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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO G. DO NORTE CENTRO DE BIOCIÊNCIAS DEPARTAMENTO DE BIOLOGIA E GENÉTICA BASES MOLECULARES DA CONSTITUIÇÃO CELULAR Prof. Delando Nasário de Medeiros 2 I. INTRODUÇÃO 1. A estrutura da célula é a conseqüência de uma combinação de moléculas organizadas em uma ordem muito precisa. 2. As células obedecem as mesmas leis da química e física que determinam o comportamento de sistemas não-vivos. 3. Os princípios gerais da organização molecular da maioria das estruturas celulares (cromossomos, membranas, Golgi, mitocôndrias, cloroplastos, etc) já são conhecidos, mas ainda há muito que aprender. 4. A biologia celular é inseparável da biologia molecular. 3 2. OBJETIVOS: 1. Identificar a importância do carbono e da água na origem dos seres vivos. 2. Entender que as macromoléculas (biopolímeros) são formadas pela polimerização de monômeros e sua importância biológica. 3. Compreender a importância das ligações químicas (fortes e fracas) no metabolismo celular. 4. Estabelecer relações com o nosso cotidiano. 4 III. Componentes químicos celulares: Ser vivo C, H, O e N 99% Ser inanimado O, Si, Al, Na. 1. Carbono: elemento essencial para os seres vivos. 25% do peso: carboidratos lipídios proteínas ácidos nucléicos pequeno tamanho 4 elétrons disponíveis habilidades para formar grandes moléculas sem limite de tamanho Fortes ligações covalentes (H, N e O) formar cadeias e anéis e ramificações 5 III. Componentes químicos celulares: 6 III. Componentes químicos celulares: 1. Macromoléculas são sintetizadas a partir de moléculas simples e se fragmentam nelas mesmas. 2. Famílias de pequenas moléculas orgânicas: açúcares simples ácidos graxos aminoácidos nucleotídios 3. Principais biopolímeros: Proteínas Polissacarídios Ácidos nucléicos 7 III. Componentes químicos celulares: 2. Água: Meio onde surgiu o ser vivo 70% do peso Todas as células Molécula assimétrica (dipolo) Relativamente positiva H+ Relativamente negativa O-2 Solvente universal 8 III. Componentes químicos celulares: 2. Água: 9 III. Componentes químicos celulares: 3. Grau de afinidade pela água: Moléculas hidrofílicas Moléculas hidrofóbicas Moléculas anfipáticas: a) grupamentos polares: Carboxila, Hidroxila, Carbonila, Fosfato e Sulfato b) grupamentos apolares: Lipídeos, Parafina e Óleos 10 III. Componentes químicos celulares: 11 III. Componentes químicos celulares: 4. Forças responsáveis pela coesão nos biopolímeros: monômeros e polímeros. ligações fortes (covalentes) alto gasto energético para se formar e quebrar. ligações fracas – pequeno gasto energético: Pontes de hidrogênio Ligações eletrostáticas Interações hidrofóbicas Importância Biológica: alterar, montar e desmontar estruturas supramoleculares sem grandes gasto energéticos. Ex.: microtúbulos e microfilamentos. 12 III. Componentes químicos celulares: 13 III. Componentes químicos celulares: Tipos de ligações Energia kcal/mol (covalentes) H3C – CH3 C = O N ≡ N 88 (simples) 170 (dupla) 226 (tripla) Fracas Pontes de H+ Ligação iônica Interação hidrofóbica 5 5 1 – 3 14 IV. Carboidratos (açúcares ou glicídios) Monossacarídios Dissacarídos Oligossacarídeos Polissacarídeos: lactose 15 IV. Carboidratos (açúcares ou glicídios) Oligossacarídeos Polissacarídeos: 16 IV. Carboidratos (açúcares ou glicídios) 1. reserva energética: glicogênio e amido 2. sustentação: peptidoglicanos – parede bacteriana e das células vegetais 3. estruturais: 3.1. glicosaminoglicanos – ácido hialurônico e glicoproteínas 3.2. celulose - poliglicose 3.3. quitina – poli-N-acetilglicosamina 17 V. PROTEÍNAS. 1. Conceito: 2. Classificação: 2.1. Simples 2.2. Conjugada 2.3.Proteínas básicas – NH2 2.4. Proteínas ácidas – COOH Forma tridimensional: depende da seqüência de AA e do número de cadeias. 18 V. PROTEÍNAS. Classificação das proteínas quanto à função biológica: 19 V. PROTEÍNAS. 4. Forças de Estabilização: 4.1. Ligação peptídica 4.2. Pontes de hidrogênio 4.3. Ligações dissulfeto S-S 4.4. Interação hidrofóbica 20 V. PROTEÍNAS. 21 V. PROTEÍNAS. 22 V. PROTEÍNAS - (desnaturação) 23 V. PROTEÍNAS - (desnaturação) 24 V. PROTEÍNAS 5. Níveis estruturais: 5.1.Estrutura primária 5.2. Estrutura secundária 5.3. Estrutura terciária 5.4. Estrutura quaternária 25 V. PROTEÍNAS 26 27 V. ESTRUTURA DAS PROTEÍNAS 28 VI. ENZIMAS: 1. Conceito: 2. Ação Enzimática: Centro ativo: região cuja conformação tridimensional é complementar da molécula do substrato. Estrutura estereoespecífica: Desidrogenase lática L-lactato D-aminoácido oxidase D-aminoácidos 29 ENZIMAS – COMPONENTES DA REAÇÃO E + S E S P + E Substrato se liga ao SÍTIO ATIVO da enzima 30 30 ENZIMAS – LIGAÇÃO ENZIMA - SUBSTRATO Emil Fischer (1894): alto grau de especificidade das enzimas originou Chave-Fechadura , que considera que a enzima possui sitio ativo complementar ao substrato. 31 31 ENZIMAS – LIGAÇÃO ENZIMA - SUBSTRATO Koshland (1958): Encaixe Induzido , enzima e o o substrato sofrem conformação para o encaixe. O substrato é distorcido para conformação exata do estado de transição. 32 32 ENZIMAS Catalisadores biológicos; Longas cadeias de pequenas moléculas chamadas aminoácidos. Função: Viabilizar a atividade das células, quebrando moléculas ou juntando-as para formar novos compostos. Com exceção de um pequeno grupo de moléculas de RNA com propriedades catalíticas, chamadas de RIBOZIMAS, todas as enzimas são PROTEÍNAS. 33 33 ENZIMAS – CARACTERÍSTICAS GERAIS Apresentam alto grau de especificidade; São produtos naturais biológicos; Reações baratas e seguras; São altamente eficientes, acelerando a velocidade das reações (108 a 1011 + rápida); São econômicas, reduzindo a energia de ativação; Não são tóxicas; Condições favoráveis de pH, temperatura, polaridade do solvente e força iônica. 34 ENZIMAS – CATALISADORES Atuam em pequenas concentrações 1 molécula de Catalase decompõe 5 000 000 de moléculas de H2O2 pH = 6,8 em 1 min Número de renovação = n° de moléculas de substrato convertidas em produto por uma única molécula de enzima em uma dada unidade de tempo. 35 ENZIMAS Cofatores: (íon ou molécula) Enzima + Cofator = holoenzima Enzima – Cofator = apoenzima Fatores que afetam a Ação Enzimática: Temperatura Concentração do substrato Presença de ativadores ou inibidores pH Inibição reversível: Competitiva: liga-se no sítio de ligação da enzima Não-competitiva: liga-se na enzima e no susbtrato Irreversível 36 36 ENZIMAS – COFATOR Algumas enzimas que contêm ou necessitam de elementos inorgânicos como cofatores ENZIMA COFATOR PEROXIDASE Fe+2 ou Fe+3 CATALASE CITOCROMO OXIDASE Cu+2 ÁLCOOL DESIDROGENASE Zn+2 HEXOQUINASE Mg+2 UREASE Ni+2 37 37 ENZIMAS – INIBIÇÃO ENZIMÁTICA Qualquer substância que reduz a velocidade de uma reação enzimática. INIBIDORES REVERSÍVEIS IRREVERSÍVEIS COMPETITIVOS NÃO COMPETITIVOS INCOMPETITIVOS 38 38 ENZIMAS – INIBIÇÃO COMPETITIVA Inibidor competitivo concorre com o S pelo sitio ativo da E livre. I análogo não metabolizável, derivado de um S verdadeiro, S substituto da E ou um P da reação. I compostos com estrutura molecular lembra S 39 39 ENZIMAS – INIBIÇÃO NÃO-COMPETITIVA Inibidor não-competitivose liga reversivelmente, aleatória e independentemente em um sítio que lhe é próprio. I não tem semelhança estrutural com o S 40 40 ENZIMAS – INIBIÇÃO INCOMPETITIVA Inibidor incompetitivo se liga reversivelmente, em um sítio próprio, ao complexo ES. I não tem semelhança estrutural com o S I favorece a formação do ES 41 41 ENZIMAS – APLICAÇÕES ENZIMA FONTE APLICAÇÃO Papaína mamão Ajuda na digestão, Médica, bebidas, carnes Bromelina abacaxi Ajuda na digestão, Médica, bebidas, carnes Diastase malte Panificação, xarope Pepsina mucosa gástrica suíno Amaciamento de carne Lipase Candida rugosa Tratamento de efluentes Permitem às indústrias usarem processos mais econômicos, diminuindo o consumo de energia e recursos; mais confiáveis e que poluem menos. São eficientes; Muito específicas; Permite produção segura e ambientalmente amigável. Origem vegetal Origem animal Origem microbiana 42 42 ENZIMAS – APLICAÇÕES Enzimas utilizadas em rações para aves. Melhora a utilização de gorduras animais e vegetais Lipídios e ácidos graxos Lipases Remoção de Galactosídios Galactosídios Galactosidases Melhora a utilização do fósforo dos vegetais. Remoção do ácido fítico. Ácido fítico Fitase Suplementação das enzimas endógenas. Degradação mais eficiente do amido. Amido Amilases Suplementação das enzimas endógenas. Degradação mais eficiente de proteínas. Proteínas Proteases Degradação da celulose e liberação de nutrientes Celulose Celulases Redução da viscosidade da digesta. Pectinas Pectinases Redução da viscosidade da digesta. Menor umidade na cama. -glucanos Glucanases Redução da viscosidade da digesta. Arabinoxilanas Xilanase Efeitos Substrato Enzima 43 VII. LIPÍDEOS. Características: Insolúveis em água Solúveis em solventes orgânicos: Éter, Clorofórmio Álcool, Benzeno. Quimicamente são ésteres de carboxílicos de um único álcool (glicerol). De acordo com as suas funções principais, os Lipídeos dividem- se: 1. Lipídeos de Reserva Nutritiva. Depósitos Intracelulares Gorduras Neutras. São Ésteres de Ácidos Graxos com Glicerol. 2. Lipídeos Estruturais. São componentes de todas as Membranas Celulares. São mais complexos que os de reserva Lipídeos que fazem parte de membranas: Fosfolipídeos, Glicolipídeos e o Colesterol. Fosfoglicerídeos mais encontrado nas Membranas: Fosfatidilcolina, Fosfatidiletanolamina, 3. Hormônios: derivados do colesterol 44 VII. LIPÍDEOS. 45 VII. LIPÍDEOS. 46 VIII. Ácidos nucléicos: Nucleotídeos de DNA e RNA DNA: Responsável pelo Armazenamento e Transmissão da Informação Genética. Do ponto de vista Funcional e Estrutural há três variedades principais de RNAs: RNA mensageiro ou mRNA RNA de transferência ou tRNA RNA ribossômico ou rRNA 47 VIII. Ácidos nucléicos: 48 VIII. Ácidos nucléicos: 49 VIII. Ácidos nucléicos: 50 Estrutura do DNA •1953: Watson e Crick 51 VIII. Bases nitrogenadas Gene RNA polimerase hnRNA mRNA Citoplasma Transcrição Processamento Núcleo Tradução proteína VIII. ÁCIDOS NUCLÉICOS: 53 VIII. Ácidos nucléicos: DNA RNAt RNAm RNAr Componentes A,G,C,T, Desoxirribose A. Fosfórico Ribose A. Fosfórico A,G,C,U Ribose A. Fosfórico A,G,C,U Ribose A. Fosfórico A,G,C,U Funções Toda informação genética Tradução Transcrição Polirribossomos Localização Núcleo Citoplasma Citoplasma Citoplasma Tamanho da molécula Muito grande 25 a 30 kD Variável 5S, 16S, 23S e 28S Forma Fita dupla Folha trevo Fita simples Subunidades menor e maior 54 VIII. Ácidos nucléicos: Ordem crescente de diversidade funcional Tipo de molécula Ácido nucléico DNA e RNA Lipídios Polissacarídios Proteínas Grau de diversidade funcional 1 2 3 4 Funções Informacional Energética Estrutural Informacional Energética Estrutural Informacional Enzimática Estrutural Informacional Energética Movimento celular
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