Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

Prévia do material em texto

<p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 05</p><p>Brasil Colônia II</p><p>EsPCEx</p><p>2024</p><p>2</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 05 – Brasil Colônia II</p><p>Sumário</p><p>Apresentação 3</p><p>Introdução 3</p><p>1. A decadência do Império Ultramarino de Portugal 4</p><p>1.1 – A tentativa de recuperação Econômica de Portugal 5</p><p>2. A Colônia: expansão territorial e diversidade econômica 9</p><p>2.1 – Território e economia: o Brasil nunca foi só açúcar 12</p><p>2.1.1 – Pecuária 13</p><p>2.1.1.1 - Extrativismo e comércio das Drogas do Sertão 18</p><p>2.1.1.2 - O Norte na crise econômica pós União Ibérica 20</p><p>2.1.2 – Bandeirismo e a descoberta do Ouro 22</p><p>2.2 – Novos Tratados sobre os limites territoriais 27</p><p>3. A descoberta do Ouro no contexto do mercantilismo decadente 32</p><p>3.1 – A civilização do Ouro 33</p><p>3.2 - A administração da região das minas 37</p><p>3.3 – O Sistema de Impostos 38</p><p>3.4 – Consequências da exploração do ouro 40</p><p>4. O declínio colonial e o conflito entre portugueses e brasileiros 44</p><p>4.1 – Revoltas Coloniais do século XVII 45</p><p>4.2 – Revoltas emancipacionistas 54</p><p>4.2.1 - Conjuração Mineira, 1789. Minas Gerais 55</p><p>4.3.2 - Conjuração Baiana, 1798. Bahia 58</p><p>4.3.3 - Um aprendizado político 61</p><p>5. Lista de questões EsPCEx 63</p><p>6. Lista de questões da profe. Alê Lopes 66</p><p>7. Lista de questões para Aprofundamento 73</p><p>8. Gabarito das questões EsPCEx 78</p><p>9. Lista de questões EsPCEx - comentadas 78</p><p>10. Lista de questões da profe. Alê Lopes - comentadas 88</p><p>11. Lista de questões para Aprofundamento - comentadas 112</p><p>Considerações Finais 123</p><p>3</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 05 – Brasil Colônia II</p><p>Apresentação</p><p>Olá queridos alunos e alunas, futuros cadetes</p><p>Queridas e Queridos Alunos,</p><p>Sejam bem-vindos e bem-vindas a mais uma aula. É bom saber que você avançou mais uma aula!</p><p>Espero que você esteja persistindo na busca de dominar cada dia mais nossa disciplina!</p><p>Nesta aula continuamos a estudar o processo de formação do Brasil, no Péríodo da Colonização. Os</p><p>assuntos da aula são:</p><p>• Crise da Metrópole</p><p>• Desenvolvimento e diversidade econômica colonial</p><p>• Expansão Territorial da colônia</p><p>• O declínio colonial</p><p>• Rebeliões coloniais</p><p>• Movimentos Emancipacionistas</p><p>Não perca de vista a temporalidade conforme estiver estudando a teoria!</p><p>Não me canso de afirmar, para você toda questão de história é imperdível! Você precisa estar</p><p>preparado para TUDO! Não esquece: “o segrego do sucesso é a constância no objetivo”. Vamos seguir</p><p>juntos!</p><p>Se você tiver dúvidas, utilize o Fórum de Dúvidas! Eu vou te responder bem rapidinho. Ah, não tem</p><p>pergunta boba, Ok? Vamos começar? Já sabe: pega seu café e sua ampulheta. Bora!!</p><p>Introdução</p><p>Queridas e queridos alunos, vamos continuar os estudos da história brasileira nos concentrando no</p><p>final do século XVII e no XVIII.</p><p>Na aula anterior, vimos a experiência da ocupação portuguesa nesse território e a civilização do</p><p>açúcar: seu esplendor e decadência. Como mencionamos antes, o açúcar não foi um mero produto que</p><p>enriqueceu portugueses e colonos. Foi um verdadeiro produtor de códigos, costumes e hábitos que</p><p>impactou a relação entre os diferentes grupos, inclusive negros e índios.</p><p>De fato, o açúcar foi um esplendor para a metrópole portuguesa, ao mesmo tempo que enriqueceu</p><p>colonos e lançou as bases para a formação do Brasil e da cultura brasileira, durante todo século XVI. Mas,</p><p>diante de um contexto de expansão comercial de todos os países, a ampla competição entre os reinos era</p><p>uma realidade. Os conflitos se acentuavam, pois não existiam instituições internacionais capazes de mediar</p><p>as contendas. A Igreja Católica assumiu esse papel em muitos momentos, mas suas decisões eram quase</p><p>sempre contestadas por governos que não se beneficiavam – assim foi com o caso do Tratado de</p><p>Tordesilhas e a constante contestação da monarquia francesa.</p><p>XVII XVIII</p><p>4</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 05 – Brasil Colônia II</p><p>Alguns conflitos entre países mudaram a reconfiguração do cenário internacional a partir da</p><p>segunda metade do século XVII. Foi o caso das disputas entre Holanda e Espanha e, posteriormente,</p><p>daquele país com Portugal.</p><p>Como falamos no final da aula passada, para a economia açucareira, a União Ibérica e os</p><p>consequentes conflitos com a Holanda foram desastrosos. O saldo geral foi a diminuição das exportações</p><p>de açúcar e a perda da liderança no mercado mundial. Portugal e Brasil nunca mais foram os mesmos no</p><p>sistema de comércio atlântico. No eixo das potências europeias, Portugal passou para uma posição de</p><p>dependência e submissão em relação a outros países que surgiram com novos potenciais – como a</p><p>Inglaterra.</p><p>Atenção aqui: nossa aula sobre Revoluções Inglesas ajuda muito a compreender esse</p><p>poderio todo que a Inglaterra desenvolveu ao longo do século XVII.</p><p>Esse cenário teve efeitos importantes para o Brasil, sobretudo, no que se refere a</p><p>um longo processo de cisão entre os interesses da Metrópole e da Colônia.</p><p>Apesar da crise do açúcar, o que se passou em terras brasileiras foi a ampliação das fronteiras</p><p>coloniais, a ampliação de setores urbanos e as diversificações econômica e social. Dessa forma, podemos</p><p>nos perguntar: qual o sentido dessas transformações para a formação da sociedade brasileira?</p><p>Assim, querida e querido aluno, precisamos ter em mente que, na prática, estamos estudando a</p><p>formação do Brasil – e isso tem uma importância enorme no seu exame intelectual!</p><p>Essa aula é sobre esse período e esse processo. Vamos começar?</p><p>1. A decadência do Império Ultramarino de Portugal</p><p>Portugal constituiu, da mesma forma que a Espanha, um grande império ultramarino durante todo</p><p>o século XVI. Nesse processo, o Brasil – como colônia portuguesa – teve um papel fundamental na geração</p><p>de superlucros para a Metrópole advindo da produção açucareira, bem como do desenvolvimento do</p><p>comércio escravista. Ou seja, o Brasil foi uma peça chave no sistema de exploração colonial mercantilista,</p><p>sobretudo, por garantir o esplendor econômico de Portugal.</p><p>Ocorreu que, grande parte do capital gerado foi gasto pela Coroa para a própria manutenção do</p><p>seu império. Além disso, o século XVI deu uma falsa sensação a Portugal de que a Metrópole poderia</p><p>adquirir produtos luxuosos “para sempre”. Dessa forma, não houve investimentos no desenvolvimento de</p><p>manufaturas e instrumentos de produção. A economia interna do reino luso continuou baseada na</p><p>produção de vinhos, azeites, peixes, entre outras atividades básicas. Ou seja, tudo era importado e, para</p><p>equilibrar a balança comercial favorável, retirava-se o dinheiro dos superlucros coloniais. Sacou o</p><p>esquema?</p><p>5</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 05 – Brasil Colônia II</p><p>Adiciono, também, que, durante o período da União Ibérica, entre 1580 e 1640, Portugal dependeu</p><p>ainda mais do comércio colonial. E, como vimos, a atividade econômica e a área mais rentáveis da colônia</p><p>estavam sob dominação da Holanda. Mais que isso, o reino luso não tinha autonomia política e renda</p><p>suficientes para defender a posse de muitas de suas possessões espalhadas pelo mundo, por isso, várias</p><p>delas foram dominadas por franceses, holandeses e ingleses. Lembra da aula passada uma questão sobre</p><p>as Ilhas Molucas, na Indonésia? Se não se lembra volte na lista de exercícios e reveja os mapas que coloquei</p><p>lá.</p><p>Outro efeito negativo dessa experiência para Portugal foi o fato de a Holanda passar a produzir</p><p>cana-de-açúcar nas Ilhas Antilhanas. Detentores do conhecimento sobre todas as fases dos negócios do</p><p>açúcar (produção, refino e comercialização), os holandeses passaram a vender o produto mais barato do</p><p>que o produzido no Brasil.</p><p>Vamos relembrar as perdas que Portugal e Brasil tiveram com as “guerras seiscentistas” –</p><p>aquelas contra a Holanda para combater a invasão e, depois, a expulsão. Dados retirados de</p><p>artigo do professor da Universidade de Yale, Stuart B. Schwartz:</p><p>→ Entre 1624 e 1628: perda de inúmeras safras de cana de açúcar;</p><p>→</p><p>mineradora foi um divisor de águas na economia do Brasil porque alterou profundamente as demais</p><p>atividades já existentes na colônia, bem como impulsionou o desenvolvimento de outras.</p><p>Assim, se há uma marca na atividade da exploração do ouro, no século XVIII, esta foi ter promovido</p><p>as condições necessárias para a ampliação e diversificação das atividades econômicas, bem como</p><p>transformações na vida social e política as quais deram espaço para novas formas de pensar, sentir, viver e</p><p>produzir cultura.</p><p>Por isso, a exemplo do que estudamos em relação à economia açucareira, podemos falar da</p><p>formação de uma “civilização do ouro” – produtora de valores, costumes e ideais. Isso esteve relacionado</p><p>não apenas com o ouro em si, mas com o modo como o ouro foi extraído.</p><p>34</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 05 – Brasil Colônia II</p><p>Mas como assim, profe? Era diferente o jeito brasileiro de extrair o ouro da terra?</p><p>Pois é, em um sistema de produção,</p><p>na maioria das vezes, o modo como se</p><p>produz algo importa mais do que aquilo</p><p>que se produz. Preste muita atenção na</p><p>explicação abaixo para você entender o</p><p>que eu estou explicando, ok!</p><p>Instrumentos de extração, fundição, aferição e transporte do ouro.</p><p>[Fonte: Museu Histórico Nacional, Rio de Janeiro/Foto: Rômulo Fialdini]</p><p>O ouro encontrado no Brasil era o de aluvião, depositados superficialmente nas encostas e</p><p>barrancos, diferentemente do que ocorria na américa espanhola onde as formações geológicas</p><p>exigiam grandes obras para explorá-lo.</p><p>O ouro de aluvião era facilmente explorado: poucas ferramentas, prato de madeira ou estanho</p><p>e peneiras. Não precisava de muita gente, até mesmo um único homem conseguia ter algum</p><p>sucesso e se transformar em um minerador.</p><p>Assim, ao contrário do complexo engenho de açúcar, a mineração do ouro no Brasil poderia</p><p>ser uma atividade mais “democrática” e oportuna para a distribuição de riquezas para quem</p><p>quisesse trabalhar muito!</p><p>Mas, calma, não se anima muito em querer votar no tempo e virar um minerador</p><p>Aí entrou o papel da Coroa que, se achando dona de tudo o que os olhos conseguissem</p><p>alcançar, promoveu uma administração supercentralizada, taxativa e altamente fiscalizatória.</p><p>Além, é claro, da própria existência da escravidão que, em sim, é um impeditivo para que</p><p>qualquer meritocracia funcione bem.</p><p>Os historiadores afirmam que a sociedade mineradora se desenvolveu de maneira mais aberta, mais</p><p>dinâmica e com maior mobilidade social em comparação com a sociedade açucareira.</p><p>35</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 05 – Brasil Colônia II</p><p>A região foi intensamente ocupada por muitas pessoas de várias regiões do Brasil e de outros países,</p><p>especialmente de Portugal. Há dados que demonstram uma explosão demográfica no Brasil. Veja os dados.</p><p>Além disso, alguns dados da época sobre a população brasileira, demonstram que houve um</p><p>alargamento da faixa de pessoas livres e a proporção entre estas e as escravizadas passou de 63% para</p><p>36%, aproximadamente.</p><p>Podemos sugerir, inclusive, que uma parte importante dos trabalhos realizados na região</p><p>mineradora era desenvolvido por mão de obra livre. Isso significa que homens escravizados conseguiram</p><p>liberdade? Não necessariamente, apesar de que vários relatos e documentos de época demonstram que</p><p>houve muito mais alforrias nessa região do que na região Nordeste, por exemplo.</p><p>O que podemos afirmar, com certeza, é que a região das minas se tornou um polo de atração</p><p>populacional e que uma parte importante das pessoas desenvolvia trabalhos livres.</p><p>Sérgio Buarque de Holanda afirma que apenas 1/3 da população estava envolvida com a atividade</p><p>mineradora, já as demais realizavam diversas outras funções.</p><p>Assim, no início, as pessoas chegavam para realizar atividades ligadas diretamente à mineração.</p><p>Contudo, com o tempo, foram desenvolvidas outras ocupações ligadas ao abastecimento e manutenção</p><p>da região, que virou um verdadeiro centro de consumo.</p><p>De fato, podemos inferir que houve uma diversificação de atividades profissionais, como por</p><p>exemplo:</p><p> profissões liberais (como advocacia, medicina, dentista, contador);</p><p>0</p><p>500.000</p><p>1.000.000</p><p>1.500.000</p><p>2.000.000</p><p>2.500.000</p><p>3.000.000</p><p>3.500.000</p><p>P</p><p>o</p><p>p</p><p>u</p><p>la</p><p>çã</p><p>o</p><p>1700 1800</p><p>Relação trabalho livre e escravo no total da população</p><p>População Total</p><p>Escravizados</p><p>Crescimento populacional</p><p>36</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 05 – Brasil Colônia II</p><p> atividade financeira, comércio (se multiplicavam as mercearias, mercadinhos, docerias,</p><p>tabernas);</p><p> serviços (como barbearia, carpintaria, alfaiataria);</p><p> funcionários públicos e burocratas;</p><p> Manufaturas e artesanatos (mestres de ofício).</p><p>Essa estrutura social e de trabalho teve impactos importantes nas atividades sociais e econômicas.</p><p>Quero dizer que, com mais pessoas e mais trabalho livre, ocorreu a formação de um mercado consumidor</p><p>diversificado. E se há mercado consumidor, também há comércio interno.</p><p>Olha o esqueminha:</p><p>Nós falamos desse processo quando estudamos a pecuária. Vimos que as tropas de muares, que</p><p>vinham do Sul, paravam em São Paulo e seguiam para as Minas Gerais. Como havia muita procura por</p><p>produtos, o desenvolvimento do comércio foi significativo.</p><p>Documentos de época nos informam que nessa região das Minas Gerais chegavam produtos</p><p>regionais e importados.</p><p>Nesse sentido, a urbanização foi outra característica das Minas Gerais. A população e os órgãos do</p><p>governo tendiam a se concentrar onde estava o ouro, muito próximo das minas. Nesse espaço se</p><p>desenvolveram as demais atividades econômicas que acabamos de estudar. Assim, a urbanização se tornou</p><p>um elemento inerente à mineração.</p><p>Sem grandes elaborações políticas, registre que: nesse novo cenário germinavam as sementes de um</p><p>ideário de unidade nacional, que se construiria ao longo dos séculos seguintes, especialmente depois da</p><p>Inconfidência Mineira, de 1789.</p><p>Vamos esquematizar as principais características da sociedade mineradora discutidas</p><p>até aqui:</p><p>Aumento</p><p>populacional</p><p>Mais</p><p>trabalho</p><p>livre</p><p>Mercado</p><p>consumidor</p><p>interno</p><p>Comércio</p><p>Interno</p><p>37</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 05 – Brasil Colônia II</p><p>3.2- A administração da região das minas</p><p>Logo que foram descobertas as primeiras jazidas de ouro, a Coroa decretou um Regimento da</p><p>Região das Minas Gerais. Tratava-se de um regimento que criava cargos, funções e objetivos a serem</p><p>seguidos pelos órgãos da coroa portuguesa. O conjunto desses órgãos ficaram conhecidos como</p><p>Intendência Geral das Minas.</p><p>Ressalto que a Intendência era independente de qualquer outra autoridade de colônia, inclusive do</p><p>Governado Geral. Assim, concentrava os poderes administrativos, judiciais, fiscais e policiais. Vejamos nos</p><p>esquemas os cargos e as funções:</p><p>38</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 05 – Brasil Colônia II</p><p>3.3 – O Sistema de Impostos</p><p>O sistema de imposto era relativamente simples. Ao longo do tempo, tornou-se extremamente</p><p>abusivo. Mas não esquecemos: o objetivo da Metrópole era explorar a col��nia, transferir riquezas para o</p><p>seu próprio território e sua elite. Portanto, se o custo disso era destruir o território e a população,</p><p>paciência... a mão pesava com impostos e com violência.</p><p>O imposto estabelecido para a produção aurífera era de 20% de toda a produção. Conhecemos esse</p><p>imposto como “o quinto”.</p><p>Assim, a coroa logo encontrou uma solução: transformar o ouro em pó em barras de ouro com a</p><p>“logomarca” da Coroa. Sim, querido e querida, é isso mesmo. Para isso, em 1725, criaram as Casas de</p><p>Fundição.</p><p>Nas Casas de Fundição, o ouro em pó era transformado em barra. Nesse processo, já se</p><p>descontavam os 20% do imposto. Nessas casas, o minerador entregava seu ouro em pó o qual era fundido</p><p>e transformado em barras. Depois de retirados os 20%, o restante era devolvido ao proprietário.</p><p>Mas agora</p><p>em barras quintadas, ou seja, nessa barra tinha uma marca, uma espécie de selo real que garantia a</p><p>legitimidade e legalidade do produto. Esse era o “ouro quintado”.</p><p>Ao mesmo tempo, foram proibidas a circulação e a exportação do ouro em pó e de qualquer barra</p><p>sem o selo do quintado real. Com misso, a Coroa julgava que seriam mais fáceis e eficientes a fiscalização</p><p>e a cobrança de impostos, bem como o constrangimento à sonegação.</p><p>Em 1750, a cobrança de impostos tornou-se mais intensa. Exigiu-se o pagamento de uma cota</p><p>mínima de 100 arroubas de ouro, ou, 1,5 mil kg de ouro!!!!! Só para vocês terem ideia, a cotação do ouro</p><p>em fevereiro de 2020 foi de, em média, R$217,00 o grama de ouro. Faz as contas, aí: 217,00 X 1.500 gramas.</p><p>Ou seja, o cara tinha que pagar, no mínimo, R$325.500,00 de impostos!!!!!</p><p>E se a pessoa não tivesse atingido a produção necessária para dar tudo isso de imposto, ou se isso fosse</p><p>muito mais que os 20%, Profe?</p><p>Cobrava-se do mesmo jeito e as pessoas contraiam uma dívida. Isso aconteceu ano após ano</p><p>porque, a partir da segunda metade do século XVIII, a produção aurífera entrou em declínio. Em geral, a</p><p>maioria dos pequenos e médios mineradores não conseguia arcar com a cota mínima de 100 arroubas de</p><p>ouro. Observe no gráfico abaixo a queda da produção do ouro.</p><p>39</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 05 – Brasil Colônia II</p><p>3</p><p>Como o ouro é um recurso finito, a relação desse gráfico é simples: 1- extração sem limites de ouro;</p><p>2- auge e estagnação da produção; 3 – declínio. Porém, apesar de a quantidade de ouro declinar, a Coroa</p><p>continuava com as mesmas necessidades financeiras, digo de privilégios.</p><p>Mas o governo português não se importava com a diminuição da produção. Na verdade, ele dizia</p><p>que a queda da produção aurífera era devido ao contrabando e não ao declínio da produção. Conveniente</p><p>para a metrópole, né?</p><p>3 Atlas Histórico do Brasil. FGV/CPDOC. Disponível em: https://atlas.fgv.br/marcos/descoberta-do-</p><p>ouro/mapas/graficos-producao-de-ouro-e-populacao-mineira-no-seculo-18. Acessado em 12-04-</p><p>2019.</p><p>40</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 05 – Brasil Colônia II</p><p>Diante da necessidade de manter as receitas da corte portuguesa, em 1765, a Coroa mandou aplicar</p><p>a derrama, isto é, a cobrança de todos os impostos atrasados!! Assim, os funcionários da Intendência</p><p>podiam expropriar tudo o que o minerador tinha</p><p>até chegar ao valor de 100 arroubas de ouro.</p><p>Muitas pessoas perderam dinheiro, terra, gado,</p><p>escravos, casa... tudo! Qualquer coisa!</p><p>Há muitos documentos de época</p><p>demonstrando que a derrama foi executada com</p><p>muita violência e humilhação. Evidentemente isso</p><p>causou muitos conflitos entre as autoridades das</p><p>Intendências e a população mineradora, como</p><p>foram os casos da Revolta de Filipe dos Santos e da</p><p>conhecida Inconfidência Mineira – as quais</p><p>estudaremos na aula sobre independência do</p><p>Brasil.</p><p>Pega o Bizu do esquema de controle,</p><p>fiscalização e cobrança de impostos da atividade</p><p>mineradora:</p><p>Vamos falar de Corujas? Não, vamos falar de Pombal mesmo. Lembra-se dele? Já mencionei o Marquês acima.</p><p>Foi com Pombal que a Coroa aumentou a fiscalização sobre a exploração de ouro e cobrança de impostos nas</p><p>regiões auríferas. Ou seja, a origem da derrama, no fundo, no fundo, está relacionada à administração do</p><p>Marques de Pombal à frente do cargo de Primeiro Ministro português.</p><p>3.4 – Consequências da exploração do ouro</p><p>Ao longo da aula falamos algumas consequências da mineração. Nessa seção vamos sintetizar o que</p><p>já falamos e acrescentar alguns outros pontos relevantes que podem cair na sua prova.</p><p>1. Transferência do eixo político-econômico para o Sudeste. Em 1763 a capital da colônia passou a ser</p><p>o Rio de Janeiro, obra da administração do Marques de Pombal em Portugal. Lembrando que o</p><p>porto carioca era o mais próximo das regiões das Minas.</p><p>2. A historiografia afirma que o Brasil ainda não existia como um conjunto econômico integrado até o</p><p>século XVIII. Mas, com a mineração, estabeleceu-se uma ligação econômica entre as regiões que</p><p>desenvolviam as principais atividades econômicas da colônia:</p><p>➢ O complexo pecuário-açucareiro, do Nordeste</p><p>➢ A área de pecuária gaúcha, do Sul</p><p>➢ A região de atividade extrativista, do Norte</p><p>41</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 05 – Brasil Colônia II</p><p>3. A população cresceu imensamente, mas a economia não, embora tenha se diversificado. Veja</p><p>abaixo a situação do crescimento populacional e da decadência econômica.</p><p>42</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 05 – Brasil Colônia II</p><p>4. Revoltas coloniais. As questões em torno da exploração do ouro intensificaram a oposição de</p><p>interesses entre colonos e o governo português, como veremos nas próximas seções.</p><p>(EsPCEx/2007/ 4000000515)</p><p>“A exploração de ouro no Brasil fez com que a metrópole ampliasse a fiscalização e aumentasse a</p><p>tributação.”</p><p>(SCHNEEBERGER; CANTELE; BARBEIRO, 2005, p.231)</p><p>Dentro dessa concepção, Portugal criou as Ordenações Filipinas, leis impostas ao Brasil,</p><p>estabelecendo que</p><p>a) a exploração de ouro seria permitida apenas aos nascidos no Brasil.</p><p>b) a exploração de ouro seria permitida apenas aos portugueses e filhos de portugueses.</p><p>c) haveria a livre exploração, sem qualquer restrição.</p><p>d) haveria a livre exploração, desde que fosse recolhido aos cofres públicos o quinto do ouro extraído.</p><p>e) haveria a livre exploração, desde que fossem recolhidos aos cofres públicos 50% do ouro extraído.</p><p>Comentários</p><p>43</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 05 – Brasil Colônia II</p><p>O ouro foi descoberto na região de Minas Gerais no fim do século XVII, por bandeirantes paulistas</p><p>que exploração aquela parte do território brasileiro. A notícia rapidamente se espalhou por toda o</p><p>Império português atraindo migrantes e colonos de todas as partes. O que mais atraía as pessoas era</p><p>a facilidade com que o metal podia ser encontrado e extraído nos rios da região. No entanto, a</p><p>situação logo começou a gerar conflitos entre os próprios colonos e entre estes e as autoridades</p><p>metropolitanas. A Coroa logo percebeu que seria necessário aprimorar o sistema fiscal e o pacto</p><p>colonial para evitar contrabando de ouro e garantir a arrecadação adequada de impostos sobre a</p><p>exploração do metal. Novas instituições, leis e tributos foram criados especificamente para a região</p><p>de Minas Gerais, como o Regimento de 1702, as Casas de Fundição, a Intendência das Minas, entre</p><p>outras. Sabendo disso, vejamos que as Ordenações Filipinas estabeleceram sobre o assunto:</p><p>a) Incorreta. A exploração de ouro é permitida a qualquer colono, nascido no Brasil ou não.</p><p>b) Incorreta, pela mesma razão que a anterior.</p><p>c) Incorreta. Foram criadas uma série de restrições, apesar de qualquer colono poder explorar o</p><p>metal. Por exemplo, todo o ouro extraído tinha que ser antes de tudo levado às Casas de Fundição,</p><p>onde era descontada a quantia referente ao imposto devido e o restante seria fundido em barra e</p><p>marcado com o selo da Coroa para só então poder circular e ser comercializado.</p><p>d) Correta! Como já ressaltei, qualquer pessoa podia explorar o ouro, mas teria que obedecer a</p><p>regulamentação a respeito da circulação e comercialização do metal, que incluía a cobrança do</p><p>quinto, um imposto que descontava cerca de 20% do total de toda e qualquer porção de ouro</p><p>extraído.</p><p>e) Incorreta. Não havia um imposto assim.</p><p>Gabarito: D</p><p>Marque Verdadeiro ou Falso.</p><p>A economia colonial brasileira sofreu instabilidades, com momento de prejuízos econômicos</p><p>significativos. Porpem, no século XVIII, com a exploração do ouro das Minas Gerais, Portugal</p><p>conseguiu:</p><p>( ) recuperar parte dos seus prejuízos, sem, no entanto, se tornar uma grande potência.</p><p>( ) expandir a oucpação da colônia, movimentando a economia para além da região de Minas.</p><p>( ) tornar-se uma potência econômica, aumentando seu poderio militar e político.</p><p>( ) diminuir o número de escravos</p><p>na colônia, incentivando o trabalho assalariado.</p><p>( ) evitar a existência de rebeliões marcante contra a metrópole.</p><p>Comentários</p><p>Temos visto que a economia portuguese entrou em um período de instabilidade. Dessa forma,</p><p>Portugal passou a depender das riquezas da colônia. A descoberta do ouro nas Minas Gerais voltou a</p><p>enriquecer a Metrópole. Contudo, passado quase um século, iniciou-se a escassez desse recurso a</p><p>ponto de um nova instabilidade atingir Portugal. Considearndo esses pressupostos, as respostas dos</p><p>itens são:</p><p>V – de fato, o ouro ajudou a recuperar a economia portuguesa, mas parte da riqueza foi para os cofres</p><p>da Inglaterra;</p><p>V – a economia do ouro na Minas contribuiu para dinamizar outras regiões a ponto de ampliar trocas</p><p>comerciais e, portanto, o mercado interno;</p><p>44</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 05 – Brasil Colônia II</p><p>F – Portugal não se tornou uma potencia econômia e militar, principalmente por conta da relaçao de</p><p>dependência da Inglaterra;</p><p>F – Não houve a diminuiçaõ do número de escravos na colônia. O trabalho livre, por outro lado,</p><p>aumentou. Agora, repare que trabalho assalariado é uma coisa e trabalho livre é outra.</p><p>F – Nas Minas Gerais duas grandes revoltas podem ser lembradas para justificar este item como falso:</p><p>a Revolta de Felipe dos Santos e Inconfidência Mineira.</p><p>4. O declínio colonial e o conflito entre portugueses e brasileiros</p><p>O primeiro passo do processo de independência do Brasil tem a ver com as condições internas da</p><p>colônia. Ao longo do século XVIII houve um acentuado declínio do sistema colonial. No entanto, alguns</p><p>elementos desse declínio econômico, político e militar já se expressavam antes como sintomas do</p><p>enfraquecimento dos laços e relações entre a colônia e a metrópole.</p><p>É verdade que essa desagregação de laços entre metrópole e colônia foi inevitável com o tempo.</p><p>Afinal, toda relação se desgasta, né, ! Mas a questão, em essência, é que o desenvolvimento da colônia,</p><p>a ocupação e exploração do território geraram grupos com interesses específicos e nem sempre alinhados</p><p>aos da Coroa. Vimos isso nos casos da Independência dos EUA e da América Latina. Sacam? Evidentemente,</p><p>como já estudamos, as condições locais definem a intensidade e a forma como os conflitos de interesses</p><p>se desenvolvem.</p><p>Veja, a partir do fim da União Ibérica (1580-1640) e da expulsão dos Holandeses e sua consequente</p><p>ruptura com Portugal (1655), a metrópole lusa entrou em crise econômica. Faltavam muitos recursos para</p><p>manutenção do Império português.</p><p>Assim, como sabemos, Portugal precisou encontrar outra monarquia aliada: a Inglaterra. Contudo,</p><p>os termos desses acordos, como vimos em aulas anteriores, era desfavorável aos portugueses, como ficou</p><p>expresso no Tratado de Methuem, em 1703.</p><p>Nesse momento, entre fim do século XVII e início do XVIII, em consequência dessa conjuntura de</p><p>crises, a Coroa Portuguesa estabeleceu uma política de intensificação do pacto colonial com criação e</p><p>aumento de taxas e impostos, de fiscalização, além de ter reforçado o monopólio comercial. Pois é, imagine</p><p>o custo e as condições de vida na colônia com o aumento do custo da produção e da importação.</p><p>A situação ficou pior, porque a Coroa proibia e desestimulava a criação de manufaturas têxteis e as</p><p>de ferro. Com isso, forçava os colonos a importarem tudo aquilo que consumiam. Na região mineradora,</p><p>os colonos não podiam exercer a função de ourives, ou seja, se a pessoa quisesse um brinco de ouro tinha</p><p>que importar!! Para você ter uma ideia, até a cachaça ficou proibida – o que impactou muito as relações</p><p>no comércio de escravos, uma vez que esse produto era fundamental no comércio triangular, como já</p><p>estudamos.</p><p>Ademais, quero que saiba de uma coisa importante: para que a Coroa</p><p>pudesse executar essa política de intensificação do pacto colonial foi preciso</p><p>ampliar a estrutura administrativa, em especial, os setores policial-militar,</p><p>fiscal e judiciário. E como a função fundamental dessas instituições era “vigiar</p><p>e punir”, a exemplo da Intendência das Minas na execução da derrama</p><p>(lembra?), os cargos começaram a ser ocupados exclusivamente por</p><p>portugueses.</p><p>45</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 05 – Brasil Colônia II</p><p>Isso foi um grande problema para as relações entre colonos e colonizadores, pois, diferentemente</p><p>do que ocorreu nas colônias hispano-americanas, no Brasil, não havia exclusividade na ocupação dessas</p><p>funções. Portugueses e colonos, nascidos em Portugal ou nas terras coloniais, tinham acesso a eles. Mas</p><p>com a descoberta do ouro isso mudou.</p><p>Portanto, querida e querido aluno, a partir do que foi dito até aqui podemos inferir que os colonos</p><p>brasileiros acumularam dois motivos para irem se afastando dos interesses metropolitanos:</p><p> A questão econômica: diminuição do lucro e ausência de liberdade para</p><p>comercializar</p><p> Orgulho ferido da aristocracia rural que ficou preterida na ocupação de</p><p>importantes cargos da administração colonial</p><p>4.1 – Revoltas Coloniais do século XVII</p><p>A Revolta da Cachaça [1660-1661] foi a primeira, mas não seria a última: em muitas outras ocasiões colonos</p><p>exasperados e ressentidos usariam a rebelião como instrumento de pressão para sustentar reivindicações, atacar</p><p>abusos de autoridades locais, reagir contra a rigidez administrativa de Lisboa ou exprimir descontentamento político. A</p><p>América Portuguesa concentrou uma série de protestos, espalhados por todo o seu território, que no limite</p><p>apresentavam sério risco para a estabilidade do Império Atlântico.4</p><p>(grifos nossos)</p><p>Diante de tal conjuntura, surgiram movimentos coloniais de revolta às medidas da Metrópole. O</p><p>trecho das professoras Lilia Schwarcz e Heloísa Starling nos dão a dimensão exata do sentido histórico e da</p><p>função social das revoltas coloniais.</p><p>4 SCHWARCZ, Lilia M. e STARLING, Heloisa M. Brasil: uma Biografia. São Paulo: Companhia das Letras,</p><p>2018, p. 133.</p><p>Povo insatisfeito +</p><p>Elite desconteste Revoltas</p><p>46</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 05 – Brasil Colônia II</p><p>Essas revoltas começaram no século XVII. Nesse momento, caracterizaram-se como confrontos</p><p>entre os interesses locais específicos e os da metrópole. Muitas vezes eram embates diretos entre a</p><p>administração colonial e a atividade econômica desenvolvida pelos colonos. Por isso, suas demandas eram</p><p>sempre locais – muitas vezes contrárias ao administrador local. Leia o que as professoras Heloísa Starling e</p><p>Lilia Schwarcz comentam sobre esse os abusos dos administradores:</p><p>A briga foi coisa de graúdos, e a lista de reclamações contra Mendonça Furtado [governador] era robusta: acusavam o</p><p>governador de executar dívidas, sequestrar bens, proteger ostensivamente diversos devedores da Fazenda Real, quebrar</p><p>imunidades eclesiásticas, prender e soltar pessoas: tudo em troca de propina.</p><p>O Xumbergas fez parte de uma linhagem de governantes locais prepotentes, corruptos e venais que se aproveitavam da</p><p>investidura régia para enriquecer depressa, em geral de forma ilícita.</p><p>Assim, as revoltas se diferenciaram em temas e formas a depender da região e da medida</p><p>implantada pela metrópole. Por isso, não aconteciam de maneira articulada com pontos em comum.</p><p>Pipocavam pelo território e eram combatidas pela administração colonial. Apesar disso, serviram para</p><p>acumular insatisfações contra a Coroa e, aos poucos, para evidenciar as diferenças entre as populações já</p><p>enraizadas na América e os Portugueses que estavam “apenas” explorando e administrando o território.</p><p>Você já conhece o contexto histórico e o desenrolar da história colonial do século XVII. Se não se</p><p>recorda, volta nas aulas de História do Brasil anteriores e pega o Bizu que vai seguir.</p><p>1660-1661 – Rio de Janeiro. Revolta da Cachaça</p><p>A Revolta da Cachaça ocorrida no Rio de Janeiro demonstra a insatisfação de senhores de terras</p><p>com algumas medidas da Metrópole e em relação aos abusos do governador local.</p><p>Nessa</p><p>região, a cana de açúcar produzida era “aguada”, ou seja, baixo teor de sacarose, por isso sua</p><p>qualidade era considerada inferior para a produção de açúcar – como a que se produzia em Pernambuco</p><p>ou no Recôncavo baiano. Mas era uma ótima matéria-prima para se produzir a cachaça, aguardente, pinga</p><p>mesmo!!</p><p>Assim, algumas regiões do Rio de janeiro, como as atuais Niterói e São Gonçalo, se especializaram</p><p>nesse produto e encontraram mercado certo no comércio de escravos. Do Rio de Janeiro saiam duas</p><p>importantes moedas de troca no comércio negreiro: aguardente e farinha de mandioca.</p><p>1660 -1661</p><p>Revolta da</p><p>Cachaça - Rio de</p><p>Janeiro</p><p>1684</p><p>Revolta dos</p><p>Beckman -</p><p>Maranhão</p><p>1708-1709</p><p>Guerra dos</p><p>Emboabas-</p><p>Minas Gerais</p><p>1710-1714 -</p><p>Guerra dos</p><p>Mascates-</p><p>Pernambuco</p><p>1720 - Revolta</p><p>da Vila Rica ou</p><p>de Felipe dos</p><p>Santos</p><p>47</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 05 – Brasil Colônia II</p><p>Com o aumento do preço dos escravos, os produtores de cana de açúcar e aguardente começaram</p><p>a furar o bloqueio do comércio de escravos, já que essa atividade também era monopólio da coroa. Assim,</p><p>os colonos cariocas conseguiam comercializar escravos diretamente com os fornecedores marítimos de</p><p>escravos. Dessa forma, não pagavam impostos à Coroa.</p><p>Contudo, no século XVII, no contexto da decadência da economia colonial, a Metrópole proibiu a</p><p>produção da cachaça para, supostamente, intensificar o consumo de vinho importado de Portugal e</p><p>desestimular o tráfico de escravos.</p><p>Nesse momento a Capitânia vivia uma situação drástica. Além da crise econômica geral, a varíola</p><p>matara muitos negros escravizados e isso gerou uma desestabilização da produção açucareira. Para</p><p>reverter o quadro, o govenador Sá e Bernardes quebrou a lei e exigiu impostos dos produtores de cachaça.</p><p>Foram altíssimo impostos para tentar controlar a administração. Essa atitude do governador gerou revolta</p><p>nos colonos.</p><p>Mas essa revolta era antiga. Sá e Bernardes era a quarta geração da família Sá, que dominava o Rio</p><p>de Janeiro. Ele era sobrinho neto de Mem de Sá, o terceiro Governador-Geral do Brasil, que venceu os</p><p>Franceses na Baia de Guanabara com a ajuda dos Tapuia e primo do Estácio de Sá, que fundou a cidade.</p><p>Logo, Sá e Bernardes olhava o Rio como se fosse sua herança, quintal de casa. Isso fazia com que ele</p><p>governasse como se fosse “seu próprio reino”.</p><p>A Coroa, por seu turno, sempre fez</p><p>vistas grossas, já que Sá tinha uma longa e</p><p>brilhante carreira como comandante da</p><p>Coroa, acumulando grandes vitórias a serviço</p><p>da Metrópole – e não apenas no rio, mas em</p><p>todas as possessões da Coroa, inclusive em</p><p>Angola.</p><p>Largo do Carmo (atual Praça XV). Rio de Janeiro. Palco</p><p>do início da Revolta da Cachaça.</p><p>Diante das medidas da metrópole e dos abusos do governador, os colonos se revoltaram. Em 8 de</p><p>dezembro de 1660, no dia da Missa de Nossa Senhora da Conceição, cerca de 120 colonos entraram na</p><p>cidade gritando “Viva o Povo” e “Morte ao Governador”. O povo da missa os recebeu e cerca de 350</p><p>soldados com soldos atrasados há mais de 3 meses se juntaram aos revoltosos. Expulsaram o governador</p><p>Sá e Bernardes do governo e nomearam o revoltoso Jerônimo Barbalho como novo governador da Câmara</p><p>Municipal.</p><p>O governo revoltoso durou 5 meses. Na madrugada de 6 de abril de 1661, o governador, que estava</p><p>exilado em São Paulo, entrou na cidade. Porém, não estava sozinho. Agora, contou com ajuda de tropas</p><p>portuguesas que vieram da Bahia, munição, mantimentos e com uma aliança com índios flecheiros tupi. A</p><p>tropa do governador dominou as sentinelas do Forte de São Sebastião, ocupou a Câmara, invadiu casas,</p><p>prendeu moradores e confiscou armas. Nesse instante prendeu Barbalho e o matou decapitado. Sua cabeça</p><p>foi espetada no pelourinho. Os demais revoltosos foram mandados para julgamento em Portugal.</p><p>Algo interessante ocorreu nesse julgamento: os atos do governador foram considerados excessivos</p><p>e a revolta foi considerada legítima. Por isso, a Coroa Portuguesa resolveu perdoar todos os envolvidos na</p><p>revolta. Além disso, a coroa ainda liberou a fabricação da cachaça na colônia. Tal atitude também foi uma</p><p>forma de demonstrar ao governador os limites de sua autoridade em terras consideradas propriedade do</p><p>Rei de Portugal.</p><p>48</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 05 – Brasil Colônia II</p><p>1684 – Maranhão. Revolta dos Irmãos Beckman</p><p>Na Província do Maranhão, como vimos, a questão</p><p>econômica estava ligada à exploração das drogas do sertão,</p><p>alguma produção de açúcar, tabaco e couro em pequena</p><p>escala. Assim, o desenvolvimento econômico era muito difícil.</p><p>Diante desse quadro, avia o uso intensivo de mão de obra</p><p>escrava indígena. Essa situação colocava colonos e jesuítas em</p><p>rota de coalisão, uma vez que jesuítas eram contrários à</p><p>escravidão indígena.</p><p>Para amenizar os confrontos entre esses dois grupos, em</p><p>1680, a Coroa decretou a liberdade dos indígenas, proibiu a</p><p>escravidão e os colocou sob a tutela dos jesuítas. Os colonos</p><p>se irritaram e esboçaram uma rebelião.</p><p>Para evitar maiores transtornos e, ainda, dinamizar a exploração colonial na região, foi criada pela</p><p>Coroa a Companhia de Comércio do Maranhão. Lembra dela? Essa companhia passava a ter monopólio de</p><p>comércio na região. Em troca, prometiam “abastecer” a região com 10 mil escravos.</p><p>Deu tudo errado esse plano: a Companhia do Comércio levava péssimo e caros produtos</p><p>importados e, além disso, não introduziu todos os escravos de que os produtores e extrativistas</p><p>necessitavam.</p><p>Essa situação gerou uma grande revolta que envolveu os colonos da região contra a Companhia do</p><p>Comércio. Em 1684, os colonos irmãos Manuel e Thomas Beckman lideram uma revolta a qual prendeu o</p><p>capitão-mor, ocupou o depósito da Cia de Comércio, invadiu o colégio dos Jesuítas e os prenderam.</p><p>Radicais, não?</p><p>Thomas Beckman foi até Portugal para explicar ao rei as causas da rebelião e reafirmar o</p><p>compromisso dos revoltosos com “vossa majestade”. Mas não adiantou. Ele foi preso, a Coroa enviou</p><p>tropas e um novo governador para controlar a situação. A revolta foi derrotada e os líderes foram</p><p>enforcados.</p><p>Perceba que a revolta não expressava nenhuma tentativa de romper com a coroa ou proclamar</p><p>emancipação. Foi uma revolta de caráter local e por demanda específica.</p><p>1708-1709, Minas Gerais. A Guerra dos Emboabas</p><p>Queridos, essa foi a primeira Revolta cujo embate está relacionado com a questão aurífera.</p><p>Sabemos que foram os bandeirantes paulistas que descobriram ouro. Até que a Coroa organizasse a</p><p>exploração, os paulistas acreditavam que eles eram os legítimos exploradores da área. Mas a notícia se</p><p>espalhou como pólvora e a região encheu de gente, ou forasteiros – ou emboabas, na língua tupi-guarani</p><p>utilizada pelos bandeirantes.</p><p>49</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 05 – Brasil Colônia II</p><p>Assim, o bandeirante Borba Gato liderou uma revolta contra os</p><p>emboabas e disputaram o direito de lavrar os rios e cursos d’água.</p><p>Amador Bueno da Veiga, outro importante bandeirante, sai de São Paulo</p><p>e vai para a região da batalha em apoio aos companheiros, saindo-se</p><p>vencedor de uma das mais terríveis batalhas. Deste triste e sangrento</p><p>episódio, em Tiradentes/São João Del Rey o rio onde aconteceu parte</p><p>das batalhas ficou conhecido como Rio das Mortes.</p><p>Rio das Mortes, Tiradentes, Minas Gerais.</p><p>Em 1709, a Coroa mandou uma força pacificadora, pois não tinha a intenção de se indispor com</p><p>nenhum dos lados. No entanto, no desfecho do conflito ficou claro que a Coroa deu preferência e privilégios</p><p>para outros grupos que não os paulistas, sobretudo, para os portugueses. Isso ficou marcado na relação</p><p>dos paulistas com a Coroa. Além disso, esse momento “pacificador” serviu para que Portugal instalasse as</p><p>autoridades e órgãos metropolitanos na região.</p><p>Perceba que, assim como a revolta dos Beckman, essa também não teve caráter de ruptura com a</p><p>Coroa, apenas questão econômica pontual. Porém, note que, mais cedo</p><p>ou mais tarde, a ficha iria cair!!!</p><p>(Estratégia Vestibulares/2021/Profe. Alê Lopes)</p><p>“Cedo no Brasil se buscaram as minas. Para isso se organizavam expedições (bandeiras) que se</p><p>internavam pelo sertão. Enfim, a descoberta fez-se e a notícia atraiu muita gente. Os habitantes de</p><p>São Paulo consideravam como inimigos todos os que pretendiam, como eles, enriquecer com o</p><p>ouro”.</p><p>SÉRGIO, A. Breve Interpretação da História de Portugal. Livraria Sá da Costa Editora, 1972.</p><p>A partir do texto é correto afirmar que a Guerra dos Emboabas se tratou de</p><p>a) um movimento separatista, que visava a conquistar a independência de Minas Gerais de Portugal</p><p>e do resto da colônia.</p><p>b) um conflito motivado pela disputa de interesses entre diferentes grupos de colonos, que não</p><p>envolvia uma insurreição contra a autoridade metropolitana.</p><p>c) uma reação violenta da classe senhorial paulista contra os chamados acoitadores de escravos, que</p><p>davam refúgio e suporte a cativos em fugas.</p><p>Chefe Bandeirante. Henrique</p><p>Bernardelli. Acervo do Museu</p><p>Mariano Procópio</p><p>50</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 05 – Brasil Colônia II</p><p>d) uma revolta contra as autoridades coloniais, mas não contra o domínio colonial em si,</p><p>reivindicando apenas a substituição do governador geral e uma reforma institucional.</p><p>e) uma forma de resistência dos colonos portugueses contra as tentativas de tomar o território por</p><p>parte dos espanhóis, que reivindicavam os termos do Tratado de Tordesilhas.</p><p>Comentários</p><p>O tema da questão é a Guerra dos Emboabas, ocorrida entre 1707 e 1709, na região de Minas Gerais.</p><p>Esse episódio se enquadra em uma série de revoltas que eclodiram na América portuguesa, mas que</p><p>não necessariamente reivindicavam a independência da colônia ou sequer da própria capitania. Com</p><p>isso em mente, já podemos descartar a alternativa “a”. Quanto às demais, vejamos qual dela aponta</p><p>corretamente do que se tratou a Guerra dos Emboabas:</p><p>b) Correta! Quando a Guerra dos Emboabas eclodiu, fazia mais ou menos três décadas que o ouro</p><p>havia sido descoberto por um grupo de bandeirantes na região das Minas Gerais. Com isso, os</p><p>paulistas compuseram os primeiros grupos a migrarem para o local e darem início a exploração</p><p>aurífera. Entretanto, a notícia da descoberta se espalhou rapidamente e pessoas não só de outras</p><p>partes da América portuguesa, mas também de todo o Império lusitano, começaram a migrar para</p><p>Minas para realizar o sonho do enriquecimento fácil e rápido. Só que os paulistas não gostaram nada</p><p>disso. Eles apelidaram todos os demais colonos de “emboabas” e passaram a hostiliza-los.</p><p>Eventualmente, os dois grupos se enfrentaram. Os emboabas levaram a melhor e aclamaram um de</p><p>seus pares como governador. Todavia, em 1710, a Coroa criou a Capitania Real de Minas Gerais,</p><p>separando seu território daquele pertencente às capitanias de São Paulo e do Rio de Janeiro.</p><p>Também foram criadas uma série de instituições para dar conta de pacificar a região e controlar a</p><p>exploração e exportação de ouro.</p><p>c) Incorreta. Episódios como esse realmente aconteciam ocasionalmente, mas não configuram uma</p><p>revolta, mas sim uma maneira de punir infratores como forma de imposição da ordem vigente.</p><p>d) Incorreta. A Guerra dos Emboabas não envolveu nenhuma forma de insurreição contra as</p><p>autoridades metropolitanas ou coloniais. Como vimos, foi um conflito entre dois grupos diferentes</p><p>de colonos que disputavam o controle do território de Minas Gerais.</p><p>e) Incorreta. Esses conflitos ocorreram com mais frequência nas capitanias do sul, nos territórios dos</p><p>atuais estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, onde havia muitas missões de jesuítas</p><p>espanhóis e rotas fluviais usadas para escoar a prata extraída da Bolívia. Após o fim da União Ibérica</p><p>(1580-1640), Portugal e Espanha negociaram uma série de tratados para redefinir as fronteiras entre</p><p>suas colônias na América do Sul por desses fatores.</p><p>Gabarito: B</p><p>51</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 05 – Brasil Colônia II</p><p>1710-1714, Pernambuco. Guerra dos Mascates.</p><p>A Guerra dos Mascates é um conflito que está ligado à</p><p>decadência do açúcar em Pernambuco, após a expulsão dos</p><p>holandeses, em 1655.</p><p>Olinda era a cidade mais importante de Pernambuco porque era</p><p>o principal centro produtor de açúcar, por isso ostentava a</p><p>categoria de VILA.</p><p>Em Recife, em um bairro portuário de Olinda, estavam os</p><p>comerciantes portugueses com mais dinheiro e que,</p><p>diferentemente dos produtores açucareiros não tinham sentido</p><p>a crise. Assim, a aristocracia Olindense emprestou muito</p><p>dinheiro dos comerciantes recifenses, ou mascates – como eram</p><p>conhecidos -, para recuperar os engenhos.</p><p>Acontece que essa aristocracia, em um dado momento, não honrou com seus compromissos.</p><p>Evidentemente, os mascates foram tentar recuperar seu dinheiro. Deram com a cara na porta! Via judicial,</p><p>de maneira legal, cobraram os produtores de açúcar de Olinda.</p><p>Mas veja que coisa: os juízes ficavam na Vila de Olinda, na Câmara Municipal, e, amigos que eram</p><p>da aristocracia, não executavam as dívidas! Ou seja, os mascates jamais tinham seu dinheiro de volta!</p><p>Contudo, caros, os comerciantes</p><p>portugueses de Recife conseguiram que o rei</p><p>declarasse a autonomia de Recife e, assim,</p><p>formasse sua própria corte de justiça. Com isso,</p><p>essa justiça podia julgar novamente as dívidas da</p><p>aristocracia de Olinda, já que, agora, contava com</p><p>sua própria Câmara Municipal. Além disso, como</p><p>Recife era elevado à categoria de Vila, e com mais</p><p>dinheiro, os comerciantes se tornaram pessoas</p><p>mais importantes nesse jogo.</p><p>Irritados com tal situação, senhores de</p><p>engenho de Olinda, liderados por Bernardo Vieira</p><p>de Melo invadiram o Recife, em 1710.</p><p>Iniciou-se uma guerra que, entre idas e vindas,</p><p>teve como desfecho, em 1714, a vitória dos mascates portugueses, uma vez que, os olindenses foram</p><p>severamente punidos pela administração colonial. Recife acabou por se tornar a Capital de Pernambuco!</p><p>Percebam que, mais uma vez, não foi uma revolta contra a Monarquia Portuguesa. Mas o desfecho,</p><p>como as anteriores, também contribuiu para desgastar as relações entre colonos e colonizadores.</p><p>1720, Minas Gerais – A Revolta de Vila Rica</p><p>A Revolta de Vila Rica, também conhecida como Revolta de Felipe dos Santos, é a que teve mais</p><p>repercussão na colônia justamente porque ocorreu na região mais importante para a Metrópole naquele</p><p>momento: as minas gerais.</p><p>Vila Rica, atual Ouro Preto, foi palco de uma revolta contra a instalação das Casas de Fundição –</p><p>lembra-se do que era isso? Como vimos, as Casas de Fundição foram um órgão criado, em 1719, para</p><p>garantir a cobrança do imposto sobre a produção aurífera, o quinto, e para evitar o contrabando de ouro.</p><p>Evidentemente, tudo isso ocorreu combinado com outros fatores como:</p><p>Um mascate e seu escravo. Henry Chamberlain,</p><p>1822.</p><p>52</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 05 – Brasil Colônia II</p><p>✓ Proibição da atividade de ourives</p><p>✓ Violência dos Dragões Reais das Minas</p><p>A participação popular na revolta foi muito grande. Conta-se o envolvimento de 2 mil pessoas!!</p><p>Para a época era muito!</p><p>Rapidamente, o Governador das Minas, Conde de Assumar, consegue</p><p>abafar a Revolta, devido à força dos Dragões das Minas. O líder, Felipe dos</p><p>Santos, é preso e, sem julgamento, é morto e esquartejado!</p><p>Como consequência, em 1720, a Corte Portuguesa criou a Capitânia de</p><p>Minas Gerias, de modo a separar a região das Minas de São Paulo. Assim,</p><p>Portugal perdia mais um ponto com os Paulistas.</p><p>Por fim, quero chamar sua atenção para o fato de que a Revolta de Vila</p><p>Rica, embora derrotada, continuará viva nas mentes e corações dos mineiros.</p><p>Não será por menos que, as ideias ilustradas do século XVIII cairão como uma</p><p>luva para fundamentar os sentidos revoltosos dos pensadores dessa região.</p><p>Dessa maneira, a próxima cena do nosso longo filme do processo da</p><p>independência do Brasil serão as revoltas de caráter emancipacionistas.</p><p>O primeiro alvo</p><p>dos amotinados foi o Ouvidor Martinho Vieira de Freitas que</p><p>sob a acusação de estar planejando ações judiciais contra os moradores de Vila Rica, no dia 29 de</p><p>junho tem a sua casa invadida, e enquanto a documentação era destruída. Após alguns dias, o</p><p>Governador e Capitão-Mor Pedro Miguel de Almeida Portugal e Vasconcelos (3º Conde de Assumar)</p><p>tenta apaziguar os ânimos, com promessas de perdão e o atendimento das exigências. Porém, com</p><p>a demora das negociações, a “turba amotinada” sequestra alguns vereadores da Câmara de Vila Rica</p><p>e marcha em direção ao governador que se deslocara para a vila de Ribeirão do Carmo. Lá, além do</p><p>armistício exigiram (dentre outras coisas) a não instalação da casa de Fundição e Moedas, diminuição</p><p>de alguns impostos, tendo como contrapartida o pagamento anual de 30 arrobas asseguradas pela</p><p>população ao Rei. Ao longo dos dias vários acordos são tentados e escritos. Os rebeldes, apesar de</p><p>sofrerem com o pagamento dos direitos régios, permaneciam fiel ao Soberano, ao reino e a seus</p><p>direitos e deveres costumeiros. Eram rebeldes com causa. No processo de pacificação, o conde-</p><p>governador aceita as exigências e, com a relativa calmaria restabelecida, aciona a Companhia dos</p><p>Dragões (tropa de elite vinda ao Brasil, dentre outras funções, para reprimir motins e levantes),</p><p>massacra os envolvidos, fulmina os núcleos e as residências. Um dos principais idealizadores da</p><p>revolta, Filipe dos Santos, é enforcado e esquartejado em praça pública.</p><p>(Documento de época, por ARNAUD JULIEN PALLIÈRE, 1820, Villa Rica)5</p><p>5Disponível em: https://www.historia.uff.br/impressoesrebeldes/?revoltas_categoria=1720-revolta-</p><p>vila-rica-sao-paulo-e-minas-do-ouro. Acesso em:08/06/2021</p><p>53</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 05 – Brasil Colônia II</p><p>(EsPCEx/2006/ 4000000395)</p><p>No início do século XVIII, duas rebeliões ocorreram no Brasil, como quais não manifestaram ideia de</p><p>se conseguir a independência. Essas eram duas das chamadas revoltas nativistas, pois apenas</p><p>contestavam alguns aspectos específicos do Pacto Colonial, tendo um caráter regionalista. Essas</p><p>revoltas são:</p><p>a) Inconfidência Mineira e Conjuração Baiana.</p><p>b) Guerra dos Farrapos e Insurreição Paranaense.</p><p>c) Guerra dos Emboabas e Guerra dos Mascates.</p><p>d) Conjuração dos Alfaiates e Cabanagem.</p><p>e) Balaiada e Sabinada.</p><p>Comentários</p><p>O tema aqui são as revoltas nativistas no Brasil colonial. Como o próprio enunciado deixa claro,</p><p>tratou-se de um conjunto de revoltas que não visavam a conquista da independência de Portugal</p><p>nem do resto da colônia; simplesmente contestavam determinados aspectos do domínio colonial</p><p>português ou eram o resultado do conflito entre dois ou mais grupos de colonos que tinham</p><p>interesses antagônicos. Então, vejamos quais revoltas citadas se enquadram nessas características:</p><p>a) Incorreta. A Inconfidência Mineira (1789) e a Conjuração Baiana (1798) foram duas revoltas</p><p>emancipacionistas, ou seja, que lutaram pela independência de suas respectivas capitânias em</p><p>relação ao Reino de Portugal e ao resto da colônia.</p><p>b) Incorreta. A Guerra dos Farrapos se deu entre 1835 e 1845, quando o Brasil já era independente,</p><p>estando entre o Período Regencial (1831-1840) e o Segundo Reinado (1840-1889). Tratou-se de uma</p><p>guerra pela independência do Rio Grande do Sul do restante do Império. Com o tempo, regiões de</p><p>Santa Catarina e Paraná aderiram ao movimento emancipacionista.</p><p>c) Correta! A Guerra dos Emboabas foi um conflito entre paulistas e emboabas (colonos que não eram</p><p>paulistas) pela ocupação e controle da região de Minas Gerais, entre 1708 e 1709. Portanto, não se</p><p>tratou nem de uma revolta contra as autoridades metropolitanas, mas entre dois grupos de colonos</p><p>com interesses antagônicos. Este também foi o caso da Guerra dos Mascates, em Pernambuco, entre</p><p>1710 e 1714. Neste segundo episódio, a elite agrária residente em Olinda declarou guerra contra os</p><p>comerciantes de Recife, que estavam tentando conseguir sua elevação à vila. A questão é que isto</p><p>significava que Recife deixaria de estar sob a jurisdição da Câmara Municipal de Olinda, ou seja, não</p><p>seria mais a municipalidade olindense que recolheria impostos e rendas provenientes das atividades</p><p>portuárias. Lembrando que naquela época Recife era um dos portos mais importantes da colônia.</p><p>Portanto, vemos que se tratam de duas revoltas nativistas.</p><p>d) Incorreta. A Conjuração dos Alfaiates é outro nome dado à Conjuração Baiana de 1798, pois os</p><p>alfaiates negros eram a maioria de seus participantes. De qualquer forma, já vimos que esta foi uma</p><p>revolta emancipacionista, não nativista. Por seu turno, a Cabanagem ocorreu no Pará, em 1835, ou</p><p>seja, no Período Regencial, quando Brasil já era independente. Tratou-se de uma revolta da população</p><p>mais pobre, majoritariamente composta por negros e indígenas, contra a opressão secular operada</p><p>pelas elites brancas regionais.</p><p>e) Incorreta. Essas duas revoltas também se deram durante o período regencial. A Balaiada teve lugar</p><p>no Maranhão, entre 1838 e 1841. Esse movimento foi o ápice de lutas que ocorriam desde 1831 entre</p><p>liberais e conservadores, sendo que estes últimos tinham o controle da máquina pública provincial.</p><p>54</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 05 – Brasil Colônia II</p><p>A revolta começou com uma invasão da cadeia para resgatar liberais presos. Entretanto, com o</p><p>tempo, os liberais começaram a insuflar a população mais pobre, composta majoritariamente por</p><p>escravos e libertos. O movimento acabou rachando por divergências entre seus líderes, sobretudo a</p><p>respeito da continuidade ou não da escravidão. Por fim, a Sabinada ocorreu em Salvador, na Bahia,</p><p>entre 1837 e 1838. Esse movimento foi liderado pelo Dr. Sabino Barroso, professor da Escola de</p><p>Medicina. Seu adeptos defendiam a independência da Bahia do restante do Império. A capital baiana</p><p>foi tomada pelos revoltosos e o presidente da província chegou a ser deposto. Contudo, Salvador foi</p><p>sitiada por terra e por mar pelas forças imperiais, resultando na morte de 1200 revolucionários e no</p><p>fim da revolta.</p><p>Gabarito: C</p><p>4.2 – Revoltas emancipacionistas</p><p>As revoltas coloniais do século XVIII têm uma característica diferente das suas antecessoras. Imersas</p><p>no contexto turbulento e profundamente transformador do século XVIII, os questionamentos em relação</p><p>à metrópole ganharam nova tonalidade e radicalidade inspirados na disseminação dos ideais iluministas e</p><p>nas experiências da independência dos Estados Unidos da América, de 1776, e da Revolução Francesa, de</p><p>1789. Além disso, a experiência das revoltas anteriores provou que os problemas possuíam raízes mais</p><p>estruturais, ou seja, com o pacto colonial.</p><p>Assim, os movimentos revoltosos do século XVIII podem ser caracterizados como anticolonialista</p><p>ou emancipacionistas. Isso significa que propunham a ruptura com a Metrópole pois conspiravam</p><p>contra a ordem colonial.</p><p>Os movimentos mais destacados são a Conjuração Mineira e Baiana.</p><p>Mas Profe, não é Inconfidência Mineira?</p><p>As professoras Starling e Schwarcz também falam que essa “semântica das revoltas”, em grande</p><p>medida, trata da necessidade da Metrópole em disciplinar e controlar a população da colônia. Assim,</p><p>insurreição, sedição, rebelião, assuada, motim, tumulto todas servem para designar uma ação de natureza</p><p>política contestatória pejorativa. Essa é uma lógica das revoltas do século XVII que, apesar de contestatória,</p><p>não deixavam de reafirmar a força simbólica do rei – como vimos, no caso da revolta da Cachaça.</p><p>Então, esses termos querem dizer, segundo o professor Ronaldo Vainfas6: inconfidência, traição ao</p><p>príncipe; conjuração, conspiração contra ele. Ou seja, esses dilemas vocabulares não são a questão mais</p><p>relevante nos nossos estudos, porque, no final, são a mesma coisa: um movimento contra a coroa.</p><p>Contudo, apesar de significar a mesma coisa do ponto de vista do sentido histórico, é importante</p><p>que saibamos que conjuração foi um termo que os revoltosos usaram para se referir</p><p>ao movimento. Em</p><p>particular porque o movimento tinha como base a ideia de autogoverno e autonomia e, portanto, reunia</p><p>pessoas que estavam dispostas a contestar o poder do rei e da Coroa.</p><p>6 VAINFAS, Ronaldo. O livro a respeito do livro que inspirou Tiradentes. Folha de São Paulo, 13 de</p><p>out.2013.</p><p>55</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 05 – Brasil Colônia II</p><p>Visto pelo lado da Coroa, desafiada por esse ideal liberal, é evidente que o rei chamaria essas</p><p>pessoas de traidoras, súditos infiéis, logo, inconfidentes – um crime contra a coroa!!!!!!</p><p>4.2.1 - Conjuração Mineira, 1789. Minas Gerais</p><p>A conjuração mineira foi uma revolta anticolonial, de caráter elitista e</p><p>republicana. Provavelmente, foi o primeiro movimento colonial a receber influência</p><p>direta dos ideais iluministas. Em 1781, um grupo de estudantes brasileiros, em</p><p>Coimbra, jurou dedicação à causa da soberania da colônia, por exemplo. Ficou</p><p>restrito às Minas Gerais e com simpatia de grupos iluminista no Rio de Janeiro.</p><p>→ As causas desse movimento podem ser encontradas em fatores:</p><p>1- Político-administrativos e econômicos:</p><p>• Havia um rigor da política metropolitana em cobrar tributos, como vimos, no caso da</p><p>derrama.</p><p>• Esse rigor desconsiderava a realidade da diminuição da produção aurífera.</p><p>• A Metrópole descartava outros projetos econômicos.</p><p>• A elite econômica e administrativa percebia que havia autossuficiência econômica da</p><p>capitânia.</p><p>2- Conjunturais:</p><p>• Corrupção e abuso do Governador da Capitânia.</p><p>• Restrição do acesso da elite local a postos importantes da administração régia.</p><p>• Pobreza e carestia profunda que atentava contra a ordem social.</p><p>→ Os participantes desse movimento:</p><p>→ O que queriam os revoltosos</p><p>A partir de meados de 1780, o projeto apareceu com a proposta de uma “República Florente”.</p><p>Tiradentes era o mais ativo propagandista dessas ideias e contribuiu fortemente para disseminá-la no</p><p>interior de uma rede de grupos de pessoas de variadas camadas sociais. Nas palavras das professoras</p><p>autoras do livro Brasil: uma biografia,</p><p>Homens letrados: médicos, engenheiros, naturalistas, escritores, poetas. Nomes</p><p>importantes: Luís Antonio Gonzaga, Cláudio Manoel da Costa, Alvarenga Peixoto, José Vieira</p><p>Couto, José Álvares Maciel e, o mais famoso, José da silva Xavier - Tiradentes</p><p>Elite econômica: fazendeiros, comerciantes, banqueiros, verdadeiros magnatas do ouro:</p><p>João Rodrigues de Macedo</p><p>Elite administrativa: alguns militares, admistradores: Tenente-coronel Francisco de Paula</p><p>Freire de Andrade (comandante dos Dragões das Minas)</p><p>Membros eclesiásticos mais ilustrados: Padre Carlos Corria de Toledo, Cônego Luís Vieira</p><p>da Silva</p><p>56</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 05 – Brasil Colônia II</p><p>[...] uma República Florente, como gostava de definir Tiradentes: uma república próspera, florescente, já que alimentada</p><p>pela notável riqueza natural das Minas, que permitiria aos seus habitantes conceber o próprio destino e firmar a convicção</p><p>de que soberania não era um atributo a ser compartilhado com Portugal. (idem, p. 143)</p><p>Pontos importantes do Programa Político:</p><p>República</p><p>Capital em São João Del Rey</p><p>Apoio à Industrialização do Brasil</p><p>Criação de uma Universidade em Vila Rica</p><p>Obrigatoriedade do serviço militar</p><p>→ O desenrolar da conspiração</p><p>As ideias iluministas de República, autonomia política e autossuficiência econômica que</p><p>alimentavam a conspiração se espalharam pela Capitania: “transitaram por boticas, quartéis e portas de</p><p>igrejas existentes nas vilas e em seu entorno; frequentaram as tabernas e casas de prostituição espalhadas</p><p>pelas Minas, e se esconderam nas montanhas do Serro do frio, que fervilhavam de garimpeiros e faiscadores</p><p>fora da lei.” (idem, p. 144). Além disso, o próprio Tiradentes tinha uma missão de tentar o apoio de outras</p><p>capitanias, como São Paulo e Rio de Janeiro.</p><p>No nível internacional, os conjurados também buscavam apoio. Joaquim Maia e Barbalho,</p><p>estudante brasileiro na Universidade de Montpellier escreveu uma carta a Thomas Jefferson, em 1786,</p><p>solicitando um encontro. Em 1787, se encontraram secretamente em Nîmes, na França. Desse encontro</p><p>Thomas Jefferson registrou:</p><p>"Eles consideram a Revolução Norte-Americana como um precedente para a</p><p>sua", escreveu o embaixador; "pensam que os Estados Unidos é que</p><p>poderiam dar-lhes um apoio honesto e, por vários motivos, simpatizam</p><p>conosco (...) no caso de uma revolução vitoriosa no Brasil, um governo</p><p>republicano seria instalado"</p><p>Jefferson assinalou que o movimento no Brasil "não seria desinteressante</p><p>para os Estados Unidos, e a perspectiva de lucros poderia, talvez, atrair um certo número de pessoas para</p><p>a sua causa, e motivos mais elevados atrairiam outras". Mas, mesmo assim, ele não poderia arriscar um</p><p>acordo assinado com Portugal, em 1786, para apostar em um projeto bastante incerto.</p><p>Sobre a Escravidão:</p><p>Segundo Boris Fausto, o</p><p>único acordo a que</p><p>chegaram foi libertar os</p><p>escravos nascidos no</p><p>Brasil. Mas mesmo essa</p><p>formulação não era tão</p><p>consensual. Por isso, diz-se</p><p>que a Conjuração Mineira</p><p>tem um caráter elitista.</p><p>57</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 05 – Brasil Colônia II</p><p>Os conjurados também tentaram apoio na França, mas os revoltosos lá estavam completamente</p><p>envolvidos com seu processo de crises e rebeliões, portanto, impossibilitados de atuar no cenário</p><p>internacional.</p><p>Então, os conjurados mineiros ficaram sozinhos. Mesmo</p><p>assim, organizaram o motim para o dia da derrama em</p><p>fevereiro de 1789. Mas a derrama foi suspensa. Ora, mas</p><p>porque haveria a administração colonial de suspender a</p><p>derrama?</p><p>Vejam: Historiadores afirmam que o Governador Visconde</p><p>de Barbacena recebeu 6 denúncias de que havia uma</p><p>conspiração em marcha nas Minas Gerais. A primeira delas,</p><p>feita no começo de fevereiro, era de autoria de Silvério dos</p><p>Reis. Ativo conjurado, militar minerador e rico. O maior</p><p>devedor de tributos à Coroa. Em troca do perdão da dívida</p><p>entregou tudo, absolutamente, tudo o que sabia. E ele</p><p>sabia de muita coisa. O suficiente para que o governo conseguisse acabar com o Movimento. Seria uma</p><p>espécie de delação premiada daquela época? Talvez...</p><p>Em fevereiro, Barbacena suspendeu a derrama, investigou as informações e, em maio de 1789,</p><p>prendeu os principais líderes do Movimento declarando a “devassa” – perseguição, investigação e o que</p><p>mais fosse preciso. Entre esse dia e o julgamento dos conjurados foram três anos. As sentenças foram uma</p><p>demonstração da força real e do horror que ela poderia causar: degredo na África, prisão perpétua em</p><p>Portugal para os membros da Igreja e forca.</p><p>Quero terminar essa parte contando o desfecho de duas figuras. Uma</p><p>mais conhecida e escolhida, no final do século XIX, para ser um símbolo da luta</p><p>republicana e ser transformado em herói nacional – Tiradentes. Por isso, 21 de</p><p>abril é um feriado cívico. Dia de Tiradentes, ou de se comemorar a luta pela</p><p>república.</p><p>O famoso quadro de Pedro Américo “Tiradentes esquartejado” é de</p><p>1893. Veja ao lado. Há muitas referências e associações que podem ser feitas</p><p>por meio desse quadro. A mais significativa é a aproximação da imagem e do</p><p>sofrimento de Tiradentes com Jesus Cristo e sua crucificação.</p><p>No entanto, o que quero destacar, para além dos significados simbólicos</p><p>que foram construídos na fase Republicana do Brasil, é o papel que Tiradentes</p><p>cumpriu no processo de espalhar as ideias liberais. Segundo os especialistas, ele</p><p>foi um grande propagandista. Sabia o que falar, como falar e para quem falar.</p><p>Conversava, cantava, proseava, tocava violão.... tudo para convencer as pessoas</p><p>sobre a ideia de liberdade!</p><p>Como Tiradentes foi muito conhecido nas capitânias do Rio de Janeiro e Minas Gerais, destruir sua</p><p>imagem era uma tentativa de destruir suas ideias. Ele foi enforcado no Rio de Janeiro e seu corpo foi</p><p>esquartejado, salgado e espalhado no caminho entre Rio e Minas. Sua cabeça</p><p>ficou espetada em Vila Rica,</p><p>hoje Ouro Preto.</p><p>A mais importante reunião dos Conjurados, 1892-</p><p>1893. Pedro Américo.</p><p>58</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 05 – Brasil Colônia II</p><p>A outra figura que quero lembrar, pouco lembrada – até porque não foi escolhido</p><p>pelos posteriores republicanos – foi Claudio Manoel da Costa. Poeta! E é por aí</p><p>que ele é lembrado. Contudo, era também advogado e conhecedor profundo de</p><p>todas as tramoias do governador e seus aliados. Respeitadíssimo “doutor” da</p><p>Capitânia. Aconselhador do povo. Mecenas do Aleijadinho. Não era</p><p>propagandista da Conjuração, mas foi o ideólogo do Movimento.</p><p>Juntamente com Alvarenga Peixoto, estava</p><p>encarregado de elaborar as leis e a Constituição da</p><p>Nova República e de justificar teoricamente o</p><p>rompimento com Portugal. Foi ele quem concebeu</p><p>a bandeira dos conjurados, que mais tarde serviu de inspiração para a</p><p>bandeira oficial de Minas Gerais.</p><p>Por fim, percebe como os motivos e a relação entre revoltosos e a coroa foi diferente? Prestem muita</p><p>atenção nas questões específicas da Conjuração Mineira, mas não esqueça de refletir sobre seu</p><p>sentido histórico e seu papel no processo de Independência do Brasil 😉</p><p>A Inconfidência Mineira, no plano das ideias, foi inspirada</p><p>a) nas reivindicações das camadas menos favorecidas da Colônia.</p><p>b) no pensamento liberal dos filósofos da Ilustração europeia.</p><p>c) nos princípios do socialismo utópico de Saint-Simon.</p><p>d) nas ideias absolutistas defendidas pelos pensadores iluministas.</p><p>e) nas fórmulas políticas desenvolvidas pelos comerciantes do Rio de Janeiro.</p><p>Comentário:</p><p>Questão clássica! E mega manjada, né, fala sério! No plano das ideias, a Inconfidência Mineira foi</p><p>inspirada no ideal iluminista. Aproveito para ressaltar uma especificidade: a experiência que conduziu</p><p>as esperanças e ideias dos conjurados mineiros foi a Independência dos Estados Unidos da América.</p><p>Não confunda com a Revolução Francesa, que sequer tinha acontecido quando a conjuração foi</p><p>descoberta e desbaratada.</p><p>Gabarito: B</p><p>10 ANOS DEPOIS...................</p><p>4.3.2 - Conjuração Baiana, 1798. Bahia</p><p>No início de 1798, na cidade de Salvador, amanheceu queimada a forca instalada no largo em que se erguia o</p><p>Pelourinho – símbolo máximo do poder da Coroa portuguesa, onde se anunciavam os decretos do rei e se açoitavam</p><p>publicamente os escravizados. O gesto era um desafio, contestava a autoridade política de Lisboa e dispensava</p><p>justificações. (idem, p. 147)</p><p>59</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 05 – Brasil Colônia II</p><p>A fundação de Santos. Benedito Calixto. Pelourinho, 1827. Jean-Baptist Debret.</p><p>Quase dez anos após o movimento em Minas, ocorreu na Bahia uma nova Conjuração. A</p><p>transferência da capital da colônia para o Rio de Janeiro, em 1763, trouxe uma série de dificuldades</p><p>econômicas para a cidade de Salvador, onde vivia uma população miserável, majoritariamente negra e</p><p>mestiça. Mas os ventos das revoluções americana e europeia enchia de esperança aquelas gentes!</p><p>Em quase tudo, o Movimento Baiano se assemelha à Conjuração Mineira, exceto por dois motivos:</p><p> Tinha um caráter popular, pois houve participação da população pobre,</p><p>negra, mestiça, além dos estratos brancos, ricos ou de classe média e letrados.</p><p> Além disso, teve caráter popular porque a abolição da escravidão era uma</p><p>das exigências do movimento</p><p>Demanda dos Revoltosos:</p><p>Fim da dominação portuguesa</p><p>Proclamação de uma República democrática privilegiando a liberdade, a igualdade e a</p><p>fraternidade</p><p>Abolição da escravidão</p><p>Profissionalização do exército e aumento do soldo</p><p>Liberdade econômica – abertura dos portos para todos os países</p><p>Melhorias nas condições sociais e de vida da população mais pobre</p><p>Veja que a plataforma política dos conjurados baianos é mais próxima das propostas jacobinas. Isso</p><p>é possível pois a Revolução Francesa já estava em curso há 9 anos.</p><p>A Campanha da Conjuração Baiana também foi diferente. Teve um caráter mais aberto e menos</p><p>conspiratório, até mesmo porque o contexto internacional era outro. No dia 12 de Agosto de 1798,</p><p>panfletos eram encontrados em igrejas e estavam colados em muros e locais públicos. Estavam nas ruas,</p><p>becos e ruas tortas, tal como a topografia de Salvador.</p><p>O significado político desses panfletos foi singular, pois, além da aparição pública, articulavam um</p><p>repertório gramatical em que a República aparecia democrática e carregada de igualdade social. Um dos</p><p>panfletos dizia7:</p><p>7 RUY, Affonso. A primeira revolução social brasileira (1798). São Paulo: Companhia Editora Nacional,</p><p>1978, p. 68</p><p>“Animai-vos povo bahiense que está para chegar o tempo feliz da nossa</p><p>Liberdade: o tempo em que todos seremos irmãos: o tempo em que todos</p><p>seremos iguais”</p><p>60</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 05 – Brasil Colônia II</p><p>O Governador da Bahia, Fernando José de Portugal e Castro realizou a chamada devassa ou</p><p>averiguação de inquérito. Com uma violenta repressão e, contando com muitos delatores, prendeu os</p><p>principais líderes do movimento.</p><p>Apesar dessa violência generalizada, as</p><p>sentenças demonstram que os mais</p><p>pobres tiveram as penas mais duras.</p><p>Quatro líderes mulatos, cuja profissão</p><p>eram alfaiates e soldados, foram</p><p>condenados ao enforcamento e</p><p>esquartejamento. A sentença foi</p><p>executada na Praça da Piedade em</p><p>Salvador.</p><p>(Estratégia Vestibulares/2021/Profe. Alê Lopes)</p><p>“O Povo</p><p>Rvmo em Christo Padre Prior dos Carmelitas Descalços e para o futuro geral em chefeda Igreja</p><p>Bahiense; segundo a secção do Plebiscito de 19 do corrente quer e manda o Povo de ser exaltada a</p><p>bandeira da igualdade, liberdade e fraternidade popular, portanto manda que todo o Sacerdote</p><p>Regular e Irregular assim o aprove e o entenda alias... vive e vale [Bahia] Republicana 20 de Agosto</p><p>de 1798</p><p>Anonimos Republicanos”.</p><p>Prescrição do Povo Bahiense [1798]. IN: MATTOSO, K. M. Presença Francesa no</p><p>Movimento Democrático Baiano de 1798. Salvador: Itapuã, 1969, p. 158.</p><p>O documento expressa que a Conjuração Baiana teve grande inspiração</p><p>a) nas ideias socialistas propagadas pela revolução dos bolcheviques russos.</p><p>b) na ideologia conservadora que pregava a restauração do Antigo Regime.</p><p>c) no racismo científico que afirmava a superioridade dos europeus e seus descendentes.</p><p>d) na defesa de uma monarquia constitucional na qual apenas os proprietários teriam direitos</p><p>políticos.</p><p>e) nos princípios do liberalismo difundido pelo movimento iluminista.</p><p>Comentários</p><p>A Conjuração Baiana ocorreu em 1798, na cidade de Salvador. Ela fazia parte de um novo contexto</p><p>de revoltas coloniais, as quais agora reivindicavam a independência das capitanias onde eclodiam,</p><p>como foi o caso da Inconfidência Mineira, em 1789. Não só no Brasil, ocorriam revoltas de caráter</p><p>Igreja do Hospício de Nossa Senhora da Piedade da Bahia. Johann</p><p>Moritz Rugendas. Acervo artístico cultural dos Palácios do Governos,</p><p>São Paulo.</p><p>61</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 05 – Brasil Colônia II</p><p>separatista. Em 1776, os colonos norte-americanos declararam sua independência dando início a uma</p><p>guerra contra a Inglaterra. Pouco tempo depois, em 1791, negros livres, libertos e cativos articularam</p><p>uma grande revolta em São Domingos, colônia francesa. Com isso, teve início o processo de</p><p>independência do Haiti, concluído em 1804. Ainda, não podemos nos esquecer da Revolução</p><p>Francesa que, apesar de não ser uma revolta colonial, configurou uma insurreição da população</p><p>contra a monarquia e a nobreza francesas. Considerando esse contexto, vejamos no que a Conjuração</p><p>Baiana se inspirou:</p><p>a) Incorreta. O socialismo ainda não havia sido formulado como uma filosofia política no século XVIII,</p><p>o que só se deu a partir de meados do século XIX. Além disso, a revolução bolchevique na Rússia só</p><p>se deu em 1917, mais</p><p>de cem anos depois da Conjuração Baiana.</p><p>b) Incorreta. Na verdade, os conjurados baianos estavam desafiando o Antigo Regime ao lutar contra</p><p>o domínio colonial português.</p><p>c) Incorreta. O racismo científico também não tinha sido formulado ainda no século XVIII, o que só se</p><p>deu a partir de meados do século XIX. No contexto da Conjuração Baiana já existia uma hierarquia</p><p>racial, mas ela era muito mais guiada pelas diferenças de origem geográfica, culturais e religiosas do</p><p>que por fatores genéticos como no racismo científico.</p><p>d) Incorreta. Está bem evidente no documento que os conjurados baianos não queriam uma</p><p>monarquia, independentemente se fosse constitucional ou absolutista. Eles almejavam a</p><p>proclamação de uma república.</p><p>e) Correta! A ligação com o liberalismo e o iluminismo fica evidente não só nas menções a</p><p>proclamação de uma república, mas em três palavras icônicas: igualdade, liberdade e fraternidade;</p><p>valores que também inspiraram os outros movimentos que citei anteriormente.</p><p>Gabarito: E</p><p>4.3.3 - Um aprendizado político</p><p>Em uma colônia cuja vida social estava organizada no trabalho escravo e na exploração das</p><p>riquezas locais em favor da Metrópole, as revoltas que acabamos de estudar podem ser</p><p>entendidas como um longo caminho para o aprendizado dos modos de fazer política por parte</p><p>dos brasileiros. A consciência das possibilidades econômicas, da nossa autossuficiência, da</p><p>liberdade e da igualdade social contribuiu para uma postura mais ativa por parte dos grupos</p><p>sociais.</p><p>Nenhuma das revoltas foi vitoriosa. No entanto, entre os séculos XVII e XVIII, os colonos começaram</p><p>a desenhar novos sentidos para o mundo que viviam, e experimentaram ousar além dos limites impostos</p><p>pela metrópole e por administradores manifestamente corruptos – ou no vocabulário da época,</p><p>xumbergas. O brasileiro declarou direitos, reivindicou um espaço de debate e negociação política. O</p><p>vocabulário da vida pública cresceu. O Brasil cresceu junto!</p><p>Tudo isso representou, sem dúvida, um acúmulo de experiências e novas ferramentas intelectuais,</p><p>políticas e sociais que continuaram a ser mobilizadas e reelaboradas nos processos sociais de reivindicação</p><p>pela ampliação da participação política. Contribuiu, sobretudo, na compreensão de que um país é</p><p>construído pelas mãos do seu povo!</p><p>62</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 05 – Brasil Colônia II</p><p>Por tudo isso, você deve ter em mente que essas revoltas, de certa maneira, contribuíram para o</p><p>processo de Independência Política no Brasil. Guarde esse conhecimento prévio para nossa próxima aula,</p><p>ok, Cadetes!</p><p>Por fim, ao longo da aula falamos várias vezes do Marquês de Pombal. Deixo abaixo um esquema</p><p>com as principais ações:</p><p>Criação de Companhias de</p><p>Comércio</p><p>As companhias de comércio foram uma tentativa de</p><p>reorganização dos Estados no Norte e Nordeste, em</p><p>um modo de desenvolvimento local.</p><p>Desenvolvimento Produtivo</p><p>Foi no período pombalino que se iniciou um</p><p>desenvolvimento mais voltado à eficiência da</p><p>produção agrícola e desenvolvimento da produção</p><p>manufatureira na colônia.</p><p>Estabelecimento de Fronteiras Uma das medidas também foi resguardar e realizar</p><p>uma maior guarda das fronteiras existentes.</p><p>Expulsão dos Jesuítas</p><p>A mais radical das decisões, que foi expulsar os jesuítas</p><p>devido ao perigo que se tornaram, os expulsando e</p><p>confiscando todos os seus bens.</p><p>Reforma da Educação</p><p>A implementação de uma educação laica, ou seja, sem</p><p>nenhum resquício jesuíta, bem como o ensino do</p><p>português como língua oficial.</p><p>Reorganização Administrativa</p><p>Com o passar do tempo, e com a produção aurífera em</p><p>Minas Gerais e Centro Oeste; o que lucrava para</p><p>Portugal estava no sudeste, o que faz deslocar a sede</p><p>real de Salvador para o Rio de Janeiro, o que</p><p>indiretamente, reciclava e podava o poder dos</p><p>senhores de engenho, nas influências da colônia.</p><p>Bem, queridas e queridos alunos, fico por aqui. Essa foi nossa segunda aula</p><p>sobre Brasil Colônia. Ela foi longa, demanda força, fé e muita concentração para estudá-</p><p>la. Mas vale muito à pena porque é o assunto que mais tende a cair na sua prova!</p><p>Ainda há muitas transformações a serem estudadas. Na próxima aula de História</p><p>do Brasil, veremos a Independência do Brasil e seus primeiros passos como um país</p><p>independente de Portugal. Nossa, quantos acontecimentos, hein!</p><p>Agora, Você DEVE seguir até a última questão. Aproveite TODOS os comentários, pois foram</p><p>desenvolvidos em cada detalhe para fazer você mentalizar, aprender a responder uma questão e não</p><p>escorregar nos caprichos do examinador.</p><p>63</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 05 – Brasil Colônia II</p><p>Para Gabaritar História não basta saber o conteúdo é preciso ser safo para adotar as melhores</p><p>formas de responder cada questão! Então, leia cada alternativa da questão e veja as justificativas dos</p><p>acertos e erros de cada um, ok.</p><p>Fé na missão!!! Vamos juntos!! Até a próxima aula! Bons estudos,</p><p>Um beijo e um abraço apertado e um suspiro apertado de amor sem fim,</p><p>Profe Alê Lopes</p><p>Queridos alunos, para que você possa treinar, colocamos questões específicas, autoriais e adaptamos</p><p>outras para você treinar e memorizar. Dúvidas, recorram ao Fórum de Dúvidas. Seja Safo, não perca</p><p>tempo. Vamos gabaritar história! 😉</p><p>5. Lista de questões EsPCEx</p><p>(EsPCEx (Aman) 2020)</p><p>A industrialização da segunda metade do século XVIII, particularmente na Inglaterra, iniciou-se com a</p><p>mecanização do setor têxtil, cuja produção tinha amplos mercados nas colônias inglesas. Qual tratado abriu</p><p>as portas das colônias portuguesas para as manufaturas inglesas?</p><p>a) Tratado de Utrecht, de 1713.</p><p>b) Tratado de Methuen, de 1703.</p><p>c) Tratado de Paris, de 1763.</p><p>d) Tratado de Madri, de 1750.</p><p>e) Tratado de Utrecht, de 1715.</p><p>(Espcex (Aman) 2018)</p><p>O território brasileiro é, atualmente, bem maior do que as terras atribuídas a Portugal pelo Tratado de</p><p>Tordesilhas. A expansão da colônia ocorreu graças à ação de bandeirantes, missionários, militares e</p><p>pecuaristas que ocuparam as vastidões pouco exploradas das áreas de ambos os lados da linha de</p><p>Tordesilhas. O tratado em que a França renuncia às terras que ocupava na margem esquerda do rio</p><p>Amazonas e aceita o rio Oiapoque como limite entre a colônia portuguesa e a Guiana Francesa é o</p><p>a) Segundo Tratado de Utrecht.</p><p>b) Tratado de Santo Ildefonso.</p><p>c) Tratado de Madri.</p><p>d) Tratado de Badajós.</p><p>e) Primeiro Tratado de Utrecht.</p><p>(Espcex (Aman) 2016)</p><p>No fim do Século XVIII, era grande a insatisfação com a carestia e a opressão colonial. A isso se somava a</p><p>simpatia que muitas pessoas demonstravam em relação às lutas pela emancipação do Haiti (1791-1804) e</p><p>à Revolução Francesa (1789). Para difundir esta ideia fundou-se a loja maçônica Cavaleiros da Luz. Em</p><p>agosto de 1798, alguns conspiradores afixaram em muros e postes da cidade manifestos exortando a</p><p>população à revolução. Os panfletos pregavam a proclamação da República, a abolição da escravidão,</p><p>melhores soldos para os militares, promoção de oficiais, liberdade de comércio, etc. Denunciado por um</p><p>traidor, o movimento foi esfacelado. Alguns participantes foram presos, outros fugiram e quatro foram</p><p>64</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 05 – Brasil Colônia II</p><p>condenados à morte: Luís Gonzaga das Virgens, Lucas Dantas de Amorim Torres, João de Deus do</p><p>Nascimento e Manuel Faustino dos Santos. (adaptado de ARRUDA & PILETTI, p.351)</p><p>O texto acima descreve, em parte, a</p><p>a) Revolta dos Alfaiates, ocorrida em Salvador, Bahia.</p><p>b) Inconfidência Mineira, desencadeada em Ouro Preto, Minas Gerais.</p><p>c) Revolta de Beckman, que teve por palco São Luís, Maranhão.</p><p>d) Confederação do Equador, ocorrida em Recife, Pernambuco.</p><p>e) Cabanagem, ocorrida em Belém, Pará.</p><p>(Espcex (Aman) 2018)</p><p>No início do século XVIII, a concorrência das Antilhas fez com que o preço do açúcar brasileiro caísse no</p><p>mercado europeu. Os proprietários de</p><p>engenho, em Pernambuco, para minimizar os efeitos desta crise,</p><p>recorreram a empréstimos junto aos comerciantes da Vila de Recife. Esta situação gerou um forte</p><p>antagonismo entre estas partes, que se acirrou quando D. João V emancipou politicamente Recife, deixando</p><p>esta de ser vinculada a Olinda. Tal fato desobrigou os comerciantes de Recife do recolhimento de impostos</p><p>a favor de Olinda. O conflito que eclodiu em função do acima relatado foi a</p><p>a) Revolta de Beckman.</p><p>b) Guerra dos Mascates.</p><p>c) Guerra dos Emboabas.</p><p>d) Insurreição Pernambucana.</p><p>e) Conjuração dos Alfaiates.</p><p>(Espcex (Aman) 2020)</p><p>Na segunda metade do século XVIII, durante a administração do marquês de Pombal (1750 a 1777), foram</p><p>adotadas medidas que objetivavam tornar mais ágil e eficiente a administração da colônia portuguesa do</p><p>Brasil, dentre as quais se destaca:</p><p>a) a elevação do Estado do Brasil à categoria de Reino Unido a Portugal e Algarve.</p><p>b) o reconhecimento da importância das Regiões do Sul e Sudeste, em função do incremento do ciclo</p><p>econômico do café.</p><p>c) a transferência da capital do estado do Brasil, de Salvador para o Rio de Janeiro.</p><p>d) o estado do Grão-Pará e Maranhão recebeu a denominação de estado do Maranhão.</p><p>e) a restauração do sistema de Capitanias Hereditárias.</p><p>(Espcex (Aman) 2018)</p><p>As ideias iluministas começaram a circular no Brasil na segunda metade do século XVIII. Elas refletiram-se</p><p>em vários campos da atividade e do conhecimento humano. Assinale, dentre as alternativas abaixo, aquela</p><p>que apresenta um filósofo deste período, cujo pensamento incentivou, de forma relevante, a Inconfidência</p><p>Mineira.</p><p>a) Jean-Jacques Rousseau.</p><p>b) Adam Smith.</p><p>c) François Quesnay.</p><p>d) Vicent de Gournay.</p><p>e) Nicolau Maquiavel.</p><p>(Espcex (Aman) 2013)</p><p>No Brasil colônia, particularmente no séc. XVIII ocorreram dois movimentos revolucionários que ficaram</p><p>conhecidos como Inconfidência Mineira (1789) e Conjuração Baiana (1798).</p><p>Quais características são comuns entre eles?</p><p>a) A influência do pensamento iluminista e a participação maciça de pessoas da elite da sociedade local.</p><p>b) Foram inspiradas pelo lema Liberdade, Igualdade e Fraternidade e pretendiam acabar com a escravidão.</p><p>65</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 05 – Brasil Colônia II</p><p>c) Queriam romper com a dominação colonial e tiveram influência do pensamento iluminista.</p><p>d) Foram sufocadas sem grande derramamento de sangue, pois havia grande participação de pessoas</p><p>ligadas à elite da sociedade local.</p><p>e) Pretendiam acabar com a escravidão e estabelecer a independência política do Brasil.</p><p>(Espcex (Aman) 2012)</p><p>Diferentemente de outras atividades econômicas do Brasil Colônia, a mineração foi submetida a um</p><p>rigoroso controle por parte da metrópole. Neste contexto:</p><p>a) os Códigos Mineiros de 1603 e 1618 já impediam a livre exploração das minas, impondo uma série de</p><p>condições e restrições.</p><p>b) as Intendências das Minas criadas pelo Regimento de 1702 impuseram um controle absoluto sobre toda</p><p>a produção mineradora, embora ainda estivessem subordinadas a outras autoridades coloniais.</p><p>c) a cobrança do quinto foi facilitada com a criação das Casas de Fundição, no final do século XVII, onde o</p><p>ouro era fundido em barras timbradas com o selo real, embora a circulação do ouro em pó ainda fosse</p><p>permitida.</p><p>d) foram instalados postos fiscais em pontos estratégicos das estradas, com o objetivo de fiscalizar se o</p><p>pagamento do quinto havia sido realizado; cobrar impostos sobre a passagem de animais e pessoas e sobre</p><p>a entrada de todas as mercadorias transportadas para as Minas.</p><p>e) a capitação foi um imposto que exigia do minerador o pagamento de uma taxa sobre cada um de seus</p><p>escravos, do qual ficavam isentos os faiscadores que não possuíam escravos.</p><p>Espcex (Aman) 2011)</p><p>O conflito armado travado na segunda metade do século XVIII e que ficou conhecido como Guerras</p><p>Guaraníticas,</p><p>a) foi uma reação dos índios de Sete Povos das Missões, liderados por alguns jesuítas, à ocupação de suas</p><p>terras e à possível escravização.</p><p>b) ocorreu entre paulistas com o apoio de diversas tribos guaranis e os emboabas, pela hegemonia da</p><p>extração do ouro das Minas Gerais.</p><p>c) definiu a conquista da Colônia do Sacramento por tropas luso-brasileiras.</p><p>d) provocou a assinatura do Tratado de Lisboa, pelo qual Portugal devolvia a área conhecida como Sete</p><p>Povos das Missões à Espanha.</p><p>e) abriu caminho para a conquista e ocupação, por parte dos portugueses, da calha do rio Solimões –</p><p>Amazonas.</p><p>66</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 05 – Brasil Colônia II</p><p>(EsPCEx/2004/ 4000039625)</p><p>Observe a figura abaixo:</p><p>ARRUDA, José Jobson de A. Atlas Histórico Básico. São Paulo: Ática, 1989.</p><p>O mapa acima mostra a situação resultante da marcha do povoamento e da urbanização do Brasil até o</p><p>século XVIII. Com base nas informações fornecidas pelo mapa e nos conhecimentos da História do Brasil,</p><p>podemos afirmar que a expansão do território brasileiro para além de Tordesilhas foi</p><p>a) iniciada pela foz do Rio Amazonas.</p><p>b) marcada pela criação de vilas e cidades na região do Planalto Central.</p><p>c) decorrência da penetração da atividade pecuária, da ação de bandeirantes na busca de metais preciosos</p><p>e da exploração das drogas do sertão.</p><p>d) consequência do avanço das lavouras de cana-de-açúcar em direção ao oeste, principalmente no atual</p><p>estado de Mato Grosso.</p><p>e) uma ação planejada pela Coroa Portuguesa com o envio de inúmeras Bandeiras ao território espanhol a</p><p>fim de catequizar índios.</p><p>6. Lista de questões da profe. Alê Lopes</p><p>(Estratégia Militares/2021/Inédita/Profe. Alê Lopes)</p><p>A subordinação à metrópole não impediu que houvesse certo dinamismo nas relações econômicas e</p><p>comerciais na América Portuguesa, sobretudo, a partir da crise do açúcar. Paradoxalmente, na colônia</p><p>portuguesa é um momento de diversificação econômica.</p><p>Analise a lista de atividades econômicas:</p><p>I - fumo</p><p>II – Aguardente e rapadura</p><p>III – Algodão e índigo</p><p>IV – Pecuária</p><p>V- Atividades extrativistas florestais</p><p>VI – Extrativismo mineral</p><p>67</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 05 – Brasil Colônia II</p><p>Estão inseridas na economia colonial a partir do século XVII apenas os itens:</p><p>a) I, II, III, IV</p><p>b) I, II, III, IV, VI</p><p>c) I, II, IV, V, VI</p><p>d) I, IV, V, VI</p><p>e) I, II, IV, VI</p><p>(Estratégia Vestibulares/Profe. Alê Lopes/ 2021)</p><p>“Os bandeirantes foram pois uma tropa de choque a serviço do colonialismo português, e não</p><p>outra coisa. [...]”.</p><p>FREITAS, Décio. Palmares – A guerra dos escravos, 1982.</p><p>A comparação feita pelo texto remete à mobilização dos bandeirantes para</p><p>a) realizar a expedições de reconhecimento em busca de ouro.</p><p>b) apresar indígenas para vende-los como escravos.</p><p>c) proteger as fronteiras coloniais de invasores estrangeiros.</p><p>d) policiar as vilas e cidades para prevenir crimes.</p><p>e) combater quilombos e recuperar escravos fugidos.</p><p>(Estratégia Vestibulares/2021/Profe. Alê Lopes)</p><p>“Considerada um dos elementos constitutivos das práticas mercantilistas do Antigo Regime, a noção de</p><p>pacto colonial se conjugou à ideia de exclusivo mercantil ou monopólio comercial que caracterizou o</p><p>sistema colonial da Era Moderna”.</p><p>HERMANN, J. Pacto Colonial. In: VAINFAS, R. (dir.) Dicionário do Brasil Colonial. Rio de Janeiro: Objetiva,</p><p>2001, p. 442.</p><p>Segundo o texto, as relações entre Portugal e Brasil, durante a colonização, foram pautadas com base na</p><p>a) livre concorrência e na não intervenção estatal na economia, o que garantiu aos colonos plena liberdade</p><p>para explorar as novas terras e suas riquezas.</p><p>b) concessão de contratos emitidos pela monarquia que privilegiavam exploradores ou companhias, como</p><p>uma forma de protecionismo.</p><p>c) possibilidade de a colônia comercializar com outras nações, desde que pagasse tributos mais altos sobre</p><p>essas transações.</p><p>d) exclusividade de colonos nascidos na metrópole poderem operar nas atividades comerciais,</p><p>Entre 1630 e 1639: perda de 199 navios portugueses;</p><p>→ Entre 1647 e 1648: perda de 220 navios portugueses e destruição de 23 engenhos;</p><p>→ Entre 1645 e 1654: incêndio de canaviais e engenhos. Desativação de 49 de 65 engenhos em</p><p>Pernambuco;</p><p>→ 1650: Redução da capacidade produtiva. Estimava-se que Pernambuco tinha capacidade para</p><p>produzir 25 mil caixas de açúcar. Mas só produziu 6 mil caixas.</p><p>Veja, querida e querido aluno, a Holanda passou de aliada, no século XVI, à inimiga e concorrente</p><p>de Portugal no século XVII. E essa situação continuou mesmo depois que os portugueses recuperaram o</p><p>controle da sua monarquia.</p><p>Tudo isso conduziu Portugal e o sistema de exploração colonial a uma grave crise econômica</p><p>obrigando os portugueses a buscar soluções. Vejamos as tentativas que eles elaboraram para sair dessa</p><p>situação e quais foram os impactos das escolhas para a formação da sociedade brasileira!</p><p>1.1 – A tentativa de recuperação Econômica de Portugal</p><p>A tentativa de recuperação econômica começou ainda na luta pela autonomia política de</p><p>Portugal em relação à Espanha. A crise econômica que abatia o Estado português impulsionou o movimento</p><p>Restauração Portuguesa.</p><p>A partir de uma aliança entre a Casa nobre dos Bragança e a elite econômica portuguesa, um golpe</p><p>contra a Coroa espanhola foi realizado. Em 1º de dezembro de 1640, um grupo de conjurados, membros</p><p>da nobreza portuguesa, atacou o paço da Ribeira, prendeu a vice-rainha (uma espanhola) e matou o</p><p>secretário de Estado, Miguel de Vasconcelos. Assim, iniciou-se a Dinastia de Bragança e o 1º Rei foi Dom</p><p>João IV.</p><p>Depois de restaurar a coroa e recuperar sua autonomia política a monarquia portuguesa buscou</p><p>algumas soluções para combater as dificuldades econômicas em curso.</p><p>6</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 05 – Brasil Colônia II</p><p>A primeira delas foi buscar novos aliados. No cenário internacional, quem se destacava era</p><p>a Inglaterra devido ao seu papel na economia marítima. Dessa forma, foi com a Inglaterra</p><p>que Portugal procurou se aliar nessa nova conjuntura.</p><p>As bases dessa aliança eram simples: Portugal fazia concessões à Inglaterra, a qual lhe garantia</p><p>proteção militar e diplomática. Com isso, a Inglaterra ampliava sua influência sobre Portugal e suas colônias.</p><p>Anota aí 2 acordos importantes para demonstrar essa relação:</p><p>➢ 1661 – Acordo de Paz e Casamento</p><p>➢ 1703 – Tratado de Methuen</p><p>A base desse acordo foi o casamento entre a filha do rei de Portugal com o rei da Inglaterra. Em 1662</p><p>Charles II da Inglaterra casou-se com a filha de João IV, Catarina de Bragança, e levou como dote</p><p>Bombaim e Tanger. Os ingleses forneceram homens e armas para a guerra contra a Espanha.</p><p>7</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 05 – Brasil Colônia II</p><p>O resultado desses acordos com a Inglaterra foi uma grande desigualdade de ganhos e lucros,</p><p>baseado no potencial de consumo de vinhos e tecidos e demais produtos manufaturados. Afinal, responde</p><p>aí, Cadetes: as pessoas bebem mais ou usam mais roupa ?</p><p>Ao longo do tempo, ficou provado que Portugal se tornou dependente e submisso à Inglaterra.</p><p>Portanto, esses acordos não foram capazes de tirar o reino luso da crise em que se encontrava. Ao</p><p>contrário, a riqueza do ouro que foi descoberto no Brasil acabou sendo transferida para a Inglaterra a fim</p><p>de saldar as dívidas que Portugal acabou contraindo com o reino britânico.</p><p>A segunda tentativa de solução foi intensificar a exploração colonial. O Rei Dom João IV</p><p>criou o Conselho Ultramarino com o objetivo de intensificar a fiscalização da metrópole na</p><p>colônia e, assim, ampliar a arrecadação de tributos e retomar para a Coroa o controle das</p><p>capitânias.</p><p>Depois, o rei decretou “leis programáticas” proibindo o uso de certos produtos estrangeiros, com</p><p>exceção dos ingleses, claro. Com essa medida protecionista, procurou reduzir as importações e equilibrar</p><p>a balança comercial portuguesa.</p><p>A consequência imediata dessas medidas protecionistas foi o choque de interesses entre a Coroa e</p><p>os colonos. Isso gerou vários conflitos e manifestações contra a metrópole, como veremos ainda nessa</p><p>aula.</p><p>Descrito esse cenário internacional, a partir de agora, vamos adentrar no universo colonial para</p><p>entender como esse cenário se desenvolveu lá, ou melhor, aqui, aqui no Brasil colônia.</p><p>(Estratégia Militares/2020/professora Alê Lopes)</p><p>O Tratado de Methuen, de 1703, celebrado entre Portugal e Inglaterra:</p><p>a) envolvia a troca entre os produtos têxteis ingleses e o vinho português.</p><p>b) envolvia a diminuição do tráfico negreiro por parte de Portugal em troca de crédito junto aos</p><p>ingleses.</p><p>c) viabilizou o início da industrialização em Portugal.</p><p>d) manteve a venda de açúcar produzido pelos portugueses até o final da vigência do Tratado.</p><p>8</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 05 – Brasil Colônia II</p><p>e) pressupunha o equilíbrio na balança comercial entre importação e exportação dos dois países.</p><p>Comentários</p><p>Portugal constituiu, da mesma forma que a Espanha, um grande império ultramarino durante todo o</p><p>século XVI. Nesse processo, o Brasil – como colônia portuguesa – teve um papel fundamental na</p><p>geração de superlucros para a Metrópole advindo da produção açucareira, bem como do</p><p>desenvolvimento do comércio escravista. Ou seja, o Brasil foi uma peça chave no sistema de</p><p>exploração colonial mercantilista, sobretudo, por garantir o esplendor econômico de Portugal.</p><p>Ocorreu que, grande parte do capital gerado foi gasto pela Coroa para a própria manutenção do seu</p><p>império. Além disso, o século XVI deu uma falsa sensação a Portugal de que a Metrópole poderia</p><p>adquirir produtos luxuosos “para sempre”. Dessa forma, não houve investimentos no</p><p>desenvolvimento de manufaturas e instrumentos de produção. A economia interna do reino luso</p><p>continuou baseada na produção de vinhos, azeites, peixes, entre outras atividades básicas. Ou seja,</p><p>tudo era importado e, para equilibrar a balança comercial favorável, retirava-se o dinheiro dos</p><p>superlucros coloniais. Sacou o esquema?</p><p>É nesse contexto que surgiu o Tratado de Methuen, ou tratado de Panos e Vinhos, vigente entre 1703</p><p>e 1836.</p><p>Vale lembrar que o Tratado fazia parte da aliança em que Portugal fazia concessões à Inglaterra, a</p><p>qual lhe garantia proteção militar e diplomática. Com isso, a Inglaterra ampliava sua influência sobre</p><p>Portugal e suas colônias.</p><p>a) correto, é o gabarito.</p><p>b) é fato que os ingleses irão pressionar pelo fim do tráfico negreiro, porém, isso irá ocorrer no século</p><p>XIX, momento em que o trabalho assalariado, capaz de comprar mercadorias, passa a ser prioridade</p><p>para a Inglaterra.</p><p>c) falso, é o contrário. O tratado foi um elemento inibiu a indústria portuguesa, pois levou ao</p><p>atrelamento da economia do país à britânica a ponto de estagnar a economia portuguesa.</p><p>d) errado, pois após os ingleses cortarem a importação do fumo dos portugueses, em seguida, a</p><p>produção açucareira nas colônias britânicas substituiu a cota de açúcar comprada de Portugal. Este</p><p>fato piorou a situação econômica dos portugueses.</p><p>e) errado, pois Portugal saiu perdendo. Veja, o consumo pelos ingleses dos vinhos portugueses jamais</p><p>alcançou o mesmo nível de consumo de tecidos ingleses pelos portugueses. Além disso, as terras</p><p>cultiváveis dos portugueses precisaram ser transformadas em vinícolas, causando uma escassez de</p><p>alimentos a ponto de Portugal recorrer à importação de alimentos, fato que agravou o déficit na</p><p>balança comercial.</p><p>Gabarito: A</p><p>9</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 05 – Brasil Colônia II</p><p>2. A Colônia: expansão territorial e diversidade econômica</p><p>Tendo em vista o cenário que construímos na seção anterior, agora vamos percorrer a realidade da</p><p>colônia e tentar perceber as influências do contexto internacional, sobretudo, as consequências da crise</p><p>econômica da metrópole no desenrolar da formação territorial, econômica e política do Brasil.</p><p>Realmente,</p><p>para que os</p><p>portugueses não perdessem o domínio colonial.</p><p>e) unilateralidade do pacto colonial, que mantinha a colônia completamente submetida à metrópole, sem</p><p>uma dinâmica econômica interna.</p><p>(Estratégia Vestibulares/2021/Profe. Alê Lopes)</p><p>68</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 05 – Brasil Colônia II</p><p>Igreja de Nossa Senhora do Rosário de São João del Rei, Minas Gerais, construída em 1719.</p><p>No século XVIII, com a prosperidade da mineração, a arte mineira ganhou grande espaço para se</p><p>desenvolver, especialmente a arquitetura. Caracterizada pelo estilo barroco, a arquitetura</p><p>mineira contava com</p><p>a) a aplicação de curvas em oposição à ideia estática dos prédios.</p><p>b) ausência de esculturas e outros ornamentos, produzindo uma estética mais harmônica e</p><p>equilibrada.</p><p>c) construções modestas que representavam uma fé humilde, mas verdadeira e devota.</p><p>d) a presença de poucas e pequenas janelas que visavam à proteção contra invasões externas.</p><p>e) a predominância de uma estética da utilidade, descartando elementos inúteis para</p><p>funcionalidade do edifício.</p><p>69</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 05 – Brasil Colônia II</p><p>(Estratégia Militares/2021/Profe. Alê Lopes)</p><p>É causa principal do impulso para o desenvolvimento da pecuária no Sul e no Nordeste da Colônia</p><p>a) A necessidade de abastecimento alimentar e de transporte para a empresa mineradora no centro-sul.</p><p>b) A busca realizada, oficialmente, pela coroa, para abastecer a região açucareira.</p><p>c) O transporte de baixo custo para o transporte da produção do açúcar.</p><p>d) O estabelecimento das missões jesuíticas, já que foram estes que trouxeram o gado.</p><p>e) O desenvolvimento da região mineradora que precisava apenas de charque.</p><p>(Estratégia Militares/2021/Inédita/Profe. Alê Lopes)</p><p>O combate à presença estrangeira, especialmente durante a União Ibérica, também contribuiu para a</p><p>ocupação do interior do Nordeste e da região que hoje chamamos Amazônica. Foram construídas</p><p>fortificações pelas expedições militares que ao longo do tempo</p><p>a)Contribuíram para o processo de urbanização, já que as fortificações viraram importantes cidades, como</p><p>Fortaleza.</p><p>b)Imprimiram um caráter de extermínio indígena no processo de expansão territorial, já que as fortificações</p><p>foram construídas por portugueses.</p><p>c)Desapareceram por falta de uso, logo após a expulsão dos estrangeiros franceses e holandeses.</p><p>d)Tornaram-se aldeias jesuíticas com o objetivo de controlar os índios e, assim, catequizá-los.</p><p>e)Ajudaram na memória dos primeiros anos de colonização, mas sem qualquer utilidade prática.</p><p>(Estratégia Militares/2021/Inédita/Profe. Alê Lopes)</p><p>A pobreza da inicialmente próspera capitânia de São Vicente, diante do sucesso do empreendimento</p><p>açucareiro no Nordeste, levou à organização de bandeiras. Essas expedições podem ser classificadas</p><p>conforme seu objetivo.</p><p>Correlacione a coluna I e II de modo a caracterizar corretamente os três tipos de bandeiras:</p><p>Coluna I (tipos de Bandeiras)</p><p>Bandeira de apresamento</p><p>Bandeira de contrato</p><p>Bandeira de Prospecção</p><p>Coluna II (objetivos)</p><p>( )Destinadas a capturar e aprisionar escravizados fugidos e refugiados em quilombos.</p><p>( )Destinadas a procurar riquezas minerais.</p><p>( )Destinadas a atuar no mercado de escravizados, apresando indígenas, inclusive de missões jesuíticas.</p><p>Assinale a alternativa que indique a ordem correta da associação entre a Coluna I e Coluna II:</p><p>a)III, II, I</p><p>b)I, II, III</p><p>c)II, I, III</p><p>d)II, III, I</p><p>e)I, III, II</p><p>(Estratégia Militares/2021/Inédita/Profe. Alê Lopes)</p><p>Sobre a origem dos bandeirantes na região de São Paulo, é correto afirmar que</p><p>a) Exterminaram os indígenas a partir de sua aliança com franceses.</p><p>b) Fizeram acordos com indígenas, o que incluía a união com mulheres indígenas, de modo que se formou,</p><p>nessa região, um povo mestiço.</p><p>c) Descobriram ouro sozinhos, sem apoio da Coroa ou de povos indígenas.</p><p>d) Formaram a Vila mais próspera da colônia, a Capitânia de São Vicente.</p><p>70</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 05 – Brasil Colônia II</p><p>e) Em conjunto com as missões jesuíticas, conseguiram povoar São Paulo com indígenas vindos de Sete</p><p>Povos das Missões.</p><p>(Estratégia Militares/2021/Inédita/Profe. Alê Lopes)</p><p>No Nordeste, especialmente no Rio Grande do Norte e no Ceará, os colonizadores, na sua tentativa de</p><p>estabelecer um domínio nos campos agrícolas e de criação de gado, tentaram, de todas as formas, eliminar</p><p>as nações Tapuias.</p><p>Representa resistência indígena contra os colonizadores, durante ocupação colonial na região Nordeste:</p><p>a)Quilombo de Palmares</p><p>b)Confederação dos Tamoios</p><p>c)Sete Povos das Missões</p><p>d)Guerra dos Emboabas</p><p>e)Confederação do Cariri</p><p>(Estratégia Militares/2021/Inédita/Profe. Alê Lopes)</p><p>Após a anulação dos limites impostos pelo Tratado de Tordesilhas, ocorrida durante a União Ibérica, foram</p><p>estabelecidos novos tratados para resolver as contínuas disputas entre espanhóis e portugueses no Sul da</p><p>Colônia, como:</p><p>a)Tratado de Petrópolis</p><p>b)Tratado de Rio Branco</p><p>c)Tratado de Badajós</p><p>d)1º. Tratado de Utrecht</p><p>e)Bula Intercoetera</p><p>(Estratégia Militares/2021/Inédita/Profe. Alê Lopes)</p><p>As primeiras descobertas significativas de ouro na América portuguesa estão ligadas à expansão</p><p>bandeirante e datam do final do século XVII, quando a produção e comercialização do açúcar enfrentavam</p><p>um período de crise.</p><p>São consequências da descoberta do ouro:</p><p>I - Ocupação e povoamento do interior do Brasil.</p><p>II - Urbanização com a formação de vilas e cidades.</p><p>III - Insatisfação do comércio já que não havia abastecimento</p><p>IV - Deslocamento do eixo político e econômico do Nordeste para o Centro-Sul da Colônia.</p><p>V- Introdução do Barroco como instrumento de doutrinação católica.</p><p>Assinale a alternativa que apresenta todos os itens corretos:</p><p>a)I, II, III, IV</p><p>b)I, II,III, V</p><p>c)I, II, IV</p><p>d)I, II, IV, V</p><p>e)II,IV, V</p><p>(Estratégia Militares/2021/Inédita/Profe. Alê Lopes)</p><p>Se o quinto recolhido no ano não atingisse o valor mínimo, a diferença seria completada pela derrama,</p><p>cobrança compulsória feita por soldados metropolitanos autorizados a invadir casas e confiscar bens e</p><p>propriedades até completar o valor.</p><p>Qual foi o valor anual mínimo do quinto imposto pela Coroa Portuguesa?</p><p>a)1000 arrobas de ouro</p><p>b)100 arrobas de ouro</p><p>c)100 arrobas de ouro e 10 de diamantes</p><p>d)1450 quilos de ouro</p><p>71</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 05 – Brasil Colônia II</p><p>e)100 arrobas independentemente de ouro ou diamante.</p><p>(Estratégia Militares/2021/Inédita/Profe. Alê Lopes)</p><p>Em 1755 Portugal passou por um terremoto que destruiu a cidade de Lisboa. Isso ocorreu no mesmo</p><p>momento em que reduzia a entrada de ouro vindo da colônia portuguesa na América. Diante de tal</p><p>situação, o então Ministro de Dom José I, Marques de Pombal, recorreu a algumas medidas econômicas.</p><p>São elas</p><p>a)Aumento de tributos e estabelecimento de monopólios por meio de companhias de comércio</p><p>b)Criação do subsídio literário</p><p>c)Expulsão dos jesuítas</p><p>d)Transformação de aldeias em vilas</p><p>e)Extinção das capitanias hereditárias</p><p>(Estratégia Militares/2021/Inédita/Profe. Alê Lopes)</p><p>No século XVII, a diferenciação interna da sociedade colonial, separando os interesses de comerciantes e</p><p>senhores de engenho no Nordeste, gerou tensões que levaram à luta armada. Essas primeiras disputas</p><p>A) Revelavam a insatisfação de setores da sociedade colonial, sendo que havia por trás delas interesses</p><p>separatistas, como é o caso da Inconfidência Mineira.</p><p>B) Demonstravam a insatisfação de setores da sociedade colonial, mas contestavam apenas aspectos da</p><p>política colonial e não o sistema como um todo, como é o caso da Revolta de Beckman.</p><p>C) Traziam a marca da insatisfação dos portugueses com a falta de privilégios e benefícios tais como os</p><p>concedidos pela Coroa, como é o caso da Guerra dos Mascates.</p><p>D) Marcaram o início do processo de independência, já que todas elas expressam a insatisfação e o desejo</p><p>de ruptura com a metrópole.</p><p>E) Expressam a insatisfação</p><p>da elite letrada e das camadas populares que se insurgiram contra o sistema</p><p>colonial, como vemos na Inconfidência Mineira e Conjuração Baiana.</p><p>(Estratégia Militares/2021/Inédita/Profe. Alê Lopes)</p><p>Na segunda metade do século XVIII, enquanto na Europa e nos Estados Unidos difundiam-se os ideais</p><p>liberais, o Brasil continuava ainda submetido ao estatuto colonial e ao absolutismo da Coroa Portuguesa. O</p><p>contraste entre o imobilismo desse sistema e as mudanças que ocorriam na Europa e na América do Norte</p><p>acabariam por levá-lo à crise.</p><p>(Arruda e Pilleti. História Geral e História do Brasil)</p><p>Na raiz do problema apresentado acima estão três processos históricos, corretamente e cronologicamente</p><p>identificados na alternativa</p><p>a)Revolução Industrial, Independência dos Estados Unidos da América e Revolução Francesa</p><p>b)Independência dos Estados Unidos, Revolução Francesa e Era Napoleônica</p><p>c)Independência dos Estados Unidos, Revolução Francesa e Independência do Haiti</p><p>d)Revolução Industrial, Revolução Francesa e Era Napoleônica</p><p>e)Independência dos Estados Unidos da América, Revolução Francesa e Estabelecimento da Família Real</p><p>Portuguesa no Brasil</p><p>(Estratégia Militares/2021/Inédita/Profe. Alê Lopes)</p><p>O despertar da consciência nacional inicia-se no século XVIII. Os primeiros movimentos de certa</p><p>envergadura a contestar o estatuto colonial foram a Inconfidência Mineira e a Conjuração Baiana.</p><p>Assinale a alternativa que marca a diferença entre esses dois movimentos</p><p>a)Ambos tinham caráter emancipacionista e, por isso, lutavam pelo fim da dominação de Portugal.</p><p>b)Eram contrários ao abuso fiscal e à continuidade do pacto colonial.</p><p>c)Enquanto o movimento mineiro era formado por um grupo letrado da elite, o baiano contou com a</p><p>participação das camadas mais pobres da sociedade.</p><p>72</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 05 – Brasil Colônia II</p><p>d)Enquanto a Inconfidência defendia a abolição dos escravos, na Bahia o assunto tinha divergências entre</p><p>os populares.</p><p>e)A devassa contra os dois movimentos teve desfecho diferente: em Minas gerais todos foram presos,</p><p>enquanto na Bahia houve enforcamento também.</p><p>(Estratégia Militares/2021/Profe. Ale Lopes)</p><p>A riqueza das minas pertencia à Coroa portuguesa, que concedia lotes (datas) aos mineradores para a</p><p>exploração do ouro. O trabalho nesses lotes era realizado por escravos, em locais denominados lavras.</p><p>Vendo no outro a possibilidade de revigorar sua economia, o governo português organizou um rígido</p><p>esquema administrativo para controlar a região mineradora.</p><p>(Cotrim, 2012, p. 325)</p><p>O principal órgão de controle administrativo para assegurar os interesses econômicos da Coroa portuguesa</p><p>era:</p><p>a) Casa de Fundição.</p><p>b) Casa da Moeda.</p><p>c) Intendência das Minas.</p><p>d) Intendência das Bandeiras.</p><p>e) Derrama.</p><p>(Estratégia Militares/2021/Profe. Ale Lopes)</p><p>O que ocorreu na Bahia de 1798, ao contrário das outras situações de contestação política na América</p><p>Portuguesa, é que o projeto que lhe era subjacente não tocou somente na condição, ou no instrumento, da</p><p>integração subordinada das colônias no império luso. Dessa feita, ao contrário do que se deu nas Minas</p><p>Gerais (1789), a sedição avançou sobre a sua decorrência.</p><p>JANCSÓ, I.; PIMENTA, J. P. Peças de um mosaico. In: MOTA, C. G. (Org.). Viagem Incompleta: a experiência</p><p>brasileira (1500-2000). São Paulo: Senac, 2000.</p><p>Dentre as diferenças entre a Inconfidência Mineira e a Conjuração Baiana, podemos elencar como marca</p><p>distintiva</p><p>a) em Minas, os revoltosos pretenderam eliminar a hierarquia militar, ao passo que os baianos quiseram</p><p>compor um força horizontalizada.</p><p>b) apenas a Conjuração Baiana defendia a proclamação de uma República.</p><p>c) apesar de ambos os movimentos criticarem a dominação da Coroa portuguesa, a ruptura com a</p><p>metrópole estava posta pelos conjurados de Salvador, mas não pelos mineiros.</p><p>d) a participação popular caracterizou a Inconfidência Mineira, mas não o movimento ocorrido na Bahia.</p><p>e) a defesa do fim da escravidão levantada pelos baianos não foi posta pelos Inconfidentes mineiros.</p><p>(Estratégia Militares/2020/professora Alê Lopes)</p><p>Durante o período da mineração no Brasil colônia, a forma com que a Metrópole portuguesa controlava a</p><p>atividade econômica estimulou a tensão entre parte da população de minas e os agentes régios. Nesse</p><p>sentido, é considero como estopim da Inconfidência Mineira:</p><p>a) a proibição de trabalhadores livres na exploração das minas de ouro e em atividades conexas.</p><p>b) a imposição do imposto do “sexto”.</p><p>c) a Derrama.</p><p>d) a transferência da capital da colônia de Salvador para São Joao Del Rey.</p><p>e) a obrigação de o ouro ser trocado por papel moeda nas Casas de Fundição.</p><p>(Estratégia Militares/2020/professora Alê Lopes)</p><p>“Muitas vezes, os colonos sentiam-se prejudicados pelas normas e pelo controle excessivo que a metrópole</p><p>exercia sobre a colônia” (Cotrim, 2012, p 446)</p><p>Na história do Brasil, o texto em epígrafe expressa a motivação para o movimento</p><p>73</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 05 – Brasil Colônia II</p><p>a) da Revolta dos Alfaiates.</p><p>b) da Revolta de Canudos.</p><p>c) da Intentona Comunista.</p><p>d) da Guerra dos Farrapos.</p><p>e) da Balaiada.</p><p>(Estratégia Militares/2020/professora Alê Lopes)</p><p>Para administrar a região mineradora, a metrópole criou,</p><p>a) Em 1702, a Intendência Geral das Minas, subordinada diretamente a Portugal.</p><p>b) Em 1720, a Intendência Geral das Minas, subordinada ao Governo geral da Colônia.</p><p>c) Em 1720, as Casas de fundição com o objetivo de fiscalizar a mineração.</p><p>d) Em 1702, a Cia dos Dragões das Minas.</p><p>e) Em 1719, a Intendência Geral das Minas e dos Diamantes.</p><p>7. Lista de questões para Aprofundamento</p><p>(UNITAU 2018)</p><p>“Ao longo do século XVI, colonos de São Paulo e de outras vilas circunvizinhas realizaram numerosas</p><p>expedições para o interior da colônia, alimentando uma crescente base de mão-de-obra indígena no</p><p>planalto paulista, que, por sua vez, possibilitou a produção e o transporte de excedentes agrícolas,</p><p>articulando a região a outras partes da colônia portuguesa e mesmo ao circuito mercantil do Atlântico</p><p>meridional”.</p><p>MONTEIRO, J. Negros da terra. São Paulo: Companhia das Letras, 1994, p. 57.</p><p>Sobre o sentido e a evolução do chamado bandeirantismo paulista, é CORRETO afirmar:</p><p>a) O movimento sertanista era um movimento colonizador, que buscava evangelizar os índios enquanto</p><p>buscava metais preciosos.</p><p>b) As atividades dos bandeirantes e a busca de metais e de pedras preciosas permitiram a ocupação de</p><p>todo o território nacional, considerando as fronteiras atuais.</p><p>c) A penetração dos sertões girou em torno da necessidade crônica da mão de obra indígena, para tocar os</p><p>empreendimentos agrícolas dos paulistas.</p><p>d) Buscou ocupar as terras do interior, que tinham a forma de pequenas propriedades rurais,</p><p>desenvolvendo atividades agrícolas e fazendo uso de mão de obra escrava africana.</p><p>e) Eram expedições defensivas, que visavam proteger os núcleos de povoamento paulistas contra ataques</p><p>de índios.</p><p>(UNITAU 2017)</p><p>A sociedade de Minas Gerais, no século XVIII, cultivou características de uma civilização urbana, cujos traços</p><p>podem ser percebidos, por exemplo, na sua arquitetura barroca. A exploração do ouro nas Minas permitiu,</p><p>também, que surgisse, à margem daquela sociedade, um imenso contingente de “desclassificados” sociais,</p><p>escravos e forros, homens e mulheres, que criaram uma multiplicidade de arranjos e soluções cotidianas</p><p>para sobreviver no mundo colonial mineiro. Sobre o tema abordado no texto acima, é CORRETO afirmar:</p><p>a) O caráter específico das Minas Gerais fez surgir pequenas vendas de mantimentos, cujo comércio, em</p><p>sua maioria, era feito por mulheres forras ou escravas.</p><p>b) A violência nas áreas mineradoras atingiu níveis muito elevados e impossibilitou a presença de mulheres</p><p>e de ordens religiosas na região.</p><p>c) Às escravas e forras não existia nenhuma possibilidade de ascensão social nas Minas Gerais, devido a</p><p>restrições sociais impostas</p><p>pela Igreja local.</p><p>d) A presença de mulheres brancas em Minas impediu a generalização da prática do concubinato e da</p><p>miscigenação, comuns na região açucareira do Nordeste.</p><p>74</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 05 – Brasil Colônia II</p><p>e) A sociedade mineira colonial caracterizou-se pela imobilidade social e pelo fortalecimento das</p><p>hierarquias, dificultando a concessão de alforrias às escravas.</p><p>(URCA 2012)</p><p>A miséria no Brasil foi resultante de um longo processo histórico, originado no modelo de</p><p>colonização. Podemos afirmar que escravos, escravas, os homens e mulheres livres e pobres eram</p><p>miseráveis na sociedade colonial.</p><p>Sobre o segmento de livres pobres é correto afirmar que:</p><p>a) A benevolência das elites coloniais impediu que os homens e mulheres livres pobres se tornassem</p><p>miseráveis, daí a conciliação entre os mais ricos e os mais pobres ser uma prática comum na história do</p><p>Brasil;</p><p>b) Os homens e mulheres livres pobres eram desclassificados na ordem escravocrata, mas exerciam</p><p>diversos ofícios: artesão, alfaiate, sapateiro, carpinteiro, barbeiro, pescador, costureiras, vendedoras</p><p>ambulantes, quituteiras, doceiras. Os homens trabalhavam nos presídios, nas lavouras de subsistência, na</p><p>construção de obras públicas; formavam as Entradas que adentraram o sertão, os corpos de milícias e as</p><p>guardas privadas;</p><p>c) Os homens e mulheres livres pobres gozavam de prestígio em relação aos escravos e às escravas, pois</p><p>eram detentores de liberdade, de propriedade e de títulos de nobreza;</p><p>d) Nas áreas produtoras de açúcar, os homens e mulheres livres pobres se mantinham como tal, já na</p><p>sociedade mineradora, esse segmento social invariavelmente tornou-se rico;</p><p>e) Não haviam homens e mulheres livres pobres na sociedade colonial, nesta haviam apenas duas classes</p><p>sociais: senhores e escravos.</p><p>(URCA 2014)</p><p>Várias cidades construídas na época da América Colonial Ibérica são hoje visitadas por turistas de diversos</p><p>lugares, desejosos de ver com os próprios olhos os complexos que misturam casarões, igrejas e ruelas que</p><p>remontam a um passado que, na época de sua construção, era interpretado de maneira diferente. Sobre</p><p>estes conjuntos arquitetônicos, assinale a alternativa correta:</p><p>A) Representavam a estrutura de poder, fundada na cultura europeia transportada e adaptada à colônia na</p><p>fase de expansão mercantilista.</p><p>B) Significavam a solução para os problemas econômicos e religiosos, uma vez que as elites coloniais</p><p>costumavam salvar os seus inferiores da pobreza e danação.</p><p>C) Significavam a possibilidade de ascensão social, uma vez que os que trabalhavam na construção dessas</p><p>obras tinham grandes chances de melhorar suas condições de vida.</p><p>D) Significavam um peso para a sociedade colonial da época que, inspirada na cultura católica, condenava</p><p>o luxo.</p><p>E) Representavam para as populações rurais coloniais a possibilidade de fugirem da escravidão e migrarem</p><p>para os centros urbanos onde a escravidão não era permitida.</p><p>(URCA 2015)</p><p>Sobre as relações escravistas e o exercício da cidadania no período colonial brasileiro, assinale</p><p>o que for CORRETO:</p><p>A) A escravidão restringiu-se às áreas rurais, enquanto nos centros urbanos destacavam-se os negros</p><p>libertos que exerciam funções como carregadores, vendedores, artesãos, barbeiros e prostitutas, o que lhes</p><p>garantia o exercício de uma cidadania limitada:</p><p>B) Os escravos eram considerados cidadãos, embora não possuíssem direitos básicos como à integridade</p><p>física, à liberdade e, em casos extremos, à própria vida;</p><p>C) Entre senhores e escravos existia uma população legalmente livre a quem faltavam as condições para o</p><p>exercício de direitos civis, sobretudo a educação;</p><p>75</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 05 – Brasil Colônia II</p><p>D) Somente os senhores eram considerados plenamente cidadãos, tendo em vista usufruírem de poderes</p><p>limitados que iam muito além das porteiras de suas fazendas e eram exercidos em nome do Rei;</p><p>E) O processo de escolarização das camadas médias rurais e urbanas favoreceu o fortalecimento</p><p>de movimentos de resistência à colonização favorecendo ao processo de independência que contou com a</p><p>ampla participação popular.</p><p>(UNIVESP/2018)</p><p>Observe a obra a seguir:</p><p>Domingos Jorge Velho em tela de Benedito Calixto (1903) Acervo do Museu Paulista</p><p>Em tela pintada muito tempo depois da morte do paulista Domingos Jorge Velho, é possível afirmar que o</p><p>bandeirante foi representado de forma</p><p>A) triunfalista e heroica, desconsiderando o papel dos bandeirantes na escravização dos povos indígenas e</p><p>no violento combate às comunidades quilombolas.</p><p>B) neutra e objetiva, com a finalidade de descrever o papel dos bandeirantes na expansão territorial da</p><p>América Portuguesa.</p><p>C) crítica e distanciada, revelando múltiplas facetas de um bandeirante que se posicionou contrariamente</p><p>à escravização de negros.</p><p>D) negativa e enviesada, denunciando os aspectos mais graves da prática do bandeirantismo, tais como a</p><p>perseguição aos jesuítas.</p><p>E) distorcida e manipulada, ressaltando a ancestralidade indígena e miscigenada dos bandeirantes em</p><p>detrimento da sua origem portuguesa.</p><p>(UNICENTRO 2013)</p><p>Quando foi assinado o Tratado de Tordesilhas (1494) ficou estabelecida uma linha imaginária que dividia as</p><p>terras coloniais, descobertas e a descobrir, entre Espanha e Portugal. Entretanto, o território, hoje</p><p>denominado Paraná, estava localizado a ocidente dessa linha, território espanhol portanto, mas não havia</p><p>concordância entre espanhóis e portugueses quanto a sua divisão. Assim, a presença de portugueses</p><p>avançando a linha divisória do Tordesilhas perdurou durante os séculos XVI e XVII e somente no século XVIII</p><p>os limites ficaram estabelecidos. Desse modo, alguns historiadores afirmam que a região, então</p><p>denominada Guairá, foi palco de prolongadas e sangrentas lutas envolvendo espanhóis, portugueses e</p><p>índios. Sobre o assunto, assinale a alternativa INCORRETA.</p><p>76</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 05 – Brasil Colônia II</p><p>a) Quando portugueses e espanhóis alcançaram a região do Guairá, estes não encontraram uma região</p><p>desabitada, mas sim repleta de tribos indígenas, onde cada qual apresentava costumes, objetos e línguas</p><p>particulares.</p><p>b) As “reduções” ou “missões jesuíticas” eram locais em que os padres jesuítas reuniam indígenas com o</p><p>intuito de inseri-los no conhecimento e na fé cristã, apesar dessa prática não ser bem vista pelos</p><p>conquistadores.</p><p>c) Durante o século XVII, diversos Bandeirantes vieram de São Paulo com o objetivo de buscar metais</p><p>preciosos e, não encontrando, dedicaram-se a “prear” índios da região do Guairá para levá-los como</p><p>escravos.</p><p>d) Os índios viviam em paz antes da chegada do branco e tiveram que se organizar a partir da união das</p><p>diversas tribos existentes, unindo forças para defender suas terras atacadas pela expansão territorial dos</p><p>homens brancos.</p><p>e) Os padres jesuítas da Companhia de Jesus tinham o interesse de catequizar os índios da região e civilizá-</p><p>los, isto é, tirá-los de sua “selvageria” e ensinar a eles os costumes europeus.</p><p>(UNICENTRO 2008)</p><p>As primeiras tentativas de colonização direcionadas ao território que veio a se constituir no Estado do</p><p>Paraná datam do início do século XVI, quando expedições estrangeiras exploraram a região à procura de</p><p>madeira de lei. No século XVII, os paulistas e os portugueses começaram a se estabelecer na região, com a</p><p>descoberta de ouro, aliada à caça ao índio para utilizá-lo como escravo. A atividade mineradora, no entanto,</p><p>não se desenvolveu como era esperado, uma vez que os exploradores de ouro se dirigiram, em maior</p><p>quantidade, para as áreas que passaram a ser conhecidas como as Minas Gerais. (HISTÓRIA..., 2007).</p><p>Com base nessas informações e nos conhecimentos sobre a região do Paraná, no Período Colonial,</p><p>identifique as afirmativas verdadeiras.</p><p>I.</p><p>A procura de madeira de lei esteve direcionada, no Período Colonial, à Região Sul, visto inexistir espécies</p><p>similares no litoral do Nordeste e Sudeste.</p><p>II. O interesse da Coroa em manter a exploração aurífera na capitania do Paraná, durante o século XVIII,</p><p>impediu as contestações do exclusivo comercial estabelecido pela Coroa.</p><p>III. A descoberta de ouro, no século XVII, que resultou no início da ocupação da região, contribuiu para a</p><p>definição, em 1695, da demarcação do então povoado chamado de Vila de Nossa Senhora dos Pinhais,</p><p>posteriormente Curitiba.</p><p>IV. A intensificação da procura de índios para escravização relacionava-se à escassez de africanos</p><p>escravizados, uma vez que eram destinados, na maioria, à exploração aurífera em Minas Gerais.</p><p>V. A atividade econômica, voltada para a mineração na região das Minas Gerais, transformou a área de</p><p>Curitiba em um ponto estratégico de passagem de gado, destinado ao abastecimento daquela região.</p><p>A alternativa que indica todas as afirmativas verdadeiras é a</p><p>a) I e II.</p><p>b) II e IV.</p><p>c) II, III e V.</p><p>d) III, IV e V</p><p>e) I,III, IV e V.</p><p>(FUVEST 2015)</p><p>Se o açúcar do Brasil o tem dado a conhecer a todos os reinos e províncias da Europa, o tabaco o tem feito</p><p>muito afamado em todas as quatro partes do mundo, em as quais hoje tanto se deseja e com tantas</p><p>diligências e por qualquer via se procura. Há pouco mais de cem anos que esta folha se começou a plantar</p><p>e beneficiar na Bahia [...] e, desta sorte, uma folha antes desprezada e quase desconhecida tem dado e dá</p><p>atualmente grandes cabedais aos moradores do Brasil e incríveis emolumentos aos Erários dos príncipes.</p><p>77</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 05 – Brasil Colônia II</p><p>ANTONIL André João. Cultura e opulência do Brasil por suas drogas e minas. São Paulo: EDUSP, 2007.</p><p>Adaptado.</p><p>O texto acima, escrito por um padre italiano em 1711, revela que</p><p>a) o ciclo econômico do tabaco, que foi anterior ao do ouro, sucedeu o da cana-de-açúcar.</p><p>b) todo o rendimento do tabaco, a exemplo do que ocorria com outros produtos, era direcionado à</p><p>metrópole.</p><p>c) não se pode exagerar quanto à lucratividade propiciada pela cana-de-açúcar, já que a do tabaco, desde</p><p>seu início, era maior.</p><p>d) os europeus, naquele ano, já conheciam plenamente o potencial econômico de suas colônias</p><p>americanas.</p><p>e) a economia colonial foi marcada pela simultaneidade de produtos, cuja lucratividade se relacionava com</p><p>sua inserção em mercados internacionais.</p><p>(FUVEST 2009)</p><p>A criação, em território brasileiro, de gado e de muares (mulas e burros), na época da colonização</p><p>portuguesa, caracterizou-se por:</p><p>a) ser independente das demais atividades econômicas voltadas para a exportação.</p><p>b) ser responsável pelo surgimento de uma nova classe de proprietários que se opunham à escravidão.</p><p>c) ter estimulado a exportação de carne para a metrópole e a importação de escravos africanos.</p><p>d) ter-se desenvolvido, em função do mercado interno, em diferentes áreas no interior da colônia.</p><p>e) ter realizado os projetos da Coroa portuguesa para intensificar o povoamento do interior da colônia.</p><p>(FUVEST 2002)</p><p>"Os que trazem [o gado] são brancos, mulatos e pretos, e também índios, que com este trabalho procuram</p><p>ter algum lucro. Guiam-se indo uns adiante cantando, para serem seguidos pelo gado, e outros vêm atrás</p><p>das reses, tangendo-as, tendo o cuidado para que não saiam do caminho ou se amontoem". (ANTONIL,</p><p>Cultura e opulência do Brasil, 1711.)</p><p>O texto expressa uma atividade econômica característica</p><p>a) do sertão nordestino, dando origem a trabalhadores diferenciados do resto da colônia.</p><p>b) das regiões canavieiras onde se utilizava mão de obra disponível da entressafra do açúcar.</p><p>c) de todo o território da América portuguesa, onde era fácil obter mão de obra indígena e negra.</p><p>d) das regiões do nordeste, produtoras de charque, que empregavam mão de obra assalariada.</p><p>e) do sul da colônia, visando abastecer de carne a região açucareira do Nordeste.</p><p>78</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 05 – Brasil Colônia II</p><p>8. Gabarito das questões EsPCEx</p><p>1. B</p><p>2. E</p><p>3. A</p><p>4. B</p><p>5. C</p><p>6. A</p><p>7. C</p><p>8. D</p><p>9. A</p><p>10. C</p><p>11. C</p><p>12. E</p><p>13. B</p><p>14. A</p><p>15. A</p><p>16. A</p><p>17. D</p><p>18. B</p><p>19. E</p><p>20. C</p><p>21. D</p><p>22. B</p><p>23. A</p><p>24. B</p><p>25. A</p><p>26. C</p><p>27. C</p><p>28. E</p><p>29. C</p><p>30. A</p><p>31. A</p><p>32. C</p><p>33. A</p><p>34. B</p><p>35. A</p><p>36. C</p><p>37. A</p><p>38. D</p><p>39. D</p><p>40. E</p><p>41. D</p><p>42. A</p><p>9. Lista de questões EsPCEx - comentadas</p><p>(EsPCEx (Aman) 2020)</p><p>A industrialização da segunda metade do século XVIII, particularmente na Inglaterra, iniciou-se com a</p><p>mecanização do setor têxtil, cuja produção tinha amplos mercados nas colônias inglesas. Qual tratado abriu</p><p>as portas das colônias portuguesas para as manufaturas inglesas?</p><p>a) Tratado de Utrecht, de 1713.</p><p>b) Tratado de Methuen, de 1703.</p><p>c) Tratado de Paris, de 1763.</p><p>d) Tratado de Madri, de 1750.</p><p>e) Tratado de Utrecht, de 1715.</p><p>Comentários:</p><p>A questão aborda a indústria têxtil inglesa, o processo industrial e a parte final do século XVIII, ou</p><p>seja, a Primeira Revolução Industrial. Nesse momento, Inglaterra e Portugal estabeleceram acordos. Para</p><p>lembrar de forma rápida as relações entre os países, guarde que Portugal estava em um momento de</p><p>reconstrução política e econômica, sendo que os portugueses precisavam de alianças.</p><p>79</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 05 – Brasil Colônia II</p><p>A primeira delas foi com os ingleses. No cenário internacional, quem se destacava era a Inglaterra</p><p>devido ao seu papel na economia marítima. Dessa forma, foi com a Inglaterra que Portugal</p><p>procurou se aliar nessa nova conjuntura.</p><p>As bases dessa aliança eram simples: Portugal fazia concessões à Inglaterra e esta</p><p>lhe garantia proteção militar e diplomática. Com isso, a Inglaterra ampliava sua influência sobre Portugal e</p><p>suas colônias.</p><p>Anota aí 2 acordos importantes para demonstrar essa relação:</p><p>1661 – Acordo de Paz e Casamento</p><p>1703 – Tratado de Methuen</p><p>Dessa lembrança, você precisa associar os acordos estabelecidos entre</p><p>as nações e, principalmente, aqueles que determinaram rumos da História. Nesse sentido, o tratado entre</p><p>Portugal e Inglaterra em questão é o que consta na alterantiva “b”.</p><p>O Tratado de Methuen, de 1703, ficou conhecido como o tratado de Panos e Vinhos, e se tornou</p><p>algo desagradável para Portugal, que estava em crise com a potente e crescente força imperial inglesa. As</p><p>finanças portuguesas sofriam com perdas de exportação de fumo e de açúcar, produtos esses que a própria</p><p>Inglaterra passou a ter acesso mais rápido com suas novas colônias na América. Assim, Portugal teve que</p><p>vender seu único produto possível de lucro, que era o vinho, e em troca comprar os caros tecidos ingleses,</p><p>que indiretamente, colocou em declínio, qualquer possibilidade de impacto industrial no território</p><p>português.</p><p>Não poderia ser as alternativas “a”, pois, o Tratado de Utrecht foi um acordo entre França/Espanha,</p><p>de um lado, e, do outro, Inglaterra. O objetivo era acabar com a Guerra de Sucessão na Espanha e redefinir</p><p>fronteiras dos reinos, o que impactava territórios na Europa e nas colônias. No mesmo tratado tivemos</p><p>impactos sobre as colônias portuguesas. Olha só,</p><p>Pouco depois de terminadas as negociações entre ingleses e franceses, no início de 1713, chegou a vez dos últimos iniciarem suas</p><p>negociações com os portugueses. A posição de Portugal sobre as terras em disputa entre as duas Coroas no norte do Brasil era</p><p>de que a ele pertencia por direito todas as terras do Cabo do Norte, situadas entre o Amazonas e o rio de Vicente Pinzón, ou</p><p>Oiapoque, e que a possessão dessas terras dava-lhe o direito exclusivo à navegação do rio Amazonas.8</p><p>No mesmo sentido, a alternativa “e” não pode ser o gabarito porque este foi um tratado que impôs</p><p>limitações e derrotas aos espanhóis. Já o Tratado de Madri, de 1750, foi estabelecido entre Portugal e</p><p>Espanha, com o objetivo de traçar as fronteiras coloniais de</p><p>ambos as Coroas. E o Tratado de Paris, de 1763,</p><p>foi um acordo entre França, Inglaterra, Portugal e Espanha, que colocava um fim a Guerra dos Sete Anos,</p><p>conflito esse que alterou o mapa colonial da América do Norte.</p><p>8 FURTADO, Júnia Ferreira. Guerra, diplomacia e mapas: Guerra de Sucessão Espanhola, o Tratado de</p><p>Ultrecht e a América portuguesa na cartografia de D'Anville. Topoi, v. 12, n. 23, jul-dez., 2011. p. 76.</p><p>80</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 05 – Brasil Colônia II</p><p>Portanto é uma questão que se preocupa mais em observar no candidato a compreensão dos atores</p><p>dentro do contexto histórico da Primeira Revolução Industrial.</p><p>Gabarito: B</p><p>(Espcex (Aman) 2018)</p><p>O território brasileiro é, atualmente, bem maior do que as terras atribuídas a Portugal pelo Tratado de</p><p>Tordesilhas. A expansão da colônia ocorreu graças à ação de bandeirantes, missionários, militares e</p><p>pecuaristas que ocuparam as vastidões pouco exploradas das áreas de ambos os lados da linha de</p><p>Tordesilhas. O tratado em que a França renuncia às terras que ocupava na margem esquerda do rio</p><p>Amazonas e aceita o rio Oiapoque como limite entre a colônia portuguesa e a Guiana Francesa é o</p><p>a) Segundo Tratado de Utrecht.</p><p>b) Tratado de Santo Ildefonso.</p><p>c) Tratado de Madri.</p><p>d) Tratado de Badajós.</p><p>e) Primeiro Tratado de Utrecht.</p><p>Comentários:</p><p>A questão é bem direta e exige do candidato um apuro histórico e geográfico. Podemos iniciar</p><p>pelo erro mais evidente. O Tratado de Madri, de 1750, foi uma redefinição dos territórios coloniais</p><p>de Espanha e Portugal que, após sucessivos avanços rumo à Amazônia, principalmente no período</p><p>da União Ibérica, bagunçou o que existia do Tratado de Tordesilhas. A correta também não pode ser</p><p>o Tratado de Santo Idelfonso, de 1777, que foi fruto da ação bilateral entre Portugal e Espanha,</p><p>principalmente na região sul das Américas. Logo, tanto a “b” como a “c” não estão corretas.</p><p>Também não pode ser o Tratado de Badajós, de 1801, já que foi um acordo entre Portugal e a</p><p>coligação Espanha-França. Uma das consequências de tal Tratado foi a devolução do Amapá à França,</p><p>território que havia sido cedido em 1713 para Portugal no Tratado de Utrecht, o que anula a</p><p>alternativa “d”, por tabela.</p><p>Sobram, então, as alternativas “a” e “e”. O Tratado de Utrecht foi consequência dos conflitos da</p><p>Guerra de Sucessão na Espanha, quando em 1700 morre o rei Carlos II, que não deixa herdeiros. O</p><p>mais apto ao cargo, era Felipe de Anjou, que despertou nas potencias da época temor, pois, tal</p><p>possibilidade de aliança entre França e Espanha em um mesmo reino seria uma ameaça territorial.</p><p>Assim, após sucessivos conflitos, em 1713, as monarquias geram o Primeiro Tratado de Utrecht, o</p><p>qual dava a Portugal a região da Guiana Francesa, na atualidade, o Amapá. Já em 1715, no Segundo</p><p>Tratado de Utrecht, se estabelece um novo desenho da região sul do país, com a retomada da Colônia</p><p>de Sacramento. Tal mapa seria redefinido nos Tratados de Madri e Idelfonso. Assim a correta é a</p><p>alternativa “e”, negociação que levou Portugal a tomar posse da região do atua Amapá.</p><p>Gabarito: E</p><p>(Espcex (Aman) 2016)</p><p>No fim do Século XVIII, era grande a insatisfação com a carestia e a opressão colonial. A isso se somava a</p><p>simpatia que muitas pessoas demonstravam em relação às lutas pela emancipação do Haiti (1791-1804) e</p><p>à Revolução Francesa (1789). Para difundir esta ideia fundou-se a loja maçônica Cavaleiros da Luz. Em</p><p>agosto de 1798, alguns conspiradores afixaram em muros e postes da cidade manifestos exortando a</p><p>população à revolução. Os panfletos pregavam a proclamação da República, a abolição da escravidão,</p><p>melhores soldos para os militares, promoção de oficiais, liberdade de comércio, etc. Denunciado por um</p><p>traidor, o movimento foi esfacelado. Alguns participantes foram presos, outros fugiram e quatro foram</p><p>81</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 05 – Brasil Colônia II</p><p>condenados à morte: Luís Gonzaga das Virgens, Lucas Dantas de Amorim Torres, João de Deus do</p><p>Nascimento e Manuel Faustino dos Santos. (adaptado de ARRUDA & PILETTI, p.351)</p><p>O texto acima descreve, em parte, a</p><p>a) Revolta dos Alfaiates, ocorrida em Salvador, Bahia.</p><p>b) Inconfidência Mineira, desencadeada em Ouro Preto, Minas Gerais.</p><p>c) Revolta de Beckman, que teve por palco São Luís, Maranhão.</p><p>d) Confederação do Equador, ocorrida em Recife, Pernambuco.</p><p>e) Cabanagem, ocorrida em Belém, Pará.</p><p>Comentários:</p><p>Revolta de Beckman</p><p>1684 -</p><p>Maranhão</p><p>Conflito de ordem local, com o</p><p>objetivo de melhorar a relação entre</p><p>Maranhão e Portugal, em particular,</p><p>nos assuntos do comércio. O conflito</p><p>resulta em uma sangrenta ação</p><p>coercitiva aos líderes do conflito.</p><p>Confederação do Equador</p><p>1824 -</p><p>Pernambuco</p><p>Tal conflito possuía ambições de</p><p>separação do atual Pernambuco, do</p><p>Ceará, do Rio Grande do Norte e da</p><p>Paraíba, do restante do Brasil. Tendo</p><p>como grande líder Frei Caneca. O</p><p>conflito foi duramente reprimido.</p><p>Inconfidência Mineira</p><p>1789 – Minas</p><p>Gerais</p><p>Foi uma tentativa de separação da</p><p>região mineradora de Minas Gerais,</p><p>que, embora tivesse influência do</p><p>iluminismo, não possuía caráter</p><p>abolicionista.</p><p>Cabanagem</p><p>1835 – 1840 –</p><p>Grão Pará (Pará</p><p>e Maranhão)</p><p>O conflito também teve influência</p><p>iluminista; nesse caso tinha um</p><p>cunho de ordem social e</p><p>abolicionista, porém, era localizado</p><p>apenas na região da província.</p><p>Revolta dos Alfaiates ou</p><p>Conjuração Baiana</p><p>1798 – Bahia</p><p>Conflito que visava a instalação de</p><p>uma república, o fim da colônia e da</p><p>escravidão, tendo influência direta</p><p>da Revolução Francesa, e com o</p><p>objetivo nacional e não local</p><p>Diante disso, a única revolta que contempla o que o texto exige em torno da formação de um</p><p>Estado Brasileiro, inspirado na Revolução Francesa e com ideias abolicionistas é a Revolta dos</p><p>Alfaiates, a alternativa “a”.</p><p>Gabarito: A</p><p>(Espcex (Aman) 2018)</p><p>No início do século XVIII, a concorrência das Antilhas fez com que o preço do açúcar brasileiro caísse no</p><p>mercado europeu. Os proprietários de engenho, em Pernambuco, para minimizar os efeitos desta crise,</p><p>recorreram a empréstimos junto aos comerciantes da Vila de Recife. Esta situação gerou um forte</p><p>82</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 05 – Brasil Colônia II</p><p>antagonismo entre estas partes, que se acirrou quando D. João V emancipou politicamente Recife, deixando</p><p>esta de ser vinculada a Olinda. Tal fato desobrigou os comerciantes de Recife do recolhimento de impostos</p><p>a favor de Olinda. O conflito que eclodiu em função do acima relatado foi a</p><p>a) Revolta de Beckman.</p><p>b) Guerra dos Mascates.</p><p>c) Guerra dos Emboabas.</p><p>d) Insurreição Pernambucana.</p><p>e) Conjuração dos Alfaiates.</p><p>Comentários:</p><p>O texto aborda a região de Pernambuco, o que, de início, nos faz excluir algumas alternativas,</p><p>como a “a”, já que tal conflito mencionado nessa alternativa ocorreu na região do Maranhão, em</p><p>1684 – 1685.</p><p>A correta, também não pode ser a alternativa “c”, pois a Guerra dos Emboabas teve como palco</p><p>a região de São Paulo e Minas Gerais, entre 1707 – 1709, pela posse territorial da região aurífera.</p><p>Também não pode ser a alternativa “e”, já que a Conjuração ou Revolta dos Alfaiates foi um</p><p>conflito que ocorreu na Bahia, em 1798.</p><p>Restam-nos as alternativas “b” e “d”, que vamos comparar agora.</p><p>A Insurreição Pernambucana, ocorrida entre 1645 – 1654, tinha como atores principais os</p><p>ocupantes da região na época, os holandeses, que lutaram com os pernambucanos, portugueses,</p><p>alguns negros e a os indígenas potiguares. O objetivo de tal conflito era a expulsão dos holandeses e,</p><p>consequentemente, o retorno progressivo da região para os portugueses e as elites latifundiárias</p><p>locais. Assim, de acordo com o texto da questão, a alternativa “d” está errada.</p><p>A alternativa correta é a “b”. O conflito que colocou frente a frente Olinda e Recife foi a Guerra</p><p>dos Mascates, que ocorreu</p><p>em 1710. O conflito marca a oposição entre os senhores de engenho de</p><p>Olinda, então sede administrativa de Pernambuco, e os comerciantes portugueses, chamados de</p><p>mascates, que viviam em Recife. Na época Recife possuía pouca expressão política, sendo Olinda mais</p><p>desenvolvida e mais rica. Ao fim de tudo, com apoio inclusive da Coroa, Recife saiu vitorioso do</p><p>conflito e com a posse de sua própria Câmara Municipal, além de ter para si o título de capital de</p><p>Pernambuco.</p><p>Gabarito: B</p><p>(Espcex (Aman) 2020)</p><p>Na segunda metade do século XVIII, durante a administração do marquês de Pombal (1750 a 1777), foram</p><p>adotadas medidas que objetivavam tornar mais ágil e eficiente a administração da colônia portuguesa do</p><p>Brasil, dentre as quais se destaca:</p><p>a) a elevação do Estado do Brasil à categoria de Reino Unido a Portugal e Algarve.</p><p>b) o reconhecimento da importância das Regiões do Sul e Sudeste, em função do incremento do ciclo</p><p>econômico do café.</p><p>c) a transferência da capital do estado do Brasil, de Salvador para o Rio de Janeiro.</p><p>d) o estado do Grão-Pará e Maranhão recebeu a denominação de estado do Maranhão.</p><p>e) a restauração do sistema de Capitanias Hereditárias.</p><p>Comentários:</p><p>A questão exige que o aluno consiga entender quais foram as principais ações empregadas</p><p>durante o chamado período pombalino, e mais do que isso, quais as suas principais reformas dentro</p><p>do contexto da colônia portuguesa.</p><p>83</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 05 – Brasil Colônia II</p><p>Criação de Companhias de</p><p>Comércio</p><p>As companhias de comércio foram uma tentativa de</p><p>reorganização dos Estados no Norte e Nordeste, em um</p><p>modo de desenvolvimento local.</p><p>Desenvolvimento Produtivo</p><p>Foi no período pombalino que se iniciou um</p><p>desenvolvimento mais voltado à eficiência da produção</p><p>agrícola e desenvolvimento da produção manufatureira na</p><p>colônia.</p><p>Estabelecimento de Fronteiras Uma das medidas também foi resguardar e realizar uma</p><p>maior guarda das fronteiras existentes.</p><p>Expulsão dos Jesuítas</p><p>A mais radical das decisões, pois esses religiosos</p><p>representavam um perigo aos interesses da Coroa. Os</p><p>jesuítas foram expulsos e tiveram seus bens confiscados.</p><p>Reforma da Educação</p><p>A implementação de uma educação laica, ou seja, sem</p><p>nenhum resquício jesuíta, bem como o ensino do</p><p>português como língua oficial.</p><p>Reorganização Administrativa</p><p>Com o passar do tempo, e com a produção aurífera em</p><p>Minas Gerais e Centro Oeste; o lucro de Portugal estava no</p><p>Sudeste, nas Minas. Isso justificou o deslocamento da sede</p><p>real de Salvador para o Rio de Janeiro o que,</p><p>indiretamente, enfraquecia o poder dos senhores de</p><p>engenho na política geral.</p><p>Portanto, analisando as alternativas podemos excluir algumas, como: a redefinição do Tratado</p><p>de Tordesilhas, a alternativa “e”; a região do Grão Pará e Maranhão não foram unificadas, pelo</p><p>contrário, continuaram separadas. Já a alternativa “a” e “b” possuem erros de ordem temporal. A</p><p>alternativa “a” é um acontecimento que ocorre apenas com a vinda da família real, o qual une</p><p>metrópole e colônia em uma só; e a “b” não faz sentido, já que o café não era um produto relevante</p><p>ao Brasil no período.</p><p>Assim, a alternativa correta é a “c”. Pombal foi responsável pela troca de sede da capital, de</p><p>Salvador para o Rio de Janeiro, como explicado na tabela acima.</p><p>Gabarito: C</p><p>(Espcex (Aman) 2018)</p><p>As ideias iluministas começaram a circular no Brasil na segunda metade do século XVIII. Elas refletiram-se</p><p>em vários campos da atividade e do conhecimento humano. Assinale, dentre as alternativas abaixo, aquela</p><p>que apresenta um filósofo deste período, cujo pensamento incentivou, de forma relevante, a Inconfidência</p><p>Mineira.</p><p>a) Jean-Jacques Rousseau.</p><p>b) Adam Smith.</p><p>c) François Quesnay.</p><p>d) Vicent de Gournay.</p><p>e) Nicolau Maquiavel.</p><p>Comentários:</p><p>84</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 05 – Brasil Colônia II</p><p>Filósofo Período Principal Pensamento</p><p>Nicolau</p><p>Maquiavel</p><p>Renascimento</p><p>Autonomia completa do monarca,</p><p>independentemente das</p><p>consequências. Máxima: os fins</p><p>justificam os meios.</p><p>François Quesnay</p><p>Iluminismo</p><p>Defendia a ideia da fisiocracia, ou seja,</p><p>uma política liberal que soubesse</p><p>aproveitar boa regulação de preços os</p><p>produtos da terra.</p><p>Vicent de</p><p>Gournay</p><p>Iluminismo</p><p>“Laissez faire, laissez passer, lê monde</p><p>va de lui même” (Deixe fazer, deixe</p><p>passar, o mundo vai por si mesmo)</p><p>Adam Smith</p><p>Iluminismo</p><p>O pai da teoria liberal defendia que o</p><p>indivíduo deveria ter autonomia em</p><p>sua vida econômica, sem nenhuma</p><p>interferência do Estado.</p><p>Jean-Jacques</p><p>Rousseau</p><p>Iluminismo</p><p>A ideia de que o homem é bom, porém,</p><p>o sistema ao qual está inserido o</p><p>corrompe, sendo um dos grandes</p><p>pensadores da Revolução Francesa.</p><p>Assim a única alternativa que pode associar o pensamento de um desses filósofos com o</p><p>processo da Inconfidência Mineira é o de Jean-Jacques Rousseau, o que torna a alternativa “a” a</p><p>correta.</p><p>Gabarito: A</p><p>(Espcex (Aman) 2013)</p><p>No Brasil colônia, particularmente no séc. XVIII ocorreram dois movimentos revolucionários que ficaram</p><p>conhecidos como Inconfidência Mineira (1789) e Conjuração Baiana (1798).</p><p>Quais características são comuns entre eles?</p><p>a) A influência do pensamento iluminista e a participação maciça de pessoas da elite da sociedade local.</p><p>b) Foram inspiradas pelo lema Liberdade, Igualdade e Fraternidade e pretendiam acabar com a escravidão.</p><p>c) Queriam romper com a dominação colonial e tiveram influência do pensamento iluminista.</p><p>d) Foram sufocadas sem grande derramamento de sangue, pois havia grande participação de pessoas</p><p>ligadas à elite da sociedade local.</p><p>e) Pretendiam acabar com a escravidão e estabelecer a independência política do Brasil.</p><p>Comentários:</p><p>A questão exige que o aluno perceba possíveis semelhanças entre os dois movimentos, porém,</p><p>vamos situá-los.</p><p>85</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 05 – Brasil Colônia II</p><p>A Inconfidência Mineira, que ocorre no ano de 1789, tinha como objetivo principal a</p><p>independência da região localizada no atual Estado de Minas Gerais. Foi um movimento de elite, com</p><p>forte influência maçônica e dos ideais iluministas; não desejava uma liberdade ampla de toda colônia</p><p>e, muito menos, uma inserção do negro em tal sociedade. O movimento, por isso, não desejava a</p><p>igualdade completa.</p><p>A Conjuração Baiana, de 1798, foi um movimento republicano, liderado por negros na região da</p><p>cidade de Salvador. Tal movimento buscava uma libertação do Brasil, o fim da colônia, o fim da</p><p>escravidão e a instalação de uma República, tal qual a existente na França pós revolução.</p><p>Vamos nos direcionar às alternativas. A alternativa “a” acerta na ideia do iluminismo, pois, de</p><p>fato, o pensamento iluminista interferiu nos dois movimentos, porém, a Inconfidência Mineira não</p><p>teve apoio popular, sendo um movimento da elite local. Já a alternativa “b” erra ao dizer que existiu</p><p>no movimento da Inconfidência um ideal pelo fim da escravidão.</p><p>A opção “c” consegue errar nos dois lados, já que o derramamento de sangue foi “exemplar” nos</p><p>dois casos, como medida coercitiva a toda a população. E como vimos anteriormente, apenas a</p><p>Conjuração Baiana possuía o interesse de fim da escravidão e autonomia política brasileira.</p><p>Portanto a alternativa correta é a “c”, pois em ambas as insurreições foi defendido o fim da</p><p>influência colonial, por meio da inspiração iluminista.</p><p>Gabarito: C</p><p>(Espcex (Aman) 2012)</p><p>Diferentemente de outras atividades econômicas do Brasil Colônia, a mineração foi submetida a um</p><p>rigoroso controle por parte da metrópole. Neste contexto:</p><p>a) os Códigos Mineiros de 1603 e 1618 já impediam a livre exploração das minas, impondo uma série de</p><p>condições e restrições.</p><p>b) as Intendências das Minas criadas pelo Regimento de 1702 impuseram um controle absoluto sobre toda</p><p>a produção mineradora, embora ainda estivessem</p><p>subordinadas a outras autoridades coloniais.</p><p>c) a cobrança do quinto foi facilitada com a criação das Casas de Fundição, no final do século XVII, onde o</p><p>ouro era fundido em barras timbradas com o selo real, embora a circulação do ouro em pó ainda fosse</p><p>permitida.</p><p>d) foram instalados postos fiscais em pontos estratégicos das estradas, com o objetivo de fiscalizar se o</p><p>pagamento do quinto havia sido realizado; cobrar impostos sobre a passagem de animais e pessoas e sobre</p><p>a entrada de todas as mercadorias transportadas para as Minas.</p><p>e) a capitação foi um imposto que exigia do minerador o pagamento de uma taxa sobre cada um de seus</p><p>escravos, do qual ficavam isentos os faiscadores que não possuíam escravos.</p><p>Comentários:</p><p>A mineração no Brasil, em especial da região das Minas Gerais, gerou no território colonial algo</p><p>nunca visto antes: o fluxo alto de portugueses e o fluxo intenso de negros que passaram a sair de outras</p><p>regiões para responder a demanda que a região possuía. Portugal sempre desejou encontrar zonas</p><p>auríferas, e quando as encontrou não conseguiu obter controle efetivo da região. Essa debilidade fez a</p><p>coroa portuguesa, pouco a pouco, criar instituições de controle e de fiscalização do minério que era</p><p>encontrado, bem como criar diversos impostos, seja de armazenamento, seja de deslocamento do ouro</p><p>na região.</p><p>Vamos agora analisar alternativa por alternativa.</p><p>Os códigos mineiros de 1603 e 1618 estabeleciam apenas um maior controle e rigor perante o</p><p>quinto do ouro, porém, não impediu a circulação do ouro na região, o que torna a alternativa “a” errada.</p><p>86</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 05 – Brasil Colônia II</p><p>As Intendências das Minas foram casas cobravam imposto referente à extração e fisco do ouro,</p><p>se tornando um “braço” do governo colonial, sendo instalado Intendências em cada região que</p><p>possuísse zona mineradora de ouro. Portanto diferente do que a alternativa “b” aponta, não havia o</p><p>controle absoluto do que era produzido.</p><p>A alternativa “c” possui em sua afirmação realmente aspectos verdadeiros, já que o único jeito</p><p>da Coroa conseguir controlar o que era produzido era por meio da marcação com o brasão real. Ou seja,</p><p>só era permitido circular o ouro com o brasão da Coroa. Porém, ao final da alternativa, há um erro ao</p><p>ser afirmado que o ouro em pó era algo permitido. Na verdade, qualquer ouro sem o selo real era</p><p>confiscado pelos órgãos responsáveis.</p><p>A alternativa “e” se encontra errada, já que a capitação era um imposto amplo e abarcava</p><p>qualquer zona de produção econômica que possuísse mão de obra escrava, não sendo exclusivo da</p><p>mineração.</p><p>Assim a alternativa correta é a “d”. A Coroa Portuguesa fez de Minas Gerais um verdadeiro caos</p><p>administrativo, com fiscalizações em quase todas as cidades mineradoras, em passagens de pessoas,</p><p>produtos e animais. O que não foi totalmente eficiente, devido ao alto índice de “jeitinhos” que foi dado</p><p>para lidar com as exigências da burocracia colonial.</p><p>Gabarito: D</p><p>Espcex (Aman) 2011)</p><p>O conflito armado travado na segunda metade do século XVIII e que ficou conhecido como Guerras</p><p>Guaraníticas,</p><p>a) foi uma reação dos índios de Sete Povos das Missões, liderados por alguns jesuítas, à ocupação de suas</p><p>terras e à possível escravização.</p><p>b) ocorreu entre paulistas com o apoio de diversas tribos guaranis e os emboabas, pela hegemonia da</p><p>extração do ouro das Minas Gerais.</p><p>c) definiu a conquista da Colônia do Sacramento por tropas luso-brasileiras.</p><p>d) provocou a assinatura do Tratado de Lisboa, pelo qual Portugal devolvia a área conhecida como Sete</p><p>Povos das Missões à Espanha.</p><p>e) abriu caminho para a conquista e ocupação, por parte dos portugueses, da calha do rio Solimões –</p><p>Amazonas.</p><p>Comentários:</p><p>A Guerra Guaraníticas foi um conflito que aconteceu entre 1753 a 1756, no atual Estado do Rio</p><p>Grande do Sul, na região dos Sete Povos das Missões. Tal conflitou colocou em ação os espanhóis, os</p><p>padres e habitantes da região (maioria indígena), tanto das Sete Colônias como da Colônia de</p><p>Sacramento, e os portugueses. Com a implementação do Tratado de Madri, a região ficou em xeque,</p><p>uma vez que o território dos Sete Povos, de habitação espanhola, ficaria sob o poder português,</p><p>enquanto a Colônia de Sacramento ficaria sob a posse espanhola, mesmo sendo de origem portuguesa.</p><p>O resultado de todo o conflito foi uma série de ataques de ambos os lados, com interesses econômicos</p><p>em disputa, principalmente em torno da alta produção de carne que vinha da região, bem como, do</p><p>controle da região sul e do Rio da Prata.</p><p>Podemos excluir as alternativas “b”, já que não houve nenhum envolvimento de paulistas no</p><p>conflito; assim como não ocorreu nenhuma influência na região amazônica, o que torna a alternativa</p><p>“e” errada. Não pode ser a alternativa “d” pois não houve nenhum Tratado de Lisboa, mas, o Tratado</p><p>de Madri, tratado que fez com que a Espanha entregasse aos portugueses a região de Sete Povos das</p><p>Missões.</p><p>87</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 05 – Brasil Colônia II</p><p>Sobram as alternativas “c” e “a”. Porém, em nenhum momento a colônia de Sacramento foi</p><p>conquistada pelos portugueses. Assim a alternativa correta é a “a”, o conflito armado na região deixou</p><p>como herança mais de trinta mil indígenas que foram mortos ou escravizados, que buscavam a</p><p>permanência de autonomia e liberdade dos povos locais.</p><p>Gabarito: A</p><p>(EsPCEx/2004/ 4000039625)</p><p>Observe a figura abaixo:</p><p>ARRUDA, José Jobson de A. Atlas Histórico Básico. São Paulo: Ática, 1989.</p><p>O mapa acima mostra a situação resultante da marcha do povoamento e da urbanização do Brasil até o</p><p>século XVIII. Com base nas informações fornecidas pelo mapa e nos conhecimentos da História do Brasil,</p><p>podemos afirmar que a expansão do território brasileiro para além de Tordesilhas foi</p><p>a) iniciada pela foz do Rio Amazonas.</p><p>b) marcada pela criação de vilas e cidades na região do Planalto Central.</p><p>c) decorrência da penetração da atividade pecuária, da ação de bandeirantes na busca de metais preciosos</p><p>e da exploração das drogas do sertão.</p><p>d) consequência do avanço das lavouras de cana-de-açúcar em direção ao oeste, principalmente no atual</p><p>estado de Mato Grosso.</p><p>e) uma ação planejada pela Coroa Portuguesa com o envio de inúmeras Bandeiras ao território espanhol a</p><p>fim de catequizar índios.</p><p>Comentários</p><p>O tema da questão é a expansão territorial da colonização portuguesa na América do Sul. Até o século XVIII,</p><p>era o Tratado de Tordesilhas (1494) que definia a fronteira entre América espanhola e América portuguesa,</p><p>marcada por uma linha imaginária traçada verticalmente a 370 léguas à oeste de Cabo Verde. Isso deixava</p><p>a América portuguesa apenas com a costa brasileira no Nordeste e no Sudeste. Contudo, durante a União</p><p>Ibérica (1580 e 1640) as fronteiras ficaram embaçadas, pois tudo se tornou território espanhol. Com isso,</p><p>os luso-brasileiros tomaram a liberdade de avançar sua ocupação no interior do continente por várias</p><p>88</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 05 – Brasil Colônia II</p><p>formas, o que vemos retratado no mapa. Todavia, com o fim da União Ibérica em 1640, a questão</p><p>fronteiriça voltou a ser um problema, mas isso não impediu os colonos luso-brasileiros continuarem</p><p>avançando para o interior ao longo do século XVIII, período representado no mapa. Note que as zonas em</p><p>cinza escuro indicam áreas sob influência de cidades e vilas coloniais. As zonas em cinza claro marcam áreas</p><p>já conhecidas pelos colonos luso-brasileiros, mas sob controle indígena ou de outra nação europeia</p><p>(lembre-se que franceses também tentaram colonizar o norte do Brasil). Então, vejamos o que é correto</p><p>afirmar sobre a expansão do território brasileiro para além de Tordesilhas:</p><p>a) Incorreta. De fato, o Rio Amazonas foi o caminho privilegiado para a exploração e ocupação do Norte</p><p>brasileiro entre os séculos XVII e XIII. No entanto, indicar apenas</p><p>isso é reducionismo, isto é, não é o</p><p>suficiente para responder à questão. Fica faltando informação. Portanto, uma resposta incompleta.</p><p>b) Incorreta. Note que a região do Planalto Central não contava com muitas cidades e vilas no século XVIII,</p><p>segundo o mapa. E, assim como na alternativa anterior, seria reducionista citar a fundação delas como</p><p>único marco inicial da expansão do território brasileiro.</p><p>c) Correta! Esta é a alternativa mais completa, pois reconhece que a expansão do território brasileiro no</p><p>século XVIII se deu por várias frentes. No Sul e Sudeste, a ação dos bandeirantes foi mais determinante,</p><p>enquanto no Nordeste a penetração da atividade pecuária fez a diferença. Por sua vez, no Norte do Brasil</p><p>foi a exploração das drogas do sertão (especiarias da flora equatorial e amazônica) que motivou a</p><p>interiorização da colonização.</p><p>d) Incorreta. A colonização do Mato Grosso foi iniciada em decorrência da atividade mineradora, não da</p><p>plantação de cana-de-açúcar, que não vingou na região. Após a descoberta de ouro em Minas Gerais,</p><p>muitas pessoas continuaram avançando para o interior com a esperança de encontrar jazidas ainda</p><p>inexploradas. De fato, foi encontrado mais ouro em regiões de Goiás, Paraná e Mato Grosso, o que</p><p>incentivou a migração de colonos para essas regiões no século XVIII.</p><p>e) Incorreta. As bandeiras eram expedições autônomas organizadas pelos paulistas e podiam ter três</p><p>objetivos: procurar metais preciosos; caçar escravos fugidos; ou escravizar indígenas para serem vendidos.</p><p>As expedições organizadas pela Coroa eram chamadas de entradas, mas seu objetivo principal não era</p><p>catequizar indígenas, mas sim fazer o reconhecimento do território e procurar metais preciosos.</p><p>Gabarito: C</p><p>10. Lista de questões da profe. Alê Lopes - comentadas</p><p>(Estratégia Militares/2021/Inédita/Profe. Alê Lopes)</p><p>A subordinação à metrópole não impediu que houvesse certo dinamismo nas relações econômicas e</p><p>comerciais na América Portuguesa, sobretudo, a partir da crise do açúcar. Paradoxalmente, na colônia</p><p>portuguesa é um momento de diversificação econômica.</p><p>Analise a lista de atividades econômicas:</p><p>I - fumo</p><p>II – Aguardente e rapadura</p><p>III – Algodão e índigo</p><p>IV – Pecuária</p><p>V- Atividades extrativistas florestais</p><p>VI – Extrativismo mineral</p><p>Estão inseridas na economia colonial a partir do século XVII apenas os itens:</p><p>89</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 05 – Brasil Colônia II</p><p>a) I, II, III, IV</p><p>b) I, II, III, IV, VI</p><p>c) I, II, IV, V, VI</p><p>d) I, IV, V, VI</p><p>e) I, II, IV, VI</p><p>Comentários</p><p>Antes tudo, é importante definirmos o tempo, o espaço e o tema abordados pela questão. Uma referência</p><p>importante dada pelo enunciado é a crise do açúcar, durante o período colonial no Brasil. Portanto,</p><p>estamos falando do século XVII. Durante esse período, Portugal e suas colônias estavam submetidos à</p><p>Espanha. A fusão das duas coroas deu origem à União Europeia, governada pelo rei espanhol Filipe II.</p><p>Entretanto, essa fusão fez dos territórios portugueses inimigos da Holanda, que estava em guerra com os</p><p>espanhóis naquele contexto. Por isso, os holandeses invadiram colônias lusitanas na América e na África,</p><p>com os objetivos de conseguir entrepostos comerciais importante no comércio internacional e prejudicar</p><p>a Espanha. Os principais alvos conquistados pela Holanda foram o Nordeste brasileiro (Capitânia de</p><p>Pernambuco) e Luanda, na África Central. Somente em 1654, portugueses e brasileiros recuperariam o</p><p>domínio da região. O Nordeste brasileiro era um dos polos produtores de açúcar naquela época e sua</p><p>capacidade produtiva não saiu a mesma desse período conturbado. Muitas plantações foram devastadas</p><p>nas batalhas, enquanto muitos fazendeiros ficaram endividados. Por outro lado, enquanto tudo isso</p><p>acontecia, outras nações europeias continuavam colonizando outras regiões da América, sobretudo o</p><p>Caribe, onde espanhóis, franceses, ingleses e holandeses fundaram colônias produtoras de açúcar que</p><p>passaram a competir com o açúcar brasileiro. Por essas razões, tanto no Nordeste como em outras</p><p>regiões, os colonos passam a procurar novas atividades econômicas que garantam seu sustento e</p><p>possibilitem seu enriquecimento. Com isso em mente, vejamos quais atividades listas estavam inseridas</p><p>na economia colonial a partir do século XVII:</p><p>I – Verdadeira! O fumo era uma mercadoria importante no comércio de escravizados. Muitas vezes era</p><p>trocado por cativos nos mercados africanos. Além disso, seu uso recreativo na Europa se popularizava</p><p>cada vez mais. Se pararmos para pensar, a mão de obra africana começou a ser usada no Brasil a partir</p><p>da década de 1570, aproximadamente. Pouco tempo antes da formalização da União Europeia e das</p><p>disputas com os holandeses. O fumo provavelmente foi uma alternativa de baixo custo encontrada pelos</p><p>fazendeiros e traficantes para manter o abastecimento de mão de obra em um período de crise</p><p>econômica. Dessa forma, o gênero passou a ser vital para a economia colonial escravista.</p><p>II – Verdadeira! A Aguardente e a rapadura são derivadas da produção de cana-de-açúcar. Assim como</p><p>fumo, a aguardente era usada no comércio de cativos com os reinos africanos. A rapadura, por sua vez,</p><p>servia de alimento consumido pela população, assim como a mandioca. Ou seja, era uma produção</p><p>voltada para subsistência. Em um período de crise na exportação de açúcar refinado devido a competição</p><p>internacional, esses produtos derivados davam suporte para manter a economia em atividade.</p><p>III – Falsa. A produção algodoeira e de índigo só ganhou força na América portuguesa a partir da segunda</p><p>metade do século XVIII. Naquele contexto, a Revolução Industrial no ramo têxtil estava a todo o vapor na</p><p>Inglaterra. Contudo, a principal colônia inglesa estava conquistando sua independência. Até então, os</p><p>Estados Unidos, antigas 13 Colônias, eram o principal fornecedor dessas matérias primas para a indústria</p><p>têxtil britânica. Contudo, com a guerra de independência esse fornecimento ficou comprometido. Na</p><p>época, o Marquês de Pombal era ministro do rei José I, em Portugal, e estava promovendo uma política</p><p>econômica de aproximação com a Inglaterra. Assim, incentivou a produção de algodão no Maranhão e</p><p>índigo no Rio de Janeiro.</p><p>90</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 05 – Brasil Colônia II</p><p>IV – Verdadeira! Inicialmente, a pecuária começou a ser desenvolvida como suporte da economia</p><p>açucareira. Os bois, cavalos e mulas eram importantes para o transporte e para o arado de tração animal,</p><p>além do couro ser usado na fabricação de utensílios e ferramentas. Todavia, com a crise do açúcar, a</p><p>criação de gado foi tomando um lugar de maior importância na exportação de carne e couro. Por outro</p><p>lado, conforme a região sul do Brasil era desbravada por jesuítas e bandeirantes, a criação de gado foi</p><p>sendo praticada cada vez mais por lá. Paralelamente, no fim do século XVII, foi descoberto ouro na região</p><p>de Minas Gerais. Ali acabou se tornando um grande polo de mineração, devido à abundância de ouro.</p><p>Rapidamente, a urbanização e o comércio floresceram. No entanto, a agricultura e a pecuária recebiam</p><p>pouco investimento na região. Por isso, o gado nordestino e gaúcho começou a ser mais consumido pelos</p><p>mineiros, tanto na alimentação quanto na produção de utensílios e ferramentas.</p><p>V – Verdadeira! Outra dinamização territorial e econômica ocorreu com a colonização da região Norte.</p><p>Em 1616, por iniciativa governamental, iniciou-se a ocupação da região Norte, que começou no Maranhão</p><p>e foi até o Amazonas. Evidentemente, seguindo o “desejo dourado” de encontrar ouro nas possessões</p><p>coloniais, o governo português montou um sistema administrativo e de ocupação territorial a fim de</p><p>descobrir metais preciosos. A principal Expedição de Reconhecimento dessa grande região ocorreu em</p><p>1637, a qual concluiu que era impossível instalar qualquer sistema de exploração colonial, uma vez que</p><p>os europeus não sabiam cultivar</p><p>em zonas de mata tropical fechada como a Amazônia. Da mesma forma,</p><p>os portugueses não contavam com nenhuma interação com os povos da floresta. Contudo, alguns</p><p>colonos, nessas andanças, notaram que diversos povos usavam produtos da floresta para fins medicinais</p><p>e alimentícios. Eram frutas, ervas, folhas, raízes que passaram a ser apelidadas de “drogas do sertão”.</p><p>Então, eles começaram a fazer o extrativismo dessa riqueza natural usando, para isso, mão de obra de</p><p>indígena escravizada.</p><p>VI – Verdadeira! Como mencionei no item IV, no final do século XVII, foi descoberto ouro na região de</p><p>Minas Gerais. Em pouco tempo, pessoas de todas as partes do Brasil e do império Português passaram a</p><p>migrar para lá para tentar a sorte e encontrar um tanto do metal. Realmente, havia abundância e o ouro</p><p>podia ser achado e extraído com relativa facilidade. Rapidamente, desenvolveu-se uma economia</p><p>abundante baseada na extração aurífera que possibilitou a fundação de várias cidades e a prosperidade</p><p>do comércio nos próximos cem anos.</p><p>Portanto, a alternativa correta é a letra “c”.</p><p>Gabarito: C</p><p>(Estratégia Vestibulares/Profe. Alê Lopes/ 2021)</p><p>“Os bandeirantes foram pois uma tropa de choque a serviço do colonialismo português, e não</p><p>outra coisa. [...]”.</p><p>FREITAS, Décio. Palmares – A guerra dos escravos, 1982.</p><p>A comparação feita pelo texto remete à mobilização dos bandeirantes para</p><p>a) realizar a expedições de reconhecimento em busca de ouro.</p><p>b) apresar indígenas para vende-los como escravos.</p><p>c) proteger as fronteiras coloniais de invasores estrangeiros.</p><p>d) policiar as vilas e cidades para prevenir crimes.</p><p>91</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 05 – Brasil Colônia II</p><p>e) combater quilombos e recuperar escravos fugidos.</p><p>Comentários</p><p>Note que o tema da questão é o bandeirantismo, um movimento de expedições organizadas pelos</p><p>habitantes da Capitânia de São Vicente, no Brasil, ao longo dos séculos XVII e XVIII. Denominados de</p><p>bandeiras, esses grupos eram milícias particulares que não estavam sob as ordens da Coroa. Eles realizavam</p><p>suas atividades, adentrando as matas e o interior da colônia, de forma autônoma. O bandeirantismo</p><p>floresceu em São Vicente, devido ao fracasso da capitania como exportadora de açúcar. Apesar de seu</p><p>sucesso inicial, eventualmente a metrópole achou mais vantajoso concentrar os esforços no Nordeste,</p><p>onde Pernambuco era ainda mais próspera no ramo açucareiro e o porto de Salvador, na Bahia, era mais</p><p>conveniente para o comércio com a Europa e a África. A distância de São Vicente acabou contribuindo para</p><p>atrair poucos investidores e os colonos que lá se fixaram mantiveram uma economia mais modesta. Em</p><p>geral, predominavam pequenas e médias propriedades rurais que produziam gêneros agrícolas para o</p><p>consumo interno. Havia alguns casos de atividade extrativista (de cal) e pecuária que fornecia seus produtos</p><p>para outras partes da América portuguesa ou mesmo para as possessões lusitanas na África. De qualquer</p><p>forma, os colonos mais ricos de São Vicente equivaliam a um proprietário médio em Pernambuco. Por isso,</p><p>boa parte dos paulistas passaram a se dedicar ao bandeirantismo, explorando mais fundo as terras ainda</p><p>não colonizadas em busca de riquezas naturais ou minerais que pudessem ser comercializadas. Com isso</p><p>em mente, vejamos ao que remete a comparação entre os bandeirantes e uma tropa de choque:</p><p>a) Incorreta. De fato, os bandeirantes realizavam esse tipo de expedição, chamadas de “bandeiras de</p><p>prospecção”. Inclusive, apesar de sua autonomia, alguns bandeirantes eram contratados diretamente pela</p><p>Coroa portuguesa para procurar por ouro. E realmente, os responsáveis por encontrar as primeiras pedras</p><p>de ouro em Minas Gerais foram bandeirantes paulistas, no final do século XVII. No entanto, não é a essa</p><p>atividade que a comparação com a tropa de choque remete. Pense: uma tropa de choque é usada para</p><p>conter criminosos, terroristas ou rebeldes, não para buscar por algo.</p><p>b) Incorreta. Assim como as bandeiras de prospecção, havia também as bandeiras de apresamento</p><p>dedicadas à captura de indígenas para vende-los como escravos. Entretanto, esse tipo de atividade sempre</p><p>ocorria de forma independente ao governo metropolitano, por iniciativa exclusiva dos próprios</p><p>bandeirantes. Lembre-se que a Coroa proibiu a escravidão indígena em 1570, quando a escravidão africana</p><p>passou a predominar nas grandes propriedades. No entanto, os colonos de regiões menos prósperas como</p><p>São Vicente não conseguiam importar tantos escravizados africanos quanto os nordestinos que lucravam</p><p>muito com a exportação de açúcar. Por isso, muitos paulistas recorriam a escravização ilegal de indígenas,</p><p>uma vez que o custo era bem menor, visto que bastava adentrar as matas e captura-los. Os bandeirantes</p><p>passaram a atender essa demanda por cativos nativos e sua ânsia por lucro era tanta que eles atacavam</p><p>até mesmo as missões jesuítas, onde havia muitos indígenas já convertidos e introduzidos na cultura</p><p>europeia, o que os tornava mais valiosos no mercado. Entretanto, novamente, não é a isso que a</p><p>comparação com a tropa de choque remete. As bandeiras de apresamento não visavam conter grupos</p><p>insurgentes. Elas eram ofensivas, isto é, visavam o ataque e a captura, em muitos casos de grupos que nem</p><p>se quer estavam em revolta, como os indígenas aldeados pelos jesuítas.</p><p>c) Incorreta. Os bandeirantes não tinham essa função.</p><p>d) Incorreta, pela mesma razão que a anterior.</p><p>e) Correta! Era muito comum bandeirantes serem contratados por senhores ou pelas autoridades coloniais</p><p>para combater quilombos e recuperar escravizados em fuga. Esse foi o caso da guerra promovida contra o</p><p>Quilombo dos Palmares, durante o século XVII, em Pernambuco. Em casos como este, a comparação com</p><p>92</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 05 – Brasil Colônia II</p><p>a tropa de choque caí muito melhor. Escravos fugidos e quilombos frequentemente formavam redutos e</p><p>mantinham estratégias defensivas para despistar capitães do mato, feitores e capangas dos senhores. No</p><p>entanto, às vezes era necessários mais gente ou mais poder de fogo para combater esses grupos que</p><p>podemos considerar como rebeldes. Era nessas horas que os bandeirantes se tornavam atraentes para</p><p>outros colonos ou as autoridades contratarem, usando-os justamente como uma tropa de choque para</p><p>conter os negros, dissipa-los e captura-los.</p><p>Gabarito: E</p><p>(Estratégia Vestibulares/2021/Profe. Alê Lopes)</p><p>“Considerada um dos elementos constitutivos das práticas mercantilistas do Antigo Regime, a noção de</p><p>pacto colonial se conjugou à ideia de exclusivo mercantil ou monopólio comercial que caracterizou o</p><p>sistema colonial da Era Moderna”.</p><p>HERMANN, J. Pacto Colonial. In: VAINFAS, R. (dir.) Dicionário do Brasil Colonial. Rio de Janeiro: Objetiva,</p><p>2001, p. 442.</p><p>Segundo o texto, as relações entre Portugal e Brasil, durante a colonização, foram pautadas com base na</p><p>a) livre concorrência e na não intervenção estatal na economia, o que garantiu aos colonos plena liberdade</p><p>para explorar as novas terras e suas riquezas.</p><p>b) concessão de contratos emitidos pela monarquia que privilegiavam exploradores ou companhias, como</p><p>uma forma de protecionismo.</p><p>c) possibilidade de a colônia comercializar com outras nações, desde que pagasse tributos mais altos sobre</p><p>essas transações.</p><p>d) exclusividade de colonos nascidos na metrópole poderem operar nas atividades comerciais, para que os</p><p>portugueses não perdessem o domínio colonial.</p><p>e) unilateralidade do pacto colonial, que mantinha a colônia completamente submetida à metrópole, sem</p><p>uma dinâmica econômica interna.</p><p>Comentários</p><p>O tema da questão é o pacto colonial, também chamado de exclusivo comercial metropolitano, uma das</p><p>bases da economia mercantilista dos impérios coloniais da Idade Moderna. O pacto colonial era o que</p><p>sustenta o domínio econômico de uma metrópole sobre sua colônia, que obrigava a esta última a passar</p><p>pela mediação da primeira em todas as suas trocas mercantis com</p><p>o exterior. A palavra-chave aqui é</p><p>monopólio. Então, vejamos com base em que as relações entre Portugal e Brasil foram pautadas, durante</p><p>o período colonial:</p><p>a) Incorreta. A economia mercantilista consistia justamente no controle estatal sobre a economia, para</p><p>garantir que os lucros da exploração capitalista fossem sempre reinvestidos no próprio país. Portanto, não</p><p>havia livre concorrência.</p><p>b) Correta! O controle metropolitano sobre a economia colonial consistia na concessão do direito de</p><p>exploração de determinado recurso ou território. Lembre-se que no Antigo Regime todas as terras eram</p><p>propriedade da Coroa. Nessa lógica, o monarca apenas dava permissão para empresários, nobres ou</p><p>investidores em geral para explorar parte de seu território ou do comércio nele operante. Isso contribuía</p><p>para a formação de monopólios e facilitava a coleta de tributos.</p><p>c) Incorreta. A colônia não podia comercializar com outras nações, sem a mediação das autoridades</p><p>metropolitanas. Em geral, para chegar ao Brasil, todos os produtos tinham que passar por Portugal. E para</p><p>chegar em qualquer outro país, os produtos brasileiros tinham que passar por Portugal. Em ambos os casos,</p><p>exportadores e importadores pagavam altos impostos.</p><p>d) Incorreta. Na colonização portuguesa não havia uma diferenciação formal entre colonos nascidos na</p><p>metrópole e aqueles nascidos na colônia. O importante era ser português ou descender de um deles. Assim,</p><p>93</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 05 – Brasil Colônia II</p><p>os “portugueses nascidos no Brasil” podiam assumir cargos e desempenhar atividades comerciais sem</p><p>grandes empecilhos. Entretanto, nas instituições administrativas e burocráticas realmente havia uma</p><p>preferência informal pelos portugueses do que seus descendentes nascidos na colônia.</p><p>e) Incorreta. A colônia tinha uma dinâmica econômica interna. Além da produção de açúcar, havia outras</p><p>atividades econômicas que serviam para o consumo interno, como a plantação de mandioca, feijão,</p><p>amendoim, trigo, algodão, cachaça e rapadura, além da pecuária bovina e equina. Ainda, havia a produção</p><p>de tabaco, destinado a servir de moeda de troca no comércio de escravos com a África. O mercado interno</p><p>se consolidou na América portuguesa a partir da descoberta de ouro no final do século XVII, pois os mineiros</p><p>passaram a consumir mercadorias produzidas em outras partes da colônia. Por último, vale ressaltar que o</p><p>pacto colonial não era unilateral, apesar de ser sua pretensão. Mesmo sendo uma imposição da metrópole</p><p>sobre a colônia, a primeira teve que se curvar às exigências dos colonos ocasionalmente, concedendo</p><p>títulos, privilégios ou terras.</p><p>Gabarito: B</p><p>(Estratégia Vestibulares/2021/Profe. Alê Lopes)</p><p>Igreja de Nossa Senhora do Rosário de São João del Rei, Minas Gerais, construída em 1719.</p><p>No século XVIII, com a prosperidade da mineração, a arte mineira ganhou grande espaço para se</p><p>desenvolver, especialmente a arquitetura. Caracterizada pelo estilo barroco, a arquitetura</p><p>mineira contava com</p><p>a) a aplicação de curvas em oposição à ideia estática dos prédios.</p><p>94</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 05 – Brasil Colônia II</p><p>b) ausência de esculturas e outros ornamentos, produzindo uma estética mais harmônica e</p><p>equilibrada.</p><p>c) construções modestas que representavam uma fé humilde, mas verdadeira e devota.</p><p>d) a presença de poucas e pequenas janelas que visavam à proteção contra invasões externas.</p><p>e) a predominância de uma estética da utilidade, descartando elementos inúteis para</p><p>funcionalidade do edifício.</p><p>Comentários</p><p>O Barroco, surgido na Europa no início do século XVII, foi um estilo de reação contra o classicismo do Renascimento,</p><p>cujas bases conceituais giravam em torno da simetria, da proporcionalidade e da contenção, racionalidade e</p><p>equilíbrio formal. Assim, a estética barroca primou pela assimetria, pelo excesso, pela expressividade e pela</p><p>irregularidade. Além de uma tendência puramente estética, esses traços constituíram uma verdadeira forma de vida</p><p>e deram o tom a toda a cultura do período, uma cultura que enfatizava o contraste, o conflito, o dinâmico, o</p><p>dramático, o grandiloquente, a dissolução dos limites, junto com um gosto acentuado pela opulência de formas e</p><p>materiais, tornando-se um veículo perfeito para a Igreja Católica da Contrarreforma e as monarquias absolutistas em</p><p>ascensão expressarem visivelmente seus ideais de glória e afirmarem seu poder político. Esse fervor religioso</p><p>vinculado à produção artística chegou ao Brasil, trazendo a arte emotiva e intuitiva do barroco europeu. Os dois</p><p>grandes centros do barroco brasileiro foram o Nordeste e Minas Gerais, que em cada um deles adquiriu</p><p>características peculiares. A questão enfoca o barroco mineiro, que precisou se adaptar às condições locais devido</p><p>às dificuldades de importação de materiais em razão da distância de Minas Gerais em relação aos portos e à própria</p><p>Europa. Por exemplo, os mineiros usavam pedra-sabão e madeira ao invés de mármore. Além disso, suas esculturas</p><p>e construções deixaram de lado as deformações características do barroco europeu para dar lugar a figura mais</p><p>simples, joviais e de tons menos carregados. Todavia, no que diz respeito a arquitetura, as construções que mais</p><p>tiveram inspiração barroca foram Igrejas, catedrais, capelas e conventos, em suma, edifícios religiosos, visto o vínculo</p><p>entre a arte barroca e a religiosidade da Contrarreforma. Com essas considerações em mente, vejamos com o que a</p><p>arquitetura mineira contava:</p><p>a) Correta! Note como nos contornos da silhueta da Igreja retratada na imagem apresentaram várias curvas que dão</p><p>uma fisionomia mais sinuosa e ornamental ao edifício.</p><p>b) Incorreta. Esculturas e ornamentos são características sempre presentes na arte barroca, inclusive na arquitetura.</p><p>No caso, da Igreja de Nossa Senhora do Rosário, na fotografia, a fachada não apresenta tantos desses elementos,</p><p>ainda assim, há pelo menos um busto na frente do templo. No seu interior também há diversos ornamentos e</p><p>esculturas próprias do estilo barroco.</p><p>c) Incorreta. Na verdade, as construções barrocas se destacam pela sua exuberância. Por um lado, elas deviam</p><p>expressar toda a devoção religiosa dos patrocinadores da obra e do artista, no caso arquiteto. Por outro, também</p><p>havia a intenção de ostentar riqueza com edifícios suntuosos. A Igreja da fotografia pode não nos parecer grande</p><p>coisa atualmente, mas, acredite, para os padrões do século XVIII, era uma construção bem exuberante. O fato de</p><p>haver duas torres de sinos expressa isso.</p><p>d) Incorreta. Essa é uma característica da arquitetura românica, predominante em meados da Idade Média, quando</p><p>invasões e guerras eram comuns na Europa. Por isso, as Igrejas e templos eram feitos para também servirem de</p><p>fortaleza de modo que fossem mais fáceis de defender, o que explicava as janelas menores que dificultavam a</p><p>entrada de inimigos.</p><p>e) Incorreta. Essa é uma característica da arquitetura modernista, que visava a utilidade e a funcionalidade acima de</p><p>tudo, privilegiando construções mais retas e sem ornamento algum. O barroco era o oposto disso, com edifícios e</p><p>95</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 05 – Brasil Colônia II</p><p>composições que apresentavam a coexistência de elementos contraditórios, marcadas pela exuberância e</p><p>ostentação.</p><p>Gabarito: A</p><p>(Estratégia Militares/2021/Profe. Alê Lopes)</p><p>É causa principal do impulso para o desenvolvimento da pecuária no Sul e no Nordeste da Colônia</p><p>a) A necessidade de abastecimento alimentar e de transporte para a empresa mineradora no centro-sul.</p><p>b) A busca realizada, oficialmente, pela coroa, para abastecer a região açucareira.</p><p>c) O transporte de baixo custo para o transporte da produção do açúcar.</p><p>d) O estabelecimento das missões jesuíticas, já que foram estes que trouxeram o gado.</p><p>e) O desenvolvimento da região mineradora que precisava apenas de charque.</p><p>Comentários</p><p>A pecuária começou a ser praticada com mais frequência na América</p><p>as duas décadas finais do século XVII formam um cenário triste para a colônia</p><p>portuguesa na América. Conforme leciona Schwartz,</p><p>Na verdade, a década de 1680 assinalou uma redução profunda das fortunas oriundas da economia açucareira</p><p>do Brasil. A colônia foi assolada por grave seca que durou de 1681 a 1684, por surtos de varíola de 1682 a 1684</p><p>e por uma epidemia de febre amarela[..]. Além desses problemas, houve uma crise no mundo atlântico após</p><p>1680. Em 1687, João Peixoto da Veiga escreveu seu famoso “memorial”, onde identifica os problemas da</p><p>agricultura brasileira e prevê a ruína da colônia [...].1 (grifos nosso)</p><p>Percebam que se a situação não estava boa para o império ultramarino português, pior se encontrava</p><p>a situação na colônia. Há dados que demonstram uma perda de 75% no valor do açúcar exportado. Além</p><p>disso, como falamos, uma das medidas instituídas pela metrópole foi “apertar o cinto”, ou seja, ampliar a</p><p>fiscalização e a cobrança de impostos para manter a exploração colonial. Tudo isso tornava a vida na colônia</p><p>muito mais difícil.</p><p>Assim, historiadores afirmam que a partir do final do século XVII e durante o século XVIII o que marcou</p><p>a história da colônia foi a busca por outras fontes de riqueza.</p><p>De um lado, Portugal procurou algo que pudesse lhe devolver seu poderio econômico – de</p><p>preferência, metais preciosos –, de outro lado, os colonos buscavam qualquer atividade econômica que</p><p>pudesse lhes manter o sustento e gerar alguma riqueza. Ao longo do tempo essas buscas geraram</p><p>interesses opostos.</p><p>1 SCHWARTZ, S.B. op. Cit, p. 370.</p><p>10</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 05 – Brasil Colônia II</p><p>Essa busca de ambos os lados da relação metrópole-colônia teve 2 consequências importantes para</p><p>a formação do Brasil:</p><p>❖ a interiorização do território com expansão das fronteiras</p><p>❖ a diversificação econômica</p><p>Agora articula comigo uma ideia: a expansão territorial e a diversificação da economia são</p><p>processos combinados. Assim, temos de ter em mente que, conforme se buscavam alternativas</p><p>econômicas, o território brasileiro ia crescendo. Essa era a lógica, sacou?</p><p>Portanto, devemos estabelecer uma</p><p>relação entre a atividade desenvolvida, o</p><p>agente impulsionador dessa atividade e a</p><p>região onde ela ocorreu. Isso porque há uma</p><p>relação entre a ocupação do território e seu</p><p>desenvolvimento econômico. Sacou?</p><p>Por exemplo, a pecuária desenvolvida</p><p>pelos sertanistas nas regiões sul e nordeste</p><p>gerou a expansão territorial.</p><p>Antes de mergulharmos nessas relações</p><p>territoriais e econômicas, quero que você se</p><p>lembre dos limites territoriais impostos pelo Tratado de Tordesilhas. Pega a visão no mapa sobre esses</p><p>limites e os relacione com as áreas de exploração de ambas as metrópoles.</p><p>11</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 05 – Brasil Colônia II</p><p>Tendo essas dimensões em mente, podemos afirmar que o povoamento, até meados do século</p><p>XVII, era litorâneo. Entretanto, a partir do século XVII a interiorização territorial ganhou um impulso.</p><p>Portugueses e colonos da América Portuguesa ultrapassaram as fronteiras impostas pelo Tratado de</p><p>Tordesilhas. Foram várias e diferentes formas de realizar isso:</p><p>❖ expedições particulares – como as bandeiras;</p><p>❖ expedições oficiais, como as entradas;</p><p>❖ missões religiosas.</p><p>Nesse processo a coroa portuguesa se fez de “boba” – como se nada soubesse do que ocorria na</p><p>colônia. Quando a Espanha denunciava alguma invasão territorial, logo o rei português tratava de fazer</p><p>declarações públicas de indignação, de punição e tomada de “medidas enérgicas” – nada saía do palavrório,</p><p>por suposto. (vai sacando de onde vem nossa cultura de governos que fecham os olhos para os poderosos</p><p>que desrespeitam as leis do país ).</p><p>Havia, contudo, uma área que quero que vossas senhorias, nobres alunos, lembrem-se sempre: a</p><p>região da Bacia do Prata!!!!!</p><p>12</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 05 – Brasil Colônia II</p><p>Devido à navegabilidade e à possibilidade de uso comercial dessa Bacia, essa foi uma região</p><p>altamente disputada. Até o século XIX essa área esteve em litígio e isso gerou guerras, como</p><p>a da Cisplatina e a do Paraguai. Fiquem atentos para esse assunto nas próximas aulas!!</p><p>Conclusão dessa relação entre as metrópoles ibéricas: portugueses e colonos foram penetrando no</p><p>território de maneira lenta, porém, constante. E nesse percurso, foram desenvolvendo diversas atividades</p><p>econômicas. Assim, o Brasil foi se formando!</p><p>2.1 – Território e economia: o Brasil nunca foi só açúcar</p><p>Antes de entrarmos nos aspectos específicos da expansão territorial e diversidade econômica quero</p><p>lembrar de um aspecto fundamental da economia colonial: O Brasil nunca foi só açúcar!</p><p>Havia outros produtos que acabavam sendo exportados. Evidentemente, não em larga escala como</p><p>o açúcar, mas sim atrelados a atividades específicas e em regiões fronteiriças. Veja:</p><p>i. É o caso do couro, no Sul – produto comercializado com as regiões vizinhas na Bacia do rio</p><p>da Prata.</p><p>ii. Além disso, na Bahia desenvolveu-se uma forte produção de tabaco/fumo. O tabaco era</p><p>comercializado no eixo do comércio de pessoas escravizadas. Para acompanhar o fumo,</p><p>vendia-se para os comerciantes de escravos a cachaça – que fazia muito sucesso com os</p><p>operadores deste tipo de comércio atlântico.</p><p>Com efeito, a subordinação da colônia à metrópole não impediu a existência de outras atividades</p><p>econômicas internas. A produção agrícola de produtos voltados para o abastecimento e manutenção das</p><p>Imagem de satélite do Estuário</p><p>do Rio da Prata, entre a</p><p>Argentina e o Uruguai atuais. O</p><p>rio Uruguai e o Rio Paraná</p><p>formam o Rio da Prata. Acima</p><p>do Paraná tem o Rio Paraguai</p><p>(está indicado com a seta).</p><p>Juntos formam a Bacia do Rio</p><p>da Prata.</p><p>13</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 05 – Brasil Colônia II</p><p>atividades coloniais deu um dinamismo que muitas vezes ficou esquecido nas narrativas sobre a</p><p>macroeconomia (sistema de exploração colonial) desse período.</p><p>Havia um comércio de alimentos como mandioca, arroz, milho, feijão. A pecuária extensiva também</p><p>fornecia alguma carne e couro próximo aos engenhos. Essa era a microeconomia colonial.</p><p>Assim, quando afirmamos que a partir de meados do século XVII havia uma busca por outras</p><p>atividades econômicas, muitas vezes, na prática, ocorreu a intensificação e ampliação de atividades que os</p><p>colonos, negros, índios, mestiços já conheciam e já desenvolviam antes mesmo da crise do açúcar.</p><p>Dessas atividades, podemos listar as que se relacionaram com a expansão territorial:</p><p>➢ Pecuária: nas regiões Norte e Sul;</p><p>➢ Fumo/tabaco: Bahia;</p><p>➢ Drogas do sertão e algodão: Norte</p><p>➢ Bandeirismo: Sudeste</p><p>Vale também listar os principais agentes da ocupação do interior, conforme Cotrim (2012,</p><p>p. 310):</p><p># exploradores em expedições militares: patrocinados pelo governo para expulsar estrangeiros.</p><p># bandeirantes: percorriam o sertão para aprisionar indígenas e escravos africanos fugidos, e</p><p>procurando metais preciosos.</p><p># jesuítas missionários: fundaram aldeamentos para catequizar Indígeas e para explorar drogas</p><p>do sertão.</p><p># criadores de gado em regiões do interior.</p><p>Agora, o que, de fato, foi descoberto nesse período de movimentação para o interior das terras</p><p>brasileiras foi o ouro. Principalmente, por meio das atividades de exploração territorial dos bandeirantes</p><p>paulistas na região sudeste, em Minas Gerais, e na região Centro-Oeste, Goiás.</p><p>Isso tem uma importância enorme, não apenas porque era, enfim, a realização do sonho de Portugal –</p><p>e a possibilidade de reequilibrar as contas da metrópole –, mas porque transformou o sentido, a</p><p>intensidade e a complexidade da economia colonial já existente. Assim, grosso modo, podemos falar de</p><p>uma economia colonial antes e depois do ouro. É dessa forma que eu quero que você articule as</p><p>próximas informações, relacionando-as com o ciclo</p><p>portuguesa durante o século XVII.</p><p>Esse período coincide com a crise do açúcar e com o aumento das expedições bandeirantes. No Nordeste,</p><p>a pecuária se desenvolveu de forma auxiliar, como suporte para a economia açucareira. Bois, cavalos e</p><p>mulas eram necessários para o transporte e para o arado de tração animal. Por sua vez, no Sul, a economia</p><p>pecuária esteve ligada às expedições bandeirantes e às missões jesuítas. Conforme a região era ocupada</p><p>por esses colonizadores, a criação de gado e muares se intensificava. No entanto, é no final do século XVII</p><p>que um acontecimento dará um grande impulso para os dois polos criadores de gado na colônia e é esse</p><p>o objeto de interesse da presente questão. Então, vejamos as alternativas:</p><p>a) Correta! Com a descoberta de ouro pelos bandeirantes paulistas, na região de Minas Gerais, a região</p><p>Sudeste se desenvolveu rapidamente como predominantemente urbana e mineradora. Ou seja, não havia</p><p>muito espaço para investimento em produção agrícola nem pecuária. Por isso, se buscava o couro e</p><p>outros alimentos produzidos no Nordeste e no Sul. Além disso, o gado ainda era utilizado para transportar</p><p>esses produtos entre as regiões.</p><p>b) Incorreta. A região açucareira, isto é, o Nordeste não precisava de abastecimento. Paralelamente à</p><p>produção extensiva de cana-de-açúcar era plantado alguns gêneros de subsistência como o feijão e a</p><p>mandioca. Nas vilas e cidades costeiras, a pesca também ajudava no fornecimento de alimentos.</p><p>c) Incorreta. De fato, como eu disse no comentário, inicialmente esse era o principal objetivo da pecuária</p><p>na colônia. Contudo, com a crise do açúcar e com a descoberta do ouro em Minas Gerais, a pecuária se</p><p>tornou uma atividade econômica independente da produção açucareira.</p><p>d) Incorreta. Mais uma vez, realmente isso foi o impulso inicial da criação de gado no Sul da colônia. No</p><p>entanto, a atividade só foi impulsionada, tornando-se lucrativa, com a demanda mineira por couro e carne</p><p>de outras regiões da colônia.</p><p>e) Incorreta. Por um lado, está correto que havia demanda na região mineradora de charque gaúcho e</p><p>nordestino. Porém, não era única coisa que os mineiros precisavam comprar de outras partes da colônia.</p><p>Basicamente, eles tinham que comprar todos os seus alimentos, ferramentas, utensílios, roupas e outras</p><p>mercadorias necessárias no dia a dia.</p><p>Gabarito: A</p><p>(Estratégia Militares/2021/Inédita/Profe. Alê Lopes)</p><p>O combate à presença estrangeira, especialmente durante a União Ibérica, também contribuiu para a</p><p>ocupação do interior do Nordeste e da região que hoje chamamos Amazônica. Foram construídas</p><p>fortificações pelas expedições militares que ao longo do tempo</p><p>96</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 05 – Brasil Colônia II</p><p>a)Contribuíram para o processo de urbanização, já que as fortificações viraram importantes cidades, como</p><p>Fortaleza.</p><p>b)Imprimiram um caráter de extermínio indígena no processo de expansão territorial, já que as fortificações</p><p>foram construídas por portugueses.</p><p>c)Desapareceram por falta de uso, logo após a expulsão dos estrangeiros franceses e holandeses.</p><p>d)Tornaram-se aldeias jesuíticas com o objetivo de controlar os índios e, assim, catequizá-los.</p><p>e)Ajudaram na memória dos primeiros anos de colonização, mas sem qualquer utilidade prática.</p><p>Comentários</p><p>Atente-se para a menção à União Ibérica no enunciado. Este foi o nome dado à fusão das Coroas espanhola</p><p>e portuguesa entre 1580 e 1640, governada pelo rei espanhol Filipe II. Com isso, Portugal e suas colônias</p><p>passaram a ser consideradas inimigas pela Holanda, com a qual a Espanha estava em guerra no período.</p><p>Ao longo da primeira metade do século XVII, os holandeses conquistaram partes do território nordestino,</p><p>no Brasil, onde se concentrava a produção açucareira, principal atividade econômica da colônia. Em razão</p><p>disso, a Coroa começou a procurar novas formas de exploração do território para compensar esse prejuízo.</p><p>Por outro lado, as fronteiras definidas pelo Tratado de Tordesilhas foram suspensas. Assim, o governo</p><p>metropolitano passou a promover o desbravamento do interior da América do Sul, principalmente em</p><p>busca de ouro. Em 1616, por iniciativa governamental, iniciou-se a ocupação da região Norte, que começou</p><p>no Maranhão e foi até o Amazonas. A principal Expedição de Reconhecimento dessa grande região ocorreu</p><p>em 1637 (sete anos depois de os holandeses tomarem Pernambuco), comandada por Pedro Teixeira. Ele</p><p>começou na foz do Amazonas, subiu todo o rio e depois foi por terra. Seguiu cruzando o território até</p><p>chegar nos Andes, em Quito, no Peru. Esse é um caminho de reconhecimento, mas, também de destruição</p><p>dos povos ribeirinhos (que viviam às margens do rio) e indígenas. Os sobreviventes fugiram mata adentro</p><p>e, na volta dos colonos, era impossível instalar qualquer sistema de exploração colonial, uma vez que os</p><p>europeus não sabiam cultivar em zonas de mata tropical fechada como a Amazônia. Da mesma forma, os</p><p>portugueses não contavam com nenhuma interação com os povos da floresta. A metrópole, então,</p><p>secundarizou essa região, apenas criando 2 grandes regiões administrativas chamadas de Maranhão e Grão</p><p>Pará. Contudo, alguns colonos, nessas andanças, notaram que diversos povos usavam produtos da floresta</p><p>para fins medicinais e alimentícios. Eram frutas, ervas, folhas, raízes que passaram a ser apelidadas de</p><p>“drogas do sertão”. Então, eles começaram a fazer o extrativismo dessa riqueza natural usando, para isso,</p><p>mão de obra de indígena escravizada. Agora que estamos mais atinados ao contexto, vamos avaliar qual</p><p>alternativa está correta sobre as fortificações construídas ao longo da ocupação do interior do Nordeste</p><p>brasileiro:</p><p>a) Correta! Na maioria dos territórios que foram colônias no passado, as primeiras cidades se</p><p>desenvolveram a partir de feitorias e fortificações construídas pelas primeiras expedições colonizadoras.</p><p>Isso porque era nesses locais que as matérias primas e mercadorias eram trocadas entre colonos, indígenas</p><p>e europeus. Igualmente, era onde ficavam inicialmente sediados órgãos administrativos e militares.</p><p>b) Incorreta. Essa afirmação não está errada por si só. Contudo, do ponto de vista do interesse do enunciado</p><p>ela foge do tema. Realmente, as fortificações são expressão do caráter militar e da violência com os quais</p><p>os povos nativos foram tratados pelos portugueses. No entanto, essas construções também serviam para</p><p>proteger a colônia de invasões de nações europeias rivais. Considerando o contexto do século XVII, com as</p><p>invasões holandesas recém ocorridas, as fortificações tinham uma dupla função: proteger tanto dos outros</p><p>europeus quanto de ataques indígenas. No caso, o enunciado está particularmente interessado na reação</p><p>aos estrangeiros.</p><p>c) Incorreta. Muitas fortificações continuam existindo até hoje, algumas inclusive em funcionamento.</p><p>Outras foram tombadas como patrimônio histórico.</p><p>97</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 05 – Brasil Colônia II</p><p>d) Incorreta. Os jesuítas não construíram fortificações, mas sim aldeamentos nos quais eram edificados</p><p>colégios, moradias e templos. Os aldeamentos podiam se dedicar à atividades extrativistas, agrícolas ou</p><p>pecuárias, dependendo da região que se encontravam. De acordo com o tipo de trabalho desempenhado</p><p>nele, outros tipos de construções podiam ser feitas, como moendas, celeiros e armazéns.</p><p>e) Incorreta. A utilidade prática dessas edificações era a segurança do povoamento e da colônia de modo</p><p>geral, como já enfatizei acima.</p><p>Gabarito: A</p><p>(Estratégia Militares/2021/Inédita/Profe. Alê Lopes)</p><p>A pobreza da inicialmente próspera capitânia de São Vicente, diante do sucesso do empreendimento</p><p>açucareiro no Nordeste, levou à organização de bandeiras. Essas expedições podem ser classificadas</p><p>conforme seu objetivo.</p><p>Correlacione a coluna I e II de modo a caracterizar corretamente os três tipos de bandeiras:</p><p>Coluna I (tipos de Bandeiras)</p><p>Bandeira de apresamento</p><p>Bandeira de contrato</p><p>Bandeira de Prospecção</p><p>Coluna II (objetivos)</p><p>( )Destinadas a capturar e aprisionar escravizados fugidos e refugiados em quilombos.</p><p>( )Destinadas a procurar riquezas minerais.</p><p>( )Destinadas a atuar no mercado de escravizados, apresando indígenas, inclusive de missões jesuíticas.</p><p>Assinale a alternativa que indique a ordem correta da associação entre a Coluna I e Coluna II:</p><p>a)III, II, I</p><p>b)I, II, III</p><p>c)II, I, III</p><p>d)II, III, I</p><p>e)I, III, II</p><p>Comentários</p><p>É fácil notar que o tema da questão bandeirantismo no Brasil Colônia. Como aponta o texto destacado,</p><p>essa atividade floresceu na capitânia de São Vicente. Lembre-se que inicialmente, nos séculos XVI e XVII,</p><p>essa região da colônia não recebia grande investimento da Coroa, devido à sua localização mais distante,</p><p>quando comparada ao Nordeste. Isso encarecia o transporte e consequentemente qualquer</p><p>investimento. Assim, os paulistas desenvolveram uma singela economia de subsistência. Havia algumas</p><p>plantações de pequeno e médio porte, que produziam gêneros como mandioca, feijão, açúcar, entre</p><p>outros necessários no cotidiano. Por outro lado, parte desses colonos também passaram a organizar</p><p>expedições ao interior das matas, em busca de riquezas, como ouro e prata, além de indígenas para</p><p>escravizar, ou ainda, insumos para sobrevivência. Com isso, constituiu-se uma cultura e uma mentalidade</p><p>próprias, fundamentadas no desenraizamento. Nada prendia o bandeirante à terra. Durante o século XVII</p><p>e XVIII houve uma grande intensificação das bandeiras, que resultou na maior ocupação do território</p><p>brasileiro. Agora, note que o enunciado direciona a questão para os diferentes tipos de bandeiras. Cada</p><p>um deles tinha objetivos distintos. Com isso em mente, vejamos as associações corretas entre as colunas</p><p>I e II:</p><p>( II ) Destinadas a capturar e aprisionar escravizados fugidos e refugiados em quilombos.</p><p>Também chamado de sertanismo de contrato, esse tipo de bandeira costumava ser contrata por</p><p>senhores de escravos ou pelo governo para caçar cativos em fuga e destruir quilombos. Inclusive, esses</p><p>98</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 05 – Brasil Colônia II</p><p>bandeirantes eram contratados para isso até mesmo em outras regiões da colônia. Nesse sentido, o caso</p><p>do Quilombo dos Palmares é emblemático. A bandeira liderada pelo paulista Domingos Jorge Velho foi</p><p>responsável por um dos últimos e mais bem sucedidos ataques àquele refúgio, capturando o líder Zumbi.</p><p>( III ) Destinadas a procurar riquezas minerais.</p><p>As bandeiras de prospecção muitas vezes eram iniciativa dos próprios bandeirantes em busca de</p><p>riquezas. Entretanto, era comum também que a Coroa os contratasse para essa função, sobretudo depois</p><p>que os primeiros bandeirantes encontraram ouro em Minas Gerais, no final do século XVII.</p><p>( I ) Destinadas a atuar no mercado de escravizados, apresando indígenas, inclusive de missões jesuíticas.</p><p>A escravidão indígena foi amplamente usada no Brasil Colônia a partir da instalação do projeto</p><p>açucareiro no Nordeste, por volta da década de 1530. Contudo, passou a ser desencorajada pela Coroa e</p><p>condenada pelos jesuítas, com base em argumentos religiosos. Por outro lado, a partir dos anos 1570, a</p><p>escravidão africana foi a solução encontrada para o dilema. Havia uma base teológica para a escravização</p><p>de africanos (além de infiéis, eles supostamente eram descendentes de Cam). Paralelamente, o comércio</p><p>internacional de escravizados africanos pareceu altamente lucrativo para os portugueses e de fato acabou</p><p>sendo e se tornando um dos pilares da economia colonial. No entanto, os preços dos cativos africanos</p><p>eram altos demais para colonos de regiões mais pobres e afastadas como a capitânia de São Vicente. Por</p><p>isso, muitos deles recorriam aos bandeirantes para caçar indígenas e escraviza-los ilegalmente. Os</p><p>bandeirantes atacavam tanto tribos e comunidades independentes quanto os aldeamentos jesuítas onde</p><p>residiam centenas de nativos convertidos.</p><p>Portanto, a alternativa correta é a letra “d”.</p><p>Gabarito: D</p><p>(Estratégia Militares/2021/Inédita/Profe. Alê Lopes)</p><p>Sobre a origem dos bandeirantes na região de São Paulo, é correto afirmar que</p><p>a) Exterminaram os indígenas a partir de sua aliança com franceses.</p><p>b) Fizeram acordos com indígenas, o que incluía a união com mulheres indígenas, de modo que se formou,</p><p>nessa região, um povo mestiço.</p><p>c) Descobriram ouro sozinhos, sem apoio da Coroa ou de povos indígenas.</p><p>d) Formaram a Vila mais próspera da colônia, a Capitânia de São Vicente.</p><p>e) Em conjunto com as missões jesuíticas, conseguiram povoar São Paulo com indígenas vindos de Sete</p><p>Povos das Missões.</p><p>Comentários</p><p>O tema da questão é a origem do bandeirantismo. Essas eram expedições organizadas por autonomamente</p><p>por colonos paulistas. Seus objetivos eram variados e havia casos em que agiam por conta própria ou à</p><p>serviço de particulares e até da Coroa. As primeiras bandeiras datam do século XVI, mas é ao longo do XVII</p><p>e XVIII que elas se intensificam. Sabendo disso, vejamos o que é correto afirmar sobre a origem dessas</p><p>expedições:</p><p>a) Os bandeirantes não se aliavam aos franceses. Na verdade, foram mobilizados para combatê-los nas</p><p>ocasiões em que invadiram a América portuguesa.</p><p>b) Correta! O bandeirantismo surgiu em uma das capitânias mais pobres e isoladas nos primeiros séculos</p><p>de colonização, a capitânia de São Vicente. Por conta de sua distância da métropole, não recebia tanta</p><p>atenção e investimento da Coroa e dos comerciantes, que preferiram se dedicar à produção e exportação</p><p>de açúcar no Nordeste. Assim, no Sudeste, os colonos conseguiam apenas manter pequenas e médias</p><p>propriedades dedicadas à subsistência. Até havia algumas plantações de cana um pouco maiores que</p><p>99</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 05 – Brasil Colônia II</p><p>exportavam açúcar, mas nada comparado aos engenhos da Bahia e de Pernambuco. Esses fatores tiveram</p><p>duas consequências na relação dos colonos com os indígenas locais: 1) o pouco contato com a metrópole</p><p>contribuiu para que os colonos interagissem mais com os nativos para aprender sobre a região e mesmo</p><p>procriar, favorecendo a miscigenação; 2) a escassez de recursos e investimento impedia que os paulistas</p><p>comprassem muitos cativos africanos, o que tornou a escravização de indígenas mais atrativa pelo seu</p><p>baixo custo.</p><p>c) Incorreta. As bandeiras de prospecção, como eram chamadas aquelas dedicas a busca por metais</p><p>preciosos, agiam tanto por conta próprio quanto sob contratação da Coroa. Por exemplo, em 1671, Fernão</p><p>Dias Paes foi convidado pelo governador do Brasil, Afonso Furtado, para liderar uma grande bandeira em</p><p>busca de metais preciosos e esmeraldas. Somente dez anos depois, o velho bandeirante encontrou pedras</p><p>verdes, mas eram turmalinas, não esmeraldas. Ele morreu acreditando que fossem verdadeiras. Contudo,</p><p>coube a seu genro, Borba Gato encontrar ouro pela primeira vez, de forma independente. Após se</p><p>desentender e matar um figaldo na região de Minas Gerais, para não ser condenado preferiu se evadir nas</p><p>matas e acabou encontrando ouro no Rio das Velhas. Todavia, ele negociou com as autoridades o perdão</p><p>pelo crime em troca de revelar a localização exata dos veios de ouro. Borba Gato não só conseguiu o perdão</p><p>como foi elevado ao posto de lugar-tenente (oficial que desempenha, por delegação, as funções de outra</p><p>pessoa). Em seguida, indicou onde estava o metal precioso nos ribeirinhos e na serra de Sabará. Mais tarde,</p><p>ascenderia ao posto de Tenente-general do Mato e foi responsável pela organização da justiça, divisão das</p><p>lavras de ouro e o envio dos impostos que correspondiam à Coroa portuguesa. Esta, por sua vez, continuou</p><p>financiando bandeiras para encontrar mais reservas de metais preciosos. Com isso, vemos que a Coroa</p><p>manteve-se bem próxima das bandeiras de prospecção e sem seu investimento talvez elas não tivessem</p><p>propserado tanto. Por outro lado, como visto na alternativa</p><p>“b”, devemos lembrar que muitos bandeirantes</p><p>eram mestiços. Portanto, tinham contato mais ou menos amistosos com certos grupos indígenas que por</p><p>bem ou por mal lhes ensinaram bastante sobre os caminhos pelo sertão e pelas matas.</p><p>d) Incorreta. São Vicente não era a vila mais próspera da colônia, principalmente nos primeiros séculos de</p><p>colonização. Salvador e Olindas eram as mais ricas, devido à produção açucareira. Posteriormente, as vilas</p><p>e cidades mineiras se tornaram as mais prósperas em decorrência da extração aurífera ao longo do século</p><p>XVIII.</p><p>e) Incorreta. Bandeirantes e jesuítas não trabalhavam juntos. Na verdade eram rivais. O principal motivo</p><p>de discordância entre eles era a escravidão indígena. Os primeiros eram favoráveis e efetivamente se</p><p>embrenhavam nas matas atrás de indígenas para escravizar. Os segundos condenavam essa prática</p><p>baseados em uma justificativa teológica. Muitos clérigos e teólogos acreditavam que a América era um</p><p>pedaço do Jardim do Éden que havia se preservado longe da civilização. Logo, seus habitantes nativos</p><p>viviam em um estado primitivo anterior ao pecado original de Adão e Eva. Portanto, a escravidão não podia</p><p>ser empregada para civilizá-los e evangelizá-los como no caso de infiéis. Além disso, os jesuítas acusavam</p><p>que os bandeirantes e colonos que escravizavam nativos nem mesmo se preocupação com sua</p><p>evangilização, o que deslegitimava mesmo se aquele cativeiro fosse “justo”.</p><p>Gabarito: B</p><p>(Estratégia Militares/2021/Inédita/Profe. Alê Lopes)</p><p>No Nordeste, especialmente no Rio Grande do Norte e no Ceará, os colonizadores, na sua tentativa de</p><p>estabelecer um domínio nos campos agrícolas e de criação de gado, tentaram, de todas as formas, eliminar</p><p>as nações Tapuias.</p><p>Representa resistência indígena contra os colonizadores, durante ocupação colonial na região Nordeste:</p><p>a)Quilombo de Palmares</p><p>b)Confederação dos Tamoios</p><p>100</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 05 – Brasil Colônia II</p><p>c)Sete Povos das Missões</p><p>d)Guerra dos Emboabas</p><p>e)Confederação do Cariri</p><p>Comentários</p><p>Para responder essa questão é preciso identificar alguns elementos que nos ajudam a interpretá-la. O tema</p><p>é a resistência indígena durante a ocupação colonial na região Nordeste do Brasil. Mas em que período</p><p>exatamente? É mencionado que a colonização se exapndia para os territórios do Rio Grande do Norte e do</p><p>Ceará com o objetivo de estabelecer campos agrícolas e de criação de gado. A pecuária no Nordeste se</p><p>intensificou a partir do século XVII e XVIII. Com a crise do açúcar, essa atividade obteve maior autonomia e</p><p>importância na economia regional. Além disso, com a descoberta de ouro em Minas Gerais, o gado</p><p>nordestino passou a ser consumido por lá, por os mineiros se dedicavam quase que exclusivamente a</p><p>mineração. Isso criava a necessidade de comprar alimentos, ferramentas, utensílios, roupas, enfim,</p><p>basicamente tudo de outras partes da colônia. Com isso já sabemos o tempo, espaço e o tema: resistência</p><p>indígena no Nordeste brasileiro, na segunda metade do século XVII. Sabendo disso, vejamos:</p><p>a) Incorreta. O Quilombo do Palmares, na verdade, foi uma confederação de vários quilombos na Serra da</p><p>Barriga, em Pernambuco. Não se sabe a data exata em quando esses quilombos começaram a se formar.</p><p>As primeiras notícias sobre negros refugiados na região datam de 1597. Ao longo do século XVII, esses</p><p>refúgios cresceram, organizaram-se e resistiram às tentativas de captura e reescravização feitas por</p><p>portugueses e holandeses. A liderança de Zumbi se deu entre 1681 e 1695. Entretanto, Palmares continuou</p><p>resistindo até 1711, quando seu último líder, Mouza, é capturado. Apesar de os historiadores considerarem</p><p>provável que houvesse alguns indivíduos de origem indígena entre os refugiados em Palmares, este foi</p><p>predominantemente uma experiência de resistência de negros nascidos no Brasil e na África contra a</p><p>escravidão.</p><p>b) Incorreta. A Confederação dos Tamoios realmente foi uma experiência de resistência indígena. Porém,</p><p>ocorreu entre os anos de 1554 e 1567, no século XVI, cerca de cem anos antes da intensificação da pecuária</p><p>no Nordeste. Ademais, a Confederação dos Tamoios foi organizada por tribos do grupo dos Tupinambás</p><p>que envolvia os Tupiniquins, Aimorés e Temiminós, habitantes da região entre o litoral paulista e o sul</p><p>fluminense, hoje desde Bertioga até Cabo Frio.</p><p>c) Incorreta. As missões jesuítas que compunham os Sete Povos das Missões estavam localizadas no Rio</p><p>Grande do Sul. Elas foram fundadas por padres espanhóis, que agruparam indígenas em sete aldeamentos</p><p>para catequizá-los. Eram eles: a redução de São Francisco de Borja, de São Nicolau, São Miguel Arcanjo,</p><p>São Lourenço Mártir, São João Batista, São Luiz Gonzaga e Santo Ângelo Custódio. A primeira redução a</p><p>nascer foi a de São Francisco de Borja, em 1682, fundada pelo padre Francisco Garcia. A região se tornou</p><p>alvo de disputas entre espanhóis e portugueses. Os bandeirantes paulistas frequentemente atacavam os</p><p>aldeamentos para escravizar os indígenas neles residentes. Além disso, havia interessante de ambas as</p><p>Coroas em controlar a região, pois era pelos rios que a atravessavam que se exportava a prata extraída das</p><p>minas de Potosí, na Bolívia.</p><p>d) Incorreta. A Guerra dos Emboabas foi travada entre 1708 e 1709 em Minas Gerais. O conflito foi entre</p><p>bandeirantes paulistas e migrantes de outras partes da colônia e do império português que para lá</p><p>rumavam em massa ao saber da descoberta de ouro da região. Os paulistas entendiam que o território e o</p><p>direito a o explorar era somente deles, pois descobriram o ouro. Por isso, hostilizavam qualquer um de</p><p>outras regiões que ia para Minas em busca de enriquecimento fácil na extração aurífera. Eles passaram a</p><p>chamar essas pessoas de emboabas. Porém, estes em geral tinham mais recursos para investir da</p><p>exploração de ouro, estavam em maior número e mais bem armados, levando vantagem sobre os paulistas.</p><p>A Coroa não tinha interesse algum em que a luta continuasse, nem pretendia se indispor com nenhum dos</p><p>lados, pois necessitava de ambos: dos paulistas, para descobrir novas jazidas; e dos emboabas, para</p><p>explorar as já descobertas. Dessa forma, em 1709, Portugal enviou tropas e funcionários para pacificar a</p><p>101</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 05 – Brasil Colônia II</p><p>região, garantir a permanência dos forasteiros e, para não descontentar os paulistas, incorporar a área</p><p>mineradora a São Paulo. Com isso, foi criada a mais extensa capitânia brasileira: a de São Paulo e Minas de</p><p>Ouro.</p><p>e) Correta! Cariri é a designação da principal família de línguas indígenas do sertão do Nordeste, onde vários</p><p>grupos locais ou etnias foram ou são referidos como pertencentes ou relacionados a ela. Esses grupos</p><p>habitavam a região ao norte do rio São Francisco, principalmente nos atuais estados do Ceará, Rio Grande</p><p>do Norte e Paraíba. Com a expansão da ocupação portuguesa nesses territórios, para estabelecer núcleos</p><p>de povoamento, campos agrícolas e de criação de gado, na maioria das vezes, signficava deslocar as</p><p>populações indígenas localizadas nas proximidades dos rios. Assim, os conflitos surgiram. Os Cariri</p><p>enfrentaram uma guerra de extermínio que se seguiu à expulsão dos holandeses e que durou toda a</p><p>segunda metade do século XVII. Em reação, eles quase destruíram a colonização lusa em seus fundamentos.</p><p>A Confederação dos Cariri pegou de surpresa muitos capitães-mores do interior que não conseguiram</p><p>esboçar qualquer reação contra estes indígenas. Para auxiliar, foram chamadas tropas vindas de todo a</p><p>colônia, sobretudo de bandeirantes paulistas. Depois das batalhas, os prisioneiros mais fortes foram</p><p>exterminados, enquanto as mulheres e crianças foram escravizadas e enviadas para as fazendas como</p><p>forma de indenização aos proprietários de terra que foram prejudicados pela revolta com a destruição de</p><p>seus campos e residências.</p><p>Gabarito: E</p><p>(Estratégia Militares/2021/Inédita/Profe. Alê Lopes)</p><p>Após a anulação dos</p><p>limites impostos pelo Tratado de Tordesilhas, ocorrida durante a União Ibérica, foram</p><p>estabelecidos novos tratados para resolver as contínuas disputas entre espanhóis e portugueses no Sul da</p><p>Colônia, como:</p><p>a)Tratado de Petrópolis</p><p>b)Tratado de Rio Branco</p><p>c)Tratado de Badajós</p><p>d)1º. Tratado de Utrecht</p><p>e)Bula Intercoetera</p><p>Comentários</p><p>O tema da questão são os tratados que conformaram as fronteiras da América portuguesa, mais</p><p>especificamente na região norte. Nos atuais Uruguai e Rio Grande do Sul, na foz do Rio da Prata, havia uma</p><p>grande disputa entre espanhóis e portugueses, pois era por ali que a prata extraída de Potosí (Bolívia) era</p><p>exportada. Logo, quem controlasse o tráfego naquele rio, poderia cobrar taxas e impostos sobre a</p><p>circulação da prata. Como o enunciado destacou, entre 1580 e 1640, Portugal e Espanha se fundiram na</p><p>União Ibérica governada pelo rei espanhol Filipe II. Isso suspendeu os limites entre seus territórios coloniais</p><p>acordados em 1494, pelo Tratado de Tordesilhas. No entanto, quando os portugueses recuperaram sua</p><p>independência, nenhum novo tratado foi firmado de imediato e os colonos lusitanos passaram a avançar</p><p>sobre o território teoricamente espanhol. As disputas em torno das colônias em torno do Rio de Prata estão</p><p>inseridas nesse contexto. Agora, vejamos qual alternativa aponta correta um dos vários tratados assinados</p><p>entre Portugal e Espanha ao longo do século XVIII para resolver a questão:</p><p>a) Incorreta. O Tratado de Petrópolis é de 1903. Lembre-se que esse acordo esteve relacionado com a</p><p>Questão do Acre, ocorrida na Primeira República, ou seja MUITO tempo depois dos acontecimentos aqui</p><p>tratados. Intimamente ligado ao boom da exploração de borracha na Amazônia, o território do Acre era</p><p>alvo de disputas entre a Bolívia e o Brasil, já independentes a muitos anos naquele momento. Ambos</p><p>tinham interesses em arrecadar impostos sobre a exploração no local e garantir acordos com as</p><p>multinacionais interessadas na borracha. Esse processo também foi marcado pela migração de vários</p><p>102</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 05 – Brasil Colônia II</p><p>brasileiros de outras regiões do país para o território amazônico para trabalharem na nova atividade</p><p>extrativista.</p><p>b) Incorreta. Esse é outro nome dado ao Tratado de Petrópolis, visto que a capital do Acre é Rio Branco.</p><p>c) Correta! Assinado em 1801, esse tratado devolveu a Portugal grande parte do Rio Grande do Sul (Sete</p><p>Povos das Missões), mas a Espanha manteve o domínio do estuário do Prata ao afirmar sua posse da região</p><p>de Sacramento. O tratado representou o fim dos conflitos territoriais entre portugueses e espanhóis, além</p><p>de assegurar ao Brasil a maior parte de sua configuração atual. Lembrando que este é o último de cinco</p><p>tratados assinados entre as duas nações sobre a posse daquela região. Os demais foram: o Segundo tratado</p><p>de Utrecht (1715); o Tratado de Madri (1750); o Tratado do Pardo (1761); e o Tratado de Santo Idelfonso</p><p>(1777).</p><p>d) Incorreta. Na verdade, por meio desse tratado, a França reconheceu o direito exclusivo de navegação</p><p>dos portugueses no Rio Amazonas, em troca do reconhecimento luso da posse da Guiana pelos franceses.</p><p>O Rio Oiapoque passou a ser o limite entre as duas colônias, o que ratificou o pertencimento do Amapá ao</p><p>território brasileiro. Com isso, vemos que não tinha nenhuma relação com a disputa entre portugueses e</p><p>espanhóis pela foz do Rio da Prata.</p><p>e) Incorreta. A Bula Intercoetera foi o acordo firmado entre Espanha e Portugal, por intermédio do papa</p><p>Alexandre VI, em 1493. É anterior ao Tratado de Tordesilhas e definia que uma linha imaginária a 100 léguas</p><p>a oeste do Arquipélago de Cabo Verde seria o limite entre as possessões portuguesas e espanholas. No ano</p><p>seguinte, as duas nações redefiniram esse limite para 370 léguas a oeste do mesmo arquipélago.</p><p>Gabarito: C</p><p>(Estratégia Militares/2021/Inédita/Profe. Alê Lopes)</p><p>As primeiras descobertas significativas de ouro na América portuguesa estão ligadas à expansão</p><p>bandeirante e datam do final do século XVII, quando a produção e comercialização do açúcar enfrentavam</p><p>um período de crise.</p><p>São consequências da descoberta do ouro:</p><p>I - Ocupação e povoamento do interior do Brasil.</p><p>II - Urbanização com a formação de vilas e cidades.</p><p>III - Insatisfação do comércio já que não havia abastecimento</p><p>IV - Deslocamento do eixo político e econômico do Nordeste para o Centro-Sul da Colônia.</p><p>V- Introdução do Barroco como instrumento de doutrinação católica.</p><p>Assinale a alternativa que apresenta todos os itens corretos:</p><p>a)I, II, III, IV</p><p>b)I, II,III, V</p><p>c)I, II, IV</p><p>d)I, II, IV, V</p><p>e)II,IV, V</p><p>Comentários</p><p>As primeiras jazidas de ouro foram encontrar na região de Minas Gerais por bandeirantes paulistas, entre</p><p>as décadas de 1680 e 1690. Como dito, naquele momento a América portuguesa vivienciava uma crise do</p><p>açúcar, devido aos prejuízos causados pelas invasões holandesas e pela fundação de colonias exportadoras</p><p>de açúcar por outras nações europeias no Caribe, que passaram a competir com o produto brasileiro. Como</p><p>já se tinha a suspeita que era possível encontrar metais preciosos no interior da América do Sul, devido às</p><p>minas de prata na Bolívia, a Coroa portuguesa passou a contratar bandeiras de prospecção para procurar</p><p>por reservas naturais desses metais. Quando finalmente foi encontrado ouro, isso causou uma</p><p>103</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 05 – Brasil Colônia II</p><p>transformação significativa na economia colonial, que passou a ter um novo polo. Com isso em mente,</p><p>vejamos quais dos itens apontam consequências dessa descoberta:</p><p>I – Verdadeira! A exploração aurífera atraiu pessoas de todas as partes da colônia e do império portuguesa.</p><p>Os boatos que circulavam diziam que havia ouro em abundância e era facilmente encontrado até nas</p><p>margens dos rios. A população colonial passou de 300 mil habitantes no final do século XVII para 3,3 milhões</p><p>no final do século XVIII. A ocupação e povamento da região mineradora, como o atual estado de Minas</p><p>Gerais e, em seguida, Goiás e Mato Grosso, alteraram o caráter predominantemente rural da colonização,</p><p>com o surgimento de diversas vilas e cidades.</p><p>II – Verdadeira, pelas mesmas razões que o item anterior.</p><p>III – Falsa. Na verdade, como grande parte dos esforços se concentraram em usar a terra para explorar</p><p>ouro, não havia muito espaço para plantações e criação de animais. Com isso, o comércio foi a segunda</p><p>atividade econômica que floresceu no Sudeste. Os mineiros passaram a comprar e revender produtos de</p><p>outras partes da colônia, como o gado gaúcho e nordestino, além de gêneros alimentícios das pequenas e</p><p>médias plantações espalhadas pelas capitânias de São Paulo e Rio de Janeiro.</p><p>IV – Verdadeira! Rapidamente, a extração de ouro se tornou a atividade mais lucrativa da colônia. Devemos</p><p>lembrar que como a economia era mercantilista, o padrão de riqueza era medido com base na quantidade</p><p>de metais preciosos acumulados, o chamado padrão ouro. Portanto, a região de Minas Gerais passou a ser</p><p>a maior preocupação da Coroa. Inclusive, foram criadas instituições específicas para sua administração com</p><p>o objetivo de inibir o contrabando de ouro. Até mesmo ordens religiosas foram proibidas de se estabelecer</p><p>na região, pois o clero era isento de impostos. Caso alguma ordem decidisse se dedicar a exploração de</p><p>ouro, como aldeamentos jesuítas que entravam no ramo da criação de gado ou produção agrícola, o</p><p>governo não poderia taxá-la, perdendo o acesso a uma quantidade significativa de ouro. Dessa forma, o</p><p>desenvolvimento de um novo eixo econômico ocorreu, deslocando as atividades principais da costa</p><p>litorânea nordestina para o centro-sul. Isso determinou a transferência da capital de Salvador para o Rio de</p><p>Janeiro, em 1763, por onde boa parte do ouro era exportado para a metrópole. Além disso, como comentei</p><p>no item III, os mineiros passaram a consumir produtos de outras partes da colônia,</p><p>gerando um fluxo de</p><p>pessoas, mercadorias e capitais para o Sudeste.</p><p>V – A arte mineira foi marcada pelo estilo barroco, em voga na Europa até princípios do século XVIII.</p><p>Tratava-se de um estilo intimamente ligado à Contrarreforma católica, por expressar os fundamentos da</p><p>devoção religiosa por meio de construções, esculturas e iconografias que enalteciam os princípios do</p><p>catolicismo. No barroco há uma multiplicidade de formas, como se vê em imagens disformes e irregulares,</p><p>como forma de afirmação de postulados religiosos. Trazido pelos jesuítas, tomou características</p><p>particulares em Minas Gerais, principalmente em função da distância do litoral e das dificudlades de</p><p>importação de materiais e técnicas construtivas. Assim, criou-se uma arte diferenciada, marca pelo</p><p>regionalismo. Expressou-se principalmente pelas igrejas construídas pelas irmandades, na confecção de</p><p>santos e anjos em madeira, na ornamentação de altares, fazendo uso de madeira e pedra-sabão. O barroco</p><p>esteve intimamente ligado à religiosidade da época e dentre seus artistas destacaram-se Antônio Francisco</p><p>Lisboa, o Aleijadinho, com suas esculturas de pedra-sabão que substituía o mármore, e Manoel da Costa</p><p>Ataíde na pintura.</p><p>Portanto, a alternativa correta é a letra “d”.</p><p>Gabarito: D</p><p>(Estratégia Militares/2021/Inédita/Profe. Alê Lopes)</p><p>104</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 05 – Brasil Colônia II</p><p>Se o quinto recolhido no ano não atingisse o valor mínimo, a diferença seria completada pela derrama,</p><p>cobrança compulsória feita por soldados metropolitanos autorizados a invadir casas e confiscar bens e</p><p>propriedades até completar o valor.</p><p>Qual foi o valor anual mínimo do quinto imposto pela Coroa Portuguesa?</p><p>a)1000 arrobas de ouro</p><p>b)100 arrobas de ouro</p><p>c)100 arrobas de ouro e 10 de diamantes</p><p>d)1450 quilos de ouro</p><p>e)100 arrobas independentemente de ouro ou diamante.</p><p>Comentários</p><p>Com a descoberta de ouro em Minas Gerais, no final do século XVII, a Coroa portuguesa se empenhou e</p><p>criar instituições e impostos específicas para a região. Algumas das instituições para administrar e controlar</p><p>a circulação de ouro foram a Intendência das Minas, criada em 1702, e as Casas de Fundição, em 1725.</p><p>Quanto aos impostos, inicialmente foram criados dois: o quinto, que taxava em 20% a extração de ouro; e</p><p>a capitação, que correspondia à cobrança de um valor por escravo maior de doze anos e de cada homem</p><p>livre que não possuísse cativo (faiscadores), e que se dedicassem a alguma atividade, realizada na área de</p><p>mineração, rendesse recursos pecuniários (comércio, hospedaria, transporte, criação de animais,</p><p>plantação e mesmo extração de metais). Todavia, na segunda metade do século XVIII, as reservas naturais</p><p>do metal precisos mostravam evidentes sinais de esgotamento. Em razão disso, a Coroa decidiu reformular</p><p>os impostos já existentes e criar um novo, a derrama. Esta foi instituída em 1765 e consistia na cobrança</p><p>de todos os impostos atrasados, realizada da forma descrita pelo enunciado. Entretanto, a questão</p><p>direciona sua pergunta para o valor anual mínimo do quinto, estabelecido a partir de 1750 no contexto de</p><p>reformulação dos impostos. Vejamos:</p><p>a) Incorreta.</p><p>b) Correta! Diante da crescente escassez de ouro e a necessidade de manter a receita da corte portuguesa,</p><p>o governo determinou que o quinto minímo total seria de 100 arrobas de ouro, equivalente a 1.468, 9 kg</p><p>do metal, por ano! A decisão só entrou em vigor a partir da década de 1770. Se o quinto recolhido ao longo</p><p>de todo o ano não atingisse esse valor, a diferença seria completada pela derrama.</p><p>c) Incorreta.</p><p>d) Incorreta.</p><p>e) Incorreta.</p><p>Gabarito: B</p><p>(Estratégia Militares/2021/Inédita/Profe. Alê Lopes)</p><p>Em 1755 Portugal passou por um terremoto que destruiu a cidade de Lisboa. Isso ocorreu no mesmo</p><p>momento em que reduzia a entrada de ouro vindo da colônia portuguesa na América. Diante de tal</p><p>situação, o então Ministro de Dom José I, Marques de Pombal, recorreu a algumas medidas econômicas.</p><p>São elas</p><p>a)Aumento de tributos e estabelecimento de monopólios por meio de companhias de comércio</p><p>b)Criação do subsídio literário</p><p>c)Expulsão dos jesuítas</p><p>d)Transformação de aldeias em vilas</p><p>e)Extinção das capitanias hereditárias</p><p>Comentários</p><p>105</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 05 – Brasil Colônia II</p><p>O tema da questão são as medidas pombalinas aplicadas à extração aurífera na América portuguesa, na</p><p>segunda metade do século XVIII. O Marquês de Pombal esteve no cargo de ministro entre 1755 e 1777,</p><p>período que não só corresponde ao terremoto em Lisboa, como também os crescentes sinais de</p><p>esgotamentos apresentados pelas reservas naturais de ouro em Minas Gerais. Diante disso, para manter a</p><p>receita da corte portuguesa, o governo tomou uma série de medidas para a manutenção da economia</p><p>colonial. Vejamos qual alternativa está correta em apontar tais medidas:</p><p>a) Correta! Na região mineradora, foi estabelecido um valor anual minímo (100 arroubas de ouro) para a</p><p>arrecada do quinto que passou a vigorar a partir dos anos 1770. Também foi criada a derrama, uma</p><p>cobrança de todos os impostos atrasados. Por outro lado, para diversificar a economia colonial, Pombal</p><p>concedeu monopólios a duas Companhias de Comércio: a de Pernambuco Paraíba, que na verdade tinha o</p><p>objetivo de recuperar a economai açucareira nordestina; e a do Grão-Pará e Maranhão, para incentivar a</p><p>produção algodoeira e a extração de drogas do sertão. Com esses monopolios, além de propulsionar as</p><p>economias regionais, o governo estabelecia maior controle sobre as exportações e importações na colônia,</p><p>otimizando a tributação.</p><p>b) Incorreta. Em nenhum momento foi criado subsídio literário durante o período colonial.</p><p>c) Incorreta. A expulsão dos jesuítas tinha motivações econômicas, mas não só. Do ponto de vista</p><p>econômico, os jesuítas eram isentos de pagar impostos, como qualquer membro do clero católico. No</p><p>entanto, era frequente esses religiosos estarem envolvidos em atividades econômicas lucrativas como</p><p>criação de gado, extração de borracha, plantação de açúcar, entre outras. Em alguns casos até exportavam</p><p>em larga escala sua produção. Como não eram obrigados a pagar impostos, o governo entendia que estava</p><p>tomando prejuízo já que não podia tomar uma parte desse lucro. Todavia, também existiam motivações</p><p>políticas e ideológicas para a expulsão dos jesuítas dos territórios portugueses. Pombal era um iluminista</p><p>e, por isso, o reinado de José I ficou conhecido como um exemplo de despotismo esclarecido. Isso gerava</p><p>um atrito entre Estado e Igreja, pois os iluministas defendia a laicização do governo e da educação. Haviam</p><p>clérigos, inclusive jesuítas, tanto em cargos públicos quanto na educação. Na realidade, os jesuítas</p><p>monopolizavam a educação nos territórios portugueses. O resultado foi a expulsão da Companhia de Jesus</p><p>de todos os domínios do Império lusitano, seja no reino ou nas colônias, em 1759. Assim, podemos concluir</p><p>que a alternativa é equivocada, uma vez que é reducionista ao afirmar que a expulsão dos jesuítas era uma</p><p>medida meramente econômica.</p><p>d) Incorreta. A urbanização vinha ocorrendo, sobretudo na região de Minas Gerais, desde o final do século</p><p>XVII devido a exploração aurífera, não à medidas aplicadas por Pombal.</p><p>e) Incorreta. Assim como a expulsão dos jesuítas, a extinção do sistema de capitânias hereditárias em 1759</p><p>teve razões tanto políticas quanto econômicas, o que torna reducionista a afirmação da alternativa. As</p><p>unidades administrativas regionais continuavam se chamando capitânias, mas deixaram de ser</p><p>hereditárias. Isso fez parte do esforço da Coroa em reforçar seu poder e a arrecadação de impostos na</p><p>colônia.</p><p>Gabarito: A</p><p>(Estratégia Militares/2021/Inédita/Profe. Alê Lopes)</p><p>No século XVII, a diferenciação interna da sociedade colonial, separando os interesses de comerciantes e</p><p>senhores de engenho no Nordeste, gerou tensões que levaram à luta armada.</p><p>Essas primeiras disputas</p><p>A) Revelavam a insatisfação de setores da sociedade colonial, sendo que havia por trás delas interesses</p><p>separatistas, como é o caso da Inconfidência Mineira.</p><p>B) Demonstravam a insatisfação de setores da sociedade colonial, mas contestavam apenas aspectos da</p><p>política colonial e não o sistema como um todo, como é o caso da Revolta de Beckman.</p><p>106</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 05 – Brasil Colônia II</p><p>C) Traziam a marca da insatisfação dos portugueses com a falta de privilégios e benefícios tais como os</p><p>concedidos pela Coroa, como é o caso da Guerra dos Mascates.</p><p>D) Marcaram o início do processo de independência, já que todas elas expressam a insatisfação e o desejo</p><p>de ruptura com a metrópole.</p><p>E) Expressam a insatisfação da elite letrada e das camadas populares que se insurgiram contra o sistema</p><p>colonial, como vemos na Inconfidência Mineira e Conjuração Baiana.</p><p>Comentários</p><p>O tema da questão são as revoltas coloniais na América portuguesa, ou seja, estamos falando de um</p><p>período que vai desde o fim da União Ibérica até a independência do Brasil. Naquele contexto, o Império</p><p>português passava por uma crise, pois os principais produtos produzidos na colônia tinham que competir</p><p>com outras colônias europeias na América que começaram a produzir as mesmas matérias-primas, como</p><p>o açúcar. Além disso, no final do século XVIII a extração aurífera estava em decadência, uma vez que as</p><p>reservas naturais de ouro nas Minas Gerais estavam se esgotando depois da intensa exploração que ocorria</p><p>desde fins do século XVII. Em razão disso, Portugal iniciou uma série de reformas para aperfeiçoar seu</p><p>controle sobre o Brasil de modo e garantir a arrecadação de grandes quantias de capital por meio de novos</p><p>impostos. Aumentaram os impostos principalmente sobre a extração de ouro e sobre os produtos</p><p>importados. Recorde que o Brasil não podia comprar produtos importados de outras nações que não</p><p>Portugal, por causa do Pacto Colonial. Foram essas reformas que motivaram elites e outros setores da</p><p>sociedade colonial a dar início a uma série de revoltas. É importante lembrar que todas os levantes</p><p>compreendidos nesse contexto não queriam necessariamente a mesma coisa. Algumas delas</p><p>compartilhavam certos princípios ideológicos, mas divergiam em seus objetivos. Por exemplo,</p><p>praticamente todas elas reivindicação o fim ou a diminuição dos impostos, mas nem todas defendiam a</p><p>independência do Brasil ou mesmo de sua região. Algumas delas foram apenas conflitos entre diferentes</p><p>grupos da sociedade colonial. Sabendo disso, note que o enunciado direciona a questão para as primeiras</p><p>disputas desse contexto, na região Nordeste. Então, vejamos:</p><p>a) Incorreta. De fato, a Inconfidência Mineira consistiu em uma revolta separatista. No entanto, teve lugar</p><p>em 1789, ou seja, foi uma das últimas revoltas coloniais na América Portuguesa, não as primeiras.</p><p>b) Correta! A Revolta de Beckman foi de caráter local e por demanda específica, contra a administração</p><p>colonial, porém, não houve um efetivo desejo de romper com a coroa ou proclamar emancipação do</p><p>Estado. A política metropolitana instituiu, em 1682, uma Companhia de Comércio (do Maranhão) com</p><p>intenção de abastecer a área com mão-de-obra escrava africana. Esta companhia não teria apenas o</p><p>monopólio da venda de escravos, mas de todo o comércio da região por determinado tempo. Somente os</p><p>missionários ficaram excluídos do monopólio da Companhia. A Revolta de Beckman, considerada como um</p><p>movimento nativista, foi uma rebelião ocorrida na cidade de São Luís (estado do Maranhão) em 1684,</p><p>devido a insatisfação crescente dos colonos com essas medidas. O movimento cresceu não apenas contra</p><p>a exploração da Companhia de Comércio do Maranhão, mas também contra os jesuítas. Acabou reprimido</p><p>de maneira violenta pela Coroa.</p><p>c) Incorreta. Na verdade, a Guerra dos Mascates se tratou de um conflito armado entre a elite olindense</p><p>(agroexportadora) e a elite recifense (comerciantes). O conflito se deu entre 1710 e 1711, na região de</p><p>Olinda e Recife, em Pernambuco. Toda a produção açucareira de Olinda era exportada por Recife, o que</p><p>tornava este porto um local importante na economia pernambucana. Além disso, era um ponto de</p><p>passagem de navios que viajavam entre Portugal, Brasil e África. Devido a esses fatores, os recifenses</p><p>reivindicavam se separar administrativamente de Olinda. Eles são atendidos pela Coroa e em 1709 Recife</p><p>é elevada a categoria de vila, com Câmara Municipal própria. Então, no ano seguinte, os olindenses atacam</p><p>Recife. A metrópole envia tropas para pôr fim ao conflito, em 1711. Três anos depois, um novo acordo é</p><p>firmado garantindo a elevação de Recife não só como vila, mas também como capital de Pernambuco.</p><p>107</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 05 – Brasil Colônia II</p><p>Nesse episódio, assim como na Revolta de Beckman, o objetivo não era a independência, mas sim um grupo</p><p>de colonos vencer outro.</p><p>d) Incorreta. Como destaquei no comentário, nem todas as revoltas coloniais expressavam o desejo de</p><p>romper definitivamente com Portugal ou com o restante da colônia, principalmente as primeiras disputas</p><p>que tiveram lugar entre o fim do século XVII e na primeira metade do XVIII. Estas revoltas eram marcadas</p><p>por rixas entre grupos distintos de colonos ou reivindicavam o fim ou alteração de medidas específicas da</p><p>administração colonial.</p><p>e) Incorreta. A alternativa não está errada na sua descrição dessas duas revoltas. Porém, as estão entre as</p><p>últimas, não as primeiras disputas internas que tiveram lugar no Brasil colônia. Além disso, vale ressaltar</p><p>que a participação da elite letrada não durou todo o movimento, durante a Conjuração Baiana. Conforme</p><p>libertos e cativos aderiram às reivindicações, os mais abastados foram se retirando do movimento. Com</p><p>isso, se tornou uma revolta essencialmente popular, defendo não só a independência da Bahia como</p><p>também o fim da escravidão.</p><p>Gabarito: B</p><p>(Estratégia Militares/2021/Inédita/Profe. Alê Lopes)</p><p>Na segunda metade do século XVIII, enquanto na Europa e nos Estados Unidos difundiam-se os ideais</p><p>liberais, o Brasil continuava ainda submetido ao estatuto colonial e ao absolutismo da Coroa Portuguesa. O</p><p>contraste entre o imobilismo desse sistema e as mudanças que ocorriam na Europa e na América do Norte</p><p>acabariam por levá-lo à crise.</p><p>(Arruda e Pilleti. História Geral e História do Brasil)</p><p>Na raiz do problema apresentado acima estão três processos históricos, corretamente e cronologicamente</p><p>identificados na alternativa</p><p>a)Revolução Industrial, Independência dos Estados Unidos da América e Revolução Francesa</p><p>b)Independência dos Estados Unidos, Revolução Francesa e Era Napoleônica</p><p>c)Independência dos Estados Unidos, Revolução Francesa e Independência do Haiti</p><p>d)Revolução Industrial, Revolução Francesa e Era Napoleônica</p><p>e)Independência dos Estados Unidos da América, Revolução Francesa e Estabelecimento da Família Real</p><p>Portuguesa no Brasil</p><p>Comentários</p><p>Esta é uma questão contextual, no sentido em que temos que identificar acontecimentos internacionais</p><p>que tiveram repercussão nos processos históricos em curso no Brasil. O período é o século XVIII, momento</p><p>no qual as ideias iluministas e liberais, inovações científicas e contestações ao Antigo Regime percorrem</p><p>todo o mundo ocidental. Com isso em mente, vejamos qual alternativa lista corretamente esses fatos</p><p>internacionais de grande relevância para a história brasileira naquele período. Lembre-se que eles devem</p><p>estar listados em ordem cronológica!</p><p>a) Correta! A Revolução Industrial teve início na Inglaterra, sobretudo no setor têxtil, em meados do século</p><p>XVIII. A Independência dos EUA declarada em 1776, ao que se seguiu a guerra de libertação nacional que</p><p>acabou em 1783 com a vitória norte-americana. Por fim, a Revolução Francesa foi deflagrada em 1789. A</p><p>ordem cronológica está correta. Além disso, esses três processos históricos estavam</p><p>diretamente</p><p>relacionados com o iluminismo e a profusão do ideário liberal. Essas ideologias carregavam fortes críticas</p><p>ao absolutismo, ao mercantilismo e à Igreja Católica. Apesar de muitas vezes não chegarem a propor o fim</p><p>do capitalismo ou mesmo da escravidão, esses movimentos causaram transformações políticas e</p><p>econômicas que consolidaram a sociedade burguesa e o Estado-nação liberal. Essas críticas e anseios</p><p>encontravam eco na América portuguesa, em um período no qual a Coroa buscava reforçar seu controle</p><p>sobre colônia, reformando instituições e criando novos impostos ao mesmo tempo que negava maior</p><p>108</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 05 – Brasil Colônia II</p><p>participação política dos colonos. A influência do iluminismo e do liberalismo no Brasil desse período</p><p>podem ser notadas na Inconfidência Mineira (1789) e na Conjuração Baiana (1798).</p><p>b) Incorreta. Apesar de ter início em 1799, a Era Napoleônica está mais inserida no contexto do século XIX</p><p>do que no XVIII, pois se estende até 1815.</p><p>c) Incorreta. A independência do Haiti ocorreu em 1804, portanto, posterior ao recorte abordado.</p><p>d) Incorreta, pela mesma razão que a letra “b”.</p><p>e) Incorreta. A família real portuguesa só chegou ao Brasil em 1808, logo, depois do contexto tratado aqui.</p><p>Gabarito: A</p><p>(Estratégia Militares/2021/Inédita/Profe. Alê Lopes)</p><p>O despertar da consciência nacional inicia-se no século XVIII. Os primeiros movimentos de certa</p><p>envergadura a contestar o estatuto colonial foram a Inconfidência Mineira e a Conjuração Baiana.</p><p>Assinale a alternativa que marca a diferença entre esses dois movimentos</p><p>a)Ambos tinham caráter emancipacionista e, por isso, lutavam pelo fim da dominação de Portugal.</p><p>b)Eram contrários ao abuso fiscal e à continuidade do pacto colonial.</p><p>c)Enquanto o movimento mineiro era formado por um grupo letrado da elite, o baiano contou com a</p><p>participação das camadas mais pobres da sociedade.</p><p>d)Enquanto a Inconfidência defendia a abolição dos escravos, na Bahia o assunto tinha divergências entre</p><p>os populares.</p><p>e)A devassa contra os dois movimentos teve desfecho diferente: em Minas gerais todos foram presos,</p><p>enquanto na Bahia houve enforcamento também.</p><p>Comentários</p><p>O século XVIII, no Brasil, é marcado por uma série de revoltas coloniais por meios das quais podemos</p><p>observar o processo de percepção dos colonos de seus próprios interesses, os quais se mostravam cada</p><p>vez mais antagônicos aos da metrópole. A insatisfação com o pacto colonial, a falta de meios para ampla</p><p>participação política das elites coloniais e demais setores da população na política institucional, a criação</p><p>de impostos abusivos e a resistência à escravidão contribuíam para os vários habitantes da colônia</p><p>perceberem gradativamente que queriam sua independência. Contudo, os projetos de nação</p><p>independente idealizados por cada movimento variaram conforme sua composição social. Com isso em</p><p>mente, vejamos quais as diferenças entre a Inconfidência Mineira (1789) e a Conjuração Baiana (1798):</p><p>a) Incorreta. Na verdade, isto era uma semelhança, não uma diferença, entre os dois movimentos. De fato,</p><p>cada um deles reivindicou a independência de suas respectivas capitânias em relação à Portugal e ao Brasil.</p><p>b) Incorreta. Essas também eram características comuns entre as duas revoltas.</p><p>c) Correta! Agora, sim, temos uma diferença básica entre os dois movimentos: justamente sua composição</p><p>social. Isso refletia nas pautas levantadas por cada um. Por exemplo, os mineiros não queriam o fim da</p><p>escravidão, enquanto os baianos, sim.</p><p>d) Incorreta. Na verdade, os baianos defendiam a abolição da escravidão, enquanto os mineiros optaram</p><p>por sua manutenção.</p><p>e) Incorreta. Em ambas houve prisão e execuções por enforcamento, com a diferença que em Minas Gerais</p><p>apenas um participante foi executado: Tiradentes, um dos menos abastados no movimento.</p><p>Gabarito: C</p><p>(Estratégia Militares/2021/Profe. Ale Lopes)</p><p>109</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 05 – Brasil Colônia II</p><p>A riqueza das minas pertencia à Coroa portuguesa, que concedia lotes (datas) aos mineradores para a</p><p>exploração do ouro. O trabalho nesses lotes era realizado por escravos, em locais denominados lavras.</p><p>Vendo no outro a possibilidade de revigorar sua economia, o governo português organizou um rígido</p><p>esquema administrativo para controlar a região mineradora.</p><p>(Cotrim, 2012, p. 325)</p><p>O principal órgão de controle administrativo para assegurar os interesses econômicos da Coroa portuguesa</p><p>era:</p><p>a) Casa de Fundição.</p><p>b) Casa da Moeda.</p><p>c) Intendência das Minas.</p><p>d) Intendência das Bandeiras.</p><p>e) Derrama.</p><p>Comentários</p><p>Aqui é memorização, minha gente. Pensou em órgão administrativo da região aurífera penou:</p><p>INTENDÊNCIA GERAL DAS MINAS! Tatua na mente. Assim, o gabarito é letra C.</p><p>Vamos analisar os erros das demais alternativas:</p><p>a) Errado. Casa de fundição era um órgão para fundir o ouro, transformar em barras e já separar o imposto.</p><p>b) Errado. A Casa da Moeda do Brasil foi fundada em 1694 pelos administradores coloniais portugueses,</p><p>em Salvador, para a fabricação de moedas de ouro proveniente das minerações.</p><p>c) Gabarito, conforme nosso comentário. Não se esqueça de que a Intendência é autoridade máxima na</p><p>região das minas. Teve o papel de elaborar regras, fiscalizar, executar, assessorar na atividade</p><p>extrativista.</p><p>d) Errado. Nem existiu isso no Brasil.</p><p>e) Errado. Derrama era a ação fiscal para executar as dívidas que os mineradores tinham com a Coroa. A</p><p>coroa estabeleceu o piso de 100 [cem] arrobas anuais de ouro na arrecadação do quinto (20% de todo</p><p>o ouro extraído.</p><p>Gabarito: C</p><p>(Estratégia Militares/2021/Profe. Ale Lopes)</p><p>O que ocorreu na Bahia de 1798, ao contrário das outras situações de contestação política na América</p><p>Portuguesa, é que o projeto que lhe era subjacente não tocou somente na condição, ou no instrumento, da</p><p>integração subordinada das colônias no império luso. Dessa feita, ao contrário do que se deu nas Minas</p><p>Gerais (1789), a sedição avançou sobre a sua decorrência.</p><p>JANCSÓ, I.; PIMENTA, J. P. Peças de um mosaico. In: MOTA, C. G. (Org.). Viagem Incompleta: a experiência</p><p>brasileira (1500-2000). São Paulo: Senac, 2000.</p><p>Dentre as diferenças entre a Inconfidência Mineira e a Conjuração Baiana, podemos elencar como marca</p><p>distintiva</p><p>a) em Minas, os revoltosos pretenderam eliminar a hierarquia militar, ao passo que os baianos quiseram</p><p>compor um força horizontalizada.</p><p>b) apenas a Conjuração Baiana defendia a proclamação de uma República.</p><p>c) apesar de ambos os movimentos criticarem a dominação da Coroa portuguesa, a ruptura com a</p><p>metrópole estava posta pelos conjurados de Salvador, mas não pelos mineiros.</p><p>110</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 05 – Brasil Colônia II</p><p>d) a participação popular caracterizou a Inconfidência Mineira, mas não o movimento ocorrido na Bahia.</p><p>e) a defesa do fim da escravidão levantada pelos baianos não foi posta pelos Inconfidentes mineiros.</p><p>Comentários</p><p>Questão que compara das duas revoltas coloniais emancipacionistas.</p><p>Vamos analisar cada item:</p><p>a) Errado. Não existiu o debate sobre isso. O que se pretendia, na Inconfidência Mineira, era estabelecer</p><p>um exército permanente para o Brasil.</p><p>b) Errado. Os dois movimentos tinham a reivindicação da república.</p><p>c) Errado. Os dois movimentos eram emancipacionistas, ou seja, queriam a emancipação em relação à</p><p>Portugal.</p><p>d) Errado. Na verdade, é o oposto. Na Bahia havia participação popular e em Minas Gerais o movimento</p><p>era mais elitista.</p><p>e) Gabarito. Apenas a Conjuração Baiana defendeu a causa abolicionista.</p><p>Gabarito: E</p><p>(Estratégia Militares/2020/professora Alê Lopes)</p><p>Durante o período da mineração no Brasil colônia, a forma com que a Metrópole portuguesa controlava a</p><p>atividade econômica estimulou a tensão entre parte da população de minas e os agentes régios. Nesse</p><p>sentido, é considero como estopim da Inconfidência Mineira:</p><p>a) a proibição</p><p>de trabalhadores livres na exploração das minas de ouro e em atividades conexas.</p><p>b) a imposição do imposto do “sexto”.</p><p>c) a Derrama.</p><p>d) a transferência da capital da colônia de Salvador para São Joao Del Rey.</p><p>e) a obrigação de o ouro ser trocado por papel moeda nas Casas de Fundição.</p><p>Comentários</p><p>a) errado, pois, conforme o professor Celso Furtado em Formação Econômica do Brasil, durante a economia</p><p>mineira do século XVIII, apesar de ter sido baseada no trabalho escravo, foram ofertadas muitas</p><p>oportunidades para o trabalho livre, ao contrário do que ocorrera com a atividade açucareira. Dessa forma,</p><p>estimularam-se as conexões com setores econômicos fornecedores (como o mercado de charque para o</p><p>abastecimento das vilas da Minas Gerais), a ponto de diversificar a economia. Além disso, trabalhadores</p><p>livres também exploravam as Minas. Basta pensar nos pioneiros que encontraram o ouro, os bandeirantes.</p><p>b) falso, pois o nome do imposto é “quinto” e não “sexto”.</p><p>c) correto, é o nosso gabarito. A Derrama era uma forma de cobrança do imposto do “quinto”, a qual era</p><p>acionada quando a arrecadação do “quinto” não atingia o piso mínimo. Diante da necessidade de manter</p><p>as receitas da corte portuguesa, a Coroa mandou aplicar a Derrama, isto é, a cobrança de impostos</p><p>atrasados a fim de que se atingisse a arrecadação mínima!! Assim, os funcionários da Intendência podiam</p><p>expropriar tudo o que o minerador tinha até chegar ao valor de 100 arroubas de ouro. Para tanto, muita</p><p>violência foi desferida pelos agentes do Rei. Esse tipo de ação, gerou a reação dos inconfidentes mineiros,</p><p>os quais já estavam embalados por ideias iluministas de liberdade.</p><p>d) errado, pois a capital acabou sendo transferida para o Rio de Janeiro, em 1763.</p><p>111</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 05 – Brasil Colônia II</p><p>e) falso, pois as Casas de Fundição transformavam o ouro em barra por meio de uma padronização com</p><p>“selo” da Coroa e, com esse processo, já extraiam o imposto que ficava para a Coroa. Não havia papel</p><p>moeda nessa transação.</p><p>Gabarito: C</p><p>(Estratégia Militares/2020/professora Alê Lopes)</p><p>“Muitas vezes, os colonos sentiam-se prejudicados pelas normas e pelo controle excessivo que a metrópole</p><p>exercia sobre a colônia” (Cotrim, 2012, p 446)</p><p>Na história do Brasil, o texto em epígrafe expressa a motivação para o movimento</p><p>a) da Revolta dos Alfaiates.</p><p>b) da Revolta de Canudos.</p><p>c) da Intentona Comunista.</p><p>d) da Guerra dos Farrapos.</p><p>e) da Balaiada.</p><p>Comentários</p><p>Esta é um tipo de questão clássica da Prep, o examinador apresenta um trecho de livro e cobra o assunto</p><p>a que o texto se refere. Repare que o contexto da pergunta, conforme o comando da questão é o Período</p><p>Colonial, ou seja, até 1808, mais especificamente, pois, após, o Brasil vira Império.</p><p>a) é o nosso gabarito, pois a revolta ocorreu em 1798 e também ficou conhecido como Conjuração Baiana.</p><p>Dentre as reivindicações estava o fim da dominação portuguesa, a abolição da escravidão, o aumento do</p><p>salário dos soldados e a abertura dos portos brasileiros aos navios de todas as nações.</p><p>b) errado, pois, o mais ajustado é Guerra de Canudos, porque foi uma reação militar ao vilarejo construído</p><p>chamado Canudo. Esse conflito ocorreu entre 1896-1897.</p><p>c) falso, pois esse movimento data do início do século XX.</p><p>d) errado, pois o evento é parte das chamadas Revoltas Regenciais e ele ocorreu entre 1835-1845.</p><p>e) falso, pois aqui também temos uma Revolta Regencial, ocorrida no Maranhão, entre 1838 e 1841.</p><p>Gabarito: A</p><p>(Estratégia Militares/2020/professora Alê Lopes)</p><p>Para administrar a região mineradora, a metrópole criou,</p><p>a) Em 1702, a Intendência Geral das Minas, subordinada diretamente a Portugal.</p><p>b) Em 1720, a Intendência Geral das Minas, subordinada ao Governo geral da Colônia.</p><p>c) Em 1720, as Casas de fundição com o objetivo de fiscalizar a mineração.</p><p>d) Em 1702, a Cia dos Dragões das Minas.</p><p>e) Em 1719, a Intendência Geral das Minas e dos Diamantes.</p><p>Comentários</p><p>a) Correto. A Intendência Geral das Minas foi um órgão centralizado que tinha por objetivo controlar,</p><p>administrar e fiscalizar a região das Minas. Também era responsável pela distribuição das terras para serem</p><p>exploradas (datas) e pela cobrança do quinto (imposto de 20% sobre o ouro encontrado)</p><p>b) Errado. A Intendência só estava subordinada à Coroa Portuguesa.</p><p>c) Errado. As Casas de fundição não tinham por objetivo administrar a região das minas, mas sim,</p><p>transformar o ouro em barra e retirar o imposto dos 20%.</p><p>112</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 05 – Brasil Colônia II</p><p>d) Errado. Os Dragões das Minas, ou Regimento Regular de Cavalaria de Minas (RRCM), foi uma unidade do</p><p>Exército Português no Brasil. Assim, tinha o papel de fazer valer os interesses, regras e imposições</p><p>determinadas pela Intendência ou pela Coroa.</p><p>e) Errado. Olhe, há historiadores que afirmam que a Intendência foi criada em 1719. Não há muito</p><p>consenso. De toda forma, o erro da alternativa está em afirmar que foi criada a Intendência Geral das Minas</p><p>e dos Diamantes. A Intendência da região dos diamantes foi criada por volta de 1729 e estabeleceu que a</p><p>exploração fosse feita exclusivamente pela Coroa. Apenas em 1739 é que se abriu a exploração para</p><p>particulares</p><p>Gabarito: A</p><p>11. Lista de questões para Aprofundamento - comentadas</p><p>(UNITAU 2018)</p><p>“Ao longo do século XVI, colonos de São Paulo e de outras vilas circunvizinhas realizaram numerosas</p><p>expedições para o interior da colônia, alimentando uma crescente base de mão-de-obra indígena no</p><p>planalto paulista, que, por sua vez, possibilitou a produção e o transporte de excedentes agrícolas,</p><p>articulando a região a outras partes da colônia portuguesa e mesmo ao circuito mercantil do Atlântico</p><p>meridional”.</p><p>MONTEIRO, J. Negros da terra. São Paulo: Companhia das Letras, 1994, p. 57.</p><p>Sobre o sentido e a evolução do chamado bandeirantismo paulista, é CORRETO afirmar:</p><p>a) O movimento sertanista era um movimento colonizador, que buscava evangelizar os índios enquanto</p><p>buscava metais preciosos.</p><p>b) As atividades dos bandeirantes e a busca de metais e de pedras preciosas permitiram a ocupação de</p><p>todo o território nacional, considerando as fronteiras atuais.</p><p>c) A penetração dos sertões girou em torno da necessidade crônica da mão de obra indígena, para tocar os</p><p>empreendimentos agrícolas dos paulistas.</p><p>d) Buscou ocupar as terras do interior, que tinham a forma de pequenas propriedades rurais,</p><p>desenvolvendo atividades agrícolas e fazendo uso de mão de obra escrava africana.</p><p>e) Eram expedições defensivas, que visavam proteger os núcleos de povoamento paulistas contra ataques</p><p>de índios.</p><p>Comentários</p><p>As bandeiras paulistas tiveram como principal motivador a situação precária das capitânias dessa parte da</p><p>colônia. Devido as longas distâncias entre o Sudeste e Portugal, tornou-se caro investir na produção agrícola</p><p>nessa região. Assim, os paulistas desenvolveram uma economia mais voltada para a subsistência. Havia</p><p>engenhos, porém quase nenhum atingia grandes proporções. Além disso, também por questões de</p><p>distância era mais caro comprar cativos africanos nessa parte da colônia. Por essas razões, os paulistas mais</p><p>aventureiros deram início às bandeiras, expedições que adentravam os sertões e o interior do Brasil, em</p><p>busca de ouro, gêneros silvestres comercializáveis e indígenas para serem escravizados e vendidos para os</p><p>fazendeiros mais modestos no litoral paulista. Especificamente por causa dos indígenas, os bandeirantes</p><p>em muitos casos entrarem em conflito com os jesuítas, que aldeavam os ativos em vilas e aldeias no interior</p><p>e eram contra a escravidão dessas populações. Muitas aldeias foram atacadas, destruídas e tiveram seus</p><p>habitantes indígenas sequestrados pelos paulistas. Ainda, alguns grupos de bandeirantes eram contratados</p><p>também para recuperar escravizados fugidos ou atacar quilombos. Por fim, é importante ressaltar que os</p><p>bandeirantes não estava à serviço da Coroa portuguesa,</p><p>apesar de serem colonos súditos desta. Eles agiam</p><p>em prol de seus interesses particulares. Porém, vez ou outra, o governo os contratava para serviços</p><p>específicos, como os ataques aos quilombos. De qualquer forma, os bandeirantes tiveram um papel</p><p>importante no desbravamento do território brasileiro, conectando as diferentes regiões da colônia por</p><p>113</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 05 – Brasil Colônia II</p><p>meio da abertura de caminhos e “picadas”, como se achavam as estradas improvisadas abertas na mata.</p><p>Com isso em mente, vejamos:</p><p>a) Incorreto. Os bandeirantes não tinham interesse em evangelizar os indígenas, apenas em escravizá-los</p><p>e vendê-los. Por isso, entravam em conflito com os jesuítas frequentemente. Estes defendiam que os</p><p>nativos deviam ser em primeiro lugar catequizados e preparados para o trabalho. Contudo, viam que na</p><p>escravização desses povos pelos colonos a evangelizavam era colocada em segundo plano, quando não</p><p>totalmente deixada de lado.</p><p>b) Incorreto. Os bandeirantes foram importantes para a ocupação do território pelos colonos portugueses</p><p>e seus descendentes, contudo, suas atividades não deram conta de ocupar o território total que</p><p>atualmente corresponde às nossas fronteiras nacionais.</p><p>c) Correto! Está de acordo com nosso comentário.</p><p>d) Incorreto. Os bandeirantes não queriam colonizar o interior. Seu objetivo principal era encontrar o ouro,</p><p>extraí-lo e retornar ao litoral e fazer o mesmo com os indígenas.</p><p>e) Incorreto. As expedições eram exploratórias, não defensivas.</p><p>Gabarito: C</p><p>(UNITAU 2017)</p><p>A sociedade de Minas Gerais, no século XVIII, cultivou características de uma civilização urbana, cujos traços</p><p>podem ser percebidos, por exemplo, na sua arquitetura barroca. A exploração do ouro nas Minas permitiu,</p><p>também, que surgisse, à margem daquela sociedade, um imenso contingente de “desclassificados” sociais,</p><p>escravos e forros, homens e mulheres, que criaram uma multiplicidade de arranjos e soluções cotidianas</p><p>para sobreviver no mundo colonial mineiro. Sobre o tema abordado no texto acima, é CORRETO afirmar:</p><p>a) O caráter específico das Minas Gerais fez surgir pequenas vendas de mantimentos, cujo comércio, em</p><p>sua maioria, era feito por mulheres forras ou escravas.</p><p>b) A violência nas áreas mineradoras atingiu níveis muito elevados e impossibilitou a presença de mulheres</p><p>e de ordens religiosas na região.</p><p>c) Às escravas e forras não existia nenhuma possibilidade de ascensão social nas Minas Gerais, devido a</p><p>restrições sociais impostas pela Igreja local.</p><p>d) A presença de mulheres brancas em Minas impediu a generalização da prática do concubinato e da</p><p>miscigenação, comuns na região açucareira do Nordeste.</p><p>e) A sociedade mineira colonial caracterizou-se pela imobilidade social e pelo fortalecimento das</p><p>hierarquias, dificultando a concessão de alforrias às escravas.</p><p>Comentários</p><p>A sociedade mineira era complexa e estratificada em razão de sua economia. A principal atividade era a</p><p>mineração e isso resultou três coisas: a ocupação desordenada e massiva do território em razão da corrida</p><p>pelo ouro; a falta de investimento em produção de alimentos e na pecuária que favoreceu o</p><p>desenvolvimento do comércio com outras regiões da colônia; e o surgimento de cidades, nas quais se</p><p>concentrava o comércio e o aparelho administrativo e fiscal do governo. Esse cenário produziu uma</p><p>infinidade de classes sociais. De um lado, havia os grandes proprietários de lavras, que tinham concessão</p><p>da Coroa para explorar grandes áreas mineradoras e possuem centenas de braços escravizados. Porém, a</p><p>abundância de ouro e a facilidade de extraí-lo, no fim do século XVII e durante a primeira metade do XVIII,</p><p>dificultava qualquer monopólio e o controle estatal, dando oportunidade para inúmeros pequenos</p><p>garimpeiros e mineradores autônomos conseguirem alguma coisa. Até mesmo cativos tinham chances de</p><p>“dar um perdido” no senhor e encontrar algumas pepitas do metal nas beiras do rio e, assim, secretamente</p><p>juntar um pecúlio para comprar a própria alforria. Por outro lado, a demanda pelo comércio possibilitou a</p><p>114</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 05 – Brasil Colônia II</p><p>formação de elites comerciais, além da proliferação de vários pequenos comércios e a circulação de</p><p>viajantes que traziam produtos necessários para a subsistência dos mineiros. Com isso em mente, vejamos:</p><p>a) Correta! O comércio de rua no Brasil colonial, e mesmo no Império após a independência, era</p><p>predominantemente realizado por mulheres negras. Nas zonas urbanas por toda a colônia era</p><p>relativamente comum, os proprietários de cativos colocar seus escravizados para vender diversas coisas</p><p>pelas ruas. Em Minas Gerais onde, como vimos, era uma região onde a urbanização era mais acentuada</p><p>que no resto da colônia, isso também acontecia com bastante frequência. Geralmente, era as</p><p>escravizadas mulheres que realizam tal atividade, uma vez que muitas mulheres africanas traficadas</p><p>para o Brasil já trabalhavam com comércio ambulante em suas terras natais. Por outro lado, as</p><p>alforriadas persistiam nessas atividades após conquistar sua liberdade.</p><p>b) Incorreto. A violência não impediu a presença de mulheres na região. Além disso, as ordens religiosas</p><p>foram proibidas de se instalarem em Minas Gerais pela Coroa portuguesa, pois elas eram isentas de</p><p>pagar impostos independentemente do tamanho de suas propriedades ou de sua produção. Em razão</p><p>disso, a Coroa temia que algumas ordens, ou clérigos individualmente, aventurassem-se na extração de</p><p>metais preciosos e não fossem obrigadas a pagar os devidos impostos, prejudicando a arrecadação do</p><p>governo.</p><p>c) Incorreto. Havia, sim, possibilidades de ascensão social para escravizadas e mulheres forras. Como</p><p>dissemos acima, a facilidade em encontrar e extrair ouro, assim como a abundância do comércio, abria</p><p>oportunidades relativamente maiores para os despossuídos ascenderem socialmente do que em outras</p><p>partes da colônia, onde a economia era mais restrita à agricultura de exportação. Além disso, é</p><p>importante dizer que as mulheres tinham mais chances de ser alforriadas por uma série de motivos.</p><p>Alguns historiadores argumentam que era em razão de elas serem mais empregadas no serviço</p><p>doméstico, portanto mantendo uma proximidade maior com a família senhorial. Outros defendem que</p><p>se tratava de elas serem mais vulneráveis ao assédio dos senhores que, ironicamente, poderia gerar</p><p>alguma afeição deturpada por parte deles que assim concederiam a alforria como parte de uma política</p><p>de domínio que se estenderia à vida em liberdade. No entanto, atualmente é mais aceito que essa</p><p>preferência pelas mulheres na alforria tem a ver com um conjunto de fatores que envolvia o tipo de</p><p>trabalho que era exercido e as oportunidades que isso dava em termos de circular pela região, acumular</p><p>algum dinheiro, conhecer várias pessoas, etc.</p><p>d) Incorreto. A miscigenação ocorria nas Minas Gerais tanto quanto nas demais regiões da colônia. Isso</p><p>porque a miscigenação fazia parte da política de domínio português, não para incluir os outros povos à</p><p>sociedade, mas para sedimentar o poder senhorial sobre os subordinados.</p><p>e) Incorreto. Apesar de haver desigualdade, em Minas Gerais a mobilidade era relativamente maior que</p><p>em outras partes da América portuguesa pelas razões que explicamos nas alternativas “b” e “c”, o que</p><p>abria oportunidades maiores para a alforria.</p><p>Gabarito: A</p><p>(URCA 2012)</p><p>A miséria no Brasil foi resultante de um longo processo histórico, originado no modelo de colonização.</p><p>Podemos afirmar que escravos, escravas, os homens e mulheres livres e pobres eram miseráveis na</p><p>sociedade colonial.</p><p>Sobre o segmento de livres pobres é correto afirmar que:</p><p>a) A benevolência das elites coloniais impediu que os homens e mulheres livres pobres se tornassem</p><p>miseráveis, daí a conciliação entre os mais ricos e os mais pobres ser uma prática comum na história do</p><p>Brasil;</p><p>115</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 05 –</p><p>Brasil Colônia II</p><p>b) Os homens e mulheres livres pobres eram desclassificados na ordem escravocrata, mas exerciam</p><p>diversos ofícios: artesão, alfaiate, sapateiro, carpinteiro, barbeiro, pescador, costureiras, vendedoras</p><p>ambulantes, quituteiras, doceiras. Os homens trabalhavam nos presídios, nas lavouras de subsistência, na</p><p>construção de obras públicas; formavam as Entradas que adentraram o sertão, os corpos de milícias e as</p><p>guardas privadas;</p><p>c) Os homens e mulheres livres pobres gozavam de prestígio em relação aos escravos e às escravas, pois</p><p>eram detentores de liberdade, de propriedade e de títulos de nobreza;</p><p>d) Nas áreas produtoras de açúcar, os homens e mulheres livres pobres se mantinham como tal, já na</p><p>sociedade mineradora, esse segmento social invariavelmente tornou-se rico;</p><p>e) Não haviam homens e mulheres livres pobres na sociedade colonial, nesta haviam apenas duas classes</p><p>sociais: senhores e escravos.</p><p>Comentários:</p><p>Essa é uma questão que aborda todo um processo histórico no Brasil de desigualdades sociais que surgiram</p><p>durante a colonização brasileira. As elites dominavam a colônia, em passo que os escravos e população</p><p>livre viviam de maneira muito pobre. Falando sobre os trabalhadores livres, é importante ressaltar que</p><p>naquele período eles começaram a se desenvolver principalmente a partir do século XVIII com o surgimento</p><p>da sociedade do ouro. Até então, eram poucos os que existiam na sociedade açucareira. Sobre esse grupo</p><p>social, vejamos qual alternativa está correta:</p><p>a) Incorreta. As elites coloniais brasileira nunca foram benevolentes com a população livre, e muitos eram</p><p>pobres, miseráveis e morriam de fome e doenças, trabalhando em funções quase que escravas.</p><p>b) Correta. Principalmente a partir da segunda metade do século XVII e durante todo o XVIII, a sociedade</p><p>livre começou a crescer e se estabelecer de diversas formas, com as expedições de expansão territorial e o</p><p>estabelecimento da sociedade aurífera.</p><p>c) Incorreta. Os homens livres e pobres não possuíam liberdade nem títulos de nobreza. Ao contrário,</p><p>viviam quase como os escravos.</p><p>d) Incorreta. Os homens livres tanto na sociedade do açúcar quanto do ouro, em sua maioria continuaram</p><p>pobres, porém houve uma diversificação econômica e profissional maior na região das minas,</p><p>possibilitando uma pequena mobilidade social entre sua população.</p><p>e) Incorreta. A sociedade colonial possuía homens livres em todo o seu período, porém com uma presença</p><p>mais forte a partir do século XVIII, com a descoberta do ouro no Brasil.</p><p>Gabarito: B</p><p>(URCA 2014)</p><p>Várias cidades construídas na época da América Colonial Ibérica são hoje visitadas por turistas de diversos</p><p>lugares, desejosos de ver com os próprios olhos os complexos que misturam casarões, igrejas e ruelas que</p><p>remontam a um passado que, na época de sua construção, era interpretado de maneira diferente. Sobre</p><p>estes conjuntos arquitetônicos, assinale a alternativa correta:</p><p>A) Representavam a estrutura de poder, fundada na cultura europeia transportada e adaptada à colônia na</p><p>fase de expansão mercantilista.</p><p>B) Significavam a solução para os problemas econômicos e religiosos, uma vez que as elites coloniais</p><p>costumavam salvar os seus inferiores da pobreza e danação.</p><p>C) Significavam a possibilidade de ascensão social, uma vez que os que trabalhavam na construção dessas</p><p>obras tinham grandes chances de melhorar suas condições de vida.</p><p>D) Significavam um peso para a sociedade colonial da época que, inspirada na cultura católica, condenava</p><p>o luxo.</p><p>116</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 05 – Brasil Colônia II</p><p>E) Representavam para as populações rurais coloniais a possibilidade de fugirem da escravidão e migrarem</p><p>para os centros urbanos onde a escravidão não era permitida.</p><p>Comentários:</p><p>Durante a colonização da América, as colônias passaram a sofrer forte influência do que acontecia na</p><p>Europa. Um dos traços deixados pelos europeus estavam em seus conjuntos arquitetônicos, uma vez que</p><p>eles representavam o poder europeu perante o território dominado. Um exemplo histórico muito</p><p>marcante, por exemplo, da colonização portuguesa no Brasil se encontra no Estado de Minas Gerais, onde</p><p>se estabeleceu a Sociedade do Ouro no século XVIII, e que traços daquela época até hoje se veem presente</p><p>na paisagem da região. A arquitetura mineira tem uma forte influência barroca (movimento cultural</p><p>europeu) tanto em Igrejas, quanto em casarões, entre outros conjuntos arquitetônicos, possuindo um</p><p>entalhamento detalhado combinando arquitetura, pintura e escultura.</p><p>Visto isso, vejamos a alternativa correta:</p><p>a) Correta. A cultura europeia colonial foi transportada da Europa para a América como afirmação do poder</p><p>europeu perante o povo local e se iniciou principalmente durante o período mercantilista da Europa, que</p><p>ocorreu na Idade Moderna.</p><p>b) Incorreta. Não havia salvação da pobreza e danação para os que não fizessem parte das elites coloniais.</p><p>Esses grupos eram submissos os colonizadores portugueses.</p><p>c) Incorreta. Muito dos trabalhadores que construíram as cidades coloniais vivam tão mal quanto os</p><p>escravos, e muitos acabavam morrendo de fome ou doença. Sua arquitetura não simbolizava ascensão</p><p>social.</p><p>d) Incorreta. A cultura europeia da época, o Barroco estava fortemente ligada as Reformas religiosas e a</p><p>arte era complexa e luxuosa.</p><p>e) Incorreta. A escravidão ocorria normalmente nos centros urbanos coloniais, mesmo que houvesse uma</p><p>maior quantidade de escravos alforriados.</p><p>Gabarito: A</p><p>(URCA 2015)</p><p>Sobre as relações escravistas e o exercício da cidadania no período colonial brasileiro, assinale</p><p>o que for CORRETO:</p><p>A) A escravidão restringiu-se às áreas rurais, enquanto nos centros urbanos destacavam-se os negros</p><p>libertos que exerciam funções como carregadores, vendedores, artesãos, barbeiros e prostitutas, o que lhes</p><p>garantia o exercício de uma cidadania limitada:</p><p>B) Os escravos eram considerados cidadãos, embora não possuíssem direitos básicos como à integridade</p><p>física, à liberdade e, em casos extremos, à própria vida;</p><p>C) Entre senhores e escravos existia uma população legalmente livre a quem faltavam as condições para o</p><p>exercício de direitos civis, sobretudo a educação;</p><p>D) Somente os senhores eram considerados plenamente cidadãos, tendo em vista usufruírem de poderes</p><p>limitados que iam muito além das porteiras de suas fazendas e eram exercidos em nome do Rei;</p><p>E) O processo de escolarização das camadas médias rurais e urbanas favoreceu o fortalecimento</p><p>de movimentos de resistência à colonização favorecendo ao processo de independência que contou com a</p><p>ampla participação popular.</p><p>Comentários:</p><p>117</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 05 – Brasil Colônia II</p><p>A cidadania no Brasil em sua maioria era praticada somente pelas elites locais. Boa parte da população</p><p>formada por escravos e alguns homens livres viviam em situações precárias e miseráveis. Visto isso,</p><p>olhemos as afirmações sobre esse aspecto abaixo e assinalemos o correto:</p><p>a) Incorreto. A primeira afirmação está errada, uma vez que a escravidão foi utilizada em todos os</p><p>territórios da colônia, sendo ela nas áreas rurais ou urbanas.</p><p>b) Incorreto. Os escravos não eram considerados cidadãos.</p><p>c) Correto. Os homens livres possuíam condições similares aos escravos, mesmo que gozassem de</p><p>liberdade. Não possuíam poder político na colônia.</p><p>d) Incorreto. O poder dos senhores de terra no Brasil era ilimitado e não limitado como exposto na</p><p>afirmação.</p><p>e) Incorreto. As camadas médias da população brasileira não eram escolarizadas e a independência se</p><p>fez pelas elites coloniais, e não pelos setores populares da sociedade.</p><p>Gabarito: C</p><p>(UNIVESP/2018)</p><p>Observe a obra a seguir:</p><p>Domingos Jorge Velho em tela de Benedito Calixto (1903) Acervo do Museu Paulista</p><p>Em tela pintada muito tempo depois da morte do paulista Domingos Jorge Velho, é possível afirmar que</p><p>da mineração.</p><p>2.1.1 – Pecuária</p><p>A pecuária foi uma atividade fundamental para a expansão territorial nas regiões do Nordeste e do</p><p>Sul. Seu caráter era extensivo, ou seja, o gado vivia solto nas enormes pastagens disponíveis. Vejamos como</p><p>foi no Nordeste e no Sul.</p><p>➢ No Nordeste:</p><p>Nessa região, a pecuária se desenvolveu próximo aos engenhos. Tinha três objetivos: Abastecer os</p><p>engenhos com carne e couro; impedir a destruição dos canaviais e realizar o transporte. Portanto, era uma</p><p>atividade complementar e subsidiária do complexo açucareiro. A pecuária demandava reduzido capital</p><p>inicial de investimento.</p><p>14</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 05 – Brasil Colônia II</p><p>Para fins didáticos (para você aprender melhor ) podemos dividir essa história da pecuária</p><p>nordestina em 4 episódios diferentes. Se liga na série:</p><p>1º. Episódio:</p><p>Inicialmente foi introduzida pelos portugueses que fundaram os engenhos. Desse modo, eram criados</p><p>dentro da própria fazendo do açúcar.</p><p>2º. Episódio:</p><p>Com o desenvolvimento da economia açucareira, a criação de gado se ampliou e apareceu a figura do</p><p>senhor de terras para pastagens. Isso promoveu uma interiorização do território.</p><p>3º. Episódio:</p><p>Com a crise do açúcar, os criadores de gado começam a adentrar no território em busca de riquezas e</p><p>atingem as margens do rio São Francisco. Nesse caminho, muitos vilarejos foram formados com o objetivo</p><p>de abastecer as tropas de gado que passavam pelo percurso.</p><p>4º. Episódio:</p><p>No quarto e último episódio</p><p>dessa série, ao percorrerem as</p><p>margens do rio São Francisco os</p><p>pecuaristas atingiram a região</p><p>Norte das Minas Gerais, na</p><p>época da descoberta do ouro.</p><p>Assim, a pecuária nordestina</p><p>transformou-se em um elo entre</p><p>a economia açucareira e a</p><p>mineradora.</p><p>15</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 05 – Brasil Colônia II</p><p>Moral da História: Constitui-se uma atividade econômica com características próprias que usava a mão de</p><p>obra livre formada por mestiços e camadas mais pobres. Dessa forma, o desenvolvimento da pecuária</p><p>contribuiu para a formação de novos grupos sociais e de maior mobilidade social na colônia. O historiador</p><p>Capistrano de Abreu fala em “civilização do couro” porque, a partir da atividade pecuária, desenvolveu-se</p><p>uma série de “profissões”. Além disso, o couro se tornou a principal matéria-prima da região do interior</p><p>nordestino: roupas, calçados e até na construção das pobres choupanas do sertão. Apesar dessa expansão,</p><p>conforme o economista Celso Furtado demonstrou por meio de dados da época, a pecuária não gerava</p><p>grandes rendas. Por exemplo, enquanto o açúcar somava 2 milhões de libras, a pecuária representava 125</p><p>mil libras.</p><p>➢ No Sul:</p><p>A ocupação de europeus no Sul se deu, inicialmente, por meio da ação dos jesuítas espanhóis, os quais</p><p>fundaram colônias e aldeamentos missionários para catequização indígena. Foram eles que introduziram</p><p>o gado nessa região.</p><p>Esses aldeamentos foram alvo da ação de bandeirantes paulistas (já, já eu vou falar desses caras com</p><p>mais detalhes, segura aí!). No século XVII houve grande destruição dos aldeamentos indígenas e o</p><p>aprisionamento dos índios que ali viviam. Diante dos conflitos, os jesuítas deixaram essas terras e migraram</p><p>16</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 05 – Brasil Colônia II</p><p>para a região onde hoje é Buenos Aires (localize no mapa acima). Em algumas situações, eles ficaram e</p><p>lutaram ao lado dos índios. São diversas as histórias das guerras indígenas nessa área.</p><p>Observe no mapa a seguir a ocupação jesuítica e os dados, nomes e localização de guerras entre</p><p>indígenas e os jesuítas contra bandeirante e outros invasores.</p><p>Para trás, além de índios (que, em geral, tornaram-se escravos), os jesuítas deixaram o gado – que saiu</p><p>pastando aleatoriamente. O rebanho se dispersou e se reproduziu, em particular, porque havia ótimas</p><p>pastagens e a inexistência de abates e de grandes predadores. Pelo menos nesse momento inicial.</p><p>Mas, Profe, por que os bandeirantes não levaram o gado também, oras?</p><p>Porque, querido, os bandeirantes desse momento eram especialistas em apresamento de índios para</p><p>vendê-los como escravos. Esse era seu negócio! Sacou?</p><p>Agora, veja você, caríssimo aluno, que oportunidade: grandes rebanhos e extensas pastagens sem</p><p>dono!! Uau!!!! Foi esse cenário que levou alguns colonos paulistas, portugueses e de outras nacionalidades</p><p>a ocupar a região.</p><p>Como já sabemos, a rentabilidade da criação de gado não era alta. Por isso, os produtores dessa região</p><p>tentaram diversificar as possibilidades de negócios com o gado: vendiam o gado em pé (bicho vivo) ou o</p><p>couro. A carne era pouco comercializada porque não conheciam técnicas para conservação. Daí o hábito</p><p>17</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 05 – Brasil Colônia II</p><p>dos sulistas de comerem carne em abundância. Contudo, havia um limitante econômico: vender para</p><p>quem? Responde aí para mim, cadete:</p><p>- No comércio local, profe!!!!</p><p>#Resposta da profe: Tá maluco? Todo mundo tinha uma vaquinha!!! Não existia comércio local para</p><p>esses produtos! Já vou dizer em que local esse gado do sul passou a ter peso de ouro...</p><p>Além disso, o Sul era muito longe de tudo, sobretudo, se pensarmos que o eixo econômico da</p><p>colônia estava no Nordeste, até o século XVII. Ou seja, o isolamento em relação a outras províncias e</p><p>capitanias gerava uma economia de subsistência e, consequentemente, a formação de uma cultura própria.</p><p>Nas terras sulistas também não havia a presença de escravos negros ou indígenas. Assim, as</p><p>atividades eram desenvolvidas em família. Surgiu a figura do peão de gado – ou gaúcho. Um trabalhador</p><p>livre que detinha autonomia e poderia trabalhar onde ele quisesse e para diversos proprietários de gado,</p><p>quantos fossem necessários. Uma liberdade invejável para uma colônia escravista!</p><p>Para sair um pouco da condição econômica quase de subsistência, os povoados sulistas procuraram</p><p>estabelecer contato e comércio com outras províncias da região do Rio da Prata (por onde era possível</p><p>escoar parte da produção) – como os territórios que hoje formam o Uruguai e as províncias argentinas de</p><p>Buenos Aires, Corrientes, Entre-Rios e Missiones.</p><p>Mas a situação econômica da região Sul começou a mudar para melhor quando os bandeirantes</p><p>paulistas abriram o caminho até o centro do Brasil com a descoberta do ouro. Como veremos, essa</p><p>atividade foi o propulsor de outras atividades econômicas e, tal como ocorreu com a pecuária nordestina,</p><p>a economia aurífera mudou o sentido da pecuária sulista. O GP$ dos pecuaristas gaúcho recalculou a rota</p><p>para a região das Minas.</p><p>Seria difícil, naquela época, imaginar que os eventos ocorridos lá nas Minas Gerais pudessem</p><p>influenciar os gaúchos sulistas, afinal eram 2 mil quilômetros de distância. Mas aconteceu! Minas Gerais se</p><p>desenvolveu como um centro de demanda por produtos. Era necessário abastecer a região rapidamente,</p><p>pois aqueles que se deslocavam para lá só queriam saber de ouro. Há relatos historiográficos de</p><p>extrativistas cheios de ouro e quase subnutridos, pois não havia comércio para comprarem.</p><p>Ora, os maiores rebanhos de gado muar (mulas) e bovino estavam justamente onde? No SUL, minha</p><p>gente!!!!! Assim, aproveitando a oportunidade, os produtores de gado sulistas passaram a abastecer o</p><p>mercado minerador, tanto com mulas (para carregamentos), quanto com gado (para consumo de carne).</p><p>Perceba, querido e querida, que esse momento é um divisor de águas para a pecuária sulista!</p><p>Os produtores saiam do Sul com tropas enormes de gado. Iam até a província de São Paulo. Ali eles</p><p>paravam para um momento de “engorda” do gado. Por sinal, na cidade paulista de Sorocaba formou-se a</p><p>maior feira de muares da colônia. Isso gerou uma diversidade econômica enorme para São Paulo. Era o</p><p>início da atividade que ficou conhecida como tropeirismo.</p><p>Dali as tropas, e seus tropeiros, levavam as mulas e os bois até Minas Gerais. Com o passar do</p><p>tempo, os</p><p>o</p><p>bandeirante foi representado de forma</p><p>A) triunfalista e heroica, desconsiderando o papel dos bandeirantes na escravização dos povos indígenas e</p><p>no violento combate às comunidades quilombolas.</p><p>B) neutra e objetiva, com a finalidade de descrever o papel dos bandeirantes na expansão territorial da</p><p>América Portuguesa.</p><p>C) crítica e distanciada, revelando múltiplas facetas de um bandeirante que se posicionou contrariamente</p><p>à escravização de negros.</p><p>D) negativa e enviesada, denunciando os aspectos mais graves da prática do bandeirantismo, tais como a</p><p>perseguição aos jesuítas.</p><p>E) distorcida e manipulada, ressaltando a ancestralidade indígena e miscigenada dos bandeirantes em</p><p>detrimento da sua origem portuguesa.</p><p>118</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 05 – Brasil Colônia II</p><p>Comentários</p><p>Olha só, falamos sobre o Domingos Jorge Velho na aula 06, lembram? Ele foi o cara contratado para</p><p>destruir o Quilombo dos Palmares. Em 1692, em uma primeira tentativa, Jorge Velho e seus aliados</p><p>cercaram Palmares, mas os quilombolas venceram o confronto. Dois anos depois, em 1694, Jorge Velho,</p><p>com mais 6 mil soldados conseguiram vencer Palmares. Zumbi escapou, mas foi pego em 1695. Após ser</p><p>preso, foi morto e sua cabeça ficou estiada em praça pública em Recife.</p><p>Bem, na imagem, o bandeirante aparenta ser alto, tem um olhar penetrante, armas novas e uma roupa</p><p>impecável. Assim, passa a visão de uma figura heroica. É inegável o papel dos bandeirantes na</p><p>interiorização do território, no povoamento – criação de vilas, povoados - e, sobretudo, no descobrindo</p><p>do ouro. No entanto, conforme discutimos aqui na questão mesmo e nas aulas sobre Brasil Colônia, essa</p><p>visão de herói não deixa de ser uma construção já que esse grupo foi responsável por escravizar e</p><p>massacrar indígenas, além de destruir violentamente quilombos.</p><p>Tendo isso em mente, sabemos que o gabarito é letra A). Vejamos agora o que está errado nas demais</p><p>alternativas:</p><p>B) Não se trata de uma visão neutra.</p><p>C) Não era essa a posição de Domingos Jorge Velho.</p><p>D) A imagem retrata o bandeirante como herói.</p><p>E) O bandeirante é retratado como um homem branco. Cabe comentar aqui que os bandeirantes eram,</p><p>em grande parte, mestiços e mamelucos. Assim, entendemos que a obra é ainda mais falaciosa.</p><p>Gabarito: A</p><p>(UNICENTRO 2013)</p><p>Quando foi assinado o Tratado de Tordesilhas (1494) ficou estabelecida uma linha imaginária que dividia as</p><p>terras coloniais, descobertas e a descobrir, entre Espanha e Portugal. Entretanto, o território, hoje</p><p>denominado Paraná, estava localizado a ocidente dessa linha, território espanhol portanto, mas não havia</p><p>concordância entre espanhóis e portugueses quanto a sua divisão. Assim, a presença de portugueses</p><p>avançando a linha divisória do Tordesilhas perdurou durante os séculos XVI e XVII e somente no século XVIII</p><p>os limites ficaram estabelecidos. Desse modo, alguns historiadores afirmam que a região, então</p><p>denominada Guairá, foi palco de prolongadas e sangrentas lutas envolvendo espanhóis, portugueses e</p><p>índios. Sobre o assunto, assinale a alternativa INCORRETA.</p><p>a) Quando portugueses e espanhóis alcançaram a região do Guairá, estes não encontraram uma região</p><p>desabitada, mas sim repleta de tribos indígenas, onde cada qual apresentava costumes, objetos e línguas</p><p>particulares.</p><p>b) As “reduções” ou “missões jesuíticas” eram locais em que os padres jesuítas reuniam indígenas com o</p><p>intuito de inseri-los no conhecimento e na fé cristã, apesar dessa prática não ser bem vista pelos</p><p>conquistadores.</p><p>c) Durante o século XVII, diversos Bandeirantes vieram de São Paulo com o objetivo de buscar metais</p><p>preciosos e, não encontrando, dedicaram-se a “prear” índios da região do Guairá para levá-los como</p><p>escravos.</p><p>d) Os índios viviam em paz antes da chegada do branco e tiveram que se organizar a partir da união das</p><p>diversas tribos existentes, unindo forças para defender suas terras atacadas pela expansão territorial dos</p><p>homens brancos.</p><p>e) Os padres jesuítas da Companhia de Jesus tinham o interesse de catequizar os índios da região e civilizá-</p><p>los, isto é, tirá-los de sua “selvageria” e ensinar a eles os costumes europeus.</p><p>Comentários</p><p>Para responder esta questão é importante lembrar que as disputas entre Portugal e Espanha são anteriores</p><p>à chegada dos europeus à América. Ao longo do século XV, os portugueses já vinham testando a viabilidade</p><p>de circunavegar o continente africano em busca de novas mercadorias e rotas para a Índia, principal</p><p>119</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 05 – Brasil Colônia II</p><p>fornecedora de especiarias, entre outros produtos, para a Europa naquele momento. Ao longo desse século</p><p>os reis portugueses também vinham conseguindo bulas papais que lhes davam prioridade na conversão</p><p>dos “gentios” (como eles chamavam outros povos) no Atlântico Sul. Com isso, os espanhóis tiveram a ideia</p><p>de navegar rumo à oeste, apostando na teoria da esfericidade da Terra. Colombo aportou pela primeira</p><p>vez em ilhas na América Central em 1492. Dois anos depois, as coroas espanhola e portuguesa estariam</p><p>discutindo com mediação do Papa, quais os limites que lhes eram legítimos explorar. Com isso foi assinado</p><p>o Tratado de Tordesilhas, em 1494.</p><p>Entretanto, as disputas não pararam por aí. Desde o início, a Coroa portuguesa permitia e</p><p>incentivava seus expedicionários a ir um pouco além dos limites estabelecidos. A região da baixada santista,</p><p>por exemplo, não seria de Portugal se o tratado fosse levado à risca. De qualquer forma, após a colonização</p><p>mais sistemática do território, os próprios colonos, sobretudo os paulistas, começaram a praticar o</p><p>bandeirismo. Tratava- se uma atividade de exploração do território mais à oeste em busca de metais</p><p>preciosos, gêneros silvestres comerciáveis e indígenas para escravizar e vender. Essa região, no entanto,</p><p>pertencia aos espanhóis, incluindo o Guairá, onde estava o atual Paraná. Naquela época, o interior do Brasil</p><p>era ocupado por missões jesuítas espanholas, nas quais os clérigos aldeavam os indígenas para catequizá-</p><p>los e introduzi-los no trabalho. Juridicamente, esses indígenas não estavam sendo escravizados, o que não</p><p>significa que esse trabalho não assumia características compulsórias. Os jesuítas discordavam da</p><p>escravização dos nativos, pois viam que os colonos não evangelizavam os cativos, a principal justificativa</p><p>para tanto. Por isso, os clérigos preferiram se isolar nas regiões mais interiores e fundar aldeias e vilas com</p><p>os indígenas para convertê-los e subordiná-los. Os bandeirantes, assim, atacavam não só os nativos</p><p>independentes, mas também essas aldeias e vilas cristianizadas e dirigidas pelos jesuítas, muitas vezes os</p><p>mantando e sequestrando boa parte dos nativos residentes. Isso contribuiu para a tensão já existente entre</p><p>Portugal e Espanha, apesar do rei lusitano sempre alegar que os bandeirantes não estivessem a seu serviço,</p><p>e de fato não estavam.</p><p>É importante mencionar que entre 1580 e 1640 Portugal e Espanha foram um só reino, a União</p><p>Ibérica, o que amenizou as questões de fronteira entre ambos. Contudo, as tensões voltariam a crescer</p><p>com a restauração da Coroa portuguesa. Outro foco de atrito entre as duas nações foi a ocupação da região</p><p>da Colônia de Sacramento, no Sul do Brasil, na fronteira com o Uruguai. Lá é o ponto onde o rio da Prata</p><p>escoa para o Atlântico. Esse rio era usado pelos espanhóis para transporta a prata extraída de Potosí na</p><p>Bolívia. Assim, eles sempre foram muito desconfiados sobre as pretensões de Portugal sobre a região, com</p><p>receio que fosse uma estratégia para ter acesso à Bolívia e assim tentar conquistar as minas. Do acúmulo</p><p>dessas tensões várias tentativas de acordos foram feitas. Tratado de Ultrech (1715); Tratado de Madri</p><p>(1750); Tratado de Santo Ildefonso (1777); e Tratado de Badajós (1801). Agora, vejamos:</p><p>a) Correta.</p><p>b) Correta.</p><p>c) Correta.</p><p>d) Incorreta! Como afirmado na alternativa “a”, havia uma enorme diversidade de povos nativos no Brasil,</p><p>inclusive onde hoje é o Paraná. Portanto, eventualmente havia conflitos entre os grupos quando havia</p><p>discordâncias. Parte do sucesso da colonização europeia nessa região e em outras partes da América se</p><p>deu graças à manipulação dessas rivalidades pelos europeus.</p><p>e) Correta.</p><p>Gabarito: D</p><p>120</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 05 – Brasil Colônia II</p><p>(UNICENTRO 2008)</p><p>As primeiras tentativas de colonização direcionadas ao território que veio a se constituir no Estado do</p><p>Paraná datam do início do século XVI, quando expedições estrangeiras exploraram a região à procura de</p><p>madeira de lei. No século XVII, os paulistas e os portugueses começaram a se estabelecer na região, com a</p><p>descoberta de ouro, aliada à caça ao índio para utilizá-lo como escravo. A atividade mineradora, no entanto,</p><p>não se desenvolveu como era esperado, uma vez que os exploradores de ouro se dirigiram, em maior</p><p>quantidade, para as áreas que passaram a ser conhecidas como as Minas Gerais. (HISTÓRIA..., 2007).</p><p>Com base nessas informações e nos conhecimentos sobre a região do Paraná, no Período Colonial,</p><p>identifique as afirmativas verdadeiras.</p><p>I. A procura de madeira de lei esteve direcionada, no Período Colonial, à Região Sul, visto inexistir espécies</p><p>similares no litoral do Nordeste e Sudeste.</p><p>II. O interesse da Coroa em manter a exploração aurífera na capitania do Paraná, durante o século XVIII,</p><p>impediu as contestações do exclusivo comercial estabelecido pela Coroa.</p><p>III. A descoberta de ouro, no século XVII, que resultou no início da ocupação da região, contribuiu para a</p><p>definição, em 1695, da demarcação do então povoado chamado de Vila de Nossa Senhora dos Pinhais,</p><p>posteriormente Curitiba.</p><p>IV. A intensificação da procura de índios para escravização relacionava-se à escassez de africanos</p><p>escravizados, uma vez que eram destinados, na maioria, à exploração aurífera em Minas Gerais.</p><p>V. A atividade econômica, voltada para a mineração na região das Minas Gerais, transformou a área de</p><p>Curitiba em um ponto estratégico de passagem de gado, destinado ao abastecimento daquela região.</p><p>A alternativa que indica todas as afirmativas verdadeiras é a</p><p>a) I e II.</p><p>b) II e IV.</p><p>c) II, III e V.</p><p>d) III, IV e V</p><p>e) I,III, IV e V.</p><p>Comentários</p><p>Durante o século XVI e XVII, a região do Paraná era ocupada em maior parte por grupos nativos</p><p>independentes e por missões jesuítas espanholas, que aldeavam indígenas para evangelizá-los e ensinar-</p><p>lhes o trabalho nos moldes europeus. Nesse contexto, as principais atividades econômicas na região eram</p><p>a produção de erva-mate, a extração de madeira e a criação de gado. Desde o século XVII, os bandeirantes</p><p>paulistas começaram a explorar esse território, em busca de metais preciosos e de indígenas para escravizar</p><p>e vender, uma vez que os parcos rendimentos da economia paulista da época não permitiam a importação</p><p>de cativos africanos, muito mais caros. Entretanto, quando os bandeirantes encontraram ouro na região</p><p>de Minas Gerais, em 1693, parte do território paranaense foi ocupado por colonos de outras partes da</p><p>colônia e do reino. Como o texto já mencionou, eventualmente os interessados na mineração deixaram de</p><p>rumar para o Paraná, percebendo que a concentração de reservas naturais de ouro estava nos territórios</p><p>que hoje são Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso. Ainda assim, os habitantes do Paraná colonial não saíram</p><p>perdendo totalmente, pois nas regiões mineradoras se desenvolveu pouco atividades agrícolas e pecuarista</p><p>o que tornou seus habitantes dependentes do comércio com outras partes da colônia. Assim, Paraná, Santa</p><p>Catarina e Rio Grande do Sul passaram a ser fornecedores de gado e produtos derivados para os</p><p>mineradores. Em pouco tempo se formaram rotas terrestre que ligavam essas regiões que eram</p><p>percorridas pelos tropeiros, viajantes responsáveis por transportar essas mercadorias. Sabendo disso,</p><p>vejamos:</p><p>I. Falsa. Havia madeira de lei em outras partes da América Portuguesa.</p><p>II. Falsa. Não houve interesse em continuar a exploração aurífera na região do Paraná, pois logo se</p><p>percebeu que não havia mais jazidas ali.</p><p>121</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 05 – Brasil Colônia II</p><p>III. Verdadeira! Curitiba foi fundada em função da exploração de ouro e, apesar desta atividade não ter</p><p>tido futuro naquela região, a vila continuou sendo importante, pois se tornou um dos pontos de</p><p>parada dos tropeiros que faziam o transporte de mercadorias entre o Sul e a região mineradora.</p><p>IV. Verdadeira! É importante lembrar que a importação de escravizados africanos acompanhava a</p><p>prosperidade econômica das regiões. Em outras palavras, encontramos mais cativos africanos, onde</p><p>havia mais investimento e mais lucro, pois era um comércio de alto custo. Por isso, tirando Minas</p><p>Gerais, onde a extração de ouro proporcionou grandes lucros no XVII e XVIII, e Bahia e Pernambuco,</p><p>que tiveram sucesso na produção de açúcar desde o início, as demais capitânias privilegiavam a</p><p>escravização de indígenas nativos, muito mais barata.</p><p>V. Verdadeira, pelas mesmas razões que a III.</p><p>Portanto, a alternativa correta é a letra “d”.</p><p>Gabarito: D</p><p>(FUVEST 2015)</p><p>Se o açúcar do Brasil o tem dado a conhecer a todos os reinos e províncias da Europa, o tabaco o tem feito</p><p>muito afamado em todas as quatro partes do mundo, em as quais hoje tanto se deseja e com tantas</p><p>diligências e por qualquer via se procura. Há pouco mais de cem anos que esta folha se começou a plantar</p><p>e beneficiar na Bahia [...] e, desta sorte, uma folha antes desprezada e quase desconhecida tem dado e dá</p><p>atualmente grandes cabedais aos moradores do Brasil e incríveis emolumentos aos Erários dos príncipes.</p><p>ANTONIL André João. Cultura e opulência do Brasil por suas drogas e minas. São Paulo: EDUSP, 2007.</p><p>Adaptado.</p><p>O texto acima, escrito por um padre italiano em 1711, revela que</p><p>a) o ciclo econômico do tabaco, que foi anterior ao do ouro, sucedeu o da cana-de-açúcar.</p><p>b) todo o rendimento do tabaco, a exemplo do que ocorria com outros produtos, era direcionado à</p><p>metrópole.</p><p>c) não se pode exagerar quanto à lucratividade propiciada pela cana-de-açúcar, já que a do tabaco, desde</p><p>seu início, era maior.</p><p>d) os europeus, naquele ano, já conheciam plenamente o potencial econômico de suas colônias</p><p>americanas.</p><p>e) a economia colonial foi marcada pela simultaneidade de produtos, cuja lucratividade se relacionava com</p><p>sua inserção em mercados internacionais.</p><p>Comentário</p><p>A questão demonstra o que falamos: o Brasil não era só açúcar. Apesar da ênfase dada ao açúcar, outros</p><p>produtos eram cultivados – como o tabaco – e, à medida que ganhavam mercado na Europa, davam</p><p>retorno lucrativo a Coroa Portuguesa. O importante é percebermos que a produção tinha espaço na</p><p>economia internacional, por isso, se adequava à lógica colônia-metrópole própria do sistema mercantilista.</p><p>Nesse sentido, a resposta correta está no item E.</p><p>Vejamos por que as demais estão incorretas:</p><p>Item a - O tabaco não constituiu um ciclo econômico que substituiu a cana. O autor demonstra a</p><p>simultaneidade da produção de ambos.</p><p>Item b- Parte do rendimento do que era exportado ficava na colônia. É verdade que o maior lucro ficava</p><p>com a metrópole, mas também enriqueceu uma parcela dos colonos.</p><p>Item c- Não há nada no texto que nos permite inferir que o tabaco tinha maior potencial econômico que a</p><p>cana de açúcar.</p><p>122</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 05 – Brasil Colônia II</p><p>Item d- O potencial econômico das colônias foi sendo conhecido aos poucos, por isso, as expedições de</p><p>reconhecimento foram uma constante.</p><p>Gabarito: E</p><p>(FUVEST 2009)</p><p>A criação, em território brasileiro, de gado e de muares (mulas e burros), na época da colonização</p><p>portuguesa, caracterizou-se por:</p><p>a) ser independente das demais atividades econômicas voltadas para a exportação.</p><p>b) ser responsável pelo surgimento de uma nova classe de proprietários que se opunham à escravidão.</p><p>c) ter estimulado</p><p>a exportação de carne para a metrópole e a importação de escravos africanos.</p><p>d) ter-se desenvolvido, em função do mercado interno, em diferentes áreas no interior da colônia.</p><p>e) ter realizado os projetos da Coroa portuguesa para intensificar o povoamento do interior da colônia.</p><p>Comentário</p><p>Ótima questão sobre pecuária. Sabemos que ela se desenvolveu em função do mercado interno,</p><p>sobretudo, no contexto do século XVIII para abastecer o mercado aurífero. Isso se deu com a pecuária</p><p>sulista e, também com a do Nordeste. É verdade que, com a consolidação e aumento da produção de gado,</p><p>as atividades pecuaristas se diversificaram e acabou ganhando destaque no comércio exportador de couro</p><p>e carne. Por isso, o item D está correto.</p><p>Dessa forma, a pecuária não se desenvolveu independente de outras atividades econômicas exportadoras</p><p>(item A), não foi responsável pelo surgimento de nova classe social – mas pelo fortalecimento de uma</p><p>aristocracia fundiária já existente (item B).</p><p>Cuidado com o item C, é uma casca de banana: o desenvolvimento da pecuária estimulou a exportação de</p><p>carne – mas não de mulas e burros (que o gado de muar) que está mencionado na questão. Também é</p><p>verdade que usaram o trabalho escravo na produção de carne charqueada, ou seja, carne de boi</p><p>conservada.</p><p>O item E também precisa de cuidado. A pecuária foi sim responsável por ajudar a interiorizar o Brasil, mas</p><p>não foi por meio de um projeto oficial português. A expansão da pecuária foi uma atividade privada de</p><p>peões de gado, os gaúchos e tropeiros.</p><p>Gabarito: D</p><p>(FUVEST 2002)</p><p>"Os que trazem [o gado] são brancos, mulatos e pretos, e também índios, que com este trabalho procuram</p><p>ter algum lucro. Guiam-se indo uns adiante cantando, para serem seguidos pelo gado, e outros vêm atrás</p><p>das reses, tangendo-as, tendo o cuidado para que não saiam do caminho ou se amontoem". (ANTONIL,</p><p>Cultura e opulência do Brasil, 1711.)</p><p>O texto expressa uma atividade econômica característica</p><p>a) do sertão nordestino, dando origem a trabalhadores diferenciados do resto da colônia.</p><p>b) das regiões canavieiras onde se utilizava mão de obra disponível da entressafra do açúcar.</p><p>c) de todo o território da América portuguesa, onde era fácil obter mão de obra indígena e negra.</p><p>d) das regiões do nordeste, produtoras de charque, que empregavam mão de obra assalariada.</p><p>e) do sul da colônia, visando abastecer de carne a região açucareira do Nordeste.</p><p>123</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 05 – Brasil Colônia II</p><p>Comentário</p><p>A pecuária do sertão nordestino estabeleceu o emprego da mão de obra de mestiços, indígenas e escravos</p><p>alforriados – diferentemente do Sul realizada, majoritariamente por brancos. Nesse sentido, podemos</p><p>afirmar que mão de obra empregada nesse tipo de negócio era distinta da que foi adotada na economia</p><p>açucareira. Além disso, devemos ter em mente que a atividade pecuarista oferecia uma relativa ascensão</p><p>social aos que participavam desse ramo da economia colonial. Nesse sentido, o item correto é A.</p><p>As demais estão incorretas porque não existia entressafra do açúcar praticamente, devido à rotação de</p><p>terra. Além disso, nos engenhos de açúcar a mão de obra era majoritariamente escrava. Ademais, a</p><p>pecuária, como vimos desenvolveu-se na região Sul e Nordeste e não em toda a colônia. Lembrando que o</p><p>charque é uma técnica de conservar carne criada pelos colonos sulistas, e não do Nordeste. Por fim, essa</p><p>região era abastecido com a carne do gado lá mesmo criado.</p><p>Gabarito: A</p><p>Considerações Finais</p><p>Queridos, tem uma música que gosto muito e tem um verso que repito sempre: Ninguém pode</p><p>atrasar quem NASCEU para vencer!!! Compartilho com vocês, pois tenho certeza de que nesse momento</p><p>vocês estão dando seu melhor!</p><p>E não esquece: cada dia, cada hora, cada minuto que você se envolve com a tarefa de adquirir mais</p><p>conhecimento, gravar mais uma informação, colar mais um post it é uma riqueza infinita. Ninguém tira de</p><p>você aquilo que está acumulado: o seu capital cultural. S2</p><p>Não esqueça do mantra: Não existe solução mágica, mas existem estratégias que, se utilizadas</p><p>com afinco e dedicação, podem realizar sonhos. Nós estamos JUNTOS nesse caminho!!!</p><p>Contem comigo, meus querida e querido alunos.</p><p>Utilize o Fórum de Dúvidas. Eu responderei suas perguntas com esmero. E não se esqueça de que</p><p>não existe dúvida boba. Quanto mais você pergunta, mais conversamos e mais você sintetiza o conteúdo,</p><p>certo!</p><p>Também me procure nas redes sociais. Lá tem dicas preciosas para te ajudar na sua preparação.</p><p>Um grande abraço estratégico,</p><p>Alê Lopes</p><p>sulistas desenvolveram uma técnica de conservação da carne chamada charque. Então, as mulas</p><p>saiam do Sul carregadas de carne charqueada, couro e mate. Passavam em São Paulo e carregavam mais</p><p>alguns produtos manufaturados ou importados e, assim, seguiam para as Minas Gerais.</p><p>18</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 05 – Brasil Colônia II</p><p>Caravana de Comerciantes vai à Tijuca. Johann Moritz Rugendas, 1835.</p><p>Essa nova fase da atividade</p><p>pecuarista introduziu mudanças</p><p>significativas na sociedade gaúcha. Como</p><p>a carne passou a ter valor de venda,</p><p>desenvolveu-se a produção de gado para</p><p>corte. Em decorrência, formaram-se as</p><p>“estâncias gaúchas” – grandes</p><p>propriedades de terras voltadas para a</p><p>produção bovina.</p><p>Consequentemente, formou-se</p><p>uma poderosa classe de proprietários de</p><p>terra que produziam carne em larga</p><p>escala. Além disso, a mão de obra ficou</p><p>“menos livre”. Especialmente na produção</p><p>da carne charqueada, introduziu-se o</p><p>trabalho escravo negro.</p><p>Para a interiorização e formação do território brasileiro a pecuária teve papel central. Nos</p><p>deslocamentos dos tropeiros se impulsionou a formação de vilas para garantir o pouso e a engorda do</p><p>gado. Hospedarias, currais, mercados, feiras, receitas de pratos de comida e costumes compunham a nova</p><p>paisagem do interior. Os limites do Tratado de Tordesilhas iam ficando para trás.</p><p>2.1.1.1 - Extrativismo e comércio das Drogas do Sertão</p><p>Outra dinamização territorial e econômica ocorreu com a colonização da região Norte. Porém,</p><p>nessas terras a história foi um pouco diferente do que estamos falando até agora.</p><p>Em 1616, por iniciativa governamental, iniciou-se a ocupação da região Norte, que começou no</p><p>Maranhão e foi até o Amazonas. Observe no mapa mais abaixo. Evidentemente, seguindo o “desejo</p><p>dourado” de encontrar ouro nas possessões coloniais, o governo português montou um sistema</p><p>administrativo e de ocupação territorial a fim de descobrir metais preciosos.</p><p>A principal Expedição de Reconhecimento dessa grande região ocorreu em 1637, comandada por</p><p>Pedro Teixeira. Ele começou na foz do Amazonas, subiu todo o rio e depois foi por terra. Seguiu cruzando</p><p>o território até chegar nos Andes, em Quito, no Peru. Esse é um caminho de reconhecimento, mas, também</p><p>de destruição dos povos ribeirinhos (que viviam às margens do rio) e indígenas. Os sobreviventes fugiram</p><p>mata adentro e, na volta dos colonos, era impossível instalar qualquer sistema de exploração colonial, uma</p><p>vez que os europeus não sabiam cultivar em zonas de mata tropical fechada como a Amazônia. Da mesma</p><p>forma, os portugueses não contavam com nenhuma interação com os povos da floresta.</p><p>Você observou a data da expedição? 1637! Então, ela foi possível porque ocorreu durante o</p><p>período da União Ibérica. Nesse sentido os limites do Tratado de Tordesilhas estavam</p><p>suspensos devido à união das duas coroas!</p><p>A metrópole, então, secundarizou essa região, apenas criando 2 grandes regiões</p><p>administrativas chamadas de Maranhão e Grão Pará.</p><p>19</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 05 – Brasil Colônia II</p><p>Contudo, alguns colonos, nessas andanças, notaram que diversos povos usavam produtos da</p><p>floresta para fins medicinais e alimentícios. Eram frutas, ervas, folhas, raízes que passaram a ser apelidadas</p><p>de “drogas do sertão”. Então, eles começaram a fazer o extrativismo dessa riqueza natural usando, para</p><p>isso, mão de obra de indígena escravizada .</p><p>Desse modo, grande parte do desenvolvimento econômico da região Norte se deu graças à</p><p>atividade particular dos colonos ligada a economia coletora das chamadas drogas do sertão. Essa foi a base</p><p>da atividade econômica amazonense por mais de 200 anos.</p><p>Drogas do sertão são produtos encontrados na Floresta Amazônica. São eles: cacau, baunilha, pimenta,</p><p>urucum, cravo, canela,</p><p>guaraná, castanhas, resinas</p><p>aromáticas. Elas se pareciam</p><p>e, muitas vezes, poderiam</p><p>substituir as chamadas</p><p>especiarias orientais (cravo,</p><p>canela, pimenta, noz-</p><p>moscada). São temperos,</p><p>ervas medicinais ou</p><p>aromáticas. Hoje, são muito</p><p>utilizadas pela indústria</p><p>alimentícia, cosmética e</p><p>farmacêutica.</p><p>Além dos colonos, essa região foi ocupada por várias missões religiosas que fundaram aldeamentos</p><p>indígenas ao longo do Rio Amazonas e seus afluentes. Nessas missões além de realizar a atividade religiosa,</p><p>os religiosos também exploravam a mão de obra indígena no extrativismo das drogas do sertão.</p><p>Observe o mapa que relaciona a localização das missões religiosas e o local de desenvolvimento</p><p>econômico desses produtos da floresta.</p><p>20</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 05 – Brasil Colônia II</p><p>Apesar de colonos e missionários religiosos utilizarem a mão de obra indígena para a exploração</p><p>das drogas do sertão, a forma de tratamento dado ao índio pelos missionários era diferente do que aquela</p><p>despendida pelos colonos. Estes matavam e escravizavam indígenas, já os missionários utilizavam a</p><p>catequese, a aproximação pela conversão ao cristianismo. O trabalho parecia quase como uma</p><p>consequência da mudança cultural que ia sendo promovida nessa relação.</p><p>Não se esqueçam de que os missionários religiosos eram contrários à escravização dos indígenas.</p><p>Eles se apoiavam não apenas no discurso religiosos, mas em leis régias que proibiam a escravidão dos</p><p>índios, com exceção, como já falamos algumas vezes, daqueles que resistiam à conversão ao cristianismo</p><p>e ocupação colonial.</p><p>Assim, podemos imaginar que o cenário dessa região era de conflito entre religiosos e colonos, uma vez</p><p>que seus interesses eram diferentes e o produto da exploração o mesmo. Na prática, a situação teve impacto</p><p>na economia, pois enquanto a produção crescia nos aldeamentos indígenas, nas áreas dos colonos a</p><p>dificuldade aumentava.</p><p>Portanto, podemos caracterizar essa ocupação territorial como de baixa densidade, esparsa e</p><p>de economia coletora.</p><p>2.1.1.2 - O Norte na crise econômica pós União Ibérica</p><p>As duas décadas finais do século XVII são de crise econômica para a metrópole e para a colônia em</p><p>razão dos efeitos da União Ibérica e da invasão holandesa na área de produção do açúcar (Pernambuco)</p><p>(ponto 2 dessa aula). Assim, sabemos que houve um processo de busca por novas riquezas para sanear</p><p>essa crise, com já adiantei acima. Além disso, a coroa portuguesa criou medidas para intensificar o pacto</p><p>colonial ampliando o controle sobre os impostos cobrados nas atividades econômicas praticadas na</p><p>colônia.</p><p>Por isso, na região Norte, a Coroa intensificou o controle sobre a atividade extrativista das drogas</p><p>do sertão. No Maranhão, especificamente, criou a Companhia de Comércio do Maranhão. O objetivo era</p><p>monopolizar a exportação das drogas do sertão - atividade esta controlada, até então, pelos próprios</p><p>colonos por meio do Porto de Belém do Pará. Além disso, proibiu-se a escravidão indígena – outra vez.</p><p>A situação na região do Maranhão já era de muita escassez e pobreza, afinal, no Maranhão não havia a</p><p>disponibilidade de drogas do sertão, tal qual na Amazônia. Com a monopolização do comércio e da</p><p>exportação pela Cia Real, ficou impossível desenvolver uma atividade econômica rentável para os</p><p>colonos.</p><p>Nesse contexto miserável, em 1684, surgiu uma revolta de colonos liderados por dois irmãos da</p><p>família Beckman. Por isso, conhecemos esse acontecimento como a Revolta dos irmãos Beckman</p><p>21</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 05 – Brasil Colônia II</p><p>(falaremos dela na sequência da aula). O resultado dessa revolta foi o fechamento da Companhia, até</p><p>porque ela e seus objetivos econômicos fracassaram.</p><p>Quase um século depois, em 1755, o Governo criou outra Companhia, agora abarcando as</p><p>atividades de toda a região Norte. Era a Companhia do Comércio do Grão Pará e Maranhão. Dessa vez, o</p><p>sucesso foi maior porque eles implantaram o cultivo de algodão, também com uso de mão de obra escrava.</p><p>Deu certo porque havia uma demanda internacional na Inglaterra por algodão para abastecer o início da</p><p>produção</p><p>provocada pela Revolução Industrial. Assim, durante 25 anos o Maranhão foi o maior exportador</p><p>de algodão do mundo.</p><p>A Companhia Geral do Grão-Pará e Maranhão e a criação do Estado do Grão-Pará foram resultado da</p><p>administração do Marquês de Pombal enquanto Primeiro Ministro de Portugal, durante o reinado de</p><p>Dom Jose I. Pombal, que ficou no cargo entre 1750 e 1777, inaugurou uma administração voltada para</p><p>tirar Portugal da crise econômica. Para dinamizar a exploração de riquezas na colônia e o controle</p><p>comercial, Pombal criou, por exemplo, a Companhia Geral do Grão-Pará e Maranhão, além da</p><p>Companhia Geral de Pernambuco e Paraíba. Muitas das medidas do Período Pombalino estiveram</p><p>relacionadas à sua principal colônia, o Brasil. Seria função do Brasil, dentro deste objetivo pombalino,</p><p>suprir as necessidades materiais e comerciais da metrópole. Além da criação desses feitos resultado da</p><p>administração de Pombal, veremos ainda nesta aula outras iniciativas desferidas pelo Marquês que</p><p>afetaram o Brasil. Ah, não se esqueça de que ele foi um representante do Despotismo Esclarecido, no</p><p>Brasil.</p><p>22</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 05 – Brasil Colônia II</p><p>Diante desses acontecimentos, percebemos que a ocupação da região Norte foi um processo de</p><p>longo prazo que envolveu a ação da Coroa, de colonos sertanistas, de missionários religiosos e das práticas</p><p>escravagistas. Reforço que as atividades principais desenvolvidas tiveram como foco a produção para</p><p>exportação.</p><p>A economia das possessões coloniais portuguesas na América foi marcada por mercadorias que, uma</p><p>vez exportadas para outras regiões do mundo, podiam alcançar alto valor e garantir, aos envolvidos</p><p>em seu comércio, grandes lucros. Além do açúcar, explorado desde meados do século XVI, e do ouro,</p><p>extraído regularmente desde fins do XVII, merecem destaque, como elementos de exportação</p><p>presentes nessa economia:</p><p>a) tabaco, algodão e derivados da pecuária.</p><p>b) ferro, sal e tecidos.</p><p>c) escravos indígenas, arroz e diamantes.</p><p>d) animais exóticos, cacau e embarcações.</p><p>e) drogas do sertão, frutos do mar e cordoaria.</p><p>Comentário</p><p>A questão demanda conhecimentos específicos acerca dos produtos explorados comercialmente por</p><p>Portugal no Brasil Colonial, dentro dos interesses mercantilistas daquele país europeu. O tabaco era</p><p>usado principalmente como moeda de troca na aquisição de escravos africanos (Bahia). O algodão</p><p>atendeu ao mercado europeu, sobretudo no momento em que as Colônias Inglesas da América do</p><p>Norte, envolvidas em seu processo de independência, deixaram de fazê-lo (algodão do Maranhão).</p><p>Já o couro e o charque, derivados da pecuária, atendiam ao mercado luso e da região platina (lembre-</p><p>se da produção gaúcha).</p><p>Gabarito: A</p><p>2.1.2 – Bandeirismo e a descoberta do Ouro</p><p>Na seção anterior comentei que a pecuária, tanto do Nordeste quanto do Sul, teve uma história</p><p>antes e uma depois da descoberta do ouro. Já a mineração é resultado de um longo processo que envolveu</p><p>uma atividade denominada bandeirismo.</p><p>Bandeirismo é um movimento de caráter particular, cuja origem está na região da Vila de São</p><p>Vicente. Ele era formado por colonos portugueses, brancos, mestiços e indígenas. Eram</p><p>conhecidos como bandeirantes.</p><p>Assim, para entender o bandeirismo é necessário estudarmos as condições econômicas e sociais</p><p>dessa província.</p><p>Como falamos em aulas anteriores, no momento da divisão da colônia em capitanias hereditárias,</p><p>duas capitânias tiveram êxito: a Pernambuco e São Vicente. Nesta Vila, inclusive, foi fundado o Engenho</p><p>dos Erasmos – primeiro engenho de cana-de-açúcar no Brasil. No entanto, a região vicentina logo perdeu</p><p>23</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 05 – Brasil Colônia II</p><p>importância econômica. Nesse momento, muitos colonos saíram do litoral, subiram a Serra e se</p><p>estabeleceram na Vila de Piratininga – atual cidade de São Paulo. Podemos indicar pelo menos 2 motivos</p><p>principais do fracasso econômico:</p><p>• A grande distância que separava São Vicente da metrópole. Para você ter noção, levavam-se 30 dias</p><p>para chegar de Portugal até Salvador (capital do Governo-Geral) e mais 15 dias até São Vicente. Ou</p><p>seja, tempo demais para os negócios coloniais.</p><p>• A faixa litorânea de São Vicente era estreita, com muitos manguezais e, portanto, inapropriada para</p><p>a produção latifundiária do complexo açucareiro.</p><p>E vamos combinar, galera, segundo Caio Prado e Fernando Novais, a função de uma colônia era produzir</p><p>riquezas para a metrópole. Por isso, o fracasso do sistema exportador na região vicentina transformou a</p><p>Vila de São Vicente em uma região secundária, do ponto de vista da economia de exploração do sistema</p><p>colonial.</p><p>Mas profe, e do ponto de vista local, então? Também era um fracasso?</p><p>Olha, pensando no desenvolvimento local, podemos dizer que havia inúmeras dificuldades para que</p><p>os colonos mantivessem uma qualidade de vida boa. Evidentemente, no século XVII, na colônia, era preciso</p><p>ter alguma riqueza para minimizar as agruras do local, até mesmo nas regiões mais ricas – como</p><p>Pernambuco ou Bahia. Imagine em uma Vila no sul da colônia?</p><p>Dessa maneira, podemos articular a seguinte formulação: havia muita escassez e pouca diversidade de</p><p>produção. Importar da Europa era lago absolutamente fora de cogitação, uma vez que os produtos eram caros</p><p>e, devido ao isolamento da região, quase não chegava um único produto importado.</p><p>Então, utensílios, roupas, ferramentas e até mesmo mão de obra especializada - como pedreiro,</p><p>carpinteiro, ferreiro- faltavam na província. Imagine livros, jornais, revistas ou qualquer meio de</p><p>desenvolvimento da intelectualidade? Por isso, muitos historiadores falam em que a população vicentina</p><p>vivia na miséria.</p><p>Nesse sentido, o que se verificou foi uma interação maior entre colonos portugueses e indígenas.</p><p>Colonos aprendiam com os indígenas a guerrear, caçar e construir abrigos conforme os hábitos indígenas.</p><p>Segundo historiadores, até meados do século XVIII, os paulistas falavam, majoritariamente, tupi-guarani.</p><p>Essa interação teve como resultado uma cultura específica, sertaneja e guerreira ao mesmo tempo.</p><p>A mentalidade formada nesse contexto foi a condição necessária para a atuação do bandeirismo: o</p><p>desenraizamento. Nada prendia os bandeirantes à terra. Eles podiam viajar longuíssimas distâncias e passar</p><p>meses longe de seus vilarejos. Até o início do século XVIII, não se havia encontrado riquezas que lhes</p><p>rendesse ficar em um único lugar.</p><p>Agora cuidado: essa interação não quer dizer trocas, igualdade de condições e nada</p><p>disso. Índios eram visto como selvagens, gentios, bravos e inferiores. No início, os</p><p>colonos escravizaram índios para trabalhos domésticos e pequena lavoura local. Os</p><p>colonos vicentinos se apoiavam, inclusive, nos conflitos e guerras entre os diversos</p><p>povos indígenas, alterando a própria constituição das relações interétnicas. Lembre-</p><p>se, também, da aula anterior sobre a postura dos conquistadores europeus sobre</p><p>os indígenas.</p><p>24</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 05 – Brasil Colônia II</p><p>Havia 3 atividades fundamentais desenvolvidas pelos bandeirantes, entre os séculos XVI e XVIII, que</p><p>definem 3 tipologias de bandeirismo.</p><p>Bandeira de apresamento: captura e aprisionamento de índios para vendê-los como escravos.</p><p>Bandeira de Contrato: ou sertanismo de contrato: prestação de serviços a senhores de terra,</p><p>engenhos e escravos. Captura de escravos fugidos e destruição de quilombos.</p><p>Bandeira de prospecção: procura de metais preciosos.</p><p>Essas tipologias são interessantes, mas tenha cuidado: não significa que uma veio depois da outra ou que</p><p>algum grupo de bandeirante era especialista em uma atividade e não em outra.</p><p>O que se viu, na prática, foram os bandeirantes fazendo tudo o que lhes desse alguma riqueza. É</p><p>claro que o “sonho dourado” era como aquele ideal das pessoas de hoje em dia de ganhar na megasena</p><p>ou algum investimento empreendedor no youtube. Quem</p><p>não joga, não ganha, né, gente! Então, a cada</p><p>expedição bandeirante, independentemente se era uma atividade particular ou um contrato feito com</p><p>algum senhor de terra rico, sempre o bandeirante sonhava em encontrar ouro no caminho!</p><p>O aprisionamento de índios foi uma prática na região de São Paulo e adjacências. Mas, no século</p><p>XVII, no contexto da ocupação holandesa no Nordeste, houve uma ruptura do comércio escravista. Como</p><p>sabemos, a Holanda dominou não apenas Pernambuco, mas parte importante das feitorias portuguesas na</p><p>África que eram responsáveis pelo abastecimento do comércio de escravizados.</p><p>Nesse momento, diante da conjuntura econômica, da ocupação estrangeira do território e do</p><p>encarecimento da mão de obra escrava africana, ampliou-se a demanda por mão de obra escrava indígena.</p><p>Dá uma olhada nos preços do mercado de escravizados:</p><p>Assim, era preciso encontrar uma boa fonte de aprisionamento (como se houvesse fonte boa para aprisionar,</p><p>alguém, né? Mas tudo bem, continuemos). Os aldeamentos, ou missões, eram ótimas formas de conquistar os</p><p>índios mais valiosos. De certa forma era uma ação fácil, pois estavam todos em um mesmo lugar e não estavam</p><p>completamente preparados para se proteger.</p><p>Falta de</p><p>recursos</p><p>Contato com a</p><p>cultura indígena</p><p>Isolamento</p><p>geográfico</p><p>Pobreza BANDEIRISMO</p><p>Africanos</p><p>Índios aldeados</p><p>Índios não-aldeados</p><p>0</p><p>20</p><p>40</p><p>Valor em</p><p>libras</p><p>Mercado de pessoas escravizadas</p><p>Africanos Índios aldeados Índios não-aldeados</p><p>25</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 05 – Brasil Colônia II</p><p>O local onde isso ocorreu de maneira acentuada foi nos atuais Mato Grasso do Sul e Rio Grande do</p><p>Sul, sobretudo ao longo dos rios Paraguai e Paraná, na Bacio do Prata, em um dos maiores aldeamentos</p><p>indígenas chamado Sete Povos das Missões, fundado por jesuítas espanhóis. Nessa região ocorreram</p><p>muitos massacres, mortes e a escravização dos sobreviventes. Os bandeirantes responsáveis por essas</p><p>expedições de apresamento foram Raposo Tavares, Manoel Preto e Fernão Dias (localize no mapa anterior).</p><p>Desse modo, o movimento das bandeiras contribuiu para a interiorização do território</p><p>O bandeirismo de contrato também significava o aprisionamento de índios ou escravos africanos,</p><p>contudo, era feito a pedido de senhores de terra e de escravos. Estes contratavam os bandeirantes para</p><p>derrotar uma rebelião indígena, destruir algum quilombo ou outra forma de resistência dos escravizados.</p><p>O melhor exemplo desse tipo de atividade foi a destruição do Quilombo dos Palmares, cuja história vimos</p><p>na aula passada.</p><p>Na segunda metade do século XVII, o aprisionamento de indígenas já não era tão lucrativo. Além</p><p>disso, como já vimos, Portugal restaurou a monarquia em 1640 e, no Brasil, portugueses, colonos e</p><p>indígenas expulsaram os holandeses. Fortaleceu-se o comércio negreiro.</p><p>No cenário de tentativas de recuperação econômica, a Coroa estimulava expedições militares</p><p>particulares cujo objetivo era procurar metais preciosos. Com isso, surgiram expedições bandeirantes com</p><p>o objetivo de encontrar ouro. Eram as bandeiras de prospecção. Nos anos anteriores, os bandeirantes</p><p>haviam encontrado alguns indícios de lugares em que poderiam encontrar ouro e pedras preciosas.</p><p>Uma dessas expedições foi liderada por Fernão Dias Paes. Esse bandeirante partiu de São Paulo em</p><p>direção ao Noroeste, atual território do Estado de Minas Gerais, e ficou 7 anos buscando ouro. Encontrou</p><p>apenas pedras turmalinas. Mas ele abriu rotas e caminhos que foram seguidos por outros bandeirantes,</p><p>como Borba Gato, o famoso e terrível Bartolomeu Bueno da Silva (o Anhanguera), entre outros.</p><p>Em 1693, descobriram-se as primeiras jazidas de ouro, na região das Minhas Gerais. A partir disso,</p><p>iniciou-se um povoamento na região da Mantiqueira e do Espinhaço. Até 1725 fundaram-se as cidades de</p><p>Caeté, São João del Rey, Sabará, Mariana, Vila Rica, Arraial do Tejuco, Vila do Príncipe.</p><p>Dessas cidades mineiras, os bandeirantes seguiram para a região do Mato Grosso e, em 1719,</p><p>descobriram ouro nessas terras. A partir disso, formaram-se as cidades de Cuiabá, Vila Bela, Coimbra,</p><p>Príncipe da Beira, Miranda e Albuquerque. Na sequência, rumaram mais para o Oeste e, em 1725,</p><p>chegaram em Goiás, onde descobriram novas jazidas. Aqui foi fundada Vila Boa, a atual Goiás.</p><p>Não fica perdido, guerreiro! Veja</p><p>os anos e os locais de</p><p>descobertas de jazidas de ouro!</p><p>Percebe como o movimento das bandeiras foi importante para a interiorização e a expansão</p><p>territorial, apesar de terem dizimado muitos indígenas e submetidos outros à escravidão?</p><p>É inegável o papel dos bandeirantes na interiorização do território, no povoamento – criação de</p><p>vilas, povoados - e, sobretudo, no descobrindo do ouro</p><p>26</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 05 – Brasil Colônia II</p><p>“Ilha do Bananal, atual Estado de Tocantins, ano de 1750. Um grupo de homens descalços, sujos e famintos</p><p>se aproxima de uma aldeia carajá. Cautelosamente, convencem os índios a permitirem que acampem na</p><p>vizinhança. Aos poucos, ganham a amizade dos anfitriões. Um belo dia, entretanto, mostram a que vieram.</p><p>De surpresa, durante a madrugada, invadem a aldeia. Os índios são acordados pelo barulho de tiros de</p><p>mosquetão e correntes arrastando. Muitos tombam antes de perceber a traição. Mulheres e crianças</p><p>gritam e são silenciadas a golpes de manchete. Os sobreviventes do massacre, feridos e acorrentados,</p><p>iniciam, sob chicote, uma marcha de 1 500 quilômetros até a vila de São Paulo – como escravos.” TORAL,</p><p>A. e BASTOS, G. Os brutos que conquistaram o Brasil. In: Revista Superinteressante, abril de 2000. Fonte:</p><p>http://super.abril.com.br/historia/brutos-conquistaram-brasil-441292.shtml. Acesso em 29/08/2012</p><p>Ações desse gênero, ocorridas na América Portuguesa, eram frequentemente empreendidas pelos</p><p>a) invasores franceses.</p><p>b) jesuítas ibéricos.</p><p>c) funcionários da coroa portuguesa.</p><p>d) bandeirantes paulistas</p><p>Comentários</p><p>Um dos primeiros tipos de bandeirismo foi o de aprisionamento, tal como a situação relatada no texto do</p><p>enunciado. No século XVI, como vimos, muitos bandeirantes fizeram incursões no interior do país para</p><p>aprisionar e escravizar indígenas. As bandeiras paulistas foram as que mais se destacaram entre os séculos</p><p>XVI e XVIII.</p><p>Gabarito: D</p><p>Monções</p><p>Além do que já vimos sobre a prática das bandeiras, havia as expedições chamadas</p><p>monções. Estas eram expedições comerciais feitas pelos rios, isto é, a característica</p><p>das monções era a expedição fluvial. Por meio de canoas, diversas mercadorias</p><p>eram transportadas, subindo e descendo rios entre São Paulo, Mato Grosso e Goiás</p><p>Dentro desse assunto geral sobre a interiorização do Brasil, vale lembrar da erva-mate no</p><p>Paraná. A cultura da erva-mate tem origem com os índios Guaranis, na região dos rios</p><p>Paraná, Paraguai e Uruguai. Da metade do século XVI até por volta de 1630, a extração</p><p>de erva-mate foi a atividade econômica mais importante da Província Del Guairá,</p><p>território equivalente ao que conhecemos como estado do Paraná. Nessa região e nessa</p><p>época existiam 3 cidades espanholas e 15 reduções jesuíticas.</p><p>27</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 05 – Brasil Colônia II</p><p>2.2 – Novos Tratados sobre os limites territoriais</p><p>Antes de entrarmos mais a fundo no ciclo do ouro, vamos aproveitar esse estudo e essa reflexão</p><p>sobre o papel dos bandeirantes para tratar alguns aspectos da colonização do Sul e as disputas territoriais</p><p>entre Portugal e Espanha em que estiveram envolvidas as missões jesuíticas e a formação de colônias e</p><p>aldeamentos.</p><p>A colonização portuguesa se estendeu até o Sul após a destruição das missões jesuíticas espanholas</p><p>pelos bandeirantes paulistas e com o desenvolvimento da pecuária e produção de couro e, mais tarde, de</p><p>carne.</p><p>Além dessa ocupação há outra que gerou tensão diretamente entre Portugal e Espanha. Tratou-se</p><p>da fundação da Colônia de Sacramento, no extremo Sul do território. Ela foi constituída</p><p>a fim de dominar</p><p>o controle da Bacia do rio da Prata. Isso complementava a expansão da atividade pecuária.</p><p>Contudo, espanhóis escoavam toda a produção de prata da região mineradora do Potosí (na atual</p><p>Bolívia) pelo rio da Prata (olha o porquê de o nome desse rio tão importante para a América do Sul), que</p><p>desembocava justamente onde? Na Colônia de Sacramento, meu caro e minha cara! Assim, a Espanha</p><p>desconfiava que Portugal pudesse usar o rio para invadir e tomar a região mineradora de Potosí. Sacou os</p><p>motivos das disputas em relação à fronteira no Sul?</p><p>Os conflitos entre Portugal e Espanha vieram à tona depois de findo a União Ibérica e com a crise</p><p>geral do mercantilismo, no final do século XVII e começo do XVIII. Desse modo, surgiu a necessidade de</p><p>reverem os limites territoriais impostos pelo Tratado de Tordesilhas.</p><p>Nas discussões que envolveram a definição das fronteiras Portugal conseguiu impor como norma básica das</p><p>negociações o princípio do direito internacional romano chamado uti possidetis. Conforme esse princípio, a</p><p>posse efetiva de um território é de quem o ocupa de fato.</p><p>Foram muitas tentativas de negociação. Vou listar os acordos sobre o estabelecimento das</p><p>fronteiras mais importantes para a sua prova:</p><p>✓ 1715: Tratado de Utrecht</p><p>✓ 1750: Tratado de Madri</p><p>✓ 1777: Tratado de Santo Ildefonso</p><p>✓ 1801: Tratado de Badajós</p><p>Veja no quadro abaixo as definições de cada Tratado:</p><p> Primeiro Tratado de Utrecht (1713): Por meio dele, a França reconheceu o direito exclusivo de</p><p>navegação dos portugueses no Rio Amazonas, em troca do reconhecimento luso da posse da</p><p>Guiana pelos franceses. O Rio Oiapoque passou a ser o limite entre as duas colônias, o que ratificou</p><p>o pertencimento do Amapá ao território brasileiro.</p><p>28</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 05 – Brasil Colônia II</p><p> Segundo Tratado de Utrecht (1715): Ratificado pela Espanha, que reconhece a possessão</p><p>portuguesa da Colônia de Sacramento, na região sul do Brasil. Contudo, a validade foi limitada</p><p>diante de novos conflitos entre portugueses e espanhóis.</p><p> Tratado de Madri (1750): Para solucionar os impasses de fronteira entre portugueses e espanhóis,</p><p>estabeleceu o princípio do utis possidetis, ou seja, somente seriam reconhecidos para cada um dos</p><p>Estados aqueles territórios ocupados de maneira efetiva por eles. O acordo invalidou os limites do</p><p>Tratado de Tordesilhas, uma vez que Portugal obteve a posse legal do Rio Grande do Sul (Sete Povos</p><p>das Missões), Mato Grosso e Amazônia. Já os espanhóis obtiveram dos lusos a Colônia de</p><p>Sacramento, para que mantivesse o controle sobre as duas margens do rio da Prata.</p><p> Tratado do Pardo (1761): Assinado pelo marquês de Pombal, o acordo anulou todas as disposições</p><p>do Tratado anterior, incluindo o princípio do utis possidetis.</p><p> Tratado de Santo Idelfonso (1777): Portugal saiu na desvantagem em relação ao Tratado de Madri,</p><p>pois renunciava da Colônia de Sacramento e dos Sete Povos das Missões, o que representou a perda</p><p>de parte do Rio Grande do Sul para os espanhóis. Em troca, os espanhóis cederam para os</p><p>portugueses a ilha de Santa Catarina.</p><p> Tratado de Badajós (1801): devolveu a Portugal grande parte do Rio Grande do Sul (Sete Povos das</p><p>Missões), mas a Espanha manteve o domínio do estuário do Prata ao afirmar sua posse da região</p><p>de Sacramento. O tratado representou o fim dos conflitos territoriais entre portugueses e</p><p>espanhóis, além de assegurar ao Brasil a maior parte de sua configuração atual.</p><p>Agora, observe o mapa abaixo. Ele traz muitas informações relacionadas à formação do</p><p>território nacional. Estude-o”</p><p>29</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 05 – Brasil Colônia II</p><p>Lembra-se do Pombal? Pois é, saiba que, a respeito da divisão territorial da colônia Brasil, ele, láaaa de</p><p>Portugal, decretou em 1759 que as propriedades (territórios) do sistema de Capitanias Hereditárias deveriam</p><p>voltar para o controle do governo português. Desta forma, decretou o fim do primeiro sistema de divisão</p><p>territorial brasileiro, criado nos primórdios da colonização do Brasil. Lembre-se, por exemplo, que foi no</p><p>Período Pombalino que houve a criação Estado do Grão-Pará e Maranhão.</p><p>30</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 05 – Brasil Colônia II</p><p>(EsPCEx/2005/4000000209)</p><p>A expansão das fronteiras do Brasil iniciou-se com o rompimento do meridiano de Tordesilhas</p><p>por grupos de homens que ficaram conhecidos por bandeirantes. Eles organizavam expedições para</p><p>apresamento de índios e busca de metais preciosos. A ocupação dos territórios além de Tordesilhas</p><p>por colonos luso-brasileiros gerou uma série de conflitos com nossos vizinhos espanhóis. Esses</p><p>conflitos fizeram com que Portugal e Espanha assinassem vários tratados de limites. O mais</p><p>importante desses tratados, que deu ao Brasil, praticamente, sua conformação geográfica atual, foi</p><p>o Tratado de</p><p>a) Utrecht, de 1713.</p><p>b) Lisboa, de 1680.</p><p>c) Madrid, de 1750.</p><p>d) Simancas, de 1715.</p><p>e) El Pardo, de 1761.</p><p>Comentários</p><p>O tema da questão são as negociações entre Portugal e Espanha a respeito das fronteiras entre suas</p><p>possessões coloniais na América do Sul. Você deve se lembrar que isso havia sido decidido com o</p><p>Tratado de Tordesilhas (1494), que definiu uma linha imaginária traçada verticalmente à 370 léguas</p><p>à oeste de Cabo Verde. Com isso, a América portuguesa se resumia à costa brasileira, do Nordeste ao</p><p>Sudeste. Entretanto, entre 1580 e 1640, a Coras portuguesa e espanhola foram unificadas sob o</p><p>reinado de Filipe II, formando a União Ibérica. Dessa forma, as fronteiras definidas em 1494 deixaram</p><p>de valer. É justamente ao longo do século XVII, que a ação dos bandeirantes luso-brasileiros de</p><p>avançar no interior do continente começa a despontar. Outra reviravolta ocorre em 1640, quando</p><p>Portugal reconquista sua independência da Espanha, o que fez a questão das fronteiras coloniais</p><p>voltar a ser debatida, pois os bandeirantes continuaram avançando sobre o território espanhol no</p><p>Brasil. Então, não teve outro jeito, as duas Coroas voltaram a sentar para negociar no início do século</p><p>XVIII. Até o século XIX, uma série de tratados foi assinado pelas duas monarquias. Mesmo após as</p><p>independências, os governos independentes das ex-colônias continuaram disputando os limites</p><p>territoriais com o Brasil. Com isso em mente, vejamos qual foi o primeiro tratado que deixou o Brasil</p><p>mais parecido com suas atuais fronteiras:</p><p>a) Incorreta. O Primeiro Tratado de Utrecht foi assinado em 1713. Ele foi o resultado de negociações</p><p>entre a Inglaterra e a França/Espanha para pôr fim à guerra de sucessão do trono espanhol, ocorrida</p><p>entre 1702 e 1714. No mesmo tratado tivemos impactos sobre as colônias portuguesas. Olha só,</p><p>Pouco depois de terminadas as negociações entre ingleses e franceses, no início de 1713, chegou a</p><p>vez dos últimos iniciarem suas negociações com os portugueses. A posição de Portugal sobre as terras</p><p>em disputa entre as duas Coroas no norte do Brasil era de que a ele pertencia por direito todas as</p><p>terras do Cabo do Norte, situadas entre o Amazonas e o rio de Vicente Pinzón, ou Oiapoque, e que a</p><p>possessão dessas terras dava-lhe o direito exclusivo à navegação do rio Amazonas2.</p><p>2 FURTADO, Júnia Ferreira. Guerra, diplomacia e mapas: Guerra de Sucessão Espanhola, o Tratado de</p><p>Ultrecht e a América portuguesa na cartografia de D'Anville. Topoi, v. 12, n. 23, jul-dez., 2011. p. 76</p><p>31</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 05 – Brasil Colônia II</p><p>b) Incorreta. O Tratado de Lisboa se tratou da devolução pela Espanha da Colônia do Sacramento à</p><p>Portugal. Essa colônia estava localizada na foz do Rio da Prata, na fronteira entre o atual Rio Grande</p><p>do Sul e o Uruguai.</p><p>c) Correta! O Tratado de Madrid garantiu a posse portuguesa da maior parte do atual Brasil,</p><p>praticamente se excetuando apenas os territórios do Acre e do Amapá.</p><p>d) Incorreta. Não existe um tratado com</p><p>esse nome.</p><p>e) Incorreta. O Tratado de El Pardo anulou todas as determinações do Tratado de Madrid.</p><p>Gabarito: C</p><p>(Estratégia Vestibulares/Profe. Alê Lopes/ 2021)</p><p>“As mulas vindas do sul eram comercializadas, grosso modo, na feita de Sorocaba. A 18 léguas de São</p><p>Paulo, a cidade foi o cenário das mais importantes feiras muares entre 1760 e 1860. Os animais</p><p>partiam do Sul entre setembro e outubro, meses de chuva em que as pastagens começam a verdejar.</p><p>Uns preferiam vir direto, chegando entre janeiro e março, outros estacionavam nos campos de Lages,</p><p>ao sul de Santa Catarina, paraque os animais se refizessem. As tropas não eram trazidas para dentro</p><p>da cidade, mas estacionavam nas imediações, nas invernadas dos campos d’El Rei. Tinha lugar a</p><p>engorda preparatória para a festa, além da domesticação dos burros, na qual os sorocabanos eram</p><p>mestres”.</p><p>PRIORE, M. del; VENÂNCIO, R. P. O livro de Ouro da História do Brasil. Rio de Janeiro: Ediouro, 2001,</p><p>p. 100-101.</p><p>O desenvolvimento do mercado interno na América portuguesa esteve diretamente vinculado à</p><p>atividade dos tropeiros, que cresceu em função</p><p>a) da prosperidade da economia açucareira nas capitanias nordestinas.</p><p>b) das migrações para a região amazônica, onde despontava a extração das drogas do sertão.</p><p>c) das missões jesuítas que introduziram à criação de gado no interior das terras brasileiras.</p><p>d) do interesse da monarquia em explorar a extração de erva-mate que era exportada para as colônias</p><p>espanholas.</p><p>e) do florescimento do comércio derivado da exploração de ouro no interior do sudeste brasileiro.</p><p>Comentários</p><p>Em primeiro lugar, note que estamos que a questão se refere ao Brasil colônia, durante o século XVIII.</p><p>Nesse período, a colonização portuguesa já estava consolidada e vivia um período de relativa</p><p>prosperidade. Grande parte do território atual do Brasil já era ocupada pelos portugueses naquele</p><p>século e cada região se especializava em uma atividade econômica. Com isso, o comércio entre as</p><p>regiões da própria América portuguesa ganhou impulso, desenvolvendo um mercado interno. Esse</p><p>comércio era realizado por caravanas de muares. Em outras palavras, comerciantes ambulantes</p><p>carregavam as mercadorias nas costas de burros e mulas ou em carroçadas puxadas pelos mesmos.</p><p>Percorrendo longas distâncias, esses viajantes foram fundando povoados e vilas ao longo dos</p><p>caminhos, onde poderiam parar para descansar antes de seguir viagem. Em algumas delas,</p><p>desenvolveram-se grandes feiras nas quais os produtos eram trocados, entre elas Sorocaba, como</p><p>citada pelo texto. Com isso em mente, vejamos o que foi definitivo para o florescimento desse</p><p>mercado interno:</p><p>a) Incorreta. Apesar de ainda ser um dos principais produtos exportados pela América portuguesa, o</p><p>açúcar nordestino vivia um período de crise. Os engenhos ainda se recuperavam dos efeitos negativos</p><p>das invasões holandesas no século anterior e tinham que lidar com a competição de novas colônias</p><p>32</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 05 – Brasil Colônia II</p><p>açucareiras fundadas por outras nações europeias nas Américas e na Ásia. Além disso, mesmo quando</p><p>ainda estava a todo vapor, até meados do século XVII, a economia açucareira não foi capaz de</p><p>fomentar o desenvolvimento de um mercado interno com o resto da colônia. Muitas regiões ainda</p><p>nem sequer haviam sido ocupadas naquele momento.</p><p>b) Incorreta. Apesar da extração de drogas do sertão realmente ter fomentado a ocupação da região</p><p>amazônica pelos portugueses, entre os séculos XVII e XVIII, essa atividade não se tornou uma das</p><p>principais da colônia. Portanto, foi incapaz de fomentar o desenvolvimento de um mercado interno.</p><p>As dificuldades de chegar a essa parte da colônia, onde a floresta amazônica era mais imponente,</p><p>também contribuíram para seu relativo isolamento.</p><p>c) Incorreta. De fato, os jesuítas introduziram a prática de criação de gado no interior do Brasil,</p><p>sobretudo nas regiões dos atuais estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Entretanto,</p><p>as aldeias jesuítas viviam razoavelmente isoladas do resto da colônia, pois aldeavam indígenas e não</p><p>queriam que eles fossem escravizados pelos demais colonos. Logo, as missões não favoreceram o</p><p>desenvolvimento de um mercado interno.</p><p>d) Incorreta. A extração de erva-mate se destacou também nas regiões das capitanias do sul, onde os</p><p>próprios indígenas já a praticavam. No entanto, não se tornou uma atividade econômica altamente</p><p>lucrativa no período colonial, a ponto de despertar maior interesse da Coroa do que o açúcar ou o</p><p>ouro. Era uma atividade mais voltada para a subsistência, apesar de eventualmente haver comércio</p><p>com as colônias espanholas vizinhas, onde o consumo de mate também era forte.</p><p>e) Correta! O ouro foi descoberto em Minas Gerais nas últimas décadas do século XVII. Ao longo do</p><p>XVIII, a extração aurífera se tornou a principal atividade econômica da colônia, atraindo migrantes e</p><p>imigrantes de várias partes do Império português, inclusive de outras regiões do Brasil. No entanto,</p><p>os colonos mineiros dedicaram quase todas as suas terras à exploração do ouro, sobrando muito</p><p>poucas para a agricultura e criação de animais. Com isso, eles tiveram que passar a comprar</p><p>alimentos, utensílios e outras coisas necessárias ao seu cotidiano de outras regiões da colônia e</p><p>importa-las da metrópole. Assim, o comércio sofreu um grande impulso na região e favoreceu o</p><p>desenvolvimento de um mercado interno.</p><p>Gabarito: E</p><p>3. A descoberta do Ouro no contexto do mercantilismo decadente</p><p>Querido e querida, como sabemos, a partir do final do século XVII, Portugal entrou em crise e passou</p><p>de uma potência mercantilista a reino dependente dos acordos estabelecidos com a Inglaterra, potência</p><p>marítimo-mercantil e manufatureira. Isso era um sinal de novos tempos: o mercantilismo estava decadente</p><p>e a elite econômica procurava novas formas de produzir riqueza.</p><p>Como parte dessa crise do mercantilismo estava o declínio da atividade açucareira na colônia da</p><p>América Portuguesa. Por isso, a busca de novas riquezas coloniais foi uma característica desse período. Era</p><p>preciso salvar metrópole!</p><p>No entanto, se liga: Portugal, e mesmo os colonos continuavam pensando, refletindo e decidindo</p><p>conforme as velhas práticas mercantilistas. Assim, essa busca por riquezas significava encontrar ouro, ou</p><p>intensificar as atividades agropecuárias e extrativistas já existentes.</p><p>Contudo, a revolução industrial estava sendo gestava no útero inglês. O capital comercial, aos</p><p>poucos, cedia espaço para o capital industrial e o desenvolvimento da maquinofatura. Era preciso buscar</p><p>investimento monetário e intelectual para criar algo realmente novo!</p><p>33</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 05 – Brasil Colônia II</p><p>É nessa conjuntura internacional que o ouro é descoberto e a atividade mineradora é</p><p>desenvolvida no Brasil.</p><p>Articula comigo!</p><p>Uma das coisas mais importantes para sabermos, nesse momento, é que o ouro brasileiro foi</p><p>transferido para a Inglaterra por meio dos acordos que a metrópole portuguesa tinha estabelecido</p><p>com os ingleses, entre eles o Tratado de Methuen. A concentração de capital na ilha britânica foi</p><p>fundamental para, assim, investir em pesquisas, inventos e experimentos que deram origem à</p><p>Revolução Industrial, na segunda metade do século XVIII. Nesse sentido, o Brasil havia sido uma</p><p>peça chave para transformar Portugal em uma potência mercantilista e, agora, contribuía (ainda</p><p>que indiretamente) para que a Inglaterra se transformasse na maior “fábrica do mundo”.</p><p>Dito isso, podemos seguir para entender a atividade aurífera na colônia durante o século XVIII.</p><p>3.1 – A civilização do Ouro</p><p>A descoberta do ouro nas Minas Gerais, como vimos no início dessa aula, foi fruto da atividade dos</p><p>bandeirantes paulistas no final do século XVII. Durante todo o século XVIII, a economia colonial esteve</p><p>voltada para esse produto.</p><p>Ao tratar sobre o desenvolvimento da pecuária no Sul e no Nordeste, mencionamos que atividade</p>

Mais conteúdos dessa disciplina