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<p>Conhecimentos</p><p>Básicos da</p><p>Lei nº</p><p>14.133/2021</p><p>BOAS VINDAS!</p><p>Caro(a) aluno(a),</p><p>Espero que esteja bem e com muita empolgação para entrar conosco nessa jor-</p><p>nada de aprendizado sobre a Lei nº 14.133/2021. Gostaria de iniciar destacando que</p><p>você já faz parte de um grupo seleto. O grupo que se capacita e se interessa em exercer</p><p>do melhor modo possível as suas funções.</p><p>Acreditamos que você está disposto a encarar o desafio de atuar com contrata-</p><p>ções públicas no seu dia a dia e fazer de sua atuação no apoio às atividades finalísticas</p><p>da instituição um meio de bem servir ao público, à sociedade.</p><p>Mesmo se você é pragmático e não se preocupa com os “propósitos mais eleva-</p><p>dos” de sua atuação, este curso também é para você. Apesar de trazer aspectos gerais,</p><p>como o próprio nome indica, também cuida de abordar questões práticas e situações do</p><p>dia a dia que possam, de algum modo, te auxiliar no adequado exercício de suas fun-</p><p>ções.</p><p>De outra parte, gostaríamos que você enxergasse a Lei nº 14.133/2021 como</p><p>uma “grande fotografia”. Uma foto pode ser descrita de diferentes maneiras por diferen-</p><p>tes atores. O que faremos neste curso é descrever, sob alguns ângulos, essa foto. Certa-</p><p>mente não serão abordados todos os ângulos. Uns talvez estejam muito próximos do ce-</p><p>nário, outros talvez um pouco distante, mas é fato que aqueles que serão abordados te</p><p>aproximarão das melhores práticas da Administração Pública a respeito do tema, a fim</p><p>de conferir segurança, eficiência e eficácia na sua atuação.</p><p>Por fim, considerando ainda a recente edição da norma, muitas convicções</p><p>acerca da matéria devem ser escritas “à lápis”, admitindo uma releitura se assim a prá-</p><p>tica recomendar, desde que voltadas aos objetivos maiores buscados pela Nova Lei de</p><p>Licitações e Contratos.</p><p>Bora trilhar juntos essa jornada?!!!</p><p>MÓDULO I - Aplicação da Lei nº 14.133/21 no âmbito do Ministério Público da União</p><p>(MPU): princípios, objetivos, conceitos e distinções relevantes....................................... 6</p><p>1.1. A Lei nº 14.133/2021 é aplicável ao MPU, independentemente de</p><p>regulamentação? ............................................................................................................ 6</p><p>1.2. Rol de normas regulamentares já existentes no poder executivo federal ......... 12</p><p>1.3. Rol de normas regulamentares já existentes no MPU/MPF ............................. 17</p><p>1.4. Princípios expressos na Lei nº 14.133/2021 ..................................................... 19</p><p>1.4.1. Proporcionalidade ........................................................................................ 21</p><p>1.4.2. Legalidade .................................................................................................... 22</p><p>1.4.3. Impessoalidade ............................................................................................. 24</p><p>1.4.4. Moralidade ................................................................................................... 25</p><p>1.4.5. Publicidade e transparência ......................................................................... 25</p><p>1.4.6. Eficiência e celeridade ................................................................................. 26</p><p>1.4.7. Interesse Público .......................................................................................... 26</p><p>1.4.8. Probidade Administrativa ............................................................................. 26</p><p>1.4.9. Igualdade ...................................................................................................... 27</p><p>1.4.10. Planejamento ............................................................................................ 27</p><p>1.4.11. Eficácia e economicidade ......................................................................... 28</p><p>1.4.12. Segregação de Funções ............................................................................ 29</p><p>1.4.13. Motivação ................................................................................................. 30</p><p>1.4.14. Vinculação ao Edital e Julgamento Objetivo ............................................ 30</p><p>1.4.15. Segurança Jurídica ................................................................................... 31</p><p>1.4.16. Razoabilidade ........................................................................................... 32</p><p>1.4.17. Competitividade e economicidade ............................................................ 32</p><p>1.4.18. Desenvolvimento Nacional Sustentável. ................................................... 33</p><p>1.5. Objetivos do Processo Licitatório .................................................................... 33</p><p>1.5.1. Obtenção da proposta apta a gerar o resultado de contratação mais</p><p>vantajoso para a Administração Pública, inclusive no que se refere ao ciclo de vida</p><p>do objeto ..................................................................................................................... 33</p><p>1.5.2. Tratamento isonômico entre os licitantes, bem como a justa competição .... 34</p><p>1.5.3. Evitar contratações com sobrepreço ou com preços manifestamente</p><p>inexequíveis e superfaturamento na execução dos contratos ..................................... 35</p><p>1.5.4. Incentivo à inovação e o desenvolvimento nacional sustentável .................. 37</p><p>1.6. Conceitos e distinções relevantes ..................................................................... 41</p><p>1.6.1. Bens e serviços comuns x bens e serviços especiais ..................................... 41</p><p>1.6.2. Serviços técnicos especializados de natureza predominantemente intelectual</p><p>43</p><p>1.6.3. Fracionamento x Parcelamento ................................................................... 44</p><p>1.6.4. Matriz de Risco x Gestão de Riscos ............................................................. 46</p><p>MÓDULO II - Agentes públicos envolvidos na aplicação da Lei nº 14.133/21 -</p><p>definição, competências e segregação de funções. ......................................................... 50</p><p>2.1. Agente de Contratação, Pregoeiro, Equipe de Apoio, Comissão de Contratação,</p><p>Impedimentos .............................................................................................................. 50</p><p>2.1.1. Definições gerais dos agentes que atuam nas licitações .............................. 50</p><p>2.1.2. Agente Público .............................................................................................. 51</p><p>2.1.3. Agente de Contratação e Equipe de Apoio ................................................... 52</p><p>2.1.4. Comissão de Contratação ............................................................................ 54</p><p>2.1.5. Impedimentos para os agentes ..................................................................... 55</p><p>2.2. Órgãos da Administração com competências regulamentares; Alta</p><p>Administração; Autoridade; Autoridade máxima com status equivalente a ministro;</p><p>Autoridade competente; Autoridade Superior ............................................................ 56</p><p>2.2.1. Órgãos da Administração com competências regulamentares ..................... 57</p><p>2.2.2. Alta Administração ....................................................................................... 59</p><p>2.2.3. Autoridade e Autoridade máxima, inclusive com status equivalente a</p><p>ministro 60</p><p>2.2.4. Autoridade competente ................................................................................. 61</p><p>2.2.5. Autoridade superior ...................................................................................... 62</p><p>2.3. Autoridade Jurídica Máxima, Assessor de Controle Interno E Assessor Jurídico</p><p>63</p><p>2.3.1. Assessoria Jurídica ....................................................................................... 63</p><p>2.3.2. Autoridade Jurídica Máxima ........................................................................ 66</p><p>2.3.3. Assessor de Controle</p><p>especialmente, a realidade que muitas vezes permeia a atuação do administrador, dos as-</p><p>sessores jurídicos ou de controle, dos pregoeiros, gestores e fiscais de contratos e demais</p><p>agentes envolvidos direta ou indiretamente nas contratações públicas.</p><p>Ao todo, nós temos 22 princípios expressos na lei. Assim sendo, considerando o</p><p>espaço limitado que temos, nos dedicaremos um pouco mais a alguns princípios e menos</p><p>a outros, de acordo com a sua aplicação a nossa temática.</p><p>1.4.1. Proporcionalidade</p><p>Escolhemos tratar inicialmente do princípio da proporcionalidade pois, no que</p><p>Marçal Justen Filho5 denomina de precedência lógica (não axiológica), esse princípio será</p><p>um instrumento para a ponderação inerente à aplicação dos demais princípios propria-</p><p>mente ditos.</p><p>A proporcionalidade pode ser resumida, a princípio, como “adequação entre meios</p><p>e fins”. Basicamente significa evitar que o intérprete ao aplicar qualquer regra ou princí-</p><p>pio, esqueça-se dos fins para o qual estes foram criados, bem como adote apenas a medida</p><p>suficiente e razoável (adequada) para atingimento do fim a que se destina. É nesse sentido</p><p>o que se expressa no art. 20 da LINDB, recém-alterada:</p><p>Art. 20. Nas esferas administrativa, controladora e judicial, não se</p><p>decidirá com base em valores jurídicos abstratos sem que sejam consideradas</p><p>as consequências práticas da decisão.</p><p>Parágrafo único. A motivação demonstrará a necessidade e a ade-</p><p>quação da medida imposta ou da invalidação de ato, contrato, ajuste, processo</p><p>ou norma administrativa, inclusive em face das possíveis alternativas. (desta-</p><p>que nosso)</p><p>Ainda segundo Justen Filho, este princípio pode ser subdividido em três dimen-</p><p>sões ou subprincípios que são:</p><p>5 JUSTEN FILHO, Marçal. Comentários à Lei de Licitações e Contratações Administrativas: Lei</p><p>14.133/2021. São Paulo: Thomson Reuters Brasil, 2021.</p><p>a) Proporcionalidade-adequação, como a dimensão que envolve a exigência</p><p>de adequação da medida adotada no caso concreto ao resultado pretendido pela Adminis-</p><p>tração.</p><p>b) Proporcionalidade-necessidade, como a dimensão que avaliará a necessi-</p><p>dade de determinadas medidas restritivas ou proibitivas para atingimento dos fins alme-</p><p>jados pela Administração.</p><p>c) Proporcionalidade em sentido estrito, por fim, expressando a dimensão se-</p><p>gundo a qual há de haver a realização o mais ampla possível de todos os princípios e</p><p>valores envolvidos na ordem jurídica pela Administração.</p><p>É com base no princípio da proporcionalidade, dentre outros, que não se aceitam</p><p>exigências desarrazoadas em um certame, que excedam ou não se harmonizem com os</p><p>resultados almejados pela Administração.</p><p>1.4.2. Legalidade</p><p>Dada a limitação de espaço e mesmo o objetivo do nosso curso, não trataremos, à</p><p>exaustão, de todos os princípios previstos na NLLC, mas, a exemplo do que fizemos no</p><p>subtópico anterior, dedicaremos um pouco mais de atenção ao princípio da legalidade. Se</p><p>a proporcionalidade goza de certa precedência lógica entre os princípios, a legalidade</p><p>goza de certa precedência axiológica6, muito embora isso não signifique uma superiori-</p><p>dade hierárquica frente aos demais princípios.</p><p>6 Axiológico remete à axiologia, que, por sua vez significa o estudo filosófico de valores. Inclui perguntas</p><p>sobre a natureza e classificação de valores e sobre que tipos de coisas têm valor. Está intimamente ligada</p><p>a vários outros campos filosóficos que dependem crucialmente da noção de valor, como a ética, a estética</p><p>ou a filosofia da religião.</p><p>A exigência de equipamentos de primeiro uso na pres-</p><p>tação de serviços cujo foco principal será o resultado e não os</p><p>equipamentos empregados pode demonstrar um indício de vi-</p><p>olação ao princípio da proporcionalidade.</p><p>Na acepção clássica ou mesmo leiga, o princípio da legalidade na Administração</p><p>Pública implica fazer somente aquilo que a lei permite.</p><p>Nesse sentido, havia algumas considerações do tipo “ao particular é lícito fazer o</p><p>que a lei não proíbe” e “à Administração só é permitido fazer o que a lei autoriza”. Com</p><p>o devido respeito a essa acepção, a verdade é que no contexto atual da Administração ela</p><p>se revela tacanha e reducionista e não deve subsistir. Não entraremos no mérito em rela-</p><p>ção ao particular, mas no que tange à Administração refoge à “realidade nua e crua” a</p><p>imposição de que a Administração somente pode agir quando houver expressa previsão</p><p>legal nesse sentido.</p><p>A legalidade como a doutrina atual concebe, comporta muito mais a ideia de juri-</p><p>dicidade, de conformidade com o sistema, com a ordem jurídica.</p><p>Por certo, é bom ressaltar que, se por um lado, reconhece-se a incapacidade do</p><p>texto legal de esgotar todas as condutas possíveis da Administração, por outro, não há</p><p>liberdade irrestrita da Administração em adotar o comportamento que bem lhe parecer a</p><p>todo tempo. A legalidade muitas vezes vai funcionar como a moldura de um quadro, que</p><p>traça claramente os limites da atuação administrativa, cabendo, porém, ao aplicador, seja</p><p>ele qual for traçar a “pintura” da forma que melhor convier (oportunidade e conveniência)</p><p>ao interesse público no momento de sua atuação.</p><p>A legalidade não significa a necessidade de previsão</p><p>legislativa sobre toda e qualquer atuação adminis-</p><p>trativa. Nem muito menos implica a exigência de</p><p>disciplina explícita no texto literal da lei sobre a</p><p>conduta a ser adotada.</p><p>(...)</p><p>Não existe cabimento em reduzir a legalidade à re-</p><p>dação literal da lei. A interpretação gramatical ou literal é um pressuposto, uma</p><p>etapa inicial da atividade hermenêutica, que nela não se exaure. (JUSTEN FILHO,</p><p>2021)</p><p>A nova lei de licitaço˜es (NLLC), em</p><p>muitos momentos, funciona como uma</p><p>grande estante ou arma´rio com diversas</p><p>prateleiras, havendo em cada uma dessas</p><p>prateleiras uma se´rie de ferramentas que</p><p>podem, ou na˜o, ser utilizadas pela Adminis-</p><p>traça˜o, conforme o caso concreto.</p><p>Imagine um caso em que a Adminis-</p><p>traça˜o necessite, por alguma raza˜o especí´fica, adquirir uma motosserra ele´trica e</p><p>algumas outras ferramentas que facilitem a manutença˜o de um jardim em sua a´rea</p><p>externa. E' importante refletir no comando legal expresso a respeito da dispensa.</p><p>O art. 72 determina que a contrataça˜o direta deve ser instruí´da com alguns docu-</p><p>mentos, dentre eles, no inciso I menciona o DFD e, se for o caso, ETP, análise de</p><p>riscos, termo de referência, projeto básico etc.</p><p>Se a referida aquisiça˜o ocorrer por meio de contrataça˜o direta, mediante</p><p>uma dispensa de valor, por exemplo, poder-se-ia cogitar sobre a obrigatoriedade</p><p>de pre´via elaboraça˜o de estudo te´cnico preliminar (ETP), ana´lise de riscos, termo</p><p>de refere ̂ncia etc. para efetivaça˜o da contrataça˜o, contudo, o comando legal ex-</p><p>presso na˜o determina que todas as ferramentas mencionadas devera˜o ser usadas.</p><p>Apenas possibilita-se a sua utilizaça˜o, caso a instruça˜o do processo assim reco-</p><p>mende.</p><p>1.4.3. Impessoalidade</p><p>A impessoalidade, por sua vez, é um princípio com dupla dimensão, que incide</p><p>tanto no aspecto formal (processual), quanto material (no direito em si).</p><p>Assim, a sua materialização implica a tomada de decisões técnicas por parte da</p><p>Administração que privilegiem o interesse público e não o agente envolvido. É a garantia</p><p>de análises justas, independentemente dos agentes envolvidos.</p><p>As frases “Você sabe com QUEM está falando” ou “Você sabe QUEM pediu</p><p>isso”, entre outras, ressaltam muito mais a pessoa do que a necessidade envolvida. A</p><p>verdade é que essas práticas são incompatíveis com a impessoalidade inerente a uma</p><p>democracia republicana.7</p><p>1.4.4. Moralidade</p><p>A moralidade, em linha de integração com os demais princípios, vai além da mera</p><p>noção de legalidade. Implica que determinadas condutas muitas vezes podem ser legais,</p><p>mas imorais. A própria noção de vedação ao nepotismo, hoje já difundida na legislação,</p><p>em normas infralegais</p><p>e em vários editais, iniciou-se com a ideia de afronta à moralidade,</p><p>mesmo não havendo lei expressa que determinasse, por exemplo, a sua prática.</p><p>É nessa linha, inclusive, que o novel diploma regula a aquisição de bens de con-</p><p>sumo, vedando a aquisição de bens de luxo. Não precisaria a lei regular isso, mas, infe-</p><p>lizmente, a velha prática do patrimonialismo ainda insiste em vir à tona, lembrando o</p><p>aplicador da lei que os itens adquiridos pela Administração deverão ser de qualidade co-</p><p>mum, não superior à necessária para cumprir as finalidades às quais se destinam8.</p><p>1.4.5. Publicidade e transparência</p><p>A publicidade, muitas vezes é confundida com publicação. Em verdade, não há</p><p>princípio da publicação e sim da publicidade. Nesse aspecto releva notar que um ato ad-</p><p>ministrativo publicado no DOU, mas não na internet, por exemplo, poderia não cumprir</p><p>a finalidade de ser publicizado. Não sem causa, a NLLC instituiu o PNCP – Portal Naci-</p><p>onal de Contratações Públicas, que visa, exatamente concentrar e dar publicidade aos</p><p>principais atos da Administração.</p><p>Nessa linha, percebe-se íntima ligação entre a publicidade dos atos administrati-</p><p>vos e a transparência. A concretização da transparência ocorrerá em razão da adequada</p><p>publicidade do ato, não apenas por meio de “extratos”, mas também por meio do inteiro</p><p>7 JUSTEN FILHO, Marçal. Obra citada, pág. 116</p><p>8 Excerto do disposto no art. 20 da Lei nº 14.133/2021.</p><p>Não há princípio da publicação e sim da publicidade.</p><p>https://www.gov.br/pncp/pt-br</p><p>https://www.gov.br/pncp/pt-br</p><p>teor de processos, com a inserção e disponibilização da íntegra dos autos nos meios ofi-</p><p>ciais, como sites de transparência do órgão e PNCP.</p><p>1.4.6. Eficiência e celeridade</p><p>Trata-se o primeiro de princípio insculpido na Constituição a partir da EC 19/98,</p><p>com vistas a garantir uma atuação efetiva e célere por parte da Administração. A presta-</p><p>ção adequada é a prestação ocorrida tempestivamente. Neste sentido, impossível dissociar</p><p>a prestação eficiente de uma prestação célere. Não há como compatibilizar uma contrata-</p><p>ção séria na Administração com processos extremamente morosos, com recheio de picu-</p><p>inhas, onde os meios sobrepõem-se aos fins, havendo maior relevância a uma cópia de</p><p>contrato social autenticada em cartório e com firma reconhecida, também no cartório, do</p><p>que à qualidade do objeto em si que está sendo adquirido.</p><p>1.4.7. Interesse Público</p><p>Quando se fala em interesse público, é essencial destacar que a norma visa tutelar</p><p>o interesse público primário (também chamado de interesse da coletividade) e não o in-</p><p>teresse público secundário (que é o interesse da própria máquina administrativa).</p><p>Na linha do que prescreve a teoria da agência9, a relação entre agente (administra-</p><p>dor) e o principal (sociedade) é uma relação em constante tensão, haja vista a possibili-</p><p>dade de interesses divergentes entre esses atores. Daí por que a NLLC trouxe a obrigato-</p><p>riedade do estabelecimento de mecanismos de governança na Administração. A ideia que</p><p>perpassa a necessidade da existência da governança madura é exatamente garantir que o</p><p>interesse do principal seja atingido.</p><p>1.4.8. Probidade Administrativa</p><p>9 Para saber mais sobre Teoria da Agência, consulte: https://shre.ink/9ZKo. Acesso em 19/07/2023.</p><p>https://shre.ink/9ZKo</p><p>Princípio muito próximo da moralidade, a probidade administrativa também diz</p><p>respeito às condutas éticas dentro da Administração, em especial nas contratações admi-</p><p>nistrativas.</p><p>1.4.9. Igualdade</p><p>O item 1.5.2, ao tratar da necessidade de tratamento isonômico entre os objetivos</p><p>da licitação já aborda o princípio da igualdade, que nada mais é que equivalente ao prin-</p><p>cípio da isonomia, razão pela qual não lhe dispensaremos mais comentários no presente</p><p>tópico.</p><p>1.4.10. Planejamento</p><p>O planejamento na NLLC é erigido a um status especial, tendo em vista que se</p><p>passa a privilegiar a concatenação de atos preparatórios gerais e específicos, essenciais a</p><p>uma boa execução das contratações realizadas pelo poder público.</p><p>O referido princípio, não obstante estar previsto na legislação, de modo geral,</p><p>desde o Decreto-Lei 200/67, em seu artigo 10º, §§s 3º e 7º, não constava nas temáticas</p><p>relacionadas à licitação. Por outro lado, ganhou relevância absolutamente diferenciada na</p><p>novel legislação, conforme quadro abaixo:</p><p>A Lei nº 14.133/2021 prevê diversos me-</p><p>canismos que contribuem para a preservação</p><p>desse princípio, como a obrigatoriedade de im-</p><p>plantação de programa de integridade, em contra-</p><p>tações de grande vulto (art. 25, §4º), existência do</p><p>referido programa como critério de desempate</p><p>(art. 60, IV), bem como fator de consideração obri-</p><p>gatória na aplicação de penalidades (art. 156, §1º,</p><p>V) e na reabilitação de empresa penalizada em razão das infrações previstas</p><p>nos incisos VIII e XII do caput do art. 155 (art. 163, parágrafo único).</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2021/lei/l14133.htm#art155viii</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2021/lei/l14133.htm#art155xii</p><p>Figura 1 - Evolução da menção da palavra "Planejamento" na legislação relacionada à</p><p>contratação no Brasil. Legislações anteriores ao Decreto-Lei nº 2300/86: zero vezes, na referida</p><p>norma e na Lei 8.666/93: uma vez. Na NLLC, 12 vezes.</p><p>Fonte: Desenvolvido pelo autor</p><p>Descrição: A imagem mostra a evolução da menção da palavra "Planejamento" na</p><p>legislação relacionada à contratação no Brasil. Nas legislações anteriores ao Decreto-Lei nº</p><p>2300/86: zero vezes, na referida norma e na Lei 8.666/93: uma vez. Na NLLC, 12 vezes.</p><p>Assim sendo, percebe-se a valorização inequívoca de atos de planejamento por</p><p>parte da Administração Pública, na linha do que inaugurado pelo Acórdão nº 2622/2015</p><p>– TCU – Plenário que dispôs exaustivamente sobre o tema.</p><p>1.4.11. Eficácia e economicidade</p><p>Para melhor fixaça˜o do tema relacionado ao princí´pio do</p><p>Planejamento na Administraça˜o Pu´blica, bem como da te-</p><p>ma´tica de governança das contrataço˜es, recomenda-se a lei-</p><p>tura atenta do pelo Acórdão nº 2622/2015 – TCU – Plenário.</p><p>https://pesquisa.apps.tcu.gov.br/redireciona/acordao-completo/%22ACORDAO-COMPLETO-1539501%22</p><p>https://pesquisa.apps.tcu.gov.br/redireciona/acordao-completo/%22ACORDAO-COMPLETO-1539501%22</p><p>https://pesquisa.apps.tcu.gov.br/redireciona/acordao-completo/%22ACORDAO-COMPLETO-1539501%22</p><p>Considerando a interrelação entre os referidos princípios, sua análise será feita de</p><p>modo conjunto. Eles contribuem, de alguma forma, para a obtenção de uma contratação</p><p>vantajosa para a Administração.</p><p>Enquanto a eficácia visa o aproveitamento ótimo dos recursos e das possibilidades</p><p>por parte da Administração, tendo em vista as finalidades pretendidas e a função institu-</p><p>cional imposta, a economicidade exige o planejamento, desenvolvimento e execução das</p><p>soluções de modo a preservar o menor desembolso possível por parte da Administração.</p><p>1.4.12. Segregação de Funções</p><p>O princípio da segregação de funções deve ser visto tomando-se em conta, espe-</p><p>cialmente, a finalidade exposta na NLLC. Isso porque, não raro, vislumbram-se alegações</p><p>de que a atividade “a” não pode ser realizada pelo mesmo servidor que executa “b”, sim-</p><p>plesmente por que tratam-se de “passos diferentes” de uma mesma marcha processual.</p><p>Pois bem, a finalidade legal quanto à segregação de funções está expressa no art.</p><p>7º, §1º que dispõe que, em atendimento ao referido princípio, a autoridade competente</p><p>não deve designar um mesmo agente público para atuação simultânea em funções mais</p><p>suscetíveis a riscos, de modo a (i) reduzir a possibilidade de ocultação de erros e (ii)</p><p>reduzir a possibilidade de ocorrência de fraudes.</p><p>Tomadas as razões acima, vejamos o que prescreve a Portaria PGR/MPU Nº</p><p>28/2023, em seu artigo 3º, parágrafo único:</p><p>Parágrafo único. A aplicação do princípio da segregação</p><p>de funções</p><p>de que trata o caput será avaliada conforme a situação fática processual e</p><p>poderá ser ressalvada, por decisão motivada, em razão:</p><p>I - das características do caso concreto, tais como o valor e a comple-</p><p>xidade do objeto da contratação;</p><p>II - da consolidação das linhas de defesa; e</p><p>III - da indisponibilidade para atuação de servidores com atribuições</p><p>relacionadas a licitações e contratos.</p><p>As razões informadas pela portaria buscam, em síntese, informar, num critério de</p><p>seletividade e gestão de riscos, quais os casos em que a Administração estaria disposta a</p><p>flexibilizar o princípio.</p><p>http://www.transparencia.mpf.mp.br/conteudo/diarios-e-boletins/boletim-de-servico-do-mpu-extras/2023/boletim-de-servico-do-mpu-extras_2023_Marco_02.pdf</p><p>http://www.transparencia.mpf.mp.br/conteudo/diarios-e-boletins/boletim-de-servico-do-mpu-extras/2023/boletim-de-servico-do-mpu-extras_2023_Marco_02.pdf</p><p>1.4.13. Motivação</p><p>A motivação é a exposição das razões de fato e de direito que justificam a prática</p><p>do ato administrativo. Nas contratações públicas, a motivação deve conduzir ao enfren-</p><p>tamento das razões pela qual a Administração entende que aquela aquisição se faz neces-</p><p>sária. A contratação que prescinde deste elemento estará inquinada de vício.</p><p>Por razões fáticas entende-se a ocorrência prática que ensejou a necessidade da</p><p>Administração, como a manutenção de ambientes de trabalho salubres, justificando, por-</p><p>tanto, a contratação de serviços de limpeza ou a necessidade de se ter um dispositivo</p><p>portátil à disposição em razão da dedicação exclusiva da função, o que justificaria a aqui-</p><p>sição (diretamente ou via comodato) de aparelhos telefônicos por parte da Administração.</p><p>Por razões de direito entende-se a adequação ao caminho prescrito pela lei para</p><p>atendimento à necessidade prática. Um exemplo bem singelo disso é a própria necessi-</p><p>dade de licitação. Por que licitamos, se a licitação, como já se sabe, é um processo moroso,</p><p>muitas vezes caro e outras vezes até mais caro que a própria compra que está sendo rea-</p><p>lizada? Por que a Constituição Federal assim determina. A ordem jurídica assim deter-</p><p>mina. Por óbvio, há razões principiológicas para isso, que é justamente dar a conhecer à</p><p>sociedade o que está sendo adquirido pela Administração (transparência), prestar contas</p><p>de como o dinheiro público está sendo empregado (accountability) e oportunizar a quem</p><p>se interessar participar de uma disputa justa e igualitária, a fim de vender para o serviço</p><p>público.</p><p>1.4.14. Vinculação ao Edital e Julgamento Objetivo</p><p>Por sua vez, presente a motivação, a contratação pública deve ocorrer mediante o</p><p>estabelecimento de regras claras, objetivas, que não induzam a erro ou subjetivismos.</p><p>Para isso, após o estabelecimento das “regras do jogo”, todos se tornam vinculados à sua</p><p>Assista o vídeo para entender um pouco mais sobre segrega-</p><p>ção de funções e exemplos concretos acerca do tema.</p><p>observância, tanto a Administração quanto os licitantes. Isso é uma salvaguarda para a</p><p>sociedade de que não haverá surpresas, não haverá vieses nas decisões adotadas, posto</p><p>que de antemão se informou os critérios a serem seguidos.</p><p>Daí, como um consectário lógico, o julgamento na licitação deve ser objetivo, em</p><p>um ato de subsunção das propostas ao que predispôs o edital.</p><p>Isso certamente não significa rigidez absoluta, podendo as disposições editalícias</p><p>serem interpretadas de modo a melhor cumprirem as finalidades descritas pelo legislador,</p><p>inclusive no que respeita à ampliação da disputa</p><p>1.4.15. Segurança Jurídica</p><p>A segurança jurídica é desejada tanto do ponto de vista da Administração, quanto</p><p>do ponto de vista da sociedade. Em verdade, esse princípio descreve a sensação de ade-</p><p>quada previsibilidade da conduta esperada da Administração Pública.</p><p>Não pode o administrado ou a sociedade se envergar a mandos e desmandos da</p><p>Administração ou de órgãos de controle em processos não padronizados ou nos quais não</p><p>se verifique a individualidade das condutas perpetradas, nos quais a decisão adotada tenha</p><p>a ver não com “o que” aconteceu, mas com “quem” aconteceu.</p><p>Louvável avanço na área ocorreu com a reformulação da LINDB, capitaneada</p><p>pelo então senador Antônio Anastasia, hoje ministro do TCU. Perceba-se que nova reda-</p><p>ção legislativa buscou trazer segurança para a Administração e para os administrados por</p><p>meio de seus dispositivos. Confira-se algumas de suas disposições:</p><p>Art. 23. A decisão administrativa, controladora ou judicial que estabelecer interpretação</p><p>ou orientação nova sobre norma de conteúdo indeterminado, impondo novo dever ou novo con-</p><p>dicionamento de direito, deverá prever regime de transição quando indispensável para que o</p><p>novo dever ou condicionamento de direito seja cumprido de modo proporcional, equânime e efi-</p><p>ciente e sem prejuízo aos interesses gerais.</p><p>Art. 24. A revisão, nas esferas administrativa, controladora ou judi-</p><p>cial, quanto à validade de ato, contrato, ajuste, processo ou norma administra-</p><p>tiva cuja produção já se houver completado levará em conta as orientações</p><p>gerais da época, sendo vedado que, com base em mudança posterior de orien-</p><p>tação geral, se declarem inválidas situações plenamente constituídas.</p><p>Parágrafo único. Consideram-se orientações gerais as interpretações</p><p>e especificações contidas em atos públicos de caráter geral ou em jurisprudên-</p><p>cia judicial ou administrativa majoritária, e ainda as adotadas por prática ad-</p><p>ministrativa reiterada e de amplo conhecimento público.</p><p>Art. 30. As autoridades públicas devem atuar para aumentar a</p><p>segurança jurídica na aplicação das normas, inclusive por meio de regu-</p><p>lamentos, súmulas administrativas e respostas a consultas.</p><p>Parágrafo único. Os instrumentos previstos no caput deste artigo te-</p><p>rão caráter vinculante em relação ao órgão ou entidade a que se destinam, até</p><p>ulterior revisão.</p><p>1.4.16. Razoabilidade</p><p>A razoabilidade tem a ver com a vedação à adoção de decisões que infrinjam a</p><p>lógica, a experiência e a necessidade, de modo a produzir resultados destituídos de uti-</p><p>lidade.10 Embora não se possa negar certa medida de subjetivismo na definição e aplica-</p><p>ção desse princípio, visto que nem sempre o que é “razoável” para um, seria para outro,</p><p>a sua concepção deve levar em conta um padrão de racionalidade do denominado “ho-</p><p>mem médio” pelo TCU, que nas palavras de Odilon Cavallari seria aquele que representa</p><p>a conduta ordinária, comum, usual, diligente, mas que, eventualmente, comete erros de</p><p>menor importância, razão pela qual são considerados escusáveis, desculpáveis11.</p><p>1.4.17. Competitividade e economicidade</p><p>A competitividade e a economicidade são princípios correlatos. De certo modo,</p><p>quase todos os princípios expressos no art. 5º terão uma certa relação entre si, mas nesse</p><p>caso, em especial, um será, em boa parte das vezes o desdobramento do outro.</p><p>A competitividade ocorrerá na medida em que a Administração, no bojo de seu</p><p>planejamento buscar atender de forma mais ampla possível as suas necessidades, avali-</p><p>ando não apenas aspectos específicos de uma necessidade pontual e temporária, mas as-</p><p>pectos abrangentes de soluções permanentes que possam ser atendidas de modos diversos.</p><p>Exemplificando, se a necessidade da Administração é por impressão, não pode</p><p>resumir a solução possível a uma alternativa única, como a aquisição de impressora ou</p><p>mesmo a locação das referidas máquinas. A opção escolhida deve levar em consideração</p><p>10 JUSTEN FILHO, Marçal. Obra citada, pág. 145</p><p>11 Cavallari, Odilon. Artigo: O QUE É O ERRO GROSSEIRO DA LINDB? Disponível em</p><p>https://www.antcbrasil.org.br/comunicacao/artigos/847-artigo-o-que-e-o-erro-grosseiro-da-lindb-por-</p><p>odilon-cavallari. Acesso em 20/07/2023.</p><p>https://www.antcbrasil.org.br/comunicacao/artigos/847-artigo-o-que-e-o-erro-grosseiro-da-lindb-por-odilon-cavallari</p><p>https://www.antcbrasil.org.br/comunicacao/artigos/847-artigo-o-que-e-o-erro-grosseiro-da-lindb-por-odilon-cavallari</p><p>as soluções existentes no mercado e qual delas redundará em benefícios para a Adminis-</p><p>tração, inclusive em razão de ampla aderência ao mercado. Não havendo essa aderência,</p><p>não haverá competitividade e, logo, a economicidade não restará atendida.</p><p>De outro lado, havendo essa preocupação da Administração em, sempre que pos-</p><p>sível, conceber soluções que sejam amplamente atendidas pelo mercado, aumentam-se as</p><p>chances de competitividade, maximizando as chances de boa utilização dos recursos pú-</p><p>blicos.</p><p>1.4.18. Desenvolvimento Nacional Sustentável.</p><p>O princípio do desenvolvimento nacional sustentável, também chamado de sus-</p><p>tentabilidade, será mais bem explorado no próximo tópico, considerando que é trazido</p><p>tanto como princípio, no art. 5º, quanto como objetivo, no art. 11 da Lei nº 14.133/2021.</p><p>1.5. Objetivos do Processo Licitatório</p><p>Os [novos] objetivos do processo licitatório estão dispostos no art. 11 da NLLC e</p><p>serão objeto de comentários sucintos abaixo.</p><p>1.5.1. Obtenção da proposta apta a gerar o resultado de contratação mais</p><p>vantajoso para a Administração Pública, inclusive no que se refere ao</p><p>ciclo de vida do objeto</p><p>Este primeiro objetivo trazido pelo art. 11 da novel legislação já revela uma dife-</p><p>rença sutil, porém muito relevante em relação ao regramento anterior. É que, enquanto a</p><p>antiga lei de licitações falava apenas em “proposta mais vantajosa” (Artigos 3º; 42, §5º e</p><p>45, §1º, inciso I, da Lei nº 8.666/93), a NLLC menciona o “resultado de contratação mais</p><p>vantajoso” (art. 11, inciso I; art. 18, inciso VIII; art. 169, §1º).</p><p>Assim, não por acaso, o ciclo de vida do objeto foi incluído na redação legal. Ou</p><p>seja, não se pode, ou pelo menos, não se deve analisar apenas o custo de aquisição daquilo</p><p>que está sendo adquirido pela Administração. É essencial que se analise o custo envolvido</p><p>em todo o ciclo de vida objeto, incluindo os gastos com manutenção e descarte ambien-</p><p>talmente adequado, por exemplo.</p><p>1.5.2. Tratamento isonômico entre os licitantes, bem como a justa competição</p><p>Não custa lembrar que esses objetivos decorrem diretamente do disposto no texto</p><p>constitucional acerca da matéria. Confira-se o que dispõe o art. 37, inciso XXI, da</p><p>CRFB/88:</p><p>XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, ser-</p><p>viços, compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação</p><p>pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com</p><p>cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições</p><p>efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências</p><p>de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento</p><p>das obrigações.</p><p>Nessa linha, garantir a isonomia, bem como a justa competição, é garantir que as</p><p>exigências postas para a contratação são as absolutamente necessárias e imprescindíveis</p><p>à execução adequada do objeto. Implica ainda dizer que não devem ser toleradas exigên-</p><p>cias injustificadamente restritivas, absurdas, impertinentes ou não voltadas a qualquer dos</p><p>objetivos da licitação.</p><p>Por outro lado, caso a Administração não possa ou entenda impossível garantir a</p><p>isonomia e a justa competição entre interessados, provavelmente estará diante dos casos</p><p>excepcionais em que a própria legislação ressalva a exigência de licitação. Em tais casos,</p><p>a Administração não se exonera do dever de cumprir os demais princípios relacionados à</p><p>contratação, como observância do resultado mais vantajoso, do interesse público, da pu-</p><p>blicidade, eficiência etc., mesmo não havendo “competição”. A aferição de preços, nestes</p><p>casos, deve obedecer a critérios próprios que assegurem o pagamento de preços justos e</p><p>de mercado pela Administração.</p><p>Aprofunde-se:</p><p>➔ PORTARIA PGR/MPU Nº 100, DE</p><p>31 DE MAIO DE 2023 (Regulamenta</p><p>o procedimento administrativo para</p><p>realização de pesquisa de preços</p><p>para aquisição de bens e contratação</p><p>de serviços em geral, no âmbito do</p><p>Ministério Público da União)</p><p>Art. 7º Nas contratações diretas por</p><p>inexigibilidade ou por dispensa de licitação, aplica-se o disposto no art. 5º.</p><p>§ 1º Quando não for possível estimar o valor do objeto na forma estabelecida no art.</p><p>5º, a justificativa de preços será dada com base em valores de contratações de objetos</p><p>idênticos, comercializados pela futura contratada, por meio da apresentação de notas</p><p>fiscais emitidas para outros contratantes, públicos ou privados, no período de até 1</p><p>(um) ano anterior à data da contratação pela Administração, ou por outro meio idô-</p><p>neo.</p><p>1.5.3. Evitar contratações com sobrepreço ou com preços manifestamente</p><p>inexequíveis e superfaturamento na execução dos contratos</p><p>O entendimento deste objetivo perpassa, necessariamente pelo entendimento dos</p><p>conceitos de sobrepreço, de superfaturamento e de inexequibilidade. A fim de preservar</p><p>a importância da interpretação autêntica, utilizaremos os conceitos trazidos pela própria</p><p>Lei nº 14.133/2021 acerca das duas primeiras nomenclaturas. Confira-se:</p><p>LVI - sobrepreço: preço orçado para licitação ou contratado em va-</p><p>lor expressivamente superior aos preços referenciais de mercado, seja de ape-</p><p>nas 1 (um) item, se a licitação ou a contratação for por preços unitários de</p><p>serviço, seja do valor global do objeto, se a licitação ou a contratação for por</p><p>http://bibliotecadigital.mpf.mp.br/bdmpf/bitstream/handle/11549/257518/PT_PGR_MPU_2023_100.pdf?sequence=1&isAllowed=y</p><p>http://bibliotecadigital.mpf.mp.br/bdmpf/bitstream/handle/11549/257518/PT_PGR_MPU_2023_100.pdf?sequence=1&isAllowed=y</p><p>tarefa, empreitada por preço global ou empreitada integral, semi-integrada ou</p><p>integrada;</p><p>LVII - superfaturamento: dano provocado ao patrimônio da Admi-</p><p>nistração, caracterizado, entre outras situações, por:</p><p>a) medição de quantidades superiores às efetivamente executadas ou</p><p>fornecidas;</p><p>b) deficiência na execução de obras e de serviços de engenharia que</p><p>resulte em diminuição da sua qualidade, vida útil ou segurança;</p><p>c) alterações no orçamento de obras e de serviços de engenharia que</p><p>causem desequilíbrio econômico-financeiro do contrato em favor do contra-</p><p>tado;</p><p>Temos então, do que se depreende do texto legal, que enquanto o sobrepreço se</p><p>refere à fase de orçamentação, anterior à efetiva contratação, o superfaturamento implica</p><p>a transferência indevida de recursos ao particular em razão de fatores ligados à fase de</p><p>execução contratual, como na medição incorreta dos serviços prestados, em prejuízo da</p><p>Administração, deficiência de especificações que impliquem prejuízo na execução do ob-</p><p>jeto e alterações indevidas no equilíbrio econômico-financeiro dos contratos.</p><p>Por sua vez, a inexequibilidade, muito embora não tenha sido conceituada expli-</p><p>citamente na NLLC, como os dois primeiros conceitos, tem seus parâmetros de constata-</p><p>ção no art. 59. Confira-se:</p><p>Art. 59. Serão desclassificadas as propostas que:</p><p>(...)</p><p>III - apresentarem preços inexequíveis ou permanecerem acima do</p><p>orçamento estimado para a contratação;</p><p>IV - não tiverem sua exequibilidade demonstrada, quando exigido</p><p>pela Administração;</p><p>(...)</p><p>§ 2º A Administração poderá realizar diligências para aferir a exequi-</p><p>bilidade das propostas ou exigir dos licitantes que ela seja demonstrada, con-</p><p>forme disposto no inciso IV do caput deste artigo.</p><p>§ 3º No caso de obras e serviços de engenharia e arquitetura, para</p><p>efeito de avaliação da exequibilidade e de sobrepreço, serão considerados o</p><p>preço global, os quantitativos e os preços unitários tidos como relevantes, ob-</p><p>servado o critério de aceitabilidade de preços unitário e global a ser fixado no</p><p>edital, conforme as especificidades do mercado correspondente.</p><p>§ 4º No caso de obras e serviços de engenharia, serão consideradas</p><p>inexequíveis as propostas cujos valores forem inferiores a 75% (setenta e cinco</p><p>por cento) do valor orçado pela Administração.</p><p>§ 5º Nas contratações</p><p>de obras e serviços de engenharia, será exigida</p><p>garantia adicional do licitante vencedor cuja proposta for inferior a 85% (oi-</p><p>tenta e cinco por cento) do valor orçado pela Administração, equivalente à di-</p><p>ferença entre este último e o valor da proposta, sem prejuízo das demais garan-</p><p>tias exigíveis de acordo com esta Lei.</p><p>De todo modo, em relação ao tema, é importante ressaltar que a presunção de</p><p>inexequibilidade é sempre relativa, podendo (e devendo) ser comprovada pela Adminis-</p><p>tração, não sendo aconselhável a desclassificação de uma licitante, por exemplo, única e</p><p>exclusivamente com base em percentuais do preço ofertado em relação ao preço estimado</p><p>pela Administração.</p><p>1.5.4. Incentivo à inovação e o desenvolvimento nacional sustentável</p><p>É bom destacar que a inovação enquanto objetivo do processo licitatório não im-</p><p>plica a necessidade de se “reinventar a roda” o tempo todo. Pelo contrário, é exatamente</p><p>a valorização e continuidade do que muitas vezes já “funciona bem” é que abre espaço</p><p>para aprimoramentos e priorização daquilo que vem não funcionando de modo adequado.</p><p>Nesse aspecto, é importante avaliar quais são as prioridades da Administração,</p><p>inclusive do ponto de vista estratégico, quando se fala em inovação, lembrando inclusive</p><p>que nem haverá um caráter disruptivo na inovação, podendo esta ocorrer nesta linha ou</p><p>apenas de modo incremental.</p><p>De todo modo, é importante a sua avaliação, em especial na resolução de proble-</p><p>mas complexos. Confira-se a respeito o que expõe Tânia Chioato e Maria Paula Lins:</p><p>Em breve os órgãos de controle passarão a exigir que os gestores pú-</p><p>blicos considerem adotar a inovação sempre que necessário para solucionar os</p><p>problemas mais complexos da sociedade e das organizações, em atenção ao</p><p>princípio constitucional da eficiência e ao objetivo de incentivar a inovação em</p><p>compras públicas, consoante à nova Lei de Licitações (Lei no 14.133/2021,</p><p>art. 11).12</p><p>Perceba-se que a inovação é trazida como objetivo do processo licitatório junta-</p><p>mente com o desenvolvimento nacional sustentável. Como já mencionado acima, o de-</p><p>senvolvimento nacional sustentável é trazido na lei tanto como princípio, quanto como</p><p>12 RAUEN, ANDRÉ TORTATO, Organizador. Compras públicas para inovação no Brasil: novas</p><p>possibilidades legais / Brasília: IPEA, 2022.</p><p>objetivo da licitação. O referido princípio é a expressão da sustentabilidade na Adminis-</p><p>tração Pública.</p><p>Em apertada síntese, a sustentabilidade implica atender as necessidades presentes</p><p>sem comprometer as gerações futuras, deste modo, a sua aplicação deve estar alinhada</p><p>não somente com a preservação do “porvir”, mas com o correto manejo e atendimento às</p><p>necessidades atuais.</p><p>É bom realçar que, classicamente, a sustentabilidade tem a sua aplicação atrelada</p><p>a pelo menos três eixos ou dimensões: econômico, social e ambiental. No que diz respeito</p><p>às contratações públicas, a sua aplicação é transversal, percorrendo desde a fase de pla-</p><p>nejamento da contratação até a efetiva execução e fiscalização da avença.</p><p>A NLLC traz diversos exemplos de preocupação com a sustentabilidade em suas</p><p>múltiplas dimensões. Abaixo enumeramos alguns, sem exaurir as possibilidades abarca-</p><p>das pela lei.</p><p>Quando estabelece a necessidade de fiscalização de encargos previdenciários e</p><p>trabalhistas de trabalhadores terceirizados (art. 121, §3º), a lei retrata uma dimensão social</p><p>da sustentabilidade. Confira-se:</p><p>§ 3º Nas contratações de serviços contínuos com regime de dedicação</p><p>exclusiva de mão de obra, para assegurar o cumprimento de obrigações traba-</p><p>lhistas pelo contratado, a Administração, mediante disposição em edital ou em</p><p>contrato, poderá, entre outras medidas:</p><p>I - exigir caução, fiança bancária ou contratação de seguro-garantia</p><p>com cobertura para verbas rescisórias inadimplidas;</p><p>II - condicionar o pagamento à comprovação de quitação das obriga-</p><p>ções trabalhistas vencidas relativas ao contrato;</p><p>III - efetuar o depósito de valores em conta vinculada;</p><p>IV - em caso de inadimplemento, efetuar diretamente o pagamento</p><p>das verbas trabalhistas, que serão deduzidas do pagamento devido ao contra-</p><p>tado;</p><p>V - estabelecer que os valores destinados a férias, a décimo terceiro</p><p>salário, a ausências legais e a verbas rescisórias dos empregados do contratado</p><p>que participarem da execução dos serviços contratados serão pagos pelo con-</p><p>tratante ao contratado somente na ocorrência do fato gerador.</p><p>Quando dispõe acerca da necessidade de manutenção dos benefícios instituídos</p><p>nos artigos 42 a 49 da LC nº 123/2006 às microempresas e empresas de pequeno porte</p><p>(art. 4º), retrata-se o atendimento ao eixo econômico, posto que os benefícios instituídos</p><p>na legislação mencionada têm por objetivo precípuo a concretização da isonomia, princí-</p><p>pio constitucional implícito que significa tratar igualmente iguais e desigualmente os de-</p><p>siguais, na medida de suas desigualdades. Confira-se:</p><p>Art. 4º Aplicam-se às licitações e contratos disciplinados por esta Lei</p><p>as disposições constantes dos arts. 42 a 49 da Lei Complementar nº 123, de</p><p>14 de dezembro de 2006.</p><p>§ 1º As disposições a que se refere o caput deste artigo não são apli-</p><p>cadas:</p><p>I - no caso de licitação para aquisição de bens ou contratação de ser-</p><p>viços em geral, ao item cujo valor estimado for superior à receita bruta máxima</p><p>admitida para fins de enquadramento como empresa de pequeno porte;</p><p>II - no caso de contratação de obras e serviços de engenharia, às lici-</p><p>tações cujo valor estimado for superior à receita bruta máxima admitida para</p><p>fins de enquadramento como empresa de pequeno porte.</p><p>§ 2º A obtenção de benefícios a que se refere o caput deste artigo fica</p><p>limitada às microempresas e às empresas de pequeno porte que, no ano-calen-</p><p>dário de realização da licitação, ainda não tenham celebrado contratos com a</p><p>Administração Pública cujos valores somados extrapolem a receita bruta má-</p><p>xima admitida para fins de enquadramento como empresa de pequeno porte,</p><p>devendo o órgão ou entidade exigir do licitante declaração de observância</p><p>desse limite na licitação.</p><p>§ 3º Nas contratações com prazo de vigência superior a 1 (um) ano,</p><p>será considerado o valor anual do contrato na aplicação dos limites previstos</p><p>nos §§ 1º e 2º deste artigo.</p><p>Por fim, também são exemplo claros de atenção à dimensão ambiental da susten-</p><p>tabilidade a possibilidade de que a Administração leve em conta, no seu planejamento, o</p><p>estabelecimento de margens de preferência para bens reciclados, recicláveis ou biodegra-</p><p>dáveis (art. 26, inciso II), bem como avalie no Estudo Técnico Preliminar empreendido a</p><p>descrição dos possíveis impactos ambientais da contratação, a inserção de logística re-</p><p>versa e reciclagem de bens adquiridos, entre outros (art. 18, §1º, inciso XII). Confira-se:</p><p>Art. 18. Art. 18. A fase preparatória do processo licitatório é caracte-</p><p>rizada pelo planejamento e deve compatibilizar-se com o plano de contratações</p><p>anual de que trata o inciso VII do caput do art. 12 desta Lei, sempre</p><p>que elaborado, e com as leis orçamentárias, bem como abordar todas as consi-</p><p>derações técnicas, mercadológicas e de gestão que podem interferir na contra-</p><p>tação, compreendidos:</p><p>(...)</p><p>§ 1º O estudo técnico preliminar a que se refere o inciso I do ca-</p><p>put deste artigo deverá evidenciar o problema a ser resolvido e a sua melhor</p><p>solução, de modo a permitir a avaliação da viabilidade técnica e econômica da</p><p>contratação, e conterá os seguintes elementos:</p><p>(...)</p><p>XII - descrição de possíveis impactos ambientais e respectivas me-</p><p>didas mitigadoras, incluídos requisitos de baixo consumo de energia e de</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LCP/Lcp123.htm#art42</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LCP/Lcp123.htm#art42</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2021/lei/l14133.htm#art12vii</p><p>outros recursos, bem como logística</p><p>reversa para desfazimento e recicla-</p><p>gem de bens e refugos, quando aplicável;</p><p>Atento a esse caráter transversal de sua atuação, no âmbito do MPU, a sustentabi-</p><p>lidade, por meio do Plano de Logística Sustentável, foi instituída como instrumento de</p><p>governança nas contratações públicas.</p><p>Atualmente portanto, o tema é tratado na Portaria PGR/MPU nº 38/2023, em seu</p><p>art. 5º, inciso I, abaixo reproduzido:</p><p>Art. 5º São instrumentos da Política de Governança das Contratações:</p><p>I - Plano de Logística Sustentável - PLS;</p><p>CAPÍTULO II</p><p>DO PLANO DE LOGÍSTICA SUSTENTÁVEL</p><p>Art. 6º Cada ramo do Ministério Público da União e a Escola Superior</p><p>do Ministério Público da União devem elaborar e implantar o seu Plano de</p><p>Logística Sustentável, observados, no mínimo, os seguintes parâmetros:</p><p>I - diretrizes para a gestão sustentável das contratações;</p><p>II - metodologia para aferição de custos indiretos, que poderão ser</p><p>considerados na escolha da opção mais vantajosa à Administração, relaciona-</p><p>dos às despesas de manutenção, utilização, reposição, depreciação, tratamento</p><p>de resíduos sólidos e impacto ambiental, entre outros fatores vinculados ao</p><p>ciclo de vida do objeto contratado;</p><p>III - ações voltadas para: a) promoção da racionalização e do consumo</p><p>consciente de bens e serviços; b) identificação dos objetos de menor impacto</p><p>ambiental; c) divulgação, conscientização e capacitação acerca da logística</p><p>sustentável; e d) racionalização da ocupação dos espaços físicos;</p><p>IV - responsabilidades dos atores envolvidos na elaboração, na exe-</p><p>cução, no monitoramento e na avaliação do Plano de Logística Sustentável; e</p><p>V - metodologia para implementação, monitoramento e avaliação do</p><p>Plano de Logística Sustentável.</p><p>Parágrafo único. Os processos de contratação devem incluir análises</p><p>quanto à aplicação de práticas de gestão sustentável, racionalização da aquisi-</p><p>ção de bens e serviços e consumo consciente.</p><p>Além do disposto acima, a temática foi objeto de regulamentação no âmbito do</p><p>MPF por meio da Portaria PGR/MPF nº 290/2023 que dispôs sobre a Política de Susten-</p><p>tabilidade, o Plano de Logística Sustentável e a Rede MPF Sustentável no âmbito do Mi-</p><p>nistério Público Federal. A norma traz princípios e diretrizes que deverão ser seguidos</p><p>pelas unidades do MPF na gestão e na construção do Plano de Logística Sustentável.</p><p>http://bibliotecadigital.mpf.mp.br/bdmpf/bitstream/handle/11549/253708/PT_PGR_MPU_2023_38.pdf?sequence=4&isAllowed=y</p><p>http://bibliotecadigital.mpf.mp.br/bdmpf/bitstream/handle/11549/256313/PT_PGR_MPF_2023_290.pdf?sequence=1&isAllowed=y</p><p>1.6. Conceitos e distinções relevantes</p><p>Como último tópico deste módulo destacaremos alguns conceitos e distinções re-</p><p>levantes que podem fazer a diferença na aplicação do novo diploma legal por parte dos</p><p>servidores da Administração e que, por vezes, causam alguma confusão conceitual.</p><p>1.6.1. Bens e serviços comuns x bens e serviços especiais</p><p>A distinção dos referidos conceitos pode ser auxiliada pelas definições constantes</p><p>do art. 6º da NLLC, incisos XIII e XIV e XXI, a seguir transcritas:</p><p>XIII - bens e serviços comuns: aqueles cujos padrões de desempenho</p><p>e qualidade podem ser objetivamente definidos pelo edital, por meio de espe-</p><p>cificações usuais de mercado;</p><p>XIV - bens e serviços especiais: aqueles que, por sua alta heteroge-</p><p>neidade ou complexidade, não podem ser descritos na forma do inciso XIII</p><p>do caput deste artigo, exigida justificativa prévia do contratante;</p><p>XXI - serviço de engenharia: toda atividade ou conjunto de atividades</p><p>destinadas a obter determinada utilidade, intelectual ou material, de interesse</p><p>para a Administração e que, não enquadradas no conceito de obra a que se</p><p>refere o inciso XII do caput deste artigo, são estabelecidas, por força de lei,</p><p>como privativas das profissões de arquiteto e engenheiro ou de técnicos espe-</p><p>cializados, que compreendem:</p><p>Aprofunde-se:</p><p>➔ PORTARIA PGR/MPF Nº 290, DE</p><p>9 DE MAIO DE 2023 (Institui a Polí-</p><p>tica de Governança das Contratações</p><p>do Ministério Público da União e da</p><p>Escola Superior do Ministério Pú-</p><p>blico da União);</p><p>➔ PORTARIA PGR/MPU Nº 38, DE</p><p>16 DE MARÇO DE 2023 (Dispõe so-</p><p>bre a Política de Sustentabilidade, o Plano de Logística Sustentável e a Rede MPF</p><p>Sustentável no âmbito do Ministério Público Federal).</p><p>http://bibliotecadigital.mpf.mp.br/bdmpf/bitstream/handle/11549/256313/PT_PGR_MPF_2023_290.pdf?sequence=1&isAllowed=y</p><p>http://bibliotecadigital.mpf.mp.br/bdmpf/bitstream/handle/11549/256313/PT_PGR_MPF_2023_290.pdf?sequence=1&isAllowed=y</p><p>http://bibliotecadigital.mpf.mp.br/bdmpf/bitstream/handle/11549/253708/PT_PGR_MPU_2023_38.pdf?sequence=4&isAllowed=y</p><p>http://bibliotecadigital.mpf.mp.br/bdmpf/bitstream/handle/11549/253708/PT_PGR_MPU_2023_38.pdf?sequence=4&isAllowed=y</p><p>a) serviço comum de engenharia: todo serviço de engenharia que</p><p>tem por objeto ações, objetivamente padronizáveis em termos de desempenho</p><p>e qualidade, de manutenção, de adequação e de adaptação de bens móveis e</p><p>imóveis, com preservação das características originais dos bens;</p><p>b) serviço especial de engenharia: aquele que, por sua alta heteroge-</p><p>neidade ou complexidade, não pode se enquadrar na definição constante da</p><p>alínea “a” deste inciso.</p><p>A relevância das referidas distinções é que cada um desses bens e/ou serviços terá</p><p>a aplicação de um regime jurídico próprio, conforme quadro abaixo:</p><p>Distinções relevantes Bens e serviços comuns Bens e serviços especiais</p><p>Quanto à modalidade de</p><p>licitação</p><p>Pregão (obrigatório, salvo se adotados</p><p>os critérios de julgamento técnica e</p><p>preço, melhor técnica ou maior re-</p><p>torno econômico, quando deverá ser</p><p>feita Concorrência).</p><p>Concorrência</p><p>Quanto ao regime de</p><p>contratação</p><p>➔ contratação por tarefa (art. 6º, xxxi)</p><p>➔ fornecimento e prestação de ser-</p><p>viço associado (art. 6º, xxxiv)</p><p>➔ compra (art. 6º, x)</p><p>➔ serviços ou fornecimento contí-</p><p>nuos (art. 6º, xv)</p><p>➔ serviços não contínuos ou contra-</p><p>tados por escopo (art. 6º, xvii)</p><p>Contratação integrada (Art. 6º, incisos</p><p>xxxii) ou semi-integrada (Art. 6º, inci-</p><p>sos xxxiii), ambos da Lei nº</p><p>14.133/2021.</p><p>Quanto aos servidores</p><p>que executarão a contra-</p><p>tação</p><p>Agente de contratação (Pregoeiro) -</p><p>(Art. 8º, §5º, da Lei nº 14133/2021)</p><p>Agente de contratação ou Comissão de</p><p>Contratação (Art. 8º, §2º, da Lei nº</p><p>14133/2021)</p><p>Quanto ao critério de jul-</p><p>gamento</p><p>➔ menor preço</p><p>➔ melhor técnica ou conteúdo artís-</p><p>tico</p><p>➔ técnica e preço</p><p>➔ maior retorno econômico</p><p>➔ maior desconto</p><p>(Art. 6º, incisos xxxviii, da Lei nº</p><p>14133/2021)</p><p>➔ menor preço</p><p>➔ melhor técnica ou conteúdo artístico</p><p>➔ técnica e preço</p><p>➔ maior retorno econômico</p><p>➔ maior desconto</p><p>(Art. 6º, incisos xxxviii, da Lei nº</p><p>14133/2021)</p><p>➔ Técnica e preço, obrigatoriamente,</p><p>se envolvidos bens e serviços especiais</p><p>de TIC ou de engenharia (Art. 36, §1º,</p><p>incisos III e IV, da Lei nº 14133/2021)</p><p>Quanto ao prazo de apre-</p><p>sentação das propostas</p><p>➔ 10 (dez) dias úteis, quando adota-</p><p>dos os critérios de julgamento de me-</p><p>nor preço ou de maior desconto, no</p><p>caso de serviços comuns e de obras e</p><p>serviços comuns de engenharia (Art.</p><p>55, inciso II, ‘a”, da Lei nº</p><p>14133/2021)</p><p>➔ 25 dias úteis, quando adotados os cri-</p><p>térios de julgamento de menor preço ou</p><p>de maior desconto, no caso de serviços</p><p>especiais e de obras e serviços especiais</p><p>de engenharia. (Art. 55, inciso II, ‘b”, da</p><p>Lei nº 14133/2021)</p><p>Outras diferenças Sem previsão expressa de contratação</p><p>de terceiros para auxílio na etapa de</p><p>seleção do fornecedor.</p><p>Possibilidade expressa de contratação</p><p>de serviço de empresa ou de profissional</p><p>especializado para assessorar os agentes</p><p>públicos responsáveis pela condução da</p><p>licitação (Art. 7º, §4º, da Lei nº</p><p>14133/2021)</p><p>1.6.2. Serviços técnicos especializados de natureza predominantemente</p><p>intelectual</p><p>A definição dos serviços técnicos especializados</p><p>de natureza predominantemente</p><p>intelectual encontra-se no art. 6º da NLLC, incisos XVIII, a seguir transcrito:</p><p>XVIII - serviços técnicos especializados de natureza predominante-</p><p>mente intelectual: aqueles realizados em trabalhos relativos a:</p><p>a) estudos técnicos, planejamentos, projetos básicos e projetos execu-</p><p>tivos;</p><p>tárias;</p><p>b) pareceres, perícias e avaliações em geral;</p><p>c) assessorias e consultorias técnicas e auditorias financeiras e tribu-</p><p>d) fiscalização, supervisão e gerenciamento de obras e serviços;</p><p>e) patrocínio ou defesa de causas judiciais e administrativas;</p><p>f) treinamento e aperfeiçoamento de pessoal;</p><p>g) restauração de obras de arte e de bens de valor histórico;</p><p>h) controles de qualidade e tecnológico, análises, testes e ensaios de</p><p>campo e laboratoriais, instrumentação e monitoramento de parâmetros especí-</p><p>ficos de obras e do meio ambiente e demais serviços de engenharia que se en-</p><p>quadrem na definição deste inciso;</p><p>A relevância da distinção desse serviço é que, geralmente, a sua contratação, não</p><p>será possível mediante a utilização de pregão, sendo que, quando ocorrer mediante pro-</p><p>cesso licitatório, se operará mediante o critério de julgamento por técnica e preço, nos</p><p>termos do art. 36, §1º, inciso I, da Lei nº 4.133/2021.</p><p>Cumpre esclarecer ainda que nos casos em que ocorrer a contratação dos serviços</p><p>técnicos especializados de natureza predominantemente intelectual previstos nas alíneas</p><p>a (estudos técnicos, planejamentos, projetos básicos e projetos executivos), d ( fiscaliza-</p><p>ção, supervisão e gerenciamento de obras e serviços) e h (controles de qualidade e tecno-</p><p>lógico, análises, testes e ensaios de campo e laboratoriais, instrumentação e monitora-</p><p>mento de parâmetros específicos de obras e do meio ambiente e demais serviços de en-</p><p>genharia que se enquadrem na definição deste inciso) do inciso XVIII do caput do art. 6º</p><p>da Lei nº 14.133/2021, cujo valor estimado da contratação seja superior a R$ 300.000,00</p><p>(trezentos mil reais), o julgamento será mediante melhor técnica ou técnica e preço, na</p><p>proporção de 70% (setenta por cento) de valoração da proposta técnica, conforme dispõe</p><p>o art. 37, §2º, da NLLC.</p><p>Por fim, mas não menos importante, cumpre lembrar que os mesmos serviços téc-</p><p>nicos especializados mencionados no inciso XVIII do art. 6º são repetidos (a nosso ver</p><p>numa inadequação de técnica legislativa) no art. 74, inciso III, da NLLC, a fim de prever</p><p>possibilidade de contratação mediante inexigibilidade de licitação, sempre que inviável a</p><p>competição.</p><p>1.6.3. Fracionamento x Parcelamento</p><p>A distinção em tela é relevante, pois, enquanto o fracionamento é condenado, o par-</p><p>celamento é desejado e até mesmo incentivado pela lei.</p><p>Costuma se designar por parcelamento o “fatiamento” do objeto, que pode ocorrer</p><p>com o objetivo de ampliar a competitividade, possibilitar o acesso de pequenas empresas às</p><p>contratações administrativas, entre outros objetivos lícitos. Perceba-se a respeito, o que dis-</p><p>põe a Nova Lei de Licitações:</p><p>Art. 40. O planejamento de compras deverá considerar a expectativa</p><p>de consumo anual e observar o seguinte:</p><p>(...)</p><p>V - atendimento aos princípios:</p><p>a) da padronização, considerada a compatibilidade de especificações</p><p>estéticas, técnicas ou de desempenho;</p><p>b) do parcelamento, quando for tecnicamente viável e economica-</p><p>mente vantajoso;</p><p>(...)</p><p>§ 2º Na aplicação do princípio do parcelamento, referente às com-</p><p>pras, deverão ser considerados:</p><p>I - a viabilidade da divisão do objeto em lotes;</p><p>II - o aproveitamento das peculiaridades do mercado local, com vistas</p><p>à economicidade, sempre que possível, desde que atendidos os parâmetros de</p><p>qualidade; e</p><p>III - o dever de buscar a ampliação da competição e de evitar a con-</p><p>centração de mercado.</p><p>§ 3º O parcelamento não será adotado quando:</p><p>I - a economia de escala, a redução de custos de gestão de contratos</p><p>ou a maior vantagem na contratação recomendar a compra do item do mesmo</p><p>fornecedor;</p><p>II - o objeto a ser contratado configurar sistema único e integrado e</p><p>houver a possibilidade de risco ao conjunto do objeto pretendido;</p><p>III - o processo de padronização ou de escolha de marca levar a for-</p><p>necedor exclusivo.</p><p>Na Subseção III da NLLC, que trata dos serviços em geral, consta disposição seme-</p><p>lhante:</p><p>Art. 47. As licitações de serviços atenderão aos princípios:</p><p>I - da padronização, considerada a compatibilidade de especificações</p><p>estéticas, técnicas ou de desempenho;</p><p>II - do parcelamento, quando for tecnicamente viável e economi-</p><p>camente vantajoso.</p><p>§ 1º Na aplicação do princípio do parcelamento deverão ser con-</p><p>siderados:</p><p>I - a responsabilidade técnica;</p><p>II - o custo para a Administração de vários contratos frente às vanta-</p><p>gens da redução de custos, com divisão do objeto em itens;</p><p>III - o dever de buscar a ampliação da competição e de evitar a con-</p><p>centração de mercado.</p><p>É bom destacar, acerca da temática que a NLLC expressamente consignou, em seu</p><p>artigo 4º, a aplicação dos benefícios constantes dos arts. 42 a 49 da Lei Complementar nº</p><p>123/2006 às licitações e contratos disciplinados pelo referido normativo.</p><p>Já o fracionamento, por sua vez, implica também o parcelamento das contratações,</p><p>porém de forma indevida, com o único e deliberado propósito de fuga à licitação ou de deter-</p><p>minada modalidade. Nesse sentido, a conduta, apesar de não ser regulada expressamente no</p><p>novel normativo, permanece reprovável, posto que acaba por traçar um indicativo de mal</p><p>planejamento por parte da Administração Pública. Considerando que a matéria, em termos de</p><p>jurisprudência, ainda não foi enfrentada à luz da NLLC, traz-se à colação julgado da Corte</p><p>de Contas da União sob a égide da lei anterior, apenas para fins de entendimento:</p><p>Ao examinar prestação de contas da (omissis), referente ao ano de</p><p>2002, unidade técnica do TCU detectou potenciais irregularidades relaciona-</p><p>das a licitações promovidas pela entidade, dentre elas o fracionamento injusti-</p><p>ficado de despesas realizadas ( ... ) Para a unidade técnica, o que ocorreu, nas</p><p>situações examinadas, foi que "não houve parcelamento, mas sim o fracio-</p><p>namento das despesas, visto que, no exercício, à medida da necessidade, al-</p><p>guns insumos/bens às vezes eram adquiridos em um único mês por várias vezes</p><p>e de empresas distintas". A unidade responsável pela instrução afirmou, ainda,</p><p>que se fragmentaram "as aquisições de bens/insumos para ajustá-las aos</p><p>limites permitidos no art. 24 e incisos da Lei nº 8.666/1993", e que a "...</p><p>fragmentação das contratações, possibilitou a utilização de modalidade de</p><p>licitação inferior àquela exigida pelo total da despesa no ano". Acórdão n.º</p><p>1760/2010-Plenário, rel. Min. José Múcio Monteiro, 21.07.2010.10</p><p>1.6.4. Matriz de Risco x Gestão de Riscos</p><p>Buscamos pinçar este assunto nas distinções relevantes na NLLC tendo em vista</p><p>que pode haver alguma confusão entre os conceitos mencionados e, caso isso ocorra, pode</p><p>haver a aplicação de regimes distintos indevidamente.</p><p>A gestão de riscos nas contratações é um conceito amplo que pode ser desdobrado</p><p>em várias frentes. Dado o escopo mais “geral” do presente curso, importa destacar que o</p><p>assunto é mencionado em dois artigos da Lei nº 14.133/2021, abaixo reproduzidos, por</p><p>mera comodidade:</p><p>Art. 11. O processo licitatório tem por objetivos:</p><p>(...)</p><p>Parágrafo único. A alta administração do órgão ou entidade é res-</p><p>ponsável pela governança das contratações e deve implementar processos</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LCP/Lcp123.htm#art42</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LCP/Lcp123.htm#art42</p><p>e estruturas, inclusive de gestão de riscos e controles internos, para avaliar,</p><p>direcionar e monitorar os processos licitatórios e os respectivos contratos, com</p><p>o intuito de alcançar os objetivos estabelecidos no caput deste artigo, promover</p><p>um ambiente íntegro e confiável, assegurar o alinhamento das contratações ao</p><p>planejamento estratégico e às leis orçamentárias e promover eficiência, efeti-</p><p>vidade e eficácia em suas contratações.</p><p>(...)</p><p>Art. 169. As contratações públicas deverão submeter-se a práticas</p><p>contínuas e permanentes de gestão de riscos e de controle preventivo, inclu-</p><p>sive mediante adoção de recursos de tecnologia da informação, e, além de estar</p><p>subordinadas ao controle social, sujeitar-se-ão às seguintes linhas de defesa:</p><p>Percebe-se, da leitura atenta do parágrafo único do art. 11 que a implementação</p><p>da gestão de riscos nas contratações cabe à alta administração e é um conceito diretamente</p><p>relacionado à governança das contratações. Assim sendo, a sua implementação implicaria</p><p>uma análise não apenas de riscos relacionados a uma contratação específica em si, mas à</p><p>formulação de política de riscos por parte do órgão, bem como elaboração de Plano de</p><p>Tratamento de Riscos do Macroprocesso de Contratação1314 ou de documento semelhante</p><p>que cumpra a mesma função.</p><p>Por certo, a criação e desenvolvimento de ações com vistas à gestão de riscos nos</p><p>macroprocessos de contratação não impede, nem torna prescindível a elaboração de ma-</p><p>pas de riscos que avaliem os riscos relacionados às contratações específicas.</p><p>De todo modo, essa “gestão de riscos” das contratações pode (e deve) ser encarada</p><p>de modo sistemático, não se confundindo com a matriz de risco prevista no art. 22 da</p><p>NLLC. O instrumento ali consignado é basicamente uma cláusula contratual em que a</p><p>Administração, de modo unilateral ou com a participação do mercado, mediante a pro-</p><p>moção de uma audiência pública, por exemplo, estabelece na referida matriz quais os</p><p>riscos possíveis e prováveis durante o contrato, bem como quem será o responsável por</p><p>13 Essa denominação específica consta da Resolução nº 347/2020 do CNJ, em especial no art. 5º, inciso</p><p>IV.</p><p>14 Exemplo concreto de Plano de Tratamento de Riscos do Macroprocesso de Contratação desenvolvido</p><p>pelo TRT, da 8ª região:</p><p>https://www.trt8.jus.br/sites/portal/files/roles/governanca/plano_de_tratamento_de_riscos_nas_aquisicoes</p><p>_e_contratacoes.pdf</p><p>http://www.trt8.jus.br/sites/portal/files/roles/governanca/plano_de_tratamento_de_riscos_nas_aquisicoes</p><p>eles e em que medida. A sua composição deve ser, no mínimo, a delimitada no art. 6º,</p><p>inciso XXVII, da Lei nº 14.133/2021, conforme transcrito abaixo:</p><p>XXVII - matriz de riscos: cláusula contratual definidora de riscos</p><p>e de responsabilidades entre as partes e caracterizadora do equilíbrio econô-</p><p>mico-financeiro inicial do contrato, em termos de ônus financeiro decorrente</p><p>de eventos supervenientes à contratação, contendo, no mínimo, as seguintes</p><p>informações:</p><p>a) listagem de possíveis eventos supervenientes à assinatura do con-</p><p>trato que possam causar impacto em seu equilíbrio econômico-financeiro e</p><p>previsão de eventual necessidade de prolação de termo aditivo por ocasião de</p><p>sua ocorrência;</p><p>b) no caso de obrigações de resultado, estabelecimento das frações do</p><p>objeto com relação às quais haverá liberdade para os contratados inovarem em</p><p>soluções metodológicas ou tecnológicas, em termos de modificação das solu-</p><p>ções previamente delineadas no anteprojeto ou no projeto básico;</p><p>c) no caso de obrigações de meio, estabelecimento preciso das frações</p><p>do objeto com relação às quais não haverá liberdade para os contratados ino-</p><p>varem em soluções metodológicas ou tecnológicas, devendo haver obrigação</p><p>de aderência entre a execução e a solução predefinida no anteprojeto ou no</p><p>projeto básico, consideradas as características do regime de execução no caso</p><p>de obras e serviços de engenharia;</p><p>Importante notar que a utilização da matriz de riscos como cláusula de edital, ge-</p><p>ralmente, não é obrigatória, se constituindo em mera faculdade da Administração, de-</p><p>vendo a sua utilização ser precedida de análise quanto à sua conveniência na instrução da</p><p>contratação. A hipótese de obrigatoriedade de utilização será apenas quando a contratação</p><p>se referir a obras e serviços de grande vulto ou forem adotados os regimes de contratação</p><p>integrada e semi-integrada, casos em que o edital obrigatoriamente contemplará matriz</p><p>de alocação de riscos entre o contratante e o contratado (art. 22, §3º, da Lei nº</p><p>14133/2021).</p><p>Uma das principais utilidades dessa cláusula está em repartir os riscos relaciona-</p><p>dos à contratação antecipadamente e, assim, evitar discussões futuras relacionadas ao re-</p><p>equilíbrio econômico-financeiro do contrato.</p><p>Em se efetivando algum risco previsto na matriz de risco celebrada, as partes es-</p><p>tarão obrigadas à atuarem conforme as definições pré-estabelecidas, estando os contra-</p><p>tantes impedidos de pleitear novos pedidos de restabelecimento do equilíbrio relaciona-</p><p>dos aos riscos assumidos, exceto no que se refere às alterações unilaterais previstas no in-</p><p>ciso I do caput do art. 124 da NLLC, bem como ao aumento ou à redução, por legislação</p><p>superveniente, dos tributos diretamente pagos pelo contratado em decorrência do con-</p><p>trato. É o que prevê o art. 103 da Lei nº 14.133/2021.</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2021/lei/L14133.htm#art124i</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2021/lei/L14133.htm#art124i</p><p>Art. 6º Para os fins desta Lei, consideram-se:</p><p>...</p><p>V - agente público: indivíduo que, em virtude de eleição, nomeação, designação, contratação ou qual-</p><p>quer outra forma de investidura ou vínculo, exerce mandato, cargo, emprego ou função em pessoa jurí-</p><p>dica integrante da Administração Pública;</p><p>...</p><p>L - comissão de contratação: conjunto de agentes públicos indicados pela Administração, em caráter</p><p>permanente ou especial, com a função de receber, examinar e julgar documentos relativos às licitações</p><p>e aos procedimentos auxiliares;</p><p>...</p><p>LX - agente de contratação: pessoa designada pela autoridade competente, entre servidores efetivos ou</p><p>empregados públicos dos quadros permanentes da Administração Pública, para tomar decisões, acom-</p><p>panhar o trâmite da licitação, dar impulso ao procedimento licitatório e executar quaisquer outras ativi-</p><p>dades necessárias ao bom andamento do certame até a homologação.</p><p>MÓDULO II - Agentes públicos envolvidos na aplicação da Lei nº</p><p>14.133/21 - definição, competências e segregação de funções.</p><p>2.1. Agente de Contratação, Pregoeiro, Equipe de Apoio, Comissão de</p><p>Contratação, Impedimentos</p><p>2.1.1. Definições gerais dos agentes que atuam nas licitações</p><p>Como outras definições, acerca dos agentes que atuarão nas licitações estão de-</p><p>finidos, na Lei nº 14.133/2021, no art. 6º.</p><p>Mas, pelas definições da nova lei, não temos as atividades específicas de cada</p><p>um: quem elabora o DFD, o ETP, o TR, o Edital? Quem realiza a licitação?</p><p>Em que pese a lei não trazer essas responsabilidades específicas, no § 3º, do art.</p><p>8º, a lei prevê onde deverão constar tais responsabilidade, ao definir que as regras rela-</p><p>tivas à atuação do agente de contratação e da equipe de apoio, ao funcionamento da</p><p>comissão de contratação e à atuação de fiscais e gestores de contratos de que trata esta</p><p>Lei serão estabelecidas em regulamento, e deverá ser prevista a possibilidade de eles</p><p>contarem com o apoio dos órgãos de assessoramento jurídico e de controle interno para</p><p>o desempenho das funções essenciais à execução do disposto nesta Lei.</p><p>Considerando o previsto no § 3º, do art. 8º, cada</p><p>órgão deverá, de acordo com sua estrutura, obser-</p><p>vando as definições de cada agente e, com o</p><p>apoio os órgãos de assessoramento jurídico e de</p><p>controle interno, definir o papel de cada agente</p><p>que atuará nas licitações, contratações diretas,</p><p>planejamento, gestão e fiscalização dos contra-</p><p>tos.</p><p>2.1.2. Agente Público</p><p>Pela definição constante no art. 6º, observamos que o agente público nas licitações</p><p>não possui demais exigências, sendo</p><p>aquele que integra a administração pública.</p><p>No entanto, importante destacar o constante no art. 7º, da lei, o qual obriga a au-</p><p>toridade máxima do órgão ou da entidade, ou a quem as normas de organização adminis-</p><p>trativa indicarem, promover gestão por competências e designar agentes públicos para o</p><p>desempenho das funções essenciais à execução da Lei nº 141.33/2021 preenchendo al-</p><p>guns requisitos:</p><p>➢ Que sejam, preferencialmente, servidor efetivo ou empregado público dos qua-</p><p>dros permanentes da Administração Pública.</p><p>Em que pese lei não exigir, para todos os agentes públicos que atuam com funções</p><p>essenciais sejam efetivos, ao regrar que, preferencialmente, deverão ser, exige da autori-</p><p>dade máxima o do responsável justificativa do porquê de alguma designação não ser rea-</p><p>lizada para um servidor efetivo.</p><p>Então, por exemplo, para condução de licitações, de contratações diretas, de fis-</p><p>calização de contratos, de gestão de contratos, integrantes de equipe de planejamento são</p><p>funções essenciais. E, para essas funções, preferencialmente, o servidor deverá ser efetivo</p><p>ou empregado público dos quadros permanentes da Administração Pública.</p><p>➢ Que tenham atribuições relacionadas a licitações e contratos ou possuam forma-</p><p>ção compatível ou qualificação atestada por certificação profissional emitida por</p><p>escola de governo criada e mantida pelo poder público.</p><p>É fundamental e, agora, pela nova lei de licitações, obrigatório, que os agentes que</p><p>atuam nas funções essenciais sejam capacitados, tenham qualificação adequada, tenham</p><p>atribuições relacionadas a licitações e contratos, sendo trazido pela lei alguns meios pelos</p><p>quais essa condição pode ser conseguida.</p><p>➢ Que não sejam cônjuge ou companheiro de licitantes ou contratados habituais da</p><p>Administração nem tenham com eles vínculo de parentesco, colateral ou por afi-</p><p>nidade, até o terceiro grau, ou de natureza técnica, comercial, econômica, finan-</p><p>ceira, trabalhista e civil.</p><p>Referida regra já era conhecida da jurisprudência. Sendo parentesco por afinidade,</p><p>por exemplo, ascendentes (sogro e sogra), aos descendentes (enteado e enteada) e aos</p><p>irmãos (cunhado e cunhada) do cônjuge ou companheiro, enquanto parentesco colateral</p><p>são pai e filho (primeiro grau), avô e neto, irmãos (segundo grau) e tios e sobrinhos (ter-</p><p>ceiro grau).</p><p>2.1.3. Agente de Contratação e Equipe de Apoio</p><p>Da própria definição do art. 6º, da Lei nº 14.133/2021, podemos deduzir que o</p><p>responsável, em regra, pelas licitações, será o agente de contratação, para o qual a defini-</p><p>ção já exige algumas características, que são reforçadas no art. 8º, da lei.</p><p>Em regra, então, o agente responsável por conduzir as licitações, acompanhar seu</p><p>trâmite, até que o processo chegue ao momento da homologação, que será realizada pela</p><p>autoridade superior do órgão ou entidade, deverá ser efetivo ou empregado público dos</p><p>quadros permanentes da Administração Pública.</p><p>Quando a lei fala que o agente de contrata-</p><p>ção deverá ser servidor efetivo da Administração</p><p>Pública, está obrigando que seja servidor do órgão</p><p>responsável pela licitação?</p><p>Não. A obrigação é que seja servidor efe-</p><p>tivo da Administração Pública, de qualquer que</p><p>seja o órgão.</p><p>Então, um servidor efetivo do MPU pode</p><p>ser agente de contratação do STJ, do MPE ou de</p><p>uma prefeitura. E vice-versa.</p><p>Entendendo que o agente de contratação será o responsável, em regra por todas as</p><p>licitações, a lei especificou, no parágrafo 5º, do art. 8º que o agente responsável pela con-</p><p>dução do certame, na modalidade pregão, será designado pregoeiro.</p><p>Art. 8º A licitação será conduzida por agente de contratação, pessoa designada pela autoridade compe-</p><p>tente, entre servidores efetivos ou empregados públicos dos quadros permanentes da Administração Pú-</p><p>blica, para tomar decisões, acompanhar o trâmite da licitação, dar impulso ao procedimento licitatório</p><p>e executar quaisquer outras atividades necessárias ao bom andamento do certame até a homologação.</p><p>Em licitação que envolva bens ou serviços</p><p>especiais, desde que observados os requisitos esta-</p><p>belecidos no art. 7º desta Lei, o agente de contrata-</p><p>ção poderá ser substituído por comissão de contra-</p><p>tação formada por, no mínimo, 3 (três) membros,</p><p>que responderão solidariamente por todos os atos</p><p>praticados pela comissão, ressalvado o membro que</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2021/lei/l14133.htm#art7</p><p>expressar posição individual divergente fundamentada e registrada em ata lavrada na reu-</p><p>nião em que houver sido tomada a decisão (§ 2º, do art. 8º). Bem como, nas licitações</p><p>pela modalidade diálogo competitivo, que, obrigatoriamente, será conduzida por comis-</p><p>são de contratação composta de pelo menos 3 (três) servidores efetivos ou empregados</p><p>públicos pertencentes aos quadros permanentes da Administração.</p><p>Acerca da equipe de apoio, a Lei nº 14.133/2021 não traz definição no art. 6º;</p><p>fazendo uma referência, apenas, no § 1º, do art. 8º, onde prevê que o agente de contratação</p><p>será auxiliado por equipe de apoio e responderá individualmente pelos atos que praticar,</p><p>salvo quando induzido a erro pela atuação da equipe.</p><p>2.1.4. Comissão de Contratação</p><p>Vimos a definição da comissão de contratação, no art. 6º, da Lei nº 14.133/2021,</p><p>bem como, já vimos, no item anterior desse módulo que, nas licitações que envolva bens</p><p>ou serviços especiais, desde que observados os requisitos estabelecidos no art. 7º desta</p><p>Lei, o agente de contratação poderá ser substituído por comissão de contratação formada</p><p>por, no mínimo, 3 (três) membros, bem como, que, obrigatoriamente, na modalidade di-</p><p>álogo competitivo, será a comissão de contratação, e, nesse caso, formada por servidores</p><p>efetivos ou empregados públicos pertencentes aos quadros permanentes da Administra-</p><p>ção.</p><p>Da abordagem, na lei, do agente de</p><p>contratação e das situações acima, nas</p><p>quais a comissão de contratação é quem</p><p>conduz a licitação, substituindo o referido</p><p>artigo, podemos concluir que a definição</p><p>do art. 6º, que generaliza as atribuições da</p><p>comissão de contratação para todas as lici-</p><p>tações (com a função de receber, examinar</p><p>e julgar documentos relativos às licitações</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2021/lei/l14133.htm#art7</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2021/lei/l14133.htm#art7</p><p>e aos procedimentos auxiliares) não se ade-</p><p>qua ao texto da lei que define quando a co-</p><p>missão de contratação atua, servindo como</p><p>exemplo a licitação pela modalidade pre-</p><p>gão, na qual não existe a comissão de con-</p><p>tratação, mas, sim, o pregoeiro (agente de</p><p>contratação) e a equipe de apoio.</p><p>2.1.5. Impedimentos para os agentes</p><p>Além das exigências constantes no art. 7º, para atuação dos agentes em funções</p><p>essenciais, o art. 9º prevê vedações para os referidos agentes:</p><p>➢ admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos que praticar, situações que:</p><p>a) comprometam, restrinjam ou frustrem o caráter competitivo do processo licitató-</p><p>rio, inclusive nos casos de participação de sociedades cooperativas;</p><p>b) estabeleçam preferências ou distinções em razão da naturalidade, da sede ou do</p><p>domicílio dos licitantes;</p><p>c) sejam impertinentes ou irrelevantes para o objeto específico do contrato.</p><p>➢ estabelecer tratamento diferenciado de natureza comercial, legal, trabalhista, pre-</p><p>videnciária ou qualquer outra entre empresas brasileiras e estrangeiras, inclusive</p><p>no que se refere a moeda, modalidade e local de pagamento, mesmo quando en-</p><p>volvido financiamento de agência internacional.</p><p>➢ opor resistência injustificada ao andamento dos processos e, indevidamente, re-</p><p>tardar ou deixar de praticar ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa</p><p>em lei.</p><p>Observamos que a Lei nº 14.133/21 traz preocupações específicas relativas ao ca-</p><p>ráter competitivo das licitações (entenda-se,</p><p>também, das contratações diretas), quando</p><p>§ 1º Não poderá participar, direta ou indiretamente, da licitação ou da execução do contrato agente público</p><p>de órgão ou entidade licitante ou contratante, devendo ser observadas as situações que possam configurar</p><p>conflito de interesses no exercício ou após o exercício do cargo ou emprego, nos termos da legislação</p><p>que disciplina a matéria.</p><p>§ 2º As vedações de que trata este artigo estendem-se a terceiro que auxilie a condução da contratação na</p><p>qualidade de integrante de equipe de apoio, profissional especializado ou funcionário ou representante de</p><p>empresa que preste assessoria técnica.</p><p>da construção dos artefatos para a contratação, que podemos observar quando das defini-</p><p>ções das especificações exigidas para o objeto, qualificações necessárias e prazos a serem</p><p>cumprindo; preocupações referentes a preferências de contratação; preocupação quanto a</p><p>exigência impertinentes ou irrelevantes para o objeto, de forma que o agente que atua na</p><p>contratação busque a seleção da proposta que apresente o melhor resultado para a admi-</p><p>nistração, sem exceder a esses limites; preocupação quanto a não ser regra na licitação</p><p>falta de isonomia entre empresas nacionais e estrangeiras; e preocupação na atuação legal</p><p>do agente, exigindo do mesmo atuação correta de forma a não influenciar no andamento</p><p>do certame.</p><p>Essa última vedação está diretamente relacionada às regras previstas no inciso III,</p><p>do art. 7º, que já abordamos anteriormente, e nos parágrafos § 1º e § 2º, do art. 9º, podendo</p><p>evitar, inclusive, conflito de interesses no processo licitatório por parte do agente e de</p><p>terceiros que auxiliem na condução da contratação.</p><p>2.2. Órgãos da Administração com competências regulamentares; Alta Ad-</p><p>ministração; Autoridade; Autoridade máxima com status equivalente</p><p>a ministro; Autoridade competente; Autoridade Superior.</p><p>Falaremos rapidamente no presente tópico sobre as funções, órgãos e/ou atribui-</p><p>ções mencionadas acima. O objetivo é visualizar, minimamente, algumas das principais</p><p>funções descritas pela Lei nº 14.133/2021, entendendo o que a norma reservou em termos</p><p>de competência para esses atores.</p><p>De antemão, destacamos que não há clareza e/ou uniformidade na lei quanto a</p><p>quem seriam os atores mencionados. Assim, buscaremos entender as atribuições conferi-</p><p>das pelo texto legal e buscar uma luz, de acordo com as melhores práticas, acerca de quem</p><p>seriam os envolvidos na praxe cotidiana da Administração.</p><p>2.2.1. Órgãos da Administração com competências regulamentares</p><p>A menção a órgãos da Administração com competências regulamentares encon-</p><p>tra-se no artigo 19 da NLLC e ganha relevância especial em razão das atribuições que a</p><p>lei lhe delegou. Vejamos o que dispõe o texto legal a respeito:</p><p>Art. 19. Os órgãos da Administração com competências regulamen-</p><p>tares relativas às atividades de administração de materiais, de obras e serviços</p><p>e de licitações e contratos deverão:</p><p>I - instituir instrumentos que permitam, preferencialmente, a centrali-</p><p>zação dos procedimentos de aquisição e contratação de bens e serviços;</p><p>II - criar catálogo eletrônico de padronização de compras, serviços e</p><p>obras, admitida a adoção do catálogo do Poder Executivo federal por todos os</p><p>entes federativos;</p><p>III - instituir sistema informatizado de acompanhamento de obras, in-</p><p>clusive com recursos de imagem e vídeo;</p><p>IV - instituir, com auxílio dos órgãos de assessoramento jurídico e de</p><p>controle interno, modelos de minutas de editais, de termos de referência, de</p><p>contratos padronizados e de outros documentos, admitida a adoção das minutas</p><p>do Poder Executivo federal por todos os entes federativos;</p><p>V - promover a adoção gradativa de tecnologias e processos integra-</p><p>dos que permitam a criação, a utilização e a atualização de modelos digitais de</p><p>obras e serviços de engenharia.</p><p>§ 1º O catálogo referido no inciso II do caput deste artigo poderá ser</p><p>utilizado em licitações cujo critério de julgamento seja o de menor preço ou o</p><p>de maior desconto e conterá toda a documentação e os procedimentos próprios</p><p>da fase interna de licitações, assim como as especificações dos respectivos ob-</p><p>jetos, conforme disposto em regulamento.</p><p>§ 2º A não utilização do catálogo eletrônico de padronização de que</p><p>trata o inciso II do caput ou dos modelos de minutas de que trata o inciso IV</p><p>do caput deste artigo deverá ser justificada por escrito e anexada ao respectivo</p><p>processo licitatório.</p><p>§ 3º Nas licitações de obras e serviços de engenharia e arquitetura,</p><p>sempre que adequada ao objeto da licitação, será preferencialmente adotada a</p><p>Modelagem da Informação da Construção (Building Information Modelling -</p><p>BIM) ou tecnologias e processos integrados similares ou mais avançados que</p><p>venham a substitui-la.</p><p>Do que se visualiza no texto legal, percebe-se uma importância ímpar desse órgão</p><p>no desenvolvimento de ações regulamentares com vistas à implantação de ações que agre-</p><p>guem valor ao negócio das áreas referidas.</p><p>No âmbito do MPF, muito embora não haja uma clareza quanto a quem exerceria</p><p>as funções descritas nos incisos mencionados, temos que algumas ações tendentes à ope-</p><p>racionalização da matéria vêm sendo adotadas.</p><p>Uma das ações adotadas é a proposição feita pela Secretaria de Administração à</p><p>Administração Superior em criar os denominados Centros de Apoio às Contratações Na-</p><p>cionais (CAOP’s), que atuariam de modo descentralizado em algumas regiões do Brasil,</p><p>atuando, porém, sempre, no interesse regional ou nacional, dando efetividade ao disposto</p><p>no inciso I do art. 19.</p><p>Em relação ao inciso II do art. 19, não obstante não haja atualmente, no âmbito do</p><p>MPF, um documento instituído com o atendimento de todos os pressupostos previstos no</p><p>§2º do mesmo artigo, é bom destacar que já há algum tempo, o MPF conta com políticas</p><p>para aquisição de bens de Tecnologia da Informação, a exemplo das POLTI 01 e POLTI</p><p>02 e atualmente está em andamento a proposição de políticas relacionadas à aquisição de</p><p>mobiliários, tudo com o objetivo de atender não só as diretrizes constantes do dispositivo</p><p>mencionado, como também ao disposto no art. 43, da NLLC.</p><p>No que respeita ao inciso III do art. 19, importa salientar que não obstante a sua</p><p>essencialidade no poder executivo e mesmo para a sociedade que necessita saber o anda-</p><p>mento das obras efetivadas pelo poder público, s.m.j., não se vislumbram os mesmos</p><p>pressupostos em obras realizadas pelo MPF, posto que em muito menor número e volta-</p><p>das, quando for o caso, ao atendimento da própria Administração e não da sociedade di-</p><p>retamente, como ocorreria na construção e/ou reforma de praças, vias, parques etc. De</p><p>todo modo, ouvida a área técnica do MPF, como a Secretaria de Engenharia e Arquitetura,</p><p>nada impede a instituição de sistema nos termos consignados, caso assim convencionado</p><p>e priorizado pela Alta Administração.</p><p>Ainda no que respeita ao inciso V c/c §3º (utilização de BIM), várias capacitações</p><p>têm sido solicitadas, com o fim de inserir, definitivamente a Administração no cenário</p><p>das novas tecnologias envolvendo obras e serviços de engenharia.</p><p>Quanto ao disposto no inciso IV, a Administração também tem trabalhado na</p><p>elaboração de manuais, modelos e padronização de documentos e processos, cumprindo</p><p>salientar uma certa dificuldade de estabelecimento de parâmetros totalmente uniformes</p><p>em realidades tão diversas como as que ocorrem no MPF. De todo modo, no âmbito das</p><p>ações realizadas pelo Grupo de Trabalho instituído com o objetivo de adotar ações com</p><p>vistas à transição do MPF para a NLLC, foram instituídos uma série de modelos e gesta-</p><p>das uma série de normas, cujos detalhamentos poderão ser consultados em site próprio</p><p>criado para tanto na página do MPU, qual seja https://www.mpu.mp.br/legislacao/contra-</p><p>tacoes-no-mpu.</p><p>Por fim, resta a pergunta: quem é o órgão regulamentar na realidade</p><p>Interno ........................................................................ 68</p><p>2.3.4. As Três Linhas de Defesa.............................................................................. 70</p><p>2.4. Equipe de planejamento da contratação. Gestor e fiscal de contrato. Fiscal</p><p>administrativo, técnico e setorial. ............................................................................... 72</p><p>2.4.1. Equipe de Planejamento da Contratação ..................................................... 72</p><p>2.4.2. Atores da Gestão e Fiscalização Contratual ................................................ 76</p><p>2.4.2.1. Gestor do Contrato ................................................................................... 79</p><p>2.4.2.2. Fiscais Técnico, Administrativo e Setorial ............................................... 81</p><p>MÓDULO III - Planejamento das Contratações Públicas e Instrumentos Auxiliares .... 86</p><p>3.1. O Planejamento ................................................................................................ 87</p><p>3.2. Documento de Formalização da Demanda (DFD) .......................................... 89</p><p>3.3. Plano de Contratações Anual (PCA) ............................................................... 90</p><p>3.4. Estudo Técnico Preliminar (ETP) .................................................................... 93</p><p>3.5. Termo de Referência e Projeto Básico ........................................................... 102</p><p>3.6. Procedimentos Auxiliares ............................................................................... 107</p><p>3.6.1. Credenciamento .......................................................................................... 108</p><p>3.6.2. Pré-Qualificação ........................................................................................ 109</p><p>3.6.3. Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI) ..................................... 112</p><p>3.6.4. Registro Cadastral ....................................................................................... 115</p><p>3.6.5. Sistema de Registro de Preços (SRP) .......................................................... 116</p><p>3.7. CONCLUSÕES .............................................................................................. 122</p><p>MÓDULO IV - Procedimentos de seleção do fornecedor: aspectos gerais e</p><p>desdobramentos ............................................................................................................. 124</p><p>4.1 Modalidades de licitação: leilão, diálogo competitivo, concorrência, pregão,</p><p>concurso. Definição, distinções, semelhanças, finalidade. Uso obrigatório ou</p><p>facultativo das modalidades ..................................................................................... 125</p><p>4.1.1 Modalidades da Lei nº 14.133/2021 – Definições, Distinções, Semelhantes,</p><p>Finalidade. ................................................................................................................ 125</p><p>4.1.2 Modalidades da Lei nº 14.133/2021 – Distinções, Semelhantes, Novo rito,</p><p>Modalidades. ............................................................................................................. 126</p><p>4.2 Concorrência x Pregão: quando utilizar um ou outro? ................................. 138</p><p>4.3 Edital .............................................................................................................. 139</p><p>4.3.1 DEFINIŲÃO E RESPONSÁVEIS PELA ELABORAŲÃO .......................... 139</p><p>4.3.2 FASE DE HABILITAŲÃO........................................................................... 140</p><p>4.3.3 CONDIŲÕES DE PARTICIPAŲÃO .......................................................... 143</p><p>4.3.4 IMPEDIMENTO INDIRETO E DESCONSIDERAŲÃO DA</p><p>PERSONALIDADE JURÍDICA: .............................................................................. 144</p><p>4.3.5 EXAME DO EDITAL E APROVAŲÃO DA ASSESSORIA JURÍDICA ....... 146</p><p>4.3.6 PUBLICAŲÃO DO CERTAME .................................................................. 146</p><p>4.3.7 SANEAMENTO DE IRREGULARIDADES NA LICITAŲÃO .................... 147</p><p>4.4 Revogação da licitação por oportunidade e conveniência ............................ 149</p><p>4.5 Anulação da licitação por irregularidade insanável ..................................... 149</p><p>4.6 Nulidade: dever de indenizar e responsabilização. ........................................ 149</p><p>4.7 CONTRATAŲÃO DIRETA: Tipos, cabimento, obrigatoriedade de disputa.</p><p>Considerações adicionais. ........................................................................................ 151</p><p>4.7.1 Contratação Direta por Dispensa de Licitação ......................................... 152</p><p>4.7.2 Contratação Direta por Inexigibilidade de Licitação ................................ 156</p><p>4.7.3 Obrigatoriedade de disputa ........................................................................ 157</p><p>4.7.4 O formalismo do processo de contratação direta ...................................... 158</p><p>4.8 CONCLUSÕES .............................................................................................. 161</p><p>MÓDULO V - FORMAÇÃO E GESTÃO DE CONTRATOS .................................... 163</p><p>5.1 Formalização dos contratos e instrumentos substitutos. Publicação e</p><p>divulgação no PNCP. Hipóteses de obrigatoriedade do instrumento de contrato.</p><p>Contratos verbais. Possibilidade. Requisitos. Riscos da prestação dos serviços sem</p><p>cobertura contratual ................................................................................................. 163</p><p>5.2 Garantias contratuais: tipos, prazos, coberturas, percentuais e assunção pela</p><p>seguradora ................................................................................................................ 166</p><p>5.3 Modelo de gestão e de execução do contrato ................................................ 169</p><p>5.4 Sanções Administrativas ................................................................................. 170</p><p>5.5 Contratos decorrentes de sistema de registro de preços – SRP ..................... 177</p><p>5.6 Manutenção do equilíbrio econômico-financeiro do contrato ....................... 178</p><p>5.7 Duração dos contratos ................................................................................... 180</p><p>5.8 Extinção dos contratos ................................................................................... 185</p><p>5.9 CONCLUSÕES .............................................................................................. 188</p><p>Minicurrículo dos instrutores ........................................................................................ 190</p><p>REFERÊNCIAS ............................................................................................................ 192</p><p>MÓDULO I - Aplicação da Lei nº 14.133/21 no âmbito do Ministério</p><p>Público da União (MPU): princípios, objetivos, conceitos e distinções</p><p>relevantes.</p><p>1.1. A Lei nº 14.133/2021 é aplicável ao MPU, independentemente de</p><p>regulamentação?</p><p>Em determinada unidade da Administração um procedimento de contratação foi</p><p>paralisado por uma razão inusitada. Não se tratava de falta de servidores, tampouco de</p><p>interesse da Administração em prover os serviços em comento, mas tão somente de uma</p><p>indefinição em razão da inexistência de regulamentação sobre a contratação a ser reali-</p><p>zada. O setor A encaminhava o processo ao setor B, que entendia ser competência de C</p><p>definir se o serviço deveria feito pelo agente de contratação ou pela Comissão de Contra-</p><p>tação, se a contratação seria mediante dispensa, com parecer jurídico, sem parecer jurí-</p><p>dico, com parecer de controle interno, quais seriam as regras de orçamentação etc. e, por</p><p>fim, o interesse público ficou relegado a um segundo plano, atrasando a contratação.</p><p>É claro que a situação aventada é hipotética, como muitas que serão citadas du-</p><p>rante o curso, mas a ocorrência te pareceu familiar? Quantas vezes você já viu alguma</p><p>demanda não resolvida apenas pelo fato de não haver uma</p><p>do MPF a</p><p>quem caberia a adoção das ações previstas no art. 19 da NLLC?</p><p>A nosso ver, e até diante do exposto acima, ainda não há clareza sobre qual área</p><p>exerceria este papel. Na realidade do MPF em que as secretarias nacionais exercem com</p><p>certa autonomia as suas funções, vislumbramos que tais áreas poderão dar suporte à SG,</p><p>inclusive por meio da ASSECON/SG para que tais ações, mesmo que não executadas,</p><p>sejam coordenadas por aquela secretaria, nos termos dos artigos 6º, incisos II, III, V, VI,</p><p>XLIV, XLV, do Regimento Interno Administrativo.</p><p>2.2.2. Alta Administração</p><p>As atribuições previstas para “alta administração” na NLLC são as consignadas</p><p>nos artigos 11, parágrafo único e 169, §1º, que assim dispõem:</p><p>Art. 11. O processo licitatório tem por objetivos:</p><p>(...)</p><p>Parágrafo único. A alta administração do órgão ou entidade é res-</p><p>ponsável pela governança das contratações e deve implementar processos e</p><p>estruturas, inclusive de gestão de riscos e controles internos, para avaliar, dire-</p><p>cionar e monitorar os processos licitatórios e os respectivos contratos, com o</p><p>intuito de alcançar os objetivos estabelecidos no caput deste artigo, promover</p><p>um ambiente íntegro e confiável, assegurar o alinhamento das contratações ao</p><p>planejamento estratégico e às leis orçamentárias e promover eficiência, efeti-</p><p>vidade e eficácia em suas contratações.</p><p>(...)</p><p>Art. 169. As contratações públicas deverão submeter-se a práticas</p><p>contínuas e permanentes de gestão de riscos e de controle preventivo, inclusive</p><p>mediante adoção de recursos de tecnologia da informação, e, além de estar</p><p>subordinadas ao controle social, sujeitar-se-ão às seguintes linhas de defesa:</p><p>(...)</p><p>https://www.mpu.mp.br/legislacao/contratacoes-no-mpu</p><p>https://www.mpu.mp.br/legislacao/contratacoes-no-mpu</p><p>§ 1º Na forma de regulamento, a implementação das práticas a que</p><p>se refere o caput deste artigo será de responsabilidade da alta administra-</p><p>ção do órgão ou entidade e levará em consideração os custos e os benefícios</p><p>decorrentes de sua implementação, optando-se pelas medidas que promovam</p><p>relações íntegras e confiáveis, com segurança jurídica para todos os envolvi-</p><p>dos, e que produzam o resultado mais vantajoso para a Administração, com</p><p>eficiência, eficácia e efetividade nas contratações públicas.</p><p>2.2.3. Autoridade e Autoridade máxima, inclusive com status equivalente</p><p>a ministro</p><p>O termo “autoridade” sozinho aparece apenas uma vez na Lei nº 14.133/2021,</p><p>qual seja no art. 6º, inciso VI, que o conceitua como agente público dotado de poder de</p><p>decisão. Nessa acepção portanto, qualquer agente público investido de competência para</p><p>a prática de atos decisórios pode se constituir numa “autoridade”, limitada à sua ação, é</p><p>claro, pelas competências a ele atribuídas. Assim sendo, nesse sentido, podem ser autori-</p><p>dades, o agente de contratação, o fiscal de contrato, o ordenador de despesas etc.</p><p>Já a expressão “autoridade máxima” aparece 3 vezes na lei, sendo deduzida nas</p><p>demais em razão do tipo de ato a ser praticado. As suas competências e atribuições estão</p><p>distribuídas conforme quadro sistematizado abaixo:</p><p>Função/</p><p>atividades</p><p>Fundamento</p><p>Legal</p><p>Competências</p><p>Autoridade Art. 6º, VI agente público dotado de poder de decisão</p><p>Autoridade Promover gestão por competências e designar agentes</p><p>máxima com públicos para o desempenho das funções essenciais à</p><p>status Art. 7º execução da Lei nº 14.133/2021, conforme requisitos nela</p><p>equivalente a estabelecidos – admite delegação em outras normas de</p><p>ministro, organização administrativa, conforme indicado no art. 7º.</p><p>conforme Justificar, quando necessário, as razões de interesse público</p><p>regulamento</p><p>(PGR e/ou</p><p>Art. 137, VIII</p><p>aptas a constituírem motivos para a extinção do contrato</p><p>administrativo, assegurado o contraditório e ampla defesa -</p><p>SG/MPU) ou admite delegação, conforme capítulo VI da Lei nº 9.784/99.</p><p>a quem as Autorizar a ocupação e utilização do local, das instalações,</p><p>normas de dos equipamentos, do material e do pessoal empregados na</p><p>organização</p><p>delegar</p><p>139, §2º</p><p>execução do contrato e necessários à sua continuidade, em</p><p>caso de extinção determinada por ato unilateral da</p><p>Administração - admite delegação, conforme capítulo VI</p><p>da Lei nº 9.784/99.</p><p>156, IV, c/c §6º, I Aplicação da sanção de "declaração de inidoneidade para</p><p>e II licitar ou contratar" – NÃO admite delegação, conforme</p><p>capítulo VI da Lei nº 9.784/99, em especial art. 13, inciso</p><p>III, por se tratar de competência exclusiva.</p><p>Art. 163</p><p>Reabilitar licitante ou contratado perante a Administração em</p><p>razão de penalidade que tenha aplicado, cumpridos os</p><p>requisitos previstos no art. 163, da Lei nº 14.133/2021. - NÃO</p><p>admite delegação, conforme capítulo VI da Lei nº</p><p>9.784/99, em especial art. 13, inciso III, por se tratar de</p><p>decisão em relação a ato emitido com competência</p><p>exclusiva.15</p><p>Art. 167</p><p>Decidir o pedido de reconsideração quanto à aplicação da</p><p>sanção de "declaração de inidoneidade para licitar ou</p><p>contratar" - NÃO admite delegação, conforme capítulo VI</p><p>da Lei nº 9.784/99, em especial art. 13, inciso III, por se</p><p>tratar de decisão em relação a ato emitido com</p><p>competência exclusiva.</p><p>2.2.4. Autoridade competente</p><p>O conceito de autoridade competente também não é trazido na NLLC, restando</p><p>entendimento, em certa medida equivalente ao expresso em relação ao termo “autori-</p><p>dade”, ou seja, como indicado na própria expressão, a sua atuação dependerá das compe-</p><p>tências estabelecidas para tanto. Vejamos abaixo o leque possível de competências trazido</p><p>pela Lei nº 14.133/2021:</p><p>Função/</p><p>atividades</p><p>Fundamento Legal Competências</p><p>Autoridade Art. 6º, LX, art. 8º,</p><p>Designar o agente de contratação, inclusive o pregoeiro</p><p>competente caput e §5º</p><p>(conforme Aprovar justificativa técnica para que o edital de licitação</p><p>previsto em Art. 15, §4º possa estabelecer limite máximo para o número de</p><p>regulamento empresas consorciadas</p><p>próprio) 20, §2º Regulamentar os limites para o enquadramento dos bens de</p><p>15 Na verdade, os artigos 163 e 167 não mencionam expressamente a competência exclusiva, mas como o</p><p>art. 156, IV assim o faz, por uma questão de interpretação lógico-sistemática, também caberá à mesma</p><p>autoridade que aplicou a sanção a apreciação quanto à reconsideração da sanção aplicada ou mesmo quanto</p><p>à reabilitação da empresa sancionada.</p><p>consumo nas categorias comum e luxo.</p><p>31 Designar servidor para atuar como leiloeiro, se for o caso</p><p>46, §6º</p><p>Aprovar a conclusão de cada etapa das obras ou serviços</p><p>de engenharia previamente à execução de novas etapas</p><p>72, VIII</p><p>Autorizar a contratação direta (inexigibilidade e/ou</p><p>dispensa de licitação)</p><p>96</p><p>Exigir a prestação de garantia nas contratações de obras,</p><p>serviços e fornecimentos.</p><p>106, I</p><p>Atestar a maior vantagem econômica vislumbrada em</p><p>razão da contratação plurianual</p><p>Atestar que as condições e os preços permanecem</p><p>107 vantajosos para a Administração nos casos de prorrogação</p><p>contratual de serviços ou fornecimentos contínuos</p><p>138, §1º</p><p>Autorizar a extinção unilateral do contrato pela</p><p>Administração e a extinção consensual</p><p>140, I, b e II, b</p><p>Designar comissão de recebimento definitivo de obras,</p><p>serviços ou compras</p><p>Alterar, mediante prévia justificativa, a ordem cronológica</p><p>de pagamentos, mediante posterior comunicação ao órgão</p><p>141, §1º de controle interno da Administração e ao tribunal de</p><p>contas competente, exclusivamente nas situações previstas</p><p>no art. 141, §1º, da Lei nº 14.133/2021</p><p>Decidir pela aplicação de sanções, pedidos de</p><p>168</p><p>reconsideração e recursos em face da prática de atos</p><p>administrativos decorrentes da aplicação da Lei nº</p><p>14.133/2021.</p><p>2.2.5</p><p>. Autoridade superior</p><p>O c</p><p>expresso, c</p><p>com a autor</p><p>ser “superio</p><p>lo.</p><p>Veja</p><p>para a autor</p><p>onceito de “autoridade superior”</p><p>também não é trazido na NLLC de modo</p><p>ontudo, pelo contexto em que inserido pode guardar identidade de atuação</p><p>idade máxima e sempre será também autoridade competente, posto que, para</p><p>r”, precisará ser investido dessa competência por quem de direito possa fazê-</p><p>mos então o leque possível de competências trazido pela Lei nº 14.133/2021</p><p>idade superior:</p><p>Função/</p><p>atividades</p><p>Fundamento Legal Competências</p><p>Art. 43, II</p><p>Decidir, motivadamente acerca da adoção da</p><p>padronização, respeitados os demais requisitos legais.</p><p>Após as fases de julgamento e habilitação, e exauridos os</p><p>recursos administrativos, o processo licitatório será</p><p>encaminhado à autoridade superior, que poderá:I -</p><p>determinar o retorno dos autos para saneamento de</p><p>irregularidades;II - revogar a licitação por motivo de</p><p>conveniência e oportunidade;III - proceder à anulação da</p><p>licitação, de ofício ou mediante provocação de terceiros,</p><p>sempre que presente ilegalidade insanável;IV- adjudicar o</p><p>Autoridade</p><p>superior</p><p>Art. 71</p><p>objeto e homologar a licitação.§ 1º Ao pronunciar a</p><p>nulidade, a autoridade indicará expressamente os atos</p><p>com vícios insanáveis, tornando sem efeito todos os</p><p>subsequentes que deles dependam, e dará ensejo à</p><p>apuração de responsabilidade de quem lhes tenha dado</p><p>causa.§ 2º O motivo determinante para a revogação do</p><p>processo licitatório deverá ser resultante de fato</p><p>superveniente devidamente comprovado.§ 3º Nos casos</p><p>de anulação e revogação, deverá ser assegurada a prévia</p><p>manifestação dos interessados.§ 4º O disposto neste artigo</p><p>será aplicado, no que couber, à contratação direta e aos</p><p>procedimentos auxiliares da licitação.</p><p>Art. 165, § 2º e 166,</p><p>parágrafo único.</p><p>Decidir recursos nos casos em que a autoridade que tiver</p><p>editado o ato ou proferido a decisão recorrida não</p><p>reconsidere o ato ou a decisão proferida.</p><p>2.3. Autoridade Jurídica Máxima, Assessor de Controle Interno E Assessor</p><p>Jurídico</p><p>2.3.1. Assessoria Jurídica</p><p>A Lei nº 14.133/2021 conferiu novas atribuições à assessoria jurídica, trazendo uma “rou-</p><p>pagem” mais moderna e bem diferente do que era observável no âmbito da Lei nº 8.666/93.</p><p>E não poderia ser diferente, já que a Lei nº 14.133/2021 tratou de abordar temas mais</p><p>atuais como governança, segregação de funções, gestão de riscos, entre outros.</p><p>Antes de mais nada, é importante ressaltar que os membros da assessoria jurídica que</p><p>atuarão no âmbito das contratações do órgão deverão observar os requisitos impostos pelo</p><p>art. 7º da Lei nº 14.133/2021, quais sejam:</p><p>1. ser preferencialmente (não obrigatoriamente) servidor efetivo ou empregado pú-</p><p>blico dos quadros permanentes da Administração Pública;</p><p>2. possuam formação compatível ou qualificação atestada por certificação profissi-</p><p>onal emitida por escola de governo criada e mantida pelo poder público;</p><p>3. não serem cônjuges ou companheiros de licitantes ou contratados habituais da</p><p>Administração nem tenham com eles vínculo de parentesco, em linha ou colateral,</p><p>por consanguinidade ou por afinidade, até o terceiro grau, ou de natureza técnica,</p><p>comercial, econômica, financeira, trabalhista e civil; e</p><p>4. observância ao princípio da segregação de funções, vedada a sua designação para</p><p>atuação simultânea em funções mais suscetíveis a riscos, de modo a reduzir a pos-</p><p>sibilidade de ocultação de erros e de ocorrência de fraudes na respectiva contrata-</p><p>ção.</p><p>Além desses requisitos, existem vedações previstas no art. 9º da mesma Lei, já citados no</p><p>item 2.1 deste módulo.</p><p>Certo é que as atribuições da assessoria jurídica aumentaram sobremaneira sob a égide da</p><p>Lei nº 14.133/2021 e, por esta razão, decidimos trazer uma compilação, como forma de</p><p>facilitar a compreensão:</p><p>1. promover, a critério do agente público, sua representação judicial ou extrajudicial,</p><p>caso precisem se defender nas esferas administrativa, controladora ou judicial em</p><p>razão de ato praticado com estrita observância de orientação contate de parecer</p><p>jurídico elaborado na forma do § 1º do art. 53 da Lei nº 14.133/2021 (art. 10);</p><p>2. auxiliar os órgãos da Administração com competências regulamentares relativas</p><p>às atividades de administração de materiais, de obras e serviços e de licitações e</p><p>contratos, na instituição de modelos de minutas de editais, de termos de referência,</p><p>de contratos padronizados e de outros documentos (art. 19, inciso IV);</p><p>3. realizar controle prévio de legalidade do processo licitatório mediante análise ju-</p><p>rídica da contratação, ao final da fase preparatória (art. 53);</p><p>4. realizar controle prévio de legalidade também de contratações diretas, acordos,</p><p>termos de cooperação, convênios, ajustes, adesões e atas de registro de preços,</p><p>outros instrumentos congêneres e de seus termos aditivos (art. 53, § 4º);</p><p>5. auxiliar o fiscal de contrato, devendo dirimir dúvidas e subsidiá-lo com informa-</p><p>ções relevantes para prevenir riscos na execução contratual (art. 117, § 3º); e</p><p>6. auxiliar a autoridade competente na elaboração de suas decisões relativas a recur-</p><p>sos interpostos, devendo dirimir dúvidas e subsidiá-la com as informações neces-</p><p>sárias (art. 168, parágrafo único).</p><p>Ainda sobre essas atribuições, é importante fazer algumas observações importantes. A</p><p>primeira delas se refere à representação judicial, que no caso dos órgãos públicos do poder</p><p>executivo federal, já era autorizada a atuação da Advocacia-Geral da União nesse sentido,</p><p>conforme art. 22 da Lei nº 9.028/95. Importante ressaltar que os procedimentos para re-</p><p>presentação judicial nesses casos são disciplinados na Portaria nº 428/2019 da Advocacia-</p><p>Geral da União e pode servir de base na elaboração de normativo interno ou, na falta</p><p>deste, ser usado de forma análoga, caso necessário.</p><p>O órgão de assessoramento jurídico, ao exercer o controle prévio de legalidade, mediante</p><p>elaboração de parecer jurídico, deverá:</p><p>1. apreciar o processo licitatório conforme critérios objetivos prévios de atribuição</p><p>de prioridade; e</p><p>2. redigir sua manifestação em linguagem simples e compreensível e de forma clara</p><p>e objetiva, com apreciação de todos os elementos indispensáveis à contratação e</p><p>com exposição dos pressupostos de fato e de direito levados em consideração na</p><p>análise jurídica.</p><p>O prazo para emissão dos pareceres jurídicos obrigatórios será de, no máximo, 15</p><p>(quinze) dias, salvo norma especial ou comprovada necessidade de maior prazo, con-</p><p>forme é estabelecido no art. 42 da Lei nº 9.784/99.</p><p>BPC nº 19</p><p>Enunciado</p><p>Se a consulta possibilitar mais de uma solução jurídica igualmente plausível e susten-</p><p>tável, convém que a manifestação consultiva leve ao conhecimento do consulente tam-</p><p>bém o entendimento jurídico alternativo e sua respectiva fundamentação.</p><p>BPC nº 28</p><p>Enunciado</p><p>Considerando que a manifestação consultiva deve atender ao princípio da motivação,</p><p>é importante que seu texto propicie ao assessorado o conhecimento dos pressupostos de</p><p>fato e de direito levados em consideração na análise jurídica, bem como as controvér-</p><p>sias doutrinárias e/ou jurisprudenciais a respeito.</p><p>Ainda que não conste em norma infralegal, é importante a observância do Manual de</p><p>Boas Práticas Consultivas (BPC) da AGU, detidamente quanto às BPCs 19 e 28, trans-</p><p>critas a seguir:</p><p>2.3.2. Autoridade Jurídica Máxima</p><p>A Lei nº 14.133/2021 trouxe um termo novo que tem atiçado a curiosidade dos agentes</p><p>envolvidos nas atividades ligadas às contratações públicas: Autoridade Jurídica Máxima.</p><p>O fato é que a Lei nº 14.133/2021 é aplicável em todas as esferas de governo (federal,</p><p>estatual, distrital e municipal) e em todos os poderes (executivo, legislativo e judiciário).</p><p>No caso do Poder Executivo Federal, a doutrina tem firmado o entendimento de que seria</p><p>o Advogado-Geral da União. Já no caso do Senado Federal, seria o Advogado-Geral do</p><p>Art.</p><p>53. Ao final da fase preparatória, o processo licitatório seguirá para o órgão de</p><p>assessoramento jurídico da Administração, que realizará controle prévio de legalidade</p><p>mediante análise jurídica da contratação.</p><p>(...)</p><p>§ 5º É dispensável a análise jurídica nas hipóteses previamente definidas em ato da</p><p>autoridade jurídica máxima competente, que deverá considerar o baixo valor, a baixa</p><p>complexidade da contratação, a entrega imediata do bem ou a utilização de minutas de</p><p>editais e instrumentos de contrato, convênio ou outros ajustes previamente padroniza-</p><p>dos pelo órgão de assessoramento jurídico.</p><p>Senado Federal. Portanto, depende da estrutura de cada órgão ou entidade e, consequen-</p><p>temente, do seu regimento interno ou outro regulamento de cunho organizacional.</p><p>De qualquer forma, a questão está centrada em apenas uma situação, pois somente lá é</p><p>possível encontrar o termo em análise: Autoridade Jurídica Máxima. Trata-se do art. 53,</p><p>§ 5º, da Lei nº 14.133/2021, in verbis:</p><p>Portanto, devemos nos ater mais especificamente sobre essa possibilidade que o legisla-</p><p>dor ordinário criou, visando principalmente a celeridade do processo e, consequente-</p><p>mente, o alcance da eficiência. Mas, para que sejam dispensadas da análise jurídica, con-</p><p>forme dita a Lei de Licitações e Contratos, são necessários os seguintes requisitos a serem</p><p>considerados:</p><p>1. baixo valor;</p><p>2. baixa complexidade da contratação;</p><p>3. entrega imediata do bem (em até 30 dias); ou</p><p>4. utilização de editais e instrumentos de contrato, convênios ou outros ajustes pre-</p><p>viamente padronizados.</p><p>Sobre este último aspecto, lembremos do que foi visto anteriormente sobre o comando do</p><p>art. 19, inciso IV da Lei nº 14.133/2021. Veja que lá, é determinado que quem tem com-</p><p>petência para instituir os modelos padronizados são os órgãos da Administração com</p><p>competências regulamentares relativas às atividades de administração de materiais,</p><p>de obras e serviços e de licitações e contratos, com o auxílio dos órgãos de assessoria</p><p>jurídica e de controle interno.</p><p>Nesse sentido, e buscando uma harmonia entre os dispositivos da própria norma, enten-</p><p>demos que no art. 53, § 5º, a padronização “feita” pelo órgão de assessoramento jurídico</p><p>tem caráter executório e contribui para propositura posterior ao citado órgão com poder</p><p>regulamentar, lembrando que o termo “órgão” aqui posto tem aspecto de departamento,</p><p>setor ou seção administrativa, a depender da estrutura organizacional da instituição onde</p><p>trabalhamos.</p><p>2.3.3. Assessor de Controle Interno</p><p>Já que estamos falando de controle interno, acho que já deu para perceber que a Lei nº</p><p>14.133/2021 trata das atribuições desse órgão em conjunto com os de assessoramento</p><p>jurídico em várias passagens, gerando inclusive alguma confusão entre eles. O certo é que</p><p>os assessores, servidores ou empregados públicos que trabalham no âmbito desses setores</p><p>da administração pública devem observar os requisitos presentes no art. 7º, bem como os</p><p>impedimentos previstos no art. 9º, por força do art. 7º, § 2º da Lei nº 14.133/2021, a</p><p>exemplo dos agentes públicos lotados nos órgãos de assessoramento jurídico.</p><p>Dois pontos são dignos de atenção, pois são aspectos ligados apenas à atuação dos órgãos</p><p>de controle interno, e não aos de assessoramento jurídico.</p><p>O primeiro diz respeito ao orçamento sigiloso. O orçamento sigiloso é possibilidade tra-</p><p>zida pela Nova Lei de Regência e permite ao gestor público trabalhar com assimetria de</p><p>informação junto ao mercado fornecedor, buscando alcançar propostas mais vantajosas</p><p>para a instituição pública na qual trabalha. Ao se optar por essa prática, a administração</p><p>pública deve se cercar de cuidados adicionais para que a informação não chegue anteci-</p><p>padamente a qualquer licitante (“vazamento de informação”) pois, neste caso, haverá ne-</p><p>cessariamente apuração de responsabilidade e possibilidade de punições, na forma da le-</p><p>gislação vigente. Quanto aos órgãos de controle interno, o art. 24, inciso I, da Lei nº</p><p>14.133/2021 assegura o seu acesso à informação sigilosa, qual seja, o orçamento tido</p><p>como sigiloso.</p><p>Art. 4º. O Sistema de Controle Interno do Poder Executivo Federal utiliza como técnicas</p><p>de trabalho, para a consecução de suas finalidades, a auditoria e a fiscalização.</p><p>§ 1º. A auditoria visa a avaliar a gestão pública, pelos processos e resultados gerenciais,</p><p>e a aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado.</p><p>O segundo aspecto está relacionado à ordem cronológica de pagamentos, estabelecido no</p><p>art. 141 da Lei nº 14.133/2021. Segundo o § 1º do mesmo artigo, a ordem poderá ser</p><p>alterada, mediante prévia justificativa da autoridade competente e posterior comunicação</p><p>ao órgão de controle interno da Administração e ao tribunal de contas competente (órgão</p><p>de controle externo), exclusivamente nas seguintes situações:</p><p>1. grave perturbação da ordem, situação de emergência ou calamidade pública;</p><p>2. pagamento a microempresa, empresa de pequeno porte, agricultor familiar, pro-</p><p>dutor rural pessoa física, microempreendedor individual e sociedade cooperativa,</p><p>desde que demonstrado o risco de descontinuidade do cumprimento do objeto do</p><p>contrato;</p><p>3. pagamento de serviços necessários ao funcionamento dos sistemas estruturantes,</p><p>desde que demonstrado o risco de descontinuidade do cumprimento do objeto do</p><p>contrato;</p><p>4. pagamento de direitos oriundos de contratos em caso de falência, recuperação ju-</p><p>dicial ou dissolução da empresa contratada;</p><p>5. pagamento de contrato cujo objeto seja imprescindível para assegurar a integri-</p><p>dade do patrimônio público ou para manter o funcionamento das atividades fina-</p><p>lísticas do órgão ou entidade, quando demonstrado o risco de descontinuidade da</p><p>prestação de serviço público de relevância ou o cumprimento da missão instituci-</p><p>onal.</p><p>O responsável por fiscalizar o cumprimento da ordem cronológica de pagamento é justa-</p><p>mente o órgão de controle interno da instituição (art. 141, § 2º).</p><p>Apesar de não se aplicar ao Ministério Público Federal, o Decreto nº 3.591/2000 traz uma</p><p>distinção entre autoria e fiscalização. Para tanto, reproduziremos a seguir o art. 4º do</p><p>citado normativo:</p><p>Apesar de não sermos responsáveis diretos por programas diretos, podemos verificar que</p><p>o processo de fiscalização está mais focado em exame de conformidade, não somente</p><p>quanto ao cumprimento dos requisitos formais impostos pela legislação, mas também</p><p>quanto ao alcance dos resultados pretendidos.</p><p>2.3.4. As Três Linhas de Defesa</p><p>Finalmente, passemos a avaliar o disposto no art. 169 da Lei nº 14.133/2021, que trata</p><p>das linhas de defesa. Primeiramente, alertamos para o fato de que o legislador se preocu-</p><p>pou em conferir aspecto de permanência às práticas de controle, incluídos aí a gestão de</p><p>riscos e outras de caráter preventivo, principalmente. Além disso, fez referência expressa</p><p>ao controle social, que está presente na Constituição Federal de 1988 (art. 122-A, inciso</p><p>X, alínea “d” e art. 216-A, § 1º, inciso X) e depende da transparência e da publicidade,</p><p>que são princípios previstos no art. 5º da Lei nº 14.133/2021. Quem apoiará o controle</p><p>social são justamente os órgãos de controle (interno e externo), responsáveis por recebe-</p><p>rem e apurarem supostas irregularidades na aplicação da Lei nº 14.133/2021 (art. 170, §</p><p>4º). Posto isso, vamos ao modelo das três linhas de defesa:</p><p>Figura 1: Ilustração das 3 linhas de defesa no âmbito das contratações públicas.</p><p>§ 2º A fiscalização visa a comprovar se o objeto dos programas de governo corresponde</p><p>às especificações estabelecidas, atende às necessidades para as quais foi definido,</p><p>guarda coerência com as condições e características pretendidas e se os mecanismos</p><p>de controle são eficientes.</p><p>Fonte: Desenvolvido pelo Autor.</p><p>Descrição: Desenho de bandido estereotipado, olhando para três barreiras eletrônicas</p><p>que</p><p>representam cada uma das 3 linhas de defesa, com a intenção de passar por elas.</p><p>No caso do MPF, devemos contar com uma pequena adaptação, pois não contamos com</p><p>“órgão central de controle interno”, que no âmbito do Poder Executivo Federal é a Con-</p><p>troladoria-Geral da União. Portanto, contemos apenas com o TCU atuando na terceira</p><p>linha de defesa.</p><p>Quanto à responsabilidade pela implementação das práticas de controle (que deverão ser</p><p>contínuas, lembra?), ela recai sobre a alta administração do órgão ou entidade, que deverá</p><p>levar em consideração os custos e benefícios decorrentes da sua implementação, guar-</p><p>dando relação com a regra já imposta pelo art. 14 do Decreto-Lei nº 200/67 (“O trabalho</p><p>administrativo será racionalizado mediante simplificação de processos e supressão de</p><p>contrôles que se evidenciarem como puramente formais ou cujo custo seja evidentemente</p><p>superior ao risco.”).</p><p>Quanto às obrigações impostas aos integrantes das três linhas de defesa, o art. 169, § 3º</p><p>da Lei nº 14.133/2021 impõe as seguintes:</p><p>1. quando constatarem simples impropriedade formal, adotarão medidas para o seu</p><p>saneamento e para a mitigação de riscos de sua nova ocorrência, preferencial-</p><p>mente com o aperfeiçoamento dos controles preventivos e com a capacitação dos</p><p>agentes públicos responsáveis;</p><p>2. quando constatarem irregularidade que configure dano à Administração, sem pre-</p><p>juízo das medidas citadas no item 1, adotarão as providências necessárias para a</p><p>apuração das infrações administrativas, observadas a segregação de funções e a</p><p>necessidade de individualização das condutas, bem como remeterão ao Ministério</p><p>Público competente cópias dos documentos cabíveis para a apuração dos ilícitos</p><p>de sua competência.</p><p>2.4. Equipe de planejamento da contratação. Gestor e fiscal de contrato.</p><p>Fiscal administrativo, técnico e setorial.</p><p>2.4.1. Equipe de Planejamento da Contratação</p><p>Há um provérbio africano que diz “Se quer ir rápido, vá sozinho. Se quiser ir</p><p>longe, vá acompanhado”. Esse provérbio resume bem o papel de uma equipe: conseguir</p><p>resultados que uma pessoa só não é capaz de obter.</p><p>É uma boa prática cada contratação pública ser planejada por uma equipe mul-</p><p>tidisciplinar.</p><p>Uma equipe multidisciplinar é um grupo de pro-</p><p>fissionais de diferentes áreas, que trabalham em</p><p>conjunto para resolver, de modo sistêmico, proble-</p><p>mas complexos.</p><p>Por exemplo, uma equipe médica multidisciplinar</p><p>pode ser composta de médicos, enfermeiros, psi-</p><p>cólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, nutricio-</p><p>nistas, assistentes sociais, entre outros profissio-</p><p>nais. Quando cada profissional colabora com seus</p><p>conhecimentos e habilidades, um complementa o</p><p>trabalho do outro, resultando um atendimento</p><p>mais completo e personalizado a um paciente, po-</p><p>tencializando a resolução do problema.</p><p>Uma equipe multidisciplinar de planejamento da contratação deve conter pes-</p><p>soas com qualidades, experiências e conhecimentos diferentes e suficientes para cum-</p><p>primento das etapas de planejamento da contratação (elaboração de estudos prelimina-</p><p>res, termo de referência, gestão de riscos, dentre outras).</p><p>Dessa forma, o ideal é que a equipe de planejamento tenha os seguintes integran-</p><p>tes:</p><p>• Integrante Requisitante: aquele que conhece o problema. Geralmente o usuário</p><p>do bem ou serviço a ser contratado.</p><p>• Integrante Técnico: aquele que conhece as soluções técnicas existentes para o</p><p>problema. Servidor com formação ou conhecimentos e experiência técnica em</p><p>tecnologia da informação, engenharia, arquitetura, contabilidade, comunicação</p><p>social, saúde, etc.</p><p>• Integrante Administrativo: servidor que conhece as regras de licitações e</p><p>contratos.</p><p>A sugestão acima não é regra. Pode acontecer de um mesmo servidor atuar</p><p>como integrante técnico e requisitante, desde que ele tenha as competências para exe-</p><p>cutar ambos papéis e isso não o sobrecarregue (capacidade operacional).</p><p>Art. 8º A atuação do agente de contratação na fase preparatória deve se ater ao acompanhamento e às</p><p>eventuais diligências para o bom fluxo da instrução processual.</p><p>Parágrafo único. Na hipótese prevista no caput, o agente de contratação está desobrigado da elabora-</p><p>ção dos estudos preliminares, projetos e anteprojetos, termos de referência, pesquisas de preço e, pre-</p><p>ferencialmente, minutas de editais.</p><p>O agente de contratação pode ser integrante da equipe de planejamento da</p><p>contratação? Em regra, não, conforme art. 8º, caput e seu Parágrafo Único, da PORTA-</p><p>RIA PGR/MPU Nº 28, DE 16 DE MARÇO DE 2023:</p><p>Porém, perceba que há uma possibilidade de exceção quando se trata da elabora-</p><p>ção da minuta do edital. Ou seja, eventualmente, em órgãos com carência de pessoal e</p><p>impossibilidade de segregação de funções, o agente de contratação pode elaborar a minuta</p><p>de edital.</p><p>Em casos excepcionais, devidamente justificados, conforme o disposto no art.</p><p>3º, Parágrafo Único, da PORTARIA PGR/MPU Nº 28, DE 16 DE MARÇO DE 2023,</p><p>vislumbra-se que o agente de contratação possa participar da elaboração de alguns arte-</p><p>fatos da fase interna.</p><p>Quando a administração contratante não possuir agentes públicos com todas as</p><p>capacidades necessárias para o cumprimento das etapas de planejamento da contratação,</p><p>poderá ser contratado, por prazo determinado, serviço de empresa ou de profissional</p><p>especializado para assessorar os agentes públicos responsáveis pela condução da licita-</p><p>ção (Art. 11, Portaria PGR/MPU Nº 28, de 16 de março de 2023).</p><p>A contratação de terceiros não eximirá de responsabilidade os membros da comis-</p><p>são de contratação, nos limites das informações recebidas do terceiro contratado.</p><p>Será que toda e qualquer contratação pública precisa de uma equipe de pla-</p><p>nejamento? Não. Por exemplo, as normas infralegais do Poder Executivo que regulam a</p><p>elaboração do Estudo Técnico Preliminar (ETP) e do Termo de Referência (TR) estabe-</p><p>lecem que o ETP e o TR podem ser elaborados conjuntamente por servidores da área</p><p>técnica e requisitante ou, quando houver, pela equipe de planejamento da contratação</p><p>(Art. 8º, IN SEGES Nº 58/2022 e Art. 8º, IN SEGES/ME Nº 81/2022).</p><p>Quadro 1 – Síntese da Equipe de Planejamento da Contratação</p><p>Equipe de Planejamento da Contratação</p><p>O que é: O conjunto de agentes que reúnem as competências necessárias à completa</p><p>execução das etapas de planejamento da contratação, o que inclui conheci-</p><p>mentos sobre aspectos técnicos-operacionais e de uso do objeto, licitações</p><p>e contratos, dentre outros (Art. 3º, VII, da IN SEGES Nº 58/2022).</p><p>Quem designa: Autoridade Competente, geralmente o Ordenador de Despesas ou outro</p><p>por ele delegado.</p><p>Forma de designa-</p><p>ção:</p><p>Despacho ou Portaria. No sistema ÚNICO há Modelo de Despacho (“Con-</p><p>tratação – Indicação da Equipe de Contratação”).</p><p>Quem pode fazer</p><p>parte:</p><p>Qualquer servidor público (quadro efetivo, em estágio probatório, requisi-</p><p>tado, comissionado).</p><p>Atribuição (O que</p><p>faz):</p><p>Pode ser designada para fazer o Estudo Técnico Preliminar (ETP), o</p><p>Termo de Referência (TR) ou Projeto Básico (PB) e o Gerenciamento de</p><p>Riscos.</p><p>Quando é necessá-</p><p>ria:</p><p>Quando o(s) servidor(res) da área técnica e/ou requisitante não pos-</p><p>suir(rem) conhecimento técnico suficiente sobre o objeto demandado, nem</p><p>capacidade operacional para elaborar os documentos (artefatos) da fase in-</p><p>terna da contratação sozinho(s).</p><p>Fonte: Elaborado pelo autor.</p><p>É boa prática que alguns dos integrantes da equipe</p><p>de planejamento da contratação sejam os futuros</p><p>fiscais do contrato. Pelos menos, por dois motivos:</p><p>• Conhecer previamente o conteúdo do pro-</p><p>jeto básico ou termo de referência e da mi-</p><p>nuta do contrato da futura contratação,</p><p>principalmente quando o servidor indicado</p><p>não é atualmente fiscal desse contrato; e</p><p>2.4.2. Atores da Gestão e Fiscalização Contratual</p><p>Antes</p><p>de falarmos sobre as pessoas que exercem a gestão e fiscalização contra-</p><p>tual, é importante registrar que, até o presente momento (julho/2023, data em que o ma-</p><p>terial do curso foi elaborado), no âmbito do Ministério Público Federal (MPF), não há</p><p>um regulamento que detalhe os procedimentos inerentes à gestão e fiscalização dos</p><p>contratos administrativos formalizados com base na nova lei de licitações (Lei nº</p><p>14.133/2021).</p><p>Para contratações oriundas na Lei nª 8.666/93, no âmbito do MPF, a Portaria</p><p>SG/MPF Nº 174, de 20 de março de 2019, faz esse papel.</p><p>Entretanto, a Portaria PGR/MPU Nº 28, de 16 de março de 2023, dispõe regras</p><p>e diretrizes gerais para a atuação dos gestores e fiscais de contratos, no âmbito do Mi-</p><p>nistério Público da União.</p><p>Segundo o entendimento da Advocacia Geral da União, via de regra, não é pos-</p><p>sível a aplicação (recepção) automática de regulamentos das leis no 8.666/93,</p><p>10.520/02 ou 12.462/11 para contratos firmado com aparo na Lei no 14.133/21 (PARE-</p><p>CER N. 00002/2021/CNMLC/DECOR/CGU, disponível em: https://www.gov.br/com-</p><p>pras/pt-br/acesso-a-informacao/comunicados/Comunicado04.2023parecer0002.pdf).</p><p>Para que isso ocorra, é necessário um ato normativo, emitido pela autoridade com-</p><p>petente, prevendo expressamente a aplicação desses regulamentos para contratações am-</p><p>paradas pela nova lei de licitações.</p><p>Vale dizer que, não há, no âmbito do MPF, até o momento (julho/2023), algum</p><p>ato normativo recepcionando a aplicação da Portaria SG/MPF Nº 174, de 20 de março</p><p>de 2019 aos contratos formalizado com base na Lei nº 14.133/2021.</p><p>• Colaborar na elaboração do Termo de Re-</p><p>ferência/Projeto Básico com sugestões de</p><p>melhoras para o futuro contrato, de acordo</p><p>com o histórico do antigo contrato, princi-</p><p>palmente quando o servidor indicado já é</p><p>fiscal desse tipo de contrato.</p><p>https://www.gov.br/compras/pt-br/acesso-a-informacao/comunicados/Comunicado04.2023parecer0002.pdf</p><p>https://www.gov.br/compras/pt-br/acesso-a-informacao/comunicados/Comunicado04.2023parecer0002.pdf</p><p>Uma saída é colocar os detalhes do modelo de gestão do contrato no próprio</p><p>instrumento contratual, talvez até como anexo, enquanto não há norma infralegal que</p><p>trate sobre o tema (item X da ementa do PARECER N. 00002/2021/CNMLC/DE-</p><p>COR/CGU).</p><p>Passemos a falar agora dos atores que exercem a gestão e fiscalização contra-</p><p>tual.</p><p>Um ator representa um papel que alguém (ou algo) desempenha durante a</p><p>execução de um processo.</p><p>A Lei nº 14.133/2021, em seu art. 117, que “a execução do contrato deverá ser</p><p>acompanhada e fiscalizada por 1 (um) ou mais fiscais do contrato”. A redação deixa</p><p>mais claro que um contrato pode ter mais de uma pessoa exercendo a gerência (ges-</p><p>tores) e a fiscalização (fiscais). A literalidade do art. 67 da Lei nº 8.666/93 levava al-</p><p>guns a entender que um contrato só podia ter 1 (um) fiscal;</p><p>Segundo o Arts. 13 e 14 da Portaria PGR/MPU Nº 28, de 16 de março de 2023,</p><p>a gestão e fiscalização poderão ser exercidas por:</p><p>• Agentes públicos: mais de uma pessoa;</p><p>• Por equipe de fiscalização: pessoas de diversas áreas multidisciplinares;</p><p>• Agente público único: uma pessoa; ou</p><p>• Por setor determinado: conforme previsão regimental ou por designação da</p><p>autoridade competente.</p><p>Em todos os casos deve ser assegurada a distinção das atividades e o não</p><p>comprometimento do desempenho das ações relacionadas à gestão do contrato.</p><p>Dessa forma, podemos concluir que, embora não seja recomendado (inclusive</p><p>pelo Tribunal de Contas da União), uma pessoa pode ser designada para atuar como</p><p>gestor e fiscal de um mesmo contrato. Porém, isso deve ser evitado, pois pode inviabi-</p><p>lizar o desempenho eficiente das respectivas funções, além de aumentar a possibilidade</p><p>de ocultação de erros e de ocorrência de fraudes, conforme dispõe o princípio da segre-</p><p>gação de funções (Art. 7º, §1º, Lei nº 14.133/93).</p><p>O art. 14 da Portaria PGR/MPU Nº 28, de 16 de março de 2023 ainda dispõe que</p><p>na designação dos gestores e fiscais de contratos e dos respectivos substitutos, devem</p><p>ser considerados:</p><p>• a compatibilidade com as atribuições do cargo;</p><p>• a complexidade da fiscalização;</p><p>• o quantitativo de contratos por agente público; e</p><p>• a sua capacidade para o desempenho das atividades.</p><p>Dessa forma, evita-se, por exemplo, designar como gestor ou fiscal uma pessoa</p><p>sobrecarregada de trabalho ou que tenha pouco ou nenhum conhecimento técnico do</p><p>objeto.</p><p>Na fase de estudo técnico preliminar, a</p><p>equipe de planejamento deve aferir eventual neces-</p><p>sidade de desenvolvimento de competências de</p><p>agentes para fins de fiscalização e gestão contra-</p><p>tual do futuro contrato.</p><p>Ou seja, caso identifique-se que os futuros</p><p>fiscais não possuem as competências para exercer</p><p>a atribuição com eficiência, deve-se providenciar</p><p>medidas, previamente à celebração do contrato,</p><p>para mitigar o risco de ocorrência de má fiscaliza-</p><p>ção, conforme dispõe o inciso X do § 1º do art. 18</p><p>da Lei nº 14.133/2021 (Art. 14, § 2º, Portaria</p><p>PGR/MPU Nº 28/2023).</p><p>Conforme os arts. 16 e 17, Parágrafo Único, da Portaria PGR/MPU Nº 28/2023,</p><p>podemos ter os seguintes papéis: Gestor do Contrato, Fiscal Técnico, Fiscal Administra-</p><p>tivo e Fiscal Setorial.</p><p>Além desse, é comum em contratações de tecnologia da informação e comuni-</p><p>cação (TIC), também podemos ter um papel de “Fiscal Requisitante”, que é aquele que</p><p>acompanha os aspectos técnicos ou administrativos do ponto de vista funcional da solu-</p><p>ção de TIC.</p><p>Também, é boa prática utilizarmos o “Público Usuário” para auxiliar na fiscali-</p><p>zação, incentivando-o a responder pesquisas de satisfação dos serviços prestados pelas</p><p>contratadas.</p><p>Lembre-se que quanto aos atores (e suas atribuições) trata-se de papéis e não</p><p>necessariamente de pessoas. Ou seja, uma pessoa pode acumular vários papéis e várias</p><p>podem acumular um único papel.</p><p>Quando os gestores ou fiscais do contrato não reunirem todas competências ne-</p><p>cessárias para a efetiva gestão e fiscalização do contrato, esses agentes contratos poderão</p><p>ser assistidos e subsidiados por terceiros contratados pela Administração, observado o</p><p>disposto no art. 18 da Portaria PGR/MPU Nº 28/2023. Um exemplo: obra pública.</p><p>Quando não tenho no corpo técnico do órgão engenheiros e/ou arquitetos para fiscalizar</p><p>a obra, posso contratar uma empresa do ramo para assessorar a comissão de fiscalização.</p><p>2.4.2.1. Gestor do Contrato</p><p>O gestor do contrato coordena as atividades de gestão (ex.: prorrogação de</p><p>vigência, alteração, reequilíbrio, pagamento, aplicação de sanções, extinção etc.) e de</p><p>fiscalização (técnica, requisitante, administrativa, setorial e público usuário).</p><p>Veja outras atribuições do gestor do contrato, conforme art. 16 da Portaria</p><p>PGR/MPU Nº 28/2023:</p><p>• Acompanhar os registros realizados pelos fiscais do contrato ou dos</p><p>terceiros contratados, de todas as ocorrências relacionadas à execução do</p><p>contrato e as medidas adotadas, informando, se for o caso, à autoridade</p><p>superior àquelas que ultrapassarem a sua competência;</p><p>• Acompanhar a manutenção das condições de habilitação da contra-</p><p>tada, para efeito de empenho de despesa e pagamento, devendo anotar</p><p>no relatório de riscos eventuais problemas que obstarem o fluxo normal</p><p>da liquidação e pagamento da despesa;</p><p>• Coordenar os atos preparatórios à instrução processual e ao envio</p><p>da documentação pertinente ao setor responsável pela formalização dos</p><p>procedimentos de prorrogação, alteração, reequilíbrio, pagamento, even-</p><p>tual aplicação de sanções, extinção dos contratos, dentre outros;</p><p>• Elaborar relatório final, de que trata a alínea "d" do inciso VI do § 3º</p><p>do art. 174 da Lei nº 14.133, de 1º de abril de 2021, com as informações</p><p>obtidas durante a execução do contrato, como forma de aprimora-</p><p>mento das atividades da Administração, podendo ser utilizado como in-</p><p>sumo para a confecção dos estudos técnicos preliminares,</p><p>termo de refe-</p><p>rência e projeto básico das novas contratações;</p><p>• Promover a atualização contínua do relatório de riscos durante a ges-</p><p>tão do contrato, com apoio do fiscal;</p><p>• Emitir documento comprobatório da avaliação realizada pelo fiscal</p><p>no cumprimento de obrigações assumidas pelo contratado, com men-</p><p>ção ao seu desempenho na execução contratual, baseado em indicadores</p><p>objetivamente definidos e aferidos, e a eventuais penalidades aplicadas,</p><p>devendo constar do cadastro de atesto de cumprimento de obriga-</p><p>ções;</p><p>• Diligenciar para a formalização de processo administrativo de respon-</p><p>sabilização para fins de aplicação de sanções;</p><p>• Realizar o recebimento definitivo do objeto do contrato, mediante</p><p>termo detalhado que comprove o cumprimento das exigências contratu-</p><p>ais.</p><p>Destaca-se como inovações impulsionadas pela nova lei de licitações a atribui-</p><p>ção do gestor em elaborar e atualizar três documentos:</p><p>• Relatório final com informações sobre a consecução dos objetivos que</p><p>tenham justificado a contratação e eventuais condutas a serem adotadas</p><p>para o aprimoramento das atividades da Administração (alínea "d", VI,</p><p>§ 3º, art. 174, Lei nº 14.133/2021);</p><p>• Atualização do Relatório de riscos durante a fase de gestão contratual,</p><p>atuando, em conjunto com os fiscais, na primeira linha de defesa de ges-</p><p>tão de riscos (art. 169, Lei nº 14.133/2021);</p><p>• Documento comprobatório consolidando as avaliações dos fiscais para</p><p>registro no cadastro de atesto de cumprimento de obrigações, a ser ainda</p><p>implementado no sistema de registro cadastral unificado disponível no</p><p>Portal Nacional de Contratações Públicas (PNCP) (arts. 87 e 88, §4º, Lei</p><p>nº 14.133/2021).</p><p>2.4.2.2. Fiscais Técnico, Administrativo e Setorial</p><p>O art. 17 da Portaria PGR/MPU Nº 28/2023 lista (de modo não exaustivo) algu-</p><p>mas atribuições que podem comuns aos fiscais, porém o Parágrafo Único dispõe o ato</p><p>de designação do fiscal poderá delimitar as suas atribuições para fiscalização do contrato,</p><p>de acordo com a atuação técnica, administrativa ou setorial do servidor.</p><p>O fiscal técnico é aquele que acompanha e avalia a execução do objeto nos mol-</p><p>des contratados, aferindo a quantidade, qualidade, tempo, modo da prestação dos servi-</p><p>ços e/ou fornecimento de bens.</p><p>O fiscal administrativo acompanha os aspectos administrativos dos contratos,</p><p>principalmente quanto às obrigações previdenciárias, fiscais e trabalhistas, bem como</p><p>quanto às providências tempestivas nos casos de inadimplemento.</p><p>O fiscal setorial acompanha a execução do contrato nos aspectos técnicos ou</p><p>administrativos, quando a prestação dos serviços ocorrer concomitantemente em setores</p><p>distintos ou em unidades desconcentradas do órgão.</p><p>Em um contrato de serviço limpeza:</p><p>• O fiscal técnico vê se o prédio está</p><p>sendo limpo conforme previsto no</p><p>contrato.</p><p>• O fiscal administrativo analisa as</p><p>documentações que demonstram se</p><p>a contratada está pagando correta-</p><p>mente as verbas trabalhistas e pre-</p><p>videnciárias dos seus empregados</p><p>alocados na prestação do serviço</p><p>(salário, vale alimentação, FGTS</p><p>etc.).</p><p>• Em um contrato de serviço limpeza</p><p>de um grande de 20 andares, por</p><p>exemplo, pode-se nomear um fis-</p><p>cal setorial para cada andar do</p><p>edifício. Esses fiscais setoriais po-</p><p>deriam emitir mensalmente um re-</p><p>latório de fiscalização técnica e/ou</p><p>administrativa relativo aos serviços</p><p>prestados somente naquele andar e</p><p>o fiscal técnico e/ou administrativo</p><p>“titular” consolidaria esses em um</p><p>relatório geral.</p><p>Um dos principais problemas na fase de</p><p>gestão contratual é a falta de clareza de quais são</p><p>as atribuições de cada agente. A dica é: caso você</p><p>seja nomeado gestão ou fiscal de contrato e não te-</p><p>nha clareza de quais são suas atribuições, solicite</p><p>formalmente à autoridade que o nomeou fiscal a</p><p>emissão de um ato normativo que torne claro a de-</p><p>limitação das atribuições do gestor e de cada fiscal</p><p>(técnico, administrativo ou setorial).</p><p>Cabe ao fiscal (técnico, administrativo ou setorial) realizar o recebimento pro-</p><p>visório do objeto do contrato, mediante termo detalhado que comprove o cumpri-</p><p>mento das exigências de caráter administrativo. Vale destacar que o recebimento provi-</p><p>sório de serviços não pode se limitar a um simples “carimbo de ateste”. Deve ser emitido</p><p>um documento (termo) detalhando se o objeto contratado foi entregue na quantidade, na</p><p>qualidade e no prazo pactuado, bem como se houve infrações passíveis de sanção.</p><p>Todo fiscal deve ser proativo de modo que, havendo qualquer ocorrência que</p><p>ultrapasse a sua competência (ex.: necessidade de alteração contratual, prorrogação de</p><p>prazos) ele deve informar a seus superiores, em tempo hábil a necessidade de adoção</p><p>das medidas convenientes (§2º, Art. 117, Lei nº 14.133/21).</p><p>Novamente, destaca-se como uma das principais novidades, o disposto no inciso</p><p>IX do art. 17 da Portaria PGR/MPU Nº 28/2023, que atribuiu ao fiscal o dever de auxiliar</p><p>o gestor do contrato com as informações necessárias, para a elaboração do documento</p><p>comprobatório da avaliação para registro no cadastro de atesto de cumprimento de</p><p>obrigações, a ser ainda implementado no sistema de registro cadastral unificado dis-</p><p>ponível no PNCP (arts. 87 e 88, §4º, Lei nº 14.133/2021).</p><p>O sistema de rating (avaliação), previsto nos</p><p>§§ 3º e 4º do art. 88 da Lei nº 14.133/21, é uma das</p><p>maiores inovações da nova lei de licitações, tendo por</p><p>base o cadastro de atesto de cumprimento das obriga-</p><p>ções.</p><p>Na prática, pode acontecer o seguinte: cada for-</p><p>necedor ter uma pontuação (ex.: 1 a 5) com base no</p><p>histórico de execução contratual dele com todos os ór-</p><p>gãos da administração pública. Essa pontuação do for-</p><p>necedor em seu registo cadastral poderá ser conside-</p><p>rada, por exemplo, na avaliação de pontuação técnica</p><p>em licitação no critério de técnica e preço (art. 36 §</p><p>3º), na qualificação técnico professional e técnico ope-</p><p>racional (art. 67 II) e como critério de desempate entre</p><p>propostas (art. 60 II).</p><p>Para saber mais sobre este tema, recomendo</p><p>este vídeo da Escola Nacional de Administração Pú-</p><p>blica: E2: Série "Nova Lei de Licitações: um ano para</p><p>a construção do futuro", disponível em:</p><p>https://youtu.be/x_U1WfsTucw?si=RI-</p><p>WUbx22f4PSRswq&t=2880</p><p>https://youtu.be/x_U1WfsTucw?si=RIWUbx22f4PSRswq&t=2880</p><p>https://youtu.be/x_U1WfsTucw?si=RIWUbx22f4PSRswq&t=2880</p><p>MÓDULO III - Planejamento das Contratações Públicas e</p><p>Instrumentos Auxiliares</p><p>Caríssimo(a) aluno(a),</p><p>Neste Módulo teremos a oportunidade de explorar o aspecto do planejamento das con-</p><p>tratações em seus 3 níveis: estratégico, tático e operacional e entender a importância</p><p>desse aspecto alçado ao status de princípio (art. 5º da Lei nº 14.133/2021) para o su-</p><p>cesso das instituições públicas no alcance dos seus objetivos, buscando a satisfação do</p><p>interesse público.</p><p>Para tanto, analisaremos de forma um pouco mais detida cada um dos instrumentos que</p><p>compõem essa estrutura, sua importância e quem elabora cada um deles.</p><p>Além disso, também estudaremos ferramentas importantes disponíveis no contexto da</p><p>Nova Lei de Licitações e Contratos Administrativos, conhecidos como Instrumentos</p><p>Auxiliares: credenciamento, pré-qualificação, procedimento de manifestação de inte-</p><p>resse – PMI, sistema de registro de preços e registro cadastral. A partir desse conheci-</p><p>mento, você entenderá que a Lei nº 14.133/2021 nos presenteou com todo esse ferra-</p><p>mental de forma mais estruturada e que possibilita o desenvolvimento de um trabalho</p><p>diferenciado no âmbito das contratações públicas. Óbvio que eles já existiam, mas fo-</p><p>ram melhorados e colocados à nossa disposição em sede de lei ordinária, conferindo</p><p>maior</p><p>segurança jurídica.</p><p>Então, vamos em frente!!! Tome fôlego e respire fundo, pois temos muitos assuntos a</p><p>estudar. Vamos começar?</p><p>3.1. O Planejamento</p><p>Como vimos no Módulo I, o planejamento foi alçado à condição de princípio pelo art.</p><p>5º da Lei nº 14.133/2021. Mesmo sabendo da notória importância do desenvolvimento</p><p>de um bom planejamento para aumentar a probabilidade de sucesso de qualquer tipo de</p><p>empreendimento, esse princípio ganhou contornos diferenciados e mais bem estrutura-</p><p>dos no âmbito da Nova Lei de Regência. É que nela, o legislador optou por conferir or-</p><p>ganização compatível com os três níveis de planejamento consagrados na literatura vol-</p><p>tada para a gestão e administração de negócios: estratégico, tático e operacional.</p><p>Figura 1: 3 níveis de planejamento no âmbito das contratações públicas.</p><p>Fonte: Desenvolvido pelo Autor.</p><p>Descrição: Triângulo dividido em 3 partes, representando os níveis de planejamento - estraté-</p><p>gico, tático e operacional.</p><p>O planejamento, quando trabalhado no nível estratégico, ganha contornos mais amplos e</p><p>é peculiar a cada instituição pública. Não se trata somente de aquisições e contratações</p><p>de serviços. Na realidade, as compras e contratações viabilizarão o alcance dos objetivos</p><p>traçados nesse nível. O planejamento estratégico possui caráter de longo prazo e alinha</p><p>toda a instituição na busca da sua missão, baseado em seus valores e visão.</p><p>O nível tático do planejamento das contratações já era trabalhado de forma infralegal,</p><p>antes do advento da Lei nº 14.133/2021, a exemplo da IN nº 01, de 29 de março de 2018</p><p>e IN nº 01, de 10 de janeiro de 2019, instituindo o Sistema de e Gerenciamento das Con-</p><p>tratações – PGC e dando vida ao Plano Anual de Contratações.</p><p>Com a Nova Lei de Regência, houve pequena mudança na nomenclatura (Plano de Con-</p><p>tratações Anual – PCA) e este continuou a encabeçar o planejamento tático das organiza-</p><p>ções, sob o aspecto das contratações, elaborado com base no Planejamento Estratégico da</p><p>Instituição, no Plano de Logística Sustentável e nas demandas encaminhadas por meio</p><p>dos Documentos de Formalização da Demanda – DFDs.</p><p>O PCA passou a ser elaborado no ano anterior às contratações pretendidas, contando com</p><p>cronograma de execução e outros aspectos relevantes ao acompanhamento posterior pelos</p><p>servidores envolvidos nos procedimentos operacionais no exercício seguinte.</p><p>A partir do PCA, a Administração Pública passa a seguir um plano de contratações com</p><p>vigência de um ano, executando o seu trabalho de forma mais organizada.</p><p>Finalmente, no nível operacional, temos cada um dos processos de contratação, com o</p><p>seu próprio planejamento, iniciando-se com a apresentação da demanda (antes formali-</p><p>zada pelo Documento de Oficialização da Demanda – DOD), prosseguindo com o desen-</p><p>volvimento dos Estudos Técnicos Preliminares (ETP), Análise de Riscos e Termo de Re-</p><p>ferência ou Projeto Básico.</p><p>Na nova sistemática, o DOD desapareceu e surgiu o Documento de Formalização da De-</p><p>manda – DFD. São documentos parecidos, mas existe uma leve distinção em termos de</p><p>rito procedimental. O DOD era elaborado ao se iniciar cada processo de licitação, no nível</p><p>operacional. Na nova realidade, o DFD apresenta a demanda surgida da materialização</p><p>de uma necessidade púbica, mas no momento da elaboração do PCA. Ora, se a demanda</p><p>já fora apresentada no ano anterior, porque reapresentá-lo no ano seguinte, conferindo</p><p>uma duplicação de documentos? Basta abrir o processo trazendo simples referência ao</p><p>documento juntado no ano anterior.</p><p>Mas outras perguntas relevantes podem surgir a partir daí, não é mesmo?</p><p>• E se houve alguma alteração na demanda entre a sua apresentação no ano anterior</p><p>e no início dos trabalhos já no nível operacional? Neste caso, sugere-se a juntada</p><p>de documento que traga essas informações e a justificativa para a mudança.</p><p>• E se a demanda não estava prevista no PCA e surgiu com caráter de urgência, não</p><p>havendo como prever antecipadamente? Neste caso, sugere-se sim a apresentação</p><p>do DFD no nível operacional, com as devidas justificativas, inclusive da sua ine-</p><p>xistência no PCA, e a aprovação pela autoridade competente ou outro indicado no</p><p>regimento interno do órgão ou entidade.</p><p>3.2. Documento de Formalização da Demanda (DFD)</p><p>E já que estamos falando de DFD, vamos nos aprofundar um pouco mais sobre esse do-</p><p>cumento?</p><p>Temos duas formas de elaborar o DFD, no âmbito do MPF: utilizando-se o Compras.gov</p><p>ou elaborando de forma apartada e juntando ao processo.</p><p>No primeiro caso, ao entrar no compras.gov, é necessário acessar o PGC (Sistema de e</p><p>Gerenciamento das Contratações). Lá, haverá um formulário eletrônico com os seguintes</p><p>campos:</p><p>1. número do DFD (gerado automaticamente pelo sistema);</p><p>2. data prevista para conclusão do processo;</p><p>3. área requisitante;</p><p>4. descrição sucinta do objeto;</p><p>5. prioridade (baixa, média ou alta);</p><p>6. justificativa de prioridade;</p><p>7. justificativa da necessidade;</p><p>8. detalhamento dos materiais/serviços, com quantitativos, valores unitários e valo-</p><p>res totais; e</p><p>9. indicação do(s) responsável(eis).</p><p>Para auxiliar no entendimento de como proceder no PGC, sugerimos consultar o Manual</p><p>elaborado pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), disponível em:</p><p>https://wp.ufpel.edu.br/pra/files/2022/02/Tela-a-tela-do-sistema-PGC-2023.pdf.</p><p>A outra forma possível é a utilização de modelos padronizados desenvolvidos pelo Grupo</p><p>de Trabalho instituído pela Portaria SG/MPU nº 28/2021. O referido GT se empenhou em</p><p>garantir a efetiva aplicação da Lei nº 14.133/2021, a partir da uniformização de procedi-</p><p>mentos no âmbito do MPU. O material desenvolvido pelo GT e outros documentos rela-</p><p>cionados podem ser conferidos no sítio do MPU (www.mpu.mp.br). No caso específico</p><p>do modelo de DFD, ele pode ser acessado em https://www.mpu.mp.br/legislacao/contra-</p><p>tacoes-no-mpu/documentos-produzidos-pelo-gt.</p><p>Ainda no caso específico do MPU e da ESMPU, a Portaria PGR/MPU nº 38, de 16 de</p><p>março de 2023, traz em seu art. 10 as informações que devem constar no DFD. Compa-</p><p>rando com o formulário eletrônico disponibilizado pelo PGC, a diferença básica reside</p><p>no fato de que, no caso do MPU, o DFD traz um campo adicional: indicação de vinculação</p><p>ou dependência com o objeto de outro Documento de Formalização de Demanda para a</p><p>sua execução, com vistas a determinar a sequência em que as contratações serão realiza-</p><p>das (art. 10, inciso VII, da Portaria PGR/MPU nº 38/2023).</p><p>3.3. Plano de Contratações Anual (PCA)</p><p>Atualmente, o PCA é tratado no Decreto nº 10.947, de 25 de janeiro de 2022, e breve-</p><p>mente citado nos arts. 6º e 10 da Portaria SEGES/ME nº 8.678, de 19 de julho de 2021,</p><p>que dispõe sobre a governança das contratações públicas no âmbito da Administração</p><p>Pública federal direta, autárquica e fundacional.</p><p>No âmbito do MPU, o assunto é tratado na Portaria PGR/MPU nº 38, de 16 de março de</p><p>2023, com alterações feitas pela Portaria PGR/MPU nº 85, de 11 de maio de 2023. É</p><p>muita norma, não? Mas não se preocupe, vou me ater aqui a explorar a Portaria PGR/MPU</p><p>nº 38/2023, que é especificamente aplicável à nossa instituição.</p><p>https://wp.ufpel.edu.br/pra/files/2022/02/Tela-a-tela-do-sistema-PGC-2023.pdf</p><p>http://www.mpu.mp.br/</p><p>https://www.mpu.mp.br/legislacao/contratacoes-no-mpu/documentos-produzidos-pelo-gt</p><p>https://www.mpu.mp.br/legislacao/contratacoes-no-mpu/documentos-produzidos-pelo-gt</p><p>O referido instrumento infralegal institui a Política de Governança das Contratações do</p><p>MPU e da ESMPU. O PCA é tratado nesse normativo porque trata-se de um dos instru-</p><p>mentos de governança das contratações (art. 6º, inciso II). Para entender melhor porque</p><p>o PCA faz parte da Política de Governança das Contratações, assista ao vídeo pro-</p><p>duzido pelo conteudista.</p><p>Na elaboração, revisão e execução do PCA, existe um fluxo de trabalho a ser</p><p>observado.</p><p>Vamos a ele?</p><p>Figura 2: Fluxo do PCA, de acordo com a Portaria PGR/MPU nº 38/2023.</p><p>Fonte: Desenvolvido pelo Autor.</p><p>Descrição: Cronograma evidenciando 5 momentos de atenção na elaboração, aprovação, alteração</p><p>e acompanhamento do Plano de Contratações Anual – PCA</p><p>Caso seja feita a opção por utilizar a ferramenta informatizada no PGC, é importante que</p><p>o órgão ou entidade se atenha a alguns detalhes:</p><p>a. na fase anterior à aprovação do PCA, os DFDs deverão ser inseridos no sistema</p><p>até 1º de abril de cada ano, conforme art. 10 do Decreto nº 10.947/2022;</p><p>Art. 15. Durante o ano de sua execução, o Plano de Contratações Anual pode ser alte-</p><p>rado, por meio de pedido justificado aprovado pela autoridade competente.</p><p>b. o setor de contratações deverá concluir a consolidação do PCA até 30 de abril de</p><p>cada ano e encaminhar para aprovação da Autoridade Competente, nos termos do</p><p>art. 11, § 3º do Decreto nº 10.947/2022;</p><p>c. o período de revisão é menor no ano da elaboração do PCA – entre 15/09 e 15/11</p><p>(art. 15, inciso I, do Decreto nº 10.947/2022); e</p><p>d. existe outro período de revisão – quinzena posterior à publicação da Lei Orça-</p><p>mentária Anual (LOA), conforme art. 15, inciso II, do Decreto nº 10.947/2022.</p><p>Digno de nota é que a Portaria do MPU que trata do assunto é mais maleável, devido à</p><p>regra contida em seu art. 15, in verbis:</p><p>É importante ressaltar que alguns tipos de contratações são dispensados de tratamento no</p><p>âmbito do PCA, em observância ao art. 11, parágrafo único da Portaria PGR/MPU nº</p><p>38/2023. Vamos ao check-list:</p><p>a. contratações por meio de concessão de suprimento de fundos;</p><p>b. casos de dispensa previstos no art. 75, inciso VIII da Lei nº 14.133/2021 – casos</p><p>de emergência ou calamidade pública; e</p><p>c. pequenas compras e prestação de serviços de pronto pagamento, de que trata o §</p><p>2º do art. 95 da Lei nº 14.133, de 1º de abril de 2021 – aqueles com valor não</p><p>superior a R$ 11.441,66 (onze mil quatrocentos e quarenta e um reais e sessenta</p><p>e seis centavos), conforme Decreto nº 11.317/2022.</p><p>Aqui, cabe uma observação importante. O valor referente a pequenas compras e prestação</p><p>de serviços de pronto pagamento deve ser atualizado em 1º de janeiro de cada ano, com</p><p>base no IPCA-E ou outro índice que venha a substituí-lo, por força do art. 182 da Lei nº</p><p>14.133/2021.</p><p>Uma última regra deve ser ressaltada aqui e refere-se à publicidade do PCA. Como vimos</p><p>na figura 02, a norma do MPU determina a sua publicação nos portais da transparência e</p><p>Art. 12. O Plano de Contratações Anual de cada ramo do Ministério Público da União</p><p>e da Escola Superior do Ministério Público da União, após aprovado, será disponibi-</p><p>lizado por meio do respectivo Portal da Transparência e no Portal Nacional de Com-</p><p>pras Públicas, no prazo de 15 (quinze) dias da aprovação.</p><p>Parágrafo único. As contratações cujas informações forem classificadas como sigilo-</p><p>sas, nos termos do disposto na Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011, ou abrangidas</p><p>pelas demais hipóteses legais de sigilo, prescindem de publicação nos respectivos por-</p><p>tais, ressalvadas as informações não abrangidas pelo sigilo.</p><p>no PNCP, mas nem todo o seu teor deve se tornar público. O art. 12, parágrafo único, faz</p><p>importante ressalva quanto às informações classificadas como sigilosas. Vamos à regra:</p><p>3.4. Estudo Técnico Preliminar (ETP)</p><p>A partir daqui, trataremos dos instrumentos de planejamento relacionados com o nível</p><p>operacional. Em outras palavras, o foco será sobre o planejamento de cada contratação,</p><p>de forma individualizada. A seguir, apresentamos um gráfico onde é possível entender</p><p>como ocorre o fluxo nesse nível de planejamento:</p><p>Figura 3: Fluxo da contratação no nível operacional.</p><p>“Documento constitutivo da primeira etapa do planejamento de uma contratação que</p><p>caracteriza o interesse público envolvido e a sua melhor solução e dá base ao antepro-</p><p>jeto, ao termo de referência ou ao projeto básico a serem elaborados caso se conclua</p><p>pela viabilidade da contratação”</p><p>Fonte: Perfil Licitação & Gestão administrado pelo autor no Instagram.</p><p>Descrição: Ciclo do processo de contratação em formato circular e com indicação de continuidade</p><p>constante, trazendo 9 etapas tidas como mais relevantes, fazendo referência à sustentabilidade,</p><p>que deve receber maior atenção na etapa de planejamento, e à gestão de riscos, que se efetiva pela</p><p>melhoria contínua do processo.</p><p>De acordo com o art. 6º, inciso XX, da Lei nº 14.133/2021, Estudo Técnico Preliminar é:</p><p>O ETP se preocupa em “evidenciar o problema a ser resolvido e a sua melhor solução”</p><p>(art. 18, § 1º, da Lei nº 14.133/2021). É de extrema relevância que as pessoas envolvidas</p><p>na elaboração do ETP tenham isso em mente, pois o foco é a necessidade pública que</p><p>emerge de um problema detectado. A partir desse problema, é necessária uma profunda</p><p>reflexão sobre as possíveis alternativas e o que o mercado fornecedor tem para oferecer.</p><p>Para tanto, é imprescindível que haja uma ampla pesquisa para a detecção dessas alterna-</p><p>tivas. O problema é que em muitos casos não é possível identificar essas possibilidades,</p><p>diante da assimetria de informação. Mas, o que é assimetria de informação? Para enten-</p><p>dermos melhor essa falha de mercado, vamos ao ensinamento de CAMELO, NÓBREGA</p><p>e TORRES (Análise Econômica das Licitações e Contratos: de acordo com a Lei nº</p><p>14.133/2021, p. 37 e 38):</p><p>Pois bem, assimetria de informação ocorre quando</p><p>uma das partes, em uma negociação, tem um con-</p><p>junto informacional diferente daquele conhecido</p><p>pela outra parte. Via de regra, o vendedor sabe mais</p><p>sobre o produto do que o comprador; no entanto, é</p><p>possível que seja inversa a situação, mas o problema</p><p>é que, quando informações são imperfeitas ou in-</p><p>completas, o mercado pode levar as pessoas a ofer-</p><p>tas de produtos ruins (seleção adversa) ou a compor-</p><p>tamentos oportunistas (risco moral).</p><p>Esse tipo de problema pode ser resolvido utilizando-se quatro ferramentas previstas na</p><p>própria Lei nº 14.133/2021:</p><p>a. audiência pública, presencial ou à distância (na forma eletrônica), com antece-</p><p>dência mínima de 8 (oito) dias úteis, sobre licitação que pretenda realizar, com</p><p>disponibilização prévia de informações pertinentes, inclusive estudo técnico pre-</p><p>liminar e elementos do edital de licitação, e com manifestação de todos os inte-</p><p>ressados (art. 21, caput);</p><p>b. consulta pública prévia, mediante disponibilização de seus elementos a todos os</p><p>interessados, que poderão formular sugestões no prazo fixado (art. 21, parágrafo</p><p>único);</p><p>c. Procedimento de Manifestação de Interesse – PMI, que consiste em procedi-</p><p>mento aberto a ser iniciado com a publicação de edital de chamamento público, a</p><p>propositura e a realização de estudos, investigações, levantamentos e projetos de</p><p>soluções inovadoras que contribuam com questões de relevância pública, na</p><p>forma de regulamento (art. 81, caput); e</p><p>d. Diálogo Competitivo, que será apresentado de forma mais detalhada no próximo</p><p>módulo, e que consiste em modalidade de licitação para contratação de obras, ser-</p><p>viços e compras em que a Administração Pública realiza diálogos com licitantes</p><p>previamente selecionados mediante critérios objetivos, com o intuito de desenvol-</p><p>ver uma ou mais alternativas capazes de atender às suas necessidades, devendo os</p><p>licitantes apresentarem proposta final após o encerramento dos diálogos (art. 6º,</p><p>inciso XLII).</p><p>Cada ferramenta possui suas peculiaridades e devem ser avaliadas com a cautela neces-</p><p>sária para que, uma vez empregada, supra a necessidade da Administração da forma mais</p><p>adequada e vantajosa.</p><p>Voltando ao ETP, devemos ter em mente que, em linhas gerais, trata-se de formulário</p><p>onde os campos disponíveis acabam conduzindo os agentes públicos envolvidos na sua</p><p>elaboração a refletir sobre a problemática que se apresenta e como resolvê-la.</p><p>Anterior-</p><p>mente, a Lei nº 8.666/93 não deu relevância a esse instrumento, havendo apenas uma</p><p>pequena referência no seu art. 6º, inciso IX. À medida que a Administração Pública foi</p><p>amadurecendo, esse instrumento passou a ganhar importância, até que em 2020, foi pu-</p><p>blicada a IN SEGES/ME nº 40. Essa instrução normativa, além de conferir estrutura ao</p><p>ETP, também anunciou a disponibilidade do ETP digital, no âmbito do compras.gov.</p><p>Já em 2021, a estrutura do ETP passou a ser a descrita no art. 18, § 1º da Lei nº 14.133,</p><p>que apresentamos a seguir, com as devidas explicações orientadoras:</p><p>1. descrição da necessidade da contratação, considerado o problema a ser resolvido</p><p>sob a perspectiva do interesse público;</p><p>2. demonstração da previsão da contratação no plano de contratações anual, sempre</p><p>que elaborado, de modo a indicar o seu alinhamento com o planejamento da Ad-</p><p>ministração;</p><p>Caso não haja previsão da contratação no PCA, justificar. Nesse caso, deverá ser</p><p>acostado despacho da autoridade responsável autorizando a contratação. Essa au-</p><p>toridade será aquela indicada no Regimento Interno.</p><p>3. requisitos da contratação;</p><p>Especificar quais são os requisitos indispensáveis do objeto a ser adquirido ou con-</p><p>tratado, para que seja possível suprir a necessidade pública, incluindo padrões mí-</p><p>nimos de qualidade, de forma a permitir a seleção da proposta mais vantajosa. In-</p><p>cluir, sempre que possível, critérios e práticas de sustentabilidade que devem ser</p><p>veiculados como especificação técnica do objeto, como obrigação da contratada ou</p><p>requisito previsto em lei especial (art. 3º do Decreto nº 7.746/2012). De acordo com</p><p>o art. 18, § 2º, da Lei nº 14.133/2021, em caso de não preenchimento deste campo,</p><p>devem ser apresentadas as devidas justificativas.</p><p>4. estimativas das quantidades para a contratação, acompanhadas das memórias de</p><p>cálculo e dos documentos que lhes dão suporte, que considerem interdependências</p><p>com outras contratações, de modo a possibilitar economia de escala;</p><p>Neste campo é obrigatório justificar as quantidades a serem adquiridas, em função</p><p>do consumo e provável utilização, devendo a estimativa ser construída a partir de</p><p>fatos (ex.: série histórica do consumo – atendo-se a eventual ocorrência vindoura</p><p>capaz de impactar o quantitativo demandado, acréscimo de atividades, necessidade</p><p>de substituição de bens atualmente disponíveis etc.).</p><p>5. levantamento de mercado, que consiste na análise das alternativas possíveis, e</p><p>justificativa técnica e econômica da escolha do tipo de solução a contratar;</p><p>Neste item, informar o levantamento de mercado realizado, com a prospecção e aná-</p><p>lise das alternativas possíveis, podendo, entre outras opções (art. 9º, inciso III, da</p><p>Instrução Normativa SEGES nº 58, de 8 de agosto de 2022):</p><p>a) ser consideradas contratações similares feitas por outros órgãos e entidades</p><p>públicas, bem como por organizações privadas, no contexto nacional ou in-</p><p>ternacional, com objetivo de identificar a existência de novas metodologias,</p><p>tecnologias ou inovações que melhor atendam às necessidades da Adminis-</p><p>tração;</p><p>b) ser realizada audiência e/ou consulta pública, preferencialmente na forma</p><p>eletrônica, para coleta de contribuições;</p><p>c) em caso de possibilidade de compra, locação de bens ou do acesso a bens, ser</p><p>avaliado os custos e benefícios de cada opção para escolha da alternativa mais</p><p>vantajosa, prospectando-se arranjos inovadores em sede de economia circu-</p><p>lar; e</p><p>d) ser consideradas outras opções logísticas menos onerosas à Administração,</p><p>tais como chamamentos públicos de doação e permutas.</p><p>6. Estimativa do valor da contratação, acompanhada dos preços unitários referenci-</p><p>ais, das memórias de cálculo e dos documentos que lhe dão suporte, que poderão</p><p>constar de anexo classificado, se a Administração optar por preservar o seu sigilo</p><p>até a conclusão da licitação;</p><p>7. descrição da solução como um todo, inclusive das exigências relacionadas à ma-</p><p>nutenção e à assistência técnica, quando for o caso;</p><p>8. justificativas para o parcelamento ou não da contratação;</p><p>Este campo é obrigatório e é imprescindível informar se a divisão do objeto repre-</p><p>senta ou não perda de escala (Súmula 247 do TCU). Por ser o parcelamento a regra,</p><p>deve haver justificativa quando este não for adotado.</p><p>9. demonstrativo dos resultados pretendidos em termos de economicidade e de me-</p><p>lhor aproveitamento dos recursos humanos, materiais e financeiros disponíveis;</p><p>Demonstrar os ganhos diretos e indiretos que se almeja com a contratação, obser-</p><p>vando-se sempre os objetivos da licitação dispostos no art. 11 da Lei nº 14.133/2021:</p><p>a) assegurar a seleção da proposta apta a gerar o resultado de contratação mais</p><p>vantajoso para a Administração Pública, inclusive no que se refere ao ciclo</p><p>de vida do objeto;</p><p>b) assegurar tratamento isonômico entre os licitantes, bem como a justa compe-</p><p>tição;</p><p>c) evitar contratações com sobrepreço ou com preços manifestamente inexequí-</p><p>veis e superfaturamento na execução dos contratos;</p><p>d) incentivar a inovação e o desenvolvimento nacional sustentável.</p><p>10. providências a serem adotadas pela Administração previamente à celebração do</p><p>contrato, inclusive quanto à capacitação de servidores ou de empregados para fis-</p><p>calização e gestão contratual;</p><p>Informar todas as providências necessárias a serem adotadas, tais como adaptações</p><p>no ambiente do órgão, necessidade de obtenção de licenças, outorgas ou autorizações</p><p>e capacitação de servidores para fiscalização e gestão contratual ou adequação do</p><p>ambiente da organização.</p><p>11. contratações correlatas e/ou interdependentes;</p><p>Neste campo, informar se há contratações que guardam relação/afinidade com o ob-</p><p>jeto da compra/contratação pretendida, sejam elas já realizadas, ou contratações</p><p>futuras.</p><p>12. descrição de possíveis impactos ambientais e respectivas medidas mitigadoras,</p><p>incluídos requisitos de baixo consumo de energia e de outros recursos, bem como</p><p>logística reversa para desfazimento e reciclagem de bens e refugos, quando apli-</p><p>cável;</p><p>Descrever os possíveis impactos ambientais e respectivas medidas mitigadoras, in-</p><p>cluídos requisitos de baixo consumo de energia e de outros recursos, bem como lo-</p><p>gística reversa para desfazimento e reciclagem de bens e refugos, quando aplicável</p><p>(art. 9º, inciso XII, da Instrução Normativa SEGES nº 58, de 8 de agosto de 2022).</p><p>13. posicionamento conclusivo sobre a adequação da contratação para o atendimento</p><p>da necessidade a que se destina.</p><p>Aqui, existem três opções: projeto viável; projeto viável com restrições; ou projeto</p><p>inviável. Caso o projeto seja viável com restrições, é obrigatório explicitar os motivos</p><p>das restrições. Caso o projeto seja inviável, é obrigatório informar a justificativa de</p><p>inviabilidade.</p><p>Apesar de serem muitos campos, à primeira vista, temos que ter em mente que a reflexão</p><p>mais aprofundada pode representar diferença considerável entre o sucesso ou insucesso</p><p>da licitação e da satisfação da necessidade pública.</p><p>Sabendo que alguns objetos são mais simples ou a Administração adquire ou contrata de</p><p>forma mais corriqueira, o art. 18, § 2º da Lei nº 14.133/2021 restringiu a obrigatoriedade</p><p>dos campos apresentados acima. Segundo a Nova Lei de Licitações, os campos obrigató-</p><p>rios são os referentes aos itens 1, 4, 6, 7 e 13, anteriormente expostos.</p><p>No caso de obras e serviços comuns de engenharia, se demonstrada a inexistência de</p><p>prejuízo para a aferição dos padrões de desempenho e qualidade almejados, a especifica-</p><p>ção do objeto poderá ser realizada apenas em termo de referência ou em projeto básico,</p><p>dispensada a elaboração de projetos. Esta é a regra do art. 18, § 3º, da Lei nº 14.133/2021.</p><p>Mas quem é o responsável pela elaboração desse importante documento de planejamento?</p><p>A Lei nº 14.133/2021 não se cuidou desse aspecto, gerando a necessidade de o assunto</p><p>ser tratado</p><p>em sede de norma infralegal. No caso, a Instrução Normativa SEGES/ME nº</p><p>58/2022, que dispõe sobre a elaboração do ETP no âmbito da Administração Pública fe-</p><p>deral direta, autárquica e fundacional, determinou que esse instrumento deverá ser elabo-</p><p>rado conjuntamente por servidores da área técnica e requisitante ou, quando houver,</p><p>pela equipe de planejamento da contratação. Os papéis de requisitante e de área técnica</p><p>poderão ser exercidos pelo mesmo agente público, desde que, no exercício dessas atribui-</p><p>ções, detenha conhecimento técnico-operacional sobre o objeto demandado. A equipe de</p><p>planejamento da contratação, no caso, é formada por agentes que reúnem as competências</p><p>necessárias à completa execução das etapas de planejamento da contratação, o que inclui</p><p>conhecimentos sobre aspectos técnicos-operacionais e de uso do objeto, licitações e con-</p><p>tratos, dentre outros.</p><p>Serve de alerta que o ETP não é obrigatório em todas as contratações. Segundo o art. 72</p><p>da Lei nº 14.133/2021, o processo de contratação direta, que compreende os casos de</p><p>inexigibilidade e de dispensa de licitação, deverá ser instruído com diversos documentos,</p><p>dentre eles o ETP, se for o caso. Mas, que situações são essas?</p><p>Mais uma vez, nos socorreremos da Instrução Normativa SEGES/ME nº 58/2022. Em seu</p><p>art. 14, são citados os casos nos quais a elaboração do ETP é facultativa e quando é dis-</p><p>pensável.</p><p>O ETP é facultativo nos seguintes casos:</p><p>Art. 90. A Administração convocará regularmente o licitante vencedor para assinar o</p><p>termo de contrato ou para aceitar ou retirar o instrumento equivalente, dentro do prazo</p><p>e nas condições estabelecidas no edital de licitação, sob pena de decair o direito à</p><p>contratação, sem prejuízo das sanções previstas nesta Lei.</p><p>(...)</p><p>a. dispensa de licitação para contratação que envolva valores inferiores a R$</p><p>114.416,65 (cento e catorze mil, quatrocentos e dezesseis reais e sessenta e cinco</p><p>centavos), no caso de obras e serviços de engenharia ou de serviços de manuten-</p><p>ção de veículos automotores, conforme art. 75, inciso I, da Lei nº 14.133/2021 e</p><p>Decreto nº 11.317/2022;</p><p>b. dispensa de licitação para contratação que envolva valores inferiores a R$</p><p>57.208,33 (cinquenta e sete mil, duzentos e oito reais e trinta e três centavos), no</p><p>caso de outros serviços e compras, conforme art. 75, inciso II, da Lei nº</p><p>14.133/2021 e Decreto nº 11.317/2022;</p><p>c. dispensa de licitação nos casos de guerra, estado de defesa, estado de sítio, inter-</p><p>venção federal ou de grave perturbação da ordem;</p><p>d. dispensa de licitação nos casos de emergência ou de calamidade pública, quando</p><p>caracterizada urgência de atendimento de situação que possa ocasionar prejuízo</p><p>ou comprometer a continuidade dos serviços públicos ou a segurança de pessoas,</p><p>obras, serviços, equipamentos e outros bens, públicos ou particulares, e somente</p><p>para aquisição dos bens necessários ao atendimento da situação emergencial ou</p><p>calamitosa e para as parcelas de obras e serviços que possam ser concluídas no</p><p>prazo máximo de 1 (um) ano, contado da data de ocorrência da emergência ou da</p><p>calamidade, vedadas a prorrogação dos respectivos contratos e a recontratação de</p><p>empresa já contratada com base no disposto aqui;</p><p>e. quando a Administração optar por convocar os demais licitantes classificados para</p><p>a contratação de remanescente de obra, de serviço ou de fornecimento em conse-</p><p>quência de rescisão contratual, observada a ordem de classificação.</p><p>Neste último caso, devem ser observadas as regras no art. 90, § 4º da Lei nº 14.133/2021:</p><p>3.5. Termo de Referência e Projeto Básico</p><p>Depois da elaboração do ETP e da Análise de Riscos, se for o caso, além do próprio</p><p>procedimento de pesquisa de preços, regulada pela Portaria PGR/MPU nº 100, de 31 de</p><p>maio de 2023, chegamos à etapa de elaboração do Termo de Referência (TR) ou do Pro-</p><p>jeto Básico (PB). Para iniciarmos a compreensão desses dois institutos, voltamos a nos</p><p>socorrer do art. 6º da Lei nº 14.133/2021, que se ocupa das definições a serem observa-</p><p>das quando da aplicação daquela norma.</p><p>Termo de Referência Projeto Básico</p><p>XXIII - termo de referência: documento necessário para a</p><p>contratação de bens e serviços, que deve conter os seguin-</p><p>tes parâmetros e elementos descritivos:</p><p>a) definição do objeto, incluídos sua natureza, os quantita-</p><p>tivos, o prazo do contrato e, se for o caso, a possibilidade</p><p>de sua prorrogação;</p><p>b) fundamentação da contratação, que consiste na referên-</p><p>cia aos estudos técnicos preliminares correspondentes ou,</p><p>quando não for possível divulgar esses estudos, no extrato</p><p>das partes que não contiverem informações sigilosas;</p><p>c) descrição da solução como um todo, considerado todo o</p><p>ciclo de vida do objeto;</p><p>d) requisitos da contratação;</p><p>e) modelo de execução do objeto, que consiste na defini-</p><p>ção de como o contrato deverá produzir os resultados pre-</p><p>tendidos desde o seu início até o seu encerramento;</p><p>XXV - projeto básico: conjunto de elementos necessários</p><p>e suficientes, com nível de precisão adequado para definir</p><p>e dimensionar a obra ou o serviço, ou o complexo de</p><p>obras ou de serviços objeto da licitação, elaborado com</p><p>base nas indicações dos estudos técnicos preliminares,</p><p>que assegure a viabilidade técnica e o adequado trata-</p><p>mento do impacto ambiental do empreendimento e que</p><p>possibilite a avaliação do custo da obra e a definição dos</p><p>métodos e do prazo de execução, devendo conter os se-</p><p>guintes elementos:</p><p>a) levantamentos topográficos e cadastrais, sondagens e</p><p>ensaios geotécnicos, ensaios e análises laboratoriais, estu-</p><p>dos socioambientais e demais dados e levantamentos ne-</p><p>cessários para execução da solução escolhida;</p><p>b) soluções técnicas globais e localizadas, suficientemente</p><p>detalhadas, de forma a evitar, por ocasião da elaboração</p><p>§ 4º Na hipótese de nenhum dos licitantes aceitar a contratação nos termos do § 2º</p><p>deste artigo, a Administração, observados o valor estimado e sua eventual atualização</p><p>nos termos do edital, poderá:</p><p>I - convocar os licitantes remanescentes para negociação, na ordem de classificação,</p><p>com vistas à obtenção de preço melhor, mesmo que acima do preço do adjudicatário;</p><p>II - adjudicar e celebrar o contrato nas condições ofertadas pelos licitantes remanes-</p><p>centes, atendida a ordem classificatória, quando frustrada a negociação de melhor con-</p><p>dição.</p><p>(...)</p><p>f) modelo de gestão do contrato, que descreve como a exe-</p><p>cução do objeto será acompanhada e fiscalizada pelo órgão</p><p>ou entidade;</p><p>g) critérios de medição e de pagamento;</p><p>h) forma e critérios de seleção do fornecedor;</p><p>i) estimativas do valor da contratação, acompanhadas dos</p><p>preços unitários referenciais, das memórias de cálculo e</p><p>dos documentos que lhe dão suporte, com os parâmetros</p><p>utilizados para a obtenção dos preços e para os respectivos</p><p>cálculos, que devem constar de documento separado e</p><p>classificado;</p><p>j) adequação orçamentária;</p><p>do projeto executivo e da realização das obras e monta-</p><p>gem, a necessidade de reformulações ou variantes quanto</p><p>à qualidade, ao preço e ao prazo inicialmente definidos;</p><p>c) identificação dos tipos de serviços a executar e dos ma-</p><p>teriais e equipamentos a incorporar à obra, bem como das</p><p>suas especificações, de modo a assegurar os melhores re-</p><p>sultados para o empreendimento e a segurança executiva</p><p>na utilização do objeto, para os fins a que se destina, con-</p><p>siderados os riscos e os perigos identificáveis, sem frus-</p><p>trar o caráter competitivo para a sua execução;</p><p>d) informações que possibilitem o estudo e a definição de</p><p>métodos construtivos, de instalações provisórias e de con-</p><p>dições organizacionais para a obra, sem frustrar o caráter</p><p>competitivo para a sua execução;</p><p>e) subsídios para montagem do plano de licitação e gestão</p><p>da obra, compreendidos a sua programação, a estratégia</p><p>de suprimentos, as normas de fiscalização e outros dados</p><p>definição clara de quem são</p><p>os atores responsáveis e/ou de como eles deverão atuar? É nesse contexto que veremos o</p><p>assunto inicial de nosso curso.</p><p>A Nova Lei de Licitações e Contratos (NLLC) é auto-</p><p>aplicável em todos os seus pontos? Na ausência de</p><p>regulamentação, o que pode ser feito para dar anda-</p><p>mento às contratações, se for o caso?</p><p>Antes de continuar é bom destacar que o termo “aplicável” empregado neste tó-</p><p>pico possui um viés pragmático, ou seja, trata da possibilidade fática, real, de aplica-</p><p>ção/operacionalização da norma e não da possibilidade teórica de sua utilização.</p><p>Não custa lembrar que convivemos atualmente em um regime de transição de leis</p><p>relacionadas à contratação pública no Brasil. A Lei nº 14.133, de 1º de abril de 2021</p><p>previu a revogação da Lei nº 8.666/93, da Lei nº 10520/2002 e dos artigos 1º a 47-A da</p><p>Lei nº 12.462, de 4 de agosto de 2011. Isso ganha relevância por que o art. 191 estabeleceu</p><p>a possibilidade de convivência com os dois regimes licitatórios por parte da Administra-</p><p>ção, apesar de vedar a aplicação combinada das leis em um procedimento específico de</p><p>contratação.</p><p>Diante dessa vedação à combinação de regimes, muitas vezes alguns dilemas re-</p><p>lacionados à regulamentação se apresentam. Vejamos:</p><p>a) As leis antigas (Lei nº 8666/93 e Lei nº 10520/2002) não possuem regulamen-</p><p>tos em todas as áreas que a Lei nº 14133/2023 prevê a regulamentação, no</p><p>entanto são correntemente aplicadas, desde a sua edição;</p><p>b) Por outro lado, enquanto a legislação antiga menciona no máximo 10 vezes a</p><p>necessidade de regulamentos, a NLLC parece ter uma certa predileção pela</p><p>questão, trazendo a necessidade de regulamentação, de modo expresso, em</p><p>mais de 50 vezes.1</p><p>c) A NLLC muitas vezes não é ou não foi aplicada, sob o pretexto de inexistir</p><p>regulamentação sobre determinado tema.</p><p>1 A propósito, a relação completa de artigos a ser regulamentados, bem como o estágio de cada uma dessas</p><p>regulamentações em nível federal está disponível no endereço: https://www.gov.br/compras/pt-br/nllc,</p><p>clicando-se no ícone Regulamentações da Lei nº 14.133, de 2021, conforme será melhor detalhado a frente.</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2021/lei/L14133.htm</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8666cons.htm</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2002/L10520.htm</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12462.htm#art1</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12462.htm#art1</p><p>https://www.gov.br/compras/pt-br/nllc</p><p>https://www.gov.br/compras/pt-br/nllc/lista-de-atos-normativos-e-estagios-de-regulamentacao-da-lei-14133-de-2021.pdf</p><p>Inclusive, acerca da regulamentação no âmbito da legislação vincenda, em entre-</p><p>vista dada pelo Min. Benjamim Zymler, destacou-se que somente após mais de duas dé-</p><p>cadas de uso da Lei 8.666/1993, é que foi editada a primeira versão da então IN 5/2014</p><p>(revogada pela IN 73/2020), versando sobre a pesquisa de mercado das contratações de</p><p>bens e serviços em geral. Até então foi produzida vasta jurisprudência sobre o tema, que</p><p>serviu para posteriormente balizar a referida instrução normativa.2</p><p>No entendimento do ministro da Corte de Contas da União, boa parte da regula-</p><p>mentação prevista no texto legal não seria estritamente necessária para o uso imediato da</p><p>nova Lei de Licitações, podendo se revelar prescindível, como, por exemplo, a regula-</p><p>mentação sobre pesquisa de mercado, cujas diretrizes são razoavelmente traçadas no art.</p><p>23 da NLLC.</p><p>Nesse mesmo sentido, já se posicionaram alguns doutrinadores, como Joel Mene-</p><p>zes Niebuhr:</p><p>No entanto, repita-se que a Lei n. 14.133/2021 já entrou em vigência</p><p>com a sua publicação, o que significa que desde então é permitido à Admi-</p><p>nistração adotá-la. Logo, as entidades e órgãos que se sentirem preparados</p><p>estão autorizados a passar a adotar o regime novo a partir de quando en-</p><p>tenderem conveniente. Não precisam esperar os dois anos. (g.n.)</p><p>De outra parte, se a autoaplicabilidade da Lei nº 14.133/2021 é defendida por al-</p><p>guns, outros opõem a essa aplicação a impossibilidade de se “caminhar” com os procedi-</p><p>mentos sem definições mínimas necessárias à segurança jurídica do aplicador da norma.</p><p>2 Disponível em https://portal.sollicita.com.br/Noticia/19904. Acesso em 11/07/2023.</p><p>Diferentemente da legislação an-</p><p>terior, a Nova Lei de Licitações e</p><p>Contratos traz de modo expresso</p><p>a necessidade de regulamenta-</p><p>ção específica em mais de 50 dis-</p><p>positivos.</p><p>https://portal.sollicita.com.br/Noticia/19904</p><p>Nesse sentido, observa-se que a regulamentação na NLLC possui um status, como</p><p>deveria ser mesmo, mais procedimental, operacional, permitindo, por meio de sistemas,</p><p>inclusive informatizados, a sua efetivação.</p><p>Assim, do ponto de vista prático, importante tecer algumas considerações acerca</p><p>das regulamentações referentes à NLLC.</p><p>a) Normas gerais x normas específicas</p><p>A fim de determinar se a Lei nº 14.133/2021 é autoaplicável em todos os seus</p><p>pontos, faz-se necessário entender se a lei trata somente de normas gerais ou também de</p><p>normas específicas, uma vez que caberia à União legislar tão somente sobre normas gerais</p><p>em matéria de licitações e contratos. Vide o art. 22, inciso XXVII da Constituição Federal.</p><p>Sobre isso, é importante lembrar que, apesar de o art. 1º consignar que a lei esta-</p><p>belece “normas gerais de licitação e contratação”, não faltam posicionamentos no sentido</p><p>de se entender que algumas regras concebidas na lei não devem ter caráter geral, mas sim</p><p>específico.</p><p>No entanto, é relevante mencionar que, em se tratando de órgãos da União, e o</p><p>MPU pode ser assim considerado, tal distinção não apresenta maiores polêmicas, tendo</p><p>em vista que, quer seja classificada como norma geral ou específica, a observância por</p><p>parte do MPU da integralidade do disposto na NLLC se impõe.</p><p>b) Regulamentação pelo poder executivo x regulamentação pelo MPU</p><p>Neste ponto, uma distinção importante se faz necessária. O poder regulamentar do</p><p>Presidente da República é oriundo do disposto no art. 84, IV, da CRFB/88, que dispõe</p><p>caber ao chefe do executivo sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como</p><p>expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução. Assim sendo, em se tratando</p><p>de regulamentação decorrente de obrigação expressamente fixada em lei, como a cons-</p><p>tante no art. 8º, §3º, da Lei nº 14.133/2021, caberá a expedição de decreto para sua regu-</p><p>lamentação. Essa vertente tem sido a adotada pelo poder executivo, ocorrendo a regula-</p><p>mentação por meio de outros atos, como Instrução Normativa, Portarias etc., somente</p><p>quando a obrigação não decorra expressamente do disposto no texto legal.</p><p>Por sua vez, a competência do Procurador Geral da República para expedição de</p><p>atos regulamentares encontra guarida no art. 26, inciso XIII, da Lei Complementar nº</p><p>75/1993, que assim dispõe:</p><p>Art. 26. São atribuições do Procurador-Geral da República, como Chefe</p><p>do Ministério Público da União:</p><p>(...)</p><p>XIII - exercer o poder regulamentar, no âmbito do Ministério Público</p><p>da União, ressalvadas as competências estabelecidas nesta Lei Complementar</p><p>para outros órgãos nela instituídos.</p><p>Assim sendo, entende-se que, não obstante a fonte de validade seja diferente em</p><p>ambos os casos, a seu modo, cada um desses órgãos (executivo ou MPU) possui, em seu</p><p>âmbito de atuação, competência para tratar de matérias afetas à regulamentação da Nova</p><p>Lei de Licitações e Contratos.</p><p>Por certo, considerando que o poder executivo, além de gozar da competência</p><p>originária, instituída pela Constituição Federal, possui também estrutura própria para tra-</p><p>tar da matéria, como o Departamento de Normas e Sistemas de Logística (DELOG)3, há</p><p>uma tendência de que possa atuar em um maior volume de normas e regramentos que</p><p>auxiliem o aplicador em suas funções.</p><p>Assim sendo, naturalmente,</p><p>necessários em cada caso;</p><p>f) orçamento detalhado do custo global da obra, funda-</p><p>mentado em quantitativos de serviços e fornecimentos</p><p>propriamente avaliados, obrigatório exclusivamente para</p><p>os regimes de execução previstos nos incisos I, II, III, IV</p><p>e VII do caput do art. 46 desta Lei;</p><p>Pela leitura das definições legais, fica latente que a principal distinção entre TR e PB é</p><p>que o primeiro será desenvolvido se o objeto se tratar de bens ou serviços, enquanto o</p><p>segundo se cuida de obras e serviços de engenharia. Veja que os próprios elementos cons-</p><p>titutivos presentes na definição de projeto básico estão todos relacionados a obras e ser-</p><p>viços de engenharia. Esta é a opinião compartilhada por ACHE e FENILI (A Lei de Li-</p><p>citações e Contratos: Visão Sistêmica – das licitações planejamento e seleção do forne-</p><p>cedor, p. 93):</p><p>Uma vez mais, a Lei opta por linha de ação deve-</p><p>ras analítica na conceituação e estruturação de pro-</p><p>jeto básico. Mister é aclarar que o projeto básico,</p><p>em sua definição, está relacionado apenas a obras e</p><p>serviços de engenharia (ou complexo de obras ou</p><p>de serviços), mas não a fornecimentos ou serviços</p><p>em geral (haja vista estes não disporem das carac-</p><p>terísticas a serem especificadas nos elementos arro-</p><p>lados nas alíneas do inciso). De fato, para bens e</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2021/lei/l14133.htm#art46i</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2021/lei/l14133.htm#art46i</p><p>Art. 40. O planejamento de compras deverá considerar a expectativa de consumo</p><p>anual e observar o seguinte:</p><p>(...)</p><p>§ 1º O termo de referência deverá conter os elementos previstos no inciso XXIII do</p><p>caput do art. 6º desta Lei, além das seguintes informações:</p><p>I - especificação do produto, preferencialmente conforme catálogo eletrônico de pa-</p><p>dronização, observados os requisitos de qualidade, rendimento, compatibilidade, du-</p><p>rabilidade e segurança;</p><p>II - indicação dos locais de entrega dos produtos e das regras para recebimentos pro-</p><p>visório e definitivo, quando for o caso;</p><p>III - especificação da garantia exigida e das condições de manutenção e assistência</p><p>técnica, quando for o caso.</p><p>(...)</p><p>serviços em geral, o documento a ser empregado é</p><p>o termo de referência, na lógica do novel diploma.</p><p>As alíneas do inciso voltam-se a obras, em sua es-</p><p>sência. (...)</p><p>Devido à complexidade e especificidades que envolvem obras e serviços de engenharia,</p><p>nos ateremos à análise mais pormenorizada do Termo de Referência, que é o documento</p><p>mais utilizado pela Administração Pública Federal, devido ao largo emprego da modali-</p><p>dade de pregão. Só para termos uma ideia, a quantidade de pregões cadastrados no</p><p>SIASG em 2022 ultrapassa o somatório de todas as demais modalidades no mesmo perí-</p><p>odo, de acordo com o Relatório de Gestão – Exercícios 2018 – 2022 (p. 6), desenvol-</p><p>vido pela Secretaria de Gestão da Controladoria-Geral da União.</p><p>Conforme exposto anteriormente, o termo de referência deve conter dez elementos. Isso</p><p>é o que preconiza a Lei nº 14.133/2021, em seu art. 6º. Mas não devemos parar somente</p><p>por aí. Essa relação é complementada pelo art. 40, § 1º da mesma Lei, in verbis:</p><p>Neste ponto, vale uma breve reflexão. É que a Lei nº 14.133/2021 possui uma divisão</p><p>dentro da Seção IV – Disposições Setoriais. São cinco subseções a saber:</p><p>• Subseção I – Das Compras</p><p>• Subseção II – Das Obras e Serviços de Engenharia</p><p>• Subseção III – Dos Serviços em Geral</p><p>• Subseção IV – Da Locação de Imóveis</p><p>• Subseção V – Das Licitações Internacionais</p><p>Apesar da complementação dos elementos estar presente na Subseção I, não nos parece</p><p>desarrazoada a sua observância quando da contratação de serviços em geral, uma vez</p><p>que a própria definição presente no art. 6º, inciso XXIII da Lei nº 14.133/2021, apresen-</p><p>tada anteriormente, faz menção a esse tipo de objeto, além das aquisições de bens. Com-</p><p>plementando esse entendimento, apresentamos importante comentário de ACHE e FE-</p><p>NILI (A Lei de Licitações e Contratos: Visão Sistêmica – das licitações planejamento e</p><p>seleção do fornecedor, p. 389):</p><p>Em que pese os dispositivos (§§ 1º e 4º do art. 40)</p><p>restarem, topograficamente, inscritos na Subseção</p><p>I – Das Compras, o que ensejaria a interpretação de</p><p>que seria aplicado tão somente à aquisição de bens,</p><p>em verdade, leitura mais atenta aclara que o termo</p><p>de referência em comento é aplicável tanto a mate-</p><p>riais quanto a serviços, consoante preconiza o in-</p><p>ciso XXIII do art. 6º. Corrobora essa visão, por</p><p>exemplo, o fato de que a redação do § 4º é repro-</p><p>duzida no § 2º do art. 47, em comando que se</p><p>aplica setorialmente a serviços.</p><p>Superadas essas questões de conteúdo do documento da fase de planejamento em análise,</p><p>surge a necessidade de passarmos à prática. Nesse ponto, devemos nos atentar para a</p><p>necessidade de padronização de documentos, conforme preconiza o art. 19, inciso IV da</p><p>Lei nº 14.133/2021. O legislador ordinário trouxe essa exigência no bojo da Nova Lei de</p><p>Licitações de forma acertada, pois a padronização traz várias vantagens, dentre elas:</p><p>• garantir um modelo de trabalho;</p><p>• conferir previsibilidade ao processo;</p><p>• promover agilidade na execução das atividades;</p><p>• assegurar o cumprimento de todos os requisitos necessários e suficientes para uma</p><p>contratação bem-sucedida; e</p><p>• facilitar a análise e controle das etapas do processo.</p><p>Mas quem deve criar os modelos e quem deve aprovar? A Lei nº 14.133/2021, em seu</p><p>art. 19, determina que os órgãos da Administração com competências regulamentares</p><p>“deverão instituir, com auxílio dos órgãos de assessoramento jurídico e de controle in-</p><p>terno, modelos de minutas de editais, termos de referência, de contratos padronizados e</p><p>de outros documentos, admitida a adoção das minutas do Poder Executivo federal por</p><p>todos os entes federativos”.</p><p>Nessa linha, temos três opções:</p><p>• seguir os modelos elaborados pela Advocacia-Geral da União (AGU), disponíveis</p><p>em https://www.gov.br/agu/pt-br/composicao/cgu/cgu/modelos/licitacoesecon-</p><p>tratos/14133;</p><p>• utilizar o TR Digital, instituído pela IN CGNOR/ME nº 81, de 25 de novembro</p><p>de 2022, acessível no Compras.gov; ou</p><p>• utilizar os modelos desenvolvidos pelo Grupo de Trabalho instituído pela Portaria</p><p>SG/MPU nº 28/2021, disponíveis em https://www.mpu.mp.br/legislacao/contra-</p><p>tacoes-no-mpu/grupo-de-trabalho.</p><p>Vale o alerta de que a não utilização dos modelos de minutas deverá ser justificada por</p><p>escrito e juntada ao processo licitatório, conforme preconiza o art. 19, § 2º, da Lei nº</p><p>14.133/2021.</p><p>Mas quem elabora o TR? Segundo o art. 8º da IN CGNOR/ME nº 81/2022, o termo de</p><p>referência deverá ser elaborado conjuntamente por servidores da área técnica e requisi-</p><p>tante ou, quando houver, pela equipe de planejamento da contratação. Portanto, sendo</p><p>elaborado o ETP, há obrigatoriedade de que haja equipe de planejamento. Existindo a</p><p>https://www.gov.br/agu/pt-br/composicao/cgu/cgu/modelos/licitacoesecontratos/14133</p><p>https://www.gov.br/agu/pt-br/composicao/cgu/cgu/modelos/licitacoesecontratos/14133</p><p>https://www.mpu.mp.br/legislacao/contratacoes-no-mpu/grupo-de-trabalho</p><p>https://www.mpu.mp.br/legislacao/contratacoes-no-mpu/grupo-de-trabalho</p><p>referida equipe, será dada preferência para ela também elabore o termo de referência.</p><p>Lembremos que existem casos nos quais o ETP é facultativo (art. 14 da Instrução Nor-</p><p>mativa SEGES/ME nº 58/2022), conforme mencionado anteriormente. Nessas situações,</p><p>não haverá equipe de planejamento constituída e, portanto, o termo de referência será</p><p>elaborado por servidores da área técnica e requisitante.</p><p>Mas não é em todos os casos que devemos elaborar o termo de referência. Existem exce-</p><p>ções à regra, conforme previsto no art. 11 da Instrução Normativa SEGES/ME nº 81/2022.</p><p>São elas:</p><p>• dispensas de licitação para contratação que mantenha todas as condições definidas</p><p>em edital de licitação realizada</p><p>há menos de 1 (um) ano, quando se verificar que</p><p>naquela licitação não surgiram licitantes interessados ou não foram apresentadas</p><p>propostas válidas, ou ainda as propostas apresentadas consignaram preços mani-</p><p>festadamente superiores aos praticados no mercado ou incompatíveis com os fi-</p><p>xados pelos órgãos oficiais competentes;</p><p>• adesões a atas de registro de preços; e</p><p>• prorrogações dos contratos de serviços e fornecimentos contínuos.</p><p>3.6. Procedimentos Auxiliares</p><p>Devemos ter em mente que a nova lei de licitações inovou e, na maioria das vezes, incor-</p><p>porou ferramentas que podem ser de grande serventia para a Administração Pública. É o</p><p>caso dos ditos instrumentos auxiliares. Não se trata de instrumentos totalmente inéditos,</p><p>mas que receberam tratamento diferenciado na Lei nº 14.133/2021 e foram mais profun-</p><p>damente tratados pelo legislador pátrio, levando em consideração a legislação infralegal,</p><p>a jurisprudência do TCU e, em alguns casos, até mesmo a boa doutrina.</p><p>O art. 87 da Lei nº 14.133/2021 indica quais são os instrumentos auxiliares:</p><p>• credenciamento;</p><p>• pré-qualificação;</p><p>• procedimento de manifestação de interesse – PMI;</p><p>Art. 6º. Para os fins desta Lei, considera-se:</p><p>(...)</p><p>XLII – credenciamento: processo administrativo de chamamento público em que a Ad-</p><p>ministração Pública convoca interessados em prestar serviços ou fornecer bens para</p><p>que, preenchidos os requisitos necessários, se credenciem no órgão ou na entidade</p><p>para executar o objeto quando convocados;</p><p>(...)</p><p>• sistema de registro de preços – SRP; e</p><p>• registro cadastral.</p><p>3.6.1. Credenciamento</p><p>O art. 6º, inciso XLII, da Lei nº 14.133/2021 traz a seguinte definição de credenciamento:</p><p>Estamos diante de caso específico de inexigibilidade, ao qual o legislador resolveu con-</p><p>ferir uma “roupagem” diferenciada, inclusive com tratamento especial trazido pelo art.</p><p>79 da Lei nº 14.133/2021. É o que se extrai do art. 74, IV, da Lei nº 14.133/2021. De</p><p>qualquer forma, não se trata de instituto tão novo assim. Apesar de não previsto na Lei</p><p>nº 8.666/1993, o Tribunal de Contas da União tratou do tema em pelo menos 2 julga-</p><p>dos: Acórdão nº 2.731/2009 e Acórdão nº 351/2010, ambos do Plenário.</p><p>A Lei nº 14.133/2021 alude as seguintes hipóteses de cabimento do credenciamento, lem-</p><p>brando que ele pode ser utilizado tanto para aquisição de bens, quanto para contratação</p><p>de serviços, conforme conceito extraído do art. 79:</p><p>Temos observado a prática desse instituto sobre a contratação de serviços de tradu-</p><p>ção e de fornecimento de combustível, sendo este último caso inserido no conceito de</p><p>“mercado fluido”, dada a política de reajuste de preços com curta periodicidade que tem</p><p>sido adotada pela Petrobras.</p><p>Art. 6º. Para os fins desta Lei, considera-se:</p><p>• paralela e não excludente: caso em que é viável e vantajosa para a Administração</p><p>a realização de contratações simultâneas em condições padronizadas;</p><p>• com seleção a critério de terceiros: caso em que a seleção do contratado está a</p><p>cargo do beneficiário direto da prestação; e</p><p>• em mercados fluidos: caso em que a flutuação constante do valor da prestação e</p><p>das condições de contratação inviabiliza a seleção do agente por meio de processo</p><p>de licitação.</p><p>Temos observado a prática desse instituto sobre a contratação de serviços de tradução e</p><p>de fornecimento de combustível, sendo este último caso inserido no conceito de “mercado</p><p>fluido”, dada a política de reajuste de preços com curta periodicidade que tem sido ado-</p><p>tada pela Petrobras.</p><p>Vale aqui uma última observação quanto às regras que devem ser adotadas no procedi-</p><p>mento. A Lei nº 14.133/2021 não se debruçou sobre esses aspectos procedimentais, ge-</p><p>rando a carência de um regulamento (art. 79, parágrafo único). Porém, vale aqui as res-</p><p>salvas apontadas por Edgar Guimarães (2021, p. 157):</p><p>Na contratação paralela e não excludente, todas as</p><p>condições para a execução de um serviço com ou</p><p>sem fornecimento de bens são estabelecidas previa-</p><p>mente pela entidade pública no edital de chama-</p><p>mento público, sendo que as efetivas contratações</p><p>ocorrem simultaneamente e a qualquer tempo, na</p><p>medida das necessidades. Nesse caso, é imprescin-</p><p>dível que o edital fixe critérios objetivos de alterna-</p><p>tividade ou rotatividade entre os credenciados,</p><p>como medida absoluta de observância e respeito aos</p><p>princípios da isonomia, impessoalidade e morali-</p><p>dade. (…)</p><p>3.6.2. Pré-Qualificação</p><p>Art. 80. A pré-qualificação é o procedimento técnico-administrativo para selecionar</p><p>previamente:</p><p>I – licitantes que reúnam condições de habilitação para participar de futura licitação</p><p>ou de licitação vinculada a programas de obras ou de serviços objetivamente defini-</p><p>dos;</p><p>II – bens que atendam às exigências técnicas ou de qualidade estabelecidas pela admi-</p><p>nistração.</p><p>A primeira observação que deve ser feita sobre a pré-qualificação é que não se trata de</p><p>procedimento técnico-administrativo voltado apenas para questões de habilitação (pré-</p><p>qualificação subjetiva), ou seja, condições fiscais, trabalhistas, previdenciárias, técnicas</p><p>e outras relacionadas à pessoa jurídica. Também é cabível a utilização do instituto para</p><p>fins de aferição prévia das condições técnicas e qualidade do objeto (pré-qualificação</p><p>objetiva). É o que se extrai da parte final da definição apresentada no art. 6º e do art. 80</p><p>da Lei nº 14.133/2021.</p><p>Assim, constatamos a existência de dois tipos de pré-qualificação:</p><p>• Subjetiva: quando usada para avaliar a documentação de habilitação de empresas,</p><p>de forma preliminar.</p><p>• Objetiva: para comprovação da qualidade de bens a serem adquiridos.</p><p>Nas duas hipóteses, é possível que nem todos os documentos, atestados, laudos e outros</p><p>exigidos na licitação, tenham sido cobrados durante o procedimento de pré-qualificação.</p><p>(...)</p><p>XLIV – pré-qualificação: processo seletivo prévio à licitação, convocado por meio de</p><p>edital, destinado à análise das condições de habilitação, total ou parcial, dos interes-</p><p>sados ou do objeto;</p><p>(...)</p><p>Daí, a regra imposta pelo art. 80, § 1°, I e II, da Lei nº 14.133/2021, reforçado pelo § 7º</p><p>do mesmo artigo.</p><p>Em outras palavras, superada a pré-qualificação, a Administração parte para o procedi-</p><p>mento licitatório, sendo que, durante o certame, toda documentação exigida e analisada</p><p>na execução daquele instrumento auxiliar, poderá ser dispensada. Claro!!! Por que a Ad-</p><p>ministração duplicaria esforços, analisando documentação que foi apreciada em momento</p><p>anterior à licitação, não é mesmo?</p><p>Também é necessário alertar que a Administração poderá restringir o procedimento lici-</p><p>tatório à participação dos licitantes ou bens pré-qualificados (art. 80, § 10). Há que se</p><p>tomar cuidado adicional, caso se opte pela utilização dessa possibilidade, procurando as-</p><p>segurar que haja competitividade suficiente para assegurar o alcance dos objetivos pre-</p><p>vistos no art. 11 da Lei nº 14.133/2021, principalmente no que se refere a “assegurar a</p><p>seleção da proposta apta a gerar o resultado de contratação mais vantajoso para a Admi-</p><p>nistração Pública”. Sobre esse aspecto, o TCU se manifestou no Acórdão nº</p><p>711/2016 – Plenário, que tratou da análise de procedimento de pré-qualificação para</p><p>construção de prédios em universidade, ainda sob a égide da Lei nº 8.666/1993:</p><p>9.3.6. adote as providências administrativas neces-</p><p>sárias para assegurar, na etapa de apresentação das</p><p>propostas de preços, a efetiva existência de compe-</p><p>tição entre os proponentes, coibindo eventuais ar-</p><p>ranjos e aferindo a verificação do quantum dos des-</p><p>contos praticados pelos licitantes;</p><p>Quanto ao procedimento a ser adotado, é imperativo o desenvolvimento e a divulgação</p><p>de edital de pré-qualificação, inclusive no Portal Nacional de Contratações Pú-</p><p>blicas – PNCP (art. 174, § 2º, III), no qual deverá constar:</p><p>a) as informações mínimas</p><p>necessárias para definição do objeto;</p><p>b) a modalidade, a forma da futura licitação e os critérios de julgamento.</p><p>Certo é que a norma não traz de forma pormenorizada todos os procedimentos a serem</p><p>adotados, carecendo de regulamento próprio, conforme indicado no art. 78, § 1º. Resta</p><p>registrar que os documentos exigidos na pré-qualificação serão apresentados “perante ór-</p><p>gão ou comissão indicada pela Administração, que deverá examiná-los no prazo máximo</p><p>de 10 (dez) dias úteis e determinar a correção ou apresentação de documentos, quando</p><p>for o caso, com vistas à ampliação da competição” (art. 80, § 4º).</p><p>A norma ainda define o prazo máximo de validade da pré-qualificação de 1 ano, não</p><p>podendo ser superior ao prazo de validade dos documentos apresentados pelos interessa-</p><p>dos (art. 80, § 8º).</p><p>3.6.3. Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI)</p><p>Não consta definição do PMI no art. 6º da lei nº 14.133/2021. A bem da verdade, o ins-</p><p>trumento não é tão recente no âmbito do Direito Administrativo Brasileiro, sendo utili-</p><p>zado há alguns anos no âmbito de contratos de parceria público-privada (PPP), processos</p><p>de concessão de serviços públicos e de desestatização. Esse procedimento acabou sendo</p><p>incorporado pela Lei do RDC, pela Lei das Estatais e, mais recentemente, pela Lei nº</p><p>14.133/2021. Segundo Isabela Louback (2020, p. 1):</p><p>Trata-se de procedimento que possibilita a obtenção</p><p>pelo Poder Público de contribuições da expertise</p><p>privada, que tanto podem permitir o desenvolvi-</p><p>mento de política pública preexistente, quanto con-</p><p>tribuir para exposição de novas ideias, soluções e</p><p>inovações de problemas ou situações do cotidiano</p><p>do Estado.</p><p>Contribuindo para o entendimento do objetivo pretendido com esse instrumento colocado</p><p>à disposição da Administração na nova lei de licitações, apresentamos o ensinamento de</p><p>Cristiana Fortini e Renata Costa Rainho (2019, p. 1):</p><p>Vale dizer, o PMI possibilita que a administração</p><p>pública, reconhecendo sua limitação em, isolada-</p><p>mente, construir os documentos necessários que ba-</p><p>lizarão possível futuro certame e a contratação pre-</p><p>tendida, realize chamamento público para o desen-</p><p>volvimento de projetos, levantamentos, investiga-</p><p>ções ou estudos, por pessoa física ou jurídica de di-</p><p>reito privado, com a finalidade de subsidiar a estru-</p><p>turação desses empreendimentos. Nestes termos, é</p><p>importante instrumento dialógico à disposição da</p><p>administração pública brasileira.</p><p>De acordo com o art. 81 da Lei nº 14.133/2021, a Administração, ao investigar forma de</p><p>suprir uma necessidade pública, possivelmente quando da elaboração de Estudos Técni-</p><p>cos Preliminares (ETP), sente dificuldades em reunir soluções que a atendam adequada-</p><p>mente. Diante disso, resolve publicar edital de chamamento público para que a iniciativa</p><p>privada elabore “estudos, investigações, levantamentos e projetos de soluções inovado-</p><p>ras”. O desenvolvimento desse material pela iniciativa privada não obriga o poder público</p><p>a realizar licitação e não gera direito de ressarcimento de valores envolvidos na sua ela-</p><p>boração. Caso a Administração entenda ainda ser necessário promover uma licitação, o</p><p>autor do material entregue no chamamento público não terá direito de preferência. No</p><p>entanto, ele poderá participar em igualdade de condições com os demais e, caso não seja</p><p>sagrado vencedor, fará jus ao ressarcimento pelo dispêndio incorrido na elaboração dos</p><p>estudos que desenvolveu. Quem arcará com esse ônus será o vencedor do certame.</p><p>Temos aqui uma lógica interessante no sentido de resguardar o princípio da igualdade,</p><p>tendo em vista a dinâmica do mercado. Veja que o fornecedor dos “estudos, investigações,</p><p>levantamentos e projetos de soluções inovadoras” inevitavelmente vai inserir os custos</p><p>de elaboração desse material na sua proposta de preços, caso participe da licitação. Em</p><p>observância aos princípios da impessoalidade, da moralidade, da igualdade e da compe-</p><p>titividade, é imperativo que a própria Administração indique claramente esse montante</p><p>no edital de licitação, caso ocorra, para que os demais interessados saibam, de antemão,</p><p>quanto deverão pagar em termos de ressarcimento ao autor de tais trabalhos técnicos.</p><p>Certamente, os demais licitantes também incluirão esses custos na composição do preço</p><p>que estará presente na proposta. Assim, todos passam a participar realmente de forma</p><p>igualitária do certame.</p><p>A diferença entre o PMI e o Diálogo Competitivo é dúvida comum que surge durante os</p><p>estudos desses institutos, pois ambos se referem a uma situação de assimetria de informa-</p><p>ções entre o Setor Público e a Iniciativa Privada, trazendo dificuldades expressivas na</p><p>identificação das opções disponíveis para a satisfação do interesse público ou na escolha</p><p>entre as observadas. A diferença principal que se apresenta é que o Diálogo Competitivo</p><p>é modalidade de licitação e o PMI não garante a realização de procedimento licitatório.</p><p>Assim, fica ao encargo da Administração Pública ponderar se é interessante utilizar o PMI</p><p>e posteriormente avaliar a necessidade de realizar a licitação ou partir logo para esse úl-</p><p>timo procedimento, com a adoção da modalidade aqui estudada.</p><p>Certo é que o emprego do PMI, assim como nos demais casos de instrumentos auxiliares,</p><p>exige o desenvolvimento e publicação de regulamento, na forma do art. 78, § 1º. No âm-</p><p>bito do Poder Executivo Federal, o Decreto nº 8.428/2015 regulamenta esse instru-</p><p>mento com a finalidade de subsidiar a Administração Pública na estruturação de desesta-</p><p>tização de empresa e de contratos de parceria público-privada, nos termos da Lei nº</p><p>13.334/2016, e pode servir de parâmetro no desenvolvimento de regulamento próprio</p><p>pelos entes federados e outros poderes da República.</p><p>Uma última observação merece destaque: a Lei nº 14.133/2021 prevê a possibilidade de</p><p>utilização do PMI restrito à participação de startups,</p><p>assim considerados os microempreendedores indi-</p><p>viduais, as microempresas e as empresas de pe-</p><p>queno porte, de natureza emergente e com grande</p><p>potencial, que se dediquem à pesquisa, ao desen-</p><p>volvimento e à implementação de novos produtos</p><p>ou serviços baseados em soluções tecnológicas</p><p>inovadoras que possam causar alto impacto. (art.</p><p>81, § 4º)</p><p>Certo é que, nesse caso, os procedimentos deverão obedecer às regras previstas na Lei</p><p>Complementar nº 182/2021, que “institui o marco legal das startups e do empre-</p><p>endedorismo inovador”. Nos arts. 12 a 15 desse normativo, estão dispostas as regras</p><p>para as contratações dessas entidades empresariais.</p><p>3.6.4. Registro Cadastral</p><p>No art. 6º da Lei nº 14.133/2021, não existe definição para esse instrumento auxiliar.</p><p>Diante do tratamento dado ao instituto ao longo daquela Lei, podemos definir Registro</p><p>Cadastral como sistema de registro de licitantes de caráter público, permanentemente</p><p>aberto aos interessados, disponível no PNCP. Trata-se, portanto, de banco de dados de</p><p>empresas interessadas em firmar relação contratual com o serviço público, que contará,</p><p>entre outros dados, com informações capazes de suprir a documentação exigida para fins</p><p>de habilitação, nos termos do art. 70, II, da Lei nº 14.133/2021.</p><p>A Lei nº 14.133/2021 determina que a Administração Pública deverá realizar chama-</p><p>mento público pela internet, no mínimo anualmente, para atualização dos registros exis-</p><p>tentes e para ingresso de novos interessados, apesar de o Registro Cadastral estar perma-</p><p>nentemente aberto aos interessados. Todo interessado cadastrado receberá certificado, re-</p><p>novável sempre que atualizar o registro (art. 88, § 1º).</p><p>A norma ainda possibilita que seja realizada licitação restrita a fornecedores cadastrados,</p><p>sendo admitido fornecedor que realize seu cadastro dentro do prazo previsto no edital</p><p>para apresentação de propostas (art. 87, §§ 3º e 4º). Nesse caso, o simples requerimento</p><p>de cadastro já possibilita</p><p>a sua participação no certame, devendo estar de posse do certi-</p><p>ficado para a celebração do contrato (art. 88, § 5º).</p><p>Art. 6º. Para os fins desta Lei, considera-se:</p><p>(...)</p><p>XLV - sistema de registro de preços: conjunto de procedimentos para realização, medi-</p><p>ante contratação direta ou licitação nas modalidades pregão ou concorrência, de re-</p><p>gistro formal de preços relativos à prestação de serviços, a obras e a aquisição e loca-</p><p>ção de bens para contratações futuras;</p><p>XLVI - ata de registro de preços: documento vinculativo e obrigacional, com caracte-</p><p>rística de compromisso para futura contratação, no qual são registrados o objeto, os</p><p>preços, os</p><p>fornecedores, os órgãos participantes e as condições a serem praticadas, conforme as</p><p>disposições contidas no edital da licitação, no aviso ou instrumento de contratação di-</p><p>reta e nas propostas apresentadas;</p><p>XLVII - órgão ou entidade gerenciadora: órgão ou entidade da Administração Pública</p><p>responsável pela condução do conjunto de procedimentos para registro de preços e pelo</p><p>gerenciamento da ata de registro de preços dele decorrente;</p><p>Qualquer registro poderá ser alterado, suspenso ou cancelado, quando o inscrito deixar</p><p>de satisfazer exigências determinadas pela Lei nº 14.133/2021 ou por seu futuro regula-</p><p>mento.</p><p>Veja que o Registro Cadastral não difere muito do SICAF, utilizado largamente pela Ad-</p><p>ministração Pública Federal e todos os entes públicos que utilizam o compra.gov, que traz</p><p>ainda as penalidades aplicadas. A diferença maior reside na obrigação de inserir meca-</p><p>nismo de ranqueamento de fornecedores/contratados, mediante adoção de critérios obje-</p><p>tivos, pautados pelos princípios da impessoalidade, da igualdade, da isonomia, da publi-</p><p>cidade e da transparência. As pontuações presentes nesse ranking, poderão ser utilizadas</p><p>para fins de pontuação técnica, quando adotados os critérios de julgamento técnica e preço</p><p>e melhor técnica, na forma dos arts. 36 e 37 da Lei nº 14.133/2021.</p><p>3.6.5. Sistema de Registro de Preços (SRP)</p><p>A grande vantagem na compreensão deste instrumento é a larga experiência já acumulada</p><p>no âmbito da Administração Pública. Assim, em linhas gerais, o trâmite segue o mesmo</p><p>rito anteriormente utilizado, contando com a seguinte lógica, no que se refere aos órgãos</p><p>envolvidos na contratação:</p><p>Entidade</p><p>Gerencia-</p><p>dora</p><p>É aquela que irá conduzir a licitação e será responsável por coordenar</p><p>todos os trabalhos relacionados à fase preparatória. Ainda na fase pre-</p><p>paratória, a entidade gerenciadora deverá realizar procedimento pú-</p><p>blico de intenção de registro de preços, no prazo de 8 dias úteis, para</p><p>possibilitar a participação de outros órgãos ou entidades interessadas.</p><p>Surgindo interessados, eles participarão da licitação, recebendo o</p><p>nome de órgão ou entidade participante. Ela deverá consolidar os</p><p>quantitativos de cada um dos participantes, se houver, e mantê-los</p><p>informados acerca da condução dos trabalhos.</p><p>Órgão ou</p><p>Entidade</p><p>Partici-</p><p>pante</p><p>É aquela que manifesta interesse em participar previamente da licita-</p><p>ção, indicando seus quantitativos, local de entrega e outras informa-</p><p>ções necessárias ao adequado cumprimento das obrigações pela con-</p><p>tratada, quando da execução do objeto.</p><p>XLVIII - órgão ou entidade participante: órgão ou entidade da Administração Pública</p><p>que participa dos procedimentos iniciais da contratação para registro de preços e inte-</p><p>gra a ata de registro de preços;</p><p>XLIX - órgão ou entidade não participante: órgão ou entidade da Administração Pú-</p><p>blica que não participa dos procedimentos iniciais da licitação para registro de preços</p><p>e não integra a ata de registro de preços;</p><p>(...)</p><p>Órgão Não</p><p>Partici-</p><p>pante ou</p><p>“Carona”</p><p>Pode ser definido como aquele que não participa de qualquer fase da</p><p>licitação, mas, ao tomar ciência da existência de ata de registro de</p><p>preços formalizada, solicita adesão ou “carona” ao órgão gerenciador</p><p>e ao fornecedor para adquirir os produtos ou contratar os serviços.</p><p>Uma vez concedida a adesão por parte do órgão gerenciador e ha-</p><p>vendo a concordância do fornecedor, o órgão não participante usufrui</p><p>do objeto, sem ter participado de qualquer etapa do processo licitató-</p><p>rio.</p><p>A utilização da Ata de Registro de Preços não é livre. Existem regras que devem ser</p><p>cumpridas. O art. 82, § 2º, da Lei nº 14.133/2021, por exemplo, traz duas limitações para</p><p>usufruto da ata de registro de preços:</p><p>• apresentação de justificativa da vantagem da adesão, inclusive em situações de</p><p>provável desabastecimento ou descontinuidade de serviço público; e</p><p>• demonstração de que os valores registrados estão compatíveis com os valores pra-</p><p>ticados pelo mercado na forma do art. 23 da Lei n° 14.133/2022 (este artigo trata</p><p>de pesquisa de preços).</p><p>Além dessas questões, há também outras formas de limitação impostas pela Lei nº</p><p>14.133/2021, como a de quantitativos e adesão entre entes federativos.</p><p>Sob o aspecto quantitativo, o órgão ou entidade não participante só pode adquirir ou con-</p><p>tratar até 50% dos quantitativos registrados para órgão gerenciador e para os órgãos</p><p>participantes. Vamos a um exemplo prático. O órgão X toma ciência da ata de registro</p><p>de preços e quer adquirir os produtos registrados. São 80 unidades registradas para o ge-</p><p>renciador e 20 para o único órgão participante registrado. Nesse caso, perfazendo o mon-</p><p>tante de 100 unidades registradas em ata, o órgão X poderá adquirir o quantitativo má-</p><p>ximo de 50 unidades, se assim desejar. Importante ressaltar que o fornecedor está obri-</p><p>gado a fornecer os bens nos quantitativos e condições estabelecidas no edital, perante os</p><p>órgãos que fazem parte da ata (gerenciador e participantes). Ele não está obrigado a for-</p><p>necer a qualquer órgão não participante.</p><p>Ainda sobre a limitação de quantidade, a Lei determina que o somatório das adesões não</p><p>poderá exceder o dobro do quantitativo registrado para o órgão gerenciador e os</p><p>participantes, independentemente do número de órgãos não participantes. Ou seja,</p><p>voltando ao exemplo anterior, havendo o total de 100 unidades registradas, cada órgão</p><p>não participante que tiver o seu pedido de adesão aceito tanto pelo órgão gerenciador,</p><p>quanto pelo fornecedor, somente terá direito a, no máximo 50 unidades. Se 4 órgãos par-</p><p>ticipantes aderirem à ata, cada uma com direito a 50 unidades, surgindo um quinto inte-</p><p>ressado, o seu pedido deverá ser negado, pois o dobro do registrado é 200 (4 multiplicado</p><p>por 50 é igual a 200).</p><p>Outra limitação refere-se à impossibilidade de os órgãos federais aderirem a atas de</p><p>registro de preços gerenciadas por órgãos das esferas estadual, distrital e municipal.</p><p>Como regra geral para adesão, deve-se observar os requisitos contidos no art. 31 do De-</p><p>creto nº 11.462/2023:</p><p>• apresentação de justificativa da vantagem da adesão, inclusive em situações de</p><p>provável desabastecimento ou de descontinuidade de serviço público;</p><p>• demonstração da compatibilidade dos valores registrados com os valores</p><p>praticados pelo mercado; e</p><p>• consulta e aceitação prévias do órgão ou da entidade gerenciadora e do fornecedor.</p><p>Além disso, uma vez aceita a adesão tanto pelo fornecedor, quanto pelo órgão gerencia-</p><p>dor, o órgão não participante contará com prazo de 90 dias para efetivar a contratação,</p><p>observado o prazo de vigência da ata. Esse prazo poderá ser prorrogado excepcionalmente,</p><p>mediante solicitação do órgão ou da entidade não participante aceita pelo órgão ou enti-</p><p>dade gerenciadora.</p><p>Ainda sob o aspecto da temporalidade, temos uma inovação importante trazida pela Lei</p><p>nº 14.133/2021. A regra agora é que a vigência da ata de registro de preços será de até 1</p><p>ano, podendo ser prorrogada, por igual período, desde que comprovado o preço vantajoso.</p><p>Veja que a prorrogação exige um requisito: comprovação de preço mais vantajoso. No-</p><p>vamente,</p><p>isso se dará mediante regras impostas pelo art. 23 da Lei nº 14.133/2021, que</p><p>foi regulamentado pela IN SEGES/ ME nº 65/2021 e pela IN SEGES/ ME nº 91/2022. O</p><p>contrato que será firmado com base na ata de registro de preços segue vigência própria,</p><p>independente da ata. Essa regra já era praticada pela Administração Pública, pela lógica</p><p>imposta pela legislação anterior, sem regra explícita nesse sentido. Isso reside no fato de</p><p>que a ata de registro de preços não está restrita aos créditos orçamentários, pois a sua</p><p>formalização não gera contraprestação futura por parte da Administração, segundo o art.</p><p>21 do Decreto nº 11.462/2023. A regra é que os contratos sejam formalizados dentro da</p><p>vigência da ata. Uma vez formalizados, eles passam a ter vida própria no mundo jurídico.</p><p>Na Lei nº 14.133/2021, o legislador cuidou de garantir a observância dessa regra no art.</p><p>84, parágrafo único, explicitando a distinção de vigência entre contrato e ata de registro</p><p>de preços.</p><p>Tratando agora da ata de registro de preços, temos que ter em mente que ela é o docu-</p><p>mento que materializa a avença entre as partes, Administração e licitante vencedor, no</p><p>qual ficam registrados os preços, os quantitativos, condições de entrega, além de outras</p><p>regras e informações pertinentes, inclusive vigência. Com a formalização da ata, o forne-</p><p>cedor se obriga a fornecer os bens nas condições estabelecidas, até o limite do quantitativo</p><p>registrado para o órgão gerenciador e participantes.</p><p>Em relação aos quantitativos, a Lei nº 14.133/2021 trouxe ainda outras regras a serem</p><p>observadas. Vamos a elas.</p><p>a) A quantidade máxima de cada item deverá constar do edital de licitação (art. 82,</p><p>I).</p><p>b) A indicação da quantidade mínima a ser cotada pelo licitante deverá constar do</p><p>edital de licitação, devendo ser em unidades, no caso de compra de bens, ou uni-</p><p>dades de medida, no caso de serviços (art. 82, II).</p><p>c) O edital também deverá dispor sobre a possibilidade de o licitante oferecer ou não</p><p>proposta em quantitativo inferior ao máximo previsto, obrigando-se nos limites</p><p>dela (art. 82, IV).</p><p>d) É permitido, excepcionalmente, registro de preços sem indicação do total a ser</p><p>adquirido, desde que seja em 3 situações: a) quando for a primeira licitação para</p><p>o objeto e o órgão ou entidade não tiver registro de demandas anteriores; b) no</p><p>caso de alimento perecível; e c) no caso em que o serviço estiver integrado ao</p><p>fornecimento de bens. Em todos os casos, é obrigatória a indicação do valor má-</p><p>ximo da despesa e é vedada a participação de outro órgão ou entidade na ata, ou</p><p>seja, órgão ou entidade participante (art. 82, § 3º).</p><p>Superado esse assunto, passemos a analisar as regras relativas à possibilidade de realizar</p><p>licitação por grupo de itens e aquisição de item isolado de um lote específico. Essas regras</p><p>estão previstas no art. 82, §§ 1º e § 2º, da Lei nº 14.133/2021. Em resumo, é possível</p><p>adotar o agrupamento de itens, desde que cumpridos os seguintes requisitos:</p><p>a) demonstrar a inviabilidade de se promover adjudicação por item; e</p><p>b) evidenciar a vantagem técnica e econômica para a Administração.</p><p>Sobre a questão da aquisição de determinado item de um lote (ou grupo de itens), a Ad-</p><p>ministração deverá:</p><p>a) realizar prévia pesquisa de mercado, quando da “baixa” do item na ata, como</p><p>forma de averiguação do aspecto da economicidade; e</p><p>b) demonstrar a vantagem da “baixa” para o órgão ou entidade, obviamente sendo</p><p>interessante apontar outros aspectos além da economicidade, se possível.</p><p>Portanto, para justificar o agrupamento em lotes, recomendamos que seja analisado caso</p><p>a caso.</p><p>Assim como na legislação anterior, o registro de preços será viabilizado mediante ado-</p><p>ção de uma das seguintes modalidades: concorrência ou pregão. Lembre-se de que, se-</p><p>gundo o art. 29 da Lei nº 14.133/2021, essas modalidades seguem o mesmo rito procedi-</p><p>mental. A inovação, conforme dito anteriormente, surge da possibilidade de utilizar o</p><p>instituto em aquisições ou contratações por meio de dispensa ou inexigibilidade (art.</p><p>82, § 6º).</p><p>A Lei nº 14.133/2021 também abre espaço para o uso do Sistema de Registro de Preços</p><p>em contratações cujo objeto envolver obras e serviços de engenharia. Tanto para esse</p><p>tipo de contratação quanto para as contratações de outros serviços e aquisição de bens,</p><p>deverão ser satisfeitas as seguintes regras:</p><p>a) realização prévia de ampla pesquisa de mercado;</p><p>b) seleção de acordo com os procedimentos previstos em regulamento (ainda inexis-</p><p>tente, transformando o dispositivo em norma de eficácia contida);</p><p>c) desenvolvimento obrigatório de rotina de controle;</p><p>d) atualização periódica dos preços registrados;</p><p>e) definição do período de validade do registro de preços; e</p><p>f) inclusão, em ata de registro de preços, do licitante que aceitar cotar os bens ou</p><p>serviços em preços iguais aos do licitante vencedor na sequência de classificação</p><p>da licitação e inclusão do licitante que mantiver sua proposta original.</p><p>No caso específico de obras e serviços de engenharia, requisitos adicionais devem ser</p><p>respeitados (art. 85 da Lei nº 14.133/2021):</p><p>a) existência de projeto padronizado, sem complexidade técnica e operacional; e</p><p>b) necessidade permanente ou frequente de obra ou serviço a ser contratado.</p><p>3.7. CONCLUSÕES</p><p>Diferente do que havia disponível antes do advento da Nova Lei de Licitações, várias</p><p>regras, inclusive procedimentais, passaram a integrar nível diferenciado em termos de</p><p>obrigações legais. Isso porque anteriormente, elas possuíam status de noras infralegais,</p><p>resultantes do esforço dos órgãos de controle externo e de outros entes da Administração</p><p>Direta federal, com base na doutrina e na experiência adquirida pela Administração Pú-</p><p>blica.</p><p>Fica latente, com isso, que o planejamento, enquanto princípio previsto no art. 5º da Lei</p><p>nº 14.133/2021, não foi alçado a essa condição pela sua simples inclusão nessa relação,</p><p>mas pela elevada importância que pode ser conferida em todo o texto do novo marco</p><p>legal.</p><p>Voltando aos instrumentos auxiliares, podemos verificar o esforço do legislador pátrio</p><p>em organizar essas ferramentas e disponibilizá-las, com o detalhamento necessário, para</p><p>que os servidores envolvidos nos trabalhos relativos às licitações e contratações públicas</p><p>possam conferir maior eficiência na busca da satisfação da necessidade pública.</p><p>MÓDULO IV - Procedimentos de seleção do fornecedor: aspectos gerais e</p><p>desdobramentos</p><p>Prezado (a) aluno (a),</p><p>Neste Módulo abordaremos o que é conhecido como a fase externa do procedimento de</p><p>licitação e das contratações diretas, discutindo as modalidades de licitação e as regras</p><p>previstas para contratação direta na Lei nº 14.133/2021, com suas definições e regras,</p><p>inclusive, com fundamento em regras existentes em normativos internos do MPU ou em</p><p>normas infralegais da Secretaria de Gestão da Secretaria Especial de desburocratização,</p><p>Gestão e Governo Digital do Ministério da Economia (SEGES/ME).</p><p>No conteúdo referente às licitações, discutiremos, também, o que a nova lei de licitações</p><p>e contratos administrativos prevê acerca do rito das licitações, suas fases, bem, como,</p><p>aspectos relacionados à revogação e à anulação da licitação.</p><p>Acerca das contratações diretas, abordaremos a formalização do processo, os tipos de</p><p>contratação direta e, em cada um, as hipóteses previstas na Lei nº 14.133/2021; além da</p><p>discussão acerca da obrigatoriedade quanto à realização, no caso da dispensa, da mesma</p><p>ser realizada de forma eletrônica.</p><p>Após o conteúdo apresentado, a ideia é que você tenha condições de atuar nas licitações</p><p>e nas contratações diretas com segurança, observando as regras previstas na Lei nº</p><p>14.133/2021 e nas normas infralegais e jurisprudência acerca dos temas abordados.</p><p>Vamos juntos!!!</p><p>Art. 6º Para os fins desta Lei, consideram-se:</p><p>...</p><p>XXXVIII - concorrência:</p><p>modalidade de licitação para contratação de bens e serviços especiais e de</p><p>obras e serviços comuns e especiais de engenharia, cujo critério de julgamento poderá ser:</p><p>menor preço;</p><p>melhor técnica ou conteúdo artístico;</p><p>técnica e preço;</p><p>maior retorno econômico;</p><p>maior desconto;</p><p>XXXIX - concurso: modalidade de licitação para escolha de trabalho técnico, científico ou artístico,</p><p>cujo critério de julgamento será o de melhor técnica ou conteúdo artístico, e para concessão de prêmio</p><p>ou remuneração ao vencedor;</p><p>XL - leilão: modalidade de licitação para alienação de bens imóveis ou de bens móveis inservíveis ou</p><p>legalmente apreendidos a quem oferecer o maior lance;</p><p>XLI - pregão: modalidade de licitação obrigatória para aquisição de bens e serviços comuns, cujo crité-</p><p>rio de julgamento poderá ser o de menor preço ou o de maior desconto;</p><p>4.1 Modalidades de licitação: leilão, diálogo competitivo, concorrência, pre-</p><p>gão, concurso. Definição, distinções, semelhanças, finalidade. Uso obri-</p><p>gatório ou facultativo das modalidades</p><p>4.1.1 Modalidades da Lei nº 14.133/2021 – Definições, Distinções, Seme-</p><p>lhantes, Finalidade.</p><p>O art. 28, da Lei nº 14.133/2021, define que são modalidades de licitação: pregão, con-</p><p>corrência, concurso, leilão e diálogo competitivo. Sendo enfatizado, no § 2º, que é ve-</p><p>dada a criação de outras modalidades de licitação ou, ainda, a combinação daquelas re-</p><p>feridas no caput deste artigo.</p><p>Observando, por sua vez, o art. 6º, temos as definições de cada modalidade:</p><p>Art. 17. O processo de licitação observará as seguintes fases, em sequência:</p><p>I - preparatória;</p><p>II - de divulgação do edital de licitação;</p><p>Observamos, então, que, compa-</p><p>rando-se com a legislação antiga,</p><p>não há mais a previsão, na Lei nº</p><p>14.133/2021, das modalidades con-</p><p>vite e tomada de preços. E, conside-</p><p>rando que o art. 193 da Lei nº</p><p>14.133/2021, revoga, em 30 de de-</p><p>zembro de 2023, a Lei nº 8.66693, a</p><p>Lei nº 10.520/02 e os art. 1º a 47-A,</p><p>da Lei nº 12.462/2011, fica revo-</p><p>gado RDC.</p><p>4.1.2 Modalidades da Lei nº 14.133/2021 – Distinções, Semelhantes, Novo</p><p>rito, Modalidades.</p><p>4.1.2.1. Distinções, Semelhantes, Novo rito</p><p>Considerando as regras da legislação antiga para contratação pela administração pública,</p><p>temos, como primeira diferença, o que está previsto no art. 29, ao regrar que a concor-</p><p>rência e o pregão seguem o rito procedimental comum a que se refere o art. 17 da lei:</p><p>XLII - diálogo competitivo: modalidade de licitação para contratação de obras, serviços e compras em</p><p>que a Administração Pública realiza diálogos com licitantes previamente selecionados mediante crité-</p><p>rios objetivos, com o intuito de desenvolver uma ou mais alternativas capazes de atender às suas neces-</p><p>sidades, devendo os licitantes apresentarem proposta final após o encerramento dos diálogos;</p><p>Art. 71. Encerradas as fases de julgamento e habilitação, e exauridos os recursos administrativos, o</p><p>processo licitatório será encaminhado à autoridade superior, que poderá:</p><p>I - determinar o retorno dos autos para saneamento de irregularidades;</p><p>II - revogar a licitação por motivo de conveniência e oportunidade;</p><p>Referido rito procedimental é comum para as modalidades pregão e concorrência.</p><p>Logo, diferentemente do rito previsto na Lei nº 8.666/93, para a concorrência, com a</p><p>nova lei de licitações, uma vez divulgado o edital, da mesma forma que o pregão, haverá,</p><p>em regra, a apresentação das propostas, em seguida, lances, quando for o caso, o julga-</p><p>mento da proposta e análise da documentação de habilitação do primeiro colocado, e</p><p>uma fase recursal única, antes da homologação.</p><p>Excepcionalmente, o rito padrão ser</p><p>alterado, segundo o § 1º, do art. 17,</p><p>mediante ato motivado com explici-</p><p>tação dos benefícios decorrentes,</p><p>com a fase no inciso V antecedendo</p><p>as fases referidas nos incisos III e IV</p><p>do caput deste artigo, desde que ex-</p><p>pressamente previsto no edital de li-</p><p>citação.</p><p>Importante destacar que, em que pese o art. 17 trazer o rito procedimental comum da</p><p>licitação, não constando no artigo o momento da adjudicação. O que é esclarecido pelo</p><p>art. 71:</p><p>III - de apresentação de propostas e lances, quando for o caso;</p><p>IV - de julgamento;</p><p>V - de habilitação;</p><p>VI - recursal;</p><p>VII - de homologação.</p><p>Na nova lei de licitações, então, independentemente de haver recurso ou não, e indepen-</p><p>dente da modalidade de licitação, sempre a adjudicação será de competência da autori-</p><p>dade superior.</p><p>Importante, ainda nesse tópico do curso, abordamos outra diferença no rito da licitação,</p><p>quanto aos recursos.</p><p>Outra diferença está no rito para manifestação quanto ao recurso e nos prazos recursais,</p><p>previsto no artigo 165, inciso I, quando a nova lei é clara ao trazer que o prazo para</p><p>apresentação das razões de recurso é de 3 (três) dias úteis, contado da data de intimação</p><p>ou da lavratura da ata do certame; sendo o prazo do pedido de reconsideração, também</p><p>correndo no mesmo tempo.</p><p>No entanto, para ter direito à apresentação do recurso, independente de modalidade de</p><p>licitação, o licitante deverá se manifestar imediatamente, sob pena de preclusão, e o</p><p>prazo para apresentação das razões recursais previsto no inciso I será iniciado na data de</p><p>intimação ou de lavratura da ata de habilitação ou inabilitação ou, na hipótese de adoção</p><p>da inversão de fases prevista no § 1º do art. 17 desta Lei, da ata de julgamento. Referida</p><p>previsão está no inciso I, do § 1º, do art. 165.</p><p>Sobre essa fase, é importante trazer a regra prevista na Instrução Normativa SEGES nº</p><p>73/2022, constante no art. 40, de que qualquer licitante poderá, durante o prazo conce-</p><p>dido na sessão pública, não inferior a 10 minutos, de forma imediata após o término do</p><p>julgamento das propostas e do ato de habilitação ou inabilitação, em campo próprio do</p><p>sistema, manifestar sua intenção de recorrer, sob pena de preclusão, ficando a autoridade</p><p>superior autorizada a adjudicar o objeto ao licitante declarado vencedor.</p><p>Nesse sentido, a interpretação da SEGES é de que são dois momentos para apresentação</p><p>da intenção de recurso: um momento após o julgamento da proposta e outro momento</p><p>após a habilitação. Ambos com prazo não inferior a 10 minutos. Algo não previsto na</p><p>Lei nº 14.133/2021.</p><p>- proceder à anulação da licitação, de ofício ou mediante provocação de terceiros, sempre que pre-</p><p>sente ilegalidade insanável;</p><p>- adjudicar o objeto e homologar a licitação.</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2021/lei/l14133.htm#art17%C2%A71</p><p>Art. 55. Os prazos mínimo</p><p>Conforme inciso I, do § 1º, do art. 165,</p><p>da Lei nº 14.133/2021, não há exigência</p><p>de motivação por parte do licitante,</p><p>para apresentação da intenção de re-</p><p>curso.</p><p>Basta o licitante se manifestar, in-</p><p>formando que tem interesse em re-</p><p>correr, que lhe será concedido o</p><p>prazo recursal.</p><p>O prazo para apresentação de contrarrazões será o mesmo do recurso e terá início na</p><p>data de intimação pessoal ou de divulgação da interposição do recurso.</p><p>Importante lembrar que o agente de contratação poderá reconsiderar sua decisão; mas</p><p>que a decisão do recurso é de responsabilidade da autoridade superior.</p><p>E, também, como diferença da legislação antiga, a Lei nº 14.133/2021, apresenta, no §</p><p>2º, do art. 165, que o recurso será dirigido à autoridade que tiver editado o ato ou profe-</p><p>rido a decisão recorrida, que, se não reconsiderar o ato ou a decisão no prazo de 3 (três)</p><p>dias úteis, encaminhará o recurso com a sua motivação à autoridade superior, a qual</p><p>deverá proferir sua decisão no prazo máximo de 10 (dez) dias úteis, contado do recebi-</p><p>mento dos autos.</p><p>Por fim, não menos relevante, importante abordamos a diferença trazida pela nova lei</p><p>de licitações quanto à divulgação do edital de licitação. Que diferencia, consideravel-</p><p>mente, da metodologia utilizada na</p><p>Lei nº 8.666/93, na Lei nº 10.520/02 e no RDC, nas</p><p>quais era utilizada como referência a modalidade de licitação.</p><p>O art. 55, da Lei nº 14.133/2021, prevê o seguinte:</p><p>1º Material de expediente é bem comum ou não? Sim.</p><p>2º Qual a modalidade de licitação utilizada para aquisição de bem comum? Pregão.</p><p>3º Qual o critério de julgamento utilizado no Pregão? Menor preço ou maior desconto.</p><p>Agora, com a nova lei de licitações e contratos administrativos, para definição do prazo</p><p>mínimo para apresentação das propostas e lances, contados a partir da data da divulgação</p><p>do edital de licitação, não se observa a modalidade de licitação; observa o tipo do objeto,</p><p>o critério de julgamento, podendo, ainda, ser definido esse prazo considerando o regime</p><p>de execução do</p><p>contrato. O que demandará uma maior atenção na elaboração do edital.</p><p>os para apresentação de propostas e lances, contados a partir da data de divulgação do edital de licitação,</p><p>são de:</p><p>I - para aquisição de bens:</p><p>8 (oito) dias úteis, quando adotados os critérios de julgamento de menor preço ou de maior desconto;</p><p>15 (quinze) dias úteis, nas hipóteses não abrangidas pela alínea “a” deste inciso;</p><p>II - no caso de serviços e obras:</p><p>10 (dez) dias úteis, quando adotados os critérios de julgamento de menor preço ou de maior desconto,</p><p>no caso de serviços comuns e de obras e serviços comuns de engenharia;</p><p>25 (vinte e cinco) dias úteis, quando adotados os critérios de julgamento de menor preço ou de maior</p><p>desconto, no caso de serviços especiais e de obras e serviços especiais de engenharia;</p><p>60 (sessenta) dias úteis, quando o regime de execução for de contratação integrada;</p><p>35 (trinta e cinco) dias úteis, quando o regime de execução for o de contratação semi-integrada ou</p><p>nas hipóteses não abrangidas pelas alíneas “a”, “b” e “c” deste inciso;</p><p>- para licitação em que se adote o critério de julgamento de maior lance, 15 (quinze) dias úteis;</p><p>- para licitação em que se adote o critério de julgamento de técnica e preço ou de melhor técnica ou</p><p>conteúdo artístico, 35 (trinta e cinco) dias úteis.</p><p>Art. 31. O leilão poderá ser cometido a leiloeiro oficial ou a servidor designado pela autoridade compe-</p><p>tente da Administração, e regulamento deverá dispor sobre seus procedimentos operacionais.</p><p>§ 1º Se optar pela realização de leilão por intermédio de leiloeiro oficial, a Administração deverá sele-</p><p>cioná-lo mediante credenciamento ou licitação na modalidade pregão e adotar o critério de julgamento</p><p>de maior desconto para as comissões a serem cobradas, utilizados como parâmetro máximo os percen-</p><p>tuais definidos na lei que regula a referida profissão e observados os valores dos bens a serem leiloados.</p><p>§ 2º O leilão será precedido da divulgação do edital em sítio eletrônico oficial, que conterá:</p><p>- a descrição do bem, com suas características, e, no caso de imóvel, sua situação e suas divisas, com</p><p>remissão à matrícula e aos registros;</p><p>- o valor pelo qual o bem foi avaliado, o preço mínimo pelo qual poderá ser alienado, as condições de</p><p>pagamento e, se for o caso, a comissão do leiloeiro designado;</p><p>- a indicação do lugar onde estiverem os móveis, os veículos e os semoventes;</p><p>- o sítio da internet e o período em que ocorrerá o leilão, salvo se excepcionalmente for realizado sob</p><p>a forma presencial por comprovada inviabilidade técnica ou desvantagem para a Administração, hipó-</p><p>tese em que serão indicados o local, o dia e a hora de sua realização;</p><p>- a especificação de eventuais ônus, gravames ou pendências existentes sobre os bens a serem leiloa-</p><p>dos.</p><p>4.1.2.2. Modalidade de licitação da Lei nº 14.133/2021</p><p>LEILÃO:</p><p>Conforme definição do inciso XL, do art. 6º, o leilão é modalidade de licitação utilizada</p><p>para alienação de bens imóveis ou bem móveis.</p><p>Suas regras específicas, na Lei nº 14.133/2021, estão previstas no art. 31:</p><p>Conclusão: o prazo mínimo será de oito dias úteis, considerando a regra da alínea “a”,</p><p>do inciso I, do art. 55. E, no caso de um bem não caracterizado como comum, sendo</p><p>o critério de julgamento diferente do menor preço ou maior desconto, o prazo passaria</p><p>para quinze dias úteis.</p><p>Por sua vez, na esfera federal, a modalidade leilão está regulamentada pelo Decreto nº</p><p>11.461/2023, de 31.03.2023.</p><p>Sendo a condução do leilão por intermédio de leiloeiro oficial, o mesmo deverá ser se-</p><p>lecionado mediante do procedimento auxiliar de credenciamento, cujas regras foram vis-</p><p>tas no módulo anterior do curso, ou mediante a modalidade pregão. Nesse caso, de ser</p><p>utilizado o pregão, o edital deverá adotar o critério de julgamento de maior desconto</p><p>para as comissões a serem cobradas, utilizados como parâmetro máximo os percentuais</p><p>definidos na lei que regula a referida profissão.</p><p>No caso de o leilão ser realizado por servidor do órgão ou entidade, a autoridade com-</p><p>petente deverá designá-lo. Sendo importante observar as regras previstas no art. 8º e 7º,</p><p>da Lei nº 14.133/2021, referente ao agente de contratação; visto ser definido na lei que</p><p>será o responsável por conduzir as licitações.</p><p>O Decreto nº 11.461/2023 prevê, no § 1º, do art. 5º, que a opção por leiloeiro</p><p>oficial deverá ser justificada, observando-se o seguinte:</p><p>I - a disponibilidade de recursos de pessoal da Administração para a realização</p><p>do leilão;</p><p>II - a complexidade dos serviços necessários para a preparação e a execução do</p><p>leilão;</p><p>III - a necessidade de conhecimentos específicos para a alienação;</p><p>IV - o custo procedimental para a Administração; e</p><p>V - a ampliação prevista da publicidade e da competitividade do leilão.</p><p>Como rito procedimental da realização do Leilão, o decreto prevê, no art. 8º que</p><p>deverão ser observadas as seguintes fases sucessivas:</p><p>I - divulgação do edital;</p><p>§ 3º Além da divulgação no sítio eletrônico oficial, o edital do leilão será afixado em local de ampla</p><p>circulação de pessoas na sede da Administração e poderá, ainda, ser divulgado por outros meios neces-</p><p>sários para ampliar a publicidade e a competitividade da licitação.</p><p>§ 4º O leilão não exigirá registro cadastral prévio, não terá fase de habilitação e deverá ser homologado</p><p>assim que concluída a fase de lances, superada a fase recursal e efetivado o pagamento pelo licitante</p><p>vencedor, na forma definida no edital.</p><p>Art. 30. O concurso observará as regras e condições previstas em edital, que indicará:</p><p>I - a qualificação exigida dos participantes;</p><p>II - apresentação da proposta inicial fechada;</p><p>III - abertura da sessão pública e envio de lances;</p><p>IV - julgamento;</p><p>V - recurso;</p><p>VI - pagamento pelo licitante vencedor; e</p><p>VII - homologação.</p><p>O prazo para abertura do lei-</p><p>lão e o envio de lances constará do</p><p>edital e não será inferior a quinze</p><p>dias úteis, contado a partir da data de</p><p>divulgação do edital.</p><p>O julgamento da proposta será realizado, no leilão, pelo maior lance, conforme também</p><p>previsto no inciso V, do art. 33, da Lei nº 14.133/2021.</p><p>CONCURSO:</p><p>Conforme definição do inciso XXXIX, do art. 6º, concurso é a modalidade de licitação</p><p>para escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, cujo critério de julgamento será</p><p>o de melhor técnica ou conteúdo artístico, e para concessão de prêmio ou remuneração</p><p>ao vencedor.</p><p>Suas regras específicas, na Lei nº 14.133/2021, estão previstas no art. 31:</p><p>As regras constantes na Lei nº 14.133/2021 são bem simplórias, sem, ainda, haver regu-</p><p>lamento federal para a modalidade.</p><p>Considerando a regra já prevista na sua definição acerca do critério de julgamento, por</p><p>melhor técnica ou conteúdo artístico, podemos remeter às regras previstas no art. 35, que</p><p>prevê que o julgamento por melhor técnica ou conteúdo artístico considerará exclusiva-</p><p>mente as propostas técnicas ou artísticas apresentadas pelos licitantes, e o edital deverá</p><p>definir o</p><p>prêmio ou a remuneração que será atribuída aos vencedores. Podendo ser uti-</p><p>lizados, exatamente, para contratação de projetos e trabalhos de natureza técnica, cien-</p><p>tífica ou artística.</p><p>Acerca do prazo mínimo para apresentação das propostas, remetendo ao art. 55, da Lei</p><p>nº 14.133/2021, encontramos, no inciso IV, do referido artigo o prazo mínimo de 35</p><p>(trinta e cinco) dias úteis.</p><p>DIÁLOGO COMPETITIVO:</p><p>Conforme definição do inciso XLII, do art. 6º, diálogo competitivo é a modalidade de</p><p>licitação para contratação de obras, serviços e compras em que a Administração Pública</p><p>realiza diálogos com licitantes previamente selecionados mediante critérios objetivos,</p><p>com o intuito de desenvolver uma ou mais alternativas capazes de atender às suas ne-</p><p>cessidades, devendo os licitantes apresentarem proposta final após o encerramento dos</p><p>diálogos.</p><p>Suas regras específicas, na Lei nº 14.133/2021, estão previstas no art. 32:</p><p>- as diretrizes e formas de apresentação do trabalho;</p><p>- as condições de realização e o prêmio ou remuneração a ser concedida ao vencedor.</p><p>Parágrafo único. Nos concursos destinados à elaboração de projeto, o vencedor deverá ceder à Admi-</p><p>nistração Pública, nos termos do art. 93 desta Lei, todos os direitos patrimoniais relativos ao projeto e</p><p>autorizar sua execução conforme juízo de conveniência e oportunidade das autoridades competentes.</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2021/lei/l14133.htm#art93</p><p>Art. 32. A modalidade diálogo competitivo é restrita a contratações em que a Administração:</p><p>I - vise a contratar objeto que envolva as seguintes condições:</p><p>a) inovação tecnológica ou técnica;</p><p>b) impossibilidade de o órgão ou entidade ter sua necessidade satisfeita sem a adaptação de soluções</p><p>disponíveis no mercado; e</p><p>c) impossibilidade de as especificações técnicas serem definidas com precisão suficiente pela Adminis-</p><p>tração;</p><p>II - verifique a necessidade de definir e identificar os meios e as alternativas que possam satisfazer suas</p><p>necessidades, com destaque para os seguintes aspectos:</p><p>a) a solução técnica mais adequada;</p><p>b) os requisitos técnicos aptos a concretizar a solução já definida;</p><p>c) a estrutura jurídica ou financeira do contrato;</p><p>III - (VETADO).</p><p>§ 1º Na modalidade diálogo competitivo, serão observadas as seguintes disposições:</p><p>I - a Administração apresentará, por ocasião da divulgação do edital em sítio eletrônico oficial, suas</p><p>necessidades e as exigências já definidas e estabelecerá prazo mínimo de 25 (vinte e cinco) dias úteis</p><p>para manifestação de interesse na participação da licitação;</p><p>II - os critérios empregados para pré-seleção dos licitantes deverão ser previstos em edital, e serão ad-</p><p>mitidos todos os interessados que preencherem os requisitos objetivos estabelecidos;</p><p>III - a divulgação de informações de modo discriminatório que possa implicar vantagem para algum</p><p>licitante será vedada;</p><p>IV - a Administração não poderá revelar a outros licitantes as soluções propostas ou as informações</p><p>sigilosas comunicadas por um licitante sem o seu consentimento;</p><p>V - a fase de diálogo poderá ser mantida até que a Administração, em decisão fundamentada, identifique</p><p>a solução ou as soluções que atendam às suas necessidades;</p><p>VI - as reuniões com os licitantes pré-selecionados serão registradas em ata e gravadas mediante utili-</p><p>zação de recursos tecnológicos de áudio e vídeo;</p><p>VII - o edital poderá prever a realização de fases sucessivas, caso em que cada fase poderá restringir as</p><p>soluções ou as propostas a serem discutidas;</p><p>VIII - a Administração deverá, ao declarar que o diálogo foi concluído, juntar aos autos do processo</p><p>licitatório os registros e as gravações da fase de diálogo, iniciar a fase competitiva com a divulgação de</p><p>edital contendo a especificação da solução que atenda às suas necessidades e os critérios objetivos a</p><p>serem utilizados para seleção da proposta mais vantajosa e abrir prazo, não inferior a 60 (sessenta) dias</p><p>úteis, para todos os licitantes pré-selecionados na forma do inciso II deste parágrafo apresentarem suas</p><p>propostas, que deverão conter os elementos necessários para a realização do projeto;</p><p>Considerando que, hoje, não temos, ainda, regulamento federal referente à modalidade</p><p>diálogo competitivo, observamos em destaque que a modalidade, em regra, será utili-</p><p>zada quando a Administração deseje, ou contratar objetos que envolvam inovação tec-</p><p>nológica ou técnica, ou quando a Administração não puder ter sua necessidade satisfeita</p><p>sem a adaptação de soluções disponíveis no mercado, ou quando for impossível definir</p><p>as especificações técnicas serem com precisão suficiente pela Administração. Além de</p><p>quando a Administração verificar a necessidade de definir e identificar os meios e as</p><p>alternativas que possam satisfazer suas necessidades, observando, em destaque a solução</p><p>técnica mais adequada, os requisitos técnicos aptos a concretizar a solução já definida</p><p>ou a estrutura jurídica ou financeira do contrato.</p><p>Como rito do procedimento, observamos, então, que há três momentos: um momento</p><p>onde é lançado um edital, com prazo mínimo de 25 (vinte e cinco) dias úteis para mani-</p><p>festação de interesse na participação da licitação, um momento seguinte que é o de diá-</p><p>logo entre a Administração e as empresas selecionadas, sem prazo para finalização; e</p><p>um terceiro momento, onde é lançado um edital, com prazo mínimo de 60 (sessenta)</p><p>- a Administração deverá, ao declarar que o diálogo foi concluído, juntar aos autos do processo</p><p>licitatório os registros e as gravações da fase de diálogo, iniciar a fase competitiva com a divulgação de</p><p>edital contendo a especificação da solução que atenda às suas necessidades e os critérios objetivos a</p><p>serem utilizados para seleção da proposta mais vantajosa e abrir prazo, não inferior a 60 (sessenta) dias</p><p>úteis, para todos os licitantes pré-selecionados na forma do inciso II deste parágrafo apresentarem suas</p><p>propostas, que deverão conter os elementos necessários para a realização do projeto;</p><p>- a Administração poderá solicitar esclarecimentos ou ajustes às propostas apresentadas, desde que</p><p>não impliquem discriminação nem distorçam a concorrência entre as propostas;</p><p>- a Administração definirá a proposta vencedora de acordo com critérios divulgados no início da fase</p><p>competitiva, assegurada a contratação mais vantajosa como resultado;</p><p>- o diálogo competitivo será conduzido por comissão de contratação composta de pelo menos 3 (três)</p><p>servidores efetivos ou empregados públicos pertencentes aos quadros permanentes da Administração,</p><p>admitida a contratação de profissionais para assessoramento técnico da comissão;</p><p>- (VETADO).</p><p>§ 2º Os profissionais contratados para os fins do inciso XI do § 1º deste artigo assinarão termo de con-</p><p>fidencialidade e abster-se-ão de atividades que possam configurar conflito de interesses.</p><p>dias úteis, para que as empresas selecionadas apresentem suas propostas, para a fase</p><p>competitiva.</p><p>Para participação da fase competi-</p><p>tiva da modalidade diálogo compe-</p><p>titivo, a licitante deverá ser, previa-</p><p>mente, selecionada no diálogo. Não</p><p>sendo permitido participantes que</p><p>não atendam a essa condição.</p><p>E, por fim, importante regra trata da condução do diálogo competitivo, quando a Lei nº</p><p>14.133/2021 prevê que será conduzido por comissão de contratação composta de pelo</p><p>menos 3 (três) servidores efetivos ou empregados públicos pertencentes aos quadros</p><p>permanentes da Administração, admitida a contratação de profissionais para assessora-</p><p>mento técnico da comissão.</p><p>CONCORRÊNCIA:</p><p>Conforme definição do inciso XXXVIII, do art. 6º, concorrência é a modalidade de lici-</p><p>tação para contratação de bens e serviços especiais e de obras e serviços comuns e espe-</p><p>ciais de engenharia.</p><p>Os critérios de julgamento que podem ser utilizados na concorrência são:</p><p>a) menor preço;</p><p>b) melhor técnica</p><p>ou conteúdo artístico;</p><p>c) técnica e preço;</p><p>d) maior retorno econômico;</p><p>e) maior desconto.</p><p>Afora a definição da modalidade concorrência, importante destacar a modalidade ao tra-</p><p>tarmos sua utilização, quando comparado à modalidade pregão. Para tanto, definiremos</p><p>a modalidade pregão, para, em seguida, discutirmos a utilização de uma e de outra mo-</p><p>dalidade.</p><p>PREGÃO:</p><p>Conforme definição do inciso XLI, do art. 6º, pregão é a modalidade de licitação obri-</p><p>gatória para aquisição de bens e serviços comuns.</p><p>Os critérios de julgamento utilizados no pregão são o de menor preço ou o de maior</p><p>desconto.</p><p>4.2 Concorrência x Pregão: quando utilizar um ou outro?</p><p>Vimos as definições de pregão e concorrência e vimos que, na Lei nº 14.133/2021, há</p><p>um único rito, em regra, para as modalidades de licitação.</p><p>Nesse sentido, o art. 29, ratificando o rito do art. 17, prevê que a concorrência e o pregão</p><p>seguem o rito procedimental comum a que se refere o art. 17, adotando-se o pregão</p><p>sempre que o objeto possuir “padrões de desempenho e qualidade que possam ser obje-</p><p>tivamente definidos pelo edital, por meio de especificações usuais de mercado” (defini-</p><p>ção de bens e serviços comuns, constante no inciso XIII, do art. 6º).</p><p>Por sua vez, o parágrafo único, do art. 29, prevê que o pregão não se aplica às contrata-</p><p>ções de serviços técnicos especializados de natureza predominantemente intelectual e de</p><p>obras e serviços de engenharia, exceto os serviços de engenharia de que trata a alínea</p><p>“a”, do inciso XXI, do caput, do art. 6º, da Lei nº 14.133/2021, que correspondem a</p><p>serviços comuns de engenharia.</p><p>Das definições das modalida-</p><p>des concorrência e pregão, concluí-</p><p>mos, então, que, não sendo o objeto ca-</p><p>racterizado como bem ou serviço co-</p><p>mum ou serviço comum de engenha-</p><p>ria, para os quais, obrigatoriamente,</p><p>deverá ser utilizada a modalidade pre-</p><p>gão, para os demais objetos, utiliza-se</p><p>a concorrência.</p><p>Importante destacar, também, que, por força do § 5º, do art. 8º, nas licitações para as</p><p>quais são utilizadas a modalidade pregão, o agente responsável pela condução do cer-</p><p>tame será designado pregoeiro.</p><p>4.3 Edital</p><p>4.3.1 DEFINIṶÃO E RESPONSÁVEIS PELA ELABORAṶÃO</p><p>Conforme definido pelo professor Ronny Charles (2021, p. 183), o edital é o instrumento</p><p>que deverá conter o objeto da licitação e as regras relativas à convocação, ao julgamento,</p><p>à habilitação, aos recursos e às penalidades da licitação, à fiscalização e à gestão do</p><p>contrato, à entrega do objeto e às condições de pagamento.</p><p>A Lei nº 14.133/2021 não define o responsável pela elaboração do edital, em que pese,</p><p>no inciso V, do art. 18, prevê que a elaboração do edital ocorre na fase de planejamento</p><p>da contratação.</p><p>Dentre as normas infralegais que regulamentam temas da Lei nº 14.133/2021, a POR-</p><p>TARIA PGR/MPU Nº 28, DE 16 DE MARÇO DE 2023, que regulamenta o disposto no</p><p>Art. 8º A atuação do agente de contratação na fase preparatória deve se ater ao acompanhamento e às</p><p>eventuais diligências para o bom fluxo da instrução processual.</p><p>Parágrafo único. Na hipótese prevista no caput, o agente de contratação está desobrigado da elaboração</p><p>dos estudos preliminares, projetos e anteprojetos, termos de referência, pesquisas de preço e, preferen-</p><p>cialmente, minutas de editais.</p><p>§ 3º do art. 8º da Lei nº 14.133/2021, para dispor sobre as regras para a atuação do agente</p><p>de contratação e da equipe de apoio, o funcionamento da comissão de contratação e a</p><p>atuação dos gestores e fiscais de contratos, no âmbito do Ministério Público da União,</p><p>em seu art. 8º, prevê o seguinte:</p><p>Observamos, então, que, nem na Lei nº 14.133/2021, nem na norma infralegal que trata</p><p>dos agentes que atuam nas licitações, não há uma definição clara acerca da responsabi-</p><p>lidade quanto à elaboração do edital, podendo, ainda, ser de responsabilidade do agente</p><p>de contratação; em que pese não ser preferencial.</p><p>4.3.2 FASE DE HABILITAṶÃO</p><p>A Lei nº 14.133/2021 define, no art. 62, que a habilitação é a fase da licitação em que se</p><p>verifica o conjunto de informações e documentos necessários e suficientes para demons-</p><p>trar a capacidade do licitante de realizar o objeto da licitação, cujas condições serão</p><p>definidas no edital.</p><p>A habilitação, pela nova lei de licitações e contratos administrativos, divide-se em:</p><p>Habilitação jurídica: definida, no art. 66, como sendo aquela que visa a demonstrar a</p><p>capacidade de o licitante exercer direitos e assumir obrigações, e a documentação a ser</p><p>apresentada por ele limita-se à comprovação de existência jurídica da pessoa e, quando</p><p>cabível, de autorização para o exercício da atividade a ser contratada.</p><p>Habilitação técnica: que se divide, por sua vez, em qualificação técnico-operacional,</p><p>relativa à capacidade da empresa em executar o objeto a ser contratado, e a qualificação</p><p>técnico- profissional, relativa à existência de profissionais com acervo técnico compatí-</p><p>vel com o objeto a ser contratado.</p><p>Para referida comprovação, a Lei nº 14.133/2021, no art. define que a documentação a</p><p>ser exigida está restrita a:</p><p>I - apresentação de profissional, devidamente registrado no conselho profissional com-</p><p>petente, quando for o caso, detentor de atestado de responsabilidade técnica por execu-</p><p>ção de obra ou serviço de características semelhantes, para fins de contratação;</p><p>II - certidões ou atestados, regularmente emitidos pelo conselho profissional compe-</p><p>tente, quando for o caso, que demonstrem capacidade operacional na execução de servi-</p><p>ços similares de complexidade tecnológica e operacional equivalente ou superior, bem</p><p>como documentos comprobatórios referentes à atuação do contratado no cumprimento</p><p>de obrigações assumidas será avaliada pelo contratante, que emitirá documento compro-</p><p>batório da avaliação realizada, com menção ao seu desempenho na execução contratual,</p><p>baseado em indicadores objetivamente definidos e aferidos, e a eventuais penalidades</p><p>aplicadas, o que constará do registro cadastral em que a inscrição for realizada.</p><p>III - indicação do pessoal técnico, das instalações e do aparelhamento adequados e dis-</p><p>poníveis para a realização do objeto da licitação, bem como da qualificação de cada</p><p>membro da equipe técnica que se responsabilizará pelos trabalhos;</p><p>IV - prova do atendimento de requisitos previstos em lei especial, quando for o caso;</p><p>V - registro ou inscrição na entidade profissional competente, quando for o caso;</p><p>VI - declaração de que o licitante tomou conhecimento de todas as informações e das</p><p>condições locais para o cumprimento das obrigações objeto da licitação.</p><p>A lei, ainda, define que a exigência de atestados será restrita às parcelas de maior rele-</p><p>vância ou valor significativo do objeto da licitação, assim consideradas as que tenham</p><p>valor individual igual ou superior a 4% (quatro por cento) do valor total estimado da</p><p>contratação, sendo admitida a exigência de atestados com quantidades mínimas de até</p><p>50% (cinquenta por cento) das parcelas de que trata o referido parágrafo, vedadas limi-</p><p>tações de tempo e de locais específicos relativas aos atestados.</p><p>Importante regra, para os contratos de serviços contínuos, é a possibilidade de o edital</p><p>exigir certidão ou atestado que demonstre que o licitante tenha executado serviços simi-</p><p>lares ao objeto da licitação, em períodos sucessivos ou não, por um prazo mínimo, que</p><p>não poderá ser superior a 3 (três) anos.</p><p>Habilitação fiscal, social e trabalhista:</p><p>A Lei nº 14.133/2021 prevê que referida habilitação se dará mediante a verificação dos</p><p>seguintes requisitos:</p><p>I - a inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) ou no Cadastro Nacional da Pessoa</p><p>Jurídica (CNPJ);</p><p>II - a inscrição no cadastro de contribuintes estadual e/ou municipal, se houver, relativo</p><p>ao domicílio ou sede do licitante, pertinente ao seu ramo de atividade e</p><p>compatível com</p><p>o objeto contratual;</p><p>III - a regularidade perante a Fazenda federal, estadual e/ou municipal do domicílio ou</p><p>sede do licitante, ou outra equivalente, na forma da lei;</p><p>IV - a regularidade relativa à Seguridade Social e ao FGTS, que demonstre cumprimento</p><p>dos encargos sociais instituídos por lei;</p><p>V - a regularidade perante a Justiça do Trabalho;</p><p>VI - o cumprimento do disposto no inciso XXXIII do art. 7º da Constituição Federal.</p><p>Habilitação econômico-financeira: visa a demonstrar a aptidão econômica do licitante</p><p>para cumprir as obrigações decorrentes do futuro contrato, devendo ser comprovada de</p><p>forma objetiva, por coeficientes e índices econômicos previstos no edital, devidamente</p><p>justificados no processo licitatório, e será restrita à apresentação da seguinte documen-</p><p>tação:</p><p>I - balanço patrimonial, demonstração de resultado de exercício e demais demonstrações</p><p>contábeis dos 2 (dois) últimos exercícios sociais;</p><p>II - certidão negativa de feitos sobre falência expedida pelo distribuidor da sede do lici-</p><p>tante.</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art7xxxiii</p><p>No caso das empresas constituídas há menos de 2 (dois) anos, referidos documentos</p><p>estarão limitados ao último exercício.</p><p>4.3.3 CONDIṶÕES DE PARTICIPAṶÃO</p><p>Em regra, estão aptos a participar das licitações, os fornecedores que não estejam impe-</p><p>didos de contratar com a administração pública e que atendam às regras do edital.</p><p>Estando impedidos, em regra:</p><p>a) aquele que não atenda às condições deste Edital e seu(s) anexo(s);</p><p>b) autor do anteprojeto, do projeto básico ou do projeto executivo, pessoa física ou</p><p>jurídica, quando a licitação versar sobre serviços ou fornecimento de bens a ele</p><p>relacionados, inclusive, as empresas integrantes do mesmo grupo econômico;</p><p>c) empresa, isoladamente ou em consórcio, responsável pela elaboração do projeto</p><p>básico ou do projeto executivo, ou empresa da qual o autor do projeto seja diri-</p><p>gente, gerente, controlador, acionista ou detentor de mais de 5% (cinco por</p><p>cento) do capital com direito a voto, responsável técnico ou subcontratado,</p><p>quando a licitação versar sobre serviços ou fornecimento de bens a ela necessá-</p><p>rios;</p><p>d) pessoa física ou jurídica que se encontre, ao tempo da licitação, impossibilitada</p><p>de participar da licitação em decorrência de sanção que lhe foi imposta, inclu-</p><p>sive, aquel que atue em substituição a outra pessoa, física ou jurídica, com o</p><p>intuito de burlar a efetividade da sanção a ela aplicada, inclusive a sua controla-</p><p>dora, controlada ou coligada, desde que devidamente comprovado o ilícito ou a</p><p>utilização fraudulenta da personalidade jurídica do licitante.</p><p>e) aquele que mantenha vínculo de natureza técnica, comercial, econômica, finan-</p><p>ceira, trabalhista ou civil com dirigente do órgão ou entidade contratante ou com</p><p>agente público que desempenhe função na licitação ou atue na fiscalização ou na</p><p>gestão do contrato, ou que deles seja cônjuge, companheiro ou parente em linha</p><p>reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau;</p><p>Art. 160. A personalidade jurídica poderá ser desconsiderada sempre que utilizada com abuso do direito</p><p>para facilitar, encobrir ou dissimular a prática dos atos ilícitos previstos nesta Lei ou para provocar</p><p>confusão patrimonial, e, nesse caso, todos os efeitos das sanções aplicadas à pessoa jurídica serão es-</p><p>tendidos aos seus administradores e sócios com poderes de administração, a pessoa jurídica sucessora</p><p>ou a empresa do mesmo ramo com relação de coligação ou controle, de fato ou de direito, com o sanci-</p><p>onado, observados, em todos os casos, o contraditório, a ampla defesa e a obrigatoriedade de análise</p><p>jurídica prévia.</p><p>f) empresas controladoras, controladas ou coligadas, nos termos da Lei nº 6.404,</p><p>de 15 de dezembro de 1976, concorrendo entre si;</p><p>g) pessoa física ou jurídica que, nos 5 (cinco) anos anteriores à divulgação do edital,</p><p>tenha sido condenada judicialmente, com trânsito em julgado, por exploração de</p><p>trabalho infantil, por submissão de trabalhadores a condições análogas às de es-</p><p>cravo ou por contratação de adolescentes nos casos vedados pela legislação tra-</p><p>balhista;</p><p>h) agente público do órgão ou entidade licitante;</p><p>i) pessoas jurídicas reunidas em consórcio, desde que devidamente justificado no</p><p>processo licitatório.</p><p>j) Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público - OSCIP, atuando nessa</p><p>condição.</p><p>4.3.4 IMPEDIMENTO INDIRETO E DESCONSIDERAṶÃO DA PERSO-</p><p>NALIDADE JURÍDICA:</p><p>Importante tema, de destaque, agora, na Lei nº 14.133/2021, está a questão da desconsi-</p><p>deração da personalidade jurídica da empresa, prevista no art. 160:</p><p>A desconsideração da personalidade jurídica da empresa já possuía posicionamento na</p><p>jurisprudência, principalmente, do TCU, no sentido de que os efeitos da desconsideração</p><p>da personalidade jurídica não alcançam apenas os sócios de direito da empresa, mas</p><p>também os sócios ocultos por ventura existentes, nos casos em que esses, embora exer-</p><p>çam de fato o comando da pessoa jurídica, se escondem por trás de terceiros (laranjas)</p><p>instituídos apenas formalmente como sócios da empresa (Acórdãos 1.891/2010,</p><p>2.589/2010, 2.696/2011, 2.804/2011, 2.226/2012, 2.589/2010, todos do Plenário). Ha-</p><p>vendo, também, posicionamento da AUDIN/MPU (PARECER SEORI/AUDIN-MPU</p><p>Nº 2.624/2015).</p><p>A desconsideração da personalidade jurídica da empresa tem impacto, notadamente,</p><p>quando relacionamos à funcionalidade “Ocorrências Impeditivas Indiretas”, do SICAF,</p><p>que tem por objetivo alertar os Pregoeiros quanto à existência de membros em comum</p><p>no quadro societário de empresas que tenham sido impedidas, suspensas ou declaradas</p><p>inidôneas, a partir do cruzamento de informações existentes no próprio SICAF acerca</p><p>da composição dos quadros societários de sociedades empresárias cadastradas no sis-</p><p>tema.</p><p>Ao ser verificado registro em determi-</p><p>nada empresa que está presente na lici-</p><p>tação, a jurisprudência menciona qua-</p><p>tro características fundamentais permi-</p><p>tem configurar a ocorrência de abuso</p><p>da personalidade jurídica neste caso:</p><p>a) a completa identidade dos sócios-</p><p>proprietários;</p><p>b) a atuação no mesmo ramo de ativi-</p><p>dades;</p><p>c) data de constituição da nova em-</p><p>presa posterior à data de aplicação da</p><p>sanção de</p><p>suspensão/impedimento ou declaração</p><p>de inidoneidade;</p><p>Devendo, então, o agente responsável pela licitação diligenciar para apurar se há indícios</p><p>de burla ao certame. E, se for o caso, propor à autoridade superior a desconsideração da</p><p>personalidade jurídica da empresa, nos termos do art. 160.</p><p>4.3.5 EXAME DO EDITAL E APROVAṶÃO DA ASSESSORIA JURÍDICA</p><p>A Lei nº 14.133/2021 prevê, no art. 53, que, ao final da fase preparatória, o processo</p><p>licitatório seguirá para o órgão de assessoramento jurídico da Administração, que reali-</p><p>zará controle prévio de legalidade mediante análise jurídica da contratação, sendo dis-</p><p>pensável nas hipóteses previamente definidas em ato da autoridade jurídica máxima</p><p>competente, que deverá considerar o baixo valor, a baixa complexidade da contratação,</p><p>a entrega imediata do bem ou a utilização de minutas de editais e instrumentos de con-</p><p>trato, convênio ou outros ajustes previamente padronizados pelo órgão de assessora-</p><p>mento jurídico.</p><p>4.3.6 PUBLICAṶÃO DO CERTAME</p><p>Abordamos, no item 4.1.3., o art. 55, que prevê os novos prazos mínimos a serem ob-</p><p>servados para apresentação de proposta e lances, contados a partir da data de divulgação</p><p>do edital de licitação.</p><p>Por sua vez, o art. 54 determina que a publicidade do edital de licitação será realizada</p><p>mediante divulgação e manutenção do inteiro teor do ato convocatório e de seus anexos</p><p>no Portal Nacional de Contratações Públicas (PNCP), sendo, ainda, obrigatória a publi-</p><p>cação de extrato do edital no Diário Oficial da União, do</p><p>há maior quantidade de regramentos já produzidos no</p><p>âmbito do executivo do que no âmbito do MPU, cabendo ressaltar que, havendo regula-</p><p>mentação sobre matérias idênticas no âmbito do executivo e no âmbito do MPU,</p><p>deve prevalecer, em razão da especialidade, as regras existentes internamente.</p><p>3 O Departamento de Normas e Sistemas de Logística (DELOG) é unidade integrante da Secretaria de</p><p>Gestão e Inovação (SEGES), órgão central do Sistema de Serviços Gerais (SISG), do Ministério da Gestão</p><p>e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) e é responsável pela implementação de políticas e diretrizes</p><p>relativas à gestão sustentável de materiais, de obras e serviços, de transportes, de comunicações</p><p>administrativas e de licitações e contratações da administração pública federal direta, autárquica e</p><p>fundacional, conforme informações obtidas no endereço: https://www.gov.br/compras/pt-br/acesso-a-</p><p>informacao/institucional/sobre-o-delog. Acesso em 15/07/2023.</p><p>https://www.gov.br/compras/pt-br/acesso-a-informacao/institucional/sobre-o-delog</p><p>https://www.gov.br/compras/pt-br/acesso-a-informacao/institucional/sobre-o-delog</p><p>c) Regulamentação de normas, existência de sistemas para operacionaliza-</p><p>ção e relação com objetivos estratégicos do MPF</p><p>Acerca desse ponto, lembramos que há um objetivo constante da Administração</p><p>em relação à simplificação, desburocratização e otimização de processos. Na verdade, o</p><p>Mapa Estratégico do MPF4, exatamente na perspectiva “processos internos”, coloca como</p><p>objetivo estratégico da instituição, entre outros, aprimorar os processos de trabalho, con-</p><p>ferindo-lhes utilidade e eficiência, Fomentar a cultura e as ferramentas de inovação, com</p><p>vistas à eficiência, resolutividade e simplificação, bem como Prover soluções tecnológi-</p><p>cas integradas, sustentáveis e estáveis, com foco na segurança da informação, na simpli-</p><p>cidade e na necessidade dos usuários.</p><p>Nessa linha, é importante observar que a cultura de padronização de procedimen-</p><p>tos, processos, condutas etc. caminha de perto com a o investimento em ferramentas/sis-</p><p>temas que propiciem o alcance desses objetivos traçados.</p><p>Há que se reconhecer, no entanto, que esse é um dos maiores desafios a ser en-</p><p>frentado atualmente, haja vista que, em parte, o MPF aderiu aos sistemas de compras do</p><p>governo federal, como o Compras.gov, mas ainda depende de outros sistemas para uma</p><p>completa instrução de seus processos, como Sistema de Gestão Administrativa (SGA),</p><p>Cosmos, mais recentemente implantado, SIAFI, etc.</p><p>Tudo isso conduz a um desafio muito maior de regulamentação, tendo em vista</p><p>que não bastaria, por exemplo, à Administração, no MPU, adotar a norma referente à</p><p>ordem cronológica de pagamentos do executivo, sem implantar o sistema ali definido para</p><p>viabilizar a execução da norma. Da mesma maneira podemos dizer em relação ao Plano</p><p>de Contratações Anual – PCA, cuja operacionalização no executivo se dá no âmbito do</p><p>sistema de Planejamento e gerenciamento de contratações - PGC, sistema próprio, desen-</p><p>volvido para tanto.</p><p>4 Disponível em https://www.mpf.mp.br/o-mpf/sobre-o-mpf/gestao-estrategica-e-modernizacao-do-</p><p>mpf/planejamento-estrategico/planejamento-estrategico-2022-2027/mapaestrategicoMPF20222027.pdf.</p><p>Acesso em 15/07/2023.</p><p>https://www.gov.br/compras/pt-br</p><p>https://www.mpf.mp.br/o-mpf/sobre-o-mpf/gestao-estrategica-e-modernizacao-do-mpf/planejamento-estrategico/planejamento-estrategico-2022-2027/mapaestrategicoMPF20222027.pdf</p><p>https://www.mpf.mp.br/o-mpf/sobre-o-mpf/gestao-estrategica-e-modernizacao-do-mpf/planejamento-estrategico/planejamento-estrategico-2022-2027/mapaestrategicoMPF20222027.pdf</p><p>Ou seja, a regulamentação precisa caminhar de “mãos dadas” com a possibili-</p><p>dade/viabilidade de sua efetiva implementação por meio de processos/sistemas/ferramen-</p><p>tas desenvolvidas com esse objetivo internamente ou adotados de outros órgãos, mas</p><p>nunca dissociando uma coisa (a regulamentação) da outra (sistemas para a sua viabiliza-</p><p>ção.</p><p>d) Perspectivas em termos de aplicação da NLLC</p><p>Respondendo, portanto, à pergunta que formula o tópico 1.1 do nosso curso, fato</p><p>é que, embora haja muitas discussões teóricas e práticas sobre a aplicação da NLLC, a</p><p>sua utilização já será obrigatória (e única opção) a partir de janeiro/2024, então, havendo</p><p>regulamentação sobre os temas a serem enfrentados pelo servidor, mais assertivamente</p><p>ele poderá atuar, porém, não havendo, e isso pode ocorrer bastante nesse momento de</p><p>nascituro da legislação, é essencial que o servidor se valha dos critérios possíveis e exis-</p><p>tentes para praticar os atos necessários à efetivação das contratações e atender aos requi-</p><p>sitos legais, justificando sempre a eventual impossibilidade de cumprimento de um ou</p><p>mais requisitos, quando for o caso, seja de modo específico nos autos, seja nos canais de</p><p>tratamento dos macroprocessos de contratação pública.</p><p>1.2. Rol de normas regulamentares já existentes no poder executivo</p><p>federal</p><p>Bom, já vimos que não há regulamentação sobre todos os pontos em que isso é</p><p>requerido pela NLLC. Por outro lado, também ressaltamos que a inexistência de regula-</p><p>mentação não pode se constituir óbice à aplicabilidade da lei, principalmente quando o</p><p>antigo regime legal for “sepultado” de vez, o que, espera-se, ocorrerá em dezembro de</p><p>Entenda um pouco mais sobre o tema assistindo o ví´deo disponí´vel</p><p>no material sobre dilemas na aplicaça˜o da norma ante a falta de re-</p><p>gulamentaça˜o.</p><p>2023, salvo se não houver a conversão da Medida Provisória nº 1.167/2023 ou se, ha-</p><p>vendo a sua conversão em lei, nova MP ou lei editada pelo Congresso Nacional e sanci-</p><p>onada pelo Presidente da República prorrogar novamente o prazo final de vigência das</p><p>Leis 8.666/93 e 10.520/2002.</p><p>Assim sendo, o presente tópico traz, de maneira sistemática, o que já foi produzido</p><p>no âmbito do executivo e que está vigente, ressaltando que a listagem abaixo é dinâmica</p><p>e foi atualizada até a data de encerramento do conteúdo deste curso. De todo modo, a</p><p>listagem completa e atualizada pode ser consultada no endereço:</p><p>https://www.gov.br/compras/pt-br/nllc, clicando-se no ícone Regulamentações da Lei nº</p><p>14.133, de 2021.</p><p>Or-</p><p>dem</p><p>Tema Ato normativo Ementa da norma</p><p>1</p><p>Decreto Comitê Gestor da</p><p>Rede Nacional de compras</p><p>DECRETO Nº 10.764, DE</p><p>09 DE AGOSTO DE 2021</p><p>Dispõe sobre o Comitê Gestor da Rede Na-</p><p>cional de Contratações Públicas, de que trata</p><p>o § 1º do art. 174 da Lei nº 14.133, de 1º de</p><p>abril de 2021.</p><p>2</p><p>Decreto de bens de con-</p><p>sumo comum e de luxo</p><p>DECRETO Nº 10.818, DE</p><p>27 DE SETEMBRO DE</p><p>2021</p><p>Regulamenta o disposto no art. 20 da Lei nº</p><p>14.133, de 1º de abril de 2021, para</p><p>estabelecer o enquadramento dos bens de</p><p>consumo adquiridos para suprir as</p><p>demandas das estruturas da administração</p><p>pública federal nas categorias de qualidade</p><p>comum e de luxo.</p><p>3</p><p>Portaria sobre Governança</p><p>das contratações públicas</p><p>PORTARIA SEGES/ME</p><p>Nº 8.678, DE 19 DE</p><p>JULHO DE 2021</p><p>Dispõe sobre a governança das contratações</p><p>públicas no âmbito da Administração Pú-</p><p>blica federal direta, autárquica e fundacio-</p><p>nal.</p><p>4</p><p>Portaria de designação</p><p>dos membros do Comitê</p><p>Gestor da Rede Nacional</p><p>de</p><p>Contratações Públicas</p><p>PORTARIA ME Nº</p><p>15.496, DE 29 DE</p><p>DEZEMBRO DE 2021</p><p>Designar os membros titulares e suplentes</p><p>para a composição do Comitê Gestor da</p><p>Rede Nacional de Contratações Públicas.</p><p>5</p><p>Instrução Normativa de</p><p>Pesquisa de Preços</p><p>INSTRUÇÃO</p><p>NORMATIVA</p><p>SEGES/ME Nº 65, DE 7</p><p>DE JULHO DE 2021</p><p>Dispõe sobre o procedimento administrativo</p><p>para a realização de pesquisa de preços para</p><p>aquisição de bens e contratação de serviços</p><p>em geral, no âmbito da administração pú-</p><p>blica federal direta, autárquica e fundacio-</p><p>nal.</p><p>6</p><p>Instrução Normativa sobre</p><p>a Dispensa Eletrônica</p><p>INSTRUÇÃO</p><p>NORMATIVA</p><p>SEGES/ME Nº 67, DE 8</p><p>DE JULHO DE 2021</p><p>Estado, do Distrito Federal ou</p><p>d) compartilhamento ou transferência</p><p>da mesma estrutura física, técnica e/ou</p><p>de recursos humanos.</p><p>do Município, ou, no caso de consórcio público, do ente de maior nível entre eles, bem</p><p>como em jornal diário de grande circulação. Sendo facultada a divulgação adicional e a</p><p>manutenção do inteiro teor do edital e de seus anexos em sítio eletrônico oficial do ente</p><p>federativo do órgão ou entidade responsável pela licitação ou, no caso de consórcio pú-</p><p>blico, do ente de maior nível entre eles, admitida, ainda, a divulgação direta a interessa-</p><p>dos devidamente cadastrados para esse fim.</p><p>4.3.7 SANEAMENTO DE IRREGULARIDADES NA LICITAṶÃO</p><p>Importante regra prevista na Lei nº 14.133/2021 está relacionada ao saneamento de irre-</p><p>gularidades, na fase de julgamento e habilitação.</p><p>O art. 59 prevê que serão desclassificadas as propostas que contiverem vícios insanáveis,</p><p>que não obedecerem às especificações técnicas pormenorizadas no edital, que apresen-</p><p>tarem preços inexequíveis ou permanecerem acima do orçamento estimado para a con-</p><p>tratação, que não tiverem sua exequibilidade demonstrada, quando exigido pela Admi-</p><p>nistração ou que apresentarem desconformidade com quaisquer outras exigências do</p><p>edital, desde que insanável.</p><p>Observamos que a preocupação com o saneamento de vícios para que a administração</p><p>não perca uma proposta vantajosa é clara na nova lei.</p><p>Da mesma forma, na fase de habilitação, a Lei nº 14.133/2021 prevê, no § 1º, do art. 64,</p><p>que, na análise dos documentos de habilitação, a comissão de licitação poderá sanar</p><p>erros ou falhas que não alterem a substância dos documentos e sua validade jurídica,</p><p>mediante despacho fundamentado registrado e acessível a todos, atribuindo-lhes eficácia</p><p>para fins de habilitação e classificação.</p><p>Em que pese o parágrafo</p><p>se referir a comissão de li-</p><p>citação, na Lei nº</p><p>Art. 6º Cabe ao agente de contratação:</p><p>...</p><p>e) sanar erros ou falhas, quando for o caso, nos documentos de habilitação e nos documentos relativos</p><p>aos procedimentos auxiliares previstos no art. 78 da Lei nº 14.133, de 1º de abril de 2021, que não</p><p>alterem a substância dos documentos e sua validade jurídica, mediante despacho fundamentado regis-</p><p>trado e acessível a todos, atribuindo-lhes eficácia para fins de habilitação;</p><p>14.133/2021, não há a co-</p><p>missão de licitação; mas,</p><p>sim, a comissão de contra-</p><p>tação, que não atuará na</p><p>licitação quando ela for</p><p>conduzida por agente de</p><p>contratação (como, obri-</p><p>gatoriamente, o pregão).</p><p>Nesse sentido, podemos</p><p>considerar uma atecnia a</p><p>regra de que, apenas, a co-</p><p>missão de licitação, será</p><p>responsável pelo sanea-</p><p>mento de erros ou falhas</p><p>na fase de habilitação.</p><p>A PORTARIA PGR/MPU Nº 28/2023 melhor definiu essa atribuição, na alínea “e”, do</p><p>art. 6º:</p><p>Então, no âmbito do MPU, nas licitações conduzidas pelo agente de contratação, a res-</p><p>ponsabilidade pelo saneamento de erros ou falhas nos documentos de habilitação é do</p><p>memos.</p><p>4.4 Revogação da licitação por oportunidade e conveniência</p><p>Como vimos, o art. 71 aborda o encerramento da licitação, podendo a autoridade supe-</p><p>rior decidir de algumas formas.</p><p>Dentre as decisões tomadas, a autoridade superior poderá revogar a licitação por motivo</p><p>de conveniência e oportunidade; é o previsto no inciso II, do referido artigo. Sendo exi-</p><p>gido, no § 2º, que a autoridade superior deverá comprovar o motivo determinante para a</p><p>revogação do processo licitatório deverá ser resultante de fato superveniente.</p><p>4.5 Anulação da licitação por irregularidade insanável</p><p>Outro posicionamento da autoridade superior, ao final da licitação, é a possibilidade de</p><p>proceder à anulação da licitação, de ofício ou mediante provocação de terceiros, sempre</p><p>que presente ilegalidade insanável. Sendo exigido, no § 1º, que ao pronunciar a nulidade,</p><p>a autoridade indicará expressamente os atos com vícios insanáveis, tornando sem efeito</p><p>todos os subsequentes que deles dependam, e dará ensejo à apuração de responsabilidade</p><p>de quem lhes tenha dado causa.</p><p>Importante destacar que, seja nos casos de anulação ou de revogação, deverá ser asse-</p><p>gurada a prévia manifestação dos interessados.</p><p>4.6 Nulidade: dever de indenizar e responsabilização.</p><p>O art. 147, da Lei nº 14.133/2021, prevê que, constatada irregularidade no procedimento</p><p>licitatório ou na execução contratual, caso não seja possível o saneamento, a decisão</p><p>sobre a suspensão da execução ou sobre a declaração de nulidade do contrato somente</p><p>será adotada na hipótese em que se revelar medida de interesse público, com avaliação,</p><p>entre outros, dos seguintes aspectos:</p><p>I - impactos econômicos e financeiros decorrentes do atraso na fruição dos benefícios</p><p>do objeto do contrato;</p><p>II - riscos sociais, ambientais e à segurança da população local decorrentes do atraso na</p><p>fruição dos benefícios do objeto do contrato;</p><p>III - motivação social e ambiental do contrato;</p><p>IV - custo da deterioração ou da perda das parcelas executadas;</p><p>V - despesa necessária à preservação das instalações e dos serviços já executados;</p><p>VI - despesa inerente à desmobilização e ao posterior retorno às atividades;</p><p>VII - medidas efetivamente adotadas pelo titular do órgão ou entidade para o saneamento</p><p>dos indícios de irregularidades apontados;</p><p>VIII - custo total e estágio de execução física e financeira dos contratos, dos convênios,</p><p>das obras ou das parcelas envolvidas;</p><p>IX - fechamento de postos de trabalho diretos e indiretos em razão da paralisação;</p><p>X - custo para realização de nova licitação ou celebração de novo contrato;</p><p>XI - custo de oportunidade do capital durante o período de paralisação.</p><p>Observamos, então, que, além da observância do art. 71, a autoridade superior deverá se</p><p>manifestar, dentre os aspectos acima, inclusive, acerca da impossibilidade de sanea-</p><p>mento. E que, conforme parágrafo único do referido artigo, caso a paralisação ou anula-</p><p>ção não se revele medida de interesse público, o poder público deverá optar pela conti-</p><p>nuidade do contrato e pela solução da irregularidade por meio de indenização por perdas</p><p>e danos, sem prejuízo da apuração de responsabilidade e da aplicação de penalidades</p><p>cabíveis.</p><p>Essa preocupação com o interesse público está reforçada no previsto no § 2º, do art. 148,</p><p>ao prevê que, ao declarar a nulidade do contrato, a autoridade, com vistas à continuidade</p><p>da atividade administrativa, poderá decidir que ela só tenha eficácia em momento futuro,</p><p>suficiente para efetuar nova contratação, por prazo de até 6 (seis) meses, prorrogável</p><p>uma única vez.</p><p>Conforme previsto no art. 149, que a</p><p>nulidade não exonerará a Administra-</p><p>ção do dever de indenizar o contratado</p><p>pelo que houver executado até a data</p><p>em que for declarada ou tornada efi-</p><p>caz, bem como por outros prejuízos re-</p><p>gularmente comprovados, desde que</p><p>não lhe seja imputável, e será promo-</p><p>vida a responsabilização de quem lhe</p><p>tenha dado causa.</p><p>4.7 CONTRATAṶÃO DIRETA: Tipos, cabimento, obrigatoriedade de dis-</p><p>puta. Considerações adicionais.</p><p>O inciso XXI, do art. 37, da Constituição Federal, prevê que, ressalvados os casos</p><p>especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados</p><p>mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os</p><p>concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as</p><p>condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências</p><p>de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obri-</p><p>gações.</p><p>Nesse sentido, então, a Lei nº 14.133/2021, em seus artigos 74 e 75 trazem a</p><p>previsão da Administração contratar diretamente, sem realizar licitação; seja por meio</p><p>de dispensa de licitação ou inexigibilidade de licitação.</p><p>4.7.1 Contratação Direta por</p><p>Dispensa de Licitação</p><p>A Lei nº 14.133/2021 prevê no art. 75, quais as hipóteses cabíveis para que o</p><p>gestor público possa dispensar a licitação; sendo as hipóteses distribuídas em dezessete</p><p>incisos, havendo desdobramentos no inciso IV, de acordo com o objeto a ser contratado.</p><p>E, na nova lei de licitações e contratos administrativos, as hipóteses para as quais</p><p>o gestor público poderá dispensa licitação estão elencados em dezesseis incisos, dos</p><p>quais, em alguns, como é o caso do inciso IV, que trata das hipóteses dispensáveis defi-</p><p>nidas de acordo com o objeto; totalizando vinte e nove hipóteses para as quais a licitação</p><p>é dispensável.</p><p>De destaque, temos as seguintes hipóteses:</p><p>4.7.1.1. Dispensa em razão do valor</p><p>Especificamente, quanto à dispensa de licitação por valor, os incisos I e II, do</p><p>art. 75, trazem a previsão de que, respectivamente, para contratações de obras e serviços</p><p>de engenharia ou serviços de manutenção de veículos automotores, poderá ser dispensa</p><p>a licitação para contratações com valor inferior a R$ 100.000,00 (valor original da lei</p><p>que, por força do Decreto nº 11.317/2022, hoje, é de R$ 114.416,65); e, para contrata-</p><p>ções de demais serviços e compras, esse valor limite é de R$ 50.000,00 (valor original</p><p>da lei que, por força do Decreto nº 11.317/2022, hoje, é de R$ 57.208,33). Sendo os</p><p>referidos valores duplicados nos casos de contratos firmados por consórcio público, ou</p><p>por autarquia ou fundação qualificada, como agências executivas definidas em lei.</p><p>A lei, ainda, prevê que, preferencialmente, referidas contratações serão pagas por</p><p>meio de cartão de pagamento, o que poderá trazer, ainda mais, celeridade à contratação</p><p>(§ 4º, do art. 75). No entanto, sem desobrigar o gestor da formalização de todo o proce-</p><p>dimento exigido na lei.</p><p>Um detalhe importante são as regras para aferição dos valores, para observância</p><p>dos novos limites, que estão no § 1º, do art. 75.</p><p>§ 2º Considera-se ramo de atividade a linha de fornecimento registrada pelo</p><p>fornecedor quando do seu cadastramento no Sistema de Cadastramento Unificado de</p><p>Fornecedores (Sicaf), vinculada:</p><p>I - à classe de materiais, utilizando o Padrão Descritivo de Materiais (PDM) do Sistema de Cataloga-</p><p>ção de Material do Governo federal; ou</p><p>II - à descrição dos serviços ou das obras, constante do Sistema de Catalogação de Serviços ou de</p><p>Obras do Governo federal.</p><p>Importante destacar a definição de mesmo ramo de atividade, previsto no § 2º, do art. 3º,</p><p>da Portaria PGR/MPU nº 148, de 7 de dezembro de 2022, que dispõe sobre a dispensa</p><p>de licitação, na forma eletrônica, de que trata a Lei nº 14.133/2021, no âmbito do MPU:</p><p>1º Para controle do limite da dispensa de licitação, por exemplo, para se definir se poderá</p><p>ser adquiridas canetas esferográficas, o responsável pelo controle na unidade deverá</p><p>observar, na planilha CATMAT e CATSER, do Compras.gov, a qual classe de materiais</p><p>pertence;</p><p>2º Encontrando a classe de materiais (por exemplo, classe Material para Escritório),</p><p>então, deverá ser observado, pela UASG/PR/PRR (Unidade Gestora) qual o valor já des-</p><p>pendido no exercício para a referida classe de material;</p><p>3º A aquisição, com fundamento no inciso II, do art. 75, só poderá ocorrer caso não tenha</p><p>sido ultrapassado o limite para a referida classe.</p><p>§ 1º Para fins de aferição dos valores que atendam aos limites referidos nos incisos I e II do caput deste</p><p>artigo, deverão ser observados:</p><p>I - o somatório do que for despendido no exercício financeiro pela respectiva unidade gestora;</p><p>II - o somatório da despesa realizada com objetos de mesma natureza, entendidos como tais aqueles</p><p>relativos a contratações no mesmo ramo de atividade.</p><p>§ 7º Não se aplica o disposto no § 1º deste artigo às contratações de até R$ 8.000,00</p><p>(oito mil reais) de serviços de manutenção de veículos automotores de propriedade do</p><p>órgão ou entidade contratante, incluído o fornecimento de peças</p><p>Além dessa análise, acerca do fracionamento da despesa, a nova lei de licitações prevê</p><p>importante hipótese para se justificar a dispensa de licitação, a Lei nº 14.133/2021, no</p><p>entanto, excluindo, como regra de exceção, dos critérios de aferição desses valores, no</p><p>§7, do art. 75:</p><p>Referida regra, então, torna desnecessário se observar as referidas regras de aferição nas</p><p>contratações para serviços de manutenção de veículos automotores, incluindo o</p><p>fornecimento de peças, para as contratações com valor até R$ 8.000,00 (valor original</p><p>da lei, que, por força do Decreto nº 11.317/2022, hoje, é de R$ 9.153,34).</p><p>1º Caso a unidade gestora não possua um contrato de manutenção de veículos automo-</p><p>tores, terá, para dispêndio no exercício, observando a descrição do serviço do CATSER,</p><p>até R$ R$ 114.416,65.</p><p>2º No entanto, para contratação de tais serviços, estando as contratações com valor de</p><p>até R$ 9.153,34, permanece disponível ainda o valor acima.</p><p>VIII - nos casos de emergência ou de calamidade pública, quando caracterizada urgência de atendimento</p><p>de situação que possa ocasionar prejuízo ou comprometer a continuidade dos serviços públicos ou a</p><p>segurança de pessoas, obras, serviços, equipamentos e outros bens, públicos ou particulares, e somente</p><p>para aquisição dos bens necessários ao atendimento da situação emergencial ou calamitosa e para as</p><p>parcelas de obras e serviços que possam ser concluídas no prazo máximo de 1 (um) ano, contado da</p><p>data de ocorrência da emergência ou da calamidade, vedadas a prorrogação dos respectivos contratos e</p><p>a recontratação de empresa já contratada com base no disposto neste inciso;</p><p>A permissibilidade acima não é motivo</p><p>para falta de planejamento. Visto que,</p><p>mesmo observando esse limite e as re-</p><p>gras do § 7º, do art. 75, caso seja cons-</p><p>tatado falta de planejamento, o respon-</p><p>sável infringirá um dos princípios da</p><p>Lei n 14.133/2021.</p><p>4.7.1.2. Dispensa emergencial e a ampliação do prazo</p><p>Uma das hipóteses de licitação dispensável mais delicada é a realização dispensa para</p><p>atender situações emergenciais, quanto o gestor público dispensa a licitação em</p><p>situações calamitosas e emergenciais está prevista no inciso VIII, do art. 75:</p><p>Além da regra comentada, acerca do inciso VIII, do art. 75, a lei, ainda tratando da</p><p>contratação emergencial por dispensa de licitação, alerta acerca da chamada “dispensa</p><p>fabricada”; aquela que, por desídia ou falta de responsabilidade do gestor ou do agente</p><p>responsável pela fiscalização da contratação, resulta em uma contratação emergencial;</p><p>tal regra está prevista no § 6º, do mesmo art. 75:</p><p>Art. 74. É inexigível a licitação quando inviável a competição, em especial nos casos de:</p><p>- aquisição de materiais, de equipamentos ou de gêneros ou contratação de serviços que só possam ser</p><p>fornecidos por produtor, empresa ou representante comercial exclusivos;</p><p>- contratação de profissional do setor artístico, diretamente ou por meio de empresário exclusivo,</p><p>desde que consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública;</p><p>- contratação dos seguintes serviços técnicos especializados de natureza predominantemente intelec-</p><p>tual com profissionais ou empresas de notória especialização, vedada a inexigibilidade para serviços de</p><p>publicidade e divulgação:</p><p>4.7.2 Contratação Direta por Inexigibilidade de Licitação</p><p>Enquanto que, nas hipóteses de dispensa de licitação, é dispensável quando,</p><p>devidamente justificado, mas, pode, em algum momento haver competição entre os</p><p>fornecedores do mercado, quando a Administração, após análise da necessidade e da</p><p>solução que possa atender, comprova ou define que é inviável a competição, abre-se a</p><p>oportunidade de tornar inexigível a licitação, sendo, então, o fornecedor contratado sem</p><p>processo licitatório.</p><p>Importante, também, destacar posicionamento de Marçal Justen Filho (2005, p. 347),</p><p>que sintetiza a inviabilidade de</p><p>competição nas situações de: ausência de pluralidade de</p><p>alternativas; ausência de mercado concorrencial; impossibilidade de julgamento</p><p>objetivo; ausência de definição objetiva da prestação.</p><p>O art. 74, da Lei nº 14.133/2021, reforçando a questão da comprovação da inviabilidade</p><p>de competição, traz os seguintes exemplos, em destaque:</p><p>§ 6º Para os fins do inciso VIII do caput deste artigo, considera-se emergencial a contratação por</p><p>dispensa com objetivo de manter a continuidade do serviço público, e deverão ser observados os valores</p><p>praticados pelo mercado na forma do art. 23 desta Lei e adotadas as providências necessárias para a</p><p>conclusão do processo licitatório, sem prejuízo de apuração de responsabilidade dos agentes públicos</p><p>que deram causa à situação emergencial.</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2021/lei/L14133.htm?origin=instituicao&art23</p><p>Enquanto que, para dispensa a lici-</p><p>tação, com fundamento no artigo 75,</p><p>temos hipóteses taxativas, que o</p><p>gestor deverá enquadrar, para con-</p><p>tratação por inexigibilidade de lici-</p><p>tação, o gestor deverá comprovar a</p><p>inviabilidade de competição; sendo</p><p>o rol do art. 74 exemplificativo</p><p>(pode haver situação que não está no</p><p>rol, mas que seja inviável a compe-</p><p>tição).</p><p>4.7.3 Obrigatoriedade de disputa</p><p>A Lei nº 14.133/2021 não prevê a obrigação de, na contratação direta haver disputa</p><p>(lances).</p><p>estudos técnicos, planejamentos, projetos básicos ou projetos executivos;</p><p>pareceres, perícias e avaliações em geral;</p><p>assessorias ou consultorias técnicas e auditorias financeiras ou tributárias;</p><p>fiscalização, supervisão ou gerenciamento de obras ou serviços;</p><p>patrocínio ou defesa de causas judiciais ou administrativas;</p><p>treinamento e aperfeiçoamento de pessoal;</p><p>restauração de obras de arte e de bens de valor histórico;</p><p>controles de qualidade e tecnológico, análises, testes e ensaios de campo e laboratoriais, instrumen-</p><p>tação e monitoramento de parâmetros específicos de obras e do meio ambiente e demais serviços de</p><p>engenharia que se enquadrem no disposto neste inciso;</p><p>- objetos que devam ou possam ser contratados por meio de credenciamento;</p><p>- aquisição ou locação de imóvel cujas características de instalações e de localização tornem necessá-</p><p>ria sua escolha.</p><p>§ 3º As contratações de que tratam os incisos I e II do caput deste artigo serão preferencialmente</p><p>precedidas de divulgação de aviso em sítio eletrônico oficial, pelo prazo mínimo de 3 (três) dias úteis,</p><p>com a especificação do objeto pretendido e com a manifestação de interesse da Administração em obter</p><p>propostas adicionais de eventuais interessados, devendo ser selecionada a proposta mais vantajosa.</p><p>Art. 3º O MPU adotará a dispensa de licitação, na forma eletrônica, nas seguintes hipóteses:</p><p>- contratação de obras e serviços de engenharia ou de serviços de manutenção de veículos automoto-</p><p>res, no limite do disposto no inciso I do caput do art. 75 da Lei nº 14.133, de 1º de abril de 2021;</p><p>- contratação de outros bens e serviços, no limite do disposto no inciso II do caput do art. 75 da Lei</p><p>nº 14.133, de 1º de abril de 2021;</p><p>- contratação de obras, bens e serviços, incluídos os serviços de engenharia, nos termos do disposto</p><p>no inciso III e seguintes do caput do art. 75 da Lei nº 14.133, de 1º de abril de 2021, quando cabível; e</p><p>IV - registro de preços para a contratação de bens e serviços por mais de um órgão ou entidade, nos</p><p>termos do § 6º do art. 82 da Lei nº 14.133, de 1º de abril de 2021.</p><p>A Lei nº 14.133/2021, apenas, exige, para as contratações diretas em razão do valor</p><p>(incisos I e II do art. 75), determinado procedimento, previsto no § 3º, do art. 75, para</p><p>maior transparência do processo de seleção do fornecedor e por busca de outros</p><p>fornecedores interessados, que não foram encontrados pela própria administração,</p><p>quando da pesquisa de mercado e da pesquisa de preços para seleção do contratado.</p><p>No âmbito do MPU, no entanto, a PORTARIA PGR/MPU Nº 148/2023, prevê, no art.</p><p>3º, o seguinte:</p><p>Referida obrigação, em realizar a dispensa eletrônica está na norma infralegal interna,</p><p>que exige, ainda, que, quando não for possível a realização da dispensa na forma ele-</p><p>trônica, deverá ser devidamente motivada (§ 5º).</p><p>4.7.4 O formalismo do processo de contratação direta</p><p>Art. 72. O processo de contratação direta, que compreende os casos de inexigibilidade e de dispensa de</p><p>licitação, deverá ser instruído com os seguintes documentos:</p><p>- documento de formalização de demanda e, se for o caso, estudo técnico preliminar, análise de riscos,</p><p>termo de referência, projeto básico ou projeto executivo;</p><p>- estimativa de despesa, que deverá ser calculada na forma estabelecida no art. 23 desta Lei;</p><p>- parecer jurídico e pareceres técnicos, se for o caso, que demonstrem o atendimento dos requisitos</p><p>exigidos;</p><p>- demonstração da compatibilidade da previsão de recursos orçamentários com o compromisso a ser</p><p>assumido;</p><p>- comprovação de que o contratado preenche os requisitos de habilitação e qualificação mínima</p><p>necessária;</p><p>- razão da escolha do contratado;</p><p>- justificativa de preço;</p><p>- autorização da autoridade competente</p><p>Além das regras constantes nos artigos 74 e 75, a nova lei trouxe o planejamento</p><p>para dentro do procedimento de contratação direta, não bastando, agora, especificar o</p><p>objeto, realizar a pesquisa de preços, selecionar a melhor proposta e seguir para a con-</p><p>tratação.</p><p>Agora, o gestor público deverá conhecer as regras de formalização do processo</p><p>de contratação direta da Lei nº 14.133/2021, entendendo que o planejamento da contra-</p><p>tação é um dos pressupostos essenciais.</p><p>Segundo Ronny Charles (2021, p. 376) “mesmo sem a observância de alguns</p><p>procedimentos relativos às modalidades licitatórias, a contratação direta deve obediência</p><p>aos princípios do Direito Administrativo, exigindo, por exemplo, a realização de um</p><p>procedimento formal, destinado a justifica a escolha de tal contratação e delineamento</p><p>de seus parâmetros e objetivos”.</p><p>Referido planejamento da contratação direta está previsto no art. 72:</p><p>Observamos, então, que, agora, para o processo de contratação direta (dispensa ou</p><p>inexigibilidade), após informar a necessidade da contratação, por meio do DFD, há uma</p><p>fase de planejamento, que, se for o caso, pode conter um Estudo Técnico Preliminar,</p><p>Termo de Referência, análise dos riscos da contratação Projeto Básico ou Projeto</p><p>Executivo, semelhante ao de um procedimento licitatório.</p><p>Outro destaque desse procedimento é quanto à estimativa de preços, também, na</p><p>contratação direta, que deverá observar, inclusive, o mesmo procedimento do art. 23,</p><p>onde é regrado quais os parâmetros utilizados para se chegar no valor estimativo da</p><p>contratação para aquisição de bens e contratação de serviços em geral e para obras e</p><p>serviços de engenharia, para que se conste o valor estimado da contratação, sendo</p><p>permitido, quando não for possível estimar o valor do objeto, que o contratado comprove,</p><p>previamente, que seus preços estão em conformidade com os praticados em contratações</p><p>semelhantes de objetos de mesma natureza, por meio da apresentação de notas fiscais</p><p>emitidas para outros contratantes no período de até 1 (um) ano anterior à data da</p><p>contratação pela Administração, ou por outro meio idôneo.</p><p>Em seguida, segue-se um rito para demonstração da previsão orçamentária,</p><p>comprovação de que o contratado atende a requisitos de habilitatórios e de qualificação</p><p>necessários para a contratação (e, obviamente, se o objeto atende à necessidade),</p><p>justificando-se a escolha do contratado, a justificativa do preço, passando-se pela</p><p>apreciação jurídica da contratação direta, para, ao final, haver a autorização da</p><p>autoridade competente para a contratação.</p><p>Para a formalização do</p><p>processo de contratação</p><p>direta, pela Lei nº</p><p>14.133/2021, não há a ra-</p><p>tificação pela autoridade</p><p>competente, como era</p><p>exigido pela Lei nº</p><p>8.66/93. Há, apenas, a au-</p><p>torização para a contrata-</p><p>ção.</p><p>4.8 CONCLUSÕES</p><p>Observamos no presente módulo diversas diferenças no rito das licitações, nas regras</p><p>das modalidades, inclusive, com a exclusão do convite e da tomada de preços, e a inclu-</p><p>são da inovadora modalidade, diálogo competitivo, com um rito padrão já conhecido da</p><p>modalidade pregão, que, comprovadamente, apresenta diversos benefícios.</p><p>Vimos, também, em destaque, cada modalidade de licitação, bem como, hipóteses de</p><p>destaque para contratação por dispensa de licitação, além das regras e de exemplo trazi-</p><p>dos pela nova lei para contratação quando não houver viabilidade de competição, por</p><p>inexigibilidade de licitação.</p><p>Observamos, também, que a lei, em busca do interesse público, exige um maior cuidado</p><p>da autoridade superior ao decidir pela revogação ou pela anulação do certame, inclusive,</p><p>trazendo essas regras em artigo específico.</p><p>Esperamos com o conteúdo apresenta, considerando que o intuito do curso é trazer co-</p><p>nhecimentos gerais sobre a nova lei de licitações e contratos administrativos, Lei nº</p><p>14.133/2021, que o aluno possa ter adquirido o conhecimento necessário para conhecer</p><p>as regras apresentadas e, a partir de então, utilizar a nova lei com segurança.</p><p>MÓDULO V</p><p>FORMAÇÃO E GESTÃO DE CONTRATOS</p><p>Caríssimo(a) Participante,</p><p>Neste módulo, vamos ter uma visão geral de como a nova lei de licitações trata da</p><p>terceira fase no macroprocesso geral da contratação pública: a gestão contratual.</p><p>Daremos destaque para as principais inovações e implicações no nosso dia a dia.</p><p>Ao final deste módulo você saberá as respostas às seguintes perguntas:</p><p>• Quando é obrigatório o termo de contrato?</p><p>• O que mudou nas garantias contratuais?</p><p>• Qual a diferença entre modelo de gestão e modelo de execução de</p><p>contrato?</p><p>• O que mudou na aplicação de sanções?</p><p>• Quais são os novos prazos vigências contratuais?</p><p>Além desses, vamos falar, também da fase de extinção contratual.</p><p>Muitas são as novidades. Se você trabalha direta ou indiretamente com gestão e</p><p>fiscalização de contratos, com certeza, apreciará muito este módulo.</p><p>Vamos começar?</p><p>MÓDULO V - FORMAÇÃO E GESTÃO DE CONTRATOS</p><p>5.1 Formalização dos contratos e instrumentos substitutos. Publicação e</p><p>divulgação no PNCP. Hipóteses de obrigatoriedade do instrumento de</p><p>contrato. Contratos verbais. Possibilidade. Requisitos. Riscos da pres-</p><p>tação dos serviços sem cobertura contratual.</p><p>5.1.1. Formalização dos contratos e instrumentos substitutos</p><p>O contrato é um acordo de obrigações e vontades entre as partes. O fornecedor se</p><p>compromete a entregar o objeto contratual (bem, serviço, obra) e a administração pública</p><p>(comprador) a pagar por ele.</p><p>Esse acordo segue as regras de direito público e, de forma supletiva, as disposições</p><p>de direito privado.</p><p>Importante destacar que o contrato é o acordo e o instrumento contratual é o</p><p>documento que materializa esse acordo. Dessa forma, nós podemos ter contratos na</p><p>forma:</p><p>• Escrita, via instrumento contratual (termo de contrato): regra geral,</p><p>com cláusulas conforme disposto no art. 92 da Lei º 14.133/21;</p><p>o Nesse caso, será, também, admitida a forma eletrônica (§ 1º, Art.</p><p>91, Lei nº 14.133/21 (NLLC))</p><p>• Escrita, via outro instrumento hábil mais simples (ex.: nota de</p><p>empenho), em determinados casos que detalharemos no tópico 5.1.3.</p><p>• Verbal: exceção, somente em pequenas compras ou em prestação de</p><p>serviços de pronto pagamento que detalharemos no tópico 5.1.4.</p><p>5.1.2. Publicação e divulgação no PNCP</p><p>A divulgação no Portal Nacional de Contratações Públicas (PNCP) é condição</p><p>indispensável para a eficácia do contrato e de seus aditamentos e deverá ocorrer nos</p><p>seguintes prazos, contados da data de sua assinatura:</p><p>• 20 (vinte) dias úteis, no caso de licitação;</p><p>• 10 (dez) dias úteis, no caso de contratação direta;</p><p>• em caso de urgência, os contratos terão eficácia a partir de sua assinatura</p><p>e deverão ser publicados no prazo de 10 (dez) dias úteis (se for contratação</p><p>direta) ou 20 (vinte) dias úteis, sob pena de nulidade.</p><p>Tanto os contratos formalizados por instrumento de contrato (termo de contrato)</p><p>quanto por outro instrumento hábil mais simples (ex.: nota de empenho) devem ser divul-</p><p>gados no PNCP.</p><p>5.1.3. Hipóteses de obrigatoriedade do instrumento de contrato</p><p>A regra é que todo contrato seja formalizado em um instrumento de contrato</p><p>(documento chamado “termo de contrato”).</p><p>Porém, podemos substituir o instrumento de contrato por outro instrumento hábil</p><p>mais simples nos seguintes casos:</p><p>• Contratação realizada por meio dispensa de licitação em razão de valor,</p><p>ou seja:</p><p>o para contratação com valor inferior a R$ 114.416,65, no caso de</p><p>obras e serviços de engenharia ou de serviços de manutenção de</p><p>veículos automotores;</p><p>o para contratação com valor inferior a R$ 57.208,33, no caso de</p><p>outros serviços e compras (valores atualizados pelo Decreto nº</p><p>11.317, de 29 de dezembro de 2022).</p><p>• Compras com entrega imediata e integral, ou seja, aquelas em que:</p><p>o O prazo de entrega é de até 30 (trinta) dias da ordem de</p><p>fornecimento;</p><p>o Não resultem obrigações futuras, inclusive quanto a assistência</p><p>técnica, independentemente de seu valor.</p><p>São exemplos instrumentos hábeis a substituir o instrumento de contrato:</p><p>carta-contrato, nota de empenho de despesa, autorização de compra ou ordem de</p><p>http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/DEC%2011.317-2022?OpenDocument</p><p>http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/DEC%2011.317-2022?OpenDocument</p><p>execução de serviço.</p><p>Mesmo quando substituirmos o instru-</p><p>mento de contrato, por exemplo, por uma nota de</p><p>empenho (esta terá força de contrato), aplica-se, no</p><p>que couber, a essa contratação, o disposto no art.</p><p>92 da NLLC sobre cláusulas necessárias em todo</p><p>contrato. A dica é: prever no edital e/ou no termo</p><p>de referência as cláusulas necessárias em todo con-</p><p>trato e fazer menção dessas cláusulas no corpo da</p><p>nota de empenho (ex.: faz parte desta N.E as regras</p><p>dispostas no edital X/20XX).</p><p>5.1.4. Contratos Verbais: possibilidade e requisitos</p><p>O contrato verbal deve ser excepcionalíssimo e é possível somente nos casos de</p><p>pequenas compras ou de prestação de serviços de pronto pagamento, assim entendidos</p><p>aqueles de valor não superior a R$ 11.441,66 (onze mil, quatrocentos e quarenta e um</p><p>reais e sessenta e seis centavos), valor esse atualizado pelo Decreto nº 11.317, de 29 de</p><p>dezembro de 2022 (o Poder Executivo tem atualizado anualmente este valor) (§ 2º, Art.</p><p>95, Lei nº 14.133/21).</p><p>Essa excepcionalidade é admitida nos casos em que não é possível aguardar um</p><p>processo normal de licitação ou de dispensa de licitação. Por exemplo: alguém vai</p><p>pendurar uma barra de apoio em um banheiro do órgão e acaba furando um cano de água,</p><p>jorrando água para todo lado sem parar. Trata-se de uma situação urgente, excepcional.</p><p>Aguardar uma formalização traria danos ao órgão. Por isso, as despesas para conserto</p><p>poderiam ser contratadas por meio de contrato verbal, pelo regime de adiantamento ou</p><p>suprimento de fundos. É o caso das compras feitas por meio de cartões corporativo.</p><p>Um exemplo de contrato verbal é aquele em que fazemos compras via</p><p>“suprimento de fundos” com cartão de pagamento. Vale registrar que, segundo</p><p>MENSAGEM CIRCULAR Nº 1/2023/SUBCON/SPOC/SG, para as unidades gestoras</p><p>do MPU, continuam válidas e plenamente aplicáveis as disposições da Portaria MF nº</p><p>http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/DEC%2011.317-2022?OpenDocument</p><p>http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/DEC%2011.317-2022?OpenDocument</p><p>95/2002, conjugada com a Lei nº 8.666/1993, para os limites de concessão de suprimento</p><p>de fundos,</p><p>“até o transcorrer da data de 30/12/2023 ou superveniência de legislação</p><p>subsequente que expressamente a revogue”.</p><p>5.1.5. Riscos da prestação dos serviços sem cobertura contratual</p><p>Em regra, o contrato verbal é nulo e de nenhum efeito. O agente público não pode</p><p>firmar compromisso com algum fornecedor, sem que haja previamente um contrato</p><p>formalizado, seja por instrumento de contrato ou outro documento hábil.</p><p>Por exemplo, imagine um fiscal de contrato que autoriza a realização de serviços</p><p>extras, porém necessários, mas não previstos em contrato, sem a formalização prévia de</p><p>termo aditivo. Este caso hipotético, trata-se de um contrato verbal nulo.</p><p>Porém, a nulidade não exonerará a Administração do dever de indenizar o</p><p>contratado pelo que houver executado de boa-fé, bem como por outros prejuízos</p><p>regularmente comprovados. Além disso, poderá ser promovida a responsabilização</p><p>(Civil, Administrativa e Penal) do servidor que deu causa a esse prejuízo ao erário</p><p>(Art. 149, NLLC).</p><p>O contrato é o acordo e o instrumento con-</p><p>tratual é o documento que materializa esse acordo.</p><p>Em regra, o contrato deve ser escrito, salvo o de</p><p>pequenas compras ou o de prestação de serviços de</p><p>pronto pagamento, que pode ser verbal (§ 2º, Art.</p><p>95, Lei nº 14.133/21).</p><p>5.2 Garantias contratuais: tipos, prazos, coberturas, percentuais e assun-</p><p>ção pela seguradora</p><p>Antes de qualquer coisa, é importante não confundirmos a garantia do objeto</p><p>(obra, bem ou serviço) com a garantia de execução do contrato:</p><p>• Garantia do objeto (obra, bem ou serviço): é o compromisso no qual o</p><p>contratado assegura, por um determinado período, o bom funcionamento</p><p>do objeto (bem, serviço, obra), sob os aspectos de qualidade, segurança,</p><p>durabilidade e desempenho. O prazo mínimo de garantia do objeto é</p><p>clausula obrigatória contratual (inciso XIII, do Art. 92, da NLLC).</p><p>o Por exemplo, a NLLC estabelece para obras prazo mínimo de</p><p>garantia de 5 (cinco) anos, contados a partir do recebimento</p><p>definitivo (§6º, Art. 40, NLLC).</p><p>• Garantia de execução do contrato: oferecida para assegurar a regular</p><p>execução do contrato, reforçando as obrigações contratuais e facilitando</p><p>eventual ressarcimento por danos causados à Administração. A exigência</p><p>desta garantia é não é obrigatória. Quando exigida, as regras devem</p><p>constar em cláusula contratual (inciso XII, do Art. 92, da NLLC).</p><p>Neste tópico vamos nos limitar a falar mais sobre a garantia de execução do con-</p><p>trato.</p><p>A garantia de execução contratual não é obrigatória. Em alguns casos, os be-</p><p>nefícios da garantia de execução podem não ser superior ao seu custo, o que pode resultar</p><p>no encarecimento da contratação e até na restrição da competitividade (ex.: contratos de</p><p>baixo valor em que o risco de a contratada não executar o objeto é muito baixo).</p><p>Na fase de planejamento, a equipe de planejamento deve avaliar os riscos envol-</p><p>vidos na execução do contrato e propor ou não a necessidade de exigência de garantia</p><p>de execução contratual, avaliando se isso não onerará demasiadamente as propostas ou</p><p>restringirá injustificadamente a competitividade. A exigência deve estar prevista em edi-</p><p>tal.</p><p>O contratado tem a liberdade de escolher qualquer uma das seguintes</p><p>modalidades de garantia:</p><p>• Caução em dinheiro ou títulos da dívida pública;</p><p>• Seguro-garantia; ou</p><p>• Fiança bancária.</p><p>O prazo da garantia deve ser igual ou superior ao prazo estabelecido no</p><p>contrato principal e deverá acompanhar as modificações referentes à vigência.</p><p>A garantia de execução deve cobrir o pagamento de obrigações não adimplidas</p><p>pela contratada, inclusive:</p><p>• Multas, indenizações e ressarcimento de danos causados à Administra-</p><p>ção;</p><p>• Obrigações trabalhistas e previdenciárias de qualquer natureza, não</p><p>adimplidas pela contratada, em contratos com dedicação exclusiva de mão</p><p>de obra.</p><p>Os percentuais permitidos a se exigir são:</p><p>• Para obras, serviços e fornecimentos: até 5% (cinco por cento) do va-</p><p>lor inicial do contrato.</p><p>o É autorizada a majoração desse percentual para até 10% (dez por</p><p>cento), desde que justificada mediante análise da complexidade</p><p>técnica e dos riscos envolvidos;</p><p>o Nas contratações de serviços e fornecimentos contínuos com vi-</p><p>gência superior a 1 (um) ano, assim como nas subsequentes pror-</p><p>rogações, será utilizado o valor anual do contrato para definição</p><p>e aplicação dos percentuais da garantia.</p><p>• Para obras e serviços de engenharia de grande vulto:</p><p>o Poderá ser exigida a prestação de garantia, na modalidade seguro-</p><p>garantia, com cláusula de retomada prevista no art. 102 da</p><p>NLLC, em percentual de até 30% (trinta por cento) do valor ini-</p><p>cial do contrato;</p><p>▪ Contratação de grande vulto: cujo valor estimado supera</p><p>R$ 228.833.309,04 (duzentos e vinte e oito milhões oito-</p><p>centos e trinta e três mil trezentos e nove reais e quatro cen-</p><p>tavos), valor esse atualizado pelo Decreto nº 11.317/2022.</p><p>No seguro-garantia com cláusula de retomada, a seguradora assina o contrato,</p><p>inclusive os aditivos, como interveniente anuente e poderá ter livre acesso às instalações</p><p>http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/DEC%2011.317-2022?OpenDocument</p><p>em que for executado o contrato, bem como acompanhar a execução do contrato, ter</p><p>acesso a auditoria técnica e contábil e requerer esclarecimentos ao responsável técnico</p><p>pela obra ou pelo fornecimento.</p><p>Na hipótese de inadimplemento do contratado, a seguradora tem duas opções:</p><p>• Executar e concluir o objeto do contrato, podendo, inclusive, subcontratar</p><p>a conclusão do contrato, total ou parcialmente. Neste caso, estará isenta da</p><p>obrigação de pagar a importância segurada indicada na apólice; ou</p><p>• Pagará a integralidade da importância segurada indicada na apólice.</p><p>5.3 Modelo de gestão e de execução do contrato</p><p>Uma inovação da NLLC foi elencar o modelo de gestão do contrato como cláusula</p><p>obrigatória do edital e do contrato (art. 25, caput e art. 92, XVII).</p><p>Porém, a NLLC dispôs que o detalhamento do modelo de gestão e de execução de</p><p>contrato deve estar no Termo de Referência (TR) (art. 6º, XXIII, ‘f’). Logo, recomenda-</p><p>se que se faça a remissão, no edital e no contrato, dos itens do TR que regulam dois</p><p>assuntos.</p><p>Veja qual a diferença entre o modelo de gestão e de execução do contrato:</p><p>• Modelo de Gestão do Contrato: descreve como a execução do objeto</p><p>será acompanhada e fiscalizada pelo órgão ou entidade. No modelo de</p><p>gestão do contrato deve conter, por exemplo:</p><p>o Exigência de preposto e periodicidade de visitas;</p><p>o Rotinas de fiscalização técnica e administrativa;</p><p>o Atribuições dos gestores e fiscais de contrato;</p><p>o Forma de avaliação dos serviços (via Instrumento de Medição</p><p>Resultados ou outro similar).</p><p>• Modelo de Execução do Contrato: define como o contratado deverá</p><p>produzir os resultados pretendidos desde o seu início até o seu</p><p>encerramento. No modelo de execução do contrato deve conter, por</p><p>exemplo:</p><p>o O cronograma de realização dos serviços (prazos de início e fim);</p><p>o Descrição detalhada dos métodos, rotinas, etapas, tecnologias,</p><p>procedimentos, frequência e periodicidade de execução do</p><p>trabalho;</p><p>o Materiais e mão de obra a ser utilizada (ex.: a execução do objeto</p><p>exige dedicação exclusiva de mão de obra?).</p><p>Consulte os novos modelos de Termo de</p><p>Referência elaborados pela AGU e SEGES/MGI, para</p><p>entender na prática como descrever o modelo de gestão e</p><p>de execução contratual (modelos disponíveis em:</p><p>https://www.gov.br/agu/pt-</p><p>br/composicao/cgu/cgu/modelos/licitacoesecontratos/14</p><p>133/modelos-da-lei-no-14-133-21-para-pregao).</p><p>5.4 Sanções Administrativas</p><p>5.4.1 A aplicação de sanções</p><p>Sanções são penalidades administrativas aplicadas ao um licitante ou contratado</p><p>que comete alguma infração passível de sanção.</p><p>Conforme §1º, Art. 156, da NLLC, na aplicação das sanções serão</p><p>considerados:</p><p>• a natureza e a gravidade da infração cometida;</p><p>• as peculiaridades do caso concreto;</p><p>• as circunstâncias agravantes ou atenuantes;</p><p>• os danos que dela provierem para a Administração Pública;</p><p>• a implantação ou o aperfeiçoamento de programa de integridade.</p><p>Ao considerar esses aspectos evita-se a aplicação “automática” de sanções, sem</p><p>avaliação da razoabilidade e proporcionalidade da sanção à gravidade da infração.</p><p>A aplicação de sanções tem os seguintes objetivos:</p><p>• Preventivo: ao prever sanções para determinadas condutas é como um</p><p>https://www.gov.br/agu/pt-br/composicao/cgu/cgu/modelos/licitacoesecontratos/14133/modelos-da-lei-no-14-133-21-para-pregao</p><p>https://www.gov.br/agu/pt-br/composicao/cgu/cgu/modelos/licitacoesecontratos/14133/modelos-da-lei-no-14-133-21-para-pregao</p><p>https://www.gov.br/agu/pt-br/composicao/cgu/cgu/modelos/licitacoesecontratos/14133/modelos-da-lei-no-14-133-21-para-pregao</p><p>aviso ao licitante ou contratado de que tais condutas não passarão impunes.</p><p>Isso pode prevenir condutas que geram prejuízos ao erário e ao interesse</p><p>público.</p><p>• Educativo e Repressivo: ao cometer uma infração, uma sanção de</p><p>Advertência ou uma multa de valor proporcional à gravidade da infração</p><p>serve de alerta e educação para que tal comportamento não se repita.</p><p>O objetivo de aplicação de sanções não é “quebrar a empresa”. O que a</p><p>Administração quer é o objeto contratual sendo executado da forma como pactuado.</p><p>Está em fase final de elaboração o</p><p>normativo que regulamentará o procedimento de</p><p>apuração de responsabilidade e aplicação de</p><p>penalidades a licitantes e contratados no âmbito do</p><p>MPU, para contratações com base na NLLC. A</p><p>regulamentação está sendo tratada no PGEA -</p><p>1.00.000.025874/2022-38.</p><p>5.4.2 Tipos de sanções e fatos relevantes para a aplicação</p><p>As sanções previstas na NLLC são:</p><p>• Advertência;</p><p>• Multa;</p><p>• Impedimento de licitar e contratar;</p><p>• Declaração de inidoneidade para licitar ou contratar.</p><p>A NLLC extinguiu a penalidade de</p><p>“suspensão temporária de participação em</p><p>licitação e impedimento de contratar com a</p><p>Administração”, prevista no inciso III do art. 87 da</p><p>Lei nº 8666/93.</p><p>Uma boa inovação da NLLC foi listar, em seu art. 155, um rol de doze infrações</p><p>passíveis de sanções e, ainda, nos parágrafos do art. 159, fazer uma conexão entre cada</p><p>infração e a penalidade aplicável. Além disso tipificar de uma forma mais clara as</p><p>condutas puníveis, dá mais segurança jurídica aos agentes que irão propor e aplicar</p><p>sanções.</p><p>O rol de infrações do art. 155 trata-se, na nossa visão, de um rol não exaustivo.</p><p>Há espaço para maior detalhamento das infrações via regulamentação interna de cada</p><p>órgão.</p><p>O Quadro 1 resume os tipos de sanções, os casos de cabimento, os efeitos de cada</p><p>sanção, a duração e algumas características peculiares a cada sanção.</p><p>Quadro 1 – Sanções na Nova Lei de Licitações e Contratos</p><p>Sanção Aplica-se às infrações Efeitos Alcance Duração Característica</p><p>Advertência</p><p>Exclusivamente nos casos de “dar</p><p>causa à inexecução parcial do con-</p><p>trato”, quando não se justificar a</p><p>imposição de penalidade mais</p><p>grave</p><p>Pedagógico</p><p>Apenas com o con-</p><p>tratante</p><p>-</p><p>Serve de alerta e</p><p>fica no histórico</p><p>do cadastro do</p><p>fornecedor</p><p>Multa de mora</p><p>Qualquer infração em que haja</p><p>atraso injustificado</p><p>Pecuniário</p><p>Apenas com o con-</p><p>tratante</p><p>De 0,5% a 30% do</p><p>valor do contrato</p><p>-</p><p>Seu objetivo é</p><p>penalizar o atraso</p><p>no cumprimento</p><p>de prazo contra-</p><p>tual</p><p>Multa compen-</p><p>satória</p><p>Qualquer infração em que haja</p><p>descumprimento total ou parcial</p><p>do contrato, que tenha comprome-</p><p>tido a exequibilidade do objeto</p><p>contratado</p><p>Pecuniário</p><p>Apenas com o con-</p><p>tratante</p><p>De 0,5% a 30% do</p><p>valor do contrato</p><p>-</p><p>Seu objetivo</p><p>é trazer uma</p><p>compensação pe-</p><p>los prejuízos cau-</p><p>sados à Adminis-</p><p>tração</p><p>Impedimento de</p><p>licitar e contra-</p><p>tar</p><p>- dar causa à inexecução parcial do</p><p>contrato que cause grave dano à</p><p>Administração, ao funcionamento</p><p>dos serviços públicos ou ao inte-</p><p>resse coletivo</p><p>- dar causa à inexecução total do</p><p>contrato</p><p>- deixar de entregar a documenta-</p><p>ção exigida para o certame</p><p>- não manter a proposta, salvo em</p><p>decorrência de fato superveniente</p><p>devidamente justificado</p><p>- não celebrar o contrato ou não</p><p>entregar a documentação exigida</p><p>para a contratação, quando convo-</p><p>cado dentro do prazo de validade</p><p>de sua proposta</p><p>- ensejar o retardamento da execu-</p><p>ção ou da entrega do objeto da li-</p><p>citação sem motivo justificado</p><p>Impede o</p><p>responsável</p><p>de licitar ou</p><p>contratar</p><p>No âmbito da Ad-</p><p>ministração Pú-</p><p>blica direta e indi-</p><p>reta do ente fede-</p><p>rativo que tiver</p><p>aplicado a sanção</p><p>Até 3 (três)</p><p>anos.</p><p>Prazo mínimo</p><p>para reabilitação:</p><p>1 ano.</p><p>Declaração de</p><p>Inidoneidade</p><p>- apresentar declaração ou docu-</p><p>mentação falsa exigida para o cer-</p><p>tame ou prestar declaração falsa</p><p>durante a licitação ou a execução</p><p>do contrato;</p><p>- fraudar a licitação ou praticar ato</p><p>fraudulento na execução do con-</p><p>trato;</p><p>- comportar-se de modo inidôneo</p><p>ou cometer fraude de qualquer na-</p><p>tureza;</p><p>- praticar atos ilícitos com vistas a</p><p>frustrar os objetivos da licitação;</p><p>- praticar ato lesivo previsto no art.</p><p>5º da Lei nº 12.846, de 1º de agosto</p><p>de 2013.</p><p>Impede o</p><p>responsável</p><p>de licitar ou</p><p>contratar</p><p>Todos órgãos e en-</p><p>tidades da Admi-</p><p>nistração Pública</p><p>Direta e Indireta da</p><p>União, Estados,</p><p>Distrito Federal e</p><p>dos Municípios</p><p>de 3 a 6</p><p>anos</p><p>Prazo mínimo</p><p>para reabilitação:</p><p>3 anos</p><p>Fonte: Elaborado pelo autor.</p><p>Algumas inovações que vale a pena destacarmos:</p><p>• O prazo dos efeitos da sanção de “impedimento”, que na Lei nº</p><p>10.520/2002 é de até 05 (cinco) anos, na NLLC é de até 03 (três) anos;</p><p>• A Lei nº 8.666/93 estabelece o prazo mínimo de 02 (dois) anos para os</p><p>efeitos da sanção de “declaração de inidoneidade”, sem fixar prazo</p><p>máximo. Já a NLLC estabelece o prazo mínimo de 03 (três) anos e máximo</p><p>de 06 (seis);</p><p>• Agora temos limites mínimos e máximos de aplicação de multa: não</p><p>poderá ser inferior a 0,5% (cinco décimos por cento) nem superior a 30%</p><p>(trinta por cento) do valor do contrato;</p><p>• O prazo prescricional para que a administração aplique sanções aos</p><p>particulares é de 5 (cinco) anos, contados da ciência da infração pela</p><p>Administração (§4º, Art. 158).</p><p>5.4.3 Competências para apuração e aplicação de sanções</p><p>Embora o art. 158 da NLLC exija a instauração de processo de</p><p>responsabilização para aplicação das sanções de impedimento de licitar e contratar e</p><p>declaração de inidoneidade, e seja silente em relação às sanções de advertência e multa,</p><p>a boa prática recomenda a instauração de processo à parte, também, para a apuração</p><p>e aplicação de todas sanções, inclusive as de advertência e multa.</p><p>Sobre o processo sancionatório, temos as seguintes observações e inovações</p><p>importantes a destacar:</p><p>• Quem identifica e dá ciência à Administração da possível infração: o</p><p>pregoeiro, o fiscal ou gestor do contrato, os usuários de serviços públicos,</p><p>via denuncia ou reclamação.</p><p>• Quem apura os fatos: Nas infrações passíveis da aplicação das sanções</p><p>de Impedimento de Licitar e Contratar e Declaração de Inidoneidade, a</p><p>NLLC impôs a necessidade de constituição de comissão de dois ou mais</p><p>servidores estáveis para avaliar os fatos e circunstâncias conhecidos e</p><p>intimar o licitante ou o contratado (art. 158). No caso das demais sanções</p><p>(multa e advertência), regulamento interno do órgão ou a autoridade</p><p>competente pode estabelecer que um servidor ou um setor faça esse</p><p>trabalho.</p><p>• Quem aplica a penalidade:</p><p>o Advertência, Multa e Impedimento de</p><p>Licitar: a NLLC é silente.</p><p>Pode ser qualquer autoridade competente designada conforme</p><p>regulamento interno, geralmente o ordenador de despesas ou</p><p>aquele que assinou o contrato.</p><p>▪ No âmbito do Ministério Público Federal, a aplicação das</p><p>penalidades de advertência, multa e impedimento de licitar</p><p>e contratar com a União são de competência dos Secretários</p><p>Regionais e Estaduais.</p><p>o Declaração de Inidoneidade: ministro de Estado, secretário</p><p>estadual ou municipal, autoridade máxima de entidade ou de nível</p><p>hierárquico equivalente às citadas anteriormente, na forma de</p><p>regulamento.</p><p>A NLLC ampliou o prazo de apresentação da defesa prévia, que na Lei nº</p><p>8.666/93 é de 05 (cinco) dias úteis para os casos de advertência e multa e de 10 (dez) dias</p><p>para os casos de declaração de inidoneidade, e passou a ser de 15 (quinze) dias úteis</p><p>para os casos de multa, impedimento de licitar e contratar e declaração de inidoneidade.</p><p>Embora a NLLC seja silente quanto ao prazo de apresentação da defesa prévia</p><p>para os casos de aplicação da sanção de advertência, em respeito aos princípios do</p><p>contraditório e da ampla defesa, deve ser dado tal prazo, podendo regulamento interno do</p><p>órgão estabelecer um prazo para tal.</p><p>5.4.4 Distinção entre glosa e desconto de multas aplicadas</p><p>O valor da multa aplicada a um fornecedor pode ser descontado dos créditos da</p><p>contratada e da garantia prestada (§8, art. 156, NLLC).</p><p>Por exemplo, após regular processo sancionatório, a decisão foi de aplicar uma</p><p>multa de R$ 1.000,00 (mil reais) ao contratado. Porém, esse contratado tem um “crédito”</p><p>de R$ 10.000,00 (dez mil reais) com a Administração contratante, em razão de serviços</p><p>já prestados e atestados pelos fiscais e gestores. Em razão disso, a Administração,</p><p>seguindo a lógica do §8 do art. 156 da NLLC, em vez de emitir uma Guia de</p><p>Recolhimento da União para recolhimento da multa, realiza o desconto do valor da multa</p><p>(mil reais) dos créditos existentes (dez mil reais), realizando apenas o pagamento líquido</p><p>de R$ 9.000,00 (nove mil reais) na conta da contratada, pelos serviços prestados.</p><p>Porém esse valor de multa descontado dos créditos da contratada não se confunde</p><p>com uma “glosa”. Veja a diferença entre multa e glosa:</p><p>• Multa: é uma penalidade administrativa decorrente de uma infração</p><p>contratual. Representa um valor pecuniário que, independentemente de o</p><p>contratado ter créditos ou não com a contratante, a multa é um valor</p><p>adicional que ele terá que pagar em razão do cometimento da infração. Por</p><p>exemplo, um licitante, que nunca firmou contrato com a Administração</p><p>pode ser sancionado com uma multa, por alguma infração que tenha</p><p>cometido durante a sessão de uma licitação. Por ser uma sanção, a multa</p><p>exige contraditório e ampla defesa.</p><p>• Glosa: é um ajuste no pagamento por conta do objeto (bem, obra e</p><p>serviço) não ter sido entregue na quantidade ou qualidade pactuada. A</p><p>glosa é resultado da aferição do valor a ser pago conforme os critérios de</p><p>medição e de pagamento previstos no contrato. Para haver glosa é</p><p>necessário ter tido algum compromisso de entrega. Em regra, não exige</p><p>contraditório e ampla defesa, pois é a mera e justa aplicação do “não se</p><p>paga por aquilo que não foi entregue”.</p><p>Uma boa prática é ter um Instrumento de Medição de</p><p>Resultado (IMR) onde defina claramente os níveis de</p><p>qualidade esperados para a execução do contrato.</p><p>A reiterada aplicação de glosas decorrentes da</p><p>aferição de IMR pode dar ensejo a aplicação de</p><p>sanções. Segue um exemplo prático:</p><p>• Regra do IMR: atraso de mais de duas horas</p><p>no início da prestação do serviço de</p><p>manutenção corretiva de ar condicionado,</p><p>por mais de cinco vezes no mês:</p><p>• além da glosa 1% do valor da ordem</p><p>de serviço;</p><p>• instauração de processo sancionador</p><p>para aplicação de multa de até 0,5%</p><p>do valor do contrato.</p><p>5.5 Contratos decorrentes de sistema de registro de preços – SRP</p><p>O sistema de registro de preços (SRP) é conjunto de procedimentos para a</p><p>realização, mediante contratação direta ou licitação nas modalidades pregão ou</p><p>concorrência, de registro formal de preços relativos à prestação de serviços, às obras e à</p><p>aquisição e à locação de bens para contratações futuras. Atualmente é regulamentado pelo</p><p>Decreto nº 11.462/2023.</p><p>Após a homologação da licitação ou da contratação direta, a Administração e o</p><p>licitante mais bem classificado ou o fornecedor, no caso da contratação direta, assinam</p><p>um documento chamado “ata de registro de preços”.</p><p>A ata de registro de preços, a grosso modo, é uma espécie de “compromisso de</p><p>compra e venda”. Registra-se o objeto, os preços, os fornecedores, os órgãos</p><p>gerenciadores e participantes e as condições a serem praticadas.</p><p>A ata de registro de preços não é um contrato administrativo.</p><p>O prazo de vigência da ata de registro de preços é de um ano e pode ser</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2023-2026/2023/decreto/D11462.htm</p><p>prorrogado por igual período, desde que comprovado o preço vantajoso.</p><p>A contratação com os fornecedores registrados na ata deve acontecer dentro do</p><p>prazo de validade da ata de registro de preços. Porém, o contrato decorrente de uma ata</p><p>de registro de preços não precisa ter sua vigência atrelada à da ata de registro de</p><p>preços. Esse contrato tem vigência conforme o disposto no edital ou no aviso de</p><p>contratação direta, observado o disposto no art. 105 da Lei nº 14.133, de 2021. Vamos</p><p>exemplificar para não restar dúvidas:</p><p>• Imagine uma ata de registro de preços para contratação de serviço</p><p>contínuo de postos de vigilância armada, cuja vigência encerra-se em</p><p>31/12/2023;</p><p>• Até o dia 31/12/2023 a Administração pode assinar contrato ou outro</p><p>instrumento hábil para contratação de itens dessa ata;</p><p>• No edital, previu-se que esse contrato teria vigência de 05 (cinco) anos.</p><p>Logo, o contrato terá vigência até o ano de 2028, ou seja, 05 anos após o</p><p>término da vigência da ata.</p><p>Além disso, os contratos decorrentes do sistema de registro de preços poderão ser</p><p>alterados, conforme o disposto no art. 124 da Lei nº 14.133, de 2021. Isso significa dizer</p><p>que, se o órgão registrou 1.000 (mil) unidades de papel a4, ao firmar a contratação dessas</p><p>1.000 (mil) unidades, seja via instrumento contratual ou nota de empenho, poderá o órgão,</p><p>ainda, caso haja necessidade e justificativa, realizar acréscimos ou supressões de até 25%</p><p>(vinte e cinco por cento) do valor inicial atualizado do contrato. Na prática, o órgão</p><p>poderá, por exemplo, acrescentar mais 250 (duzentos e cinquenta) unidades, totalizando</p><p>1.250 (mil duzentos e cinquenta) unidades contratadas.</p><p>5.6 Manutenção do equilíbrio econômico-financeiro do contrato</p><p>Para manutenção do equilíbrio econômico-financeiro do contrato, temos os</p><p>seguintes institutos:</p><p>• Reajuste em sentido estrito: consistente na aplicação do índice de</p><p>correção monetária previsto no contrato, que deve retratar a variação</p><p>efetiva do custo de produção. Tem as seguintes características:</p><p>o Admite-se a adoção de índices específicos ou setoriais;</p><p>o Deve obedecer ao interregno mínimo de 1 (um) ano da data do</p><p>orçamento estimado pela Administração;</p><p>o Aplicável nos casos em que não há regime de dedicação exclusiva</p><p>de mão de obra ou predominância de mão de obra.</p><p>o Pode ser formalizado por simples apostila.</p><p>• Repactuação: utilizada para serviços contínuos com regime de</p><p>dedicação exclusiva de mão de obra ou predominância de mão de obra,</p><p>tendo as seguintes características:</p><p>o O contratado deve apresentar formalmente uma demonstração</p><p>analítica da variação dos custos contratuais, por meio de</p><p>apresentação da planilha de custos e formação de preços;</p><p>o Deve obedecer ao interregno mínimo de 1 (um) ano da data</p><p>vinculada à apresentação das propostas, para os custos</p><p>decorrentes do mercado, e com data vinculada ao acordo, à</p><p>convenção coletiva ou ao dissídio coletivo ao qual o orçamento</p><p>esteja vinculado, para os custos decorrentes da mão de obra;</p><p>o Pode ser formalizada por simples apostila.</p><p>o A NLLC inovou ao dispor que o prazo para resposta ao pedido</p><p>de repactuação de preços será preferencialmente de 1 (um) mês,</p><p>contado da data do fornecimento da documentação que comprove</p><p>a variação dos custos (§6, art. 92).</p><p>• Revisão: aplicável em caso de força maior (ex.: furacão, enchente), caso</p><p>fortuito (ex.: greve) ou fato do príncipe (ex.: criação de novo imposto) ou</p><p>em decorrência de fatos imprevisíveis ou previsíveis de consequências</p><p>incalculáveis, que inviabilizem a execução do contrato tal como pactuado.</p><p>o A revisão pode ser solicitada a qualquer tempo, desde que seja</p><p>comprovada a ocorrência do fato superveniente insuportável para</p><p>alguma das partes.</p><p>o Deve ser formalizada via termo aditivo.</p><p>A NLLC inovou com inteligência ao dispor que independentemente do prazo de</p><p>duração do contrato, será obrigatória a previsão no edital e no contrato de índice de</p><p>reajustamento de preço, podendo ser estabelecido mais de um índice específico ou</p><p>setorial (§ 7º, Art. 25 e § 3º, Art. 92). Nestes casos, a data-base de reajuste é vinculada</p><p>à data do orçamento estimado pela Administração.</p><p>Em regra, o reajuste é anual, ou seja, deve obedecer ao interregno mínimo de 1</p><p>(um) ano.</p><p>Então, por lógica, contratos com prazo inferior a um ano seriam irreajustáveis.</p><p>Porém, imprevistos acontecem. Por exemplo, imagine que a Administração firma um</p><p>contrato cuja vigência é de seis meses, porém, por razões devidamente justificadas, há a</p><p>necessidade de prorrogação da vigência por mais doze meses. Neste caso, independente</p><p>de previsão contratual ou não, por força do disposto constitucional previsto no inciso XXI</p><p>do art. 37, onde são garantidas as condições efetivas da proposta, o contratado teria direito</p><p>ao reajuste.</p><p>No exemplo citado, caso não houvesse previsão de reajuste no edital e no contrato</p><p>teríamos um dilema: qual índice aplicar? Como não houve esse detalhamento, a</p><p>Administração teria que negociar algum índice com o fornecedor. Como agora é</p><p>obrigatória a previsão no edital e no contrato de índice de reajustamento de preço,</p><p>independentemente do prazo de duração do contrato, a Administração não terá mais esse</p><p>tipo de problema.</p><p>5.7 Duração dos contratos</p><p>A NLLC estabeleceu prazos de vigências mais longos que a Lei nº 8.666/93, bem</p><p>como tornou clara a possibilidade de contrato por prazo indeterminado, bem como</p><p>esclareceu como funciona a vigência dos contratos por escopo.</p><p>Para facilitar o entendimento e melhor visualização, os novos prazos de duração</p><p>dos contratos estão sintetizados no Quadro 2.</p><p>Quadro 2 – Duração dos contratos na nova lei de licitações</p><p>Tipo de objeto Descrição Prazo na Lei 14.133/21</p><p>Serviços não contínuos</p><p>ou contratados por</p><p>escopo</p><p>Aqueles que impõem ao contratado o</p><p>dever de realizar a prestação de um</p><p>serviço específico em período</p><p>predeterminado.</p><p>Se extinguem pela conclusão de seu</p><p>objeto.</p><p>O que se tem em vista é a obtenção de</p><p>seu objeto concluído [entrega do bem,</p><p>da obra, do serviço]. Ex.: Obra Pública.</p><p>O prazo de vigência será</p><p>automaticamente prorrogado</p><p>quando seu objeto não for</p><p>concluído no período firmado</p><p>no contrato (Art. 111).</p><p>Serviços contínuos</p><p>Serviço de necessidade permanente ou</p><p>prolongada.</p><p>Expirado o prazo do contrato, extingue-</p><p>se o contrato, qualquer que seja a sua</p><p>fase de execução. Ex.: Limpeza,</p><p>Vigilância, Locação.</p><p>Prazo inicial: até 5 anos</p><p>Prorrogação: até 10 anos.</p><p>Aluguel de equipamentos</p><p>e utilização de programas</p><p>de informática</p><p>Ex.: Locação de impressoras, licenças</p><p>de softwares.</p><p>Prazo inicial: até 5 anos</p><p>Prorrogação: até 10 anos.</p><p>Fornecimento de bens</p><p>Ex.: Móveis, Equipamentos, Materiais</p><p>de expediente.</p><p>Prazo inicial: até 5 anos</p><p>Prorrogação: máxima de 10</p><p>anos.</p><p>Emergencial</p><p>Contratação para atendimento de</p><p>situação que possa ocasionar prejuízo ou</p><p>comprometer a continuidade dos</p><p>serviços públicos ou a segurança de</p><p>pessoas, obras, serviços, equipamentos e</p><p>outros bens, públicos ou particulares.</p><p>Ex.: Covid 19.</p><p>Máximo de 1 (um) ano,</p><p>contado da data de ocorrência</p><p>da emergência ou da</p><p>calamidade, vedadas a</p><p>prorrogação dos respectivos</p><p>contratos e a recontratação de</p><p>empresa já contratada.</p><p>Administração Pública</p><p>usuária</p><p>de serviço público</p><p>oferecido em regime de</p><p>monopólio</p><p>Energia elétrica, água, esgoto, serviços</p><p>postais monopolizados pelo Correios,</p><p>Imprensa Nacional</p><p>Prazo indeterminado.</p><p>Casos específicos de</p><p>dispensa de licitação</p><p>alíneas “f” e “g” do inciso IV e nos</p><p>incisos V, VI, XII e XVI do caput do art.</p><p>75 desta Lei</p><p>10 anos</p><p>Contratação que gere</p><p>receita e no contrato de</p><p>eficiência que gere</p><p>economia para a</p><p>Administração</p><p>Contrato de eficiência: contrato cujo</p><p>objeto é a prestação de serviços, que</p><p>pode incluir a realização de obras e o</p><p>fornecimento de bens, com o objetivo de</p><p>proporcionar economia ao contratante,</p><p>na forma de redução de despesas</p><p>correntes, remunerado o contratado com</p><p>base em percentual da economia gerada</p><p>até 10 (dez) anos, nos</p><p>contratos sem investimento</p><p>até 35 (trinta e cinco) anos,</p><p>nos contratos com</p><p>investimento</p><p>Contrato firmado sob o</p><p>regime de fornecimento e</p><p>prestação de serviço</p><p>associado</p><p>Regime de contratação em que, além do</p><p>fornecimento do objeto, o contratado</p><p>responsabiliza-se por sua operação,</p><p>manutenção ou ambas, por tempo</p><p>determinado</p><p>Tipo de objeto Descrição Prazo na Lei 14.133/21</p><p>Contrato que previr a</p><p>operação continuada de</p><p>sistemas estruturantes de</p><p>tecnologia da informação</p><p>Sistema estruturante é aquele</p><p>imprescindível para planejamento,</p><p>coordenação, execução,</p><p>descentralização, delegação de</p><p>competência, controle ou auditoria das</p><p>ações do Estado.</p><p>Até 15 (quinze) anos.</p><p>Fonte: Elaborado pelo autor.</p><p>5.7.1 Diretrizes para o estabelecimento da vigência do contrato e sua prorrogação</p><p>Ao estabelecer o prazo de duração do contrato, a Administração deve observar as</p><p>seguintes diretrizes:</p><p>I. a autoridade competente do órgão ou entidade contratante deverá atestar</p><p>a maior vantagem econômica vislumbrada em razão da contratação plu-</p><p>rianual;</p><p>II. a Administração deverá atestar, no início da contratação e de cada exer-</p><p>cício, a existência de créditos orçamentários vinculados à contratação e a</p><p>vantagem em sua manutenção;</p><p>III. a Administração terá a opção de extinguir o contrato, sem ônus, quando</p><p>não dispuser de créditos orçamentários para sua continuidade ou quando</p><p>entender que o contrato não mais lhe oferece vantagem.</p><p>a. Esta extinção ocorrerá apenas na próxima data de aniversário do</p><p>contrato e não poderá ocorrer em prazo inferior a 2 (dois) meses da</p><p>data de aniversário.</p><p>No estudo técnico preliminar deve-se</p><p>apresentar um comparativo da vantagem</p><p>econômica da escolha de um contrato com prazo</p><p>inicial de vigência de 30 meses em comparação a</p><p>um de contrato com prazo inicial de vigência de 12</p><p>meses.</p><p>Os contratos de serviços e fornecimentos contínuos poderão ser prorrogados</p><p>sucessivamente, respeitado o prazo máximo de dez anos, desde que:</p><p>• haja previsão em edital;</p><p>• a autoridade competente ateste que as condições e os preços permane-</p><p>cem vantajosos para a Administração.</p><p>A cada prorrogação é permitida a negociação com o contratado ou a extinção</p><p>contratual sem ônus para qualquer das partes.</p><p>O controle da vigência contratual é tarefa primordial a ser realizada pelos ges-</p><p>tores e fiscais do contrato. Em contratos de serviços contínuos, expirado o prazo do con-</p><p>trato, extingue-se o contrato. Caso não haja a prorrogação tempestiva da vigência e o</p><p>serviço continue a ser prestado, pode configurar contratação direta ilegal, bem como exis-</p><p>tência de contrato verbal, ambas práticas rechaçadas pela legislação em vigor, podendo o</p><p>servidor que deu causa a</p><p>essa irregularidade ser responsabilizado.</p><p>Caso o prazo de vigência já tenha expirado, sem formalização da prorrogação, o</p><p>contrato estará extinto, não podendo mais ser prorrogado, pois não existe mais no mundo</p><p>jurídico (seria algo do tipo The Walking Dead).</p><p>Vale ressaltar que, nos contratos por escopo (ex.: obra pública, fornecimento de</p><p>bens), o prazo de vigência será automaticamente prorrogado quando seu objeto não for</p><p>concluído no período firmado no contrato e ainda haja interesse da Administração em</p><p>obtê-lo. Nesses casos, na prática, o que se deve fazer é uma prorrogação do prazo de</p><p>execução ou entrega do objeto.</p><p>Importante destacar dois pontos sobre a prorrogação da vigência dos contratos de</p><p>serviços e fornecimentos contínuos:</p><p>• a nova lei não trouxe a expressão “iguais e sucessivos períodos” prevista</p><p>no inciso II do art. 57 da Lei nº 8666/93. Isso resolve um problema antigo</p><p>no qual alguns entendiam que as prorrogações deveriam ser pelo mesmo</p><p>prazo inicial de vigência. Logo, pela NLLC, a Administração pode firmar</p><p>um contrato com prazo inicial de vigência de 12 meses e prorroga-lo por</p><p>prazo diverso do inicial, como por exemplo, por mais 48 meses, desde que</p><p>devidamente demonstrada a vantajosidade.</p><p>• a vigência inicial não é mais atrelada à vigência dos respectivos créditos</p><p>orçamentários. A vigência inicial pode ser de alguns meses ou até de 5</p><p>(cinco) anos.</p><p>A nova lei de licitações, em seu art. 132,</p><p>trouxe a hipótese de “antecipação dos efeitos do</p><p>termo aditivo”.</p><p>Essa previsão possibilita, por exemplo, que a</p><p>Administração, em casos excepcionais e devida-</p><p>mente justificados, autorize verbalmente a realiza-</p><p>ção de serviços ou fornecimentos de bens não pre-</p><p>vistos no contrato original, antes da formalização do</p><p>termo aditivo, que deverá ser firmado no prazo má-</p><p>ximo de 1 (um) mês.</p><p>5.7.2 Prorrogação automática da execução contratual</p><p>A nova lei, alinhada ao princípio da eficiência e da celeridade, dispôs que, em</p><p>caso de impedimento, ordem de paralisação ou suspensão do contrato, o cronograma</p><p>de execução será prorrogado automaticamente pelo tempo correspondente, anotadas</p><p>tais circunstâncias mediante simples apostila.</p><p>Dessa forma agiliza-se o registro da prorrogação automática do prazo de execu-</p><p>ção, não havendo a necessidade de formalização de termo aditivo.</p><p>Apostila ou apostilamento é um registro</p><p>formal administrativo, que pode ser feito:</p><p>• por meio de anotação no termo de con-</p><p>trato;</p><p>• por meio de outro documento à parte</p><p>(termo de apostilamento), posterior-</p><p>mente juntado ao termo de contrato.</p><p>Diferentemente de um termo aditivo, o</p><p>apostilamento não exige análise jurídica.</p><p>5.8 Extinção dos contratos</p><p>Embora seja obrigação das partes cumprir fielmente o pactuado no contrato, tanto</p><p>o particular quanto a Administração podem falhar na execução do contrato, abrindo</p><p>margem para a extinção do contrato.</p><p>Quando o contratado comete alguma conduta passível de extinção do contrato (a</p><p>nova lei praticamente não usa a expressão “rescisão”), a Administração tem o poder-dever</p><p>de apurar a conduta, via processo formal, assegurados o contraditório e ampla defesa,</p><p>conforme dispõe o caput do art. 137.</p><p>A decisão de extinguir o contrato não deve ser automática. A decisão por manter</p><p>ou rescindir o contrato deve ser tomada em vista dos princípios da finalidade, da</p><p>razoabilidade e da proporcionalidade, de modo a observar, dentre outros aspectos, se:</p><p>• Trata-se de melhor alternativa para a Administração (interesse público);</p><p>• A manutenção do contrato é a solução menos onerosa em relação a uma</p><p>eventual extinção contratual;</p><p>• A contratada possui condições técnicas, operacionais e financeiras para</p><p>permanecer executando o contrato.</p><p>Lembre-se do dito popular: “no momento, é ruim com ele (atual contratado), mas</p><p>talvez seja pior sem ele!”.</p><p>5.8.1. Motivos para extinção do contrato</p><p>Segundo o art. 137 da NLLC, são motivos para a Administração extinguir do</p><p>contrato:</p><p>Segundo o §2º do art. 137 da NLLC, o contratado terá direito à extinção do</p><p>contrato nas seguintes hipóteses:</p><p>- não cumprimento ou cumprimento irregular de normas editalícias ou de cláusulas contratu-</p><p>ais, de especificações, de projetos ou de prazos;</p><p>- desatendimento das determinações regulares emitidas pela autoridade designada para acom-</p><p>panhar e fiscalizar sua execução ou por autoridade superior;</p><p>- alteração social ou modificação da finalidade ou da estrutura da empresa que restrinja sua</p><p>capacidade de concluir o contrato;</p><p>- decretação de falência ou de insolvência civil, dissolução da sociedade ou falecimento do</p><p>contratado;</p><p>- caso fortuito ou força maior, regularmente comprovados, impeditivos da execução do con-</p><p>trato;</p><p>- atraso na obtenção da licença ambiental, ou impossibilidade de obtê-la, ou alteração subs-</p><p>tancial do anteprojeto que dela resultar, ainda que obtida no prazo previsto;</p><p>- atraso na liberação das áreas sujeitas a desapropriação, a desocupação ou a servidão ad-</p><p>ministrativa, ou impossibilidade de liberação dessas áreas;</p><p>- razões de interesse público, justificadas pela autoridade máxima do órgão ou da entidade</p><p>contratante;</p><p>- não cumprimento das obrigações relativas à reserva de cargos prevista em lei, bem como</p><p>em outras normas específicas, para pessoa com deficiência, para reabilitado da Previdência Social ou</p><p>para aprendiz.</p><p>- supressão, por parte da Administração, de obras, serviços ou compras que acarrete modifi-</p><p>cação do valor inicial do contrato além do limite permitido no art. 125 desta Lei;</p><p>- suspensão de execução do contrato, por ordem escrita da Administração, por prazo supe-</p><p>rior a 3 (três) meses;</p><p>- repetidas suspensões que totalizem 90 (noventa) dias úteis, independentemente do paga-</p><p>mento obrigatório de indenização pelas sucessivas e contratualmente imprevistas desmobilizações e mo-</p><p>bilizações e outras previstas;</p><p>Destacam-se aqui as seguintes inovações em relação ao disciplinado pela Lei nº</p><p>8.666/93:</p><p>• Redução, de 90 (noventa) dias para dois meses, do prazo admitido para</p><p>atraso de pagamento pela Administração;</p><p>• Redução, de 120 (cento e vinte) dias para três meses, do prazo admitido</p><p>para suspensão de execução do contrato pela Administração.</p><p>5.8.2. Espécies de extinção contratual</p><p>Conforme dispõe o art. 138 da NLLC, a extinção do contrato pode acontecer de</p><p>quatro formas:</p><p>• Unilateral: somente nos casos listados nos incisos I a IX do caput do art.</p><p>137;</p><p>• Consensual: por acordo entre as partes, por conciliação, por mediação ou</p><p>por comitê de resolução de disputas, desde que haja interesse da Adminis-</p><p>tração;</p><p>• Arbitral: em decorrência de cláusula compromissória ou compromisso</p><p>arbitral; e</p><p>• Judicial.</p><p>Em relação à extinção consensual vale fazer as seguintes observações:</p><p>• Em regra, não é cabível caso a situação se configure algumas das hipóteses</p><p>nos incisos I a IX do caput do art. 137;</p><p>• A eventual morosidade do processo administrativo de extinção unilateral</p><p>não pode, por si só, justificar a extinção amigável do contrato (TCU.</p><p>Acórdão nº 2205/2016 – Plenário).</p><p>- atraso superior a 2 (dois) meses, contado da emissão da nota fiscal, dos pagamentos ou</p><p>de parcelas de pagamentos devidos pela Administração por despesas de obras, serviços ou fornecimen-</p><p>tos;</p><p>- não liberação pela Administração, nos prazos contratuais, de área, local ou objeto, para</p><p>execução de obra, serviço ou fornecimento, e de fontes de materiais naturais especificadas no projeto,</p><p>inclusive devido a atraso ou descumprimento das obrigações atribuídas pelo contrato à Administração</p><p>relacionadas a desapropriação, a desocupação de áreas públicas ou a licenciamento ambiental.</p><p>• A extinção por caso fortuito ou força maior, regularmente comprovados,</p><p>impeditivos da execução do contrato, pode, justificadamente, no interesse</p><p>da administração, ser feita de forma</p><p>consensual.</p><p>Segundo Ronny Charles (2021, p. 709), a extinção consensual seria possível em</p><p>casos de culpa recíproca (erros do contratado e erros da Administração). O autor dá o</p><p>exemplo de uma obra atrasada que, embora a falha seja parcialmente imputável à</p><p>contratada, foi indiretamente também produzida por constantes atrasos no pagamento ou</p><p>mesmo falhas no planejamento da contratação. Nesse caso hipotético, a solução de</p><p>extinção amigável talvez possa ser mais vantajosa para o interesse público.</p><p>5.9 CONCLUSÕES</p><p>Aprendemos neste módulo aspectos gerais da nova lei de licitações e contratos</p><p>relacionados à fase de gestão contratual. Dentre os assuntos que vimos, podemos destacar</p><p>que:</p><p>• O instrumento de contrato é dispensável nos casos de contratação realizada</p><p>por meio de dispensa de licitação em razão de baixo valor, bem como nas</p><p>compras com entrega imediata e integral;</p><p>• Para obras e serviços de engenharia de grande vulto poderá ser exigida a</p><p>prestação de garantia, na modalidade seguro-garantia, com cláusula de</p><p>retomada prevista no art. 102 da NLLC, em percentual de até 30% (trinta</p><p>por cento) do valor inicial do contrato;</p><p>• O modelo de gestão do contrato agora é cláusula obrigatória e descreve</p><p>como a execução do objeto será acompanhada e fiscalizada pelo órgão ou</p><p>entidade. Já o modelo de execução do contrato define como o contratado</p><p>deverá produzir os resultados pretendidos.</p><p>• Uma boa inovação da NLLC foi listar, em seu art. 155, um rol de doze</p><p>infrações passíveis de sanções e, ainda, nos parágrafos do art. 159, fazer</p><p>uma conexão entre cada infração e a penalidade aplicável.</p><p>• A NLLC estendeu a duração dos contratos administrativos, sendo que os</p><p>contratos de serviços contínuos agora podem ter vigência inicial de até 05</p><p>(cinco) anos, prorrogável até 10 (dez) anos.</p><p>• A extinção do contrato pode ser unilateral, consensual, arbitral ou judicial,</p><p>devendo a decisão por manter ou rescindir o contrato deve ser tomada em</p><p>vista dos princípios da finalidade, da razoabilidade e da proporcionalidade.</p><p>Chegamos ao fim deste módulo e quero expressar minha gratidão por sido parte</p><p>da sua jornada de aprendizado. Espero que você os conhecimentos adquiridos neste curso</p><p>tenham sido relevantes para você aplicar no seu ambiente de trabalho. Desejo sucesso em</p><p>sua carreira e espero que nossos caminhos se cruzem novamente em futuras oportunida-</p><p>des. Continuo à disposição para qualquer dúvida ou ajuda que precisar na aplicação dessa</p><p>nova lei. ´</p><p>Um abraço e até breve!</p><p>Minicurrículo dos instrutores</p><p>Davi Lucas Bois: Secretário de Administração Adjunto do Ministério Público Federal.</p><p>Analista Jurídico do Ministério Público da União. Possui graduação em Direito pela</p><p>Universidade Federal de Minas Gerais (2011) e especialização em Direito Público pela</p><p>PUC-Minas (2016). Tem experiência na área de Direito, com ênfase em Licitações e</p><p>Contratos Administrativos. Ministra cursos na área de Licitações e Contratos</p><p>Administrativos em escolas privadas e de governo, como Escola Nacional de</p><p>Administração Pública (ENAP) e Escola Superior do Ministério Público (ESMPU).</p><p>Frederico Augusto Ribeiro: Coordenador de Compras e Serviços Administrativos da</p><p>ESMPU. Graduação em Administração de Empresas (Uniceub/Brasília). MBA –</p><p>Executivo em Gestão Financeira (UCB/Brasília). Especialização em Gestão de Pessoas</p><p>(ESMPU/Brasília). Já atuou como Subsecretário de Gestão Contratual na SA/PGR, Chefe</p><p>de Gabinete do Secretário-Geral e Secretário Executivo da 5ª Câmara de Coordenação e</p><p>Revisão. Ministrou vários cursos relacionados a licitações e contratos tanto na forma</p><p>presencial, quanto à distância, atuando também como conteudista no MPF, MPDFT,</p><p>ESMPU, TRF-1ª Região, STF, entre outros. Instagram: @licitacaoegestao. Canal do</p><p>Youtube: @licitacaoegestao104</p><p>Jakson Barbosa Alves: Secretário Estadual o Ministério Público Federal em Rondônia.</p><p>Já atuou como Pregoeiro, Supervisor de Licitações e Coordenador de Administração no</p><p>Ministério Público Federal. Instrutor e conteudista na área de licitação e contratos em</p><p>diversas Escolas de Governo - ENAP, ESMPU, EAD-MPF. Membro do Comitê</p><p>“Governança na Prática” da Rede Governança Brasil, no qual compôs a equipe técnica</p><p>da elaboração do “Código de Boas Práticas de Governança Pública”. Especialista em</p><p>Governança de Tecnologia de Informação.</p><p>Leonardo Mota Meira: Supervisor de Licitações e Disputas Eletrônicas, Pregoeiro e</p><p>Presidente da CPL, do Ministério Público Federal na Paraíba (MPF/PB). Instrutor interno</p><p>do Ministério Público Federal, na área de licitações e contratos. Especialista em Direito</p><p>Administrativo e Gestão Pública. Professor do MBA Licitação e Contratos do Instituto</p><p>de Pós-Graduação – IPOG. Autor de diversos artigos na área de licitações e contratos.</p><p>Instagram: @leonardomotam_ Home - Leonardo Mota (leonardomotam.com.br). Canal</p><p>do Youtube: Leonardo Mota_</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>1. ACHE, A.; e FENILI, R. A Lei de Licitações e Contratos: Visão Sistêmica –</p><p>das licitações planejamento e seleção do fornecedor. Guarulhos: Format Comunicação</p><p>Gráfica e Editora, 2022.</p><p>2. BITTENCOURT, Sidney. Contratando sem licitação: contratação direta por</p><p>dispensa ou inexigibilidade. São Paulo: Almedina, 2016.</p><p>3. BRASIL. Decreto-Lei nº 4.657, de 4 de setembro de 1942. Lei de Introdução às</p><p>normas do Direito Brasileiro. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/de-</p><p>creto-lei/del4657compilado.htm.</p><p>4. BRASIL. Lei Complementar nº 123/2006, de 14 de dezembro de 2006. Institui</p><p>o Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte. Disponível em:</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/lcp123.htm.</p><p>5. BRASIL. Lei nº 14.133/2021, de 1º de abril de 2021. Lei de Licitações e Con-</p><p>tratos Administrativos. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/</p><p>Leis/L8666cons.htm.</p><p>6. BRASIL. Ministério Público da União. Procuradoria-Geral da República. Porta-</p><p>ria PGR/MPU nº 28, de 16 de março de 2023. Regulamenta o § 3º do art. 8º da Lei nº</p><p>14.133, de 1º de abril de 2021, para dispor sobre regras e diretrizes para a atuação do</p><p>agente de contratação, da equipe de apoio, da comissão de contratação e dos gestores e</p><p>fiscais de contratos, no âmbito do Ministério Público da União. BSMPU, Brasília, DF,</p><p>mar. 2023. Edição Extra 2, p. 1. Disponível em: , Acesso: 28 jul. 2023.</p><p>7. CAMELO, B.; NÓBREGA, M.; e TORRES, R. C. L. de. Análise Econômica das</p><p>Licitações e Contratos: de acordo com a Lei nº 14.133/2021. Belo Horizonte: Fórum,</p><p>2022.</p><p>8. Cavallari, Odilon. Artigo: O QUE É O ERRO GROSSEIRO DA LINDB? Dis-</p><p>ponível em https://www.antcbrasil.org.br/comunicacao/artigos/847-artigo-o-que-e-o-</p><p>erro-grosseiro-da-lindb-por-odilon-cavallari.</p><p>9. Controladoria-Geral da União. Relatório de Avaliação: Exercícios 2018 – 2022.</p><p>http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/DEL%204.657-1942?OpenDocument</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del4657compilado.htm</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del4657compilado.htm</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/lcp123.htm</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/%20Leis/L8666cons.htm</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/%20Leis/L8666cons.htm</p><p>http://bibliotecadigital.mpf.mp.br/bdmpf/handle/11549/253647</p><p>http://bibliotecadigital.mpf.mp.br/bdmpf/handle/11549/253647</p><p>https://www.antcbrasil.org.br/comunicacao/artigos/847-artigo-o-que-e-o-erro-grosseiro-da-lindb-por-odilon-cavallari</p><p>https://www.antcbrasil.org.br/comunicacao/artigos/847-artigo-o-que-e-o-erro-grosseiro-da-lindb-por-odilon-cavallari</p><p>, desenvolvido pela Secretaria de Gestão da Controladoria-Geral da União. Disponível</p><p>em: https://eaud.cgu.gov.br/relatorios/download/1371061. Acesso em: 27/06/2023.</p><p>10. DI PIETRO, M. S. Z., et al. Licitações e Contratos Administrativos: Inovações</p><p>da Lei nº 14.133, de 1º de</p><p>Dispõe sobre a dispensa de licitação, na</p><p>forma eletrônica, de que trata a Lei nº</p><p>14.133, de 1º de abril de 2021, e institui o</p><p>Sistema de Dispensa Eletrônica, no âmbito</p><p>da Administração Pública federal direta, au-</p><p>tárquica e fundacional.</p><p>http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/mpv%201167-2023?OpenDocument</p><p>https://www.gov.br/compras/pt-br/nllc</p><p>https://www.gov.br/compras/pt-br/nllc/lista-de-atos-normativos-e-estagios-de-regulamentacao-da-lei-14133-de-2021.pdf</p><p>https://www.gov.br/compras/pt-br/nllc/lista-de-atos-normativos-e-estagios-de-regulamentacao-da-lei-14133-de-2021.pdf</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2021/Decreto/D10764.htm</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2021/Decreto/D10764.htm</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2021/decreto/D10818.htm</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2021/decreto/D10818.htm</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2021/decreto/D10818.htm</p><p>https://www.gov.br/compras/pt-br/acesso-a-informacao/legislacao/portarias/portaria-seges-me-no-8-678-de-19-de-julho-de-2021</p><p>https://www.gov.br/compras/pt-br/acesso-a-informacao/legislacao/portarias/portaria-seges-me-no-8-678-de-19-de-julho-de-2021</p><p>https://www.gov.br/compras/pt-br/acesso-a-informacao/legislacao/portarias/portaria-seges-me-no-8-678-de-19-de-julho-de-2021</p><p>https://www.gov.br/compras/pt-br/acesso-a-informacao/legislacao/portarias/portaria-seges-me-no-8-678-de-19-de-julho-de-2021</p><p>https://www.gov.br/compras/pt-br/acesso-a-informacao/legislacao/portarias/portaria-me-no-15-496-de-29-de-dezembro-de-2021</p><p>https://www.gov.br/compras/pt-br/acesso-a-informacao/legislacao/portarias/portaria-me-no-15-496-de-29-de-dezembro-de-2021</p><p>https://www.gov.br/compras/pt-br/acesso-a-informacao/legislacao/portarias/portaria-me-no-15-496-de-29-de-dezembro-de-2021</p><p>https://www.gov.br/compras/pt-br/acesso-a-informacao/legislacao/portarias/portaria-me-no-15-496-de-29-de-dezembro-de-2021</p><p>https://www.gov.br/compras/pt-br/acesso-a-informacao/legislacao/instrucoes-normativas/instrucao-normativa-seges-me-no-65-de-7-de-julho-de-2021</p><p>https://www.gov.br/compras/pt-br/acesso-a-informacao/legislacao/instrucoes-normativas/instrucao-normativa-seges-me-no-65-de-7-de-julho-de-2021</p><p>https://www.gov.br/compras/pt-br/acesso-a-informacao/legislacao/instrucoes-normativas/instrucao-normativa-seges-me-no-65-de-7-de-julho-de-2021</p><p>https://www.gov.br/compras/pt-br/acesso-a-informacao/legislacao/instrucoes-normativas/instrucao-normativa-seges-me-no-65-de-7-de-julho-de-2021</p><p>https://www.gov.br/compras/pt-br/acesso-a-informacao/legislacao/instrucoes-normativas/instrucao-normativa-seges-me-no-65-de-7-de-julho-de-2021</p><p>https://www.gov.br/compras/pt-br/acesso-a-informacao/legislacao/instrucoes-normativas/instrucao-normativa-seges-me-no-67-de-8-de-julho-de-2021</p><p>https://www.gov.br/compras/pt-br/acesso-a-informacao/legislacao/instrucoes-normativas/instrucao-normativa-seges-me-no-67-de-8-de-julho-de-2021</p><p>https://www.gov.br/compras/pt-br/acesso-a-informacao/legislacao/instrucoes-normativas/instrucao-normativa-seges-me-no-67-de-8-de-julho-de-2021</p><p>https://www.gov.br/compras/pt-br/acesso-a-informacao/legislacao/instrucoes-normativas/instrucao-normativa-seges-me-no-67-de-8-de-julho-de-2021</p><p>https://www.gov.br/compras/pt-br/acesso-a-informacao/legislacao/instrucoes-normativas/instrucao-normativa-seges-me-no-67-de-8-de-julho-de-2021</p><p>7</p><p>Alteração da Instrução</p><p>Normativa nº 53, de 8 de</p><p>julho de 2020</p><p>INSTRUÇÃO</p><p>NORMATIVA</p><p>AUTOR/ME Nº 62, DE 28</p><p>DE JUNHO DE 2021</p><p>Altera a Instrução Normativa nº 53, de 8 de</p><p>julho de 2020, que dispõe sobre as regras e</p><p>os procedimentos para operação de crédito</p><p>garantida por cessão fiduciária dos direitos</p><p>de créditos decorrentes de contratos admi-</p><p>nistrativos, realizadas entre o fornecedor e</p><p>instituição financeira, por meio do Portal de</p><p>Crédito digital, no âmbito da Administração</p><p>Pública federal direta, autárquica e fundaci-</p><p>onal.</p><p>8</p><p>Decreto de adequação do</p><p>CIPI</p><p>DECRETO Nº 10.899, DE</p><p>16 DE DEZEMBRO DE</p><p>2021</p><p>Altera o Decreto nº 10.496, de 28 de setem-</p><p>bro de 2020, que institui o Cadastro Inte-</p><p>grado de Projetos de Investimento.</p><p>9</p><p>Instrução Normativa sobre</p><p>a participação de pessoa fí-</p><p>sica nas contratações pú-</p><p>blicas</p><p>INSTRUÇÃO</p><p>NORMATIVA</p><p>SEGES/ME Nº 116, DE 21</p><p>DE DEZEMBRO DE</p><p>2021</p><p>Estabelece procedimentos para a participa-</p><p>ção de pessoa física nas contratações públi-</p><p>cas de que trata a Lei nº 14.133, de 1º de abril</p><p>de 2021, no âmbito da Administração Pú-</p><p>blica federal direta, autárquica e fundacio-</p><p>nal.</p><p>10</p><p>Decreto de procedimento</p><p>especial para consultas</p><p>públicas para</p><p>regulamentação da Lei nº</p><p>14.133, de 2021</p><p>DECRETO Nº 10.929, DE</p><p>7 DE JANEIRO DE 2022</p><p>Estabelece procedimento especial para con-</p><p>sultas públicas de decretos destinados a re-</p><p>gulamentar dispositivo da Lei nº 14.133, de</p><p>1º de abril de 2021 - Lei de Licitações e Con-</p><p>tratos Administrativos.</p><p>11</p><p>Decreto do plano de con-</p><p>tratações anual (PCA) e</p><p>PGC</p><p>DECRETO Nº 10.947, DE</p><p>25 DE JANEIRO DE 2022</p><p>Regulamenta o inciso VII do caput do art. 12</p><p>da Lei nº 14.133, de 1º de abril de 2021, para</p><p>dispor sobre o plano de contratações anual e</p><p>instituir o Sistema de Planejamento e Geren-</p><p>ciamento de Contratações no âmbito da ad-</p><p>ministração pública federal direta, autár-</p><p>quica e fundacional.</p><p>12</p><p>Portaria que institui o ca-</p><p>tálogo eletrônico de padro-</p><p>nização de compras, servi-</p><p>ços e obras</p><p>PORTARIA SEGES/ME</p><p>Nº 938, DE 2 DE</p><p>FEVEREIRO DE 2022</p><p>Institui o catálogo eletrônico de</p><p>padronização de compras, serviços e obras,</p><p>no âmbito da Administração Pública</p><p>federal direta, autárquica e fundacional, em</p><p>atendimento ao disposto no inciso II do art.</p><p>19 da Lei nº 14.133, de 1º de abril de 2021.</p><p>13</p><p>Instrução Normativa sobre</p><p>multa administrativa</p><p>INSTRUÇÃO</p><p>NORMATIVA</p><p>SEGES/ME Nº 26, DE 13</p><p>DE ABRIL DE 2022</p><p>Dispõe sobre a dispensa, o parcelamento, a</p><p>compensação e a suspensão de cobrança de</p><p>débito resultante de multa administrativa</p><p>e/ou indenizações, previstas na Lei nº</p><p>14.133, de 1º de abril de 2021, no âmbito da</p><p>Administração Pública federal direta, autár-</p><p>quica e fundacional, não inscritas em dívida</p><p>ativa.</p><p>14</p><p>Instrução Normativa</p><p>sobre os</p><p>Estudos Técnicos</p><p>Preliminares</p><p>INSTRUÇÃO</p><p>NORMATIVA SEGES Nº</p><p>58, DE 8 DE AGOSTO</p><p>DE 2022</p><p>Dispõe sobre a elaboração dos Estudos Téc-</p><p>nicos Preliminares - ETP, para a aquisição de</p><p>bens e a contratação de serviços e obras, no</p><p>âmbito da administração pública federal di-</p><p>reta, autárquica e fundacional, e sobre o Sis-</p><p>tema ETP digital.</p><p>https://www.gov.br/compras/pt-br/acesso-a-informacao/legislacao/instrucoes-normativas/instrucao-normativa-autor-me-no-62-de-28-de-junho-de-2021</p><p>https://www.gov.br/compras/pt-br/acesso-a-informacao/legislacao/instrucoes-normativas/instrucao-normativa-autor-me-no-62-de-28-de-junho-de-2021</p><p>https://www.gov.br/compras/pt-br/acesso-a-informacao/legislacao/instrucoes-normativas/instrucao-normativa-autor-me-no-62-de-28-de-junho-de-2021</p><p>https://www.gov.br/compras/pt-br/acesso-a-informacao/legislacao/instrucoes-normativas/instrucao-normativa-autor-me-no-62-de-28-de-junho-de-2021</p><p>https://www.gov.br/compras/pt-br/acesso-a-informacao/legislacao/instrucoes-normativas/instrucao-normativa-autor-me-no-62-de-28-de-junho-de-2021</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Decreto/D10899.htm</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Decreto/D10899.htm</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Decreto/D10899.htm</p><p>https://www.gov.br/compras/pt-br/acesso-a-informacao/legislacao/instrucoes-normativas/instrucao-normativa-seges-me-no-116-de-21-de-dezembro-de-2021</p><p>https://www.gov.br/compras/pt-br/acesso-a-informacao/legislacao/instrucoes-normativas/instrucao-normativa-seges-me-no-116-de-21-de-dezembro-de-2021</p><p>https://www.gov.br/compras/pt-br/acesso-a-informacao/legislacao/instrucoes-normativas/instrucao-normativa-seges-me-no-116-de-21-de-dezembro-de-2021</p><p>abril de 2021. 1. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2021.</p><p>11. Entrevista com Min. Benjamin Zymler: regulamentação da NLLC. Disponí-</p><p>vel em https://portal.sollicita.com.br/Noticia/19904.</p><p>12. FORTINI, Cristiana, OLIVEIRA, Rafael Sérgio Lima de; CAMARÃO, Tatiana.</p><p>Comentários À Lei De Licitações E Contratos Administrativos. 2.ED.. Belo Hori-</p><p>zonte: Fórum, 2022. Disponível em: https://www.forumconhecimento.com.br/li-</p><p>vro/L4368.</p><p>13. FORTINI, C.; RAINHO, R. C. Mudanças no procedimento de manifestação de</p><p>interesse em face do Decreto 10.104/2019. Disponível em:</p><p>https://www.conjur.com.br/2019-nov-28/interesse-publico-mudancas-manifestacao-</p><p>interesse-diante-decreto-101042019. Consulta em: 05/09/2022.</p><p>14. JUSTEN FILHO, Marçal. Comentários à Lei de Licitações e Contratos Admi-</p><p>nistrativos, 13ª. ed., São Paulo, Dialética, 2011.</p><p>15. JUSTEN FILHO, Marçal. Comentários à Lei de Licitações e Contratações Ad-</p><p>ministrativas: Lei 14.133/2021. São Paulo: Thomson Reuters Brasil, 2021.</p><p>16. LOUBACK, I. O procedimento de manifestação de interesse (PMI) e suas</p><p>recentes alterações. Migalhas – Migalhas de Peso: 2020. Disponível em:</p><p>https://www.migalhas.com.br/depeso/318275/o-procedimento-de-manifestacao-de-</p><p>interesse—pmi—e-suas-recentes-alteracoes. Acesso em: 5 set. 2022.</p><p>17. Página do Grupo de Trabalho instituído pela Portaria SG/MPU nº 28/2021</p><p>no sítio do MPU. Disponível em: https://www.mpu.mp.br/legislacao /contratacoes-no-</p><p>mpu.</p><p>18. Página dos modelos elaborados pela Advocacia-Geral da União (AGU).</p><p>Disponíveis em: https://www.gov.br/agu/pt-br/composicao/cgu/cgu/modelos</p><p>/licitacoesecontratos/14133.</p><p>19. RAUEN, ANDRÉ TORTATO, Organizador. Compras públicas para inovação</p><p>no Brasil: novas possibilidades legais/Brasília: IPEA, 2022.</p><p>https://eaud.cgu.gov.br/relatorios/download/1371061</p><p>https://portal.sollicita.com.br/Noticia/19904</p><p>https://www.forumconhecimento.com.br/livro/L4368</p><p>https://www.forumconhecimento.com.br/livro/L4368</p><p>https://www.conjur.com.br/2019-nov-28/interesse-publico-mudancas-manifestacao-interesse-diante-decreto-101042019</p><p>https://www.conjur.com.br/2019-nov-28/interesse-publico-mudancas-manifestacao-interesse-diante-decreto-101042019</p><p>https://www.migalhas.com.br/depeso/318275/o-procedimento-de-manifestacao-de-interesse—pmi—e-suas-recentes-alteracoes</p><p>https://www.migalhas.com.br/depeso/318275/o-procedimento-de-manifestacao-de-interesse—pmi—e-suas-recentes-alteracoes</p><p>https://www.mpu.mp.br/legislacao/contratacoes-no-mpu</p><p>https://www.mpu.mp.br/legislacao/contratacoes-no-mpu</p><p>https://www.gov.br/agu/pt-br/composicao/cgu/cgu/modelos/licitacoesecontratos/14133</p><p>https://www.gov.br/agu/pt-br/composicao/cgu/cgu/modelos/licitacoesecontratos/14133</p><p>20. SARAI, Leandro, et al. Tratado da Nova Lei de Licitações e Contratos Admi-</p><p>nistrativos: Lei 14133/2021 Comentada por Advogados Públicos – 2 ed. – São Paulo:</p><p>Editora Juspodivm, 2022.</p><p>21. TORRES, Ronny Charles Lopes de. Leis de Licitações Públicas Comentadas.</p><p>Salvador: Jus Podivm, 2019.</p><p>22. TORRES, Ronny Charles Lopes de. Leis de licitações públicas comentadas. 12ª</p><p>ed. rev., ampl. e atual. São Paulo: Ed. JusPodivm. 2021.</p><p>23. UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO. Acesso ao Novo Sistema</p><p>PGC 2023: Plano de Contratações Anual. Disponível em:</p><p>https://wp.ufpel.edu.br/pra/files/2022/02/Tela-a-tela-do-sistema-PGC-2023.pdf. Con-</p><p>sulta em 22/06/2023.</p><p>https://wp.ufpel.edu.br/pra/files/2022/02/Tela-a-tela-do-sistema-PGC-2023.pdf</p><p>https://www.gov.br/compras/pt-br/acesso-a-informacao/legislacao/instrucoes-normativas/instrucao-normativa-seges-me-no-116-de-21-de-dezembro-de-2021</p><p>https://www.gov.br/compras/pt-br/acesso-a-informacao/legislacao/instrucoes-normativas/instrucao-normativa-seges-me-no-116-de-21-de-dezembro-de-2021</p><p>https://www.gov.br/compras/pt-br/acesso-a-informacao/legislacao/instrucoes-normativas/instrucao-normativa-seges-me-no-116-de-21-de-dezembro-de-2021</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2022/decreto/D10929.htm</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2022/decreto/D10929.htm</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2022/decreto/D10947.htm</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2022/decreto/D10947.htm</p><p>https://www.gov.br/compras/pt-br/acesso-a-informacao/legislacao/portarias/portaria-seges-me-no-938-de-2-de-fevereiro-de-2022</p><p>https://www.gov.br/compras/pt-br/acesso-a-informacao/legislacao/portarias/portaria-seges-me-no-938-de-2-de-fevereiro-de-2022</p><p>https://www.gov.br/compras/pt-br/acesso-a-informacao/legislacao/portarias/portaria-seges-me-no-938-de-2-de-fevereiro-de-2022</p><p>https://www.gov.br/compras/pt-br/acesso-a-informacao/legislacao/portarias/portaria-seges-me-no-938-de-2-de-fevereiro-de-2022</p><p>https://www.gov.br/compras/pt-br/acesso-a-informacao/legislacao/instrucoes-normativas/instrucao-normativa-seges-me-no-26-de-13-de-abril-de-2022</p><p>https://www.gov.br/compras/pt-br/acesso-a-informacao/legislacao/instrucoes-normativas/instrucao-normativa-seges-me-no-26-de-13-de-abril-de-2022</p><p>https://www.gov.br/compras/pt-br/acesso-a-informacao/legislacao/instrucoes-normativas/instrucao-normativa-seges-me-no-26-de-13-de-abril-de-2022</p><p>https://www.gov.br/compras/pt-br/acesso-a-informacao/legislacao/instrucoes-normativas/instrucao-normativa-seges-me-no-26-de-13-de-abril-de-2022</p><p>https://www.gov.br/compras/pt-br/acesso-a-informacao/legislacao/instrucoes-normativas/instrucao-normativa-seges-me-no-26-de-13-de-abril-de-2022</p><p>https://www.gov.br/compras/pt-br/acesso-a-informacao/legislacao/instrucoes-normativas/instrucao-normativa-seges-no-58-de-8-de-agosto-de-2022</p><p>https://www.gov.br/compras/pt-br/acesso-a-informacao/legislacao/instrucoes-normativas/instrucao-normativa-seges-no-58-de-8-de-agosto-de-2022</p><p>https://www.gov.br/compras/pt-br/acesso-a-informacao/legislacao/instrucoes-normativas/instrucao-normativa-seges-no-58-de-8-de-agosto-de-2022</p><p>https://www.gov.br/compras/pt-br/acesso-a-informacao/legislacao/instrucoes-normativas/instrucao-normativa-seges-no-58-de-8-de-agosto-de-2022</p><p>https://www.gov.br/compras/pt-br/acesso-a-informacao/legislacao/instrucoes-normativas/instrucao-normativa-seges-no-58-de-8-de-agosto-de-2022</p><p>15</p><p>Portaria normas</p><p>complementares ao De-</p><p>creto nº 13.193, de 2019</p><p>PORTARIA ME Nº 7.828,</p><p>DE 30 DE AGOSTO DE</p><p>2022</p><p>Estabelece normas complementares para o</p><p>cumprimento do Decreto nº 10.193, de 27 de</p><p>dezembro de 2019, que estabelece limites e</p><p>instâncias de governança para a contratação</p><p>de bens e serviços e para a realização de gas-</p><p>tos com diárias e passagens no âmbito do Po-</p><p>der Executivo federal.</p><p>16</p><p>Instrução Normativa sobre</p><p>critério de julgamento por</p><p>menor preço ou maior des-</p><p>conto</p><p>INSTRUÇÃO</p><p>NORMATIVA SEGES Nº</p><p>73, DE 30 DE</p><p>SETEMBRO DE 2022</p><p>Dispõe sobre a licitação pelo critério de jul-</p><p>gamento por menor preço ou maior des-</p><p>conto, na forma eletrônica, para a contrata-</p><p>ção de bens, serviços e obras, no âmbito da</p><p>Administração Pública federal direta, autár-</p><p>quica e fundacional.</p><p>17</p><p>Decreto de agente de con-</p><p>tratação, equipe de apoio,</p><p>comissão de contratação,</p><p>gestores e fiscais de contra-</p><p>tos</p><p>DECRETO Nº 11.246, DE</p><p>27 DE OUTUBRO DE</p><p>2022</p><p>Regulamenta o disposto no § 3º do art. 8º da</p><p>Lei nº 14.133, de 1º de abril de 2021, para</p><p>dispor sobre as regras para a atuação do</p><p>agente de contratação e da equipe de apoio,</p><p>o funcionamento da comissão de contratação</p><p>e a atuação dos gestores e fiscais de contra-</p><p>tos, no âmbito da administração pública fe-</p><p>deral direta, autárquica e fundacional.</p><p>18</p><p>Instrução Normativa de</p><p>Ordem Cronológica de</p><p>Pagamentos</p><p>INSTRUÇÃO</p><p>NORMATIVA</p><p>SEGES/ME Nº 77, DE 4</p><p>DE NOVEMBRO DE</p><p>2022</p><p>Dispõe sobre a observância da ordem crono-</p><p>lógica de pagamento das obrigações relati-</p><p>vas ao fornecimento de bens, locações, pres-</p><p>tação de serviços e realização de obras, no</p><p>âmbito da Administração Pública federal di-</p><p>reta, autárquica e fundacional.</p><p>19</p><p>Instrução Normativa do</p><p>Termo de Referência (TR)</p><p>Digital</p><p>INSTRUÇÃO</p><p>NORMATIVA</p><p>SEGES/ME Nº 81, DE 25</p><p>DE</p><p>NOVEMBRO DE 2022</p><p>Dispõe sobre a elaboração do Termo de Re-</p><p>ferência - TR, para a aquisição de bens e a</p><p>contratação de serviços, no âmbito da admi-</p><p>nistração pública federal direta, autárquica e</p><p>fundacional, e sobre o Sistema TR digital.</p><p>20</p><p>Instrução Normativa de</p><p>definição do valor esti-</p><p>mado para a contratação</p><p>de obras e serviços de en-</p><p>genharia nos processos de</p><p>licitação e de contratação</p><p>direta</p><p>INSTRUÇÃO</p><p>NORMATIVA SEGES</p><p>/ME Nº 91, DE 16 DE</p><p>DEZEMBRO DE 2022</p><p>Estabelece regras para a definição do valor</p><p>estimado para a contratação de obras e servi-</p><p>ços de engenharia nos processos de licitação</p><p>e de contratação direta, de que dispõe o § 2º</p><p>do art. 23 da Lei nº 14.133, de 1º de abril de</p><p>2021, no âmbito da Administração Pública</p><p>federal direta, autárquica e fundacional.</p><p>21</p><p>Instrução Normativa sobre</p><p>o critério julgamento pelo</p><p>maior retorno econômico</p><p>INSTRUÇÃO</p><p>NORMATIVA SEGES</p><p>/ME Nº 96, DE 23 DE</p><p>DEZEMBRO DE 2022</p><p>Dispõe sobre a licitação pelo critério de jul-</p><p>gamento por maior retorno econômico, na</p><p>forma eletrônica, no âmbito da Administra-</p><p>ção Pública federal direta, autárquica e fun-</p><p>dacional.</p><p>22</p><p>Instrução Normativa que</p><p>autoriza a aplicação da</p><p>Instrução Normativa nº 5</p><p>INSTRUÇÃO</p><p>NORMATIVA SEGES</p><p>/ME Nº 98, DE 26 DE</p><p>DEZEMBRO DE 2022</p><p>Estabelece regras e diretrizes para o procedi-</p><p>mento de contratação de serviços sob o re-</p><p>gime de execução indireta de que dispõe a</p><p>https://www.gov.br/compras/pt-br/acesso-a-informacao/legislacao/portarias/portaria-me-no-7-828-de-30-de-agosto-de-2022</p><p>https://www.gov.br/compras/pt-br/acesso-a-informacao/legislacao/portarias/portaria-me-no-7-828-de-30-de-agosto-de-2022</p><p>https://www.gov.br/compras/pt-br/acesso-a-informacao/legislacao/portarias/portaria-me-no-7-828-de-30-de-agosto-de-2022</p><p>https://www.gov.br/compras/pt-br/acesso-a-informacao/legislacao/instrucoes-normativas/instrucao-normativa-seges-me-no-73-de-30-de-setembro-de-2022</p><p>https://www.gov.br/compras/pt-br/acesso-a-informacao/legislacao/instrucoes-normativas/instrucao-normativa-seges-me-no-73-de-30-de-setembro-de-2022</p><p>https://www.gov.br/compras/pt-br/acesso-a-informacao/legislacao/instrucoes-normativas/instrucao-normativa-seges-me-no-73-de-30-de-setembro-de-2022</p><p>https://www.gov.br/compras/pt-br/acesso-a-informacao/legislacao/instrucoes-normativas/instrucao-normativa-seges-me-no-73-de-30-de-setembro-de-2022</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2022/decreto/D11246.htm</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2022/decreto/D11246.htm</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2022/decreto/D11246.htm</p><p>https://www.gov.br/compras/pt-br/acesso-a-informacao/legislacao/instrucoes-normativas/instrucao-normativa-seges-me-no-77-de-4-de-novembro-de-2022</p><p>https://www.gov.br/compras/pt-br/acesso-a-informacao/legislacao/instrucoes-normativas/instrucao-normativa-seges-me-no-77-de-4-de-novembro-de-2022</p><p>https://www.gov.br/compras/pt-br/acesso-a-informacao/legislacao/instrucoes-normativas/instrucao-normativa-seges-me-no-77-de-4-de-novembro-de-2022</p><p>https://www.gov.br/compras/pt-br/acesso-a-informacao/legislacao/instrucoes-normativas/instrucao-normativa-seges-me-no-77-de-4-de-novembro-de-2022</p><p>https://www.gov.br/compras/pt-br/acesso-a-informacao/legislacao/instrucoes-normativas/instrucao-normativa-seges-me-no-77-de-4-de-novembro-de-2022</p><p>https://www.gov.br/compras/pt-br/acesso-a-informacao/legislacao/instrucoes-normativas/instrucao-normativa-seges-me-no-77-de-4-de-novembro-de-2022</p><p>https://www.gov.br/compras/pt-br/acesso-a-informacao/legislacao/instrucoes-normativas/instrucao-normativa-seges-me-no-81-de-25-de-novembro-de-2022</p><p>https://www.gov.br/compras/pt-br/acesso-a-informacao/legislacao/instrucoes-normativas/instrucao-normativa-seges-me-no-81-de-25-de-novembro-de-2022</p><p>https://www.gov.br/compras/pt-br/acesso-a-informacao/legislacao/instrucoes-normativas/instrucao-normativa-seges-me-no-81-de-25-de-novembro-de-2022</p><p>https://www.gov.br/compras/pt-br/acesso-a-informacao/legislacao/instrucoes-normativas/instrucao-normativa-seges-me-no-81-de-25-de-novembro-de-2022</p><p>https://www.gov.br/compras/pt-br/acesso-a-informacao/legislacao/instrucoes-normativas/instrucao-normativa-seges-me-no-81-de-25-de-novembro-de-2022</p><p>https://www.gov.br/compras/pt-br/acesso-a-informacao/legislacao/instrucoes-normativas/instrucao-normativa-seges-me-no-91-de-16-de-dezembro-de-2022</p><p>https://www.gov.br/compras/pt-br/acesso-a-informacao/legislacao/instrucoes-normativas/instrucao-normativa-seges-me-no-91-de-16-de-dezembro-de-2022</p><p>https://www.gov.br/compras/pt-br/acesso-a-informacao/legislacao/instrucoes-normativas/instrucao-normativa-seges-me-no-91-de-16-de-dezembro-de-2022</p><p>https://www.gov.br/compras/pt-br/acesso-a-informacao/legislacao/instrucoes-normativas/instrucao-normativa-seges-me-no-91-de-16-de-dezembro-de-2022</p><p>https://www.gov.br/compras/pt-br/acesso-a-informacao/legislacao/instrucoes-normativas/instrucao-normativa-seges-me-no-96-de-23-de-dezembro-de-2022</p><p>https://www.gov.br/compras/pt-br/acesso-a-informacao/legislacao/instrucoes-normativas/instrucao-normativa-seges-me-no-96-de-23-de-dezembro-de-2022</p><p>https://www.gov.br/compras/pt-br/acesso-a-informacao/legislacao/instrucoes-normativas/instrucao-normativa-seges-me-no-96-de-23-de-dezembro-de-2022</p><p>https://www.gov.br/compras/pt-br/acesso-a-informacao/legislacao/instrucoes-normativas/instrucao-normativa-seges-me-no-96-de-23-de-dezembro-de-2022</p><p>https://www.gov.br/compras/pt-br/acesso-a-informacao/legislacao/instrucoes-normativas/instrucao-normativa-seges-me-no-98-de-26-de-dezembro-de-2022</p><p>https://www.gov.br/compras/pt-br/acesso-a-informacao/legislacao/instrucoes-normativas/instrucao-normativa-seges-me-no-98-de-26-de-dezembro-de-2022</p><p>https://www.gov.br/compras/pt-br/acesso-a-informacao/legislacao/instrucoes-normativas/instrucao-normativa-seges-me-no-98-de-26-de-dezembro-de-2022</p><p>https://www.gov.br/compras/pt-br/acesso-a-informacao/legislacao/instrucoes-normativas/instrucao-normativa-seges-me-no-98-de-26-de-dezembro-de-2022</p><p>de 2017, no que couber,</p><p>para a realização dos pro-</p><p>cessos de licitação e de con-</p><p>tratação direta de serviços</p><p>Lei nº 14.133, de 1º de abril de 2021, no âm-</p><p>bito da Administração Pública federal direta,</p><p>autárquica e fundacional.</p><p>23</p><p>Decreto de atualização</p><p>anual dos valores da Lei nº</p><p>14.133, de 2021</p><p>DECRETO Nº 11.317, DE</p><p>29 DE DEZEMBRO DE</p><p>2022</p><p>Atualiza os valores estabelecidos na Lei nº</p><p>14.133, de 1º de abril de 2021.</p><p>24</p><p>Orientações sobre o relató-</p><p>rio de gestão de riscos do</p><p>Plano de Contratações</p><p>Anual – PCA</p><p>Orientação e</p><p>Procedimento nº 37 -</p><p>sobre o relatório de gestão</p><p>de riscos do Plano de</p><p>Contratações Anual –</p><p>PCA</p><p>Publicado no Portal de Compras do Governo</p><p>Federal</p><p>25</p><p>Instrução Normativa sobre</p><p>Locação de imóveis</p><p>INSTRUÇÃO</p><p>NORMATIVA</p><p>SEGES/ME Nº 103, DE 30</p><p>DE DEZEMBRO DE</p><p>2022.</p><p>Dispõe sobre os procedimentos de seleção</p><p>de imóveis para locação no âmbito da Admi-</p><p>nistração Pública federal direta, autárquica e</p><p>fundacional.</p><p>26</p><p>Instrução Normativa que</p><p>estabelece regras</p><p>complementares para</p><p>aplicação do Decreto nº</p><p>10.818, de 2021</p><p>INSTRUÇÃO</p><p>NORMATIVA</p><p>SEGES/MGI Nº 4, DE 2</p><p>DE FEVEREIRO DE</p><p>2023</p><p>Estabelece regras complementares para apli-</p><p>cação do Decreto nº 10.818, de 27 de setem-</p><p>bro de 2021.</p><p>27</p><p>Instrução Normativa sobre</p><p>critério de julgamento por</p><p>técnica e preço</p><p>INSTRUÇÃO</p><p>NORMATIVA</p><p>SEGES/MGI Nº 2, DE 7</p><p>DE FEVEREIRO DE</p><p>2023</p><p>Dispõe sobre a licitação pelo critério de jul-</p><p>gamento por técnica e preço, na forma ele-</p><p>trônica, no âmbito da Administração Pública</p><p>federal direta, autárquica e fundacional.</p><p>28</p><p>Decreto de cota para mu-</p><p>lheres vítimas de violência</p><p>doméstica e ações de equi-</p><p>dade de gênero, como cri-</p><p>tério de desempate</p><p>DECRETO Nº 11.430, DE</p><p>8 DE MARÇO DE 2023</p><p>Regulamenta a Lei nº 14.133, de 1º de abril</p><p>de 2021, para dispor sobre a exigência, em</p><p>contratações públicas, de percentual mínimo</p><p>de mão de obra constituída por mulheres ví-</p><p>timas de violência doméstica e sobre a utili-</p><p>zação do desenvolvimento, pelo licitante, de</p><p>ações de equidade entre mulheres e homens</p><p>no ambiente de trabalho como critério de de-</p><p>sempate em licitações, no âmbito da admi-</p><p>nistração pública federal direta, autárquica e</p><p>fundacional.</p><p>29</p><p>Instrução Normativa que</p><p>autoriza a aplicação do</p><p>Decreto nº 5.355, de 25 de</p><p>janeiro de 2005, que</p><p>dispõe sobre a utilização</p><p>do Cartão de Pagamento</p><p>INSTRUÇÃO</p><p>NORMATIVA SEGES</p><p>/MGI Nº 11, DE 29 DE</p><p>MARÇO DE 2023</p><p>Estabelece condições para o pagamento das</p><p>despesas com compra de bens e prestação de</p><p>serviços, de que dispõe o inciso I do art. 40</p><p>da Lei nº 14.133, de 1º de abril de 2021, e</p><p>para o regime de adiantamento, por supri-</p><p>mento de fundos, de que tratam os arts. 45,</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2022/decreto/D11317.htm</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2022/decreto/D11317.htm</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2022/decreto/D11317.htm</p><p>https://www.gov.br/compras/pt-br/agente-publico/orientacoes-e-procedimentos/37-orientacoes-sobre-o-relatorio-de-gestao-de-riscos-do-plano-de-contratacoes-anual-2013-pca-1</p><p>https://www.gov.br/compras/pt-br/agente-publico/orientacoes-e-procedimentos/37-orientacoes-sobre-o-relatorio-de-gestao-de-riscos-do-plano-de-contratacoes-anual-2013-pca-1</p><p>https://www.gov.br/compras/pt-br/agente-publico/orientacoes-e-procedimentos/37-orientacoes-sobre-o-relatorio-de-gestao-de-riscos-do-plano-de-contratacoes-anual-2013-pca-1</p><p>https://www.gov.br/compras/pt-br/agente-publico/orientacoes-e-procedimentos/37-orientacoes-sobre-o-relatorio-de-gestao-de-riscos-do-plano-de-contratacoes-anual-2013-pca-1</p><p>https://www.gov.br/compras/pt-br/agente-publico/orientacoes-e-procedimentos/37-orientacoes-sobre-o-relatorio-de-gestao-de-riscos-do-plano-de-contratacoes-anual-2013-pca-1</p><p>https://www.gov.br/compras/pt-br/agente-publico/orientacoes-e-procedimentos/37-orientacoes-sobre-o-relatorio-de-gestao-de-riscos-do-plano-de-contratacoes-anual-2013-pca-1</p><p>https://www.gov.br/compras/pt-br/agente-publico/orientacoes-e-procedimentos/37-orientacoes-sobre-o-relatorio-de-gestao-de-riscos-do-plano-de-contratacoes-anual-2013-pca-1</p><p>https://www.gov.br/compras/pt-br/agente-publico/orientacoes-e-procedimentos/37-orientacoes-sobre-o-relatorio-de-gestao-de-riscos-do-plano-de-contratacoes-anual-2013-pca-1</p><p>https://www.gov.br/compras/pt-br/acesso-a-informacao/legislacao/instrucoes-normativas/instrucao-normtaiva-seges-me-no-103-de-30-de-dezembro-de-2022</p><p>https://www.gov.br/compras/pt-br/acesso-a-informacao/legislacao/instrucoes-normativas/instrucao-normtaiva-seges-me-no-103-de-30-de-dezembro-de-2022</p><p>https://www.gov.br/compras/pt-br/acesso-a-informacao/legislacao/instrucoes-normativas/instrucao-normtaiva-seges-me-no-103-de-30-de-dezembro-de-2022</p><p>https://www.gov.br/compras/pt-br/acesso-a-informacao/legislacao/instrucoes-normativas/instrucao-normtaiva-seges-me-no-103-de-30-de-dezembro-de-2022</p><p>https://www.gov.br/compras/pt-br/acesso-a-informacao/legislacao/instrucoes-normativas/instrucao-normtaiva-seges-me-no-103-de-30-de-dezembro-de-2022</p><p>https://www.gov.br/compras/pt-br/acesso-a-informacao/legislacao/instrucoes-normativas/instrucao-normtaiva-seges-me-no-103-de-30-de-dezembro-de-2022</p><p>https://www.gov.br/compras/pt-br/acesso-a-informacao/legislacao/instrucoes-normativas/instrucao-normativa-seges-mgi-no-4-de-2-de-fevereiro-de-2023</p><p>https://www.gov.br/compras/pt-br/acesso-a-informacao/legislacao/instrucoes-normativas/instrucao-normativa-seges-mgi-no-4-de-2-de-fevereiro-de-2023</p><p>https://www.gov.br/compras/pt-br/acesso-a-informacao/legislacao/instrucoes-normativas/instrucao-normativa-seges-mgi-no-4-de-2-de-fevereiro-de-2023</p><p>https://www.gov.br/compras/pt-br/acesso-a-informacao/legislacao/instrucoes-normativas/instrucao-normativa-seges-mgi-no-4-de-2-de-fevereiro-de-2023</p><p>https://www.gov.br/compras/pt-br/acesso-a-informacao/legislacao/instrucoes-normativas/instrucao-normativa-seges-mgi-no-4-de-2-de-fevereiro-de-2023</p><p>https://www.gov.br/compras/pt-br/acesso-a-informacao/legislacao/instrucoes-normativas/instrucao-normativa-seges-mgi-no-4-de-2-de-fevereiro-de-2023</p><p>https://www.gov.br/compras/pt-br/acesso-a-informacao/legislacao/instrucoes-normativas/instrucao-normativa-seges-mgi-no-2-de-7-de-fevereiro-de-2023</p><p>https://www.gov.br/compras/pt-br/acesso-a-informacao/legislacao/instrucoes-normativas/instrucao-normativa-seges-mgi-no-2-de-7-de-fevereiro-de-2023</p><p>https://www.gov.br/compras/pt-br/acesso-a-informacao/legislacao/instrucoes-normativas/instrucao-normativa-seges-mgi-no-2-de-7-de-fevereiro-de-2023</p><p>https://www.gov.br/compras/pt-br/acesso-a-informacao/legislacao/instrucoes-normativas/instrucao-normativa-seges-mgi-no-2-de-7-de-fevereiro-de-2023</p><p>https://www.gov.br/compras/pt-br/acesso-a-informacao/legislacao/instrucoes-normativas/instrucao-normativa-seges-mgi-no-2-de-7-de-fevereiro-de-2023</p><p>https://www.gov.br/compras/pt-br/acesso-a-informacao/legislacao/instrucoes-normativas/instrucao-normativa-seges-mgi-no-2-de-7-de-fevereiro-de-2023</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2023-2026/2023/Decreto/D11430.htm</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2023-2026/2023/Decreto/D11430.htm</p><p>https://www.gov.br/compras/pt-br/acesso-a-informacao/legislacao/instrucoes-normativas/instrucao-normativa-seges-mgi-no-11-de-29-de-marco-de-2023ss</p><p>https://www.gov.br/compras/pt-br/acesso-a-informacao/legislacao/instrucoes-normativas/instrucao-normativa-seges-mgi-no-11-de-29-de-marco-de-2023ss</p><p>https://www.gov.br/compras/pt-br/acesso-a-informacao/legislacao/instrucoes-normativas/instrucao-normativa-seges-mgi-no-11-de-29-de-marco-de-2023ss</p><p>https://www.gov.br/compras/pt-br/acesso-a-informacao/legislacao/instrucoes-normativas/instrucao-normativa-seges-mgi-no-11-de-29-de-marco-de-2023ss</p><p>do Governo</p><p>Federal (CPGF)</p><p>46 e 47 do Decreto nº 93.872, de 23 de de-</p><p>zembro de 1986, no âmbito da Administra-</p><p>ção Pública federal direta, autárquica e fun-</p><p>dacional.</p><p>30</p><p>Medida Provisória que</p><p>altera os arts. 191 e 193 da</p><p>Lei nº</p><p>14.133, de 1º de abril de</p><p>2021, para prorrogar o pe-</p><p>ríodo de transição entre os</p><p>regimes legais</p><p>MEDIDA PROVISÓRIA</p><p>Nº 1.167, DE 31 DE</p><p>MARÇO DE 2023</p><p>Altera a Lei nº 14.133, de 1º de abril de 2021,</p><p>para prorrogar a possibilidade de uso da Lei</p><p>nº 8.666, de 21 de junho de 1993, da Lei º</p><p>10.520, de 17 de julho de 2002, e dos art. 1º</p><p>a art. 47-A da Lei nº 12.462, de 4 de agosto</p><p>de 2011.</p><p>31</p><p>Decreto sobre o Leilão Ele-</p><p>trônico</p><p>DECRETO Nº 11.461, DE</p><p>31 DE MARÇO DE 2023</p><p>Regulamenta o art. 31 da Lei nº 14.133, de</p><p>1º de abril de 2021, para dispor sobre os pro-</p><p>cedimentos operacionais da licitação na mo-</p><p>dalidade leilão, na forma eletrônica, para ali-</p><p>enação de bens móveis inservíveis ou legal-</p><p>mente apreendidos, e institui o Sistema de</p><p>Leilão Eletrônico no âmbito da administra-</p><p>ção pública federal direta, autárquica e fun-</p><p>dacional.</p><p>32</p><p>Decreto SRP</p><p>DECRETO Nº 11.462, DE</p><p>31 DE MARÇO DE 2023</p><p>Regulamenta os art. 82 a art. 86 da Lei nº</p><p>14.133, de 1º de abril de 2021, para dispor</p><p>sobre o sistema de registro de preços para a</p><p>contratação de bens e serviços, inclusive</p><p>obras e serviços de engenharia, no âmbito da</p><p>Administração Pública federal direta, autár-</p><p>quica e fundacional.</p><p>33</p><p>Instrução Normativa sobre</p><p>o critério de melhor técnica</p><p>ou conteúdo artístico</p><p>INSTRUÇÃO</p><p>NORMATIVA</p><p>SEGES/MGI Nº 12, DE 31</p><p>DE MARÇO DE 2023</p><p>Dispõe sobre a licitação pelo critério de jul-</p><p>gamento por melhor técnica ou conteúdo ar-</p><p>tístico, na forma eletrônica, no âmbito da</p><p>Administração Pública federal direta, autár-</p><p>quica e fundacional.</p><p>34</p><p>Portaria que dispõe sobre</p><p>o regime de transição da</p><p>Lei nº</p><p>14.133, de 2021</p><p>PORTARIA SEGES/MGI</p><p>Nº 1.769, DE 25 DE</p><p>ABRIL DE 2023</p><p>Dispõe sobre o regime de transição de que</p><p>trata o art. 191 da Lei º 14.133, de 1º de abril</p><p>de 2021, no âmbito da Administração Pú-</p><p>blica federal direta, autárquica e fundacio-</p><p>nal.</p><p>35</p><p>Decreto de convênio e con-</p><p>trato de repasses</p><p>DECRETO Nº 11.531, DE</p><p>16 DE MAIO DE 2023</p><p>Dispõe sobre convênios e contratos de</p><p>repasse relativos às transferências de</p><p>recursos da União, e sobre parcerias sem</p><p>transferências de recursos, por meio da</p><p>celebração de acordos de cooperação</p><p>técnica ou de acordos de adesão.</p><p>1.3. Rol de normas regulamentares já existentes no MPU/MPF</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2023-2026/2023/mpv/mpv1167.htm</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2023-2026/2023/mpv/mpv1167.htm</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2023-2026/2023/mpv/mpv1167.htm</p><p>https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2023-2026/2023/mpv/mpv1167.htm</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2023-2026/2023/decreto/D11461.htm</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2023-2026/2023/decreto/D11461.htm</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2023-2026/2023/decreto/D11462.htm</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2023-2026/2023/decreto/D11462.htm</p><p>https://www.gov.br/compras/pt-br/acesso-a-informacao/legislacao/instrucoes-normativas/instrucao-normativa-seges-mgi-no-12-de-31-de-marco-de-2023</p><p>https://www.gov.br/compras/pt-br/acesso-a-informacao/legislacao/instrucoes-normativas/instrucao-normativa-seges-mgi-no-12-de-31-de-marco-de-2023</p><p>https://www.gov.br/compras/pt-br/acesso-a-informacao/legislacao/instrucoes-normativas/instrucao-normativa-seges-mgi-no-12-de-31-de-marco-de-2023</p><p>https://www.gov.br/compras/pt-br/acesso-a-informacao/legislacao/instrucoes-normativas/instrucao-normativa-seges-mgi-no-12-de-31-de-marco-de-2023</p><p>https://www.gov.br/compras/pt-br/acesso-a-informacao/legislacao/instrucoes-normativas/instrucao-normativa-seges-mgi-no-12-de-31-de-marco-de-2023</p><p>https://www.gov.br/compras/pt-br/acesso-a-informacao/legislacao/portarias/portaria-seges-mgi-no-1-769-de-25-de-abril-de-2023</p><p>https://www.gov.br/compras/pt-br/acesso-a-informacao/legislacao/portarias/portaria-seges-mgi-no-1-769-de-25-de-abril-de-2023</p><p>https://www.gov.br/compras/pt-br/acesso-a-informacao/legislacao/portarias/portaria-seges-mgi-no-1-769-de-25-de-abril-de-2023</p><p>https://www.gov.br/compras/pt-br/acesso-a-informacao/legislacao/portarias/portaria-seges-mgi-no-1-769-de-25-de-abril-de-2023</p><p>https://www.gov.br/transferegov/pt-br/legislacao/decretos/decreto-no-11-531-de-16-de-maio-de-2023#%3A%7E%3Atext%3DDisp%C3%B5e%20sobre%20conv%C3%AAnios%20e%20contratos%2Cou%20de%20acordos%20de%20ades%C3%A3o</p><p>https://www.gov.br/transferegov/pt-br/legislacao/decretos/decreto-no-11-531-de-16-de-maio-de-2023#%3A%7E%3Atext%3DDisp%C3%B5e%20sobre%20conv%C3%AAnios%20e%20contratos%2Cou%20de%20acordos%20de%20ades%C3%A3o</p><p>No âmbito do MPU, a relação de normativos existentes é bem menor, porém re-</p><p>levante, tendo em vista haver algumas discrepâncias em relação às normas pares do exe-</p><p>cutivo. Na verdade, essa é justamente uma vantagem em se produzir as normas interna-</p><p>mente: a possibilidade de melhor adaptá-las à realidade da instituição.</p><p>Dessa forma, a exemplo, do tópico anterior, expõe-se abaixo, de maneira sistemá-</p><p>tica, o que já foi produzido no âmbito do MPU e que está vigente, ressaltando que a</p><p>listagem abaixo é dinâmica e foi atualizada até a data de encerramento do conteúdo deste</p><p>curso. De todo modo, a listagem completa e atualizada pode ser consultada no endereço:</p><p>https://www.mpu.mp.br/legislacao/contratacoes-no-mpu, clicando-se no ícone Estágios</p><p>da regulamentação da Lei nº 14.133/2021, no âmbito do MPU.</p><p>Ordem Tema Ato normativo Ementa da norma</p><p>1</p><p>Bens de consumo comum</p><p>e de luxo</p><p>Portaria PGR/MPU nº 85,</p><p>de 27 de maio de 2022</p><p>Regulamenta o disposto no art. 20 da Lei</p><p>nº 14.133, de 1º de abril de 2021 (bens de</p><p>consumo nas categorias de qualidade co-</p><p>mum e de luxo).</p><p>2</p><p>Dispensa de licitação, na</p><p>forma eletrônica</p><p>Portaria PGR/MPU nº 148,</p><p>de 7 de dezembro de 2022</p><p>Dispõe sobre a dispensa de licitação, na</p><p>forma eletrônica, de que trata a Lei nº</p><p>14.133, de 1º de abril de 2021, no âmbito</p><p>do Ministério Público da União</p><p>3</p><p>Política de Governança</p><p>das Contratações</p><p>PORTARIA PGR/MPU Nº</p><p>38, DE 16 DE MARÇO</p><p>DE 2023</p><p>Institui a Política de Governança das</p><p>Contratações do Ministério Público da</p><p>União e da Escola Superior do Ministério</p><p>Público da União e dispõe sobre PCA</p><p>4</p><p>atuação do agente de con-</p><p>tratação, da equipe de</p><p>apoio, da comissão de con-</p><p>tratação e dos gestores e</p><p>fiscais de contratos</p><p>PORTARIA PGR/MPU Nº</p><p>28, DE 16 DE MARÇO</p><p>DE 2023</p><p>Regulamenta o § 3º do art. 8º da Lei nº</p><p>14.133, de 1º de abril de 2021, para dispor</p><p>sobre regras e diretrizes para a atuação do</p><p>agente de contratação, da equipe de apoio,</p><p>da comissão de contratação e dos gestores</p><p>e fiscais de contratos, no âmbito do</p><p>Ministério Público da União.</p><p>5</p><p>Pesquisa de preços para</p><p>aquisição de bens e con-</p><p>tratação de serviços em</p><p>geral</p><p>Portaria PGR/MPU nº 100,</p><p>de 31 de maio de 2023</p><p>Regulamenta o procedimento</p><p>administrativo para realização de pesquisa</p><p>de preços para aquisição de bens e</p><p>contratação de serviços em geral, no</p><p>âmbito do Ministério Público da União</p><p>Além das normas acima, é importante mencionar, no âmbito da PGR, a existência</p><p>da Orientação Normativa SAJ/SG/MPF nº 01/2022, que assim dispõe:</p><p>O SECRETÁRIO DE ASSESSORAMENTO JURÍDICO, no uso das</p><p>atribuições que lhe confere o art. 42 do Regimento Interno Administrativo do</p><p>MPF, e considerando o disposto no art. 53, § 5º, da Lei nº 14.133, de 2021, que</p><p>trata das licitações e contratos administrativos, e o contido no PGEA nº</p><p>https://www.mpu.mp.br/legislacao/contratacoes-no-mpu</p><p>https://www.mpu.mp.br/legislacao/contratacoes-no-mpu/copy_of_Estgioregulamentaonormas14133_2021_MPU.pdf</p><p>https://www.mpu.mp.br/legislacao/contratacoes-no-mpu/copy_of_Estgioregulamentaonormas14133_2021_MPU.pdf</p><p>http://bibliotecadigital.mpf.mp.br/bdmpf/bitstream/handle/11549/241116/PT_PGR_MPU_2022_85.pdf?sequence=1&isAllowed=y</p><p>http://bibliotecadigital.mpf.mp.br/bdmpf/bitstream/handle/11549/241116/PT_PGR_MPU_2022_85.pdf?sequence=1&isAllowed=y</p><p>http://bibliotecadigital.mpf.mp.br/bdmpf/bitstream/handle/11549/249214/PT_PGR_MPU_2022_148.pdf?sequence=3&isAllowed=y</p><p>http://bibliotecadigital.mpf.mp.br/bdmpf/bitstream/handle/11549/249214/PT_PGR_MPU_2022_148.pdf?sequence=3&isAllowed=y</p><p>http://www.transparencia.mpf.mp.br/conteudo/diarios-e-boletins/boletim-de-servico-do-mpu-extras/2023/boletim-de-servico-do-mpu-extras_2023_Marco_02.pdf</p><p>http://www.transparencia.mpf.mp.br/conteudo/diarios-e-boletins/boletim-de-servico-do-mpu-extras/2023/boletim-de-servico-do-mpu-extras_2023_Marco_02.pdf</p><p>http://www.transparencia.mpf.mp.br/conteudo/diarios-e-boletins/boletim-de-servico-do-mpu-extras/2023/boletim-de-servico-do-mpu-extras_2023_Marco_02.pdf</p><p>http://www.transparencia.mpf.mp.br/conteudo/diarios-e-boletins/boletim-de-servico-do-mpu-extras/2023/boletim-de-servico-do-mpu-extras_2023_Marco_02.pdf</p><p>http://www.transparencia.mpf.mp.br/conteudo/diarios-e-boletins/boletim-de-servico-do-mpu-extras/2023/boletim-de-servico-do-mpu-extras_2023_Marco_02.pdf</p><p>http://www.transparencia.mpf.mp.br/conteudo/diarios-e-boletins/boletim-de-servico-do-mpu-extras/2023/boletim-de-servico-do-mpu-extras_2023_Marco_02.pdf</p><p>http://bibliotecadigital.mpf.mp.br/bdmpf/bitstream/handle/11549/257518/PT_PGR_MPU_2023_100.pdf?sequence=1&isAllowed=y</p><p>http://bibliotecadigital.mpf.mp.br/bdmpf/bitstream/handle/11549/257518/PT_PGR_MPU_2023_100.pdf?sequence=1&isAllowed=y</p><p>1.00.000.012795/2022-67, resolve expedir a presente Orientação Normativa</p><p>para as contratações no âmbito da Procuradoria Geral da República:</p><p>1. Não é obrigatória manifestação jurídica nas contratações diretas de</p><p>pequeno valor com fundamento no art. 75, incisos I ou II, e § 3º, da Lei nº</p><p>14.133, de 2021, salvo se houver celebração de contrato administrativo não</p><p>padronizado, ou nas hipóteses em que o administrador tenha suscitado dúvida</p><p>a respeito da legalidade da dispensa de licitação.</p><p>2. Não é obrigatória manifestação jurídica nas contratações diretas</p><p>fundadas no art. 74 da Lei nº 14.133, de 2021, desde que seus valores não ul-</p><p>trapassem os limites previstos no art. 75, incisos I e II, da referida Lei, salvo</p><p>se houver celebração de contrato administrativo não padronizado, ou nas hipó-</p><p>teses em que o administrador tenha suscitado dúvida a respeito da legalidade</p><p>da inexigibilidade de licitação.</p><p>3. A inexigência de manifestação da Secretaria de Assessoramento Ju-</p><p>rídico não afasta o dever de a autoridade contratante verificar o cumprimento</p><p>dos requisitos legais de dispensa ou inexigibilidade nas hipóteses apontadas.</p><p>1.4. Princípios expressos na Lei nº 14.133/2021</p><p>Ainda estamos no início do nosso curso, mas alguns pontos importantes já foram</p><p>tratados e vencidos, dentre eles a possibilidade/necessidade de viabilização da NLLC</p><p>tanto quanto possível para levar a cabo as contratações firmadas com base na novel legis-</p><p>lação.</p><p>É exatamente nesse contexto que nasce a importância do presente tópico. A im-</p><p>portância dos princípios jurídicos na Administração Pública é singular. Por mais que te-</p><p>nhamos uma infinidade de normas, é pura ilusão acreditar que a realidade se dobrará à</p><p>exaustão do legislador ou mesmo dos órgãos regulamentares. Sejamos realistas. Não o</p><p>fará.</p><p>Além disso, ainda que os órgãos regulamentares (falaremos um pouco mais sobre</p><p>eles a frente) em exaustivo trabalho conseguissem regulamentar e prever todas as situa-</p><p>ções possíveis que ocorreriam na realidade, ainda assim, poderíamos ter situações em que</p><p>as normas isoladamente consideradas parecem perfeitas, mas que, numa análise sistêmica</p><p>acabam se chocando, em especial quando de sua aplicação ao caso concreto.</p><p>Diante disso, a existência dos princípios na Administração Pública funciona como</p><p>um farol a iluminar o intérprete à aplicação mais razoável da norma. Essencial a ressalva</p><p>de que, via de regra, nenhum princípio é absoluto e a sua aplicação deve ser cotejada com</p><p>Jurisprudência TCU</p><p>10. É cediço que os princípios represen-</p><p>tam o primeiro estágio de concretização</p><p>dos valores jurídicos a que se vinculam,</p><p>e, diferentemente das normas jurídicas,</p><p>são caracterizados por apresentar um</p><p>elevado grau de indeterminação e abs-</p><p>tração. A aplicação de diversos princí-</p><p>pios pode sinalizar soluções diametral-</p><p>mente opostas para determinados casos</p><p>concretos, o que demanda a análise da própria rationale desse princípio, o seja, o inte-</p><p>resse público.</p><p>11. Não se pode olvidar que a razão de ser da previsão constitucional de licitar é</p><p>o próprio interesse público, sendo os princípios insculpidos na Lei das Estatais meros</p><p>instrumentos para o atingimento do interesse público, que é consubstanciado na contra-</p><p>tação da proposta mais vantajosa. ACÓRDÃO 898/2019 - PLENÁRIO – Relator: Benjamin</p><p>Zymler</p><p>os demais princípios aplicáveis a fim de se extrair, na praxe administrativa, a prática que</p><p>melhor atenda o interesse público envolvido.</p><p>Além disso, importante mencionar que princípios e regras são espécies de um</p><p>mesmo gênero, também denominado, norma jurídica. Assim sendo, não há uma necessá-</p><p>ria “hierarquia” entre regras e princípios, tampouco entre princípios, devendo, isso sim,</p><p>as regras, sempre que possível, serem interpretadas à luz dos princípios previstos na le-</p><p>gislação.</p><p>Dito isso, para além de uma análise teórica, passemos a uma análise pragmática</p><p>dos princípios expressamente previstos no art. 5º da Lei nº 14.133/2021, tendo em vista,</p><p>https://contas.tcu.gov.br/sagas/SvlVisualizarRelVotoAcRtf?codFiltro=SAGAS-SESSAO-ENCERRADA&seOcultaPagina=S&item0=662223</p>