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<p>alfaconcursos.com.br</p><p>MUDE SUA VIDA!</p><p>1</p><p>SUMÁRIO</p><p>APRESENTAÇÃO ........................................................................................................................................... 3</p><p>INTRODUÇÃO .............................................................................................................................................. 4</p><p>APLICAÇÃO DA LEI 8069/ 90 ( ECA)........................................................................................................... 4</p><p>QUESTÃO COMENTADA: ...................................................................................................................... 5</p><p>QUESTÃO COMENTADA: ...................................................................................................................... 6</p><p>QUESTÕES SOBRE O TEMA: .................................................................................................................. 8</p><p>GABARITO ............................................................................................................................................ 9</p><p>ATO INFRACIONAL ..................................................................................................................................... 10</p><p>CONCEITO: ............................................................................................................................................. 10</p><p>ATO INFRACIONAL.............................................................................................................................. 10</p><p>QUESTÃO COMENTADA: .................................................................................................................... 10</p><p>QUESTÃO COMENTADA: .................................................................................................................... 12</p><p>DOS DIREITOS INDIVIDUAIS E GARANTIAS PROCESSUAIS: ....................................................................... 12</p><p>DIREITOS INDIVIDUAIS: ...................................................................................................................... 12</p><p>DAS GARANTIAS PROCESSUAIS: .......................................................................................................... 15</p><p>QUESTÕES SOBRE O TEMA: ................................................................................................................ 16</p><p>GABARITO .......................................................................................................................................... 19</p><p>MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS ..................................................................................................................... 20</p><p>INTRODUÇÃO......................................................................................................................................... 20</p><p>QUESTÃO COMENTADA: .................................................................................................................... 21</p><p>DAS MEDIDAS EM ESPÉCIE ..................................................................................................................... 22</p><p>ADVERTÊNCIA: ................................................................................................................................... 22</p><p>OBRIGAÇÃO DE REPARAR O DANO: .................................................................................................... 22</p><p>PRESTAÇÃO DE SERVIÇO À COMUNIDADE: ......................................................................................... 22</p><p>LIBERDADE ASSISTIDA: ....................................................................................................................... 23</p><p>SEMILIBERDADE: ................................................................................................................................ 23</p><p>QUESTÃO COMENTADA: .................................................................................................................... 24</p><p>INTERNAÇÃO:..................................................................................................................................... 24</p><p>TIPOS DE INTERNAÇÃO:...................................................................................................................... 25</p><p>ENTENDIMENTOS LEGAIS SOBRE O TEMA: ............................................................................................. 26</p><p>QUESTÕES SOBRE O TEMA: ................................................................................................................ 27</p><p>GABARITO: ......................................................................................................................................... 31</p><p>MEDIDAS PROTETIVAS ............................................................................................................................... 32</p><p>INTRODUÇÃO......................................................................................................................................... 32</p><p>QUESTÃO COMENTADA: .................................................................................................................... 32</p><p>https://www.alfaconcursos.com.br/</p><p>alfaconcursos.com.br</p><p>MUDE SUA VIDA!</p><p>2</p><p>DAS MEDIDAS PROTETIVAS .................................................................................................................... 33</p><p>QUESTÃO COMENTADA: .................................................................................................................... 33</p><p>REMISSÃO.................................................................................................................................................. 34</p><p>CONCEITO .............................................................................................................................................. 34</p><p>QUANTO AO MOMENTO DA CONCESSÃO........................................................................................... 34</p><p>DA CUMULAÇÃO COM OUTRAS MEDIDAS .......................................................................................... 35</p><p>DISCORDÂNCIA ENTRE MINISTÉRIO PÚBLICO E AUTORIDADE JUDICIÁRIA........................................... 36</p><p>QUESTÃO COMENTADA ..................................................................................................................... 37</p><p>QUESTÕES SOBRE O TEMA ................................................................................................................. 39</p><p>GABARITO .......................................................................................................................................... 43</p><p>DOS PROCEDIMENTOS ............................................................................................................................... 44</p><p>DISPOSIÇÕES GERAIS ............................................................................................................................. 44</p><p>FASES DO PROCEDIMENTO................................................................................................................. 44</p><p>FASE POLICIAL .................................................................................................................................... 44</p><p>QUANTO AS PROVIDÊNCIAS ............................................................................................................... 44</p><p>DA LIBERAÇÃO DO ADOLESCENTE ...................................................................................................... 45</p><p>QUESTÃO COMENTADA ..................................................................................................................... 47</p><p>FASE MINISTERIAL .............................................................................................................................. 48</p><p>QUESTÃO COMENTADA ..................................................................................................................... 48</p><p>FASE JUDICIAL ....................................................................................................................................</p><p>à responsabilidade civil de crianças e adolescentes por danos causados a</p><p>terceiros, assinale a alternativa correta.</p><p>a) Ao adolescente que cometer ato infracional com reflexos patrimoniais, poderá ser</p><p>determinada obrigação de reparar o dano, possibilitada a cumulação com outra medida</p><p>socioeducativa.</p><p>b) Violada a esfera patrimonial e extrapatrimonial de terceiro, por ato voluntário de</p><p>crianças ou adolescentes, a autoridade competente poderá determinar às crianças e</p><p>aos adolescentes a medida socioeducativa de reparar o dano.</p><p>c) Em se tratando de ato infracional com reflexos patrimoniais, se impossível a restituição</p><p>da coisa e o ressarcimento do dano, a medida socioeducativa será substituída pela</p><p>realização de tarefas remuneradas de interesse geral, pelo adolescente, desde que</p><p>maior de catorze anos e respeitadas as suas aptidões, e o valor apurado será usado no</p><p>ressarcimento da vítima.</p><p>d) Como ocorre com a advertência, a obrigação de reparar o dano exige prova de</p><p>materialidade e indícios de autoria da infração, diante da possibilidade de</p><p>ressarcimento de valores ao atingimento da maioridade civil, não só pela criança como</p><p>pelo adolescente.</p><p>e) Com a reparação do dano, extingue-se a obrigação, cabendo ao Poder Judiciário a</p><p>fiscalização indireta da medida socioeducativa e restando a execução direta sob</p><p>responsabilidade da entidade de atendimento.</p><p>5. Ano: 2019 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: TJ-PA Prova: CESPE - 2019 - TJ-PA - Juiz</p><p>de Direito Substituto.</p><p>A medida socioeducativa de internação será legítima na hipótese de</p><p>a) O juiz constatar gravidade em abstrato da prática de ato infracional.</p><p>b) O menor ter praticado ato infracional análogo ao tráfico de drogas.</p><p>c) O menor ser reincidente na prática de ato infracional.</p><p>d) O menor ter cometido reiteradamente infrações graves.</p><p>e) O menor já ter sido submetido ao regime de semiliberdade.</p><p>6. Ano: 2019 Banca: FGV Órgão: MPE-RJ Prova: FGV - 2019 - MPE-RJ - Ministério Público -</p><p>Processual</p><p>Jefferson, adolescente de 17 anos, pratica ato infracional análogo ao crime de furto,</p><p>subtraindo para si um aparelho de celular, que se encontrava no bolso traseiro da calça de</p><p>Aparecida, enquanto ambos viajavam em transporte coletivo. Após ser apreendido, Jefferson é</p><p>levado à delegacia e apresentado ao Ministério Público na mesma data. Concluída a oitiva</p><p>informal, o Promotor constata que Jefferson não possui passagem anterior pela prática de ato</p><p>infracional, não está estudando há 2 anos e encontra-se em situação de rua, sendo certo que</p><p>não foi possível localizar os seus pais. O Promotor de Justiça oferece Representação pela</p><p>prática do ato infracional análogo a furto em face de Jefferson, requerendo a decretação de sua</p><p>internação provisória, sendo o pedido acolhido pelo Juiz da Infância e Juventude, durante a</p><p>audiência de apresentação. Decorridos dois meses da data da apreensão de Jefferson, a</p><p>audiência em continuação é realizada e o Juiz aplica a medida de internação socioeducativa ao</p><p>adolescente.</p><p>https://www.alfaconcursos.com.br/</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/bancas/vunesp</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/institutos/tj-rj</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/vunesp-2019-tj-rj-juiz-substituto</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/bancas/cespe-cebraspe</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/institutos/tj-pa</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/cespe-2019-tj-pa-juiz-de-direito-substituto</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/cespe-2019-tj-pa-juiz-de-direito-substituto</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/bancas/fgv</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/institutos/mpe-rj</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/fgv-2019-mpe-rj-analista-do-ministerio-publico-processual</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/fgv-2019-mpe-rj-analista-do-ministerio-publico-processual</p><p>alfaconcursos.com.br</p><p>MUDE SUA VIDA!</p><p>29</p><p>À luz da Lei nº 8.069/90 (ECA) e tendo em vista o caso apresentado, conclui-se que:</p><p>a) A medida socioeducativa adequada ao caso é a internação, pois Jefferson não estuda,</p><p>está em situação de rua e os seus pais encontram-se em local incerto e não sabido;</p><p>b) A medida socioeducativa de internação não poderia ser aplicada, por se tratar de ato</p><p>infracional praticado sem grave ameaça ou violência a pessoa e por ser a primeira</p><p>passagem do adolescente;</p><p>c) A decretação da internação provisória pelo Juiz foi medida adequada, tendo em vista o</p><p>perfil do adolescente e a observância do prazo legal para a aplicação da medida;</p><p>d) O Promotor de Justiça não poderia oferecer Representação em face do adolescente, por</p><p>se tratar de ato infracional praticado sem grave ameaça ou violência a pessoa e por ser</p><p>a primeira passagem do adolescente;</p><p>e) O Promotor de Justiça não poderia conceder a remissão ao adolescente, por se tratar</p><p>de ato infracional análogo a crime contra o patrimônio.</p><p>7. Ano: 2019 Banca: VUNESP Órgão: Prefeitura de Cerquilho - SP Prova: VUNESP - 2019 -</p><p>Prefeitura de Cerquilho - SP - Procurador Jurídico</p><p>Sobre as súmulas do STJ acerca dos direitos da criança e dos adolescentes, é certo afirmar:</p><p>a) Aplicação de medidas socioeducativas ao adolescente, pela prática de ato infracional, é</p><p>da competência concorrente do Conselho Tutelar e dos Juízes de Direito.</p><p>b) A prescrição penal não é aplicável nas medidas socioeducativas</p><p>c) No procedimento para aplicação de medida socioeducativa, é nula a desistência de</p><p>outras provas em face da confissão do adolescente.</p><p>d) O ato infracional análogo ao tráfico de drogas, por si só, conduz obrigatoriamente à</p><p>imposição de medida socioeducativa de internação do adolescente.</p><p>e) a superveniência da maioridade penal interfere na apuração de ato infracional e na</p><p>aplicabilidade de medida socioeducativa em curso, inclusive na liberdade assistida.</p><p>8. Ano: 2019 Banca: MPE-GO Órgão: MPE-GO Prova: MPE-GO - 2019 - MPE-GO - Promotor</p><p>de Justiça Substituto – (ADAPTADA)</p><p>O adulto privado de liberdade em virtude de medida socioeducativa de internação será</p><p>obrigatoriamente colocado em liberdade aos vinte e um anos de idade, podendo a autoridade</p><p>judiciária proceder de ofício, sem a oitiva do Ministério Público;</p><p>Certo ( ) Errado ( )</p><p>9. Ano: 2019 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: DPE-DF Prova: CESPE - 2019 - DPE-DF -</p><p>Defensor Público</p><p>André, com dezessete anos de idade, foi apreendido pela prática de ato infracional análogo ao</p><p>crime de tráfico de drogas. Depois de ter sido conduzido à delegacia de polícia especializada, o</p><p>adolescente foi apresentado ao Ministério Público. O promotor de justiça que o entrevistou</p><p>ofereceu-lhe remissão cumulada com medida socioeducativa de semiliberdade. O magistrado</p><p>indeferiu a remissão ministerial, sob o fundamento de que a aplicação de medida</p><p>socioeducativa ao adolescente por ato infracional é de competência exclusiva do juiz, e abriu</p><p>https://www.alfaconcursos.com.br/</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/bancas/vunesp</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/institutos/prefeitura-de-cerquilho-sp</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/vunesp-2019-prefeitura-de-cerquilho-sp-procurador-juridico</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/vunesp-2019-prefeitura-de-cerquilho-sp-procurador-juridico</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/bancas/mpe-go</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/institutos/mpe-go</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/mpe-go-2019-mpe-go-promotor-de-justica-substituto-anulada</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/mpe-go-2019-mpe-go-promotor-de-justica-substituto-anulada</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/bancas/cespe-cebraspe</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/institutos/dpe-df</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/cespe-2019-dpe-df-defensor-publico</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/cespe-2019-dpe-df-defensor-publico</p><p>alfaconcursos.com.br</p><p>MUDE SUA VIDA!</p><p>30</p><p>vista ao Ministério Público para que apresentasse representação contra André no prazo de 24</p><p>horas. Diante da negativa de homologação judicial e do retorno dos autos, o promotor</p><p>ofereceu representação contra André e o magistrado manteve a internação provisória,</p><p>designou audiência de apresentação e determinou a citação sentença, o magistrado</p><p>determinou a internação, fundamentando que a conduta do adolescente era grave, embora</p><p>não houvesse qualquer outra anotação em sua folha de passagem.</p><p>Com relação a essa situação hipotética, julgue o seguinte item, de acordo com a legislação</p><p>pertinente e a jurisprudência dos tribunais superiores.</p><p>Embora não houvesse qualquer outra anotação na folha de passagem de André, a</p><p>atitude do magistrado de determinar a internação do adolescente foi correta, pois a</p><p>gravidade do fato praticado por ele basta para justificar a aplicação da medida</p><p>socioeducativa de internação, conforme jurisprudência do STJ.</p><p>Certo ( ) Errado ( )</p><p>10. Ano: 2019 Banca: NC-UFPR Órgão: TJ-PR Prova: NC-UFPR - 2019 - TJ-PR - Titular de</p><p>Serviços de Notas e de Registros - Provimento</p><p>Um dia antes de completar dezoito anos, Alfonso pratica um latrocínio, um estupro e uma</p><p>extorsão mediante sequestro. A sentença condenatória do caso é proferida dois anos depois,</p><p>quando Alfonso já possui quase vinte anos de idade. Nesse caso, aplica-se:</p><p>a) A pena prevista para os delitos, diminuída em razão da idade precoce.</p><p>b) A pena prevista para os delitos praticados sem redução.</p><p>c) Medida socioeducativa com restrição da liberdade de no máximo três anos.</p><p>d) Nove anos de medida socioeducativa porquanto se trata de três delitos.</p><p>e) Seis anos de medida socioeducativa.</p><p>11. Ano: 2019 Banca: FUNDEP (Gestão de Concursos) Órgão: DPE-MG Prova: FUNDEP</p><p>(Gestão de Concursos) - 2019 - DPE-MG - Defensor Público (adaptada)</p><p>O ato infracional análogo ao tráfico de drogas, por si só, conduz obrigatoriamente à imposição</p><p>de medida socioeducativa de internação do adolescente, por envolver infração</p><p>presumidamente permanente e de natureza grave.</p><p>Certo ( ) Errado ( )</p><p>https://www.alfaconcursos.com.br/</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/bancas/nc-ufpr</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/institutos/tj-pr</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/nc-ufpr-2019-tj-pr-titular-de-servicos-de-notas-e-de-registros-provimento</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/nc-ufpr-2019-tj-pr-titular-de-servicos-de-notas-e-de-registros-provimento</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/bancas/fundep-gestao-de-concursos</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/institutos/dpe-mg</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/fundep-gestao-de-concursos-2019-dpe-mg-defensor-publico</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/fundep-gestao-de-concursos-2019-dpe-mg-defensor-publico</p><p>alfaconcursos.com.br</p><p>MUDE SUA VIDA!</p><p>31</p><p>GABARITO:</p><p>1. E</p><p>2. C</p><p>3. E</p><p>4. A</p><p>5. D</p><p>6. B</p><p>7. C</p><p>8. E</p><p>9. E</p><p>10. C</p><p>11. E</p><p>https://www.alfaconcursos.com.br/</p><p>alfaconcursos.com.br</p><p>MUDE SUA VIDA!</p><p>32</p><p>MEDIDAS PROTETIVAS</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>As medidas protetivas são aplicadas sempre que os direitos da criança e do adolescente</p><p>são violados ou ameaçados. Repare que a aplicação se destina tanto para criança quanto para</p><p>o adolescente. Por apresentarem um caráter protetivo, tais medidas buscam restabelecer a</p><p>situação de normalidade, buscando sempre, devido à sua natureza pedagógica, fortalecer os</p><p>vínculos familiares e comunitários.</p><p>A violação dos diretos da criança e do adolescente é o pressuposto para sua aplicação,</p><p>podendo ser configurado:</p><p>I – por ação ou omissão da sociedade ou do Estado;</p><p>II – por falta, omissão ou abuso dos pais ou responsável;</p><p>III - em razão de sua conduta.</p><p>Por fim, cabe destacar a possibilidade de sua aplicação de forma isolada ou cumulativa,</p><p>podendo ser substituídas a qualquer tempo.</p><p>Para finalizar essa parte introdutória, vejamos a literalidade do texto legal:</p><p>Art. 98. As medidas de proteção à criança e ao adolescente são</p><p>aplicáveis sempre que os direitos reconhecidos nesta Lei forem</p><p>ameaçados ou violados:</p><p>I - por ação ou omissão da sociedade ou do Estado;</p><p>II - por falta, omissão ou abuso dos pais ou responsável;</p><p>III - em razão de sua conduta.</p><p>Art. 99. As medidas previstas neste Capítulo poderão ser aplicadas</p><p>isolada ou cumulativamente, bem como substituídas a qualquer</p><p>tempo.</p><p>Art. 100. Na aplicação das medidas levar-se-ão em conta as</p><p>necessidades pedagógicas, preferindo-se aquelas que visem ao</p><p>fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários.</p><p>QUESTÃO COMENTADA:</p><p>12. Ano: 2019 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: TJ-PA Prova: CESPE - 2019 - TJ-PA - Juiz</p><p>de Direito Substituto.</p><p>Na aplicação das medidas específicas de proteção à criança e ao adolescente, são preferíveis</p><p>aquelas que visem:</p><p>a) Ao fortalecimento da autoestima do menor</p><p>b) Ao desenvolvimento de atividades em regime de coeducação.</p><p>c) Ao fortalecimento dos vínculos familiares</p><p>d) À participação da família na vida escolar</p><p>Resolução Completa:</p><p>A questão apresenta a literalidade do artigo, sendo de fácil compreensão a</p><p>quem se dedicou a uma leitura atenta do mesmo. Assim, a única alternativa correta</p><p>é a C, vejamos o texto de lei: “Art. 100. Na aplicação das medidas levar-se-ão em</p><p>conta as necessidades pedagógicas, preferindo-se aquelas que visem ao</p><p>fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários”.</p><p>https://www.alfaconcursos.com.br/</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/bancas/cespe-cebraspe</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/institutos/tj-pa</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/cespe-2019-tj-pa-juiz-de-direito-substituto</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/cespe-2019-tj-pa-juiz-de-direito-substituto</p><p>alfaconcursos.com.br</p><p>MUDE SUA VIDA!</p><p>33</p><p>DAS MEDIDAS PROTETIVAS</p><p>Para fins de prova, é imprescindível que você tenha conhecimento das espécies de</p><p>medida protetiva, sabendo identificá-las e diferenciá-las das medidas socioeducativas. Para</p><p>facilitar seu estudo foi criado o mnemônico MARIIIECO, em que cada letra corresponde a uma</p><p>medida protetiva. Vejamos:</p><p>Matrícula e frequência obrigatórias em estabelecimento oficial de ensino fundamental;</p><p>Acolhimento institucional;</p><p>Requisição de tratamento médico, psicológico ou psiquiátrico, em regime hospitalar ou</p><p>ambulatorial;</p><p>Inclusão em serviços e programas oficiais ou comunitários de proteção, apoio e promoção da</p><p>família, da criança e do adolescente.</p><p>Inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e tratamento a alcoólatras</p><p>e toxicômanos;</p><p>Inclusão em programa de acolhimento familiar;</p><p>Encaminhamento aos pais ou responsável, mediante termo de responsabilidade;</p><p>Colocação em família substituta;</p><p>Orientação, apoio e acompanhamento temporários.</p><p>Lembre-se:</p><p>É de suma importância que você saiba diferenciar as espécies de medida</p><p>protetiva e medidas socioeducativas. Para relembrar, internalize o mnemônico que</p><p>caracteriza cada tipo de medida:</p><p>Medida Socioeducativa: P.A.L.I.O.S</p><p>Medida Protetiva: M.A.R.I.I.I.E.C.O</p><p>QUESTÃO COMENTADA:</p><p>13. Ano: 2019 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: TJ-PR Prova: CESPE - 2019 - TJ-PR - Juiz Substituto</p><p>Assinale a opção que indica medida de proteção à criança e ao adolescente prevista no ECA e</p><p>aplicável quando os direitos reconhecidos desse grupo social forem ameaçados ou violados.</p><p>a) Colocação da criança ou do adolescente em família substituta</p><p>b) Intervenção mínima</p><p>c) Obrigação de reparar o dano</p><p>d) Internação da criança ou do adolescente em estabelecimento educacional</p><p>Resolução Completa:</p><p>a) Colocação da criança ou do adolescente em família substituta</p><p>Correto e é o nosso gabarito. Verifique que é a única alternativa que</p><p>apresenta uma medida protetiva. Sua visualização se torna mais fácil com base em</p><p>nosso mnemônico: “M.A.R.I.I.I.E.C.O”, correspondendo</p><p>à letra “C”.</p><p>b) Intervenção mínima</p><p>Não se trata de uma medida protetiva, e, nem mesmo, socioeducativa.</p><p>c) Obrigação de reparar o dano</p><p>Trata-se de uma medida socioeducativa.</p><p>d) Internação da criança ou do adolescente em estabelecimento educacional</p><p>Trata-se de uma medida socioeducativa.</p><p>https://www.alfaconcursos.com.br/</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/bancas/cespe-cebraspe</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/institutos/tj-pr</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/cespe-2019-tj-pr-juiz-substituto</p><p>alfaconcursos.com.br</p><p>MUDE SUA VIDA!</p><p>34</p><p>Gabarito: C.</p><p>REMISSÃO</p><p>CONCEITO</p><p>O instituto da Remissão consiste no PERDÃO do adolescente quando está diante da</p><p>prática de um ato infracional, podendo ser concedido tanto pelo Ministério Público como pela</p><p>Autoridade Judiciária, a depender do momento processual em que se encontre. Sobre o tema,</p><p>discorre o autor Noberto de Almeida Carride:</p><p>“(...) exprime, pois o sentido de perdão, renúncia, desistência ou absolvição. Juridicamente,</p><p>a remissão exprime sempre a renúncia voluntária ou a liberação graciosa a respeito de uma</p><p>dívida, de um direito”.</p><p>Cabe, ainda, destacar que tal medida levará em consideração, para efeitos de aplicação,</p><p>as circunstâncias do fato, o contexto social, a personalidade do agente e o grau de participação</p><p>no ato infracional.</p><p>Por fim, a remissão não acarretará necessariamente no reconhecimento ou</p><p>comprovação da responsabilidade e não prevalecerá para fins de antecedentes. Além disso,</p><p>poderá ser aplicada cumulativamente com qualquer medida protetiva ou socioeducativa,</p><p>excluídas a semiliberdade e a internação. Tais institutos podem ser verificados no teor do</p><p>artigo 127 do ECA:</p><p>Art. 127. A remissão não implica necessariamente o reconhecimento</p><p>ou comprovação da responsabilidade, nem prevalece para efeito de</p><p>antecedentes, podendo incluir eventualmente a aplicação de</p><p>qualquer das medidas previstas em lei, exceto a colocação em</p><p>regime de semiliberdade e a internação.</p><p>QUANTO AO MOMENTO DA CONCESSÃO</p><p>A remissão poderá ser concedida em dois momentos: na fase pré-processual e na fase</p><p>judicial.</p><p>A medida concedida na fase pré-processual (antes da existência do processo) é de</p><p>competência exclusiva do Ministério Público, tendo o instituto a natureza de EXCLUSÃO</p><p>PROCESSUAL. Dessa forma, o órgão ministerial, com base nas circunstâncias do fato, no</p><p>contexto social, na personalidade do agente e no grau de participação, poderá oferecer a</p><p>remissão com base no princípio da voluntariedade, tendo necessidade de homologação</p><p>judicial para sua eficácia. Vejamos o texto legal:</p><p>Art. 126. Antes de iniciado o procedimento judicial para apuração</p><p>de ato infracional, o representante do Ministério Público poderá</p><p>conceder a remissão, como forma de exclusão do processo,</p><p>atendendo às circunstâncias e consequências do fato, ao contexto</p><p>social, bem como à personalidade do adolescente e sua maior ou</p><p>menor participação no ato infracional.</p><p>Com o processo iniciado (fase judicial), o instituto da remissão só poderá ser concedido</p><p>pela Autoridade Judiciária, podendo ter natureza de SUSPENSÃO PROCESSUAL OU</p><p>EXTINÇÃO PROCESSUAL. A suspensão consiste em interromper o processo enquanto o</p><p>adolescente permanece vinculado à medida ou às medidas estabelecidas. Já a extinção ocorre</p><p>após o magistrado já ter analisado todo o conjunto probatório e as circunstâncias do caso e,</p><p>assim, decidir não dar mais prosseguimento ao feito. Vejamos o texto legal:</p><p>https://www.alfaconcursos.com.br/</p><p>alfaconcursos.com.br</p><p>MUDE SUA VIDA!</p><p>35</p><p>Parágrafo único. Iniciado o procedimento, a concessão da</p><p>remissão pela autoridade judiciária importará na suspensão ou</p><p>extinção do processo.</p><p>Quem concede a remissão Natureza do Instituto</p><p>Ministério Público</p><p>Exclusão processual</p><p>Autoridade Judiciária</p><p>Suspensão processual</p><p>Extinção processual</p><p>DA CUMULAÇÃO COM OUTRAS MEDIDAS</p><p>Em se tratando de remissão concedida pela Autoridade Judiciária, a doutrina e os</p><p>tribunais são unânimes quanto à possibilidade de cumulação desse instituto com medidas</p><p>protetivas ou socioeducativas, excluídas a semiliberdade e a internação, podendo ser</p><p>aplicada em qualquer fase do procedimento, antes da sentença. Com base no conteúdo da</p><p>súmula 108, STJ, não há duvidas quanto à legalidade da medida, tendo em vista que a</p><p>concessão será realizada pelo próprio poder judiciário, a quem incumbe aplicar com</p><p>exclusividade as medidas socioeducativas. Vejamos:</p><p>Súmula 108, STJ: A aplicação de medidas socioeducativas ao</p><p>adolescente, pela prática de ato infracional, é da competência</p><p>exclusiva do juiz.</p><p>O caráter correcional e educativo das medidas socioeducativas não descaracteriza a</p><p>natureza de perdão da remissão, sendo totalmente pertinente sua aplicação cumulada com as</p><p>medidas. Exemplo disso é o fato da remissão não prevalecer para fins de antecedentes, e não</p><p>importa para fins de reconhecimento ou comprovação da responsabilidade, conforme</p><p>disciplina o próprio Estatuto:</p><p>Art. 127. A remissão não implica necessariamente o reconhecimento</p><p>ou comprovação da responsabilidade, nem prevalece para efeito</p><p>de antecedentes, podendo incluir eventualmente a aplicação de</p><p>qualquer das medidas previstas em lei, exceto a colocação em</p><p>regime de semiliberdade e a internação.</p><p>Em relação ao tema, é importante dissertar sobre o fato de o instituto da remissão ser</p><p>aplicado a um adolescente em virtude da prática de um ato infracional grave. Caso o mesmo</p><p>venha cometer novo ato infracional grave, a ele não poderá ser cometido o instituto de</p><p>internação com base no critério de cometimento reiterado de outras infrações graves (art.</p><p>122, II, ECA), tendo em vista que a remissão não prevalece para fins de antecedentes.</p><p>A divergência está no fato da possibilidade, ou não, da remissão concedida pelo</p><p>Ministério público poder ser cumulada com outras medidas. Parte da doutrina entende pela</p><p>impossibilidade de tal cumulação, tendo em vista a violação do princípio do devido processo</p><p>legal, em que a competência jurisdicional seria usurpada pelo órgão ministerial, uma vez que</p><p>https://www.alfaconcursos.com.br/</p><p>alfaconcursos.com.br</p><p>MUDE SUA VIDA!</p><p>36</p><p>cabe ao juiz, com exclusividade, aplicar as medidas socioeducativas. Quanto ao tema, ainda</p><p>não há uma posição totalmente consolidada.</p><p>Cabe destacar que, para conceder remissão com cumulação de outra medida, faz-se</p><p>necessária a aceitação do adolescente.</p><p>Por fim, é possível caracterizar tal instituto como uma medida transitória, uma que</p><p>prevê a possibilidade de revisão judicial a qualquer tempo, mediante pedido expresso do</p><p>adolescente ou do seu representante legal ou do Ministério Público. Não se trata de uma</p><p>medida definitiva.</p><p>Sobre o instituto da remissão, destaca-se o seguinte julgado:</p><p>PENAL E PROCESSO PENAL. HABEAS CORPUS. SUBSTITUTIVO DE</p><p>RECURSO PRÓPRIO. NÃO CABIMENTO. INOCORRÊNCIA DE MANIFESTA</p><p>ILEGALIDADE. ATO INFRACIONAL ANÁLOGO AO INCÊNDIO. REMISSÃO</p><p>CUMULADA COM MEDIDA SOCIOEDUCATIVA DE PRESTAÇÃO DE</p><p>SERVIÇOS À COMUNIDADE. POSSIBILIDADE. 1. A Constituição da</p><p>República define, no art. 105, incisos I, II e III, o rol de competências do</p><p>Superior Tribunal de Justiça para o exercício da jurisdição em âmbito</p><p>nacional. 2. À luz desse preceito, esta Corte de Justiça e o Supremo</p><p>Tribunal Federal não vêm mais admitindo a utilização do habeas corpus</p><p>como substituto de recurso ordinário, tampouco de recurso especial,</p><p>nem como sucedâneo da revisão criminal, sob pena de se frustrar a</p><p>celeridade e desvirtuar a essência desse instrumento constitucional. 3.</p><p>Ora, a existência de recurso próprio para a análise da referida questão</p><p>obsta o conhecimento do presente writ. De ressaltar que, uma vez</p><p>constatada a existência de ilegalidade flagrante, nada impede que esta</p><p>Corte defira ordem de ofício, como forma de refrear constrangimento</p><p>ilegal, situação inocorrente na hipótese. 4. A remissão prevista no</p><p>Estatuto da Criança e do Adolescente pode ser aplicada em</p><p>qualquer</p><p>fase do procedimento menorista, uma vez que prescinde</p><p>de comprovação da materialidade e da autoria do ato infracional,</p><p>nem implica o reconhecimento de antecedentes infracionais. 5.</p><p>Não ocorre violação dos princípios do contraditório e da ampla</p><p>defesa quando a proposta oferecida pelo Ministério Público é</p><p>homologada antes da oitiva do adolescente, como é o caso dos</p><p>autos. 6. Não há constrangimento ilegal quando a remissão é</p><p>cumulada com medida de prestação de serviços à comunidade,</p><p>pois esse instituto pode ser aplicado juntamente com outras</p><p>medidas que não impliquem restrição da liberdade do menor, nos</p><p>exatos termos do art. 127 do Estatuto da Criança e do Adolescente.</p><p>7. O art. 128 do ECA prevê que a "medida aplicada por força da</p><p>remissão poderá ser revista judicialmente, a qualquer tempo,</p><p>mediante pedido expresso do adolescente ou de seu representante</p><p>legal ou do Ministério Público". Dessa forma, não se trata de</p><p>medida definitiva, estando sujeita a revisões, de acordo com o</p><p>comportamento do menor. 8. Habeas corpus não conhecido.</p><p>DISCORDÂNCIA ENTRE MINISTÉRIO PÚBLICO E AUTORIDADE JUDICIÁRIA</p><p>Havendo discordância entre Ministério Público e Autoridade Judiciária quanto ao</p><p>cabimento ou não do instituto da remissão, o magistrado remeterá os autos ao Procurador</p><p>Geral de Justiça, que com base no artigo art. 181, §2º, do ECA, e assim atuará:</p><p>https://www.alfaconcursos.com.br/</p><p>alfaconcursos.com.br</p><p>MUDE SUA VIDA!</p><p>37</p><p>ART.181,§ 2º Discordando, a autoridade judiciária fará remessa dos</p><p>autos ao Procurador-Geral de Justiça, mediante despacho</p><p>fundamentado, e este oferecerá representação, designará outro</p><p>membro do Ministério Público para apresentá-la, ou ratificará</p><p>o arquivamento ou a remissão, que só então estará a autoridade</p><p>judiciária obrigada a homologar.</p><p>Repare que tal procedimento se assemelha ao art. 28 do CPP. Entretanto, o ECA</p><p>disciplinou procedimento próprio expresso em seu texto legal, sendo incorreto afirmar que</p><p>em caso de discordância se aplica o procedimento do CPP de forma analógica.</p><p>Sobre o tema, destaca-se o presente julgado:</p><p>“O Ministério Público é o titular da ação, podendo, após verificar a</p><p>possível ocorrência de ato infracional, submeter à autoridade judiciária a</p><p>promoção para o arquivamento dos autos, a remissão ou a representação</p><p>para aplicação de medida socioeducativa, abrindo-se, contudo, para o</p><p>juiz, tão-somente, caso discorde do arquivamento ou remissão, a</p><p>possibilidade da remessa dos autos ao Procurador-Geral de Justiça,</p><p>valendo-se de mecanismo previsto no art 181, § 2º, do ECA, semelhante ao</p><p>do art. 28 do CPP. Writ deferido. APL 3842291 PR 0384229-1, 2ª Câmara</p><p>Criminal, Rel. Lilian Romero, TJ/PR, 14/06/2007”.</p><p>QUESTÃO COMENTADA</p><p>14. Ano: 2018 ,Banca: VUNESP Órgão: TJ-SP Prova: VUNESP - 2018 - TJ-SP - Juiz</p><p>Substituto</p><p>Sobre a remissão, é correto afirmar:</p><p>a) É de concessão privativa do Ministério Público, antes ou depois de iniciado o</p><p>procedimento, podendo o juiz, se não acatá-la, representar ao Procurador Geral da</p><p>Justiça.</p><p>b) Não implica necessariamente o reconhecimento da responsabilidade, nem prevalece</p><p>para efeito de antecedentes, podendo, porém, incluir eventualmente aplicação de</p><p>medidas socioeducativas, inclusive a colocação em regime de semiliberdade e a</p><p>internação.</p><p>c) Não implica necessariamente o reconhecimento da responsabilidade, nem prevalece</p><p>para efeito de antecedentes, podendo, porém, incluir eventualmente aplicação de</p><p>medidas socioeducativas, exceto a colocação em regime de semiliberdade e a</p><p>internação.</p><p>d) Iniciado o procedimento, a concessão pela autoridade judiciária implicará a suspensão</p><p>do processo, mas não pode acarretar sua extinção.</p><p>Resolução Rápida:</p><p>Conforme estudamos, o instituto da remissão não implicará no necessário</p><p>reconhecimento da responsabilidade, não prevalecendo para efeitos de</p><p>antecedentes. Poderá ser cumulada com outras medidas, vedado colocação em</p><p>regime de semiliberdade e internação. Gabarito: C.</p><p>Resolução Completa:</p><p>A) É de concessão privativa do Ministério Público, antes ou depois de iniciado</p><p>o procedimento, podendo o juiz, se não acatá-la, representar ao Procurador Geral</p><p>da Justiça.</p><p>https://www.alfaconcursos.com.br/</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/bancas/vunesp</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/institutos/tj-sp</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/vunesp-2018-tj-sp-juiz-substituto</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/vunesp-2018-tj-sp-juiz-substituto</p><p>alfaconcursos.com.br</p><p>MUDE SUA VIDA!</p><p>38</p><p>Conforme estudado, a remissão concedida pelo Ministério Público somente</p><p>poderá ser realizada de forma pré-processual, ou seja, antes de iniciado do</p><p>procedimento judicial. Além disso, caso o magistrado discorde da medida oferecida</p><p>pelo Parquet, caberá Remessa dos autos ao Procurador Geral de Justiça.</p><p>B) Não implica necessariamente o reconhecimento da responsabilidade, nem</p><p>prevalece para efeito de antecedentes, podendo, porém, incluir eventualmente</p><p>aplicação de medidas socioeducativas, inclusive a colocação em regime de</p><p>semiliberdade e a internação.</p><p>A presente alternativa não encontra respaldo no texto do ECA, uma vez que o</p><p>oferecimento de remissão cumulada com medida protetiva ou socioeducativa</p><p>(remissão imprópria) será vedado em relação à colocação em regime de</p><p>Semiliberdade e internação.</p><p>C) Não implica necessariamente o reconhecimento da responsabilidade, nem</p><p>prevalece para efeito de antecedentes, podendo, porém, incluir eventualmente</p><p>aplicação de medidas socioeducativas, exceto a colocação em regime de</p><p>semiliberdade e a internação.</p><p>Conforme explicação da alternativa anterior, é possível verificar que se trata</p><p>da regra contida no texto legal, sendo nosso gabarito. Para tanto:</p><p>”Art. 127. A remissão não implica necessariamente o reconhecimento</p><p>ou comprovação da responsabilidade, nem prevalece para efeito de</p><p>antecedentes, podendo incluir eventualmente a aplicação de qualquer das</p><p>medidas previstas em lei, exceto a colocação em regime de semiliberdade</p><p>e a internação”.</p><p>D) Iniciado o procedimento, a concessão pela autoridade judiciária implicará a</p><p>suspensão do processo, mas não pode acarretar sua extinção.</p><p>A presente alternativa não encontra respaldo no texto do ECA. Vejamos:</p><p>“Parágrafo único. Iniciado o procedimento, a concessão da remissão pela</p><p>autoridade judiciária importará na suspensão ou extinção do processo.”</p><p>15. Ano: 2019 Banca: MPE-SP Órgão: MPE-SP Prova: MPE-SP - 2019 - MPE-SP - Promotor</p><p>de Justiça Substituto</p><p>Se o adolescente descumprir remissão imprópria, não poderá haver conversão para</p><p>semiliberdade ou internação.</p><p>Certo ( ) Errado ( )</p><p>Resolução Completa:</p><p>A remissão própria é aquela na qual é concedido o perdão puro e simples ao</p><p>adolescente, sem imposição de qualquer medida socioeducativa; a remissão</p><p>imprópria é aquela na qual é concedido o perdão ao adolescente, mas há imposição</p><p>de medida socioeducativa, que não pode ser restritiva de liberdade (colocação em</p><p>https://www.alfaconcursos.com.br/</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/bancas/mpe-sp</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/institutos/mpe-sp</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/mpe-sp-2019-mpe-sp-promotor-de-justica-substituto</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/mpe-sp-2019-mpe-sp-promotor-de-justica-substituto</p><p>alfaconcursos.com.br</p><p>MUDE SUA VIDA!</p><p>39</p><p>regime de semiliberdade ou de internação). Portanto, de acordo com o art. 127 da</p><p>Lei 8.069/1990, havendo descumprimento de medida socioeducativa imposta, a</p><p>remissão imprópria não poderá ser convertida em semiliberdade ou em internação.</p><p>Gabarito: errado.</p><p>QUESTÕES SOBRE O TEMA</p><p>1. Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: DPE-RS Prova: FCC - 2018 - DPE-RS - Defensor Público</p><p>(ADAPTADA)</p><p>Por força de remissão pré-processual ajustada entre o Ministério Público e o adolescente e</p><p>seu representante legal, homologada</p><p>pelo Juízo do Juizado da Infância e Juventude, ao</p><p>adolescente foi aplicada medida socioeducativa de semiliberdade, em decorrência da</p><p>prática, em tese, de ato infracional equiparado ao delito de estupro de vulnerável. Formado</p><p>o processo de execução da medida, o adolescente foi intimado para dar início ao seu</p><p>cumprimento, tendo comparecido somente uma vez à instituição onde a deveria cumprir,</p><p>não mais regressando posteriormente. Diante de tal cenário, o Ministério Público requereu</p><p>a revogação da remissão, oferecendo, no mesmo ato, representação contra o adolescente,</p><p>tendo o Juízo, anteriormente à apreciação do pedido, determinado vista do processo de</p><p>execução à Defensoria Pública.</p><p>A remissão ajustada e a própria decisão que a homologou são nulas, pois incabível a</p><p>imposição de medida de semiliberdade em sede de remissão pré-processual.</p><p>Certo ( ) Errado ( )</p><p>2. Ano: 2017 Banca: CONSULPLAN Órgão: TJ-MG Prova: CONSULPLAN - 2017 - TJ-MG -</p><p>Titular de Serviços de Notas e de Registros - Provimento - 2017 (ADAPTADA)</p><p>Não há constrangimento ilegal quando a remissão é cumulada com medida de internação,</p><p>desde que aplicada pelo Juiz, após iniciado o procedimento, pois esse instituto pode ser</p><p>aplicado juntamente com outras medidas que não impliquem restrição da liberdade do menor,</p><p>nos exatos termos do art. 127 do Estatuto da Criança e do Adolescente.</p><p>Certo ( ) Errado ( )</p><p>3. Ano: 2017 Banca: CONSULPLAN Órgão: TJ-MG Prova: CONSULPLAN - 2017 - TJ-MG -</p><p>Titular de Serviços de Notas e de Registros - Provimento - 2017 (ADAPTADA)</p><p>A medida aplicada por força da remissão poderá ser revista judicialmente, a qualquer tempo,</p><p>mediante pedido expresso do adolescente ou de seu representante legal ou do Ministério</p><p>Público, uma vez que não se trata de medida definitiva, estando sujeita a revisões, de acordo</p><p>com o comportamento do menor.</p><p>Certo ( ) Errado ( )</p><p>4. Ano: 2018. Banca: VUNESP Órgão: PC-BA Prova: VUNESP - 2018 - PC-BA - Delegado de</p><p>Polícia.</p><p>https://www.alfaconcursos.com.br/</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/bancas/fcc</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/institutos/dpe-rs</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/fcc-2018-dpe-rs-defensor-publico</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/bancas/consulplan</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/institutos/tj-mg</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/consulplan-2017-tj-mg-titular-de-servicos-de-notas-e-de-registros-provimento-2017</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/consulplan-2017-tj-mg-titular-de-servicos-de-notas-e-de-registros-provimento-2017</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/bancas/consulplan</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/institutos/tj-mg</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/consulplan-2017-tj-mg-titular-de-servicos-de-notas-e-de-registros-provimento-2017</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/consulplan-2017-tj-mg-titular-de-servicos-de-notas-e-de-registros-provimento-2017</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/bancas/vunesp</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/institutos/pc-ba</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/vunesp-2018-pc-ba-delegado-de-policia</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/vunesp-2018-pc-ba-delegado-de-policia</p><p>alfaconcursos.com.br</p><p>MUDE SUA VIDA!</p><p>40</p><p>Caio, a dois dias de completar 18 anos, portando uma faca, abordou Tícia e, mediante ameaça</p><p>de morte, exigiu a entrega do celular. O roubo somente não se consumou, em razão da</p><p>intervenção de Semprônia, policial à paisana, que monitorava o local. Dado o flagrante, o</p><p>menor foi encaminhado à Autoridade Policial, que lavrou o Auto de Apreensão. Em vista da</p><p>gravidade do ato infracional praticado, mesmo comparecendo a mãe na Delegacia, Caio não foi</p><p>liberado. Tendo a apreensão se realizado na quinta-feira, Caio somente foi encaminhado ao</p><p>Ministério Público na segunda-feira, quando já atingira a maioridade. O Ministério Público,</p><p>após ouvir Caio, decidiu pela concessão da remissão, mediante a imediata inserção em regime</p><p>de semiliberdade. Homologada a proposta pelo Juiz, Caio imediatamente iniciou a medida</p><p>socioeducativa determinada. Diante da situação hipotética e, tendo em conta o Estatuto da</p><p>Criança e do Adolescente, assinale a alternativa correta.</p><p>a) Dado que o ato infracional praticado por Caio envolveu violência e grave ameaça, o</p><p>instituto da remissão a ele não se aplicaria, em vista da vedação legal.</p><p>b) A despeito de ser aplicável o instituto da remissão, Caio não poderia ser inserido em</p><p>regime de semiliberdade, em vista da vedação legal de aplicação imediata de pena</p><p>privativa de liberdade.</p><p>c) Ainda que praticado o fato enquanto menor, tendo atingido a maioridade, Caio não</p><p>mais se sujeitaria à legislação especial.</p><p>d) A Autoridade Policial, ao deixar de encaminhar Caio ao Ministério Público no tempo</p><p>devido, em tese, praticou o crime previsto no artigo 231, do ECA (deixar de comunicar</p><p>a apreensão do adolescente à autoridade judicial), processável por ação penal pública</p><p>condicionada.</p><p>e) A remissão implica o reconhecimento de responsabilidade e prevalece para efeito de</p><p>antecedentes</p><p>5. A remissão, como forma de extinção ou suspensão do processo, poderá ser aplicada em</p><p>qualquer fase do procedimento, mesmo depois da sentença; iniciado o procedimento, a</p><p>concessão da remissão pela autoridade judiciária importará na suspensão ou extinção do</p><p>processo.</p><p>Certo ( ) Errado ( )</p><p>6. Ano: 2017 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: DPE-AC Prova: CESPE - 2017 - DPE-AC -</p><p>Defensor Público (ADAPTADA)</p><p>Admite-se cumular a remissão concedida pelo parquet na fase pré-processual, como forma de</p><p>exclusão do processo, com a aplicação de medida socioeducativa de liberdade assistida.</p><p>Certo ( ) Errado ( )</p><p>7. Ano: 2019 Banca: MPE-SP Órgão: MPE-SP Prova: MPE-SP - 2019 - MPE-SP - Promotor</p><p>de Justiça Substituto (ADAPTADA)</p><p>Remissão judicial é a concedida pelo juiz, como forma de extinção ou suspensão do processo, e</p><p>poderá ser aplicada em qualquer fase do procedimento, antes da sentença.</p><p>Certo ( ) Errado ( )</p><p>8. Ano: 2018 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: DPE-PE Prova: CESPE - 2018 - DPE-PE -</p><p>Defensor Público (ADAPTADA)</p><p>https://www.alfaconcursos.com.br/</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/bancas/cespe-cebraspe</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/institutos/dpe-ac</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/cespe-2017-dpe-ac-defensor-publico</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/cespe-2017-dpe-ac-defensor-publico</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/bancas/mpe-sp</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/institutos/mpe-sp</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/mpe-sp-2019-mpe-sp-promotor-de-justica-substituto</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/mpe-sp-2019-mpe-sp-promotor-de-justica-substituto</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/bancas/cespe-cebraspe</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/institutos/dpe-pe</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/cespe-2018-dpe-pe-defensor-publico</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/cespe-2018-dpe-pe-defensor-publico</p><p>alfaconcursos.com.br</p><p>MUDE SUA VIDA!</p><p>41</p><p>No caso de remissão de ato infracional praticado por adolescente, a autoridade judiciária estará</p><p>obrigada a homologar e a determinar o cumprimento da medida, não podendo discordar do</p><p>Ministério Público.</p><p>Certo ( ) Errado ( )</p><p>https://www.alfaconcursos.com.br/</p><p>alfaconcursos.com.br</p><p>MUDE SUA VIDA!</p><p>42</p><p>9. Ano: 2018 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: DPE-PE Prova: CESPE - 2018 - DPE-PE -</p><p>Defensor Público (ADAPTADA)</p><p>É possível cumular a remissão com a aplicação de quaisquer das medidas</p><p>socioeducativas previstas em lei, exceto a colocação de medida de internação.</p><p>Certo ( ) Errado ( )</p><p>10. Ano: 2019 Banca: MPE-SP</p><p>Órgão: MPE-SP Prova: MPE-SP - 2019 - MPE-SP - Promotor</p><p>de Justiça Substituto (ADAPTADA)</p><p>Remissão judicial é a concedida pelo juiz, como forma de extinção ou suspensão do processo, e</p><p>poderá ser aplicada em qualquer fase do procedimento, antes da sentença.</p><p>Certo ( ) Errado ( )</p><p>https://www.alfaconcursos.com.br/</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/bancas/cespe-cebraspe</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/institutos/dpe-pe</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/cespe-2018-dpe-pe-defensor-publico</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/cespe-2018-dpe-pe-defensor-publico</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/bancas/mpe-sp</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/institutos/mpe-sp</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/mpe-sp-2019-mpe-sp-promotor-de-justica-substituto</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/mpe-sp-2019-mpe-sp-promotor-de-justica-substituto</p><p>alfaconcursos.com.br</p><p>MUDE SUA VIDA!</p><p>43</p><p>GABARITO</p><p>1. C</p><p>2. E</p><p>3. C</p><p>4. B</p><p>5. E</p><p>6. C</p><p>7. C</p><p>8. E</p><p>9. E</p><p>10. A</p><p>https://www.alfaconcursos.com.br/</p><p>alfaconcursos.com.br</p><p>MUDE SUA VIDA!</p><p>44</p><p>DOS PROCEDIMENTOS</p><p>DISPOSIÇÕES GERAIS</p><p>Ao nos depararmos com a prática de um ato infracional realizado por um adolescente, é</p><p>necessário que entendamos o processo de apuração que será realizado. Agora, estudaremos</p><p>suas características, suas etapas e seus conceitos jurídicos e doutrinários. Para tanto, vale</p><p>ressaltar alguns pontos sobre o tema:</p><p>➢ O presente procedimento só se aplica para o ato infracional praticado por</p><p>adolescente. Caso o autor seja criança, os procedimentos legais caberão ao</p><p>Conselho Tutelar.</p><p>➢ Os procedimentos de apuração e o processo referente à prática de ato infracional</p><p>tramitarão com PRIORIDADE ABSOLUTA, sob pena de responsabilidade.</p><p>➢ Para fins de contagem de prazos: correrão em DIAS CORRIDOS, excluído o início,</p><p>computado o vencimento – repare que não falamos em dias úteis.</p><p>➢ O Ministério Público e a Fazenda Pública, no que tange ao ECA, NÃO TERÃO</p><p>PRAZO EM DOBRO.</p><p>FASES DO PROCEDIMENTO</p><p>Ao analisarmos o procedimento de apuração do ato infracional praticado pelo</p><p>adolescente, é possível dividi-lo em 3 fases: POLICIAL, MINISTERIAL E JUDICIAL.</p><p>FASE POLICIAL</p><p>Conforme já estudamos, o adolescente apreendido em flagrante delito de ato infracional</p><p>será encaminhado à Autoridade Policial, dando início à fase policial do procedimento. Sua</p><p>apresentação deverá ocorrer em repartição policial especializada de atendimento ao</p><p>adolescente, quando existir.</p><p>Tratando-se de ato infracional praticado em coautoria com adulto, prevalecerá, ainda, a</p><p>regra de apresentação em repartição especializada, encaminhando o adulto para repartição</p><p>competente depois de findadas as providências necessárias. Vejamos:</p><p>Art. 172. O adolescente apreendido em flagrante de ato infracional</p><p>será, desde logo, encaminhado à autoridade policial competente.</p><p>Parágrafo único. Havendo repartição policial especializada para</p><p>atendimento de adolescente e em se tratando de ato infracional</p><p>praticado em co-autoria com maior, prevalecerá a atribuição da</p><p>repartição especializada, que, após as providências necessárias e</p><p>conforme o caso, encaminhará o adulto à repartição policial</p><p>própria.</p><p>QUANTO AS PROVIDÊNCIAS</p><p>Para que sejam tomadas as providências legais cabíveis, é necessário que a Autoridade</p><p>Policial, ao receber o autor adolescente, verifique as circunstâncias em que se deu o ato</p><p>infracional. Caso a prática do ato tenha sido realizada mediante VIOLÊNCIA OU GRAVE</p><p>AMEAÇA A PESSOA, deverá ser lavrado o AUTO DE APREENSÃO, ouvindo-se as testemunhas</p><p>e o adolescente. Além disso, haverá a apreensão de produtos e instrumentos da infração e a</p><p>requisição exames e perícias necessários.</p><p>https://www.alfaconcursos.com.br/</p><p>alfaconcursos.com.br</p><p>MUDE SUA VIDA!</p><p>45</p><p>Art. 173. Em caso de flagrante de ato infracional cometido mediante</p><p>violência ou grave ameaça a pessoa, a autoridade policial, sem</p><p>prejuízo do disposto nos arts. 106, parágrafo único, e 107, deverá:</p><p>I - lavrar auto de apreensão, ouvidos as testemunhas e o</p><p>adolescente;</p><p>II - apreender o produto e os instrumentos da infração;</p><p>III - requisitar os exames ou perícias necessários à comprovação da</p><p>materialidade e autoria da infração</p><p>Nas demais hipóteses de flagrante (ou seja, sem violência ou grave ameaça), a lavratura</p><p>do auto de apreensão poderá ser SUBSTITUIDA POR BOLETIM DE OCORRÊNCIA</p><p>CIRCUNTÂNCIADO.</p><p>Parágrafo único. Nas demais hipóteses de flagrante, a lavratura do</p><p>auto poderá ser substituída por boletim de ocorrência</p><p>circunstanciada.</p><p>CIRCUNTÂNCIA DA INFRAÇÃO</p><p>PROVIDÊNCIAS A SEREM TOMADAS</p><p>Ato infracional COM violência ou grave</p><p>ameaça</p><p>• AUTO DE APREENSÃO</p><p>• Oitiva de testemunhas e adolescente</p><p>• Apreensão de bens e instrumento da</p><p>infração</p><p>• Requisitar exames e perícias</p><p>necessárias</p><p>Ato infracional SEM violência ou grave</p><p>ameaça</p><p>• O auto de apreensão poderá ser</p><p>substituído por BOLETIM DE</p><p>OCORRÊNCIA CIRCUNSTANCIADO</p><p>DA LIBERAÇÃO DO ADOLESCENTE</p><p>Comparecendo qualquer um dos pais ou responsáveis, a Autoridade Policial deverá</p><p>liberar prontamente o adolescente mediante termo de responsabilidade, de apresentação</p><p>deste por parte do representante do Ministério Público, no MESMO DIA. Diante da</p><p>impossibilidade de apresentação imediata, ela deverá ocorrer no PRIMEIRO DIA ÚTIL</p><p>SUBSSEQUENTE.</p><p>Requisitos para liberação:</p><p>a) Comparecimento dos pais ou responsáveis</p><p>b) Termo de responsabilidade de apresentação ao representante do MP.</p><p>c) A apresentação deverá ocorrer no mesmo dia, ou no primeiro dia útil</p><p>subsequente, em caso de impossibilidade.</p><p>https://www.alfaconcursos.com.br/</p><p>alfaconcursos.com.br</p><p>MUDE SUA VIDA!</p><p>46</p><p>Em se tratando de ato infracional em que pela gravidade do fato ou repercussão social</p><p>sejam necessárias medidas para manutenção da ordem pública e garantia da segurança</p><p>pessoal, o adolescente permanecerá internado. Como regra, a Autoridade Policial deverá</p><p>encaminhá-lo ao representante do Ministério Público IMEDIATAMENTE, com cópia do auto</p><p>de apreensão ou boletim de ocorrência.</p><p>Na impossibilidade de apresentação imediata, a Autoridade Policial encaminhará o</p><p>adolescente para uma ENTIDADE DE ATENDIMENTO, a qual deverá apresentá-lo ao MP no</p><p>prazo de 24H.</p><p>Não havendo tal entidade na localidade, caberá à Autoridade Policial entregar o</p><p>adolescente ao MP, e na falta de repartição policial especializada, poderá aguardar na</p><p>repartição destinada a adultos, em local separado, e em nenhuma hipótese poderá</p><p>exceder o prazo de 24h. Repare que a ausência de entidade de atendimento na localidade</p><p>devolve-se à Autoridade Policial a incumbência de apresentar o adolescente ao representante</p><p>do MP. Como regra, ele deverá aguardar na repartição policial especializada. Entretanto, caso</p><p>também não haja tal repartição especializada, o autor poderá aguardar a apresentação em</p><p>repartição policial para maiores, em localidade separada, não sendo possível exceder o prazo</p><p>de 24h. Vejamos o texto legal:</p><p>Art. 175. Em caso de não liberação, a autoridade policial</p><p>encaminhará, desde logo, o adolescente ao representante do</p><p>Ministério Público, juntamente com cópia do auto de apreensão ou</p><p>boletim de ocorrência.</p><p>§ 1º Sendo impossível a apresentação imediata, a autoridade</p><p>policial encaminhará o adolescente à entidade de atendimento, que</p><p>fará a apresentação ao representante do Ministério Público no</p><p>prazo de vinte e quatro horas.</p><p>§ 2º Nas localidades onde não houver entidade de atendimento, a</p><p>apresentação far-se-á pela autoridade policial. À falta de repartição</p><p>policial especializada, o adolescente aguardará a apresentação em</p><p>dependência separada da destinada a maiores, não podendo, em</p><p>qualquer hipótese, exceder o prazo referido no parágrafo anterior.</p><p>CIRCUNTÂNCIA</p><p>PROVIDÊNCIA</p><p>Apresentação dos pais ou responsável</p><p>mediante termo de responsabilidade</p><p>Liberação</p><p>Impossibilidade</p><p>de Liberação pelas</p><p>circunstâncias do art. 174, ECA</p><p>Apresentação imediata do adolescente ao</p><p>representante do MP pela autoridade policial</p><p>Impossibilidade de apresentação imediata Encaminhado para entidade de atendimento,</p><p>que apresentará ao representante do MP em</p><p>24h</p><p>Não há entidade de atendimento na localidade</p><p>A apresentação será realizada pela autoridade</p><p>policial, aguardando o adolescente em</p><p>REPARTIÇÃO POLICIAL ESPECIALIZADA</p><p>Não há repartição policial especializada</p><p>O adolescente aguardará a apresentação em</p><p>RAPARTIÇÃO PARA MAIORES, não sendo</p><p>possível, em nenhuma hipótese, exceder o</p><p>prazo de 24h</p><p>https://www.alfaconcursos.com.br/</p><p>alfaconcursos.com.br</p><p>MUDE SUA VIDA!</p><p>47</p><p>Por fim, o transporte de adolescente a quem se atribua a autoria de ato infracional em</p><p>nenhuma hipótese poderá ocorrer em compartimento fechado de viatura policial,</p><p>popularmente conhecido como “camburão”, “gaiolinha” ou “cachorreira”. Vejamos:</p><p>Art. 178. O adolescente a quem se atribua autoria de ato infracional</p><p>não poderá ser conduzido ou transportado em compartimento</p><p>fechado de veículo policial, em condições atentatórias à sua</p><p>dignidade, ou que impliquem risco à sua integridade física ou</p><p>mental, sob pena de responsabilidade.</p><p>Sobre o assunto, é importante salientar que nem o dispositivo, nem o poder judiciário e</p><p>nem a doutrina vislumbram a impossibilidade de uso de algemas em autor adolescente. O</p><p>impedimento se restringe ao transporte em localidade fechada de veículo policial, sendo</p><p>plenamente possível o uso de algemas, caso se enquadre nos requisitos presente na súmula</p><p>vinculante 11:</p><p>“Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de</p><p>fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física</p><p>própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros ,</p><p>justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de</p><p>responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da</p><p>autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que</p><p>se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado”.</p><p>Para facilitar a internalização quanto aos requisitos para o uso da algema,</p><p>usamos o mnemônico “PRF”:</p><p>Perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou terceiros;</p><p>Resistência;</p><p>Fuga.</p><p>QUESTÃO COMENTADA</p><p>15. Ano: 2015 Banca: FCC Órgão: TJ-RR Prova: FCC - 2015 - TJ-RR - Juiz Substituto</p><p>Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei n° 8.069/90), sob pena de responsabilidade,</p><p>Não poderá o adolescente a quem se atribua autoria de ato infracional ser algemado ou</p><p>transportado em compartimento fechado de veículo policial.</p><p>Certo ( ) Errado ( )</p><p>Resolução Completa:</p><p>Conforme já vimos, a vedação legal se dá no que tange ao transporte de</p><p>adolescente em compartimento de viatura. Por outro lado, não há óbice quanto ao</p><p>uso de algemas, quando devidamente enquadrado nas hipóteses expressas na</p><p>súmula vinculante 11:</p><p>Art. 178. O adolescente a quem se atribua autoria de ato infracional não poderá ser conduzido ou transportado</p><p>em compartimento fechado de veículo policial, em condições atentatórias à sua dignidade, ou que impliquem risco à</p><p>sua integridade física ou mental, sob pena de responsabilidade.</p><p>Súmula vinculante 11. Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de fundado receio de fuga ou de</p><p>perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por</p><p>https://www.alfaconcursos.com.br/</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/bancas/fcc</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/institutos/tj-rr</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/fcc-2015-tj-rr-juiz-substituto</p><p>alfaconcursos.com.br</p><p>MUDE SUA VIDA!</p><p>48</p><p>escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou</p><p>do ato processual a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado.</p><p>FASE MINISTERIAL</p><p>Apresentado o adolescente ao representante do MP, inaugura-se a fase ministerial. De</p><p>posse do auto de apreensão, boletim de ocorrência ou relatório policial, dar-se-á início à</p><p>imediata e informal oitiva dos envolvidos: adolescente, pais, responsável, representante e</p><p>vítima. Vejamos:</p><p>Art. 179. Apresentado o adolescente, o representante do Ministério</p><p>Público, no mesmo dia e à vista do auto de apreensão, boletim de</p><p>ocorrência ou relatório policial, devidamente autuados pelo</p><p>cartório judicial e com informação sobre os antecedentes do</p><p>adolescente, procederá imediata e informalmente à sua oitiva e, em</p><p>sendo possível, de seus pais ou responsável, vítima e testemunhas.</p><p>Parágrafo único. Em caso de não apresentação, o representante do</p><p>Ministério Público notificará os pais ou responsável para</p><p>apresentação do adolescente, podendo requisitar o concurso das</p><p>polícias civil e militar.</p><p>Realizada a oitiva, poderá o Ministério Público tomar três providências:</p><p>I. Promover arquivamento;</p><p>II. Conceder Remissão;</p><p>III. Representar à autoridade judiciária para aplicação de medida socioeducativa.</p><p>Se, por qualquer razão, o representante do Ministério Público não promover o</p><p>arquivamento ou conceder a remissão, oferecerá representação à autoridade judiciária,</p><p>propondo a instauração de procedimento para aplicação da medida socioeducativa que se</p><p>afigurar mais adequada. A representação será oferecida por petição, que conterá o breve</p><p>resumo dos fatos e a classificação do ato infracional e, quando necessário, o rol de</p><p>testemunhas, podendo ser deduzida oralmente, em sessão diária instalada pela autoridade</p><p>judiciária.</p><p>Vale ressaltar que a REPRESENTAÇÃO INDEPENDE DE PROVA PRÉ-CONSTITUÍDA DE</p><p>AUTORIA E MATERIALIDADE.</p><p>Art.182,§ 2º A representação independe de prova pré-constituída da</p><p>autoria e materialidade.</p><p>QUESTÃO COMENTADA</p><p>16. Ano: 2017 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: DPE-AL Prova: CESPE - 2017 - DPE-AL -</p><p>Defensor Público</p><p>Considerando que determinado adolescente de dezessete anos de idade tenha sido apreendido em</p><p>flagrante de ato infracional análogo ao crime de furto, assinale a opção correta.</p><p>O Ministério Público poderá oferecer representação à autoridade judiciária propondo a</p><p>instauração de procedimento para a aplicação da medida socioeducativa que se afigurar a</p><p>mais adequada, devendo a representação ser oferecida por petição, que conterá</p><p>obrigatoriamente breve resumo dos fatos, a classificação do ato infracional, prova pré-</p><p>constituída da autoria e materialidade e, quando necessário, o rol de testemunhas.</p><p>https://www.alfaconcursos.com.br/</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/bancas/cespe-cebraspe</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/institutos/dpe-al</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/cespe-2017-dpe-al-defensor-publico</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/cespe-2017-dpe-al-defensor-publico</p><p>alfaconcursos.com.br</p><p>MUDE SUA VIDA!</p><p>49</p><p>Certo ( ) Errado ( )</p><p>Resolução Completa:</p><p>A presente questão cobra a literalidade Art. 182, § 2º do ECA, que disciplina</p><p>que a proposição da representação por parte do MP independe de prova pré-</p><p>constituída de autoria e materialidade. A questão, ao apresentar que é necessário</p><p>haver prova pré-constituída para propositura da representação, torna a afirmativa</p><p>incorreta.</p><p>Art. 182, § 2º A representação independe de prova pré-constituída da autoria</p><p>e materialidade.</p><p>FASE JUDICIAL</p><p>A presente fase é inaugurada pelo recebimento da representação feita pelo MP pela</p><p>Autoridade Judicial.</p><p>Oferecida a representação, a autoridade judiciária designará audiência de apresentação</p><p>do adolescente, decidindo, desde logo, sobre a decretação ou manutenção da internação. O</p><p>adolescente e seus pais ou responsável serão cientificados do teor da representação, e</p><p>notificados a comparecer à audiência, acompanhados de advogado. Se os pais ou responsável</p><p>não forem localizados, a autoridade judiciária dará curador especial ao adolescente.</p><p>Não sendo localizado o adolescente, a autoridade</p><p>judiciária expedirá mandado de</p><p>busca e apreensão, determinando o sobrestamento do feito, até a efetiva apresentação.</p><p>Estando o adolescente internado, será requisitada sua apresentação, sem prejuízo da</p><p>notificação dos pais ou responsável.</p><p>Em caso de internação, seja ela decretada ou mantida, seu cumprimento jamais poderá</p><p>ocorrer em estabelecimento prisional:</p><p>Art. 185. A internação, decretada ou mantida pela autoridade</p><p>judiciária, não poderá ser cumprida em estabelecimento prisional.</p><p>Como regra, o adolescente deverá ser internado em entidades exclusivas para</p><p>adolescentes, em local distinto daquele destinado ao abrigo, obedecida rigorosa separação por</p><p>critérios de idade, compleição física e gravidade da infração. Caso inexista entidade em tais</p><p>condições, dever-se-á transferir o infrator para a da localidade mais próxima. Sendo</p><p>impossível a pronta transferência, o adolescente aguardará sua remoção em repartição</p><p>policial, desde que em seção isolada dos adultos e com instalações apropriadas, não podendo</p><p>ultrapassar o prazo máximo de cinco dias, sob pena de responsabilidade, conforme</p><p>disciplina o art. 185, § 2°, do ECA:</p><p>Art. 185. A internação, decretada ou mantida pela autoridade</p><p>judiciária, não poderá ser cumprida em estabelecimento prisional.</p><p>§ 1º Inexistindo na comarca entidade com as características</p><p>definidas no art. 123, o adolescente deverá ser imediatamente</p><p>transferido para a localidade mais próxima.</p><p>§ 2º Sendo impossível a pronta transferência, o adolescente</p><p>aguardará sua remoção em repartição policial, desde que em seção</p><p>isolada dos adultos e com instalações apropriadas, não podendo</p><p>ultrapassar o prazo máximo de cinco dias, sob pena de</p><p>responsabilidade.</p><p>O prazo máximo e improrrogável para conclusão do procedimento, estando o</p><p>adolescente internado provisoriamente, será de quarenta e cinco dias.</p><p>https://www.alfaconcursos.com.br/</p><p>alfaconcursos.com.br</p><p>MUDE SUA VIDA!</p><p>50</p><p>Sendo o fato grave, passível de aplicação de medida de internação ou colocação em</p><p>regime de semiliberdade, a autoridade judiciária, verificando que o adolescente não possui</p><p>advogado constituído, nomeará defensor, designando, desde logo, audiência em continuação,</p><p>podendo determinar a realização de diligências e estudo do caso. O advogado constituído ou o</p><p>defensor nomeado, no prazo de três dias contados da audiência de apresentação,</p><p>oferecerá defesa prévia e rol de testemunhas.</p><p>Se o adolescente, devidamente notificado, não comparecer, injustificadamente, à</p><p>audiência de apresentação, a autoridade judiciária designará nova data, determinando sua</p><p>condução coercitiva. Repare que o não comparecimento do adolescente não acarretará o</p><p>instituto da REVELIA.</p><p>A autoridade judiciária não aplicará qualquer medida, desde que reconheça na sentença:</p><p>a) Estar provada a inexistência do fato;</p><p>b) Não haver prova da existência do fato;</p><p>c) Não constituir o fato ato infracional;</p><p>d) Não existir prova de ter o adolescente concorrido para o ato infracional.</p><p>Se comprovada alguma dessas medidas e o adolescente estiver internado, ele será</p><p>colocado imediatamente em liberdade.</p><p>Quando se tratar de intimação da sentença que aplicar medida de internação ou</p><p>regime de semiliberdade, ela será feita:</p><p>I. Ao adolescente e ao seu defensor;</p><p>II. Quando não for encontrado o adolescente, a seus pais ou responsável, sem prejuízo do</p><p>defensor.</p><p>Sendo outra a medida aplicada, a intimação far-se-á unicamente na pessoa do defensor.</p><p>DA INTERVENÇÃO DE AGENTES POLICIAIS EM CRIMES DE</p><p>“PORNOGRAFIA INFANTIL”</p><p>A lei 13.441/2017 implementou a possibilidade de infiltração de agentes policiais para</p><p>investigação de crimes contra a Dignidade Sexual, também conhecidos pela doutrina como</p><p>“crimes de pornografia infantil”. Consideram-se tais crimes o que consta no rol descrito no</p><p>art. 190-A do ECA, sendo eles:</p><p>Art. 190-A. A infiltração de agentes de polícia na internet com o fim de investigar os</p><p>crimes previstos nos arts. 240 , 241 , 241-A , 241-B , 241-C e 241-D desta Lei e</p><p>nos arts. 154-A , 217-A , 218 , 218-A e 218-B do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de</p><p>dezembro de 1940 (Código Penal) {...}</p><p>Para fins de obtenção de provas nos crimes acima citados, a infiltração policial poderá</p><p>ocorrer mediante autorização judicial, ouvido o MP.</p><p>Art.190, I: será precedida de autorização judicial devidamente</p><p>circunstanciada e fundamentada, que estabelecerá os limites da</p><p>infiltração para obtenção de prova, ouvido o Ministério Público.</p><p>Lembre-se:</p><p>A infiltração jamais poderá ser decretada de ofício pela autoridade judicial,</p><p>tendo em vista os princípios da inércia e da imparcialidade do magistrado.</p><p>https://www.alfaconcursos.com.br/</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.htm#art240.</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.htm#art241.</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.htm#art241a</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.htm#art241b</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.htm#art241c</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.htm#art241d</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art154a</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art217a</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art218.</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art218a</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art218a</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art218a</p><p>alfaconcursos.com.br</p><p>MUDE SUA VIDA!</p><p>51</p><p>Serão legitimados para solicitar o pedido de infiltração: o MP, mediante requerimento, e</p><p>o Delegado de Polícia, mediante representação.</p><p>Art.190, II – dar-se-á mediante requerimento do Ministério Público</p><p>ou representação de delegado de polícia e conterá a demonstração</p><p>de sua necessidade, o alcance das tarefas dos policiais, os nomes ou</p><p>apelidos das pessoas investigadas e, quando possível, os dados de</p><p>conexão ou cadastrais que permitam a identificação dessas pessoas;</p><p>Importante:</p><p>Repare que para realizar o pedido de infiltração:</p><p>Delegado -> REPRESENTA</p><p>MP -> REQUERE</p><p>Jamais de ofício pelo magistrado.</p><p>O prazo de duração da medida será de até 90 dias, sendo permitido renovações do</p><p>prazo, desde que não ultrapassem 720 dias.</p><p>Art. 190, III – não poderá exceder o prazo de 90 (noventa) dias, sem</p><p>prejuízo de eventuais renovações, desde que o total não exceda a</p><p>720 (setecentos e vinte) dias e seja demonstrada sua efetiva</p><p>necessidade, a critério da autoridade judicial.</p><p>Cabe ressaltar que a infiltração de agentes de polícia na internet não será admitida se a</p><p>prova puder ser obtida por outros meios.</p><p>As informações obtidas com a medida serão encaminhadas diretamente ao juiz que a</p><p>autorizou, sendo este o responsável pelo seu sigilo. Além disso, antes da conclusão da</p><p>operação de infiltração, o acesso será reservado a apenas:</p><p>a) Juiz;</p><p>b) MP;</p><p>c) Delegado de polícia.</p><p>Art. 190-B. As informações da operação de infiltração serão</p><p>encaminhadas diretamente ao juiz responsável pela autorização da</p><p>medida, que zelará por seu sigilo. (Incluído pela Lei nº 13.441, de</p><p>2017)</p><p>Parágrafo único. Antes da conclusão da operação, o acesso aos</p><p>autos será reservado ao juiz, ao Ministério Público e ao delegado de</p><p>polícia responsável pela operação, com o objetivo de garantir o</p><p>sigilo das investigações.</p><p>Tendo em vista o critério preliminar de autorização judicial para implementação da</p><p>medida, há o condão de limitar a atuação do agente, prescrevendo sua abrangência. Ao</p><p>contrário, o agente que extrapolar os limites fixados, desviando-se de sua estrita finalidade,</p><p>responderá por seu excesso, conforme disposição legal:</p><p>Art.190-C, único. O agente policial infiltrado que deixar de observar</p><p>a estrita finalidade da investigação responderá pelos excessos</p><p>praticados</p><p>Concluída a investigação, todos os atos eletrônicos praticados durante a operação</p><p>deverão ser registrados, gravados, armazenados e encaminhados ao juiz e ao Ministério</p><p>Público, juntamente com relatório</p><p>circunstanciado, sendo tudo reunido em autos apartados e</p><p>apensados ao processo criminal juntamente com o inquérito policial, assegurando-se a</p><p>https://www.alfaconcursos.com.br/</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13441.htm</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13441.htm</p><p>alfaconcursos.com.br</p><p>MUDE SUA VIDA!</p><p>52</p><p>preservação da identidade do agente policial infiltrado e a intimidade das crianças e dos</p><p>adolescentes envolvidos.</p><p>QUESTÃO COMENTADA</p><p>17. Ano: 2019 Banca: MPE-SC Órgão: MPE-SC Prova: MPE-SC - 2019 - MPE-SC - Promotor</p><p>de Justiça - Vespertina (adaptada)</p><p>A Lei n. 8.069/1990, pontualmente quanto à infiltração de agentes de polícia para a</p><p>investigação de crimes contra a dignidade sexual de criança e de adolescente, dispõe que a</p><p>infiltração na internet, dar-se-á pela autoridade judiciária, de ofício ou a requerimento do</p><p>Ministério Público ou representação de delegado de polícia.</p><p>Certo ( ) Errado ( )</p><p>Resolução Completa:</p><p>A questão versa sobre a legitimidade para solicitar a infiltração de agentes</p><p>nos crimes contra a dignidade sexual. Ela acerta ao afirmar que a solicitação poderá</p><p>ser realizada pelo MP, mediante requerimento, ou pelo Delegado de polícia,</p><p>mediante representação.</p><p>Entretanto, há um equívoco ao afirmar que o magistrado poderá decretar tal</p><p>medida de ofício, tendo em vista os princípios da inércia e imparcialidade do juiz.</p><p>Gabarito: errado.</p><p>https://www.alfaconcursos.com.br/</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/bancas/mpe-sc</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/institutos/mpe-sc</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/mpe-sc-2019-mpe-sc-promotor-de-justica-vespertina</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/mpe-sc-2019-mpe-sc-promotor-de-justica-vespertina</p><p>alfaconcursos.com.br</p><p>MUDE SUA VIDA!</p><p>53</p><p>QUESTÕES SOBRE O TEMA</p><p>1. Ano: 2014 Banca: VUNESP Órgão: TJ-PA Prova: VUNESP - 2014 - TJ-PA - Oficial de</p><p>Justiça Avaliador</p><p>Assinale a alternativa correta</p><p>a) O adolescente apreendido em flagrante de ato infracional será, desde logo,</p><p>encaminhado à autoridade judiciária.</p><p>b) Comparecendo qualquer dos pais ou responsável, o adolescente será prontamente</p><p>liberado pela autoridade policial, sob termo de compromisso e responsabilidade de sua</p><p>apresentação ao representante do Ministério Público no prazo de uma semana.</p><p>c) O adolescente apreendido por força de ordem judicial será, desde logo, encaminhado à</p><p>autoridade policial competente.</p><p>d) Sendo o adolescente liberado, a autoridade policial encaminhará imediatamente ao juiz</p><p>da infância e juventude cópia do auto de apreensão ou boletim de ocorrência.</p><p>e) Em caso de flagrante de ato infracional, desde que não cometido mediante violência ou</p><p>grave ameaça, a autoridade policial poderá substituir a lavratura do auto de flagrante</p><p>por boletim de ocorrência circunstanciado.</p><p>2. Ano: 2018 Banca: VUNESP Órgão: TJ-MT Prova: VUNESP - 2018 - TJ-MT - Juiz Substituto ( adaptada)</p><p>Não se aplica a regra do prazo em dobro para a Fazenda Pública e para o Ministério Público.</p><p>Certo ( ) Errado ( )</p><p>3. Ano: 2018 Banca: VUNESP Órgão: MPE-SP Prova: VUNESP - 2018 - MPE-SP - Analista</p><p>Jurídico do Ministério Público</p><p>Assinale a alternativa correta no que se refere à apuração de ato infracional, nos termos do</p><p>Estatuto da Criança e do Adolescente.</p><p>a) A remissão, como forma de extinção ou suspensão do processo, poderá ser concedida</p><p>pelo representante do Ministério Público, em qualquer fase do procedimento, antes da</p><p>sentença.</p><p>b) O advogado constituído ou o defensor nomeado no procedimento de apuração de ato</p><p>infracional, no prazo de cinco dias, contado da audiência de apresentação, oferecerá</p><p>defesa prévia e rol de testemunhas.</p><p>c) Se o adolescente, devidamente notificado, não comparecer, injustificadamente à</p><p>audiência de apresentação, a autoridade judiciária designará nova data, sendo vedada</p><p>sua condução coercitiva.</p><p>d) A representação oferecida pelo Representante do Ministério Público à autoridade</p><p>judiciária, propondo a instauração de procedimento para aplicação da medida</p><p>socioeducativa que se afigurar a mais adequada independe de prova pré-constituída da</p><p>autoria e materialidade.</p><p>e) A intimação da sentença que aplicar medida de internação ou regime de semi-liberdade</p><p>será feita unicamente na pessoa do defensor.</p><p>https://www.alfaconcursos.com.br/</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/bancas/vunesp</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/institutos/tj-pa</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/vunesp-2014-tj-pa-oficial-de-justica-avaliador</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/vunesp-2014-tj-pa-oficial-de-justica-avaliador</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/bancas/vunesp</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/institutos/tj-mt</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/vunesp-2018-tj-mt-juiz-substituto</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/bancas/vunesp</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/institutos/mpe-sp</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/vunesp-2018-mpe-sp-analista-juridico-do-ministerio-publico</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/vunesp-2018-mpe-sp-analista-juridico-do-ministerio-publico</p><p>alfaconcursos.com.br</p><p>MUDE SUA VIDA!</p><p>54</p><p>4. Ano: 2017 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: DPE-AL Prova: CESPE - 2017 - DPE-AL -</p><p>Defensor Público</p><p>Considerando que determinado adolescente de dezessete anos de idade tenha sido</p><p>apreendido em flagrante de ato infracional análogo ao crime de furto, assinale a opção</p><p>correta.</p><p>Em caso de não liberação, e sendo impossível a sua apresentação imediata ao Ministério</p><p>Público, o adolescente será encaminhado pela autoridade policial a entidade de atendimento,</p><p>que o apresentará ao Ministério Público no prazo de vinte e quatro horas, ou, não havendo na</p><p>localidade entidade de atendimento e na falta de repartição policial especializada, o</p><p>adolescente aguardará a apresentação em dependência prisional, ainda que junto a maiores.</p><p>Certo ( ) Errado ( )</p><p>5. Ano: 2019 Banca: MPE-PR Órgão: MPE-PR Prova: MPE-PR - 2019 - MPE-PR - Promotor</p><p>Substituto ((adaptada)</p><p>Toda ação socioeducativa é pública incondicionada, e o Ministério Público é o seu titular</p><p>exclusivo, não havendo que se falar em ação socioeducativa privada, ainda que em caráter</p><p>subsidiário.</p><p>Certo ( ) Errado ( )</p><p>6. Ano: 2016 Banca: FGV Órgão: MPE-RJ Prova: FGV - 2016 - MPE-RJ - Analista do</p><p>Ministério Público - Processual</p><p>Pablo, adolescente de 15 (quinze) anos, subtraiu para si uma bolsa contendo documentos</p><p>pessoais, aparelho de telefone celular e dinheiro em espécie da idosa Joana, em via pública,</p><p>no Centro do Rio de Janeiro, mediante grave ameaça pelo emprego de arma de fogo e</p><p>violência consistente em uma coronhada na cabeça da vítima. Policiais Militares foram</p><p>alertados e, após diligência que durou uma hora, encontraram o menor com os objetos da</p><p>vítima e com a arma de fogo. O menor foi levado à delegacia, onde foram adotadas as</p><p>medidas de praxe, inclusive sendo juntado documento informando que o adolescente já</p><p>cometera outros três atos ilícitos nas mesmas circunstâncias. Ao receber o procedimento e</p><p>cumpridas as formalidades legais, o Promotor de Justiça da Infância e Juventude deverá:</p><p>a) Oferecer denúncia em face de Pablo e requerer sua prisão preventiva;</p><p>b) Oferecer denúncia em face de Pablo e requerer o relaxamento de sua prisão em</p><p>flagrante;</p><p>c) Oferecer representação pela prática de ato infracional em face de Pablo e requerer sua</p><p>prisão preventiva;</p><p>d) Oferecer representação pela prática de ato infracional em face de Pablo e requerer sua</p><p>internação provisória;</p><p>e) Conceder remissão a Pablo e determinar seu encaminhamento para cumprimento de</p><p>medida protetiva.</p><p>https://www.alfaconcursos.com.br/</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/bancas/cespe-cebraspe</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/institutos/dpe-al</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/cespe-2017-dpe-al-defensor-publico</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/cespe-2017-dpe-al-defensor-publico</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/bancas/mpe-pr</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/institutos/mpe-pr</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/mpe-pr-2019-mpe-pr-promotor-substituto</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/mpe-pr-2019-mpe-pr-promotor-substituto</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/bancas/fgv</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/institutos/mpe-rj</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/fgv-2016-mpe-rj-analista-do-ministerio-publico-processual</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/fgv-2016-mpe-rj-analista-do-ministerio-publico-processual</p><p>alfaconcursos.com.br</p><p>MUDE SUA VIDA!</p><p>55</p><p>7. Ano: 2017 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: DPE-AL Prova: CESPE - 2017 - DPE-AL -</p><p>Defensor Público ( adaptada)</p><p>Considerando que determinado adolescente de dezessete anos de idade tenha sido</p><p>apreendido em flagrante de ato infracional análogo ao crime de furto, assinale a opção</p><p>correta.</p><p>Com o comparecimento de qualquer dos pais ou do responsável, o adolescente será</p><p>prontamente liberado pela autoridade policial, sob termo de compromisso e</p><p>responsabilidade de sua apresentação ao Ministério Público, no mesmo dia ou, sendo</p><p>impossível, no primeiro dia útil imediato, exceto quando, pela gravidade do ato infracional</p><p>e sua repercussão social, deva o adolescente permanecer sob internação para a garantia de</p><p>sua segurança pessoal ou da manutenção da ordem pública.</p><p>Certo ( ) Errado ( )</p><p>8. Ano: 2015 Banca: FCC Órgão: TJ-RR Prova: FCC - 2015 - TJ-RR - Juiz Substituto</p><p>(adaptada)</p><p>Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei n° 8.069/90), sob pena de</p><p>responsabilidade,</p><p>Não poderá ser ultrapassado o prazo máximo de cinco dias para remover, para entidade</p><p>adequada, adolescente internado provisoriamente que se encontre recolhido em seção</p><p>isolada dos adultos dentro de repartição policial.</p><p>Certo ( ) Errado ( )</p><p>9. Ano: 2017 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: MPE-RR Prova: CESPE - 2017 - MPE-RR</p><p>- Promotor de Justiça Substituto</p><p>De acordo com o ECA, antes de iniciado o procedimento judicial para apuração de ato</p><p>infracional, a concessão da remissão como forma de exclusão do processo compete</p><p>a) À autoridade policial.</p><p>b) À autoridade judiciária.</p><p>c) Ao MP.</p><p>d) Ao conselho tutelar.</p><p>https://www.alfaconcursos.com.br/</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/bancas/cespe-cebraspe</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/institutos/dpe-al</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/cespe-2017-dpe-al-defensor-publico</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/cespe-2017-dpe-al-defensor-publico</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/bancas/fcc</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/institutos/tj-rr</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/fcc-2015-tj-rr-juiz-substituto</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/bancas/cespe-cebraspe</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/institutos/mpe-rr</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/cespe-2017-mpe-rr-promotor-de-justica-substituto</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/cespe-2017-mpe-rr-promotor-de-justica-substituto</p><p>alfaconcursos.com.br</p><p>MUDE SUA VIDA!</p><p>56</p><p>GABARITO</p><p>1. D</p><p>2. C</p><p>3. D</p><p>4. E</p><p>5. C</p><p>6. D</p><p>7. C</p><p>8. C</p><p>9. C</p><p>https://www.alfaconcursos.com.br/</p><p>alfaconcursos.com.br</p><p>MUDE SUA VIDA!</p><p>57</p><p>DOS CRIMES DO ECA</p><p>DISPOSIÇÕES GERAIS</p><p>Para finalizarmos nosso curso de Estatuto da Criança e do Adolescente, iremos estudar</p><p>as espécies de crimes contido na lei 8069/90. De maneira geral, o texto legal disciplina crimes</p><p>praticados CONTRA CRIANÇA E ADOLESCENTE por ação ou omissão. Repare que eles não</p><p>são praticados por criança e adolescente, tendo em vista que são inimputáveis. Nos</p><p>dispositivos apresentados, criança e adolescente serão vistos como SUJEITOS PASSIVOS DO</p><p>CRIME.</p><p>Art. 225. Este Capítulo dispõe sobre crimes praticados contra a</p><p>criança e o adolescente, por ação ou omissão, sem prejuízo do</p><p>disposto na legislação penal.</p><p>Além disso, é importante que você compreenda que os crimes previstos na lei 8069/90</p><p>são de AÇÃO PÚBLICA INCONDICIONADA. Dessa forma, o titular da ação será</p><p>exclusivamente o Ministério Público, não necessitando de qualquer manifestação para início</p><p>ou prosseguimento da ação. Neste contexto, não há que se falar em ação privada, nem</p><p>mesmo em relação à subsidiária da pública.</p><p>QUESTÃO COMENTADA</p><p>18. Ano: 2019 Banca: MPE-PR Órgão: MPE-PR Prova: MPE-PR - 2019 - MPE-PR - Promotor Substituto</p><p>(adaptada)</p><p>Toda ação socioeducativa é pública incondicionada, e o Ministério Público é o seu titular</p><p>exclusivo, não havendo que se falar em ação socioeducativa privada, ainda que em caráter</p><p>subsidiário.</p><p>Certo( ) Errado ( )</p><p>Resolução Completa:</p><p>A presente questão aborda o conteúdo que acabamos de estudar. Conforme</p><p>foi dito, o texto legal disciplina que os crimes contidos no ECA são de ação pública</p><p>incondicionada, de forma que o MP será seu titular exclusivo.</p><p>“Art. 225. Este Capítulo dispõe sobre crimes praticados contra a criança e o</p><p>adolescente, por ação ou omissão, sem prejuízo do disposto na legislação penal”.</p><p>Além disso, os entendimentos dos tribunais e da doutrina versam que a ação</p><p>será exclusivamente incondicionada, não havendo o que se falar em ação privada,</p><p>nem mesmo de forma subsidiária.</p><p>Gabarito: certo.</p><p>DOS CRIMES EM ESPÉCIE</p><p>• Art. 228. Deixar o encarregado de serviço ou o dirigente de estabelecimento de</p><p>atenção à saúde de gestante de manter registro das atividades desenvolvidas, na</p><p>forma e prazo referidos no art. 10 desta Lei, bem como de fornecer à parturiente</p><p>ou a seu responsável, por ocasião da alta médica, declaração de nascimento,</p><p>onde constem as intercorrências do parto e do desenvolvimento do neonato:</p><p>Pena - detenção de seis meses a dois anos.</p><p>Parágrafo único. Se o crime é culposo:</p><p>https://www.alfaconcursos.com.br/</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/bancas/mpe-pr</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/institutos/mpe-pr</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/mpe-pr-2019-mpe-pr-promotor-substituto</p><p>alfaconcursos.com.br</p><p>MUDE SUA VIDA!</p><p>58</p><p>Pena - detenção de dois a seis meses, ou multa.</p><p>A presente infração constitui uma norma penal em branco, também chamada de crime</p><p>remetido, tendo em vista a necessidade de complementação de seu dispositivo através do art.</p><p>10 do ECA. Vejamos:</p><p>I - manter registro das atividades desenvolvidas, através de</p><p>prontuários individuais, pelo prazo de dezoito anos; Art. 10. Os</p><p>hospitais e demais estabelecimentos de atenção à saúde de</p><p>gestantes, públicos e particulares, são obrigados a:</p><p>Diante do texto legal, é possível classificar o presente ilícito como um crime próprio,</p><p>visto que o tipo penal exige uma qualidade específica do sujeito ativo, qual seja, ser</p><p>encarregado ou dirigente de estabelecimento de atenção à saúde de gestante, desde que sua</p><p>atividade tenha relação com a gestante/parturiente, não se admitindo a responsabilização</p><p>penal genérica. Por outro lado, o sujeito passivo será tanto o neonato como a parturiente ou</p><p>responsável pelo neonato, por exemplo: pai, avô etc.</p><p>Trata-se de um crime omissivo próprio, haja vista que a norma descreve a omissão</p><p>como núcleo do tipo “deixar de”, tendo sua consumação efetivada pelo simples</p><p>descumprimento da obrigação estabelecida, não havendo a necessidade de um resultado</p><p>naturalístico, sendo visto como um crime de mera conduta.</p><p>Por ser um crime omissivo próprio e de mera conduta, não caberá o instituto da</p><p>tentativa e nem o da participação. Por outro lado, tendo em vista expressa previsão legal,</p><p>admite-se</p><p>49</p><p>DA INTERVENÇÃO DE AGENTES POLICIAIS EM CRIMES DE “PORNOGRAFIA INFANTIL” ........................ 50</p><p>QUESTÃO COMENTADA ..................................................................................................................... 52</p><p>QUESTÕES SOBRE O TEMA ................................................................................................................. 53</p><p>GABARITO .......................................................................................................................................... 56</p><p>DOS CRIMES DO ECA .................................................................................................................................. 57</p><p>DISPOSIÇÕES GERAIS .......................................................................................................................... 57</p><p>QUESTÃO COMENTADA ..................................................................................................................... 57</p><p>DOS CRIMES EM ESPÉCIE .................................................................................................................... 57</p><p>QUESTÃO COMENTADA ..................................................................................................................... 80</p><p>QUESTÃO COMENTADA ..................................................................................................................... 84</p><p>QUESTÃO COMENTADA ..................................................................................................................... 89</p><p>QUESTÕES SOBER O TEMA ................................................................................................................. 90</p><p>GABARITO .......................................................................................................................................... 96</p><p>https://www.alfaconcursos.com.br/</p><p>alfaconcursos.com.br</p><p>MUDE SUA VIDA!</p><p>3</p><p>APRESENTAÇÃO</p><p>Hoje iniciaremos nosso curso de Estatuto da Criança e do Adolescente para carreiras</p><p>policiais. Abordaremos os principais assuntos cobrados em provas de concurso público,</p><p>abrangendo texto legal e o entendimento dos tribunais e da doutrina. Além disso, serão</p><p>disponibilizadas diversas questões sobre o tema, separada de forma didática, para que você</p><p>compreenda melhor o conteúdo. Por fim, é necessário que você desprenda um esforço na</p><p>leitura de eventuais pontos da matéria e faça o maior número de questões possíveis para que,</p><p>juntos, possamos alcançar o maior objetivo que é a aprovação. Então vamos lá!!</p><p>https://www.alfaconcursos.com.br/</p><p>alfaconcursos.com.br</p><p>MUDE SUA VIDA!</p><p>4</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>APLICAÇÃO DA LEI 8069/ 90 (ECA)</p><p>A lei 8069/90 se destina à proteção integral da criança e do adolescente, conforme pode</p><p>ser verificado em seu artigo primeiro:</p><p>Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a proteção integral à criança e ao</p><p>adolescente.</p><p>Além disso, ela demonstra que sua aplicação independe de raça, cor, gênero – entre</p><p>outras formas discriminatórias –, como podemos ver:</p><p>Art. 3º, Parágrafo único. Os direitos enunciados nesta Lei aplicam-</p><p>se a todas as crianças e adolescentes, sem discriminação de</p><p>nascimento, situação familiar, idade, sexo, raça, etnia ou cor,</p><p>religião ou crença, deficiência, condição pessoal de desenvolvimento</p><p>e aprendizagem, condição econômica, ambiente social, região e</p><p>local de moradia ou outra condição que diferencie as pessoas, as</p><p>famílias ou a comunidade em que vivem.</p><p>Entretanto, para melhor compreender o texto legal, é preciso saber diferenciar Criança</p><p>de Adolescente:</p><p>➢ Criança: a pessoa com até doze anos de idade incompletos.</p><p>É imprescindível que você guarde exatamente a expressão contida no ECA, ou seja,</p><p>“doze anos incompletos”: criança é a pessoa que possui até 11 anos, 11 meses e 31</p><p>dias. Ao extrapolar o trigésimo primeiro dia, esta não é mais criança.</p><p>➢ Adolescente: aquele entre doze e dezoito anos de idade.</p><p>Repare que, novamente, o texto legal não se faz claro, podendo induzir o aluno a</p><p>erro por imaginar que a idade do adolescente vai até os 18 anos. Entretanto, para</p><p>fins legais, Adolescente é aquele entre 12 anos completos e 18 anos</p><p>INCOMPLETOS, ou seja, 17 anos, 11 meses e 31 dias.</p><p>Para fins de aplicabilidade, considera-se a mudança etária NA PRIMEIRA HORA DO DIA</p><p>EM QUE FAZ ANIVERSÁRIO, não importando o horário de nascimento. Para melhor ilustrar,</p><p>vamos analisar um exemplo:</p><p>Imagine que Mévio tenha nascido em 1° de janeiro, tendo 14h como hora do</p><p>nascimento. Mévio possui 17 anos na data de 31 de dezembro do presente ano (ou</p><p>seja, Mévio possui 17 anos, 11 meses e 31 dias) e decide cometer ilícito penal em</p><p>virtude da facilidade da data comemorativa. Ato contínuo, Mévio comete o ilícito</p><p>disciplinado no artigo 157 do CP e, ao verificar em seu relógio, percebe que a hora</p><p>da ação ilícita iniciou às 00h01min do dia 1° de janeiro, ou seja, a ação ocorreu na</p><p>data em que Mévio completou 18 anos, porém, horas antes do horário de seu</p><p>nascimento. Nesse caso, aplica-se a Mévio o ECA ou o Código Penal?</p><p>Acertou quem respondeu que se aplica o Código Penal. Tendo em vista a</p><p>teoria da atividade prevista no CP, que disciplina que o tempo do crime é o</p><p>momento de sua ação ou omissão, é possível verificar na narrativa que a ação de</p><p>Mévio se deu às 00h01min, ou seja, na data de 1° de janeiro. Assim, Mévio já teria</p><p>completado 18 anos, tendo em vista que não importa o horário do nascimento,</p><p>https://www.alfaconcursos.com.br/</p><p>alfaconcursos.com.br</p><p>MUDE SUA VIDA!</p><p>5</p><p>desde que se complete a idade no primeiro instante da data em que faz aniversário.</p><p>Dessa forma, não há que se falar em aplicação do ECA.</p><p>Agora, imagine que Mévio tenha iniciado a ação às 23h59min do dia 31, mas</p><p>a consumação ocorreu 00h00min do dia 1 de janeiro. Neste caso, qual dispositivo</p><p>legal deve ser aplicado?</p><p>Baseado na mesma teoria da atividade, como a ação ocorreu ainda no dia 31</p><p>de dezembro, Mévio ainda possuía 17 anos, de forma a se aplicar o ECA, não</p><p>podendo falar de crime, tendo em vista que o ato infracional praticado foi análogo</p><p>ao crime.</p><p>Por fim, cabe destacar a aplicação excepcional do ECA. A presente regra está disposta</p><p>no parágrafo único do art. 2° do dispositivo supracitado, de forma que sua aplicação pode</p><p>alcançar pessoas entre 18 anos completos e 21 anos. Perceba que excepcionalidade está</p><p>presente no fato de o dispositivo alcançar pessoas maiores de idade e imputáveis, excedendo</p><p>o regramento originalmente proposto. Assim, ao imaginarmos um adolescente de 17 anos que</p><p>comete um ato infracional, mas que, por algum motivo, só vem a cumprir a medida</p><p>socioeducativa aos 18 anos, deve-se lembrar de que tal medida só terá vigência até que o</p><p>mesmo complete 21 anos de idade. Após essa data, a medida é prescrita, devendo ser extinta.</p><p>Ao contrário, ao vislumbrar uma situação em que um adolescente que também possui 17 anos</p><p>comete um ato infracional, mas por algum motivo só vem a ser encontrado aos 22 anos, não</p><p>há que se falar em aplicação do ECA, tendo vista a extrapolação do critério etário disciplinado</p><p>em seu texto.</p><p>QUESTÃO COMENTADA:</p><p>1. Ano: 2018 Banca: CONSULPLAN Órgão: TJ-MG Prova: CONSULPLAN - 2018 - TJ-MG - Juiz de Direito</p><p>Substituto ( adaptada): Com base no Estatuto da Criança e do Adolescente, julgue o que se pede:</p><p>Criança, para os efeitos do ECA, é a pessoa que possuiu até 12 (doze) anos de idade</p><p>completos. Em situações excepcionais, expressas em lei, o Estatuto poderá ser aplicado</p><p>às pessoas entre 18 (dezoito) anos e 21 (vinte e um) anos de idade.</p><p>Certo ( ) Errado ( )</p><p>Resolução Completa:</p><p>A questão encontra-se incorreta pelo fato de afirmar que criança é a pessoa</p><p>com até 12 anos completos. O art. 2° disciplina que criança é a pessoa com até 12</p><p>anos de idade INCOMPLETOS. Vejamos:</p><p>Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze</p><p>anos de idade incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de</p><p>idade.</p><p>Para complementar a questão,</p><p>a modalidade culposa.</p><p>Perceba que a pena máxima não é superior a dois anos, portanto, é uma infração de</p><p>menor potencial ofensivo. A competência será dos juizados especiais criminais e não da</p><p>vara criminal, portanto, submeter-se-á a um rito muito mais célere, previsto na Lei dos</p><p>Juizados Especiais. O Ministério Público poderá oferecer o instituto da transação penal,</p><p>nos termos do art. 76 da Lei n. 9.099/1995. Cumprindo-se as condições acordadas</p><p>extingue-se a punibilidade do crime.</p><p>Importante:</p><p>Para a configuração do crime:</p><p>A) Deixar de manter o registro das atividades por 18 anos.</p><p>B) Não fornecer declaração de Nascimento em se tratando de alta</p><p>médica.</p><p>C) Poderá ser praticado na modalidade CULPOSA.</p><p>• Art. 229. Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de estabelecimento de</p><p>atenção à saúde de gestante de identificar corretamente o neonato e a</p><p>parturiente, por ocasião do parto, bem como deixar de proceder aos exames</p><p>referidos no art. 10 desta Lei:</p><p>Pena - detenção de seis meses a dois anos.</p><p>Parágrafo único. Se o crime é culposo:</p><p>Pena - detenção de dois a seis meses, ou multa.</p><p>https://www.alfaconcursos.com.br/</p><p>alfaconcursos.com.br</p><p>MUDE SUA VIDA!</p><p>59</p><p>O crime apresentado também constitui uma norma penal em branco ou crime</p><p>remetido, tendo em vista a necessidade de complementação de seu dispositivo através do art.</p><p>10 do ECA, de forma a disciplinar as ações que configuram o presente ilícito. Vejamos:</p><p>https://www.alfaconcursos.com.br/</p><p>alfaconcursos.com.br</p><p>MUDE SUA VIDA!</p><p>60</p><p>Art. 10. Os hospitais e demais estabelecimentos de atenção à saúde</p><p>de gestantes, públicos e particulares, são obrigados a:</p><p>II- identificar o recém-nascido mediante o registro de sua impressão</p><p>plantar e digital e da impressão digital da mãe, sem prejuízo de outras</p><p>formas normatizadas pela autoridade administrativa competente;</p><p>III - proceder a exames visando ao diagnóstico e terapêutica de</p><p>anormalidades no metabolismo do recém-nascido, bem como prestar</p><p>orientação aos pais;</p><p>IV - fornecer declaração de nascimento onde constem</p><p>necessariamente as intercorrências do parto e do desenvolvimento do</p><p>neonato;</p><p>V - manter alojamento conjunto, possibilitando ao neonato a</p><p>permanência junto à mãe.</p><p>VI - acompanhar a prática do processo de amamentação, prestando</p><p>orientações quanto à técnica adequada, enquanto a mãe permanecer</p><p>na unidade hospitalar, utilizando o corpo técnico já existente. (Incluído</p><p>pela Lei nº 13.436, de 2017) (Vigência)</p><p>Trata-se de um crime próprio, uma vez que se é exigido uma condição específica do</p><p>sujeito ativo, que somente poderá ser o médico, o enfermeiro ou o dirigente de</p><p>estabelecimento de saúde. Quanto ao sujeito passivo, é necessário verificar qual é a conduta</p><p>praticada pelo sujeito ativo, para que assim possamos defini-lo:</p><p>a) Caso a conduta seja a de identificar por meio de registro, o sujeito passivo é tanto o</p><p>recém-nascido como a mãe, desde que sua atividade tenha relação com a</p><p>gestante/parturiente, tendo em vista que não haverá a responsabilização penal</p><p>genérica.</p><p>b) Tratando-se da conduta de proceder aos exames diagnósticos, o sujeito passivo será</p><p>somente o recém-nascido.</p><p>Por ser um crime omissivo próprio, não caberá o instituto da tentativa e nem o da</p><p>participação. Por outro lado, tendo em vista expressa previsão legal, admite-se a</p><p>modalidade culposa. Sua consumação efetiva-se como o mero descumprimento do</p><p>preceito legal, sendo classificado como um crime de perigo abstrato.</p><p>Por ter a pena máxima não superior a dois anos, trata-se de uma infração de menor</p><p>potencial ofensivo. A competência será dos juizados especiais criminais e não da vara</p><p>criminal, portanto, se submeterá a um rito muito mais célere previsto na Lei dos Juizados</p><p>Especiais. O Ministério Público poderá oferecer o instituto da transação penal, nos termos</p><p>do art. 76 da Lei n. 9.099/1995. Cumprindo-se as condições acordadas extingue-se a</p><p>punibilidade do crime.</p><p>Importante:</p><p>Os crimes previstos nos arts. 228 e 229 são os únicos do ECA que podem ser</p><p>consumados na modalidade CULPOSA.</p><p>Aos demais, somente modalidade DOLOSA.</p><p>https://www.alfaconcursos.com.br/</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13436.htm</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13436.htm</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13436.htm#art2</p><p>alfaconcursos.com.br</p><p>MUDE SUA VIDA!</p><p>61</p><p>• Art. 230. Privar a criança ou o adolescente de sua liberdade, procedendo à sua</p><p>apreensão sem estar em flagrante de ato infracional ou inexistindo ordem</p><p>escrita da autoridade judiciária competente:</p><p>Pena - detenção de seis meses a dois anos.</p><p>Parágrafo único. Incide na mesma pena aquele que procede à apreensão sem</p><p>observância das formalidades legais.</p><p>O presente delito trata da privação da liberdade de locomoção da criança e do</p><p>adolescente. Cabe lembrar que a apreensão do menor segue a mesma regra da prisão dos</p><p>adultos, isto é, a apreensão só poderá ocorrer se houver flagrante de ato infracional ou ordem</p><p>escrita e fundamentada de autoridade judicial. A apreensão do menor sem as formalidades</p><p>legais configura o crime aqui previsto.</p><p>Como modus operandi podemos destacar duas modalidades de execução desta infração,</p><p>sendo elas:</p><p>a) Efetuar a privação da liberdade de criança ou adolescente sem que ele esteja em</p><p>flagrante de ato infracional, ou mesmo proceder à execução de internação provisória</p><p>sem a expedição do mandado pela autoridade judicial.</p><p>b) Executar medida privativa de liberdade sem as formalidades legais. Temos como</p><p>exemplo a apreensão de adolescente sem a lavratura do auto de apreensão ou de</p><p>boletim de ocorrência circunstanciado.</p><p>Por se tratar de um crime material, ou seja, aquele que necessita de um resultado</p><p>naturalístico, sua consumação se dá com a efetiva privação da liberdade da criança ou do</p><p>adolescente, tendo o autor que agir com o fim específico de privar a liberdade, caso</p><p>contrário, não se configura o crime aqui presente É possível a tentativa caso o sujeito ativo</p><p>não consiga lograr êxito por circunstâncias alheias à sua vontade. Sobre o tema, é importante</p><p>verificar o posicionando do tribunal no julgado a seguir:</p><p>APELAÇÃO CRIMINAL - CRIME CONTRA A SAÚDE PÚBLICA - TRÁFICO ILÍCITO</p><p>DE ENTORPECENTES - AUTORIA E MATERIALIDADE DESMONSTRADAS -</p><p>PROVA CONCLUDENTE - CONDENAÇÃO MANTIDA. A circunstância da prova</p><p>da acusação estar esteada basicamente nos depoimentos dos policiais que</p><p>empreenderam a diligência que culminou na apreensão das drogas e prisão</p><p>em flagrante do réu não é óbice à condenação do apelante, se os depoimentos</p><p>forem firmes, coerentes e isentos de má-fé. RESISTÊNCIA - DISPAROS DE</p><p>ARMA DE FOGO DEFLAGRADOS PELO CAUSADO PARA NÃO SER PRESO -</p><p>CONDENAÇÃO MANTIDA. Comete resistência o agente que, procurando não</p><p>ser preso, troca tiros com a polícia. PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO -</p><p>CRIME PERMANENTE QUE SE CONSUMA NO MOMENTO EM QUE O AGENTE</p><p>ADQUIRE A ARMA SEM AUTORIZAÇÃO E EM DESACORDO COM</p><p>DETERMINAÇÃO LEGAL - DELITO CARACTERIZADO. PRIVAÇÃO DE</p><p>LIBERDADE - ART. 230 DO ECA - DOLO AUSÊNCIA - DELITO NÃO</p><p>CARACTERIZADO. Agindo o acusado impelido por intento outro que não o</p><p>de privar o menor da sua liberdade, não se configura crime do art. 230</p><p>do ECA, por faltar o elemento subjetivo que o constitui, ou seja, a vontade</p><p>livre e consciente de privar alguém de sua liberdade de locomoção.</p><p>RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO.</p><p>(TJ-SC - APR: 80799 SC 2000.008079-9, Relator: Genésio Nolli, Data de</p><p>Julgamento: 15/08/2000, Primeira Câmara Criminal, Data de Publicação:</p><p>Apelação criminal (Réu Preso) n. 00.008079-9, da Capital.)</p><p>https://www.alfaconcursos.com.br/</p><p>alfaconcursos.com.br</p><p>MUDE SUA VIDA!</p><p>62</p><p>O sujeito passivo será a criança ou o adolescente que tiver sua liberdade privada</p><p>mediante irregularidade. Quanto ao sujeito ativo, o presente tipo penal carrega em si uma</p><p>controvérsia doutrinária. Há quem diga que somente poderá praticar tal ilícito o agente de</p><p>segurança pública, tratando-se, assim, de um crime próprio. Por outro lado, parte</p><p>majoritária da doutrina entende que não se trata de um crime próprio, mas de um</p><p>crime comum, tendo em vista que qualquer um que proceder à apreensão irregular da</p><p>criança ou do adolescente será sujeito ativo dessa infração.</p><p>É importante estabelecer a distinção entre o presente crime e o de abuso de</p><p>autoridade. Primeiramente, trata-se de um crime comum, em que qualquer um poderá privar</p><p>a liberdade de criança ou do adolescente, por outro lado, o crime de abuso de autoridade é um</p><p>crime próprio. Com fito no princípio da especialidade, à privação irregular da liberdade de</p><p>locomoção que tiver por sujeito passivo criança ou adolescente se aplica o art. 230 do</p><p>ECA. Caso o sujeito ativo seja um adulto, aplica-se a lei de abuso de autoridade.</p><p>Um crime de menor potencial ofensivo é compatível com os institutos</p><p>despenalizadores da transação penal e da suspensão condicional do processo.</p><p>• Art. 231. Deixar a autoridade policial responsável pela apreensão de criança ou</p><p>adolescente de fazer imediata comunicação à autoridade judiciária competente</p><p>e à família do apreendido ou à pessoa por ele indicada:</p><p>Pena - detenção de seis meses a dois anos.</p><p>O presente crime é classificado como omissivo próprio ou puro, tendo em vista a</p><p>descrição omissiva do núcleo do tipo “deixar a autoridade”, assim, não se admitindo a</p><p>modalidade tentada.</p><p>Trata-se de um crime próprio quando somente a autoridade policial (sujeito ativo)</p><p>pode cometê-lo, haja vista que o delegado de polícia é o responsável pela apreensão da</p><p>criança ou do adolescente e pela respectiva comunicação imediata à autoridade judiciária. Em</p><p>caso de apreensão de criança não se lavrará auto de apreensão e o encaminhamento será ao</p><p>Conselho Tutelar. Além disso, é necessário haver imediata comunicação à família do</p><p>apreendido ou à pessoa por ele indicada. O elemento subjetivo do tipo contempla apenas a</p><p>modalidade dolosa.</p><p>Para que haja o presente delito é necessário que a apreensão seja regular, e que não</p><p>haja a devida comunicação a quem se é de direito. Caso a apreensão seja irregular, a</p><p>infração praticada será a tipificada no art. 230 do ECA.</p><p>Em um caso concreto, em que o juiz ou qualquer outra autoridade tome ciência da</p><p>privação ilegal de criança ou adolescente e não as coloque em imediata liberdade, configura-</p><p>se o delito do art. 234 do ECA, e não do crime estudado.</p><p>Ainda analisando casos concretos, caso a autoridade policial comunique a apreensão ao</p><p>juiz, mas deixe de comunicar à pessoa da família ou à indicada pelo apreendido, ela</p><p>responderá pelo presente crime?</p><p>A resposta é positiva, tendo em vista que o tipo penal exige uma dupla comunicação</p><p>(o fato deve ser noticiado ao juiz e também a algum familiar do infrator ou pessoa por ele</p><p>indicada), consumando-se com a mera omissão do agente.</p><p>Sobre o artigo em estudo, é importante que você compreenda quem é seu sujeito</p><p>passivo. Repare que, para ser crime do ECA, é necessário que a comunicação não seja</p><p>realizada imediatamente em caso de APREENSÃO DE CRIANÇA E ADOLESCENTE. Assim,</p><p>com base no princípio da especialidade, aplica-se o dispositivo do ECA em detrimento do art.</p><p>4º, c, da Lei nº 4898/65. Caso se trate de APREENSÃO DE ADULTO, a ausência de</p><p>comunicação não acarretará em crime do estatuto, mas em CRIME DE RESPONSABILIDADE.</p><p>https://www.alfaconcursos.com.br/</p><p>alfaconcursos.com.br</p><p>MUDE SUA VIDA!</p><p>63</p><p>Por fim, por ser um crime de menor potencial ofensivo, é compatível com os institutos</p><p>despenalizadores da transação penal e da suspensão condicional do processo.</p><p>Internalize:</p><p>A ausência de imediata comunicação ao juiz, à família ou à pessoa indicada</p><p>será crime em caso de APREENSÃO DE:</p><p>CRIANÇA OU ADOLESCENTE -> CRIME DO ECA</p><p>ADULTO-> CRIME DE RESPONSABILIDADE</p><p>• Art. 232. Submeter criança ou adolescente sob sua autoridade guarda ou</p><p>vigilância a vexame ou a constrangimento:</p><p>Pena - detenção de seis meses a dois anos.</p><p>Crime específico do Eca, que também tem igual previsão no dispositivo de abuso de</p><p>autoridade. Entretanto, pelo princípio da especialidade, caberá aplicação do Estatuto.</p><p>Por exigir uma qualidade específica do sujeito ativo, classifica-se como um crime</p><p>próprio, tendo em vista que somente poderá ser autor aquele que tem a guarda, a</p><p>autoridade ou a vigilância da criança ou do adolescente. Não tendo essa condição especial,</p><p>poderá responder pelo crime de constrangimento ilegal previsto no Código Penal. É</p><p>importante que você compreenda que o crime será próprio por exigir a qualidade de</p><p>guarda, vigilância ou autoridade, podendo ser praticado tanto por agentes do Estado</p><p>como por particulares. As bancas costumam restringir a prática desse crime aos agentes do</p><p>Estado, estando tal afirmação incorreta. Exemplo disso é que uma babá que tem a vigilância</p><p>da criança ou adolescente poderá praticar tal crime caso pratique os verbos do tipo penal.</p><p>O sujeito passivo será a criança ou o adolescente que sofrer o tratamento</p><p>constrangedor ou vexatório.</p><p>Por ser um crime comissivo, o delito se consuma com a prática de qualquer ato que</p><p>exponha a criança ou o adolescente a tratamento vexatório ou constrangedor. Para fins</p><p>didáticos, define-se vexame como uma afronta ultraje, submetendo o menor a situação que</p><p>cause vergonha. Já Constrangimento é obrigar alguém a uma atividade que a norma jurídica</p><p>não impõe. Para aprofundarmos, fica a lição de Magalhães Noronha:</p><p>“Veda-se o constrangimento não autorizado em lei, como se proíbe o</p><p>ato vexatório. De um lado, a prática que suprime aquele mínimo ou</p><p>resíduo de liberdade que o ‘sentenciado’ tem; de outro, atos que o</p><p>expõem ao desprezo, zombariá, ridículo etc.”. (Direito Penal, 4/397)</p><p>Repare que, para sua consumação, é necessário que o resultado vexame ou</p><p>constrangimento se constitua. Assim, a exigência de um resultado naturalístico torna o</p><p>crime material. Também, é possível identificá-lo como um ilícito plurissubsistente, sendo</p><p>aquele em que a conduta pode ser fracionada em dois ou mais atos executórios, logo, a</p><p>tentativa é perfeitamente admissível.</p><p>O tipo subjetivo do crime é doloso, inexistindo qualquer fim especial de agir,</p><p>sendo verificado o dolo genérico.</p><p>A norma em estudo é especial em relação ao delito descrito no art. 4º, b, da Lei nº</p><p>4898/65, que preconiza ser abuso de autoridade submeter pessoa sob sua guarda ou custódia</p><p>a vexame ou a constrangimento não autorizado em lei. Assim, com base no princípio da</p><p>especialidade, caso a vítima seja criança ou adolescente, a conduta típica é aquela prevista no</p><p>art. 232 do ECA.</p><p>https://www.alfaconcursos.com.br/</p><p>alfaconcursos.com.br</p><p>MUDE SUA VIDA!</p><p>64</p><p>A pena é de detenção de 6 meses a 2 anos e é compatível com os institutos</p><p>despenalizadores da transação penal e da suspensão condicional do processo</p><p>Por fim, para aprofundarmos um pouco mais, alguns tribunais já vêm admitindo a</p><p>consumação deste crime em razão da omissão do sujeito ativo, que “empresta” sua presença</p><p>física, anuindo com os atos, sem tomar nenhuma providência. Vejamos:</p><p>ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE - CRIME PREVISTO NO</p><p>ART. 232 DA LEI 8.069/90 - CARACTERIZAÇÃO - CHEFE DE</p><p>COMISSARIADO DE MENORES QUE, APROVEITANDO-SE DE SUA</p><p>AUTORIDADE, SUBMETE ADOLESCENTE A VEXAMES, FAZENDO-LHES</p><p>INSISTENTES PROPOSTAS INDECOROSAS PARA PRÁTICAS SEXUAIS -</p><p>INCIDÊNCIA NAS MESMAS PENAS, TAMBÉM DA AGENTE QUE, NA</p><p>FUNÇÃO DE COMISSÁRIA DE MENORES AUXILIAR, ASSISTE A TODOS</p><p>OS FATOS, EMPRESTANDO SUA COLABORAÇÃO COM A PRESENÇA</p><p>FÍSICA, ANUINDO ÀS PROPOSTAS FEITAS POR SEU SUPERIOR</p><p>HIERÁRQUICO, SEM TOMAR QUALQUER PROVIDÊNCIA A FAVOR DAS</p><p>MENORES MOLESTADAS. Respondem pelo delito previsto no art. 232</p><p>da Lei 8.069/90 tanto aquele que, aproveitando-se de sua autoridade de</p><p>Chefe do Comissariado de Menores, submete adolescentes a vexames,</p><p>fazendo-lhes insistentes propostas indecorosas para práticas sexuais,</p><p>como também a agente que, na função de Comissária de menores</p><p>auxiliar, assiste</p><p>a todos os fatos, emprestando sua colaboração com a</p><p>presença física, anuindo às propostas feitas por seu superior</p><p>hierárquico, sem tomar qualquer providência a favor das menores</p><p>molestadas.</p><p>ACÓRDÃO</p><p>Vistos relatados e discutidos estes autos de Ap 393/97, em que são</p><p>apelantes e apelados o Ministério Público, J.M. F.G.(assistente de</p><p>acusação), G.C.S. e C. R.G.. Acordam os Desembargadores que integram a</p><p>3ª Câm. Crim. do TJRJ, por unanimidade de votos, rejeitar a preliminar</p><p>de ilegitimidade do assistente, e, no mérito, por maioria de votos, em</p><p>negar provimento a todos os recursos. Vencido em parte o</p><p>Desembargador-relator, que dava provimento ao recurso da assistência,</p><p>a fim de majorar a pena imposta.</p><p>• Art.233.</p><p>O presente delito foi revogado pelo artigo 4° da lei 9455/97, conforme pode ser visto:</p><p>Art. 4º Revoga-se o art. 233 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 -</p><p>Estatuto da Criança e do Adolescente.</p><p>Dessa forma, a Lei de Tortura passa a vigorar nos crimes dessa espécie, não importando</p><p>a idade da vítima, podendo ser criança, adolescente ou adulta. Diante disso, em face dos</p><p>crimes de tortura contra criança ou adolescente, vigora o presente artigo da lei 9455:</p><p>Art. 1º, § 4º Aumenta-se a pena de um sexto até um terço:</p><p>I - se o crime é cometido por agente público;</p><p>II – se o crime é cometido contra criança, gestante, portador de</p><p>deficiência, adolescente ou maior de 60 (sessenta) anos;'(Redação</p><p>dada pela Lei nº 10.741, de 2003)</p><p>III - se o crime é cometido mediante sequestro.</p><p>https://www.alfaconcursos.com.br/</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8069.htm#233</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.741.htm#art112</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.741.htm#art112</p><p>alfaconcursos.com.br</p><p>MUDE SUA VIDA!</p><p>65</p><p>• Art. 234. Deixar a autoridade competente, sem justa causa, de ordenar a</p><p>imediata liberação de criança ou adolescente, tão logo tenha conhecimento da</p><p>ilegalidade da apreensão:</p><p>Pena - detenção de seis meses a dois anos</p><p>O delito em estudo é mais uma espécie de crime específico do ECA, em que mesmo tendo</p><p>tipificação idêntica na lei de Abuso de Autoridade aplica-se o estatuto por prevalência do</p><p>princípio da especialidade.</p><p>O tipo penal é classificado como um crime omissivo puro ou próprio, visto que a</p><p>omissão está descrita no próprio texto legal de “Deixar a autoridade”. Assim, o crime se</p><p>consuma pela mera omissão do agente, sendo admitida apenas a modalidade dolosa.</p><p>O sujeito ativo será toda autoridade pública com poderes liberatórios, que, ao tomar</p><p>ciência de ilegalidades na apreensão de criança ou adolescente, não executar as devidas</p><p>providências legais. Dessa forma, poderá ser autor do crime: o juiz, o promotor, a autoridade</p><p>policial e os responsáveis por entidades de atendimento.</p><p>Quanto ao magistrado figurando como sujeito ativo do presente crime é importante</p><p>ressaltar que atos como despachos denegatórios ou indeferitórios de habeas corpus ou de</p><p>relaxamento de apreensão, por exemplo, não configuram o presente delito, tendo em vista que</p><p>a jurisdição está sendo prestada. Para que seja consumado o crime, é necessário que haja a</p><p>presença do elemento normativo do tipo, qual seja, a ausência de “justa causa” nos atos de</p><p>manutenção de apreensão de menor, tendo em vista sua ilegalidade.</p><p>Da mesma forma, incorre nas penas desse dispositivo legal o promotor de justiça que,</p><p>em lhe sendo apresentando adolescente apreendido e internado, constatando a ilegalidade</p><p>desses atos, não liberá-lo de imediato.</p><p>Por fim, em se tratando de criança apreendida e recolhida, ressalvadas as hipóteses do</p><p>art. 101, III, do ECA, o representante do Conselho Tutelar que tiver conhecimento e nada fizer</p><p>incorrerá na tipificação do crime estudado.</p><p>No que tange ao sujeito passivo, este será a criança ou o adolescente.</p><p>Por fim, cabe destacar que o elemento objetivo do tipo é deixar a autoridade</p><p>competente de determinar a imediata liberação da criança ou adolescente diante de uma</p><p>ilegal apreensão tão logo tome conhecimento da mesma. A mens legis é evitar que criança ou</p><p>adolescente sejam apreendidos e mantidos diante de manifesta ilegalidade.</p><p>• Art. 235. Descumprir, injustificadamente, prazo fixado nesta Lei em benefício de</p><p>adolescente privado de liberdade:</p><p>Pena - detenção de seis meses a dois anos</p><p>Com base no princípio da brevidade e da excepcionalidade, é possível determinar que as</p><p>medidas socioeducativas devem durar apenas o tempo necessário para a ressocialização do</p><p>adolescente, de modo que os prazos determinados no ECA devem ser cumpridos</p><p>rigorosamente. Para fins exemplificativos, vamos relembrar alguns prazos:</p><p>I. SEMILIBERDADE: sem prazo, mas será reavaliada, no mínimo, a cada seis meses, e tem</p><p>prazo máximo de três anos.</p><p>II. INTERNAÇÃO DEFINITIVA: sem prazo, mas é reavaliada, no mínimo, a cada seis</p><p>meses, e tem prazo máximo de três anos.</p><p>https://www.alfaconcursos.com.br/</p><p>alfaconcursos.com.br</p><p>MUDE SUA VIDA!</p><p>66</p><p>III. INTERNAÇÃO PROVISÓRIA: no máximo 45 dias.</p><p>IV. INTERNAÇÃO SANÇÃO OU REGRESSÃO: até três meses.</p><p>Trata-se de um crime próprio, pois o sujeito ativo deverá ser a pessoa responsável</p><p>pelo cumprimento dos prazos previstos na lei; classifica-se como um crime omissivo</p><p>próprio, já que o tipo penal prevê uma conduta omissiva, pois descumpri-la significa deixar</p><p>de cumprir. Portanto, não admite tentativa, pois ou o agente descumpriu o prazo fixado em lei</p><p>e a conduta está consumada, ou não o descumpre e, nesse caso, não há crime a considerar. Por</p><p>ser um delito unissubsistente (a conduta não pode ser fracionada em vários atos</p><p>executórios), não há que se falar em tentativa.</p><p>Repare que o legislador usou a palavra “injustificadamente” no tipo penal, de forma a se</p><p>interpretar que o descumprimento do prazo de maneira justificada não constitui crime do</p><p>ECA.</p><p>Quanto ao sujeito passivo, o texto legal cita exclusivamente a figura do adolescente,</p><p>excluindo a criança. Isso porque somente o adolescente, em casos especiais, pode ter a</p><p>privação de sua liberdade decretada, como nos casos de “flagrante de ato infracional ou por</p><p>ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente” (art. 106), ao passo que a</p><p>“criança” em nenhuma hipótese pode ser privada de sua liberdade, por força do que dispõe o</p><p>art. 105: “Ao ato infracional praticado por criança corresponderão as medidas previstas no</p><p>art. 101”.</p><p>No que tange ao elemento subjetivo, o presente crime só poderá ocorrer na</p><p>modalidade dolosa, tendo em vista que é necessário vontade de querer descumprir o prazo</p><p>legal. Neste caso, o agente deverá ter conhecimento de que está agindo de maneira</p><p>injustificada, uma vez que não se admite a modalidade do dolo eventual ou da forma</p><p>culposa.</p><p>Por fim, em virtude de ser um crime de menor potencial ofensivo, serão cabíveis os</p><p>institutos da transação penal e da suspensão condicional do processo.</p><p>• Art. 236. Impedir ou embaraçar a ação de autoridade judiciária, membro do</p><p>Conselho Tutelar ou representante do Ministério Público no exercício de função</p><p>prevista nesta Lei:</p><p>Pena - detenção de seis meses a dois anos.</p><p>Ao analisarmos o presente delito, é possível verificar que se trata de um tipo penal</p><p>MISTO ALTERNATIVO (crimes de ação múltipla ou de conteúdo variado), ou seja, quando</p><p>duas ou mais condutas descritas são fungíveis ou permutáveis, ficando indiferente a</p><p>realização de mais de uma, no que concerne à unidade do delito. O texto legal prevê dois</p><p>verbos como núcleo do tipo “impedir” ou “embaraçar”, de modo que basta a realização de</p><p>apenas um deles para a consumação do fato, não sendo necessário praticar os dois verbos na</p><p>mesma conduta. Além disso, caso os pratique, o sujeito ativo estará cometendo apenas um</p><p>ilícito.</p><p>Repare que, para a consumação do crime, não é necessário que o agente impeça a ação</p><p>da autoridade competente, mas que apenas a embarace (criar dificuldades, tumulto etc.).</p><p>Por ser um crime comum, qualquer pessoa poderá ser sujeito ativo</p><p>deste delito.</p><p>Quanto ao sujeito passivo, entende a doutrina que ele será o Estado quando estiver na</p><p>proteção da infância e da juventude, podendo ser visto como agente passivo secundário a</p><p>criança ou adolescente que tiver algum prejuízo em razão da conduta incriminadora.</p><p>O tipo subjetivo necessita da conduta dolosa, tendo o autor a vontade de impedir ou</p><p>de embaraçar a atuação da autoridade. Entretanto, não se exige fim específico de agir.</p><p>Trata-se de um crime comissivo, de perigo abstrato, unisubjetivo, unisubsistente.</p><p>https://www.alfaconcursos.com.br/</p><p>alfaconcursos.com.br</p><p>MUDE SUA VIDA!</p><p>67</p><p>Existe uma controvérsia doutrinária quanto ao crime ser formal ou material. A corrente</p><p>majoritária acredita que não é necessário que ocorra um resultado naturalístico para sua</p><p>consumação, tendo em vista que o delito é formal, de modo que baste a existência de um ato</p><p>de impedimento ou embaraço para sua efetivação. Por outro lado, a corrente minoritária</p><p>acredita que o delito é material, exigindo-se um resultado naturalístico do impedimento ou</p><p>embaraço para sua consumação.</p><p>Importante:</p><p>Prevalece o entendimento que o presente crime é FORMAL, não sendo</p><p>necessário que haja efetivo prejuízo do impedimento ou embaraço.</p><p>Por seu preceito secundário, é possível verificar que se trata de um crime de menor</p><p>potencial ofensivo, sendo compatível com os institutos da transação penal e da suspensão</p><p>condicional do processo.</p><p>Por fim, é importante ressaltar não se configura o citado crime quando o ato de impedir</p><p>ou embaraçar está amparado por direitos constitucionais individuais ou coletivos, como por</p><p>exemplo, o direito ao silêncio, o a inviolabilidade do domicílio. Vejamos o entendimento do</p><p>tribunal:</p><p>"DESACATO - AUTORIA E MATERIALIDADE COMPROVADAS -</p><p>INTENÇÃO DE ULTRAJAR FUNCIONÁRIO PÚBLICO NO EXERCÍCIO</p><p>REGULAR DE SUAS FUNÇÕES - ABSOLVIÇÃO - IMPOSSIBILIDADE. -</p><p>Para configurar o delito de desacato faz-se necessária a constatação da</p><p>intenção de ultrajar funcionário público no exercício de suas funções,</p><p>com o intuito de ofendê-lo e menosprezá-lo, atacando os valores</p><p>subjetivos da pessoa a quem são dirigidos os xingamentos." (Apelação</p><p>Criminal 1.0084.08.008717-8/001 - Relator Des Duarte de Paula - Data</p><p>do Julgamento: 03/02/2011 - Data da Publicação: 16/02/2011)</p><p>(...) No que concerne ao crime previsto no art. 236 do ECA, vê-se que o</p><p>mesmo também não se encontra configurado. Conforme depoimentos</p><p>colacionados anteriormente, o réu negou-se a dar informações às</p><p>conselheiras, dizendo que só falaria perante o juiz, bem como não</p><p>teria franqueado a entrada das mesmas em sua residência. Ora, o</p><p>direito de permanecer calado, assim como a inviolabilidade do</p><p>domicílio, são garantias resguardas pela Constituição Federal de</p><p>1988. Assim sendo, sem portar o devido mandado judicial as</p><p>conselheiras, de fato, não poderiam adentrar na residência do</p><p>acusado sem a autorização do mesmo.</p><p>• Art. 237. Subtrair criança ou adolescente ao poder de quem o tem sob sua</p><p>guarda em virtude de lei ou ordem judicial, com o fim de colocação em lar</p><p>substituto:</p><p>Pena - reclusão de dois a seis anos, e multa.</p><p>O presente delito apresenta uma característica específica, que é um especial fim de</p><p>agir: colocar a criança ou adolescente em lar substituto. Sem esse fim específico, não</p><p>correrá a tipificação do crime do ECA, podendo ser visto como um ilícito do Código Penal. O</p><p>citado crime guarda semelhança com o art. 249 do CP. Vejamos:</p><p>Art. 249. Subtrair menor de dezoito anos ou interdito ao poder de</p><p>quem o tem sob sua guarda em virtude de lei ou de ordem judicial:</p><p>https://www.alfaconcursos.com.br/</p><p>alfaconcursos.com.br</p><p>MUDE SUA VIDA!</p><p>68</p><p>Pena – detenção, de dois meses a dois anos, se o fato não constitui</p><p>elemento de outro crime.</p><p>Repare que o tipo penal previsto no CP é subsidiário em relação ao ECA, tendo em vista</p><p>que não apresenta nenhum fim específico de agir. Além disso, aplica-se o instituto da</p><p>suspensão condicional do processo, fato este que não prospera em relação ao art. 237 do ECA.</p><p>Em suma, o crime em estudo é especial em relação ao crime do art. 249 do Código</p><p>Penal. Caso o agente pratique o fato com o dolo específico de colocar criança ou</p><p>adolescente em lar substituto, o crime será do art. 237 do ECA. Caso não exista esse</p><p>especial fim de agir, o crime será o do art. 249 do Código Penal.</p><p>Quanto ao elemento subjetivo, é necessário conduta dolosa, uma vez que se exige um</p><p>fim específico de agir. Sobre o fato, é interessante ressaltar que a concordância do menor em</p><p>relação à sua colocação em lar substituto em nada interfere na consumação do crime, sendo</p><p>que a vontade contrariada deve ser a dos pais, ou tutores, de modo que o único consentimento</p><p>que tem influência para fazer desaparecer o fato típico é o dessas pessoas.</p><p>Por se tratar de um crime comum, qualquer pessoa que não detenha a guarda do menor</p><p>poderá ser sujeito ativo do ilícito, inclusive o pai ou mãe que tenham perdido a guarda em</p><p>virtude de lei ou decisão judicial.</p><p>Em relação ao sujeito passivo, este será a criança ou o adolescente subtraído com o fim</p><p>de ser colocado em lar substituto.</p><p>O crime se consuma com a mera subtração do menor, tendo um fim específico de agir,</p><p>sendo irrelevante para sua consumação a efetivação da colocação em lar substituto da</p><p>criança ou do adolescente. Vale ressaltar que caso a subtração recaia sobre criança ou</p><p>adolescente criados por alguém que não detenha sua guarda legal, mesmo com o fim</p><p>específico de colocação em lar substituto, não haverá crime do ECA por ausência de elementos</p><p>objetivos do tipo: admite-se a tentativa.</p><p>Casos concretos:</p><p>a) Se a vítima é retirada de quem a cria não haverá crime -> deve haver a</p><p>guarda.</p><p>b) Se o fim único for privação da liberdade -> haverá o crime do art. 148,</p><p>§1º, VI, CP.</p><p>c) Se o objetivo for resgate -> haverá o crime de extorsão mediante</p><p>sequestro – art. 159 CP.</p><p>• Art. 238. Prometer ou efetivar a entrega de filho ou pupilo a terceiro, mediante</p><p>paga ou recompensa:</p><p>Pena - reclusão de um a quatro anos, e multa.</p><p>Parágrafo único. Incide nas mesmas penas quem oferece ou efetiva a paga ou</p><p>recompensa.</p><p>A presente tipificação busca impedir a indevida prática do tráfico de pessoas, em que</p><p>criança e adolescente são retirados de sua família biológica para viver em outro núcleo</p><p>familiar. Trata-se de um tipo penal MISTO ALTERNATIVO (crimes de ação múltipla ou de</p><p>conteúdo variado), tendo em vista que o texto legal disciplina dois núcleos do tipo “Prometer”</p><p>ou “efetivar”, de modo que se o agente praticar mais de uma conduta descrita, na mesma</p><p>https://www.alfaconcursos.com.br/</p><p>alfaconcursos.com.br</p><p>MUDE SUA VIDA!</p><p>69</p><p>situação fática, ele incorrerá em apenas uma infração, com base no princípio da</p><p>alternatividade. Repare que o texto legal traz em si uma “progressão criminosa”, de modo que</p><p>a “promessa de entrega do menor” não se configura como tentativa do delito, mas como um</p><p>crime consumado. Embora a efetivação da entrega viole mais gravemente o ordenamento</p><p>jurídico, ela é igualmente sujeita às mesmas sanções de quem pratica o ilícito com o verbo</p><p>“Prometer”, cabendo ao magistrado, no momento da dosimetria da pena, aplicar a sanção</p><p>mais adequada de acordo com seu grau de reprovabilidade.</p><p>Por se tratar de um crime próprio, o sujeito ativo terá que possuir uma condição</p><p>especial, seja ela, ser pai, mãe, tutor ou guardião da criança ou adolescente. Quanto ao</p><p>sujeito passivo, ele será a criança ou o adolescente.</p><p>Quanto ao elemento subjetivo, é exigida a conduta dolosa, sendo sua consumação</p><p>proporcionada pelo EFETIVO PAGAMENTO OU RECOMPENSA, não bastando, para sua</p><p>configuração, o SIMPLES INTUITO DE LUCRO.</p><p>No parágrafo único é possível verificar a figura equiparada, sendo também sujeito</p><p>ativo aquele que oferece ou efetiva a paga ou recompensa. Repare que se trata de um ato</p><p>formal, sendo configurado como crime o mero procedimento de oferecer a paga ou</p><p>recompensa, não sendo necessária sua efetivação.</p><p>Todavia, entende o STJ que a promessa</p><p>genérica ou vazia não configura a situação em questão. Vejamos:</p><p>103.1674.7084.9500.STJ</p><p>Menor. Crime de promessa de entrega de filho mediante paga ou</p><p>recompensa. ECA,art.238.</p><p>“O vocábulo “filho”, empregado no tipo penal do Lei 8.069/1990, art.</p><p>238, abrange tanto os nascidos como os nascituros. Todavia, a</p><p>proposta genérica, sem endereço certo, sem vínculo de qualquer</p><p>natureza entre a promitente e terceira pessoa que se proponha a</p><p>realizar a condição, é ato unilateral imperfeito, sem maiores</p><p>consequências, que não se preenche os elementos essenciais do</p><p>tipo em exame. Recurso especial não conhecido (...)”.</p><p>Apesar de não ser uma infração de menor potencial ofensivo, admite-se a</p><p>suspensão condicional do processo, pois a pena mínima não ultrapassa um ano, nos</p><p>termos do art. 89 da Lei n. 9.099/1995.</p><p>Importante:</p><p>Pratica o crime:</p><p>Quem aceita o pagamento ou promessa de recompensa.</p><p>Quem efetiva o pagamento ou oferece recompensa.</p><p>Para aprofundar:</p><p>O delito do art. 238 do ECA é especial em relação ao crime do art. 245,</p><p>parágrafo primeiro, do CP. Assim, destaca a doutrina que a entrega</p><p>definitiva de criança ou do adolescente acarreta no crime do ECA. Por outro</p><p>lado, caso a entrega seja temporária, não definitiva, a tipificação caberá ao</p><p>Código Penal.</p><p>https://www.alfaconcursos.com.br/</p><p>https://www.legjur.com/legislacao/art/lei_00080691990-238</p><p>https://www.legjur.com/legislacao/art/lei_00080691990-238</p><p>https://www.legjur.com/legislacao/art/lei_00080691990-238</p><p>alfaconcursos.com.br</p><p>MUDE SUA VIDA!</p><p>70</p><p>• Art. 239. Promover ou auxiliar a efetivação de ato destinado ao envio de criança</p><p>ou adolescente para o exterior com inobservância das formalidades legais ou</p><p>com o fito de obter lucro:</p><p>Pena - reclusão de quatro a seis anos, e multa.</p><p>Parágrafo único. Se há emprego de violência, grave ameaça ou fraude: (Incluído</p><p>pela Lei nº 10.764, de 12.11.2003)</p><p>Pena - reclusão, de 6 (seis) a 8 (oito) anos, além da pena correspondente à</p><p>violência.</p><p>O presente tipo penal visa proteger a criança e o adolescente do tráfico internacional de</p><p>pessoas. Trata-se de um tipo penal MISTO ALTERNATIVO (crimes de ação múltipla ou de</p><p>conteúdo variado), em que, mesmo havendo mais de um núcleo do tipo, a prática de um ou de</p><p>vários núcleos incide em apenas uma infração delituosa. Promover significa encaminhar de</p><p>fato o menor ao exterior, ou seja, conseguir transpor as fronteiras nacionais para inserir a</p><p>criança ou o adolescente em outro país. Auxiliar é concorrer mediante a prática de algum ato</p><p>material que coopere para que o menor seja encaminhado ao exterior.</p><p>O elemento subjetivo do crime exige a conduta na modalidade dolosa, tendo um fim</p><p>específico de agir, qual seja, a finalidade de lucro ao promover ou auxiliar o envio de criança</p><p>ou adolescente para o exterior.</p><p>Por se tratar de um crime comum, qualquer pessoa poderá ser considerada sujeito</p><p>ativo, inclusive os pais. Quanto ao sujeito passivo, trata-se da criança e do adolescente.</p><p>Para fins de consumação, é necessário analisar qual foi a conduta praticada pelo agente.</p><p>Caso seja o verbo “promover”, a consumação ocorrerá com a efetivação da entrada do menor</p><p>no exterior. Por outro lado, caso o tipo praticado seja “auxiliar”, a conduta se consuma com</p><p>qualquer ato antecedente e legítimo que colabore para o envio do menor para o exterior.</p><p>É perfeitamente possível a tentativa.</p><p>Para a configuração da modalidade qualificada, é necessário que haja emprego de</p><p>violência, grave ameaça ou fraude. Por determinação legal, é perfeitamente possível o</p><p>concurso material entre a qualificadora do art. 239 do ECA e o crime que envolva a violência</p><p>ou a grave ameaça, como por exemplo: lesão corporal, sequestro etc. Caso a qualificadora seja</p><p>pelo uso de meios fraudulentos, ela poderá ocorrer por meio de falsificações, o que também</p><p>acarretaria concurso material com o tipo específico de falsidade.</p><p>Não se trata de um crime de menor potencial ofensivo, e também não cabe o instituto da</p><p>suspensão condicional do processo.</p><p>Uma questão bastante interessante e recorrentemente abordada em provas é quanto a</p><p>quem cabe a competência para julgar o presente crime. Vale ressaltar que tal posicionamento</p><p>já foi pacificado, tendo a JUSTIÇA FEDERAL, com base no art. 109, V, CF, a competência</p><p>jurisdicional. Vejamos o julgado a seguir:</p><p>Habeas corpus. Tráfico internacional de crianças. Artigo 239 da Lei nº</p><p>8.069/90. Nulidade do processo. Reconhecimento pretendido. Alegada</p><p>incompetência funcional do juiz estadual que declinou da competência</p><p>para a Justiça Federal. Questão não analisada pelo Superior Tribunal de</p><p>Justiça. Apreciação per saltum. Impossibilidade. Supressão de instância</p><p>configurada. Precedentes. Inexistência de flagrante ilegalidade ou</p><p>teratologia que justifique a superação do apontado óbice processual.</p><p>Hipótese de nulidade relativa, que não gerou prejuízo algum nem foi</p><p>arguida em tempo oportuno, operando-se a preclusão. Questão,</p><p>ademais, irrelevante e superada, diante da remessa do processo à</p><p>Justiça Federal, competente para processar e julgar o delito (art. 109, V,</p><p>https://www.alfaconcursos.com.br/</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.764.htm#art2</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.764.htm#art2</p><p>alfaconcursos.com.br</p><p>MUDE SUA VIDA!</p><p>71</p><p>Constituição Federal). Habeas corpus extinto. 1. Como o Superior</p><p>Tribunal de Justiça não se pronunciou sobre a alegada nulidade do</p><p>processo, sua apreciação, de forma originária, pelo Supremo Tribunal</p><p>Federal, configura inadmissível supressão de instância. Com efeito, não</p><p>pode esta Suprema Corte, em exame per saltum, analisar questão não</p><p>apreciada pelas instâncias antecedentes. 2. A suposta incompetência</p><p>funcional do juiz estadual que, despachando processo de outra vara,</p><p>determinou sua redistribuição à Justiça Federal, constitui nulidade</p><p>relativa, a qual não gerou prejuízo algum ao paciente nem foi arguida</p><p>em tempo oportuno, tornando-se preclusa. Questão, ademais,</p><p>irrelevante e superada, diante da remessa do processo à Justiça</p><p>Federal, competente para processar e julgar o crime descrito no</p><p>art. 239 do Estatuto da Criança e do Adolescente (art. 109, V,</p><p>Constituição Federal). Inexistência de flagrante ilegalidade ou</p><p>teratologia que justifique a superação do óbice processual ao</p><p>conhecimento da impetração. 3. Habeas corpus extinto. (HC 121472,</p><p>Relator: Min. DIAS TOFFOLI, Primeira Turma, julgado em 19/08/2014).</p><p>Para aprofundar:</p><p>Por meio de ensinamento da doutrina, é possível afirmar que o presente crime</p><p>do ECA revogou tacitamente o art. 245, §2°, do CP, por se tratar de uma norma</p><p>posterior que disciplina inteiramente a matéria contida no Código Penal.</p><p>Assim, não custa lembrar o preceito hermenêutico de que a norma posterior revoga</p><p>a norma anterior: "lex posterior derogat legi priori". Vejamos a lei de</p><p>introdução às normas do Direito Brasileiro:</p><p>“Art. 1o Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país</p><p>quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada.</p><p>§ 1o A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare,</p><p>quando seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de</p><p>que tratava a lei anterior”.</p><p>• Art. 240. Produzir, reproduzir, dirigir, fotografar, filmar ou registrar, por</p><p>qualquer meio, cena de sexo explícito ou pornográfica, envolvendo criança ou</p><p>adolescente: (Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008)</p><p>Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. (Redação dada pela Lei</p><p>nº 11.829, de 2008)</p><p>O delito em análise é considerado um crime contra a dignidade sexual, também</p><p>conhecido popularmente como crime de “pornografia infantil”. Seu texto legal comtempla seis</p><p>verbos que tipificam a conduta do agente: produzir, reproduzir, dirigir, fotografar, filmar ou</p><p>registrar, por qualquer meio, cena de sexo explícito ou pornográfico, envolvendo criança ou</p><p>adolescente, sendo um tipo penal MISTO ALTERNATIVO</p><p>(crimes de ação múltipla ou de</p><p>conteúdo variado), de modo que a prática de mais de um núcleo contido no texto legal, na</p><p>mesma situação fática, incorrerá em um único delito, tendo por base o princípio da</p><p>alternatividade.</p><p>https://www.alfaconcursos.com.br/</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11829.htm#art1</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11829.htm#art1</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11829.htm#art1</p><p>alfaconcursos.com.br</p><p>MUDE SUA VIDA!</p><p>72</p><p>Será entendido como “cena de sexo explícito ou pornográfica”:</p><p>Qualquer situação que envolva criança ou adolescente em atividades sexuais</p><p>explícitas, reais ou simuladas, ou exibição dos órgãos genitais de uma criança ou</p><p>adolescente para fins primordialmente sexuais (art. 241-E do ECA).</p><p>Por se tratar de um crime comum, qualquer pessoa poderá ser seu sujeito ativo, não se</p><p>exigindo qualquer qualidade específica ou fim especial de agir. Quanto ao sujeito passivo,</p><p>este será a criança ou o adolescente que tiver sua dignidade sexual violada.</p><p>O elemento subjetivo do tipo só comtempla a modalidade dolosa, consumando-se</p><p>por meio da realização de qualquer dos seis verbos contido no texto legal, não sendo exigido</p><p>qualquer contato físico entre o sujeito ativo e a criança ou o adolescente. Trata-se de</p><p>um crime formal.</p><p>Devido à sua pena de quatro a oito anos é inadmissível o instituto da suspensão</p><p>processual.</p><p>O parágrafo primeiro do art. 240 disciplina a figura equiparada do agente, incorrendo</p><p>no mesmo preceito secundário do caput aquele que:</p><p>• Art. 240, § 1 o Incorre nas mesmas penas quem agencia, facilita, recruta,</p><p>coage, ou de qualquer modo intermedeia a participação de criança ou</p><p>adolescente nas cenas referidas no caput deste artigo, ou ainda quem com</p><p>esses contracena. (Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008).</p><p>O texto faz referência à pessoa que irá convencer, recrutar, fazer o “meio de campo” para</p><p>que a criança ou o adolescente participe do conteúdo de sexo explícito ou de pornografia. O</p><p>sujeito que contracena com o menor também incorrerá nas mesmas penas do caput,</p><p>entretanto, a depender da idade do sujeito passivo (menor de 14 anos), será possível</p><p>responder em concurso formal com o crime de estupro de vulnerável.</p><p>São hipóteses de aumento de pena:</p><p>• Art.240, § 2 o Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o agente comete o</p><p>crime: (Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008)</p><p>I – no exercício de cargo ou função pública ou a pretexto de exercê-</p><p>la; (Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008)</p><p>II – prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou de</p><p>hospitalidade; ou (Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008)</p><p>III – prevalecendo-se de relações de parentesco consanguíneo ou afim até o</p><p>terceiro grau, ou por adoção, de tutor, curador, preceptor, empregador da</p><p>vítima ou de quem, a qualquer outro título, tenha autoridade sobre ela, ou</p><p>com seu consentimento. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)</p><p>Por fim, é necessário fazer uma indagação prática: caso o sujeito ativo fotografe e</p><p>grave duas adolescentes em situação de sexo explícito ou pornografia, na mesma</p><p>situação fática, estaria ele praticando um ou dois delitos?</p><p>O entendimento dos tribunais determina ser irrelevante, quando praticado em uma</p><p>mesma situação fática, o número de vítimas para a tipificação única do crime do art. 240 do</p><p>ECA, tendo relevância na dosimetria da pena. Vejamos o seguinte julgado sobre o tema:</p><p>Ementa PENAL. PEDIDO DE EXTENSÃO DA ORDEM CONCEDIDA AO</p><p>CORRÉU. ART. 580 DO CPP. CRIME DO ART. 240 DO ESTATUTO DA</p><p>CRIANÇA E DO ADOLESCENTE. CRIME FORMAL. TIPO MISTO</p><p>ALTERNATIVO. REGISTRO DE MAIS DE UMA MENOR EM SEXO</p><p>EXPLÍCITO. ELEMENTO CIRCUNSTANCIAL. IRRELEVÂNCIA PARA A</p><p>https://www.alfaconcursos.com.br/</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11829.htm#art1</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11829.htm#art1</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11829.htm#art1</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11829.htm#art1</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11829.htm#art1</p><p>alfaconcursos.com.br</p><p>MUDE SUA VIDA!</p><p>73</p><p>SUBSUNÇÃO TÍPICA. INOCORRÊNCIA DE CONCURSO FORMAL.</p><p>REDUÇÃO DA PENA. CIRCUNSTÂNCIAS FAVORÁVEIS. RÉU</p><p>REINCIDENTE. REGIME SEMIABERTO. PEDIDO DE EXTENSÃO</p><p>CONCEDIDO. 1. Com base no art. 580 do Código de Processo Penal, em</p><p>aplicação analógica, no caso de concurso de pessoas, a decisão de</p><p>concessão da ordem em habeas corpus aproveita aos demais corréus</p><p>em situação similar, se fundado em motivos que não sejam de caráter</p><p>exclusivamente pessoal. 2. A individualização da pena é uma atividade</p><p>vinculada a parâmetros abstratamente cominados pela lei, sendo</p><p>permitido ao julgador, entretanto, atuar discricionariamente na escolha</p><p>da sanção penal aplicável ao caso concreto, após o exame percuciente</p><p>dos elementos do delito, e em decisão motivada. Dessarte, ressalvadas</p><p>as hipóteses de manifesta ilegalidade ou arbitrariedade, é inadmissível</p><p>às Cortes Superiores a revisão dos critérios adotados na dosimetria da</p><p>pena. 3. O crime do art. 240 do ECA se insere no contexto de</p><p>proibição da produção e registro visual, por qualquer meio, de</p><p>cenas de sexo explícito, no sentido da interpretação autêntica do</p><p>art. 241-F do ECA, envolvendo crianças e adolescentes, o que</p><p>caracteriza violência sexual, nos termos do art. 4º da Lei</p><p>13.431/17. Trata-se de crime comum, de subjetividade passiva</p><p>própria, consistente em tipo misto alternativo, de forma que a</p><p>prática de mais de um verbo típico no mesmo contexto implica a</p><p>subsunção típica única. 4. No caso, o arcabouço fático estabelecido,</p><p>segundo as instâncias ordinárias, indica que o paciente D. F, mediante</p><p>aparelho celular, registrou imagens e filmou cenas de sexo explícito</p><p>entre os corréus e as duas adolescentes, o que, segundo o Tribunal a</p><p>quo, com uma única conduta teria cometido dois crimes, incidindo o</p><p>concurso formal de crimes. Primeiramente, o fato de ter fotografado</p><p>e filmado as cenas de sexo indica a execução de dois verbos, com</p><p>dupla conduta, todavia, representando subordinação típica única,</p><p>tendo em vista sua realização no mesmo contexto fático. Por</p><p>conseguinte, da execução de mais de um verbo típico representa</p><p>único crime, dada a natureza de crime de ação múltipla ou conduta</p><p>variada do tipo em comento. 5. O concurso formal próprio ou perfeito</p><p>(CP, art. 70, primeira parte), cuja regra para a aplicação da pena é a da</p><p>exasperação, foi criado com intuito de favorecer o réu nas hipóteses de</p><p>unicidade de conduta, com pluralidade de resultados, não derivados de</p><p>desígnios autônomos, afastando-se, pois, os rigores do concurso</p><p>material (CP, art. 69). No caso, as instâncias ordinárias entenderam</p><p>que a conduta do réu realizou dois resultados típicos, haja vista a</p><p>existência de duas adolescentes filmadas e fotografadas em sexo</p><p>explícito. Verifica-se, entrementes, que inexistem dois resultados</p><p>típicos, porquanto o crime em questão é formal ou de consumação</p><p>antecipada, consumando-se, pois, unicamente pela prática da</p><p>conduta de filmar ou fotografar cenas de sexo explícito, da qual</p><p>participe criança ou adolescente. O efetivo abalo psíquico e moral</p><p>por elas sofrido ou a disponibilidade das filmagens ou fotos é mero</p><p>exaurimento do crime, irrelevantes para sua consumação, motivo</p><p>pelo qual a quantidade de vítimas menores filmadas ou</p><p>fotografadas é elemento meramente circunstancial, apto a ser</p><p>valorado na pena-base, sem, contudo, indicar qualquer subsunção</p><p>https://www.alfaconcursos.com.br/</p><p>alfaconcursos.com.br</p><p>MUDE SUA VIDA!</p><p>74</p><p>típica adicional. Por conseguinte, como as condutas de filmar e</p><p>fotografar foram executadas durante o mesmo contexto fático,</p><p>relativo ao ato sexual conjunto de dois corréus com as duas</p><p>adolescentes, há duas condutas de subsunção típica única, motivo</p><p>pelo qual se conclui pela existência de crime único 6. Diante do</p><p>afastamento do concurso formal</p><p>de crimes, de rigor a redução da pena</p><p>para 4 anos de reclusão. Ademais, como a pena-base foi fixada no</p><p>mínimo legal, sendo o réu reincidente, de rigor a fixação do regime</p><p>semiaberto ao paciente, nos termos do art. 33,§ 2º, 'c', e § 3º do Código</p><p>Penal. 7. Após o julgamento do Habeas Corpus n. 126.292/SP (STF,</p><p>Relator Ministro TEORI ZAVASCKI, TRIBUNAL PLENO, julgado em</p><p>17/02/2016), esta Corte passou a adotar o entendimento do Supremo</p><p>Tribunal Federal de que "a execução provisória de acórdão penal</p><p>condenatório proferido em grau de apelação, ainda que sujeito a</p><p>recurso especial ou extraordinário, não compromete o princípio</p><p>constitucional da presunção de inocência afirmado pelo artigo 5º, inciso</p><p>LVII, da Constituição Federal". Em outras palavras, voltou-se a admitir o</p><p>início de cumprimento da pena imposta pelo simples esgotamento das</p><p>instâncias ordinárias, ou seja, antes do trânsito em julgado da</p><p>condenação, nos termos da Súmula 267/STJ. 8. Acrescente-se que o</p><p>Supremo Tribunal Federal também reconheceu a repercussão geral do</p><p>tema (ARE 964.246/SP, Rel. Ministro TEORI ZAVASCKI) e, em</p><p>11.11.2016, decidiu, em Plenário Virtual, pela reafirmação de sua</p><p>jurisprudência externada no mencionado HC 126.292/SP. Outrossim, a</p><p>Terceira Seção desta Corte Superior, no julgamento da Rcl 30.193/SP,</p><p>firmou entendimento de que, com a mudança de orientação da Suprema</p><p>Corte, nos autos do HC 126.292/SP, "a manutenção da sentença penal</p><p>pela segunda instância encerra a análise de fatos e provas que</p><p>assentaram a culpa do condenado, o que autoriza o início da execução</p><p>da pena". No caso dos presentes autos, verifica-se que está esgotada a</p><p>jurisdição da Corte estadual, pois, o impetrante informou tramitar nesta</p><p>Corte Recurso Especial. 9. Pedido de extensão da ordem para o corréu</p><p>D. F. concedido, a fim de reduzir sua pena para 4 anos de reclusão, a ser</p><p>cumprida em regime inicial semiaberto, salvo se, por outro motivo,</p><p>estiver descontando pena em meio mais gravoso.</p><p>AcórdãoVistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as</p><p>acima indicadas, acordam os Ministros da Quinta Turma do Superior</p><p>Tribunal de Justiça, por unanimidade, deferir o pedido de extensão,</p><p>nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros Joel</p><p>Ilan Paciornik, Jorge Mussi e Reynaldo Soares da Fonseca votaram</p><p>com o Sr. Ministro Relator. Ausente, justificadamente, o Sr. Ministro</p><p>Felix Fischer.</p><p>• Art. 241. Vender ou expor à venda fotografia, vídeo ou outro registro que</p><p>contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou</p><p>adolescente: (Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008)</p><p>Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. (Redação dada pela Lei</p><p>nº 11.829, de 2008)</p><p>https://www.alfaconcursos.com.br/</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11829.htm#art1</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11829.htm#art1</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11829.htm#art1</p><p>alfaconcursos.com.br</p><p>MUDE SUA VIDA!</p><p>75</p><p>O delito aqui estudado visa coibir o comércio indevido de produtos que contenham</p><p>conteúdos relacionados à pedofilia. É um tipo penal MISTO ALTERNATIVO (crimes de ação</p><p>múltipla ou de conteúdo variado), visto que o delito se consuma com a venda ou a mera</p><p>exposição do conteúdo. Repare que, para a configuração do ilícito, não é necessário que</p><p>haja efetivamente a venda, mas a simples exposição com o intuito de venda já é</p><p>suficiente para sua configuração.</p><p>O elemento subjetivo do tipo admite apenas a modalidade dolosa do agente.</p><p>É extrema importância destacar que a conduta de “expor à venda” se prolonga no</p><p>tempo, sendo considerado crime em flagrante enquanto não cessar a exposição. Diante</p><p>disso, podemos classificar a presente conduta como um crime permanente.</p><p>Por se tratar de um crime comum, qualquer pessoa poderá ser sujeito ativo dessa</p><p>infração, não sendo exigida qualquer qualidade específica ou fim especial em agir. Quanto ao</p><p>sujeito passivo, este será a criança ou o adolescente.</p><p>Não se trata de um crime de menor potencial ofensivo, tendo em vista sua pena de</p><p>quatro a oito anos, sendo inadmissível o instituto da suspensão processual.</p><p>Por fim, cabe o questionamento: quem seria o órgão jurisdicional competente</p><p>para julgar o crime previsto?</p><p>Em regra geral, caberá á justiça estadual a competência jurisdicional. Entretanto, caso</p><p>o fato extrapole as fronteiras do território nacional, estaremos diante da competência da</p><p>justiça federal, com base no art. 109, CF. Dessa forma, será da justiça federal a</p><p>competência para julgar a venda ou a exposição para venda de conteúdo contendo</p><p>pedofilia na rede mundial de computares. Vejamos o posicionamento da Suprema Corte:</p><p>STF: RECURSO EXTRAORDINÁRIO. REPERCUSSÃO GERAL</p><p>RECONHECIDA. PENAL. PROCESSO PENAL. CRIME PREVISTO NO</p><p>ARTIGO 241-A DA LEI 8.069/90 (ESTATUTO DA CRIANÇA E DO</p><p>ADOLESCENTE). COMPETÊNCIA. DIVULGAÇÃO E PUBLICAÇÃO DE</p><p>IMAGENS COM CONTEÚDO PORNOGRÁFICO ENVOLVENDO CRIANÇA</p><p>OU ADOLESCENTE. CONVENÇÃO SOBRE DIREITOS DA CRIANÇA.</p><p>DELITO COMETIDO POR MEIO DA REDE MUNDIAL DE</p><p>COMPUTADORES (INTERNET). INTERNACIONALIDADE. ARTIGO 109,</p><p>V, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL</p><p>RECONHECIDA. RECURSO DESPROVIDO. 1. À luz do preconizado no</p><p>art. 109, V, da CF, a competência para processamento e julgamento</p><p>de crime será da Justiça Federal quando preenchidos 03 (três)</p><p>requisitos essenciais e cumulativos, quais sejam, que:</p><p>a) o fato esteja previsto como crime no Brasil e no estrangeiro;</p><p>b) o Brasil seja signatário de convenção ou tratado internacional</p><p>por meio do qual assume o compromisso de reprimir</p><p>criminalmente aquela espécie delitiva; e</p><p>c) a conduta tenha ao menos se iniciado no Brasil e o resultado</p><p>tenha ocorrido, ou devesse ter ocorrido no exterior, ou</p><p>reciprocamente.</p><p>2. O Brasil pune a prática de divulgação e publicação de conteúdo</p><p>pedófilopornográfico, conforme art. 241-A do Estatuto da Criança e do</p><p>Adolescente.</p><p>3. Além de signatário da Convenção sobre Direitos da Criança, o Estado</p><p>Brasileiro ratificou o respectivo Protocolo Facultativo. Em tais acordos</p><p>internacionais se assentou a proteção à infância e se estabeleceu o</p><p>https://www.alfaconcursos.com.br/</p><p>alfaconcursos.com.br</p><p>MUDE SUA VIDA!</p><p>76</p><p>compromisso de tipificação penal das condutas relacionadas à</p><p>pornografia infantil.</p><p>4. Para fins de preenchimento do terceiro requisito, é necessário</p><p>que, do exame entre a conduta praticada e o resultado produzido,</p><p>ou que deveria ser produzido, se extraia o atributo de</p><p>internacionalidade dessa relação.</p><p>5. Quando a publicação de material contendo pornografia infanto-</p><p>juvenil ocorre na ambiência virtual de sítios de amplo e fácil</p><p>acesso a qualquer sujeito, em qualquer parte do planeta, que</p><p>esteja conectado à internet, a constatação da internacionalidade se</p><p>infere não apenas do fato de que a postagem se opera em cenário</p><p>propício ao livre acesso, como também que, ao fazê-lo, o agente</p><p>comete o delito justamente com o objetivo de atingir o maior</p><p>número possível de pessoas, inclusive assumindo o risco de que</p><p>indivíduos localizados no estrangeiro sejam, igualmente,</p><p>destinatários do material. A potencialidade do dano não se extrai</p><p>somente do resultado efetivamente produzido, mas também</p><p>daquele que poderia ocorrer, conforme própria previsão</p><p>constitucional.</p><p>6. Basta à configuração da competência da Justiça Federal que o</p><p>material pornográfico envolvendo crianças ou adolescentes tenha</p><p>estado acessível por alguém no estrangeiro, ainda que não haja</p><p>evidências de que esse acesso realmente ocorreu.</p><p>7. A extração da potencial internacionalidade do resultado advém do</p><p>nível de abrangência próprio de sítios virtuais de amplo acesso, bem</p><p>como da reconhecida dispersão mundial preconizada no art. 2º, I, da Lei</p><p>12.965/14, que instituiu o Marco Civil da Internet no Brasil.</p><p>8. Não se constata o caráter de internacionalidade, ainda que potencial,</p><p>quando o panorama fático envolve apenas a comunicação</p><p>eletrônica</p><p>havida entre particulares em canal de comunicação fechado, tal como</p><p>ocorre na troca de mails ou conversas privadas entre pessoas situadas</p><p>no Brasil. Evidenciado que o conteúdo permaneceu enclausurado entre</p><p>os participantes da conversa virtual, bem como que os envolvidos se</p><p>conectaram por meio de computadores instalados em território</p><p>nacional, não há que se cogitar na internacionalidade do resultado.</p><p>9. Tese fixada: “Compete à Justiça Federal processar e julgar os</p><p>crimes consistentes em disponibilizar ou adquirir material</p><p>pornográfico envolvendo criança ou adolescente (arts. 241, 241-A</p><p>e 241-B da Lei nº 8.069/1990) quando praticados por meio da</p><p>rede mundial de computadores”.</p><p>10. Recurso extraordinário desprovido. (RE 628624, Relator: Min.</p><p>MARCO AURÉLIO, Relator p/ Acórdão: Min. EDSON FACHIN, Tribunal</p><p>Pleno, julgado em 29/10/2015)</p><p>https://www.alfaconcursos.com.br/</p><p>alfaconcursos.com.br</p><p>MUDE SUA VIDA!</p><p>77</p><p>• Art. 241-A. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, distribuir, publicar ou</p><p>divulgar por qualquer meio, inclusive por meio de sistema de informática ou</p><p>telemático, fotografia, vídeo ou outro registro que contenha cena de sexo</p><p>explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente: (Incluído pela Lei</p><p>nº 11.829, de 2008)</p><p>• Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº</p><p>11.829, de 2008)</p><p>Ao analisarmos o artigo, é possível identificar que o legislador buscou impedir a</p><p>propagação de conteúdo contendo pornografia de criança e adolescente, inclusive em meios</p><p>eletrônicos, como redes sociais, aplicativos de comunicação, entre outros. O ilícito penal</p><p>apresenta sete verbos relacionados ao crime. Trata-se de um tipo penal MISTO</p><p>ALTERNATIVO (crimes de ação múltipla ou de conteúdo variado), de modo que agente, ao</p><p>praticar mais de uma conduta prevista, incidirá em uma única infração.</p><p>O elemento subjetivo admite apenas a modalidade dolosa.</p><p>Por se tratar de um crime comum, qualquer pessoa poderá ser sujeito ativo dessa</p><p>infração, não sendo exigida qualquer qualidade específica ou fim especial em agir. Quanto ao</p><p>sujeito passivo, este será a criança ou o adolescente.</p><p>Não se trata de um crime de menor potencial ofensivo, e, devido ao seu preceito</p><p>secundário, não admite o instituto da suspensão processual.</p><p>Em regra, o órgão jurisdicional competente para julgar tal crime é a justiça estadual.</p><p>Entretanto, caso o delito ocorra através da rede mundial de computadores, será da justiça</p><p>federal tal competência. Vejamos:</p><p>RECURSO EXTRAORDINÁRIO. REPERCUSSÃO GERAL RECONHECIDA.</p><p>PENAL. PROCESSO PENAL. CRIME PREVISTO NO ARTIGO 241-A DA LEI</p><p>8.069/90 (ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE).</p><p>COMPETÊNCIA. DIVULGAÇÃO E PUBLICAÇÃO DE IMAGENS COM</p><p>CONTEÚDO PORNOGRÁFICO ENVOLVENDO CRIANÇA OU</p><p>ADOLESCENTE. CONVENÇÃO SOBRE DIREITOS DA CRIANÇA. DELITO</p><p>COMETIDO POR MEIO DA REDE MUNDIAL DE COMPUTADORES</p><p>(INTERNET). INTERNACIONALIDADE. ARTIGO 109, V, DA</p><p>CONSTITUIÇÃO FEDERAL. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL</p><p>RECONHECIDA. RECURSO DESPROVIDO.</p><p>9. Tese fixada: “Compete à Justiça Federal processar e julgar os</p><p>crimes consistentes em disponibilizar ou adquirir material</p><p>pornográfico envolvendo criança ou adolescente (arts. 241, 241-A</p><p>e 241-B da Lei nº 8.069/1990) quando praticados por meio da</p><p>rede mundial de computadores”. 10. Recurso extraordinário</p><p>desprovido. (RE 628624, Relator: Min. MARCO AURÉLIO, Relator p/</p><p>Acórdão: Min. EDSON FACHIN, Tribunal Pleno, julgado em</p><p>29/10/2015)</p><p>Quanto ao tema, é importante analisarmos um fato prático: em se tratando de</p><p>divulgação de conteúdos pornográficos com criança ou adolescente em ambientes</p><p>reservado, como Whatsaap ou chat do Facebook, de quem seria a competência</p><p>jurisdicional?</p><p>O STF já consolidou a tese de que a divulgação desses conteúdos no ambiente da</p><p>internet (que é de livre acesso e internacional) será de competência da justiça federal.</p><p>Entretanto, no caso de troca de conteúdo por meio de ambiente privado (Whatsapp, Facebook</p><p>https://www.alfaconcursos.com.br/</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11829.htm#art2</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11829.htm#art2</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11829.htm#art2</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11829.htm#art2</p><p>alfaconcursos.com.br</p><p>MUDE SUA VIDA!</p><p>78</p><p>etc.), caberá à justiça estadual a competência, tendo em vista a não divulgação em local de</p><p>livre acesso (internet). Pertinente ao assunto entende a Suprema Corte:</p><p>CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. JUSTIÇA FEDERAL X JUSTIÇA</p><p>ESTADUAL. INQUÉRITO POLICIAL. DIVULGAÇÃO DE IMAGEM</p><p>PORNOGRÁFICA DE ADOLESCENTE VIA WHATSAPP E EM CHAT NO</p><p>FACEBOOK. ART. 241-1 DA LEI 8.069/90. INEXISTÊNCIA DE</p><p>EVIDÊNCIAS DE DIVULGAÇÃO DAS IMAGENS EM SÍTIOS VIRTUAIS DE</p><p>AMPLO E FÁCIL ACESSO. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL.</p><p>1. A Justiça Federal é competente, conforme disposição do inciso V</p><p>do art. 109 da Constituição da República, quando se tratar de</p><p>infrações previstas em tratados ou convenções internacionais,</p><p>como é caso do racismo, previsto na Convenção Internacional</p><p>sobre a Eliminação de todas as Formas de Discriminação Racial, da</p><p>qual o Brasil é signatário, assim como nos crimes de guarda de</p><p>moeda falsa, de tráfico internacional de entorpecentes, de tráfico</p><p>de mulheres, de envio ilegal e tráfico de menores, de tortura, de</p><p>pornografia infantil e pedofilia e corrupção ativa e tráfico de</p><p>influência nas transações comerciais internacionais.</p><p>2. Deliberando sobre o tema, o Plenário do Supremo Tribunal</p><p>Federal, no julgamento do Recurso Extraordinário n. 628.624/MG,</p><p>em sede de repercussão geral, assentou que a fixação da</p><p>competência da Justiça Federal para o julgamento do delito do art.</p><p>241-A do Estatuto da Criança e do Adolescente (divulgação e</p><p>publicação de conteúdo pedófilo-pornográfico) pressupõe a</p><p>possibilidade de identificação do atributo da internacionalidade</p><p>do resultado obtido ou que se pretendia obter. Por sua vez, a</p><p>constatação da internacionalidade do delito demandaria apenas</p><p>que a publicação do material pornográfico tivesse sido feita em</p><p>"ambiência virtual de sítios de amplo e fácil acesso a qualquer</p><p>sujeito, em qualquer parte do planeta, que esteja conectado à</p><p>internet" e que "o material pornográfico envolvendo crianças ou</p><p>adolescentes tenha estado acessível por alguém no estrangeiro,</p><p>ainda que não haja evidências de que esse acesso realmente</p><p>ocorreu." (RE 628.624, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO,</p><p>Relator(a) p/ Acórdão: Min. EDSON FACHIN, Tribunal Pleno,</p><p>julgado em 29/10/2015, ACÓRDÃO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO</p><p>GERAL - MÉRITO DJe-062 DIVULG 05-04-2016 PUBLIC 06-04-2016)</p><p>3. Situação em que os indícios coletados até o momento revelam</p><p>que as imagens da vítima foram trocadas por particulares via</p><p>Whatsapp e por meio de chat na rede social Facebook.</p><p>4. Tanto no aplicativo WhatsApp quanto nos diálogos (chat)</p><p>estabelecido na rede social Facebook, a comunicação se dá entre</p><p>destinatários escolhidos pelo emissor da mensagem. Trata-se de</p><p>troca de informação privada que não está acessível a qualquer</p><p>pessoa.</p><p>5. Diante de tal contexto, no caso concreto, não foi preenchido o</p><p>requisito estabelecido pela Corte Suprema de que a postagem de</p><p>conteúdo pedófilopornográfico tenha sido feita em cenário</p><p>propício ao livre acesso.</p><p>6. A possibilidade de descoberta de outras provas e/ou evidências, no</p><p>decorrer das investigações, levando a conclusões diferentes, demonstra</p><p>https://www.alfaconcursos.com.br/</p><p>alfaconcursos.com.br</p><p>MUDE SUA VIDA!</p><p>79</p><p>não ser possível firmar peremptoriamente a competência definitiva</p><p>para julgamento do presente inquérito policial. Isso não obstante, tendo</p><p>em conta que a definição do Juízo competente em tais hipóteses se dá</p><p>em razão dos indícios coletados até então, revela-se a competência do</p><p>Juízo Estadual.</p><p>7. Conflito conhecido, para declarar a competência do Juízo de</p><p>Direito da Vara Criminal e Execução Penal de</p><p>São Sebastião do</p><p>Paraíso/MG, o Suscitado. (CC 150.564/MG, Rel. Ministro REYNALDO</p><p>SOARES DA FONSECA, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 26/04/2017, DJe</p><p>02/05/2017)</p><p>Figura Equiparada:</p><p>• Art.241-A, § 1 o Nas mesmas penas incorre quem: (Incluído pela Lei nº 11.829,</p><p>de 2008)</p><p>I – assegura os meios ou serviços para o armazenamento das fotografias, cenas</p><p>ou imagens de que trata o caput deste artigo; (Incluído pela Lei nº 11.829, de</p><p>2008)</p><p>II – assegura, por qualquer meio, o acesso por rede de computadores às</p><p>fotografias, cenas ou imagens de que trata o caput deste artigo. (Incluído pela</p><p>Lei nº 11.829, de 2008)</p><p>§ 2o As condutas tipificadas nos incisos I e II do § 1 o deste artigo são puníveis</p><p>quando o responsável legal pela prestação do serviço, oficialmente notificado,</p><p>deixa de desabilitar o acesso ao conteúdo ilícito de que trata o caput deste</p><p>artigo. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)</p><p>Comentem o mesmo crime do caput do art. 241-A os servidores e as plataformas que</p><p>possibilitam o acesso ou o armazenamento de fotografias, cenas ou imagens de pornografia</p><p>infanto-juvenil. Entretanto, sua configuração só se efetivará após o descumprimento de</p><p>notificação ao representante legal da prestação de serviço. Isso ocorre pois, muitas vezes,</p><p>essas plataformas ou servidores não têm acesso aos conteúdos neles inseridos, sendo injusta a</p><p>punição a quem não pactua com tal delito. Assim, após devida notificação, caso o acesso ou o</p><p>armazenamento permaneça, será consumado o crime previsto no Estatuto da Criança e do</p><p>Adolescente.</p><p>Cabe ainda destacar que a notificação ao responsável da prestação do serviço possui</p><p>natureza de CONDIÇÃO DE PUNIBILIDADE. É muito comum em provas que se afirme que tal</p><p>condição é de procedibilidade, o que está incorreto. A condição objetiva de punibilidade é</p><p>aquela situação criada pelo legislador por razões de política criminal destinada a regular o</p><p>exercício da ação penal sob a ótica da sua necessidade. Não está contida na noção de</p><p>tipicidade, antijuridicidade ou culpabilidade, mas é parte integrante do fato punível. A</p><p>condição de procedibilidade está atrelada à existência ou à validez da relação processual, tal</p><p>como à representação do ofendido nos crimes de ações públicas condicionadas à</p><p>representação.</p><p>Por fim, ressaltamos que uma vez notificado e não desativado o crime torna-se</p><p>permanente, cabendo prisão em flagrante.</p><p>https://www.alfaconcursos.com.br/</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11829.htm#art2</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11829.htm#art2</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11829.htm#art2</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11829.htm#art2</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11829.htm#art2</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11829.htm#art2</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11829.htm#art2</p><p>alfaconcursos.com.br</p><p>MUDE SUA VIDA!</p><p>80</p><p>QUESTÃO COMENTADA</p><p>10. Ano: 2011 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: PC-ES Prova: CESPE - 2011 - PC-ES -</p><p>Delegado de Polícia - Específicos</p><p>A natureza jurídica da notificação do mantenedor do sítio constitui condição de procedibilidade e</p><p>a ação penal somente poderá ser intentada quando a notificação tiver sido efetivamente realizada</p><p>e o serviço de acesso não tiver sido desabilitado.</p><p>Certo ( ) Errado ( )</p><p>Resolução Completa:</p><p>É de suma importância que você saiba diferenciar a condição de punibilidade</p><p>da condição de procedibilidade. No que tange ao tema, a notificação ao responsável</p><p>pelo serviço é condição de PUNIBILIDADE, tendo em vista que se feita e obedecida</p><p>não há que se punir o servidor ou a plataforma. Uma vez descumprida, torna-se um</p><p>crime permanente em que cabe prisão em flagrante. Gabarito: errado.</p><p>• Art. 241-B. Adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer meio, fotografia, vídeo</p><p>ou outra forma de registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica</p><p>envolvendo criança ou adolescente: (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)</p><p>Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº</p><p>11.829, de 2008)</p><p>Ao tipificar esse crime, o legislador buscou impedir a indevida manutenção do material</p><p>contendo pedofilia, sendo vedado o armazenamento desse conteúdo, seja de maneira física ou</p><p>virtual. O texto legal carrega em seu conteúdo três verbos típicos: “adquirir”, “possuir” e</p><p>“armazenar”. Adquirir é obter o material com conteúdo de pedofilia; possuir é ter a posse</p><p>deste material; armazenar é guardar material consigo. Trata-se de um tipo penal MISTO</p><p>ALTERNATIVO (crimes de ação múltipla ou de conteúdo variado), em que a prática pelo</p><p>agente de mais de um verbo acarreta apenas uma infração.</p><p>Por se tratar de um crime comum, qualquer pessoa poderá ser seu sujeito ativo, não</p><p>sendo exigida qualquer qualidade específica ou fim especial em agir. Quanto ao sujeito</p><p>passivo, este será a criança ou o adolescente.</p><p>O elemento subjetivo do tipo somente admite a modalidade dolosa. Em razão de seu</p><p>preceito secundário (pena: reclusão de 1 a 4 anos e multa) é admissível o instituto da</p><p>suspenção processual, uma vez que sua pena mínima não é superior a um ano.</p><p>Causas de redução de pena:</p><p>• Art. 241-B, § 1 o A pena é diminuída de 1 (um) a 2/3 (dois terços) se de pequena</p><p>quantidade o material a que se refere o caput deste artigo.</p><p>Considerando que a norma legal não disciplinou o que é “pequena quantidade”, caberá</p><p>ao magistrado assim decidir na apreciação do caso concreto.</p><p>Causas de exclusão da tipicidade:</p><p>• 241-B, § 2 o Não há crime se a posse ou o armazenamento tem a finalidade de</p><p>comunicar às autoridades competentes a ocorrência das condutas descritas nos</p><p>arts. 240, 241, 241-A e 241-C desta Lei, quando a comunicação for feita</p><p>por: (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)</p><p>https://www.alfaconcursos.com.br/</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/bancas/cespe-cebraspe</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/institutos/pc-es</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/cespe-2011-pc-es-delegado-de-policia-especificos</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/cespe-2011-pc-es-delegado-de-policia-especificos</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11829.htm#art2</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11829.htm#art2</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11829.htm#art2</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11829.htm#art2</p><p>alfaconcursos.com.br</p><p>MUDE SUA VIDA!</p><p>81</p><p>I – agente público no exercício de suas funções; (Incluído pela Lei nº 11.829, de</p><p>2008)</p><p>II – membro de entidade, legalmente constituída, que inclua, entre suas</p><p>finalidades institucionais, o recebimento, o processamento e o encaminhamento</p><p>de notícia dos crimes referidos neste parágrafo; (Incluído pela Lei nº 11.829,</p><p>de 2008)</p><p>III – representante legal e funcionários responsáveis de provedor de acesso ou</p><p>serviço prestado por meio de rede de computadores, até o recebimento do</p><p>material relativo à notícia feita à autoridade policial, ao Ministério Público ou ao</p><p>Poder Judiciário.</p><p>• 241-B, § 3 o As pessoas referidas no § 2 o deste artigo deverão manter sob sigilo</p><p>o material ilícito referido. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)</p><p>Nas hipóteses acima citadas não haverá crime por ausência de tipicidade caso o</p><p>armazenamento do material contendo conteúdo de pedofilia tenha por finalidade comunicar</p><p>às autoridades competentes a existência dos crimes dos artigos 240, 241, 241-A e 241-C do</p><p>ECA. O armazenamento deverá ser feito nos moldes descritos no diploma legal, além de existir</p><p>o dever de manter o sigilo do material ilícito.</p><p>A competência para julgar o presente ilícito será, em regra, da justiça estadual.</p><p>Entretanto, caso o conteúdo extrapole as fronteiras do território nacional, caberá à justiça</p><p>federal a incumbência jurisdicional, nos moldes do art. 109, CF. Vejamos</p><p>um julgado do STJ</p><p>sobe o tema:</p><p>PROCESSUAL PENAL. CONFLITO DE COMPETÊNCIA. CRIME PREVISTO</p><p>NO ART. 241, CAPUT, E § 1º, II, DA LEI 8.069/90 (NA REDAÇÃO</p><p>ANTERIOR À DA LEI 11.829/2008). CONVENÇÃO SOBRE OS DIREITOS</p><p>DA CRIANÇA, SUBSCRITA PELO BRASIL. INEXISTÊNCIA DE</p><p>TRANSNACIONALIDADE DO CRIME DE CAPTAÇÃO E</p><p>ARMAZENAMENTO, EM COMPUTADORES DE ESCOLAS MUNICIPAIS,</p><p>DE VÍDEOS DE CONTEÚDO PORNOGRÁFICO DE CRIANÇAS E</p><p>ADOLESCENTES, ADVINDOS DA REDE INTERNACIONAL DE</p><p>COMPUTADORES (INTERNET). COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL.</p><p>I. O art. 109, V, da Constituição Federal estabelece que compete aos</p><p>Juízes Federais processar e julgar "os crimes previstos em tratado ou</p><p>convenção internacional, quando, iniciada a execução no País, o</p><p>resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou</p><p>reciprocamente".</p><p>II. Para fixar a competência da Justiça Federal, não basta o Brasil ser</p><p>signatário de tratado ou convenção internacional que prevê o combate</p><p>a atividades criminosas relacionadas a pedofilia, inclusive por meio da</p><p>Internet. O crime há de se consumar com a publicação ou divulgação, ou</p><p>quaisquer outras ações previstas no tipo penal do art. 241, caput e §§ 1º</p><p>e 2º, da Lei 8.069/90, na rede mundial de computadores (Internet), de</p><p>fotografias ou vídeos de pornografia infantil, dando o agente causa ao</p><p>resultado da publicação, legalmente vedada, dentro e fora dos limites</p><p>do território nacional. Precedentes do STF e do STJ.</p><p>III. Na hipótese dos autos, e pelo que se apurou, até o presente</p><p>momento, o material de conteúdo pornográfico, em análise no</p><p>apuratório, não ultrapassou os limites dos estabelecimentos</p><p>escolares, nem tampouco as fronteiras do Estado brasileiro.</p><p>https://www.alfaconcursos.com.br/</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11829.htm#art2</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11829.htm#art2</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11829.htm#art2</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11829.htm#art2</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11829.htm#art2</p><p>alfaconcursos.com.br</p><p>MUDE SUA VIDA!</p><p>82</p><p>IV. Não obstante a origem do material em questão seja, em tese,</p><p>advinda da Internet, a conduta que se pretende apurar consiste no</p><p>download realizado, pelo investigado, e na armazenagem de</p><p>vídeos, em computadores de escolas municipais - o que se amolda</p><p>ao crime previsto no art. 241, § 1°, II, da Lei 8.069/90, cuja</p><p>redação, vigente ao tempo dos fatos, é anterior a Lei 11.829/2008 -</p><p>, inexistindo, por ora, como destacou o Ministério Público Federal,</p><p>indícios de que o investigado tenha divulgado ou publicado o</p><p>material pornográfico além das fronteiras nacionais.</p><p>Assim, não estando evidenciada a transnacionalidade do delito -</p><p>tendo em vista que a conduta do investigado, a ser apurada,</p><p>restringe-se, até agora, à captação e ao armazenamento de vídeos,</p><p>de conteúdo pornográfico, ou de cenas de sexo explícito,</p><p>envolvendo crianças e adolescentes, nos computadores de duas</p><p>escolas -, a competência, in casu, é da Justiça Estadual.</p><p>VI. Conflito conhecido, para declarar a competência do Juízo de Direito</p><p>da Vara de Crimes contra Criança e Adolescente da Comarca de</p><p>Curitiba/PR , o suscitante. (CC 103.011/PR, Rel. Ministra ASSUSETE</p><p>MAGALHÃES, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 13/03/2013, DJe</p><p>22/03/2013)</p><p>Casos práticos sobre o tema:</p><p>Ter dois vídeos armazenados com duas crianças ou adolescentes distintos</p><p>não é concurso de crime.</p><p>Não é necessário haver exposição a terceiros para configurar o crime.</p><p>Não há previsão de não aplicação de pena em caso de delação premiada.</p><p>• Art. 241-C. Simular a participação de criança ou adolescente em cena de sexo</p><p>explícito ou pornográfica por meio de adulteração, montagem ou modificação de</p><p>fotografia, vídeo ou qualquer outra forma de representação visual: (Incluído</p><p>pela Lei nº 11.829, de 2008)</p><p>Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 11.829,</p><p>de 2008)</p><p>A tipificação desse artigo busca resguardar e proteger a dignidade sexual da criança ou</p><p>do adolescente. Embora o menor não participe efetivamente do ato de sexo explícito ou</p><p>pornográfico, sua participação é simulada pelo agente por meio de montagem, adulteração ou</p><p>modificação, induzindo a crer que o ato realmente ocorreu.</p><p>Por se tratar de um crime comum, qualquer pessoa poderá ser seu sujeito ativo, não</p><p>sendo exigida qualquer qualidade específica ou fim especial em agir. Quanto ao sujeito</p><p>passivo, este será a criança ou o adolescente.</p><p>O elemento subjetivo do tipo admite apenas a modalidade dolosa.</p><p>Por ter pena de 1 a 3 anos admite-se o instituto do sursis processual, tendo em vista a</p><p>pena mínima não superior a um ano.</p><p>https://www.alfaconcursos.com.br/</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11829.htm#art2</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11829.htm#art2</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11829.htm#art2</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11829.htm#art2</p><p>alfaconcursos.com.br</p><p>MUDE SUA VIDA!</p><p>83</p><p>Figura equiparada: a pena também será de reclusão de 1 a 3 anos e multa para quem</p><p>vende, expõe à venda, disponibiliza, distribui, publica ou divulga por qualquer meio, adquire,</p><p>possui ou armazena o material produzido com teor de pedofilia. Vejamos:</p><p>Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem vende, expõe à</p><p>venda, disponibiliza, distribui, publica, divulga por qualquer meio,</p><p>adquire, possui ou armazena o material produzido na forma do</p><p>caput deste artigo (incluído pela Lei 11.829, de 2008)</p><p>• Art. 241-D. Aliciar, assediar, instigar ou constranger, por qualquer meio de</p><p>comunicação, criança, com o fim de com ela praticar ato libidinoso: (Incluído</p><p>pela Lei nº 11.829, de 2008)</p><p>Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 11.829,</p><p>de 2008)</p><p>No presente delito o legislador buscou realizar uma política criminal que antecipasse a</p><p>infração, de modo a proteger a dignidade sexual da criança. O tipo penal busca penalizar</p><p>quem, de qualquer modo, alicie, assedie ou deixe constrangida a criança a praticar ato</p><p>libidinoso.</p><p>O texto legal apresenta quatro verbos como núcleo: aliciar, assediar, instigar ou</p><p>constranger; sendo classificado como um tipo penal MISTO ALTERNATIVO (crimes de ação</p><p>múltipla ou de conteúdo variado), de modo que se o agente praticar mais de uma conduta</p><p>descrita no tipo penal, no mesmo contexto fático, em homenagem ao princípio da</p><p>alternatividade, incorrerá num único delito.</p><p>Por se tratar de um crime comum, qualquer pessoa poderá ser seu sujeito ativo,</p><p>entretanto, nesse crime é necessário o fim específico de agir, qual seja, o agente deve visar</p><p>prática de ato libidinoso com a criança. Quanto ao sujeito passivo, este será SOMENTE A</p><p>criança, não abarcando a figura do adolescente.</p><p>Uma observação muito importante deve ser ressaltada no que tange ao crime estudado:</p><p>caso a conduta extrapole os limites do aliciamento ou do assédio e passe a ser efetivamente</p><p>praticado o ato libidinoso, o agente responderá pelo crime de estupro de vulnerável contra</p><p>criança (que já é o sujeito passivo do crime do ECA) ou até mesmo contra adolescente menor</p><p>de 14 anos. Neste último caso foi adotado o princípio da legalidade, sendo vedado o uso da</p><p>analogia in malam partem.</p><p>O elemento subjetivo do tipo é somente a modalidade dolosa.</p><p>Por ter pena de 1 a 3 anos é admissível a concessão do instituto da suspensão</p><p>processual.</p><p>Figura equiparada:</p><p>Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem: (Incluído pela Lei nº</p><p>11.829, de 2008)</p><p>I – facilita ou induz o acesso à criança de material contendo cena de sexo</p><p>explícito ou pornográfica com o fim de com ela praticar ato libidinoso; (Incluído</p><p>pela Lei nº 11.829, de 2008)</p><p>II – pratica as condutas descritas no caput deste artigo com o fim de induzir</p><p>criança a se exibir de forma pornográfica ou sexualmente explícita. (Incluído</p><p>pela Lei nº</p><p>a segunda parte do texto apresentado</p><p>encontra-se em consonância com o que é disciplinado no ECA, caracterizando sua</p><p>aplicação excepcional, em que alcança pessoas entre 18 anos completos e 21</p><p>anos de idade, como pode ser visto a seguir:</p><p>Parágrafo único. Nos casos expressos em lei, aplica-se excepcionalmente</p><p>este Estatuto às pessoas entre dezoito e vinte e um anos de idade.</p><p>https://www.alfaconcursos.com.br/</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/bancas/consulplan</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/institutos/tj-mg</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/consulplan-2018-tj-mg-juiz-de-direito-substituto</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/consulplan-2018-tj-mg-juiz-de-direito-substituto</p><p>alfaconcursos.com.br</p><p>MUDE SUA VIDA!</p><p>6</p><p>2. Ano: 2011 Banca: INSTITUTO CIDADES Órgão: DPE-AM Prova: INSTITUTO CIDADES -</p><p>2011 - DPE-AM - Defensor Público (adaptada): Com base no Estatuto da Criança e do</p><p>Adolescente, julgue o que se pede:</p><p>Com a redução da maioridade civil, de 21 para 18 anos, operada pelo Código Civil de 2002,</p><p>permanece sendo possível a aplicação de medida socioeducativa a maior de 18 anos, desde</p><p>que tenha praticado o fato antes de completar essa idade.</p><p>Certo ( ) Errado ( )</p><p>Resolução Completa:</p><p>De fato, a questão encontra-se correta, porém, incompleta. Hoje, com base</p><p>no ECA, é possível a aplicação de medidas socioeducativas a maiores de 18, desde</p><p>que o delito tenha sido praticado antes de se completar a maioridade. A questão</p><p>não menciona que tal medida só pode ser aplicada até a data em que o sujeito</p><p>ativo complete 21 anos. Como incompleto, não é considerado incorreto. Assim, o</p><p>gabarito só poderá ser visto como CERTO.</p><p>Para fins de prova, é essencial que você compreenda o entendimento do STJ em relação à</p><p>superveniência da maioridade no curso da apuração de ato infracional ou na aplicação da</p><p>medida socioeducativa. Para isso, leia a súmula 605:</p><p>Súmula nº 605 STJ: “A superveniência da maioridade penal não interfere na apuração</p><p>de ato infracional nem na aplicabilidade de medida socioeducativa em curso, inclusive na</p><p>liberdade assistida, enquanto não atingida a idade de 21 anos.</p><p>A leitura do texto legal nos permite concluir que o alcance da maioridade no curso da</p><p>apuração do ato infracional ou na execução da medida socioeducativa em nada interfere na</p><p>aplicabilidade do ECA. No que tange às medidas socioeducativas, repare que não há exceção,</p><p>sendo possível aplicar todas, até mesmo a liberdade assistida. Para melhor compreendermos</p><p>o tema, iremos realizar algumas questões:</p><p>QUESTÃO COMENTADA:</p><p>3. Ano: 2019 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: DPE-DF Prova: CESPE - 2019 - DPE-DF - Defensor Público</p><p>Em 15 de abril de 2019, Ricardo, com 17 anos de idade, praticou ato infracional análogo ao</p><p>crime de roubo. O Ministério Público ofereceu representação contra Ricardo quando ele já</p><p>estava com 18 anos de idade. Ao final do procedimento judicial, o magistrado aplicou a</p><p>Ricardo, então com 18 anos de idade, a medida socioeducativa de internação. Por ocasião</p><p>de reavaliação da medida, foi concedida a Ricardo a progressão para o regime de</p><p>semiliberdade. Durante o cumprimento da medida em regime de semiliberdade, foi</p><p>prolatada nova sentença, aplicando a Ricardo, agora com 19 anos de idade, medida de</p><p>internação em razão da prática, em 15 de março de 2019, de ato infracional análogo ao</p><p>crime de homicídio.</p><p>A partir dessa situação hipotética, julgue o item subsecutivo, de acordo com a legislação</p><p>pertinente e com a jurisprudência dos tribunais superiores.</p><p>O magistrado não poderia ter aplicado a Ricardo a medida socioeducativa de internação</p><p>pela prática do ato infracional análogo ao crime de roubo, porque, de acordo com</p><p>jurisprudência do STJ, a superveniência da maioridade penal impede a apuração e a</p><p>aplicação de medida socioeducativa.</p><p>https://www.alfaconcursos.com.br/</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/bancas/instituto-cidades</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/institutos/dpe-am</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/instituto-cidades-2011-dpe-am-defensor-publico</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/instituto-cidades-2011-dpe-am-defensor-publico</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/bancas/cespe-cebraspe</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/institutos/dpe-df</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/cespe-2019-dpe-df-defensor-publico</p><p>alfaconcursos.com.br</p><p>MUDE SUA VIDA!</p><p>7</p><p>Certo ( ) Errado ( )</p><p>Resolução Rápida:</p><p>Essa é uma típica questão da CESPE, que apresenta textos longos e que</p><p>muitas vezes em nada influenciam na questão. Para respondê-la, basta lembrar que</p><p>a superveniência da maioridade penal não obsta a aplicação do ECA no que tange</p><p>às medidas socioeducativas, ressalvado o limite etário de 21 anos e a não restrição</p><p>a qualquer medida socioeducativa. Assim, verifica-se que a afirmativa está</p><p>incorreta.</p><p>Gabarito: errado.</p><p>Resolução completa:</p><p>A presente questão cobra do candidato o conhecimento do teor da súmula</p><p>605 do STJ, que disciplina que a superveniência da maioridade não interfere na</p><p>apuração de ato infracional, nem na aplicação de medida socioeducativa e, nem</p><p>mesmo, de liberdade assistida. Dessa forma, ao fazer a leitura da citada súmula,</p><p>você irá concluir que a afirmativa encontra-se incorreta:</p><p>Súmula nº 605 STJ: “A superveniência da maioridade penal não interfere na apuração</p><p>de ato infracional nem na aplicabilidade de medida socioeducativa em curso, inclusive na</p><p>liberdade assistida, enquanto não atingida a idade de 21 anos.</p><p>Gabarito: errado.</p><p>4. Ano: 2019 Banca: MPE-SC Órgão: MPE-SC Prova: MPE-SC - 2019 - MPE-SC - Promotor de Justiça -</p><p>Vespertina</p><p>Dispõe a Súmula n. 605 do Superior Tribunal de Justiça que a superveniência da maioridade penal</p><p>não interfere na apuração de ato infracional nem na aplicabilidade de medida socioeducativa em</p><p>curso, inclusive na liberdade assistida, enquanto não atingida a idade de 21 (vinte e um) anos.</p><p>Certo ( ) Errado ( )</p><p>Solução completa:</p><p>Conforme você pode verificar, esse tema é bastante recorrente em provas da</p><p>Cespe. A questão mais uma vez cobra a literalidade do teor da súmula 605 do STJ.</p><p>Assim, para melhor fixação do conteúdo e internalização desse importante conceito,</p><p>será mais uma vez reproduzido o texto legal:</p><p>Súmula nº 605 STJ: “A superveniência da maioridade penal não interfere na apuração</p><p>de ato infracional nem na aplicabilidade de medida socioeducativa em curso, inclusive na</p><p>liberdade assistida, enquanto não atingida a idade de 21 anos.</p><p>Gabarito: certo.</p><p>https://www.alfaconcursos.com.br/</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/bancas/mpe-sc</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/institutos/mpe-sc</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/mpe-sc-2019-mpe-sc-promotor-de-justica-vespertina</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/mpe-sc-2019-mpe-sc-promotor-de-justica-vespertina</p><p>alfaconcursos.com.br</p><p>MUDE SUA VIDA!</p><p>8</p><p>QUESTÕES SOBRE O TEMA:</p><p>1. Ano: 2011 Banca: INSTITUTO CIDADES Órgão: DPE-AM Prova: INSTITUTO CIDADES - 2011 - DPE-AM -</p><p>Defensor Público ( ADAPTADA):</p><p>Mesmo com a redução da maioridade civil, de 21 para 18 anos, operada pelo Código Civil de</p><p>2002, permanece sendo possível a aplicação de medida socioeducativa a maior de 18 anos,</p><p>desde que tenha praticado o fato antes de completar essa idade.</p><p>Certo ( ) Errado ( )</p><p>2. Ano: 2018 Banca: CONSULPLAN Órgão: TJ-MG Prova: CONSULPLAN - 2018 - TJ-MG - Juiz de Direito</p><p>Substituto (ADAPTADA):</p><p>Criança, para os efeitos do ECA, é a pessoa que possuiu até 12 (doze) anos de idade</p><p>completos. Em situações excepcionais, expressas em lei, o Estatuto poderá ser aplicado às</p><p>pessoas entre 18 (dezoito) anos e 21 (vinte e um) anos de idade.</p><p>Certo ( ) Errado ( )</p><p>3. Ano: 2019 Banca: FCC Órgão: MPE-MT Prova: FCC - 2019 - MPE-MT - Promotor de Justiça</p><p>11.829, de 2008)</p><p>https://www.alfaconcursos.com.br/</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11829.htm#art2</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11829.htm#art2</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11829.htm#art2</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11829.htm#art2</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11829.htm#art2</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11829.htm#art2</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11829.htm#art2</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11829.htm#art2</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11829.htm#art2</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11829.htm#art2</p><p>alfaconcursos.com.br</p><p>MUDE SUA VIDA!</p><p>84</p><p>• Art. 242. Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou entregar, de qualquer</p><p>forma, a criança ou adolescente arma, munição ou explosivo:</p><p>Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos. (Redação dada pela Lei nº 10.764, de</p><p>12.11.2003)</p><p>O presente artigo carrega em si uma discussão doutrinária em vista da entrada em vigor</p><p>do Estatuto do Desarmamento, questionando se este derrogou ou não o dispositivo legal do</p><p>ECA. Para melhor entendermos esta celeuma, apresentaremos o texto legal do Estatuto do</p><p>Desarmamento:</p><p>Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, receber, ter em</p><p>depósito, transportar, ceder, ainda que gratuitamente, emprestar,</p><p>remeter, empregar, manter sob sua guarda ou ocultar arma de fogo,</p><p>acessório ou munição de uso proibido ou restrito, sem autorização e</p><p>em desacordo com determinação legal ou regulamentar:</p><p>Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. Parágrafo único.</p><p>Nas mesmas penas incorre quem:</p><p>V – vender, entregar ou fornecer, ainda que gratuitamente, arma de</p><p>fogo, acessório, munição ou explosivo a criança ou adolescente.</p><p>Embora a redação de ambos os dispositivos seja semelhante é importante notar que o</p><p>art. 242 do ECA não faz menção de forma expressa a “arma de fogo”, limitando-se a dizer o</p><p>vocábulo “arma”. Diante disso, podemos interpretar que, na situação fática em que os núcleos</p><p>do tipo forem praticados com arma de fogo, explosivo ou munição, caberá a aplicação do</p><p>Estatuto do Desarmamento. Por outro lado, caso se trate de “arma branca” (faca, canivete,</p><p>bastão, entre outros), o dispositivo legal adequado será o do ECA.</p><p>Lembre-se:</p><p>Arma branca -> ECA</p><p>Arma de fogo -> ESTATUTO DO DESARMAMENTO</p><p>Por se tratar de um crime comum, qualquer pessoa poderá ser seu sujeito ativo, não</p><p>sendo exigida qualquer qualidade específica ou fim especial em agir. Quanto ao sujeito</p><p>passivo, este será a criança ou o adolescente.</p><p>O elemento subjetivo do tipo penal só admite a modalidade dolosa. Por apresentar</p><p>mais de um verbo em seu núcleo: “vender, fornecer e entregar”, trata-se de um tipo penal</p><p>MISTO ALTERNATIVO.</p><p>Não se admite a suspensão do processo, tendo em vista sua pena mínima superior</p><p>a um ano.</p><p>QUESTÃO COMENTADA</p><p>19. CESPE/Delegado de Polícia de Goiás/ 2017) Analise o item a seguir:</p><p>Aquele que fornece a adolescente, ainda que gratuitamente, arma de fogo, acessório, ou</p><p>munição de uso restrito ou proibido fica sujeito à sanção prevista no ECA, em decorrência do</p><p>princípio da especialidade.</p><p>Certo ( ) Errado ( )</p><p>Resolução completa:</p><p>A questão encontra-se incorreta tendo em vista os seguintes motivos já estudados: a</p><p>assertiva faz menção a “arma de fogo” explosivo e munição, de forma que caberá ao</p><p>Estatuto do Desarmamento disciplinar sobre o tema, não ao ECA. Caso a referência fosse</p><p>a “arma branca”, aplicar-se-ia o Estatuto da criança e do adolescente.</p><p>https://www.alfaconcursos.com.br/</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.764.htm#art5</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.764.htm#art5</p><p>alfaconcursos.com.br</p><p>MUDE SUA VIDA!</p><p>85</p><p>• Art. 243. Vender, fornecer, servir, ministrar ou entregar, ainda que</p><p>gratuitamente, de qualquer forma, a criança ou a adolescente, bebida alcoólica</p><p>ou, sem justa causa, outros produtos cujos componentes possam causar</p><p>dependência física ou psíquica: (Redação dada pela Lei nº 13.106, de 2015)</p><p>Pena - detenção de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa, se o fato não constitui</p><p>crime mais grave</p><p>O presente dispositivo visa impedir o acesso de criança ou adolescente a bebida</p><p>alcoólica ou a substância que possa causar dependência física ou psíquica. Trata-se de um tipo</p><p>penal MISTO ALTERNATIVO. Por praticar mais de um núcleo na mesma situação fática</p><p>acarretará apenas uma infração, tendo como fundamento o princípio da alternatividade.</p><p>Por se tratar de um crime comum, qualquer pessoa poderá ser seu sujeito ativo, não</p><p>sendo exigida qualquer qualidade específica ou fim especial em agir. Quanto ao sujeito</p><p>passivo, este será a criança ou o adolescente.</p><p>Não se admite a suspensão do processo, tendo em vista sua pena mínima superior</p><p>a um ano.</p><p>Sobre o tema é importante ressaltar a discussão jurídica relativa ao aparente conflito de</p><p>normas entre o dispositivo do ECA e o art. 33 da Lei de Drogas. Para solucionar tal</p><p>questionamento é necessário ter conhecimento sobre a Portaria n. 344/1998 da ANVISA. Em</p><p>seu teor estão catalogadas as substâncias definidas como “drogas”, por serem</p><p>consideradas ILEGAIS. Assim, a presença de substância expressa na citada portaria</p><p>acarretará no crime de tráfico de drogas com o aumento de pena prevista no artigo 40,</p><p>VI da lei n. 11.343/2006 (Lei de Drogas).</p><p>Art. 40. As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei são</p><p>aumentadas de um sexto a dois terços, se:</p><p>VI - sua prática envolver ou visar a atingir criança ou adolescente</p><p>ou a quem tenha, por qualquer motivo, diminuída ou suprimida a</p><p>capacidade de entendimento e determinação;</p><p>Por outro lado, quando envolver substâncias não catalogadas na Portaria da ANVISA,</p><p>ou seja, consideradas LÍCITAS, mas que possam causar dependência física ou psíquica,</p><p>como por exemplo: bebida alcoólica, cigarro, cola de sapateiro, entre outras, aplicam-se</p><p>as disposições do Estatuto da Criança e do Adolescente.</p><p>Diante disso, entendem os tribunais pela impossibilidade da dupla imputação</p><p>caso o agente ofereça substância catalogada na portaria da ANVISA para criança ou</p><p>adolescente. Não prospera a tese de que esse agente responderá pelos crimes do ECA e</p><p>da Lei de Drogas. Vejamos o entendimento do STJ:</p><p>OFERTA DE BEBIDA ALCOÓLICA, MACONHA E COCAÍNA A</p><p>ADOLESCENTES. ALEGAÇÃO DE DUPLA INCRIMINAÇÃO. PACIENTE</p><p>DENUNCIADO PELA PRÁTICA DOS CRIMES DISPOSTOS NOS ARTIGOS</p><p>33 DA LEI 11.343/2006, E 243 DA LEI 8.069/1990. SUBSIDIARIEDADE</p><p>DO ARTIGO 243 DO ECA. 1. O delito de venda ou fornecimento de</p><p>substâncias tóxicas para crianças ou adolescentes é subsidiário,</p><p>consoante previsão do próprio tipo penal, no qual consta que a pena</p><p>para o ilícito é de 02 (dois) a 04 (quatro) anos de detenção, se o fato não</p><p>constituir crime mais grave. 2. Tendo sido o paciente acusado de</p><p>oferecer drogas como cocaína e maconha para as adolescentes,</p><p>não há que se falar em infração penal do Estatuto da Criança e do</p><p>Adolescente, mas sim no crime de tráfico de drogas constante da</p><p>Lei 11.343/2006, que inclusive institui, no artigo 40, inciso VI, uma</p><p>causa de aumento de pena quando a prática da infração envolver</p><p>ou visar criança ou adolescente.</p><p>https://www.alfaconcursos.com.br/</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13106.htm#art1</p><p>alfaconcursos.com.br</p><p>MUDE SUA VIDA!</p><p>86</p><p>Por fim, cabe trazer à discussão a situação fática em que o sujeito ativo fornece</p><p>bebida alcóolica para criança e essa vem a óbito por ingeri-la. Nesse caso, responderá o</p><p>agente por homicídio ou crime previsto no ECA?</p><p>O agente responderá apenas pelo delito de homicídio (art. 121 do CP). Reparem que o</p><p>crime em estudo adotou em seu preceito secundário o princípio da subsidiariedade expressa.</p><p>Trata-se de uma infração subsidiária, pois o dispositivo traz a expressão “se</p><p>o fato não</p><p>constitui crime mais grave”.</p><p>• Art. 244. Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou entregar, de qualquer</p><p>forma, a criança ou adolescente fogos de estampido ou de artifício, exceto</p><p>aqueles que, pelo seu reduzido potencial, sejam incapazes de provocar qualquer</p><p>dano físico em caso de utilização indevida:</p><p>Pena - detenção de seis meses a dois anos, e multa.</p><p>O presente crime visa garantir a integridade física da criança e do adolescente, além das</p><p>demais pessoas ao redor. Busca impedir o acesso a fogos de estampidos e de artifício. O texto</p><p>legal apresenta três núcleos do tipo: “vender, fornecer e entregar”, sendo assim caracterizado</p><p>como um tipo penal MISTO ALTERNATIVO.</p><p>O delito é formal, pois não necessita de um resultado naturalístico para sua</p><p>consumação, bastando a mera ação dos verbos contidos no caput. Ademais, é importante</p><p>frisar que só haverá infração penal caso o material vendido/fornecido/entregue for</p><p>capaz de produzir algum dano físico ou lesão, não tendo crime caso esses sejam</p><p>incapazes de produzir qualquer dano físico devido a seu reduzido potencial.</p><p>O elemento subjetivo só admite a modalidade dolosa. Por sua pena de 6 meses a 2</p><p>anos, admite a transação penal e a suspensão do processo.</p><p>Por se tratar de um crime comum, qualquer pessoa poderá ser sujeito ativo dessa</p><p>infração, não sendo exigida qualquer qualidade específica ou fim especial em agir. Quanto ao</p><p>sujeito passivo, este será a criança ou o adolescente.</p><p>Importante:</p><p>Não há que se falar nesse delito se o objeto material (fogos de estampido ou de</p><p>artifício) for de reduzido potencial ofensivo, ou seja, se o objeto material for</p><p>incapaz de provocar danos físicos em caso de utilização indevida.</p><p>• Art. 244-A. Submeter criança ou adolescente, como tais definidos no caput do</p><p>art. 2 o desta Lei, à prostituição ou à exploração sexual: (Incluído pela Lei nº 9.975,</p><p>de 23.6.2000)</p><p>• Pena – reclusão de quatro a dez anos e multa, além da perda de bens e valores</p><p>utilizados na prática criminosa em favor do Fundo dos Direitos da Criança e do</p><p>Adolescente da unidade da Federação (Estado ou Distrito Federal) em que foi</p><p>cometido o crime, ressalvado o direito de terceiro de boa-fé. (Redação dada pela</p><p>Lei nº 13.440, de 2017)</p><p>§ 1 o Incorrem nas mesmas penas o proprietário, o gerente ou o responsável</p><p>pelo local em que se verifique a submissão de criança ou adolescente às práticas</p><p>referidas no caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 9.975, de 23.6.2000)</p><p>§ 2 o Constitui efeito obrigatório da condenação a cassação da licença de</p><p>localização e de funcionamento do estabelecimento.</p><p>https://www.alfaconcursos.com.br/</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9975.htm</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9975.htm</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13440.htm</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13440.htm</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9975.htm</p><p>alfaconcursos.com.br</p><p>MUDE SUA VIDA!</p><p>87</p><p>O presente crime possui uma discussão doutrinária sobre o tema, visto que a doutrina</p><p>majoritária entendia que o art. 218-A do CP teria revogado o presente dispositivo, uma vez</p><p>que se trata de uma lei posterior que versa sobre o mesmo assunto. Entretanto, no ano de</p><p>2017, o art. 244-A do ECA teve uma mudança em seu preceito secundário e não teve o mesmo</p><p>reflexo no dispositivo presente no Código Penal. Este fato levou a doutrina a repensar sua</p><p>posição, uma vez que, se realmente tivesse sido revogado, não haveria tal mudança. Assim,</p><p>por ser uma alteração recente, não há um consenso tanto da doutrina quanto dos tribunais</p><p>sobre o tema.</p><p>Caso seja cobrada a literalidade do dispositivo, é importante ressaltar o fato de</p><p>constituir efeito OBRIGATÓRIO da condenação a CASSAÇÃO da licença de localização e</p><p>funcionamento do estabelecimento usado no crime. É muito comum que se troque o termo</p><p>‘cassação’ por ‘suspensão’. Fique atento!</p><p>Sobre o tema, podemos destacar a seguinte jurisprudência:</p><p>AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO ESPECIAL. PENAL. CRIME DO</p><p>ART. 244-A, § 1.º, DO ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE.</p><p>SUBMETER ADOLESCENTE À PROSTITUIÇÃO EM CASA DE</p><p>MERETRÍCIO. GERÊNCIA E PROPRIEDADE DO PROSTÍBULO. DELITO</p><p>QUE NÃO EXIGE ATOS DE COERÇÃO CONTRA A VÍTIMA OU O SEU</p><p>CONSENTIMENTO. PRECEDENTES. DECISÃO MANTIDA PELOS SEUS</p><p>PRÓPRIOS FUNDAMENTOS. AGRAVO DESPROVIDO. 1. O crime previsto</p><p>no art. 244-A da Lei n.º 8.069/90, relativo à submeter criança ou</p><p>adolescente, como tais definidos no caput do art. 2.º desta Lei, à</p><p>prostituição ou à exploração sexual', visa tutelar a formação moral</p><p>desse indivíduo, tendo em vista a peculiar condição de pessoa em</p><p>desenvolvimento. 2. No caso, apurou-se que os Agravados, na</p><p>qualidade de proprietário e de gerente de boate, submeteram à</p><p>prostituição e à exploração sexual duas adolescentes, que contavam</p><p>com 15 (quinze) e 17 (dezessete) anos de idade à época dos fatos. 3.</p><p>Para configurar esse delito, não se exige que o sujeito ativo afronte</p><p>a vítima com a possível utilização da força, tampouco é relevante o</p><p>seu consentimento, uma vez que a ofendida não tem capacidade</p><p>para assentir. Por essa razão, o argumento de que as menores</p><p>eram remuneradas pelos programas realizados e recebiam</p><p>comissão pela venda de bebidas não tem o condão de afastar a</p><p>incidência do tipo.</p><p>• Art. 244-B. Corromper ou facilitar a corrupção de menor de 18 (dezoito) anos,</p><p>com ele praticando infração penal ou induzindo-o a praticá-la: (Incluído pela Lei nº</p><p>12.015, de 2009)</p><p>Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)</p><p>O presente dispositivo revogou o art. 1° da Lei n. 2.252/1954, sendo a conduta</p><p>integralmente prevista no Estatuto da Criança e do Adolescente hoje denominada delito de</p><p>“corrupção de menores”. Cabe destacar que não houve abolitio criminis, mas apenas a</p><p>migração da infração penal para o dispositivo do ECA. Esse fenômeno jurídico é denominado</p><p>continuidade normativa típica, em que o fato permanece como ilícito, porém, normatizado</p><p>por outro dispositivo legal.</p><p>Assim, os crimes cometidos sob a vigência da Lei nº 2252/54 não deixaram de ser</p><p>criminosos, tendo em vista o fenômeno acima explicado.</p><p>https://www.alfaconcursos.com.br/</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12015.htm#art5</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12015.htm#art5</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12015.htm#art5</p><p>alfaconcursos.com.br</p><p>MUDE SUA VIDA!</p><p>88</p><p>Ao analisarmos o caput do artigo é possível identificar que o mesmo se trata de um tipo</p><p>penal MISTO ALTERNATIVO, uma que possui dois núcleos do tipo. Desse modo, com base no</p><p>princípio da alternatividade, a prática de mais de um verbo contido no caput do artigo enseja</p><p>apenas uma infração. Para fins de conhecimento, corromper é alterar, perverter, de modo que</p><p>o agente cometa a infração penal em concurso com o menor de 18 anos. Já facilitar a</p><p>corrupção significa prestar auxílio de forma a favorecer a corrupção de menor de 18 anos,</p><p>induzindo-o a praticar a infração penal.</p><p>Por se tratar de um crime comum, qualquer pessoa poderá ser sujeito ativo dessa</p><p>infração, não sendo exigida qualquer qualidade específica ou fim especial em agir. Quanto ao</p><p>sujeito passivo, este será a criança ou o adolescente.</p><p>Devido a sua pena de 1 a 4 anos, é admissível a concessão da suspensão do processo,</p><p>pois a pena mínima não é superior a 1 ano.</p><p>Esse dispositivo é bastante cobrado em prova, pois é muito frequente o concurso de</p><p>agentes entre um adulto e um menor na prática do crime. Na situação concreta, o adulto</p><p>cometerá o crime pretendido em concurso material com corrupção de menores do art. 244-B</p><p>do ECA. Assim, caso o agente cometa o delito de furto juntamente com um adolescente de 14</p><p>anos de idade, responderá o sujeito ativo pelo crime de furto juntamente com delito de</p><p>corrupção de menores. Sobre o tema, vejamos o presente julgado:</p><p>PROCESSUAL PENAL E PENAL. HABEAS CORPUS. SUBSTITUTIVO</p><p>DE</p><p>RECURSO ESPECIAL, ORDINÁRIO OU DE REVISÃO CRIMINAL. NÃO</p><p>CABIMENTO. CRIME DE FURTO QUALIFICADO TENTADO. CRIME DE</p><p>CORRUPÇÃO DE MENORES. NATUREZA FORMAL. CONCURSO FORMAL</p><p>PRÓPRIO. NÃO CARACTERIZAÇÃO. CONSTRANGIMENTO ILEGAL. 1.</p><p>Ressalvada pessoal compreensão diversa, uniformizou o Superior</p><p>Tribunal de Justiça ser inadequado o writ em substituição a recursos</p><p>especial e ordinário, ou de revisão criminal, admitindo-se, de ofício, a</p><p>concessão da ordem ante a constatação de ilegalidade flagrante, abuso</p><p>de poder ou teratologia. 2. Consoante o enunciado da Súmula 500 dessa</p><p>Corte, a configuração do art. 244-B do ECA independe da prova da</p><p>efetiva corrupção do menor, por se tratar de delito formal. 3. A fim de</p><p>se caracterizar o concurso formal impróprio entre os crimes de</p><p>furto tentado e corrupção de menores, faz-se necessário elucidar a</p><p>intenção do agente de corromper o menor, demonstrando-se, com</p><p>isso, a existência de desígnios autônomos, sem o que se aplica a</p><p>regra do concurso formal próprio. 4. Habeas corpus não conhecido,</p><p>mas concedida a ordem de ofício para reconhecer o concurso formal</p><p>próprio, reduzindo a pena imposta ao paciente. (HC 163.427/DF, Rel.</p><p>Ministro NEFI CORDEIRO, SEXTA TURMA, julgado em 22/09/2015, DJe</p><p>19/10/2015)</p><p>Por fim, um quesito importantíssimo a ser destacado é o fato de que NÃO é necessária a</p><p>prova de corrupção do menor para a consumação do delito . Trata-se de um crime</p><p>formal. Nesse sentido, disciplina a súmula 500 do STJ:</p><p>Súmula 500 do STJ: a configuração do crime do art. 244-B do ECA</p><p>independe da prova da efetiva corrupção do menor, por se tratar de delito</p><p>formal.</p><p>Cuidado com as pegadinhas. É corriqueira a cobrança desse conteúdo afirmando que o</p><p>adolescente já se encontrava “corrompido” e por isso não teremos a configuração deste delito.</p><p>Não caia nessa!</p><p>https://www.alfaconcursos.com.br/</p><p>alfaconcursos.com.br</p><p>MUDE SUA VIDA!</p><p>89</p><p>Figura equiparada: também chamada pela doutrina de corrupção eletrônica, incorrerá</p><p>na mesma pena do caput quem:</p><p>§ 1 o Incorre nas penas previstas no caput deste artigo quem pratica</p><p>as condutas ali tipificadas utilizando-se de quaisquer meios</p><p>eletrônicos, inclusive salas de bate-papo da internet. (Incluído pela</p><p>Lei nº 12.015, de 2009)</p><p>Aumento de pena: são hipóteses de aumento de pena:</p><p>§ 2 o As penas previstas no caput deste artigo são aumentadas de</p><p>um terço no caso de a infração cometida ou induzida estar incluída</p><p>no rol do art. 1 o da Lei n o 8.072, de 25 de julho de 1990 . (Incluído</p><p>pela Lei nº 12.015, de 2009)</p><p>Repare que o parágrafo analisado prevê como hipótese de aumento de pena a</p><p>situação em que a infração cometida ou induzida esteja prevista no art. 1° da lei de</p><p>Crimes Hediondos. Esse artigo apresenta um rol de delitos que são assim considerados.</p><p>Observe bem que o texto legal é omisso quanto aos crimes equiparados a hediondos.</p><p>Neste caso, aplica-se ou não o dispositivo de aumento de pena?</p><p>Com base no princípio da legalidade, não é possível aceitar o aumento de pena nas</p><p>hipóteses de cometimento de crimes equiparados a hediondo.</p><p>QUESTÃO COMENTADA</p><p>11. Ano: 2019 Banca: VUNESP Órgão: Prefeitura de São José dos Campos -</p><p>SP Prova: VUNESP - 2019 - Prefeitura de São José dos Campos - SP - Procurador</p><p>A configuração do crime do art. 244-B do ECA independe da prova da efetiva corrupção do menor, por se</p><p>tratar de delito formal (500-STJ).</p><p>Certo ( ) Errado ( )</p><p>Resolução Completa:</p><p>Conforme estudamos, o crime de corrupção de menores, previsto no art. 244-B do</p><p>ECA, é um crime Formal, no qual sua consumação independe da efetiva prova de</p><p>corrupção do menor. Assim, não é possível afirmar ser um crime material e nem</p><p>que o passado pregresso do menor demonstra que ele já era corrompido no tempo</p><p>da ação.</p><p>Gabarito: certo.</p><p>https://www.alfaconcursos.com.br/</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12015.htm#art5</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12015.htm#art5</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8072.htm#art1</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12015.htm#art5</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12015.htm#art5</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/bancas/vunesp</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/institutos/prefeitura-de-sao-jose-dos-campos-sp</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/institutos/prefeitura-de-sao-jose-dos-campos-sp</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/vunesp-2019-prefeitura-de-sao-jose-dos-campos-sp-procurador</p><p>alfaconcursos.com.br</p><p>MUDE SUA VIDA!</p><p>90</p><p>QUESTÕES SOBER O TEMA</p><p>1. (CESPE/Delegado de Polícia do Espírito Santo/2010) Determinado cidadão,</p><p>penalmente responsável, valendo-se de um adolescente de treze anos de idade, sexualmente</p><p>corrompido, produziu imagens eróticas em cenário montado, divulgando-as por meio de</p><p>sistema de informática em sítio da internet. O mantenedor do sítio, tão logo divulgadas as</p><p>imagens, foi notificado pelo juiz da infância e da juventude do conteúdo ilícito do material e,</p><p>de imediato, desabilitou o acesso às imagens.</p><p>Com referência à situação hipotética acima, julgue o item a seguir à luz do Estatuto da Criança</p><p>e do Adolescente.</p><p>Para a configuração da conduta do criador das imagens em relação ao tipo penal descrito</p><p>como produzir imagem pornográfica envolvendo adolescente, exige-se a prática de relação</p><p>sexual entre o agente e o menor, não se demandando qualquer correção moral do adolescente.</p><p>Certo ( ) Errado ( )</p><p>2. VUNESP/TJ-RJ/JUIZ SUBSTITUTO/2014) De acordo com entendimento recentemente</p><p>sumulado pelo STJ, o crime de corrupção de menores do art. 244-B da Lei n. 8.069/1990</p><p>(Estatuto da Criança e do Adolescente), é delito _________________ e, portanto, para sua</p><p>configuração, _________da prova da efetiva corrupção do menor.</p><p>Completam, correta e respectivamente, as lacunas as expressões contidas em:</p><p>a) Formal ... depende</p><p>b) Material ... depende</p><p>c) Material ... independe</p><p>d) Formal ... independe</p><p>3. Ano: 2019 Banca: MPE-GO Órgão: MPE-GO Prova: MPE-GO - 2019 - MPE-GO -</p><p>Promotor de Justiça - Reaplicação ( adaptada)</p><p>Em relação aos crimes e infrações administrativas previstas no Estatuto da Criança e do</p><p>Adolescente, é correto afirmar que:</p><p>Constitui crime, punido com reclusão e perda de bens e valores utilizados na prática</p><p>criminosa, submeter criança ou adolescente à prostituição ou à exploração sexual,</p><p>constituindo efeito obrigatório da condenação, ainda, a suspensão da licenças de localização e</p><p>funcionamento do estabelecimento.</p><p>Certo ( ) Errado ( )</p><p>4. Ano: 2019 Banca: MPE-GO Órgão: MPE-GO Prova: MPE-GO - 2019 - MPE-GO -</p><p>Promotor de Justiça - Reaplicação ( adaptada)</p><p>Em relação aos crimes e infrações administrativas previstas no Estatuto da Criança e do</p><p>Adolescente, é correto afirmar que:</p><p>O crime previsto no art. 236 do ECA, consistente em impedir ou embaraçar a ação de</p><p>autoridade judiciária, membro do Conselho Tutelar ou representante do Ministério Público no</p><p>exercício de suas funções é de ação pena pública condicionada á representação.</p><p>Certo ( ) Errado ( )</p><p>https://www.alfaconcursos.com.br/</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/bancas/mpe-go</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/institutos/mpe-go</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/mpe-go-2019-mpe-go-promotor-de-justica-reaplicacao</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/mpe-go-2019-mpe-go-promotor-de-justica-reaplicacao</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/bancas/mpe-go</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/institutos/mpe-go</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/mpe-go-2019-mpe-go-promotor-de-justica-reaplicacao</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/mpe-go-2019-mpe-go-promotor-de-justica-reaplicacao</p><p>alfaconcursos.com.br</p><p>MUDE SUA VIDA!</p><p>91</p><p>5. Ano: 2019 Banca: MPE-GO Órgão: MPE-GO Prova: MPE-GO - 2019 - MPE-GO</p><p>-</p><p>Promotor de Justiça - Reaplicação ( adaptada)</p><p>Em relação aos crimes e infrações administrativas previstas no Estatuto da Criança e do</p><p>Adolescente, é correto afirmar que:</p><p>Constitui crime, punido com pena de reclusão de 4 (quatro) a 8 (oito) anos e multa, produzir,</p><p>reproduzir, dirigir, fotografar, filmar ou registrar, por qualquer meio, cena de sexo explícito</p><p>ou pornográfica, envolvendo criança ou adolescente, aumentando-se a pena de 1/3 se o</p><p>agente comete o crime prevalecendo-se de relações de parentesco consanguíneo ou afim até o</p><p>terceiro grau, ou por adoção, de tutor, curador, preceptor, empregador da vítima ou de quem,</p><p>a qualquer outro título, tenha autoridade sobre ela, ou com seu consentimento.</p><p>Certo ( ) Errado ( )</p><p>6. Ano: 2019 Banca: MPE-GO Órgão: MPE-GO Prova: MPE-GO - 2019 - MPE-GO -</p><p>Promotor de Justiça - Reaplicação</p><p>A Lei n. 13.441/2017 trouxe alterações ao Estatuto da Criança e do Adolescente, acrescentando</p><p>conteúdo relativo à infiltração de agentes de polícia para a investigação de crimes contra a</p><p>dignidade sexual de criança e de adolescente. Sobre essas recentes modificações, assinale a</p><p>alternativa incorreta:</p><p>a) A infiltração de agentes de polícia na internet com o fim de investigar os crimes</p><p>previstos nos arts. 240, 241, 241-A, 241-B, 241-C e 241-D do ECA e nos arts. 154-A,</p><p>217-A, 218, 218-A e 218-B do Decreto -Lei n.º 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código</p><p>Penal), será precedida de autorização judicial devidamente circunstanciada e</p><p>fundamentada, que estabelecerá os limites da infiltração para obtenção de prova,</p><p>ouvido o Ministério Público.</p><p>b) A autorização para infiltração dar-se-á somente mediante requerimento da autoridade</p><p>policial, ouvido o Ministério Público, e conterá a demonstração de sua necessidade, o</p><p>alcance das tarefas dos policiais, os nomes ou apelidos das pessoas investigadas e,</p><p>quando possível, os dados de conexão ou cadastrais que permitam a identificação</p><p>dessas pessoas.</p><p>c) A infiltração não poderá exceder o prazo de 90 (noventa) dias, sem prejuízo de</p><p>eventuais renovações, desde que o total não exceda a 720 (setecentos e vinte) dias e</p><p>seja demonstrada sua efetiva necessidade, a critério da autoridade judicial.</p><p>d) Não comete crime o policial que oculta a sua identidade para, por meio da internet,</p><p>colher indícios de autoria e materialidade dos crimes previstos nos arts. 240, 241, 241-</p><p>A, 241-B, 241-C e 241-D do ECA e nos arts. 154-A, 217-A, 218, 218-A e 218-B do Decreto</p><p>-Lei n.º 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), sendo que o agente policial</p><p>infiltrado que deixar de observar a estrita finalidade da investigação responderá pelos</p><p>excessos praticados.</p><p>https://www.alfaconcursos.com.br/</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/bancas/mpe-go</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/institutos/mpe-go</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/mpe-go-2019-mpe-go-promotor-de-justica-reaplicacao</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/mpe-go-2019-mpe-go-promotor-de-justica-reaplicacao</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/bancas/mpe-go</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/institutos/mpe-go</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/mpe-go-2019-mpe-go-promotor-de-justica-reaplicacao</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/mpe-go-2019-mpe-go-promotor-de-justica-reaplicacao</p><p>alfaconcursos.com.br</p><p>MUDE SUA VIDA!</p><p>92</p><p>7. CESPE/Juiz de Direito do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios/2014)</p><p>É da justiça estadual a competência para processar e julgar o delito de divulgação de</p><p>pornografia infantil, ainda que o material pornográfico ultrapasse as fronteiras nacionais,</p><p>visto que não há, nesse caso, interesse da União a atrair a competência da Justiça Federal.</p><p>Certo ( ) Errado ( )</p><p>8. Ano: 2019 Banca: VUNESP Órgão: TJ-RO Prova: VUNESP - 2019 - TJ-RO - Juiz de Direito Substituto</p><p>Tendo em conta o Estatuto da Criança e Adolescente, assinale a alternativa correta.</p><p>a) Prevê como crime a conduta de simular a participação de criança ou adolescente em</p><p>cena de sexo explícito ou pornográfico, por qualquer forma de representação visual.</p><p>b) Prevê como crime a conduta de oferecer fotografia ou qualquer outra forma de registro</p><p>que contenha cena de sexo explícito ou pornográfico envolvendo criança e adolescente,</p><p>desde que com a finalidade de lucro.</p><p>c) Tipifica a posse e o armazenamento de fotografias, cenas ou imagens de sexo ou</p><p>pornografia envolvendo crianças e adolescentes, desde que haja a finalidade de lucro.</p><p>d) Prevê como crime a conduta de submeter criança ou adolescente à prostituição,</p><p>apenando de forma atenuada, contudo, o proprietário do local onde ocorra a</p><p>submissão.</p><p>e) Prevê como crime a conduta de dar acesso à criança ou adolescente a material</p><p>contendo imagem de sexo, ainda que para fins de educação sexual.</p><p>9. Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: MPE-PB Prova: FCC - 2018 - MPE-PB - Promotor de</p><p>Justiça Substituto</p><p>O Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei nº 8.069/1990) considera crime a conduta de</p><p>corromper ou facilitar a corrupção de menor de dezoito anos, com ele praticando infração</p><p>penal ou induzindo-o a praticá-la. A respeito desse tipo penal e à luz do que dispõe os</p><p>Tribunais Superiores,</p><p>a) Sua configuração independe da prova da efetiva corrupção da criança ou do</p><p>adolescente.</p><p>b) Trata-se de modalidade de delito material.</p><p>c) Qualifica o crime a efetiva corrupção da criança ou do adolescente.</p><p>d) O adolescente autor de ato infracional não pode ser vítima do delito, pois já</p><p>corrompido.</p><p>e) O objeto jurídico tutelado é coibir a prática de delitos com pluralidade de agentes</p><p>https://www.alfaconcursos.com.br/</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/bancas/vunesp</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/institutos/tj-ro</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/vunesp-2019-tj-ro-juiz-de-direito-substituto</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/bancas/fcc</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/institutos/mpe-pb</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/fcc-2018-mpe-pb-promotor-de-justica-substituto</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/fcc-2018-mpe-pb-promotor-de-justica-substituto</p><p>alfaconcursos.com.br</p><p>MUDE SUA VIDA!</p><p>93</p><p>10. Ano: 2019 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: TJ-BA Prova: CESPE - 2019 - TJ-BA - Juiz</p><p>de Direito Substituto</p><p>Com relação aos crimes contra a criança e o adolescente previstos na legislação pertinente,</p><p>julgue os próximos itens.</p><p>I O crime de corrupção de menores previsto no ECA é um delito material, razão porque, para a sua</p><p>caracterização, é necessária a efetiva comprovação de que o menor foi corrompido.</p><p>II O processamento e julgamento do crime de publicação de material pedófilo-pornográfico em sítios da</p><p>Internet será da competência da justiça federal, quando for possível a identificação do atributo da</p><p>internacionalidade do resultado obtido ou que se pretendia obter.</p><p>III A mera simulação da participação de criança ou adolescente em cena pornográfica por meio da</p><p>adulteração de fotografia é uma conduta atípica, haja vista a ausência de perigo concreto ao bem</p><p>jurídico que poderia ser tutelado.</p><p>IV O armazenamento de fotografias ou vídeos que contenham cena de sexo explícito envolvendo</p><p>criança ou adolescente configura conduta atípica se o possuidor desse conteúdo o tiver recebido de</p><p>forma involuntária.</p><p>Assinale a opção correta.</p><p>a) Apenas o item I está certo.</p><p>b) Apenas o item II está certo.</p><p>c) Apenas o item III está certo.</p><p>d) Apenas os itens II e IV estão certos.</p><p>e) Apenas os itens I, III e IV estão certos.</p><p>11. (CESPE/Delegado de Polícia de Goiás/2017)</p><p>O crime de corrupção de menores se consuma quando o infrator pratica a infração penal com</p><p>o menor ou o induz a praticá-la, sendo imprescindível, para sua configuração, a prova da</p><p>efetiva corrupção do menor.</p><p>Certo ( ) Errado</p><p>( )</p><p>12. Ano: 2018 Banca: VUNESP Órgão: MPE-SP Prova: VUNESP - 2018 - MPE-SP - Analista</p><p>Jurídico do Ministério Público</p><p>Em relação ao Estatuto do Adolescente e da Criança, assinale a alternativa correta.</p><p>a) Prevê como crime de corrupção de menores a prática, com menor de 18 (dezoito) anos,</p><p>de qualquer ato libidinoso diverso da conjunção carnal.</p><p>b) Define crimes praticados contra e por crianças e adolescentes.</p><p>c) Os crimes nele previstos são de ação penal pública condicionada e incondicionada.</p><p>d) Define “cena de sexo explícito ou pornográfico” como sendo qualquer situação que</p><p>envolva criança ou adolescente em atividade de sexo explícito real, apenas.</p><p>e) Prevê como crime a conduta do médico de não identificar corretamente o neonato e a</p><p>parturiente, por ocasião do parto.</p><p>https://www.alfaconcursos.com.br/</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/bancas/cespe-cebraspe</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/institutos/tj-ba</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/cespe-2019-tj-ba-juiz-de-direito-substituto</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/cespe-2019-tj-ba-juiz-de-direito-substituto</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/bancas/vunesp</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/institutos/mpe-sp</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/vunesp-2018-mpe-sp-analista-juridico-do-ministerio-publico</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/vunesp-2018-mpe-sp-analista-juridico-do-ministerio-publico</p><p>alfaconcursos.com.br</p><p>MUDE SUA VIDA!</p><p>94</p><p>13. Ano: 2018 Banca: VUNESP Órgão: MPE-SP Prova: VUNESP - 2018 - MPE-SP - Analista</p><p>Jurídico do Ministério Público</p><p>Em relação aos crimes e infrações administrativas previstas no Estatuto da Criança e do</p><p>Adolescente, é correto afirmar:</p><p>a) Simular a participação de criança ou adolescente em cena de sexo explícito ou</p><p>pornográfica por meio de montagem ou modificação de fotografia ou outra forma de</p><p>representação visual caracteriza crime previsto com pena de reclusão.</p><p>b) Para efeito dos crimes previstos no Estatuto da Criança e do Adolescente, a expressão</p><p>“cena de sexo explícito ou pornográfica” compreende qualquer situação que envolva</p><p>criança ou adolescente em atividades sexuais explícitas reais, ou exibição dos órgãos</p><p>genitais de uma criança ou adolescente para fins primordialmente sexuais,</p><p>caracterizando-se como infração administrativa as meras simulações de tais</p><p>atividades.</p><p>c) Divulgar, total ou parcialmente, sem autorização devida, por qualquer meio de</p><p>comunicação, nome, ato ou documento de procedimento policial, administrativo ou</p><p>judicial relativo a criança ou adolescente a que se atribua ato infracional é tipificado</p><p>como crime.</p><p>d) Hospedar criança ou adolescente desacompanhado dos pais ou responsável, ou sem</p><p>autorização escrita desses ou da autoridade judiciária, em hotel, pensão, motel ou</p><p>congênere é conduta tipificada como crime.</p><p>e) Exibir filme, trailer, peça, amostra ou congênere classificado pelo órgão competente</p><p>como inadequado às crianças ou adolescentes admitidos ao espetáculo é conduta</p><p>tipificada como crime.</p><p>https://www.alfaconcursos.com.br/</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/bancas/vunesp</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/institutos/mpe-sp</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/vunesp-2018-mpe-sp-analista-juridico-do-ministerio-publico</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/vunesp-2018-mpe-sp-analista-juridico-do-ministerio-publico</p><p>alfaconcursos.com.br</p><p>MUDE SUA VIDA!</p><p>95</p><p>14. Ano: 2017 Banca: MPE-SP Órgão: MPE-SP Prova: MPE-SP - 2017 - MPE-SP - Promotor</p><p>de Justiça Substituto</p><p>A respeito do delito de corrupção de menores, tipificado no artigo 244-B do Estatuto da</p><p>Criança e do Adolescente, é correto afirmar que se trata de crime:</p><p>a) Material, em ambas as modalidades, pois a consumação do delito ocorre com a efetiva</p><p>prática da infração penal pelo adolescente em concurso com o agente capaz ou após ter</p><p>sido por este instigado.</p><p>b) Formal, em ambas as modalidades, pois a consumação do delito ocorre</p><p>independentemente da prática da infração penal para a qual o adolescente foi</p><p>convidado, mediante concurso, ou instigado, bastando a prova de que foi efetivamente</p><p>corrompido pela conduta do agente maior.</p><p>c) Formal, em ambas as modalidades, pois a consumação do delito se dá</p><p>independentemente da prova de que o adolescente tenha sido corrompido pelo agente</p><p>capaz, mostrando-se irrelevante, para a tipificação penal, o fato de o menor ter registro</p><p>de passagens anteriores pela prática de atos infracionais.</p><p>d) Material, na modalidade de praticar a infração penal com o adolescente, e formal, na</p><p>modalidade de induzir o adolescente a praticá-la, pois, neste último caso, o crime se</p><p>consuma independentemente do sucesso do induzimento.</p><p>e) Material, em ambas as modalidades, pois a consumação do delito depende de prova de</p><p>que o menor de 18 anos tenha sido efetivamente corrompido pelo agente capaz, não</p><p>incidindo o tipo penal acaso demonstrado que o adolescente já havia sido corrompido,</p><p>vez que reincidente na prática de atos infracionais.</p><p>15. MPE/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO-SP/2017) A respeito do delito de</p><p>corrupção de menores, tipificado no artigo 244-B do Estatuto da Criança e do Adolescente, é</p><p>correto afirmar que se trata de crime</p><p>a) Material, em ambas as modalidades, pois a consumação do delito ocorre com a efetiva</p><p>prática da infração penal pelo adolescente em concurso com o agente capaz ou após ter</p><p>sido por este instigado.</p><p>b) Formal, em ambas as modalidades, pois a consumação do delito ocorre</p><p>independentemente da prática da infração penal para a qual o adolescente foi</p><p>convidado, mediante concurso, ou instigado, bastando a prova de que foi efetivamente</p><p>corrompido pela conduta do agente maior.</p><p>c) Formal, em ambas as modalidades, pois a consumação do delito se dá</p><p>independentemente da prova de que o adolescente tenha sido corrompido pelo agente</p><p>capaz, mostrando-se irrelevante, para a tipificação penal, o fato de o menor ter registro</p><p>de passagens anteriores pela prática de atos infracionais.</p><p>d) Material, na modalidade de praticar a infração penal com o adolescente, e formal, na</p><p>modalidade de induzir o adolescente a praticá-la, pois, neste último caso, o crime se</p><p>consuma independentemente do sucesso do induzimento.</p><p>e) Material, em ambas as modalidades, pois a consumação do delito depende de prova de</p><p>que o menor de 18 anos tenha sido efetivamente corrompido pelo agente capaz, não</p><p>incidindo o tipo penal acaso demonstrado que o adolescente já havia sido corrompido,</p><p>vez que reincidente na prática de atos infracionais.</p><p>https://www.alfaconcursos.com.br/</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/bancas/mpe-sp</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/institutos/mpe-sp</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/mpe-sp-2017-mpe-sp-promotor-de-justica-substituto</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/mpe-sp-2017-mpe-sp-promotor-de-justica-substituto</p><p>alfaconcursos.com.br</p><p>MUDE SUA VIDA!</p><p>96</p><p>GABARITO</p><p>1. E</p><p>2. D</p><p>3. E</p><p>4. E</p><p>5. C</p><p>6. B</p><p>7. E</p><p>8. A</p><p>9. A</p><p>10. B</p><p>11. E</p><p>12. E</p><p>13. A</p><p>14. C</p><p>15. C</p><p>https://www.alfaconcursos.com.br/</p><p>Substituto</p><p>A Lei n° 8.069/1990 aplica-se:</p><p>a) Às crianças até 12 anos de idade incompletos e adolescentes entre 12 e 18 anos de</p><p>idade, podendo ser aplicada excepcionalmente às pessoas entre 18 e 21 anos de idade.</p><p>b) Exclusivamente às crianças até 11 anos completos e adolescentes entre 12 e 18 anos,</p><p>podendo ser aplicada, excepcionalmente, às pessoas entre 18 e 21 anos de idade.</p><p>c) Exclusivamente às crianças até 12 anos completos e adolescentes entre 12 e 18 anos de</p><p>idade.</p><p>d) Indistintamente aos indivíduos até 18 anos de idade.</p><p>e) Indistintamente aos indivíduos entre 18 e 21 anos de idade.</p><p>4. Ano: 2019 Banca: VUNESP Órgão: Prefeitura de Cerquilho - SP Prova: VUNESP - 2019 - Prefeitura de</p><p>Cerquilho - SP - Procurador Jurídico ( ADAPTADA):</p><p>A superveniência da maioridade penal interfere na apuração de ato infracional e na</p><p>aplicabilidade de medida socioeducativa em curso, inclusive na liberdade assistida.</p><p>Certo ( ) Errado ( )</p><p>https://www.alfaconcursos.com.br/</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/bancas/instituto-cidades</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/institutos/dpe-am</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/instituto-cidades-2011-dpe-am-defensor-publico</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/instituto-cidades-2011-dpe-am-defensor-publico</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/bancas/consulplan</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/institutos/tj-mg</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/consulplan-2018-tj-mg-juiz-de-direito-substituto</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/consulplan-2018-tj-mg-juiz-de-direito-substituto</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/bancas/fcc</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/institutos/mpe-mt</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/fcc-2019-mpe-mt-promotor-de-justica-substituto</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/bancas/vunesp</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/institutos/prefeitura-de-cerquilho-sp</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/vunesp-2019-prefeitura-de-cerquilho-sp-procurador-juridico</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/vunesp-2019-prefeitura-de-cerquilho-sp-procurador-juridico</p><p>alfaconcursos.com.br</p><p>MUDE SUA VIDA!</p><p>9</p><p>GABARITO</p><p>1. C</p><p>2. E</p><p>3. A</p><p>4. E</p><p>https://www.alfaconcursos.com.br/</p><p>alfaconcursos.com.br</p><p>MUDE SUA VIDA!</p><p>10</p><p>ATO INFRACIONAL</p><p>CONCEITO:</p><p>Antes de conceituarmos ato infracional é necessário que você relembre o conceito de</p><p>crime adotado pelo Código Penal. O CP consagrou a Teoria Tripartite de Crime, em que sua</p><p>configuração depende da soma de três fatores: Tipicidade, Antijuridicidade e</p><p>Culpabilidade, de modo que, com a ausência de um deles, não há que se falar em crime.</p><p>Tipicidade + Antijuridicidade + Culpabilidade = Crime</p><p>Analisando especificamente a Culpabilidade, é possível perceber a existência de fatores</p><p>de exclusão que isentam o autor de pena. Um desses fatores é a INIMPUTABILIDADE, e é aí</p><p>que entra nosso conteúdo. Uma das formas de Inimputabilidade é a menoridade, ou seja, os</p><p>menores de 18 anos, sendo este critério absoluto, consagrado de maneira Biológica, levando</p><p>em consideração exclusivamente o fator etário. Veja como disciplina o art. 104 do ECA:</p><p>Art. 104. São penalmente inimputáveis os menores de dezoito</p><p>anos, sujeitos às medidas previstas nesta Lei.</p><p>Fazendo uma análise jurídica, é possível verificar que em uma ação ilícita praticada por</p><p>uma criança ou um adolescente não haverá a Culpabilidade, uma vez que eles são</p><p>inimputáveis. Ato contínuo, sem Culpabilidade não há crime. Assim, é possível perceber que</p><p>Criança e Adolescente não são sujeitos ativos de Crime. Diante disso, a “ação criminosa”</p><p>praticada por menor inimputável não pode receber a denominação de crime, sendo</p><p>configurada como ATO INFRACIONAL.</p><p>ATO INFRACIONAL</p><p>O ato infracional pode ser conceituado como uma conduta descrita como crime ou</p><p>contravenção penal, tendo, entretanto, um sujeito ativo (autor) próprio: somente poderá</p><p>praticar ato infracional a criança ou o adolescente. Tal definição pode ser vista no texto legal:</p><p>Art. 103. Considera-se ato infracional a conduta descrita como</p><p>crime ou contravenção penal.</p><p>Em relação ao dispositivo acima transcrito, é necessário fazer alguns apontamentos:</p><p>➢ Primeiramente, você deve entender que o tipo penal traz no seu artigo a expressão</p><p>“conduta”. Para fins legais, conduta é toda ação racional dirigida a uma finalidade.</p><p>➢ Cabe destacar que a teoria de inimputabilidade adotada pelo CP leva em</p><p>consideração o critério Biológico, sendo usado exclusivamente o fator etário para</p><p>sua configuração, de modo que há uma presunção ABSOLUTA de incapacidade de</p><p>autodeterminação.</p><p>➢ Além disso, o texto legal define que a conduta praticada deverá ser descrita como</p><p>Crime ou Contravenção Penal. Repare que em nenhum momento foi limitado que a</p><p>tipificação deva constar no Código Penal. Essa é uma pegadinha muito comum em</p><p>provas.</p><p>➢ Assim, podemos definir o ato infracional como uma conduta ANÁLOGA a um crime</p><p>ou a uma contravenção penal, porém, devido a seu sujeito ativo próprio (criança ou</p><p>adolescente), recebe um tratamento especial, sendo assim denominado ATO</p><p>INFRACIONAL.</p><p>QUESTÃO COMENTADA:</p><p>https://www.alfaconcursos.com.br/</p><p>alfaconcursos.com.br</p><p>MUDE SUA VIDA!</p><p>11</p><p>5. Ano: 2019 Banca: MPE-SP Órgão: MPE-SP Prova: MPE-SP - 2019 - MPE-SP - Promotor de Justiça</p><p>Substituto ( ADAPTADA):</p><p>A inimputabilidade penal do menor de 18 anos é absoluta e sua presunção decorre da</p><p>lei, por meio do critério etário.</p><p>Certo ( ) Errado ( )</p><p>Solução Completa:</p><p>Conforme vimos anteriormente, a doutrina e os tribunais consideram que</p><p>imputabilidade penal do menor de 18 anos É UM CRITÉRIO ABSOLUTO, tendo</p><p>em vista a adoção do fator BIOLÓGICO, em que se analisa EXCLUSIVAMENTE O</p><p>FATOR ETÁRIO. Diante disso, é possível verificar que a questão está de acordo</p><p>com o que estudamos, logo, o gabarito só pode ser considerado como correto.</p><p>Gabarito: certo.</p><p>Outro ponto importante sobre o tema é o parágrafo único do art. 104, que assim</p><p>disciplina:</p><p>Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, deve ser considerada a</p><p>idade do adolescente à data do fato.</p><p>É possível perceber, primeiramente, que o ECA adotou a Teoria da Atividade, consagrada</p><p>no art. 4° do CP, para o momento do Ato Infracional. Assim, a idade que contará será a do</p><p>autor no momento do fato, ou seja, no momento da ação ou omissão. Também, é preciso que</p><p>você compreenda que é essencial diferenciar se no momento do fato o autor era criança ou</p><p>adolescente. Embora seja aplicado a ambos o Estatuto da Criança e Adolescente, é preciso</p><p>apontar algumas diferenças de tratamento:</p><p>➢ A primeira diferença que se pode apontar é quanto ao Tipo de Sanção. Somente o</p><p>Adolescente poderá receber Medidas Socioeducativas, de modo que não elas</p><p>poderão ser aplicadas às crianças. Essas, por sua vez, recebem as chamadas</p><p>Medidas Protetivas. Por fim, cabe salientar que as Medidas Protetivas também</p><p>poderão ser aplicadas aos adolescentes, mas em nenhuma hipótese as medidas</p><p>socioeducativas podem ser direcionadas às crianças.</p><p>➢ Outro ponto importante se refere à natureza das sanções. Os adolescentes</p><p>recebem as medidas socioeducativas que possuem um CARÁTER CORRETIVO. Por</p><p>outro lado, as crianças recebem medidas protetivas, que possuem um CARÁTER</p><p>PROTETIVO, PEDAGÓGICO OU DE FORTALECIMENTO DE VÍNCULO.</p><p>➢ Por fim, cabe destacar a competência para aplicar cada tipo de sanção.</p><p>Enquanto as medidas protetivas podem ser aplicadas pelo JUIZ OU PELO</p><p>CONSELHO TUTELAR, as medidas socioeducativas SÓ PODEM SER APLICADAS</p><p>PELO JUIZ. Cabe destacar que Autoridade Policial ou Ministério Público não</p><p>possuem competência para aplicar medidas protetivas e socioeducativas.</p><p>https://www.alfaconcursos.com.br/</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/bancas/mpe-sp</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/institutos/mpe-sp</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/mpe-sp-2019-mpe-sp-promotor-de-justica-substituto</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/mpe-sp-2019-mpe-sp-promotor-de-justica-substituto</p><p>alfaconcursos.com.br</p><p>MUDE SUA VIDA!</p><p>12</p><p>CRIANÇA ADOLESCENTE</p><p>TIPO DE SANÇÃO</p><p>Medida protetiva Medida Socioeducativa +</p><p>Medida Protetiva</p><p>NATUREZA DA SANÇÃO</p><p>Caráter Protetivo</p><p>Caráter Pedagógico</p><p>Fortalecimento de Vínculo</p><p>Caráter Corretivo</p><p>COMPETÊNCIA</p><p>Juiz ou Conselho Tutelar Somente o Juiz</p><p>QUESTÃO COMENTADA:</p><p>6. Ano: 2019 Banca: Quadrix Órgão: CRESS-GO Prova: Quadrix - 2019 - - Agente Fiscal</p><p>Suponha‐se que Joana, de onze anos de idade, tenha cometido um ato infracional. Nesse</p><p>caso, conforme o Estatuto da Criança e do Adolescente, ela deverá ser encaminhada à</p><p>autoridade competente para aplicação de medida socioeducativa.</p><p>Certo ( ) Errado ( )</p><p>Solução Completa:</p><p>Ótima questão apresentada pela banca, de forma inteligente, faz o aluno</p><p>pensar e não apenas decorar o texto legal.</p><p>Repare que na data do fato a autora (Joana) possuía 11 anos, logo, pelo ECA,</p><p>ela deve ser considerada Criança. Conforme já estudamos, cabe aplicação de</p><p>Medida Protetiva à criança autora de ato infracional. Como a questão afirma que</p><p>deverá ser aplicada Medida Socioeducativa, ela se encontra em discordância com o</p><p>que estudamos.</p><p>Gabarito: errado.</p><p>DOS DIREITOS INDIVIDUAIS E GARANTIAS PROCESSUAIS:</p><p>Levando em consideração a condição peculiar de pessoa em desenvolvimento, o</p><p>Estatuto da Criança e Adolescente disciplinou um rol proteção ao menor em desconformidade</p><p>com lei. Assim, é possível visualizar diretos individuais e garantias processuais que buscam</p><p>garantir um tratamento justo a quem possui especial atenção do ordenamento jurídico.</p><p>DIREITOS INDIVIDUAIS:</p><p>Ao praticar um ato infracional, crianças e adolescentes terão alguns diretos individuais</p><p>especialmente garantidos, conforme podemos vislumbrar a seguir:</p><p>• O Art.106, caput, determina que o adolescente somente pode ter sua liberdade</p><p>privada mediante flagrante de ato infracional, ou por ordem escrita e</p><p>fundamentada da autoridade judiciária competente. É muito importante</p><p>que você entenda a quem será encaminhado o adolescente apreendido. Caso a</p><p>apreensão seja proveniente de flagrante de ato infracional, ele será</p><p>encaminhado para a AUTORIDADE POLICIAL. Caso seja por meio de ordem</p><p>https://www.alfaconcursos.com.br/</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/bancas/quadrix</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/institutos/cress-go</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/quadrix-2019-cress-go-agente-fiscal</p><p>alfaconcursos.com.br</p><p>MUDE SUA VIDA!</p><p>13</p><p>escrita e fundamentada, o encaminhamento é destinado ao JUIZ COMPETENTE</p><p>QUE EMANOU A ORDEM.</p><p>Forma de restrição da liberdade A quem é encaminhado</p><p>Flagrante de ato infracional</p><p>AUTORIDADE POLICIAL</p><p>Ordem escrita e fundamentada da autoridade</p><p>judiciária competente</p><p>JUIZ QUE EMANOU A ORDEM</p><p>7. Ano: 2018 Banca: VUNESP Órgão: TJ-SP Prova: VUNESP - 2018 - TJ-SP - Juiz Substituto (ADAPTADA)</p><p>O adolescente apreendido em flagrante de ato infracional será, desde logo, encaminhado à</p><p>autoridade policial competente e, se a apreensão ocorrer por força de ordem judicial, será,</p><p>desde logo, encaminhado à autoridade judiciária.</p><p>Certo ( ) Errado ( )</p><p>Solução Completa:</p><p>É exatamente o que acabamos de estudar. A questão aborda a quem se deve</p><p>encaminhar o adolescente que tenha sua liberdade privada. O destino do</p><p>encaminhamento depende da natureza da forma de apreensão. Assim, lembre-se:</p><p>Flagrante de ato infracional → Autoridade Policial</p><p>Ordem escrita e fundamentada → Autoridade Judiciária</p><p>Gabarito: certo.</p><p>O parágrafo único do art. 106 resguarda o direito do adolescente de saber a identificação</p><p>de quem o apreendeu. Tal dispositivo apenas reproduz um direito individual previsto</p><p>constitucionalmente. Vejamos:</p><p>Art. 106. Nenhum adolescente será privado de sua liberdade senão</p><p>em flagrante de ato infracional ou por ordem escrita e</p><p>fundamentada da autoridade judiciária competente.</p><p>Parágrafo único. O adolescente tem direito à identificação dos</p><p>responsáveis pela sua apreensão, devendo ser informado</p><p>acerca de seus direitos.</p><p>O artigo 107 disciplina um importante instituto, que é a comunicação incontinenti</p><p>(imediata) da apreensão do adolescente em relação ao local onde se encontra recolhido à:</p><p>I. Autoridade judiciária competente</p><p>II. Família do apreendido</p><p>III. Pessoa por ele indicada</p><p>Repare que a comunicação não se dá em 24h, mas de maneira imediata, e não se destina</p><p>de forma incontinenti ao Ministério Público e nem à Defensoria Pública.</p><p>https://www.alfaconcursos.com.br/</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/bancas/vunesp</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/institutos/tj-sp</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/vunesp-2018-tj-sp-juiz-substituto</p><p>alfaconcursos.com.br</p><p>MUDE SUA VIDA!</p><p>14</p><p>Sobre o tema, cabe um apontamento de suma importância. Nós estudaremos</p><p>isso mais adiante, mas é importante ressaltar que a falta de comunicação nos</p><p>termos no artigo não acarretará o crime de abuso de autoridade pela autoridade</p><p>que a deixar de fazer, mas no CRIME PRÓPRIO DO ECA.</p><p>Vejamos o texto legal:</p><p>Art. 107. A apreensão de qualquer adolescente e o local onde se</p><p>encontra recolhido serão incontinenti comunicados à autoridade</p><p>judiciária competente e à família do apreendido ou à pessoa por ele</p><p>indicada.</p><p>Parágrafo único. Examinar-se-á, desde logo e sob pena de</p><p>responsabilidade, a possibilidade de liberação imediata.</p><p>O artigo 108 versa sobre a internação provisória. Embora ainda não tenhamos estudado</p><p>as medidas socioeducativas em espécie, é importante que você saiba que é possível a</p><p>aplicação de medida de internação de maneira provisória, durante o curso do processo de</p><p>conhecimento, devido à necessidade imperiosa da medida, comprovados indícios suficientes</p><p>de autoria e materialidade. Assim, por ora, é importante que você internalize o prazo pelo</p><p>qual poderá perdurar tal modalidade de internação: MÁXIMO DE 45 DIAS,</p><p>IMPRORROGÁVEIS.</p><p>Art. 108. A internação, antes da sentença, pode ser determinada</p><p>pelo prazo máximo de quarenta e cinco dias.</p><p>Parágrafo único. A decisão deverá ser fundamentada e basear-se em</p><p>indícios suficientes de autoria e materialidade, demonstrada a</p><p>necessidade imperiosa da medida.</p><p>Sobre o assunto, é importante ressaltar a seguinte jurisprudência:</p><p>HABEAS CORPUS. ECA. TRÁFICO E PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO.</p><p>MEDIDA DE INTERNAÇÃO PROVISÓRIA. FUNDAMENTAÇÃO IDÔNEA.</p><p>WRIT SUBSTITUTIVO DE RECURSO ORDINÁRIO. IMPOSSIBILIDADE.</p><p>CONSTRANGIMENTO ILEGAL NÃO EVIDENCIADO. IMPOSSIBILIDADE</p><p>DE SUPERAR O ÓBICE APONTADO E JUSTIFICAR A INTERVENÇÃO</p><p>DESTA CORTE. 1. À luz do disposto no art. 105, I, II e III, da Constituição</p><p>Federal, esta Corte de Justiça e o Supremo Tribunal Federal não vêm</p><p>mais admitindo a utilização do habeas corpus como substituto de</p><p>recurso ordinário, tampouco de recurso especial, nem como sucedâneo</p><p>da revisão criminal, sob pena de se frustrar a celeridade e desvirtuar a</p><p>essência desse instrumento constitucional. 2. No caso, a defesa, ao invés</p><p>de buscar os meios recursais cabíveis, previstos na legislação de</p><p>regência, para atacar o acórdão proferido em impetração originária,</p><p>preferiu a via do habeas corpus, circunstância esta que impõe o não</p><p>conhecimento do writ. 3. Somente é possível a superação do óbice e a</p><p>intervenção desta Corte quando verificada a existência de flagrante</p><p>ilegalidade, situação inocorrente na espécie. 4. A decisão que decreta a</p><p>internação, antes da sentença, nos moldes de qualquer decisão que</p><p>venha a restringir cautelarmente a liberdade individual de</p><p>qualquer pessoa, deve conter fundamentação idônea, com a</p><p>demonstração inequívoca da necessidade da medida excepcional</p><p>(ex vi do art. 108 do ECA). 5. Inexiste constrangimento ilegal</p><p>quando devidamente fundamentada a</p><p>internação provisória do</p><p>https://www.alfaconcursos.com.br/</p><p>alfaconcursos.com.br</p><p>MUDE SUA VIDA!</p><p>15</p><p>paciente na gravidade in concreto dos atos infracionais praticados</p><p>(equivalentes a tráfico e porte ilegal de arma de fogo). Acrescente-</p><p>se, ainda, o fato de o adolescente estar em local incerto e não</p><p>sabido desde a expedição do mandado de busca e apreensão, há</p><p>mais de um ano, o que reforça a necessidade da medida. 6. Habeas</p><p>corpus não conhecido.</p><p>Por fim, o art. 109 demonstra que o adolescente civilmente identificado não será</p><p>submetido à identificação compulsória pelos órgãos policiais, de proteção ou judiciais.</p><p>Entretanto, tal regra não é absoluta, pois em caso de dúvida fundada, é possível a identificação</p><p>compulsória, mesmo que civilmente identificado.</p><p>Art. 109. O adolescente civilmente identificado não será submetido a</p><p>identificação compulsória pelos órgãos policiais, de proteção e</p><p>judiciais, salvo para efeito de confrontação, havendo dúvida</p><p>fundada.</p><p>DAS GARANTIAS PROCESSUAIS:</p><p>Assim como os diretos individuais, também foram estabelecidas garantias processuais</p><p>aos autores de ato infracional, Vejamos:</p><p>Art. 110. Nenhum adolescente será privado de sua liberdade sem o</p><p>devido processo legal.</p><p>Art. 111. São asseguradas ao adolescente, entre outras, as seguintes</p><p>garantias:</p><p>I - pleno e formal conhecimento da atribuição de ato infracional,</p><p>mediante citação ou meio equivalente;</p><p>II - igualdade na relação processual, podendo confrontar-se com</p><p>vítimas e testemunhas e produzir todas as provas necessárias</p><p>à sua defesa;</p><p>III - defesa técnica por advogado;</p><p>IV - assistência judiciária gratuita e integral aos necessitados, na</p><p>forma da lei;</p><p>V - direito de ser ouvido pessoalmente pela autoridade</p><p>competente;</p><p>VI - direito de solicitar a presença de seus pais ou responsável</p><p>em qualquer fase do procedimento.</p><p>Sobre o dispositivo, podemos salientar que:</p><p>➢ O adolescente pode confrontar vítimas e testemunhas como meio de prova.</p><p>➢ Há direito à defesa técnica por meio de advogado.</p><p>➢ A garantia de ser ouvido PESSOALMENTE, sem necessidade de intermédio de</p><p>pais ou representantes legais.</p><p>➢ E uma garantia bastante peculiar é o direito de SOLICITAR a presença dos pais ou</p><p>responsáveis EM QUALQUER FASE DO PROCEDIMENTO</p><p>https://www.alfaconcursos.com.br/</p><p>alfaconcursos.com.br</p><p>MUDE SUA VIDA!</p><p>16</p><p>QUESTÕES SOBRE O TEMA:</p><p>1. Ano: 2010 Banca: INSTITUTO CIDADES Órgão: DPE-GO Prova: INSTITUTO CIDADES -</p><p>2010 - DPE-GO - Defensor Público</p><p>O adolescente que for surpreendido em flagrante prática de ato infracional, segundo as</p><p>disposições da Lei n. 8.069/90 (ECA), terá os seguintes direitos e garantias:</p><p>a) Em nenhuma hipótese o adolescente poderá ser privado de sua liberdade, salvo em</p><p>flagrante de ato infracional ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade</p><p>competente.</p><p>b) A apreensão de qualquer adolescente e o local onde se encontra recolhido serão</p><p>comunicados no prazo de 24 horas ao juiz competente, à sua família ou pessoa por ele</p><p>indicada.</p><p>c) A internação do adolescente antes da sentença pode ser determinada pelo prazo</p><p>máximo de 45 dias e deverá ser fundamentada, podendo ser renovada pelo prazo</p><p>máximo de 15 dias, no caso da prática de atos infracionais cometidos com violência ou</p><p>grave ameaça.</p><p>d) São assegurados ao adolescente, entre outras, a garantia de que terá assistência técnica</p><p>por advogado, igualdade na relação processual e ser ouvido pessoalmente pela</p><p>autoridade competente.</p><p>e) Os pais ou responsáveis pelo adolescente terão direito à identificação dos responsáveis</p><p>pela sua apreensão e devem ser informados acerca de seus direitos.</p><p>2. Ano: 2014 Banca: VUNESP Órgão: DPE-MS Prova: VUNESP - 2014 - DPE-MS - Defensor</p><p>Público</p><p>Assinale a alternativa correta.</p><p>a) A prescrição penal, em sendo matéria de natureza material penal, é incompatível com</p><p>as características das medidas socioeducativas.</p><p>b) Não poderá haver internação de adolescente por prática de ato infracional antes da</p><p>prolação da sentença.</p><p>c) No regime de semiliberdade, possibilita-se a realização de atividades externas,</p><p>mediante autorização judicial.</p><p>d) O adolescente tem direito à identificação dos responsáveis pela sua apreensão,</p><p>devendo ser informado acerca de seus direitos.</p><p>3. Ano: 2019 Banca: INSTITUTO AOCP Órgão: PC-ES Prova: INSTITUTO AOCP - 2019 - PC-</p><p>ES - Perito Oficial Criminal - Área 8 (ADAPTADA):</p><p>Com base na Lei nº 8.069/1990, que dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e</p><p>dá outras providências, julgue a alternativa:</p><p>O adolescente apreendido em flagrante de ato infracional será, desde logo, encaminhado à</p><p>autoridade policial competente.</p><p>Certo ( ) Errado ( )</p><p>https://www.alfaconcursos.com.br/</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/bancas/instituto-cidades</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/institutos/dpe-go</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/instituto-cidades-2010-dpe-go-defensor-publico</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/instituto-cidades-2010-dpe-go-defensor-publico</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/bancas/vunesp</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/institutos/dpe-ms</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/vunesp-2014-dpe-ms-defensor-publico</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/vunesp-2014-dpe-ms-defensor-publico</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/bancas/instituto-aocp</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/institutos/pc-es</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/instituto-aocp-2019-pc-es-perito-oficial-criminal-area-8</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/instituto-aocp-2019-pc-es-perito-oficial-criminal-area-8</p><p>alfaconcursos.com.br</p><p>MUDE SUA VIDA!</p><p>17</p><p>4. Ano: 2018 Banca: VUNESP Órgão: TJ-SP Prova: VUNESP - 2018 - TJ-SP - Juiz Substituto</p><p>O adolescente apreendido em flagrante de ato infracional:</p><p>a) Será, desde logo, encaminhado à autoridade policial competente e, se a apreensão</p><p>ocorrer por força de ordem judicial, será, desde logo, encaminhado à autoridade</p><p>judiciária.</p><p>b) Ou por força de ordem judicial, será, desde logo, apresentada à autoridade policial que o</p><p>encaminhará à autoridade judiciária.</p><p>c) Será, desde logo, encaminhado à autoridade judicial, não podendo ser apresentado à</p><p>autoridade policial.</p><p>d) Será, desde logo, encaminhado ao Ministério Público e, se for apreendido por força de</p><p>ordem judicial, será, desde logo, encaminhado à autoridade judiciária.</p><p>5. Ano: 2018 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: MPE-PI Prova: CESPE - 2018 - MPE-PI -</p><p>Analista Ministerial - Área Processual</p><p>Crianças e adolescentes que cometam atos infracionais estão sujeitas a medidas</p><p>socioeducativas previstas no Estatuto da Criança e do Adolescente.</p><p>Certo ( ) Errado ( )</p><p>6. Ano: 2018 Banca: VUNESP Órgão: TJ-RS Prova: VUNESP - 2018 - TJ-RS - Juiz de Direito</p><p>Substituto (ADAPTADA):</p><p>Verificada a prática de ato infracional, a autoridade policial poderá aplicar ao</p><p>adolescente as medidas socioeducativas.</p><p>Certo ( ) Errado ( )</p><p>7. Ano: 2018 Banca: Fundação CEFETBAHIA Órgão: MPE-BA Prova: Fundação</p><p>CEFETBAHIA - 2018 - MPE-BA - Promotor de Justiça Substituto (ADAPTADO):</p><p>A aplicação de medidas socioeducativas ao adolescente, pela prática de ato infracional, é da</p><p>competência exclusiva do juiz.</p><p>Certo ( ) Errado ( )</p><p>8. Ano: 2017 Banca: VUNESP Órgão: Prefeitura de Andradina - SP Prova: VUNESP - 2017 -</p><p>Prefeitura de Andradina - SP - Procurador Jurídico</p><p>Nenhum adolescente será privado de sua liberdade sem o devido processo legal, sendo-</p><p>lhe assegurada, dentre outras, a seguinte garantia:</p><p>a) Igualdade na relação processual, não podendo se confrontar com vítimas para evitar</p><p>constrangimento.</p><p>b) Direito de ser ouvido pessoalmente pela autoridade competente.</p><p>c) Defesa técnica pelo membro do Conselho Tutelar</p><p>d) Direito de solicitar a sala especial para sua oitiva.</p><p>Direito de não sofrer medida de</p><p>internação antes da sentença</p><p>https://www.alfaconcursos.com.br/</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/bancas/vunesp</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/institutos/tj-sp</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/vunesp-2018-tj-sp-juiz-substituto</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/bancas/cespe-cebraspe</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/institutos/mpe-pi</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/cespe-2018-mpe-pi-analista-ministerial-area-processual</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/cespe-2018-mpe-pi-analista-ministerial-area-processual</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/bancas/vunesp</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/institutos/tj-rs</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/vunesp-2018-tj-rs-juiz-de-direito-substituto</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/vunesp-2018-tj-rs-juiz-de-direito-substituto</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/bancas/fundacao-cefetbahia</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/institutos/mpe-ba</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/fundacao-cefetbahia-2018-mpe-ba-promotor-de-justica-substituto-anulada</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/fundacao-cefetbahia-2018-mpe-ba-promotor-de-justica-substituto-anulada</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/bancas/vunesp</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/institutos/prefeitura-de-andradina-sp</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/vunesp-2017-prefeitura-de-andradina-sp-assistente-juridico-e-procurador-juridico</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/vunesp-2017-prefeitura-de-andradina-sp-assistente-juridico-e-procurador-juridico</p><p>alfaconcursos.com.br</p><p>MUDE SUA VIDA!</p><p>18</p><p>9. Ano: 2016 Banca: MS CONCURSOS Órgão: Prefeitura de Itapema - SC Prova: MS</p><p>CONCURSOS - 2016 - Prefeitura de Itapema - SC - Advogado CREAS/SUAS</p><p>De acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente, no que diz respeito aos direitos</p><p>individuais, assinale a alternativa incorreta.</p><p>a) A apreensão de qualquer adolescente e o local onde se encontra recolhido serão</p><p>incontinenti comunicados à autoridade judiciária competente e à família do apreendido</p><p>ou à pessoa por ele indicada.</p><p>b) A internação, antes da sentença, pode ser determinada pelo prazo máximo de quarenta</p><p>e cinco dias.</p><p>c) Nenhum adolescente será privado de sua liberdade senão em flagrante de ato</p><p>infracional ou por ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente.</p><p>d) O adolescente civilmente identificado será submetido a identificação compulsória pelos</p><p>órgãos policiais, de proteção e judiciais, salvo para efeito de confrontação, havendo</p><p>dúvida fundada.</p><p>https://www.alfaconcursos.com.br/</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/bancas/ms-concursos</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/institutos/prefeitura-de-itapema-sc</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/ms-concursos-2016-prefeitura-de-itapema-sc-advogado-creas-suas</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/ms-concursos-2016-prefeitura-de-itapema-sc-advogado-creas-suas</p><p>alfaconcursos.com.br</p><p>MUDE SUA VIDA!</p><p>19</p><p>GABARITO</p><p>1. D</p><p>2. D</p><p>3. C</p><p>4. A</p><p>5. E</p><p>6. E</p><p>7. C</p><p>8. B</p><p>9. D</p><p>https://www.alfaconcursos.com.br/</p><p>alfaconcursos.com.br</p><p>MUDE SUA VIDA!</p><p>20</p><p>MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>Estudaremos agora as medidas socioeducativas em espécie, de forma a entender as</p><p>peculiaridades e características de cada uma delas. De modo geral, vale relembrar que as tais</p><p>medidas são aplicadas apenas aos ADOLESCENTES autores de ato infracional, não cabendo</p><p>sua aplicação às crianças. Destaca-se seu caráter CORRETIVO.</p><p>Ademais, as medidas socioeducativas estão previstas no artigo 112 da lei 8069/90,</p><p>sendo considerado pela doutrina um ROL TAXATIVO. Dessa forma, é essencial que você</p><p>memorize este rol, de modo que saiba identificar se uma medida é ou não socioeducativa. Para</p><p>ajudá-los nesta tarefa, foi criado o mnemônico “PALIOS”, em que cada letra corresponde a</p><p>uma medida. Vejamos:</p><p>Prestação de serviço à comunidade</p><p>Advertência</p><p>Liberdade assistida</p><p>Internação</p><p>Obrigação de reparar o dano</p><p>Semiliberdade</p><p>Podemos dividir essas medidas em duas espécies: MEIO ABERTO e MEIO FECHADO,</p><p>sendo que na primeira não haverá privação da liberdade, enquanto na segunda sim.</p><p>ESPÉCIE DA MEDIDA CARACTERÍSTICA MEDIDA</p><p>SOCIOEDUCATIVA</p><p>MEIO ABERTO Não haverá privação da</p><p>liberdade</p><p>• Advertência</p><p>• Prestação de serviço</p><p>à comunidade</p><p>• Obrigação de</p><p>reparar o dano</p><p>• Liberdade assistida</p><p>MEIO FECHADO Haverá privação da</p><p>liberdade</p><p>• Semiliberdade</p><p>• Internação</p><p>Quanto à aplicação das referidas medidas, o art. 112, parágrafo primeiro, ensina que</p><p>deverá ser levada em consideração a capacidade de cumprimento, as circunstâncias e a</p><p>gravidade da infração:</p><p>Art. 112. Verificada a prática de ato infracional, a autoridade</p><p>competente poderá aplicar ao adolescente as seguintes medidas:</p><p>§ 1º A medida aplicada ao adolescente levará em conta a sua</p><p>capacidade de cumpri-la, as circunstâncias e a gravidade da</p><p>infração.</p><p>https://www.alfaconcursos.com.br/</p><p>alfaconcursos.com.br</p><p>MUDE SUA VIDA!</p><p>21</p><p>O artigo 144 da mencionada lei descreve uma peculiaridade no que tange à</p><p>implementação das medidas socioeducativas. Faz-se necessário, para sua imposição, que haja</p><p>PROVAS SUFICIENTES DE AUTORIA E MATERIALIDADE. Assim, é possível perceber que o</p><p>artigo exige que se tenham provas tanto da autoria quanto da materialidade. Entretanto, esse</p><p>dispositivo não se aplica para a medida de ADVERTÊNCIA, uma vez que, para sua aplicação,</p><p>se exige não PROVA DE MATERIALIDADE, mas apenas INDÍCIOS DE AUTORIA, de modo</p><p>que sua aplicação seja menos burocratizada do que as demais. Vejamos o dispositivo legal:</p><p>Art. 114. A imposição das medidas previstas nos incisos II a VI do</p><p>art. 112 pressupõe a existência de provas suficientes da autoria e</p><p>da materialidade da infração, ressalvada a hipótese de remissão,</p><p>nos termos do art. 127.</p><p>Parágrafo único. A advertência poderá ser aplicada sempre que</p><p>houver prova da materialidade e indícios suficientes da autoria.</p><p>QUESTÃO COMENTADA:</p><p>10. Ano: 2019 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: MPE-PI Prova: CESPE - 2019 - MPE-PI -</p><p>Promotor de Justiça Substituto</p><p>De acordo com o ECA, após a verificação da prática de ato infracional por um adolescente, o</p><p>juiz deverá considerar para aplicar medida socioeducativa, além das circunstâncias da</p><p>infração,</p><p>a) A personalidade do adolescente e a gravidade da infração.</p><p>b) Os motivos da conduta praticada pelo adolescente e a gravidade da infração.</p><p>c) Somente a gravidade da infração.</p><p>d) A capacidade do adolescente de cumprir a medida e a gravidade da infração</p><p>e) Somente a capacidade de discernimento do adolescente.</p><p>Resolução Rápida:</p><p>Com base no texto legal do ECA, o artigo 112 disciplina que, para a aplicação</p><p>de medida socioeducativa ao adolescente, será levado em conta:</p><p>A capacidade de cumprimento da medida</p><p>As circunstâncias da infração</p><p>A gravidade de infração</p><p>Diante disso, apenas a letra “D” está em consonância com o texto legal</p><p>Gabarito: “D”.</p><p>Resolução Completa:</p><p>Vejamos a resolução completa:</p><p>a) A personalidade do adolescente e a gravidade da infração.</p><p>Quanto à gravidade da infração, ela deverá ser levada em consideração para</p><p>aplicação da medida socioeducativa. No que tange à personalidade do agente, não</p><p>há previsão no texto legal.</p><p>b) Os motivos da conduta praticada pelo adolescente e a gravidade da</p><p>infração.</p><p>Quanto à gravidade da infração, ela deverá ser levada em consideração para</p><p>aplicação da medida socioeducativa. No que tange aos motivos da conduta</p><p>praticada, não há previsão legal.</p><p>c) Somente a gravidade da infração.</p><p>https://www.alfaconcursos.com.br/</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/bancas/cespe-cebraspe</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/institutos/mpe-pi</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/cespe-2019-mpe-pi-promotor-de-justica-substituto</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/cespe-2019-mpe-pi-promotor-de-justica-substituto</p><p>alfaconcursos.com.br</p><p>MUDE SUA VIDA!</p><p>22</p><p>O erro da alternativa é restringir a análise da gravidade da infração, uma vez</p><p>que ainda deverá ser considerada a capacidade do adolescente de cumprir a</p><p>medida.</p><p>d) A capacidade do adolescente de cumprir a medida e a gravidade da</p><p>infração.</p><p>Exatamente o que descreve o art. 112, § 1º, do ECA. É o nosso gabarito.</p><p>e) Somente a capacidade de discernimento do adolescente</p><p>Não há previsão legal desse requisito para a aplicação de medida</p><p>socioeducativa ao adolescente.</p><p>Gabarito: C.</p><p>Por fim, é importantíssimo que você saiba que SOMENTE A AUTOTIDADE JUDICIÁRIA</p><p>PODERÁ IMPOR MEDIDA SOCIOEDUCATIVA. Não há exceção para Ministério Público,</p><p>Autoridade Policial, Defensoria Pública ou Conselho Tutelar.</p><p>DAS MEDIDAS EM ESPÉCIE</p><p>ADVERTÊNCIA:</p><p>Prevista no artigo 115, é a medida mais branda existente, sendo uma ADMOESTAÇÃO</p><p>VERBAL, que deverá ser reduzida a termo. Lembrando que esta é a única medida que</p><p>necessita, para ser aplicada, não de provas de materialidade, mas apenas de indícios de</p><p>autoria.</p><p>Art. 115. A advertência consistirá em admoestação verbal, que será</p><p>reduzida a termo e assinada.</p><p>OBRIGAÇÃO DE REPARAR O DANO:</p><p>Em ocasiões em que o ato infracional tem reflexos patrimoniais, a autoridade judiciária</p><p>poderá (não é uma imposição, logo, a expressão “deverá” deve ser vista como incorreta)</p><p>determinar a reparação do dano ou sua restituição. Cabe ressaltar que, se por algum motivo, o</p><p>adolescente se encontra impossibilitado de cumpri-la, está poderá ser substituída por outra</p><p>medida mais adequada. A medida ocorre para reparar o DANO PATRIMONIAL, sendo</p><p>incabível sua aplicação para restituir dano moral.</p><p>Art. 116. Em se tratando de ato infracional com reflexos</p><p>patrimoniais, a autoridade poderá determinar, se for o caso, que o</p><p>adolescente restitua a coisa, promova o ressarcimento do dano,</p><p>ou, por outra forma, compense o prejuízo da vítima.</p><p>Parágrafo único. Havendo manifesta impossibilidade, a medida</p><p>poderá ser substituída por outra adequada.</p><p>PRESTAÇÃO DE SERVIÇO À COMUNIDADE:</p><p>A presente medida consiste na realização de trabalho pelo adolescente, tendo em si as</p><p>seguintes características:</p><p>➢ O trabalho é GRATUITO E DE INTERESSE GERAL, logo, não haverá remuneração e</p><p>o interesse não pode ser particular.</p><p>➢ Jornada máxima de 8h SEMANAIS. Cuidado para não confundir com o expediente</p><p>normal do trabalhador que são 8 horas diárias.</p><p>➢ O prazo da medida é de, no MÁXIMO, 6 MESES. Cuidado para não confundir com</p><p>liberdade assistida, que tem prazo de, no mínimo, 6 meses.</p><p>https://www.alfaconcursos.com.br/</p><p>alfaconcursos.com.br</p><p>MUDE SUA VIDA!</p><p>23</p><p>Art. 117. A prestação de serviços comunitários consiste na</p><p>realização de tarefas gratuitas de interesse geral, por período</p><p>não excedente a seis meses, junto a entidades assistenciais,</p><p>hospitais, escolas e outros estabelecimentos congêneres, bem como</p><p>em programas comunitários ou governamentais.</p><p>Parágrafo único. As tarefas serão atribuídas conforme as aptidões</p><p>do adolescente, devendo ser cumpridas durante jornada máxima</p><p>de oito horas semanais, aos sábados, domingos e feriados ou em</p><p>dias úteis, de modo a não prejudicar a frequência à escola ou à</p><p>jornada normal de trabalho.</p><p>LIBERDADE ASSISTIDA:</p><p>A liberdade assistida será imposta toda vez que for a medida mais adequada para</p><p>auxiliar, acompanhar e orientar adolescente. Será designada uma pessoa capacitada para</p><p>tais fins. Essa medida apresenta um prazo diferenciado, pois estabelece que deve ser</p><p>implementada por, NO MÍNIMO, 6 MESES. Cuidado para não confundir com a medida de</p><p>prestação de serviço à comunidade, com prazo máximo de 6 meses.</p><p>Art. 118. A liberdade assistida será adotada sempre que se afigurar</p><p>a medida mais adequada para o fim de acompanhar, auxiliar e</p><p>orientar o adolescente.</p><p>§ 1º A autoridade designará pessoa capacitada para acompanhar</p><p>o caso, a qual poderá ser recomendada por entidade ou programa</p><p>de atendimento.</p><p>§ 2º A liberdade assistida será fixada pelo prazo mínimo de seis</p><p>meses, podendo a qualquer tempo ser prorrogada, revogada ou</p><p>substituída por outra medida, ouvido o orientador, o Ministério</p><p>Público e o defensor.</p><p>Art. 119. Incumbe ao orientador, com o apoio e a supervisão da</p><p>autoridade competente, a realização dos seguintes encargos, entre</p><p>outros:</p><p>I - promover socialmente o adolescente e sua família, fornecendo-</p><p>lhes orientação e inserindo-os, se necessário, em programa oficial</p><p>ou comunitário de auxílio e assistência social;</p><p>II - supervisionar a frequência e o aproveitamento escolar do</p><p>adolescente, promovendo, inclusive, sua matrícula;</p><p>III - diligenciar no sentido da profissionalização do adolescente e de</p><p>sua inserção no mercado de trabalho;</p><p>IV - apresentar relatório do caso.</p><p>SEMILIBERDADE:</p><p>➢ Medida de meio fechado, que embora preveja a restrição de liberdade, permite que</p><p>sejam realizadas atividades externas de escolarização ou profissionalização,</p><p>INDEPENDENTIMENTE DE AUTORIZAÇÃO JUDICIAL.</p><p>➢ Poderá ser aplicada desde o início, como medida originária, ou como forma de</p><p>transição para o meio aberto.</p><p>➢ Reavaliada no prazo máximo de 6 meses.</p><p>https://www.alfaconcursos.com.br/</p><p>alfaconcursos.com.br</p><p>MUDE SUA VIDA!</p><p>24</p><p>➢ Não se estabelece um tempo mínimo para sua aplicação, porém, terá aplicação</p><p>máxima de 3 anos ou até que o autor do ato infracional atinja a idade de 21</p><p>anos.</p><p>Art. 120. O regime de semi-liberdade pode ser determinado desde o</p><p>início, ou como forma de transição para o meio aberto,</p><p>possibilitada a realização de atividades externas,</p><p>independentemente de autorização judicial.</p><p>§ 1º São obrigatórias a escolarização e a profissionalização,</p><p>devendo, sempre que possível, ser utilizados os recursos existentes</p><p>na comunidade.</p><p>§ 2º A medida não comporta prazo determinado aplicando-se, no</p><p>que couber, as disposições relativas à internação.</p><p>QUESTÃO COMENTADA:</p><p>11. Ano: 2009, Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: PC-PB Prova: CESPE - 2009 - PC-PB -</p><p>Delegado de Polícia ( ADAPTADA)</p><p>O regime de semiliberdade possibilita ao adolescente a realização de atividades externas,</p><p>mediante expressa autorização judicial.</p><p>Certo ( ) Errado ( )</p><p>Resolução completa:</p><p>A presente questão disserta sobre a medida de semiliberdade. Sobre ela, é</p><p>importante ressaltar que poderá ser aplicada desde o início, e que será permitido</p><p>realização de atividades externas, INDEPENDENTIMENTE de expressa</p><p>autorização judicial.</p><p>Gabarito: errado.</p><p>INTERNAÇÃO:</p><p>➢ A internação é a medida de meio fechado mais gravosa prevista no Estatuto da</p><p>Criança e do Adolescente. Sua aplicação deverá levar em consideração três</p><p>princípios: BREVIDADE, EXCEPCIONALIDADE E CONDIÇÃO PECULIAR DE</p><p>PESSOA EM DESENVOLVIMENTO. A medida não comporta prazo mínimo,</p><p>devendo ser reavaliada no prazo máximo de 6 meses.</p><p>➢ Como regra, a internação possui PRAZO MÁXIMO DE 3 ANOS, sendo que, quando</p><p>extrapolado esse limite temporal, deverá o adolescente ser Liberado ou colocado</p><p>em regime de Semiliberdade ou Liberdade Assistida. A liberação será</p><p>compulsória aos 21 anos.</p><p>➢ A DESINTERNAÇÃO não é automática, devendo ser ouvido o Ministério Público,</p><p>efetivando-se por meio de AUTORIZAÇÃO JUDICIAL. Sobre o tema, é importante</p><p>ressaltar que, na hipótese de o adolescente já estar cumprindo medida de</p><p>internação e ser novamente condenado a essa mesma medida, devido a novo ato</p><p>infracional, essa poderá perdurar para além dos 3 anos previstos no ordenamento</p><p>jurídico, sempre respeitando-se o limite máximo da idade, que é de 21 anos. Assim,</p><p>não será o juiz obrigado a realizar a desinternação por condenação superveniente</p><p>de novo ato infracional sujeito a medida de internação.</p><p>https://www.alfaconcursos.com.br/</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/bancas/cespe-cebraspe</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/institutos/pc-pb</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/cespe-2009-pc-pb-delegado-de-policia</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/cespe-2009-pc-pb-delegado-de-policia</p><p>alfaconcursos.com.br</p><p>MUDE SUA VIDA!</p><p>25</p><p>➢ São requisitos para a aplicação da internação:</p><p>a) Tratar-se de ato infracional cometido mediante grave ameaça ou violência a</p><p>pessoa.</p><p>Sobre esse requisito é importante destacar a Súmula 492 do STJ, que assim disserta:</p><p>Súmula 492 - O ato infracional análogo ao tráfico de drogas, por si só, não</p><p>conduz obrigatoriamente à imposição de medida socioeducativa de internação do</p><p>adolescente.</p><p>Tendo em vista o presente dispositivo, é possível verificar que o ilícito análogo</p><p>ao de tráfico de drogas não se encaixa nos requisitos para imposição da presente</p><p>medida, tendo em vista que, por si só, não há prática por meio de violência ou</p><p>ameaça a pessoas.</p><p>b) Por reiteração no cometimento de outras infrações graves.</p><p>Repare que o dispositivo restringiu que a reiteração é de infrações graves,</p><p>não bastando ser qualquer tipo de reiteração.</p><p>c) Por descumprimento reiterado e injustificável da medida anteriormente</p><p>imposta.</p><p>A presente condição representa uma hipótese de exceção ao prazo máximo de</p><p>internação, assim, as medidas socioeducativas que forem baseados no referido</p><p>requisito deverão ter PRAZO MÁXIMO DE 3 MESES.</p><p>TIPOS DE INTERNAÇÃO:</p><p>Para melhor compreendermos os tipos de internação e seus diferentes prazos, vamos</p><p>apresentar um quadro-resumo a seguir:</p><p>TIPO DE</p><p>INTERNAÇÃO</p><p>PROVISÓRIA REGRA (SANÇÃO) EXCEÇÃO (SANÇÃO)</p><p>FUNDAMENTO</p><p>Ocorre antes da</p><p>sentença</p><p>Indícios suficientes</p><p>de autoria e</p><p>materialidade e</p><p>Necessidade</p><p>Imperiosa da medida</p><p>Cometido mediante</p><p>grave ameaça ou</p><p>violência a pessoa</p><p>Reiteração no</p><p>cometimento de</p><p>outras infrações</p><p>graves</p><p>Por descumprimento</p><p>reiterado e</p><p>injustificável da</p><p>medida anteriormente</p><p>imposta.</p><p>PRAZO</p><p>45 dias,</p><p>improrrogáveis</p><p>Máximo 3 anos Máximo 3 meses</p><p>https://www.alfaconcursos.com.br/</p><p>alfaconcursos.com.br</p><p>MUDE SUA VIDA!</p><p>26</p><p>ENTENDIMENTOS LEGAIS SOBRE O TEMA:</p><p>O tema medida socioeducativa é bastante vasto e complexo. Por esse motivo foi alvo de</p><p>diversos julgados em que se firmaram posições sobre o tema. Assim, iremos apresentar</p><p>entendimentos firmados por tribunais em súmulas e enunciados para que se dê maior</p><p>profundidade ao tema. Vamos lá:</p><p>a) Súmula 108, STJ – A aplicação de medidas socioeducativas ao adolescente, pela prática</p><p>de ato infracional, é da competência exclusiva do juiz.</p><p>Conforme já estudado, cabe somente ao juiz decretar as medidas</p><p>socioeducativas, não estendendo tal fato ao MP, Defensoria, Delegado e Conselho</p><p>Tutelar. No caso da internação, cabe ao juiz tanto a implementação, quanto a</p><p>desinternação.</p><p>b) Súmula 338, STJ – A prescrição penal é aplicável nas medidas socioeducativas.</p><p>c) Súmula 342, STJ – No procedimento para aplicação de medida socioeducativa é nula a</p><p>desistência de outras provas em face da confissão do adolescente.</p><p>O entendimento demonstra que a confissão não é a rainha das provas, de</p><p>modo que não poderá deixar de analisar os demais elementos de prova em razão</p><p>da confissão. O conjunto probatório deverá ser compreendido como um todo, não</p><p>vigorando mais o sistema de prova tarifária. Esse dispositivo é de suma</p><p>importância, pois, não raro, é comum que crianças e adolescentes, devido ao seu</p><p>tratamento especial e diferenciado, confessem autoria de crime para “salvarem” os</p><p>verdadeiros autores que são maiores e imputáveis.</p><p>d) Súmula 265, STJ – É necessária a oitiva do menor infrator antes de decretar-se a</p><p>regressão da medida socioeducativa.</p><p>Perceba que se trata de uma imposição, não uma faculdade, logo, para</p><p>regredir o adolescente de regime, é obrigatória sua oitiva.</p><p>e) Enunciado 772, STF – É incabível a imposição da medida socioeducativa de</p><p>internação ao adolescente que pratique ato infracional equiparado ao porte de drogas</p><p>para consumo próprio, tipificado no art. 28 da Lei 11.343/2006.</p><p>f) Súmula 492 – O ato infracional análogo ao tráfico de drogas, por si só, não conduz</p><p>obrigatoriamente à imposição de medida socioeducativa de internação do adolescente.</p><p>g) Súmula 605 – A superveniência da maioridade penal não interfere na apuração de ato</p><p>infracional, nem na aplicabilidade de medida socioeducativa em curso, inclusive na</p><p>liberdade assistida, enquanto não atingida a idade de 21 anos.</p><p>https://www.alfaconcursos.com.br/</p><p>alfaconcursos.com.br</p><p>MUDE SUA VIDA!</p><p>27</p><p>QUESTÕES SOBRE O TEMA:</p><p>1. Ano: 2020 Banca: FCC Órgão: TJ-MS Prova: FCC - 2020 - TJ-MS - Juiz Substituto</p><p>Jorge tem 20 anos e completou 3 anos ininterruptos de cumprimento de medida de</p><p>internação. Assim, de acordo com o que dispõe expressamente a lei, Jorge:</p><p>a) Deverá ser imediatamente liberado, independentemente de prévia autorização judicial.</p><p>b) Poderá ser colocado em regime de semiliberdade, liberdade assistida ou prestação de</p><p>serviços à comunidade.</p><p>c) Poderá ser encaminhado, excepcionalmente, a Hospital de Custódia e Tratamento</p><p>Psiquiátrico caso persista a periculosidade e tenha sido decretada sua interdição.</p><p>d) Deverá ser encaminhado a uma residência inclusiva caso não disponha de local para</p><p>morar.</p><p>e) Pode permanecer em medida de internação caso nova internação tenha sido aplicada</p><p>por ato infracional praticado durante a execução.</p><p>2. Ano: 2019 Banca: VUNESP Órgão: Câmara de São Miguel Arcanjo - SP Prova: VUNESP -</p><p>2019 - Câmara de São Miguel Arcanjo - SP - Procurador Legislativo (ADAPTADA)</p><p>As medidas socioeducativas aplicam-se a adolescentes que praticam ato infracional. As</p><p>crianças aplicam-se somente medidas protetivas.</p><p>Certo ( ) Errado ( )</p><p>3. No Brasil, ao adolescente que comete ato infracional são aplicadas as medidas</p><p>socioeducativas. No que se refere às medidas socioeducativas, assinale a alternativa correta.</p><p>a) A prestação de serviços comunitários consiste na realização, pelo adolescente, de</p><p>tarefas gratuitas, por período não excedente a oito meses, devendo ser cumpridas</p><p>durante jornada máxima de oito horas semanais, exceto aos sábados, domingos e</p><p>feriados, junto a entidades assistenciais, hospitais, escolas e outros estabelecimentos</p><p>congêneres.</p><p>b) A medida socioeducativa de acompanhamento monitorado terá duração de seis meses e</p><p>consistirá no comparecimento mensal do adolescente, acompanhado dos pais ou do</p><p>responsável legal, ao Ministério Público, para apresentar comprovante de frequência</p><p>escolar.</p><p>c) A medida de liberdade assistida será utilizada necessariamente como transição do</p><p>regime de internação e consistirá no acompanhamento do adolescente por um</p><p>orientador. A medida terá prazo mínimo de três meses e máximo de um ano.</p><p>d) A internação constitui medida privativa da liberdade, que será fixada pelo prazo</p><p>mínimo de seis meses e estará sujeita aos princípios de provisoriedade,</p><p>excepcionalidade e respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento.</p><p>e) Na medida socioeducativa de internação, será permitida a realização de atividades</p><p>externas, a critério da equipe técnica da entidade, salvo expressa determinação judicial</p><p>em contrário.</p><p>https://www.alfaconcursos.com.br/</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/bancas/fcc</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/institutos/tj-ms</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/fcc-2020-tj-ms-juiz-substituto</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/bancas/vunesp</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/institutos/camara-de-sao-miguel-arcanjo-sp</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/vunesp-2019-camara-de-sao-miguel-arcanjo-sp-procurador-legislativo</p><p>https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/vunesp-2019-camara-de-sao-miguel-arcanjo-sp-procurador-legislativo</p><p>alfaconcursos.com.br</p><p>MUDE SUA VIDA!</p><p>28</p><p>4. Ano: 2019 Banca: VUNESP Órgão: TJ-RJ Prova: VUNESP - 2019 - TJ-RJ - Juiz Substituto</p><p>Com relação</p>