Buscar

Resumo_Direito_Administrativo_AVII_parte_III

Prévia do material em texto

CONTRATO ADMINISTRATIVO
AULA 02
1. CONTRATO NO DIREITO COMUM CONSENSUALIDADE E AUTONOMIA DA VONTADE. 
No contrato formado pela autonomia de vontades, as parte obrigam-se reciprocamente a prestações concebidas como contrapostas de tal sorte que nenhum dos contratantes pode unilateralmente alterar ou extinguir o que resulta da avença. Daí o dizer-se que o contrato é uma forma de composição pacífica de interesses e que faz lei entre as partes. (pacta sunt servanda)
2. ATOS UNILATERAIS. ATOS BILATERAIS ENVOLVENDO A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: 
Nem todas as relações jurídicas travadas entre Administração e terceiros resultam de atos unilaterais. Muitas delas procedem de acordos de vontade entre o Poder Público e terceiros. A estas últimas costuma-se denominar “contratos”. Dentre eles, distinguem-se os contratos da Administração e os “contratos administrativos” 
A) CONTRATOS DE DIREITO PRIVADO DA ADMINISTRAÇÃO: Conteúdo regido pelo Direito Privado. É o caso da Administração Pública contratar com o particular compra e venda de imóveis ou locação para instalação de repartição pública.
	Nesse momento a Administração Pública não está na posição de privilégio em relação ao particular, pelo fato de não estar na função administrativa e por isso não dotada das prerrogativas inerentes a ela.
	No entanto, nunca será totalmente regido pelo direito privado. Ainda existirão, minimamente, alguns privilégios para a Administração Pública serão levados em conta na avaliação pelo Judiciário em caso de demanda. É claro que essas prerrogativas de direito público estão de forma acessória preponderando as normas de direito privado. 
.
B) CONTRATOS ADMINISTRATIVOS: Conteúdo regido pelo Direito Público. Cláusulas regulamentares e econômicas (Econômicas e obrigacionais) – Exemplo: contratos de concessão de serviço público, contrato para obra pública.
Peculiaridades do contrato administrativo: possibilidade da alteração unilateral por parte da Administração Pública, extinção unilateral do vínculo
2. ORIGEM DO CONTRATO ADMINISTRATIVO. ENTENDIMENTO JURISPRUDENCIAL FRANCÊS PARA A QUALIFICAÇÃO DE UM CONTRATO COMO ADMINISTRATIVO: 
A) DETERMINAÇÃO LEGAL: Se a lei disser que o contrato vai ser regido por normas de direito público, mesmo que não esteja ligado ao interesse público, a Administração Pública estará na posição de superioridade face ao particular	 
B) TER POR OBJETO A PRESTACÃO DE UM SERVIÇO PÚBLICO: Assim sendo, sempre será regido por normas de direito público 
C) CONTER CLÁUSULAS EXORBITANTES DO DIREITO PRIVADO: Quando o contrato contiver cláusulas exorbitantes, ou seja, cláusulas incomuns em um contrato de Direito Privado, seja porque aí seria nula, seja porque inadaptada a ele ainda que não for nula. Seria impossível inscrever tal cláusula em um contrato de Direito Privado sem infringir a ordem pública. 
3. CONCEITO: Contrato entre a Administração Pública e terceiros regido pelo Direito Público, pelo qual, em decorrência da lei, do conteúdo ou do seu objeto, as condições pactuadas podem ser unilateralmente modificadas em razão do interesse público, desde que preservados o objeto do contrato e os interesses patrimoniais daqueles terceiros. 
4. CARACTERÍSTICAS: 
4.1. Possibilidade de modificação unilateral das prestações devidas: Em decorrência dos poderes que lhe assistem, a Administração fica autorizada - respeitado o objeto do contrato* (não pode ser alterado) – a determinar modificação nas prestações devidas pelo contratante em função das necessidades públicas, a acompanhar e fiscalizar continuamente a execução dele, a impor as sanções estipuladas quando faltas do obrigado as ensejarem e a rescindir o contrato sponte propria (vontade própria) se o interesse público o demandar.
Um traço importante e imprescindível do contrato administrativo consiste no resguardo dos interesses do contratante e o seu direito ao equilíbrio econômico-financeiro desse contrato que não poder ser alterado mesmo por lei. Preservação do equilíbrio econômico-financeiro com a contrapartida devida ao particular pela modificação do quantitativo do objeto contratado, requer que seja estabelecido o equilíbrio do início do contrato (X => Y) => (X’ => Y’)
Limites: 25% (acréscimo ou supressão) do valor inicial do contrato no caso de obras, serviços ou compras e 50 % no caso de acréscimo em reformas de edifícios e equipamentos. Estes valores referem-se à alteração unilateral. Para casos de 
* A alteração do objeto pode prejudicar outras empresas que eventualmente deixaram de participar da licitação pelo fato do objeto em questão. Caso tivessem conhecimento que o objeto seria outro, participariam da licitação. 
Lei 8666/93 Art. 65.  Os contratos regidos por esta Lei poderão ser alterados, com as devidas justificativas, nos seguintes casos: 
I - unilateralmente pela Administração:
a) quando houver modificação do projeto ou das especificações, para melhor adequação técnica aos seus objetivos; 
b) quando necessária a modificação do valor contratual em decorrência de acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto, nos limites permitidos por esta Lei;
4.2. Acompanhamento e fiscalização da execução do contrato (ver item 4.1)
Essa fiscalização geralmente é feita através de outra empresa através de licitação.
4.3. Possibilidade de imposição de sanções pelas faltas praticadas pelo particular (ver item 4.1) 
4.4. Possibilidade de rescisão unilateral por interesse público (ver item 4.1)
4.5. Impossibilidade de descontinuidade da prestação do serviço 
No exercício do serviço público não pode haver descontinuidade serviço público. Caso 
4.6. Intuito personae – Não pode ser transferido a terceiro 	 
4.7. Bilateral (prestações recíprocas) 
Lei 8666/93 Art. 65.  Os contratos regidos por esta Lei poderão ser alterados, com as devidas justificativas, nos seguintes casos: 
II - por acordo das partes:
a) quando conveniente a substituição da garantia de execução;
b) quando necessária a modificação do regime de execução da obra ou serviço, bem como do modo de fornecimento, em face de verificação técnica da inaplicabilidade dos termos contratuais originários; 
c) quando necessária a modificação da forma de pagamento, por imposição de circunstâncias supervenientes, mantido o valor inicial atualizado, vedada a antecipação do pagamento, com relação ao cronograma financeiro fixado, sem a correspondente contraprestação de fornecimento de bens ou execução de obra ou serviço; 
d) para restabelecer a relação que as partes pactuaram inicialmente entre os encargos do contratado e a retribuição da administração para a justa remuneração da obra, serviço ou fornecimento, objetivando a manutenção do equilíbrio econômico-financeiro inicial do contrato, na hipótese de sobrevirem fatos imprevisíveis, ou previsíveis porém de conseqüências incalculáveis, retardadores ou impeditivos da execução do ajustado, ou, ainda, em caso de força maior, caso fortuito ou fato do príncipe, configurando álea econômica extraordinária e extracontratual. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
4.8. Comutativo (equivalência nas prestações) – prestações aferíveis
4.9. Formal, não bastando o consenso entre as partes. Necessário pelo Interesse público e a segurança jurídica
5. DISCIPLINA CONSTITUCIONAL. Normas gerais (art 22, XXVII) e garantias de comutatividade (art. 37, XXI) 
Art 37, XXI CR- ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações. 
Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interessecoletivo, conforme definidos em lei.
III - licitação e contratação de obras, serviços, compras e alienações, observados os princípios da administração pública;
Exploração direta – através das Empresas Públicas ou Sociedade de Economia mista
6. ALTERAÇÃO UNILATERAL DO CONTRATO. Fundamento: interesse público. Garantia do particular ao ressarcimento. Limites na Lei 8.666/93 (art. 65, caput, I e §§ 1º e 2°) 
Para haver alteração unilateral do contrato, deve haver contrapartida, mantendo-se o equilíbrio econômico-financeiro do contrato. (vide 4.1)
7. ALTERAÇÃO BILATERAL DO CONTRATO. Modificação no regime de execução; modo de fornecimento; forma de pagamento; para restabelecer o equilíbrio econômico-financeiro alterado por fatos imprevisíveis ou previsíveis de conseqüências incalculáveis, caso fortuito ou de força maior. Previsão de alteração já prevista no contrato. Limites na Lei 8.666/93 (art. 65, II). 
8. EXTINÇÃO UNILATERAL DO CONTRATO: O contrato tanto pode se extinguir pela conclusão de seu objeto quanto pela conclusão do prazo previsto em sua duração, pode ocorrer por mútuo acordo ou por via judicial, a requerimento de qualquer das partes, ou unilateralmente pela Administração Pública, pelo patente interesse público devidamente fundado e justificado com ou e sem culpa do contratado, que ocorrerá de forma unilateral. 
Outra forma unilateral de rescisão unilateral é o caso da relação contratual ter sido invalidamente constituída. Nesse caso não cabendo convalidação, pelo princípio da legalidade caberá a invalidação do ato, respeitando o regular processo e a ampla defesa.
A) Sem culpa do contratado, caso em que este fará jus à indenização pelos prejuízos comprovados se houver sofrido.
B) Com culpa do contratado, caso em que caberá à Administração assumir o objeto; ocupação e utilização do local, instalação e equipamentos materiais e humanos necessários à continuidade; (ENCAMPAÇÃO)*; execução da garantia contratual; valores; multas; retenção de eventuais créditos ainda em poder da Administração até o limite dos prejuízos causados à Administração. 
* Encampação: Por conta da impossibilidade da descontinuidade do serviço público, a Administração Pública, assume ela mesma o exercício do serviço público para suprir a continuidade, usando agentes, equipamentos, instalação da empresa que prestava o serviço a serem devolvidos a esta com o cabível ressarcimento. 
A Administração Pública poderá aplicar cumulativamente:
Execução da garantia do contrato
Obter indenização – em caso de dano
Executar a multa - por descumprimento ou inadimplemento contratual
9. APLICAÇÃO DA "EXCEPTIO NON ADIMPLETI CONTRACTUS". Entendimento anterior e atual e regramento da Lei 8.666/93 (art. 78, XV) é que tal defesa é possível de ser utilizada pelo particular caso a Administração Pública atrase por mais de 90 dias o pagamento devido em decorrência de obras e serviços. Mesmo antes dos 90 dias, havendo dano poderá o particular pleitear indenização.
10. PRAZO E PRORROGAÇÃO DOS CONTRATOS. Vedação de contratação por prazo indeterminado (art. 167, § 1º da CR). Ressalvas (art. 57 e parágrafos da Lei 8.666/93) 
Art. 167,§1º CF. Art. 37 São vedados: § 1º - Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício financeiro poderá ser iniciado sem prévia inclusão no plano plurianual, ou sem lei que autorize a inclusão, sob pena de crime de responsabilidade.
A lei ressalva três hipóteses:: 
A) Projetos previstos no Plano Plurianual, com prazos previstos na respectiva provisão de recursos – o prazo será correspondente ao da provisão suposta.
B) Prestação de serviços de natureza contínua, a fim de se obterem preços e condições mais vantajosas para a Administração (60 meses). Esse prazo de 60 meses pode ser prorrogado, em caráter excepcional, por mais 12 meses, ante a devida justificação e autorização hierarca superior.
 
C) Aluguel de Equipamentos e utilização de programas de informática cuja previsão de duração pode ser fixada para 48 meses podendo ser prorrogada por mais 12 meses, ante a devida justificação e autorização hierarca superior.
D) Concessões de obra e de serviço público, dada a necessidade do próprio contrato
11. FORMALIDADES DO CONTRATO ADMINISTRATIVO: (não se admite contratos verbais, salvo o que importe em pequenas despesas de pronto pagamento). Precedido de licitação, salvo inexigibilidade ou dispensa da mesma; condições, como regime de execução, reajustamentos, condições de pagamento, prazos de início, execução e conclusão, entrega, penalidades, responsabilidades e multas; e exigência de caução. (devem estar previstos no contrato).
A Administração poderá, no caso de compras, obras e serviços, exigir que a contraparte preste garantia, a qual será, à critério do contratado, uma das seguintes: a) caução em dinheiro ou títulos da dívida pública ; ou b) seguro garantia; ou c) fiança bancária (nenhuma delas poderá exceder 5% do valor do contrato). Salvo obras e serviço de fornecimento de grande vulto envolvendo alta complexidade técnica e riscos financeiros consideráveis em que o valor é elevado para 10%).
12. REAJUSTES E RECOMPOSIÇÃO DOS PREÇOS. Fundamento na vedação do enriquecimento sem causa e no equilíbrio econômico-financeiro. Balizado pelo mercado
Intangibilidade: A equação deve estar sempre o equilíbrio financeiro do contrato.
Atividade de lucro: O particular somente estará interessado em prestar o serviço público, construção ou obra pública se houver lucro.
Fidelidade aos termos do contrato: a cláusula pacta sunt servanda deve ser relativizada sempre em busca do equilíbrio contratual. Mais que relativizar, deve-se levar em conta tendo em vista o rebus sic stantibus “estando assim as coisas” => na verdade o entendimento não é relativização, e sim a manutenção do equilíbrio contratual.
Formas de proteção do Equilíbrio Econômico financeiro do contrato administrativo.
Só a Administração Pública pode alterar o serviço ou obra. Sempre a alteração se dá primeiramente no objeto do contrato (serviço, obra) e de forma reflexa no pagamento por parte da Administração Pública => compensação em busca do equilíbrio econômico-financeiro do contrato.
O contrato Administrativo possui: 
Cláusulas obrigacionais: está intimamente ligado com a própria execução do contrato. São todas as coisas ligadas ao objeto contratado.
Cláusulas econômico-financeiras: Toda aquela ligada à remuneração do contrato e indica o valor pago, forma de medição, etc. 
A administração Pública só pode alterar unilateralmente a cláusula obrigacional sem jamais alterar o objeto, pois se modificado fere os princípios da pessoalidade e isonomia. A cláusula econômica sempre será o reflexo dessa modificação.
TRÊS FORMAS DE REAJUSTE:
A) Mera correção monetária pelo decurso do prazo: busca pelo equilíbrio do contrato no decurso do tempo. É a igualdade econômico-financeira. Nesse caso o valor devido permanece o mesmo, alterando-se apenas a quantidade de moeda que expressa o mesmo valor.
B) Reajuste ou reajustamento. Alteração do valor a ser pago em decorrência das alterações normais do mercado em relação aos preços dos insumos. (pode haver redução – álea ordinária)
C) Recomposição. Restauração do equilíbrio em decorrência de modificação anormal dos fatos existentes à época da contratação, como eventos supervenientes e extraordinários. 
Não confundir reajuste com recomposição – o reajuste surge do consenso inicial das partes, para manter o equilíbrio econômico-financeiro do contrato durante a execução normal, ao passo que a recomposição destina-se a restaurar esse mesmo equilíbrio, defeito por eventos supervenientes e extraordinários, não previstos e imprevisíveis pelos contratantes, que acarretam modificação anormal na situação fática existente na época da celebração do ajuste.
13. EQUILÍBRIO ECONÔMICO-FINANCEIRO DO CONTRATO ADMINISTRATIVO (ART. 37, XXI, DA CR). Relação de igualdade (comutatividade) entre as obrigações assumidas pelo contratado e a compensação econômica devida pela Administração. 
Intangibilidadeda equação econômico-financeira 
Atratividade do lucro pelos particulares 
Fidelidade aos termos do contrato. A cláusula REBUS SIC STANTIBUS e PACTA SUNT SERVANDA (compatibilização). 
14. FORMAS DE PROTEÇÃO AO EQUILÍBRIO ECONÔMICO-FINANCEIRO DO CONTRATO ADMI ISTRATIVO: 
1º)14.1.No uso do poder de alteração unilateral Art. 65, §6º Lei 8666
2º) 14.2. Fato do Príncipe. Medidas tomadas por pessoa jurídica diversa da contratante. Ex. Aumento da carga tributária, aumento do salário mínimo 
Fato do Príncipe: é toda determinação estatal, positiva ou negativa, geral, imprevista e imprevisível, que onera substancialmente a execução do contrato administrativo. Essa oneração, constituindo uma álea administrativa extraordinária e extracontratual, desde que intolerável e impeditiva da execução do ajuste, obriga o Poder Público contratante a compensar integralmente os prejuízos. (Lembrar que se houver redução de impostos poderá o contrato ser reajustado para menos)
Exemplo: Obra contratada pela Prefeitura de uma determinada cidade que após aumento do salário mínimo determinada pela União altera significativamente a balança contratual. Ou seja, é o próprio Estado que atuando, (União, Estado, Município) que altera o equilíbrio econômico-financeiro. 
Difere da alteração unilateral (reajuste), pois é pessoa distinta dos contratantes que alteram a balança contratual contrato. Ex. Aumento dos preços dos insumos
14.3. Teoria da Imprevisão (nova designação da rebus sic stantibus após a I Grande Guerra) Agravos econômicos decorrentes de fatos imprevisíveis ou previsíveis, mas de efeitos imprevisíveis produzidos por forças alheias aos contratantes. (aumento dos preços dos insumos desencadeado pela crise mundial) 
Teoria da Imprevisão: Se aplica a recomposição – Ex: Exemplo: o contrato foi efetuado entre a administração e uma empresa privada, para construção de um edifício. Nessa construção a empresa privada teria que realizar uma escavação no local. No contrato a administração diz que o terreno teria apenas terra, e o prazo para a obra era de 1 ano. Porém no inicio da obra a empresa privada constatou que o terreno teria uma grande parte rochosa, o que além de dificultar a obra retardaria o prazo de entrega. Nesse caso o correu um fato imprevisível, porque não teria como a administração nem como a empresa privada constatar que naquele terreno haveria uma parte rochosa. Serve para situações de agravos econômicos. Não são áleas ordinárias como o aumento do insumo e sim áleas extraordinárias (caso fortuito-ligado à intervenção ou força maior – ligado à natureza)
A teoria da imprevisão é cláusula implícita
14.4. Agravos econômicos resultantes da inadimplência contratual da Administração contratante. Ex. Previsão contratual de medição da obra a cada 15 dias e a Administração Pública procede apenas a cada mês, pagando os outros 15 dias pela média.
AULA 03 LICITAÇÃO
1. CONCEITO: "Procedimento administrativo pelo qual uma pessoa governamental, pretendendo alienar, adquirir ou locar bens, realizar obras ou serviços, outorgar concessões, permissões de obra, serviço ou de uso exclusivo de bem público, segundo condições por ela estipuladas previamente, convoca interessados na apresentação de propostas, a fim de selecionar a que se revele mais conveniente em função de parâmetros antecipadamente estabelecidos e divulgados." CABM 
2. OBRIGATORIEDADE CONSTITUCIONAL: Arts. 37, XXI e 175, caput
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica, indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações
Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos.
A Lei 8666 não se aplica às Sociedade de Economia Mista e Empresas Públicas que realizam licitações em um procedimento diferenciado (maleável e flexível), decorrente da necessidade do serviço prestado que exige, na maioria das vezes, celeridade na contratação, compras, etc.
 
3. DUPLO OBJETIVO: Negócio mais vantajoso para a Administração (princípios da eficiência, da moralidade e da economicidade) e abertura à participação aos administrados (princípios da impessoalidade e da isonomia) 
4. COMPETÊNCIA LEGISLATIVA SEGUNDO A CONSTITUIÇÃO (art. 22 XXVII) . Normas gerais (Lei 8.666/93). 
Art. 22 XXVII - normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, para as administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as empresas públicas e sociedades de economia mista, nos termos do art. 173, § 1°, III;
Requisitos:
Preceitos que estabelecem os Princípios, fundamentos, diretrizes e critérios básicos, que deverão ser seguidos pelas legislações específicas de cada ente federado 
Preceitos que possam ser aplicados uniformemente em todo o País com neutralidade, sem que violentem as peculiaridades regionais e locais. 
5. PRINCÍPIOS DA LICITAÇÃO: 
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE: Lei 8666 Art. 4o Todos quantos participem de licitação promovida pelos órgãos ou entidades a que se refere o art. 1º têm direito público subjetivo à fiel observância do pertinente procedimento estabelecido nesta lei, podendo qualquer cidadão acompanhar o seu desenvolvimento, desde que não interfira de modo a perturbar ou impedir a realização dos trabalhos.
Em rigor, podem alegar tal direito não apenas “todos quantos participem da licitação”, mas todos quantos queiram dela participar e aos quais seja indevidamente negado o acesso, por violação dos princípios e normas que devem presidi-la
PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE: Não há qualquer favoritismo ou discriminação no procedimento licitatório, ou seja, todos os licitantes são tratados com absoluta neutralidade. Tal princípio não é senão uma forma de designar o princípio da igualdade de todos perante a Administração.
princípio da igualdade ou ISONOMIA. Implica o dever de não apenas tratar isonomicamente todos que participarem do certame, mas também ensejar o de ensejar oportunidade de disputá-lo a qualquer interessado. Exceção no desempate (art. 30, § 20 da Lei 8.666/93) 
PUBLICIDADE: Impõe que os atos e termos da licitação – no que se inclui a motivação das decisões - sejam efetivamente expostos ao conhecimento de quaisquer interessados. É o dever de transparência
MORALIDADE: Significa que o procedimento licitatório terá de se desenrolar na conformidade de padrões éticos prezáveis, o que se impõe, para a Administração e licitantes, um comportamento escorreito, liso, honesto, de parte a parte 
VINCULAÇÃO AO INSTRUMENTO CONVOCATÓRIO: Obriga a Administração Pública a respeitar estritamente as regras que haja previamente estabelecido para disciplinar o certame. 
JULGAMENTO OBJETIVO: almeja impedir que a licitação seja decidida sob o influxo do subjetivismo, de sentimentos, impressões ou propósitos dos membros da comissão julgadora. Objetividade absoluta só se pode garantir previamente nos certames decididos unicamente pelo preço.
INALTERABILIDADE DO EDITAL - SIGILO DAS PROPOSTAS
COMPETITIVIDADE 
6. OBRIGATORIEDADE DE LICITAR 
6.1. Administração Direta e indireta de todos os Poderes dos Municípios, Estados, DF e União (art 37, XXI, da CR e art. 1, parágrafo único da Lei 8666). 
6.2. O art. 173, § 10, 111, da CR. SEM e EP exploradoras de atividade econômica ou prestadoras de serviço público.Nos casos das SEM e EP que exploram atividade econômica, o procedimento licitatório inviabilizaria o desempenho das atividades específicas para as quais foi instituída a entidade entender-se-á inexigível a licitação.
7. DISPENSA E INEXIGIBILIDADE DE LICITAÇÃO: 
7.1. DISPENSA (ART. 24): Admite a realização em tese, mas as circunstâncias a dispensam. Excepcionalidade e numerus cleusus. 
7.1.1. CRITÉRIOS: Valor (I e 11); situações excepcionais (111, IV e IX); gêneros pereciveis ou obras de arte; desinteresse na contratação - Licitação deserta ou frustrada (V); Entidades sem fins lucrativos (XIII, XX e XXIV); disparidade de propostas e intervenção no domínio econômicos (VII); complementação do objeto (XI); bens produzidos ou serviços prestados por pessoa que integre a Adm. Pública (VII e XVI); locação e compra de imóvel em razão das necessidades de localização e instalação (X); pesquisa científica e tecnológica (XXI); energia elétrica (XXII); transferência de tecnologia (XXV); consórcios públicos e convênios de cooperação (XXVI); navios e embarcações (XVIII); peças no período de garantia técnica somente adquiríveis junto ao fabricante e a exclusividade indispensável à contratação da garantia (XVII); materiais de uso militar (XIX); e catadores de materiais recicláveis (XXVII). 
7.2. INEXIGIBILlDADE: Trata-se de inviabilidade da licitação (ART. 25): Inviabilidade da própria competição. Rol exemplificativo. (NÃO SÉ TRATA DE DISPENSA, É INEXIGIBILIDADE) 
72.1. CASOS: Fornecedor exclusivo: Quando o objeto pretendido é singular, sem equivalente perfeito
 (I); atividades artísticas (11); e serviços técnicos especializados (III) 
7.3. DISPOSÍÇÕES COMUNS QUANTO AO PRINCÍPIO DA MOTIVAÇÃO. Art. 26. As dispensas previstas nos §§ 2° e 4° do art. 17 e no inciso 111 e seguintes do art. 24, as situações de inexigibilidade referidas no art. 25, necessariamente justificadas, deverão ser comunicados, dentro de 3 (três) dias, à autoridade superior, para ratificação e publicação na imprensa oficial, no prazo de 5 (cinco) dias, como condição para a eficácia dos atos. 
IMPORTANTE SABER!!
Licitações Simultâneas são as que, tendo objeto semelhante, suas realizações se contenham em intervalos não superiores a 30 dias. Sucessivas: 
Licitações Sucessivas: São aquelas que, de objeto semelhante, cujo edital se publique antes de decorrem 120 dias do término das obrigações previstas na licitação anterior.
LIMITE DE VALORES : o Valor é a principal forma de dispensa de licitações
LEI 8666, Art. 23. As modalidades de licitação a que se referem os incisos I a III do artigo anterior serão determinadas em função dos seguintes limites, tendo em vista o valor estimado da contratação:
I - para obras e serviços de engenharia: 
a) convite - até R$ 150.000,00 (cento e cinqüenta mil reais); 
b) tomada de preços - até R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais); 
c) concorrência: acima de R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais); 
II - para compras e serviços não referidos no inciso anterior
a) convite - até R$ 80.000,00 (oitenta mil reais); 
b) tomada de preços - até R$ 650.000,00 (seiscentos e cinqüenta mil reais); 
c) concorrência - acima de R$ 650.000,00 (seiscentos e cinqüenta mil reais). 
SITUAÇÕES EXCEPCIONAIS:
Art. 24.  É dispensável a licitação:
 I - para obras e serviços de engenharia de valor até 10% (dez por cento) do limite previsto na alínea "a", (10% de R$ 150.000,00 =R$ 15.000,00) do inciso I do artigo anterior, desde que não se refiram a parcelas de uma mesma obra ou serviço ou ainda para obras e serviços da mesma natureza e no mesmo local que possam ser realizadas conjunta e concomitantemente;
 II - para outros serviços e compras de valor até 10% (dez por cento) do limite previsto na alínea "a", (10% de R$ 80.000,00 =R$ 8.000,00)do inciso II do artigo anterior e para alienações, nos casos previstos nesta Lei, desde que não se refiram a parcelas de um mesmo serviço, compra ou alienação de maior vulto que possa ser realizada de uma só vez;   
III - nos casos de guerra ou grave perturbação da ordem;
V - quando não acudirem interessados à licitação anterior e esta, justificadamente, não puder ser repetida sem prejuízo para a Administração, mantidas, neste caso, todas as condições preestabelecidas;
VII - quando as propostas apresentadas consignarem preços manifestamente superiores aos praticados no mercado nacional, ou forem incompatíveis com os fixados pelos órgãos oficiais competentes, casos em que, observado o parágrafo único do art. 48 desta Lei e, persistindo a situação, será admitida a adjudicação direta dos bens ou serviços, por valor não superior ao constante do registro de preços, ou dos serviços;    
X - para a compra ou locação de imóvel destinado ao atendimento das finalidades precípuas da administração, cujas necessidades de instalação e localização condicionem a sua escolha, desde que o preço seja compatível com o valor de mercado, segundo avaliação prévia; 
XI - na contratação de remanescente de obra, serviço ou fornecimento, em conseqüência de rescisão contratual, desde que atendida a ordem de classificação da licitação anterior e aceitas as mesmas condições oferecidas pelo licitante vencedor, inclusive quanto ao preço, devidamente corrigido;
XII - nas compras de hortifrutigranjeiros, pão e outros gêneros perecíveis, no tempo necessário para a realização dos processos licitatórios correspondentes, realizadas diretamente com base no preço do d
XV - para a aquisição ou restauração de obras de arte e objetos históricos, de autenticidade certificada, desde que compatíveis ou inerentes às finalidades do órgão ou entidade.
XVII - para a aquisição de componentes ou peças de origem nacional ou estrangeira, necessários à manutenção de equipamentos durante o período de garantia técnica, junto ao fornecedor original desses equipamentos, quando tal condição de exclusividade for indispensável para a vigência da garantia;  
XVIII - nas compras ou contratações de serviços para o abastecimento de navios, embarcações, unidades aéreas ou tropas e seus meios de deslocamento quando em estada eventual de curta duração em portos, aeroportos ou localidades diferentes de suas sedes, por motivo de movimentação operacional ou de adestramento, quando a exiguidade dos prazos legais puder comprometer a normalidade e os propósitos das operações e desde que seu valor não exceda ao limite previsto na alínea "a" do incico II do art. 23 desta Lei:  
XIX - para as compras de material de uso pelas Forças Armadas, com exceção de materiais de uso pessoal e administrativo, quando houver necessidade de manter a padronização requerida pela estrutura de apoio logístico dos meios navais, aéreos e terrestres, mediante parecer de comissão instituída por decreto;  
XXI - para a aquisição de bens e insumos destinados exclusivamente à pesquisa científica e tecnológica com recursos concedidos pela Capes, pela Finep, pelo CNPq ou por outras instituições de fomento a pesquisa credenciadas pelo CNPq para esse fim específico;  
XXII - na contratação de fornecimento ou suprimento de energia elétrica e gás natural com concessionário, permissionário ou autorizado, segundo as normas da legislação específica;  
XXV - na contratação realizada por Instituição Científica e Tecnológica - ICT ou por agência de fomento para a transferência de tecnologia e para o licenciamento de direito de uso ou de exploração de criação protegida.  
XXVI – na celebração de contrato de programa com ente da Federação ou com entidade de sua administração indireta, para a prestação de serviços públicos de forma associada nos termos do autorizado em contrato de consórcio público ou em convênio de cooperação.  
XXVII - na contratação da coleta, processamento e comercialização de resíduos sólidos urbanos recicláveis ou reutilizáveis, em áreas com sistema de coleta seletiva de lixo, efetuados por associações ou cooperativas formadas exclusivamente por pessoas físicas de baixa renda reconhecidas pelo poder público como catadoresde materiais recicláveis, com o uso de equipamentos compatíveis com as normas técnicas, ambientais e de saúde pública.  
8. MODALIDADES DE LICITAÇÃO: Entre a concorrência, tomada de preço e convite, a diferença se dá no campo da formalidade, sendo a primeira mais formal e o último menos formal. Também, é possível destacar que o preço também é valor diferencial. Para concorrência valores maiores, tomada de preços e convite valores menores. 
A Lei estabelece patamares de valores aos quais corresponderão estas distintas modalidades. A Administração pode, ao invés de adotar a modalidade correspondente ao respectivo patamar de valor, optar pela prevista de valor mais elevado, JAMAIS O INVERSO. 
8.1. CONCORRÊNCIA (art. 22, § 1°). Formalismo e publicidade. Modalidade para contratações de grande vulto entre quaisquer interessados que, na fase inicial de habilitação preliminar*, comprovem possuir os requisitos mínimos de qualificação exigidos no edital para execução de seu objeto. 
* Nessa fase, verifica-se se os requisitos de participação são cumpridos (REQUISITOS FORMAIS), existindo assim avaliação subjetiva, ou seja da pessoa do licitante, não havendo assim julgamento de propostas. 
8.1.1. Valores maiores, ou, seja qual for o valor, nas compras de imóveis; nas vendas de imóveis desde que não adquiridos de processos judiciais ou dação em pagamento (art. 19); nas licitações internacionais (salvo art. 23, § 3°); nas concessões de direito real de uso; e nas concessões de obra ou de serviço público (art. 2°, li, da Lei. 8.987/95).
Atentar que, para os casos listados, independente do valor, a lei prevê o uso da concorrência. PORÉM, admite-se o uso do leilão quando sua aquisição haja derivado de procedimentos judiciais ou de dação em pagamento. 
 
8.1.2. Formalismo (Habilitação preliminar) e publicidade mais ampla, visando a alcançar o maior número de participantes (art. 21, § 2°, I, "b" e li, "a") 
O formalismo na concorrência é maior e exige-se maior publicidade, maior prazo para envolvimento de maior quantidade de pessoas
O prazo da concorrência é de 30 dias, no mínimo, entre sua publicidade e a data fixada para recebimento das propostas. Será, entretanto de 45 dias caso o certame se preordene a contrato de empreitada integral ou se for julgado na conformidade dos (tipos) critérios “melhor técnica” ou de “melhor preço”
8.2. TOMADA DE PREÇOS (art. 22, § 2°): modalidade de licitação entre interessados devidamente cadastrados ou que atenderem a todas as condições exigidas para cadastramento até o terceiro dia anterior à data do recebimento das propostas, observada a necessária qualificação. 
Na tomada de preços existe cadastro prévio dos licitantes que funciona como se fosse uma habilitação prévia. Estando o licitante cadastrado, presume-se habilitado, pois figura nos bancos de dados da Administração Pública. Os licitantes não cadastrados podem requerer seu cadastramento até 3 dias antes da tomada de preços
Características básicas:
Prevê o chamamento apenas dos cadastrados
Prazos menores
Menos formalidade que a concorrência
Envolve valores menores
O prazo da tomada de preços é de 15 dias, no mínimo, entre sua publicidade e a data fixada para recebimento das propostas. Será, entretanto de 30 dias caso o certame se preordene a contrato de empreitada integral ou se for julgado na conformidade dos (tipos) critérios “melhor técnica” ou de “melhor preço”
8.2.1. Modalidade de formalidade média 
8.2.2. Licitações de vulto médio (art. 23, I, "b" e 11, "b") 
8.2.3. Publicidade menos ampla, pois só envolve os previamente cadastrados ou aqueles que se cadastrarem até o 3° dia anterior à abertura das propostas 
8.2.4. Prazos menores para a publicidade (art. 21, § 2°, II, "b" e III 
8.2.5. Registros cadastrais, a fim de agilizarem o processo para os casos em que há frequentes licitações, devendo ser atualizados anualmente (art. 34). Cuidado contra sócios componentes e fraudes. 
8.2.6. Pode haver compartilhamento dos cadastros entre órgãos públicas (art. 34, § 2°) 
8.3. CONVITE (art. 22, § 30): modalidade de licitação entre interessados do ramo pertinente ao seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e convidados em número mínimo de 3 (três) pela unidade administrativa, a qual afixará, em local apropriado, cópia do instrumento convocatório e o estenderá aos demais cadastrados na correspondente especialidade que manifestarem seu interesse com antecedência de até 24 (vinte e quatro) horas da apresentação das propostas. 
8.3.1. Modalidade menos formal e prazos menores para a realização do certame (art. 21, § 2°, IV) 
O prazo para o convite é de 5 dias
8.3.2. Não há edital. Instrumento convocatório - carta convite (regras da licitação) 
8.3.3. Convite endereçado a, no mínimo, três interessados no objeto, livremente escolhidos: pela Administração entre cadastrados ou não. OBS: Risco maior de improbidade 
8.3.4. Houve ampliação para interessados não convidados, desde que previamente cadastrados em órgãos públicos (art. 22, § 30) 
8.3.5. Convite a menos de 3 interessados em caso de inexistência ou convocação direta no caso de apenas um (dispensa) 
Mesmo que não atinja o número mínimo de três licitantes, por limitações do mercado ou desinteresse dos convidados, o certame pode ser realizado, desde que tais circunstâncias sejam justificadas no processo; caso contrário haveria invalidade e o convite teria de ser repetido.
8.3.6. Existindo na praça mais de 3 possíveis interessados, a cada novo convite, realizado para objeto idêntico ou assemelhado, é obrigatório o convite a, no mínimo, mais um interessado, enquanto existirem cadastrados não convidados nas últimas licitações (art.22 §6º) 
8.4. CONCURSO (art. 22, § 4°): modalidade de licitação entre quaisquer interessados para escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, mediante a instituição de prêmios ou remuneração aos vencedores, conforme critérios constantes de edital publicado na imprensa oficial com antecedência mínima de 45 (quarenta e cinco) dias 
8.4.1. Aferição de projeto de caráter eminentemente intelectual. Não se dirige à contratação de pessoa, mas de projeto. 	. 
8.4.2. Contraprestação através de prêmio ou remuneração a ser pago caso o autor ceda os direitos patrimoniais. 
8.5. LEILÃO (art. 22, § 5°): modalidade de licitação entre quaisquer interessados para a venda de bens móveis inservíveis para a Administração ou de produtos legalmente apreendidos ou penhorados, a quem oferecer o maior lance, igualou superior ao da avaliação. 
8.5.1. Vendas de bens móveis inservíveis, produtos legalmente apreendidos ou penhorados e alienação de bem imóveis adquiridos em procedimento judicial ou recebidos em dação em pagamento. 
8.5.2. Requisitos: ampla divulgação (art. 53, § 4°) e prévia avaliação - princípio da preservação patrimonial dos bens públicos (art. 53, § 1°) 
8.5.3. Valor a ser pago a vista (art. 53, § 2°) 
8.6. PREGÃO. Lei 10.520 
8.6.1. Características básicas: Aquisição de bens e serviços comuns de qualquer valor e o exame da habilitação é posterior Modalidade facultativa 
8.6.2. Fases: 
Prazo para as propostas, contados a partir da publicação do edital. 
Sessão pública para o recebimento das propostas, que serão escritas 
Realização de leilão entre a proposta mais baixa e as demais até 10% superiores a ela 
Aplicação do critério do melhor preço para o julgamento 
Só por último, a abertura do envelope contendo os documentos relativos à habilitação do vencedor. Caso não atenda, serão convocados os seguintes 
9. TIPOS DE LICITAÇÃO: 
9.1. Menor preço 
9.2. Melhor técnica 
9.3. Técnica e preço 
9.4. Maior lance ou oferta 
10. ETAPAS DA LICITAÇÃO: 
10.1. INSTAURAÇÃO DO PROCESSO ADMINISTRATIVO PELA COMISSÃO DE LICITAÇÃO (art. 38). Composição de pelo menos 3 membros, sendo pelo menos 2 servidores efetivos (art. 51)
10.2 FORMALIZAÇÃO: Projeto básico, orçamento, recursos orçamentários previstos e previsão no plano plurianual, se for o caso. 
10.3. AUDIÊNCIA PÚBLICA (art. 39). Licitações ouconjunto de licitações sucessivas ou simultâneas (art. 39, parágrafo único) com valor a partir de 100 vezes o limite do art. 23, I.”c” 
10.4. EDITAL: Lei interna da concorrência e da tomada de preços. Ato vinculado (art. 41). 
10.4.1. IMPUGNAÇÃO: 
Qualquer cidadão, até 5 dias antes da abertura dos envelopes de habilitação (art 41, § 1º), consectário do direito de petição (art. 5°, XXXIV, da CR) 
Licitante (art. 41, § 2°) até o segundo dia útil anterior à abertura dos envelopes, pena de decadência 
105. HABILITAÇÃO: Fase de verificação de aptidão formal subjetiva para a participação no certame. A inabilitação importa a exclusão do licitante não habilitado para a fase de julgamento das propostas. 
10.5.1. REQUISITOS DA HABILITAÇÃO (ART 27): habilitação jurídica, qualificação técnica, econômico-financeira, regularidade fiscal e cumprimento do XXXIII, da CR. 
10.5.2. ETAPA DA LICITAÇÃO NA MODALIDADE CONCORRÊNCIA. 
10.5.3. INEXISTENTE NA MODALIDADE CONVITE. Dada a simplicidade desta modalidade, a Adm. Pública já convida pressupondo a habilitação dos convidados. 
10.5.4. INESPECÍFICA NA MODALIDADE TOMADA DE PREÇOS: O proponente cadastrado já teve sua habilitação deferida ou não, em momento prévio à realização do certame. 
10.6. JULGAMENTO DAS PROPOSTAS: I - Conformidade às condições do edital e II -Julgamento conforme a qualidade das propostas . 
10.7. HOMOLOGAÇÃO: Ato praticado por autoridade externa à Comissão da Licitação pelo qual confirma a regularidade do certame. 
10.8. ADJUDICAÇÃO: Ato por meio do qual se seleciona o proponente ofertante das melhores condições para a Administração Pública. 
11. FUNGIBILIDADE: Nos casos em que couber convite, a Administração poderá utilizar a tomada de preços e, em qualquer caso, a concorrência (§ 4° do art. 23). 
12. PARCELAMENTO DO OBJETO LlCITÁVEL E FRAUDE QUANTO Á MODALIDADE: 
Art. 23, § 5°. 
É bastante comum é o procedimento administrativo de fragmentar as compras, no intuito de manter o valor de cada aquisição individual dentro do limite imposto pela Lei 8.666/93, para viabilizar a dispensa de licitação. Assim, ao invés de efetuar uma compra programada de determinado material, mediante procedimento licitatório, o administrador opta por fragmentar a aquisição em pequenas compras, para que o valor individual de cada uma delas esteja abaixo do limite de R$8.000,00, oportunizando, destarte, a dispensa de licitação.
 Em regra, o fracionamento irregular das despesas relativas a compras pode ser detectado a partir da constatação da sucessiva contratação de aquisição de mercadorias, em determinado período, ao invés da realização de licitação única para oportunizar a compra destas mesmas mercadorias durante o mesmo período, de um fornecedor selecionado a partir do certame público exigido em lei.
Lei 8666/93 Art. 23, § 5o  É vedada a utilização da modalidade "convite" ou "tomada de preços", conforme o caso, para parcelas de uma mesma obra ou serviço, ou ainda para obras e serviços da mesma natureza e no mesmo local que possam ser realizadas conjunta e concomitantemente, sempre que o somatório de seus valores caracterizar o caso de "tomada de preços" ou "concorrência", respectivamente, nos termos deste artigo, exceto para as parcelas de natureza específica que possam ser executadas por pessoas ou empresas de especialidade diversa daquela do executor da obra ou serviço.
“Ou seja, é perfeitamente válido (eventualmente, obrigatório) promover fracionamento de contratações. Não se admite, porém, que o fracionamento conduza à dispensa de licitação. É inadmissível que se promova dispensa de licitação fundando-se no valor de contratação que não é isolada. Existindo pluralidade de contratos homogêneos, de objeto similar, considera-se seu valor global – tanto para fins de aplicação do art. 24, incs. I e II, como relativamente à determinação da modalidade cabível de licitação.
Não se admite o parcelamento de contratações que possam ser realizadas conjunta e concomitantemente. Seria permitido o parcelamento para contratações sucessivas? Não há resposta absoluta. Depende das circunstâncias, tal como exposto a propósito do art. 23, §5º, especialmente quanto ao princípio da moralidade. Significa que, sendo previsíveis diversas aquisições de objetos idênticos, deve considerar-se o valor global. A regra subordina a Administração ao dever de prever todas as contratações que realizará no curso do exercício. Não se vedam contratações isoladas ou fracionadas – proíbe-se que cada contratação seja considerada isoladamente, para fim de determinação do cabimento de licitação ou da modalidade cabível. Se a contratação superveniente derivar de evento não previsível, porém, nenhum vício existirá em tratar-se os dois contratos como autônomos e dissociados”
13. DOBRO E TRIPLO DOS VALORES DO ART. 23 EM CASO DE CONSÓRCIOS PÚBLICOS. 
14. REVOGAÇÃO DA LICITAÇÃO E FEITOS 
REVOGAÇÃO: Caso ocorram motivos supervenientes, a Administração Pública poderá não contratar, mediante ato fundamentado, “revogando” a licitação, assegurando previamente ao vencedor do certame, o contraditório e a ampla defesa. Sendo lícita a revogação terá o licitante vencedor o direito a indenização pelas despesas que teve para participar do certame. Sendo a revogação ilícita, fará jus a indenização não somente pelo que gastou, mais pelo que perdeu ou deixou de ganhar. 
ANULAÇÃO: Caso a licitação esteja maculada de ilegalidade, deverá a autoridade competente anular o certame, de ofício ou provocado por terceiros.
AULA 4
INTERVENÇÃO DO ESTADO NA PROPRIEDADE E: NO DOMÍNIO ECONÔMICO 
INTRODUÇÃO: Na relação entre particulares e Estado, este último impõe suas prerrogativas - situação de verticalidade. As intervenções visam o interesse público que condiciona a propriedade privada a sua função social
Existem gradações dessas intervenções, da mais branda até a mais gravosa.
1.1 OBJETO DE ESTUDO: Os meios e procedimentos mediante os quais o Estado intervém na propriedade particular, condicionando o exercício de direitos individuais em prol do interesse público. 
2. AUTORIZAÇÃO CONSTITUCIONAL: 
2.1) CF, art 5°, XXII, XXIII e XXV; Art 182, §§ 2° e 4°;
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
XXII - é garantido o direito de propriedade;
XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;
XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição; 
Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem- estar de seus habitantes.
§ 2º - A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano diretor.
§ 3º - As desapropriações de imóveis urbanos serão feitas com prévia e justa indenização em dinheiro.
§ 4º - É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para área incluída no plano diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de:
I - parcelamento ou edificação compulsórios;
II - imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo;
III - desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão previamente aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais.
3. FUNDAMENTOS DA INTERVENÇÃO: 
3.1) A função social da propriedade e a prevalênciado interesse público. O que justifica a desapropriação é a falta de destinação social 
4. COMPETÊNCIA: 
4.1) A competência para legislar sobre direito de propriedade, desapropriação é privativa da união (CF, ali. 22, I, II e III); Já a competência administrativa, para impor restrições e condicionamentos ao uso da propriedade é repartida com todos os entes federativos. 
5.0 MODOS DE INTERVENÇÃO 
5.1 ) servidão administrativa; 
5.2) requisição; 
5.3) ocupação temporária; 
5.4) limitação administrativa; 
5.4) tombamento; 
5.5) desapropriação. 
		 	
5.l.SERVIDÃO ADMINISTRATIVA: 
 
CONCEITO: E o direito real público que autoriza o poder público a usar da propriedade imóvel para permitir a execução de obras e serviços de interesse público. 
Parte da doutrina entende que é plenamente possível e outra parte alega que não há relação entre a pessoa e a coisa e que essa relação existe de forma anômala. Para outra parte da doutrina, há o entendimento de que existe uma relação em que a coisa é o sujeito passivo universal que é a própria sociedade – ou seja, não existe relação entre a coisa e o sujeito.
A servidão é a aderência à coisa e somente ela satisfaz o interesse público. 
EXEMPLOS: A instalação de redes elétricas, de redes telefônicas; A colocação em prédios privados de placas e avisos para a população, com nome de ruas, etc. 
5.1.1. Instituição da Servidão: 
a) Acordo administrativo, 
b) Sentença judicial 
5.1.2. Indenização: A regra é o não cabimento da indenização por pane cio Estado. Somente será 
possível se o proprietário provar que a servidão cansou danos (exceção). O montante da indenização será equivalente ao respectivo prejuízo. 
5.1.3. Extinção: Em princípio é permanente; Fatos supervenientes poderão acarretar a extinção da servidão (ex: se desaparecer o bem alheio), ou por desinteresse do Poder Público, ou mesmo pela aquisição da propriedade pelo Estado.
5.1.4. Características:
a) A natureza jurídica é de Direito Real – Para efeito erga omnes é necessário o registro com a averbação para que terceiros tenham ciência
b) Incide sobre bem imóvel
d) a indenização é prévia e condicionada (só se houver prejuízo); 
e) inexistência de auto-executoriedade: só se constitui mediante acordo ou sentença judicial; 
REQUISIÇÃO ADMINISTRATIVA
5.2.1. Conceito: É o instrumento de intervenção estatal mediante o qual, em Situação de perigo público iminente, o Estado utiliza bens móveis, imóveis ou serviços particulares com indenização ulterior, se houver dano ( CF, art. 5°, XXV). Ex. Requisição de prédios, escolas em catástrofes e inundações, casa para atirador de elite
5.2.2. Objeto: Abrange móveis, imóveis e serviços particulares 
5.2.3. Indenização: CF. art. 5°, XXV 
5.2.4. Instituição: Ato administrativo auto-executório, não depende de prévia autorização judicial. 
 
5.2.6. Características: 
a) É direito pessoal da administração (a servidão é direito real) questão 
5.2.5. Extinção: Quando desaparecer a situação de perigo público iminente que justificou sua instituição. . 
5.2.6. Características:
a) É direito pessoal da Administração (a servidão é direito real)
b) Seu pressuposto é o perigo público iminente (na servidão inexiste essa exigência, bastando a existência de interesse público). 
c) Caracteriza-se pela transitoriedade (a servidão tem caráter de definitividade) 
d) A indenização, somente devida se houver dano, é ulterior (na servidão, a indenização, embora também condicionada à existência de prejuízo, é prévia) 
3.0 OCUP AÇAO TEMPORARIA: 
 
5.3.1. Conceito: É a forma de intervenção pela qual o Poder Público usa transitoriamente imóveis privados, como meio de apoio à execução de obras e serviços públicos. 
Previsibilidade: Enquanto na ocupação temporária há previsibilidade, na requisição não há tal previsibilidade. 
5.3.2. Exemplo: Quando o Poder Público usa escolas ou outros estabelecimentos privados para a prestação dos serviços. 
5.3.3. Instituição: Dá-se por meio da expedição de ato pela autoridade administrativa competente (Ato auto-executório). 
Apesar de auto-executório, o particular pode justificar motivos para a não ocupação, o que será analisado pela Administração.
5.3.4. Extinção: Dá-se coma conclusão da obra ou serviço pelo Poder Público 
5.3.5. Indenização: Em princípio não deverá ocorrer, salvo se o uso do bem acarretar prejuízo ao seu proprietário. 
5.3.6. Características: 
a) Cuida-se de direito de caráter não-real (igual a requisição e diferente da servidão). Ou seja, não é necessário que recaia sobre aquele bem em particular.
b) Só incide sobre a propriedade imóvel (neste ponto é igual à servidão, mas se distingue da requisição, que incide sobre móveis, imóveis e serviços); 
c) Tem caráter de transitoriedade (o mesmo que a requisição; a servidão, ao contrário, tem natureza de permanência); 
d) A situação constitutiva da ocupação é a necessidade de realização de obras e serviços públicos normais (a mesma situação que a servidão, mas diversa da requisição, que exige situação de perigo público iminente); 
e) A indenização varia de acordo com a modalidade de ocupação temporária:
5.4.LIMITAÇÃOADMINISTRATIVA
5.4.1. Conceito: É toda imposição geral e abstrata – legal ou infra legal - (dirigidas a propriedades indeterminadas), gratuita, unilateral e imperativa (obrigações de fazer, não fazer ou permitir fazer) e de ordem pública (derivam do poder de polícia) condicionadora do exercício de direitos ou de atividades particulares às exigências do bem-estar social
5.4.2. Exemplos: proibição de construir além de determinado número de pavimentos; obrigação
5.4.3. Instituição: Podem ser expressas em lei ou regulamento de qualquer das três entidades estatais.
5.4.4. Indenização: Por constituírem imposições gerais, impostas a propriedades indeterminadas, não ensejam nenhuma indenização por parte do poder público. Não há exceções – não há como pedir indenização.
5.4.5. Características
a) São atos legislativos ou administrativos de caráter geral (todas as demais formas interventivas decorrem de atos singulares, com indivíduos determinados); 
b) Têm caráter de definitividade (igual a das servidões, mas diverso da natureza da requisição e da ocupação temporária); 
c) O motivo das limitações administrativas é vinculado a interesses públicos abstratos (nas demais formas interventivas, o motivo é sempre a execução de obras e serviços públicos específicos);
d) Ausência de indenização (nas outras formas, pode ocorrer indenização quando há prejuízo para o proprietário) 
5..5.TOMBAMENTO 
5.5.1. Conceito: é a modalidade de intervenção na propriedade por meio da qual o Poder Público procura proteger o patrimônio cultural brasileiro.(histórico paisagístico, tecnológico, etc) 
5.5.2. Autorização constitucional: CF, art. 216, § 1°
5.5.3. Espécies: 
a)Voluntario ou compulsório 
b) Provisório ou definitivo 
5.5.4. Instituição: é sempre resultante da vontade expressa do Poder Publico, manifesta por ato administrativo do Executivo. 
5.5.5. Competência para legislar CCF, art. 24, VII; vide os artigos 30, TI e IX da Lei Maior) 
Diferentemente da desapropriação, cabe aqui a capacidade de legislar concorrente sobre a proteção do patrimônio histórico, cultural, artístico, paisagístico. Poderá legislar União, estados e municípios a depender da peculiaridade do interesse, se local, regional
5.5.6. 	Processo de tombamento: Através de processo administrativo, com observância do principio do devido processo legal (Cf', art. 5°, LIV). 
5.5.7. Efeitos do tombamento: 
a) É vedado ao proprietário ou ao titular de eventual direito de uso, destruir, demolir ou mutilar () 
bem tombado; 
b) O proprietário somente poderá reparar, pintar ou restaurar o bem após a devida autorização do poder publico; 
c) O proprietário deverá conservar o bem tombado para mantê-lo dentro de suas características culturais (se não dispuser de recursos para isso, deverá comunicar o fato ao órgão que decretou o tombamento para que este arque com as despesas das obrasde conservação); 
d) Pode o poder publico, independentemente de solicitação do proprietário, no caso de urgência, tomar a iniciativa de providenciar as obras de conservação; 
e) O poder público tem direito de preferência, no caso de alienação do bem tombado; 
f) O tombamento do bem não impede o proprietário de gravá-lo por meio de penhor, anticrese ou hipoteca; 
g) Não há obrigatoriedade de o poder público indenizar o proprietário do imóvel no caso de tombamento. 
5.5.8. Outros meios de proteção do patrimônio cultural: CF, art. 5°, LXXIII, CF, art. 5°, LXXIV. 
Lei da ação civil publica (lei n° 7.347, de 1985). 
DESAPROPRIAÇÃO
5.6.1. Conceito: é o procedimento de direito publico pelo qual o poder público transfere para si a propriedade de terceiro, por razões de utilidade pública, de necessidade pública, ou de interesse social, normalmente mediante o pagamento de justa e prévia indenização. 
5.6.2. Autorização constitucional: Regra geral, art. 5° XXIV.;ia Lei Maior. Temos, ainda, no texto constitucional, outras três previsões especificas. A primeira delas está no art. 182 §4°, III, da CF (desapropriação urbanística); A segunda está no art. 184 (desapropriação rural); A terceira está prevista no art. 243 da CF (desapropriação confiscatória). 
5.6.3. Bens desapropriáveis: bens móveis ou imóveis, corpóreos ou incorpóreos. Admite-se que a desapropriação incida sobre o espaço aéreo, o subsolo, as ações, quotas ou direitos de qualquer sociedade, etc. 
Os bens públicos podem ser objeto de desapropriação (entidades superiores sobre bens das poder legislativo respectivo. 
OBS 2. A aquisição da propriedade na desapropriação é originária, e não derivada. 
5.6.4. Bens que não podem ser desapropriados: Moeda corrente do país e os chamados direitos personalíssimos. Segundo jurisprudência do STF, as margens dos rios navegáveis são de domínio público insuscetíveis de expropriação e, por isso mesmo, excluídas de indenização (STF, súrnula 479). 
5.6.5. Competência 
Competência legislativa: é privativa da União (art. 22, Il da CF). Essa competência legislativa pode ser delegada aos Estados e DF para o trato de questões especificas (CF, art. 22, parágrafo único). 
Competência declaratória- é da União, dos Estados, do DF e dos municípios, pois a eles cabe valorar os casos de utilidade publica e de interesse social que justifiquem a desapropriação. 
Competência executória- é mais ampla - Além da União, Estados e do DF, dos Municípios e das entidades da administração indireta desses entes políticos, as empresas concessionárias as permissionárias de serviços públicos, também podem executar a desapropriação. 
5.6.6.Procedimento de desapropriação: 
a) Fase declaratória - Decreto do Presidente da Republica, Governador ou Prefeito. 
b) Fase executória A transferência do bem poderá se efetivada na via administrativa ou judicial. 
5.7.AÇÃO DE DESAPROPRIAÇÃO (processo Judicial)
dos proprietários de efetuarem o parcelamento ou a edificação compulsória do solo etc
� PAGE �19�
Resumo Direito Administrativo Versão III

Outros materiais

Materiais relacionados

Perguntas relacionadas

Perguntas Recentes