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<p>Doenças Exantemáticas</p><p>#Artigo 1</p><p>- As infecções intra-uterinas e as adquiridas durante o parto são</p><p>importantes causas de mortalidade fetal e neonatal e contribuem de</p><p>forma significativa para a morbidade na infância.</p><p>- O rastreamento sorológico realizado durante o pré-natal é de</p><p>extrema importância para gestantes porque existe o risco de</p><p>transmissão vertical</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>- A ausência do diagnóstico precoce e a consequente falta de</p><p>tratamento de infecções maternas podem aumentar de forma</p><p>considerável os índices de morbimortalidade perinatal, sendo o</p><p>rastreamento materno no pré-natal de extrema importância</p><p>- TORCHS: taxoplasmose + outras (malária, Chagas, pavoviroses)</p><p>+ rubéola + citomegalovírus + herpes simples + sífilis</p><p>- Hepatite B e C: também são rastradas na gravidez</p><p>- Atualmente, programas de atenção a gestante são executados por</p><p>um acompanhamento multiprofissional, abrangendo ações que</p><p>minimizem os índices de morbimortalidade materna e fetal</p><p>DISCUSSÕES</p><p>- A Lei 7.498/86 que dispõe sobre o Exercício Profissional de</p><p>Enfermagem no Brasil torna o profissional enfermeiro legalmente</p><p>competente para realizar consulta de enfermagem à mulher</p><p>durante a gestação, solicitar exames de rotina e complementares e</p><p>prescrever medicamentos previamente estabelecidos em programas</p><p>de saúde pública</p><p>- Objetivos da assistência ao pré-natal</p><p>- Prevenir, identificar e/ou corrigir as anormalidades</p><p>maternas ou fetais que podem afetar adversamente a</p><p>gravidez, incluindo os fatores socioeconômicos, emocionais</p><p>e obstétricos; Instruir a gestante no que diz respeito à</p><p>gravidez, ao trabalho de parto, ao parto, aos cuidados com</p><p>o recém-nascido e quanto às medidas que podem ser</p><p>utilizadas para melhorar sua saúde e promover um suporte</p><p>psicológico adequado ao companheiro, à família e àqueles</p><p>que estão sob seu cuidado, de forma que a gestante possa</p><p>ser bem-sucedida na sua adaptação à gestação e nos</p><p>desafios que enfrentará ao formar uma família</p><p> Taxoplamose</p><p>- O toxoplasma gondii é o protozoário intracelular obrigatório</p><p>distribuído em quase todas as partes do mundo e capaz de infectar</p><p>diversas células do hospedeiro, além de se apresentar sob diversas</p><p>formas a depender do hospedeiro. Pode ocasionar infecção fetal por</p><p>meio de passagem transplacentária quando a mãe adquire a</p><p>infecção durante a gestação</p><p>- O sucesso da infecção fetal por toxoplasma gondii depende de</p><p>fatores como virulência, desenvolvimento placentário, idade</p><p>gestacional e carga parasitária, entre outros</p><p>- Em 50% dos casos, se ocorrida durante o segundo trimestre, pode</p><p>ocasionar a chamada tétrade de Sabin, em que o feto apresa</p><p>hidrocefalia, com macro ou microcefalia</p><p>- De acordo com o Brasil (2010), além dos agravos citados, podem ser</p><p>descritos restrição de crescimento intrauterino, prematuridade e/ou</p><p>manifestações clínicas e sequelas como microftalmia, lesões</p><p>oculares, pneumonite, hepatoesplenomegalia e erupção cutânea</p><p>- A toxoplasmose é uma infecção de distribuição mundial, com maior</p><p>prevalência em países de clima tropica</p><p>- Segundo a publicação Gestação de Alto Risco da FEBRASGO (2011)</p><p>é fundamental para o diagnóstico de anticorpos imunoglobulinas</p><p>(Ig) para Toxoplasmose o mais precoce possível, no início do</p><p>primeiro trimestre.</p><p>- A conduta vai de acordo com a idade gestacional, onde mulheres</p><p>com IgM positiva, mas sem soroconversão documentada, com</p><p>frequência são cronicamente infectadas</p><p>- Até 62% se trata com falso-positivo, caso a mulher</p><p>apresente IgM positiva, recomenda-se a realização do teste</p><p>de avidez de IgG, pois se a avidez for alta e ter sido colhida</p><p>até 12 a 16 semanas de gestação, indicará que a infecção</p><p>ocorreu muito provavelmente antes da concepção, e o risco</p><p>de infecção congênita é muito baixo.</p><p>- Se colhido após as 16 semanas, não é possível afastar a infecção</p><p>aguda do início da gestação, quanto ao risco de transmissão vai ser</p><p>menor, porém o risco de lesão fetal é maior.</p><p>- Se a avidez for baixa, a infecção aguda muito provavelmente</p><p>aconteceu no início da gestação, com o risco de infecção fetal. No</p><p>entanto, a avidez baixa pode persistir por meses ou até um ano após</p><p>o contato</p><p>- O diagnóstico fetal pode ser feito através da reação em cadeia de</p><p>polimerase (PCR) no líquido amniótico óbito através da</p><p>amniocentese amniocentecese é maior antes de 16 semanas,</p><p>recomenda-se que seja realizada preferencialmente entre 17 e 21</p><p>semanas</p><p>- Segundo Brasil (2010), a toxoplasmose não é doença de notificação</p><p>compulsória. A investigação deve buscar sua associação à</p><p>imunodeficiência</p><p>- A prevenção para Toxoplasmose é orientada no pré-natal quanto</p><p>a não ingestão de produtos, animais crus ou mal cozidos (caprinos</p><p>e bovinos), lavar cuidadosamente frutas e legumes antes de ingeri-</p><p>los, evitar contato com gatos, utilizar luvas ao manusear a caixa de</p><p>areia do gato e colocar em lixo seguro, lavar as mãos após ter contato</p><p>com carnes cruas ou terra contaminada</p><p>- Apesar não haver uma vacina, sua forma de prevenção é</p><p>relativamente simples e a solicitação do exame sorológico e o</p><p>diagnóstico precoce podem auxiliar na prevenção dessas</p><p>complicações. Enquanto profissional da saúde, a enfermagem pode</p><p>atuar</p><p> Rubeola</p><p>- Quando se trata de doenças infectocontagiosas, a importância</p><p>epidemiológica da rubéola está representada pela ocorrência da</p><p>Síndrome da Rubéola Congênita (SRC) que atinge o feto ou o recém-</p><p>nascido, as quais, mães se infectaram durante a gestação.</p><p>- Trata-se de uma doença exantemática viral aguda, e apesar de não</p><p>ser uma doença grave, se ocorrida durante a gravidez, pode</p><p>acarretar em inúmeras complicações para a mãe e o recém-nascido</p><p>- Estudos apontam que a rubéola gera um quadro de infecção aguda</p><p>no adulto e quem tem um período de incubação de variável entre</p><p>duas e três semanas. É caracterizada por exantema maculopapuloso</p><p>de disseminação descendente que permanece por três a cinco dias,</p><p>podendo ocorrer, algumas vezes, cefaleia, febre, calafrios, mialgia</p><p>generalizada e linfoadenomegalia</p><p>- O Ministério da Saúde preconiza que caso existam dúvidas em</p><p>relação à imunidade da rubéola na gestante e a mesma não apresente</p><p>caderneta de vacinação, confirmando o recebimento da vacina</p><p>(tríplice viral ou dupla viral) ou exames sorológicos anteriores com a</p><p>informação da presença de IgG para rubéola, deve-se solicitar nova</p><p>dosagem de IgG, avaliando o resultado da seguinte forma:</p><p>- gestante IgG (+) significa contato prévio com esse vírus.</p><p>Nessa situação, o risco de transmissão vertical é mínimo;</p><p>gestante IgG (-) indica que ela é suscetível, ou seja, não</p><p>entrou em contato com o vírus da rubéola</p><p>- Segundo Brasil (2010), a rubéola e SRC são doenças de notificação</p><p>compulsória e de investigação obrigatória. A prevenção sobrevém da</p><p>imunidade pela infecção natural ou por vacinação e os filhos de mães</p><p>imunes geralmente</p><p>- Para diminuir a circulação do vírus, a vacinação é essencial. As</p><p>crianças devem tomar duas doses da vacina combinada contra</p><p>rubéola, sarampo e caxumba (tríplice viral): a primeira, com um ano</p><p>de idade; a segunda dose, entre quatro e seis anos. Todos os</p><p>adolescentes e adultos (homens e mulheres) também precisam</p><p>tomar a vacina tríplice viral ou a vacina dupla viral, especialmente</p><p>mulheres que não tiveram contato com a doença</p><p> Citomegalovírus</p><p>- itomegalovírus (CMV) é um herpes vírus humano que ocorre em</p><p>todas as regiões do mundo e que possui variedade de acordo com as</p><p>condições socioeconômicas locais.</p><p>- Possui característica peculiar em sua capacidade de latência,</p><p>podendo ser reativado em diferentes circunstâncias.</p><p>- O CMV possui agentes etiológicos mais comuns de infecções</p><p>congênitas e perinatais no mundo ocorrendo em 0,2 a 2,2% dos</p><p>recém-nascidos, com maior incidência em populações de classe</p><p>socioeconômica baixa</p><p>- A infecção por CMV representa a mais prevalente infecção</p><p>correlacionada com deficiência neurológica congênita, trata-se de</p><p>infecção cosmopolita, podendo ser transmitido por meio do contato</p><p>interpessoal próximo com fluidos corporais infectados, geralmente</p><p>saliva, como também sangue, urina ou secreções genital</p><p>- Como na maioria das mulheres não há manifestação clínica</p><p>aparente, a suspeita diagnóstica baseia-se em achados</p><p>ultrassonográficos de acometimento fetal. Diante disso, a sorologia</p><p>pode evidenciar imunidade pregressa (IgG positiva e IgM</p><p>negativa), ausência de contato prévio (IgG e IgM negativas), uma</p><p>possível infecção recente apresentando IgG e IgM positivas</p><p>- Como medida primária de prevenção recomenda-se higiene</p><p>rigorosa e lavagem das mãos ao manipular objetos e utensílios</p><p>(fraldas, roupas, utensílios domésticos, copos, talheres), contendo</p><p>fluidos corporais de pessoas potencialmente portadoras, como</p><p>crianças e idosos. Essas medidas são recomendadas para todas as</p><p>gestantes, em</p><p> Hepatites</p><p>- As hepatites causadas pelos vírus B e C constituem grave problema</p><p>de saúde pública. A transmissão vertical de hepatite B é causa</p><p>frequente de disseminação do seu vírus (HBV) em regiões de alta</p><p>endemicide</p><p>- Dentre as condutas para diagnóstico de hepatite B durante o pré-</p><p>natal, deve-se solicitar o HBsA. A gestante deverá ser acompanhada</p><p>quanto à possibilidade de encefalopatias, coagulopatias ou mesmo</p><p>enfraquecimento e debilidade progressiva</p><p>- O HCV é o principal agente etiológico da hepatite crônica,</p><p>anteriormente denominada hepatite não-A-não-B. Em gestantes</p><p>com carga viral do HCV elevada ou coinfectadas pelo HIV</p><p>apresentam maior risco de transmissão da doença para os recém-</p><p>nascidos</p><p>- O rastreamento para o vírus C durante o pré-natal não é de rotina</p><p>como ocorre para o vírus B</p><p>- Os casos de hepatite aguda deverão se conduzidos da mesma forma</p><p>orientada para a HBV. Completar o diagnóstico laboratorial com</p><p>relação às outras hepatites virais. Os retornos serão mensais até a 32ª</p><p>semana de gestação, quinzenais até 36 semanas e semanais até o</p><p>termo, sempre com o cuidado de avaliação da vitalidade fetal pela</p><p>ultrassonografia, cardiotocografia e dopplervelocimetria</p><p>- Como não há vacina para a prevenção de Hepatite C, deve ser</p><p>baseada em orientações sobre o não compartilhamento de seringas</p><p>e estimular o uso de preservativo nas relações sexuais, orientações</p><p>sobre a possibilidade de transmissão vertical e pelo aleitamento</p><p>materno com mães infectadas pelo HCV</p><p>- As hepatites virais são doenças de notificação compulsória. As</p><p>hepatites B e C, ressaltando que a B é sempre rastreada no pré-natal,</p><p>mas é preciso fazer uma conscientização,</p><p>- s. Logo a C de pouco rastreamento, mas de caráter crônico, precisa</p><p>ser mais vista e procurada pelos profissionais, pois os vários tipos</p><p>devem conscientizar seus pacientes para o compartilhamento de</p><p>seringas, sexo desprotegido, a portadora de HIV, pois pode ser</p><p>transmitido de maneira vertical até pelo aleitamento.</p><p>Abordagem Diagnóstica das Doenças Exantemáticas</p><p>na Infância</p><p>- Diversas condições podem cursar com exantema, sendo que as</p><p>causas infecciosas são responsáveis por mais de 70 % dos episódios.</p><p>A maior parte dos exantemas são autolimitados</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>- O acometimento de crianças por doença exantemática é um dos</p><p>quadros mais comuns da prática médica,1 frequentemente impondo</p><p>dificuldade diagnóstica diante das diferentes possibilidades</p><p>etiológicas e pelo polimorfismo de sua apresentação</p><p>- O exantema de erupção cutânea ao longo superfície do corpo</p><p>composta por máculas ou pápulas que podem apresentar aspecto</p><p>irregular e edemaciado, estando ou não em associação com prurido,</p><p>descamação, lesões bolhosas e crostas; acometendo uma região</p><p>específica ou espalhando-se por todo o corpo</p><p>- As causas variam desde doenças infecciosas por agentes como</p><p>vírus, bactérias, fungos e protozoários até não infecciosas tais como</p><p>reações medicamentosas, doenças autoimunes e neoplasias</p><p>ANAMNESE</p><p>- O exantema súbito, por exemplo, ocorre na maior parte dos casos</p><p>em crianças a partir de 6 meses até os 24 meses de idade por conta</p><p>da proteção recebida por via dos anticorpos maternos.</p><p>- O Eritema infeccioso, por sua vez, acomete crianças maiores de</p><p>três anos, sendo incomum abaixo desta idade</p><p>- A rubéola apresenta um período prodrômico marcado em</p><p>adolescentes e adultos enquanto nas crianças pode ser discreto ou</p><p>mesmo ausente</p><p>- Doenças preexistentes como a deficiência da imunidade humoral</p><p>ou celular (hipogamaglobulinemia ou deficiência de complemento)</p><p>podem alterar o curso clínico. Em decorrência da possibilidade de</p><p>transmissão interpessoal da maioria dos exantemas em pediatria,</p><p>deve-se questionar o contato com casos semelhantes na comunidade</p><p>- As medicações comumente envolvidas incluem antibióticos</p><p>(amoxicilina, sulfametoxazol-trimetropim, ampicilina,</p><p>anti�inflamatório não esteroidal e anticonvulsivantes), nos quais o</p><p>exantema geralmente é morbiliforme e de aspecto maculopapular</p><p>sem quadro febril associado4 , mas podem evoluir para quadros</p><p>graves como a síndrome de Stevens-Johnson</p><p>- é sabido que a maioria dos exantemas de origem infecciosa ocorre</p><p>no inverno e primavera, tal como o eritema infeccioso, a varicela e</p><p>o sarampo. Os exantemas causados por enterovírus, por sua vez,</p><p>como o Coxsakie A16 causador da síndrome mão-pé-boca,</p><p>constituem uma exceção, sendo mais frequentes no verão</p><p>PERÍODO PODRÔMICO</p><p>- O intervalo de tempo entre as primeiras manifestações clínicas e o</p><p>início do exantema caracteriza o período prodrômico</p><p>- No exantema súbito, classicamente há febre elevada com duração</p><p>de 3 a 5 dias (média de 39°C) que desaparece com o surgimento do</p><p>exantema. Na doença de Kawasaki, a febre inicia de forma abrupta,</p><p>com temperaturas maiores que 39°C, durando em média oito dias e</p><p>sem responder ao uso de antibióticos ou antipiréticos; o exantema</p><p>surge após três dias do início da febre sendo frequentemente</p><p>escalatiniforme</p><p>- Diversas outras associações podem surgir no período prodrômico.</p><p>Manifestações respiratórias são comuns ao sarampo, em que a tosse</p><p>seca é um achado constante.5 Alterações neurológicas graves</p><p>podem ocorrer em infecções por enterovírus, tais como paralisia</p><p>flácida aguda, meningite asséptica, encefalite de tronco cerebral ou</p><p>encefalite</p><p>EXANTEMA</p><p>- Quando o paciente procura auxílio médico geralmente já apresenta</p><p>o exantema. Nessa fase é importante obter na anamnese as</p><p>características da evolução do quadro exantemático, tais como: tipo</p><p>de exantema, lesões dermatológicas associadas, locais de origem,</p><p>distribuição, dor e associação com descamação ou prurido</p><p>- Mácula (lesão plana, não palpável e circunscrita); pápula (lesão</p><p>firme e elevada, palpável, com bordas nítidas e diâmetro menor</p><p>que 1 cm); placa (lesão achatada, palpável, com diâmetro maior que</p><p>1 cm); vesícula (lesão papular preenchida por líquido claro, com</p><p>menos de 1 cm de diâmetro); pústula (elevação papular semelhante</p><p>a vesícula com conteúdo purulento de até 1 cm de diâmetro);</p><p>petéquia (lesão hemorrágica que não desaparece à pressão, não</p><p>maior que poucos milímetros) e púrpura (lesão hemorrágica que</p><p>não desaparece à pressão, maior que 1 cm)</p><p>- Deve-se ainda questionar o local de origem, sentido e velocidade da</p><p>progressão do exantema.8 No exantema súbito a lesão geralmente</p><p>inicia no tronco enquanto na rubéola tem seu início na face</p><p>seguindo caudalmente de forma rápida para o corpo , ao contrário</p><p>do sarampo em que a evolução é particularmente lenta</p><p>- A presença de prurido alerta para a possibilidade de o paciente</p><p>ter sido acometido por varicela, escabiose, urticária, estrófulo,</p><p>reação medicamentosa ou dermatite atópica; enquanto o exantema</p><p>não pruriginoso é comum no sarampo</p><p>EXAME FÍSICO</p><p>- A distribuição corporal pode contribuir para elucidação</p><p>diagnóstica, como na varicela, em que o exantema se distribui</p><p>centrifugamente. Quanto à varíola, a apresentação é tipicamente</p><p>centrípeta sendo esta uma importante diferença clínica entre ambas.</p><p>- O acometimento da face extensora, flexora ou região palmo-plantar</p><p>são marcadores sugestivos para certas etiologias: no eritema</p><p>multiforme,</p><p>doença de Kawasaki ou nas reações medicamentosas</p><p>há geralmente a presença de lesões na região palmo-plantar,</p><p>estando estas ausentes no sarampo e no exantema súbito</p><p>- A fisiopatogenia do exantema pode ser sugerida pelo seu</p><p>comportamento à manobra de digitopressão. Quando essa</p><p>desencadeia o desaparecimento do eritema sugere fenômeno de</p><p>vasodilatação, tipicamente relacionado às reações medicamentosas,</p><p>doenças virais, doença de Kawasaki ou escarlatina; enquanto nas</p><p>alterações hemorrágicas, geralmente ocasionadas por vasculite ou</p><p>alterações da crase sanguínea, não há alteração do aspecto da lesão</p><p>quando submetidas à pressão.</p><p>- A meningococcemia, por exemplo, cursa com lesões típicas de</p><p>vasculite, embora no início do quadro as lesões possam atenuar a</p><p>digitopressão, evoluindo rapidamente para a púrpura.</p><p>- A presença de descamação cutânea e suas características (ausente</p><p>na rubéola, fina no sarampo, em grandes placas na escarlatina ou</p><p>em pontas de dedos na doença de Kawasaki) podem igualmente</p><p>contribuir para o diagnóstico</p><p>- Alguns sinais observados ao exame físico frequentemente elucidam</p><p>um diagnóstico por estarem geralmente associados a doenças</p><p>específicas. No sarampo, as manchas de Koplik (enantema</p><p>patognomônico de aspecto esbranquiçado localizado na mucosa</p><p>jugal adjacente ao segundo molar) surgem no final do período</p><p>prodrômico e duram de 2-3 dias</p><p>- A A conjuntivite pode ser vista no sarampo, rubéola,</p><p>enteroviroses (adenovirus) e na doença de Kawasaki. A presença de</p><p>petéquias no palato mole (manchas de Forchheimer) é sugestiva de</p><p>mononucleose infecciosa, podendo ser encontrada ainda na rubéola</p><p>e na escarlatina.</p><p>- A pele em textura de lixa, associada à palidez perioral (sinal de</p><p>Filatov), acentuação do exantema em região de dobras (sinal de</p><p>Pastia) e língua em framboesa são altamente sugestivas da</p><p>escarlatina.</p><p>- A língua em framboesa, entretanto, pode ser vista ainda na</p><p>doença de Kawasaki ou mesmo em um sarampo atípico.5 O aspecto</p><p>de “bochecha esbofetada” é associado ao eritema infeccioso,</p><p>enquanto o polimorfismo das lesões (presença de máculas,</p><p>vesículas</p><p>- Lesões de aspecto em alvo na região palmo-plantar fazem lembrar</p><p>o envolvimento de enterovírus no diagnóstico da síndrome mão-pé-</p><p>boca</p><p>- A adenomegalia consiste um achado comum na rubéola e no</p><p>exantema súbito, com acometimento das cadeias cervicais</p><p>posteriores, occiptais e retroauriculares.</p><p>- O aumento, especialmente na cadeia cervical, é visto ainda em</p><p>pacientes com escarlatina, mononucleose e mais raramente por</p><p>reação medicamentosa.</p><p>- A presença de anemia é uma manifestação frequente em pacientes</p><p>com exantema petequial no qual o diagnóstico de</p><p>meningococcemia, leucemia e leishmaniose visceral deve ser</p><p>afastado. A artrite ou artralgia são comuns na rubéola em adultos e</p><p>reações medicamentosas, sendo sua presença mais rara em crianças.</p><p>- A presença de hepato/esplenomegalia é frequente na</p><p>mononucleose infecciosa e nas hepatites virais, podendo</p><p>eventualmente a rubéola e a varicela</p><p>- A icterícia soma-se aos achados sugestivos de hepatite viral em</p><p>pacientes com exantema discreto e hepatomegalia. Nessas, além dos</p><p>achados neurológicos, podemos encontrar exantema petequial</p><p>tornando difícil o diagnóstico diferencial com meningococcemia</p><p>Doenças exantemáticas em idade pediátrica</p><p> INTRODUÇÃO</p><p>- Exantema define-se como uma erupção cutânea aguda e constitui</p><p>um sinal/sintoma muito comum em idade pediátrica. Apesar de a</p><p>maioria dos exantemas ter um curso benigno e autolimitado. São</p><p>maioritariamente de causa infeciosa, sendo os vírus os agentes</p><p>etiológicos mais frequentemente implicados</p><p>- Para identificar a sua etiologia é primordial ter em conta as</p><p>características do exantema (tipo de lesões, distribuição, evolução</p><p>temporal, entre outras), sintomas e sinais concomitantes, bem como</p><p>antecedentes pessoais</p><p>- Os exantemas podem ser constituídos por: máculas, pápulas,</p><p>nódulos, vesículas, púrpuras e crostas</p><p>a. Maculopapulares constituem o grupo mais vasto das</p><p>doenças exantemáticas. Caracterizam-se por máculas ou</p><p>pápulas eritematosas com diâmetro habitualmente menor</p><p>que 1 cm. Podem ser víricos; paravíricos; bacterianos e</p><p>outros (infeciosos e não infecioso</p><p>b. Vesico-bolhosos vesículas ou bolhas com conteúdo</p><p>habitualmente seroso.</p><p>c. Purpúrico-petequiais lesões violáceas que não</p><p>desaparecem à digitopressão. Podem dividir-se num grupo</p><p>com perda da integridade vascular e outro com alterações</p><p>da hemóstase</p><p>d. Escalartiforme eritema difuso, puntiforme, vermelho</p><p>vivo, sem solução de continuidade, poupando a região</p><p>perioral e áspero (sensação de lixa). Pode ser denominado</p><p>micro-papular. É a erupção típica da escarlatina; porém,</p><p>pode ser observada na rubéola, síndrome de Kawazaki,</p><p>reações medicamentosas, miliária e em queimaduras sola</p><p>e. Rubeoliforme semelhante ao morbiliforme, porém de</p><p>coloração rósea, com pápulas um pouco menores. É o</p><p>exantema presente na rubéola, enteroviroses, viroses</p><p>respiratórias e micoplasma</p><p>d. Urticariforme erupção papuloeritematosa de</p><p>contornos irregulares. É mais típico em algumas reações</p><p>medicamentosas, alergias alimentares e em certas</p><p>coxsackioses, mononucleose e malária</p><p>1) Exantemas maculopapulares</p><p>1.1 Víricos</p><p>a) Sarampo</p><p> Etiologia, forma de transmissão e epidemiologia</p><p>- Sarampo é um dos exantemas mais comuns na infância, é uma</p><p>infecção viral contagiosa, benigna e com transmissão interpessoal</p><p>e por via aérea. Causada pelo Morbilivirus</p><p>- Apresenta um período de incubação</p><p>médio de 13 dias (entre 6 e 21 dias) e é</p><p>mais frequente no final do inverno e na</p><p>primavera</p><p> Apresentação clíncia</p><p>- A infeção caracteriza-se por febre alta,</p><p>mal-estar, anorexia, conjuntivite (com</p><p>fotofobia e lacrimejo), rinorreia,</p><p>odinofagia e tosse seca + coriza +</p><p>manchas de Koplil</p><p>- O exantema, que surge tipicamente 2 a 4</p><p>dias após o início da febre, é eritematoso e</p><p>maculopapular (morbiliforme) com</p><p>início na região cefálica e posterior</p><p>evolução para o pescoço, tronco e</p><p>extremidades (disseminação</p><p>cefalocaudal e centrífuga); torna-se fixo</p><p>com o passar dos dias, podendo evoluir</p><p>com lesões petequiais ou hemorrágicas</p><p>- A contagiosidade da doença é maior 5</p><p>dias antes do início do exantema e até 4</p><p>dias depois. Nos indivíduos</p><p>imunodeprimidos pode verificar-se a ausência de exantema</p><p>- Manchas de Koplil + tosse + coriza + conjuntivite</p><p> Período da infecção</p><p>- Dura cerca de sete dias, iniciando com período prodrômico,</p><p>quando surge a febre, acompanhada de tosse produtiva, coriza,</p><p>conjuntivite e fotofobia.</p><p>- Do 2º ao 4º dia desse período surge o exantema, quando se</p><p>acentuam os sintomas iniciais. O paciente apresenta prostração,</p><p>exantema cutâneo maculopapular de coloração vermelha, iniciando</p><p>na região retro auricular.</p><p> Período toxêmico</p><p>- A ocorrência de superinfeção viral ou bacteriana é facilitada pelo</p><p>comprometimento da resistência do hospedeiro à doença. São</p><p>frequentes as complicações, principalmente nas crianças até dois</p><p>anos, especialmente as desnutridas e os adultos jovens.</p><p> Remissão</p><p>- Caracteriza-se pela diminuição dos sintomas, com declínio da</p><p>febre. O exantema torna-se escurecido, em alguns casos surge</p><p>descamação fina lembrando farinha (furfurácea)</p><p> Complicações</p><p>- Surgem em 30% dos casos, sendo a diarreia a complicação mais</p><p>frequente.</p><p>- A mortalidade está associada sobretudo a infeções do trato</p><p>respiratório ou encefalite.</p><p> Diagnóstico e tratamento</p><p>- O diagnóstico é efetuado através de critérios laboratoriais e/ou</p><p>epidemiológicos, ELISA até 28 dias após o início do exantema</p><p>O tratamento é sintomático/suporte e a principal forma de</p><p>prevenção da doença é através da vacinação</p><p>b) Rubéola</p><p> Etiologiae transmissão</p><p>- Causada pelo rubivírus</p><p>- Período de incubação: 14-18</p><p>dias</p><p>- Transmissão interpessoal e</p><p>por VAS</p><p> Quadro clínico</p><p>- O exantema tende a surgir</p><p>cerca de 14 a 17 dias após a</p><p>exposição e caracteriza-se</p><p>por</p><p>ser um exantema</p><p>maculopapular de início</p><p>súbito, por vezes precedido</p><p>ou acompanhado por</p><p>sintomas sistémicos minor,</p><p>como febre baixa e</p><p>linfadenopatias</p><p>(tipicamente cervicais, retro-auriculares e occipitais</p><p>- A progressão do exantema é cefalocaudal num período de 24 horas</p><p>e desaparece em 1 a 3 dias .</p><p>- Nas crianças pequenas a doença é ligeira ou mesmo assintomática,</p><p>enquanto que os adolescentes podem apresentar artrite,</p><p>conjuntivite, tosse ou rinorreia.</p><p> Diagnóstico e traramento</p><p>As complicações são raras. O diagnóstico é clínico ou laboratorial</p><p>(ELISA). Não há tratamento específico</p><p>c) Eritema infecioso</p><p>- Doença provocada pelo Parvovirus B19 que é mais frequente em</p><p>crianças em idade escolar e a sua transmissão é interpessoal, por via</p><p>aérea, com um período de incubação de 1 a 2 semanas.</p><p>- A fase de maior contagiosidade ocorre 5 a 10 dias após contacto e</p><p>dura habitualmente 5 dias.</p><p>- A doença inicia-se com sintomas prodrómicos inespecíficos</p><p>semelhantes aos de uma gripe: febre, rinorreia, cefaleia, mialgias,</p><p>astenia, náuseas e diarreia.</p><p>- O exantema é maculopapular e surge tipicamente 2 a 5 dias após</p><p>os sintomas prodrómicos, inicialmente de predomínio na região</p><p>malar (daí ser conhecida como “doença da bofetada”), poupando a</p><p>região peribucal</p><p>- Pode atingir de forma reticular o tronco e membros. O exantema</p><p>facial tende a regredir em 1 a 4 dias mas nas restantes localizações</p><p>permanece visível entre 5 a 20 dias, piorando por vezes com</p><p>mudanças de temperatura, exposição solar e exercício</p><p>- Na maioria dos casos, a criança encontra-se apirética e</p><p>assintomática. O exantema típico da doença permite estabelecer o</p><p>diagnóstico clínico e o tratamento é maioritariamente sintomático</p><p> Diagnóstico</p><p>- Sorologia IgM (elisa)</p><p>d) Exantema súbito ou roséola interfantil</p><p> Etiologia e transmissão</p><p>- 90% dos casos ocorrem abaixo dos 2 anos de idade, com pico de</p><p>prevalência entre os 7 e os 13 meses. A transmissão do vírus é</p><p>interpessoal e o</p><p>período de incubação</p><p>é em média de 9 dias</p><p>(de 5 a 15 dias).</p><p> Manifestações</p><p>clínicas</p><p>- Classicamente a</p><p>febre dura 3 a 5 dias e</p><p>resolve</p><p>abruptamente, com</p><p>posterior surgimento</p><p>do exantema</p><p>maculopapular</p><p>eritematoso não</p><p>pruriginoso</p><p>inicialmente no pescoço e tronco.</p><p>- Este estende-se de forma centrífuga, atingindo a face e os</p><p>membros inferiores, e regride em 48 a 72 horas. Têm sido descritas</p><p>durante o período febril:</p><p>- irritabilidade, conjuntivite, otite média aguda, rinorreia, tosse,</p><p>vómitos e diarreia. Linfadenopatias cervicais, pós-auriculares ou</p><p>occipitais são comuns e ocorrem 2 a 4 dias após o início da febre</p><p> Diagnóstico e tratamento</p><p>- Captura de AC IgM e IgG parra HHV-6.</p><p>- Tratamento sintomático</p><p>.</p><p> Diagnóstico e tratamento</p><p>- A história clínica e o exame objetivo permitem efetuar o diagnóstico.</p><p>O tratamento é apenas sintomático</p><p>e) Mononucleose infeciosa</p><p> Etiologia e transmissão</p><p>- o vírus Epstein- -Barr (EBV) é o principal agente responsável pela</p><p>mononucleose infeciosa. Trata-se de uma doença autolimitada,</p><p>mais frequente em adolescentes</p><p> Quadro clínico</p><p>- Caracteriza-se pela sua tríade febre, amigdalite membranosa e</p><p>linfadenopatias. Outros sintomas incluem fadiga, odinofagia,</p><p>cefaleias, mialgias, náuseas e dor abdominal.</p><p>- A esplenomegalia é observada em 50-60% dos casos. Icterícia e</p><p>hepatomegalia são incomuns. Pode ocorrer exantema em 3-15% dos</p><p>casos, com maior atingimento da face e tronco</p><p>- O rash, altamente variável, pode ser petequial, urticariforme,</p><p>morbiliforme, nodular, hemorrágico ou mais frequentemente</p><p>maculopapular generalizado</p><p> Diagnóstico</p><p>- Sorologia para detecção de IgM anti-cápside viral (anti-VCA) em</p><p>sangue coletado em fase aguda e IgG an�tiantígeno nuclear (anti-</p><p>EBNA) em sangue da fase convalescente</p><p>- Verifica-se linfocitose com presença de linfócitos atípicos no</p><p>esfregaço de sangue periférico, podendo também ocorrer elevação</p><p>das transaminases na fase aguda</p><p> Diagnóstico</p><p>A confirmação diagnóstica é feita pela deteção de anticorpos</p><p>específicos na fase aguda e tardia da doença ou por identificação</p><p>do vírus por Polymerase Chain Reaction (PCR).</p><p>f) Adenovírus</p><p> Etiologia e transmissão</p><p>- Especialmente crianças de 6 meses a 2 anos. Transmite- -se através</p><p>do contacto com secreções respiratórias, com um período de</p><p>incubação de 2 a 14 dias e apresenta uma incidência maior no final</p><p>do inverno, primavera e início do verão</p><p> Manifestações clínicas</p><p>- Pode apresentar-se com febre, sintomas respiratórios, otite média</p><p>aguda e conjuntivite ou sintomas gastrointestinais. O exantema</p><p>maculopapular pode estar presente e acompanha a febre e as</p><p>restantes manifestações clínicas</p><p>- Período de incubação de 2-14 dias. Sintomas respiratórios, otite</p><p>média, e conjuntivite acompanhado de febre. Exantema</p><p>maculopapular pode ocorrer, geralmente confundível com alergia</p><p>à antibióticos. Transmissibilidade maior nos primeiros dias,</p><p>podendo durar meses. Infecções assintomáticas são frequentes e</p><p>pode ocorrer reinfecção.</p><p> Diagnósticos</p><p>- Isolamento viral à partir de amostras de orofaringe colhidas nos</p><p>primeiros 5 dias após o aparecimento do exantema</p><p>g) Enterovírus (não poliomielite)</p><p>- Responsável por um amplo espetro de doenças, entre as quais se</p><p>destacam a herpangina, provocada pelo vírus Coxsackie do grupo</p><p>A e a Doença mão-pé-boca, provocada pelo vírus Coxsackie A16,</p><p>sendo que esta última será abordada no grupo dos exantema vesico-</p><p>bolhosos visto ser caracterizada por uma exantema, que além de</p><p>maculopapular, é frequentemente vesicular</p><p>h) Enteroviroses</p><p> Etiologia</p><p>- Geralmente associado aos vírus ECHO ou Coxsackie A e B.</p><p>Transmissão fecal-oral ou respiratória.</p><p> Grupo etário</p><p>- Mais frequente em crianças de baixa idade</p><p> Quadro clínico</p><p>- Período de incubação de 3-6 dias. Apresentação mais comum como</p><p>uma doença febril não-específica. Podem ocorrer manifestações</p><p>respiratórias (resfriado, estomatite, herpangina, pneumonia),</p><p>neurológicas (mningite asséptica) e cutâneas (exantema).</p><p>- O exantema, discreto, ocorre em 5-50% das infecções, podendo ser</p><p>rubeoliforme, escarlati�niforme ou morbiliforme. Excreção viral</p><p>pelas fezes pode persistir por várias semanas após infecção.</p><p> Prevenção e tratamento</p><p>- Não há tratamento específico nem vacina. Orientações para</p><p>lavagem de mãos após manipulação de indivíduo infectado,</p><p>sobretudo após troca de fraldas</p><p>i) Dengue</p><p> Etiologia</p><p>- É uma infecção causada por um flavivirus, que apresenta quatro</p><p>sorotipos diferentes, DENV1, DENV2, DENV3, DENV4. A</p><p>imunidade é permanente para um mesmo sorotipo. Transmitida</p><p>pela picada da fêmea Aedes aegypti.</p><p> Grupo de risco</p><p>- Gestantes, menores de 2 anos, adultos com idade acima de 65 anos</p><p>e pacientes com comorbidades</p><p> Quadro clínico</p><p>- Febre alta (acima de 38ºC) de início abrupto que geralmente dura</p><p>de 2 a 7 dias, acompanhada de cefaleia, mialgia, artralgia,</p><p>prostração, astenia, dor retro-orbital, exante�ma e prurido cutâneo.</p><p>- Anorexia, náuseas e vômitos são comuns. Nessa fase febril inicial</p><p>da do�ença, pode ser difícil diferenciá-la de outras doenças febris,</p><p>por isso uma prova do laço positiva aumenta a probabilidade de</p><p>dengue.</p><p>- No período de defervescência da febre, geralmente entre o 3º e o</p><p>7º dia da doença pode ocorrer o aumento da permeabilidade</p><p>capilar, em paralelo com o aumento dos níveis de hematócrito.</p><p>- Isto marca o início da fase crítica da doença. Leucopenia</p><p>progressiva seguida por uma rápida diminuição na contagem de</p><p>plaquetas precede o extravasamento de plasma.O período médio</p><p>de incubação da doença é de 5 a 6 dias (podendo variar de 4 a 10</p><p>dias)</p><p> Diagnóstico diferencial</p><p>- É realizado por exames laboratoriais (testes que detectam</p><p>fragmentos do vírus: NS1, PCR ou anticorpos IgM ou pela elevação</p><p>de IgG pareado</p><p> Tratamento</p><p>- O tratamento baseia-se principalmente em hidratação adequada,</p><p>levando em consideração o estadiamento da doença</p><p>(grupos A, B, C</p><p>e D), segundo os sinais e sintomas apresentados pelo paciente. Não</p><p>devem ser usados medicamentos à base de ácido acetilsalicílico e</p><p>anti-inflamatórios, pois podem aumentar o risco de hemorragias</p><p>j) Febre chikungunya</p><p> Etiologia</p><p>- A febre do zika vírus é uma doença causada pelo vírus do gênero</p><p>Flavivirus, transmitida por mosquitos do gênero Aedes, sendo o</p><p>Aedes aegypti o principal vetor</p><p> Grupo de risco</p><p>- Gestantes, menores de 2 anos, adultos com idade acima de 65 anos</p><p>e pacientes com comorbidades.</p><p> Quadro clínica</p><p>- A doença pode manifestar-se clinicamente de três formas: aguda,</p><p>subaguda e crônica.</p><p>- Na fase aguda os sintomas aparecem de forma brusca e</p><p>compreendem febre alta (acima de 38ºC), artralgia intensa</p><p>(predominantemente nas extremidades e nas grandes</p><p>articulações), cefaleia e mialgia. Também é frequente a</p><p>ocorrência de exantema maculopapular, em geral de 2 a 5</p><p>dias após o início da febre em aproximadamente 50% dos</p><p>doentes.</p><p>- Os sintomas costumam persistir por 7 a 10 dias, mas a dor</p><p>nas articulações pode durar meses ou anos e, em certos</p><p>casos, converter-se em uma dor crônica incapacitante. O</p><p>período médio de incubação da doença é de 3 a 7 dias</p><p>(podendo variar de 1 a 12 dias).</p><p> Diagnóstico laboratorial</p><p>- Realizado no 5º dia da doença ou após 6 dia para anticorpo Igm,</p><p>sendo disponível teste rápido para triagem IgM e IgG, ou pelo PCR</p><p> Tratamento</p><p>A terapia utilizada é analgesia e suporte às descompensações clínicas</p><p>causadas pela doença. É necessário estimular a hidratação oral dos</p><p>pacientes. A droga de escolha é o paracetamol. Também podem ser</p><p>utilizados outros analgésicos para alívio de dor, como a di�pirona.</p><p>Nos casos refratários recomenda-se a utilização da codeína</p><p>k) Febre do zica vírus</p><p> Etiologia</p><p>- A febre do zika vírus é uma doença causada pelo vírus do gênero</p><p>Flavivirus, transmitida por mosquitos do gênero Aedes, sendo o</p><p>Aedes aegypti o principal vetor. Grupo de risco: Gestantes, menores</p><p>de 2 anos, adultos com idade acima de 65 anos e pacientes com</p><p>comorbidades.</p><p> Quadro clínico</p><p>- Pode manifestar-se clinicamente como uma doença febril aguda,</p><p>com duração de 3-7 dias, caracterizada pelo surgimento do</p><p>exantema maculopapular pruriginoso (surge no 10 dia e está</p><p>presente em 90% dos pacientes), febre (sem febre, subfebril ou</p><p>inferior a 38ºC), hiperemia conjuntival não purulenta e sem</p><p>prurido, artralgia, mialgia, edema periarticular e cefaleia. A</p><p>artralgia pode persistir por aproximadamente um mês. Segundo a</p><p>literatura, mais de 80% das pessoas infectadas não desenvolvem</p><p>manifestações clínicas</p><p>- Foi observada uma correlação entre a infecção pelo ZIKAV e a</p><p>ocorrência de síndrome de Guillain-Barré, além de casos de</p><p>microcefalia no Brasil. O período de incubação da doença varia de 3</p><p>a 12 dias, sendo em média de 4 dias.</p><p> Diagnóstico laboratorial</p><p>- Realizado no 5º dia da doença ou após 6 dia para anticorpo Igm,</p><p>sendo disponível teste rápido para triagem IgM e IgG, ou pelo PCR</p><p> Tratamento</p><p>- O tratamento sintomático recomendado é baseado no uso de</p><p>paracetamol ou dipirona para o controle da febre e ma�nejo da dor.</p><p>No caso de erupções pruriginosas, os anti-histamínicos podem ser</p><p>utilizados. No entanto, é desaconselhável o uso ou indicação de</p><p>ácido acetilsalicílico e outros drogas anti- -inflamatórias, em função</p><p>do risco aumentado de complicações hemorrágicas descritas nas</p><p>infecções por outros flavivírus</p><p>1.2 Paravíricos</p><p>a) Síndorme de Gianotti-Crosti</p><p> Etiologia</p><p>- A etiologia não se encontra bem esclarecida, mas pensa-se que</p><p>alguns casos sejam idiopáticos e outros secundários a reação a vírus</p><p>(exemplo: EBV, vírus da hepatite B, entre outros) e ocorre</p><p>tipicamente até aos 5 anos.</p><p> Manifestações clínicas</p><p>- Caracteriza-se por pápulas e vesículas infracentimétricas, de cor</p><p>vermelho-acastanhado com distribuição na face, glúteos e</p><p>superfícies extensoras dos membros</p><p>- Pode ser assintomático ou acompanhar-se de prurido, febre,</p><p>linfadenopatias e sintomas respiratórios superiores.</p><p> Diagnóstico e tratamento</p><p>- O seu diagnóstico é clínico e o tratamento é tipicamente</p><p>sintomático com resolução espontânea em 3 a 4 semanas, podendo</p><p>persistir até 12 semanas</p><p>b) Pitiríase rósea</p><p>- Doença exantemática aguda e auto-limitada cuja etiologia</p><p>permanece desconhecida. Acomete crianças maiores e</p><p>adolescentes.</p><p> Manifestações clinícias</p><p>- Geralmente não apresenta sintomas concomitantes.</p><p>- Caracteriza-se por uma placa ovalada/redonda, com cerca de 2-5</p><p>cm, inicialmente solitária, de cor rosa ou salmão, com bordo</p><p>elevado e ligeiramente pruriginosa com o aparecimento de lesões</p><p>similares de menor tamanho no tronco e região proximal dos</p><p>membros cerca de uma a duas semanas depois.</p><p>- As lesões tendem a dispor- -se seguindo a orientação das Linhas de</p><p>Langer, assumindo uma disposição em “árvore de Natal”</p><p> Diagnóstico e tratamento</p><p>- O diagnóstico é clínico. O tratamento é sintomático e a doença</p><p>cursa habitualmente sem complicações, verificando-se resolução ao</p><p>fim de 6 a 8 semanas, podendo, no entanto, persistir durante meses</p><p>1.3 Bacterianos</p><p>a) Escalartina</p><p> Etiologia</p><p>- Reação tardia às toxinas eritrogénicas libertadas pelo</p><p>Streptococcus beta-hemolítico do grupo A (SGA) em cerca de 10%</p><p>das crianças com amigdalite por SGA1-</p><p>- O tempo de incubação é de 3 a 5 dias. É mais frequente entre os 4</p><p>e os 10 anos de idade e apresenta predomínio no inverno e primavera</p><p> Manifestações clínicas</p><p>- Caracteriza-se pelo aparecimento de exantema maculopapular</p><p>eritematoso, inicialmente na face e tronco, com progressão caudal.</p><p>Tipicamente regride em 7-10 dias com descamação furfurácea no</p><p>tronco e laminar nas mãos e pés</p><p>- A escarlatina é tipicamente acompanhada de febre, odinofagia e</p><p>cefaleias, que surgem cerca de 24 a 48 horas antes do exantema.</p><p>- Concomitante ou após faringoamigdalite membranosa, apresenta-</p><p>se com febre alta e mal-estar, exantema eritematoso puntiforme</p><p>(pele áspera como uma lixa), palidez peribucal (Sinal de Filatov),</p><p>linhas marcadas nas dobras de flexão (Sinal de Pastia) e língua em</p><p>framboesa. Descamação extensa em mãos e pés (em dedos de luva),</p><p>inicia após uma semana.</p><p>- Complicações podem ocorrer dentro de 1-5 semanas e incluem</p><p>glomeru�lonefrite aguda e febre reumática aguda. Complicações</p><p>tardias incluem coreia de Sydenham e cardiopatia reumática.</p><p> Diagnóstico e tratamento</p><p>- O diagnóstico é clínico, mas pode ser confirmado pelo teste</p><p>diagnóstico antigénico rápido ou exame cultural da orofaringe ou</p><p>aglitinação de látex</p><p>- O tratamento de eleição é a amoxicilina oral ou a penicilina G</p><p>benzatínica intramuscular.</p><p>- Ao contrário das doenças exantemáticas referidas até então, podem</p><p>surgir complicações graves como pneumonia, pericardite,</p><p>meningite, hepatite, glomerulonefrite, febre reumática, abcesso</p><p>periamigdalino, entre outras</p><p>b) Síndrome da pele escaldada/Ritter</p><p> Manifestações clíncias</p><p>- Exantema macular eritrodérmico difuso, brilhante e doloroso,</p><p>com início na face, axilas e região inguinal, com generalização em</p><p>48 horas, poupando as mucosas.</p><p>- Podem surgir flictenas e descamação (figura 10), assim como</p><p>crostas espessas e fissuras com distribuição radial em redor da</p><p>boca, nariz e olhos. Concomitantemente surge febre, irritabilidade</p><p>e mal-estar geral. O sinal de Nikolsky (separação fácil da epiderme</p><p>com fricção mínima) é positivo</p><p>- em crianças com idade inferior a 5 anos, a partir de um foco de</p><p>infeção por Staphylococcus aureus, nomeadamente impetigo,</p><p>conjuntivite bacteriana ou feridas iatrogénicas na maioria dos</p><p>casos.</p><p> Diagnóstico e tratamento</p><p>- O diagnóstico é clínico. A administração de antibióticos (penicilina,</p><p>cefalosporinas de 1ª ou 2ª geração ou clindamicina) constitui o</p><p>tratamento de primeira linha.</p><p>- Apesar de se tratar de uma doença passível de complicações</p><p>(desequilíbrios eletrolíticos, celulite ou sépsis), o prognóstico é</p><p>geralmente</p><p>favorável, sendo a recorrência rara</p><p>c) Síndrome do choque tóxico</p><p> Etiologia</p><p>- síndrome do choque tóxico estreptocócico. O primeiro é</p><p>provocado pelas toxinas do S. aureus e acomete mais</p><p>frequentemente adolescentes e jovens do sexo feminino,</p><p>utilizadoras de tampões ou pode ser secundário a infeções locais,</p><p>como abcessos ou sinusite.</p><p> Manifestações clínicas</p><p>- Apresenta um início abrupto de febre, hipotensão e compromisso</p><p>orgânico associado a um exantema macular, difuso e eritrodérmico,</p><p>com sinal de Nikolsky negativo, com descamação das mãos e pés</p><p>ao 5º-7º dia de doença.</p><p>- O tratamento é imperativo e deve ser iniciado o mais</p><p>precocemente possível, administração intravenosa de antibióticos</p><p>- A mortalidade varia entre 2 a 5% e resulta de complicações graves</p><p>como parestesias, paralisia das cordas vocais ou amputação de</p><p>membros. O síndrome do choque tóxico estreptocócico é provocado</p><p>pela libertação de exotoxinas pelo SGA</p><p>- Manifesta-se de forma abrupta com choque fulminante</p><p>(hipotensão e taquicardia), febre, vómitos, mialgias e diarreia,</p><p>podendo progredir rapidamente para falência multiorgânica. O</p><p>exantema é macular, eritematoso e escarlatiniforme, com eventual</p><p>descamação a posteriori</p><p>- Tem vindo a ser associado a diversas patologias como infeções da</p><p>pele ou feridas cirúrgicas, faringite, varicela ou infeção pelo vírus</p><p>Influenza.</p><p> Tratamento</p><p>- Apresenta uma mortalidade elevada, cerca de 30% e o tratamento</p><p>baseia-se na administração de antibióticos por via intravenosa2</p><p>d) Roséola tífica ou febre tifoide</p><p> Etiologia</p><p>- Doença sisstémica provocada pela bactéria Salmonella typhi. É</p><p>mais comum em crianças e adultos jovens, principalmente em áreas</p><p>com pobres condições higieno- -sanitárias. A infeção ocorre por</p><p>transmissão fecal- oral, tendo um tempo de incubação que varia</p><p>entre 5 a 8 dias</p><p> Manifestações clíncias</p><p>- Nas crianças, a doença apresenta um início abrupto de mal-estar</p><p>geral, cefaleias e dor abdominal tipo cólica, seguidos de diarreia,</p><p>febre alta e agravamento do estado geral.</p><p>- Pequenas podem surgir irritabilidade, confusão, delírio e estupor</p><p>assim como vómitos e meningismo. O exantema tifóide típico está</p><p>presente em apenas 10 a 15% das crianças e surge a partir da 2ª</p><p>semana de doença</p><p>- É caracterizado por lesões maculopa-pulares eritematosas/cor-de-</p><p>rosa com cerca de 1-3 mm de diâmetro que desaparecem à</p><p>digitopressão e surgem no tronco e abdómen .</p><p> Diagnóstico e tratamento</p><p>- O seu diagnóstico é clínico, podendo ser confirmado em</p><p>coprocultura e hemocultura</p><p>- O tratamento é sintomático, mas pode passar pela administração</p><p>de cefalosporinas de 3ª geração, azitromicina ou fluoroquinolonas</p><p>1.4 Outras causas infecciosas</p><p>a) Mycoplasma pneumoniae</p><p>- A sua infeção caracteriza-se sobretudo por queixas respiratórias,</p><p>com manifestações mucocutânea e infestação por gotículas</p><p>respiratórias</p><p>- Perído de incubação: 23 dias</p><p>- A infeção ocorre geralmente no verão e início do outono e afeta</p><p>crianças de todas as idades, assumindo especial importância em</p><p>crianças em idade escolar e adolescentes.</p><p> Manifestações clínicas</p><p>- As manifestações cutâneas podem variar entre um ligeiro exantema</p><p>eritematoso maculopapular ou vesicular que afeta tronco e</p><p>membros até um síndrome papulo-purpúrico em “luvas e meias”</p><p>ou uma síndrome Stevens-Johnson-like conhecida como Exantema</p><p>Mucocutâneo induzido por M. pneumoniae</p><p>- Período de incubação de 1-4 semanas. Pródromo com febre, mal-</p><p>estar, fadiga e febre. Tosse seca tem início em poucos dias, seguida</p><p>de sintomas respiratórios e pneumonia atípica (intersticial),</p><p>continuando com tosse prolongada e paroxística. Exantema</p><p>maculopapular (em 10% dos pacientes) é confluente em tronco e</p><p>dorso</p><p> Diagnóstico e tratamento</p><p>- Técnicas sorológicas com títulos crescentes de IgG.</p><p>Não há vacina</p><p>b) Febre escaro-nodular</p><p> Etiologia</p><p>- Infeção causada pela bactéria Rickettsia conorii, comum nos países</p><p>da bacia do Mediterrâneo, incluindo Portugal. A maioria dos casos</p><p>ocorre no verão.</p><p>- O cão, a raposa e alguns roedores são os principais reserva�tórios</p><p>e o Homem é o hospedeiro acidental</p><p>- O vetor é a carraça do cão (Rhipicephalus sanguineus) e o local</p><p>onde é feita a inoculação apresenta uma escara ou lesão necrótica</p><p>negra (tache noire).</p><p>- O período de incubação varia de 4 a 12 dias</p><p> Manifestações clínicas</p><p>- Pródromo caracterizado pelo início abrupto de febre alta, arrepios,</p><p>cefaleia intensa, mialgias e prostração, que dura 4 a 5 dias.</p><p>- Entre o 4º e o 6º dia de doença surge um exantema</p><p>maculopapular/ nodular, rosado e irregular, que atinge palmas e</p><p>plantas com início nos membros inferiore. Pode evoluir para um</p><p>exantema petequial ou purpúrico.</p><p> Diagnóstico e tratamento</p><p>- O diagnósticos características clínicas e epidemiológicas, sendo a</p><p>PCR</p><p>- O tratamento baseia-se na administração de doxiciclina durante, no</p><p>mínimo, 5 dias ou apirexia por mais de 48 horas. A azitromicina é</p><p>uma alternativa</p><p> Complicações</p><p>- No entanto, naqueles que apresentam infeção grave podem existir</p><p>complicações neurológicas, cardíacas, o!almológicas ou renais. A</p><p>síndrome hemofagocítica foi também descrita em doentes infetados</p><p>com R. conori</p><p>c) Febre maculosa brasileira</p><p> Etiologia</p><p>- Doença infecciosa febril aguda, de gravidade variável, cujas</p><p>apresentações clínicas podem variar de formas leves, atípicas até</p><p>formas graves, apresen�tando elevada letalidade. É causada por</p><p>uma bactéria do gênero Rickett</p><p> Transmissão</p><p>- Picada do carrapato infectado com Rickettsi</p><p> Quadro clínico</p><p>- De início abrupto, febre elevada, cefaleia, mialgia intensa e/ou</p><p>prostração. Entre o 2º e o 5º dia da doença surge o exantema</p><p>maculopapular, de evolução centrípeta e pre�domínio nos membros</p><p>inferiores, podendo acometer regiões palmar e plantar, que pode</p><p>evoluir para petéquias equimoses e hemorragias.</p><p> Diagnóstico laboratorial</p><p>- Realizado através da identificação de anticorpos por</p><p>imunofluorescência indireta (RIFI) em amostras colhidas a partir do</p><p>7º dia do início dos sintoma</p><p> Prevenção e tratamento</p><p>- : Tratamento de suporte e administração de antibióticos</p><p>1.5 Outras causas não infecciosas</p><p>a) Toxicodermia</p><p> Etiologia</p><p>- Reações cutâneas e/ou mucosas causadas por fármacos, podem ser</p><p>causadas por qualquer substância, sendo mais frequente</p><p>antibióticos</p><p> Manifestações clínicas</p><p>- As principais reações são: exantemas, morbiliformes ou</p><p>maculopapulares, eritema pigmentar fixo, urticária/angioedema,</p><p>casculite de pequenos vaso cutâneos, necrólise epidérmica tóxica</p><p>síndrome de hiper-sensibilidade a fármacos (geralmente associada</p><p>a anti-convulsivantes e alopurinol); reações de fotos-sensibilidade</p><p>- O diagnóstico é geralmente clínico mas pode ser realizada biópsia</p><p>da lesão e testes de hipersensibilidade ao fármaco suspeito. As</p><p>toxicodermias são geralmente benignas e desaparecem 1 a 3</p><p>se�manas após a suspensão do fármaco causador</p><p>- O tratamento é habitualmente sintomático, podendo ser</p><p>necessário utilizar anti-histamínicos ou corticóides</p><p>b) Eritema multiforme</p><p>- Reação de hipersensibilidade aguda, comum e auto-limitada,</p><p>caracterizada por lesões cutâneas em forma de alvo</p><p>- Presença de placas edematosas ou bolhas. As lesões cutâneas</p><p>afetam sobretudo as extremidades e têm distribuição simétrica.</p><p>- A maioria dos casos de eritema multiforme é precipitada por</p><p>agentes infeciosos (cerca de 90% dos casos), sendo o vírus Herpes</p><p>simplex (VHS) o mais frequentemente envolvido.</p><p>- Os fármacos também têm um papel importante, sobretudo os</p><p>AINE’s, anti-epiléticos e antibióticos.</p><p> Diagnóstico e tratamento</p><p>- O diagnóstico é sobretudo clínico. O tratamento sintomático é</p><p>suficiente mas pode ser considerada a corticoterapia sistémica se</p><p>doença mucosa severa</p><p>c) Doença de Kawasaki</p><p>- Auto-limitada e causa desconhecida. Caracteriza-se por</p><p>envolvimento multissistémico, com inflamação das artérias de</p><p>pequeno e médio calibre. Afeta sobretudo rapazes com menos de 5</p><p>anos e é incomum antes dos 6 meses.</p><p>- A apresentação clínica caracteriza-se por um exantema febril com</p><p>linfadenite e mucosite.</p><p>- Na fase aguda presente febre alta sem foco, conjuntivite</p><p>bilateral não exsudativa, lábios gretados e vermelhos, língua “em</p><p>morango”, linfadenopatia cervical e um exante�ma polimorfo que</p><p>afeta a região inguinal, evoluindo posteriormente para lesões</p><p>maculares, morbilifor�mes ou em alvo no tronco e extremidades</p><p>- Numa fase posterior, poderá surgir descamação.</p><p> Diagnóstico e tratamento</p><p>O diagnóstico é de exclusão e deve incluir hemocultura, urocultura,</p><p>radiografia de tórax e estudo analítico. Deverá ser realizado</p><p>ecocardiograma para exclusão de aneurismas coronários</p><p>- O tratamento inclui a administração de imunoglobulina</p><p>intravenosa e ácido acetilsalicílico. A maioria dos casos resolve sem</p><p>sequelas, mas podem existir complicações como enfarte do</p><p>miocárdio</p><p>d) Artrite idiopática juvenil</p><p>- Grupo de doenças reumatológicas, caracterizada pela existência de</p><p>artrite persistente por, pelo menos, 6 semanas em crianças e</p><p>adolescentes com menos de 16 anos</p><p> Manifestações clíncias</p><p>- Na AIJ sistémica, os doentes apresentam artrite, febre recorrente e</p><p>podem apresentar linfadenopatias generalizadas,</p><p>hepatoesplenomegalia, serosite ou um rash eritematoso</p><p>evanescente no tronco, face, braços ou pernas, bem delimitado, cor</p><p>sal�mão, macular, transitório e migratório, mas pode ser</p><p>urticariforme ou apresentar lesões anulares ou em alvo.</p><p>- A principal complicação é a síndrome de ativação dos macrófagos.</p><p>Na AIJ psoriática ocorre artrite associada a psoríase</p><p> Diagnóstico e tratamento</p><p>- O diagnóstico é feito através da elevação dos agentes de fase aguda</p><p>e estudo imunológico com pesquisa de anticorpo anti-nuclear, fator</p><p>reumatoide e anti�corpo anti-péptido citrulinado cíclico.</p><p>- Poderá ser necessária a realização de radiografia óssea e/ou</p><p>artrocentese para exclusão de outras entidades. O tratamento é feito</p><p>com recurso a corticóides, anti-inflamatórios e agentes biológicos</p><p>e) Febre reumática</p><p>- Complicação não supurativa da infecção por SGA. Clinicamente,</p><p>consiste em artrite, cardite, coreia, eritema marginatum e nódulos</p><p>subcutâneos.</p><p>- É mais comum entre os 6 e os 15 anos de idade. O eritema</p><p>marginatum rash rosado, evanescente e não pruriginoso que</p><p>envolve o tronco e membros mas não a face que surge geralmente</p><p>acompanhado por outras manifestações de febre reumática.</p><p>- O diagnóstico baseia-se na suspeita de infeção estreptocócica</p><p>prévia, nos critérios de Jones e na pesquisa de anticorpos</p><p>antiestreptocócicos. O tratamento consiste em anti-inflamatórios,</p><p>antibioterapia e tratamento da insuficiência cardíaca</p><p>f) Reações medicamentosas</p><p> Etiologia e forma de transmissão</p><p>- Hipersensibilidade do tipo I que ocorre após exposição à diversas</p><p>drogas como: quinino, atropina, antipirina, hidantoínas,</p><p>alopurinol, salvarsan, sulfonamidas penicilinas. Ainda, ocorre por</p><p>intoxicação por mercúrio, ouro ou arsênico. Após uso de</p><p>imunobiológicos pode ocorrer a doença do soro</p><p> Grupo etário</p><p>- Qualquer grupo</p><p> Quadro clínico</p><p>- Não há pródromos, pode ocorre febre, mialgia e prurido. O</p><p>exantema pode ser macular, máculo-papular, urticarifor�me ou</p><p>eritrodérmico. Reações mais severas podem ser facilmente</p><p>confundidas com exan�tema do sarampo ou escarlatina.</p><p>Adenopatia, hepatoesplenomegalia e toxicidade intensa podem</p><p>ocorrer.</p><p> Diagnóstico laboratorial</p><p>- Não há confirmação laboratorial. O diagnóstico é clínico e exames</p><p>laboratoriais.</p><p>2) Exantemas vesico-bolhosos</p><p>a) Varicela</p><p> Etiologia e transmissão</p><p>- Doença altamente contagiosa que ocorre geralmente na infância de</p><p>forma benigna e auto-limitada. É mais comum durante o fim do</p><p>inverno e início da primavera e a sua transmissão ocorre pessoa a</p><p>pessoa, através de contacto direto com mucosas, lesões infetadas ou</p><p>por partículas respiratórias.</p><p>- O período de contagiosidade é maior entre os dois dias prévios ao</p><p>início dos sintomas até que todas as lesões cutâneas se encontrem</p><p>em fase de crosta. Considera-se que a infeção confere imunidade</p><p>para toda a vida</p><p> Manifestaçaões clínicas</p><p>- O exantema, caracterizado por máculas eritematosas e</p><p>pruriginosas que evoluem para pápulas, vesículas com fluído claro</p><p>e crostas, surge habitualmente 14 dias) após exposição, iniciando-</p><p>se pelo couro cabeludo, face e tronco, podendo estar presente nas</p><p>mucosas.</p><p>- A presença de lesões em diferentes estadios de evolução é</p><p>característica. A doença tem uma duração de 5-7 dias, existindo</p><p>manifestações subclínicas.</p><p>- As complicações graves ocorrem sobretudo em grupos de risco</p><p>como recém-nascidos, imunocomprome�tidos, adolescentes e</p><p>adultos, mas também podem estar presentes em crianças saudáveis.</p><p>- A principal complicação na criança é a sobreinfeção bacteriana por</p><p>SGA e S. aureus</p><p> Diagnóstico e tratamento</p><p>- O diagnóstico assenta na história clínica, exame físico e contexto</p><p>epidemiológico. O quadro típico costuma dispensar o recurso</p><p>laboratorial, pode se detectar VVZ por PCR no liquido das vesícu</p><p>las, ou utilizar reações sorológicas IgM ou</p><p>IgG</p><p>-O tratamento é sintomático, incluindo antipiréticos e anti-</p><p>histamínicos. O tratamento com aciclovir deve ser reservado para</p><p>doentes com maior risco, como adolescentes, crianças com doença</p><p>pulmonar ou cutânea crónica</p><p>b) Doença mão pé boca</p><p>- O vírus coxsackie A1621. A grande maioria dos casos ocorre abaixo</p><p>dos 5 anos, mais frequentemente no verão e outono, tendo um curso</p><p>benigno</p><p>- A transmissão pode ser fecal-oral ou através de contacto com</p><p>secreções respiratórias e o período de incubação é tipicamente de 3</p><p>a 6 dias</p><p> Manifestações clinicas</p><p>- Clinicamente apresenta-se por febre baixa e recusa alimentar</p><p>devido ao enantema. Este carateriza-se por vesículas ou úlceras</p><p>dolorosas na cavidade oral posterior a língua e a mucosa bucal</p><p>- Lesões maculopapulares ou vesiculares podem aparecer nas mãos,</p><p>pés e períneo, sendo tipicamente não pruriginosas, com resolução em</p><p>7 a 10 dias</p><p> Diagnóstico e tratamento</p><p>- O tratamento é de suporte, podendo ser necessário o internamento</p><p>quando não é possível manter a adequada hidratação oral. A</p><p>exclusão das crianças das creches não previne a propagação da</p><p>doença</p><p>c) Herpes simples</p><p>- mantém-se latente durante toda a vida do hospedeiro, podendo</p><p>ser reativado periodicamente. Estas reativações podem ser</p><p>despoletadas por estímulos internos ou externos, como por</p><p>exemplo, o stress, febre, cataménio ou exposição ao sol</p><p>- As lesões cutâneas são tipicamente dolorosas consistindo em</p><p>pápulas eritematosas que rapidamente evoluem para vesículas</p><p>agrupadas, com base eritematosa, e depois para úlceras e podem</p><p>são precedidas por parestesias ou desconforto no local, febre, mal-</p><p>estar geral ou cefaleias.</p><p>- Existem três antivíricos disponíveis: aciclovir, famciclovir e</p><p>valaciclovir; sendo a sua escolha e posologia dependente do local de</p><p>infeção, idade e imunidade do doente. Os antivíricos tópicos não são</p><p>recomendados para as lesões mucocutâneas de VHS, pois não</p><p>reduzem a duração ou severidade de sintomas em doentes</p><p>imunocompetentes</p><p>3) Exantema Purpúrico/Petequiais</p><p>3.1 Perda da integridade vasculas</p><p>a) Meningoccemia</p><p>- agente etiológico é a Neisseria meningitidis. O principal</p><p>mecanismo de transmissão é o contacto próximo com aerossóis ou</p><p>exposição a secreções respiratórias. É um agente comensal da</p><p>nasofaringe em 10% da população, mas raramente causa doença</p><p>invasiva e o homem é o único reservatório conhecido da bactéria</p><p>- Período de incubação: 2-7 dias</p><p>- A doença meningocócica invasiva tem um espetro clínico alargado,</p><p>mas as síndromes mais comuns são a meningite meningocócica e a</p><p>meningococcémia com ou sem meningite. Frequentemente, as</p><p>crianças apresentam um exantema petequial (80% dos casos) que</p><p>pode evoluir para lesões purpúricas de maiores dimensões</p><p>e placas</p><p>necróticas (purpura fulminans)</p><p>- A evolução da doença é rápida e em poucas horas pode-se</p><p>desenvolver um quadro de choque séptico grave, coma e morte</p><p>- O diagnóstico é clínico confirmado quando há isolamento de N.</p><p>meningitidis num líquido estéril (sangue, LCR ou líquido</p><p>sinovial). O tratamento consiste na administração precoce de</p><p>antibioterapia (ce!riaxone ou cefotaxima). A duração do tratamento</p><p>é de 7 dias e o doente deverá ficar sob medidas de isolamento de</p><p>gotícula nas primeiras 24h de antibioterapia. Os contactos próximos</p><p>deverão realizar profilaxia com toma única de ciprofloxacina</p><p>b) Síndrome do exantema papulo-púrpurico em luvas e</p><p>meias</p><p>- O principal agente é o Parvovírus B19, no entanto, outros vírus</p><p>podem estar envolvidos. A doença transmite-se através de secreções</p><p>respiratórias e a fase mais contagiosa precede o aparecimento de</p><p>lesões cutâneas.</p><p>- Inicialmente surge um quadro de febre baixa, artralgias, astenia,</p><p>mialgias e posteriormente edema e eritema doloroso simétrico das</p><p>mãos e dos pés, que evolui para exantema petequial e/ou purpúrico</p><p>pruriginoso serológica ou por técnica PCR (mais sensível) e o</p><p>tratamento é sintomático.</p><p>- Trata-se de um quadro auto-limitado, que se resolve em poucas</p><p>semanas sem sequelas</p><p>c) Púrpura de Henoch-Schonlein (PHS)</p><p>- a vasculite mais comum na infância, afeta mais o sexo masculino e</p><p>90% dos casos ocorre em crianças entre os 3 e os 10 anos. Tem maior</p><p>incidência no Inverno e na Primavera.</p><p>- É uma vasculite media�da por imunocomplexos, que atinge</p><p>principalmente os pequenos vasos da pele, articulações, trato</p><p>gastrointestinal e rins. Muitos dos casos são prece�didos por uma</p><p>infeção das vias aéreas superiores.</p><p>- O exantema é a característica principal da doença, no entanto, pode</p><p>estar ausente no início do quadro em 25% dos casos. Inicialmente</p><p>surgem máculas ou pápulas rosadas que evoluem para petéquias,</p><p>púrpura palpável ou grandes equimoses; apresen�tam uma</p><p>distribuição simétrica e predominam nas áreas dependentes da</p><p>gravidade: região distal dos membros inferiores e áreas de pressão</p><p>nas nádegas</p><p>- As manifestações gastrointestinais estão presentes em 50% dos</p><p>casos; a artrite em 50-75% dos casos, habitualmente é auto-limitada,</p><p>oligoarticular e dos membros inferiores; atingimento renal em 20 a</p><p>50% dos casos, manifestando-se como hematúria microscópica,</p><p>proteinúria, hipertensão, síndrome nefrítico, síndrome nefrótico ou</p><p>lesão renal aguda.</p><p>- Algumas complicações são: invagina�ção intestinal, isquemia</p><p>mesentérica, perfuração intestinal e doença renal crónica. O</p><p>diagnóstico é clínico, nenhum achado laboratorial é diagnóstico de</p><p>PHS.</p><p>- O tratamento é de suporte. Os corticóides sistémicos diminuem a</p><p>dor abdominal e articular mas não afeta o prognóstico em geral nem</p><p>previne a doença renal. São também úteis para tratar as complicações</p><p>gastrointestinais severas e situações ameaçadoras da vida. O</p><p>prognóstico é excelente, tratando-se de uma doença auto-limitada</p><p>que resolve em 4 semanas</p><p>d) Edema hemorrágico aguda na infância</p><p>- Vasculite leucocitoclástica que atinge crianças entre 4 meses-2 anos</p><p>de idade.</p><p>- Principais sintomas são: febre, edema de face, escroto, mãos e pés</p><p>- As equimoses estão presentes na face e as extremidades; podem</p><p>também aparecer petéquias nas mucosas. O diagnóstico é clínico.</p><p>Trata- -se de um quadro auto-limitado com duração 1-3 semanas</p><p>3.2 Alterações da hemóstase</p><p>a) Trombocitopenia imune</p><p>- é a causa mais comum de trombocitopenia de instalação súbita na</p><p>infância. A incidência é maior no sexo masculino em idades mais</p><p>precoces e no sexo feminino na adolescência. O pico de incidência</p><p>ocorre entre os 1 e os 4 anos e há um pico mais pequeno na</p><p>adolescência.</p><p>- A incidência é maior na Primavera. Em 50-65% dos casos existe uma</p><p>história prévia de infeção vírica 1-4 semanas antes do início do</p><p>quadro. A apresentação típica é uma criança previamente saudável</p><p>que desenvolve repentinamente um exantema petequial e</p><p>purpúrico e o restante exame físico é normal. As principais</p><p>complicações são: hemorragia severa</p><p>- Não existe consenso sobre o tratamento e atividade física e de</p><p>medicação antiplaquetária e anticoagulante (ex: AINE’s). O</p><p>tratamento para casos mais graves consiste numa dose única de</p><p>imunoglobulina humana IV. Existe resolução espontânea em 70-</p><p>80% dos casos em 6 meses e quanto mais jovem o doente, maior a</p><p>probabilidade de resolução espontânea</p><p>b) Síndrome hemolítico-uremico</p><p>- tríade clássica trombocitopenia, anemia microangiopática e</p><p>lesão renal aguda. Raramente, alguns doentes apresentam</p><p>exantema purpúrico</p><p>c) Deficiência de fatores de coagulação congénita</p><p>- as patologias desta categoria mais comuns são a doença de von</p><p>Willebrand, hemofilia A (défice do fator VIII) e hemofilia B (défice de</p><p>fator IX). No entanto, pode haver défice dos outros fatores da cascata</p><p>de coagulação. Caracterizam-se pelo aparecimento de púrpura e de</p><p>equimoses com traumatismos pequenos e episódios recorrentes de</p><p>hemorragia ativa</p>