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<p>1</p><p>Resumo Teórico</p><p>Prof. Paulo Bisi</p><p>Selante Oclusal em Odontopediatria</p><p>I – INTRODUÇÃO</p><p>A superfície oclusal apresenta a maior incidência de cárie dentária, propiciando rápida</p><p>progressão e facilitando grande destruição pela lesão em razão de:</p><p>• Falhas na união ou coalescência fóssulas e fissuras</p><p>• Pequena largura e profundidade irregular desta face</p><p>• Morfologia complexa da face oclusal</p><p>Tentativas passadas de conter a progressão da lesão na superfície oclusal</p><p>• BLACK (1908) → “EXTENSÃO PREVENTIVA” – Preparo envolvia toda região de fóssulas e</p><p>fissuras</p><p>• HYATT (1923) → “ODONTOTOMIA PROFILÁTICA” - Remoção de fóssulas e fissuras</p><p>• BODECKER (1929) → “ERRADICAÇÃO DAS FISSURAS”</p><p>• KLEIN & KNUTSON (1942) → “SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS” - No tratamento da superfície</p><p>sem resultados satisfatórios</p><p>Grandes avanços com a técnica do condicionamento ácido do esmalte proposto por</p><p>BUONOCORE (1955) permitindo pela primeira vez a utilização do selamento de fóssulas e</p><p>fissuras</p><p>Para o tratamento atual das fóssulas e fissuras são utilizadas substâncias que escoam por essas</p><p>superfícies, penetrando nas microporosidades do esmalte previamente condicionado,</p><p>formando projeções conhecidas como “TAGs”, que após sua polimerização formam uma película</p><p>contínua e resistente que oblitera mecanicamente a superfície – SELANTES</p><p>II – CONCEITO</p><p>São resinas ou polímeros que aderem firmemente a superfície de esmalte, obliterando ou</p><p>selando as fossas e fissuras, constituindo uma barreira mecânica que isola a superfície dental de</p><p>fatores cariogênicos</p><p>2</p><p>II – EFEITO DOS SELANTES</p><p>• Selamento mecânico de fóssulas e fissuras – material ácido resistente</p><p>• Anula habitat para S. mutans e outros microrganismos cariogênicos</p><p>• Facilita a limpeza mecânica dos dentes</p><p>III - VISÃO MODERNA X VISÃO CLÁSSICA</p><p>Visão clássica → dente em erupção é forte candidato a ser selado, independente da necessidade</p><p>– utilização de Selantes Resinosos</p><p>Visão moderna → avalia o dente dentro de um contexto de educação e prevenção, nem sempre</p><p>optando por selar – utilização de Selantes Ionoméricos</p><p>OBS: Atenção deve ser dada ou primeiro molar permanente em erupção que é mais suscetível</p><p>a cárie dentária em razão:</p><p>• Acúmulo de placa</p><p>• Acúmulo de microrganismo</p><p>• Morfologia de superfície</p><p>• Esmalte ainda imaturo</p><p>• Falta de oclusão com o antagonista</p><p>• Erupção passa desapercebida</p><p>IV – ESTRATÉGIAS DE ATUAÇÃO NA FACE OCLUSAL</p><p> Observação e controle</p><p> Selantes ionoméricos</p><p> Selantes resinosos</p><p> adesivo + selante</p><p>V – INDICAÇÃO DOS SELANTES</p><p>• IDADE DENTAL → Nos seus primeiros anos de vidas, ou seja, recém erupcionados</p><p>com menos de 3 anos</p><p>• PACIENTES COM DIFICULDADES MOTORAS → Deficiente higiene bucal</p><p>• ALTO RISCO DE CÁRIE → Associado a outras medidas de prevenção</p><p>• ADULTOS QUE USAM ALGUMAS DROGAS → Que diminuem o fluxo salivar</p><p>Essas estratégias ainda representam as melhores</p><p>maneiras de preservação da superfície oclusal</p><p>3</p><p>VI – CONTRA-INDICAÇÕES DOS SELANTES</p><p>• Cáries rampantes com lesões interproximais</p><p>• Superfícies já cariadas</p><p>• Pacientes de baixo risco e sem atividade da doença</p><p>VII - CRITÉRIOS DE SELEÇÃO PARA UTILIZAÇÃO DOS SELANTES</p><p>Rotineiramente era recomendado para todos os dentes posteriores decíduos e permanentes</p><p>ATUALMENTE → Com base em informações mais recentes sobre o início e progressão da doença</p><p>recomenda-se critérios seletivos para o selamento oclusal</p><p>Macromorfologia Risco de cárie</p><p>Estágio de erupção Estado motivacional</p><p>VIII - UTILIZAÇÃO DOS SELANTES</p><p>• Selamento preventivo → utilizados em todos e quaisquer dentes apenas para prevenir</p><p>a doença + programa de prevenção e educação</p><p>• Selamento terapêutico → selamento de lesões iniciais de cárie + programa de</p><p>prevenção e educação</p><p>IX – SELAR OU NÃO SELAR OS DENTES</p><p>Quando selar os dentes</p><p>• Fissuras profundas e bem coalescidas</p><p>• Dente já erupcionado</p><p>• Dentes em erupção</p><p>• Paciente em risco da doença</p><p>• Estado motivacional ruim</p><p>Quando não selar os dentes</p><p>• Fissuras rasas com cárie</p><p>• Pacientes baixo risco de cárie</p><p>• Estado motivacional bom</p><p>QUANDO HÁ NECESSIDADE DE SELAR OS DENTES EM ERUPÇÃO</p><p>DEVEMOS OPTAR PELO SELAMENTO PROVISÓRIO - CIV</p><p>O BOM SENSO PROFISSIONAL DEVE PREVALECER, POIS AS SITUAÇÕES</p><p>QUE CONDICIONAM O RISCO PODEM SE ALTERAR</p><p>4</p><p>X - TIPOS DE SELANTES</p><p>@ Materiais resinosos a base de Polímeros → BIS-GMA:</p><p>Com carga: FLUROSHIELD (DENTSPLY)</p><p>Sem carga: ALPHA SEAL (DFL)</p><p>DELTON (DENTSPLY)</p><p>@ Material Sílico ou Oxirresinoso → CIV (CIMENTO DE IONÔMERO DE VIDRO)</p><p>Convencionais: VIDRION C (SS WHITE)</p><p>Modificados (RESINA): VITREMER (3M)</p><p>@ DEFENSE CHROMA → é um selante fotopolimerizável, de baixa viscosidade, com liberação de</p><p>Flúor, para selamento de fóssulas e fissuras. Possui um exclusivo componente termocromático</p><p>que permite a sua visualização após a aplicação. A Superfície selada se torna azul abaixando-se</p><p>a temperatura oral (abaixo de 31º.C), o que se consegue com resfriamento com água ou ar. Essa</p><p>visualização permite a verificação da aplicação e também o controle semestral</p><p>XI - TIPOS DE POLIMERIZAÇÃO</p><p>Polimerização __________________: Ocorre em cerca de 2 a 3 min, podendo ocorrer variação</p><p>neste tempo em razão da temperatura ambiente e necessário base e catalizador</p><p>Polimerização Foto ou __________________: Necessita de fonte de luz externa, recomenda-se</p><p>esperar 20seg antes de ativar o fotopolimerizador para ocorrer o escoamento do material</p><p>XII - FATORES A OBSERVAR PARA A REALIZAÇÃO DA TÉCNICA</p><p>• Isolamento adequado</p><p>• Faces oclusais integras/ cárie incipiente</p><p>• Fóssulas e fissuras numerosas e profundas</p><p>• Fase de erupção: ______________________________________________________</p><p>• Risco de cárie</p><p>• Atividade da lesão: ____________________________________________________</p><p>• Exame radiográfico</p><p>• Idade do dente: _______________________________________________________</p><p>• Outras necessidades preventivas</p><p>• Necessidades de acompanhamento</p><p>XIII - TÉCNICAS DE APLICAÇÃO</p><p>• Técnica Não Invasiva: sempre a primeira escolha para tratamento</p><p>• Técnica Invasiva: _______________________________________________________</p><p>Técnica Invasiva x Técnica não Invasiva</p><p>5</p><p>Considerações sobre a Técnica Invasiva</p><p>• Indicado em fissuras estreitas e profundas que são facilmente atacadas por cárie de</p><p>difícil detecção em estágios iniciais - limpeza prévia - abertura da fissura - de caráter</p><p>investigativo</p><p>• Necessita instrumentos específicos: broca em forma de “V” com corte apenas nas</p><p>laterais e sem corte na ponta</p><p>• Vantagens: Melhor qualidade do condicionamento ácido, maior penetração do selante,</p><p>melhor retenção do selante, redução do risco de infiltração</p><p>• Desvantagem: desgaste de estrutura dentária sadia</p><p>Considerações sobre a Técnica Não Invasiva</p><p>• Preservação de maior parte de estrutura dental sadia</p><p>• Facilidade de higienização</p><p>• Facilidade no condicionamento criança</p><p>XIV - TÉCNICA DE APLICAÇÃO DO SELANTE NÃO INVASIVO</p><p>• Isolamento</p><p>Relativo ou absoluto</p><p>• Polimento do dente</p><p>Realizado com _____________________________________________________</p><p>• Remoção de detritos</p><p>Utiliza-se para isso a sonda exploradora</p><p>• Condicionamento ácido</p><p>Realizado por ____________ segundos com ácido _________________________</p><p>Caracteriza-se pelo aspecto de giz</p><p>• Lavagem / secagem</p><p>• Aplicação do selante</p><p>Realizado com ______________________________________________________</p><p>• Teste de retenção</p><p>• Teste de oclusão</p><p>• Reavaliação do selante</p><p>Através de exames __________________ e _______________________________</p><p>XV - ADESIVO DENTINÁRIO SOB SELANTE</p><p>Com o surgimento dos adesivos hidrófilos, simplificando a técnica, vários autores, respaldados</p><p>nas evidências científicas preconizam a técnica do adesivo dentinário sob selante → permitindo</p><p>a união em superfície</p><p>de esmalte úmida</p><p>Sequência da técnica</p><p>• Profilaxia</p><p>• Isolamento do campo operatório</p><p>• Secagem</p><p>• Condicionamento ácido</p><p>• Lavagem</p><p>• Secagem parcial</p><p>6</p><p>• Aplicação do adesivo</p><p>• Aplicação do selante</p><p>• Fotopimerização conjunta</p><p>XVI - OUTRAS OPÇÕES DE USO COM OS SELANTES OCLUSAIS</p><p>• Aplicados em todas as superfícies com sulcos e fissuras profundas inclusive palatina de</p><p>incisivos superiores e na vestibular de molares inferiores</p><p>• Selamento de manchas brancas</p><p>• Associado a técnicas restauradoras como das restaurações preventivas</p><p>Resina + selante</p><p>CIV + selante</p><p>Amalgama + selante</p><p>XVII - SELANTES IONOMÉRICOS</p><p>• Os recomendados são os CIVs para cimentação</p><p>• MEJARE → Principal desvantagem é sua retenção inadequada pois apresentam maior</p><p>viscosidade e menor resistência ao desgaste</p><p>• SEPPA → Efeito “cárie-preventivo” onde após a perda do material, em 80% dos casos</p><p>observaram partículas de CIVs no fundo das fissuras</p><p>• Tempo de retenção – 6 meses média</p><p>Estes novos sistemas não requerem campo rigorosamente seco, mas</p><p>levemente umedecidos, pois as soluções hidrofílicas, em especial os produtos</p><p>à base de acetona e álcool, podem deslocar o biofilme salivar para alcançar a</p><p>hidroxiapatita e estabilizar a adesão após a polimerização</p><p>7</p><p>• Principais vantagens: Inibição da desmineralização, favorecimento</p><p>remineralização, liberação de fluoretos, retarda a fase restauradora, partículas</p><p>de CIV na fissura</p><p>XVIII - SELAMENTO DE CÁRIE</p><p>Está indicado em lesão de cárie incipiente que não exista evidências radiográficas de</p><p>envolvimento dentinário</p><p>OBJETIVO → Na ausência de infiltração ocorre inativação e inviabilidade dos microorganismos</p><p>que permanecem sob lesões seladas, quanto maior a permanência do selante no dente</p><p>ESTUDOS IMPORTANTES:</p><p>• GOING et al. → Observaram uma reversão de 89% de lesões cariosas ativas para inativas</p><p>5 anos após selamento</p><p>• HANDELMAN → Estudo radiográfico longitudinal, também não evidenciou progressão</p><p>de lesões cariosas seladas</p><p>XIX - SELAMENTO DE CÁRIE</p><p>• Execução rigorosa da técnica → apesar de fácil e simples, todos os passos técnicos</p><p>devem ser seguidos rigorosamente</p><p>• Educação paciente / familiares → conscientização da importância do acompanhamento</p><p>para condutas preventivas</p><p>• Utilização outras medidas preventivas → selamento oclusal enquadrado em um amplo</p><p>programa de prevenção</p><p>AS EVIDÊNCIAS CLÍNICAS, RADIOGRÁFICAS E BACTERIOLÓGICAS SUGEREM</p><p>QUE EM LESÃO INCIPIENTE OCORRE PARALIZAÇÃO</p>