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ANÁLISE E AVALIAÇÃO DE 
IMPACTOS AMBIENTAIS
2
João Vitor Rodrigues de Souza
Londrina
Editora e Distribuidora Educacional S.A. 
2023
ANÁLISE E AVALIAÇÃO DE IMPACTOS 
AMBIENTAIS
1ª edição
3
2023
Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Avenida Paris, 675 – Parque Residencial João Piza
CEP: 86041-100 — Londrina — PR
Homepage: https://www.cogna.com.br/
Diretora Sr. de Pós-graduação & OPM 
Silvia Rodrigues Cima Bizatto
Conselho Acadêmico
Alessandra Cristina Fahl
Ana Carolina Gulelmo Staut
Camila Braga de Oliveira Higa
Camila Turchetti Bacan Gabiatti
Giani Vendramel de Oliveira
Gislaine Denisale Ferreira
Henrique Salustiano Silva
Mariana Gerardi Mello
Nirse Ruscheinsky Breternitz
Priscila Pereira Silva
Coordenador
Nirse Ruscheinsky Breternitz
Revisor
Ana Beatriz Ulhoa Cobalchini
Editorial
Beatriz Meloni Montefusco
Carolina Yaly
Márcia Regina Silva
Paola Andressa Machado Leal
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)_____________________________________________________________________________ 
Souza, João Vitor Rodrigues de
Análise e avaliação de impactos ambientais/ João Vitor 
Rodrigues de Souza. – Londrina: Editora e Distribuidora 
Educacional S.A., 2023.
33 p.
ISBN 978-65-5903-493-2
1. Estudo de impacto ambiental. 2. EIA. 3. Licenças 
ambientais. I. Título. 
CDD 363.7
_____________________________________________________________________________ 
Raquel Torres – CRB 8/10534
S729a 
© 2023 por Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou 
transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo 
fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de 
informação, sem prévia autorização, por escrito, da Editora e Distribuidora Educacional S.A.
4
SUMÁRIO
Apresentação da disciplina __________________________________ 05
Introdução a Avaliação de Impacto Ambiental _______________ 06
Estudos, objetivos e etapas do AIA ___________________________ 17
Metodologias de AIA _________________________________________ 28
AIA e Licenciamento Ambiental ______________________________ 37
ANÁLISE E AVALIAÇÃO DE IMPACTOS 
AMBIENTAIS
5
Apresentação da disciplina
Olá, estudante! Bem-vindo à disciplina Análise e Avaliação de Impactos 
Ambientais, que trata de um tema de grande relevância no panorama 
global atual.
Nesta apresentação, mergulharemos no cerne deste assunto, 
compreenderemos seu significado e exploraremos por que é um campo 
de estudo crucial para o seu crescimento acadêmico e profissional.
Os impactos ambientais abrangem os efeitos das atividades humanas 
no mundo natural, incluindo ecossistemas, biodiversidade, qualidade do 
ar e da água e clima. Analisar e avaliar estes impactos é essencial para 
mitigar os danos e promover práticas sustentáveis.
Independentemente da sua carreira – seja você engenheiro, arquiteto, 
biólogo, planejador urbano ou legislador –, o conhecimento de análise 
e avaliação de impacto ambiental é altamente relevante. Ele aprimora 
seu kit de ferramentas profissional, tornando-o mais adaptável e valioso 
em um mundo cada vez mais focado na sustentabilidade. Este assunto 
prepara você para impulsionar mudanças positivas em seu setor, 
contribuir para projetos ecologicamente corretos e enfrentar desafios 
ambientais.
Concluindo, o estudo da análise e avaliação de impacto ambiental não 
é apenas uma atividade acadêmica: é um caminho para um futuro 
mais brilhante e mais sustentável. Convidamos você a explorar mais 
este assunto, pois tem o potencial de moldar a sua vida profissional e 
capacitá-lo a ser um promotor de um planeta mais saudável.
6
Introdução a Avaliação de 
Impacto Ambiental
Autoria: João Vitor Rodrigues de Souza
Leitura crítica: Ana Beatriz Ulhoa Cobalchini
Objetivos
• Explorar a evolução histórica da AIA e compreender 
o seu conceito fundamental.
• Analisar os fatores que levaram à introdução da AIA 
no contexto brasileiro.
• Examinar os mecanismos legislativos e regulatórios 
que regem a implementação da AIA no Brasil.
7
1. Difusão internacional
Ao longo da década de 1960, a crescente consciência ecológica deu 
origem a grupos que começaram a pressionar os governos para 
resolver e prevenir problemas. A busca por meios que permitissem a 
incorporação de fatores ambientais na tomada de decisões resultou 
na formulação de políticas e de uma série de instrumentos para a sua 
execução. Isso conduziu a uma reorganização administrativa e uma 
reforma institucional, incentivos econômicos para controle da poluição 
e sistemas de gestão ambiental, e canais para a participação do público 
também foram estabelecidos (Sánchez, 2013).
Este processo foi iniciado nos Estados Unidos da América depois que 
o Congresso aprovou o Lei de Política Ambiental Nacional (NEPA) em 
1969, que entrou em vigor em 1970. Em 1973, a Comunidade Europeia 
instituiu o Programa Ambiental Programa de Ação, e desde então a 
avaliação do impacto ambiental (AIA) tem sido o principal instrumento 
político para prevenir danos ambientais (Sánchez, 2013). Depois de 
1975, várias organizações internacionais começaram a introduzir a 
AIA em seus programas, uma política posteriormente adotada pelo 
financiamento internacional e agências por causa da pressão científica 
e pública dos países do primeiro mundo. Esta pressão deveu-se grande 
parte a um sentimento de culpa pelos países em desenvolvimento, 
cuja parcela dos problemas ambientais resultaram de projetos 
multinacionais financiados pelos países desenvolvidos (Sánchez, 2013).
A posição do governo brasileiro foi contrária a essa tendência 
internacional. A ideologia do rápido crescimento econômico atingiu 
o seu apogeu durante a década de 1970. Naquela época, o governo 
brasileiro publicou anúncios em jornais e revistas dos países 
desenvolvidos, a fim de atrair indústrias poluentes para o Brasil, 
onde não teriam que investir em medidas antipoluição para seus 
equipamentos (Davis, 2016). Na Conferência Ambiental Internacional 
8
em Estocolmo, em 1972, a delegação brasileira argumentou que, no 
cenário internacional, a preocupação com a defesa ambiental escondia 
os interesses imperialistas e era destinado a impedir o desenvolvimento 
dos países mais pobres.
Ainda em 1972, apenas alguns meses após a conferência da ONU, os 
líderes da União Europeia declararam que o objetivo de expansão 
econômica deveria ser equilibrado com a necessidade de proteger 
o meio ambiente. No ano seguinte, o bloco econômico elaborou 
seu primeiro programa de ação ambiental, e desde então os países 
europeus têm estado na vanguarda da formulação de políticas 
ambientais.
No caso da Alemanha, por exemplo, as atitudes do público em relação 
à proteção ambiental mudaram drasticamente no início da década de 
1980, quando se soube que muitas florestas alemãs estavam sendo 
destruídas pela chuva ácida. O Partido Verde alemão, fundado em 
1980, ganhou representação no Bundestag (parlamento nacional) 
pela primeira vez em 1983, e desde então tem feito campanha por 
regulamentações ambientais mais rígidas. No final do século XX, o 
partido se juntou a um governo de coalizão e foi responsável pelo 
desenvolvimento e implementação de extensas políticas ambientais da 
Alemanha. Como grupo, Alemanha, Holanda e Dinamarca – a chamada 
“trinca verde” – estabeleceram-se como líderes inovadores em direito 
ambiental (Simi, 2017).
Durante a década de 1980, acidentes envolvendo poluição ambiental 
em países estimularam negociações de várias convenções ambientais 
internacionais. Os efeitos do acidente de 1986 na usina nuclear 
de Chernobyl, na Ucrânia – ainda parte da antiga União Soviética – 
foram especialmente significativos. Um ano depois, o Brasil também 
testemunhou um acidente ambiental: o caso Césio 137.
9
O acidente de contaminação radioativa ocorreu em 13 de setembro de 
1987, em Goiânia – GO, após uma fonte de radioterapiaesquecida ter 
sido roubada de um hospital abandonado na cidade. Posteriormente, foi 
manuseado indevidamente por muitas pessoas, resultando em quatro 
mortes. Cerca de 112 mil pessoas acabaram sendo expostas à radiação, 
das quais 249 foram contaminadas (Rincão; Trigueiro, 2018).
Durante esta década, o Brasil também se viu diante de importantes 
avanços na esfera de direito ambiental. Considerando a hierarquia 
legal, e não a ordem de promulgação, a Constituição Federal de 1988 
concedeu proteção especial inédita ao meio ambiente, que foi declarada 
como um direito fundamental (Brasil, 1988). O Art. 225 prevê que:
Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem 
de uso comum e essencial à sadia qualidade de vida, cabendo ao Poder 
Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as 
presentes e futuras gerações (Brasil, 1988, [s. p.]).
Isso implica que todos os indivíduos têm não apenas o direito de se 
beneficiar de um meio ambiente equilibrado, mas também o dever 
de protegê-lo e mantê-lo para a posteridade. Daí resulta um direito 
e um dever do Estado, de proteger e preservar o meio ambiente no 
desenvolvimento de suas funções executivas, legislativas e judiciárias.
Muitas foram as consequências para o ordenamento jurídico pátrio 
de atribuir ao meio ambiente a característica de direito humano 
fundamental, dentre as quais se destacam a aplicabilidade direta desse 
direito e o estabelecimento de um princípio de priorização do meio 
ambiente sobre os demais bens.
Meio ambiente é entendido aqui em sua definição ampla como “o 
conjunto de condições, leis, influências e interações da física, química e 
biologia que permite, abriga e estimula a vida em todas as suas formas” 
(Brasil, 1981, [s. p.]) e é reconhecido como um bem jurídico protegido 
autônomo.
10
Assim, a introdução da AIA no país foi atribuída às demandas das 
agências financeiras internacionais, que surgiram principalmente depois 
que planos de desenvolvimento adversos ganharam a atenção mundial, 
especialmente hidrelétricas na Amazônia e a expansão da Companhia 
Siderúrgica Paulista, em São Paulo (Rincão; Trigueiro, 2018). Você, 
estudante, já conhecia essas informações, sabia desses acontecimentos 
históricos?
2. A AIA como ferramenta da Política de Meio 
Ambiente
Embora houvesse alguma regulamentação para a exploração de 
recursos naturais no Brasil desde século XVIII, e que o estado do Rio de 
Janeiro apresentasse alguma regulamentação para a uso da avaliação 
de impacto ambiental (AIA) desde 1977 (Sánchez, 2013), o grande marco 
legal da proteção ambiental no país foi definido com a promulgação da 
Lei de Política Nacional para o Meio Ambiente em 1981 (Brasil, 1981).
Com o objetivo de compartilhar a responsabilidade de gestão ambiental 
entre esses entes federativos, a PNMA estabeleceu um conjunto de 
princípios e instrumentos para a gestão ambiental no país, entre eles, o 
estudo de impacto ambiental e o licenciamento ambiental (Brasil, 1981).
Esta política foi detalhada apenas em 1986, com a Resolução Conama 
n. 1 (Conama, 1986). Esta resolução estabelece a exigência de EIA para 
atividades consideradas de impacto significativo para o meio ambiente, 
apresentando uma lista de atividades sujeitas a EIA. Com base nessa 
lista, os órgãos ambientais fazem a triagem dos projetos que devem ser 
submetidos a esse rito de licenciamento.
Conforme mencionado no parágrafo anterior, a Resolução Conama 
n. 1/1986 (Conama, 1986) estabeleceu os componentes básicos do 
11
sistema brasileiro de EIA, após longas negociações entre organizações 
ambientais e outros setores governamentais (Rincão; Trigueiro, 2018).
Logo no Art.1º, a resolução trouxe a definição de impacto ambiental, que 
se aplica a:
Qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do 
meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia 
resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam: 
I–a saúde, a segurança e o bem-estar da população; II–as atividades sociais 
e econômicas; III–a biota; IV–as condições estéticas e sanitárias do meio 
ambiente; V–a qualidade dos recursos ambientais (Conama, 1986, p. 636).
Esta resolução estabelece a demanda da avaliação de impacto ambiental 
para atividades consideradas com impacto negativo significativo para 
o meio ambiente, apresentando uma lista de atividades sujeitas a um 
estudo de impacto ambiental (EIA). Com base nessa lista, os órgãos 
ambientais selecionam os projetos que devem ser submetidos a um rito 
de licenciamento ambiental.
No artigo 2º desta resolução, as atividades modificadoras do ambiente 
foram definidas como normas e critérios para a elaboração de um 
relatório de impacto ambiental declaração, posteriormente ampliada 
no artigo 20 da Resolução nº 11/86 (Conama, 1986). O escopo desta 
resolução foi ampliado em 1987 com as Resoluções Conama n. 5/87 
e n. 6/87 (Conama, 1988) para incluir atividades potencialmente 
prejudiciais às atividades espeleológicas nacionais e ao licenciamento de 
hidrelétricas e geração e transmissão de energia termelétrica.
Devido a esta resolução, a AIA é um instrumento importante na política 
ambiental. As informações técnicas mínimas exigidas no EIA brasileiro, 
definidas pela Resolução n. 1/86 (Conama, 1986) são:
• Um diagnóstico ambiental da área de influência do projeto, com 
descrição e análise completa dos recursos ambientais físicos, 
12
biológicos e socioeconômicos e suas interações reais como uma 
caracterização da situação ambiental antes de implementação do 
projeto (art. 60, I).
• Uma análise do projeto de impactos ambientais, bem como 
alternativas técnicas ou locais, com base na identificação, previsão 
de magnitude e interpretação da importância de prováveis 
impactos relevantes, descritos em termos de magnitude, 
temporalidade, reversibilidade e propriedades cumulativas e 
sinérgicas em uma análise de custo-benefício (art. 60, II).
A Figura 1 ilustra esse conteúdo mínimo necessário .
Figura 1 – Diretrizes mínimas presentes no EIA
Fonte: elaborada pelo autor.
O AIA também deve conter uma descrição das atividades mitigadoras 
para efeitos negativos de impactos, incluindo equipamentos de controle 
e sistemas para tratamento de resíduos, que são comparados em 
termos de eficiência. Sánchez (2013) argumenta que a viabilidade da 
solução vai além da mera mitigação de impactos negativos e deve 
incluir provisão para revertê-los, se possível. Também é obrigatório um 
13
programa de monitoramento ambiental (art. 60, IV da Resolução 1/86) 
para impactos previamente identificados como positivos ou negativos, 
com impacto público e privado e responsabilidades definidas. Como 
documento, a declaração de impacto ambiental deve ser escrita em 
linguagem acessível, refletindo a avaliação de impacto ambiental, 
e conter pelo menos as especificações definidas na Resolução 1/86 
(Conama, 1986).
3. Estrutura legal brasileira
A caminhada ambiental brasileira no âmbito legal iniciou antes mesmo 
da Constituição Federal. Em 1973, o Brasil criou a Secretaria Especial 
de Meio Ambiente, por meio do Decreto Federal 73.030. Em seguida, a 
Lei n. 6.938 criou a Política Nacional do Meio Ambiente – PNMA (Brasil, 
1981), cujo principal objetivo foi estabelecer normas que viabilizem o 
desenvolvimento sustentável, utilizando mecanismos e instrumentos 
capazes de garantir maior proteção ao meio ambiente.
Além da AIA, a PNMA abrange diversas questões ambientais, incluindo 
definição de normas, licenciamento ambiental, áreas especiais de 
preservação, incentivo à produção mais limpa e zoneamento ambiental 
(Barsano; Barbosa, 2014).
Para promover uma gestão participativa em relação à temática 
ambiental, a PNMA também criou o Sistema Nacional do Meio Ambiente 
(Sisnama), que reúne órgãos e instituições ambientais da União, dos 
estados, dos municípios e do Distrito Federal, e tem como objetivo 
primordial colocar em prática os princípios e normas que são impostas 
pela constituição. A Figura2 ilustra a estrutura existente no Sisnama. 
14
Figura 2 – Organograma do Sisnama
Fonte: adaptada de Brasil (1981).
A cabeça da estrutura do Sisnama é o Conselho de Governo, o órgão 
máximo de assessoramento da Presidência da República para a 
formulação das diretrizes e políticas ambientais nacionais. Abaixo 
dele vem o Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), órgão 
que assessora o governo nacional e delibera sobre normas e padrões 
adequados à proteção do meio ambiente que devem ser seguidos pelos 
governos estaduais e municipais.
Em seguida, vem o Ministério do Meio Ambiente (MMA), que planeja, 
coordena, fiscaliza e controla a política ambiental nacional e as diretrizes 
estabelecidas para o meio ambiente, exercendo a função de articulação 
dos diversos órgãos e entidades que compõem o Sisnama. Vinculado 
ao MMA está o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos 
Naturais Renováveis (Ibama) e Instituto Chico Mendes de Conservação 
da Biodiversidade (ICMBio), que formula, coordena, supervisiona, 
administra, promove e faz cumprir a PNMA e a preservação e 
conservação dos recursos naturais.
Por fim, estudante, a base da estrutura do Sisnama estão os órgãos 
municipais e estaduais responsáveis pela fiscalização das atividades 
15
degradantes do meio ambiente e pela implementação de programas, 
projetos e atividades de monitoramento nocivos ao meio ambiente 
(Simi, 2017).
4. Perspectivas e considerações finais
Até recentemente, o Brasil era reconhecido por ter uma legislação 
ambiental bastante avançada. O processo de licenciamento ambiental 
brasileiro foi legalmente estabelecido em 1986. O licenciamento 
ambiental é desencadeado pelo pedido de licença ambiental com 
autoridade da AIA.
Dependendo da localização regional do empreendimento ou do 
seu potencial poluidor, o licenciamento poderá ser feito pelo órgão 
ambiental federal, estadual ou municipal, que faz a triagem com base 
em legislação para determinar se a licença ambiental exige ou não um 
estudo de impacto ambiental.
Existe uma norma que define as atividades que necessariamente terão 
de elaborar a AIA – não há processo de escopo no Direito brasileiro. 
Consequentemente, a maioria dos estudos de impacto ambiental 
não se concentra em questões centrais e ocasionalmente muda seu 
foco para questões menos relevantes, muitas vezes desconsiderando 
o conhecimento informal da população local e sua percepção de 
risco. Além disso, a transparência quanto aos critérios empregados 
geralmente mostra que falta a avaliação da significância dos impactos, 
com estudos que podem desconsiderar tendenciosamente o potencial 
para algum dano.
Originalmente, o primeiro regulamento estabelecia a independência 
financeira da consultoria do empresário responsável pelo pagamento 
das despesas os estudos ambientais. Na revisão desta norma, em 1997, 
16
esta independência deixou de existir, pois a necessária transparência foi 
assegurada pela aplicação do processo de audiência pública.
Assim, estudante, podemos concluir que o processo AIA no Brasil tem 
sido de grande relevância para adequação ambiental e/ou minimização 
dos impactos do projeto, mas ainda existem muitas fragilidades para 
legitimar e fortalecer este importante instrumento.
Referências
BARSANO, Paulo R.; BARBOSA, Rildo P. Gestão Ambiental. Londrina: Saraiva, 2017
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. 
Brasília, DF: Centro Gráfico do Senado Federal, 2016.
BRASIL. Lei n. 6.938, de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional do 
Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação. Brasília, DF, 31 
ago. 1981.
CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE (CONAMA). Resolução n. 01, de 23 de 
janeiro de 1986. Dispõe sobre critérios básicos e diretrizes gerais para a Avaliação 
de Impacto Ambiental. Brasília, DF: Conama, 23 jan. 1986.
DAVIS, Mackenzie L.; MASTEN, Susan J. Princípios de engenharia ambiental. Porto 
Alegre: AMGH, 2016.
RINCÃO, Vinícius Pires; TRIGUEIRO, Rodrigo de Menezes. Avaliação do impacto 
ambiental e licenciamento. Londrina: Educacional, 2018.
SÁNCHEZ, Luis Enrique. Avaliação de Impacto Ambiental: conceitos e métodos. 2. 
ed. São Paulo: Oficina de Textos, 2013.
SIMI, Lucas Detogni. Legislação ambiental. Londrina: Educacional, 2017.
17
Estudos, objetivos e etapas do AIA
Autoria: João Vitor Rodrigues de Souza 
Leitura crítica: Ana Beatriz Ulhoa Cobalchini
Objetivos
• Compreender os fundamentos dos estudos 
ambientais.
• Analisar as etapas que envolvem a avaliação de 
impacto ambiental.
• Analisar o papel da AIA na promoção do 
desenvolvimento sustentável.
18
1. Conceitos, objetivos e público-alvo da AIA
O desenvolvimento de atividades e de empreendimentos está 
inevitavelmente associado a impactos positivos e negativos nos 
componentes ambientais. Embora os prováveis impactos negativos não 
possam ser anulados completamente, as atividades de desenvolvimento 
tão necessárias não podem ser impedidas (Sánchez, 2008). A avaliação 
de impacto ambiental (AIA) ajuda a identificar potenciais impactos 
ambientais de uma atividade de projeto proposta.
A AIA pode ser definida como um processo que visa identificar, 
prever, avaliar e propor medidas mitigadoras aos efeitos biofísicos, 
sociais ou qualquer outro tipo relevante originado de propostas de 
desenvolvimento, antes que os compromissos sejam assumidos 
(Sánchez, 2013).
Essa é uma ferramenta projetada para identificar e prever o impacto de 
um projeto no ambiente biogeofísico e na saúde e bem-estar do homem, 
interpretar e comunicar informações que tratem do impacto, analisar 
alternativas de local e processo e fornecer soluções para diminuir/
mitigar as consequências negativas sobre o homem e o meio ambiente.
A Política Nacional de Meio Ambiente (PNMA), instituída pela Lei n. 
6.938/1981, define meio ambiente como “o conjunto de condições, 
leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que 
permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas” (Brasil, 1981, 
[s. p.]). Essa definição se mostra insuficiente ao não fazer menção às 
interações de ordem social, as quais precisam ser levadas em conta na 
análise ambiental, como assevera Sánchez:
Em muitas jurisdições os estudos de impacto ambiental não são, na 
prática, limitados às repercussões físicas e ecológicas dos projetos de 
desenvolvimento, mas incluem também suas consequências nos planos 
econômico, social e cultural. Tal entendimento faz bastante sentido 
19
quando se pensa que as repercussões de um projeto podem ir além de 
suas consequências ecológicas (Sanchez, 2008, p.110). 
Segundo este autor, o impacto ambiental consiste em uma associação 
entre componentes temporais e espaciais, descrito como a mudança 
em um parâmetro ambiental em resposta a uma atividade específica, 
analisado em um período determinado e restrito a uma área definida, 
quando comparado sob as mesmas especificações ao que aconteceria 
com o ambiente caso a atividade não fosse iniciada.
As consequências de diversos projetos, planos, programas ou políticas 
podem gerar efeitos negativos na qualidade ambiental, e são avaliadas 
por AIA. (Sánchez, 2013). A AIA representa uma ferramenta de 
política ambiental e um componente importante do desenvolvimento 
sustentável para estimar os efeitos ambientais das atividades na fase 
mais precoce possível.
O procedimento de AIA baseia-se em ferramentas de identificação de 
impacto (definição do âmbito) ou de previsão de impacto (avaliação de 
impacto) que têm uma base comum com a avaliação de risco (AR), sendo 
ambas altamente interdisciplinares. Os conceitos-chave aplicados na 
AIA e na AR são notavelmente semelhantes e baseiam-se nos mesmos 
objetivos para alcançar uma gestão ambiental eficiente (Sánchez, 2013). 
Por outro lado, a avaliação do ciclo de vida (ACV) é uma metodologia 
robusta que avalia os impactos ambientais de produtos ou processos, 
e pode ser particularmente aplicada em AIA, comparação ambiental de 
processose alternativas de redução. Assim, a ACV é uma ferramenta 
analítica para avaliar os impactos ambientais de toda a cadeia produtiva, 
enquanto a AIA é um procedimento de apoio aos tomadores de decisão.
2. Estudos ambientais
O instrumento previsto no Brasil para licenciamento de 
empreendimentos que possam ter impacto ambiental, desde 1986, 
20
por decisão do Conama, é o estudo de impacto ambiental (EIA), que 
precede o relatório de impacto ambiental (RIMA) e que tem mesmo teor 
(Conama, 1986).
Tendo como ponto de partida um diagnóstico socioeconômico e 
ambiental, o EIA/RIMA faz um prognóstico das consequências da 
atividade e sugere medidas para minimizar os impactos negativos e 
maximizar os positivos.
O EIA e o RIMA são documentos complementares, razão pela qual são 
sempre mencionados em conjunto. Enquanto o EIA é um conjunto de 
laudos técnicos destinados a instruir o processo de licenciamento, o 
RIMA é o documento que reproduz as conclusões do EIA, porém, em 
linguagem acessível. O objetivo da RIMA é informar o público comum, 
com uma linguagem simples e acessível à sociedade. 
Em síntese, o documento mais importante em todo o processo que 
envolve a avaliação de impacto ambiental é o EIA. É sobre essa base que 
serão tomadas as principais decisões acerca da viabilidade ambiental de 
um projeto, da necessidade de medidas mitigadoras ou compensatórias, 
do tipo e do alcance dessas medidas. Como o processo de EIA é aberto 
ao público, pode ser usado como ponto de partida para negociações 
entre o empreendedor, o governo e outras partes interessadas (Sánchez, 
2013).
Nessa perspectiva, o EIA deve ser contemplado considerando uma 
sequência de etapas lógicas e interconectadas, em que os resultados 
obtidos em uma fase interferem diretamente na fase subsequente. 
Nesse plano de trabalho, propõe-se o desenvolvimento das atividades 
em uma cadeia ou sequência lógica ou orgânica, considerando as 
cumulatividades e sinergia existentes entre os processos (Sánchez, 
2008).
Resumidamente, é necessário que o EIA apresente no seu escopo 
(Conama, 1986):
21
• todas as alternativas tecnológicas e de localização de projeto, 
considerando, nesse item, a possibilidade de não execução do 
projeto.
• a identificação e a avaliação dos impactos ambientais gerados nas 
fases de implantação e operação da atividade. 
• os limites espaciais quanto às áreas direta ou indiretamente 
afetadas pelos impactos, denominadas áreas de influência do 
projeto.
• os planos e programas governamentais, propostos e 
em implantação, na área de influência do projeto, e sua 
compatibilidade.
A Figura 1 sintetiza o escopo contemplado pelo EIA.
Figura 1 – Fluxograma do EIA
Fonte: adaptada de Sánchez (2013).
´
22
Veja, a seguir, um breve relato de cada uma das etapas citadas na Figura 
1 (Rincão; Trigueiro, 2016):
• Caracterização do empreendimento: nesta etapa, são detalhadas 
informações acerca do projeto ou atividade proposta. Isso inclui 
natureza, escopo, localização, tecnologias envolvidas, capacidade 
produtiva e características específicas do empreendimento.
• Diagnóstico ambiental e socioeconômico da área de 
influência: etapa em que é feita uma análise completa das 
condições ambientais e socioeconômicas da área afetada pelo 
empreendimento. Isso envolve identificar aspectos como flora, 
fauna, recursos hídricos, solo e clima, bem como questões sociais, 
econômicas e culturais da comunidade local.
• Análise dos impactos ambientais: nesta etapa, os impactos 
potenciais do empreendimento sobre o meio ambiente são 
identificados, avaliados e categorizados quanto à sua magnitude, 
extensão, duração e reversibilidade. Isso abrange impactos em 
diversas áreas, como qualidade do ar, água, solo, biodiversidade, 
paisagem e ruído.
• Medidas mitigadoras, preventivas, potencializadoras e 
compensatórias: são propostas estratégias para minimizar, 
prevenir ou compensar os impactos negativos identificados. As 
medidas mitigadoras visam reduzir a intensidade dos impactos; 
as preventivas buscam evitar impactos antes que ocorram; as 
potencializadoras visam fortalecer os efeitos positivos; e as 
compensatórias são ações para compensar danos.
• Programa de acompanhamento e monitoramento dos 
impactos ambientais: estabelece um plano detalhado para o 
acompanhamento contínuo dos impactos ao longo do ciclo de vida 
do empreendimento. O programa inclui indicadores, métodos de 
coleta de dados e periodicidade das avaliações, garantindo que as 
medidas propostas sejam efetivas e ajustadas quando necessário.
23
O EIA é uma ferramenta vital para a tomada de decisões informadas, 
permitindo uma análise abrangente dos impactos ambientais de um 
projeto e a implementação de medidas para minimizar seus efeitos 
negativos, contribuindo para o desenvolvimento sustentável. Para que 
isso ocorra, são necessários estudos robustos para estabelecer para 
decisões baseadas em evidências (Rincão; Trigueiro, 2018). É necessário 
definir claramente a pegada do empreendimento, identificando quais 
áreas provavelmente serão impactadas pelo projeto (Sánchez, 2013).
3. Etapas do AIA
De modo geral, um documento que contempla o EIA segue as diretrizes 
da AIA e envolve as seguintes etapas: sumário executivo; descrição do 
projeto e quadro legal e administrativo; triagem; escopo; descrição do 
ambiente existente; previsão e avaliação de impactos; mitigação e gestão 
de impactos; preparação do relatório; consulta pública e revisão; tomada 
de decisão; e monitoramento e execução pós-decisão (Sánchez, 2013).
A Tabela 1 descreve as ações que ocorrem em cada uma delas.
Tabela 1 – Descrição das principais etapas do AIA
Etapa Descrição
Triagem Etapa em que se avalia se a EIA é necessária, e concentra recursos em proje-
tos com maior probabilidade de ter impactos significativos, aqueles cujos impac-
tos são incertos e aqueles que provavelmente necessitarão de contributos da 
gestão ambiental. 
Escopo Os limites da avaliação são estabelecidos, incluindo a gama de impactos a se-
rem considerados, a área geográfica a ser estudada e os componentes ambien-
tais específicos.
Descri-
ção do 
ambiente 
existente
Esta etapa envolve a recolha de informações detalhadas acerca das condições 
ambientais existentes na área do projeto, incluindo flora, fauna, qualidade do ar, 
recursos hídricos, qualidade do solo e aspectos socioeconômicos. Estes dados 
de base servem como referência para avaliar potenciais impactos.
24
Previsão 
e avalia-
ção de 
impactos
Durante esta fase, os potenciais impactos ambientais do projeto são previstos 
com base em características, atividades propostas e dados de base recolhidos 
(AIA). Os impactos são avaliados em termos de magnitude, extensão, duração 
e significância. A avaliação de impacto envolve uma análise detalhada dos im-
pactos previstos. 
Mitigação 
e gestão 
de impac-
tos
Esta fase centra-se na proposição de medidas para mitigar ou gerir os impactos 
adversos identificados. As medidas de mitigação visam reduzir os efeitos nega-
tivos, enquanto as medidas de melhoria procuram maximizar os impactos positi-
vos. Podem ser propostas medidas compensatórias para compensar quaisquer 
impactos inevitáveis.
Prepara-
ção do 
relatório
As conclusões da avaliação de impacto e as medidas de mitigação propostas 
são compiladas em relatório de AIA. Este relatório inclui uma visão abrangente 
do projeto, as condições iniciais, previsões de impacto, resultados de avaliação 
e medidas propostas para lidar com os impactos.
Consulta 
pública e 
revisão
O relatório da EIA e o RIMA são compartilhados com o público e as partes inte-
ressadas relevantes para feedback e sugestões. Esta etapa incentiva a trans-
parência e permite que preocupações e sugestões sejam incorporadas ao re-
latório. As agências reguladoras também analisam o relatório para garantir sua 
integridade e adequação.
Tomada 
de deci-
sões
As autoridades reguladoras, com base na AIA e na contribuição do público, to-
mam decisões informadas relativas àaprovação, rejeição ou modificação do 
projeto proposto. A AIA ajuda as autoridades a tomarem decisões ambiental-
mente responsáveis.
Monitora-
mento e 
execução 
pós-deci-
são
Após a aprovação do projeto, o monitoramento contínuo garante que os impac-
tos previstos e as medidas de mitigação estejam alinhados com os resultados 
reais. As agências reguladoras impõem o cumprimento das medidas aprovadas 
para garantir que o projeto cumpra os padrões ambientais.
Fonte: adaptada de Sánchez (2013).
Em conclusão, estudante, o domínio dos estudos ambientais e das 
etapas meticulosas da AIA constituem pilares fundamentais na 
nossa jornada coletiva rumo a uma coexistência mais sustentável e 
harmoniosa com o nosso planeta. Pela lente de análises e previsões 
ambientais abrangentes, a AIA guia-nos através da intrincada interação 
das atividades humanas e suas consequências ecológicas. À medida 
que nos aprofundamos na recolha de dados de base, na previsão de 
impactos, na avaliação e na formulação de estratégias de mitigação, 
somos capacitados com o conhecimento e as ferramentas para tomar 
decisões conscientes que dão prioridade à proteção do nosso mundo 
natural.
25
Referências
BRASIL. Lei n. 6.938, de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional do 
Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação. Brasília, DF, 31 
ago. 1981.
CONAMA. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução n. 1, de 23 de janeiro 
de 1986. Dispõe sobre critérios básicos e diretrizes gerais para a Avaliação de 
Impacto Ambiental. Brasília, DF: Conama, 23 jan. 1986.
RINCÃO, V. P.; TRIGUEIRO, R. de M. Avaliação do impacto ambiental e 
licenciamento. Londrina: Editora e Distribuidora Educacional S.A., 2018.
SÁNCHEZ, L. E. Avaliação de impacto ambiental: conceitos e métodos. São Paulo: 
Oficina de Textos, 2008.
SÁNCHEZ, L. E. Avaliação de Impacto Ambiental: conceitos e métodos. 2. ed. São 
Paulo: Oficina de Textos, 2013.
26
27
28
Metodologias de AIA
Autoria: João Vitor Rodrigues de Souza
Leitura crítica: Ana Beatriz Ulhoa Cobalchini
Objetivos
• Compreender os fundamentos dos estudos 
ambientais.
• Analisar as etapas que envolvem a avaliação de 
impacto ambiental.
• Analisar o papel da AIA na promoção do 
desenvolvimento sustentável.
29
1. Conceitos, objetivos e público-alvo da AIA
A avaliação de impacto ambiental (EIA) é um processo sistemático usado 
para avaliar as consequências potenciais das atividades humanas no 
meio ambiente. Neste contexto, vários conceitos-chave desempenham 
um papel crucial na compreensão e avaliação do impacto ambiental de 
projetos, políticas ou atividades. Esses conceitos incluem sensibilidade 
do receptor, magnitude do impacto, significância do impacto e impacto 
ambiental cumulativo (Sánchez, 2013). O Quadro 1 ilustra os conceitos 
abordados.
Quadro 1 – Abordagens conceituais de sensibilidade, magnitude, 
significância e cumulatividade de impactos
Conceito Descrição
Sensibilidade do 
receptor
Refere-se à vulnerabilidade inerente dos componentes ou re-
ceptores ambientais às mudanças em seu entorno. Diferentes 
espécies, ecossistemas e até comunidades humanas podem 
apresentar vários graus de sensibilidade às mudanças am-
bientais. A identificação da sensibilidade do receptor ajuda a 
avaliar como os diferentes componentes do ambiente podem 
responder a impactos específicos.
Magnitude Quantifica a extensão e a escala das mudanças que uma ati-
vidade ou projeto pode provocar no meio ambiente. Envolve 
avaliar o tamanho, a intensidade e a duração do impacto, que 
pode variar de pequeno e localizado a grande e generalizado.
Significância Determinar a significância de um impacto envolve avaliar os 
seus potenciais consequências em relação aos critérios ou 
padrões estabelecidos. Um impacto é considerado significati-
vo se exceder limites predeterminados ou se conduzir a efei-
tos adversos no ambiente, na saúde pública ou no bem-estar 
social.
Cumulatividade Avalia o resultado do efeito combinado de múltiplas atividades 
ou projetos ao longo do tempo. Esse acúmulo pode ser gra-
dual, conduzindo a alterações ambientais mais substanciais 
e complexas do que os impactos individuais. A avaliação dos 
impactos cumulativos é essencial para compreender a susten-
tabilidade a longo prazo das atividades de desenvolvimento.
Fonte: elaborado pelo autor.
30
Os descritores e critérios típicos para a sensibilidade de um receptor são 
listados no Quadro 2, enquanto as características quanto às magnitudes 
são descritas no Quadro 3.
Quadro 2 – Determinação da sensibilidade do receptor
Sensibilidade Descrição
Muito alta Importância e raridade muito elevadas, escala internacional e potencial 
muito limitado para substituição. 
Alta Alta importância e raridade, escala nacional e potencial limitado para 
substituição. 
Média Alta ou média importância e raridade, escala regional, limitado potencial 
de substituição.
Baixa Baixa ou média importância e raridade, escala local. 
Negligenciável Importância e raridade muito baixas, escala local.
Fonte: adaptado de Sánchez (2013).
Quadro 3 – Determinação da magnitude
Magnitude Descrição
Maior Perda de recurso e/ou qualidade e integridade do receptor, danos graves às 
principais características, recursos ou elementos. 
Moderado Perda de recurso, mas não afetando a integridade, perda parcial e/ou danos 
às principais características, recursos ou elementos.
Menor Alguma mudança mensurável em atributos, qualidade ou vulnerabilidade, 
pequena perda ou alteração de uma ou mais características-chave.
Negligenciável Perda ou alteração prejudicial muito pequena a uma ou mais características 
ou elementos. 
Sem mudança Nenhuma perda ou alteração de características ou elementos, nenhum im-
pacto observável em qualquer direção.
Fonte: adaptado de Sánchez (2008).
A atribuição da significância do impacto depende de argumentos e 
julgamentos e a consideração dos vários pontos de vista levantados 
durante o processo de consulta (Rincão; Trigueiro, 2018), como mostra o 
Quadro 4.
31
Quadro 4 – Determinação da significância dos impactos
Significância Descrição
Muito grande Apenas impactos adversos são normalmente atribuídos a este nível de signi-
ficado, e representam fatores-chave na tomada de decisão do processo. São 
geralmente – mas não exclusivamente – associados a atividades e/ou em-
preendimentos capazes de promover dano e impacto e perda de integridade. 
Grande Esses impactos benéficos ou adversos são considerados muito importantes. 
São pertinentes no processo de tomada de decisão.
Moderado Esses impactos benéficos ou adversos podem ser importantes, mas prova-
velmente não são fatores-chave de tomada de decisão. Os efeitos cumulati-
vos de tais fatores podem influenciar a tomada de decisão se levarem a um 
aumento no impacto sobre um determinado recurso ou receptor.
Pequeno Esses impactos benéficos ou adversos podem ser levantados como fatores 
locais. É improvável que sejam críticos na tomada de decisões no processo, 
mas são importantes para melhorar a subsequente concepção do projeto.
Neutro Sem impactos ou abaixo dos níveis de percepção, dentro dos limites normais 
de variação ou dentro da margem de erro de previsão.
Fonte: adaptado de Sánchez (2008).
Dessa forma, se pudéssemos resumir todos esses conceitos, poderíamos 
admitir que os impactos cumulativos podem ser compreendidos 
como a integração da interação dos efeitos de todas as ações atuais 
e razoavelmente previsíveis ao longo do tempo e do espaço (Rincão; 
Trigueiro, 2018).
2. Estudos ambientais
A avaliação de impacto ambiental (AIA) é um processo crítico que 
desempenha um papel fundamental no desenvolvimento sustentável 
e na tomada de decisões responsáveis. É uma abordagem sistemática 
e multidisciplinar usada para avaliar as potenciais consequências 
ambientais de projetos, políticas ou atividades propostas. Em uma 
era em que as considerações ambientais são de suma importância, as 
metodologias de AIA servem como ferramentas indispensáveispara a 
compreensão e gestão das complexas interações entre as atividades 
humanas e o ambiente.
32
A AIA envolve o uso de métodos qualitativos e quantitativos (Quadro 5) 
para fornecer suporte às autoridades para decidir com base em fatos 
científicos. Assim, ferramentas relacionadas ao AIA foram desenvolvidas 
visando métodos mais rápidos, objetivos e flexíveis, abordando a 
avaliação qualitativa ou quantitativa.
Quadro 5 – Ferramentas utilizadas na avaliação 
de impacto ambiental
Tipo Ferramenta Definição
Quantitativa
Listas de verificação 
para avaliação de 
impacto (checklists)
Avaliação preliminar baseada em uma lista existente de pergun-
tas que também podem ser aplicadas por especialistas não am-
bientais. É considerado um método muito subjetivo.
Quantitativa Avaliação de risco ambiental (ARA)
O objetivo principal é identificar, analisar e avaliar os riscos 
que podem surgir de determinadas atividades antrópicas ou in-
dustriais. O método completa o procedimento de avaliação de 
impacto ambiental com o volume de informações, qualidade e 
objetividade, sendo uma ferramenta importante para o processo 
decisório.
Qualitativa Matriz de Leopold
É um dos primeiros métodos de EIA ainda em uso, e avalia 
os efeitos nocivos dos projetos de desenvolvimento. Foi 
desenvolvido dentro dos requisitos da Agência Ambiental dos 
Estados Unidos em 1970.
Qualitativa Método Battelle Co-lumbus 
É um dos métodos quantitativos destinados a avaliar os impac-
tos do desenvolvimento dos recursos hídricos, planos de gestão 
da qualidade da água etc. A avaliação do impacto ambiental é 
dividida em quatro categorias: ecologia, poluição, estética e inte-
resse humano.
Qualitativa Matriz de escala de importância
Envolve a comparação dos parâmetros considerados na avalia-
ção de impacto, usando a escala de importância (leve, modera-
da, forte, dominante etc.). Os parâmetros podem referir-se aos 
indicadores de qualidade dos componentes ambientais (ar, solo, 
água). A matriz de importância é desenvolvida com base na opi-
nião do grupo de especialistas. Considera-se que tem subjetivi-
dade mínima com resultados mais precisos e confiáveis.
Qualitativa Matriz de avaliação rápida de impacto
Seu principal objetivo é realizar uma série de operações para 
comparar diversas variáveis, e as etapas de avaliação incluídas 
neste método permitem estimativas qualitativas e quantitativas.
Qualitativa Ad hoc (AHP)
É a abordagem de tomada de decisão multicritério mais 
importante, que facilita a tomada de decisão qualitativa, quanti-
tativa ou combinada adequada. 
Este método tem a capacidade de controlar e reduzir a inconsis-
tência de julgamentos de especialistas.
33
Qualitativa Avaliação do ciclo de vida (ACV)
Foi desenvolvido para identificar e avaliar os impactos ambien-
tais gerados por produtos e serviços para todo o ciclo, do berço 
ao túmulo. 
É considerado um processo complexo, demorado e caro.
Qualitativa Abordagens integra-das/índice integrado
O método integrado foi desenvolvido para quantificar simulta-
neamente os impactos ambientais e os riscos associados, com 
base nos mesmos dados de entrada utilizados no EIA e com 
base em um algoritmo. 
Em sua primeira etapa, quantifica os impactos em função da 
concentração medida de determinados poluentes e, em segui-
da, o risco associado a cada impacto é quantificado como uma 
funcionalidade direta. 
O método foi posteriormente adaptado e aprimorado para ser 
aplicado em diversas situações, considerando quatro compo-
nentes ambientais (águas superficiais, águas subterrâneas, ar e 
solo).
Fonte: adaptado de Sánchez (2013) e de Rincão e Trigueiro (2018).
Os métodos quantitativos ganharam mais atenção desde as primeiras 
aplicações do AIA; assim, com as listas de verificação, as ferramentas 
quantitativas mais utilizadas foram as matrizes Leopold e Ad hoc. Veja, a 
seguir, uma explicação de como funcionam tais metodologias.
2.1 Checklist
Os chamados checklists, ou listas de verificação, são mais amplamente 
utilizadas nos países em desenvolvimento pelas autoridades para 
orientar os autores do EIA em seu pensamento. O princípio desse 
método é fornecer uma estrutura aos autores de AIA para que eles não 
esqueçam nenhum ponto importante. Checklists são boas ferramentas, 
mas não podem levar em consideração todos os casos particulares 
que podem ser atendidos durante um AIA; no entanto, geralmente 
são suficientes para projetos de pequena escala. Esse método pode, 
ainda, ser combinado com o uso de diretrizes ambientais, amplamente 
propostas por autoridades ou agências doadoras. Embora os métodos 
do tipo EIA estejam disponíveis para diferentes atividades, são 
fornecidas listas de verificação tanto para vários setores de atividade 
(indústrias, silvicultura, agricultura etc.) como para os diferentes tipos de 
áreas afetadas (zonas úmidas, florestas tropicais, zonas costeiras etc.).
34
2.2 Método Ad hoc
O método Ad hoc indica amplas áreas de possíveis impactos, listando 
parâmetros (por exemplo, flora e fauna) suscetíveis de serem afetados 
pela atividade proposta ou qualquer desenvolvimento. Ele envolve a 
montagem de uma equipe de especialistas, que identificam os impactos 
na sua área de especialização. 
Neste método, cada parâmetro é considerado separadamente, 
e a natureza dos impactos (longo ou curto prazo, reversíveis ou 
irreversíveis etc.) também é levada em conta. O método Ad hoc fornece 
uma avaliação aproximada do impacto total, ao mesmo tempo que 
fornece as áreas amplas e a natureza geral dos possíveis impactos. 
No Ad hoc, o avaliador conta com uma abordagem intuitiva e faz uma 
avaliação qualitativa de base ampla, servindo como uma avaliação 
e ajuda na identificação de áreas importantes, como vida selvagem, 
espécies ameaçadas, vegetação natural, vegetação exótica, pastoreio, 
características sociais, drenagem natural, água subterrânea, ruído, 
qualidade do ar, espaço aberto, recreação, saúde e segurança, valores 
econômicos e equipamentos públicos. 
Esse método é muito simples e pode ser realizado sem qualquer 
treinamento e quando o período é limitado. Não envolve qualquer 
ponderação relativa ou qualquer relação de causa-efeito e, por isso, 
não é recomendado quando métodos mais científicos estão disponíveis 
(Sánchez, 2008).
2.3 Matriz de Leopold
Há também a Matriz de Leopold, um método qualitativo de AIA 
desenvolvido, em 1971, por Luna Leopold e colaboradores, para a 
Agência Americana de Geologia (Sánchez, 2008). É usado para identificar 
35
e atribuir pesos numéricos aos potenciais impactos ambientais dos 
projetos propostos em relação ao meio ambiente.
O sistema é uma referência cruzada de matriz bidimensional, contendo 
as atividades vinculadas ao projeto que devem ter impacto sobre o 
homem e o meio ambiente versus as condições ambientais e sociais 
existentes que poderiam ser afetadas pelo projeto. 
A matriz Leopold propõe um framework – estratégias e ações que visam 
solucionar um tipo de problema – para todos os desenvolvedores; por 
um lado, é muito detalhada para projetos de papel e celulose e, por 
outro, não é suficientemente precisa para tais projetos. Geralmente, é 
mais eficiente acomodar o projeto conforme necessário e desenvolver 
uma matriz personalizada para ele. Um exemplo de uma possível matriz 
de Leopold é mostrado na Quadro 6.
Quadro 6 – Matriz de Leopold adaptada para diagnóstico de impacto 
ambiental no Cemitério Público de Queimadas – PB
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Solo e geologia 7 X X X X X X
Esgoto sanitário 3 X X X X X X
Águas superficiais 8 X X X X X
Agrotóxicos 4 X X X X X X
Qualidade do ar 4 X X X X X X
Metais pesados 2 X X X X X
Fauna 6 X X X X X X
Flora 9 X X X X X XPaisagem urbana 5 X X X X X
Paisagem natural 10 X X X X X
36
Atividades econô-
micas
8 X X X X X X X
* Legenda: Magnitude do Impacto: 1 – 3: Pouco Importante; 3 – 6: Médio Importante; 7 – 
10: Muito Importante. 
Fonte: adaptada de Albuquerque, Cerqueira e Albuquerque (2016).
Uma das falhas fundamentais desse método é a falta de critérios 
ou métodos padronizados para atribuir valores de magnitude e 
significância que podem levar a julgamentos subjetivos. Na mesma linha, 
o método também foi identificado como sem a capacidade de facilitar 
qualquer grau de envolvimento público, principalmente em função 
dos julgamentos de valor subjetivos do usuário. O tamanho da matriz 
também foi criticado, por ser muito detalhada para alguns projetos e, ao 
mesmo tempo, muito imprecisa para outros (Sánchez, 2008).
As metodologias utilizadas para avaliação de impacto ambiental são 
diversas e adaptáveis, permitindo que as AIA sejam adaptadas às 
características únicas de cada projeto ou política. O seu objetivo coletivo 
é fornecer aos tomadores de decisão uma compreensão abrangente 
das potenciais consequências ambientais e ajudar a orientar o 
desenvolvimento de soluções sustentáveis que minimizem os impactos 
negativos e promovam uma gestão ambiental responsável.
Referências
ALBUQUERQUE, H. N.; CERQUEIRA, J. S.; ALBUQUERQUE, I. S. S. Impactos ambientais 
no cemitério público de Queimadas-PB, Brasil. Revista Espacios, v. 38, n. 37, 2017.
RINCÃO, V. P.; TRIGUEIRO, R. de M. Avaliação do impacto ambiental e 
licenciamento. Londrina: Editora e Distribuidora Educacional S.A., 2018.
SÁNCHEZ, L. E. Avaliação de impacto ambiental: conceitos e métodos. São Paulo: 
Oficina de Textos, 2008.
SÁNCHEZ, L. E. Avaliação de Impacto Ambiental: conceitos e métodos. 2. ed. São 
Paulo: Oficina de Textos, 2013.
37
AIA e Licenciamento Ambiental
Autoria: João Vitor Rodrigues de Souza
Leitura crítica: Ana Beatriz Ulhoa Cobalchini
Objetivos
• Identificar e analisar a legislação aplicável para o 
processo de licenciamento ambiental.
• Apresentar os instrumentos legais para avaliação de 
impactos e licenciamento ambiental.
• Desenvolver as competências necessárias para a 
realização de pedido de licenciamento ambiental, 
assim como entender a necessidade do ato de 
licenciar.
38
1. Introdução ao Licenciamento Ambiental
O licenciamento ambiental pode ser compreendido como um 
procedimento pelo qual o poder público, representado por órgãos 
ambientais, autoriza e acompanha a implantação e a operação de 
atividades ou empreendimentos que utilizam recursos naturais ou 
que sejam efetivas ou potencialmente poluidoras. Em termos legais, o 
entendimento é expresso pela Resolução do Conselho Nacional do Meio 
Ambiente – Conama n. 237/1997 (Conama, 1997):
Procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental competente 
licencia a localização, instalação, ampliação e a operação de 
empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais, 
consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou daquelas que, sob 
qualquer forma, possam causar degradação ambiental, considerando as 
disposições legais e regulamentares e as normas técnicas aplicáveis ao 
caso (Conama, 1997, p. 1).
Embora o licenciamento ambiental seja previsto desde a Política 
Nacional de Meio Ambiente (Brasil, 1981), a sua aplicação como 
instrumento de política ambiental foi sendo aprimorada ao longo 
do tempo, e foi introduzido na legislação ambiental de estados e 
municípios.
Como nem todas as atividades estão sujeitas ao licenciamento 
ambiental, a forma textual por meio da qual essa obrigatoriedade é 
tratada na legislação gerou certa controversa. Algumas redações trazem 
a expressão “atividades”, enquanto outras falam em “estabelecimentos”, 
e assim por diante.
Cabe à legislação ambiental do local onde está implantado o 
empreendimento ou onde se desenvolve a atividade estabelecer quais 
delas estão sujeitas ao licenciamento ambiental. A Resolução Conama n. 
237/97 trouxe em seu Anexo I essas atividades a título de exemplificação 
39
e, como as deliberações do referido conselho tem alcance em todo o 
território nacional, tornou-se a referência para as legislações ambientais 
estaduais e municipais que vieram em seguida (Conama, 1997).
Por vezes, há também o entendimento de que os órgãos ambientais 
não podem dispensar do licenciamento ambiental os itens incluídos no 
Anexo I da Resolução Conama n. 237, não havendo, portanto, margem 
para discricionariedade administrativa (Sánchez, 2013).
2. Etapas do Licenciamento Ambiental
As licenças ambientais são estabelecidas pelo Decreto n. 99.274/1990, 
em seu artigo 19, e detalhadas na Resolução Conama n. 237 (Conama, 
1997), e são denominadas como: licença prévia (LP), licença de instalação 
(LI) e licença de operação (LO).
Para obter a LP de um empreendimento, o empreendedor deve 
procurar o órgão ambiental competente ainda na fase preliminar de 
planejamento do projeto. Inicialmente, o órgão ambiental definirá, com 
a participação do empreendedor, os documentos, projetos e estudos 
ambientais necessários para dar início ao processo de licenciamento 
(Davis, 2016).
Em seguida, o empreendedor contratará a elaboração dos estudos 
ambientais, que deverão contemplar todos os requisitos determinados 
pelo órgão licenciador na primeira reunião. Concluída a análise, o órgão 
licenciador emitirá parecer técnico conclusivo e estabelecerá as medidas 
mitigadoras que deverão ser consideradas na implantação do projeto. 
O cumprimento destas medidas é condição para obtenção da segunda 
licença (licença de instalação).
A respeito da LP, é importante ressaltar, ainda, que (Davis, 2016):
40
• Somente será concedida nos casos em que o empreendimento 
tenha viabilidade ambiental, verificada pelo estudo de impacto 
ambiental (EIA).
• Uma vez emitida, a LP aprova a localização e o desenho do 
empreendimento, estabelecendo os requisitos básicos e condições 
a serem atendidas nas próximas fases de sua implantação.
• O prazo de validade poderá ser prorrogado até o máximo de cinco 
anos, caso tenha sofrido atrasos, a pedido do titular da licença.
• Não autoriza o início de quaisquer obras destinadas à implantação 
do empreendimento.
A solicitação da LI deve ser dirigida ao mesmo órgão ambiental que 
emitiu a LP. Ao solicitar a licença de instalação, o empreendedor deverá 
verificar o cumprimento das condições estabelecidas na licença anterior; 
apresentar os planos, programas e projetos ambientais, cronogramas 
detalhados e sua implementação; e fornecer um detalhamento das 
partes da engenharia de projetos que se relacionam com questões 
ambientais. Os planos, programas e projetos ambientais serão 
analisados pelo órgão ambiental responsável e, se necessário, por 
órgãos ambientais de outras esferas de governo (Sánchez, 2013). Após 
essa análise, é elaborado parecer pericial com posicionamento favorável 
ou contrário à concessão da licença de instalação. A LI (Conama, 1997):
• Autoriza a instalação/construção do empreendimento, de 
acordo com as especificações contidas nos programas e projetos 
aprovados pela licença anterior.
• Aprova a pré-operação, visando à obtenção de dados e elementos 
de desempenho necessários para subsidiar a concessão da LO.
• O prazo de validade poderá ser prorrogado até o máximo de 6 
(seis) anos, desde que comprovada a manutenção do projeto 
41
original e das condições ambientais existentes à época de sua 
concessão.
• Não autoriza o início das atividades.
Finalmente, para a obtenção da LO, o empreendedor deverá comprovar 
ao mesmo órgão ambiental que concedeu a licença anterior que: 
implementou todos os programas ambientais que deveriam ter sido 
executados durante a vigência da LI; implementou o cronograma físico 
e financeiro do projeto de compensação ambiental; cumpriu todas as 
condições estabelecidas na concessão da LI. A LO autoriza a operação do 
empreendimento, após verificação do efetivo cumprimento das licenças 
anteriores, com base em laudos de vistoria,relatórios pré-operação, 
relatórios de auditoria ambiental, dados de monitoramento ou qualquer 
meio técnico de verificação do porte e eficiência das medidas de controle 
e mitigação ambiental implementado. O prazo de validade desta licença 
é de no mínimo quatro anos e no máximo 10 anos (Conama, 1997).
3. Modalidades de Licenças
Muito embora tenhamos visto que o procedimento padrão do 
licenciamento ambiental é a obtenção das licenças separadamente, 
conforme a fase da implantação do projeto, a Resolução Conama n. 237 
(Conama, 1997) abre a possibilidade de licenças diferentes em função da 
característica do empreendimento, obra, serviço etc. No art. 12, o texto 
faz a seguinte menção (Conama, 1997):
Art. 12–O órgão ambiental competente definirá, se necessário, 
procedimentos específicos para as licenças ambientais, observadas a 
natureza, características e peculiaridades da atividade ou empreendimento 
e, ainda, a compatibilização do processo de licenciamento com as etapas 
de planejamento, implantação e operação (Conama, 1997, p. 2).
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Assim, a legislação ambiental do ente federativo definirá os padrões 
e as modalidades de licenciamento que possam ser executados pelos 
empreendimentos. Ainda que cada unidade federativa tenha tal 
autonomia estabelecida por lei e, por consequência, gere modalidades 
distintas, é comum se deparar com as seguintes nomenclaturas comuns 
entre eles:
• Licenciamento trifásico e/ou concomitante: modalidade de 
licenciamento que, conforme a legislação regional, possibilita a 
obtenção de mais de uma licença de forma simultânea, isto é, 
licença prévia + licença de instalação, ou licença de instalação + 
licença de operação.
• Licenciamento ambiental corretivo: esta modalidade é prevista, 
em suma, para ocasiões em que a atividade e/ou empreendimento 
já se encontra em fase de operação, mas não tem licença 
ambiental para tal.
• Licenciamento ambiental simplificado: modalidade de 
licenciamento comumente empregado nos Estados para atividade 
ou obra caracterizada como de pequeno porte e/ou que tenha 
baixo potencial poluidor/degradador.
Os empreendimentos que serão obrigados a obter licença ambiental 
serão elencados na legislação ambiental local, seguindo a lista 
de referência presente no Anexo I da Resolução n. 237 (Conama, 
1997) – o que significa que atividades que não façam parte desta 
listagem não precisam de licença ambiental. Entretanto, em certas 
ocasiões, o empreendedor necessita de um documento que ateste 
que sua atividade é dispensada do licenciamento ambiental, para 
poder apresentá-lo em processos licitatórios, obtenção de crédito, 
fiscalizações e auditorias etc. O órgão ambiental poderá, então, emitir 
outro documento, comumente denominado Declaração de Dispensa de 
Licenciamento Ambiental.
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Cabe ressaltar ainda que a instalação, construção, reforma ou operação 
em qualquer parte do território nacional de atividades, obras ou serviços 
potencialmente poluidores, sem licença ou autorização dos órgãos 
ambientais competentes, incorre em pena de prisão e/ou multa na Lei 
Federal n. 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, que discorre sobre sanções 
penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao 
meio ambiente (Brasil, 1998).
4. Estudos, Planos e Programas ambientais
Estudos, planos e programas ambientais são comumente citados como 
o mesmo tipo de documento, e com a mesma finalidade. Porém, torna-
se fundamental distingui-los quanto ao momento em que podem ser 
solicitados, bem como quanto à função básica diante da proteção dos 
recursos naturais.
Um estudo ambiental é um documento de orientação para medir e 
atingir a conformidade com os requisitos de proteção e mitigação 
ambiental de um projeto, que normalmente são requisitos para 
autorizações/aprovações de projetos. Os documentos contidos no 
estudo ambiental podem ser apresentados no estágio de planejamento 
e aprovação do projeto para informar às agências reguladoras que o 
proponente concordou em seguir estratégias de gerenciamento para 
evitar e mitigar os impactos ambientais durante as obras do projeto 
(Sánchez, 2013). De forma geral, o estudo ambiental é requisitado pelo 
órgão ambiental como uma etapa necessária à obtenção da licença 
prévia (LP). Nesta categoria, estão, entre outros:
• Estudo de impacto ambiental (EIA).
• Relatório de impacto ambiental (RIMA).
• Relatório ambiental simplificado.
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• Estudo ambiental preliminar.
• Relatório ambiental preliminar.
Para a elaboração do estudo, é comum que o órgão ambiental emita um 
termo de referência (TR), que servirá como roteiro básico para nortear o 
trabalho a ser executado (Sánchez, 2013).
Por outro lado, os programas ou planos ambientais são documentos 
que trazem um conjunto de medidas a serem adotadas visando à 
minimização e/ou mitigação dos impactos ambientais relacionados a 
atividade/empreendimentos (Sánchez, 2013). Em suma, os programas 
ou planos ambientais consistem em um conjunto de diretrizes 
destinados a: garantir que os proponentes assumam a responsabilidade 
primária pela implementação dos compromissos ambientais; formar 
uma base para decisões estatutárias a respeito da possibilidade de 
uma proposta prosseguir; e determinar a base para o gerenciamento e 
monitoramento ambiental contínuo, caso o desenvolvimento prossiga 
(Davis, 2016). A execução do programa é a aplicação prática do que foi 
planejado previamente. Geralmente, tal execução é realizada de forma 
concomitante à atividade licenciada, podendo ser posterior, de acordo 
com a situação. Neste contexto, são exemplos de programas/planos 
ambientais:
• Plano Básico Ambiental (PBA).
• Plano de Controle Ambiental (PCA).
• Plano de Gerenciamento de Resíduos (PGRS).
• Plano de Monitoramento Ambiental.
• Plano de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD).
• Programa de Compensação Ambiental.
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• Programa de Educação Ambiental (PEA).
Com base na constatação da avaliação de impacto, os planos e 
programas são elaborados para minimizar os impactos adversos 
e enumerar várias etapas a serem tomadas para a melhoria do 
ambiente (Davis, 2016). Os planos e programas auxiliam na formulação, 
implementação e monitoramento de parâmetros ambientais durante e 
comissionamento do projeto, e são ferramentas que visam garantir um 
ambiente seguro e limpo. Um projeto pode ter identificado medidas de 
mitigação adequadas, mas sem um plano de manejo para executá-lo, os 
resultados desejados podem não ser obtidos. O plano de gestão prevê 
a implementação adequada de medidas de mitigação para reduzir os 
impactos adversos decorrentes das atividades do projeto (Davis, 2016).
Referências
BRASIL. Lei n. 6.938, de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional 
do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras 
providências. Brasília, DF: Presidência da República, 1981. Disponível em: www.
planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6938.htm. Acesso em: 12 nov. 2022.
BRASIL. Lei Federal N. 9.605, de 12 de fevereiro de 1998. Dispõe sobre as sanções 
penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio 
ambiente, e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, 1998. 
Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9605.htm. Acesso em: 17 
set. 2023.
CONAMA. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução n. 237, de 19 de 
dezembro de 1997. Dispõe sobre conceitos, sujeição, e procedimento para 
obtenção de licenciamento ambiental, e dá outras providências. Disponível 
em: https://conama.mma.gov.br/?option=com_sisconama&task=arquivo.
download&id=237. Acesso em: 18 set. 2023.
DAVIS, M. L. Princípios de engenharia ambiental. Porto Alegre: AMGH, 2016.
SÁNCHEZ, L. E. Avaliação de Impacto Ambiental: conceitos e métodos. 2. ed. São 
Paulo: Oficina de Textos, 2013. 
https://conama.mma.gov.br/?option=com_sisconama&task=arquivo.download&id=237
https://conama.mma.gov.br/?option=com_sisconama&task=arquivo.download&id=237
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