p>Porque	 todas	 as	 empresas	 do	 grupo	 econômico	 são	 consideradas</p><p>empregadoras.	 O	 empregador,	 na	 verdade,	 não	 é	 a	 empresa;	 o</p><p>empregador	 é	 o	 grupo	 econômico.	 O	 grupo	 econômico	 é	 o</p><p>empregador,	chamado	de	"empregador	único".</p><p>Então,	muita	atenção	com	essa	Súmula	nº	129!</p><p>15Curso	Ênfase	©	2020</p><p>Ora,	pessoal,	o	que	que	caracteriza	o	grupo	econômico,	assim,</p><p>na	prática?	O	juiz	vai	julgar	uma	situação	concreta:	como	é	que</p><p>ele	vai	saber	que	há,	ou	não	há,	um	grupo	econômico?</p><p>Vamos	 ver	 aqui	 alguns	 elementos	 caracterizadores,	 elementos</p><p>indiciários.</p><p>Por	que	é	que	eu	chamo	assim:	elementos	indiciários?</p><p>Na	 verdade,	 um	 elemento	 desse,	 por	 si	 só,	 (um	 elemento	 desse</p><p>isoladamente	 considerado)	 ele	 não	 vai	 -	 claro	 -	 ser	 suficiente	 para</p><p>configurar	um	grupo	econômico.	Mas,	quando	eu	reúno	vários	desses</p><p>elementos,	o	juiz,	no	seu	livre	convencimento	motivado,	ele	pode,	sim,</p><p>reconhecer	a	existência	de	um	grupo	econômico.</p><p>Por	 exemplo,	 aqui:	 identidade	 de	 sócios	 majoritários.	 Nós	 já</p><p>16Curso	Ênfase	©	2020</p><p>vimos	que	a	CLT	claramente	diz	que	a	mera	identidade	de	sócios,	por</p><p>si	só,	não	faz	com	que	duas	empresas	formem	um	grupo	econômico.	A</p><p>mera	 identidade	 de	 sócios,	 por	 si	 só,	 não	 torna	 isso.	 Porém,	 a</p><p>identidade	 de	 sócios	 é	 um	 elemento	 indiciário,	 porque,	 se	 eu	 tenho</p><p>duas	 empresas	 que	 os	 sócios	 são	 os	 mesmos,	 eu	 já	 tenho,	 aí,	 um</p><p>caminho	para	um	grupo	econômico.	Claro	que	eu	vou	analisar	outros</p><p>elementos,	mas	eu	já	tenho	um	indício	de	que	possa	existir	um	grupo</p><p>econômico.</p><p>Diretoria	 de	 uma	 pessoa	 jurídica	 com	 sócios	 de	 outra,</p><p>interferindo	 na	 administração:	 imaginem	 vocês	 que	 a	 empresa</p><p>"A"	 tem	como	sócio	 João,	e	 João	é	diretor	da	empresa	 "B".	Ele	não	é</p><p>sócio	da	empresa	 "B",	mas	dirige</p><p>a	empresa	 "B"	e	dirige	a	empresa</p><p>"A"	também.	Ora,	se	a	mesma	pessoa	dirige	as	duas	empresas,	isso	é</p><p>um	indício	forte	de	grupo	econômico	também.</p><p>Criação	de	uma	empresa	por	 outra:	a	 empresa	 "A"	 existe,	 mas,</p><p>para	complementar	a	sua	atividade	-	tem	alguma	atividade	ali	que	faz</p><p>parte	da	sua	rotina	que	ela	não	quer	fazer	ela	própria	-	ela	vai	e	cria</p><p>uma	 empresa.	 Ela	 é	 sócia	 dessa	 outra	 empresa,	 constitui	 uma	 nova</p><p>pessoa	jurídica	para	fazer	uma	das	suas	atividades.	Esse	é	um	indício,</p><p>também,	de	grupo	econômico.</p><p>17Curso	Ênfase	©	2020</p><p>Também	 quando	uma	empresa	é	acionista/sócia	majoritária	da</p><p>outra:	então	uma	empresa	cria	a	outra	e	é	sócia	majoritária.</p><p>Ingerência	 administrativa	 da	 mesma	 pessoa	 física	 ou	 da</p><p>mesma	pessoa	jurídica:	então	o	mesmo	sócio	que	manda	em	uma,</p><p>manda	na	outra.	Acabam	 tendo	a	 chamada	 "administração	 comum";</p><p>são	 administradas	 pela	 mesma	 pessoa,	 e	 isso	 aí	 tem	 uma	 grande</p><p>chance	de	gerar	o	reconhecimento	do	grupo	econômico.</p><p>Interferência	em	atos	de	administração	e	gestão:	 subordinação</p><p>de	uma	empresa	com	outra.</p><p>Todas	essas	situações	são	gravemente	indiciárias	de	grupo	econômico.</p><p>Mas	 é	 como	 eu	 já	 tinha	 mencionado	 a	 vocês:	 não	 é	 um	 elemento</p><p>desses	que,	isoladamente,	vai	ser	suficiente	para	o	reconhecimento	do</p><p>grupo	 econômico.	 Na	 verdade,	 é	 a	 soma	 de	 todos	 esses	 elementos,</p><p>conjuntamente	 considerados,	 que	 vai	 fazer	 com	 que	 o	 grupo</p><p>18Curso	Ênfase	©	2020</p><p>econômico	seja	reconhecido.	Ok,	pessoal?</p><p>Preste	 atenção	 aqui	 nesse	 conteúdo	bastante	 importante!	É	um</p><p>conteúdo	que	diz	respeito	à	franquias.</p><p>CONTEÚDO	IMPORTANTE</p><p>Será	que	as	franquias	formam	grupo	econômico?</p><p>Nas	franquias	há	uma	relação	interessante	entre	a	franqueadora	e	os</p><p>franquiados.	Então,	existe	uma	empresa	franqueadora,	e	ela	cria,	ali,</p><p>um	nicho	de	mercado,	cria	um	produto,	cria	um	serviço,	e	ela	começa</p><p>a	 franquiar	 aquilo	 ali	 para	 que	 outras	 empresas	 possam	 revender,</p><p>possam	 prestar	 aquele	 serviço,	 possam	 vender	 aqueles	 produtos.</p><p>Normalmente,	 a	 Justiça	 do	 Trabalho	 entende	 que	 não	 há	 a</p><p>configuração	 do	 grupo	 econômico,	 já	 que	 a	 franquiada	 tem	 ali	 uma</p><p>19Curso	Ênfase	©	2020</p><p>subordinação	com	a	franqueadora	só	quanto	à	marca.</p><p>Então	 o	 layout	 da	 marca	 tem	 que	 ser	 igual,	 o	 uniforme	 dos</p><p>empregados,	mas	não	tem	uma	ingerência	administrativa	na	empresa.</p><p>Então,	 via	 de	 regra,	 entende-se	 que	 as	 franquias	 não	 formam	grupo</p><p>econômico.	Com	a	 reforma	 trabalhista,	 a	 jurisprudência	 também	vai</p><p>ter	que	se	pronunciar	sobre	esse	tema,	porque	a	reforma	trabalhista</p><p>permitiu	 o	 grupo	 econômico	 por	 coordenação,	 e	 aí	 fica	 o</p><p>questionamento:	 será	 que	 o	 franquiado	 e	 a	 franqueadora	 não</p><p>atuam,	pelo	menos,	por	coordenação,	no	âmbito	da	atividade</p><p>econômica?	Será	que	não	poderia	gerar	um	grupo	econômico</p><p>as	atividades	das	franquias?</p><p>Por	enquanto,	a	jurisprudência	é	refratária	à	ideia,	mas	pode	ser	que</p><p>mude	ao	longo	do	tempo.	Okay,	pessoal?</p><p>Bons	estudos	e	até	o	nosso	próximo	encontro!</p>

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