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<p>AO DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO</p><p>NOME DO ADVOGADO, nacionalidade…, Estado Civil…, advogado, inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil sob o nº…, endereço eletrônico…, endereço profissional na Rua…, Cidade/UF …, CEP …, vem à presença de vossa excelência, com fulcro no art. 5º, LXVIII da Constituição Federal e nos artigos 647 e 648 do CPP, para impetrar o presente;</p><p>HABEAS CORPUS COM PEDIDO DE LIMINAR</p><p>pelo procedimento especial, em favor de MATILDE, nacionalidade, estado civil..., profissão..., portadora da cédula de identidade nº …, inscrita no CPF sob o nº…, com endereço eletrônico…, residente e domiciliado na Rua…, Cidade/UF, CEP…, apontando como autoridade coatora o EXCELENTÍSSIMO JUIZ DA 10ª VARA DE FAMÍLIA DA COMARCA DA CAPITAL, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.</p><p>I. DOS FATOS</p><p>Matilde, do Rio de Janeiro, está sendo executada por seus filhos menores, Jane e Gilson Pires, representados por seu pai, Gildo. Ela foi citada para pagar R$ 5. 000 pelos últimos cinco meses de alimentos. Desempregada há um ano, Matilde não consegue cumprir a dívida devido à crise econômica. Por isso, o juiz decretou sua prisão por sessenta dias. Sua filha, Jane, de treze anos, ligou para sua avó materna, Josefina, avisando sobre a decisão judicial.</p><p>II. DOS FUNDAMENTOS</p><p>O uso do habeas corpus para assegurar o direito de deslocamento, conforme o artigo LXVIII da Constituição Federal, é adequado para proteger o direito líquido e certo do paciente.</p><p>Excesso de execução: de acordo com o entendimento da Sumula 309 do STJ, a autorização para prisão civil, prevista no artigo 911 da Lei 13.105/2015, se refere aos três últimos meses. No entanto, a presente ação vem executando os últimos cinco meses, indicando, assim, um excesso de execução na ação conduzida por este procedimento.</p><p>O artigo 528, caput, § 3o, do Código de Processo Civil também define a regra dos três últimos meses (alimentos recentes) como condição para a detenção.</p><p>III. DO NÃO PAGAMENTO JUSTIFICÁVEL</p><p>Fica claro que a paciente está desempregada, portanto, não deixou de pagar por negligência, mas sim por absoluta impossibilidade. O artigo 5o, LXVII, da CRFB/88 estabelece como condição para a decretação da prisão o não cumprimento voluntário e inescusável da obrigação alimentícia, assim como o artigo 528, § 2o do CPC. Isso não se aplica ao caso em questão, já que o paciente não vem cumprindo a obrigação alimentícia devido ao desemprego.</p><p>IV. DO CERCEAMENTO DA LIBERDADE DE LOCOMOÇÃO</p><p>Violação ao artigo 1o, III, CRFB/88 - restrição da liberdade de deslocamento da paciente. É certo que a manutenção da decisão em questão resultará em danos irreparáveis à paciente, que pode ser presa devido a uma dívida fulminada por excesso de execução. Além disso, sua detenção a impedirá de prosseguir na sua busca incessante por trabalho, o que, consequentemente, prejudicará também os exequentes.</p><p>V. DA LIMINAR</p><p>A presença do fumus boni iuris é evidente, dado que os acontecimentos relatados no item anterior são evidentes. A jurisprudência acima citada é consensual quanto à prisão apenas por dívidas dos últimos três meses, bem como a exigência de um descumprimento voluntário e injustificável, o que não ocorre neste caso.</p><p>O periculum in mora também se faz presente, já que a ameaça ao direito de locomoção da paciente está bastante próxima - considerando a decisão judicial atualmente em discussão - e não pode continuar. É essencial a concessão de uma liminar para corrigir a ilegalidade que ameaça à liberdade de movimento da paciente. Quando intimada a quitar seu elevado débito, é evidente que não conseguirá fazê-lo de uma só vez, o que levará à sua prisão civil.</p><p>VI. DOS PEDIDOS</p><p>Diante do exposto, requer:</p><p>a) Seja deferida a liminar para determinar ao Juízo o recolhimento, independentemente de cumprimento, do mandado de prisão já expedido, ou, alternativamente, caso já cumprido o mandado, seja determinada a imediata colocação em liberdade da paciente;</p><p>b) A notificação da Autoridade Coatora, o Exmo. Dr. Juiz da 10ª Vara de Família da Comarca da Capital do Estado do Rio de Janeiro.</p><p>c) A concessão da ordem de Habeas Corpus Preventivo, com a consequente expedição de Salvo Conduto, para a paciente.</p><p>VII. DAS PROVAS</p><p>Por se tratar de habeas data a petição inicial deve ser instruída com prova pré-constituída no caso suficiente a demonstrar as ilegalidades narradas.</p><p>Dá-se à causa o valor de R$... (valor expresso em reais).</p><p>Termos em que,</p><p>Pede deferimento.</p><p>Data</p><p>Advogado/OAB</p><p>ALUNO: Kevin Simões</p><p>MATRICULA: 201804053044</p><p>image1.png</p>