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<p>30</p><p>UNIVERSIDADE UNIP</p><p>MARLLA ANGÉLICA DOS SANTOS DA COSTA</p><p>A importância da assistência psicológica e social a criança e adolescentes vítimas de violência sexual.</p><p>Taguatinga DF</p><p>2021</p><p>UNIVERSIDADE UNIP</p><p>MARLLA ANGÉLICA DOS SANTOS DA COSTA</p><p>A importância da assistência psicológica e social as crianças e adolescentes vítimas de violência sexual.</p><p>Trabalho de Conclusão de Curso para a obtenção do título de Graduação em serviço social apresentado a Universidade UNIP</p><p>Orientador: Ana Cristina C. de Oliveira</p><p>Taguatinga DF</p><p>2021</p><p>FOLHA DE APROVAÇÃO</p><p>Alunos:</p><p>Título:</p><p>Monografia apresentada ao curso de serviço social.</p><p>Aprovado em: _____/______/_______</p><p>Banca Examinadora</p><p>Prof. Dr. ___________________________________________________________</p><p>Instituição: _______________________ Assinatura: ________________________</p><p>Prof. Dr. ___________________________________________________________</p><p>Instituição: _______________________ Assinatura: ________________________</p><p>Prof. Dr. ___________________________________________________________</p><p>Instituição: _______________________ Assinatura: ________________________</p><p>DEDICATÓRIA</p><p>Dedico este trabalho, primeiramente a Deus e em segundo lugar ao meu esposo Neilton e meus filhos, Pedro Isaac e Paulo Iago.</p><p>AGRADECIMENTOS</p><p>Expresso minha gratidão a Deus por tudo, até aqui Ele me ajudou. Agradeço em especial ao meu esposo Neilton Santos, meus filhos Pedro Isaac e Paulo Iago, pelo zelo, amor e companheirismo que tem mostrado desde sempre. Gostaria de agradecer de forma especial a minha mãe Madalena, minhas irmãs Maryangela, Márcia e Mércia e meu irmão Marcelo, como me sinto honrada em tê-los por perto.</p><p>Sincera gratidão a vocês.</p><p>RESUMO</p><p>O presente trabalho tem por objetivo, a partir de uma revisão literária, identificar e determinar a violência sexual: quais são as vítimas usuais e os agressores. Analisar como o sistema de justiça brasileiro prevê tais situações e como as penaliza, além de como a iniciativa de proteger crianças e adolescentes começou. A partir da configuração do ordenamento jurídico, na qual se afirma protetor dos direitos humanos, deseja-se compreender quais os efeitos psicológicos e traumas que são decorrentes da violência e quais são intervenções que as famílias e o Estado podem oferecer. Além disso será abordado o papel do assistente social e sua importância, mostrando as atribuições do mesmo diante dos casos de abuso sexual.</p><p>Palavras-chave: Crianças; Adolescentes; Violência sexual.</p><p>ABSTRACT</p><p>The present work aims, from a literary review, to identify and determine sexual violence: what are the usual victims and the aggressors. Analyze how the Brazilian justice system foresees such situations and how it penalizes them, in addition to how the initiative to protect children and adolescents began. From the configuration of the juridical order, which claims to protect human rights, we want to understand what psychological effects and traumas are caused by violence and what interventions the families and the State can offer. In addition, the role of social worker and its importance will be addressed, showing its attributions in cases of sexual abuse.</p><p>Keywords: Children; Adolescents; Sexual violence.</p><p>SUMÁRIO</p><p>1. INTRODUÇÃO	9</p><p>1.1 Objetivo	13</p><p>2. METODOLOGIA	14</p><p>3. DESENVOLVIMENTO	15</p><p>3.1 Consequências da violência infantil como pré-disposição ao desenvolvimento de transtornos mentais 	15</p><p>3.2 Violência física e suas consequências	16</p><p>3.3 Violência psicológica e suas consequências	17</p><p>3.4 Atuação e a importância do Assistente social para vítimas de abuso sexual	19</p><p>3.5 Tratativa jurídica da temática	21</p><p>3.6 Políticas Públicas para o enfrentamento da violência sexual infanto-juvenil	29</p><p>3.7 Diretrizes e objetivos oficiais do país	31</p><p>3.8 Características comportamentais e psicológicas de crianças e adolescentes vítimas de violência sexual	34</p><p>3.9 Propostas de intervenção	35</p><p>4. Considerações finais	38</p><p>REFERÊNCIAS	39</p><p>1. INTRODUÇÃO</p><p>O abuso sexual contra crianças ou adolescentes é considerado um problema de saúde pública e de segurança no mundo inteiro. É considerado abuso sexual todo ato sexual, seja heterossexual ou homossexual cujo agressor esteja em um estado de desenvolvimento mais adiantado que a criança. O abuso sexual consiste em estímulos sexuais, ou seja, práticas eróticas e sexuais impostas às crianças ou adolescentes. Geralmente essas práticas ocorrem devido ameaças ou mesmo indução, que podem variar desde atos sem contato físico (assédio, voyeurismo, exibicionismo) ou atos com toque (sexo oral, penetração, etc) (Habigzang, et al., 2006).</p><p>Num trabalho realizado por Habigzang, et al (2006) com objetivo de apresentar um mapeamento de fatores de risco e de proteção na rede de atendimento a crianças e adolescentes vítimas de violência sexual, concluiu-se que existe uma falta de comunicação entre as instituições para articular as medidas de proteção necessárias e acompanhar seu cumprimento. Os autores apontam ainda a necessidade de capacitar a rede de atendimento, visando a compreensão real dos casos, bem como a condução de intervenções adequadas.</p><p>De difícil suspeita e complicada confirmação, os casos de abuso sexual na infância e adolescência são praticados, na sua maioria, por pessoas ligadas diretamente às vítimas e sobre as quais exercem alguma forma de poder ou de dependência. Nem sempre acompanhado de violência física aparente, pode se apresentar de várias formas e níveis de gravidade, o que dificulta enormemente a possibilidade de denúncia pela vítima e a confirmação diagnóstica pelos meios hoje oferecidos pelas medidas legais de averiguação do crime. Efeitos psicológicos do abuso sexual podem ser devastadores, e os problemas decorrentes do abuso persistem na vida adulta dessas crianças. É um fenômeno universal que atinge todas as idades, classes sociais, etnias, religiões e culturas e pode ser considerado como qualquer ato ou conduta baseado no gênero, que cause danos ou sofrimento físico, sexual ou psicológico à vítima e, em extremos, a morte (PFEIFFER & SALVAGNI, 2005).</p><p>A violência sexual contra crianças e adolescentes é um tema que possui grande relevância na contemporaneidade, haja vista, o grande número de casos notificados pelos órgãos responsáveis.</p><p>Ao longo do tempo a violência sexual ganhou novas configurações, o que fez com que práticas antes tidas como normais, passassem a ser consideradas abusivas. A edição de leis tanto em âmbito internacional quanto nacionais contribuíram para aumentar a proteção integral das crianças e adolescentes.</p><p>Segundo GABEL (1997) a maior parte das pesquisas que tratam da idade do primeiro abuso sexual, diz que este tipo de violência na maioria das vezes aconteceu antes dos 12 anos de idade. No entanto, estudos de prevalência apontam que a idade de maior exposição ao abuso sexual é entre os nove e 12 anos de idade.</p><p>Desde a década de 1980, os chamados novos estudos sociais da criança (entre eles, especialmente a sociologia da criança), que se consolidaram no cenário científico internacional, têm defendido a libertação da epistemologia infantil. Esses estudos propõem um novo paradigma para a pesquisa infantil no contexto das mudanças atuais que afetam as instituições sociais vitais para a vida das crianças. Essas transformações podem ser vistas como resultado e, ao mesmo tempo, como criadoras de novos ambientes e condições de vida para crianças em todo o mundo (MARCHI, 2011).</p><p>Partindo da dupla afirmação de que as crianças são atores e a infância é construção social, a sociologia da infância afirma que, como condição necessária para a construção de um novo paradigma de pesquisa social infantil, sua declaração é conceitualmente autônoma. Essa afirmação decorre do fato de que até recentemente, a infância foi sido negligenciada em termos de sua autonomia conceitual devido à sua marginalização de longo prazo como objeto de pesquisa sociol��gica</p><p>2010;</p><p>REICHENHEIM, Michael E.; HASSELMANN, Maria Helena; MORAIS, Claudia Leite. Consequências da violência familiar na saúde da criança e do adolescente: contribuições para a elaboração de proposta de ação. Ciência e Saúde Coletiva, v. 4, n. 1, p. 109-121, 1999.</p><p>SANTOS, V. A.; COSTA, L. F. A violência sexual contra crianças e adolescentes:</p><p>Conhecer a realidade possibilita a ação protetiva. Estudos de Psicologia, Campinas, v. 28(4), 2011.</p><p>SIMÕES, Carlos. Curso de direito do serviço social. 6. ed. São Paulo: Cortez, 2012. (Biblioteca básica de serviço social; v. 3) p. 589</p><p>TEIXEIRA, Elenaldo Celso. O Papel das Políticas no Desenvolvimento Local e na Transformação da Realidade. AATR-BA, 2002. p.2-11</p><p>VIEIRA, Francisco Xavier Medeiros. Comentários ao artigo 130 do ECA. In: CURY, Munir; SILVA, Antônio Fernando Amaral e; MENDEZ, Emílio García (coords.). Estatuto da Criança e do Adolescente Comentado: comentários jurídicos e sociais. São Paulo: Malheiros, 1992, p. 403-404.</p><p>YSTGAARD M, Hestetun M, Loeb M, Mehlum L. Is there a specific relationship</p><p>between childhood sexual and physical abuse and repeated</p><p>Suicidal behavior? Child Abuse Negl. 2004.</p><p>ZAVASCHI, Maria Lucrécia Scherer; TETELBOM, Miriam; GAZAL, Christina Hallal; SHANSIS, Flávio Milman. Abuso sexual na infância: um desafio terapêutico. Revista de Psiquiatria, Porto Alegre, n. 13, p. 136-145, set./dez. 1991.</p><p>image2.gif</p><p>image1.png</p><p>(QVORTUP, 1995; SIROTA, 2001; MONTADON, 2001 apud MARCHI, 2011). Portanto, trata-se de um movimento teórico que coloca a infância e as crianças em uma “justiça conceitual”, em relação a outros grupos ou categorias sociais, ou seja, a “cidadania epistemológica” infantil é exigida nesse movimento (FERREIRA, 2002).</p><p>A crítica da sociologia da infância à visão tradicional das crianças e sua socialização, concentra-se no arcabouço teórico que até agora dominou a batalha: a família nos campos da psicologia do desenvolvimento, sociologia educacional e sociologia. Em relação à psicologia do desenvolvimento, a crítica é dirigida principalmente aos aspectos evolutivos e deterministas do pensamento de Piaget, ligando os fatos imaturos da biologia das crianças, como sua dependência, com os aspectos sociais da infância (JAMES; PROUT, 1990). Nesse assunto, a "racionalidade adulta" é um signo alcançado por meio de um estágio pré-determinado do desenvolvimento cognitivo infantil. Ou seja, ao combinar o campo biológico com o social, a abordagem evolucionista transforma as normas em fatos, o que leva à naturalização dos juízos de valor e passam a ser os elementos estruturais da experiência das crianças. Esses elementos são moldados por certas características descritivas (JOBIM; SOUZA, 1996).</p><p>A singularidade das crianças no estudo de Piaget baseia-se na naturalidade e na universalidade da infância. Não há lugar para "crianças" (em seus diferentes níveis de heterogeneidade) nesses estudos: "crianças", como as manifestações físicas do desenvolvimento cognitivo desde a infância até a idade adulta, representam todas as crianças nesta teoria (JAMES; PROUT, 1990). Essa visão impede que uma criança seja considerada uma existência com direito ao auto reconhecimento, porque ela não é considerada uma existência "no presente", mas uma existência "em processo de nascer", a está "em o futuro ", sua existência representa a" passagem "que conduz à vida adulta (IDEM). Nesse sentido, QVOURTRUP (1995) apontou a desconfiança do conceito de socialização em sua "tendência esperada": em termos de desenvolvimento individual, a definição de socialização é sempre "olhar para frente", para longe da infância, refletindo assim a socialização. Esta fase da vida é o desenvolvimento inicial da cultura adulta.</p><p>Para James e Prout (1990), a construção científica da irracionalidade, naturalidade e universalidade da infância no discurso psicológico foi transferida diretamente para o campo do conhecimento sociológico infantil na forma de "teoria da socialização" na década de 1950. A compreensão estrutural funcionalista que prevalecia no pensamento sociológico da época, fornecia um número limitado de "papéis sociais" para os indivíduos. Portanto, a socialização é entendida como um mecanismo pelo qual esses papéis podem ser replicados nas gerações futuras. Portanto, em James e Prout (1990), a socialização é o processo de transformar "magicamente" uma pessoa em outra: as crianças não sociais tornam-se a chave para os adultos socializados.</p><p>Assim, a sociologia da infância quebra o método clássico de socialização porque consideram as crianças uma existência passiva e sempre em "transição" para a vida adulta. Portanto, a transformação da perspectiva da criança em objeto ou produto do comportamento adulto, em compreensão da criança e, ao mesmo tempo, promotora de sua própria socialização, é uma grande transformação que está ocorrendo. Procura-se revelar que, no "papel" de "filho" e "aluno", as crianças presentes não são contêineres sociais passivos na ordem social dos adultos. O primeiro pilar da sociologia da infância foi construído em torno desse novo conceito (SIROTA, 2001, 2006; MONTANDO, 2001; FERREIRA, 2002).</p><p>Alanen (1990), socióloga da infância que faz uso dos estudos de inspiração feminista sobre a família, ressalta que, se os estudos de gênero têm modificado a produção do conhecimento no que diz respeito à ação das mulheres, não têm, no entanto, feito o mesmo em relação às crianças, que permanecem sendo vistas como não-atores de sua própria socialização. É, portanto, a releitura crítica do conceito de socialização no quadro estrutural-funcionalista que leva não só a considerar a criança como um ator social, mas a despir de "naturalidade" e "desinteresse" à visão moderna de infância (PINTO, 1997 apud MARCH, 2011) e de sua educação. Isso nos leva à compreensão do caráter essencialmente político das visões de infância/criança nas sociedades, porque relacionadas às questões do poder e da constituição e manutenção da ordem social.</p><p>Nesse sentido, Jenks (2002) analisou as razões e bases políticas para a existência e imagem protótipo da criança na sociedade, e apontou que as crianças - em estado de não socialização - podem causar o colapso. No campo da teoria, segundo o autor, mitigar essa ameaça é uma tarefa assumida pela teoria da socialização, que consiste em afastar a prática social e o tratamento das crianças por meio do protótipo do adulto original. Ao criticar a "teoria do reparo social" (cujo paradigma é a teoria do sistema de Parsons), Jenks afirmou que essas teorias "conectavam" ou incluíam a infância em seus parâmetros, interpretando-a como uma categoria residual e "sucesso social sistemático dado” (MARCH, 2011). Neste sentido, pode-se perceber como o processo educacional deve se tornar um campo de interesse sociológico básico, embora sua importância nem sempre seja reconhecida.</p><p>Os fundadores da sociologia educacional, Durkheim e Parsons, que (re) explicaram a teoria da socialização, certamente reconheceram as características estratégicas da educação na construção e manutenção da coesão e da ordem social. Em outras palavras, o funcionalismo estrutural sempre se preocupou abertamente com a compreensão teórica do processo de ordem e coesão social, bem como com as funções sociais das instituições sociais centrais, especialmente as instituições socioeducativas. Mas Jenks (2002) aponta para o outro lado da moeda: o autor enfatiza como uma análise crítica da visão funcionalista da educação revela a "violência teórica" ​​contra as crianças na tentativa de transformar o "mundo do conteúdo" infantil em um "mundo formal" através do conceito de socialização. Portanto, esta análise crítica revela como o objetivo parsonsista torna a sociologia uma ciência moral centrada no cultivo de cidadãos mansos (O'NEILL, 1994, apud JENKS, 2002 apud MARCH, 2011).</p><p>1.1 Objetivo</p><p>Nesse sentido o presente trabalho tem objetivo de apresentar uma revisão da literatura acerca da importância da assistência psicológica e social nos casos em que crianças ou adolescentes são violentadas sexualmente.</p><p>2. METODOLOGIA</p><p>O presente trabalho seguiu os preceitos de um estudo exploratório por meio de pesquisa bibliográfica. A pesquisa bibliográfica consiste no levantamento de materiais já publicados além de sua análise e crítica.</p><p>Segundo GIL (2008),</p><p>A necessidade de consulta a material publicado manifesta-se ao longo de todo o processo de pesquisa. Os trabalhos de análise e interpretação exigem o cotejo dos dados coligidos em campo com os dados disponíveis, que habitualmente são encontrados nas bibliotecas. Na etapa de redação do relatório também é natural que se necessite recorrer à biblioteca, com vistas à localização de modelos de relatórios ou à identificação das normas de apresentação dos trabalhos científicos. E mesmo durante a etapa da coleta de dados não é improvável que se tenha de recorrer a algum tipo de publicação (GIL, 2008).</p><p>Segundo o autor a pesquisa bibliográfica é dispendiosa e exige do pesquisador um trabalho intenso e postura crítica aceca do material levantado. Além disso, faz-se necessário como demonstrado que a revisão faça parte do trabalho como um todo e não como uma etapa isolada como uma maneira de elucidação e validação do material abrangido (GIL, 2008).</p><p>3. DESENVOLVIMENTO</p><p>3.1 Consequências da violência infantil como pré-disposição ao desenvolvimento de transtornos mentais</p><p>Segundo Reppold, Pacheco, Bardagi e Hutz (2002), os fatores de risco são condições</p><p>ou variáveis ​​que estão associadas a uma alta probabilidade de resultados negativos ou indesejáveis. Esses fatores incluem comportamentos que podem prejudicar a saúde, o bem-estar ou o desempenho social de um indivíduo.</p><p>As outras definições de fatores de risco são consistentes. Para Ramey e Ramey (1998), crianças que possuem certos atributos biológicos e/ou são afetadas por certas variáveis ​​ambientais, têm mais probabilidade de ter deficiências ou atrasos de desenvolvimento do que crianças que não são afetadas por essas variáveis. Essas variáveis ​​são chamadas de fatores de risco.</p><p>Para Garmezy (1985), os fatores de risco são aqueles fatores que, se existirem, aumentam a probabilidade de as crianças desenvolverem transtornos emocionais ou comportamentais. Tais fatores podem incluir os atributos biológicos e genéticos da criança e/ou família, bem como fatores comunitários que afetam a criança e seu respectivo ambiente familiar (DIAS MAIA et al, 2005).</p><p>Deve-se observar que os próprios fatores de risco não constituem uma causa específica, mas indicam um processo complexo que pode justificar as consequências da psicopatologia infantil (HOLDEN, GEFFNER e JOURLIES, 1998). Por outro lado, os fatores de proteção podem ser definidos como fatores que alteram a resposta do indivíduo a certos riscos ambientais que facilmente levam a resultados desadaptativos, tais como: estágio de desenvolvimento infantil, temperamento e capacidade de resolver problemas pessoais (RUTTER, 1985).</p><p>Hutz, Koller e Bandeira (1996, apud REPPOLD et al., 2002) apontaram que mecanismos, fatores ou processos de proteção são para melhorar ou alterar o impacto da resposta de um indivíduo a um ambiente hostil, o que pode facilmente levar a consequências mal adaptativas. Esses fatores são entendidos como condições ou variáveis ​​que reduzem a probabilidade de um indivíduo desenvolver problemas internalizados, como agressão, uso de álcool ou drogas, raiva, distúrbios de comportamento, crueldade contra animais, etc. (HOLDEN et al., 1998).</p><p>De acordo com Rebold et al. (2002), um evento estressante da vida, é considerado qualquer alteração no ambiente, que geralmente causa um alto grau de tensão e interfere no padrão normal de resposta do indivíduo e está relacionada a uma variedade de transtornos físicos e mentais. Barnett (1997) afirmou que nenhum outro fator de risco está mais fortemente associado à psicopatologia do desenvolvimento do que crianças abusadas, ou seja, o abuso e a negligência têm um impacto negativo profundo no curso de vida das crianças. De acordo com o autor, as consequências do abuso e da negligência cobrem uma ampla gama de áreas de desenvolvimento, incluindo cognição, linguagem, desempenho acadêmico e desenvolvimento socioemocional. Crianças abusadas frequentemente apresentam deficiências em sua capacidade de regular emoções e comportamentos gerais (DIAS MAIS et al, 2005).</p><p>O tema da violência doméstica vem aparecendo cada vez mais no cenário atual e é frequentemente promovido pela mídia. A cada dia, crianças e adolescentes são afetados por condições adversas em suas próprias casas, o que afetará seu desenvolvimento. Os fatores de risco para o desenvolvimento infantil são entendidos como todos os tipos de violência doméstica, a saber: violência física, negligência ou violência psicológica — esta última incluindo a exposição à violência conjugal — e violência sexual (BRANCALHONE, FOGO e WILLIAMS, 2004; BRANCALHONE e WILLIAMS, 2003; CARDOSO, 2001; MALDONADO e WILLIAMS, 2005).</p><p>3.2 Violência física e suas consequências</p><p>A violência física inclui abuso físico (espancamento, queimaduras, fraturas, hematomas, etc). As consequências da vitimização física de crianças incluem efeitos nocivos no desenvolvimento infantil (BARNETT, 1997; SANTOS, 2001). Widom (1989) apontou que, em comparação com outras crianças (7,9%), as crianças que foram encontradas sendo fisicamente abusadas por agências de assistência social tinham duas vezes mais probabilidade de serem presas por crimes violentos (15,8%) em comparação com outras crianças (7,9 %). Portanto, o abuso infantil é um fator que pode aumentar a possibilidade de crimes violentos no futuro. A violência doméstica é o fator que mais incentiva crianças e jovens a viver nas ruas.</p><p>Barnett (1997) enfatizou que crianças pequenas ou bebês têm maior probabilidade de sofrer abusos físicos porque não podem escapar ou "pacificar" pais aparentemente abusivos. Segundo o autor, existem vários motivos para acreditar que o abuso de crianças pequenas pode ser mais generalizado do que o estimado, porque, em geral, essas crianças não estão em contato diário com professores que podem detectar e denunciar suspeitas de abuso e negligência e porque é difícil distinguir abuso infantil e lesão acidental. Vale ressaltar que esse tipo de violência ainda é a principal causa de mortes infantis (AZEVEDO e GUERRA, 1995).</p><p>De acordo com Hughes, Graham-Bermann e Gruber (2001), vários estudos identificaram características da personalidade dos pais relacionadas ao abuso. Em comparação com pessoas que não abusaram fisicamente de crianças, aqueles que abusaram fisicamente de crianças relataram mais raiva e tiveram dificuldade em controlar essa raiva. A pesquisa citada pelos mesmos autores mostra que existe uma ligação entre adultos que abusam de crianças e as seguintes características: baixa tolerância à frustração, baixa autoestima, rigidez, falta de empatia, abuso ou dependência de substâncias, depressão e problemas de saúde física. Em comparação com os pais não abusivos, os pais abusivos têm menos conhecimento sobre a complexidade das relações sociais, especialmente sobre os papéis dos pais e o atendimento das necessidades dos outros. Esses pais também apresentam expectativas irrealistas e visões negativas de seus filhos. Eles consideram seu papel como pais mais estressante do que pais não abusadores e têm menos interação com seus filhos. De acordo com Williams (2003), pais com deficiência mental têm maior probabilidade de agredir seus filhos.</p><p>3.3 Violência psicológica e suas consequências</p><p>Por outro lado, a violência psicológica ocorre quando alguém é ameaçado, humilhado e emocionalmente privado. Essa violência pode incluir vários tipos de ameaças (suicídio, morte, danos materiais, ataques à vítima ou a seus familiares, etc.) (FRANÇA, 2003). Vale ressaltar que as pesquisas sobre o tema ainda são recentes (O'LEARY, 2001). Como consequência da violência psicológica, a American Academy of Pediatrics (2002) enfatizou os seguintes danos: pensamentos introspectivos (medo, baixa autoestima, sintomas de ansiedade, depressão, pensamentos suicidas, etc.), saúde emocional (instabilidade emocional, problemas com controle de impulsos e raiva, transtornos alimentares e abuso de substâncias), habilidades sociais (comportamento antissocial, problemas de apego, baixas habilidades sociais, baixa empatia e compaixão pelos outros, crime etc.). Nos estudos — baixo nível acadêmico de desempenho, comprometimento moral — e saúde física (desconforto físico, comprometimento do desenvolvimento, alta mortalidade).</p><p>Sinclair (1985) apontou que pesquisas realizadas mostraram que a observação da violência doméstica afeta e interfere no desenvolvimento físico e mental das crianças. Cardoso (2001) enfatizou que crianças que observam violência doméstica em casa vivenciarão conflitos emocionais e reações de amor e ódio, além de confusão, conflito e outras experiências negativas (DIAS MAIA et al, 2005). Outros efeitos prejudiciais da exposição de crianças à violência conjugal observados na literatura incluem: agressividade, abuso de drogas e/ou álcool, distúrbios de atenção, baixo desempenho acadêmico (BRANCALHONE e WILLIAMS, 2003), ansiedade, depressão e distúrbio pós-estresse, trauma e problemas físicos, etc. (BARNETT, 1997; SANTOS, 2001). Brancalhone, Fogo e Williams (2004) apontaram que crianças que assistem os pais atacarem suas mães frequentemente reproduzem, futuramente, essa violência.</p><p>Para Sinclair (1985), uma criança que vive sob a violência do</p><p>pai ou ameaça à sua mãe é uma criança que precisa de proteção porque está sob risco de abuso físico e sexual. Para Holden et al. (1998), a mulher agredida pode desabafar sua raiva e frustração para a criança, a criança, por consequência, pode acidentalmente se machucar ao tentar impedir a violência ou proteger sua mãe, e a criança que finalmente testemunhou a agressão contra sua mãe pode se tornar um agressor ou a esposa maltratada (DIAS MAIA, 2005).</p><p>A influência da observação da violência pode ser compreendida a partir da teoria da aprendizagem social. Essa teoria acredita que o padrão de aprendizagem das crianças em famílias violentas pode ser usado como um modelo de como se comportar nas interações sociais (BANDURA, 1976). Além disso, crianças expostas a ambientes estressantes podem apresentar uma ruptura súbita e patológica da realidade (CAMINHA, 1999). De acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (American Psychiatric Association, 2000), a característica básica do transtorno dissociativo é um transtorno das funções abrangentes normais de consciência, memória, identidade ou percepção ambiental.</p><p>3.4 Atuação e a importância do Assistente social para vítimas de abuso sexual</p><p>Muitos casos a vítima de abuso sexual está inserida em um ambiente social de vulnerabilidade e escassez econômica, não tendo dinheiro para ter os recursos básicos para suprir as suas necessidades fisiológicas.</p><p>Nisso Não basta só um tratamento psicológico, mas também um acolhimento social, que faça estudo para identificar todas as carências e variáveis no qual o indivíduo está inserido.</p><p>Problemas como falta de saneamento básico, luz, agua, ou até uma moradia adequada são decorrentes em pequenas comunidades situadas nas grandes metrópoles.</p><p>A fome também um problema social decorrente, muitas vítimas precisam de auxilio de cesta básica, além disso o desemprego tem feito muitas famílias ficassem em estado de pobreza não tendo recursos básicos para suas necessidades.</p><p>Outra variável que deve ser levada em conta é escolaridade, pois maioria dos crimes de abuso a vítima ou próprio criminoso geralmente possuem uma escolaridade baixa.</p><p>Sendo assim torna-se imprescindível a atuação do assistente social para ajudar as vítimas de abuso sexual, auxiliando o psicólogo em muitos casos. Dando amparo e acolhimento.</p><p>FERREIRA e MARESSA (2014) De acordo com o Ministério do Desenvolvimento brasileiro (MDS), a assistência social é uma política pública não contributiva, é dever do Estado e direto de todo cidadão que dela necessitar. A transparência e a universalização dos acessos aos programas, serviços e benefícios sócio assistenciais, promovidas por esse modelo de gestão descentralizada e participativa, vem consolidar, definitivamente, a responsabilidade do Estado brasileiro no enfrentamento da pobreza e da desigualdade, com a participação complementar da sociedade civil organizada, através de movimentos sociais e entidades de assistência social.</p><p>FERREIRA e MARESSA (2014) Os profissionais do Serviço Social segundo o CFESS (Conselho Federal de Serviço Social): analisam, elaboram, coordenam e executam planos, programas e projetos para viabilizar os direitos da população e seu acesso às políticas sociais, como a saúde, a educação, a previdência social, a habitação, a assistência social e a cultura. Analisam as condições de vida da população e orientam as pessoas ou grupos sobre como ter informações, acessar direitos e serviços para atender às suas necessidades sociais.</p><p>FERREIRA e MARESSA (2014) Dessa forma, a práxis do Serviço Social está vinculada a intervenção nas expressões da questão social, principalmente para as situações de vulnerabilidade social e risco social, na qual se enquadra a exploração sexual infanto-juvenil. Dessa forma, compete ao profissional Assistente Social promover para a população a garantia de seus direitos, bem como a integração entre as ações e serviços.</p><p>FERREIRA e MARESSA (2014) Neste sentido, o assistente social enxerga a exploração sexual numa perspectiva que assume uma dimensão em que crianças e adolescentes são transformados/as em objetos de uso para alguém que se coloca de maneira desigual e coercitiva, de modo que a relação que decorre daí se constitui numa utilização do outro em nome da venda de prazeres sem limites, que extrapolam toda e qualquer fronteira ética e do campo dos direitos humanos. De um lado, corpos explorados, violados e violentados, cuja cidadania é negada e silenciada pelo medo e pelas condições de vulnerabilidade em que se encontram; de outro, uma rede composta de grupos que negociam tudo, com todos/as, fora de qualquer princípio de dignidade e valor ético.</p><p>Diante desse aspecto, as autoras Tonon e Aglio afirmam que o/a Assistente Social deve ter a preocupação de desenvolver um trabalho com as famílias dessas vítimas de exploração sexual, por meio de reuniões e palestras, visitas no âmbito domiciliar, orientação aos serviços de saúde e acompanhamento psicossocial. Pois é de grande importância que o/a Assistente Social tome conhecimento da localidade social nas quais as vítimas se encontram, uma vez que conforme o ECA é dever da família proteger integralmente as crianças e adolescentes. FERREIRA e MARESSA (2014)</p><p>Vale salientar ainda, a existência de um órgão através do Governo Federal, onde o assistente social está incluso e que é de extrema importância para coibir a exploração sexual infanto-juvenil que é o CREAS (Centro de Referência Especializado de Assistência Social), ele integra o Sistema Único de Assistência Social (SUAS), e apresenta-se como uma unidade pública estatal, responsável por serviços especializados de apoio, orientação e acompanhamento a indivíduos e famílias com um ou mais de seus membros em situação de ameaça ou violação de direitos. FERREIRA e MARESSA (2014)</p><p>3.5 Tratativa jurídica da temática</p><p>Alguns trabalhos atuais mostram que a violência sexual contra crianças e adolescentes ocorrem em todos os estratos, em todas as etnias, credo, regimes políticos e econômicos e atinge crianças de todas as faixas etárias dentro ou fora do ambiente familiar. Além disso, repercute significativamente sobre a saúde e o desenvolvimento dessas crianças. Reflete sobre a saúde física e mental, e expõe a criança ou adolescente a uma situação de fragilidade (PAIXÃO & DESLANDES, 2010).</p><p>Segundo documento da Organização Mundial de Saúde (WHO) em 2002, estimou-se que 150 milhões de meninas e 73 milhões de meninos menores de 18 anos foram obrigados a manter relações sexuais ou sofreram outras formas de violência sexual que envolveram contato físico (PAIXÃO & DESLANDES, 2010).</p><p>Sob outro ponto de vista a violência sexual contra a criança ou adolescente ela transparece toda a fragilidade e pouca eficiência dos sistemas legislativos, judiciários, educacionais, de assistência social e de saúde, que deveria prover todo o cuidado integral à criança e adolescente e à sua proteção. No Brasil, esse tema tomou força a partir dos anos 90 com a instituição do Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA. Essa lei colocava a sociedade civil em papel mais engajado frente a proteção e cuidado da criança e adolescente, vistos a partir daí como pessoa em desenvolvimento. A “pressão da sociedade, através de Fóruns, ONGs e Conselhos, sobre o Legislativo, o Executivo, a Mídia e as Agências Internacionais para a inclusão da violência sexual contra crianças e adolescentes na agenda das políticas públicas brasileiras é então reforçada” (PAIXÃO & DESLANDES, 2010).</p><p>Por resolubilidade entende-se não apenas a garantia do direito ao respeito, dignidade, liberdade, convivência familiar e comunitária e desenvolvimento de uma sexualidade saudável, conforme preconizado pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e outros acordos internacionais. Por resolubilidade, segundo V.F. Faleiros e E.T.S. Faleiros (2001), toma-se também o adequado e satisfatório atendimento de todos os direitos violados na situação que se instala após a revelação da violência sexual. Os direitos violados e a serem resgatados podem variar</p><p>de caso para caso, mas quando a violência se instala em um contexto economicamente desfavorecido, em geral incluem o direito ao atendimento das necessidades básicas - tais como moradia, alimentação, lazer, educação, entre outros -, que podem ser afetadas quando o agressor é o único provedor da família, por exemplo (SANTOS e COSTA, 2011).</p><p>Dentre as inúmeras formas de violência a que são submetidos a criança e o adolescente destaca-se a violência sexual intrafamiliar, justamente porque violar a segurança familiar garantida à criança e ao adolescente pelo artigo 227 da Constituição Federal:</p><p>É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.</p><p>Os casos de violência sexual intrafamiliar chegam ao sistema de justiça por meio do Conselho Tutelar, da Delegacia de Polícia ou das Varas de família, onde há a disputa de guarda, visitas e destituição/suspensão do poder familiar. Dessa forma, a função do Conselho Tutelar é identificar situações de ameaça, maus tratos ou violação dos direitos das crianças.</p><p>De suma importância é então tal sistemática de trabalho “para a efetivação da política de atendimento à criança e ao adolescente, tendo em vista assegurar-lhes os direitos básicos, em prol da formação de sua cidadania” (Carvalho, 1992, p. 419-420).</p><p>Torna-se de suma importância a abordagem da violência intrafamiliar, pois “ainda que a violência com visibilidade seja a que ocorre fora de casa, o lar continua sendo a maior fonte de violência” (Kristensen, Oliveira e Flores, 1998, p. 115).</p><p>Assim, pode-se afirmar que a violência doméstica contra a criança e ao adolescente:</p><p>Representa todo ato ou omissão praticado por pais, parentes ou responsáveis contra crianças e adolescentes que –sendo capaz de causar dano físico, sexual e/ou psicológico à vítima –implica, de um lado, uma transgressão do poder/dever de proteção do adulto e, de outro, uma coisificação da infância, isto é, uma negação do direito que crianças e adolescentes têm de ser tratados como sujeitos e pessoas em condição peculiar de desenvolvimento (Guerra, 1998, p. 32-33)</p><p>Também pode ser definida como o envolvimento de crianças e adolescentes em relações nas quais não possuem condições de compreender plenamente o que está se passando ou nas quais são incapazes de consentir com o ato que está sendo feito com o seu corpo.</p><p>Dentre estes tipos de violência estão incluídos a pedofilia, os abusos sexuais violentos e o incesto. Usualmente o abuso sexual é dividido em familiar e não-familiar, sendo este último representado por uma figura amiga ou conhecida da família, passando confiança à criança.</p><p>Neste sentido autores apontam que “aproximadamente 80% dos casos são praticados por membros da família ou por pessoa conhecida confiável”, sendo que cinco tipos de relações incestuosas são conhecidos: pai-filha, irmão-irmã, mãe-filho, pai-filho e mãe-filha, sendo possível que o mais comum seja irmão-irmã; o mais relatado é entre pai-filha (75% dos casos), sendo que o tipo mãe-filho é considerado o mais patológico, comumente relacionado com psicose (Zavaschi et al., 1991, p. 131).</p><p>O que acarreta por estimular este tipo de violência são os antigos e enraizados costumes de nossa cultura, na qual as vítimas são silenciadas por falta de conhecimento do que está acontecendo – aqui evidente a falta prática de educação sexual.</p><p>Aponta Salvador Célia, quando se trata da situação da infância no Brasil:</p><p>A maioria das crianças brasileiras começa a ser agredida ainda no ventre materno, pela desnutrição materna e pela violência contra a mulher, e quando sobrevive às doenças perinatais, respiratórias e preveniveis por vacinação, quando sobrevive à fome e à diarreia, chega à idade adulta agredida pela falta de oportunidade do mercado de trabalho, depois de sofrer o fenômeno da evasão (diga-se “expulsão escolar”), quando então poderíamos falar no maltrato da instituição escolar, que entre outras causas multifatoriais apresenta um currículo completamente desligado da aplicação para as reais necessidades da maioria da população brasileira (1990, p. 43).</p><p>Ao Conselho Tutelar aporta uma demanda que, até o momento, não pode ser devidamente dimensionada, não só pelo fato de que o reconhecimento da violência doméstica é recente, como também em decorrência da “utilização de diferentes definições do fenômeno pelas instituições e pesquisadores responsáveis pelas estatísticas disponíveis, a diversidade das fontes de informações existentes e a inexistência de inquéritos populacionais nacionais” (Reichenheim, Hasselmann e Morais, 1999, p. 110), fatores que dificultam sobremaneira a oferta de estimativas mais apuradas.</p><p>Sempre que estiver presente notícia de fato que constitua infração administrativa ou penal contra os direitos da criança ou adolescente (Art. 136, inciso IV, ECA), bem como se mostrar necessário o ajuizamento de ações de suspensão ou destituição do poder familiar (Art. 136, inciso XI, ECA), independentemente das medidas de proteção ou aplicáveis aos pais (Arts. 101 e 129 ECA), o Conselho Tutelar encaminhará ou representará ao Promotor de Justiça.</p><p>De posse das informações, o Ministério Público avaliará a necessidade do ajuizamento de ação de suspensão ou destituição do poder familiar, assim como a adoção das medidas legais cabíveis, tanto na área cível como criminal. Ao propor a ação, no âmbito cível ou mesmo criminal, o Ministério Público aciona o sistema de justiça, dando início a uma nova fase na vida da criança ou do adolescente e de seus pais.</p><p>No entanto, a família desempenha papel de máxima importância na vida e formação da criança e do adolescente, razão pela qual está incluída no rol de direitos fundamentais. A família é a base para a construção do ser maduro capaz de discernir a realidade, pensar sobre ela e a partir dos conhecimentos desenvolvidos, analisar os diferentes cenários e opções a fim de agir com responsabilidade, fatores culminantes para o adulto que será posteriormente.</p><p>Como bem foi consagrado pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, “sendo do interesse da sociedade e do Estado o desenvolvimento biopsicológico da população infanto-juvenil em condições de normalidade” (Brancher, 1997, p. 69). Por este giro, o Estatuto da Criança e do Adolescente traz para o sistema de justiça conceitos do ramo da saúde e educação para as linhas do direito, evolução de tamanha necessidade e demora.</p><p>A medida encontrada pelo direito é o imediato afastamento da criança do agressor da moradia comum, sempre que houver possibilidade de opressão ou abuso sexual por parte dos pais ou responsáveis, em conformidade com o artigo 130 do ECA:</p><p>Verificada a hipótese de maus-tratos, opressão ou abuso sexual impostos pelos pais ou responsável, a autoridade judiciária poderá determinar, como medida cautelar, o afastamento do agressor da moradia comum.</p><p>Parágrafo único. Da medida cautelar constará, ainda, a fixação provisória dos alimentos de que necessitem a criança ou o adolescente dependentes do agressor.</p><p>Esta articulação sendo “a provisional autorizada pelo artigo deve ser concedida liminarmente, sem audiência do agressor, ad cautelam, exatamente para não frustrar a proteção, apesar de terapêutica” (Vieira, 1992, p. 403). O trauma envolvendo tamanha agressão pode gerar ainda mais marcas psicológicas quando habitação conjunta com o agressor enquanto este usufrui do conforto do lar.</p><p>Ainda sob este cenário, apesar do dispositivo legal vir como uma inovação necessária, está nem sempre se mostra eficaz. Imaginando o contexto do lar, no qual a mulher ou companheira é conivente com o agressor, dado que nas pesquisas se comprova que usualmente o agressor é do sexo masculino, não há efeito que uma ordem judicial possa efetivamente mantê-lo longe da moradia,</p><p>principalmente em situações nas quais a mulher tenha de confrontá-lo em uma disputa de forças.</p><p>Na medida em que, não implicando restrição ou privação de liberdade do agressor, não impede que venha a retornar em momento posterior ao do afastamento coercitivo por ato judicial, ficando a moradia da vítima e o restante do grupo familiar desguarnecidos de qualquer proteção. (Brancher, 1997, p. 71)</p><p>Estudos apontam que:</p><p>Sobre famílias fisicamente abusivas que tinham um filho alocado fora de casa devido ao abuso, a baixa condição socioeconômica, idade mais avançada da criança, maior gravidade do abuso e/ou problema comportamental escolar na vítima foram preditivos de má evolução no esforço de reabilitação da agência de assistência social, e de uma necessidade de cuidado institucional permanente para as vítimas (Barth et al., 1985-1986; Kaplan, 1995, p. 1.029)</p><p>Dentro desta temática a assertiva mais difícil de precisar é quanto à viabilidade ou não da permanência ou do retorno do agressor ou da vítima para a moradia comum. As soluções encontradas para esta questão é a realização de oitiva com os familiares que habitam esta moradia de forma a identificar se é seguro ou não para a criança e o adolescente, além de encaminhar estas mesmas famílias para programas especializados de acompanhamento.</p><p>Fala-se também na recuperação do agressor, uma vez que “agressores de crianças e adolescentes foram quase sempre vítimas de agressão em sua própria infância” (Goldenberg, 1994, p. 191).</p><p>Importante ressaltar que a separação da criança da família não é a solução mais adequada considerando os traumas que podem ser construídos em razão disto, devendo apenas ocorrer quando da impossibilidade de afastar o agressor da moradia comum. Nesta hipótese se faz mister explicar para a criança os motivos pelos quais ela está sendo afastada, de maneira que ela não se sinta culpada pela situação, sendo punida com o afastamento.</p><p>Não podendo impedir “o contato entre a criança e sua mãe, irmãos e amigos, exceto quando as mães não acreditam na criança, a acusam e rejeitam pelos problemas que se seguem à revelação” (Furniss, 1993, p. 225)</p><p>No cenário no qual não há possibilidade de a criança retornar ao lar, em caráter temporário ou definitivo, a medida utilizada pelo Estatuto da Criança e do Adolescente é a colocação da vítima em família substitutiva, seja por guarda, tutela ou adoção. Sendo que a primeira hipótese não cabe a prévia suspensão ou destituição do poder familiar; a segunda necessita da suspensão deste poder; e a última, por se tratar de adoção, implica em perda ou extinção do poder familiar.</p><p>Neste giro, o artigo 101, inciso VIII e IX do ECA:</p><p>Verificada qualquer das hipóteses previstas no art. 98, a autoridade competente poderá determinar, dentre outras, as seguintes medidas: [...]</p><p>VIII - inclusão em programa de acolhimento familiar;</p><p>IX - colocação em família substituta.</p><p>§ 1o O acolhimento institucional e o acolhimento familiar são medidas provisórias e excepcionais, utilizáveis como forma de transição para reintegração familiar ou, não sendo esta possível, para colocação em família substituta, não implicando privação de liberdade.</p><p>Ainda assim, dentre os desafios encontrados no meio jurídico, há a questão da negação e o segredo envolvendo a violência sexual que dificultam a prevenção e o tratamento para o agressor e para a família. O direito é ramo das humanidades e tem por fim regular as relações entre as pessoas. Com isto em mente, a forma como a sociedade encara o crime de violência sexual contra o menor é distinta da forma como encara outras infrações.</p><p>Qualquer violação sexual da integridade da criança é rotulada como abuso e a definição normativa é muito mais estreita para o abuso sexual do que para o abuso físico, enquanto nenhum dos pais é levado ao tribunal e nenhuma criança recebe cuidados se eles dão uma palmada no traseiro da criança, um pai bem pode acabar na prisão por ter esfregado levemente os genitais da criança (Furniss, 1993, p. 13).</p><p>O abuso sexual tomou repercussão com o avanço da proteção dos direitos da mulher e da criança. Colocando isto em anos, se uma criança fosse levada a um hospital, há trinta anos, em decorrência de maus-tratos, tal fato seria considerado isolado e raro. Hoje em dia, os estudos apontam os prejuízos gerando por este tipo de violência, trazendo que “a influência do trauma na configuração do aparato neuroendócrino, da arquitetura cerebral, da estruturação permanente da personalidade e dos padrões de relacionamento posteriores”, além de “as experiências ficarem marcadas na herança genética e nos padrões de vínculo, sendo, portanto, repassadas de uma forma ou outra para a descendência” (Azambuja, 2004, p. 125). De forma que a saúde mental tem se tornado um assunto em voga.</p><p>Assim, a negação se mostra um meio de defesa da criança e dos membros da família:</p><p>O pai pode utilizar a negação por considerar o incesto como educação sexual para sua filha. A mãe é incapaz de reconhecer e processar os óbvios sinais de incesto, porque isto colocaria em risco seu relacionamento com o marido. A filha utiliza a negação e a constrição de afeto para diversos propósitos: como proteção contra a vergonha e a culpa, para obscurecer a consciência da perversão do pai e preservar a família intacta (Green, 1995, p. 1033).</p><p>Fatores externos, assim como fatores psicológicos, contribuem para a manutenção do segredo no abuso sexual intrafamiliar. Entre os fatores externos, podemos citar a inexistência de evidências médicas, o que leva a família a não ter como comprovar o fato; ameaças contra a criança vítima e suborno; falta de credibilidade na palavra da criança leva-a, muitas vezes, a não revelar o abuso com medo de ser castigada pela “mentira”; temor pelas consequências da revelação, com a concretização das ameaças que recebeu.</p><p>Entre os fatores psicológicos, destacam-se: a culpa, no sentido legal, é do abusador, mas, no sentido psicológico, é também da criança; a negação, no sentido psicológico, é diferente da mentira; no mecanismo de defesa conhecido como dissociação, a vítima separa o abuso sexual (fato real) dos sentimentos que o ato lhe provoca (Dobke, 2001, p. 34-35).</p><p>O rompimento do segredo, levando à denúncia do fato, pode ser influenciado por alguns fatores, como por exemplo, a ameaça isolada ou combinada com medo da perda de integridade física; tentativa de suicídio; contágio por doença sexualmente transmissível; receio da perpetuação da vitimização com irmãs/irmãos; risco de gravidez; restrição das atividades típicas da adolescência; desconfiança da mãe e disque denúncia (Oliveira, 1999, p. 261). A adição, por sua vez, é complementar ao abuso sexual como síndrome de segredo para a criança; “para o abusador, o abuso sexual da criança funciona como adição (abusador = adito; criança = droga); ele sabe que o abuso é prejudicial à criança e mesmo assim abusa” (Dobke, 2001, p. 36).</p><p>Para a melhor compreensão da síndrome da adição, Tilman Furniss descreve: Eu atendi pais que relatavam quão desesperadamente haviam tentado parar de abusar sexualmente de seus filhos, mas a qualidade aditiva do abuso sexual da criança como uma síndrome de adição fazia-os prosseguir (1993, p. 18).</p><p>3.6 Políticas Públicas para o enfrentamento da violência sexual infanto-juvenil</p><p>Importante pontuar que a violência sexual contra crianças e adolescentes ocorre em todos os estratos sociais, independentemente. Segundo a Organização Mundial da Saúde em 2002, cerca de 150 milhões de meninas e 73 milhões de meninos menores de 18 anos foram obrigados a manterem relações sexuais ou outras formas de contato físico.</p><p>A temática ganhou força internacional quando veio “I Congresso Mundial Contra a Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes”, em Estocolmo, definiu uma série de diretrizes e programas de cooperação para erradicar este tipo de violência.</p><p>Em 2008 o 3º Congresso foi realizado no Rio de Janeiro, neste encontro foi apresentada a “Declaração e Pacto do Rio de Janeiro” cujo escopo foi estabelecer acordos integrados para o combate à violência sexual</p><p>imposta ao público infanto-juvenil em todo o mundo.</p><p>No Brasil, a temática do abuso sexual de crianças e adolescentes adquire maior expressão política na década de 1990, com a instituição do ECA - Estatuto da Criança e do Adolescente - Lei nº 8.069/90 (CEDCA, 2000; Diário do Senado Federal, 2004). Retratando uma maior maturidade e engajamento por parte da sociedade brasileira, ampliam-se as atuações de Organizações Não Governamentais (ONGs), criam-se Fóruns, Conselhos e inicia-se a consolidação dos movimentos sociais e políticos para a garantia dos direitos das crianças e dos adolescentes.</p><p>Respondendo pela integração dos atores sociais e governamentais a favor da efetivação do ECA, entra em funcionamento o Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda), com a responsabilidade de implementar Conselhos em estados e municípios.</p><p>Estabelecem-se Conselhos de Direito e Tutelares. Os primeiros, órgãos deliberativos e paritários, responsáveis pela definição da política de atendimento e controle do orçamento da criança, em integração com todas as políticas e os Conselhos Tutelares com o papel de zelar para que as medidas de proteção, apoio e orientação às crianças e aos adolescentes sejam cumpridas (Cecria/Amencar/Unicef, 2000).</p><p>A pressão da sociedade, através de Fóruns, ONGs e Conselhos, sobre o Legislativo, o Executivo, a Mídia e as Agências Internacionais para a inclusão da violência sexual contra crianças e adolescentes na agenda das políticas públicas brasileiras é então reforçada (ibidem).</p><p>A partir de 1993, instituem-se no Brasil alguns marcos históricos do enfrentamento do abuso sexual contra as crianças e adolescentes. Em junho desse mesmo ano é elaborado o relatório da primeira Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar as redes de exploração sexual de crianças e adolescentes, trazendo à tona inúmeros casos de violação dos direitos infanto-juvenis e evidenciando a falta de políticas sociais básicas e de atendimento às vítimas (Libório, 2005; Leal, 2006; Comitê Nacional de Enfrentamento à Violência Sexual Contra Crianças e Adolescentes, 2007).</p><p>Com o apoio do Fundo das Nações Unidas para Infância (Unicef), são criados em várias cidades do país Centros de Defesa da Criança e do Adolescente (Cedeca), com a finalidade de desenvolver mecanismos de proteção, prevenção e atendimento às crianças, adolescentes e seus familiares em situação de violência sexual (Comitê Nacional de Enfrentamento à Violência Sexual Contra Crianças e Adolescentes, 2007).</p><p>Visando criar propostas para o Congresso Mundial Contra a Exploração Sexual Comercial de Crianças e Adolescentes em Estocolmo, em 1996, é realizado em Brasília o "Encontro das Américas", fomentado pelo Cecria - Centro de Referência, Estudos e Ações Sobre Crianças e Adolescentes e outros parceiros. Ganham força as frentes, campanhas e redes e, em 1997, é realizada a II Conferência Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, com o lema "criança e adolescente, prioridade absoluta" (Cecria/Amencar/Unicef, 2000). Sua proposta era</p><p>"promover uma ampla mobilização social nas esferas municipal, estadual e nacional para avaliar a situação de implementação dos direitos da população infanto-juvenil como prioridade absoluta, em especial no que se refere aos eixos temáticos do Conanda - trabalho infanto-juvenil, violência e exploração sexual contra crianças e adolescentes, ato infracional, Conselho Tutelar, orçamento público e fundos, bem como propor diretrizes para sua efetivação" (p. 47).</p><p>3.7 Diretrizes e objetivos oficiais do país</p><p>Com a motivação de assegurar a proteção integral às crianças e adolescentes em situação ou risco de violência sexual surge o Plano Nacional para fomentar conjunto de ações de combate, seja estas intervenções por vias políticas, técnicas ou financeiras.</p><p>Dessa forma, o Plano Nacional é composto por seis eixos estratégicos, sendo eles:</p><p>1 – Situação. Aqui se preza por conhecer o fenômeno da violência em todo o país, diagnosticando tal situação, quais são as condições em que ocorre, como monitorar e avaliar a problemática, tendo por finalidade divulgar os dados colhidos para a população brasileira;</p><p>2- Mobilização e Articulação. O objetivo neste eixo é fortalecer as articulações nacionais, regionais e locais de combate e eliminação da violência sexual. Portanto, comprometer a sociedade no combate destas patologias; divulgar condutas do Brasil perante outros países, como a questão cultural do “sexo turismo” e o tráfico sexual;</p><p>3 – Defesa e Responsabilização. Pensando novamente no sistema de justiça, a atualização de legislações sobre crimes sexuais, capacitação de profissionais ao receberem queixas deste tipo de crime, delegacias especializadas em crimes contra crianças e adolescentes e serviços de notificação;</p><p>4 – Atendimento. Garantia de atendimento especializado para crianças e adolescentes vítimas de violência sexual;</p><p>5 – Prevenção. Assegurar ações preventivas, educação das crianças para que fortaleçam sua autodefesa; e</p><p>6 – Protagonismo Infanto-juvenil. Por meio da participação ativa das classes atingidas pela defesa de seus direitos e comprometimento em monitorar a execução do Plano Nacional.</p><p>Surge então o Programa Sentinela pensado dentro de uma concepção de gestão intergovernamental, de caráter Inter setorial. O Programa tem suas diretrizes e normas estabelecidas em dezembro de 2001, através da portaria nº 878/2001, e sua implantação iniciada em 2002, sob a responsabilidade da extinta SEAS - Secretaria de Estado de Assistência Social, do Ministério da Previdência e Assistência Social (Brasil, 2002b).</p><p>Cujos objetivos gerais consistem em "atender, no âmbito da política de assistência, através de um conjunto articulado de ações, crianças e adolescentes vitimados pela violência, enfatizando o abuso e a exploração sexual" e "criar condições que possibilitem às crianças e aos adolescentes vitimados e suas respectivas famílias, o resgate e a garantia dos direitos, o acesso aos serviços de assistência social, saúde, educação, justiça e segurança, esporte, lazer e cultura, guardando compromisso ético, político e a multidisciplinaridade das ações" (Brasil, 2001).</p><p>Tais metas demandam que os trabalhos de todas as instâncias dentro das competências de cada esfera do governo sejam pactuados e integrados e envolvam, em todas as etapas, a participação da sociedade civil (Avancini, 2006).</p><p>A implementação do Sentinela foi feita através da criação de Serviços e Centros de Referência, dotados de estrutura física e recursos humanos para o desenvolvimento dos atendimentos sociais especializados. O critério de seleção de locais para implantar o programa se baseou nos municípios com "ocorrências" notificadas de casos de crianças e adolescentes envolvidos em situação de violência, fosse ela familiar, social ou de exploração comercial, localizadas em regiões que compreendam capitais e Distrito Federal, regiões metropolitanas, polos turísticos, regiões portuárias, grandes entrepostos comerciais, entroncamentos rodoviários, zonas de garimpo e regiões de fronteira (Brasil, 2001).</p><p>Os documentos oficiais asseveram que os atendimentos nos centros são realizados por equipes multiprofissionais, essencialmente voltados para o suporte psicossocial, educacional e jurídico das vítimas e familiares e, segundo pesquisas, apresentavam boa efetividade (Tribunal de Contas da União, 2004).</p><p>Segundo o Marco Legal do Ministério da Saúde, o atendimento médico é realizado no âmbito do SUS - Sistema Único de Saúde, operacionalizado de forma descentralizada, com autonomia centrada nos estados e municípios, facilitando a integração entre os diversos setores que poderão planejar e articular políticas comuns de atenção à população infanto-juvenil a partir de sua realidade local (Brasil, 2005a).</p><p>Em 2003, o programa havia sido implantado em 331 dos 5.561 municípios brasileiros, correspondendo a 5,95% do total e 19.245 crianças haviam sido atendidas, 9.255 delas, vítimas de abuso ou exploração sexual.</p><p>Os recursos financeiros do Sentinela procediam</p><p>das três esferas do governo, federal, estadual e municipal. Aos centros foram destinados, em 2003, R$ 26.317.035,00 provenientes de recursos federais, tendo sido utilizados 90% dos mesmos. Os valores foram definidos de acordo com a modalidade e capacidade de atendimento, quais sejam, 50 atendimentos diurnos ou 80 noturnos (Tribunal de Contas da União, 2004).</p><p>Com o Plano Plurianual 2004/2007, foi instituído o Programa de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, de responsabilidade da SEDH, que abarcou o Sentinela, destinando a ele R$ 108.000.000,00, cerca de 80% dos recursos previstos para o programa (ibidem).</p><p>Refere o Ministério da Justiça que em agosto de 2005, a cobertura do Sentinela atingiu 1.104 municípios, com garantia orçamentária para mais 790, computando um montante executado da ordem de R$ 35,59 milhões. Os atendimentos alcançaram em torno de 30.000 crianças e adolescentes e mais de 1.000 familiares (Brasil, 2006b).</p><p>Em 2006, com a implantação do Suas - Sistema Único de Assistência Social, o Sentinela passou a se inserir como serviço do CREAS - Centro de Referência Especializada de Assistência Social, obedecendo às Normas Operacionais Básicas da Política Pública de Assistência Social. (Comitê Nacional de Enfrentamento à Violência Sexual Contra Crianças e Adolescentes, 2006; Brasil, 2006a), que visam></p><p>"promover e consolidar o pleno exercício, por parte do poder público municipal e do Distrito Federal, da função de gestor da atenção à saúde dos seus munícipes (Artigo 30, incisos V e VII, e Artigo 32, Parágrafo 1º, da Constituição Federal), com a consequente redefinição das responsabilidades dos Estados, do Distrito Federal e da União, avançando na consolidação dos princípios do SUS" (Brasil, 1997 p. 6).</p><p>3.8 Características comportamentais e psicológicas de crianças e adolescentes vítimas de violência sexual</p><p>Segundo a literatura, crianças e adolescentes vítimas de abuso sexual tendem a desenvolver e apresentar transtorno de ansiedade, sintomas depressivos e agressivos, problemas quanto ao seu papel e funcionamento sexual e sérias dificuldades em relacionamentos interpessoais. Evidências ainda estabelecem forte associação entre abuso sexual e transtornos mentais, tais como: transtorno afetivo, transtorno de estresse pós-traumático, distúrbios alimentares, dependência química e transtornos psicossexuais.</p><p>Além da relação com a doença mental, estudos também apontam que o abuso sexual pode acarretar prejuízos cognitivos, emocionais, comportamentais e sociais. Medo, perda de interesse pelos estudos e pelas brincadeiras, dificuldades de se ajustar, isolamento social, déficit de linguagem e de aprendizagem, fugas de casa, ideias suicidas e homicidas, automutilação e agressividade também são frequentes.</p><p>A importância de pesquisas nesse espectro se apresenta como uma prioridade, visto que é vasta a correlação entre as experiências de abuso sexual na infância e um conjunto de transtornos psiquiátricos e comportamentais na vida adulta.</p><p>Estudos realizados em diferentes partes do mundo sugerem que, aproximadamente, 7,4% das meninas e 3,3% dos meninos já sofreram algum tipo de abuso sexual. A sua real prevalência é desconhecida, visto que muitas crianças não revelam o abuso, somente conseguindo falar sobre ele na idade adulta.</p><p>Estudando 100 mulheres com transtorno afetivo bipolar na Inglaterra, encontraram um percentual de 45% dos casos com histórico de abuso sexual. Segundo Gabel, cerca de 33% da população feminina estudada relataram ter sofrido abuso sexual antes de completar 8 anos de idade.</p><p>Outros autores ressaltaram que as possíveis alterações na saúde mental e a futura adaptação social das vítimas estão diretamente relacionadas às características de personalidade de cada vítima, bem como ao tipo de violência sofrida e à capacidade de reação diante de fatos geradores de estresse.</p><p>Outra importante consequência da experiência de abuso sexual é a sua estreita relação com a ocorrência de delitos na esfera sexual. Gover e Mackenzie enfatizaram a existência de elevada frequência de jovens delinquentes mantidos em instituições penais com histórico de abuso, negligências e experiências traumatizantes no contexto familiar.</p><p>Poucos estudos nacionais tratam da questão do abuso sexual com crianças e adolescentes, o que dificulta a compreensão e limita políticas de intervenção adaptadas à nossa realidade nessa situação. Assim, a presente pesquisa foi realizada com o objetivo de descrever os dados demográficos e os aspectos emocionais e comportamentais em crianças e adolescentes vítimas de abuso sexual.</p><p>3.9 Propostas de intervenção</p><p>A indicação terapêutica mais adequada para os casos de abuso sexual infantil intrafamiliar é a terapia do grupo familiar, envolvendo todos os membros da família, principalmente o agressor. A dificuldade está em transformar essa indicação em demanda.</p><p>O trabalho começa com a discussão do problema - denúncia ou suspeita do abuso - e suas implicações na dinâmica familiar. Explicita-se que o problema não é apenas da criança vitimada, mas de todos eles, e como tal, precisa ser pensado e trabalhado em conjunto.</p><p>Partindo do princípio de que os problemas da família dizem respeito a todos e familiar no enfoque operativo, como propõe Pichon-Rivière (1994), procurando criar um espaço de acolhimento e reflexão para a família pensar sobre o problema e buscar soluções mais criativas para resolver o conflito e não negá-lo. Esta tarefa implica redefinir papéis, funções e responsabilidades de cada um, rompendo a cumplicidade silenciosa e restabelecendo a rede de comunicação.</p><p>Isso possibilita uma contenção da ansiedade e desbloqueio da espontaneidade para que o grupo possa desenvolver uma "adaptação ativa" à realidade. Como diz Pichon-Rivière, um grupo obtém uma adaptação ativa à realidade quando adquire insight, quando se torna consciente de certos aspectos de sua estrutura e dinâmica, quando cada sujeito conhece e desempenha seu papel específico e o grupo se abre à comunicação e ao processo de aprendizagem e interação com o meio (Pichon-Riviére, 1994, p. 53).</p><p>Esta proposta de atendimento familiar nos moldes de um grupo operativo desenvolve-se dentro de enfoque psicossocial, que busca apreender os diferentes aspectos envolvidos: psicológicos (conscientes e inconscientes), interacionais, sociais, econômicos e culturais envolvidos na história da família e sua contextualização atual.</p><p>A perspectiva de gênero é introduzida aqui como um fator importante para entender as relações de poder dentro da família que transformam diferenças (de gênero ou geração) em desigualdades com fins de dominação-exploração.</p><p>Parte-se sempre da singularidade da família, identificando suas crenças, valores, resistências, capacidade de mudança e potencial criativo. Inicialmente faz-se uma avaliação de como ela se apresenta no momento, como cada um de seus membros pensa, sente e se relaciona com o problema, e de que recursos dispõe para transformar a realidade familiar.</p><p>A partir daí vão se construindo as estratégias de intervenção, que, muitas vezes, exigem do terapeuta “desconstruções” de suas próprias crenças, valores morais e práticas terapêuticas já instituídas.</p><p>Esse é, por excelência, um campo de criatividade onde o saber/fazer terapêutico é constantemente reinventado, recriado e reconstruído, de forma a possibilitar à família uma melhor compreensão da sua realidade.</p><p>4. Considerações finais</p><p>É de suma importância que se dê relevância para os sinais de violência sexual contra crianças e adolescentes, não só porque é moralmente errado ou porque vai contra princípios constitucionais, mas sim porque os traumas e cicatrizes desta violência seguem com as vítimas ao longo da sua trajetória de vida.</p><p>Da mesma forma que a educação sexual precisa ser ensinada para que a criança, por não possuir a malícia do que estão fazendo com ela, acaba por não compreender a situação. Uma vez com o conhecimento de quais toques lhe deixam confortável e são aceitáveis, ela se empodera e protege contra possíveis agressores.</p><p>Por</p><p>outro giro, a desconstrução dos valores por de trás da violência sexual necessita ser exercitada para que a família não se sinta coagida por um determinado membro ou conhecido que utiliza do medo para silenciar a criança e os familiares, acarretando em mais traumas e problemas de confiança no futuro.</p><p>Por fim, as políticas públicas devem ser atualizadas para os diferentes tipos de vítimas que surgem com o avanço social e com medidas de capacitação daqueles que estão primeiro na linha de atendimento das vítimas de violência de maneira a tornar o ambiente seguro e confortável para que a confiança seja um incentivo para a denúncia, aliado às repressões efetivas.</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>ALANNEN, Leena. Rethinking Socialization, the Family and Childhood. Sociological Studies of Child Development. vol. 3. 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