Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

Prévia do material em texto

<p>PRÁTICAS PEDAGÓGICAS II –</p><p>ENSINO FUNDAMENTAL</p><p>E-Book</p><p>PRÁTICAS PEDAGÓGICAS II –</p><p>ENSINO FUNDAMENTAL</p><p>2</p><p>Nagy, Ana Cláudia Barreiro.</p><p>PRÁTICAS PEDAGÓGICAS II – ENSINO FUNDAMENTAL / Ana Cláudia Barreiro Nagy. - 2021</p><p>89 f. : il. Color.</p><p>[Recurso Digital]</p><p>E-book – FAMETRO Centro Universitário, Manaus, 2021.</p><p>1. Práticas Pedagógicas. 2. Ensino Fundamental. 3. Metodologia de Ensino.</p><p>PRÁTICAS PEDAGÓGICAS II –</p><p>ENSINO FUNDAMENTAL</p><p>3</p><p>“... devemos pensar na escola para a criança e</p><p>não ao contrário. Isso exige o abandono do ensino</p><p>despersonalizado e normalizado, com base em</p><p>problemas-tipo e sugestões-tipo para a criança-tipo”</p><p>(Fonseca, 1995)</p><p>PRÁTICAS PEDAGÓGICAS II –</p><p>ENSINO FUNDAMENTAL</p><p>4</p><p>SUMÁRIO</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>UNIDADE 1. METODOLOGIAS E ESTRATÉGIAS DE ENSINO</p><p>1.1. As metodologias de ensino</p><p>1.2. Uma questão de abordagem</p><p>1.3. Uma introdução às metodologias ativas</p><p>1.4. As estratégias de ensino: a importância de escolher corretamente</p><p>1.5. Estratégias didáticas mais utilizadas na sala de aula</p><p>UNIDADE 2. CONSTRUÇÃO DE MATERIAIS DIDÁTICOS E SUA IMPLEMENTAÇÃO EM</p><p>CONTEXTOS REAIS</p><p>2.1. Material didático</p><p>2.2. Material além do livro didático</p><p>2.3. As histórias em quadrinhos no ensino fundamental</p><p>2.4. Sobre a curadoria dos materiais didáticos</p><p>2.5. A importância da curadoria dos materiais didáticos</p><p>UNIDADE 3. ELABORAÇÃO DE PLANOS DE ENSINO, PROJETOS PEDAGÓGICOS E EXECUÇÃO</p><p>DE OFICINAS</p><p>3.1. Elaboração de planos de ensino</p><p>3.2. Metodologias ativas no ensino fundamental: um aprofundamento</p><p>3.3. As metodologias ativas no ensino fundamental: a sala de aula invertida</p><p>3.4. O trabalho com projetos pedagógicos no ensino fundamental</p><p>3.5. As oficinas pedagógicas no ensino fundamental</p><p>UNIDADE 4. VIVÊNCIA CRÍTICO-REFLEXIVA DE ATIVIDADES EDUCATIVAS EM CONTEXTOS</p><p>REAIS E DESENVOLVIMENTO DE ATIVIDADES EDUCATIVAS NO ENSINO FUNDAMENTAL</p><p>4.1. O que são as atividades educativas?</p><p>4.2. Fora do espaço escolar também há atividades educativas</p><p>4.3. Os jogos são essenciais</p><p>4.4. Trabalho com arte e outras possibilidades</p><p>4.5. Exemplos de atividades educativas</p><p>RESUMO</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>PRÁTICAS PEDAGÓGICAS II –</p><p>ENSINO FUNDAMENTAL</p><p>5</p><p>Introdução</p><p>Olá, aluno (a)!</p><p>Bem-vindo (a)!</p><p>Neste material você encontrará os conteúdos da disciplina PRÁTICAS PEDAGÓGICAS II –</p><p>ENSINO FUNDAMENTAL, distribuídos em quatro unidades, como descrito abaixo:</p><p>✓ Unidade 1: METODOLOGIAS E ESTRATÉGIAS DE ENSINO</p><p>Nesta unidade vamos conceituar e descrever as metodologias e as estratégias de</p><p>ensino, assim como serão apresentadas as que são amis utilizadas nas escolas atualmente e,</p><p>para finalizar, faremos uma discussão sobre a importância de fazer escolhas por ambas –</p><p>metodologias e técnicas adequadamente, tendo em vista a construção de conhecimento.</p><p>✓ Unidade 2: CONSTRUÇÃO DE MATERIAIS DIDÁTICOS E SUA IMPLEMENTAÇÃO EM</p><p>CONTEXTOS REAIS</p><p>Nossa proposta nesta unidade é definir o que são materiais didáticos, discutindo a</p><p>importância da curadoria para que o processo de ensino e aprendizagem seja significativo e</p><p>eficiente para os estudantes e docentes.</p><p>✓ Unidade 3: ELABORAÇÃO DE PLANOS DE ENSINO, PROJETOS PEDAGÓGICOS E</p><p>EXECUÇÃO DE OFICINAS</p><p>Para esta terceira unidade, trouxemos à discussão os planos de ensino, os projetos</p><p>pedagógicos e as oficinas no ensino fundamental, como ferramental de grande valia para a</p><p>aprendizagem. Complementamos o texto com as metodologias ativas, porque entendemos</p><p>que um trabalho educacional, no século XXI, pressupõe o aluno como protagonista da</p><p>construção de seu conhecimento, e essas metodologias o colocam no centro.</p><p>✓ Unidade 4: VIVÊNCIA CRÍTICO-REFLEXIVA DE ATIVIDADES EDUCATIVAS EM</p><p>CONTEXTOS REAIS E DESENVOLVIMENTO DE ATIVIDADES EDUCATIVAS NO ENSINO</p><p>FUNDAMENTAL</p><p>PRÁTICAS PEDAGÓGICAS II –</p><p>ENSINO FUNDAMENTAL</p><p>6</p><p>Trouxemos nesta última unidade as atividades educativas para os contextos reais do</p><p>ensino fundamental. Texto com caráter mais prático, analisamos as atividades, as</p><p>exemplificamos e defendemos a ideia de que os jogos são essenciais ao trabalho com o</p><p>público sobre o qual tratamos neste e-book.</p><p>Por fim, deixamos em todo o material dicas de exercícios, leituras que julgamos</p><p>muito importantes que sejam feitas, assim como indicamos vídeos que você precisa assistir</p><p>para ampliar seus conhecimentos acerca da disciplina.</p><p>Boa leitura!</p><p>Muitas aprendizagens.</p><p>A Autora.</p><p>PRÁTICAS PEDAGÓGICAS II –</p><p>ENSINO FUNDAMENTAL</p><p>7</p><p>Unidade 1</p><p>METODOLOGIAS E ESTRATÉGIAS DE ENSINO</p><p>Olá, aluno! Olá, aluna! Nesta unidade vamos conhecer as metodologias de ensino e</p><p>de aprendizagem e as estratégias didáticas. Também vamos refletir sobre a importância da</p><p>escolha que o docente faz para promover a aprendizagem dos alunos com o máximo de</p><p>qualidade. Começamos com duas perguntas:</p><p>É importante saber responder a essas perguntas, especialmente se você atua ou</p><p>pretende atuar em uma sala de aula – presencial ou virtual.</p><p>Vamos lá, então.</p><p>1.1. As metodologias de ensino</p><p>Os processos educacionais precisam de um guia, uma linha que os oriente para onde</p><p>devem chegar, quais objetivos devem alcançar, que técnicas utilizar... Neste sentido, para</p><p>dar essa orientação, há as metodologias de ensino e de aprendizagem, pois aquilo que os</p><p>educadores pretendem que seja desenvolvido, será feito com seu apoio.</p><p>Veja só: as metodologias são procedimentos didático-pedagógicos utilizados pelos</p><p>docentes para atingir os objetivos de ensino e de aprendizagem planejados, de modo eficaz</p><p>O que é uma metodologia de ensino e de</p><p>aprendizagem?</p><p>O que são as estratégias didáticas?</p><p>PRÁTICAS PEDAGÓGICAS II –</p><p>ENSINO FUNDAMENTAL</p><p>8</p><p>e eficiente, para que os estudantes aprendam da melhor forma possível. Em outras palavras,</p><p>podemos afirmar que as metodologias são as ações planejadas pelos educadores para que</p><p>ocorra a aprendizagem.</p><p>Se olharmos com um viés histórico, vamos perceber que as principais metodologias</p><p>utilizadas pelos jesuítas, os primeiros “professores” do nosso país, ainda hoje estão muito</p><p>presentes em nossas escolas e universidades. Assistimos a muitas aulas expositivas, somos</p><p>levados a resolver listas intermináveis de exercícios, a memorizar conteúdos que nem</p><p>sempre fazem sentido para nós, além, claro, de sermos expostos a práticas avaliativas</p><p>ultrapassadas e que nem sempre veem o aluno como ser integral e complexo que ele é.</p><p>O professor atual, entretanto, não pode trabalhar como há 500 anos, não é mesmo?</p><p>Precisamos ter em mente que nossos alunos, no século XXI, são diferentes, especialmente</p><p>por conta das novas tecnologias digitais com as quais têm contato. Eles devem ser tratados</p><p>como sujeitos de sua aprendizagem e construção de conhecimento.</p><p>As metodologias de ensino dão forma à ação docente através da qual</p><p>os docentes ministram suas aulas. Elas influenciam diretamente na aprendizagem dos</p><p>estudantes, assim como na assimilação do conteúdo e, portanto, na construção de seu</p><p>conhecimento.</p><p>Assim, as metodologias precisam ser desenvolvidas a partir desta premissa, ou seja,</p><p>considerando o protagonismo dos alunos, o que nos leva a, obrigatoriamente, lançar mão de</p><p>metodologias ativas, como a sala de aula invertida, a resolução de problemas, o trabalho</p><p>com projetos, dentre outras.</p><p>Isso nos leva à segunda pergunta, que versa sobre as estratégias didáticas, mas, antes</p><p>de respondê-la, vamos nos aprofundar nas metodologias.</p><p>Historicamente, as principais metodologias de ensino desenvolvidas ao longo dos</p><p>anos foram as seguintes: abordagem tradicional, abordagem comportamentalista,</p><p>abordagem humanista, abordagem cognitivista e abordagem sociocultural. Podemos</p><p>PRÁTICAS PEDAGÓGICAS II –</p><p>ENSINO FUNDAMENTAL</p><p>como o coordenador</p><p>pedagógico, acompanhem quais metodologias foram escolhidas, quais conteúdos serão</p><p>desenvolvidos, e que critérios de avaliação serão adotados.</p><p>Assista ao vídeo “Planejamento no ensino fundamental”, disponível em:</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=W0gyCXV1dko. Acesso em: 20 mar 2021.</p><p>Para elaborar um bom plano de ensino, Larchert (2012, pp. 61-62) dá alguns</p><p>conselhos:</p><p>• Conhecer em profundidade os conceitos centrais e leis gerais da disciplina,</p><p>conteúdos básicos, bem como dos seus procedimentos investigativos (e como</p><p>surgiram historicamente na atividade científica).</p><p>• Saber avançar das leis gerais para a realidade concreta, entender a</p><p>complexidade do conhecimento para poder orientar a aprendizagem.</p><p>• Escolher exemplos concretos e atividades práticas que demonstrem os</p><p>conceitos e leis gerais, os conteúdos e os assuntos de maneira que todos os</p><p>entendam.</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=W0gyCXV1dko</p><p>PRÁTICAS PEDAGÓGICAS II –</p><p>ENSINO FUNDAMENTAL</p><p>49</p><p>• Iniciar o ensino do assunto pela realidade concreta (objetos, fenômenos, visitas,</p><p>filmes), para que os alunos formulem relações entre conceitos, ideias-chave, das</p><p>leis particulares às leis gerais, para chegar aos conceitos científicos mais complexos.</p><p>• Saber criar problemas e saber orientá-los (situações de aprendizagem mais</p><p>complexas, com maior grau de incerteza que propiciam em maior medida a</p><p>iniciativa e a criatividade do aluno).</p><p>Dito desta forma, é fácil perceber que, sem preparo, uma boa aula não pode</p><p>acontecer, especialmente se o docente pretende desenvolvê-la utilizando metodologias</p><p>ativas, como aquelas que se propõem a trabalhar com projetos e oficinas didáticas, não é? É</p><p>essencial pensar em muitas variáveis, inclusive, não sobrando espaço para ir para sala de</p><p>aula de forma improvisada, até porquê, o docente tem um papel intencional, que não</p><p>poderá nunca ser neutro, e cuja atuação mobilize os estudantes para serem capazes de se</p><p>apropriar dos saberes científicos, produzidos pela humanidade ao longo de sua existência.</p><p>É importante não esquecer que no momento da execução do plano de ensino há a</p><p>possibilidade de lidar com o elemento “surpresa”, algo que não estava previsto. Por essa</p><p>razão, a principal característica de todo planejamento precisa ser a “flexibilidade” (NAGY,</p><p>2018, p. 56).</p><p>O plano de ensino deve ser o norteador para os planos de aula, nos quais são, de</p><p>acordo com a BNCC (Base Nacional Comum Curricular), mais detalhadamente determinadas</p><p>competências, os conteúdos, selecionados e organizados, os procedimentos, os recursos e</p><p>os critérios de avaliação.</p><p>As competências são a descrição clara do que se pretende alcançar nas áreas de</p><p>conhecimento e nos componentes curriculares (como passaram a ser chamadas as</p><p>disciplinas escolares). As competências estão divididas em gerais (metas e os valores que</p><p>procuramos atingir) e específicas (proposições referentes às mudanças comportamentais</p><p>esperadas para um determinado grupo) e têm a intencionalidade de possibilitar o</p><p>desenvolvimento das competências pelos alunos do ensino fundamental.</p><p>Já os conteúdos, de acordo com a BNCC, estão ligados aos objetos de conhecimento</p><p>em si, posto que a Base visa que eles auxiliem no desenvolvimento de habilidades,</p><p>relacionadas à atuação dos estudantes como protagonistas de sua aprendizagem.</p><p>PRÁTICAS PEDAGÓGICAS II –</p><p>ENSINO FUNDAMENTAL</p><p>50</p><p>ID DA IMAGEM: 227548124 DESENVOLVIMENTO DE HABILIDADES</p><p>Já os conteúdos, de acordo com a BNCC, estão ligados aos objetos de conhecimento</p><p>em si, posto que a Base visa que eles auxiliem no desenvolvimento de habilidades,</p><p>relacionadas à atuação dos estudantes como protagonistas de sua aprendizagem.</p><p>Os procedimentos referem-se às ações, processos ou comportamentos planejados</p><p>pelo professor para colocar o aluno em contato direto com o conhecimento. As estratégias</p><p>são os modos particulares de provocar a atividade dos alunos no processo de aprendizagem.</p><p>Os recursos são os componentes do ambiente de aprendizagem que dão origem à</p><p>estimulação para o aluno (humanos ou materiais) e a avaliação é o processo pelo qual</p><p>determinamos os resultados alcançados em relação aos objetivos.</p><p>Veja um exemplo de plano de aula, disponível na Revista Nova Escola (online) e</p><p>construído com os pressupostos da BNCC, de língua portuguesa, para trabalhar a</p><p>conscientização na escola.</p><p>Fonte: Revista Nova Escola.</p><p>PRÁTICAS PEDAGÓGICAS II –</p><p>ENSINO FUNDAMENTAL</p><p>51</p><p>Nesta aula o foco é o trabalho com o gênero slogan (frase curta, fácil de memorizar),</p><p>e faz parte do módulo de produção de textos. O docente explica o que é o gênero e como</p><p>está constituído - imagem, textos com letras e cores fortes para chamar a atenção,</p><p>linguagem persuasiva para convencer sobre um produto, ideia ou serviço (SILVA, 2015).</p><p>Utilizando materiais diversos, como revistas, molde de letras, canetinhas, lápis,</p><p>tesouras, cola, guache, pincéis, panfletos, cartazes, cartolinas, etc., os alunos vão ser</p><p>convidados a produzir uma campanha, e deverão escrever o slogan, com apoio “dos alunos</p><p>mais avançados em relação à escrita e leitura, e também, com a ajuda do professor como</p><p>escriba das ideias pensadas. Poderão utilizar letras móveis, silabários para consulta, etc.”</p><p>(PETTERSEN, 2021, s/p).</p><p>É simples, concorda? O educador do século XXI precisa realizar seu planejamento</p><p>como mediador para que o estudante desenvolva seu “pensamento para aprender, a fim de</p><p>que os saberes discutidos não sejam uma mera lembrança, mas se tornem uma informação</p><p>(...) útil em seu cotidiano” (NASCIMENTO; TAVARES, 2017, p. 1745). Assim ampliando a carga</p><p>de importância do trabalho docente, de planejamento, sistematização e intencional, como</p><p>postulado por Vygotsky (2007).</p><p>Sabendo da essência de um plano de ensino, e dos planos de aula bem organizados,</p><p>vamos tratar do trabalho com o desenvolvimento, junto às crianças do ensino fundamental,</p><p>dos projetos pedagógicos.</p><p>3.2. Metodologias ativas: um aprofundamento</p><p>Nas metodologias ativas é o estudante quem conduz sua aprendizagem. O principal</p><p>pressuposto é de emancipação diante do ensino tradicional, em que ele é visto como polo</p><p>passivo, devendo apenas receber aquilo que vem do professor.</p><p>Neste sentido, ao educador cabe mudar o paradigma em que ele é o único</p><p>responsável pela transmissão de conhecimento. Aliás, o termo transmissão desaparece</p><p>quando o assunto são as metodologias ativas.</p><p>PRÁTICAS PEDAGÓGICAS II –</p><p>ENSINO FUNDAMENTAL</p><p>52</p><p>Não estamos dizendo que o professor perde sua importância, ou minimizando seu</p><p>conhecimento construído ao longo dos seus anos de estudo. De forma alguma! Afinal, os</p><p>cursos de Pedagogia e as demais licenciaturas preparam educadores. Essa figura será</p><p>sempre essencial. Contudo, seu papel é agora de incentivador, orientador, tutor, e o aluno</p><p>passa a protagonista do processo de construção de conhecimento. Veja que utilizamos o</p><p>termo “construção”!</p><p>Na pedagogia tradicional o professor é o centro. Na pedagogia contemporânea,</p><p>inovadora, o aluno deve ocupar esse lugar, mas o docente estará ao seu lado, até porquê é</p><p>mais experiente e preparou-se em sua graduação para acompanhar o estudante, não é? A</p><p>ideia passa a ser de parceria, não de incentivo para que o aluno seja autodidata, mas para</p><p>que desenvolva sua autonomia. Se não fosse assim, a escola perderia seu valor e,</p><p>sinceramente, não acreditamos que isso vá ocorrer. Nunca!</p><p>De acordo com Bacich; Moran (2018, p. 46), “sozinhos, podemos aprender a avançar</p><p>bastante; compartilhando, podemos conseguir chegar mais longe e, se contamos com a</p><p>tutoria de pessoas mais experientes, podemos alcançar horizontes inimagináveis”. Ao</p><p>professor caberá, então, preparar-se mais ainda, sair da zona de conforto de ir para a sala de</p><p>aula com um material pronto e acabado, proferir os conteúdos e aplicar a avaliação. A</p><p>parceria pressupõe construção</p><p>coletiva de conhecimento.</p><p>Lembrando as sábias palavras de Guimarães Rosa, ditas por Riobaldo em “Grande</p><p>sertão veredas”, sobre a importância de como aprendeu as coisas da vida, “mestre não é</p><p>quem sempre ensina, mas quem de repente aprende” (ROSA, 2015, p. 436). Parceria,</p><p>concorda?</p><p>Isto posto, o que o docente precisa é entender que seu papel, na</p><p>contemporaneidade, é de envolver seu aluno nos processos de aprendizagem e dar-lhe</p><p>autonomia para aprender. Veja, a docência, como atividade complexa, que transforma a</p><p>vida dos alunos, deve estar antenada com a realidade e nossa realidade traz um aluno que</p><p>quer colocar-se e precisa do professor para auxiliá-lo.</p><p>Como faremos isso? Ofertando meios e ferramentas para que ele aprenda de modo</p><p>significativo, como já mencionamos neste texto. Nos cabe mostrar que a aprendizagem está</p><p>PRÁTICAS PEDAGÓGICAS II –</p><p>ENSINO FUNDAMENTAL</p><p>53</p><p>em todos os lugares e que somente com a busca, e a maturidade, nossos alunos estarão</p><p>preparados para realizá-la de forma adequada e significativa.</p><p>O papel do professor é, portanto, metamorfoseado daquele que tudo sabe para</p><p>aquele que aprenderá junto. Ele será um tutor, um orientador, um incentivador, um</p><p>provocador, como já mencionamos.</p><p>Dentre as metodologias ativas, aquelas que são de fácil aplicabilidade e trazem bons</p><p>resultados estão as seguintes: a aprendizagem baseada em problemas, a aprendizagem</p><p>baseada em equipes e a aprendizagem baseada em projetos.</p><p>Encontram-se exatamente nas metodologias ativas, e sua concepção crítico-reflexiva,</p><p>as ferramentas perfeitas para uma ação didática ampliada que estimula os estudantes, e</p><p>atinge resultados qualitativos de maior envolvimento em busca de seu conhecimento. As</p><p>metodologias ativas mais utilizadas, como já elencamos são O PBL, o TBL, a ABP e a sala de</p><p>aula invertida. Vamos entender como cada uma funciona.</p><p>- A aprendizagem baseada em problemas (PBL)</p><p>O PBL surgiu por demandas da área médica, no fim dos anos 1960, na Faculdade de</p><p>Medicina de McMaster. Os professores começaram a perceber que havia grande defasagem</p><p>entre a parte teórica, que ocorria no início do curso, e a parte prática, trabalhada nos anos</p><p>finais do curso. Diante deste dilema, visando a reestruturação do currículo do curso para que</p><p>os estudantes não chegassem aos anos finais tão atrasados em sua formação, a aplicação do</p><p>PBL promoveu uma relação equilibrada entre o ensino teórico e o ensino prático.</p><p>É um tipo de aprendizagem para a qual o professor apresenta um problema, que</p><p>pode retratar a realidade vivida, ser próxima desta, ou ser apenas algo que ele perceba que</p><p>deve ser melhor trabalhado pelos alunos. Esses problemas são trabalhados em grupo ou</p><p>individualmente, mas deverão ser discutidos no coletivo, porque tem como</p><p>PRÁTICAS PEDAGÓGICAS II –</p><p>ENSINO FUNDAMENTAL</p><p>54</p><p>propósito fazer com que os estudantes aprendam através da resolução</p><p>colaborativa de desafios. Ao explorar soluções dentro de um contexto</p><p>específico de aprendizado, que pode utilizar a tecnologia e/ou outros</p><p>recursos, essa metodologia incentiva a habilidade de investigar, refletir e</p><p>criar perante a uma situação (GAROFOLO, 2018, s/p [online]).</p><p>Essa metodologia possibilita que os alunos construam conhecimento de modo amplo,</p><p>pois precisarão analisar a questão como um todo, o que impede que a aprendizagem seja</p><p>fragamentada, concorda? O aluno, ao precisar encontrar causas para o problema com seu</p><p>grupo, acaba por desenvolver uma postura de investigação, colaboração e respeito aos</p><p>colegas, devido ao trabalho colaborativo.</p><p>O foco no PBL é pesquisar as causas possíveis para um problema. Aqui ele difere do</p><p>trabalho com projetos, que pretende encontrar soluções, entendeu? Cabe chamar sua</p><p>atenção para isso, pois muitas vezes as duas propostas se confundem.</p><p>A aprendizagem baseada em problemas (PBL) tem como pressupostos o seguinte: o</p><p>entendimento do problema surge através da interação dos alunos; o conflito cognitivo deve</p><p>existir, pois é ele que estimula a aprendizagem; o conhecimento ocorre com o</p><p>reconhecimento e aceitação da interpretação de vários atores sobre o mesmo fenômeno</p><p>(DUTRA, 2020, s/p. [online]).</p><p>Em Bacich; Moran (2018, p. 60), são as fases do desenvolvimento do PBL:</p><p>Fase I: Identificação do(s) problema(s) – formulação de hipóteses –</p><p>solicitação de dados adicionais – identificação de temas de aprendizagem –</p><p>elaboração do cronograma de aprendizagem – estudo independente.</p><p>Fase II: Retorno ao problema – crítica e aplicação das novas informações –</p><p>solicitação de dados adicionais – redefinição do problema – reformulação</p><p>de hipóteses – identificação de novos temas de aprendizagem – anotação</p><p>das fontes.</p><p>Fase III: Retorno ao processo – síntese da aprendizagem – avaliação.</p><p>Os princípios e as etapas do PBL incentivam o trabalho em colaboração com os</p><p>colegas e demais envolvidos e simula situações que podem fazer parte do cotidiano do</p><p>aluno. Um exemplo está no vídeo que indicamos abaixo, da Univesp, que mostra, na prática,</p><p>como o PBL vem sendo utilizado nas Universidades de São Paulo e São Carlos.</p><p>PRÁTICAS PEDAGÓGICAS II –</p><p>ENSINO FUNDAMENTAL</p><p>55</p><p>Assista ao vídeo “EVS - Aprendizagem Baseada em Problemas”, produzido pela Univesp,</p><p>que analisa o modelo. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=YhB44GtyNhI.</p><p>Acesso em: 15 mar 2021.</p><p>- A aprendizagem baseada em equipes (TBL):</p><p>Este tipo de metodologia pressupõe o trabalho em grupo e visa desenvolver a</p><p>aprendizagem pelo compartilhamento de ideias pela colaboração de um grupo. Quando os</p><p>estudantes veem a possibilidade de colaborar em prol de resolver algo, sentindo que sua</p><p>participação importa na solução, seu engajamento é mais efetivo. Neste sentido, “a</p><p>colaboração tem sido um dos temas que, nos últimos anos, tem sido referenciado com mais</p><p>frequência no campo da educação, sendo associada à melhoria da qualidade do ensino e da</p><p>aprendizagem e (...) desenvolvimento da escola” (FORTE; FLORES, 2009, p. 76).</p><p>Em equipes, os alunos têm a oportunidade de exercitar determinadas habilidades,</p><p>como a comunicação, a colaboração, a argumentação, a proatividade, o que os auxilia no</p><p>desenvolvimento de outras habilidades como a autonomia, o pensamento crítico-reflexivo e</p><p>a maturidade para lidar com as situações de sua vida.</p><p>Esta metodologia começou a ser utilizada por Larry Michaelsen, professor da</p><p>Universidade de Oklahoma (EUA) nos anos de 1970. É essencial que os docentes que se</p><p>proponham a usá-la atentem para o fato de que ela exige mudanças de abordagem, não</p><p>sendo possível ser trabalhada em uma sala de aula tradicional. Ela amplia os objetivos de</p><p>ensino, posto que apenas conhecer os conceitos não é suficiente para vivenciá-la. Ela</p><p>possibilita entender como o que os estudantes aprenderam funciona na realidade,</p><p>transformando-os em responsáveis pela sua aprendizagem e transformando o docente em</p><p>mediador do conhecimento e gerenciador das equipes.</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=YhB44GtyNhI</p><p>PRÁTICAS PEDAGÓGICAS II –</p><p>ENSINO FUNDAMENTAL</p><p>56</p><p>ESQUEMA 1: ETAPAS DO TBL</p><p>.</p><p>A autora, 2021.</p><p>Um professor autoritário, que não dá chances para que os alunos sejam</p><p>protagonistas, muito provavelmente não conseguirá compreender as nuances desta</p><p>metodologia, daí a necessidade de ter claro as dinâmicas que serão implementadas. Quanto</p><p>às etapas, analise o esquema a seguir.</p><p>Como dissemos, a importância do trabalho nos grupos é grande, então, cabe ao</p><p>aluno se engajar em todas as etapas, pois se ele não estiver bem preparado, poderá</p><p>prejudicar sua equipe. Para que isso não aconteça, precisa realizar as tarefas pré-classe,</p><p>afinal, se não tiver assistido a um filme que funcionará como motivador para o restante do</p><p>desenvolvimento, como poderá contribuir, concorda? O professor precisa deixar bem claro</p><p>que todas as etapas são fundamentais para o sucesso do trabalho.</p><p>Na segunda etapa</p><p>os alunos realizarão testes – primeiro individualmente e depois em</p><p>grupo – sobre o conteúdo estudado na etapa anterior. Quando estiverem trabalhando nas</p><p>equipes, as respostas devem ser discutidas para que reflitam a opinião do grupo. Um ponto</p><p>interessante é o momento de apelação, ou seja, após receberem o feedback, que deve ser</p><p>imediato, o grupo tem a chance de questionar a resposta apresentada no gabarito como</p><p>correta. Entretanto, é necessário que apresentem argumentos que justifiquem a</p><p>discordância. Para encerrar a etapa, o professor faz comentários explicando o teste e as</p><p>apelações, de modo a passar pelos temas que foram mais relevantes para a atividade.</p><p>PRÁTICAS PEDAGÓGICAS II –</p><p>ENSINO FUNDAMENTAL</p><p>57</p><p>ID DA IMAGEM: 52028561 MOMENTO DE QUESTIONAMENTO</p><p>A terceira etapa pressupõe a aplicação dos conhecimentos construídos para a</p><p>resolução de problemas presentes no cotidiano dos alunos. Para vivenciá-la há os 4S, que</p><p>são conceitos básicos da metodologia: o problema precisa ser significativo (Significant),</p><p>assim, deve envolver situações reais do cotidiano dos estudantes; deve ser direcionado à</p><p>uma escolha específica (Specific), de forma que as respostas sejam curtas e de fácil</p><p>entendimento; o mesmo problema (Same) deve ser distribuído para todas as equipes; os</p><p>relatos devem ser simultâneos (Simultaneous Report), deste modo nenhum equipe será</p><p>influenciada pelos argumentos das demais.</p><p>Assista “Team based learning (TBL) ou aprendizagem em equipe”, disponível em:</p><p>www.youtube.com/watch?v=yHssVGwCgDw para organizar sua sala de aula.</p><p>É importante que os alunos de cada equipe sejam escolhidos estrategicamente pelo</p><p>professor, o que oportunizará que eles se conheçam melhor e trabalhem com as diferenças,</p><p>já que deste modo vai evitar as “panelinhas”.</p><p>- A aprendizagem baseada em projetos (ABP)</p><p>Diferente do PBL, no ABP não são estudadas as causas de determinado problema,</p><p>mas uma solução definitiva para ele. Os estudantes, deverão, então, atuar na prática diante</p><p>do problema, que será objeto de um projeto.</p><p>http://www.youtube.com/watch?v=yHssVGwCgDw</p><p>PRÁTICAS PEDAGÓGICAS II –</p><p>ENSINO FUNDAMENTAL</p><p>58</p><p>ID DA IMAGEM: 270477760 COM OS PROJETOS BUSCAMOS UMA SOLUÇÃO</p><p>Metodologia utilizada com grande frequência, precisamos entender que os projetos</p><p>demandam tempo de planejamento, preparação, desenvolvimento e avaliação. Portanto,</p><p>não existe projeto de um dia. Isso será uma aula. Se durou um dia não é um projeto, certo?</p><p>A ideia para o desenvolvimento de um projeto pode surgir a partir de uma questão</p><p>norteadora, ou de um problema real. Ele envolve “a investigação, o levantamento de</p><p>hipóteses, o trabalho em grupo e outras competências até chegar a uma solução ou a um</p><p>produto final” (BACICH; HOLANDA, 2018, p. 1).</p><p>Com o PBL é possível reconhecer o impulso dos alunos para aprender, envolvê-los no</p><p>trabalho com os conceitos da disciplina, provocar sua curiosidade, utilizar diversas</p><p>tecnologias para aprendizagem, autogestão e gestão do projeto, avaliar seu desempenho de</p><p>modo qualitativo, estimular a cooperação, dentre outros (BACICH; MORAN, 2018).</p><p>Para Hernández (2010, p. 45), o trabalho com os projetos permite relacionar os</p><p>conteúdos de forma interdisciplinar “em torno de problemas ou hipóteses que facilitem aos</p><p>alunos a construção de seus conhecimentos, a transformação da informação procedente dos</p><p>diferentes saberes disciplinares em conhecimento próprio”.</p><p>Como já citamos o conceito de sala de aula invertida, e a associamos com o</p><p>protagonismo dos estudantes, já deu para perceber o quanto ela traz de enriquecimento</p><p>para o trabalho docente, não é mesmo? Agora, vamos falar mais profundamente sobre ela.</p><p>PRÁTICAS PEDAGÓGICAS II –</p><p>ENSINO FUNDAMENTAL</p><p>59</p><p>3.3. As metodologias ativas no ensino fundamental: a sala de aula invertida</p><p>A sala de aula invertida é uma metodologia ativa (MA) que exige o comportamento</p><p>de protagonismo que já citamos. “Basicamente, (...): o que tradicionalmente é feito em sala</p><p>de aula, agora é executado em casa, e o que tradicionalmente é feito como trabalho de casa,</p><p>agora é realizado em sala de aula” (BERGMMAN; SANS, 2018, p. 33).</p><p>Você vai me perguntar: como assim? É simples. Vou explicar com um exemplo: na</p><p>sala de aula tradicional, o professor passaria um vídeo e pediria que os alunos respondessem</p><p>perguntas sobre ele. Ou seja, a aula seria assistir a um vídeo e o dever de casa seria</p><p>responder perguntas, não é?</p><p>MATTAR, J. Metodologias ativas para educação presencial, blended e a distância. São</p><p>Paulo: Artesanato Educacional, 2017.</p><p>Na sala de aula invertida isso é subvertido: o aluno assiste ao vídeo em casa, ao invés</p><p>de ser visto na escola, e as perguntas serão respondidas e debatidas na aula, ao invés de</p><p>serem feitas em casa, entendeu? O estudante vai “fazer em casa o que era feito em aula, por</p><p>exemplo, assistir palestras e, em aula, o trabalho que era feito em casa, ou seja, resolver</p><p>problemas” (BERGMANN; SAMS, 2018, p. 42).</p><p>É possível perceber que alunos e docentes devem preparar-se para lidar com a</p><p>subversão da sala de aula com carteiras enfileiradas. A sala de aula invertida mexe tanto</p><p>com as estruturas e propõe a quebra do paradigma mais antigo da educação, que ficou</p><p>conhecida como a “estrela” das metodologias ativas.</p><p>Defendemos a ideia de “inverter” as práticas desenvolvidas na escola tradicional,</p><p>através da sala de aula invertida, especialmente pelo fato de que consideramos que nesta</p><p>metodologia os estudantes percebem sua responsabilidade sobre o ensino e preparam-se –</p><p>PRÁTICAS PEDAGÓGICAS II –</p><p>ENSINO FUNDAMENTAL</p><p>60</p><p>nos momentos fora da escola – para as discussões e as atividades que serão realizadas</p><p>dentro de sala de aula, junto com os colegas e com a orientação do educador.</p><p>Não é de uma hora para a noite que essa postura mudará. Entretanto, com pequenas</p><p>experiências em que os estudantes vejam seus colegas em diálogo uns com os outros, e</p><p>aprendendo (que pode ser demonstrado durante as apresentações de suas descobertas e</p><p>discussões fomentadas pelo professor), acabarão por envolver-se.</p><p>Veja a imagem que Elieser X. da Silva Schmitz, apresentou em sua defesa de</p><p>mestrado na Universidade Federal de Santa Maria, em 2016:</p><p>ESQUEMA 2: SALA DE AULA INVERTIDA</p><p>Fonte: Schmitz, 2016, p. 67.</p><p>Entendemos que a zona de desenvolvimento proximal (ZDP) passa a ser um conceito</p><p>fácil para o educador compreender quando vê, na prática, o resultado de seu trabalho,</p><p>enquanto atua nas potencialidades dos estudantes através da prática da sala de aula</p><p>invertida. Como postulado por Vygotsky (1989), a importância da bagagem cultural dos</p><p>alunos, assim como de suas interações com o meio e com o outro são essenciais para</p><p>PRÁTICAS PEDAGÓGICAS II –</p><p>ENSINO FUNDAMENTAL</p><p>61</p><p>promover a aprendizagem. As conexões entre os conteúdos são mais fortes quando há</p><p>colaboração e compartilhamento entre os pares.</p><p>3.4 O trabalho com projetos pedagógicos no ensino fundamental</p><p>Como já mencionamos, os projetos têm a intenção de resolver um problema.</p><p>Encontramos na BNCC a proposta do trabalho com o projeto de vida, que trata da</p><p>“possibilidade de arquitetar, conceber e plasmar o que está por vir” (BRASIL, 2018),</p><p>considerando que as escolhas feitas pelos alunos, especialmente com foco no futuro,</p><p>decorrem de influências intrínsecas e/ou extrínsecas e, no que tange ao</p><p>apoio da escola, do compromisso de seus atores com a ética, a ciência tanto</p><p>pode atender aos interesses mercadológicos, estando a serviço do consumo</p><p>desenfreado, da competitividade e das guerras, quanto do coletivo, visando</p><p>a paz, a lucidez e o bem comum (BRASIL, 2018, s/p).</p><p>Começamos com este trecho para chamar sua atenção ao fato de que projetar algo</p><p>para si ou para a sociedade em que vivemos é fundamental, e pode promover muitas</p><p>aprendizagens, já que vamos desenvolver uma série</p><p>de habilidades que serão pertinentes</p><p>para toda nossa vida.</p><p>A vida escolar não poderia deixar essa riqueza de possibilidades de lado, certo? Assim</p><p>surge a pedagogia de projetos, como guia para a formação do cidadão integral. Como assim,</p><p>talvez você nos questione?</p><p>Respondemos: um projeto, que deve ser interdisciplinar, mobiliza, obrigatoriamente,</p><p>várias áreas de conhecimento, nos obrigando a refletir para encontrar uma solução.</p><p>Trabalhar com projetos pedagógicos é uma ação disruptiva, que quebra os paradigmas da</p><p>sala de aula tradicional, pois exige autoria e protagonismo do estudante. “Um projeto</p><p>fornece uma oportunidade para os estudantes disporem de conceitos e habilidades</p><p>previamente dominadas a serviço de uma meta ou empreendimento” (GARDNER, 2010, p.</p><p>79).</p><p>Veja só: a primeira ação na construção de um projeto é a definição de um tema a ser</p><p>investigar. Ele deve ser significativo para os estudantes, o que os motivará e mobilizará, os</p><p>PRÁTICAS PEDAGÓGICAS II –</p><p>ENSINO FUNDAMENTAL</p><p>62</p><p>engajando a participar ativamente. Feito isso, a turma precisa discuti-lo, procurando</p><p>caminhos para chegar a uma solução.</p><p>ID DA IMAGEM: 118308318 MUITAS HABILIDADES A SEREM DESENVOLVIDAS</p><p>Enquanto realizando esses passos, vão mobilizando conhecimentos diversos, que</p><p>resultarão na elaboração de estratégias possíveis para resolver a proposta e resolvê-lo. O</p><p>mais interessante é que não se pode trabalhar só, então, a colaboração, o trabalho coletivo</p><p>é um pré-requisito para o sucesso. Pode ser que haja grupos trabalhando com o mesmo</p><p>tema, o que também é estimulante, já que as soluções podem ser comparadas e,</p><p>certamente, serão, em algum sentido, diferentes.</p><p>Ao final, é essencial que haja um produto final e que tudo seja muito bem</p><p>documentado. Poderão ser criados portfólio com a utilização dos meios eletrônicos, como</p><p>um blog, um site, uma página em rede social, enfim, há muitas possibilidades.</p><p>Veja que, na pedagogia de projetos, “o conhecimento não é produzido de forma</p><p>estática, mas sim num complexo de organização e desorganização a partir das interações</p><p>estabelecidas pelos sujeitos envolvidos em seu processo de construção dos projetos” (SILVA;</p><p>FERREIRA, 2004, p. 171).</p><p>Nesta perspectiva, os estudantes terão a possibilidade de aprender juntos,</p><p>compartilhando os saberes construídos e os conteúdos que seriam apresentados prontos</p><p>pelos docentes, passam a ser de autoria de todos.</p><p>PRÁTICAS PEDAGÓGICAS II –</p><p>ENSINO FUNDAMENTAL</p><p>63</p><p>Outro ponto que traz grandes vantagens com este tipo de proposta didática se refere</p><p>à avaliação, posto que ao registrar as atividades dos estudantes durante o processo, é de</p><p>valia extrema, oferecendo um panorama do que foi produzido, não apenas aos docentes e</p><p>alunos, mas a todo o contexto da escola – incluindo coordenadores e as família, as quais</p><p>também poderão envolver-se com o trabalho.</p><p>3.5. As oficinas pedagógicas no ensino fundamental</p><p>As oficinas pedagógicas oferecem a possibilidade de aprendizagem dinâmica, assim</p><p>como os projetos. Anastasiou (et. al, 2004) postulam que este tipo de trabalho é uma</p><p>“estratégia do fazer pedagógico onde o espaço de construção e reconstrução do</p><p>conhecimento são as principais ênfases” (p. 95).</p><p>Neste sentido, uma oficina</p><p>é lugar de pensar, descobrir, reinventar, criar e recriar, favorecido pela</p><p>forma horizontal na qual a relação humana se dá. Pode-se lançar mão de</p><p>músicas, textos, observações diretas, vídeos, pesquisas de campo,</p><p>experiências práticas, enfim vivenciar ideias, sentimentos, experiências,</p><p>num movimento de reconstrução individual e coletiva (ANASTASIOU et. al.,</p><p>2004, p. 95).</p><p>É exatamente o que um docente do século XXI precisa ter como um dos objetivos de</p><p>seu trabalho, ou seja, propiciar aos estudantes espaço para descobertas. As crianças, alunos</p><p>do ensino fundamental, são muito curiosas, têm sede por aprender. O docente precisa</p><p>aproveitar essa característica para propor atividades envolventes, que exija que elas atuem</p><p>diretamente sob o conhecimento, que é o que defendemos neste e-book.</p><p>Por isso, desenvolver uma oficina encontra nesta faixa etária um público ávido por</p><p>descobrir, principalmente, fazendo, colocando a mão na massa, e as oficinas pedagógicas</p><p>têm todos os elementos para dar certo.</p><p>Se a intenção do professor é articular e integrar saberes, as oficinas são a ferramenta</p><p>perfeita. Para Viera; Volquind (2002, p. 11), uma oficina é “um sistema de ensino-</p><p>aprendizagem que abre novas possibilidades quanto à troca de relações, funções, papéis</p><p>entre educadores e educandos”, pois os estudantes ao participarem de atividades práticas,</p><p>PRÁTICAS PEDAGÓGICAS II –</p><p>ENSINO FUNDAMENTAL</p><p>64</p><p>motivam-se em seu processo de aprendizagem, muita mais do que se estivesse recebendo o</p><p>conhecimento dado pelo professor, sem vivenciá-las.</p><p>Os alunos aprendem se estão envolvidos, se têm prazer em realizar as atividades. Nas</p><p>oficinas, com a prática, a interação torna-se mais significativa e o objeto de estudo passa a</p><p>ser parte da motivação por compreendê-lo.</p><p>É importante romper com a aula tradicional. As “oficinas pedagógicas proporcionam</p><p>a construção do conhecimento por meio da relação ação-reflexão-ação, fazendo o aluno</p><p>vivenciar experiências mais concretas e significativas baseadas no sentir, pensar e agir”</p><p>(VALLE; ARRIADA (2012) apud SOUZA, 2016, p. 5), rompendo com a lógica do professor como</p><p>centro. Os alunos passam a ocupar o centro, realizando atividades individuais de forma</p><p>lúdica e prazerosa, tendo a chance de ressignificar os conteúdos. Para isso, o professor pode</p><p>propor jogos pedagógicos, por exemplo, de modo que o conhecimento é construído,</p><p>elaborado e reelaborado durante a realização da oficina.</p><p>Ao final, fazer a avaliação, ouvindo as falas dos participantes é a forma de</p><p>fechamento ideal, quebrando, como já dissemos, o paradigma da aula engessada e baseada</p><p>na transmissão de informações.</p><p>Na próxima unidade...</p><p>Como você percebeu, o professor do século XXI não pode ficar a parte das conquistas</p><p>que a área educacional promoveu nos últimos anos. Tendo isso em mente, vamos passar</p><p>para uma parte mais prática de nossos estudos.</p><p>Analisaremos e discutiremos experiências em que a vivência crítico-reflexiva de</p><p>atividades educativas em contextos reais do ensino fundamental trouxe benefícios para a</p><p>escola e os alunos. Este é o tema da nossa última unidade.</p><p>PRÁTICAS PEDAGÓGICAS II –</p><p>ENSINO FUNDAMENTAL</p><p>65</p><p>Unidade 4</p><p>VIVÊNCIA CRÍTICO-REFLEXIVA DE ATIVIDADES EDUCATIVAS EM CONTEXTOS REAIS E</p><p>DESENVOLVIMENTO DE ATIVIDADES EDUCATIVAS NO ENSINO FUNDAMENTAL</p><p>Começamos esta unidade com uma imagem. Observe-a:</p><p>ID DA IMAGEM: 54970067</p><p>PAPEL DO EDUCADOR: FOMENTAR A APRENDIZAGEM DOS ESTUDANTES</p><p>Podemos perceber que a professora está alimentando seus alunos com</p><p>conhecimento, e eles estão felizes por aprender. Veja que há respeito entre eles, e</p><p>dedicação da docente.</p><p>Ela não está impondo o que sabe. Muito pelo contrário, enquanto planta pílulas de</p><p>conhecimento com amorosidade freireana, vai regando, pacientemente, respeitando o ritmo</p><p>PRÁTICAS PEDAGÓGICAS II –</p><p>ENSINO FUNDAMENTAL</p><p>66</p><p>de cada criança e, consequentemente, elas vão construindo seus saberes dentro de suas</p><p>condições e com as bagagens que têm.</p><p>Após entender este panorama, veja qual é a proposta desta unidade: tendo em</p><p>mente que o papel do educador é analisar e propor possibilidades de aprendizagens que</p><p>sejam significativas para seus alunos, vamos discutir sobre as atividades educativas no</p><p>ensino fundamental.</p><p>É importante planejar momentos de aprendizagens nos quais sejam desenvolvidas</p><p>atividades que proporcionem exatamente conquistar essas aprendizagens e adicioná-las aos</p><p>seus conhecimentos já construídos, ampliando, dia a dia, seus repertórios culturais.</p><p>As atividades educativas se baseiam na criação, pelo professor, de oportunidades</p><p>de</p><p>aprendizagem. Essas atividades visam garantir aos estudantes a possibilidade de que</p><p>vivenciem experiências diversas para que atinjam os objetivos educacionais e desenvolvam</p><p>as competências e habilidades, de acordo com o plano de ensino da série (ano) em questão,</p><p>assim como os planos de aula.</p><p>Faça uma reflexão sobre as atividades que fazem com que você aprenda mais facilmente:</p><p>___________________________________________________________________________</p><p>___________________________________________________________________________</p><p>___________________________________________________________________________</p><p>___________________________________________________________________________</p><p>___________________________________________________________________________</p><p>___________________________________________________________________________</p><p>________________________________________________________________________</p><p>Quando falamos sobre a educação, estamos aqui tratando do processo de</p><p>“comunicação entre pessoas livres em graus diferentes de maturação humana, (...)</p><p>promoção do homem, de parte a parte – isto é, tanto do educando como do educador”, tal</p><p>como Saviani e Duarte (2010, p. 423) anunciam.</p><p>PRÁTICAS PEDAGÓGICAS II –</p><p>ENSINO FUNDAMENTAL</p><p>67</p><p>Citamos este trecho pois acreditamos que as atividades educativas, associadas às</p><p>metodologias de ensino e às estratégias didáticas, têm boa parte da responsabilidade pelo</p><p>sucesso escolar.</p><p>Vamos entender o que são essas atividades, como planejá-las e desenvolvê-las em</p><p>contextos reais de construção de conhecimento no ensino fundamental, nível de ensino que</p><p>é o foco deste e-book, como já dissemos.</p><p>4.1 O que são atividades educativas?</p><p>Se a educação é uma atividade cujo principal intuito é a promoção da melhoria da</p><p>vida das pessoas, e defendemos arduamente este ponto de vista, as atividades realizadas em</p><p>seu contexto, ou seja, as que vamos chamar de atividades educativas, estão diretamente</p><p>relacionadas com seus objetivos e devem atender às condições dos processos de ensinar e</p><p>de aprender. Deste modo, os estudantes terão potencializadas sua apropriação dos</p><p>conhecimentos historicamente construídos e dispostos em nossa sociedade.</p><p>ID DA IMAGEM: 30107637 EDUCAÇÃO TRANSFORMA VIDAS</p><p>Dizemos isso, porque as atividades educativas são planejadas com este caráter: de</p><p>servir para o desenvolvimento da aprendizagem significativa.</p><p>Bernardes (2011, p. 324), ao discutir as atividades educativas, relacionando-as ao</p><p>pensamento e à linguagem sob a ótica das contribuições da psicologia histórico-cultural para</p><p>a educação, traz que</p><p>PRÁTICAS PEDAGÓGICAS II –</p><p>ENSINO FUNDAMENTAL</p><p>68</p><p>a atividade humana que tenha como fim a apropriação da produção</p><p>cultural humana pelos sujeitos nas relações interpessoais pela educação de</p><p>forma ampla, seja entre membros de uma família ou em outro grupo social</p><p>que vise ao mesmo fim, é entendida (...) como atividade educativa.</p><p>Assim, a educação em geral é entendida como um meio que tem como</p><p>finalidade a apropriação e a potencialização do que é universal nos sujeitos</p><p>individuais. Visa criar condições para a apropriação pelos sujeitos de tudo o</p><p>que é próprio do gênero humano, constituído a partir do movimento</p><p>histórico de hominização e humanização. Os processos educacionais são</p><p>entendidos (...) como mediadores da produção humana nas relações entre</p><p>o gênero humano e os sujeitos ativos pertencentes a uma sociedade.</p><p>Perceba que há trocas e relações para que a “apropriação cultural humana” ocorra. O</p><p>texto em questão trata de uma visão histórico-cultural sobre a educação, que não é o</p><p>mesmo que discorremos aqui. De toda forma, tomamos para nós o fato de que essas</p><p>relações fazem parte do que a autora propõe como atividade educativa, aí, sim, dentro da</p><p>nossa perspectiva de estudo.</p><p>Citamos isso para afirmar que é essencial que as atividades educativas sejam,</p><p>efetivamente, experiências significativas para que o aluno aprenda, visando, portanto, “criar</p><p>condições para a apropriação pelos sujeitos de tudo o que é próprio do gênero humano”, tal</p><p>como sugere Bernardes (2011, p. 324).</p><p>Os alunos do ensino fundamental, que são crianças a partir dos 6 anos de idade e</p><p>adolescentes até uns 14 ou 15 anos de idade, têm interesse em vivenciar atividades que</p><p>ocorram fora dos muros da escola, fora do espaço escolar com o qual estão acostumados</p><p>cotidianamente.</p><p>Uma mudança de “ares”, ou uma atmosfera nova, é um motivador para que os</p><p>estudantes se encham de vitalidade, e a vontade de viver novas experiências os fascina,</p><p>assim facilitando o desenvolvimento das propostas pedagógicas que contemplem a saída do</p><p>ambiente escolar.</p><p>PRÁTICAS PEDAGÓGICAS II –</p><p>ENSINO FUNDAMENTAL</p><p>69</p><p>ID DA IMAGEM: 8018319 AULA FORA DA ESCOLA</p><p>4.2. Fora do espaço da escola também há atividades educativas</p><p>Um passeio ao jardim zoológico, por exemplo, já começa a mobilizá-los no momento</p><p>em que a atividade é proposta. O mesmo acontece quando são outros os locais a serem</p><p>visitados – museus, planetários, aquários, estádios etc.</p><p>Lembramos que é essencial, neste contexto, que o docente não deixe de relacionar a</p><p>visita que ocorrerá com os objetivos e, antes de que ela aconteça, precisa preparar os alunos</p><p>com subsídios do que deverá ser observado, coletado como informações, analisado,</p><p>investigado etc.</p><p>Certa vez realizamos uma visita guiada, a qual foi o ápice do projeto de leitura que</p><p>acompanhávamos. O projeto, intitulado “Um despertar para a leitura/escrita: de Anne Frank</p><p>ao meu próprio diário”, desenvolvido com o 8º. ano do ensino fundamental, visou estimular</p><p>nos alunos o hábito pela leitura e pela escrita, e o desejo de novas leituras, assim como</p><p>buscou aguçar o potencial cognitivo e criativo dos estudantes, e o aprimoramento do</p><p>vocabulário e estabilização de formas ortográficas, possibilitando a vivência de emoções e o</p><p>exercício da imaginação.</p><p>Como pergunta norteadora da investigação, tentamos entender o seguinte: “Se ler</p><p>constantemente ajuda na formação do leitor e na aprendizagem da gramática/ortografia, ler</p><p>diário/autobiografia seria uma ação importante para desenvolvimento da leitura/escrita dos</p><p>alunos devido à sua proximidade com esses gêneros?”.</p><p>PRÁTICAS PEDAGÓGICAS II –</p><p>ENSINO FUNDAMENTAL</p><p>70</p><p>ID DA IMAGEM: 401864280 DIÁRIO DE ANNE FRANK NA ESCOLA</p><p>Para tanto, propusemos uma leitura coletiva, em sala de aula, com o livro - físico ou</p><p>virtual, da obra “O diário de Anne Frank”, que é o relato da menina judia Anne sobre os</p><p>acontecimentos em seus anos escondida com os familiares no porão de um prédio anexo a</p><p>uma propriedade durante a Segunda Guerra Mundial, na Holanda.</p><p>O trabalho se propôs a analisar e comparar os aspectos dos gêneros “diário” e</p><p>“autobiografia”. Durante toda a leitura houve pausas para discussão e escrita de temas</p><p>pontuais, o que mostrou a organização dos textos orais/escritos e o modo de exposição</p><p>desses pelos alunos.</p><p>Nos baseamos das ideias de Lejeune (2008) como aporte teórico, no qual o autor</p><p>define autobiografia como narrativa retrospectiva em prosa que o narrador faz de fatos</p><p>marcantes de sua vida, e diário como texto cuja base é a data, primeira a ser inserida na</p><p>página (ambos seguindo a fórmula autor = narrador = personagem), fundamentação teórica</p><p>pertinente à busca de respostas com as atividades desenvolvidas em sala de aula e fora dela.</p><p>Por fim, antes de produzirem mensagens audiovisuais sobre o trabalho, postadas em</p><p>um blog coletivo, os alunos visitaram o Museu do Holocausto, localizado na antiga Sinagoga</p><p>do Bom Retiro, no último andar do Memorial da Imigração Judaica, na cidade de São Paulo.</p><p>PRÁTICAS PEDAGÓGICAS II –</p><p>ENSINO FUNDAMENTAL</p><p>71</p><p>ID DA IMAGEM: 357773028 HOLOCAUSTO: NUNCA ESQUECEREMOS</p><p>Veja que o trabalho que realizamos em parceria com a docente de língua portuguesa</p><p>da</p><p>escola E. E. Professor Fidelino de Figueiredo (SP), Riviane Medino Rocha, nos fez planejar</p><p>atividades educativas que englobassem o conteúdo para que os estudantes aperfeiçoassem</p><p>seus conhecimentos sobre eles e, ainda, tivessem a experiência de sair da escola para</p><p>aprender de forma interdisciplinar.</p><p>FRANK, A. O diário de Anne Frank. Jandira: Ciranda Cultural, 2019.</p><p>Chamamos sua atenção para o fato de que a</p><p>organização da atividade educativa permite ao professor, desenvolver o</p><p>processo de humanização no ato de ensinar, ao compreender que a</p><p>aprendizagem do conceito sistematizado é de fundamental importância</p><p>para o desenvolvimento das funções psicológicas superiores do ser social,</p><p>pois lhe faculta desenvolver operações mentais conscientes: observar,</p><p>selecionar, separar, comparar, investigar semelhanças e diferenças,</p><p>depreender contradições, analisá-las, superá-las ou tratá-las pelo momento</p><p>predominante, elaborar sínteses, articular ideias e expô-las como</p><p>justificativas de suas opções, ou seja, potencializa o pensar e o optar</p><p>conscientemente pela ação que pretende realizar (ARNONI, 2014, p. 15).</p><p>Neste sentido, entendemos que as atividades educativas têm, portanto, um caráter</p><p>de organização das ações docentes para concretizar o que é proposto como situação de</p><p>ensino e aprendizagem. Em outras palavras, elas “constituem meios de organização do</p><p>trabalho pedagógico em sala de aula (...) e servem como mediadoras da relação entre os</p><p>PRÁTICAS PEDAGÓGICAS II –</p><p>ENSINO FUNDAMENTAL</p><p>72</p><p>alunos e um objeto de conhecimento ou entre as relações sociais inerentes ao contexto</p><p>pedagógico” (MONTEIRO, s/d).</p><p>Vejamos outro exemplo em que as atividades formam minuciosamente planejadas</p><p>associadas aos objetivos de ensino e às competências e habilidades que eram esperadas:</p><p>O projeto “Leitura e escrita “de verdade” na escola”, também desenvolvido em</p><p>parceria com a professora Riviane, partiu do pressuposto de que ensinar língua materna</p><p>precisa envolver os alunos em experiências lúdicas. Observamos que as atividades escolares</p><p>são, em sua maioria, restritas à leitura acompanhada de um debate sobre um determinado</p><p>texto e, quase que obrigatoriamente, à realização de uma prova de interpretação.</p><p>ID DA IMAGEM: 25655451 LER É ESSENCIAL</p><p>Entendemos que é necessário mudar esta prática. Com isso em mente, buscamos</p><p>preparar atividades que incentivassem nos alunos o gosto pela leitura e pela escrita,</p><p>passando pela construção de conceitos gramaticais que fazem parte do currículo dos alunos</p><p>de língua portuguesa do 6º. ano.</p><p>Para responder à questão: “Como incentivar a leitura, envolver os alunos e</p><p>transformar a sala de aula num ambiente mais agradável?”, convidamos as crianças a lerem</p><p>a obra de Monteiro Lobato “Emília no País da Gramática”, o que foi suscitando repensar o</p><p>conteúdo da disciplina a partir da leitura e tornando a sala de aula em um ambiente propício</p><p>para o desenvolvimento da leitura/escrita.</p><p>PRÁTICAS PEDAGÓGICAS II –</p><p>ENSINO FUNDAMENTAL</p><p>73</p><p>ID DA IMAGEM: 380983136 PRAZER DA LEITURA EM SALA DE AULA</p><p>Durante a aplicação das atividades, percebemos que os estudantes começaram a</p><p>valorizar aqueles momentos de leitura e produção de atividades diversas, como, por</p><p>exemplo, a produção e dramatização de fábulas. “As ações mediadas pela palavra deixaram</p><p>de ser predominantes e deram lugar às ações mediadas pelo movimento” (RIOLFI et al.,</p><p>2008, p. 8), o que auxiliou na melhoria da qualidade da escrita dos alunos da turma, que</p><p>passaram de mero receptores, aprendizes de regras gramaticais intermináveis e deslocadas</p><p>de suas realidades, para produtores de sentido, como autores-alunos que passaram a ser.</p><p>As atividades educativas, então, têm a função, associadas às metodologias de ensino</p><p>e às estratégias didáticas, de servir como auxiliar na aprendizagem dos estudantes. Não</p><p>fazemos esta afirmação com a intenção de que você prepare atividades supervalorizadas,</p><p>mas que sejam “pés no chão” e, por mais simples que sejam, que estejam ligadas a tudo o</p><p>que você planejar para seus alunos.</p><p>Isso pressupõe que o processo de aprendizagem escolar depende de certas</p><p>atitudes e procedimentos que devem fazer parte dos programas de ensino</p><p>para que ocorram, de fato, alterações nos estados de compreensão dos</p><p>alunos.</p><p>Com base nessa visão de atividade didática, a prática de ensino estaria</p><p>ligada a decisões de duas ordens. De um lado, a definição</p><p>de como encaminhar o trabalho pedagógico em sala de aula – os</p><p>procedimentos de ensino-aprendizagem ou a forma pela qual professores e</p><p>alunos vão interagir com o objeto de conhecimento. De outro lado, a</p><p>definição sobre quais elementos ou propriedades do objeto de</p><p>conhecimento deverão ser foco da atividade pedagógica, para possibilitar o</p><p>processo de aprendizagem do aluno (MONTEIRO, s/d).</p><p>PRÁTICAS PEDAGÓGICAS II –</p><p>ENSINO FUNDAMENTAL</p><p>74</p><p>As atividades planejadas, assim como a inserção de recursos mirabolantes ou</p><p>tecnológicos - ou extremamente inovadores - só surtirão o efeito esperado se forem</p><p>pensadas, como já dissemos anteriormente neste e-book, respeitando o aluno, as condições</p><p>de aprendizagem adequadas, os recursos existentes, o tempo disponível e os objetivos de</p><p>ensino.</p><p>Vamos agora entender como planejar atividades educativas interessantes e</p><p>enriquecedoras para nossos alunos do ensino fundamental.</p><p>4.3. Os jogos são essenciais</p><p>Para começar este tópico, citamos Pintrich & Schunk (1996 apud LABURÚ, 2006) que</p><p>apontam quatro fontes intrinsecamente favorecedoras da motivação, condição necessária –</p><p>e essencial - para a aprendizagem e a construção de conhecimento: o desafio, a curiosidade,</p><p>o controle e a fantasia.</p><p>Concordamos com eles. O aluno que se vê imerso em um contexto leve, sem</p><p>cobranças desnecessárias, e consegue sentir que está aprendendo de modo prazeroso,</p><p>assim acontece mesmo.</p><p>Certamente que as atividades educativas serão significativas para tal, associada às</p><p>quatro fontes citadas, que não são atributos apenas do estudante, mas do educador</p><p>também. O desafio está relacionado com a provocação para vencer algo, a curiosidade é o</p><p>querer conhecer algo sobre o que não sabe ainda, tão natural, especialmente às crianças. O</p><p>controle está ligado a vencer o desafio e a fantasia faz parte do mundo infantil tanto quanto</p><p>a própria infância.</p><p>Por que não lançamos mãos de tudo isso para planejar atividades educativas?</p><p>Vejamos um exemplo de atividades para alunos do 1º. ano do ensino fundamental</p><p>em processo de alfabetização, retirado de Monteiro (s/d), proposição que vem</p><p>acompanhada da definição da expressão “atividades didáticas” no Glossário Ceale (Termos</p><p>de alfabetização, leitura e escrita para educadores):</p><p>PRÁTICAS PEDAGÓGICAS II –</p><p>ENSINO FUNDAMENTAL</p><p>75</p><p>No processo de alfabetização, são exemplos de procedimentos de ensino</p><p>nas atividades didáticas encontradas com frequência nas escolas: a comparação de palavras</p><p>em diferentes aspectos sonoros e gráficos; a identificação de elementos comuns e diferentes</p><p>na escrita e nos sons de palavras; a cópia como uma produção que requer do aluno atenção</p><p>para os aspectos formais do sistema de escrita; a decomposição e composição de palavras e</p><p>frases, bem como o reconhecimento de palavras escritas como estratégias de leitura;</p><p>a memorização como procedimento para a fixação dos atributos convencionais do sistema</p><p>de escrita; a escrita sem modelo como uma situação de aprendizagem; a aplicação das</p><p>regras do sistema de escrita como um desafio que possibilita a reflexão da criança sobre o</p><p>funcionamento desse sistema.</p><p>As atividades podem integrar as rotinas na alfabetização e propiciar a</p><p>operacionalização desses procedimentos de ensino-aprendizagem. Por exemplo, a</p><p>professora pode pedir que os alunos leiam, com ela, uma lista de brinquedos – como corda,</p><p>escorregador, balanço, peteca, dama, pião; em seguida, que marquem</p><p>o nome do brinquedo</p><p>que tem mais letras e, ainda, que apontem quais são os nomes de brinquedos que possuem</p><p>a mesma quantidade de letras.</p><p>Essa atividade focaliza a configuração gráfica das palavras, explorando aspectos</p><p>quantitativos e qualitativos de sua representação escrita. O foco da atividade é o</p><p>procedimento da comparação, que pode contribuir para que o aluno construa ou reformule</p><p>suas hipóteses a respeito do funcionamento do sistema de escrita, uma vez que,</p><p>comparando, ele pode vir a perceber as regularidades e irregularidades na configuração</p><p>gráfica e sonora das palavras.</p><p>Disponível em:</p><p>http://ceale.fae.ufmg.br/app/webroot/glossarioceale/verbetes/atividade-didatica. Acesso</p><p>em: 24 mar 2021.</p><p>Como podemos perceber, embora as competências linguísticas a serem</p><p>desenvolvidas parecem estar descritas de forma tradicional, como “memorização como</p><p>procedimento para a fixação dos atributos convencionais do sistema de escrita”, as</p><p>atividades apontadas são prazerosas e nada mecânicas. Antes ou depois de a criança elencar</p><p>http://ceale.fae.ufmg.br/app/webroot/glossarioceale/verbetes/atividade-didatica</p><p>PRÁTICAS PEDAGÓGICAS II –</p><p>ENSINO FUNDAMENTAL</p><p>76</p><p>os brinquedos e contar o número de letras, pode ser convidada a participar de um jogo ou</p><p>de uma brincadeira. Nas rodas de conversa, a contagem das letras será prática, as</p><p>quantidades e os numerais serão vivências construídas não somente na teoria.</p><p>Aliás, os jogos educativos e as brincadeiras são muito importantes no ensino</p><p>fundamental, já que despertam o interesse dos estudantes, que aprendem de modo lúdico.</p><p>O conteúdo deixa de ser uma obrigação e passa a fazer parte do próprio jogo.</p><p>ID DA IMAGEM: 347350690 CONTAGEM DE BRINQUEDOS: ATIVIDADE LÚDICA</p><p>É certo que estamos aqui procurando chamar sua atenção para o fato de que o jogo</p><p>precisa ser levado a sério e visto não só como diversão, mas como mais uma oportunidade</p><p>de aprendizagem. Podemos lançar mão especialmente dos jogos com regras. “É preciso,</p><p>porém, que o professor tenha consciência de que as crianças não estão brincando livremente</p><p>nestas situações pois há objetivos didáticos em questão” (BRASIL, 1998, p. 29).</p><p>Os jogos devem, portanto, fazer parte do planejamento docente e não ser utilizado</p><p>apenas para a hora do recreio, ou as aulas em que, por quaisquer razões, os alunos estão</p><p>livres, sem atividades cognitivas. Precisamos perceber a riqueza e as potencialidades do jogo</p><p>e inseri-las em nossa prática rotineiramente.</p><p>Jogar não é simplesmente apropriar‐se das regras. É muito mais do que</p><p>isso! A perspectiva do jogar que desenvolvemos relaciona‐se com a</p><p>apropriação da estrutura das possíveis implicações e tematizações. Logo</p><p>não é somente jogar que importa (embora seja fundamental), mas refletir</p><p>sobre as decorrências da ação de jogar, para fazer do jogo um recurso</p><p>pedagógico que permite a aquisição de conceitos e valores essenciais à</p><p>aprendizagem (MACEDO; PETTY; PASSOS, 2005 p. 105).</p><p>PRÁTICAS PEDAGÓGICAS II –</p><p>ENSINO FUNDAMENTAL</p><p>77</p><p>Além dos jogos e das brincadeiras planejadas, atividades educativas que costumam</p><p>despertar grande interesse dos alunos são aquelas que os ajudam a desenvolver sua “veia”</p><p>artística, ou seja, o trabalho com as artes cênicas, plásticas, musicais etc.</p><p>4.4 Trabalho com arte e outras possibilidades</p><p>A arte é uma possibilidade acessível para criar, a partir dela, diversas atividades</p><p>educativas, já que tem no corpo muito de seu ferramental. Imagine encenar uma peça</p><p>teatral, montar um coral, criar uma exposição dos trabalhos feitos pelos alunos e com os</p><p>alunos?</p><p>Assista Ana Mae Barbosa falando sobre a arte na escola. Disponível em:</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=U4oxwpH_-kM. Acesso em: 24 mar 2021.</p><p>As famílias podem ser convidadas a prestigiar a data, os alunos podem fazer um show</p><p>de talentos, uma premiação de acordo com temas previamente lançados nos quais eles</p><p>inscreverão alguma atividade já realizada e quaisquer outras ideias que surgirem,</p><p>certamente, se tornarão viáveis.</p><p>ID DA IMAGEM: FAMÍLA NA ESCOLA</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=U4oxwpH_-kM</p><p>PRÁTICAS PEDAGÓGICAS II –</p><p>ENSINO FUNDAMENTAL</p><p>78</p><p>Lembra que já citamos muito a questão do protagonismo dos estudantes? Sendo os</p><p>“artistas”, serão também autores de suas próprias aprendizagens. Mais do que isso, sendo</p><p>desafios a elaborarem materiais para a exposição, por exemplo, irão engajar-se mais</p><p>facilmente nas propostas: para além das questões já citadas, os alunos terão a chance de</p><p>descobrir talentos que desconhecem ter, ou aprimorar os que já possuem.</p><p>Outra possibilidade é preparar uma gincana, que pode ter atividades de</p><p>conhecimento sobre os conteúdos (olimpíada do saber) associada às brincadeiras lúdicas</p><p>(competições).</p><p>Os alunos também poderão trazer os jogos que tenham em casa e ser escolhido um</p><p>dia para grandes desafios com o apoio desses recursos.</p><p>KISHIMOTO, T. M. Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação. São Paulo: Cortez,</p><p>2017.</p><p>Veja, as propostas “lúdicas” são aquelas atividades que dão prazer ao serem</p><p>realizadas e envolvem os estudantes. Com elas, oportunizamos aos alunos a chance de</p><p>desenvolverem suas habilidades e competências necessárias para compreender o mundo</p><p>em que vivem e do qual poderão ser sujeitos de transformação. Utilize-as!</p><p>4.5 Exemplos de atividades educativas</p><p>Como já discutimos a questão da construção (e da importância) dos planos de ensino</p><p>para a educação, entendemos que podemos dar sugestões de atividades educativas e seus</p><p>objetivos para o ensino fundamental.</p><p>Vamos lá:</p><p>PRÁTICAS PEDAGÓGICAS II –</p><p>ENSINO FUNDAMENTAL</p><p>79</p><p>1) Para trabalhar com a capacidade de observação:</p><p>O professor pode propor uma atividade a ser realizada em qualquer ambiente da</p><p>escola, desde que comporte todos os alunos, certamente, ou ainda, distribui-los em grupos.</p><p>Veja como proceder:</p><p>✓ O educador pede que os estudantes deem uma olhada minuciosa no espaço</p><p>e, em seguida, pede que virem para trás ou, se possível que se retirem. Em</p><p>seguida, desloca ou remove algum objeto do espaço.</p><p>Os alunos deverão descobrir o que está diferente.</p><p>Além da observação e percepção, também é possível desenvolver a noção espacial</p><p>com essa atividade.</p><p>2) Para desenvolver a memória:</p><p>Uma excelente e fácil atividade é construir com os alunos um jogo da memória, tal</p><p>como utilizamos em diversos contextos, mas, com um diferencial: a confecção será realizada</p><p>pelos próprios estudantes. O tema também poderá ser escolhido por eles.</p><p>✓ Esta atividade pode ser em pequenos grupos, assim os temas poderão variar</p><p>ricamente, e serão desenvolvidas diversas habilidades, como a concentração,</p><p>a memória, que é o objetivo principal, mas ainda a coordenação motora fina e</p><p>a colaboração entre as crianças, que terão que tomar decisões conjuntamente</p><p>para chegar à finalização da elaboração coletiva do material.</p><p>ID DA IMAGEM: 133960734 JOGO DA MEMÓRIA</p><p>PRÁTICAS PEDAGÓGICAS II –</p><p>ENSINO FUNDAMENTAL</p><p>80</p><p>3) Para desenvolver conhecimentos matemáticos:</p><p>Os alunos poderão construir uma caixa com encaixes diversos.</p><p>✓ A ideia é pegar caixas de papelão – de sapato, de sabão em pó, grandes e</p><p>pequenas, e pedir que os alunos encapem suas faces, sendo cada uma de uma</p><p>cor diferente, também deixando espaço para a inserção (e encaixe) de objetos</p><p>de formas diversas, como finos, grossos, redondos, quadrados etc.</p><p>Pode parecer difícil, mas lembre-se: eles não estarão sós, você os auxiliará a todo</p><p>momento, mas, um dos propósitos é o desenvolvimento da autonomia.</p><p>Deixamos uma observação que é o seguinte: esta não é uma atividade de construção</p><p>e elaboração adequada aos anos iniciais, mas para os alunos mais velhos, ok? Você até pode</p><p>fazer parte dela com as crianças menores, mas precisa entender até que ponto seu grupo de</p><p>alunos conseguirá chegar.</p><p>ID DA IMAGEM: 202911978 MATEMÁTICA</p><p>4) Para desenvolver</p><p>a tomada de decisões:</p><p>Proponha aos estudantes situações-problemas com níveis de complexidade</p><p>diversos, conforme as características de cada idade e da sua turma, em especial.</p><p>✓ Os alunos devem ser incentivados a buscar soluções para problemas</p><p>concretos, que faça parte de sua realidade. Devem trabalhar em grupos.</p><p>As crianças gostam de receber desafios que façam sentidos para elas. Você pode</p><p>sugerir um estudo de caso, por exemplo, inclusive inserindo algum novo elemento sobre</p><p>PRÁTICAS PEDAGÓGICAS II –</p><p>ENSINO FUNDAMENTAL</p><p>81</p><p>uma história com a qual já tenha trabalhado. Conhecer o contexto é bem importante para os</p><p>alunos menores.</p><p>ID DA IMAGEM: 13950265 CURIOSIDADE INFANTIL</p><p>5) Para desenvolver a curiosidade:</p><p>Uma atividade atual e da qual as crianças gostam e costumam envolver-se é o quizz,</p><p>que é um tipo de jogo de perguntas e respostas.</p><p>✓ Esta atividade pode ser desenvolvida individualmente, em duplas ou</p><p>pequenos grupos. Os alunos recebem perguntas e têm um tempo para</p><p>respondê-las.</p><p>É uma excelente estratégia criar atividades com essa tanto para introduzir um</p><p>conteúdo, ou para coletar informações sobre o que os alunos já conhecem. Ainda pode ser</p><p>considerada um modo de incentivá-los a estudar, porque deverão participar deste jogo de</p><p>perguntas e respostas.</p><p>Por fim, chamamos sua atenção para a importância do desenvolvimento integral dos</p><p>estudantes. Para tal, as atividades didáticas te auxiliarão. Ofereça oportunidades de que</p><p>todas as habilidades tenham espaço: as motoras, ou seja, aquelas relacionadas com a parte</p><p>física e os movimentos; as cognitivas, que têm a ver com as atividades mentais; e as</p><p>socioafetivas, ligadas à interação e vivência social.</p><p>PRÁTICAS PEDAGÓGICAS II –</p><p>ENSINO FUNDAMENTAL</p><p>82</p><p>Elabore materiais ricos, diversos, inéditos, se possível, ou que tenham passado pelo</p><p>processo de curadoria, assim garantindo a qualidade do que seu aluno vai receber. Tudo</p><p>isso, claro, vai afetar muito positivamente a ação docente!</p><p>Agora é a sua vez de preparar uma atividade didática. Para tal, você vai considerar todos</p><p>os estudos e discussões apresentadas neste e-book e elaborar um material completo,</p><p>desde o plano de aula, até tudo o que será necessário para desenvolvimento da atividade,</p><p>descrevendo materiais, estratégias e metodologias.</p><p>Bom trabalho.</p><p>___________________________________________________________________________</p><p>___________________________________________________________________________</p><p>___________________________________________________________________________</p><p>___________________________________________________________________________</p><p>___________________________________________________________________________</p><p>___________________________________________________________________________</p><p>___________________________________________________________________________</p><p>___________________________________________________________________________</p><p>___________________________________________________________________________</p><p>___________________________________________________________________________</p><p>___________________________________________________________________________</p><p>___________________________________________________________________________</p><p>___________________________________________________________________________</p><p>___________________________________________________________________________</p><p>___________________________________________________________________________</p><p>___________________________________________________________________________</p><p>___________________________________________________________________________</p><p>___________________________________________________________________________</p><p>PRÁTICAS PEDAGÓGICAS II –</p><p>ENSINO FUNDAMENTAL</p><p>83</p><p>Chegamos ao final deste e-book esperando ter oferecido material teórico para que</p><p>você compreenda a importância das práticas pedagógicas realizadas no ensino fundamental</p><p>que auxiliam os docentes em seu trabalho diário – de elaboração de planos e materiais, e os</p><p>alunos em sua aprendizagem, pois o que você aprender nesta disciplinas, deve levar para</p><p>sua ala de aula.</p><p>Tratamos de temas que julgamos essenciais para o trabalho, como as metodologias e</p><p>estratégias de ensino, os materiais didáticos e sua curadoria, o planejamento dos planosde</p><p>esnino, das oficinas, projetos e atividades didáticas para o ensino fundamental.</p><p>Entendemos que as metodologias ativas devem permear todo seu trabalho, por isso</p><p>elas tiveram um espaço em destaque.</p><p>Consulte os materiais que indicamos também, assim você terá mais subsídios para</p><p>desenvolver plenamente sua docência.</p><p>Boa sorte!</p><p>A Autora.</p><p>PRÁTICAS PEDAGÓGICAS II –</p><p>ENSINO FUNDAMENTAL</p><p>84</p><p>Referências</p><p>ANASTASIOU, L. das G. C. et al. Estratégias de ensinagem. Processos de ensinagem</p><p>na universidade. Pressupostos para as estratégias de trabalho em aula. Joinville: Univille,</p><p>2004.</p><p>ARNONI, M. E. B. Metodologia da mediação dialética na organização da atividade</p><p>educativa: educação em ciências. In: GOIS J. (Org.). Metodologias e processos formativos</p><p>em ciências e Matemática. Jundiaí: Paco Editorial, 2014.</p><p>BACICH, L.; MORAN, J. M. Metodologias ativas para uma educação inovadora: uma</p><p>abordagem téorico-prática. Porto Alegre: Penso, 2018.</p><p>BACICH, L.; HOLANDA, L. Aprendizagem Baseada em Projetos: desafios da sala de</p><p>aula em tempos de BNCC. Revista Educatrix, ano 8, no. 14, 2018. Disponível em:</p><p>https://homol.moderna.com.br/educatrix/ed14/educatrix14.html?pag=44. Acesso em: 15</p><p>mar 2021.</p><p>BERNARDES, M. E. M. Atividade educativa, pensamento e linguagem: contribuições</p><p>da psicologia histórico-cultural. Revista Semestral da Associação Brasileira de Psicologia</p><p>Escolar e Educacional, SP. V. 15, N. 2, Julho/Dezembro, 2011, pp. 323-332.</p><p>BORDINHÃO, J. P.; SILVA, E. do N. O uso dos materiais didáticos como instrumentos</p><p>estratégicos ao ensino-aprendizagem. Revista Científica Semana Acadêmica. Fortaleza, ano</p><p>MMXV, n. 000073, 20 out 2015. Disponível em:</p><p>https://semanaacademica.org.br/system/files/artigos/o_uso_dos_materiais_didaticos_com</p><p>o_instrumentos_estrategicos_ao_ensino-aprendizagem.pdf. Acesso em: 17 mar 2021.</p><p>BRASIL. BNCC. Implantação. Caderno de práticas. Projeto de vida: Ser ou existir?</p><p>Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/implementacao/praticas/caderno-</p><p>de-praticas/aprofundamentos/200-projeto-de-vida-ser-ou-existir. Acesso em: 20 mar 2021.</p><p>BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial Curricular Nacional para a</p><p>Educação Infantil. v.1. Brasília: MEC/SEF, 1998.</p><p>CHARLOT, B. Da relação com o saber: elementos para uma teoria. Porto Alegre:</p><p>Artmed, 2000.</p><p>https://homol.moderna.com.br/educatrix/ed14/educatrix14.html?pag=44</p><p>https://semanaacademica.org.br/system/files/artigos/o_uso_dos_materiais_didaticos_como_instrumentos_estrategicos_ao_ensino-aprendizagem.pdf</p><p>https://semanaacademica.org.br/system/files/artigos/o_uso_dos_materiais_didaticos_como_instrumentos_estrategicos_ao_ensino-aprendizagem.pdf</p><p>http://basenacionalcomum.mec.gov.br/implementacao/praticas/caderno-de-praticas/aprofundamentos/200-projeto-de-vida-ser-ou-existir</p><p>http://basenacionalcomum.mec.gov.br/implementacao/praticas/caderno-de-praticas/aprofundamentos/200-projeto-de-vida-ser-ou-existir</p><p>PRÁTICAS PEDAGÓGICAS II –</p><p>ENSINO FUNDAMENTAL</p><p>85</p><p>FARIA, M. N. A música, fator importante na aprendizagem. Monografia</p><p>(Especialização em Psicopedagogia). Centro Técnico-Educacional Superior do Oeste</p><p>Paranaense – CTESOP/CAEDRHS, 2001. Disponível em: Acesso em: 17 mar 2021.</p><p>FIORENTINI, D.; MIORIM, M. A. Uma reflexão sobre o uso dos materiais concretos e</p><p>jogos no ensino da matemática. Boletim da Sociedade Brasileira de Educação Matemática,</p><p>São Paulo: SBEM-SP, n.7, pp. 5-10, 1990. Disponível em:</p><p>http://www.sbembrasil.org.br/enem2016/anais/pdf/7617_3455_ID.pdf. Acesso em: 17 mar</p><p>2021.</p><p>FREIRE,</p><p>P. Pedagogia do oprimido. São Paulo: Paz e Terra, 2019.</p><p>FREITAS, O. C. R. de. Equipamentos e materiais didáticos. Cuiabá: Universidade</p><p>Federal de Mato Grosso, Rede e-Tec. Brasil, 2013. Disponível em:</p><p>http://www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/profuncionario/cadernos/disc_ft_</p><p>ie_cad_15_equipamentos_e_materiais_didaticos.pdf. Acesso em: 17 mar 2021.</p><p>GARDNER, H.; CHEN, J. Q.; MORAN, S. Inteligências múltiplas ao redor do mundo.</p><p>Porto Alegre: Artmed, 2010.</p><p>GAROFOLO, D. Como as metodologias ativas favorecem o aprendizado. Revista Nova</p><p>Escola. 25 jun 2018. Disponível em: https://novaescola.org.br/conteudo/11897/como-as-</p><p>metodologias-ativas-favorecem-o-aprendizado. Acesso em: 14 mar 2021.</p><p>HERNÁNDEZ, F. Transgressão e mudança na educação: os projetos de trabalho. Porto</p><p>Alegre: Artes Médicas, 2010.</p><p>JUSTINO, M. N. Pesquisa e recursos didáticos na formação e prática docente.</p><p>Cuiritiba: Ibpex, 2011.</p><p>LABURÚ, C. E. Fundamentos para um Experimento Cativante. Caderno Brasileiro de</p><p>Ensino de Física, Santa Catarina, v. 23, n. 3: p. 382-404, dez. 2006.</p><p>LARCHERT, J. M. Organização do trabalho escolar. Ilhéus: Editus, 2012.</p><p>LEJEUNE, P. Definir autobiografia. In MOURÃO, Paula(org). Autobiografia. Auto-</p><p>representação. Lisboa: Colibri, 2008.</p><p>LIBÂNEO, J. C. Organização e gestão escolar: teoria e prática. Goiânia: Editora</p><p>Alternativa, 2001.</p><p>http://www.sbembrasil.org.br/enem2016/anais/pdf/7617_3455_ID.pdf</p><p>http://www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/profuncionario/cadernos/disc_ft_ie_cad_15_equipamentos_e_materiais_didaticos.pdf</p><p>http://www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/profuncionario/cadernos/disc_ft_ie_cad_15_equipamentos_e_materiais_didaticos.pdf</p><p>https://novaescola.org.br/conteudo/11897/como-as-metodologias-ativas-favorecem-o-aprendizado</p><p>https://novaescola.org.br/conteudo/11897/como-as-metodologias-ativas-favorecem-o-aprendizado</p><p>PRÁTICAS PEDAGÓGICAS II –</p><p>ENSINO FUNDAMENTAL</p><p>86</p><p>LOPES, D. de Q.; SOMMER, L. H.; SCHMIDT, S. Professor-propositor: a curadoria como</p><p>estratégia para a docência on-line. Educação & Linguagem. V. 17, n. 2, jul.-dez, pp. 54-72,</p><p>2014.</p><p>MACEDO, L; PETTY, A.L.S; PASSOS, N.C. Os jogos e o lúdico na aprendizagem escolar.</p><p>Porto Alegre: Artmed, 2005.</p><p>MONTEIRO, S. M. Atividade didática (vocábulo). Glossário Ceale. Termos de</p><p>alfabetização, leitura e escrita para educadores. Disponível em:</p><p>http://ceale.fae.ufmg.br/app/webroot/glossarioceale/verbetes/atividade-didatica. Acesso</p><p>em: 24 mar 2021.</p><p>MORAN, J. M. Novas tecnologias e mediação pedagógica. São Paulo: Papirus, 2000.</p><p>MOREIRA, A. M. O que é afinal aprendizagem significativa? Aula Inaugural do</p><p>Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Naturais, Instituto de Física,</p><p>Universidade Federal do Mato Grosso, Cuiabá, MT, 23 de abril de 2010. Disponível em:</p><p>http://moreira.if.ufrgs.br/oqueeafinal.pdf. Acesso em: 13 mar 2021.</p><p>MOREIRA, A. C.; SANTOS, H.; COELHO, I. S. A música na sala de aula - a música como</p><p>recurso didático. UNISANTA Humanitas. Santos/SP. Vol. 3 nº 1, 2014, pp. 41-61. Disponível</p><p>em: https://periodicos.unisanta.br/index.php/hum/article/viewFile/273/274. Acesso em: 17</p><p>mar 2021.</p><p>NASCIMENTO, I. da P. T.; TAVARES, G. da P. Projeto político pedagógico: uma análise</p><p>a partir da percepção dos professores. Seminário Gepráxis, Vitória da Conquista, Bahia, v. 6,</p><p>n. 6, pp. 1741-1753, 2017. Disponível em: Acesso em: 20 mar 2021.</p><p>NÉRICI, I. G. Introdução à Didática Geral. São Paulo: Fundo de Cultura, 1985.</p><p>PADILHA, R. P. Planejamento dialógico: como construir o projeto político pedagógico</p><p>da escola. São Paulo: Cortez; Instituto Paulo Freire, 2001.</p><p>PETTERSEN, E. C. F. Plano de aula: Produzindo slogans para campanhas de</p><p>conscientização. Revista Nova Escola. Disponível em:</p><p>https://planosdeaula.novaescola.org.br/fundamental/1ano/lingua-portuguesa/produzindo-</p><p>slogans-para-campanhas-de-conscientizacao/4388. Acesso em: 20 mar 2021.</p><p>http://ceale.fae.ufmg.br/app/webroot/glossarioceale/verbetes/atividade-didatica</p><p>http://moreira.if.ufrgs.br/oqueeafinal.pdf</p><p>https://periodicos.unisanta.br/index.php/hum/article/viewFile/273/274</p><p>https://planosdeaula.novaescola.org.br/fundamental/1ano/lingua-portuguesa/produzindo-slogans-para-campanhas-de-conscientizacao/4388</p><p>https://planosdeaula.novaescola.org.br/fundamental/1ano/lingua-portuguesa/produzindo-slogans-para-campanhas-de-conscientizacao/4388</p><p>PRÁTICAS PEDAGÓGICAS II –</p><p>ENSINO FUNDAMENTAL</p><p>87</p><p>RAMAL, A. C. Era uma vez uma escola... (Homenagem à Paulo Freire). In: RAMAL,</p><p>Andrea Cecília. História de gente que ensina e aprende. São Paulo: EDUSC, 2003.</p><p>REZENDE, L. A. de. Leitura e Formação de Leitores: Vivências Teórico-Práticas.</p><p>Londrina: Eduel, 2009.</p><p>RIOLFI, C. et al. Ensino de Língua Portuguesa. São Paulo: Thomson Learning, 2008.</p><p>ROSA, G. Grande sertão veredas. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2015.</p><p>SANTOS, M. P. Recursos didático-pedagógicos no processo educativo da</p><p>matemática: uma análise crítico-reflexiva sobre sua presença e utilização no ensino médio.</p><p>Dissertação (Mestrado em Educação). Universidade Estadual de Ponta Grossa. Paraná, 2005.</p><p>SANTOS, V. S. dos. Estratégias de ensino-aprendizagem. Brasil Escola. Canal do</p><p>educador. Disponível em: https://educador.brasilescola.uol.com.br/estrategias-ensino.</p><p>Acesso em: 14 mar 2021 (adaptado e ampliado).</p><p>SAVIANI, D.; DUARTE, N. A formação humana na perspectiva histórico-ontológica.</p><p>Revista Brasileira de Educação. v. 15 n. 45 set./dez. 2010.</p><p>SCHMITZ, E. X. da S. Sala de aula invertida: uma abordagem para combinar</p><p>metodologias ativas e engajar alunos no processo de ensino-aprendizagem. Dissertação.</p><p>(Mestrado em Tecnologias educacionais em rede). Universidade Federal de Santa Maria. RS,</p><p>2016.</p><p>SILVA, C. C. Os gêneros anúncio publicitário e anúncio de propaganda: uma proposta</p><p>de ensino ancorada na análise de discurso crítica. Dissertação (Mestrado em Língua</p><p>Portuguesa). Universidade federal de Uberlândia, MG, 2015. Disponível em:</p><p>http://repositorio.se.df.gov.br/handle/123456789/1013. Acesso em: 20 mar 2021.</p><p>SILVA, S. C. V.; FERREIRA, V. S. As perspectivas teóricas da abordagem de projetos.</p><p>Contrapontos, v. 4, n. 1, jan./abr., pp. 169-187. Itajaí, 2004. Disponível em:</p><p>https://siaiap32.univali.br/seer/index.php/rc/article/viewFile/755/607. Acesso em: 21 mar</p><p>2021.</p><p>SOUZA, V. A. de. Oficinas pedagógicas como estratégia de ensino: uma visão dos</p><p>futuros professores de ciências naturais. Universidade de Brasília (UNB). Planaltina, DF,</p><p>2016.</p><p>https://educador.brasilescola.uol.com.br/estrategias-ensino</p><p>http://repositorio.se.df.gov.br/handle/123456789/1013</p><p>https://siaiap32.univali.br/seer/index.php/rc/article/viewFile/755/607</p><p>PRÁTICAS PEDAGÓGICAS II –</p><p>ENSINO FUNDAMENTAL</p><p>88</p><p>VIEIRA, E; VOLQUIND, L. Oficinas de ensino: O quê? Por quê? Como. Porto Alegre:</p><p>Edipucrs, 2002.</p><p>VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 2007.</p><p>89</p><p>Unidade 4</p><p>9</p><p>encontrar outras, até mesmo com nomes diferentes, mas escolhemos esta configuração</p><p>para tratar em nosso e-book.</p><p>Antes de descrever cada uma delas, se faz necessário considerar que estamos no</p><p>século XXI e, nestes tempos em que vivemos cercados de tecnologias digitais, não podemos</p><p>deixar de destacar que essas tecnologias adentraram as escolas, primeiro timidamente e por</p><p>meio dos técnicos de informática, que conheciam algum software educativo (jogos) e os</p><p>ensinavam aos alunos nas aulas nos laboratórios de informática. Em seguida, passaram a ser</p><p>vistas pela “porta da frente”, digamos assim, ou seja, como ferramentas pedagógicas</p><p>utilizadas por um professor que assumiu o espaço, e começou a planejar suas aulas em</p><p>colaboração com os demais professores das escolas.</p><p>No primeiro caso, as tecnologias eram, então, vistas apenas em suas possibilidades</p><p>técnicas: para facilitar a escrita de um texto, a construção de uma tabela, a aplicação de</p><p>jogos que, embora tivessem caráter educativo, eram utilizados apenas para diversão.</p><p>ID DA IMAGEM: 45002087 TECNOLOGIAS DIGITAIS APLICADAS À EDUCAÇÃO</p><p>Na graduação em Pedagogia, durante as aulas de informática, para contextualiza o</p><p>que estamos descrevendo, aprendíamos a utilizar, principalmente, os editores de texto, pois</p><p>eles nos ajudariam na apresentação dos trabalhos escritos, os quais, até, então, eram</p><p>totalmente escritos à mão. A internet não era tão comum nas faculdades e universidades,</p><p>por que ainda não tínhamos conexões rápidas e tão comuns como há na atualidade. Estamos</p><p>aqui falando sobre o início dos anos 90.</p><p>Com o tempo, e as pesquisas acadêmicas que abordaram o tema, os professores</p><p>passaram a ter outra conduta diante delas (tecnologias), o que trouxe muitos ganhos para</p><p>PRÁTICAS PEDAGÓGICAS II –</p><p>ENSINO FUNDAMENTAL</p><p>10</p><p>educadores e educandos. Estamos citando tudo isso para acrescentar às abordagens</p><p>elencadas nas primeiras linhas deste tópico, as metodologias ativas, posto que algumas</p><p>delas pressupõem os meios tecnológicos como recursos essenciais ao ensino. Vamos</p><p>descrevê-las para que você entenda melhor.</p><p>1.2. Uma questão de abordagem</p><p>Conhecer as possibilidades no uso de cada metodologia é essencial para saber onde</p><p>e quando aplicá-las, não é? Vamos fazer isso agora, listando e descrevendo cada uma delas.</p><p>1) Abordagem tradicional</p><p>Nesta abordagem o professor é o centro e os alunos desempenham um papel de</p><p>receptores de seu conhecimento. O ensino tem como principal objetivo a transmissão do</p><p>saber adquirido pelo docente, e ao estudante cabe sua reprodução exata. Há grande</p><p>preocupação com a sistematização dos conteúdos, que são dados como prontos e acabados,</p><p>não oferecendo aos estudantes a reflexão sobre eles. As atividades são padronizadas e a</p><p>avaliação é somativa.</p><p>A aprendizagem, o sucesso ou o fracasso escolares são medidos tendo como base</p><p>aquilo que o aluno responde nas provas, cujas notas são somadas para se chegar à nota final</p><p>e declarar aprovação ou reprovação. O aluno que obtém a nota mínima determinada pela</p><p>instituição de ensino é aprovado, acontecendo o contrário caso essa nota não seja atingida.</p><p>O principal instrumento de avaliação é uma prova na qual constam os conteúdos</p><p>desenvolvidos ao longo do bimestre letivo. É importante ressaltar que o aluno é visto como</p><p>o responsável por sua aprendizagem, mas não faz parte da elaboração das condições que o</p><p>levam a aprender, nem de como será avaliado.</p><p>A avaliação somativa ocorre ao final da instrução como forma de controle do que o aluno</p><p>efetivamente aprendeu.</p><p>PRÁTICAS PEDAGÓGICAS II –</p><p>ENSINO FUNDAMENTAL</p><p>11</p><p>ID DA IMAGEM: 88578438 SALA DE AULA TRADICIONAL: PROFESSOR COMO CENTRO</p><p>2) Abordagem comportamentalista</p><p>Diferente da abordagem anterior, nesta abordagem os comportamentos que se</p><p>espera que sejam desenvolvidos pelos estudantes são planejados para que sejam atingidos e</p><p>mantidos, tendo métricas condicionantes e reforços arbitrários, como é o caso dos elogios</p><p>dados àqueles que conseguem as notas consideradas esperadas, os prêmios para os</p><p>melhores desempenhos, recebimento de um diploma ao fim do curso e as chances, no</p><p>futuro, de ascensão na carreira escolhida.</p><p>Nesta abordagem passam a ser considerados os alunos, seus comportamentos e os</p><p>objetivos descritos em programas de ensino que proporcionem a aprendizagem. Desta</p><p>forma, ensinar é visto como um processo de arranjos e rearranjos das condições que levam</p><p>os estudantes a aprenderem. Ressaltamos aqui que é de total responsabilidade dos</p><p>docentes garantirem que essas condições proporcionem as aprendizagens esperadas.</p><p>3) Abordagem humanista</p><p>Mudando o foco, que passa a ser o aluno como pessoa incluída nos processos de</p><p>ensino e de aprendizagem, a abordagem entende que a principal atitude é de conquistar a</p><p>confiança e de respeitar o aluno. Assim, o ensino se volta à pessoa, cabendo ao professor a</p><p>orientação para que as experiências pelas quais o estudante passa, sirvam como processo de</p><p>aprendizagem.</p><p>O docente deve envolver o aluno e considerá-lo em sua sensibilidade, tornando a</p><p>aprendizagem significativa e não mais mecânica, como ocorre, especialmente, na</p><p>abordagem tradicional.</p><p>PRÁTICAS PEDAGÓGICAS II –</p><p>ENSINO FUNDAMENTAL</p><p>12</p><p>ID DA IMAGEM: 90774634 O INDIVÍDUO EM SUA MULTIPLICIDADE</p><p>Nela, o estudante é suscitado a encontrar estímulos para descobrir e compreender</p><p>o que está descobrindo, de modo a atingir uma modificação de seus comportamentos. Nesta</p><p>abordagem, a autoavaliação é uma ferramenta importante para compreensão de como está</p><p>sua própria aprendizagem.</p><p>A autoavaliação é uma reflexão sobre o que e como o sujeito aprendeu. Ela pode</p><p>promover uma transformação, porque possibilita a compreensão dos potenciais e das</p><p>habilidades e competências que construímos ao longo do processo de aprendizagem</p><p>4) Abordagem cognitivista</p><p>O foco das ações desta abordagem passa a ser a organização do conhecimento e</p><p>como ela ocorre. Também é valorizada a capacidade de integrar as informações e processá-</p><p>las. É desenvolvida a visão de ensaio e erro, sendo fundamental que o professor</p><p>compreenda como o aluno aprende, assim valorizando o processo propriamente dito muito</p><p>mais do que aquilo que é produzido pelo aluno – o produto final, concreto.</p><p>Esta abordagem se refere a como o estudante “desenvolve seu conhecimento sobre</p><p>o mundo, preocupando-se com o processo de compreensão, transformação, armazenamento</p><p>e utilização das informações, envolvida no plano da cognição” (MOREIRA, 2011, p. 32).</p><p>PRÁTICAS PEDAGÓGICAS II –</p><p>ENSINO FUNDAMENTAL</p><p>13</p><p>Neste sentido, aos alunos são oferecidas situações que os desafiem a buscar a</p><p>solução, o que será material avaliativo para o professor que, por isso, insere em suas aulas</p><p>jogos, brincadeiras, atividades coletivas, visitas a locais de interesse etc.</p><p>ID DA IMAGEM: 91357430 128022482</p><p>SITUAÇÕES DESAFIADORAS PROPOSTAS PELO PROFESSOR</p><p>5) Abordagem sociocultural</p><p>Nesta abordagem o viés social é explícito, porque o aluno é incentivado, a partir de</p><p>uma situação-problema, a desenvolver sua consciência crítica e reflexiva, buscando, na</p><p>análise do que lhe é proposto, encontrar meios para a superação das contradições presentes</p><p>em nossa sociedade.</p><p>O papel, tanto do professor quanto do estudante, é de protagonismo. Eles crescem</p><p>juntos, assim, as atividades propostas devem proporcionar um desvelamento da realidade</p><p>em que se encontram. Podemos citar Freire (2019) e sua “Pedagogia do oprimido” quando</p><p>mencionado o famoso trecho “ninguém educa ninguém (...). Os homens se educam entre si,</p><p>mediatizados pelo mundo” (p. 74).</p><p>1.3 Uma introdução às metodologias ativas</p><p>Na atualidade tem sido muito importante trabalhar com o protagonismo dos</p><p>estudantes. Neste contexto encontramos as metodologias ativas, cujo objetivo principal é</p><p>incentivar os estudantes na construção de seu próprio conhecimento, participando como</p><p>PRÁTICAS PEDAGÓGICAS II –</p><p>ENSINO FUNDAMENTAL</p><p>14</p><p>sujeitos do processo. Deste modo, funcionam como meios para o desenvolvimento da</p><p>autonomia.</p><p>Especialmente nos dias atuais, por conta de tantas “distrações”, como os celulares,</p><p>tem sido um desafio manter os alunos interessados e engajados nas atividades</p><p>desenvolvidas nas salas de aula. Uma possibilidade de quebrar esse paradigma é fazer com</p><p>que nossos alunos entendam que a aprendizagem não ocorre apenas na escola, mas que o</p><p>que é tratado na sala de aula pode transcender suas paredes.</p><p>ID DA IMAGEM: 63417693 PROFESSOR É O TUTOR E ORIENTADOR</p><p>Dar ao aluno o papel de protagonista, como já citamos, começa a mudar essa visão</p><p>de que a escola é uma “obrigação chata” e o que ocorre lá não está ligado ao cotidiano, à</p><p>sua vida fora dos muros escolares. Começa assim a proposta do desenvolvimento e aplicação</p><p>das metodologias ativas.</p><p>Quando o estudante passa a conduzir sua aprendizagem, quando passa a ser autor</p><p>de suas conquistas, com apoio do professor, que é um orientador, visto que é mais</p><p>experiente, percebe a importância de buscar, de pesquisar além do que é trabalhado na</p><p>escola.</p><p>Nesta abordagem, então, são oportunizadas situações em que o aluno não é um</p><p>mero receptor, como na abordagem tradicional. O estudante recebe provocações dos</p><p>educadores, que agora passam a ter um papel de tutores, que orientam sem cobrar notas,</p><p>por exemplo, dando mais liberdade para que o aluno, diante dos desafios, seja capaz de</p><p>vencê-los a partir de suas próprias descobertas.</p><p>As notas são necessárias e serão atribuídas, já que nosso sistema de ensino assim o</p><p>exige, mas elas são secundárias. Serão conquistadas, não como “acertei mais” ou “acertei</p><p>PRÁTICAS PEDAGÓGICAS II –</p><p>ENSINO FUNDAMENTAL</p><p>15</p><p>menos”. As notas tornam-se um retrato das conquistas, das aprendizagens significativas do</p><p>aluno enquanto atuou sobre o conhecimento que foi construindo, percebe?</p><p>As metodologias de ensino ativas aplicadas com maior frequência são a</p><p>aprendizagem baseada em problemas (PBL, sigla do inglês - Problem-Based Learning), a</p><p>aprendizagem baseada em equipes (TBL, também do inglês - Team-Based Learning), a</p><p>aprendizagem baseada em projetos (ABP) e a sala de aula invertida (Flipped Classroom).</p><p>ID IMAGEM: 44074427 TRABALHO BASEADO EM PROBLEMAS</p><p>Como mencionamos, dependendo do referencial teórico utilizado, as abordagens</p><p>acima podem receber outra denominação e também pode ser que novas sejam elencadas. Já</p><p>encontramos abordagem Waldorf, Freireana, Pikler (para o trabalho com bebês) e outras.</p><p>Para o trabalho neste e-book, lembre-se, vamos trabalhar com as que citamos, certo?</p><p>Dito isto, entendemos que é pertinente tratar um pouco mais especialmente das</p><p>metodologias ativas, o que faremos na unidade 3, quando tratarmos dos projetos e oficinas</p><p>no ensino fundamental.</p><p>BAPTISTA, A. M. O.; NOBREGA, A. L.; TODARO, M. de A. (Orgs.). Metodologia de ensino:</p><p>entre a reflexão e a pesquisa. Jundiaí: Paco Editorial, 2013.</p><p>PRÁTICAS PEDAGÓGICAS II –</p><p>ENSINO FUNDAMENTAL</p><p>16</p><p>1.4 As estratégias de ensino: a importância de escolher corretamente</p><p>Este conceito diz respeito às técnicas que serão utilizadas para, da melhor forma</p><p>possível, auxiliar nossos alunos a construírem seu conhecimento de modo significativo.</p><p>Quando estamos elaborando nossos planos de aula, é essencial que escolhamos a estratégia</p><p>de ensino que efetivamente seja adequada para o desenvolvimento do conteúdo com o qual</p><p>vamos trabalhar, afinal, nem todas as estratégias servirão para trabalhar qualquer</p><p>conhecimento.</p><p>É importante considerar diversos fatores, como a idade dos nossos alunos, a série em</p><p>que eles estão estudando, os recursos que a escola nos oferece etc. Em outras palavras,</p><p>dependendo do conteúdo e de quem é nosso aluno, a estratégia deverá ser definida. Ainda,</p><p>é essencial que as estratégias escolhidas sejam capazes de despertar o interesse, o que vai</p><p>ajudar na compreensão e na absorção das informações, estimulando os alunos a refletirem</p><p>sobre os temas trabalhados e, consequentemente, na construção de seu conhecimento.</p><p>Como já citado, é preciso verificar que estratégias são adequadas para cada nível de</p><p>ensino. Nem todas funcionam nas aulas de faixas etárias diferentes. No caso do ensino</p><p>fundamental, ainda temos que analisar se os alunos são do primeiro segmento (1º. ao 5º.</p><p>ano) ou do segundo segmento (6º. ao 9º. ano).</p><p>As estratégias de ensino são as técnicas que os professores utilizam para favorecer a</p><p>aprendizagem dos estudantes. São todas as técnicas utilizadas para que nossos alunos se</p><p>apropriem dos conhecimentos de forma mais efetiva com mais facilidade e de modo</p><p>significativo.</p><p>Um ano de diferença entre as crianças é relevante em seu desenvolvimento e</p><p>maturidade. É importante, portanto, considerar essa variável. Veja um exemplo de aulas</p><p>sobre “Animais”, que será bem diferente se os alunos forem do 1º. ano (6 anos de idade), do</p><p>6º ano (11 anos de idade) ou do 9º ano (14 anos de idade).</p><p>PRÁTICAS PEDAGÓGICAS II –</p><p>ENSINO FUNDAMENTAL</p><p>17</p><p>- Com alunos do 1º. ano, alfabetizandos (início do ano letivo), que não aprenderam</p><p>ainda a ler e a escrever, uma aula dialogada e pouco ou nenhum texto, ou atividades</p><p>propostas para serem desenvolvidas em pequenos grupos, terá grandes chances de</p><p>funcionar bem.</p><p>Podemos solicitar que digam os nomes dos animais; podemos pedir que identifiquem</p><p>as quantidades de 1 a 10, por exemplo a partir da leitura pela professora de livros</p><p>paradidáticos. Deixamos como sugestão o livro “Amor de confusão”, de Dulce Rangel, que</p><p>conta a história de quando a Dona Galinha bota um ovo e sai para passear. Durante seu</p><p>passeio, ela vai encontrando e recolhendo diferentes ovos, totalizando 10 ovinhos. No dia</p><p>em que todos eles se abrem, é uma surpresa: nasce pintinho, ganso, pato, tartaruga,</p><p>jacaré... Daí o título do livro, pois é uma grande confusão.</p><p>A partir do livro, que foi o recurso utilizado, o professor desenvolve diversas</p><p>estratégias para trabalhar conteúdos diferentes – quantidade, solidariedade, amor materno,</p><p>cuidados com recém-nascidos, nomes dos animais, tipo de cobertura do corpo, letra inicial</p><p>dos nomes dos animais, dentre outros, e áreas distintas – matemática, ciências, língua</p><p>portuguesa.</p><p>ID DA IMAGEM: 10825572 TRABALHO COM LEITURA: ESSENCIAL PARA A</p><p>APRENDIZAGEM</p><p>- Com alunos do 1º. ano, já alfabetizados, que já sabem ler e escrever, a aula descrita</p><p>acima poderia ser ampliada com apresentação de pequenos textos e pesquisas em sites</p><p>voltados para a idade, com proposta de escrita de frases, elaboração de cartazes etc.</p><p>Ainda a partir do livro citado, podemos diferenciar animais domésticos e selvagens,</p><p>pedir que os alunos escrevam os nomes de cada um dos animais que aparecem na história,</p><p>PRÁTICAS PEDAGÓGICAS II –</p><p>ENSINO FUNDAMENTAL</p><p>18</p><p>tratar de questões de alimentação, transporte, vestuário e outras. Também é possível</p><p>trabalhar com a construção de rimas com os nomes dos animais, como “gato” e “pato”,</p><p>visando reforçar a consciência fonológica das crianças, que ainda estão em período de</p><p>aprendizagem da leitura e escrita, embora em nível mais avançado, pois são alfabetizados.</p><p>Neste contexto, as atividades desenvolvidas continuariam sendo interdisciplinares e</p><p>as estratégias mudariam em relação à primeira proposta, pois aqui, os alunos já seriam</p><p>convidados a escrever, por exemplo.</p><p>ID DA IMAGEM: 85455946 ALUNOS DO 1º. ANO DESCOBRINDO A LEITURA</p><p>- Com alunos do 6º. ano já é possível propor grupos maiores, que podem ter mais</p><p>integrantes trabalhando juntos, para que façam breves apresentações sobre suas</p><p>descobertas acerca das características da reprodução dos animais, o tipo de respiração,</p><p>sustentação do corpo etc.</p><p>ID DA IMAGEM: 83141760 DOCENTE</p><p>ORIENTA E OS ALUNOS PESQUISAM</p><p>Neste caso, as estratégias se alteram bastante, pois o aluno tem mais autonomia. O</p><p>professor pode propor que assistam vídeos, que pesquisem em bibliotecas ou na internet</p><p>PRÁTICAS PEDAGÓGICAS II –</p><p>ENSINO FUNDAMENTAL</p><p>19</p><p>sobre um tema determinado, que pode ser o mesmo para cada grupo, ou diferentes grupos</p><p>pesquisarão temas distintos, considerando os animais como tema-chave.</p><p>Na Revista Nova Escola encontramos um plano de aula completo, alinhado à BNCC</p><p>(Base Nacional Comum Curricular), que propõe uma metodologia ativa e sugere diversas</p><p>estratégias para o trabalho com o sistema muscular dos animais. Está disponível em:</p><p>https://novaescola.org.br/plano-de-aula/2302/conhecendo-o-sistema-muscular#atividade-</p><p>sobre-este-plano (acesso em: 13 mar 2021).</p><p>A aula começa afirmando que os animais podem saltar, correr, nadar ou rastejar. Em</p><p>seguida, lança questões norteadoras sobre o tema, sugere uma atividade prática em grupo a</p><p>partir de vídeos para que os estudantes observem animais em seus habitats naturais. A aula</p><p>é finalizada com a socialização das descobertas dos grupos.</p><p>- Com alunos mais velhos ainda, por exemplo, do 9º. ano, o professor pode propor</p><p>um jogo de equipes, dividindo a turma em dois grandes grupos. Neste caso, os alunos</p><p>poderão dividir as tarefas e, como nem todos sairão vencedores, isso não será um problema,</p><p>já que são mais maduros e saberão como lidar com a não vitória. Ainda assim, o professor</p><p>deverá deixar isso claro, concorda?</p><p>Voltamos a citar um plano de aula publicado na Revista Nova Escola sobre o tema</p><p>animais, agora mais específico, abordando o conteúdo “Mudança e sobrevivência”. A</p><p>proposta visa identificar o processo da especiação dos seres vivos a partir da análise do caso</p><p>dos cavalos, discutindo a evolução e a diversidade das espécies com base na seleção natural,</p><p>também de acordo com a BNCC. Está disponível em: https://novaescola.org.br/plano-de-</p><p>aula/2177/mudanca-e-sobrevivencia-o-caso-dos-cavalos#atividade-sobre-este-plano (acesso</p><p>em: 13 mar 2021).</p><p>Para desenvolver o conteúdo citado, as estratégias são as seguintes: os alunos</p><p>estarão organizados em semicírculo para uma sondagem do que conhecem sobre o assunto,</p><p>após a realização de uma pesquisa prévia; debaterão sobre suas descobertas; serão</p><p>questionados a partir de questões norteadoras; realizarão leitura de texto; preencherão</p><p>coletivamente (em pequenos grupos) uma árvore filogenética e a aula será finalizado com o</p><p>compartilhamento das discussões com novos grupos e sistematização dos apontamentos.</p><p>https://novaescola.org.br/plano-de-aula/2302/conhecendo-o-sistema-muscular#atividade-sobre-este-plano</p><p>https://novaescola.org.br/plano-de-aula/2302/conhecendo-o-sistema-muscular#atividade-sobre-este-plano</p><p>https://novaescola.org.br/plano-de-aula/2177/mudanca-e-sobrevivencia-o-caso-dos-cavalos#atividade-sobre-este-plano</p><p>https://novaescola.org.br/plano-de-aula/2177/mudanca-e-sobrevivencia-o-caso-dos-cavalos#atividade-sobre-este-plano</p><p>PRÁTICAS PEDAGÓGICAS II –</p><p>ENSINO FUNDAMENTAL</p><p>20</p><p>ID DA IMAGEM: 53850501 TRABALHO EM GRUPO</p><p>Para ampliar, os alunos poderão realizar um jogo em equipes, no qual o professor</p><p>prepara questões, divide a turma em dois grupos e cada grupo vai respondendo uma</p><p>pergunta por vez. Para finalizar, o grupo vencedor pode receber um prêmio (algo simbólico)</p><p>ou o grupo que não vencer pode “pagar” uma prenda.</p><p>ID DA IMAGEM: 129355242 TRABALHO EM EQUIPES</p><p>Veja, citamos uma série de estratégias a serem desenvolvidas com cada faixa etária</p><p>citada, as quais foram ampliadas e complexificadas conforme os alunos são mais velhos.</p><p>Perceba que nem todas poderiam ser utilizadas, indistintamente, com todos os grupos, pois</p><p>cada um deles têm características próprias, peculiares às idades.</p><p>Cabe ressaltar que a ação docente é um processo complexo, não apenas de</p><p>apresentação de um conteúdo. Muito mais do que isso, ao educador cabe propor aulas</p><p>interessantes e significativas para que os alunos se engajem na construção dos seus saberes.</p><p>Para tal, elaborar um planejamento sério, de boa qualidade, e voltado para o grupo de</p><p>alunos com os quais trabalha é uma das suas atividades primordiais.</p><p>PRÁTICAS PEDAGÓGICAS II –</p><p>ENSINO FUNDAMENTAL</p><p>21</p><p>Quando ministramos uma aula, não estamos apenas ensinando um conteúdo. Estamos</p><p>lidando com a formação de cidadãos!</p><p>Neste contexto, escolher as estratégias adequadas deve considerar os</p><p>conhecimentos prévios dos estudantes e todas as variáveis escolares, como por exemplo, os</p><p>recursos disponíveis, o tempo da aula e a realidade dos alunos.</p><p>Agora que já fizemos uma discussão sobre a importância de escolher a estratégia que</p><p>realmente servirá à nossa intencionalidade pedagógica, vamos conhecer aquelas que são as</p><p>estratégias didáticas mas utilizadas.</p><p>1.5 Estratégias didáticas mais utilizadas na sala de aula</p><p>Há diversas estratégias de ensino que podemos utilizar para ensinar nossos alunos.</p><p>Baseado em texto publicado no Canal do Educador, do Brasil Escola, a qual adaptamos e</p><p>ampliamos, veja algumas delas:</p><p>- Aulas lúdicas</p><p>Nas aulas lúdicas brincadeiras e jogos para fixar o conteúdo são desenvolvidos. Nelas,</p><p>observam-se momentos de descontração e felicidade, os quais aliviam a tensão e favorecem</p><p>a aprendizagem.</p><p>- Estudo de caso</p><p>Nos estudos de caso professor e alunos analisam criteriosamente uma situação (real</p><p>ou não) e tentam encontrar a solução para o problema apresentado. Essa estratégia auxilia</p><p>no desenvolvimento da reflexão e tomada de decisões.</p><p>PRÁTICAS PEDAGÓGICAS II –</p><p>ENSINO FUNDAMENTAL</p><p>22</p><p>- Aulas expositivas dialogadas</p><p>Em aulas expositivas dialogadas, o professor explica seu conteúdo de modo a garantir</p><p>a participação ativa dos alunos. Nessa estratégia, os alunos são questionados e estimulados</p><p>a discutir a respeito do tema da aula, citando, por exemplo, casos que tenham vivenciado.</p><p>ID DA IMAGEM: 162747622 AULA EXPOSITIVA DIALOGADA</p><p>- Aulas práticas</p><p>As aulas práticas são uma boa forma de fixar o conteúdo, muitas vezes, conhecido</p><p>apenas na teoria. Elas permitem que os alunos visualizem estruturas e fenômenos.</p><p>Funcionam, portanto, como uma forma de vivenciar um conhecimento teórico.</p><p>ID DA IMAGEM: 7314829 APRENDENDO NA PRÁTICA</p><p>- Júri simulado</p><p>Esta estratégia é a simulação de um julgamento, no qual os alunos atuam na defesa e</p><p>na acusação de um determinado caso. Um aluno é selecionado para ser juiz, um para atuar</p><p>como escrivão, dois ou mais como advogados de defesa e de acusação e alguns serão os</p><p>jurados. Com ela, a turma tem a oportunidade de analisar e chegar a um juízo de valor sobre</p><p>PRÁTICAS PEDAGÓGICAS II –</p><p>ENSINO FUNDAMENTAL</p><p>23</p><p>um fato proposto e, com uma visão ampla sobre a questão, enquanto desenvolve a</p><p>atividade, vai estudando profundamente um tema que faz parte da realidade, mesmo que o</p><p>caso apresentado altere nomes, datas e locais em relação ao caso real.</p><p>No caso das crianças das séries iniciais, é possível usar a criatividade e criar um</p><p>acontecimento fictício em que animais são os envolvidos, assim, quebrando o “peso” de um</p><p>julgamento, sobre o que elas poderão ainda não ter recursos para compreender.</p><p>ID DA IMAGEM: 86358628 JÚRI SIMULADO</p><p>- Grupo de verbalização e de observação (GOGV)</p><p>No GOGV a sala é dividida em dois grupos: o de verbalização e o de observação. O</p><p>grupo de verbalização é responsável por expor suas ideias e discutir o tema, enquanto o de</p><p>observação analisa e registra o que está sendo dito. Pode haver troca entre os grupos, ou</p><p>seja, os que observaram poderão passar a verbalizadores e vice-versa.</p><p>No final, os grupos deverão fazer suas contribuições a respeito do tema para chegar a</p><p>uma conclusão.</p><p>- Fórum</p><p>No fórum, os alunos se reúnem e debatem sobre um determinado tema. Todos os</p><p>participantes devem apresentar suas opiniões. Esse tipo de estratégia de ensino</p><p>mobiliza</p><p>habilidades como: capacidade de síntese, argumentação, observação e senso crítico.</p><p>Para motivar a discussão, pode ser utilizado um filme, um artigo, uma notícia, um</p><p>fato histórico, um assunto atual, etc. O importante é que o diálogo não seja vazio e os alunos</p><p>estejam preparados para o debate que ocorrerá.</p><p>PRÁTICAS PEDAGÓGICAS II –</p><p>ENSINO FUNDAMENTAL</p><p>24</p><p>ID DA IMAGEM: 47383819 DISCUSSÃO E DEBATE: PERSPECTIVA DO FÓRUM</p><p>- Seminários</p><p>Para o desenvolvimento dos seminários os alunos são divididos em grupos para</p><p>apresentarem trabalhos sobre um determinado tema. O professor, nesse contexto, atua na</p><p>orientação de como a pesquisa poderá ser realizada e na organização para as apresentações.</p><p>Entretanto, não fica assistindo uma aula dada pelos estudantes, simplesmente. Ele deve</p><p>interagir com eles a todo momento.</p><p>- Phillips 66</p><p>A Phillips 66 consiste em dividir a turma em grupos de seis alunos, os quais irão</p><p>discutir, durante 6 minutos, sobre um determinado tema. Os grupos podem fazer um</p><p>revezamento, por exemplo, quando um dos componentes troca de grupo e expõe ao novo</p><p>grupo o que foi discutido no original. No final, os alunos devem produzir uma síntese do</p><p>assunto ou ter chegado a uma solução para o problema.</p><p>- Estudo dirigido</p><p>O estudo dirigido é um uma estratégia que visa sanar dificuldades específicas sobre</p><p>determinado conteúdo. O professor prepara e orienta um momento de estudo quando há</p><p>dúvidas pontuais dos estudantes. Para isso, é fundamental ter clareza dos objetivos que</p><p>deverão ser alcançados.</p><p>- Tempestade cerebral (Brainstorming)</p><p>No brainstorming o professor lança uma palavra ou um problema relacionado ao</p><p>conteúdo e pede para que os alunos expressem suas ideias sobre aquilo que foi proposto. As</p><p>falas são livres, ou seja, os alunos deverão dizer o que vier à sua mente. O professor vai</p><p>anotando no quadro essas palavras ou ideias e, posteriormente, as relaciona com o</p><p>PRÁTICAS PEDAGÓGICAS II –</p><p>ENSINO FUNDAMENTAL</p><p>25</p><p>conteúdo. Com essa estratégia o aluno é estimulado a expor suas ideias espontaneamente. É</p><p>uma ótima oportunidade para deixar a imaginação funcionar.</p><p>- Ensino com pesquisa</p><p>É uma estratégia associada aos princípios da pesquisa. É concebida associando a ideia</p><p>de que a dúvida, a crítica e o trabalho coletivo são essenciais para a construção do</p><p>conhecimento. Os alunos devem sempre ser incentivados a pesquisar e, para tal, o professor</p><p>precisa ensiná-los como buscar, por exemplo, em fontes confiáveis e fidedignas.</p><p>Como a internet certamente será o principal recurso de pesquisa, é necessário</p><p>preparar os estudantes para não acreditarem em tudo que encontrarem e irem às fontes</p><p>mais apropriadas.</p><p>- Mapa conceitual</p><p>Criado na década de 70 por Joseph Novak, essa estratégia pressupõe a construção de</p><p>um diagrama no qual o aluno explicita a relação dos conceitos trabalhados</p><p>hierarquicamente, em uma perspectiva bidimensional. Não utilizamos imagens ao elaborá-</p><p>lo, mas lançamos mão de palavras conectoras que organizam as ideias explicitadas.</p><p>- Mapa mental</p><p>O mapa mental possibilita a memória de longo prazo. É simples, claro, objetivo e</p><p>ilustrativo. Podemos usar palavras-chave, imagens e cores para elaborá-lo. É muito pessoal</p><p>pois representa o pensamento de quem o elabora. Deve ser construído para armazenar,</p><p>organizar e priorizar as informações sobre determinado tema.</p><p>Foi criada por Tony Buzan, nos anos 60. É um tipo de resumo do conteúdo que</p><p>estudamos, no qual fazemos comparações e breves síntese das informações, de acordo com</p><p>o que entendemos.</p><p>PRÁTICAS PEDAGÓGICAS II –</p><p>ENSINO FUNDAMENTAL</p><p>26</p><p>ID DA IMAGEM: 184214600 MAPA MENTAL</p><p>Concluindo...</p><p>Fica fácil perceber que nem todas as estratégias elencadas atenderão a todas as</p><p>faixas etárias. Daí a importância de reconhecer as características e maturidade de cada</p><p>turma para o desenvolvimento das atividades, concorda?</p><p>O mais importante é que utilizar estratégias diferenciadas se torne uma rotina na sala</p><p>de aula, assim, muito poderá ser observado sobre seus alunos e como aprendem. Com sua</p><p>inserção na rotina educativa, os alunos terão a oportunidade de analisar e refletir sobre o</p><p>que estão aprendendo. Os conteúdos, assim, não serão prontos e acabados. Pelo contrário,</p><p>os alunos saem da passividade do método tradicional e a avaliação será mais verdadeira e</p><p>enriquecedora.</p><p>Enquanto ouvem os colegas, e também são ouvidos, os estudantes têm a</p><p>possibilidade de reelaborar suas dúvidas, e até mesmo de compreendê-las. Cabe ao docente,</p><p>então, usar sua criatividade!</p><p>Na próxima unidade...</p><p>Agora que já destrinchamos as metodologias de ensino e as estratégias didáticas,</p><p>vamos estudar como construir e utilizar materiais didáticos em contextos reais do trabalho</p><p>com alunos no ensino fundamental.</p><p>PRÁTICAS PEDAGÓGICAS II –</p><p>ENSINO FUNDAMENTAL</p><p>27</p><p>Unidade 2</p><p>(...) uma experiência que permite a manipulação de</p><p>materiais pelos estudantes ou uma demonstração experimental</p><p>pelo professor, nem sempre precisa estar associada a um aparato</p><p>sofisticado (PARANÁ, 2008, p. 74).</p><p>CONSTRUÇÃO DE MATERIAIS DIDÁTICOS E SUA IMPLEMENTAÇÃO EM CONTEXTOS REAIS</p><p>De acordo com Charlot (2000), ninguém escapa de aprender. Isso seria impossível,</p><p>mesmo se quiséssemos, não é verdade? Por que começamos citando isso? Porque</p><p>trataremos nesta segunda unidade dos materiais didáticos e como eles podem funcionar de</p><p>forma eficiente na sala de aula, propiciando aprendizagens.</p><p>Veja só: aprender não é um ato isolado ou individual. Pelo contrário, envolve</p><p>intercomunicação e intersubjetividade e é exatamente por isso que os conteúdos a serem</p><p>conhecidos pelos estudantes precisam de mediação – do docente e dos recursos que lançará</p><p>mão para fazê-lo.</p><p>Aqui entram os materiais didáticos que serão utilizados. Como já dissemos, conhecer</p><p>metodologias e estratégias é essencial para desenvolver a docência. Também o é na hora de</p><p>selecionar materiais que já existem - que estão na internet, por exemplo, ou criar os</p><p>próprios, de modo autoral.</p><p>ID DA IMAGEM: 79628006 MATERIAIS DIDÁTICOS DIVERSOS</p><p>Neste sentido, o professor poderá propiciar uma aprendizagem mais prazerosa e o</p><p>ensino pode dar frutos mais interessantes. Com materiais didáticos preparados</p><p>PRÁTICAS PEDAGÓGICAS II –</p><p>ENSINO FUNDAMENTAL</p><p>28</p><p>especialmente para determinado conteúdo, “o professor cria uma ponte entre a teoria</p><p>(palavra) com a prática (realidade) na execução de suas aulas” (BORDINHÃO; SILVA, 2009, p.</p><p>2). Por esta razão é essencial que os materiais sejam minuciosamente escolhidos e passem</p><p>por uma curadoria responsável.</p><p>Ainda, é importante ressaltar que um material didático adequadamente utilizado, ou</p><p>seja, que atenda às necessidades da turma e que facilite a aprendizagem do conteúdo para o</p><p>qual foi selecionado terá a vantagem de tornar as aulas mais produtivas, mais interessantes</p><p>e mais dinâmicas, e fará com que os alunos queiram interagir não somente com os colegas e</p><p>com o professor, mas com o conteúdo que estão estudando.</p><p>ID DA IMAGEM: 163535618 INFINIDADE DE MATERIAIS DIDÁTICOS</p><p>A sala de aula, assim, passa a ser vista com um local de construção e não de</p><p>memorização sem sentido, de decoreba para responder às provas, entende? Aquela</p><p>pergunta: “Por que estou estudando isso?” não é feita, pois o aluno já vai entendendo</p><p>enquanto estuda, não precisando desta resposta vinda de variáveis externas.</p><p>Vamos, então, definir o que é um material didático?</p><p>2.1 Material didático</p><p>O material didático é, antes de tudo, uma estratégia de formação docente, pois faz o</p><p>educador (re)pensar que estratégias aplicará para ensinar. Acreditamos verdadeiramente</p><p>que, ao selecionar – ou criar – materiais, ou seja, “recursos (...) utilizados para auxiliar e</p><p>PRÁTICAS PEDAGÓGICAS II –</p><p>ENSINO FUNDAMENTAL</p><p>29</p><p>beneficiar o processo de ensino-aprendizagem”</p><p>(JUSTINO 2001, p. 108), o docente vai refletir</p><p>sobre suas ações e sobre o próprio conteúdo com o qual precisa trabalhar.</p><p>ID DA IMAGEM: 130894202 IMPORTÂNCIA DA REFLEXÃO PARA O DOCENTE</p><p>Os materiais didáticos englobam todo tipo de recurso que sirva para enriquecer e</p><p>aprimorar o trabalho docente. Podemos usar desde um jornal, revistas, folders, tecnologias</p><p>diversas, ou apenas um papel, um lápis e canetas coloridas. O fundamental é que eles</p><p>auxiliem os professores a ensinar melhor e os estudantes a aprenderem de modo mais</p><p>significativo. Seja o material que for, passará a ser didático quando os conteúdos puderem</p><p>ser abordados de formas diversas, inovadoras e criativas.</p><p>Assim, acreditamos que é importante apresentar as gerações dos materiais didáticos</p><p>para que você perceba o quanto evoluíram.</p><p>Veja só:</p><p>Meios de ensino de primeira geração: cartazes, mapas, gráficos, materiais</p><p>escritos, exposições, modelos, quadros negros, etc.;</p><p>Meios de ensino de segunda geração: manuais, livros-textos e de exercícios,</p><p>testes impressos etc.</p><p>Meios de ensino de terceira geração: fotografias, diapositivos, filmes mudos</p><p>e sonoros, discos, rádio, televisão.;</p><p>Meios de ensino de quarta geração: instrução programada, laboratórios de</p><p>línguas e emprego de computadores.</p><p>Diante do avanço acelerado da tecnologia educacional que se estamos</p><p>presenciando, poderíamos acrescentar uma quinta geração, em que os</p><p>materiais didáticos ou meios de ensino utilizados seriam internet, DVD,</p><p>retroprojetor, datashow etc. (SCHRAMM, 2004 apud SANTOS, 2005, p. 49).</p><p>Aproveitamos para afirmar que a classificação que acabamos de citar tem a intenção</p><p>de mostrar que eles foram se modificando historicamente, mas isso não quer dizer que</p><p>PRÁTICAS PEDAGÓGICAS II –</p><p>ENSINO FUNDAMENTAL</p><p>30</p><p>apenas os mais recentes devam ser utilizados. Pelo contrário, de acordo com o que for</p><p>planejado, o docente os utilizará, independentemente de a qual geração pertençam.</p><p>Como nosso foco são as séries iniciais do ensino fundamental (EF), nos cabe dizer que</p><p>os alunos deste nível de ensino, que, de acordo com Piaget, estão no final do período pré-</p><p>operatório (entre 6 e 7 anos de idade, no 1º e 2º. anos do EF) e no período operatório</p><p>concreto (entre 8 e 10 anos de idade, no 3º., 4º. e 5º. anos do EF), sentem-se mais</p><p>motivados a aprender quando o professor propõe atividades lúdicas, como é o caso dos</p><p>jogos, por exemplo, assim como leituras dramatizadas, vídeos animados, dentre tantas</p><p>outras possibilidades.</p><p>Leia o artigo “Fases do Desenvolvimento intelectual segundo Jean Piaget”, disponibilizado</p><p>no Portal Educação. Disponível em:</p><p>https://siteantigo.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/educacao/fases-do-</p><p>desenvolvimento-intelectual-segundo-jean-piaget/42689. Acesso em: 17 mar 2021.</p><p>Para esses alunos, que precisam de recursos diversos para ter sua atenção</p><p>conquistada, materiais como os livros didáticos são importantes, mas não suficientes.</p><p>O livro didático é um dos mais fortes, comuns e influentes recursos encontrados nas</p><p>escolas. A ele é atribuída, desde a mais tenra idade, a função de apresentar aos alunos o</p><p>“mundo da escrita e sua forma peculiar de construir conhecimentos que são socialmente (...)</p><p>legitimados (...). E é essa legitimação social que faz com que seja o livro, ainda que em</p><p>realidades culturais materialmente desenvolvidas, a âncora das práticas pedagógicas”</p><p>(FREITAS, 2013, p. 105).</p><p>Você, certamente, concorda que o livro didático é essencial, mas que não deve ser o</p><p>único material. É preciso utilizar uma variedade de materiais e não sempre o mesmo tipo.</p><p>O ensino fundamental, a partir da ampliação, encontra-se subdividido em</p><p>dois níveis ou etapas: anos iniciais, dos 6 aos 10 anos, etapa que vai da 1ª à</p><p>5ª séries, sendo caracterizada pela alfabetização e solidificação dos</p><p>conteúdos básicos; e anos finais ou segunda etapa, que vai da 6ª à 9ª série,</p><p>geralmente dos 11 aos 14 anos, sendo caracterizada pela diversificação e</p><p>https://siteantigo.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/educacao/fases-do-desenvolvimento-intelectual-segundo-jean-piaget/42689</p><p>https://siteantigo.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/educacao/fases-do-desenvolvimento-intelectual-segundo-jean-piaget/42689</p><p>PRÁTICAS PEDAGÓGICAS II –</p><p>ENSINO FUNDAMENTAL</p><p>31</p><p>especificidade dos conteúdos. Há um aprofundamento maior em relação</p><p>aos conteúdos de cada área que, além de prepararem o estudante para as</p><p>práticas sociais, também compõem a base para os estudos futuros, no</p><p>ensino médio (FREITAS, 2013, p. 101).</p><p>ID DA IMAGEM: 23304762 O LIVRO COMO RECURSO DIDÁTICO</p><p>Os materiais didáticos, então, serão todos aqueles que tenham como intenção</p><p>primordial ensinar alguma coisa e colaborar com a construção de conhecimento dos</p><p>estudantes, como já afirmamos. Eles podem ser físicos, como os livros, ou digitais, como os</p><p>jogos de computador.</p><p>Dito isso, podemos afirmar que esses materiais serão encontrados dentro da sala de</p><p>aula, ou distribuídos pelos diversos ambientes da escola, ou ainda, fora dela, como pode ser</p><p>o caso dos filmes que o aluno é convidado a assistir em sua casa, ou no cinema, ou as peças</p><p>ou outros espetáculos teatrais que o professor os leva para acompanhar.</p><p>Lembra da ideia da sala de aula invertida? Nela, os aprendentes poderão acessar</p><p>diversos recursos em suas casas e irem para sala de aula debater um tema a partir desta</p><p>vivência, rompendo com a lógica da sala de aula tradicional.</p><p>Os especialistas defendem que, para ser considerada didática, uma obra</p><p>deve ser comunicativa (tem de ser de fácil compreensão para o público</p><p>visado), ter uma estrutura (isto é, ser coerente nas suas partes e ao longo</p><p>do seu desenvolvimento) e ser pragmática (de modo a oferecer os recursos</p><p>suficientes que permitam ao estudante verificar e exercitar os</p><p>conhecimentos adquiridos) (Conceito.de, s/d (online).</p><p>Dependendo do que o educador planejar, muitos recursos poderão tornar-se</p><p>materiais didáticos!</p><p>PRÁTICAS PEDAGÓGICAS II –</p><p>ENSINO FUNDAMENTAL</p><p>32</p><p>Scheneiders, L. A. O método da sala de aula invertida (flipped classroom). Lajeado: Ed. da</p><p>Univates, 2018.</p><p>2.2 Materiais além do livro didático</p><p>O livro didático, como dissemos, é o material mais comum que utilizamos em sala de</p><p>aula. Nas escolas da rede pública de ensino, inclusive, eles são distribuídos pelas Secretarias</p><p>de Educação. Alguns livros são até reaproveitados, desde que não sejam necessárias</p><p>atualizações, então, realmente são mais comuns.</p><p>Entretanto, há outras opções. Vamos estudar sobre elas? Comecemos pela música.</p><p>Uma música, mesmo que não tenha sido escrita para ensinar algo pedagógico, sendo</p><p>apenas para fruição de quem a ouve, pode ganhar status de material didático, já pensou</p><p>nisso? Veja só: de acordo com Moreira; Santos; Coelho, em artigo publicado no periódico</p><p>eletrônico “Humanitas”, em 2014,</p><p>no contexto escolar, a música ensina o indivíduo a ouvir e a escutar de</p><p>maneira ativa e refletida. Não significa que a música se torne o único</p><p>recurso de ensino, mas de que forma pode facilitá-lo, pois o aluno convive</p><p>com ela desde muito pequeno.</p><p>A música pode ser uma atividade divertida e que ajuda na construção do</p><p>caráter, da consciência e da inteligência emocional do indivíduo, pois</p><p>desenvolve a mente humana, promove o equilíbrio, proporciona um estado</p><p>agradável de bem estar, facilita a concentração e o desenvolvimento do</p><p>raciocínio, sendo também um agente cultural que contribui efetivamente</p><p>na construção da identidade do cidadão. Pode até mesmo transformar</p><p>conceitos espontâneos em conceitos científicos (p. 42).</p><p>O que é necessário, claro, é que ela, a música, faça parte do planejamento docente.</p><p>Aliás, como qualquer recurso ou material. Desde antes de nascer as crianças ouvem a mãe</p><p>cantar para elas, então, por que o professor não poderia agregá-las às suas aulas?</p><p>PRÁTICAS PEDAGÓGICAS II –</p><p>ENSINO FUNDAMENTAL</p><p>33</p><p>ID DA IMAGEM: 2755112 MÚSICA NA ESCOLA</p><p>Na educação infantil isso é muito comum. Os docentes preparam com os alunos</p><p>apresentações temáticas e sempre há músicas que as embala – nas datas comemorativas,</p><p>como o dia das mães, o dia dos pais, as festas juninas...</p><p>Os professores dos cursinhos pré-vestibulares ensinam aquelas “musiquinhas” que</p><p>ajudam na memorização de fórmulas químicas, e de tantos outros conteúdos. Vamos fazer o</p><p>mesmo e selecionar músicas que nos ajudem a ensinar os conteúdos também! Não</p><p>pensemos que os alunos que saem da educação infantil não vão se envolver nesse tipo aula.</p><p>Pelo contrário, eles vão cantar e compreender muitos conteúdos graças a elas.</p><p>Com elas, ainda vão ter a oportunidade de desenvolver o trabalho em equipe, vão</p><p>aprender a respeitar as diferenças, e uma criança mais tímida, cantando junto com o grupo,</p><p>poderá sentir-se confortável para se integrar a um coral, por exemplo.</p><p>Através da música, também é possível a ampliação do conhecimento de mundo, o</p><p>aprimoramento da comunicação, o desenvolvimento afetivo, da expressão artística, da</p><p>imaginação e da fruição, o reconhecimento do belo, assim como da tríade memória-atenção-</p><p>concentração.</p><p>A música também trabalha algo que não poderíamos deixar de citar, que é a</p><p>autoestima. Como sugere FARIA (2001, p. 4), ela “revela a forma de vida mais nobre, a qual,</p><p>a humanidade almeja, ela demonstra emoção, não ocorrendo apenas no inconsciente, mas</p><p>toma conta das pessoas, envolvendo-as trazendo lucidez à consciência”.</p><p>PRÁTICAS PEDAGÓGICAS II –</p><p>ENSINO FUNDAMENTAL</p><p>34</p><p>ID DA IMAGEM: 10117972 IMAGINAÇÃO INFANTIL</p><p>Outra possibilidade é inserir nas aulas do ensino fundamental filmes e vídeos.</p><p>Recursos de fácil utilização, são materiais que consideramos fonte de cultura, de história e</p><p>de demonstração da realidade e do pensamento de um povo. Inseri-los no ensino pode,</p><p>também, despertar o gosto pela considerada “sétima arte”.</p><p>Há diversas possibilidades, desde filmes tidos como comerciais, até aqueles</p><p>preparados especificamente para fins pedagógicos. É interessante que os professores</p><p>conheçam aqueles filmes que estão sendo veiculados no momento em que vai dar suas</p><p>aulas, mas também pode pesquisar filmes mais antigos, desde que tenham uma linguagem</p><p>acessível.</p><p>ID DA IMAGEM: 77837822 FILME PODE SER EXCELENTE MATERIAL</p><p>Imagine que sua intenção é trabalhar com o bullying. Quantos filmes tratam desse</p><p>tema de modo que o aluno possa se envolver?</p><p>PRÁTICAS PEDAGÓGICAS II –</p><p>ENSINO FUNDAMENTAL</p><p>35</p><p>Veja um exemplo: o filme Extraordinário. Como sua classificação etária é 10 anos, é</p><p>ideal para trabalhar com alunos do 5º ano. Aliás, a história é exatamente de um menino que</p><p>vai à escola pela primeira vez aos 10 anos e para o 5º ano. Augie é um menino que já passou</p><p>por 27 cirurgias e tem em seu rosto marcado por elas, sendo considerado “feio” e</p><p>“deformado” por toda a escola, até que começa a fazer amizades e conquistar a todos.</p><p>Assista ao trailer de Extraordinário (Wonder), lançado em 7 de dezembro de 2017. O filme</p><p>é um drama e tem duração de 1h51. Foi dirigido por Stephen Chbosky. Julia Roberts, Jacob</p><p>Tremblay e Owen Wilson fazem parte do elenco.</p><p>É necessário preparar os estudantes para assisti-lo, não por ser um filme “forte”, mas</p><p>porque nenhum filme pode ser trabalhado aleatoriamente, devendo atender aos objetivos</p><p>planejados para as atividades que o acompanharão, certo? Esses objetivos devem ser claros,</p><p>relacionados ao conteúdo, assim como a obra cinematográfica deve conseguir sensibilizar os</p><p>estudantes para o tema abordado e ter certeza de que ele trará enriquecimento conceitual.</p><p>O docente, portanto, deve conhecer o filme que assistirá com os alunos. Obviamente.</p><p>Também deverá preparar fichas sobre ele, pausar sempre que for preciso, dar explicações</p><p>pertinentes, antes, durante e depois da reprodução.</p><p>Os filmes também devem respeitar um tempo determinado e, não ocupar a aula</p><p>inteira, se este não for o perfil da turma. O local precisa ser adequado: uma sala ou auditório</p><p>com muita luz (ou ruídos) vai atrapalhar a visualização das imagens e a mobilização sobre</p><p>seu tema. Consequentemente, não prenderá a atenção dos estudantes, principalmente se</p><p>forem muto jovens, já que eles têm mais facilidade para se dispersar com quaisquer</p><p>distrações.</p><p>Uma roda de conversa sobre o que foi assistido também é essencial para que os</p><p>alunos se expressem. Isso traz subsídios para conhecer melhor sua turma, seus interesses,</p><p>conhecimento de mundo, angústias, desejos etc., e os próprios alunos poderão conhecer</p><p>melhor uns aos outros.</p><p>PRÁTICAS PEDAGÓGICAS II –</p><p>ENSINO FUNDAMENTAL</p><p>36</p><p>Citamos uma obra cinematográfica, que é bem longa, mas você não precisa trabalhar</p><p>com ela integralmente. Podem ser selecionados trechos que servirão para sensibilizar os</p><p>alunos sobre o tema, certo? Novamente repetimos: tudo o que você utilizar tem que estar</p><p>concatenado com o que você planejar, com seus objetivos e com o conteúdo.</p><p>ID DA IMAGEM: 310849220 VÍDEO NO ENSINO FUNDAMENTAL</p><p>Outra possibilidade são os vídeos mais curtos. Há diversos canais educativos no</p><p>YouTube, de professores ou outros profissionais, com materiais para que o docente</p><p>selecione alguns e trabalhe na sala de informática, ou que também poderão ser indicados</p><p>para que os alunos assistam em casa, com suas famílias. Neste caso, desenvolvendo a sala</p><p>de aula invertida, e envolvendo os familiares naquilo que está sendo trabalhado na escola.</p><p>Muitos desses vídeos têm poucos minutos e apresentam os temas de forma sucinta,</p><p>nem por isso incompleta ou superficial, assim servindo como motivadores para as demais</p><p>atividades que os educadores planejaram, inclusive oportunizando um trabalho</p><p>interdisciplinar, quando os professores das diversas áreas desenvolvem juntos um tema mais</p><p>amplo.</p><p>Uma variação é construir com os estudantes um vídeo sobre o tema da aula. Os</p><p>alunos vão se envolver e se sentir importantes, pois serão autores e essa ação os leva a</p><p>desenvolver o protagonismo em sua construção de conhecimento.</p><p>Neste sentido, voltamos a insistir que</p><p>O importante da ação é que ela seja reflexiva e que o aluno aprenda de</p><p>modo significativo, desenvolvendo atividades nas quais raciocine,</p><p>compreenda, elabore e reelabore seu conhecimento, sendo que o uso de</p><p>materiais pode trazer uma grande contribuição nesse sentido. Afinal, o</p><p>aluno é um sujeito ativo na construção do seu conhecimento; ele aprende a</p><p>PRÁTICAS PEDAGÓGICAS II –</p><p>ENSINO FUNDAMENTAL</p><p>37</p><p>partir de suas experiências e ações, sejam elas individuais ou</p><p>compartilhadas com o outro (FIORENTINI; MIORIM, 1990, p. 6).</p><p>Filme na sala de aula: aprendizado para a vida. Disponível em:</p><p>http://basenacionalcomum.mec.gov.br/implementacao/praticas/caderno-de-</p><p>praticas/ensino-fundamental-anos-iniciais/83-filme-na-sala-de-aula-aprendizado-para-a-</p><p>vida. Acesso em: 18 mar 2021.</p><p>Sabemos que a realidade do nosso país é muito diversa e nem todas as instituições</p><p>escolares dispõe de locais ou recursos materiais adequados para a reprodução dos filmes, ou</p><p>acesso a internet. Entretanto, como citamos a música, e entendemos que ela vence muitas</p><p>barreiras, se não for possível projetar um filme, utilize-a, por exemplo, criando uma banda,</p><p>já que é possível criar os próprios instrumentos musicais com material reciclável, como o</p><p>chocalho com copinhos de iogurte, areia e fita adesiva, dentre tantos outros.</p><p>Contudo, se houver a chance de utilizar sons e imagens, o educador deve preparar-se</p><p>para isso. Moran (2000, p. 34) nos lembra que “imagem, palavra e música integram-se</p><p>dentro de um contexto comunicacional afetivo, de forte impacto emocional, que facilita e</p><p>predispõe a aceitar mais facilmente as mensagens”.</p><p>ID DA IMAGEM: 8758702 A FOTOGRAFIA É UM EXCELENTE RECURSO</p><p>http://basenacionalcomum.mec.gov.br/implementacao/praticas/caderno-de-praticas/ensino-fundamental-anos-iniciais/83-filme-na-sala-de-aula-aprendizado-para-a-vida</p><p>http://basenacionalcomum.mec.gov.br/implementacao/praticas/caderno-de-praticas/ensino-fundamental-anos-iniciais/83-filme-na-sala-de-aula-aprendizado-para-a-vida</p><p>http://basenacionalcomum.mec.gov.br/implementacao/praticas/caderno-de-praticas/ensino-fundamental-anos-iniciais/83-filme-na-sala-de-aula-aprendizado-para-a-vida</p><p>PRÁTICAS PEDAGÓGICAS II –</p><p>ENSINO FUNDAMENTAL</p><p>38</p><p>De qualquer modo, se não for possível trabalhar com os filmes, que são materiais</p><p>audiovisuais, o docente pode utilizar fotografias, gravuras ou quadros, que demandam</p><p>apenas elas próprias, certo?</p><p>Até mesmo nos jornais ou nas revistas antigas os professores podem encontrar</p><p>fotografias que atenderão aos seus objetivos didáticos. Veja só: se a aula for sobre o</p><p>ambiente – artificial e natural, será fácil encontrar uma gravura de uma floresta, outra de</p><p>uma cidade, compará-las, discutir sobre a temática, assim como explorá-las de modos</p><p>diversos.</p><p>ID DA IMAGEM: 5269166 13783400 AMBIENTE NATURAL E ARTIFICIAL</p><p>2.3. As histórias em quadrinhos no ensino fundamental</p><p>Outro material que é riquíssimo são as histórias em quadrinhos (HQs). Da nossa parte</p><p>chamamos atenção para aquelas sobre as quais temos certas ressalvas quanto à utilização</p><p>das HQs que simplificam as obras literárias canônicas, como os livros de Machado de Assis,</p><p>ou outros, mas até entendemos que possam ser utilizadas no contexto dos anos iniciais do</p><p>ensino fundamental, posto que os estudantes deste segmento não têm repertório para lê-las</p><p>em sua versão original.</p><p>As histórias em quadrinhos promovem a integração entre a linguagem escrita e a</p><p>linguagem visual.</p><p>PRÁTICAS PEDAGÓGICAS II –</p><p>ENSINO FUNDAMENTAL</p><p>39</p><p>Tendo isso mente, o professor pode buscar aquelas produzidas para crianças, e há</p><p>tantas produzidas para elas! Há gêneros diversos, desde histórias de super heróis, príncipes</p><p>e princesas, fábulas, histórias que retratam o cotidiano infantil... É só pesquisar a que for</p><p>mais adequada ao conteúdo desenvolvido.</p><p>ID DA IMAGEM: 81180668 HQs NA EDUCAÇÃO</p><p>Este tipo de material pode ser apenas o motivador. O docente pode trabalhar a</p><p>estrutura do gênero e construir com seus alunos, em grupos, suas próprias HQs. Um</p><p>trabalho assim proporciona o desenvolvimento de muitas habilidades e competências, como</p><p>o pensamento lógico-temporal, a fruição estética, a aprendizagem da leitura e escrita, e a</p><p>percepção da diversidade de propósitos expressivos dos personagens, os quais são dados</p><p>pelo tipo de “balão” escolhido para os textos veiculados, como os diferentes sentimentos –</p><p>surpresa, medo, raiva, alegria, e tantos outros.</p><p>ID DA IMAGEM: 9296961 BALÕES COMO FORMAS EXPRESSIVAS</p><p>PRÁTICAS PEDAGÓGICAS II –</p><p>ENSINO FUNDAMENTAL</p><p>40</p><p>Veja que as HQs são “obras ricas em simbologia – podem ser vistas como objeto de</p><p>lazer, estudo e investigação. A maneira como as palavras, imagens e as formas são</p><p>trabalhadas apresenta um convite à interação autor-leitor” (REZENDE, 2009, p. 126), e o</p><p>mais importante, elas fazem parte do universo infantil.</p><p>SILVA, F. F. de M. Contribuições do gênero textual história em quadrinhos nas séries iniciais</p><p>do ensino fundamental: uma ação pedagógica. João Pessoa: UFPB, 2016.</p><p>MCCLOUD, S. Desvendando os quadrinhos. São Paulo: M books, 2006.</p><p>Como podemos perceber, há uma infinidade de materiais e recursos didáticos que</p><p>podem ser utilizados para transformar o modo tradicional de trabalho no ensino</p><p>fundamental (e em todos os níveis de ensino). Citamos aqui apenas alguns e temos a certeza</p><p>de que você, estudante, já pensou em muitos outros.</p><p>O fato é que, com criatividade, as aulas se tornarão espaços ricos de aprendizagens e</p><p>de possibilidades de protagonismos dos alunos. Entretanto, além de tudo o que discutimos,</p><p>há uma ação que todo professor precisa realizar antes de utilizar ou oferecer um material</p><p>para seus alunos, que é a curadoria. Vamos falar sobre este conceito a seguir.</p><p>2.4. Sobre a curadoria dos materiais didáticos</p><p>Para que possamos apresentar aos nossos alunos materiais de boa qualidade,</p><p>precisamos ter a certeza de que são confiáveis, fidedignos, que têm conteúdos relevantes e</p><p>respeitam a norma culta da língua portuguesa, que são compatíveis com o que se pretende</p><p>trabalhar e com os alunos de determinada faixa etária e sua bagagem cultural, dentre outras</p><p>garantias.</p><p>Para tal, é essencial realizar o processo de curadoria. Ele se refere à ação de</p><p>pesquisar, selecionar e, se necessário, (re)adaptar conteúdos, linguagens, imagens, textos</p><p>PRÁTICAS PEDAGÓGICAS II –</p><p>ENSINO FUNDAMENTAL</p><p>41</p><p>etc. Nem todos os materiais servem para todos os fins, como já frisamos bastante neste e-</p><p>book, correto? Assim, não poderíamos deixar de discutir a importância da “cura” (dos</p><p>cuidados) de tudo o que vai chegar ao conhecimento dos estudantes.</p><p>ID DA IMAGEM: 23287114 CURADORIA DIDÁTICA É “CUIDAR” DOS MATERIAIS</p><p>O termo curadoria vem da palavra latina “curatore”, que significa curador. No</p><p>contexto das artes, é o processo responsável por garantir que as obras expostas estejam de</p><p>acordo com a proposta de cada exposição artística aberta ao público.</p><p>Importamos o verbete para a educação e ao profissional que realiza a curadoria</p><p>atribuímos a função de zelar para que os materiais didáticos sejam adequados para o</p><p>trabalho pedagógico.</p><p>Neste caso, o curador deve ser o próprio docente, até porque ele é quem melhor</p><p>conhece seu grupo de alunos, sendo o mais indicado para realizá-la.</p><p>Atualmente, o termo curadoria tem seu significado ampliado para além das</p><p>questões envolvendo apenas o cuidado. Desde a seleção das obras e</p><p>autores, até a pesquisa de cunho historiográfico ou da própria constituição</p><p>e criação das obras, ao se exercer a curadoria, diversos processos se</p><p>instauram no sentido de produzir sentidos sobre o que foi selecionado,</p><p>tanto do ponto de vista estético quanto epistemológico (LOPES; SOMMER;</p><p>SCHMIDT, 2014, p. 62).</p><p>Pense nos transtornos que vêm quando uma questão proposta aos estudantes está</p><p>incorreta, confusa ou com linguagem inadequada. Vamos discutir esse tema a seguir:</p><p>2.5. A importância da curadoria dos materiais didáticos</p><p>PRÁTICAS PEDAGÓGICAS II –</p><p>ENSINO FUNDAMENTAL</p><p>42</p><p>Se for uma prova com alternativas repetidas, por exemplo, ela deve ser anulada e os</p><p>pontos redistribuídos. Se for um texto com trechos repetidos ou imagens trocadas,</p><p>certamente causará um furor na turma e o docente perderá um tempo precioso para</p><p>conseguir conquistar de volta a atenção dos estudantes.</p><p>ID DA IMAGEM: 11163176 CURADORIA É QUALIDADE DOS MATERIAIS</p><p>Entretanto, essas ocorrências são contornáveis, mas, e se o conteúdo for equivocado,</p><p>ou estiver desatualizado? Isso deixa de ser um “transtorno”, apenas, trazendo sérias</p><p>implicações ao trabalho pedagógico. O professor pode ter sua credibilidade afetada, e a</p><p>escola também, de um modo geral, além de gerar a obrigação imediata de um</p><p>replanejamento, o que significa um retrabalho, sem contar com um possível desperdício de</p><p>recursos, os quais em muitas instituições de ensino são escassos.</p><p>Em um dos livros mais importantes da área, “Introdução à Didática”, Nérici (1985, p.</p><p>42) define como funções dos materiais didáticos:</p><p>1. Aproximar o aluno da realidade do que se quer ensinar, dando-lhe noção</p><p>mais exata dos fatos ou fenômenos estudados;</p><p>2. Motivar a aula;</p><p>3. Facilitar a percepção e compreensão dos fatos e conceitos;</p><p>4. Concretizar e ilustrar o que está sendo exposto verbalmente;</p><p>5. Economizar esforços para levar os alunos a compreensão de fatos e</p><p>conceitos;</p><p>6. Auxiliar a fixação da aprendizagem pela impressão mais viva e sugestiva</p><p>que o material pode provocar;</p><p>PRÁTICAS PEDAGÓGICAS II –</p><p>ENSINO FUNDAMENTAL</p><p>43</p><p>7. Dar oportunidade de manifestação de aptidões e desenvolvimento de</p><p>habilidades específicas com o manuseio de aparelhos ou construção dos</p><p>mesmos, por parte</p><p>dos alunos.</p><p>Assim, fica fácil perceber o quanto são importantes, pois as aulas terão momentos de</p><p>reflexão, de ponderação, de discussão, de leitura, de pesquisa etc., desenvolvendo</p><p>competências fundamentais para uma aprendizagem significativa.</p><p>A aprendizagem significativa se caracteriza pela interação entre conhecimentos prévios e</p><p>conhecimentos novos, e que essa interação é não-literal e não-arbitrária. Nesse processo,</p><p>os novos conhecimentos adquirem significado para o sujeito e os conhecimentos prévios</p><p>adquirem novos significados ou maior estabilidade cognitiva (MOREIRA, 2010, p. 2).</p><p>Se a curadoria não atingir seus objetivos, tudo isso que discutimos até agora cai por</p><p>terra, o que não podemos deixar acontecer, não é?</p><p>Reflita sobre a importância da pesquisa e seleção dos materiais didáticos. Elenque abaixo</p><p>o que é importante, para você, na hora de preparar o que será apresentado aos seus</p><p>alunos.</p><p>________________________________________________________</p><p>________________________________________________________</p><p>________________________________________________________</p><p>______________________________________________________</p><p>________________________________________________________</p><p>______________________________________________________</p><p>PRÁTICAS PEDAGÓGICAS II –</p><p>ENSINO FUNDAMENTAL</p><p>44</p><p>Na próxima unidade...</p><p>Agora que você já percebeu o quanto os materiais didáticos selecionados para serem</p><p>utilizados em contextos reais de ensino são parte importante para que nossos alunos</p><p>aprendam de forma significativa, e que estudou as possibilidades que alguns deles trazem</p><p>para a educação, na próxima unidade vamos estudar a elaboração de planos de ensino,</p><p>projetos pedagógicos e execução de oficinas.</p><p>PRÁTICAS PEDAGÓGICAS II –</p><p>ENSINO FUNDAMENTAL</p><p>45</p><p>Unidade 3</p><p>ELABORAÇÃO DE PLANOS DE ENSINO, PROJETOS PEDAGÓGICOS E EXECUÇÃO DE</p><p>OFICINAS</p><p>Chegamos à terceira unidade do nosso e-book. Vamos discutir agora a elaboração de</p><p>ferramental, digamos assim, muito importante para o ensino, e que todo professor precisa</p><p>conhecer muito bem: os planos de ensino, os projetos pedagógicos e as oficinas de</p><p>aprendizagem.</p><p>Na primeira unidade, quando citamos as metodologias ativas, dissemos que</p><p>entraríamos no tema dos projetos como metodologia de ensino essencial à prática docente</p><p>aqui nesta unidade. Suas potencialidades são indiscutíveis quando os desenvolvemos com os</p><p>estudantes.</p><p>Vamos, então, descrever como inseri-los em nossas aulas. Veja que desenvolver um</p><p>projeto é diferente de trabalhar com a resolução de problemas, que tem por objetivo</p><p>estudar as causas de determinado problema. Os projetos visam buscar uma solução</p><p>definitiva para aquilo que nos incomoda.</p><p>Com eles, os estudantes deverão atuar de forma prática diante do problema</p><p>apresentado, sendo esta atuação o objeto do projeto. Agora, vamos trazer exemplos e</p><p>possibilidades sobre o tema.</p><p>Ainda, nesta unidade, vamos tratar dos planos de ensino, posto que planejar é a</p><p>atividade primeira da lista de um educador. Sem o planejamento não se chega a nenhum</p><p>lugar! Saber realizar um bom planejamento é preciso para o desenvolvimento de qualquer</p><p>ação pedagógica, então, aprofundar-se no tema é nossa obrigação.</p><p>Finalizaremos nossos estudos com a questão da aplicação de oficinas no ensino</p><p>fundamental. Lembramos que este é um recurso de grande valia, pois oferece a</p><p>oportunidade para que as crianças aprendam e reflitam sobre os temas trabalhados. Uma</p><p>oficina promove e estimula a construção do conhecimento propiciando a (re)criação de</p><p>PRÁTICAS PEDAGÓGICAS II –</p><p>ENSINO FUNDAMENTAL</p><p>46</p><p>situações-problema, por exemplo, que tenham relação entre a criança, sujeito aprendente, e</p><p>o objeto que estiver estudando, ok?</p><p>Também apresentaremos detalhadamente o que são as principais metodologias</p><p>ativas, porque acreditamos que o trabalho com os projetos pedagógicos e as oficinas</p><p>didáticas estão diretamente ligados às metodologias ativas.</p><p>Dito isto, trazemos Anastasiou; Alves (2004, p. 69) para nos lembrar que “o professor</p><p>deverá ser um verdadeiro estrategista, (...) no sentido de estudar, selecionar, organizar e</p><p>propor as melhores ferramentas facilitadoras para que os estudantes se apropriem do</p><p>conhecimento”. Com isso em mente, entendemos que há variadas estratégias e atividades</p><p>que o docente pode lançar mão para facilitar a aprendizagem dos estudantes, de forma que</p><p>o processo de ensinar e aprender seja mais dinâmico e envolvente. Encontramos nos</p><p>projetos e nas oficinas meios ideais para tal.</p><p>ID DA IMAGEM: 243119802 PLANEJAR É PRECISO</p><p>Antes de tratar deles, vamos discutir sobre a importância do planejamento,</p><p>especialmente com foco nos planos de ensino e de aula, que devem contemplar nossos</p><p>objetivos.</p><p>3.1. Elaboração de planos de ensino</p><p>Qualquer atividade, para ter sucesso, necessita ser</p><p>planejada. O planejamento é uma espécie de garantia dos</p><p>resultados. E sendo a educação, especialmente a educação</p><p>escolar, uma atividade sistemática, uma organização da</p><p>situação de aprendizagem, ela necessita evidentemente de</p><p>planejamento muito sério. Não se pode improvisar a</p><p>educação, seja ela qual for seu nível (SCHMITZ, 2000, p.</p><p>101)</p><p>PRÁTICAS PEDAGÓGICAS II –</p><p>ENSINO FUNDAMENTAL</p><p>47</p><p>Conforme cita Libâneo (2001, p. 36), planejar “é um ato consciente (...) em prol do</p><p>melhoramento de seu próprio envolvimento com a educação e com ideias de crescimento</p><p>tanto pessoal quanto político e social”. O mesmo autor acrescenta que “ações e interações</p><p>dos indivíduos estão permeadas por atitudes e atividades físicas, reais e conscientes em prol</p><p>do ensino e da aprendizagem. Um plano de ensino é, em sua essência, um plano de ação” (p.</p><p>36).</p><p>Podemos perceber, então, que planejar é o primeiro passo para que o ensino seja</p><p>coerente, atenda aos objetivos pedagógicos e retrate o que foi pensado para ser trabalhado</p><p>em sala de aula com os estudantes. Esta ação resultará nos planos – de ensino e de aula.</p><p>Ambos são fundamentais para que o professor vá para sua sala de aula preparado para</p><p>exercer sua função primordial, que é promover oportunidade para a construção de</p><p>conhecimento.</p><p>KUENZER, A. Z. et. al. Planejamento e educação no Brasil. São Paulo: Cortez, 2013.</p><p>Planejamento, portanto, é isso: pensar sobre a realidade, buscar as melhores formas</p><p>de atingir objetivos que o planejador julgar pertinentes, a fim de que o aluno aprenda</p><p>sempre.</p><p>PLANEJAMENTO ELABORAR EXECUTAR AVALIAR</p><p>Escreva um objetivo que você tem, mas ainda não conquistou. Pense no que você precisa</p><p>fazer para atingir esse objetivo. Formule estratégias para conseguir realizá-lo. Feito isso,</p><p>você terá construído um planejamento. Agora, é começar a correr atrás do que você</p><p>planejou e obter sucesso!</p><p>PRÁTICAS PEDAGÓGICAS II –</p><p>ENSINO FUNDAMENTAL</p><p>48</p><p>________________________________________________________</p><p>________________________________________________________</p><p>________________________________________________________</p><p>________________________________________________________</p><p>Feito isso, vamos agora conceituar o que é o plano de ensino. Temos em Padilha</p><p>(2001, p. 33), que é o “processo de decisão sobre a atuação concreta dos professores no</p><p>cotidiano de seu trabalho pedagógico, envolvendo as ações e situações em constantes</p><p>interações entre professor e alunos e entre os próprios alunos”. Através dele teremos um</p><p>registro do que preparamos para trabalhar com as crianças durante o ano letivo. É no plano</p><p>que estarão descritas todas as intenções com nossa ação docente.</p><p>Seus principais objetivos são de organização do que ocorrerá durante um</p><p>determinado período de tempo, no caso do ensino fundamental é o ano letivo, como</p><p>dissemos acima, além de ser um instrumento para que os envolvidos,</p>

Mais conteúdos dessa disciplina