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Apostila - Parte I

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO 
CAMPUS UNIVERSITÁRIO DO ARAGUAIA 
INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA 
FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL 
 
Disciplina de Engenharia de Segurança e Legislação 
 
 
 
 
 
 
 
NOTAS DE AULAS 
Engenharia de segurança e legislação 
 
 
Autora: Professora Greyce B. M. Rezende 
Colaboração: Acadêmica Cleberyanne da Silva Carvalho 
 
 
 
 
 
 
 
Barra do Garças, 2013 
 
 
 
 
 
PARTE I 
 
 
CAPÍTULO 1 – Introdução e conceituação 
CAPÍTULO 2 – Prevenção contra incêndios e NR-23 
CAPÍTULO 3 – Acidente de Trabalho 
 CIPA – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (NR-05) 
CAPÍTULO 4 – Riscos Ocupacionais e o ambiente de trabalho 
 Riscos Ambientais 
 Mapa de Riscos 
 PPRA – Programa de Prevenção em Riscos Ambientais – NR-09 
CAPÍTULO 5 – Insalubridade (NR-15) e Periculosidade (NR16) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAPÍTULO 1 – Introdução e conceituação 
 
O que é Segurança do Trabalho? 
É um conjunto de medidas adotadas visando minimizar a ocorrência de acidentes de trabalho, bem 
como as doenças ocupacionais decorrentes do trabalho e ainda proteger a integridade física do 
trabalhador. 
 
O Profissional de Segurança do Trabalho 
O quadro de Segurança do Trabalho de uma empresa pode-se constituir, em sua forma mais 
ampla, por uma equipe multidisciplinar composta por Técnico de Segurança do Trabalho, Engenheiro 
de Segurança do Trabalho, Médico do Trabalho e Enfermeiro do Trabalho. Estes profissionais formam 
o que se denomina de SESMT - Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do 
Trabalho. 
O profissional de Segurança do Trabalho tem uma área de atuação bastante ampla, se fazendo 
presente em todas as esferas da sociedade onde houver trabalhadores. Em geral, atua em indústrias de 
alimentos, construção civil, hospitais, empresas comerciais e industriais, grandes empresas estatais, 
mineradoras e de extração. Segue abaixo algumas funções do engenheiro de segurança: 
 Reconhecimento preliminar dos ambientes de trabalho; 
• Avaliação dos riscos; 
• Indicação e projeto de “métodos e equipamentos” para o controle dos riscos; 
• Supervisão periódica da eficiência dos “métodos e equipamentos” do projeto. 
• Avaliar os riscos profissionais a que estão expostos os trabalhadores e as formas de prevenção 
de acidentes de trabalho; 
• Conhecer e interpretar a legislação e normas técnicas de segurança do trabalho; 
 Desenvolver procedimentos técnicos voltados para a elevação do nível de qualidade de vida do 
trabalhador; 
 Aplicar princípios ergonômicos na realização do trabalho; 
 Reconhecer o tipo de socorro em caso de emergência; 
 Identificar a necessidade de sinalização nos ambientes de trabalho; 
 Reconhecer a importância do uso de equipamentos de proteção individual e coletiva; 
 Analisar e estabelecer critérios para a escolha de equipamentos de proteção individual; 
 Elaborar programas, projetos e planos de ação para garantir a segurança no trabalho; 
 Identificar medidas de segurança no armazenamento, transporte e manuseio de produtos, 
cargas e equipamentos; 
 Supervisionar e inspecionar as rotinas de trabalho. 
 
Atividades em Destaques dos Profissionais em Segurança e Saúde do Trabalhador 
 1. LTCAT - Laudo Técnico das Condições Ambientais do Trabalho 
 2. PCMSO - Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional 
 3. PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais 
 5. CIPA – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes 
 6. PCMAT – Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção 
 7. MAPEAMENTO DE RISCOS 
CAPÍTULO 2 – Prevenção contra incêndios e NR-23 
 
2.1 - CONSIDERAÇÕES GERAIS 
As medidas de prevenção à incêndio são um assunto complexo, que depende de uma classificação 
rigorosa quanto aos riscos de incêndio. Os edifícios podem ser divididos em grupos de risco de acordo com, 
três características: 
• tipos de ocupação (atividade ou uso da edificação); 
• Altura 
• Classe e carga de incêndio 
As exigências do sistema de segurança são feitas em função da classificação de cada edifício. Por 
exemplo a altura e a limitação de área estão intrinsecamente ligadas ao combate ao fogo. Quanto 
maior a altura, mais difícil a saída das pessoas e o acesso das equipes de combate, portanto, maiores 
são as exigências quanto aos sistemas de segurança. 
 
2.2 - TRIÂNGULO DO FOGO E OS MÉTODOS DE EXTINÇÃO 
Inicialmente precisa-se conhecer alguns conceitos para se entender os métodos de extinção de 
incêndio: 
Fogo- É uma combustão na qual podemos visualizar produção de chamas com a liberação de 
energia (calor e luz) 
Combustão- É uma reação química entre dois reagentes, combustível e comburente, 
mediante uma condição favorável, o calor. 
Incêndio- É o fogo que foge do controle. 
 
Triangulo do fogo 
 
Para que exista o fogo, é necessária a condição favorável, juntamente com os 
três elementos citados ao lado, que são os comburentes (ou oxigênio), o combustível e 
 
o calor. 
Comburente 
São quaisquer corpos suscetíveis de arder, de comburir, entrar em combustão, podendo ser esta: lenta, 
viva ou súbita. Esses corpos ardem com maior ou menor resistência e são 
encontrados por toda a parte e em qualquer dos estados naturais (sólido, líquido, gasoso). 
Combustível 
É a substância que tem a propriedade química de sustentar a combustão dos outros corpos, 
mas que não arde. O comburente por excelência é o oxigênio 
Calor 
Provém de fontes naturais ou artificiais 
 
Método de extinção 
Os métodos de extinção visam retirar um, ou mais de um, dos três componentes o triângulo do fogo, 
ao faltar qualquer um dos três componentes o fogo não existirá. 
Resfriamento 
Ao jogarmos água em um incêndio, estaremos resfriando, ou seja, retirando o componente CALOR. 
Abafamento 
Ao abafarmos, impediremos que o oxigênio entre na reação, estaremos retirando o componente 
comburente (oxigênio). 
Isolamento 
Ao separarmos o combustível da reação, estaremos isolando, como por exemplo, se abrir uma trilha 
(aceiro) no mato para que o fogo não passe. Desta forma estaremos tirando o componente 
combustível. 
 
2.3 – CLASSES DE INCÊNDIOS 
 
 
 
Classe A 
Características 
 
 Quando o incêndio ocorre em MATERIAIS SÓLIDOS de fácil combustão que após a queima, 
deixam RESÍDUOS ou CINZAS; 
 
Exemplos 
• Papel, Borracha, Tecido, Madeira, Plástico (cadeira, sofá, mesa, ...) 
 
Classe B 
Características 
 Quando o incêndio o corre em LÍQUIDOS INFLAMÁVEIS 
 Após a queima, não deixam resíduos; 
Exemplos 
• Gasolina, Acetona, Éter, Álcool , Gás de Cozinha, óleo, graxas, vernizes, tintas, gasolina, 
 
Classe C 
Características 
 Quando ocorrem em equipamentos elétricos energizados 
 
Exemplos 
• Motores, Transformadores, Quadros de Distribuição, Fios, 
Classe D 
Características 
 Classe de incêndio, que tem como combustível os metais pirofóricos (são metais 
inflamáveis), 
Exemplos 
• Estes metais são encontrados em fábricas e indústrias automobilísticas, por exemplo, 
Zinco, Magnésio, Titânio Zircônio 
 
2.4 – MEDIDAS DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO 
É o conjunto de dispositivos ou sistemas a ser instalados nas edificações e áreas de riscos, 
necessários para evitar o surgimento de um incêndio, limitar sua propagação e possibilitar sua 
extinção. 
Uma edificação segura apresenta baixa probabilidade de início de incêndio e alta possibilidade 
de fuga dos ocupantes/moradores além de considerar as propriedades vizinhas quanto à possibilidade 
de risco e a rápida extinção do foco inicial. 
Dentre as medidas existentes, têm-se dois sistemas: 
 Medidas ativas de proteção: que abrangem a detecção, o alarme, a iluminação de 
emergência, a extinção do fogo (automática e/ou manual) e os sistemas de sinalização; 
 Medidas passivas. Que abrangem controle dos materiais, meios de escape, 
compartimentação e proteção da estrutura. Saídas de emergência 
 
2.4 .1–MEDIDAS ATIVAS - EQUIPAMENTOS 
Tipos de equipamentos mais utilizados: 
• Extintores; 
• Hidrantes 
• mangueiras de incêndio e mangotinhos; 
• Chuveiros automáticos (sprinklers) 
• Reservatórios. 
EXTINTORES 
• Extintores: Aparelho de acionamento manual constituído de recipiente e acessórios 
contendo o agente extintor destinado a combater princípios de incêndio. 
• É regido pela NBR 12693 – Sistemas de proteção por extintores de incêndio – 
Procedimento 
• Podem ser portáteis (com massa total de até 25kgf) e sobre rodas (massa total superior 
à 25kgf) 
Ao se fazer um projeto com extintores deve-se considerar: 
• A classe de risco a ser protegida e respectiva área; 
• A natureza do fogo a ser extinto; 
• O agente extintor a ser utilizado; 
• A capacidade extintora do extintor; 
• A distância máxima a ser percorrida até um extintor 
 
ALGUNS TIPOS DE EXTINTORES 
 
 
Extintor de água 
 
 Age por resfriamento 
 Duração de 60 segundos. 
 Alcança 7 metros e meio. 
 A água tem grande poder de infiltração. 
 Eficiente em incêndio Classe “A” que queima em superfície e profundidade. 
 Ataca o fogo dirigindo jato para sua base. 
Indicação do extintor de água em relação às classes de incêndio: 
CLASSE A: SIM 
CLASSE B: NÃO 
CLASSE C: NÃO 
CLASSE D: NÃO 
 
Extintor de CO2 (dióxido de carbono) 
 
 Age por abafamento e resfriamento 
 Duração de 45 segundos; 
 Forma de gelo seco; 
 Possui empenhamento e difusor; 
 Ataca o fogo, procurando abafar toda a área atingida. 
 
Indicação do extintor de água em relação às classes de incêndio: 
CLASSE A: NÃO 
CLASSE B: SIM 
CLASSE C: SIM 
CLASSE D: NÃO 
 
Extintor Pó Químico Seco (PQS) 
 Age por abafamento 
 Água 
 CO2 
 PQS 
 Espuma 
 Duração de 50 segundos; 
 Pó bicarbonato; 
 Não se utiliza na base do fogo; 
 Usar formando nuvem por cima das chamas; 
 Ataca o foco procurando formar uma nuvem de pó a fim de cobrir a área atingida; 
Indicação do extintor de água em relação às classes de incêndio: 
CLASSE A: SIM * 
CLASSE B: SIM 
CLASSE C: SIM 
CLASSE D: NÃO** 
* O extintor pó químico poderá ser utilizado na Classe A, desde que seja especificado pelo 
fabricante. É o chamado extintor multi-uso Pó Químico ABC; 
** Nos incêndios classe D, será usado o extintor tipo “Químico Seco”, porém o pó químico será 
especial para cada material 
 
Extintor Espuma Química 
 
• Age por abafamento e resfriamento 
Indicação do extintor de água em relação às classes de incêndio: 
 
CLASSE A: SIM 
CLASSE B: SIM 
CLASSE C: NÃO 
CLASSE D: NÃO 
 
LOCALIZAÇÃO 
• Os locais recomendados para a instalação dos extintores são os de fácil acesso, onde fiquem 
visíveis para todos os usuários protegidos contra choques, devendo permanecer 
desobstruídos.; 
• Não devem ser localizados nas escadas e tampouco em locais com maior probabilidade de o 
fogo bloquear o acesso; 
• Esses locais devem ser caracterizados pela existência de uma sinalização adequada. 
INSTALAÇÃO DOS EXTINTORES 
• Quando os extintores forem instalados em paredes, a altura da fixação do suporte deve variar, 
no máximo, entre 1,60m do piso e 
• É permitida a instalação de extintores sobre o piso acabado, desde que permaneçam apoiados 
em suportes apropriados, com altura recomendada entre a 0,20m do piso; 
• Cada pavimento deve possuir, no mínimo, duas unidades extintoras, sendo uma para incêndio 
classe A e outra para incêndio classe B e C. É permitida a instalação de duas unidades 
extintoras iguais de pó ABC; 
• O extintor de pó ABC poderá substituir qualquer tipo de extintor de classes específicas A,B e C 
dentro de uma edificação ou área de risco. 
• É permitida a instalação de uma única unidade extintora de pó ABC em edificações, mezaninos 
e pavimentos com área construída inferior a 50m²; 
• Deve ser instalado, pelo menos, um extintor de incêndio a não mais de 5m da entrada principal 
da edificação e das escadas nos demais pavimentos. 
SINALIZAÇÃO DOS EXTINTORES 
• Os locais destinados aos extintores devem ser sinalizados para fácil localização; 
• Paredes: recomenda-se a utilização de indicadores vermelhos com bordas amarelas situados 
acima dos extintores. Na faixa vermelha da sinalização deve, constar, no mínimo a letra E na cor 
branca 
• Colunas: Deve aparecer em todo o seu contorno, setas, círculos ou faixas vermelhas com bordas 
amarelas, situados em nível superior aos extintores e que na parte vermelha da sinalização 
conste a letra E na cor branca, em cada uma de suas fazes. 
• Em áreas industriais, complementar com sinalização de solo, a fim de evitar que o seu acesso 
seja obstruído. 
Exemplo de sinalização: 
 
RECOMENDAÇÕES: 
• MANDAR OS EXTINTORES VAZIOS PARA RECARGA; 
• APRENDER A USAR OS EXTINTORES DE INCÊNDIO; 
• CONHECER OS LOCAIS ONDE ESTÃO INSTALADOS OS OUTROS EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO 
AO FOGO; 
• NUNCA OBSTRUIR OS ACESSOS AO EXTINTORES OU HIDRANTES; 
• NÃO MEXER NOS EXTINTORES DE INCÊNDIO E HIDRANTES A MENOS QUE SEJA NECESSÁRIO A 
SUA UTILIZAÇÃO OU REVISÃO PERIÓDICA.
 
SISTEMA DE PROTEÇÃO AUTOMÁTICA (SPRINKLER 
 Esse tipo de instalação é de ação imediata e automática; logo iniciado um incêndio, o afluxo de 
água aos pontos de aplicação se faz independentemente de qualquer intervenção; 
 O sprinkler (chuveiro automático) é um sistema pressurizado de tubulações, abastecimento de 
água, válvulas e dispositivos sensíveis à elevação de temperatura. 
 Para cada classe de risco, há tipos específicos de sprinkler a serem empregados.; 
 Esse tipo de sprinckler tem um sistema de alarme que é acionado quando o fogo provoca a operação do 
sistema. 
 O elemento operador do sprinkler é a ampola, feita de quartzoid; 
 O calor proveniente de gases quentes, esquenta as ampolas, que estouram, liberando a água para 
combate ao foco inicial. Após o uso tem de ser reparado; 
 
 
 
 
 
 
 
60 
Sensor térmico 
(Elevado coeficiente de 
expansão) 
• Os sistemas de proteção por sprinkler serão elaborados de acordo com critérios estabelecidos 
em normas técnicas brasileiras 
• NBR 10897/2007 – Sistemas de Proteção Contra Incêndio por Chuveiros Automáticos – 
Requisitos; 
• Os espaçamentos e alcances dos chuveiros automáticos variam de acordo com os modelos e 
posicionamento das instalações dos mesmos, da classificação dos riscos do local a ser 
protegido, áreas e distribuição espacial desses locais, características dos materiais e existência 
de obstruções nos tetos onde os chuveiros serão instalados.; 
• A distância máxima permitida entre chuveiros automáticos deve ser baseada na distância entre 
chuveiros automáticos no mesmo ramal ou ramais adjacentes; 
 
 
 
 
 
 
 
SISTEMA DE PROTEÇÃO MANUAL (mangotinhos, mangueiras e hidrantes) 
• Para a utilização pelos próprios ocupantes em situação de emergência, porém requerem 
treinamento para operação. 
Sistema de Hidrantes: 
• Componentes: 
• Mangueiras (40mm ou 65mm); Esguicho; 
• Abrigo metálico ou de fibra de vidro; 
• Reservatório de água + bombas; 
• Tubulação fixa de distribuição; 
• Pontos terminais (válvulas), estrategicamente distribuídos para que a área a ser protegida esteja ao 
alcance dos jatos d’água, através das mangueiras de no máximo, 30 metros 
 
Sistema de Mangotinhos 
• Conta com saída simples de água, dotada de válvula de abertura rápida 
• Componentes: 
• Mangueiras (25mm ou 32mm) 
• Esguicho 
• Abrigo metálico ou de fibra de vidro 
 Descarrega água em quantidade inferior ao sistema de hidrantes, porém em quantidade 
adequada ao risco de área onde está instalado; 
 Maior facilidade e rapidez de operação 
 Manuseio possível por apenas uma pessoa 
 
 
 Os hidrantes e respectivas mangueiras devem ser instalados em abrigos que possuam portas 
desprovidas de fechadura e sinalizados de forma a serem localizados rapidamente, sem 
nenhuma obstrução. 
 Devem ser localizados em pontos de fácil acesso, nas proximidadesde portas externas, de 
saídas, e permanecer visíveis a todos os usuários, não podendo, ser instalados em escadas; 
 à altura de 1,00 à 1,50 do piso; 
 Qualquer ponto da área a ser protegida deve ser alcançado pelo jato de água; 
 
RESERVA DE INCÊNDIO 
 
A água destinada ao combate a incêndio será acumulada em reservatório elevado, preferencialmente, ou em 
reservatório subterrâneo. Poderá ser usado o mesmo reservatório para consumo normal e para combate a 
incêndio, desde que fique constantemente assegurada a reserva. 
 
 
SINALIZAÇÃO DE EMERGÊNCIA 
 
Entende-se por sinalização de emergência as orientações ao público, instaladas nas edificações, que 
tem por finalidade indicar aos ocupantes do prédio as rotas de escape, as saídas, bem como a 
localização do equipamentos de combate à incêndio 
 
Iluminação de emergência e sinalização de saída: 
 As rotas de saída devem ter iluminação natural e/ou artificial em nível suficiente, de acordo com a NBR 
5413/92. Mesmo nos casos de edificações destinadas a uso unicamente durante o dia, é indispensável a 
iluminação artificial noturna; 
 A iluminação de emergência é obrigatória nos acessos e descargas sempre que houver exigência de 
escadas 
 A sinalização de saída é obrigatória: 
 - nos acessos e descargas das escadas de emergência em geral, em prédios não-residenciais 
- nos acessos e descargas dos locais de reunião de público, mesmo quando não dotados de escadas; 
Os textos e símbolos de sinalização devem ter, de preferência, cor branca sobre fundo verde-amarelado, para 
melhor visualização através da fumaça, admitindo-se o uso da cor vermelha prescrita pela NBR 10898/99 nos 
locais em que a luz verde vier a prejudicar condições necessárias de escuridão, como, por exemplo, em cinemas, 
laboratórios especiais e outros. 
 
 
Técnicas de prevenção de incêndios 
Armazenagem de material 
• Manter sempre, se possível, a substância inflamável longe de fonte de calor e de comburente. 
Armazenagem em locais separados contribui muito para aumentar a segurança. 
• Manter sempre, no local de trabalho, a mínima quantidade de inflamável para uso, como no 
caso, por exemplo, de operações de pintura, nas quais o solvente armazenado deve ser apenas 
o suficiente para um dia de trabalho. 
• Possuir um depósito com boas condições de ventilação para armazenagem de inflamável e o 
mais longe possível da área de trabalho, de operações. 
• Proibição de fumar nas áreas onde existam combustíveis ou inflamáveis estocados. 
Manutenção adequada 
• Além da preocupação com combustível e comburente é preciso saber como se pode evitar a 
presença do terceiro elemento essencial do fogo: o calor. 
Como evitar: 
Instalação elétrica em condições precárias 
Fios expostos ou descascados podem ocasionar curtos circuitos, que serão origem de focos de incêndio 
se encontrarem condições favoráveis à formação de chamas. 
Instalações elétricas mal projetadas 
Poderão provocar aquecimento nos fios e podem ser origem de incêndios. 
Pisos antí-faisca 
Em locais onde há estoque de líquidos ou gases inflamáveis, os pisos devem ser antí-faisca. 
Instalação mecânica 
Falta de manutenção e lubrificação em equipamentos mecânicos pode ocasionar aquecimento por 
atrito em partes móveis, criando a perigosa fonte de calor. 
Ordem e Limpeza 
Sempre ter um local de trabalho limpo, livres de material em excesso que podem causar incêndios 
Instalação de pára-raios 
Os Incêndios causados pelos raios são muito comuns. Assim, a instalação de pára-raios ser uma 
proteção importantíssima. 
 
 
Projeto de prevenção de incêndios 
O projeto de proteção contra incêndios deve nascer juntamente com o projeto de arquitetura e 
perfeitamente integrado com o de estrutura, hidráulico, elétrico, etc. Levando em conta: 
- As distâncias para serem alcançadas as saídas, as escadas; 
- A combustibilidade e a resistência ao fogo das estruturas e materiais de acabamento; 
- As barreiras para evitar propagação de um compartimento a outro, o controle da carga 
incêndio e a localização dos demais sistemas contra incêndios. 
Um bom projeto deve contar com proteção: 
- Passiva (contenção da propagação vertical e horizontal). 
- Ativa (equipamentos de combate), sistemas de alarme e principalmente saídas de emergência 
com iluminação de segurança, adequada. 
2.4 .2– MEDIDAS PASSIVAS 
 
Medidas passivas. Que abrangem controle dos materiais, meios de escape, compartimentação e 
proteção da estrutura. Saídas de emergência 
 As medidas estruturais compreendem a proteção passiva uma vez que se relaciona com as 
características físicas das edificações e instalações; 
 destaca-se as medidas previstas na NBR 9077/1993 que trata das “Saídas de emergência em 
edifícios”. 
 
 
- Componentes da saída de emergência: 
- acessos ou rotas de saídas horizontais, isto é, acessos às escadas, quando houver, e respectivas 
portas ou ao espaço exterior, nas edificações térreas; 
- escadas ou rampas; 
- descarga (trecho entre a escada e o logradouro público). 
 
Dimensionamento das saídas de emergência: 
- Vão livre das portas comuns ou corta-fogo: 
 0,80m, valendo por uma unidade de passagem (N=1); 
 1,00m, valendo por duas unidades de passagem (N=2); 
 1,50m, em duas folhas, valendo por três unidades de passagem (N=3); 
 Acima de 2,20m, exige-se coluna central. 
 
Escadas : quando utilizadas como rota de fuga, devem atender a todos os pavimentos, acima e 
abaixo da descarga, mas terminando obrigatoriamente no piso desta 
 
Guardas e corrimãos: Toda saída de emergência – corredores, galerias, patamares, escadas, rampas, e 
outros – deve ser protegida de ambos os lados por paredes ou guardas (guarda-corpo) contínuas. 
 
2.4.3 PROJETO DE PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS 
O projeto de proteção contra incêndios deve nascer juntamente com o projeto de arquitetura e 
perfeitamente integrado com o de estrutura, hidráulico, elétrico, etc, levando em conta: 
- As distâncias para serem alcançadas as saídas, as escadas; 
- A combustibilidade e a resistência ao fogo das estruturas e materiais de acabamento; 
- As barreiras para evitar propagação de um compartimento a outro, o controle da carga 
incêndio e a localização dos demais sistemas contra incêndios. 
2.4.4 COMBATE AO FOGO 
Tão cedo o fogo se manifeste, cabe: 
a) acionar o sistema de alarme; 
b) chamar imediatamente o Corpo de Bombeiros; 
c) desligar máquinas e aparelhos elétricos, quando a operação do desligamento não envolver riscos 
adicionais; 
d) atacá-lo, o mais rapidamente possível, pelos meios adequados. 
COMUNICAR ------------- COMBATER 
Relação das normas técnicas regulamentadoras da ABNT 
NBR 9077 – Saídas de emergências em edifícios 
NBR 5627 – Exigências particulares a obras de concreto armado 
NBR 9442 – Materiais de construção 
NBR 1174 – Portas corta-fogo 
NBR 7532 – Classes de incêndios e agentes extintores 
NBR 13714 – Instalações hidráulicas de hidrantes 
NBR 10987 – Chuveiros automáticos 
NBR 10898 – Sistema de iluminação de emergência 
NBR 12779 – Inspeção, manutenção e cuidados em mangueiras de incêndios. 
NBR 11861 e NBR 14349 – Classificação de mangueiras 
NBR 9441 – Sistema de alarme 
NBR 12692 – Extintores portáteis 
NBR 12693 – Extintores sob-rodas 
OBS: A NR 23 Proteção Contra Incêndio passou por uma drástica alteração na sua última atualização 
em maio de 2011. Agora seu conteúdo remete basicamente à listar as obrigações dos empregados e 
empregadores. Esta mudança tenta evitar o choque e contradições com as legislações estaduais, 
municipais e NBRs, que antigamente sempre gerava muitos conflitos e confusões. 
CAPÍTULO 3 – Acidente do Trabalho 
 
3.1 – CONCEITOS DE ACIDENTE DO TRABALHO 
 
CONCEITO PREVENCIONISTA: 
O acidente do trabalho pode ser definido como uma ocorrência não programada, inesperada ou não, 
que interrompe ou interfere no processo normal de uma atividade, ocasionando perda de tempo 
útil ou lesõesaos trabalhadores e/ou danos materiais. Portanto, mesmo ocorrências que não 
resultem lesões, devem ser encaradas como acidente do trabalho. 
 
CONCEITO LEGAL 
“Acidente do trabalho é aquele que ocorrer pelo exercício do trabalho a serviço da empresa, 
provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte, ou perda, ou redução, 
permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho” 
 
Acidente Típico de Trabalho 
 Acidente Típico é aquele que ocorre no local de trabalho e durante o exercício do mesmo; 
 Provoca no trabalhador incapacidade para a prestação de serviço. 
 
Acidente de trajeto 
 Processo de deslocamento; 
 Qualquer acidente que ocorrer durante tal processo é coberto pela lei de acidentes do trabalho; 
 Deixa de caracterizar-se o acidente quando o empregado, por interesse próprio, tenha 
interrompido ou alterado o percurso normal. 
 
São equiparados aos acidentes do trabalho : 
- Será considerado como do trabalho o acidente que, embora não tenha sido a causa única, haja 
contribuído diretamente para a morte ou a perda ou a redução da capacidade para o trabalho. 
- O acidente sofrido pelo empregado no local e no horário de trabalho, em conseqüência de: 
a. ato de sabotagem ou de terrorismo; 
b. ofensa física intencional, 
c. ato de imprudência ou de negligência de terceiro, 
d. ato de pessoa privada do uso da razão; 
e. desabamento, inundação ou incêndio; 
f. outros casos fortuitos ou decorrentes de força maior. 
 
- Doença proveniente de contaminação acidental do empregado, no exercício de suas atividades. 
- O acidente sofrido pelo empregado, ainda que fora do local e horário de trabalho, desde que: 
a. na execução de ordem ou na realização de serviço; 
b. na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa, para lhe evitar prejuízo ou proporcionar 
proveito; 
c. em viagem a serviço da empresa, seja qual for o meio de locomoção utilizado, inclusive veículo de 
propriedade do empregado; 
d. no percurso da residência para o trabalho ou deste para aquela. 
– Considera-se também como acidente de trabalho, as doenças profissionais e as doenças do trabalho. 
Doença Profissional 
 Doença do trabalho causada pelo exercício de atividade específica, constante em relação oficial; 
 Exemplo: Um trabalhador que trabalhe numa cerâmica onde é utilizada a sílica, vindo a adquirir 
silicose, bastará comprovar que trabalhou na cerâmica, para ficar comprovada a doença 
profissional, dispensando qualquer tipo de outra prova. 
Doença do Trabalho 
A doença do trabalho diferencia-se da doença profissional em vários pontos. Ela resulta de condições 
especiais em que o trabalho é exercido e com ele relaciona-se diretamente. 
Sendo uma doença genérica (que acomete qualquer pessoa), exige a comprovação do nexo causal, ou 
seja, o trabalhador deverá comprovar haver adquirido a doença no exercício do trabalho. 
Exemplo: A tuberculose poderá ser “doença do trabalho” com relação àquele segurado que comprovar 
tê-la adquirido no exercício do trabalho em uma câmara frigorífica. 
 
3.2 – COMUNICAÇÃO DO ACIDENTE DO TRABALHO 
De acordo com a legislação, todo acidente do trabalho deve ser imediatamente comunicado à empresa 
pelo acidentado ou por qualquer pessoa que dele tiver conhecimento. 
Em caso de morte, é obrigatória a comunicação à autoridade policial. 
A empresa por sua vez, deve comunicar o acidente do trabalho à Previdência Social até o primeiro dia 
útil seguinte ao da ocorrência. 
 
Comunicação de Acidente do Trabalho – CAT 
 
É um formulário que a empresa deverá preencher comunicando o acidente do trabalho, ocorrido com 
seu empregado, havendo ou não afastamento, até o primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência e, em 
caso de morte, de imediato à autoridade competente, sob pena de multa. A comunicação será feita ao 
INSS por intermédio do formulário CAT 
 
Ocorrências: Tipos de CAT: 
a) acidente do trabalho, típico ou de trajeto, 
ou doença profissional ou do trabalho; 
CAT inicial; 
b) reinício de tratamento ou afastamento por 
agravamento de lesão de acidente do 
trabalho ou doença profissional ou do 
trabalho, já comunicado anteriormente ao 
INSS; 
CAT reabertura; 
c) falecimento decorrente de acidente ou 
doença profissional ou do trabalho, ocorrido 
após a emissão da CAT inicial. 
CAT comunicação de óbito. 
 
 
3.3 – NR-5 CIPA 
 
• Comissão: Grupo de pessoas conjuntamente encarregadas de tratar de um determinado 
assunto; 
• Interna: Seu campo de atuação está restrito à própria empresa; 
• Prevenção: É o que define claramente o papel da CIPA. É sua meta principal. Prevenção significa 
caminhar antes do acidente; 
• Acidente: Qualquer ocorrência imprevista que possa causar danos ou prejuízos à propriedade 
ou à pessoa 
 
 
 
 A CIPA é composta de representantes de empregados e do empregador com tamanho definido 
em função do número de empregados e grau de risco da atividade principal da empresa. 
 A composição da CIPA segue o esquema delineado abaixo: 
 
 
Atribuições da CIPA: 
 
• identificar os riscos do processo de trabalho, e elaborar o mapa de riscos, com a participação do 
maior número de trabalhadores, com assessoria do SESMT; 
• SOLICITAR MEDIDAS para reduzir até eliminar ou neutralizar os riscos existentes 
• DISCUTIR OS ACIDENTES E RISCOS, encaminhando relatório ao SESMT e ao empregador 
• ORIENTAR os demais trabalhadores sobre prevenção de acidentes. 
• ESTUDAR os Ambientes e atividades de Trabalho. 
• Elaborar Plano de Trabalho de prevenção em segurança e saúde no trabalho 
• Implementação de medidas de prevenção e avaliação de prioridades 
• Verificar situações de risco 
• Avaliar, nas reuniões, o plano de trabalho. 
• Divulgar a todos informações sobre segurança 
• Participar, com o SESMT, de modificações nos ambientes de trabalho. 
• Requerer do SESMT, paralisação de situações com risco grave. 
• Colaborar na implementação do PPRA; 
• Divulgar as NRs e outras regras de segurança; 
• Participar, com o SESMT, de análise de causas de acidentes e doenças do trabalho; 
• Requisitar e analisar questões que interfiram na segurança e saúde dos trabalhadores; 
• Requisitar cópias de CATs emitidas; 
• Promover, anualmente, com o SESMT a SIPAT-Semana Interna de Prevenção de Acidentes do 
Trabalho – SEMANA de 1o. Maio. 
 
Dimensionamento da CIPA 
 
 
41.20-4 Construção de edifícios C-18a 
42.11-1 Construção de rodovias e ferrovias C-18a 
42.12-0 Construção de obras-de-arte especiais C-18a 
42.13-8 Obras de urbanização - ruas, praças e calçadas C-18a 
42.21-9 Obras para geração e distribuição de energia elétrica e para telecomunicações C-18a 
42.22-7 Construção de redes de abastecimento de água, coleta de esgoto e construções correlatas C-18 
42.92-8 Montagem de instalações industriais e de estruturas metálicas C-18a 
43.11-8 Demolição e preparação de canteiros de obras C-18a 
43.12-6 Perfurações e sondagens C-18a 
43.13-4 Obras de terraplenagem C-18a 
43.19-3 Serviços de preparação do terreno não especificados anteriormente C-18a 
43.21-5 Instalações elétricas C-18 
43.22-3 Instalações hidráulicas, de sistemas de ventilação e refrigeração C-18 
43.29-1 Obras de instalações em construções não especificadas anteriormente C-18 
43.30-4 Obras de acabamento C-18 
43.91-6 Obras de fundações C-18a 
43.99-1 Serviços especializados para construção não especificados anteriormente C-18 
 
3.3 – INSPEÇÃO DE SEGURANÇA 
 
• É a parte do controle de riscos que consiste em efetuar vistorias nas áreas e meios de trabalho, 
com o objetivo de descobrir e corrigir situações que comprometam a segurança dos 
trabalhadores. 
• Uma inspeção para ser bem aproveitada precisa ser planejada, e o primeiro passo é definir o 
que se pretende com a inspeção e como fazê-la. 
TIPOS DE INSPEÇÃO 
• Inspeção geral: Realizada quando se quer ter uma visão panorâmica de todos os setores da 
empresa. Pode ser realizada no início do mandato da CIPA. 
• Inspeção parcial:Realizada onde já se sabe da existência de problemas, seja por queixas dos 
trabalhadores ou ocorrência de doenças e acidentes do trabalho. Deve ser uma inspeção mais 
detalhada e criteriosa. 
• Inspeção específica: É uma inspeção em que se procura identificar problemas ou riscos 
determinados. Como exemplo podemos citar o manuseio de produtos químicos, postura de 
trabalho, esforço físico, etc. 
ETAPAS DE INSPEÇÃO 
 
 Observação do ambiente e dos meios de trabalho; 
 Coleta de informações; 
 Registro de dados e elaboração do relatório; 
 Apresentação nas reuniões da CIPA; 
 Encaminhamento do relatório através do Presidente da CIPA; 
 Acompanhamento da implantação das medidas recomendadas. 
 
3.4 – INVESTIGAÇÃO DOS ACIDENTES DO TRABALHO 
 
 
Etapas da Investigação 
 
 Coletar os fatos, descrevendo o ocorrido; 
 Analisar o acidente, identificando suas causas; 
 Definir as medidas preventivas, acompanhando sua execução. 
 
Métodos de Investigação 
 
1. Modelo Causal; (Atos e Condições Inseguras) 
2. Abordagem Pró-Ativa; 
3. Método da Árvores de Causas 
 
1- Método: Modelo Causal 
 
Heinrich representou sua concepção da causalidade dos acidentes de trabalho por meio de um 
arranjo específico de cinco peças de dominó, conforme sugere a figura a seguir: 
 
A lógica da prevenção concebida por Heinrich é que a subtração de uma das peças 
intermediárias impediria a queda da peça que simboliza o acidente ou a lesão. 
A cadeia proposta por Heinrich inicia-se com a ancestralidade e o meio social, que seriam 
responsáveis por características como o descuido, a teimosia e outros traços indesejáveis de caráter 
que, na compreensão do autor, podem ser hereditários e/ou serem desenvolvidos pelo meio social. 
Essa “peça” seria causadora da segunda, que é referida como sendo defeitos pessoais, que são 
exemplificados por meio do temperamento violento, nervosismo, falta de cuidado e outros. Essa 
segunda “peça” seria causadora da existência da terceira, que é referida como ato inseguro e condição 
insegura. Essa “peça” seria causadora da queda da quarta “peça” (o acidente), que por sua vez, 
causaria a lesão, representada pela última peça da fila. 
Na concepção de Heinrich, o elemento chave para a prática de prevenção, conforme sugere a 
Figura, é o terceiro, representado pelo ato inseguro e pela condição insegura, sendo que a grande 
maioria dos acidentes seria causada pelo comportamento inseguro do trabalhador. 
 
 
Causas de Acidentes do Trabalho 
 
o ATOS INSEGUROS 
 relacionados com falhas humanas 
o CONDIÇÕES INSEGURAS 
 relacionadas com as condições de trabalho 
 
ATOS INSEGUROS 
São atos voluntários ou involuntários do trabalhador, que por negligência, imprudência ou imperícia 
acabam concorrendo para o desencadeamento de determinado acidente. Exemplos 
 
• Usar máquinas sem permissão. 
• Não utilizar dispositivos de segurança. 
• Uso de roupa inadequada. 
• Transportar ou empilhar inseguramente. 
• Expor partes do corpo, a partes móveis de maquinas ou equipamentos. 
• Improvisar ou fazer uso de ferramenta inadequada a tarefa exigida. 
• Recusar-se a utilizar o EPI. 
• Manipulação inadequada de produtos químicos. 
• Fumar em lugar proibido. 
• Consumir bebidas alcoólicas antes ou durante a jornada de trabalho. 
 
CONDIÇÕES INSEGURAS 
Condições inseguras relaciona-se com a segurança do trabalhador em relação ao seu local de serviço. 
Envolvendo as instalações e os equipamentos; 
São aos defeitos, irregularidades técnicas e carências de dispositivos de segurança que põe em risco a 
integridade e/ou saúde dos trabalhadores 
• Falta de proteção em máquinas e equipamentos 
• Deficiência de maquinário e ferramental 
• Passagens perigosas 
• Instalações elétricas inadequadas ou defeituosas 
• Falta de equipamento de proteção individual 
• Nível de ruído elevado 
• Má arrumação/falta de limpeza 
• Defeitos nas edificações 
• Iluminação inadequada 
• Piso danificado 
 
2- Abordagem Pró-Ativa 
 
• Atuar sobre as causas e reduzir qualquer tipo de ocorrência, mesmo que não haja perdas 
mensuráveis ou visíveis; 
• Fundamento: Para cada acidente sério ocorre aproximadamente 600 incidentes sem perdas 
mensuráveis ou visíveis. 
 
 
 
 
 
 
 
 
3- Método: Árvore de Causas 
 
Reconstrução do acidente a partir das lesões até os fatores mais remotos relacionados com sua 
origem, organizando os fatos em esquema denominado diagrama ou árvore de causas do 
acidente, utilizando os conceitos de sistema. 
Situação de trabalho é um sistema em que: 
• um indivíduo (I) 
• executa uma tarefa (T) 
• com a ajuda de material (M) 
• no contexto de um meio de trabalho (MT). 
Eles constituem a ATIVIDADE. 
Componentes do sistema de trabalho. 
 
INDIVÍDUO(I) – pessoa física e psicológica trabalhando em seu meio profissional e trazendo consigo o 
efeito de fatores extraprofissionais. 
TAREFA(T) – designa as ações do indivíduo que participa da produção parcial ou total de um bem ou de 
um serviço. Designa também todas as ações necessárias para estar à disposição da produção, como: 
deslocamentos, esperas, movimentos, etc.. 
MATERIAL(M) – compreende todos os meios técnicos, os materiais e os produtos colocados à 
disposição do indivíduo para a execução das atividades. 
MEIO DE TRABALHO(MT) – designa as ordens de trabalho, a organização e o ambiente físico e social 
no qual o indivíduo executa sua tarefa. 
 
A situação de trabalho (empresa) forma um sistema, isto é, um conjunto de partes 
interdependentes, articuladas em função de um fim. 
Assim, o acidente é uma das manifestações de disfunção do sistema, capaz de revelar o caráter 
patológico de seu funcionamento. 
Acidente é o último termo de uma série de perturbações ou variações desses componentes, 
ocorridas durante o desenvolvimento de uma atividade da vítima ou de seus companheiros. Acidente é 
o final de uma série de antecedentes em determinado sistema. 
 
 
 
 
 
 
 
 
O acidente, descrito como um processo iniciado por uma primeira perturbação de um elemento 
do sistema, passando por uma cadeia de incidentes intermediários, evolui até a lesão de um indivíduo 
ou dano material. 
 
 Antecedes-estado: são condições permanentes na situação de trabalho, tais como a ausência 
de proteção sobre uma máquina, ambiente quente, barulhento; uma postura extrema forçada 
pelo espaço, 
 Antecedentes-variações: são as condições não habituais ou modificações que sobrevêm 
durante o desenvolvimento trabalho, como uma modificação em seu desenrolar, um incidente 
técnico, etc. 
 
Regras básicas para montagem da Árvore de Causas 
 
1- Realizar a investigação do acidente logo após a ocorrência e no próprio local onde ocorreu, 
envolvendo a participação do acidentado, colegas e técnicos que conheçam a situação e o tipo de 
trabalho 
2- Utilizar apenas fatos objetivos (Variações e Habituais) na descrição do acidente. Evitar 
interpretações e juízos de valor 
O MÉTODO PARTE DO PRINCÍPIO QUE SE OCORREU UM ACIDENTE ALGUMA COISA VARIOU 
OU MUDOU EM RELAÇÃO AO HABITUAL. 
3- Pesquisar o habitual (modo normal do trabalho) para verificar o que variou. 
4-Investigar os fatos(variações e permanente) segundo 4 componentes: 
• o trabalhador, 
• os meios usados(máquinas, ferramentas materiais), 
• a tarefa / atividade 
• o meio ambiente de trabalho (físico, cultural, social). 
5-Montar as relações(Árvore) entre os fatos respeitando as coerências e procedências. 
Questões para a montagem do diagrama: 
 
1- Houve realmente variação com referência a seu estado precedente habitual? 
2- Quais são estas variações? 
 
 
Para um mesmo acidente investigado por várias equipes, pode-se ter diversas árvores. Isso é feito para 
suprir “erros” que podem ser praticados por um analista ao fazer a Árvore. Esses “erros”, ou desvios, 
são normais e decorrem em função de causas como: 
1- Falta de prática ou formação deficiente sobre o método; 
2- Diferenças individuaisentre os analistas, considerando-se que cada um tem sua experiência, 
interesse, objetivos e características pessoais diferentes; 
Uma vez de posse de várias Árvores, é possível fundi-las em uma só, reunindo-se todas as variações ao 
ponto de se formar uma árvore “ideal”, conferindo uma linguagem comum, com maior clareza e 
objetividade. Essa é a vantagem de se adotar a prática coletiva, tanto para a pesquisa como para a 
construção da Árvore. 
EXEMPLOS: 
 
 
 
CAPÍTULO 4 – Riscos Ocupacionais no Ambiente de Trabalho 
 
4.1 Conceituações 
Ambiente de Trabalho 
Todo espaço físico que ao interagir com o trabalhador, influencia-o de maneira positiva ou 
negativa, alterando seu estado físico, psíquico e social. 
Todo ambiente de trabalho é composto por um conjunto de fatores interdependentes. Quando 
um desses fatores, ou um conjuntos deles, foge ao controle, seja pelos níveis permitidos ou pelos 
processos que se desencadeiam, o ambiente de trabalho torna-se suscetível a desenvolver as 
patologias do trabalho (acidentes do trabalho, doenças profissionais ou doenças do trabalho) 
No ambiente de trabalho é necessário encontrar condições capazes de proporcionar o máximo 
de proteção e ao mesmo tempo satisfação no trabalhor 
Resultado: aumento significativo da produtividade, melhoria da qualidade dos serviços, redução 
do índice de absenteísmo e diminuição drástica das doenças e acidentes do trabalho. 
Conceito de Risco 
“TODA E QUALQUER POSSIBILIDADE DE QUE ALGUM ELEMENTO OU CIRCUNSTÂNCIA EXISTENTE NUM 
DADO PROCESSO E AMBIENTE DE TRABALHO POSSA CAUSAR DANO À SAÚDE, SEJA ATRAVÉS DE 
ACIDENTES, DOENÇAS OU DO SOFRIMENTO DOS TRABALHADORES, OU AINDA ATRAVÉS DA POLUIÇÃO 
AMBIENTAL”. 
 
4.2 Riscos Ambientais 
 
São aqueles causados por agentes físicos, químicos ou biológicos que, presentes nos ambientes de 
trabalho, são capazes de causar danos à saúde do trabalhador. 
 
 
Em função de sua natureza, concentração, intensidade ou tempo de exposição. 
 
4.2.1 RISCOS FÍSICOS 
Os riscos físicos se caracterizam por: 
• Exigirem um meio de transmissão (em geral o ar) para propagarem sua nocividade. 
• Agirem mesmo sobre pessoas que não têm contato direto com a fonte do risco. 
• Em geral ocasiona lesões crônicas, mediatas. 
São os riscos gerados pelos agentes que têm capacidade de modificar as características físicas do 
meio ambiente 
 ruído, 
 vibrações, 
 pressões anormais, 
 temperaturas extremas (frio ou calor), 
 Umidade 
 radiações ionizantes (raio-x, alfa,gama) 
 não ionizantes (radiação de solda, radiação de sol) 
 infra-som e o ultra-som. 
 
RUÍDO 
É a energia transmitida por vibrações no ar (ou outros materiais), impressionando assim o nosso 
aparelho auditivo. Caracteriza-se por causar uma sensação de incômodo ou agressividade a nossa 
audição. 
 Ruído contínuo ou intermitente é considerado o ruído que de acordo com o processo 
produtivo, exponha o trabalhador a níveis de pressões sonoras durante todo o seu ciclo 
de trabalho, sem grandes interrupções. 
 O ruído de impacto é definido como um pico de energia com duração inferior a 1 (um) 
segundo e cuja repetição se dá a intervalos superiores a 1 (um) segundo. 
 
 
 
VIBRAÇÕES 
 As vibrações podem afetar o conforto e a eficiência, tendo como conseqüência a 
redução do rendimento do trabalho e causar efeitos adversos à saúde. Podem, ainda, 
progressivamente causar desordem irreversível das funções fisiológicas, quando de 
exposição intensa as mesmas. Existem dois tipos de vibrações: 
 Vibração de corpo inteiro 
 Vibração localizada 
Vibrações localizadas 
São aquelas transmitidas normalmente às extremidades do corpo, especialmente, mãos e braços. 
(ferramentas manuais). 
Vibrações de corpo inteiro 
 São aquelas transmitidas ao corpo do trabalhador, na posição sentado, em pé ou deitado; 
(as vibrações a que estão expostas os motoristas de caminhão, operadores de tratores, máquinas 
agrícolas, etc ). 
 
RADIAÇÃO IONIZANTE 
Radiação ionizante: São aquelas que se caracterizam pela sua habilidade de ionizar átomos da matéria 
com que interagem. 
o São exemplos dessas radiações: 
 Radiação alfa 
 Radiação Beta 
 Radiação Gama 
 Raios X 
RADIAÇÃO NÃO-IONIZANTE 
 Radiação não-ionizante: São aquelas que não produzem ionizações, ou seja, não 
possuem energia capaz de produzir emissão de elétrons de átomos ou moléculas com as 
quais interagem. 
 Podem ser divididas em sônicas (ultrassom) e eletromagnéticas; 
 Radiações ultravioleta (UV) proveniente da luz solar; 
 Radiação infravermelha, proveniente de operações em fornos, solda elétrica, e 
aquelas envolvendo raios lases, microondas, etc. 
 
TEMPERATURAS EXTREMAS 
FRIO 
 Em atividades que trabalhadores estão expostos ao frio, não existe índices que 
determinam a quantificação de exposição ao agente, mais consideram-se atividade, em 
ou similar a câmaras frigorificas. 
 Ex.: Açougues e câmaras frias de supermercados. 
Avaliação Qualitativa: Laudo de Inspeção realizada no local de trabalho. 
 {Portaria n.º 3214/78 do MTb – NR/15 – anexo n.º 9, item 1} 
"As atividades ou operações executadas no interior de câmaras frigoríficas, ou em locais que 
apresentem condições similares, que exponham os trabalhadores ao frio, sem a proteção adequada, 
serão consideradas insalubres em decorrência de laudo de inspeção realizada no local de trabalho". 
 
CALOR 
 É responsável por uma série de problemas que afetam a saúde e o rendimento do 
trabalhador. 
 Altas temperaturas podem provocar desidratação, erupção de pele, cãimbras, fadiga 
física, insolação, etc. 
 Limites de Tolerância: A legislação brasileira estabelece que exposição ao calor deve ser 
avaliada através do Índice de Bulbo Úmido Termômetro de Globo (IBUTG). A interpretação 
desses valores dependerá das condições do ambiente de trabalho e a carga térmica no 
momento da avaliação. 
 
UMIDADE 
As atividades executadas em locais alagados, encharcados ou com umidade excessiva, realizadas de 
maneira periódica e rotineira, sem a devida proteção ao trabalhador, pode provocar danos à saúde do 
mesmo, tais como problemas no aparelho respiratório e reumatismo, bem como estagnação do sangue 
produzindo diminuição da oxigenação dos tecidos e paralisação dos pés e pernas, além das gripes, 
resfriados, bronquites e pneumonias. 
 Também não existe limites de tolerância para a exposição ao agente umidade, mas 
atividades em locais alagados e/ou atividades em que trabalhadores estejam sempre 
encharcados, tem-se a necessidade de implantar medidas que minimizam a exposição 
do trabalhador. 
Exemplo: Galerias de águas fluviais e lavadores de carros 
 
 
OBSERVAÇÃO: A Organização Internacional do Trabalho - OIT recomenda como ideais, as temperaturas 
entre 20 e 25oC, umidade relativa do ar entre 30 e 70% e velocidade do vento entre 0,1 e 0,3 m/s, se a 
carga de trabalho for leve e não transmitir calor radiante. 
 
 PRESSÕES ANORMAIS 
Há uma série de atividades em que os trabalhadores ficam sujeitos a pressões anormais, isto é, 
pressões ambientes acima e abaixo do normal. 
PRESSÃO HIPERBÁRICA: Quando o ser humano está sujeito a pressões maiores que a pressão 
atmosférica; 
PRESSÃO HIPOBÁRICA: Quando o ser humano está sujeito a pressões menores que a pressão 
atmosférica. 
 HIPOBÁRICAS: Atividades realizadas em altitudes elevadas (manutenção em algum 
arranha-céu) 
 HIPERBÁRICAS: Atividades realizadas em tubulações de ar comprimido, trabalhos 
executados por mergulhadores, tubulações submersas do oceano e plataformas de 
petróleo. 
Medidas de Controle: 
 Controle da compressão; 
 Controle da descompressão; 
 Medidas de controle na câmara de trabalho; 
 Medidas de controle nas instalações do canteiro de trabalho; 
 
4.2.2 RISCOS QUÍMICOS 
 
Os riscos Químicos se caracterizam por: 
• Agirem mesmo sobre pessoas que não têm contato direto com a fonte do risco. 
• Em geral ocasiona lesões mediatas(doenças) 
• No entanto, eles não necessariamente demandam a existência de um meio para propagação 
de sua nocividade, já que algumas substâncias são nocivas por contato direto. 
Agentes Químicos 
o As substâncias, compostos ou produtos que possam penetrar no organismo via 
respiratória. Nas formas de : 
 Poeiras, fumos névoas, neblinas, gases ou vapores; 
o Ou que, pela natureza da atividade de exposição, possam ter contato ou ser 
absorvidos pelo organismo através da pele ou ingestão 
Assim, resumidamente, pode-se classificar os agentes químicos pela sua forma de contaminação em 
nosso corpo: 
VIAS RESPIRATÓRIAS: Poeiras, fumos névoas, neblinas, gases ou vapores que podem causar asma, 
bronquite, asfixia, redução da capacidade respiratória. 
ATRAVÉS DA PELE: Os produtos mais tóxicos penetram através dos poros, atingindo a corrente 
sanguínea. 
Elementos químicos tais como o chumbo, mercúrio e arsênico, podem causar doenças no fígado. 
Existem ainda aqueles produtos que podem causar lesões na pele ( dermatites ), tais como óleos, 
lubrificantes, solventes, graxas e desengraxantes. 
VIA DIGESTIVA: Geralmente a intoxicação por via digestiva ocorre acidentalmente, ou até pelo hábito 
de roer as unhas, ou lixá-las com os dentes. 
 
 
POEIRAS 
São partículas sólidas com diâmetro maior que 1mm. 
São formadas quando um material sólido é quebrado, moído ou triturado. 
Quanto menor a partícula, mais tempo ela ficará suspensa no ar, sendo maior a chance de ser inalada. 
Tipos de poeiras: 
 Poeira mineral: sílica, asbesto, carvão mineral 
 Poeiras vegetais: algodão, bagaço de cana de açúcar. 
 Poeiras alcalinas: calcário 
FUMOS 
São partículas sólidas com diâmetro menor que 1mm 
Ocorre quando um metal ou plásticos é fundido (aquecido), vaporizado e resfriado rapidamente, 
formando partículas sólidas muito finas e também gases que ficam suspensos no ar. 
 Soldagem, fundição, etc. 
 
NÉVOAS 
São encontrados quando líquidos são pulverizados (partículas líquidas suspensas no ar). São formadas 
geralmente quando há utilização de spray. 
 Aplicação de defensivos agrícolas. 
 Operações de pinturas 
NEBLINAS 
Aerosóis líquidos formados por condensação de vapores. 
GASES 
São substâncias não liquidas ou sólidas, que estão nas condições normais de temperatura e pressão, 
tais como oxigênio, nitrogênio, gás carbônico, monóxido de carbono, etc. 
VAPORES 
Ocorrem através da evaporação de líquidos ou sólidos. Geralmente são caracterizados pelos odores, 
tais como a gasolina, solventes, etc. 
 
Substância compostas ou produtos químicos em geral 
São as substâncias utilizadas em diversos tipos de atividades, tais como em limpeza de peças, 
lubrificação de motores e limpeza domésticas. Essas substância podem ser as seguintes: 
 Graxas. 
 Óleos minerais. 
 Utilização de produtos químicos para limpezas leves ou pesadas. 
 Etc. 
 
4.2.3 RISCOS BIOLÓGICOS 
 
São os caracterizados pela presença de microorganismos invisíveis a olho nus, presentes no ambiente 
de trabalho, capazes de causar doenças. Apresentam muita facilidade de reproduzir-se, além de contar 
com diversos mecanismos para transmissão ou contaminação das pessoas, ambientes ou animais. 
Consideram-se agentes biológicos: 
 Bactérias, Fungos, Bacilos, Parasitas, Protozoários, Vírus , Entre outros 
 
4.3 RICOS ERGONÔMICOS 
 
4.4 RISCOS DE ACIDENTES 
 
4.5 MAPA DE RISCOS 
OBJETIVOS 
O Mapa de Riscos tem como objetivos: 
a) reunir as informações necessárias para estabelecer o diagnóstico da situação de segurança e saúde 
no trabalho na empresa; 
b) possibilitar, durante a sua elaboração, a troca e divulgação de informações entre os trabalhadores, 
bem como estimular sua participação nas atividades de prevenção 
O QUE É O MAPA DE RISCOS? 
O Mapa de riscos é a representação gráfica de como os trabalhadores percebem o seu ambiente de 
trabalho. Também deve ser simples e objetivo a tal ponto que aqueles trabalhadores mais leigos 
consigam interpretá-lo sem nenhuma auxílio técnico 
 
MAPA DE RISCOS: POR QUE FAZER? 
Os riscos (estudados anteriormente) podem prejudicar o bom andamento dos serviços e tarefas, 
portanto, devem ser 
 Identificados; 
 Avaliados e 
 Controlados de forma correta 
 
 
 
 
 
 
 
 
MAPA DE RISCOS: ETAPAS DE ELABORAÇÃO 
a) conhecer o processo de trabalho no local analisado: 
- os trabalhadores: número, sexo, idade, treinamento profissionais e de segurança e saúde; 
- os instrumentos e materiais de trabalho; 
- as atividades exercidas e o ambiente. 
b) identificar os riscos existentes no local analisado, conforme a classificação da tabela. 
c) identificar as medidas preventivas existentes e sua eficácia: 
- medidas de proteção coletiva; 
- medidas de organização do trabalho; 
- medidas de proteção individual; 
d) Identificar os Indicadores de saúde: 
- queixas mais frequentes, doenças profissionais diagnosticadas; causas mais freqüentes de ausência 
ao trabalho 
e) Conhecer os levantamentos ambientais já realizados; 
f) Elaborar o mapa de riscos, 
 
 
4.6 - NR-9 PPRA (PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS) 
 
D Objeto e campo de elaboração 
Obrigatoriedade da elaboração e implementação, por parte de todos os empregadores e instituições 
que admitam trabalhadores como empregados, do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - 
PPRA, visando à preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores, através da antecipação, 
reconhecimento, avaliação e conseqüente controle da ocorrência de riscos ambientais existentes ou 
que venham a existir no ambiente de trabalho 
O PPRA é um programa de higiene Ocupacional e um dos documentos mais importantes para 
implementar ações preventivas aos trabalhadores que possam estar expostos aos agentes ambientais. 
 
 
NR9 se aplica a todas as empresas regidas pela CLT (micro, pequena, média e grande seja dos setores 
industrial, comerciário ou de serviços, da área urbana ou rural),não importando o tipo de atividade, 
risco ou número de funcionários. 
O PPRA deve ser elaborado tanto para um escritório com 40 funcionários quanto para um posto de 
gasolina com quatro funcionários. A diferença entre um e outro é a forma de elaboração. 
 Ex: 
Escritório de contabilidade = realizar o reconhecimento, registro e divulgação dos dados. 
Posto de gasolina = deverão ser implementadas medidas de controle e monitoramento dos 
agentes ambientais quantitativos. 
Observação: 
 Para efeito desta NR, consideram-se riscos ambientais os agentes físicos, químicos e biológicos existentes 
nos ambientes de trabalho que, em função de sua natureza, concentração ou intensidade e tempo de 
exposição, são capazes de causar danos à saúde do trabalhador. 
 
Estrutura 
O Programa de Prevenção de Riscos Ambientais deverá conter, no mínimo, a seguinte estrutura: 
a) planejamento anual com estabelecimento de metas, prioridades e cronograma; 
b) estratégia e metodologia de ação; 
c) forma do registro, manutenção e divulgação dos dados; 
d) periodicidade e forma de avaliação do desenvolvimento do PPRA. 
Etapas 
O Programa de Prevenção de Riscos Ambientais deverá incluir as seguintes etapas: 
a) antecipação e reconhecimentos dos riscos; 
b) estabelecimento de prioridades e metas de avaliação e controle; 
c) avaliação dos riscos e da exposição dos trabalhadores; 
d) implantação de medidas de controle e avaliação de sua eficácia; 
e) monitoramento da exposição aos riscos; 
f) registro e divulgação dos dados. 
 
Reconhecimento 
O reconhecimento dos riscos ambientais deverá conter os seguintes itens, quando aplicáveis: 
a) a sua identificação; 
b) a determinação e localização das possíveis fontes geradoras; 
c) a identificação das possíveis trajetórias e dos meios de propagação dos agentes no ambiente de 
trabalho; 
d) a identificação das funções e determinação do número de trabalhadores expostos; 
e) a caracterização das atividades e do tipo da exposição;f) a obtenção de dados existentes na empresa, indicativos de possível comprometimento da saúde 
decorrente do trabalho; 
g) os possíveis danos à saúde relacionados aos riscos identificados, disponíveis na literatura técnica; 
h) a descrição das medidas de controle já existentes. 
CAPÍTULO 5 – Insalubridade e Periculosidade (NR-15 e 16) 
5.1 INSALUBRIDADE NR-15 
 
Insalubridade 
São consideradas atividades ou operações insalubres aquelas que, por sua natureza, condições ou 
métodos de trabalhado, exponham os e empregados a agentes nocivos à saúde, acima dos limites de 
tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade do agente e do tempo de exposição aos seus 
efeitos. 
Quando não forem 
identificados riscos ambientais 
, o PPRA resume-se ás etapas 
das da letra A e F 
1.1 São consideradas atividades ou operações insalubres as que se desenvolvem: 
1.2 Acima dos limites de tolerância previstos nos Anexos n.º 1, 2, 3, 5, 11 e 12; 
 Anexo 01 - Limites de tolerância para ruído contínuo ou intermitente. 
 Anexo 02 – Limites de tolerância para ruídos de impacto. 
 Anexo 03 – Limites de tolerância para exposição ao calor. 
 Anexo 05 – Radiações ionizantes. 
 Anexo 11 – Agentes químicos cuja insalubridade é caracterizada por limite de tolerância e 
inspeção no local de trabalho. 
 Anexo 12 – Limites de tolerância para poeiras minerais. 
 
1.3 São consideradas atividades ou operações insalubres as que se desenvolvem: 
1.4 Nas atividades mencionadas nos Anexos n.º 6, 13 e 14; 
 Anexo N.º 6- trabalho sob condições hiperbáricas. 
 ANEXO N.º 13- agentes químicos. 
 Anexo N.º 14- agentes biológicos. 
 
1.5 Comprovadas através de laudo de inspeção do local de trabalho, constantes dos Anexos n.º 7, 8, 
9 e 10. 
 Anexo N.º 7- Radiações não ionizantes. 
 Anexo N.º 8 - Vibrações. 
 Anexo N.º 9 - Frio. 
 Anexo N.º 10 – Umidade. 
 
"Limite de Tolerância" 
 
 
a concentração ou intensidade máxima ou mínima, relacionada com a natureza e o tempo de 
exposição ao agente, que NÃO causará dano à saúde do trabalhador, durante a sua vida laboral. 
 
O exercício de trabalho em condições de insalubridade, assegura ao trabalhador a percepção de 
adicional, incidente sobre o salário mínimo da região, equivalente a: 
 40% (quarenta por cento), para insalubridade de grau máximo; 
 20% (vinte por cento), para insalubridade de grau médio; 
 10% (dez por cento), para insalubridade de grau mínimo; 
 
NR-15 – Sobre neutralização e eliminação da insalubridade 
 
A eliminação ou neutralização da insalubridade determinará a cessação do pagamento do adicional 
respectivo. 
 
O que diz a CLT? 
 Art . 194 - O direito do empregado ao adicional de insalubridade ou de periculosidade cessará 
com a eliminação do risco à sua saúde ou integridade física, nos termos desta Seção e das 
normas expedidas pelo Ministério do Trabalho. 
 
A eliminação ou neutralização da insalubridade determinará a cessação do pagamento do adicional 
respectivo. 
 
A eliminação ou neutralização da insalubridade deverá ocorrer: 
 Com a adoção de medidas de ordem geral que conservem o ambiente de trabalho dentro dos 
limites de tolerância; 
 Com a utilização de equipamento de proteção individual. 
 
NR-15 – Ruídos- Anexo 01 
 
Ruído - Caracteriza-se por causar uma sensação de incômodo ou agressividade a nossa audição. 
 Ruído contínuo ou intermitente: Que não seja ruído de impacto. 
 Ruído de impacto: É aquele que apresenta picos de energia acústica de duração inferior a 1 
(um) segundo, a intervalos superiores a 1 (um) segundo. 
 
Medidas de prevenção (ruídos). 
 
Intervenção na Fonte Sonora: 
 Eliminação ou substituição de máquinas excessivamente ruidosas. 
 Modificação do ritmo de funcionamento da máquina. 
 Aumento da distância à fonte emissora. 
 Melhoria da manutenção preventiva. 
 Aplicação de silenciadores e atenuadores sonoros; 
Intervenção sobre a propagação: 
 Utilização de painéis absorventes (tetos e zonas de trabalho). 
 Utilização de amortecedores. 
 Isolamento contra vibrações; 
Medidas organizacionais: 
 Redução do tempo de exposição 
 Rotação dos trabalhadores. 
 Vigilância médica e audiométrica da função auditiva dos trabalhadores expostos. 
 
 Utilização de EPI’s 
 Protetores Auriculares 
 
NR15 – ANEXO 01 
Limites de tolerância para ruído contínuo ou intermitente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
* Para uma exposição de 8 horas/diárias sem proteção auditiva. 
 ** Sem proteção adequada. 
 
115 
Ruído contínuo e intermitente. 
Observações: 
Não é permitida exposição a níveis de ruído acima de 115 dB(A) para indivíduos que não estejam 
adequadamente protegidos. 
Se durante a jornada de trabalho ocorrerem dois ou mais períodos de exposição a ruído de 
diferentes níveis, devem ser considerados os seus efeitos combinados, de forma que, se a soma das 
seguintes frações: 
C1 + C2 + C3 ____________________ + Cn 
T1 T2 T3 Tn 
Exceder a unidade, a exposição estará acima do limite de tolerância. 
 
 Calor 
 
O calor, ao contrário de outros agentes físicos, é mais difícil de ser avaliado com precisão em virtude da 
multiplicidade de fatores ambientais e individuais que influem na sensação térmica. 
Avaliação de Calor 
A avaliação de calor é baseada nas medições dos parâmetros que influenciam diretamente na 
quantificação da sobrecarga térmica. São eles: 
Temperatura do ar , Umidade relativa do ar , Velocidade do ar , Calor radiante , Atividade exercida 
 
Diferenças entre conforto térmico e sobrecarga térmica 
Tecnicamente não há um limite específico para se estabelecer à diferença entre as duas situações. A 
caracterização de conforto térmico é estabelecida pela N R-17 Ergonomia. A avaliação de sobrecarga 
térmica é estabelecida pelo anexo nº 3 da NR-15. 
 
Índices I.B.U.T.G .- Índice de bulbo úmido termômetro de globo 
A equação para o cálculo do índice, varia em função da presença, ou não de carga solar no momento 
da medição. 
 Ambientes internos ou externos sem carga solar: 
IBUTG = 0,7 Tbn + 0,3 Tg 
 Ambientes externos com carga solar: 
IBUTG = 0,7 Tbn + 0,2 Tg + 0,1 Tbs 
 
tbn -- temperatura de bulbo úmido natural 
tg -- temperatura de globo 
tbs - temperatura de bulbo seco 
 Limites de tolerância: 
Os Limites de Tolerância bem como os procedimentos de avaliação são estabelecidos pelo anexo 03 da 
NR-15 Portaria 3214 - MTE. 
O índice de Bulbo úmido - Termômetro de Globo – IBUTG utilizado para a avaliação da sobrecarga 
térmica é um método simples, baseado na combinação das leituras provenientes dos termômetros de 
globo, bulbo úmido e seco, correlacionando posteriormente a carga térmica ambiental com a carga 
metabólica do tipo de atividade exercida pelo trabalhador. 
 
IBUTG 
1- Termômetro de bulbo úmido – tbn (temperatura de bulbo Úmido natural 
 
Um Termômetro de mercúrio com escala mínima de +10 ºC a +50 ºC 
2- Termômetro de globo – tg (temperatura de globo) 
 
 
Um termômetro de mercúrio com escala mínima de +10 ºC a +120 ºC 
 
 
3- Termômetro de bulbo seco– tbs (temperatura de bulbo seco) 
 
IBUTG – Árvore (Figura do conjunto abaixo) : 
 
 
Considera-se insalubridade de grau médio as atividades ou operações que exponham o servidor a: 
a) níveis de ruído contínuo ou intermitente superiores aos limites de tolerância; 
b) níveis de ruído de impacto superior aos limites de tolerância; 
c) exposição ao calor com valores de IBUTG d) radiações não ionizantes, consideradas insalubres em 
decorrência de inspeção no local de trabalho; 
e) vibrações consideradas insalubres, em decorrência de inspeção no local de trabalho; 
f) frio considerado insalubre, em decorrência de inspeção no local de trabalho; 
g) umidade considerada insalubre, em decorrência de inspeção realizada no local de trabalho; 
h) agentes biológicos. 
Decreto 34.573-93 Art.4º; § 3º 4 
5.2 ATIVIDADES E OPERAÇÕES PERIGOSASNR-16 
 
CLT ARTIGO 193 
1. Periculosidade: São consideradas atividades ou operações perigosas, aquelas que, por sua 
natureza ou métodos de trabalho, impliquem no contato permanente com inflamáveis ou 
explosivos, em condições de risco acentuado 
1.2 São consideradas atividades e operações perigosas as constantes dos Anexos números 1 e 2 desta 
Norma Regulamentadora-NR. 
 Anexo 01: Atividades e operações perigosas com Explosivos 
 Anexo 02: Atividades e operações perigosas com Inflamáveis 
 Anexo (*) : Atividades e operações perigosas com Radiações Ionizantes ou Substâncias 
Radioativas 
 
Além destas atividades, também: 
 Decreto 93.412, de 14/10/86 e Lei nº 12.740 de 8/12/12 – Energia Elétrica 
 Lei 12.740 de 8/12/12 – Roubos ou outras espécies de violência física nas atividades 
profissionais de segurança pessoal e patrimonial 
 
16.2 O exercício de trabalho em condições de periculosidade assegura ao trabalhador a percepção de 
adicional de 30% (trinta por cento), incidente sobre o salário, sem os acréscimos resultantes de 
gratificações, prêmios ou participação nos lucros da empresa. 
16.8 Todas as áreas de risco previstas nesta NR devem ser delimitadas, sob responsabilidade do 
empregador. 
 Anexo 01 e 02 item 03: 
“São consideradas áreas de risco” 
 
EXPLOSIVOS 
 
 
INFLAMÁVEIS 
 
RADIAÇÃO 
 
 
 
ELETRICIDADE (Decreto 93.412/86) 
a) Atividades de construção, operação e manutenção de redes de linhas aéreas e subterrâneas, usinas, 
subestações, cabinas de distribuição e áreas afins; 
b) Atividades de inspeção, testes, ensaios, calibração, medição, reparo e treinamento em 
equipamentos e instalações elétricas. 
Obs.1. os equipamentos e instalações referidos podem ser de alta ou baixa tensão mas devem ser 
integrantes de sistemas elétricos de potência; 
Obs.2. os equipamentos e instalações referidos podem estar energizados ou desenergizados, mas com 
possibilidade de energização acidental ou por falha operacional. 
3.613 Sistema Elétrico ( de potência ) 
3.613.1 Em sentido amplo, é o conjunto de todas as instalações e equipamentos destinados à geração, 
transmissão e distribuição de energia elétrica. 
3.613.2 Em sentido restrito, é um conjunto definido de linhas e subestações que assegura a 
transmissão e/ou a distribuição de energia elétrica, cujos limites são definidos por meio de critérios 
apropriados, tais como, localização geográfica, concessionário, tensão, etc.. 
Nota: Por exemplo, sistema de geração, sistema de transmissão, sistema de distribuição. Podem ser 
ainda considerados sistemas menores, desde que perfeitamente caracterizados, tais como, sistema de 
geração hidrelétrica... 
FATORES CUMULATIVOS 
 É possível um empregado estar exposto a um agente insalubre e perigoso? 
 Neste caso o empregado recebe os dois adicionais? 
 Não!!! 
 O Art. 193, §2 diz que o trabalhador ao estar exposto a dois agentes deve optar por um dos dois 
benefícios. 
 Quando ocorrer a existência de mais de um fator de periculosidade, será considerado apenas o 
fator de grau mais elevado para efeito de acréscimo salarial, sendo vedado o pagamento 
cumulativo. 
 Se a função desenvolvida pelo empregador for, simultaneamente, insalubre e perigosa, este 
poderá optar por um dos adicionais que lhe for mais favorável. 
 Entretanto, não terá o direito de receber ambos adicionais.

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