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<p>Dona de um Curriculum invejável em tudo o que se relaciona a deficiências auditivas e à fonoaudiologia, Ana Maria Amaral</p><p>Roslyng Jensen escreveu um trabalho interessante que está na Internet e que se intitula "O Começo" . Ao seu final ela afirma:</p><p>"Atualmente a idade média de detecção de perdas auditivas significativas é de 14 meses (1999). A meta por enquanto, da</p><p>Academia Americana de Pediatria, de Audiologia e do Joint Committee on Infant Hearing para o ano 2000, é que as deficiências</p><p>de audição sejam detectadas antes dos 3 meses e os procedimentos de reabilitação, orientação familiar e colocação de próteses</p><p>auditivas (aparelhos) não ultrapassem os 6 meses.</p><p>E por que é tão crítico este período? Por motivos orgânicos, funcionais e cognitivos o ser humano é</p><p>programado para desenvolver a fala e a linguagem entre o nascimento e a idade de 2 anos.</p><p>Mesmo perdas moderadas levam a sérios efeitos no processo de desenvolvimento da fala, linguagem e</p><p>cognição. Cognição está presente desde o berço. Não é conhecimento escolar, mostra-se na habilidade</p><p>de uma criança brincar. Brincar começa com a vida na relação do bebê com a mãe.</p><p>Quando vamos ao parque e assistimos crianças brincando na areia, fazendo bolo ou empurrando</p><p>carrinhos, elas além de brincar estão usando a cognição para representação de seu mundo interno.</p><p>É lindo de ver! É triste de pensar que a criança que não pode ouvir desde o nascimento ficará privada desta maravilha e outras</p><p>funções na vida se não for auxiliada cedo.</p><p>Fica aqui a mensagem: Temos a obrigação e o dever de prevenir, diagnosticar e educar para mais tarde termos pessoas adultas</p><p>que possam vencer barreiras, que as deficiências auditivas trazem e tornar-se cidadãos úteis, independentes, integrados e se</p><p>possível mais felizes".</p><p>São muito os fatores que levam à deficiência auditiva ou surdez. É muito interessante que conheçamos algumas indicações para</p><p>reconhecermos sinais de deficiência auditiva, como prevenir o mal e como lidar com a situação. No sentido de facilitar o leitor e</p><p>de não ficar repetindo materiais já elaborados, transcrevemos a seguir aquele que foi compilado, preparado e finalizado pela</p><p>Associação Amigos Metroviários dos Excepcionais - AME, que foi colocado no site de Entre Amigos:</p><p>Deficiência Auditiva - O que é</p><p>Deficiência auditiva é o nome usado para indicar perda de audição ou diminuição na capacidade de escutar os sons. Qualquer</p><p>problema que ocorra em alguma das partes do ouvido pode levar a uma deficiência na audição. Entre as várias deficiências</p><p>auditivas existentes, há as que podem ser classificadas como condutiva, mista ou neurossensorial. A condutiva é causada por</p><p>um problema localizado no ouvido externo e/ou médio, que tem por função "conduzir" o som até o ouvido interno.</p><p>Esta deficiência, em muitos casos, é reversível e geralmente não precisa de tratamento com aparelho auditivo, apenas cuidados</p><p>médicos. Se ocorre uma lesão no ouvido interno, há uma deficiência que recebe o nome de "neurossensorial". Nesse caso, não</p><p>há problemas na "condução" do som, mas acontece uma diminuição na capacidade de receber os sons que passam pelo ouvido</p><p>externo e ouvido médio. A deficiência neurossensorial faz com que as pessoas escutem menos e também tenham maior</p><p>dificuldade de perceber as diferenças entre os sons.</p><p>A deficiência auditiva mista ocorre quando há ambas perdas auditivas: condutiva e neurossensorial numa mesma pessoa.</p><p>O que causa a deficiência auditiva?</p><p>São várias as causas que levam à deficiência auditiva. A deficiência auditiva condutiva, por exemplo, tem como um dos fatores</p><p>o acúmulo de cera no canal auditivo externo, gerando perda na audição. Outra causa são as otites. Quando uma pessoa tem</p><p>uma infecção no ouvido médio, essa parte do ouvido pode perder ou diminuir sua capacidade de "conduzir" o som até o ouvido</p><p>interno.</p><p>No caso da deficiência neurossensorial, há vários fatores que a causam, sendo um deles o genético. Algumas doenças, como</p><p>rubéola, varíola ou toxoplasmose, e medicamentos tomados pela mãe durante a gravidez podem causar rebaixamento auditivo</p><p>no bebê. Também a incompatibilidade de sangue entre mãe e bebê (fator RH) pode fazer com que a criança nasça com problemas</p><p>auditivos. Uma criança ou adulto com meningite, sarampo ou caxumba também pode ter como sequela a deficiência auditiva.</p><p>Infecções nos ouvidos, especialmente as repetidas e prolongadas e a exposição frequente a barulho muito alto também podem</p><p>causar deficiência auditiva.</p><p>Como reconhecer</p><p>É extremamente importante que a deficiência auditiva seja reconhecida o mais precocemente possível. Para tanto, os pais ou</p><p>responsáveis devem observar as reações auditivas da criança. Os especialistas da área são enfáticos quanto à necessidade de</p><p>tratamento o mais cedo possível.</p><p>Nos primeiros meses o bebê reage a sons como o de vozes ou de batidas de portas, piscando, assustando-se ou cessando seus</p><p>movimentos. Por volta do quarto ou quinto mês a criança já procura a fonte sonora, girando a cabeça ou vira ndo seu corpo.</p><p>Se o bebê não reage a sons de fala, os pais devem ficar atentos e procurar aconselhamento com o pediatra, pois desde cedo o</p><p>bebê distingue, pela voz, as pessoas que convivem com ele diariamente.</p><p>Deve-se também estar atento à criança que:</p><p>- assiste à televisão muito próxima do aparelho e que pede sempre para que o volume seja aumentado;</p><p>- só responde quando a pessoa fala de frente para ela; não reage a sons que não pode ver;</p><p>- pede que repitam várias vezes o que lhe foi dito, perguntando "o quê?", "como?" ou</p><p>- tem problemas de concentração na escola.</p><p>Crianças com problemas comportamentais também podem estar apresentando dificuldades auditivas. Até uma ligeira perda na</p><p>capacidade de percepção auditiva pode influenciar o comportamento e o desenvolvimento da criança.</p><p>O que fazer</p><p>Uma vez constatada a deficiência, deve-se buscar um especialista em Otorrinolaringologia</p><p>ou Fonoaudiologia o quanto antes. É necessário realizar um teste auditivo e outros exames</p><p>médicos para localizar a deficiência.</p><p>Detectada a deficiência auditiva, avalia-se a necessidade e a importância da indicação</p><p>correta de um aparelho auditivo, o qual deve estar adaptado às necessidades específicas de</p><p>cada pessoa.</p><p>No caso da deficiência em crianças, deve-se observar que há diferentes tipos de problemas auditivos e deve-se</p><p>recorrer a métodos que melhor se adaptem às necessidades de cada criança.</p><p>Sempre que recomendado pelo especialista, o aparelho de amplificação de som individual deve ser</p><p>providenciado o mais cedo possível. Deve haver também cuidados com sua manutenção para que um aparelho</p><p>quebrado ou mau ajustado não prejudique ainda mais a criança com deficiência.</p><p>Dependendo do grau de deficiência auditiva, a educação especial deve ser indicada e iniciada o quanto antes.</p><p>Como evitar</p><p>Há várias formas de se evitar a deficiência auditiva. A mulher deve sempre tomar a vacina contra a rubéola, de preferência antes</p><p>da adolescência, para que durante a gravidez esteja protegida contra a doença. Se a gestante tiver contato com rubéola nos</p><p>primeiros três meses de gravidez, o bebê pode nascer com problemas de audição.</p><p>Também devem ser evitados objetos utilizados para "limpar" os ouvidos, como grampos, palitos ou outros pontiagudos. Outro</p><p>cuidado a ser observado é para a criança não introduzir nada nos ouvidos, correndo-se o risco de causar lesões no aparelho</p><p>auditivo. Se isto ocorrer, o objeto não deve ser retirado em casa. A vítima deve procurar atendimento médico.</p><p>Saiba Mais</p><p>Muito mais poderá ser objeto de seu interesse, quando se discute a deficiência auditiva. Dentre os muitos sites existentes,</p><p>procure acessar, na Internet, aquele mantido pelo Governo Federal Brasileiro, por meio de seus Ministérios da Educação e do</p><p>Desporto, que se intitula: Educação Especial - Deficiência Auditiva, no seguinte</p><p>endereço</p><p>eletrônico: http://www.ines.org.br/ines_livros/livro.htm.</p><p>No Brasil, segundo o Decreto 3298, de 20 de dezembro de 1999, em seu Artigo 4º, ficou</p><p>estabelecido que a deficiência auditiva é a "perda parcial ou total das possibilidades auditivas</p><p>sonoras, variando de graus e níveis na forma seguinte:</p><p>a) de 25 a 40 decibéis (db) - surdez leve;</p><p>b) de 41 a 55 db - surdez moderada;</p><p>c) de 56 a 70 db - surdez acentuada;</p><p>d) de 71 a 90 db - surdez severa;</p><p>e) acima de 91 db - surdez profunda; e</p><p>f) anacusia.</p><p>"Inteire-se sobre o problema da deficiência auditiva em idosos, acessando "Audição em</p><p>Idosos". Esclareça-se também utilizando os conhecimentos repassados pela Sociedade Brasileira de Otologia,</p><p>em http://www.sbotologia.com.br</p><p>Deficiência Auditiva na escola</p><p>No ambiente escolar, a deficiência auditiva, assim como os outros tipos de deficiência, precisa ter uma boa inclusão para que o</p><p>aluno, mesmo com suas limitações, consiga compreender os assuntos abordados em sala de aula. Para tal, recomenda-se que</p><p>toda escola que possua alunos com deficiência auditiva tenha sempre um intérprete da Linguagem Brasileira de Sinais (LIBRAS)</p><p>e materiais de apoio para as salas de Atendimento Educacional Especializado (AEE).</p><p>Estes são direitos regulamentados pela Lei da Inclusão da Pessoa com Deficiência (Lei nº 13.146/2015), que determina entre</p><p>outras coisas, o Estatuto da Pessoa com Deficiência, que garante direitos à estas pessoas em atividades básicas da vida.</p><p>Em sala de aula, é preciso que o professor também esteja em constante atualização, reconhecendo as necessidades de</p><p>desenvolver métodos de comunicação com o aluno, de acordo com seu grau de entendimento.</p><p>No dia a dia, posturas simples do professor em sala facilitam o aprendizado do aluno surdo. Traga- o para as primeiras carteiras</p><p>e fale com clareza, evitando cobrir a boca ou virar de costas para a turma, para permitir a leitura orofacial no caso dos alunos</p><p>que sabem fazê-lo. Dê preferência ao uso de recursos visuais nas aulas, como projeções e registros no quadro negro.</p><p>Para os alunos com perda auditiva severa ou surdez, a aquisição da Língua Brasileira de Sinais é fundamental para a comunicação</p><p>com os demais e para o processo de alfabetização inicial. O aprendizado de libras ocorre no contraturno, nas salas de AEE.</p><p>É importante que professores da escola solicitem treinamento para aprender libras ou peçam o acompanhamento de um</p><p>intérprete em sala. Isso garante a inclusão mais efetiva dos alunos.</p><p>PESSOAS FAMOSAS COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA</p><p>LUDWIG VAN BEETHOVEN</p><p>Compositor Musical</p><p>Beethoven transformou-se com muito esforço pessoal num dos maiores gênios da música erudita, apesar da</p><p>gradativa perda da audição, desde seus 27 anos de idade. Em 1801, com 31 anos de idade, escreveu o seguinte:</p><p>..."minha faculdade mais nobre, minha audição, tem piorado muito" ... "esse problema causa-me as dificuldades</p><p>menos significativas ao tocar ou ao compor e as maiores, quando em contado com os outros"... "meus ouvidos</p><p>assobiam e fazem barulho sempre, dia e noite.</p><p>Em qualquer outra profissão isso poderia ser mais tolerável, mas na minha, essa condição é verdadeiramente</p><p>atemorizante. Posso lhe dizer que vivo uma experiência miserável"...</p><p>http://www.ines.org.br/ines_livros/livro.htm</p><p>No "Testamento de Heiligenstadt", escreveu: "Oh, vós que me considerais e declarais hostil,</p><p>obstinado ou misântropo, como sois injustos para comigo! Não conheceis as causas</p><p>secretas que me fazem agir assim(...) E não me era possível dizer às pessoas: 'falem</p><p>mais alto, gritem, porque estou surdo!' Ah, como podia eu proclamar a falta de um sentido</p><p>que deveria possuir num grau mais elevado do que qualquer outro, um sentido que</p><p>outrora foi em mim mais agudo do que em qualquer dos meus colegas?(...) Estou</p><p>afastado dos divertimentos da vida em sociedade, dos prazeres da conversação, das</p><p>efusões da amizade". A surdez gradativa evidentemente influenciou o próprio estilo de</p><p>Beethoven.</p><p>Com a plena consciência de sua surdez total próxima, tornou-se sempre muito deprimido.</p><p>E aos 52 anos de idade estava completamente surdo.</p><p>Contam seus biógrafos que ele foi o "maestro honorário" na primeira apresentação de sua 9ª Sinfonia, mantendo-</p><p>se sentado ao lado do maestro regente. Não ouvia nada de toda a execução da magnífica peça musical, mas seguia</p><p>sua evolução pela partitura em suas mãos.</p><p>Próximo ao final, estava atrasado alguns compassos e não notou quando a orquestra terminara. Um dos solistas</p><p>veio imediatamente até ele e virou-o para a plateia que aplaudia delirantemente a obra e seu compositor.</p><p>HEATHER WHITESTONE</p><p>Miss EUA de 1995</p><p>No ano de 1995 a jovem Heather, nascida no Alabama, competiu ao título de Miss Estados</p><p>Unidos... e venceu!</p><p>"E aqui está ela!... Miss Estados Unidos da América de 1995!!!"</p><p>... anunciou o locutor entusiasmado. No entanto, ao contrário de outras vencedoras do</p><p>concurso em anos anteriores, Heather não ouviu nada dessas palavras consagradoras, nem</p><p>a música, os aplausos e os muitos cumprimentos ao seu redor, ao ser abraçada e beijada</p><p>por suas colegas concorrentes e ao encaminhar-se para o trono.</p><p>Ela era, na oportunidade, a primeira jovem com deficiência a ser escolhida como Miss Estados</p><p>Unidos. Desde os 18 meses de idade ficara surda.</p><p>Os médicos informaram seus pais que ela jamais passaria do nível de terceiro ano</p><p>elementar, nem aprenderia a falar. No entanto, durante o concurso de Miss Estados</p><p>Unidos, ela respondeu com desenvoltura às perguntas dos juízes e falou sobre seus</p><p>objetivos na vida. Ela informou que gostaria de ajudar crianças de todas as raças e culturas</p><p>a atingir seu potencial máximo na vida, a estabelecer elevados objetivos e realizá-los,</p><p>como ela havia</p><p>conseguido fazer. Foi notável o fato de que na sua prova sobre talento especial, durante o concurso, ela optou pelo balé. E</p><p>saiu- se perfeitamente bem.</p><p>Heather tem sido a porta-voz da Fundação Helen Keller para Pesquisa sobre o Olho e da Fundação Starkey para Aparelhos</p><p>Auditivos. Escreveu também um livro intitulado "Ouvindo com meu Coração" (Listening with My Heart).</p><p>Em suas atividades promocionais, Heather tem sido uma oradora que motiva as pessoas a acreditar e a implementar seus sonhos.</p><p>Sites Adicionais</p><p>www.entreamigos.com.br/textos/defaud/defaud.htm</p><p>www.ines.org.br/ines_livros/SUMARIO.HTM</p><p>www.fonoesaude.org/da.htm</p><p>www.hmsj.com.br/servicos2.php</p><p>www.acessa.com/viver/arquivo/vida_saudavel/2005/03/15-deficiencia/</p><p>http://www.entreamigos.com.br/textos/defaud/defaud.htm</p><p>http://www.ines.org.br/ines_livros/SUMARIO.HTM</p><p>http://www.fonoesaude.org/da.htm</p><p>http://www.hmsj.com.br/servicos2.php</p><p>http://www.acessa.com/viver/arquivo/vida_saudavel/2005/03/15-deficiencia/</p><p>O QUE É DEFICIÊNCIA VISUAL?</p><p>A deficiência visual é definida como a perda total ou parcial, congênita ou adquirida, da visão. O nível de acuidade visual</p><p>pode variar, o que determina dois grupos de deficiência:</p><p>Cegueira – há perda total da visão ou pouquíssima capacidade de enxergar, o que leva a pessoa a necessitar do Sistema</p><p>Braille como meio de leitura e escrita.</p><p>Baixa visão ou visão subnormal – caracteriza-se pelo comprometimento do funcionamento visual dos olhos, mesmo após</p><p>tratamento ou correção. As pessoas com baixa visão podem ler textos impressos ampliados ou com uso de recursos óticos</p><p>especiais.</p><p>PESSOA COM DEFICIÊNCIA</p><p>A construção de uma verdadeira sociedade inclusiva passa, também, pelo cuidado com a linguagem. Na linguagem, expressa -</p><p>se, voluntariamente ou involuntariamente, o respeito ou a discriminação em relação às pessoas com deficiências.</p><p>Ao longo dos anos, os termos que definem a deficiência foram adequando-se à evolução da ciência e da sociedade. Atualmente,</p><p>o termo correto a ser utilizado é “Pessoa com Deficiência”, que faz parte do texto aprovado pela Convenção Internacional para</p><p>Proteção e Promoção dos Direitos e Dignidades</p><p>das Pessoas com Deficiência, aprovado pela Assembleia Geral da ONU, em 2006,</p><p>e ratificada, no Brasil, em julho de 2008.</p><p>ESTATÍSTICAS DA DEFICIÊNCIA VISUAL</p><p>SOBRE A DEFICIÊNCIA VISUA NO BRASIL</p><p>Do total da população brasileira, 23,9% (45,6 milhões de pessoas) declararam ter algum tipo de deficiência. Entre as deficiências</p><p>declaradas, a mais comum foi a visual, atingindo 3,5% da população. Em seguida, ficaram problemas motores (2,3%),</p><p>intelectuais (1,4%) e auditivos (1,1%).</p><p>Segundo a Organização Mundial da Saúde, as principais causas de cegueira no Brasil são: catarata, glaucoma, retinopatia</p><p>diabética, cegueira infantil e degeneração macular.</p><p>Segundo dados do IBGE de 2010, no Brasil, das mais de 6,5 milhões de pessoas com alguma deficiência visual:</p><p>528.624 pessoas são incapazes de enxergar (cegos);</p><p>6.056.654 pessoas possuem baixa visão ou visão subnormal (grande e permanente dificuldade de enxergar);</p><p>Outros 29 milhões de pessoas declararam possuir alguma dificuldade permanente de enxergar, ainda que usando óculos ou</p><p>lentes.</p><p>SOBRE DEFICIÊNCIA VISUAL NO MUNDO</p><p>Segundo dados do World Report on Disability 2010 e do Vision 2020, a cada 5 segundos, 1 pessoa se torna cega no mundo.</p><p>Além disso, do total de casos de cegueira, 90% ocorrem nos países emergentes e subdesenvolvidos. Estima-se que, até 2020, o</p><p>número de pessoas com deficiência visual poderá dobrar no mundo.</p><p>Porém, a Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que, se houvesse um número maior de ações efetivas de prevenção e/ou</p><p>tratamento, 80% dos casos de cegueira poderiam ser evitados. Ainda segundo a OMS, cerca de 40 a 45 milhões de pessoas no</p><p>mundo são cegas e outras 135 milhões sofrem limitações severas de visão.</p><p>Glaucoma, retinopatia diabética, atrofia do nervo ótico, retinose pigmentar e degeneração macular relacionada à idade (DMRI)</p><p>são as principais causas da cegueira na população adulta. Entre as crianças, as principais causas são glaucoma congênito,</p><p>retinopatia da prematuridade e toxoplasmose ocular congênita.</p><p>Com tratamento precoce, atendimento educacional adequado, programas e serviços especializados, a perda da visão não significa</p><p>o fim de uma vida independente e produtiva.</p><p>O que fazer quando encontrar uma pessoa cega?</p><p>No convívio com pessoas com deficiência visual, deve-se agir com naturalidade, pois elas apresentam as mesmas características</p><p>de qualquer pessoa. Em outras palavras, elas podem conviver socialmente, estudando, trabalhando, tornando-se</p><p>autossuficientes.</p><p>Abaixo, algumas dicas sobre como agir com pessoas cegas:</p><p>Ao andar com uma pessoa cega, deixe que ela segure seu braço. Não a empurre: pelo movimento de seu corpo, ela saberá o</p><p>que fazer;</p><p>Ao estar com ela durante a refeição, pergunte-lhe se quer auxílio para cortar a carne, o frango ou para adoçar o café, e</p><p>explique-lhe a posição dos alimentos no prato;</p><p>Ao auxiliar a pessoa cega a atravessar a rua, pergunte-lhe antes se ela necessita de ajuda e, em caso positivo, atravesse- a em</p><p>LINHA RETA, ou ela poderá perder a orientação;</p><p>Se ela estiver sozinha, IDENTIFIQUE-SE SEMPRE ao se aproximar dela. Nunca empregue brincadeiras, como: “Adivinha quem</p><p>é?”;</p><p>Ao ajudá-la a sentar-se, coloque a mão da pessoa cega sobre o braço ou encosto da cadeira e ela será capaz de sentar- se</p><p>facilmente;</p><p>Ao observar aspectos inadequados quanto à sua aparência, não tenha receio em avisá-la discretamente a respeito de sua</p><p>roupa (meias trocadas, roupas pelo avesso, zíper aberto etc.);</p><p>Ao orientá-la, dê direções do modo mais claro possível. Diga DIREITA ou ESQUERDA, de acordo com o caminho que ela</p><p>necessite. NUNCA use termos como “ali” ou “lá”;</p><p>Se conviver com uma pessoa cega, NUNCA deixe uma porta entreaberta. As portas devem estar totalmente abertas ou</p><p>fechadas. Conserve os corredores livres de obstáculos. Avise-a se a mobília for mudada de lugar;</p><p>Se você for a um lugar desconhecido para a pessoa cega, diga-lhe, muito discretamente, onde as coisas estão distribuídas no</p><p>ambiente e quais são as pessoas presentes. Se estiver em uma festa, veja se ela encontra pessoas com quem conversar, de</p><p>modo que se divirta tanto quanto você;</p><p>Ao apresentá-la a alguém, faça com que ela fique de frente para a pessoa apresentada, evitando que a pessoa cega estenda a</p><p>mão, por exemplo, para o lado contrário em que se encontra essa pessoa;</p><p>Ao conversar com uma pessoa cega, fale sempre diretamente com ela, e NUNCA por intermédio de seu companheiro. A pessoa</p><p>cega pode ouvir tão bem ou MELHOR QUE VOCÊ;</p><p>NÃO EVITE as palavras “ver” e “cego”: use-as sem receio;</p><p>Ao afastar-se da pessoa cega, AVISE-A PARA QUE ELA NÃO FIQUE FALANDO SOZINHA.</p><p>Prevenção à cegueira</p><p>A Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que entre 40 e 45 milhões de pessoas no mundo são cegas, e outros 135 milhões</p><p>sofrem limitações severas de visão. No Brasil, segundo dados do IBGE de 2010, existem aproximadamente 528 mil pessoas</p><p>incapazes de enxergar (cegos) e 6 milhões de pessoas possuem grande dificuldade permanente de enxergar (baixa visão).</p><p>Glaucoma, retinopatia diabética, atrofia do nervo ótico, retinose pigmentar e degeneração macular relacionada à idade (DMRI)</p><p>são as principais causas da cegueira na população adulta. Entre as crianças, as principais causas são glaucoma congênito,</p><p>retinopatia da prematuridade e toxoplasmose ocular congênita.</p><p>Ainda segundo a OMS, se houvesse um número maior de ações efetivas de prevenção e/ou tratamento, 80% dos casos de</p><p>cegueira poderiam ser evitados.</p><p>A importância da consulta oftalmológica</p><p>Este é o alerta da Fundação Dorina Nowill para Cegos. A avaliação oftalmológica permite a detecção de problemas visuais, o</p><p>diagnóstico e a indicação do tratamento adequado para a garantia da saúde ocular.</p><p>Para a ortoptista (especialista em tratar distúrbios visuais) Eliana Cunha Lima, a prevenção parte de uma melhoria nas condições</p><p>de vida da população que resulta em melhoria da saúde em geral, inclusive a ocular.</p><p>Para evitar a cegueira na infância, é importante, ainda, a vacinação de mulheres adultas, fundamental na prevenção de rubéola,</p><p>sarampo e toxoplasmose, que podem levar doenças congênitas à criança durante a gravidez. Já o adulto deve fazer o</p><p>acompanhamento regular de doenças metabólicas e preexistentes, como pressão alta e diabetes, que também podem causar</p><p>cegueira.</p><p>Vale lembrar que um serviço especializado na área de reabilitação, educação especial ou clínica de visão subnormal oferece, à</p><p>pessoa com deficiência visual de todas as faixas etárias, tratamento adequado às suas necessidades, proporcionando</p><p>condições para um desenvolvimento pleno, de acordo com seu potencial individual e situação social, educacional e econômica,</p><p>visando a sua inclusão social.</p><p>Cuidados com a visão na infância</p><p>Seguir corretamente o pré-natal, porque existem doenças, como rubéola, sífilis e toxoplasmose, que podem causar cegueira</p><p>ou visão subnormal no feto;</p><p>Realizar exame oftalmológico no recém-nascido sempre que for observada qualquer alteração ocular, como: olhos muito</p><p>grandes, lacrimejamento intenso, mancha branca na menina dos olhos;</p><p>Vacinar periodicamente a criança, para evitar doenças que possam causar problemas visuais, como sarampo, rubéola,</p><p>meningite, varíola etc.;</p><p>Usar medicamentos e colírios somente com indicação médica;</p><p>Deixar produtos de limpeza, objetos pontiagudos (facas, arames, tesouras), fogos de artifício e plantas tóxicas fora do alcance</p><p>das crianças;</p><p>Procurar um médico caso entrem ciscos ou fagulhas nos olhos. Não esfregar nem retirar com a ajuda de objeto caseiro;</p><p>Usar cinto de segurança no trânsito e colocar crianças no banco traseiro;</p><p>Colocar óculos de proteção, no trabalho e em casa, sempre que lidar com substâncias perigosas: inseticidas, ácidos, poeira e,</p><p>principalmente, ao trabalhar com solda;</p><p>Fazer aconselhamento genético em caso de casamento</p><p>consanguíneo.</p><p>Crianças com problemas de visão devem receber tratamento e orientação o mais precocemente possível. Para o</p><p>desenvolvimento de um trabalho adequado, procure profissionais especializados na área da deficiência visual.</p><p>O que é visão subnormal ou baixa visão?</p><p>Dizemos que uma pessoa tem visão subnormal ou baixa visão quando apresenta 30% ou menos de visão no melhor olho, após</p><p>todos os procedimentos clínicos, cirúrgicos e correção com óculos comuns.</p><p>Essas pessoas apresentam dificuldades de ver detalhes no dia a dia. Por exemplo, veem as pessoas mas não reconhecem a</p><p>feição; as crianças enxergam a lousa, porém, não identificam as palavras; no ponto de ônibus, não reconhecem os letreiros.</p><p>Empregabilidade</p><p>O termo foi criado por José Augusto Minarelli, no fim dos anos 1990. Remete à capacidade de um profissional estar empregado</p><p>e, muito mais do que isso, à capacidade de esse profissional ter a sua carreira protegida dos riscos inerentes ao mercado de</p><p>trabalho.</p><p>Atualmente, é cada vez mais comum encontrar pessoas com alguma deficiência exercendo atividades nas mais variadas áreas.</p><p>No mundo empresarial, a cada ano, fica mais fácil perceber que a presença de uma deficiência não é impedimento para</p><p>exercer muitas funções.</p><p>Não existe vaga especialmente indicada para a pessoa com deficiência. Assim como para qualquer outro candidato, o critério de</p><p>seleção baseia-se nas competências e no perfil profissional, pois é importante o potencial laboral de cada indivíduo.</p><p>O trabalho faz parte da vida, e não é diferente para pessoas com deficiência visual. Historicamente, essas pessoas sempre foram</p><p>marginalizadas, mas, recentemente, por meio do acesso ao trabalho, busca-se a diminuição da exclusão social desse grupo, o</p><p>aumento da participação política e o crescimento de sua autoestima, autonomia e independência como cidadão.</p><p>Legislação</p><p>A Lei nº 7.853/89 e o Decreto nº 3.298/99 balizam a política nacional para integração da pessoa com deficiência, criando,</p><p>assim, as principais normas de acessibilidade para essas pessoas.</p><p>A Coordenadoria Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência (Corde) é o órgão de Assessoria da Secretaria</p><p>Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República responsável pela gestão de políticas voltadas para a integração</p><p>da pessoa com deficiência, tendo, como eixo focal, a defesa de direitos e a promoção da cidadania.</p><p>convenção da ONU sobre direitos das pessoas com deficiência</p><p>A Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, adotada pela ONU em 13 de dezembro de 2006, em reunião da</p><p>Assembleia Geral, para comemorar o Dia Internacional dos Direitos Humanos, é um marco para muitos militantes da justiça e</p><p>equidade sociais e para seu público destinatário.</p><p>LEI DE ACESSIBILIDADE</p><p>O Brasil possui legislação específica sobre acessibilidade. É o Decreto-lei nº 5.296, de 2 de dezembro de 2004, também</p><p>conhecido como Lei de Acessibilidade. O documento estipula prazos e regulamenta o atendimento às necessidades específicas</p><p>de pessoas com deficiência, no que concerne a projetos de natureza arquitetônica e urbanística, de comunicação e informação,</p><p>de transporte coletivo, bem como a execução de qualquer tipo de obra com destinação pública ou coletiva.</p><p>LEI DE COTAS</p><p>A Lei nº 8.213/91, que regulamenta cotas para deficientes e pessoas com deficiência, dispõe sobre os planos de benefícios da</p><p>Previdência e dá outras providências à contratação dessas pessoas:</p><p>Art. 93 – a empresa com 100 ou mais funcionários está obrigada a preencher de dois a cinco por cento (2% a 5%) dos</p><p>seus cargos com beneficiários reabilitados, ou pessoas com deficiência, na seguinte proporção:</p><p>NORMAS TÉCNICAS – ABNT, NA NBR 9050</p><p>Há normas que norteiam a implementação das mudanças ambientais, de forma a eliminar as barreiras arquitetônicas. As normas</p><p>são estabelecidas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, segundo a NBR 9050, de setembro de 1994.</p><p>LEI DE INSENÇÃO de IPI, IOF, ICMS E IPVA para pessoas com deficiência</p><p>As pessoas com deficiência física, visual, mental severa ou profunda, ou autistas, ainda que menores de dezoito anos, poderão</p><p>adquirir, diretamente ou por intermédio de seu representante legal, com isenção do IPI, automóvel de passageiros ou veículo de</p><p>uso misto, de fabricação nacional, classificado na posição 87.03 da Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos</p><p>Industrializados (Tipi).</p><p>Para mais informações acesse o site da Receita.</p><p>LEI DO CÃO-GUIA</p><p>A Lei nº 11.126, de 27 de junho de 2005, regulamenta o direito de a pessoa com deficiência visual usuária de cão-guia ingressar</p><p>e permanecer com o animal em todos os locais públicos ou privados de uso coletivo.</p><p>ESTATUTO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA</p><p>Em vigor desde 2 de janeiro de 2016, o texto, cujo nome oficial é Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência , traz</p><p>regras e orientações para a promoção dos direitos e liberdades das pessoas com deficiência, buscando garantir inclusão social</p><p>e cidadania a esse público.</p><p>Referências</p><p>Política Nacional de Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva. Portaria nº 948, de 09 de Outubro de 2007.</p><p>Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seesp /arquivos/pdf/politica.pdf. Acesso em: 10 de agosto de 2012.</p><p>MANTOAN, Maria Tereza Eglér. Inclusão escolar: O que é? Por quê? Como fazer? São Paulo: Moderna, 2003.</p><p>MANTOAN, Maria Tereza Eglér. PRIETO, Rosângela Gavioli. ARANTES, Valéria Amorim (org). Inclusão escolar: pontos e</p><p>contrapontos. São Paulo: Summus, 2006.</p><p>MIRANDA, Therezinha Guimarães. Formação Docente Continuada: uma exigência frente à proposta da educação inclusiva. In:</p><p>MARTINS, Lúcia de Araújo Ramos et al. Práticas Inclusivas no Sistema de Ensino e em outros contextos. EDUFRN. Natal, 2008.</p><p>ISBN 978-85-7273-492-9.</p><p>OLIVEIRA. Marta Kohl. Vigotsky: aprendizado e desenvolvimento: um processo sóciohistórico. São Paulo: Scipione, 2009.</p><p>(Coleção Pensamento e ação na sala de aula)</p><p>ROMAGNOLLI, Gloria Suely Eastwood; ROSS, Paulo Ricardo. Inclusão de aluno com Baixa Visão na rede pública de ensino:</p><p>Orientação para professores. Curitiba, 2008. Disponível em:</p><p>http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/1109- 2.pdf. Acesso em: 03 de agosto de 2012.</p><p>SÁ, Elizabet Dias de ; CAMPOS, Izilda Maria de; SILVA, Myriam Beatriz Campolina. Atendimento Educacional Especializado:</p><p>Deficiência Visual. Gráfica e Editora Cromos: Brasília, 2007. Disponível em:</p><p>http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/aee_dv.pdf. Acesso em: 09 de julho de 2012.</p><p>VIGOTSKY, L.S. A formação social da mente. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1989.</p><p>http://portal.mec.gov.br/seesp</p><p>http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/1109-</p><p>http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/aee_dv.pdf</p><p>http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/aee_dv.pdf</p><p>DEFICIÊNCIA FÍSICA</p><p>Deficiência física ou deficiência motora é uma limitação do funcionamento físico-motor do ser humano. Na deficiência física</p><p>sempre há um comprometimento do sistema ósteo-articular, muscular e neurológico. As doenças ou lesões que afetam um ou</p><p>vários desses sistemas podem produzir limitações físicas de graus variáveis, segundo os segmentos corporais afetados e o</p><p>tipo de lesão ocorrida.</p><p>A deficiência física é uma complicação de uma enfermidade que leva à limitação da mobilidade e da coordenação muscular</p><p>geral, podendo também afetar a fala em diferentes graus de gravidade, a percepção espacial, o equilíbrio e o reconhecimento</p><p>do próprio corpo.</p><p>Quais são as causas da deficiência física?</p><p>As causas da deficiência física são variadas, congênitas e adquiridas; vão desde lesões neurológicas e neuromusculares até</p><p>malformações congênitas. Entre as principais causas adquiridas estão os fatores virais ou bacterianos, fatores neonatais,</p><p>fatores traumáticos (especialmente os medulares) e hidrocefalia (acúmulo de líquido no interior da caixa</p><p>craniana).</p><p>As enfermidades e condições que mais comumente levam a deficiências físicas são prematuridade, anóxia perinatal,</p><p>desnutrição materna, rubéola, toxoplasmose, trauma de parto, subnutrição, acidente vascular cerebral, aneurisma cerebral,</p><p>ferimento sobre a medula vertebral, processos infecciosos ou degenerativos, causas vasculares, traumas, malformações</p><p>congênitas e artropatias.</p><p>Saiba mais sobre "Hidrocefalia", "Aneurisma cerebral", "Acidente Vascular Cerebral", "Rubéola" e "Toxoplasmose congênita".</p><p>Quais são as principais características clínicas da deficiência física?</p><p>A pessoa com deficiência física possui dificuldades na realização de algum movimento físico ou de suas funções e, além disso,</p><p>a deficiência física pode afetar o bem-estar, o aprendizado, a vitalidade, a autoestima e a autoimagem do indivíduo.</p><p>Normalmente, os problemas ocorrem no sistema nervoso ou locomotor, levando a um mau funcionamento ou paralisia dos</p><p>braços e/ou pernas.</p><p>As deficiências físicas são classificadas em:</p><p>Em geral, o deficiente físico depende de cadeira de rodas, bengala ou muleta para se locomover, podendo, em razão disso,</p><p>apresentar baixa autoestima. Pode haver também comprometimento de sua linguagem, aprendizagem e grafismo. Por essas</p><p>razões, essas pessoas podem demandar condições especiais e assistência de outros indivíduos.</p><p>Leia sobre "Paraplegia", "Tetraplegia", "Paralisia cerebral infantil", "Ileostomia e Colostomia" e "Membro fantasma".</p><p>Como lidar com a Deficiência Física na escola?</p><p>Na escola, é primordial adequar a estrutura do prédio para receber alunos com diferentes deficiências físicas, como rampas,</p><p>elevadores, corrimãos e banheiros adaptados. Na sala de aula, pode-se utilizar recursos especiais como engrossadores de</p><p>lápis, apoios para os braços, tesouras adaptadas e quadros magnéticos.</p><p>Normalmente o deficiente físico, a menos que tenha algum dano cerebral, é capaz de aprender como as demais crianças,</p><p>embora seu tempo de aprendizagem possa ser mais demorado, em virtude das dificuldades para executar determinadas</p><p>tarefas. Alguns alunos com deficiência física podem precisar de cuidados especiais, como, por exemplo, na hora de ir ao</p><p>banheiro.</p><p>Todas as pessoas com deficiência física motora necessitam de atendimento fisioterápico e psicológico para desenvolver todas</p><p>as suas possibilidades e potencialidades.</p><p>Para os adultos, deve haver padrões ideais de acessibilidade, sobretudo em prédios e edificações públicos. Esses ambientes</p><p>(sobretudo os públicos) devem ter rampas com corrimãos e/ou elevadores, vagas reservadas para estacionamento de carros,</p><p>barras de apoio nas paredes dos banheiros, instalação de lavabos e bebedouros em altura acessível aos usuários de cadeiras</p><p>de rodas, assim como telefones públicos e banheiros de portas largas com espaço suficiente para a movimentação de cadeira</p><p>de rodas.</p><p>Para facilitar a mobilidade dos alunos nas atividades desenvolvidas em sala, pode-se utilizar tecnologias assistivas ou</p><p>aumentativas, como engrossadores de lápis, apoios para os braços, tesouras adaptadas e quadros magnéticos. Respeite o</p><p>tempo de aprendizagem desses alunos, que podem demorar mais para executar determinadas tarefas, e conte sempre com a</p><p>ajuda do Atendimento Educacional Especializado (AEE).</p><p>Alguns alunos com deficiência física podem requerer cuidados especiais na hora de ir ao banheiro, necessitando de um</p><p>acompanhante. Nos casos de hidrocefalia, é preciso que o professor observe o aparecimento de sintomas como vômitos e</p><p>dores de cabeça, que podem significar problemas com a válvula implantada na cabeça da criança para conter o acúmulo de</p><p>líquido.</p><p>DEFICIÊNCIA MÚLTIPLA</p><p>• A deficiência múltipla é a ocorrência de duas ou mais deficiências simultaneamente, sejam intelectuais, físicas, distúrbios</p><p>neurológicos, emocionais, linguagem e desenvolvimento educacional, vocacional, social e emocional, dificultando sua</p><p>autossuficiência.</p><p>• As deficiências múltiplas atrasam o desenvolvimento global da criança, dificultando sua aprendizagem e autonomia.</p><p>• Diante desse quadro, a pessoa pode já nascer ou adquirir baixa visão e deficiência física ou intelectual, cegueira e distúrbios</p><p>neurológicos, surdez e mobilidade física, entre outros, de níveis que vão de leve a severo.</p><p>• A deficiência múltipla não é o somatório dessas características.</p><p>• De acordo com a Secretaria de Educação Especial do Ministério da Educação (MEC), o que define deficiência múltipla é o</p><p>nível de desenvolvimento, as possibilidades funcionais, de comunicação, interação social e de aprendizagem que determinam</p><p>as necessidades educacionais dessas pessoas.</p><p>• Um exemplo são as pessoas que têm deficiência mental e física.</p><p>• Em termos numéricos, a presença desse tipo de deficiência na população, é menor.</p><p>Obs: No Brasil, segundo dados do IBGE, cerca de 14% da população total são pessoas com deficiência.</p><p>TIPOS DE MÚLTIPLA DEFICIÊNCIA</p><p>De acordo com alguns autores, a deficiência múltipla pode ser separada pelas seguintes dimensões:</p><p>1 → Física e psíquica:</p><p>• Associa a deficiência física à deficiência intelectual;</p><p>• Associa a deficiência física à transtornos mentais.</p><p>2 → Sensorial e psíquica:</p><p>• Engloba a deficiência auditiva associada à deficiência intelectual;</p><p>• A deficiência visual à deficiência intelectual;</p><p>• A deficiência auditiva à transtornos mentais;</p><p>• Perda visual à transtorno mental.</p><p>3 → Sensorial e física:</p><p>• Associa a deficiência auditiva à deficiência física;</p><p>• A deficiência visual à deficiência física.</p><p>4 → Física, psíquica e sensorial:</p><p>• Traz a deficiência física associada à deficiência visual e à deficiência intelectual;</p><p>• A deficiência física associada à deficiência auditiva e à deficiência intelectual;</p><p>• A deficiência física associada à deficiência auditiva e à deficiência visual.</p><p>CARACTERÍSTICAS GERAIS</p><p>• As características da deficiência dependem do nível de desenvolvimento e de alteração de cada ordem e a necessidade</p><p>especial condizente de cada pessoa.</p><p>• Algumas características gerais apresentadas são: dificuldade na abstração das rotinas diárias, nos gestos ou na</p><p>comunicação; dificuldades no reconhecimento de pessoas do seu cotidiano; movimentos corporais involuntários; respostas</p><p>mínimas a estímulos causados por barulhos, toques, entre outros.</p><p>• Dependendo da alteração e desenvolvimento de cada ordem, a pessoa (criança, jovem ou adulto) acometida por esta</p><p>deficiência poderá frequentar uma escola regular, desde que sua necessidade seja respeitada.</p><p>• As crianças com múltiplas deficiências, de maneira geral, aprendem mais lentamente e tendem a esquecer o que não</p><p>praticam.</p><p>• Além disso, possuem dificuldades em generalizar habilidades aprendidas separadamente.</p><p>• Elas precisam de instruções organizadas e sistematizadas, e também necessitam de ter alguém que possa mediar seu</p><p>contato com o meio que o rodeia.</p><p>CAUSAS</p><p>• As causas no pré-natal podem ser: eritroblastose fetal (incompatibilidade de RH), microcefalia, citomegalovírus, herpes,</p><p>sífilis, AIDS, toxoplasmose, drogas, álcool, rubéola congênita, e síndromes, como Charge, Lennox-Gastaut, etc.</p><p>• O período perinatal corresponde ao momento do nascimento ou imediatamente após.</p><p>• Entre as causas perinatais: prematuridade, falta de oxigênio, medicação ototóxica (podem danificar a audição), icterícia.</p><p>• As causas pós-natais podem ser: efeitos colaterais de tratamentos (ex: oxigenoterapia, antibioticoterapia), acidentes,</p><p>sarampo, caxumba, meningite, etc. Pode ser também acrescentadas situações ambientais causadoras de múltipla deficiência,</p><p>como acidentes e traumatismos cranianos, intoxicação química, irradiações, tumores, entre outros.</p><p>Obs: Quanto antes for fechado o diagnóstico, mais eficazes serão as medidas necessárias para minimizar as limitações.</p><p>PREVENÇÃO</p><p>Veja o que é possível fazer para prevenir a ocorrência de deficiências:</p><p>Antes de engravidar:</p><p>• Vacinar-se contra a rubéola (pode afetar o bebê em formação);</p><p>• Procurar serviço de aconselhamento genético (principalmente quando houver casos de deficiência ou casamentos</p><p>consanguíneos na família);</p><p>• Fazer exames para detectar doenças, verificar tipo sanguíneo e fator RH.</p><p>Durante a gravidez:</p><p>• Consultar um médico obstetra mensalmente;</p><p>• Fazer exames de controle;</p><p>• Somente tomar medicamentos prescritos pelo médico;</p><p>• Fazer controle de diabetes, pressão alta e infecções;</p><p>• Evitar cigarro e bebidas alcoólicas;</p><p>• Etc.</p><p>Depois do nascimento:</p><p>• Exigir que sejam feitos testes preventivos no bebê e ter cuidados adequados ao bebê, proporcionando amparo afetivo e</p><p>ambiente propício para seu desenvolvimento.</p><p>A prevenção da deficiência múltipla se divide em três grupos:</p><p>Primária:</p><p>• Se associa a programas de combate às doenças (ex: vacinações), a acidentes, ao uso de drogas e álcool, como também a</p><p>prevenção de uso de medicamentos inadequados durante a gestação.</p><p>Secundária:</p><p>• Se refere a ações que revertem os efeitos e a duração das deficiências, como dietas a crianças que nascem com</p><p>fenilcetonúria e outras enfermidades, além de tratamentos de saúde e uso de medicamentos apenas quando prescritos por</p><p>um médico.</p><p>Terciária:</p><p>• Ocorre por meio de ações que limitam as consequências das deficiências já adquiridas e melhoram o nível de funcionamento</p><p>da pessoa.</p><p>NECESSIDADES DA PESSOA COM MÚLTIPLAS DEFICIÊNCIAS</p><p>Podem ser agrupadas em três grupos:</p><p>Necessidades físicas e médicas:</p><p>A causa mais frequente de deficiência múltipla é a paralisia cerebral, que compromete a postura e mobilidade, limitando os</p><p>movimentos.</p><p>Necessidades emocionais:</p><p>Possuem necessidades de afeto, atenção, de desenvolver relações sociais e afetivas, e de estabelecer uma relação de</p><p>confiança.</p><p>Necessidades educativas:</p><p>As necessidades educativas são devido a limitações no acesso ao ambiente; a dificuldades em dirigir atenção para estímulos</p><p>relevantes, a dificuldades na interpretação da informação, etc.</p><p>DEFICIÊNCIA MÚLTIPLA E EDUCAÇÃO</p><p>• A maneira como cada deficiência afeta o aprendizado de tarefas simples e o desenvolvimento da comunicação da pessoa</p><p>varia de acordo com o grau de comprometimento propiciado pelas deficiências, associado aos estímulos que a pessoa recebeu</p><p>ao longo da vida.</p><p>• Para que haja avanço no processo de desenvolvimento em crianças com múltiplas deficiências é necessário o</p><p>compartilhamento de atendimento multidisciplinar, em que estão incluídas ações integradas entre educação, saúde e família.</p><p>• O professor deve estar atento às limitações do aluno e, dentro das propostas de educação inclusiva, deve preparar um</p><p>conteúdo adaptado às necessidades de cada criança para garantir sua participação em todas as atividades desenvolvidas.</p><p>• De acordo com o referencial curricular nacional para a educação infantil, publicado em 2008 pelo MEC, a educação, nesse</p><p>contexto, tem as funções de cuidar e educar.</p><p>• No caso das crianças com deficiência múltipla, que podem apresentar diferentes limitações, o desenvolvimento delas deve</p><p>partir do conjunto de ações de reabilitação e inclusivas no âmbito social e educacional.</p><p>• As diretrizes nacionais para educação especial na educação básica se baseiam na premissa que todas as crianças são</p><p>capazes de aprender, não importando o grau de severidade da deficiência.</p><p>• Quando as crianças com deficiência são incluídas desde cedo em programas de creche e pré-escola que tenham por objetivo</p><p>o desenvolvimento integral, o acesso à informação e ao conhecimento historicamente acumulado, dividindo essa tarefa com</p><p>os pais e serviços da comunidade.</p><p>• A inclusão requer algumas modificações, tanto de atitude quanto de estrutura dos centros de educação infantil, como:</p><p>flexibilidade, tolerância, compreensão do comportamento e das necessidades emocionais, provisão de currículo adaptado às</p><p>necessidades específicas, mobiliário adaptado para execução de atividades, adaptação de jogos pedagógicos, materiais</p><p>específicos e recursos tecnológicos que favoreçam a interação, a comunicação e a aprendizagem.</p><p>• É preciso um trabalho transdisciplinar entre o professor do ensino regular, o professor especializado de apoio, a família e a</p><p>equipe de suporte (fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional, fisioterapeuta, psicólogo, etc.) para avaliar as necessidades</p><p>específicas e sugerir adaptações e recursos que facilitem o processo de comunicação e aprendizagem da criança.</p><p>TECNOLOGIAS ASSISTIVAS – TRABALHANDO COM NECESSIDADES MÚLTIPLAS</p><p>• Para trabalhar com pessoas com múltiplas deficiências é preciso buscar atividades funcionais que favoreçam o</p><p>desenvolvimento da comunicação e das interações sociais, levando em conta as potencialidades da pessoa.</p><p>• As tecnologias assistivas permitem a criação de alternativas que possibilitam ao aluno com deficiência fazer parte do</p><p>processo de ensino-aprendizagem.</p><p>• A Tecnologia Assistiva (TA) é a área do conhecimento (de caráter interdisciplinar) que engloba produtos, recursos,</p><p>metodologias, estratégias, práticas e serviços que objetivam promover a funcionalidade, relacionada à atividade e</p><p>participação de pessoas com deficiência, incapacidade ou mobilidade reduzida, visando sua autonomia, independência,</p><p>qualidade de vida e inclusão social.</p><p>• A TA está presente em situações quem que há necessidade de comunicação alternativa e ampliada; adaptações de acesso</p><p>ao computador; equipamentos de auxílio para visão e audição; controle do meio ambiente (por exemplo, adaptações como</p><p>controles remotos para acender a apagar luzes); adaptações de jogos e brincadeiras; adaptações da postura sentada;</p><p>mobilidade alternativa; entre outros.</p><p>Obs: A Tecnologia Assistiva pode ir desde uma fita crepe para prender o papel à mesa, até um software leitor de tela para</p><p>acesso ao computador. Em resumo, é um conjunto de equipamentos, serviços, estratégias e práticas concebidas e aplicadas</p><p>para atenuar os problemas encontrados por pessoas com deficiências.</p><p>TRANSTORNOS GLOBAIS DO DESENVOLVIMENTO (TGD)</p><p>Conheça os distúrbios das interações sociais recíprocas, que costumam se manifestar nos primeiros cinco anos de vida</p><p>Os Transtornos Globais do Desenvolvimento (TGD) são distúrbios nas interações sociais recíprocas que costumam manifestar-</p><p>se nos primeiros cinco anos de vida. Caracterizam-se pelos padrões de comunicação estereotipados e repetitivos, assim como</p><p>pelo estreitamento nos interesses e nas atividades.</p><p>Os TGD englobam os diferentes transtornos do espectro autista:</p><p>• Psicoses infantis</p><p>• Síndrome de Asperger</p><p>• Síndrome de Kanner</p><p>• Síndrome de Rett</p><p>Com relação à interação social, crianças com TGD apresentam dificuldades em iniciar e manter uma conversa. Algumas</p><p>evitam o contato visual e demonstram aversão ao toque do outro, mantendo-se isoladas. Podem estabelecer contato por</p><p>meio de comportamentos não-verbais e, ao brincar, preferem ater-se a objetos no lugar de movimentar-se junto das demais</p><p>crianças. Ações repetitivas são bastante comuns.</p><p>Os Transtornos Globais do Desenvolvimento também causam variações na atenção, na concentração e, eventualmente, na</p><p>coordenação motora. Mudanças de humor sem causa aparente e acessos de agressividade são comuns em alguns casos. As</p><p>crianças apresentam seus interesses de maneira diferenciada e podem fixar sua atenção em uma só atividade, como observar</p><p>determinados objetos, por exemplo.</p><p>Com relação à comunicação verbal, essas crianças podem repetir as falas dos outros - fenômeno conhecido como ecolalia -</p><p>ou, ainda, comunicar-se por meio de gestos ou com uma entonação mecânica, fazendo uso de jargões.</p><p>COMO LIDAR COM O TGD NA ESCOLA?</p><p>Crianças com transtornos de desenvolvimento apresentam diferenças</p><p>e merecem atenção com relação às áreas de interação</p><p>social, comunicação e comportamento. Na escola, mesmo com tempos diferentes de aprendizagem, esses alunos devem ser</p><p>incluídos em classes com os pares da mesma faixa etária.</p><p>Estabelecer rotinas em grupo e ajudar o aluno a incorporar regras de convívio social são atitudes de extrema importância</p><p>para garantir o desenvolvimento na escola. Boa parte dessas crianças precisa de ajuda na aprendizagem da autorregulação.</p><p>Apresentar as atividades do currículo visualmente é outra ação que ajuda no processo de aprendizagem desses alunos. Faça</p><p>ajustes nas atividades sempre que necessário e conte com a ajuda do profissional responsável pelo Atendimento Educacional</p><p>Especializado (AEE). Também cabe ao professor identificar as potências dos alunos. Invista em ações positivas, estimule a</p><p>autonomia e faça o possível para conquistar a confiança da criança. Os alunos com TGD costumam procurar pessoas que</p><p>sirvam como 'porto seguro' e encontrar essas pessoas na escola é fundamental para o desenvolvimento.</p>