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Aula 02 PROPRIEDADE INDUSTRIAL

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Aula 02
PROPRIEDADE INDUSTRIAL
HISTÓRICO
Ramo jurídico muitas vezes referido pela expressão “marcas e patentes”. Tem início na Inglaterra, mais de um século antes da primeira revolução industrial, com a edição do Statute of Monopolies, em 1623.
- Segundo Ulhoa, não é um despropósito imaginar que o pioneirismo do direito inglês, na matéria de proteção aos inventores pode ter contribuído decisivamente para o extraordinário processo de industrialização que teve lugar na Inglaterra, a partir de meados do século XVIII.
- Outro momento de extrema importância, para a evolução do direito industrial, foi a criação, em 1883, da UNIÃO DE PARIS, convenção internacional da qual o Brasil é participante desde o início, e cujo objetivo principal é a declaração dos princípios da disciplina na propriedade industrial. A convenção, revista pela última vez em Estocolmo (1967), adota o conceito amplo de propriedade industrial, abrangendo não apenas os direitos dos inventores, como também as marcas e outros sinais distintivos da atividade econômica (denominação de origem, nome e insígnia). 
NATUREZA JURÍDICA (Patrimonial de direito real).
Diferentemente da propriedade literária, científica e artística, a propriedade industrial apresenta uma natureza jurídica patrimonial – de direito real, por questões normativas e, também, como questões culturais, sobretudo pelo fato de boa parte dos bens intelectuais voltados para indústria serem desenvolvidos por uma equipe, e não por uma única pessoa, o que gera um baixo grau de identidade entre o criador e o produto, se comparado, obviamente, ao direito moral previsto na lei autoral.
BENS DA PROPRIEDADE INDUSTRIAL 
São bens integrantes da propriedade industrial: 
invenção,
modelo de utilidade
desenho industrial
marca.
O direito de exploração com exclusividade dos dois primeiros se materializa no ato de concessão da respectiva patente (documentado pela “carta patente”); em relação aos dois últimos, concede-se o registro (documentado pelo “certificado”). A concessão da patente ou do registro compete a uma autarquia federal denominada Instituto Nacional da Propriedade Industrial –INPI.
SISTEMA NORMATIVO
- União de Paris – Estocolmo – 1967
- Código de propriedade Industrial
PROPRIEDADE INTELECTUAL (Autoral e industrial)
Os bens sujeitos à tutela jurídica sob a noção de “propriedade industrial” (isto é, as patentes de invenção, as marcas de produtos ou serviços, o nome empresarial etc.) integram o estabelecimento empresarial. São, assim, bens imateriais da propriedade do empresário. Há, porém, outros bens da mesma natureza, cuja tutela segue disciplina diversa, a do direito autoral.
O conjunto destas duas categorias de bens é normalmente denominado “propriedade intelectual”, numa referência à sua imaterialidade e à origem comum, localizada no exercício de aptidões de criatividade pelos titulares dos respectivos direitos. A propriedade intelectual, portanto, compreende tanto as invenções e sinais distintivos da empresa, como as obras científicas, artísticas, literárias e outras. O direito intelectual, deste modo, é o gênero, do qual são espécies o industrial e o autoral. Deve-se, contudo, acentuar que há bens de extraordinária importância econômica para os empresários que são protegidos, no Brasil e no exterior, pelo direito autoral e não pelo industrial, como, por exemplo, os programas de computador. Por esta razão, é necessário pelo menos uma referência genérica às diferenças entre os dois grandes capítulos do direito intelectual. Além disso, cabe examinar também o critério distintivo entre desenho industrial e obra de arte, para assinalar as hipóteses de aplicação de cada ramo do direito de tutela da propriedade intelectual.
DIREFENÇAS ENTRE O DIREITO INDUSTRIAL E O DIREITO AUTORAL
Uma das diferenças entre o direito industrial e o autoral está relacionada à natureza do registro do objeto, ou da obra. O do primeiro é constitutivo; o da obra se destina apenas à prova da anterioridade.
Essa foi a destacada pelo professor Otávio - A segunda diferença entre o direito industrial e o autoral está relacionada à extensão da tutela jurídica. Enquanto o primeiro protege a própria ideia inventiva, o segundo cuida apenas da forma em que a ideia se exterioriza. 
Ex: Se alguém apresenta ao INPI um pedido de patente, descrevendo de maneira diferente uma invenção já patenteada, ele não poderá receber o direito industrial que pleiteia. Isto porque a propriedade, neste caso, está protegida como a ideia de que decorre a invenção. Ao seu turno, no campo do direito autoral, qualquer um pode publicar um livro, narrando, em primeira pessoa, a história de um homem obcecado pela ideia de que sua mulher foi adúltera, tema introduzido na literatura brasileira por Machado de Assis, em Dom Casmurro. Ora, desde que não reproduza trechos do texto machadiano, este escritor não incorrerá em plágio, embora a sua ideia não seja minimamente original. Isto porque a proteção liberada pelo direito autoral não alcança a ideia do autor, mas só a forma pela qual ela se exterioriza, e se apresenta ao público.
PATENTEABILIDADE
Os bens industriais patenteáveis são a invenção e o modelo de utilidade. Não basta, contudo, que o inventor ou o criador do modelo tenha conseguido, em suas pesquisas científicas ou tecnológicas, um resultado original, para que tenha direito à patente. A lei estabelece diversas condições para a concessão do direito industrial, às quais se refere, neste caso, pelo neologismo “patenteabilidade”. São as seguintes:
novidade
atividade inventiva
industriabilidade
desimpedimento
As mesmas condições são exigíveis da invenção e do modelo de utilidade.
INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial) 
O professor Otávio elencou na aula apenas esse ponto em torno da PROTEÇÃO, LEI Nº 9.279, DE 14 DE MAIO DE 1996. Regula direitos e obrigações relativos à propriedade industrial.
	
	
 Art. 2º A proteção dos direitos relativos à propriedade industrial, considerado o seu interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País, efetua-se mediante:
        I - concessão de patentes de invenção e de modelo de utilidade;
        II - concessão de registro de desenho industrial;
        III - concessão de registro de marca;
        IV - repressão às falsas indicações geográficas; e
        V - repressão à concorrência desleal.
MARCA
CONCEITO – a marca é um bem industrial que pode ser definida como o sinal distintivo, suscetível de percepção visual, que identifica, direta ou indiretamente, produtos ou serviços. 
- IMPORTANTE (Professor Otávio deu muita ênfase a esse ponto) – No Brasil (ao contrário do que se verifica em outros países, como França e a Alemanha), os sinais sonoros, ainda que originais e exclusivos, embora possam também individualizar produtos e serviços, não são suscetíveis de registro como marca. É o caso, por exemplo, do “plim plim” adotado pela Rede Globo. Também não são marcas as características de cheiro, gosto ou tato de que se revestem os produtos ou serviços. Os signos não visuais são tutelados pela disciplina jurídica da concorrência, na medida em que sua usurpação sirva de meio fraudulento para desviar clientela. Apenas os sinais visualmente perceptíveis podem ser registrados como marca no INPI. Os exemplos são inúmeros: Coca-cola, Saraiva, Itaú etc.
FORMAS – (no livro de Ulhoa está como CLASSIFICAÇÃO, questionarei na revisão se os termos FORMAS e CLASSIFICAÇÃO são equivalentes). 
A doutrina costuma classificar as marcas em NOMINATIVAS, FIGURATIVAS ou MISTAS.
nominativas: são as marcas compostas exclusivamente por palavras, que não apresentam uma particular forma de letras (por exemplo, Revista Direito de Empresa).
Figurativas: são as marcas consistentes de desenhos ou logotipos (por exemplo a famosa gravatinha da Chevrolet).
Mistas: seriam palavras escritas com letras revestidas de uma particular forma, ou inseridas em logotipos (por exemplo, Coca-Cola). 
OBS – esta classificação no entanto é inútil, para fins jurídicos. Qualquer que seja o tipo de marca, segundo este critério diferencial,a proteção é idêntica.
- Por fim, vale a pena um registro sobre a marca tridimensional. Para determinados produtos, a forma serve como fator de distinção. Pense na caneta Bic ou na garrafa da Coca-cola. Eles apresentam formas eventualmente protegidas como desenho industrial mas por sua distintividade também comportam proteção como marcas. A marca é tridimensional sempre que a forma do produto for um signo, ou, como diz a lei, um sinal distintivo. 
ESPÉCIES (Marca de produto ou serviço, marca de certificação e marca coletiva).
As marcas são sinais distintivos que identificam, direta ou indiretamente, produtos ou serviços. A identificação se realiza pela aposição do sinal no produto ou no resultado do serviço, na embalagem, nas notas fiscais expedidas, nos anúncios, nos uniformes dos empregados, nos veículos etc. Dá-se uma identificação direta se o sinal está relacionado especificamente ao produto ou serviço. A identificação indireta se realiza por meio de duas outras categorias de marca, introduzidas no direito brasileiro pela atual legislação: as COLETIVAS e de CERTIFICAÇÃO.
 - Identificação direta – se o sinal está relacionado ao PRODUTO OU SERVIÇO;
- Identificação indireta – se realiza por meio de duas outras categorias de marca: COLETIVAS e de CERTIFICAÇÃO. 
MARCA DE PRODUTO OU SERVIÇO – usada para os individuar, distinguindo-os de outros idênticos, semelhantes ou afins, de origem diversa;
MARCA DE CERTIFICAÇÃO – a que atesta a conformidade de produto ou serviço a normas ou especificações técnicas, notadamente quanto à qualidade, natureza, material utilizado e metodologia empregada, ex: Instituto Nacional de Meteorologia, 
Normalização e Qualidade Industrial - INMETRO, Associação Brasileira da Indústria do 
Café – ABIC
MARCA COLETIVA – aquela usada para identificar produtos ou serviços provindos de membros de uma determinada entidade.
- Só pode ser titular de uma marca de certificação pessoa sem interesse comercial ou industrial direto no produto ou serviço atestado, pois os órgãos certificadores necessitam de distanciamento e imparcialidade para certificar os produtos de serviços.
- Se o empresário pretende identificar seus produtos com uma marca coletiva ou de certificação, ele deverá consultar o respectivo regulamento de uso, registrado no INPI, para verificar se atende às condições nele estipuladas. Normalmente, o regulamento irá estabelecer, entre as condições de uso, uma contrapartida remuneratória em favor do titular da marca (por exemplo, a taxa de filiação à associação empresarial, o pagamento dos serviços de controle de qualidade etc.). Atendidas as condições, a lei considera outorgada a autorização de uso da marca, sem que outra formalidade seja nece3ssária além das previstas no respectivo órgão. 
MARCA DE ALTO RENOME E MARCA NOTORIAMENTE RECONHECIDA
A marca de alto renome é aquela conhecida no mercado de consumo em geral, que alcançou um patamar de grande reconhecimento e reputação positiva, sendo protegida em todos os ramos de atividade, conforme art.125 da Lei 9.279/96:
Art. 125. À marca registrada no Brasil considerada de alto renome será assegurada proteção especial, em todos os ramos de atividade.
Já a marca notoriamente conhecida é aquela registrada em outro país, mas que possui expressivo reconhecimento perante os consumidores. Nesse caso, a proteção estende-se apenas ao seu ramo de atuação. É o que depreendemos da leitura do art. 126 da Lei 9.279/96:
Art. 126. A marca notoriamente conhecida em seu ramo de atividade nos termos do art. 6º bis (I), da Convencao da União de Paris para Proteção da Propriedade Industrial, goza de proteção especial, independentemente de estar previamente depositada ou registrada no Brasil.

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