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<p>Microfundamentos e Macroeconomia Intertemporal</p><p>UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ</p><p>Departamento de Ciências Econômicas (DCEC)</p><p>Docente: Andreia Andrade dos Santos</p><p>Ilhéus, 2024.2</p><p>Consumo e Escolha intertemporal</p><p>O consumo agregado é um importante componente da demanda agregada que representa uma variável fundamental para os formuladores de política econômica</p><p>Y = C +I + G + (X-M)</p><p>Por que o governo pode querer estimular (ou desestimular) o consumo?</p><p>Baixo crescimento econômico</p><p>Inflação alta</p><p>2</p><p>Consumo e Escolha intertemporal</p><p>Mas como o governo pode estimular o consumo?</p><p>Via redução de impostos ou;</p><p>Via implantação de medidas de estímulo ao crédito ao consumidor.</p><p>Essas ações tem o objetivo de se elevar o nível de utilização da capacidade produtiva da economia.</p><p>O desestímulo também pode ser necessário...</p><p>É comum adotar-se restrições ao consumo, para desaquecer a economia e evitar, por exemplo, pressões inflacionárias pelo lado da demanda.</p><p>Esta aula tem como objetivo explorar a variável Consumo, com base nos trabalhos desenvolvidos por (1) Keynes, (2) Simon Kusnetz, (3) Irving Fisher, (4) Franco Modigliani e (5) Milton Friedman.</p><p>3</p><p>1. Keynes e a função consumo</p><p>Na análise keynesiana, a renda é o principal determinante do consumo agregado:</p><p>Quanto maior a renda, maior tende a ser o dispêndio das famílias.</p><p>A relação entre consumo e renda é dada pela Propensão Marginal a Consumir (PMgC), definida como a proporção de unidades monetárias adicionais destinadas ao consumo.</p><p>Qual a proporção de sua renda que você gasta?</p><p>Se sua renda aumentar em 10%, em quanto aumenta seu consumo?</p><p>Se houver uma redução na taxa de juros em 5%, em quanto haverá um estímulo ao consumo?</p><p>São questionamentos importantes ao se buscar fazer uma política econômica.</p><p>4</p><p>1. Keynes e a função consumo</p><p>Keynes traz o conceito de Lei Psicológica Fundamental:</p><p>“(...) os homens estão dispostos, como regra e em média, a aumentar seu consumo à medida que sua renda aumenta, mas não tanto quanto o aumento de sua renda.” (KEYNES, 1936, p. 96).</p><p>Ou seja, a PMgC estaria entre zero e um, significando que as pessoas aumentam o consumo quando a renda aumenta, mas não na mesma proporção.</p><p>Isso se deve ao fato de que o indivíduo poupa a diferença entre a sua renda efetiva e os gastos necessários para manter o seu padrão habitual de vida.</p><p>Se sua renda aumentar em 10%, você não consume todo o aumento.</p><p>Vai aumentar o consumo? Sim. Mas o comum, em média, é você consumir menos, dependendo de sua Propensão Marginal a Consumir.</p><p>5</p><p>1. Keynes e a função consumo</p><p>A função consumo keynesiana é comumente representada da seguinte forma linear:</p><p>C = + cY</p><p>Com e 0 o multiplicador é igual a um</p><p>c = 1 -> o multiplicador tende a infinito</p><p>Quanto maior a PMgC, maior a eficácia da Política fiscal</p><p>7</p><p>1. Keynes e a função consumo</p><p>Com base na função consumo keynesiana, podemos verificar que a razão entre o nível de consumo e o nível de renda (, conhecida como Propensão Média a Consumir (PMeC), cai à medida que a renda aumenta.</p><p>Tomando-se a função consumo, podemos verificar que:</p><p>C = + cY = + c, sendo o consumo médio (consumo sobre renda)</p><p>Derivando em relação a Y, chegaremos a: = (- )</p><p>Perceba que quanto maior a renda Y, menor a variação do consumo médio com o crescimento da renda.</p><p>Ou seja, as famílias de renda mais alta tendem a poupar mais do que as de baixa renda</p><p>Ou, quanto mais se ganha, menos se gasta proporcionalmente à renda.</p><p>8</p><p>1. Keynes e a função consumo</p><p>Segundo Keynes isso ocorreria:</p><p>“Pois a satisfação das necessidades primárias imediatas de um homem e sua família é geralmente um motivo mais forte do que os motivos para a acumulação, que só adquirem influência efetiva quando uma margem de conforto foi alcançada. Essas razões levarão, como regra, a uma maior proporção da renda a ser poupada à medida que a renda real aumenta”. (KEYNES, 1936, p. 97).</p><p>9</p><p>Keynes x Kuznets</p><p>Com o desenvolvimento das técnicas econométricas, apareceram trabalhos empíricos que testaram a função consumo keynesiana.</p><p>Simon Kuznets, com base em uma série temporal para o período de 1869 a 1938, verificou uma proporcionalidade entre a renda e consumo, rejeitando a hipótese da propensão média a consumir ser decrescente em relação à renda.</p><p>Essa evidência sugeria que, no longo prazo, a função consumo se comportaria diferentemente da análise keynesiana.</p><p>10</p><p>2. A função consumo no Longo Prazo: Kuznets</p><p>Para longos períodos, a relação C/Y é estável, ou seja, não apresenta nenhuma tendência a aumentar ou diminuir;</p><p>11</p><p>2. A função consumo no Longo Prazo: Kuznets</p><p>Uma provável explicação para essa diferença pode residir no fato de que a função consumo de curto prazo deve ser considerada em dado ano;</p><p>A longo prazo, tem-se uma função consumo a partir de séries de tempo, sendo uma média com base nas classes de renda, sendo que cada nível possui Propensões diferentes.</p><p>12</p><p>2. A função consumo no Longo Prazo: Kuznets</p><p>No CURTO PRAZO, a hipótese keynesiana se confirmaria</p><p>O formato da função consumo com base em orçamentos familiares revela que, se a renda se eleva, o consumo também se eleva, mas a taxas decrescentes, já que há uma elevação da propensão a poupar nas classes mais elevadas de renda até certo nível.</p><p>Ou seja, a propensão média a consumir seria decrescente, dentro da hipótese keynesiana, no curto prazo.</p><p>O que não aconteceria no longo prazo...</p><p>13</p><p>2. A função consumo no Longo Prazo: Kuznets</p><p>No Longo prazo...</p><p>... os resultados estatísticos têm revelado que a função consumo é linear, e que a propensão marginal e média a consumir são iguais (ou seja, uma reta partindo da origem) e constantes.</p><p>No longo prazo essa relação Y e C se estabiliza e se torna proporcional.</p><p>Os resultados dos trabalhos empíricos motivaram uma série de novas explicações para o comportamento do consumo.</p><p>Grande parte dessas explicações derivaram da contribuição de Irving Fisher nos anos 30, acerca da escolha intertemporal, que leva em conta os interesses presentes e futuros nas decisões de consumo.</p><p>14</p><p>3. Consumo e escolha intertemporal: Fisher</p><p>Na abordagem intertemporal, as famílias decidem quanto consumir e poupar hoje, levando em conta o futuro.</p><p>Consumir mais hoje e consequentemente poupar menos pode significar um menor consumo amanhã.</p><p>As pessoas, geralmente quando jovens, poupam para poderem ter um consumo desejável no futuro, já que, quando idosas, é esperada uma renda menor.</p><p>15</p><p>3. Consumo e escolha intertemporal: Fisher</p><p>As famílias podem ainda tomar empréstimos para consumir mais no presente, mas que deverão ser pagos no futuro, comprometendo parte do consumo no futuro.</p><p>Assim, em suas decisões quanto ao consumo, os agentes enfrentam uma restrição conhecida como restrição orçamentária intertemporal.</p><p>16</p><p>3. Consumo e escolha intertemporal: Fisher</p><p>Como premissas, Fisher considerava que o consumidor:</p><p>Possui preferências a respeito da quantidade de bens que irá consumir ao longo de sua vida.</p><p>Possui informação perfeita (“perfect foresight”) a respeito dos rendimentos que irá obter ao longo da sua vida</p><p>Não está “restrito por liquidez”, ou seja, num determinado período ele pode consumir mais do que ganha, uma vez que o indivíduo pode financiar o seu excesso de consumo sobre a renda com</p><p>empréstimos, ou pode consumir menos do que ganha, acumulando assim, uma poupança positiva que utiliza na compra de ativos financeiros</p><p>Os indivíduos não recebem e nem deixam heranças;</p><p>Não podem morrer deixando dívidas (condição de No–Ponzi-Game).</p><p>17</p><p>3. Consumo e escolha intertemporal: Fisher</p><p>Para entendermos como as famílias alocam o consumo ao longo do tempo, consideremos um modelo simples de dois períodos.</p><p>O período 1 representa a juventude;</p><p>O período 2 representa a velhice do consumidor.</p><p>Consideremos ainda:</p><p>e a renda, o consumo e a poupança do consumidor quando jovem;</p><p>sua renda e consumo quando velho, respectivamente (não poupa).</p><p>Vamos supor que há a possibilidade de se tomar empréstimos.</p><p>18</p><p>3. Consumo e escolha intertemporal: Fisher</p><p>A poupança do período 1 () é dada por:</p><p>=</p><p>No segundo período, o consumo é dado por:</p><p>= (1+r). +</p><p>onde r representa a taxa de juros.</p><p>Combinando as duas equações obtemos:</p><p>= (1+r). (+</p><p>I:</p><p>+ = +</p><p>que representa a restrição orçamentária intertemporal do consumidor.</p><p>Por essa restrição, o consumo no período 1 mais o consumo no período 2, descontado pelo fator (1 + r) tem que ser igual à renda no período 1 mais a renda no período 2 também descontada por (1 +r).</p><p>19</p><p>3. Consumo e escolha intertemporal: Fisher</p><p>Podemos interpretar a restrição orçamentária intertemporal graficamente:</p><p>A inclinação da reta é dada por -(1 + r) e todos os seus pontos representam combinações possíveis para o consumidor.</p><p>No ponto A, o consumidor consome exatamente sua renda no período 1. Como não poupa, o consumo no período 2 também é igual à renda nesse período.</p><p>No ponto B, o consumidor poupa no primeiro período, o que lhe permite consumir mais do que sua renda no segundo período.</p><p>No ponto C, o consumidor consome mais do que sua renda no período 1. Isso só é possível porque o consumidor pediu empréstimos. Tais empréstimos, evidentemente, deverão ser pagos no período 2.</p><p>20</p><p>3. Consumo e escolha intertemporal: Fisher</p><p>Para analisarmos a escolha do consumidor, vamos supor que suas preferências quanto à alocação do consumo possam ser representadas por curvas de indiferenças convexas em relação à origem.</p><p>Essa figura apresenta duas curvas de indiferença.</p><p>Cada uma delas representa combinações de consumo nos períodos 1 e 2, que proporcionam o mesmo nível de utilidade.</p><p>Curvas de indiferença mais altas são preferíveis.</p><p>21</p><p>3. Consumo e escolha intertemporal: Fisher</p><p>O consumidor é indiferente entre as combinações de consumo dos pontos A e B e todos os pontos da curva são preferíveis aos pontos da curva .</p><p>A inclinação da curva de indiferença é dada pela taxa marginal de substituição (TMgS) entre o consumo nos períodos 1 e 2 e representa o quanto o consumidor está disposto a abrir mão do consumo no primeiro período para poder consumir mais no segundo.</p><p>22</p><p>3. Consumo e escolha intertemporal: Fisher</p><p>A decisão do consumidor pode ser facilmente obtida, combinando-se as curvas de indiferença com a restrição orçamentária intertemporal (R)</p><p>O equilíbrio dá-se no ponto E, onde a curva de indiferença tangencia a restrição orçamentária intertemporal.</p><p>23</p><p>3. Consumo e escolha intertemporal: Fisher</p><p>Podemos notar que um aumento na renda no primeiro período aumenta o consumo tanto no período 1 quanto no período 2.</p><p>24</p><p>3. Consumo e escolha intertemporal: Fisher</p><p>Alterações na taxa de juros também provocam mudanças no consumo.</p><p>Vamos supor uma elevação nas taxas de juros.</p><p>O efeito da alteração da taxa de juros sobre o consumo em ambos os períodos não é direto como no caso anterior.</p><p>Tal efeito pode ser decomposto em dois: efeito renda e efeito substituição</p><p>25</p><p>3. Consumo e escolha intertemporal: Fisher</p><p>Efeito renda: Se o consumidor é um poupador, uma elevação na taxa de juros melhora sua situação, proporcionando maior consumo no período 2. O efeito renda aumenta sua renda total.</p><p>Efeito substituição: A elevação dos juros, entretanto, torna mais barato o consumo no período 2 em relação ao período 1. Nessa situação, o consumidor tenderá substituir o consumo no período 1 pelo consumo no período 2 (o efeito substituição).</p><p>O efeito total é dado pela soma dos dois efeitos.</p><p>No caso do poupador, podemos afirmar com certeza que o consumo no período 2 aumenta com o aumento na taxa de juros.</p><p>Com relação ao período 1, no entanto, nada podemos afirmar, já que o efeito renda pode atuar a favor do consumo nos dois períodos.</p><p>26</p><p>4. Consumo e renda permanente: Friedman</p><p>A principal contribuição da teoria do consumo baseada na escolha intertemporal é que as famílias, em suas decisões quanto ao consumo, levam em conta não apenas a renda presente mas também a renda futura.</p><p>Tal ideia foi aperfeiçoada por Milton Friedman na década de 50, a partir da hipótese da renda permanente.</p><p>Para Friedman, as pessoas tendem a manter um padrão de consumo estável ao longo do tempo.</p><p>Esse padrão de consumo depende da renda permanente.</p><p>O que é renda permanente? É a renda que as famílias esperam receber ao longo de suas vidas.</p><p>Alterações no consumo, segundo essa teoria, são devidas a alterações na renda permanente.</p><p>27</p><p>4. Consumo e renda permanente: Friedman</p><p>Friedman parte da premissa de que as famílias desejam nivelar o consumo ao longo do tempo;</p><p>O consumo não deve ser influenciado pelas variações puramente transitórias nos rendimentos das famílias.</p><p>As famílias pautariam suas decisões de consumo com base na sua renda permanente, ou seja, como se eles mantivessem um nível constante de renda no tempo.</p><p>28</p><p>4. Consumo e renda permanente: Friedman</p><p>Essa ideia talvez explique o motivo por que as pessoas buscam qualificação superior: pessoas formadas geralmente possuem maior renda permanente.</p><p>E se ocorrer, entretanto, alterações temporárias na renda?</p><p>Exemplo: a sazonalidade da renda de um produtor rural: na época da colheita, sua renda é maior do que no período de entressafra.</p><p>Isso não significa que esse produtor consome mais na safra do que na entressafra.</p><p>Ele buscará nivelar seu consumo ao longo do ano, poupando no período de abundância e despoupando nos momentos de escassez.</p><p>29</p><p>4. Consumo e renda permanente: Friedman</p><p>Quando os indivíduos se confrontam com uma variação na sua renda, procurarão determinar se essa variação é permanente ou transitória.</p><p>Se a variação for transitória, eles ajustarão sua poupança de forma a manter seu padrão de consumo estável.</p><p>Friedman considera que o enigma do consumo ocorreu devido à função consumo keynesiana ter levado em conta a renda corrente ao invés da renda permanente.</p><p>Assim, segundo a abordagem de Friedman, alterações transitórias na renda teriam pouco ou nenhum efeito sobre o consumo, porque as pessoas tendem a poupar ou despoupar quando ocorrem alterações temporárias na renda, mantendo com isso um padrão estável de consumo ao longo do tempo.</p><p>30</p><p>5. Modelo do ciclo de vida: Modigliani</p><p>Outra importante contribuição sobre o consumo baseada na escolha intertemporal deve-se a Franco Modigliani, também nos anos 50, conhecida como modelo do ciclo de vida do consumo e poupança.</p><p>Segundo esse modelo, as pessoas decidem o quanto poupar e o quanto consumir de acordo com as expectativas sobre a renda durante todo seu período de vida.</p><p>A ideia baseia-se no fato de que, ao longo da vida, a renda dos consumidores tende a sofrer variações significativas.</p><p>Quando jovem, a pessoa experimenta uma renda menor.</p><p>Com o passar dos anos, a consolidação de sua vida profissional proporciona uma renda maior.</p><p>Ao atingir a velhice, a renda das pessoas tende a sofrer uma queda significativa, geralmente pela impossibilidade de continuar trabalhando.</p><p>31</p><p>5. Modelo do ciclo de vida: Modigliani</p><p>Baseia-se na ideia de que o consumo de um determinado período não depende da renda corrente, mas da renda auferida ao longo de toda a vida economicamente ativa.</p><p>De acordo com as hipóteses do ciclo da vida, a renda dos indivíduos tende a sofrer flutuações sistemáticas ao longo da vida.</p><p>Dessa forma, o comportamento da poupança seria determinado pelo estágio do ciclo</p><p>da vida em que o indivíduo se encontra</p><p>Assim, quando jovens, as pessoas tendem a despoupar ou tomar empréstimos, já que esperam uma renda maior no futuro.</p><p>No auge de sua vida profissional, pagam os empréstimos e ainda poupam para poder continuar com o mesmo padrão de vida quando velhas.</p><p>32</p><p>5. Modelo do ciclo de vida</p><p>Essa transferência de poupança dos jovens para os velhos pode ser (i) espontânea ou (ii) compulsória.</p><p>A poupança espontânea dá-se quando o consumidor se programa ao longo de sua vida. O consumidor também pode recorrer a planos de previdência privada.</p><p>(ii) a poupança compulsória dá-se por imposição do governo, que se encarrega, via sistema de previdência pública, de transferir poupança entre as gerações.</p><p>Talvez os motivos dessa preocupação se justifiquem pelo fato de o governo entender que os jovens não se preocupam adequadamente com a velhice.</p><p>33</p><p>5. Modelo do ciclo de vida</p><p>2) No estágio II, referente à meia idade, a renda atinge um pico e os indivíduos pagam as dívidas contraídas no estágio I, além de pouparem para a velhice;</p><p>3) No estágio III, referente à velhice, a renda tende a zero, e os indivíduos consomem toda a poupança acumulada.</p><p>Sendo assim, as flutuações da renda corrente teriam impacto unicamente sobre a poupança dos indivíduos, e não sobre a sua decisão de consumo.</p><p>Características dos diversos estágios do ciclo da vida de um consumidor:</p><p>1) No estágio I, referente à juventude, a renda dos indivíduos é baixa, e tais indivíduos, geralmente, contraem dívidas porque sabem que ganharão rendas maiores no futuro;</p><p>34</p><p>Os avanços na economia</p><p>Se para Keynes a consumo era função apenas da renda corrente, outras teorias sugerem que o consumo também é influenciado por taxa de juros, renda permanente, riqueza e expectativas quanto ao comportamento da renda futura.</p><p>Nas novas abordagens, três considerações merecem destaques:</p><p>Efeitos da política econômica sobre o consumo.</p><p>Considerando a função consumo keynesiana, basta que a política atinja a renda disponível das pessoas para que o consumo agregado sofra alterações.</p><p>Se considerarmos o modelo de Friedman, somente políticas que atinjam a renda permanente alteram o consumo.</p><p>35</p><p>Os avanços na economia</p><p>O fato de o consumo depender da riqueza pode explicar as diferenças entre as funções consumo de curto e de longo prazo.</p><p>No curto prazo, a riqueza da pessoa muda pouco, sendo a renda disponível o principal determinante do consumo.</p><p>A longo prazo, se considerarmos que tanto a renda quanto a riqueza sobem, a função consumo muitas alterações.</p><p>Os modelos de escolha intertemporal chamam a atenção para a importância da existência de mercados financeiros, que permitem às pessoas alocarem suas rendas ao longo do tempo.</p><p>36</p><p>Ações de política econômica</p><p>O fato de o consumo depender principalmente da renda permanente tem importante implicação em termos de política econômica: políticas que visam ao consumo agregado só terão impactos se alterarem a renda permanente, ou seja, a renda que as famílias esperam receber ao longo de suas vidas</p><p>37</p><p>Referência da aula</p><p>Básica:</p><p>Cápítulo 9- Consumo e Escolha Intertemporal</p><p>LOPES, L.M; VASCONCELLOS, M.A.S (org). Manual de Macroeconomia. 3 ed. São Paulo: Atlas, 2008</p><p>Artigo</p><p>Oreiro, F. D. G. Os Microfundamentos do Consumo: De Keynes até a Versão Moderna da Teoria da Renda Permanente. Economia, Curitiba, 28/29, (26-27), p. 119-139, 2002/2003. Editora UFPR</p><p>image1.png</p><p>image2.png</p><p>image3.png</p><p>image4.jpeg</p><p>image5.png</p><p>image6.png</p><p>image7.png</p><p>image8.png</p><p>image9.png</p><p>image10.png</p><p>image11.png</p><p>image12.png</p><p>image13.png</p><p>image130.png</p><p>image14.jpeg</p><p>image15.jpeg</p><p>image16.jpeg</p><p>image17.png</p><p>image18.png</p><p>image19.png</p><p>image190.png</p><p>image20.png</p><p>image21.png</p><p>image22.png</p><p>image23.jpeg</p><p>image24.png</p>

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