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<p>1</p><p>CONTROLE DA DOR</p><p>EM ODONTOPEDIATRIA</p><p>Resumo Teórico</p><p>Prof. Paulo Bisi</p><p>I. INTRODUÇÃO:</p><p>• Método auxiliar na eliminação da dor</p><p>• Praticada de forma indolor</p><p>• Criança preparada para aceitar</p><p>Não se deve esquecer que as drogas anestésicas podem ser usadas além do controle de</p><p>dor, mas também podem ser empregadas como instrumentos de diagnóstico e no</p><p>controle de hemorragias.</p><p>Na antiguidade, o “sulco da papoula” (ópio) já era utilizada como agente que</p><p>amenizasse a sensação dolorosa, além deste recurso, era empregado também “asfixia</p><p>temporária” que causaria uma isquemia cerebral causando um desmaio momentâneo.</p><p>NIELMAN em 1960 foi o primeiro a utilizar o anestésico local em medicina e</p><p>odontologia que tinha como base a cocaína. Já em 1905 EINHRON, sintetizou o</p><p>primeiro anestésico sintético a procaína.</p><p>II. VANTAGENS:</p><p>• Paciente desperto e colaborador</p><p>• Interfere pouco com a fisiologia normal, permitindo ser utilizada em pacientes</p><p>relativamente debilitados.</p><p>• Baixa incidência de morbidade</p><p>2</p><p>• Técnicas fáceis de serem executadas, pouco insucessos</p><p>• Pode ser utilizada em crianças de pouca idade, desde de que os aspectos de</p><p>saúde sejam analisados criteriosamente.</p><p>III. CONTRA-INDICAÇÕES:</p><p>•Pacientes alérgicos aos diferentes anestésicos locais,</p><p>•Deficiente mental, não colaborador,</p><p>•Quando a cirurgia bucal maior ultrapassar os limites da anestesia regional,</p><p>•Anomalias que dificultem ou impossibilitem a anestesia local.</p><p>Em casos de eventos alérgicos, os mais comuns são a urticária alérgica local ou</p><p>disseminada, que tem como tratamento recomendado o uso de anti-histamínico.</p><p>Os anti-histamínicos mais recomendados em crianças pequenas e lactantes são a</p><p>desloratadina, que pode ser usada:</p><p>• Criança: + 2 anos com menos de 30kg = 5mg/dia</p><p>• Criança: com mais de 30kg = 10mg/dia</p><p>IV. DEFINIÇÕES RELEVANTES:</p><p>• DOR – Sensação desagradável originária de um estímulo nocivo e medido no</p><p>sistema nervoso:</p><p>NEUROGÊNICA - advém de nervos periféricos</p><p>PSICOGÊNICA – advém do sistema nervoso central</p><p>• Analgesia – significa sem dor</p><p>• Anestesia – é sem percepção tátil</p><p>• Analgesia local – situação reversível e temporária de bloqueio dos impulsos</p><p>dolorosos de uma parte do corpo</p><p>• Analgesia geral – estado de percepção reduzida da dor em paciente consciente</p><p>• Sedação - nível de consciência reduzida que varia de leve a profunda, leve</p><p>mantém os reflexos protetores mantendo respiração e responde aos comandos</p><p>verbais e a profunda ocorre depressão de alguns reflexos protetores, podendo</p><p>acordar o paciente</p><p>• Anestesia geral- perda parcial ou completa dos reflexos protetores sem</p><p>independência da respiração</p><p>V. ANESTÉSICOS LOCAIS:</p><p>CONCEITO – São fármacos utilizados para bloquear temporariamente a condução dos</p><p>impulsos nervosos, levando a perda ou diminuição da sensibilidade dolorosa, sem</p><p>alteração no sistema de condução nervosa quando utilizados localmente.</p><p>3</p><p>OBS: Analgésicos – agem a níveis centrais</p><p>VI. REQUISITOS PARA OS ANESTÉSICOS:</p><p>1 - Especificidade de ação,</p><p>2 - Reversibilidade,</p><p>3 – Potência e baixa toxidade.</p><p>4- Rápido efeito e suficiente duração</p><p>5 – Não provocar reação alérgica</p><p>6 – Ter estabilidade</p><p>7 - Ser estéril ou de fácil esterilização</p><p>8 – Ter custo baixo.</p><p>VII. CLASSIFICAÇÃO:</p><p>1- Tipo éster – formam soluções menos estáveis</p><p>exemplos: procaína- pouca penetração em tecido mole</p><p>tetracaína – mais usada em anestesia raquidiana</p><p>2- Ttipo amida – formam soluções mais estáveis</p><p>exemplos: lidocaína, mepivacaína e prilocaína.</p><p>VIII. ESTRUTURA QUÍMICA:</p><p>1- Porção hidrofílica (amina secundária e terciária),</p><p>2- Porção lipofílica (núcleo aromático ou heterocíclico ou de cadeia aberta)</p><p>3- Cadeia intermerdiária, cadeia que une as duas porções, que pode ser de dois tipos:</p><p>tipo éster e tipo amida.</p><p>NÃO ESQUEÇA....</p><p>As porções da estrutura química dos anestésicos devem estar em equilíbrio relativo</p><p>para que a solução anestésica seja capaz de difundir nos tecidos e penetrar na fibra ou</p><p>tronco nervoso.</p><p>A potência e a toxidade do anestésico local estão relacionadas com sua estrutura</p><p>química.</p><p>O anestésico ideal deve possibilitar a associação de uma grande potência com baixa</p><p>toxidade.</p><p>IX. MECANISMO DE AÇÃO DOS ANESTÉSICOS LOCAIS:</p><p>Os anestésicos locais agem por bloqueio temporário da condução do impulso nervoso</p><p>através de um mecanismo de ação pouco conhecido, o qual estabiliza a membrana da</p><p>4</p><p>fibra nervosa, impedindo sua despolarização e conseqüente propagação do impulso</p><p>nervoso.</p><p></p><p>São bases alcalinas que combinadas com ácidos formam sais que são usados por serem</p><p>estáveis e hidrossolúveis, propriedade importante p/difusão do anestésico nos tecidos</p><p>até atingir as fibras nervosas.</p><p>X. TOXIDADE</p><p>A toxidade está na dependência da concentração atingida na corrente sanguínea e ao</p><p>grau da dose de dependência, podendo afetar o SNC, Respiratório e Circulatório.</p><p>Os níveis sanguíneos tóxicos variam de indivíduo p/indivíduo, ou em um mesmo</p><p>indivíduo, de uma consulta p/ outra.</p><p>Vai depender:</p><p>1- Da condição física geral do paciente</p><p>2- Da rapidez da injeção</p><p>3- Da via de administração</p><p>4- Do estado emocional</p><p>5- Da quantidade de droga utilizada.</p><p>Prevenção</p><p>- Avaliar a condição geral do paciente antes de utilizar a droga,</p><p>- Conhecer a droga utilizada,</p><p>- Uso do vasoconstritor,</p><p>- Evitar injeções intravascular</p><p>- Injetar lentamente o anestésico</p><p>- Manter a dose total</p><p>com relação aos</p><p>convencionais.</p><p>• Dispositivos de liberação controlada: os estudos mais promissores são com adesivos</p><p>de uso intra-oral para liberação controlada de lidocaína.</p><p>• Injetores a jato: para criança tão incômodo quanto a anestesia com agulha</p><p>ANESTESIA INTERPAPILAR</p><p>Indicações</p><p>1- Quando houver a indicação de anestesiar a região papilar por vestibular, palatina ou</p><p>lingual</p><p>2- Na utilização de grampos no isolamento absoluto</p><p>Cuidado</p><p>Desviar da crista óssea alveolar</p><p>Protocolo</p><p>1- Anestesiar primeiro a papila vestibular</p><p>2- Introduzir a agulha lentamente, depositando o anestésico até atingir o outro lado</p><p>3-Anestesiar por palatina</p><p>ANESTESIA INTRALIGAMENTAR</p><p>Este é um método de injeção intra-óssea, no qual o anestésico local alcança o espaço</p><p>medular no interior do osso através do ligamento periodontal</p><p></p><p>Este método permite o uso de pequenas quantidades de solução anestésica – a dose</p><p>recomendada para cada raiz é de 0,2ml – solução anestésica com vasoconstritor</p><p></p><p>Cuidado com a quantidade aplicada, pois a absorção pela via intra-óssea é tão rápida</p><p>quanto pela via intravenosa</p><p>Técnica</p><p>7</p><p>A técnica envolve a inserção de uma agulha de calibre 30, em um ângulo de</p><p>aproximadamente 30º com o longo eixo do dente, dentro do sulco gengival no ângulo</p><p>mesio-vestibular de cada raiz – introdução da agulha até se obter resistência</p><p></p><p>Na região dos dentes posteriores inferiores esta técnica pode ser de valor inestimável e</p><p>pode dispensar a necessidade das desconfortáveis injeções para o bloqueio regional</p><p>ANESTESIA INFILTRATIVA</p><p>1- Sinonímias:</p><p>• Anestesia periférica ou anestesia regional</p><p>2 – Indicações:</p><p>• Todos os dentes superiores decíduos e permanentes</p><p>• Todos os dentes anteriores decíduos e permanentes</p><p>3- Observações que não devem ser esquecidas:</p><p>1- Ter cuidado para não atingir o periósteo- região de extrema sensibilidade</p><p>2- Injetar lentamente o anestésico, com pouca pressão e tecido estendido evita –se efeito</p><p>tóxico e absorção rápida.</p><p>Posicionamento paciente /operador:</p><p>• Posição do paciente:</p><p>NA MAXILA – Sentado com ângulo de 190º com encosto, cabeça prolongamento</p><p>do eixo do corpo</p><p>NA MANDIBULA – Ângulo com o encosto de 110º</p><p>• Posição do operador</p><p>A frente e à direita do paciente ajuste da cadeira na altura na altura do ombro</p><p>Técnica:</p><p>1- Estiramento do lábio com a mucosa estendida,</p><p>2- Colocar a agulha próxima a região do dente a ser anestesiado por vestibular</p><p>3- Traciona-se o lábio contra o bisel da agulha,</p><p>4- Após inserida, aprofunda-se delicadamente até a região apical</p><p>5- Deposita –se lentamente a solução anestésica.</p><p>b) Anestesia regional ou por bloqueio</p><p>Indicações:</p><p>• todos os dentes inferiores posteriores decíduos e permanentes</p><p>Cuidados:</p><p>• Posicionamento da espinha de Spix,</p><p>• Ângulo goníaco mais aberto, quanto mais jovem a criança</p><p>8</p><p>Técnicas</p><p>• Método direto</p><p>• Método indireto</p><p>Anestesia regional – técnica direta</p><p>1 - Colocar a seringa lado oposto a anestesiar na altura de molares decíduos ou de pré-</p><p>molares,</p><p>2 - Agulha introduzida no espaço pterigomandibular do ramo ascendente da</p><p>mandíbula,</p><p>3 - Agulha aprofundada até que toque no osso, recua-se e injeta-se o anestésico.</p><p>Anestesia regional – técnica indireta</p><p>1 - Identificar a região retromolar e introdução da agulha, tomando-se como referência</p><p>o centro da unha</p><p>2 - Afasta-se a agulha do periósteo e injeta-se lentamente o anestésico, anestesiando o</p><p>nervo lingual</p><p>3 - Leva-se a injeção para o lado oposto, sem retirar a agulha até a altura de molares</p><p>decíduos ou pré-molares</p><p>4 - Recua-se um pouco a agulha e injeta-se lentamente o anestésico.</p><p>c) Analgesia geral:</p><p>Indicações</p><p>• Antes e depois de procedimentos cirúrgicos que possam causar dor.</p><p>Farmacos utilizados:</p><p>Genérico Nome comercial</p><p>Paracetamol →</p><p>A.a.s →</p><p>Dipirona →</p><p>Tylenol, dôrico</p><p>Contra-indicado</p><p>Commel, novalgina</p><p>d) Sedação:</p><p>• Sedação medicamentosa</p><p>• Sedaçâo por inalação</p><p>OBS: Reação colateral tipo hiperatividade, avaliar o estado físico do paciente</p><p>9</p><p>SEDAÇÃO MEDICAMENTOSA</p><p>Indicações:</p><p>• Diminuir ansiedade,</p><p>• Diminuir o estresse,</p><p>• Favorece sono noturno tranquilo,</p><p>• Paciente grau i e ii(s.a.a)</p><p>Fármacos utilizados:</p><p>Benzodiazepínicos, são de primeira escolha</p><p>Fenobarbital (via oral ou injetável)</p><p>• VALIUM – DIAZEPAN(Via oral ou injetável)</p><p>• DIENPAX - DIAZEPAN(Via oral ou injetável)</p><p>SEDAÇÃO POR INALAÇÃO</p><p>Considerações gerais</p><p>• Sedação por inalação do óxido nitroso e oxigênio é um estado de sedação com</p><p>grau variável de analgesia, mantendo reflexo faríngeo.</p><p>Maquinário</p><p>• Inicia-se com 100% de oxigênio por 2 a 3 minutos,</p><p>• Aumenta lentamente a proporção de óxido nitroso e diminui o oxigênio,</p><p>• Óxido nitroso até 60 – 70%,</p><p>• Depois 100% de oxigênio</p><p>Observação importante: só deixar a criança sair da cadeira após 5 min e do consultório</p><p>após 20m</p><p>LEGISLAÇÃO:</p><p>•lei 5081 de 24 de agosto de 1966, em seu artigo 6º diz que " compete ao cirurgião-dentista,</p><p>além de outras, empregar a analgesia, desde que comprovadamente habilitado, quando constituir</p><p>meio eficaz para o tratamento".</p><p>•Confira a resolução do CFO sobre Analgesia Inalatória em Odontologia</p><p>e) Anestesia geral</p><p>Último recurso, depois que todos os esforços convencionais falharam</p><p>Indicações</p><p>• Crianças especiais.</p><p>• Procedimentos longos e grandes</p><p>10</p><p>• Intolerância aos anestésicos locais</p><p>XIV. EFEITOS TÓXICOS DOS ANESTÉSICOS LOCAIS</p><p>•Estimulação do S. N. C,</p><p>•Aumento dos batimentos cardíacos,</p><p>•Aumento da pressão sanguínea</p><p>•Depressão do S.N.C,</p><p>•Queda de pressão,</p><p>•Pulso fraco e rápido</p><p>•Bradicardia</p><p>XV. ACIDENTES MAIS COMUNS</p><p>•Ulceração traumática,</p><p>•Dor,</p><p>•Injeção intravascular</p><p>•Fratura da agulha</p><p>•Trismo</p><p>•Escaras</p><p>•Úlcera traumática</p>