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Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) Autor: Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas 03 de Fevereiro de 2024 14964078655 - Matheus C C Riani Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 Índice ..............................................................................................................................................................................................1) Noções iniciais de Semântica 3 ..............................................................................................................................................................................................2) Campo semântico 4 ..............................................................................................................................................................................................3) Sentido Denotativo e Sentido Conotativo 5 ..............................................................................................................................................................................................4) Sinônimos e Antônimos 8 ..............................................................................................................................................................................................5) Hiperônimo e Hipônimo 10 ..............................................................................................................................................................................................6) Homônimos e Parônimos 13 ..............................................................................................................................................................................................7) Polissemia 17 ..............................................................................................................................................................................................8) Ambiguidade 19 ..............................................................................................................................................................................................9) Homônimo, Polissemia e Ambiguidade 24 ..............................................................................................................................................................................................10) Questões Comentadas - Campo semântico - Cesgranrio 26 ..............................................................................................................................................................................................11) Questões Comentadas - Denotação e conotação - Cesgranrio 27 ..............................................................................................................................................................................................12) Questões Comentadas - Sinônimo e antônimo - Cesgranrio 30 ..............................................................................................................................................................................................13) Questões comentadas - Homônimos e Parônimos - Cesgranrio 50 ..............................................................................................................................................................................................14) QUESTÕES COMENTDAS - AMBIGUIDADE - CESGRANRIO 52 ..............................................................................................................................................................................................15) Lista de Questões - Campo semântico - Cesgranrio 55 ..............................................................................................................................................................................................16) Lista de Questões - Denotação e conotação - Cesgranrio 57 ..............................................................................................................................................................................................17) Lista de Questões - Sinônimo e antônimo - Cesgranrio 60 ..............................................................................................................................................................................................18) Lista de Questões - Homônimos e Parônimos - Cesgranrio 78 ..............................................................................................................................................................................................19) LISTA DE QUESTÕES - AMBIGUIDADE - CESGRANRIO 80 ..............................................................................................................................................................................................20) Questões Comentadas - Denotação e Conotação - FCC 82 ..............................................................................................................................................................................................21) Questões Comentadas - Sinônimo e Antônimo - FCC 85 ..............................................................................................................................................................................................22) Questões Comentadas - Ambiguidade - FCC 126 ..............................................................................................................................................................................................23) Lista de Questões - Denotação e Conotação - FCC 127 ..............................................................................................................................................................................................24) Lista de Questões - Sinônimo e Antônimo - FCC 131 ..............................................................................................................................................................................................25) Lista de Questões - Ambiguidade - FCC 163 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 2 165 CONSIDERAÇÕES INICIAIS Olá, pessoal! Professora e Coach Patrícia Manzato aqui para darmos continuidade nos nossos estudos de Língua Portuguesa! Em primeiro lugar, PARABÉNS a você que perseverou até aqui. Foi um longo caminho, muito conteúdo e centenas de questões comentadas. Agora, vamos concluir nossa missão! Nesta aula, nosso foco é em Semântica, que é o estudo do sentido de palavras ou de textos. É um assunto muito amplo. Para se entender plenamente um texto, cada palavra é relevante. Na prática, estamos estudando Semântica desde o início, subjacente ao sentido de toda parte de morfologia que vimos: o sentido dos conectores, dos tempos e modos verbais, das circunstâncias adverbiais, dos verbos regidos por determinadas preposições, das regras de pontuação, tudo isso tem aspectos “Semântica” e vai ser fundamental na hora de ler e decifrar o que está sendo comunicado. Agora vamos trabalhar algumas questões mais específicas, como vocabulário, sinônimos, antônimos, ambiguidade, interpretação, bem como outros detalhes da gramática que vêm sendo cobrados em prova. Pessoal, muito carinho com esta aula! Destaco que o conteúdo dela também complementa muito o conhecimento de Interpretação de Texto e de Redação. Vamos seguir! Estaremos prontos para tudo!!! Por fim, se quiser conhecer melhor meu trabalho e ter ainda mais dicas de Estudos e de Língua Portuguesa, me siga nas redes sociais Grande abraço e ótimos estudos! Profª Patrícia Manzato @prof.patriciamanzato Prof. Patrícia Manzato Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário)Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 3 165 CAMPO SEMÂNTICO As palavras podem ter estreitas relações de sentido entre si, como de semelhança, equivalência, diferença, oposição, pertinência. Palavras que se associam de uma forma direta e previsível, de modo que uma pessoa consiga facilmente pensar nas outras quando pensa na primeira, formam um “campo semântico”. Em termos simples, podemos dizer que vocábulos como bola, chuteira, trave, rede, gol, artilheiro, goleiro, campeonato, pênalti, formam o campo semântico de “Futebol”. Quando pensamos em um elemento desses, geralmente há uma associação intuitiva aos outros elementos desse conjunto. Evidentemente, as associações são infinitas e não existe um número definido de elementos que pertencem a um campo semântico fixo e previsível. Essas associações se formam no contexto e dependem da experiência e conhecimento de mundo de cada um. Nada impede que faça parte desse campo palavra como Messi, juiz, ingresso, artilheiro, cartão, patrocínio, uniforme, luva ou outra que também se relacione de algum modo à ideia geral sugerida por “futebol”. Futebol Bola Chuteira Trave GramadoGoleiro Árbitro Rede Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 4 165 SENTIDO DENOTATIVO X SENTIDO CONOTATIVO As palavras geralmente têm um sentido mais direto, mais clássico, mais primário, que imediatamente se manifesta quando ouvimos ou lemos aquela sequência de sons ou letras. Esse é o sentido denotativo, o sentido direto, primário, principal do dicionário. Cuidado que o dicionário também traz os possíveis sentidos figurados de um termo, mas o sentido denotativo é aquele mais clássico, mais imediato, do mundo real, não figurado. Os sentidos figurados listados no dicionário geralmente são extensão semântica do primeiro sentido, do sentido real. Ex: o leão é o animal mais visitado do zoológico. Veja que “leão” está sendo usado em sua acepção mais clássica, como animal. Por outro lado, num determinado contexto, a palavra pode assumir um novo sentido, figurado, metafórico, especial, não óbvio. Ex: Esse lutador batendo é um leão; apanhando, é um gatinho. Agora a palavra “leão” deixou de designar o animal para indicar figuradamente uma pessoa que tem a característica da ferocidade. Já o gatinho tem a característica de ser pequeno, inofensivo. Esse é um sentido figurado, metafórico, conotativo. Veja exemplos de sentido conotativo que uma palavra pode assumir: Observe que “devorando” tem sentido figurado. Não é possível “comer” o planeta. Mas esse uso se torna perfeitamente coerente porque a matéria fala sobre o consumo “desenfreado” dos alimentos do mundo. Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 5 165 Veja mais um exemplo: A palavra “frito” foi utilizada com sentido ambíguo de “ferrado” ou literalmente “frito numa frigideira”. (TJ-RS / 2020 - adaptada) Observe o texto a seguir, retirado de uma revista de computação. “Por mais poderoso que seja, um computador sem programas poderá usar essa pouca utilidade. Um programa adequado com certeza não é um aplicativo profissional, caro e sofisticado que, às vezes, já vem instalado. De nada adiantam funções, botões e janelas, se você não conseguir fazer alguma coisa com eles”. Um dos elementos que dá coerência aos textos é a ocorrência de vocábulos que estão dentro de um mesmo campo semântico; nesse texto, como palavras que pertencem ao mesmo bloco conceitual são computador, programas, aplicativo, janelas. Comentário “computador, programas, aplicativo e janelas” são termos que pertencem ao campo semântico da informática, são vocábulos típicos dessa temática. Questão correta. (PREF. SÃO CRISTÓVÃO (SE) / 2019) Catar feijão Catar feijão se limita com escrever: joga-se os grãos na água do alguidar e as palavras na folha de papel; e depois, joga-se fora o que boiar. Certo, toda palavra boiará no papel, água congelada, por chumbo seu verbo: Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 6 165 ==2537cb== pois para catar esse feijão, soprar nele, e jogar fora o leve e oco, palha e eco. Ora, nesse catar feijão entra um risco: o de que entre os grãos pesados entre um grão qualquer, pedra ou indigesto, um grão imastigável, de quebrar dente. Certo não, quando ao catar palavras: a pedra dá à frase seu grão mais vivo: obstrui a leitura fluviante, flutual, açula a atenção, isca-a como o risco. João Cabral de Melo Neto. A educação pela pedra. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1997. Considerando as propriedades linguísticas e os sentidos do poema precedente, julgue o próximo item. Haja vista as situações apresentadas no poema, a expressão “catar feijão” tem tanto sentido denotativo quanto conotativo. Comentários: O poema, utiliza a expressão “catar feijão” tanto no sentido denotativo quanto no sentido conotativo. O poema traz a ação de catar feijão com a ação de escrever: e as palavras na folha de papel; (sentido figurado, linguagem conotativa, assim como se joga o feijão na água, as palavras são jogadas no papel). E também como a ação de pegar o feijão, de forma literal: e jogar fora o leve e oco, palha e eco. (sentido literal, linguagem denotativa). Questão correta. Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 7 165 SINÔNIMOS E ANTÔNIMOS Sinônimos São palavras que se aproximam semanticamente por uma relação de equivalência ou semelhança. Não existem sinônimos perfeitos, mas, em um dado contexto, palavras com sentido próximo, embora não idênticos, podem ser utilizadas para se referir e retomar o mesmo ser no texto. As questões de sinonímia dependem de um bom vocabulário e de uma boa captação do que a palavra significa no contexto em que aparece. Por exemplo, “marcar” e “agendar” são sinônimos, certo? Marcar uma consulta = Agendar uma consulta. Certo? Errado! Depende do contexto! Veja que não é mais possível trocar um verbo pelo outro no exemplo abaixo: Ex: O jogador marcou um gol. Aquele momento me marcou para sempre. Então, nunca olhe as palavras isoladamente. Muitas questões são de vocabulário puro, secas, ou você conhece a palavra ou não conhece. Nesses casos, não há escapatória, você precisará tentar inferir o sentido da palavra pelo contexto, por palavras semelhantes, por prefixos e claro, sempre tentar fortalecer seu vocabulário com leitura regular de textos variados. (PGE-PE / 2019) Tenho ótimas recordações de lá e uma foto da qual gosto muito, da minha infância, às gargalhadas, vestindo um macacão que minha própria mãe costurava, com bastante capricho. A palavra “capricho” (L.2) está empregada no texto com o mesmo sentido de zelo. Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 8 165 ==2537cb== Comentários: Questão direta, são sinônimos no sentido de cuidado. Questão correta. (LIQUIGÁS / 2018 - Adaptada) No trecho do Texto “Ele lá ia cumprindo seu ritual, como antigamente se depositava o pão e o leite” (l. 11-13), a palavra em destaque pode, sem prejuízo de sentido, ser substituída por jogava. Comentários:Questão direta: "depositar" é sinônimo de postar, pôr, assentar, apoiar, colocar, acostar, arrimar. Questão incorreta. Antônimos São palavras que se aproximam semanticamente por uma relação de antagonismo ou oposição. Ex: Gosto de silêncio: não tolero barulho. (silêncio x barulho) Em alguns casos, duas palavras podem não ser exatamente antônimos em seu sentido clássico, mas podem aparecer como opostas no contexto em que se dá aquele contraste. A relação de antonímia se dá no contexto. Ex: Não fale nada, acalme-se e respire. (falar x se acalmar e respirar) (SEFAZ-RS / 2019) A música de Pixis, ouvida como sendo de Beethoven, foi recebida com entusiasmo e paixão, e a de Beethoven, ouvida como sendo de Pixis, foi enxovalhada. A correção e os sentidos do texto 1A11-I seriam preservados se a palavra “enxovalhada” fosse substituída por desassistida. Comentários: “Enxovalhada” foi utilizado no sentido de “menosprezada”, “desdenhada”: Os espectadores desprezaram a peça musical pensando que era de Pixis, músico considerado medíocre — não era de Beethoven. De qualquer forma, "desassistida" não é antônimo de "desprezada". Questão incorreta. Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 9 165 HIPERÔNIMOS E HIPÔNIMOS Hiperônimos São palavras de sentido amplo que indicam, em termos semânticos, um conjunto abrangente de elementos, um “gênero”. Esse “gênero” tem unidades menores, “espécies” (hipônimos), que fazem parte daquele conjunto maior. Atleta é um hiperônimo. Nadador, corredor e goleiro são hipônimos, porque são espécies de atleta. Logo, “Atleta” é hiperônimo de “nadador”. Animal é um hiperônimo. Cachorro, macaco, jabuti são hipônimos, porque são espécies de animal. Então, “Animal” é hiperônimo de “macaco”. Hipônimos O conceito de hipônimo decorre da explicação acima. Trata-se de um elemento com sentido mais específico, contido em um grupo maior, ou seja, de uma espécie contida em um gênero. Hiperônimo: Animais Hipônimo: Quadrúpedes Hipônimo: Equinos Hipônimo: Cavalos Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 10 165 Gato é hipônimo de Felino (hiperônimo). Cavalo é hipônimo de Equino (hiperônimo). Deputado é hipônimo de Político (hiperônimo). Essas relações de inclusão e pertinência se constroem num contexto. Mesmo antes de conhecer esses conceitos, sempre nos valemos de hiperônimos bem genéricos, como “coisa”, “pessoa”, “ser”, “acontecimento”, “fato”, “evento”, “elemento” para retomar outro termo mais específico. Às vezes fazemos o contrário: anunciamos o termo geral primeiro, depois o especificamos com um hipônimo: Ex: Tragédia: queda de avião mata 56 pessoas em Paris. A cidade organizou um evento de condolências. Milhares de pessoas compareceram à solenidade. Observe que tragédia é hiperônimo de “queda de avião”, pois a “queda” está dentro de um grupo maior de “tragédias”. Paris é hipônimo de “cidade”. “Solenidade” é hipônimo de evento e assim por diante... Rosas Orquídeas Margaridas Begônia Flor Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 11 165 ==2537cb== (TJ-RS / 2020) Ao escrever um texto, o autor enfrenta várias dificuldades. Uma delas é evitar a repetição de palavras e um dos meios para isso é substituir uma palavra de valor específico por outra de conteúdo geral, como no exemplo a seguir. O sargento foi atropelado; depois de alguns minutos, chegou uma ambulância que levou o militar para o hospital. Assinale os vocábulos abaixo que mostram, respectivamente, esse mesmo tipo de relação: a) selvagens / índios; b) músicos / sambistas; c) embalagens / caixas; d) bananeira / bananal; e) quarto / cômodo. Comentário “militar” é o termo geral, o “hiperônimo”, dentro dele podemos abarcar “cabo”, “coronel”, “soldado”, “general”, inclusive “sargento”, que é um termo específico, um “hipônimo”. Essa troca é típico recurso de coesão, de retomada e substituição no texto. Gabarito letra E. (PGE-PE / 2019) É como se você tivesse baixado algum software e ele te solicitasse assinar um contrato com dezenas de páginas em “juridiquês”; você dá uma olhada nele, passa imediatamente para a última página, tica em “concordo” e esquece o assunto. No trecho “tica em ‘concordo’” (L.2-3), o verbo ticar é sinônimo de clicar, mas difere deste por ser de uso informal. Comentários: Sim, “ticar” vem do inglês “to tick”, que significa justamente clicar numa caixinha virtual para aceitar, ou marcar um sinal de concordância, um “tique”, um x, um visto ou algo assim. No caso, “ticar” é clicar para aceitar o contrato. Ticar é uma palavra oficial, não é considerada de uso informal. Questão incorreta. Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 12 165 HOMÔNIMOS E PARÔNIMOS Homônimos Homônimos homógrafos: palavras que têm a mesma grafia, mas trazem sentidos diferentes. Homônimos homófonos: palavras que têm a mesma pronúncia, mesmo som, mas trazem sentidos diferentes. Homônimos perfeitos: São palavras que têm som e grafia idênticos, diferenciando-se somente pelo sentido. Quase sempre, são palavras de classes diferentes. Parônimos São pares de palavras parecidas na pronúncia ou na grafia. Muitas vezes, essa semelhança conduz a erros ortográficos. O conhecimento dessas palavras também é muito importante para interpretação de texto e questões de vocabulário. Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 13 165 Exemplos clássicos de parônimos: absolver (perdoar, inocentar) absorver (aspirar, sorver) apóstrofe (figura de linguagem) apóstrofo (sinal gráfico) aprender (tomar conhecimento) apreender (capturar, assimilar) arrear (pôr arreios) arriar (descer, cair) ascensão (subida) assunção (elevação a um cargo) bebedor (aquele que bebe) bebedouro (local onde se bebe) cavaleiro (que cavalga) cavalheiro (homem gentil) comprimento (extensão) cumprimento (saudação) deferir (atender) diferir (distinguir-se, divergir) delatar (denunciar) dilatar (alargar) descrição (ato de descrever) discrição (reserva, prudência) descriminar (tirar a culpa) discriminar (distinguir) despensa (local onde se guardam mantimentos) dispensa (ato de dispensar) docente (relativo a professores) discente (relativo a alunos) emigrar (deixar um país) imigrar (entrar num país) eminência (elevado) iminência (qualidade do que está iminente) eminente (elevado) iminente (prestes a ocorrer) esbaforido (ofegante, apressado) espavorido (apavorado) estada (permanência em um lugar) estadia (permanência temporária em um lugar) Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 14 165 ==2537cb== flagrante (evidente) fragrante (perfumado) fluir (transcorrer, decorrer) fruir (desfrutar) fusível (aquilo que funde) fuzil (arma de fogo) imergir (afundar) emergir (vir à tona) inflação (alta dos preços) infração (violação) infligir (aplicar pena) infringir (violar, desrespeitar) mandado (ordem judicial) mandato(procuração) peão (aquele que anda a pé, domador de cavalos) pião (tipo de brinquedo) precedente (que vem antes) procedente (proveniente; que tem fundamento) ratificar (confirmar) retificar (corrigir) recrear (divertir) recriar (criar novamente) soar (produzir som) suar (transpirar) sortir (abastecer, misturar) surtir (produzir efeito) sustar (suspender) suster (sustentar) tráfego (trânsito) tráfico (comércio ilegal) vadear (atravessar a vau) vadiar (andar ociosamente) (http://www.soportugues.com.br/secoes/seman/seman7.php) A melhor forma de estudar esses pares é marcar a parte da palavra que se diferencia e anotar o sentido, como exemplifico abaixo: Cavaleiro x Cavalheiro Comprimento x Cumprimento Descriminar x Discriminar Descrição x Discrição Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 15 165 Aprender x Apreender Eminente x Iminente Inflação x Infração Flagrante x Fragrante (TJ-RS / 2020) Em todas as frases abaixo ocorre uma troca indevida do vocábulo sublinhado por seu parônimo; a única das frases cuja forma de vocábulo sublinhado está correta é: a) O motorista infligiu como leis do trânsito; b) O prisioneiro dilatou os comparsas do assalto; c) Não há nada que desabone sua conduta imoral; d) A cobrança é bimestral, ou seja, duas vezes por mês; e) Os cumprimentos devem ser dados na entrada da festa. Comentário Vejamos o parônimo adequado: a) “infringiu”, violou. “Infligir” é “aplicar, fazer incidir”. b) “delatou”, denunciou. “Dilatar” é “aumentar de extensão”. c) Aqui, temos que fazer uma análise mais profunda. Se a conduta fosse “imoral” mesmo, certamente seria reprovada, desabonada. Então, aqui, caberia “amoral”, que significa “Que não está de acordo com a moral nem é contrário a ela; indiferente à moral”. d) “bimensal”, duas vezes por mês. “Bimestral” significa “a cada dois meses”. e) Aqui, temos a “saudação”, ato de cumprimentar. “Comprimento” é a dimensão, medida física. Gabarito letra E. (DPE-RJ / 2019 - Adaptada) Há uma série de palavras em língua portuguesa que modificam o seu sentido em função de uma troca vocálica; esse fato não ocorre em infarte / infarto. Comentários: Infarte / infarto são variantes da mesma palavra, o sentido não muda. Questão correta. Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 16 165 POLISSEMIA Uma mesma palavra pode ter múltiplos sentidos. É diferente de um homônimo perfeito, pois a polissemia se refere a vários sentidos de uma única palavra. Homônimos são palavras diferentes, geralmente de classes diferentes, que têm sentidos diferentes. A palavra polissêmica é uma só, mas se reveste de novos sentidos, muitas vezes por associações figuradas. A diferença na prática é bem sutil. Vejamos alguns exemplos: Quero um suco de laranja natural (feito da fruta) Sou natural da Argentina (originário) Água é um recurso natural (da natureza) Pintou um retrato bastante natural (fiel, próximo) Quero um vinho natural (temperatura ambiente) Veja uma história em quadrinhos que explora os múltiplos sentidos da palavra “vendo”: Agora, você pode me perguntar: Ah, professora! Então, qual a diferença entre “polissemia” e “homônimo perfeito”? Não há uma resposta definitiva. A língua não é uma ciência exata. “A distinção entre homonímia e polissemia é indeterminada e arbitrária” (Lyons). Então, sem querer resolver enigmas acadêmicos, temos que adotar um critério prático: Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 17 165 ==2537cb== Homonímia: há “duas” palavras, quase sempre de classes diferentes, cada uma com seu sentido, mas que apresentam uma “coincidência” de forma. Polissemia: há uma única palavra, que apresenta dois ou mais sentidos, normalmente com alguma relação. Normalmente, a Questão apenas cobra o conceito: “Palavra com mais de um sentido” – Polissemia “Palavras diferentes, com sentidos diferentes, mas que apresentam mesma grafia e/ou pronúncia” – Homônimos Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 18 165 AMBIGUIDADE Ambiguidade é a possibilidade de dupla leitura de um enunciado. É o bom e velho duplo sentido. Pode ser estrutural ou polissêmica. Nem sempre é um problema, pois pode ser proposital e está presente na literatura, nas piadas, nas propagandas. Porém, deve ser evitada, porque é considerada vício de linguagem, porque prejudica a clareza. A expressão “rede social” está difundida no campo semântico da maioria das pessoas como estruturas, principalmente dentro da internet, formada por pessoas e organizações que se conectam a partir de interesses ou valores comuns. O que vem à nossa cabeça, quase que imediato, são as redes Facebook, Instagram, Twitter etc. Por outro lado, essa mesma expressão pode ser entendida em seu sentido literal: um local de descanso coletivo, onde mais de uma pessoa pode se sentar. Ambiguidade estrutural Veja a tira abaixo e observe como a posição do termo “com pouca gordura” causa dupla possibilidade de leitura: Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 19 165 Essa é a ambiguidade estrutural. Ocorre quando a estrutura, a organização e a construção da frase dão margem a mais de uma possibilidade de sentido. No exemplo da tira, se o autor tivesse mudado a posição do termo, “comida com pouca gordura para gato”, a ambiguidade se desfaria. Vejamos outros exemplos: Ex: Peguei o ônibus correndo. Sentido 1: Eu estava correndo quando peguei o ônibus. Sentido 2: O ônibus estava correndo quando o peguei. Ex: Pedro encontrou Maria e lhe disse que sua mãe foi ao cinema. Sentido 1: A mãe de Pedro foi ao cinema. Sentido 2: A mãe de Maria foi ao cinema. Ex: O advogado viu o cliente entrando no tribunal. Sentido 1: O advogado estava entrando no tribunal e viu seu cliente. Sentido 2: O cliente estava entrando no tribunal. Ex: João e Maria vão se casar. Sentido 1: João vai se casar com uma pessoa e Maria, com outra. Sentido 2: João vai se casar com Maria. Ex: A venda das empresas foi positiva para os acionistas. Sentido 1: As próprias empresas foram vendidas. Sentido 2: As empresas venderam seus produtos. Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 20 165 ==2537cb== Ex: Comprei as frutas e os legumes que fazem emagrecer. Sentido 1: Os legumes fazem emagrecer. Sentido 2: Os legumes e as frutas fazem emagrecer. Ex: O menino falou com a menina que mora em Ipanema. Sentido 1: O menino mora em Ipanema e falou isso para a menina. Sentido 2: A menina mora em Ipanema e o menino falou com ela. Ambiguidade polissêmica Ambiguidade polissêmica é aquela inerente ao próprio vocábulo ou à expressão que traz múltiplos sentidos. Na charge acima, a palavra “bala” é a responsável pela ambiguidade e consequente efeito de humor. Então, observe que, no exemplo acima, “bala” pode ser compreendida como o “doce” ou como “munição de arma de fogo”, em referência a um tiroteio. Portanto,o humor da charge reside na polissemia da palavra “bala”. Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 21 165 Essa propaganda brinca com o nome da marca, “Garoto”. Na frase, “não fique sem seu garoto”, pode ser entendido como: (i) não fique sem companhia; (ii) não fique sem chocolate Garoto. Portanto, o efeito da publicidade reside na polissemia da palavra “garoto”. (POLÍCIA CIVIL-SP / 2018 - Adaptada) É correto afirmar que o efeito de sentido da tira decorre da declaração pouco convincente do garoto, diante da resposta do tigre. Comentários: Perceba que o efeito de humor está construída em função da palavra “Nó”, que é uma medida náutica (1,852 km/h). No plural, a palavra fica “nós”, que se confunde com o pronome pessoal “nós”, o que explica a ambiguidade da tira. Nesse caso, a ambiguidade é um “efeito” da polissemia, isto é, o uso de palavras polissêmicas pode gerar ambiguidade. Questão incorreta. (TCE-PE / 2017 - adaptada) No período “Assim, os negócios escusos, a corrupção, a gatunagem, os procedimentos ilícitos fogem da luz da divulgação como os vampiros da luz do Sol” (linha. 24 a 27), a expressão “da luz”, em ambas as ocorrências foi empregada com o mesmo sentido. Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 22 165 Comentários: A expressão "da luz" possui significados distintos na frase: "Assim, os negócios escusos, a corrupção, a gatunagem, os procedimentos ilícitos fogem da luz da divulgação (sentido figurado - da imprensa, do aparecimento em meios de comunicação) como os vampiros da luz (sentido denotativo - luz, energia) do Sol”. Questão incorreta. Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 23 165 HOMONÍMIA X POLISSEMIA X AMBIGUIDADE A diferença é sutil e controversa, objeto de muitas discussões acadêmicas. Manteremos um enfoque prático, para que você possa acertar as questões da prova. E nada melhor, do que trazer um exemplo prático: (TJ-RS / 2020) A frase abaixo em que ocorre ambiguidade é: a) Ninguém mais os encontrou de novo; b) O cargo de oficial de justiça é importante; c) A nomeação do Ministro foi surpreendente; d) Tudo foi organizado para o julgamento; e) As folhas do caderno despencaram. Comentário Conforme se aprende na aula de sintaxe, o termo preposicionado “do Ministro” pode ser lido como “agente” (aí seria um adjunto adnominal) ou “paciente” (aí seria um complemento nominal): 1) O Ministro nomeou alguém e isso foi surpreendente. 2) O Ministro foi nomeado e isso foi surpreendente. Nas demais, não há outra leitura possível, além da literal. Gabarito letra C. (DPE-RJ / 2019 - Adaptada) A Prefeitura de Salvador faz divulgação de seu Festival da Virada em conhecidas revistas. O texto da publicidade diz o seguinte: Festa que vira atração de 460 mil turistas, Que vira 98% de ocupação hoteleira, Que vira milhares de empregos, Que vira 500 milhões de reais na economia. Que virada! Obrigado, Salvador! A estruturação do texto compreende ambiguidade do substantivo “virada". Comentários: Perceba que há jogo de palavras entre virar (transformar-se) virada (mudança brusca de resultado). Questão correta. Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 24 165 ==2537cb== •Duas palavras, que tem a mesma forma, cada uma com seu sentido Ex: paciente (substantivo) x paciente (adjetivo) Homonímia •Dois ou mais sentidos para a mesma palavra Ex: manga (fruta) x manga (da camisa)Polissemia •Duplo sentido de uma palavra / expressão •Vício de linguagem Ambiguidade Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 25 165 QUESTÕES COMENTADAS - CAMPO SEMÂNTICO - CESGRANRIO 1. (CESGRANRIO/LIQUIGÁS/ ADMINISTRAÇÃO /2018) Em “O opaco da enganação se torna transparente”, a relação semântica que se estabelece entre as palavras destacadas é a mesma que se dá entre A) retidão / embuste B) fraude / corrupção C) probidade / decoro D) honradez / virtuosidade E) ludíbrio / desonestidade. Comentários: As duas palavras destacadas no enunciado apresentam uma relação de oposição, uma vez que "opaco" (ideia de escuro) e "transparente" (ideia de claro) apresentam sentidos opostos. Logo, devemos buscar uma alternativa com essas características. A) Nesse caso, temos uma relação de oposição entre os termos, assim como acontece nos termos do enunciado, pois "RETIDÃO" seria um aspecto positivo, ao passo que "EMBUSTE" (ideia de enganação) seria um aspecto negativo. Alternativa correta. B) "Fraude" e "corrupção" apresentam uma clara relação de proximidade e não de oposição como está no enunciado. Incorreta. C) "Probidade" traz consigo uma ideia de "honestidade" e apresenta relação de proximidade com "decoro" (ideia de decência). Incorreta. D) Aqui também ocorre uma relação de proximidade, pois "honradez" e "virtuosidade" são aspectos positivos, ou seja, características positivas e não opostas. Incorreta. E) "Ludíbrio" e "desonestidade" apresentam uma clara relação de proximidade e não de oposição, ou seja, ambas projetam uma ideia negativa. Incorreta. Gabarito letra A. Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 26 165 ==2537cb== QUESTÕES COMENTADAS - DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO - CESGRANRIO 1. (CESGRANRIO - Adv (AgeRIO)/AgeRIO/2023) Eu sei, mas não devia Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia. A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. E, porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E, porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E, porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E, à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão. A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora. A tomar o café correndo porque está atrasado. A ler o jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem. A comer sanduíche porque não dá para almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia. A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra. E, aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E, aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz. E, não acreditando nas negociações de paz, aceita ler todo dia da guerra, dos números, da longa duração. A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto. A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita. E a lutar para ganhar o dinheiro com que pagar. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez paga mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas em que se cobra. A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes. A abrir as revistase ver anúncios. A ligar a televisão e assistir a comerciais. A ir ao cinema e engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos. A gente se acostuma à poluição. Às salas fechadas de ar-condicionado e cheiro de cigarro. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. Às bactérias da água potável. À contaminação da água do mar. À lenta morte dos rios. Se acostuma a não ouvir passarinho, a não ter galo de madrugada, a temer a hidrofobia dos cães, a não colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta. A gente se acostuma a coisas de mais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente molha só os pés e sua no resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se, no fim de semana, não há muito o que fazer, a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado. A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele. Se acostuma para Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 27 165 evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se de faca e baioneta, para poupar o peito. A gente se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que, gasta de tanto acostumar, se perde de si mesma. (COLASANTI, M. Eu sei, mas não devia. Rio de Janeiro: Rocco Editora, 1996. p. 9. Adaptado). A depender do contexto em que se inserem, os enunciados podem assumir sentido denotativo ou conotativo. O trecho do texto que apresenta sentido denotativo é: A) “A ir ao cinema e engolir publicidade.” (parágrafo 7) B) “lançado na infindável catarata dos produtos.” (parágrafo 7) C) “À lenta morte dos rios.” (parágrafo 8) D) “Se acostuma a não ouvir passarinho”. (parágrafo 8) E) “para esquivar-se de faca e baioneta”. (parágrafo 10) Comentário: Sentido "denotativo" é o direto, primário, principal ou literal da expressão. Já o sentido "conotativo" é figurado, simbólico ou metafórico, ou seja, não é literal e não pode ser tomado literalmente de forma estrita. Dessa forma, a única expressão literal é "Se acostuma a ouvir passarinho", pois o pássaro é literal, é a ave de fato. Vejamos o sentido figurado nas demais: a) “A ir ao cinema e engolir publicidade.” "engolir" é figurado, a publicidade não pode de fato engolir nada. b) “lançado na infindável catarata dos produtos.” "catarata" é metáfora para algo muito volumoso, uma "enxurrada". c) “À lenta morte dos rios.” os rios não "morrem" de fato, a morte é expressão figurada para o fim. e) “para esquivar-se de faca e baioneta”. "esquivar-se de faca e baioneta" é uma forma figurada de "evitar ataques". Gabarito: D 2. (CESGRANRIO/UNIRIO/ADMINISTRADOR/2019) Sabe-se que o sentido denotativo e o sentido conotativo convivem. O trecho do texto em que há somente denotação é: A) “Noite dessas, ciscando num desses canais a cabo, vi uns caras oferecendo maravilhas eletrônicas" B) “Minhas necessidades são mais modestas” C) “contemporâneo das cavernas da informática” D) “retirei das entranhas de isopor o novo notebook e coloquei-o em cima da mesa.” E) “houve um corte na memória e vi diante de mim o meu primeiro estojo escolar.” Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 28 165 ==2537cb== Comentários: Fazendo uma revisão bem rápida: sentido DENOTATIVO é o sentido LITERAL, ao passo que o sentido CONOTATIVO é o sentido FIGURADO. A banca quer o trecho que apresente "apenas" DENOTAÇÃO. Sempre leia o enunciado com atenção. A) Aqui existe o sentido conotativo, pois o autor usou o termo "ciscar" (comum em alguns animais) para projetar uma ideia de "PASSAR os canais". Incorreta. B) Nesse trecho, em nenhum momento temos o sentido figurado (conotativo), pois o termo "modestas" traz consigo a ideia de "simples", ou seja, o sentido real/próprio da palavra (APENAS DENOTATIVO). Alternativa correta. C) O trecho "cavernas da informática" projeta a ideia de "algo antigo/arcaico/ultrapassado", ou seja, há também o sentido conotativo (figurado). Incorreta. D) O termo "entranhas" traz consigo a ideia de "interior" (ENTRANHAS do isopor = DENTRO/INTERIOR do isopor). Logo, temos o sentido conotativo. Incorreta. E) Temos também um caso evidente de sentido conotativo, pois o termo "corte" traz consigo a ideia de "lembrança/recordação". Incorreta. Gabarito letra B. Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 29 165 QUESTÕES COMENTADAS - SINÔNIMO E ANTÔNIMO - CESGRANRIO 1. (CESGRANRIO / TRANSPETRO / 2023) À moda brasileira 1 Estou me vendo debaixo de uma árvore, lendo a pequena história da literatura brasileira. 2 Olavo Bilac! – eu disse em voz alta e de repente parei quase num susto depois que li os primeiros versos do soneto à língua portuguesa: Última flor do Lácio, inculta e bela / És, a um tempo, esplendor e sepultura. 3 Fiquei pensando, mas o poeta disse sepultura?! O tal de Lácio eu não sabia onde ficava, mas de sepultura eu entendia bem, disso eu entendia, repensei baixando o olhar para a terra. Se escrevia (e já escrevia) pequenos contos nessa língua, quer dizer que era a sepultura que esperava por esses meus escritos? 4 Fui falar com meu pai. Comecei por aquelas minhas sondagens antes de chegar até onde queria, os tais rodeios que ele ia ouvindo com paciência enquanto enrolava o cigarro de palha, fumava nessa época esses cigarros. Comecei por perguntar se minha mãe e ele não tinham viajado para o exterior. 5 Meu pai fixou em mim o olhar verde. Viagens, só pelo Brasil, meus avós é que tinham feito aquelas longas viagens de navio, Portugal, França, Itália... Não esquecer que a minha avó, Pedrina Perucchi, era italiana, ele acrescentou. Mas por que essa curiosidade? 6 Sentei-me ao lado dele, respirei fundo e comecei a gaguejar, é que seria tão bom se ambos tivessem nascido lá longe e assim eu estaria hoje escrevendo em italiano, italiano! – fiquei repetindo e abri o livro que trazia na mão: Olha aí, pai, o poeta escreveu com todas as letras, nossa língua é sepultura mesmo, tudo o que a gente fizer vai para debaixo da terra, desaparece! 7 Calmamente ele pousou o cigarro no cinzeiro ao lado. Pegou os óculos. O soneto é muito bonito, disse me encarando com severidade. Feio é isso, filha, isso de querer renegar a própria língua. Se você chegar a escrever bem, não precisa ser em italiano ou espanhol ou alemão, você ficará na nossa língua mesmo, está me compreendendo? E as traduções? Renegar a língua é renegar o país, guarde isso nessa cabecinha. E depois (ele voltou a abrir o livro), olha que beleza o que o poeta escreveu em seguida, Amo-te assim, desconhecida e obscura, veja que confissão de amor ele fez à nossa língua! Tem mais, ele precisava da rima para sepultura e calhou tão bem essa obscura, entendeu agora? – acrescentou e levantou-se. Deu alguns passos e ficou olhando a borboleta que entrou na varanda: Já fez a sua lição de casa? 8 Fechei o livro e recuei. Sempre que meu pai queria mudar de assunto ele mudava de lugar: saía da poltrona e ia para a cadeira de vime. Saía da cadeira de vime e ia para a rede ou simplesmente começava a andar. Era o sinal, Não quero falar nisso, chega. Então a gente falava Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani30 165 noutra coisa ou ficava quieta. 9 Tantos anos depois, quando me avisaram lá do pequeno hotel em Jacareí que ele tinha morrido, fiquei pensando nisso, ah! se quando a morte entrou, se nesse instante ele tivesse mudado de lugar. Mudar depressa de lugar e de assunto. Depressa, pai, saia da cama e fique na cadeira ou vá pra rua e feche a porta! (TELLES, Lygia Fagundes. Durante aquele estranho chá: perdidos e achados. Rio de Janeiro: Rocco, 2002, p.109-111. Fragmento adaptado). O fragmento de abertura da crônica “Estou me vendo debaixo de uma árvore, lendo a pequena história da literatura brasileira.” (parágrafo 1) faz referência a uma A) previsão B) fantasia C) esperança D) expectativa E) reminiscência Comentário: O autor remete a uma lembrança, que depois vai detalhar, a conversa com o pai. Deveríamos procurar "lembrança" entre as opções. Não há essa opção diretamente, mas há um sinônimo mais "erudito": reminiscência. (re.mi.nis.cên.ci:a) sf. 1. Aquilo de que se recorda; LEMBRANÇA; RECORDAÇÃO: reminiscências da infância. 2. Recordação vaga, quase apagada. 3. Faculdade de reter na memória e reproduzir os conhecimentos adquiridos. Gabarito: Letra E 2. (CESGRANRIO / TRANSPETRO / 2023) - Utilize o texto da questão anterior Em “O soneto é muito bonito, disse me encarando com severidade” (parágrafo 7), a palavra que pode substituir severidade, sem alteração no sentido da frase, é A) firmeza B) rispidez C) discrição D) desgosto E) incompreensão Comentário: Questão clássica da nossa banca: vocabulário. Ser "severo" é basicamente ser "rigoroso". Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 31 165 (se.ve.ri.da.de) sf. 1. Qualidade ou característica de severo. 2. Atitude ou comportamento rigoroso, de rara transigência e pouca, ou nula, concessão: A severidade de sua arte o engrandeceu. 3. Inflexibilidade de caráter, rigidez moral: Sua severidade inibia os jovens. Gabarito: Letra A 3. (CESGRANRIO - Adv (AgeRIO)/AgeRIO/2023) Eu sei, mas não devia Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia. A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. E, porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E, porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E, porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E, à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão. A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora. A tomar o café correndo porque está atrasado. A ler o jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem. A comer sanduíche porque não dá para almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia. A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra. E, aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E, aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz. E, não acreditando nas negociações de paz, aceita ler todo dia da guerra, dos números, da longa duração. A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto. A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita. E a lutar para ganhar o dinheiro com que pagar. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez paga mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas em que se cobra. A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes. A abrir as revistas e ver anúncios. A ligar a televisão e assistir a comerciais. A ir ao cinema e engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos. A gente se acostuma à poluição. Às salas fechadas de ar-condicionado e cheiro de cigarro. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. Às bactérias da água potável. À contaminação da água do mar. À lenta morte dos rios. Se acostuma a não ouvir passarinho, a não ter galo de madrugada, a temer a hidrofobia dos cães, a não colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta. A gente se acostuma a coisas de mais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 32 165 gente molha só os pés e sua no resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se, no fim de semana, não há muito o que fazer, a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado. A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele. Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se de faca e baioneta, para poupar o peito. A gente se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que, gasta de tanto acostumar, se perde de si mesma. (COLASANTI, M. Eu sei, mas não devia. Rio de Janeiro: Rocco Editora, 1996. p. 9. Adaptado) Embora aborde vários problemas do ser humano contemporâneo, o texto discute de forma mais ampla uma questão relativa ao cotidiano das grandes cidades. Essa questão é o(a) A) consumismo B) desamparo C) vaidade D) resignação E) inquietude Comentário: Pessoal, essa acabou sendo uma questão de vocabulário. Logo na primeira linha, temos: Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia. Depois o texto discorre amplamente sobre eventos negativos a que nos acostumamos. A pessoa que se acostuma a algo que não devia é chamada de "resignada". Resignação é o sentimento de aceitar os infortúnios. Vejam: 3. Fig. Submissão aliada à constância e paciência face aos infortúnios; paciência no sofrimento, coragem para suportar os rigores dos infortúnios, constância em uma situação sem que se reaja contra ela, ou sem que o paciente se lamente dela; paciência: "A expressão do rosto não era propriamente de tristeza ou de resignação, mas de constrangimento, e pode ser também que de ansiedade..." (Machado de Assis, Casa velha)) [+ a, com, em, (per)ante : resignação ao sofrimento: resignação com os reveses: resignação na dor: resignação (per)ante a morte] Gabarito: D 4. (CESGRANRIO - Esc BB/BB/Agente Comercial/2023) Entenda o que é deep fake e saiba como se proteger Vídeos que viralizam nas redes sociais mostrando figuras públicas em situações quase inacreditáveis são verdadeiros? Afinal de contas tudo parece tão real... A resposta é não, pois se trata de uma “deep fake”, “falsificação profunda” em português, que, como a tradução indica, é tão bem feita que pode enganar até os mais atentos. Segundo estudo de uma empresa de Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 33 165 segurança, 65% dos brasileiros ignoram a sua existência e 71% não reconhecem quando um vídeo foi editado digitalmente usando essa técnica. O que muita gente não sabe, porém, é que esse tipo de golpe, além de manipular vídeos com celebridades e políticos famosos, também prejudica empresas e cidadãos comuns, que podem ser envolvidos em fraudes de identidade e extorsões. “Deep fake pode ser definida como a criação de vídeos e áudios falsos por meio de inteligência artificial”, explica um especialista de segurançacibernética e fraude. A prática costuma utilizar um vídeo de referência e a face (ou corpo) de outra pessoa, que não fazia parte do vídeo original. Criam-se áudios falsos, fazendo a inteligência artificial aprender como uma pessoa fala e, a partir daí, obter uma montagem com outras falas, inclusive alterando os lábios para acompanhar as palavras que são ditas. Esse processo vem evoluindo rapidamente, tornando cada vez mais difícil a sua identificação. Isso ocorre porque as novas redes neurais (sistemas de computação que funcionam como neurônios do cérebro humano), a evolução da capacidade de processamento e a redução de custos da computação em nuvem têm facilitado o acesso a essa tecnologia, contribuindo para aumentar a qualidade dos vídeos. No entanto, os criminosos não precisam de tanto conhecimento e tecnologia para aplicar seus golpes. Isso porque deep fakes criadas para serem distribuídas por apps de mensagens não exigem tanta qualidade. O perigo é que, para o cidadão comum, a deep fake pode ser o ponto de partida para uma fraude financeira, entre outros problemas. A recomendação para pessoas físicas se protegerem é diminuir a exposição de fotos com rostos e vídeos pessoais na internet. “As redes sociais devem se manter configuradas como privadas, já que fotos, áudios ou vídeos disponíveis publicamente podem ser utilizados para alimentar a inteligência artificial e engendrar deep fakes.” Além disso, ao receber um vídeo suspeito, observe se o rosto e os lábios da pessoa se movem em conjunto com o que ela diz. Preste atenção se a fala parece contínua ou se em algum momento apresenta cortes entre uma palavra e outra. E considere o contexto — ainda que tecnicamente o vídeo esteja muito bem manipulado, avalie se faz sentido que aquela pessoa diga o que parece dizer naquele momento. (Disponível em: https://estudio.folha.uol.com.br/unico. Acesso em: 20 out. 2022. Adaptado) No trecho “alimentar a inteligência artificial e engendrar deep fakes”, a palavra destacada pode ser substituída, sem prejuízo do sentido do texto, por A) arquitetar B) distribuir C) fraudar D) repetir E) utilizar Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 34 165 Comentário: "engendrar" é uma forma erudita de dizer "formar, criar, formular". No contexto, é sinônima de "arquitetar" (gerar, elaborar) "deep fakes". Gabarito: A 5. (CESGRANRIO - Esc BB/BB/Agente de Tecnologia/2023) Empreendedorismo social: um caminho para quem quer mudar o mundo Ainda que não exista uma concepção única sobre o empreendedorismo social, de forma geral, o conceito está relacionado ao ato de empreender ou inovar com o objetivo de alavancar causas sociais e ambientais. A meta é transformar uma realidade, promover o bem-estar da sociedade e agregar valor com cunho social. Um empreendedor social produz bens e serviços que irão impactar positivamente a comunidade em que ele está inserido e solucionar algum problema ou necessidade daquele grupo. Apesar de poder ter retorno financeiro, os empreendimentos sociais analisam seu desempenho a partir do impacto social gerado por sua atuação. Vale ressaltar que, apesar de apresentarem muitas similaridades, empreendedorismo social e negócio social não são sinônimos. O empreendedorismo social cria valor por meio da inovação, que gera uma transformação social. O foco não é o retorno financeiro, mas a resolução de problemas sociais e o impacto positivo. Enquanto isso, os negócios sociais seguem a lógica tradicional do mercado, porém com a ambição de gerar valor social. Cinco características também são essenciais para a iniciativa: ser inovadora; realizável; autossustentável; contar com a participação de diversos segmentos da sociedade, incluindo as pessoas impactadas; e promover impacto social com resultados mensuráveis. Quem tem interesse de atuar nessa área precisa trabalhar em grupo e formar parcerias, saber lidar bem com as pessoas e buscar formas de trazer resultados de impacto social. Além disso, o profissional precisa ter flexibilidade e vontade de explorar, pois é possível que ele acabe exercendo um papel que não seja necessariamente na sua área de formação, ou que sua atuação se transforme rapidamente, por conta do dinamismo e das necessidades do negócio. (MENDES, T. Empreendedorismo social: um caminho para quem quer mudar o mundo. Na prática, 7 jul. 2022. Disponível em: https://www.napratica.org.br/empreendedorismo-social/. Acesso em: 2 set. 2022. Adaptado.) No trecho “está relacionado ao ato de empreender ou inovar com o objetivo de alavancar causas sociais e ambientais”, a palavra destacada pode ser substituída, sem prejuízo do sentido do texto, por A) comprovar B) defender C) impulsionar D) modificar E) subsidiar Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 35 165 Comentário: A "alavanca", em sentido denotativo, é um mecanismo para levantar ou mover um objeto com maior facilidade. Em sentido figurado, por extensão, "alavancar" tem sentido de impulsionar, fazer subir, fazer andar etc… Gabarito: C 6. (CESGRANRIO - Esc (BANRISUL)/BANRISUL/2023) Implantação do código de ética nas empresas Desde a infância, estamos sujeitos à influência de nosso meio social, por intermédio da família, da escola, dos amigos, dos meios de comunicação de massa. Ao nascer, o homem já se defronta com um conjunto de regras, normas e valores aceitos em seu grupo social. As palavras “ética” e “moral” indicam costumes acumulados — conjunto de normas e valores dos grupos sociais em um contexto. A ética é um conjunto de princípios e disposições cujo objetivo é balizar as ações humanas. A ética existe como uma referência para os seres humanos em sociedade, de modo tal que a sociedade possa se tornar cada vez mais humana. Ela pode e deve ser incorporada pelos indivíduos, sob a forma de uma atitude diante da vida cotidiana. Mas ela não é um conjunto de verdades fixas, imutáveis. A ética se move historicamente, se amplia e se adensa. Para entendermos como isso acontece na história da humanidade, basta lembrarmos que, um dia, a escravidão foi considerada "natural". Ética é o que diz respeito à ação quando ela é refletida, pensada. A ética preocupa-se com o certo e com o errado, mas não é um conjunto simples de normas de conduta como a moral. Ela promove um estilo de ação que procura refletir sobre o melhor modo de agir que não abale a vida em sociedade e não desrespeite a individualidade dos outros. As empresas precisam desenvolver-se de tal forma que a conduta ética de seus integrantes, bem como os valores e convicções primários da organização, se tornem parte de sua cultura. Assim, a ética vem sendo vista como uma espécie de requisito para a sobrevivência das empresas no mundo moderno e pode ser definida como a transparência nas relações e a preocupação com o impacto das suas atividades na sociedade. Muitos exemplos poderiam ser citados de empresas que estão começando a valorizar e a alertar seus funcionários sobre a ética. Algumas empresas já implantaram, inclusive, um comitê de ética, o qual se destina à proteção da imagem da companhia. É preciso, portanto, que haja uma conscientização da importância de uma conduta ética ou mesmo a implantação de um código de ética nas organizações, pois a cada dia que passa a ética tem mostrado ser um dos caminhos para o sucesso e para o bem comum, agregando valor moral ao patrimônio da organização. O Código de Ética é um instrumento de realização dos princípios, da visão e da missão da empresa. Serve para orientar as ações de seus colaboradores e explicitar a postura social da empresa em face dos diferentes públicos com os quais interage. É da máxima importância que seu conteúdo seja refletido nas atitudes das pessoas a que se dirigee encontre respaldo na alta administração da empresa, que, tanto quanto o último empregado contratado, tem a responsabilidade de vivenciá-lo. Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 36 165 As relações com os funcionários, desde o processo de contratação, desenvolvimento profissional, lealdade mútua, respeito entre chefes e subordinados, saúde e segurança, propriedade da informação, assédio profissional e sexual, alcoolismo, uso de drogas, entre outros, são aspectos que costumam ser abordados em um Código de Ética. Cumprir horários, entregar o trabalho no prazo, dar o seu melhor ao executar uma tarefa e manter a palavra dada são exemplos de atitudes que mostram aos superiores e aos colegas que o funcionário valoriza os princípios éticos da empresa ou da instituição. O Código também pode envolver situações de relacionamento com clientes, fornecedores, acionistas, investidores, comunidade vizinha, concorrentes e mídia. O Código de Ética pode estabelecer ações de responsabilidade social dirigidas ao desenvolvimento social de comunidades vizinhas, bem como apoio a projetos de educação voltados ao crescimento pessoal e profissional de jovens carentes. Também pode fazer referência à participação da empresa na comunidade, dando diretrizes sobre as relações com os sindicatos, outros órgãos da esfera pública, relações com o governo, entre outras. Portanto, conclui-se que o Código de Ética se fundamenta em deveres para com os colegas, clientes, profissão, sociedade e para consigo próprio. (MARTINS,Rosemir. UFPR, 2003. Disponível em: https://acervodigital. ufpr.br. Acesso em: 16 nov. 2022. Adaptado). O texto afirma, no parágrafo 2, que os princípios e disposições éticos têm como objetivo “balizar as ações humanas”. O verbo destacado tem o sentido de A) criar particularidades. B) definir uma sinalização. C) estabelecer parâmetros. D) facilitar a percepção. E) indicar diferenças. Comentário: Vejamos o significado de "balizar": (ba.li.zar) v. 1. Marcar com balizas, estacas; ABALIZAR; DELIMITAR; DEMARCAR: balizar um terreno. 2. Mnh. Demarcar com balizas para alertar sobre perigo no mar ou rio, indicar uma direção de navegação etc.; ABALIZAR 3. Determinar os limites de, restringir. 4. Dar crédito ou apoio a: A equipe balizava as palavras do treinador. Portanto, no contexto, "balizar" vai ser estabelecer parâmetros, limites, regras para as ações humanas. Gabarito: C Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 37 165 7. (CESGRANRIO - Esc BB/BB/Agente de Tecnologia/2023) Empreendedorismo social: um caminho para quem quer mudar o mundo Ainda que não exista uma concepção única sobre o empreendedorismo social, de forma geral, o conceito está relacionado ao ato de empreender ou inovar com o objetivo de alavancar causas sociais e ambientais. A meta é transformar uma realidade, promover o bem-estar da sociedade e agregar valor com cunho social. Um empreendedor social produz bens e serviços que irão impactar positivamente a comunidade em que ele está inserido e solucionar algum problema ou necessidade daquele grupo. Apesar de poder ter retorno financeiro, os empreendimentos sociais analisam seu desempenho a partir do impacto social gerado por sua atuação. Vale ressaltar que, apesar de apresentarem muitas similaridades, empreendedorismo social e negócio social não são sinônimos. O empreendedorismo social cria valor por meio da inovação, que gera uma transformação social. O foco não é o retorno financeiro, mas a resolução de problemas sociais e o impacto positivo. Enquanto isso, os negócios sociais seguem a lógica tradicional do mercado, porém com a ambição de gerar valor social. Cinco características também são essenciais para a iniciativa: ser inovadora; realizável; autossustentável; contar com a participação de diversos segmentos da sociedade, incluindo as pessoas impactadas; e promover impacto social com resultados mensuráveis. Quem tem interesse de atuar nessa área precisa trabalhar em grupo e formar parcerias, saber lidar bem com as pessoas e buscar formas de trazer resultados de impacto social. Além disso, o profissional precisa ter flexibilidade e vontade de explorar, pois é possível que ele acabe exercendo um papel que não seja necessariamente na sua área de formação, ou que sua atuação se transforme rapidamente, por conta do dinamismo e das necessidades do negócio. (MENDES, T. Empreendedorismo social: um caminho para quem quer mudar o mundo. Na prática, 7 jul. 2022. Disponível em: https://www.napratica.org.br/empreendedorismo-social/. Acesso em: 2 set. 2022. Adaptado.) No trecho “Ainda que não exista uma concepção única”, a palavra destacada pode ser substituída, sem prejuízo do sentido do texto, por A) compreensão B) conciliação C) convivência D) capacidade E) semelhança Comentário: "concepção" é sinônimo de visão, entendimento. No contexto, representa uma forma de entender o conceito de "empreendedorismo social": Ainda que não exista uma concepção/compreensão única sobre o empreendedorismo social, de forma geral, o conceito está relacionado ao ato de empreender ou inovar com o objetivo de alavancar causas sociais e ambientais. Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 38 165 Gabarito: A 8. (CESGRANRIO - PNMO (ELETRONUCLEAR)/ELETRONUCLEAR/Especialista em Proteção Radiológica/2022) Texto Maria José Paulo Mendes Campos Faz um ano que Maria José morreu. Era meiga quase sempre, violenta quando necessário. Eu era menino e apanhava de um companheiro maior, quando ela me gritou da sacada se eu não via a pedra que marcava o gol. Dei uma pedrada no outro e acabei com a briga por milagre. Visitava os miseráveis, internava indigentes enfermos, devotava-se ao alívio de misérias físicas e morais do próximo, estudava o mistério teológico, exigia sempre o mais difícil de si mesma, comungava todos os dias, ingressou na Ordem Terceira de São Francisco. Mas nunca deixou de ter na gaveta o revólver que havia recebido, menina-e-moça, das mãos do pai, e que empunhou no quintal noturno, perseguindo um ladrão, para espanto de meus cinco anos. Já perto dos setenta anos, ela explicava para um amigo meu que tinha chegado à humildade da velhice; já não se importava com quem tentasse ofendê-la, mas conservava o revólver para a defesa dos filhos e dos netos. Tratou-me com a dureza e o carinho que mereciam a rebeldia e o verdor da minha meninice. Ensinou- me a ler as primeiras sentenças; me falava do Cura d’Ars e nos dois Franciscos, o de Sales e o de Assis; apresentou-me aos contos de Edgar Poe e aos poemas de Baudelaire; dizia-me sorrindo versos de Antônio Nobre que havia decorado quando menina; discutia comigo as ideias finais de Tolstoi; escutava maternalmente meus contos toscos. Quando me desgarrei nos primeiros envolvimentos adolescentes, Maria José, com irônico afeto, me repetia a advertência de Drummond: “Paulo, sossegue, o amor é isso que você está vendo: hoje beija, amanhã não beija, depois de amanhã é domingo e segunda-feira ninguém sabe o que será”. Logo que me fiz homenzinho, deixou a dureza e se fez minha amiga: nada me perguntava, adivinhava tudo. Terna e firme, nunca lhe vi a fraqueza da pieguice. Com o gosto espontâneo da qualidade das coisas, renunciou às vaidades mais singelas. Sensível, alegre, aprendeu a encarar o sofrimento de olhos lúcidos. Fiel à disciplina religiosa, compreendia celestialmente as almas que perdiam o rumo. Fé, Esperança e Caridade eram para ela a flecha e o alvo das criaturas. Tornara-se tão íntima da substância terrestre – a dor – que se faziadifícil para o médico saber o que sentia; acabava dizendo que doía um pouco, por delicadeza. Capaz de longos jejuns e abstinências, já no final da vida, podia acompanhar um casal amigo a Copacabana, passar do bar da moda ao restaurante diferente, beber dois cafés ou três uísques em santa serenidade e aceitar com alegria o prato exótico. Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 39 165 Gostava das pessoas erradas, consumidas de paixão, admirava São Paulo e Santo Agostinho, acreditava que era preciso se fazer violência para entrar no reino celeste. Poucas horas antes de morrer, pediu um conhaque e sorriu, destemida e doce, como quem vai partir para o céu. Santificara-se. Deus era o dia e a noite de seu coração, o Pai, a piedade, o fogo do espírito. Perdi quem me amava e perdoava, quem me encomendava à compaixão do Criador e me defendia contra o mundo de revólver na mão. (Disponível em: https://cronicabrasileira.org.br/cronicas/7173/maria- jose. Acesso em: 05 fev. 2022). No texto, Maria José é descrita como alguém que apresenta características muitas vezes opostas, o que a faz possuidora de uma rica personalidade. Um adjetivo usado para caracterizar Maria José é “terna”, que, no texto, se opõe a A) violenta B) alegre C) caridosa D) doce E) carinhosa Comentários: "terna" é sinônimo de "meiga" e "carinhosa"; portanto, o oposto, o antônimo, seria "violenta". Gabarito: A 9. (CESGRANRIO - PNMO (ELETRONUCLEAR)/ELETRONUCLEAR/Especialista em Proteção Radiológica/2022) Utilize o texto da questão anterior Em “escutava maternalmente meus contos toscos” (parágrafo 4), a palavra toscos pode ser substituída, sem a alteração de seu significado no contexto, por A) criativos B) malfeitos C) primorosos D) incompletos E) sofisticados Comentários: Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 40 165 No "popular", "tosco" é algo desajeitado, defeituoso. Portanto, é sinônimo de "malfeito". Gabarito: B 10. (CESGRANRIO - PNS (ELETRONUCLEAR)/ELETRONUCLEAR/Administrador/2022) Texto Entulho eletrônico: risco iminente para a saúde e o ambiente Os resíduos de equipamentos eletroeletrônicos (lixo eletroeletrônico) são, por definição, produtos que têm componentes elétricos e eletrônicos e que, por razões de obsolescência (perspectiva ou programada) e impossibilidade de conserto, são descartados pelos consumidores. Os exemplos mais comuns são televisores e equipamentos de informática e telefonia, mas a lista inclui eletrodomésticos, equipamentos médicos, brinquedos, sistemas de alarme, automação e controle. Obsolescência programada é a decisão intencional de fabricar um produto que se torne obsoleto ou não funcional após certo tempo, para forçar o consumidor a comprar uma nova geração desse produto. Já a obsolescência perspectiva é uma forma de reduzir a vida útil de produtos ainda funcionais. Nesse caso, são lançadas novas gerações com aparência inovadora e pequenas mudanças funcionais, dando à geração em uso aspecto de ultrapassada, o que induz o consumidor à troca. O lixo eletroeletrônico é mais um desafio que se soma aos problemas ambientais da atualidade. O consumidor raramente reflete sobre as consequências do consumo crescente desses produtos, preocupando- se em satisfazer suas necessidades. Afinal, eletroeletrônicos são tidos como sinônimos de melhor qualidade de vida, e a explosão da indústria da informação é uma força motriz da sociedade, oferecendo ferramentas para rápidos avanços na economia e no desenvolvimento social. O mundo globalizado impõe uma constante busca de informações em tempo real, e a sua interação com novas tecnologias traz maiores oportunidades e benefícios, segundo estudo da Organização das Nações Unidas (ONU). Tudo isso exerce um fascínio irresistível para os jovens. Dois aspectos justificam a inclusão dos eletroeletrônicos entre as preocupações da ONU: as vendas crescentes, em especial nos mercados emergentes (inclusive o Brasil), e a presença de metais e substâncias tóxicas em muitos componentes, trazendo risco à saúde e ao meio ambiente. Segundo a ONU, são gerados hoje 150 milhões de toneladas de lixo eletroeletrônico por ano, e esse tipo de resíduo cresce a uma velocidade três a cinco vezes maior que a do lixo urbano. (AFONSO, J. C. Revista Ciência Hoje, n. 314, maio 2014. São Paulo: SBPC. Disponível em: https://cienciahoje.periodicos.capes. gov.br/storage/acervo/ch/ch_314.pdf. Adaptado). No trecho “Tudo isso exerce um fascínio irresistível para os jovens.” (parágrafo 3), a palavra que Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 41 165 apresenta o sentido contrário ao da palavra destacada é A) atração B) encanto C) repulsa D) sedução E) embevecimento Comentários: Cuidado, "atração, encanto, sedução e embevecimento (êxtase)" são todos SINÔNIMOS de fascínio. A banca quer o antônimo, palavra com sentido contrário: repulsa. Gabarito: letra C. 11. (CESGRANRIO - PNS (ELETRONUCLEAR)/ELETRONUCLEAR/Administrador/2022) Utilize o texto da questão anterior No 3o parágrafo, no trecho “a explosão da indústria da informação é uma força motriz da sociedade”, a palavra destacada pode ser substituída, sem prejuízo de sentido, por A) infalível B) obrigatória C) abrangente D) imprescindível E) impulsionadora Comentários: Força "motriz" é força que faz mover, que imprime movimento. No contexto, é a força "impulsionadora". Vejamos resumidamente as demais. A) infalível = que não falha, não erra B) obrigatória = independe da vontade, é algo imposto C) abrangente = tem amplo espectro de cobertura D) imprescindível = não pode ser dispensado. Gabarito: letra E. Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 42 165 12. (CESGRANRIO / CAIXA ECONÔMICA / TÉCNICO / 2021) Considere a palavra destacada no seguinte trecho do parágrafo 2: “A ausência de educação financeira, aliada à facilidade de acesso ao crédito, tem levado muitas pessoas ao endividamento excessivo”. Essa palavra pode, sem prejuízo do sentido desse trecho, ser substituída por A) básico B) essencial C) inevitável D) desmedido E) imprescindível Comentários: "excessivo" é aquilo que sobra, além do necessário, acima da medida, isto é, "desmedido". Vejamos as demais: A) básico = elementar, essencial, simples B) essencial = indispensável C) inevitável = fatal, que não pode ser evitado E) imprescindível = de que não se pode prescindir; indispensável Gabarito: Letra D. 13. (CESGRANRIO / CEFET-RJ / 2014) Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 43 165 No Texto I, em “Ele me observa, incrédulo” (L. 21), a palavra que substitui o termo destacado, sem haver alteração de sentido, é A) feliz B) inconsciente C) indignado D) cético E) furioso Comentários: Cético é sinônimo de incrédulo. Gabarito letra D. 14. (CESGRANRIO/UNIRIO/ADMINISTRADOR /2019) Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 44 165 ==2537cb== O termo mastodôntico, em “tenho um PC mastodôntico, contemporâneo das cavernas da informática”, pode ser substituído, sem prejuízo do sentido do trecho, por A) enorme B) potente C) grotescoD) funcional E) imponente. Comentários Aqui seria necessário conhecer a palavra "mastodonte" (animal muito grande; muito similar a um elefante), pois facilitaria muito a análise. Conhecendo esse termo e também analisando o contexto de aplicação da palavra, ficamos com a alternativa A, uma vez que "enorme" é um sinônimo de "grande/mastodôntico". Note que o contexto permite inferir isso, pois a ideia é relacionar algo "grande" e a ideia de "contemporâneo das cavernas" (algo antigo como o "mastodonte"). A própria frase projeta essa Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 45 165 ideia de "exagero/objeto ENORME". Gabarito letra A. 15. (CESGRANRIO/LIQUIGÁS/CONFERENTE I/2018) No trecho “Supõe uma subjetividade que se abre ao desconhecido", se as três palavras destacadas fossem substituídas por seus antônimos, o trecho seria: A) Supõe uma objetividade que se consuma no incógnito. B) Supõe uma objetividade que se fecha ao reconhecido. C) Supõe uma realidade que se conclui no ignorado. D) Supõe uma realidade que se encerra ao sabido. E) Supõe um propósito que se nega ao recôndito. Comentários: Analisando os antônimos das palavras destacadas. 1) O oposto de "subjetividade" é "algo objetivo", ou seja, ideia de "OBJETIVIDADE". 2) O contrário de "abre" é "FECHA" (aberto X fechado). 3) Por fim, o oposto de "desconhecido" é "conhecido". Nesse caso, analisando o contexto geral, a banca projetou a ideia de "desconhecido X RECONHECIDO". Gabarito letra B. 16. (CESGRANRIO/LIQUIGÁS/CONFERENTE I/2018) No trecho “é orientada por perspectivas do narrador-viajante”, a palavra "perspectivas", nesse Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 46 165 contexto, poderia ser substituída, sem prejuízo de sentido, por A) ambições B) expectativas C) aspirações D) profundidades E) pontos de vista. Comentários: Aqui o termo "PERSPECTIVAS" traz consigo a ideia de "visões diferentes", ou seja, podemos pensar em "PONTOS DE VISTA" do narrador viajante. Nas letras A, B e C, os termos apresentam uma ideia de "DESEJO" e esse não é o valor semântico de "perspectivas". Podemos eliminar também a letra D, uma vez que "perspectivas" não apresenta uma ideia de "profundidade/algo interior". Gabarito letra E. 17. (CESGRANRIO/LIQUIGÁS/CONFERENTE I/2018) No trecho “Penalidade máxima”, projeta-se uma situação do jogo de futebol em que a possibilidade de acontecer um gol é bem alta. Sendo assim, a segunda palavra empregada no título tem como antônimo a palavra A) mínima B) módica C) maiúscula D) descomunal E) imensurável. Comentários: Questão direta. A banca fala sobre a "segunda palavra" (MÁXIMA- a maior de todas) e pede o seu antônimo, ou seja, o oposto de máxima é "MÍNIMA a menor de todas ". Apenas isso. Gabarito letra A. 18. (CESGRANRIO/TRANSPETRO/TÉCNICO DE ADMINISTRAÇÃO /2018) No trecho “A datificação, processo de transformação em dados de tudo o que conhecemos, aumentou de forma vertiginosa o acervo mundial de informações”, a palavra que apresenta o sentido contrário ao de vertiginosa é A) hesitante B) indecisa C) perplexa D) vacilante E) vagarosa. Comentários: O termo "VERTIGINOSA" traz consigo a ideia de "aumentou RÁPIDO = aumentou de forma VERTIGINOSA" (trecho colocado no enunciado). Sendo assim, devemos buscar uma alternativa que apresente uma palavra antônima cujo sentido é o oposto de "vertiginosa/rápido". Essa palavra, analisando as opções disponíveis é "VAGAROSA" (sentido de "aumento lento"). Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 47 165 Gabarito letra E. 19. (CESGRANRIO / BNDES / TÉCNICO ADMINISTRATIVO / 2013) Ciência do esporte – sangue, suor e análises Na luta para melhorar a performance dos atletas […], o Comitê Olímpico Brasileiro tem, há dois anos, um departamento exclusivamente voltado para a Ciência do Esporte. De estudos sobre a fadiga à compra de materiais para atletas de ponta, a chave do êxito é uma só: o detalhamento personalizado das necessidades. [...] A expressão de ponta (l. 3) está usada, no texto, com o mesmo sentido que apresenta em: A) Para cortar a carne é melhor a faca de ponta. B) O lápis de ponta grossa facilita o desenho da criança. C) A blusa com gola de ponta fina é mais bonita que a de ponta redonda. D) A caneta caiu de ponta para baixo e sujou o sofá de tinta. E) A pesquisa de ponta na medicina descobre novos medicamentos eficazes. Comentários: O primeiro passo é observar que o sentido da expressão, no texto, refere-se ao “alto nível” do atleta, ou seja, um atleta de ponta, o qual está entre os melhores. a) Nesse caso, a expressão “de ponta” está no sentido denotativo, ou seja, a faca é pontuda. Incorreta. b) Nesse contexto, a expressão também está no sentido denotativo. O lápis é pontudo. Incorreta. c) Aqui, a expressão está no sentido denotativo e transmite a ideia de gola mais fina. A gola da camisa é pontuda. Incorreta. d) Nessa frase, a expressão está no sentido denotativo e transmite a ideia de como a caneta caiu. A caneta, ao cair, estava com a ponta para baixo. Incorreta e) Nessa alternativa, a expressão “de ponta” transmite a ideia de “alto nível”, ou seja, o valor semântico de “A pesquisa de ponta” e “atletas de ponta” são semelhantes, uma vez que ambos os casos buscam mostrar o “alto nível”. Alternativa correta. Gabarito letra E. 20. (CESGRANRIO / BNDES / TÉCNICO ADMINISTRATIVO / 2013) [...] Talento é fundamental. Suor e entrega, nem se fala. Mas o caminho para o ouro olímpico nos dias atuais passa por conceitos bem mais profundos. Sem distinção entre gênios da espécie e reles mortais, a máquina humana só atinge o máximo do potencial se suas características individuais forem minuciosamente estudadas. Num universo olímpico em que muitas vezes um milésimo de segundo pode separar glória e fracasso, entra em campo a Ciência do Esporte. Porque grandes campeões também são moldados através de análises laboratoriais, projetos acadêmicos e modernos programas de computador [...]. No trecho, a palavra minuciosamente pode ser substituída, sem alteração de sentido, por A) apressadamente B) detalhadamente C) imediatamente D) repentinamente Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 48 165 E) superficialmente. Comentários: Trata-se de uma questão clássica que aborda a substituição de uma palavra por outra cujo valor semântico é equivalente. Estamos falando de sinônimos. Aqui, o mais fácil é analisar todas as alternativas disponíveis e buscar a melhor substituição. Caso você saiba o significado de minuciosamente, a questão torna-se extremamente simples. Lendo o trecho, nota-se que o advérbio de modo “minuciosamente” pode ser substituído, sem alteração de sentido, pela palavra “detalhadamente”, ou seja, realizar algo prestando atenção aos mínimos detalhes. Gabarito letra B. Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 49 165 QUESTÕES COMENTADAS - HOMÔNIMOS E PARÔNIMOS - CESGRANRIO 1. (CESGRANRIO - PNS (ELETRONUCLEAR)/ELETRONUCLEAR/Administrador/2022) A palavra destacada está adequada ao contexto da frase, de acordo com o seu significado dicionarizado, em: A) A despensa dos alunos ocorreu com maior frequência durante a pandemia da Covid-19 do que no mês destinado às férias. B) A explanação do orador foi recebida com descrição pelos estudiososnos seminários sobre a globalização. C) O tráfego internacional de animais silvestres prejudica a conservação das espécies, contribuindo para aumentar os que estão em extinção. D) Os deputados devem cumprir completamente o mandato durante o tempo estipulado pela legislação eleitoral. E) Várias personalidades apresentam nomes que são grafados com apóstrofe, entre elas o marido da Princesa Isabel, o Conde d´Eu. Comentários: Aqui temos uma questão de parônimos, pares de palavras parecidas. O contexto vai nos dizer se o uso foi adequado ou não, trata-se de questão semântica. A) A dispensa (ato de dispensar) dos alunos ocorreu com maior frequência durante a pandemia da Covid-19 do que no mês destinado às férias. "despensa" é local de guardar mantimentos. B) A explanação do orador foi recebida com discrição (qualidade de ser discreto) pelos estudiosos nos seminários sobre a globalização. "descrição" é o ato de descrever. C) O tráfico (comércio ilegal) internacional de animais silvestres prejudica a conservação das espécies, contribuindo para aumentar os que estão em extinção. "tráfego" é trânsito, movimento. D) Os deputados devem cumprir completamente o mandato (período de duração do cargo) durante o tempo estipulado pela legislação eleitoral. "mandado" é uma ordem judicial. E) Várias personalidades apresentam nomes que são grafados com apóstrofo (sinal gráfico), entre Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 50 165 ==2537cb== elas o marido da Princesa Isabel, o Conde d´Eu. "apóstrofe" é figura que consiste em dirigir-se o orador ou o escritor, fazendo uma interrupção súbita, a uma pessoa ou coisa real ou fictícia. Gabarito: letra D. Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 51 165 QUESTÕES COMENTADAS - AMBIGUIDADE - CESGRANRIO 1. (CESGRANRIO / BANCO DA AMAZÔNIA / 2022) A redação oficial tem como atributo a clareza, não se admitindo, para os textos, mais de um entendimento possível. A frase que teria de ser reescrita para se adequar a essa regra da escrita oficial é A) O porteiro ajudou a velha senhora a se sentar sob as árvores. B) Todas as manhãs, aquela senhora observava os pássaros cantando. C) A população da cidade do Rio precisa cuidar melhor dos espaços públicos. D) O pedido da população por mais segurança será discutido pelos vereadores. E) Observando o sol e o mar, o poeta escolheu o tema para um novo poema. Comentários: Embora haja referência a "Redação Oficial", a questão é sobre ambiguidade. Devemos buscar a frase com mais de uma leitura possível, mais de um sentido: B) Todas as manhãs, aquela senhora observava os pássaros cantando. Quem estava cantando? Há duas leituras possíveis: 1) a senhora está cantando e observa os pássaros 2) os pássaros estão cantando e a senhora os observa. Nas demais, há apenas uma leitura possível. Gabarito: letra B. 2. (CESGRANRIO / CAIXA ECONÔMICA / TÉCNICO / 2021) Sendo a clareza um requisito básico da escrita, a seguinte frase NÃO apresenta ambiguidade, estando apta a figurar em um texto oficial: A) A empresa que investe em seus funcionários cuida de seu equilíbrio financeiro. B) O economista discutiu com o presidente da empresa, em sua sala, a melhor forma de gerir os negócios. C) O nível de educação financeira da população, que cresceu muito nos últimos anos, é o tema da próxima palestra. D) O diretor da escola comunicou ao professor que ele ofereceria um curso de educação financeira para a comunidade escolar. Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 52 165 E) Depois de ler o edital e seu anexo, o gestor solicitou a alteração deste. Comentários: Apenas na letra E não há ambiguidade: E) Depois de ler o edital e seu anexo, o gestor solicitou a alteração deste. Por regra, o pronome "deste" faz referência ao último elemento mencionado, o "anexo". Vejamos a ambiguidade das demais: A) A empresa que investe em seus funcionários cuida de seu equilíbrio financeiro. Equilíbrio dos funcionários ou da empresa? B) O economista discutiu com o presidente da empresa, em sua sala, a melhor forma de gerir os negócios. Na sala do economista ou do presidente? C) O nível de educação financeira da população, que cresceu muito nos últimos anos, é o tema da próxima palestra. O nível de educação financeira ou a população cresceu? D) O diretor da escola comunicou ao professor que ele ofereceria um curso de educação financeira para a comunidade escolar. Ele quem? O professor ou o diretor ofereceria o curso? Gabarito: Letra E. 3. (CESGRANRIO / BANCO DA AMAZÔNIA / 2021) Conforme o Manual de Redação da Presidência da República, a clareza deve ser a qualidade básica de todo texto oficial, não sendo nele admitidas ambiguidades. Tal característica, necessária ao texto oficial, é encontrada na seguinte frase: A) A autoridade em exercício comunica aos servidores que as medidas mencionadas em sua carta aberta deverão ter prioridade. B) Os órgãos públicos federais, estaduais e municipais deverão encaminhar as informações sobre a área em estudo consideradas adequadas. C) Foi cancelada a fala oficial para a cerimônia de posse na qual investi muito trabalho. D) O gerente de produção comunicou a seu assessor direto que ele será exonerado. E) O advogado criticou o artigo do edital que foi cancelado. Comentários: Questão de ambiguidade. Somente na letra B temos um texto claro. Vejamos as demais: A) A autoridade em exercício comunica aos servidores que as medidas mencionadas em sua carta aberta deverão ter prioridade. Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 53 165 ==2537cb== Carta da autoridade ou dos servidores? C) Foi cancelada a fala oficial para a cerimônia de posse na qual investi muito trabalho. Investiu na fala oficial ou na cerimônia? D) O gerente de produção comunicou a seu assessor direto que ele será exonerado. Quem será exonerado? Gerente ou Assessor? E) O advogado criticou o artigo do edital que foi cancelado. O que foi cancelado? Artigo ou edital? Gabarito: Letra B. Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 54 165 LISTA DE QUESTÕES - CAMPO SEMÂNTICO - CESGRANRIO 1. (CESGRANRIO/LIQUIGÁS/ ADMINISTRAÇÃO /2018) Em “O opaco da enganação se torna transparente”, a relação semântica que se estabelece entre as palavras destacadas é a mesma que se dá entre A) retidão / embuste B) fraude / corrupção C) probidade / decoro D) honradez / virtuosidade E) ludíbrio / desonestidade. Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 55 165 GABARITO 1. LETRA A Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 56 165 ==2537cb== LISTA DE QUESTÕES - DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO - CESGRANRIO 1. (CESGRANRIO - Adv (AgeRIO)/AgeRIO/2023) Eu sei, mas não devia Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia. A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. E, porque não tem vista, logo se acostuma anão olhar para fora. E, porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E, porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E, à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão. A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora. A tomar o café correndo porque está atrasado. A ler o jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem. A comer sanduíche porque não dá para almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia. A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra. E, aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E, aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz. E, não acreditando nas negociações de paz, aceita ler todo dia da guerra, dos números, da longa duração. A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto. A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita. E a lutar para ganhar o dinheiro com que pagar. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez paga mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas em que se cobra. A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes. A abrir as revistas e ver anúncios. A ligar a televisão e assistir a comerciais. A ir ao cinema e engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos. A gente se acostuma à poluição. Às salas fechadas de ar-condicionado e cheiro de cigarro. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. Às bactérias da água potável. À contaminação da água do mar. À lenta morte dos rios. Se acostuma a não ouvir passarinho, a não ter galo de madrugada, a temer a hidrofobia dos cães, a não colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta. A gente se acostuma a coisas de mais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente molha só os pés e sua no resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se, no fim de semana, não há muito o que fazer, a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado. A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele. Se acostuma para Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 57 165 evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se de faca e baioneta, para poupar o peito. A gente se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que, gasta de tanto acostumar, se perde de si mesma. (COLASANTI, M. Eu sei, mas não devia. Rio de Janeiro: Rocco Editora, 1996. p. 9. Adaptado). A depender do contexto em que se inserem, os enunciados podem assumir sentido denotativo ou conotativo. O trecho do texto que apresenta sentido denotativo é: A) “A ir ao cinema e engolir publicidade.” (parágrafo 7) B) “lançado na infindável catarata dos produtos.” (parágrafo 7) C) “À lenta morte dos rios.” (parágrafo 8) D) “Se acostuma a não ouvir passarinho”. (parágrafo 8) E) “para esquivar-se de faca e baioneta”. (parágrafo 10) 2. (CESGRANRIO/UNIRIO/ADMINISTRADOR/2019) Sabe-se que o sentido denotativo e o sentido conotativo convivem. O trecho do texto em que há somente denotação é: A) “Noite dessas, ciscando num desses canais a cabo, vi uns caras oferecendo maravilhas eletrônicas" B) “Minhas necessidades são mais modestas” C) “contemporâneo das cavernas da informática” D) “retirei das entranhas de isopor o novo notebook e coloquei-o em cima da mesa.” E) “houve um corte na memória e vi diante de mim o meu primeiro estojo escolar.” Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 58 165 ==2537cb== GABARITO 1. LETRA D 2. LETRA B Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 59 165 LISTA DE QUESTÕES - SINÔNIMO E ANTÔNIMO - CESGRANRIO 1. (CESGRANRIO / TRANSPETRO / 2023) À moda brasileira 1 Estou me vendo debaixo de uma árvore, lendo a pequena história da literatura brasileira. 2 Olavo Bilac! – eu disse em voz alta e de repente parei quase num susto depois que li os primeiros versos do soneto à língua portuguesa: Última flor do Lácio, inculta e bela / És, a um tempo, esplendor e sepultura. 3 Fiquei pensando, mas o poeta disse sepultura?! O tal de Lácio eu não sabia onde ficava, mas de sepultura eu entendia bem, disso eu entendia, repensei baixando o olhar para a terra. Se escrevia (e já escrevia) pequenos contos nessa língua, quer dizer que era a sepultura que esperava por esses meus escritos? 4 Fui falar com meu pai. Comecei por aquelas minhas sondagens antes de chegar até onde queria, os tais rodeios que ele ia ouvindo com paciência enquanto enrolava o cigarro de palha, fumava nessa época esses cigarros. Comecei por perguntar se minha mãe e ele não tinham viajado para o exterior. 5 Meu pai fixou em mim o olhar verde. Viagens, só pelo Brasil, meus avós é que tinham feito aquelas longas viagens de navio, Portugal, França, Itália... Não esquecer que a minha avó, Pedrina Perucchi, era italiana, ele acrescentou. Mas por que essa curiosidade? 6 Sentei-me ao lado dele, respirei fundo e comecei a gaguejar, é que seria tão bom se ambos tivessem nascido lá longe e assim eu estaria hoje escrevendo em italiano, italiano! – fiquei repetindo e abri o livro que trazia na mão: Olha aí, pai, o poeta escreveu com todas as letras, nossa língua é sepultura mesmo, tudo o que a gente fizer vai para debaixo da terra, desaparece! 7 Calmamente ele pousou o cigarro no cinzeiro ao lado. Pegou os óculos. O soneto é muito bonito, disse me encarando com severidade. Feio é isso, filha, isso de querer renegar a própria língua. Se você chegar a escrever bem, não precisa ser em italiano ou espanhol ou alemão, você ficará na nossa língua mesmo, está me compreendendo? E as traduções? Renegar a língua é renegar o país, guarde isso nessa cabecinha. E depois (ele voltou a abrir o livro), olha que beleza o que o poeta escreveu em seguida, Amo-te assim, desconhecida e obscura, veja que confissão de amor ele fez à nossa língua! Tem mais, ele precisava da rima para sepultura e calhou tão bem essa obscura, entendeu agora? – acrescentou e levantou-se. Deu alguns passos e ficou olhando a borboleta que entrou na varanda: Já fez a sua lição de casa? 8 Fechei o livro e recuei. Sempre que meu pai queria mudar de assunto ele mudava de lugar: saía da poltrona e ia para a cadeira de vime. Saía da cadeira de vime e ia para a rede ou simplesmente começava a andar. Era o sinal, Não quero falar nisso, chega. Então a gente falava noutra coisa ou ficava quieta. Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 60 165 9 Tantos anos depois, quando me avisaram lá do pequeno hotel em Jacareí que ele tinha morrido, fiquei pensando nisso, ah! se quando a morte entrou, se nesse instante ele tivesse mudado de lugar. Mudar depressa de lugar e de assunto. Depressa, pai, saia da cama e fique na cadeira ou vá pra rua efeche a porta! (TELLES, Lygia Fagundes. Durante aquele estranho chá: perdidos e achados. Rio de Janeiro: Rocco, 2002, p.109-111. Fragmento adaptado). O fragmento de abertura da crônica “Estou me vendo debaixo de uma árvore, lendo a pequena história da literatura brasileira.” (parágrafo 1) faz referência a uma A) previsão B) fantasia C) esperança D) expectativa E) reminiscência 2. (CESGRANRIO / TRANSPETRO / 2023) - Utilize o texto da questão anterior Em “O soneto é muito bonito, disse me encarando com severidade” (parágrafo 7), a palavra que pode substituir severidade, sem alteração no sentido da frase, é A) firmeza B) rispidez C) discrição D) desgosto E) incompreensão 3. (CESGRANRIO - Adv (AgeRIO)/AgeRIO/2023) Eu sei, mas não devia Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia. A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. E, porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E, porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E, porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E, à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão. A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora. A tomar o café correndo porque está atrasado. A ler o jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem. A comer sanduíche porque não dá para almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia. A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra. E, aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E, aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz. E, não acreditando nas negociações de paz, aceita ler todo dia da guerra, Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 61 165 dos números, da longa duração. A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto. A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita. E a lutar para ganhar o dinheiro com que pagar. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez paga mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas em que se cobra. A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes. A abrir as revistas e ver anúncios. A ligar a televisão e assistir a comerciais. A ir ao cinema e engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos. A gente se acostuma à poluição. Às salas fechadas de ar-condicionado e cheiro de cigarro. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. Às bactérias da água potável. À contaminação da água do mar. À lenta morte dos rios. Se acostuma a não ouvir passarinho, a não ter galo de madrugada, a temer a hidrofobia dos cães, a não colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta. A gente se acostuma a coisas de mais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente molha só os pés e sua no resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se, no fim de semana, não há muito o que fazer, a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado. A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele. Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se de faca e baioneta, para poupar o peito. A gente se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que, gasta de tanto acostumar, se perde de si mesma. (COLASANTI, M. Eu sei, mas não devia. Rio de Janeiro: Rocco Editora, 1996. p. 9. Adaptado) Embora aborde vários problemas do ser humano contemporâneo, o texto discute de forma mais ampla uma questão relativa ao cotidiano das grandes cidades. Essa questão é o(a) A) consumismo B) desamparo C) vaidade D) resignação E) inquietude 4. (CESGRANRIO - Esc BB/BB/Agente Comercial/2023) Entenda o que é deep fake e saiba como se proteger Vídeos que viralizam nas redes sociais mostrando figuras públicas em situações quase inacreditáveis são verdadeiros? Afinal de contas tudo parece tão real... A resposta é não, pois se Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 62 165 trata de uma “deep fake”, “falsificação profunda” em português, que, como a tradução indica, é tão bem feita que pode enganar até os mais atentos. Segundo estudo de uma empresa de segurança, 65% dos brasileiros ignoram a sua existência e 71% não reconhecem quando um vídeo foi editado digitalmente usando essa técnica. O que muita gente não sabe, porém, é que esse tipo de golpe, além de manipular vídeos com celebridades e políticos famosos, também prejudica empresas e cidadãos comuns, que podem ser envolvidos em fraudes de identidade e extorsões. “Deep fake pode ser definida como a criação de vídeos e áudios falsos por meio de inteligência artificial”, explica um especialista de segurança cibernética e fraude. A prática costuma utilizar um vídeo de referência e a face (ou corpo) de outra pessoa, que não fazia parte do vídeo original. Criam-se áudios falsos, fazendo a inteligência artificial aprender como uma pessoa fala e, a partir daí, obter uma montagem com outras falas, inclusive alterando os lábios para acompanhar as palavras que são ditas. Esse processo vem evoluindo rapidamente, tornando cada vez mais difícil a sua identificação. Isso ocorre porque as novas redes neurais (sistemas de computação que funcionam como neurônios do cérebro humano), a evolução da capacidade de processamento e a redução de custos da computação em nuvem têm facilitado o acesso a essa tecnologia, contribuindo para aumentar a qualidade dos vídeos. No entanto, os criminosos não precisam de tanto conhecimento e tecnologia para aplicar seus golpes. Isso porque deep fakes criadas para serem distribuídas por apps de mensagens não exigem tanta qualidade. O perigo é que, para o cidadão comum, a deep fake pode ser o ponto de partida para uma fraude financeira, entre outros problemas. A recomendação para pessoas físicas se protegerem é diminuir a exposição de fotos com rostos e vídeos pessoais na internet. “As redes sociais devem se manter configuradas como privadas, já que fotos, áudios ou vídeos disponíveis publicamente podem ser utilizados para alimentar a inteligência artificial e engendrar deep fakes.” Além disso, ao receber um vídeo suspeito, observe se o rosto e os lábios da pessoa se movem em conjunto com o que ela diz. Preste atenção se a fala parece contínua ou se em algum momento apresenta cortes entre uma palavra e outra. E considere o contexto — ainda que tecnicamente o vídeo esteja muito bem manipulado, avalie se faz sentido que aquela pessoa diga o que parece dizer naquele momento. (Disponível em: https://estudio.folha.uol.com.br/unico. Acesso em: 20 out. 2022. Adaptado) No trecho “alimentar a inteligência artificial e engendrar deep fakes”, a palavra destacada pode ser substituída, sem prejuízo do sentido do texto, por A) arquitetar B) distribuir C) fraudar D) repetir Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 63 165 E)utilizar 5. (CESGRANRIO - Esc BB/BB/Agente de Tecnologia/2023) Empreendedorismo social: um caminho para quem quer mudar o mundo Ainda que não exista uma concepção única sobre o empreendedorismo social, de forma geral, o conceito está relacionado ao ato de empreender ou inovar com o objetivo de alavancar causas sociais e ambientais. A meta é transformar uma realidade, promover o bem-estar da sociedade e agregar valor com cunho social. Um empreendedor social produz bens e serviços que irão impactar positivamente a comunidade em que ele está inserido e solucionar algum problema ou necessidade daquele grupo. Apesar de poder ter retorno financeiro, os empreendimentos sociais analisam seu desempenho a partir do impacto social gerado por sua atuação. Vale ressaltar que, apesar de apresentarem muitas similaridades, empreendedorismo social e negócio social não são sinônimos. O empreendedorismo social cria valor por meio da inovação, que gera uma transformação social. O foco não é o retorno financeiro, mas a resolução de problemas sociais e o impacto positivo. Enquanto isso, os negócios sociais seguem a lógica tradicional do mercado, porém com a ambição de gerar valor social. Cinco características também são essenciais para a iniciativa: ser inovadora; realizável; autossustentável; contar com a participação de diversos segmentos da sociedade, incluindo as pessoas impactadas; e promover impacto social com resultados mensuráveis. Quem tem interesse de atuar nessa área precisa trabalhar em grupo e formar parcerias, saber lidar bem com as pessoas e buscar formas de trazer resultados de impacto social. Além disso, o profissional precisa ter flexibilidade e vontade de explorar, pois é possível que ele acabe exercendo um papel que não seja necessariamente na sua área de formação, ou que sua atuação se transforme rapidamente, por conta do dinamismo e das necessidades do negócio. (MENDES, T. Empreendedorismo social: um caminho para quem quer mudar o mundo. Na prática, 7 jul. 2022. Disponível em: https://www.napratica.org.br/empreendedorismo-social/. Acesso em: 2 set. 2022. Adaptado.) No trecho “está relacionado ao ato de empreender ou inovar com o objetivo de alavancar causas sociais e ambientais”, a palavra destacada pode ser substituída, sem prejuízo do sentido do texto, por A) comprovar B) defender C) impulsionar D) modificar E) subsidiar Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 64 165 6. (CESGRANRIO - Esc (BANRISUL)/BANRISUL/2023) Implantação do código de ética nas empresas Desde a infância, estamos sujeitos à influência de nosso meio social, por intermédio da família, da escola, dos amigos, dos meios de comunicação de massa. Ao nascer, o homem já se defronta com um conjunto de regras, normas e valores aceitos em seu grupo social. As palavras “ética” e “moral” indicam costumes acumulados — conjunto de normas e valores dos grupos sociais em um contexto. A ética é um conjunto de princípios e disposições cujo objetivo é balizar as ações humanas. A ética existe como uma referência para os seres humanos em sociedade, de modo tal que a sociedade possa se tornar cada vez mais humana. Ela pode e deve ser incorporada pelos indivíduos, sob a forma de uma atitude diante da vida cotidiana. Mas ela não é um conjunto de verdades fixas, imutáveis. A ética se move historicamente, se amplia e se adensa. Para entendermos como isso acontece na história da humanidade, basta lembrarmos que, um dia, a escravidão foi considerada "natural". Ética é o que diz respeito à ação quando ela é refletida, pensada. A ética preocupa-se com o certo e com o errado, mas não é um conjunto simples de normas de conduta como a moral. Ela promove um estilo de ação que procura refletir sobre o melhor modo de agir que não abale a vida em sociedade e não desrespeite a individualidade dos outros. As empresas precisam desenvolver-se de tal forma que a conduta ética de seus integrantes, bem como os valores e convicções primários da organização, se tornem parte de sua cultura. Assim, a ética vem sendo vista como uma espécie de requisito para a sobrevivência das empresas no mundo moderno e pode ser definida como a transparência nas relações e a preocupação com o impacto das suas atividades na sociedade. Muitos exemplos poderiam ser citados de empresas que estão começando a valorizar e a alertar seus funcionários sobre a ética. Algumas empresas já implantaram, inclusive, um comitê de ética, o qual se destina à proteção da imagem da companhia. É preciso, portanto, que haja uma conscientização da importância de uma conduta ética ou mesmo a implantação de um código de ética nas organizações, pois a cada dia que passa a ética tem mostrado ser um dos caminhos para o sucesso e para o bem comum, agregando valor moral ao patrimônio da organização. O Código de Ética é um instrumento de realização dos princípios, da visão e da missão da empresa. Serve para orientar as ações de seus colaboradores e explicitar a postura social da empresa em face dos diferentes públicos com os quais interage. É da máxima importância que seu conteúdo seja refletido nas atitudes das pessoas a que se dirige e encontre respaldo na alta administração da empresa, que, tanto quanto o último empregado contratado, tem a responsabilidade de vivenciá-lo. As relações com os funcionários, desde o processo de contratação, desenvolvimento profissional, lealdade mútua, respeito entre chefes e subordinados, saúde e segurança, propriedade da informação, assédio profissional e sexual, alcoolismo, uso de drogas, entre outros, são aspectos que costumam ser abordados em um Código de Ética. Cumprir horários, entregar o trabalho no prazo, dar o seu melhor ao executar uma tarefa e manter a palavra dada Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 65 165 são exemplos de atitudes que mostram aos superiores e aos colegas que o funcionário valoriza os princípios éticos da empresa ou da instituição. O Código também pode envolver situações de relacionamento com clientes, fornecedores, acionistas, investidores, comunidade vizinha, concorrentes e mídia. O Código de Ética pode estabelecer ações de responsabilidade social dirigidas ao desenvolvimento social de comunidades vizinhas, bem como apoio a projetos de educação voltados ao crescimento pessoal e profissional de jovens carentes. Também pode fazer referência à participação da empresa na comunidade, dando diretrizes sobre as relações com os sindicatos, outros órgãos da esfera pública, relações com o governo, entre outras. Portanto, conclui-se que o Código de Ética se fundamenta em deveres para com os colegas, clientes, profissão, sociedade e para consigo próprio. (MARTINS,Rosemir. UFPR, 2003. Disponível em: https://acervodigital. ufpr.br. Acesso em: 16 nov. 2022. Adaptado). O texto afirma, no parágrafo 2, que os princípios e disposições éticos têm como objetivo “balizar as ações humanas”. O verbo destacado tem o sentido de A) criar particularidades. B) definir uma sinalização. C) estabelecer parâmetros. D) facilitar a percepção. E) indicar diferenças. 7. (CESGRANRIO - Esc BB/BB/Agente de Tecnologia/2023) Empreendedorismo social: um caminho para quem quer mudar o mundo Ainda que não exista uma concepção única sobre o empreendedorismo social, de forma geral, o conceito está relacionado ao ato de empreender ou inovar com o objetivo de alavancar causas sociais e ambientais. A meta é transformar uma realidade, promover o bem-estar da sociedade e agregar valor com cunho social. Um empreendedor social produz bens e serviços que irão impactar positivamente a comunidade em que ele está inserido e solucionar algum problema ou necessidade daquele grupo. Apesar de poder ter retorno financeiro, os empreendimentossociais analisam seu desempenho a partir do impacto social gerado por sua atuação. Vale ressaltar que, apesar de apresentarem muitas similaridades, empreendedorismo social e negócio social não são sinônimos. O empreendedorismo social cria valor por meio da inovação, que gera uma transformação social. O foco não é o retorno financeiro, mas a resolução de problemas sociais e o impacto positivo. Enquanto isso, os negócios sociais seguem a lógica tradicional do mercado, porém com a ambição de gerar valor social. Cinco características também são essenciais para a iniciativa: ser inovadora; realizável; autossustentável; contar com a participação de diversos segmentos da sociedade, incluindo as pessoas impactadas; e promover impacto social com resultados mensuráveis. Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 66 165 Quem tem interesse de atuar nessa área precisa trabalhar em grupo e formar parcerias, saber lidar bem com as pessoas e buscar formas de trazer resultados de impacto social. Além disso, o profissional precisa ter flexibilidade e vontade de explorar, pois é possível que ele acabe exercendo um papel que não seja necessariamente na sua área de formação, ou que sua atuação se transforme rapidamente, por conta do dinamismo e das necessidades do negócio. (MENDES, T. Empreendedorismo social: um caminho para quem quer mudar o mundo. Na prática, 7 jul. 2022. Disponível em: https://www.napratica.org.br/empreendedorismo-social/. Acesso em: 2 set. 2022. Adaptado.) No trecho “Ainda que não exista uma concepção única”, a palavra destacada pode ser substituída, sem prejuízo do sentido do texto, por A) compreensão B) conciliação C) convivência D) capacidade E) semelhança 8. (CESGRANRIO - PNMO (ELETRONUCLEAR)/ELETRONUCLEAR/Especialista em Proteção Radiológica/2022) Texto Maria José Paulo Mendes Campos Faz um ano que Maria José morreu. Era meiga quase sempre, violenta quando necessário. Eu era menino e apanhava de um companheiro maior, quando ela me gritou da sacada se eu não via a pedra que marcava o gol. Dei uma pedrada no outro e acabei com a briga por milagre. Visitava os miseráveis, internava indigentes enfermos, devotava-se ao alívio de misérias físicas e morais do próximo, estudava o mistério teológico, exigia sempre o mais difícil de si mesma, comungava todos os dias, ingressou na Ordem Terceira de São Francisco. Mas nunca deixou de ter na gaveta o revólver que havia recebido, menina-e-moça, das mãos do pai, e que empunhou no quintal noturno, perseguindo um ladrão, para espanto de meus cinco anos. Já perto dos setenta anos, ela explicava para um amigo meu que tinha chegado à humildade da velhice; já não se importava com quem tentasse ofendê-la, mas conservava o revólver para a defesa dos filhos e dos netos. Tratou-me com a dureza e o carinho que mereciam a rebeldia e o verdor da minha meninice. Ensinou- me a ler as primeiras sentenças; me falava do Cura d’Ars e nos dois Franciscos, o de Sales e o de Assis; apresentou-me aos contos de Edgar Poe e aos poemas de Baudelaire; dizia-me sorrindo versos de Antônio Nobre que havia decorado quando menina; discutia comigo as ideias finais de Tolstoi; escutava maternalmente meus contos toscos. Quando me desgarrei Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 67 165 nos primeiros envolvimentos adolescentes, Maria José, com irônico afeto, me repetia a advertência de Drummond: “Paulo, sossegue, o amor é isso que você está vendo: hoje beija, amanhã não beija, depois de amanhã é domingo e segunda-feira ninguém sabe o que será”. Logo que me fiz homenzinho, deixou a dureza e se fez minha amiga: nada me perguntava, adivinhava tudo. Terna e firme, nunca lhe vi a fraqueza da pieguice. Com o gosto espontâneo da qualidade das coisas, renunciou às vaidades mais singelas. Sensível, alegre, aprendeu a encarar o sofrimento de olhos lúcidos. Fiel à disciplina religiosa, compreendia celestialmente as almas que perdiam o rumo. Fé, Esperança e Caridade eram para ela a flecha e o alvo das criaturas. Tornara-se tão íntima da substância terrestre – a dor – que se fazia difícil para o médico saber o que sentia; acabava dizendo que doía um pouco, por delicadeza. Capaz de longos jejuns e abstinências, já no final da vida, podia acompanhar um casal amigo a Copacabana, passar do bar da moda ao restaurante diferente, beber dois cafés ou três uísques em santa serenidade e aceitar com alegria o prato exótico. Gostava das pessoas erradas, consumidas de paixão, admirava São Paulo e Santo Agostinho, acreditava que era preciso se fazer violência para entrar no reino celeste. Poucas horas antes de morrer, pediu um conhaque e sorriu, destemida e doce, como quem vai partir para o céu. Santificara-se. Deus era o dia e a noite de seu coração, o Pai, a piedade, o fogo do espírito. Perdi quem me amava e perdoava, quem me encomendava à compaixão do Criador e me defendia contra o mundo de revólver na mão. (Disponível em: https://cronicabrasileira.org.br/cronicas/7173/maria- jose. Acesso em: 05 fev. 2022). No texto, Maria José é descrita como alguém que apresenta características muitas vezes opostas, o que a faz possuidora de uma rica personalidade. Um adjetivo usado para caracterizar Maria José é “terna”, que, no texto, se opõe a A) violenta B) alegre C) caridosa D) doce E) carinhosa Comentários: "terna" é sinônimo de "meiga" e "carinhosa"; portanto, o oposto, o antônimo, seria "violenta". Gabarito: A Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 68 165 9. (CESGRANRIO - PNMO (ELETRONUCLEAR)/ELETRONUCLEAR/Especialista em Proteção Radiológica/2022) Utilize o texto da questão anterior Em “escutava maternalmente meus contos toscos” (parágrafo 4), a palavra toscos pode ser substituída, sem a alteração de seu significado no contexto, por A) criativos B) malfeitos C) primorosos D) incompletos E) sofisticados Comentários: No "popular", "tosco" é algo desajeitado, defeituoso. Portanto, é sinônimo de "malfeito". Gabarito: B 10. (CESGRANRIO - PNS (ELETRONUCLEAR)/ELETRONUCLEAR/Administrador/2022) Texto Entulho eletrônico: risco iminente para a saúde e o ambiente Os resíduos de equipamentos eletroeletrônicos (lixo eletroeletrônico) são, por definição, produtos que têm componentes elétricos e eletrônicos e que, por razões de obsolescência (perspectiva ou programada) e impossibilidade de conserto, são descartados pelos consumidores. Os exemplos mais comuns são televisores e equipamentos de informática e telefonia, mas a lista inclui eletrodomésticos, equipamentos médicos, brinquedos, sistemas de alarme, automação e controle. Obsolescência programada é a decisão intencional de fabricar um produto que se torne obsoleto ou não funcional após certo tempo, para forçar o consumidor a comprar uma nova geração desse produto. Já a obsolescência perspectiva é uma forma de reduzir a vida útil de produtos ainda funcionais. Nesse caso, são lançadas novas gerações com aparência inovadora e pequenas mudanças funcionais, dando à geração em uso aspecto de ultrapassada, o que induz o consumidor à troca. O lixo eletroeletrônico é mais um desafio que se soma aos problemas ambientais da atualidade. O consumidor raramente reflete sobre as consequências do consumo crescente desses produtos, preocupando- se em satisfazer suas necessidades. Afinal, eletroeletrônicos são tidos como sinônimos de melhor qualidade de vida, e a explosão da indústria da informação é uma força motriz da sociedade, oferecendo ferramentas para rápidos avanços na economia e no Equipe Português Estratégia Concursos,Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 69 165 desenvolvimento social. O mundo globalizado impõe uma constante busca de informações em tempo real, e a sua interação com novas tecnologias traz maiores oportunidades e benefícios, segundo estudo da Organização das Nações Unidas (ONU). Tudo isso exerce um fascínio irresistível para os jovens. Dois aspectos justificam a inclusão dos eletroeletrônicos entre as preocupações da ONU: as vendas crescentes, em especial nos mercados emergentes (inclusive o Brasil), e a presença de metais e substâncias tóxicas em muitos componentes, trazendo risco à saúde e ao meio ambiente. Segundo a ONU, são gerados hoje 150 milhões de toneladas de lixo eletroeletrônico por ano, e esse tipo de resíduo cresce a uma velocidade três a cinco vezes maior que a do lixo urbano. (AFONSO, J. C. Revista Ciência Hoje, n. 314, maio 2014. São Paulo: SBPC. Disponível em: https://cienciahoje.periodicos.capes. gov.br/storage/acervo/ch/ch_314.pdf. Adaptado). No trecho “Tudo isso exerce um fascínio irresistível para os jovens.” (parágrafo 3), a palavra que apresenta o sentido contrário ao da palavra destacada é A) atração B) encanto C) repulsa D) sedução E) embevecimento Comentários: Cuidado, "atração, encanto, sedução e embevecimento (êxtase)" são todos SINÔNIMOS de fascínio. A banca quer o antônimo, palavra com sentido contrário: repulsa. Gabarito: letra C. 11. (CESGRANRIO - PNS (ELETRONUCLEAR)/ELETRONUCLEAR/Administrador/2022) Utilize o texto da questão anterior No 3o parágrafo, no trecho “a explosão da indústria da informação é uma força motriz da sociedade”, a palavra destacada pode ser substituída, sem prejuízo de sentido, por A) infalível B) obrigatória C) abrangente D) imprescindível Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 70 165 E) impulsionadora Comentários: Força "motriz" é força que faz mover, que imprime movimento. No contexto, é a força "impulsionadora". Vejamos resumidamente as demais. A) infalível = que não falha, não erra B) obrigatória = independe da vontade, é algo imposto C) abrangente = tem amplo espectro de cobertura D) imprescindível = não pode ser dispensado. Gabarito: letra E. 12. (CESGRANRIO / CAIXA ECONÔMICA / TÉCNICO / 2021) Considere a palavra destacada no seguinte trecho do parágrafo 2: “A ausência de educação financeira, aliada à facilidade de acesso ao crédito, tem levado muitas pessoas ao endividamento excessivo”. Essa palavra pode, sem prejuízo do sentido desse trecho, ser substituída por A) básico B) essencial C) inevitável D) desmedido E) imprescindível Comentários: "excessivo" é aquilo que sobra, além do necessário, acima da medida, isto é, "desmedido". Vejamos as demais: A) básico = elementar, essencial, simples B) essencial = indispensável C) inevitável = fatal, que não pode ser evitado E) imprescindível = de que não se pode prescindir; indispensável Gabarito: Letra D. 13. (CESGRANRIO / CEFET-RJ / 2014) Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 71 165 No Texto I, em “Ele me observa, incrédulo” (L. 21), a palavra que substitui o termo destacado, sem haver alteração de sentido, é A) feliz B) inconsciente C) indignado D) cético E) furioso Comentários: Cético é sinônimo de incrédulo. Gabarito letra D. 14. (CESGRANRIO/UNIRIO/ADMINISTRADOR /2019) Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 72 165 O termo mastodôntico, em “tenho um PC mastodôntico, contemporâneo das cavernas da informática”, pode ser substituído, sem prejuízo do sentido do trecho, por A) enorme B) potente C) grotesco D) funcional E) imponente. Comentários Aqui seria necessário conhecer a palavra "mastodonte" (animal muito grande; muito similar a um elefante), pois facilitaria muito a análise. Conhecendo esse termo e também analisando o contexto de aplicação da palavra, ficamos com a alternativa A, uma vez que "enorme" é um sinônimo de "grande/mastodôntico". Note que o contexto permite inferir isso, pois a ideia é relacionar algo "grande" e a ideia de "contemporâneo das cavernas" (algo antigo como o "mastodonte"). A própria frase projeta essa Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 73 165 ideia de "exagero/objeto ENORME". Gabarito letra A. 15. (CESGRANRIO/LIQUIGÁS/CONFERENTE I/2018) No trecho “Supõe uma subjetividade que se abre ao desconhecido", se as três palavras destacadas fossem substituídas por seus antônimos, o trecho seria: A) Supõe uma objetividade que se consuma no incógnito. B) Supõe uma objetividade que se fecha ao reconhecido. C) Supõe uma realidade que se conclui no ignorado. D) Supõe uma realidade que se encerra ao sabido. E) Supõe um propósito que se nega ao recôndito. 16. (CESGRANRIO/LIQUIGÁS/CONFERENTE I/2018) No trecho “é orientada por perspectivas do narrador-viajante”, a palavra "perspectivas", nesse contexto, poderia ser substituída, sem prejuízo de sentido, por A) ambições B) expectativas C) aspirações D) profundidades Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 74 165 ==2537cb== E) pontos de vista. 17. (CESGRANRIO/LIQUIGÁS/CONFERENTE I/2018) No trecho “Penalidade máxima”, projeta-se uma situação do jogo de futebol em que a possibilidade de acontecer um gol é bem alta. Sendo assim, a segunda palavra empregada no título tem como antônimo a palavra A) mínima B) módica C) maiúscula D) descomunal E) imensurável. 18. (CESGRANRIO/TRANSPETRO/TÉCNICO DE ADMINISTRAÇÃO /2018) No trecho “A datificação, processo de transformação em dados de tudo o que conhecemos, aumentou de forma vertiginosa o acervo mundial de informações”, a palavra que apresenta o sentido contrário ao de vertiginosa é A) hesitante B) indecisa C) perplexa D) vacilante E) vagarosa. 19. (CESGRANRIO / BNDES / TÉCNICO ADMINISTRATIVO / 2013) Ciência do esporte – sangue, suor e análises Na luta para melhorar a performance dos atletas […], o Comitê Olímpico Brasileiro tem, há dois anos, um departamento exclusivamente voltado para a Ciência do Esporte. De estudos sobre a fadiga à compra de materiais para atletas de ponta, a chave do êxito é uma só: o detalhamento personalizado das necessidades. [...] A expressão de ponta (l. 3) está usada, no texto, com o mesmo sentido que apresenta em: A) Para cortar a carne é melhor a faca de ponta. B) O lápis de ponta grossa facilita o desenho da criança. C) A blusa com gola de ponta fina é mais bonita que a de ponta redonda. D) A caneta caiu de ponta para baixo e sujou o sofá de tinta. E) A pesquisa de ponta na medicina descobre novos medicamentos eficazes. 20. (CESGRANRIO / BNDES / TÉCNICO ADMINISTRATIVO / 2013) [...] Talento é fundamental. Suor e entrega, nem se fala. Mas o caminho para o ouro olímpico nos dias atuais passa por conceitos bem mais profundos. Sem distinção entre gênios da espécie e reles mortais, a máquina humana só atinge o máximo do potencial se suas características Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 75 165 individuais forem minuciosamenteestudadas. Num universo olímpico em que muitas vezes um milésimo de segundo pode separar glória e fracasso, entra em campo a Ciência do Esporte. Porque grandes campeões também são moldados através de análises laboratoriais, projetos acadêmicos e modernos programas de computador [...]. No trecho, a palavra minuciosamente pode ser substituída, sem alteração de sentido, por A) apressadamente B) detalhadamente C) imediatamente D) repentinamente E) superficialmente. Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 76 165 GABARITO 1. LETRA E 2. LETRA A 3. LETRA D 4. LETRA A 5. LETRA C 6. LETRA C 7. LETRA A 8. LETRA A 9. LETRA B 10. LETRA C 11. LETRA E 12. LETRA D 13. LETRA D 14. LETRA A 15. LETRA B 16. LETRA E 17. LETRA A 18. LETRA E 19. LETRA E 20. LETRA B Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 77 165 LISTA DE QUESTÕES - HOMÔNIMOS E PARÔNIMOS - CESGRANRIO 1. (CESGRANRIO - PNS (ELETRONUCLEAR)/ELETRONUCLEAR/Administrador/2022) A palavra destacada está adequada ao contexto da frase, de acordo com o seu significado dicionarizado, em: A) A despensa dos alunos ocorreu com maior frequência durante a pandemia da Covid-19 do que no mês destinado às férias. B) A explanação do orador foi recebida com descrição pelos estudiosos nos seminários sobre a globalização. C) O tráfego internacional de animais silvestres prejudica a conservação das espécies, contribuindo para aumentar os que estão em extinção. D) Os deputados devem cumprir completamente o mandato durante o tempo estipulado pela legislação eleitoral. E) Várias personalidades apresentam nomes que são grafados com apóstrofe, entre elas o marido da Princesa Isabel, o Conde d´Eu. Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 78 165 ==2537cb== GABARITO 1. LETRA D Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 79 165 LISTA DE QUESTÕES - AMBIGUIDADE - CESGRANRIO 1. (CESGRANRIO / BANCO DA AMAZÔNIA / 2022) A redação oficial tem como atributo a clareza, não se admitindo, para os textos, mais de um entendimento possível. A frase que teria de ser reescrita para se adequar a essa regra da escrita oficial é A) O porteiro ajudou a velha senhora a se sentar sob as árvores. B) Todas as manhãs, aquela senhora observava os pássaros cantando. C) A população da cidade do Rio precisa cuidar melhor dos espaços públicos. D) O pedido da população por mais segurança será discutido pelos vereadores. E) Observando o sol e o mar, o poeta escolheu o tema para um novo poema. 2. (CESGRANRIO / CAIXA ECONÔMICA / TÉCNICO / 2021) Sendo a clareza um requisito básico da escrita, a seguinte frase NÃO apresenta ambiguidade, estando apta a figurar em um texto oficial: A) A empresa que investe em seus funcionários cuida de seu equilíbrio financeiro. B) O economista discutiu com o presidente da empresa, em sua sala, a melhor forma de gerir os negócios. C) O nível de educação financeira da população, que cresceu muito nos últimos anos, é o tema da próxima palestra. D) O diretor da escola comunicou ao professor que ele ofereceria um curso de educação financeira para a comunidade escolar. E) Depois de ler o edital e seu anexo, o gestor solicitou a alteração deste. 3. (CESGRANRIO / BANCO DA AMAZÔNIA / 2021) Conforme o Manual de Redação da Presidência da República, a clareza deve ser a qualidade básica de todo texto oficial, não sendo nele admitidas ambiguidades. Tal característica, necessária ao texto oficial, é encontrada na seguinte frase: A) A autoridade em exercício comunica aos servidores que as medidas mencionadas em sua carta aberta deverão ter prioridade. B) Os órgãos públicos federais, estaduais e municipais deverão encaminhar as informações sobre a área em estudo consideradas adequadas. C) Foi cancelada a fala oficial para a cerimônia de posse na qual investi muito trabalho. D) O gerente de produção comunicou a seu assessor direto que ele será exonerado. E) O advogado criticou o artigo do edital que foi cancelado. Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 80 165 GABARITO 1. LETRA B 2. LETRA E 3. LETRA B Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 81 165 ==2537cb== QUESTÕES COMENTADAS - DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO - FCC 1. (FCC /MPE PB/2023) Avaliar e avaliar-se Avaliar é atribuir algum valor a algo ou a alguém. Nesse sentido, nossa atenção recai em geral sobre o que ou quem está sendo avaliado. Um carro, um modo de vida, um governo, uma empresa, uma pessoa – imediatamente surge logo diante de nós o objeto de uma avaliação, na iminência ou no momento mesmo de ser qualificado. Mas pensa-se pouco no sujeito da avaliação: afinal, quem está avaliando? Não é uma pergunta que costuma se antepor a um processo de avaliação – e no entanto, esta depende, fundamentalmente, dos critérios já assumidos pelo avaliador. De fato, avaliar supõe faixas de mensuração dos valores atribuídos, que podem ir do barato ao caro, do fácil ao difícil, do belo ao feio, do necessário ao supérfluo etc. etc. O valor pode estar num extremo ou outro, ou em algum ponto de uma tábua valorativa onde os traços são flutuantes e problemáticos. Mas essa tábua não age por si mesma, e volta-se à pergunta mais que necessária: quem elegeu, graduou e opera essa tábua? Ainda quando estudantes do ensino médio, foi-nos oferecida por uma professora a oportunidade de nos avaliarmos a nós mesmos. A atribuição obrigatória da nota do trabalho de cada um a cada um estaria reservada. Olhamo-nos, intrigados. À primeira vista, parecia ser aquela uma oportunidade de ouro para todo mundo se dar a nota máxima... Mas, no momento seguinte, sentimos que estávamos sendo convocados para uma tarefa superior, e nada oportunista: a de cada um revelar para si mesmo que tipo de ética havia dentro de si, que valores lhe caberia defender como verdadeiros. A professora nos oferecia, assim, um espelho crítico diante do qual podíamos fazer alguma micagem ou reconhecer e enfrentar a verdade dos nossos limites. Foi uma lição preciosa, nada fácil, aliás, de se sustentar com a honestidade que ela reclama. (ALBUQUERQUE, Silvério. Notas de escola. Aguardando edição) O autor se vale de um recurso de linguagem figurada na seguinte construção: A) pensa-se pouco no sujeito da avaliação (1o parágrafo) B) avaliar supõe faixas de mensuração (2o parágrafo) C) quando estudantes do ensino médio (3o parágrafo) D) foi-nos oferecida por uma professora uma oportunidade (3o parágrafo) E) nos oferecia, assim, um espelho crítico (3o parágrafo) Comentário: Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 82 165 A única expressão figurada está em : e) nos oferecia, assim, um espelho crítico (3o parágrafo) “espelho crítico” não é um espelho, objeto literal; trata-se de uma metáfora para algo em que podemos nos ver criticamente, ver nosso real reflexo. Gabarito: E 2. (FCC / PGE-AM / 2022) 1. Este Quincas Borba, se acaso me fizeste o favor de ler as Memórias Póstumas de BrásCubas, é aquele mesmo náufrago da existência, que ali aparece, mendigo, herdeiro inopinado, e inventor de uma filosofia. Aqui o tens agora em Barbacena. Logo que chegou, enamorou-se de uma viúva, senhora de condição mediana e parcos meios de vida; mas, tão acanhada, que os suspiros do namorado ficavam sem eco. Chamava-se Maria da Piedade. Um irmão dela, que é o presente Rubião, fez todo o possível para casá-los. Piedade resistiu, um pleuris a levou. 2. Foi esse trechozinho de romance que ligou os dois homens. Saberia Rubião que o nosso Quincas Borba trazia aquele grãozinho de sandice, que um médico supôs achar-lhe? Seguramente, não; tinha-o por homem esquisito. É, todavia, certo que o grãozinho não se despegou do cérebro de Quincas Borba, − nem antes, nem depois da moléstia que lentamente o comeu. Quincas Borba tivera ali alguns parentes, mortos já agora em 1867; o último foi o tio que o deixou por herdeiro de seus bens. Rubião ficou sendo o único amigo do filósofo. Regia então uma escola de meninos, que fechou para tratar do enfermo. Antes de professor, metera ombros a algumas empresas, que foram a pique. 3. Durou o cargo de enfermeiro mais de cinco meses, perto de seis. Era real o desvelo de Rubião, paciente, risonho, múltiplo, ouvindo as ordens do médico, dando os remédios às horas marcadas, saindo a passeio com o doente, sem esquecer nada, nem o serviço da casa, nem a leitura dos jornais, logo que chegava a mala da Corte ou a de Ouro Preto. 4. − Tu és bom, Rubião, suspirava Quincas Borba. 5. − Grande façanha! Como se você fosse mau! 6. A opinião ostensiva do médico era que a doença do Quincas Borba iria saindo devagar. Um dia, o nosso Rubião, acompanhando o médico até à porta da rua, perguntou-lhe qual era o verdadeiro estado do amigo. Ouviu que estava perdido, completamente perdido; mas, que o fosse animando. Para que tornar-lhe a morte mais aflitiva pela certeza...? 7. − Lá isso, não, atalhou Rubião; para ele, morrer é negócio fácil. Nunca leu um livro que ele escreveu, há anos, não sei que negócio de filosofia... 8. − Não; mas filosofia é uma coisa, e morrer de verdade é outra; adeus. (Adaptado de: ASSIS, Machado de. Quincas Borba. São Paulo: Companhia das Letras, 2012) Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 83 165 ==2537cb== Quincas Borba trazia aquele grãozinho de sandice (2º parágrafo). • nem antes, nem depois da moléstia que lentamente o comeu. (2º parágrafo). • Regia então uma escola de meninos, que fechou para tratar do enfermo. (2º parágrafo). Os termos sublinhados acima estão empregados, respectivamente, em sentido A) figurado, figurado e figurado. B) literal, figurado e literal. C) figurado, figurado e literal. D) figurado, literal e literal. E) literal, literal e figurado. Comentários: Em "grãozinho de sandice", temos linguagem figurada, pois o grão não é concreto, não é literal, é expressão metafórica de algo pequeno, um "fragmento" de loucura. Em "a moléstia que lentamente o comeu", temos linguagem figurada, pois a doença não "come" de fato, literalmente; temos sentido simbólico para "consumir, deglutir, mastigar, destruir". Em "escola fechou", a linguagem é literal, o negócio acabou. Gabarito letra C. Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 84 165 QUESTÕES COMENTADAS - SINÔNIMO E ANTÔNIMO - FCC 1. (FCC/TRT 18/2023) Atenção: Leia a crônica “Pai de família sem plantação”, de Paulo Mendes Campos, para responder à questão. Sempre me lembro da história exemplar de um mineiro que veio até a capital, zanzou por aqui, e voltou para contar em casa os assombros da cidade. Seu velho pai balançou a cabeça; fazendo da própria dúvida a sua sabedoria: “É, meu filho, tudo isso pode ser muito bonito, mas pai de família que não tem plantação, não sei não...” Às vezes morro de nostalgia. São momentos de sinceridade, nos quais todo o meu ser denuncia minha falsa condição de morador do Rio de Janeiro. A trepidação desta cidade não é minha. Sou mais, muito mais, querendo ou não querendo, de uma indolência de sol parado e gerânios. Minha terra é outra, minha gente não é esta, meu tempo é mais pausado, meus assuntos são mais humildes, minha fala, mais arrastada. O milho pendoou? Vamos ao pasto dos Macacos matar codorna? A vaca do coronel já deu cria? Desta literatura rural é que preciso. Eis em torno de mim, a cingir-me como um anel, o Rio de Janeiro. Velozes automóveis me perseguem na rua, novos edifícios crescem fazendo barulho em meus ouvidos, a guerra comercial não me dá tréguas, o clamor do telefone me põe a funcionar sem querer, a vaga se espraia e repercute no meu peito, minha inocência não percebe o negócio de milhões articulado com um sorriso e um aperto de mão. Pois eu não sou daqui. Vivo em apartamento só por ter cedido a uma perversão coletiva; nasci em casa de dois planos, o de cima, da família, sobre tábuas lavadas, claro e sem segredos, e o de baixo, das crianças, o porão escuro, onde a vida se tece de nada, de pressentimentos, de imaginação, do estofo dos sonhos. A maciez das mãos que me cumprimentam na cidade tem qualquer coisa de peixe e mentira; não sou desta viração mesclada de maresia; não sei comer este prato vermelho e argênteo de crustáceos; não entendo os sinais que os navios trocam na cerração além da minha janela. Confio mais em mãos calosas, meus sentidos querem uma brisa à boca da noite cheirando a capim-gordura; um prato de tutu e torresmos para minha fome; e quando o trem distante apitasse na calada, pelo menos eu saberia em que sentimentos desfalecer. Ando bem sem automóvel, mas sinto falta de uma charrete. Com um matungo que me criasse amizade, eu visitaria o vigário, o médico, o turco, o promotor que lê Victor Hugo, o italiano que tem uma horta, o ateu local, o criminoso da cadeia, todos eles muitos meus amigos. Se aqui não vou à igreja, lá pelo menos frequentaria a doçura do adro, olhando o cemitério em aclive sobre a encosta, emoldurado em muros brancos. Aqui jaz Paulo Mendes Campos. Por favor, engavetem-me com simplicidade do lado da sombra. É tudo o que peço. E não é preciso rezar por minha alma desgovernada. (Adaptado de: CAMPOS, Paulo Mendes. Balé do pato. São Paulo: Ática, 2012) Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 85 165 O termo que qualifica o substantivo na expressão “velho pai” tem sentido oposto àquele que qualifica o substantivo em: A) alma desgovernada. B) história exemplar. C) falsa condição. D) perversão coletiva. E) novos edifícios. Comentário: Questão de antônimos. O “termo que qualifica” é o adjetivo. “Velho” é o contrário de “novo”. e) novos edifícios. Gabarito: E 2. (FCC /MPE PB/2023) Leia o texto “Liberdade e necessidade ao revés”, de Eduardo Giannetti. “Por meios honestos se você conseguir, mas por quaisquer meios faça dinheiro”, preconiza – prenhe de sarcasmo – o verso de Horácio. Desespero, precisão ou cobiça, dentro ou fora da lei: o dinheiro nos incita a fazer o que de outro modo não faríamos. Suponha, entretanto, um súbito e imprevisto bafejo da fortuna – um prêmio lotérico, uma indenização milionária, uma inesperada herança. Quem continuaria a fazer o que faz para ganhar a vida caso não fosse mais necessário fazê-lo? Estamos acostumados a considerar o trabalho como algo a que nos sujeitamos, mais ou menos a contragosto, para obter uma renda – como um sacrifício ou necessidade imposta de fora; ao passo que o consumo é tomado como a esfera por excelência da livre escolha: o território sagrado para o exercício da nossa liberdade individual. A possibilidade de satisfazer, aindaque parcialmente, nossos desejos e fantasias de consumo se afigura como a merecida recompensa – ou suborno, diriam outros – capaz de atenuar a frustração e aliviar o aborrecimento de ocupações que de outro modo não teríamos e não nos dizem respeito. Daí que, na feliz expressão do jovem Marx, “o trabalhador só se sente ele mesmo quando não está trabalhando; quando ele está trabalhando, ele não se sente ele mesmo”. – Mas, se o mundo do trabalho está vedado às minhas escolhas e modo de ser; onde poderei expressar a minha individualidade? Impedido de ser quem sou no trabalho – escritório, chão de fábrica, call center, guichê, balcão –, extravaso a minha identidade no consumo – shopping, butique, salão, restaurante, showroom. Fonte de elã vital, o ritual da compra energiza e a posse ilumina a alma do consumidor. A compra de bens externos molda a identidade e acena com a promessa de distinção: ser notado, ser ouvido, ser tratado com simpatia, respeito e admiração pelos demais. Não o que faço, mas o que possuo – e, sobretudo, o que sonho algum dia ter – diz ao mundo quem sou. Servo impessoal no ganho, livre e soberano no gasto. (Adaptado de: GIANNETTI, Eduardo. Trópicos utópicos. São Paulo: Companhia das Letras, 2016) Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 86 165 O termo que qualifica o substantivo na expressão necessidade imposta (1o parágrafo) tem sentido oposto àquele que qualifica o substantivo em: a) Servo impessoal (2o parágrafo). b) inesperada herança (1o parágrafo). c) merecida recompensa (1o parágrafo). d) território sagrado (1o parágrafo). e) livre escolha (1o parágrafo). Comentário: O “termo que qualifica o substantivo” é o adjetivo “livre”. e) livre escolha (1o parágrafo). Aqui, o sentido é de “opção”, “vontade”; então, é o contrário de “imposta”, que indica coerção, obrigação. Gabarito: E 3. (FCC /COPERGÁS/2023) Para responder à questão, leia o texto abaixo. O escritor Joseph Conrad morreu em 3 de agosto de 1924, em sua casa de campo de Bishopsbourne, próximo a Canterbury. Tinha 66 anos, vinte dos quais passou navegando e outros trinta escrevendo. Conrad viveu num período de transição do capitalismo e do colonialismo britânico: a passagem da navegação a vela para a era do vapor. O seu mundo heroico é a civilização dos veleiros dos pequenos armadores, um mundo de clareza racional, de disciplina no trabalho, de coragem e dever contrapostos ao mesquinho espírito de lucro. A nova linguagem do mar, dos navios a vapor das grandes companhias, lhe parece sórdida e vil. Assim, quem ainda sonha com as antigas virtudes torna-se quixotesco ou se rende, arrastado para o outro polo da humanidade: os dejetos humanos, os agentes comerciais sem escrúpulos, os burocratas coloniais”, que Conrad contrapõe aos velhos comerciantes-aventureiros, românticos, como o seu personagem Tom Lingard. Naquele ambiente que frequentemente perpassa as páginas conradianas, a confiança nas forças do homem jamais desaparece. Mesmo distante de qualquer rigor filosófico, Conrad intuiu o momento crucial do pensamento burguês em que o otimismo racional perdia as últimas ilusões e uma erupção de irracionalismos e misticismos ganhava terreno. Conrad via o universo como algo obscuro e inimigo, mas a ele contrapunha as forças do homem, sua ordem moral e coragem. Perante uma avalanche caótica que lhe vinha em cima, uma concepção do mundo repleta de mistérios e desesperos, o Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 87 165 humanismo ateu de Conrad resiste e finca os pés. Foi um reacionário irredutível, mas hoje a sua lição só pode ser captada plenamente por quem reconhece a própria nobreza no trabalho, por quem sabe que aquele princípio de fidelidade que Conrad prezava sobremaneira não pode estar dirigido só para o passado. (Adaptado de: CALVINO, Ítalo. Por que ler os clássicos. São Paulo: Companhia das Letras, edição eletrônica) No 2º parágrafo, o adjetivo “quixotesco”, considerado no contexto em que se insere, traduz-se por A) sagaz. B) perverso. C) idealista. D) autônomo. E) indulgente. Comentário: Aqui, a referência cultural exigiria certo “conhecimento de mundo”. Dom Quixote é um personagem conhecido por perseguir valores morais ideais, salvar donzelas imaginárias, combater moinhos de vento imaginando neles gigantes terríveis. Este personagem é a representação romântica do idealismo moral. Portanto, “quixotesco=idealista”. Gabarito: C 4. (FCC / TRT 4ª REGIÃO / 2022) [Ritmos da civilização] Se um camponês espanhol tivesse adormecido no ano 1.000 e despertado quinhentos anos depois, ao som dos marinheiros de Colombo a bordo das caravelas Nina, Pinta e Santa Maria, o mundo lhe pareceria bastante familiar. Esse viajante da Idade Média ainda teria se sentido em casa. Mas se um dos marinheiros de Colombo tivesse caído em letargia similar e despertado ao toque de um iPhone do século XXI, se encontraria num mundo estranho, para além de sua compreensão. “Estou no Céu?”, ele poderia muito bem se perguntar, “Ou, talvez, no Inferno?” Os últimos quinhentos anos testemunharam um crescimento fenomenal e sem precedentes no poderio humano. Suponha que um navio de batalha moderno fosse transportado de volta à época de Colombo. Em questão de segundos, poderia destruir as três caravelas e em seguida afundar as esquadras de cada uma das grandes potências mundiais. Cinco navios de carga modernos poderiam levar a bordo o carregamento das frotas mercantes do mundo inteiro. Um computador moderno poderia facilmente armazenar cada palavra e número de todos os Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 88 165 documentos de todas as bibliotecas medievais, com espaço de sobra. Qualquer grande banco de hoje tem mais dinheiro do que todos os reinos do mundo pré-moderno reunidos. Durante a maior parte da sua história, os humanos não sabiam nada sobre 99,99% dos organismos do planeta – em especial, os micro-organismos. Foi só em 1674 que um olho humano viu um micro-organismo pela primeira vez, quando Anton van Leeuwenhock deu uma espiada através de seu microscópio caseiro e ficou impressionado ao ver um mundo inteiro de criaturas minúsculas dando volta em uma gota d’água. Hoje, projetamos bactérias para produzir medicamentos, fabricar biocombustível e matar parasitas. Mas o momento mais notável e definidor dos últimos 500 anos ocorreu às 5h29m45s da manhã de 16 de julho de 1945. Naquele segundo exato, cientistas norte-americanos detonaram a primeira bomba atômica em Alamogordo, Novo México. Daquele ponto em diante, a humanidade teve a capacidade não só de mudar o curso da história como também de colocar um fim nela. O processo histórico que levou a Alamogordo e à Lua é conhecido como Revolução Científica. Ao longo dos últimos cinco séculos, os humanos passaram a acreditar que poderiam aumentar suas capacidades se investissem em pesquisa científica. O que ninguém poderia imaginar era em que aceleração frenética tudo se daria. (Adaptado de: HARARI, Yuval Noah. Uma breve história da humanidade. Trad. Janaína Marcoantonio. Porto Alegre: L&PM, 2018, p. 257-259, passim) Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um segmento do texto em: A) em que aceleração frenética tudo se daria (4º parágrafo) = em que ritmo ousado ocorreriam. B) tivesse caído em letargia (1º parágrafo) = entrasse num estado letárgico C) sem precedentes no poderio humano (2º parágrafo) = sem previsão nos dotes humanitários. D) Durante a maior parte da sua história (3º parágrafo) = Ao longo da sua história mais típica E) o momentomais notável e definidor (4º parágrafo) = a instância mais solene e consumada Comentários: Letargia e Letárgico foi uma mera mudança de substantivo para adjetivo. São basicamente a mesma palavra. Sejamos objetivos nas demais: Frenético é diferente de ousado. Humano é diferente de humanitário. Maior é diferente de mais típica. Notável é diferente de solene. Gabarito letra B. Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 89 165 5. (FCC / SEDU-ES / 2022) Ponderação, a mais desmoralizada das virtudes Precisamos reabilitar a ponderação, nem que seja apenas como subproduto da perplexidade, aquilo que faz o marinheiro levar o barco devagar sempre que o nevoeiro é denso. Como ocorre em nosso tempo. O fogo selvagem que inflamou ao longo da história as turbas linchadoras do “diferente” que é visto como ameaça − corporificado em bruxas, negros, judeus, homossexuais, loucos, ciganos, gagos − é hoje condenado por (quase) todo mundo. No entanto, o mesmo fogo selvagem inflama as turbas linchadoras que se julgam investidas do direito sagrado de vingar bruxas, negros, judeus, homossexuais, loucos, ciganos, gagos etc. Quem acha que o primeiro fogo é ruim e o segundo é bom não entendeu nada. Representa um inegável avanço civilizatório a exposição, nas redes sociais, de comportamentos opressivos ancestrais que sempre estiveram naturalizados em forma de assédio, desrespeito, piadinhas torpes e preconceitos variados. Ao mesmo tempo, é um claro retrocesso que o avanço se dê à custa da supressão do direito de defesa e do infinito potencial de injustiça contido no poder supremo de um juiz sem rosto. (Sérgio Rodrigues, Folha de S. Paulo, 16/11/2017) Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um segmento do texto em: A) apenas como subproduto da perplexidade (1º parágrafo) = ainda que mero estímulo da inconformidade. B) se julgam investidas do direito sagrado (3º parágrafo) = creem investir contra leis sacramentais. C) um inegável avanço civilizatório (4º parágrafo) = um suposto progresso projetado. D) o avanço se dê à custa da supressão (4º parágrafo) = a progressão se faça ao preço da eliminação. E) infinito potencial de injustiça (4º parágrafo) = desmesurado atributo de ilegalidade. Comentários: Custa da supressão é o mesmo que o preço de suprimir, o preço de eliminar, o preço da eliminação. Letra D. Vejamos as demais: "apenas" é diferente de "ainda que"; "subproduto" é diferente de "estímulo" "investido de" é "titular de"; "investir contra" é atacar. "inegável" é algo sem dúvida; "suposto" é algo hipotético, duvidoso, são diferentes. Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 90 165 "injustiça" é diferente de "ilegalidade": por muito tempo, por exemplo, militares tinham privilégios no processo penal, servidores tinham vantagens tributárias... Nada disso nunca foi justo, mas não era ilegal, pois era previsto em lei. Gabarito letra D. 6. (FCC / PREF. RECIFE / 2022) O dono do pequeno restaurante é amável, sem derrame, e a fregueses mais antigos oferece, antes do menu, o jornal do dia “facilitado”, isto é, com traços vermelhos cercando as notícias importantes. Vez por outra, indaga se a comida está boa, oferece cigarrinho, queixa-se do resfriado crônico e pergunta pelo nosso, se o temos; se não temos, por aquele regime começado em janeiro, e de que desistimos. Também pelos filmes de espionagem, que mexem com ele na alma. Espetar a despesa não tem problema, em dia de barra pesada. Chega a descontar o cheque a ser recebido no mês que vem (“Falta só uma semana, seu Adelino”). Além dessas delícias raras, seu Adelino faculta ao cliente dar palpites ao cozinheiro e beneficiar-se com o filé mais fresquinho, o palmito de primeira, a batata feita na hora, especialmente para os eleitos. Enfim, autêntico papo-firme. Uma noite dessas, o movimento era pequeno, seu Adelino veio sentar-se ao lado da antiga freguesa. Era hora do jantar dele, também. O garçom estendeu-lhe o menu e esperou. Seu Adelino, calado, olhava para a lista inexpressiva dos pratos do dia. A inspiração não vinha. O garçom já tinha ido e voltado duas vezes, e nada. A freguesa resolveu colaborar: − Que tal um fígado acebolado? − Acabou, madame − atalhou o garçom. − Deixe ver… Assada com coradas, está bem? − Não, não tenho vontade disso − e seu Adelino sacudiu a cabeça. − Bem, estou vendo aqui umas costeletas de porco com feijão-branco, farofa e arroz… − Não é mau, mas acontece que ainda ontem comi uma carnezita de porco, e há dois dias que me servem feijão ao almoço − ponderou. A freguesa de boa vontade virou-se para o garçom: − Aqui no menu não tem, mas quem sabe se há um bacalhau a qualquer coisa? − pois seu Adelino (refletiu ela) é português, e como todo lusíada que se preza, há de achar isso a pedida. Da cozinha veio a informação: − Tem bacalhau à Gomes de Sá. Quer? − Pode ser isso − concordou seu Adelino, sem entusiasmo. Ao cabo de dez minutos, veio o garçom brandindo o Gomes de Sá. A freguesa olhou o prato, invejando-o, e, para estimular o apetite de seu Adelino: − Está uma beleza! − Não acho muito não − retorquiu, inapetente. O prato foi servido, o azeite adicionado, e seu Adelino traçou o bacalhau, depois de lhe ser desejado bom apetite. Em silêncio. Vendo que ele não se manifestava, sua leal conviva interpelou-o: − Como é, está bom? Com um risinho meio de banda, fez a crítica: − Bom nada, madame. Isso não é bacalhau à Gomes de Sá nem aqui nem em Macau. É bacalhau com batatas. E vou lhe dizer: está mais para sem gosto do que com ele. A batata me sabe a insossa, e o bacalhau salgado em demasia, ai! Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 91 165 A cliente se lembrou, com saudade vera, daquele maravilhoso Gomes de Sá que se come em casa de d. Concessa. E foi detalhando: − Lá em casa é que se prepara um legal, sabe? Muito tomate, pimentão, azeite de verdade, para fazer um molho pra lá de bom, e ainda acrescentam um ovo… Seu Adelino emergiu da apatia, comoveu-se, os olhos brilhando, desta vez em sorriso aberto: − Isso mesmo! Ovo cozido e ralado, azeitonas portuguesas, daquelas… Um santo, santíssimo prato! Mas, encarando o concreto: − Essa gente aqui não tem a ciência, não tem a ciência! − Espera aí, seu Adelino, vamos ver no jornal se tem um bom filme de espionagem para o senhor se consolar. Não tinha, infelizmente. (Adaptado de: ANDRADE, Carlos Drummond de. 70 histórias. São Paulo: Companhia das Letras, 2016, p. 110-111) Considerando-se o contexto, a substituição do termo sublinhado pelo indicado entre parênteses altera o sentido do seguinte trecho: A) os olhos brilhando, desta vez em sorriso aberto (franco) B) queixa-se do resfriado crônico (insignificante) C) Enfim, autêntico papo-firme (genuíno) D) sua leal conviva interpelou-o (fiel) E) Seu Adelino emergiu da apatia (indiferença) Comentários: Pessoal, em todas as alternativas, temos sinônimos adequados para a frase, de modo que a troca não afetaria o sentido. Isso não ocorre em: (B) queixa-se do resfriado crônico (insignificante) "crônico"= incurável, que dura muito tempo "insignificante"=irrelevante, sem significância. Gabarito letra B. 7. (FCC / PREF. RECIFE / 2022) Com um risinho meio de banda, fez a crítica: − Bom nada, madame. Isso não é bacalhau à Gomes de Sá nem aqui nem em Macau. É bacalhau com batatas. No contexto em que se insere, o termo “banda” deve ser entendido na seguinte acepção: A) conjunto de instrumentos de sopro e percussão. B) metade. Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU(Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 92 165 C) parte lateral; lado. D) tira de tecido usado como acabamento ou enfeite. E) grupo de seres ou de coisas; bando. Comentários: Aqui temos uma questão de polissemia, trabalhando as diversas acepções de "banda". O sorriso "de banda" é o sorriso dela, no canto da boca, um sorriso tímido. Gabarito letra C. 8. (FCC / PGE-AM / 2022) No 1º parágrafo, o narrador destaca a seguinte característica de Maria da Piedade: sua A) ingenuidade. B) impulsividade. C) melancolia. D) timidez. Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 93 165 E) hipocrisia. Comentários: Vejam a descrição de Maria: enamorou-se de uma viúva, senhora de condição mediana e parcos meios de vida; mas, tão acanhada, que os suspiros do namorado ficavam sem eco. Era "acanhada", ou seja, "tímida". Gabarito letra D. 9. (FCC / TRT 4ª REGIÃO / 2022) Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 94 165 O termo que qualifica o substantivo na expressão “povo concreto” (19º parágrafo) tem sentido oposto ao termo que qualifica o substantivo em: A) “cadeiras padronizadas” (19º parágrafo). B) “pessoa comum” (1º parágrafo). C) “poltronas deleitáveis” (19º parágrafo). D) “quadros abstratos” (19º parágrafo). E) “humildes pessoas” (25º parágrafo). Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 95 165 Comentários: Questão direta de antônimos: concreto é o oposto de abstrato. Um indica algo tangível, material, corpóreo; o outro indica algo intangível, imaterial, etéreo. Gabarito letra D. 10. (FCC / TRT 4ª REGIÃO / 2022) Utilize o texto da questão anterior é uma coisa que nasce com o indivíduo, ou não nasce, e jamais lhe será consubstancial (26º parágrafo) O termo sublinhado acima pode ser substituído, sem prejuízo para o sentido do texto, por: A) alheia B) intrínseca C) imposta D) aprazível E) benéfica Comentários: Questãozinha de semântica. O sentido de um vocábulo deve sempre ser considerado no contexto específico em que aparece. Vejamos: 1. Que é de uma única substância 2. Que tem a mesma natureza, a mesma constituição: "A unidade nas forças do universo é ali consubstancial com sua pluralidade." (Latino Coelho, Oração da coroa)) Considerando esses sentidos, o melhor sinônimo é "intrínseca", adjetivo que indica algo íntimo, que compartilha (-co) a mesma substância. Gabarito letra B. 11. (FCC / SEFAZ-SC / 2021) 5 DE JULHO DE 1955. Aniversário de minha filha Vera Eunice. Eu pretendia comprar um par de sapatos para ela. Mas o custo dos gêneros alimentícios nos impede a realização dos nossos desejos. Atualmente somos escravos do custo de vida. Eu achei um par de sapatos no lixo, lavei e remendei para ela usar. Eu não tinha um tostão para comprar pão. Então eu levei 3 litros e troquei com o Arnaldo. Ele ficou com os litros e deu-me pão. Fui receber o dinheiro do papel. Recebi 65 cruzeiros. Comprei 20 de carne. 1 quilo de toucinho e 1 quilo de açúcar e seis cruzeiros de queijo. E o dinheiro acabou-se. Passei o dia indisposta. Percebi que estava resfriada. À noite o peito doía-me. Comecei tossir. Resolvi não sair à noite para catar papel. Procurei meu filho João José. Ele estava na rua Felisberto de Carvalho, perto do mercadinho. O ônibus atirou um garoto na calçada e a turba afluiu-se. Ele estava no núcleo. Dei-lhe uns tapas e em 5 minutos ele chegou em casa. Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 96 165 Ablui as crianças e aleitei-as e ablui-me e aleitei-me. Esperei até às 11 horas, um certo alguém. Ele não veio. Tomei um melhoral e deitei-me novamente. Quando despertei o astro rei deslizava no espaço. A minha filha Vera Eunice dizia: − Vai buscar água, mamãe! (Adaptado de: JESUS, Carolina Maria de. Quarto de despejo: diário de uma favelada. São Paulo: Editora Ática, 1992, p. 9) Em O ônibus atirou um garoto na calçada e a turba afluiu-se (3º parágrafo), o verbo sublinhado está empregado na mesma acepção do verbo sublinhado em: A) O Amazonas aflui ao Atlântico. B) As lágrimas afluem-lhe aos olhos. C) Os torcedores fanáticos afluíram ao estádio. D) O sangue aflui em minhas veias. E) As estrelas afluíram no céu. Comentários: O texto que sugere que houve um acidente, e o povo (a turba) se aglomerou num ponto. Afluir significa: Ir ou dirigir-se, convergindo, a um lugar [int. : As fãs afluíram em grande quantidade Gabarito letra C. 12. (FCC / ALAP / ASS. LEGISLATIVO / 2020) Distribuição justa A justiça de um resultado distributivo das riquezas depende das dotações iniciais dos participantes e da lisura do processo do qual ele decorre. Do ponto de vista coletivo, a questão crucial é: a desigualdade observada reflete essencialmente os talentos, esforços e valores diferenciados dos indivíduos, ou, ao contrário, ela resulta de um jogo viciado na origem e no processo, de uma profunda falta de equidade nas condições iniciais de vida, da privação de direitos elementares ou da discriminação racial, sexual, de gênero ou religiosa?(...) (Adaptado de: GIANETTI, Eduardo. Trópicos utópicos. São Paulo: Companhia das Letras, 2016, p. 106) Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um segmento do texto em: A) dotações iniciais dos participantes (1º parágrafo) = licitações originais dos concorrentes. B) jogo viciado na origem e no processo (1º parágrafo) = processo fraudulento do acaso. C) falta de um mínimo de equidade (2º parágrafo) = carência de discriminação equivalente. D) envenena os valores da convivência (2º parágrafo) = corrompe a qualidade do convívio. E) de modo a ampliar seu leque (2º parágrafo) = por conta da aberta indisponibilidade. Comentários: A) INCORRETA. “dotações iniciais dos participantes” refere-se à condição financeira do cidadão. Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 97 165 B) INCORRETA. “jogo viciado na origem e no processo” refere-se ao comprometimento da equidade nas condições iniciais e no processo. C) INCORRETA. “falta de um mínimo de equidade” refere-se à falta de igualdade. D) CERTA. E) INCORRETA. “de modo a ampliar seu leque” refere-se a expandir o horizonte de escolhas possíveis. Gabarito letra D. 13. (FCC / ALAP / ASS. LEGISLATIVO / 2020) [O motor da preguiça] Acho que a verdadeira força motriz do desenvolvimento humano, a razão da superioridade e do sucesso do Homem, foi a preguiça. A técnica é fruto da preguiça. O que são o estilingue, a flecha e a lança senão maneiras de não precisar ir lá e esgoelar a caça ou um semelhante com as mãos, arriscando-se a levar a pior e perder a viagem? O que estaria pensando o inventor da roda senão no eventual desenvolvimento da charrete, que, atrelada a um animal menos preguiçoso do que ele, o levaria a toda parte sem que ele precisasse correr ou caminhar? Toda a história das telecomunicações, desde os tambores tribais e seus códigos primitivos até os sinais da TV e a internet, se deve ao desejo humano de enviar a mensagem em vez de ir entregá-la pessoalmente. A fome de riqueza e poder do Homem não passa da vontade de poder mandar os outros fazerem o que ele tem preguiça de fazer, seja de trazer os seus chinelosou construir suas pirâmides. A química moderna é filha da alquimia, que era a tentativa de ter o ouro sem ter que procurá-lo, ou trabalhar para merecê-lo. A física e a filosofia são produtos da contemplação, que é um subproduto da indolência e uma alternativa para a sesta, A grande arte também se deve à preguiça. Não por acaso, o que é considerada a maior realização da melhor época da arte ocidental, o teto da Capela Sistina, foi feita pelo Michelangelo deitado. Marcel Proust escreveu Em busca do tempo perdido deitado. Vá lá, recostado. As duas maiores invenções contemporâneas, depois do antibiótico e do microchip, que são a escada rolante e o manobrista, devem sua existência à preguiça. E nem vamos falar no controle remoto. (Adaptado de: VERISSIMO, Luis Fernando. O mundo é bárbaro. Rio de Janeiro: Objetiva, 2008, p. 54-55) Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um segmento do texto em: A) verdadeira força motriz do desenvolvimento (1º parágrafo) = real intenção do progresso. B) arriscando-se a levar a pior (1º parágrafo) = expondo-se aos imprevistos. C) são produtos da contemplação (3º parágrafo) = tornam-se produtivamente visíveis. D) uma alternativa para a sesta (3º parágrafo) = uma alternância de repouso. E) um subproduto da indolência (3º parágrafo) = um efeito secundário da preguiça. Comentários: Vejamos as alternativas: A) ERRADA. "Força motriz" não pode ser substituída por “intenção de progresso”. B) ERRADA. "Levar a pior" não tem o mesmo sentido de "imprevistos". C) ERRADA. "Contemplação" é algo mais abrangente do que algo “visível”. Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 98 165 D) ERRADA. "Alternância" (duas coisas acontecem se alternando) é diferente de “alternativa” (isso ou aquilo). E) CERTA. Gabarito letra E. 14. (FCC / SEPLAG RECIFE / ANA. DE GESTÃO CONTÁBIL / 2019) O futuro de uma desilusão A ilusão de que uma metafísica calcada na ciência permitiria banir o mistério do mundo caducou − e agora? O que nos resta fazer? Não se pode esperar da ciência respostas a inquietações que estão constitutivamente além de seu horizonte de possibilidades. A ciência só se coloca problemas que ela é capaz, em princípio, de resolver, ou seja, questões que se prestam a um tratamento empírico-dedutivo e cujas respostas admitem a possibilidade da refutação. Há um equívoco em abordar as extraordinárias conquistas do método científico com o olhar expectante da busca religiosa ou metafísica. Ao mesmo tempo, contudo, parece simplesmente descabida, além de irrealista, a pretensão de se limitar a esfera do que é pertinente inquirir à província da investigação científica, como se a ciência gozasse da prerrogativa de definir ou demarcar o âmbito do que há para ser explicado no mundo. Uma coisa é dizer que o animal humano partilha dos mesmos objetivos básicos − sobreviver e reproduzir − das demais formas de vida; outra, muito distinta, é afirmar que “nenhuma espécie, inclusive a nossa, possui um propósito que vá além dos imperativos criados por sua história genética” e que, portanto, a espécie humana “carece de qualquer objetivo externo à sua própria natureza biológica”: pois, ao dar esse passo, saltamos da observação ao decreto e da constatação ao cerceamento da busca. A teima interrogante do saber não admite ser detida e barrada, como contrabando ou imigrante clandestino, pela polícia da fronteira na divisa onde findam os porquês da ciência. (Adaptado de: GIANETTI, Eduardo. Trópicos utópicos. São Paulo: Companhia das Letras, 2016, p. 37-38) Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um segmento do texto em: A) uma metafísica calcada na ciência (1º parágrafo) = uma imaginação adversa ao método científico. B) admitem a possibilidade da refutação (1º parágrafo) = sancionam a hipótese da reiteração. C) a esfera do que é pertinente inquirir (2º parágrafo) = o círculo do que se admite refutar. D) demarcar o âmbito (2º parágrafo) = destituir o alvo visado. E) A teima interrogante do saber (3º parágrafo) = A obstinada investigação do conhecimento. Comentários: Vejamos as alternativas: A) ERRADA. Não há relação de sentido entre “metafísica fundamentada na ciência” e “imaginação contrária ao método científico”. B) ERRADA. “Refutar” significa rejeitar, e não reiterar. C) ERRADA. “Inquirir” significa averiguar, e não refutar. D) ERRADA. “Demarcar” significa delimitar, e não destituir. E) CERTA. Gabarito letra E. Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 99 165 15. (FCC / SEPLAG RECIFE / ANA. DE GESTÃO CONTÁBIL / 2019) [Cartas sem resposta] Deixamos na terra natal, além de recordações plantadas no ar, pessoas de saúde frágil e idade avançada, às quais prometemos que nossa visita não vai demorar. Mesquinhas preocupações, cansaço, displicência, tédio de viajar por lugares muito sabidos, cisma de avião, tudo isso e pequenos motivos nos afastam da nossa promessa. Acabamos escrevendo apenas cartas. Cartas, cartas! Repetem mecanicamente um carinho que devia ser cálido e físico, carregam abstrações, sombra de beijos, não beijos. E chega um dia em que já não recebemos cartas em resposta às que continuamos a mandar. (Adaptado de: ANDRADE, Carlos Drummond. Fala, amendoeira. São Paulo: Companhia das Letras, 2012, p. 167/168) Expressa-se no texto uma clara oposição de sentido entre os elementos: A) recordações plantadas no ar / pessoas de saúde frágil B) Mesquinhas preocupações / tédio de viajar C) cálido e físico / sombra de beijos D) Repetem mecanicamente / carregam abstrações E) displicência / pequenos motivos. Comentários: Vejamos as alternativas: A) ERRADA. Os termos são antecedidos por “além de”, o que revela uma relação de adição. B) ERRADA. Ambos os trechos estão sendo somados no texto. Para confirmar, olhe para a expressão “tudo isso” após esses trechos. C) CERTA. A oposição é construída entre “físico” e “abstrações”. D) ERRADA. Os trechos estão em uma relação de adição: são funções das cartas. E) ERRADA. Os trechos se complementam como razões pelas quais as pessoas se afastam das promessas. Gabarito letra E. 16. (FCC / SEPLAG RECIFE / ASS. DE GESTÃO PÚBLICA / 2019) Um fragmento do texto tem seu conteúdo expresso em outras palavras em: A) se rebelou contra a mobilização de Oswaldo Cruz... (4º parágrafo) / foi ao encontro da campanha de Oswaldo Cruz... B) protagonizada pela população... (4º parágrafo) / submetida aos cidadãos... C) Há que reverter o processo. (5º parágrafo) / É fato que o processo recrudesce. D) atribuem o desleixo a duas causas. (2º parágrafo) / imputam a negligência a duas causas. E) apunhalam o individual e o coletivo. (3º parágrafo) / sublimam o pessoal e o impessoal. Comentários: Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 100 165 a) “Ir ao encontro de” é ir no mesmo sentido, concordar, não tem sentido de rebelar-se. A expressão “Ir de encontro A” é que traz sentido de choque, oposição. b) “protagonizar” tem sentido ativo; “submetida” tem sentido passivo. c) “reverter” é “modificar para o contrário”; “recrudescer” é tornar mais grave, mais intenso. d) Correta. e) “apunhalar” é estocar com punhal; em sentido figurativo é “trair”, “prejudicar”; “sublimar” é fazer sublime. Não há relação entre os vocábulos. Gabarito letra D. 17. (FCC / ISS-MANAUS / TÉCNICO DE TI / 2019) Darwin nos trópicos Ao desembarcar no litoral brasileiro em 1832, na baía de Todos os Santos, o grande cientista Darwin deslumbrou-se com a natureza nos trópicos e registrou em seu diário: “Creio, depois do que vi,que as descrições gloriosas de Humboldt* são e sempre serão inigualáveis: mas mesmo ele ficou aquém da realidade”. Mas a paisagem humana, ao contrário, causou-lhe asco e perplexidade: “Hospedei-me numa casa onde um jovem escravo era diariamente xingado, surrado e perseguido de um modo que seria suficiente para quebrar o espírito do mais reles animal.” O mais surpreendente, contudo, é que a revolta não o impediu de olhar ao redor de si com olhos capazes de ver e constatar que, não obstante a opressão a que estavam submetidos, a vitalidade e a alegria de viver dos africanos no Brasil traziam em si a chama de uma irrefreável afirmação da vida. Darwin chegou mesmo a desejar que o Brasil seguisse o exemplo da rebelião escrava do Haiti. Frustrou-se esse desejo de uma rebelião ao estilo haitiano, mas confirmou-se sua impressão: a África salva o Brasil. Respeitando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um segmento do texto em: A) descrições gloriosas (1º parágrafo) = impressões empenhadas. B) causou-lhe asco e perplexidade (1º parágrafo) = submeteu-o a relutantes sentimentos. C) suficiente para quebrar o espírito (1º paragrafo) = disponível para aquebrantar o humor. D) olhos capazes de ver e constatar (2º parágrafo) = olhos dispostos a analisar e discorrer. E) chama de uma irrefreável afirmação (2º parágrafo) = ardor de uma incontida positivação. Comentários: Vejamos: A) Incorreto. Glória e Empenho são noções bem diferentes. Além disso, nem toda impressão é uma descrição. A descrição serve normalmente para transmitir as impressões. B) Incorreto. “Asco” é nojo; “perplexidade” é extrema surpresa; são sentimentos bem específicos. C) Incorreto. “Disponível” é aquilo que você tem, algo de que pode dispor; “suficiente” é sinônimo de “o bastante”. D) Incorreto. Ser capaz não é necessariamente estar disposto. Somos capazes de acordar 5 horas da manhã para correr no sol quente, mas poucos estão dispostos a fazê-lo rs... Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 101 165 E) Correto. Ardor é sentimento que arde, que queima, daí a associação com “chama”. “Irrefreável” é algo que não e pode parar, não se pode conter. Gabarito letra E. 18. (FCC / SEGPLAN-MANAUS / TÉCNICO FAZENDÁRIO / 2019) Disseminação da violência A violência não se administra nem admite negociação: é da sua natureza impor a força como método. Sua lógica final é a adoção da barbárie. As instituições humanas existem para regulamentar nossos ímpetos, disciplinar nossas ações, impedir que se chegue à supremacia da violência. São chamados justamente de “supremacistas” (um neologismo, para atender a uma necessidade de nossos tempos violentos) aqueles que querem se impor pela força bruta, alcançar um poder hegemônico. Apoiam-se eles em ideologias que cantam a superioridade de uma etnia, de uma cultura, de uma classe social, de uma seita religiosa. Acabam por fazer de sua brutalidade primitiva uma “instituição” organizada pelo princípio brutal da lei do mais forte. Talvez em nenhuma outra época foi tão premente a necessidade de se fortalecerem as instituições que de fato trabalham a favor do homem, da coletividade, do interesse público. A profusão e a difusão das chamadas redes sociais puseram a nu a violência que está em muitos e que já não se envergonha de si mesma, antes se proclama e se propaga com inaudito cinismo. Estamos todos diante de um grande espelho público e anônimo, onde se projeta o que se é ou o que se quer ser. Admirável como conquista tecnológica, a expansão da internet ainda não encontrou os meios necessários para canalizar acima de tudo os impulsos mais generosos, que devem reger nossa difícil caminhada civilizatória. (Aníbal Tolentino, inédito) Um segmento do texto tem seu sentido adequadamente traduzido em: A) é da sua natureza impor a força (1º parágrafo) = é normal impor-se a força à natureza. B) alcançar um poder hegemônico (1º parágrafo) = atingir uma potência soberana. C) A profusão e a difusão (2º parágrafo) = O provimento e a propensão. D) puseram a nu a violência (2º parágrafo) = acobertaram a força bruta. E) para canalizar acima de tudo os impulsos (2º parágrafo) = a fim de se abeirar das necessidades. Comentários: Vejamos: A) ERRADA. Diferença sutil: “ser da sua natureza” não é o mesmo que “ser normal”. O primeiro tem o aspecto pessoal que se perde com a expressão “é normal”. B) CERTA. “Poder hegemônico” e “potência soberana” são sinônimos. C) ERRADA. “Profusão” significa abundância, e não “provimento”. Da mesma forma que “difusão” não se relaciona com “propensão”. D) ERRADA. “Puseram a nu” e “acobertaram” possuem relação de antonímia. E) ERRADA. “Canalizar” tem o sentido de direcionar, e não “abeirar” (tangenciar). Gabarito letra B. Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 102 165 19. (FCC / DETRAN-SP / AGENTE DE TRÂNSITO / 2019) O paradoxo da promessa Em que circunstâncias alguém se exalta e defende com ardor uma opinião? “Ninguém sustenta fervorosamente que 7 x 8 = 56, pois se pode demonstrar que isso é uma verdade”, observa Bertrand Russel. O ânimo persuasivo só recrudesce e lança mão das artes e artimanhas da retórica apaixonada quando se trata de incutir opiniões que são duvidosas ou demonstravelmente falsas. O mesmo vale para o ato de prometer alguma coisa. O simples fato de que uma promessa precisa ser feita com toda a ênfase indica a existência de dúvida quanto à sua concretização. Só prometemos acerca do que exige um esforço extra da vontade. E quanto mais solene ou enfática a promessa – “Te juro, meu amor, agora é pra valer!” – mais duvidosa ela é: protesting too much (‘proclamar excessivo’), como dizem os ingleses. “Só os deuses podem prometer, porque são imortais”, adverte o poeta. (Adaptado de: GIANETTI, Eduardo. Trópicos utópicos. São Paulo: Companhia das Letras, 2016, p. 26) Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um segmento do texto em: A) se exalta e defende com ardor (1° parágrafo) = arrebata-se e sustenta com paixão. B) ânimo persuasivo só recrudesce (1° parágrafo) = intenção retórica só se arrefece. C) lança mão das artes e artimanhas (1° parágrafo) = exclui a força artesanal convincente. D) dúvida quanto à sua concretização (2° parágrafo) = projeção da fé em sua efetividade. E) quanto mais solene ou enfática (2° parágrafo) = tanto mais sincera quanto consciente. Comentários: A) CERTA. B) ERRADA. “Recrudescer” significa tornar-se intenso, o oposto de “arrefecer”. C) ERRADA. "Lançar mão" e "excluir" não podem ser consideradas sinônimos. D) ERRADA. "Dúvida" e "projeção de fé" têm sentidos antônimos. E) ERRADA. "Solene" e "sincera" não possuem relação de sentido. Gabarito letra A. 20. (FCC / DETRAN-SP / AGENTE DE TRÂNSITO / 2019) Olhador de anúncio Eis que se aproxima o inverno, pelo menos nas revistas, cheias de anúncios de cobertores, lãs e malhas. O que é o desenvolvimento! Em outros tempos, se o indivíduo sentia frio, passava na loja e adquiria os seus agasalhos. Hoje são os agasalhos que lhe batem à porta, em belas mensagens coloridas. E nunca vêm sós. O cobertor traz consigo uma linda mulher, que se apresenta para se recolher debaixo de sua “nova textura antialérgica”, e a legenda: “Nosso cobertor aquece os corpos de quem já tem o coração quente”. A mulher parece convidar-nos: “Venha também”. Ficamos perturbados. (...) Não, a mulher absolutamente não faz parte do cobertor, que é que o senhor estava pensando? Nem adianta telefonar para a loja ou agência de publicidade, pedindo o endereço da moça do Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br14964078655 - Matheus C C Riani 103 165 cobertor antialérgico. Modelo fotográfico é categoria profissional respeitável, como qualquer outra. Tome juízo, amigo. E leve só o cobertor. São decepções do olhador de anúncios. Em cada anúncio uma sugestão erótica. Identificam-se o produto e o ser humano. A tônica do interesse recai sobre este último? É logo desviada para aquele. Operada a transferência, fecha-se o negócio. O erotismo fica sendo agente de vendas. Pobre Eros! Fizeram-te auxiliar de Mercúrio (*). (Adaptado de: ANDRADE, Carlos Drummond. O poder ultrajovem. São Paulo: Companhia das Letras, 2015, p. 167) Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um segmento do texto em: A) Eis que se aproxima o inverno (1º parágrafo) = A estação do frio é iminente. B) E nunca vêm sós (2° parágrafo) = Jamais se deixam acompanhar. C) é categoria profissional respeitável (3° parágrafo) = trata-se de profissão requisitada. D) Em cada anúncio uma sugestão erótica (4° parágrafo) = Cada propaganda erótica assim se anuncia. E) A tônica do interesse recai (4° parágrafo) = O desejo despertado investe. Comentários: A) CERTA. “Eis que” remete a algo iminente, prestes a acontecer. B) ERRADA. O advérbio “jamais” modifica o sentido original do trecho. C) ERRADA. “Requisitada” significa estado daquilo que é solicitado, requerido. Não há relação com “respeitável”. D) ERRADA. Não é possível estabelecer uma relação entre as duas orações: elas possuem significados diferentes. "Cada propaganda erótica assim se anuncia" não possui uma afirmação completa, pois não há a referência de “assim”. E) ERRADA. “Tônica” e “desejo” não podem ser considerados sinônimos. Gabarito letra A. 21. (FCC / SABESP / ENSINO MÉDIO / 2019) Depois que as legiões romanas conquistavam um território, ele recebia o nome de “província”. Para essa província eram enviados muitos cidadãos romanos: pequenos funcionários públicos, soldados, agricultores, comerciantes, artesãos... enfim, gente do povo que ia colonizar as novas terras conquistadas para o Império. Ora, essa gente do povo não falava o latim clássico, o latim dos grandes oradores, dos poetas e dos filósofos. Falava, sim, um latim simplificado, com regras mais flexíveis, mais práticas que as do latim clássico. Esse latim do povo recebeu o nome de “latim vulgar”. Foi esse latim vulgar que os habitantes originais das províncias conquistadas aprenderam, pois seu contato era muito maior com os romanos simples do que com as camadas sociais mais altas do Império. E foi desse latim vulgar que surgiram, com o passar do tempo, todas as línguas “românicas”, entre as quais o português. (Adaptado de: BAGNO, Marcos. A língua de Eulália: novela sociolinguística. 12ₐ ed. São Paulo, Contexto, 2003, p. 41) ... pois seu contato era muito maior com os romanos simples do que com as camadas sociais mais altas do Império. Mantém-se o sentido do trecho acima substituindo-se o termo sublinhado por: Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 104 165 A) porque B) portanto C) porém D) então E) mas. Comentários: No contexto, o termo "pois" é uma conjunção explicativa, da mesma forma que “porque”. “Portanto” e “então” têm valor conclusivo, “porém” e “mas” são conjunções adversativas. Portanto, Gabarito letra A. 22. (FCC / SABESP / ENSINO MÉDIO / 2019) Zeus lhe deu permissão para botar os ovos no colo dele. Ao ver isso, o escaravelho fez uma pelota de esterco, voou até alcançar o colo de Zeus e soltou-a lá. Ao ver isso, o escaravelho fez uma pelota de esterco, voou até alcançar o colo de Zeus e soltou-a lá. O trecho em negrito pode ser substituído, sem prejuízo para o sentido, por A) Ainda que viu B) Quando viu C) À medida que viu D) Enquanto viu E) Assim como viu. Comentários: Note que a oração reduzida de infinitivo “Ao ver isso” remete a uma relação temporal com a oração principal. Por isso, a única alternativa que traz uma conjunção temporal é a Letra B: “quando viu”. Portanto, Gabarito letra B. 23. (FCC / AFAP / ADVOGADO / 2019) [Vocação de professor] Escritor nas horas vagas, sou professor por vocação e destino. “A quem os deuses odeiam, fazem-no pedagogo”, diz o antigo provérbio; assim, pois, dando minhas aulas há tantos anos, talvez esteja expiando algum crime que ignoro, cometido porventura nalguma existência anterior. Apesar disso, não tenho maiores queixas de um ofício que, mantendo-me sempre no meio dos moços, me dá a ilusão de envelhecer menos rapidamente do que aqueles que passam a vida inteira entre adultos solenes e estereotipados. Outra vantagem da minha profissão principal é fornecer material copioso para a profissão acessória. Se fosse ficcionista, que mina não teria à mão no mundo da adolescência, mina ainda insuficientemente explorada e cheia de tesouros! Mas, como não sou ficcionista, utilizo-me desse cabedal apenas para observação e reflexão; às vezes o aproveito nalgum monólogo inócuo, como este. Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 105 165 (Adaptado de: RÓNAI, Paulo. Como aprendi o Português e outras aventuras. Rio de Janeiro: Edições de Janeiro, 2014, p. 109) Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um segmento do texto em: A) fazem-no pedagogo (1º parágrafo) = incentivam-no a ser um educador. B) expiando algum crime que ignoro (1º parágrafo) = focalizando algum deslize insuspeito. C) cometido porventura (1º parágrafo) = desempenhado afortunadamente. D) fornecer material copioso (2º parágrafo) = implementar objetiva medida. E) utilizo-me desse cabedal (2º parágrafo) = lanço mão dessa riqueza. Comentários: Não tem jeito, pessoal. Algumas questões dependem estritamente de seu vocabulário, algo que só se adquire com leitura regular e conhecimento de mundo. Apliquemos análises semânticas diretas. Vejamos: A) Incorreto. Nem todo educador é pedagogo, não são sinônimos. B) Incorreto. O verbo “expiar” significa redimir-se de uma culpa, não tem relação com foco. C) Incorreto; “porventura” é um advérbio que equivale a “talvez”; “afortunadamente” significa “que ocorre por/com sorte”. D) Incorreto; “copioso” significa “abundante”, “farto”; não é sinônimo de “objetivo”. E) Correto; “cabedal” significa justamente: Conjunto de bens e riquezas materiais... Gabarito letra E. 24. (FCC / BANRISUL / ESCRITURÁRIO / 2019) A chave do tamanho O antes de nascer e o depois de morrer: duas eternidades no espaço infinito circunscrevem o nosso breve espasmo de vida. A imensidão do universo visível com suas centenas de bilhões de estrelas costuma provocar um misto de assombro, reverência e opressão nas pessoas. “O silêncio eterno desses espaços infinitos me abate de terror”, afligia-se o pensador francês Pascal. Mas será esse necessariamente o caso? O filósofo e economista inglês Frank Ramsey responde à questão com lucidez e bom humor: “Discordo de alguns amigos que atribuem grande importância ao tamanho físico do universo. Não me sinto absolutamente humilde diante da vastidão do espaço. As estrelas podem ser grandes, mas não pensam nem amam – qualidades que impressionam bem mais do que o tamanho. Não acho vantajoso pesar quase cento e vinte quilos”. Com o tempo não é diferente. E se vivêssemos, cada um de nós, não apenas um punhado de décadas, mas centenas de milhares ou milhões de anos? O valor da vida e o enigma da existência renderiam, por conta disso, os seus segredos? E se nos fosse concedida a imortalidade, isso teria o dom de aplacar de uma vez por todas o nosso desamparo cósmico e as nossas inquietações? Não creio. Mas o enfado, para muitos, seria difícil de suportar. (Adaptado de: GIANETTI, Eduardo. Trópicos utópicos. São Paulo: Companhia das Letras, 2016, p. 35) Considerando-seo contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um segmento do texto em: Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 106 165 A) circunscrevem o nosso breve espasmo (1º parágrafo) = retificam nosso rápido incômodo B) misto de assombro, reverência e opressão (1º parágrafo) = contrição de susto, desassombro e restrição C) responde à questão com lucidez e bom humor (2º parágrafo) = elucida a pergunta com irreverência imaginosa D) renderiam (...) os seus segredos? (3º parágrafo) = revelariam os seus mistérios? E) teria o dom de aplacar de uma vez (3º parágrafo) = traria o mérito de retribuir no ato Comentários: “render” é entregar, então “render os seus segredos” equivale a “revelar os seus mistérios”. Nas demais alternativas, vamos perceber que há palavras tão diversas que não há qualquer equivalência semântica. a) Circunscrever= delimitar x retificar=corrigir b) misto= mistura, combinação x contrição=sentimento de culpa c) lucidez=bom senso x irreverência= ausência de respeito a alguma coisa e) aplacar=acalmar, tornar mais brando x retribuir=devolver Gabarito letra D. 25. (FCC / BANRISUL / ESCRITURÁRIO / 2019) Demonstra-se boa compreensão de um segmento do texto no seguinte caso: A) Se, para contrabalançar minhas lacunas, me houvesse Deus concedido o (...) dom = caso Deus tivesse compensado minhas falhas agraciando-me com o talento B) o próprio retratado com todos seus pés-de-galinha minuciosamente contadinhos = o fotógrafo mesmo, que não poupa detalhes, perde-se ao contar minúcias C) com a qual jamais poderemos competir em matéria de objetividade = com cuja materialidade nem mesmo sendo objetivos havemos de tratar D) Não sei por que motivo há de a gente desenhar tão objetivamente as coisas = Não vejo razão para renunciarmos à objetividade quando desenhamos E) O restante eu transfiguraria em conformidade com meu desejo de fantasia = O que sobrasse eu dispensaria para poder fazer jus ao meu critério de artista Comentários: Contrabalançar lacunas tem sentido de “compensar uma falta”, equilibrar uma ausência. Como “tivesse” e “houvesse” são verbos auxiliares equivalentes na formação do pretérito mais-que-perfeito, a letra A traz uma perfeita equivalência. b) essa passagem fala do pintor, não do fotógrafo. c) matéria (assunto) é diferente de materialidade (característica do que é concreto). d) as redações têm sentido contrário: renunciar à objetividade é justamente não desenhar objetivamente. e) transfigurar é transformar, diferente de dispensar (abrir mão). Gabarito letra A. Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 107 165 26. (FCC / METRÔ-SP / AGENTE DE SEGURANÇA / 2019) Quem fala português não se limita a comer, a gente também gosta de falar sobre comida. Sendo duas coisas diferentes, na verdade são a mesma. A língua portuguesa tem um valor nutritivo que as outras não têm. Creio que é possível engordar a falar de comida em português. Vai uma linguicinha? E se amanhã fizéssemos um costelão? Boa sorte a traduzir estas perguntas para inglês, francês ou alemão. Eles sabem (vagamente) o que é linguiça e costela. Mas nunca hão de saber o que é uma linguicinha e um costelão. Sem esses nomes, o sabor é diferente. Já tenho tomado refeições com gente que fala outras línguas e nunca vi nada parecido. Numa mesa de falantes de português, come-se, recordam-se refeições passadas e projetam-se refeições futuras. Falantes de português, depois de terem comido uma feijoada, recordam uma moqueca capixaba que comeram em 1987 e planejam o acarajé que vão fazer para o jantar do dia seguinte. A gente ama através da comida — e é um amor bruto, que é o único amor que vale a pena. Dizemos coisas que, apesar de carinhosas, estão bastante próximas do universo do crime. Por exemplo: “Você não sai daqui sem provar este vatapá”. Isso é vocabulário de sequestrador. Contudo, é ternura. (Adaptado de: PEREIRA, Ricardo A. “Uma série de séries”. 08/09/19. Disponível em: www1.folha.uol.com.br) O termo “bruto” (2º parágrafo) pode ser substituído, sem prejuízo do sentido, por: A) mal-acabado. B) irrefletido. C) singelo. D) desagradável. E) Indignado. Comentários: Retomando o texto, temos que: "A gente ama através da comida — e é um amor bruto, que é o único amor que vale a pena.” Note que “amor bruto", por mais estranho que parece, é algo positivo, pois “vale a pena”. Com essa ideia em mente, é possível de cara desconsiderar as Letras (A), (D) e (E). “Singelo” significa comum, corriqueiro. Não cabe no texto, pois desde o início é tratada a forma diferente dos falantes de português em relação à comida. Por fim, “irrefletido” significa algo que não pondera, que não faz reflexão, exagerado. É a alternativa correta, pois traz o sentido do restante do texto. Gabarito letra B. 27. (FCC / SEPLAG RECIFE / ANA. DE GESTÃO CONTÁBIL / 2019) Tempo é dinheiro O primeiro relógio mecânico de que se tem registro − um artefato movido pelo escoamento da água sobre uma roda – foi inventado no século VIII por um matemático e monge budista chinês chamado Yi Xing. Mas, quando os missionários jesuítas portugueses introduziram na China, no século XVI, o relógio mecânico acionado por pesos e cordas, a novidade provocou sensação e assombro na corte imperial. Mais do que qualquer outra novidade tecnológica Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 108 165 europeia, o aparelho deslumbrou os até então reticentes chineses não só pelo engenho e precisão, mas como fonte de enlevo e contemplação. Os relógios europeus foram recebidos pelos chineses como um convite, um estímulo à meditação sobre o fluxo da existência, e foram tratados como verdadeiros brinquedos metafísicos. Jamais lhes ocorreu, porém, a ideia de tirar proveito daquele dispositivo visando disciplinar a jornada de trabalho, impor o ritmo dos negócios ou pautar a circulação das riquezas entre os consumidores. (Adaptado de: GIANETTI, Eduardo. Trópicos utópicos. São Paulo: Companhia das Letras, 2016, p. 154) Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um segmento do texto em: A) um artefato movido pelo escoamento da água (1º parágrafo) = um engenho apto a refluir a água. B) a novidade provocou sensação e assombro (1º parágrafo) = a originalidade impactou e atemorizou. C) os até então reticentes chineses (1º parágrafo) = os chineses àquela altura exultantes. D) estímulo à meditação sobre o fluxo da existência (2º parágrafo) = motivo para apreender os impactos da vida. E) pautar a circulação das riquezas (2º parágrafo) = regular o fluxo dos bens econômicos. Comentários: Vejamos: A) Incorreto. Ser movido por água significa que a água é que alimenta o artefato; é diferente de ser “apto a refluir” água, que indica uma capacidade do aparelho, não sua fonte de movimento. B) Incorreto. Cuidado: novidade é diferente de originalidade. Todo dia se cria coisa nova, mas raramente são originais. C) Incorreto. “Reticente” é “hesitante”, “vacilante”, “incerto”; “exultante” é o um estado de grande alegria, de euforia. D) Incorreto. “meditar” é pensar detidamente em algo; “apreender” é entender, compreender. Não são sinônimos, você pode meditar a vida toda sobre uma questão e nunca compreendê-la. E) Correto. No contexto, as “riquezas” de um país foi utilizado no sentido de “a produção” daquele país, seus produtos econômicos. Então, há equivalência de sentido. Gabarito letra E. 28. (FCC / CÂMARA DE FORTALEZA / BIBLIOTECÁRIO / 2019) Em 1925, um estudante de farmácia e jovem poeta que assinava Carlos Drummond publicou um artigo afirmandoque, em relação a Machado de Assis, o melhor a fazer era repudiá-lo. Cheio de ímpeto juvenil, considerava o criador de Brás Cubas um “entrave à obra de renovação da cultura geral”. Na correspondência que manteve com Mário de Andrade nas décadas de 1920 e 1930, Machado também teria papel crucial no embate acerca da tradição. Nas cartas, o escritor volta e meia surge como encarnação de um passado a ser descartado. Décadas mais tarde, em 1958, Drummond publicou o poema “A um bruxo, com amor”, uma das mais belas homenagens de escritor para escritor na literatura brasileira. Um único verso dá a medida do elogio: “Outros leram da vida um capítulo, tu leste o livro inteiro”. O poema Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 109 165 compõe-se de frases do escritor, cujo cinquentenário de morte então se comemorava. O poeta maduro, que agora assinava Carlos Drummond de Andrade, emprestava palavras do próprio Machado para compor um epíteto que ganharia ampla circulação, o “bruxo do Cosme Velho”. O que teria se passado com Drummond para mudar tão radicalmente de posição? Harold Bloom descreve as razões que marcam a relação entre escritores de diferentes gerações. O processo passa pela ironia do mais jovem em relação ao seu precursor; pelo movimento que marca a construção de um sublime que se contrapõe ao do precursor; e, finalmente, pela reapropriação do legado. A assimilação dificultosa do passado é também um processo vivido pela geração de Drummond. Os antepassados foram vistos muitas vezes como obstáculos aos desejos de renovação que emergiram a partir da década de 1910 em vários pontos do Brasil. E tanto no âmbito individual como no geracional, Machado surge como emblema do antigo. Alguém que fora sepultado com os elogios fúnebres de Rui Barbosa e Olavo Bilac não podia deixar de ser uma pedra no caminho para escritores investidos do propósito de romper com as convenções. Até Drummond chegar à declaração de respeito, admiração e amor, foi um longo percurso. Pouco a pouco, Machado deixa de ser ameaça para se tornar uma presença imensa que ocupa a imaginação do poeta. (Adaptado de: GUIMARÃES, Hélio de Seixas. Amor nenhum dispensa uma gota de ácido. São Paulo: Três Estrelas, 2019, p. 9-30.) Está mantido o sentido de um segmento do texto em: A) encarnação de um passado a ser descartado = personificação a ser considerada B) embate acerca da tradição = ação arraigada no passado C) assimilação dificultosa = difícil incorporação D) reapropriação do legado = renovação do domínio E) propósito de romper com as convenções = desejo de padronização das tradições. Comentários: Vejamos as alternativas: A) ERRADA. “encarnação de um passado a ser descartado” e “personificação a ser considerada” têm sentido contrário B) ERRADA. Não há relação de sentido entre “embate” e “ação arraigada”. C) CERTA. D) ERRADA. Não há relação de sentido entre “reapropriação” e “renovação”. E) ERRADA. “Romper” e “padronização”, no contexto, possuem sentidos contrários. Gabarito letra C. 29. (FCC / TRF 3ª Região / TÉCNICO JUDICIÁRIO / 2019) [Medo do céu] Tenho medo de morrer e ir para o céu. Eu me sentiria um estranho por lá. A poeta Cecília Meireles pensava o mesmo. Ela se perguntava se, “depois que se navega, a algum lugar enfim se chega... O que será, talvez, até mais triste. Nem barca, nem gaivota: somente sobre-humanas companhias..." Também eu preciso de barcas e gaivotas, pois amo o mar e o ar. Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 110 165 ==2537cb== Sou um ser deste mundo e sinto que no meu corpo moram rios, árvores, montanhas e nuvens. Nenhum mundo além poderá consolar-me da sua perda. É certo que um espírito, por bem-aventurado que seja, não pode sentir o cheiro bom do capim-gordura (que recém-começa a florescer roxo nos campos). Para isso ele teria de ter um nariz. E nem pode sentir o vento frio das tardes de inverno, a lhe golpear o rosto. Ao que me parece, espíritos não têm pele. E não podem jamais sentir o prazer de mergulhar no mar. A alegria animal está vedada aos espíritos, seres etéreos que, ao que consta, não sofrem os efeitos da gravidade. Sua leveza os protege de quedas dos muros, mas lhes tira a alegria do mergulho na água. Saltam, e ficam flutuando no espaço. Por isso não quero ir para o céu. (Adaptado de: ALVES, Rubem. Tempus fugit. São Paulo: Paulus, 1990, p. 95) No contexto, estabelecem entre si uma relação de oposição de sentido os segmentos A) medo de morrer / não quero ir para o céu. B) não sofrem os efeitos da gravidade / quedas dos muros. C) cheiro bom do capim-gordura / sentir o vento frio das tardes. D) seres etéreos / Sua leveza os protege. E) somente sobre-humanas companhias / ficam flutuando no espaço. Comentários: Vejamos as alternativas: A) ERRADA. “Medo de morrer” e “não quero ir para o céu” não são ideias opostas, mas complementares. B) CERTA. “não sofre os efeitos da gravidade" é o oposto de ter “quedas". C) ERRADA. Os termos remetem a experiências sensoriais, que se complementam. D) ERRADA. “Sua leveza os protege” está se referindo a “seres etéreos”. Não há ideia oposta. E) ERRADA. Os dois trechos possuem o mesmo referente: os espíritos. Gabarito letra B. 30. (FCC / TRF 4ª Região / ANALISTA JUDICIÁRIO / 2019) Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 111 165 No contexto, o termo sublinhado pode ser corretamente substituído pelo que se encontra entre parênteses na seguinte frase: A) A poesia é destas coisas que a gente faz mas não diz (assimila). (2º parágrafo) B) Por (Conquanto) não ter nada de mais nem nada de menos... (4º parágrafo) C) Embora, eu que o diga, seja tão difícil ser assim (logo) autêntico. (1º parágrafo) D) Vem logo o trabalho de corte, pois (quando) noto o que estava demais. (3º parágrafo) E) Sinto-me capaz de fazer um poema tão bom ou tão ruinzinho (precário)... (4º parágrafo). Comentários: Vejamos as alternativas: A) ERRADA. “Dizer” e “assimilar” não são sinônimos. B) ERRADA. “Por” tem valor causa, “conquanto” tem valor concessivo. C) ERRADA. "Assim", no contexto, é advérbio de intensidade, já "logo" é advérbio de tempo. D) ERRADA. "Pois" tem valor explicativo, enquanto "quando" denota tempo. E) CERTA. No contexto, “ruinzinho” e “precário” são sinônimos. Gabarito letra E. 31. (FCC / RIOPRETOPREV / ANALISTA PREVIDENCIÁRIO / 2019) [Aprendizes da alegria] Fico comovido toda vez que ouço o finalzinho da canção que o Chico Buarque escreveu para a filha recém-nascida, dizendo ser este o seu melhor desejo: “e que você seja da alegria sempre uma aprendiz”. Haverá coisa maior que se possa desejar? A felicidade é voltar a ser criança. As crianças sabem muito bem disto: que o propósito maior da vida é o prazer. Santo Agostinho, de ortodoxia inquestionável, também sabia disso, e dizia que as coisas da vida se dividem em duas classes: coisas para serem usadas e coisas para serem usufruídas. As coisas para serem usadas são aquelas que não são um fim em si mesmas, como uma panela, um violão, um serrote. Bom mesmo não é a panela, mas a moqueca que se cozinha nela. Moqueca é objeto de fruição; um pouquinho de felicidade. Bom mesmo não é o violão, mas a música que se toca nele. Pois a música é alegria, objeto de fruição. E bom mesmo não é o serrote, mas a casinha de boneca que se faz com ele, e que faz os olhos da menina brilharem. Felicidade são os olhos da menina... O objetivo do trabalho não é a simples função do que constrói: o objetivo do trabalho é o prazer do jardim que se planta, a casa que se constrói ou o livro que se escreve.Pensamos que a felicidade é coisa grande, barulhenta, talvez inalcançável... Ao contrário: é discreta, silenciosa e frágil, como uma bolha de sabão. Ela se vai muito rápido, mas deixa a lição de que se podem soprar muitas outras. (Adaptado de: ALVES, Rubem. Tempus fugit. São Paulo: Paulus, 1990, p. 41-43, passim) Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um segmento do texto em: A) dizendo ser este o seu melhor desejo (1° parágrafo) = invocando assim seu maior trabalho B) de ortodoxia inquestionável (2° parágrafo) = de preconceitos indubitáveis Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 112 165 C) não são um fim em si mesmas (2° parágrafo) = não se constituem elas mesmas como finalidades D) não é a simples função do que constrói (4° parágrafo) = não se empenha para funcionar E) talvez inalcançável (4° parágrafo) = presumivelmente inabalável. Comentários: Vejamos as alternativas: A) ERRADA. “Melhor desejo” não pode ser substituído por “maior trabalho”. B) ERRADA. “Ortodoxia” não é sinônimo de “preconceitos”. C) CERTA. "um fim em si mesmas" e “finalidades” são sinônimos. D) ERRADA. Os dois trechos não têm relação de sentido entre si. E) ERRADA. “Inalcançável” é referente a resultado, já “inabalável” tem sentido de sólido, consolidado. Gabarito letra C. 32. (FCC / SABESP / ENSINO MÉDIO / 2019) Uma águia perseguia uma lebre que estava longe de qualquer proteção. Mas, assim que a lebre avistou um escaravelho, o único protetor que a ocasião lhe oferecia, foi até ele e suplicou ajuda. O escaravelho a amparou e, quando viu a águia se aproximando, pôs-se a pedir-lhe que não levasse embora sua protegida. A águia, porém, esnobou a pequenez do escaravelho e devorou a lebre diante dele. Ressentido, o escaravelho passou a espreitar os ninhos da águia e, cada vez que ela punha ovos, subia lá no alto e os fazia rolar e quebrar, até que a águia, encurralada, buscou refúgio junto de Zeus, que a tem como sua ave sagrada, e pediu-lhe que arrumasse um lugar seguro para a ninhada. Zeus lhe deu permissão para botar os ovos no colo dele. Ao ver isso, o escaravelho fez uma pelota de esterco, voou até alcançar o colo de Zeus e soltou-a lá. Foi aí que Zeus se levantou para sacudir o esterco e, sem se dar conta, deixou cair os ovos. Desde então, dizem que, na época em que os escaravelhos aparecem, as águias não fazem o ninho. (ESOPO. Fábulas completas. Tradução de Maria Celeste Dezotti. São Paulo: Cosac Naify, 2013, p. 42) Em Ressentido, o escaravelho passou a espreitar os ninhos da águia, o termo em negrito pode ser substituído, sem prejuízo para o sentido, por A) melindrado. B) sorrateiro. C) determinado. D) impiedoso. E) enraivecido. Comentários: Segundo o Dicionário Houaiss, “ressentido” é que está com ressentimento; que se ofendeu; que sofreu com ofensas; magoado ou ofendido; que se melindra com facilidade; melindroso. Portanto, Gabarito letra A. 33. (FCC / ICMS-SC / AUDITOR / 2018) Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 113 165 Sem prejuízo do sentido original e da correção, e sem que nenhuma outra modificação seja feita na frase, o segmento sublinhado pode ser corretamente substituído pelo que se encontra entre parênteses em: A) Esses animais, mesmo (consoante) convivendo com outros animais... B) Apesar de agora conhecermos uma molécula que (cuja) provoca os sintomas da solidão... C) Suscetibilidade (Reação) ao estresse e aumento da agressividade. D) ... um composto químico capaz de debelar (extinguir) os efeitos da solidão. E) Que a solidão causa mudanças comportamentais ninguém duvida (não se questionam)... Comentários: (A) Incorreto. “Mesmo” indica concessão, “consoante” indica conformidade. (B) Incorreto. “Cujo” não pode ser diretamente substituído por nenhum outro pronome relativo, o que vale também para o caminho inverso. (C) Incorreto. Suscetibilidade indica vulnerabilidade, estar sujeito a algo. Reação é o ato de reagir. (D) Correto. Debelar significa exatamente isto: vencer, extinguir. (E) Incorreto. Duvidar é não acreditar. Questionar-se é refletir sobre algo, fazer perguntas a si mesmo. Não são exatamente sinônimos. Gabarito letra D. 34. (FCC / ISS SÃO LUIZ / AUD. FISCAL DE TRIBUTOS / 2018) A vida privada não é uma realidade natural, dada desde a origem dos tempos: é uma realidade histórica. A história da vida privada é, em primeiro lugar, a história de sua definição: como evoluiu sua distinção na sociedade francesa do século XX? Como o domínio da vida privada variou em seu conteúdo e abrangência? A questão é tanto mais importante na medida em que não é certo que seu contorno tenha o mesmo sentido em todos os meios sociais. Para a burguesia da Belle Époque1, não há nenhuma dúvida: o “muro da vida privada” separa claramente os domínios. Por trás desse muro protetor, a vida privada e a família coincidem com bastante exatidão. Esse domínio abrange as fortunas, a saúde, os costumes, a religião: se os pais que querem casar os filhos consultam o notário ou o pároco para “tomar informações” sobre a família de um eventual pretendente, é porque a família oculta cuidadosamente ao público o tio fracassado, o irmão de costumes dissolutos e o montante das rendas. E Jaurès2, respondendo a um deputado socialista que lhe censurava a comunhão solene da filha: “Meu caro colega, você sem dúvida faz o que quer de sua mulher, eu não”, marcava com grande precisão a fronteira entre sua existência de político e sua vida privada. Essa separação era organizada por uma densa teia de prescrições. A baronesa Staffe3, por exemplo, cita: “Quanto menos relações mantemos com a vizinhança, mais merecemos a estima e consideração dos que nos cercam”, “não devemos falar de assuntos íntimos com os parentes ou amigos que viajam conosco na presença de desconhecidos”. O apartamento ou a casa burguesa, aliás, se caracterizam por uma nítida diferença entre as salas para as visitas e os demais aposentos. O lugar da família propriamente dita não é o salão: as crianças não entram no aposento quando há visitas e, como explica a baronesa, as fotos de família ficariam deslocadas nesse recinto. Ademais, as salas de visitas não são abertas a todos. Se toda dama da boa sociedade tem seu “dia” de receber − em 1907, são 178 em Nevers4 −, a visita à esposa de um Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 114 165 figurão supõe uma apresentação prévia. As salas de recepção estabelecem, portanto, um espaço de transição para a vida privada propriamente dita. (Adaptado de: PROST, Antoine. Fronteiras e espaços do privado. In: PROST, Antoine; VINCENT, Gérard (orgs.). História da vida privada 5: Da Primeira Guerra a nossos dias. Trad. Denise Bottmann. São Paulo: Companhia das Letras, 2009, p. 14 e 15.) Formulação alternativa à do segmento transcrito que não prejudica o sentido original é: A) para “tomar informações” sobre a família de um eventual pretendente (2º parágrafo) / para discretamente examinar a vida familiar do então candidato à mão da jovem em idade de casar. B) era organizada por uma densa teia de prescrições (3º parágrafo) / era assentada em cerrada estrutura de explícitas proibições. C) Ademais, as salas de visitas não são abertas a todos (3º parágrafo) / O mais relevante é que as salas de visitas não são facultadas a todos. D) a visita à esposa de um figurão supõe uma apresentação prévia (3º parágrafo) / quem queira visitar o cônjuge de uma pessoa de grande influência social tem de submeter-se a uma avaliação impreterível. E) As salas de recepção estabelecem, portanto,um espaço de transição para a vida privada propriamente dita. (3º parágrafo) / As salas de recepção são, assim, compatíveis com um espaço em que se transita pela vida privada dos moradores, tomada a expressão “vida privada” em seu sentido exato. Comentários: Em questões desse tipo, busque sempre a palavra que tem sentido evidentemente diferente e avance. A banca sempre deixa uma palavra marcantemente diferente para o candidato perceber. Vejamos: A) Incorreto. “Tomar informações” não tem em si mesmo o sentido de “examinar discretamente”. Além disso, “pretendente” não implica necessariamente a idade da pessoa pretendida. B) Incorreto. Prescrição é orientação, indicação, recomendação, não é sinônimo de algo explicitamente proibido. C) Incorreto. “Ademais” tem sentido de soma, mas não indica que a informação adicionada é a “mais relevante”. D) Correto. O grande desafio da questão era aceitar que “supõe uma avaliação prévia” era equivalente a “tem de submeter-se a uma avaliação impreterível”. Não se esqueçam de que as relações de sinonímia são feitas no contexto, pois isoladamente as expressões podem soar muito distintas. Vejam que “supõe” dá uma ideia de “requisito”, algo que é uma condição indispensável, algo que “deve ser feito” previamente. Então, essa “apresentação” mencionada no texto é justamente uma avaliação a que a visita se submete antes de visitar a “esposa do figurão”, no sentido de que a pessoa deveria ser conhecida, avaliada, aprovada para então ter acesso ao espaço mais próximo à vida privada da família. Então, foi nessa linha que a banca embasou seu entendimento. Não é um gabarito “perfeito”, mas a questão não foi anulada. Então, vale o esforço de acertar, não de recorrer. E) Incorreto. A sala de recepção não é um espaço onde se transita pela vida privada dos moradores, é apenas um “espaço de transição”, uma espécie de “entrada”, de onde já se poderia vislumbrar, apenas um pouco, a vida privada daquelas famílias. Além disso, não há no texto um “sentido exato” para “vida privada”. Gabarito letra D. Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 115 165 35. (FCC / AGED-MA / TÉCNICO DE FISCALIZAÇÃO / 2018) Diógenes de Sínope viveu no ano 336 a.C., em Corinto. Alexandre Magno, rei da Macedônia, foi ao seu encontro, para satisfazer o desejo de falar com o grande sábio. Ao encontrá-lo, disse-lhe: − Sou Alexandre, rei da Macedônia. E aproximou-se tanto do velho filósofo, que sua sombra se projetou sobre ele. Respondeu Diógenes: − Eu sou Diógenes, o cínico. Alexandre, vendo o estado de fragilidade material do velho filósofo, que não acreditava em bens materiais, disse-lhe: − Ó Diógenes, formula um desejo, e eu farei com que ele se cumpra, por mais difícil que seja! Entre os dois, estabeleceu-se um silêncio. Diógenes encontrava-se na mesma posição, à sombra do rei da Macedônia. E respondeu: − afasta-te, não me tapes o sol. Alexandre atendeu ao pedido e afastou-se rapidamente. A resposta de Diógenes ficou para a história, como expressão de humildade, desapego e desprendimento. Ele não queria mais do que a luz do sol, um bem que não precisava do poder do rei para ser usufruído. (Adaptado de: NETO, Aureliano. Sei lá, a vida tem sempre razão. www.oprogressonet.com) No texto, há oposição de sentido entre os segmentos: A) sábio / filósofo B) foi ao seu encontro / aproximou-se C) fragilidade material / desprendimento D) sua sombra se projetou / estabeleceu-se um silêncio E) bens materiais / luz do sol. Comentários: A) ERRADA. “Sábio” e “filósofo”, no contexto são sinônimos. B) ERRADA. “Ao encontro” e “aproximar-se” são sinônimos. C) ERRADA. “Fragilidade material” e “desprendimento” são informações complementares no texto. D) ERRADA. Não há relação entre “sua sombra se projetou” e “estabeleceu-se um silêncio”. E) CERTA. No texto há uma escolha: a “luz do sol” em detrimento dos “bens materiais”, ou seja, são elementos que se contrapõem. Gabarito: Letra E. 36. (FCC / TRT 6ª REGIÃO / ANALISTA JUDICIÁRIO / 2018) A arte requer “explicação”? Aqui e ali, quem frequenta bienais, salões de arte ou exposições de artes plásticas encontrará de repente não um quadro, uma escultura ou algum objeto de significação histórica, mas uma instalação – nome que se dá, segundo o dicionário Houaiss, a “alguma obra de arte que consiste em construção ou empilhamento de materiais, permanente ou temporário, em que o espectador Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 116 165 pode participar, manipulando-a, ou, sendo, às vezes, de tamanho tão grande, que o espectador pode nela entrar”. Trata-se, em outras palavras, de materiais organizados num espaço físico de modo a constituírem uma obra de arte. Ocorre, porém, com grande parte das instalações, um fenômeno curioso: com muita frequência o criador é convidado a explicar – e o faz com linguagem muito sofisticada – o sentido profundo que pretendeu dar àquele conjunto de materiais, àquela instalação que ele concebeu. Para o público, restará a impressão final de que os materiais eram, em si mesmos, insuficientes para significarem alguma coisa: precisavam da explicação de quem os utilizou. As verdadeiras obras de arte se impõem por si mesmas, independentemente de qualquer explicação prévia ou justificativa final. O grande músico, o grande escritor, o grande cineasta não precisam interpor-se entre a sonata, o romance ou o filme para explicar seu sentido junto ao público. Certamente haverá oportunidade para todos refletirmos sobre o sentido dinâmico de uma obra artística que atingiu o nosso interesse e provocou o nosso prazer; mas nada será mais forte do que a mobilização emocional e intelectual que a obra já despertou em nós, no primeiro contato. (Aristeu Valverde, inédito) Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um segmento do texto em: A) permanente ou temporário (1º parágrafo) = vitalício ou inabitual. B) o faz com linguagem muito sofisticada (2º parágrafo) = cumpre-o com expressões rudimentares. C) os materiais eram, em si mesmos, insuficientes (2º parágrafo) = os utensílios, vistos em si, estavam indisponíveis. D) o sentido dinâmico de uma obra artística (3º parágrafo) = a presunção impulsiva de um artefato. E) nada será mais forte do que a mobilização emocional (3º parágrafo) = nada superará a ativação dos sentimentos. Comentários: A equivalência contextual está em: nada será mais forte do que a mobilização emocional (3º parágrafo) = nada superará a ativação dos sentimentos. “Ser mais forte” é “superar”, a “mobilização emocional” se refere ao “movimento, fluxo, reação das emoções, dos sentimentos”, daí a troca por “mobilização emocional”. Gabarito letra E. Vejamos: a) Uma obra de exposição permanente é aquela que está exposta sem uma temporada definida, o que não significa que seja vitalícia. Além disso, “temporário” indica um tempo finito de exposição, não tem a ver com hábito. b) Sofisticação (ideia de elaboração, rebuscamento, complexidade, profundidade) , no caso, é oposto a “rudimentar”, que traz ideia de pouco elaborado, desenvolvido, simples. c) Insuficiente é o que não basta. Indisponível é o que não pode ser utilizado, acessado. Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 117 165 d) Dinâmico dá ideia de movimento, evolução, atividade. Impulsividade remete à ideia de agir por impulso, por reflexo, sem pensar. 37. (FCC / TRT 6ª REGIÃO / TÉC. JUD. – ÁREA ADM. / 2018) Mídias sociais têm sido insistentemente acusadas de fomentar a polarização política, reforçando e consolidando pontos de vistadivisivos que têm tornado impossível o debate público. Porém, estudos mostram que, embora exista seleção no consumo de notícias de acordo com a orientação ideológica, a dieta informacional das pessoas é mais variada do que se supõe. Leitores de direita, por exemplo, consomem mais notícias de veículos de direita, mas leem também a grande imprensa e até, ocasionalmente, veículos de esquerda. Os estudiosos chamam a atenção também para o fato de que nas interações sociais diretas as pessoas selecionam ainda mais com quem se relacionam de acordo com a orientação política e, quando interagem com pessoas diferentes, evitam assuntos sensíveis, como política e religião. Por que então temos a nítida percepção de que a polarização é aguda e se acentua nas mídias sociais? A resposta retoma a constatação de outros pesquisadores: a polarização é um fenômeno circunscrito aos mais engajados, que são também os mais influentes nas mídias sociais. (Adaptado de: ORTELLADO, Pablo. Disponível em: folha.uol.com.br) Considerado o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um segmento em: A) fomentar a polarização política = condenar a divisão ideológica B) evitam assuntos sensíveis = furtam-se de abordar temas delicados C) dieta informacional = regime de erudição D) circunscrito aos mais engajados = consolidado aos mais convictos E) retoma a constatação = remete à circunstância Comentários: Evitar assuntos sensíveis é justamente evitar temas que causem discórdia, controvérsia, temas que exigem “cuidado”; em outras palavras, é “furtar-se de abordar temas delicados”. a) “fomentar” é “alimentar, encorajar”, seria o oposto de “condenar”. c) “erudição” tem sentido de “conhecimento, educação formal, cultura”, não é sinônimo direto de “informação”, que pode ser qualquer tipo de dado. d) “circunscrito” dá ideia de “limitado A”, não é sinônimo de “consolidado”, que significa “seguro, sólido, consistente”. e) “constatação” é a verificação de um fato, não é sinônimo de “circunstância”, que são as condições como algo ocorre. Gabarito letra B. 38. (FCC / SEFAZ-GO / AUDITOR / 2018) Um seguimento do texto tem seu sentido adequadamente expresso em outras palavras em: Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 118 165 uma medida apropriada e um justo limite / Uma medição precisa e um juízo restrito. Comentários: Incorreta. “Justo limite” não equivale a “Juízo restrito”, pois “justo” se refere a “justiça” e “juízo” se refere a “opinião”. 39. (FCC / PREF. MACAPÁ-AP / PEDAGOGO / 2018) Pensando a “motivação” Já é um lugar-comum dizer que a motivação é um elemento importantíssimo na tarefa de educar. “Motivar o aluno” é uma operação vista como a chave essencial do processo. Mas é preciso ter cautela quanto ao que se entende, afinal, por motivação. Se ela quer dizer algo como “corresponder a desejos ou expectativas existentes no aluno”, então não será mais do que o atendimento ao que, no fundo, já está motivado. Talvez seja o caso de aceitar que a surpresa, o passo desconhecido e o impacto do estranhamento podem ser estimulantes para o jovem se defrontar exatamente com o que é diferente do que ele já tem. Em vez de acionar nele os mecanismos de atendimento ao que já lhe interessa, não será melhor fazê-lo trilhar um caminho inédito e desafiador? O sentido de motivar pode ser bastante conservador, ao acionar valores já mecanizados de um sistema. Começam a surgir assertivas como “isto seria mais próprio para crianças acima de dez anos” ou “os jovens de hoje preferem ouvir tal tipo de música”. Se seguirmos por esse caminho, estaremos apenas confirmando um gosto já estabelecido. A única condição que existe para se abonar o termo motivação está no aproveitamento da ideia de motivo como uma oportunidade de mover o aluno para bem mais adiante do lugar que ele próprio já determinou para instalar suas expectativas. (Perivaldo Ramon Gutierrez, inédito) Considerando-se o contexto, estabelecem entre si uma relação de oposição os seguintes segmentos do texto: A) corresponder a desejos / expectativas existentes (1° parágrafo). B) mecanismos de atendimento / caminho inédito (1° parágrafo) C) já está motivado / já lhe interessa (1° parágrafo). D) valores já mecanizados / instalar suas expectativas (2° parágrafo). E) mover o aluno / bem mais adiante do lugar (2° parágrafo). Comentários: Retomando o texto, temos que: "Em vez de acionar nele os mecanismos de atendimento ao que já lhe interessa, não será melhor fazê-lo trilhar um caminho inédito e desafiador?". A locução “em vez de” dá ênfase à contraposição entre “acionar os mecanismos de atendimento” e “caminho inédito e desafiador”. Por isso, são termos que têm uma relação de oposição entre si. Nas demais alternativas não se observa tal relação. Gabarito letra B. Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 119 165 40. (FCC / ALESE / TÉCNICO LEGISLATIVO / 2018) Quando a notícia chegou, pegou de surpresa. Dias antes tinham sabido que o contêiner com as coisas do circo ia chegar no tempo certo, que dava pra montar logo o picadeiro e começar a função. Foi difícil o gerente dizer à trupe que tinham de adiar a estreia. O que se ouvia era coisa assim: “Caramba”, “Tragédia”; “Não dá nem pra pensar”; “Que que a garotada vai falar?”. Diferente só mesmo o mal-humorado adestrador de cães: “Não tô nem aí, quando chegar, chegou”. Depois, a angústia tomou conta. O palhaço andava pra lá e pra cá. Até que ele, sempre o fiel da balança, anunciou com alarde: “Os artistas já estão aqui! Vai ter espetáculo, sim. Mãos à obra”. Ninguém sabia se acreditava ou não, mas se apresentavam como bons soldados à ordem do comandante. (Pietro Paulo Siqueira, inédito) O leitor que desconhecer o significado da expressão “fiel da balança” poderá, pelo contexto, deduzir que diz respeito a quem A) guia pensamentos e ações. B) é devotado à especialização na prática circense. C) é imparcial e equilibrado. D) é leal aos seus princípios. E) pesa bem aquilo que vai dizer. Comentários: O próprio texto dá o sentido à expressão “fiel da balança”. Retomando o texto, temos que: O palhaço andava pra lá e pra cá. Até que ele, sempre o fiel da balança, anunciou com alarde: “Os artistas já estão aqui! Vai ter espetáculo, sim. Mãos à obra” Veja que, em um primeiro momento, o adiamento da estreia deixou os artistas tristes, nervosos, angustiados. Contudo, o palhaço, “que é o fiel da balança”, decidiu que teria espetáculo sim, ou seja, ele conduziu todos os artistas para a ação, influenciando-os de forma decisiva. Portanto, Gabarito letra A. 41. (FCC / TRE-SP / ANALISTA JUDICIÁRIO / 2017) Amizade A amizade é um exercício de limites afetivos em permanente desejo de expansão. Por mais completa que pareça ser uma relação de amizade, ela vive também do que lhe falta e da esperança de que um dia nada venha a faltar. Com o tempo, aprendemos a esperar menos e a nos satisfazer com a finitude dos sentimentos nossos e alheios, embora no fundo de nós ainda esperemos a súbita novidade que o amigo saberá revelar. Sendo um exercício bem-sucedido de tolerância e paciência – amplamente recompensadas, diga-se – a amizade é também a ansiedade e a expectativa de descobrirmos em nós, por intermédio do amigo, uma dimensão desconhecida do nosso ser. Há quem julgue que cabe ao amigo reconhecer e estimular nossas melhores qualidades. Mas por que não esperar que o valor maior da amizade está em ser ela um necessário e fiel espelho de nossos defeitos? Não é preciso contar com o amigo para conhecermos melhor nossas mais agudas imperfeições? Não cabe ao amigo a sinceridade de quem aponta nossa falha, pela Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - NívelIntermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 120 165 esperança de que venhamos a corrigi-la? Se o nosso adversário aponta nossas faltas no tom destrutivo de uma acusação, o amigo as identifica com lealdade, para que nos compreendamos melhor. Quando um amigo verdadeiro, por contingência da vida ou imposição da morte, é afastado de nós, ficam dele, em nossa consciência, seus valores, seus juízos, suas percepções. Perguntas como “O que diria ele sobre isso?” ou “O que faria ele com isso?” passam a nos ocorrer: são perspectivas dele que se fixaram e continuam a agir como um parâmetro vivo e importante. As marcas da amizade não desaparecem com a ausência do amigo, nem se enfraquecem como memórias pálidas: continuam a ser referências para o que fazemos e pensamos. (CALÓGERAS, Bruno, inédito) Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um segmento em: A) exercício de limites afetivos (1º parágrafo) = frequência dos traços amistosos B) amplamente recompensadas (1º parágrafo) = resgatadas a contento C) mais agudas imperfeições (2º parágrafo) = mais intensas irrelevâncias D) aponta nossas faltas (2º parágrafo) = indica nossas máculas E) por contingência da vida (3º parágrafo) = na ocasião premeditada. Comentários: A) ERRADA. “Limites afetivos” não pode ser traduzido por “traços amistosos” no contexto. B) ERRADA. “Resgatar” e “recompensar” possuem sentidos distintos. C) ERRADA. “Imperfeições” e "irrelevâncias" não são sinônimos. D) CERTA. "Faltas" e máculas" podem ser consideradas sinônimos nesse contexto. E) ERRADA. “Contingência” não pode ser substituída por “ocasião premeditada”. Gabarito letra D. 42. (FCC / TST / TÉCNICO JUDICIÁRIO / 2017) Está aberta a temporada de ipês. Eu definiria essas árvores como sendo o clichê menos enfadonho de Brasília. Sim, porque, como parte do ciclo da natureza, eles brotam e colorem a capital das mesmas cores, no mesmo período, todos os anos. É a repetição mais original trazida pelo início da seca. Ainda que presença certa, os ipês são esperados com igual ansiedade a cada estação. E eles não aparecem sozinhos. Mesmo que soberanos em uma paisagem ressequida, a beleza dessas árvores − que exibem flores em cachos, de cores vistosas − é exaltada pela questionável feiura das plantas mirradas do cerrado. Os ipês ficam ainda altivos ao lado de árvores que hibernam em forma de seu próprio esqueleto. Seus galhos aparentemente mortos, retorcidos, sem flores, sem folhas, se recolhem para dar espaço à exuberância dos ipês em tons de roxo, rosa, amarelo ou branco. Na paisagem desértica, eles ganham ainda mais destaque, o que me faz pensar que a natureza é mesmo um belo exemplo de equilíbrio. Se brotassem todos juntos, teriam que dividir a majestade. Em apresentação solo, viram reis absolutos, para os quais se dirigem aplausos, flashes, sorrisos e agradecimentos pela beleza da vida. Excesso é veneno para a magia. Sábios, os ipês. Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 121 165 (Adaptado de: DUARTE, Flávia. Eu não me canso dos ipês. Disponível em: http://blogs.correiobraziliense.com.br, 17.07.2017) Um dos sentidos veiculados por um trecho do texto está adequadamente expresso em: A) Se brotassem todos juntos (2º parágrafo) // Tendo em vista o caso de que germinam em coletividade B) clichê menos enfadonho de Brasília (1º parágrafo) // Brasília tornou-se entediante por ser lugar-comum C) questionável feiura das plantas mirradas do cerrado (1º parágrafo) // a fealdade das plantas sem viço do cerrado não é consensual D) Excesso é veneno para a magia (2º parágrafo) // A redundância é caracterizada como prejudicial ao fortuito E) ganham ainda mais destaque (2º parágrafo) // são investidos de um caráter exageradamente superestimado. Comentários: Vejamos as alternativas: A) ERRADA. No original, a conjunção “se” passa a ideia de condição, o que não é mantido na reescrita. B) ERRADA. Os dois trechos não mantêm relação de sentido entre si. C) CERTA. “Questionável” passa, de fato, a ideia de que não é “consensual”. Além disso, por mais que parece estranho, “fealdade” cabe no contexto. D) ERRADA. A ideia de “excesso” foi perdida na reescrita. E) ERRADA. “Exageradamente” tem um sentido pejorativo, que não se percebe no original. Gabarito letra C. 43. (FCC / TRF 5ª Região / TÉCNICO JUDICIÁRIO / 2017) O filósofo Theodor Adorno (1903-1969) afirma que, no capitalismo tardio, “a tradicional dicotomia entre trabalho e lazer tende a se tornar cada vez mais reduzida e as ‘atividades de lazer’ tomam cada vez mais do tempo livre do indivíduo”. Paradoxalmente, a revolução cibernética de hoje diminuiu ainda mais o tempo livre. Nossa época dispõe de uma tecnologia que, além de acelerar a comunicação entre as pessoas e os processos de aquisição, processamento e produção de informação, permite automatizar grande parte das tarefas. Contudo, quase todo mundo se queixa de não ter tempo. O tempo livre parece ter encolhido. Se não temos mais tempo livre, é porque praticamente todo o nosso tempo está preso. Preso a quê? Ao princípio do trabalho, ou melhor, do desempenho, inclusive nos joguinhos eletrônicos, que alguns supõem substituir “velharias”, como a poesia. T.S. Eliot, um dos grandes poetas do século XX, afirma que “um poeta deve estudar tanto quanto não prejudique sua necessária receptividade e necessária preguiça”. E Paul Valéry fala sobre uma ausência sem preço durante a qual os elementos mais delicados da vida se renovam e, de algum modo, o ser se lava das obrigações pendentes, das expectativas à espreita… Uma espécie de vacuidade benéfica que devolve ao espírito sua liberdade própria. Isso me remete à minha experiência pessoal. Se eu quiser escrever um ensaio, basta que me aplique e o texto ficará pronto, cedo ou tarde. Não é Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 122 165 assim com a poesia. Sendo produto do trabalho e da preguiça, não há tempo de trabalho normal para a feitura de um poema, como há para a produção de uma mercadoria. Bandeira conta, por exemplo, que demorou anos para terminar o poema “Vou-me embora pra Pasárgada”. Evidentemente, isso não significa que o poeta não faça coisa nenhuma. Mas o trabalho do poeta é muitas vezes invisível para quem o observa de fora. E tanto pode resultar num poema quanto em nada. Assim, numa época em que “tempo é dinheiro”, a poesia se compraz em esbanjar o tempo do poeta, que navega ao sabor do poema. Mas o poema em que a poesia esbanjou o tempo do poeta é aquele que também dissipará o tempo do leitor, que se deleita ao flanar por linhas que mereçam uma leitura por um lado vagarosa, por outro, ligeira; por um lado reflexiva, por outro, intuitiva. É por essa temporalidade concreta, que se manifesta como uma preguiça fecunda, que se mede a grandeza de um poema. (Adaptado de: CÍCERO, Antonio. A poesia e a crítica: Ensaios. Companhia das Letras, 2017, edição digital) Considerando-se o contexto, a vacuidade benéfica (3o parágrafo) apontada por Paul Valéry assemelha-se, pelo sentido, a: A) tempo de trabalho normal. (4o parágrafo) B) produção de uma mercadoria. (4o parágrafo) C) uma ausência sem preço. (3o parágrafo) D) processamento e produção de informação. (2o parágrafo) E) expectativas à espreita. (3o parágrafo). Comentários: De acordo com o Dicionário Houaiss, "vacuidade" significa estado, condição ou qualidade do que é ou está vazio ou praticamente vazio de matéria, conteúdo ou atividade; sinônimo de vazio, vácuo. No texto, percebe-se que a "vacuidade benéfica" é um vazio que faz bem. Assim, note que “benéfica” ameniza o sentido de vazio. Para encontrar a alternativa correta, deve-seprocurar uma expressão negativa que é amenizada por um adjetivo. E é exatamente o caso de “ausência sem preço”: por mais que “ausência” tenha um significado negativo, ela é diminuída pela locução “sem preço”. Portanto, Gabarito letra C. 44. (FCC / TRT 21ª REGIÃO / TÉCNICO JUDICIÁRIO / 2017) O que quer dizer civilização do espetáculo? É a civilização de um mundo onde o primeiro lugar na tabela de valores é ocupado pelo entretenimento, onde divertir-se, escapar do tédio, é a paixão universal. Esse ideal de vida é perfeitamente legítimo. Mas transformar em valor supremo essa propensão natural à diversão tem consequências inesperadas: banalização da cultura, generalização da frivolidade e, no campo da informação, a proliferação do jornalismo irresponsável da bisbilhotice e do escândalo. O que fez o Ocidente ir resvalando para uma civilização desse tipo? O bem-estar que se seguiu aos anos de privações da Segunda Guerra Mundial e à escassez dos primeiros anos pós-guerra. Depois dessa etapa duríssima, seguiu-se um período de extraordinário desenvolvimento econômico. As classes médias cresceram e a mobilidade social se intensificou. O bem-estar e o espaço ocupado pelo ócio no mundo desenvolvido constituíram notável estímulo para as indústrias da diversão, promovidas pela publicidade, mestra de nosso tempo. Não se entediar e Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 123 165 evitar o que perturba e angustia passou a ser, para setores sociais cada vez mais amplos da pirâmide social, o preceito de toda uma geração, aquilo que Ortega y Gasset chamava de “espírito de nosso tempo”. (Adaptado de: LLOSA, Mario Vargas. A civilização do espetáculo: uma radiografia do nosso tempo e da nossa cultura. Edição digital. Rio de Janeiro: Editora Objetiva, 2012) Traduz-se adequadamente o sentido de um segmento do texto em: A) generalização da frivolidade = acomodação da flexibilidade B) a mobilidade social se intensificou = fundamentou a escala hierárquica C) o preceito de toda uma geração = a precaução de todo um período histórico D) constituíram notável estímulo = tornaram-se vultoso incentivo E) propensão natural à diversão = pretensão espontânea para a variedade. Comentários: Vejamos as alternativas: A) ERRADA. Não há relação de sentido entre "generalização da frivolidade" e "acomodação da flexibilidade". B) ERRADA. "A mobilidade social se intensificou" tem o sentido oposto de "fundamentou a escala hierárquica". C) ERRADA. "Preceito" não é sinônimo de “precaução”. D) CERTA. E) ERRADA. "Propensão" não é sinônimo de "pretensão". Gabarito letra D. 45. (FCC / SEGEP-MA / ANALISTA EXECUTIVO / 2017) Discriminar: um verbo ambivalente Quem for consultar um dicionário encontrará no verbete discriminar estas duas acepções, entre outras: 1. Distinguir (no mesmo sentido de discernir); 2. Apartar (no sentido de tratar como desigual). Na verdade, essas duas acepções correspondem a novas práticas da nossa vida social. Grupos minoritários lutam para que sejam reconhecidos, identificados, discriminados em suas legítimas áreas de vivência e de atuação; mas há também quem reaja em sentido contrário, perseguindo-os, desprezando-os, marcando-os como indesejáveis. Pode-se discriminar, portanto, visando à inclusão social ou pretendendo reforçar e tornar permanente a exclusão de determinados segmentos da população. Novos conceitos surgem, para atender novas realidades. São reconhecidos como identitários os grupos que batalham para serem aceitos em suas especificidades, sejam estas étnicas, profissionais, de gênero, de habilitação física, de tendência política etc. Num primeiro momento, a questão é realmente se organizarem para exigirem seu reconhecimento público. Mas o segundo passo é também importante: integrarem-se ao todo da sociedade para evitar uma fragmentação perene e irreversível. Há a necessidade, portanto, de que os grupos que sofrem discriminação venham a vencê-la, sem cair, no entanto, na armadilha de também passarem a discriminar os demais segmentos da sociedade. (Bráulio Pinha, inédito) Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 124 165 Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um segmento do texto em: A) novas práticas da nossa vida social (1º parágrafo) = iniciativas originais da sociologia. B) legítimas áreas de vivência e de atuação (1º parágrafo) = formas aceitáveis de convívio e de interferência. C) visando à inclusão social (1º parágrafo) = culminando num agrupamento mais íntegro. D) para serem aceitos em suas especificidades (2º parágrafo) = a fim de provocarem alguma reação mais específica E) evitar uma fragmentação perene (2º parágrafo) = impedir um fracionamento perpétuo. Comentários: Vejamos as alternativas: A) ERRADA. “Vida social” não pode ser substituído por “sociologia”, algo que abarca muito mais elementos que a vida social. B) ERRADA. “Legítimas” e “formas aceitáveis” não podem ser consideradas sinônimos no contexto. C) ERRADA. “Visar” tem o sentido de almejar, objetivar; enquanto “culminar” significa resultar. D) ERRADA. “Aceitar” e “provocar” não podem ser considerados sinônimos. E) CERTA. Gabarito letra E. Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 125 165 QUESTÕES COMENTADAS - AMBIGUIDADE - FCC 1. (FCC / PGE-AM / 2022) Para obter seu efeito de humor, a tirinha explora a ambiguidade do seguinte termo: A) leitor. B) interessante. C) livro. D) prende. E) é. Comentários: O vocábulo prender foi usado de forma ambígua, para criar humor: pode ser lido, de forma figurada, como "capturar a atenção" do leitor; ou pode ser lido literalmente como prender de forma física, como aconteceu ao personagem. Gabarito letra D. Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 126 165 LISTA DE QUESTÕES - DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO - FCC 1. (FCC /MPE PB/2023) Avaliar e avaliar-se Avaliar é atribuir algum valor a algo ou a alguém. Nesse sentido, nossa atenção recai em geral sobre o que ou quem está sendo avaliado. Um carro, um modo de vida, um governo, uma empresa, uma pessoa – imediatamente surge logo diante de nós o objeto de uma avaliação, na iminência ou no momento mesmo de ser qualificado. Mas pensa-se pouco no sujeito da avaliação: afinal, quem está avaliando? Não é uma pergunta que costuma se antepor a um processo de avaliação – e no entanto, esta depende, fundamentalmente, dos critérios já assumidos pelo avaliador. De fato, avaliar supõe faixas de mensuração dos valores atribuídos, que podem ir do barato ao caro, do fácil ao difícil, do belo ao feio, do necessário ao supérfluo etc. etc. O valor pode estar num extremo ou outro, ou em algum ponto de uma tábua valorativa onde os traços são flutuantes e problemáticos. Mas essa tábua não age por si mesma, e volta-se à pergunta mais que necessária: quem elegeu, graduou e opera essa tábua? Ainda quando estudantes do ensino médio, foi-nos oferecida por uma professora a oportunidade de nos avaliarmos a nós mesmos. A atribuição obrigatória da nota do trabalho de cada um a cada um estaria reservada. Olhamo-nos, intrigados. À primeira vista, parecia ser aquela uma oportunidade de ouro para todo mundo se dar a nota máxima... Mas, no momento seguinte, sentimos que estávamos sendo convocados para uma tarefa superior, e nada oportunista: a de cada um revelar para si mesmo que tipo de ética havia dentro de si, que valores lhe caberia defender como verdadeiros.A professora nos oferecia, assim, um espelho crítico diante do qual podíamos fazer alguma micagem ou reconhecer e enfrentar a verdade dos nossos limites. Foi uma lição preciosa, nada fácil, aliás, de se sustentar com a honestidade que ela reclama. (ALBUQUERQUE, Silvério. Notas de escola. Aguardando edição) O autor se vale de um recurso de linguagem figurada na seguinte construção: A) pensa-se pouco no sujeito da avaliação (1o parágrafo) B) avaliar supõe faixas de mensuração (2o parágrafo) C) quando estudantes do ensino médio (3o parágrafo) D) foi-nos oferecida por uma professora uma oportunidade (3o parágrafo) E) nos oferecia, assim, um espelho crítico (3o parágrafo) Comentário: Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 127 165 A única expressão figurada está em : e) nos oferecia, assim, um espelho crítico (3o parágrafo) “espelho crítico” não é um espelho, objeto literal; trata-se de uma metáfora para algo em que podemos nos ver criticamente, ver nosso real reflexo. Gabarito: E 2. (FCC / PGE-AM / 2022) 1. Este Quincas Borba, se acaso me fizeste o favor de ler as Memórias Póstumas de Brás Cubas, é aquele mesmo náufrago da existência, que ali aparece, mendigo, herdeiro inopinado, e inventor de uma filosofia. Aqui o tens agora em Barbacena. Logo que chegou, enamorou-se de uma viúva, senhora de condição mediana e parcos meios de vida; mas, tão acanhada, que os suspiros do namorado ficavam sem eco. Chamava-se Maria da Piedade. Um irmão dela, que é o presente Rubião, fez todo o possível para casá-los. Piedade resistiu, um pleuris a levou. 2. Foi esse trechozinho de romance que ligou os dois homens. Saberia Rubião que o nosso Quincas Borba trazia aquele grãozinho de sandice, que um médico supôs achar-lhe? Seguramente, não; tinha-o por homem esquisito. É, todavia, certo que o grãozinho não se despegou do cérebro de Quincas Borba, − nem antes, nem depois da moléstia que lentamente o comeu. Quincas Borba tivera ali alguns parentes, mortos já agora em 1867; o último foi o tio que o deixou por herdeiro de seus bens. Rubião ficou sendo o único amigo do filósofo. Regia então uma escola de meninos, que fechou para tratar do enfermo. Antes de professor, metera ombros a algumas empresas, que foram a pique. 3. Durou o cargo de enfermeiro mais de cinco meses, perto de seis. Era real o desvelo de Rubião, paciente, risonho, múltiplo, ouvindo as ordens do médico, dando os remédios às horas marcadas, saindo a passeio com o doente, sem esquecer nada, nem o serviço da casa, nem a leitura dos jornais, logo que chegava a mala da Corte ou a de Ouro Preto. 4. − Tu és bom, Rubião, suspirava Quincas Borba. 5. − Grande façanha! Como se você fosse mau! 6. A opinião ostensiva do médico era que a doença do Quincas Borba iria saindo devagar. Um dia, o nosso Rubião, acompanhando o médico até à porta da rua, perguntou-lhe qual era o verdadeiro estado do amigo. Ouviu que estava perdido, completamente perdido; mas, que o fosse animando. Para que tornar-lhe a morte mais aflitiva pela certeza...? 7. − Lá isso, não, atalhou Rubião; para ele, morrer é negócio fácil. Nunca leu um livro que ele escreveu, há anos, não sei que negócio de filosofia... 8. − Não; mas filosofia é uma coisa, e morrer de verdade é outra; adeus. (Adaptado de: ASSIS, Machado de. Quincas Borba. São Paulo: Companhia das Letras, 2012) Quincas Borba trazia aquele grãozinho de sandice (2º parágrafo). Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 128 165 ==2537cb== • nem antes, nem depois da moléstia que lentamente o comeu. (2º parágrafo). • Regia então uma escola de meninos, que fechou para tratar do enfermo. (2º parágrafo). Os termos sublinhados acima estão empregados, respectivamente, em sentido A) figurado, figurado e figurado. B) literal, figurado e literal. C) figurado, figurado e literal. D) figurado, literal e literal. E) literal, literal e figurado. Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 129 165 GABARITO 1. LETRA E 2. LETRA C Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 130 165 LISTA DE QUESTÕES - SINÔNIMO E ANTÔNIMO - FCC 1. (FCC/TRT 18/2023) Atenção: Leia a crônica “Pai de família sem plantação”, de Paulo Mendes Campos, para responder à questão. Sempre me lembro da história exemplar de um mineiro que veio até a capital, zanzou por aqui, e voltou para contar em casa os assombros da cidade. Seu velho pai balançou a cabeça; fazendo da própria dúvida a sua sabedoria: “É, meu filho, tudo isso pode ser muito bonito, mas pai de família que não tem plantação, não sei não...” Às vezes morro de nostalgia. São momentos de sinceridade, nos quais todo o meu ser denuncia minha falsa condição de morador do Rio de Janeiro. A trepidação desta cidade não é minha. Sou mais, muito mais, querendo ou não querendo, de uma indolência de sol parado e gerânios. Minha terra é outra, minha gente não é esta, meu tempo é mais pausado, meus assuntos são mais humildes, minha fala, mais arrastada. O milho pendoou? Vamos ao pasto dos Macacos matar codorna? A vaca do coronel já deu cria? Desta literatura rural é que preciso. Eis em torno de mim, a cingir-me como um anel, o Rio de Janeiro. Velozes automóveis me perseguem na rua, novos edifícios crescem fazendo barulho em meus ouvidos, a guerra comercial não me dá tréguas, o clamor do telefone me põe a funcionar sem querer, a vaga se espraia e repercute no meu peito, minha inocência não percebe o negócio de milhões articulado com um sorriso e um aperto de mão. Pois eu não sou daqui. Vivo em apartamento só por ter cedido a uma perversão coletiva; nasci em casa de dois planos, o de cima, da família, sobre tábuas lavadas, claro e sem segredos, e o de baixo, das crianças, o porão escuro, onde a vida se tece de nada, de pressentimentos, de imaginação, do estofo dos sonhos. A maciez das mãos que me cumprimentam na cidade tem qualquer coisa de peixe e mentira; não sou desta viração mesclada de maresia; não sei comer este prato vermelho e argênteo de crustáceos; não entendo os sinais que os navios trocam na cerração além da minha janela. Confio mais em mãos calosas, meus sentidos querem uma brisa à boca da noite cheirando a capim-gordura; um prato de tutu e torresmos para minha fome; e quando o trem distante apitasse na calada, pelo menos eu saberia em que sentimentos desfalecer. Ando bem sem automóvel, mas sinto falta de uma charrete. Com um matungo que me criasse amizade, eu visitaria o vigário, o médico, o turco, o promotor que lê Victor Hugo, o italiano que tem uma horta, o ateu local, o criminoso da cadeia, todos eles muitos meus amigos. Se aqui não vou à igreja, lá pelo menos frequentaria a doçura do adro, olhando o cemitério em aclive sobre a encosta, emoldurado em muros brancos. Aqui jaz Paulo Mendes Campos. Por favor, engavetem-me com simplicidade do lado da sombra. É tudo o que peço. E não é preciso rezar por minha alma desgovernada. (Adaptado de: CAMPOS, Paulo Mendes. Balé do pato. São Paulo: Ática, 2012) Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 131 165 O termo que qualifica o substantivo na expressão “velho pai” tem sentido oposto àquele que qualifica o substantivo em: A) alma desgovernada. B) história exemplar. C) falsa condição. D) perversão coletiva.E) novos edifícios. 2. (FCC /MPE PB/2023) Leia o texto “Liberdade e necessidade ao revés”, de Eduardo Giannetti. “Por meios honestos se você conseguir, mas por quaisquer meios faça dinheiro”, preconiza – prenhe de sarcasmo – o verso de Horácio. Desespero, precisão ou cobiça, dentro ou fora da lei: o dinheiro nos incita a fazer o que de outro modo não faríamos. Suponha, entretanto, um súbito e imprevisto bafejo da fortuna – um prêmio lotérico, uma indenização milionária, uma inesperada herança. Quem continuaria a fazer o que faz para ganhar a vida caso não fosse mais necessário fazê-lo? Estamos acostumados a considerar o trabalho como algo a que nos sujeitamos, mais ou menos a contragosto, para obter uma renda – como um sacrifício ou necessidade imposta de fora; ao passo que o consumo é tomado como a esfera por excelência da livre escolha: o território sagrado para o exercício da nossa liberdade individual. A possibilidade de satisfazer, ainda que parcialmente, nossos desejos e fantasias de consumo se afigura como a merecida recompensa – ou suborno, diriam outros – capaz de atenuar a frustração e aliviar o aborrecimento de ocupações que de outro modo não teríamos e não nos dizem respeito. Daí que, na feliz expressão do jovem Marx, “o trabalhador só se sente ele mesmo quando não está trabalhando; quando ele está trabalhando, ele não se sente ele mesmo”. – Mas, se o mundo do trabalho está vedado às minhas escolhas e modo de ser; onde poderei expressar a minha individualidade? Impedido de ser quem sou no trabalho – escritório, chão de fábrica, call center, guichê, balcão –, extravaso a minha identidade no consumo – shopping, butique, salão, restaurante, showroom. Fonte de elã vital, o ritual da compra energiza e a posse ilumina a alma do consumidor. A compra de bens externos molda a identidade e acena com a promessa de distinção: ser notado, ser ouvido, ser tratado com simpatia, respeito e admiração pelos demais. Não o que faço, mas o que possuo – e, sobretudo, o que sonho algum dia ter – diz ao mundo quem sou. Servo impessoal no ganho, livre e soberano no gasto. (Adaptado de: GIANNETTI, Eduardo. Trópicos utópicos. São Paulo: Companhia das Letras, 2016) O termo que qualifica o substantivo na expressão necessidade imposta (1o parágrafo) tem sentido oposto àquele que qualifica o substantivo em: A) Servo impessoal (2o parágrafo). B) inesperada herança (1o parágrafo). Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 132 165 C) merecida recompensa (1o parágrafo). D) território sagrado (1o parágrafo). E) livre escolha (1o parágrafo). 3. (FCC /COPERGÁS/2023) Para responder à questão, leia o texto abaixo. O escritor Joseph Conrad morreu em 3 de agosto de 1924, em sua casa de campo de Bishopsbourne, próximo a Canterbury. Tinha 66 anos, vinte dos quais passou navegando e outros trinta escrevendo. Conrad viveu num período de transição do capitalismo e do colonialismo britânico: a passagem da navegação a vela para a era do vapor. O seu mundo heroico é a civilização dos veleiros dos pequenos armadores, um mundo de clareza racional, de disciplina no trabalho, de coragem e dever contrapostos ao mesquinho espírito de lucro. A nova linguagem do mar, dos navios a vapor das grandes companhias, lhe parece sórdida e vil. Assim, quem ainda sonha com as antigas virtudes torna-se quixotesco ou se rende, arrastado para o outro polo da humanidade: os dejetos humanos, os agentes comerciais sem escrúpulos, os burocratas coloniais”, que Conrad contrapõe aos velhos comerciantes-aventureiros, românticos, como o seu personagem Tom Lingard. Naquele ambiente que frequentemente perpassa as páginas conradianas, a confiança nas forças do homem jamais desaparece. Mesmo distante de qualquer rigor filosófico, Conrad intuiu o momento crucial do pensamento burguês em que o otimismo racional perdia as últimas ilusões e uma erupção de irracionalismos e misticismos ganhava terreno. Conrad via o universo como algo obscuro e inimigo, mas a ele contrapunha as forças do homem, sua ordem moral e coragem. Perante uma avalanche caótica que lhe vinha em cima, uma concepção do mundo repleta de mistérios e desesperos, o humanismo ateu de Conrad resiste e finca os pés. Foi um reacionário irredutível, mas hoje a sua lição só pode ser captada plenamente por quem reconhece a própria nobreza no trabalho, por quem sabe que aquele princípio de fidelidade que Conrad prezava sobremaneira não pode estar dirigido só para o passado. (Adaptado de: CALVINO, Ítalo. Por que ler os clássicos. São Paulo: Companhia das Letras, edição eletrônica) No 2º parágrafo, o adjetivo “quixotesco”, considerado no contexto em que se insere, traduz-se por A) sagaz. B) perverso. C) idealista. D) autônomo. Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 133 165 E) indulgente. 4. (FCC / TRT 4ª REGIÃO / 2022) [Ritmos da civilização] Se um camponês espanhol tivesse adormecido no ano 1.000 e despertado quinhentos anos depois, ao som dos marinheiros de Colombo a bordo das caravelas Nina, Pinta e Santa Maria, o mundo lhe pareceria bastante familiar. Esse viajante da Idade Média ainda teria se sentido em casa. Mas se um dos marinheiros de Colombo tivesse caído em letargia similar e despertado ao toque de um iPhone do século XXI, se encontraria num mundo estranho, para além de sua compreensão. “Estou no Céu?”, ele poderia muito bem se perguntar, “Ou, talvez, no Inferno?” Os últimos quinhentos anos testemunharam um crescimento fenomenal e sem precedentes no poderio humano. Suponha que um navio de batalha moderno fosse transportado de volta à época de Colombo. Em questão de segundos, poderia destruir as três caravelas e em seguida afundar as esquadras de cada uma das grandes potências mundiais. Cinco navios de carga modernos poderiam levar a bordo o carregamento das frotas mercantes do mundo inteiro. Um computador moderno poderia facilmente armazenar cada palavra e número de todos os documentos de todas as bibliotecas medievais, com espaço de sobra. Qualquer grande banco de hoje tem mais dinheiro do que todos os reinos do mundo pré-moderno reunidos. Durante a maior parte da sua história, os humanos não sabiam nada sobre 99,99% dos organismos do planeta – em especial, os micro-organismos. Foi só em 1674 que um olho humano viu um micro-organismo pela primeira vez, quando Anton van Leeuwenhock deu uma espiada através de seu microscópio caseiro e ficou impressionado ao ver um mundo inteiro de criaturas minúsculas dando volta em uma gota d’água. Hoje, projetamos bactérias para produzir medicamentos, fabricar biocombustível e matar parasitas. Mas o momento mais notável e definidor dos últimos 500 anos ocorreu às 5h29m45s da manhã de 16 de julho de 1945. Naquele segundo exato, cientistas norte-americanos detonaram a primeira bomba atômica em Alamogordo, Novo México. Daquele ponto em diante, a humanidade teve a capacidade não só de mudar o curso da história como também de colocar um fim nela. O processo histórico que levou a Alamogordo e à Lua é conhecido como Revolução Científica. Ao longo dos últimos cinco séculos, os humanos passaram a acreditar que poderiam aumentar suas capacidades se investissem em pesquisa científica. O que ninguém poderia imaginar era em que aceleração frenética tudo se daria. (Adaptado de: HARARI, Yuval Noah. Uma breve história da humanidade. Trad. Janaína Marcoantonio. Porto Alegre: L&PM, 2018, p. 257-259, passim) Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um segmento do texto em: A) em que aceleração frenética tudo se daria (4º parágrafo) = em que ritmo ousado ocorreriam. Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa- 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 134 165 B) tivesse caído em letargia (1º parágrafo) = entrasse num estado letárgico C) sem precedentes no poderio humano (2º parágrafo) = sem previsão nos dotes humanitários. D) Durante a maior parte da sua história (3º parágrafo) = Ao longo da sua história mais típica E) o momento mais notável e definidor (4º parágrafo) = a instância mais solene e consumada 5. (FCC / SEDU-ES / 2022) Ponderação, a mais desmoralizada das virtudes Precisamos reabilitar a ponderação, nem que seja apenas como subproduto da perplexidade, aquilo que faz o marinheiro levar o barco devagar sempre que o nevoeiro é denso. Como ocorre em nosso tempo. O fogo selvagem que inflamou ao longo da história as turbas linchadoras do “diferente” que é visto como ameaça − corporificado em bruxas, negros, judeus, homossexuais, loucos, ciganos, gagos − é hoje condenado por (quase) todo mundo. No entanto, o mesmo fogo selvagem inflama as turbas linchadoras que se julgam investidas do direito sagrado de vingar bruxas, negros, judeus, homossexuais, loucos, ciganos, gagos etc. Quem acha que o primeiro fogo é ruim e o segundo é bom não entendeu nada. Representa um inegável avanço civilizatório a exposição, nas redes sociais, de comportamentos opressivos ancestrais que sempre estiveram naturalizados em forma de assédio, desrespeito, piadinhas torpes e preconceitos variados. Ao mesmo tempo, é um claro retrocesso que o avanço se dê à custa da supressão do direito de defesa e do infinito potencial de injustiça contido no poder supremo de um juiz sem rosto. (Sérgio Rodrigues, Folha de S. Paulo, 16/11/2017) Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um segmento do texto em: A) apenas como subproduto da perplexidade (1º parágrafo) = ainda que mero estímulo da inconformidade. B) se julgam investidas do direito sagrado (3º parágrafo) = creem investir contra leis sacramentais. C) um inegável avanço civilizatório (4º parágrafo) = um suposto progresso projetado. D) o avanço se dê à custa da supressão (4º parágrafo) = a progressão se faça ao preço da eliminação. E) infinito potencial de injustiça (4º parágrafo) = desmesurado atributo de ilegalidade. Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 135 165 6. (FCC / PREF. RECIFE / 2022) O dono do pequeno restaurante é amável, sem derrame, e a fregueses mais antigos oferece, antes do menu, o jornal do dia “facilitado”, isto é, com traços vermelhos cercando as notícias importantes. Vez por outra, indaga se a comida está boa, oferece cigarrinho, queixa-se do resfriado crônico e pergunta pelo nosso, se o temos; se não temos, por aquele regime começado em janeiro, e de que desistimos. Também pelos filmes de espionagem, que mexem com ele na alma. Espetar a despesa não tem problema, em dia de barra pesada. Chega a descontar o cheque a ser recebido no mês que vem (“Falta só uma semana, seu Adelino”). Além dessas delícias raras, seu Adelino faculta ao cliente dar palpites ao cozinheiro e beneficiar-se com o filé mais fresquinho, o palmito de primeira, a batata feita na hora, especialmente para os eleitos. Enfim, autêntico papo-firme. Uma noite dessas, o movimento era pequeno, seu Adelino veio sentar-se ao lado da antiga freguesa. Era hora do jantar dele, também. O garçom estendeu-lhe o menu e esperou. Seu Adelino, calado, olhava para a lista inexpressiva dos pratos do dia. A inspiração não vinha. O garçom já tinha ido e voltado duas vezes, e nada. A freguesa resolveu colaborar: − Que tal um fígado acebolado? − Acabou, madame − atalhou o garçom. − Deixe ver… Assada com coradas, está bem? − Não, não tenho vontade disso − e seu Adelino sacudiu a cabeça. − Bem, estou vendo aqui umas costeletas de porco com feijão-branco, farofa e arroz… − Não é mau, mas acontece que ainda ontem comi uma carnezita de porco, e há dois dias que me servem feijão ao almoço − ponderou. A freguesa de boa vontade virou-se para o garçom: − Aqui no menu não tem, mas quem sabe se há um bacalhau a qualquer coisa? − pois seu Adelino (refletiu ela) é português, e como todo lusíada que se preza, há de achar isso a pedida. Da cozinha veio a informação: − Tem bacalhau à Gomes de Sá. Quer? − Pode ser isso − concordou seu Adelino, sem entusiasmo. Ao cabo de dez minutos, veio o garçom brandindo o Gomes de Sá. A freguesa olhou o prato, invejando-o, e, para estimular o apetite de seu Adelino: − Está uma beleza! − Não acho muito não − retorquiu, inapetente. O prato foi servido, o azeite adicionado, e seu Adelino traçou o bacalhau, depois de lhe ser desejado bom apetite. Em silêncio. Vendo que ele não se manifestava, sua leal conviva interpelou-o: − Como é, está bom? Com um risinho meio de banda, fez a crítica: − Bom nada, madame. Isso não é bacalhau à Gomes de Sá nem aqui nem em Macau. É bacalhau com batatas. E vou lhe dizer: está mais para sem gosto do que com ele. A batata me sabe a insossa, e o bacalhau salgado em demasia, ai! A cliente se lembrou, com saudade vera, daquele maravilhoso Gomes de Sá que se come em casa de d. Concessa. E foi detalhando: − Lá em casa é que se prepara um legal, sabe? Muito tomate, pimentão, azeite de verdade, para fazer um molho pra lá de bom, e ainda acrescentam um ovo… Seu Adelino emergiu da apatia, comoveu-se, os olhos brilhando, desta vez em sorriso aberto: − Isso mesmo! Ovo cozido e ralado, azeitonas portuguesas, daquelas… Um santo, santíssimo prato! Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 136 165 Mas, encarando o concreto: − Essa gente aqui não tem a ciência, não tem a ciência! − Espera aí, seu Adelino, vamos ver no jornal se tem um bom filme de espionagem para o senhor se consolar. Não tinha, infelizmente. (Adaptado de: ANDRADE, Carlos Drummond de. 70 histórias. São Paulo: Companhia das Letras, 2016, p. 110-111) Considerando-se o contexto, a substituição do termo sublinhado pelo indicado entre parênteses altera o sentido do seguinte trecho: A) os olhos brilhando, desta vez em sorriso aberto (franco) B) queixa-se do resfriado crônico (insignificante) C) Enfim, autêntico papo-firme (genuíno) D) sua leal conviva interpelou-o (fiel) E) Seu Adelino emergiu da apatia (indiferença) 7. (FCC / PREF. RECIFE / 2022) Com um risinho meio de banda, fez a crítica: − Bom nada, madame. Isso não é bacalhau à Gomes de Sá nem aqui nem em Macau. É bacalhau com batatas. No contexto em que se insere, o termo “banda” deve ser entendido na seguinte acepção: A) conjunto de instrumentos de sopro e percussão. B) metade. C) parte lateral; lado. D) tira de tecido usado como acabamento ou enfeite. E) grupo de seres ou de coisas; bando. 8. (FCC / PGE-AM / 2022) Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 137 165 No 1º parágrafo, o narrador destaca a seguinte característica de Maria da Piedade: sua A) ingenuidade. B) impulsividade. C) melancolia. D) timidez. E) hipocrisia. 9. (FCC / TRT 4ª REGIÃO / 2022) Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 138 165 O termo que qualifica o substantivo na expressão “povo concreto” (19º parágrafo) tem sentido oposto ao termo que qualifica o substantivo em: A) “cadeiras padronizadas” (19º parágrafo). B) “pessoa comum” (1º parágrafo). C) “poltronas deleitáveis” (19º parágrafo). D) “quadros abstratos” (19º parágrafo). E) “humildes pessoas” (25º parágrafo). Equipe PortuguêsEstratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 139 165 10. (FCC / TRT 4ª REGIÃO / 2022) Utilize o texto da questão anterior é uma coisa que nasce com o indivíduo, ou não nasce, e jamais lhe será consubstancial (26º parágrafo) O termo sublinhado acima pode ser substituído, sem prejuízo para o sentido do texto, por: A) alheia B) intrínseca C) imposta D) aprazível E) benéfica 11. (FCC / SEFAZ-SC / 2021) 5 DE JULHO DE 1955. Aniversário de minha filha Vera Eunice. Eu pretendia comprar um par de sapatos para ela. Mas o custo dos gêneros alimentícios nos impede a realização dos nossos desejos. Atualmente somos escravos do custo de vida. Eu achei um par de sapatos no lixo, lavei e remendei para ela usar. Eu não tinha um tostão para comprar pão. Então eu levei 3 litros e troquei com o Arnaldo. Ele ficou com os litros e deu-me pão. Fui receber o dinheiro do papel. Recebi 65 cruzeiros. Comprei 20 de carne. 1 quilo de toucinho e 1 quilo de açúcar e seis cruzeiros de queijo. E o dinheiro acabou-se. Passei o dia indisposta. Percebi que estava resfriada. À noite o peito doía-me. Comecei tossir. Resolvi não sair à noite para catar papel. Procurei meu filho João José. Ele estava na rua Felisberto de Carvalho, perto do mercadinho. O ônibus atirou um garoto na calçada e a turba afluiu-se. Ele estava no núcleo. Dei-lhe uns tapas e em 5 minutos ele chegou em casa. Ablui as crianças e aleitei-as e ablui-me e aleitei-me. Esperei até às 11 horas, um certo alguém. Ele não veio. Tomei um melhoral e deitei-me novamente. Quando despertei o astro rei deslizava no espaço. A minha filha Vera Eunice dizia: − Vai buscar água, mamãe! (Adaptado de: JESUS, Carolina Maria de. Quarto de despejo: diário de uma favelada. São Paulo: Editora Ática, 1992, p. 9) Em O ônibus atirou um garoto na calçada e a turba afluiu-se (3º parágrafo), o verbo sublinhado está empregado na mesma acepção do verbo sublinhado em: A) O Amazonas aflui ao Atlântico. B) As lágrimas afluem-lhe aos olhos. C) Os torcedores fanáticos afluíram ao estádio. D) O sangue aflui em minhas veias. Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 140 165 E) As estrelas afluíram no céu. 12. (FCC / ALAP / ASS. LEGISLATIVO / 2020) Distribuição justa A justiça de um resultado distributivo das riquezas depende das dotações iniciais dos participantes e da lisura do processo do qual ele decorre. Do ponto de vista coletivo, a questão crucial é: a desigualdade observada reflete essencialmente os talentos, esforços e valores diferenciados dos indivíduos, ou, ao contrário, ela resulta de um jogo viciado na origem e no processo, de uma profunda falta de equidade nas condições iniciais de vida, da privação de direitos elementares ou da discriminação racial, sexual, de gênero ou religiosa?(...) (Adaptado de: GIANETTI, Eduardo. Trópicos utópicos. São Paulo: Companhia das Letras, 2016, p. 106) Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um segmento do texto em: A) dotações iniciais dos participantes (1º parágrafo) = licitações originais dos concorrentes. B) jogo viciado na origem e no processo (1º parágrafo) = processo fraudulento do acaso. C) falta de um mínimo de equidade (2º parágrafo) = carência de discriminação equivalente. D) envenena os valores da convivência (2º parágrafo) = corrompe a qualidade do convívio. E) de modo a ampliar seu leque (2º parágrafo) = por conta da aberta indisponibilidade. 13. (FCC / ALAP / ASS. LEGISLATIVO / 2020) [O motor da preguiça] Acho que a verdadeira força motriz do desenvolvimento humano, a razão da superioridade e do sucesso do Homem, foi a preguiça. A técnica é fruto da preguiça. O que são o estilingue, a flecha e a lança senão maneiras de não precisar ir lá e esgoelar a caça ou um semelhante com as mãos, arriscando-se a levar a pior e perder a viagem? O que estaria pensando o inventor da roda senão no eventual desenvolvimento da charrete, que, atrelada a um animal menos preguiçoso do que ele, o levaria a toda parte sem que ele precisasse correr ou caminhar? Toda a história das telecomunicações, desde os tambores tribais e seus códigos primitivos até os sinais da TV e a internet, se deve ao desejo humano de enviar a mensagem em vez de ir entregá-la pessoalmente. A fome de riqueza e poder do Homem não passa da vontade de poder mandar os outros fazerem o que ele tem preguiça de fazer, seja de trazer os seus chinelos ou construir suas pirâmides. A química moderna é filha da alquimia, que era a tentativa de ter o ouro sem ter que procurá-lo, ou trabalhar para merecê-lo. A física e a filosofia são produtos da contemplação, que é um subproduto da indolência e uma alternativa para a sesta, A grande arte também se deve à preguiça. Não por acaso, o que é considerada a maior realização da melhor época da arte ocidental, o teto da Capela Sistina, foi feita pelo Michelangelo deitado. Marcel Proust escreveu Em busca do tempo perdido deitado. Vá lá, recostado. As duas maiores invenções contemporâneas, depois do antibiótico e do microchip, que são a escada rolante e o manobrista, devem sua existência à preguiça. E nem vamos falar no controle remoto. (Adaptado de: VERISSIMO, Luis Fernando. O mundo é bárbaro. Rio de Janeiro: Objetiva, 2008, p. 54-55) Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 141 165 Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um segmento do texto em: A) verdadeira força motriz do desenvolvimento (1º parágrafo) = real intenção do progresso. B) arriscando-se a levar a pior (1º parágrafo) = expondo-se aos imprevistos. C) são produtos da contemplação (3º parágrafo) = tornam-se produtivamente visíveis. D) uma alternativa para a sesta (3º parágrafo) = uma alternância de repouso. E) um subproduto da indolência (3º parágrafo) = um efeito secundário da preguiça. 14. (FCC / SEPLAG RECIFE / ANA. DE GESTÃO CONTÁBIL / 2019) O futuro de uma desilusão A ilusão de que uma metafísica calcada na ciência permitiria banir o mistério do mundo caducou − e agora? O que nos resta fazer? Não se pode esperar da ciência respostas a inquietações que estão constitutivamente além de seu horizonte de possibilidades. A ciência só se coloca problemas que ela é capaz, em princípio, de resolver, ou seja, questões que se prestam a um tratamento empírico-dedutivo e cujas respostas admitem a possibilidade da refutação. Há um equívoco em abordar as extraordinárias conquistas do método científico com o olhar expectante da busca religiosa ou metafísica. Ao mesmo tempo, contudo, parece simplesmente descabida, além de irrealista, a pretensão de se limitar a esfera do que é pertinente inquirir à província da investigação científica, como se a ciência gozasse da prerrogativa de definir ou demarcar o âmbito do que há para ser explicado no mundo. Uma coisa é dizer que o animal humano partilha dos mesmos objetivos básicos − sobreviver e reproduzir − das demais formas de vida; outra, muito distinta, é afirmar que “nenhuma espécie, inclusive a nossa, possui um propósito que vá além dos imperativos criados por sua história genética” e que, portanto, a espécie humana “carece de qualquer objetivo externo à sua própria natureza biológica”: pois, ao dar esse passo, saltamos da observação ao decreto e da constatação ao cerceamento da busca. A teima interrogante do saber não admite ser detida e barrada, como contrabando ou imigrante clandestino, pela polícia da fronteira na divisa onde findam os porquês da ciência. (Adaptado de: GIANETTI, Eduardo. Trópicos utópicos. São Paulo: Companhia das Letras, 2016, p. 37-38) Considerando-se o contexto,traduz-se adequadamente o sentido de um segmento do texto em: A) uma metafísica calcada na ciência (1º parágrafo) = uma imaginação adversa ao método científico. B) admitem a possibilidade da refutação (1º parágrafo) = sancionam a hipótese da reiteração. C) a esfera do que é pertinente inquirir (2º parágrafo) = o círculo do que se admite refutar. D) demarcar o âmbito (2º parágrafo) = destituir o alvo visado. E) A teima interrogante do saber (3º parágrafo) = A obstinada investigação do conhecimento. 15. (FCC / SEPLAG RECIFE / ANA. DE GESTÃO CONTÁBIL / 2019) [Cartas sem resposta] Deixamos na terra natal, além de recordações plantadas no ar, pessoas de saúde frágil e idade avançada, às quais prometemos que nossa visita não vai demorar. Mesquinhas preocupações, Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 142 165 ==2537cb== cansaço, displicência, tédio de viajar por lugares muito sabidos, cisma de avião, tudo isso e pequenos motivos nos afastam da nossa promessa. Acabamos escrevendo apenas cartas. Cartas, cartas! Repetem mecanicamente um carinho que devia ser cálido e físico, carregam abstrações, sombra de beijos, não beijos. E chega um dia em que já não recebemos cartas em resposta às que continuamos a mandar. (Adaptado de: ANDRADE, Carlos Drummond. Fala, amendoeira. São Paulo: Companhia das Letras, 2012, p. 167/168) Expressa-se no texto uma clara oposição de sentido entre os elementos: A) recordações plantadas no ar / pessoas de saúde frágil B) Mesquinhas preocupações / tédio de viajar C) cálido e físico / sombra de beijos D) Repetem mecanicamente / carregam abstrações E) displicência / pequenos motivos. 16. (FCC / SEPLAG RECIFE / ASS. DE GESTÃO PÚBLICA / 2019) Um fragmento do texto tem seu conteúdo expresso em outras palavras em: A) se rebelou contra a mobilização de Oswaldo Cruz... (4º parágrafo) / foi ao encontro da campanha de Oswaldo Cruz... B) protagonizada pela população... (4º parágrafo) / submetida aos cidadãos... C) Há que reverter o processo. (5º parágrafo) / É fato que o processo recrudesce. D) atribuem o desleixo a duas causas. (2º parágrafo) / imputam a negligência a duas causas. E) apunhalam o individual e o coletivo. (3º parágrafo) / sublimam o pessoal e o impessoal. 17. (FCC / ISS-MANAUS / TÉCNICO DE TI / 2019) Darwin nos trópicos Ao desembarcar no litoral brasileiro em 1832, na baía de Todos os Santos, o grande cientista Darwin deslumbrou-se com a natureza nos trópicos e registrou em seu diário: “Creio, depois do que vi, que as descrições gloriosas de Humboldt* são e sempre serão inigualáveis: mas mesmo ele ficou aquém da realidade”. Mas a paisagem humana, ao contrário, causou-lhe asco e perplexidade: “Hospedei-me numa casa onde um jovem escravo era diariamente xingado, surrado e perseguido de um modo que seria suficiente para quebrar o espírito do mais reles animal.” O mais surpreendente, contudo, é que a revolta não o impediu de olhar ao redor de si com olhos capazes de ver e constatar que, não obstante a opressão a que estavam submetidos, a vitalidade e a alegria de viver dos africanos no Brasil traziam em si a chama de uma irrefreável afirmação da vida. Darwin chegou mesmo a desejar que o Brasil seguisse o exemplo da rebelião escrava do Haiti. Frustrou-se esse desejo de uma rebelião ao estilo haitiano, mas confirmou-se sua impressão: a África salva o Brasil. Respeitando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um segmento do texto em: Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 143 165 A) descrições gloriosas (1º parágrafo) = impressões empenhadas. B) causou-lhe asco e perplexidade (1º parágrafo) = submeteu-o a relutantes sentimentos. C) suficiente para quebrar o espírito (1º paragrafo) = disponível para aquebrantar o humor. D) olhos capazes de ver e constatar (2º parágrafo) = olhos dispostos a analisar e discorrer. E) chama de uma irrefreável afirmação (2º parágrafo) = ardor de uma incontida positivação. 18. (FCC / SEGPLAN-MANAUS / TÉCNICO FAZENDÁRIO / 2019) Disseminação da violência A violência não se administra nem admite negociação: é da sua natureza impor a força como método. Sua lógica final é a adoção da barbárie. As instituições humanas existem para regulamentar nossos ímpetos, disciplinar nossas ações, impedir que se chegue à supremacia da violência. São chamados justamente de “supremacistas” (um neologismo, para atender a uma necessidade de nossos tempos violentos) aqueles que querem se impor pela força bruta, alcançar um poder hegemônico. Apoiam-se eles em ideologias que cantam a superioridade de uma etnia, de uma cultura, de uma classe social, de uma seita religiosa. Acabam por fazer de sua brutalidade primitiva uma “instituição” organizada pelo princípio brutal da lei do mais forte. Talvez em nenhuma outra época foi tão premente a necessidade de se fortalecerem as instituições que de fato trabalham a favor do homem, da coletividade, do interesse público. A profusão e a difusão das chamadas redes sociais puseram a nu a violência que está em muitos e que já não se envergonha de si mesma, antes se proclama e se propaga com inaudito cinismo. Estamos todos diante de um grande espelho público e anônimo, onde se projeta o que se é ou o que se quer ser. Admirável como conquista tecnológica, a expansão da internet ainda não encontrou os meios necessários para canalizar acima de tudo os impulsos mais generosos, que devem reger nossa difícil caminhada civilizatória. (Aníbal Tolentino, inédito) Um segmento do texto tem seu sentido adequadamente traduzido em: A) é da sua natureza impor a força (1º parágrafo) = é normal impor-se a força à natureza. B) alcançar um poder hegemônico (1º parágrafo) = atingir uma potência soberana. C) A profusão e a difusão (2º parágrafo) = O provimento e a propensão. D) puseram a nu a violência (2º parágrafo) = acobertaram a força bruta. E) para canalizar acima de tudo os impulsos (2º parágrafo) = a fim de se abeirar das necessidades. 19. (FCC / DETRAN-SP / AGENTE DE TRÂNSITO / 2019) O paradoxo da promessa Em que circunstâncias alguém se exalta e defende com ardor uma opinião? “Ninguém sustenta fervorosamente que 7 x 8 = 56, pois se pode demonstrar que isso é uma verdade”, observa Bertrand Russel. O ânimo persuasivo só recrudesce e lança mão das artes e artimanhas da retórica apaixonada quando se trata de incutir opiniões que são duvidosas ou demonstravelmente falsas. O mesmo vale para o ato de prometer alguma coisa. O simples fato de que uma promessa precisa ser feita com toda a ênfase indica a existência de dúvida quanto à Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 144 165 sua concretização. Só prometemos acerca do que exige um esforço extra da vontade. E quanto mais solene ou enfática a promessa – “Te juro, meu amor, agora é pra valer!” – mais duvidosa ela é: protesting too much (‘proclamar excessivo’), como dizem os ingleses. “Só os deuses podem prometer, porque são imortais”, adverte o poeta. (Adaptado de: GIANETTI, Eduardo. Trópicos utópicos. São Paulo: Companhia das Letras, 2016, p. 26) Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um segmento do texto em: A) se exalta e defende com ardor (1° parágrafo) = arrebata-se e sustenta com paixão. B) ânimo persuasivo só recrudesce (1° parágrafo) = intenção retórica só se arrefece. C) lança mão das artes e artimanhas (1° parágrafo) = exclui a força artesanal convincente. D) dúvida quanto à sua concretização (2° parágrafo) = projeção da fé em sua efetividade. E) quanto mais solene ou enfática (2° parágrafo) =tanto mais sincera quanto consciente. 20. (FCC / DETRAN-SP / AGENTE DE TRÂNSITO / 2019) Olhador de anúncio Eis que se aproxima o inverno, pelo menos nas revistas, cheias de anúncios de cobertores, lãs e malhas. O que é o desenvolvimento! Em outros tempos, se o indivíduo sentia frio, passava na loja e adquiria os seus agasalhos. Hoje são os agasalhos que lhe batem à porta, em belas mensagens coloridas. E nunca vêm sós. O cobertor traz consigo uma linda mulher, que se apresenta para se recolher debaixo de sua “nova textura antialérgica”, e a legenda: “Nosso cobertor aquece os corpos de quem já tem o coração quente”. A mulher parece convidar-nos: “Venha também”. Ficamos perturbados. (...) Não, a mulher absolutamente não faz parte do cobertor, que é que o senhor estava pensando? Nem adianta telefonar para a loja ou agência de publicidade, pedindo o endereço da moça do cobertor antialérgico. Modelo fotográfico é categoria profissional respeitável, como qualquer outra. Tome juízo, amigo. E leve só o cobertor. São decepções do olhador de anúncios. Em cada anúncio uma sugestão erótica. Identificam-se o produto e o ser humano. A tônica do interesse recai sobre este último? É logo desviada para aquele. Operada a transferência, fecha-se o negócio. O erotismo fica sendo agente de vendas. Pobre Eros! Fizeram-te auxiliar de Mercúrio (*). (Adaptado de: ANDRADE, Carlos Drummond. O poder ultrajovem. São Paulo: Companhia das Letras, 2015, p. 167) Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um segmento do texto em: A) Eis que se aproxima o inverno (1º parágrafo) = A estação do frio é iminente. B) E nunca vêm sós (2° parágrafo) = Jamais se deixam acompanhar. C) é categoria profissional respeitável (3° parágrafo) = trata-se de profissão requisitada. D) Em cada anúncio uma sugestão erótica (4° parágrafo) = Cada propaganda erótica assim se anuncia. E) A tônica do interesse recai (4° parágrafo) = O desejo despertado investe. Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 145 165 21. (FCC / SABESP / ENSINO MÉDIO / 2019) Depois que as legiões romanas conquistavam um território, ele recebia o nome de “província”. Para essa província eram enviados muitos cidadãos romanos: pequenos funcionários públicos, soldados, agricultores, comerciantes, artesãos... enfim, gente do povo que ia colonizar as novas terras conquistadas para o Império. Ora, essa gente do povo não falava o latim clássico, o latim dos grandes oradores, dos poetas e dos filósofos. Falava, sim, um latim simplificado, com regras mais flexíveis, mais práticas que as do latim clássico. Esse latim do povo recebeu o nome de “latim vulgar”. Foi esse latim vulgar que os habitantes originais das províncias conquistadas aprenderam, pois seu contato era muito maior com os romanos simples do que com as camadas sociais mais altas do Império. E foi desse latim vulgar que surgiram, com o passar do tempo, todas as línguas “românicas”, entre as quais o português. (Adaptado de: BAGNO, Marcos. A língua de Eulália: novela sociolinguística. 12ₐ ed. São Paulo, Contexto, 2003, p. 41) ... pois seu contato era muito maior com os romanos simples do que com as camadas sociais mais altas do Império. Mantém-se o sentido do trecho acima substituindo-se o termo sublinhado por: A) porque B) portanto C) porém D) então E) mas. 22. (FCC / SABESP / ENSINO MÉDIO / 2019) Zeus lhe deu permissão para botar os ovos no colo dele. Ao ver isso, o escaravelho fez uma pelota de esterco, voou até alcançar o colo de Zeus e soltou-a lá. Ao ver isso, o escaravelho fez uma pelota de esterco, voou até alcançar o colo de Zeus e soltou-a lá. O trecho em negrito pode ser substituído, sem prejuízo para o sentido, por A) Ainda que viu B) Quando viu C) À medida que viu D) Enquanto viu E) Assim como viu. 23. (FCC / AFAP / ADVOGADO / 2019) [Vocação de professor] Escritor nas horas vagas, sou professor por vocação e destino. “A quem os deuses odeiam, fazem-no pedagogo”, diz o antigo provérbio; assim, pois, dando minhas aulas há tantos anos, talvez esteja expiando algum crime que ignoro, cometido porventura nalguma existência anterior. Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 146 165 Apesar disso, não tenho maiores queixas de um ofício que, mantendo-me sempre no meio dos moços, me dá a ilusão de envelhecer menos rapidamente do que aqueles que passam a vida inteira entre adultos solenes e estereotipados. Outra vantagem da minha profissão principal é fornecer material copioso para a profissão acessória. Se fosse ficcionista, que mina não teria à mão no mundo da adolescência, mina ainda insuficientemente explorada e cheia de tesouros! Mas, como não sou ficcionista, utilizo-me desse cabedal apenas para observação e reflexão; às vezes o aproveito nalgum monólogo inócuo, como este. (Adaptado de: RÓNAI, Paulo. Como aprendi o Português e outras aventuras. Rio de Janeiro: Edições de Janeiro, 2014, p. 109) Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um segmento do texto em: A) fazem-no pedagogo (1º parágrafo) = incentivam-no a ser um educador. B) expiando algum crime que ignoro (1º parágrafo) = focalizando algum deslize insuspeito. C) cometido porventura (1º parágrafo) = desempenhado afortunadamente. D) fornecer material copioso (2º parágrafo) = implementar objetiva medida. E) utilizo-me desse cabedal (2º parágrafo) = lanço mão dessa riqueza. 24. (FCC / BANRISUL / ESCRITURÁRIO / 2019) A chave do tamanho O antes de nascer e o depois de morrer: duas eternidades no espaço infinito circunscrevem o nosso breve espasmo de vida. A imensidão do universo visível com suas centenas de bilhões de estrelas costuma provocar um misto de assombro, reverência e opressão nas pessoas. “O silêncio eterno desses espaços infinitos me abate de terror”, afligia-se o pensador francês Pascal. Mas será esse necessariamente o caso? O filósofo e economista inglês Frank Ramsey responde à questão com lucidez e bom humor: “Discordo de alguns amigos que atribuem grande importância ao tamanho físico do universo. Não me sinto absolutamente humilde diante da vastidão do espaço. As estrelas podem ser grandes, mas não pensam nem amam – qualidades que impressionam bem mais do que o tamanho. Não acho vantajoso pesar quase cento e vinte quilos”. Com o tempo não é diferente. E se vivêssemos, cada um de nós, não apenas um punhado de décadas, mas centenas de milhares ou milhões de anos? O valor da vida e o enigma da existência renderiam, por conta disso, os seus segredos? E se nos fosse concedida a imortalidade, isso teria o dom de aplacar de uma vez por todas o nosso desamparo cósmico e as nossas inquietações? Não creio. Mas o enfado, para muitos, seria difícil de suportar. (Adaptado de: GIANETTI, Eduardo. Trópicos utópicos. São Paulo: Companhia das Letras, 2016, p. 35) Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um segmento do texto em: A) circunscrevem o nosso breve espasmo (1º parágrafo) = retificam nosso rápido incômodo B) misto de assombro, reverência e opressão (1º parágrafo) = contrição de susto, desassombro e restrição Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 147 165 C) responde à questão com lucidez e bom humor (2º parágrafo) = elucida a pergunta com irreverência imaginosa D) renderiam (...) os seus segredos? (3º parágrafo) = revelariam os seus mistérios? E) teria o dom de aplacar de uma vez (3º parágrafo) = traria o mérito de retribuir no ato 25. (FCC / BANRISUL / ESCRITURÁRIO / 2019) Demonstra-se boa compreensão de um segmento do textono seguinte caso: A) Se, para contrabalançar minhas lacunas, me houvesse Deus concedido o (...) dom = caso Deus tivesse compensado minhas falhas agraciando-me com o talento B) o próprio retratado com todos seus pés-de-galinha minuciosamente contadinhos = o fotógrafo mesmo, que não poupa detalhes, perde-se ao contar minúcias C) com a qual jamais poderemos competir em matéria de objetividade = com cuja materialidade nem mesmo sendo objetivos havemos de tratar D) Não sei por que motivo há de a gente desenhar tão objetivamente as coisas = Não vejo razão para renunciarmos à objetividade quando desenhamos E) O restante eu transfiguraria em conformidade com meu desejo de fantasia = O que sobrasse eu dispensaria para poder fazer jus ao meu critério de artista 26. (FCC / METRÔ-SP / AGENTE DE SEGURANÇA / 2019) Quem fala português não se limita a comer, a gente também gosta de falar sobre comida. Sendo duas coisas diferentes, na verdade são a mesma. A língua portuguesa tem um valor nutritivo que as outras não têm. Creio que é possível engordar a falar de comida em português. Vai uma linguicinha? E se amanhã fizéssemos um costelão? Boa sorte a traduzir estas perguntas para inglês, francês ou alemão. Eles sabem (vagamente) o que é linguiça e costela. Mas nunca hão de saber o que é uma linguicinha e um costelão. Sem esses nomes, o sabor é diferente. Já tenho tomado refeições com gente que fala outras línguas e nunca vi nada parecido. Numa mesa de falantes de português, come-se, recordam-se refeições passadas e projetam-se refeições futuras. Falantes de português, depois de terem comido uma feijoada, recordam uma moqueca capixaba que comeram em 1987 e planejam o acarajé que vão fazer para o jantar do dia seguinte. A gente ama através da comida — e é um amor bruto, que é o único amor que vale a pena. Dizemos coisas que, apesar de carinhosas, estão bastante próximas do universo do crime. Por exemplo: “Você não sai daqui sem provar este vatapá”. Isso é vocabulário de sequestrador. Contudo, é ternura. (Adaptado de: PEREIRA, Ricardo A. “Uma série de séries”. 08/09/19. Disponível em: www1.folha.uol.com.br) O termo “bruto” (2º parágrafo) pode ser substituído, sem prejuízo do sentido, por: A) mal-acabado. B) irrefletido. C) singelo. D) desagradável. Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 148 165 E) Indignado. 27. (FCC / SEPLAG RECIFE / ANA. DE GESTÃO CONTÁBIL / 2019) Tempo é dinheiro O primeiro relógio mecânico de que se tem registro − um artefato movido pelo escoamento da água sobre uma roda – foi inventado no século VIII por um matemático e monge budista chinês chamado Yi Xing. Mas, quando os missionários jesuítas portugueses introduziram na China, no século XVI, o relógio mecânico acionado por pesos e cordas, a novidade provocou sensação e assombro na corte imperial. Mais do que qualquer outra novidade tecnológica europeia, o aparelho deslumbrou os até então reticentes chineses não só pelo engenho e precisão, mas como fonte de enlevo e contemplação. Os relógios europeus foram recebidos pelos chineses como um convite, um estímulo à meditação sobre o fluxo da existência, e foram tratados como verdadeiros brinquedos metafísicos. Jamais lhes ocorreu, porém, a ideia de tirar proveito daquele dispositivo visando disciplinar a jornada de trabalho, impor o ritmo dos negócios ou pautar a circulação das riquezas entre os consumidores. (Adaptado de: GIANETTI, Eduardo. Trópicos utópicos. São Paulo: Companhia das Letras, 2016, p. 154) Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um segmento do texto em: A) um artefato movido pelo escoamento da água (1º parágrafo) = um engenho apto a refluir a água. B) a novidade provocou sensação e assombro (1º parágrafo) = a originalidade impactou e atemorizou. C) os até então reticentes chineses (1º parágrafo) = os chineses àquela altura exultantes. D) estímulo à meditação sobre o fluxo da existência (2º parágrafo) = motivo para apreender os impactos da vida. E) pautar a circulação das riquezas (2º parágrafo) = regular o fluxo dos bens econômicos. 28. (FCC / CÂMARA DE FORTALEZA / BIBLIOTECÁRIO / 2019) Em 1925, um estudante de farmácia e jovem poeta que assinava Carlos Drummond publicou um artigo afirmando que, em relação a Machado de Assis, o melhor a fazer era repudiá-lo. Cheio de ímpeto juvenil, considerava o criador de Brás Cubas um “entrave à obra de renovação da cultura geral”. Na correspondência que manteve com Mário de Andrade nas décadas de 1920 e 1930, Machado também teria papel crucial no embate acerca da tradição. Nas cartas, o escritor volta e meia surge como encarnação de um passado a ser descartado. Décadas mais tarde, em 1958, Drummond publicou o poema “A um bruxo, com amor”, uma das mais belas homenagens de escritor para escritor na literatura brasileira. Um único verso dá a medida do elogio: “Outros leram da vida um capítulo, tu leste o livro inteiro”. O poema compõe-se de frases do escritor, cujo cinquentenário de morte então se comemorava. O poeta maduro, que agora assinava Carlos Drummond de Andrade, emprestava palavras do próprio Machado para compor um epíteto que ganharia ampla circulação, o “bruxo do Cosme Velho”. O que teria se passado com Drummond para mudar tão radicalmente de posição? Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 149 165 Harold Bloom descreve as razões que marcam a relação entre escritores de diferentes gerações. O processo passa pela ironia do mais jovem em relação ao seu precursor; pelo movimento que marca a construção de um sublime que se contrapõe ao do precursor; e, finalmente, pela reapropriação do legado. A assimilação dificultosa do passado é também um processo vivido pela geração de Drummond. Os antepassados foram vistos muitas vezes como obstáculos aos desejos de renovação que emergiram a partir da década de 1910 em vários pontos do Brasil. E tanto no âmbito individual como no geracional, Machado surge como emblema do antigo. Alguém que fora sepultado com os elogios fúnebres de Rui Barbosa e Olavo Bilac não podia deixar de ser uma pedra no caminho para escritores investidos do propósito de romper com as convenções. Até Drummond chegar à declaração de respeito, admiração e amor, foi um longo percurso. Pouco a pouco, Machado deixa de ser ameaça para se tornar uma presença imensa que ocupa a imaginação do poeta. (Adaptado de: GUIMARÃES, Hélio de Seixas. Amor nenhum dispensa uma gota de ácido. São Paulo: Três Estrelas, 2019, p. 9-30.) Está mantido o sentido de um segmento do texto em: A) encarnação de um passado a ser descartado = personificação a ser considerada B) embate acerca da tradição = ação arraigada no passado C) assimilação dificultosa = difícil incorporação D) reapropriação do legado = renovação do domínio E) propósito de romper com as convenções = desejo de padronização das tradições. 29. (FCC / TRF 3ª Região / TÉCNICO JUDICIÁRIO / 2019) [Medo do céu] Tenho medo de morrer e ir para o céu. Eu me sentiria um estranho por lá. A poeta Cecília Meireles pensava o mesmo. Ela se perguntava se, “depois que se navega, a algum lugar enfim se chega... O que será, talvez, até mais triste. Nem barca, nem gaivota: somente sobre-humanas companhias..." Também eu preciso de barcas e gaivotas, pois amo o mar e o ar. Sou um ser deste mundo e sinto que no meu corpo moram rios, árvores, montanhas e nuvens. Nenhum mundo além poderá consolar-me da sua perda. É certo que um espírito, por bem-aventurado que seja, não pode sentir o cheiro bom do capim-gordura (que recém-começa a florescer roxo nos campos). Para isso ele teria de ter um nariz. E nem pode sentir o vento frio das tardes de inverno, a lhe golpear o rosto. Ao que me parece, espíritos não têm pele.E não podem jamais sentir o prazer de mergulhar no mar. A alegria animal está vedada aos espíritos, seres etéreos que, ao que consta, não sofrem os efeitos da gravidade. Sua leveza os protege de quedas dos muros, mas lhes tira a alegria do mergulho na água. Saltam, e ficam flutuando no espaço. Por isso não quero ir para o céu. (Adaptado de: ALVES, Rubem. Tempus fugit. São Paulo: Paulus, 1990, p. 95) No contexto, estabelecem entre si uma relação de oposição de sentido os segmentos A) medo de morrer / não quero ir para o céu. B) não sofrem os efeitos da gravidade / quedas dos muros. Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 150 165 C) cheiro bom do capim-gordura / sentir o vento frio das tardes. D) seres etéreos / Sua leveza os protege. E) somente sobre-humanas companhias / ficam flutuando no espaço. 30. (FCC / TRF 4ª Região / ANALISTA JUDICIÁRIO / 2019) No contexto, o termo sublinhado pode ser corretamente substituído pelo que se encontra entre parênteses na seguinte frase: A) A poesia é destas coisas que a gente faz mas não diz (assimila). (2º parágrafo) B) Por (Conquanto) não ter nada de mais nem nada de menos... (4º parágrafo) C) Embora, eu que o diga, seja tão difícil ser assim (logo) autêntico. (1º parágrafo) D) Vem logo o trabalho de corte, pois (quando) noto o que estava demais. (3º parágrafo) E) Sinto-me capaz de fazer um poema tão bom ou tão ruinzinho (precário)... (4º parágrafo). 31. (FCC / RIOPRETOPREV / ANALISTA PREVIDENCIÁRIO / 2019) [Aprendizes da alegria] Fico comovido toda vez que ouço o finalzinho da canção que o Chico Buarque escreveu para a filha recém-nascida, dizendo ser este o seu melhor desejo: “e que você seja da alegria sempre uma aprendiz”. Haverá coisa maior que se possa desejar? A felicidade é voltar a ser criança. As crianças sabem muito bem disto: que o propósito maior da vida é o prazer. Santo Agostinho, de ortodoxia inquestionável, também sabia disso, e dizia que as coisas da vida se dividem em duas classes: coisas para serem usadas e coisas para serem usufruídas. As coisas para serem usadas são aquelas que não são um fim em si mesmas, como uma panela, um violão, um serrote. Bom mesmo não é a panela, mas a moqueca que se cozinha nela. Moqueca é objeto de fruição; um pouquinho de felicidade. Bom mesmo não é o violão, mas a música que se toca nele. Pois a música é alegria, objeto de fruição. E bom mesmo não é o serrote, mas a casinha de boneca que se faz com ele, e que faz os olhos da menina brilharem. Felicidade são os olhos da menina... Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 151 165 O objetivo do trabalho não é a simples função do que constrói: o objetivo do trabalho é o prazer do jardim que se planta, a casa que se constrói ou o livro que se escreve. Pensamos que a felicidade é coisa grande, barulhenta, talvez inalcançável... Ao contrário: é discreta, silenciosa e frágil, como uma bolha de sabão. Ela se vai muito rápido, mas deixa a lição de que se podem soprar muitas outras. (Adaptado de: ALVES, Rubem. Tempus fugit. São Paulo: Paulus, 1990, p. 41-43, passim) Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um segmento do texto em: A) dizendo ser este o seu melhor desejo (1° parágrafo) = invocando assim seu maior trabalho B) de ortodoxia inquestionável (2° parágrafo) = de preconceitos indubitáveis C) não são um fim em si mesmas (2° parágrafo) = não se constituem elas mesmas como finalidades D) não é a simples função do que constrói (4° parágrafo) = não se empenha para funcionar E) talvez inalcançável (4° parágrafo) = presumivelmente inabalável. 32. (FCC / SABESP / ENSINO MÉDIO / 2019) Uma águia perseguia uma lebre que estava longe de qualquer proteção. Mas, assim que a lebre avistou um escaravelho, o único protetor que a ocasião lhe oferecia, foi até ele e suplicou ajuda. O escaravelho a amparou e, quando viu a águia se aproximando, pôs-se a pedir-lhe que não levasse embora sua protegida. A águia, porém, esnobou a pequenez do escaravelho e devorou a lebre diante dele. Ressentido, o escaravelho passou a espreitar os ninhos da águia e, cada vez que ela punha ovos, subia lá no alto e os fazia rolar e quebrar, até que a águia, encurralada, buscou refúgio junto de Zeus, que a tem como sua ave sagrada, e pediu-lhe que arrumasse um lugar seguro para a ninhada. Zeus lhe deu permissão para botar os ovos no colo dele. Ao ver isso, o escaravelho fez uma pelota de esterco, voou até alcançar o colo de Zeus e soltou-a lá. Foi aí que Zeus se levantou para sacudir o esterco e, sem se dar conta, deixou cair os ovos. Desde então, dizem que, na época em que os escaravelhos aparecem, as águias não fazem o ninho. (ESOPO. Fábulas completas. Tradução de Maria Celeste Dezotti. São Paulo: Cosac Naify, 2013, p. 42) Em Ressentido, o escaravelho passou a espreitar os ninhos da águia, o termo em negrito pode ser substituído, sem prejuízo para o sentido, por A) melindrado. B) sorrateiro. C) determinado. D) impiedoso. E) enraivecido. 33. (FCC / ICMS-SC / AUDITOR / 2018) Sem prejuízo do sentido original e da correção, e sem que nenhuma outra modificação seja feita na frase, o segmento sublinhado pode ser corretamente substituído pelo que se encontra entre parênteses em: Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 152 165 A) Esses animais, mesmo (consoante) convivendo com outros animais... B) Apesar de agora conhecermos uma molécula que (cuja) provoca os sintomas da solidão... C) Suscetibilidade (Reação) ao estresse e aumento da agressividade. D) ... um composto químico capaz de debelar (extinguir) os efeitos da solidão. E) Que a solidão causa mudanças comportamentais ninguém duvida (não se questionam)... 34. (FCC / ISS SÃO LUIZ / AUD. FISCAL DE TRIBUTOS / 2018) A vida privada não é uma realidade natural, dada desde a origem dos tempos: é uma realidade histórica. A história da vida privada é, em primeiro lugar, a história de sua definição: como evoluiu sua distinção na sociedade francesa do século XX? Como o domínio da vida privada variou em seu conteúdo e abrangência? A questão é tanto mais importante na medida em que não é certo que seu contorno tenha o mesmo sentido em todos os meios sociais. Para a burguesia da Belle Époque1, não há nenhuma dúvida: o “muro da vida privada” separa claramente os domínios. Por trás desse muro protetor, a vida privada e a família coincidem com bastante exatidão. Esse domínio abrange as fortunas, a saúde, os costumes, a religião: se os pais que querem casar os filhos consultam o notário ou o pároco para “tomar informações” sobre a família de um eventual pretendente, é porque a família oculta cuidadosamente ao público o tio fracassado, o irmão de costumes dissolutos e o montante das rendas. E Jaurès2, respondendo a um deputado socialista que lhe censurava a comunhão solene da filha: “Meu caro colega, você sem dúvida faz o que quer de sua mulher, eu não”, marcava com grande precisão a fronteira entre sua existência de político e sua vida privada. Essa separação era organizada por uma densa teia de prescrições. A baronesa Staffe3, por exemplo, cita: “Quanto menos relações mantemos com a vizinhança, mais merecemos a estima e consideração dos que nos cercam”, “não devemos falar de assuntos íntimos com os parentes ou amigos que viajam conosco na presença de desconhecidos”. O apartamento ou a casa burguesa, aliás, se caracterizam por uma nítida diferença entre as salas para as visitas e os demais aposentos. O lugar da família propriamente dita não é o salão: as crianças não entram no aposento quandohá visitas e, como explica a baronesa, as fotos de família ficariam deslocadas nesse recinto. Ademais, as salas de visitas não são abertas a todos. Se toda dama da boa sociedade tem seu “dia” de receber − em 1907, são 178 em Nevers4 −, a visita à esposa de um figurão supõe uma apresentação prévia. As salas de recepção estabelecem, portanto, um espaço de transição para a vida privada propriamente dita. (Adaptado de: PROST, Antoine. Fronteiras e espaços do privado. In: PROST, Antoine; VINCENT, Gérard (orgs.). História da vida privada 5: Da Primeira Guerra a nossos dias. Trad. Denise Bottmann. São Paulo: Companhia das Letras, 2009, p. 14 e 15.) Formulação alternativa à do segmento transcrito que não prejudica o sentido original é: A) para “tomar informações” sobre a família de um eventual pretendente (2º parágrafo) / para discretamente examinar a vida familiar do então candidato à mão da jovem em idade de casar. B) era organizada por uma densa teia de prescrições (3º parágrafo) / era assentada em cerrada estrutura de explícitas proibições. C) Ademais, as salas de visitas não são abertas a todos (3º parágrafo) / O mais relevante é que as salas de visitas não são facultadas a todos. Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 153 165 D) a visita à esposa de um figurão supõe uma apresentação prévia (3º parágrafo) / quem queira visitar o cônjuge de uma pessoa de grande influência social tem de submeter-se a uma avaliação impreterível. E) As salas de recepção estabelecem, portanto, um espaço de transição para a vida privada propriamente dita. (3º parágrafo) / As salas de recepção são, assim, compatíveis com um espaço em que se transita pela vida privada dos moradores, tomada a expressão “vida privada” em seu sentido exato. 35. (FCC / AGED-MA / TÉCNICO DE FISCALIZAÇÃO / 2018) Diógenes de Sínope viveu no ano 336 a.C., em Corinto. Alexandre Magno, rei da Macedônia, foi ao seu encontro, para satisfazer o desejo de falar com o grande sábio. Ao encontrá-lo, disse-lhe: − Sou Alexandre, rei da Macedônia. E aproximou-se tanto do velho filósofo, que sua sombra se projetou sobre ele. Respondeu Diógenes: − Eu sou Diógenes, o cínico. Alexandre, vendo o estado de fragilidade material do velho filósofo, que não acreditava em bens materiais, disse-lhe: − Ó Diógenes, formula um desejo, e eu farei com que ele se cumpra, por mais difícil que seja! Entre os dois, estabeleceu-se um silêncio. Diógenes encontrava-se na mesma posição, à sombra do rei da Macedônia. E respondeu: − afasta-te, não me tapes o sol. Alexandre atendeu ao pedido e afastou-se rapidamente. A resposta de Diógenes ficou para a história, como expressão de humildade, desapego e desprendimento. Ele não queria mais do que a luz do sol, um bem que não precisava do poder do rei para ser usufruído. (Adaptado de: NETO, Aureliano. Sei lá, a vida tem sempre razão. www.oprogressonet.com) No texto, há oposição de sentido entre os segmentos: A) sábio / filósofo B) foi ao seu encontro / aproximou-se C) fragilidade material / desprendimento D) sua sombra se projetou / estabeleceu-se um silêncio E) bens materiais / luz do sol. 36. (FCC / TRT 6ª REGIÃO / ANALISTA JUDICIÁRIO / 2018) A arte requer “explicação”? Aqui e ali, quem frequenta bienais, salões de arte ou exposições de artes plásticas encontrará de repente não um quadro, uma escultura ou algum objeto de significação histórica, mas uma instalação – nome que se dá, segundo o dicionário Houaiss, a “alguma obra de arte que consiste em construção ou empilhamento de materiais, permanente ou temporário, em que o espectador pode participar, manipulando-a, ou, sendo, às vezes, de tamanho tão grande, que o espectador Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 154 165 pode nela entrar”. Trata-se, em outras palavras, de materiais organizados num espaço físico de modo a constituírem uma obra de arte. Ocorre, porém, com grande parte das instalações, um fenômeno curioso: com muita frequência o criador é convidado a explicar – e o faz com linguagem muito sofisticada – o sentido profundo que pretendeu dar àquele conjunto de materiais, àquela instalação que ele concebeu. Para o público, restará a impressão final de que os materiais eram, em si mesmos, insuficientes para significarem alguma coisa: precisavam da explicação de quem os utilizou. As verdadeiras obras de arte se impõem por si mesmas, independentemente de qualquer explicação prévia ou justificativa final. O grande músico, o grande escritor, o grande cineasta não precisam interpor-se entre a sonata, o romance ou o filme para explicar seu sentido junto ao público. Certamente haverá oportunidade para todos refletirmos sobre o sentido dinâmico de uma obra artística que atingiu o nosso interesse e provocou o nosso prazer; mas nada será mais forte do que a mobilização emocional e intelectual que a obra já despertou em nós, no primeiro contato. (Aristeu Valverde, inédito) Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um segmento do texto em: A) permanente ou temporário (1º parágrafo) = vitalício ou inabitual. B) o faz com linguagem muito sofisticada (2º parágrafo) = cumpre-o com expressões rudimentares. C) os materiais eram, em si mesmos, insuficientes (2º parágrafo) = os utensílios, vistos em si, estavam indisponíveis. D) o sentido dinâmico de uma obra artística (3º parágrafo) = a presunção impulsiva de um artefato. E) nada será mais forte do que a mobilização emocional (3º parágrafo) = nada superará a ativação dos sentimentos. 37. (FCC / TRT 6ª REGIÃO / TÉC. JUD. – ÁREA ADM. / 2018) Mídias sociais têm sido insistentemente acusadas de fomentar a polarização política, reforçando e consolidando pontos de vista divisivos que têm tornado impossível o debate público. Porém, estudos mostram que, embora exista seleção no consumo de notícias de acordo com a orientação ideológica, a dieta informacional das pessoas é mais variada do que se supõe. Leitores de direita, por exemplo, consomem mais notícias de veículos de direita, mas leem também a grande imprensa e até, ocasionalmente, veículos de esquerda. Os estudiosos chamam a atenção também para o fato de que nas interações sociais diretas as pessoas selecionam ainda mais com quem se relacionam de acordo com a orientação política e, quando interagem com pessoas diferentes, evitam assuntos sensíveis, como política e religião. Por que então temos a nítida percepção de que a polarização é aguda e se acentua nas mídias sociais? A resposta retoma a constatação de outros pesquisadores: a polarização é um fenômeno circunscrito aos mais engajados, que são também os mais influentes nas mídias sociais. Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 155 165 (Adaptado de: ORTELLADO, Pablo. Disponível em: folha.uol.com.br) Considerado o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um segmento em: A) fomentar a polarização política = condenar a divisão ideológica B) evitam assuntos sensíveis = furtam-se de abordar temas delicados C) dieta informacional = regime de erudição D) circunscrito aos mais engajados = consolidado aos mais convictos E) retoma a constatação = remete à circunstância 38. (FCC / SEFAZ-GO / AUDITOR / 2018) Um seguimento do texto tem seu sentido adequadamente expresso em outras palavras em: uma medida apropriada e um justo limite / Uma medição precisa e um juízo restrito. 39. (FCC / PREF. MACAPÁ-AP / PEDAGOGO / 2018) Pensando a “motivação” Já é um lugar-comum dizer que a motivação é um elemento importantíssimo na tarefa de educar. “Motivar o aluno” é uma operaçãovista como a chave essencial do processo. Mas é preciso ter cautela quanto ao que se entende, afinal, por motivação. Se ela quer dizer algo como “corresponder a desejos ou expectativas existentes no aluno”, então não será mais do que o atendimento ao que, no fundo, já está motivado. Talvez seja o caso de aceitar que a surpresa, o passo desconhecido e o impacto do estranhamento podem ser estimulantes para o jovem se defrontar exatamente com o que é diferente do que ele já tem. Em vez de acionar nele os mecanismos de atendimento ao que já lhe interessa, não será melhor fazê-lo trilhar um caminho inédito e desafiador? O sentido de motivar pode ser bastante conservador, ao acionar valores já mecanizados de um sistema. Começam a surgir assertivas como “isto seria mais próprio para crianças acima de dez anos” ou “os jovens de hoje preferem ouvir tal tipo de música”. Se seguirmos por esse caminho, estaremos apenas confirmando um gosto já estabelecido. A única condição que existe para se abonar o termo motivação está no aproveitamento da ideia de motivo como uma oportunidade de mover o aluno para bem mais adiante do lugar que ele próprio já determinou para instalar suas expectativas. (Perivaldo Ramon Gutierrez, inédito) Considerando-se o contexto, estabelecem entre si uma relação de oposição os seguintes segmentos do texto: A) corresponder a desejos / expectativas existentes (1° parágrafo). B) mecanismos de atendimento / caminho inédito (1° parágrafo) C) já está motivado / já lhe interessa (1° parágrafo). D) valores já mecanizados / instalar suas expectativas (2° parágrafo). E) mover o aluno / bem mais adiante do lugar (2° parágrafo). Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 156 165 40. (FCC / ALESE / TÉCNICO LEGISLATIVO / 2018) Quando a notícia chegou, pegou de surpresa. Dias antes tinham sabido que o contêiner com as coisas do circo ia chegar no tempo certo, que dava pra montar logo o picadeiro e começar a função. Foi difícil o gerente dizer à trupe que tinham de adiar a estreia. O que se ouvia era coisa assim: “Caramba”, “Tragédia”; “Não dá nem pra pensar”; “Que que a garotada vai falar?”. Diferente só mesmo o mal-humorado adestrador de cães: “Não tô nem aí, quando chegar, chegou”. Depois, a angústia tomou conta. O palhaço andava pra lá e pra cá. Até que ele, sempre o fiel da balança, anunciou com alarde: “Os artistas já estão aqui! Vai ter espetáculo, sim. Mãos à obra”. Ninguém sabia se acreditava ou não, mas se apresentavam como bons soldados à ordem do comandante. (Pietro Paulo Siqueira, inédito) O leitor que desconhecer o significado da expressão “fiel da balança” poderá, pelo contexto, deduzir que diz respeito a quem A) guia pensamentos e ações. B) é devotado à especialização na prática circense. C) é imparcial e equilibrado. D) é leal aos seus princípios. E) pesa bem aquilo que vai dizer. 41. (FCC / TRE-SP / ANALISTA JUDICIÁRIO / 2017) Amizade A amizade é um exercício de limites afetivos em permanente desejo de expansão. Por mais completa que pareça ser uma relação de amizade, ela vive também do que lhe falta e da esperança de que um dia nada venha a faltar. Com o tempo, aprendemos a esperar menos e a nos satisfazer com a finitude dos sentimentos nossos e alheios, embora no fundo de nós ainda esperemos a súbita novidade que o amigo saberá revelar. Sendo um exercício bem-sucedido de tolerância e paciência – amplamente recompensadas, diga-se – a amizade é também a ansiedade e a expectativa de descobrirmos em nós, por intermédio do amigo, uma dimensão desconhecida do nosso ser. Há quem julgue que cabe ao amigo reconhecer e estimular nossas melhores qualidades. Mas por que não esperar que o valor maior da amizade está em ser ela um necessário e fiel espelho de nossos defeitos? Não é preciso contar com o amigo para conhecermos melhor nossas mais agudas imperfeições? Não cabe ao amigo a sinceridade de quem aponta nossa falha, pela esperança de que venhamos a corrigi-la? Se o nosso adversário aponta nossas faltas no tom destrutivo de uma acusação, o amigo as identifica com lealdade, para que nos compreendamos melhor. Quando um amigo verdadeiro, por contingência da vida ou imposição da morte, é afastado de nós, ficam dele, em nossa consciência, seus valores, seus juízos, suas percepções. Perguntas como “O que diria ele sobre isso?” ou “O que faria ele com isso?” passam a nos ocorrer: são perspectivas dele que se fixaram e continuam a agir como um parâmetro vivo e importante. As marcas da amizade não desaparecem com a ausência do amigo, nem se enfraquecem como memórias pálidas: continuam a ser referências para o que fazemos e pensamos. Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 157 165 (CALÓGERAS, Bruno, inédito) Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um segmento em: A) exercício de limites afetivos (1º parágrafo) = frequência dos traços amistosos B) amplamente recompensadas (1º parágrafo) = resgatadas a contento C) mais agudas imperfeições (2º parágrafo) = mais intensas irrelevâncias D) aponta nossas faltas (2º parágrafo) = indica nossas máculas E) por contingência da vida (3º parágrafo) = na ocasião premeditada. 42. (FCC / TST / TÉCNICO JUDICIÁRIO / 2017) Está aberta a temporada de ipês. Eu definiria essas árvores como sendo o clichê menos enfadonho de Brasília. Sim, porque, como parte do ciclo da natureza, eles brotam e colorem a capital das mesmas cores, no mesmo período, todos os anos. É a repetição mais original trazida pelo início da seca. Ainda que presença certa, os ipês são esperados com igual ansiedade a cada estação. E eles não aparecem sozinhos. Mesmo que soberanos em uma paisagem ressequida, a beleza dessas árvores − que exibem flores em cachos, de cores vistosas − é exaltada pela questionável feiura das plantas mirradas do cerrado. Os ipês ficam ainda altivos ao lado de árvores que hibernam em forma de seu próprio esqueleto. Seus galhos aparentemente mortos, retorcidos, sem flores, sem folhas, se recolhem para dar espaço à exuberância dos ipês em tons de roxo, rosa, amarelo ou branco. Na paisagem desértica, eles ganham ainda mais destaque, o que me faz pensar que a natureza é mesmo um belo exemplo de equilíbrio. Se brotassem todos juntos, teriam que dividir a majestade. Em apresentação solo, viram reis absolutos, para os quais se dirigem aplausos, flashes, sorrisos e agradecimentos pela beleza da vida. Excesso é veneno para a magia. Sábios, os ipês. (Adaptado de: DUARTE, Flávia. Eu não me canso dos ipês. Disponível em: http://blogs.correiobraziliense.com.br, 17.07.2017) Um dos sentidos veiculados por um trecho do texto está adequadamente expresso em: A) Se brotassem todos juntos (2º parágrafo) // Tendo em vista o caso de que germinam em coletividade B) clichê menos enfadonho de Brasília (1º parágrafo) // Brasília tornou-se entediante por ser lugar-comum C) questionável feiura das plantas mirradas do cerrado (1º parágrafo) // a fealdade das plantas sem viço do cerrado não é consensual D) Excesso é veneno para a magia (2º parágrafo) // A redundância é caracterizada como prejudicial ao fortuito E) ganham ainda mais destaque (2º parágrafo) // são investidos de um caráter exageradamente superestimado. 43. (FCC / TRF 5ª Região / TÉCNICO JUDICIÁRIO / 2017) O filósofo Theodor Adorno (1903-1969) afirma que, no capitalismo tardio, “a tradicional dicotomia entre trabalho e lazer tende a se tornar cada vez mais reduzida e as ‘atividades de Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 158 165 lazer’ tomam cada vez mais do tempolivre do indivíduo”. Paradoxalmente, a revolução cibernética de hoje diminuiu ainda mais o tempo livre. Nossa época dispõe de uma tecnologia que, além de acelerar a comunicação entre as pessoas e os processos de aquisição, processamento e produção de informação, permite automatizar grande parte das tarefas. Contudo, quase todo mundo se queixa de não ter tempo. O tempo livre parece ter encolhido. Se não temos mais tempo livre, é porque praticamente todo o nosso tempo está preso. Preso a quê? Ao princípio do trabalho, ou melhor, do desempenho, inclusive nos joguinhos eletrônicos, que alguns supõem substituir “velharias”, como a poesia. T.S. Eliot, um dos grandes poetas do século XX, afirma que “um poeta deve estudar tanto quanto não prejudique sua necessária receptividade e necessária preguiça”. E Paul Valéry fala sobre uma ausência sem preço durante a qual os elementos mais delicados da vida se renovam e, de algum modo, o ser se lava das obrigações pendentes, das expectativas à espreita… Uma espécie de vacuidade benéfica que devolve ao espírito sua liberdade própria. Isso me remete à minha experiência pessoal. Se eu quiser escrever um ensaio, basta que me aplique e o texto ficará pronto, cedo ou tarde. Não é assim com a poesia. Sendo produto do trabalho e da preguiça, não há tempo de trabalho normal para a feitura de um poema, como há para a produção de uma mercadoria. Bandeira conta, por exemplo, que demorou anos para terminar o poema “Vou-me embora pra Pasárgada”. Evidentemente, isso não significa que o poeta não faça coisa nenhuma. Mas o trabalho do poeta é muitas vezes invisível para quem o observa de fora. E tanto pode resultar num poema quanto em nada. Assim, numa época em que “tempo é dinheiro”, a poesia se compraz em esbanjar o tempo do poeta, que navega ao sabor do poema. Mas o poema em que a poesia esbanjou o tempo do poeta é aquele que também dissipará o tempo do leitor, que se deleita ao flanar por linhas que mereçam uma leitura por um lado vagarosa, por outro, ligeira; por um lado reflexiva, por outro, intuitiva. É por essa temporalidade concreta, que se manifesta como uma preguiça fecunda, que se mede a grandeza de um poema. (Adaptado de: CÍCERO, Antonio. A poesia e a crítica: Ensaios. Companhia das Letras, 2017, edição digital) Considerando-se o contexto, a vacuidade benéfica (3o parágrafo) apontada por Paul Valéry assemelha-se, pelo sentido, a: A) tempo de trabalho normal. (4o parágrafo) B) produção de uma mercadoria. (4o parágrafo) C) uma ausência sem preço. (3o parágrafo) D) processamento e produção de informação. (2o parágrafo) E) expectativas à espreita. (3o parágrafo). 44. (FCC / TRT 21ª REGIÃO / TÉCNICO JUDICIÁRIO / 2017) O que quer dizer civilização do espetáculo? É a civilização de um mundo onde o primeiro lugar na tabela de valores é ocupado pelo entretenimento, onde divertir-se, escapar do tédio, é a paixão universal. Esse ideal de vida é perfeitamente legítimo. Mas transformar em valor supremo essa propensão natural à diversão tem consequências inesperadas: banalização da cultura, generalização da frivolidade e, no campo da informação, a proliferação do jornalismo irresponsável da bisbilhotice e do escândalo. O que fez o Ocidente ir resvalando para uma civilização desse tipo? O bem-estar que se seguiu aos anos de privações da Segunda Guerra Mundial e à escassez dos primeiros anos pós-guerra. Depois dessa etapa duríssima, seguiu-se um período de extraordinário desenvolvimento Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 159 165 econômico. As classes médias cresceram e a mobilidade social se intensificou. O bem-estar e o espaço ocupado pelo ócio no mundo desenvolvido constituíram notável estímulo para as indústrias da diversão, promovidas pela publicidade, mestra de nosso tempo. Não se entediar e evitar o que perturba e angustia passou a ser, para setores sociais cada vez mais amplos da pirâmide social, o preceito de toda uma geração, aquilo que Ortega y Gasset chamava de “espírito de nosso tempo”. (Adaptado de: LLOSA, Mario Vargas. A civilização do espetáculo: uma radiografia do nosso tempo e da nossa cultura. Edição digital. Rio de Janeiro: Editora Objetiva, 2012) Traduz-se adequadamente o sentido de um segmento do texto em: A) generalização da frivolidade = acomodação da flexibilidade B) a mobilidade social se intensificou = fundamentou a escala hierárquica C) o preceito de toda uma geração = a precaução de todo um período histórico D) constituíram notável estímulo = tornaram-se vultoso incentivo E) propensão natural à diversão = pretensão espontânea para a variedade. 45. (FCC / SEGEP-MA / ANALISTA EXECUTIVO / 2017) Discriminar: um verbo ambivalente Quem for consultar um dicionário encontrará no verbete discriminar estas duas acepções, entre outras: 1. Distinguir (no mesmo sentido de discernir); 2. Apartar (no sentido de tratar como desigual). Na verdade, essas duas acepções correspondem a novas práticas da nossa vida social. Grupos minoritários lutam para que sejam reconhecidos, identificados, discriminados em suas legítimas áreas de vivência e de atuação; mas há também quem reaja em sentido contrário, perseguindo-os, desprezando-os, marcando-os como indesejáveis. Pode-se discriminar, portanto, visando à inclusão social ou pretendendo reforçar e tornar permanente a exclusão de determinados segmentos da população. Novos conceitos surgem, para atender novas realidades. São reconhecidos como identitários os grupos que batalham para serem aceitos em suas especificidades, sejam estas étnicas, profissionais, de gênero, de habilitação física, de tendência política etc. Num primeiro momento, a questão é realmente se organizarem para exigirem seu reconhecimento público. Mas o segundo passo é também importante: integrarem-se ao todo da sociedade para evitar uma fragmentação perene e irreversível. Há a necessidade, portanto, de que os grupos que sofrem discriminação venham a vencê-la, sem cair, no entanto, na armadilha de também passarem a discriminar os demais segmentos da sociedade. (Bráulio Pinha, inédito) Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um segmento do texto em: A) novas práticas da nossa vida social (1º parágrafo) = iniciativas originais da sociologia. B) legítimas áreas de vivência e de atuação (1º parágrafo) = formas aceitáveis de convívio e de interferência. C) visando à inclusão social (1º parágrafo) = culminando num agrupamento mais íntegro. D) para serem aceitos em suas especificidades (2º parágrafo) = a fim de provocarem alguma reação mais específica Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 160 165 E) evitar uma fragmentação perene (2º parágrafo) = impedir um fracionamento perpétuo. Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 161 165 GABARITO 1. LETRA E 2. LETRA E 3. LETRA C 4. LETRA B 5. LETRA D 6. LETRA B 7. LETRA C 8. LETRA D 9. LETRA D 10. LETRA B 11. LETRA C 12. LETRA D 13. LETRA E 14. LETRA E 15. LETRA E 16. LETRA D 17. LETRA E 18. LETRA B 19. LETRA A 20. LETRA A 21. LETRA A 22. LETRA B 23. LETRA E 24. LETRA D 25. LETRA A 26. LETRA B 27. LETRA E 28. LETRA C 29. LETRA B 30. LETRA E 31. LETRA C 32. LETRA A 33. LETRA D 34. LETRA D 35. LETRA E 36. LETRA E 37. LETRA B 38. INCORRETA 39. LETRA B 40. LETRA A 41. LETRA D 42. LETRA C 43. LETRA C 44. LETRA D 45. LETRA E Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 162 165 LISTA DE QUESTÕES- AMBIGUIDADE - FCC 1. (FCC / PGE-AM / 2022) Para obter seu efeito de humor, a tirinha explora a ambiguidade do seguinte termo: A) leitor. B) interessante. C) livro. D) prende. E) é. Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 163 165 ==2537cb== GABARITO 1. LETRA D Equipe Português Estratégia Concursos, Felipe Luccas Aula 11 CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Língua Portuguesa - 2024 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14964078655 - Matheus C C Riani 164 165