Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Neurofisiologia/UFES/Prof. Élio Waichert Jr 1 RECEPTORES SENSORIAIS Elio Waichert Júnior • Um dos principais desafios do organismo é adaptar-se continuamente ao ambiente em que vive • A organização de tais respostas exige um fluxo de informação que se inicia no interior do próprio organismo, ou no ambiente que o circunda • O conjunto constituído pelos: Sistema Sensorial Sensores para Informação Vias de trafego Circuito Neural de Processamento Sistema Sensorial Neurofisiologia/UFES/Prof. Élio Waichert Jr 2 Sistema Sensorial • Principais atributos da sensação: Modalidade de sensação: Existem diferentes formas de energia - luminosa, mecânica, térmica e química são transformadas pelo sistema nervoso central em Sensações ou modalidades de sensações Visão, audição, tato, gustação e olfação Assim, a modalidade seria uma propriedade da fibra nervosa sensorial, e cada fibra é ativada por um estímulo específico Sistema Sensorial � Principais atributos da sensação: Intensidade: Depende da força do estímulo. A intensidade mais baixa do estímulo que pode ser detectado é chamado de limiar sensorial Os limiares sensoriais podem ser influenciados pelo experiência, pela fadiga ou pelo contexto ambiental Duração: é função tanto da duração como da força de estímulo Se um estímulo persiste por um longo tempo, a intensidade da sensação diminui Adaptação Neurofisiologia/UFES/Prof. Élio Waichert Jr 3 � Principais atributos da sensação: Localização: A capacidade de localizar a fonte de estimulação depende da capacidade de distinguir entre estímulos próximos de si. Esta capacidade pode ser quantificada determinando-se a distância mínima detectável entre dois estímulos Limiar de dois pontos Neurofisiologia/UFES/Prof. Élio Waichert Jr 4 Sistema Sensorial � Propriedades comuns das sensações: Modalidade Intensidade Atributos dos estímulos Duração físicos Localização no espaço Receptores Sensoriais A entrada ao sistema nervoso é feita pelos receptores sensoriais Luz Tato Som Dor CalorFrio Elucidar os mecanismos básicos pelos quais estes receptores transformam estímulos Sensoriais em nervosos Objetivo Neurofisiologia/UFES/Prof. Élio Waichert Jr 5 TIPOS DE RECEPTORES SENSORIAIS Há 5 tipos de receptores sensoriais: Mecanorreceptores Alterações mecânicas Termorreceptores Alterações de temperatura Nocioceptores Lesões teciduais Eletromagnéticos Detectam Luz Quimiorreceptores Alterações gasométricas, gosto, cheiros Neurofisiologia/UFES/Prof. Élio Waichert Jr 6 SENSIBILIDADE DIFERENCIAL DOS RECEPTORES Como é que 2 tipos de receptores sensoriais detectam tipos diferentes de estímulos sensoriais? SENSIBILIDADE DIFERENCIAL Cada receptor é altamente sensível ao seu tipo de estímulo, e quase insensível a outros estímulos Cones e bastonetes Temperatura e pressão ocular Osmorreceptores Resposta ao som Receptores de tato e pressão Estímulo suficiente para causar lesão Neurofisiologia/UFES/Prof. Élio Waichert Jr 7 PRINCÍPIO DA LINHA ROTULADA • Dor • Tato • Pressão • Visão • Frio • Calor • Som Modalidade de sensação As fibras nervosas transmitem apenas impulsos Como é que diferentes fibras nervosas transmitem diferentes modalidades de sensações? Cada trato nervoso termina em um ponto específico no sistema nervoso central Neurofisiologia/UFES/Prof. Élio Waichert Jr 8 TRANSDUÇÃO DOS ESTÍMULOS SENSORIAIS EM IMPULSOS NERVOSOS Qualquer que seja o receptor ou o estímulo, seu efeito imediato é alterar o potencial da membrana do receptor Neurofisiologia/UFES/Prof. Élio Waichert Jr 9 Transdução Sensorial e Potencias Receptores Receptor Sensorial Energia Física Energia eletroquímica Descarga Neural Potencial receptor ou gerador: Hiperpolarização Despolarização Codificação neuronal: sinal neural local evoca PA Canais iônicos MECANISMOS DOS POTENCIAIS RECEPTORES Deformação mecânica do receptor Neurofisiologia/UFES/Prof. Élio Waichert Jr 10 Aplicação de uma substância química Alteração de temperatura da membrana Efeitos da radiação eletromagnética Neurofisiologia/UFES/Prof. Élio Waichert Jr 11 AMPLITUDE DO POTENCIAL DO RECEPTOR A amplitude máxima da maioria dos potenciais de ação é de 100 mv Valor relativo quando há permeabilidade máxima aos íons sódios Exemplo ilustrativo da função do receptor Corpúsculo de Pacini Fibra nervosa central Camadas capsulares Neurofisiologia/UFES/Prof. Élio Waichert Jr 12 Nodo de Ranvier + + + + + + +++ + + + + + + + + + + + + + + +- - - - - - - - + + + + + + + + Área deformada Potencial Receptor Potencial de ação Compressão RELAÇÃO ENTRE INTENSIDADE E ESTÍMULO Receptor sensível a fraca intensidade e não alcança facilmente a experiência Sensorial máxima Neurofisiologia/UFES/Prof. Élio Waichert Jr 13 ADAPTAÇÃO DOS RECEPTORES Características comuns a todos os receptores sensoriais parcial completamente Ocorre uma resposta de alta intensidade com grandes potenciais de ação Logo após com uma freqüência progressivamente mais lenta Pode ocorrer ausência de resposta Neurofisiologia/UFES/Prof. Élio Waichert Jr 14 Alguns receptores se adaptam em maior extensão que outros Pacini Extinção em centésimos de segundos Base dos pelos Extinção em 1 segundo Alguns levam horas ou até dias Barorreceptores Que podem demorar até 2 dias para se adaptarem Quimiorreceptores e Nocioceptores não se adaptam Neurofisiologia/UFES/Prof. Élio Waichert Jr 15 MECANISMOS DE ADAPTAÇÃO DOS RECEPTORES É uma propriedade individual de cada receptor No caso dos receptores mecânicos, ocorre dois tipos: Neurofisiologia/UFES/Prof. Élio Waichert Jr 16 Acomodação: Ocorre na própria fibra nervosa Com a retirada da cápsula do corpúsculo, se o estímulo persistir na fibra, ela se acomoda Resulta da inativação dos canais de sódio Pois são voltagem dependentes RECEPTORES “TÔNICOS” São receptores que se adaptam lentamente Transmitem para o cérebro enquanto o estímulo persistir Fusos neuromusculares Aparelho tendinoso de golgi Receptores de Dor Barorreceptores Neurofisiologia/UFES/Prof. Élio Waichert Jr 17 Pelo fato de esses receptores poderem transmitir informações durante horas para o cérebro, são chamados de receptores “Tônicos” Como o sistema fisiológico é continuamente variável, eles dificilmente se adaptam RECEPTORES FÁSICOS Não podem ser usados para transmitir sinais contínuos ao cérebro Pois são estimulados apenas quando muda a força do estímulo Reagem intensamente quando ocorre uma mudança O número de impulsos transmitidos é relacionado com a velocidade na qual ocorre a mudança PACINI Importantes para informar sobre deformações rápidas, mas inútil para informações sobre Condições constantes no corpo Neurofisiologia/UFES/Prof. Élio Waichert Jr 18 Importância dos receptores Fásicos Se for conhecida a velocidade na qual alguma alteração está ocorrendo, pode-se prever o estado do corpo alguns segundos mais tarde Receptores dos canais semi-circulares Detectam a velocidade na qual a cabeça gira Permite ajustes das pernas antes do tempo para não perder o equilíbrio Durante a corrida, as informações destes receptores permite que o sistema nervoso preveja Onde estarão os pés durante qualquer fração de segundos A perda desta função torna impossível a corrida FIBRAS NERVOSAS Se as informações não chegarem rapidamente ao SNC elas serão inúteis Informação ao cérebro a cada fração de segundo onde estão as pernas durante a corrida Algumas informações não precisam ser transmitidas tão rapidamente Dor profunda Existem fibras nervosas de todos os tamanhos entre 0,2 e 20 µm Quanto maior o diâmetro, maior a velocidade de condução 0,5 a 120 m/s Neurofisiologia/UFES/Prof. Élio Waichert Jr 19 TIPOS DE FIBRAS NERVOSAS E SUA CLASSIFICAÇÃO: • Fibras nervosas mielinizadas • Fibras nervosas não mielinizadas FIBRAS NERVOSAS MIELINIZADAS Neurofisiologia/UFES/Prof.Élio Waichert Jr 20 AXÔNIO MIELINIZADO Mielina.exe Classificação Das Fibras Nervosas Neurofisiologia/UFES/Prof. Élio Waichert Jr 21 Classificação Das Fibras Nervosas Neurofisiologia/UFES/Prof. Élio Waichert Jr 22 TRANSMISSÃO DE SINAIS DE DIFERENTES INTENSIDADES Cada sinal transmitido tem como característica sua intensidade Tal Gradação de intensidade pode ser transmitindo usando número crescente de fibras ou mandando mais impulsos através de uma única fibra A isso chamamos: SOMAÇÃO ESPACIAL SOMAÇÃO TEMPORAL SOMAÇÃO ESPACIAL Neurofisiologia/UFES/Prof. Élio Waichert Jr 23 Campo receptivo pequeno Campo receptivo grande Campo receptivo Neurônio de primeira ordem Neurônio de segunda ordem Neurofisiologia/UFES/Prof. Élio Waichert Jr 24 SOMAÇÃO TEMPORAL REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS • Tratado de Fisiologia Médica – Guyton e Hall 10º edição • Fisiologia – Margarida Mello Ayres 2ª edição • Fisiologia – Berne e Levy 4ª edição • Fundamentos da Neurociências e Comportamento – Kandel Neurofisiologia/UFES/Prof. Élio Waichert Jr 25 Dor e Analgesia Dor � A dor é um mecanismo de proteção do corpo; ocorre sempre que qualquer tecido estiver sendo lesado e faz com que reaja para promover o estímulo doloroso. � Tipos de dor e suas características - DOR RÁPIDA E DOR LENTA. Neurofisiologia/UFES/Prof. Élio Waichert Jr 26 Tipos de dor e suas características � Tipos de dor: a dor rápida e a dor lenta � Dor rápida → sentida cerca de 0.1s depois que o estímulo doloroso é aplicado. - dor em pontada - dor em alfinetada - dor aguda - dor elétrica - Este tipo de dor é sentida quando uma agulha é enfiada na pele, quando a pele é cortada com uma faca, ou quando a pele sofre uma queimadura aguda. - Não é sentida na maioria dos tecidos mais profundos do corpo Tipos de dor e suas características � Dor lenta → começa apenas após 1s ou mais e, depois, aumenta lentamente durante muitos segundos e, às vezes, até minutos. - dor em queimação lenta - dor surda - dor latejante - dor nauseante - dor crônica - Este tipo de dor está associado à destruição dos tecidos - Pode levar sofrimento insuportável, prolongado. - Pode ocorrer tanto na pele quanto em qualquer tecido ou órgão profundo. Neurofisiologia/UFES/Prof. Élio Waichert Jr 27 Receptores e estímulos da dor � São terminações nervosas livres (pele e outros órgãos) � Estão espalhados nas camadas superficiais da pele, bem como em certos tecidos internos como tecido ósseo, parede arteriais, articulações, etc. � Estímulos capazes de estimularem os receptores da dor: - Mecânicos - Térmicos - Químicos Em geral a dor rápida é provocada pelos tipos de estímulos mecânicos e térmicos, enquanto a dor lenta pode ser provocada pelos três. Receptores e estímulos da dor � Substancias químicas capazes de estimular os receptores da dor: - Bradicinina - Serotonina (5-hidróxitriptamina) - Histamina - Íons potássio (K+) - Ácidos - Acetilcolina - Enzimas proteolíticas - Outras substancias que não estimulam diretamente mais aumentam o estímulo: Prostaglandinas e Substancia P Neurofisiologia/UFES/Prof. Élio Waichert Jr 28 Receptores e estímulos da dor � Natureza inadaptável dos receptores da dor → ao contrário de muitos outros tipos de receptores, os receptores da dor não se adaptam, ao contrário, muitas vezes até aumentam a sensibilidade ao estímulo. Transmissão do estímulo doloroso para o SNC � Apesar dos receptores da dor serem terminações nervosas livres, essas terminações apresentam duas vias diferentes para transmitir o estímulo para o SNC. - Uma via para a dor rápida e uma outra via para a dor lenta. � Fibras periféricas da dor - fibras rápidas e lentas - Fibras rápidas (tipo Aδ) - velocidade 6 - 30 m/s - Fibras lentas (tipo C) - velocidade 0.5 - 2 m/s Neurofisiologia/UFES/Prof. Élio Waichert Jr 29 Transmissão do estímulo doloroso para o SNC � Devido a esse duplo sistema de transmissão, o início súbito de um estímulo doloroso freqüentemente dá uma dupla sensação de dor. - Uma dor rápida e aguda que é transmitida para o cérebro pelas fibras Aδ (rápidas). - Uma dor lenta (1 s após a dor rápida) que é transmitida pelas fibras C (lentas). - A dor aguda informa a pessoa rapidamente e faz a pessoa reagir de maneira imediata. - A dor lenta tende a ser cada vez mais intensa e dá a pessoa o sofrimento intolerável da dor prolongada. VIIIXI VII VI V IV III II I Aδ Fibras rápidas da dor aguda Fibras lentas da dor crônica C Nervo espinhal Neurofisiologia/UFES/Prof. Élio Waichert Jr 30 Transmissão do estímulo doloroso para o SNC � Neurotransmissores liberados nas terminações das fibras transmissoras do estímulo doloroso: - Fibras rápidas → Glutamato - Fibras lentas → Glutamato e Substancia P GluGlu Glu Glu Fibra pré-ganglionar Membrana da célula pós-sinápica Ca2+ Ca2+ Ca2+ Ca2+Ca 2+ Na + Na+ Na+ Na+ Ca2+ Ca2+ Na+ Transmissão sináptica Glutamatérgica Neurofisiologia/UFES/Prof. Élio Waichert Jr 31 Sistema se supressão da dor (analgesia) no cérebro e na medula espinhal. � O grau que uma pessoa reage a dor é muito variável. Isto resulta, em parte, da capacidade do próprio cérebro em suprimir a entrada de sinais da dor, chamado de sistema de analgesia. � Composição do sistema de analgesia Neurofisiologia/UFES/Prof. Élio Waichert Jr 32 Ponte Mesencéfalo Bulbo Neurônios serotoninérgicos Núcleos Periventriculares Substância cinzenta periaquidutal Terceiro ventrículo Neurônios encefalinérgicos Núcleo magno da rafe VIIIXI VII VI V IV III II I Aδ Fibras rápidas da dor aguda Fibras lentas da dor crônica C Nervo espinhal Neurofisiologia/UFES/Prof. Élio Waichert Jr 33 - + Célula transmissora da dor Neurônio com Glutamato ou Substância P Para o SNC Neurônio que secreta encefalinas Neurônio que secreta encefalinas Neurônio que secreta Serotonina Fibra Aδ ou C - + Célula transmissora da dor Neurônio com Glutamato ou Substância P Para o SNC Neurônio que secreta encefalinas Fibra Aδ ou C Ca2+ Ca2+ G GG G G G G Na+ Na+ Ca2+ En En En En En En En Neurofisiologia/UFES/Prof. Élio Waichert Jr 34 - + Célula transmissora da dor Neurônio com Glutamato ou Substância P Para o SNC Neurônio que secreta encefalinas Fibra Aδ ou C Ca2+ Ca2+ G GG G G G Na+ Na+ Ca2+ En En En En En EnEn En Sistema opióide do cérebro - as endorfinas e encefalinas Histórico � Injeção de morfina no SNC (núcleo periventricular) → causava um grau acentuado de analgesia (experimentos realizados há algumas décadas atrás) � Em estudos posteriores, foi visto que agentes semelhantes à morfina, sobretudo os opióides, atuam ainda em muitos outros pontos do sistema de analgesia, inclusiva na medula espinhal � Como a maioria dos fármacos que alteram a excitabilidade dos neurônios agem sobre receptores sinápticos, presumiu-se que os “receptores da morfina” do sistema de analgesia teriam que ser na realidade receptores de algum neurotransmissor semelhantes à morfina e que fosse secretado naturalmente pelo cérebro. Neurofisiologia/UFES/Prof. Élio Waichert Jr 35 Sistema opióide do cérebro - as endorfinas e encefalinas Histórico � Desenvolveu-se muitas pesquisas para tentar identificar esse transmissor semelhante à morfina � Atualmente foram encontradas 12 dessas substancias em diferentes pontos do SNC. � Entre as mais importantes estão: β-endorfina (hipotálamo e hipófise), metencefalina e leuencefalina (tronco cerebral e medula) e dinorfina (tronco cerebral e medula). � Múltiplas áreas do cérebro contém receptores de opiáceos, especialmente no sistema de analgesia. Neurofisiologia/UFES/Prof. Élio Waichert Jr 36 FIM
Compartilhar