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2006 www.resumosconcursos.com Apostila: Direito do Consumidor – por Rodrigo Luiz Freitas Silva Direito Civil Assunto: DIREITO DO CONSUMIDOR Autor: 2 Rodrigo Luiz Freitas Silva www.resumosconcursos.com Apostila: Direito do Consumidor – por Rodrigo Luiz Freitas Silva DIREITO DO CONSUMIDOR 1. HISTÓRICO ? Revolução Industrial → aumento da população nos grandes centros. → aumento da procura de produtos e serviços. → surge a produção série (standartização da produção – aumento da oferta e diminuição do custo). ? 2ª Guerra Mundial → solidifica o modelo. → rompimento do conceito clássico de consumo (bilateralidade). → unilateralidade – apenas o produtor decide o que vender, como vender, quando vender, etc. → predomínio da quantidade em detrimento da qualidade. → o D. Civil não é mais compatível com as relações consumistas modernas. → o contrato de consumo é de adesão. → a intervenção estatal foi imprescindível (não existiam modos do próprio mercado se organizar naturalmente). → no mundo todo começa a surgir leis para defesa do consumidor. → no Brasil, primeiramente com a CF88: art.5º XXXII; art.170,V; art48, ADCT. XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor; Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames justiça social, observados os seguintes princípios: da V - defesa do consumidor; Art. 48. O Congresso Nacional, dentro de cento e vinte dias da promulgação da Constituição, elaborará código de defesa do consumidor. → lei 8078/90 – Código de Defesa do Consumidor. ? é um micro sistema multidisciplinar. ? é pricipiológico (tutela princípios e garantias constitucionais mais o princípio de proteção do consumidor). → art.1º - norma de ordem pública e interesse social. ? resgata a coletividade da marginalização de ordem técnica e econômica. 3 ? é inderrogável (não pode ser afastado pela vontade das partes). Art. 1° O presente código estabelece normas de proteção e defesa do consumidor, de ordem pública e interesse social, nos termos dos arts. 5°, inciso XXXII, 170, inciso V, da Constituição Federal e art. 48 de suas Disposições Transitórias. www.resumosconcursos.com Apostila: Direito do Consumidor – por Rodrigo Luiz Freitas Silva → a livre concorrência – não pode violar os direitos dos consumidores. ? passa a ser uma meio de controle tanto para o mercado como para o consumidor (preço e qualidade). ? contrapartida = risco da atividade (se desenvolvimento). → princípios implícitos do CDC (da CF): ? dignidade da pessoa humana. ? direito à vida. ? direito à intimidade, diva privada, imagem e honra. ? direito à informação. ? direito da eficiência do serviço público. ? regulamentação da publicidade de alguns produtos e serviços. -> Relação Jurídica de Consumo: → entre fornecedor e consumidor, tendo como objeto a aquisição de um produto ou a utilização de um serviço. -> Consumidor (elemento subjetivo) → art.2º, caput, CDC. Art. 2° Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final. → é o destinatário final (existem duas correntes): 1) Finalista → adquire um produto ou serviço para uso ou consumo próprio. → é restritivo (apenas para uso pessoal). → atinge apenas o “não profissional”. 2) Maximalista → atinge não apenas quem adquire um produto ou serviço para uso próprio, mas também para quem vai integrá-lo na cadeia produtiva. → retirando do mercado de consumo é consumidor final. * há uma terceira corrente que procura observar como o bem foi colocado no mercado de consumo (se o produto é bem de consumo ou bem de produção – se for bem de consumo se aplica o CDC). → art.2º, § único – coletividade de pessoas comparada a consumidor. ? tutela interesses coletivos em sentido amplo. Parágrafo único. Equipara-se a consumidor a coletividade de pessoas, ainda que indetermináveis, que haja intervindo nas relações de consumo. → art.17 – figura do “bystander”: ? não participa diretamente na relação de consumo. ? mas por um defeito ou acidente se equipara a consumidor. 4 ? ex: TV explode e machuca uma pessoa que não seja quem a comprou. www.resumosconcursos.com Apostila: Direito do Consumidor – por Rodrigo Luiz Freitas Silva Art. 17. Para os efeitos desta Seção, equiparam-se aos consumidores todas as vítimas do evento. → art.29 – pessoas expostas às práticas comerciais são equiparadas a consumidor. ? ex: propaganda enganosa (pode retirá-la antes que haja algum dano). Art. 29. Para os fins deste Capítulo e do seguinte, equiparam-se aos consumidores todas as pessoas determináveis ou não, expostas às práticas nele previstas. -> Fornecedor (elemento subjetivo) → art.3º, CDC. → toda pessoa física ou jurídica que oferece um produto ou serviço no mercado de consumo. → a maioria entende que sua atividade tem que ser habitual (contudo, a eventual que desenvolva uma atividade comercial ou empresarial também pode personificar a figura do fornecedor). → entidades esportivas e condomínios não são fornecedores. Art. 3° Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços. -> Produto (elemento objetivo) → art.3º, §1º, CDC. → importante acrescentar os bens duráveis e não duráveis. → gratuito (amostra grátis) – é também tutelado pelo CDC. § 1° Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial. -> Serviço (elemento objetivo) → art.3º, §2º, CDC. → necessita ser remunerado. → serviço gratuito e relação trabalhista estão excluídos. → serviços bancários – atividade remunerada; colocada no mercado de consumo de forma genérica; consumidores são vulneráveis; habitualidade na atividade. Súmula 297 STJ. § 2° Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista. Súmula 297 STJ O Código de Defesa do Consumidor é aplicável às instituições financeiras. 5 * remuneração não importa o valor cobrado diretamente (presta o serviço e não recebe nenhum repasse direito ou indireto). Ex: estacionamento gratuito no shopping não é gratuito mesmo, pois haverá uma remuneração indireta nos preços das mercadorias. www.resumosconcursos.com Apostila: Direito do Consumidor – por Rodrigo Luiz Freitas Silva * art.192, CF → sistema financeiro só poderia ser regulado por lei complementar. → ADIN contra o art.3º, §2º → 2 a 1 para o entendimento que ao serviço bancário se aplica, contudo, ao serviço financeiro não. Art. 192. O sistema financeiro nacional, estruturado de forma a promover o desenvolvimento equilibrado do País e a servir aos interesses da coletividade, em todas as partes que o compõem, abrangendo as cooperativas de crédito, será regulado por leis complementares que disporão, inclusive, sobre a participação do capital estrangeiro nas instituições que o integram. → serviço público é tutelado pelo CDC. ? os essenciais devem ser contínuos (art.22, não pode ser interrompido). Art. 22. Os órgãos públicos, por si ou suas empresas, concessionárias, permissionárias ou sob qualquer outra forma de empreendimento, são obrigados a fornecer serviços adequados, eficientes, seguros e, quanto aos essenciais, contínuos. ? lei 8987/95, art.6º, §3º, II → pode-se interromper os serviços essenciais (gratuidade não se presume – a coletividade corre risco). Art. 6º Toda concessão ou permissãopressupõe a prestação de serviço adequado ao pleno atendimento dos usuários, conforme estabelecido nesta Lei, nas normas nentes e no respectivo contrato. perti § 3º Não se caracteriza como descontinuidade do serviço a sua interrupção em situação de emergência ou após o aviso, quando: prévi II - por inadimplemento do usuário, considerado o interesse da coletividade. → agências reguladoras – autarquias sob regime especial. ? instrumento de controle (da eficácia do serviço) do governo e dos consumidores. → consumidor e ≠ contribuint 1) corrente minoritária iguala consumidor a contribuinte porque estão presentes os elementos objetivos e subjetivos da relação jurídica de consumo. 6 2) corrente majoritária diferencia os dois, pois contribuinte está em uma relação jurídica tributária (paga tributos). Se for pago por tarifa ou preço público é relação de consumo. www.resumosconcursos.com Apostila: Direito do Consumidor – por Rodrigo Luiz Freitas Silva 2. Princípios do CDC e Direitos Básicos do Consumidor: → da dignidade da pessoa humana (art.4º, caput). Art. 4º A Política Nacional das Relações de Consumo tem por objetivo o atendimento das necessidades dos consumidores, o respeito à sua dignidade, saúde e segurança, a proteção de seus interesses econômicos, a melhoria da sua qualidade de vida, bem como a transparência e harmonia das relações de consumo, atendidos os seguintes princípios: → proteção à vida, saúde e segurança (art.4º, caput e 6º, I). Art. 6º São direitos básicos do consumidor: I - a proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos provocados por práticas no fornecimento de produtos e serviços considerados perigosos ou nocivos; → da proteção (ampla do consumidor – protege porque prevê e repara). → da transparência – informação adequada do produto ou serviço e o conhecimento prévio das cláusulas contratuais (art.4º, caput e art.46). Art. 46. Os contratos que regulam as relações de consumo não obrigarão os consumidores, se não lhes for dada a oportunidade de tomar conhecimento prévio de seu conteúdo, ou se os respectivos instrumentos forem redigidos de modo a dificultar a compreensão de seu sentido e alcance. → da harmonia – princípio do equilíbrio – direitos e garantias do consumidor (art.4º caput e III; e art.51, IV). Art.4º, III - harmonização dos interesses dos participantes das relações de consumo e compatibilização da proteção do consumidor com a necessidade de desenvolvimento econômico e tecnológico, de modo a viabilizar os princípios nos quais se funda a ordem econômica (art. 170, da Constituição Federal), sempre com base na boa-fé e equilíbrio nas relações entre consumidores e fornecedores; Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais relativas ao fornecimento de os e serviços que: produt IV - estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas, que coloquem o consumidor em desvantagem exagerada, ou sejam incompatíveis com a boa-fé ou a eqüidade; 7 ? princípio da boa-fé objetiva – honestidade e lealdade (art.4º, III). www.resumosconcursos.com Apostila: Direito do Consumidor – por Rodrigo Luiz Freitas Silva → da vulnerabilidade do consumidor (é a parte mais frágil da relação). ? técnica = monopólio do fornecedor sobre os meios de produção. ? econômica = fornecedor possui uma capacidade econômica maior que o consumidor. → intervenção do Estado – de todos os 3 poderes (art.4º, II). II - ação governamental no sentido de proteger efetivamente o consumidor: a) por iniciativa direta; b) por incentivos à criação e desenvolvimento de associações representativas; c) pela presença do Estado no mercado de consumo; d) pela garantia dos produtos e serviços com padrões adequados de qualidade, segurança, durabilidade e desempenho. → igualdade nas contratações – não discriminar (art.6º,II). II - a educação e divulgação sobre o consumo adequado dos produtos e serviços, asseguradas a liberdade de escolha e a igualdade nas contratações; * equilíbrio + harmonia + boa-fé objetiva → dever de informar (de forma clara e honesta) tudo sobre o produto para que o consumidor possa ter liberdade de escolha (art.6º, III). III - a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com especificação correta de quantidade, características, composição, qualidade e preço, bem como sobre os riscos que apresentem; → proteção contra publicidade enganosa e abusiva – fere valores éticos e morais (art.6º, IV). IV - a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, métodos comerciais coercitivos ou desleais, bem como contra práticas e cláusulas abusivas ou impostas no fornecimento de produtos e serviços; → proibição das práticas e cláusulas abusivas (art.6º, IV). → da conservação do contrato de consumo (art.6º, V e art.51, §2º). V - a modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam prestações desproporcionais ou sua revisão em razão de fatos supervenientes que as tornem excessivamente onerosas; Art.51, § 2° A nulidade de uma cláusula contratual abusiva não invalida o contrato, exceto quando de sua ausência, apesar dos esforços de integração, decorrer ônus excessivo a qualquer das partes. → da modificação e revisão as cláusulas contratuais – “rebus sic estandibus”, há quem entenda que não é (art.6º, V). 8 www.resumosconcursos.com Apostila: Direito do Consumidor – por Rodrigo Luiz Freitas Silva → da adequação e eficácia (quando atinge a finalidade pretendida) do serviço público (art.6º, X). 9 X - a adequada e eficaz prestação dos serviços públicos em geral. → da inversão do ônus da prova (art.6º, VIII). VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências; ? requisitos → verossemelhança das alegações deve estar presente e hipossuficiência do consumidor (vulnerabilidade técnica ou econômica). ? art.38 → inversão automática. Art. 38. O ônus da prova da veracidade e correção da informação ou comunicação publicitária cabe a quem as patrocina. ? a regra é a não inversão, necessita de um dos requisitos. ? quando deve “ser” a inversão: 1) na petição inicial (pode ser muito cedo para ver os requisitos). 2) na sentença – por ser igual ao CPC (pode ter surpresa para ambos). 3) até a fase do saneamento (o juiz pode avaliar os requisitos e as partes poderão produzir provas, não haverá surpresa) – é o que prevalece! → efetiva reparação dos danos (art.6, VI, CDC). ? danos emergentes, lucros cessantes, danos morais, etc. Art. 6º São direitos básicos do consumidor: VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos; Obs.: → o Estado pode ser consumidor hipossuficiente pelo aspecto técnico. → art.333, CPC – distribuição do ônus da prova. Art. 333 - O ônus da prova incumbe: I - ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito; II - ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, tintivo do direito do autor. modificativo ou ex Parágrafo único - É nula a convenção que distribui de maneira diversa o ônus da prova quando: I - recair sobre direito indisponível da parte; II - tornar excessivamente difícil a uma parte o exercício do direito. www.resumosconcursos.com Apostila: Direito do Consumidor – por Rodrigo Luiz Freitas Silva → boa-fé subjetiva – se verifica o “interior” dos sujeitos de direito. 10 → boa-fé objetiva – se verifica a questão externa (ex: a conduta do sujeito). www.resumosconcursos.com Apostila: Direito do Consumidor – por Rodrigo Luiz Freitas Silva 3. RESPONSABILIDADE CIVIL NO CDC → é objetiva, independe de culpa (isso é imprescindível nas relações de consumo).→ Teoria do Risco da Atividade Desenvolvida – cria um risco de danos a terceiros. ? é a contrapartida da livre iniciativa (pode obter lucro, mas tem que reparar possíveis danos). → vício – inadequação do produto ou serviço para os fins a que se destina. → defeito – diz respeito à insegurança do produto ou serviço. * no vício a inadequação não passa do produto ou serviço; no defeito passa e atinge pessoas ou bens. -> Modalidades de responsabilidade civil: → pelo fato do produto (art.12) – é o acidente de consumo. ? defeito do produto + causa de danos + nexo de causalidade. ? fornecedor real (fabricante, produtor e construtor). ? fornecedor presumido (importador). ? fornecedor aparente (aquele que coloca nome ou marca no produto final – franqueados). Responsabilidade solidária com o franqueado (art.7º, § único; art.25, §1º e 2º). Art. 12. O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou estrangeiro, e o importador respondem, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos decorrentes de projeto, fabricação, construção, montagem, fórmulas, manipulação, apresentação ou acondicionamento de seus produtos, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua utilização e riscos. Art. 7º Parágrafo único. Tendo mais de um autor a ofensa, todos responderão solidariamente pela reparação dos danos previstos nas normas de consumo. Art.25 § 1° Havendo mais de um responsável pela causação do dano, todos responderão solidariamente pela reparação prevista nesta e nas seções anteriores. § 2° Sendo o dano causado por componente ou peça incorporada ao produto ou serviço, são responsáveis solidários seu fabricante, construtor ou importador e o que realizou a incorporação. → modalidades de defeito – de concepção ou criação. - de produção ou fabricação. - de informação ou comercialização. 11 www.resumosconcursos.com Apostila: Direito do Consumidor – por Rodrigo Luiz Freitas Silva → produto defeituoso – art.12, §1º. 12 § 1° O produto é defeituoso quando não oferece a segurança que dele legitimamente se espera, levando-se em consideração as circunstâncias relevantes, entre as is: qua I - sua apresentação; II - o uso e os riscos que razoavelmente dele se esperam; III - a época em que foi colocado em circulação. → inovações tecnológicas – art.12, §2º. § 2º O produto não é considerado defeituoso pelo fato de outro de melhor qualidade ter sido colocado no mercado. → hipóteses que o comerciante será responsabilizado – art.13. ? responsabilidade solidária (igualmente responsável). ? responsabilidade subsidiária (está no art.13 e não no art.12!). Art. 13. O comerciante é igualmente responsável, nos os do artigo anterior, quando: term I - o fabricante, o construtor, o produtor ou o importador não puderem ser identificados; II - o produto for fornecido sem identificação clara do seu fabricante, produtor, construtor ou importador; III - não conservar adequadamente os produtos perecíveis. → direito de regresso é possível (art.13, § único), contudo, denunciação da lide não é possível (art88 – estaria retardando a tutela do consumidor). Parágrafo único. Aquele que efetivar o pagamento ao prejudicado poderá exercer o direito de regresso contra os demais responsáveis, segundo sua participação na causação do evento danoso. Art. 88. Na hipótese do art. 13, parágrafo único deste código, a ação de regresso poderá ser ajuizada em processo autônomo, facultada a possibilidade de prosseguir-se nos mesmos autos, vedada a denunciação da lide. -> Excludentes da responsabilidade – art.12, §3º. → III - culpa concorrente não exclui a responsabilidade. → a) comerciante não pode ser terceiro. b) comerciante pode ser terceiro porque a lei não faz nenhum distinção. → caso fortuito ou força maior exclui a responsabilidade desde que após a colocação do produto no mercado de consumo. § 3° O fabricante, o construtor, o produtor ou ortador só não será responsabilizado quando provar: imp I - que não colocou o produto no mercado; II - que, embora haja colocado o produto no mercado, o to inexiste; defei III - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro. www.resumosconcursos.com Apostila: Direito do Consumidor – por Rodrigo Luiz Freitas Silva -> Responsabilidade pelo fato do produto – art.14 (independe de culpa) → serviço defeituoso – art.14, §1º (responsabilidade solidária). → excludentes da responsabilidade – art.14, §3º. - caso fortuito ou força maior exclui desde que após ou durante a prestação do serviço (REsp 435865). - profissional liberal → inversão do ônus da prova, o profissional tem que provar que não agiu com culpa. - ao advogado não se aplica o CDC (posição do STJ). Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos. § 1° O serviço é defeituoso quando não fornece a segurança que o consumidor dele pode esperar, levando-se em consideração as circunstâncias relevantes, entre as is: qua I - o modo de seu fornecimento; II - o resultado e os riscos que razoavelmente dele se am; esper III - a época em que foi fornecido. § 2º O serviço não é considerado defeituoso pela adoção as técnicas. de nov § 3° O fornecedor de serviços só não será responsabilizado quando provar: I - que, tendo prestado o serviço, o defeito inexiste; II - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro. § 4° A responsabilidade pessoal dos profissionais liberais será apurada mediante a verificação de culpa. -> Responsabilidade por vício do produto – art.18. → é diferente dos vícios redibitórios do Código Civil: a) no CDC os vícios podem ser aparentes ou ocultos; no CC apenas ocultos. b) no CDC o vício não precisa ser de natureza grave nem contemporânea à data da celebração do contrato; no CC necessita. Art. 18. Os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou não duráveis respondem solidariamente pelos vícios de qualidade ou quantidade que os tornem impróprios ou inadequados ao consumo a que se destinam ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade, com a indicações constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou mensagem publicitária, respeitadas as variações decorrentes de sua natureza, podendo o consumidor exigir a substituição das partes das. vicia § 1° Não sendo o vício sanado no prazo máximo de trinta dias, pode o consumidor exigir, alternativamente e à sua lha: esco I - a substituição do produto por outro da mesma espécie, em perfeitas condições de uso; 13 II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos; www.resumosconcursos.com Apostila: Direito do Consumidor – por Rodrigo Luiz Freitas Silva III - o abatimento proporcional do preço. § 2° Poderão as partes convencionar a redução ou ampliação do prazo previsto no parágrafo anterior, não podendo ser inferior a sete nem superior a cento e oitenta dias. Nos contratos de adesão, a cláusula de prazo deverá ser convencionada em separado, por meio de manifestação expressa do consumidor. § 3° O consumidor poderá fazer uso imediato das alternativas do § 1° deste artigo sempre que, em razão da extensão do vício, a substituição das partes viciadas puder comprometer a qualidade ou características do produto, diminuir-lhe o valor ou se tratar de produto essencial. § 4° Tendo o consumidor optado pela alternativa do inciso I do § 1° deste artigo, e não sendo possível a substituição do bem, poderá haver substituição por outro de espécie, marca ou modelo diversos, mediante complementação ou restituição de eventual diferença de preço, sem prejuízo dodisposto nos incisos II e III do deste artigo. § 1° § 5° No caso de fornecimento de produtos in natura, será responsável perante o consumidor o fornecedor imediato, to quando identificado claramente seu produtor. exce § 6° São impróprios ao uso e consumo: I - os produtos cujos prazos de validade estejam dos; venci II - os produtos deteriorados, alterados, adulterados, avariados, falsificados, corrompidos, fraudados, nocivos à vida ou à saúde, perigosos ou, ainda, aqueles em desacordo com as normas regulamentares de fabricação, distribuição ou apresentação; III - os produtos que, por qualquer motivo, se revelem inadequados ao fim a que se destinam. → modalidades de vícios dos produtos: a) de qualidade (art.18) – quando o produto é impróprio para o consumo. - quando é inadequado para os fins a que se destina. - que diminua o valor do produto. - em desacordo com as informações dele constantes. → o fornecedor tem 30 dias para resolver o problema → se não resolver no prazo → art.18, §1º, I, II e III. → pode ser de outra marca, modelo ou espécie (art.18, §4º). → art.84 – é possível a liminar - §3º. → §4º e 5º → possibilidade de multa diária e até busca e apreensão. → II – restituição do valor, e há a possibilidade de postular perdas e danos. → III – abatimento proporcional ao dano. → §2º - prazo não é fixo (mínimo de 7 e máximo de 180 dias). → §3º - uso imediato dos incisos do §1º (quando compromete a qualidade / quando atinge a característica do produto / quando diminuir-lhe o valor / quando o produto for essencial). 14 * produto in natura → §5º → responsabilidade do fornecedor imediato. www.resumosconcursos.com Apostila: Direito do Consumidor – por Rodrigo Luiz Freitas Silva Art. 84. Na ação que tenha por objeto o cumprimento da obrigação de fazer ou não fazer, o juiz concederá a tutela específica da obrigação ou determinará providências que assegurem o resultado prático equivalente ao do adimplemento. b) de qualidade (art.19, caput) – não apenas o conteúdo, mas qualquer disparidade envolvendo o produto. Art. 19. Os fornecedores respondem solidariamente pelos vícios de quantidade do produto sempre que, respeitadas as variações decorrentes de sua natureza, seu conteúdo líquido for inferior às indicações constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou de mensagem publicitária, podendo o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha: I - o abatimento proporcional do preço; II - complementação do peso ou medida; III - a substituição do produto por outro da mesma e, marca ou modelo, sem os aludidos vícios; espéci IV - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais s e danos. perda § 1° Aplica-se a este artigo o disposto no § 4° do artigo anterior. § 2° O fornecedor imediato será responsável quando fizer a pesagem ou a medição e o instrumento utilizado não estiver aferido segundo os padrões oficiais → Vício do serviço (art. 20) – inadequação que se resume ao serviço. → modalidades: a) de qualidade – quando impróprio para o consumo (art.20, §2º) - quando lhes diminuírem o valor. b) de quantidade – relacionando com as disparidades das informações constantes na oferta. Art. 20. O fornecedor de serviços responde pelos vícios de qualidade que os tornem impróprios ao consumo ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade com as indicações constantes da oferta ou mensagem publicitária, podendo o consumidor exigir, nativamente e à sua escolha: alter I - a reexecução dos serviços, sem custo adicional e quando cabível; II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos; III - o abatimento proporcional do preço. § 1° A reexecução dos serviços poderá ser confiada a terceiros devidamente capacitados, por conta e risco do or. forneced § 2° São impróprios os serviços que se mostrem inadequados para os fins que razoavelmente deles se esperam, bem como aqueles que não atendam as normas regulamentares de prestabilidade. 15 * serviço público (art.22) → ter que ser adequado, eficiente e seguro (e os essenciais contínuos – art.6º, §3º, lei 8987/95). www.resumosconcursos.com Apostila: Direito do Consumidor – por Rodrigo Luiz Freitas Silva Art. 6o Toda concessão ou permissão pressupõe a prestação de serviço adequado ao pleno atendimento dos usuários, conforme estabelecido nesta Lei, nas normas pertinentes e no respectivo contrato. § 1o Serviço adequado é o que satisfaz as condições de regularidade, continuidade, eficiência, segurança, atualidade, generalidade, cortesia na sua prestação e cidade das tarifas. modi § 2o A atualidade compreende a modernidade das técnicas, do equipamento e das instalações e a sua conservação, omo a melhoria e expansão do serviço. bem c § 3o Não se caracteriza como descontinuidade do serviço a sua interrupção em situação de emergência ou após vio aviso, quando: pré I - motivada por razões de ordem técnica ou de segurança das instalações; e, II - por inadimplemento do usuário, considerado o interesse da coletividade. → art.23 – teoria do risco (responsabilidade civil objetivo). Art. 23. A ignorância do fornecedor sobre os vícios de qualidade por inadequação dos produtos e serviços não o exime de responsabilidade. → art.25, caput – não pode haver cláusula que diminua a responsabilidade do fornecedor. Art. 25. É vedada a estipulação contratual de cláusula que impossibilite, exonere ou atenue a obrigação de indenizar prevista nesta e nas seções anteriores. -> Prazos decadências e prescricionais no CDC: → art.24 – a garantia legal (“os produto ou serviço devem atender aos fins a que se destinam”) independe de termo expresso. Art. 24. A garantia legal de adequação do produto ou serviço independe de termo expresso, vedada a exoneração contratual do fornecedor. → art.26 – 30 dias para produtos ou serviços não duráveis. - 90 dias para produtos ou serviços duráveis. * ambos para vícios de fácil constatação. - vício aparente começa a contar o prazo com a entrega dos produtos ou o término do serviço. - vício oculto o prazo começa a contar do momento que o vício fica evidenciado. Art. 26. O direito de reclamar pelos vícios aparentes ou ácil constatação caduca em: de f I - trinta dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de produtos não duráveis; II - noventa dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de produtos duráveis. § 1° Inicia-se a contagem do prazo decadencial a partir da entrega efetiva do produto ou do término da execução dos serviços. 16 → garantia contratual (art.50) – é complementar à legal. www.resumosconcursos.com Apostila: Direito do Consumidor – por Rodrigo Luiz Freitas Silva - prazo? Existem duas correntes: a) garantia legal incluída na contratual. b) garantia legal começa a contar do fim da garantia contratual (é o que prevalece!). → art.26, §2º - causas que obstam a decadência. - é a suspensão do prazo prescricional. § 2° Obstam a decadência: I - a reclamação comprovadamente formulada pelo consumidor perante o fornecedor de produtos e serviços até a resposta negativa correspondente, que deve ser transmitida de forma inequívoca; II - (Vetado). III - a instauração de inquérito civil, até seu encerramento. → art.27 – diz respeito à prescrição. - prazo de 5 anos (começa a contar quando se conhece o dano e seu autor). Art. 27. Prescreve em cinco anos a pretensão à reparação pelos danos causados por fato do produto ou do serviço prevista na Seção II deste Capítulo, iniciando-se a contagem do prazo a partir do conhecimento do dano e de sua autoria. * vôos internacionais → art.178, CF. → convenção de Varsóvia (2 anos) ou CDC (5 anos)? → o STF adotou a convenção de Varsóvia (2 anos). Art. 178. A lei disporá sobre a ordenação dostransportes aéreo, aquático e terrestre, devendo, quanto à ordenação do transporte internacional, observar os acordos firmados pela União, atendido o princípio da reciprocidade. * empresas de seguros → art.206, §1º, II CC (1 ano) ou CDC (5 anos)? → o STJ adotou o CC (1 ano). → não está diante de um fato do produto ou do serviço. Art. 206. Prescreve: § 1o Em um ano: II - a pretensão do segurado contra o segurador, ou a ste contra aquele, contado o prazo: de a) para o segurado, no caso de seguro de responsabilidade civil, da data em que é citado para responder à ação de indenização proposta pelo terceiro prejudicado, ou da data que a este indeniza, com a anuência do segurador; b) quanto aos demais seguros, da ciência do fato gerador da pretensão; -> Desconsideração da personalidade jurídica no CDC: → art.28 – abuso de direito ou excesso de poder. 17 ? infração a lei; fato ou ato ilícito. www.resumosconcursos.com Apostila: Direito do Consumidor – por Rodrigo Luiz Freitas Silva ? violação dos estatutos ou contratos sociais. ? má administração que leve a falência, insolvência e inatividade da PJ. ? quando for imprescindível para que o consumidor receba seus direitos. → grupos societários e sociedades controladas = responsabilidade subjetiva. → sociedade consorciaria = responsabilidade solidária. → sociedade coligada = só responde por culpa (responsabilidade subjetiva). * Obs.: → Oferta - no CDC ≠ no CC ? no CDC vincula a oferta. ? no CC é um convite a oferta. → prazo decadencial – se fala em vício = 30 ou 90 dias. Prazo prescricional – se fala em dano (defeito) = 5 anos. -> Praticas Comerciais → oferta – vincula o fornecedor. → características no CDC – é sinônimo de marketing (técnicas que atentam para aproximar o consumidor do produto ou serviço). ? a informação deve ser precisa (pelo menos o mínimo de precisão – ser capaz de persuadir a pessoa a consumir). ? vinculação da oferta (está atrelada ao marketing, que é sinônimo de oferta – é imprescindível – art.30, CDC). O erro não exclui a vinculação, a não ser que seja um erro grosseiro. Art. 30. Toda informação ou publicidade, suficientemente precisa, veiculada por qualquer forma ou meio de comunicação com relação a produtos e serviços oferecidos ou apresentados, obriga o fornecedor que a fizer veicular ou dela se utilizar e integra o contrato que vier a ser celebrado. ? integra o contrato que vier a ser celebrado – parte final do art.30. → informação da oferta – deve ser clara (sem excesso de termos técnicos). ? deve ser correta (o que realmente está sendo colocado no mercado). ? deve ser precisa (para evitar termos vagos). ? deve ser ostensiva (para se evitar as “letrinhas miúdas”). 18 ? deve ser em língua portuguesa (salvo se o termo estrangeiro estiver integrado ao nosso vocabulário ou se for possível a precisão). www.resumosconcursos.com Apostila: Direito do Consumidor – por Rodrigo Luiz Freitas Silva → art.32 – peças e componentes de reposição. 19 Art. 32. Os fabricantes e importadores deverão assegurar a oferta de componentes e peças de reposição enquanto icação ou importação do produto. não cessar a fabr Parágrafo único. Cessadas a produção ou importação, a oferta deverá ser mantida por período razoável de tempo, na forma da lei. → art.34 – responsabilidade solidária do fornecedor. Art. 34. O fornecedor do produto ou serviço é solidariamente responsável pelos atos de seus prepostos ou representantes autônomos. → art.35 – recusa no fornecimento da oferta. ? o consumidor pode exigir o cumprimento forçado (art.84 – ação de obrigação de fazer, com possível multa diária, pedido de liminar, busca e apreensão). ? o consumidor pode aceitar produto ou serviço equivalente. ? o consumidor pode pedir a rescisão do contrato, com restituição de possível valor pago atualizado mais perdas e danos. Art. 35. Se o fornecedor de produtos ou serviços recusar cumprimento à oferta, apresentação ou publicidade, o consumidor poderá, alternativamente e à sua livre escolha: I - exigir o cumprimento forçado da obrigação, nos s da oferta, apresentação ou publicidade; termo II - aceitar outro produto ou prestação de serviço equivalente; III - rescindir o contrato, com direito à restituição de quantia eventualmente antecipada, monetariamente atualizada, e a perdas e danos. Art. 84. Na ação que tenha por objeto o cumprimento da obrigação de fazer ou não fazer, o juiz concederá a tutela específica da obrigação ou determinará providências que assegurem o resultado prático equivalente ao do adimplemento. → Publicidade – toda informação dirigida ao consumidor com objeto de promover direta ou indiretamente uma atividade econômica. ? tem finalidade comercial. ? PRINCÍPIOS: 1) da identificação → art.36, caput – vedada a publicidade clandestina ou subliminar; proibição do merchandising, publicidade indireta; o teaser (anúncio do anúncio), não viola o princípio. Art. 36. A publicidade deve ser veiculada de tal forma que o consumidor, fácil e imediatamente, a identifique como tal. Parágrafo único. O fornecedor, na publicidade de seus produtos ou serviços, manterá, em seu poder, para informação dos legítimos interessados, os dados fáticos, técnicos e científicos que dão sustentação à mensagem. www.resumosconcursos.com Apostila: Direito do Consumidor – por Rodrigo Luiz Freitas Silva 2) vinculação contratual – mesma regra da oferta. 3) veracidade – art.37. Art. 37. É proibida toda publicidade enganosa ou abusiva. § 1° É enganosa qualquer modalidade de informação ou comunicação de caráter publicitário, inteira ou parcialmente falsa, ou, por qualquer outro modo, mesmo por omissão, capaz de induzir em erro o consumidor a respeito da natureza, características, qualidade, quantidade, propriedades, origem, preço e quaisquer dados sobre produtos e serviços. outros § 2° É abusiva, dentre outras a publicidade discriminatória de qualquer natureza, a que incite à violência, explore o medo ou a superstição, se aproveite da deficiência de julgamento e experiência da criança, desrespeita valores ambientais, ou que seja capaz de induzir o consumidor a se comportar de forma prejudicial ou perigosa à sua saúde ou segurança. § 3° Para os efeitos deste código, a publicidade é enganosa por omissão quando deixar de informar sobre dado essencial do produto ou serviço. 4) não abusividade. 5) inversão obrigatória do ônus da prova (decorre de lei, não a critério do juiz) – art.38. Art. 38. O ônus da prova da veracidade e correção da informação ou comunicação publicitária cabe a quem as patrocina. 6) da transparência (ou fundamentação da publicidade) – art.36, § único. 7) da correção do desvio – contra propaganda (obrigação de vincular nova propaganda com os dados corretos) – art.60. Art. 60. A imposição de contrapropaganda será cominada quando o fornecedor incorrer na prática de publicidade enganosa ou abusiva, nos termos do art. 36 e seus parágrafos, sempre às expensas do infrator. § 1º A contrapropaganda será divulgada pelo responsável da mesma forma, freqüência e dimensão e, preferencialmente no mesmo veículo, local, espaço e horário, de forma capaz de desfazer o malefício da publicidade enganosa ou abusiva. → PUBLICIDADE ENGANOSA – art.37, §1º e 3º. ? por comissão – veicula algo que não é real. ? por omissão – não informa dados essenciais (informação capaz de influenciar a conduta do consumidor em adquirir ou não determinado produto) do produto ou serviço. 20 → elemento subjetivo da publicidade enganosa – é irrelevante a vontade do fornecedor para veicular a publicidade enganosa – analisa-se a publicidade de forma objetiva, não importa a vontade (intensão) do fornecedor. www.resumosconcursos.com Apostila: Direito do Consumidor – por Rodrigo Luiz Freitas Silva → capacidade de enganar e erro real– não é necessário o erro efetivo para caracterizar a publicidade enganosa, basta o potencial. O erro efetivo é mero exaurimento da publicidade enganosa. 21 → puffing (exagero publicitário – “o mais bonito” ou “o mais gostoso”, contudo, não tem uma precisão mínima) – se tiver certa precisão é publicidade enganosa. → anúncio ambíguo (que tem mais de um sentido) – se um deles for falso, toda publicidade será considerada enganosa. → PUBLICIDADE ABUSIVA – art.37, §2º. ? seria uma publicidade antiética. ? fere a vulnerabilidade d consumidor. ? fere os valores sociais do consumidor e da coletividade. ? elemento subjetivo, puffing e anúncio ambíguo – idêntico à publicidade enganosa. → SPAM – mensagem comercial eletrônica não solicitada. ? é publicidade abusiva (dependendo pode também ser enganosa). ? fere a privacidade do consumidor. ? fere a liberdade do consumidor. ? causa danos diretos e indiretos. → responsabilidade da agência e do veículo de comunicação. ? solidária – art.7º, § único. • Art. 7º, parágrafo único. Tendo mais de um autor a ofensa, todos responderão solidariamente pela reparação dos danos previstos nas normas de consumo. ? objetiva ou subjetiva? → subjetiva – só responde se agiu com dolo ou culpa. → objetiva – que é a regra do CDC. -> PRATICAS ABUSIVAS (art.39 e seguintes) – é a desconformidade com os padrões mercadológicos em relação ao consumidor. Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras práticas abusivas: I - condicionar o fornecimento de produto ou de serviço ao fornecimento de outro produto ou serviço, bem como, sem justa causa, a limites quantitativos; II - recusar atendimento às demandas dos consumidores, na exata medida de suas disponibilidades de estoque, e, ainda, de conformidade com os usos e costumes; III - enviar ou entregar ao consumidor, sem solicitação , qualquer produto, ou fornecer qualquer serviço; prévia IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignorância do consumidor, tendo em vista sua idade, saúde, conhecimento ou condição social, para impingir-lhe seus tos ou serviços; produ V - exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva; www.resumosconcursos.com Apostila: Direito do Consumidor – por Rodrigo Luiz Freitas Silva VI - executar serviços sem a prévia elaboração de orçamento e autorização expressa do consumidor, ressalvadas as decorrentes de práticas anteriores entre as partes; VII - repassar informação depreciativa, referente a ato praticado pelo consumidor no exercício de seus direitos; VIII - colocar, no mercado de consumo, qualquer produto ou serviço em desacordo com as normas expedidas pelos órgãos oficiais competentes ou, se normas específicas não existirem, pela Associação Brasileira de Normas Técnicas ou outra entidade credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Conmetro); IX - recusar a venda de bens ou a prestação de serviços, diretamente a quem se disponha a adquiri-los mediante pronto pagamento, ressalvados os casos de intermediação regulados em leis especiais; (Redação dada pela Lei nº 8.884, de 11.6.1994) X - elevar sem justa causa o preço de produtos ou ços. servi XI - Dispositivo incluído pela MPV nº 1.890-67, de 22.10.1999, transformado em inciso XIII, quando da ão na Lei nº 9.870, de 23.11.1999. conver XII - deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obrigação ou deixar a fixação de seu termo inicial a lusivo critério. seu exc XIII - aplicar fórmula ou índice de reajuste diverso do legal ou contratualmente estabelecido. Parágrafo único. Os serviços prestados e os produtos remetidos ou entregues ao consumidor, na hipótese prevista no inciso III, equiparam-se às amostras grátis, inexistindo obrigação de pagamento. Art. 40. O fornecedor de serviço será obrigado a entregar ao consumidor orçamento prévio discriminando o valor da mão-de-obra, dos materiais e equipamentos a serem empregados, as condições de pagamento, bem como as datas de início e término dos serviços. § 1º Salvo estipulação em contrário, o valor orçado terá validade pelo prazo de dez dias, contado de seu imento pelo consumidor. receb § 2° Uma vez aprovado pelo consumidor, o orçamento obriga os contraentes e somente pode ser alterado mediante livre negociação das partes. § 3° O consumidor não responde por quaisquer ônus ou acréscimos decorrentes da contratação de serviços de terceiros não previstos no orçamento prévio. Art. 41. No caso de fornecimento de produtos ou de serviços sujeitos ao regime de controle ou de tabelamento de preços, os fornecedores deverão respeitar os limites oficiais sob pena de não o fazendo, responderem pela restituição da quantia recebida em excesso, monetariamente atualizada, podendo o consumidor exigir à sua escolha, o desfazimento do negócio, sem prejuízo de outras sanções cabíveis. 22 → classificação – quanto ao momento em que se manifesta no processo econômico (produtivas - art.39, VIII; e comerciais). www.resumosconcursos.com Apostila: Direito do Consumidor – por Rodrigo Luiz Freitas Silva - quanto ao aspecto jurídico contratual (pré-contratual – art.39, I; contratual – art.51; e pós-contratual). Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais relativas ao fornecimento de produtos e serviços que: I - impossibilitem, exonerem ou atenuem a responsabilidade do fornecedor por vícios de qualquer natureza dos produtos e serviços ou impliquem renúncia ou disposição de direitos. Nas relações de consumo entre o fornecedor e o consumidor pessoa jurídica, a indenização poderá ser limitada, em situações ficáveis; justi II - subtraiam ao consumidor a opção de reembolso da quantia já paga, nos casos previstos neste código; III - transfiram responsabilidades a terceiros; IV - estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas, que coloquem o consumidor em desvantagem exagerada, ou sejam incompatíveis com a boa-fé ou a idade; eqü V - (Vetado); VI - estabeleçam inversão do ônus da prova em prejuízo nsumidor; do co VII - determinem a utilização compulsória de arbitragem; VIII - imponham representante para concluir ou realizar negócio jurídico pelo consumidor; outro IX - deixem ao fornecedor a opção de concluir ou não o contrato, embora obrigando o consumidor; X - permitam ao fornecedor, direta ou indiretamente, variação do preço de maneira unilateral; XI - autorizem o fornecedor a cancelar o contrato unilateralmente, sem que igual direito seja conferido ao consumidor; XII - obriguem o consumidor a ressarcir os custos de cobrança de sua obrigação, sem que igual direito lhe seja conferido contra o fornecedor; XIII - autorizem o fornecedor a modificar unilateralmente o conteúdo ou a qualidade do contrato, após sua celebração; XIV - infrinjam ou possibilitem a violação de normas ntais; ambie XV - estejam em desacordo com o sistema de proteção ao consumidor; XVI - possibilitem a renúncia do direito de indenização por benfeitorias necessárias. § 1º Presume-se exagerada, entre outros casos, a vontade que: I - ofende os princípios fundamentais do sistema jurídico a que pertence; II - restringe direitos ou obrigações fundamentais inerentes à natureza do contrato, de tal modo a ameaçar seu objeto ou equilíbrio contratual; III - se mostra excessivamente onerosa para o consumidor, considerando-se a natureza e conteúdo do contrato, o interesse das partes e outras circunstâncias iares ao caso. 23 pecul § 2° A nulidade de uma cláusula contratual abusiva não invalida o contrato, exceto quando de sua ausência, apesar dos esforços de integração, decorrer ônus excessivo a qualquer das partes. www.resumosconcursos.com Apostila: Direito do Consumidor – por Rodrigo Luiz Freitas Silva § 3° (Vetado). § 4° É facultado a qualquer consumidor ou entidade que o represente requerer ao Ministério Público que ajuíze acompetente ação para ser declarada a nulidade de cláusula contratual que contrarie o disposto neste código ou de qualquer forma não assegure o justo equilíbrio entre direitos e obrigações das partes. → sanções – administrativas (suspensão de licença). - penais. - civis (reparação de danos). → o rol do art.39 é exemplificativo. - I = venda casada. - II = recusar atendimento (exemplo do táxi). - III = pedido não feito é igual a amostra grátis. - V = vantagem excessiva = art.51, §1º. - VI = não basta a entrega do orçamento, é necessário a autorização. - VIII = prática abusiva produtiva. → Cobrança de Dívidas – art.42. Art. 42. Na cobrança de débitos, o consumidor inadimplente não será exposto a ridículo, nem será submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaça. Parágrafo único. O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito à repetição do indébito, por valor igual ao dobro do que pagou em excesso, acrescido de correção monetária e juros legais, salvo hipótese de engano justificável. → o art.42 do CDC fala em cobrar dívida (extrajudicialmente). → se a cobrança for judicial – art.940 do CC (fala em demanda). Art. 940. Aquele que demandar por dívida já paga, no todo ou em parte, sem ressalvar as quantias recebidas ou pedir mais do que for devido, ficará obrigado a pagar ao devedor, no primeiro caso, o dobro do que houver cobrado e, no segundo, o equivalente do que dele exigir, salvo se houver prescrição. → independente de a cobrança ser judicial ou extrajudicial = usa- se o CDC em qualquer caso. → Banco de Dados e Cadastros – art.43. Art. 43. O consumidor, sem prejuízo do disposto no art. 86, terá acesso às informações existentes em cadastros, fichas, registros e dados pessoais e de consumo arquivados sobre ele, bem como sobre as suas respectivas fontes. § 1° Os cadastros e dados de consumidores devem ser objetivos, claros, verdadeiros e em linguagem de fácil compreensão, não podendo conter informações negativas entes a período superior a cinco anos. 24 refer § 2° A abertura de cadastro, ficha, registro e dados pessoais e de consumo deverá ser comunicada por escrito ao consumidor, quando não solicitada por ele. www.resumosconcursos.com Apostila: Direito do Consumidor – por Rodrigo Luiz Freitas Silva § 3° O consumidor, sempre que encontrar inexatidão nos seus dados e cadastros, poderá exigir sua imediata correção, devendo o arquivista, no prazo de cinco dias úteis, comunicar a alteração aos eventuais destinatários nformações incorretas. das i § 4° Os bancos de dados e cadastros relativos a consumidores, os serviços de proteção ao crédito e congêneres são considerados entidades de caráter público. § 5° Consumada a prescrição relativa à cobrança de débitos do consumidor, não serão fornecidas, pelos respectivos Sistemas de Proteção ao Crédito, quaisquer informações que possam impedir ou dificultar novo acesso ao crédito junto aos fornecedores. → §1º e 5º - máximo de 5 anos para as informações ficarem no cadastro e prazo da prescrição da ação de cobrança. → súmula 323 STJ. Súmula 323 STJ A inscrição de inadimplente pode ser mantida nos serviços de proteção ao crédito por, no máximo, cinco anos. → Proteção Contratual → princípios: - rompimento com a tradição privatista prevista no CC. - conservação dos contratos – art.51, §2º. - boa-fé objetiva – analisam-se as regras de conduta. - equivalência e equilíbrio. - igualdade (tratar os iguais igualmente e os desiguais desigualmente). - transparência – art.46 – conhecimento prévio. Art. 46. Os contratos que regulam as relações de consumo não obrigarão os consumidores, se não lhes for dada a oportunidade de tomar conhecimento prévio de seu conteúdo, ou se os respectivos instrumentos forem redigidos de modo a dificultar a compreensão de seu sentido e alcance. - vulnerabilidade do consumidor (tanto técnica como econômica). - nenhuma forma de abuso de direito (dever de cooperação entre as partes e dever de cuidado – segurança). - protecionismo do consumidor – art.47. Art. 47. As cláusulas contratuais serão interpretadas de maneira mais favorável ao consumidor. - interpretação mais favorável ao consumidor – art.47. - vinculação pré-contratual – art.48. Art. 48. As declarações de vontade constantes de escritos particulares, recibos e pré-contratos relativos às relações de consumo vinculam o fornecedor, ensejando inclusive execução específica, nos termos do art. 84 e parágrafos. 25 www.resumosconcursos.com Apostila: Direito do Consumidor – por Rodrigo Luiz Freitas Silva → Principais Modalidade de Contratos de Consumo → contrato de adesão – art.54, caput. Art. 54. Contrato de adesão é aquele cujas cláusulas tenham sido aprovadas pela autoridade competente ou estabelecidas unilateralmente pelo fornecedor de produtos ou serviços, sem que o consumidor possa discutir ou modificar substancialmente seu conteúdo. - o consumidor não participa de sua elaboração. - inserção de cláusula não o desconfigura – art.54, §1º. § 1° A inserção de cláusula no formulário não desfigura a natureza de adesão do contrato. - resolução alternativa de escolha exclusiva do consumidor – art.54, §2º. § 2° Nos contratos de adesão admite-se cláusula resolutória, desde que a alternativa, cabendo a escolha ao consumidor, ressalvando-se o disposto no § 2° do artigo anterior. - regido em termos claros, com caracteres ostensivos e legíveis – art.54, §3º. § 3° Os contratos de adesão escritos serão redigidos em termos claros e com caracteres ostensivos e legíveis, de modo a facilitar sua compreensão pelo consumidor. - cláusulas que limitem o direito do consumidor devem estar em destaque (súmula 302 STJ – cláusula abusiva). Súmula 302 STJ É abusiva a cláusula contratual de plano de saúde que limita no tempo a internação hospitalar do segurado. → Compras realizadas fora do estabelecimento comercial – art.49. Art. 49. O consumidor pode desistir do contrato, no prazo de 7 dias a contar de sua assinatura ou do ato de recebimento do produto ou serviço, sempre que a contratação de fornecimento de produtos e serviços ocorrer fora do estabelecimento comercial, especialmente por telefone ou a domicílio. Parágrafo único. Se o consumidor exercitar o direito de arrependimento previsto neste artigo, os valores eventualmente pagos, a qualquer título, durante o prazo de reflexão, serão devolvidos, de imediato, monetariamente atualizados. → prazo de reflexão (de arrependimento) = 7 dias (é o mínimo – prazo legal). - serve para evitar a compra por impulso. - e pela impossibilidade de testar o produto ou serviço. → gera efeito “ex tunc” = retroage como se a relação não tivesse acontecido. → Cláusula Abusiva – art.51 → podem ser reconhecidas de ofício pelo juiz. 26 → produz efeito “ex tunc” = retroage como se não tivesse existido. www.resumosconcursos.com Apostila: Direito do Consumidor – por Rodrigo Luiz Freitas Silva → I = proibição absoluta na primeira parte; e relativa na segunda, consumidor PJ. → III = contratação de seguro – art.101, II; no rito sumário envolvendo relação jurídica de consumo prevalece o CPC. Art. 101. Na ação de responsabilidade civil do fornecedor de produtos e serviços, sem prejuízo do disposto nos Capítulos I e II deste título, serão adas as seguintes normas: observ II - o réu que houver contratado seguro de responsabilidade poderá chamar ao processo o segurador, vedada a integração do contraditório pelo Instituto de Resseguros do Brasil. Nesta hipótese, a sentença que julgar procedente o pedido condenará o réu nos termos do art. 80 do Código de Processo Civil. Se o réu houver sido declarado falido, o síndico será intimado a informar a existência de seguro de responsabilidade, facultando-se, em caso afirmativo, o ajuizamento de ação de indenização diretamente contra o segurador, vedada a denunciaçãoda lide ao Instituto de Resseguros do Brasil e dispensado o litisconsórcio obrigatório com este. Obs.: → Propaganda pode ter fins ideológicos, filosóficos, religiosos, políticos ou sociais. → Oferta no CC – o comerciante só ficava obrigado pela oferta com a aceitação do oblato. - art.427 Art. 427. A proposta de contrato obriga o proponente, se o contrário não resultar dos termos dela, da natureza do negócio, ou das circunstâncias do caso. → toda publicidade vincula uma informação, mas nem toda informação é publicidade. 27
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