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<p>SUA PROVA</p><p>TEMPO</p><p>NÃO SERÁ PERMITIDO</p><p>4 horas e 30 minutos é o período disponível</p><p>para a realização da prova, já incluído o tempo</p><p>para a marcação da folha de respostas da</p><p>prova objetiva</p><p>3 horas após o início da prova é possível retirar se</p><p>da sala, sem levar o caderno de provas</p><p>30 minutos antes do término do período de</p><p>prova é possível retirar-se da sala levando o</p><p>caderno de provas</p><p>Qualquer tipo de comunicação entre os can-</p><p>didatos durante a aplicação da prova</p><p>Levantar da cadeira sem autorização do</p><p>fiscal de sala</p><p>Usar o sanitário ao término da prova, após</p><p>deixar a sala</p><p>INFORMAÇÕES GERAIS</p><p>As questões objetivas têm cinco alternativas de resposta (A,</p><p>B, C, D, E) e somente uma delas está correta</p><p>Verifique se seu caderno está completo, sem repeti-</p><p>ção de questões ou falhas. Caso contrário, notifi-</p><p>que imediatamente o fiscal da sala, para que sejam</p><p>tomadas as devidas providências</p><p>Confira seus dados pessoais, especialmente nome,</p><p>número de inscrição e documento de identidade,</p><p>e leia atentamente as instruções para preencher a</p><p>folha de respostas</p><p>Use somente caneta esferográfica, fabricada em</p><p>material transparente, com tinta preta ou azul</p><p>Assine seu nome apenas no(s) espaço(s) reservado( s)</p><p>Confira seu cargo, cor e tipo do caderno de provas.</p><p>Caso tenha recebido caderno de cargo, cor ou tipo</p><p>diferente do impresso em sua folha de respostas, o</p><p>fiscal deve ser obrigatoriamente informado para o</p><p>devido registro na ata da sala</p><p>O preenchimento das respostas da prova objetiva</p><p>é de sua responsabilidade e não será permitida a</p><p>troca da folha de respostas em caso de erro</p><p>Reserve tempo suficiente para o preenchimento de</p><p>suas respostas. Para fins de avaliação, serão levadas em</p><p>consideração apenas as marcações realizadas na folha</p><p>de respostas da prova objetiva, não sendo permitido</p><p>anotar informações relativas às respostas em qualquer</p><p>outro meio que não seja o caderno de provas</p><p>A FGV coletará as impressões digitais dos candida-</p><p>tos na lista de presença</p><p>Os candidatos serão submetidos ao sistema de</p><p>detecção de metais quando do ingresso e da saída</p><p>de sanitários durante a realização das provas</p><p>Boa sorte!</p><p>uma folha de respostas das questões objetivas</p><p>Além deste caderno de provas, contendo oitenta</p><p>questões objetivas, você receberá do fiscal de sala:</p><p>Prova Escrita Objetiva</p><p>�</p><p>Ba</p><p>se</p><p>ad</p><p>o</p><p>no</p><p>fo</p><p>rm</p><p>at</p><p>o</p><p>de</p><p>p</p><p>ro</p><p>va</p><p>�</p><p>ap</p><p>lic</p><p>ad</p><p>o</p><p>pe</p><p>la</p><p>b</p><p>an</p><p>ca</p><p>F</p><p>GV</p><p>Ordem dos Advogados do Brasil</p><p>SIMULADO PREPARATÓRIO</p><p>ORDEM DO GRANCURSOS ONLINE</p><p>XXXII 1ª FASE DO EXAME</p><p>�</p><p>Ba</p><p>se</p><p>ad</p><p>o</p><p>no</p><p>fo</p><p>rm</p><p>at</p><p>o</p><p>de</p><p>p</p><p>ro</p><p>va</p><p>�</p><p>ap</p><p>lic</p><p>ad</p><p>o</p><p>pe</p><p>la</p><p>b</p><p>an</p><p>ca</p><p>F</p><p>GV</p><p>ÉTICA E ESTATUTO</p><p>MARIA CHRISTINA</p><p>1</p><p>Aryanna, advogada na área trabalhista há longos anos,</p><p>foi contratada por um órgão público para realização de</p><p>um parecer sem a realização de licitação. Um cidadão,</p><p>ao tomar conhecimento dos fatos, impugnou o ato.</p><p>Diante dos fatos, assinale a alternativa correta.</p><p>(A) A advogada poderá ser contratada com inexigibilida-</p><p>de de licitação em qualquer situação.</p><p>(B) A Advogada poderá ser contratada com inexigibilida-</p><p>de de licitação caso teste comprovada a sua notória</p><p>especialização profissional.</p><p>(C) A Advogada jamais poderá ser contratada com inexi-</p><p>gibilidade de licitação sob pena de violação dos prin-</p><p>cípios constitucionais.</p><p>(D) A Advogada não poderá ser contratada com inexigi-</p><p>bilidade de licitação, mas, em alguns casos, para se</p><p>enquadrar nos casos de dispensa de licitação.</p><p>2</p><p>Carolina Carvalhal, advogada renomada na área crimi-</p><p>nal, foi presa em flagrante delito tentando ingressar no</p><p>presídio com cocaína para seu cliente. Diante dos fatos,</p><p>assinale a alternativa correta.</p><p>(A) A prisão da advogada deverá ser comunicada à OAB</p><p>sob pena de nulidade.</p><p>(B) A prisão da advogada deverá ser acompanha-</p><p>da por um membro da diretoria da OAB sob pena</p><p>de nulidade.</p><p>(C) A prisão da advogada deverá ser acompanhada por</p><p>um membro da OAB sob pena de nulidade.</p><p>(D) A prisão da advogada deverá ser comunicada a um</p><p>membro da diretoria da OAB sob pena de nulidade.</p><p>3</p><p>Ana Paula Blazute, renomada advogada na área de di-</p><p>reito constitucional, em um momento de fúria e insani-</p><p>dade, desferiu várias facadas em sua amiga Alice Rocha.</p><p>Por esse motivo, foi instaurado processo criminal. Diante</p><p>do exposto, assinale a alternativa correta.</p><p>(A) Blazute somente poderá ser presa em sala de Estado</p><p>Maior mesmo após a prolação de sentença com trân-</p><p>sito em julgado.</p><p>(B) Blazute, antes do trânsito em julgado, somente po-</p><p>derá ser presa em sala de Estado Maior, com insta-</p><p>lações e comodidades condignas, assim reconheci-</p><p>das pela OAB.</p><p>(C) Blazute, antes do trânsito em julgado, somente po-</p><p>derá ser presa em sala de Estado Maior, e, na sua</p><p>falta, em prisão domiciliar.</p><p>(D) Blazute, antes do trânsito em julgado, somente po-</p><p>derá ser presa em prisão domiciliar.</p><p>4</p><p>Gustavo Brígido, advogado, atua em um processo que</p><p>tramita em segredo de justiça. Após o trânsito em julga-</p><p>do, Rafael Tomassi, também advogado, requer ao juízo</p><p>a carga dos autos. Diante dos fatos, assinale a alterna-</p><p>tiva correta.</p><p>(A) Rafael Tomassi poderá fazer carga dos autos de</p><p>processo findo pelo prazo de 10 dias com ou sem</p><p>procuração.</p><p>(B) Rafael Tomassi poderá fazer carga dos autos de pro-</p><p>cesso findo ou em andamento pelo prazo de 10 dias,</p><p>com ou sem procuração.</p><p>(C) Rafael Tomassi poderá fazer carga dos autos desse</p><p>processo findo pelo prazo de 15 dias, caso esteja mu-</p><p>nido de procuração.</p><p>(D) Rafael Tomassi somente poderá fazer carga dos au-</p><p>tos desse processo findo, pelo prazo de 10 dias, caso</p><p>anexe aos autos procuração.</p><p>5</p><p>Raquel, advogada, acabou de dar à luz uma linda meni-</p><p>na chamada Roberta. Curiosa sobre os direitos que terá,</p><p>procura você para uma conversa, por meio da qual você</p><p>afirmará corretamente que</p><p>(A) a advogada que der à luz terá direito a vagas prioritá-</p><p>rias no tribunal.</p><p>(B) a advogada que der à luz terá direito a entrar nos</p><p>tribunais sem ser submetida ao detector de metais.</p><p>(C) a advogada que der à luz terá direito à preferência na</p><p>ordem das sustentações orais.</p><p>(D) a advogada que der à luz terá direito à suspensão dos</p><p>prazos processuais sempre que o requerer.</p><p>6</p><p>Michele, após a conclusão do ensino médio, decidiu</p><p>cursar a faculdade de direito na Itália. Após a conclusão</p><p>com êxito, retornou ao Brasil requerendo sua inscrição</p><p>na OAB por ser brasileira nata. Diante dos fatos, assinale</p><p>a opção correta.</p><p>(A) Michele, para se inscrever como advogada no Brasil,</p><p>deverá apenas revalidar seu diploma em uma Uni-</p><p>versidade brasileira.</p><p>(B) Michele, para se inscrever como advogada no Brasil,</p><p>deverá revalidar seu diploma em uma Universidade</p><p>brasileira e ser aprovada no exame de ordem.</p><p>(C) Michele, para se inscrever como advogada no Brasil,</p><p>deverá apenas apresentar seu diploma de conclusão</p><p>de curso com histórico escolar autenticado.</p><p>(D) Michele, para se inscrever como advogada no Bra-</p><p>sil, deverá apresentar seu diploma de graduação</p><p>em Direito.</p><p>7</p><p>Nilton foi aprovado e tomou posso no concurso para</p><p>Procurador do estado de São Paulo. Desse modo, Nilton</p><p>se tornará</p><p>(A) incompatível para o exercício da advocacia, devendo</p><p>ter sua OAB cancelada.</p><p>(B) incompatível para o exercício da advocacia, devendo</p><p>ter sua OAB licenciada.</p><p>(C) impedido de advogar contra o ente que lhe remunera.</p><p>(D) impedido de advogar contra o ente e toda a Adminis-</p><p>tração Pública.</p><p>8</p><p>Lorena Campos, advogada, atravessando grave crise</p><p>financeira, não efetuou o pagamento de sua anuidade</p><p>para com a OAB. Diante da situação, Lorena</p><p>(A) será suspensa do exercício da advocacia pelo prazo</p><p>de 30 dias a 12 meses.</p><p>(B) será suspensa do exercício da advocacia por prazo</p><p>indeterminado.</p><p>(C) será censurada pelo presidente de sua seccional.</p><p>(D) não poderá ser suspensa do exercício da advocacia.</p><p>FILOSOFIA</p><p>ODAIR JOSÉ</p><p>9</p><p>Ao tratar das diversas acepções de justiça nas relações</p><p>entre iguais, Aristóteles considera a origem dessas rela-</p><p>ções, uma vez que essa origem determinará qual acep-</p><p>ção deverá ser aplicada ao caso concreto. Assim, consi-</p><p>de pena da tentati-</p><p>va, mas não a atenuante.</p><p>(D) não poderão ser estendidos a Paulo.</p><p>69</p><p>Jonas foi denunciado pela prática de um crime de roubo,</p><p>sendo a pretensão punitiva do Estado julgada inteira-</p><p>mente procedente e aplicada sanção penal, em primeira</p><p>instância, de 05 anos e 04 meses de reclusão e 14 dias-</p><p>-multa. A defesa apresentou recurso alegando:</p><p>(i) preliminar de nulidade por cerceamento de defesa;</p><p>(ii) insuficiência probatória, já que as declarações da víti-</p><p>ma, que não presta compromisso legal de dizer a verda-</p><p>de, não poderiam ser consideradas;</p><p>(iii) que deveria ser afastada a causa de aumento do em-</p><p>prego de arma.</p><p>Todos os desembargadores que participaram do julga-</p><p>mento votaram pelo não acolhimento da preliminar e</p><p>pela manutenção da condenação. Houve voto vencido</p><p>apenas de um desembargador, que entendeu que deve-</p><p>ria ser afastada apenas a causa de aumento do emprego</p><p>de arma. Intimado do acórdão, o advogado deverá opor:</p><p>(A) embargos infringentes e de nulidade, buscando o</p><p>acolhimento da preliminar, sua absolvição e o afasta-</p><p>mento da causa de aumento de pena reconhecida.</p><p>(B) embargos infringentes, buscando o afastamento da</p><p>causa de aumento do emprego de arma.</p><p>(C) embargos infringentes e de nulidade, buscando o</p><p>acolhimento da preliminar e o afastamento da causa</p><p>de aumento do emprego de arma.</p><p>(D) embargos de nulidade, buscando o acolhimento da</p><p>preliminar.</p><p>DIREITO DO TRABALHO</p><p>RAFAEL TONASSI</p><p>70</p><p>Em uma fábrica de carros, há a seguinte situação: Thais é</p><p>auxiliar administrativa e engravidou; André, que atua no</p><p>setor de vendas, foi eleito suplente de dirigente sindical;</p><p>Silvia, que atua no setor de compras, foi indicada como</p><p>representante do empregador na CIPA. Considerando os</p><p>ditames legais, é correto afirmar que:</p><p>(A) todos os empregados terão estabilidade, por moti-</p><p>vos variados.</p><p>(B) somente Thais e André terão garantia no emprego.</p><p>(C) André não terá garantia no emprego por ser su-</p><p>plente, já que a CLT garante estabilidade somente</p><p>ao titular.</p><p>(D) todos os membros que integram a CIPA possuem es-</p><p>tabilidade durante todo o mandato e até 1 ano após.</p><p>71</p><p>Júnior, professor de geografia numa escola particular,</p><p>e Talita, professora de educação física em outra escola</p><p>particular, casaram-se, após 3 anos de noivado. Preten-</p><p>dem agora viajar para a lua de mel.</p><p>Sobre a situação apresentada, e de acordo com os ter-</p><p>mos da CLT, é correto afirmar que:</p><p>(A) o casal poderá faltar ao serviço por 1 semana, mas</p><p>terão o desconto respectivo no salário.</p><p>(B) Júnior e Talita poderão faltar ao emprego por 9 dias,</p><p>sem prejuízo do salário.</p><p>(C) A CLT é omissa a respeito, assim o casal terá de nego-</p><p>ciar a quantidade de dias da licença-gala.</p><p>(D) Ambos poderão faltar justificadamente por até 3 dias</p><p>consecutivos.</p><p>72</p><p>Rogério, engenheiro da empresa Barcelona S/A, ganha-</p><p>va R$ 14.000,00 mensais e foi dispensado sem justa</p><p>causa. Vinte dias após a ruptura contratual, a empresa</p><p>contratou Ricardo para o seu lugar, com salário de R$</p><p>10.000,00. Após saber do salário de seu antecessor, Ri-</p><p>cardo queixou-se ao setor de Recursos Humanos, afir-</p><p>mando que deveria receber o mesmo salário.</p><p>De acordo com o entendimento consolidado pelo TST, é</p><p>correto afirmar que:</p><p>(A) Ricardo não tem razão, pois se tratava de cargo vago.</p><p>(B) a forma de reparar a injusta lesão é a equipara-</p><p>ção salarial.</p><p>(C) o empregado tem razão, pois vigora o princípio</p><p>da isonomia.</p><p>(D) Ricardo teria de receber, no mínimo, 60% do salário</p><p>do antecessor.</p><p>73</p><p>Por disposição expressa na CLT, não é possível o recebi-</p><p>mento acumulado dos seguintes direitos:</p><p>(A) adicional de transferência e adicional noturno.</p><p>(B) horas extras pelo desrespeito aos intervalos inter e</p><p>intrajornada.</p><p>(C) prontidão e periculosidade.</p><p>(D) adicionais de insalubridade e periculosidade.</p><p>74</p><p>Rafael, com 16 anos, foi contratado para prestar serviços</p><p>como caseiro, três vezes por semana, na casa de vera-</p><p>neio de Paulo e sua família. Além de arrumar a casa, o</p><p>respectivo empregado também cultiva uma horta desti-</p><p>nada à subsistência do grupo familiar.</p><p>À luz da legislação trabalhista, é correto afirmar que:</p><p>(A) o contrato é válido porque Rafael já tem 16 anos, ida-</p><p>de mínima para a contratação.</p><p>(B) uma vez que Rafael não comparece todos os dias à</p><p>casa de Paulo, não pode ser considerado empregado</p><p>nos moldes da CLT.</p><p>(C) a situação retrata modalidade de trabalho proibido</p><p>para menor de dezoito anos.</p><p>(D) o empregado está acumulando as funções de em-</p><p>pregado doméstico e agricultor, tendo assim direito</p><p>a um acréscimo salarial.</p><p>75</p><p>Cris completou o seu período aquisitivo de férias junto</p><p>ao empregador Valência Ltda. e agora aguarda a marca-</p><p>ção de suas férias. Cris tem um filho de 14 anos que é</p><p>estudante do ensino médio.</p><p>Diante dos termos da CLT, é correto afirmar que:</p><p>(A) o empregador é quem marcará o mês de férias, dentro</p><p>do período concessivo, como achar mais adequado.</p><p>(B) por ter filho menor de 18 anos, a empregada tem o</p><p>direito de tirar as férias juntamente com as férias es-</p><p>colares do menor.</p><p>(C) é o empregado quem define o aproveitamento das</p><p>férias no período que melhor lhe aprouver.</p><p>(D) a maternidade é uma das causas que impede a con-</p><p>versão de 1/3 das férias em dinheiro.</p><p>DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO</p><p>ARYANNA LINHARES</p><p>76</p><p>Maryana trabalhava como secretária na empresa JBS e</p><p>foi dispensada sem justa causa.</p><p>No momento da rescisão, ela argumentou que jamais</p><p>havia recebido o adicional noturno, embora trabalhasse</p><p>das 22h às 5h, de segunda a sexta-feira.</p><p>A empresa concordou em fazer um acordo para o paga-</p><p>mento do adicional noturno, desde que fosse submetido</p><p>à homologação pelo juiz. Para isso, o diretor de departa-</p><p>mento pessoal informou que Maryana deveria contratar</p><p>um advogado.</p><p>Você, então, foi contratado(a) como advogado por Ma-</p><p>ryana e o acordo foi celebrado, sendo formalizado em</p><p>petição conjunta, assinada por ela, seu ex-patrão e seus</p><p>respectivos advogados. Na sequência, foi levado à Jus-</p><p>tiça do Trabalho para homologação. O juiz, entretanto,</p><p>recusou-se a homologá-lo, extinguindo o processo sem</p><p>resolução do mérito.</p><p>Na condição de advogado(a) de Maryana, assinale a al-</p><p>ternativa que contempla a medida processual cabível:</p><p>(A) Recurso Ordinário.</p><p>(B) É incabível qualquer medida judicial, por se tratar de</p><p>decisão interlocutória.</p><p>(C) Mandado de Segurança.</p><p>(D) Agravo de petição.</p><p>77</p><p>Observe as quatro situações jurídicas a seguir:</p><p>1) A Instituição Mãos Unidas é uma entidade</p><p>sem fins lucrativos.</p><p>2) Daniele é uma empregadora doméstica.</p><p>3) O Instituto Meditação Transcendental é uma</p><p>entidade filantrópica.</p><p>4) Tatyana é uma microempreendedora individual.</p><p>Considere o seguinte:</p><p>1) Todas as pessoas referidas têm reclamações</p><p>trabalhistas ajuizadas contra si e foram con-</p><p>denadas em pecúnia.</p><p>2) Nenhuma delas é beneficiária da justiça gratuita.</p><p>3) Todas pretendem recorrer.</p><p>Assinale a alternativa em que consta qual delas é isenta</p><p>do depósito recursal:</p><p>(A) Apenas a Instituição Mãos Unidas.</p><p>(B) Todas são isentas do depósito recursal.</p><p>(C) Instituto Meditação Transcendental, exclusivamente.</p><p>(D) Apenas Tatyana e Daniele.</p><p>78</p><p>A reclamação trabalhista ajuizada por João transitou em</p><p>julgado e encontra-se na fase executória. João foi inti-</p><p>mado para apresentar os cálculos de liquidação, o que</p><p>foi feito apontando os itens e valores objeto da discor-</p><p>dância. O juiz, então, homologou os cálculos e intimou</p><p>o executado para que realizasse o depósito voluntário</p><p>da quantia homologada, sob pena de penhora de bens.</p><p>Diante dessa narrativa e dos termos da CLT, assinale a</p><p>afirmativa correta.</p><p>(A) O juiz equivocou-se, pois, antes de homologar o</p><p>cálculo, deveria ter concedido vista ao executado no</p><p>prazo de 8 dias.</p><p>(B) O juiz agiu corretamente.</p><p>(C) A CLT não trata da liquidação, razão pela qual cada juiz</p><p>tem a liberdade para eleger a forma de conduzi-la.</p><p>(D) É faculdade do juiz intimar o executado para se</p><p>manifestar quanto aos cálculos no prazo sucessivo</p><p>de 5 dias.</p><p>79</p><p>José Reinaldo ajuizou reclamação trabalhista em face de</p><p>seu ex-empregador</p><p>Maharishi Veda e também da União</p><p>que, segundo ele, deve responder subsidiariamente. Os</p><p>pedidos foram liquidados e o somatório não ultrapassa</p><p>40 salários-mínimos.</p><p>Diante do caso narrado, assinale a alternativa correta.</p><p>(A) A reclamação trabalhista deve tramitar pelo rito su-</p><p>maríssimo, uma vez que o valor da causa não ultra-</p><p>passa 40 salários-mínimos.</p><p>(B) A reclamação tramitará sob o rito ordinário, pois fi-</p><p>gura ente de direito público no polo passivo.</p><p>(C) A ação correrá no rito ordinário e o número máximo</p><p>de testemunhas para cada parte é de 2.</p><p>(D) A ação correrá no rito sumaríssimo, e, em caso de</p><p>prova testemunhal, cada parte terá direito a ouvir</p><p>até três testemunhas.</p><p>80</p><p>João ajuizou reclamação trabalhista contra Ana's Ltda.</p><p>e Maria's Ltda., postulando a condenação solidária das</p><p>empresas ao pagamento de adicional noturno, horas</p><p>extras e adicional de periculosidade. Foi proferida sen-</p><p>tença de total procedência. Por pertencerem ao mesmo</p><p>grupo econômico, as empresas foram condenadas, de</p><p>forma solidária, ao pagamento das verbas postuladas.</p><p>Ambas recorreram, mas somente Maria's Ltda. realizou</p><p>o depósito recursal. Dentre outras alegações, essa em-</p><p>presa sustenta que deve ser excluída da lide, pois não</p><p>forma grupo econômico com Ana's Ltda.</p><p>Diante do exposto, assinale a alternativa correta.</p><p>(A) O depósito realizado pela empresa Maria's Ltda.</p><p>pode ser aproveitado pela empresa Ana's Ltda.</p><p>(B) O recurso de Ana's Ltda. é deserto, uma vez que o de-</p><p>pósito efetuado por Maria's Ltda. não pode ser apro-</p><p>veitado por Ana's Ltda., já que Maria's Ltda. pede a</p><p>sua exclusão da lide.</p><p>(C) Ambas as empresas estão dispensadas do depósi-</p><p>to recursal.</p><p>(D) Não há depósito recursal na Justiça do Trabalho.</p><p>ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL</p><p>GABARITO</p><p>1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20</p><p>B C C D C B C D C A C D B C C C D C B D</p><p>21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40</p><p>D A B A D C B A D A C C C D C D B D C C</p><p>41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60</p><p>A A A C C D A A A C C C C B C B C C D A</p><p>61 62 63 64 65 66 67 68 69 70 71 72 73 74 75 76 77 78 79 80</p><p>B C A D B A C C B B B A D C A A C A B B</p><p>ÉTICA E ESTATUTO</p><p>MARIA CHRISTINA</p><p>1</p><p>Aryanna, advogada na área trabalhista há longos anos,</p><p>foi contratada por um órgão público para realização de</p><p>um parecer sem a realização de licitação. Um cidadão,</p><p>ao tomar conhecimento dos fatos, impugnou o ato.</p><p>Diante dos fatos, assinale a alternativa correta.</p><p>(A) A advogada poderá ser contratada com inexigibilida-</p><p>de de licitação em qualquer situação.</p><p>(B) A Advogada poderá ser contratada com inexigibilida-</p><p>de de licitação caso teste comprovada a sua notória</p><p>especialização profissional.</p><p>(C) A Advogada jamais poderá ser contratada com inexi-</p><p>gibilidade de licitação sob pena de violação dos prin-</p><p>cípios constitucionais.</p><p>(D) A Advogada não poderá ser contratada com inexigi-</p><p>bilidade de licitação, mas, em alguns casos, para se</p><p>enquadrar nos casos de dispensa de licitação.</p><p>Letra b.</p><p>(A) Falso. 3°-A do EOAB.</p><p>(B) Verdadeiro. Art. 3° do EAOB e art. 25 da Lei n.</p><p>8.666/1993.</p><p>(C) Falso. Art. 3º-A do EOAB.</p><p>(D) Falso. Art. 3°-A do EOAB.</p><p>2</p><p>Carolina Carvalhal, advogada renomada na área crimi-</p><p>nal, foi presa em flagrante delito tentando ingressar no</p><p>presídio com cocaína para seu cliente. Diante dos fatos,</p><p>assinale a alternativa correta.</p><p>(A) A prisão da advogada deverá ser comunicada à OAB</p><p>sob pena de nulidade.</p><p>(B) A prisão da advogada deverá ser acompanha-</p><p>da por um membro da diretoria da OAB sob pena</p><p>de nulidade.</p><p>(C) A prisão da advogada deverá ser acompanhada por</p><p>um membro da OAB sob pena de nulidade.</p><p>(D) A prisão da advogada deverá ser comunicada a um</p><p>membro da diretoria da OAB sob pena de nulidade.</p><p>Letra c.</p><p>(A) Falso. Art. 7°, IV, EOAB.</p><p>(B) Falso. Art. 7°, IV, EOAB.</p><p>(C) Verdadeiro. Art. 7°, IV, EOAB.</p><p>(D) Falso. Art. 7°, IV, EOAB.</p><p>3</p><p>Ana Paula Blazute, renomada advogada na área de di-</p><p>reito constitucional, em um momento de fúria e insani-</p><p>dade, desferiu várias facadas em sua amiga Alice Rocha.</p><p>Por esse motivo, foi instaurado processo criminal. Diante</p><p>do exposto, assinale a alternativa correta.</p><p>(A) Blazute somente poderá ser presa em sala de Estado</p><p>Maior mesmo após a prolação de sentença com trân-</p><p>sito em julgado.</p><p>(B) Blazute, antes do trânsito em julgado, somente po-</p><p>derá ser presa em sala de Estado Maior, com insta-</p><p>lações e comodidades condignas, assim reconheci-</p><p>das pela OAB.</p><p>(C) Blazute, antes do trânsito em julgado, somente po-</p><p>derá ser presa em sala de Estado Maior, e, na sua</p><p>falta, em prisão domiciliar.</p><p>(D) Blazute, antes do trânsito em julgado, somente po-</p><p>derá ser presa em prisão domiciliar.</p><p>Letra c.</p><p>(A) Falso. Art. 7°, V, EOAB.</p><p>(B) Falso. Art. 7°, V, EOAB.</p><p>(C) Verdadeiro. Art. 7°, V, EOAB.</p><p>(D) Falso. Art. 7°, V, EOAB.</p><p>4</p><p>Gustavo Brígido, advogado, atua em um processo que</p><p>tramita em segredo de justiça. Após o trânsito em julga-</p><p>do, Rafael Tomassi, também advogado, requer ao juízo</p><p>a carga dos autos. Diante dos fatos, assinale a alterna-</p><p>tiva correta.</p><p>(A) Rafael Tomassi poderá fazer carga dos autos de</p><p>processo findo pelo prazo de 10 dias com ou sem</p><p>procuração.</p><p>(B) Rafael Tomassi poderá fazer carga dos autos de pro-</p><p>cesso findo ou em andamento pelo prazo de 10 dias,</p><p>com ou sem procuração.</p><p>(C) Rafael Tomassi poderá fazer carga dos autos desse</p><p>processo findo pelo prazo de 15 dias, caso esteja mu-</p><p>nido de procuração.</p><p>(D) Rafael Tomassi somente poderá fazer carga dos au-</p><p>tos desse processo findo, pelo prazo de 10 dias, caso</p><p>anexe aos autos procuração.</p><p>Letra d.</p><p>(A) Falso. Art. 7°, XVI e § 1°, do EOAB.</p><p>(B) Falso. Art. 7°, XVI e § 1°, do EOAB.</p><p>(C) Falso. Art. 7°, XVI e § 1°, do EOAB.</p><p>(D) Verdadeiro. Art. 7°, XVI e § 1°, do EOAB.</p><p>5</p><p>Raquel, advogada, acabou de dar à luz uma linda meni-</p><p>na chamada Roberta. Curiosa sobre os direitos que terá,</p><p>procura você para uma conversa, por meio da qual você</p><p>afirmará corretamente que</p><p>(A) a advogada que der à luz terá direito a vagas prioritá-</p><p>rias no tribunal.</p><p>(B) a advogada que der à luz terá direito a entrar nos</p><p>tribunais sem ser submetida ao detector de metais.</p><p>(C) a advogada que der à luz terá direito à preferência na</p><p>ordem das sustentações orais.</p><p>(D) a advogada que der à luz terá direito à suspensão dos</p><p>prazos processuais sempre que o requerer.</p><p>Letra c.</p><p>(A) Falso. Art. 7°-A do EOAB.</p><p>(B) Falso. Art. 7°-A do EOAB.</p><p>(C) Verdadeiro. Art. 7°-A do EOAB.</p><p>(D) Falso. Art. 7°-A do EOAB.</p><p>6</p><p>Michele, após a conclusão do ensino médio, decidiu</p><p>cursar a faculdade de direito na Itália. Após a conclusão</p><p>com êxito, retornou ao Brasil requerendo sua inscrição</p><p>na OAB por ser brasileira nata. Diante dos fatos, assinale</p><p>a opção correta.</p><p>(A) Michele, para se inscrever como advogada no Brasil,</p><p>deverá apenas revalidar seu diploma em uma Uni-</p><p>versidade brasileira.</p><p>(B) Michele, para se inscrever como advogada no Brasil,</p><p>deverá revalidar seu diploma em uma Universidade</p><p>brasileira e ser aprovada no exame de ordem.</p><p>(C) Michele, para se inscrever como advogada no Brasil,</p><p>deverá apenas apresentar seu diploma de conclusão</p><p>de curso com histórico escolar autenticado.</p><p>(D) Michele, para se inscrever como advogada no Bra-</p><p>sil, deverá apresentar seu diploma de graduação</p><p>em Direito.</p><p>Letra b.</p><p>(A) Falso. Art. 8°, § 2°, EOAB.</p><p>(B) Verdadeiro. Art. 8°, § 2°, EOAB.</p><p>(C) Falso. Art. 8°, § 2°, EOAB.</p><p>(D) Falso. Art. 8°, § 2°, EOAB.</p><p>7</p><p>Nilton foi aprovado e tomou posso no concurso para</p><p>Procurador do estado de São Paulo. Desse modo, Nilton</p><p>se tornará</p><p>(A) incompatível para o exercício da advocacia, devendo</p><p>ter sua OAB cancelada.</p><p>(B) incompatível para o exercício da advocacia, devendo</p><p>ter sua OAB licenciada.</p><p>(C) impedido de advogar contra o ente que lhe remunera.</p><p>(D) impedido de advogar contra o ente e toda a Adminis-</p><p>tração Pública.</p><p>Letra c.</p><p>(A) Falso. Arts. 11, 12 e 30 do EOAB.</p><p>(B) Falso. Arts. 11, 12 e 30 do EOAB.</p><p>(C) Verdadeiro. Arts. 11, 12 e 30 do EOAB.</p><p>(D) Falso. Arts. 11, 12 e 30 do EOAB.</p><p>8</p><p>Lorena Campos, advogada, atravessando grave crise</p><p>financeira,</p><p>não efetuou o pagamento de sua anuidade</p><p>para com a OAB. Diante da situação, Lorena</p><p>(A) será suspensa do exercício da advocacia pelo prazo</p><p>de 30 dias a 12 meses.</p><p>(B) será suspensa do exercício da advocacia por prazo</p><p>indeterminado.</p><p>(C) será censurada pelo presidente de sua seccional.</p><p>(D) não poderá ser suspensa do exercício da advocacia.</p><p>Letra d.</p><p>(A) Falso. Julgamento do STF.</p><p>(B) Falso. Julgamento do STF.</p><p>(C) Falso. Julgamento do STF.</p><p>(D) Verdadeiro. O STF julgou inconstitucional a suspensão</p><p>do advogado do exercício profissional em decorrência</p><p>de inadimplência sob pena de violação ao livre exercício</p><p>da profissão.</p><p>FILOSOFIA</p><p>ODAIR JOSÉ</p><p>9</p><p>Ao tratar das diversas acepções de justiça nas relações</p><p>entre iguais, Aristóteles considera a origem dessas rela-</p><p>ções, uma vez que essa origem determinará qual acep-</p><p>ção deverá ser aplicada ao caso concreto. Assim, consi-</p><p>derando uma relação voluntária e entre iguais, a justiça</p><p>a ser aplicada será:</p><p>(A) Justiça Reparativa.</p><p>(B) Justiça Distributiva.</p><p>(C) Justiça Comutativa.</p><p>(D) Justiça Corretiva.</p><p>Letra c.</p><p>A questão explora as diversas concepções de justiça</p><p>de Aristóteles. Trata-se de considerar que nas relações</p><p>entre iguais prevalece a Justiça Corretiva, mas essa</p><p>mesma acepção se subdivide em duas possibilidades</p><p>que dependem diretamente da origem das relações.</p><p>Em se tratando de relações voluntárias, a justiça será</p><p>Comutativa, já no caso das relações involuntárias, a</p><p>justiça será Reparativa. Portanto, o gabarito é a letra “c”.</p><p>10</p><p>Hans Kelsen afirma que há dois tipos de interpretação da</p><p>norma jurídica: cognoscitiva e autêntica. A primeira não</p><p>cria norma e não vincula a conduta, diferentemente da</p><p>segunda, visto que esta é realizada pelos órgãos aplica-</p><p>dores do direito.</p><p>Com base nessas informações, assinale a alternati-</p><p>va correta.</p><p>(A) A interpretação realizada por uma agência regulado-</p><p>ra é autêntica, já a interpretação feita pela doutrina</p><p>jurídica é cognoscitiva.</p><p>(B) A interpretação feita pelo Judiciário é cognosciti-</p><p>va e a interpretação feita pelo Ministério Público é</p><p>autêntica.</p><p>(C) A interpretação feita pela doutrina jurídica é cogniti-</p><p>va e vincula a interpretação do Judiciário.</p><p>(D) No direito brasileiro, somente o Judiciário é órgão</p><p>aplicador do direito, por esse motivo somente ele</p><p>realiza a interpretação cognoscitiva.</p><p>Letra a.</p><p>A interpretação autêntica é realizada pelos órgãos</p><p>aplicadores do direito, já a interpretação cognoscitiva é</p><p>típica da doutrina jurídica, não vincula a conduta e não</p><p>cria uma nova norma. Portanto, o gabarito é a letra “a”.</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>ANA PAULA BLAZUTE</p><p>11</p><p>Devido à ocorrência de calamidade natural de grandes</p><p>proporções no município Alfa, o presidente da Repúbli-</p><p>ca, após consultar o Conselho da República e o Conselho</p><p>de Defesa Nacional, decretou o estado de defesa naque-</p><p>la localidade.</p><p>Com base nessa situação hipotética e considerando as</p><p>normas previstas na Constituição Federal de 1988 (CF),</p><p>assinale a opção correta.</p><p>(A) O tempo de duração do estado de defesa não será</p><p>superior a sessenta dias, podendo ser prorrogado</p><p>uma vez, por igual período, se persistirem as razões</p><p>que justificaram a sua decretação.</p><p>(B) Na vigência do estado de defesa, a prisão ou deten-</p><p>ção de qualquer pessoa não poderá ser superior a</p><p>quinze dias, salvo quando autorizada pelo Poder</p><p>Judiciário.</p><p>(C) Na vigência do estado de defesa, é vedada a incomu-</p><p>nicabilidade do preso.</p><p>(D) Decretado o estado de defesa ou sua prorrogação, o</p><p>Presidente da República, dentro de quarenta e oito</p><p>horas, submeterá o ato com a respectiva justifica-</p><p>ção ao Congresso Nacional, que decidirá por maio-</p><p>ria absoluta.</p><p>Letra c.</p><p>(A) Conforme a CF: “Art. 136, § 2º. O estado de defesa</p><p>não será superior a trinta dias.”</p><p>(B) Conforme a CF: “Art.136, § 3º, III – a prisão ou</p><p>detenção de qualquer pessoa não poderá ser superior</p><p>a dez dias.”</p><p>(C) Conforme a CF: “Art.136, § 3º, IV – na vigência do</p><p>estado de defesa é vedada a incomunicabilidade do</p><p>preso.</p><p>(D) Conforme a CF: “Art.136, § 4º Decretado o estado de</p><p>defesa ou sua prorrogação, o Presidente da República,</p><p>dentro de vinte e quatro horas, submeterá o ato com</p><p>a respectiva justificação ao Congresso Nacional, que</p><p>decidirá por maioria absoluta.”</p><p>12</p><p>A 3ª turma, órgão fracionário do Tribunal de Justiça do</p><p>Estado X, afastou a incidência de parte de uma lei, sem</p><p>declarar expressamente a sua inconstitucionalidade.</p><p>Nessa situação hipotética, segundo o entendimento do</p><p>STF, a decisão da turma:</p><p>(A) não violou a cláusula de reserva do plenário, o que</p><p>ocorreria somente se tivesse sido declarada a incons-</p><p>titucionalidade da lei.</p><p>(B) não violou a cláusula de reserva do plenário, posto</p><p>que a turma, como órgão especial que é, pode arro-</p><p>gar para si a competência do Órgão Pleno do Tribunal</p><p>de Justiça do Estado X.</p><p>(C) violou a cláusula de reserva do plenário, uma vez que</p><p>o afastamento da incidência da lei só poderia ocorrer</p><p>concomitantemente à declaração de inconstitucio-</p><p>nalidade desta.</p><p>(D) violou a cláusula de reserva do plenário, uma vez que</p><p>afastou a incidência, ainda que em parte, de lei.</p><p>Letra d.</p><p>Súmula Vinculante n. 10: Viola a cláusula de reserva de</p><p>plenário (CF, artigo 97) a decisão de órgão fracionário</p><p>de tribunal que, embora não declare expressamente a</p><p>inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder</p><p>Público, afasta sua incidência, no todo ou em parte.</p><p>13</p><p>Eugênio e Roberta, estudantes do 10º período de direi-</p><p>to, estavam discutindo sobre o tema repartição de com-</p><p>petências. Eugênio afirmou que compete privativamen-</p><p>te à União legislar sobre a proteção do meio ambiente.</p><p>Já Roberta afirmou que compete à União, aos Estados e</p><p>ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre cus-</p><p>tas dos serviços forenses. Marque a alternativa correta</p><p>de acordo com a Constituição Federal.</p><p>(A) Somente Eugênio está correto em sua afirmação,</p><p>posto que compete privativamente à União legislar</p><p>sobre a proteção do meio ambiente.</p><p>(B) Somente Roberta está correta em sua afirmação,</p><p>posto que compete à União, Estados e Distrito Fede-</p><p>ral legislar concorrentemente sobre custas dos servi-</p><p>ços forenses.</p><p>(C) Eugênio e Roberta estão corretos em suas afirma-</p><p>ções, posto que compete privativamente à União</p><p>legislar sobre a proteção do meio ambiente, e com-</p><p>pete à União, aos Estados e ao Distrito Federal le-</p><p>gislar concorrentemente sobre custas dos serviços</p><p>forenses.</p><p>(D) Eugênio e Roberta estão incorretos em suas afirma-</p><p>ções, posto que a competência para legislar sobre a</p><p>proteção do meio ambiente é concorrente, e a com-</p><p>petência para legislar sobre custas dos serviços fo-</p><p>renses é privativa da União.</p><p>Letra b.</p><p>Competência concorrente para legislar sobre o meio</p><p>ambiente e custas dos serviços forenses de acordo com</p><p>o artigo 24, IV, VI, da CF.</p><p>14</p><p>Mévio e Tício são eleitos, respectivamente, Presiden-</p><p>te e Vice-Presidente da República Federativa do Brasil.</p><p>No primeiro ano do mandato, em agosto, Mévio e Tício</p><p>viajam para a China para um compromisso oficial e uma</p><p>pane no avião presidencial acarreta a morte de todas as</p><p>pessoas que ali estavam. De acordo com a Constituição</p><p>Federal de 1988, assumirá a Presidência, em primeiro</p><p>lugar, o Presidente:</p><p>(A) do Supremo Tribunal Federal e será realizada eleição</p><p>indireta pelo Congresso Nacional, na forma da lei, no</p><p>prazo de trinta dias a partir dos óbitos.</p><p>(B) da Câmara dos Deputados e será realizada eleição</p><p>indireta pelo Congresso Nacional, na forma da lei, no</p><p>prazo de trinta dias a partir dos óbitos.</p><p>(C) da Câmara dos Deputados e será realizada eleição</p><p>direta no prazo de noventa dias a partir dos óbitos.</p><p>(D) do Senado Federal e será realizada eleição direta no</p><p>prazo de trinta dias a partir dos óbitos.</p><p>Letra c.</p><p>Art. 80. Em caso de impedimento do Presidente e do</p><p>Vice-Presidente, ou vacância dos respectivos cargos,</p><p>serão sucessivamente chamados ao exercício da</p><p>Presidência o Presidente da Câmara dos Deputados, o</p><p>do Senado Federal e o do Supremo Tribunal Federal.</p><p>Art. 81. Vagando os cargos de Presidente e Vice-</p><p>Presidente da República,</p><p>far-se-á eleição noventa dias</p><p>depois de aberta a última vaga.</p><p>15</p><p>Conceder indulto, decretar o estado de sítio e extinguir</p><p>cargos vagos são atribuições de competência privativa</p><p>do Presidente da República. De acordo com a Constitui-</p><p>ção Federal, o Presidente da República pode delegar:</p><p>(A) aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da Re-</p><p>pública ou ao Advogado-Geral da União a concessão</p><p>de indulto, decretação do estado de sítio, mas não</p><p>pode delegar a extinção de cargos vagos.</p><p>(B) aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da Re-</p><p>pública ou ao Advogado-Geral da União a decretação</p><p>do estado de sítio e a extinção de cargos vagos, mas</p><p>não pode delegar a concessão de indulto.</p><p>(C) aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da Re-</p><p>pública ou ao Advogado-Geral da União a concessão</p><p>de indulto e a extinção de cargos vagos, mas não</p><p>pode delegar a decretação do estado de sítio.</p><p>(D) aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da Re-</p><p>pública ou ao Advogado-Geral da União a concessão</p><p>de indulto, mas não pode delegar a decretação do</p><p>estado de sítio e a extinção de cargos vagos.</p><p>Letra c.</p><p>Pode delegar aos Ministros de Estado, ao Procurador-</p><p>Geral da República ou ao Advogado-Geral da União,</p><p>a concessão de indulto e a extinção de cargos vagos,</p><p>mas não pode delegar a decretação do estado de</p><p>sítio, de acordo com o artigo 84, parágrafo único, da</p><p>Constituição Federal.</p><p>16</p><p>Pietro, professor aposentado, com 65 anos de idade, é</p><p>brasileiro naturalizado há mais de 40 anos, e possui do-</p><p>micílio eleitoral no Acre. De acordo com a Constituição</p><p>Federal, Pietro:</p><p>(A) poderá se candidatar ao cargo de Presidente ou Vi-</p><p>ce-Presidente da República, sendo, para ele, faculta-</p><p>tivo o voto.</p><p>(B) poderá se candidatar ao cargo de Governador do Es-</p><p>tado, sendo, para ele, facultativo o voto.</p><p>(C) não poderá se candidatar ao cargo de Presidente ou</p><p>Vice-Presidente da República, sendo, para ele, obri-</p><p>gatório o voto.</p><p>(D) não poderá se candidatar ao cargo de Governador do</p><p>Estado, sendo, para ele, obrigatório o voto.</p><p>Letra c.</p><p>Conforme o art 12, § 3º, da CF: “São privativos de</p><p>brasileiro nato os cargos: I – de Presidente e Vice-</p><p>Presidente da República.” Segundo o art. 14, § 1°, II, “b”,</p><p>o voto é facultativo para os maiores de setenta anos.</p><p>17</p><p>A norma estadual do Estado Beta dispôs sobre a implan-</p><p>tação de instalações industriais destinadas à produção</p><p>de energia nuclear no âmbito espacial do território esta-</p><p>dual. O Procurador-Geral da República ajuizou ação dire-</p><p>ta de inconstitucionalidade contra essa previsão, alegan-</p><p>do que compete à União dispor sobre o tema. De acordo</p><p>com a Constituição Federal e a jurisprudência, marque a</p><p>alternativa correta.</p><p>(A) O Procurador-Geral da República não é legitimado</p><p>para propor ações do controle concentrado, logo não</p><p>poderia ajuizar ação direta de inconstitucionalidade.</p><p>(B) O Procurador-Geral da República embora seja legi-</p><p>timado para propor ações do controle concentrado,</p><p>não poderia ajuizar ação direta de inconstitucionali-</p><p>dade, pois a norma estadual que contraria a Consti-</p><p>tuição Federal será objeto de arguição de descumpri-</p><p>mento de preceito fundamental.</p><p>(C) O Procurador-Geral da República não tem razão em</p><p>ajuizar a ação direta de inconstitucionalidade, pois</p><p>a norma estadual que dispõe sobre a implantação</p><p>de instalações industriais destinadas à produção de</p><p>energia nuclear no âmbito espacial do território es-</p><p>tadual é constitucional.</p><p>(D) O Procurador-Geral da República tem razão em ajui-</p><p>zar a ação direta de inconstitucionalidade, pois com-</p><p>pete privativamente à União legislar sobre atividades</p><p>nucleares, sendo inconstitucional norma estadual</p><p>que dispõe sobre a implantação de instalações in-</p><p>dustriais destinadas à produção de energia nuclear</p><p>no âmbito espacial do território estadual.</p><p>Letra d.</p><p>É competência privativa da União legislar sobre</p><p>atividades nucleares, conforme o art. 22, XXVI, da CF.</p><p>“É inconstitucional norma estadual que dispõe sobre</p><p>a implantação de instalações industriais destinadas à</p><p>produção de energia nuclear no âmbito espacial do</p><p>território estadual.” (ADI 330/RS, Plenário, rel. min.</p><p>Celso de Mello, julgamento virtual em 9.10.2020)</p><p>DIREITOS HUMANOS</p><p>ALICE ROCHA</p><p>18</p><p>A Emenda Constitucional n. 45/2004 introduziu no orde-</p><p>namento brasileiro um importante instrumento de com-</p><p>bate à impunidade e proteção dos direitos humanos de-</p><p>nominado Incidente de Deslocamento de Competência</p><p>(IDC) para a Justiça Federal. O primeiro IDC foi do Caso</p><p>Irmã Dorothy Stang, em 2005, indeferido pelo STJ. Já o</p><p>primeiro a ser aceito foi o Caso Manoel Mattos (advoga-</p><p>do e defensor dos direitos humanos), em 2010.</p><p>Você recebe Eugênio em seu escritório que gostaria de</p><p>utilizar esse instrumento, tentando reabrir o processo</p><p>de investigação da morte de seu irmão por ação da Polí-</p><p>cia Militar, arquivado pela justiça estadual em função da</p><p>ausência ou encobrimento de provas dos fatos.</p><p>Na condição de advogado, você deve informá-lo que:</p><p>(A) como familiar da vítima, Eugênio poderia suscitar</p><p>diretamente ao STJ o incidente de deslocamento de</p><p>competência, buscando o fim da impunidade pela</p><p>morte de seu irmão.</p><p>(B) o IDC poderia ser suscitado por ser um caso de grave</p><p>violação de direitos humanos, todavia, Eugênio deve</p><p>tentar reabrir o inquérito na esfera estadual e tão so-</p><p>mente buscar a justiça federal na fase processual.</p><p>(C) o IDC poderia ser suscitado pelo Procurador-Geral da</p><p>República com a finalidade de assegurar o cumpri-</p><p>mento de obrigações decorrentes de tratados inter-</p><p>nacionais de direitos humanos dos quais o Brasil seja</p><p>parte em qualquer fase do inquérito ou processo.</p><p>(D) o IDC poderia ser suscitado pela vítima ou por qual-</p><p>quer organização que o represente com a finalidade</p><p>de assegurar o cumprimento de obrigações decor-</p><p>rentes de tratados internacionais de direitos huma-</p><p>nos dos quais o Brasil seja parte em qualquer fase do</p><p>inquérito ou processo.</p><p>Letra c.</p><p>Conforme a CF/1988:</p><p>Art. 109, § 5º Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos,</p><p>o Procurador-Geral da República, com a finalidade de assegurar o</p><p>cumprimento de obrigações decorrentes de tratados internacio-</p><p>nais de direitos humanos dos quais o Brasil seja parte, poderá sus-</p><p>citar, perante o Superior Tribunal de Justiça, em qualquer fase do</p><p>inquérito ou processo, incidente de deslocamento de competência</p><p>para a Justiça Federal.</p><p>19</p><p>Roberta e Carol são filhas de Rogério, de 68 anos de</p><p>idade. Rogério sempre foi um membro muito ativo na</p><p>comunidade e atualmente tem passado por dificuldades</p><p>até mesmo para comprar alimentos, por ter contraído</p><p>uma doença grave que o impossibilita de trabalhar. Ra-</p><p>quel, líder da comunidade, tentou entrar em contato</p><p>com as filhas de Rogério que se negam a ajudar o pai.</p><p>Diante dessa situação, Raquel entra em contato com</p><p>você, que na condição de advogado dele esclarece que:</p><p>(A) a única alternativa é Raquel entrar em contato com o</p><p>sistema assistencial e pedir apoio aos órgãos de de-</p><p>fesa do idoso, tendo em vista a negativa das filhas</p><p>que não têm obrigação de auxiliar o pai.</p><p>(B) se o idoso ou seus familiares não possuírem condi-</p><p>ções econômicas de prover o seu sustento, impõe-</p><p>-se ao Poder Público esse provimento, no âmbito da</p><p>assistência social.</p><p>(C) a obrigação alimentar é solidária, devendo as filhas</p><p>escolherem quem será a responsável pelo auxílio</p><p>ao pai em função da capacidade de contribuição de</p><p>cada uma delas.</p><p>(D) a posição das filhas é moralmente inaceitável, mas</p><p>não existem previsões legais que as obriguem a pres-</p><p>tar auxílio ao pai.</p><p>Letra b.</p><p>Conforme a Lei n. 10.741/2003: “Art. 14. Se o idoso ou</p><p>seus familiares não possuírem condições econômicas de</p><p>prover o seu sustento, impõe-se ao Poder Público esse</p><p>provimento, no âmbito da assistência social.”</p><p>DIREITO INTERNACIONAL</p><p>ALICE ROCHA</p><p>20</p><p>Desde criança, Maria Christina sonhava em viajar pelo</p><p>mundo e conhecer vários países e culturas. Um dos paí-</p><p>ses que mais apreciava era o Egito, pelos seus mistérios</p><p>e arquitetura imponente. No ano de 2015, ao finalizar</p><p>a faculdade de direito,</p><p>foi aprovada no Exame da OAB,</p><p>passando de imediato a atuar em causas envolvendo</p><p>egípcios residentes no Brasil. Em recente consulta, um</p><p>casal de egípcios residentes em Brasília, procuram Maria</p><p>Christina na condição de advogada para um aconselha-</p><p>mento em relação à aquisição de imóveis no Brasil. A</p><p>jovem e brilhante advogada deve informá-los que:</p><p>(A) se o casal optar por adquirir imóveis situados no Bra-</p><p>sil, as relações a eles concernentes serão reguladas</p><p>pela lei egípcia, em função da nacionalidade dos pro-</p><p>prietários.</p><p>(B) se o casal celebrar em Brasília o contrato de compra</p><p>de imóveis situados no Egito, as relações concernen-</p><p>tes a esses imóveis serão regidas pela lei brasileira.</p><p>(C) se o casal tiver preferência pelo acionamento da ju-</p><p>risdição egípcia para conhecer de ações relativas aos</p><p>imóveis situados no Brasil, deverá estabelecer como</p><p>cláusula no contrato de compra dos imóveis.</p><p>(D) se o casal optar por adquirir imóveis situados no</p><p>Brasil, as relações a eles concernentes serão regu-</p><p>ladas pela lei brasileira, em função do local em que</p><p>se situam.</p><p>Letra d.</p><p>Conforme a LINDB: “Art.8° Para qualificar os bens e</p><p>regular as relações a eles concernentes, aplicar-se-á a lei</p><p>do país em que estiverem situados.”</p><p>21</p><p>Nilton é brasileiro e reside na Alemanha desde 2005,</p><p>onde faz o curso de doutorado em engenharia clínica.</p><p>Em 2006 nasceu sua filha Hanna, cuja mãe é alemã. No</p><p>processo de finalização de seu doutorado em 2020, Nil-</p><p>ton teve um mal súbito e faleceu, mas durante toda a</p><p>vida expressou a vontade de que não gostaria de ter fi-</p><p>lhos brasileiros e por isso não procedeu ao registro de</p><p>Hanna no Consulado Brasileiro.</p><p>Todavia, Hanna assistiu ao filme Rio, que relata a história</p><p>de uma arara azul que sonha em voltar para seu habitat</p><p>no Brasil e isto despertou em Hanna a vontade de ser</p><p>reconhecida como brasileira. Hanna entra em contato</p><p>com você, advogado experiente na área de nacionalida-</p><p>de, e solicita informações sobre suas possibilidades de</p><p>adquirir a nacionalidade brasileira originária. Você deve</p><p>orientá-la da seguinte forma:</p><p>(A) Hanna só poderia adquirir a nacionalidade brasileira</p><p>se seu falecido pai tivesse estabelecido isto em testa-</p><p>mento, visto ser esta uma condição que passa de pai</p><p>para filho.</p><p>(B) Hanna poderá adquirir a nacionalidade brasileira,</p><p>desde que venha a residir no Brasil antes de atingida</p><p>a maioridade e opte, a qualquer tempo, pela nacio-</p><p>nalidade brasileira.</p><p>(C) Hanna não poderá adquirir a nacionalidade brasilei-</p><p>ra, porque a única hipótese de aquisição de naciona-</p><p>lidade brasileira originária para filho de brasileiro ou</p><p>brasileira nascido em solo estrangeiro será quando o</p><p>pai ou a mãe, brasileiros, estejam no exterior a servi-</p><p>ço da República Federativa do Brasil.</p><p>(D) Hanna poderá adquirir a nacionalidade brasileira,</p><p>desde que venha a residir na República brasileira e</p><p>opte, a qualquer tempo e após atingida a maiorida-</p><p>de, pela nacionalidade brasileira.</p><p>Letra d.</p><p>Conforme a CF/1988:</p><p>Art. 12 São brasileiros: I – natos: (...) c) os nascidos</p><p>no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira,</p><p>desde que sejam registrados em repartição brasileira</p><p>competente ou venham a residir na República</p><p>Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo,</p><p>depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade</p><p>brasileira.</p><p>DIREITO TRIBUTÁRIO</p><p>MARIA CHRISTINA</p><p>22</p><p>Maria Christina, extremamente cansada da vida na capi-</p><p>tal, resolveu alienar todos os seus bens e abrir uma pou-</p><p>sada juntamente com a disponibilidade de quadriciclo</p><p>para turismo em Jericoacoara. Diante dos fatos, assinale</p><p>a alternativa correta.</p><p>(A) Maria Christina não fugirá da tributação do imposto</p><p>sobre os serviços de turismo prestados.</p><p>(B) Maria Christina deverá pagar ISS sobre a locação dos</p><p>quadriciclos.</p><p>(C) Maria Christina deverá pagar ICMS sobre locação dos</p><p>quadriciclos.</p><p>(D) Maria Christina deverá pagar ICMS sobre os serviços</p><p>de turismo prestados.</p><p>Letra a.</p><p>(A) Verdadeiro. Conforme LC n. 116 de 2003, incide ISS</p><p>sobre serviço de turismo.</p><p>(B) Falso. Súmula Vinculante 31.</p><p>(C) Falso. Súmula Vinculante 31.</p><p>(D) Falso. Art. 156, III, CF.</p><p>23</p><p>A União, vislumbrando uma nova fonte de arrecadação</p><p>de tributos, editou uma lei ordinária instituindo um novo</p><p>imposto sobre veículos de duas rodas não motorizados.</p><p>Diante dos fatos, assinale a alternativa correta.</p><p>(A) O tributo é constitucional, pois a União está fazendo</p><p>uso de sua competência tributária residual.</p><p>(B) O tributo é inconstitucional por violação à compe-</p><p>tência para sua instituição.</p><p>(C) O tributo é inconstitucional por violação ao princípio</p><p>da legalidade.</p><p>(D) O tributo é inconstitucional por violação aos princí-</p><p>pios da anterioridade anual e nonagesimal.</p><p>Letra b.</p><p>(A) Falso. Art. 154, I, CF.</p><p>(B) Verdadeiro. Art. 154, I, CF.</p><p>(C) Falso. Art. 154, I, CF.</p><p>(D) Falso. Art. 154, I, CF.</p><p>24</p><p>João é dono de uma livraria especializada na venda de</p><p>e-books. No mês de janeiro de 2021, foi surpreendido</p><p>com notificação por parte do fisco estadual sobre o não</p><p>recolhimento de ICMS sobre tais mercadorias. Diante do</p><p>exposto, assinale a alternativa correta.</p><p>(A) Não incide ICMS sobre os livros eletrônicos por se-</p><p>rem detentores de imunidade.</p><p>(B) Não incide ICMS sobre os livros eletrônicos por se-</p><p>rem detentores de isenção.</p><p>(C) Incide ICMS sobre os livros eletrônicos, já que a imu-</p><p>nidade prevista constitucionalmente se aplica ape-</p><p>nas aos livros físicos.</p><p>(D) Não incide ICMS sobre os livros eletrônicos,</p><p>mas sim ISS.</p><p>Letra a.</p><p>(A) Verdadeiro. Súmula Vinculante 57.</p><p>(B) Falso. Súmula Vinculante 57.</p><p>(C) Falso. Súmula Vinculante 57.</p><p>(D) Falso. Súmula Vinculante 57.</p><p>25</p><p>Eugênio Brugger acabou sendo demitido de seu empre-</p><p>go. Ao receber as verbas trabalhistas, percebeu o des-</p><p>conto de imposto de renda sobre o valor das férias não</p><p>usufruídas. Diante do exposto, assinale a opção correta.</p><p>(A) Incidirá imposto de renda sobre o valor tão somente</p><p>do respectivo terço de férias não usufruídas.</p><p>(B) Incidirá imposto de renda sobre o valor tão somente</p><p>das férias não usufruídas.</p><p>(C) Não incidirá imposto de renda sobre o valor das fé-</p><p>rias não usufruídas por ser verba de cunho especial.</p><p>(D) Não incidirá imposto de renda sobre o valor das férias</p><p>não usufruídas por ser verba de cunho indenizatório.</p><p>Letra d.</p><p>(A) Falso. Súmulas 125 e 385 do STJ.</p><p>(B) Falso. Súmulas 125 e 385 do STJ.</p><p>(C) Falso. Súmulas 125 e 385 do STJ.</p><p>(D) Verdadeiro. Súmulas 125 e 385 do STJ.</p><p>26</p><p>O estado de Minas Gerais instituiu uma nova taxa tendo</p><p>como fato gerador o faturamento das empresas. Diante</p><p>do caso apresentado, assinale a alternativa correta.</p><p>(A) A taxa é constitucional por seguir os mandamentos</p><p>constitucionais.</p><p>(B) A taxa é inconstitucional por ser de competência ex-</p><p>clusiva da União.</p><p>(C) A taxa é inconstitucional por ter fato gerador idêntico</p><p>a de imposto já existente.</p><p>(D) A taxa é inconstitucional por violação ao princípio da</p><p>legalidade.</p><p>Letra c.</p><p>(A) Falso. Art. 145, II, CF</p><p>(B) Falso. Art. 145, II, CF</p><p>(C) Verdadeiro. Art. 145, § 2°, CF</p><p>(D) Falso. Art. 145, II, CF.</p><p>DIREITO AMBIENTAL</p><p>NILTON COUTINHO</p><p>27</p><p>Interessado em saber como está a produtividade de sua</p><p>fazenda, Eugênio, um grande empresário do setor de</p><p>agronegócios, entra em contato com o diretor adminis-</p><p>trativo da Fazenda, o qual informa que ela está produzin-</p><p>do bem, sendo certo que houve a plantação de soja em</p><p>quase toda sua extensão, com exceção de uma área de</p><p>20%, localizada no interior da propriedade, a qual tem</p><p>a função de assegurar o uso econômico de modo sus-</p><p>tentável dos recursos naturais do imóvel rural, auxiliar a</p><p>conservação e a reabilitação dos processos ecológicos e</p><p>promover a conservação da biodiversidade, bem como</p><p>o abrigo e a proteção de fauna silvestre e da flora nativa.</p><p>Tendo em vista a informação que foi apresentada pelo</p><p>administrador, é certo dizer que ele está se referindo à</p><p>(A) Área de Preservação Permanente.</p><p>(B) Área de Reserva Legal.</p><p>(C) Área de Servidão Ambiental.</p><p>(D) Área de Proteção Ambiental.</p><p>Letra b.</p><p>A resposta correta é Área de Reserva Legal, conforme</p><p>consta no art. 12 da Lei n. 12.651/2012</p><p>28</p><p>Em viagem para a cidade de Recife, Nilton decide visitar</p><p>o amigo Gustavo, o qual vive em um luxuoso condomí-</p><p>nio. Lá chegando, fica impressionado com o tamanho da</p><p>piscina do amigo, o qual, em resposta, disse-lhe que a</p><p>piscina, apesar de enorme, tem custo zero, uma vez que</p><p>a água que abastece a casa vem de um poço artesiano</p><p>perfurado de extração de água subterrânea. Disse, ain-</p><p>da, que não pediu autorização a qualquer órgão público</p><p>para perfurar tal poço, sendo certo que a maioria dos</p><p>vizinhos também possui poços desse tipo.</p><p>Sobre o tema, é correto afirmar que:</p><p>(A) tal conduta constitui infração das normas de utiliza-</p><p>ção de recursos hídricos.</p><p>(B) tal conduta não constitui qualquer tipo de infração,</p><p>uma vez que não há intuito comercial na extração</p><p>dos recursos hídricos.</p><p>(C) tal conduta configura crime de furto de água, nos</p><p>termos do Código Penal.</p><p>(D) tal conduta configura crime de furto de água, nos termos</p><p>do Código Penal, bem como infração administrativa.</p><p>Letra a.</p><p>Conforme a Lei n. 9.433/1997: “Art. 49. Constitui</p><p>infração das normas de utilização de recursos hídricos</p><p>superficiais ou subterrâneos: (...) V – perfurar poços</p><p>para extração de água subterrânea ou operá-los sem a</p><p>devida autorização.”</p><p>DIREITO ADMINISTRATIVO</p><p>NILTON COUTINHO</p><p>29</p><p>Após vencer um concorrido procedimento licitatório,</p><p>a empresa DIREITO PARA DESESPERADO procura você,</p><p>um advogado especialista na área, para saber maiores</p><p>detalhes sobre os encargos que lhe serão impostos. Em</p><p>resposta, você informa que incumbe à concessionária:</p><p>(A) regulamentar o serviço concedido e fiscalizar perma-</p><p>nentemente a sua prestação.</p><p>(B) extinguir a concessão, nos casos previstos na Lei e na</p><p>forma prevista no contrato.</p><p>(C) zelar pela boa qualidade do serviço, receber, apurar</p><p>e solucionar queixas e reclamações dos usuários,</p><p>que serão cientificados, em até trinta dias, das provi-</p><p>dências tomadas.</p><p>(D) zelar pela integridade dos bens vinculados à</p><p>prestação do serviço, bem como segurá-los ade-</p><p>quadamente.</p><p>Letra d.</p><p>A resposta correta é a letra “d”, conforme art. 31, VII, da</p><p>Lei n. 8.987/1995. As demais alternativas são encargos</p><p>do poder concedente.</p><p>30</p><p>Após ter assumido a direção de uma importante em-</p><p>presa pública, Roberta Queiroz, preocupada acerca da</p><p>necessidade ou não de licitação em uma situação real,</p><p>procura um advogado especialista na área, o qual lhe in-</p><p>forma que é dispensável a realização de licitação por em-</p><p>presas públicas e sociedades de economia mista para:</p><p>(A) aquisição de componentes ou peças de origem na-</p><p>cional ou estrangeira necessários à manutenção de</p><p>equipamentos durante o período de garantia técni-</p><p>ca, junto ao fornecedor original desses equipamen-</p><p>tos, quando tal condição de exclusividade for indis-</p><p>pensável para a vigência da garantia.</p><p>(B) aquisição de materiais, equipamentos ou gêneros</p><p>que só possam ser fornecidos por produtor, empresa</p><p>ou representante comercial exclusivo.</p><p>(C) contratação de serviços técnicos especializados, com</p><p>profissionais ou empresas de notória especializa-</p><p>ção, como, por exemplo, serviços de publicidade e</p><p>divulgação.</p><p>(D) para a compra ou locação de imóvel destinado ao</p><p>atendimento de suas finalidades precípuas, ainda</p><p>que o preço não seja compatível com o valor de mer-</p><p>cado, desde que haja justificativa para a escolha do</p><p>imóvel, em razão das necessidades de instalação ou</p><p>localização.</p><p>Letra a.</p><p>Conforme art. 29, VIII, da Lei n. 13.303/2016.</p><p>31</p><p>Carol, inconformada com uma decisão proferida em</p><p>um processo administrativo, sai com sua amiga Patrícia,</p><p>advogada especialista na área, para tomar um chopp e</p><p>espairecer.</p><p>Durante a conversa, Carol informa a sua amiga que pre-</p><p>tende recorrer da referida decisão, sendo certo que Pa-</p><p>trícia lhe explica que:</p><p>(A) às decisões administrativas cabe recurso, em face de</p><p>razões de legalidade, apenas.</p><p>(B) o recurso será dirigido à autoridade superior, com</p><p>competência para revisão da decisão.</p><p>(C) salvo exigência legal, a interposição de recurso admi-</p><p>nistrativo independe de caução.</p><p>(D) o recurso administrativo tramitará no máximo por</p><p>duas instâncias administrativas, salvo disposição le-</p><p>gal diversa.</p><p>Letra c.</p><p>Conforme a Lei n. 9.784/1999: “Art. 56, § 2°. Salvo</p><p>exigência legal, a interposição de recurso administrativo</p><p>independe de caução.”</p><p>32</p><p>O Ministério Público do Estado X ajuizou ação de impro-</p><p>bidade administrativa em face de Odair, diretor de um</p><p>importante hospital estadual, em razão de ele ter trans-</p><p>ferido recurso a entidade privada, referente à prestação</p><p>de serviços na área de saúde sem a prévia celebração de</p><p>contrato, convênio ou instrumento congênere, nos ter-</p><p>mos do parágrafo único do art. 24 da Lei n. 8.080, de 19</p><p>de setembro de 1990.</p><p>Preocupado com a situação, uma vez que tinha o obje-</p><p>tivo de se candidatar futuramente ao cargo de prefeito</p><p>municipal, Odair procura um advogado especialista na</p><p>área, o qual lhe informa que, se condenado:</p><p>(A) Odair poderá ter seus direitos políticos suspensos de</p><p>oito a dez anos.</p><p>(B) Odair poderá ter seus direitos políticos suspensos de</p><p>cinco a oito anos.</p><p>(C) Odair poderá ter seus direitos políticos suspensos de</p><p>três a cinco anos.</p><p>(D) Odair poderá ter seus direitos políticos cassados.</p><p>Letra c.</p><p>Odair praticou ato de improbidade administrativa que</p><p>atenta contra os princípios da Administração Pública.</p><p>33</p><p>Indignada com a corrupção que assola o país, Alice</p><p>procura um advogado especializado na área para sa-</p><p>ber maiores informações acerca do tratamento jurídico</p><p>dado ao tema pelo ordenamento jurídico brasileiro no</p><p>âmbito da Lei n. 7.347/1985.</p><p>Em resposta, o advogado informa para Alice que:</p><p>(A) tendo em vista que a competência para ajuizar ação</p><p>civil pública é concorrente e disjuntiva, não se ad-</p><p>mite litisconsórcio entre os Ministérios Públicos da</p><p>União, do Distrito Federal e dos Estados na defesa</p><p>dos interesses e direitos de que cuida a referida lei.</p><p>(B) os órgãos públicos legitimados (tais como União,</p><p>Estados, Distrito Federal e Municípios) poderão ins-</p><p>taurar inquérito civil, ou requisitar, de qualquer orga-</p><p>nismo público ou particular, certidões, informações,</p><p>exames ou perícias, no prazo que assinalarem, o qual</p><p>não poderá ser inferior a 10 (dez) dias úteis.</p><p>(C) se o órgão do Ministério Público, esgotadas todas as</p><p>diligências, se convencer da inexistência de funda-</p><p>mento para a propositura da ação civil, promoverá</p><p>o arquivamento dos autos do inquérito civil ou das</p><p>peças informativas, fazendo-o fundamentadamente,</p><p>com posterior remessa ao Conselho Superior do Mi-</p><p>nistério Público.</p><p>(D) qualquer pessoa deverá provocar a iniciativa do Mi-</p><p>nistério Público, ministrando-lhe informações sobre</p><p>fatos que constituam objeto da ação civil e indican-</p><p>do-lhe os elementos de convicção.</p><p>Letra c.</p><p>Vide art. 9º da Lei n. 7.347/1984.</p><p>34</p><p>Depois de tomar posse em um concorrido concurso pú-</p><p>blico, Aryanna começa a desempenhar suas atribuições</p><p>conforme as determinações legais estabelecidas. Ocorre</p><p>que, apesar de tomar todos os cuidados, ela observou</p><p>que alguns dos atos de sua incumbência foram pratica-</p><p>dos com algum tipo de vício. Preocupada, e sem saber o</p><p>que fazer, liga para um amigo, advogado especialista na</p><p>área, o qual lhe informa que:</p><p>(A) em obediência ao princípio da legalidade, os atos</p><p>praticados por Aryanna devem ser anulados.</p><p>(B) a convalidação será possível apenas na hipótese des-</p><p>ses atos não terem gerado direitos a terceiros.</p><p>(C) é possível a convalidação desses atos em qualquer</p><p>circunstância, desde que respeitado o prazo deca-</p><p>dencial de 5 (cinco) anos.</p><p>(D) os atos praticados por Aryanna que apresentarem</p><p>defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela pró-</p><p>pria Administração quando não acarretarem lesão ao</p><p>interesse público nem prejuízo a terceiros.</p><p>Letra d.</p><p>Conforme a Lei n. 9.784/199: “Art. 55. Em decisão na qual</p><p>se evidencie não acarretarem lesão ao interesse público</p><p>nem prejuízo a terceiros, os atos que apresentarem</p><p>defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela própria</p><p>Administração.”</p><p>DIREITO CIVIL</p><p>ROBERTA QUEIROZ</p><p>35</p><p>Raquel, inconformada com o fim do relacionamento,</p><p>resolve negar o divórcio para Rogério, que pretende vi-</p><p>ver com Maria Christina. Diante da negativa de solução</p><p>amigável do conflito, Rogério sai de casa, passa a morar</p><p>com Maria Christina e contrata advogado para ajuizar o</p><p>divórcio cumulado com partilha de bens. Considerando</p><p>o caso mencionado, marque alternativa correta:</p><p>(A) Raquel, diante do casamento celebrado, poderá ne-</p><p>gar o divórcio a Rogério.</p><p>(B) No processo de divórcio, como houve pedido de par-</p><p>tilha de bens, não poderá haver concessão daquele</p><p>sem o referido divórcio.</p><p>(C) É possível, nos autos do divórcio, sua concessão em</p><p>caráter liminar.</p><p>(D) A união de Rogério com Maria Christina não pode ser</p><p>considerada união estável antes que seja decretado</p><p>o divórcio.</p><p>Letra c.</p><p>Conforme o Código Civil: “Art. 1.581. O divórcio pode ser</p><p>concedido sem que haja prévia partilha de bens.”</p><p>36</p><p>Eugênio, ciente de que possui uma doença degenerati-</p><p>va, resolve fazer um testamento, com uma única cláu-</p><p>sula testamentária, deixando uma casa para Roberta e</p><p>Carolina, sem, contudo, especificar a cota de cada uma.</p><p>Passados 20 dias da confecção do testamento, Eugênio</p><p>perde toda a cognição mental que possuía e passa a não</p><p>mais reconhecer as pessoas e fatos do seu passado. O</p><p>patrimônio de Eugênio está no valor total de 5 milhões</p><p>de reais e a casa no valor de um milhão e meio de reais.</p><p>Eugênio é casado com Ana Paula no regime da comu-</p><p>nhão universal de bens e possui 4 filhas maiores e ca-</p><p>pazes com Ana que, por sua vez, não tem bens conside-</p><p>ráveis em seu nome. Considerando a situação narrada,</p><p>marque alternativa correta.</p><p>(A) Neste caso, como Eugênio estava diagnosticado</p><p>com doença degenerativa, o testamento é consi-</p><p>derado nulo.</p><p>(B) Eugênio não poderia ter feito testamento deixando</p><p>um bem para duas pessoas sem designar as respec-</p><p>tivas cotas, sendo, portanto, ineficaz tal disposição</p><p>de vontade.</p><p>(C) A disposição de vontade de Eugênio deve prevalecer,</p><p>pois o valor do bem deixado em testamento pode ser</p><p>considerado parte disponível do patrimônio.</p><p>(D) A incapacidade superveniente de Eugênio não impli-</p><p>ca em invalidade do testamento.</p><p>Letra d.</p><p>Conforme o Código Civil: “Art. 1.861. A incapacidade</p><p>superveniente do testador não invalida o testamento,</p><p>nem o testamento do incapaz se valida com a</p><p>superveniência da capacidade.”</p><p>37</p><p>Aryanna, que residia no Japão, resolveu voltar para o Rio</p><p>de Janeiro após permanecer fora por 10 meses. Quando</p><p>da oportunidade de mudança temporária de domicílio</p><p>para o Japão, ela pediu que Patrícia cuidasse do seu car-</p><p>ro, deixando-o em sua garagem durante o período de</p><p>viagem, mas sem saber ao certo quando voltaria. Com a</p><p>chegada ao Brasil, Aryanna entrou em contato com Pa-</p><p>trícia para a devolução do carro. Patrícia, por sua vez,</p><p>informou que uma forte chuva ocasionou uma enchente</p><p>e o desmoronamento de sua casa, destruindo o veículo;</p><p>contudo, indagada por Aryanna, Patrícia não conseguiu</p><p>comprovar a ocorrência da enchente, mas mostrou o</p><p>carro destruído. Considerando o caso narrado, marque</p><p>alternativa correta.</p><p>(A) Como Patrícia estava fazendo apenas um favor para a</p><p>amiga, não há qualquer responsabilidade de Patrícia.</p><p>(B) Patrícia poderá responder pelo carro de Aryanna</p><p>caso não comprove a ocorrência do fortuito.</p><p>(C) O caso retratado não estabelece forma contratual e a</p><p>responsabilidade de Patrícia é subjetiva.</p><p>(D) Trata-se de contrato de comodato e a responsabili-</p><p>dade de Patrícia é objetiva.</p><p>Letra b.</p><p>Conforme o Código Civil: “Art. 642. O depositário não</p><p>responde pelos casos de força maior; mas, para que lhe</p><p>valha a escusa, terá de prová-los.”</p><p>38</p><p>Ana Paula é casada com Rafael sob o regime da comu-</p><p>nhão universal de bens desde 2010. Juntos angariaram</p><p>um vasto patrimônio, mas Rafael vem demonstrando</p><p>desinteresse em conservar os bens do casal e tem fre-</p><p>quentado, constantemente, casa de jogos de azar. O pai</p><p>de Ana Paula, já idoso, também detém vasto patrimô-</p><p>nio e resolve estabelecer em testamento que os bens,</p><p>quaisquer que sejam, que Ana Paula receber em virtude</p><p>de seu falecimento, devem ser gravados com cláusula de</p><p>inalienabilidade. Considerando o caso vertente, marque</p><p>alternativa correta.</p><p>(A) Não pode o pai de Ana Paula dispor tal vontade em</p><p>testamento para ter incidência na legítima da filha.</p><p>(B) Com incidência apenas de cláusula de inalienabilida-</p><p>de, não há possibilidade de impenhorabilidade e de</p><p>incomunicabilidade.</p><p>(C) A inalienabilidade ocasiona impenhorabilidade, mas</p><p>não incomunicabilidade dos bens.</p><p>(D) Para o caso, somente será possível instituir incomu-</p><p>nicabilidade sobre a legítima expondo justa causa.</p><p>Letra d.</p><p>Conforme o Código Civil:</p><p>Art. 1.848. Salvo se houver justa causa, declarada no testamento,</p><p>não pode o testador estabelecer cláusula de inalienabilidade, impe-</p><p>nhorabilidade, e de incomunicabilidade, sobre os bens da legítima.</p><p>Art. 1.911. A cláusula de inalienabilidade, imposta aos bens por ato</p><p>de liberalidade, implica impenhorabilidade e incomunicabilidade.</p><p>39</p><p>Alice acabou sendo agredida por seu companheiro e pai</p><p>dos seus filhos menores, Alisson e Alicete, bem como</p><p>Alicleto, com 18 anos. Considerando a situação descrita,</p><p>marque alternativa correta.</p><p>(A) Em virtude da agressão cometida contra Alice, o pai</p><p>perderá o poder familiar sobre os filhos.</p><p>(B) O sujeito que cometer violência doméstica em face</p><p>da companheira perde o direito aos bens da partilha.</p><p>(C) O pai perderá o poder familiar em relação a Alisson</p><p>e Alicete.</p><p>(D) O caso, embora grave, não ocasiona reflexos na rela-</p><p>ção de genitor e filhos.</p><p>Letra c.</p><p>Conforme o Código Civil:</p><p>Art. 1.638. Perderá por ato judicial o poder familiar o pai ou a mãe</p><p>que: (...)</p><p>Parágrafo único. Perderá também por ato judicial o poder familiar</p><p>aquele que:</p><p>I – praticar contra outrem igualmente titular do mesmo poder fa-</p><p>miliar:</p><p>a) homicídio, feminicídio ou lesão corporal de natureza grave ou</p><p>seguida de morte, quando se tratar de crime doloso envolvendo</p><p>violência doméstica e familiar ou menosprezo ou discriminação à</p><p>condição de mulher.</p><p>40</p><p>Odair, pai de Rogério e Nilton, resolveu que queria</p><p>doar um carro para o filho Nilton. Assim, levou o filho</p><p>em uma concessionária e comprou um veículo no valor</p><p>de cinquenta mil reais. A compra foi feita em nome do</p><p>filho. Rogério, inconformado com a situação, pois não</p><p>foi contemplado com presente algum, procura um ad-</p><p>vogado. Considerando o caso vertente, marque alterna-</p><p>tiva correta.</p><p>(A) Rogério poderá anular a doação diante da ausência</p><p>de sua anuência como filho.</p><p>(B) Rogério poderá pleitear a nulidade da doação, posto</p><p>que viola lei imperativa.</p><p>(C) Rogério deve se conformar com a doação feita, pois</p><p>trata-se de contrato legalmente efetivado entre</p><p>Odair e Nilton.</p><p>(D) Rogério pode requerer em face de seu pai o valor</p><p>concedido ao outro filho como forma de adianta-</p><p>mento de legítima.</p><p>Letra c.</p><p>Conforme o Código Civil: “Art. 544. A doação de</p><p>ascendentes a descendentes, ou de um cônjuge a outro,</p><p>importa adiantamento do que lhes cabe por herança.”</p><p>41</p><p>Michele e Lorena resolveram passar as férias no Rio de</p><p>Janeiro. Chegando no aeroporto, tomaram emprestado</p><p>o carro de Roberta para que pudessem passear pelo Rio.</p><p>A devolução do carro deveria ocorrer em 20 de janeiro.</p><p>Ocorre que surgiu a oportunidade de irem a uma festa</p><p>badalada em Angra. Como são muito diligentes, resolve-</p><p>ram deixar o carro guardado no hotel e foram para Angra</p><p>de Taxi. A festa durou três dias seguidos. No dia 23 de</p><p>janeiro, quando retornaram ao Hotel, verificaram que</p><p>tudo estava destruído em virtude de um forte temporal,</p><p>inclusive o carro.</p><p>Lorena, então, ligou para Roberta e informou da destrui-</p><p>ção do veículo. Considerando o caso narrado, marque</p><p>alternativa correta.</p><p>(A) Lorena e Michele são solidariamente responsáveis</p><p>pela indenização a favor de Roberta.</p><p>(B) Lorena e Michele não respondem pelo dano, posto</p><p>que ocorrido em virtude de fortuito ou força maior.</p><p>(C) Roberta poderá cobrar de Lorena apenas a metade</p><p>do valor do carro.</p><p>(D) Roberta tem direito a receber metade do valor do ve-</p><p>ículo em virtude de ter ocorrido perda por fortuito.</p><p>Letra a.</p><p>Conforme o Código Civil: “Art. 585. Se duas ou mais</p><p>pessoas forem simultaneamente comodatárias de uma</p><p>coisa, ficarão solidariamente responsáveis para com o</p><p>comodante.”</p><p>ECA</p><p>PATRÍCIA DREYER</p><p>42</p><p>Rogério se apaixonou por Raquel, que já tinha um filho</p><p>menor, com 5 anos de idade, de nome Eugênio, um me-</p><p>nino bastante simpático e cheio de energia. Com três</p><p>meses de relacionamento, resolveram se casar. Fizeram</p><p>uma cerimônia bastante linda e, nesse dia, na frente de</p><p>todos os familiares e amigos, Rogério pediu para cuidar</p><p>de Eugênio, como um pai cuida de seu filho. Com dois</p><p>anos de casamento, a relação entre Rogério e Eugênio</p><p>era verdadeiramente de pai e filho e, finalmente, Rogé-</p><p>rio adotou Eugênio, que já era tão amado por ele. Pas-</p><p>sados 7 anos de casamento, a relação se desgastou e</p><p>Rogério e Raquel se divorciaram. Daí por diante, Rogério</p><p>não quis mais exercer sua paternidade, não entrava mais</p><p>em contato e, em todas as tentativas que Eugênio bus-</p><p>cou contato, Rogério disse que ele deveria esquecer que</p><p>um dia teve o pai. Diante da decepção, Eugênio quer a</p><p>revogação dessa adoção, pois toda vez que via o nome</p><p>de Rogério no registro de nascimento, isso era para o</p><p>menor uma grande dor. Diante do caso hipotético, à luz</p><p>do Estatuto da Criança e do Adolescente e da jurispru-</p><p>dência do Superior Tribunal de Justiça (STJ), indique a</p><p>assertiva correta.</p><p>(A) É juridicamente possível a revogabilidade da ado-</p><p>ção unilateral, tendo-se em vista o melhor interes-</p><p>se do menor.</p><p>(B) A adoção é medida excepcional e irrevogável, à qual</p><p>se deve recorrer apenas quando esgotados os recur-</p><p>sos de manutenção da criança ou adolescente na fa-</p><p>mília natural ou extensa e, por isso, não se permite a</p><p>revogabilidade pleiteada.</p><p>(C) Só é permitida a revogabilidade após Eugênio atingir</p><p>a maioridade civil.</p><p>(D) Só é permitida a revogabilidade antes da maioridade</p><p>civil de Eugênio.</p><p>Letra a.</p><p>Art. 39. A adoção de criança e de adolescente reger-se-á</p><p>segundo o disposto nesta Lei.</p><p>§ 1º A adoção é medida excepcional e irrevogável, à qual</p><p>se deve recorrer apenas quando esgotados os recursos</p><p>de manutenção da criança ou adolescente na família</p><p>natural ou extensa, na forma do parágrafo único do</p><p>art. 25 desta Lei. (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009)</p><p>Vigência</p><p>Informativo n. 0608</p><p>Publicação: 30 de agosto de 2017.</p><p>TERCEIRA TURMA</p><p>PROCESSO</p><p>REsp 1.545.959-SC, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva,</p><p>Rel. para acórdão Min. Nancy Andrighi, por maioria,</p><p>julgado em 6/6/2017, DJe 1/8/2017.</p><p>RAMO DO DIREITO</p><p>DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE</p><p>TEMA</p><p>Adoção unilateral. Revogação. Possibilidade.</p><p>DESTAQUE</p><p>No caso de adoção unilateral, a irrevogabilidade prevista</p><p>no art. 39, § 1º do Estatuto da Criança e do Adolescente</p><p>pode ser flexibilizada no melhor interesse do adotando.</p><p>INFORMAÇÕES DO INTEIRO TEOR</p><p>Restringe-se a controvérsia, exclusivamente, a definir</p><p>se é possível flexibilizar o preceito do art. 39, § 1º, da</p><p>Lei n. 8.069/1990, que atribui caráter irrevogável ao</p><p>ato de adoção, em virtude do enfraquecimento do</p><p>vínculo afetivo firmado entre adotado e adotante.</p><p>Inicialmente, consigna-se que a adoção unilateral, ou</p><p>adoção por cônjuge, é espécie do gênero adoção, que</p><p>se distingue do caudal comum por possuir elementos</p><p>que lhe são singulares, sendo o mais acentuado, a</p><p>ausência de ruptura total entre o adotado e os pais</p><p>biológicos, porquanto um deles permanece exercendo</p><p>o poder familiar sobre o menor que será, após a adoção,</p><p>compartilhado com o cônjuge adotante. Ela ocorre a</p><p>partir do óbito de um dos ascendentes biológicos, após a</p><p>destituição do poder familiar de um deles ou mesmo na</p><p>ausência de pai registral. Tal adoção irá substituir, para</p><p>todos os efeitos, a linha biológica originária do adotado</p><p>e ocorre independentemente de consulta ao grupo</p><p>familiar estendido, cabendo tão-só ao cônjuge supérstite</p><p>decidir sobre a conveniência, ou não, da adoção do</p><p>filho pelo seu novo cônjuge/companheiro. É de se</p><p>salientar que hoje, procura-se prioritariamente colocar</p><p>o menor como o foco central do processo de adoção,</p><p>buscando-se, em prol dele, a melhor fórmula possível de</p><p>superação da ausência parcial, ou total dos ascendentes</p><p>biológicos. Essa opção é claramente expressa no artigo</p><p>43 do ECA (a adoção será deferida quando apresentar</p><p>reais vantagens para o adotando e fundar-se em motivos</p><p>legítimos.), que pela sua peremptoriedade e capacidade</p><p>de se sobrepor aos outros ditames relativos à adoção,</p><p>pode ser considerada verdadeira norma-princípio.</p><p>Assim, os elementos balizadores e constitutivos da</p><p>adoção unilateral, bem como as prerrogativas do</p><p>cônjuge supérstite de autorizar a adoção unilateral de</p><p>seu filho, e mesmo a própria declaração de vontade do</p><p>adotando, podem ser superados ou moldados em nome</p><p>da inexistência de reais vantagens para o adotando no</p><p>processo de adoção. O princípio do interesse superior do</p><p>menor, ou melhor interesse, tem assim, a possibilidade</p><p>de retirar a peremptoriedade de qualquer texto legal</p><p>atinente aos interesses da criança ou do adolescente,</p><p>submetendo-o a um crivo objetivo de apreciação judicial</p><p>da situação concreta onde se analisa. Em complemento</p><p>a esse raciocínio, fixa-se que a razão de ser da</p><p>vedação erigida, que proíbe a revogação da adoção</p><p>é, indisfarçavelmente, a proteção do menor adotado,</p><p>buscando colocá-lo a salvo de possíveis alternâncias</p><p>comportamentais de seus adotantes, rupturas conjugais</p><p>ou outras atitudes que recoloquem o menor adotado,</p><p>novamente no limbo sócio emocional que vivia antes da</p><p>adoção. Sob esse diapasão, observa-se que há espaço</p><p>para, diante de situações singulares onde se constata que</p><p>talvez a norma protetiva esteja, na verdade, vulnerando</p><p>direitos do seu beneficiário, ser flexibilizada a restritiva</p><p>regra fixada no art. 39 § 1º, do ECA.</p><p>43</p><p>Pedro, jovem adulto com 20 anos e bastante sagaz na</p><p>área de tecnologia, assegura o acesso por rede de com-</p><p>putadores a várias fotografias, cenas e imagens porno-</p><p>gráficas e de sexo explícito envolvendo crianças e ado-</p><p>lescentes. Foram localizadas em sua residência, após</p><p>operação policial, mais de 2 mil horas de vídeos com tal</p><p>conteúdo e mais de 10 mil fotos. Pedro foi denunciado</p><p>e responde pelo crime previsto no Estatuto da Criança e</p><p>do Adolescente, cuja pena base é de reclusão de 3 (três)</p><p>a 6 (seis) anos e multa. Entretanto, o Ministério Público</p><p>pleiteia aumento da pena tendo-se em conta o grande</p><p>interesse por material que contenha cena de sexo explí-</p><p>cito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente.</p><p>Diante do caso hipotético, indique a assertiva correta</p><p>(A) O grande interesse por material que contenha cena</p><p>de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança</p><p>ou adolescente é ínsito ao crime descrito, não sendo</p><p>justificável a exasperação da pena-base a título de</p><p>conduta social ou personalidade.</p><p>(B) É juridicamente possível majorar a pena, em até 2/3</p><p>(dois terços) por conta de tamanho interesse do réu.</p><p>(C) Por conta do grande interesse por esse tipo de ma-</p><p>terial, só é possível exasperar a pena em 1/3 da</p><p>pena base.</p><p>(D) O grande interesse pelo material cujo conteúdo seja</p><p>cenas de sexo explícito ou pornográfica envolvendo</p><p>criança ou adolescente é causa de aumento de 1/6</p><p>da pena base.</p><p>Letra a.</p><p>Art. 241-A. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir,</p><p>distribuir, publicar ou divulgar por qualquer meio, inclusive</p><p>por meio de sistema de informática ou telemático,</p><p>fotografia, vídeo ou outro registro que contenha cena</p><p>de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou</p><p>adolescente: (Incluído pela Lei n. 11.829, de 2008)</p><p>Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.</p><p>(Incluído pela Lei n. 11.829, de 2008)</p><p>§ 1º Nas mesmas penas incorre quem: (Incluído pela Lei</p><p>n. 11.829, de 2008)</p><p>I – assegura os meios ou serviços para o armazenamento</p><p>das fotografias, cenas ou imagens de que trata o caput</p><p>deste artigo; (Incluído pela Lei n. 11.829,</p><p>de 2008)</p><p>II – assegura, por qualquer meio, o acesso por rede de</p><p>computadores às fotografias, cenas ou imagens de que trata</p><p>o caput deste artigo. (Incluído pela Lei n. 11.829, de 2008)</p><p>§ 2º As condutas tipificadas nos incisos I e II do § 1 o</p><p>deste artigo são puníveis quando o responsável legal</p><p>pela prestação do serviço, oficialmente notificado, deixa</p><p>de desabilitar o acesso ao conteúdo ilícito de que trata o</p><p>caput deste artigo. (Incluído pela Lei n. 11.829, de 2008)</p><p>PROCESSO REsp 1.579.578-PR, Rel. Min. Rogerio Schietti</p><p>Cruz, Sexta Turma, por maioria, julgado em 04/02/2020,</p><p>DJe 17/02/2020 RAMO DO DIREITO DIREITO PENAL,</p><p>DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE</p><p>DESTAQUE</p><p>O grande interesse por material que contenha cena de</p><p>sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou</p><p>adolescente é ínsito ao crime descrito no art. 241-A da</p><p>Lei n. 8.069/1990, não sendo justificável a exasperação</p><p>da pena-base a título de conduta social ou personalidade.</p><p>INFORMAÇÕES DO INTEIRO TEOR</p><p>Cinge-se a controvérsia a decidir se o grande interesse</p><p>em pornografia infantil é motivo idôneo para valorar</p><p>negativamente a pena-base do réu, a título de conduta</p><p>social ou personalidade do agente que cometeu o crime</p><p>do art. 241-A da Lei n. 8.069/1990.</p><p>Caracteriza o crime do art. 241-A do ECA oferecer,</p><p>trocar, disponibilizar, transmitir, distribuir, publicar</p><p>ou divulgar por qualquer meio, inclusive por meio de</p><p>sistema de informática ou telemático, fotografia, vídeo</p><p>ou outro registro que contenha cena de sexo explícito ou</p><p>pornográfica envolvendo criança ou adolescente (pena</p><p>de 3 a 6 de reclusão e multa). Nesse contexto, o dado</p><p>inerente ao tipo penal não justifica a exasperação da</p><p>pena-base, a título de conduta social ou personalidade.</p><p>O grande interesse por material que contenha cena de</p><p>sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou</p><p>adolescente é ínsito ao crime descrito no art. 241-A</p><p>da Lei n. 8.069/1999. O referido dado já foi sopesado</p><p>pelo legislador para criminalizar a conduta e estabelecer</p><p>severa sanção penal, com o objetivo, justamente, de</p><p>proteger a dignidade das crianças e dos adolescentes,</p><p>pondo-os a salvo de formas desviadas de satisfação</p><p>sexual. (Informativo 666).</p><p>DIREITO DO CONSUMIDOR</p><p>PATRÍCIA DREYER</p><p>44</p><p>Roberta viajou de férias para um resort luxuoso e mui-</p><p>to caro em Porto de Galinhas, em Pernambuco. Todavia,</p><p>seu voo de volta para Brasília saía de Recife às 23 horas</p><p>do dia 18 de janeiro, e sua saída do hotel deveria ser às</p><p>12 horas (meio-dia) do mesmo dia, 18 de janeiro, de sor-</p><p>te que Roberta não teria o que fazer nesse ínterim. Ro-</p><p>berta toma, então, a decisão de conversar com a recep-</p><p>ção para tentar sair do hotel mais tarde, por volta das</p><p>17 ou 18 horas e seguir para Recife. O hotel responde</p><p>prontamente que pode providenciar o “late check out”</p><p>desde que Roberta pague o valor de uma diária comple-</p><p>ta. Roberta, indignada, dizendo que isso é um absurdo,</p><p>liga dali mesmo da recepção para sua amiga preferida</p><p>Patrícia, advogada especialista em Direito do Consumi-</p><p>dor, que acertadamente responde que:</p><p>(A) segundo o Código de Defesa do Consumidor, o ho-</p><p>tel é obrigado a cobrar o valor proporcional da diária</p><p>pelo número de horas excedentes.</p><p>(B) nos termos expressos do Código de Defesa do Con-</p><p>sumidor, o hotel poderia cobrar metade da diária e</p><p>qualquer valor excedente pode ser entendido como</p><p>prática abusiva do hotel.</p><p>(C) é lícita a cobrança de uma diária completa de 24 ho-</p><p>ras em hotéis que adotam a prática de check-in às</p><p>15:00h e de check-out às 12:00h do dia de término</p><p>da hospedagem.</p><p>(D) é abusiva a cobrança de uma diária completa de 24</p><p>horas, já que Roberta só ficaria algumas horas a mais</p><p>do horário programado de check-out ao meio-dia.</p><p>Letra c.</p><p>PROCESSO</p><p>REsp 1.717.111-SP, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino,</p><p>por unanimidade, julgado em 12/03/2019, DJe</p><p>15/03/2019</p><p>TEMA</p><p>Prestação de serviços de hotelaria. Período da diária</p><p>(24 horas). Lei n. 11.771/2008 e Decreto n. 3.781/2010.</p><p>Horários diversos de check-in e checkout. Legalidade.</p><p>DESTAQUE</p><p>Não é abusiva a cobrança de uma diária completa de</p><p>24 horas em hotéis que adotam a prática de check-in às</p><p>15:00h e de check-out às 12:00h do dia de término da</p><p>hospedagem.</p><p>INFORMAÇÕES DO INTEIRO TEOR</p><p>Inicialmente cumpre salientar que a interpretação</p><p>literal do enunciado normativo do § 4º do art. 23 da Lei</p><p>n. 11.771/2008 (Lei Nacional de Turismo), ou mesmo</p><p>do art. 25 do Decreto n. 7.380/2010, conduziria à</p><p>conclusão de que a diária de um hotel ou qualquer</p><p>outro estabelecimento congênere de hospedagem em</p><p>unidades mobiliadas consubstancia período de 24 horas</p><p>entre a entrada e saída do hóspede. Contudo, uma</p><p>interpretação razoável tem em conta, notadamente, a</p><p>boa-fé do fornecedor, a razoabilidade no estabelecimento</p><p>de um período de tolerância para a entrada do novo</p><p>hóspede no apartamento por ele reservado e os</p><p>usos e costumes do serviço prestado ao mercado</p><p>consumidor. Natural a previsão pelo estabelecimento</p><p>hoteleiro, para permitir a organização de sua atividade</p><p>e prestação de serviços com a qualidade esperada pelo</p><p>mercado consumidor, de um período entre o check-</p><p>out do anterior ocupante da unidade habitacional e o</p><p>check-in do próximo hóspede, inexistindo ilegalidade</p><p>ou abusividade a ser objeto de controle pelo Poder</p><p>Judiciário. Ademais, a prática comercial do horário de</p><p>check-in não constitui propriamente um termo inicial do</p><p>contrato de hospedagem, mas uma prévia advertência</p><p>de que o quarto poderá não estar disponível ao hóspede</p><p>antes de determinado horário.</p><p>Assim, a fixação de horários diversos de check-in</p><p>(15:00hs) e check-out (12:00hs) atende a interesses</p><p>legítimos do consumidor e do prestador dos serviços de</p><p>hospedagem, espelhando antiga prática amplamente</p><p>aceita dentro e fora do Brasil. (Informativo n. 644.)</p><p>45</p><p>Carolina pretende fazer o seguro de seu automóvel</p><p>novo, zero quilômetro, comprado à vista, depois de uma</p><p>ação em que saiu vencedora e ganhou honorários. Dian-</p><p>te disso, apesar de seu nome negativado, pretende fazer</p><p>o seguro do veículo, por meio de pagamento à vista, mas</p><p>é surpreendida com a negativa da seguradora tendo em</p><p>vista a situação de Carolina de restrição ao crédito. Caro-</p><p>lina procura você como advogado(a) que acertadamente</p><p>responde que:</p><p>(A) a seguradora pode recusar a contratação de seguro,</p><p>ainda que Carolina se disponha a pronto pagamento</p><p>com a justificativa da restrição financeira da consu-</p><p>midora junto a órgãos de proteção ao crédito.</p><p>(B) tal conduta da seguradora revela propaganda enga-</p><p>nosa, pois essa informação não está expressa de ma-</p><p>neira destacada na proposta enviada a Carolina.</p><p>(C) a seguradora não pode recusar a contratação de</p><p>seguro a quem se disponha a pronto pagamento se</p><p>a justificativa se basear unicamente na restrição fi-</p><p>nanceira do consumidor junto a órgãos de proteção</p><p>ao crédito.</p><p>(D) tal conduta da seguradora revela propaganda abusi-</p><p>va, pois essa informação não está expressa de manei-</p><p>ra destacada na proposta enviada a Carolina.</p><p>Letra c.</p><p>Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços,</p><p>dentre outras práticas abusivas: (Redação dada pela Lei</p><p>n. 8.884, de 11.6.1994)</p><p>I – condicionar o fornecimento de produto ou de serviço</p><p>ao fornecimento de outro produto ou serviço, bem</p><p>como, sem justa causa, a limites quantitativos; (...)</p><p>V – exigir do consumidor vantagem manifestamente</p><p>excessiva; (...)</p><p>IX – recusar a venda de bens ou a prestação de</p><p>serviços, diretamente a quem se disponha a adquiri-los</p><p>mediante pronto pagamento, ressalvados os casos de</p><p>intermediação regulados em leis especiais.</p><p>PROCESSO</p><p>REsp 1.594.024-SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas</p><p>Cueva, por unanimidade, julgado em 27/11/2018, DJe</p><p>05/12/2018</p><p>TEMA</p><p>Seguro de automóvel. Restrição de crédito do</p><p>consumidor. Contratação e renovação. Pagamento à</p><p>vista. Recusa de venda direta. Conduta abusiva.</p><p>DESTAQUE</p><p>A seguradora não pode recusar a contratação de</p><p>seguro a quem se disponha a pronto pagamento se a</p><p>justificativa se basear unicamente na restrição financeira</p><p>do consumidor</p><p>junto a órgãos de proteção ao crédito.</p><p>INFORMAÇÕES DO INTEIRO TEOR</p><p>Cabe esclarecer, de início, que todo consumidor, em</p><p>princípio, desde que pague o preço correspondente, tem</p><p>o direito de adquirir um produto ou serviço quando é</p><p>colocado no mercado, tendo em vista a situação havida</p><p>de oferta permanente, sendo repelido qualquer ato de</p><p>recusa baseado em aspectos discriminatórios. Todavia,</p><p>nas relações securitárias, a interpretação do art. 39,</p><p>IX, do CDC é mitigada, devendo sua incidência ser</p><p>apreciada concretamente, ainda mais se for considerada</p><p>a ressalva constante na parte final desse dispositivo legal</p><p>("ressalvados os casos de intermediação regulados em</p><p>leis especiais") e a previsão dos arts. 9º e 10 do Decreto-</p><p>Lei n. 73/1966. Com efeito, existem situações em que a</p><p>recusa de venda se justifica, havendo motivo legítimo o</p><p>qual pode se opor à formação da relação de consumo,</p><p>sobretudo nas avenças de natureza securitária, em que</p><p>a análise do risco pelo ente segurador é de primordial</p><p>importância, sendo um dos elementos desse gênero</p><p>contratual, não podendo, portanto, ser tolhida.</p><p>Entretanto, no que tange especificamente à recusa de</p><p>venda de seguro (contratação ou renovação), baseada</p><p>exclusivamente na restrição financeira do contratante</p><p>a quem tenha restrição financeira junto a órgãos de</p><p>proteção ao crédito, tal justificativa é superada se o</p><p>consumidor se dispuser a pagar prontamente o prêmio.</p><p>De fato, se o pagamento do prêmio for parcelado, a</p><p>representar uma venda a crédito, a seguradora pode se</p><p>negar a contratar o seguro se o consumidor estiver com</p><p>restrição financeira, evitando, assim, os adquirentes de</p><p>má-fé, incluídos os insolventes ou maus pagadores. Por</p><p>outro lado, nessa hipótese, a recusa será abusiva caso</p><p>ele opte pelo pronto pagamento. (Informativo n. 640).</p><p>DIREITO EMPRESARIAL</p><p>EUGÊNIO BRUGGER</p><p>46</p><p>Raquel, Roberta e Maria Christina são sócias de uma so-</p><p>ciedade estrangeira com sede em Quebec, no Canadá.</p><p>As sócias pretendem fazer com que a sociedade funcio-</p><p>ne no Brasil. Elas procuraram você, advogado(a), para</p><p>saberem quais os requisitos para o funcionamento da</p><p>sociedade estrangeira no Brasil.</p><p>(A) A sociedade estrangeira, qualquer que seja o seu ob-</p><p>jeto, pode, sem autorização do Poder Executivo, fun-</p><p>cionar no País, ainda que por estabelecimentos su-</p><p>bordinados, podendo, todavia, ressalvados os casos</p><p>expressos em lei, ser acionista de sociedade anônima</p><p>brasileira.</p><p>(B) A sociedade estrangeira, qualquer que seja o seu ob-</p><p>jeto, não pode, sem autorização do Poder Judiciário,</p><p>funcionar no País, ainda que por estabelecimentos</p><p>subordinados, podendo, todavia, ressalvados os ca-</p><p>sos expressos em lei, ser acionista de sociedade anô-</p><p>nima brasileira.</p><p>(C) A sociedade estrangeira, qualquer que seja o seu ob-</p><p>jeto, pode, sem qualquer autorização, funcionar no</p><p>País, ainda que por estabelecimentos subordinados,</p><p>podendo, todavia, ressalvados os casos expressos</p><p>em lei, ser acionista de sociedade anônima brasileira.</p><p>(D) A sociedade estrangeira, qualquer que seja o seu ob-</p><p>jeto, não pode, sem autorização do Poder Executivo,</p><p>funcionar no País, ainda que por estabelecimentos</p><p>subordinados, podendo, todavia, ressalvados os ca-</p><p>sos expressos em lei, ser acionista de sociedade anô-</p><p>nima brasileira.</p><p>Letra d.</p><p>Nos termos do Código Civil:</p><p>Art. 1.134. A sociedade estrangeira, qualquer que seja o seu ob-</p><p>jeto, não pode, sem autorização do Poder Executivo, funcionar no</p><p>País, ainda que por estabelecimentos subordinados, podendo, to-</p><p>davia, ressalvados os casos expressos em lei, ser acionista de socie-</p><p>dade anônima brasileira.</p><p>47</p><p>Caio, Mévio e Jucélio, médicos, constituíram a sociedade</p><p>CMJ Clínica dos Olhos. A administração da sociedade é</p><p>exercida por Jucélio. Após diversas desavenças entre os</p><p>sócios, pois Caio e Mévio não concordavam com as mano-</p><p>bras administrativas de Jucélio, aqueles decidiram cede-</p><p>rem suas cotas para este, o qual passou a ser o único sócio</p><p>da clínica médica. Com base no caso apresentado, assina-</p><p>le a alternativa correta em relação à pluralidade de sócios.</p><p>(A) Dissolve-se a sociedade quando ocorrer a falta de</p><p>pluralidade de sócios, não reconstituída no prazo de</p><p>cento e oitenta dias.</p><p>(B) Dissolve-se a sociedade quando ocorrer a falta de</p><p>pluralidade de sócios, não reconstituída no prazo de</p><p>cem dias.</p><p>(C) Dissolve-se a sociedade quando ocorrer a falta de</p><p>pluralidade de sócios, não reconstituída no prazo de</p><p>oitenta dias.</p><p>(D) Dissolve-se a sociedade quando ocorrer a falta de</p><p>pluralidade de sócios, não reconstituída no prazo de</p><p>sessenta dias.</p><p>Letra a.</p><p>Diante da ausência de pluralidade de sócios, por se</p><p>tratar de uma sociedade simples (trabalho intelectual de</p><p>natureza científica), o sócio remanescente terá o prazo</p><p>de 180 dias para recompor a pluralidade de sócios sob</p><p>pena de a sociedade ser dissolvida, nos termos do inciso</p><p>IV do artigo 1.033 do CC:</p><p>“Art. 1.033. Dissolve-se a sociedade quando ocorrer: (...)</p><p>IV – a falta de pluralidade de sócios, não reconstituída no</p><p>prazo de cento e oitenta dias.”</p><p>48</p><p>Tício, empresário individual, é mestre cervejeiro e titular</p><p>da Cervejaria Santa Instrução. Tício pretende celebrar</p><p>um contrato de comissão com Mévio para a venda de</p><p>cervejas artesanais. Sobre o contrato de comissão, assi-</p><p>nale a alternativa correta.</p><p>(A) O contrato de comissão tem por objeto a aquisição</p><p>ou a venda de bens pelo comissário, em seu próprio</p><p>nome, à conta do comitente.</p><p>(B) O contrato de comissão tem por objeto a aquisição</p><p>ou a venda de bens pelo comitente, em seu próprio</p><p>nome, à conta do comitente.</p><p>(C) O contrato de comissão tem por objeto a aquisição</p><p>ou a venda de bens pelo comissário, em nome do</p><p>comitente, à conta dele próprio.</p><p>(D) O contrato de comissão tem por objeto a aquisição</p><p>ou a venda de bens pelo comissário, em seu próprio</p><p>nome, à conta dele próprio.</p><p>Letra a.</p><p>Conforme o Código Civil: “Art. 693. O contrato de comissão</p><p>tem por objeto a aquisição ou a venda de bens pelo</p><p>comissário, em seu próprio nome, à conta do comitente.”</p><p>49</p><p>Bruna decidiu celebrar um contrato de abertura de</p><p>crédito com o Banco Barra Grande S/A no valor de R$</p><p>3.000.000,00. Para tanto, emitiu nota promissória vin-</p><p>culada ao referido contrato. Sobre o caso apresentado,</p><p>assinale a alternativa correta.</p><p>(A) A nota promissória vinculada a contrato de abertura</p><p>de crédito não goza de autonomia em razão da iliqui-</p><p>dez do título que a originou.</p><p>(B) A nota promissória vinculada a contrato de abertura</p><p>de crédito goza de autonomia em razão da iliquidez</p><p>do título que a originou.</p><p>(C) A nota promissória vinculada a contrato de abertura</p><p>de crédito não goza de literalidade em razão da iliqui-</p><p>dez do título que a originou.</p><p>(D) A nota promissória vinculada a contrato de abertura</p><p>de crédito não goza de cartularidade em razão da ili-</p><p>quidez do título que a originou.</p><p>Letra a.</p><p>Conforme Súmula 258 do STJ: “A nota promissória</p><p>vinculada a contrato de abertura de crédito não goza</p><p>de autonomia em razão da iliquidez do título que a</p><p>originou.”</p><p>50</p><p>O Motel C Que Sabe Ltda., em virtude de pandemia que</p><p>assolou o mundo, entrou em crise econômico-financei-</p><p>ra. Com isso, verificou a necessidade de requerer a sua</p><p>recuperação judicial. A respeito das disposições da Lei</p><p>n. 11.101/2005, sobre a recuperação judicial, assinale a</p><p>alternativa correta.</p><p>(A) Poderá requerer recuperação judicial o devedor que,</p><p>no momento do pedido, exerça regularmente suas</p><p>atividades há mais de 3 (três) anos e que atenda aos</p><p>seguintes requisitos, cumulativamente: não ser fali-</p><p>do e, se o foi, estejam declaradas extintas, por sen-</p><p>tença transitada em julgado, as responsabilidades</p><p>daí decorrentes; não ter, há menos de 5 (cinco) anos,</p><p>obtido concessão de recuperação judicial; não ter</p><p>sido condenado ou não ter, como administrador ou</p><p>sócio controlador, pessoa condenada por qualquer</p><p>dos crimes previstos na Lei n. 11.101/2005.</p><p>(B) Poderá requerer recuperação judicial o devedor que,</p><p>no momento do pedido, exerça regularmente suas</p><p>atividades há mais de 2 (dois) anos e que atenda</p><p>derando uma relação voluntária e entre iguais, a justiça</p><p>a ser aplicada será:</p><p>(A) Justiça Reparativa.</p><p>(B) Justiça Distributiva.</p><p>(C) Justiça Comutativa.</p><p>(D) Justiça Corretiva.</p><p>10</p><p>Hans Kelsen afirma que há dois tipos de interpretação da</p><p>norma jurídica: cognoscitiva e autêntica. A primeira não</p><p>cria norma e não vincula a conduta, diferentemente da</p><p>segunda, visto que esta é realizada pelos órgãos aplica-</p><p>dores do direito.</p><p>Com base nessas informações, assinale a alternati-</p><p>va correta.</p><p>(A) A interpretação realizada por uma agência regulado-</p><p>ra é autêntica, já a interpretação feita pela doutrina</p><p>jurídica é cognoscitiva.</p><p>(B) A interpretação feita pelo Judiciário é cognosciti-</p><p>va e a interpretação feita pelo Ministério Público é</p><p>autêntica.</p><p>(C) A interpretação feita pela doutrina jurídica é cogniti-</p><p>va e vincula a interpretação do Judiciário.</p><p>(D) No direito brasileiro, somente o Judiciário é órgão</p><p>aplicador do direito, por esse motivo somente ele</p><p>realiza a interpretação cognoscitiva.</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>ANA PAULA BLAZUTE</p><p>11</p><p>Devido à ocorrência de calamidade natural de grandes</p><p>proporções no município Alfa, o presidente da Repúbli-</p><p>ca, após consultar o Conselho da República e o Conselho</p><p>de Defesa Nacional, decretou o estado de defesa naque-</p><p>la localidade.</p><p>Com base nessa situação hipotética e considerando as</p><p>normas previstas na Constituição Federal de 1988 (CF),</p><p>assinale a opção correta.</p><p>(A) O tempo de duração do estado de defesa não será</p><p>superior a sessenta dias, podendo ser prorrogado</p><p>uma vez, por igual período, se persistirem as razões</p><p>que justificaram a sua decretação.</p><p>(B) Na vigência do estado de defesa, a prisão ou deten-</p><p>ção de qualquer pessoa não poderá ser superior a</p><p>quinze dias, salvo quando autorizada pelo Poder</p><p>Judiciário.</p><p>(C) Na vigência do estado de defesa, é vedada a incomu-</p><p>nicabilidade do preso.</p><p>(D) Decretado o estado de defesa ou sua prorrogação, o</p><p>Presidente da República, dentro de quarenta e oito</p><p>horas, submeterá o ato com a respectiva justifica-</p><p>ção ao Congresso Nacional, que decidirá por maio-</p><p>ria absoluta.</p><p>12</p><p>A 3ª turma, órgão fracionário do Tribunal de Justiça do</p><p>Estado X, afastou a incidência de parte de uma lei, sem</p><p>declarar expressamente a sua inconstitucionalidade.</p><p>Nessa situação hipotética, segundo o entendimento do</p><p>STF, a decisão da turma:</p><p>(A) não violou a cláusula de reserva do plenário, o que</p><p>ocorreria somente se tivesse sido declarada a incons-</p><p>titucionalidade da lei.</p><p>(B) não violou a cláusula de reserva do plenário, posto</p><p>que a turma, como órgão especial que é, pode arro-</p><p>gar para si a competência do Órgão Pleno do Tribunal</p><p>de Justiça do Estado X.</p><p>(C) violou a cláusula de reserva do plenário, uma vez que</p><p>o afastamento da incidência da lei só poderia ocorrer</p><p>concomitantemente à declaração de inconstitucio-</p><p>nalidade desta.</p><p>(D) violou a cláusula de reserva do plenário, uma vez que</p><p>afastou a incidência, ainda que em parte, de lei.</p><p>13</p><p>Eugênio e Roberta, estudantes do 10º período de direi-</p><p>to, estavam discutindo sobre o tema repartição de com-</p><p>petências. Eugênio afirmou que compete privativamen-</p><p>te à União legislar sobre a proteção do meio ambiente.</p><p>Já Roberta afirmou que compete à União, aos Estados e</p><p>ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre cus-</p><p>tas dos serviços forenses. Marque a alternativa correta</p><p>de acordo com a Constituição Federal.</p><p>(A) Somente Eugênio está correto em sua afirmação,</p><p>posto que compete privativamente à União legislar</p><p>sobre a proteção do meio ambiente.</p><p>(B) Somente Roberta está correta em sua afirmação,</p><p>posto que compete à União, Estados e Distrito Fede-</p><p>ral legislar concorrentemente sobre custas dos servi-</p><p>ços forenses.</p><p>(C) Eugênio e Roberta estão corretos em suas afirma-</p><p>ções, posto que compete privativamente à União</p><p>legislar sobre a proteção do meio ambiente, e com-</p><p>pete à União, aos Estados e ao Distrito Federal le-</p><p>gislar concorrentemente sobre custas dos serviços</p><p>forenses.</p><p>(D) Eugênio e Roberta estão incorretos em suas afirma-</p><p>ções, posto que a competência para legislar sobre a</p><p>proteção do meio ambiente é concorrente, e a com-</p><p>petência para legislar sobre custas dos serviços fo-</p><p>renses é privativa da União.</p><p>14</p><p>Mévio e Tício são eleitos, respectivamente, Presiden-</p><p>te e Vice-Presidente da República Federativa do Brasil.</p><p>No primeiro ano do mandato, em agosto, Mévio e Tício</p><p>viajam para a China para um compromisso oficial e uma</p><p>pane no avião presidencial acarreta a morte de todas as</p><p>pessoas que ali estavam. De acordo com a Constituição</p><p>Federal de 1988, assumirá a Presidência, em primeiro</p><p>lugar, o Presidente:</p><p>(A) do Supremo Tribunal Federal e será realizada eleição</p><p>indireta pelo Congresso Nacional, na forma da lei, no</p><p>prazo de trinta dias a partir dos óbitos.</p><p>(B) da Câmara dos Deputados e será realizada eleição</p><p>indireta pelo Congresso Nacional, na forma da lei, no</p><p>prazo de trinta dias a partir dos óbitos.</p><p>(C) da Câmara dos Deputados e será realizada eleição</p><p>direta no prazo de noventa dias a partir dos óbitos.</p><p>(D) do Senado Federal e será realizada eleição direta no</p><p>prazo de trinta dias a partir dos óbitos.</p><p>15</p><p>Conceder indulto, decretar o estado de sítio e extinguir</p><p>cargos vagos são atribuições de competência privativa</p><p>do Presidente da República. De acordo com a Constitui-</p><p>ção Federal, o Presidente da República pode delegar:</p><p>(A) aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da Re-</p><p>pública ou ao Advogado-Geral da União a concessão</p><p>de indulto, decretação do estado de sítio, mas não</p><p>pode delegar a extinção de cargos vagos.</p><p>(B) aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da Re-</p><p>pública ou ao Advogado-Geral da União a decretação</p><p>do estado de sítio e a extinção de cargos vagos, mas</p><p>não pode delegar a concessão de indulto.</p><p>(C) aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da Re-</p><p>pública ou ao Advogado-Geral da União a concessão</p><p>de indulto e a extinção de cargos vagos, mas não</p><p>pode delegar a decretação do estado de sítio.</p><p>(D) aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da Re-</p><p>pública ou ao Advogado-Geral da União a concessão</p><p>de indulto, mas não pode delegar a decretação do</p><p>estado de sítio e a extinção de cargos vagos.</p><p>16</p><p>Pietro, professor aposentado, com 65 anos de idade, é</p><p>brasileiro naturalizado há mais de 40 anos, e possui do-</p><p>micílio eleitoral no Acre. De acordo com a Constituição</p><p>Federal, Pietro:</p><p>(A) poderá se candidatar ao cargo de Presidente ou Vi-</p><p>ce-Presidente da República, sendo, para ele, faculta-</p><p>tivo o voto.</p><p>(B) poderá se candidatar ao cargo de Governador do Es-</p><p>tado, sendo, para ele, facultativo o voto.</p><p>(C) não poderá se candidatar ao cargo de Presidente ou</p><p>Vice-Presidente da República, sendo, para ele, obri-</p><p>gatório o voto.</p><p>(D) não poderá se candidatar ao cargo de Governador do</p><p>Estado, sendo, para ele, obrigatório o voto.</p><p>17</p><p>A norma estadual do Estado Beta dispôs sobre a implan-</p><p>tação de instalações industriais destinadas à produção</p><p>de energia nuclear no âmbito espacial do território esta-</p><p>dual. O Procurador-Geral da República ajuizou ação dire-</p><p>ta de inconstitucionalidade contra essa previsão, alegan-</p><p>do que compete à União dispor sobre o tema. De acordo</p><p>com a Constituição Federal e a jurisprudência, marque a</p><p>alternativa correta.</p><p>(A) O Procurador-Geral da República não é legitimado</p><p>para propor ações do controle concentrado, logo não</p><p>poderia ajuizar ação direta de inconstitucionalidade.</p><p>(B) O Procurador-Geral da República embora seja legi-</p><p>timado para propor ações do controle concentrado,</p><p>não poderia ajuizar ação direta de inconstitucionali-</p><p>dade, pois a norma estadual que contraria a Consti-</p><p>tuição Federal será objeto de arguição de descumpri-</p><p>mento de preceito fundamental.</p><p>(C) O Procurador-Geral da República não tem razão em</p><p>ajuizar a ação direta de inconstitucionalidade, pois</p><p>a norma estadual que dispõe sobre a implantação</p><p>de instalações industriais destinadas à produção de</p><p>energia nuclear no âmbito espacial do território es-</p><p>tadual é constitucional.</p><p>(D) O Procurador-Geral da República tem razão em ajui-</p><p>zar</p><p>aos seguintes requisitos, cumulativamente: não ser</p><p>falido e, se o foi, estejam declaradas extintas, por</p><p>sentença transitada em julgado, as responsabilida-</p><p>des daí decorrentes; não ter, há menos de 4 (quatro)</p><p>anos, obtido concessão de recuperação judicial; não</p><p>ter sido condenado ou não ter, como administrador</p><p>ou sócio controlador, pessoa condenada por qual-</p><p>quer dos crimes previstos na Lei n. 11.101/2005.</p><p>(C) Poderá requerer recuperação judicial o devedor que,</p><p>no momento do pedido, exerça regularmente suas</p><p>atividades há mais de 2 (dois) anos e que atenda aos</p><p>seguintes requisitos, cumulativamente: não ser fali-</p><p>do e, se o foi, estejam declaradas extintas, por sen-</p><p>tença transitada em julgado, as responsabilidades</p><p>daí decorrentes; não ter, há menos de 5 (cinco) anos,</p><p>obtido concessão de recuperação judicial; não ter</p><p>sido condenado ou não ter, como administrador ou</p><p>sócio controlador, pessoa condenada por qualquer</p><p>dos crimes previstos na Lei n. 11.101/2005.</p><p>(D) Poderá requerer recuperação judicial o devedor que,</p><p>no momento do pedido, exerça regularmente suas</p><p>atividades há mais de 2 (dois) anos e que atenda aos</p><p>seguintes requisitos, cumulativamente: não ser fali-</p><p>do e, se o foi, estejam declaradas extintas, por sen-</p><p>tença transitada em julgado, as responsabilidades</p><p>daí decorrentes; não ter, há menos de 6 (seis) anos,</p><p>obtido concessão de recuperação judicial; não ter</p><p>sido condenado ou não ter, como administrador ou</p><p>sócio controlador, pessoa condenada por qualquer</p><p>dos crimes previstos na Lei n. 11.101/2005.</p><p>Letra c.</p><p>Conforme a Lei n. 11.101/2005:</p><p>Art. 48. Poderá requerer recuperação judicial o devedor que, no</p><p>momento do pedido, exerça regularmente suas atividades há mais</p><p>de 2 (dois) anos e que atenda aos seguintes requisitos, cumulati-</p><p>vamente:</p><p>I – não ser falido e, se o foi, estejam declaradas extintas, por sen-</p><p>tença transitada em julgado, as responsabilidades daí decorrentes;</p><p>II – não ter, há menos de 5 (cinco) anos, obtido concessão de recu-</p><p>peração judicial; (...)</p><p>IV – não ter sido condenado ou não ter, como administrador ou</p><p>sócio controlador, pessoa condenada por qualquer dos crimes pre-</p><p>vistos nesta Lei.</p><p>DIREITO PROCESSUAL CIVIL</p><p>RAQUEL BUENO</p><p>51</p><p>Madalena assumiu a posição de fiadora da sobrinha</p><p>Helena, em contrato de locação residencial por esta fir-</p><p>mado. Ressalte-se que o contrato previa a cláusula de</p><p>benefício de ordem. Todavia, após oito meses da cele-</p><p>bração do contrato, Helena deixou de pagar o aluguel e o</p><p>locador Rogério promoveu ação de cobrança em face da</p><p>inquilina. Após a tramitação processual, Helena foi con-</p><p>denada ao pagamento de vinte mil reais. Com o trânsito</p><p>em julgado, foi promovido o cumprimento de sentença</p><p>em face de Helena e Madalena, indicando o locador à</p><p>penhora o único imóvel de Madalena, onde ela reside</p><p>com seus cachorros Bob e Téo. Neste contexto, assinale</p><p>a alternativa correta.</p><p>(A) Como o contrato de fiança possui cláusula de benefí-</p><p>cio de ordem, Madalena não poderia ser inserida na</p><p>fase de cumprimento de sentença.</p><p>(B) Madalena pode ter seu imóvel atingido porque a</p><p>proteção da impenhorabilidade do bem de família</p><p>legal não abrange pessoas solteiras.</p><p>(C) Madalena não pode ser inserida no cumprimento de</p><p>sentença, uma vez que não participou da formação</p><p>do título executivo judicial.</p><p>(D) Neste caso, Madalena pode ser acionada na fase de</p><p>cumprimento de sentença e não tem a proteção da</p><p>impenhorabilidade do bem de família legal, por dis-</p><p>posição expressa de lei.</p><p>Letra c.</p><p>Conforme determinação expressa do artigo 513, § 5º,</p><p>do CPC. Vide também as Súmulas 364 e 549 do STJ, e</p><p>artigo 3º, inciso VII, da Lei n. 8.009/1990, que trata da</p><p>impenhorabilidade do bem de família legal, proteção</p><p>que não beneficia o fiador do contrato de locação.</p><p>52</p><p>Suzana descobre que Keila foi demandada em ação de</p><p>cobrança cumulada com despejo, em relação ao imóvel</p><p>atualmente ocupado por Suzana. Por mera liberalidade,</p><p>Keila se comprometeu a pagar vinte e quatro meses de</p><p>aluguel para a amiga Suzana, que ficou desempregada</p><p>em virtude da crise gerada pela pandemia. Ocorre que</p><p>Keila não paga o aluguel há três meses, o que gerou a</p><p>propositura de demanda por parte do locador Adão. Nes-</p><p>te contexto, Suzana deseja intervir neste processo para</p><p>impedir a sucumbência de Keila, uma vez que os prejuí-</p><p>zos da desocupação serão suportados por Suzana. Você,</p><p>na condição de advogado(a) de Suzana, promoveria:</p><p>(A) pedido de denunciação da lide.</p><p>(B) pedido de chamamento ao processo.</p><p>(C) pedido de assistência simples.</p><p>(D) pedido de assistência litisconsorcial.</p><p>Letra c.</p><p>Uma vez que o caso contempla a modalidade de</p><p>intervenção de terceiros denominada assistência</p><p>simples, que é voluntária e exige por parte do terceiro</p><p>a demonstração de interesse jurídico, conforme artigos</p><p>119, 121 e 123 do CPC.</p><p>53</p><p>Lucrécia promove demanda em face de Eugênio, com</p><p>pedido de tutela provisória, apresentando farta prova</p><p>documental e apontando que sua pretensão se encontra</p><p>consolidada em tese jurídica firmada em sede de recur-</p><p>so especial repetitivo. Neste contexto, assinale a alter-</p><p>nativa correta.</p><p>(A) O caso é de tutela provisória de evidência</p><p>antecedente.</p><p>(B) O caso é de tutela provisória de evidência punitiva.</p><p>(C) O caso é de tutela de evidência incidental, com</p><p>a possibilidade de concessão de liminar inaudita</p><p>altera pars.</p><p>(D) O caso é de tutela de evidência incidental, sem</p><p>a possibilidade de concessão de liminar inaudita</p><p>altera pars.</p><p>Letra c.</p><p>Com base no artigo 311, inciso II, do CPC, mais o</p><p>parágrafo único. Além disso, a tutela provisória de</p><p>evidência é sempre satisfativa e incidental e não se</p><p>esgota nas hipóteses do artigo 311 do CPC, que é</p><p>meramente exemplificativo.</p><p>54</p><p>Roberta e Ana promoveram demanda indenizatória em</p><p>face de Alice, organizadora de uma festa local famosa,</p><p>chamada FESTA DA BAGACEIRA. Durante o evento, após</p><p>consumirem os “drinks” do camarote, Roberta e Ana</p><p>apresentaram mal súbito, perdendo a consciência. No</p><p>dia seguinte, na rede social de Alice, apareceram fotos</p><p>de Roberta sem parte de suas vestimentas, dançando</p><p>no balcão de bebidas, e Ana abraçando uma metralha-</p><p>dora ao som de “Marília Mendonça”. Em virtude das</p><p>imagens, Roberta perdeu seu recente emprego de se-</p><p>cretária de uma clínica, e Ana teve o casamento desfei-</p><p>to. A partir dessa turbulenta narrativa fática, assinale a</p><p>opção correta.</p><p>(A) O caso retrata uma hipótese de litisconsórcio faculta-</p><p>tivo multitudinário.</p><p>(B) O caso retrata uma hipótese de litisconsórcio faculta-</p><p>tivo simples.</p><p>(C) O caso retrata uma hipótese de litisconsórcio faculta-</p><p>tivo unitário.</p><p>(D) O caso retrata uma hipótese de litisconsórcio</p><p>necessário.</p><p>Letra b.</p><p>Uma vez que o caso é de litisconsórcio facultativo e</p><p>cuja decisão pode ser diferente para os litisconsortes</p><p>envolvidos (simples), conforme artigo 113 do CPC.</p><p>Não há que se falar em litisconsórcio facultativo</p><p>multitudinário, porque este se configura diante de uma</p><p>considerável quantidade de litisconsortes, e neste caso</p><p>só há duas autoras.</p><p>55</p><p>Patrícia promove ação de divórcio em face de Nilton,</p><p>após descobrir traição do marido com uma colega de</p><p>serviço. Com a referida descoberta, Patrícia deixa o lar</p><p>conjugal em Barreiras, e vai para a casa de sua mãe em</p><p>Salvador, levando o filho do casal, Pedro, de dez anos. A</p><p>partir desses fatos, à luz das ações de família, assinale a</p><p>alternativa correta.</p><p>(A) O foro competente para a referida ação é o último</p><p>domicílio conjugal.</p><p>(B) Caso Nilton concorde com o divórcio, este poderá ser</p><p>extrajudicial.</p><p>(C) O foro competente para a referida ação é Salvador.</p><p>(D) Por ocasião de sua citação, Nilton não receberá a</p><p>contrafé da petição inicial, razão pela qual só po-</p><p>derá ter acesso a tal documento após a audiência</p><p>de mediação.</p><p>Letra c.</p><p>(A) Conforme o artigo 53, I, do CPC:</p><p>Art. 53. É competente o foro:</p><p>I – para a ação de divórcio, separação, anulação de casamento e</p><p>reconhecimento ou dissolução de união estável:</p><p>a) de domicílio do guardião de filho incapaz;</p><p>b) do último domicílio do casal, caso não haja filho</p><p>incapaz;</p><p>c) de domicílio do réu, se nenhuma das partes residir no antigo</p><p>domicílio do casal;</p><p>d) de domicílio da vítima de violência doméstica e familiar, nos</p><p>termos da Lei n. 11.340, de 7 de agosto de 2006 (Lei Maria da Pe-</p><p>nha); (Incluída pela Lei n. 13.894, de 2019).</p><p>(B) Neste caso, regra geral, não é possível o divórcio</p><p>extrajudicial, porque há filhos menores de idade.</p><p>Conforme o CPC:</p><p>Art. 733. O divórcio consensual, a separação consensual e a extin-</p><p>ção consensual de união estável, não havendo nascituro ou filhos</p><p>incapazes e observados os requisitos legais, poderão ser realizados</p><p>por escritura pública, da qual constarão as disposições de que trata</p><p>o art. 731 .</p><p>Ver também Enunciado n. 571 da VI Jornada de Direito Civil.</p><p>(D) Quanto à letra “d”, vide artigo 695, § 1º, do CPC.</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11340.htm</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11340.htm</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13894.htm#art2</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art731</p><p>56</p><p>Maria Cristina promove ação rescisória em face de uma</p><p>sentença de mérito, que transitou em julgado há um</p><p>ano, por entender que a decisão violava manifestamen-</p><p>te uma norma jurídica. Por ocasião do julgamento da</p><p>ação rescisória, os pedidos de Maria Cristina são julga-</p><p>dos procedentes, mas por maioria. Todavia, na oportuni-</p><p>dade, não houve a aplicação da ampliação do colegiado,</p><p>conforme determinação legal. Neste caso, o advogado</p><p>da parte sucumbente poderá:</p><p>(A) opor embargos infringentes.</p><p>(B) interpor recurso especial.</p><p>(C) interpor recurso extraordinário.</p><p>(D) opor embargos de divergência.</p><p>Letra b.</p><p>Uma vez que o caso retrata típica hipótese de violação</p><p>de norma infraconstitucional (violação do artigo 942, §</p><p>3º, inciso I, do CPC, e artigo 105, III, “a”, da Constituição</p><p>Federal, sendo este último a base do recurso especial).</p><p>57</p><p>Lorena promove demanda de obrigação de fazer, com</p><p>pedido de tutela provisória de urgência liminar em face</p><p>de determinada pessoa jurídica. A liminar foi indeferida.</p><p>O processo prosseguiu e na sentença o juiz concedeu a</p><p>tutela provisória requerida, acolhendo totalmente todos</p><p>os pedidos da autora. Inconformada, a parte sucumben-</p><p>te deseja impugnar a referida decisão. A partir deste</p><p>contexto, assinale a opção certa.</p><p>(A) Nesse caso é cabível o recurso de agravo de</p><p>instrumento.</p><p>(B) Nesse caso é cabível o recurso de apelação, com du-</p><p>plo efeito.</p><p>(C) Nesse caso é cabível o recurso de apelação, só com</p><p>efeito devolutivo.</p><p>(D) Nesse caso é cabível o recurso adesivo.</p><p>Letra c.</p><p>Considerando que a tutela provisória foi concedida na</p><p>sentença, tal capítulo decisório pode ser impugnado</p><p>via apelação, sem efeito suspensivo, em virtude da</p><p>modulação dos efeitos do recurso (arts. 1.009, § 3º;</p><p>1.021, § 1º, V, e 1.013, § 5º, CPC). Não há que se falar em</p><p>recurso adesivo, uma vez que não houve sucumbência</p><p>recíproca (artigo 997, § 1º, CPC).</p><p>DIREITO PENAL</p><p>MICHELLE TONON</p><p>58</p><p>José foi condenado em primeira instância, em 15 de</p><p>setembro de 2020, pela prática do crime de roubo, du-</p><p>plamente circunstanciado, pelo concurso de agentes e</p><p>emprego de arma branca (art. 157, § 2º, incisos II e VII,</p><p>do Código Penal) e corrupção de menores (art. 244-B do</p><p>Estatuto da Criança e do Adolescente). Consta da denún-</p><p>cia que, no dia 10 de janeiro de 2020, em unidade de de-</p><p>sígnios com M., menor com 17 anos de idade, subtraiu</p><p>de Amanda um telefone celular, avaliado em R$ 500,00,</p><p>e uma carteira com R$ 200,00 em dinheiro, exercendo a</p><p>grave ameaça com uma faca. Constituído nos autos para</p><p>a defesa dos interesses de José, o(a) advogado(a), em</p><p>sede de recurso, sob o ponto de vista técnico, de acordo</p><p>com as previsões legais, deverá requerer</p><p>(A) o afastamento da majorante do concurso de agentes,</p><p>pois o comparsa de José era menor de idade na data</p><p>dos fatos.</p><p>(B) a absolvição de José, com fundamento no princípio</p><p>da insignificância, já que o valor dos objetos subtraí-</p><p>dos não ultrapassa um salário-mínimo.</p><p>(C) o afastamento da causa de aumento referente ao</p><p>uso da faca, considerando a data do cometimento do</p><p>crime e que a Lei n. 13.654/2018 excluiu a majorante</p><p>pelo emprego de arma branca no crime de roubo.</p><p>(D) a anulação da sentença condenatória, pugnando</p><p>pela realização de novo julgamento com base nas</p><p>disposições da Lei n. 13.654/2018.</p><p>Letra c.</p><p>(A) Errado. Segundo entendimento jurisprudencial, aplica-</p><p>se a majorante do concurso de agentes ao roubo ainda</p><p>que o comparsa seja menor de idade ou não identificado.</p><p>(B) Errado. Não se aplica o princípio da insignificância ao</p><p>crime de roubo, já que pluriofensivo, isto é, não tutela</p><p>somente o patrimônio, mas também a integridade física</p><p>e psicológica das vítimas.</p><p>(C) Certo. A Lei n. 13.654/2018 revogou a previsão</p><p>contida no art. 157, § 2º, inciso I, do Código Penal,</p><p>majorante genérica que se aplicava aos roubos</p><p>cometidos com emprego de qualquer tipo de arma,</p><p>de fogo, branca ou impróprias. Por outro lado, a Lei n.</p><p>13.964/2019, o Pacote Anticrime, restaurou a majorante</p><p>do emprego de arma branca, porém a vigência da nova</p><p>lei se deu apenas em 23/01/2020, isto é, após a data do</p><p>crime praticado por José. Por se tratar de novatio legis</p><p>in pejus, não se aplica a fatos anteriores à sua vigência,</p><p>segundo o princípio da irretroatividade da norma penal.</p><p>(D) Errado. Não se revela tecnicamente adequado o</p><p>pedido de anulação da sentença, já que o Tribunal pode</p><p>reformar a condenação nesse ponto, considerando a</p><p>correta aplicação da lei ao caso.</p><p>59</p><p>Marcela, usuária de entorpecentes, decide importar</p><p>dez sementes de maconha (Cannabis sativum) da Ho-</p><p>landa, por meio de um site na internet, com o fim de</p><p>cultivar a planta em sua residência, para posterior con-</p><p>sumo próprio. A encomenda foi rastreada pelas autori-</p><p>dades brasileiras e Marcela denunciada pela prática de</p><p>tráfico internacional de drogas (art. 33, caput, c/c art.</p><p>40, inc. I, ambos da Lei n. 11.343/2006). Constituído</p><p>nos autos para a defesa dos interesses de Marcela, o(a)</p><p>advogado(a), em sede de defesa prévia (art. 55 da Lei n.</p><p>11.343/2006), sob o ponto de vista técnico, de acordo</p><p>com as previsões legais e entendimento dos Tribunais</p><p>Superiores:</p><p>(A) deverá requerer a desclassificação para o tipo do</p><p>art. 28 da Lei de Drogas, já que Marcela é usuária</p><p>de drogas e não tinha, com sua conduta, intenção de</p><p>comercializar as sementes.</p><p>(B) deverá requerer a desclassificação para o tipo do art.</p><p>334-A do Código Penal (contrabando), considerando</p><p>que é proibida a importação de sementes de maco-</p><p>nha para o Brasil.</p><p>(C) deverá indicar as provas que pretende produzir ao</p><p>longo da instrução e arrolar até cinco testemunhas</p><p>de defesa, já que a conduta de Marcela, de fato,</p><p>amolda-se ao tráfico internacional de drogas.</p><p>(D) deverá postular a rejeição da denúncia, por ausência</p><p>de justa causa para o exercício da ação penal, consi-</p><p>derando que sementes de maconha não se enqua-</p><p>dram no conceito de droga para fins penais, o que</p><p>acarreta a atipicidade da conduta.</p><p>Letra d.</p><p>(A) Errado. O conceito de droga, para fins penais, é</p><p>aquele estabelecido no art. 1º, parágrafo único, c/c. o</p><p>art. 66, ambos da Lei n. 11.343/2006, norma penal em</p><p>branco complementada pela Portaria SVS/MS n. 344, de</p><p>12 de maio de 1998. Compulsando a lista do referido ato</p><p>administrativo, do que se pode denominar droga, vê-se</p><p>que dela não consta referência a sementes da planta</p><p>Cannabis sativum.</p><p>(B) Errado. Embora a desclassificação para o contrabando</p><p>seja tese defensiva plausível, a pequena quantidade de</p><p>sementes autoriza o reconhecimento da atipicidade</p><p>material da conduta, pela incidência do princípio da</p><p>insignificância ou bagatela e na linha da jurisprudência</p><p>das Cortes Superiores.</p><p>(C) Errado. Segundo o entendimento dos Tribunais</p><p>Superiores, o Tetrahidrocanabinol – THC é a substância</p><p>psicoativa encontrada na planta Cannabis sativum, mas</p><p>ausente na semente, razão pela qual esta não pode</p><p>ser considerada droga, para fins penais, o que</p><p>afasta a</p><p>subsunção do caso a qualquer uma das hipóteses do art.</p><p>33, caput, da Lei n. 11.343/2006.</p><p>Nesse sentido: não configura crime a importação de</p><p>pequena quantidade de sementes de maconha. STF. 2ª</p><p>Turma. HC 144161/SP, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado</p><p>em 11/9/2018 (Info 915).</p><p>Ademais, também não se cogita de incursão na figura</p><p>do art. 33, § 1º, inc. I, da Lei n.11.343/2006, que prevê</p><p>como crime a importação de matéria-prima ou insumo</p><p>destinado à preparação de drogas, já que a semente não</p><p>é um ingrediente para a elaboração de drogas. É preciso</p><p>o plantio e o cultivo da semente.</p><p>(D) Certo. Trata-se do entendimento firmado pelo STJ e</p><p>pelo STF, em recentes julgados sobre o tema. Confira-se:</p><p>EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA EM RECURSO ESPECIAL. IMPORTA-</p><p>ÇÃO DE 16 SEMENTES DE MACONHA (CANNABIS SATIVUM). DE-</p><p>NÚNCIA POR TRÁFICO INTERNACIONAL DE DROGAS. REJEIÇÃO.</p><p>RECURSO EM SENTIDO ESTRITO. RECLASSIFICAÇÃO PARA CON-</p><p>TRABANDO, COM APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA.</p><p>AFASTAMENTO. RECURSO ESPECIAL PROVIDO. PRETENDIDO TRAN-</p><p>CAMENTO DA AÇÃO POR ATIPICIDADE. ACATAMENTO DO ENTEN-</p><p>DIMENTO DO STF. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA ACOLHIDOS.</p><p>1. O conceito de "droga", para fins penais, é aquele estabe-</p><p>lecido no art. 1º, parágrafo único, c.c. o art. 66, ambos da Lei n.</p><p>11.343/2006, norma penal em branco complementada pela Porta-</p><p>ria SVS/MS n. 344, de 12 de maio de 1998. Compulsando a lista do</p><p>referido ato administrativo, do que se pode denominar "droga", vê-</p><p>-se que dela não consta referência a sementes da planta Cannabis</p><p>Sativum.</p><p>2. O Tetrahidrocanabinol - THC é a substância psicoativa encon-</p><p>trada na planta Cannabis Sativum, mas ausente na semente, razão</p><p>pela qual esta não pode ser considerada "droga", para fins penais,</p><p>o que afasta a subsunção do caso a qualquer uma das hipóteses do</p><p>art. 33, caput, da Lei n. 11.343/2006.</p><p>3. Dos incisos I e II do § 1.º do art. 33 da mesma Lei, infere-se</p><p>que "matéria-prima" ou "insumo" é a substância utilizada "para a</p><p>preparação de drogas". A semente não se presta a tal finalidade,</p><p>porque não possui o princípio ativo (THC), tampouco serve de rea-</p><p>gente para a produção de droga.</p><p>4. No mais, a Lei de regência prevê como conduta delituosa o</p><p>semeio, o cultivo ou a colheita da planta proibida (art. 33, § 1.º,</p><p>inciso II; e art. 28, § 1.º). Embora a semente seja um pressupos-</p><p>to necessário para a primeira ação, e a planta para as demais, a</p><p>importação (ou qualquer dos demais núcleos verbais) da semente</p><p>não está descrita como conduta típica na Lei de Drogas.</p><p>5. A conduta de importar pequena quantidade de sementes de</p><p>maconha é atípica, consoante precedentes do STF: HC 144161,</p><p>Rel. Ministro GILMAR MENDES, SEGUNDA TURMA, julgado em</p><p>11/09/2018, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-268 DIVULG 13-12-2018</p><p>PUBLIC 14-12-2018; HC 142987, Relator Min. GILMAR MENDES, SE-</p><p>GUNDA TURMA, julgado em 11/09/2018, PROCESSO ELETRÔNICO</p><p>DJe-256 DIVULG 29-11-2018 PUBLIC 30-11-2018; no mesmo sen-</p><p>tido, a decisão monocrática nos autos do HC 143.798/SP, Relator</p><p>Min. ROBERTO BARROSO, publicada no DJe de 03/02/2020, conce-</p><p>dendo a ordem "para determinar o trancamento da ação penal, em</p><p>razão da ausência de justa causa". Na mesma ocasião, indicou Sua</p><p>Excelência, "ainda nesse sentido, as seguintes decisões monocráti-</p><p>cas: HC 173.346, Rel. Min. Ricardo Lewandowski; HC 148.503, Min.</p><p>Celso de Mello; HC 143.890, Rel. Min. Celso de Mello; HC 140.478,</p><p>Rel. Min. Ricardo Lewadowski; HC 149.575, Min. Edson Fachin; HC</p><p>163.730, Relª. Minª. Cármen Lúcia." 6. Embargos de divergência</p><p>acolhidos, para determinar o trancamento da ação penal em tela,</p><p>em razão da atipicidade da conduta.</p><p>(EREsp 1624564/SP, Rel. Ministra LAURITA VAZ, TERCEIRA SEÇÃO,</p><p>julgado em 14/10/2020, DJe 21/10/2020).</p><p>60</p><p>Marcos, inconformado por ter sido demitido por justa</p><p>causa, resolve matar sua ex-patroa, Gisela, cerca de uma</p><p>semana após a notícia da demissão. Preso em flagran-</p><p>te instantes após o delito, o rapaz é denunciado pela</p><p>prática do crime previsto no art. 121, § 2º, inciso VI, do</p><p>Código Penal (feminicídio). Constituído nos autos para a</p><p>defesa dos interesses de Marcos, o(a) advogado(a), sob</p><p>o ponto de vista técnico, de acordo com as previsões le-</p><p>gais, em sede de alegações finais, deverá requerer:</p><p>(A) a desclassificação para o crime de homicídio sim-</p><p>ples, previsto no caput do art. 121 do Código Penal,</p><p>já que ausente discriminação de gênero na conduta</p><p>de Marcos.</p><p>(B) o reconhecimento do homicídio privilegiado, previs-</p><p>to no art. 121, § 1º, do Código Penal, considerando</p><p>que Marcos agiu sob o domínio de violenta emoção,</p><p>após injusta provocação da vítima, consistente na</p><p>demissão por justa causa.</p><p>(C) o reconhecimento do homicídio híbrido, isto é, a um</p><p>só tempo privilegiado e qualificado, figura não he-</p><p>dionda, já que o feminicídio é uma qualificadora de</p><p>índole subjetiva, segundo o STJ, e compatível com o</p><p>privilégio.</p><p>(D) que seu cliente seja submetido a julgamento pelo</p><p>Júri Popular, sem adiantamento das teses defensi-</p><p>vas, considerando que não há nenhum argumento</p><p>que possa ser acolhido pelo magistrado togado sem</p><p>usurpação da competência constitucional do Conse-</p><p>lho de Sentença.</p><p>Letra a.</p><p>(A) Certo. O feminicídio é o crime de homicídio</p><p>qualificado praticado contra a mulher, por razões e</p><p>condições do gênero feminino, ou em contexto de</p><p>violência doméstica e familiar, nos termos do art. 5º da</p><p>Lei n. 11.340/2006 (Lei Maria da Penha). Na hipótese, o</p><p>crime foi motivado pela demissão por justa causa, em</p><p>nada relacionada à discriminação de gênero. Portanto,</p><p>diante da não caracterização da qualificadora, a medida</p><p>a ser adotada é o pedido de desclassificação para a</p><p>forma simples do crime.</p><p>(B) Errado. A caracterização da forma privilegiada</p><p>requer o preenchimento cumulativo dos requisitos</p><p>estampados no § 1º do art. 121 do CP. No caso, o crime</p><p>foi cometido uma semana após a notícia da demissão,</p><p>não havendo, portanto, uma reação imediata a uma</p><p>injusta provocação. Ademais, o privilégio, como causa</p><p>de diminuição de pena, não pode ser reconhecido pelo</p><p>juiz togado ao final da primeira fase do procedimento</p><p>escalonado do júri, devendo ser levado aos debates e</p><p>depois quesitado.</p><p>(C) Errado. Conforme explicado no item “b”,</p><p>anteriormente, não restou caracterizado o privilégio.</p><p>Ademais, segundo o STJ, o feminicídio é uma</p><p>qualificadora de índole objetiva.</p><p>(D) Errado. Não viola a competência constitucional do</p><p>júri o pleito de desclassificação da conduta, que pode ser</p><p>realizado ainda durante a primeira fase do procedimento</p><p>bifásico.</p><p>61</p><p>Mirtes, empregada doméstica da família Amaral há quin-</p><p>ze anos, passando por dificuldades financeiras e com</p><p>vergonha de pedir ajuda aos patrões, que sempre lhe</p><p>depositaram total confiança, decide subtrair um relógio</p><p>e um par de alianças, avaliados em R$ 950,00 (nove-</p><p>centos e cinquenta reais). Mirtes consegue revender os</p><p>objetos e pagar suas dívidas. Porém, arrependida, conta</p><p>aos patrões acerca da subtração e pede demissão. Con-</p><p>sultado por Mirtes acerca de sua situação legal e proces-</p><p>sual, você, advogado(a) deverá</p><p>(A) esclarecer Mirtes que a situação não enseja maiores</p><p>preocupações, já que a incidência do princípio da</p><p>insignificância ao caso é certa, afastando qualquer</p><p>prática delituosa.</p><p>(B) informar que Mirtes cometeu um crime de furto</p><p>qualificado pelo abuso de confiança (art. 155, § 4º,</p><p>inc. II, do Código Penal) e, embora o valor dos bens</p><p>subtraídos não seja expressivo, não se admite a inci-</p><p>dência do princípio da insignificância.</p><p>(C) sugerir a Mirtes que faça o pagamento do valor do</p><p>prejuízo aos antigos patrões, para que seja possível a</p><p>aplicação do arrependimento eficaz e o consequente</p><p>reconhecimento da atipicidade da conduta.</p><p>(D) informar que Mirtes cometeu um crime de furto</p><p>privilegiado-qualificado, pois embora tenha agido</p><p>quebrando a confiança dos patrões, o valor dos ob-</p><p>jetos é inferior a um salário-mínimo e possibilitará a</p><p>diminuição da pena aplicada em até dois terços.</p><p>Letra b.</p><p>(A) Errado. Embora o crime de furto não seja praticado</p><p>com violência ou grave</p><p>ameaça à pessoa e autorize, em</p><p>tese, a incidência da insignificância, a jurisprudência</p><p>tem, como regra, afastado o reconhecimento da</p><p>bagatela quando se trata de furto qualificado. Ademais,</p><p>no caso, o valor dos bens subtraídos extrapola o</p><p>parâmetro geralmente utilizado para o reconhecimento</p><p>da insignificância, em torno de 10% do salário-mínimo</p><p>vigente na data dos fatos.</p><p>(B) Certo. A tipificação da conduta se amolda ao furto</p><p>qualificado pelo abuso de confiança (art. 155, § 4º,</p><p>inc. II, do Código Penal). Quanto à impossibilidade de</p><p>incidência da insignificância, vide comentários da letra</p><p>“a”, anteriormente.</p><p>(C) Errado. Mirtes poderia ser beneficiada com o</p><p>arrependimento posterior, nos termos do art. 16 do</p><p>Código Penal (e não com o arrependimento eficaz,</p><p>previsto no art. 15) caso repare o dano, até o recebimento</p><p>da denúncia, por ato voluntário. Nesse caso, a pena</p><p>será reduzida de um a dois terços, não se cogitando de</p><p>reconhecimento da atipicidade.</p><p>(D) Errado. É possível a coexistência de qualificadora do</p><p>furto com o privilégio, desde que a qualificadora tenha</p><p>natureza objetiva (Súmula 511 do STJ). Todavia, no</p><p>presente caso, a qualificadora em comento, o abuso de</p><p>confiança, tem índole subjetiva, já que representa uma</p><p>quebra numa relação de lealdade, semelhante à traição.</p><p>Logo, não é possível reconhecer a figura híbrida do furto</p><p>na espécie.</p><p>62</p><p>Manoel foi condenado em primeira instância, em 12</p><p>de novembro de 2020, pela prática do crime de estu-</p><p>pro de vulnerável (art. 217-A do Código Penal), por fato</p><p>cometido em 20 de janeiro de 2018. Em sua folha de</p><p>antecedentes penais (FAP), Manoel apresenta incur-</p><p>são pela prática do delito previsto no art. 28 da Lei n.</p><p>11.343/2006, por ter sido flagrado, na via pública, fu-</p><p>mando um cigarro de maconha, em 14 de julho de 2016.</p><p>Além disso, foi também condenado pela prática de rou-</p><p>bo majorado pelo emprego de arma de fogo, ocorrido</p><p>em 10 de fevereiro de 2017, com trânsito em julgado em</p><p>30 de novembro de 2020. Familiares de Manoel o procu-</p><p>ram, como advogado(a), para esclarecimentos quanto à</p><p>situação processual do rapaz, que foi considerado rein-</p><p>cidente pelo magistrado que sentenciou o estupro de</p><p>vulnerável. Acerca do caso, você deverá esclarecer que</p><p>(A) a dosimetria da pena na sentença quanto ao cri-</p><p>me de estupro de vulnerável está correta, uma vez</p><p>que a prática anterior do delito de porte de drogas</p><p>para consumo pessoal, previsto no art. 28 da Lei n.</p><p>11.343/2006, pode ser utilizada para fins de reinci-</p><p>dência, segundo entendimento jurisprudencial.</p><p>(B) Manoel é reincidente específico em crime hediondo,</p><p>já que a Lei n. 13.964/2019 incluiu o roubo majorado</p><p>pelo emprego de arma de fogo no rol dos crimes pre-</p><p>vistos na Lei n. 8.072/1990. Assim, somente poderá</p><p>progredir de regime com o resgate de 60% da pena</p><p>aplicada ao estupro de vulnerável.</p><p>(C) será possível alegar, em razões de apelação, o desa-</p><p>certo da dosimetria de pena, já que Manoel não é</p><p>reincidente.</p><p>(D) a condenação anterior pelo crime de roubo majora-</p><p>do, embora não transitada em julgado no momen-</p><p>to da prolação da sentença pela prática do estupro</p><p>de vulnerável, pode ser considerada para fins de</p><p>reincidência.</p><p>Letra c.</p><p>(A) Errado. Segundo entendimento pacificado no STJ,</p><p>a prática anterior do delito previsto no art. 28 da Lei</p><p>n. 11.343/2006 não autoriza o reconhecimento da</p><p>reincidência. Confira-se: STJ. 5ª Turma. HC 453.437/</p><p>SP, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em</p><p>04/10/2018.</p><p>STJ. 6ª Turma. REsp 1672654/SP, Rel. Min. Maria Thereza</p><p>de Assis Moura, julgado em 21/08/2018.</p><p>(B) Errado. Embora o estupro de vulnerável seja, de</p><p>fato, crime hediondo, o roubo majorado praticado por</p><p>Manoel não se inclui nessa categoria, uma vez que</p><p>praticado antes do advento da Lei n. 13.964/2019, nesse</p><p>ponto, por ser prejudicial ao réu, não deverá retroagir.</p><p>(C) Certo. Manoel não é reincidente, nos termos do</p><p>art. 63 do Código Penal, pois o trânsito em julgado da</p><p>condenação pelo roubo é posterior à prática do estupro.</p><p>Ademais, a prática anterior do delito previsto no art. 28</p><p>da Lei n. 11.343/2006 não autoriza o reconhecimento da</p><p>reincidência.</p><p>(D) Errado. Vide a literalidade do art. 63 do Código Penal,</p><p>que estabelece “Verifica-se a reincidência quando o</p><p>agente comete novo crime, depois de transitar em</p><p>julgado a sentença que, no País ou no estrangeiro, o</p><p>tenha condenado por crime anterior.”</p><p>63</p><p>Cláudia está grávida de 20 semanas e, segundo diagnós-</p><p>tico médico confirmado por dois especialistas, o bebê</p><p>apresenta anencefalia, de sorte que, caso a gestação</p><p>chegue a termo e a criança nasça, não terá sobrevida fora</p><p>do útero materno. Tal quadro foi descrito pelos médicos</p><p>como irreversível e também informaram Cláudia sobre a</p><p>possibilidade de interrupção da gravidez, caso assim de-</p><p>sejasse. Então, Cláudia procura você, advogado(a) para</p><p>esclarecimentos sobre a sua situação. A orientação jurí-</p><p>dica correta para o caso é:</p><p>(A) a interrupção da gravidez pode ser feita, já que o</p><p>diagnóstico e a irreversibilidade do caso foram con-</p><p>firmados pelos médicos, sendo desnecessária a pré-</p><p>via autorização judicial para o procedimento, segun-</p><p>do já decidiu o STF.</p><p>(B) Cláudia não pode interromper a gravidez, pois não</p><p>está caracterizada hipótese de aborto legal, nos ter-</p><p>mos previstos na legislação penal. O aborto só pode</p><p>ser realizado em casos de estupro ou de risco de</p><p>morte para a gestante.</p><p>(C) Cláudia poderia interromper a gravidez caso assim</p><p>desejasse, porém somente até a 12ª semana de ges-</p><p>tação (fim do primeiro trimestre), considerando os</p><p>estágios de desenvolvimento dos fetos.</p><p>(D) ainda que se trate de feto com anencefalia, tanto</p><p>Cláudia quanto os médicos poderão incorrer no tipo</p><p>penal do art. 126 do Código Penal (provocar aborto</p><p>com consentimento da gestante).</p><p>Letra a.</p><p>(A) Certo. Segundo decidiu o STF no julgamento da</p><p>ADPF 54, não há crime de aborto nos casos de feto</p><p>anencéfalo, o qual, por malformação congênita, não</p><p>possui uma parte do sistema nervoso central, faltando-</p><p>lhe os hemisférios cerebrais. Segundo restou decidido,</p><p>para interromper a gravidez de feto anencéfalo, não é</p><p>necessária decisão judicial prévia que a autorize. Basta</p><p>o diagnóstico de anencefalia. Também não é necessário</p><p>que a gestante esteja correndo risco de morte.</p><p>(B) Errado. O Plenário do STF, em decisão com eficácia erga</p><p>omnes e efeito vinculante, decidiu que é atípica a conduta</p><p>da interrupção da gravidez de um feto anencéfalo. Não</p><p>há, portanto, crime. Assim, por criação jurisprudencial,</p><p>ampliou-se a possibilidade de realização do aborto para</p><p>além das hipóteses descritas no Código Penal.</p><p>(C) Errado. No Brasil, não se adota nenhum tipo de</p><p>critério temporal para a realização do aborto nos casos</p><p>legalmente permitidos, ao contrário do que se verifica</p><p>em outros países.</p><p>(D) Errado. Não há crime, a conduta é atípica, tanto em</p><p>relação à gestante quanto aos médicos. Ainda que o</p><p>fato fosse criminoso, a tipificação legal é diferente para</p><p>a grávida (art. 124 do CP) e para os médicos (art. 126</p><p>do CP) nos casos de aborto feitos com consentimento</p><p>da gestante. Trata-se de hipótese de exceção pluralística</p><p>à teoria unitária ou monista quanto ao concurso</p><p>de agentes.</p><p>DIREITO PROCESSUAL PENAL</p><p>LORENA OCAMPOS</p><p>64</p><p>Um Delegado de Polícia, ao tomar conhecimento de</p><p>um suposto crime de ação penal pública incondicio-</p><p>nada, determina, de ofício, a instauração de inquérito</p><p>policial. Após adotar diligência, verifica que a conduta</p><p>investigada era atípica. O indiciado, então, pretende o</p><p>arquivamento do inquérito e procura você, como advo-</p><p>gado, para esclarecimentos, informando que deseja que</p><p>o inquérito seja imediatamente arquivado. Você deverá</p><p>esclarecer que a autoridade policial:</p><p>(A) deverá arquivar imediatamente o inquérito, fazendo</p><p>a decisão de arquivamento por atipicidade de coisa</p><p>julgada material.</p><p>(B) não poderá arquivar imediatamente o inquérito, mas</p><p>deverá encaminhar relatório final ao Poder Judiciário</p><p>para arquivamento direto e imediato por parte do</p><p>magistrado.</p><p>(C)</p><p>deverá elaborar relatório final de inquérito e, após o</p><p>arquivamento, poderá proceder a novos atos de in-</p><p>vestigação.</p><p>(D) poderá elaborar relatório conclusivo, mas a promo-</p><p>ção de arquivamento caberá ao Ministério Público,</p><p>havendo coisa julgada em caso de homologação do</p><p>arquivamento por atipicidade.</p><p>Letra d.</p><p>(A/B) Conforme o CPP:</p><p>Art. 17. A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos</p><p>de inquérito.</p><p>Art. 18. Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela au-</p><p>toridade judiciária, por falta de base para a denúncia, a autoridade</p><p>policial poderá proceder a novas pesquisas, se de outras provas</p><p>tiver notícia.</p><p>(C) De acordo com a Súmula 524 do STF: “Arquivado o</p><p>inquérito policial por despacho do juiz, a requerimento</p><p>do promotor de Justiça, não pode a ação penal ser</p><p>iniciada sem novas provas.”</p><p>(D) Conforme doutrina majoritária, o arquivamento</p><p>pela atipicidade produz coisa julgada material,</p><p>impedindo o desarquivamento do inquérito policial e</p><p>rediscussão do caso.</p><p>65</p><p>João, de 21 anos, primário e de bons antecedentes, agre-</p><p>diu sua ex-namorada ao encontrá-la na rua em frente ao</p><p>local de trabalho, causando lesão corporal de natureza</p><p>leve. A mãe de João, preocupada com a situação de seu</p><p>filho, procura você, na condição de advogado, para que</p><p>esclareça as consequências jurídicas que poderão advir</p><p>do ocorrido. Na oportunidade, você, como advogado,</p><p>deverá esclarecer que:</p><p>(A) o início da ação penal depende de representação da</p><p>vítima, que terá o prazo de seis meses da descoberta</p><p>da autoria para a apresentação.</p><p>(B) no caso de condenação, por ser João primário e de</p><p>bons antecedentes, mostra-se possível a aplicação</p><p>do sursis da pena.</p><p>(C) em razão de o agressor e a vítima não estarem mais</p><p>namorando quando ocorreu o fato, não será aplicada</p><p>a Lei Maria da Penha.</p><p>(D) no caso de condenação, em razão de ser João primá-</p><p>rio e de bons antecedentes, poderá a pena privativa</p><p>de liberdade ser substituída por restritiva de direitos.</p><p>Letra b.</p><p>Súmula 588, STJ – A prática de crime ou contravenção</p><p>penal contra a mulher com violência ou grave ameaça</p><p>no ambiente doméstico impossibilita a substituição da</p><p>pena privativa de liberdade por restritiva de direitos.</p><p>Súmula 542, STJ – A ação penal relativa ao crime de</p><p>lesão corporal resultante de violência doméstica contra</p><p>a mulher é pública incondicionada.</p><p>Súmula 536, STJ – A suspensão condicional do processo</p><p>e a transação penal não se aplicam na hipótese de</p><p>delitos sujeitos ao rito da Lei Maria da Penha.</p><p>Lei Maria da Penha, art. 41. Aos crimes praticados</p><p>com violência doméstica e familiar contra a mulher,</p><p>independentemente da pena prevista, não se aplica a</p><p>Lei n. 9.099.</p><p>66</p><p>José, funcionário público, foi vítima de crime de difama-</p><p>ção em razão de suas funções. Após narrar os fatos em</p><p>sede policial, foi instaurado inquérito policial para inves-</p><p>tigar a notícia de crime. A autoridade policial concluiu</p><p>pela prática delitiva da difamação, majorada por ser</p><p>contra funcionário público em razão de suas funções. O</p><p>advogado de José, de acordo com a jurisprudência do</p><p>Supremo Tribunal Federal, deverá esclarecer que</p><p>(A) José poderá optar por oferecer queixa-crime, assis-</p><p>tido por advogado, ou oferecer representação ao</p><p>Ministério Público, para que seja analisada a possibi-</p><p>lidade de oferecimento de denúncia.</p><p>(B) caberá ao Ministério Público oferecer denúncia</p><p>em face do autor do fato após a representação</p><p>do ofendido.</p><p>(C) caberá a José, assistido por seu advogado, oferecer</p><p>queixa-crime, não podendo o ofendido optar por</p><p>oferecer representação para o Ministério Público</p><p>apresentar denúncia.</p><p>(D) caberá ao Ministério Público oferecer denúncia, in-</p><p>dependentemente de representação do ofendido.</p><p>Letra a.</p><p>Súmula 714 do STF: É concorrente a legitimidade do</p><p>ofendido, mediante queixa, e do ministério público,</p><p>condicionada à representação do ofendido, para a ação</p><p>penal por crime contra a honra de servidor público em</p><p>razão do exercício de suas funções.</p><p>67</p><p>Matheus responde à ação penal, na condição de pre-</p><p>so cautelar, pela prática do crime de furto qualificado,</p><p>sendo ele reincidente específico. No curso do processo,</p><p>foi instaurado incidente de insanidade mental em que</p><p>foi constatado por peritos que Matheus seria semi-im-</p><p>putável e que haveria risco de reiteração. O magistrado</p><p>em atuação, de ofício, revoga a prisão preventiva de Ma-</p><p>theus, entendendo que não persistem os motivos que</p><p>justificaram essa medida mais grave, aplicando, porém,</p><p>a medida cautelar de internação provisória, após provo-</p><p>cação do Ministério Público. Diante da situação narrada,</p><p>o advogado de Matheus poderá requerer o afastamento</p><p>da cautelar aplicada, em razão</p><p>(A) da não previsão legal da cautelar de internação</p><p>provisória.</p><p>(B) de somente ser cabível a cautelar quando os peritos</p><p>concluírem pela inimputabilidade.</p><p>(C) de o crime imputado não ter sido praticado com vio-</p><p>lência ou grave ameaça à pessoa.</p><p>(D) de já ter ocorrido a prisão preventiva anteriormente.</p><p>Letra c.</p><p>Art. 319, CPP. São medidas cautelares diversas da prisão:</p><p>(...) VII – internação provisória do acusado nas hipóteses</p><p>de crimes praticados com violência ou grave ameaça,</p><p>quando os peritos concluírem ser inimputável ou semi-</p><p>imputável (art. 26 do Código Penal) e houver risco de</p><p>reiteração.</p><p>68</p><p>João e Paulo foram condenados, em primeira instância,</p><p>pela prática do crime de furto qualificado, à pena de</p><p>02 anos de reclusão e 12 dias-multa, por fatos que te-</p><p>riam ocorrido quando João tinha 18 anos e Paulo tinha</p><p>31 anos. Na dosimetria da pena, a pena-base foi fixa-</p><p>da no mínimo, não sendo reconhecidas atenuantes ou</p><p>agravantes nem causas de aumento ou diminuição. In-</p><p>timados da sentença, o promotor e o advogado de Pau-</p><p>lo não tiveram interesse em apresentar recurso, mas o</p><p>advogado de João apresentou recurso de apelação. Por</p><p>ocasião do julgamento do recurso, entenderam os de-</p><p>sembargadores por reconhecer que o crime restou ten-</p><p>tado, bem como que deveria ser aplicada a atenuante da</p><p>menoridade relativa a João. Com base nas informações</p><p>expostas, os efeitos da decisão do Tribunal</p><p>(A) poderão ser parcialmente estendidos a Paulo, apli-</p><p>cando-se a atenuante, mas não a causa de diminui-</p><p>ção de pena.</p><p>(B) poderão ser integralmente estendidos a Paulo.</p><p>(C) poderão ser parcialmente estendidos a Paulo, apli-</p><p>cando-se a causa de diminuição de pena da tentati-</p><p>va, mas não a atenuante.</p><p>(D) não poderão ser estendidos a Paulo.</p><p>Letra c.</p><p>Art. 580, CPP. No caso de concurso de agentes, a decisão</p><p>do recurso interposto por um dos réus, se fundado</p><p>em motivos que não sejam de caráter exclusivamente</p><p>pessoal, aproveitará aos outros.</p><p>69</p><p>Jonas foi denunciado pela prática de um crime de roubo,</p><p>sendo a pretensão punitiva do Estado julgada inteira-</p><p>mente procedente e aplicada sanção penal, em primeira</p><p>instância, de 05 anos e 04 meses de reclusão e 14 dias-</p><p>-multa. A defesa apresentou recurso alegando:</p><p>(i) preliminar de nulidade por cerceamento de defesa;</p><p>(ii) insuficiência probatória, já que as declarações da víti-</p><p>ma, que não presta compromisso legal de dizer a verda-</p><p>de, não poderiam ser consideradas;</p><p>(iii) que deveria ser afastada a causa de aumento do em-</p><p>prego de arma.</p><p>Todos os desembargadores que participaram do julga-</p><p>mento votaram pelo não acolhimento da preliminar e</p><p>pela manutenção da condenação. Houve voto vencido</p><p>apenas de um desembargador, que entendeu que deve-</p><p>ria ser afastada apenas a causa de aumento do emprego</p><p>de arma. Intimado do acórdão, o advogado deverá opor:</p><p>(A) embargos infringentes e de nulidade, buscando o</p><p>acolhimento da preliminar, sua absolvição e o afasta-</p><p>mento da causa de aumento de pena reconhecida.</p><p>(B) embargos infringentes, buscando o afastamento da</p><p>causa de aumento do emprego de arma.</p><p>(C) embargos infringentes e de nulidade, buscando o</p><p>acolhimento da preliminar e o afastamento da causa</p><p>de aumento do emprego de arma.</p><p>(D) embargos de nulidade, buscando o acolhimento da</p><p>preliminar.</p><p>Letra b.</p><p>Conforme o CPP:</p><p>Art. 609, Parágrafo único. Quando não for unânime a decisão de</p><p>segunda instância, desfavorável ao réu, admitem-se EMBARGOS</p><p>INFRINGENTES e de NULIDADE, que poderão ser opostos dentro de</p><p>10 dias, a contar da publicação de acórdão, na forma do art. 613,</p><p>se o desacordo for parcial, os embargos serão restritos à matéria</p><p>objeto de divergência.</p><p>Embargos Infringentes: versam sobre o MÉRITO;</p><p>Embargos de Nulidade: versam sobre VÍCIO processual.</p><p>DIREITO DO TRABALHO</p><p>RAFAEL TONASSI</p><p>70</p><p>Em uma fábrica de carros, há a seguinte situação: Thais é</p><p>auxiliar administrativa e engravidou; André, que atua no</p><p>setor de vendas, foi eleito suplente de dirigente sindical;</p><p>Silvia, que atua no setor de compras, foi indicada como</p><p>representante do empregador na CIPA. Considerando os</p><p>ditames legais, é correto afirmar que:</p><p>(A) todos os empregados terão estabilidade, por moti-</p><p>vos variados.</p><p>(B) somente Thais e André terão garantia no emprego.</p><p>(C) André não terá garantia no emprego por ser su-</p><p>plente, já que a CLT garante estabilidade somente</p><p>ao titular.</p><p>(D) todos os membros que integram a CIPA possuem es-</p><p>tabilidade durante todo o mandato e até 1 ano após.</p><p>Letra b.</p><p>Conforme o ADCT:</p><p>Art. 10. Até que seja promulgada a lei complementar a que se refe-</p><p>re o art. 7º, I, da Constituição: (...)</p><p>II – fica vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa: (...)</p><p>(B) da empregada gestante, desde a confirmação da gravidez até</p><p>cinco meses após o parto.</p><p>Conforme a CLT:</p><p>Art. 543. O empregado eleito para cargo de administração sindi-</p><p>cal ou representação profissional, inclusive junto a órgão de de-</p><p>liberação coletiva, não poderá ser impedido do exercício de suas</p><p>funções, nem transferido para lugar ou mister que lhe dificulte ou</p><p>torne impossível o desempenho das suas atribuições sindicais. (...)</p><p>§ 3º Fica vedada a dispensa do empregado sindicalizado ou asso-</p><p>ciado, a partir do momento do registro de sua candidatura a cargo</p><p>de direção ou representação de entidade sindical ou de associação</p><p>profissional, até 1 (um) ano após o final do seu mandato, caso seja</p><p>eleito inclusive como suplente, salvo se cometer falta grave devida-</p><p>mente apurada nos termos desta Consolidação.</p><p>71</p><p>Júnior, professor de geografia numa escola particular,</p><p>e Talita, professora de educação física em outra escola</p><p>particular, casaram-se, após 3 anos de noivado. Preten-</p><p>dem agora viajar para a lua de mel.</p><p>Sobre a situação apresentada, e de acordo com os ter-</p><p>mos da CLT, é correto afirmar que:</p><p>(A) o casal poderá faltar ao serviço por 1 semana, mas</p><p>terão o desconto respectivo no salário.</p><p>(B) Júnior e Talita poderão faltar ao emprego por 9 dias,</p><p>sem prejuízo do salário.</p><p>(C) A CLT é omissa a respeito, assim o casal terá de nego-</p><p>ciar a quantidade de dias da licença-gala.</p><p>(D) Ambos poderão faltar justificadamente por até 3 dias</p><p>consecutivos.</p><p>Letra b.</p><p>Art. 320. A remuneração dos professores será fixada</p><p>pelo número de aulas semanais, na conformidade dos</p><p>horários. (...)</p><p>§ 3º Não serão descontadas, no decurso de 9 (nove)</p><p>dias, as faltas verificadas por motivo de gala ou de luto</p><p>em consequência de falecimento do cônjuge, do pai ou</p><p>mãe, ou de filho.</p><p>72</p><p>Rogério, engenheiro da empresa Barcelona S/A, ganha-</p><p>va R$ 14.000,00 mensais e foi dispensado sem justa</p><p>causa. Vinte dias após a ruptura contratual, a empresa</p><p>contratou Ricardo para o seu lugar, com salário de R$</p><p>10.000,00. Após saber do salário de seu antecessor, Ri-</p><p>cardo queixou-se ao setor de Recursos Humanos, afir-</p><p>mando que deveria receber o mesmo salário.</p><p>De acordo com o entendimento consolidado pelo TST, é</p><p>correto afirmar que:</p><p>(A) Ricardo não tem razão, pois se tratava de cargo vago.</p><p>(B) a forma de reparar a injusta lesão é a equipara-</p><p>ção salarial.</p><p>(C) o empregado tem razão, pois vigora o princípio</p><p>da isonomia.</p><p>(D) Ricardo teria de receber, no mínimo, 60% do salário</p><p>do antecessor.</p><p>Letra a.</p><p>SÚMULA 159 – SUBSTITUIÇÃO DE CARÁTER NÃO</p><p>EVENTUAL E VACÂNCIA DO CARGO</p><p>II – Vago o cargo em definitivo, o empregado que passa a</p><p>ocupá-lo não tem direito a salário igual ao do antecessor.</p><p>73</p><p>Por disposição expressa na CLT, não é possível o recebi-</p><p>mento acumulado dos seguintes direitos:</p><p>(A) adicional de transferência e adicional noturno.</p><p>(B) horas extras pelo desrespeito aos intervalos inter e</p><p>intrajornada.</p><p>(C) prontidão e periculosidade.</p><p>(D) adicionais de insalubridade e periculosidade.</p><p>Letra d.</p><p>Art. 193. São consideradas atividades ou operações</p><p>perigosas, na forma da regulamentação aprovada pelo</p><p>Ministério do Trabalho e Emprego, aquelas que, por</p><p>sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem risco</p><p>acentuado em virtude de exposição permanente do</p><p>trabalhador a: (...)</p><p>§ 2º O empregado poderá optar pelo adicional de</p><p>insalubridade que porventura lhe seja devido.</p><p>74</p><p>Rafael, com 16 anos, foi contratado para prestar serviços</p><p>como caseiro, três vezes por semana, na casa de vera-</p><p>neio de Paulo e sua família. Além de arrumar a casa, o</p><p>respectivo empregado também cultiva uma horta desti-</p><p>nada à subsistência do grupo familiar.</p><p>À luz da legislação trabalhista, é correto afirmar que:</p><p>(A) o contrato é válido porque Rafael já tem 16 anos, ida-</p><p>de mínima para a contratação.</p><p>(B) uma vez que Rafael não comparece todos os dias à</p><p>casa de Paulo, não pode ser considerado empregado</p><p>nos moldes da CLT.</p><p>(C) a situação retrata modalidade de trabalho proibido</p><p>para menor de dezoito anos.</p><p>(D) o empregado está acumulando as funções de em-</p><p>pregado doméstico e agricultor, tendo assim direito</p><p>a um acréscimo salarial.</p><p>Letra c.</p><p>Conforme LC n. 150/2015:</p><p>Art. 1° Ao empregado doméstico, assim considerado aquele que</p><p>presta serviços de forma contínua, subordinada, onerosa e pessoal</p><p>e de finalidade não lucrativa à pessoa ou à família, no âmbito re-</p><p>sidencial destas, por mais de 2 (dois) dias por semana, aplica-se o</p><p>disposto nesta Lei.</p><p>Parágrafo único. É vedada a contratação de menor de 18 (dezoito)</p><p>anos para desempenho de trabalho doméstico, de acordo com a</p><p>Convenção n. 182, de 1999, da Organização Internacional do Traba-</p><p>lho (OIT) e com o Decreto n. 6.481, de 12 de junho de 2008.</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Decreto/D6481.htm</p><p>75</p><p>Cris completou o seu período aquisitivo de férias junto</p><p>ao empregador Valência Ltda. e agora aguarda a marca-</p><p>ção de suas férias. Cris tem um filho de 14 anos que é</p><p>estudante do ensino médio.</p><p>Diante dos termos da CLT, é correto afirmar que:</p><p>(A) o empregador é quem marcará o mês de férias, dentro</p><p>do período concessivo, como achar mais adequado.</p><p>(B) por ter filho menor de 18 anos, a empregada tem o</p><p>direito de tirar as férias juntamente com as férias es-</p><p>colares do menor.</p><p>(C) é o empregado quem define o aproveitamento das</p><p>férias no período que melhor lhe aprouver.</p><p>(D) a maternidade é uma das causas que impede a con-</p><p>versão de 1/3 das férias em dinheiro.</p><p>Letra a.</p><p>Art. 136. A época da concessão das férias será a que</p><p>melhor consulte os interesses do empregador. (...)</p><p>§ 2º O empregado estudante, menor de 18 (dezoito)</p><p>anos, terá direito a fazer coincidir suas férias com as</p><p>férias escolares.</p><p>DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO</p><p>ARYANNA LINHARES</p><p>76</p><p>Maryana trabalhava como secretária na empresa JBS e</p><p>foi dispensada sem justa causa.</p><p>No momento da rescisão, ela argumentou que jamais</p><p>havia recebido o adicional noturno, embora trabalhasse</p><p>das 22h às 5h, de segunda a sexta-feira.</p><p>A empresa concordou em fazer um acordo para o paga-</p><p>mento do adicional noturno, desde que fosse submetido</p><p>à homologação pelo juiz. Para isso, o diretor de departa-</p><p>mento pessoal informou que Maryana deveria contratar</p><p>um advogado.</p><p>Você, então, foi contratado(a) como advogado por Ma-</p><p>ryana e o acordo foi celebrado, sendo formalizado em</p><p>petição conjunta, assinada por ela, seu ex-patrão e seus</p><p>respectivos advogados. Na sequência, foi levado à Jus-</p><p>tiça do Trabalho para homologação. O juiz, entretanto,</p><p>recusou-se a homologá-lo, extinguindo o processo sem</p><p>resolução do mérito.</p><p>Na condição de advogado(a) de Maryana, assinale a al-</p><p>ternativa que contempla a medida processual cabível:</p><p>(A) Recurso Ordinário.</p><p>(B) É incabível qualquer medida judicial,</p><p>por se tratar de</p><p>decisão interlocutória.</p><p>(C) Mandado de Segurança.</p><p>(D) Agravo de petição.</p><p>Letra a.</p><p>(A) Empregado e empregador podem celebrar acordo</p><p>fora da justiça do trabalho e submetê-lo ao juiz para</p><p>homologação (art. 855-B e ss da CLT). Homologando</p><p>ou não o acordo, o juiz profere sentença. A sentença</p><p>homologatória de acordo transita em julgado na data</p><p>de sua homologação, não desafiando recurso ordinário.</p><p>Entretanto, se o acordo não for homologado, como</p><p>no caso da questão, a sentença extingue o processo</p><p>sem resolução do mérito e desta decisão cabe recurso</p><p>ordinário (art. 895, I, CLT).</p><p>(B) A medida processual cabível é o recurso ordinário,</p><p>como referido no comentário da alternativa “a”.</p><p>(C) A medida processual cabível é o recurso ordinário,</p><p>como referido no comentário da alternativa “a”.</p><p>(D) A medida processual cabível é o recurso ordinário,</p><p>como referido no comentário da alternativa “a”.</p><p>77</p><p>Observe as quatro situações jurídicas a seguir:</p><p>1) A Instituição Mãos Unidas é uma entidade</p><p>sem fins lucrativos.</p><p>2) Daniele é uma empregadora doméstica.</p><p>3) O Instituto Meditação Transcendental é uma</p><p>entidade filantrópica.</p><p>4) Tatyana é uma microempreendedora individual.</p><p>Considere o seguinte:</p><p>1) Todas as pessoas referidas têm reclamações</p><p>trabalhistas ajuizadas contra si e foram con-</p><p>denadas em pecúnia.</p><p>2) Nenhuma delas é beneficiária da justiça gratuita.</p><p>3) Todas pretendem recorrer.</p><p>Assinale a alternativa em que consta qual delas é isenta</p><p>do depósito recursal:</p><p>(A) Apenas a Instituição Mãos Unidas.</p><p>(B) Todas são isentas do depósito recursal.</p><p>(C) Instituto Meditação Transcendental, exclusivamente.</p><p>(D) Apenas Tatyana e Daniele.</p><p>Letra c.</p><p>(A) A Instituição Mãos Unidas é uma entidade sem fins</p><p>lucrativos. Neste caso, nos termos do art. 899, § 9º, da</p><p>CLT, o depósito é reduzido pela metade.</p><p>(B) Daniele é empregadora doméstica. Neste caso, nos</p><p>termos do art. 899, § 9º, da CLT, o depósito é reduzido</p><p>à metade.</p><p>(C) As entidades filantrópicas, como é o caso do Instituto</p><p>Meditação Transcendental, são isentas de depósito</p><p>recursal nos termos do art. 899, § 10º, da CLT.</p><p>Atenção para não confundir: as entidades sem fins</p><p>lucrativos têm o valor do depósito reduzido à metade.</p><p>Lembre-se também: além de serem isentas de depósito</p><p>recursal (899, § 10, CLT), as entidades filantrópicas</p><p>também estão dispensadas da garantia do juízo para</p><p>apresentar embargos à execução (art. 884, § 6º, CLT).</p><p>(D) Para Daniele (empregadora doméstica) e Tatyana</p><p>(microempreendedora individual), o depósito recursal</p><p>é reduzido pela metade nos termos do art. 899, §</p><p>9º, da CLT.</p><p>78</p><p>A reclamação trabalhista ajuizada por João transitou em</p><p>julgado e encontra-se na fase executória. João foi inti-</p><p>mado para apresentar os cálculos de liquidação, o que</p><p>foi feito apontando os itens e valores objeto da discor-</p><p>dância. O juiz, então, homologou os cálculos e intimou</p><p>o executado para que realizasse o depósito voluntário</p><p>da quantia homologada, sob pena de penhora de bens.</p><p>Diante dessa narrativa e dos termos da CLT, assinale a</p><p>afirmativa correta.</p><p>(A) O juiz equivocou-se, pois, antes de homologar o</p><p>cálculo, deveria ter concedido vista ao executado no</p><p>prazo de 8 dias.</p><p>(B) O juiz agiu corretamente.</p><p>(C) A CLT não trata da liquidação, razão pela qual cada juiz</p><p>tem a liberdade para eleger a forma de conduzi-la.</p><p>(D) É faculdade do juiz intimar o executado para se</p><p>manifestar quanto aos cálculos no prazo sucessivo</p><p>de 5 dias.</p><p>Letra a.</p><p>(A) Essa é uma questão clássica na prova da OAB. O juiz</p><p>intimou apenas o reclamante para elaborar os cálculos</p><p>de liquidação (o que foi feito). DEVERIA ter intimado</p><p>o reclamado para se manifestar no prazo de 8 dias</p><p>(art. 879, § 2º, da CLT), mas não o fez. Note que sem</p><p>a intimação do reclamado para manifestação, o juiz já</p><p>homologa os cálculos. Logo, houve equívoco por parte</p><p>do juiz, exatamente como consta na letra “a”.</p><p>(B) O juiz não agiu corretamente. Deveria ter intimado</p><p>o reclamado para manifestar-se quanto aos cálculos</p><p>apresentados pelo reclamante, como determina o art.</p><p>879, § 2º, da CLT.</p><p>(C) A CLT disciplina a liquidação, sobretudo no art. 879,</p><p>§ 2º, CLT.</p><p>(D) Nos termos do art. 879, § 2º, da CLT, o juiz deverá abrir</p><p>às partes prazo comum de oito dias para impugnação dos</p><p>cálculos. Logo, há dois erros nesta alternativa. Primeiro:</p><p>não é faculdade do juiz intimar o executado. Segundo: o</p><p>prazo para a impugnação quanto aos cálculos não é de</p><p>5, mas sim de 8 dias.</p><p>79</p><p>José Reinaldo ajuizou reclamação trabalhista em face de</p><p>seu ex-empregador Maharishi Veda e também da União</p><p>que, segundo ele, deve responder subsidiariamente. Os</p><p>pedidos foram liquidados e o somatório não ultrapassa</p><p>40 salários-mínimos.</p><p>Diante do caso narrado, assinale a alternativa correta.</p><p>(A) A reclamação trabalhista deve tramitar pelo rito su-</p><p>maríssimo, uma vez que o valor da causa não ultra-</p><p>passa 40 salários-mínimos.</p><p>(B) A reclamação tramitará sob o rito ordinário, pois fi-</p><p>gura ente de direito público no polo passivo.</p><p>(C) A ação correrá no rito ordinário e o número máximo</p><p>de testemunhas para cada parte é de 2.</p><p>(D) A ação correrá no rito sumaríssimo, e, em caso de</p><p>prova testemunhal, cada parte terá direito a ouvir</p><p>até três testemunhas.</p><p>Letra b.</p><p>(A) Mesmo que o valor da causa não ultrapasse</p><p>40 salários-mínimos, ela deverá tramitar pelo rito</p><p>ordinário, pois uma das partes é a União. Nos termos</p><p>do art. 852-A, parágrafo único, da CLT: “Estão excluídas</p><p>do procedimento sumaríssimo as demandas em que</p><p>é parte a Administração Pública direta, autárquica e</p><p>fundacional.”</p><p>(B) Esta é a alternativa correta. O procedimento</p><p>sumaríssimo aplica-se aos dissídios individuais cujo valor</p><p>não ultrapasse 40 salários-mínimos (art. 852-A, CLT).</p><p>Entretanto, atenção: é muito importante observar quem</p><p>são as partes envolvidas no dissídio, pois o procedimento</p><p>sumaríssimo não se aplica à Administração direta (União,</p><p>Estados, Distrito Federal e Municípios), autárquica e</p><p>fundacional (art. 852-A, parágrafo único, CLT). Note que</p><p>uma das partes é a União, logo o procedimento não é o</p><p>sumaríssimo, mas sim o ordinário.</p><p>(C) Realmente, a ação correrá pelo rito ordinário, porque</p><p>a União é uma das partes (art. 852-A, parágrafo único,</p><p>CLT). Entretanto, a alternativa está incorreta, já que,</p><p>nesse procedimento, o número máximo de testemunhas</p><p>é de 3 para cada parte nos termos do art. 821 da CLT.</p><p>(D) A ação correrá pelo rito ordinário, porque a União é</p><p>parte (art. 852-A, parágrafo único, CLT). E, de fato, nesse</p><p>procedimento o número máximo de testemunhas é de 3</p><p>para cada parte.</p><p>80</p><p>João ajuizou reclamação trabalhista contra Ana's Ltda.</p><p>e Maria's Ltda., postulando a condenação solidária das</p><p>empresas ao pagamento de adicional noturno, horas</p><p>extras e adicional de periculosidade. Foi proferida sen-</p><p>tença de total procedência. Por pertencerem ao mesmo</p><p>grupo econômico, as empresas foram condenadas, de</p><p>forma solidária, ao pagamento das verbas postuladas.</p><p>Ambas recorreram, mas somente Maria's Ltda. realizou</p><p>o depósito recursal. Dentre outras alegações, essa em-</p><p>presa sustenta que deve ser excluída da lide, pois não</p><p>forma grupo econômico com Ana's Ltda.</p><p>Diante do exposto, assinale a alternativa correta.</p><p>(A) O depósito realizado pela empresa Maria's Ltda.</p><p>pode ser aproveitado pela empresa Ana's Ltda.</p><p>(B) O recurso de Ana's Ltda. é deserto, uma vez que o de-</p><p>pósito efetuado por Maria's Ltda. não pode ser apro-</p><p>veitado por Ana's Ltda., já que Maria's Ltda. pede a</p><p>sua exclusão da lide.</p><p>(C) Ambas as empresas estão dispensadas do depósi-</p><p>to recursal.</p><p>(D) Não há depósito recursal na Justiça do Trabalho.</p><p>Letra b.</p><p>(A) O depósito realizado por Maria's Ltda. não pode ser</p><p>aproveitado pela empresa Ana's Ltda., porque, mesmo</p><p>havendo condenação solidária, a empresa Maria's Ltda.</p><p>pediu a sua exclusão da lide. Uma vez excluída, o depósito</p><p>realizado será levantado. Nesse sentido é a Súmula 128,</p><p>III, do TST. Ela estabelece que, havendo condenação</p><p>solidária de duas ou mais empresas, o depósito recursal</p><p>efetuado por uma</p><p>delas aproveita as demais, salvo se</p><p>a empresa que efetuou o depósito tenha pleiteado sua</p><p>exclusão da lide.</p><p>(B) Esta é a alternativa correta. Está em consonância</p><p>com a Súmula 128, III, do TST, segundo a qual, mesmo</p><p>havendo condenação solidária, se a empresa que efetuou</p><p>o depósito pleiteia sua exclusão da lide, o depósito não</p><p>pode ser aproveitado.</p><p>(C) Ambas as empresas devem efetuar o depósito</p><p>recursal, uma vez que foram condenadas em pecúnia e</p><p>não se enquadram em nenhuma exceção prevista em lei.</p><p>(D) Há depósito recursal na Justiça do Trabalho, nos</p><p>termos do art. 899, § 1°, da CLT.</p><p>ÉTICA PROFISSIONAL</p><p>MARIA CHRISTINA BARREIROS</p><p>1</p><p>João, advogado, foi procurado por Chaves, um grande</p><p>traficante na região, para assumir sua defesa criminal.</p><p>A mídia, ao tomar conhecimento dos fatos, começou a</p><p>publicar matérias como forma de intimidar o advogado</p><p>a não aceitar a causa. Diante dos fatos, assinale a op-</p><p>ção correta.</p><p>(A) João deverá ponderar a aceitação da causa para não</p><p>manchar sua reputação profissional.</p><p>(B) João deve atuar com destemor a independência,</p><p>sem pensar em desagradar qualquer autoridade no</p><p>exercício da função.</p><p>(C) João deve atuar com destemor a independência, sem</p><p>pensar em desagradar qualquer autoridade, salvo os</p><p>membros da Magistratura e do Ministério Público.</p><p>(D) João deve ponderar se a causa não é indigna</p><p>de defesa.</p><p>2</p><p>Márcia é advogada e combinou com sua irmã, que é</p><p>dentista, a participação na divisão dos honorários ad-</p><p>vocatícios a cada paciente que for indicado por ela em</p><p>seu consultório odontológico. Diante dos fatos, assinale</p><p>a opção correta.</p><p>(A) Não haverá infração ética, tendo em vista o grau de</p><p>parentesco.</p><p>(B) Não há qualquer impedimento na divisão de hono-</p><p>rários de advogados, desde que a defesa seja toda</p><p>dirigida pela advogada.</p><p>(C) Haverá infração ética disciplinar punida com suspen-</p><p>são de 30 dias a 12 meses.</p><p>(D) Haverá infração ética disciplinar punida com censura.</p><p>3</p><p>Marcus, advogado, pediu renúncia de uma causa com a</p><p>devida notificação ao seu cliente. No entanto, como este</p><p>não havia efetuado o pagamento da parte dos honorá-</p><p>rios devidos ao advogado, Marcus reteve um computa-</p><p>dor de alto valor do cliente que se encontrava em sua</p><p>posse. Diante dos fatos, assinale a alternativa correta.</p><p>(A) O advogado não pode, em hipótese nenhuma, re-</p><p>ter bens do cliente como forma de pagamento dos</p><p>honorários.</p><p>(B) O advogado não pode reter bens do cliente como</p><p>forma de pagamento dos honorários, salvo se houve</p><p>prestação de contas.</p><p>(C) O advogado poderá reter bens do cliente como for-</p><p>ma de pagamento dos honorários.</p><p>(D) O advogado poderá reter bens do cliente como for-</p><p>ma de pagamento dos honorários, desde que haja</p><p>previsão contratual a esse respeito.</p><p>4</p><p>João é procurado por sua cliente Suze para opor visto</p><p>em um contrato de pessoa jurídica que será levado a re-</p><p>gistro perante a junta comercial do DF. Diante dos fatos,</p><p>assinale a opção correta.</p><p>(A) Toda e qualquer pessoa jurídica, para ser registrada</p><p>perante a junta comercial, depende da oposição de</p><p>visto de advogado.</p><p>(B) As microempresas e as empresas de pequeno porte</p><p>estão dispensadas do visto do advogado para serem</p><p>registradas perante a junta comercial.</p><p>(C) Se o advogado João trabalhar na junta comercial do</p><p>DF, estará impedido de opor visto em contratos que</p><p>sejam registrados em qualquer junta comercial.</p><p>(D) Se o advogado João trabalhar na junta comercial</p><p>do DF, poderá opor visto em contratos que sejam</p><p>registrados em qualquer junta comercial, inclusi-</p><p>ve a do DF.</p><p>5</p><p>Antônio foi eleito ao cargo de tesoureiro da seccional do</p><p>estado de Minas Gerais. Diante da situação apresentada,</p><p>assinale a alternativa correta.</p><p>(A) Antônio, enquanto estiver atuando no cargo de con-</p><p>selheiro, não poderá atuar em processos administra-</p><p>tivos disciplinares, salvo em causa própria.</p><p>(B) Antônio, enquanto estiver atuando no cargo de con-</p><p>selheiro, não poderá atuar em processos administra-</p><p>tivos disciplinares nem mesmo em causa própria.</p><p>(C) Antônio, enquanto estiver inscrito na Ordem dos Ad-</p><p>vogados do Brasil, não poderá atuar em processos</p><p>administrativos disciplinares, salvo em causa própria.</p><p>(D) Antônio, enquanto estiver inscrito na Ordem dos Ad-</p><p>vogados do Brasil, não poderá atuar em processos</p><p>administrativos disciplinares nem mesmo em cau-</p><p>sa própria.</p><p>6</p><p>João, advogado, atuou como árbitro em determinado</p><p>processo em que figuravam como partes as empresas</p><p>TKS e JJJ. Posteriormente, João foi intimado a depor ju-</p><p>dicialmente sobre tais fatos. Diante do exposto, assinale</p><p>a alternativa correta.</p><p>(A) O dever de guardar o sigilo recai apenas sobre a atua-</p><p>ção profissional como advogado, e não como árbitro.</p><p>(B) O advogado, quando no exercício das funções de me-</p><p>diador, conciliador e árbitro, submete-se às regras de</p><p>sigilo profissional.</p><p>(C) A advogado deve resguardar o sigilo profissional em</p><p>qualquer situação.</p><p>(D) O sigilo profissional é absoluto por informações ad-</p><p>vindas do exercício da advocacia.</p><p>7</p><p>O advogado Péricles, também formado em Jornalismo,</p><p>criou uma coluna num jornal com o objetivo de respon-</p><p>der consultas sobre determinado tema jurídico. Diante</p><p>dos fatos, assinale a alternativa correta.</p><p>(A) Diante da dupla profissão do advogado, é permitida</p><p>a criação da referida coluna.</p><p>(B) É vedado ao advogado responder com habitualida-</p><p>de consultas sobre temas jurídicos em colunas jor-</p><p>nalísticas.</p><p>(C) Desde que autorizado pelo Pleno da seccional, o ato</p><p>será permitido.</p><p>(D) Desde que autorizado pelo Pleno do CFOAB, o ato</p><p>será permitido.</p><p>8</p><p>Ana Cristina, advogada, respondeu a um processo admi-</p><p>nistrativo disciplinar tendo sido condenada à penalidade</p><p>de suspensão. No entanto, entende que a condenação</p><p>foi baseada em falsa prova e, por esse motivo, requereu</p><p>a revisão administrativa. Assinale a alternativa correta.</p><p>(A) A revisão do processo disciplinar pode ocorrer por</p><p>erro de julgamento ou por condenação baseada em</p><p>falsa prova.</p><p>(B) Tem legitimidade para requerer a revisão o advogado</p><p>punido com a sanção disciplinar bem como qualquer</p><p>outra pessoa com interesse na causa.</p><p>(C) A competência para processar e julgar o processo de</p><p>revisão é do Pleno da Seccional.</p><p>(D) Quando o órgão competente for o Conselho Federal,</p><p>a revisão processar-se-á perante a primeira Câmara,</p><p>reunida em sessão plenária.</p><p>FILOSOFIA DO DIREITO</p><p>ODAIR JOSÉ</p><p>9</p><p>“O Estado, como realidade em ato da vontade substan-</p><p>cial, realidade que esta adquire na consciência particu-</p><p>lar de si universalizada, é o racional em si e para si: esta</p><p>unidade substancial é um fim próprio absoluto, imóvel,</p><p>nele a liberdade obtém o seu valor supremo, e assim</p><p>esse último fim possui um direito soberano perante os</p><p>indivíduos que em serem membros do Estado têm o seu</p><p>mais elevado valor”. HEGEL, G. F. Princípios da filosofia</p><p>do direito. 1990, p. 225.</p><p>Com base nas informações anteriores, assinale a alter-</p><p>nativa que apresenta a concepção hegeliana de Estado.</p><p>(A) O Estado é o poder soberano sobre os indivíduos que,</p><p>sob a sua égide, perdem a liberdade para se subme-</p><p>terem ao império da ordem subjetiva dos governos.</p><p>(B) O Estado é racionalmente constituído como força co-</p><p>letiva que permite a ordem em detrimento da liber-</p><p>dade dos indivíduos.</p><p>(C) O Estado é racional em si e para si, e a liberdade que</p><p>ele proporciona é limitada pelas emoções e senti-</p><p>mentos humanos.</p><p>(D) O Estado oferece aos cidadãos a ordem e o impé-</p><p>rio da razão; ele é o estágio evolutivo das corpora-</p><p>ções humanas.</p><p>10</p><p>Norberto Bobbio, em Teoria do Ordenamento Jurídico,</p><p>considera que não apenas a inexistência de normas</p><p>para o caso concreto se caracteriza como lacuna jurí-</p><p>dica, mas também a ausência de critérios que definam</p><p>qual regra deve ser aplicada. Nessa linha de raciocínio,</p><p>o autor identifica vários tipos de lacunas, das quais se</p><p>destacam as subjetivas, que podem ser voluntárias ou</p><p>involuntárias.</p><p>Sobre esse tema, é correto afirmar que as lacunas volun-</p><p>tárias ocorrem quando</p><p>(A) acidentalmente o legislador deixa brecha na lei ou</p><p>deixa de legislar</p><p>sobre matéria específica.</p><p>(B) as regras são muito gerais e não conseguem abarcar</p><p>casos específicos.</p><p>(C) o legislador propositalmente deixa a brecha na lei</p><p>ou simplesmente não produz a lei para aquele caso</p><p>específico.</p><p>(D) há ausência de lei satisfatória ou justa.</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>ANA PAULA BLAZUTE</p><p>11</p><p>O estado-membro Alfa editou lei estabelecendo des-</p><p>conto obrigatório nas mensalidades da rede privada de</p><p>ensino durante a pandemia de Covid-19. De acordo com</p><p>a Constituição Federal e a jurisprudência, marque a al-</p><p>ternativa correta:</p><p>(A) A matéria legislada tem por objeto prestação de ser-</p><p>viço educacional, devendo ser considerada como de</p><p>interesse público municipal.</p><p>(B) Como versa sobre educação, a competência do esta-</p><p>do-membro é concorrente com a da União.</p><p>(C) A mensalidade escolar versa sobre direito obrigacio-</p><p>nal, portanto, de natureza contratual, logo cabe à</p><p>União legislar sobre o assunto.</p><p>(D) Somente competirá aos estados-membros legislar</p><p>sobre o assunto quando se tratar de mensalida-</p><p>des cobradas por instituições particulares de En-</p><p>sino Médio.</p><p>12</p><p>A Deputada Federal Maria Fifi foi eleita Presidenta da Câ-</p><p>mara dos Deputados para o mandato de dois anos, res-</p><p>pectivamente em 2019 e 2020. Ainda na mesma legislatu-</p><p>ra, Maria Fifi anuncia que pretende permanecer na função</p><p>até o fim de seu mandato como Deputada, o que ocorrerá</p><p>em quatro anos, sendo necessário que seja reeleita nos</p><p>dois próximos pleitos (dois mandatos bienais), respectiva-</p><p>mente, para exercer o mandato em 2021 e 2022.</p><p>Sobre a intenção da Deputada, segundo a Constituição</p><p>Federal, assinale a afirmativa correta.</p><p>(A) Maria Fifi pode se reeleger ao cargo de Presidente</p><p>da Câmara dos Deputados nos próximos dois anos,</p><p>sendo permitida uma reeleição.</p><p>(B) Não será possível a reeleição de Maria Fifi, pois a</p><p>Constituição veda a reeleição para esse mesmo cargo</p><p>no período bienal imediatamente subsequente.</p><p>(C) Maria Fifi nunca mais poderá exercer a Presidência</p><p>da Câmara dos Deputados, pois só se permite a elei-</p><p>ção para esse cargo uma vez para cada Parlamentar.</p><p>(D) Maria Fifi pode se reeleger quantas vezes quiser à</p><p>presidência da Câmara dos Deputados, pois não há</p><p>vedação constitucional para a reeleição dos cargos</p><p>do Poder Legislativo.</p><p>13</p><p>Florzinha, Docinho, Lindinha e Rosinha, as “Meninas</p><p>Superpoderosas” do 10º período de Direito, estavam</p><p>discutindo sobre o tema funções essenciais à justiça.</p><p>Marque a alternativa correta de acordo com a Consti-</p><p>tuição Federal:</p><p>(A) Florzinha está correta ao afirmar que o Ministério</p><p>Público da União tem por chefe o Procurador-Geral</p><p>da República, nomeado pelo Presidente da República</p><p>dentre integrantes da carreira, maiores de 35 anos,</p><p>após a aprovação de seu nome pela maioria absoluta</p><p>dos membros do Senado Federal, para mandato de</p><p>dois anos, permitida uma única recondução.</p><p>(B) Docinho está correta ao afirmar que são princípios</p><p>institucionais do Ministério Público a unidade, a divi-</p><p>sibilidade e a independência funcional.</p><p>(C) Lindinha está correta ao afirmar que os Ministérios</p><p>Públicos dos Estados e o do Distrito Federal e Ter-</p><p>ritórios formarão lista tríplice dentre integrantes da</p><p>carreira, na forma da lei respectiva, para escolha de</p><p>seu Procurador-Geral, que será nomeado pelo Chefe</p><p>do Poder Executivo, para mandato de dois anos, per-</p><p>mitida uma recondução.</p><p>(D) Rosinha está correta ao afirmar que o Conselho Na-</p><p>cional do Ministério Público compõe-se de 15 mem-</p><p>bros nomeados pelo Presidente da República, depois</p><p>de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Se-</p><p>nado Federal.</p><p>14</p><p>O Presidente da República, no seu mandato, agrediu fi-</p><p>sicamente um funcionário do hotel em que se hospedou</p><p>no decorrer de suas férias, pois esse funcionário não te-</p><p>ria tido o devido cuidado no transporte de suas malas.</p><p>O Presidente da República, arrependido de ter agredido</p><p>fisicamente o funcionário, pergunta aos seus advogados</p><p>quais seriam as consequências do referido ato no exercí-</p><p>cio da presidência.</p><p>De acordo com o ordenamento jurídico pátrio:</p><p>(A) o Presidente será imediatamente suspenso de suas</p><p>funções pelo prazo de até 180 dias, se recebida a de-</p><p>núncia pelo Supremo Tribunal Federal.</p><p>(B) o Presidente será imediatamente suspenso de suas</p><p>funções pelo prazo de até 180 dias, se recebida a de-</p><p>núncia pelo Senado Federal</p><p>(C) caso a acusação seja autorizada por dois terços da</p><p>Câmara dos Deputados e a denúncia seja recebida</p><p>pelo Supremo Tribunal Federal, o Presidente será</p><p>imediatamente suspenso de suas funções.</p><p>(D) o Presidente será criminalmente processado somen-</p><p>te após o término do mandato, tendo imunidade</p><p>temporária à persecução penal, posto que o Chefe</p><p>do Poder Executivo, na vigência de seu mandato,</p><p>não pode ser responsabilizado por atos estranhos ao</p><p>exercício de suas funções.</p><p>15</p><p>Maria, mexicana naturalizada brasileira, foi eleita Sena-</p><p>dora. Após a posse, foi condenada, em sentença judicial</p><p>transitada em julgado, por conduta que comprometia a</p><p>soberania nacional, com o correlato cancelamento da</p><p>nacionalidade brasileira. De acordo com a Constituição</p><p>Federal, é correto afirmar que:</p><p>(A) com o cancelamento da naturalização por sentença</p><p>judicial transitada em julgado, Maria perdeu os seus</p><p>direitos políticos, o que a impede de votar e de ser</p><p>votada. Nesse caso, ela deve perder o mandato de</p><p>Senadora, e isso deve ser declarado pela Mesa do</p><p>Senado Federal.</p><p>(B) o cancelamento da nacionalidade brasileira é caso de</p><p>suspensão, e não perda dos direitos políticos.</p><p>(C) com o cancelamento da naturalização por sentença</p><p>judicial transitada em julgado, Maria perdeu os seus</p><p>direitos políticos, o que a impede de votar e de ser</p><p>votada, mas não perderá o mandato de Senadora,</p><p>que deverá ser preservado até o final da legislatura.</p><p>(D) Maria não poderia perder a nacionalidade brasileira,</p><p>posto que a Constituição Federal não prevê a possibi-</p><p>lidade de perda no caso de conduta que comprome-</p><p>te a soberania nacional.</p><p>16</p><p>Pedro e Lucas estavam discutindo sobre os cargos priva-</p><p>tivos de brasileiros natos. Segundo a Constituição Fede-</p><p>ral, marque a alternativa correta:</p><p>(A) São privativos de brasileiro nato os cargos de Pre-</p><p>sidente da República, de Deputado Federal e</p><p>de Senador.</p><p>(B) São privativos de brasileiro nato os cargos de Presi-</p><p>dente da República, de Governador e de Prefeito.</p><p>(C) São privativos de brasileiro nato os cargos de Presi-</p><p>dente da República, de Ministro de Estado e de Pre-</p><p>sidente do Senado Federal.</p><p>(D) São privativos de brasileiro nato os cargos de Presi-</p><p>dente da República, de Ministro do Supremo Tribu-</p><p>nal Federal e de oficial das Forças Armadas.</p><p>17</p><p>O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por</p><p>provocação, mediante decisão de dois terços dos seus</p><p>membros, após reiteradas decisões sobre matéria</p><p>constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua pu-</p><p>blicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em</p><p>relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à Admi-</p><p>nistração Pública direta e indireta, nas esferas federal,</p><p>estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão</p><p>ou cancelamento, na forma estabelecida em lei. A apro-</p><p>vação, revisão ou cancelamento de súmula não poderá</p><p>ser provocada:</p><p>(A) pelo Conselho Seccional da OAB.</p><p>(B) por partido político com representação no Congres-</p><p>so Nacional.</p><p>(C) por confederação sindical ou entidade de classe de</p><p>âmbito nacional.</p><p>(D) pelo Defensor Público-Geral da União.</p><p>DIREITOS HUMANOS</p><p>ALICE ROCHA</p><p>18</p><p>O Sistema Interamericano de Proteção dos Direitos Hu-</p><p>manos possui uma Comissão Interamericana compe-</p><p>tente para examinar comunicações encaminhadas por</p><p>indivíduos ou grupos de indivíduos que contenham de-</p><p>núncia de violação de direitos previstos na Convenção</p><p>Americana de Direitos Humanos. Após análise da de-</p><p>núncia, a Comissão buscará resolver a situação de modo</p><p>amigável e, se necessário, pode pedir mais informações</p><p>a respeito do assunto. Caso não alcance uma solução</p><p>nessa fase, a Comissão enviará um informe ao Estado,</p><p>concedendo-lhe um prazo para cumprir algumas reco-</p><p>mendações. Caso o Estado não atenda às exigências de-</p><p>liberadas pela Comissão, esta poderá</p><p>(A) solicitar a expulsão do Estado violador por inobser-</p><p>vância das regras interamericanas.</p><p>(B) dar uma segunda oportunidade ao Estado para que</p><p>este cumpra as determinações encaminhando um</p><p>segundo informe ou enviando o caso à Corte Intera-</p><p>mericana de Direitos Humanos.</p><p>(C) arquivar o caso, tendo em vista a falta de resposta</p><p>pelo Estado interessado.</p><p>(D) enviar o caso à Corte Internacional de Justiça da</p><p>ONU, tendo em vista a importância da complemen-</p><p>taridade entre os sistemas global e interamericano</p><p>de proteção dos direitos humanos.</p><p>19</p><p>Ao longo da faculdade, Roberta sempre gostou muito</p><p>de Direito Penal e se tornou uma brilhante advogada.</p><p>Recentemente, Roberta foi procurada por Lorena, irmã</p><p>de Rogério, que cumpre pena pelo homicídio de um vi-</p><p>zinho. A família do de cujus tem ameaçado a família de</p><p>Lorena, afirmando que lutarão pela aplicação da pena</p><p>de morte para Rogério. A respeito da possibilidade de</p><p>aplicação dessa pena no Brasil e no mundo, Roberta</p><p>deve esclarecer que:</p><p>(A) de acordo com o Pacto de San José da Costa Rica, o</p><p>Estado possui soberania para restabelecer a pena de</p><p>morte em sua jurisdição, mesmo que a tenha abolido.</p><p>(B) a pena de morte no Brasil pode ser aplicada em caso</p><p>de guerra declarada.</p><p>(C) com base no Pacto Internacional sobre Direitos Civis</p><p>e Políticos, não se deve impor a pena de morte à pes-</p><p>soa que, no momento da perpetração do delito, for</p><p>menor de 18 anos, ou maior de 70, nem aplicá-la a</p><p>mulher em estado de gravidez.</p><p>(D) o Pacto de San José da Costa Rica buscou abolir a</p><p>pena de morte, ao proibir a aplicação da mesma na</p><p>jurisdição de seus Estados-parte.</p><p>DIREITO INTERNACIONAL</p><p>ALICE ROCHA</p><p>20</p><p>A Missão Angolana de Apoio a Refugiados no Brasil é</p><p>mantida pelo governo de Angola e por duas ONGs fran-</p><p>cesas. A entidade deseja adquirir um imóvel em Brasília,</p><p>destinado ao acolhimento dos refugiados e seus familia-</p><p>res. O imóvel será adquirido com capital e em nome da</p><p>própria entidade. Como advogado, você deve orientá-</p><p>-los que, de acordo com a legislação brasileira,</p><p>(A) a compra é possível, desde que a entidade nomeie</p><p>procurador no Brasil investido de poderes para essa</p><p>finalidade.</p><p>(B) a compra não é possível, por se tratar de entidade</p><p>constituída por governo estrangeiro.</p><p>(C) a compra é possível, não havendo qualquer impedi-</p><p>mento nessa circunstância.</p><p>(D) a compra não é possível, por se tratar de uma entida-</p><p>de diretamente ligada a causa humanitária que deve</p><p>ser regida pelo Ministério da Justiça juntamente com</p><p>a Polícia Federal.</p><p>21</p><p>Eugênio, português residente na cidade do Porto (Por-</p><p>tugal), celebra em Portugal um contrato de prestação</p><p>de serviços de consultoria no Brasil a uma empresa com</p><p>sede no Rio de Janeiro pertencente a Carolina, que, por</p><p>motivos de economia, reside no mesmo prédio onde</p><p>funciona a empresa, para a realização de investimentos</p><p>no mercado imobiliário europeu. O contrato estabelece</p><p>uma cláusula indicando a aplicação da lei inglesa para</p><p>dirimir controvérsias sobre o mesmo.</p><p>Em ação proposta por Eugênio no Brasil, surge uma</p><p>questão envolvendo a capacidade de Carolina para assu-</p><p>mir e cumprir as obrigações previstas no contrato. Com</p><p>relação a essa questão, a Justiça brasileira deverá aplicar</p><p>(A) a lei portuguesa, porque o contrato foi celebrado</p><p>em Portugal.</p><p>(B) a lei inglesa, escolhida pelas partes mediante cláusu-</p><p>la contratual expressa.</p><p>(C) a lei brasileira, porque Carolina é residente no Brasil.</p><p>(D) a lei do país onde o imóvel objeto do investimento</p><p>estiver situado.</p><p>DIREITO TRIBUTÁRIO</p><p>MARIA CHRISTINA BARREIROS</p><p>22</p><p>O estado do Amazonas verificou o inadimplemento do</p><p>ICMS de determinada fabricante de calçados na data</p><p>de 07/03/2021 referente a fato gerador ocorrido em</p><p>15/01/2016. Por isso, efetuou o lançamento de ofício do</p><p>tributo em 08/03/2021, tendo sido o contribuinte notifi-</p><p>cado desse lançamento em 15/03/2021, para pagamen-</p><p>to em 30 dias. Como a dívida não foi quitada, a pessoa</p><p>jurídica foi inscrita em dívida ativa com consequente</p><p>ajuizamento de execução fiscal na data 08/03/2026.</p><p>Diante desse cenário, assinale a afirmativa correta.</p><p>(A) A cobrança é devida, pois o crédito tributário não</p><p>está decaído e nem prescrito.</p><p>(B) A cobrança é indevida, pois já teria se consumado o</p><p>prazo decadencial para o lançamento do tributo.</p><p>(C) A cobrança é indevida, pois já teria se consumado</p><p>o prazo prescricional para a propositura da ação de</p><p>execução fiscal.</p><p>(D) A cobrança é indevida, pois o crédito encontra-se</p><p>prescrito e decaído.</p><p>23</p><p>João foi inscrito em dívida ativa pelo Município de Araca-</p><p>ju-SE, sendo ajuizada em seguida ação de execução fis-</p><p>cal. O Juiz responsável por expedir a citação determinou</p><p>que o executado efetuasse o pagamento em cinco dias</p><p>ou garantisse a execução. Diante dos fatos, assinale a al-</p><p>ternativa correta:</p><p>(A) João poderá opor embargos à execução fiscal, in-</p><p>dependentemente da garantia do juízo, no prazo</p><p>de 30 dias.</p><p>(B) João poderá opor embargos à execução fiscal caso</p><p>venha a garantir o juízo por meio de depósito, fiança</p><p>bancária, contrato de seguro ou nomeação de bens à</p><p>penhora, no prazo de 30 dias.</p><p>(C) João poderá opor embargos à execução fiscal caso</p><p>venha a garantir o juízo por meio de depósito, fiança</p><p>bancária, contrato de seguro ou nomeação de bens à</p><p>penhora, no prazo de 15 dias.</p><p>(D) João poderá opor embargos à execução fiscal caso</p><p>venha a garantir o juízo por meio de depósito, fiança</p><p>bancária, contrato de seguro ou nomeação de bens à</p><p>penhora, no prazo de 5 dias.</p><p>24</p><p>João foi notificado pelo não recolhimento do IPTU de seu</p><p>imóvel, localizado no estado de Caxumbu-MG na data de</p><p>14/10/2021. Diante da situação, procurou seu escritório</p><p>de advocacia para ingressar com ação no Poder Judiciá-</p><p>rio visando questionar o débito fiscal. Com base no ex-</p><p>posto, assinale a opção que indica o argumento apto a</p><p>afastar a exigência fiscal.</p><p>(A) O crédito tributário poderá ser questionado por</p><p>meio de ação anulatória de débito fiscal com pedido</p><p>de tutela provisória de urgência antecipada visando</p><p>a exclusão do crédito.</p><p>(B) O crédito tributário poderá ser questionado por</p><p>meio de ação anulatória de débito fiscal com pedido</p><p>de tutela provisória de urgência antecipada visando</p><p>a suspensão da exigibilidade do crédito.</p><p>(C) O crédito tributário poderá ser questionado por meio</p><p>de ação de consignação em pagamento com pedido</p><p>de tutela provisória de urgência antecipada visando</p><p>a extinção do crédito.</p><p>(D) O crédito tributário poderá ser questionado por meio</p><p>de ação de consignação em pagamento com pedido</p><p>de tutela provisória de urgência antecipada visando</p><p>a exclusão do crédito.</p><p>25</p><p>Maria Christina se rebelou contra a sociedade e resolveu</p><p>virar hippie vendendo sua arte à beira-mar do nordes-</p><p>te brasileiro. Todos os dias, ela trabalhava e dormia em</p><p>um local diferente. Diante dos fatos narrados, de acordo</p><p>com o Código Tributário Nacional e com o silêncio de le-</p><p>gislação específica, assinale a alternativa correta.</p><p>(A) O domicílio tributário de Maria Christina será no lo-</p><p>cal de sua residência.</p><p>(B) O domicílio tributário de Maria Christina será no cen-</p><p>tro habitual de suas atividades.</p><p>(C) O domicílio tributário de Maria Christina será sempre</p><p>no local da ocorrência do fato gerador dos tributos.</p><p>(D) O domicílio tributário de Maria Christina poderá ser</p><p>por ela escolhido desde que não dificulte ou impos-</p><p>sibilidade a arrecadação tributária.</p><p>26</p><p>João, proprietário de um imóvel, celebrou contrato de</p><p>locação com Maria estipulando que a locatária seria res-</p><p>ponsável pelo pagamento do IPTU e da contribuição de</p><p>melhoria do imóvel. Diante dos fatos apresentados, assi-</p><p>nale a opção correta.</p><p>(A) Em caso de inadimplemento das obrigações tributá-</p><p>rias, o proprietário poderá se eximir das obrigações</p><p>mediante apresentação do contrato de locação.</p><p>(B) Caso a locatária pague o IPTU de forma indevida, ela</p><p>poderá ajuizar ação de repetição de indébito para re-</p><p>querer o valor pago.</p><p>(C)</p><p>a ação direta de inconstitucionalidade, pois com-</p><p>pete privativamente à União legislar sobre atividades</p><p>nucleares, sendo inconstitucional norma estadual</p><p>que dispõe sobre a implantação de instalações in-</p><p>dustriais destinadas à produção de energia nuclear</p><p>no âmbito espacial do território estadual.</p><p>DIREITOS HUMANOS</p><p>ALICE ROCHA</p><p>18</p><p>A Emenda Constitucional n. 45/2004 introduziu no orde-</p><p>namento brasileiro um importante instrumento de com-</p><p>bate à impunidade e proteção dos direitos humanos de-</p><p>nominado Incidente de Deslocamento de Competência</p><p>(IDC) para a Justiça Federal. O primeiro IDC foi do Caso</p><p>Irmã Dorothy Stang, em 2005, indeferido pelo STJ. Já o</p><p>primeiro a ser aceito foi o Caso Manoel Mattos (advoga-</p><p>do e defensor dos direitos humanos), em 2010.</p><p>Você recebe Eugênio em seu escritório que gostaria de</p><p>utilizar esse instrumento, tentando reabrir o processo</p><p>de investigação da morte de seu irmão por ação da Polí-</p><p>cia Militar, arquivado pela justiça estadual em função da</p><p>ausência ou encobrimento de provas dos fatos.</p><p>Na condição de advogado, você deve informá-lo que:</p><p>(A) como familiar da vítima, Eugênio poderia suscitar</p><p>diretamente ao STJ o incidente de deslocamento de</p><p>competência, buscando o fim da impunidade pela</p><p>morte de seu irmão.</p><p>(B) o IDC poderia ser suscitado por ser um caso de grave</p><p>violação de direitos humanos, todavia, Eugênio deve</p><p>tentar reabrir o inquérito na esfera estadual e tão so-</p><p>mente buscar a justiça federal na fase processual.</p><p>(C) o IDC poderia ser suscitado pelo Procurador-Geral da</p><p>República com a finalidade de assegurar o cumpri-</p><p>mento de obrigações decorrentes de tratados inter-</p><p>nacionais de direitos humanos dos quais o Brasil seja</p><p>parte em qualquer fase do inquérito ou processo.</p><p>(D) o IDC poderia ser suscitado pela vítima ou por qual-</p><p>quer organização que o represente com a finalidade</p><p>de assegurar o cumprimento de obrigações decor-</p><p>rentes de tratados internacionais de direitos huma-</p><p>nos dos quais o Brasil seja parte em qualquer fase do</p><p>inquérito ou processo.</p><p>19</p><p>Roberta e Carol são filhas de Rogério, de 68 anos de</p><p>idade. Rogério sempre foi um membro muito ativo na</p><p>comunidade e atualmente tem passado por dificuldades</p><p>até mesmo para comprar alimentos, por ter contraído</p><p>uma doença grave que o impossibilita de trabalhar. Ra-</p><p>quel, líder da comunidade, tentou entrar em contato</p><p>com as filhas de Rogério que se negam a ajudar o pai.</p><p>Diante dessa situação, Raquel entra em contato com</p><p>você, que na condição de advogado dele esclarece que:</p><p>(A) a única alternativa é Raquel entrar em contato com o</p><p>sistema assistencial e pedir apoio aos órgãos de de-</p><p>fesa do idoso, tendo em vista a negativa das filhas</p><p>que não têm obrigação de auxiliar o pai.</p><p>(B) se o idoso ou seus familiares não possuírem condi-</p><p>ções econômicas de prover o seu sustento, impõe-</p><p>-se ao Poder Público esse provimento, no âmbito da</p><p>assistência social.</p><p>(C) a obrigação alimentar é solidária, devendo as filhas</p><p>escolherem quem será a responsável pelo auxílio</p><p>ao pai em função da capacidade de contribuição de</p><p>cada uma delas.</p><p>(D) a posição das filhas é moralmente inaceitável, mas</p><p>não existem previsões legais que as obriguem a pres-</p><p>tar auxílio ao pai.</p><p>DIREITO INTERNACIONAL</p><p>ALICE ROCHA</p><p>20</p><p>Desde criança, Maria Christina sonhava em viajar pelo</p><p>mundo e conhecer vários países e culturas. Um dos paí-</p><p>ses que mais apreciava era o Egito, pelos seus mistérios</p><p>e arquitetura imponente. No ano de 2015, ao finalizar</p><p>a faculdade de direito, foi aprovada no Exame da OAB,</p><p>passando de imediato a atuar em causas envolvendo</p><p>egípcios residentes no Brasil. Em recente consulta, um</p><p>casal de egípcios residentes em Brasília, procuram Maria</p><p>Christina na condição de advogada para um aconselha-</p><p>mento em relação à aquisição de imóveis no Brasil. A</p><p>jovem e brilhante advogada deve informá-los que:</p><p>(A) se o casal optar por adquirir imóveis situados no Bra-</p><p>sil, as relações a eles concernentes serão reguladas</p><p>pela lei egípcia, em função da nacionalidade dos pro-</p><p>prietários.</p><p>(B) se o casal celebrar em Brasília o contrato de compra</p><p>de imóveis situados no Egito, as relações concernen-</p><p>tes a esses imóveis serão regidas pela lei brasileira.</p><p>(C) se o casal tiver preferência pelo acionamento da ju-</p><p>risdição egípcia para conhecer de ações relativas aos</p><p>imóveis situados no Brasil, deverá estabelecer como</p><p>cláusula no contrato de compra dos imóveis.</p><p>(D) se o casal optar por adquirir imóveis situados no Brasil,</p><p>as relações a eles concernentes serão reguladas pela</p><p>lei brasileira, em função do local em que se situam.</p><p>21</p><p>Nilton é brasileiro e reside na Alemanha desde 2005,</p><p>onde faz o curso de doutorado em engenharia clínica.</p><p>Em 2006 nasceu sua filha Hanna, cuja mãe é alemã. No</p><p>processo de finalização de seu doutorado em 2020, Nil-</p><p>ton teve um mal súbito e faleceu, mas durante toda a</p><p>vida expressou a vontade de que não gostaria de ter fi-</p><p>lhos brasileiros e por isso não procedeu ao registro de</p><p>Hanna no Consulado Brasileiro.</p><p>Todavia, Hanna assistiu ao filme Rio, que relata a história</p><p>de uma arara azul que sonha em voltar para seu habitat</p><p>no Brasil e isto despertou em Hanna a vontade de ser</p><p>reconhecida como brasileira. Hanna entra em contato</p><p>com você, advogado experiente na área de nacionalida-</p><p>de, e solicita informações sobre suas possibilidades de</p><p>adquirir a nacionalidade brasileira originária. Você deve</p><p>orientá-la da seguinte forma:</p><p>(A) Hanna só poderia adquirir a nacionalidade brasileira</p><p>se seu falecido pai tivesse estabelecido isto em testa-</p><p>mento, visto ser esta uma condição que passa de pai</p><p>para filho.</p><p>(B) Hanna poderá adquirir a nacionalidade brasileira,</p><p>desde que venha a residir no Brasil antes de atingida</p><p>a maioridade e opte, a qualquer tempo, pela nacio-</p><p>nalidade brasileira.</p><p>(C) Hanna não poderá adquirir a nacionalidade brasilei-</p><p>ra, porque a única hipótese de aquisição de naciona-</p><p>lidade brasileira originária para filho de brasileiro ou</p><p>brasileira nascido em solo estrangeiro será quando o</p><p>pai ou a mãe, brasileiros, estejam no exterior a servi-</p><p>ço da República Federativa do Brasil.</p><p>(D) Hanna poderá adquirir a nacionalidade brasileira,</p><p>desde que venha a residir na República brasileira e</p><p>opte, a qualquer tempo e após atingida a maiorida-</p><p>de, pela nacionalidade brasileira.</p><p>DIREITO TRIBUTÁRIO</p><p>MARIA CHRISTINA</p><p>22</p><p>Maria Christina, extremamente cansada da vida na capi-</p><p>tal, resolveu alienar todos os seus bens e abrir uma pou-</p><p>sada juntamente com a disponibilidade de quadriciclo</p><p>para turismo em Jericoacoara. Diante dos fatos, assinale</p><p>a alternativa correta.</p><p>(A) Maria Christina não fugirá da tributação do imposto</p><p>sobre os serviços de turismo prestados.</p><p>(B) Maria Christina deverá pagar ISS sobre a locação dos</p><p>quadriciclos.</p><p>(C) Maria Christina deverá pagar ICMS sobre locação dos</p><p>quadriciclos.</p><p>(D) Maria Christina deverá pagar ICMS sobre os serviços</p><p>de turismo prestados.</p><p>23</p><p>A União, vislumbrando uma nova fonte de arrecadação</p><p>de tributos, editou uma lei ordinária instituindo um novo</p><p>imposto sobre veículos de duas rodas não motorizados.</p><p>Diante dos fatos, assinale a alternativa correta.</p><p>(A) O tributo é constitucional, pois a União está fazendo</p><p>uso de sua competência tributária residual.</p><p>(B) O tributo é inconstitucional por violação à compe-</p><p>tência para sua instituição.</p><p>(C) O tributo é inconstitucional por violação ao princípio</p><p>da legalidade.</p><p>(D) O tributo é inconstitucional por violação aos princí-</p><p>pios da anterioridade anual e nonagesimal.</p><p>24</p><p>João é dono de uma livraria especializada na venda de</p><p>e-books. No mês de janeiro de 2021, foi surpreendido</p><p>com notificação por parte do fisco estadual sobre o não</p><p>recolhimento de ICMS sobre tais mercadorias. Diante do</p><p>exposto, assinale a alternativa correta.</p><p>(A) Não incide ICMS sobre os livros eletrônicos por se-</p><p>rem detentores de imunidade.</p><p>(B) Não incide ICMS sobre os livros eletrônicos por se-</p><p>rem detentores de isenção.</p><p>(C) Incide ICMS sobre os livros eletrônicos, já que a imu-</p><p>nidade prevista constitucionalmente se aplica</p><p>Em caso de inadimplemento das obrigações tributá-</p><p>rias, o proprietário poderá requerer o valor do IPTU</p><p>pago ao fisco em ação de regresso contra Maria.</p><p>(D) Em caso de inadimplemento das obrigações tributá-</p><p>rias, o proprietário poderá requerer o valor da contri-</p><p>buição de melhoria pago ao fisco em ação de regres-</p><p>so contra Maria.</p><p>DIREITO ADMINISTRATIVO</p><p>GUSTAVO BRÍGIDO</p><p>27</p><p>A Lei n. 13.709/2018 (LGPD) dispõe sobre o tratamen-</p><p>to de dados pessoais, inclusive nos meios digitais, por</p><p>pessoa natural ou por pessoa jurídica de direito público</p><p>ou privado, com o objetivo de proteger os direitos fun-</p><p>damentais de liberdade e de privacidade e o livre desen-</p><p>volvimento da personalidade da pessoa natural. A partir</p><p>do estudo do tratamento de dados pessoais pelo poder</p><p>público, é incorreto o que se afirma em:</p><p>(A) As empresas públicas e as sociedades de economia</p><p>mista que atuam em regime de concorrência, sujei-</p><p>tas ao disposto no art. 173 da Constituição Federal,</p><p>terão o mesmo tratamento dispensado às pessoas</p><p>jurídicas de direito privado particulares, nos termos</p><p>dessa Lei.</p><p>(B) As empresas públicas e as sociedades de economia</p><p>mista, quando estiverem operacionalizando políticas</p><p>públicas e no âmbito da execução delas, terão o mes-</p><p>mo tratamento dispensado aos órgãos e às entida-</p><p>des do Poder Público.</p><p>(C) Os dados deverão ser mantidos em formato intero-</p><p>perável e estruturado para o uso compartilhado, com</p><p>vistas à execução de políticas públicas, à prestação</p><p>de serviços públicos, à descentralização da atividade</p><p>pública e à disseminação e ao acesso das informa-</p><p>ções pelo público em geral.</p><p>(D) O Presidente da República poderá solicitar, a qual-</p><p>quer momento, aos órgãos e às entidades do Poder</p><p>Público a realização de operações de tratamento</p><p>de dados pessoais, informações específicas sobre</p><p>o âmbito e a natureza dos dados e outros detalhes</p><p>do tratamento realizado e poderá emitir parecer</p><p>técnico complementar para garantir o cumprimento</p><p>dessa Lei.</p><p>28</p><p>Vanda Maria Menezes Barbosa, ex-presidente da Asso-</p><p>ciação Cultural Zumbi, em Alagoas, deixou de prestar</p><p>contas de recursos recebidos do Ministério da Cultura</p><p>para aplicação no projeto Educar Quilombo. Por isso, o</p><p>Tribunal de Contas da União (TCU) ordenou a restitui-</p><p>ção aos cofres públicos dos valores recebidos. Com a</p><p>não quitação do débito, a União propôs a execução de</p><p>título executivo extrajudicial. Vanda procurou você, na</p><p>qualidade de advogado(a), para que a orientasse acerca</p><p>do tema da prescrição em face das decisões de Tribunal</p><p>de Contas.</p><p>Diante dessa situação hipotética, assinale a afirmati-</p><p>va correta.</p><p>(A) É prescritível a pretensão de ressarcimento ao erário</p><p>fundada em decisão de Tribunal de Contas.</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art173</p><p>(B) Somente são prescritíveis as ações de ressarcimento</p><p>ao erário com base na prática de ato de improbidade</p><p>administrativa doloso tipificado na Lei de Improbida-</p><p>de Administrativa (Lei n. 8.429/1992).</p><p>(C) Somente são prescritíveis as ações de ressarcimento</p><p>ao erário com base na prática de ato de improbidade</p><p>administrativa culposo tipificado na Lei de Improbi-</p><p>dade Administrativa (Lei n. 8.429/1992).</p><p>(D) Os Tribunais de Constas não têm legitimidade para</p><p>executar título executivo extrajudicial.</p><p>29</p><p>Organização não Governamental (ONG) e seu gestor fo-</p><p>ram condenados pela suposta prática de atos ímprobos</p><p>na execução de convênio que envolveu o recebimen-</p><p>to de recursos do governo federal. Você, na qualidade</p><p>de advogado(a), foi contratado(a) para emitir parecer</p><p>acerca da possibilidade de o dirigente de entidade pri-</p><p>vada que administra recursos públicos poder respon-</p><p>der sozinho por improbidade. Deve-se afirmar correta-</p><p>mente que :</p><p>(A) segundo o Superior Tribunal de Justiça, dirigente de</p><p>entidade privada que administra recursos públicos</p><p>pode responder sozinho por improbidade.</p><p>(B) segundo o Superior Tribunal de Justiça, dirigente de</p><p>entidade privada que administra recursos públicos</p><p>não pode responder sozinho por improbidade.</p><p>(C) a jurisprudência do STJ reconhece a impossibilidade</p><p>de que o particular figure sozinho no polo passivo</p><p>das ações de improbidade.</p><p>(D) a jurisprudência considera inviável o manejo da ação</p><p>civil de improbidade exclusivamente contra o parti-</p><p>cular, sem a concomitante presença de agente públi-</p><p>co no polo passivo da demanda.</p><p>30</p><p>No âmbito do estudo do poder de polícia administrati-</p><p>va, bem como da abordagem jurisprudencial do tema,</p><p>pode-se afirmar corretamente que:</p><p>(A) é constitucional a delegação do poder de polícia,</p><p>por meio de lei, a pessoas jurídicas de direito priva-</p><p>do integrantes da Administração Pública indireta de</p><p>capital social majoritariamente público que prestem</p><p>exclusivamente serviço público de atuação própria</p><p>do Estado e em regime não concorrencial.</p><p>(B) é constitucional a delegação do poder de polícia, por</p><p>meio de decreto, a pessoas jurídicas de direito priva-</p><p>do integrantes da Administração Pública indireta de</p><p>capital social majoritariamente público que prestem</p><p>exclusivamente serviço público de atuação própria</p><p>do Estado e em regime não concorrencial.</p><p>(C) é constitucional a delegação do poder de polícia,</p><p>por meio de lei, a pessoas jurídicas de direito públi-</p><p>co integrantes da Administração Pública indireta de</p><p>capital social majoritariamente público que prestem</p><p>exclusivamente serviço público de atuação própria</p><p>do Estado e em regime não concorrencial.</p><p>(D) é inconstitucional a delegação do poder de polícia,</p><p>por meio de lei, a pessoas jurídicas de direito priva-</p><p>do integrantes da Administração Pública indireta de</p><p>capital social majoritariamente público que prestem</p><p>exclusivamente serviço público de atuação própria</p><p>do Estado e em regime não concorrencial.</p><p>31</p><p>João, servidor público federal, foi demitido por aplicação</p><p>irregular de dinheiro público, em razão do que não po-</p><p>derá mais retornar ao serviço público federal. Você, na</p><p>qualidade de advogado(a), foi procurado para assumir</p><p>a defesa de João no processo administrativo em curso,</p><p>bem como na esfera judicial. Deve-se afirmar corre-</p><p>tamente que:</p><p>(A) nos termos da Lei n. 8.112/1990, não poderá retor-</p><p>nar ao serviço público federal o servidor que for de-</p><p>mitido ou destituído do cargo em comissão por apli-</p><p>cação irregular de dinheiro público.</p><p>(B) nos termos da Lei n. 8.112/1990, não poderá retor-</p><p>nar ao serviço público federal o servidor que for de-</p><p>mitido ou destituído do cargo em comissão por cri-</p><p>me contra a Administração Pública.</p><p>(C) nos termos da Lei n. 8.112/1990, não poderá retor-</p><p>nar ao serviço público federal o servidor que for de-</p><p>mitido ou destituído do cargo em comissão por práti-</p><p>ca de ato de improbidade administrativa.</p><p>(D) segundo o Supremo Tribunal Federal, proibição de</p><p>volta ao serviço público por tempo indeterminado é</p><p>inconstitucional.</p><p>32</p><p>Segundo o Supremo Tribunal Federal, os Tribunais de</p><p>Contas estão sujeitos ao prazo de cinco anos para o jul-</p><p>gamento da legalidade do ato de concessão inicial de</p><p>aposentadoria, reforma ou pensão, a contar da chegada</p><p>do processo à respectiva Corte de Contas, em atenção</p><p>aos princípios</p><p>(A) da segurança jurídica e da confiança legítima.</p><p>(B) da ampla defesa e do contraditório.</p><p>(C) da proporcionalidade e da razoabilidade.</p><p>(D) da motivação e da finalidade.</p><p>DIREITO AMBIENTAL</p><p>NILTON COUTINHO</p><p>33</p><p>Após assistir a um documentário tratando acerca dos</p><p>atos de abuso e maus-tratos envolvendo animais,</p><p>Ana Paula procura um advogado especialista na área</p><p>para obter maiores informações sobre as sanções e</p><p>consequências para a prática desses atos criminosos. Em</p><p>resposta, o advogado lhe informa que:</p><p>(A) praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar</p><p>animais silvestres, domésticos ou domesticados, na-</p><p>tivos ou exóticos é punido com pena de reclusão.</p><p>(B) incorre nas mesmas penas previstas para o crime de</p><p>abuso ou maus-tratos (art. 32) quem realiza experi-</p><p>ência dolorosa ou cruel em animal vivo, ainda que</p><p>não existam recursos alternativos.</p><p>(C) quando o crime de abuso ou maus-tratos</p><p>(art. 32) for</p><p>praticado contra cão, gato ou outro animal domésti-</p><p>co, a pena será de reclusão, de 02 (dois) a 05 (cinco)</p><p>anos, multa e proibição da guarda.</p><p>(D) a pena para o crime de abuso ou maus-tratos (art.</p><p>32) é aumentada de um sexto a um terço, se ocorre</p><p>morte do animal.</p><p>34</p><p>Após o término de uma palestra sobre unidades de</p><p>conservação, Maria Christina aprendeu que o plano de</p><p>manejo é um documento técnico mediante o qual, com</p><p>fundamento nos objetivos gerais de uma unidade de</p><p>conservação, se estabelece o seu zoneamento e as nor-</p><p>mas que devem presidir o uso da área e o manejo dos</p><p>recursos naturais, inclusive a implantação das estruturas</p><p>físicas necessárias à gestão da unidade.</p><p>Querendo se aprofundar mais sobre o tema, procura um</p><p>advogado especialista na área, o qual lhe informa que:</p><p>(A) o Plano de Manejo deve abranger a área da unida-</p><p>de de conservação, sua zona de amortecimento e os</p><p>corredores ecológicos, incluindo medidas com o fim</p><p>de promover sua integração à vida econômica e so-</p><p>cial das comunidades vizinhas.</p><p>(B) nas Estações Ecológicas, a visitação pública está su-</p><p>jeita às normas e restrições estabelecidas no Plano</p><p>de Manejo da unidade, às normas estabelecidas pelo</p><p>órgão responsável por sua administração, e àquelas</p><p>previstas em regulamento.</p><p>(C) nos Parques Nacionais, é proibida a visitação pública,</p><p>exceto quando com objetivo educacional, de acordo</p><p>com o que dispuser o Plano de Manejo da unidade</p><p>ou regulamento específico.</p><p>(D) nas Florestas Nacionais, não será admitida a perma-</p><p>nência de populações tradicionais, cabendo ao Plano</p><p>de Manejo definir as regras sobre desapropriação</p><p>das áreas privadas.</p><p>DIREITO CIVIL</p><p>ROBERTA QUEIROZ</p><p>35</p><p>Alice, na qualidade de única herdeira e inventariante do</p><p>espólio de João, ajuizou ação de indenização por danos</p><p>morais em face do Banco Dinheiro na Mão, tendo em vis-</p><p>ta a inclusão indevida do nome do falecido nos cadastros</p><p>de restrição ao crédito ocorrida após o seu falecimento.</p><p>A advogada do banco, Dra. Carolina, alegou não haver</p><p>legitimidade por parte da ação de Alice, pois, segundo</p><p>ela, não há que se falar em transmissibilidade do direito</p><p>à reparação por danos morais depois do falecimento da</p><p>pessoa que, em tese, sofreu a violação dos direitos de</p><p>personalidade. Alice procura você, como advogado(a),</p><p>que, acertadamente responde que:</p><p>(A) o direito à indenização por danos morais não se</p><p>transmite com o falecimento do titular João, não</p><p>possuindo, portanto, a herdeira da vítima legitimida-</p><p>de ativa para ajuizar a ação indenizatória.</p><p>(B) o direito à indenização por danos morais transmite-</p><p>-se com o falecimento do titular João, possuindo a</p><p>herdeira Alice legitimidade ativa para ajuizar ou até</p><p>mesmo prosseguir na ação indenizatória.</p><p>(C) o direito à indenização por danos morais transmite-</p><p>-se com o falecimento do titular, possuindo a herdei-</p><p>ra Alice legitimidade ativa somente para prosseguir</p><p>na ação indenizatória.</p><p>(D) da anotação irregular em cadastro de proteção ao</p><p>crédito não cabe, em nenhuma hipótese, indeniza-</p><p>ção por dano moral, mas Alice pode pedir somente</p><p>o cancelamento.</p><p>36</p><p>Roberta, Rogério e Raquel são irmãos e condôminos pro-</p><p>prietários de uma unidade imobiliária na cobertura de</p><p>um prédio de alto padrão na cidade de Brasília, avaliada</p><p>em 12 milhões de reais e alugada atualmente para uma</p><p>celebridade na cidade, Maria Christina. A locatária paga</p><p>o valor proporcional do aluguel, depositando a quantia</p><p>respectiva na conta bancária de cada um dos locadores.</p><p>Raquel está necessitada do dinheiro e resolve oferecer</p><p>sua parte diretamente para Maria Christina, que acei-</p><p>ta e lhe paga três milhões de reais, à vista. Em seguida,</p><p>Raquel sai do condomínio e vai realizar seus projetos</p><p>pessoais de cuidar de crianças carentes na África. Maria</p><p>Christina registra imediatamente a escritura de compra</p><p>e venda na matrícula do imóvel e se torna coproprietária</p><p>ao lado de Roberta e de Rogério. Entretanto, os irmãos</p><p>só ficam sabendo do ocorrido quatro meses depois,</p><p>ocasião em que Rogério fica bastante indignado, pois ele</p><p>tinha interesse em adquirir a fração ideal da irmã. Assim,</p><p>Rogério procura você como advogado(a) que, acertada-</p><p>mente responde que:</p><p>(A) não há nada que Roberta e Rogério possam fazer,</p><p>pois o negócio celebrado entre Raquel e Maria Chris-</p><p>tina é ato jurídico perfeito, válido e sem vícios.</p><p>(B) garante-se a Roberta e a Rogério adjudicar o imóvel,</p><p>depositando em juízo o valor da negociação feita</p><p>com Maria Christina, desde que o façam no prazo</p><p>prescricional de quatro anos, contados a partir do re-</p><p>gistro da escritura pública de compra e venda.</p><p>(C) garante-se a Roberta e a Rogério adjudicar o imóvel,</p><p>depositando em juízo o valor da negociação feita</p><p>com Maria Christina, a fim de que exerçam o direito</p><p>de preferência na aquisição de fração ideal de coi-</p><p>sa comum indivisa, em iguais condições ofertadas</p><p>a Maria Christina, desde que o façam no prazo de-</p><p>cadencial de 180 (cento e oitenta) dias, contados a</p><p>partir do registro da escritura pública de compra e</p><p>venda.</p><p>(D) Roberta e Rogério somente podem pedir reparação</p><p>civil por danos morais em face de Raquel, tendo em</p><p>vista a clara violação aos direitos de personalidade.</p><p>37</p><p>Carolina tem 26 anos e viveu um amor intenso, reconhe-</p><p>cido como união estável, com Odair, falecido há três me-</p><p>ses, de infarto fulminante, aos 82 anos de idade. Odair</p><p>deixou quatro filhos: Michele, com 56 anos de idade;</p><p>Lorena, com 52 anos de idade; Pablo com 50 anos de</p><p>idade; e Eugênio com 48 anos de idade. Odair deixou</p><p>como bens a inventariar uma mansão de frente para o</p><p>mar em Porto de Galinhas – PE, vários veículos e dinhei-</p><p>ro em conta bancária e aplicações financeiras. Feito o</p><p>inventário e a partilha de bens, o filho de Eugênio e neto</p><p>preferido de Odair, João, com 24 anos de idade e recém-</p><p>-formado está indignado com o fato de Carolina ter</p><p>permanecido na casa de praia em Porto de Galinhas e</p><p>ajuíza ação de despejo para que ela seja imediatamente</p><p>expulsa do lugar onde mora. Além disso, Carolina é con-</p><p>templada no testamento com uma expressiva quantia</p><p>em dinheiro e alguns dos carros deixados pelo de cujus.</p><p>Sobre o caso narrado, responda:</p><p>(A) Carolina tem assegurado, independentemente do re-</p><p>gime de bens, sem prejuízo da participação que lhe</p><p>caiba na herança, o direito real de habitação relati-</p><p>vamente ao imóvel em Porto de Galinhas, desde que</p><p>seja o único daquela natureza a inventariar.</p><p>(B) Carolina não tem direito de ficar na casa em Porto</p><p>de Galinhas, pois recebeu bens suficientes para com-</p><p>prar seu imóvel e residir em outro lugar.</p><p>(C) Carolina tem assegurado, independentemente do</p><p>regime de bens, o direito real de habitação relativa-</p><p>mente ao imóvel em Porto de Galinhas, ainda que</p><p>houvesse outro bem imóvel residencial a inventariar.</p><p>(D) Carolina tem assegurado, somente nos regimes da</p><p>comunhão parcial ou comunhão universal de bens, o</p><p>direito real de habitação relativamente ao imóvel em</p><p>Porto de Galinhas, mas com prejuízo da participação</p><p>que lhe caiba na herança.</p><p>38</p><p>Eugênio vive num apartamento alugado, de propriedade</p><p>de Aryana, situado em bairro nobre de Goiânia. Como o</p><p>imóvel está situado em localização privilegiada e tem vá-</p><p>rias atrações dentro do próprio condomínio, é frequen-</p><p>te a cobrança de taxas extras de reposição do fundo de</p><p>reserva para pagamento das despesas do condomínio</p><p>durante esse período em que Eugênio ocupa o imóvel.</p><p>Todos os meses, Eugênio pede o abatimento das taxas</p><p>extras a Aryana, que discorda do entendimento dele</p><p>pois, segundo ela, o locatário é quem deve pagar todas</p><p>as despesas e taxas condominiais. Diante da situação,</p><p>Aryana procura você como advogado(a) que, acertada-</p><p>mente, orienta que:</p><p>(A) Aryana é obrigada a pagar as taxas extras de reposi-</p><p>ção do fundo de reserva, relativas ao período em que</p><p>Eugênio ocupa o imóvel locado, por ser ela a proprie-</p><p>tária e inserir tais cobranças no valor do reajuste do</p><p>ano seguinte do aluguel.</p><p>(B) Eugênio é obrigado a pagar as taxas extras de repo-</p><p>sição do fundo de reserva, mesmo</p><p>sendo o locatário,</p><p>relativas ao período em que ocupa o imóvel locado,</p><p>mas pode pedir ressarcimento a Aryana no prazo de-</p><p>cadencial de três anos.</p><p>(C) Aryana é obrigada a pagar as taxas extras de repo-</p><p>sição do fundo de reserva, relativas ao período em</p><p>que Eugênio ocupa o imóvel locado, por ser ela a</p><p>proprietária.</p><p>(D) Eugênio é obrigado a pagar as taxas extras de repo-</p><p>sição do fundo de reserva, mesmo sendo o locatário,</p><p>relativas ao período em que ocupa o imóvel locado.</p><p>39</p><p>Lorena é viúva, tem dois filhos, Eugênio e Nilton, com</p><p>30 e 28 anos de idade respectivamente. Como Lorena</p><p>é dona de um vasto patrimônio, resolve fazer um testa-</p><p>mento deixando sua parte disponível para sua sobrinha</p><p>preferida, Roberta, que é estudante de Medicina e pre-</p><p>tende trabalhar na Amazônia ajudando as populações</p><p>ribeirinhas. Lorena convoca seu advogado Rogério e faz</p><p>seu testamento particular, todo em língua portuguesa.</p><p>Entretanto, como estava com os dois braços engessa-</p><p>dos, em virtude de uma lesão sofrida no último treino</p><p>de crossfit, coloca somente sua impressão digital. Diante</p><p>do caso narrado, responda:</p><p>(A) O testamento particular somente pode ser escrito de</p><p>próprio punho e, portanto, o testamento de Lorena</p><p>é inválido.</p><p>(B) O testamento particular somente pode ser escrito</p><p>por processo mecânico e, portanto, o testamento de</p><p>Lorena é nulo.</p><p>(C) É válido o testamento particular que, a despeito de</p><p>não ter sido assinado de próprio punho pela testado-</p><p>ra, contou com a sua impressão digital.</p><p>(D) Se o testamento contivesse expressões ou dispo-</p><p>sições em outro idioma, como inglês, espanhol ou</p><p>francês, seria inválido pois as pessoas não o compre-</p><p>enderiam.</p><p>40</p><p>Ana Paula está completamente endividada e tem como</p><p>principal credor Eugênio, seu ex-namorado dos tempos</p><p>da faculdade. Como todas as suas economias estão de-</p><p>positadas na conta poupança, ela resolve transferir tal</p><p>quantia para a conta do novo namorado, Rafael. Eugênio</p><p>ingressa com uma ação judicial de cobrança do mútuo</p><p>e tem seu pedido julgado procedente. Ao final, quando</p><p>do cumprimento de sentença, descobre que antes mes-</p><p>mo do ajuizamento da ação, Ana Paula havia transferido</p><p>todo o dinheiro para a conta do atual namorado. O ato</p><p>praticado por Ana Paula pode ser considerado:</p><p>(A) fraude à execução.</p><p>(B) fraude contra credores.</p><p>(C) lesão.</p><p>(D) dolo.</p><p>41</p><p>Rafael estava dirigindo seu veículo calmamente, na velo-</p><p>cidade da via, de maneira bastante atenta. De repente, o</p><p>motorista do carro da frente, Rogério, que estava falan-</p><p>do ao celular e fazendo “stories” para o instagram freia</p><p>em plena via de rápida circulação, de modo que não há</p><p>como Rafael parar o seu carro sem abalroar o carro de</p><p>Rogério. Logo atrás de Rogério, vinha Michele que tam-</p><p>bém dirigia atentamente, mas diante da brusca parada</p><p>dos veículos à frente, não consegue parar e abalroa o</p><p>veículo de Rafael. Diante do caso narrado, responda:</p><p>(A) Rogério deve indenizar Rafael e Michele, tendo em</p><p>vista que a conduta foi exclusivamente dele e os</p><p>carros de Michele e Rafael são considerados corpos</p><p>neutros.</p><p>(B) Michele deve indenizar Rafael que, por sua vez, deve</p><p>indenizar Rogério, pois quem bate na traseira do veí-</p><p>culo está sempre errado.</p><p>(C) Michele deve indenizar Rafael e Rogério, pois foi ela</p><p>quem bateu na traseira do veículo de Rafael.</p><p>(D) Rafael deve indenizar Michele, pois o dano foi causa-</p><p>do no veículo dela porque o mesmo não conseguiu</p><p>desviar do veículo de Rogério.</p><p>ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE – ECA</p><p>PATRICIA DREYER</p><p>42</p><p>Alice, uma menina de oito anos de idade, vive em sua</p><p>residência com sua mãe Raquel, seu padrasto Rafael e</p><p>uma irmã unilateral, Michele. A pequena Alice foi encon-</p><p>trada em sua residência presa num caixote de madeira,</p><p>com mãos e pés acorrentados. Ela tinha de ficar em pé</p><p>todo o tempo, não havia espaço para que ela pudesse se</p><p>movimentar ou se sentar, e ainda era alimentada com</p><p>ração para cachorros. O Conselho Tutelar foi acionado,</p><p>por meio de um telefonema anônimo, para tomar pro-</p><p>vidências, ocasião em que buscou a menor, por meio de</p><p>força policial, e entregou-a às autoridades competentes.</p><p>O Juízo da Infância e da Juventude concedeu, de modo</p><p>liminar, a guarda de Alice à sua tia Lorena até que se apu-</p><p>rem os fatos. Diante do caso narrado, assinale a alterna-</p><p>tiva incorreta acerca da atuação do Conselho Tutelar.</p><p>(A) O Conselho Tutelar é órgão permanente e autôno-</p><p>mo, não jurisdicional, encarregado pela sociedade de</p><p>zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do</p><p>adolescente, definidos nesta Lei.</p><p>(B) Em cada município haverá, no mínimo, um Conselho</p><p>Tutelar composto de cinco membros, escolhidos pela</p><p>comunidade local para mandato de três anos, permi-</p><p>tida uma recondução.</p><p>(C) O caso narrado revela situação de castigo físico que</p><p>pode ser identificado pelo sofrimento físico ou le-</p><p>são à menor.</p><p>(D) O exercício efetivo da função de Conselheiro cons-</p><p>tituirá serviço público relevante e estabelecerá pre-</p><p>sunção de idoneidade moral.</p><p>43</p><p>O menor Rogério, com 12 anos de idade, foi abordado</p><p>por Pedro, um senhor de idade, com 75 anos; depois</p><p>disso, eles começaram a conversar por meio de aplicati-</p><p>vo de mensagens. Pedro, depois de criado certo vínculo</p><p>pessoal, ofereceu presencialmente a Rogério dinheiro a</p><p>fim de que este, em troca, o permitisse apalpá-los nas</p><p>partes íntimas, praticando, assim, ato libidinoso. A mãe</p><p>de Rogério, a sra. Roberta, descobriu as mensagens e</p><p>acionou as autoridades competentes. Diante do caso</p><p>narrado, assinale a alternativa correta:</p><p>(A) O ato praticado por Pedro encontra-se tipificado no</p><p>Código Penal e por isso não atrai a aplicação do Esta-</p><p>tuto da Criança e do Adolescente.</p><p>(B) O ato praticado por Pedro é atípico e, portanto, Pedro</p><p>só será advertido a não mais cometer tal conduta.</p><p>(C) O ato praticado por Pedro é considerado crime con-</p><p>tra o adolescente Rogério, tipificado com perturba-</p><p>ção da tranquilidade.</p><p>(D) Pedro praticou crime contra Rogério, em conduta</p><p>tipificado no Estatuto da Criança e do Adolescente,</p><p>mesmo tendo sido a comunicação direta.</p><p>CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR</p><p>PATRÍCIA DREYER</p><p>44</p><p>Aryana ingressou com ação judicial em face do Distrito</p><p>Federal, pleiteando indenização em decorrência de dano</p><p>ocorrido durante a realização de obras nos arredores de</p><p>determinado condomínio onde reside. O Juiz, por sua</p><p>vez, ao citar o Distrito Federal, constatou que já havia</p><p>uma ação civil pública, ajuizada pela Associação de Mo-</p><p>radores da Região, constituída há mais de cinco anos, e</p><p>pleiteava a condenação daquela pessoa jurídica de direi-</p><p>to público pelos mesmos danos. Entendeu o Juiz, nesse</p><p>caso, que se tratava de litispendência e, por essa razão,</p><p>extinguiu o feito sem resolução de mérito. Aryana, bas-</p><p>tante decepcionada com a decisão judicial, procura você</p><p>como advogado(a), que, acertadamente responde que:</p><p>(A) se a ação coletiva tiver seu pedido julgado impro-</p><p>cedente, por insuficiência de provas, tal decisão</p><p>atinge Aryana.</p><p>(B) o Juiz está correto e, realmente, há litispendência</p><p>no caso narrado, pois o pleito de Aryana na ação in-</p><p>dividual é o mesmo formulado pela Associação de</p><p>Moradores.</p><p>(C) está equivocado o Juiz, tendo em vista que a ação</p><p>coletiva proposta pela Associação não induz litispen-</p><p>dência para a ação individual proposta por Aryana.</p><p>(D) está equivocado o Juiz, pois, em caso de procedência</p><p>do pedido na ação coletiva, os efeitos da coisa julga-</p><p>da da ação coletiva jamais atingiriam Aryana.</p><p>45</p><p>João adquiriu, em uma loja, uma mesa extensível para</p><p>esta ser colocada no Espaço Gourmet de sua nova man-</p><p>são, adquirida com o prêmio da Mega-Sena da Virada.</p><p>Obedeceram-se todas as instruções para montagem</p><p>constantes no manual em que estava escrito “Faça Você</p><p>Mesmo”: João utilizou uma parafusadeira, seguiu todas</p><p>as instruções, deixou a mesa pronta para uso. Assim, ele</p><p>resolveu convidar seus melhores amigos, Nilton, Patrí-</p><p>cia, Maria e Roberta para um churrasco no domingo sub-</p><p>sequente. Quando estavam todos os seus convidados</p><p>sentados à mesa, ela se desmontou bruscamente</p><p>e caiu</p><p>sobre as pernas dos amigos de João, causando sérias le-</p><p>sões em todos eles. Prontamente socorridos por João,</p><p>que os levou ao hospital mais próximo, e recuperados</p><p>do incidente, os quatro amigos procuram você como</p><p>advogado(a) que, acertadamente, orienta que:</p><p>(A) João é o único considerado consumidor que poderia</p><p>ajuizar ação contra a loja, já que a mesa foi adquiri-</p><p>da por ele.</p><p>(B) Os quatro amigos, mesmo não sendo consumidores</p><p>diretos ou indiretos, podem se valer das regras do</p><p>Código de Defesa do Consumidor em virtude do prin-</p><p>cípio da vulnerabilidade.</p><p>(C) Os quatro amigos somente podem ajuizar ação de</p><p>reparação de danos em face de João, que foi quem</p><p>os convidou para sentar à mesa montada por ele.</p><p>(D) Os quatro amigos, Nilton, Patrícia, Maria e Roberta,</p><p>são consumidores por equiparação, podendo se va-</p><p>ler das regras do Código de Defesa do Consumidor.</p><p>DIREITO EMPRESARIAL</p><p>EUGÊNIO BRUGGER</p><p>46</p><p>Teófilo se formou em Medicina em dezembro de 2020.</p><p>Em janeiro de 2021, seu pai, João, faleceu e deixou, a</p><p>título de herança, uma fazenda com 5.000 hectares no</p><p>município de Ariquemes/RO. Teófilo decidiu iniciar a ati-</p><p>vidade de piscicultura para a criação de tambaquis no</p><p>imóvel herdado.</p><p>Diante do caso apresentado, assinale a alternati-</p><p>va correta.</p><p>(A) Teófilo será considerado empresário se exercer pro-</p><p>fissionalmente atividade econômica organizada para</p><p>a produção ou a circulação de bens ou de serviços.</p><p>(B) Teófilo será necessariamente considerado empresá-</p><p>rio mesmo sem exercer profissionalmente atividade</p><p>econômica organizada para a produção ou a circula-</p><p>ção de bens ou de serviços.</p><p>(C) Teófilo será considerado empresário caso requeira a</p><p>sua inscrição no Registro Público de Empresas Mer-</p><p>cantis da respectiva sede.</p><p>(D) Teófilo será considerado empresário independente-</p><p>mente de sua inscrição no Registro Público de Em-</p><p>presas Mercantis da respectiva sede.</p><p>47</p><p>A sociedade XYZ Ltda. e a sociedade ABC Ltda., após di-</p><p>versas tratativas, decidiram preceder a fusão das socie-</p><p>dades. O sócio Tibério, que faz parte do quadro societá-</p><p>rio da sociedade XYZ Ltda., com dúvidas, procura você,</p><p>advogado(a), para saber qual é o quórum para a delibe-</p><p>ração da almejada fusão.</p><p>Você respondeu corretamente que:</p><p>(A) a fusão deve ser aprovada pelos votos correspon-</p><p>dentes, no mínimo, a três quartos do capital social</p><p>de cada sociedade.</p><p>(B) a fusão deve ser aprovada pela unanimidade dos só-</p><p>cios de cada sociedade.</p><p>(C) a fusão deve ser aprovada pela maioria de votos dos</p><p>presentes de cada sociedade.</p><p>(D) a fusão deve ser aprovada pelos votos correspon-</p><p>dentes, no mínimo, a três quartos do capital social</p><p>de cada sociedade.</p><p>48</p><p>Antônio, Ananias e Bento decidiram constituir uma so-</p><p>ciedade anônima para a venda de equipamentos eletrô-</p><p>nicos em Itu/SP. Ananias pretende realizar a parte por</p><p>ele subscrita do capital social com um imóvel no qual a</p><p>sociedade utilizará como depósito.</p><p>Sobre avaliação de bens para a realização do capital</p><p>social de uma sociedade anônima, assinale a alternati-</p><p>va correta.</p><p>(A) A avaliação dos bens será feita por 02 (dois) peritos</p><p>ou por empresa especializada, nomeados em assem-</p><p>bleia-geral dos subscritores, convocada pela impren-</p><p>sa e presidida por um dos fundadores, instalando-se</p><p>em primeira convocação com a presença de subs-</p><p>critores que representem um terço, pelo menos, do</p><p>capital social, e em segunda convocação com qual-</p><p>quer número.</p><p>(B) A avaliação dos bens será feita por 03 (três) peritos</p><p>ou por empresa especializada, nomeados em assem-</p><p>bleia-geral dos subscritores, convocada pela impren-</p><p>sa e presidida por um dos fundadores, instalando-se</p><p>em primeira convocação com a presença de subscri-</p><p>tores que representem dois terços, pelo menos, do</p><p>capital social, e em segunda convocação com qual-</p><p>quer número.</p><p>(C) A avaliação dos bens será feita por 02 (dois) peritos</p><p>ou por empresa especializada, nomeados em assem-</p><p>bleia-geral dos subscritores, convocada pela impren-</p><p>sa e presidida por um dos fundadores, instalando-se</p><p>em primeira convocação com a presença de subs-</p><p>critores que representem metade, pelo menos, do</p><p>capital social, e em segunda convocação com qual-</p><p>quer número.</p><p>(D) A avaliação dos bens será feita por 03 (três) peritos</p><p>ou por empresa especializada, nomeados em assem-</p><p>bleia-geral dos subscritores, convocada pela impren-</p><p>sa e presidida por um dos fundadores, instalando-se</p><p>em primeira convocação com a presença de subs-</p><p>critores que representem metade, pelo menos, do</p><p>capital social, e em segunda convocação com qual-</p><p>quer número.</p><p>49</p><p>Tamires decidiu empreender e foi a Goiânia/GO com-</p><p>prar roupas para revender em seu site na Internet. No</p><p>dia 21/01/2021, realizou a compra dos produtos, a qual</p><p>foi representada por uma cártula de cheque pós-datada</p><p>para o dia 22/03/2021. Em 1º/02/2021, Alisson, empre-</p><p>sário que vendeu os produtos para Tamires, apresentou</p><p>o cheque ao Banco Y S/A, que realizou o pagamento da</p><p>cártula diante da existência de fundos na conta corrente</p><p>de Tamires.</p><p>Sobre o caso apresentado, assinale a alternativa correta.</p><p>(A) Caracteriza dano moral a apresentação antecipada</p><p>de cheque pré-datado.</p><p>(B) Não caracteriza dano moral a apresentação anteci-</p><p>pada de cheque pré-datado.</p><p>(C) Caracteriza dano material a apresentação antecipada</p><p>de cheque pré-datado.</p><p>(D) Caracteriza lucros cessantes a apresentação anteci-</p><p>pada de cheque pré-datado.</p><p>50</p><p>Bernardo é empresário individual e, em 15/06/2020,</p><p>realizou a doação de um imóvel residencial para seu ir-</p><p>mão, Rafael. No dia 21/01/2021, decretou-se a falência</p><p>de Bernardo.</p><p>A respeito das disposições da Lei n. 11.101/2005 sobre a</p><p>falência, assinale a alternativa correta.</p><p>(A) A doação realizada por Bernardo pode ser revogada</p><p>por meio de ação revocatória que deverá ser propos-</p><p>ta pelo administrador judicial, por qualquer credor</p><p>ou pelo Ministério Público no prazo de 03 (três) anos</p><p>contado da decretação da falência.</p><p>(B) A doação realizada por Bernardo é ineficaz em relação</p><p>à massa falida, tenha ou não Rafael o conhecimento</p><p>do estado de crise econômico-financeira de Bernar-</p><p>do, seja ou não intenção deste fraudar credores.</p><p>(C) A doação realizada por Bernardo é inexistente em</p><p>relação à massa falida, tenha ou não Rafael o co-</p><p>nhecimento do estado de crise econômico-finan-</p><p>ceira de Bernardo, seja ou não intenção deste frau-</p><p>dar credores.</p><p>(D) A doação realizada por Bernardo pode ser revogada</p><p>por meio de ação revocatória, que deverá ser pro-</p><p>posta pelo administrador judicial, por qualquer cre-</p><p>dor ou pelo Ministério Público no prazo de 04 (qua-</p><p>tro) anos contado da decretação da falência.</p><p>DIREITO PROCESSUAL CIVIL</p><p>RAQUEL BUENO</p><p>51</p><p>Madalena promove demanda indenizatória em face de</p><p>Pedro, em virtude de agressão sofrida em um bar, pró-</p><p>ximo da residência da autora. Considerando que a audi-</p><p>ência de conciliação foi suprimida, Pedro foi citado para</p><p>oferecer resposta, e ato contínuo procura um advogado</p><p>e explica que a agressão foi promovida por seu irmão</p><p>gêmeo Paulo, sendo possível comprovar essa afirmação</p><p>mediante as filmagens do local, uma vez que Paulo pos-</p><p>sui uma tatuagem em todo braço direito, diferente de</p><p>Pedro, que não possui nenhuma tatuagem. Nesse con-</p><p>texto, assinale a alternativa correta.</p><p>(A) O advogado deve arguir a preliminar de ilegitimidade</p><p>passiva do cliente, sem necessidade de indicar o real</p><p>autor dos atos danosos que lesaram a autora.</p><p>(B) O advogado deve arguir a preliminar de ilegitimidade</p><p>passiva do cliente, com a indicação do real autor dos</p><p>atos danosos que lesaram a autora, sob pena de res-</p><p>ponsabilização subjetiva.</p><p>(C) O advogado deve arguir a preliminar de ilegitimidade</p><p>passiva do cliente, com a consequente e automática</p><p>extinção do processo, sem resolução de mérito.</p><p>(D) O advogado deve arguir a preliminar de ilegitimida-</p><p>de passiva do cliente, com a indicação do real autor</p><p>dos atos danosos que lesaram a autora. Caso haja a</p><p>substituição de Pedro por Paulo, Madalena deverá</p><p>pagar honorários advocatícios de sucumbência de 10</p><p>a 20% ao advogado do réu excluído do</p><p>processo.</p><p>52</p><p>Patrícia estava atrasada para o trabalho, razão pela</p><p>qual dirigia seu veículo em alta velocidade. Durante o</p><p>percurso, distraiu-se ouvindo um sucesso d’Os Barões</p><p>da Pisadinha e acabou colidindo na traseira do veículo</p><p>de Odair, que freou devidamente na faixa de pedestres.</p><p>Após conversa amigável, Patrícia assumiu a responsabi-</p><p>lidade e se comprometeu a acionar seu seguro para o</p><p>conserto do carro de Odair. Na semana seguinte, ao ser</p><p>procurada por Odair, Patrícia apresentou outra versão e</p><p>disse que não era responsável pelo ocorrido, o que levou</p><p>Odair a procurar um advogado para tomar as providên-</p><p>cias judiciais cabíveis. Nesse contexto, assinale a alter-</p><p>nativa correta.</p><p>(A) Odair pode promover ação indenizatória de maneira</p><p>direta e exclusiva contra a seguradora.</p><p>(B) Uma vez demandada Patrícia, ela deverá, obrigato-</p><p>riamente, denunciar à lide sua seguradora.</p><p>(C) Odair poderá promover a demanda indenizatória em</p><p>face de Patrícia e sua seguradora, em litisconsórcio.</p><p>(D) Uma vez demandada Patrícia, ela poderá promover o</p><p>chamamento ao processo da seguradora.</p><p>53</p><p>Roberta interpõe recurso extraordinário perante o Presi-</p><p>dente do TJDFT. Após juízo de admissibilidade promovi-</p><p>do pelo juízo a quo, negou-se seguimento ao recurso ex-</p><p>traordinário, com fundamento em tese jurídica firmada</p><p>em sede de repercussão geral. Nesse caso, o advogado</p><p>de Roberta poderá:</p><p>(A) interpor agravo interno para o próprio tribunal</p><p>recorrido.</p><p>(B) interpor agravo em recurso extraordinário do artigo</p><p>1.042 do CPC.</p><p>(C) apresentar reclamação, uma vez que o juízo a quo</p><p>não pode fazer juízo de admissibilidade.</p><p>(D) opor embargos de divergência.</p><p>54</p><p>Maria Cristina promove ação reipersecutória em face de</p><p>Nilton, requerendo liminar inaudita altera pars para a</p><p>imediata devolução de bens que foram confiados ao réu,</p><p>por meio de contrato de depósito, devidamente adim-</p><p>plido pela autora. A partir dos fatos narrados, assinale o</p><p>tipo de tutela jurisdicional que deve ser requerida pelo</p><p>causídico da autora:</p><p>(A) Tutela provisória de urgência antecedente.</p><p>(B) Tutela provisória de urgência incidental.</p><p>(C) Tutela provisória de evidência antecedente.</p><p>(D) Tutela provisória de evidência incidental.</p><p>55</p><p>Dagmar, residente e domiciliada no interior de Cabrobó</p><p>– PE, em viagem à Maceió – AL, sofre um mal súbito, e</p><p>ao ser atendida em um hospital público, sofre um erro</p><p>médico, que lhe retira o movimento dos membros infe-</p><p>riores em caráter definitivo. Ao retornar para sua casa,</p><p>procura um Núcleo de Prática Jurídica de uma Faculdade</p><p>privada local, para promover ação indenizatória em face</p><p>do Estado, e pensionamento, em virtude de sua incapa-</p><p>cidade laboral permanente. A partir desses fatos, assina-</p><p>le a alternativa correta.</p><p>(A) A ação deve ser ajuizada necessariamente em Ma-</p><p>ceió – AL, uma vez que lá é que ocorreram os fatos</p><p>danosos à autora.</p><p>(B) A ação pode ser ajuizada em Cabrobó.</p><p>(C) Em caso de condenação contra o Estado, acima de</p><p>mil salários mínimos, haverá necessidade de remes-</p><p>sa necessária.</p><p>(D) O causídico de Dagmar terá direito a prazo em do-</p><p>bro para todas as suas manifestações e intima-</p><p>ção pessoal.</p><p>56</p><p>Rogério propõe ação de cobrança em face de Alice. Após</p><p>o devido processo legal, proferiu-se sentença condena-</p><p>tória de obrigação pecuniária em face da ré, tendo o Juiz</p><p>baseado sua sentença na norma y. Após o trânsito em</p><p>julgado, Rogério iniciou a fase de cumprimento de sen-</p><p>tença, tendo escoado o prazo legal para pagamento vo-</p><p>luntário da obrigação. Nesse momento, Alice descobriu</p><p>que, antes do trânsito em julgado da decisão condena-</p><p>tória, a norma y que fundamentou a formação do título</p><p>executivo judicial ora em execução foi declarada incons-</p><p>titucional pelo STF, em controle difuso e sem modula-</p><p>ção de efeitos. Assim, Alice, ainda estudante de Direito,</p><p>procura seu primo advogado (Gustavo), que deverá lhe</p><p>aconselhar a:</p><p>(A) opor embargos de terceiro para invocar a inexequibi-</p><p>lidade do título.</p><p>(B) apresentar impugnação ao cumprimento de senten-</p><p>ça, cujo efeito suspensivo ope legis paralisa a execu-</p><p>ção até seu julgamento.</p><p>(C) ajuizar ação rescisória.</p><p>(D) apresentar impugnação ao cumprimento de senten-</p><p>ça, mediante petição simples dentro do processo sin-</p><p>crético, alegando ser o título inexequível em face da</p><p>inconstitucionalidade superveniente, com a possibi-</p><p>lidade de concessão de efeito suspensivo ope judicis,</p><p>desde que preenchidos os requisitos legais.</p><p>57</p><p>Carol, brasileira, residente e domiciliada no Canadá,</p><p>deseja promover seu divórcio em face de Eugênio, tam-</p><p>bém brasileiro, mas atualmente residindo em Portugal,</p><p>a fim de obter a partilha do patrimônio do casal, que se</p><p>encontra no Brasil (duas casas, um apartamento e uma</p><p>fazenda). Nessa hipótese:</p><p>(A) a ação poderá ser proposta em Portugal, com a</p><p>consequente homologação da sentença estrangei-</p><p>ra pelo STJ.</p><p>(B) a ação deverá ser proposta necessariamente no Bra-</p><p>sil, por ser hipótese de jurisdição brasileira exclusiva.</p><p>(C) a ação deverá ser proposta no Canadá, em virtude do</p><p>foro especial da mulher, com a consequente homolo-</p><p>gação da sentença estrangeira pelo STJ.</p><p>(D) a ação pode ser proposta no Canadá, em Portugal ou</p><p>no Brasil, por ser hipótese de jurisdição brasileira e</p><p>estrangeira concorrentes.</p><p>DIREITO PENAL</p><p>MICHELLE TONON</p><p>58</p><p>Márcio, 28 anos e capaz, em 20 de dezembro de 2020,</p><p>mediante ardil, obteve para si, em prejuízo de Laura, 30</p><p>anos e capaz, vantagem ilícita. Passados alguns dias dos</p><p>fatos, Márcio se arrepende e procura Laura, devolvendo</p><p>integralmente a quantia que havia obtido ilicitamente.</p><p>Laura, que havia registrado a ocorrência policial e repre-</p><p>sentado Márcio pela prática do estelionato, sensibilizada</p><p>com o comportamento arrependido do rapaz, procura</p><p>você, advogado(a), para orientação jurídica. Nesse caso,</p><p>você deverá explicar que:</p><p>(A) Márcio poderá ser beneficiado na futura ação penal</p><p>com o instituto do arrependimento eficaz, já que</p><p>devolveu integralmente a vantagem ilícita anterior-</p><p>mente obtida.</p><p>(B) Laura poderá se retratar da representação oferecida,</p><p>ainda no curso do inquérito policial e, uma vez au-</p><p>sente a condição de procedibilidade, não será inicia-</p><p>da a ação penal contra Márcio.</p><p>(C) Laura nada poderá fazer em benefício de Márcio,</p><p>considerando que o estelionato é crime de ação pe-</p><p>nal pública incondicionada.</p><p>(D) O arrependimento de Márcio poderá ser valorado</p><p>pelo Magistrado na sentença, como circunstância</p><p>atenuante.</p><p>59</p><p>Maurício, após injusta humilhação e provocação de Pe-</p><p>dro, vai até sua residência e busca uma faca, com a in-</p><p>tenção de matar o desafeto. Após três horas, Maurício</p><p>novamente encontra Pedro e, aproveitando-se da distra-</p><p>ção do rapaz, inicia os golpes de faca contra as costas</p><p>dele. Após diversas facadas terem atingido a vítima, em</p><p>diferentes locais do corpo, Pedro suplica pela sua vida e</p><p>pede perdão pela humilhação feita a Maurício. Vendo a</p><p>cena e os pedidos de Pedro, Maurício decide então so-</p><p>correr o desafeto, levando-o rapidamente até o melhor</p><p>hospital da cidade. Custeia todo o tratamento de Pedro,</p><p>que, felizmente, sobrevive aos golpes. Preocupado com</p><p>a repercussão jurídica de seu desatino, Maurício pro-</p><p>cura você, advogado(a). A correta orientação jurídica</p><p>para o caso é:</p><p>(A) Maurício praticou um crime de homicídio qualifica-</p><p>do tentado contra Pedro e será julgado pelo Tribu-</p><p>nal do Júri.</p><p>(B) Maurício, em julgamento pelo Júri Popular, poderá</p><p>ser beneficiado com a causa de diminuição de pena</p><p>consistente no homicídio privilegiado, já que agiu</p><p>sob o domínio de violenta emoção, após injusta pro-</p><p>vocação da vítima.</p><p>(C) Maurício não poderá ser beneficiado com o homicí-</p><p>dio privilegiado, já que agiu por motivo torpe, o qual</p><p>é incompatível com a forma privilegiada do crime.</p><p>(D) O comportamento de Maurício caracteriza o arre-</p><p>pendimento eficaz, já que, após a prática dos atos</p><p>executórios, atuou em benefício de Pedro, para evi-</p><p>tar a consumação do homicídio. Como consequên-</p><p>cia, ele somente responderá pelos atos efetivamente</p><p>praticados, isto é, pelas</p><p>lesões corporais.</p><p>60</p><p>Kátia, mãe da adolescente Bruna, de 13 anos de idade,</p><p>trabalhava o dia todo fora de casa e deixava a filha aos</p><p>cuidados de seu namorado, Carlos. Um dia, saiu um pou-</p><p>co mais cedo do trabalho e, ao chegar à sua casa, pela</p><p>janela da sala, vê Carlos mantendo relações sexuais com</p><p>sua filha no sofá. Apesar da cena estarrecedora, Kátia</p><p>nada fez e decidiu, então, voltar à sua residência todos</p><p>os dias no mesmo horário. Verificou que as relações se-</p><p>xuais se repetiram por várias vezes. Kátia, mesmo saben-</p><p>do dos abusos cometidos por seu namorado contra sua</p><p>filha, deixa de agir para impedi-lo. Nesse caso, é correto</p><p>afirmar que:</p><p>(A) Kátia, embora mãe de Bruna, não tinha obrigação</p><p>de evitar os crimes e, por isso, seu comportamento</p><p>é atípico.</p><p>(B) Kátia cometeu o crime de estupro de vulnerável,</p><p>na modalidade omissiva imprópria, pois tinha,</p><p>como mãe da menor de idade, o dever de impedir</p><p>os delitos.</p><p>(C) O crime cometido por Kátia é omissivo próprio.</p><p>(D) Carlos praticou o crime de estupro contra Bruna, pre-</p><p>visto no art. 213 do Código Penal e, caso a garota</p><p>tenha consentido nas relações, a conduta de Carlos</p><p>será considerada atípica.</p><p>61</p><p>Durante uma discussão, Marília, inimiga declarada de</p><p>Tereza, golpeou a barriga de sua rival com um canivete,</p><p>com intenção de matá-la. No entanto, após o primeiro</p><p>golpe, pensando nos filhos menores de Tereza, Marília</p><p>percebeu a gravidade de seu comportamento e optou</p><p>por não mais continuar golpeando Tereza, apesar de</p><p>saber que aquela única facada não seria suficiente para</p><p>matá-la. Nesse caso, Marília</p><p>(A) não responderá por crime algum, diante de seu arre-</p><p>pendimento posterior.</p><p>(B) responderá pelo crime de lesão corporal, em virtude</p><p>de seu arrependimento eficaz.</p><p>(C) responderá pelo crime de lesão corporal, em virtude</p><p>da desistência voluntária.</p><p>(D) responderá por tentativa de homicídio.</p><p>62</p><p>No interior de um hipermercado, Ricardo colocou em</p><p>sua mochila alguns equipamentos eletrônicos, com a</p><p>intenção de subtraí-los para si. Após conseguir sair do</p><p>estabelecimento sem pagar pelos produtos, Ricardo foi</p><p>detido, nas proximidades do local, por agentes de segu-</p><p>rança que visualizaram sua ação pelo sistema de câme-</p><p>ras de vigilância. Os produtos apreendidos com Ricardo</p><p>foram recuperados e avaliados em R$ 1.000,00 (mil re-</p><p>ais). Preocupado com a situação, Ricardo o(a) contrata</p><p>como advogado(a) para atuar no caso. A correta orienta-</p><p>ção jurídica a Ricardo é no sentido de que:</p><p>(A) não há crime, pela atipicidade da conduta, vez que</p><p>a existência das câmeras de vigilância no hiper-</p><p>mercado tornou impossível a consumação do furto</p><p>por Ricardo.</p><p>(B) não há crime, pela atipicidade da conduta, pela inci-</p><p>dência do princípio da insignificância.</p><p>(C) Ricardo praticou um crime de furto consumado e,</p><p>caso seja primário e de bons antecedentes, poderá</p><p>ser beneficiado com a figura do furto privilegiado,</p><p>previsto no art. 155, § 2º, do Código Penal.</p><p>(D) a situação revela crime impossível por ineficácia ab-</p><p>soluta do meio.</p><p>63</p><p>Rebeca praticou conduta tipificada como crime. Com a</p><p>entrada em vigor de nova lei, esse tipo penal foi formal-</p><p>mente revogado, mas a conduta de Rebeca foi inserida</p><p>em outro tipo penal. Buscando informações sobre a si-</p><p>tuação, Rebeca consulta você, advogado(a). Nessa situa-</p><p>ção, a orientação jurídica correta será:</p><p>(A) Rebeca responderá pelo crime praticado, pois não</p><p>ocorreu a abolitio criminis com a edição da nova lei.</p><p>(B) Rebeca será beneficiada com a abolitio criminis, que</p><p>sempre retroage para beneficiar os acusados.</p><p>(C) Diante da irretroatividade da lei penal em qual-</p><p>quer hipótese, não há pleito a se fazer em benefício</p><p>de Rebeca.</p><p>(D) A aplicação do princípio da continuidade normativo-</p><p>-típica ao caso acarreta a extinção da punibilidade</p><p>de Rebeca.</p><p>DIREITO PROCESSUAL PENAL</p><p>LORENA OCAMPOS</p><p>64</p><p>João, durante discussão familiar com sua esposa no local</p><p>onde ambos residem, sem justo motivo, agrediu-a, cau-</p><p>sando-lhe lesão corporal leve. João contrata você para</p><p>defendê-lo nos autos da investigação/processo. Nessa</p><p>situação hipotética, conforme a Lei n. 11.340/2006 e o</p><p>entendimento do STJ, assinale a seguir o esclarecimento</p><p>correto a ser dado ao João:</p><p>(A) A ofendida poderá renunciar à representação, desde</p><p>que o faça perante o Juiz.</p><p>(B) A ação penal proposta pelo Ministério Público será</p><p>pública incondicionada.</p><p>(C) João poderá ser beneficiado com a suspensão condi-</p><p>cional do processo, se presentes todos os requisitos</p><p>que autorizam o referido ato.</p><p>(D) João poderá receber proposta de transação penal do</p><p>Ministério Público, se houver anuência da vítima.</p><p>65</p><p>Em razão de mandados expedidos por Juiz competente,</p><p>realizaram-se providências cautelares de interceptação</p><p>telefônica e busca domiciliar na residência de José para</p><p>a obtenção de provas de crime de tráfico ilícito de entor-</p><p>pecentes a ele imputado e objeto de investigação em in-</p><p>quérito policial. Nessa situação, durante o procedimento</p><p>investigatório, você, como advogado de José:</p><p>(A) terá direito de acessar os relatórios e as demais</p><p>diligências da interceptação telefônica ainda em</p><p>andamento.</p><p>(B) terá direito de acessar os relatórios de cumprimento</p><p>dos mandados de busca e apreensão e os respectivos</p><p>autos de apreensão.</p><p>(C) estará impedido de acessar os laudos periciais incor-</p><p>porados aos procedimentos de investigação.</p><p>(D) estará impedido de acessar os autos de apresenta-</p><p>ção e apreensão já lavrados.</p><p>66</p><p>Em determinada audiência preliminar de juizado espe-</p><p>cial criminal, membro do Ministério Público, após aná-</p><p>lise do preenchimento dos requisitos legais, formulou</p><p>proposta de transação penal ao investigado, consistente</p><p>no pagamento exclusivo de multa pecuniária. O advoga-</p><p>do argumentou que a multa era excessiva. Sobre o insti-</p><p>tuto da transação penal e a situação hipotética anterior,</p><p>assinale a alternativa correta.</p><p>(A) A lei autoriza que o Juiz reduza a multa até a me-</p><p>tade do valor proposto pelo membro do Ministé-</p><p>rio Público.</p><p>(B) Acolhendo a proposta do Ministério Público aceita</p><p>pelo autor da infração, o Juiz aplicará a pena restritiva</p><p>de direitos ou multa, que importará em reincidência.</p><p>(C) Não se admitirá a proposta de transação penal se fi-</p><p>car comprovado ter sido o autor da infração conde-</p><p>nado pela prática de contravenção penal.</p><p>(D) Não se admitirá a proposta de transação penal se</p><p>ficar comprovado ter sido o autor da infração con-</p><p>denado, pela prática de crime, à pena restritiva de</p><p>direitos, por sentença definitiva.</p><p>67</p><p>Em uma Vara Criminal da capital, foram separados qua-</p><p>tro procedimentos para análise de prisões preventivas:</p><p>I – Joana está presa preventivamente por crime de rou-</p><p>bo com emprego de faca e tem uma filha de seis anos</p><p>de idade que depende de seus cuidados; II – Josefa está</p><p>presa preventivamente por crime de uso de documento</p><p>falso e tem uma filha de quatro anos de idade, mas não</p><p>é a única responsável pela criança, que também mora</p><p>com o pai; III – José está preso pelo crime de corrupção</p><p>e é o único responsável por filho de 11 anos de idade; IV</p><p>– João, um senhor de 78 anos de idade, está preso pre-</p><p>ventivamente por crime de latrocínio tentado. Com base</p><p>nas previsões do Código de Processo Penal, em especial</p><p>dos artigos 317 a 318-B, há possibilidade de você, como</p><p>advogado, em tese, requerer e ter admitida prisão do-</p><p>miciliar nos processos em que figuram como acusados:</p><p>(A) Joana, Josefa e João, apenas.</p><p>(B) Joana, Josefa e José, apenas.</p><p>(C) Josefa e José, apenas.</p><p>(D) Josefa e João, apenas.</p><p>68</p><p>Após ser instaurado inquérito policial para apurar a prá-</p><p>tica de um crime de posse de arma de uso permitido (art.</p><p>12 do Estatuto do Desarmamento – pena de um a três</p><p>anos de detenção, e multa), identificou-se que o autor</p><p>dos fatos seria João, que, em sua Folha de Antecedentes</p><p>Criminais, possuía 10 ações penais em aberto por crimes</p><p>diversos, como furtos, roubos, porte de arma e tráfico</p><p>de entorpecentes. Encaminhados os autos ao Ministério</p><p>Público, ofereceu-se denúncia em face de João; diante</p><p>da reiteração delitiva do denunciado civilmente identifi-</p><p>cado, requereu-se a decretação da prisão preventiva. O</p><p>advogado deverá requerer</p><p>(A) a liberdade provisória, ainda que com aplicação das</p><p>medidas cautelares alternativas, tendo em vista ser</p><p>cabível a prisão preventiva, mas não necessária.</p><p>(B) a liberdade provisória do acusado, tendo em vista ser</p><p>incabível a prisão preventiva.</p><p>(C) o relaxamento da prisão do acusado.</p><p>(D) a colocação em prisão domiciliar.</p><p>69</p><p>Jonas procurou você, como advogado, pois tinha a inten-</p><p>ção de ingressar com queixa-crime contra dois vizinhos</p><p>que o caluniavam constantemente. Narrados os fatos e</p><p>conferida procuração com poderes especiais, você, como</p><p>patrono da vítima, ingressou com a ação penal no Juiza-</p><p>do Especial Criminal, órgão efetivamente competente,</p><p>contudo o Magistrado rejeitou a queixa apresentada.</p><p>Dessa decisão do magistrado, caberá a você interpor:</p><p>(A) recurso em sentido estrito, no prazo de cinco dias.</p><p>(B) apelação, no prazo de cinco dias.</p><p>(C) recurso em sentido estrito, no prazo de dois dias.</p><p>(D) apelação, no prazo de dez dias.</p><p>DIREITO DO TRABALHO</p><p>RAFAEL TONASSI</p><p>70</p><p>O Juiz do Trabalho pode privilegiar a situação de fato que</p><p>ocorre na prática, devidamente comprovada, em detri-</p><p>mento dos documentos ou do rótulo conferido à relação</p><p>de direito material. Tal assertiva, no Direito do Trabalho,</p><p>refere-se ao princípio da</p><p>(A) irrenunciabilidade.</p><p>(B) intangibilidade salarial.</p><p>(C) continuidade.</p><p>(D) primazia da realidade.</p><p>71</p><p>A empresa Flamengo Ltda. é procurada por um jovem</p><p>com deficiência que tem 25 anos e deseja ser contrata-</p><p>do como aprendiz de auxiliar administrativo. A empresa</p><p>tem dúvida sobre a possibilidade legal dessa contratação</p><p>por conta da idade avançada do jovem. Assinale a afir-</p><p>mativa correta.</p><p>(A) Não se aplica a idade máxima ao aprendiz que tenha</p><p>deficiência, de modo que a contratação é possível.</p><p>(B) A idade máxima do aprendiz é de 24 anos, não haven-</p><p>do exceção, pelo que não é possível a contratação.</p><p>(C) Havendo autorização da Superintendência Regional</p><p>do Trabalho, o jovem poderá ser contratado como</p><p>aprendiz, haja vista sua situação especial.</p><p>(D) Não existe idade máxima para a contratação de</p><p>aprendizes, daí porque, em qualquer hipótese, a ad-</p><p>missão é possível.</p><p>72</p><p>Rafael, motorista de caminhão, mantém contrato de</p><p>trabalho com a Transportadora Delta S/A, no qual há</p><p>estipulação escrita de que o motorista envolvido em aci-</p><p>dente de trânsito será descontado pelas avarias e pre-</p><p>juízos causados. Em um dia comum, Rafael, com falta</p><p>de atenção, ultrapassou o sinal vermelho e colidiu com</p><p>veículo que vinha do outro lado do cruzamento. A em-</p><p>presa entendeu por bem descontar do salário de Rafael</p><p>o prejuízo causado pela batida.</p><p>Diante disso, assinale a afirmativa correta.</p><p>(A) A empresa agiu de forma incorreta, pois não poderia</p><p>descontar nada de Rafael, dado o princípio da intan-</p><p>gibilidade salarial.</p><p>(B) A empresa agiu de forma incorreta, pois nunca pode-</p><p>ria descontar os danos causados.</p><p>(C) A empresa agiu corretamente, pois Rafael agiu com</p><p>culpa e havia previsão contratual para tanto.</p><p>(D) A empresa agiu de forma incorreta, pois não houve</p><p>dolo por parte do empregado e é dela o risco do ne-</p><p>gócio. Logo, o desconto é descabido.</p><p>73</p><p>Jorge é balconista de uma lanchonete. Num determina-</p><p>do mês, ele cumpriu jornada de segunda a sexta-feira</p><p>das 12h às 21h com intervalo de uma hora para refei-</p><p>ção. Com base no caso apresentado, assinale a afirma-</p><p>tiva correta.</p><p>(A) Não haverá pagamento de adicional noturno porque</p><p>a jornada não ultrapassou o horário diurno.</p><p>(B) Jorge tem direito ao adicional noturno de 25% sobre</p><p>a jornada compreendida entre 20h e 21h.</p><p>(C) Jorge tem direito a receber horas-extras, sendo as-</p><p>sim reputadas as que ultrapassam a 4ª hora diária,</p><p>com acréscimo de 50%.</p><p>(D) Jorge tem direito ao adicional noturno de 20% sobre</p><p>a jornada compreendida entre 20h e 21h.</p><p>74</p><p>Em determinado caso, as partes resolvem promover a</p><p>extinção contratual por distrato. Para a hipótese, as al-</p><p>ternativas a seguir apresentam direitos deferidos ao</p><p>trabalhador, à exceção de um. Assinale a verba que o</p><p>empregado não tem direito de receber no distrato.</p><p>(A) Metade do aviso prévio.</p><p>(B) 13º salário proporcional.</p><p>(C) Seguro-desemprego.</p><p>(D) Indenização de 20% sobre o FGTS.</p><p>75</p><p>Melissa foi contratada pela empresa CBF S.A. para exer-</p><p>cer a função de agente administrativo, cumprindo jorna-</p><p>da de trabalho de segunda à sexta-feira das 14h às 18h,</p><p>sem intervalo alimentar. Decorridos dois anos do início</p><p>do pacto contratual, foi a empregada dispensada, rece-</p><p>bendo as parcelas da ruptura. Contudo, inconformada</p><p>porque jamais lhe foi permitido usufruir de intervalo</p><p>para descanso e alimentação, Melissa ajuíza reclamação</p><p>trabalhista postulando o pagamento do período corres-</p><p>pondente ao intervalo alimentar não concedido. Diante</p><p>da hipótese relatada, assinale a afirmativa correta.</p><p>(A) A empregada faz jus ao pagamento de uma hora ex-</p><p>traordinária diária, haja vista a supressão do interva-</p><p>lo intrajornada, na forma do art. 71, § 4º, da CLT.</p><p>(B) A empregada faz jus ao pagamento de apenas 15 mi-</p><p>nutos diários a título de horas extraordinárias, haja</p><p>vista a supressão do intervalo intrajornada, na forma</p><p>do art. 71, § 4º, da CLT.</p><p>(C) A empregada não faz jus ao pagamento de horas</p><p>extraordinárias, porquanto, diante da carga horária</p><p>cumprida, não lhe era assegurada a fruição de inter-</p><p>valo intrajornada.</p><p>(D) A empregada faz jus ao pagamento de indenização</p><p>correspondente ao valor de uma hora extraordi-</p><p>nária diária, haja vista a supressão do intervalo in-</p><p>trajornada.</p><p>DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO</p><p>ARYANNA LINHARES</p><p>76</p><p>Tatyana ajuizou reclamação trabalhista em face de seu</p><p>ex-empregador Wyndham Ltda., postulando adicional</p><p>noturno e horas-extras. Na data da audiência, compare-</p><p>cem Tatyana, seu advogado e o advogado da reclamada,</p><p>mas não comparece qualquer representante da empre-</p><p>sa, sem que haja um motivo relevante para isso. O efei-</p><p>to da ausência do representante legal da reclamada à</p><p>audiência é:</p><p>(A) não há qualquer consequência. A audiência pode</p><p>prosseguir normalmente.</p><p>(B) o Juiz deverá designar uma nova audiência.</p><p>(C) o processo deverá ser arquivado.</p><p>(D) a consequência é a revelia, além de confissão quanto</p><p>à matéria de fato. O Juiz deve receber a defesa e os</p><p>documentos, uma vez que o advogado da reclamada</p><p>estava presente em audiência.</p><p>77</p><p>Acerca da competência material da Justiça do Trabalho,</p><p>assinale a alternativa correta:</p><p>(A) A Justiça do Trabalho é competente para julgar cri-</p><p>mes contra a organização do trabalho.</p><p>(B) A Justiça do Trabalho executará de ofício as contri-</p><p>buições sociais incidentes sobre os salários pagos</p><p>durante o período contratual.</p><p>(C) É da competência da Justiça do Trabalho processar</p><p>e julgar a ação de cobrança ajuizada por profissional</p><p>liberal contra cliente.</p><p>(D) Compete à Justiça do Trabalho julgar ação ajuizada</p><p>por empregados em face do sindicato discutindo o</p><p>resultado da eleição para a direção do sindicato.</p><p>78</p><p>Naldo ajuiza reclamação trabalhista em face da empresa</p><p>ABC Ltda. em Curitiba, Paraná. Entretanto, o autor sem-</p><p>pre trabalhou em Florianópolis, Santa Catarina. Na ótica</p><p>da reclamada, Florianópolis é o local onde deveria trami-</p><p>tar o feito. Nesse caso:</p><p>(A) a reclamada deve apresentar exceção de incompe-</p><p>tência em 48 horas.</p><p>(B) a reclamada deve apresentar exceção de incompe-</p><p>tência em cinco dias contados do recebimento da</p><p>notificação.</p><p>(C) a reclamada deve arguir a incompetência territorial</p><p>em preliminar de contestação.</p><p>(D) é incabível a alegação de incompetência territorial.</p><p>79</p><p>João ajuizou reclamação trabalhista em face da empresa</p><p>Brastemp Ltda. Concluindo a fase de liquidação, o Juiz</p><p>homologou os cálculos no valor de R$ 55.000,00, inician-</p><p>do-se a fase de execução. Dias depois, as partes compa-</p><p>recem em juízo pleiteando homologação de acordo no</p><p>valor de R$ 15.000,00. Com base no narrado anterior-</p><p>mente, é correto afirmar que:</p><p>(A) é vedado ao</p><p>Juiz homologar o acordo após a senten-</p><p>ça de liquidação.</p><p>(B) o Juiz poderá homologar o acordo, porém o INSS será</p><p>recolhido sobre R$ 55.000,00.</p><p>(C) o Juiz somente poderia homologar o acordo se hou-</p><p>vesse a concordância do órgão previdenciário, pois</p><p>inferior ao valor homologado.</p><p>(D) é possível a homologação do acordo, e o INSS será</p><p>recolhido sobre o valor do acordo.</p><p>80</p><p>José postulou o pagamento de adicional de insalubrida-</p><p>de em ação trabalhista movida em face de seu ex-em-</p><p>pregador. A gratuidade de justiça foi deferida e o perito</p><p>realizou a perícia, apontando, no laudo, a ausência de</p><p>insalubridade. Em razão disso, o pedido foi julgado im-</p><p>procedente.</p><p>Diante do exposto anteriomente, assinale a afirmati-</p><p>va correta.</p><p>(A) José, mesmo beneficiário da gratuidade de justiça,</p><p>fica responsável pelo pagamento dos honorários</p><p>periciais.</p><p>(B) Como José é beneficiário da gratuidade de justi-</p><p>ça, está isento do pagamento de custas, logo não</p><p>poderá custear os honorários do perito, que ficam</p><p>dispensados.</p><p>(C) A parte ré fica responsável pelo custeio da perícia,</p><p>face à inversão do ônus da prova pela hipossuficiên-</p><p>cia do empregado.</p><p>(D) O reclamante jamais custeará os honorários</p><p>do perito.</p><p>ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL</p><p>GABARITO</p><p>1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20</p><p>B D A B A B B A D C C B C D A D A B B B</p><p>21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40</p><p>C A B B D C D A A A D A D A B C A D C B</p><p>41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60</p><p>A B D C D C D D A B B C A D B D B B D B</p><p>61 62 63 64 65 66 67 68 69 70 71 72 73 74 75 76 77 78 79 80</p><p>C C A B B A C B D D A C A C C D D B D A</p><p>ÉTICA PROFISSIONAL</p><p>MARIA CHRISTINA BARREIROS</p><p>1</p><p>João, advogado, foi procurado por Chaves, um grande</p><p>traficante na região, para assumir sua defesa criminal.</p><p>A mídia, ao tomar conhecimento dos fatos, começou a</p><p>publicar matérias como forma de intimidar o advogado</p><p>a não aceitar a causa. Diante dos fatos, assinale a op-</p><p>ção correta.</p><p>(A) João deverá ponderar a aceitação da causa para não</p><p>manchar sua reputação profissional.</p><p>(B) João deve atuar com destemor a independência,</p><p>sem pensar em desagradar qualquer autoridade no</p><p>exercício da função.</p><p>(C) João deve atuar com destemor a independência, sem</p><p>pensar em desagradar qualquer autoridade, salvo os</p><p>membros da Magistratura e do Ministério Público.</p><p>(D) João deve ponderar se a causa não é indigna</p><p>de defesa.</p><p>Letra b.</p><p>(A) FALSO. Art. 2º, II, do CED.</p><p>(B) VERDADEIRO. Art. 2º, II, do CED.</p><p>(C) FALSO. Art. 2º, II, do CED.</p><p>(D) FALSO. Art. 2º, II, do CED.</p><p>2</p><p>Márcia é advogada e combinou com sua irmã, que é</p><p>dentista, a participação na divisão dos honorários ad-</p><p>vocatícios a cada paciente que for indicado por ela em</p><p>seu consultório odontológico. Diante dos fatos, assinale</p><p>a opção correta.</p><p>(A) Não haverá infração ética, tendo em vista o grau de</p><p>parentesco.</p><p>(B) Não há qualquer impedimento na divisão de hono-</p><p>rários de advogados, desde que a defesa seja toda</p><p>dirigida pela advogada.</p><p>(C) Haverá infração ética disciplinar punida com suspen-</p><p>são de 30 dias a 12 meses.</p><p>(D) Haverá infração ética disciplinar punida com censura.</p><p>Letra d.</p><p>(A) FALSO. Art. 7º do CED.</p><p>(B) FALSO. Art. 7º do CED.</p><p>(C) FALSO. Art. 7º do CED.</p><p>(D) VERDADEIRO. Art. 7º do CED.</p><p>3</p><p>Marcus, advogado, pediu renúncia de uma causa com a</p><p>devida notificação ao seu cliente. No entanto, como este</p><p>não havia efetuado o pagamento da parte dos honorá-</p><p>rios devidos ao advogado, Marcus reteve um computa-</p><p>dor de alto valor do cliente que se encontrava em sua</p><p>posse. Diante dos fatos, assinale a alternativa correta.</p><p>(A) O advogado não pode, em hipótese nenhuma, re-</p><p>ter bens do cliente como forma de pagamento dos</p><p>honorários.</p><p>(B) O advogado não pode reter bens do cliente como</p><p>forma de pagamento dos honorários, salvo se houve</p><p>prestação de contas.</p><p>(C) O advogado poderá reter bens do cliente como for-</p><p>ma de pagamento dos honorários.</p><p>(D) O advogado poderá reter bens do cliente como for-</p><p>ma de pagamento dos honorários, desde que haja</p><p>previsão contratual a esse respeito.</p><p>Letra a.</p><p>(A) VERDADEIRO. Art. 12 do CED.</p><p>(B) FALSO. Art. 12 do CED.</p><p>(C) FALSO. Art. 12 do CED.</p><p>(D) FALSO. Art. 12 do CED.</p><p>4</p><p>João é procurado por sua cliente Suze para opor visto</p><p>em um contrato de pessoa jurídica que será levado a re-</p><p>gistro perante a junta comercial do DF. Diante dos fatos,</p><p>assinale a opção correta.</p><p>(A) Toda e qualquer pessoa jurídica, para ser registrada</p><p>perante a junta comercial, depende da oposição de</p><p>visto de advogado.</p><p>(B) As microempresas e as empresas de pequeno porte</p><p>estão dispensadas do visto do advogado para serem</p><p>registradas perante a junta comercial.</p><p>(C) Se o advogado João trabalhar na junta comercial do</p><p>DF, estará impedido de opor visto em contratos que</p><p>sejam registrados em qualquer junta comercial.</p><p>(D) Se o advogado João trabalhar na junta comercial</p><p>do DF, poderá opor visto em contratos que sejam</p><p>registrados em qualquer junta comercial, inclusi-</p><p>ve a do DF.</p><p>Letra b.</p><p>(A) FALSO. Art. 2º do EOAB e art. 9º da LC n. 123/2006.</p><p>(B) VERDADEIRO. Art. 2º do EOAB e art. 9º da LC n.</p><p>123/2006.</p><p>(C) FALSO. Art. 2º do EOAB e art. 9º da LC n. 123/2006.</p><p>(D) FALSO. Art. 2º do EOAB e art. 9º da LC n. 123/2006.</p><p>5</p><p>Antônio foi eleito ao cargo de tesoureiro da seccional do</p><p>estado de Minas Gerais. Diante da situação apresentada,</p><p>assinale a alternativa correta.</p><p>(A) Antônio, enquanto estiver atuando no cargo de con-</p><p>selheiro, não poderá atuar em processos administra-</p><p>tivos disciplinares, salvo em causa própria.</p><p>(B) Antônio, enquanto estiver atuando no cargo de con-</p><p>selheiro, não poderá atuar em processos administra-</p><p>tivos disciplinares nem mesmo em causa própria.</p><p>(C) Antônio, enquanto estiver inscrito na Ordem dos Ad-</p><p>vogados do Brasil, não poderá atuar em processos</p><p>administrativos disciplinares, salvo em causa própria.</p><p>(D) Antônio, enquanto estiver inscrito na Ordem dos Ad-</p><p>vogados do Brasil, não poderá atuar em processos</p><p>administrativos disciplinares nem mesmo em cau-</p><p>sa própria.</p><p>Letra a.</p><p>(A) VERDADEIRO. Art. 33 do CED.</p><p>(B) FALSO. Art. 33 do CED.</p><p>(C) FALSO. Art. 33 do CED.</p><p>(D) FALSO. Art. 33 do CED.</p><p>6</p><p>João, advogado, atuou como árbitro em determinado</p><p>processo em que figuravam como partes as empresas</p><p>TKS e JJJ. Posteriormente, João foi intimado a depor ju-</p><p>dicialmente sobre tais fatos. Diante do exposto, assinale</p><p>a alternativa correta.</p><p>(A) O dever de guardar o sigilo recai apenas sobre a atua-</p><p>ção profissional como advogado, e não como árbitro.</p><p>(B) O advogado, quando no exercício das funções de me-</p><p>diador, conciliador e árbitro, submete-se às regras de</p><p>sigilo profissional.</p><p>(C) A advogado deve resguardar o sigilo profissional em</p><p>qualquer situação.</p><p>(D) O sigilo profissional é absoluto por informações ad-</p><p>vindas do exercício da advocacia.</p><p>Letra b.</p><p>(A) FALSO. Art. 36, § 2º, do CED.</p><p>(B) VERDADEIRO. Art. 36, § 2º, do CED.</p><p>(C) FALSO. Art. 36, § 2º, do CED.</p><p>(D) FALSO. Art. 36, § 2º, do CED.</p><p>7</p><p>O advogado Péricles, também formado em Jornalismo,</p><p>criou uma coluna num jornal com o objetivo de respon-</p><p>der consultas sobre determinado tema jurídico. Diante</p><p>dos fatos, assinale a alternativa correta.</p><p>(A) Diante da dupla profissão do advogado, é permitida</p><p>a criação da referida coluna.</p><p>(B) É vedado ao advogado responder com habitualida-</p><p>de consultas sobre temas jurídicos em colunas jor-</p><p>nalísticas.</p><p>(C) Desde que autorizado pelo Pleno da seccional, o ato</p><p>será permitido.</p><p>(D) Desde que autorizado pelo Pleno do CFOAB, o ato</p><p>será permitido.</p><p>Letra b.</p><p>(A) FALSO. Art. 42, I, do CED.</p><p>(B) VERDADEIRO. Art. 42, I, do CED.</p><p>(C) FALSO. Art. 42, I, do CED.</p><p>(D) FALSO. Art. 42, I, do CED.</p><p>8</p><p>Ana Cristina, advogada, respondeu a um processo admi-</p><p>nistrativo disciplinar tendo sido condenada à penalidade</p><p>de suspensão. No entanto, entende que a condenação</p><p>foi baseada em falsa prova e, por esse motivo, requereu</p><p>a revisão administrativa. Assinale a alternativa correta.</p><p>(A) A revisão do processo disciplinar pode ocorrer por</p><p>erro de julgamento ou por condenação baseada em</p><p>falsa prova.</p><p>(B) Tem legitimidade para requerer a revisão o advogado</p><p>punido com a sanção disciplinar bem como qualquer</p><p>outra pessoa com interesse na causa.</p><p>(C) A competência para processar e julgar o processo de</p><p>revisão é do Pleno da Seccional.</p><p>(D) Quando o órgão competente for o Conselho Federal,</p><p>a revisão processar-se-á perante a primeira Câmara,</p><p>reunida em sessão plenária.</p><p>Letra a.</p><p>(A) VERDADEIRO. Art. 73, § 5º, do EAOB.</p><p>(B) FALSO. Art. 68 do CED.</p><p>(C) FALSO. Art. 68 do CED.</p><p>(D) FALSO. Art. 68 do CED.</p><p>FILOSOFIA DO DIREITO</p><p>ODAIR JOSÉ</p><p>9</p><p>“O Estado, como realidade em ato da vontade substan-</p><p>cial, realidade que esta adquire na consciência particu-</p><p>lar de si universalizada, é o racional em si e para si: esta</p><p>unidade substancial é um fim próprio absoluto, imóvel,</p><p>nele a liberdade obtém o seu valor supremo, e assim</p><p>esse último fim possui um direito soberano perante os</p><p>indivíduos que em serem membros do Estado têm o seu</p><p>mais elevado valor”. HEGEL, G. F. Princípios da filosofia</p><p>do direito. 1990, p. 225.</p><p>Com base nas informações anteriores, assinale a alter-</p><p>nativa que apresenta a concepção hegeliana de Estado.</p><p>(A) O Estado é o poder soberano sobre os indivíduos que,</p><p>sob a sua égide, perdem a liberdade para se subme-</p><p>terem ao império da ordem subjetiva dos governos.</p><p>(B) O Estado é racionalmente constituído como força co-</p><p>letiva que permite a ordem em detrimento da liber-</p><p>dade dos indivíduos.</p><p>(C) O Estado é racional em si e para si, e a liberdade que</p><p>ele proporciona é limitada pelas emoções e senti-</p><p>mentos humanos.</p><p>(D) O Estado oferece aos cidadãos a ordem e o impé-</p><p>rio da razão; ele é o estágio evolutivo das corpora-</p><p>ções humanas.</p><p>Letra d.</p><p>O Estado representa o mais alto grau de evolução das</p><p>corporações humanas; é por meio dele que a noção</p><p>moderna de vida coletiva se torna possível, ele é fruto</p><p>da razão e, uma vez constituído, a liberdade dos seus</p><p>membros se torna possível sob o seu império, porque</p><p>a ordem não é impeditiva à liberdade, mas é o que a</p><p>proporciona. Nosso gabarito é a letra “d”.</p><p>10</p><p>Norberto Bobbio, em Teoria do Ordenamento Jurídico,</p><p>considera que não apenas a inexistência de normas</p><p>para o caso concreto se caracteriza como lacuna jurí-</p><p>dica, mas também a ausência de critérios que definam</p><p>qual regra deve ser aplicada. Nessa linha de raciocínio,</p><p>o autor identifica vários tipos de lacunas, das quais se</p><p>destacam as subjetivas, que podem ser voluntárias ou</p><p>involuntárias.</p><p>Sobre esse tema, é correto afirmar que as lacunas volun-</p><p>tárias ocorrem quando</p><p>(A) acidentalmente o legislador deixa brecha na lei ou</p><p>deixa de legislar sobre matéria específica.</p><p>(B) as regras são muito gerais e não conseguem abarcar</p><p>casos específicos.</p><p>(C) o legislador propositalmente deixa a brecha na lei</p><p>ou simplesmente não produz a lei para aquele caso</p><p>específico.</p><p>(D) há ausência de lei satisfatória ou justa.</p><p>Letra c.</p><p>As lacunas são subjetivas quando provocadas pelo</p><p>legislador e são voluntárias quando o legislador</p><p>propositalmente deixa de legislar sobre determinada</p><p>matéria. Nosso gabarito é a letra “c”.</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>ANA PAULA BLAZUTE</p><p>11</p><p>O estado-membro Alfa editou lei estabelecendo des-</p><p>conto obrigatório nas mensalidades da rede privada de</p><p>ensino durante a pandemia de Covid-19. De acordo com</p><p>a Constituição Federal e a jurisprudência, marque a al-</p><p>ternativa correta:</p><p>(A) A matéria legislada tem por objeto prestação de ser-</p><p>viço educacional, devendo ser considerada como de</p><p>interesse público municipal.</p><p>(B) Como versa sobre educação, a competência do esta-</p><p>do-membro é concorrente com a da União.</p><p>(C) A mensalidade escolar versa sobre direito obrigacio-</p><p>nal, portanto, de natureza contratual, logo cabe à</p><p>União legislar sobre o assunto.</p><p>(D) Somente competirá aos estados-membros legislar</p><p>sobre o assunto quando se tratar de mensalida-</p><p>des cobradas por instituições particulares de En-</p><p>sino Médio.</p><p>Letra c.</p><p>Ao estabelecer uma redução geral dos preços fixados nos</p><p>contratos para os serviços educacionais, a lei alterou,</p><p>de forma geral e abstrata, o conteúdo dos negócios</p><p>jurídicos, o que as caracteriza como normas de Direito</p><p>Civil, portanto, de competência privativa da União. (Vide</p><p>art. 22, I, da CF)</p><p>12</p><p>A Deputada Federal Maria Fifi foi eleita Presidenta da Câ-</p><p>mara dos Deputados para o mandato de dois anos, res-</p><p>pectivamente em 2019 e 2020. Ainda na mesma legislatu-</p><p>ra, Maria Fifi anuncia que pretende permanecer na função</p><p>até o fim de seu mandato como Deputada, o que ocorrerá</p><p>em quatro anos, sendo necessário que seja reeleita nos</p><p>dois próximos pleitos (dois mandatos bienais), respectiva-</p><p>mente, para exercer o mandato em 2021 e 2022.</p><p>Sobre a intenção da Deputada, segundo a Constituição</p><p>Federal, assinale a afirmativa correta.</p><p>(A) Maria Fifi pode se reeleger ao cargo de Presidente</p><p>da Câmara dos Deputados nos próximos dois anos,</p><p>sendo permitida uma reeleição.</p><p>(B) Não será possível a reeleição de Maria Fifi, pois a</p><p>Constituição veda a reeleição para esse mesmo cargo</p><p>no período bienal imediatamente subsequente.</p><p>(C) Maria Fifi nunca mais poderá exercer a Presidência</p><p>da Câmara dos Deputados, pois só se permite a elei-</p><p>ção para esse cargo uma vez para cada Parlamentar.</p><p>(D) Maria Fifi pode se reeleger quantas vezes quiser à</p><p>presidência da Câmara dos Deputados, pois não há</p><p>vedação constitucional para a reeleição dos cargos</p><p>do Poder Legislativo.</p><p>Letra b.</p><p>Art. 57, § 4º Cada uma das Casas reunir-se-á em sessões</p><p>preparatórias, a partir de 1º de fevereiro, no primeiro</p><p>ano da legislatura, para a posse de seus membros e</p><p>eleição das respectivas Mesas, para mandato de 2 (dois)</p><p>anos, vedada a recondução para o mesmo cargo na</p><p>eleição imediatamente subsequente.</p><p>13</p><p>Florzinha, Docinho, Lindinha e Rosinha, as “Meninas</p><p>Superpoderosas” do 10º período de Direito, estavam</p><p>discutindo sobre o tema funções essenciais à justiça.</p><p>Marque a alternativa correta de acordo com a Consti-</p><p>tuição Federal:</p><p>(A) Florzinha está correta ao afirmar que o Ministério</p><p>Público da União tem por chefe o Procurador-Geral</p><p>da República, nomeado pelo Presidente da República</p><p>dentre integrantes da carreira, maiores de 35 anos,</p><p>após a aprovação de seu nome pela maioria absoluta</p><p>dos membros do Senado Federal, para mandato de</p><p>dois anos, permitida uma única recondução.</p><p>(B) Docinho está correta ao afirmar que são princípios</p><p>institucionais do Ministério Público a unidade, a divi-</p><p>sibilidade e a independência funcional.</p><p>(C) Lindinha está correta ao afirmar que os Ministérios</p><p>Públicos dos Estados e o do Distrito Federal e Ter-</p><p>ritórios formarão lista tríplice dentre integrantes da</p><p>carreira, na forma da lei respectiva, para escolha de</p><p>seu Procurador-Geral, que será nomeado pelo Chefe</p><p>do Poder Executivo, para mandato de dois anos, per-</p><p>mitida uma recondução.</p><p>(D) Rosinha está correta ao afirmar que o Conselho Na-</p><p>cional do Ministério Público compõe-se de 15 mem-</p><p>bros nomeados pelo Presidente da República, depois</p><p>de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Se-</p><p>nado Federal.</p><p>Letra c.</p><p>(A) Art.128, § 1º, da CF.</p><p>(B) Art. 127. § 1º, da CF.</p><p>(C) Art. 128, § 3º, da CF.</p><p>(D) Art.130-A da CF.</p><p>14</p><p>O Presidente da República, no seu mandato, agrediu fi-</p><p>sicamente um funcionário do hotel em que se hospedou</p><p>no decorrer de suas férias, pois esse funcionário não te-</p><p>ria tido o devido cuidado no transporte de suas malas.</p><p>O Presidente da República, arrependido de ter agredido</p><p>fisicamente o funcionário, pergunta aos seus advogados</p><p>quais seriam as consequências do referido ato no exercí-</p><p>cio da presidência.</p><p>De acordo com o ordenamento jurídico pátrio:</p><p>(A) o Presidente será imediatamente suspenso de suas</p><p>funções pelo prazo de até 180 dias, se recebida a de-</p><p>núncia pelo Supremo Tribunal Federal.</p><p>(B) o Presidente será imediatamente suspenso de suas</p><p>funções pelo prazo de até 180 dias, se recebida a de-</p><p>núncia pelo Senado Federal</p><p>(C) caso a acusação seja autorizada por dois terços da</p><p>Câmara dos Deputados e a denúncia seja recebida</p><p>pelo Supremo Tribunal Federal, o Presidente será</p><p>imediatamente</p><p>suspenso de suas funções.</p><p>(D) o Presidente será criminalmente processado somen-</p><p>te após o término do mandato, tendo imunidade</p><p>temporária à persecução penal, posto que o Chefe</p><p>do Poder Executivo, na vigência de seu mandato,</p><p>não pode ser responsabilizado por atos estranhos ao</p><p>exercício de suas funções.</p><p>Letra d.</p><p>Art. 86, § 4º O Presidente da República, na vigência de</p><p>seu mandato, não pode ser responsabilizado por atos</p><p>estranhos ao exercício de suas funções.</p><p>15</p><p>Maria, mexicana naturalizada brasileira, foi eleita Sena-</p><p>dora. Após a posse, foi condenada, em sentença judicial</p><p>transitada em julgado, por conduta que comprometia a</p><p>soberania nacional, com o correlato cancelamento da</p><p>nacionalidade brasileira. De acordo com a Constituição</p><p>Federal, é correto afirmar que:</p><p>(A) com o cancelamento da naturalização por sentença</p><p>judicial transitada em julgado, Maria perdeu os seus</p><p>direitos políticos, o que a impede de votar e de ser</p><p>votada. Nesse caso, ela deve perder o mandato de</p><p>Senadora, e isso deve ser declarado pela Mesa do</p><p>Senado Federal.</p><p>(B) o cancelamento da nacionalidade brasileira é caso de</p><p>suspensão, e não perda dos direitos políticos.</p><p>(C) com o cancelamento da naturalização por sentença</p><p>judicial transitada em julgado, Maria perdeu os seus</p><p>direitos políticos, o que a impede de votar e de ser</p><p>votada, mas não perderá o mandato de Senadora,</p><p>que deverá ser preservado até o final da legislatura.</p><p>(D) Maria não poderia perder a nacionalidade brasileira,</p><p>posto que a Constituição Federal não prevê a possibi-</p><p>lidade de perda no caso de conduta que comprome-</p><p>te a soberania nacional.</p><p>Letra a.</p><p>Art. 15, inciso I, da CRFB/1988, art. 55, inciso IV, c/c art</p><p>55, § 3º, da CRFB e art. 12, § 4º, da CF.</p><p>Art. 12, § 4º Será declarada a perda da nacionalidade</p><p>do brasileiro que:</p><p>I – tiver cancelada sua naturalização, por sentença</p><p>judicial, em virtude de atividade nociva ao</p><p>interesse nacional;</p><p>16</p><p>Pedro e Lucas estavam discutindo sobre os cargos priva-</p><p>tivos de brasileiros natos. Segundo a Constituição Fede-</p><p>ral, marque a alternativa correta:</p><p>(A) São privativos de brasileiro nato os cargos de Pre-</p><p>sidente da República, de Deputado Federal e</p><p>de Senador.</p><p>(B) São privativos de brasileiro nato os cargos de Presi-</p><p>dente da República, de Governador e de Prefeito.</p><p>(C) São privativos de brasileiro nato os cargos de Presi-</p><p>dente da República, de Ministro de Estado e de Pre-</p><p>sidente do Senado Federal.</p><p>(D) São privativos de brasileiro nato os cargos de Presi-</p><p>dente da República, de Ministro do Supremo Tribu-</p><p>nal Federal e de oficial das Forças Armadas.</p><p>Letra d.</p><p>Art. 12, § 3º, da CF/1988.</p><p>17</p><p>O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por</p><p>provocação, mediante decisão de dois terços dos seus</p><p>membros, após reiteradas decisões sobre matéria</p><p>constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua pu-</p><p>blicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em</p><p>relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à Admi-</p><p>nistração Pública direta e indireta, nas esferas federal,</p><p>estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão</p><p>ou cancelamento, na forma estabelecida em lei. A apro-</p><p>vação, revisão ou cancelamento de súmula não poderá</p><p>ser provocada:</p><p>(A) pelo Conselho Seccional da OAB.</p><p>(B) por partido político com representação no Congres-</p><p>so Nacional.</p><p>(C) por confederação sindical ou entidade de classe de</p><p>âmbito nacional.</p><p>(D) pelo Defensor Público-Geral da União.</p><p>Letra a.</p><p>Quem pode provocar o STF para aprovação, revisão</p><p>ou cancelamento de súmula vinculante é o Conselho</p><p>Federal da OAB, e não o seccional.</p><p>Obs: ver o art. 103-A, § 2º , c/c art. 3º da Lei n.</p><p>11.417/2006.</p><p>DIREITOS HUMANOS</p><p>ALICE ROCHA</p><p>18</p><p>O Sistema Interamericano de Proteção dos Direitos Hu-</p><p>manos possui uma Comissão Interamericana compe-</p><p>tente para examinar comunicações encaminhadas por</p><p>indivíduos ou grupos de indivíduos que contenham de-</p><p>núncia de violação de direitos previstos na Convenção</p><p>Americana de Direitos Humanos. Após análise da de-</p><p>núncia, a Comissão buscará resolver a situação de modo</p><p>amigável e, se necessário, pode pedir mais informações</p><p>a respeito do assunto. Caso não alcance uma solução</p><p>nessa fase, a Comissão enviará um informe ao Estado,</p><p>concedendo-lhe um prazo para cumprir algumas reco-</p><p>mendações. Caso o Estado não atenda às exigências de-</p><p>liberadas pela Comissão, esta poderá</p><p>(A) solicitar a expulsão do Estado violador por inobser-</p><p>vância das regras interamericanas.</p><p>(B) dar uma segunda oportunidade ao Estado para que</p><p>este cumpra as determinações encaminhando um</p><p>segundo informe ou enviando o caso à Corte Intera-</p><p>mericana de Direitos Humanos.</p><p>(C) arquivar o caso, tendo em vista a falta de resposta</p><p>pelo Estado interessado.</p><p>(D) enviar o caso à Corte Internacional de Justiça da</p><p>ONU, tendo em vista a importância da complemen-</p><p>taridade entre os sistemas global e interamericano</p><p>de proteção dos direitos humanos.</p><p>Letra b.</p><p>Art. 51.1 da Convenção Americana. Se no prazo de três</p><p>meses, a partir da remessa aos Estados interessados</p><p>do relatório da Comissão, o assunto não houver sido</p><p>solucionado ou submetido à decisão da Corte pela</p><p>Comissão ou pelo Estado interessado, aceitando sua</p><p>competência, a Comissão poderá emitir, pelo voto</p><p>da maioria absoluta dos seus membros, sua opinião</p><p>e conclusões sobre a questão submetida à sua</p><p>consideração.</p><p>19</p><p>Ao longo da faculdade, Roberta sempre gostou muito</p><p>de Direito Penal e se tornou uma brilhante advogada.</p><p>Recentemente, Roberta foi procurada por Lorena, irmã</p><p>de Rogério, que cumpre pena pelo homicídio de um vi-</p><p>zinho. A família do de cujus tem ameaçado a família de</p><p>Lorena, afirmando que lutarão pela aplicação da pena</p><p>de morte para Rogério. A respeito da possibilidade de</p><p>aplicação dessa pena no Brasil e no mundo, Roberta</p><p>deve esclarecer que:</p><p>(A) de acordo com o Pacto de San José da Costa Rica, o</p><p>Estado possui soberania para restabelecer a pena de</p><p>morte em sua jurisdição, mesmo que a tenha abolido.</p><p>(B) a pena de morte no Brasil pode ser aplicada em caso</p><p>de guerra declarada.</p><p>(C) com base no Pacto Internacional sobre Direitos Civis</p><p>e Políticos, não se deve impor a pena de morte à pes-</p><p>soa que, no momento da perpetração do delito, for</p><p>menor de 18 anos, ou maior de 70, nem aplicá-la a</p><p>mulher em estado de gravidez.</p><p>(D) o Pacto de San José da Costa Rica buscou abolir a</p><p>pena de morte, ao proibir a aplicação da mesma na</p><p>jurisdição de seus Estados-parte.</p><p>Letra b.</p><p>De acordo art. 5º, XLVII, da CF: “não haverá penas: a) de</p><p>morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos</p><p>do art. 84, XIX”.</p><p>DIREITO INTERNACIONAL</p><p>ALICE ROCHA</p><p>20</p><p>A Missão Angolana de Apoio a Refugiados no Brasil é</p><p>mantida pelo governo de Angola e por duas ONGs fran-</p><p>cesas. A entidade deseja adquirir um imóvel em Brasília,</p><p>destinado ao acolhimento dos refugiados e seus familia-</p><p>res. O imóvel será adquirido com capital e em nome da</p><p>própria entidade. Como advogado, você deve orientá-</p><p>-los que, de acordo com a legislação brasileira,</p><p>(A) a compra é possível, desde que a entidade nomeie</p><p>procurador no Brasil investido de poderes para essa</p><p>finalidade.</p><p>(B) a compra não é possível, por se tratar de entidade</p><p>constituída por governo estrangeiro.</p><p>(C) a compra é possível, não havendo qualquer impedi-</p><p>mento nessa circunstância.</p><p>(D) a compra não é possível, por se tratar de uma entida-</p><p>de diretamente ligada a causa humanitária que deve</p><p>ser regida pelo Ministério da Justiça juntamente com</p><p>a Polícia Federal.</p><p>Letra b.</p><p>Art. 11, § 2º, da LINDB. Os Governos estrangeiros,</p><p>bem como as organizações de qualquer natureza, que</p><p>eles tenham constituido, dirijam ou hajam investido de</p><p>funções públicas, não poderão adquirir no Brasil bens</p><p>imóveis ou susceptiveis de desapropriação.</p><p>21</p><p>Eugênio, português residente na cidade do Porto (Por-</p><p>tugal), celebra em Portugal um contrato de prestação</p><p>de serviços de consultoria no Brasil a uma empresa com</p><p>sede no Rio de Janeiro pertencente a Carolina, que, por</p><p>motivos de economia, reside no mesmo prédio onde</p><p>funciona a empresa, para a realização de</p><p>ape-</p><p>nas aos livros físicos.</p><p>(D) Não incide ICMS sobre os livros eletrônicos,</p><p>mas sim ISS.</p><p>25</p><p>Eugênio Brugger acabou sendo demitido de seu empre-</p><p>go. Ao receber as verbas trabalhistas, percebeu o des-</p><p>conto de imposto de renda sobre o valor das férias não</p><p>usufruídas. Diante do exposto, assinale a opção correta.</p><p>(A) Incidirá imposto de renda sobre o valor tão somente</p><p>do respectivo terço de férias não usufruídas.</p><p>(B) Incidirá imposto de renda sobre o valor tão somente</p><p>das férias não usufruídas.</p><p>(C) Não incidirá imposto de renda sobre o valor das fé-</p><p>rias não usufruídas por ser verba de cunho especial.</p><p>(D) Não incidirá imposto de renda sobre o valor das férias</p><p>não usufruídas por ser verba de cunho indenizatório.</p><p>26</p><p>O estado de Minas Gerais instituiu uma nova taxa tendo</p><p>como fato gerador o faturamento das empresas. Diante</p><p>do caso apresentado, assinale a alternativa correta.</p><p>(A) A taxa é constitucional por seguir os mandamentos</p><p>constitucionais.</p><p>(B) A taxa é inconstitucional por ser de competência ex-</p><p>clusiva da União.</p><p>(C) A taxa é inconstitucional por ter fato gerador idêntico</p><p>a de imposto já existente.</p><p>(D) A taxa é inconstitucional por violação ao princípio da</p><p>legalidade.</p><p>DIREITO AMBIENTAL</p><p>NILTON COUTINHO</p><p>27</p><p>Interessado em saber como está a produtividade de sua</p><p>fazenda, Eugênio, um grande empresário do setor de</p><p>agronegócios, entra em contato com o diretor adminis-</p><p>trativo da Fazenda, o qual informa que ela está produzin-</p><p>do bem, sendo certo que houve a plantação de soja em</p><p>quase toda sua extensão, com exceção de uma área de</p><p>20%, localizada no interior da propriedade, a qual tem</p><p>a função de assegurar o uso econômico de modo sus-</p><p>tentável dos recursos naturais do imóvel rural, auxiliar a</p><p>conservação e a reabilitação dos processos ecológicos e</p><p>promover a conservação da biodiversidade, bem como</p><p>o abrigo e a proteção de fauna silvestre e da flora nativa.</p><p>Tendo em vista a informação que foi apresentada pelo</p><p>administrador, é certo dizer que ele está se referindo à</p><p>(A) Área de Preservação Permanente.</p><p>(B) Área de Reserva Legal.</p><p>(C) Área de Servidão Ambiental.</p><p>(D) Área de Proteção Ambiental.</p><p>28</p><p>Em viagem para a cidade de Recife, Nilton decide visitar</p><p>o amigo Gustavo, o qual vive em um luxuoso condomí-</p><p>nio. Lá chegando, fica impressionado com o tamanho da</p><p>piscina do amigo, o qual, em resposta, disse-lhe que a</p><p>piscina, apesar de enorme, tem custo zero, uma vez que</p><p>a água que abastece a casa vem de um poço artesiano</p><p>perfurado de extração de água subterrânea. Disse, ain-</p><p>da, que não pediu autorização a qualquer órgão público</p><p>para perfurar tal poço, sendo certo que a maioria dos</p><p>vizinhos também possui poços desse tipo.</p><p>Sobre o tema, é correto afirmar que:</p><p>(A) tal conduta constitui infração das normas de utiliza-</p><p>ção de recursos hídricos.</p><p>(B) tal conduta não constitui qualquer tipo de infração,</p><p>uma vez que não há intuito comercial na extração</p><p>dos recursos hídricos.</p><p>(C) tal conduta configura crime de furto de água, nos</p><p>termos do Código Penal.</p><p>(D) tal conduta configura crime de furto de água, nos termos</p><p>do Código Penal, bem como infração administrativa.</p><p>DIREITO ADMINISTRATIVO</p><p>NILTON COUTINHO</p><p>29</p><p>Após vencer um concorrido procedimento licitatório,</p><p>a empresa DIREITO PARA DESESPERADO procura você,</p><p>um advogado especialista na área, para saber maiores</p><p>detalhes sobre os encargos que lhe serão impostos. Em</p><p>resposta, você informa que incumbe à concessionária:</p><p>(A) regulamentar o serviço concedido e fiscalizar perma-</p><p>nentemente a sua prestação.</p><p>(B) extinguir a concessão, nos casos previstos na Lei e na</p><p>forma prevista no contrato.</p><p>(C) zelar pela boa qualidade do serviço, receber, apurar</p><p>e solucionar queixas e reclamações dos usuários,</p><p>que serão cientificados, em até trinta dias, das provi-</p><p>dências tomadas.</p><p>(D) zelar pela integridade dos bens vinculados à</p><p>prestação do serviço, bem como segurá-los ade-</p><p>quadamente.</p><p>30</p><p>Após ter assumido a direção de uma importante em-</p><p>presa pública, Roberta Queiroz, preocupada acerca da</p><p>necessidade ou não de licitação em uma situação real,</p><p>procura um advogado especialista na área, o qual lhe in-</p><p>forma que é dispensável a realização de licitação por em-</p><p>presas públicas e sociedades de economia mista para:</p><p>(A) aquisição de componentes ou peças de origem na-</p><p>cional ou estrangeira necessários à manutenção de</p><p>equipamentos durante o período de garantia técni-</p><p>ca, junto ao fornecedor original desses equipamen-</p><p>tos, quando tal condição de exclusividade for indis-</p><p>pensável para a vigência da garantia.</p><p>(B) aquisição de materiais, equipamentos ou gêneros</p><p>que só possam ser fornecidos por produtor, empresa</p><p>ou representante comercial exclusivo.</p><p>(C) contratação de serviços técnicos especializados, com</p><p>profissionais ou empresas de notória especializa-</p><p>ção, como, por exemplo, serviços de publicidade e</p><p>divulgação.</p><p>(D) para a compra ou locação de imóvel destinado ao</p><p>atendimento de suas finalidades precípuas, ainda</p><p>que o preço não seja compatível com o valor de mer-</p><p>cado, desde que haja justificativa para a escolha do</p><p>imóvel, em razão das necessidades de instalação ou</p><p>localização.</p><p>31</p><p>Carol, inconformada com uma decisão proferida em</p><p>um processo administrativo, sai com sua amiga Patrícia,</p><p>advogada especialista na área, para tomar um chopp e</p><p>espairecer.</p><p>Durante a conversa, Carol informa a sua amiga que pre-</p><p>tende recorrer da referida decisão, sendo certo que Pa-</p><p>trícia lhe explica que:</p><p>(A) às decisões administrativas cabe recurso, em face de</p><p>razões de legalidade, apenas.</p><p>(B) o recurso será dirigido à autoridade superior, com</p><p>competência para revisão da decisão.</p><p>(C) salvo exigência legal, a interposição de recurso admi-</p><p>nistrativo independe de caução.</p><p>(D) o recurso administrativo tramitará no máximo por</p><p>duas instâncias administrativas, salvo disposição le-</p><p>gal diversa.</p><p>32</p><p>O Ministério Público do Estado X ajuizou ação de impro-</p><p>bidade administrativa em face de Odair, diretor de um</p><p>importante hospital estadual, em razão de ele ter trans-</p><p>ferido recurso a entidade privada, referente à prestação</p><p>de serviços na área de saúde sem a prévia celebração de</p><p>contrato, convênio ou instrumento congênere, nos ter-</p><p>mos do parágrafo único do art. 24 da Lei n. 8.080, de 19</p><p>de setembro de 1990.</p><p>Preocupado com a situação, uma vez que tinha o obje-</p><p>tivo de se candidatar futuramente ao cargo de prefeito</p><p>municipal, Odair procura um advogado especialista na</p><p>área, o qual lhe informa que, se condenado:</p><p>(A) Odair poderá ter seus direitos políticos suspensos de</p><p>oito a dez anos.</p><p>(B) Odair poderá ter seus direitos políticos suspensos de</p><p>cinco a oito anos.</p><p>(C) Odair poderá ter seus direitos políticos suspensos de</p><p>três a cinco anos.</p><p>(D) Odair poderá ter seus direitos políticos cassados.</p><p>33</p><p>Indignada com a corrupção que assola o país, Alice</p><p>procura um advogado especializado na área para sa-</p><p>ber maiores informações acerca do tratamento jurídico</p><p>dado ao tema pelo ordenamento jurídico brasileiro no</p><p>âmbito da Lei n. 7.347/1985.</p><p>Em resposta, o advogado informa para Alice que:</p><p>(A) tendo em vista que a competência para ajuizar ação</p><p>civil pública é concorrente e disjuntiva, não se ad-</p><p>mite litisconsórcio entre os Ministérios Públicos da</p><p>União, do Distrito Federal e dos Estados na defesa</p><p>dos interesses e direitos de que cuida a referida lei.</p><p>(B) os órgãos públicos legitimados (tais como União,</p><p>Estados, Distrito Federal e Municípios) poderão ins-</p><p>taurar inquérito civil, ou requisitar, de qualquer orga-</p><p>nismo público ou particular, certidões, informações,</p><p>exames ou perícias, no prazo que assinalarem, o qual</p><p>não poderá ser inferior a 10 (dez) dias úteis.</p><p>(C) se o órgão do Ministério Público, esgotadas todas as</p><p>diligências, se convencer da inexistência de funda-</p><p>mento para a propositura da ação civil, promoverá</p><p>o arquivamento dos autos do inquérito civil ou das</p><p>peças informativas, fazendo-o fundamentadamente,</p><p>com posterior remessa ao Conselho Superior do Mi-</p><p>nist��rio Público.</p><p>(D) qualquer pessoa deverá provocar a iniciativa do Mi-</p><p>nistério</p><p>investimentos</p><p>no mercado imobiliário europeu. O contrato estabelece</p><p>uma cláusula indicando a aplicação da lei inglesa para</p><p>dirimir controvérsias sobre o mesmo.</p><p>Em ação proposta por Eugênio no Brasil, surge uma</p><p>questão envolvendo a capacidade de Carolina para assu-</p><p>mir e cumprir as obrigações previstas no contrato. Com</p><p>relação a essa questão, a Justiça brasileira deverá aplicar</p><p>(A) a lei portuguesa, porque o contrato foi celebrado</p><p>em Portugal.</p><p>(B) a lei inglesa, escolhida pelas partes mediante cláusu-</p><p>la contratual expressa.</p><p>(C) a lei brasileira, porque Carolina é residente no Brasil.</p><p>(D) a lei do país onde o imóvel objeto do investimento</p><p>estiver situado.</p><p>Letra c.</p><p>Art. 7º da LINDB. A lei do país em que domiciliada</p><p>a pessoa determina as regras sobre o começo e o fim</p><p>da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos</p><p>de família.</p><p>DIREITO TRIBUTÁRIO</p><p>MARIA CHRISTINA BARREIROS</p><p>22</p><p>O estado do Amazonas verificou o inadimplemento do</p><p>ICMS de determinada fabricante de calçados na data</p><p>de 07/03/2021 referente a fato gerador ocorrido em</p><p>15/01/2016. Por isso, efetuou o lançamento de ofício do</p><p>tributo em 08/03/2021, tendo sido o contribuinte notifi-</p><p>cado desse lançamento em 15/03/2021, para pagamen-</p><p>to em 30 dias. Como a dívida não foi quitada, a pessoa</p><p>jurídica foi inscrita em dívida ativa com consequente</p><p>ajuizamento de execução fiscal na data 08/03/2026.</p><p>Diante desse cenário, assinale a afirmativa correta.</p><p>(A) A cobrança é devida, pois o crédito tributário não</p><p>está decaído e nem prescrito.</p><p>(B) A cobrança é indevida, pois já teria se consumado o</p><p>prazo decadencial para o lançamento do tributo.</p><p>(C) A cobrança é indevida, pois já teria se consumado</p><p>o prazo prescricional para a propositura da ação de</p><p>execução fiscal.</p><p>(D) A cobrança é indevida, pois o crédito encontra-se</p><p>prescrito e decaído.</p><p>Letra a.</p><p>(A) VERDADEIRO. Não houve a ocorrência da decadência</p><p>nem da prescrição. (Art. 173, I, e 174 do CTN. Súmulas n.</p><p>555 e 622 do STJ.</p><p>(B) FALSO. Art. 173, I, e 174 do CTN. Súmulas n. 555 e</p><p>622 do STJ.</p><p>(C) FALSO. Art. 173, I, e 174 do CTN. Súmulas n. 555 e</p><p>622 do STJ.</p><p>(D) FALSO. Art. 173, I, e 174 do CTN. Súmulas n. 555 e</p><p>622 do STJ.</p><p>23</p><p>João foi inscrito em dívida ativa pelo Município de Araca-</p><p>ju-SE, sendo ajuizada em seguida ação de execução fis-</p><p>cal. O Juiz responsável por expedir a citação determinou</p><p>que o executado efetuasse o pagamento em cinco dias</p><p>ou garantisse a execução. Diante dos fatos, assinale a al-</p><p>ternativa correta:</p><p>(A) João poderá opor embargos à execução fiscal, in-</p><p>dependentemente da garantia do juízo, no prazo</p><p>de 30 dias.</p><p>(B) João poderá opor embargos à execução fiscal caso</p><p>venha a garantir o juízo por meio de depósito, fiança</p><p>bancária, contrato de seguro ou nomeação de bens à</p><p>penhora, no prazo de 30 dias.</p><p>(C) João poderá opor embargos à execução fiscal caso</p><p>venha a garantir o juízo por meio de depósito, fiança</p><p>bancária, contrato de seguro ou nomeação de bens à</p><p>penhora, no prazo de 15 dias.</p><p>(D) João poderá opor embargos à execução fiscal caso</p><p>venha a garantir o juízo por meio de depósito, fiança</p><p>bancária, contrato de seguro ou nomeação de bens à</p><p>penhora, no prazo de 5 dias.</p><p>Letra b.</p><p>(A) FALSO. Art. 16 da Lei n. 6.830/1980.</p><p>(B) VERDADEIRO. Art. 16 da Lei n. 6.830/1980.</p><p>(C) FALSO. Art. 16 da Lei n. 6.830/1980.</p><p>(D) FALSO. Art. 16 da Lei n. 6.830/1980.</p><p>24</p><p>João foi notificado pelo não recolhimento do IPTU de seu</p><p>imóvel, localizado no estado de Caxumbu-MG na data de</p><p>14/10/2021. Diante da situação, procurou seu escritório</p><p>de advocacia para ingressar com ação no Poder Judiciá-</p><p>rio visando questionar o débito fiscal. Com base no ex-</p><p>posto, assinale a opção que indica o argumento apto a</p><p>afastar a exigência fiscal.</p><p>(A) O crédito tributário poderá ser questionado por</p><p>meio de ação anulatória de débito fiscal com pedido</p><p>de tutela provisória de urgência antecipada visando</p><p>a exclusão do crédito.</p><p>(B) O crédito tributário poderá ser questionado por</p><p>meio de ação anulatória de débito fiscal com pedido</p><p>de tutela provisória de urgência antecipada visando</p><p>a suspensão da exigibilidade do crédito.</p><p>(C) O crédito tributário poderá ser questionado por meio</p><p>de ação de consignação em pagamento com pedido</p><p>de tutela provisória de urgência antecipada visando</p><p>a extinção do crédito.</p><p>(D) O crédito tributário poderá ser questionado por meio</p><p>de ação de consignação em pagamento com pedido</p><p>de tutela provisória de urgência antecipada visando</p><p>a exclusão do crédito.</p><p>Letra b.</p><p>(A) FALSO. Art. 38 da Lei n. 6.830/1980 e art. 151, V, do</p><p>CTN.</p><p>(B) VERDADEIRO. Art. 38 da Lei n. 6.830/1980 e art. 151,</p><p>V, do CTN.</p><p>(C) FALSO. Art. 38 da Lei n. 6.830/1980 e art. 151, V, do</p><p>CTN.</p><p>(D) FALSO. Art. 38 da Lei n. 6.830/1980 e art. 151,</p><p>V, do CTN.</p><p>25</p><p>Maria Christina se rebelou contra a sociedade e resolveu</p><p>virar hippie vendendo sua arte à beira-mar do nordes-</p><p>te brasileiro. Todos os dias, ela trabalhava e dormia em</p><p>um local diferente. Diante dos fatos narrados, de acordo</p><p>com o Código Tributário Nacional e com o silêncio de le-</p><p>gislação específica, assinale a alternativa correta.</p><p>(A) O domicílio tributário de Maria Christina será no lo-</p><p>cal de sua residência.</p><p>(B) O domicílio tributário de Maria Christina será no cen-</p><p>tro habitual de suas atividades.</p><p>(C) O domicílio tributário de Maria Christina será sempre</p><p>no local da ocorrência do fato gerador dos tributos.</p><p>(D) O domicílio tributário de Maria Christina poderá ser</p><p>por ela escolhido desde que não dificulte ou impos-</p><p>sibilidade a arrecadação tributária.</p><p>Letra d.</p><p>(A) FALSO. Art. 127 do CTN.</p><p>(B) FALSO. Art. 127 do CTN.</p><p>(C) FALSO. Art. 127 do CTN.</p><p>(D) VERDADEIRO. Art. 127, caput, e § 2º, do CTN.</p><p>26</p><p>João, proprietário de um imóvel, celebrou contrato de</p><p>locação com Maria estipulando que a locatária seria res-</p><p>ponsável pelo pagamento do IPTU e da contribuição de</p><p>melhoria do imóvel. Diante dos fatos apresentados, assi-</p><p>nale a opção correta.</p><p>(A) Em caso de inadimplemento das obrigações tributá-</p><p>rias, o proprietário poderá se eximir das obrigações</p><p>mediante apresentação do contrato de locação.</p><p>(B) Caso a locatária pague o IPTU de forma indevida, ela</p><p>poderá ajuizar ação de repetição de indébito para re-</p><p>querer o valor pago.</p><p>(C) Em caso de inadimplemento das obrigações tributá-</p><p>rias, o proprietário poderá requerer o valor do IPTU</p><p>pago ao fisco em ação de regresso contra Maria.</p><p>(D) Em caso de inadimplemento das obrigações tributá-</p><p>rias, o proprietário poderá requerer o valor da contri-</p><p>buição de melhoria pago ao fisco em ação de regres-</p><p>so contra Maria.</p><p>Letra c.</p><p>(A) FALSO. Art. 123 do CTN.</p><p>(B) FALSO. Súmula n. 614 do STJ.</p><p>(C) VERDADEIRO. No caso do IPTU, é possível a ação de</p><p>regresso por não existir vedação legal.</p><p>(D) FALSO. Art. 8º, § 3º, do DL n. 195/1967.</p><p>DIREITO ADMINISTRATIVO</p><p>GUSTAVO BRÍGIDO</p><p>27</p><p>A Lei n. 13.709/2018 (LGPD) dispõe sobre o tratamen-</p><p>to de dados pessoais, inclusive nos meios digitais, por</p><p>pessoa natural ou por pessoa jurídica de direito público</p><p>ou privado, com o objetivo de proteger os direitos fun-</p><p>damentais de liberdade e de privacidade e o livre desen-</p><p>volvimento da personalidade da pessoa natural. A partir</p><p>do estudo do tratamento de dados pessoais pelo poder</p><p>público, é incorreto o que se afirma em:</p><p>(A) As empresas públicas e as sociedades de economia</p><p>mista que atuam em regime de concorrência, sujei-</p><p>tas ao disposto no art. 173 da Constituição Federal,</p><p>terão o mesmo tratamento dispensado às pessoas</p><p>jurídicas de direito privado particulares, nos termos</p><p>dessa Lei.</p><p>(B) As empresas públicas e as sociedades de economia</p><p>mista, quando estiverem operacionalizando políticas</p><p>públicas e no âmbito da execução delas, terão o mes-</p><p>mo tratamento dispensado aos órgãos e às entida-</p><p>des do Poder Público.</p><p>(C) Os dados deverão ser mantidos em formato intero-</p><p>perável e estruturado para o uso compartilhado, com</p><p>vistas à execução de políticas públicas, à prestação</p><p>de serviços públicos, à descentralização da atividade</p><p>pública e à disseminação e ao acesso das informa-</p><p>ções pelo público em geral.</p><p>(D) O Presidente da República poderá solicitar, a qual-</p><p>quer momento, aos órgãos e às entidades do Poder</p><p>Público a realização de operações de tratamento</p><p>de dados pessoais, informações específicas sobre</p><p>o âmbito e a natureza dos dados e outros detalhes</p><p>do tratamento realizado e poderá emitir parecer</p><p>técnico complementar para garantir o cumprimento</p><p>dessa Lei.</p><p>Letra d.</p><p>Conforme a Lei Geral de Proteção de Dados (Lei n.</p><p>13.709/2018):</p><p>Art. 24. As empresas públicas e as sociedades</p><p>de economia mista que atuam em regime de</p><p>concorrência, sujeitas ao disposto no art. 173 da</p><p>Constituição Federal, terão o mesmo tratamento</p><p>dispensado às pessoas jurídicas de direito privado</p><p>particulares, nos termos desta Lei.</p><p>Parágrafo único. As empresas públicas e as</p><p>sociedades de economia mista, quando estiverem</p><p>operacionalizando políticas públicas e no âmbito</p><p>da execução delas, terão o mesmo tratamento</p><p>dispensado aos órgãos e às entidades do Poder</p><p>Público, nos termos deste Capítulo.</p><p>Art. 25. Os dados deverão ser mantidos em</p><p>formato interoperável e estruturado para o uso</p><p>compartilhado, com vistas à execução de políticas</p><p>públicas, à prestação de serviços públicos,</p><p>à descentralização da atividade pública e à</p><p>disseminação e ao acesso das informações pelo</p><p>público em geral.</p><p>Art. 29. A autoridade nacional poderá solicitar,</p><p>a qualquer momento, aos órgãos e às entidades</p><p>do poder público a realização de operações de</p><p>tratamento de dados pessoais, informações</p><p>específicas sobre o âmbito e a natureza dos dados</p><p>e outros detalhes do tratamento realizado e poderá</p><p>emitir parecer técnico complementar para garantir</p><p>o cumprimento desta Lei. (Redação dada pela Lei n.</p><p>13.853, de 2019)</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art173</p><p>28</p><p>Vanda Maria Menezes Barbosa, ex-presidente da Asso-</p><p>ciação Cultural Zumbi, em Alagoas, deixou de prestar</p><p>contas de recursos recebidos do Ministério da Cultura</p><p>para aplicação no projeto Educar Quilombo. Por isso, o</p><p>Tribunal de Contas da União (TCU) ordenou a restitui-</p><p>ção aos cofres públicos dos valores recebidos. Com a</p><p>não quitação do débito, a União propôs a execução de</p><p>título executivo extrajudicial. Vanda procurou você, na</p><p>qualidade de advogado(a), para que a orientasse acerca</p><p>do tema da prescrição em face das decisões de Tribunal</p><p>de Contas.</p><p>Diante dessa situação hipotética, assinale a afirmati-</p><p>va correta.</p><p>(A) É prescritível a pretensão de ressarcimento ao erário</p><p>fundada em decisão de Tribunal de Contas.</p><p>(B) Somente são prescritíveis as ações de ressarcimento</p><p>ao erário com base na prática de ato de improbidade</p><p>administrativa doloso tipificado na Lei de Improbida-</p><p>de Administrativa (Lei n. 8.429/1992).</p><p>(C) Somente são prescritíveis as ações de ressarcimento</p><p>ao erário com base na prática de ato de improbidade</p><p>administrativa culposo tipificado na Lei de Improbi-</p><p>dade Administrativa (Lei n. 8.429/1992).</p><p>(D) Os Tribunais de Constas não têm legitimidade para</p><p>executar título executivo extrajudicial.</p><p>Letra a.</p><p>Segundo o Supremo Tribunal Federal, no julgamento</p><p>do RE n. 852.475, com repercussão geral (Tema 897),</p><p>somente são imprescritíveis as ações de ressarcimento</p><p>ao erário com base na prática de ato de improbidade</p><p>administrativa doloso tipificado na Lei de Improbidade</p><p>Administrativa (Lei n. 8.429/1992). Como as decisões</p><p>dos Tribunais de Contas não avaliam o perfil doloso ou</p><p>culposo da conduta dos agentes, não há como definir</p><p>a imprescritibilidade da pretensão de ressarcimento ao</p><p>erário fundada em suas decisões.</p><p>29</p><p>Organização não Governamental (ONG) e seu gestor fo-</p><p>ram condenados pela suposta prática de atos ímprobos</p><p>na execução de convênio que envolveu o recebimen-</p><p>to de recursos do governo federal. Você, na qualidade</p><p>de advogado(a), foi contratado(a) para emitir parecer</p><p>acerca da possibilidade de o dirigente de entidade pri-</p><p>vada que administra recursos públicos poder respon-</p><p>der sozinho por improbidade. Deve-se afirmar correta-</p><p>mente que :</p><p>(A) segundo o Superior Tribunal de Justiça, dirigente de</p><p>entidade privada que administra recursos públicos</p><p>pode responder sozinho por improbidade.</p><p>(B) segundo o Superior Tribunal de Justiça, dirigente de</p><p>entidade privada que administra recursos públicos</p><p>não pode responder sozinho por improbidade.</p><p>(C) a jurisprudência do STJ reconhece a impossibilidade</p><p>de que o particular figure sozinho no polo passivo</p><p>das ações de improbidade.</p><p>(D) a jurisprudência considera inviável o manejo da ação</p><p>civil de improbidade exclusivamente contra o parti-</p><p>cular, sem a concomitante presença de agente públi-</p><p>co no polo passivo da demanda.</p><p>Letra a.</p><p>Segundo o mais recente entendimento do STJ, dirigente</p><p>de entidade privada que administra recursos públicos</p><p>pode responder sozinho por improbidade. A Primeira</p><p>Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) entendeu</p><p>que, com o advento da Lei n. 8.429/1992 (Lei de</p><p>Improbidade Administrativa), o particular que recebe</p><p>subvenção, benefício ou incentivo público passou a</p><p>se equiparar a agente público, podendo, dessa forma,</p><p>figurar sozinho no polo passivo em ação de improbidade</p><p>administrativa. O parágrafo único do artigo 1º da Lei</p><p>de Improbidade submete as entidades que recebam</p><p>subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício,</p><p>de órgão público à disciplina do referido diploma</p><p>legal, equiparando os seus dirigentes à condição de</p><p>agentes públicos.</p><p>30</p><p>No âmbito do estudo do poder de polícia administrati-</p><p>va, bem como da abordagem jurisprudencial do tema,</p><p>pode-se afirmar corretamente que:</p><p>(A) é constitucional a delegação do poder de polícia,</p><p>por meio de lei, a pessoas jurídicas de direito priva-</p><p>do integrantes da Administração Pública indireta de</p><p>capital social majoritariamente público que prestem</p><p>exclusivamente serviço público de atuação própria</p><p>do Estado e em regime não concorrencial.</p><p>(B) é constitucional a delegação do poder de polícia, por</p><p>meio de decreto, a pessoas jurídicas de direito priva-</p><p>do integrantes da Administração Pública indireta de</p><p>capital social majoritariamente público que prestem</p><p>exclusivamente serviço público de atuação própria</p><p>do Estado e em regime não concorrencial.</p><p>(C) é constitucional a delegação do poder de polícia,</p><p>por meio de lei, a pessoas jurídicas de direito públi-</p><p>co integrantes da Administração Pública indireta de</p><p>capital social majoritariamente público que prestem</p><p>exclusivamente serviço público de atuação própria</p><p>do Estado e em regime não concorrencial.</p><p>(D) é inconstitucional a delegação do poder de polícia,</p><p>por meio de lei, a pessoas jurídicas de direito priva-</p><p>do integrantes da Administração Pública indireta de</p><p>capital social majoritariamente público que prestem</p><p>exclusivamente serviço público de atuação própria</p><p>do Estado e em regime não concorrencial.</p><p>Letra a.</p><p>Por maioria, o Plenário do Supremo Tribunal Federal</p><p>(STF) decidiu que é constitucional a delegação da</p><p>atividade de policiamento de trânsito à Empresa de</p><p>Transporte e Trânsito de Belo Horizonte – BHTrans,</p><p>inclusive quanto à aplicação de multas. A decisão se deu</p><p>na sessão virtual encerrada em 23/10, no julgamento do</p><p>Recurso Extraordinário (RE) n. 633.782, com repercussão</p><p>geral reconhecida (Tema 532).</p><p>31</p><p>João, servidor público federal, foi demitido por aplicação</p><p>irregular de dinheiro público, em razão do que não po-</p><p>derá mais retornar ao serviço público federal. Você, na</p><p>qualidade de advogado(a), foi procurado para assumir</p><p>a defesa de João no processo administrativo em curso,</p><p>bem como na esfera judicial. Deve-se afirmar corre-</p><p>tamente que:</p><p>(A) nos termos da Lei n. 8.112/1990, não poderá retor-</p><p>nar ao serviço público federal o servidor que for de-</p><p>mitido ou destituído do cargo em comissão por apli-</p><p>cação irregular de dinheiro público.</p><p>(B) nos termos da Lei n. 8.112/1990, não poderá retor-</p><p>nar ao serviço público federal o servidor que for de-</p><p>mitido ou destituído do cargo em comissão por cri-</p><p>me contra a Administração Pública.</p><p>(C) nos termos da Lei n. 8.112/1990, não poderá retor-</p><p>nar ao serviço público federal o servidor</p><p>que for de-</p><p>mitido ou destituído do cargo em comissão por práti-</p><p>ca de ato de improbidade administrativa.</p><p>(D) segundo o Supremo Tribunal Federal, proibição de</p><p>volta ao serviço público por tempo indeterminado é</p><p>inconstitucional.</p><p>Letra d.</p><p>Por maioria de votos, o Plenário do Supremo Tribunal</p><p>Federal (STF) julgou inconstitucional dispositivo do</p><p>Estatuto dos Servidores Públicos Civis da União (Lei n.</p><p>8.112/1990) que proibia o retorno ao serviço público</p><p>federal do servidor demitido ou destituído de cargo em</p><p>comissão por prática de crime contra a Administração</p><p>Pública, improbidade administrativa, aplicação</p><p>irregular de dinheiro público, lesão aos cofres públicos,</p><p>dilapidação do patrimônio nacional e corrupção.</p><p>Também por maioria, determinou-se a comunicação da</p><p>decisão ao Congresso Nacional para que, caso considere</p><p>pertinente, delibere sobre o prazo de proibição de</p><p>retorno ao serviço público.</p><p>Art. 137. A demissão ou a destituição de cargo em</p><p>comissão, por infringência do art. 117, incisos IX e XI,</p><p>incompatibiliza o ex-servidor para nova investidura</p><p>em cargo público federal, pelo prazo de 5 (cinco)</p><p>anos. (Vide ADIN 2975)</p><p>Parágrafo único. Não poderá retornar ao serviço</p><p>público federal o servidor que for demitido ou</p><p>destituído do cargo em comissão por infringência</p><p>do art. 132, incisos I, IV, VIII, X e XI.</p><p>32</p><p>Segundo o Supremo Tribunal Federal, os Tribunais de</p><p>Contas estão sujeitos ao prazo de cinco anos para o jul-</p><p>gamento da legalidade do ato de concessão inicial de</p><p>aposentadoria, reforma ou pensão, a contar da chegada</p><p>do processo à respectiva Corte de Contas, em atenção</p><p>aos princípios</p><p>(A) da segurança jurídica e da confiança legítima.</p><p>(B) da ampla defesa e do contraditório.</p><p>(C) da proporcionalidade e da razoabilidade.</p><p>(D) da motivação e da finalidade.</p><p>Letra a.</p><p>Os Tribunais de Contas estão sujeitos ao prazo de</p><p>cinco anos para o julgamento da legalidade do ato de</p><p>concessão inicial de aposentadoria, reforma ou pensão,</p><p>a contar da chegada do processo à respectiva Corte de</p><p>Contas, em atenção aos princípios da segurança jurídica</p><p>e da confiança legítima.</p><p>DIREITO AMBIENTAL</p><p>NILTON COUTINHO</p><p>33</p><p>Após assistir a um documentário tratando acerca dos</p><p>atos de abuso e maus-tratos envolvendo animais,</p><p>Ana Paula procura um advogado especialista na área</p><p>para obter maiores informações sobre as sanções e</p><p>consequências para a prática desses atos criminosos. Em</p><p>resposta, o advogado lhe informa que:</p><p>(A) praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar</p><p>animais silvestres, domésticos ou domesticados, na-</p><p>tivos ou exóticos é punido com pena de reclusão.</p><p>(B) incorre nas mesmas penas previstas para o crime de</p><p>abuso ou maus-tratos (art. 32) quem realiza experi-</p><p>ência dolorosa ou cruel em animal vivo, ainda que</p><p>não existam recursos alternativos.</p><p>(C) quando o crime de abuso ou maus-tratos (art. 32) for</p><p>praticado contra cão, gato ou outro animal domésti-</p><p>co, a pena será de reclusão, de 02 (dois) a 05 (cinco)</p><p>anos, multa e proibição da guarda.</p><p>(D) a pena para o crime de abuso ou maus-tratos (art.</p><p>32) é aumentada de um sexto a um terço, se ocorre</p><p>morte do animal.</p><p>Letra d.</p><p>Segundo estabelece o art. 32, a pena para o crime de</p><p>abuso ou maus-tratos é aumentada de um sexto a um</p><p>terço, se ocorre morte do animal.</p><p>COM RELAÇAO AOS DEMAIS ITENS:</p><p>(A) Erro: a pena é de detenção.</p><p>(B) Erro: desde que não existam recursos alternativos.</p><p>(C) Erro: somente cão ou gato.</p><p>34</p><p>Após o término de uma palestra sobre unidades de</p><p>conservação, Maria Christina aprendeu que o plano de</p><p>manejo é um documento técnico mediante o qual, com</p><p>fundamento nos objetivos gerais de uma unidade de</p><p>conservação, se estabelece o seu zoneamento e as nor-</p><p>mas que devem presidir o uso da área e o manejo dos</p><p>recursos naturais, inclusive a implantação das estruturas</p><p>físicas necessárias à gestão da unidade.</p><p>Querendo se aprofundar mais sobre o tema, procura um</p><p>advogado especialista na área, o qual lhe informa que:</p><p>(A) o Plano de Manejo deve abranger a área da unida-</p><p>de de conservação, sua zona de amortecimento e os</p><p>corredores ecológicos, incluindo medidas com o fim</p><p>de promover sua integração à vida econômica e so-</p><p>cial das comunidades vizinhas.</p><p>(B) nas Estações Ecológicas, a visitação pública está su-</p><p>jeita às normas e restrições estabelecidas no Plano</p><p>de Manejo da unidade, às normas estabelecidas pelo</p><p>órgão responsável por sua administração, e àquelas</p><p>previstas em regulamento.</p><p>(C) nos Parques Nacionais, é proibida a visitação pública,</p><p>exceto quando com objetivo educacional, de acordo</p><p>com o que dispuser o Plano de Manejo da unidade</p><p>ou regulamento específico.</p><p>(D) nas Florestas Nacionais, não será admitida a perma-</p><p>nência de populações tradicionais, cabendo ao Plano</p><p>de Manejo definir as regras sobre desapropriação</p><p>das áreas privadas.</p><p>Letra a.</p><p>Correta a alternativa “a”, nos termos do art. 27, § 1º, da</p><p>lei do SNUC.</p><p>COM RELAÇÃO AOS DEMAIS ITENS:</p><p>(B) Erro: refere-se ao parques nacionais.</p><p>(C) Erro: refere-se às estações ecológicas</p><p>(D)Erro: nas Florestas Nacionais, admite-se a</p><p>permanência de populações tradicionais.</p><p>DIREITO CIVIL</p><p>ROBERTA QUEIROZ</p><p>35</p><p>Alice, na qualidade de única herdeira e inventariante do</p><p>espólio de João, ajuizou ação de indenização por danos</p><p>morais em face do Banco Dinheiro na Mão, tendo em vis-</p><p>ta a inclusão indevida do nome do falecido nos cadastros</p><p>de restrição ao crédito ocorrida após o seu falecimento.</p><p>A advogada do banco, Dra. Carolina, alegou não haver</p><p>legitimidade por parte da ação de Alice, pois, segundo</p><p>ela, não há que se falar em transmissibilidade do direito</p><p>à reparação por danos morais depois do falecimento da</p><p>pessoa que, em tese, sofreu a violação dos direitos de</p><p>personalidade. Alice procura você, como advogado(a),</p><p>que, acertadamente responde que:</p><p>(A) o direito à indenização por danos morais não se</p><p>transmite com o falecimento do titular João, não</p><p>possuindo, portanto, a herdeira da vítima legitimida-</p><p>de ativa para ajuizar a ação indenizatória.</p><p>(B) o direito à indenização por danos morais transmite-</p><p>-se com o falecimento do titular João, possuindo a</p><p>herdeira Alice legitimidade ativa para ajuizar ou até</p><p>mesmo prosseguir na ação indenizatória.</p><p>(C) o direito à indenização por danos morais transmite-</p><p>-se com o falecimento do titular, possuindo a herdei-</p><p>ra Alice legitimidade ativa somente para prosseguir</p><p>na ação indenizatória.</p><p>(D) da anotação irregular em cadastro de proteção ao</p><p>crédito não cabe, em nenhuma hipótese, indeniza-</p><p>ção por dano moral, mas Alice pode pedir somente</p><p>o cancelamento.</p><p>Letra b.</p><p>Súmula 642 do STJ. O direito à indenização por danos</p><p>morais transmite-se com o falecimento do titular,</p><p>possuindo os herdeiros da vítima legitimidade ativa para</p><p>ajuizar ou prosseguir a ação indenizatória.</p><p>Súmula 385 do STJ. Da anotação irregular em cadastro</p><p>de proteção ao crédito, não cabe indenização por</p><p>dano moral, quando preexistente legítima inscrição,</p><p>ressalvado o direito ao cancelamento.</p><p>36</p><p>Roberta, Rogério e Raquel são irmãos e condôminos pro-</p><p>prietários de uma unidade imobiliária na cobertura de</p><p>um prédio de alto padrão na cidade de Brasília, avaliada</p><p>em 12 milhões de reais e alugada atualmente para uma</p><p>celebridade na cidade, Maria Christina. A locatária paga</p><p>o valor proporcional do aluguel, depositando a quantia</p><p>respectiva na conta bancária de cada um dos locadores.</p><p>Raquel está necessitada do dinheiro e resolve oferecer</p><p>sua parte diretamente para Maria Christina, que acei-</p><p>ta e lhe paga três milhões de reais, à vista. Em seguida,</p><p>Raquel sai do condomínio e vai realizar seus projetos</p><p>pessoais de cuidar de crianças carentes na África. Maria</p><p>Christina registra imediatamente a escritura de compra</p><p>e venda na matrícula do imóvel e se torna coproprietária</p><p>ao lado de Roberta e de Rogério. Entretanto, os irmãos</p><p>só ficam sabendo do ocorrido quatro meses depois,</p><p>ocasião em que Rogério fica bastante indignado, pois ele</p><p>tinha interesse em adquirir a fração ideal da irmã. Assim,</p><p>Rogério procura você como advogado(a) que, acertada-</p><p>mente responde</p><p>que:</p><p>(A) não há nada que Roberta e Rogério possam fazer,</p><p>pois o negócio celebrado entre Raquel e Maria Chris-</p><p>tina é ato jurídico perfeito, válido e sem vícios.</p><p>(B) garante-se a Roberta e a Rogério adjudicar o imóvel,</p><p>depositando em juízo o valor da negociação feita</p><p>com Maria Christina, desde que o façam no prazo</p><p>prescricional de quatro anos, contados a partir do re-</p><p>gistro da escritura pública de compra e venda.</p><p>(C) garante-se a Roberta e a Rogério adjudicar o imóvel,</p><p>depositando em juízo o valor da negociação feita</p><p>com Maria Christina, a fim de que exerçam o direito</p><p>de preferência na aquisição de fração ideal de coi-</p><p>sa comum indivisa, em iguais condições ofertadas</p><p>a Maria Christina, desde que o façam no prazo de-</p><p>cadencial de 180 (cento e oitenta) dias, contados a</p><p>partir do registro da escritura pública de compra e</p><p>venda.</p><p>(D) Roberta e Rogério somente podem pedir reparação</p><p>civil por danos morais em face de Raquel, tendo em</p><p>vista a clara violação aos direitos de personalidade.</p><p>Letra c.</p><p>Art. 504. Não pode um condômino em coisa indivisível</p><p>vender a sua parte a estranhos, se outro consorte a</p><p>quiser, tanto por tanto. O condômino, a quem não se</p><p>der conhecimento da venda, poderá, depositando o</p><p>preço, haver para si a parte vendida a estranhos, se o</p><p>requerer no prazo de cento e oitenta dias, sob pena de</p><p>decadência.</p><p>Parágrafo único. Sendo muitos os condôminos, preferirá</p><p>o que tiver benfeitorias de maior valor e, na falta de</p><p>benfeitorias, o de quinhão maior. Se as partes forem</p><p>iguais, haverão a parte vendida os comproprietários,</p><p>que a quiserem, depositando previamente o preço.</p><p>Informativo n. 0683</p><p>Publicação: 18 de dezembro de 2020.</p><p>TERCEIRA TURMA</p><p>Processo</p><p>REsp 1.628.478-MG, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze,</p><p>Terceira Turma, por unanimidade, julgado em</p><p>03/11/2020, DJe 17/11/2020</p><p>Tema: Condomínio. Coisa comum indivisa. Alienação</p><p>de quinhão. Direito de preferência. Notificação prévia.</p><p>Inobservância. Prazo decadencial. Termo inicial. Registro</p><p>de escritura pública de compra e venda.</p><p>Destaque: O prazo decadencial do exercício do direito</p><p>de preferência por condômino, na ausência de prévia</p><p>notificação, inicia-se com o registro da escritura pública</p><p>de compra e venda da fração ideal da coisa comum</p><p>indivisa.</p><p>Informações do Inteiro Teor</p><p>Nos termos do art. 504 do CC/2002, é garantido ao</p><p>condômino o direito de preferência na aquisição</p><p>de fração ideal de coisa comum indivisa, em iguais</p><p>condições ofertadas ao terceiro estranho à relação</p><p>condominial, desde que o exerça no prazo de 180 (cento</p><p>e oitenta) dias a contar da ciência. Tal conhecimento</p><p>deve ser possibilitado pelo coproprietário alienante,</p><p>em decorrência de imposição legal, através de prévia</p><p>notificação, judicial, extrajudicial ou outro meio que</p><p>confira aos demais comunheiros ciência inequívoca da</p><p>venda e dos termos do negócio, consoante o previsto nos</p><p>arts. 107 do CC/2002 e 27, in fine, da Lei n. 8.245/1991,</p><p>este último aplicado por analogia.</p><p>Em relação à notificação, saliente-se que esta deve ser,</p><p>em regra, judicial ou extrajudicial, de modo expresso e</p><p>com comprovante de recebimento, a fim de demonstrar</p><p>a inequívoca ciência, por parte dos outros condôminos,</p><p>da intenção de venda.</p><p>Nada impede, contudo, que, nos termos do art. 107</p><p>do CC/2002, o conhecimento aos outros consortes se</p><p>dê por meios informais, uma vez que a lei não prevê</p><p>forma específica para tal ato, muito embora se entreveja</p><p>certa dificuldade de se comprovar a ciência inequívoca</p><p>mediante outra prova que não seja a documental.</p><p>No caso, o direito de preferência só foi oportunamente</p><p>exercido após o aperfeiçoamento da venda da fração</p><p>ideal do imóvel comum indiviso com a celebração da</p><p>escritura pública de compra e venda e o registro no</p><p>Cartório de Registro de Imóveis.</p><p>A escritura pública, lavrada em notas de tabelião, é</p><p>documento dotado de fé pública, fazendo prova plena</p><p>das informações que nela contiverem, nos termos do art.</p><p>215, caput, do CC/2002, sobretudo com a manifestação</p><p>clara de vontade das partes e dos intervenientes (art.</p><p>215, § 1º, IV, do CC/2002). Essa formalidade, enfatiza-</p><p>se, deve ser observada na compra e venda de imóveis,</p><p>em regra, segundo estabelece o art. 108 do diploma</p><p>substantivo.</p><p>Além disso, pontua-se que a perfectibilização do</p><p>negócio, com a transferência da propriedade imobiliária,</p><p>pressupõe o registro do título translativo no Cartório de</p><p>Registro de Imóveis (art. 1.245 do CC/2002, c/c o art.</p><p>172 da Lei n. 6.015/1973), ocasião em que produzirá</p><p>efeitos erga omnes, alcançando terceiros, notadamente</p><p>em virtude do atributo da publicidade.</p><p>Desta feita, surgem dois desdobramentos: enquanto</p><p>não registrado o título, a avença produz efeitos apenas</p><p>em relação àqueles que dela participaram; ao passo</p><p>que, realizado o registro, tais efeitos atingem toda a</p><p>sociedade.</p><p>Diante disso, outra não pode ser a conclusão senão</p><p>aquela em que a ausência de comunicação prévia aos</p><p>demais coproprietários, pelo condômino alienante,</p><p>acerca da venda do seu quinhão do imóvel comum</p><p>indiviso ao terceiro estranho à relação condominial, é</p><p>suprida pelo registro da escritura pública de compra e</p><p>venda, iniciando-se, a partir daí, o transcurso do prazo</p><p>decadencial do direito de preferência, porquanto</p><p>presumida a ciência do negócio, nos limites das</p><p>informações constantes do título levado a registro.</p><p>37</p><p>Carolina tem 26 anos e viveu um amor intenso, reconhe-</p><p>cido como união estável, com Odair, falecido há três me-</p><p>ses, de infarto fulminante, aos 82 anos de idade. Odair</p><p>deixou quatro filhos: Michele, com 56 anos de idade;</p><p>Lorena, com 52 anos de idade; Pablo com 50 anos de</p><p>idade; e Eugênio com 48 anos de idade. Odair deixou</p><p>como bens a inventariar uma mansão de frente para o</p><p>mar em Porto de Galinhas – PE, vários veículos e dinhei-</p><p>ro em conta bancária e aplicações financeiras. Feito o</p><p>inventário e a partilha de bens, o filho de Eugênio e neto</p><p>preferido de Odair, João, com 24 anos de idade e recém-</p><p>-formado está indignado com o fato de Carolina ter</p><p>permanecido na casa de praia em Porto de Galinhas e</p><p>ajuíza ação de despejo para que ela seja imediatamente</p><p>expulsa do lugar onde mora. Além disso, Carolina é con-</p><p>templada no testamento com uma expressiva quantia</p><p>em dinheiro e alguns dos carros deixados pelo de cujus.</p><p>Sobre o caso narrado, responda:</p><p>(A) Carolina tem assegurado, independentemente do re-</p><p>gime de bens, sem prejuízo da participação que lhe</p><p>caiba na herança, o direito real de habitação relati-</p><p>vamente ao imóvel em Porto de Galinhas, desde que</p><p>seja o único daquela natureza a inventariar.</p><p>(B) Carolina não tem direito de ficar na casa em Porto</p><p>de Galinhas, pois recebeu bens suficientes para com-</p><p>prar seu imóvel e residir em outro lugar.</p><p>(C) Carolina tem assegurado, independentemente do</p><p>regime de bens, o direito real de habitação relativa-</p><p>mente ao imóvel em Porto de Galinhas, ainda que</p><p>houvesse outro bem imóvel residencial a inventariar.</p><p>(D) Carolina tem assegurado, somente nos regimes da</p><p>comunhão parcial ou comunhão universal de bens, o</p><p>direito real de habitação relativamente ao imóvel em</p><p>Porto de Galinhas, mas com prejuízo da participação</p><p>que lhe caiba na herança.</p><p>Letra a.</p><p>Art. 1.831. Ao cônjuge sobrevivente, qualquer que</p><p>seja o regime de bens, será assegurado, sem prejuízo</p><p>da participação que lhe caiba na herança, o direito</p><p>real de habitação relativamente ao imóvel destinado à</p><p>residência da família, desde que seja o único daquela</p><p>natureza a inventariar.</p><p>38</p><p>Eugênio vive num apartamento alugado, de propriedade</p><p>de Aryana, situado em bairro nobre de Goiânia. Como o</p><p>imóvel está situado em localização privilegiada e tem vá-</p><p>rias atrações dentro do próprio condomínio, é frequen-</p><p>te a cobrança de taxas extras de reposição do fundo de</p><p>reserva para pagamento das despesas do condomínio</p><p>durante esse período em que Eugênio ocupa o imóvel.</p><p>Todos os meses, Eugênio pede o abatimento das taxas</p><p>extras a Aryana, que discorda do entendimento dele</p><p>pois, segundo ela, o locatário é quem deve pagar todas</p><p>as despesas e taxas condominiais. Diante da situação,</p><p>Aryana procura você como advogado(a) que, acertada-</p><p>mente, orienta que:</p><p>(A) Aryana é obrigada a pagar as taxas extras de reposi-</p><p>ção do fundo de reserva, relativas ao período em que</p><p>Eugênio ocupa o imóvel locado, por ser ela a proprie-</p><p>tária e inserir tais cobranças no valor do reajuste do</p><p>ano seguinte do aluguel.</p><p>(B) Eugênio é obrigado a pagar as taxas extras de repo-</p><p>sição do fundo de reserva, mesmo sendo o locatário,</p><p>relativas ao período em que ocupa o imóvel locado,</p><p>mas pode pedir ressarcimento a Aryana no prazo de-</p><p>cadencial de três anos.</p><p>(C) Aryana é obrigada a pagar as taxas extras de repo-</p><p>sição do fundo de reserva, relativas ao período em</p><p>que Eugênio ocupa o imóvel locado, por ser ela a</p><p>proprietária.</p><p>(D) Eugênio é obrigado a pagar as taxas extras de repo-</p><p>sição do fundo de reserva, mesmo sendo o locatário,</p><p>relativas ao período em que ocupa o imóvel locado.</p><p>Letra d.</p><p>Art. 23 da Lei n. 8.245, de 1991. O locatário é obrigado</p><p>a:</p><p>I – pagar pontualmente o aluguel e os encargos da</p><p>locação, legal ou contratualmente exigíveis, no prazo</p><p>estipulado ou, em sua falta, até o sexto dia útil do mês</p><p>seguinte ao vencido, no imóvel locado, quando outro</p><p>local não tiver sido indicado no contrato;</p><p>II – servir-se do imóvel para o uso convencionado ou</p><p>presumido, compatível com a natureza deste e com o</p><p>fim a que se destina, devendo tratá-lo com o mesmo</p><p>cuidado como se fosse seu;</p><p>III – restituir o imóvel, finda a locação, no estado em que</p><p>o recebeu, salvo as deteriorações decorrentes do seu</p><p>uso normal;</p><p>IV – levar imediatamente ao conhecimento do locador o</p><p>surgimento de qualquer dano ou defeito cuja reparação</p><p>a este incumba, bem como as eventuais turbações de</p><p>terceiros;</p><p>V – realizar a imediata reparação dos danos verificados</p><p>no imóvel, ou nas suas instalações, provocadas por si,</p><p>seus dependentes, familiares, visitantes ou prepostos;</p><p>VI – não modificar a forma interna ou externa do imóvel</p><p>sem o consentimento prévio e por escrito do locador;</p><p>VII – entregar imediatamente ao locador os documentos</p><p>de cobrança de tributos e encargos condominiais,</p><p>bem como qualquer intimação, multa ou exigência de</p><p>autoridade pública, ainda que dirigida a ele, locatário;</p><p>VIII – pagar as despesas de telefone e de consumo de</p><p>força, luz e gás, água e esgoto;</p><p>IX – permitir a vistoria do imóvel pelo locador ou por</p><p>seu mandatário, mediante combinação prévia de dia e</p><p>hora, bem como admitir que seja o mesmo visitado e</p><p>examinado por terceiros, na hipótese prevista no art. 27;</p><p>X – cumprir integralmente a convenção de condomínio e</p><p>os regulamentos internos;</p><p>XI – pagar o prêmio do seguro de fiança;</p><p>XII – pagar as despesas ordinárias de condomínio.</p><p>§ 1º Por despesas ordinárias de condomínio se</p><p>entendem as necessárias à administração respectiva,</p><p>especialmente:</p><p>a) salários, encargos trabalhistas, contribuições</p><p>previdenciárias e sociais dos empregados do condomínio;</p><p>b) consumo de água e esgoto, gás, luz e força das áreas</p><p>de uso comum;</p><p>c) limpeza, conservação e pintura das instalações e</p><p>dependências de uso comum;</p><p>d) manutenção e conservação das instalações e</p><p>equipamentos hidráulicos, elétricos, mecânicos e de</p><p>segurança, de uso comum;</p><p>e) manutenção e conservação das instalações e</p><p>equipamentos de uso comum destinados à prática de</p><p>esportes e lazer;</p><p>f) manutenção e conservação de elevadores, porteiro</p><p>eletrônico e antenas coletivas;</p><p>g) pequenos reparos nas dependências e instalações</p><p>elétricas e hidráulicas de uso comum;</p><p>h) rateios de saldo devedor, salvo se referentes a período</p><p>anterior ao início da locação;</p><p>i) reposição do fundo de reserva, total ou parcialmente</p><p>utilizado no custeio ou complementação das despesas</p><p>referidas nas alíneas anteriores, salvo se referentes a</p><p>período anterior ao início da locação.</p><p>§ 2º O locatário fica obrigado ao pagamento das despesas</p><p>referidas no parágrafo anterior, desde que comprovadas</p><p>a previsão orçamentária e o rateio mensal, podendo</p><p>exigir a qualquer tempo a comprovação das mesmas.</p><p>§ 3º No edifício constituído por unidades imobiliárias</p><p>autônomas, de propriedade da mesma pessoa, os</p><p>locatários ficam obrigados ao pagamento das despesas</p><p>referidas no § 1º deste artigo, desde que comprovadas.</p><p>Art. 24. Nos imóveis utilizados como habitação coletiva</p><p>multifamiliar, os locatários ou sublocatários poderão</p><p>depositar judicialmente o aluguel e encargos se a</p><p>construção for considerada em condições precárias pelo</p><p>Poder Público.</p><p>§ 1º O levantamento dos depósitos somente será</p><p>deferido com a comunicação, pela autoridade pública,</p><p>da regularização do imóvel.</p><p>§ 2º Os locatários ou sublocatários que deixarem o</p><p>imóvel estarão desobrigados do aluguel durante a</p><p>execução das obras necessárias à regularização.</p><p>§ 3º Os depósitos efetuados em juízo pelos locatários</p><p>e sublocatários poderão ser levantados, mediante</p><p>ordem judicial, para realização das obras ou serviços</p><p>necessários à regularização do imóvel.</p><p>39</p><p>Lorena é viúva, tem dois filhos, Eugênio e Nilton, com</p><p>30 e 28 anos de idade respectivamente. Como Lorena</p><p>é dona de um vasto patrimônio, resolve fazer um testa-</p><p>mento deixando sua parte disponível para sua sobrinha</p><p>preferida, Roberta, que é estudante de Medicina e pre-</p><p>tende trabalhar na Amazônia ajudando as populações</p><p>ribeirinhas. Lorena convoca seu advogado Rogério e faz</p><p>seu testamento particular, todo em língua portuguesa.</p><p>Entretanto, como estava com os dois braços engessa-</p><p>dos, em virtude de uma lesão sofrida no último treino</p><p>de crossfit, coloca somente sua impressão digital. Diante</p><p>do caso narrado, responda:</p><p>(A) O testamento particular somente pode ser escrito de</p><p>próprio punho e, portanto, o testamento de Lorena</p><p>é inválido.</p><p>(B) O testamento particular somente pode ser escrito</p><p>por processo mecânico e, portanto, o testamento de</p><p>Lorena é nulo.</p><p>(C) É válido o testamento particular que, a despeito de</p><p>não ter sido assinado de próprio punho pela testado-</p><p>ra, contou com a sua impressão digital.</p><p>(D) Se o testamento contivesse expressões ou dispo-</p><p>sições em outro idioma, como inglês, espanhol ou</p><p>francês, seria inválido pois as pessoas não o compre-</p><p>enderiam.</p><p>Letra c.</p><p>Art. 1.876. O testamento particular pode ser escrito de</p><p>próprio punho ou mediante processo mecânico.</p><p>§ 1º Se escrito de próprio punho, são requisitos</p><p>essenciais à sua validade seja lido e assinado por quem o</p><p>escreveu, na presença de pelo menos três testemunhas,</p><p>que o devem subscrever.</p><p>§ 2º Se elaborado por processo mecânico, não pode</p><p>conter rasuras ou espaços em branco, devendo ser</p><p>assinado pelo testador, depois de o ter lido na presença</p><p>de pelo menos três testemunhas, que o subscreverão.</p><p>(...)</p><p>Art. 1.880. O testamento particular pode ser escrito</p><p>em língua estrangeira, contanto que as testemunhas a</p><p>compreendam.</p><p>Informativo nº 0667</p><p>Publicação: 7 de abril de 2020.</p><p>SEGUNDA SEÇÃO</p><p>REsp 1.633.254-MG, Rel. Min. Nancy Andrighi, Segunda</p><p>Seção, por maioria, julgado em 11/03/2020, DJe</p><p>18/03/2020</p><p>Ramo do Direito</p><p>DIREITO CIVIL</p><p>Tema</p><p>Testamento particular escrito por meio mecânico.</p><p>Ausência de assinatura de próprio punho do testador.</p><p>Aposição de sua impressão digital. Validade do</p><p>testamento. Violação do art. 1.876, § 2º, do Código Civil.</p><p>Inocorrência. Observância da real vontade do testador.</p><p>Destaque</p><p>É válido o testamento particular que, a despeito de</p><p>não ter sido assinado de próprio punho pela testadora,</p><p>contou com a sua impressão digital.</p><p>Informações do Inteiro Teor</p><p>Em se tratando de sucessão testamentária, o objetivo a</p><p>ser alcançado é a preservação da manifestação de última</p><p>vontade do falecido, devendo as formalidades previstas</p><p>em lei serem examinadas à luz dessa diretriz máxima,</p><p>sopesando-se, sempre casuisticamente, se a ausência</p><p>de uma delas é suficiente para comprometer a validade</p><p>do testamento em confronto com os demais elementos</p><p>de prova produzidos, sob pena de ser frustrado o real</p><p>desejo do testador.</p><p>Conquanto a jurisprudência do Superior Tribunal</p><p>de Justiça permita, sempre excepcionalmente, a</p><p>relativização</p><p>de apenas algumas das formalidades</p><p>exigidas pelo Código Civil e somente em determinadas</p><p>hipóteses, o critério segundo o qual se estipulam,</p><p>previamente, quais vícios são sanáveis e quais são</p><p>insanáveis é nitidamente insuficiente, devendo a questão</p><p>ser verificada sob diferente prisma, examinando-se se</p><p>da ausência da formalidade exigida em lei efetivamente</p><p>resulta alguma dúvida quanto à vontade do testador.</p><p>Em uma sociedade que é comprovadamente menos</p><p>formalista, na qual as pessoas não mais se individualizam</p><p>por sua assinatura de próprio punho, mas, sim, por</p><p>seus tokens, chaves, logins e senhas, ID's, certificações</p><p>digitais, reconhecimentos faciais, digitais, oculares e, até</p><p>mesmo, pelos seus hábitos profissionais, de consumo e</p><p>de vida, captados a partir da reiterada e diária coleta de</p><p>seus dados pessoais, e na qual se admite a celebração de</p><p>negócios jurídicos complexos e vultosos até mesmo por</p><p>redes sociais ou por meros cliques, o papel e a caneta</p><p>esferográfica perdem diariamente o seu valor e a sua</p><p>relevância, devendo ser examinados em conjunto com</p><p>os demais elementos que permitam aferir ser aquela a</p><p>real vontade do contratante.</p><p>A regra segundo a qual a assinatura de próprio punho é</p><p>requisito de validade do testamento particular, pois, traz</p><p>consigo a presunção de que aquela é a real vontade do</p><p>testador, tratando-se, todavia, de uma presunção juris</p><p>tantum, admitindo-se, ainda que excepcionalmente, a</p><p>prova de que, se porventura ausente a assinatura nos</p><p>moldes exigidos pela lei, ainda assim era aquela a real</p><p>vontade do testador.</p><p>É preciso, pois, repensar o direito civil codificado à</p><p>luz da nossa atual realidade social, sob pena de se</p><p>conferirem soluções jurídicas inexequíveis, inviáveis ou</p><p>simplesmente ultrapassadas pelos problemas trazidos</p><p>pela sociedade contemporânea.</p><p>No caso, a despeito da ausência de assinatura de próprio</p><p>punho do testador e de o testamento ter sido lavrado</p><p>a rogo e apenas com a aposição de sua impressão</p><p>digital, não havia dúvida acerca da manifestação de</p><p>última vontade da testadora que, embora sofrendo</p><p>com limitações físicas, não possuía nenhuma restrição</p><p>cognitiva.</p><p>40</p><p>Ana Paula está completamente endividada e tem como</p><p>principal credor Eugênio, seu ex-namorado dos tempos</p><p>da faculdade. Como todas as suas economias estão de-</p><p>positadas na conta poupança, ela resolve transferir tal</p><p>quantia para a conta do novo namorado, Rafael. Eugênio</p><p>ingressa com uma ação judicial de cobrança do mútuo</p><p>e tem seu pedido julgado procedente. Ao final, quando</p><p>do cumprimento de sentença, descobre que antes mes-</p><p>mo do ajuizamento da ação, Ana Paula havia transferido</p><p>todo o dinheiro para a conta do atual namorado. O ato</p><p>praticado por Ana Paula pode ser considerado:</p><p>(A) fraude à execução.</p><p>(B) fraude contra credores.</p><p>(C) lesão.</p><p>(D) dolo.</p><p>Letra b.</p><p>Art. 158. Os negócios de transmissão gratuita de bens</p><p>ou remissão de dívida, se os praticar o devedor já</p><p>insolvente, ou por eles reduzido à insolvência, ainda</p><p>quando o ignore, poderão ser anulados pelos credores</p><p>quirografários, como lesivos dos seus direitos.</p><p>§ 1º Igual direito assiste aos credores cuja garantia se</p><p>tornar insuficiente.</p><p>2º Só os credores que já o eram ao tempo daqueles atos</p><p>podem pleitear a anulação deles.</p><p>Art. 159. Serão igualmente anuláveis os contratos</p><p>onerosos do devedor insolvente, quando a insolvência</p><p>for notória, ou houver motivo para ser conhecida do</p><p>outro contratante.</p><p>41</p><p>Rafael estava dirigindo seu veículo calmamente, na velo-</p><p>cidade da via, de maneira bastante atenta. De repente, o</p><p>motorista do carro da frente, Rogério, que estava falan-</p><p>do ao celular e fazendo “stories” para o instagram freia</p><p>em plena via de rápida circulação, de modo que não há</p><p>como Rafael parar o seu carro sem abalroar o carro de</p><p>Rogério. Logo atrás de Rogério, vinha Michele que tam-</p><p>bém dirigia atentamente, mas diante da brusca parada</p><p>dos veículos à frente, não consegue parar e abalroa o</p><p>veículo de Rafael. Diante do caso narrado, responda:</p><p>(A) Rogério deve indenizar Rafael e Michele, tendo em</p><p>vista que a conduta foi exclusivamente dele e os</p><p>carros de Michele e Rafael são considerados corpos</p><p>neutros.</p><p>(B) Michele deve indenizar Rafael que, por sua vez, deve</p><p>indenizar Rogério, pois quem bate na traseira do veí-</p><p>culo está sempre errado.</p><p>(C) Michele deve indenizar Rafael e Rogério, pois foi ela</p><p>quem bateu na traseira do veículo de Rafael.</p><p>(D) Rafael deve indenizar Michele, pois o dano foi causa-</p><p>do no veículo dela porque o mesmo não conseguiu</p><p>desviar do veículo de Rogério.</p><p>Letra a.</p><p>Segundo o professor Pablo Stolze, a teoria do corpo</p><p>neutro é uma especial aplicação do fato de terceiro</p><p>nos acidentes de trânsito, assim, é a situação na qual o</p><p>agente físico do dano, atingido, sem atuação voluntária,</p><p>viola direito de terceiro inocente. Ex: engavetamento.</p><p>(https://www.jusbrasil.com.br/busca?q=teoria+do+co</p><p>rpo+neutro#:~:text=Segundo%20o%20professor%20</p><p>Pablo%20Stolze,Ex%3A%20engavetamento).</p><p>ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE – ECA</p><p>PATRICIA DREYER</p><p>42</p><p>Alice, uma menina de oito anos de idade, vive em sua</p><p>residência com sua mãe Raquel, seu padrasto Rafael e</p><p>uma irmã unilateral, Michele. A pequena Alice foi encon-</p><p>trada em sua residência presa num caixote de madeira,</p><p>com mãos e pés acorrentados. Ela tinha de ficar em pé</p><p>todo o tempo, não havia espaço para que ela pudesse se</p><p>movimentar ou se sentar, e ainda era alimentada com</p><p>ração para cachorros. O Conselho Tutelar foi acionado,</p><p>por meio de um telefonema anônimo, para tomar pro-</p><p>vidências, ocasião em que buscou a menor, por meio de</p><p>força policial, e entregou-a às autoridades competentes.</p><p>O Juízo da Infância e da Juventude concedeu, de modo</p><p>liminar, a guarda de Alice à sua tia Lorena até que se apu-</p><p>rem os fatos. Diante do caso narrado, assinale a alterna-</p><p>tiva incorreta acerca da atuação do Conselho Tutelar.</p><p>(A) O Conselho Tutelar é órgão permanente e autôno-</p><p>mo, não jurisdicional, encarregado pela sociedade de</p><p>zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do</p><p>adolescente, definidos nesta Lei.</p><p>(B) Em cada município haverá, no mínimo, um Conselho</p><p>Tutelar composto de cinco membros, escolhidos pela</p><p>comunidade local para mandato de três anos, permi-</p><p>tida uma recondução.</p><p>(C) O caso narrado revela situação de castigo físico que</p><p>pode ser identificado pelo sofrimento físico ou le-</p><p>são à menor.</p><p>(D) O exercício efetivo da função de Conselheiro cons-</p><p>tituirá serviço público relevante e estabelecerá pre-</p><p>sunção de idoneidade moral.</p><p>Letra b.</p><p>(A) Certo.</p><p>Art. 131. O Conselho Tutelar é órgão permanente</p><p>e autônomo, não jurisdicional, encarregado pela</p><p>sociedade de zelar pelo cumprimento dos direitos</p><p>da criança e do adolescente, definidos nesta Lei.</p><p>(B) Errado.</p><p>Art. 132. Em cada Município haverá, no mínimo,</p><p>um Conselho Tutelar composto de cinco membros,</p><p>escolhidos pela comunidade local para mandato de</p><p>três anos, permitida uma recondução.</p><p>Art. 132. Em cada Município e em cada Região</p><p>Administrativa do Distrito Federal haverá, no</p><p>mínimo, 1 (um) Conselho Tutelar como órgão</p><p>integrante da administração pública local, composto</p><p>de 5 (cinco) membros, escolhidos pela população</p><p>local para mandato de 4 (quatro) anos, permitida</p><p>recondução por novos processos de escolha.</p><p>(Redação dada pela Lei n. 13.824, de 2019)</p><p>(C) Certo.</p><p>Art. 18-A. A criança e o adolescente têm o direito de</p><p>ser educados e cuidados sem o uso de castigo físico</p><p>ou de tratamento cruel ou degradante, como formas</p><p>de correção, disciplina, educação ou qualquer</p><p>outro pretexto, pelos pais, pelos integrantes da</p><p>família ampliada, pelos responsáveis, pelos agentes</p><p>públicos executores de medidas socioeducativas ou</p><p>por qualquer pessoa encarregada de cuidar deles,</p><p>tratá-los, educá-los ou protegê-los. (Incluído pela Lei</p><p>n. 13.010, de 2014)</p><p>Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera-se:</p><p>(Incluído pela Lei n. 13.010, de 2014)</p><p>I – castigo físico: ação de natureza disciplinar ou</p><p>punitiva aplicada com o uso da força física sobre a</p><p>criança ou o adolescente que resulte</p><p>em: (Incluído</p><p>pela Lei n. 13.010, de 2014)</p><p>(a) sofrimento físico; ou (Incluído pela Lei n. 13.010,</p><p>de 2014)</p><p>(b) lesão; (Incluído pela Lei n. 13.010, de 2014)</p><p>II – tratamento cruel ou degradante: conduta ou</p><p>forma cruel de tratamento em relação à criança ou</p><p>ao adolescente que: (Incluído pela Lei n. 13.010, de</p><p>2014)</p><p>(a) humilhe; ou (Incluído pela Lei n. 13.010, de 2014)</p><p>(b) ameace gravemente; ou (Incluído pela Lei n.</p><p>13.010, de 2014)</p><p>(c) ridicularize. (Incluído pela Lei n. 13.010, de 2014)</p><p>(D) Certo. "Art. 135. O exercício efetivo da função de</p><p>conselheiro constituirá serviço público relevante e</p><p>estabelecerá presunção de idoneidade moral."</p><p>43</p><p>O menor Rogério, com 12 anos de idade, foi abordado</p><p>por Pedro, um senhor de idade, com 75 anos; depois</p><p>disso, eles começaram a conversar por meio de aplicati-</p><p>vo de mensagens. Pedro, depois de criado certo vínculo</p><p>pessoal, ofereceu presencialmente a Rogério dinheiro a</p><p>fim de que este, em troca, o permitisse apalpá-los nas</p><p>partes íntimas, praticando, assim, ato libidinoso. A mãe</p><p>de Rogério, a sra. Roberta, descobriu as mensagens e</p><p>acionou as autoridades competentes. Diante do caso</p><p>narrado, assinale a alternativa correta:</p><p>(A) O ato praticado por Pedro encontra-se tipificado no</p><p>Código Penal e por isso não atrai a aplicação do Esta-</p><p>tuto da Criança e do Adolescente.</p><p>(B) O ato praticado por Pedro é atípico e, portanto, Pedro</p><p>só será advertido a não mais cometer tal conduta.</p><p>(C) O ato praticado por Pedro é considerado crime con-</p><p>tra o adolescente Rogério, tipificado com perturba-</p><p>ção da tranquilidade.</p><p>(D) Pedro praticou crime contra Rogério, em conduta</p><p>tipificado no Estatuto da Criança e do Adolescente,</p><p>mesmo tendo sido a comunicação direta.</p><p>Letra d.</p><p>RECURSO ESPECIAL Nº 1.894.300 - SC (2020/0231401-0)</p><p>RELATOR: MINISTRO NEFI CORDEIRO</p><p>RECORRENTE: MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE</p><p>SANTA CATARINA</p><p>RECORRIDO: G B C</p><p>ADVOGADOS: DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO</p><p>DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DE SANTA CATARINA</p><p>EMENTA</p><p>PENAL E PROCESSO PENAL. RECURSO ESPECIAL. ART. 241-</p><p>D DO ECA. DESCLASSIFICAÇÃO PARA O TIPO PREVISTO NO</p><p>ART. 65 DO DECRETO-LEI 3.688/1941. IMPOSSIBILIDADE.</p><p>INTUITO DE PERTURBAR A PAZ DA VÍTIMA. AUSÊNCIA.</p><p>PROPÓSITO LASCIVO. REVOLVIMENTO DO CONJUNTO</p><p>FÁTICO-PROBATÓRIO. DESNECESSIDADE. MATÉRIA DE</p><p>DIREITO. SÚMULA 7/STJ. NÃO APLICAÇÃO. RECURSO</p><p>ESPECIAL PROVIDO.</p><p>1. A conduta de abordar criança de 9 anos de idade</p><p>para oferecer dinheiro, em troca de apalpar o corpo</p><p>da ofendida, com inegável conotação lasciva, possui</p><p>adequação típica ao delito do art. 241-D do ECA, e não</p><p>à contravenção penal de perturbação da tranquilidade,</p><p>sendo impertinente a desclassificação a conduta para o</p><p>art. 65 da Lei de Contravenções Penais.</p><p>2. O elemento do tipo penal do art. 241-D "qualquer</p><p>meio de comunicação" inclui a abordagem pessoal à</p><p>infante.</p><p>3. A análise restringe-se ao enquadramento típico do</p><p>fato, exigindo para tanto nova valoração jurídica da</p><p>prova, e não o seu reexame.</p><p>4. Recurso especial provido para restabelecer a sentença</p><p>condenatória pela prática do delito previsto no art. 241-</p><p>D do ECA.</p><p>Art. 241-D. Aliciar, assediar, instigar ou constranger,</p><p>por qualquer meio de comunicação, criança, com o fim</p><p>de com ela praticar ato libidinoso: (Incluído pela Lei n.</p><p>11.829, de 2008)</p><p>Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.</p><p>(Incluído pela Lei n. 11.829, de 2008)</p><p>Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem:</p><p>(Incluído pela Lei n. 11.829, de 2008)</p><p>I – facilita ou induz o acesso à criança de material</p><p>contendo cena de sexo explícito ou pornográfica com o</p><p>fim de com ela praticar ato libidinoso; (Incluído pela Lei</p><p>n. 11.829, de 2008)</p><p>II – pratica as condutas descritas no caput deste artigo</p><p>com o fim de induzir criança a se exibir de forma</p><p>pornográfica ou sexualmente explícita. (Incluído pela Lei</p><p>n. 11.829, de 2008)</p><p>CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR</p><p>PATRÍCIA DREYER</p><p>44</p><p>Aryana ingressou com ação judicial em face do Distrito</p><p>Federal, pleiteando indenização em decorrência de dano</p><p>ocorrido durante a realização de obras nos arredores de</p><p>determinado condomínio onde reside. O Juiz, por sua</p><p>vez, ao citar o Distrito Federal, constatou que já havia</p><p>uma ação civil pública, ajuizada pela Associação de Mo-</p><p>radores da Região, constituída há mais de cinco anos, e</p><p>pleiteava a condenação daquela pessoa jurídica de direi-</p><p>to público pelos mesmos danos. Entendeu o Juiz, nesse</p><p>caso, que se tratava de litispendência e, por essa razão,</p><p>extinguiu o feito sem resolução de mérito. Aryana, bas-</p><p>tante decepcionada com a decisão judicial, procura você</p><p>como advogado(a), que, acertadamente responde que:</p><p>(A) se a ação coletiva tiver seu pedido julgado impro-</p><p>cedente, por insuficiência de provas, tal decisão</p><p>atinge Aryana.</p><p>(B) o Juiz está correto e, realmente, há litispendência</p><p>no caso narrado, pois o pleito de Aryana na ação in-</p><p>dividual é o mesmo formulado pela Associação de</p><p>Moradores.</p><p>(C) está equivocado o Juiz, tendo em vista que a ação</p><p>coletiva proposta pela Associação não induz litispen-</p><p>dência para a ação individual proposta por Aryana.</p><p>(D) está equivocado o Juiz, pois, em caso de procedência</p><p>do pedido na ação coletiva, os efeitos da coisa julga-</p><p>da da ação coletiva jamais atingiriam Aryana.</p><p>Letra c.</p><p>Art. 95, CDC. Em caso de procedência do pedido, a</p><p>condenação será genérica, fixando a responsabilidade</p><p>do réu pelos danos causados. (...)</p><p>Art. 103, III, do CDC. Nas ações coletivas de que trata</p><p>este código, a sentença fará coisa julgada: (...)</p><p>III – erga omnes, apenas no caso de procedência</p><p>do pedido, para beneficiar todas as vítimas e seus</p><p>sucessores, na hipótese do inciso III do parágrafo único</p><p>do art. 81.</p><p>Art. 104. As ações coletivas, previstas nos incisos I e II e</p><p>do parágrafo único do art. 81, não induzem litispendência</p><p>para as ações individuais, mas os efeitos da coisa julgada</p><p>erga omnes ou ultra partes a que aludem os incisos II</p><p>e III do artigo anterior não beneficiarão os autores das</p><p>ações individuais, se não for requerida sua suspensão</p><p>no prazo de trinta dias, a contar da ciência nos autos do</p><p>ajuizamento da ação coletiva.</p><p>45</p><p>João adquiriu, em uma loja, uma mesa extensível para</p><p>esta ser colocada no Espaço Gourmet de sua nova man-</p><p>são, adquirida com o prêmio da Mega-Sena da Virada.</p><p>Obedeceram-se todas as instruções para montagem</p><p>constantes no manual em que estava escrito “Faça Você</p><p>Mesmo”: João utilizou uma parafusadeira, seguiu todas</p><p>as instruções, deixou a mesa pronta para uso. Assim, ele</p><p>resolveu convidar seus melhores amigos, Nilton, Patrí-</p><p>cia, Maria e Roberta para um churrasco no domingo sub-</p><p>sequente. Quando estavam todos os seus convidados</p><p>sentados à mesa, ela se desmontou bruscamente e caiu</p><p>sobre as pernas dos amigos de João, causando sérias le-</p><p>sões em todos eles. Prontamente socorridos por João,</p><p>que os levou ao hospital mais próximo, e recuperados</p><p>do incidente, os quatro amigos procuram você como</p><p>advogado(a) que, acertadamente, orienta que:</p><p>(A) João é o único considerado consumidor que poderia</p><p>ajuizar ação contra a loja, já que a mesa foi adquiri-</p><p>da por ele.</p><p>(B) Os quatro amigos, mesmo não sendo consumidores</p><p>diretos ou indiretos, podem se valer das regras do</p><p>Código de Defesa do Consumidor em virtude do prin-</p><p>cípio da vulnerabilidade.</p><p>(C) Os quatro amigos somente podem ajuizar ação de</p><p>reparação de danos em face de João, que foi quem</p><p>os convidou para sentar à mesa montada por ele.</p><p>(D) Os quatro amigos, Nilton, Patrícia, Maria e Roberta,</p><p>são consumidores por equiparação, podendo se va-</p><p>ler das regras do Código de Defesa do Consumidor.</p><p>Letra d.</p><p>CDC, art. 17. Para os efeitos desta Seção, que cuida da</p><p>responsabilidade dos fornecedores pelo fato do produto</p><p>e do serviço, equiparam-se aos consumidores todas as</p><p>vítimas do evento.</p><p>DIREITO EMPRESARIAL</p><p>EUGÊNIO BRUGGER</p><p>46</p><p>Teófilo se formou em Medicina em dezembro de 2020.</p><p>Em janeiro de 2021, seu pai, João, faleceu e deixou, a</p><p>título de herança, uma fazenda com 5.000 hectares no</p><p>município de Ariquemes/RO. Teófilo decidiu iniciar a ati-</p><p>vidade</p><p>de piscicultura para a criação de tambaquis no</p><p>imóvel herdado.</p><p>Diante do caso apresentado, assinale a alternati-</p><p>va correta.</p><p>(A) Teófilo será considerado empresário se exercer pro-</p><p>fissionalmente atividade econômica organizada para</p><p>a produção ou a circulação de bens ou de serviços.</p><p>(B) Teófilo será necessariamente considerado empresá-</p><p>rio mesmo sem exercer profissionalmente atividade</p><p>econômica organizada para a produção ou a circula-</p><p>ção de bens ou de serviços.</p><p>(C) Teófilo será considerado empresário caso requeira a</p><p>sua inscrição no Registro Público de Empresas Mer-</p><p>cantis da respectiva sede.</p><p>(D) Teófilo será considerado empresário independente-</p><p>mente de sua inscrição no Registro Público de Em-</p><p>presas Mercantis da respectiva sede.</p><p>Letra c.</p><p>Art. 971, Código Civil. O empresário, cuja atividade rural</p><p>constitua sua principal profissão, pode, observadas as</p><p>formalidades de que tratam o art. 968 e seus parágrafos,</p><p>requerer inscrição no Registro Público de Empresas</p><p>Mercantis da respectiva sede, caso em que, depois de</p><p>inscrito, ficará equiparado, para todos os efeitos, ao</p><p>empresário sujeito a registro.</p><p>47</p><p>A sociedade XYZ Ltda. e a sociedade ABC Ltda., após di-</p><p>versas tratativas, decidiram preceder a fusão das socie-</p><p>dades. O sócio Tibério, que faz parte do quadro societá-</p><p>rio da sociedade XYZ Ltda., com dúvidas, procura você,</p><p>advogado(a), para saber qual é o quórum para a delibe-</p><p>ração da almejada fusão.</p><p>Você respondeu corretamente que:</p><p>(A) a fusão deve ser aprovada pelos votos correspon-</p><p>dentes, no mínimo, a três quartos do capital social</p><p>de cada sociedade.</p><p>(B) a fusão deve ser aprovada pela unanimidade dos só-</p><p>cios de cada sociedade.</p><p>(C) a fusão deve ser aprovada pela maioria de votos dos</p><p>presentes de cada sociedade.</p><p>(D) a fusão deve ser aprovada pelos votos correspon-</p><p>dentes, no mínimo, a três quartos do capital social</p><p>de cada sociedade.</p><p>Letra d.</p><p>Art. 1.071 Código Civil. Dependem da deliberação</p><p>dos sócios, além de outras matérias indicadas na lei</p><p>ou no contrato:</p><p>(...)</p><p>VI – a incorporação, a fusão e a dissolução da socieda-</p><p>de, ou a cessação do estado de liquidação.</p><p>Cumulado com:</p><p>Art. 1.076. Ressalvado o disposto no art. 1.061, as de-</p><p>liberações dos sócios serão tomadas:</p><p>I – pelos votos correspondentes, no mínimo, a três</p><p>quartos do capital social, nos casos previstos nos inci-</p><p>sos V e VI do art. 1.071.</p><p>48</p><p>Antônio, Ananias e Bento decidiram constituir uma so-</p><p>ciedade anônima para a venda de equipamentos eletrô-</p><p>nicos em Itu/SP. Ananias pretende realizar a parte por</p><p>ele subscrita do capital social com um imóvel no qual a</p><p>sociedade utilizará como depósito.</p><p>Sobre avaliação de bens para a realização do capital</p><p>social de uma sociedade anônima, assinale a alternati-</p><p>va correta.</p><p>(A) A avaliação dos bens será feita por 02 (dois) peritos</p><p>ou por empresa especializada, nomeados em assem-</p><p>bleia-geral dos subscritores, convocada pela impren-</p><p>sa e presidida por um dos fundadores, instalando-se</p><p>em primeira convocação com a presença de subs-</p><p>critores que representem um terço, pelo menos, do</p><p>capital social, e em segunda convocação com qual-</p><p>quer número.</p><p>(B) A avaliação dos bens será feita por 03 (três) peritos</p><p>ou por empresa especializada, nomeados em assem-</p><p>bleia-geral dos subscritores, convocada pela impren-</p><p>sa e presidida por um dos fundadores, instalando-se</p><p>em primeira convocação com a presença de subscri-</p><p>tores que representem dois terços, pelo menos, do</p><p>capital social, e em segunda convocação com qual-</p><p>quer número.</p><p>(C) A avaliação dos bens será feita por 02 (dois) peritos</p><p>ou por empresa especializada, nomeados em assem-</p><p>bleia-geral dos subscritores, convocada pela impren-</p><p>sa e presidida por um dos fundadores, instalando-se</p><p>em primeira convocação com a presença de subs-</p><p>critores que representem metade, pelo menos, do</p><p>capital social, e em segunda convocação com qual-</p><p>quer número.</p><p>(D) A avaliação dos bens será feita por 03 (três) peritos</p><p>ou por empresa especializada, nomeados em assem-</p><p>bleia-geral dos subscritores, convocada pela impren-</p><p>sa e presidida por um dos fundadores, instalando-se</p><p>em primeira convocação com a presença de subs-</p><p>critores que representem metade, pelo menos, do</p><p>capital social, e em segunda convocação com qual-</p><p>quer número.</p><p>Letra d.</p><p>Lei n. 6.404/1976, art. 8º A avaliação dos bens será</p><p>feita por 3 (três) peritos ou por empresa especializada,</p><p>nomeados em assembleia-geral dos subscritores,</p><p>convocada pela imprensa e presidida por um dos</p><p>fundadores, instalando-se em primeira convocação com</p><p>a presença desubscritores que representem metade,</p><p>pelo menos, do capital social, e em segunda convocação</p><p>com qualquer número</p><p>49</p><p>Tamires decidiu empreender e foi a Goiânia/GO com-</p><p>prar roupas para revender em seu site na Internet. No</p><p>dia 21/01/2021, realizou a compra dos produtos, a qual</p><p>foi representada por uma cártula de cheque pós-datada</p><p>para o dia 22/03/2021. Em 1º/02/2021, Alisson, empre-</p><p>sário que vendeu os produtos para Tamires, apresentou</p><p>o cheque ao Banco Y S/A, que realizou o pagamento da</p><p>cártula diante da existência de fundos na conta corrente</p><p>de Tamires.</p><p>Sobre o caso apresentado, assinale a alternativa correta.</p><p>(A) Caracteriza dano moral a apresentação antecipada</p><p>de cheque pré-datado.</p><p>(B) Não caracteriza dano moral a apresentação anteci-</p><p>pada de cheque pré-datado.</p><p>(C) Caracteriza dano material a apresentação antecipada</p><p>de cheque pré-datado.</p><p>(D) Caracteriza lucros cessantes a apresentação anteci-</p><p>pada de cheque pré-datado.</p><p>Letra a.</p><p>Súmula n. 370 do STJ: Caracteriza dano moral a</p><p>apresentação antecipada de cheque pré-datado.</p><p>50</p><p>Bernardo é empresário individual e, em 15/06/2020,</p><p>realizou a doação de um imóvel residencial para seu ir-</p><p>mão, Rafael. No dia 21/01/2021, decretou-se a falência</p><p>de Bernardo.</p><p>A respeito das disposições da Lei n. 11.101/2005 sobre a</p><p>falência, assinale a alternativa correta.</p><p>(A) A doação realizada por Bernardo pode ser revogada</p><p>por meio de ação revocatória que deverá ser propos-</p><p>ta pelo administrador judicial, por qualquer credor</p><p>ou pelo Ministério Público no prazo de 03 (três) anos</p><p>contado da decretação da falência.</p><p>(B) A doação realizada por Bernardo é ineficaz em relação</p><p>à massa falida, tenha ou não Rafael o conhecimento</p><p>do estado de crise econômico-financeira de Bernar-</p><p>do, seja ou não intenção deste fraudar credores.</p><p>(C) A doação realizada por Bernardo é inexistente em</p><p>relação à massa falida, tenha ou não Rafael o co-</p><p>nhecimento do estado de crise econômico-finan-</p><p>ceira de Bernardo, seja ou não intenção deste frau-</p><p>dar credores.</p><p>(D) A doação realizada por Bernardo pode ser revogada</p><p>por meio de ação revocatória, que deverá ser pro-</p><p>posta pelo administrador judicial, por qualquer cre-</p><p>dor ou pelo Ministério Público no prazo de 04 (qua-</p><p>tro) anos contado da decretação da falência.</p><p>Letra b.</p><p>Lei n. 11.101/2005, art. 129. São ineficazes em relação à</p><p>massa falida, tenha ou não o contratante conhecimento</p><p>do estado de crise econômico-financeira do devedor,</p><p>seja ou não intenção deste fraudar credores: (...)</p><p>IV – a prática de atos a título gratuito, desde 2 (dois)</p><p>anos antes da decretação da falência;</p><p>DIREITO PROCESSUAL CIVIL</p><p>RAQUEL BUENO</p><p>51</p><p>Madalena promove demanda indenizatória em face de</p><p>Pedro, em virtude de agressão sofrida em um bar, pró-</p><p>ximo da residência da autora. Considerando que a audi-</p><p>ência de conciliação foi suprimida, Pedro foi citado para</p><p>oferecer resposta, e ato contínuo procura um advogado</p><p>e explica que a agressão foi promovida por seu irmão</p><p>gêmeo Paulo, sendo possível comprovar essa afirmação</p><p>mediante as filmagens do local, uma vez que Paulo pos-</p><p>sui uma tatuagem em todo braço direito, diferente de</p><p>Pedro, que não possui nenhuma tatuagem. Nesse con-</p><p>texto, assinale a alternativa correta.</p><p>(A) O advogado deve arguir a preliminar de ilegitimidade</p><p>passiva do cliente, sem necessidade de indicar o real</p><p>autor dos atos danosos que lesaram a autora.</p><p>(B) O advogado deve arguir a preliminar de ilegitimidade</p><p>passiva do cliente, com a indicação do real autor dos</p><p>atos</p><p>danosos que lesaram a autora, sob pena de res-</p><p>ponsabilização subjetiva.</p><p>(C) O advogado deve arguir a preliminar de ilegitimidade</p><p>passiva do cliente, com a consequente e automática</p><p>extinção do processo, sem resolução de mérito.</p><p>(D) O advogado deve arguir a preliminar de ilegitimida-</p><p>de passiva do cliente, com a indicação do real autor</p><p>dos atos danosos que lesaram a autora. Caso haja a</p><p>substituição de Pedro por Paulo, Madalena deverá</p><p>pagar honorários advocatícios de sucumbência de 10</p><p>a 20% ao advogado do réu excluído do processo.</p><p>Letra b.</p><p>Conforme artigos 338 e 339 do CPC, além do Enunciado</p><p>44 do FPPC: "Art. 339. A responsabilidade a que se</p><p>refere o art. 339 é subjetiva." (Grupo: Litisconsórcio,</p><p>Intervenção de Terceiros e Resposta do Réu)</p><p>52</p><p>Patrícia estava atrasada para o trabalho, razão pela</p><p>qual dirigia seu veículo em alta velocidade. Durante o</p><p>percurso, distraiu-se ouvindo um sucesso d’Os Barões</p><p>da Pisadinha e acabou colidindo na traseira do veículo</p><p>de Odair, que freou devidamente na faixa de pedestres.</p><p>Após conversa amigável, Patrícia assumiu a responsabi-</p><p>lidade e se comprometeu a acionar seu seguro para o</p><p>conserto do carro de Odair. Na semana seguinte, ao ser</p><p>procurada por Odair, Patrícia apresentou outra versão e</p><p>disse que não era responsável pelo ocorrido, o que levou</p><p>Odair a procurar um advogado para tomar as providên-</p><p>cias judiciais cabíveis. Nesse contexto, assinale a alter-</p><p>nativa correta.</p><p>(A) Odair pode promover ação indenizatória de maneira</p><p>direta e exclusiva contra a seguradora.</p><p>(B) Uma vez demandada Patrícia, ela deverá, obrigato-</p><p>riamente, denunciar à lide sua seguradora.</p><p>(C) Odair poderá promover a demanda indenizatória em</p><p>face de Patrícia e sua seguradora, em litisconsórcio.</p><p>(D) Uma vez demandada Patrícia, ela poderá promover o</p><p>chamamento ao processo da seguradora.</p><p>Letra c.</p><p>Lembre-se de que nenhuma modalidade de intervenção</p><p>de terceiros é obrigatória. Nesse caso, Patrícia poderá</p><p>promover a denunciação da lide de sua seguradora,</p><p>assim como Odair pode demandar Patrícia e sua</p><p>seguradora em litisconsórcio. Vide artigo 125, II e § 1º,</p><p>do CPC, bem como Súmula n. 529 do STJ:</p><p>No seguro de responsabilidade civil facultativo,</p><p>não cabe o ajuizamento de ação pelo terceiro</p><p>prejudicado direta e exclusivamente em face da</p><p>seguradora do apontado causador do dano.</p><p>E Súmula n. 537 do STJ:</p><p>Em ação de reparação de danos, a seguradora</p><p>denunciada, se aceitar a denunciação ou contestar</p><p>o pedido do autor, pode ser condenada, direta</p><p>e solidariamente junto com o segurado, ao</p><p>pagamento da indenização devida à vítima, nos</p><p>limites contratados na apólice.</p><p>53</p><p>Roberta interpõe recurso extraordinário perante o Presi-</p><p>dente do TJDFT. Após juízo de admissibilidade promovi-</p><p>do pelo juízo a quo, negou-se seguimento ao recurso ex-</p><p>traordinário, com fundamento em tese jurídica firmada</p><p>em sede de repercussão geral. Nesse caso, o advogado</p><p>de Roberta poderá:</p><p>(A) interpor agravo interno para o próprio tribunal</p><p>recorrido.</p><p>(B) interpor agravo em recurso extraordinário do artigo</p><p>1.042 do CPC.</p><p>(C) apresentar reclamação, uma vez que o juízo a quo</p><p>não pode fazer juízo de admissibilidade.</p><p>(D) opor embargos de divergência.</p><p>Letra a.</p><p>Conforme artigo 1.042 do CPC, segundo o qual:</p><p>Art. 1.042. Cabe agravo contra decisão do presidente</p><p>ou do vice-presidente do tribunal recorrido que</p><p>inadmitir recurso extraordinário ou recurso</p><p>especial, salvo quando fundada na aplicação de</p><p>entendimento firmado em regime de repercussão</p><p>geral ou em julgamento de recursos repetitivos.</p><p>Nesse caso será cabível o agravo interno do artigo</p><p>1.021 do CPC.</p><p>54</p><p>Maria Cristina promove ação reipersecutória em face de</p><p>Nilton, requerendo liminar inaudita altera pars para a</p><p>imediata devolução de bens que foram confiados ao réu,</p><p>por meio de contrato de depósito, devidamente adim-</p><p>plido pela autora. A partir dos fatos narrados, assinale o</p><p>tipo de tutela jurisdicional que deve ser requerida pelo</p><p>causídico da autora:</p><p>(A) Tutela provisória de urgência antecedente.</p><p>(B) Tutela provisória de urgência incidental.</p><p>(C) Tutela provisória de evidência antecedente.</p><p>(D) Tutela provisória de evidência incidental.</p><p>Letra d.</p><p>O caso é de tutela provisória de evidência, que sempre</p><p>será incidental e sempre será satisfativa, cabendo, nesse</p><p>caso, medida liminar inaudita altera pars, conforme</p><p>artigo 311, III e parágrafo único, do CPC.</p><p>55</p><p>Dagmar, residente e domiciliada no interior de Cabrobó</p><p>– PE, em viagem à Maceió – AL, sofre um mal súbito, e</p><p>ao ser atendida em um hospital público, sofre um erro</p><p>médico, que lhe retira o movimento dos membros infe-</p><p>riores em caráter definitivo. Ao retornar para sua casa,</p><p>procura um Núcleo de Prática Jurídica de uma Faculdade</p><p>privada local, para promover ação indenizatória em face</p><p>do Estado, e pensionamento, em virtude de sua incapa-</p><p>cidade laboral permanente. A partir desses fatos, assina-</p><p>le a alternativa correta.</p><p>(A) A ação deve ser ajuizada necessariamente em Ma-</p><p>ceió – AL, uma vez que lá é que ocorreram os fatos</p><p>danosos à autora.</p><p>(B) A ação pode ser ajuizada em Cabrobó.</p><p>(C) Em caso de condenação contra o Estado, acima de</p><p>mil salários mínimos, haverá necessidade de remes-</p><p>sa necessária.</p><p>(D) O causídico de Dagmar terá direito a prazo em do-</p><p>bro para todas as suas manifestações e intima-</p><p>ção pessoal.</p><p>Letra b.</p><p>Conforme o artigo 52, parágrafo único, do CPC, segundo</p><p>o qual:</p><p>Art. 52. É competente o foro de domicílio do réu</p><p>para as causas em que seja autor Estado ou o</p><p>Distrito Federal.</p><p>Parágrafo único. Se Estado ou o Distrito Federal for</p><p>o demandado, a ação poderá ser proposta no foro</p><p>de domicílio do autor, no de ocorrência do ato ou</p><p>fato que originou a demanda, no de situação da</p><p>coisa ou na capital do respectivo ente federado.</p><p>Ver também artigo 186, § 3º, do CPC (o Núcleo de</p><p>Prática jurídica terá direito a prazo em dobro, mas não a</p><p>intimação pessoal) e artigo 496, § 3º, II.</p><p>56</p><p>Rogério propõe ação de cobrança em face de Alice. Após</p><p>o devido processo legal, proferiu-se sentença condena-</p><p>tória de obrigação pecuniária em face da ré, tendo o Juiz</p><p>baseado sua sentença na norma y. Após o trânsito em</p><p>julgado, Rogério iniciou a fase de cumprimento de sen-</p><p>tença, tendo escoado o prazo legal para pagamento vo-</p><p>luntário da obrigação. Nesse momento, Alice descobriu</p><p>que, antes do trânsito em julgado da decisão condena-</p><p>tória, a norma y que fundamentou a formação do título</p><p>executivo judicial ora em execução foi declarada incons-</p><p>titucional pelo STF, em controle difuso e sem modula-</p><p>ção de efeitos. Assim, Alice, ainda estudante de Direito,</p><p>procura seu primo advogado (Gustavo), que deverá lhe</p><p>aconselhar a:</p><p>(A) opor embargos de terceiro para invocar a inexequibi-</p><p>lidade do título.</p><p>(B) apresentar impugnação ao cumprimento de senten-</p><p>ça, cujo efeito suspensivo ope legis paralisa a execu-</p><p>ção até seu julgamento.</p><p>(C) ajuizar ação rescisória.</p><p>(D) apresentar impugnação ao cumprimento de senten-</p><p>ça, mediante petição simples dentro do processo sin-</p><p>crético, alegando ser o título inexequível em face da</p><p>inconstitucionalidade superveniente, com a possibi-</p><p>lidade de concessão de efeito suspensivo ope judicis,</p><p>desde que preenchidos os requisitos legais.</p><p>Letra d.</p><p>Conforme CPC, artigo 525, § 1º, inciso III, e §§ 6º, 12, 14</p><p>e 15. Trata-se de um típico caso de inconstitucionalidade</p><p>superveniente, consagrando antigo entendimento do</p><p>STF, que opta pela força normativa da Constituição e</p><p>sua incolumidade em detrimento da segurança jurídica.</p><p>Outro detalhe é que, na impugnação, o efeito suspensivo</p><p>não é automático (ope legis), mas poderá ser concedido</p><p>judicialmente, mediante requerimento, fundamentação</p><p>e garantia do juízo.</p><p>57</p><p>Carol, brasileira, residente e domiciliada no Canadá,</p><p>deseja promover seu divórcio em face de Eugênio, tam-</p><p>bém brasileiro, mas atualmente residindo em Portugal,</p><p>a fim de obter a partilha do patrimônio do casal, que se</p><p>encontra no Brasil (duas casas, um apartamento e uma</p><p>fazenda). Nessa hipótese:</p><p>(A) a ação poderá ser proposta em Portugal, com</p><p>a</p><p>consequente homologação da sentença estrangei-</p><p>ra pelo STJ.</p><p>(B) a ação deverá ser proposta necessariamente no Bra-</p><p>sil, por ser hipótese de jurisdição brasileira exclusiva.</p><p>(C) a ação deverá ser proposta no Canadá, em virtude do</p><p>foro especial da mulher, com a consequente homolo-</p><p>gação da sentença estrangeira pelo STJ.</p><p>(D) a ação pode ser proposta no Canadá, em Portugal ou</p><p>no Brasil, por ser hipótese de jurisdição brasileira e</p><p>estrangeira concorrentes.</p><p>Letra b.</p><p>Conforme artigo 23, III, do CPC. O caso é de jurisdição</p><p>brasileira exclusiva, e não se admite que a ação seja</p><p>proposta no estrangeiro, uma vez que não haverá</p><p>homologação por parte do STJ. Lembre-se também</p><p>do artigo 53, I, do CPC, não havendo mais que se falar</p><p>em foro especial da mulher, terminologia utilizada</p><p>pelo CPC/1973.</p><p>DIREITO PENAL</p><p>MICHELLE TONON</p><p>58</p><p>Márcio, 28 anos e capaz, em 20 de dezembro de 2020,</p><p>mediante ardil, obteve para si, em prejuízo de Laura, 30</p><p>anos e capaz, vantagem ilícita. Passados alguns dias dos</p><p>fatos, Márcio se arrepende e procura Laura, devolvendo</p><p>integralmente a quantia que havia obtido ilicitamente.</p><p>Laura, que havia registrado a ocorrência policial e repre-</p><p>sentado Márcio pela prática do estelionato, sensibilizada</p><p>com o comportamento arrependido do rapaz, procura</p><p>você, advogado(a), para orientação jurídica. Nesse caso,</p><p>você deverá explicar que:</p><p>(A) Márcio poderá ser beneficiado na futura ação penal</p><p>com o instituto do arrependimento eficaz, já que</p><p>devolveu integralmente a vantagem ilícita anterior-</p><p>mente obtida.</p><p>(B) Laura poderá se retratar da representação oferecida,</p><p>ainda no curso do inquérito policial e, uma vez au-</p><p>sente a condição de procedibilidade, não será inicia-</p><p>da a ação penal contra Márcio.</p><p>(C) Laura nada poderá fazer em benefício de Márcio,</p><p>considerando que o estelionato é crime de ação pe-</p><p>nal pública incondicionada.</p><p>(D) O arrependimento de Márcio poderá ser valorado</p><p>pelo Magistrado na sentença, como circunstância</p><p>atenuante.</p><p>Letra b.</p><p>(A) Errado. Não se cogita de arrependimento eficaz na</p><p>hipótese, pois este pressupõe um comportamento do</p><p>agente que, uma vez esgotados os atos executórios,</p><p>evita a consumação do crime (art. 15 do CP, parte final).</p><p>No caso, o estelionato consumou-se.</p><p>(B) Correto. Com o advento da Lei n. 13.964/2019, a</p><p>ação penal para o crime de estelionato passou a ser,</p><p>como regra, condicionada à representação. Assim,</p><p>Laura poderá se retratar da representação oferecida</p><p>anteriormente. Como consequência, deixa de existir a</p><p>condição de procedibilidade necessária para o início da</p><p>persecução penal em juízo.</p><p>(C) Errado. O estelionato é, regra geral, um crime</p><p>processado mediante ação penal pública condicionada</p><p>à representação, conforme inovação trazida pela Lei n.</p><p>13.964/2019. As exceções estão previstas no § 5º do art.</p><p>171, hipóteses nas quais o estelionato continua sendo</p><p>de ação penal pública incondicionada (crime contra a</p><p>Administração Pública, direta ou indireta; criança ou</p><p>adolescente; pessoa com deficiência mental; ou maior</p><p>de 70 anos de idade ou incapaz).</p><p>(D) Errado. Considerando que a ação penal não</p><p>foi sequer iniciada, a melhor solução jurídica para o</p><p>caso, considerando as intenções de Laura no sentido</p><p>de beneficiar Márcio, é a retratação da representação</p><p>oferecida anteriormente.</p><p>59</p><p>Maurício, após injusta humilhação e provocação de Pe-</p><p>dro, vai até sua residência e busca uma faca, com a in-</p><p>tenção de matar o desafeto. Após três horas, Maurício</p><p>novamente encontra Pedro e, aproveitando-se da distra-</p><p>ção do rapaz, inicia os golpes de faca contra as costas</p><p>dele. Após diversas facadas terem atingido a vítima, em</p><p>diferentes locais do corpo, Pedro suplica pela sua vida e</p><p>pede perdão pela humilhação feita a Maurício. Vendo a</p><p>cena e os pedidos de Pedro, Maurício decide então so-</p><p>correr o desafeto, levando-o rapidamente até o melhor</p><p>hospital da cidade. Custeia todo o tratamento de Pedro,</p><p>que, felizmente, sobrevive aos golpes. Preocupado com</p><p>a repercussão jurídica de seu desatino, Maurício pro-</p><p>cura você, advogado(a). A correta orientação jurídica</p><p>para o caso é:</p><p>(A) Maurício praticou um crime de homicídio qualifica-</p><p>do tentado contra Pedro e será julgado pelo Tribu-</p><p>nal do Júri.</p><p>(B) Maurício, em julgamento pelo Júri Popular, poderá</p><p>ser beneficiado com a causa de diminuição de pena</p><p>consistente no homicídio privilegiado, já que agiu</p><p>sob o domínio de violenta emoção, após injusta pro-</p><p>vocação da vítima.</p><p>(C) Maurício não poderá ser beneficiado com o homicí-</p><p>dio privilegiado, já que agiu por motivo torpe, o qual</p><p>é incompatível com a forma privilegiada do crime.</p><p>(D) O comportamento de Maurício caracteriza o arre-</p><p>pendimento eficaz, já que, após a prática dos atos</p><p>executórios, atuou em benefício de Pedro, para evi-</p><p>tar a consumação do homicídio. Como consequên-</p><p>cia, ele somente responderá pelos atos efetivamente</p><p>praticados, isto é, pelas lesões corporais.</p><p>Letra d.</p><p>(A) Errado. Nos termos do art. 15 do Código Penal, o</p><p>agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na</p><p>execução ou impede que o resultado se produza, só</p><p>responde pelos atos já praticados. Na hipótese, restou</p><p>caracterizado o arrependimento eficaz, pois Maurício,</p><p>uma fez finalizados os atos executórios, passou a atuar</p><p>para impedir o resultado morte, o que de fato ocorreu.</p><p>Logo, Maurício somente responderá pelas lesões</p><p>corporais praticadas contra Pedro.</p><p>(B) Errado. Não restou caracterizado o homicídio</p><p>privilegiado, considerando que a reação de Maurício</p><p>não ocorreu logo após a provocação de Pedro, vez que o</p><p>rapaz foi até a sua residência e, somente horas depois,</p><p>decide aplicar os golpes.</p><p>(C) Errado. A motivação do crime poderia ser melhor</p><p>enquadrada como fútil, diante da reação desproporcional</p><p>de Maurício à provocação de Pedro.</p><p>(D) Correto. O comportamento de Maurício permite o</p><p>reconhecimento do arrependimento eficaz, que não</p><p>precisa ser espontâneo, bastando que seja voluntário.</p><p>Vide comentários à letra “a”.</p><p>60</p><p>Kátia, mãe da adolescente Bruna, de 13 anos de idade,</p><p>trabalhava o dia todo fora de casa e deixava a filha aos</p><p>cuidados de seu namorado, Carlos. Um dia, saiu um pou-</p><p>co mais cedo do trabalho e, ao chegar à sua casa, pela</p><p>janela da sala, vê Carlos mantendo relações sexuais com</p><p>sua filha no sofá. Apesar da cena estarrecedora, Kátia</p><p>nada fez e decidiu, então, voltar à sua residência todos</p><p>os dias no mesmo horário. Verificou que as relações se-</p><p>xuais se repetiram por várias vezes. Kátia, mesmo saben-</p><p>do dos abusos cometidos por seu namorado contra sua</p><p>filha, deixa de agir para impedi-lo. Nesse caso, é correto</p><p>afirmar que:</p><p>(A) Kátia, embora mãe de Bruna, não tinha obrigação</p><p>de evitar os crimes e, por isso, seu comportamento</p><p>é atípico.</p><p>(B) Kátia cometeu o crime de estupro de vulnerável,</p><p>na modalidade omissiva imprópria, pois tinha,</p><p>como mãe da menor de idade, o dever de impedir</p><p>os delitos.</p><p>(C) O crime cometido por Kátia é omissivo próprio.</p><p>(D) Carlos praticou o crime de estupro contra Bruna,</p><p>previsto no art. 213 do Código Penal e, caso a garota</p><p>tenha consentido nas relações, a conduta de Carlos</p><p>será considerada atípica.</p><p>Letra b.</p><p>(A) Errado. Segundo o art. 13, § 2º, do CP: “A omissão é</p><p>penalmente relevante quando o omitente devia e podia</p><p>agir para evitar o resultado.” O dever de agir, conforme</p><p>a alínea a do § 2º, incumbe a quem tenha por lei</p><p>obrigação de cuidado, proteção ou vigilância, como é o</p><p>caso dos pais em relação aos filhos menores. Logo, Kátia</p><p>devia e podia agir para impedir os estupros e, por ter se</p><p>quedado inerte, sua omissão é penalmente relevante,</p><p>e ela responderá pelo crime previsto no art. 217-A, na</p><p>modalidade omissiva imprópria.</p><p>(B) Correto, nos termos do art. 13, § 2º, alínea a, do CP.</p><p>(C) Errado. O crime omissivo próprio é aquele em que a</p><p>figura típica já descreve o comportamento de abstenção,</p><p>como é o caso do art. 135 do CP (omissão de socorro).</p><p>Nos demais casos, a omissão, em regra, não será típica,</p><p>por não estar prevista como tipo penal. Somente será</p><p>penalmente relevante</p><p>Público, ministrando-lhe informações sobre</p><p>fatos que constituam objeto da ação civil e indican-</p><p>do-lhe os elementos de convicção.</p><p>34</p><p>Depois de tomar posse em um concorrido concurso pú-</p><p>blico, Aryanna começa a desempenhar suas atribuições</p><p>conforme as determinações legais estabelecidas. Ocorre</p><p>que, apesar de tomar todos os cuidados, ela observou</p><p>que alguns dos atos de sua incumbência foram pratica-</p><p>dos com algum tipo de vício. Preocupada, e sem saber o</p><p>que fazer, liga para um amigo, advogado especialista na</p><p>área, o qual lhe informa que:</p><p>(A) em obediência ao princípio da legalidade, os atos</p><p>praticados por Aryanna devem ser anulados.</p><p>(B) a convalidação será possível apenas na hipótese des-</p><p>ses atos não terem gerado direitos a terceiros.</p><p>(C) é possível a convalidação desses atos em qualquer</p><p>circunstância, desde que respeitado o prazo deca-</p><p>dencial de 5 (cinco) anos.</p><p>(D) os atos praticados por Aryanna que apresentarem</p><p>defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela pró-</p><p>pria Administração quando não acarretarem lesão ao</p><p>interesse público nem prejuízo a terceiros.</p><p>DIREITO CIVIL</p><p>ROBERTA QUEIROZ</p><p>35</p><p>Raquel, inconformada com o fim do relacionamento,</p><p>resolve negar o divórcio para Rogério, que pretende vi-</p><p>ver com Maria Christina. Diante da negativa de solução</p><p>amigável do conflito, Rogério sai de casa, passa a morar</p><p>com Maria Christina e contrata advogado para ajuizar o</p><p>divórcio cumulado com partilha de bens. Considerando</p><p>o caso mencionado, marque alternativa correta:</p><p>(A) Raquel, diante do casamento celebrado, poderá ne-</p><p>gar o divórcio a Rogério.</p><p>(B) No processo de divórcio, como houve pedido de par-</p><p>tilha de bens, não poderá haver concessão daquele</p><p>sem o referido divórcio.</p><p>(C) É possível, nos autos do divórcio, sua concessão em</p><p>caráter liminar.</p><p>(D) A união de Rogério com Maria Christina não pode ser</p><p>considerada união estável antes que seja decretado</p><p>o divórcio.</p><p>36</p><p>Eugênio, ciente de que possui uma doença degenerati-</p><p>va, resolve fazer um testamento, com uma única cláu-</p><p>sula testamentária, deixando uma casa para Roberta e</p><p>Carolina, sem, contudo, especificar a cota de cada uma.</p><p>Passados 20 dias da confecção do testamento, Eugênio</p><p>perde toda a cognição mental que possuía e passa a não</p><p>mais reconhecer as pessoas e fatos do seu passado. O</p><p>patrimônio de Eugênio está no valor total de 5 milhões</p><p>de reais e a casa no valor de um milhão e meio de reais.</p><p>Eugênio é casado com Ana Paula no regime da comu-</p><p>nhão universal de bens e possui 4 filhas maiores e ca-</p><p>pazes com Ana que, por sua vez, não tem bens conside-</p><p>ráveis em seu nome. Considerando a situação narrada,</p><p>marque alternativa correta.</p><p>(A) Neste caso, como Eugênio estava diagnosticado</p><p>com doença degenerativa, o testamento é consi-</p><p>derado nulo.</p><p>(B) Eugênio não poderia ter feito testamento deixando</p><p>um bem para duas pessoas sem designar as respec-</p><p>tivas cotas, sendo, portanto, ineficaz tal disposição</p><p>de vontade.</p><p>(C) A disposição de vontade de Eugênio deve prevalecer,</p><p>pois o valor do bem deixado em testamento pode ser</p><p>considerado parte disponível do patrimônio.</p><p>(D) A incapacidade superveniente de Eugênio não impli-</p><p>ca em invalidade do testamento.</p><p>37</p><p>Aryanna, que residia no Japão, resolveu voltar para o Rio</p><p>de Janeiro após permanecer fora por 10 meses. Quando</p><p>da oportunidade de mudança temporária de domicílio</p><p>para o Japão, ela pediu que Patrícia cuidasse do seu car-</p><p>ro, deixando-o em sua garagem durante o período de</p><p>viagem, mas sem saber ao certo quando voltaria. Com a</p><p>chegada ao Brasil, Aryanna entrou em contato com Pa-</p><p>trícia para a devolução do carro. Patrícia, por sua vez,</p><p>informou que uma forte chuva ocasionou uma enchente</p><p>e o desmoronamento de sua casa, destruindo o veículo;</p><p>contudo, indagada por Aryanna, Patrícia não conseguiu</p><p>comprovar a ocorrência da enchente, mas mostrou o</p><p>carro destruído. Considerando o caso narrado, marque</p><p>alternativa correta.</p><p>(A) Como Patrícia estava fazendo apenas um favor para a</p><p>amiga, não há qualquer responsabilidade de Patrícia.</p><p>(B) Patrícia poderá responder pelo carro de Aryanna</p><p>caso não comprove a ocorrência do fortuito.</p><p>(C) O caso retratado não estabelece forma contratual e a</p><p>responsabilidade de Patrícia é subjetiva.</p><p>(D) Trata-se de contrato de comodato e a responsabili-</p><p>dade de Patrícia é objetiva.</p><p>38</p><p>Ana Paula é casada com Rafael sob o regime da comu-</p><p>nhão universal de bens desde 2010. Juntos angariaram</p><p>um vasto patrimônio, mas Rafael vem demonstrando</p><p>desinteresse em conservar os bens do casal e tem fre-</p><p>quentado, constantemente, casa de jogos de azar. O pai</p><p>de Ana Paula, já idoso, também detém vasto patrimô-</p><p>nio e resolve estabelecer em testamento que os bens,</p><p>quaisquer que sejam, que Ana Paula receber em virtude</p><p>de seu falecimento, devem ser gravados com cláusula de</p><p>inalienabilidade. Considerando o caso vertente, marque</p><p>alternativa correta.</p><p>(A) Não pode o pai de Ana Paula dispor tal vontade em</p><p>testamento para ter incidência na legítima da filha.</p><p>(B) Com incidência apenas de cláusula de inalienabilida-</p><p>de, não há possibilidade de impenhorabilidade e de</p><p>incomunicabilidade.</p><p>(C) A inalienabilidade ocasiona impenhorabilidade, mas</p><p>não incomunicabilidade dos bens.</p><p>(D) Para o caso, somente será possível instituir incomu-</p><p>nicabilidade sobre a legítima expondo justa causa.</p><p>39</p><p>Alice acabou sendo agredida por seu companheiro e pai</p><p>dos seus filhos menores, Alisson e Alicete, bem como</p><p>Alicleto, com 18 anos. Considerando a situação descrita,</p><p>marque alternativa correta.</p><p>(A) Em virtude da agressão cometida contra Alice, o pai</p><p>perderá o poder familiar sobre os filhos.</p><p>(B) O sujeito que cometer violência doméstica em face</p><p>da companheira perde o direito aos bens da partilha.</p><p>(C) O pai perderá o poder familiar em relação a Alisson</p><p>e Alicete.</p><p>(D) O caso, embora grave, não ocasiona reflexos na rela-</p><p>ção de genitor e filhos.</p><p>40</p><p>Odair, pai de Rogério e Nilton, resolveu que queria doar</p><p>um carro para o filho Nilton. Assim, levou o filho em uma</p><p>concessionária e comprou um veículo no valor de cinquen-</p><p>ta mil reais. A compra foi feita em nome do filho. Rogério,</p><p>inconformado com a situação, pois não foi contemplado</p><p>com presente algum, procura um advogado. Consideran-</p><p>do o caso vertente, marque alternativa correta.</p><p>(A) Rogério poderá anular a doação diante da ausência</p><p>de sua anuência como filho.</p><p>(B) Rogério poderá pleitear a nulidade da doação, posto</p><p>que viola lei imperativa.</p><p>(C) Rogério deve se conformar com a doação feita, pois</p><p>trata-se de contrato legalmente efetivado entre</p><p>Odair e Nilton.</p><p>(D) Rogério pode requerer em face de seu pai o valor</p><p>concedido ao outro filho como forma de adianta-</p><p>mento de legítima.</p><p>41</p><p>Michele e Lorena resolveram passar as férias no Rio de</p><p>Janeiro. Chegando no aeroporto, tomaram emprestado</p><p>o carro de Roberta para que pudessem passear pelo Rio.</p><p>A devolução do carro deveria ocorrer em 20 de janeiro.</p><p>Ocorre que surgiu a oportunidade de irem a uma festa</p><p>badalada em Angra. Como são muito diligentes, resolve-</p><p>ram deixar o carro guardado no hotel e foram para Angra</p><p>de Taxi. A festa durou três dias seguidos. No dia 23 de</p><p>janeiro, quando retornaram ao Hotel, verificaram que</p><p>tudo estava destruído em virtude de um forte temporal,</p><p>inclusive o carro.</p><p>Lorena, então, ligou para Roberta e informou da destrui-</p><p>ção do veículo. Considerando o caso narrado, marque</p><p>alternativa correta.</p><p>(A) Lorena e Michele são solidariamente responsáveis</p><p>pela indenização a favor de Roberta.</p><p>(B) Lorena e Michele não respondem pelo dano, posto</p><p>que ocorrido em virtude de fortuito ou força maior.</p><p>(C) Roberta poderá cobrar de Lorena apenas a metade</p><p>do valor do carro.</p><p>(D) Roberta tem direito a receber metade do valor do ve-</p><p>ículo em virtude de ter ocorrido perda por fortuito.</p><p>ECA</p><p>PATRÍCIA DREYER</p><p>42</p><p>Rogério se apaixonou por Raquel, que já tinha um filho</p><p>menor, com 5 anos de idade, de nome Eugênio, um me-</p><p>nino bastante simpático e cheio de energia. Com três</p><p>meses de relacionamento, resolveram se casar. Fizeram</p><p>uma cerimônia bastante</p><p>a omissão quando presente o</p><p>dever de agir. O CP adota, assim, a teoria normativa.</p><p>A omissão só terá relevância quando existir o dever de</p><p>agir. Na hipótese, o crime de Kátia é omissivo impróprio.</p><p>(D) Errado. Considerando a idade de Bruna, menor</p><p>de 14 anos, o estupro é tipificado no art. 217-A do CP</p><p>(estupro de vulnerável). A vulnerabilidade é um dado</p><p>objetivo e não comporta prova em sentido contrário.</p><p>Assim, não é relevante o consentimento de Bruna. O</p><p>crime estará caracterizado quando a vítima tiver menos</p><p>de 14 anos, pois o Direito Penal despreza eventual</p><p>consentimento nessa situação.</p><p>61</p><p>Durante uma discussão, Marília, inimiga declarada de</p><p>Tereza, golpeou a barriga de sua rival com um canivete,</p><p>com intenção de matá-la. No entanto, após o primeiro</p><p>golpe, pensando nos filhos menores de Tereza, Marília</p><p>percebeu a gravidade de seu comportamento e optou</p><p>por não mais continuar golpeando Tereza, apesar de</p><p>saber que aquela única facada não seria suficiente para</p><p>matá-la. Nesse caso, Marília</p><p>(A) não responderá por crime algum, diante de seu arre-</p><p>pendimento posterior.</p><p>(B) responderá pelo crime de lesão corporal, em virtude</p><p>de seu arrependimento eficaz.</p><p>(C) responderá pelo crime de lesão corporal, em virtude</p><p>da desistência voluntária.</p><p>(D) responderá por tentativa de homicídio.</p><p>Letra c.</p><p>(A) Errado. Segundo o art. 15 do CP, o agente que,</p><p>voluntariamente, desiste de prosseguir na execução</p><p>ou impede que o resultado se produza, só responde</p><p>pelos atos já praticados. Na hipótese, Marília, podendo</p><p>prosseguir na execução do homicídio, desiste de golpear</p><p>Tereza, caracterizando-se a desistência voluntária. A</p><p>consequência legal é que Marília somente responderá</p><p>pelos atos já praticados, isto é, a lesão corporal.</p><p>(B) Errado. A hipótese é de desistência voluntária e não</p><p>de arrependimento eficaz. O arrependimento eficaz</p><p>pressupõe o esgotamento dos atos executórios. Na</p><p>hipótese, os atos executórios não foram esgotados, já</p><p>que Marília poderia continuar golpeando Tereza.</p><p>(C) Correto. Vide comentários à letra “a”.</p><p>(D) Errado. Marília responderá pelas lesões corporais</p><p>causadas em Tereza, pois a consequência do</p><p>reconhecimento da desistência voluntária é a alteração</p><p>da tipicidade, com a punição somente pelos atos</p><p>efetivamente praticados.</p><p>62</p><p>No interior de um hipermercado, Ricardo colocou em</p><p>sua mochila alguns equipamentos eletrônicos, com a</p><p>intenção de subtraí-los para si. Após conseguir sair do</p><p>estabelecimento sem pagar pelos produtos, Ricardo foi</p><p>detido, nas proximidades do local, por agentes de segu-</p><p>rança que visualizaram sua ação pelo sistema de câme-</p><p>ras de vigilância. Os produtos apreendidos com Ricardo</p><p>foram recuperados e avaliados em R$ 1.000,00 (mil re-</p><p>ais). Preocupado com a situação, Ricardo o(a) contrata</p><p>como advogado(a) para atuar no caso. A correta orienta-</p><p>ção jurídica a Ricardo é no sentido de que:</p><p>(A) não há crime, pela atipicidade da conduta, vez que</p><p>a existência das câmeras de vigilância no hiper-</p><p>mercado tornou impossível a consumação do furto</p><p>por Ricardo.</p><p>(B) não há crime, pela atipicidade da conduta, pela inci-</p><p>dência do princípio da insignificância.</p><p>(C) Ricardo praticou um crime de furto consumado e,</p><p>caso seja primário e de bons antecedentes, poderá</p><p>ser beneficiado com a figura do furto privilegiado,</p><p>previsto no art. 155, § 2º, do Código Penal.</p><p>(D) a situação revela crime impossível por ineficácia ab-</p><p>soluta do meio.</p><p>Letra c.</p><p>(A) Errado, pois Ricardo praticou o crime de furto</p><p>consumado. Segundo a jurisprudência dos Tribunais</p><p>Superiores, o crime de furto se consuma com a inversão</p><p>da posse do bem, ainda que breve, diante da adoção da</p><p>teoria da amotio. Súmula 582 do STJ, também aplicável</p><p>ao furto, mutatis mutandis:</p><p>Consuma-se o crime de roubo com a inversão da</p><p>posse do bem mediante emprego de violência</p><p>ou grave ameaça, ainda que por breve tempo e</p><p>em seguida à perseguição imediata ao agente e</p><p>recuperação da coisa roubada, sendo prescindível a</p><p>posse mansa e pacífica ou desvigiada.</p><p>Ademais, a existência de câmeras de vigilância no</p><p>estabelecimento comercial, por si só, não torna o crime</p><p>impossível, conforme a Súmula n. 567 do STJ:</p><p>Sistema de vigilância realizado por monitoramento</p><p>eletrônico ou por existência de segurança no interior</p><p>de estabelecimento comercial, por si só, não torna</p><p>impossível a configuração do crime de furto.</p><p>(B) Errado, vez que o valor dos objetos subtraídos, R$</p><p>1.000,00 (mil reais), extrapola o parâmetro utilizado</p><p>para o reconhecimento da insignificância, que é de 10%</p><p>do salário-mínimo vigente na data dos fatos.</p><p>(C) Correto. O crime de furto se consumou (vide</p><p>comentários à letra “a”). Ademais, nos termos do § 2º</p><p>do art. 155:</p><p>Art. 155, § 2° Se o criminoso é primário, e é de</p><p>pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode substituir</p><p>a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la</p><p>de um a dois terços, ou aplicar somente a pena de</p><p>multa.</p><p>O pequeno valor é aquele em torno de um salário-</p><p>mínimo vigente na data dos fatos.</p><p>(D) Errado. Não se trata de crime impossível, conforme</p><p>Súmula n. 567 do STJ. Vide comentários à letra “a”.</p><p>63</p><p>Rebeca praticou conduta tipificada como crime. Com a</p><p>entrada em vigor de nova lei, esse tipo penal foi formal-</p><p>mente revogado, mas a conduta de Rebeca foi inserida</p><p>em outro tipo penal. Buscando informações sobre a si-</p><p>tuação, Rebeca consulta você, advogado(a). Nessa situa-</p><p>ção, a orientação jurídica correta será:</p><p>(A) Rebeca responderá pelo crime praticado, pois não</p><p>ocorreu a abolitio criminis com a edição da nova lei.</p><p>(B) Rebeca será beneficiada com a abolitio criminis, que</p><p>sempre retroage para beneficiar os acusados.</p><p>(C) Diante da irretroatividade da lei penal em qual-</p><p>quer hipótese, não há pleito a se fazer em benefício</p><p>de Rebeca.</p><p>(D) A aplicação do princípio da continuidade normativo-</p><p>-típica ao caso acarreta a extinção da punibilidade</p><p>de Rebeca.</p><p>Letra a.</p><p>(A) Correto. Nesse caso, verifica-se a aplicação do</p><p>princípio da continuidade típico-normativa, que significa</p><p>a manutenção, após a revogação de determinado</p><p>dispositivo legal, do caráter proibido da conduta, por</p><p>meio do deslocamento do conteúdo criminoso para</p><p>outro tipo penal (CUNHA, Rogério Sanches. Manual de</p><p>Direito Penal – parte geral, 8ª edição, JusPodivm, 2020).</p><p>Diversamente, no caso da abolitio criminis, lei posterior</p><p>transforma um fato típico em atípico, extinguindo-se a</p><p>punibilidade do agente.</p><p>(B) Errado. Não houve a supressão da figura criminosa do</p><p>ordenamento. Logo, não se cogita de abolitio criminis.</p><p>(C) Errado. A lei penal pode retroagir, desde que em</p><p>benefício dos acusados. Logo, não há que se falar em</p><p>irretroatividade da lei penal em qualquer hipótese.</p><p>(D) Errado. O caso é de aplicação do princípio da</p><p>continuidade normativo-típica, o qual não se confunde</p><p>com a abolitio criminis e não acarreta a extinção da</p><p>punibilidade.</p><p>https://scon.stj.jus.br/SCON/sumanot/toc.jsp?livre=(sumula adj1 %27567%27).sub.#TIT1TEMA0</p><p>https://scon.stj.jus.br/SCON/sumanot/toc.jsp?livre=(sumula adj1 %27567%27).sub.#TIT1TEMA0</p><p>https://scon.stj.jus.br/SCON/sumanot/toc.jsp?livre=(sumula adj1 %27567%27).sub.#TIT1TEMA0</p><p>https://scon.stj.jus.br/SCON/sumanot/toc.jsp?livre=(sumula adj1 %27567%27).sub.#TIT1TEMA0</p><p>DIREITO PROCESSUAL PENAL</p><p>LORENA OCAMPOS</p><p>64</p><p>João, durante discussão familiar com sua esposa no local</p><p>onde ambos residem, sem justo motivo, agrediu-a, cau-</p><p>sando-lhe lesão corporal leve. João contrata você para</p><p>defendê-lo nos autos da investigação/processo. Nessa</p><p>situação hipotética, conforme a Lei n. 11.340/2006 e o</p><p>entendimento do STJ, assinale a seguir o esclarecimento</p><p>correto a ser dado ao João:</p><p>(A) A ofendida poderá renunciar à representação, desde</p><p>que o faça perante o Juiz.</p><p>(B) A ação penal proposta pelo Ministério Público será</p><p>pública incondicionada.</p><p>(C) João poderá ser beneficiado com a suspensão condi-</p><p>cional do processo, se presentes todos os requisitos</p><p>que autorizam o referido ato.</p><p>(D) João poderá receber proposta de transação penal do</p><p>Ministério Público, se houver anuência da vítima.</p><p>linda e, nesse dia, na frente de</p><p>todos os familiares e amigos, Rogério pediu para cuidar</p><p>de Eugênio, como um pai cuida de seu filho. Com dois</p><p>anos de casamento, a relação entre Rogério e Eugênio</p><p>era verdadeiramente de pai e filho e, finalmente, Rogé-</p><p>rio adotou Eugênio, que já era tão amado por ele. Pas-</p><p>sados 7 anos de casamento, a relação se desgastou e</p><p>Rogério e Raquel se divorciaram. Daí por diante, Rogério</p><p>não quis mais exercer sua paternidade, não entrava mais</p><p>em contato e, em todas as tentativas que Eugênio bus-</p><p>cou contato, Rogério disse que ele deveria esquecer que</p><p>um dia teve o pai. Diante da decepção, Eugênio quer a</p><p>revogação dessa adoção, pois toda vez que via o nome</p><p>de Rogério no registro de nascimento, isso era para o</p><p>menor uma grande dor. Diante do caso hipotético, à luz</p><p>do Estatuto da Criança e do Adolescente e da jurispru-</p><p>dência do Superior Tribunal de Justiça (STJ), indique a</p><p>assertiva correta.</p><p>(A) É juridicamente possível a revogabilidade da ado-</p><p>ção unilateral, tendo-se em vista o melhor interes-</p><p>se do menor.</p><p>(B) A adoção é medida excepcional e irrevogável, à qual</p><p>se deve recorrer apenas quando esgotados os recur-</p><p>sos de manutenção da criança ou adolescente na fa-</p><p>mília natural ou extensa e, por isso, não se permite a</p><p>revogabilidade pleiteada.</p><p>(C) Só é permitida a revogabilidade após Eugênio atingir</p><p>a maioridade civil.</p><p>(D) Só é permitida a revogabilidade antes da maioridade</p><p>civil de Eugênio.</p><p>43</p><p>Pedro, jovem adulto com 20 anos e bastante sagaz na</p><p>área de tecnologia, assegura o acesso por rede de com-</p><p>putadores a várias fotografias, cenas e imagens porno-</p><p>gráficas e de sexo explícito envolvendo crianças e ado-</p><p>lescentes. Foram localizadas em sua residência, após</p><p>operação policial, mais de 2 mil horas de vídeos com tal</p><p>conteúdo e mais de 10 mil fotos. Pedro foi denunciado</p><p>e responde pelo crime previsto no Estatuto da Criança e</p><p>do Adolescente, cuja pena base é de reclusão de 3 (três)</p><p>a 6 (seis) anos e multa. Entretanto, o Ministério Público</p><p>pleiteia aumento da pena tendo-se em conta o grande</p><p>interesse por material que contenha cena de sexo explí-</p><p>cito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente.</p><p>Diante do caso hipotético, indique a assertiva correta</p><p>(A) O grande interesse por material que contenha cena</p><p>de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança</p><p>ou adolescente é ínsito ao crime descrito, não sendo</p><p>justificável a exasperação da pena-base a título de</p><p>conduta social ou personalidade.</p><p>(B) É juridicamente possível majorar a pena, em até 2/3</p><p>(dois terços) por conta de tamanho interesse do réu.</p><p>(C) Por conta do grande interesse por esse tipo de ma-</p><p>terial, só é possível exasperar a pena em 1/3 da</p><p>pena base.</p><p>(D) O grande interesse pelo material cujo conteúdo seja</p><p>cenas de sexo explícito ou pornográfica envolvendo</p><p>criança ou adolescente é causa de aumento de 1/6</p><p>da pena base.</p><p>DIREITO DO CONSUMIDOR</p><p>PATRÍCIA DREYER</p><p>44</p><p>Roberta viajou de férias para um resort luxuoso e mui-</p><p>to caro em Porto de Galinhas, em Pernambuco. Todavia,</p><p>seu voo de volta para Brasília saía de Recife às 23 horas</p><p>do dia 18 de janeiro, e sua saída do hotel deveria ser às</p><p>12 horas (meio-dia) do mesmo dia, 18 de janeiro, de sor-</p><p>te que Roberta não teria o que fazer nesse ínterim. Ro-</p><p>berta toma, então, a decisão de conversar com a recep-</p><p>ção para tentar sair do hotel mais tarde, por volta das</p><p>17 ou 18 horas e seguir para Recife. O hotel responde</p><p>prontamente que pode providenciar o “late check out”</p><p>desde que Roberta pague o valor de uma diária comple-</p><p>ta. Roberta, indignada, dizendo que isso é um absurdo,</p><p>liga dali mesmo da recepção para sua amiga preferida</p><p>Patrícia, advogada especialista em Direito do Consumi-</p><p>dor, que acertadamente responde que:</p><p>(A) segundo o Código de Defesa do Consumidor, o ho-</p><p>tel é obrigado a cobrar o valor proporcional da diária</p><p>pelo número de horas excedentes.</p><p>(B) nos termos expressos do Código de Defesa do Con-</p><p>sumidor, o hotel poderia cobrar metade da diária e</p><p>qualquer valor excedente pode ser entendido como</p><p>prática abusiva do hotel.</p><p>(C) é lícita a cobrança de uma diária completa de 24 ho-</p><p>ras em hotéis que adotam a prática de check-in às</p><p>15:00h e de check-out às 12:00h do dia de término</p><p>da hospedagem.</p><p>(D) é abusiva a cobrança de uma diária completa de 24</p><p>horas, já que Roberta só ficaria algumas horas a mais</p><p>do horário programado de check-out ao meio-dia.</p><p>45</p><p>Carolina pretende fazer o seguro de seu automóvel</p><p>novo, zero quilômetro, comprado à vista, depois de uma</p><p>ação em que saiu vencedora e ganhou honorários. Dian-</p><p>te disso, apesar de seu nome negativado, pretende fazer</p><p>o seguro do veículo, por meio de pagamento à vista, mas</p><p>é surpreendida com a negativa da seguradora tendo em</p><p>vista a situação de Carolina de restrição ao crédito. Caro-</p><p>lina procura você como advogado(a) que acertadamente</p><p>responde que:</p><p>(A) a seguradora pode recusar a contratação de seguro,</p><p>ainda que Carolina se disponha a pronto pagamento</p><p>com a justificativa da restrição financeira da consu-</p><p>midora junto a órgãos de proteção ao crédito.</p><p>(B) tal conduta da seguradora revela propaganda enga-</p><p>nosa, pois essa informação não está expressa de ma-</p><p>neira destacada na proposta enviada a Carolina.</p><p>(C) a seguradora não pode recusar a contratação de</p><p>seguro a quem se disponha a pronto pagamento se</p><p>a justificativa se basear unicamente na restrição fi-</p><p>nanceira do consumidor junto a órgãos de proteção</p><p>ao crédito.</p><p>(D) tal conduta da seguradora revela propaganda abusi-</p><p>va, pois essa informação não está expressa de manei-</p><p>ra destacada na proposta enviada a Carolina.</p><p>DIREITO EMPRESARIAL</p><p>EUGÊNIO BRUGGER</p><p>46</p><p>Raquel, Roberta e Maria Christina são sócias de uma so-</p><p>ciedade estrangeira com sede em Quebec, no Canadá.</p><p>As sócias pretendem fazer com que a sociedade funcio-</p><p>ne no Brasil. Elas procuraram você, advogado(a), para</p><p>saberem quais os requisitos para o funcionamento da</p><p>sociedade estrangeira no Brasil.</p><p>(A) A sociedade estrangeira, qualquer que seja o seu ob-</p><p>jeto, pode, sem autorização do Poder Executivo, fun-</p><p>cionar no País, ainda que por estabelecimentos su-</p><p>bordinados, podendo, todavia, ressalvados os casos</p><p>expressos em lei, ser acionista de sociedade anônima</p><p>brasileira.</p><p>(B) A sociedade estrangeira, qualquer que seja o seu ob-</p><p>jeto, não pode, sem autorização do Poder Judiciário,</p><p>funcionar no País, ainda que por estabelecimentos</p><p>subordinados, podendo, todavia, ressalvados os ca-</p><p>sos expressos em lei, ser acionista de sociedade anô-</p><p>nima brasileira.</p><p>(C) A sociedade estrangeira, qualquer que seja o seu ob-</p><p>jeto, pode, sem qualquer autorização, funcionar no</p><p>País, ainda que por estabelecimentos subordinados,</p><p>podendo, todavia, ressalvados os casos expressos</p><p>em lei, ser acionista de sociedade anônima brasileira.</p><p>(D) A sociedade estrangeira, qualquer que seja o seu ob-</p><p>jeto, não pode, sem autorização do Poder Executivo,</p><p>funcionar no País, ainda que por estabelecimentos</p><p>subordinados, podendo, todavia, ressalvados os ca-</p><p>sos expressos em lei, ser acionista de sociedade anô-</p><p>nima brasileira.</p><p>47</p><p>Caio, Mévio e Jucélio, médicos, constituíram a sociedade</p><p>CMJ Clínica dos Olhos. A administração da sociedade é</p><p>exercida por Jucélio. Após diversas desavenças entre os</p><p>sócios, pois Caio e Mévio não concordavam com as mano-</p><p>bras administrativas de Jucélio, aqueles decidiram cede-</p><p>rem suas cotas para este, o qual passou a ser o único sócio</p><p>da clínica médica. Com base no caso apresentado, assina-</p><p>le a alternativa correta em relação à pluralidade de sócios.</p><p>(A) Dissolve-se a sociedade quando ocorrer a falta de</p><p>pluralidade de sócios, não reconstituída no prazo de</p><p>cento e oitenta dias.</p><p>(B) Dissolve-se a sociedade quando ocorrer a falta de</p><p>pluralidade de sócios, não reconstituída no prazo de</p><p>cem dias.</p><p>(C) Dissolve-se a sociedade quando ocorrer a falta de</p><p>pluralidade de sócios, não reconstituída no prazo de</p><p>oitenta dias.</p><p>(D) Dissolve-se a sociedade quando ocorrer a falta de</p><p>pluralidade de sócios, não reconstituída no prazo de</p><p>sessenta dias.</p><p>48</p><p>Tício, empresário individual, é mestre cervejeiro e titular</p><p>da Cervejaria Santa Instrução. Tício pretende celebrar</p><p>um contrato de comissão com Mévio para a venda de</p><p>cervejas artesanais. Sobre o contrato de comissão, assi-</p><p>nale a alternativa correta.</p><p>(A) O contrato de comissão tem por objeto a aquisição</p><p>ou a venda de bens pelo comissário, em seu próprio</p><p>nome, à conta do comitente.</p><p>(B) O contrato de comissão tem por objeto a aquisição</p><p>ou a venda de bens pelo comitente, em seu próprio</p><p>nome, à conta do comitente.</p><p>(C) O contrato de comissão tem por objeto a aquisição</p><p>ou a venda de bens pelo comissário, em nome do</p><p>comitente, à conta dele próprio.</p><p>(D) O contrato de comissão tem por objeto a aquisição</p><p>ou a venda de bens pelo comissário, em seu próprio</p><p>nome, à conta dele próprio.</p><p>49</p><p>Bruna decidiu celebrar um contrato de abertura de</p><p>crédito com o Banco Barra Grande S/A no valor de R$</p><p>3.000.000,00. Para tanto, emitiu nota promissória vin-</p><p>culada ao referido contrato. Sobre o caso apresentado,</p><p>assinale a alternativa correta.</p><p>(A) A nota promissória vinculada a contrato de abertura</p><p>de crédito não goza de autonomia em razão da iliqui-</p><p>dez do título que a originou.</p><p>(B) A nota promissória vinculada a contrato de abertura</p><p>de crédito goza de autonomia em razão da iliquidez</p><p>do título que a originou.</p><p>(C) A nota promissória vinculada a contrato de abertura</p><p>de crédito não goza de literalidade em razão da iliqui-</p><p>dez do título que a originou.</p><p>(D) A nota promissória vinculada a contrato de abertura</p><p>de crédito não goza de cartularidade em razão da ili-</p><p>quidez do título que a originou.</p><p>50</p><p>O Motel C Que Sabe Ltda., em virtude de pandemia que</p><p>assolou o mundo, entrou em crise econômico-financei-</p><p>ra. Com isso, verificou a necessidade de requerer a sua</p><p>recuperação judicial. A respeito das disposições da Lei</p><p>n. 11.101/2005, sobre a recuperação judicial, assinale a</p><p>alternativa correta.</p><p>(A) Poderá requerer recuperação judicial o devedor que,</p><p>no momento do pedido, exerça regularmente suas</p><p>atividades há mais de 3 (três) anos e que atenda aos</p><p>seguintes requisitos, cumulativamente: não ser fali-</p><p>do e, se o foi, estejam declaradas extintas, por sen-</p><p>tença transitada em julgado, as responsabilidades</p><p>daí decorrentes; não ter, há menos de 5 (cinco) anos,</p><p>obtido concessão de recuperação judicial; não ter</p><p>sido condenado ou não ter, como administrador ou</p><p>sócio controlador, pessoa condenada por qualquer</p><p>dos crimes previstos na Lei n. 11.101/2005.</p><p>(B) Poderá requerer recuperação judicial o devedor que,</p><p>no momento do pedido, exerça regularmente suas</p><p>atividades há mais de 2 (dois) anos e que atenda</p><p>aos seguintes requisitos, cumulativamente: não ser</p><p>falido e, se o foi, estejam declaradas extintas, por</p><p>sentença transitada em julgado, as responsabilida-</p><p>des daí decorrentes; não ter, há menos de 4 (quatro)</p><p>anos, obtido concessão de recuperação judicial; não</p><p>ter sido condenado ou não ter, como administrador</p><p>ou sócio controlador, pessoa condenada por qual-</p><p>quer dos crimes previstos na Lei n. 11.101/2005.</p><p>(C) Poderá requerer recuperação judicial o devedor que,</p><p>no momento do pedido, exerça regularmente suas</p><p>atividades há mais de 2 (dois) anos e que atenda aos</p><p>seguintes requisitos, cumulativamente: não ser fali-</p><p>do e, se o foi, estejam declaradas extintas, por sen-</p><p>tença transitada em julgado, as responsabilidades</p><p>daí decorrentes; não ter, há menos de 5 (cinco) anos,</p><p>obtido concessão de recuperação judicial; não ter</p><p>sido condenado ou não ter, como administrador ou</p><p>sócio controlador, pessoa condenada por qualquer</p><p>dos crimes previstos na Lei n. 11.101/2005.</p><p>(D) Poderá requerer recuperação judicial o devedor que,</p><p>no momento do pedido, exerça regularmente suas</p><p>atividades há mais de 2 (dois) anos e que atenda aos</p><p>seguintes requisitos, cumulativamente: não ser fali-</p><p>do e, se o foi, estejam declaradas extintas, por sen-</p><p>tença transitada em julgado, as responsabilidades</p><p>daí decorrentes; não ter, há menos de 6 (seis) anos,</p><p>obtido concessão de recuperação judicial; não ter</p><p>sido condenado ou não ter, como administrador ou</p><p>sócio controlador, pessoa condenada por qualquer</p><p>dos crimes previstos na Lei n. 11.101/2005.</p><p>DIREITO PROCESSUAL CIVIL</p><p>RAQUEL BUENO</p><p>51</p><p>Madalena assumiu a posição de fiadora da sobrinha</p><p>Helena, em contrato de locação residencial por esta fir-</p><p>mado. Ressalte-se que o contrato previa a cláusula de</p><p>benefício de ordem. Todavia, após oito meses da cele-</p><p>bração do contrato, Helena deixou de pagar o aluguel e o</p><p>locador Rogério promoveu ação de cobrança em face da</p><p>inquilina. Após a tramitação processual, Helena foi con-</p><p>denada ao pagamento de vinte mil reais. Com o trânsito</p><p>em julgado, foi promovido o cumprimento de sentença</p><p>em face de Helena e Madalena, indicando o locador à</p><p>penhora o único imóvel de Madalena, onde ela reside</p><p>com seus cachorros Bob e Téo. Neste contexto, assinale</p><p>a alternativa correta.</p><p>(A) Como o contrato de fiança possui cláusula de benefí-</p><p>cio de ordem, Madalena não poderia ser inserida na</p><p>fase de cumprimento de sentença.</p><p>(B) Madalena pode ter seu imóvel atingido porque a</p><p>proteção da impenhorabilidade do bem de família</p><p>legal não abrange pessoas solteiras.</p><p>(C) Madalena não pode ser inserida no cumprimento de</p><p>sentença, uma vez que não participou da formação</p><p>do título executivo judicial.</p><p>(D) Neste caso, Madalena pode ser acionada na fase de</p><p>cumprimento de sentença e não tem a proteção da</p><p>impenhorabilidade do bem de família legal, por dis-</p><p>posição expressa de lei.</p><p>52</p><p>Suzana descobre que Keila foi demandada em ação de</p><p>cobrança cumulada com despejo, em relação ao imóvel</p><p>atualmente ocupado por Suzana. Por mera liberalidade,</p><p>Keila se comprometeu a pagar vinte e quatro meses de</p><p>aluguel para a amiga Suzana, que ficou desempregada</p><p>em virtude da crise gerada pela pandemia. Ocorre que</p><p>Keila não paga o aluguel há três meses, o que gerou a</p><p>propositura de demanda por parte do locador Adão. Nes-</p><p>te contexto, Suzana deseja intervir neste processo para</p><p>impedir a sucumbência de Keila, uma vez que os prejuí-</p><p>zos da desocupação serão suportados por Suzana. Você,</p><p>na condição de advogado(a) de Suzana, promoveria:</p><p>(A) pedido de denunciação da lide.</p><p>(B) pedido de chamamento ao processo.</p><p>(C) pedido de assistência simples.</p><p>(D) pedido de assistência litisconsorcial.</p><p>53</p><p>Lucrécia promove demanda em face de Eugênio, com</p><p>pedido de tutela provisória, apresentando farta prova</p><p>documental e apontando que sua pretensão se encontra</p><p>consolidada em tese jurídica firmada em sede de recur-</p><p>so especial repetitivo. Neste contexto, assinale a alter-</p><p>nativa correta.</p><p>(A) O caso é de tutela provisória de evidência</p><p>antecedente.</p><p>(B) O caso é de tutela provisória de evidência punitiva.</p><p>(C) O caso é de tutela de evidência incidental, com a possi-</p><p>bilidade de concessão de liminar inaudita altera pars.</p><p>(D) O caso é de tutela de evidência incidental, sem</p><p>a possibilidade de concessão de liminar inaudita</p><p>altera pars.</p><p>54</p><p>Roberta e Ana promoveram demanda indenizatória em</p><p>face de Alice, organizadora de uma festa local famosa,</p><p>chamada FESTA DA BAGACEIRA. Durante o evento, após</p><p>consumirem os “drinks” do camarote, Roberta e Ana</p><p>apresentaram mal súbito, perdendo a consciência. No</p><p>dia seguinte, na rede social de Alice, apareceram fotos</p><p>de Roberta sem parte de suas vestimentas, dançando</p><p>no balcão de bebidas, e Ana abraçando uma metralha-</p><p>dora ao som de “Marília Mendonça”. Em virtude das</p><p>imagens, Roberta perdeu seu recente emprego de se-</p><p>cretária de uma clínica, e Ana teve o casamento desfei-</p><p>to. A partir dessa turbulenta narrativa fática, assinale a</p><p>opção correta.</p><p>(A) O caso retrata uma hipótese de litisconsórcio faculta-</p><p>tivo multitudinário.</p><p>(B) O caso retrata uma hipótese de litisconsórcio faculta-</p><p>tivo simples.</p><p>(C) O caso retrata uma hipótese de litisconsórcio faculta-</p><p>tivo unitário.</p><p>(D) O caso retrata uma hipótese de litisconsórcio</p><p>necessário.</p><p>55</p><p>Patrícia promove ação de divórcio em face de Nilton,</p><p>após descobrir traição do marido com uma colega de</p><p>serviço.</p><p>Com a referida descoberta, Patrícia deixa o lar</p><p>conjugal em Barreiras, e vai para a casa de sua mãe em</p><p>Salvador, levando o filho do casal, Pedro, de dez anos. A</p><p>partir desses fatos, à luz das ações de família, assinale a</p><p>alternativa correta.</p><p>(A) O foro competente para a referida ação é o último</p><p>domicílio conjugal.</p><p>(B) Caso Nilton concorde com o divórcio, este poderá ser</p><p>extrajudicial.</p><p>(C) O foro competente para a referida ação é Salvador.</p><p>(D) Por ocasião de sua citação, Nilton não receberá a con-</p><p>trafé da petição inicial, razão pela qual só poderá ter</p><p>acesso a tal documento após a audiência de mediação.</p><p>56</p><p>Maria Cristina promove ação rescisória em face de uma</p><p>sentença de mérito, que transitou em julgado há um</p><p>ano, por entender que a decisão violava manifestamen-</p><p>te uma norma jurídica. Por ocasião do julgamento da</p><p>ação rescisória, os pedidos de Maria Cristina são julga-</p><p>dos procedentes, mas por maioria. Todavia, na oportuni-</p><p>dade, não houve a aplicação da ampliação do colegiado,</p><p>conforme determinação legal. Neste caso, o advogado</p><p>da parte sucumbente poderá:</p><p>(A) opor embargos infringentes.</p><p>(B) interpor recurso especial.</p><p>(C) interpor recurso extraordinário.</p><p>(D) opor embargos de divergência.</p><p>57</p><p>Lorena promove demanda de obrigação de fazer, com</p><p>pedido de tutela provisória de urgência liminar em face</p><p>de determinada pessoa jurídica. A liminar foi indeferida.</p><p>O processo prosseguiu e na sentença o juiz concedeu a</p><p>tutela provisória requerida, acolhendo totalmente todos</p><p>os pedidos da autora. Inconformada, a parte sucumben-</p><p>te deseja impugnar a referida decisão. A partir deste</p><p>contexto, assinale a opção certa.</p><p>(A) Nesse caso é cabível o recurso de agravo de</p><p>instrumento.</p><p>(B) Nesse caso é cabível o recurso de apelação, com du-</p><p>plo efeito.</p><p>(C) Nesse caso é cabível o recurso de apelação, só com</p><p>efeito devolutivo.</p><p>(D) Nesse caso é cabível o recurso adesivo.</p><p>DIREITO PENAL</p><p>MICHELLE TONON</p><p>58</p><p>José foi condenado em primeira instância, em 15 de</p><p>setembro de 2020, pela prática do crime de roubo, du-</p><p>plamente circunstanciado, pelo concurso de agentes e</p><p>emprego de arma branca (art. 157, § 2º, incisos II e VII,</p><p>do Código Penal) e corrupção de menores (art. 244-B do</p><p>Estatuto da Criança e do Adolescente). Consta da denún-</p><p>cia que, no dia 10 de janeiro de 2020, em unidade de de-</p><p>sígnios com M., menor com 17 anos de idade, subtraiu</p><p>de Amanda um telefone celular, avaliado em R$ 500,00,</p><p>e uma carteira com R$ 200,00 em dinheiro, exercendo a</p><p>grave ameaça com uma faca. Constituído nos autos para</p><p>a defesa dos interesses de José, o(a) advogado(a), em</p><p>sede de recurso, sob o ponto de vista técnico, de acordo</p><p>com as previsões legais, deverá requerer</p><p>(A) o afastamento da majorante do concurso de agentes,</p><p>pois o comparsa de José era menor de idade na data</p><p>dos fatos.</p><p>(B) a absolvição de José, com fundamento no princípio</p><p>da insignificância, já que o valor dos objetos subtraí-</p><p>dos não ultrapassa um salário-mínimo.</p><p>(C) o afastamento da causa de aumento referente ao</p><p>uso da faca, considerando a data do cometimento do</p><p>crime e que a Lei n. 13.654/2018 excluiu a majorante</p><p>pelo emprego de arma branca no crime de roubo.</p><p>(D) a anulação da sentença condenatória, pugnando</p><p>pela realização de novo julgamento com base nas</p><p>disposições da Lei n. 13.654/2018.</p><p>59</p><p>Marcela, usuária de entorpecentes, decide importar</p><p>dez sementes de maconha (Cannabis sativum) da Ho-</p><p>landa, por meio de um site na internet, com o fim de</p><p>cultivar a planta em sua residência, para posterior con-</p><p>sumo próprio. A encomenda foi rastreada pelas autori-</p><p>dades brasileiras e Marcela denunciada pela prática de</p><p>tráfico internacional de drogas (art. 33, caput, c/c art.</p><p>40, inc. I, ambos da Lei n. 11.343/2006). Constituído</p><p>nos autos para a defesa dos interesses de Marcela, o(a)</p><p>advogado(a), em sede de defesa prévia (art. 55 da Lei n.</p><p>11.343/2006), sob o ponto de vista técnico, de acordo</p><p>com as previsões legais e entendimento dos Tribunais</p><p>Superiores:</p><p>(A) deverá requerer a desclassificação para o tipo do</p><p>art. 28 da Lei de Drogas, já que Marcela é usuária</p><p>de drogas e não tinha, com sua conduta, intenção de</p><p>comercializar as sementes.</p><p>(B) deverá requerer a desclassificação para o tipo do art.</p><p>334-A do Código Penal (contrabando), considerando</p><p>que é proibida a importação de sementes de maco-</p><p>nha para o Brasil.</p><p>(C) deverá indicar as provas que pretende produzir ao</p><p>longo da instrução e arrolar até cinco testemunhas</p><p>de defesa, já que a conduta de Marcela, de fato,</p><p>amolda-se ao tráfico internacional de drogas.</p><p>(D) deverá postular a rejeição da denúncia, por ausência</p><p>de justa causa para o exercício da ação penal, consi-</p><p>derando que sementes de maconha não se enqua-</p><p>dram no conceito de droga para fins penais, o que</p><p>acarreta a atipicidade da conduta.</p><p>60</p><p>Marcos, inconformado por ter sido demitido por justa</p><p>causa, resolve matar sua ex-patroa, Gisela, cerca de uma</p><p>semana após a notícia da demissão. Preso em flagran-</p><p>te instantes após o delito, o rapaz é denunciado pela</p><p>prática do crime previsto no art. 121, § 2º, inciso VI, do</p><p>Código Penal (feminicídio). Constituído nos autos para a</p><p>defesa dos interesses de Marcos, o(a) advogado(a), sob</p><p>o ponto de vista técnico, de acordo com as previsões le-</p><p>gais, em sede de alegações finais, deverá requerer:</p><p>(A) a desclassificação para o crime de homicídio sim-</p><p>ples, previsto no caput do art. 121 do Código Penal,</p><p>já que ausente discriminação de gênero na conduta</p><p>de Marcos.</p><p>(B) o reconhecimento do homicídio privilegiado, previs-</p><p>to no art. 121, § 1º, do Código Penal, considerando</p><p>que Marcos agiu sob o domínio de violenta emoção,</p><p>após injusta provocação da vítima, consistente na</p><p>demissão por justa causa.</p><p>(C) o reconhecimento do homicídio híbrido, isto é, a um</p><p>só tempo privilegiado e qualificado, figura não he-</p><p>dionda, já que o feminicídio é uma qualificadora de</p><p>índole subjetiva, segundo o STJ, e compatível com o</p><p>privilégio.</p><p>(D) que seu cliente seja submetido a julgamento pelo</p><p>Júri Popular, sem adiantamento das teses defensi-</p><p>vas, considerando que não há nenhum argumento</p><p>que possa ser acolhido pelo magistrado togado sem</p><p>usurpação da competência constitucional do Conse-</p><p>lho de Sentença.</p><p>61</p><p>Mirtes, empregada doméstica da família Amaral há quin-</p><p>ze anos, passando por dificuldades financeiras e com</p><p>vergonha de pedir ajuda aos patrões, que sempre lhe</p><p>depositaram total confiança, decide subtrair um relógio</p><p>e um par de alianças, avaliados em R$ 950,00 (nove-</p><p>centos e cinquenta reais). Mirtes consegue revender os</p><p>objetos e pagar suas dívidas. Porém, arrependida, conta</p><p>aos patrões acerca da subtração e pede demissão. Con-</p><p>sultado por Mirtes acerca de sua situação legal e proces-</p><p>sual, você, advogado(a) deverá</p><p>(A) esclarecer Mirtes que a situação não enseja maiores</p><p>preocupações, já que a incidência do princípio da</p><p>insignificância ao caso é certa, afastando qualquer</p><p>prática delituosa.</p><p>(B) informar que Mirtes cometeu um crime de furto</p><p>qualificado pelo abuso de confiança (art. 155, § 4º,</p><p>inc. II, do Código Penal) e, embora o valor dos bens</p><p>subtraídos não seja expressivo, não se admite a inci-</p><p>dência do princípio da insignificância.</p><p>(C) sugerir a Mirtes que faça o pagamento do valor do</p><p>prejuízo aos antigos patrões, para que seja possível a</p><p>aplicação do arrependimento eficaz e o consequente</p><p>reconhecimento da atipicidade da conduta.</p><p>(D) informar que Mirtes cometeu um crime de furto</p><p>privilegiado-qualificado, pois embora tenha agido</p><p>quebrando a confiança dos patrões, o valor dos ob-</p><p>jetos é inferior a um salário-mínimo e possibilitará a</p><p>diminuição da pena aplicada em até dois terços.</p><p>62</p><p>Manoel foi condenado em primeira instância, em 12</p><p>de novembro de 2020, pela prática do crime de estu-</p><p>pro de vulnerável (art. 217-A do Código Penal), por fato</p><p>cometido em 20 de janeiro de 2018. Em sua folha de</p><p>antecedentes penais (FAP), Manoel apresenta incur-</p><p>são pela prática do delito previsto no art. 28 da Lei n.</p><p>11.343/2006, por ter sido flagrado, na via pública, fu-</p><p>mando</p><p>um cigarro de maconha, em 14 de julho de 2016.</p><p>Além disso, foi também condenado pela prática de rou-</p><p>bo majorado pelo emprego de arma de fogo, ocorrido</p><p>em 10 de fevereiro de 2017, com trânsito em julgado em</p><p>30 de novembro de 2020. Familiares de Manoel o procu-</p><p>ram, como advogado(a), para esclarecimentos quanto à</p><p>situação processual do rapaz, que foi considerado rein-</p><p>cidente pelo magistrado que sentenciou o estupro de</p><p>vulnerável. Acerca do caso, você deverá esclarecer que</p><p>(A) a dosimetria da pena na sentença quanto ao cri-</p><p>me de estupro de vulnerável está correta, uma vez</p><p>que a prática anterior do delito de porte de drogas</p><p>para consumo pessoal, previsto no art. 28 da Lei n.</p><p>11.343/2006, pode ser utilizada para fins de reinci-</p><p>dência, segundo entendimento jurisprudencial.</p><p>(B) Manoel é reincidente específico em crime hediondo,</p><p>já que a Lei n. 13.964/2019 incluiu o roubo majorado</p><p>pelo emprego de arma de fogo no rol dos crimes pre-</p><p>vistos na Lei n. 8.072/1990. Assim, somente poderá</p><p>progredir de regime com o resgate de 60% da pena</p><p>aplicada ao estupro de vulnerável.</p><p>(C) será possível alegar, em razões de apelação, o desa-</p><p>certo da dosimetria de pena, já que Manoel não é</p><p>reincidente.</p><p>(D) a condenação anterior pelo crime de roubo majora-</p><p>do, embora não transitada em julgado no momen-</p><p>to da prolação da sentença pela prática do estupro</p><p>de vulnerável, pode ser considerada para fins de</p><p>reincidência.</p><p>63</p><p>Cláudia está grávida de 20 semanas e, segundo diagnós-</p><p>tico médico confirmado por dois especialistas, o bebê</p><p>apresenta anencefalia, de sorte que, caso a gestação</p><p>chegue a termo e a criança nasça, não terá sobrevida fora</p><p>do útero materno. Tal quadro foi descrito pelos médicos</p><p>como irreversível e também informaram Cláudia sobre a</p><p>possibilidade de interrupção da gravidez, caso assim de-</p><p>sejasse. Então, Cláudia procura você, advogado(a) para</p><p>esclarecimentos sobre a sua situação. A orientação jurí-</p><p>dica correta para o caso é:</p><p>(A) a interrupção da gravidez pode ser feita, já que o</p><p>diagnóstico e a irreversibilidade do caso foram con-</p><p>firmados pelos médicos, sendo desnecessária a pré-</p><p>via autorização judicial para o procedimento, segun-</p><p>do já decidiu o STF.</p><p>(B) Cláudia não pode interromper a gravidez, pois não</p><p>está caracterizada hipótese de aborto legal, nos ter-</p><p>mos previstos na legislação penal. O aborto só pode</p><p>ser realizado em casos de estupro ou de risco de</p><p>morte para a gestante.</p><p>(C) Cláudia poderia interromper a gravidez caso assim</p><p>desejasse, porém somente até a 12ª semana de ges-</p><p>tação (fim do primeiro trimestre), considerando os</p><p>estágios de desenvolvimento dos fetos.</p><p>(D) ainda que se trate de feto com anencefalia, tanto</p><p>Cláudia quanto os médicos poderão incorrer no tipo</p><p>penal do art. 126 do Código Penal (provocar aborto</p><p>com consentimento da gestante).</p><p>DIREITO PROCESSUAL PENAL</p><p>LORENA OCAMPOS</p><p>64</p><p>Um Delegado de Polícia, ao tomar conhecimento de</p><p>um suposto crime de ação penal pública incondicio-</p><p>nada, determina, de ofício, a instauração de inquérito</p><p>policial. Após adotar diligência, verifica que a conduta</p><p>investigada era atípica. O indiciado, então, pretende o</p><p>arquivamento do inquérito e procura você, como advo-</p><p>gado, para esclarecimentos, informando que deseja que</p><p>o inquérito seja imediatamente arquivado. Você deverá</p><p>esclarecer que a autoridade policial:</p><p>(A) deverá arquivar imediatamente o inquérito, fazendo</p><p>a decisão de arquivamento por atipicidade de coisa</p><p>julgada material.</p><p>(B) não poderá arquivar imediatamente o inquérito, mas</p><p>deverá encaminhar relatório final ao Poder Judiciário</p><p>para arquivamento direto e imediato por parte do</p><p>magistrado.</p><p>(C) deverá elaborar relatório final de inquérito e, após o</p><p>arquivamento, poderá proceder a novos atos de in-</p><p>vestigação.</p><p>(D) poderá elaborar relatório conclusivo, mas a promo-</p><p>ção de arquivamento caberá ao Ministério Público,</p><p>havendo coisa julgada em caso de homologação do</p><p>arquivamento por atipicidade.</p><p>65</p><p>João, de 21 anos, primário e de bons antecedentes, agre-</p><p>diu sua ex-namorada ao encontrá-la na rua em frente ao</p><p>local de trabalho, causando lesão corporal de natureza</p><p>leve. A mãe de João, preocupada com a situação de seu</p><p>filho, procura você, na condição de advogado, para que</p><p>esclareça as consequências jurídicas que poderão advir</p><p>do ocorrido. Na oportunidade, você, como advogado,</p><p>deverá esclarecer que:</p><p>(A) o início da ação penal depende de representação da</p><p>vítima, que terá o prazo de seis meses da descoberta</p><p>da autoria para a apresentação.</p><p>(B) no caso de condenação, por ser João primário e de</p><p>bons antecedentes, mostra-se possível a aplicação</p><p>do sursis da pena.</p><p>(C) em razão de o agressor e a vítima não estarem mais</p><p>namorando quando ocorreu o fato, não será aplicada</p><p>a Lei Maria da Penha.</p><p>(D) no caso de condenação, em razão de ser João primá-</p><p>rio e de bons antecedentes, poderá a pena privativa</p><p>de liberdade ser substituída por restritiva de direitos.</p><p>66</p><p>José, funcionário público, foi vítima de crime de difama-</p><p>ção em razão de suas funções. Após narrar os fatos em</p><p>sede policial, foi instaurado inquérito policial para inves-</p><p>tigar a notícia de crime. A autoridade policial concluiu</p><p>pela prática delitiva da difamação, majorada por ser</p><p>contra funcionário público em razão de suas funções. O</p><p>advogado de José, de acordo com a jurisprudência do</p><p>Supremo Tribunal Federal, deverá esclarecer que</p><p>(A) José poderá optar por oferecer queixa-crime, assis-</p><p>tido por advogado, ou oferecer representação ao</p><p>Ministério Público, para que seja analisada a possibi-</p><p>lidade de oferecimento de denúncia.</p><p>(B) caberá ao Ministério Público oferecer denúncia</p><p>em face do autor do fato após a representação</p><p>do ofendido.</p><p>(C) caberá a José, assistido por seu advogado, oferecer</p><p>queixa-crime, não podendo o ofendido optar por</p><p>oferecer representação para o Ministério Público</p><p>apresentar denúncia.</p><p>(D) caberá ao Ministério Público oferecer denúncia, in-</p><p>dependentemente de representação do ofendido.</p><p>67</p><p>Matheus responde à ação penal, na condição de pre-</p><p>so cautelar, pela prática do crime de furto qualificado,</p><p>sendo ele reincidente específico. No curso do processo,</p><p>foi instaurado incidente de insanidade mental em que</p><p>foi constatado por peritos que Matheus seria semi-im-</p><p>putável e que haveria risco de reiteração. O magistrado</p><p>em atuação, de ofício, revoga a prisão preventiva de Ma-</p><p>theus, entendendo que não persistem os motivos que</p><p>justificaram essa medida mais grave, aplicando, porém,</p><p>a medida cautelar de internação provisória, após provo-</p><p>cação do Ministério Público. Diante da situação narrada,</p><p>o advogado de Matheus poderá requerer o afastamento</p><p>da cautelar aplicada, em razão</p><p>(A) da não previsão legal da cautelar de internação</p><p>provisória.</p><p>(B) de somente ser cabível a cautelar quando os peritos</p><p>concluírem pela inimputabilidade.</p><p>(C) de o crime imputado não ter sido praticado com vio-</p><p>lência ou grave ameaça à pessoa.</p><p>(D) de já ter ocorrido a prisão preventiva anteriormente.</p><p>68</p><p>João e Paulo foram condenados, em primeira instância,</p><p>pela prática do crime de furto qualificado, à pena de</p><p>02 anos de reclusão e 12 dias-multa, por fatos que te-</p><p>riam ocorrido quando João tinha 18 anos e Paulo tinha</p><p>31 anos. Na dosimetria da pena, a pena-base foi fixa-</p><p>da no mínimo, não sendo reconhecidas atenuantes ou</p><p>agravantes nem causas de aumento ou diminuição. In-</p><p>timados da sentença, o promotor e o advogado de Pau-</p><p>lo não tiveram interesse em apresentar recurso, mas o</p><p>advogado de João apresentou recurso de apelação. Por</p><p>ocasião do julgamento do recurso, entenderam os de-</p><p>sembargadores por reconhecer que o crime restou ten-</p><p>tado, bem como que deveria ser aplicada a atenuante da</p><p>menoridade relativa a João. Com base nas informações</p><p>expostas, os efeitos da decisão do Tribunal</p><p>(A) poderão ser parcialmente estendidos a Paulo, apli-</p><p>cando-se a atenuante, mas não a causa de diminui-</p><p>ção de pena.</p><p>(B) poderão ser integralmente estendidos a Paulo.</p><p>(C) poderão ser parcialmente estendidos a Paulo, apli-</p><p>cando-se a causa de diminuição</p>