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PAULO FREIRE

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<p>Introdução</p><p>Nossos sub tópicos referentes ao capítulo 2, dizem respeito ao 2.6, 2.7, 2.8 e 2.9. Nessa parte, Paulo Freire aborda no item 2.6 de que o ensino exige apreensão da realidade, ou seja, o aprendizado verdadeiramente pleno implica a habilidade de apreender substantivamente a realidade. Sendo assim, da mesma forma que o “adestramento” não é sinônimo de educação, memorização não é por si só, aprendizado. Já no item 2.7, é abordado que ensinar exige alegria e esperança, aqui ele menciona que o educador nunca deve deixar de ensinar com alegria, pois existe uma relação entre a alegria necessária á atividade educativa e a esperança, para Paulo Freire, professor e aluno juntos podem aprender, ensinar e produzir resistindo aos obstáculos que atrapalham a alegria no ambiente escolar. No item 2.8, nos vemos que ensinar exige a convicção de que a mudança é possível, então o professor precisa constatar não para se adaptar e sim para mudar constatando ele se torna capaz de intervir na realidade, tarefa incomparavelmente mais complexa e geradora de novos saberes do que simplesmente a de nos adaptar a ela. E por fim, Freire nos traz no 2.9 que ensinar exige curiosidade.</p><p>Desenvolvimento</p><p>No tópico 2.6 nós temos a parte que diz que O ensino exige apreensão da realidade. Aqui o autor conceitua que é preciso conhecer as diferentes dimensões que caracterizam a essência da prática assegurando o melhor desemprenho como professor. Aprender é uma capacidade de adaptação, mas não só isso, sobretudo é uma forma de transformar a realidade, intervindo, recriando para que a educabilidade seja distinta do nível que nos leva ao “adestramento”. O aprendizado por memorização mecânica não traz autonomia para o estudante, não é o aprendizado verdadeiro, fazendo do aprendiz muito mais um paciente do objeto da transferência do que um sujeito crítico. A habilidade de apreender carrega consigo a substancia do objeto que nos proporciona a capacidade de reconstruir o mau aprendizado.</p><p>Segundo o autor apreender é uma aventura criadora, muito rica por este mesmo sentido, não é uma reprodução da lição, exige se arriscar para progredir, e toda a prática demanda uma dialética entre os sujeitos, um que aprende ensinando e um que ensina aprendendo, ou seja, tem o cunho gnosiológico. A partir destes princípios um educador não pode se desvencilhar da sua politicidade, o que implica dizer que é impossível ser imparcial ou neutro. A educação é gnosiológica, é diretiva, política, artística e moral, que se serve dos medos, desejos e frustrações exigindo do professor uma compreensão e competência geral de saberes ligados à sua atividade docente.</p><p>O papel fundamental do professor é uma construção positiva para que o educando se emancipe e alcance sua formação por si, ajudando quando necessário, devendo estar atento as dificuldades que se contrapõe ao mesmo que está no caminho da autonomia, sempre ciente que sua presença pode ser auxiliadora como também perturbadora em meio a este caminho.</p><p>O autor ainda afirma que por respeito aos alunos o professor não deve se omitir de suas posições políticas, pois neutralidade não existe, o papel dele aí está em comparar, ser testemunha desta comparação, romper, decidir e estimular este mesmo direito aos educandos.</p><p>Já no 2.7 cujo nome é Ensinar exige alegria e esperança, Freire nos mostra que a esperança faz parte da natureza humana.</p><p>Para Paulo Freire, a esperança é uma força indispensável para a experiência histórica. Sem a esperança seria como se a história fosse algo imóvel, algo que já esteja determinado e acabado, e na visão do autor, nós somos seres inacabados, a história é algo inacabado, o aprendizado é algo inacabado, você não aprende algo hoje e pronto, acabou por ali, amanhã você aprende mais outra coisa e outra, seguindo esse processo inacabado que nos faz seres em construção.</p><p>Então a grande luta de Paulo Freire na educação, é contra tudo aquilo que quer nos imobilizar e que imobiliza o ensino e o aprendizado, gerar a desesperança e o conformismo. Sendo assim, na visão de Freire, se você luta contra a impunidade, o fatalismo cínico e todas essas coisas que implicam no conformismo de uma realidade ruim e sem esperança, você é criticamente esperançoso. E se não, algo está errado, pois se você luta para mudar uma realidade ruim, uma situação que na sua visão é ruim, você é um ser pensante que analisa criticamente as situações e tem esperança na mudança. Essa é uma crítica que Paulo Freire insiste bastante, ele é contra a ideia do “acabado”, aquilo de que as coisas já estão determinadas, que a realidade é imutável e inexorável, isso é errado na visão de Freire, isso inclusive lembra aquilo que Nietzsche diz: “Não há fatos eternos, como não há verdades absolutas”, Platão também diz que não existe verdade absoluta, então se a verdade não é concreta, a realidade também não, são coisas que podem ser mudadas. Paulo Freire também enfatiza que esse tipo de pensamento pode vir e vem, tanto da direita quanto da esquerda.</p><p>A esperança é um elemento fundamental na vivência humana. O ensino sem esperança se torna um instrumento de adaptação, para que assim, o aluno se adapte ao mundo tal como ele é. O autor ainda afirma que essa situação vinda tanto da direita quanto da esquerda, se torna uma violenta ruptura á natureza humana. Ressaltando sempre que do seu ponto de vista, a humanidade se constrói historicamente, vai se construindo conforme os dias vão passando, para Paulo, somos seres naturalmente em construção.</p><p>Em outras palavras, a educação deve inspirar, deve dar esperança, fazermos ver que a realidade é mutável, e nós devemos buscar essa mudança sempre, não devemos nos conformar com algo que não nos agrada.</p><p>No 2.8 o título é Ensinar exige a convicção de que a mudança é possível, Freire traz sua abordagem focando no saber da História como possibilidade e não como determinação. O educador deve estar ciente disso ao trabalhar com alunos de baixa renda, isso foi inclusive abordado nos tópicos anteriores, o mundo é um processo histórico em permanente mudança, e é exatamente por isso que o papel da educação não é apenas o de constatar, mas também é de mostrar que a intervenção é sim possível. Que devemos participar e termos conhecimento do curso que a história vai seguindo. Nós não somos OBJETOS, nós somos SUJEITOS, e é por isso que devemos constatar os fatos não para nos adaptarmos á realidade, e sim para que possamos participar do movimento de transformação da realidade.</p><p>O conhecimento sobre algo nos traz a possibilidade do desenvolvimento, de desenvolvermos outras possibilidades de intervenção e novas alternativas para aquilo que passamos a ter conhecimento, exemplificando isso: O conhecimento sobre o vírus do HIV e do conhecimento de que a AIDS é uma doença que é adquirida através do vírus HIV, os estudiosos foram capazes de desenvolver tratamentos para a AIDS, com o tempo nós tivemos o surgimento do Coquetel que ajudou a tratar o portador do vírus HIV e com o curso que a história tem seguido e o avanço e desenvolvimento das medicações para essa doença, cientistas já afirmam que o tempo de vida do doente está quase igual ao “normal”. Então nós vemos que o conhecimento abre um leque de possibilidades de intervenção na realidade. Ao constatarmos, nos tornamos capazes de interferir na situação, isso vai gerando novos saberes e provocando a saída daquela linha de pensamento que apenas se adapta a realidade vivida. Para Paulo Freire não há sentido algum em manter o conhecimento isolado do mundo, o conhecimento não deve viver em confinamento. O professor não deve transmitir para o aluno a ideia de que o destino dele já foi decretado, que a realidade em que ele vive é e sempre será unicamente a mesma, sem qualquer possibilidade de interver e melhorar.</p><p>E entrando na questão do pobre, as pessoas agem como se o pobre não tivesse o direito de escolher nada, ele tem que aceitar aquela realidade calado, ele não pode fazer nada e que na verdade não tem o que fazer, ele não tem qualquer opção e nem nada do tipo.</p><p>Segundo a noção de Paulo Freire, nenhum ser humano deve ser instruído a se adaptar á condições sociais que o desfavorece. Por isso a necessidade da resistência, o autor inclusive foca no “rebelar”, que o indivíduo deve sim se rebelar quando a situação que lhe é imposta, é ruim para ele, não condiz com a noção de correto que ele tem.</p><p>Freire acredita que nós não nos afirmamos na resignação, mas sim na rebeldia. Diante de todas as injustiças a rebeldia é um ponto de partida indispensável e fundamental, mas ela por si só, não é suficiente. É preciso nos alongarmos a um ponto de vista que consista mais na crítica. A transformação do mundo consiste então na DENÚNCIA da situação em questão e no ANÚNCIO da superação desta situação.</p><p>Paulo também afirma ver uma grande imoralidade quando a educação apenas reproduz a realidade, já que além de não atuar em nada para a transformação, preserva as situações concretas de miséria.</p><p>Deixa claro que tudo isso não deve partir de uma IMPOSIÇÃO, essa rebeldia não deve surgir por meio de uma determinação, essa ideia de impor algo e determinar que algo seja de tal maneira vai totalmente contra, é antagônica á noção de pedagogia da autonomia sugerida por Freire. O que é proposto por Freire é que ao relacionar os conteúdos com a realidade concreta, o papel do educador passa a ser o de desafiar os seus alunos, para que assim a ideia de se rebelar parta do próprio educando para que ele possa então refletir sobre as situações e realidade que ele está vivendo.</p><p>Sintetizando tudo isso, Freire fala da necessidade de não aceitar o determinismo como um modo de explicação das desigualdades no mundo, mas como sujeitos interventores. Não visa a adaptação e sim a intervenção (mudança) na realidade. Como educadores devemos conhecer nossos alunos, não podemos desconsiderar os saberes dos grupos populares e a realidade histórico, político e social vivida por eles, pois todos estão inseridos num ciclo de aprendizagem. A essa atitude, corresponde a expulsão do opressor de dentro do oprimido. Mudar é difícil, mas é possível, e a partir disto vamos programar nossa ação político pedagógica.</p><p>Um dos princípios mais importantes pedagógicos, principalmente para o professor que trabalha com alunos vindos de famílias de baixa renda, é a consciência de que a história é uma possibilidade e que nada está determinado. Como Paulo freire destaca “O mundo não é. O mundo está sendo.” Sendo o mundo um processo histórico em permanente mudança. É por isso que o papel da educação e o papel das pessoas no mundo não é apenas o de quem constata como as coisas são, mas o de quem intervém para participar do conhecimento e da história.</p><p>Por fim, no 2.9 temos o Ensinar exige curiosidade, aqui nós já vemos logo de cara que o educador não deve em hipótese alguma, inibir a curiosidade do educando e também a sua própria curiosidade. Nenhum interesse se sustenta eticamente no uso da negação de outro interesse. Paulo Freire deixada iluminado: aquele interesse que é silenciado, se torna incapaz de ser questionado.</p><p>É uma atitude antipedagógica quando o professor recusa o interesse do aluno ou o seu próprio interesse, ele passa a não ter mais qualquer noção dos saberes do aluno e de seus próprios saberes, isso soa como se os professores antecipadamente soubessem definitivamente o que é necessário saber e recusando que seus alunos sejam incapazes de trazer questionamentos e novos saberes para a sala de aula. Isso faz parecer que o professor está ali somente para cumprir as regras do sistema, ou seja, registrar a presença do aluno e passar no quadro o conteúdo exigido e determinado pelo sistema.</p><p>É necessário enfatizar e reafirmar que existem limites éticos para serem estabelecidos. Quais seriam esses limites? Essa curiosidade deve ser trabalhada de maneira que não invada a privacidade do professor ou de seu educando, o expondo a determinada situação. Mas é um direito do aluno e do professor expor suas ideias e dialogar sobre estas, sem a ideia de doutrinar aquela ideologia, mas sim apresentar argumentos e pontos de vista sobre o assunto.</p><p>Uma interpretação resignada pode conseguir aquela memorização mecânica contida, mas não consegue produzir de fato o conhecimento, o aprendizado. O conhecimento trata-se de uma busca constante, não deve permanecer inerte.</p><p>Um bom professor e um bom questionador nunca está confortavelmente satisfeito com os resultados de sua pesquisa e questionamento, ele que sempre buscar mais, quando o leque de respostas se abre, ele não pega apenas uma e fica por aquilo mesmo, ele quer analisar todas as outras. Quanto mais se lê, mais se descobre. Quanto mais se descobre, mais se questiona, e quanto mais se questiona, mais se conhece e aprende.</p><p>E para Paulo Freire, esse é a latitude pedagógica que a instrução e o questionamento devem campear. O livre arbítrio para distinguir. Freire acredita que sem a curiosidade que move e motiva o educador, ele não ensina e nem aprende.</p><p>Devemos sempre estimular o questionamento, a reflexão mais crítica sobre algo, por qual motivo aquilo é de tal maneira, qual a finalidade de ser assim, quais razões levaram a ser assim e etc. O fundamental para o saber, é a curiosidade humana, é através dela que conhecemos, aprendemos, atuamos, interferimos e questionamos cada vez mais.</p><p>Na linha de pensamento de Paulo Freire, quanto mais exercemos nossa curiosidade, mais crítica ela vai se tornando.</p><p>O bom professor é o que consegue, enquanto fala trazer o aluno até a intimidade do movimento de seu pensamento. Sua aula é assim um desafio e não uma “cantiga de ninar”. Seus alunos cansam, não dormem.</p><p>Cansam porque acompanham as idas e vindas de seu pensamento, surpreendem suas pausas, suas dúvidas, suas incertezas.</p><p>E vivendo criticamente a liberdade de aluno ou a una que, em grande parte, me preparo para assumir ou refazer o exercício da autoridade de professor. Para isso, como aluno que hoje em dia sonha com a docência amanhã ou como aluno que já ensina hoje devo ter e fazer de objeto da minha curiosidade as experiências que vou tendo com vários meus vários professores e colegas de sala de aula e as minhas próprias, se as tenho, com meus alunos. Sintetizando isso: Não devo pensar apenas sobre os conteúdos programáticos que vêm sendo expostos ou discutidos pelos professores das diferentes disciplinas, mas ao mesmo tempo, a maneira mais aberta, dialógica, ou mais fechada, autoritária, com que este ou aquele professor ensina.</p><p>O professor deve então motivar, cansar e trazer o aluno para uma linha de pensamento crítica, então o diálogo se torna fundamental para que isso aconteça, para que juntos, professor e alunos se insiram no mesmo pensamento para que dentro deste, surjam os questionamentos, as possibilidades de intervenção e o exercício da curiosidade.</p><p>Considerações Finais</p><p>Ao estudarmos a pedagogia da autonomia de Paulo Freire e analisarmos de maneira crítica, percebemos que sua abordagem condiz plena e totalmente com a realidade na qual estamos vivendo. Nesta obra, Freire propõe uma educação com mais liberdade, tanto para o aluno quanto para o educador, ele nos mostra que a esperança, a curiosidade e a alegria, são elementos fundamentais para uma educação mais autônoma, o questionar é necessário, e concordamos com isso.</p><p>Nós como futuros educadores, temos que ter o pensamento de que não precisamos era neutros em sala de aula, no entanto, não devemos impor nossa maneira de pensar para os nossos alunos, nós expomos o conteúdo e promovemos um diálogo, levantamos nossas dúvidas e estudamos aquilo, exercendo a curiosidade, nós aprendemos e podemos ensinar de maneira que o aluno veja que ele pode ser contra ou a favor daquilo, que ele pode intervir e criar possibilidades para o assunto abordado.</p><p>Somos seres em constante mudança, a história está acontecendo, nós estamos acontecendo, nosso conhecimento não aconteceu, ele está acontecendo, e quanto mais curiosos formos, mais o leque de perguntas e respostas se abre.</p>

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