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Direitos Reais: Conceito, Classificação e Princípios

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Aulas Práticas de Direitos Reais – Dra. Mónica Jardim	2010/2011
DIREITOS REAIS (PRÁTICAS: MÓNICA JARDIM)
PROGRAMA:
CONCEITO E CARACTERISTICAS DOS DIREITOS REAIS
CLASSIFICAÇÃO DOS DIREITOS REAIS
FIGURAS LIGADAS AOS DIREITOS REAIS
PRINCÍPIOS ORDENADORES DOS DIREITOS REAIS
POSSE
PROPRIEDADE
16 de Março de 2011
DIFERENÇA ENTRE DIREITOS REAIS E DIREITO DAS OBRIGAÇÕES:
	Desde logo fala-se de direitos que incidem directa e imediatamente sobre uma coisa. Trata-se de um ramo do direito patrimonial. O ramo do direito patrimonial que regula o acesso aos bens é o direito da obrigações, sendo a utilização do bem directa ou não. O direito das coisas requer o poder directo e imediato sobre a coisa, não exigindo a intervenção de terceiros.
	Orlando de Carvalho define coisa como a entidade do mundo externo com suficiente individualidade e economicidade para ter o estatuto permanente de objecto de domínio. Terá de ter autonomia, valor económico e que possa ser apropriado pelo Homem e que possa ser exclusivo.
DIREITOS DE CRÉDITO VS DTOS REAIS:
	O artigo 397º C.C. define obrigação (crédito)
	Direitos reais têm diversas teorias quanto a esta distinção.
Teoria Clássico- Realista – o direito real traduz-se num poder directo e imediato sobre a coisa, distingue-se do direito de crédito, que e sempre uma relação entre pessoas. No direito real não há intermediário, mesmo que permitam a utilização de uma coisa os direitos de crédito requerem a participação de um terceiro, o devedor. A relação em causa é simples, linear e não inter subjectiva, nos direitos de crédito é complexa, triangular e inter subjectiva. Esta concepção tem origem no direito romano, embora não seja uma característica destes a conceptualização. A teoria foi desenvolvida pelos glosadores que diziam que o direito de crédito permite exigir uma prestação a uma pessoa e o direito real era o poder directo e imediato sobre a coisa
Teoria Personalista Séc. XX (baseado no pensamento Kantiano) – o direito real não é o poder directo e imediato sobre a coisa, toda a relação jurídica pressupõem a inter subjectividade, o direito real envolve uma relação entre pessoas, a relação entre homem e a coisa só é falada em sentido figurado. Nos direitos reais não se identifica um sujeito passivo, não está definido, o sujeito passivo são todos os outros vinculados pela obrigação passiva universal. O erro dos realistas foi não se aperceberem de um contra sujeito. Todos os outros estão vinculados a um não fazer. Os personalistas defendem o direito real como um direito de afastar ou excluir a ingerência de terceiros na coisa objecto de direitos desde que naturalmente contrária ao conteúdo do próprio direito. Acrescentaram que o poder directo e imediato sobre a coisa não envolve a hipoteca, já que nesta não há poder directo e imediato sobre a coisa. Outra critica é a de que há direitos reais que envolvem poder directo e imediato sobre a coisa mas não é pelo exercício deste direito que satisfaz o seu interesse. V.g. Penhor, tem por objecto coisas móveis mas pressupõe a entrega da coisa, o credor que fica com a coisa não satisfaz o seu interesse, se o devedor não pagar o credor pignoratício só pode satisfazer a sua divida promovendo a venda judicial do bem. Por outro lado há direitos de crédito que envolvem o poder directo e imediato sobre a coisa. V.g. Comodato
Teoria Mista/Ecléctica (Orlando de Carvalho, Carlos Mota Pinto e Santos Justo) – todos os direitos tem um lado interno (conteúdo) e um lado externo (sanção). Pelo lado externo o direito real é o poder de afastar e excluir todo e qualquer ingerência de terceiros, numa forte tutela erga ommes. Pelo lado interno é um poder directo e imediato sobre a coisa. O direito de crédito é pelo contrário relativo pelo lado externo e pelo lado interno traduz-se num poder de exigir de outrem determinada prestação.
Teorias que não visam a diferença entre direitos reais e direitos de crédito – hoje negadas:
Monista Personalista – Ambas os direitos são relações inter subjectivistas eficazes erga ommes
Monista Realista – apela-se á realização do Homem com as coisas. Quer os direitos reais quer os direitos de crédito traduzem-se num poder directo e imediato sobre a coisa, em qualquer das hipóteses se pode intentar acções executivas. Ora é falso que o poder do credor é o poder pelo valor dos bens tem sim direito à prestação acordada em último caso por equivalente. Enquanto o titular do direito real de garantia satisfaz o seu crédito com prevalência em relação a todos os outros, numa relação obrigacional não existe uma garantia. Os direitos de crédito são desprovidos de poder de sequela, características dos direitos reais, se o devedor dissipar os bens pode intentar acção de reivindicação, ao contrário da acção paulatina dos direitos de crédito que é menos forte.
Teoria de Henrique Mesquita – o direito real é uma relação jurídica através da qual uma coisa fica directamente subordinada ao domínio da soberania de uma pessoa de acordo com determinado estatuto que é fonte de poderes mas também de limites, restrições e obrigações. É assim titular de poderes e deveres (obrigações reais): que são verdadeiras obrigações de conteúdo positivo que impedem sobre o titular de um direito real pelo facto de ser (tem origem em normas de direito público, direito privado, criadas pelas partes e podem decorrer da violação de um direito real). Henrique Mesquita é realista, nega a perspectiva personalista. O poder de afastar/excluir ingerências não satisfaz o interesse que leva cada um de nós a adquirir o direito real. Mas sim o poder directo e imediato sobre a coisa.
23 de Março de 2011
Henrique Mesquita afasta-se da teoria personalista porque vem dizer que que o núcleo essencial do direito real era o poder mediato e directo sobre a coisa. O interesse em eu adquirir é o poder que tenho sobre a coisa. O que é essencial é o poder directo e mediato sobre a coisa. Poder directo e mediato sobre a coisa é o domínio sobre a coisa. Só porque uma pessoa tem o domínio as outras não podem ter, para eu ter os outros não tem. Há de facto uma exclusão de terceiros. O que acontece é um dever geral de abstenção, não é uma obrigação. É uma consequência do poder directo e mediato da coisa o dever geral de abstenção. Os outros estão excluídos porque a lei os quer afastar. Quando a lei prevê o dever geral de abstenção, ele quer afastar os terceiros em relação a esse direito. Ora uma relação creditória será intersubjectiva/relativa. Uma relação com direito real não será meramente intersubjectiva já que é uma relação que afasta terceiros. A crítica a H. Mesquita por parte dos personalistas, é a de que existem direitos não reais ou seja direitos de crédito onde também existe o poder directo e mediato sobre a coisa. V.g. Comodato. A resposta á critica é a de que de facto é a de que de facto nos direitos pessoais de gozo há um poder mediato sobre a coisa. Só que a origem do poder mediato sobre a coisa está num acordo feito com quem tinha o poder mediato sobre a coisa. Ou seja é como que partilhado por contrato. O direito real é assim o poder mediato sobre a coisa com eficácia erga ommes.
Agregado aos direitos reais surgem várias características, a inerência, ou seja o direito é inerente á coisa. Porque os direitos reais têm eficácia erga ommes beneficia da característica da sequela, ou seja o poder de resgate da coisa. Se a pessoa é privada coisa pode ir buscar a coisa. Se não for privado pode fruir sempre que quiser da coisa. Já quanto á preferência os direitos reais preferem sobre os direitos de crédito, mesmo os anteriormente constituídos. Os direitos reais preferem em relação aos direitos reais posteriormente constituídos ou seja incompatíveis.
Categorias dos direitos reais: -1- Direitos reais de gozo; -2- Direitos reais de garantia e -3- direitos reais de aquisição. Paulo Mota Pinto apresenta um outro direito real, a posse (1251º). A ser direito real seria um direito real de gozo.
Art. 1251º onde se lê outro direito real leia-se outro direito real de gozo. 
Relativamente á posse, estaé relevante quando não se é proprietário da coisa, como se fosse titular de um direito real de uma coisa mas não é. V.g. Comodato.
Uma referência á figura da posse autónoma existe quando uma pessoa não é titular do direito real por qualquer vicissitude v.g. por falta de forma.
DIREITOS REAIS DE GOZO:
	Propriedade – art. 1305º - usar é diferente de fruir. Fruir é fazer seus os seus frutos. Os frutos podem ser naturais (v.g. laranjas) e civis (rendas). Quanto a dispor pode ser materialmente (v.g. transformar) ou juridicamente (v.g. alienar, onerar ou seja constituir outro direito real sobre a coisa e arrendamento.
	Ao lado da propriedade existem outros direitos reais de gozo que contraem o direito real de propriedade, porque são constituídos novos direitos reais. São casos de nua propriedade. Nos direitos reais de gozo menores encontramos: o usufruto (art. 1439º), uso e habitação (art. 1484º), direito de superfície (art 1524º), servidões prediais (1543º) e direito real de habitação periódica (DL 275/93). Este tipo de direitos reais de gozo menores podem ser poder de gozar, fruir ou transformar ou apenas um destes.
Usufruto -> Direito temporário, já que dura enquanto viver o usufrutuário inicial e tem carácter pleno.
Uso e Habitação -> Usar e fruir mas apenas na medida do necessário. É um direito real intuito persona e que não pode ser adquirido por usucapião. O usufruto pode ser trespassado já o uso não.
Direito superfície -> pode ter como objecto o solo ou o subsolo. V.g. quando o filho constrói uma casa em terreno do pai. O proprietário superficiário é o proprietário apenas daquilo que assenta no solo.
Servidão Predial -> o prédio dominante é o que beneficia da servidão, o onerado é o serviente. Tem de haver relação de prediabilidade. A vantagem referida no artigo tem de ser do prédio. 
Direito real de habitação periódica -> Time sharing
DIREITOS REAIS DE GARANTIA – são direitos reais que atribuem ao seu titular o poder de se fazer pagar, em relação aos restantes credores á custa de um bem certo e determinado com preferência face aos demais créditos que não tenham garantia real.
Neste tipo de direitos reais encontramos: penhor (666º), hipoteca (686º), retenção (754º), privilégios creditórios mobiliários (738º) e imobiliários (743º) e a consignação de rendimentos (656º). Em caso de incumprimento promove-se a venda judicial do bem e qum tem garantia real é pago em primeiro lugar. 
Penhor -> tem de existir traditio da coisa
Hipoteca -> não há a traditio da coisa
De referir que existe ainda a figura da garantias pessoal como é o caso da fiança, que existe quando ao lado do devedor aparece o património de outra pessoa.
Retenção -> Tem efeito de coacção, beneficia-se da possibilidade de execução. 
Privilégios especiais e gerais. Os privilégios gerais não são direitos reais. Já os privilégios especiais incidem sobre coisa certa e determinada. A sua única fonte é a lei, não exigem formalismo quanto á sua constituição, dai que se considerem como clandestinos.
Consignação de rendimentos -> incidirão sobre os rendimentos.
DIREITOS REAIS DE AQUISIÇÃO:
Atribuem ao credor o poder de adquirir um direito real de gozo ou de garantia. V.g. direito do promissário no contrato aquando existe promessa com eficácia real. Podendo existir acção de execução especifica.
FIGURAS LIGADAS AOS DIREITOS REAIS:
Obrigações reais e Pretensões Reais, Nas obrigações reais o obrigado é o titular do direito real. Já nas pretensões reais tem a obrigação quem viola do direito.
Caso 1 – A apropria-se do carro de B. 
Caso 2- A colocou materiais de construção num prédio de B.
No caso 2 estamos perante alguém que fica obrigado a remover. No caso 1 alguém viola um direito real e fica numa obrigação creditória. A finalidade é a de protecção do direito real.
O obrigado violou o direito real, não releva se com ou sem culpa, violou. O titular do direito real violado reage. Se não privado da coisa intenta uma acção negatória com três pedidos. Pede ao tribunal que declare que terceiro não tem qualquer direito para a sua acção, pede ainda que reponha a situação em conformidade com o direito real e pede ainda que o obrigado não volte a praticar actos do mesmo tipo. Se privado da coisa pede a restituição da coisa.
Onús -> são uma obrigação de conteúdo positivo imposto a quem é titular do bem independentemente de quem é o titular. Assim o ónus no lado activo (credor) é um direito real de garantia. Já do lado passivo (devedor) é uma obrigação real.
Nota 1: A distinção pretensões reais; obrigações reais e ónus reais está na aula teórica de 29/03
30 de Março de 2011
	As obrigações reais dizem respeito ás obrigações do sujeito do lado passivo do direito real. Fazem parte do estatuto do próprio direito real. Têm conteúdo positivo (dare ou facere) e integram-se numa relação verdadeiramente obrigacional. Não são obrigações reais as obrigações que decorrem para um terceiro quando viola uma direito real. O sujeito passivo é quem viola o direito real, aqui falamos em pretensões reais. Ambas são relações creditórias e dizem respeito aos direitos reais, mas a pretensão real nasce devido á violação de um direito real. Esta responsabilidade nasce da culpa e não apenas do facto ilícito. Também não são obrigações reais as obrigações de non facere, ou seja de abstenção. As restrições às obrigações reais não estão abrangidas pelo principio da taxatividade. Também não temos obrigações reais quando alguém tem direito á prestação, mas não se assume como verdadeiro credor. Se o credor não cobra a realização da prestação, em caso de incumprimento não pode intentar uma acção executiva. V.g. Construção Ilegal, é lhe aplicada uma sanção pecuniária e é lhe ordenado demolir.
	São fontes das obrigações reais: normas de direito público (v.g. IMI), normas de direito privado, normas de direito privado que permitam que as partes criam uma obrigação real.
	Quanto ao tipo de obrigações reais, estas podem ser: para satisfação de interesses públicos, para satisfação de interesses privados que podem ser a favor de alguém que não é titular do direito real (v.g. preferência do arrendatário) ou a favor de um titular de outro direito real (v.g. Superficiário deve quantia ao proprietário) e pode ser a favor de um co-titular do mesmo direito real (v.g. na compropriedade todos têm de participar nas despesas).
	Já quanto ao conteúdo da obrigação real: pode ser de conteúdo positivo – dare-v.g. pagamento do condomínio ou facere – v.g. usufrutuário tem obrigação de efectuar reparações na coisa.
	Quanto ao seu regime, as obrigações reais estão vinculadas ao principio da taxatividade, os particulares não as podem criar livremente. A maioria da doutrina entende que a obrigação real está veiculada ao principio da taxatividade porque entende que as obrigações reais são ambulatórias. Defendendo assim que se transmitem as obrigações reais que já existiam em relação á coisa aquando a sua transmissão.
	Henrique Mesquita entende que como os direitos reais não podem ser criados livremente, as obrigações reais fazendo parte dos direitos reais, estão sujeitas a este principio da taxatividade. Para a maioria da doutrina as obrigações reais são ambulatórias, o que significa que transmitindo-se o direito real, as obrigações reais não cumpridas seguem a coisa. Henrique Mesquita faz neste campo uma distinção entre as obrigações de facere e as de dare. As obrigações de facere têm valor ambulatório. Já se a obrigação real for de dare, entende Henrique Mesquita que só são ambulatórias aquelas cujos pressupostos que lhe deram origem ainda se manifestam à data de aquisição do direito. 
	Existe no âmbito das obrigações reais desvios ao regime das obrigações autónomas. Desde lego as obrigações reais não estão sujeitas à prescrição, já as obrigações autónomas estão. Pode acontecer que não obstante de haver cumprimento da obrigação real esta não se extinga (v.g. Prédio que necessita de remodelação, a Administração demole o edifício, a obrigação real mantém face a quem de direito deveria de demolir/remodelar o edifício).As obrigações reais extinguem-se por renúncia liberatória, ou seja um negócio jurídico unilateral receptício e oneroso. Que se distingue da figura da renúncia abdicativa que é um negócio jurídico unilateral não receptício e gratuito, onde se renuncia ao direito. Arts 1411º, 1472º, 1567º/4º. A renuncia pode ser relevante para a distinção face ás obrigações autónomas.
Ónus Real: do lado do titular do direito real de gozo, enquanto titular desse direito está obrigado a efectuar uma prestação em géneros ou em dinheiro a favor de outrem. Essa obrigação pode ter um valor temporal ou não. Transmitindo-se o direito as obrigações que já se venceram transmitem-se e as novas no caso de falta de pagamento serão respondidas pelo prédio. O credor pode promover a venda judicial e com o produto da venda, satisfazer o seu crédito com preferência face aos restantes. 
	O ónus real é composto por uma Obrigação Real do lado activo e um direito real de garantia do lado passivo. Um dos exemplos de ónus real é o IMI que é uma obrigação real do lado do devedor, mas do lado do credor é uma direito real de garantia.
(!) Suponha-se que num prédio sujeito ao regime da propriedade horizontal, que os condóminos por unanimidade deliberam o seguinte: a)Quem passa a tratar do jardim em volta do prédio são os próprios condóminos em modo rotativo; b) o proprietário do 6º andar esquerdo fica obrigado a lavar os carros de todo o condomínio. C) não se pode fumar nos elevadores e d) Não se pode estender roupa na parte da frente do prédio. O proprietário do 6º esq. Vendeu a casa. O novo proprietário fica com as obrigações? Ora estamos perante a violação do principio da taxatividade, faltam as fontes quanto ás obrigações reais acordadas. Sendo nas alíneas c) e d) estamos perante restrições ao direito real, e o principio da taxatividade não vale para restrições ao direito real.
	Direito Real de Gozo vs Direito Pessoal de Gozo: No direito pessoal de gozo vejamos o exemplo do arrendamento. O senhorio tem de entregar a coisa e partir daí tem a obrigação de não fazer. O problema surge no não fazer do senhorio. Temos três (3) preceitos que relevam a lógica de que é um direito obrigacional. 1057º- A venda não suprime a renda. O direito do arrendatário é dotado de sequela que é uma característica dos direitos reais. Carlos Mota Pinto considera que estamos no âmbito de uma sub-rogação, ou seja ao novo proprietário sub-roga-se na qualidade do senhorio. Outros autores dizem que há uma cessão do direito contratual que se distingue do 424º porque não é voluntária é sim exigida por lei. O art. 1037º/2º, fala acerca da acção de restituição da posse que o locatário pode intentar. A tutela é a do possuidor e o nosso C.C. não atribui posse a outros que não os possuidores da coisa. Outro artigo a mobilizar para que consideremos o arrendamento como um direito obrigacional é o 1037º/1º.
CARACTERISTICAS DOS DIREITOS REAIS:
	Sequela: Poder de perseguição da coisa. Quando em causa está um direito de propriedade a sequela é exercida quando o proprietário se vê privado da coisa pede que lhe restituam a coisa. A sequela é exercida através de uma acção de reivindicação. Quando está em causa um direito real de gozo é clara a solução. Já quando está em causa um direito real de garantia, o direito real de garantia não envolve um poder sobre a coisa, exerce-se a sequela fazendo valer o direito face a novos proprietários, nesta vertente a sequela não têm grande relevância prática. Quando em causa está um direito real de gozo menor se a pessoa for privado da coisa pode exercer sequela como o proprietário. Quando a pessoa não é privado da coisa faz valer o seu direito perante o novo proprietário nos mesmos termos que no direito real de garantia. Existem excepções á sequela: 291º e 5ª CRPREDIAL.
	Referimo-nos agora á preferência, trata-se da primazia de que beneficia o titular do direito real de garantia no pagamento do seu crédito face aos restantes. Quando estamos no âmbito dos direitos reais de gozo, não podem existir dois direitos reais de gozo incompatíveis, sendo que neste âmbito não falamos em preferência mas sim em prevalência. As excepções á preferência são as do art. 746º a 748º, sendo que o 743º diz respeito a uma verdadeira excepção á preferência. Outra excepção á preferência diz respeito aos privilégios imobiliários especiais. Quanto á preferência há direitos que não sendo direitos reais gozam de preferência, referimo-nos aos privilégios mobiliários gerais que não são direitos reais porque não incidem sobre coisa certa e determinada. 
DIFERENÇAS DIREITOS REAIS E DIREITOS DE CRÉDITO:
Comecemos pelas diferenças tendenciais. Os direitos reais não se extinguem pelo uso, já direitos crédito extinguem-se. Os direitos reais são duradouros, os direitos de crédito são transitórios. Os direitos reais recaem sobre bens duradouros, os direitos de crédito incidem sobre bens consumíveis, no entanto há direitos reais sobre bens consumíveis. Os direitos reais são violados por um comportamento positivo. Os direitos de crédito são violados por um comportamento negativo. Os direitos de crédito não se adquirem por usucapião, já quanto aos direitos reais nem todos se adquirem por usucapião.
Já quanto ás diferenças efectivas. Quanto á eficácia: os direitos reais gozam de eficácia erga ommes. Os direitos de crédito têm eficácia inter partes. Quanto ao tipo os direitos de crédito regulam relações entre pessoas, os direitos reais regulam relações sobre o domínio das coisas. Quanto ao objecto. Os direitos crédito podem incidir sobre uma coisa indeterminada e futura. Os direitos reais incidem sobre coisa certa, determinada e actual. Os direitos de crédito podem ter por objecto várias coisas. Os direitos reais têm por objecto uma única coisa.
Quanto aos pontos de contacto: Ambos são direitos de conteúdo patrimonial, permitem o acesso ao direito. Ambos os direitos podem ser constituídos por contrato. Há direitos reais que garantem o cumprimento de direitos de crédito. A violação de um direito real dá origem a uma relação obrigacional (pretensão real). Há obrigações que incidem sobre o titular do direito real por ele ser titular, as obrigações reais. 
6 de Abril de 2011
Caso Prático 1: A proprietário de uma moradia constitui a favor de B um direito de usufruto. Em Janeiro um vendaval provocou o desaparecimento de algumas telhas o que gerou problemas de infiltração. Em Fevereiro B doou o usufruto a C. Hoje A o proprietário exige que C proceda ás reparações necessárias. Quid iuris?
	Ora A fica com nua propriedade quando dá o usufruto a B. Pelo principio da transmissibilidade os direitos reais podem ser transmitidos (v.g. 1444º). Há excepções a este principio como o caso do Uso e Habitação. Quanto ao usufruto pode ser transmitido inter vivos e até pode ser transmitido mortis causa se quem morrer não for o usufrutuário orginário. Imagine-se que: A –(dá usufruto a)-> B (que morre). O usufruto vai para os herdeiros de B. Ora o usufrutuário é que faz as obras (1471º). O usufrutuário tem de fazer as reparações ordinárias, trata-se aqui de uma obrigação real. Em regra as obrigações reais de facere são sempre ambulatórias. C vai ter de reparar.
Caso Prático 2: A deu de arrendamento a B uma casa na praia durante o mês de Agosto. B pagou a renda antecipadamente. De seguida A deu de arrendamento pelo mesmo período de tempo a C. B no dia 1/Agosto foi até á casa e C já lá estava instalado.
	Estamos no âmbito de um direito de crédito ou direito pessoal de gozo, e há um conflito entre dois direitos de crédito. Art. 407º. A regra nos direitos de crédito é a de escolha por parte do credor em caso de incompatibilidade excepto nos direitos reais de gozo.
Caso Prático 3: A constitui a favor de B um direito de usufruto sobre um prédio urbano. B registou a aquisição e foi viver para a casa com a sua família. Agora o A transmitiu o direito de propriedade a C. C mudou as fechaduras da porta e o usufrutuário não consegue entrar na casa. O usufrutuário pode reagir?
	No caso há a violação de um direito real,da qual nasce uma pretensão real. Em tribunal propõem-se a acção de reivindicação, e pede-se a restituição da coisa. (Quando não se é privado da coisa propõem-se uma acção negatória.)Quanto á acção de reivindicação 1311º e seguintes. Esta acção não prescreve, mas não prescreve enquanto existe o direito. Pelo art. 1313º é claro que se aplica para além do direito de propriedade, aos outros direitos reais que se sejam relativos á posse da coisa. Quem não foi privado da coisa não intenta acção de reivindicação intenta sim uma acção negatória. Quem não for titular do direito real definitivo não pode intentar acção; se for apenas livre posse intenta acção de restituição da posse. A causa de pedir (498º/4) é o facto jurídico de que deriva o direito real. Se a aquisição é originária é fácil de provar (v.g. registo, escritura pública). Mais complicado é o caso da aquisição derivada. O registo leva á presunção da titularidade do direito (art 7º CRPREDIAL).
Caso Prático 4: A proprietário é possuidor do prédio rústico X vendeu-o a B por escritura pública em 1995. E este começou imediatamente a transformou o imóvel num quinta dedicada á agricultura biológica. A dois dias B foi surpreendido quando o seu vizinho C despejou duas toneladas de composto orgânico no seu terreno tendo destruído uma plantação de abóboras.
	O negócio é válido! Há a violação de direito de propriedade – Violação de uma pretensão real. O titular do direito intenta uma acção negatória. A lei não prevê a acção negatória.
	Causa de pedir- 458º/4 CPC – Na acção negatória pede-se: 1) Que se declara que aquele que violou o direito real não tem qualquer direito legitimo na sua actuação. 2) Pede-se que se reponha a situação material em conformidade com o estatuto do direito real -> acção de reposição (sentido de repor); 3) Função preventiva para que não volte a praticar aquele tipo de actos; 4) há outro pedido implícito a declaração de que o proprietário tem o direito real.
	Estes pedidos são precedentes desde que se faça provar independentemente da pessoa em causa ter causado danos (v.g. quando se mete entulho por engano num prédio que não tinha nada, aqui é irrelevante).
	As acções de defesa (negatória e reivindicação) não dependem da culpa nem do dano, já aqui se defende a eficácia erga ommes dos direitos reais. A existir dano e culpa o que se poderá pedir é uma acção de responsabilidade civil, anexo ao pedido principal.
Caso Prático 5: A vendeu a B um quadro tendo-se convencionado que o preço seria pago passado um mês e que nessa altura o quadro lhe seria entregue. Antes dessa data A vendeu o mesmo quadro a C por um preço superior e entregou-lhe de imediato. Que direitos tem B?
	Estamos no âmbito do principio da consensualidade. Nos direitos reais basta um título (acordo de vontades), não é necessário um modo para aquisição de um direito real. O principio da consensualidade não se confunde com o principio da consensualidade como desnecessidade de forma. Na maioria dos casos está em causa um direito real sobre imóveis que só podem ser transferidos com escritura pública ou documento particular autenticado. O principio da consensualidade tem de ser entendido com o principio da causalidade. Os direitos reais emergem a um contrato. O que é preciso é um negócio. Negócio esse que tem de ser apto a produzir efeitos reais. Basta o acordo e o negócio está firmado, não é precisa a entrega da coisa, pagar a coisa… O negócio existe desde que válido (sem vícios formais ou materiais( e desde que seja apto a produzir efeitos reais.
		Quando se fala no art. 408º que os direitos reais se transmitem por mero efeito do contrato, fala-se em negócios reais quanto aos efeitos ou seja um negócio que produz efeitos reais constitutivos, modificativos e extintivos. Tudo isto é diferente quanto ao negócio real quanto á constituição, que é um negócio que não está acabado enquanto não há a entrega da coisa (v.g. mútuo). O penhor é um contrato real quanto aos efeitos -> direito real de garantia; mas também um contrato real quanto á constituição já que é necessária a entrega da coisa. Assim o penhor é uma excepção ao principio da consensualidade porque basta o simples acordo mas é necessária a entrega da coisa.
	Diz o artigo 408º que os direitos reais se constituem por mero efeito do contrato ou seja basta o mero acordo de vontades. Não é preciso a entrega da coisa nem o pagamento. E assim o negócio produz efeitos reais e obrigacionais.
	Quanto ao caso. B adquiriu a propriedade. Quando A vende a C, C não adquire nada. A venda de A a C é nula (venda de coisa alheia). Prevalece o direito de B. Ora o quadro está com C. B intenta uma acção de reivindicação da coisa. B tinha de provar que tinha adquirido o direito de propriedade e tinha de provar que A era proprietário com a restante prova diabólica. E B não beneficia do art. 7º CRPREDIAL, pois não possui a coisa. No caso não interessa a usucapião, porque não possui a coisa. Mas interessa o art. 1292º, onde se lê que se aplicam as regras da prescrição, interessando ao caso o art. 305º. O que B poderia fazer era invocar a usucapião de A, produzem-se os efeitos retroactivos. Alegando depois B que tinha ele celebrado contrato com A.
EXCPEÇÕES AO PRINCIPIO DA CONSENSUALIDADE:
Caso Prático: A doou a B o quadro, não tendo havido documento escrito e não houve entrega da coisa. Quando B foi buscar o quadro A já tinha locado a C o quadro e entregue a coisa. Quid iuris?
	Pelo art. 947º exige-se um modo, a entrega da coisa.
Quanto a outras excepções:
Hipoteca convencional -> não basta o acordo de vontades, é preciso o registo que é constitutivo. O registo é o modo (687º). 
Penhor de coisa (1669º) -> tem de haver modo, a entrega da coisa
Penhor de direitos (679º)
SISTEMAS QUANTO AO PRINCIPIO DA CONSENSUALIDADE:
	Os direitos reais transmitem-se por mero efeito do contrato não é preciso outro acto. Basta o título -> acto de acordo de vontades. Não é preciso um acto que execute essa vontade em regra.
	Até ao código de Seabra era exigido o título e o modo, sob influencia do código de Napoleão.
	Nos dias de hoje o sistema vulgar é o sistema do título e do modo que podem ter duas vertentes:
Título de modo simples (Espanha) -> é preciso um acordo de vontades (título) e depois é necessário um acto que execute essa vontade (modo). No Brasil o sistema é igual mas com uma diferença pois o modo para móveis é a entrega da coisa e para imóveis é o registo da coisa.
Título de modo complexo. Vigora na Áustria, Suíça e Holanda. Temos um negócio obrigacional em primeiro lugar, que é a obrigação de celebrar o negócio real. Depois é necessário a celebração do negócio real. E depois de celebrado o negócio real é que existe a entrega da cosa. Se existir um vício no negócio obrigacional este estende-se ao negócio real, ou seja vale o principio da causalidade.
Sistema Alemão: v.g. Celebra-se uma compra e venda que só produz efeitos obrigacionais, e onde ficam as partes obrigadas a celebrar o negócio real. Aquando se celebra o negócio real se for coisa móvel tem de existir a entrega da coisa e se for um bem imóvel tem de existir registo. No sistema alemão não há tipo porque o negócio real abstrai-se dos vícios do negocio obrigacional, ou seja o vício no negocio obrigacional não vai afectar o negocio real. Daí que o sistema alemão seja apenas um sistema de modo.
13 de Abril de 2011
Caso I
Em 30-06-10, A celebrou contrato com B nos termos do qual este poderia colher todas as uvas do terreno daquele. Em 30/08/10, A vendeu esse mesmo prédio a C através de documento particular autenticado. C não permite agora que B recolha as uvas. Pode fazê-lo?
No caso pratico as uvas não são coisas porque ainda não estao separadas do solo. Há um principio basico expresso no art. 1344º, tudo o que seja implantado sob o solo pertence ao titular do solo.
O direito de propriedade abrange o solo e as uvas nele assente. A este principio acresce que se tem de ver se a coisa é movel ou imovel. (204º) As uvas são imoveis. Mas o objceto do negocio foi a de coisas moveis futuras. O que sequis comprar/vender foram frutos que são coisa movel e futura. Uma coisa é futura qundo já existe mas ainda não está em poder do disponente no momento da declaração ou ainda não está com as caracteristicas visadas no momento da declaração mas o disponente tem a legitima expectativa de a vir a adquirir já que a outra parte está ocorrente de toda a situação. 
Os negocios sobre coisa futura são validos só qu não produzem efeitos reais(942º, 408º). As coisas amplamente futuras são coisas que ainda não existem mas que são esperadas. 
Quanto ao caso pratico as uvas são frutos e são coisa movel futura.
Quanto aos frutos podem ser pendentes quando ligados á coisa o que gera: - se perecebidos – são frutos que já foram colhidos
	 - se percepientes – frutos que se poderiam produzir se a coisa estiver com o titular do direito.
	408º/2 – coisa futura – não é excepção ao nº 1 porque só há direitos reais sobre coisas. Enquanto fruto, as uvas, são pendentes não são uma coisa, mas sim uma parte já que lhes falta a autonomia, ora se não há coisa não há direito real.
	Quanto ao caso, as uvas ainda não existem coisa e eram futuras .- 408º/2º - só no momento da colheita é que haveria a transmissao do direito real, até lá é um direito de credito de B. Mas antes de B, ser proprietario das uvas, C é proprietário. C é proprietário de tudo (1344º)
	C prevalece porque tem o direito de propriedade, quando colher as uvas estas são suas.
CP- Imagine-se que A quando vendeu a C, já tivesse comunicado que já tinha vendido as uvas.
	Para quem defende a eficácia externa das obrigações C estaria vinculado.
(oral) CP – Em janeiro de 2010 A, proprietario de um solto de castanheira vendeu a B 50 castanheiras pora que ele os cortasse tendo-se convencionado que o corte ocorreria no ano seguinte (Jan/2011). Em janeiro de 2011 A vendeu o prédio a C e C opõem-se a que B corte os 50 castanheiros.
	Os castanheiros são bens imoveis, já que estao ligados ao solo (408º/2) – são um movel futuro. B tem apenas um direito de credito. A vende predio a C. C é o novo proprietario do solo e de tudo o que está nele implantado. Logo DR de C prevalece. 
1344º- Principio da totalidade – quem é titular do solo tem direito a tudo o que está nele implementado. Excepções:
1389º, 1390º - águas
Dto de superficie 1528º
Dto de servidao – não recai sobre os bens moveis, mas apenas pelo espaço
Propriedade horizontal – propriedade de fracção autonoma. Sendo comproprietario das partes comuns. Sendo o solo uma parte comum.
Caso II
A, dono de uma quinta, pôs termo à exploração agro-pecuária lá desenvolvida, então vendeu os esteios de ferro de uma ramada que circundava a quinta e um painel de azulejos a B, a C as máquinas agrícolas e ferramentas utilizadas exclusivamente no cultivo da quinta. Ficou acordado que, quer B, quer C só poderiam ir lá buscar o objecto do negócio a 31 de Dezembro. Entretanto A vendeu a quinta a D.
B e C estão preocupados, porque não sabem se podem lá ir buscar as coisas.
Quid iuris? 
Os esteiros e os azuleijos não são coisas estao ligados a algo, são partes integrantes da quinta (204º/3). As partes integrantes aumentam a produtividade da coisa. As partes integrantes não são objecto de dr distintos. Se a coisa for objecto de um negócio juridico. O direito sobre a coisa incide também sobre as partes integrantes. As partes integrantes se separadas são coisa autonoma e não fazem parte da coisa. E a coisa continua apta.
Diferente das partes integrantes são as partes componentes, que tem o mesmo regime. Uam parte componente é uma parte estrutural. Se esta parte for retirada, a coisa deixa de ser apta a cumprir a função que tinha (v.g. numa casa de habitação a coisa fica inapta sem a porta de entrada).
As partes integrantes tem de estar ligadas materialmente á coisa.
As coisas acessórias não tem ligação material á coisa, apenas estao ao serviço da coisa. Se temos uma coisa autonoma esta pode ser objecto de dr. 	O negocio que tem como objecto a coisa principal não tem como objecto as coisas acessórias. A não ser que tal seja convencionado (210º/2).
No caso os azuleijos e os esteiros são partes integrantes. 408º/2. B só tem direito de credito. D tem a propriedade. Principio da totalidade – D é dono dos esteiros e dos azuleijos. D. Real prevalece sobre um direito de crédito.
Quanto aos alfaites agricolas e as ferramentas são coisas acessórias.
Quando A vendeu a C, por mero efeito do contrato (408º/1) C é proprietário.
Quando A vende a quinta não vende as coisas acessórias- primeiro porque já tinha vendido, mas mesmo que ainda não tivesse vendido p/ 210º/2 não venderia as coisas acessórias.
Terá de intentar uma acção de reinvidicação porque foi privado da coisa.
CASO PRÁTICO: A vendeu a casa a B. No dia seguinte foi lá para ir buscar a antena da TV e o aparelho de cortar relva. Quid iuris?
A antena da Tv é uma parte intregrante. E a máquina de cortar relva é uma coisa acessória 210/2º
Caso III
Em 1 de Janeiro de 2011, A, dono de um solar antigo na região de Viseu, vendeu a B um painel de azulejos e um conjunto de móveis, tudo datado do séc. XVIII. Combinaram, porém, que B mandaria técnicos especializados para fazer o levantamento do painel e o transporte da mobília no início de Abril, altura em que seria igualmente entregue o preço acordado. 
A 1 de Abril de 2011, quando os técnicos contratados por B apareceram, o painel tinha já sido arrancado e entregue a C (que tinha também pago o preço), e a mobília doada por escrito ao Museu de Arte Antiga de Lisboa. 
Se B o consultasse, que opinião lhe daria quanto à estratégia a seguir?
	A mobilia é uma coisa acessória – 210º/2
	B adquire a mobilia (408º/1) – principio da consensualidade.
	Quanto á doação é uma doação de coisa alheia logo é nula.
	Terá de intentar uma acção de reinvidiação.
	Quanto ao painel de azuelijos é uma parte integrante enquanto painel – 408º/2. Quando ocorre a separação do painel entra na esfera juridica de B. Terá de intentar uma acção de reinvidicação.
CASO PRÁTICO: Determinada Sociedade vendeu a A empreiteiro dois elevadores, para uma casa em construção. A venda foi feita com reserva de propriedade a favor do vendedor, até lhe pagarem o preço. Os elevadores foram instalados e o prédio concluido. A vendeu o prédio a B. Mas A não pagou os elevadores. A sociedade resolve o contrato invocando a reserva de propriedade intentando uma acção de reinvidicação contra B. Quid iuris?
	Art. 409º - Sociedade continua proprietária dos elevadores. Quando os elevadores passam a ser integrantes do edificio deixam de ser coisa autonoma e passam a partes integrantes. Se deixam de ser coisa o direeito sobre a pessoa dos elevadores extingue-se. Extingue-se o dr já que não há já mais coisa a sociedade deixa de ser proprietária. B passa a ser proprietário dos elevadores já que é o dono do prédio. A sociedade não pode intentar acção de reinvidicação porque não há coisa logo não há direito de propriedade. Quando falamos no principio da consensualidade falamos tambem no principio da transmissibilidade que é uma excepção no caso do uso e habitação, servidao e usufruto.
	Não são admitidos com caracter real clausulas de inabialidade sem prazo, logo a cláusula é nula. Se tiver prazo esta produz efeitos apenas inter-partes.
	No entanto há casos em que a lei admite estas clausulas, Encontra-mos nomeadamente na sucessao testamentária e nas sucessões (2286º).
Caso IV
A atribuiu a B o direito de este caçar no seu prédio, por escritura pública a A e agora vendeu o seu prédio a C, que se opõe a que B entre no seu prédio para caçar.
Pode B reagir?
 	Que direito é este? Será real? Pela classificação dr – se incidir sobre a caça. A caça não é uma coisa. Quanto ao prédio estaremos no dominio de um usufruto? Não porque o usufruto é um direito amplo. No caso há limitações. Será uma servidão? Não porque no caso é para beneficio pessoal. Estamos no ambito de um direito de crédito, e assim mobilizamos o principio da prevalencia. Violação ao principio da taxatividade (1306º).
	Imagine-se que as partes querem dar ao contratoeficácia real?
	Estamos no ambito de uma violação ao principio da taxatividade. Ora quanto ás restrições aos dr, não se podem constituir dr menores, não se pode fraccionar o dto de propriedade. A 2ª parte do artigo vale para restrições e figuras parcelares? As figuras parecelares são nulas, como p/ ex o dto de enfiteuse (294º).
	Ora assim, o direito de restrição produz efeitos meramente obrigacionais. Quando o negócio é nulo pode ser convertido. Para que ocorra a conversão de acordo com o art. 293º em termos gerais é precido que se cumpram dois requisitos:
O negócio nulo converte-se noutro negócio se tiver requisitos de substancia e forma do segundo negocio em que se vai concretizar.
Juizo de prognose – as partes quando celebram negócio nulo, teriam ao saber que ele é nulo, celebrado o contrato a converter. 
REGIME DA CONVERSÃO – 293º
No 1306º o legislador presume que se verifica o segundo pressuposto da conversão (a vontade das partes)
Se as partes comprirem o segundo requisito o negocio tem eficácia obrigacional. Sendo que o novo titular © não está abrangido.
	O principio da taxatividade diz ainda que não se podem estabelecer direitos de credito com regime dos dr.
	O que justifica este principio?
Protecção de terceiros
Dr correspondem a um interesse publico (organização economica e social)
É preciso evitar o numero de direitos reais menores sobre a coisa, para evitar conflitos entre dr.
Quanto aos modos de constituição – o pirncipio das taxatividade vale tambem de forma absoluta se a lei disser que determinado direito tem como fonte a lei não se pode estabelecer de outro modo. O titulo de constituição é a lei.
TÍTULO CONSTITUTIVO DR – há um titulo, se for um contrato e a lei o admitir, pode o direito nascer de qualquer contrato. Se um dos titulos for o contrato ai é constituido por qualquer contrato.
REGIME DO DIREITO: As regras dos dr também são impostas por lei. A lei é que dá o regime do dr. Mas quanto ao regime há abertura. V.g. servidões, usufruto, ondem as partes p/ lei podem convencionar direitos e deveres. E há direitos que são mais abertos mas em que há brechas onde a lei deixa para as partes acordarem v.g. cânone do superficiário.
27 de Abril de 2011
CASO PRÁTICO: Mediante contrato celebrado por escritura pública outorgada em Janeiro de 1990, A dono de um prédio rustico, onde existem grandes depositos de areia atribuiu a B empreiteiro, o dto de extrair anualmente daquele prédio 300m2 de areia para utilizar nas suas obras ou para comercializar. Declarou-se na escritura que o direito de B teria eficacia real. A acaba de vender o prédio a C, e este opõem-se a que B continue a extrair a areia.
	A areia não é uma coisa certa e determinada, logo não pode haver dr.
	Haverá dr sobre o prédio?
	Dto de usufruto? – dto de usar e fruir da coisa. Não faz aqui sentido.
	Dto de servidao? – concede ao titular um poder mais limitado sendo que qualquer utilidade pode ser objecto de servidão, desde que em beneficio do predio. E aqui não existe a relação de prediabilidade. Logo não temos aqui qualquer direito real. Mas na verdade o direito tem eficacia real. Ora se não há dr viola-se o 1306º - o negocio é nulo. Produzirá efeitos obrigacionais se convertido. A lei presume a conversao a não ser que as partes ilidam a presunção (293º).
	No caso: ou o empreiteiro ilide a presunção da conversao e aí o negócio é nulo (289º e sg.); ou o negocio produz efeitos obrigacionais. C como titular de dr pode proibir B de ficar com a areia.	
	Intenta acção negatória, já que não foi privado da coisa.
	Em relação ao principio da taxatividade na ultima aula vimos que o principio tem de ser visto em tres niveis.
DR só os previstos na lei
Títulos constitutivos de DR – só os admitidos na lei e não mais
As partes não podem alterar o regime do DR. O regime é fixado pela lei. No entanto há dois dtos reais abertos onde a lei dá faculdade ás partes de fixarem o regime, a servidao e o usud«fruto.
Caso V
Entre determinada sociedade, proprietária de um colégio, e o dono de um terreno, com este confinante, foi celebrado por escritura pública, em Junho de 1980, um contrato onde se convencionou que os alunos do colégio poderiam, durante os períodos de recreio, utilizar o referido terreno. A sociedade pagou ao dono do terreno, como contrapartida, 1000 contos. O terreno acaba de ser vendido e o proprietário opõe-se a que a sociedade continue a utilizá-lo, pode fazê-lo?
Há servidao pois há prediabilidade, encargo imposto a um prédio em beneficio de outro predio. A servidão é um dr, tem eficacia erga ommes e benefecia de sequela e preferencia.
No entanto extingue-se o direito mais pequeuno com a transmissao de um dr mais amplo. Para as hipoteses de servidao existe o 5º/2- CRPREDIAL, há dtos oponiveis a terceiros, se adquiriu usucapião ou servidao aparente. No art lê-se sinais visiveis aparentes.
Se a servidao fosse não aparente nasce a servidao por mero efeito do contrato, só que é preciso o registo para conservar a inoponibilidade.
No caso de a servidão não fosse aparente:
Se ninguem regista – é 1º no tempo
Se B registasse primeiro – vale o seu registo e aí podia opor a sua servidao não aparente.
Se C registasse primeiro – servidao é não aparente e ai B perde o dto.
EXAME: ACTOS CONSTITUTIVOS – SANTOS JUSTO
CASO PRÁTICO: A dono de um terreno argiloso obrigou-se por contrato celebrado em 1990 e reduzido a escrito a favor de B dono de uma ceramica, instalado em prédio vizinho, 500 toneladas de argila por ano ao preço de X por tonelada. A porém acaba de vender o terreno a C que tinha conhecimento do contrato celebrado entre A e C.
Poderá B opor o seu direito a C?
Podia B ter requerido o registo do direito que adquiriu?
No ambito da servidao, fala-se na relação de prediabilidade, e quaisquer utilidades podem ser objecto de servidao.
Sendo uma servidao tem eficacia erga ommes.
Se: 
* servidao aparente – 5º/2/b) CRPREDIAL
* servidao não aparente – tinha de haver registo.
No caso a servidoa deverá ser não aparente (art 5º) é preciso o registo e aí:
Se nenhum dos dois tiver registado – pode opor o sue dto
Se B tivesse registado , pode B opor o seu dto
b)) se a servidao fosse aparente – o registo não consolida a inoponibilidade pelo 5º/2/b). Se não aperente, o registo blinadava a inoponibilidade dele.
FRUTOS:
Caso VI
A 31 de Março de 2010, A vendeu um prédio rústico, composto por pomar de laranjeiras, que ele explorava directamente, e ainda composto por um terreno agrícola, que A tinha dado de arrendamento a C, pela renda anual de 3000€, o arrendamento caducará a 30 de Abril de 2011. Na escritura de compra e venda nada foi convencionado, nem quanto às laranjas, nem quanto à renda.
A entende que tem direito a colher as laranjas e a receber as rendas, ao invés B entende que é o titular de tais direitos.
Quem tem direito aos frutos – 212º.
Frutos naturais – os que a coisa produz directamente
Frutos civis – rendas ou interesses que a coisa produz.
Quando vende o prédio em Março há laranjas pendentes.
215º- quanto aos frutos pendentes a lei nada diz.
Apesar de A tratar do laranjal ele perde os frutos, porque quem tem dirteito aos frutos pendentes é o dono do solo (b) e não o antigo proprietario. Já que A deixa de ter dr.
	Quanto aos frutos civis:
Lei tem forma equitativa - a partilha é feita proporcionalmente
A tem dto 3/12 * 3000
C tem dto a 9/12 * 3000
Caso VII
A é arrendatário de um prédio rústico e, na vigência do contrato de arrendamento, solicitou a B autorização para construir um barracão de apoio à agricultura e um galinheiro. O contrato de arrendamento vai terminar e A quer saber se tem direito a algum valor pelas obras feitas.
BENFEITORIAS:
Art. 216
Despesas necessárias – para evitar a perda ou deteorização da coisa
Despesas úteis – aumentam o valor da coisa
Despesas voluptuárias – nem evitam a perda, nem aumentam o valor da coisa. Servem para recreio do benfeitorizante (v.g. cor da pintura de uma coisa)
Em principio seria uma benfeitoria util diz a lei que o arrendatário é equiparado a possuidor de má fé (1273º). Só haveráindminização nos termos do enriquecimento sem causa.
Acessão Industrial Imobiliária – forma de aquisição originária (1339º e sg) 1340º.
	Benfeitoria (despesa com algo já existencia) – Acesão (acto de inovação)
	Distinção: A benfeitoria é verificada por quem tem uma relação juridica com a coisa. Na acessão acontece com quem não tem relação juridica com a coisa.
~	Segundo Mónica Jardim, tem de ser ver se é acessão ou não. Para que haja acessão, tem de haver um acto de inovação que é praticado por quem não tem relação juridica com a coisa.
DTOS REAIS EM ESPECIAL:
POSSE:
CASO PRÁTICO: A proprietário e possuidor de um prédio rustico em 1998 emigrou para o Brasil. Como A nunca mais deu noticias B em 2001 começou a agricultar o terreno e a exercer poderes de facto sobre ele á vista de toda a gente. Em 2005 por documento particular autenticado B vendeu o prédio a C. em janeiro deste ano A regressou do Brasil, apercebeu-se da situação e vendeu o terreno a D. D aperecebendo-se do que se passava vedou o prédio, impedindo C de lá ir. Poderá C reagir?
	A posse pode ser: - formal
			 - autónoma
	A posse é formal/causal quando se funda no direito real (v.g. proprietário, por ser proprietário tem a posse)
	A posse é autónoma, quando surge desacompanhada da existencia de um direito real. Um é propietário mas outro é que tem a posse. Aqui a posse não se filia no direito.
RESOLUÇÃO DE UM CASO DE POSSE:
Ver se há ou não posse
Havendo posse tem de se ver se a posse em termos de direito
Como posse foi adquirida (originária ou derivada) aqui vale o preceito dos dr. Será originária quando se funda no direito anterior. E será derivada quando se funda na posse anterior com vontade do anterior possuidor.
Modo como se adquire a posse. E aqui ve-se as caracteristicas da posse:
Posse: titulada ou não titulada; boa-fé e má fé; pacifica ou violenta; publica ou oculta. 1258º sg.
ELEMENTOS PARA SE ESTAR PERANTE A POSSE: 1251º e sg.
	Há vários paises onde para haver posse basta o corpus (exercicio de poderes de facto sobre uma coisa de modo voluntario e intencional) -> concepção objectivista
	Nestes paises não há distinção entre possuidor e detentores. Só que nestes paises quem tem a posse não pode invocar a usucapião.
	A concepção subjectivista entende que tem de existir corpus e animus.
	Corpus: consiste no dominio de facto sobre a coisa. Exercicio de poderes sobre a coisa ou na possibilidade desse exercicio. Tem de haver estabilidade nesta relação com a coisa. Não é possuidor quem não tem uma relação duradoura com a coisa.
	Animus: intenção de exercer sobre a coisa poderes como se fosse titular do dr que correspondem aquele dominio de facto ou aqueles poderes materiais.
	Imagine-se que A passa pelo terreno de B para chegar ao seu prédio.
	Animus? Quando lá passa tem intenção de exercer o seu dto de servidao de passagem. Se se afastar o animus há detenção. 
A pessoa exerce o poder de facto com a intenção de que tem o dr em causa.
No 1252º presume-se o animus. Se faltar o animus haverá detenção.
Meros detentores:
1253º/c)
1253º/b)
1253º/a)
FORMA DE AQUISIÇÃO DA POSSE: 
Originária -> quando não se filia na posse anterior. Formas: 1263º/a – aquisição paulatina; 1263º/b) – um detentor passa a possuidor, por acto de terceiro, ou pelo até ai detentor (v.g. opõe-se a pagar a renda por se considerar proprietário por acto de terceiro – muda de animus)
Derivada – formas: tradição ficta – 1255º - ficiona que o herdeiro foi possuidor. Pode ser explicita, passa a pessoa a exercer os poderes de facto sobre a coisa. Há uma acto de apossamento; Implicita – não há acto de apessoamento que pode ser: 1263º/c) ou Constituto promissário (bilateral ou trilateral); ou ainda traditio brevimanho – detentor passa a possuidor.
4 de Maio de 2011:
Posse Causal – quando se encontra causa no direito. Por se ser proprietario tem-se posse do prédio
Posse Autónoma – a posse não se funda no direito. Actua com intenção de exercer dr mas não é titular do dr.
No caso, A é proprietário possuidor causal. B terá posse? Corpus + Animus? Ele exerce poderes de facto sobre a coisa + intenção de actuar como proprietário. E o corpus gera presunção do animus (1252º/2)
	Aquisição originária não se funda no direito anterior, que pode ser: aquisição paulatina da posse (1263ª/a) ou a inversao do titulo de posse (1263º/b) e 1265º. Possui a inversao do titulo de posse duas modalidades; um detentor muda de animus e passa a possuidor e isto independentemente da vontade do anterior possuidor.
	Assim no caso será aquisição paulatina da posse (1263º/a) – adquire-se a posse por prática reiterada (continuada) com publicidade de actos materiais correspondentes ao exercicio do direito.
	B adquiriu a posse nos termos do 1263/aº
	1267º/d)- quando é que se perde a posse.
CARACTERISTICAS DA POSSE:
Posse titulada – funda-se num modo legitimo de adquirir. Adquire o que? Direito real correspondente aos poderes de facto que exerce. Quando se funda num título em abstracto idóneo á aquisição de um direito real.
	No caso concreto: ele funda a posse num titulo. O proprietário adquire o titulo por aquisição paulatina. A aquisição paulatina é um titulo de aquisição da propriedade. Não é logo, a posse é não titulada. A aquisição paulatina e a inversao do titulo de posse são sempre posses não tituladas. Quando a posse é adquirida e antes de si está um negócio juridico,a lei diz que a posse é titulada (1259º 2ªparte). É não titulada se padecer de vicios, esses vicios são formais. Portanto se o titulo é um negocio juridico, este não padece de vicios formais. No entanto há vicios substanciais que afastam a própria posse e daí não existirá posse. Acontece:
Simulação absoluta
Reserva mental absoluta
Simulação relativa
Reserva mental relativa
(os dois últimos se o negócio simulado ou escondido não for apto a produzir direitos reais)
v.g. A é dono de uma quinta e está endividado. E celebra com B um contrato de compra e venda para os credores não executarem a quinta. O amigo vai para a quinta viver. B não tem posse porque o negócio foi absolutamente sumlado.
	A quer emprestar a casa a B. Mas existem oposições a que A faça isso. E entao simula uma compra e venda. Mas o negócio escondido é um comodato. O negócio não está apto a produzir efeitos reais, e aí exclui-se a posse.
Acresce que quando está em causa um negócio juridico, se o negocio juridico padecer de causas de inexistencia (o vício é a sua inexistencia), isso vai fazer com que o registo não exista. Logo se não há registo, não há titulo. E aí a posse é não titulada.
	A importancia de a posse ser titulada ou não titulada diz respeito aos arts. 1254/2º e 1260º/2, sendo importante para a usucapião 1294º e seguintes.
	Posse de boa-fé e de má fé- sabia que estava a usar o direito de outrém? 1260º, o que interessa é a boa fé em sentido psicológico (ele não sabe)
No caso prático B adquiriu por aquisição paulatina, não titulada, presume-se de má fé.
Importancia da boa/má fé: 1269º, 1270º, 754º e 1275º
Posse pública ou posse oculta: 1262º. Quando o art. Fala em interessados leia-se anteriores possuidores, basta aqui que a pessoa tenha a possibilidade de conhecer. No caso a posse é publica. Relevancia da posse oculta: 1267º/2, 1297º e 1300º.
Posse pacifica ou violenta (coacção moral/fisica): Relevancia: a violenta não leva á usucapião. No caso é pacifica.
No caso, B tem posse não titulada, de má fé, pacifica e publica e vendeu o prédio a C. C adquiriu a posse. C é possuidor derivadamente (funda a sua posse na posse anterior).
Posse derivada:
Tradição ficta – só mortis causa – 1255 – ficciona que a posse é adquirida num dado momento quando só é adquirida mais tarde. Ficciona-se que a posse dos herdeiros provém desde o momento da morte
Tradição real: 
Explicita – pessoa começa logo a praticar actos materiais na coisa
Implicita – por mero acordo. Possuidor não passa a exercer direitos de facto sobre a coisa, porque já os exercia como detentor. O que muda é o animus ou entao porque há outra pessoa que exerce por ele. 
Na posse derivada tem de haver entregada coisa. A excepção é a implicita já que aqui o possuidor muda de animus. Era detentor passou a possuidor, por mudança de animus.
No caso é uma tradição real explicita. Nada é dito quanto ao vicio, mas há vicio formal, já que B não é proprietário, B nunca conseguiria celebrar o negócio no notário. B não tem documento que prove que é proprietário.
Ora há vicio de forma, a posse é não titulada, presume-se de má fé. No caso C estaria de boa-fe e ilidia a presunção. Perante B a posse é publica, Quanto a A também será publica, porque é susceptivel de conhecimento pelo Homem médio. E a posse é pacifica.
	D não adquiriua posse já que A não tinha a posse. D é proprietário mas não possuidor. C é possuidor e não proprietário.
	C não pode invocar a usucapião. Quando tem tempo de posse suficiente não basta que o tempo passe, a pessoa tem de invocar a usucapião (303º)
Como se invoca a usucapião? A lei nada diz quanto ás formas de invocar a usucapião. Mas deverá fazê-lo num cartório, Conservatória ou em Tribunal.
Acções de defesa da posse:
Restituição – quando se é privado/esbulhado da coisa
Negatória
Simples Apreciação
Com pedido de restituição D reagiria contra C formulando um pedido reconvencional para invocar o seu direito. Sendo que D podia fazer prova com registo. No entanto esta prova de nada valia se A tivesse registado, já que A tem a presunção (5º CRPREDIAL) anterior ao inicio da posse.
NATUREZA DA POSSE:
1ª Posição: Orlando de Carvalho – A posse não é um direito real é uma situação de facto juridicamente relevante. Já que seria estranho estarmos perante um direito que gerava a existencia de outro direito. Se a posse fosse um dr temos que aceitar que é um direito real de gozo. Só que era um direito real de gozo que permitiria a aquisição de outro direito real de gozo por usucapião. Sendo que só os direitos reais de aquisição é que levam á aquisição de um direito real. E se fosse um direito real não fazia sentido a tutela de efeitos sertao variável v.g. titulada, não titulada, boa fé, má fe…
2ª- Posição – Henrique Mesquita – É um direito real provisório. Já que a posse tem valor por si só, mesmo quando se funda num direito ela tem valor. É susceptivel de ser transmitida. Beneficia de tutela (acções de defesa da posse). É susceptivel de registo. Por tudo isto será um direito real.
Registo da mera posse – 1295º - se um possuidor tiver posse á 5 anos e for pacifica e publica pode ir até á Conservatória para registar a mera posse. Este registo serve para a usucapião.
	1251º- A posse existe em todos os dr de gozo não obstante de nas servidões não aparentes e no uso e habitação não levarem á usucapião (1293º). Não há posse nos direitos reais de aquisição, porque os direitos reais de aquisição não atribuem direito real sobre a coisa (não permitem o corpus). Já quanto aos direitos reais de garantia, não há posse me nenhum direito real de garantia, porque não existem poderes sobre a coisa. A duvida surge em relação ao penhor e ao direito de retenção, porque há exercicio de poderes de facto sobre a coisa e devido ao 670º/a). Henrique Mesquita não os considera possuidores, porque se o fossem, a lei não admitia a possibilidade de defesa da posse. Orlando de Carvalho considera-os possuidores, independentemente de se poder intentar a acção. Dando o argumento literal do 670º/a que diz quem tem o direito,
11 de Maio de 2011
CASO PRÁTICO: A decidiu emigrar para o Brasil e por isso arrendou o prédio a B em 1991, C terceiro convenceu B de que era ele C o verdadeiro proprietário do prédio e celebrou com B um contrato de compra e venda. A partir dessa data B passou a comportar-se como proprietário e agora A regressou do Brasil e quer saber como reagir.
	A proprietário e possuidor deu de arrendamento o prédio a B, detentor – não exerce nada como proprietário. Mas B é detentor com tutela promissária (1037º/2). B adquire posse? Tem corpus e animus e adquire a posse.
	B adquire origináriamente, não se baseia numa posse anterior, logo a aquisição é originária. B adquir imediatamente logo exclui-se a aquisição paulatina, sobra a inversao pelo titulo de posse. A aquisição é originária. O detentor passa a possuidor mudando de animus.
	Inversao do titulo de posse: 
oposição do detentor ao possuidor (v.g. o arrendatário passa a saber que por testamento é proprietário)
por acto de terceiro.
No caso foi por acto de terceiro. Art. 1265º - capaz de transmitir a posse está errado no artigo. Porque se fosse com capacidade a aquisição seria derivada.
Ora no caso foi por acto de terceiro – aparece um terceiro que não tem qualquer relação e que se arrola do direito de propriedade sobre a coisa. Celebra um negócio juridico ídoneo á transmissao de um dr. E porque o detentor está no negócio juridico, este muda de animus, passando a possuidor. O possuidor não é possuidor devido ao negócio, mas sim porque houve uma mudança de animus.
CARACTERISTICAS DA POSSE:
Titulada? Há titulo abstracto e ídóneo á aquisição do direito de propriedade? É não titulada no caso. Ora quanto ao titulo de aquisição tem de se perguntar: se a inversao do titulo de posse é um título quanto á aquisição do direito de propriedade. Não é, logo é não titulada. Ninguem adquire por uma simples mudança de animus.
Presume-se de má-fé
Pacifica
Pública
Quanto a A? Não tem posse, perdeu-a (1267º/b), não a tem á mais de um ano. Ele é proprietário não possuidor, terá de intentar uma acção de reinvidicação da coisa.
Quanto a B? Pode defender-se? Pode alegar a usucapião desde que não seja violenta nem oculta. Esta tem de ser invocada pelo interessado. Não é de conhecimento oficioso. O artiogo 1297º remete para as normas da prescrição. E no art. 303º não se exige forma para se alegar.
PRAZOS PARA SE INVOCAR A USUCAPIÃO - 1294º/1296º:
Titulada e boa-fé – 10 anos
Não titulada boa fé – 15 anos
Não titulada má fé – 20 anos
Titulada e de má fé – 15 anos
O artigo 1288º refere-se á retroactividade da usucapião. A usucapião é um efeito da posse. Pode-se invocar posses anteriores desde que se adquira derivadamente a posse para efeitos da usucapião – 1256º
CASO PRÁTICO: Em 1975, A vendeu a B por documento particular um prédio rustico que o comprador cultivou durante 10 anos. Em 1985 B vendeuo prédio a C. Agora em Maio/2011 D ocupou o prédio alegando que o mesmo lhe pertence por quinhão do pai. Diz ainda que o prédio nunca pertenceu a A, pois este era um simples comodatáriodo seu pai. Dando por assente que o que D diz é verdade. Pode C reagir judicialmente contra a ocupação de D?
	Quando A vende a B comporta-se como proprietário e possuidor. A tem corpus mas não tem animus. A adquire posse quando celebra o negócio. A quando vende porta-se como proprietário. Antes era comodatário, mas muda de animus. A adquire origináriamente por inversao do titulo de posse. O detentor muda de animus sozinho (1265º - 1ªparte)
Caracteristicas da posse de A: não titulada – não se funda num titulo abstracto a produzir efeitos. Ninguém adquire por mudança de animus. Presume-se de má fé. Pacifica. Em principio seria pública.
	B passa a ter posse. Adquire derivadamente (provem da posse de A) – tradição real explicita, tem de haver entrega da coisa.
	Caracteristicas da posse de B: não titulada (funda-se num titulo ídoneo a produzir efeitos, mas quando esse titulo é negócio, este não pode padecer de vicios. Presume-se de má fé. Pacifica e Pública.
	B vende a C. C adquire a posse derivadamente por tradição real explicita. Posse não titulada (nenhum notário reduzia a escritura publica, pois B não tinha propriedade). B não tinha forma de provar o seu registo. Logo o notário recusava-se a celebrar a sua escritura, logo há vicio. É de má fé, presumida, pacifica e publica.
	D ocupou o prédio como poderá C regagir?
	Usucapião – C tem posse há mais de 20 anos, pacifica e publica e poede acção de reinvidicação.
	Quanto a D? Não é tradição ficta, porque o pai de D perdeu a posse em virtude de A , ter uma posse em contrário. E quando o pai morre D nao herdou a posse porque o pai já não a tinha.
CASO PRÁTICO: A proprietárioarrenda um prédio a B. Passados anos A vende o prédio a B.
	Adquire a posse derivadamente, tradição real (quando se herda é que é tradição ficta). A tradição real pode ser explicita ou implicita. Em regra a tradição real é explicita (tem de haver a entrega da coisa). Mas no caso é uma tradição real implicita (não tem de haver entrega da coisa) -> o detentor passa a possuidor com o acordo do até ai possuidor
CASO PRÁTICO: A é proprietário e possuidor de imovel e vende a B. Mas convenciona que só vende a B se o B lhe der de imediato o prédio de arrendamento.
	Qunado A vende a B. B passa a ser possuidor. Só que não há acto de emboçamento (entrega da coisa). B adquire por constituto possessório (1264º/1). Pode ser também trilateral (1264º), v.g. A proprietario e possuidor deu de arrendamento imóvel a B (detentor). A vende imovel a C, mas mantem-se o arrendamento. C adquire a posse mas não há acto de emboçamento.
CASO PRÁTICO: Em Outubro de 2007 A constituiu em beneficio de B por documento particular autenticado um direito de usufruto vitalício sobre um imóvel rústico. B começou imediatamente a explorar o prédio na qualidade de usufrutuário e efectuou nele benfeitorias no valor de 10.000€. Á cerca de um mês A ficou a saber que o negócio devia de ser celebrado por escritura pública e pretende intentar uma acção de reivindicação do imóvel.
	Os direitos reais transmitem-se por mero efeito do contrato, desde que não haja vícios formais. Ora os direitos reais de imóveis estão sujeitos a escritura publica ou doc. Particular autenticado. Assim o negocio é nulo. Não há a aquisição do direito de usufruto. Mas adquire a posse com animus e corpus, posse que não se funda no direito. Adquire a posse derivadamente por tradição real explicita. Esta posse é não titulada (devido ao vício), má fé, que podia ser ilidida, pacifica e publica. Sendo o negocio nulo produz efeitos retroactivos. A pode intentar uma acção de reivindicação e B não podia invocar a usucapião.
EFEITOS DA POSSE:
	No caso ele efectuou benfeitorias no valor de 10000€. 1268º + 1273º
	Se as benfeitorias são úteis independentemente de estar de boa ou má fé, o possuidor tem direito a levantá-las. Se não for possível tem direito a indeminização pelas regras do enriquecimento sem causa.
	Haveria interesse em ilidir a presunção de má fé porque quem está de boa fé tem direito de retenção da coisa até ser indemnizado. E caso não pagasse, sendo o direito de retenção um dr de garantia, podia executar a coisa e pagar os seus créditos (759º).
	Se tem benfeitorias voluptuárias tem interesse em ilidir a presunção. O possuidor de má fé perde as benfeitorias voluptuarias.
	1270º- Sempre que esteja em causa um possuidor que tem de restituir a coisa, esse possuidor tem direito quanto aos frutos.
	Quanto aos frutos o que acontece) 1270º + 1271º
Se:
Boa-fé: fica com todos os frutos perseguidos (os recebidos). Quanto aos pendentes perde-os mas tem direito a uma indminização. Não responde por frutos eventuais, ou seja os que a coisa não produziu (frutos precepientes)
Má-Fé: tem de devolver todos os frutos recebidos por indminização (215º/1). Quanto aos frutos pendentes temn direito a ser indminizado. Sendo que ainda responde pelos precepientes (1271º)
Acessão da Posse (1256º)
Pressupostos:
Só pode juntar aquele que tenha adquirido derivadamente
Não se pode saltar nenhuma posse intermédia
Acções de defesa da posse:
CASO PRÁTICO: A passa á 7 anos pelo prédio de B que para aceder ao seu prédio como se fosse titular de uma servidao de passagem. Agora B tomou as seguintes atitudes:
Ameaçou A de que lhe intentava acção negatória, ou que lhe soltava os cães
Acção de prevenção da posse (1276º) – o possuidor tem medo de não continuar a exercer poderes de facto
Vizinho não o impediu de ele passar, mas colocou obstáculos na sua passagem
Temos um acto que perturba exercer os poderes de facto – acção de manutenção – supõe que o possuidor ainda não foi esbulhado
Pessoa foi esbulhada (expulso), colocou vedação á servidão – acçao de restituição da posse
Prazo: 1 ano - 1282º
18 de Maio de 2011 (FC PORTO venceu a Liga Europa):
CASO PRÁTICO: Á 3 anos A vendeu a B por doc. Particular e pelo preço de 100.000€ um prédio rustico de 5ha pertencente a C. Logo a seguir á compra B construiu uma casa na extremidade do prédio e na parte restante plantou árvores de fruto. Além disso porque o prédio não tinha comunicação coma a via pública B passou a aceder ao seu prédio pelo prédio de D. D nunca autorizou a passagem mas também nunca se opos. Agora o dono do prédio vendeu o prédio a D. E D quer intentar uma acção p/ lhe entregarem o seu novo prédio. Por outro lado opos a servidao a B.
	B passou a comportar-se como se fosse proprietario, tem posse. A posse é originaria, por aquisição paulatina (B nunca doi detentor), não titulada – não há titulo em abstracto á aquisição da propriedade. Ninguem adquire a propriedade por aquisição paulatina. Má-fé, pacifica e publica.
	B, não se limitou a benfeitorias, a casa é um acto de inovação praticado por quem não tem relação juridica com a coisa, para além da posse. Estamos no ambito da figura da acessão industrial imobiliária (1339º e sg)
	Caso prático – 1340º 
	(num caso pratico antes de irmos p/ aceddão vemos se é possivel aplicar a usucapião)
	1340º - alguem voluntariamente pratica um acto de inovação num prédio alheio, com o qual não tem qualquer relação juridica. Faz a tal inovação com materiais próprios, sendo necessário que essa inovação crie uma nova realidade. Só pode adquirir por acessao industrial imobiliaria quem esta de boa fé (1340º/4º). Depois é preciso que o valor da nova unidade predial seja mais do dobro que o valor que o prédio tinha á data da incorporação. E ainda é preciso que seja exercido o direito potestativo de adquirir por acessão.
	Quanto á servidão?
	D impediu B de passar pelo terreno.
	Hipóteses:
Passa por ali como mero detentor – detem nada pode fazer
Sendo possuidor da servidao de passagem. As servidões tem de ser constituidas por contrato, usucapião, testamento ou decisão judicial. E não existiu nada disso. O possuidor nada pode fazer.
CASO PRÁTICO: A proprietário de um lote de terreno onde podia ser construido um edificio de 5 andares cujo projecto obteve já aprovação camarária realizou com B em Outubro de 2007 o seguinte contrato: A transmitiu a propriedade do terreno para B e este obrigou-se a construir o edificio subordinado ao regime da propriedade horizontal e obrigou-se ainda a transmitir para A todas as fracções do 2º andar. Acordaram ainda que o contrato ficaria sem efeito se B não concluisse a construção e não entregasse as fracções do 2º andar a A. Introduziram ainda no contrato a data limite de construção de 30/Setembro/2010. Após a celebração do contrato, B deu o terreno de hipoteca a um Banco para garantir um empréstimo que lhe foi dado para a construção. B deu inicio á construção, mas não a concluiu. A obra está paralisada e em estado de ambandono. A quer a restituição do terreno mas sem a hipoteca. Qualifique o negócio e diga se a pretenção de A tem fundamento legal.
	Trata-se de uma permuta. Uma permuta de um bem presente por bens futuros. A permuta é apta a produzir efeitos reais, embora não esteja prevista no C. Civi. Não é violado o principio da taxatividade já que este só fixa os títulos constitutivos dos direitos reais e o regime.
	Quanto á hipoteca. A propriedade do solo já esava transmitida e foi hipotecada. E a hipoteca expandiu-se ao imóvel lá construido pelo principio da totalidade. Mas não se acabou a obra do imóvel. 
	Foi fixada uma condição resolutiva apôs-se um facto futuro e incerto. Art. 276º. – Retroactividade – o imóvel volta automaticamente á esfera juridica de A. A quer um bem futuro que está sujeito á condição resolutiva. E quanto á hipoteca? 274º - “ficam sujeitos á eficácia do negócio”. Se o negócio for ineficaz a hipoteca também é ineficaz. As condições resolutivas têm de ser registadas e tem de constar da aquisição da propriedade. Se a condição resolutiva não foi inscrita não éoponivel a terceiros. Quem faz a permuta e sujeita o ngócio a condiçao resolutiva também deve de inscrever a condição no registo.
PROPRIEDADE:
Caracteristicas da Propriedade: (1305º)
Indeterminação – a propriedade pode tudo desde que nos limites da lei
Elasticidade – direito elástico – porque o direito pode ser onerado por outros direitos reais menores
Exclusividade: 
Só a propriedade consegue viver sozinho. E aí é o único direito real exclusivo, já que todos os outros direitos reais pressupõem propriedade
Há quem fale na exclusividade, já que o direito de propriedade vale só para uma pessoa. Não são admitidas convivencias. Mas aqui a exclusividade não é exclusiva da propriedade já que isso também acontece no usufruto.
Não se extingue pelo não uso. O proprietário ao não usar continua a usar. A propriedade extingue-se:
Coisas Móveis – por abandono – supõe a perda voluntária da possa com a intenção de abir mão do direito
Coisas Imóveis – não há abandono nem ocupação. Já que os imoveis sem dono pertencem ao Estado. Apenas nas águas se admite a perda de propriedade por abandono (1397º).
Quanto á renuncia:
Renúncia liberatória – negócio juridico unilatral, sem vicio e oneroso e recepticio – lei fala nela na compropriedade (1411º)
Renuncia abdicativa – negócio juridico unilateral, não recepticio e gratuito, não previsto na lei. Oliveira Ascenção concorda com a renuncia. Já Henrique Mesquita diz que se deveria de concretizar na lei e por isso não aceita para já essa figura.
Quanto ao não uso este extingue direitos reais como direito de superficie e o usufruto.
Restrições ao direito de propriedade:
	
As restrições podem ser afastadas para que as condições de vizinhança saiam reforçadas
CASO PRÁTICO: A e B são vizinhas. A tem no seu quintal um limoeiro, cujas raizes e ramos se introduziram no prédio de B. B tirou limões que entraram sobre o seu prédio. Desentenderam-se e A á noite sem sair do seu prédio com uma rede apanhou os limões do terreno de B. B reclamou porque acha que os limões sobre o seu prédio são seus.
	1313º e sg. (1360º)
	Quanto ao caso o artigo 1366º diz que é licita a plantação de árvores junto á estrema. E de quem são os limões? Enquanto estão na árvore são imoveis, a dona do limoeiro, é a dona do solo e logo também dos limões que são imóveis. 
	Pelo art. 1367º pode-se exigir a vizinho que lhe permita ir apanhar os seus frutos
	1366º- Vizinho deve de avisar o dono da árvore de que vai proceder ao corte.
CASO PRÁTICO: A é proprietário de um prédio urbano e em Dezembro passado B instalou no prédio vizinho uma discoteca que emite ruídos para o prédio de A. A poderá reagir?
	1346º
CASO PRÁTICO: Suponha que A construiu uma vivenda e abriu grandes janelas junto á extrema. Abriu brechas a um 1,60m de altura. Quid iuris?
	Pode-se construir até á extrema desde que não se abram janelas.
	1364º, tem de deixar 1,50m se abrir janela junto á estrema e só pode até 1,80m de altura.
	O vizinho em causa pode intentar uma acção negatória e exigir que se remova a janela. Deve-se propor a acção para evitr que se adquire por servidao. 
25 de Maio de 2011:
	
CASO PRÁTICO: A e B legatários de um prédio rústico que lhes foi deixado por um tio em testamento dividiram-no amigavelmente por documento particular à 5 anos e cada um deles começou a cultivar a parcela que lhe coube na partilha. B acaba de vender a C a parcela que vinha cultivando. Poderá A reagir judicialmente contra esta venda? 
	A e B legatários inscreveram no registo a sua aquisição. São comproprietários. E á 5 anos dividiram-no amigavelmente por documento particular. A divisão é válida? Ao dividirem querem por termo á compropriedade. A partilha de bens moveis é feita por escritura pública ou documento particular autenticado. Não houve partilha eles continuam comproprietários. No entanto cada um deles tem a posse da sua parte.
REGIME DA COMPROPRIEDADE:
	Comunhão – existe comunhão sempre que um direito patrimonial de natureza real ou não pertença em co-titularidade a vários sujeitos. 
Existe comunhão de mão forçada quando dois ou mais sujeitos são titulares de um único direito sobre um património global, afectado a determinado fim. A comunhao de mao forçada só existe nas hipoteses previstas na lei como a comunhão de casamento e a comunhão hereditária.
Quanto á compropriedade há tres posições:
Oliveira Ascenção – cada comproprietário tem uma fracção do direito de propriedade no seu global. As criticas a esta posição são a de que o direito de propriedade é demasiado amplo para conviver com fraccionamento do mesmo
Henrique Mesquita – diz que é um sub-tipo de comunhão. Há um direito de propriedade que pertence a vários sujeitos: cada sujeito tem uma quota ideal do direito de propriedade
Orlando de Carvalho, Carlos Mota Pinto e Santos Justo – distinguem a compropriedade da comunhão. Na compropriedade temos vários sujeitos e cada um deles tem um direito próprio sobre a quota parte ideal da coisa
A posição de Henrique Mesquita é a que mais de aproxima do regime legal.
Como se constitui a compropriedade:
Acordo
Usucapião
Testamento
Por disposição legal (1358º)
Por decisão judicial (1370º)
Presunção de compropriedade (1371º)
 1408º/1 – quanto á quota
1409 – caso de querer vender
1409º- primeiro tem de dar preferencia se quiser vender a terceiro
1409º/2 – se dois ou mais comproprietários preferirem
	Quuanto á coisa que está em compropriedade:
	1405º- frutos/fruição
	1406º - quanto ao uso
	1407º actos de administração ordinária (aqui exigem-se duas maiorias a maioria por cabeça – 985º e a maioria de quotas – 1407º)
	1411º - benfeitorias
	Quanto aos actos de administração extra ordinária – são actos que não são para evitar a deterorização ou perda da coisa, são actos que alteram o casco do bem. Remetemos para o 1024º p/ analogia. Henrique Mesquita diz que se para o arrendamento é preciso unanimidade, também será precisa para os casos de actos extra ordinários na compropriedade.
	Actos de oneração ou alienação da coisa – 1408º 2ª parte, exige-se consentiemento. Se este não for prestado está a dispor de coisa parcialmente alheia (1408º/1). E se onerar ou alienar toda a coisa, por analogia também será nulo.
	No caso o negócio é nulo (1408º/1 e 1408º/2). 
Imagine-se agora que B vendeu a parcela por escritura pública.
	Ora aqui já está cumprida a forma legal, mas é venda de coisa alheia. A poderia reagir á venda formulando pedido de nulidade da venda. Poder-se-á no entanto converter o negócio nos termos do art. 293º, e converte-se na venda de quota. E aí A poderia exercer preferencia.
Como termina a compropriedade? 1413º- Amigavelmente (um fica com a coisa, o outro é indmnizado ou então vendem a coisa a terceiro) ou judicialmente.
	Sendo que pelo 1412 podem os comproprietarios exigir a divisão o regime está no 1052º CPC.
PROPRIEDADE HORIZONTAL:
CASO PRÁTICO: E e F estudantes da UC compraram em 1998 um andar de um edificio subordinado ao regime da propriedade horizontal. Em virtude de desintelegencias que surgiram em exames E pretende agora por fim á situação juridica resultante da compra. Poderá fazê-lo?
b)) Nesse mesmo edificio G comprou uma fracção anteriormente destinada a habitação instalando aí um consultório médico. Alguns vizinhos descontentes com a situação pertendem saber se podem regair contra esse facto. E na possibilidade afirmativa como?
a)) 1412º - divisão da coisa
	1422-A
b)) No titulo constitutivo não tem de estar o fim (1418 º + 1419º)
	O primeiro proprietário é quem define o fim da fracção (1422º/4)
	1422º - Limitações ao exercicio de direitos
Constituição da propriedade horizontal.
Título: O art. 1414º e 1425º dizem que se constitui por negocio juridico unilateral inter vivos, por testamento ou por decisão juducial (1417º/2)
Quanto ao negocio juridico inter vivos. Do tipo tem de estar : (1418º)
Fracções de forma a que fiquem individualizadas
Valor de cada fracção de forma expresso em precentagem ou premilagem quanto ao valor do prédio. Esta percentagem vai ter relevancia no nº de votos da assembleia (1430º/2) e 1428º
Como vimos

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