Prévia do material em texto
<p>AULA CIÊNCIA POLÍTICA E TEORIA DO ESTADO</p><p>Prof Marcilio Cunha</p><p>Universidade Estácio de Sá</p><p>Curso de Direito – Prof. Marcilio Cunha</p><p>CIÊNCIA POLITICA E TEORIA DO ESTADO</p><p>AULA 2</p><p>SITUAÇÃO PROBLEMA (CASO CONCRETO)</p><p>Racismo velado não deixa de ser racismo</p><p>O comportamento do Marcão do Povo de negar ter feito um comentário</p><p>racista contra a funkeira Ludmilla é mais comum do que se imagina. Como</p><p>justificativa, o apresentador, que se referiu à cantora como “pobre macaca”,</p><p>alegou ter usado uma expressão regional, que não seria relacionada à cor da</p><p>pele, mas à antiga condição financeira dela. A justificativa não funcionou. A</p><p>reação dos internautas foi automática. A hashtag #processaludmilla ficou no</p><p>topo dos assuntos mais comentados no Twitter e a emissora anunciou o</p><p>desligamento do funcionário da empresa.</p><p>De acordo com o subsecretário de Igualdade Racial do Distrito Federal, Victor</p><p>Nunes, a discriminação racial pode ficar apenas no inconsciente, sem</p><p>necessariamente externalizá-lo. Com isso, as pessoas tendem a pensar que não</p><p>são preconceituosas.</p><p>O RACISMO VELADO COMO PARTE DO FENÔMENO</p><p>DA DISCRIMINAÇÃO SOCIAL</p><p>Ao analisar o texto, apresente necessariamente seu</p><p>entendimento sobre:</p><p>a) A contextualização sobre o problema e as origens do</p><p>racismo no país</p><p>b) O reforço midiático e as formas do preconceito velado</p><p>c) O negro como protagonista na luta contra o racismo</p><p>RESPOSTA</p><p>a) A contextualização sobre o problema e as origens do racismo no país</p><p>As origens modernas do preconceito racial remontam aos séculos XVI e</p><p>XVII, período de expansão marítima e comercial, além da colonização do</p><p>continente americano. Nesse momento, podemos perceber, marcadas na</p><p>história, a escravização dos africanos e o genocídio de povos indígenas.</p><p>Em busca de justificar tais ações, os europeus começaram a formular</p><p>teorias baseadas na suposição de que havia uma hierarquia das raças.</p><p>Segundo essa tese, brancos estariam no topo dessa espécie de pirâmide,</p><p>seguidos pelos asiáticos, indianos, indígenas e negros. Segundo essas primeiras</p><p>hipóteses racistas, somente os brancos teriam capacidade intelectual para</p><p>trabalhar a terra, governar e prosperar, enquanto os negros estariam aptos apenas</p><p>para o trabalho braçal. Também era comum a crença de que negros e índios não</p><p>tinham alma. Isso, na visão de um cristão moderno, significava ser um animal.</p><p>A abolição da escravidão na maioria das potências que utilizaram desse</p><p>modo de mão de obra, o racismo não acabou, mas ganhou uma</p><p>roupagem mais científica, que tentaria utilizar o rigor metodológico das</p><p>ciências positivas para atestar a superioridade da raça branca e a</p><p>inferioridade dos negros e mestiços. Devemos lembrar que o racismo</p><p>somente acontece quando há um sistema de poder que considera aquela</p><p>raça, contra qual é praticado, inferior. Nesse sentido, falar que acontece</p><p>racismo de um negro contra um branco seria errado, visto que o que pode</p><p>acontecer é, no máximo, discriminação. Também devemos observar que o</p><p>racismo não é exclusivo do Brasil e nem das Américas, onde a</p><p>escravização de povos africanos foi mais intensa, mas acontece em</p><p>algum grau e contra grupos étnicos minoritários em todas as partes do</p><p>mundo.</p><p>b) O reforço midiático e formas do preconceito velado</p><p>Existe uma estrutura naturalizada da discriminação no país. Algumas</p><p>atitudes e expressões que ofendem os negros ainda ocorrem de maneira</p><p>“inocente”, para criar uma falsa sensação de preconceito velado. "Depende</p><p>de como a pessoa se sente. Um negro pode se sentir ofendido com alguma</p><p>expressão enquanto outro não", detalha. Alguns exemplos desse</p><p>preconceito velado estão em expressões, como: “dia de preto”, “a coisa tá</p><p>preta”, “fulano tem um pé na senzala”, “eu conheço uma pessoa escurinha</p><p>assim como você”, “ele é negro, mas é gente boa”, “esse é um preto de</p><p>alma branca”. Também podem ser vistos exemplos de preconceito no</p><p>mercado de trabalho quando o homem ou a mulher negra são excluídos de</p><p>processos seletivos por não serem “adequados” a cargos de liderança, por</p><p>exemplo, ou quando mesmo ocupando cargos iguais aos seus pares</p><p>possuem uma remuneração inferior. É muito comum meninos negros</p><p>serem abordados na rua por policiais e terem seus bolsos revistados.</p><p>No entanto, crianças brancas não passam por esse tipo de abordagem. A</p><p>ideia de que negros são favelados e podem ser capazes de infringir</p><p>qualquer norma criminal é um preconceito arraigado, traduzindo-se em</p><p>uma das mais nefastas consequências do racismo velado. No esporte, na</p><p>música ou na televisão há uma tendência a xingamentos quando algum</p><p>homem ou mulher negro erram, perdem um título, chutam para fora, são</p><p>expulsos do jogo. Quando são casos que acontecem com pessoas brancas</p><p>as pessoas tendem a relevar e considerar como parte natural do esporte. A</p><p>televisão através de novelas ou séries reforçam o estereótipo de negro</p><p>como pobre e detentor de menos condições intelectuais. Não há negros</p><p>como protagonistas ou em profissões bem-sucedidas. O negro quase</p><p>sempre é empregado doméstico, jardineiro, motoboy, ou seja, subalterno à</p><p>elite. Os casais são na maioria das vezes formados por dois negros – não</p><p>há miscigenação amorosa entre negros e brancos. O negro geralmente faz</p><p>parte do núcleo pobre e da periferia.</p><p>c) O negro como protagonista na luta contra o racismo</p><p>O homem negro e a mulher negra têm sido pilares fundamentais para o</p><p>ativismo da causa contra o racismo. Eles possuem a sororidade para</p><p>traduzirem para a sociedade o que é viver o racismo nas suas mais</p><p>diversas formas, inclusive, na forma velada. A vítima de crime de racismo</p><p>não pode ser calar. Deve fazer o boletim de ocorrência na Delegacia,</p><p>juntando todas as provas possíveis, inclusive com o auxílio de</p><p>testemunhas. Em caso de agressão física, torna-se indispensável o</p><p>Exame de Corpo de Delito. Desrespeito e atitudes de repúdio baseadas</p><p>em fatores étnicos e culturais, apresentam caráter discriminatório e devem</p><p>ser firmemente denunciadas e combatidas pelas autoridades. Os coletivos</p><p>negros nascem de uma vontade de juntar as pessoas negras da</p><p>sociedade, que em primeiro lugar são poucas e são também muito</p><p>dispersas.</p><p>Quando os negros se reúnem em coletivos é possível dar vazão há algo</p><p>muito interessante que é o partilhamento das dores em comum. Assim</p><p>como há a busca por soluções em conjunto para que haja um diálogo</p><p>franco com a população, em geral. Agindo quase sempre de forma</p><p>autônoma, esses grupos promovem ações diversas, desde eventos até</p><p>criações de plataformas específicas, sempre com o objetivo de evidenciar</p><p>a cultura negra, o racismo no Brasil e as estratégias para diminuir a</p><p>marginalização do negro, além de redescobrir as raízes deste grupo tão</p><p>rico em história. Para mudar esse cenário, precisamos nos engajar, não</p><p>só nos achar não racistas, mas nos tornar antirracistas. Saber que é um</p><p>trabalho de todos nós, brancos e negros, reequilibrar essa realidade. O</p><p>branco de hoje não é responsável pelo que aconteceu ontem com a</p><p>escravidão, assim como o Alemão desta geração não é responsável pelo</p><p>Holocausto, mas somos todos responsáveis por reequilibrar nossa</p><p>sociedade e transformar o que vamos contar para nossas crianças.</p><p>O conceito de Estado</p><p>• O conceito de "Estado" surgiu na Europa no século XV, caracterizando-</p><p>se pela centralização administrativa e militar sobre um território</p><p>delimitado.</p><p>• Nicolau Maquiavel é conhecido como o fundador da Ciência Política e</p><p>defendia a "virtude da República" baseada em ideias republicanas da</p><p>Grécia Clássica.</p><p>• Maquiavel via o Estado como resultado da escolha racional de grupos</p><p>humanos que se uniam para garantir estabilidade e o bem comum.</p><p>• O governante, segundo Maquiavel, deve equilibrar ações boas e más</p><p>para preservar a República e obter o apoio do povo. A política tem sua</p><p>própria moral, a "razão de Estado".</p><p>Estado e contrato social</p><p>• O contratualismo, desenvolvido por Thomas Hobbes e Jean-Jacques</p><p>Rousseau, entende</p><p>o Estado como resultado de um contrato social,</p><p>onde a maioria decide que viver em comunidade é melhor do que viver</p><p>isoladamente.</p><p>• Hobbes acredita que o estado natural é violento e caótico, onde os</p><p>seres humanos são naturalmente maus e egoístas, e o Estado surge</p><p>para garantir a sobrevivência coletiva e conter a natureza humana</p><p>destrutiva.</p><p>• Rousseau, por outro lado, vê o estado de natureza como pacífico e</p><p>harmonioso, onde os seres humanos são naturalmente bons. Para ele,</p><p>a introdução da propriedade privada levou ao surgimento do Estado, e a</p><p>sociedade civil tem o direito de romper o contrato social se o Estado</p><p>não cumprir seu papel.</p><p>Estado e liberdade</p><p>• O liberalismo político, uma tradição histórica europeia,</p><p>enfatiza a limitação do poder do Estado e a proteção</p><p>dos direitos individuais.</p><p>• John Locke e Benjamin Constant são importantes</p><p>pensadores do liberalismo político.</p><p>• Locke defende que o Estado deve ser consentido pela</p><p>sociedade para proteger a vida, a propriedade e</p><p>atender às necessidades coletivas.</p><p>• Constant diferencia a liberdade moderna da antiga,</p><p>enfatizando a representação política e a participação</p><p>indireta do povo nas modernas sociedades de massa.</p><p>Legenda da imagem</p><p>John Locke (1632-1704)</p><p>• O Constitucionalismo, representado por Montesquieu, buscou</p><p>estabelecer limites institucionais ao poder do Estado.</p><p>• Montesquieu propôs o sistema de "freios e contrapesos",</p><p>dividindo o poder estatal em três partes independentes para</p><p>evitar concentração excessiva de poder. Veja:</p><p>Poder Legislativo Poder Executivo Poder Judiciário</p><p>2 INSTÂNCIA</p><p>JUSTIÇA COMUM</p><p>JUSTIÇA ESTADUAL JUSTIÇA FEDERAL</p><p>CASO CONCRETO 1</p><p>Max Weber (Economia e Sociedade) denomina o Estado “uma empresa com caráter de instituição política</p><p>(...) quando e na medida em que seu quadro administrativo reivindica com êxito o monopólio legítimo da</p><p>coação física para realizar as ordens vigentes”. Na mesma obra, o autor para construir a sua teoria da</p><p>dominação especifica exaustivamente um conjunto de noções que permitem definir esse conceito de</p><p>Estado. Com referência na teoria de Max Weber, numere a coluna de baixo com base nas noções da</p><p>coluna de cima..</p><p>1. Vigência.</p><p>2. Associação.</p><p>3. Empresa.</p><p>4. União.</p><p>5. Instituição.</p><p>( ) Uma associação baseada num acordo e cuja ordem estatuída só pretende vigência para os membros</p><p>que pessoalmente se associaram.</p><p>( ) Uma ação contínua que persegue determinados fins.</p><p>( ) A probabilidade da relação social ser orientada pela representação da existência de uma ordem</p><p>legítima.</p><p>( ) Uma associação cuja ordem estatuída se impõe, com (relativa) eficácia, a toda ação com</p><p>determinadas características que tenha lugar dentro de determinado âmbito de vigência.</p><p>( ) Uma relação social fechada quando a observação de sua ordem está garantido pelo comportamento</p><p>de determinadas pessoas, destinado particularmente para esse propósito.</p><p>PRÓXIMA AULA</p><p>A Formação do Estado Nação</p><p>Tema 1 – Sala de aula virtual</p><p>Aulas extras</p><p>twitter: @profmarcilio</p><p>Facebook: Marcilio Cunha Neto</p><p>Instagram: @prof.Marcilio</p><p>Tik Tok: ProfMarcilio</p><p>Vai encarar ?</p><p>FORTNITE: ProfMarcilio</p><p>PS4 – Prof Marcilio</p><p>Dead Space</p><p>Lol (adormecido)</p><p>Cel 98688-6030 – Whatsapp</p><p>Explicação celular</p><p>Slide 1</p><p>Slide 2</p><p>Slide 3</p><p>Slide 4</p><p>Slide 5</p><p>Slide 6</p><p>Slide 7</p><p>Slide 8</p><p>Slide 9</p><p>Slide 10</p><p>Slide 11</p><p>Slide 12</p><p>Slide 13</p><p>Slide 14</p><p>Slide 15</p><p>Slide 16</p><p>Slide 17</p><p>Slide 18</p><p>Slide 19</p><p>Slide 20</p><p>Slide 21</p><p>Slide 22</p><p>Slide 23</p><p>Slide 24</p><p>Slide 25</p><p>Slide 26</p><p>Slide 27</p><p>Slide 28</p>