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<p>09/03/2024, 18:13 wlldd_231_u3_adm_eco_eng</p><p>https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=henrique.silva201%40outlook.com&usuarioNome=HENRIQUE+SILVA+FERREIRA&disciplinaDescricao=&atividadeId=3929851&atividadeD… 1/16</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>A evolução do pensamento econômico ocorreu em paralelo ao desenvolvimento do capitalismo, tornando-o</p><p>mais complexo à medida que foi sendo objeto de crítica dos novos economistas que surgiam. A riqueza deste</p><p>debate faz parte dessa aula em linhas gerais, na qual serão abordadas as principais ideias e seu respectivo</p><p>contexto histórico.</p><p>Os paradigmas em destaque passaram a divergir em diversos temas, especialmente no que diz respeito ao</p><p>papel do Estado e aos objetivos de longo prazo da política econômica, temas relevantes na atualidade. A partir</p><p>de decisões tomadas pelos formuladores econômicos, empresas e consumidores tendem a moldar seus</p><p>comportamentos, com impactos agregados que são importantes para o crescimento sustentado a longo</p><p>prazo.</p><p>Dessa maneira, você será introduzido a conceitos-chave, com impactos positivos em sua rotina pro�ssional,</p><p>que invariavelmente está vinculada a temas econômicos, mesmo que de maneira indireta.</p><p>HISTÓRIA DO PENSAMENTO ECONÔMICO</p><p>A economia sempre fez parte da história, pois trata de questões que são concernentes à vida humana. Como</p><p>produzir aquilo que é necessário à vida? Quanto deve ser produzido? Quem produzirá e como será repartido?</p><p>Essas e outras questões dizem respeito às necessidades de produção e reprodução da vida material, portanto,</p><p>inerentes à existência humana, da pré-história ao mundo contemporâneo. Mas a economia como disciplina</p><p>acadêmica tem uma história mais recente, misturando-se, todavia, com a história do sistema capitalista,</p><p>mundialmente dominante ao menos nos últimos três séculos.</p><p>O objeto que nos interessa, no entanto, é mais recente e ganha corpo no processo de transição entre os</p><p>modos de produção feudal e de mercado, ou seja, a partir do surgimento do capitalismo, na esteira da crise</p><p>que levou ao �m do feudalismo europeu, dominante por aproximadamente 10 séculos – do �m do Império</p><p>Romano à queda de Constantinopla (SAES; SAES, 2013). Em vez de produzir para subsistência apenas, os seres</p><p>humanos passam a produzir para trocar como objetivo principal, transformando o lucro comercial no objetivo</p><p>�nal.</p><p>Aula 1</p><p>CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA SOBRE A ECONOMIA</p><p>A evolução do pensamento econômico ocorreu em paralelo ao desenvolvimento do capitalismo,</p><p>tornando-o mais complexo à medida que foi sendo objeto de crítica dos novos economistas que surgiam.</p><p>32 minutos</p><p>CONCEITOS GERAIS E FUNDAMENTOS SOBRE MICROECONOMIA</p><p> Aula 1 - Contextualização histórica sobre a economia</p><p> Aula 2 - Fundamentos gerais relacionados à economia</p><p> Aula 3 - Introdução à microeconomia</p><p> Aula 4 - Fundamentos da matemática �nanceira</p><p> Referências</p><p>134 minutos</p><p>09/03/2024, 18:13 wlldd_231_u3_adm_eco_eng</p><p>https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=henrique.silva201%40outlook.com&usuarioNome=HENRIQUE+SILVA+FERREIRA&disciplinaDescricao=&atividadeId=3929851&atividadeD… 2/16</p><p>O mercantilismo surgiu como uma primeira aproximação acerca do funcionamento dos mercados, de maneira</p><p>mais organizada e estruturada. Em busca de metais preciosos (ouro e prata), sinal de riqueza e distinção entre</p><p>os séculos XV e XVII, essas ideias juntaram-se a objetivos de expansão comercial para além do território</p><p>europeu. Associados aos Estado Absoluto Monárquico, as companhias comerciais cortaram oceanos com</p><p>objetivo de ampliar os mercados, inclusive colonizando os continentes africano, asiático e americano. Em</p><p>paralelo aos mercantilistas, na França, país em grande ascensão comercial no século XVIII, autores conhecidos</p><p>como �siocratas deram outras explicações para a origem da riqueza; esta estaria ligada à produção agrícola.</p><p>Embora pioneiras, essas ideias ainda não conseguiam criar um sistema teórico com capacidade explicativa</p><p>mais profunda. Essa tarefa coube, pela primeira vez, ao �lósofo moral e pastor anglicano Adam Smith, tido</p><p>como o pai da economia, que como ciência, aliás, nasce como Economia Política. A Riqueza das Nações (1776),</p><p>sua principal obra, foi produzida sob intensa in�uência do iluminismo francês e do liberalismo inglês de John</p><p>Locke.</p><p>O fundamento geral era a defesa da liberdade individual, principalmente aquela que se refere ao</p><p>funcionamento e�ciente dos mercados, coordenados por uma “mão invisível” (HUNT, 1981). Smith deu corpo a</p><p>uma tradição teórica de economistas políticos, cuja teoria do valor-trabalho os coloca no mesmo grupo dos</p><p>clássicos, apesar das diferenças muitas vezes irreconciliáveis. David Ricardo, Thomas Malthus e Karl Marx são</p><p>alguns desses, entre outros de menor relevância.</p><p>A evolução do pensamento econômico se ampliou ao longo do século XIX, fazendo surgir um outro grupo</p><p>relevante cujo objeto central era a crítica à ideia de valor gerado pelo trabalho. A chamada “revolução</p><p>marginalista” (HUNT, 1981) substituiu o trabalho pela utilidade na explicação do valor, introduzindo a</p><p>matemática mais so�sticada na ciência econômica e lhe retirando o complemento “política”, passando a</p><p>chamá-la apenas de economia. Formava-se nesse contexto a escola Neoclássica de pensamento econômico,</p><p>dominante até a Grande Depressão dos anos 1930.</p><p>Em resposta a essa crise, o economista britânico John Maynard Keynes propôs a maior atuação do Estado na</p><p>economia, contribuindo não apenas com o �m da maior crise já registrada, mas com o longo ciclo de</p><p>crescimento e prosperidade econômicos que se observaria após a Segunda Guerra Mundial. Cabe destacar</p><p>ainda que, a partir de Keynes, em termos metodológicos passou-se a separar a micro da macroeconomia,</p><p>dadas as diferenças nas dinâmicas de cada uma.</p><p>ESTADO E MERCADO</p><p>O século XX foi marcado por con�itos intensos, tanto no campo militar e geopolítico como também no campo</p><p>das ideias, principalmente econômicas.</p><p>A disputa entre mercados livres ou regulados, capitalismo ou socialismo, esquerda e direita, foram as</p><p>principais palavras do vocabulário político.</p><p>Em meio aos estragos causados pela Primeira Guerra Mundial, a crise iniciada pela quebra da Bolsa de Nova</p><p>York em 1929 varreu o emprego, quebrou empresas e abalou a con�ança no sistema de livre mercado.</p><p>Defendido desde antes de Adam Smith, e reelaborado com argumentos técnicos no �nal do século XIX pelo</p><p>marginalismo, o laissez-faire (não intervenção do Estado), não conseguiu tirar o mundo da crise. Soma-se a</p><p>isso ideias intervencionistas que vinham produzindo efeitos econômicos positivos, embora verdadeiras</p><p>catástrofes políticas e sociais. O nazifascismo à extrema direita e o socialismo real na extrema esquerda</p><p>remodelaram a forma de organização econômica em seus países, tendo como elemento central a intervenção</p><p>do Estado.</p><p>A respeito desse tema, todavia, cabe um resumo sintético da história do capitalismo que, inclusive, ajuda a</p><p>desfazer mal-entendidos. É importante lembrar que a dicotomia Estado versus mercado é falsa; o Estado</p><p>moderno, parlamentar e baseado em leis escritas, é um produto da sociedade de mercado, também</p><p>conhecida como sociedade burguesa. Os processos revolucionários dos séculos XVII e XVIII, primeiro na</p><p>Inglaterra e depois na França, acabaram com os direitos feudais, eliminaram por meio da violência a nobreza</p><p>e seus regimentos, transformando o Estado Absoluto em Estado Parlamentar. Portanto, o Estado como o</p><p>conhecemos é produto do capitalismo e, portanto, atua a favor da manutenção do status quo.</p><p>Feita essa necessária explicação, tem-se condições para compreender o papel do keynesianismo em meio à</p><p>Depressão econômica e suas ideias intervencionistas. Antes de Keynes lançar sua obra principal, A Teoria</p><p>Geral do Juro do Emprego e do Dinheiro (1936), que produziria mais uma revolução no pensamento</p><p>econômico, os EUA, por meio do New Deal (amplo programa de investimentos públicos na indústria,</p><p>construção e agricultura, entre outros setores), vinha fazendo</p><p>aquilo que Keynes organizaria depois em</p><p>termos teóricos. Franklin D. Roosevelt, eleito com a promessa de retirar o país da recessão, iniciou um amplo</p><p>programa de compras públicas e reorganização do sistema �nanceiro e industrial, além de ter ampliado os</p><p>programas quase inexistentes de políticas sociais e emprego para população afetada pela crise. Ou seja, o</p><p>09/03/2024, 18:13 wlldd_231_u3_adm_eco_eng</p><p>https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=henrique.silva201%40outlook.com&usuarioNome=HENRIQUE+SILVA+FERREIRA&disciplinaDescricao=&atividadeId=3929851&atividadeD… 3/16</p><p>Estado tinha um papel decisivo no processo de recuperação econômica e nem por isso era preciso descon�ar</p><p>que o projeto norte-americano era anticapitalista ou antiliberal. Ao contrário, foi exatamente para preservar</p><p>esses valores que o Estado interveio, pois na Europa, nazifascistas e socialistas apresentavam alternativas com</p><p>perspectivas de suplantação do capitalismo liberal. Deve-se apenas lembrar que o nazifascismo, embora</p><p>contra as instituições liberais, não é contra o capitalismo; já o socialismo tem como objetivo central a abolição</p><p>da propriedade privada e este é um elemento essencial para separá-los do nazifascismo, a despeito da</p><p>tentativa de alguns grupos de colocá-los do mesmo lado por compartilharem alguns nomes.</p><p>Foi com objetivo de retirar a economia da depressão, mas preservar suas instituições e valores liberais, que</p><p>Keynes propôs o papel anticíclico do Estado. Em linhas gerais, o objetivo era entender os motivos do</p><p>investimento, ou seja, o que provoca os empresários capitalistas a fazê-lo. No entanto, em casos de</p><p>expectativas negativas quanto ao futuro, eles deixariam de investir, aprofundando o desemprego e a crise.</p><p>Nesse caso, caberia ao Estado ampliar os investimentos produtivos e fazer o ciclo econômico se reerguer</p><p>novamente (KEYNES, 1983). Pode-se dizer que com essas ideias, Keynes e seus seguidores criaram uma escola</p><p>de pensamento, revolucionando a teoria econômica.</p><p>O PAPEL DO ESTADO NAS CRISES ECONÔMICAS</p><p>A partir da compreensão do papel do Estado na economia, um importante agente econômico com capacidade</p><p>de atuar no sentido contrário ao ciclo – e isto serve também para períodos de muito aquecimento, o que</p><p>poderia levar a pressões in�acionárias caso não houvesse intervenção – pode-se compreender melhor como</p><p>funcionam as políticas econômicas em meio às crises.</p><p>Um caso observado mundialmente foi o da pandemia de covid-19, em que a atuação do Estado, seja para criar</p><p>barreiras na contenção do vírus, seja para sustentação da renda como consequência, foi de extrema</p><p>relevância. O apoio �nanceiro garantido a consumidores e famílias por meio de linhas de crédito ou mesmo</p><p>por políticas de transferência de renda permitiram o funcionamento, ainda que parcial, de alguns setores-</p><p>chave da economia, evitando uma completa paralisação e aprofundamento da crise social.</p><p>No Brasil, por exemplo, o Congresso Nacional pressionou o governo federal para ampliação do valor e alcance</p><p>da política chamada de “auxílio emergencial”, pela qual famílias de baixa renda passaram a receber um</p><p>benefício de transferência direta de renda no período em que precisaram se isolar em casa. Junto disso</p><p>observou-se apoio por meio de crédito à folha de pagamentos das empresas, além de facilitação para</p><p>parcelamento de tributos e renegociação de dívidas/contratos com o sistema �nanceiro. Ou seja, foi</p><p>coordenado um programa amplo de sustentação da demanda agregada, evitando com isso um tombo ainda</p><p>maior do que a queda de 4,1% do PIB em 2020, de acordo com o IBGE.</p><p>As medidas descritas, contudo, trouxeram efeitos colaterais com os quais todos os governos vão ter que lidar</p><p>nos próximos anos: os dé�cits públicos. Para garantir o funcionamento das economias, governos ampliaram</p><p>seus dé�cits e seus endividamentos, piorando a solvência das contas públicas e ampliando a percepção de</p><p>risco futuro. Adicionalmente, a desorganização das cadeias produtivas provocada pela pandemia e a pressão</p><p>de demanda por alimentos elevou a taxa de in�ação na maior parte dos países, obrigando os Bancos Centrais</p><p>a elevarem os juros para conter o nível de preços. Em linhas gerais, os re�exos de medidas �scais e</p><p>monetárias mais �exíveis ainda serão sentidos nos próximos anos, e por essa razão é preciso compreender os</p><p>limites de atuação do Estado na economia.</p><p>Caso o Estado utilize instrumentos econômicos em excesso pode gerar mais prejuízos do que benefícios, e</p><p>Keynes não ignorou tal contradição. Por essa razão argumentou em favor da expansão �scal mais intensa</p><p>exatamente em momentos de crise mais aguda, quando as expectativas dos agentes precisam ser guiadas</p><p>para evitar colapso maior. A disciplina e a responsabilidade, portanto, são aliadas decisivas para que o Estado</p><p>possa continuar atuando.</p><p>Pode-se dizer, em última análise, que o paradigma keynesiano, portanto, intervencionista, segue tendo</p><p>importante papel na formulação de políticas econômicas. Isso, porém, não invalida argumentos favoráveis à</p><p>e�ciência produzida pelo livre mercado, desenvolvidos ao longo do processo de consolidação do capitalismo e</p><p>formulados com profundidade pela economia clássica de Adam Smith. Pode-se dizer, assim, que os diferentes</p><p>paradigmas são complementares.</p><p>VÍDEO RESUMO</p><p>Neste vídeo você vai compreender o histórico das principais ideias econômicas ainda em disputa atualmente.</p><p>As diferentes abordagens, embora divirjam em diversos aspectos, contribuem para uma visão mais ampla e</p><p>complexa da realidade, fornecendo os instrumentos mais assertivos para políticas econômicas e�cientes.</p><p>09/03/2024, 18:13 wlldd_231_u3_adm_eco_eng</p><p>https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=henrique.silva201%40outlook.com&usuarioNome=HENRIQUE+SILVA+FERREIRA&disciplinaDescricao=&atividadeId=3929851&atividadeD… 4/16</p><p>Serão abordados os três principais paradigmas: clássico, neoclássico e keynesiano. Essas ideias foram</p><p>importantes para fundação da teoria econômica, além do surgimento de outros autores que, apoiados nesses</p><p>paradigmas, construíram teorias inovadoras e originais.</p><p> Saiba mais</p><p>Há alguns livros de história do pensamento econômico que são clássicos, mas em geral a maioria trata da</p><p>trajetória apresentada nesta aula e, portanto, são importantes fontes de consulta.</p><p>O livro História Econômica Geral (SAES; SAES, 2013) disponível na bibliogra�a desta aula, apresenta um</p><p>histórico aprofundado dos principais eventos históricos que contribuíram para o desenvolvimento da</p><p>teoria econômica.</p><p>Algumas ferramentas e fontes de dados são relevantes para compreensão da atividade econômica</p><p>mundial e do Brasil. Entre elas destacamos:</p><p>• Fundo Monetário Internacional (apesar de esse conteúdo estar em língua inglesa, você pode utilizar a</p><p>opção de tradução automática do seu navegador, se preferir).</p><p>• Banco Central do Brasil.</p><p>• IBGE.</p><p>• IPEADATA.</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>A economia é um tema central na vida de todos e assunto em todos os meios de comunicação diariamente.</p><p>Por essa razão, é fundamentalmente importante compreender as principais relações entre os indicadores</p><p>mais destacados, entre eles, oferta, demanda, preços, dinheiro etc. Em linhas gerais, a economia está no dia a</p><p>dia das pessoas e as decisões que tomamos são baseadas em escolhas que, em geral, envolvem alguma</p><p>restrição econômica. Ou seja, viajar ou investir em um imóvel? Ir ao supermercado ou à feira? Fazer mais uma</p><p>hora extra ou descansar? Essas e outras perguntas envolvem escolhas econômicas baseadas em limites e</p><p>necessidades orçamentárias e, portanto, pautam nosso dia a dia.</p><p>FUNDAMENTOS DE ECONOMIA</p><p>As principais questões que orientam as decisões em economia são: Quem produz? Quanto se deve produzir?</p><p>Como será produzido? Para quem será produzido? Essas e outras perguntas norteiam os agentes econômicos,</p><p>sejam eles �rmas, famílias, governos ou mesmo o setor externo. Esses agentes, por meio de decisões</p><p>racionais, uma premissa fundamental nas economias de mercado, decidem a</p><p>melhor e mais e�ciente forma</p><p>de alocação de seus fatores de produção – terra, trabalho e capital – em busca de um resultado que leve em</p><p>consideração a maior capacidade de consumo incorrendo no menor custo possível. Em resumo, os agentes</p><p>racionais buscam maximizar seus interesses econômicos diante de restrições impostas pela sua renda, o que</p><p>se pode chamar de restrição orçamentária.</p><p>Nesse sentido, o tempo todo os agentes precisam decidir, com base no cálculo econômico; os consumidores,</p><p>por exemplo, entre se desejam consumir mais de algum bem, o que invariavelmente, incorrerá em reduzir o</p><p>consumo de outro bem.</p><p>Aula 2</p><p>FUNDAMENTOS GERAIS RELACIONADOS À ECONOMIA</p><p>A economia é um tema central na vida de todos e assunto em todos os meios de comunicação</p><p>diariamente.</p><p>32 minutos</p><p>https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788502212565/pageid/0</p><p>https://www.imf.org/en/Publications/WEO/Issues/2022/07/26/world-economic-outlook-update-july-2022</p><p>https://www3.bcb.gov.br/sgspub/localizarseries/localizarSeries.do?method=prepararTelaLocalizarSeries</p><p>https://sidra.ibge.gov.br/home/pmc/brasil</p><p>http://www.ipeadata.gov.br/Default.aspx</p><p>09/03/2024, 18:13 wlldd_231_u3_adm_eco_eng</p><p>https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=henrique.silva201%40outlook.com&usuarioNome=HENRIQUE+SILVA+FERREIRA&disciplinaDescricao=&atividadeId=3929851&atividadeD… 5/16</p><p>Do ponto de vista da �rma, o raciocínio também é válido, pois o empresário deve decidir se produz ou não</p><p>mais uma unidade de certo bem ou produto, tendo como referência sua estrutura de custos.</p><p>A necessidade de racionalizar sobre cada decisão leva em conta as restrições impostas pela renda, mas</p><p>também pela disponibilidade de fatores de produção. Ou seja, diante de necessidades in�nitas e crescentes, é</p><p>preciso optar pela utilização mais e�ciente de recursos escassos e, neste caso, a escassez se torna um dos</p><p>principais elementos da análise econômica.</p><p>Um conceito-chave que explica a maneira pela qual a sociedade decide como usar seus recursos é a curva de</p><p>possibilidade de produção (CPP). Ela expressa a forma como a sociedade decide, no caso da Figura 1, produzir</p><p>alimentos ou máquinas. Intuitivamente pode-se observar que para produzir um deve-se renunciar a outro.</p><p>Figura 1 | Curva de Possibilidade de Produção (CPP)</p><p>Fonte: Vasconcellos e Garcia (2019, p. 7).</p><p>A comunicação dos agentes econômicos se dá por meio do �uxo entre �rmas e famílias, se supusermos uma</p><p>economia fechada e sem governo, apenas para efeitos analíticos simpli�cados. As famílias ofertam seu fator</p><p>de produção (trabalho) e demandam bens e serviços produzidos pelas �rmas. Já estas, por sua vez,</p><p>demandam fatores de produção (terra e trabalho), ofertando bens e serviços às famílias. O �uxo só está</p><p>completo, todavia, quando a moeda cumpre a função de remunerar os fatores de produção: o proprietário da</p><p>terra recebe o aluguel, o proprietário do capital recebe o lucro, e o trabalhador recebe o salário.</p><p>Figura 2 | Fluxo monetário da economia</p><p>Fonte: Vasconcelos e Garcia (2019, p. 10).</p><p>As relações de oferta e demanda por bens e serviços afetam os seus preços, sinalizando aos agentes o que e</p><p>quanto deve ser mais produzido ou deve ter sua produção reduzida. A economia de mercado, portanto, é</p><p>guiada pelo sinal emitido pelos preços, indicando para os agentes onde estão as necessidades a serem</p><p>supridas.</p><p>Inicialmente trabalharemos com um modelo mais simples, em que governos e as relações com o setor</p><p>externo ainda não fazem parte da análise, mas à medida que a complexidade vai aumentando, novos</p><p>elementos vão sendo inseridos.</p><p>EQUILÍBRIO DE MERCADO</p><p>Os termos oferta e demanda são os mais conhecidos quando se trata de economia. A demanda representa a</p><p>quantidade que os consumidores estão dispostos a consumir dado um nível de preços qualquer. Outros</p><p>elementos além do preço também impactam as decisões de consumo, como a renda, a moda, o gosto e a</p><p>preferência dos consumidores. Fatores exógenos aos consumidores também afetam a demanda, pois se</p><p>tratamos de um tipo de alimento, o clima e, portanto, a sazonalidade, são decisivos para a demanda;</p><p>adicionam-se questões geográ�cas, ou seja, a distância entre os bens e seus consumidores.</p><p>Para que compreenda o comportamento da demanda isoladamente, utilizaremos um conceito-chave, coeteris</p><p>paribus, traduzido como tudo o mais constante. Ou seja, embora diversas variáveis tenham potencial de</p><p>afetar a demanda como descrito, é preciso isolá-las para que possamos estudar uma de cada vez. Nesse caso,</p><p>dizemos que caso o preço suba ou desça, a demanda subirá ou descerá, com tudo o mais constante.</p><p>09/03/2024, 18:13 wlldd_231_u3_adm_eco_eng</p><p>https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=henrique.silva201%40outlook.com&usuarioNome=HENRIQUE+SILVA+FERREIRA&disciplinaDescricao=&atividadeId=3929851&atividadeD… 6/16</p><p>A lei geral da demanda a�rma que há uma relação inversamente proporcional entre preço e quantidade</p><p>demanda, ou seja, se os preços subirem, os agentes tenderão a comprar menos, tudo o mais constante; o</p><p>contrário também é verdadeiro, pois se os preços se reduzem os agentes demandam mais daquele</p><p>determinado bem. Em termos matemáticos pode-se dizer que a função de demanda é representada por: Qd =</p><p>f(p) (quantidade demandada em função do preço).</p><p>O comportamento da oferta é similar do ponto de vista do raciocínio, mas oposto no que diz respeito ao</p><p>comportamento das variáveis. Em primeiro lugar, ao pensar na oferta, é preciso inverter a perspectiva da</p><p>demanda. Nesse caso, organizamos a análise sob a perspectiva dos consumidores; no caso da oferta a análise</p><p>é elaborada sob a ótica dos empresários, isto é, de quem oferta os bens e serviços. Nesse caso, a �rma tem</p><p>como objetivo a maximização do lucro e, portanto, quanto maior o preço maior será o desejo de ampliar a</p><p>oferta. Além disso, os custos de produção exercem pressão contrária, e caso se elevem a oferta será menor.</p><p>Todavia, a lei geral da oferta demonstra uma relação diretamente proporcional entre preço e quantidade</p><p>ofertada, em sentido oposto ao caso da demanda. Em termos matemáticos pode-se dizer que a função de</p><p>oferta é representada por: Qo = f(p) (quantidade ofertada em função do preço). Cabe ainda destacar que os</p><p>custos dos fatores de produção (terra, trabalho e capital), a disponibilidade de tecnologia e o número de</p><p>concorrentes, também são fatores que afetam as decisões da �rma.</p><p>A partir da análise da demanda e da oferta e seus comportamentos em sentidos inversos, pode-se questionar:</p><p>como o mercado produz e�ciência se os interesses são antagônicos? Embora os consumidores estejam</p><p>dispostos a consumir mais unidades à medida que os preços descem, e as �rmas estejam a ofertar menos,</p><p>nesse caso ambos se encontrarão em um ponto em que todos os interesses estejam plenamente atendidos,</p><p>como apresentado no Figura 3.</p><p>Figura 3 | Equilíbrio de mercado</p><p>Fonte: Vasconcellos e Garcia (2019, p. 48).</p><p>O ponto E representa a intersecção da curva de demanda (D) com a curva de oferta (O). O eixo horizontal</p><p>representa as quantidades de mercadorias, e o eixo vertical seus preços correspondentes. É possível observar</p><p>que no ponto B há excesso de oferta a um preço acima do preço de equilíbrio, o que pelas forças de mercado</p><p>pressiona a oferta para uma menor produção. Já o ponto A representa uma demanda abaixo do equilíbrio, o</p><p>que desestimula a �rma a produzir, pois o preço está em um nível abaixo do buscado pela �rma. O equilíbrio</p><p>E é o ponto ótimo de e�ciência do mercado (MONTORO FILHO, 2017).</p><p>A ECONOMIA NO DIA A DIA</p><p>A economia é um tema presente na rotina de todos, mesmo que de maneira indireta. Oferta, demanda,</p><p>preços e custos são palavras comuns no cotidiano, dada a necessidade de se calcular os custos de vida, pagar</p><p>as contas e consumir aquilo que é necessário à vida social. Portanto, compreender minimamente algumas</p><p>principais relações e dados estatísticos é de grande importância.</p><p>Ao ir ao supermercado, os consumidores observam, muitas</p><p>vezes, oscilações de preços e disponibilidades de</p><p>produtos intensas. Esses eventos são mais comuns com os alimentos, especialmente os in natura, ou seja, não</p><p>processados como verduras, legumes, frutas e grãos. Sensíveis ao clima, por exemplo, esses produtos</p><p>costumam re�etir imediatamente suas condições de produção. Frios intensos, chuvas em excesso ou secas</p><p>muito prolongadas são fatores que atuam diretamente sobre a capacidade produtiva, e pouco se pode fazer</p><p>contra isso.</p><p>As condições de produção, portanto, são determinantes sobre os preços �nais, ou seja, se a produção de</p><p>algum item sofre com problemas climáticos, a produção se reduz e o preço se eleva, tendo em vista que a</p><p>demanda por aquele bem não tenha se alterado.</p><p>09/03/2024, 18:13 wlldd_231_u3_adm_eco_eng</p><p>https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=henrique.silva201%40outlook.com&usuarioNome=HENRIQUE+SILVA+FERREIRA&disciplinaDescricao=&atividadeId=3929851&atividadeD… 7/16</p><p>Fatores sazonais, por exemplo, também devem ser considerados. Sazonalidade diz respeito à época típica de</p><p>uma determinada atividade ou produção de algum item; o varejo funciona com grande intensidade em datas</p><p>festivas, enquanto alguns produtos são vendidos com mais intensidade no �nal do ano em função das datas</p><p>comemorativas. Castanhas e frutas cristalizadas costumam ter seus preços mais elevados em dezembro por</p><p>causa do Natal, enquanto vestuário, calçados e perfumaria têm grande demanda no Dia das Mães, no dos Pais</p><p>e no dos Namorados.</p><p>No campo, esse movimento é percebido de diversas maneiras. No Brasil, os meses secos costumam ser entre</p><p>abril e setembro, com impactos sobre algumas culturas e, inclusive sobre a produção de leite. Com o clima</p><p>seco, há menos disponibilidade de pasto para o gado, o que reduz sua capacidade de produzir leite e seus</p><p>derivados, elevando seus preços, se tudo o mais permanecer constante.</p><p>Diversos outros exemplos poderiam ser dados e essa dimensão analítica contribui para compreensão de</p><p>indicadores mais complexos, inclusive do ponto de vista macroeconômico. É comum, ao ir ao supermercado,</p><p>discordar da ideia propagada nas manchetes de jornais sobre uma suposta queda da in�ação. Mas, para</p><p>entender se esta está subindo ou descendo, é preciso ter noção da sua cesta de consumo em relação à média</p><p>geral de preços. Se os produtos consumidos por sua família são mais afetados por fatores sazonais, como</p><p>destacado, é possível que sua percepção da in�ação geral seja diferente da de outro indivíduo cuja cesta de</p><p>bens foi menos afetada. Nesse caso, a renda de cada um é determinante para de�nição do padrão de</p><p>consumo.</p><p>Assim, �ca claro que as relações de oferta e demanda são determinantes para compreensão dos eventos</p><p>econômicos, e o sistema de preços livres é um importante guia para que se compreendam as necessidades da</p><p>sociedade em geral.</p><p>VÍDEO RESUMO</p><p>No vídeo serão abordados temas relevantes para uma primeira aproximação com a economia. Quem produz?</p><p>Como produz? E para quem produz? Essas e outras questões poderão começar a ser respondidas a partir de</p><p>conceitos-chave como oferta, demanda, preços, �uxo circular da renda e tantos outros cujo objetivo é dar</p><p>uma introdução às ideias indispensáveis para compreensão da economia.</p><p> Saiba mais</p><p>Para conhecermos os assuntos econômicos, é indispensável a leitura dos cadernos de economia dos</p><p>principais jornais. Entre os especializados, deve-se destacar o Valor Econômico, tradicional no</p><p>acompanhamento do tema.</p><p>Já o IBGE é uma das principais fontes de dados da economia brasileira. Vale a pena consultá-lo.</p><p>Por �m, no sentido de descomplicar o discurso econômico, indicamos o portal Por quê? Economês e</p><p>�nancês em bom português.</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>É comum analisarmos os agentes econômicos e suas interações por meio de uma economia livre, sem</p><p>barreiras e com informações disponíveis a todos.</p><p>Aula 3</p><p>INTRODUÇÃO À MICROECONOMIA</p><p>É comum analisarmos os agentes econômicos e suas interações por meio de uma economia livre, sem</p><p>barreiras e com informações disponíveis a todos.</p><p>35 minutos</p><p>https://valor.globo.com/</p><p>https://sidra.ibge.gov.br/home/abate/brasil</p><p>https://porque.com.br/</p><p>https://porque.com.br/</p><p>09/03/2024, 18:13 wlldd_231_u3_adm_eco_eng</p><p>https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=henrique.silva201%40outlook.com&usuarioNome=HENRIQUE+SILVA+FERREIRA&disciplinaDescricao=&atividadeId=3929851&atividadeD… 8/16</p><p>Os modelos abstratos da microeconomia neoclássica que, aliás, dominam os manuais de economia, ajudam a</p><p>atender um aspecto comportamental importante dos agentes, mas não revelam toda realidade do</p><p>funcionamento da economia. Nesse sentido, esta aula procura aprofundar como os mercados realmente</p><p>funcionam a partir de estruturas diversi�cadas, nos quais muitas das vezes existem poucas empresas</p><p>ofertantes e até uma única �rma controla todo o mercado.</p><p>Adicionalmente, alguns casos clássicos serão apresentados como evidência de comportamentos</p><p>concentradores de mercado, o que acaba por privilegiar ou defender interesses de uns em detrimento da</p><p>maioria. As estruturas de oligopólio/monopólio são as principais formas de atuação das grandes empresas no</p><p>capitalismo contemporâneo e, por essa razão, são importantes de serem analisadas.</p><p>ESTRUTURA DE MERCADO</p><p>Os modelos microeconômicos mais utilizados, portanto, o mainstream da teoria econômica, são pautados por</p><p>hipóteses consolidadas em torno do comportamento dos agentes em geral. Entre as premissas pode-se</p><p>destacar a ideia de racionalidade, em que os agentes estariam o tempo todo sob um trade-o�, conceito que,</p><p>em economia, se refere a um con�ito de escolha, sendo necessário abrir mão de A para que se tenha mais de</p><p>B. No caso em questão, o trade-o� ocorre entre dois ou mais tipos de bens, a informação disponível para</p><p>todos é livre e perfeita, ou seja, os preços são conhecidos por todos e, por �m, é comum a ideia de que as</p><p>�rmas operam sob livre concorrência. Logo, haveria no mercado uma ampla concorrência promovida por um</p><p>número elevado de �rmas produzindo em condições homogêneas, com custos e tecnologia muito próximos e</p><p>no qual todas seriam price takers, isto é, tomadoras de preço.</p><p>O grande número de concorrentes impede que apenas uma ou poucas empresas consigam in�uenciar os</p><p>preços, e todas estariam subordinadas a um preço de mercado. Em linhas gerais, pode-se dizer que:</p><p>Entre os modelos utilizados, a concorrência perfeita, monopólio, oligopólio e concorrência monopolística são</p><p>os principais e serão demonstrados brevemente nesta aula.</p><p>A estrutura denominada concorrência perfeita é uma concepção mais teórica e abstrata, pois os mercados</p><p>altamente concorrenciais existentes, na realidade, são apenas aproximações desse modelo, posto que, em</p><p>condições normais, sempre parece existir algum grau de imperfeição que distorce o seu funcionamento. Entre</p><p>suas hipóteses podemos destacar o grande número de ofertantes e demandantes, produtos homogêneos</p><p>substitutos entre si, informação completa e perfeita e ausência de barreiras à entrada, ou seja, há livre</p><p>mobilidade entre os setores produtivos (TROSTER, 2017).</p><p>Na estrutura monopolista, o setor é a própria �rma, pois há apenas um produtor que realiza toda a</p><p>produção. Assim, a oferta da �rma é a oferta do setor e a demanda da �rma é a demanda do setor. É</p><p>importante ressaltar que o monopólio “puro” é uma construção teórica, porque as empresas, por maiores que</p><p>sejam, concorrem entre si e o monopólio existe, em sua maioria, nos casos de monopólio natural (o</p><p>qual ocorre quando é mais barato atender ao consumidor por um único prestador do serviço e não pela</p><p>competição entre fornecedores. É o caso de serviços de rede que demandem vultosos investimentos, como</p><p>água ou gás canalizado).</p><p>O oligopólio, todavia, é uma estrutura de mercado mais comum no capitalismo global (inclusive no Brasil), na</p><p>indústria e no transporte aéreo e rodoviário, nos setores químico e siderúrgico e outros. Essa estrutura de</p><p>mercado se caracteriza pelo reduzido número</p><p>de �rmas competindo entre si pelos consumidores; destaca-se</p><p>ainda que, “no oligopólio, tanto as quantidades ofertadas como os preços são �xados entre as empresas por</p><p>meio de conluios ou cartéis” (VASCONCELLOS; GARCIA, 2019, p. 96). Neste ponto, é oportuno saber que o</p><p>cartel é uma organização (formal ou informal) de produtores dentro de um setor que determina a política de</p><p>preços para todas as empresas que a ela pertencem. Elas podem adotar uma política de preços comum,</p><p>agindo como monopolistas.</p><p>As estruturas de mercado são modelos que captam aspectos inerentes de como os</p><p>mercados estão organizados. Cada estrutura de mercado destaca alguns aspectos</p><p>essenciais da interação de oferta e demanda e se baseia em algumas hipóteses e no realce</p><p>de características observadas em mercados existentes, tais como: o tamanho das</p><p>empresas, a diferenciação dos produtos, a transparência do mercado, os objetivos dos</p><p>empresários e o acesso de novas empresas, entre outras.</p><p>— (TROSTER, 2017, p. 211)</p><p>09/03/2024, 18:13 wlldd_231_u3_adm_eco_eng</p><p>https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=henrique.silva201%40outlook.com&usuarioNome=HENRIQUE+SILVA+FERREIRA&disciplinaDescricao=&atividadeId=3929851&atividadeD… 9/16</p><p>Por �m, deve-se ainda mencionar a concorrência monopolística, caracterizada por uma estrutura de</p><p>mercado intermediária entre a concorrência perfeita e o monopólio, mas que não se confunde com o</p><p>oligopólio pelas seguintes características: número relativamente grande de empresas e margem de manobra</p><p>para �xação de preços não muito ampla (VASCONCELLOS; GARCIA, 2019).</p><p>MERCADO DE FATORES DE PRODUÇÃO</p><p>O mercado de fatores de produção (terra, trabalho e capital) também se con�gura de maneira especí�ca,</p><p>assim como o mercado de bens e serviços. “Como o mercado de fatores depende da demanda de insumos</p><p>pelos setores produtores de bens e serviços, ou seja, deriva do mercado do produto, a demanda por esses</p><p>fatores é chamada de demanda derivada.” (VASCONCELLOS; GARCIA, 2019, p. 98). Uma demanda por plástico,</p><p>por exemplo, depende da indústria de brinquedos e, se houver uma queda na demanda, a indústria também</p><p>sentirá o impacto negativo.</p><p>Seguindo o mesmo raciocínio do mercado de bens e serviços, quando há apenas um vendedor de insumo, ele</p><p>é um monopolista, e quando há poucos, é um mercado de fatores oligopolista. A situação se altera e ganha</p><p>complexidade quando se observam os demandantes desses insumos. Quando apenas uma �rma demanda os</p><p>fatores tem-se o que se chama de monopsônio; esse caso é muito comum em situações que grandes</p><p>empresas se instalam em uma cidade pequena e demandam praticamente todos os trabalhadores, como o</p><p>caso da mineradora Vale em municípios de Minas Gerais ou do Pará.</p><p>Já o oligopsônio é análogo, mas se refere a poucas empresas que compram os insumos. Nesse caso, é</p><p>comum, por exemplo, o que ocorre no setor de laticínios, no qual poucas indústrias compram de muitos</p><p>produtores pecuários. De um lado, a indústria de laticínios se organiza por meio de um oligopsônio, mas na</p><p>oferta dos bens se organiza como um oligopólio.</p><p>Há ainda o caso chamado de monopólio bilateral, quando um monopsonista na compra do fator de</p><p>produção se defronta com um monopolista na venda desse fator. Em resumo,</p><p>As �rmas atuam sob diferentes estruturas de mercado e, na prática, a concorrência perfeita dá lugar à</p><p>concentração de empresas, por meio de fusões, aquisições e até estratégias de mercado, como o cartel já</p><p>destacado. Diante do objetivo principal da �rma – o da maximização dos lucros e redução dos custos –,</p><p>ampliar a fatia de mercado é sempre uma das principais metas. Portanto, pode-se dizer que o mundo real</p><p>funciona mais distante da concorrência perfeita e mais próximo dos oligopólios, sendo que não são incomuns</p><p>os monopólios. No caso do Brasil, por exemplo, a industrialização surge a partir da participação de grandes</p><p>empresas oligopolistas que, na década de 1930, concorrem com grandes oligopólios transnacionais.</p><p>Os custos de produção, por sua vez, representam o outro dilema enfrentado pelas �rmas e, por esta razão, os</p><p>separa em custos de curto e longo prazo. No curto prazo, como ao menos um fator de produção é �xo (como</p><p>tecnologia e terras produtivas), pois di�cilmente se altera em um curto período, o principal custo é</p><p>representado pelo trabalho, tido como variável e, por isso, os empresários sempre buscam reduzir o preço do</p><p>trabalho e desburocratizar os processos de contratação e demissão. No longo prazo, entretanto, todos os</p><p>fatores de produção são variáveis e, portanto, a estrutura de custos se altera de maneira importante.</p><p>O CUSTO DA ENERGIA</p><p>A guerra iniciada pela Rússia contra a Ucrânia em 2022 surpreendeu o mundo, seja pela crença que havíamos</p><p>superado o con�ito bélico para resolução de con�itos, ou pela extensão e virulência da disputa que ameaça</p><p>até o uso de armas nucleares. No que nos diz respeito neste espaço, é preciso destacar o impacto que o</p><p>con�ito exerceu sobre os preços de commodities em geral, principalmente do petróleo, medido pelo barril</p><p>Brent ou WTI. Como consequência da invasão russa, o preço do óleo bruto saltou da casa dos US$ 90 no início</p><p>de 2022, para mais de US$ 120 em meados de junho de 2022, sendo que em momentos especí�cos foi até</p><p>acima desse valor. Tal comportamento colocou o mundo em alerta, inclusive o Brasil, que desde 2016 executa</p><p>uma política de preços de paridade de importação (PPI) para combustíveis e viu os preços da gasolina, do</p><p>diesel e do gás natural dispararem.</p><p>Como ambas as posições são con�itantes, somente a negociação recíproca permite a</p><p>de�nição do preço. Inicialmente, concordam que a quantidade a ser transacionada será a</p><p>que ambos desejam, e que o monopolista não venderá por um preço abaixo de p, por</p><p>exemplo, e o monopsonista não pagará nenhum preço acima de p’.</p><p>— (TROSTER, 2017, p. 211)</p><p>09/03/2024, 18:13 wlldd_231_u3_adm_eco_eng</p><p>https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=henrique.silva201%40outlook.com&usuarioNome=HENRIQUE+SILVA+FERREIRA&disciplinaDescricao=&atividadeId=3929851&atividade… 10/16</p><p>O problema mais complexo, todavia, foi observado na Europa e, neste caso, é possível compreender o papel</p><p>que exercem as estruturas de mercado sobre os preços e, por consequência, sobre o comportamento dos</p><p>consumidores. A Rússia, além de segunda maior produtora de petróleo fora da Opep (Organização dos Países</p><p>Exportadores de Petróleo), atrás dos EUA, fornece cerca de 40% do gás natural da Europa, essencial à</p><p>indústria da União Europeia, além de decisiva para calefação em uma região de invernos rigorosos.</p><p>Adicionalmente, a principal passagem do gás natural para o restante do continente �ca exatamente na</p><p>Ucrânia, o que reforça a pressão russa por manter sua in�uência sobre aquele país.</p><p>O poder de mercado exercido pelos russos, todavia, torna boa parte dos países mais ricos do mundo reféns</p><p>de uma matéria-prima decisiva para a indústria e geração de energia. Países com esse tipo de recurso, em</p><p>geral, tendem a privilegiar estruturas oligopolistas ou até as monopolistas, com forte controle exercido pelo</p><p>Estado. Quando o assunto é energia, di�cilmente haverá livre mercado de empresas privadas, pois todos os</p><p>países exercem alguma in�uência sobre a política energética, vital para sua sobrevivência.</p><p>O mesmo comportamento em relação ao petróleo pode ser visto na Opep desde sua formação nos anos 1960.</p><p>Reunindo os maiores produtores de petróleo do mundo, a organização exerce pressões altistas ou baixistas</p><p>nos preços a partir dos seus interesses internos ou geopolíticos. Comandada em boa medida por países do</p><p>Oriente Médio, tornaram-se opositores das políticas externas dos EUA e da União Europeia e utilizam o</p><p>combustível a seu favor.</p><p>O Brasil, por exemplo, fundou a Petrobras em 1954, e até 1997 detinha monopólio completo sobre extração</p><p>de petróleo e re�no de combustíveis. Desde então outras empresas puderam entrar e concorrer, mas o</p><p>domínio da maior empresa brasileira ainda</p><p>a coloca como destaque, comandando a maior fatia da produção e</p><p>tornando-se peça central em disputas políticas ao longo das décadas. Alguns estudiosos argumentam que o</p><p>caminho ideal seria a privatização, mas isso poderia colocar em xeque a soberania energética do país e, por</p><p>essa razão, ainda que por meio de maior concorrência, países ricos e desenvolvidos não deixam sob controle</p><p>exclusivo do mercado a produção de distribuição de bens tão essenciais.</p><p>A título de exemplo, diante do imenso con�ito na Europa, a Alemanha decidiu em 2022 estatizar sua maior</p><p>importadora de gás natural, a Uniper, que sozinha fornece 40% do abastecimento do país (CNN, 2022).</p><p>Por �m, cabe destacar que as diferentes estruturas de mercado produzem efeitos diversos sobre os</p><p>consumidores que, por sua vez, passam a atuar de acordo com elas. No caso da livre concorrência, o melhor</p><p>dos mundos para os consumidores, as opções são diversas e sempre serão encontrados produtos/serviços de</p><p>qualidade a preços atrativos. Na outra ponta, no caso de monopólios, os consumidores �cam sem muitas</p><p>opções, sendo obrigados a recorrer ao papel regulatório do Estado para garantir produtos/serviços de</p><p>qualidade.</p><p>VÍDEO RESUMO</p><p>No vídeo serão apresentadas as principais estruturas de mercado no qual operam as �rmas, bem como</p><p>algumas de suas principais hipóteses de funcionamento. Embora a livre concorrência faça parte dos livros-</p><p>texto na área de economia, o mundo real funciona de maneira mais complexa e contraditória, fazendo do</p><p>oligopólio o caso mais geral, ainda que alguns casos de monopólios sejam possíveis. Por �m, é possível fazer</p><p>uma conexão entre essas estruturas apresentadas na aula e casos reais observados no dia a dia.</p><p> Saiba mais</p><p>Para aprofundamento, veja os capítulos 8 e 9 em:</p><p>• SAMUELSON, P. A.; NORDHAUS, W. D. Economia. Porto Alegre: AMGH, 2012.</p><p>A exposição grá�ca e numérica desse livro contribui para a �xação do conteúdo.</p><p>Para compreender as estruturas de mercado na prática é preciso estar atento aos principais fatos</p><p>econômicos trazidos pela imprensa especializadas. Entre as diversas possibilidades, Valor Econômico e</p><p>CNN Brasil são importantes fontes.</p><p>No que diz respeito aos comportamentos oligopolistas, é importante analisar alguns setores em</p><p>particular, como:</p><p>• Petróleo (essa fonte está originalmente em língua inglesa, mas se preferir utilize a opção de tradução</p><p>automática do seu navegador).</p><p>• Minério de ferro.</p><p>• Setor automobilístico.</p><p>https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788580551051/pageid/0</p><p>https://valor.globo.com/</p><p>https://www.cnnbrasil.com.br/</p><p>https://www.opec.org/opec_web/en/</p><p>https://ibram.org.br/</p><p>https://anfavea.com.br/site/</p><p>09/03/2024, 18:13 wlldd_231_u3_adm_eco_eng</p><p>https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=henrique.silva201%40outlook.com&usuarioNome=HENRIQUE+SILVA+FERREIRA&disciplinaDescricao=&atividadeId=3929851&atividade… 11/16</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>A teoria da �rma vista nas aulas anteriores explica, do ponto de vista teórico, como funcionam suas decisões</p><p>acerca de custos e produção. A gestão prática destas empresas, todavia, depende de uma gestão �nanceira</p><p>adequada, em que o �uxo de caixa e as despesas �nanceiras têm importância decisiva. A antecipação de</p><p>recebimento e postergação de despesas contribuem para melhorar o caixa das empresas, ampliando sua</p><p>capacidade de investimento. Isso, todavia, depende da utilização e�ciente do crédito, portanto, da taxa de</p><p>juros. O sistema bancário cumpre tarefa decisiva ao reunir aqueles que precisam de crédito para investir e</p><p>consumir e aqueles que possuem recursos sobrando; dessa forma, a taxa de juros expressa também a relação</p><p>entre oferta e demanda por crédito.</p><p>OS FLUXOS FINANCEIROS DAS EMPRESAS</p><p>Nas economias de mercado, sua principal unidade produtiva – as empresas – atuam de modos variados a</p><p>depender do seu ramo. A estrutura de custos e o mercado em que operam in�uenciam seu modo de ação,</p><p>como demonstrado anteriormente. Cabe, neste momento, aprofundar alguns conceitos importantes que</p><p>afetam diretamente o comportamento das empresas e suas decisões de curto, médio e longo prazos. Entre</p><p>estes, destacamos o �uxo de caixa que, segundo Neto (2017, p. 141), “representa uma série de pagamentos</p><p>ou de recebimentos que se estima ocorrer em determinado intervalo de tempo.”</p><p>É comum que as empresas tenham que lidar com pagamentos ao longo do tempo, como aluguéis, folha de</p><p>pagamento, fornecedores, empréstimos etc.; concomitantemente, elas também precisam administrar</p><p>recebimentos diversos ao longo do tempo, sendo necessária a gestão correta e e�ciente desses recursos, sob</p><p>pena de impactar negativamente seus resultados. Em linhas gerais,</p><p>Os termos dos �uxos de caixas são representados por PMT, PV, FV, i e n, e cada um deles representa uma</p><p>variável registrada pelo �uxo de caixa (pessoal ou empresarial). Segue o signi�cado desses termos:</p><p>• PMT: pagamentos de mesmo valor (recorrentes).</p><p>• PV: valor presente.</p><p>• FV: valor futuro.</p><p>• n: número de períodos.</p><p>• i: taxa de juros.</p><p>De acordo com Neto (2017), a fórmula do valor presente de um �uxo de caixa uniforme é dada por: PV = PMT</p><p>x FPV (i, n). A seguir, o autor apresenta o seguinte exemplo:</p><p>Os �uxos de caixa podem ser veri�cados das mais variadas formas e tipos em termos de</p><p>períodos de ocorrência (postecipados, antecipados ou diferidos), de periodicidade</p><p>(períodos iguais entre si ou diferentes), de duração (limitados ou indeferidos) e de valores</p><p>(constantes ou variáveis).</p><p>— (NETO, 2017, p. 141)</p><p>Aula 4</p><p>FUNDAMENTOS DA MATEMÁTICA FINANCEIRA</p><p>A teoria da �rma vista nas aulas anteriores explica, do ponto de vista teórico, como funcionam suas</p><p>decisões acerca de custos e produção.</p><p>33 minutos</p><p>09/03/2024, 18:13 wlldd_231_u3_adm_eco_eng</p><p>https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=henrique.silva201%40outlook.com&usuarioNome=HENRIQUE+SILVA+FERREIRA&disciplinaDescricao=&atividadeId=3929851&atividade… 12/16</p><p>Deve-se destacar, todavia, que o termo FPV se refere ao número de períodos descontada a taxa em cada um</p><p>deles, ou seja: 1 – (1+i)^-n / i. No caso do exemplo, o número de períodos é 7, portanto, a expressão se traduz</p><p>em: 1 – (1,026)^-7 / 0,026 = 6,325294.</p><p>O mesmo raciocínio pode ser aplicado para levar os valores para o futuro e, portanto, calcular o desconto de</p><p>pagamentos a taxas de juros pré-�xadas. Nesse caso, a formulação genérica para o valor futuro é dada por: FV</p><p>= PMT x FFV (i, n). De acordo com o exemplo de Neto (2017, p. 148):</p><p>Outra variável importante para compreender o funcionamento dos �uxos �nanceiros das empresas é a taxa</p><p>de juros, instrumento balizador das decisões de alocação de portfólio dos agentes econômicos. A �xação da</p><p>taxa de juros da economia está relacionada à demanda por moeda e por crédito, afetando, inclusive, as</p><p>decisões dos empresários quanto à realização de novos investimentos produtivos. Além disso, a taxa de juros</p><p>básica da economia, no caso do Brasil, a Selic, estabelecida pelo Banco Central, relaciona-se com a meta de</p><p>in�ação que este deve perseguir anualmente. Assim, o nível de preços guarda uma íntima relação com a taxa</p><p>de juros, ou seja,</p><p>Determinado bem é vendido em 7 pagamentos mensais, iguais e consecutivos de $</p><p>4.000,00. Para uma taxa de juros de 2,6% a.m., até que preço compensa adquirir o</p><p>aparelho à vista?</p><p>Solução:</p><p>PMT = $ 4.000,00</p><p>PV = ?</p><p>i = 2,6% a.m.</p><p>n = 7</p><p>PV = PMT x FPV (i, n)</p><p>PV = 4.000 x 6,325294 = $25.301,18</p><p>— (NETO, 2017, p. 145)</p><p>Calcular o montante acumulado ao �nal do 7º mês de uma sequência de 7 depósitos</p><p>mensais e sucessivos, no valor de $ 800,00 cada, numa conta de poupança que remunera</p><p>a uma taxa de juros de 2,1% a.m.</p><p>Solução:</p><p>O valor futuro pode ser calculado pela soma do montante de cada depósito, isto é:</p><p>FV = 800,00 + 800,00 (1,021) + 800,00 (1,021)^2 + 800,00 (1,021)^3 + … + 800,00 (1,021)^6</p><p>FV = $ 5.965,41</p><p>Aplicando-se a fórmula-padrão de apuração do valor futuro, tem-se, de forma abreviada, o</p><p>mesmo resultado:</p><p>FV = 800 x (1 + i)^n -1 / i</p><p>FV = 800 x (1,021)^7 -1 / 0,021</p><p>FV = 800 x 7,456763 = $ 5.965,41</p><p>As taxas de juros nominais constituem um pagamento expresso em percentagem mensal,</p><p>trimestral, anual etc., que um tomador de empréstimos faz ao emprestador em troca do</p><p>uso de determinada quantia de dinheiro. Se não houver in�ação no período, a taxa de</p><p>juros nominal será igual à taxa de juros real desse mesmo período de tempo.</p><p>— (VASCONCELLOS; GARCIA, 2019, p. 204)</p><p>09/03/2024, 18:13 wlldd_231_u3_adm_eco_eng</p><p>https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=henrique.silva201%40outlook.com&usuarioNome=HENRIQUE+SILVA+FERREIRA&disciplinaDescricao=&atividadeId=3929851&atividade… 13/16</p><p>Portanto, o �uxo de caixa das empresas deve levar em consideração a mudança dos seus compromissos ao</p><p>longo do tempo, os quais são in�uenciados por variáveis com potencial de alterá-los. As Figuras 1 e 2</p><p>exempli�cam a distribuição do �uxo no tempo:</p><p>Figura 1 | Exemplo de �uxo de caixa padrão</p><p>Fonte: Neto (2017, p. 143).</p><p>Figura 2 | Fluxo de caixa detalhado</p><p>Fonte: Neto (2017, p. 143).</p><p>AS TAXAS DE JUROS</p><p>As taxas de juros têm um papel fundamental nas economias de mercado e devem ser consideradas, em</p><p>primeiro lugar, a partir da sua relação com o dinheiro e, portanto, com o nível de preços. Como a in�ação tem</p><p>poder de corroer o valor do dinheiro, as taxas de juros reais medem o retorno sobre os investimentos do</p><p>ponto de vista de seu valor real, ou seja, descontadas as oscilações puramente derivadas dos preços. Já a taxa</p><p>nominal representa o montante pago em relação ao montante emprestado; não havendo in�ação no período,</p><p>a taxa nominal será igual a taxa real.</p><p>Em termos algébricos é possível colocar os termos em função da taxa real: (1+ r) = (1+i) / (1+π) ou, ao</p><p>simpli�car os termos: r = (1+i) / (1+π) – 1.</p><p>A taxa de juros real é importante para de�nição das expectativas dos agentes econômicos com relação ao</p><p>futuro, e por esta razão utiliza-se expectativa de in�ação, pois, embora seja quase certo que esta ocorrerá no</p><p>futuro (pode não ocorrer também), não se sabe qual será seu comportamento e, por isso, os agentes fazem</p><p>suas projeções.</p><p>Além disso, outros dois conceitos são fundamentais para compreender o papel da taxa de juros e seus efeitos</p><p>sobre o �uxo de caixa – isto é, os juros simples e os juros compostos. No primeiro caso, apenas o capital</p><p>principal (inicial) rende juros, “os juros de cada período que não são pagos periodicamente não são somados</p><p>ao capital para o cálculo dos juros nos períodos subsequentes” (PUCCINI, 2022, p. 13). Já no que diz respeito</p><p>ao regime de juros compostos, segundo o autor,</p><p>A relação entre a taxa nominal de juros, a taxa real e a in�ação é dada pela equação de</p><p>Fisher: (1 + i) = (1 + r) (1 + π), em que:</p><p>i = taxa de juros nominal;</p><p>r = taxa real de juros;</p><p>e π = taxa de in�ação esperada.</p><p>— (VASCONCELLOS; GARCIA, 2019, p. 205)</p><p>09/03/2024, 18:13 wlldd_231_u3_adm_eco_eng</p><p>https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=henrique.silva201%40outlook.com&usuarioNome=HENRIQUE+SILVA+FERREIRA&disciplinaDescricao=&atividadeId=3929851&atividade… 14/16</p><p>Os juros compostos de cada período são sempre calculados sobre o saldo devedor no início dos respectivos</p><p>períodos, incluindo os juros vencidos e não pagos. Os sistemas de juros simples ou compostos nos ajudam a</p><p>entender como podem ser antecipadas as dívidas, ou o que conceitualmente se chamou de amortização, isto</p><p>é, um processo de redução/extinção de uma dívida por meio de pagamentos periódicos. Em resumo,</p><p>Em síntese, a compreensão dos regimes de juros e amortizações compreendem importantes ferramentas de</p><p>gestão �nanceira/orçamentária das empresas, com impactos decisivos sobre o �uxo de caixa das empresas.</p><p>OS JUROS E AS DECISÕES DE INVESTIMENTOS</p><p>As taxas de juros têm papel decisivo na alocação de portfólio, como demonstrado anteriormente. Entre estas,</p><p>sem dúvida, a taxa Selic, taxa básica de juros de�nida pelo Comitê de Política Monetária (COPOM) do Banco</p><p>Central, é um importante guia para os agentes econômicos, principalmente do mercado �nanceiro. Deve-se</p><p>destacar, todavia, que, embora a taxa Selic seja uma referência importante, não é esta a taxa de juros tomada</p><p>por consumidores e �rmas para realização de suas compras e investimentos.</p><p>Cabe ainda mencionar que, a depender do momento econômico, as taxas de juros podem estar em alta ou</p><p>em queda. Como exemplo de alta nessas taxas, destacamos o ano de 2022. Segundo matéria publicada no</p><p>Portal R7 (TAXA…, 2022, [s. p.]), “a taxa de juros média geral cobrada para os consumidores no Brasil subiu</p><p>0,03 ponto percentual em setembro [de 2022] e atingiu o patamar de 6,93% ao mês, o equivalente a 123,46%</p><p>ao ano”, de acordo com dados da ANEFAC (Associação Nacional de Executivos de Finanças). No que se refere</p><p>às empresas, a média anual saltou de 59,92% a.a. em agosto de 2022 para 60,47% em setembro do mesmo</p><p>ano (TAXA…, 2022). Isso signi�ca que, para cada R$ 1.000 investidos pelos empresários, R$ 600,47</p><p>representam custos de capital; no caso dos consumidores, a situação é ainda mais difícil, pois o pagamento de</p><p>juros em uma compra parcelada representa o valor maior que o do próprio bem, o que contribuiu para o</p><p>encarecimento dos preços �nais.</p><p>Um dos grandes desa�os enfrentados pela economia brasileira ao longo de décadas tem sido o custo do</p><p>crédito, o que para os especialistas em �nanças representa um importante entrave ao crescimento de longo</p><p>prazo. Entre as razões que ajudam a explicar o custo do crédito estão a inadimplência elevada, especialmente</p><p>em momentos de crise, mas, principalmente, o grau de concentração bancária no país. Segundo matéria do</p><p>jornal Folha de São Paulo de agosto de 2022:</p><p>No regime de juros compostos, os juros de cada período que não forem pagos no �nal do</p><p>período são somados ao capital e passam a fazer parte da base de cálculo dos juros para</p><p>os períodos subsequentes. Nesse caso, as parcelas de juros que não forem pagas são</p><p>automaticamente capitalizadas e passam a render juros nos próximos períodos.</p><p>Importante ressaltar que, nesse regime, a capitalização ou não de juros só existe quando</p><p>os juros do período não são integralmente pagos, pois havendo o pagamento integral</p><p>deles no �m do período correspondente, não existe a possibilidade fática de serem</p><p>capitalizados.</p><p>— (PUCCINI, 2022, p. 13)</p><p>Os sistemas de amortização são desenvolvidos basicamente para operações de</p><p>empréstimos e �nanciamentos de longo prazo, envolvendo desembolsos periódicos do</p><p>principal e encargos �nanceiros. Existem diversas maneiras de se amortizar uma dívida,</p><p>devendo as condições de cada operação estarem estabelecidas em contrato �rmado entre</p><p>o credor (mutuante) e o devedor (mutuário).</p><p>— (NETO, 2017, p. 233)</p><p>09/03/2024, 18:13 wlldd_231_u3_adm_eco_eng</p><p>https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=henrique.silva201%40outlook.com&usuarioNome=HENRIQUE+SILVA+FERREIRA&disciplinaDescricao=&atividadeId=3929851&atividade… 15/16</p><p>Em geral, o spread bancário, ou seja, o diferencial entre o que o sistema bancário paga aos emprestadores</p><p>para captar seus recursos e cobra dos seus tomadores (empresas e famílias) é o principal elemento do lucro</p><p>do setor. A concentração bancária, sem dúvida, pressiona os spreads para cima, fazendo com que poucos</p><p>bancos se bene�ciem desta estrutura. Mas é preciso destacar que o endividamento excessivo dos agentes</p><p>econômicos que amplia a inadimplência é outro importante fator, pois faz os emprestadores (bancos) serem</p><p>mais cautelosos e elevarem suas taxas para minimizar os riscos.</p><p>Em linhas gerais, são diversas as razões que explicam o comportamento das taxas de juros, mas o consenso</p><p>em torno delas é o papel decisivo que cumprem nas decisões dos investidores que, por sua vez, afetam</p><p>consumidores por meio de mais ou menos emprego e renda para consumo.</p><p>VÍDEO RESUMO</p><p>No vídeo será possível ver resumidas algumas da ideias-chave acerca do �uxo de caixa das empresas, bem</p><p>como do papel e das principais de�nições</p><p>sobre taxas de juros. Estas, por sua vez, são explicadas por</p><p>diferentes conceitos e podem afetar positiva ou negativamente o �uxo de caixa de algumas empresas como</p><p>determinar o crescimento agregado da economia a longo prazo.</p><p> Saiba mais</p><p>Simule um �nanciamento na ferramenta desenvolvida pelo Banco Central.</p><p>Consulte os dados atualizados de taxas de juros das diferentes modalidade no Brasil no Portal Anefac.</p><p>Acesse material complementar desenvolvido pelo SEBRAE sobre como lidar com o �uxo de caixa das</p><p>empresas.</p><p>Dos R$ 132 bilhões de lucro líquido registrado no sistema bancário em 2021, 78% �caram</p><p>com os cinco maiores bancos do país – Itaú, Bradesco, Santander, Caixa Econômica</p><p>Federal e Banco do Brasil. Segundo dados enviados pelo Banco Central a pedido da Folha,</p><p>as cinco instituições tiveram, juntas, lucro líquido de R$ 103,5 bilhões no ano passado</p><p>[2021].</p><p>— (GARCIA, 2022, [s. p.])</p><p>Aula 1</p><p>HUNT, E. K. História do pensamento econômico. Rio de Janeiro: Campus, 1981.</p><p>KEYNES, J. M. A Teoria Geral do Emprego, do Juro e do Dinheiro. Trad. Mário R. da Cruz. São Paulo: Abril</p><p>Cultural, 1983.</p><p>OLIVEIRA, R. de; GENNARI, A. M. História do Pensamento Econômico. 2. ed. São Paulo: Saraiva Educação,</p><p>2019.</p><p>SAES, F. A. M.; SAES, A. M. História Econômica Geral. São Paulo: Saraiva, 2013.</p><p>Aula 2</p><p>GREMAUD, A. P.; PINHO, D. B.; VASCONCELLOS, M. A. S. D. Manual de economia: equipe de professores da</p><p>USP. São Paulo: Saraiva, 2017.</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>2 minutos</p><p>https://www3.bcb.gov.br/CALCIDADAO/publico/exibirFormFinanciamentoPrestacoesFixas.do?method=exibirFormFinanciamentoPrestacoesFixas</p><p>https://www.anefac.org/</p><p>https://sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/fluxo-de-caixa-o-que-e-e-como-implantar,b29e438af1c92410VgnVCM100000b272010aRCRD</p><p>09/03/2024, 18:13 wlldd_231_u3_adm_eco_eng</p><p>https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=henrique.silva201%40outlook.com&usuarioNome=HENRIQUE+SILVA+FERREIRA&disciplinaDescricao=&atividadeId=3929851&atividade… 16/16</p><p>Imagem de capa: Storyset e ShutterStock.</p><p>MONTORO FILHO, A. F. Teoria Elementar do Funcionamento do Mercado. In: GREMAUD, A. P.; PINHO, D. B.;</p><p>VASCONCELLOS, M. A. S. D. Manual de economia: equipe de professores da USP. São Paulo: Saraiva, 2017.</p><p>SAMUELSON, P. A.; NORDHAUS, W. D. Economia. São Paulo: Grupo A, 2009.</p><p>VARIAN, H. Microeconomia – Uma Abordagem Moderna. São Paulo: GEN Atlas, 2015. E-book. Disponível em:</p><p>https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595155107. Acesso em: 7 de out. 2022.</p><p>VASCONCELLOS, M. A. S. D.; GARCIA, M. E. Fundamentos de economia. 6. ed. São Paulo: Saraiva, 2019.</p><p>Aula 3</p><p>KAPPELER, I.; GOODWIN, A.; THOMPSON, M. Alemanha estatiza sua maior importadora de gás em meio à crise</p><p>energética. CNN Brasil, 22 set. 2022. Disponível em: https://www.cnnbrasil.com.br/business/alemanha-</p><p>estatiza-sua-maior-importadora-de-gas-em-meio-a-crise-energetica/. Acesso em: 20 out. 2022.</p><p>GREMAUD, A. P.; PINHO, D. B.; VASCONCELLOS, M. A. S. D. Manual de economia: equipe de professores da</p><p>USP. São Paulo: Saraiva, 2017.</p><p>SAMUELSON, P. A.; NORDHAUS, W. D. Economia. Porto Alegre: AMGH, 2012. Disponível em:</p><p>https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788580551051/pageid/0. Acesso em: 17 out. 2022.</p><p>TROSTER, R. L. Estruturas de Mercado. In: GREMAUD, A. P.; PINHO, D. B.; VASCONCELLOS, M. A. S. D. Manual</p><p>de economia: equipe de professores da USP. São Paulo: Saraiva, 2017.</p><p>VARIAN, H. Microeconomia – Uma Abordagem Moderna. São Paulo: GEN Atlas, 2015. E-book. Disponível em:</p><p>https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595155107. Acesso em: 7 out. 2022.</p><p>VASCONCELLOS, M. A. S. D.; GARCIA, M. E. Fundamentos de economia. 6. ed. São Paulo: Saraiva, 2019.</p><p>Aula 4</p><p>GARCIA, N. Cinco maiores bancos concentram 78% dos lucros do sistema bancário em 2021. Folha de São</p><p>Paulo, 22 ago. 2022. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2022/08/cinco-maiores-bancos-</p><p>concentram-78-dos-lucros-do-sistema-bancario-em-2021.shtml. Acesso em: 24 out. 2022.</p><p>NETO, A. A. Matemática Financeira. Edição Universitária. São Paulo: Grupo GEN, 2017. E-book. ISBN</p><p>9788597013139. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597013139/. Acesso</p><p>em: 22 out. 2022.</p><p>PUCCINI, A. de L. Matemática �nanceira. São Paulo: Saraiva, 2022. E-book. ISBN 9786587958064. Disponível</p><p>em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786587958064/. Acesso em: 24 out. 2022.</p><p>TAXA de juros ao consumidor sobe ao maior nível em quatro anos. R7, Economia, 10 out. 2022. Disponível em:</p><p>https://noticias.r7.com/economia/taxa-de-juros-ao-consumidor-sobe-ao-maior-nivel-em-quatro-anos-</p><p>10102022. Acesso em: 24 out. 2022.</p><p>VASCONCELLOS, M. A. S. D.; GARCIA, M. E. Fundamentos de economia. 6. ed. São Paulo: Saraiva, 2019.</p><p>https://storyset.com/</p><p>https://www.shutterstock.com/pt/</p><p>https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595155107</p><p>https://www.cnnbrasil.com.br/business/alemanha-estatiza-sua-maior-importadora-de-gas-em-meio-a-crise-energetica/</p><p>https://www.cnnbrasil.com.br/business/alemanha-estatiza-sua-maior-importadora-de-gas-em-meio-a-crise-energetica/</p><p>https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788580551051/pageid/0</p><p>https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595155107</p><p>https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2022/08/cinco-maiores-bancos-concentram-78-dos-lucros-do-sistema-bancario-em-2021.shtml</p><p>https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2022/08/cinco-maiores-bancos-concentram-78-dos-lucros-do-sistema-bancario-em-2021.shtml</p><p>https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597013139/</p><p>https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786587958064/</p><p>https://noticias.r7.com/economia/taxa-de-juros-ao-consumidor-sobe-ao-maior-nivel-em-quatro-anos-10102022</p><p>https://noticias.r7.com/economia/taxa-de-juros-ao-consumidor-sobe-ao-maior-nivel-em-quatro-anos-10102022</p>