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<p>Fisiologia do coração (pág 28 pdf)</p><p>Objetivos:</p><p>- Conhecer o ciclo cardíaco.</p><p>- Explicar frequência cardíaca e débito cardíaco, destacando seus determinantes</p><p>(pré-carga, pós-carga e contratilidade cardíaca);</p><p>- Discutir as adaptações fisiológicas do coração ao exercício (adaptações a curto e</p><p>longo prazo).</p><p>● Conhecer o ciclo cardíaco</p><p>- O aumento da frequência cardíaca diminui a duração do ciclo cardíaco,</p><p>influenciando, principalmente, na diástole, que se torna insuficiente para o</p><p>preenchimento das câmaras cardíacas antes da próxima sístole.</p><p>- Os átrios funcionam como bombas precursoras para os ventrículos. Enquanto a</p><p>sístole ventricular ocorre, os átrios estão sendo preenchidos com o sangue que flui</p><p>das veias e, 80% do sangue atrial flui para os ventrículos espontaneamente (período</p><p>do enchimento rápido dos ventrículos), logo que as válvulas AV se abrem, apenas</p><p>20% do sangue é transportado para os ventrículos durante a sístole atrial.</p><p>- Os ventrículos se enchem durante a diástole. Em um coração saudável, o período</p><p>de enchimento rápido dura cerca do primeiro terço da diástole. Normalmente,</p><p>durante o terço médio da diástole, apenas uma pequena quantidade de sangue flui</p><p>para os ventrículos. Esse é o sangue que continua a fluir das veias para os átrios e</p><p>passa através destes diretamente para os ventrículos. Durante o último terço da</p><p>diástole, os átrios se contraem (sístole atrial) e dão um impulso adicional para o</p><p>influxo de sangue para os ventrículos. Esse mecanismo é responsável por cerca de</p><p>20% do enchimento dos ventrículos durante cada ciclo cardíaco.</p><p>Fluxo de sangue dos ventrículos durante a sístole:</p><p>- Período de contração isovolumétrica (isométrica): Esse período é chamado de</p><p>período de contração isovolumétrica ou isométrica, o que significa que a tensão do</p><p>músculo cardíaco está aumentando, mas ocorre pouco ou nenhum encurtamento</p><p>das fibras musculares. De fato, nas fases isométricas do ciclo cardíaco, todas as</p><p>valvas se encontram fechadas. (valvas AV se fecham imediatamente após o início da</p><p>contração ventricular e a contração ainda não chegou na pressão suficiente para</p><p>vencer a aorta e a artéria pulmonar e abrir as valvas semilunares)</p><p>- Período de ejeção: Pressão do ventrículo esquerdo sobe ligeiramente acima de</p><p>80mmHg e pressão do ventrículo direito acima de 8mmHg, as valvas semilunares se</p><p>abrem e ocorre a ejeção de 60% do sangue dos ventrículos (cerca de 70% dessa</p><p>porção fluem durante o primeiro terço do período de ejeção, com os 30% restantes</p><p>esvaziando durante os próximos dois terços. Portanto, o primeiro terço é chamado</p><p>de período de ejeção rápida e os dois últimos terços são chamados de período de</p><p>ejeção lenta.)</p><p>- Período de relaxamento isovolumétrico: relaxamento ventricular que ocorre logo</p><p>após a sístole, permitindo a diminuição da pressão intraventricular. Nesse período o</p><p>volume ventricular permanece estático, já que todas as valvas estão</p><p>fechadas.Durante esse período, as pressões intraventriculares diminuem</p><p>rapidamente de volta aos seus níveis diastólicos baixos. Então, as valvas AV se</p><p>abrem para iniciar um novo ciclo de bombeamento ventricular.</p><p>- Volume diastólico final, débito sistólico e volume sistólico final: Durante a</p><p>diástole, o enchimento normal dos ventrículos aumenta o volume de cada ventrículo</p><p>para cerca de 110 a 120 mℓ. Esse volume é denominado volume diastólico final.</p><p>Na sístole ventricular, ocorre uma ejeção de 60% desse volume, cerca de 70 mℓ.</p><p>Esse volume é denominado débito sistólico e o volume restante em cada ventrículo,</p><p>de cerca de 40 a 50 mℓ é chamado de volume sistólico final. A porcentagem da</p><p>fração de ejeção é frequentemente usada clinicamente para avaliar a capacidade</p><p>sistólica cardíaca (bombeamento).</p><p>(Podem ocorrer alterações nesses volumes quando se ocorre uma contração</p><p>ventricular muito forte, onde o volume sistólico final será muito menor do que o valor</p><p>padrão. Alterações no volume depositado nos ventrículos durante a diástole também</p><p>podem gerar uma mudança no volume diastólico final.</p><p>RESUMO: VOLUME DIASTÓLICO FINAL: VL ANTES DA CONTRAÇÃO</p><p>DÉBITO SISTÓLICO: VL EJETADO</p><p>VOLUME SISTÓLICO FINAL: VL QUE RESTA NO CORAÇÃO APÓS A</p><p>SÍSTOLE.</p><p>Valvas cardíacas:</p><p>- Impedem o refluxo de sangue. Elas se fecham quando um gradiente de</p><p>pressão retrógrado empurra o sangue para trás e se abrem quando um</p><p>gradiente de pressão anterógrado força o sangue adiante. Por motivos</p><p>anatômicos, as finas valvas AV quase não produzem qualquer refluxo quando</p><p>se fecham, enquanto as valvas semilunares, mais pesadas, produzem um</p><p>pequeno refluxo bastante rápido, que dura alguns milissegundos.</p><p>- Músculos papilares: se contraem junto com a contração da parede</p><p>ventricular e puxam as cúspides das valvas para dentro em direção aos</p><p>ventrículos, para evitar que se projetem muito para trás em direção aos átrios</p><p>durante a contração ventricular.</p><p>- Valvas semilunares: Primeiro, as altas pressões nas artérias no final da</p><p>sístole fazem com que as valvas semilunares se fechem, em contraste com o</p><p>fechamento muito mais suave das valvas AV. Em segundo lugar, em virtude</p><p>das aberturas menores, a velocidade de ejeção do sangue pelas valvas</p><p>aórtica e pulmonar é muito maior do que pelas valvas AV, que são muito</p><p>maiores. Além disso, por causa do fechamento rápido e da ejeção rápida, as</p><p>bordas das valvas aórtica e pulmonar estão sujeitas a abrasão mecânica</p><p>muito maior do que as valvas AV. Finalmente, as valvas AV são sustentadas</p><p>pelas cordas tendíneas, o que não acontece com as valvas semilunares. A</p><p>partir da anatomia das valvas aórtica e pulmonar, fica óbvio que elas devem</p><p>ser constituídas por um tecido fibroso especialmente forte, mas muito flexível</p><p>para suportar o estresse físico a que estão submetidas.</p><p>Curvas de pressão aórtica:</p><p>- A entrada de sangue nas artérias durante a sístole faz com que as paredes dessas</p><p>artérias se estiquem e a pressão aumente para cerca de 120 mmHg. Em</p><p>seguida, no final da sístole, após o ventrículo esquerdo parar de ejetar sangue e a</p><p>valva aórtica se fechar, as paredes elásticas das artérias mantêm uma pressão</p><p>elevada nas artérias, mesmo durante a diástole. Ocorre uma incisura na curva de</p><p>pressão aórtica quando a valva aórtica se fecha. Isso é causado por um curto</p><p>período de refluxo de sangue imediatamente antes do fechamento da valva,</p><p>seguido pela interrupção repentina do refluxo. Depois que a valva aórtica se fecha, a</p><p>pressão na aorta diminui lentamente ao longo da diástole porque o sangue</p><p>armazenado nas artérias elásticas distendidas flui continuamente através dos vasos</p><p>periféricos de volta às veias. Antes que o ventrículo se contraia novamente, a</p><p>pressão aórtica geralmente cai para cerca de 80 mmHg (pressão diastólica),</p><p>que é dois terços da pressão máxima de 120 mmHg (pressão sistólica) que</p><p>ocorre na aorta durante a contração ventricular.</p><p>- Ao ouvir o coração com um estetoscópio, não se ouve a abertura das valvas, pois</p><p>este é um processo relativamente lento que normalmente não é ruidoso. No entanto,</p><p>quando as valvas se fecham, os folhetos das valvas e os líquidos circundantes</p><p>vibram sob a influência de mudanças repentinas de pressão, emitindo um som</p><p>que viaja em todas as direções através do tórax.Quando os ventrículos se</p><p>contraem, ouve-se primeiro um som causado pelo fechamento das valvas AV. O tom</p><p>de vibração é baixo e relativamente durador e é conhecido como a primeira bulha</p><p>cardíaca (B1). Quando as valvas aórtica e pulmonar se fecham no final da sístole,</p><p>ouve-se um estalo rápido porque essas valvas se fecham rapidamente e os</p><p>arredores vibram por um curto período. Esse som é denominado segunda bulha</p><p>cardíaca (B2).</p><p>Gráfico do ventrículo esquerdo:</p><p>Fases no diagrama volume-pressão.</p><p>- Fase I: período de preenchimento. A fase I no diagrama de volume-pressão</p><p>começa com um volume ventricular de cerca de 50 mℓ (volume sistólico final) e uma</p><p>pressão diastólica de 2 a 3 mmHg. Conforme o sangue venoso flui para o ventrículo</p><p>a partir do átrio esquerdo, o volume ventricular normalmente aumenta para cerca de</p><p>120 mℓ (volume diastólico final). Nessa fase a pressão chega a 7</p><p>mmHg.</p><p>- Fase II: período de contração isovolumétrica. Durante a contração isovolumétrica,</p><p>o volume do ventrículo não se altera porque todas as valvas estão fechadas. No</p><p>entanto, a pressão dentro do ventrículo aumenta para igualar a pressão na aorta,</p><p>para um valor de pressão de cerca de 80 mmHg.</p><p>- Fase III: período de ejeção. Durante a ejeção, a pressão sistólica aumenta ainda</p><p>mais em virtude da contração ainda maior do ventrículo. Ao mesmo tempo, o volume</p><p>do ventrículo diminui porque a valva aórtica agora está aberta e o sangue flui do</p><p>ventrículo para a aorta</p><p>- Fase IV: valva aórtica se fecha e assim, o ventrículo retorna ao seu ponto inicial,</p><p>com cerca de 50 mℓ de sangue deixados no ventrículo a uma pressão atrial de 2 a 3</p><p>mmHg.</p><p>Em estudos experimentais de contração cardíaca, esse diagrama é usado para calcular o</p><p>trabalho sistólico cardíaco.Quando o coração bombeia grandes quantidades de sangue, a</p><p>área do diagrama torna-se muito maior. Ou seja, estende-se muito para a direita porque o</p><p>ventrículo se enche de mais sangue durante a diástole, sobe muito mais porque o ventrículo</p><p>se contrai com maior pressão e geralmente se estende mais para a esquerda porque o</p><p>ventrículo se contrai para um volume menor.</p><p>● Pré carga e pós carga</p><p>- Pré-carga: grau de tensão muscular quando o músculo começa a contrair: é</p><p>geralmente considerada a pressão diastólica final quando o ventrículo está cheio</p><p>(80mmHg)</p><p>- Pós-carga: A pós-carga do ventrículo é a pressão na aorta que sai do ventrículo.</p><p>Isso corresponde à pressão sistólica descrita pela curva de fase III do diagrama de</p><p>volume-pressão.</p><p>- A importância dos conceitos de pré-carga e pós-carga é que, em muitos estados</p><p>funcionais anormais do coração ou da circulação, a pressão durante o enchimento</p><p>do ventrículo (a pré-carga) e a pressão arterial contra a qual o ventrículo deve se</p><p>contrair (a pós-carga), ou ambas, são alteradas de normal para um grau grave.</p><p>● Adaptações fisiológicas do coração ao exercício</p><p>Bradicardia e taquicardia são arritmias, ou seja, alterações que mudam o ritmo cardíaco</p><p>normal. Elas ocorrem quando há anormalidades na frequência cardíaca ideal que, em</p><p>adultos saudáveis, costuma ficar entre 50 e 100 bpm.</p><p>Quando há alterações na formação ou trajeto dos impulsos elétricos, isso pode</p><p>desencadear bradicardia, taquicardia e outras arritmias.</p><p>- Bradicardia: ritmo mais lento que o normal. Batidas abaixo de 60 bpm em repouso.</p><p>- Taquicardia: ritmo mais acelerado que o normal. Batidas acima de 100 bpm em</p><p>repouso.</p><p>- Coração de atleta: O coração de atleta refere-se às alterações normais do coração</p><p>de pessoas que realizam regularmente exercício aeróbico intenso (por exemplo,</p><p>corrida ou ciclismo de maior intensidade).</p><p>Características: Coração maior; paredes do coração maiores; câmaras cardíacas um pouco</p><p>maiores (especialmente ventrículo esquerdo: HIPERTROFIA); bradicardia; arritmia sinusal e</p><p>bloqueio átrioventricular.</p><p>Esse aumento de tamanho e espessamento das paredes permite que o coração</p><p>bombeie uma quantidade de sangue substancialmente maior a cada batimento. Uma</p><p>das características mais importantes do Coração de Atleta é o aumento do tónus</p><p>parassimpático (tônus que diminui os batimentos cardíacos) e a diminuição do tónus</p><p>simpático (tônus que aumenta eles), que são responsáveis por achados frequentes no</p><p>atleta, tais como a bradicardia de repouso, a arritmia sinusal e os atrasos da condução</p><p>aurículo-ventricular.</p><p>significado de tônus: condição natural de flexibilidade.</p>