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<p>O LIVRO ORANGE</p><p>OSHO</p><p>Cultrix</p><p>“A meditação não é uma jornada no espaço, nem uma</p><p>jornada no tempo, mas um despertar instantâneo.”</p><p>Este livro é um presente, um tesouro de técnicas de</p><p>meditação idealizado por Osho e oferecido aos seus</p><p>discípulos ao longo dos anos.</p><p>Estes são métodos que facilitarão sua jornada rumo ao</p><p>conhecimento de si mesmo. Únicas em sua originalidade</p><p>e perfeita simplicidade, estas medições refletem as</p><p>ideias de Osho e sua visão da natureza essencial do</p><p>homem, e oferecem ao mundo uma síntese entre a</p><p>abordagem da meditação no Oriente e as técnicas</p><p>psicológicas do Ocidente. Dance, balance o coro, olhe-se</p><p>num espelho, soque um travesseiro, murmure, cante –</p><p>tudo isso levará você a transcender a mente...</p><p>Quando se deixa de lado o esforço, subitamente a</p><p>meditação se faz presente – a bênção, a graça, a glória</p><p>da meditação.”</p><p>OSHO desafia os leitores a examinar e a superar seus</p><p>sistemas de crença e preconceitos, resultantes de um</p><p>condicionamento que limita a nossa capacidade de</p><p>aproveitar a vida plenamente.</p><p>Ele foi apresentado pelo Sunday Times de Londres como</p><p>uma das mil personalidades mais influentes do Século</p><p>XX e, pelo Sunday Mid-Day (Índia), como uma das dez</p><p>pessoas, ao lado de Gandhi. Nehru e Buda, que</p><p>mudaram o destino da Índia. Mais de uma década depois</p><p>de sua morte, em 1990, seus ensinamentos continuam a</p><p>se difundir, conquistando seguidores de todas as idades</p><p>e em praticamente todas as partes do mundo.</p><p>Todas as manhãs, às 7,</p><p>Ma Amrit Saravasti,</p><p>Discípula do Osho</p><p>E antes sua mãe,</p><p>Reverencia a seu Professor</p><p>com um comprido Namastê</p><p>e se senta em silêncio.</p><p>Dedicamos esta publicação</p><p>a “esse momento”</p><p>…uma flor de eternidade…</p><p>ÍNDICE</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>O ÚNICO CAMINHO</p><p>AMANHECER: RISADA, MOVIMENTO E CATARSE</p><p>AMANHÃ: CELEBRAÇÃO, TRABALHO E JOGO</p><p>TÉCNICAS PARA A VIDA COTIDIANA</p><p>NA TARDE: SENTAR-SE, OLHAR E ESCUTAR</p><p>ENTARDECER: SACUDIR-SE, DANÇAR E CANTAR</p><p>NOITE: FANTASIA, ORAÇÃO E AMOR</p><p>A RESPEITO do OSHO</p><p>GLOSSÁRIO</p><p>PREFÁCIO</p><p>Falta muito pouco para entrar no próximo milênio… há</p><p>mais de trinta anos algumas consciências estão</p><p>impregnadas de uma projeção esperançada desse novo</p><p>horizonte.</p><p>Indubitavelmente, o coração das pessoas que desejam</p><p>florescer está habitado pelo sonho de um mundo mais</p><p>humano e civilizado.</p><p>Os que temos a sorte de seguir crescendo em companhia</p><p>do Osho… de sua inteligência e amor, sabemos que seu</p><p>trabalho é uma peça insubstituível na criação desse</p><p>horizonte possível.</p><p>Há sonhos que não deixam rastro em nossa alma; são os</p><p>sonhos que nos compensam de tanta vida não vivida.</p><p>Há outros sonhos que atravessa a barreira do pessoal e</p><p>nos comunicam com a alma da espécie… e há seres</p><p>excepcionais que vivem para realizar estes sonhos.</p><p>A qualidade do trabalho do Osho se move nesse espaço,</p><p>juntando como um fio subterrâneo a alma peregrina dos</p><p>homens e mulheres que procuram esse amanhecer.</p><p>Ao não pertencer à legalidade de um sistema</p><p>temporário, sua visão é um convite a habitar um estado</p><p>de ser que segue os rastros de um desdobramento</p><p>eterno.</p><p>Palavras como: inocência, responsabilidade, intensidade,</p><p>amor ou liberdade saem de sua letargia vivencial e</p><p>recuperam luminosidade.</p><p>Nos provoca com sua palavra silenciosa e suas</p><p>meditações… transforma, como o amor ou a chuva, tudo</p><p>o que touca.</p><p>Com seu guia, minha tarefa como terapeuta ganhou</p><p>profundidade e coragem, fortalecendo um sentimento de</p><p>irmandade com meus seres queridos ganhei em valentia</p><p>para me entregar às permanentes despedidas e</p><p>reencontros que alinhavam a relações… me enraizando</p><p>em um sentimento de aceitação.</p><p>Em relação a mim mesma cresci em autocompaixão e em</p><p>contato com a existência em sorte e em uma</p><p>espontaneidade celebrativa.</p><p>Como cidadã planetária, meu coração está marcado pelo</p><p>impacto de haver testemunhado a presença de Seu</p><p>trabalho em buscadores de todo o mundo.</p><p>Da cordilheira dos Andes até a cidade Santa do</p><p>Vrindavan na Mathura, de Honolulu até o Amsterdam.</p><p>Seus ensinos e visão estão acompanhando e</p><p>potencializando através de seus discípulos o trabalho de</p><p>todos os Professores que encontrei, cujos ensinos estão</p><p>vivos. Osho é o maior jardineiro de almas deste tempo.</p><p>Há um solo romance que não sabe de lonjura nem de</p><p>separação, e é o que se produz quando se chega ao</p><p>encontro com um Amado da Alma, desta qualidade é</p><p>minha conexão com Ele.</p><p>Por tudo isto, reeditar este livro foi por puro amor e</p><p>agradecimento.</p><p>Os truques meditativos aqui publicados estão extraídos</p><p>de suas indicações como respostas a perguntas</p><p>realizadas na Índia durante a década do ’70 em campos</p><p>meditativos, com participação de hindus, europeus e</p><p>americanos. Não são dogmas nem se apoiam nas</p><p>verdades gerais, oferecem-se como flores novas para</p><p>que experimente seu particular perfume em sua original</p><p>existência. São produto de uma íntima conexão apoiada</p><p>no amor, a liberdade e o humor com a intencionalidade</p><p>de liberar seu esplendor.</p><p>A primeira edição do Livro Laranja foi em inglês em</p><p>1981. Neste novo trabalho trocamos algumas costure de</p><p>lugar e expressamos em uma pontuação livre nossa</p><p>particular compreensão do Osho e sua comunicação não</p><p>verbal.</p><p>Atualizamos sua biografia sob a influência de outras</p><p>versões, basicamente de discípulos japoneses, norte-</p><p>americanos e alemães.</p><p>Todos os que trabalhamos nesta reedição nos havemos</p><p>sentido reunidos pela sorte e o crescimento, esse foi</p><p>nosso pagamento e esse é nosso privilégio.</p><p>O trabalho do Osho é para todos aqueles que</p><p>participaram que muitos banquetes e isto lhes dá</p><p>coragem para seguir reconhecendo sua fome… fome</p><p>alimentada pela incansável suspeita de que só “somos</p><p>esplendor aprisionado”.</p><p>MA PREM NALINI (GRACIELA COHEN)</p><p>O ÚNICO CAMINHO</p><p>É impossível encontrar um homem que não tenha um</p><p>sonho de utopia… de um mundo que seja melhor… mais</p><p>humano… mais formoso… mais amoroso; um mundo sem</p><p>conflitos, guerras, discriminações… um mundo sensível…</p><p>compassivo… pormenorizado.</p><p>Todo ser humano leva o sonho em um rincão de sua</p><p>consciência. E isto não é um fenômeno novo.</p><p>Desde o começo o sonho esteve presente na</p><p>humanidade, e se falharam, não por uma dificuldade</p><p>intrínseca, mas sim pelo vasto mundo que te rodeia.</p><p>Seus sonhos não estão em sintonia com os interesses</p><p>criados do mundo, e estes são muito capitalistas…</p><p>imensamente poderosos.</p><p>O sonhador é muito delicado… muito frágil, igual a seu</p><p>sonho...</p><p>É melhor continuar sonhando com uma humanidade</p><p>melhor que instalar-se na tristeza e o pessimismo…</p><p>Temos que fazer todos os esforços para trocar o</p><p>significado da palavra utopia.</p><p>O significado da palavra utopia é aquilo que nunca</p><p>acontece, e estamos decididos a trocar seu significado.</p><p>Estamos comprometidos com a ideia de que a utopia é</p><p>aquilo que pode acontecer.</p><p>Deve trocar totalmente a antiga definição.</p><p>A utopia é o verdadeiro coração dos seres humanos.</p><p>Um homem que não sonhe com um mundo melhor não é</p><p>um homem, é um deserto…</p><p>Não estamos interessados em ir ao paraíso; estamos</p><p>interessados em fazer que o paraíso venha para cá.</p><p>Tudo depende de nosso amor…de nosso silêncio…de</p><p>nossa paz…de nossa meditação e de estar acordados e</p><p>alertas para não cair na armadilha dos interesses</p><p>criados.</p><p>Não estou a favor de adiá-lo, nem sequer para amanhã…</p><p>O que se possa fazer terá que fazê-lo agora.</p><p>Não traia a terra… não traia o presente.</p><p>Não traia seu sonho… seu sonho é sua alma…</p><p>Sei claro em sua visão… sei consciente em seus esforços.</p><p>O sonho está tendo raízes e espero que logo vejamos as</p><p>flores: não estão longe.</p><p>NÃO HÁ ATALHOS</p><p>Tem algo que deve recordar-se em relação à meditação:</p><p>é um caminho comprido e não há atalhos.</p><p>É uma viagem comprida, porque a mudança é muito</p><p>profunda e lhe alcança depois de muitas vidas, muitas</p><p>vidas de hábitos rotineiros… pensando… desejando…</p><p>E a estrutura da mente: deve atirá-la mediante a</p><p>meditação. De fato, é quase impossível, mas acontece.</p><p>Um homem convertendo-se em um meditador: é a</p><p>responsabilidade maior do mundo, não é fácil.</p><p>Isto não pode ser algo instantâneo.</p><p>De maneira que desde o começo não comece a esperar</p><p>muito, e nunca se sentirá frustrado. Sempre estará</p><p>contente, pelas coisas crescerão muito devagar.</p><p>A meditação</p><p>a fragrância se fará mais e mais</p><p>sutil e precisará estar mais consciente para senti-la.</p><p>Converta-te no nariz. Esqueça-te de todo o corpo e traz</p><p>toda a energia ao nariz, como se só o nariz existisse.</p><p>Se perder o rastro do aroma, te aproxime uns poucos</p><p>passos, sente novamente o aroma e logo retrocede.</p><p>Pouco a pouco estará capacitado para cheirar uma flor</p><p>desde grande distância. Ninguém mais poderá cheirar</p><p>essa flor dali. Logo, segue te movendo de uma maneira</p><p>apenas perceptível, fazendo que o objeto se volte mais</p><p>sutil, e então chegará um momento em que não te será</p><p>possível captar o aroma.</p><p>Agora, cheira a ausência onde estava a fragrância só um</p><p>momento antes… já não está ali. Essa é a outra parte de</p><p>seu ser… a parte ausente… a parte escura. Pode-se</p><p>cheirar a ausência do aroma, se pode senti-lo, volta-se</p><p>uma diferença. Então o objeto se tornou muito sutil.</p><p>Agora te estás aproximando do estado de não-</p><p>pensamento do Samadhi.</p><p>COMUNIQUE-TE COM A TERRA</p><p>Em ocasiões, prova um pequeno experimento: para lhe</p><p>nu em algum lugar, na praia, perto do rio, nu ao sol, e</p><p>começa a saltar, a trotar, e sente que sua energia está</p><p>fluindo através de seus pés, através de suas pernas para</p><p>a terra.</p><p>Logo, depois de trotar uns poucos minutos, fica de pé</p><p>em silêncio… enraizado à terra, e sente uma comunhão</p><p>de seus pés com a terra.</p><p>Subitamente se sentirá muito, muito enraizado… firme…</p><p>sólido. Verá que a terra comunica, verá que seus pés se</p><p>comunicam… Surge um diálogo entre a terra e você.</p><p>Faz minhas meditações, mas não em forma voluntariosa.</p><p>Não as force, mas bem deixa que ocorram. Flutua nelas,</p><p>te abandone nelas, te deixes absorver, mas não em</p><p>forma voluntariosa. Não manipule, pois quando</p><p>manipula está dividido, transforma-te em dois: o</p><p>manipulador e o manipulado. Apenas lhe divide em dois,</p><p>surgem imediatamente o céu e o inferno. Não manipule.</p><p>Permite que as coisas aconteçam.</p><p>SIMPLESMENTE RELAXA A RESPIRAÇÃO</p><p>Sempre que tenha tempo, só por uns poucos minutos</p><p>relaxa o sistema respiratório. Não é necessário relaxar</p><p>todo o tempo.</p><p>Sentado em um trem, em um avião ou no automóvel,</p><p>ninguém notará que está fazendo algo: tão somente</p><p>relaxa o sistema respiratório.</p><p>Deixa que esteja como quando está funcionando em</p><p>forma natural. Então fecha seus olhos e observa a</p><p>respiração entrando, saindo, entrando…</p><p>Não te concentres, se te concentras cria problemas,</p><p>porque então todo se converte em uma distração. Se</p><p>tratas de te concentrar sentado no automóvel, então o</p><p>ruído do automóvel te distrairá, a pessoa sentada a seu</p><p>lado distrairá.</p><p>A meditação não é concentração. É simplesmente</p><p>consciência. Simplesmente te relaxa e observa a</p><p>respiração. Nesse observar nada é excluído. O</p><p>automóvel está zumbindo: perfeitamente bem, aceita-o!</p><p>O tráfico está passando: isso está bem, é parte da vida.</p><p>O ronco de seu companheiro de viagem a seu lado:</p><p>Aceita-o! Nada é rechaçado.</p><p>A PAZ SEJA COM ESTE HOMEM</p><p>Quando alguém vem a verte ou a encontrar-se contigo,</p><p>só te arraigue dentro de ti, te volte silencioso.</p><p>Quando o homem entra no profundo de ti, sente paz por</p><p>ele.</p><p>Sente: “A paz seja com este homem”.</p><p>Não te limite a dizê-lo: sente-o. De repente verá uma</p><p>mudança no homem… como se um pouco desconhecido</p><p>tivesse entrado em seu ser… ele ficará totalmente</p><p>distinto. Prova-o.</p><p>Basho, o grande professor Zen e um dos Melhores</p><p>poetas do mundo, disse:</p><p>“Sentado em silêncio</p><p>sem fazer nada</p><p>a primavera chega</p><p>e o pasto cresce por si mesmo”.</p><p>Este sentar-se silenciosamente é não evitar a Vida, é</p><p>procurar a Vida, a verdadeira fonte da Vida… e no</p><p>momento em que há</p><p>encontrado a fonte, tudo cresce por si mesmo, da mesma</p><p>maneira que crescem a primavera e o pasto, a virtude, a</p><p>verdade, a compaixão e o amor. Tudo o que possa</p><p>conceber aparece da meditação, cresce da meditação…</p><p>não há outra fonte.</p><p>ENCHE-TE DE IRA!</p><p>Osho entregou esta técnica de tensão para aqueles que</p><p>observaram a presença de um padrão persistente de</p><p>frustração e ira em seus assuntos cotidianos.</p><p>Diariamente, durante quinze minutos, quando for que se</p><p>sinta bem, escolhe um momento, fecha o quarto e te</p><p>encha de ira, mas não a solte… segue forçando-a. volte-</p><p>te quase louco de ira, mas não a solte: sem expressão,</p><p>nem sequer um travesseiro para lhe pegar.</p><p>Reprime-a em toda forma possível me segue? É</p><p>exatamente o oposto à catarse.</p><p>Se sentir que surge tensão no estômago como se algo</p><p>fora a explorar, empurra o estômago para dentro: ponha</p><p>tão tenso como pode. Se sentir que os ombros se estão</p><p>esticando ponha mais tenso… Deixa que todo o corpo</p><p>fique tão tenso como é possível, quase como dentro de</p><p>um vulcão, fervendo dentro, mas sem descarga.</p><p>Isso é o que terá que recordar: sem descarga, sem</p><p>expressão. Não grite: de outra maneira o estômago se</p><p>soltará. Não Golpeie nada: de outra maneira os ombros</p><p>se soltarão e relaxarão.</p><p>Durante quinze minutos aumenta a pressão e o calor,</p><p>como se estivesse a cem graus… por quinze minutos</p><p>trabalha para um clímax. Ponha um alarme, e quando o</p><p>alarme comece a soar, sente-se em silêncio, fecha seus</p><p>olhos e só observa o que está acontecendo.</p><p>Relaxa o corpo. Esta pressão a que submeterá ao</p><p>sistema forçará a seus padrões a derreter-se.</p><p>REFLETE SOBRE O OPOSTO</p><p>Este método é formoso, será muito útil.</p><p>Por exemplo: se sentir muito descontente o que fazer?...</p><p>Reflete sobre o oposto.</p><p>Se sentir descontente, contempla a satisfação. Se sua</p><p>mente está zangada, traz a compaixão, pensa a respeito</p><p>da compaixão; e imediatamente a energia troca, porque</p><p>é o mesmo. O oposto é a mesma energia. Uma vez que o</p><p>faz entra em ti, absorve-se.</p><p>A ira está aí: contempla a compaixão. Faz isto: tenha</p><p>uma estátua de Buda, porque essa estátua é a postura</p><p>da compaixão. Quando se sentir irritado, vá a seu</p><p>quarto, olhe a Buda, sente-se como Buda e sente</p><p>compaixão. De súbito vais ver que dentro de ti ocorre</p><p>uma transformação. A ira está trocando: a excitação se</p><p>É</p><p>foi, surge a compaixão. E não é uma energia diferente. É</p><p>a mesma energia, a mesma energia que a da ira,</p><p>trocando sua qualidade, elevando-se. Prova-o!</p><p>NÃO SÃO DOIS</p><p>Este é um dos mantras mais antigos.</p><p>Quando se sentir dividido, quando quiser que veja que</p><p>surge uma dualidade em seu ser, simplesmente dava em</p><p>seu interior: “Não são dois”. Mas diga-o com</p><p>consciência, não o repita em forma mecânica. Quando</p><p>sentir que o amor está surgindo, declara: “Não são</p><p>duas”. De outra forma, o ódio estará esperando ali, ele é</p><p>um sozinho. Quando sentir que está surgindo o ódio,</p><p>dava: “Não são dois”.</p><p>Quando sentires que te estás aferrando à vida, diga:</p><p>“Não são dois”.</p><p>Quando sentir medo à morte, diga: “Não são dois”.</p><p>Só a gente é. E este dizer poderá ser tua compreensão.</p><p>Poderá te encher de inteligência… de penetrante</p><p>claridade, e de repente sentirás um relaxamento em teu</p><p>interior.</p><p>Logo que diz: “Não é dois”, se compreender o que está</p><p>dizendo, se não o está repetindo em forma mecânica,</p><p>sentirá de repente a inspiração.</p><p>SEGUE AO SIM</p><p>Durante um mês, segue só ao sim, ao caminho que diz</p><p>“sim”, de ali é de onde te unificará. O “não” nunca ajuda</p><p>a alcançar a unidade. É sempre o “sim” for confiança… o</p><p>“sim” é oração. Ser capaz de dizer “sim” é ser religioso.</p><p>A segunda coisa: o “não” não deve ser reprimido. Se o</p><p>reprimir, tomará vingança. Se o reprimir, voltar-se-á</p><p>mais e mais poderoso, e um dia explorará e destruirá a</p><p>seu “sim”, de maneira que nunca reprima ao “não”…</p><p>simplesmente ignora-o.</p><p>E há uma grande diferencia entre reprimir e ignorar.</p><p>Você sabe que está aí, e o reconhece. Diz: “Sim”, sei que</p><p>está aí, mas vou seguir ao “sim”.</p><p>Não o reprime, não briga contra ele, não diz: “Sal dali,</p><p>te desapareça, não quero nada contigo.</p><p>Não lhe diz nada com ira, não quer arrojá-lo fora, não</p><p>quer atirá-lo ao porão de sua inconsciência na mente</p><p>escura… não, não lhe faz nada, simplesmente reconhece</p><p>que está ali… mas está seguindo ao “si”, sem queixa,</p><p>sem reparos, sem ira.</p><p>Simplesmente segue ao “si”, sem tomar nenhuma</p><p>atitude respeito ao “não”.</p><p>Ignorá-lo é a arte maior para matar ao “não”. Sim briga</p><p>contra ele, já te converteste em uma vítima, em uma</p><p>vítima muito sutil; o “não” já te ganhou.</p><p>Quando briga contra o “não”, já</p><p>lhe há dito “não” ao</p><p>não. É assim como se deu procuração de ti, da porta</p><p>traseira. Não lhe diga que não nem sequer ao “não”, só</p><p>ignora-o.</p><p>Durante um mês, segue ao “si” e não brigue contra o</p><p>“não”. Te surpreenderá ver que pouco a pouco se torna</p><p>fraco e débil, porque esteve esfomeado; e um dia verás</p><p>de repente que já não está aí. E quando já não está aí,</p><p>toda a energia que ocupava é liberada, e essa energia</p><p>liberada fará de seu “sim” uma grande corrente.</p><p>Houve poucas pessoas que hão movido e transformaram</p><p>tantos corações quanto Jalaluddin Rumi. No mundo dos</p><p>sufis, Mevlana Rumi é o bailarino maior que o mundo</p><p>conheceu. Sua dança é um tipo especial de dança. É uma</p><p>espécie de giro: do mesmo modo em que os meninos</p><p>giram, parados em um lugar, vão dando voltas e mais</p><p>voltas…</p><p>E qual é o sentido de fazer isto? Jalaluddin Rumi fez do</p><p>girar uma meditação. O meditador vai girando durante</p><p>horas, tanto como o corpo o permite. Não detém-se. Ao</p><p>girar chega um momento em que se vá a si mesmo</p><p>profundamente quieto e silencioso: um centro do</p><p>ciclone.</p><p>FAZENDO-TE AMIGO DE UMA ÁRVORE</p><p>Cerque a uma árvore… fale-lhe... Toca a árvore…</p><p>Abraça-a… sente-a… sente-se a seu lado. Deixa que a</p><p>árvore sinta que é uma boa pessoa e que não está com</p><p>ânimo de lhe fazer danifico. Pouco a pouco surge a</p><p>amizade. E começará a sentir que quando seu chega, a</p><p>qualidade da árvore troca imediatamente. Senti-lo-á; na</p><p>casca da árvore sentirá o movimento de uma tremenda</p><p>energia quando você chega.</p><p>Quando tocar a árvore, ela estará tão contente como um</p><p>menino… como um amado. Quando sentar a seu lado,</p><p>sentirá muitas coisas. E logo te será possível sentir que</p><p>se estiver triste e te aproxima da árvore, sua tristeza</p><p>desaparecerá… tão somente pela presença da árvore.</p><p>Só então te será possível compreender que é</p><p>interdependente. Pode fazer feliz à árvore e a árvore</p><p>pode te fazer feliz. A totalidade da vida é</p><p>interdependente… a esta interdependência, eu a chamo</p><p>Deus.</p><p>ESTÁ AQUI?</p><p>Chama seu próprio nome na manhã… na noite… na</p><p>tarde… quando for que se sinta sonolento, chama seu</p><p>próprio nome. E não só chama-o, responde-o e em voz</p><p>alta. Não tema a outros… já temeste em forma</p><p>suficiente: eles já lhe assassinaram através do temor.</p><p>Não tenha medo. Ainda no meio da multidão deve</p><p>recordar. Chama seu próprio nome: “Mutreta, está</p><p>aqui?” E responde: “Sim, estou aqui”. A meditação é</p><p>estar contigo mesmo. E a compaixão é transbordar com</p><p>esse ser.</p><p>NA TARDE</p><p>Sentar-se, olhar e escutar</p><p>A MEDITAÇÃO NÃO TEM META</p><p>A meditação chega a existir só quando examinaste todos</p><p>os motivos e viu que não estão… quando percorreste o</p><p>leque completo de motivos e viu sua falsidade. Viu que</p><p>os motivos não conduzem a nenhuma parte, que te move</p><p>em círculos e segue sendo o mesmo.</p><p>Os motivos lhe dirigem… -lhe tiroteão quase te voltando</p><p>louco, criando novos desejos… suas mãos seguem tão</p><p>vazias como sempre. Quando viu isto, quando</p><p>examinaste sua vida e visto que todos seus movimentos</p><p>fracassam…</p><p>Nenhum motivo teve êxito jamais, nenhum motivo jamais</p><p>trouxe bênçãos a ninguém. Os motivos só prometem: o</p><p>prometido nunca é entregue. Um motivo falha e outro</p><p>motivo aparecem, e te faz novas promessas… e outra</p><p>vez.</p><p>Um dia de repente te dás conta… de repente vê o</p><p>assunto, esse ver é o começo da meditação. Não tem</p><p>semente em si, não tem motivação. Está-se meditando</p><p>para algo, então te está concentrando, não meditando.</p><p>Então, ainda está no mundo: sua mente ainda está</p><p>interessada em coisas trocas, no corriqueiro. Segue</p><p>sendo mundano. Inclusive se está meditando para</p><p>alcançar a Deus é mundano, porque a meditação não</p><p>tem meta.</p><p>A meditação é a compreensão de que todas as metas são</p><p>falsas. A meditação é a compreensão de que os desejos</p><p>não conduzem a nenhuma parte.</p><p>A MEDITAÇÃO É A ARTE DE DESLIGAR O MOTOR</p><p>Meditar significa dedicar alguns minutos a não-</p><p>ocupação. Será muito difícil ao princípio, o mais difícil</p><p>do mundo ao começo; ao final, o mais fácil. É tão fácil…</p><p>é por isso que é tão difícil.</p><p>Se disser a alguém que só se sente e não faça nada, fica</p><p>inquieto; começa a sentir que as formigas lhe sobem na</p><p>perna ou que algo está acontecendo no corpo. Fica tão</p><p>inquieto porque sempre esteve ocupado.</p><p>É como um automóvel com o motor aceso, vibrando.</p><p>Ainda quando o automóvel não vá a nenhuma parte o</p><p>motor está vibrando e esquentando-se mais e mais.</p><p>Esqueceste como desligar o motor. Isso é o que a</p><p>meditação é: a arte de desligar o motor.</p><p>Quando seus esforços desaparecem, repentinamente a</p><p>meditação está aí… sua bênção, sua bem-aventurança,</p><p>sua glória estão ali como uma presença luminosa, te</p><p>rodeando e rodeando-o tudo.</p><p>Enche a terra inteira e o céu inteiro.</p><p>Essa meditação não pode ser criada por esforço humano;</p><p>o esforço humano é muito limitado. Essa bem-</p><p>aventurança é infinita: não pode manipulá-la. Só pode</p><p>ocorrer quando te acha em uma tremenda entrega,</p><p>quando não está ali; só então pode ocorrer. Sem fazer</p><p>nada em especial, só sendo, acontece, vem em feitas</p><p>ondas. E as ondas se transformam em uma marejada.</p><p>Vem como uma tormenta e te leva a uma realidade</p><p>totalmente nova.</p><p>A RESPIRAÇÃO</p><p>O MANTRA MAIS PROFUNDO</p><p>O fôlego entra: permite que se reflita em seu ser que o</p><p>ar está entrando. O fôlego sai: deixa que se reflita em</p><p>seu ser que o ar está saindo… Sentirá um tremendo</p><p>silêncio descendendo em ti. Pode-se ver a respiração</p><p>entrando e saindo, entrando e saindo, esta será o mantra</p><p>mais profundo que jamais se inventou. Você respira aqui</p><p>e agora. Não pode respirar amanhã nem pode respirar</p><p>ontem: tem que respirar neste momento. Mas pode</p><p>pensar sobre o amanhã e pode pensar sobre o ontem.</p><p>Então o corpo permanece no presente e a mente salta</p><p>entre o passado e o futuro, e se dá uma separação entre</p><p>o corpo e a mente. O corpo está no presente e a mente</p><p>nunca está no presente. E jamais se encontram. Nunca</p><p>se cruzam o um com o outro… E devido a essa separação</p><p>surgem a ansiedade, a tensão e a angústia. A gente está</p><p>tensa: esta tensão é preocupação. A mente deve ser</p><p>gasta o presente, porque não existe outro momento.</p><p>OSHO FALA SOBRE O VIPASSANA</p><p>Sentado em silêncio… simplesmente começa a observar</p><p>sua respiração.</p><p>A maneira mais fácil de observar é na entrada do nariz.</p><p>Quando a respiração entra. Sente o contato do ar na</p><p>entrada do nariz... Observa-o aí.</p><p>O contato será mais fácil de observar, a respiração será</p><p>muito sutil: ao começo, só observa o contato.</p><p>A respiração entra e a sente entrando: observa-a.</p><p>E então segue-a… vá com ela.</p><p>Descobrirá que chega a um ponto aonde se detém… em</p><p>algum lugar perto do umbigo, durante um instante</p><p>muito, muito pequeno; durante um instante se detém.</p><p>Então se dirige novamente para fora: segue-a, sente</p><p>novamente o contato… o ar saindo pelo nariz. Segue-a</p><p>para fora.</p><p>Chegará novamente a um ponto em que a respiração se</p><p>detém durante um instante.</p><p>Então o ciclo se reinicia novamente. Inalação… brecha…</p><p>exalação… brecha… inalação… brecha. Essa brecha é o</p><p>fenômeno mais misterioso em seu interior.</p><p>Quando a inalação entra e se detém, e não há</p><p>movimento, esse é o momento em que alguém pode</p><p>encontrar-se com Deus… ou quando a exalação se detém</p><p>e não há movimento. Recorda, não se trata de que você a</p><p>detenha, detém-se por si só. Se você a detém errará</p><p>totalmente o ponto… porque o fazedor intervirá e o</p><p>observador desaparecerá. Não deve fazer nada a</p><p>respeito disto. Não deve trocar o patrão da respiração;</p><p>nem tampouco deve inalar ou exalar.</p><p>Não é como Pranayama do ioga, onde começa a</p><p>manipular a respiração, não é isso. Não toca o fôlego em</p><p>forma alguma: permite sua naturalidade, seu fluxo</p><p>natural. Quando sai de ti, segue-o… Quando entra em ti,</p><p>segue-o. E logo te dará conta de que existem duas</p><p>brechas. Nessas duas brechas está a porta. E nessas</p><p>duas brechas compreenderá que a respiração em si não</p><p>é a vida. Possivelmente é alimento para a vida, igual a</p><p>outro alimento, mas não a vida mesma. Quando a</p><p>respiração se detém, você está aí, perfeitamente aí; está</p><p>totalmente consciente, perfeitamente consciente. A</p><p>respiração se deteve, a respiração já não está presente,</p><p>e você está aí.</p><p>E uma vez que continua observando esta respiração,</p><p>o</p><p>que Buda chamou Vipassana ou Anpanasati Ioga, se</p><p>segue observando-a, observando-a, observando-a…</p><p>lenta… lentamente, verá que a brecha se faz mais e</p><p>maior. Finalmente, acontece que a brecha se mantém</p><p>durante vários minutos. Uma inalação entra e a brecha…</p><p>e durante minutos o fôlego não sai.</p><p>Tudo se deteve; o mundo se deteve, o tempo se deteve, o</p><p>pensamento se deteve. Porque quando o fôlego se detém</p><p>não é possível pensar. E quando a respiração se detém</p><p>durante vários minutos… o pensar é absolutamente</p><p>impossível.</p><p>O processo do pensamento requer continuamente de</p><p>oxigênio, e seu processo de pensamento e sua</p><p>respiração estão em profunda inter-relação.</p><p>Quando está zangado, sua respiração tem um ritmo</p><p>diferente; quando está sexualmente excitado tem um</p><p>ritmo diferente de respiração; quando está silencioso,</p><p>um ritmo respiratório diferente; quando está triste,</p><p>novamente um ritmo diferente.</p><p>Sua respiração se altera junto com os estados de ânimo</p><p>da mente. E vice-versa também é certo: quando a</p><p>respiração Troca, os estados de ânimo da mente trocam.</p><p>E quando o fôlego se detém, a mente se detém. Nessa</p><p>detenção da mente o mundo inteiro se detém, porque a</p><p>mente é o mundo… Nessa detenção chega a conhecer</p><p>pela primeira vez o que é o fôlego dentro do fôlego… a</p><p>vida dentro da vida.</p><p>Essa experiência é liberadora. Essa experiência te faz</p><p>consciente de Deus… e Deus não é uma pessoa… a não</p><p>ser a experiência da vida mesma.</p><p>Primeiro tem que dançar, de maneira que sua armadura</p><p>se desabe no baile.</p><p>Primeiro tem que gritar de alegria e cantar, de maneira</p><p>que sua vida se volte mais vital.</p><p>Primeiro tem que fazer catarse, de maneira que tudo o</p><p>que reprimiste seja arrojado fora e seu corpo seja</p><p>desencardido de toxinas e venenos, e que também sua</p><p>psique se desencarda de feridas e traumas reprimidas.</p><p>Quando isto ocorreu e te tornaste capaz de rir, tornaste-</p><p>te capaz de amar… então: Vipassana.</p><p>VIPASSANA</p><p>MEDITAÇÃO DA COMPREENSÃO INTERNA</p><p>Busca um lugar cômodo para te sentar durante 45 a 60</p><p>minutos.</p><p>É benéfico sentar-se à mesma hora e no mesmo lugar</p><p>todos os dias, e não é necessário que seja um lugar</p><p>silencioso. Experimenta até que encontre a situação em</p><p>que te encontre melhor. Pode te sentar uma ou duas</p><p>vezes ao dia, mais não o faça durante ao menos uma</p><p>hora depois de comer, ou antes de dormir.</p><p>É importante que se sente com suas costas e cabeça</p><p>direitos… seus olhos devem estar fechados e o corpo tão</p><p>quieto quanto for possível. Um banco de meditação pode</p><p>ajudar, ou uma cadeira de costas reta ou almofadões.</p><p>Não há técnica especial de respiração: a respiração</p><p>normal ou natural está bem.</p><p>O Vipassana está apoiado na consciência da respiração,</p><p>assim deve observar a ascensão e descida de cada</p><p>respiração, em qualquer lugar que a sensação seja</p><p>sentida com mais claridade: no nariz, na área do</p><p>estômago ou no plexo solar.</p><p>O Vipassana não é concentração e não constitui um</p><p>objetivo o permanecer observando a respiração durante</p><p>uma hora completa.</p><p>Quando surgem pensamentos, sentimentos ou</p><p>sensações, ou quando percebe sons, cores e brisas</p><p>provenientes de fora, permite simplesmente que a</p><p>atenção se centre neles.</p><p>Algo que surja pode ser observada como nuvens que</p><p>passam pelo céu. Nem aferre a elas nem as rechace.</p><p>Em qualquer lugar que existam possibilidades de</p><p>escolher onde pôr sua atenção, retorna à consciência da</p><p>respiração.</p><p>Recorda: não se espera que aconteça nada especial. Não</p><p>há êxito nem fracasso, nem tampouco existe o</p><p>progresso. Não há nada que resolver ou analisar, mas</p><p>podem surgir compreensões súbitas a respeito de algo.</p><p>As perguntas e problemas podem ser percebidos como</p><p>mistérios para ser desfrutados.</p><p>OSHO FALA A RESPEITO DA ONDA ASCENDENTE</p><p>DE ENERGIA QUE É FREQUENTEMENTE SENTIDA</p><p>PELOS QUE COMEÇAM A FAZER VIPASSANA</p><p>Em Vipassana, pode acontecer alguma vez que alguém</p><p>se sinta muito sensual, dado que está tão silencioso e a</p><p>energia não é dissipada.</p><p>Usualmente se dissipa muito a energia, e você está</p><p>exausto.</p><p>Quando só se sentir, sem fazer nada, converte-te em um</p><p>lago silencioso de energia. E o lago cresce mais e mais e</p><p>mais. Quase chega a um ponto em que se está</p><p>transbordando… e então se sente muito sensual.</p><p>Sente uma nova sensibilidade… sensualidade… até</p><p>sexualidade… como se todos os sentidos se</p><p>refrescassem… rejuvenescido… vitalizado; como se o pó</p><p>que tinha em cima se cansado e te tivesse dado um</p><p>banho, e estivesse sendo lavado por uma ducha. Isso</p><p>acontece.</p><p>Daí que a gente, especialmente os monges Budistas que</p><p>estiveram fazendo Vipassana durante séculos, não</p><p>comem muito. Não o necessitam.</p><p>Comem uma vez, e é uma comida muito escassa, muito</p><p>frugal, ao mais o pode chamar um café da manhã… e</p><p>uma vê o dia. Não dormem muito, mas estão cheios de</p><p>energia. E não são escapistas, trabalham duro. Não é</p><p>que não estejam trabalhando. Cortarão madeira e</p><p>trabalharão no jardim, no campo, no imóvel; trabalharão</p><p>todo o dia.</p><p>Mas algo lhes aconteceu, e agora sua energia não está</p><p>sendo dissipada.</p><p>E a postura que assumem ao sentar-se conserva</p><p>muitíssimo a energia.</p><p>A posição de lótus em que os budistas se sentam é tal</p><p>que todas as extremidades do corpo estão unidas: pé</p><p>sobre pé, mão sobre mão.</p><p>Estes são os pontos de onde a energia se move e flui</p><p>para fora.</p><p>Para que a energia flua para fora, necessita-se algo</p><p>bicudo. Dali que o órgão sexual masculino seja bicudo,</p><p>porque deve despedir muita energia. É quase uma</p><p>válvula de segurança.</p><p>Quando tem muita energia dentro e não pode fazer</p><p>nada, libera-a sexualmente.</p><p>No ato sexual, uma mulher nunca libera nenhuma</p><p>energia. Assim, uma mulher pode fazer o amor com</p><p>muitas pessoas em uma noite, mas não assim um</p><p>homem. Uma mulher pode inclusive conservar energia</p><p>se souber como fazê-lo; inclusive pode obter energia</p><p>desse modo.</p><p>Sua cabeça não libera energia alguma para fora. A</p><p>natureza lhe deu uma forma redonda. Assim, o cérebro</p><p>nunca perde energia alguma, a conserva.</p><p>Porque isso é o mais importante: é o controle central de</p><p>seu corpo. Tem que ser protegido, e o crânio redondo o</p><p>protege.</p><p>A energia não pode escapar de algo redondo. É por isso</p><p>que todos os planetas, Terra e Sol e Lua e estrelas, são</p><p>redondos. De outra maneira, liberariam energia e</p><p>morreriam.</p><p>Quando se sentir, faz-te arredondado; as mãos se tocam</p><p>entre si. Assim, se uma mão liberar energia, esta entra</p><p>na outra mão. Os pés tocam os pés… e a forma em que</p><p>se sinta se transforma quase em um círculo.</p><p>A energia se move dentro de ti. Não vai para fora. Um a</p><p>conserva, alguém se transforma pouco a pouco em um</p><p>lago.</p><p>Pouco a pouco, sentirá quase uma saciedade em seu</p><p>estômago. Pode que esteja vazio, pode que não tenha</p><p>comido, mas sentirá uma certa plenitude. E então… o</p><p>arremesso da sensualidade. Mas isto é um bom sinal,</p><p>muito, muito bom sinal. Assim desfruta-a. Cedo ou tarde</p><p>um deve chegar a um</p><p>acordo com a própria sensação melancólica de sentir-se</p><p>sozinho. Uma vez que a enfrenta, esta sensação modifica</p><p>sua cor, sua qualidade, seu sabor volta-se totalmente</p><p>difícil. Se transforma em solidão. Então deixa de ser</p><p>isolamento: é solidão. O isolamento suporta sofrimento;</p><p>a solidão contém um espaço de sorte.</p><p>CONVERTENDO-TE EM ASTRONAUTA DO ESPAÇO</p><p>INTERNO</p><p>Muitas vezes, em profunda meditação, de repente</p><p>sentirá como se a gravitação tivesse desaparecido. Como</p><p>se nada te retivera à terra; como se agora tocasse a ti</p><p>decidir se quer voar ou não… agora depende de ti: se</p><p>quiser, pode simplesmente voar para o céu.</p><p>Todo o céu é teu… mas quando abre os olhos, de repente</p><p>o corpo está aí, a terra está aí, a gravitação está aí.</p><p>Quando estava meditando com os olhos fechados,</p><p>esqueceu o corpo, moveu a uma dimensão diferente: a</p><p>dimensão da Graça.</p><p>Desfruta-o, permite-o, porque uma vez que comece a</p><p>pensar que é uma loucura, detê-lo-á e essa interrupção</p><p>alterará sua meditação.</p><p>Desfruta-a, como se voasse em um sonho.</p><p>Fecha os olhos. Na meditação, vê onde queira, te eleve</p><p>mais e mais no céu. E logo muitas mais coisas estarão a</p><p>seu alcance. E não te assuste: esta é a maior aventura,</p><p>maior que ir à Lua.</p><p>Converter-te em um astronauta do espaço interno é a</p><p>aventura mais grandiosa.</p><p>OSHO SUGERE ESTA FORMOSA</p><p>TÉCNICA PARA</p><p>AQUELES QUE SE VÊEM PERTURBADOS POR</p><p>SENSAÇÕES DE INSTABILIDADE FÍSICA E VÔO</p><p>Senta em sua cama por cinco ou dez minutos, e visualiza</p><p>com olhos fechados…</p><p>Sente que seu corpo se está voltando mais, mais, mais e</p><p>maior. Faça-o tão grande como é possível, tão grande</p><p>que quase comece a tocar as paredes do quarto.</p><p>Começará a sentir que não pode mover suas mãos, é</p><p>difícil… sua cabeça está tocando o céu raso.</p><p>Primeiro, durante dois ou três dias, te limites a sentir</p><p>isto.</p><p>Então, começa a te expandires fora do quarto.</p><p>Enche a casa completa, e sentirás que o quarto está</p><p>dentro de ti. Então, te expandas fora da casa: encha toda</p><p>a vizinhança, e sinta toda a vizinhança em teu interior. E</p><p>então encha o céu dentro de ti.</p><p>Faz isto durante dez, doze dias. Pouco a pouco,</p><p>lentamente, enche o céu completo. O dia que tenhaa</p><p>enchido todo o céu, começa o processo inverso.</p><p>Durante dois dias, te faças pequeno novamente. No</p><p>processo inverso, senta-te e começa a imaginar que te</p><p>estás tornando muito pequeno. Simplesmente, veja no</p><p>outro sentido. Teu corpo não é tão grande como parece:</p><p>agora tem 35 centímetros de altura. É como um pequeno</p><p>brinquedo, e o sentirás assim.</p><p>Pode-se imaginar a enormidade, pode imaginar a</p><p>pequenez. Então… ainda menor, tão pequeno que poderá</p><p>te sustentar em sua mão.</p><p>Então, mais e mais pequeno… e ainda mais pequeno.</p><p>E dentro de doze dias, chega ao ponto em que não te</p><p>pode encontrar a ti mesmo. Tornaste-te tão</p><p>atomicamente pequeno que é impossível descobrir onde</p><p>está.</p><p>Volte-te tão vasto como o espaço inteiro, e então te faça</p><p>tão pequeno como um átomo invisível: doze dias um, e</p><p>doze dias o outro.</p><p>Sentir-se-á tão formoso, Tão contente, tão centrado que</p><p>não podes imaginá-lo.</p><p>UM</p><p>Primeiro passo: relaxa-te em uma cadeira, faz que todo o</p><p>corpo esteja confortável.</p><p>Segundo passo: fecha os olhos.</p><p>Terceiro passo: relaxa a respiração. Faça-a tão natural</p><p>como é possível.</p><p>Com cada exalação, dava: Um! Ao exalar, dava: Um!</p><p>Inala e não diga nada.</p><p>De maneira que com cada exalação diz “Um… e um…</p><p>um…” Não te limites a dizer, mas sim também sente que</p><p>a existência inteira é uma… que é uma unidade… não</p><p>repita isso, só tenha essa sensação, e o dizer “Um” será</p><p>útil. Faz isto todos os dias durante vinte minutos. Faça-o</p><p>de forma que ninguém te interrompa enquanto está</p><p>fazendo isto.</p><p>Pode abrir os olhos e olhar ao relógio, mas não ponha o</p><p>alarme. Algo que te dê um sobressalto será mau, de</p><p>maneira que não tenha o telefone no quarto em que o</p><p>está fazendo, e ninguém deve golpear a porta.</p><p>Durante estes vinte minutos deve estar absolutamente</p><p>depravado. Se houver muito ruído a seu redor, usa</p><p>plugues para os ouvidos.</p><p>O dizer “Um” com cada exalação te porá tão acalmado,</p><p>quieto e centrado que não pode imaginar o Faz isto</p><p>durante o dia, nunca de noite. De outra forma seu sonho</p><p>se verá alterado, pois isto será tão relaxante que não se</p><p>sentirá sonolento. Sentir-se-á fresco. A melhor hora é a</p><p>manhã, ou na tarde; mas nunca de noite.</p><p>O SORRISO INTERNO</p><p>Quando queira que esteja sentado e não tenha nada que</p><p>fazer, simplesmente relaxa sua mandíbula inferior e</p><p>abre ligeiramente a boca.</p><p>Começa a respirar com a boca… mas não</p><p>profundamente.</p><p>Só permite que o corpo respire, de modo que seja pouco</p><p>profundo e seja mais e mais superficial. E quando sentir</p><p>que a respiração se tornou muito superficial e a boca</p><p>está aberta e sua mandíbula está relaxada, seu corpo</p><p>inteiro se sentirá muito depravado.</p><p>Nesse momento, começa a sentir um sorriso, não no</p><p>rosto, a não ser sobre todo seu ser interno… e te será</p><p>possível senti-la. Não é um sorriso que venha a seus</p><p>lábios… é um sorriso existencial que se expande só em</p><p>seu interior.</p><p>Tenta-o e saberá o que é… porque não pode ser</p><p>explicado. Não há necessidade de sorrir com os lábios</p><p>no rosto, mas sim é como se estivesse sorrindo do</p><p>ventre: o ventre está sorrindo… e é um sorriso, não uma</p><p>risada; assim é muito, muito suave… delicada, frágil…</p><p>como uma pequena rosa que se está abrindo no ventre, e</p><p>a fragrância se está expandindo por todo o corpo.</p><p>Uma vez que conheceste o que é este sorriso, pode</p><p>permanecer alegre durante vinte e quatro horas. E em</p><p>qualquer momento em que sinta que sente falta dessa</p><p>felicidade, só fecha os olhos e encontra novamente esse</p><p>sorriso, e estará ali.</p><p>Durante o dia, pode procurá-la e encontrá-la quantas</p><p>vezes queira. Está sempre ali.</p><p>OSHO</p><p>Com cada exalação, diga simplesmente: “Osho” em seu</p><p>interior; em voz não muito alta, só um sussurro; para</p><p>dentro, de maneira que você possa ouvi-lo. Quando o ar</p><p>entre, te limite a esperar. Quando exala, você chama; e</p><p>quando o ar entre. Permita-me entrar. Não faça nada,</p><p>simplesmente espera; assim então, você só trabalha</p><p>quando exala. Quando exalar, sai para o universo.</p><p>A exalação é quase como deixar cair um cubo de água</p><p>dentro de um poço… E quando o fôlego entra, é como se</p><p>tirasse um cubo de água do poço.</p><p>Isto é só durante vinte minutos.</p><p>Então, quatro ou cinco minutos para entrar nisto, e logo</p><p>vinte minutos para permanecer nisso. Assim, como</p><p>máximo, vinte e cinco minutos em total.</p><p>Pode fazê-lo em qualquer momento. Pode fazê-lo durante</p><p>o dia, durante a noite…</p><p>ZAZEN</p><p>Aos que começam há fazer Zazen lhes sugere que, na</p><p>meditação de uma hora, dediquem os primeiros cinco ou</p><p>dez minutos a contar as saídas do ar, para ajudar a que</p><p>surja a relaxação do estado de consciência da não</p><p>eleição.</p><p>Pode te sentar onde queira, mas algo que esteja</p><p>observando não deve ser muito excitante. Por exemplo,</p><p>as coisas não devessem mover-se muito.</p><p>Convertem-se em uma distração. Pode observar as</p><p>árvores, isso não é problema, porque não se estão</p><p>movendo e a cena permanece constante. Pode observar</p><p>o céu ou te sentar simplesmente em um rincão, olhando</p><p>à parede.</p><p>A segunda coisa é: não olhe nada em especial… só o</p><p>vazio, porque os olhos estão aí e a gente tem que olhar</p><p>algo, mas não olhe nada em especial. Não enfoque a</p><p>vista nem te concentre em nada, só uma imagem difusa.</p><p>Isso relaxa muitíssimo.</p><p>E terceiro: relaxa sua respiração. Não o faça… permite</p><p>que aconteça. Deixa que seja natural, e isso te relaxará</p><p>ainda mais.</p><p>Quarta coisa: permite que seu corpo permaneça tão</p><p>imóvel como é possível.</p><p>Primeiro encontra uma boa postura, pode te sentar em</p><p>um travesseiro ou colchão ou onde queira, mas uma vez</p><p>que se sente permanece imóvel, porque</p><p>se o corpo não se move a mente se silencia</p><p>automaticamente. Em um corpo em movimento, a mente</p><p>também continua movendo-se, já que o corpo-mente não</p><p>são duas coisas. É uma só… é uma só energia.</p><p>Ao começo parecerá um pouco difícil, mas depois de uns</p><p>poucos dias o desfrutará tremendamente. Pouco a pouco</p><p>verá que, capa detrás capa, a mente começa a</p><p>desvanecer-se.</p><p>Chega o momento em que está simplesmente ali, na não-</p><p>mente. Bodhidharma esteve sentado durante nove anos,</p><p>só olhando a parede, sem fazer nada… só sentado</p><p>durante nove anos. A tradição afirma que suas pernas se</p><p>murcharam. Para mim, isso é simbólico. Simplesmente</p><p>significa que todos os movimentos se murcharam,</p><p>porque todas as motivações se secaram. Ele não ia a</p><p>parte alguma… não havia desejo algum de mover-se…</p><p>nenhuma meta que alcançar, e alcançou o mais</p><p>grandioso que é possível alcançar. É uma das almas</p><p>mais excepcionais que jamais tenham caminhado sobre a</p><p>terra. E tão somente sentado ante uma parede,</p><p>alcançou-o tudo; sem fazer nada, sem técnica, sem</p><p>método, nada. Essa foi a única técnica. Quando não há</p><p>nada que ver, seu interesse em ver desaparece pouco a</p><p>pouco. Com apenas estar frente a uma parede nua,</p><p>surge dentro de ti um vazio e nudez paralelas. Paralela à</p><p>parede se levanta outra parede, de não-pensamentos.</p><p>SINTA-SE RECEPTIVO</p><p>É muito significativo o que as mãos assumam a postura</p><p>de uma taça, como um receptáculo. Faz-te receptivo,</p><p>ajuda-te a estar receptivo. Esta é uma das posturas mais</p><p>velhas, antigas: todos os Budas a provaram.</p><p>Quando quiser estar aberto, esta postura te ajudará.</p><p>Sente-se em silêncio e espera.</p><p>Ser um receptáculo, um receptor. Tal como esperas no</p><p>telefone: chamaste, espera no telefone. Exatamente</p><p>nesse ânimo, simplesmente espera e dentro de dois ou</p><p>três minutos verá que</p><p>te rodeia e que enche seu interior</p><p>uma energia totalmente diferente… caindo sobre ti como</p><p>a chuva cai sobre a terra e vai penetrando-a mais e mais</p><p>profundo, e a terra a absorve.</p><p>As posturas são muito significativas. Se as pessoas não</p><p>as transformarem em um fetiche, são muito</p><p>significativas. Ajudam a estabelecer uma orientação na</p><p>energia de seu corpo.</p><p>Com esta postura, por exemplo, é muito difícil estar</p><p>zangado. Quando o corpo completo está depravado, é</p><p>muito difícil ser agressivo, violento, e é muito fácil ser</p><p>devoto.</p><p>OLHANDO</p><p>A meditação não é outra coisa que a arte de abrir os</p><p>olhos, a arte de limpar seus olhos, a arte de deixar cair o</p><p>pó que está acumulado no espelho de sua consciência.</p><p>O homem esteve viajando e viajando durante milhares</p><p>de vidas, o pó se acumula. Todos somos viajantes.</p><p>É muito o pó que se acumulou, em tal grau que o</p><p>espelho desapareceu completamente. Há só pó sobre pó,</p><p>capas e capas de pó, e não pode ver o espelho. Mas o</p><p>espelho está ainda ali, não pode perder-se, porque é sua</p><p>natureza mesma. Se pode perder, então não pode ser</p><p>sua natureza.</p><p>Não é que você tenha um espelho; você é o espelho. O</p><p>viajante é o espelho. Não o pode perder, só pode</p><p>esquecê-lo; no máximo, um esquecimento.</p><p>O momento de existência é agora mesmo. Só ver a</p><p>factualidade de um ponto determinado, de um estado</p><p>determinado, é meditação.</p><p>A meditação não tem motivo; em consequência, não tem</p><p>um centro. E dado que não há motivo não há centro, não</p><p>há um eu nela. Não funciona de um centro: na meditação</p><p>atua a partir de um nada.</p><p>A resposta que surge de um nada é do que a meditação</p><p>se trata… a mente concentrada atua em apoio ao</p><p>passado… a meditação atua no presente, em apoio ao</p><p>presente. É uma resposta pura ao presente; não é uma</p><p>reação. Não atua em apoio a conclusões… atua vendo o</p><p>existencial.</p><p>OLHANDO SEM PALAVRAS</p><p>Em coisas pequenas, tenta não incluir a mente.</p><p>Miras uma flor… simplesmente olha…</p><p>Não traga palavras, não verbalizes… simplesmente olhe.</p><p>A mente se sentirá incômoda e inquieta… a mente queria</p><p>dizer algo.</p><p>Simplesmente, lhe diga à mente:</p><p>Fica em silêncio, me deixe ver, só jogarei um olhar!</p><p>Ao princípio será difícil, mas começa com coisas nas que</p><p>não está muito envolto.</p><p>Será difícil olhar a sua esposa sem que apareçam</p><p>palavras… está muito envolto, muito apegado</p><p>emocionalmente. Zangado ou apaixonado, mas muito</p><p>envolto.</p><p>Observa coisas que lhe sejam neutros: uma rocha, uma</p><p>flor, uma árvore, a saída do sol, um pássaro em voo, uma</p><p>nuvem movendo-se no céu.</p><p>Só olhe coisas com as que não está tão comprometido,</p><p>das quais possa permanecer indiferente. Começa com as</p><p>coisas neutras, e só então te mova para situações</p><p>emocionalmente carregadas.</p><p>A COR DO SILÊNCIO</p><p>Sempre que veja algo azul: o azul do céu, o azul do rio,</p><p>sente-se em silêncio e olhe o azul. E sentirá uma</p><p>profunda harmonia com ele. Um grande silêncio</p><p>descenderá em ti sempre que meditar na cor azul.</p><p>O azul é uma das cores mais espirituais, porque é a cor</p><p>do silêncio, da quietude… é a cor da tranquilidade… do</p><p>descanso… da relaxação.</p><p>De maneira que, quando queira que esteja realmente</p><p>depravado… sentirá repentinamente dentro de ti uma</p><p>luminosidade azul.</p><p>E se pode sentir uma luminosidade azul, sentir-se-á</p><p>depravado imediatamente.</p><p>Resultam de ambas as maneiras.</p><p>OLHE SUA DOR DE CABEÇA</p><p>A próxima vez que tenha uma dor de cabeça</p><p>experimenta esta pequena técnica meditativa, só em</p><p>forma experimental. E logo poderá aplicá-la a</p><p>enfermidades e sintomas maiores. Quando tiver uma dor</p><p>de cabeça, prova este pequeno experimento. Sente-se</p><p>em silêncio e observa… olhe em seu interior, não como</p><p>se estivesse olhando a um inimigo, não. Está-se olhando</p><p>como o seu inimigo, não te será possível olhá-lo</p><p>corretamente. Evitará: ninguém olhe ao inimigo</p><p>diretamente. Olha-o como a seu amigo. É seu amigo:</p><p>está a seu serviço. Está dizendo: “Algo anda mau; joga</p><p>um olhar”.</p><p>Só sente-se e olhe em sua dor de cabeça, sem pensar em</p><p>detê-lo, sem desejar que desapareça, sem conflito, sem</p><p>luta, sem antagonismo. Só olha-o, olhe o que é. Observa</p><p>de maneira que, se houver alguma mensagem interna, a</p><p>dor de cabeça lhe possa dar isso Este tem uma</p><p>mensagem codificada. E se olha silenciosamente,</p><p>surpreender-te-á. Se olha silenciosamente, vão</p><p>acontecer três coisas.</p><p>Primeiro: quanto mais olhe, a dor se voltará mais forte.</p><p>E então se sentirá sentido saudades: “Como vai ser útil,</p><p>se está pondo pior?”</p><p>Tornou-se mais doloroso porque o estiveste ignorando.</p><p>Estava ali, mas o estava evitando: já o estava</p><p>reprimindo, até sem a aspirina, estava-o reprimindo.</p><p>Quando o olha, a repressão desaparece. A dor de cabeça</p><p>aparecerá em sua severidade natural. Então o estará</p><p>escutando com os ouvidos desentupidos, sem te tampar</p><p>as orelhas.</p><p>Primeira coisa: voltar-se-á mais severo. Se está tornando</p><p>severo, pode estar satisfeito: está olhando corretamente.</p><p>Se não piorar, significa que ainda não o está olhando:</p><p>ainda o está evitando.</p><p>Olha-o: volta-se severo. Essa é a primeira indicação de</p><p>que, sim, está em sua visão.</p><p>A segunda coisa será que se voltará mais localizado: não</p><p>se estenderá a uma superfície maior. Primeiro estava</p><p>pensando: “Dói-me toda a cabeça”. Agora verá que não é</p><p>toda a cabeça, que é só um pequeno ponto. Essa é</p><p>também uma indicação de que está contemplando isto</p><p>em forma mais profunda.</p><p>A sensação extensa da dor é um truque, essa é uma</p><p>maneira de evitá-lo.</p><p>Se estiver em um só ponto, então será mais severo.</p><p>Então cria a ilusão de que toda a cabeça está doendo.</p><p>Está estendida por toda a cabeça, a dor não é tão</p><p>intensa em nenhum estes ponto são truques que jogamos</p><p>uma e outra vez.</p><p>Olha-o, e o segundo passo será que se voltará mais, mais</p><p>e mais pequeno. E chega um momento em que é só como</p><p>a ponta de uma agulha, muito afiada, tremendamente</p><p>afiada, muito dolorosa.</p><p>Nunca viu uma dor semelhante na cabeça. Entretanto,</p><p>está reduzido a um ponto pequeno. Segue olhando-o ali.</p><p>E então ocorre a terceira etapa, e a mais importante. Se</p><p>segue observando que a dor é muito severo e confinada</p><p>e concentrado em um ponto, verá muitas vezes que a dor</p><p>desaparece.</p><p>Quando seu olhar é perfeito, desaparecerá. E quando</p><p>desaparece, vislumbrará de onde vinho, qual é a causa.</p><p>Acontecerá muitas vezes. Voltará novamente. Sua</p><p>contemplação já não é tão alerta, tão concentrada, tão</p><p>atenta; então voltará.</p><p>Sempre que sua contemplação está realmente ali,</p><p>desaparecerá; e quando desaparece, encontrará a causa</p><p>escondida detrás. E te surpreenderá: sua mente está</p><p>lista para revelar qual a causa.</p><p>E pode haver mil e um motivos. O sistema de alarme é</p><p>simples, assim emite o mesmo alarme. Não há muitos</p><p>sistemas de alarme em seu corpo. Para diferente causa</p><p>surge o mesmo alarme. Pode ter estado zangado</p><p>recentemente e não ter expressado essa ira. De repente</p><p>como uma revelação, isto estará ali parado. Verá toda a</p><p>ira que estiveste carregando, carregando… como pus em</p><p>seu interior. Agora é muito, e essa raiva quer ser</p><p>liberada. Necessita catarse. Faz catarse! Imediatamente</p><p>verá que a dor desapareceu. E não haverá necessidade</p><p>de aspirina, não haverá necessidade de tratamento.</p><p>ESCUTANDO COM SIMPATIA</p><p>Permanece passivo, sem fazer nada, só escutando. E</p><p>escutar não é um fazer. Não têm que fazer nada para</p><p>escutar algo, seus ouvidos estão sempre abertos. Para</p><p>ver tem que abrir os olhos: pelo menos isso deve fazer-</p><p>se. Para escutar, sequer tem que fazer isso: os ouvidos</p><p>estão sempre abertos. Sempre está escutando. Não faça</p><p>nada e escuta.</p><p>O escutar é uma profunda participação entre o corpo e a</p><p>alma… é por isso que foi usado como um dos métodos de</p><p>meditação mais potentes: porque tende uma ponte entre</p><p>os dois infinitos, o material e o espiritual… e deixa que</p><p>esta seja sua meditação; ajudar-te-á.</p><p>Quando queira que esteja sentado, escuta algo que</p><p>esteja passando.</p><p>Este é o bulício da cidade e há muito tráfico e ruído, e o</p><p>trem e o avião; escuta-o sem que a mente o rechace por</p><p>ser ruidoso.</p><p>Escuta como se estivesse escutando música, com</p><p>simpatia. E de repente verá que a qualidade do ruído</p><p>trocou. Já não é distração. Se lhe escuta corretamente,</p><p>até o bulício da cidade se converte em</p><p>uma melodia. De</p><p>maneira que não importa o que está escutando. O ponto</p><p>é que está escutando, não só ouvindo.</p><p>Até se está escutando algo que nunca pensou que</p><p>valesse a pena escutar, escuta-o muito contente, como</p><p>se estivesse escutando uma sonata do Beethoven. E de</p><p>repente verá que transformaste sua qualidade. volta-se</p><p>formoso. E escutando assim, seu ego desaparecerá.</p><p>COLUNA DE ENERGIA</p><p>Se paras em silêncio, imediatamente vem a ti certo</p><p>silêncio. Prova-o em um rincão de seu quarto. Nesse</p><p>rincão para em silêncio, sem fazer nada. De repente, a</p><p>energia também assumirá a postura em seu interior.</p><p>Sentado, sentirá muitas perturbações na mente, porque</p><p>estar sentado é a postura de um pensador.</p><p>De pé, a energia flui como em uma coluna, e é</p><p>distribuída igualitariamente por todo o corpo… ficar de</p><p>pé é formoso.</p><p>Prova-o, porque alguns de vocês o encontrarão muito</p><p>formoso.</p><p>Pode-se permanecer de pé durante uma hora, é</p><p>simplesmente maravilhoso. Só por estar de pé sem fazer</p><p>nada, sem te mover, encontrará que algo se assenta</p><p>dentro de ti, volta-se silencioso; ocorre um centramento</p><p>e se sentirá como uma coluna de energia. O corpo</p><p>desaparece.</p><p>NUNCA SEJA UM MASOQUISTA</p><p>Nunca seja um masoquista. Não te torture em nome de</p><p>absolutamente nada.</p><p>A gente se torturou muito a si mesmo em nome da</p><p>religião, e o nome é tão formoso que pode seguir e</p><p>seguir te torturando.</p><p>De maneira que recorda: ensino-te a felicidade não a</p><p>tortura!</p><p>Se alguma vez sentir que algo se está voltando pesado,</p><p>difícil, que o caminho se faz áspero, significa que terá</p><p>que trocar algo. Terá que trocar muitas vezes. Pouco a</p><p>pouco chegará a um ponto aonde não será necessária</p><p>nenhuma mudança. Então algo encaixará perfeitamente,</p><p>não só com sua mente, com seu corpo, mas também com</p><p>sua alma.</p><p>Toda a meditação é espera, toda a oração é infinita</p><p>paciência. Se lhe disser à mente que espere, a</p><p>meditação ocorre: se pode convencer a mente de que</p><p>espere, estará em oração, porque esperar significa não</p><p>pensar. Significa limitar-se a esperar em a borda, sem</p><p>fazer nada com a corrente de água. O que pode fazer?</p><p>Qualquer coisa que faça sujará ainda mais. Se entrar na</p><p>água surgirão mais problemas. Assim, espera.</p><p>ENTARDECER</p><p>Sacudir-se, dançar e cantar</p><p>SACUDIR-SE</p><p>Meditação Kundalini.</p><p>Esta meditação é a irmã muito querida da Meditação</p><p>Dinâmica que se faz de madrugada. Consiste em quatro</p><p>etapas de 15 minutos cada uma.</p><p>Primeira etapa: 15 minutos.</p><p>Relaxa-te e deixa que todo seu corpo comece a sacudir-</p><p>se, sentindo que a energia sobe dos pés. Solte-te</p><p>totalmente e te converta nas sacudidas. Pode ter os</p><p>olhos abertos ou fechados.</p><p>Segunda etapa: 15 minutos.</p><p>Dança… de qualquer forma que deseje, e deixa que todo</p><p>o corpo se mova como queira.</p><p>Terceira etapa: 15 minutos.</p><p>Fecha os olhos e permanece quieto, sentado ou de pé…</p><p>em atitude de testemunha frente a tudo o que acontece</p><p>dentro e fora de ti.</p><p>Quarta etapa: 15 minutos.</p><p>Mantendo os olhos fechados, te deita no chão e</p><p>permanece quieto.</p><p>Está-se praticando a Meditação Kundalini, deve permitir</p><p>as sacudidas, não as fazer você.</p><p>De pé, em silêncio, as sinta vir; e quando seu corpo</p><p>inicie um pequeno tremor, mas não o faça. Desfruta-o,</p><p>sinta-se ditoso com ele, permite-o, recebe-o, lhe dê à</p><p>bem-vinda, mas não o deseje.</p><p>Se o forçar, converter-se-á em exercício, em um</p><p>exercício físico… então as sacudidas estarão</p><p>pressentem, mas só na superfície, não penetrarão em ti.</p><p>Permanecerá sólida como pedra, como rocha dentro de</p><p>ti; seguirá sendo o manipulador, que faz, e o corpo</p><p>simplesmente te estará seguindo. Não se trata do corpo:</p><p>trata-se de ti.</p><p>Quando eu te digo “lhe agite” refiro a sua solidez, a que</p><p>seu ser, que é como pedra, deve agitar-se até seus</p><p>mesmos alicerces de modo de voltar-se líquido, fluido,</p><p>derreter-se e fluir. E quando esse ser de pedra se volta</p><p>líquido, seu corpo lhe seguirá. Então já não há um</p><p>sacudir, só está a sacudida. Então</p><p>ninguém o está fazendo, simplesmente está</p><p>acontecendo. Que o ocasiona já não é.</p><p>A Meditação Caótica ou a Kundalini ou a Nadabrahma:</p><p>estas não são realmente meditações. Somente te está</p><p>harmonizando. Se tiver visto tocar a músicos clássicos</p><p>índios, durante meia hora ou às vezes ainda mais, verá</p><p>que simplesmente se dedicam a ajustar seus</p><p>instrumentos. Moverão os botões, apertarão ou soltarão</p><p>as cordas de seus instrumentos e o baterista verificará</p><p>sua bateria uma e outra vez; não importa se estiver ou</p><p>não perfeita. Durante meia hora seguirão fazendo isto.</p><p>Isto não é música, é só preparação.</p><p>A Kundalini não é, na verdade, meditação. É só</p><p>preparação. Está preparando seu instrumento.</p><p>Quando está preparado, para em silêncio e começa a</p><p>meditação. Então estás totalmente ali.</p><p>Despertaste mediante os saltos, a dança, a respiração e</p><p>os gritos, todos estes são só truques para te voltar um</p><p>sedimento mais alerta do que normalmente está. Uma</p><p>vez que está acordado, o que faz é esperar.</p><p>Esperar é meditação. Esperar em total consciência.</p><p>E então chega. Descende sobre ti, envolve-te, joga a seu</p><p>redor, dança a seu redor, te limpa, desencarde-te,</p><p>transforma-te.</p><p>MEDITAÇÃO DA OSCILAÇÃO</p><p>Primeira etapa: 20 minutos.</p><p>Sente-se com as pernas cruzadas e os olhos fechados.</p><p>Começa a te balançar brandamente: primeiro à esquerda</p><p>e logo à direita. Não é necessário que a oscilação</p><p>envolva a todo seu corpo, mas te incline o mais que</p><p>possa em forma confortável. Quando chegar ao ponto</p><p>mais longínquo, solta o som “hu”, com tal força, com</p><p>uma sacudida. Faz isto ao final de cada oscilação, a</p><p>ambos os lados.</p><p>Segunda etapa: 20 minutos.</p><p>Permanece sentado em silêncio, sem te mover.</p><p>Terceira etapa: 20 minutos.</p><p>Ponha de pé em um rincão, totalmente quieto.</p><p>DANÇA</p><p>Quando o movimento se faz enlevado, então é uma</p><p>dança. Quando o movimento é tão total que não há ego,</p><p>então é dança. E deve saber que a dança surgiu no</p><p>mundo como uma técnica de meditação. A dança inicial</p><p>não era o baile: este devia alcançar um êxtase aonde o</p><p>bailarino desaparecia e só ficava a dança, sem ego,</p><p>ninguém manipulando, o corpo fluindo</p><p>espontaneamente.</p><p>Não é necessário achar nenhuma outra meditação. A</p><p>dança mesmo se converte em meditação se o bailarino</p><p>desaparecer… todo o ponto consiste em como fazer-se</p><p>desaparecer.</p><p>Como ou onde obtenha isso não tem importância.</p><p>Simplesmente desapareça.</p><p>Um ponto chega em que você não é, e ainda assim as</p><p>coisas seguem ocorrendo… como se estivesse possuído.</p><p>A dança é uma das coisas mais belas que podem lhe</p><p>acontecer a um homem.</p><p>Assim não conceba a meditação como um pouco</p><p>separado. A meditação é necessária como um pouco</p><p>separado para aqueles que não têm energia criativa</p><p>profunda; sua energia não tem direção como para que</p><p>possam envolver-se tão profundamente para</p><p>desaparecer.</p><p>Mas um bailarino, um pintor, um escultor não precisam</p><p>ter nenhuma outra meditação. Tudo o que precisam é</p><p>fazer que sua dimensão se volte tão profundamente</p><p>penetrante que alcance um ponto de transcendência. E</p><p>não há nada como o baile…</p><p>Assim é que pelo menos durante uma hora ao dia, te</p><p>esqueça de todas as técnicas… limita-te a dançar a Deus.</p><p>Simplesmente dançará como um menino pequeno… como</p><p>uma oração… então a dança terá uma qualidade</p><p>completamente diferente.</p><p>Pela primeira vez sentirá que está dando passos que</p><p>jamais tinha dado anteriormente, que te está movendo</p><p>em dimensões que lhe são totalmente desconhecidas.</p><p>Atravessará terreno que não te será familiar, à medida</p><p>que te sintonize mais e mais com o desconhecido, todas</p><p>as técnicas desaparecerão. E sem técnicas, quando é</p><p>puro e simples, o baile é perfeito.</p><p>Dança como se estivesse apaixonado por universo, como</p><p>se dançasse com seu ser amado. Deixa que Deus seja</p><p>seu amado.</p><p>DANÇA EM GRUPO</p><p>Podes reunir um pequeno grupo de amigos que possam</p><p>dançar juntos. Isso será melhor, mais útil.</p><p>O homem é tão fraco que torna-se difícil continuar com</p><p>algo se estiver sozinho. É por isso que as escolas são</p><p>necessárias.</p><p>Assim, se um dia não sentir desejo de fazê-lo e outros se</p><p>quiserem, a energia de outros te mobiliza, outro dia,</p><p>alguém não terá desejos, mas você se quererá fazê-lo:</p><p>sua energia entra em jogo.</p><p>Se estiver sozinho, o homem é muito débil</p><p>e carente de</p><p>vontade. Um dia o faz, e outro dia se sente cansado e</p><p>tem outras coisas que fazer.</p><p>As meditações trazem resultados só quando as pratica</p><p>em forma persistente. Então, inundam-se em seu</p><p>interior. É tal como se cavasse uma fossa na terra… um</p><p>dia cava em um lugar, outro dia em outro lugar… então,</p><p>pode seguir cavando durante toda sua vida, mas o poço</p><p>nunca estará preparado. Deve cavar sempre no mesmo</p><p>lugar. Assim propõe fazê-lo todos os dias à mesma hora.</p><p>E se for possível fazê-lo no mesmo lugar, será</p><p>estupendo; o mesmo quarto, o mesmo ambiente,</p><p>queimando o mesmo incenso… de modo que pouco a</p><p>pouco o corpo aprenda e que pouco a pouco a mente</p><p>obtenha esta sensação.</p><p>Logo que entra no quarto, sente-se preparado para</p><p>começar a dançar. O quarto está carregado, a hora está</p><p>carregada.</p><p>DANÇA COMO UMA ÁRVORE</p><p>Levanta as mãos e sinta-se como uma árvore enfrentada</p><p>a um forte vento. Dança como uma árvore nas chuvas e</p><p>os ventos. Deixa que toda sua energia se converta em</p><p>energia de dança, te balance e te mova com o vento:</p><p>sente o vento passando através de ti. Esquece que tem</p><p>um corpo humano: é uma árvore, te identifique com a</p><p>árvore.</p><p>Seja a intempérie se puder, pare entre as árvores, te</p><p>transforma em uma árvore e deixa que o vento passe</p><p>através de ti. Identificar-te com uma árvore é</p><p>tremendamente revigorante e nutritiva. A gente entra</p><p>facilmente à consciência primária. As árvores estão até</p><p>ali. Fala com as árvores, abraça às árvores e de repente</p><p>sentirá que tudo tornou. E se não te é possível sair para</p><p>lhe em meio de uma habitação, te visualize a ti mesmo</p><p>como uma árvore e começa a dançar.</p><p>DANÇA COM TUAS MÃOS</p><p>Senta-te em silêncio e permite que seus dedos tenham</p><p>seu próprio movimento. Sente o movimento de dentro.</p><p>Não tente vê-lo de fora, assim mantém os olhos</p><p>fechados. Permite que a energia flua mais e mais a suas</p><p>mãos.</p><p>As mãos estão profundamente relacionadas com o</p><p>cérebro: a mão direita com o lado esquerdo do cérebro e</p><p>a mão esquerda com o lado direito do cérebro.</p><p>Se o seu dedo lhe permite liberdade total de expressão,</p><p>descarregam-se muitas, muitas tensões acumuladas no</p><p>cérebro. Essa é a maneira mais fácil de liberar o</p><p>mecanismo cerebral, suas repressões, sua energia</p><p>armazenada.</p><p>Suas mãos estão perfeitamente capacitadas para fazê-lo.</p><p>Às vezes encontrará que a mão esquerda está levanta, e</p><p>outras vezes a direita. Não imponha um padrão:</p><p>qualquer seja a necessidade da energia, cobrará essa</p><p>forma.</p><p>Quando o lado esquerdo do cérebro quer liberar</p><p>energia, cobrará uma forma.</p><p>Quando o lado direito está muito carregado com</p><p>energia, então o gesto será diferente.</p><p>Pode te converter em um grande meditador através dos</p><p>gestos com as mãos.</p><p>Assim permanecendo sentado em silêncio, joga, deixa</p><p>que as mãos se movam por si só e te surpreenderá: é</p><p>mágico. Não é necessário saltar e trotar e fazer muita</p><p>meditação caótica. As mãos serão suficientes.</p><p>DESPERTANDO AS CAPAS SUTIS</p><p>Se te movimentas constantemente e nunca te sentes em</p><p>silêncio, também te escapará algo. Quando a energia</p><p>começa a mover-se, a gente deveria permanecer em</p><p>total silêncio: do contrário, o movimento será tosco.</p><p>O movimento corporal é bom, mas é um movimento</p><p>tosco; e se toda a energia se canaliza no movimento</p><p>tosco, o movimento sutil não se iniciará.</p><p>A gente tem que chegar ao ponto onde o corpo está</p><p>completamente quieto como uma estátua, de modo que</p><p>todo movimento tosco se detenha, mas a energia está</p><p>ali, lista para mover-se. Como não há saída para isso no</p><p>corpo, então procura uma nova abertura que não é do</p><p>corpo… começa a mover-se nas capas sutis.</p><p>Mas primeiro é necessário o movimento. Se a energia</p><p>não se está movendo, pode te sentar como uma pedra e</p><p>nada acontecerá.</p><p>O primeiro é ajudar à energia a mover-se, e o segundo é</p><p>imobilizar o corpo quando a energia está realmente</p><p>movendo-se. Quando a energia está palpitando</p><p>fortemente e se acha lista para mobilizar-se, então terá</p><p>que mover-se para as capas sutis, porque o tosco já não</p><p>estará disponível.</p><p>Assim é que ao princípio faça-o em forma dinâmica, e</p><p>logo permite ao corpo permanecer quieto para que o</p><p>dinamismo entre mais profundo, à raiz mesma, ao centro</p><p>mesmo de seu ser.</p><p>Faz uma síntese: vinte minutos de movimentos corporais</p><p>e, ao cabo dos vinte minutos, detenha de improviso.</p><p>Pode ter um alarme e quando esta comece a soar,</p><p>detenha no ato.</p><p>O corpo está cheio de energia; mas agora, dado que o</p><p>corpo está congelado, a energia começará a procurar</p><p>novos caminhos é o método para trabalhar para dentro.</p><p>MEDITAÇÃO DE GIRAR</p><p>O giro Sufi é uma das técnicas mais antigas e uma das</p><p>mais enérgicas. É tão completamente transformadora.</p><p>Gira com os olhos abertos, tal como os meninos giram,</p><p>como se seu ser interior se converteu em uma roda,</p><p>movendo-se: uma roda de olaria em movimento. Está no</p><p>centro, mas todo o corpo se está movendo.</p><p>Recomenda-se não consumir nem comida nem bebida</p><p>por três horas antes de girar. É melhor estar descalço e</p><p>com roupa solta.</p><p>A meditação está dividida em duas etapas: girar e</p><p>descansar. Não há tempo determinado para girar, pode</p><p>durar horas, mas se sugere que continue ao menos por</p><p>uma hora para experimentar totalmente a sensação do</p><p>redemoinho de energia.</p><p>Os giros se realizam no ponto onde a gente está parada,</p><p>na direção contrária aos ponteiros de relógio do relógio,</p><p>com o braço direito levantado e a palma da mão olhando</p><p>para cima. As pessoas que se sentem incômodas girando</p><p>contra a direção dos ponteiros de relógio do relógio</p><p>podem girar no outro sentido.</p><p>Permite que seu corpo se relaxe e deixa os olhos</p><p>abertos, mas sem enfocar, de modo que as imagens se</p><p>voltem imprecisas e fluídas. Mantém silêncio.</p><p>Durante os primeiros 15 minutos, excursão lentamente.</p><p>E logo desenvolve gradualmente maior velocidade</p><p>durante os seguintes 30 minutos, até que o giro se</p><p>apodere de ti e te transforme em um torvelinho de</p><p>energia: a periferia, uma tormenta de movimento: a</p><p>testemunha no centro, silencioso e quieto.</p><p>Quando estiver girando tão rápido que não possa</p><p>permanecer de pé, seu corpo se deixará cair por si só.</p><p>Não determine o momento quando você cairá.</p><p>Roda imediatamente sobre o estômago, de modo que seu</p><p>umbigo nu esteja em contato com a terra. Se alguém se</p><p>sentir muito incômodo tendido desta forma, pode tender-</p><p>se de costas.</p><p>Sente que seu corpo se compenetra com a terra, como</p><p>um menino pequeno apertando-se contra o seio de sua</p><p>mãe.</p><p>Mantém seus olhos fechados e permanece passivo e</p><p>silencioso durante ao menos 15 minutos.</p><p>Depois da meditação deve permanecer tão calado e</p><p>inativo quanto possível.</p><p>Algumas pessoas podem sentir náuseas durante esta</p><p>meditação, mas esta sensação devesse desaparecer em</p><p>dois ou três dias. Só deixa de praticar a meditação se</p><p>isto persistir.</p><p>CANTA</p><p>Cantar é divino, uma das atividades mais divinas.</p><p>Somente a dança compete com ele, só a dança lhe</p><p>compara.</p><p>E por que a dança e o canto são atividades divinas?</p><p>Porque estas são as atividades em que pode-se perder</p><p>completamente… pode-se inundar no canto ao ponto que</p><p>o cantor desapareça e só permaneça a canção, ou o</p><p>bailarino desapareça e só a dança permaneça.</p><p>E esse é o momento da metamorfose, da transfiguração:</p><p>quando o cantor já não é e só existe a canção… quando</p><p>sua totalidade se converteu em uma canção ou em baile,</p><p>essa é a oração.</p><p>Não importa que canção esteja cantando; pode não ser</p><p>uma canção religiosa; mas se a canta em forma total, é</p><p>sagrada. E vice-versa: pode estar cantando uma canção</p><p>religiosa, santificada desde tempos imemoriais, mas se</p><p>não estar envolto totalmente nela é profana. O conteúdo</p><p>da canção não tem importância; o que importa é a</p><p>qualidade que traz para o canto, a totalidade, a</p><p>intensidade, o fogo.</p><p>Não repita a canção de outra pessoa, porque esse não é</p><p>seu coração. E essa não é a forma em que pode</p><p>derramar seu coração aos divinos pés. Permite que surja</p><p>sua própria canção.</p><p>Esquece o compasso e a gramática. Deus não é um</p><p>gramático, e ao não importa que palavras utilizem… O</p><p>está mais interessado em seu coração.</p><p>MANTRA</p><p>Se tem ouvido para a música, se tiver um coração que</p><p>pode entender a música, não só entender, mas também</p><p>sentir,</p><p>então um mantra será útil. Porque então poderá</p><p>te unificar com os sons internos, então poderá te mover</p><p>com esses sons para capas mais e mais sutis. Logo</p><p>chega um momento em que todos os sons desaparecem e</p><p>só fica o som universal. Esse é “aum”.</p><p>Uma pessoa realmente meditativa é brincalhona; para</p><p>ela a vida é diversão, a vida é um jogo… Desfruta-a</p><p>tremendamente; não é séria, está relaxada.</p><p>A meditação é necessária só porque não escolheste ser</p><p>feliz, nenhuma meditação será necessária.</p><p>A meditação tem caráter medicinal. Se estiver doente,</p><p>necessitará a medicina.</p><p>Os budas não necessitam remédio. Uma vez que</p><p>começaste a escolher a felicidade, uma vez que decidiste</p><p>que deves ser feliz, a meditação começará a ocorrer por</p><p>si só.</p><p>O NOME DE JESUS</p><p>Se o nome do Jesus te comove, sente-se em silêncio e</p><p>permite que o nome te comova.</p><p>Às vezes dizia, silenciosamente: Jesus! E logo espera.</p><p>Isto se converterá em seu mantra. Assim é como nasce</p><p>um verdadeiro mantra.</p><p>Ninguém te pode dar um mantra: tem que encontrar o</p><p>que te atrai, o que te comove, o que produz um grande</p><p>impacto em sua alma. Se for Jesus! Pois perfeito.</p><p>Às vezes, sentado em silêncio, repete: Jesus! E espera, e</p><p>deixa que o nome entre profundamente, mais profundo,</p><p>aos lugares recônditos de seu ser.</p><p>Deixa que entre às vísceras de seu ser. E permite! Se</p><p>começar a dançar, bem; se começar a chorar, bem. Se</p><p>começar a rir, bem.</p><p>O que seja que aconteça com isto, deixa que saia…</p><p>permite-o, não interfira, não manipule. Deixe-te levar e</p><p>terá seus primeiros vislumbres de oração e meditação, e</p><p>seus primeiros vislumbres de Deus. Os primeiros raios</p><p>começarão a penetrar a noite escura de sua alma.</p><p>Servirá qualquer som que se sinta estético e belo,</p><p>qualquer som que produza emoção e gozo no coração.</p><p>Embora não pertença a nenhum idioma; esse não é o</p><p>ponto, pode encontrar sons puros que entrem ainda mais</p><p>profundo. Porque quando usa uma palavra determinada,</p><p>esta tem certo significado, e esses significados se</p><p>convertem em uma limitação.</p><p>Quando usa um som puro, este não tem limitação, é</p><p>infinito.</p><p>AUM</p><p>Propõe-te sentar em silencio durante ao menos 20</p><p>minutos na manhã e 20</p><p>minutos na noite, com os olhos entreabertos, e olhando</p><p>para baixo.</p><p>A respiração deve ser lenta e o corpo deve permanecer</p><p>imóvel. Começa a cantar aum! Em seu interior. Não há</p><p>necessidade de tirá-lo fora: será mais penetrante com os</p><p>lábios fechados; nem sequer a língua deveria mover-se.</p><p>Canta aum! Rapidamente: aum, aum, aum, aum; rápido e</p><p>forte, mas dentro de ti.</p><p>Sente que vibra por todo seu corpo, depois a cabeça, da</p><p>cabeça aos pés.</p><p>Cada aum! Cai em sua consciência como uma pedra</p><p>jogada em um poço, e surgem ondulações que se</p><p>expandem até o final. As ondulações se seguem</p><p>expandindo até cobrir todo o corpo.</p><p>Fazendo isto haverá momentos, e serão os momentos</p><p>mais formosos, em que não estará repetindo e tudo se</p><p>deteve… de repente te dará conta de que não está</p><p>cantando… e que tudo se deteve.</p><p>Desfruta-o! Se começarem a surgir pensamentos,</p><p>começa a cantar outra vez.</p><p>E quando o fizer de noite, faça-o pelo menos duas horas</p><p>antes de dormir. Do contrário, se o fizer justo antes de</p><p>te deitar não poderá dormir, porque se sentirá tão</p><p>afresco que não terá sonho. Terá a sensação de que é de</p><p>amanhã e descansaste bem, assim para que ir dormir?</p><p>Pode encontrar seu próprio ritmo. Ao cabo de dois ou</p><p>três dias encontrará o adequado para ti; para algumas</p><p>pessoas é muito rápido: aum, aum, aum, quase um aum!</p><p>Sobre outro, vai bem. Outros o preferem em forma muito</p><p>lenta, assim depende de ti.</p><p>Mas o que seja que você goste, segue fazendo-o.</p><p>A música produz tal grau de harmonia que até Deus</p><p>começa a te fazer gestos, a te dizer que sim. A música é</p><p>sobrenatural… de repente o céu começa a te tocar; acha-</p><p>te afligido pelo mais à frente. E quando o mais à frente</p><p>se aproxima de ti, quando se ouvem pisadas em do mais</p><p>à frente, algo em você, em seu interior recolhe o desafio</p><p>e se torna silencioso, mais quieto, mais acalmado,</p><p>sereno, tranquilo.</p><p>Uma das experiências mais grandiosas da vida é aquela</p><p>em que a música rodeia-te, aflige-te, alaga-te, e a</p><p>meditação começa a crescer em ti.</p><p>Quando a meditação e a música se encontram, Deus e o</p><p>mundo se encontra, a matéria e a consciência se</p><p>encontram. Essa é a união mística.</p><p>MEDITA NA LUZ</p><p>Quanto mais meditares na luz, mais te surpreenderás:</p><p>algo começa a abrir-se em seu interior… como se um</p><p>casulo estivesse abrindo-se e transformando-se em uma</p><p>flor.</p><p>A meditação na luz é uma das técnicas mais antigas.</p><p>Em todas as idades, em todos os países, em todas as</p><p>religiões, foi posta de relevo por uma razão: porque logo</p><p>que medita na luz, algo para dentro de ti que</p><p>permanecia em estado de casulo começa a abrir suas</p><p>pétalas. Só a meditação na luz cria um espaço para sua</p><p>abertura. De maneira que deixa que essa seja sua</p><p>meditação.</p><p>Quando tiveres tempo, fecha teus olhos, visualiza luz.</p><p>Quando vires luz, te sintoniza com ela. Simplesmente,</p><p>deixa de ignorá-la. Sinta adoração por ela. Pode ser uma</p><p>saída do sol, pode ser só uma vela no quarto; mas</p><p>assume uma atitude de oração para ela, e será muito</p><p>que obterá.</p><p>Grande é a bênção se alguém se sentir em harmonia com</p><p>a luz.</p><p>TRANSFORME-TE EM UM BAMBU OCO</p><p>A meditação é uma forma de te fazer amigo de seu</p><p>isolamento, ter um encontro com seu próprio</p><p>isolamento, inundar-se nele em vez de fugir, e ver</p><p>exatamente o que é. E então terá uma surpresa.</p><p>Se você entrar em seu isolamento, surpreender-te-á: em</p><p>seu mesmo centro, não está absolutamente isolado… ali</p><p>reside a solidão, que é um fenômeno totalmente</p><p>diferente.</p><p>Na circunferência está o isolamento e no centro está a</p><p>solidão… na circunferência há isolamento e no centro,</p><p>solidão. E quando tiver conhecido sua formosa solidão,</p><p>será uma pessoa totalmente diferente, nunca se sentirá</p><p>sozinho. Até nas montanhas ou no deserto, onde estará</p><p>absolutamente sozinho, não se sentirá sozinho, porque</p><p>em sua solidão saberá que Deus está contigo. Em sua</p><p>solidão estará tão profundamente enraizado em Deus</p><p>que a quem lhe importa se houver alguém mais à frente</p><p>fora ou não? Está tão cheio dentro, há tal riqueza em</p><p>seu interior…</p><p>Agora mesmo te encontra isolado, inclusive em meio da</p><p>multidão. E eu estou dizendo: se conhecer sua solidão,</p><p>nem mesmo em isolamento te encontrará isolado.</p><p>Então a gente começa a rebalsar como um bebedouro.</p><p>Dessa solidão surge a fragrância do amor, dessa solidão</p><p>surge a criatividade, porque Deus começa a fluir dessa</p><p>solidão. Transforma-te em um bambu oco… Ele começa a</p><p>cantar.</p><p>Mas a canção sempre é d’Ele.</p><p>NOITE</p><p>Fantasia, oração e amor</p><p>O QUE FAZER COM OS MOSQUITOS?</p><p>Seus mosquitos são antigos meditadores que</p><p>fracassaram. Portanto, estão contra qualquer que esteja</p><p>tendo êxito na meditação. São muito invejosos.</p><p>Assim quando for que medite estarão ali para incomodar</p><p>e distrair. E isto não é nada novo; sempre foi assim. Isto</p><p>se menciona em todas as antigas escrituras! Em</p><p>particular nas escrituras Jainas, porque os monges</p><p>Jainas vivem nus. Tão somente pensa em um monge</p><p>Jaina, nu, na Índia. E os mosquitos!</p><p>Mahavira teve que dar instruções específicas a respeito</p><p>de que atitude ter a respeito aos mosquitos. Disse a seus</p><p>discípulos que, “quando os mosquitos ataquem, aceitem-</p><p>nos”.</p><p>Esta é a suprema distração. Pode-se superar isto, então</p><p>não haverá outra dificuldade, não haverá uma</p><p>dificuldade maior. E quando ele o diz, sabe do que fala!</p><p>Viver nu na Índia é muito difícil.</p><p>Uma vez fiquei na Sarnita, onde Buda deu volta à roda</p><p>do dharma, onde Buda deu sua primeira prédica, a</p><p>prédica mais importante, que foi o início de uma nova</p><p>tradição. Estava-me ficando com um monge budista.</p><p>Vi mosquitos, mas nada comparado aos mosquitos da</p><p>Sarnita. Os mosquitos da Poona não são nada! Sinta-se</p><p>muito contente respeito a isto! Tem sorte de que não</p><p>estou na Sarnita. Os mosquitos eram realmente grandes!</p><p>Até durante o dia estávamos acostumados a nos sentar</p><p>debaixo dos mosquitos. Em uma cama, sob o</p><p>mosquiteiro, sentava-se o monge budista; na outra me</p><p>sentava eu, e logo falávamos.</p><p>Eu disse: Nunca voltarei porque ele me pedia que</p><p>voltasse novamente e ficasse.</p><p>Pinjente: “Nunca, nunca!</p><p>Esta é minha primeira e última vez”.</p><p>O respondeu: “Isso me recorda que através dos anos,</p><p>nós, os monges budistas, rimo-nos e brincou sobre o</p><p>motivo pelo qual Buda nunca retornou a Sarnita.</p><p>Somente veio uma vez: deu sua primeira prédica e</p><p>fugiu!”</p><p>Ele viajou muitas vezes a outros sítios. Deve ter ido pelo</p><p>menos trinta vezes ao Shravasti; deve ter ido pelo menos</p><p>quarenta vezes ao Rajgir, e assim sucessivamente.</p><p>Cada lugar que visitou, visitou-o uma e outra vez… mas</p><p>Sarnita, só em uma ocasião. Nunca retornou a esse</p><p>lugar.</p><p>“E, disse o monge, é devido a estes mosquitos. E você</p><p>também diz que nunca retornará”.</p><p>Eu lhe disse: “Pelo menos em uma eu siga a Buda! Não</p><p>posso segui-lo em outras coisas, devo ser uma luz em</p><p>mim mesmo, mas a respeito deste assunto deixemos que</p><p>ele seja a luz!”</p><p>Eu sei que é difícil, muito difícil, mas terá que aprender.</p><p>Não te distraias.</p><p>Isso não significa que deixe que os mosquitos se</p><p>aproveitem de ti! Proteje-te de todas as maneiras</p><p>possíveis, mas sem ansiedade, sem irritação. Proteja-te,</p><p>evita os mosquitos, afasta-os, sacode-os, mas sem</p><p>irritação. Eles estão fazendo sua coisa. E ao menos isso</p><p>deve ser aceito. Eles não estão especialmente em seu</p><p>contrário.</p><p>Alguém deve estar tomando o café da manhã, almoçando</p><p>ou jantando, assim ser gentil. Tem todo o direito de te</p><p>proteger, mas não é necessário estar irritado. A irritação</p><p>alterará a meditação, não ao mosquito.</p><p>Pode te sacudir ao mosquito em forma muito meditativa,</p><p>atenta, totalmente alerta, sem irritação.</p><p>Prova-o!</p><p>O verdadeiro problema nunca vem de fora; o problema</p><p>real sempre provém da irritação interna.</p><p>Por exemplo, os cães estão ladrando fora e você está</p><p>meditando.</p><p>Imediatamente te zanga: “Estes cães estúpidos!”. Mas</p><p>eles não estão perturbando sua meditação em forma</p><p>alguma. Simplesmente estão desfrutando de sua vida!</p><p>Devem ter visto um policial, um carteiro ou um</p><p>sannyasin! Os cães estão muito contra os uniformes, são</p><p>muito uniformize, e têm todo o direito a ter suas</p><p>próprias crenças.</p><p>Mas não estão tratando de te distrair a ti em especial.</p><p>Os mosquitos estão fazendo sua própria coisa. Tem que</p><p>te proteger tem que fazer sua própria coisa, mas não te</p><p>irrite. A irritação é o único problema. E então, se não te</p><p>irritar, se não te distrair por toda a moléstia que os</p><p>mosquitos estão criando ao redor de ti, até se sentirá</p><p>agradecido deles: deram-lhe uma chave secreta.</p><p>Se os mosquitos não lhe distraírem, nada pode te</p><p>distrair. Então terá chegado a um ponto muito estável da</p><p>meditação.</p><p>A MEDITAÇÃO NADABRAHMA</p><p>A Nadabrahma é uma antiga técnica Tibetana que</p><p>originalmente se fazia nas primeiras horas da manhã.</p><p>Pode ser feita a qualquer hora do dia, só ou com outros.</p><p>Deve ter o estômago vazio e permanecer inativo durante</p><p>ao menos 15 minutos depois.</p><p>A meditação dura uma hora e tem três etapas.</p><p>Primeira etapa: 30 minutos.</p><p>Sente-se em uma posição relaxada, com olhos e lábios</p><p>fechados.</p><p>Começa a zumbir, produzindo um som o suficientemente</p><p>forte como para que outros lhe ouçam e produzam uma</p><p>vibração através de seu corpo. Pode visualizar um tubo</p><p>oco ou um recipiente vazio, cheio só com as vibrações do</p><p>zumbido. Chegará o momento em que o zumbido</p><p>continua por si só e você se converte em um ouvinte.</p><p>Não terá que respirar em nenhuma forma especial, e</p><p>pode alterar o tom ou mover seu corpo suave e</p><p>lentamente, se assim o desejar.</p><p>Segunda etapa: 15 minutos.</p><p>A segunda etapa está dividida em dois segmentos de</p><p>sete minutos e médio.</p><p>Para a primeira metade, move suas mãos, Palmas para</p><p>cima, descrevendo círculos para fora.</p><p>Começando a nível do umbigo, as duas mãos se movem</p><p>para a fronte e logo se separam para formar dois</p><p>círculos grandes, um frente a outro, à esquerda e à</p><p>direita. O movimento deve ser tão lento que às vezes</p><p>pareça não haver movimento.</p><p>Sente que lhe está dando energia ao universo.</p><p>Logo depois de sete minutos e médio gira as Palmas</p><p>para baixo, e começa às mover na direção contrária.</p><p>Agora as mãos se unirão para o umbigo e logo se</p><p>separarão para fora, aos lados do corpo. Sente que está</p><p>recebendo energia.</p><p>Tal como na primeira etapa, não reprima nenhum</p><p>movimento suave e lento no resto de seu corpo.</p><p>Terceira etapa: 15 minutos.</p><p>Permanece sentado ou deitado em absoluta quietude e</p><p>silêncio.</p><p>Nadabrahma para casais.</p><p>Osho entregou uma formosa variante desta para os</p><p>casais.</p><p>O casal se sinta coberta por um lençol, olhando o um ao</p><p>outro e tomando-as mãos entrecruzadas. É melhor não</p><p>ter nenhum tipo de roupa. Ilumina a habitação só com</p><p>quatro velas e queima um incenso especial que tenha só</p><p>para esta meditação.</p><p>Fechem os olhos e zumbam durante 30 minutos. Depois</p><p>de um breve lapso de tempo, sentirão-se que as energias</p><p>se encontram, fundem-se e se unem.</p><p>ZUMBINDO</p><p>O zumbido pode ser de tremenda ajuda, e o pode fazer</p><p>onde queira… Pelo menos uma vez ao dia: se pode fazê-</p><p>lo duas vezes, seria melhor.</p><p>É uma música interior tão grandiosa que traz paz a todo</p><p>seu ser; então suas partes em conflito começam a entrar</p><p>em harmonia e pouco a pouco começam a surgir em seu</p><p>corpo uma música sutil que pode ouvir.</p><p>Ao cabo de três ou quatro meses estará sentado em</p><p>silêncio e começará para ouvir uma música sutil, uma</p><p>harmonia interna, algo como um zumbido. Tudo está</p><p>funcionando perfeitamente bem, tal como o zumbido do</p><p>motor de um automóvel que funciona perfeitamente.</p><p>Um bom chofer sabe quando algo anda mal... Pode que</p><p>os passageiros não se deem conta, mas um bom chofer</p><p>se precave imediatamente quando o zumbido troca…</p><p>Então o zumbido deixa de ser harmonioso. Um novo som</p><p>chegou.</p><p>Ninguém mais se dá conta, mas aquele ao que gosta de</p><p>conduzir sabe imediatamente que algo anda mal. O</p><p>motor não está funcionando como débito.</p><p>Um bom zumbidor pouco a pouco começa a sentir</p><p>quando as coisas andam mal.</p><p>Se tiver comido em excesso, encontrará que sua</p><p>harmonia interior está ausente, e pouco a pouco terá</p><p>que escolher: ou come muito ou tem harmonia interna. E</p><p>a harmonia interna é tão valiosa, tão divina, tão</p><p>prazenteira, que quem vai comer mais? E sem nenhum</p><p>esforço por fazer dieta, se dará conta que está comendo</p><p>em uma forma mais equilibrada. Então o zumbido se</p><p>aprofunda ainda mais. Poderá ver que mantimentos</p><p>alteram seu zumbido: come um pouco pesado e fica</p><p>muito tempo no sistema, e então o zumbido não é tão</p><p>perfeito.</p><p>Uma vez que comece a zumbir, dar-se-á conta de quando</p><p>surge o sexo e quando não surge. Se marido e esposa</p><p>estão zumbindo, surpreender-te-á a grande harmonia</p><p>que surge entre duas pessoas, e como pouco a pouco</p><p>desenvolvem a intuição, como começam a captar quando</p><p>o outro está triste.</p><p>Não há necessidade de dizê-lo: quando o marido está</p><p>cansado a esposa sabe instintivamente, porque ambos</p><p>funcionam na mesma longitude de onda.</p><p>UMA SACUDIDA BREVE E ENERGICA</p><p>Apaga a luz e permanece de pé na escuridão; então,</p><p>começa a te sacudir da cabeça: só a cabeça. Desfruta as</p><p>sacudidas e observa como se sentem por dentro.</p><p>Sacode a parte superior do corpo: a cabeça, as mãos, o</p><p>torso; não sacuda a parte de abaixo.</p><p>Quando sentir, e desfrute disto, então sacode a parte</p><p>inferior. E finalmente, quando sentir e desfrute disso,</p><p>sacode o corpo completo.</p><p>Assim, então, em três partes: primeiro a cabeça, só a</p><p>cabeça; logo o torso e, em terceiro lugar, todo o corpo.</p><p>Começa com a cabeça porque ali o pode sentir mais</p><p>facilmente ao princípio, dado que a consciência está</p><p>muito perto e a observação se facilita… e desfruta-o.</p><p>Quando estiver sacudindo o corpo inteiro, observa qual</p><p>postura sente que é a mais cheia de graça, onde se sente</p><p>muito, muito belo.</p><p>Depois de três minutos, adota essa postura, qualquer</p><p>postura… mãos levantadas, o corpo reclinado para frente</p><p>ou para os lados, ou o que seja; e congela essa posição</p><p>durante quatro minutos.</p><p>Esta e uma meditação de dez minutos: um minuto</p><p>sacudindo a cabeça, dois minutos sacudindo o torso, três</p><p>minutos o corpo inteiro, e por quatro minutos fica</p><p>imóvel, como se te tivesse convertido em uma estátua.</p><p>Sente cada uma das etapas, te sacudindo, sente a</p><p>energia agitada…</p><p>Então o corpo inteiro se transforma em um torvelinho de</p><p>energia, um ciclone.</p><p>Sente-o:</p><p>como se estivesse dentro de um ciclone.</p><p>E então, de repente, congela a posição e fique como uma</p><p>estátua e então sentirá o centro.</p><p>Assim chega ao centro através do ciclone.</p><p>A meditação não é outra coisa que retornar a casa, te</p><p>dar um pequeno descanso em teu interior. Não é o</p><p>cântico de um mantra, nem sequer é uma oração: é só</p><p>retornar a casa a descansar um pouco.</p><p>Meditação é não ir a nenhuma parte, só estar onde está.</p><p>Não há outro “onde”, somente estar onde está… ocupar</p><p>unicamente esse espaço no que está…</p><p>“SE, SE, SE”</p><p>Faz do “sim” um mantra. Cada noite, antes de ir a</p><p>dormir, repete “sim, sim”. Sintonizar-Te com isto, te</p><p>balance com isto, deixa-o vir por todo seu ser, dos pés à</p><p>cabeça. Deixa-o penetrar. Repete “sim, sim, sim”.</p><p>Que por dez minutos essa seja sua oração na noite; logo</p><p>vá dormir.</p><p>E cedo na manhã, novamente, durante pelo menos três</p><p>minutos, sente-se em sua cama.</p><p>O primeiro que terá que fazer é repetir “se” e meter-se</p><p>na sensação disto.</p><p>Durante o dia, quando for que comece a te sentires</p><p>negativo, detenhas-te no caminho, em qualquer lugar…</p><p>Pode-se dizer em voz alta “sim, sim”, bem…</p><p>Desde não ser assim, ao menos pode dizer “sim, sim” em</p><p>silêncio.</p><p>SÊ TÃO NEGATIVO QUANTO PODE</p><p>Prova este método cada noite por sessenta minutos.</p><p>Por quarenta minutos, torna-te negativo, tão negativo</p><p>como pode.</p><p>Fecha as portas, ponha almofadões pelo quarto.</p><p>Desliga o telefone e diga a todo mundo que por uma</p><p>hora não tem que ser incomodado.</p><p>Ponha uma nota na porta dizendo que lhe devem deixar</p><p>totalmente só durante uma hora. Faz as coisas tão</p><p>sombrias como é possível. Ponha alguma música lúgubre</p><p>e sinta-se morto.</p><p>Sente-se e sinta-se negativo. Repete “Não” como</p><p>mantra.</p><p>Imagina cenas do passado, quando estava muito opaco e</p><p>morto e queria suicidar-te, e não havia deleite em sua</p><p>vida, e as exagere.</p><p>Produz toda esta situação a seu redor.</p><p>Sua mente te distrairá. Dir-te-á: “O que está fazendo? A</p><p>noite está tão formosa, e há lua cheia!” Não escute a</p><p>mente. Diga-lhe que pode vir depois, mas agora você te</p><p>está dedicando completamente à negatividade. Ser</p><p>religiosamente negativo. Chora… lamente-se… grita…</p><p>tábua delgada… amaldiçoa… o que seja que queira fazer,</p><p>mas recorda uma coisa: não fique contente, não permita</p><p>nenhuma alegria. Se te surpreender nisso date uma</p><p>bofetada imediatamente! Force-te a retornar a</p><p>negatividade, e começa a lhe pegar aos travesseiros, a</p><p>brigar com elas, a saltar. Torne-se detestável!</p><p>Descobrirá que é muito, muito difícil, ser negativo</p><p>durante esses quarenta minutos.</p><p>Esta é uma das leis básicas da mente: algo que faça em</p><p>forma consciente, não pode ser feito. Mas faça-o, e</p><p>quando o fizer conscientemente, sentirá uma separação.</p><p>Estrá fazendo, mas ainda é uma testemunha; não está</p><p>perdido nisto. Surge uma distância, e essa distância é</p><p>tremendamente formosa.</p><p>Não estou dizendo que terei que criar essa distância.</p><p>Esse é um produto lateral, não precisa preocupar-se por</p><p>isso.</p><p>Depois de quarenta minutos, de improviso, salta fora da</p><p>negatividade.</p><p>Tira para longe os travesseiros, liga as luzes, ponha</p><p>música formosa e dança durante vinte minutos.</p><p>Só diga: “Sim! Sim! Sim!” Deixa que esse seja seu</p><p>mantra. E logo toma uma boa ducha. Esta tirará toda a</p><p>negatividade de raiz, e te dará um novo vislumbre do</p><p>dizer “se”. E chegar a dizer “se” for do que a religião se</p><p>trata.</p><p>Fomos treinados a dizer “não”, assim é como a</p><p>sociedade inteira se tornou feia.</p><p>De maneira que isto te limpará completamente. Tem</p><p>energia, mas essa energia está totalmente rodeada por</p><p>rochas negativas, e estas não a deixam sair. Uma vez</p><p>que estas rochas sejam tiradas, terá um formoso fluxo.</p><p>Está aí, lista para sair, mas primeiro tem que entrar na</p><p>negatividade. Sem ir profundamente ao “não” ninguém</p><p>pode chegar ao topo do “sim”. Tiver que chegar a lhe</p><p>dizer “não” a tudo; então o dizer “sim” surgirá disso.</p><p>SÊ UM ANIMAL!</p><p>Começa uma meditação na noite. Sente como se não</p><p>fosse absolutamente um ser humano.</p><p>Pois escolher qualquer animal que você goste. Se você</p><p>gostar de um gato, bem. Se você gostar de um cão, bem.</p><p>Um tigre, macho, fêmea… Algo que você goste.</p><p>Simplesmente escolhe, mas logo mantêm sua eleição.</p><p>Converta-te nesse animal. Move-te em quatro patas pelo</p><p>quarto e te converta nesse animal.</p><p>Durante quinze minutos desfruta do mais que possa da</p><p>fantasia. Se for um cão, ladra e faz as coisas que se</p><p>espera que um cão faça… E o faz realmente!</p><p>Desfruta-o. E não o controle, porque um cão não pode</p><p>controlar. Um cão significa absoluta liberdade, de</p><p>maneira que algo que aconteça nesse momento faça-a.</p><p>Nesse momento não traga o elemento humano do</p><p>controle. Ser realmente, acirradamente, um cão.</p><p>Durante quinze minutos vaga pelo quarto… ladra… salta.</p><p>Isso te ajudará.</p><p>Necessita um pouco mais de energia animal. É muito</p><p>sofisticado, muito civilizado, e isso te está paralisando.</p><p>Muita civilização resulta lhe paralise. É bom em</p><p>pequenas doses, mas muito disto é perigoso.</p><p>A gente sempre deve ser capaz de ser um animal.</p><p>Seu animal deve ser liberado.</p><p>Pode-se aprender a ser um pouco selvagem, todos seus</p><p>problemas desaparecem. Começa desde esta noite e</p><p>desfruta-o!</p><p>UMA MEDITAÇÃO DENTRO DE OUTRA MEDITAÇÃO</p><p>À noite, apaga a luz, sente-se em sua cama e feche os</p><p>olhos. Imagine a si mesmo em um bosque… árvores</p><p>grandes, verdes, selvagens. Imagine que está parado ali,</p><p>e logo começa a lhe mover.</p><p>Deixa que as coisas ocorram, não as force. Não diga:</p><p>“Queria me aproximar dessa árvore”. Não, só se deixe</p><p>levar pelo movimento.</p><p>Caminhando no bosque durante cinco ou sete minutos,</p><p>chegará perto de uma cova.</p><p>Sinta tudo em detalhe: a terra debaixo, toca com sua</p><p>mão as paredes de pedra da cova, sente a textura, a</p><p>frieza. Perto da cova há uma cascata.</p><p>Encontrá-la-á. Uma pequena cascata… e o som da água</p><p>caindo. Escuta-a e escuta o silêncio do bosque e os</p><p>pássaros. Brinde-lhe a experiência total.</p><p>Então, sente-se na cova e começa a meditar.</p><p>Esta é uma meditação dentro de outra meditação.</p><p>Viu as caixas chinesas? Uma caixa dentro de outra caixa,</p><p>dentro de outra caixa…</p><p>FANTASIA TUDO É IRREAL</p><p>Alguma vez tenta-o em um cinema. Esta é uma boa</p><p>meditação.</p><p>Só trata de recordar que é irreal, que é irreal… segue</p><p>recordando que isto é irreal e que a tela está vazia, e te</p><p>surpreenderá: durante uns segundos pode recordar… e</p><p>outra vez se esquece, outra vez isto se transforma em</p><p>uma realidade.</p><p>Cada vez que se esquece de ti mesmo, o sonho se volta</p><p>real. Cada vez que te lembra de ti mesmo, que eu sou</p><p>real dá-te uma sacudida. A tela se volta irreal, e tudo o</p><p>que está acontecendo se volta irreal.</p><p>A meditação é aventura, a maior aventura que pode</p><p>empreender a mente humana…</p><p>Meditação é só ser, sem fazer nada, sem atenção, sem</p><p>pensamentos, sem emoção.</p><p>Você só é e este é um gozo consumado. De onde surge</p><p>este gozo se não estar fazendo nada? Não vem de</p><p>nenhuma parte; ou, surge de todas partes.</p><p>Não tem casualidade, porque a existência é feita da</p><p>substância chamada alegria.</p><p>VÁ DORMIR SENDO O UNIVERSO</p><p>Sentado em silêncio, medita no fato de que você é</p><p>ilimitado, que os limites do universo são seus limites.</p><p>Sinta-se expandido, inclui tudo nessa sensação: o sol se</p><p>levanta em ti, as estrelas se movem dentro de ti, as</p><p>árvores crescem e os mundos vêm e desaparecem.</p><p>Sinta-se imensamente bendito nesse estado expandido</p><p>de consciência. E isso se converterá em sua meditação.</p><p>De maneira que quando for que tenha tempo e não</p><p>esteja fazendo nada, sente-se em silêncio e sinta-se</p><p>expandido.</p><p>Ao princípio, por uns dias, isto parecerá louco, porque</p><p>nos acostumamos muito aos limites. Em realidade, não</p><p>há limites. A limitação é uma limitação da mente. As</p><p>coisas são assim porque acreditam que são assim.</p><p>Sente esta expansão oceânica quantas vezes sejam</p><p>possíveis, e logo começará a estar em sintonia com ela.</p><p>Então, só um pequeno deslocamento e ali estará.</p><p>Cada noite, quando te vais dormir, vê com esta</p><p>consciência expandida.</p><p>Vá dormir como se as estrelas se movessem dentro de ti;</p><p>o mundo está vindo e desaparecendo em ti.</p><p>Vá dormir sendo o universo.</p><p>E no dia também, recorda-o quantas vezes possa.</p><p>A MEDITAÇÃO LUNÁTICA</p><p>Começa isto três dias antes</p><p>não é uma flor de estação que aparece em</p><p>um prazo de seis semanas.</p><p>É uma árvore muita, muito grande… necessita tempo</p><p>para estender suas raízes.</p><p>Quando a meditação floresce, simplesmente não há</p><p>ninguém que tome nota disto, ninguém que reconheça</p><p>este estado, ninguém que diga: “Sim, isto ocorreu”. Logo</p><p>que diz: “Sim, isto ocorreu”, já se perdeu.</p><p>Quando a meditação está realmente aí… um silêncio te</p><p>invade… sem nenhum som… uma graça palpita…</p><p>Há harmonia. Mas não há ninguém para tomar nota</p><p>disto.</p><p>OBSERVA OS OLHOS DOS MENINOS</p><p>Meditação é um estado de não-mente. Meditação é um</p><p>estado de consciência pura, sem contido.</p><p>Normalmente, sua consciência está muito cheia de lixo,</p><p>igual a um espelho coberto de pó.</p><p>A mente é um tráfego constante: os pensamentos se</p><p>estão movendo… os desejos se movem… as lembranças</p><p>se movem… as ambições de movem. É um tráfico</p><p>constante…! Dia após dia.</p><p>Mesmo que dorme segue imersa nos pensamentos, ainda</p><p>segue imersa em preocupações e ansiedades.</p><p>Está-se preparado para o dia seguinte: está ocorrendo</p><p>uma preparação subterrânea.</p><p>Este é o estado de não-meditação.</p><p>Justo o oposto do que é a meditação: quando não há</p><p>tráfego e o pensamento se deteve… os pensamentos não</p><p>se movem… os desejos não se agitam e te encontra em</p><p>completo silêncio.</p><p>Esse silêncio é meditação. E é nesse silêncio que a</p><p>verdade é conhecida… nunca de outra maneira.</p><p>A meditação é um estado de não-mente… não pode</p><p>encontrar a meditação através da mente, porque a</p><p>mente vai se perpetuar a si mesmo.</p><p>Só te será possível encontrar a meditação se colocar a</p><p>mente a um lado… permanecendo sereno… indiferente,</p><p>sem te identificar com a mente; vendo a mente passar,</p><p>mas não te identificando com ela, não pensando que “Eu</p><p>sou ela”.</p><p>Meditação é a consciência de que: “Eu não sou a</p><p>mente”.</p><p>Quando esta consciência entra mais e mais profunda em</p><p>ti… lentamente, aparecem uns poucos momentos…</p><p>momentos de silêncio… momentos de espaço puro…</p><p>momentos de transparência… momentos nos que nada se</p><p>agita em ti e tudo está quieto… nestes momentos de</p><p>quietude saberá quem é… e conhecerá o mistério desta</p><p>existência.</p><p>Chega um dia um dia de grandes benções! No que a</p><p>meditação se converte em seu estado natural.</p><p>A mente é algo antinatural; nunca se transforma em seu</p><p>estado natural. Mas a meditação é um estado natural,</p><p>que perdeste. É um paraíso perdido, mas o paraíso pode</p><p>ser recuperado.</p><p>Observa os olhos dos meninos… olhe e encontrará</p><p>tremendo silêncio e inocência…</p><p>Cada menino vem em estado meditativo, mas deve ser</p><p>treinado na forma de funcionar da sociedade. Deve</p><p>aprender como pensar, como calcular, como raciocinar,</p><p>como discutir; deve aprender palavras, linguagem,</p><p>conceitos… e lenta…lentamente, perde contato com sua</p><p>própria inocência.</p><p>A sociedade o polui, corrompe-o… se transforma em um</p><p>mecanismo eficiente; deixa de ser um homem.</p><p>Tudo o que precisa é recuperar esse espaço uma vez</p><p>mais.</p><p>Conheceste-o antes; assim quando conhecer a meditação</p><p>pela primeira vez te surpreenderá, pois surgirá em ti</p><p>uma clara sensação de havê-la conhecido antes. E essa</p><p>sensação é real: conheceste-a antes… a esqueceste.</p><p>O diamante está perdido entre montões de lixo… mas se</p><p>pode removê-la, encontrará o diamante novamente: é</p><p>teu. Em realidade, não se pode perder, só pode ser</p><p>esquecido.</p><p>Nós nascemos como meditadores, e depois aprendemos</p><p>as formas de obrar da mente… mas nossa natureza real</p><p>permanece escondida em algum lugar, no profundo</p><p>como uma corrente subterrânea.</p><p>Qualquer dia, uma pequena escavação e vais encontrar a</p><p>fonte fluindo… a fonte de águas frescas. E a alegria</p><p>maior na vida é encontrá-la!</p><p>A CONCENTRAÇÃO É HUMANA</p><p>A MEDITAÇÃO É DIVINA</p><p>Meditação não é concentração. Na concentração existe</p><p>um Eu concentrando-se e há um objeto sobre o qual se</p><p>exerce a concentração. Há uma dualidade.</p><p>Na meditação não há ninguém dentro e nada fora. Não é</p><p>concentração.</p><p>Não há divisão entre o de dentro e o de fora… o interno</p><p>flui e flui para o externo, o externo flui e flui para o</p><p>interno.</p><p>A demarcação, o limite, o bordo, já não existe.</p><p>O interno está fora, o externo está dentro: é uma</p><p>consciência não dual.</p><p>A concentração é uma consciência dobro; é por isso que</p><p>produz cansaço; é por isso que quando te concentra se</p><p>sente exausto.</p><p>Não te pode concentrar durante as vinte e quatro horas;</p><p>terá que tirar férias para descansar.</p><p>A concentração jamais se poderá converter em sua</p><p>natureza.</p><p>A meditação pode converter-se em algo constante</p><p>durante vinte e quatro horas, dia após dia, ano após</p><p>ano…</p><p>Pode transformar-se na eternidade… É a relaxação em si</p><p>mesmo.</p><p>A concentração é um ato, um ato da vontade.</p><p>A meditação é um estado de não vontade, um estado de</p><p>inação… é relaxação.</p><p>Simplesmente, alguém se deixou cair em seu próprio</p><p>ser, e esse ser é o mesmo que o ser de Tudo.</p><p>Na concentração, sua mente funciona a partir de uma</p><p>conclusão: está fazendo algo… a concentração surge do</p><p>passado.</p><p>Na meditação não há uma conclusão detrás, não está</p><p>fazendo algo em particular, está simplesmente sendo.</p><p>Isto não tem passado, o passado não o poluiu.</p><p>Não tem futuro, está desprovida de todo futuro… é o que</p><p>Lao Tzu chamou: wu wei: ação através da inação.</p><p>É o que os professores Zen estiveram dizendo:</p><p>“Sentado em silêncio</p><p>sem fazer nada,</p><p>chega a primavera</p><p>e a erva cresce por si só”.</p><p>Recorda: “por si só”, nada se está fazendo… não está</p><p>tironeando a erva para cima. A primavera chega e a erva</p><p>cresce por si só.</p><p>Esse estado, quando permite que a vida siga seu próprio</p><p>caminho… quando não o quer dirigir… quando não quer</p><p>exercer nenhum controle sobre ela, quando não está</p><p>manipulando… quando não está forçando nela nenhuma</p><p>disciplina, esse estado de pura espontaneidade</p><p>indisciplinada é a meditação.</p><p>A meditação é no presente, puro presente.</p><p>Meditação é imediatez.</p><p>Não pode meditar: pode estar em meditação… não pode</p><p>estar em concentração, mas te pode concentrar.</p><p>A concentração é humana, a meditação é divina.</p><p>ESCOLHENDO UMA MEDITAÇÃO</p><p>A meditação não deve ser um pouco forçado… se é</p><p>forçado, malogra-se desde o começo. Um pouco forçado</p><p>nunca te fará natural. Não há necessidade de criar um</p><p>conflito desnecessário.</p><p>Isto deve entender-se, porque a mente tem uma</p><p>capacidade natural para meditar se lhe dá objetos que</p><p>lhe sejam atrativos.</p><p>Está-se orientado para o corpo, há maneiras em que</p><p>pode chegar a Deus através do corpo, porque o corpo</p><p>também pertence a Deus.</p><p>Se sentir que está orientado para o coração, então a</p><p>oração.</p><p>Se sentir que está orientado para o intelecto, então a</p><p>meditação.</p><p>Mas minhas meditações são distintas. Em certo modo,</p><p>tratei de desenhar métodos que possam ser usados pelos</p><p>três tipos.</p><p>Nelas se utiliza muito do corpo, muito do coração e</p><p>muito da inteligência.</p><p>Os três estão entrelaçados e trabalham em distintas</p><p>pessoas de maneira diferente.</p><p>Corpo, coração, mente: todas minhas meditações se</p><p>movem da mesma maneira.</p><p>Começam do corpo… se movem através do coração…</p><p>chegam à mente e então vão mais à frente.</p><p>Recorda sempre: algo que desfrute pode chegar muito</p><p>profundo em ti; isso só pode entrar muito profundo em</p><p>ti.</p><p>Desfrutá-lo simplesmente significa que se ajusta a ti.</p><p>Seu ritmo se afina a ti… há uma sutil harmonia entre seu</p><p>ser e o método.</p><p>Uma vez que desfrutes de um método, então não te volte</p><p>mesquinho: te lance no método quanto mais possa.</p><p>Pode-o fazer uma vez, ou, se for possível, duas vezes ao</p><p>dia.</p><p>Quanto mais o faça, mais o vais desfrutar.</p><p>Só abandona um método quando o gozo tenha</p><p>desaparecido; então seu trabalho terminou.</p><p>Busca outro método.</p><p>Nenhum método te pode levar até o final… durante a</p><p>viagem, terá que trocar de trem muitas vezes.</p><p>Um método determinado te levará até certo estado.</p><p>Logo depois disso já não será útil, esbanja-se.</p><p>Assim terá que recordar duas coisas: quando desfruta de</p><p>um método, aprofunda nele quanto te seja possível, mas</p><p>nunca te volte viciado nele, porque algum dia terá que</p><p>deixá-lo.</p><p>Já não o desfruta, não te está dando nada, mas sim se</p><p>converteu em um hábito. Então a gente pode seguir</p><p>praticando-o, mas te estará movendo em círculos, não te</p><p>levará, além disso.</p><p>Assim deixa que o gozo seja o critério… se há gozo,</p><p>da próxima lua cheia.</p><p>Vê fora, ao céu aberto, olhe a lua e começa a te</p><p>balançar.</p><p>Sente como se lhe tivesse deixado tudo à lua, te volte</p><p>possuído.</p><p>Olhe a lua. Relaxe-te, lhe diga que está ao seu dispor e</p><p>lhe peça à lua que faça algo que queira.</p><p>Então, algo que aconteça, permite-a.</p><p>Se sentir desejos de te balançar, te balance; se sentir</p><p>que quer dançar ou cantar, faça-o.</p><p>Mas tudo deve ser como se estivesse possuído: não é</p><p>você quem o faz, só está acontecendo.</p><p>É só um instrumento que está sendo meio doido.</p><p>Faz isto durante os três dias prévios à lua cheia, e à</p><p>medida que a lua se vai enchendo mais e mais, começará</p><p>a sentir mais e mais energia.</p><p>Sentir-se-á mais e mais possuído.</p><p>Para a noite de lua cheia já estará completamente louco.</p><p>Com apenas uma hora de dança e loucura, sentir-se-á</p><p>depravado como nunca antes estiveste.</p><p>ACOLHE UMA ESTRELA EM SEU INTERIOR</p><p>Põe-te mais e mais em sintonia com as estrelas.</p><p>Quando for que haja estrelas e que a noite esteja clara,</p><p>simplesmente te recoste na terra e olhe as estrelas.</p><p>Se sentir atração para uma estrela determinada, te</p><p>concentre nela.</p><p>Enquanto te concentra nela, imagina que é um pequeno</p><p>lago, e que a estrela é refletida em suas profundidades.</p><p>De maneira que vê a estrela e a vez refletida dentro de</p><p>ti. Isto se converterá em sua meditação e disso surgirá</p><p>uma grande alegria.</p><p>Uma vez que te sintonize com ela, pode simplesmente</p><p>fechar seus olhos e ver essa estrela: sua estrela.</p><p>Mas primeiro tem que encontrá-la.</p><p>No Oriente têm um mito: afirmam que todo mundo tem</p><p>uma estrela determinada… Todas essas estrelas não são</p><p>para todo mundo… cada um tem sua estrela particular.</p><p>Esse mito é formoso.</p><p>Ao menos em quando à meditação respeita, pode</p><p>encontrar uma estrela que te pertença e a qual você</p><p>pertença.</p><p>Surgirá certa afinidade entre você e a estrela porque</p><p>nós somos feitos de luz, tal como as estrelas. Nós</p><p>vibramos como luz, como fazem as estrelas.</p><p>Sempre pode encontrar uma estrela com a que</p><p>simplesmente se sinta em harmonia; que está em sua</p><p>mesma longitude de onda. Essa é sua estrela, medita</p><p>nela.</p><p>Pouco a pouco, acolhe-a em seu interior.</p><p>Olha-a e logo fecha os olhos e olha-a dentro.</p><p>Abre os olhos: olha-a.</p><p>Fecha os olhos: olha-a dentro. Logo vais encontrar que</p><p>está dentro de ti.</p><p>Então, quando queira que feche os olhos, a vais</p><p>encontrar ali.</p><p>E quando começar a senti-la dentro, sente-a perto do</p><p>umbigo: cinco centímetros por debaixo do umbigo.</p><p>Deposita-a ali, deposita-a uma e outra vez e logo vais</p><p>sentir que surge uma grande luz dentro de ti, como se</p><p>uma estrela na verdade houvesse já estalado. E não só</p><p>você sentirá isto, outros começarão a senti-lo: que algum</p><p>tipo de luz começou a rodear seu corpo e que sua cara</p><p>se converteu nela.</p><p>Olhe durante umas poucas noites e te será possível</p><p>encontrar sua estrela.</p><p>SHIVA NETRA</p><p>Esta meditação do terceiro olho se faz em duas etapas</p><p>que se repetem três vezes: em total, seis etapas de dez</p><p>minutos cada uma.</p><p>Primeira etapa: 10 minutos.</p><p>Sente-se totalmente imóvel e, enfocando os olhos em</p><p>forma relaxada, olhe uma luz azul.</p><p>Segunda etapa: 10 minutos.</p><p>Fecha os olhos e, lenta e brandamente, te balance de um</p><p>lado a outro.</p><p>Repete-o três vezes.</p><p>FIXA A VISTA NO SER DO BUDA</p><p>Mantém uma pequena estátua do Buda em seu quarto e</p><p>quando tiver tempo, olhe a estátua. A estátua do Buda</p><p>não foi criada só como uma imagem: foi criada como um</p><p>objeto para meditação. Não representa a Buda real, ele</p><p>não era assim. Esta é uma metáfora.</p><p>Mais que representar a forma física do Buda representa</p><p>sua graça interna. Não é que ele fosse dessa mesma</p><p>forma física, que tivesse esse mesmo rosto, o mesmo</p><p>nariz e olhos; esse não é absolutamente o ponto. Isto</p><p>não é realista, é surrealista. Diz algo de quão real está</p><p>além da mau chamada realidade, assim é um yantra.</p><p>Apenas olhá-lo nos permite entrar em meditação.</p><p>Esse é o motivo pelo qual se criaram centenas de</p><p>estátuas budistas: nenhum outro homem tem tantas</p><p>estátuas como Buda.</p><p>Há templos que têm dez mil estátuas da Buda, só para</p><p>criar uma atmosfera de estado meditativo. Onde quer</p><p>que olhe vê a Buda, por todos lados a forma do Buda… o</p><p>ser do Buda… esse silêncio… essa graça… esses olhos</p><p>fechados… essa postura quieta… esse equilíbrio… essa</p><p>simetria…</p><p>Essas estátuas da Buda são música em mármore…</p><p>Sermões nas pedras.</p><p>OLHAR UM ESPELHO</p><p>Tranca as portas de seu quarto e coloca um grande</p><p>espelho frente a ti. O quarto deve estar escuro. E então</p><p>coloca uma pequena chama a um lado do espelho, de tal</p><p>maneira que não se reflita diretamente nele.</p><p>Só sua cara é refletida no espelho, não a chama.</p><p>Então fixa o olhar em seus próprios olhos no espelho.</p><p>Não pestaneje.</p><p>Este é um experimento de quarenta minutos, e dentro</p><p>dos ou três dias te será possível manter seus olhos sem</p><p>pestanejar.</p><p>Até se as lágrimas chegam, deixa que cheguem, mas</p><p>segue sem pestanejar e segue olhando seus olhos.</p><p>Dentro de dois ou três dias observará um</p><p>fenômeno muito estranho… Sua cara começará a tomar</p><p>novas formas. Pode que inclusive antes. A cara no</p><p>espelho começará a trocar.</p><p>Às vezes aparecerá uma cara muito diferente, que você</p><p>nunca conheceste como tua. Mas, em realidade, todas</p><p>estas caras lhe pertencem. Agora a mente subconsciente</p><p>está começando a estalar.</p><p>Estas caras estas máscaras, são tuas. Às vezes inclusive</p><p>pode aparecer uma cara que pertença a uma vida</p><p>anterior.</p><p>Logo depois de uma semana de olhar constantemente</p><p>durante quarenta minutos, seu rosto se converterá em</p><p>um fluxo tal como o fluxo de um filme.</p><p>Muitas caras virão e se irão constantemente.</p><p>Depois de três semanas, não te será possível recordar</p><p>qual é sua cara. Não poderá recordar qual é sua cara,</p><p>porque viu tantas caras indo e vindo…</p><p>Se continuar, depois de três semanas acontece, qualquer</p><p>dia, a coisa mais estranha: de repente não há rosto no</p><p>espelho.</p><p>O espelho está vazio, está olhando o vazio.</p><p>Não há rosto algum.</p><p>Este é o momento: fecha seus olhos e te encontre com o</p><p>inconsciente.</p><p>Estará nu, completamente nu, tal como é… Cairão todos</p><p>os enganos.</p><p>TRATAK: A TÉCNICA DE FIXAR O OLHAR</p><p>Se olha uma chama durante um período prolongado,</p><p>durante alguns meses, e uma hora ao dia, seu terceiro</p><p>olho começa a funcionar perfeitamente. Começa a estar</p><p>mais alerta, mais cheio de luz.</p><p>A palavra “tratak” provém da raiz que significa</p><p>lágrimas… de maneira que tem que olhar à chama até</p><p>que as lágrimas comecem a brotar de seus olhos.</p><p>Segue contemplando, sem pestanejar, e o terceiro olho</p><p>começará a vibrar.</p><p>A técnica de fixar o olhar não tem realmente nada que</p><p>ver com o objeto: guarda relação com a contemplação</p><p>mesma. Pois você põe a foco quando olha in que seus</p><p>olhos pestanejem, e a natureza da mente é estar</p><p>constantemente em movimento.</p><p>Se tiver o olhar realmente fixo, totalmente imóvel, a</p><p>mente se verá em problemas necessariamente.</p><p>A natureza da mente é mover-se de um objeto a outro,</p><p>mover-se constantemente. Se contemplar a escuridão ou</p><p>a luz ou alguma outra coisa, se realmente tiver a vista</p><p>fixa, o movimento da mente se detém.</p><p>Se a mente se segue movendo, significa que sua</p><p>contemplação não está ali; estará passando por cima o</p><p>objeto.</p><p>Quando a mente se vai a algum outro lugar, se</p><p>esquecerá, não poderá recordar que coisa estava</p><p>olhando. O objeto, fisicamente, estará ali, mas para ti</p><p>terá desaparecido, porque você não está ali; moveste-te</p><p>no pensamento.</p><p>Fixar a vista, tratak, significa não permitir que sua</p><p>consciência se mova.</p><p>Quando não está permitindo que a mente se mova, esta</p><p>luta. Ao começo luta arduamente, mas se segue</p><p>praticando o fixar a vista, pouco a pouco a mente deixa</p><p>de lutar. Por momentos de detém. E quando a mente se</p><p>detém, deixa de haver mente, pois esta pode existir só</p><p>em movimento.</p><p>Quando não há movimento, o pensamento desaparece…</p><p>não pode pensar, porque pensar significa movimento…</p><p>mover-se de um pensamento a outro. É um processo.</p><p>Se fixas a vista continuamente em uma coisa, totalmente</p><p>consciente e alerta… Porque pode fixar a vista com os</p><p>olhos mortos, e então poderá seguir pensando. Pode</p><p>olhar com os olhos de um morto, mas sua mente se</p><p>estará movendo. Isso não será de nenhuma ajuda. O</p><p>fixar a vista significa</p><p>que não só seus olhos, mas</p><p>também toda sua mente está enfocada através dos olhos.</p><p>Então, qualquer seja o objeto (este depende se você</p><p>gosta da luz, está muito bem, se você gostar da</p><p>escuridão, bem), o objeto é, em realidade, irrelevante,</p><p>pelo que se trata é de deter completamente a mente em</p><p>seu olhar, de enfocá-la de modo que o movimento</p><p>interno… a intranquilidade detenha-se… que a flutuação</p><p>interna se detenha.</p><p>Está simplesmente olhando, sem fazer nada… esse olhar</p><p>profundo te trocará completamente… se converterá em</p><p>uma meditação.</p><p>RETIRE A ARMADURA</p><p>À noite, quando fores dormir, tire a roupa e, enquanto</p><p>lhe vai tirando, imagina que não só te tira a roupa, mas</p><p>também a armadura. Realmente faça-o.</p><p>Tira-lhe isso e respira profundamente, e então vá dormir</p><p>sem armaduras, sem nada em seu corpo e sem</p><p>limitações.</p><p>OH</p><p>Antes de ir a dormir apaga as luzes, sente-se em sua</p><p>cama, fecha os olhos e exala profundamente através da</p><p>boca, com o som “OH”. Seu estômago entra, o ar sai:</p><p>você segue produzindo o som “OH”. Recorda: não estou</p><p>dizendo “aum”, simplesmente estou dizendo “OH”.</p><p>Converter-se-á em “aum” automaticamente; não é</p><p>necessário que você o converta em “aum”. Então seria</p><p>falso. “Você simplesmente produz o som “OH”.</p><p>Vai relaxando, e seu sonho terá uma qualidade</p><p>diferente, de tudo diferente.</p><p>E seu sonho deve ser modificado. Só então pode te</p><p>voltar mais alerta e acordado. Assim começaremos por</p><p>modificar o sonho.</p><p>Quando exalaste completamente fazendo o som “OH” e</p><p>sente que agora já não pode exalar mais, quando o</p><p>fôlego saiu, detém-te por um instante. Não inale; não</p><p>exale. Detém-te! Nessa detenção você é o divino… nessa</p><p>detenção não está fazendo nada, nem sequer</p><p>respirando… nessa detenção te encontra no oceano.</p><p>O tempo já não está ali, porque o tempo se move com a</p><p>respiração. É como se a existência inteira se deteve</p><p>contigo. Nessa detenção pode chegar a perceber a fonte</p><p>mais profunda de seu ser e energia. De maneira que</p><p>detenha por um instante.</p><p>Então, inala através do nariz. Mas não faça nenhum</p><p>esforço por inalar.</p><p>Recorda, faz todo o esforço por exalar, mas não faça</p><p>nenhum esforço por inalar.</p><p>Deixa que o corpo inale. Você simplesmente relaxa sua</p><p>retenção do ar e deixa que o corpo faça a inalação. Você</p><p>não faz nada.</p><p>A vida respira por si só; move-se por si mesmo, em seu</p><p>próprio curso. É um rio; você a empurra em forma</p><p>desnecessária. Verá que o corpo está inalando…</p><p>Seu esforço não é necessário… seu ego não é</p><p>necessário… você não é necessário… Você simplesmente</p><p>te converte em um observador. Você simplesmente vê o</p><p>corpo tomando uma inalação. Sentir-se-á um profundo</p><p>silêncio.</p><p>Quando o corpo tomou uma inalação completa, deténte</p><p>novamente por um instante… Então observa outra vez…</p><p>Estes dois momentos são totalmente diferentes.</p><p>Quando tiver exalado completamente e te tenha detido,</p><p>esse deter-se é tal como a morte. Quando inalaste</p><p>totalmente e logo te detiveste, essa</p><p>detenção é um clímax de vida. Recorda: a inalação</p><p>equivale à vida, a exalação equivale à morte.</p><p>Sente-o! Sente ambos os momentos. Por isso é que te</p><p>digo que te detenha duas vezes: uma vez depois de ter</p><p>exalado e outra vez depois de ter inalado; de maneira</p><p>que possa sentir ambas: vida e morte.</p><p>Uma vez que sabe que “isto” é vida, que “isto” é morte</p><p>transcendeste ambas.</p><p>A testemunha não é nem a vida nem a morte. A</p><p>testemunha nunca nasce e nunca morre. Você se</p><p>converteu no terceiro.</p><p>Faz esta meditação por vinte minutos, e então te recoste</p><p>e durma.</p><p>MEDITAÇÕES DA VIDA E DA MORTE</p><p>À noite, antes de ir a dormir, faz esta meditação de</p><p>quinze minutos. É uma meditação da morte.</p><p>Recoste-te e relaxa seu corpo. Sente-se como se</p><p>estivesse morrendo, e que não pode mover seu corpo</p><p>porque está morto. Cria o sentimento de que está</p><p>desaparecendo do corpo.</p><p>Faça-o durante dez, quinze minutos, e dentro de uma</p><p>semana vais começar a senti-lo.</p><p>Meditando dessa maneira, durma. Não o corte. Deixa</p><p>que a meditação passe ao sonho, e se o sonho te vence,</p><p>te deixe levar.</p><p>Na manhã, logo que sinta que está acordado, não abra</p><p>seus olhos, faz a meditação da vida. Sente que te está</p><p>voltando totalmente vivo, que a vida está retornando e</p><p>que o corpo inteiro está cheio de vitalidade e energia.</p><p>Começa te demitir, te balançando na cama com os olhos</p><p>fechados… sente que a vida está fluindo em ti… sente</p><p>que o corpo tem uma grande energia fluindo, justo o</p><p>posto da meditação da morte.</p><p>Então, faz a meditação da morte na noite, antes de ficar</p><p>dormido, e a meditação da vida justo antes de te</p><p>levantar.</p><p>Com a meditação da vida pode tomar profundas</p><p>inalações. Sinta-se cheio de energia… a vida entra junto</p><p>com a inalação.</p><p>Sinta-se cheio e muito contente, vivo… depois de quinze</p><p>minutos, te levante.</p><p>Nunca esteja envergonhado de sua natureza.</p><p>Seja respeitoso com sua natureza; nunca tenha um tom</p><p>condenatório.</p><p>Eu desejo te devolver teu respeito por ti mesmo, tua</p><p>dignidade, tua dança, teu pranto, teu amor, tua alegria,</p><p>tua tristeza, teu silêncio.</p><p>Eu desejo que seja tão rico como é possível. Todos os</p><p>sentimentos, emoções e humores são seu tesouro.</p><p>Nada deve ser negado, tudo deve ser absorvido, nada</p><p>tem que ser descartado, tudo deve ser considerado parte</p><p>de sua orquestra.</p><p>ENFRENTANDO TEU MEDO</p><p>ENTRA EM TEU MEDO</p><p>Cada noite, durante quarenta minutos, vive seu medo.</p><p>Sente-se no quarto, apaga a luz e começa a te assustar.</p><p>Pensa em todo tipo de coisas horríveis, fantasmas e</p><p>demônios e algo que possa imaginar. Cria-os, imagina</p><p>que dançam a seu redor e tratam de apoderar-se de ti</p><p>para todas as formas do mal.</p><p>Realmente te assuste por sua própria imaginação, e</p><p>chega ao extremo: estão lhe matando, estão tratando de</p><p>te violar, estão-lhe sufocando. E não um ou dois, mas</p><p>muitos, por todos lados lhe estão fazendo coisas.</p><p>Entra no medo tão profundamente como pode, e algo</p><p>que aconteça, entra nela.</p><p>E a segunda coisa: no dia ou em qualquer outro</p><p>momento, quando for que surja o medo, o aceita. Não o</p><p>rechace. Não pense que é algo negativo que tem que</p><p>superar; isto é natural.</p><p>Ao aceitá-lo e ao expressá-lo de noite, as coisas</p><p>começarão a mudar.</p><p>ENTRAR EM SEU VAZIO</p><p>Propõe-te cada noite, antes de ir dormir, fechar os olhos</p><p>e entrar em seu vazio por vinte minutos. Aceita-o, lhe</p><p>permita estar ali.</p><p>O medo surge: deixa que também isso esteja ali. Treme</p><p>de medo, mas não rechace este espaço que está</p><p>nascendo ali.</p><p>Dentro de duas ou três semanas te será possível sentir</p><p>sua beleza, ser-te-á possível perceber sua bênção.</p><p>Uma vez que haja meio doido essa bênção, o medo</p><p>desaparecerá por si só.</p><p>Não se trata de que lute contra ele.</p><p>Dentro de três semanas, um dia verá que surgem de</p><p>repente tais benções, um aumento de energia tão</p><p>grande, tal qualidade de alvoroço em seu ser… como se</p><p>a noite se chegasse ao fim e o sol tivesse aparecido no</p><p>horizonte.</p><p>RETORNA AO ÚTERO</p><p>Antes de ir a dormir sente-se em sua cama, sente-se em</p><p>forma relaxada, e fecha os olhos. Sente o corpo</p><p>relaxando-se… Se o corpo começa a inclinar-se para</p><p>diante, permita-lhe pode inclinar-se para diante.</p><p>Pode que deseje adotar a posição fetal, a que tem um</p><p>menino quando está no ventre de sua mãe. Se sentir</p><p>desejos disso, simplesmente adota essa postura:</p><p>converta-te em um menino pequeno no ventre da mãe.</p><p>E então, só escuta sua respiração, nada mais. Só escuta-</p><p>a: a respiração entrando, a respiração saindo, a</p><p>respiração entrando, a respiração saindo.</p><p>Não estou dizendo que o diga: só sente-a entrando;</p><p>quando está saindo, sente-a saindo.</p><p>Só sente-a, e nessa sensação sentirá que surge um</p><p>tremendo silêncio e claridade.</p><p>Isto é só durante dez a vinte minutos, mínimo dez,</p><p>máximo vinte, e logo vá dormir.</p><p>DEIXANDO QUE SUAS VOZES SAIAM</p><p>Quando a meditação libere energia em ti, esta</p><p>encontrará todo tipo de formas de expressão. Se for um</p><p>pintor e a meditação libera energia em ti, pintará mais,</p><p>pintará com loucura, esquecerá tudo, ao mundo inteiro.</p><p>Sua energia inteira se derrubará na pintura.</p><p>Se for um bailarino, sua meditação te converterá em um</p><p>bailarino muito profundo.</p><p>Depende de sua capacidade, talento, individualidade,</p><p>personalidade… assim que ninguém sabe o que</p><p>acontecerá.</p><p>Às vezes ocorrerão</p><p>mudanças repentinas. Uma pessoa</p><p>que era muito silenciosa, que nunca falava, de repente</p><p>fica loquaz. Isto pôde ter estado reprimido; pode que</p><p>jamais lhe tenha permitido falar. Quando a energia</p><p>ascenda e flua, pode que comece a falar.</p><p>Cada noite e antes de ir a dormir, durante quarenta</p><p>minutos sente-se de frente à parede e começa a falar,</p><p>fala em voz alta. Desfruta-o… envolva-te nisto. Se</p><p>encontrar que há duas vozes, então fala desde ambos os</p><p>lados. Dá apóio a este lado e logo responde do outro</p><p>lado, e vê como pode criar um diálogo formoso.</p><p>Não trate de manipulá-lo, pois não está dizendo isto</p><p>para ninguém. Se isto vai ser louco, deixa que seja</p><p>assim. Não trate de cortar nada ou censurar nada,</p><p>porque então todo o propósito da meditação se perde.</p><p>Faça-o ao menos por dez dias. Ponha toda sua energia</p><p>nisto.</p><p>ORAÇÃO</p><p>Não há ninguém para ouvir suas orações. Sua oração é</p><p>simplesmente um monólogo; você está orando para o</p><p>céu vazio. Ninguém vai recompensá-lo por suas orações</p><p>- lembre-se. Se você realmente sabe o que a oração é, a</p><p>própria oração é sua própria recompensa. Não há mais</p><p>ninguém para recompensar você; a recompensa não</p><p>existe no futuro, nem na vida após a morte.</p><p>Mas rezar em si é um fenômeno tão bonito que quem se</p><p>importa com o futuro e quem se importa com a</p><p>recompensa? Isso é ganância, a ideia de recompensa. A</p><p>oração em si mesma é uma celebração que traz tanta</p><p>alegria e êxtase, que alguém ora pelo bem da oração.</p><p>Não se reza por medo e não se reza por ganância. A</p><p>pessoa reza porque se diverte. Nem sequer se preocupa</p><p>se existe um Deus ou não.</p><p>Se você gosta de dançar, não pergunta se existe Deus ou</p><p>não. Se desfruta da dança, simplesmente dança: não te</p><p>interessa se alguém está ou não vendo a dança do céu.</p><p>Se as estrelas e o sol e a lua vão premiar-te pela dança,</p><p>não te importa. A dança, em si mesmo, é um prêmio</p><p>suficiente.</p><p>Se você gosta de cantar, canta; se alguém escuta ou não,</p><p>isso não é o importante. O mesmo ocorre com a oração.</p><p>É uma dança, é uma canção, é música, é amor.</p><p>Você a desfruta e aí se acaba… A oração é o meio e a</p><p>oração é o fim.</p><p>O fim e o meio não estão separados, só então sabe o que</p><p>a oração é.</p><p>Quando eu falo de oração, refiro a uma abertura para</p><p>Deus.</p><p>Não é que tenha que dizer algo, não é que tenha que</p><p>pedir algo, a não ser só produzir uma abertura, de</p><p>maneira que se lhe quer dar algo, você se ache</p><p>receptivo.</p><p>Uma espera profunda, mas sem desejo, isso é o que</p><p>necessita… Uma sensação espectador de urgência, como</p><p>se algo fora a acontecer em qualquer momento.</p><p>Está excitado pela possibilidade do desconhecido, mas</p><p>não tem nenhum desejo. Não diz que isto deve acontecer</p><p>ou que aquilo não deve acontecer…</p><p>Se pedir, a oração se corrompe.</p><p>Quando não pede, quando simplesmente permanece em</p><p>silêncio, mas aberto, preparado para ir a qualquer sítio,</p><p>preparado até para morrer, quando está simplesmente</p><p>em receptividade, em um ânimo passivo e de bem-vinda:</p><p>é então quando ocorre a oração.</p><p>A oração não é algo que alguém pode fazer, não tem</p><p>nada que ver com o fazer.</p><p>Não é uma ação ou uma atividade: é um estado da</p><p>mente.</p><p>Quer-se falar, fala, mas recorda: o que diga não vai</p><p>afetar à existência.</p><p>Afetará a ti, e pode que isso seja bom, mas a oração não</p><p>vai trocar o parecer de Deus. Pode que troque a ti; mas</p><p>se não te está trocando, então é um truque. Pode seguir</p><p>rezando durante anos, mas se isto não te troca,</p><p>abandona-o, atira-o, é lixo, não a carregue mais.</p><p>A oração não vai trocar a Deus. Você sempre pensa que</p><p>se rezar, Deus trocará seu parecer, e te será mais</p><p>favorável. O se inclinará um pouco para seu lado.</p><p>Não há ninguém que te esteja escutando. Este amplo</p><p>céu não pode escutar… este vasto céu pode estar contigo</p><p>se você estiver com ele… não há outra maneira de orar.</p><p>Eu também sugiro orar; mas a oração deve ser só um</p><p>fenômeno de energia: não um fenômeno entre um devoto</p><p>e Deus, mas sim um fenômeno de energia.</p><p>Deus é um estratagema para te ensinar a orar. Quando</p><p>tiver aprendido a orar, te esqueça totalmente de Deus. A</p><p>oração em si é suficiente, mais que suficiente.</p><p>A MEDITAÇÃO DA ORAÇÃO</p><p>É melhor fazer esta oração de noite, em um quarto</p><p>escuro, indo dormir imediatamente depois; ou, pode ser</p><p>feita na manhã, mas a seguir deverá descansar durante</p><p>quinze minutos.</p><p>Este descanso é necessário: de outra maneira, sentir-se-</p><p>á como bêbado, entorpecido.</p><p>Esta fusão com a energia é oração. Troca-te, e quando</p><p>você troca, a existência inteira troca.</p><p>Levantam ambas as mãos para o céu, as Palmas olhando</p><p>para cima, cabeça acima, sentindo que a existência flui</p><p>em ti.</p><p>Quando a energia flua por seus braços para baixo,</p><p>sentirá um suave estremecimento: ser como uma folha</p><p>que treme na brisa. Permite-o, ajuda-o.</p><p>Então permite a seu corpo inteiro vibrar com a energia,</p><p>e deixa que aconteça o que seja.</p><p>Sente outra vez uma corrente com a terra… terra e céu,</p><p>acima e abaixo, yin e yang, masculino e feminino…</p><p>flutua, mescla-te, abandona-te completamente… você</p><p>não é. Volta-te um… funde-te.</p><p>Depois de dois ou três minutos, ou quando queira que se</p><p>sinta completamente cheio, te incline para a terra e</p><p>beija a terra.</p><p>Simplesmente te transforma em um veículo para</p><p>permitir que a energia divina se uma com a da terra.</p><p>Estas duas etapas devem ser repetidas seis vezes mais,</p><p>de maneira que cada um dos chakras possa desbloquear-</p><p>se. Podem fazer-se mais vezes, mas se fizer menos se</p><p>sentirão intranquilo e incapaz de dormir.</p><p>Vá dormir nesse mesmo estado de oração.</p><p>Fica adormecido e a energia estará ali.</p><p>Estará fluindo com ela ao ficar dormido. Isto te ajudará</p><p>em grande medida, porque então a energia te rodeará a</p><p>noite inteira e continuará trabalhando.</p><p>Pela manhã te vai sentir mais afresco do que te haja</p><p>sentido nunca antes, mais vital do que te haja sentido</p><p>nunca antes.</p><p>Um novo brio, uma nova vida começará a te penetrar, e</p><p>todo o dia se sentirá cheio de uma nova energia… uma</p><p>nova vibração… uma nova canção em seu coração e uma</p><p>nova dança em seus passos.</p><p>LATIHAN</p><p>Pare em uma postura relaxada e espera que Deus, que o</p><p>Tudo, trabalhe em ti. Então faz o que seja que queira</p><p>fazer, em um ânimo profundamente cheio de oração:</p><p>“Entrego a sua vontade”. E só te relaxe.</p><p>É tal como quando a gente faz escritura automática.</p><p>Mantêm a pluma em suas mãos e esperam. De repente,</p><p>alguma energia possui a mão e a mão começa a mover-</p><p>se.</p><p>Estão surpreendidos: sua própria mão se está movendo e</p><p>eles não a estão movendo!</p><p>Espera nessa mesma atitude, e depois de três ou quatro</p><p>minutos, verá de repente que alguns espasmos chegam</p><p>ao corpo e que a energia descende em ti.</p><p>Não te assuste, porque isto é muito arrepiante. Você não</p><p>o está fazendo. De fato, é só uma testemunha; está</p><p>acontecendo.</p><p>Mova-te com isto. O corpo começará a adotar muitas</p><p>posturas: movendo-se…</p><p>dançando… balançando-se… tremendo… sacudindo-se;</p><p>muitas coisas acontecerão.</p><p>Segue permitindo; não só permitindo, mas também</p><p>cooperando. Então, chegará exatamente ao que nós</p><p>chamamos Sahaj Ioga.</p><p>O Latihan não é nada novo. A palavra é nova. O Subud</p><p>não é nada novo. É só uma nova versão do Sahaj Ioga:</p><p>Ioga espontâneo.</p><p>Deixa-lhe tudo ao divino, porque a mente é enganosa.</p><p>Logo verá a diferença, porque será só um observador.</p><p>Surpreender-te-á porque seu corpo se estará movendo e</p><p>você não o estará movendo absolutamente.</p><p>Depois de alguns dias de te relaxar nisto, mesmo que</p><p>queira detê-lo, de repente não te será possível fazê-lo;</p><p>verá que está possuído.</p><p>Assim a gente tem que rezar ao princípio e dizer: Por</p><p>vinte minutos, toma posse de meu ser e faça algo que</p><p>queira fazer: que se faça sua vontade, que venha seu</p><p>reino!</p><p>Deixa que essa atitude esteja ali, e só te relaxe. Deus</p><p>começará a dançar em ti, e adotará muitas posturas.</p><p>As necessidades do corpo serão satisfeitas, mas não só</p><p>isso: um pouco mais alto que o corpo… maior que o</p><p>corpo… algumas necessidades profundas da consciência</p><p>serão satisfeitas.</p><p>MEDITAÇÃO GOURISHANKAR</p><p>Esta técnica consiste em quatro etapas de 15 minutos</p><p>cada uma.</p><p>As primeiras duas etapas preparam ao meditador para o</p><p>Latihan espontâneo da terceira etapa.</p><p>Osho há dito que se a respiração for feita em forma</p><p>correta</p><p>na primeira etapa, o dióxido de carbono formado</p><p>na corrente sangüínea te fará sentir tão elevado como o</p><p>Gourishankar (Monte Everest).</p><p>Primeira etapa: 15 minutos.</p><p>Sente-se com os olhos fechados, inala profundamente</p><p>através do nariz, cheio os pulmões.</p><p>Reserva a respiração o mais possível e logo exala</p><p>brandamente através da boca; então mantém os pulmões</p><p>vazios o mais possível.</p><p>Continua este ciclo de respiração através da primeira</p><p>etapa.</p><p>Segunda etapa: 15 minutos.</p><p>Volta para a respiração normal e com um olhar relaxado,</p><p>olhe uma vela ou uma luz lhe pisque azul.</p><p>Mantém seu corpo quieto.</p><p>Terceira etapa: 15 minutos.</p><p>Com os olhos fechados, ponha de pé e deixa que seu</p><p>corpo esteja solto e receptivo. Sentirá que as energias</p><p>sutis movem seu corpo além de seu controle normal.</p><p>Permite que este Latihan aconteça.</p><p>Não você faça o movimento; deixa que o movimento</p><p>aconteça, suave e elegantemente.</p><p>Quarta etapa: 15 minutos.</p><p>Tenda-te com os olhos fechados, silencioso e quieto.</p><p>As primeiras três etapas devem ser acompanhadas por</p><p>um contínuo e rítmico golpe, preferivelmente em</p><p>combinação com uma música de fundo que produza</p><p>calma.</p><p>O ritmo deve ser sete vezes mais rápido que o batimento</p><p>do coração normal do coração e, se for possível, a luz te</p><p>pisquem deveria ser um estroboscópio sincronizado.</p><p>MEDITAÇÃO DEVAVANI</p><p>Devavani é a Voz Divina que se move e fala através do</p><p>meditador, quem se converte em uma vasilha vazia, em</p><p>um canal. Esta meditação é um Latihan da língua.</p><p>Relaxa a mente consciente tão profundamente que, de</p><p>ser a última coisa que faça na noite, pode estar seguro</p><p>de que seu sonho será profundo.</p><p>Há quatro etapas de quinze minutos cada uma.</p><p>Mantém seus olhos fechados durante a meditação.</p><p>Primeira etapa: 15 minutos.</p><p>Sente-se em silêncio, preferivelmente ouvindo música</p><p>suave.</p><p>Segunda etapa: 15 minutos.</p><p>Começa a fazer sons sem sentido, por exemplo: “à…”, e</p><p>continua até que surjam sons desconhecidos similares a</p><p>palavras. Estes sons deverão provir da pouco conhecida</p><p>parte do cérebro usada quando foi menino, antes que as</p><p>palavras fossem aprendidas. Permite uma entonação</p><p>suave de conversação: não chore ou grite, ria ou chie.</p><p>Terceira etapa: 15 minutos.</p><p>Ponha de pé e continua falando, permitindo que seu</p><p>corpo inteiro se mova brandamente e em harmonia com</p><p>os sons. Se seu corpo está depravado, as energias sutis</p><p>criarão um Latihan fora de seu controle.</p><p>Quarta etapa: 15 minutos.</p><p>Recosta-te e fica quieto e em silêncio.</p><p>Quão único terá que recordar é que esses sons ou</p><p>palavras não devem ser de nenhum idioma que conheça.</p><p>Se souber inglês, alemão ou italiano, então não devem</p><p>ser italianas, alemãs ou inglesas. Qualquer outro idioma</p><p>que não conheça está permitido: tibetano, chinês,</p><p>japonês! Mas se souber japonês, então não está</p><p>permitido: então o italiano é maravilhoso! Fala qualquer</p><p>língua que não conheça. Estará em dificuldades por</p><p>alguns segundos só durante o primeiro dia, por que:</p><p>como falar uma língua que não conhece? Pode falá-la, e</p><p>uma vez que comece, ocorrerá todo tipo de sons e</p><p>palavras sem sentido, só apagando a parte consciente e</p><p>permitir que o inconsciente fale.</p><p>Quando a inconsciente fala, o inconsciente não conhece</p><p>idioma algum.</p><p>É um método muito, muito velho. Vem do Velho</p><p>Testamento. Nesses dias o chamavam glossolalia.</p><p>Algumas igrejas na América ainda o usam. Chamam-no</p><p>“falando em línguas”. E é um método maravilhoso, um</p><p>dos mais profundos e penetrantes no inconsciente.</p><p>Não o faça febrilmente, deixa que seja uma energia</p><p>profunda… profundamente reconfortante… nutriente, um</p><p>sonsonete. Desfruta, te balance; se sentir o impulso de</p><p>dançar, dança. Mas tudo tem que ser muito elegante:</p><p>isso deve recordá-lo. Não tem que ser catártico.</p><p>AMOR</p><p>A meditação é baixar ao coração; e quando baixas ao</p><p>coração, surge o amor. O amor sempre segue à</p><p>meditação, e vice-versa também é certo. Se te</p><p>converteres em um amante, a meditação virá. Vão</p><p>juntos. É um só tipo de energia, não são dois. Ou medita</p><p>e te converterás em um grande amante: vais ter um</p><p>grande fluido de amor a seu redor, alagar-te-á de amor.</p><p>Ou começa por te converter em um amante, e logo</p><p>encontrará essa qualidade de consciência chamada</p><p>meditação onde os pensamentos desaparecem… onde o</p><p>pensar já não nubla seu ser… onde a bruma do sonho</p><p>que te rodeia já não está ali…</p><p>A manhã chegou, está acordado, converteste-te em um</p><p>Buda.</p><p>Para a gente que nunca amou, a meditação resulta ser</p><p>algo muito, muito difícil.</p><p>OS AMORES ILUSÓRIOS DESAPARECERÃO</p><p>Quando você se move em uma peregrinação interna, as</p><p>energias se voltam para dentro, as mesmas energias que</p><p>estavam se movendo para fora, e de repente você se vê</p><p>sozinho como uma ilha. A dificuldade surge porque você</p><p>não está realmente interessado em se relacionar. Você</p><p>está mais interessado em ser você mesmo, e todos os</p><p>relacionamentos parecem uma dependência, uma</p><p>escravidão ... Mas esta é uma fase passageira; não faça</p><p>disso uma atitude permanente. Mais cedo ou mais tarde,</p><p>quando você se estabelecer novamente, estará</p><p>transbordando de energia e desejará entrar em um</p><p>relacionamento novamente.</p><p>Então, pela primeira vez em que a mente se torna</p><p>meditativa, o amor parece uma escravidão. E, de certa</p><p>forma, é verdade porque uma mente que não é</p><p>meditativa não pode realmente estar apaixonada. Esse</p><p>amor é falso, ilusório; mais uma paixão, menos como</p><p>amor. Mas você não tem nada com o que compará-lo, a</p><p>menos que o real aconteça; portanto, quando a</p><p>meditação começa, o amor ilusório desaparece. Não</p><p>desanime, uma coisa. E a segunda coisa, não faça disso</p><p>uma atitude permanente; essas são duas possibilidades.</p><p>Se você se sentir desanimado porque sua vida amorosa</p><p>está desaparecendo e se apegar a ela, isso se tornará</p><p>uma barreira em sua jornada interior. Aceite - que agora</p><p>a energia está buscando um novo caminho e por alguns</p><p>dias não estará disponível para o movimento externo,</p><p>para atividades.</p><p>Se alguém é um criador e ele medita, toda a criatividade</p><p>desaparecerá por enquanto. Se você é pintor, de repente</p><p>você não se encontrará nele. Você pode continuar, mas</p><p>aos poucos você não terá energia nem entusiasmo. Se</p><p>você é poeta, a poesia irá parar. Se você é um homem</p><p>apaixonado, essa energia simplesmente desaparece. Se</p><p>você tentar se forçar a entrar em um relacionamento, a</p><p>ser seu antigo eu, essa aplicação será muito, muito</p><p>perigosa. Então você está fazendo uma coisa</p><p>contraditória: por um lado, você está tentando entrar,</p><p>por outro, você está tentando sair.</p><p>É como se você estivesse dirigindo um carro,</p><p>pressionando o acelerador e, ao mesmo tempo,</p><p>pressionando o freio. Pode ser um desastre, porque</p><p>vocês estão fazendo duas coisas opostas juntos.</p><p>A meditação está somente contra o amor falso. O falso</p><p>desaparecerá, e essa é uma condição básica para que o</p><p>real apareça. O falso deve ir-se, o falso deve te deixar</p><p>completamente; só então estará disponível para o real.</p><p>A segunda coisa, que também é um perigo muito grande,</p><p>é que o pode converter em um estilo de vida. Isto</p><p>aconteceu a muita gente.</p><p>Eles estão nos monastérios: monges velhos, pessoas</p><p>religiosas ortodoxas que têm feito um estilo de vida do</p><p>não estar envolto em uma relação amorosa…</p><p>Eles acreditam que o amor está contra a meditação, e</p><p>que a meditação está contra o amor, e isso não é certo.</p><p>A meditação está contra o amor falso, mas está</p><p>totalmente a favor do amor verdadeiro.</p><p>Uma vez que está situado, quando não pode ir mais</p><p>dentro, alcançaste o núcleo de seu ser, o fundo da rocha:</p><p>então está centrado.</p><p>De repente a energia está disponível, mas agora não há</p><p>nenhuma parte aonde ir.</p><p>A viagem externa se deteve quando começou a meditar,</p><p>e agora a viagem interna também se completou. Está</p><p>situado, chegaste a casa cheio de energia, como um</p><p>grande depósito. Agora, o que fará? Esta energia</p><p>começará a transbordar-se.</p><p>É um tipo totalmente diferente de movimento. Sua</p><p>qualidade é diferente, porque não tem motivação. Antes</p><p>te estava movendo para os outros com uma motivação;</p><p>agora não haverá nenhuma. Vais-te aproximar de outros</p><p>simplesmente porque tem muito para compartilhar.</p><p>Antes te estava movendo como um mendigo; agora te</p><p>moverá como</p><p>um imperador. Não é que está procurando</p><p>a felicidade em outros: isso já o tem.</p><p>Agora a felicidade é muita. A nuvem está tão enche que</p><p>queria derramar-se em chuva. A flor está tão enche que</p><p>queria cavalgar os ventos em forma de fragrância, e ir</p><p>aos mesmos rincões do mundo. É um compartilhar.</p><p>Surgiu um novo tipo de relação. Chamar-lhe uma relação</p><p>não é correto, porque já não é uma relação, é um estado</p><p>do ser.</p><p>Não é que ame, mas sim é amor.</p><p>IRRADIA AMOR</p><p>Pratica o amor. Sentado sozinho em seu quarto, ser</p><p>amoroso. Irradia amor. Enche o quarto inteiro com sua</p><p>energia amorosa. Sinta-se vibrando com uma nova</p><p>frequência, sente que te balança como se estivesse no</p><p>oceano do amor. Cria vibrações de energia amorosa a</p><p>seu redor. E começará a sentir imediatamente que algo</p><p>está acontecendo, algo está trocando em sua aura, algo</p><p>está trocando em torno de seu corpo; uma tibieza está</p><p>surgindo ao redor de seu corpo… uma tibieza similar a</p><p>um profundo orgasmo. Está te voltando mais vivo. Algo</p><p>similar ao sonho está desaparecendo. Algo similar à</p><p>consciência está surgindo.</p><p>Balance-te nesse oceano. Dança, canta, e deixa que o</p><p>quarto inteiro se encha de amor.</p><p>Ao princípio, isto se sente muito estranho. Quando pela</p><p>primeira vez enche seu quarto com energia amorosa,</p><p>sua própria energia, que segue caindo e repercutindo</p><p>em ti e te faz tão feliz… um começa a sentir: “Estou-me</p><p>autossugestionado? Estou alucinando? O que está</p><p>acontecendo?”, porque sempre pensou que o amor vinha</p><p>de outros. Para te amar, era necessária uma mãe, um</p><p>pai, um irmão, um marido, uma esposa, um filho… mas</p><p>alguém.</p><p>O amor que depende de alguém é um amor pobre.</p><p>O amor que é criado dentro de ti, o amor que cria de seu</p><p>próprio ser, é energia real.</p><p>Então, te mova com esse oceano a seu redor e sentirá</p><p>que todos os que se aproximem se acharão de repente</p><p>sob o influxo de um diferente tipo de energia.</p><p>A gente te olhará com olhos mais abertos. Passará perto</p><p>deles e sentirão que passa a brisa de uma energia</p><p>desconhecida: sentir-se-ão mais frescos.</p><p>Toma a mão de alguém e todo seu corpo começará a</p><p>vibrar. Com apenas te aproximar de alguém, essa pessoa</p><p>começará a sentir-se contente, sem razão alguma. Pode</p><p>observar isto.</p><p>Então estará em caminho a estar preparado para</p><p>compartilhar. Então procura um amante, então encontra</p><p>uma receptividade adequada para ti.</p><p>OSHO ENTREGOU ESTA MEDITAÇÃO A CASAIS QUE</p><p>SE SENTEM ESTANCADOS EM SUA RELAÇÃO, CUJAS</p><p>ENERGIAS PRECISAM SER LIBERADAS E</p><p>DISSOLVIDAS</p><p>À</p><p>À noite, sentem-se um frente ao outro e deem-se mãos</p><p>formando uma cruz.</p><p>Durante dez minutos olhem nos olhos do outro, e se o</p><p>corpo começar a mover-se e a balançar-se, permitam-</p><p>lhes.</p><p>Podem pestanejar, mas continuem olhando os olhos do</p><p>outro.</p><p>Se o corpo começar a balançar-se, balançar-se-á,</p><p>permitam-lhes Depois de dez minutos, cerrem os olhos e</p><p>permitam o mexer-se durante dez minutos mais.</p><p>Não soltem as mãos do outro, aconteça o que aconteça.</p><p>Não devem esquecer isso.</p><p>Depois de dez minutos, fechem os olhos e permitam o</p><p>balançar-se durante dez minutos mais.</p><p>Então se param e, tirados das mãos, continuem</p><p>balançando-se juntos por dez minutos.</p><p>Isto mesclará profundamente suas energias.</p><p>É necessário um pouco mais de derretimento… de fundir</p><p>o um no outro.</p><p>TE ENTREGUE AO AMOR</p><p>Numa relação amorosa, deveria ser possuído, não</p><p>deveria tratar de possuir.</p><p>Em uma relação amorosa, deverá te entregar, e não</p><p>deveria ficar observando quem domina a quem.</p><p>Assim deixa de pensar. E quando for que te encontre</p><p>pensando, te apanhe e lhe dê uma boa sacudida à</p><p>cabeça, uma boa sacudida, de maneira que tudo fique ao</p><p>reverso em seu interior.</p><p>Faça disto um hábito constante, e dentro de algumas</p><p>semanas verá que a sacudida ajuda. De repente te põe</p><p>mais alerta.</p><p>Nos mosteiros zen, o mestre se move com um cajado e,</p><p>sempre que vê algum discípulo cochilando, pensando e</p><p>com sonhos flutuando no rosto, ele imediatamente o</p><p>golpeia com força na cabeça. É como um choque na</p><p>espinha e, em uma fração de segundo, o pensamento</p><p>para e, de repente, a consciência surge.</p><p>Eu não posso te seguir com minha equipe. Você se dá</p><p>uma sacudida, uma boa sacudida, e mesmo que as</p><p>pessoas pensem que você é um pouco louco, não se</p><p>preocupe. Existe apenas uma loucura, e isso é da mente.</p><p>Pensar demais é a única loucura. Todo o resto é lindo. A</p><p>mente é a doença.</p><p>DEIXE QUE O ATO DE FAZER AMOR ACONTEÇA</p><p>NATURALMENTE</p><p>Antes de você se apaixonar, sente-se em silêncio por</p><p>quinze minutos, segurando as mãos um do outro com a</p><p>cruz. Sente-se na escuridão ou em uma luz muito fraca e</p><p>sinta um ao outro. Entre em sintonia. A maneira de fazer</p><p>isso é respirar juntos. Quando você expira, ela exala;</p><p>quando você inspira, ela inspira. Dentro de dois a três</p><p>minutos você pode entrar nele. Respire como se você</p><p>fosse um organismo - não dois corpos, mas um. E olhem</p><p>nos olhos um do outro, não com um olhar agressivo, mas</p><p>muito suavemente. Tire um tempo para se divertir.</p><p>Brinque com os corpos um do outro.</p><p>Não se envolva em fazer amor, a menos que o momento</p><p>surja por si só. Não que você faça amor, mas de repente</p><p>você se encontra fazendo amor. Espere por isso. Se não</p><p>vier, não há necessidade de forçá-lo. É bom. Vá dormir;</p><p>Não há necessidade de fazer amor. Aguarde esse</p><p>momento por um, dois, três dias. Virá um dia. E quando</p><p>esse momento chegar, o amor será profundo e não</p><p>criará a loucura que está criando agora. Será um</p><p>sentimento oceânico muito, muito silencioso. Mas espere</p><p>esse momento; não force.</p><p>O amor é algo que deve ser feito como meditação. É algo</p><p>que deve ser apreciado, provado muito lentamente, por</p><p>isso penetra profundamente em seu ser e se torna uma</p><p>experiência tão possessiva que você não está mais lá.</p><p>Não é que você esteja fazendo amor - você é amor. O</p><p>amor se torna uma energia maior ao seu redor. Ele</p><p>transcende vocês dois ... vocês dois estão perdidos nele.</p><p>Mas para isso você terá que esperar.</p><p>Aguarde o momento e em breve você terá o jeito. Deixe</p><p>a energia acumular e deixe acontecer por si própria.</p><p>Pouco a pouco, você se tornará consciente quando o</p><p>momento surgir. Você começará a ver os sintomas, os</p><p>pré-sintomas e não haverá dificuldade.</p><p>O amor é como Deus – você não pode manipulá-lo. Isso</p><p>acontece quando acontece. Se isso não estiver</p><p>acontecendo, não há com o que se preocupar.</p><p>NÃO TENTE SE ENGANAR</p><p>Testemunhar é a fonte básica.</p><p>Mas será difícil se tornar uma testemunha no ato sexual,</p><p>se você não estiver tentando se tornar testemunha em</p><p>outros atos da sua vida. Portanto, tente o dia inteiro,</p><p>caso contrário você estará se enganando. Se você não</p><p>pode se tornar uma testemunha enquanto caminha na</p><p>estrada, não tente se enganar - você não pode se tornar</p><p>uma testemunha enquanto faz amor. Porque apenas</p><p>andar na estrada, um processo tão simples, e você não</p><p>pode se tornar uma testemunha - você se torna</p><p>inconsciente - como você pode se tornar uma</p><p>testemunha enquanto faz amor? O processo é tão</p><p>profundo ... você ficará inconsciente. Você fica</p><p>inconsciente enquanto caminha na estrada.</p><p>Experimente: mesmo por alguns segundos, você não</p><p>conseguirá se lembrar. Tente; andando na estrada,</p><p>tente: vou lembrar, estou andando, estou andando, estou</p><p>andando. Depois de alguns segundos você se esqueceu;</p><p>outra coisa surgiu na mente. Você seguiu outra direção,</p><p>esqueceu completamente. E de repente você se lembra:</p><p>eu esqueci. Portanto, se um ato tão pequeno como</p><p>caminhar não puder ser conscientizado, será difícil fazer</p><p>do amor uma meditação consciente.</p><p>Então tente com coisas simples, atividades simples.</p><p>Enquanto come, experimente. Enquanto caminha,</p><p>experimente. Enquanto fala, ouve, tente. Tente de</p><p>qualquer lugar. Faça uma constante martelada por</p><p>dentro; informe todo o seu corpo e mente que você está</p><p>fazendo um esforço para estar alerta. Somente então,</p><p>algum dia no amor, o testemunho acontecerá. E quando</p><p>isso acontece, o êxtase aconteceu com você - o primeiro</p><p>vislumbre do divino desceu sobre você.</p><p>Osho descreveu muitas técnicas tântricas de meditação</p><p>e testemunho durante o ato de fazer amor nos cinco</p><p>volumes de O Livro dos Segredos (edição póstuma em</p><p>dois volumes: Vigyan Bhairav Tantra).</p><p>A RESPEITO</p><p>DO OSHO</p><p>A maioria de nós vivemos nossas vidas no mundo do</p><p>tempo, nas memórias do passado e a antecipação do</p><p>futuro.</p><p>Só em estranhos momentos tocamos a dimensão sem</p><p>tempo do presente: em momentos de súbita beleza ou de</p><p>repentino perigo, no encontro com um amante ou com a</p><p>surpresa do inesperado. Muito poucas pessoas saem do</p><p>mundo do tempo e da mente, de suas ambições e</p><p>competitividade, e começam a viver no mundo</p><p>atemporal. E daqueles que o fazem, solo uns poucos</p><p>tentaram compartilhar sua experiência.</p><p>Lao Tsé, Gautama Buda, Bodhidharma… ou, mais</p><p>recentemente, Gurdjieff, Ramana, Maharashi,</p><p>Krishnamurti… eles são considerados por seus</p><p>contemporâneos como excêntricos ou loucos; depois de</p><p>sua morte são chamados “filósofos”.</p><p>Com o tempo se tornam lendas, não seres humanos de</p><p>carne e osso a não ser, talvez, representações</p><p>mitológicas de nosso desejo coletivo de crescer além da</p><p>pequenez, a trivialidade e o sem-sentido de nossas vidas</p><p>cotidianas.</p><p>Osho é alguém que tem descoberto a porta para viver</p><p>sua vida na dimensão atemporal do presente. O se</p><p>chamou a si mesmo um “verdadeiro existencialista”, e</p><p>dedicou sua vida à provocação para que outros</p><p>procurem a mesma porta, para que saiam do mundo do</p><p>passado e o futuro e descubram para si mesmos, o</p><p>mundo da eternidade.</p><p>Desde sua tenra infância, foi um espírito rebelde e</p><p>independente, insistindo em experimentar a verdade</p><p>mais que em adquirir conhecimentos e crenças jogo de</p><p>dados por outros. Logo depois de sua iluminação, aos</p><p>vinte e um anos, Osho completou seus estudos</p><p>acadêmicos e passou vários anos ensinando filosofia na</p><p>Universidade do Jabalpur. Viajou através de toda a Índia</p><p>dando bate-papos, desafiando aos líderes religiosos</p><p>ortodoxos em debates públicos, questionou todas as</p><p>crenças tradicionais e se encontrou com gente de todo</p><p>tipo.</p><p>Leu extensivo, tudo aquilo que ampliaria sua</p><p>compreensão dos sistemas de crenças e da psicologia do</p><p>homem contemporâneo.</p><p>Em fins da década de ‘60, Osho já tinha começado a</p><p>desenvolver suas originais técnicas de meditação</p><p>dinâmica.</p><p>O homem moderno, diz, está tão carregado com as</p><p>tradições antiquadas do passado e as ansiedades da vida</p><p>moderna, que deve atravessar um profundo processo de</p><p>limpeza antes de que possa ter a esperança de descobrir</p><p>o estado depravado e sem pensamento da meditação.</p><p>A princípios dos ‘70, os ocidentais começaram a escutar</p><p>a respeito do Osho.</p><p>Para 1974, estabeleceu-se uma comuna ao seu redor em</p><p>Poona, Índia, e a destilação de visitantes do Ocidente</p><p>logo se transformou em uma inundação.</p><p>Ao longo de seu trabalho, Osho falou de virtualmente</p><p>todos os aspectos do desenvolvimento da consciência</p><p>humana. Destilou a essência do que é significativo para</p><p>a busca espiritual do homem contemporâneo, apoiado</p><p>não em um entendimento intelectual a não ser em sua</p><p>própria experiência existencial.</p><p>Não pertence a nenhuma tradição: “sou o começo de</p><p>uma consciência religiosa completamente nova. Por</p><p>favor, não me vinculem com o passado; nem sequer vale</p><p>a pena recordá-lo!”</p><p>Seus discursos a seus discípulos e buscadores de todo o</p><p>mundo foram publicados em mais de seiscentos volumes,</p><p>e traduzidos a trinta idiomas.</p><p>Osho diz: “Minha mensagem não é uma doutrina</p><p>nenhuma filosofia. Minha mensagem é uma certa</p><p>alquimia, uma ciência de transformação, assim somente</p><p>aqueles que estão desejando morrer ao que são e nascer</p><p>novamente a um pouco tão novo que não podem nem</p><p>sequer imaginar agora… só aquelas poucas pessoas</p><p>valentes estarão listas para escutar, porque escutar será</p><p>perigoso.</p><p>Escutando, deste o primeiro passo para o renascimento!</p><p>Assim não é uma filosofia com a qual possa lhe fazer</p><p>uma roupagem do qual te gabar. Não é uma doutrina em</p><p>que possa encontrar consolo para perguntas</p><p>ameaçadoras.</p><p>Não, minha mensagem não é uma comunicação verbal. É</p><p>muito mais arriscado.</p><p>É nada menos que uma morte e um renascimento”.</p><p>Osho nasceu na Kuchwada, Madya, Pradesh, Índia em 11</p><p>de Dezembro de 1931. Deixou seu corpo em 19 de</p><p>janeiro de 1990. Uns meses antes disto anunciou:</p><p>“Rondarei atrás de vocês até suas tumbas! Vê-los-ei por</p><p>longe que escapem.</p><p>Já estou rondando pelo mundo inteiro e ainda estou vivo.</p><p>Quando tiver morrido, este mundo já não poderá me</p><p>impedir nada; não haverá lei, nem parlamento, nem país</p><p>que possa pôr barreiras para mim; então andarei por</p><p>todos os lados, lhe fazendo cócegas às pessoas para que</p><p>despertem”.</p><p>GLOSSÁRIO</p><p>Chakras: Centros energéticos e espirituais do corpo com</p><p>funções específicas.</p><p>Mantra: Sons, sílabas ou palavras sagradas, cuja</p><p>repetição constante produz efeitos específicos. São</p><p>usados como formas de meditação, concentração e</p><p>oração.</p><p>Nirvana: Extinção de todo tipo de limitações. Liberação</p><p>das paixões, desejos, apegos humanos e da</p><p>personalidade. O nirvana é um estado de perfeita</p><p>beatitude ao que pode chegar-se estando na Terra. Não</p><p>é um lugar nem tampouco um paraíso. Designa “a</p><p>extinção da ilusão”, “o conseguir a verdade”, a</p><p>“iluminação”, o estado de espírito onde o apego, a pena</p><p>e o desejo desaparecem.</p><p>Pranayama: Controle e a energia vital que atua na</p><p>respiração.</p><p>Sannyasin: Na Índia, asceta, que renuncia à vida</p><p>mundana. Neste contexto se designa assim aos</p><p>discípulos do Osho, quem assinala como qualidades do</p><p>neo-sannyasin: aquele que está aberto à experiência,</p><p>que nunca decide antes de ter experiente e que trabalha</p><p>dentro de si para encontrar sua própria síntese entre a</p><p>matéria e o espírito.</p><p>O ideal que Osho propõe pode unificar-se sob o nome da</p><p>Zorba o Buda”; aquele que tem os pés na terra e pode</p><p>dançar, e sua inteligência disponível para o encontro</p><p>com os mistérios.</p><p>Turiya: “O quarto estado”, estado em que a consciência</p><p>de ser permanece mais à frente do estar acordado,</p><p>sonhando ou dormido.</p><p>OSHO COMUNA INTERNACIONAL</p><p>17, Koregaon Park</p><p>Poona 411001 (Índia)</p><p>Lhe.: 91 (0) 212 628562</p><p>Fax: 91 (0) 212 624181</p><p>A RESPEITO do OSHO</p><p>GLOSSÁRIO</p><p>OBSERVA OS OLHOS DOS MENINOS</p><p>AMANHECER</p><p>Risada, movimento e catarse</p><p>ESPERANDO O AMANHECER</p><p>CELEBRANDO O SOL NASCENTE</p><p>A NECESSIDADE DE CATARSE</p><p>SIMPLESMENTE TE PERMITA</p><p>KIRTAN</p><p>VIVE NESTE MOMENTO</p><p>DETENHA!</p><p>SIMPLESMENTE DESAPARECER</p><p>continua, segue até o último fragmento de gozo.</p><p>Terá que experimentar totalmente.</p><p>Não deve deixar nada de suco… nenhuma só gota.</p><p>E então ser capaz de deixá-lo.</p><p>Escolhe outro método que traga o gozo novamente.</p><p>A pessoa tem que trocar muitas vezes; varia em distintas</p><p>pessoas… é muito excepcional que um só método te</p><p>acompanhe durante toda a jornada. Não há necessidade</p><p>de fazer muitas meditações, porque pode fazer coisas</p><p>que lhe confundam, coisas que sejam contraditórias, e</p><p>então surgirá a dor.</p><p>Escolhe duas meditações e permanece nelas.</p><p>De fato, eu gostaria que escolhesse uma; isso seria o</p><p>melhor.</p><p>É melhor repetir muitas vezes uma meditação que se</p><p>ajuste a ti. Então, irá mais e mais profundo.</p><p>Você tenta muitas coisas, um dia uma coisa, outro dia</p><p>outra coisa, e inventa suas próprias meditações, assim</p><p>pode criar muita confusão.</p><p>No livro do Tantra há 112 meditações. Pode-te voltar</p><p>louco. Já está louco!</p><p>As meditações não são uma piada; em ocasiões podem</p><p>ser perigosas. Está jogando com o mecanismo sutil da</p><p>mente.</p><p>Às vezes, uma coisa pequena que não tinha consciência</p><p>de estar fazendo pode voltar-se perigosa. Assim nunca</p><p>trate de inventar, e não fabrique sua própria mescolanza</p><p>como meditação.</p><p>Escolhe duas e simplesmente as prove durante umas</p><p>poucas semanas.</p><p>CRIANDO UM ESPAÇO PARA A MEDITAÇÃO</p><p>Se puder criar um lugar especial… um pequeno templo</p><p>ou rincão na casa onde possa meditar diariamente…</p><p>então não use esse rincão para nenhum outro</p><p>propósito… porque cada propósito tem sua própria</p><p>vibração.</p><p>Utiliza esse rincão só para meditar e nada mais.</p><p>Então o rincão se carregará e esperará por ti</p><p>diariamente… o rincão te será de ajuda.</p><p>O ambiente criará uma vibração particular, uma</p><p>atmosfera particular na qual poderá ir mais e mais</p><p>profundo com maior facilidade.</p><p>Essa é a razão pela qual os templos, as igrejas e as</p><p>mesquitas foram criadas: só para ter um lugar que</p><p>existisse unicamente para a oração e a meditação.</p><p>Pode-se escolher uma hora constante para meditar, isso</p><p>também é muito benéfico, porque seu corpo e sua mente</p><p>são um mecanismo.</p><p>Se diariamente almoçar a uma hora determinada, seu</p><p>corpo começa a pedir comida a essa hora. Às vezes, até</p><p>pode lhe jogar truques.</p><p>Se almoçar à uma da tarde e o relógio dizem que agora é</p><p>a uma, terá fome embora o relógio esteja equivocado e</p><p>sejam só as onze ou as doze. Olhas o relógio: este indica</p><p>a uma e de repente sente fome.</p><p>Seu corpo é um mecanismo.</p><p>Sua mente é também um mecanismo.</p><p>Medita cada dia no mesmo lugar, à mesma hora e criará</p><p>uma fome de meditação dentro de seu corpo e mente.</p><p>Cada dia, nesse momento em particular, seu corpo e</p><p>mente lhe pedirão que medite. Ser-te-á de ajuda… se</p><p>cria em ti um espaço que se converterá em fome, em</p><p>sede. Ao princípio é muito bom.</p><p>A menos que chegue ao ponto em que a meditação se</p><p>tornou algo natural e pode meditar em qualquer lugar…</p><p>em qualquer sitio… a qualquer hora… até esse momento,</p><p>usa esses recursos mecânicos do corpo e da mente como</p><p>ajuda.</p><p>Apaga a luz, acendeste um tipo determinado de incenso</p><p>no quarto, têm roupas determinadas, uma atmosfera</p><p>determinada, uma suavidade determinada, tem um</p><p>tapete determinado, assume uma determinada postura.</p><p>Tudo isto ajuda, mas não o produz.</p><p>Se alguma outra pessoa fizer estas mesmas coisas, pode</p><p>que se convertam em um obstáculo.</p><p>Alguém deve achar seu próprio ritual. Um ritual tem</p><p>simplesmente o propósito de te ajudar a estar depravado</p><p>e a esperar. E quando está depravado e à espera, a coisa</p><p>acontece. Tal como o sonho, Deus vem a ti… tal como o</p><p>amor, Deus vem a ti. Não lhe pode propor isso, não o</p><p>pode forçar.</p><p>SER NATURAL E DEPRAVADO</p><p>Ou não pode obcecar-se com a meditação. E a obsessão</p><p>é o problema: estava obcecado com o dinheiro e agora</p><p>está obcecado com a meditação.</p><p>O dinheiro não é o problema: o problema é a obsessão.</p><p>Estava obcecado com o mundo material, agora está</p><p>obcecado com Deus.</p><p>O mundo material não é o problema, a não ser a</p><p>obsessão.</p><p>Alguém deve ser depravado e natural e não obcecar-se</p><p>com nada, nem com a mente nem com a meditação.</p><p>Só então, despreocupado, sem obsessão, quando</p><p>simplesmente flui, o supremo te acontece.</p><p>AMANHECER</p><p>Risada, movimento e catarse</p><p>MEDITAÇÃO DA RISADA</p><p>Cada amanhã, ao despertar e antes de abrir os olhos, te</p><p>estire como um gato.</p><p>Estira cada fibra de seu corpo.</p><p>Depois de três ou quatro minutos, com os olhos ainda</p><p>fechados, começa a rir.</p><p>Durante cinco minutos, só ri. A princípio o estará</p><p>fazendo; mas logo o som de seu esforço te produzirá</p><p>uma risada genuína.</p><p>Perca-te na risada. Pode demorar alguns dias antes que</p><p>realmente aconteça, devido a que estamos muito pouco</p><p>acostumados ao fenômeno. Mas logo será espontânea e</p><p>trocará a natureza completa de seu dia.</p><p>Para aqueles que tenham dificuldade em rir totalmente,</p><p>ou que sentem que sua risada é falsa. Osho sugeriu esta</p><p>simples técnica.</p><p>Na manhã, cedo, antes de ter comido nada, bebe um</p><p>balde quase cheio de água morna com sal. Continua</p><p>tomando-o e faça-o rápido, de outra forma não te será</p><p>possível tomar muito.</p><p>Incline-te para diante e então… faz gargarejos, de</p><p>maneira que a água flua para fora. Será um vômito de</p><p>água e te limpará o conduto. Nada mais é necessário.</p><p>Existe um bloqueio no conduto que te detém cada vez</p><p>que quer rir.</p><p>Em ioga, é necessário seguir este procedimento. Eles o</p><p>chamam Purificação necessária…. Desencarde</p><p>tremendamente, e deixa um conduto muito limpo, todos</p><p>os bloqueios se dissolvem. Vais desfrutar o e vais sentir</p><p>o estado de limpeza durante todo o dia. A risada as</p><p>lágrimas, ainda seu falar, sairão do centro mais</p><p>profundo.</p><p>Faça-o durante dez dias e terá a melhor risada dos</p><p>arredores!</p><p>A primeira coisa que terá que fazer é rir, porque</p><p>isso dá a pauta para o dia completo.</p><p>Se te levanta rindo, logo começará a sentir quão</p><p>absurda é a vida.</p><p>Nada é sério: até suas desilusões são risíveis, até</p><p>sua dor é risível, inclusive você é risível.</p><p>MEDITAÇÃO DA LUZ DOURADA</p><p>Este é um método simples para transformar sua energia</p><p>e conduzi-la para cima.</p><p>Este processo deve levar-se a cabo ao menos duas vezes</p><p>ao dia.</p><p>A melhor hora é cedo na manhã, justo antes de te</p><p>levantar da cama.</p><p>Logo que sinta que está alerta, acordado, faça-o durante</p><p>vinte minutos.</p><p>Faça-o nesse momento, imediatamente, porque quando</p><p>está saindo do sonho te encontra em um estado muito,</p><p>muito delicado…receptivo.</p><p>Quando está saindo do sonho, está muito fresco e o</p><p>impacto irá muito profundo. Quando logo está saindo do</p><p>sonho te encontra menos que nunca na</p><p>mente; portanto, há ali algumas brechas através das</p><p>quais o método penetrará até sua fibra mais profunda.</p><p>E cedo na manhã, quando está despertando e quando a</p><p>terra inteira está despertando, há uma grande onda de</p><p>energia de despertar em todo mundo.</p><p>Aproveita essa onda, não perca a oportunidade.</p><p>Todas as antigas religiões estavam acostumadas rezar</p><p>muito cedo na manhã, ao levantar o sol, porque o</p><p>surgimento do sol é o surgimento de toda a energia na</p><p>existência. Neste momento, pode simplesmente montar</p><p>nessa onda de energia que se levanta; será mais fácil.</p><p>Na tarde será difícil: as energias estarão retrocedendo;</p><p>então estará lutando contra a corrente. Na manhã, irá</p><p>com a corrente.</p><p>Simplesmente te recoste de costas em sua cama.</p><p>Mantém os olhos fechados.</p><p>Quando inspirar, visualiza uma grande luz entrando em</p><p>seu corpo através de sua cabeça… como se um sol se</p><p>levantou perto de sua cabeça.</p><p>Está oco, e a luz dourada está derramando-se em sua</p><p>cabeça… entra profunda… profundamente, e sai através</p><p>dos dedos de seus pés. Quando inspirar, faça-o com esta</p><p>visualização.</p><p>Essa luz dourada te ajudará; vais limpar seu corpo</p><p>inteiro, e o encherá totalmente de criatividade.</p><p>Esta energia é masculina. E quando exalar, visualiza</p><p>outra coisa… a escuridão entra através dos dedos de</p><p>seus pés…subindo e saindo pela cabeça.</p><p>Respira em forma lenta e profunda, de maneira que</p><p>possa visualizar. Esta é a energia feminina.</p><p>Suavizar-te-á, far-te-á receptivo, acalmar-te-á, dar-te-á</p><p>descanso, vê muito devagar, e se logo está saindo do</p><p>sonho, poderá respirar em forma muito profunda e lenta,</p><p>porque o corpo está descansado, depravado.</p><p>A segunda</p><p>melhor hora é quando te vais dormir, na</p><p>noite. Deite-te na cama, te relaxe por alguns minutos.</p><p>Quando começar a sentir que já está te balançando</p><p>entre o sonho e a vigília, justo nesse equilíbrio começa o</p><p>processo outra vez. Faça-o durante vinte minutos.</p><p>Se dormir enquanto o faz, é o melhor, pois o impacto</p><p>ficará no subconsciente e seguirá trabalhando. Se</p><p>praticar este singelo método durante três meses,</p><p>surpreender-te-á. Não é necessário que reprima a</p><p>energia sexual, quando esta começa a subir a começado</p><p>a ocorrer a transformação.</p><p>ESPERANDO O AMANHECER</p><p>Nos minutos antes da saída do sol, quando o céu se está</p><p>voltando um pouco mais claro… só espera e observa,</p><p>como quando uma espera pelo amado: tão tenso, em</p><p>uma espera tão profunda, tão esperançada e excitada, e,</p><p>entretanto silencioso.</p><p>E segue observando enquanto o sol sai. Não há</p><p>necessidade de olhar fixamente, pode pestanejar.</p><p>Tenha simultaneamente a sensação de que algo dentro</p><p>de ti também está levantando-se… surgindo. Quando o</p><p>sol apareça no horizonte, começa a sentir que está perto</p><p>de seu umbigo.</p><p>Surge lá; e aqui dentro do umbigo, sobe… sobe</p><p>lentamente. O sol está levantando-se lá e aqui está</p><p>surgindo um ponto interno de luz.</p><p>Só dez minutos bastarão. Então fecha os olhos. Quando</p><p>vê o sol com os olhos abertos, produz-se um negativo;</p><p>assim quando fecha os olhos, pode ver o sol</p><p>resplandecendo em seu interior.</p><p>Isto te trocará tremendamente.</p><p>CELEBRANDO O SOL NASCENTE</p><p>Levanta-te antes da saída do sol, às cinco da madrugada;</p><p>e durante meia hora, só canta, emite zumbidos, gemidos</p><p>e gemidos. Estes sons não precisam ter significado. São</p><p>existenciais, não significativos. Desfruta-os! Isso é tudo,</p><p>esse é o significado. Balance-te! Balance-te!</p><p>Deixa que isto seja um louvor ao sol nascente, e detenha</p><p>só quando o sol tenha saído.</p><p>Isto vai manter em ti certo ritmo durante todo o dia.</p><p>Estará em sintonia desde muito de amanhã, e verá que o</p><p>dia tem uma qualidade diferente: estará mais amoroso…</p><p>mais carinhoso… mais compassivo… mais amistoso…</p><p>menos violento… menos irritado… menos ambicioso…</p><p>menos egoísta.</p><p>A meditação é sensibilidade total.</p><p>A meditação é seu direito de nascimento. Está ali,</p><p>esperando que e relaxe um pouco para poder cantar,</p><p>transformar-se em uma dança.</p><p>A meditação é te deleitar em sua própria presença.</p><p>A meditação é te deleitar com seu próprio ser.</p><p>CORRENDO, TROTANDO E NADANDO</p><p>É natural e fácil manter-te alerta enquanto está em</p><p>movimento… quando está sozinho, sentado em silêncio…</p><p>o natural é ficar dormido.</p><p>Quando está tendido em sua cama é muito difícil te</p><p>manter alerta, pela situação inteira te ajuda a ficar</p><p>dormido. Mas em movimento obviamente, não pode ficar</p><p>dormido: funciona em forma mais alerta… o único</p><p>problema é que o movimento pode voltar-se mecânico.</p><p>Aprende a mesclar seu corpo, mente e alma.</p><p>Encontra formas em que possa funcionar como uma</p><p>unidade. Isto lhes acontece muitas vezes aos corredores.</p><p>Pode que não conceba o correr como uma meditação,</p><p>mas os corredores tiveram às vezes uma experiência</p><p>tremenda de meditação; e se surpreenderam, porque</p><p>não a estavam procurando.</p><p>Quem pensa que um corredor vai experimentar a Deus?</p><p>Mais isto aconteceu.</p><p>Agora, mais e mais, o correr se converteu em um novo</p><p>tipo de meditação.</p><p>Pode acontecer quando corre.</p><p>Se alguma vez foste um corredor… se tiver desfrutado</p><p>correndo na manhã cedo… quando o ar está fresco e</p><p>jovem e o mundo inteiro está levantando do sonho,</p><p>despertando…</p><p>Estava correndo e seu corpo estava funcionando</p><p>belamente… o ar fresco… o mundo novo nascendo outra</p><p>vez da escuridão da noite, tudo cantando ao redor,</p><p>estava-te sentindo tão vivo… Chega um momento em que</p><p>o corredor desaparece e só fica o correr.</p><p>O corpo, a mente e a alma começam a funcionar ao</p><p>uníssono: de repente, um orgasmo interno é liberado.</p><p>Os corredores poderão alcançar acidentalmente a</p><p>experiência do quarto estado, Turiya, e não dar-se conta,</p><p>acreditar que só foi correr que desfrutaram do</p><p>momento.</p><p>Era um formoso dia, o corpo estava saudável e o mundo</p><p>era formoso: foi só um estado de ânimo determinado.</p><p>Eles não vão dar-se conta disto, mas se dão conta, minha</p><p>própria observação é que um corredor pode aproximar-</p><p>se da meditação mais facilmente que qualquer outra</p><p>pessoa.</p><p>Trotar pode ser de imensa ajuda, nadar pode ser de</p><p>imensa ajuda. Todas estas coisas devem ser</p><p>transformadas em meditações.</p><p>Abandona os velhos conceitos a respeito das meditações:</p><p>que só é meditação estar sentado sob uma árvore em</p><p>uma postura, esta ioga é só uma das formas, que pode</p><p>ser adequada para umas poucas pessoas, mas não é</p><p>adequada para tudo… para um menino pequeno isto não</p><p>é meditação, é tortura… para um homem jovem que está</p><p>vivo e vibrante, isto é repressão, não é meditação.</p><p>Começa a correr no caminho pela manhã: começa com</p><p>800 metros, logo um quilômetro e médio e chegam</p><p>eventualmente a pelo menos cinco quilômetros.</p><p>Enquanto corre, usa o corpo completamente. Não corra</p><p>como se estivesse em uma camisa de força. Corre como</p><p>um menino pequeno, utilizando todo o corpo, mãos e</p><p>pés, e corre…</p><p>Respira profundamente e desde seu ventre… então se</p><p>sente sob uma árvore, descansa, sua e deixa que venha o</p><p>afresco da brisa; sente-se em paz. Isto te vai ajudar</p><p>muito profundamente.</p><p>Às vezes, simplesmente para lhe na terra sem sapatos e</p><p>sente a frescura… a suavidade… a tibieza. Algo que a</p><p>terra esteja pronta a dar nesse momento, só sente-o e</p><p>deixa que flua através de ti. E permite que sua energia</p><p>flua à terra. Conecte-te com a terra.</p><p>Se está conectado com a terra está conectado com a</p><p>vida… se está conectado com a terra, está conectado</p><p>com seu corpo… se está conectado com a terra te</p><p>tornarás muito sensitivo e centrado, e isso é o que é</p><p>necessário.</p><p>Nunca te convertas em um perito em correr; permanece</p><p>um amador, de maneira que o estado de alerta se</p><p>mantenha.</p><p>Se sentir alguma vez que o correr se tornou automático,</p><p>deixa o de lado; tenta a natação. Se isso se voltar</p><p>automático, então dance.</p><p>O que deve recordar é que o movimento é só uma</p><p>situação para criar um estado de alerta. Enquanto</p><p>produza um estado de alerta, é bom. Se deixar de criar</p><p>estado de alerta, deixa de ser útil. Prova outro</p><p>movimento, onde tenha novamente que estar alerta.</p><p>Nunca permita que uma atividade se volte automática.</p><p>“IDEALIZEI UM MEIO”</p><p>A mente é muito séria, e a meditação carece totalmente</p><p>de seriedade.</p><p>Quando eu digo isto pode que você se assombre, porque</p><p>a gente fala muito seriamente a respeito da meditação.</p><p>Mas a meditação não é uma coisa muito séria… é como o</p><p>jogo, não sério…sincero, mas não sério.</p><p>Isto não é algo como o trabalho, é mais como um jogo. O</p><p>jogo não é uma atividade… mesmo que não é ativo, não é</p><p>uma atividade. O jogo é só prazer.</p><p>A atividade não vai a nenhuma parte, não tem motivação</p><p>alguma… mas bem é somente energia pura, fluindo. Mas</p><p>é difícil, porque estamos muito envoltos em atividade.</p><p>Estivemos sempre tão ativos que a atividade se</p><p>converteu em uma obsessão profundamente enraizada.</p><p>Inclusive quando dormimos estamos ativos. Até quando</p><p>pensamos em nos relaxar estamos ativos.</p><p>Inclusive à relação a transformamos em uma atividade;</p><p>fazemos um esforço para nos relaxar. Isto é absurdo!</p><p>Mas acontece devido aos hábitos de robô da mente.</p><p>Então o que fazer?</p><p>Somente a não-atividade conduz a seu centro interno,</p><p>mas a mente não pode conceber como não estar ativa.</p><p>Então o que fazer?</p><p>Ideei uma forma. E o meio é ser ativo até tal extremo</p><p>que a atividade simplesmente cesse; ser tão loucamente</p><p>ativo, que a mente, que está tendo saudades a atividade,</p><p>seja expulsa de seu sistema… só então, depois de uma</p><p>profunda catarse, pode cair na não-atividade e ter um</p><p>vislumbre desse mundo que não é o mundo do esforço.</p><p>Uma vez que conhece este mundo, pode te mover dentro</p><p>dele sem nenhum esforço.</p><p>Uma vez que há sentido como estar aqui e agora, sem</p><p>fazer nada, pode-te mover dentro disto em qualquer</p><p>momento; pode permanecer nisto em qualquer lugar.</p><p>Finalmente, pode estar ativo externamente e</p><p>profundamente inativo em seu interior.</p><p>Os métodos catárticos são invenções modernas.</p><p>Estes não eram necessários nos tempos da Buda,</p><p>porque</p><p>a gente não estava tão reprimida. A gente era natural, a</p><p>gente vivia vidas primitivas, vidas incivilizadas,</p><p>espontâneas.</p><p>É por isso que Buda entregou diretamente o Vipassana</p><p>às pessoas. Vipassana significa súbita compreensão</p><p>interna. Mas agora não pode praticar Vipassana</p><p>diretamente. E os professores que ensinam Vipassana</p><p>diretamente não pertencem a este século; estão</p><p>atrasados em dois mil anos.</p><p>Sim, pode ser que algumas vezes eles ajudem a uma ou</p><p>duas pessoas entre uma centena, mas isso não pode</p><p>fazer muito.</p><p>Eu estou introduzindo métodos catárticos, de maneira</p><p>que o que a civilização te tem feito possa ser desfeito…</p><p>de maneira que possa ser primitivo novamente.</p><p>Desde esse estado primitivo, desde essa inocência</p><p>primal, a súbita compreensão interna se volta de fácil</p><p>acesso.</p><p>MEDITAÇÃO DINÂMICA</p><p>Quando o sonho termina, a natureza inteira adquire</p><p>vida: a noite se foi, a escuridão já não está, o sol está</p><p>surgindo e tudo fica consciente e alerta.</p><p>Esta é uma meditação na qual tem que estar</p><p>continuamente aberto, consciente, acordado em algo</p><p>que faça.</p><p>Mantém uma atitude de testemunha… não te perca. É</p><p>fácil perder-se.</p><p>Enquanto está respirando, pode-te esquecer, pode te</p><p>inundar tanto na respiração que pode esquecer a</p><p>testemunha, então perde o ponto.</p><p>Respira tão rápido, tão profundo como é possível, ponha</p><p>toda sua energia nisto, mas mesmo assim permanece em</p><p>atitude de testemunha.</p><p>Observa o que está acontecendo como se fosse só um</p><p>espectador, como se tudo isto lhe estivesse acontecendo</p><p>a outra pessoa, como se tudo estivesse acontecendo no</p><p>corpo, e a consciência estivesse centrada e observando.</p><p>Esta atitude de observação tem que manter-se durante</p><p>as três etapas.</p><p>E quando tudo se detém, na quarta etapa, tornaste-te</p><p>completamente inativo, congelado, então esse estado de</p><p>alerta chegará a sua culminação.</p><p>A meditação dinâmica dura uma hora e tem cinco</p><p>etapas.</p><p>Pode ser feita sozinho, mas a energia é mais capitalista</p><p>se realizar em grupo.</p><p>É uma experiência individual, de maneira que deve te</p><p>abstrair da presença de outros a seu redor e manter</p><p>seus olhos fechados durante toda a meditação,</p><p>utilizando preferentemente uma atadura para os olhos.</p><p>É melhor ter o estômago vazio e usar roupa solta e</p><p>confortável.</p><p>Primeira etapa: 10 minutos.</p><p>Respira caoticamente através do nariz, te concentrando</p><p>sempre na exalação; o corpo se fará cargo da inalação.</p><p>Faz isto tão rápido e tão intensamente como te é</p><p>possível, e logo um pouco mais intensamente, até que</p><p>literalmente te converta na respiração.</p><p>Utiliza os movimentos naturais de seu corpo para te</p><p>ajudar a elevar sua energia. Sente como se levanta, mas</p><p>não a deixe ir durante a primeira etapa.</p><p>Segunda etapa: 10 minutos.</p><p>Explora! Deixa sair tudo o que precise ser arrojado fora.</p><p>te volte totalmente louco: grita, tábua delgada, chora,</p><p>salta, te sacuda, dança, canta, ri, te derrube. Não</p><p>retenha nada, mantén todo seu corpo em movimento.</p><p>Um pouquinho de atuação serve frequentemente de</p><p>ajuda para começar.</p><p>Nunca permita que sua mente interfira com o que está</p><p>acontecendo. te envolva em forma total.</p><p>Terceira etapa: 10 minutos.</p><p>Com os braços levantados, salta para cima e para baixo,</p><p>gritando o mantra</p><p>“hu! hu! hu!”, tão profundamente como pode.</p><p>Cada vez que te caia na planta de teus pés, deixa que o</p><p>som golpeie profundamente no centro do sexo.</p><p>Entrega tudo o que tem, te esgote totalmente.</p><p>Quarta etapa: 15 minutos.</p><p>Detenha! Fica em qualquer posição em que te encontre.</p><p>Não acomode o corpo em forma alguma. Uma tosse, um</p><p>movimento, algo vai dissipar o fluir da energia e o</p><p>esforço se perderá.</p><p>Sei uma testemunha frente a tudo o que te esteja</p><p>acontecendo.</p><p>Quinta etapa: 15 minutos.</p><p>Celebra e te regozije com a música e o baile,</p><p>expressando sua gratidão para o tudo. Leva sua alegria</p><p>contigo através do dia.</p><p>Se seu espaço para meditar te impede de fazer ruídos,</p><p>pode praticar esta alternativa silenciosa: em lugar de</p><p>tirar o som, deixa que a catarse da segunda etapa tenha</p><p>lugar inteiramente através de movimentos corporais.</p><p>Na terceira etapa, o som “Hu!” pode ser martelado</p><p>silenciosamente dentro e a quinta etapa pode converter-</p><p>se em um baile expressivo.</p><p>Alguém há dito que a meditação que estamos fazendo</p><p>aqui parece ser pura loucura. É-o. E é desta maneira</p><p>devido a um propósito.</p><p>É loucura com um método; está eleito conscientemente.</p><p>Recorda: não pode te voltar louco voluntariamente.</p><p>A loucura se apodera de ti. Só então pode te voltar</p><p>louco.</p><p>O voltar-se louco voluntariamente é algo totalmente</p><p>diferente. Você controla a situação, e o que pode</p><p>controlar até sua loucura, nunca enlouquecerá!</p><p>Se sentir dor, lhe dê sua atenção, não faça nada. A</p><p>atenção é a grande espada, curta tudo.</p><p>Simplesmente disposta atenção à dor.</p><p>Por exemplo: está em silêncio, imóvel, e sente muitos</p><p>problemas no corpo.</p><p>Sente que a perna se está morrendo, que a mão te pica,</p><p>sente que as formigas se sobem por seu corpo e muitas</p><p>vezes olhaste e não há formigas; o formigamento é</p><p>interno, não externo o que fazer?</p><p>Sente que a perna se está morrendo? Ponha atenção, só</p><p>disposta atenção a isto.</p><p>Sente coceira? Não te arranhe; isso não ajudará; só</p><p>ponha atenção. Nem sequer abra os olhos. Só disposta</p><p>atenção internamente. Só espera e observa: A coceira</p><p>terá desaparecido em questão de segundos.</p><p>O que seja que aconteça: até se sentir dor, forte dor no</p><p>estômago ou na cabeça.</p><p>Isto acontece porque na meditação o corpo inteiro troca.</p><p>Sua química é modificada. Começam a acontecer novas</p><p>coisas, e o corpo está em um caos.</p><p>Às vezes o estômago se verá afetado, porque reprimiste</p><p>muitas emoções no estômago, e agora todas estão</p><p>revolvendo-se. Às vezes vais sentir vontades de vomitar,</p><p>náuseas.</p><p>Às vezes sentirá uma forte dor de cabeça, porque a</p><p>meditação está trocando a estrutura interna de seu</p><p>cérebro. Ao meditar, está realmente em um caos.</p><p>Logo as coisas se assentarão. Mais no momento tudo</p><p>estará revolto.</p><p>Então o que terá que fazer? Você simplesmente olhe a</p><p>dor na cabeça, observa-o.</p><p>Ser um observador. Simplesmente esquece que é um</p><p>fazedor e, pouco a pouco, tudo se apaziguará; e se</p><p>apaziguará tão belamente e tão graciosamente que não</p><p>poderá acreditá-lo em menos que o experimente.</p><p>Não só desaparece a dor de cabeça, porque a energia</p><p>que estava produzindo dor se é observada, desaparece,</p><p>mas sim a mesma energia se converte em fazer. A</p><p>energia é a mesma.</p><p>A dor ou o prazer são duas dimensões da mesma</p><p>energia. Pode-se permanecer sentado em silêncio,</p><p>emprestando atenção à distração, todas as distrações</p><p>desaparecem. E quando todas as distrações</p><p>desaparecem de repente te dará conta que o corpo</p><p>completo desapareceu.</p><p>MEDITAÇÃO MANDALA</p><p>Esta é outra técnica moderna e catártica. Cria um</p><p>círculo de energia que desemboca em um centramento</p><p>natural.</p><p>Há quatro etapas de quinze minutos cada uma.</p><p>Primeira Etapa: 15 minutos</p><p>Com os olhos abertos, corre sem te mover de onde está</p><p>parado, começando devagar e indo mais e mais rápido</p><p>gradualmente. Eleva seus joelhos o mais possível. A</p><p>expiração profunda e uniforme moverá a energia dentro.</p><p>Esquece a mente e esquece o corpo. Continua sem</p><p>parar.</p><p>Segunda etapa: 15 minutos.</p><p>Sente-se com os olhos fechados e a boca aberta e</p><p>relaxada. Faz rodar brandamente seu corpo da cintura</p><p>como um junquilho balançando-se no vento.</p><p>Sente o vento te movendo de um lado a outro: para trás,</p><p>para diante e em círculos.</p><p>Isto trará suas energias acordadas ao centro do umbigo.</p><p>Terceira etapa: 15 minutos.</p><p>Tenda-te de costas, abre os olhos e, com a cabeça</p><p>quieta, faz rodar os olhos em direção dos ponteiros de</p><p>relógio do relógio. Gira-os totalmente em torno das</p><p>conchas, como se seguisse o segundo ponteiro de</p><p>relógio, de um enorme relógio, mas tão rápido como é</p><p>possível.</p><p>É importante que a boca permaneça aberta e a queixada</p><p>relaxada e a respiração suave e uniforme. Isto trará suas</p><p>energias centradas ao terceiro olho.</p><p>Quarta etapa: 15 minutos.</p><p>Fecha os olhos e permanece quieto.</p><p>A NECESSIDADE DE CATARSE</p><p>Durante sessenta minutos, todos os dias, simplesmente</p><p>te esqueça do mundo.</p><p>Deixa que o mundo desapareça de ti e você desaparece</p><p>do mundo e só olhe dentro.</p><p>Ao começo,</p><p>verá só nuvens. Não se preocupe por elas:</p><p>essas nuvens são criadas por suas repressões.</p><p>Cruzar-te-á com a ira, o ódio, a cobiça e todo tipo de</p><p>fossas negras.</p><p>Reprimiste-os, de maneira que estão aí.</p><p>As mal chamadas religiões lhe ensinaram a reprimi-los,</p><p>de maneira que estão ali como feridas.</p><p>Estiveste-as ocultando. Por isso minha ênfase está</p><p>primeiro na catarse.</p><p>A menos que atravesse por grandes catarses, terá que</p><p>passar através de muitas nuvens.</p><p>Será extenuante, e pode que esteja impaciente, que</p><p>queira retornar ao mundo. Dirá: “Não há nada. Não há</p><p>flor de lótus e não há fragrância; há só peste, lixo”.</p><p>Você sabe: com o que te encontra quando fecha os olhos</p><p>e começa a entrar em ti.</p><p>Não te encontra com essas formosas terras das que</p><p>falam os Budas.</p><p>Encontra-te com infernos e agonias que estão ali</p><p>reprimidos, esperando por ti. Ira acumulada de muitas</p><p>viúvas. Tudo ali é uma grande confusão, de maneira que</p><p>quer permanecer fora.</p><p>Quer ir ao cinema, ao clube, a te encontrar com gente e</p><p>mexericar. Quer permanecer ocupado até te cansar e</p><p>ficar dormido. Essa é a forma em que está vivendo, esse</p><p>é seu estilo de vida.</p><p>De maneira que quando começa a olhar dentro,</p><p>naturalmente sente muita estranheza.</p><p>Os Budas dizem que há grande bênção… grande</p><p>fragrância, que vê o florescimento dos lótus e tanta</p><p>fragrância que é eterna. E a cor das flores permanece</p><p>constante; não é um fenômeno cambiante.</p><p>Eles falam a respeito deste paraíso, falam a respeito</p><p>deste reino de Deus que está em seu interior. E quando</p><p>você entra, só te encontra com o inferno.</p><p>Não vê a terra dos Budas, a não ser os campos de</p><p>concentração do Adolf Hitler.</p><p>Naturalmente, começa a pensar que nada disto tem</p><p>sentido, que é melhor permanecer fora. E por que seguir</p><p>jogando com suas feridas?...isto também dói…e o pus</p><p>começa a sair das feridas, e está sujo.</p><p>E assim a catarse ajuda; se experimentar as meditações</p><p>caóticas, arrojará todas estas nuvens fora, e então a</p><p>atenção consciente se volta mais fácil.</p><p>Essa é a razão pela qual eu insisto nas meditações</p><p>caóticas, em primeiro lugar; e depois as meditações em</p><p>silêncio.</p><p>Primeiras meditações ativas, logo meditações passivas.</p><p>Pode entrar na passividade só quando tudo o lixo foi</p><p>expulsa. A ira foi expulsa, a cobiça foi expulsa… capa</p><p>sobre capa, estas coisas estão ali. Mas, uma vez que as</p><p>expulsaste, poderá te deslizar facilmente para dentro.</p><p>Não há nada que a torne límpida.</p><p>E logo, a luz brilhante do país dos Budas… de improviso</p><p>está no mundo totalmente diferente… o mundo da Lei do</p><p>Lótus…o mundo do Dharma, o mundo do Tao.</p><p>SIMPLESMENTE TE PERMITA</p><p>Quando sinta ira, não há necessidade de estar zangado</p><p>com alguém, simplesmente te permita estar furioso.</p><p>Deixa que isso seja uma meditação.</p><p>Encerre-te só no quarto, sente-se e deixa que apareça</p><p>toda a ira que possa.</p><p>Se sentir vontades de golpear, lhe pegue a um</p><p>travesseiro ou a uma almofada.</p><p>Faz algo que queira fazer: o travesseiro nunca vai</p><p>objetar. Quer-se matar ao travesseiro, toma uma faca e</p><p>mata-a. Isto ajuda, isto ajuda tremendamente.</p><p>A gente nunca pode imaginar de quanta ajuda pode ser</p><p>um travesseiro.</p><p>Pegue-lhe, remói-a, atira-a.</p><p>Se sua ira apontar a alguém em especial, escreve seus</p><p>nomes no travesseiro ou peça um retrato nela.</p><p>Sentir-se-á ridículo, tolo, mas a ira é ridícula, não há</p><p>nada que possa fazer respeito a isso. De maneira que te</p><p>relaxe e desfruta-o como um fenômeno de energia. Isto é</p><p>um fenômeno energético. Se não estiver ferindo a</p><p>ninguém, não há nada de mau nisso. Quando provar isto,</p><p>vais ver que a idéia de ferir alguém desaparece pouco a</p><p>pouco.</p><p>Faça disto uma prática diária: só vinte minutos ao dia.</p><p>Então observa durante o resto do dia.</p><p>Vais estar mais acalmado, porque a energia que se</p><p>converte em ira foi expulsa, a energia que se transforma</p><p>em veneno foi arrojada fora do sistema.</p><p>Faz isto pelo menos durante duas semanas, e depois de</p><p>uma semana te vais surpreender ao ver que, qualquer</p><p>seja a situação, a ira não está surgindo. Só prova-o.</p><p>OFEGA COMO UM CÃO</p><p>É difícil trabalhar com a ira diretamente, porque pode</p><p>estar profundamente reprimida. Portanto, trabalha</p><p>indiretamente.</p><p>O correr ajudará a evaporar muita ira e muito medo.</p><p>Quando está correndo durante um tempo comprido e</p><p>respirando profundamente, a mente deixa de funcionar e</p><p>o corpo toma as rédeas.</p><p>E um pequeno exercício será de muita ajuda.</p><p>Quando alguém não vai mais abaixo do estômago, mais</p><p>abaixo do ventre, e é, de algum jeito, superficial, pode</p><p>caminhar e ofegar como um cão. Pode tirar a língua e</p><p>deixá-la pendurar para baixo, e atuar tal como um cão e</p><p>ofegar.</p><p>Quando alguém não pode respirar, tem um bloqueio ali,</p><p>o ofego pode ser muito significativo. Ofega-se durante</p><p>meia hora, sua ira fluirá muito belamente, seu corpo</p><p>completo se envolverá nisso.</p><p>De maneira que pode tentar isto em seu quarto alguma</p><p>vez.</p><p>Pode usar um espelho e lhe ladrar e lhe grunhir. Dentro</p><p>de três semanas, sentirá que as coisas vão mais</p><p>profundo. Uma vez que a ira foi liberada, foi-se, sentir-</p><p>se-á livre.</p><p>AMANHÃ</p><p>Celebração, jogo e trabalho</p><p>MÚSICA E DANÇA</p><p>A música é meditação, meditação cristalizada em uma</p><p>dimensão determinada.</p><p>A meditação é música, música derretendo-se dentro do</p><p>que não tem dimensão. Não são duas coisas separadas.</p><p>Ama-se a música, a amas só porque sente que a seu</p><p>redor está ocorrendo à meditação… absorve-te…</p><p>embebeda-te com ela.</p><p>Algo do desconhecido começa a descender a seu redor…</p><p>Deus começa a sussurrar. Seu coração pulsa em um</p><p>ritmo diferente, no que está em harmonia com o</p><p>universo… de repente está em profundo orgasmo com o</p><p>tudo.</p><p>Uma sutil dança entra em seu ser, e começa a abrir-se</p><p>comporta que tinham permanecido fechadas pra sempre.</p><p>Uma nova brisa passa através de ti; o pó dos séculos se</p><p>vai com ela… se sente como se tivesse dado um banho,</p><p>um banho espiritual esteve sob uma ducha, limpo,</p><p>fresco, virgem.</p><p>A música é meditação, a meditação é música.</p><p>Estas são duas portas para aproximar-se do mesmo</p><p>fenômeno.</p><p>DANÇA SUFI</p><p>Se um homem que está zangado, participa da dança</p><p>Sufi… a ira estará em sua dança.</p><p>Pode observar às pessoas, e pode ver que suas danças</p><p>têm diferentes qualidades.</p><p>A dança de alguém é uma espécie de irritação; a</p><p>irritação se filtra através de sua dança, através de seus</p><p>gestos.</p><p>A dança de outra pessoa tem graça em si mesmo; o amor</p><p>está fluindo, certo tipo de elegância; a dança de outro</p><p>tem compaixão, a dança de outro tem êxtase, a dança de</p><p>outro é tão somente rígido e tenso: só está fazendo</p><p>gestos vazios, não há ninguém detrás deles; gestos</p><p>mecânicos. Observa.</p><p>Por que esta diferença? Porque eles levam diferentes</p><p>capas de repressão.</p><p>Quando dança, sua fúria dançará se estiver presente.</p><p>Onde pode ir? Quanto mais dance, mais dançará a ira.</p><p>Se estiver cheio de amor, seu amor começará a</p><p>transbordar-se quando começar a dançar, dançará por</p><p>todo seu redor, por todo o espaço.</p><p>Sua dança vai ser seu baile, vai conter tudo o que você</p><p>contenha. Se estiver sexualmente reprimido, o sexo</p><p>borbulhará quando dançares.</p><p>Tem que ter catarse, não pode ir diretamente.</p><p>Só quando todo o veneno se foi e a fumaça tenha</p><p>desaparecido, estará capacitado para encontrar</p><p>compreensão súbita ou gozo divino em métodos como a</p><p>dança Sufi.</p><p>MEDITAÇÃO NATARAJ</p><p>A Nataraj é dança como meditação total.</p><p>Há três etapas que dura um total de 65 minutos.</p><p>Primeira etapa: 40 minutos.</p><p>Dança com os olhos fechados como se estivesse</p><p>possuído. Deixa que seu inconsciente assuma totalmente</p><p>o controle. Não controle seus movimentos nem seja uma</p><p>testemunha do que está acontecendo. Só te entregue</p><p>totalmente ao baile.</p><p>Segunda etapa: 20 minutos.</p><p>Mantendo seus olhos fechados, te tenda de costas</p><p>imediatamente. Permanece silencioso e quieto.</p><p>Terceira etapa: 5 minutos.</p><p>Dança em celebração e te divirta.</p><p>Esquece ao bailarino, o centro do ego; converta-te no</p><p>baile. Essa é a meditação.</p><p>Dança tão profundamente que se esqueça</p><p>completamente de que “seu” está dançando, e começa a</p><p>sentir que você é o baile.</p><p>A divisão deve desaparecer; então se converterá em</p><p>meditação.</p><p>Se a divisão estiver aí, então isto é um exercício bom,</p><p>saudável, mas não se poderá dizer que seja</p><p>espiritual.</p><p>É só uma simples dança.</p><p>A dança é boa em si mesmo; até onde chegue, é boa. Ao</p><p>terminar, sentir-se-á fresco, jovem.</p><p>Mas ainda não é meditação. O bailarino deve ir-se, até</p><p>que só permaneça a dança.</p><p>Então o que fazer? Ser total na dança, porque a divisão</p><p>só pode existir se você não está totalmente nele.</p><p>Está-se parada a um lado olhando seu própria dança, a</p><p>divisão seguirá presente: você é o bailarino e está</p><p>dançando.</p><p>Então o baile é só um ato, algo que você faz; este não é</p><p>seu ser.</p><p>Assim te envolva totalmente, te inunde nele. Não te</p><p>mantenha afastado, não seja um observador. Participa!</p><p>Permite que o baile flua se por acaso sozinho, não o</p><p>force.</p><p>Mas bem, segue-o; permite que aconteça.</p><p>Este não é um fazer, a não ser um acontecer.</p><p>Permanece em um ânimo festivo. Não está fazendo algo</p><p>muito sério; está-o jogando, jogando com sua energia</p><p>vital, jogando com sua energia, permitindo mover-se a</p><p>seu próprio modo. Assim como o vento sopra e o rio</p><p>flui… você está fluindo e soprando… sente-o.</p><p>E ser brincalhão. Recorda sempre esta palavra</p><p>“brincalhão”. Comigo isto é básico.</p><p>Neste país, Índia, nós chamamos à criação “O Lê a de</p><p>Deus”, o jogo de Deus.</p><p>KIRTAN</p><p>Não tome a sério a religião. Pode cantar e dançar nela;</p><p>as caras largas não são necessárias.</p><p>Vivemos com caras largas durante muito tempo. Se vir o</p><p>velho rosto de Deus, verá que é triste. Produz</p><p>aborrecimento. Agora necessitamos um Deus que dance</p><p>e ria.</p><p>Tem que dançar em um estado de ânimo enlevado, em</p><p>êxtase. Toda sua energia vital deve estar fluindo, rindo,</p><p>cantando. Celebra a vida.</p><p>Como técnica de meditação, o Kirtan tem três etapas de</p><p>20 minutos cada uma.</p><p>PRIMEIRA ETAPA: Com os olhos fechados, dança, canta,</p><p>golpeia as Palmas.</p><p>te envolva totalmente.</p><p>SEGUNDA ETAPA: recoste-te, permanece quieto e em</p><p>silêncio.</p><p>TERCEIRA ETAPA: Dança e canta novamente, em total</p><p>abandono. Perca-te a ti mesmo.</p><p>Qual é a utilidade da meditação… o que obtém dela?</p><p>Qual é a</p><p>utilidade da dança?...Nenhuma.</p><p>Não pode comê-lo, não pode bebê-lo, não pode te</p><p>fabricar um teto com ele. Não parece ser algo útil. Tudo</p><p>o que é formoso e verdadeiro não é útil.</p><p>VIVE NESTE MOMENTO</p><p>À medida que aprofunda na meditação, o tempo</p><p>desaparece.</p><p>Quando a meditação realmente floresceu, o tempo</p><p>desaparece. Isto acontece simultaneamente: quando a</p><p>mente desaparece, o tempo desaparece.</p><p>Portanto, ao longo das idades, os místicos hão dito que o</p><p>tempo e a mente não são outra coisa que duas caras da</p><p>mesma moeda.</p><p>A mente não pode viver sem o tempo; o tempo não pode</p><p>viver sem a mente… o tempo é uma forma através da</p><p>qual a mente pode existir… portanto, todos os Budas</p><p>insistiram: “Vive neste momento”.</p><p>Viver neste momento é meditação… estar simplesmente</p><p>aqui e agora é meditação.</p><p>Aqueles que estão simplesmente aqui e agora comigo…</p><p>neste momento estão em meditação.</p><p>Isto é meditação: o pássaro cuco chamando de longe, e o</p><p>aeroplano passando e os corvos e os pássaros e tudo</p><p>está em silêncio, e não há movimento na mente… não</p><p>está pensando sobre o passado e não está pensando no</p><p>futuro. O</p><p>tempo se deteve.</p><p>O mundo se deteve. Deter o mundo é toda a arte da</p><p>meditação. E viver no momento é viver na eternidade.</p><p>Saborear o momento sem ideias, sem mente, é saborear</p><p>a imortalidade.</p><p>TÉCNICAS PARA A VIDA COTIDIANA</p><p>DETENHA!</p><p>Começa a praticar um método muito simples, pelo</p><p>menos seis vezes ao dia.</p><p>Isto toma só meio minuto cada vez, assim são três</p><p>minutos ao dia.</p><p>É a meditação mais curta do mundo! Tem que fazê-la de</p><p>improviso, essa é a chave.</p><p>Caminhando na rua… de repente recorda. Detenha-se</p><p>completamente durante o meio minuto… qualquer que</p><p>seja a situação, detenha-se completamente e só</p><p>permanece presente frente a algo que esteja</p><p>acontecendo.</p><p>Então comece a se mover outra vez.</p><p>Seis vezes ao dia.</p><p>Pode fazê-lo mais vezes, mas não menos, isto te trará</p><p>muita abertura. Tem que fazer-se de súbito.</p><p>Se tão somente te fizer presente de súbito, a energia</p><p>completa troca.</p><p>A continuidade que acontecia dentro da mente se detém.</p><p>E é tão repentino que a mente não pode criar um novo</p><p>pensamento em forma imediata.</p><p>Toma tempo; a mente é estúpida.</p><p>Onde queira, no momento em que recorde, só lhe dê</p><p>uma sacudida a todo seu ser e detenha. Não somente</p><p>você te voltará alerta.</p><p>Logo sentirá que outros se deram conta de que algo</p><p>ocorreu: algo do desconhecido está entrando em ti.</p><p>O TRABALHO COMO MEDITAÇÃO</p><p>Quando queira que sinta que não está de bom humor e</p><p>que não se sente bem no trabalho, faz o seguinte: antes</p><p>de começar a trabalhar, só por cinco minutos, exala</p><p>profundamente.</p><p>Sente que com a exalação está arrojando fora seu estado</p><p>de ânimo negro, e te surpreenderá: em cinco minutos</p><p>estará repentinamente de retorno à normalidade e o</p><p>ânimo negro terá desaparecido, a escuridão se foi.</p><p>O melhor se pode fazê-lo, é transformar seu trabalho em</p><p>meditação. Então a meditação nunca entra em conflito</p><p>com sua vida.</p><p>Algo que faça pode voltar-se meditativa… a meditação</p><p>não é um pouco separada, é parte da vida… É tal como</p><p>respirar; tal como inala e exala, medita também.</p><p>E isto é simplesmente uma mudança de ênfase; não é</p><p>muito que terá que fazer.</p><p>Coisas que estiveste fazendo em forma descuidada,</p><p>começa às fazer cuidadosamente… Coisas que estiveste</p><p>fazendo por algum resultado, por exemplo, este Dinheiro</p><p>está perfeito, mas pode obter muitos mais prazeres.</p><p>Por que lhe perder isso São gratuitos.</p><p>Estará fazendo seu trabalho, já seja que o ame ou não,</p><p>de maneira que o fazê-lo com amor te entregará muitas</p><p>outras coisas que de outra maneira te perderia.</p><p>A arte é meditação.</p><p>Qualquer atividade se converte em meditação se estiver</p><p>absorto nela. Assim não te limites a ser um técnico. Se</p><p>só for um técnico, então a pintura nunca se converterá</p><p>em uma meditação.</p><p>Tem que estar submerso nela em forma louca, insensato,</p><p>completamente absorto! Sem saber aonde vai, sem saber</p><p>o que está fazendo, sem saber quem é… este estado de</p><p>não saber será meditação; deixa que aconteça.</p><p>A pintura não deve ser grafite… mas sim só se deve</p><p>permitir que ocorra. E não quero dizer que você</p><p>permaneça inativo, não: então nunca acontecerá.</p><p>Tem que ser um canal para ela tem que ser muito, muito</p><p>ativo e, entretanto, não fazê-lo.</p><p>Essa é a mutreta, isso é o essencial do assunto: tem que</p><p>ser ativo e, ainda assim, não ser um fazedor.</p><p>Aproxima-te do tecido. Durante alguns minutos, só</p><p>medita: sente-se silenciosamente ali, frente ao tecido.</p><p>Tem que ser como a escritura automática.</p><p>Pode tomar a pluma em sua mão e se sinta em silêncio…</p><p>de repente, sente uma sacudida na mão e não é que a</p><p>tenha feito, sabe que você não a tem feito…</p><p>Você estava somente esperando isto. A sacudida chega e</p><p>a mão começa a mover-se, algo começa a acontecer. É</p><p>dessa maneira que deve começar a pintar.</p><p>Alguns minutos de meditação, só de estar aberto. Algo</p><p>que vá acontecer, você permite que aconteça. Você</p><p>contribuirá com toda sua perícia a favor de permitir que</p><p>isto aconteça.</p><p>Toma o pincel e começa… veja devagar ao começo, de</p><p>maneira que “você” não se misture… só veja devagar.</p><p>Deixa que o tema comece a fluir por si só através de ti; e</p><p>então, te perca nele. E não pense em nada mais.</p><p>A arte só deve ter um propósito: a arte mesmo, então é</p><p>meditação. Nenhum outro motivo deve estar influindo</p><p>nisto.</p><p>Não estou dizendo que não vás vender suas pinturas ou</p><p>que não vais exibi-las; isso está perfeitamente bem, mas</p><p>é um produto lateral. Esse não é o motivo.</p><p>A gente necessita comida, assim a gente vende uma</p><p>pintura; mas vendê-la, é quase como vender a seu filho.</p><p>Sente-se triste, mas esse não foi o motivo: não a pintaste</p><p>para vendê-la.</p><p>Foi vendida, isso é outra coisa, mas o motivo não está</p><p>ali. De outra maneira, seguirá sendo um técnico.</p><p>Deveria te desvanecer.</p><p>Não precisa permanecer ali, deveria desaparecer</p><p>completamente em sua pintura, em seu baile, em sua</p><p>respiração, em seu canto.</p><p>Em algo que esteja fazendo, deveria te perder</p><p>completamente, perder totalmente o controle.</p><p>UMA MEDITAÇÃO PARA O JET SET</p><p>Não se pode encontrar uma melhor situação para</p><p>meditar que a que te oferece enquanto voa a grande</p><p>altura. Quanto mais elevada a altura, mais fácil é a</p><p>meditação. Daí</p><p>que, por séculos, os meditadores se</p><p>transladaram aos Himalaias para encontrar alturas</p><p>elevadas.</p><p>Quando a gravitação é menor e a terra está muito</p><p>distante, muitos puxões da terra se afastam. Encontra-te</p><p>longe da sociedade corrupta que o homem construiu.</p><p>Estará rodeado por nuvens e estrelas e a lua e o sol e o</p><p>imenso espaço… Assim faz uma coisa: começa a te sentir</p><p>um com essa imensidão, e faça-o em três etapas.</p><p>O primeiro passo é: por poucos minutos, só imagina que</p><p>te está aumentando… está enchendo todo o avião.</p><p>Então o segundo passo: começa a sentir que te está</p><p>aumentando ainda mais, que é maior que o avião; de</p><p>fato, o avião está dentro de ti.</p><p>E o terceiro passo: sente que expandiste a todo o céu.</p><p>Agora estas nuvens que se estão movendo, e a lua, e as</p><p>estrelas, estão-se movendo dentro de ti: é enorme,</p><p>ilimitado.</p><p>Esta sensação se transformará em sua meditação, e se</p><p>sentirá completamente depravado e suavizado.</p><p>MEDITAÇÃO GIBBERISH</p><p>Esta é uma técnica altamente catártica que estimula os</p><p>movimentos expressivos do corpo. Deve distinguir-se da</p><p>suave meditação Devavani.</p><p>Seja sozinho ou em grupo, fecha os olhos e começa a</p><p>emitir sons sem sentido: gibberish.</p><p>Permita-te expressar algo que precise ser expressa.</p><p>Arroja tudo fora.</p><p>A mente pensa sempre em términos de palavras. O</p><p>gibberish te ajuda a romper este patrão de verbalização</p><p>contínua.</p><p>Sem reprimir seus pensamentos pode expressá-los em</p><p>gibberish. Do mesmo modo, deixa que o corpo seja</p><p>expressivo.</p><p>Logo, durante 15 minutos, te recoste sobre seu</p><p>estômago e sente como se te estivesse fundindo com a</p><p>mãe terra. Com cada exalação, sente que te funde com a</p><p>terra debaixo de ti.</p><p>A MEDITAÇÃO DA NÃO-MENTE</p><p>Meus Amados: estou-lhes apresentando uma nova</p><p>meditação.</p><p>Está dividida em três partes. A primeira parte é</p><p>“gibberish”. A palavra gibberish vem de um místico Sufí,</p><p>Jabbar, o qual nunca falou nenhuma linguagem, só</p><p>pronunciava sons sem sentido. Ainda assim, teve</p><p>milhares de discípulos, porque o que estava dizendo era:</p><p>“Sua mente não é nada a não ser gibberish.</p><p>“Ponha de lado e terá um sabor de seu próprio ser”. Usa</p><p>gibberish e te volte conscientemente louco. Volte-te</p><p>louco com absoluta consciência… de tal modo que te</p><p>converta no centro do ciclone.</p><p>Simplesmente permite que venha algo, sem preocupar-</p><p>se de que seja razoável ou significativa. Só atira tudo o</p><p>lixo da mente e cria o espaço no qual o buda apareça.</p><p>Na segunda parte o ciclone se foi e te levou a ti também.</p><p>O Buda tomou seu lugar absolutamente silencio e</p><p>imobilidade. Só está observando o corpo… a mente é</p><p>algo que esteja acontecendo.</p><p>Na terceira parte: Deixe ir! Então relaxa seu corpo e o</p><p>deixa cair sem nenhum esforço, sem que a mente o</p><p>controle… simplesmente cai como um saco de arroz.</p><p>Cada parte começará com um som de tambor.</p><p>*Em 26 de Maio de 1988, em Poona, Índia, Osho</p><p>apresentou a seus discípulos uma nova meditação</p><p>chamada “Não-mente”.</p><p>MEDITAÇÃO DO OSHO PARA FUMAR</p><p>Um homem veio até mim. Tinha estado sofrendo de</p><p>intenso vício ao tabaco durante trinta anos. Estava</p><p>doente e os médicos lhe diziam: “Nunca estará saudável</p><p>se não deixar de fumar”, mas era um fumante crônico;</p><p>não podia evitá-lo.</p><p>Tinha tentado deixá-lo, não é que não o tivesse tentado;</p><p>esforçou-se muito, e tinha sofrido muito em seu esforço;</p><p>mas só o deixava por um dia ou dois, logo outra vez a</p><p>urgência vinha com tal intensidade que simplesmente o</p><p>levava consigo. Outra vez caía dentro do mesmo padrão.</p><p>Devido ao fumar, tinha perdido toda confiança em si</p><p>mesmo: sabia que não podia fazer nenhuma coisa tão</p><p>pequena, não podia deixar de fumar. Tinha perdido todo</p><p>valor ante seus próprios olhos; concebia-se a si mesmo</p><p>como a pessoa menos valiosa no mundo. Não tinha</p><p>respeito por si mesmo. Veio a mim.</p><p>Disse: “O que posso fazer?” Como posso deixar de</p><p>fumar?</p><p>Disse-lhe: “Ninguém pode deixar de fumar. Tem que</p><p>entender que o fumar não é só questão de tua decisão.</p><p>entrou no mundo de seus hábitos: jogou raízes. Trinta</p><p>anos é muito tempo. jogou raízes em seu corpo, em sua</p><p>química; pulverizou-se inteiramente.</p><p>Já não é só um problema que deve decidir sua cabeça;</p><p>sua cabeça não pode fazer nada. A cabeça é impotente,</p><p>pode começar coisas, mas não pode as deter tão</p><p>facilmente.</p><p>Uma vez que começaste e uma vez que o praticaste</p><p>durante tanto tempo, transformaste-te em um grande</p><p>iogue trinta anos praticando o fumar!</p><p>Converteu-se em algo autônomo; terá que</p><p>desautomatizá-lo.</p><p>Ele disse: “O que quer significar com desautomatizar?”</p><p>É disso que a meditação se trata: desautomatização.</p><p>Disse-lhe: “Você faz uma coisa: esqueça-se de abandoná-</p><p>lo. Não é necessário tampouco. Durante trinta anos</p><p>fumaste e viveu; certamente que sofreste, mas</p><p>acostumaste a isso também. E que importância tem se</p><p>morrer umas horas antes do que tivesse morrido se não</p><p>fumasse? O que fará aqui? O que tem feito? O que</p><p>importa que morra segunda-feira ou terça-feira ou</p><p>domingo, este ano ou aquele? Que importância tem?”</p><p>Disse: “Se, isso é certo, não tem importância.”</p><p>Então lhe disse: “te esqueças disso. Não vamos detê-lo</p><p>absolutamente, mas bem vamos compreendê-lo. De</p><p>maneira que, a próxima vez, transforma-o em uma</p><p>meditação”.</p><p>Disse-me: “Fazer uma meditação do fumar?”</p><p>Disse-lhe: “Sim. Se a gente do Zen pode fazer uma</p><p>meditação do beber chá, e transformá-lo em uma</p><p>cerimônia por que não? O fumar pode ser tão formoso</p><p>como uma meditação.</p><p>Pareceu excitado. Disse: “O que está dizendo?” animou-</p><p>se e disse: “Meditação? diga-me isso não posso</p><p>esperar!”</p><p>Dava-lhe a meditação.</p><p>Disse-lhe: “Faz uma coisa. Quanto esteja tirando o</p><p>pacote de cigarros de seu bolso, te mova lentamente.</p><p>Desfruta-o… não há pressa… permanece consciente,</p><p>alerta, atento: tira-os lentamente, em total alerta… então</p><p>tira o cigarro do pacote com total consciência,</p><p>lentamente. Não como o fazia antes: em forma</p><p>apressada, inconsciente, mecânica. Depois começa a dar</p><p>ligeiros golpecitos aos cigarros em seu pacote, mas em</p><p>forma muito alerta. Escuta o som… tal como fazem os do</p><p>Zen quando o samovar começa a cantar, e o chá começa</p><p>a ferver e o aroma… “Então cheira o cigarro e sua</p><p>formosura…”</p><p>Ele disse: “O que está dizendo? A formosura?”</p><p>“Sim, é formoso. O tabaco é tão divino como qualquer</p><p>outra coisa. Cheira-o: é o aroma de Deus”.</p><p>Pareceu um pouco surpreso. Disse: “O que? Está</p><p>brincando?” “Não, não estou brincando. Mesmo que</p><p>brinco, não brinco. Eu sou muito sério. Então o põe em</p><p>sua boca, com total consciência; acende-o com total</p><p>consciência. Desfruta de cada ato, cada pequeno ato,</p><p>divide-o entre tantos pequenos atos como te é possível,</p><p>de maneira que possa estar mais e mais consciente”.</p><p>“Então aspira sua primeira baforada: Deus na forma de</p><p>fumaça. Os hindus dizem Annam Brahm, ‘o alimento é</p><p>Deus’ por que não a fumaça? Tudo é Deus.</p><p>Enche profundamente seus pulmões, isto é uma</p><p>Pranayama. Estou-te dando a nova ioga para a nova era!</p><p>Então deixa sair a fumaça, te relaxe, outra baforada… e</p><p>vê muito lentamente”. “Se o pode fazer, surpreender-te-</p><p>á: logo verá a total estupidez disso. Não porque outros</p><p>hajam dito que é estúpido, não porque outros hajam dito</p><p>que é mau. Você a verá. E esta visão não será só</p><p>intelectual. Surgirá desde seu ser total; será uma visão</p><p>de sua totalidade. E então, um dia, se cessar, cessa; se</p><p>continuar continua, não tem que preocupar-se respeito a</p><p>isso”.</p><p>Depois de três meses, veio e disse: “cessou”.</p><p>“Agora, disse-lhe, tenta-o também com outras coisas”.</p><p>Este é o segredo, o segredo: desautomatize.</p><p>Caminhando… caminha devagar, vigilantemente.</p><p>Olhando, olhe com total atenção, e verá que as árvores</p><p>são mais verdes do que nunca foram, e as rosas são mais</p><p>rosas do que foram jamais. Escuta! Alguém está falando,</p><p>mexericando: Escuta… escuta atentamente. Quando está</p><p>falando, fala atentamente. Permite que toda a atividade</p><p>que desenvolve durante sua vigília se desautomatize.</p><p>DESFRUTA-O!</p><p>Viva momento a momento. Durante três semanas, prova.</p><p>Algo que esteja fazendo, faça-a em forma tão total como</p><p>pode… ama-a e desfruta-a. Possivelmente pareça tolo.</p><p>Está-se tomando chá, é parvo desfrutá-lo até esse ponto:</p><p>é somente chá comum… mas o chá comum pode</p><p>converter-se</p><p>extraordinariamente formoso, uma</p><p>experiência tremenda se a desfrutar. Desfruta-a com</p><p>profunda reverência. Transforma-a em uma cerimônia:</p><p>preparar o chá… escuta o bule e o som; logo, servir o</p><p>chá… cheirar sua fragrância… então saboreia o chá e se</p><p>sinta feliz.</p><p>Os mortos não podem beber chá: somente pessoas muito</p><p>viva podem fazê-lo. Neste momento está vivo! Neste</p><p>momento está bebendo chá. Sinta-se agradecido! E não</p><p>pense no futuro. O momento que vem se encarregará de</p><p>si mesmo. Não pense no amanhã: durante três semanas</p><p>vive no momento.</p><p>SENTA-TE EM SILÊNCIO E AGUARDA</p><p>O que acontece às vezes é que a meditação está muito</p><p>perto, mas você está entretido em outras coisas.</p><p>Essa suave e pequena voz está dentro de ti, mas você</p><p>está cheio de ruídos, compromissos, ocupações,</p><p>responsabilidades.</p><p>E a meditação vem como um murmúrio, não chega como</p><p>uma ordem gritada; vem em forma muito silenciosa. Não</p><p>faz ruído, nem sequer se ouvem seus passos… de</p><p>maneira que se está ocupado, ela aguarda e parte.</p><p>Assim, ao menos uma hora ao dia, te acostume a te</p><p>sentar silenciosamente e a esperar por ela.</p><p>Não faça nada… tão somente sente-se com os olhos</p><p>fechados em grande espera, com um coração em</p><p>espera… com um coração aberto, tão somente</p><p>esperando.</p><p>Se algo acontecer, estará preparado para recebê-lo. Se</p><p>nada acontecer, não se sinta frustrado.</p><p>Inclusive sentar-se durante uma hora sem que nada</p><p>aconteça é bom, é relaxante… lhe calma, aquieta-te, far-</p><p>te-á mais centrado e aprumado.</p><p>Isso virá mais e mais, e pouco a pouco estabelecerá um</p><p>acordo mútuo com o estado meditativo.</p><p>Se esperas a uma certa hora, em um quarto determinado</p><p>e em um momento determinado, o virá mais e mais. Isto</p><p>não é algo que venha de fora; vem desde seu núcleo</p><p>mais interno. Mas quando o consciente interno sabe que</p><p>o consciente externo está aguardando por ele, é maior a</p><p>possibilidade de um encontro.</p><p>Sente-se sob uma árvore… a brisa está soprando e as</p><p>folhas da árvore estão sussurrando… o vento te toca,</p><p>move-se a seu redor… segue o comprido, mas não lhe</p><p>permita que tão somente siga de comprimento… lhe</p><p>permita mover-se dentro de ti e através de ti.</p><p>Só fecha seus olhos e enquanto esteja passando através</p><p>da árvore e se produza um murmúrio de folhas, sente</p><p>que você também é como a árvore…</p><p>aberta, e que o vento está soprando através de ti… não a</p><p>seu lado, a não ser através de ti.</p><p>Minhas meditações têm o propósito de</p><p>te levar de retorno a sua infância, quando não foi</p><p>respeitável, quando podia fazer</p><p>coisas loucas, quando foi inocente,</p><p>incorrupto pela sociedade; quando não</p><p>tinha aprendido os truques do mundo,</p><p>quando foi de outro mundo, inocente,</p><p>eu gostaria que retornasse a esse ponto;</p><p>de ali, começa de novo.</p><p>ÀS VEZES PODE</p><p>SIMPLESMENTE DESAPARECER</p><p>Sentado sob uma árvore, sem pensar no passado nem no</p><p>futuro, só estando ali onde está? Onde está o eu? Não</p><p>pode senti-lo, não está aí. O ego nunca existiu no</p><p>presente.</p><p>O passado já não é, o futuro não surgiu, nenhum dos</p><p>dois existe. O passado desapareceu, o futuro ainda não</p><p>aparece, só o presente é. E nunca encontrará no</p><p>presente algo que se assemelhe ao ego.</p><p>Uma das meditações mais antigas, que ainda se utiliza</p><p>em alguns monastérios do Tibet, está apoiada no que te</p><p>estou dizendo, embora não o creia. Eles ensinam que às</p><p>vezes pode simplesmente desaparecer.</p><p>Sentado no jardim, tão somente começa a sentir que</p><p>está desaparecendo… Só olhe como luzirá o mundo</p><p>quando houver o tornado absolutamente transparente.</p><p>Tão somente por um segundo, trata de não ser. Em seu</p><p>próprio lar, atua como se não estivesse.</p><p>Esta é realmente uma formosa meditação.</p><p>Pode tentá-lo muitas vezes nas 24 horas, tão somente</p><p>segundo meio bastará.</p><p>Durante meio segundo, simplesmente detenha: você não</p><p>é e o mundo continua.</p><p>Quando te der mais e mais conta do fato de que, sem ti,</p><p>o mundo continua perfeitamente bem, então estará</p><p>capacitado para aprender a respeito de outra parte de</p><p>seu ser que foi abandonada por muito tempo, por vidas</p><p>inteiras. E isto é receptividade.</p><p>Você simplesmente permite, te converta em uma porta.</p><p>As coisas irão acontecendo sem ti.</p><p>A MEDITAÇÃO DA GUILHOTINA</p><p>Outra das formosas meditações tântricas: caminha e</p><p>imagina que a cabeça já não está aí, tão somente o</p><p>corpo. Sente-se e imagina que a cabeça já não está ali,</p><p>só o corpo… continuamente recorda que a cabeça já não</p><p>está aí… visualize-te a ti mesmo sem a cabeça. Tenha um</p><p>retrato ampliado de ti mesmo sem a cabeça… olha-o.</p><p>Permite que seu espelho esteja mais baixo no banheiro,</p><p>de maneira que quando te olhar, não possa ver sua</p><p>cabeça…só o corpo.</p><p>Uns poucos dias de recordação e sentirá que vem a ti tal</p><p>obscenidade, um silêncio tão tremendo… porque o</p><p>problema é a cabeça.</p><p>Pode-se te conceber a ti mesmo sem cabeça, e isso pode</p><p>ser concebido sem nenhuma dificuldade, logo te</p><p>centrará mais e mais no coração.</p><p>Neste mesmo instante te pode visualizar a ti mesmo</p><p>descabeçado… então compreenderá imediatamente o</p><p>que te estou dizendo. “EU NÃO SOU ISTO”</p><p>MENTE é lixo! Não é que você tenha lixo e alguém mais</p><p>não tem. É lixo, e se você continuar trazendo lixo, você</p><p>pode continuar e continuar; você nunca pode levá-lo a</p><p>um ponto em que termina. Isto é lixo autoperpetuante,</p><p>por isso não está morto, é dinâmico. Cresce e tem uma</p><p>vida própria. Então, se você cortá-lo, as folhas vão</p><p>brotar novamente. Tirá-lo fora não significa que ficará</p><p>vazio. Isto somente lhe fará consciente de que esta</p><p>mente, que você criou, com a qual se identificou até</p><p>agora, não é você.</p><p>Ao pô-la sobre a toalha de mesa, fara com que dê-se</p><p>conta da separação, do abismo entre você e ela. O lixo</p><p>permanece, mas você não está identificado com ele, isso</p><p>é tudo. Você se separa, sabe que está separado. Assim</p><p>só tem que fazer uma coisa: não trate de lutar contra o</p><p>lixo, e não trate de trocá-la. Simplesmente observa. Só</p><p>recorda uma coisa: “Eu não sou isto”. Permite que este</p><p>seja o mantra: “Eu não sou isto”.</p><p>Recorda-o e permanece alerta, e observa o que</p><p>acontece. Há uma mudança imediatamente. O lixo estará</p><p>ali, mas já não formará parte de ti. Essa recordação se</p><p>transforma em uma renúncia a ela.</p><p>CARAS DIVERTIDAS</p><p>Há muitas meditações antigas que fazem fazer caras</p><p>cômicas. Pode transformar isto em uma meditação.</p><p>No Tibete é uma das tradições mais antigas.</p><p>Tenha a seu alcance um espelho grande.</p><p>Fique nu, faz caretas, faz coisas cômicas e observa.</p><p>Tão somente as faça e as observe durante 15 a 20</p><p>minutos. Surpreender-te-ás.</p><p>Começará a sentir que está separado disto. Se não</p><p>estiver separado como pode fazer todas estas coisas?</p><p>Então seu corpo simplesmente está em suas mãos, é tão</p><p>somente algo que dirige com suas mãos. Pode jogar com</p><p>ele desta forma e a outra.</p><p>Descobre novas formas de fabricar caras cômicas,</p><p>posturas cômicas.</p><p>Faz algo que possa fazer, e isto te dará um grande</p><p>alívio, e começará a verte a ti mesmo não como o corpo,</p><p>não como a cara, mas sim como a consciência.</p><p>Isto será de ajuda.</p><p>TÃO SOMENTE OLHE O CÉU</p><p>Medita a respeito do céu.</p><p>Quando tiver tempo, deite-se no chão e olhe o céu.</p><p>Permite que essa seja sua contemplação. Se desejas</p><p>orar, ora ao céu. Se desejas meditar, medita sobre o céu.</p><p>Às vezes com os olhos abertos, às vezes com olhos</p><p>fechados. Pois o céu está dentro também; é tão grande</p><p>fora como dentro. Estamos de pé na soleira do céu</p><p>interno e do céu externo, e eles estão em exata</p><p>proporção. Tal como o céu externo é infinito, assim é o</p><p>céu interno.</p><p>Nós estamos tão somente na soleira; de uma ou outra</p><p>forma te pode dissolver. E estas são as duas formas de</p><p>dissolver-se. Se te dissolveres no céu externo, então isso</p><p>é oração. Se te dissolveres no céu interno, será</p><p>meditação. Mas finalmente se tornará o mesmo:</p><p>dissolve-te.</p><p>E estes dois céus não são dois… são dois só porque você</p><p>é… você é a linha divisória. Quando desapareces, a linha</p><p>divisória desaparece E então, o de dentro está fora e o</p><p>de fora está dentro.</p><p>A FRAGRÂNCIA DE UMA FLOR</p><p>Se tem bom olfato, te aproxime de uma flor e permite</p><p>que seu aroma te encha… logo, pouco a pouco, te afaste</p><p>muito lentamente da flor, mas segue estando atento a</p><p>seu aroma… de sua fragrância.</p><p>À medida que te afasta,</p>

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