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<p>ARA1184 – Sistematização do cuidar em</p><p>enfermagem (teoria e prática)</p><p>Prof.ª: Sara Goulart de Castro Santana</p><p>Mestre em Ciências e Tecnologias da Saúde / UnB</p><p>CONTEÚDO:</p><p>• TEMA 1: INICIAÇÃO AO EXAME CLÍNICO EM</p><p>ENFERMAGEM</p><p>1.1 ASPECTOS GERAIS DA AVALIAÇÃO CLÍNICA E A COLETA</p><p>DE DADOS</p><p>1.2 MÉTODOS PROPEDÊUTICOS DA AVALIAÇÃO CLÍNICA E A</p><p>UTILIZAÇÃO DE INSTRUMENTOS E APARELHOS SIMPLES</p><p>PARA INICIAR A AULA:</p><p>• O que é uma avaliação clínica?</p><p>• O que um enfermeiro faz durante uma avaliação clínica?</p><p>• Para qual finalizada um enfermeiro faz a avaliação clínica?</p><p>• Qual a importância da avaliação clínica feita por um enfermeiro?</p><p>• O processo de cuidar em Enfermagem é complexo e está muito além da distribuição de cápsulas</p><p>ou injeções;</p><p>• O cuidado em enfermagem precisa ser desenvolvido para atender as necessidades do indivíduo,</p><p>da família e da coletividade;</p><p>• Deve ser realizado de forma holística, contemplando as dimensões ética e profissional;</p><p>• O conhecimento sistematizado, organizado e baseado em teorias permite a construção de um</p><p>plano de cuidados direcionado à resolutividade de problemas e dos riscos à saúde dos grupos</p><p>acima mencionados;</p><p>• Para isto, o enfermeiro deve realizar a Avaliação Clínica baseada no processo de enfermagem e</p><p>em teorias que favoreçam o julgamento clínico e a tomada de decisões.</p><p>ASPECTOS GERAIS DA AVALIAÇÃO CLÍNICA:</p><p>O que é a SAE?</p><p>• É uma metodologia científica que vem sendo cada vez mais</p><p>implementada na prática assistencial, conferindo maior segurança</p><p>aos pacientes, melhora da qualidade da assistência e maior</p><p>autonomia aos profissionais de enfermagem.</p><p>O que é a SAE?</p><p>• A SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE</p><p>ENFERMAGEM ORGANIZA O TRABALHO</p><p>PROFISSIONAL QUANTO A MÉTODO, PESSOAL E</p><p>INSTRUMENTOS, TORNANDO POSSÍVEL A</p><p>OPERACIONALIZAÇÃO DO PROCESSO DE</p><p>ENFERMAGEM</p><p>Legislação</p><p>• O Conselho Federal de Enfermagem (COFEN), por meio</p><p>da Resolução 358/2009, tem preconizado que a assistência</p><p>de enfermagem deve ser sistematizada implantando-se o</p><p>processo de enfermagem (PE) (COFEN, 2009).</p><p>• Dispõe sobre a sistematização da assistência de</p><p>enfermagem e a implementação do processo de</p><p>enfermagem em ambientes, públicos ou privados, em que</p><p>ocorre o cuidado profissional de enfermagem</p><p>Legislação</p><p>O PROCESSO DE ENFERMAGEM é um instrumento</p><p>metodológico que orienta o cuidado profissional de</p><p>Enfermagem e a documentação da prática profissional</p><p>Legislação</p><p>O que é o Processo de Enfermagem?</p><p>• Processo de enfermagem é um método utilizado para se implantar,</p><p>na prática profissional, uma teoria de enfermagem. Após a escolha da</p><p>teoria de enfermagem, torna-se necessária a utilização de um método</p><p>científico para que os conceitos da teoria sejam implantados na</p><p>prática.</p><p>• O processo de enfermagem fornece estrutura para a tomada de</p><p>decisão durante a assistência de enfermagem, tornando-a mais</p><p>científica e menos intuitiva</p><p>Etapas do Processo de Enfermagem</p><p>• O processo de enfermagem se operacionaliza em etapas (ou fases,</p><p>ou componentes):</p><p>Etapas do Processo de Enfermagem</p><p>• COLETA DE DADOS</p><p>ENTREVISTA / ANAMNESE EXAME FÍSICO</p><p>Etapas do Processo de Enfermagem</p><p>• COLETA DE DADOS</p><p>• Os dados referentes ao estado de saúde do paciente são investigados</p><p>de maneira direta (Anamnese e Exame Físico) ou indireta (Terceiros)</p><p>• Os dados são classificados em duas categorias: objetivos (o que é</p><p>observável) e subjetivos (o que a pessoa afirma)</p><p>• Os dados objetivos oferecem suporte aos dados subjetivos (o que é</p><p>observado confirma o que o paciente diz)</p><p>ENTREVISTA / ANAMNESE</p><p>• O objetivo da entrevista é estabelecer contato, criar um</p><p>relacionamento baseado na confiança e levantar dados relevantes a</p><p>cerca do estado do paciente para guiar a assistência do enfermeiro;</p><p>• A entrevista precisa ser compreensiva. O enfermeiro tem que ter a</p><p>capacidade de ouvir, entender, explorar os dados que o paciente traz,</p><p>demonstrar interesse, conhecimento, e estabelecer uma comunicação</p><p>efetiva com o paciente;</p><p>• Essa é a primeira e a melhor oportunidade para o paciente dizer</p><p>como percebe o seu estado de saúde;</p><p>ENTREVISTA / ANAMNESE</p><p>• Quando menos o profissional estiver na defensiva melhor será a</p><p>comunicação efetiva;</p><p>• O entrevistador não pode impor seus valores pessoais durante a</p><p>entrevista e nem usar de autoridade extrema;</p><p>• Procure falar somente o necessário, evite interromper as respostas do</p><p>paciente e dê sempre respostas claras;</p><p>ENTREVISTA / ANAMNESE</p><p>• A entrevista pode ser didaticamente dividida em três etapas:</p><p>introdução, corpo e fechamento;</p><p>ENTREVISTA / ANAMNESE</p><p>O que é o exame físico?</p><p>• Levantamento das condições de saúde, de forma integral do</p><p>indivíduo, tanto físicas, nutricionais e psicológicas</p><p>Importância do exame físico</p><p>• Aproximação do enfermeiro com paciente;</p><p>• Compreender principais necessidades;</p><p>• Subsídios para o diagnósticos de enfermagem;</p><p>• Ações de enfermagem eficazes.</p><p>SINAIS VITAIS</p><p>Pressão</p><p>Arterial</p><p>Pulso Frequência</p><p>Respiratória</p><p>Temperatura</p><p>Medidas antropométricas</p><p>• Peso</p><p>• Altura</p><p>• Circunferência abdominal</p><p>• Circunferência do quadril</p><p>INSPEÇÃO</p><p>• A inspeção é um processo baseado na observação, onde utilizaremos:</p><p>• Visão;</p><p>• Olfato;</p><p>• Audição.</p><p>A inspeção poderá ser:</p><p>• Panorâmica: visão do corpo inteiro, necessária para o reconhecimento do</p><p>estado geral do paciente;</p><p>• Localizada: Mais utilizada, realizada por meio de análise de segmentos</p><p>corporais e áreas restritas.</p><p>INSPEÇÃO</p><p>• A inspeção inicia-se logo no primeiro contato com o cliente,</p><p>onde observa-se: Condição física e mental</p><p>O enfermeiro observa de forma geral:</p><p>• Sexo, raça: certas doenças são mais propensas a afetar um sexo</p><p>específico ou raça. Ex: Câncer de pele, câncer de mama</p><p>• Sinais de angústia: sinais de dor (expressão facial, área</p><p>imobilizada), dificuldade de respirar ou ansiedade.</p><p>• Estrutura corporal: obeso, magro, desnutrido, caquético, boa</p><p>condição muscular. Refletem o estilo de vida e saúde.</p><p>INSPEÇÃO</p><p>• Postura: a postura normal deve ser ereta e alinhada. Observar</p><p>postura caída, ereta ou torta, que reflete o humor ou dor.</p><p>• Marcha: observe se o paciente caminha pelo consultório ou se</p><p>prostra na maca. Note se os seus movimentos estão coordenados</p><p>ou descordenados.</p><p>• Movimentos corpóreos: observe se os movimentos são</p><p>intencionais ou não. Verifique se existe alguma parte de corpo</p><p>imóvel.</p><p>INSPEÇÃO</p><p>• Higiene e aparência: note o nível de higiene observando a</p><p>aparência dos cabelos, unhas, pele. O cuidado pessoal depende</p><p>das funções cognitivas e emocionais, atividades diárias ou</p><p>ocupação.</p><p>• Vestuário: cultura, estilo de vida.</p><p>• Odor corporal: odor corporal desagradável pode ser em</p><p>decorrência de atividade física, falta de higiene ou alguma</p><p>doença.</p><p>• Afeto, humor: observar expressões verbais e não verbais.</p><p>INSPEÇÃO</p><p>• Fala: fala normal, fala anormal afetada por deficiências</p><p>emocionais, neurológicas ou por uso de drogas.</p><p>• Sinais de abuso: observar durante o exame se o paciente</p><p>aparenta medo do cônjuge, cuidador, familiar. O abuso</p><p>pode ocorrer de forma física ou mental.</p><p>• Uso abusivo de substâncias: o comportamento alterado</p><p>pode ser em decorrência do uso de substâncias lícitas ou</p><p>ilícitas. Observamos através do comportamento e odor.</p><p>INSPEÇÃO</p><p>• Pele e mucosas: palidez, icterícia, cianose, rubor, manchas,</p><p>lesões, lesão por pressão, simetria, dentre outros;</p><p>• Estado nutricional: alimentação por via oral, faz uso de</p><p>sonda ou suporte nutricional, se está hidratado, desidratado,</p><p>caquético, dentre outros;</p><p>INSPEÇÃO</p><p>• De forma direcionada, deve-se inspecionar de maneira minuciosa</p><p>cada área do corpo quanto:</p><p>• Tamanho;</p><p>• Forma;</p><p>• Simetria;</p><p>• Anormalidades.</p><p>PALPAÇÃO</p><p>• Confirmamos os dados e obtemos novos indícios por meio do</p><p>tato, da pressão e da audição (como auxílio), utilizando a palma</p><p>das mãos, uni ou bimanual, ou com a ponta dos dedos</p><p>A palpação tem como principal objetivo identificação de alterações</p><p>na:</p><p>Elasticidade; Resistência muscular; Textura;</p><p>Espessura; Volume; Tamanho;</p><p>Forma; Consistência; Presença de</p><p>massas;</p><p>Edemas; Nódulos</p><p>PALPAÇÃO</p><p>• A palpação inicia-se superficial seguindo para profunda!</p><p>• Durante a palpação superficial, pressionar levemente contra</p><p>a pele e tecidos, pode ajudar a detectar áreas irregulares e</p><p>sensibilidade</p><p>• Durante a palpação profunda, deprima o tecido para avaliar</p><p>as condições dos órgãos subjacentes</p><p>PALPAÇÃO</p><p>• IMPORTANTE</p><p>É de extrema importância estar com as mãos aquecidas</p><p>para maior conforto do paciente e unhas curtas para não</p><p>causar-lhes lesões. Ainda, observar as expressões do</p><p>paciente durante a realização do exame.</p><p>Percussão</p><p>• Mapear a localização e as dimensões de um órgão através do som</p><p>emitido em suas bordas;</p><p>• Indicar a densidade de uma estrutura (ar, líquido ou sólido);</p><p>• Encontrar massas anormais de localização superficial;</p><p>• Provocar dor na presença de inflamação;</p><p>Percussão</p><p>OS TIPOS DE PERCUSSÃO:</p><p>• Percussão direta: Consiste em golpear a superfície</p><p>corporal diretamente com um ou dois dedos;</p><p>• Percussão indireta ou dígito-digital: Realizada através da</p><p>colocação do dedo médio de uma das mãos na superfície</p><p>corporal e com a ponta do dedo médio da outra mão,</p><p>realiza golpes sobre o outro dedo.</p><p>Percussão</p><p>Percussão</p><p>• Na percussão o paciente deverá estar sentado ou</p><p>deitado e a técnica sempre deverá ser realizada de</p><p>forma comparativa</p><p>Ausculta</p><p>• A ausculta envolve ouvir os sons que o corpo</p><p>reproduz para detectar variações do que é</p><p>considerado normal, observando o aparecimento</p><p>de alterações</p><p>Ausculta</p><p>• Os diferentes sons variam de acordo com o órgão</p><p>auscultado:</p><p>• PULMÃO: Murmúrios vesiculares;</p><p>• CORAÇÃO: Bulhas cardíacas;</p><p>• INTESTINO: Ruídos hidroaéreos.</p><p>Ausculta</p><p>• IMPORTANTE</p><p>• A ausculta requer concentração e prática;</p><p>• Conhecer bem os sons normais;</p><p>• Utilizar estetoscópio na técnica correta.</p><p>Instrumentos e aparelhos:</p><p>• Esfigmomanômetro;</p><p>• Estetoscópio;</p><p>• Termômetro;</p><p>• Fita métrica;</p><p>• Lanterna;</p><p>• Otoscópio;</p><p>• Oftalmológico;</p><p>• Algodão;</p><p>• Agulha;</p><p>• Abaixador de língua;</p><p>• Cálice graduado;</p><p>• Pupilômetro;</p><p>Posições do paciente</p><p>• Posição ortostática</p><p>• Exame neurológico</p><p>• Fundamentação:</p><p>O paciente fica em pé com os pés um pouco afastados</p><p>um do outro, e com os membros superiores estendidos</p><p>naturalmente junto ao corpo.</p><p>Posições do exame físico</p><p>• Posição sentada</p><p>• Cabeça e pescoço, coluna, tórax e pulmões posteriores e anteriores,</p><p>mamas, axila, coração</p><p>• Fundamentação:</p><p>Sentado e ereto, essa posição promove</p><p>completa expansão dos pulmões e melhor</p><p>visualização da simetria da parte superior do corpo</p><p>Posições do exame físico</p><p>• Decúbito dorsal</p><p>• Área avaliada: Cabeça e pescoço, tórax e pulmões anteriores,</p><p>mamas, axila, coração, abdome, extremidades e pulsos.</p><p>• Fundamentação:</p><p>Essa posição promove maior relaxamento. Fácil acesso a frequência do</p><p>pulso.</p><p>Posições do exame físico</p><p>• Decúbito ventral</p><p>• Área avaliada: Sistema musculoesquelético</p><p>• Fundamentação: Esta posição é utilizada apenas para avaliar a</p><p>extensão da articulação do joelho, pele e nádegas</p><p>Posições do exame físico</p><p>• Decúbito lateral</p><p>• Área avaliada: Coração</p><p>• Fundamentação: Esta posição facilita a detecção de ruídos.</p><p>Posições do exame físico</p><p>• Posição prona</p><p>• Melhora a respiração e utilizado no centro cirúrgico</p><p>• Paciente fica em decúbito ventral com a cabeça virada para um dos</p><p>lados , braços pra cima, com cotovelos fletidos e pernas estendidas.</p><p>Posições do exame físico</p><p>• Posição de sims</p><p>• Área avaliada: Reto e vagina</p><p>• Fundamentação: A flexão do quadril e joelho melhora a exposição da</p><p>região retal</p><p>Posições do exame físico</p><p>• Posição Litotômica ou ginecológica</p><p>• Área avaliada: Genitália feminina e trato genital.</p><p>• Fundamentação:</p><p>• Essa posição promove máxima exposição da genitália feminina e</p><p>facilita a inserção do espéculo vaginal.</p><p>Posições do exame físico</p><p>• Posição Genupeitoral ou joelho no peito</p><p>• Área avaliada: Reto</p><p>• Fundamentação: Esta posição promove máxima exposição da área</p><p>retal</p><p>Preparação para realização do exame físico</p><p>• Utilizar equipamentos de proteção individual</p><p>• O ambiente deve oferecer privacidade, conforto, iluminação e</p><p>temperaturas adequadas, além de ser livre de fontes de ruídos</p><p>• Os equipamentos devem estar limpos, disponíveis e acessíveis</p><p>durante o exame</p><p>• O paciente deve utilizar o sanitário e esvaziar a bexiga antes e</p><p>utilizar roupa apropriada</p><p>• A posição adotada pelo paciente deve facilitar a realização do exame</p><p>• É necessário conquistar a empatia do paciente, através de explicações claras,</p><p>com linguagem simples e postura profissional, promovendo maior confiança e</p><p>liberdade de expressão, menor vergonha e ansiedade relacionada aos possíveis</p><p>achados anormais</p><p>• A organização do ambiente e o preparo do paciente para realizar o exame físico</p><p>é de extrema importância, pois otimiza o tempo envolvido e principalmente</p><p>favorece o conforto e a privacidade do paciente, além de possibilitar dados</p><p>fidedignos e completos para o planejamento da assistência de enfermagem</p><p>Preparação para realização do exame físico</p><p>• BUETTO, Luciana Scatralhe; SONOBE, Helena Megumi. Sistematização do cuidar II. Rio de Janeiro:</p><p>SESES, 2015. http://repositorio.savaestacio.com.br/site/index.html#/objeto/detalhes/2D8500BC-D8D7-</p><p>4F49-B997-D3D2C07828C7. Sistematização do cuidar II. Rio de Janeiro: SESES, 2015.</p><p>• Potter, P; Perry, A.G. Fundamentos de enfermagem. 7 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009.</p><p>• Didática de enfermagem: teoria e prática, v.1 / Camila Estevão de França, Willian F. dos Santos; [org.] José</p><p>Jardes da Gama Bitencourt, [et al]. – 2.ed. – São Paulo: Eureka, 2017. 560 p.</p><p>• Alba Lucia Bottura Leite de Barros. Anamnese e exame físico. 3ª edição. Rio de Janeio: Guanabara koogan</p><p>Bibliografias</p>