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<p>EBOOK</p><p>NUTRIÇÃO</p><p>BRASIL 2024</p><p>Alessandra Luglio</p><p>Ao se formar, muitos nutricionistas ainda</p><p>mantêm uma visão tradicional da profissão,</p><p>o que pode tornar o empreendedorismo</p><p>algo que acontece de forma gradual e</p><p>natural. No entanto, é crucial lembrar que o</p><p>sucesso no consultório, embora</p><p>significativo, não é o único objetivo.</p><p>A vida pessoal também desempenha um</p><p>papel importante na trajetória dos</p><p>nutricionistas.</p><p>Engajamento e Satisfação Pessoal</p><p>A prática nutricional é essencial, e sua</p><p>realização não se limita ao consultório; a</p><p>satisfação pessoal é fundamental.</p><p>Portanto, é essencial engajar-se em</p><p>atividades que beneficiem a comunidade,</p><p>como trabalhos sociais. Contribuir para o</p><p>bem-estar global é uma parte importante</p><p>da profissão.</p><p>Além disso, é importante não temer as</p><p>mudanças, pois elas podem sinalizar áreas</p><p>da sua vida que precisam de ajuste. Por</p><p>exemplo, um nutricionista com um</p><p>consultório lotado pode sentir desconforto</p><p>com seus pacientes, especialmente se a</p><p>maioria busca apenas emagrecimento sem</p><p>um propósito maior. Isso pode levar a uma</p><p>sensação de frustração, pois os pacientes</p><p>acabam ignorando o profissional, gerando</p><p>angústia.</p><p>Nesse contexto, surge uma pergunta</p><p>essencial que cada pessoa deve se fazer: "O</p><p>que eu faço quando estou em um lugar</p><p>que não quero e que me deixa triste?" É</p><p>importante começar pelo básico, como</p><p>entrar em contato com a natureza e buscar</p><p>a calma. Esse é o momento em que o</p><p>profissional se reconecta com sua própria</p><p>humanidade. No entanto, um grande</p><p>problema dos dias atuais é que a</p><p>humanidade está perdendo sua essência.</p><p>Reflexão sobre Valores e Saúde</p><p>Observa-se que os valores se tornaram</p><p>superficiais, e a verdadeira sensação de</p><p>poder está se perdendo. O mundo está</p><p>sendo corroído pela falta de</p><p>sensibilidade. Portanto, é necessário</p><p>refletir sobre o estilo de vida atual e os</p><p>hábitos alimentares associados a ele.</p><p>Por exemplo, as Doenças Crônicas Não</p><p>Transmissíveis (DCNT) são resultado do</p><p>estilo de vida atual e são as principais</p><p>causas de morte.</p><p>Desse modo, o papel do nutricionista vai</p><p>além de discutir termos técnicos como</p><p>metabolismo de carboidratos, gorduras e</p><p>proteínas. O verdadeiro desafio é que</p><p>ninguém está considerando a origem dos</p><p>alimentos, ou seja, ninguém está cuidando</p><p>da saúde ambiental, que é fundamental</p><p>para a saúde humana.</p><p>Assim, o estilo de vida molda o fenótipo das</p><p>pessoas, ou seja, o ambiente em que se</p><p>vive tem mais influência na saúde do que</p><p>a genética. Na nutrição, isso não é</p><p>diferente; é essencial discutir esse aspecto</p><p>no contexto nutricional.</p><p>Além disso, o nutricionista carrega uma</p><p>grande responsabilidade, pois a</p><p>alimentação é uma necessidade constante</p><p>para todos. Portanto, é crucial levar essas</p><p>reflexões e impactos para o consultório.</p><p>Diversidade Alimentar e Sustentabilidade</p><p>Pergunte-se: o plano alimentar criado é</p><p>biodiverso? Ele promove abundância ou</p><p>escassez? Atualmente, muitas dietas são</p><p>monótonas, compostas por arroz, feijão,</p><p>proteína e uma salada simples (alface e</p><p>tomate), com o café da manhã</p><p>frequentemente reduzido a tapioca e queijo.</p><p>O nutricionista precisa reconhecer que a</p><p>natureza é vasta e rica em</p><p>biodiversidade, o que também se aplica</p><p>aos suplementos em pó. Estes devem ser</p><p>vistos como um complemento, enquanto a</p><p>base da alimentação deve ser a comida</p><p>diversificada.</p><p>Um exemplo clássico é que, ao final de um</p><p>plano alimentar, muitos pacientes recebem</p><p>recomendações para lojas de suplementos,</p><p>mas raramente são orientados a procurar</p><p>agronegócios e CSAs (Comunidades que</p><p>Sustentam a Agricultura).</p><p>Além disso, é importante destacar que o</p><p>Brasil é o 3º maior produtor de alimentos</p><p>do mundo, mas enfrenta sérias</p><p>preocupações com as queimadas que</p><p>ocorrem em todo o país. O modelo de</p><p>produção de alimentos no Brasil é</p><p>responsável por 74% das emissões de gases</p><p>de efeito estufa do país.</p><p>A Necessidade de Uma Visão Ampliada</p><p>No entanto, atualmente há uma falta de</p><p>profissionais preocupados com essas</p><p>questões, incluindo a pegada de carbono</p><p>dos seus pacientes. Outro dado relevante é</p><p>que cerca de 70% da água potável é usada</p><p>na produção alimentar.</p><p>Portanto, o nutricionista não pode se limitar</p><p>ao que acontece dentro do consultório, mas</p><p>deve considerar e avaliar essas questões</p><p>também.</p><p>Portanto, é urgente expandir a visão da</p><p>nutrição, indo além das tabelas nutricionais</p><p>e das preocupações apenas com</p><p>emagrecimento ou ganho de peso, e</p><p>incorporando o cuidado ambiental nas</p><p>prescrições nutricionais.</p><p>A terra não precisa da humanidade, mas</p><p>a humanidade precisa da terra. O objetivo</p><p>não é apenas salvar o planeta, mas salvar a</p><p>nós mesmos. Isso não é difícil; é essencial</p><p>comer mais plantas e adotar uma</p><p>abordagem mais integrada e menos</p><p>individualista na nutrição.</p><p>"Nossas escolhas alimentares moldam o</p><p>mundo e a paisagem"</p><p>Andreia Friques</p><p>A nutrição materno-infantil vai além do</p><p>simples cuidado, enraizando-se no amor. É</p><p>um marco significativo na vida daqueles</p><p>que participam, seja compartilhando ou</p><p>ouvindo sobre diferentes jornadas e</p><p>emoções. A busca pela mensagem divina</p><p>e por um propósito pode transformar</p><p>essa experiência em algo que transcende</p><p>a própria história. Ninguém está em um</p><p>lugar por acaso.</p><p>O tema abordado se torna uma carta</p><p>aberta, refletindo sobre a evolução da</p><p>disciplina e a resistência inicial enfrentada</p><p>por aqueles que desejavam se especializar</p><p>no cuidado nutricional de mulheres e</p><p>crianças. Apesar das críticas e do ceticismo</p><p>acadêmico sobre a viabilidade financeira</p><p>dessa especialização, a dedicação e o</p><p>trabalho sério podem, de fato, ser</p><p>recompensadores.</p><p>A Jornada Acadêmica e o Impacto da</p><p>Epigenética</p><p>Traumas vivenciados no passado podem</p><p>impulsionar a busca por conhecimento,</p><p>levando, por exemplo, a uma especialização</p><p>em nutrição para oferecer o suporte que</p><p>antes faltou. No contexto acadêmico, essa</p><p>trajetória pode culminar em mestrado e</p><p>doutorado.</p><p>No campo da nutrição materno-infantil,</p><p>estudar os efeitos do ambiente nos genes,</p><p>por meio da epigenética, transforma</p><p>profundamente a compreensão da</p><p>profissão.</p><p>É importante lembrar que, embora calorias</p><p>tenham importância, elas não são tudo.</p><p>Escutar as mães, comunicar-se de forma</p><p>adequada e tratar os outros como</p><p>gostaríamos de ser tratados é</p><p>fundamental, pois essas ações terão</p><p>impacto em várias gerações.</p><p>O Poder da Nutrição e a Influência</p><p>Ambiental</p><p>Em relação à epigenética, é essencial</p><p>destacar que tudo o que ocorre no</p><p>ambiente influencia os genes e afeta os</p><p>disruptores endócrinos.</p><p>Um exemplo disso é a epidemia de plástico,</p><p>que demonstra como tudo o que</p><p>consumimos pode impactar nossos genes.</p><p>Diversos estudos indicam que desde a pré-</p><p>concepção até os primeiros meses de vida,</p><p>deixamos marcas que serão transmitidas às</p><p>próximas gerações.</p><p>A nutrição deve ser o elo que une todos os</p><p>profissionais de saúde, uma conexão</p><p>poderosa, transformadora e sagrada.</p><p>Desde o surgimento da humanidade, a</p><p>nutrição tem desempenhado esse papel. A</p><p>visão para o futuro da nutrição é clara: ela</p><p>deve abrir fronteiras, transformar vidas e</p><p>alcançar as mães.</p><p>Fé e Perspectiva no Futuro da Nutrição</p><p>Deus cuida daquilo que ninguém mais pode</p><p>fazer. O que se vive hoje na nutrição</p><p>materno-infantil é apenas o início.</p><p>Independentemente do que tenha</p><p>acontecido ou do que foi dito a você, olhe</p><p>para dentro de si e deixe-se guiar pelo</p><p>amor. Olhe para cima e acredite em Deus,</p><p>escute o clamor desta e das futuras</p><p>gerações. O "não" de Deus hoje pode ser o</p><p>chamado para o seu futuro. Avance!</p><p>Referências Bibliográficas</p><p>WILD, Christopher Paul. Complementing the</p><p>Genome with an “Exposome”: the</p><p>outstanding challenge of environmental</p><p>exposure measurement in molecular</p><p>epidemiology. Cancer Epidemiology,</p><p>Biomarkers & Prevention, [S.L.], v. 14, n. 8,</p><p>p. 1847-1850, 1 ago. 2005. American</p><p>Association for Cancer Research (AACR).</p><p>http://dx.doi.org/10.1158/1055-9965.epi-05-0456</p><p>http://dx.doi.org/10.1158/1055-9965.epi-05-0456</p><p>http://dx.doi.org/10.1158/1055-9965.epi-05-0456</p><p>http://dx.doi.org/10.1158/1055-9965.epi-05-0456</p><p>http://dx.doi.org/10.1158/1055-9965.epi-05-0456</p><p>Henrique Freire</p><p>O nutricionista deve sempre estudar os</p><p>casos de seus pacientes, mesmo que</p><p>ao ácido no intestino</p><p>delgado, regulando o pH ao estimular a</p><p>liberação de bicarbonato pelo pâncreas. Já</p><p>as células I produzem colecistoquinina (CCK)</p><p>ao serem estimuladas por ácidos graxos e</p><p>ácido, promovendo a liberação de bile e</p><p>enzimas digestivas.</p><p>As células K e L também desempenham</p><p>papéis importantes, com a produção de</p><p>peptídeos e GLP-1, respectivamente, este</p><p>último sendo essencial no metabolismo de</p><p>ácidos biliares e ácidos graxos, mas de difícil</p><p>modulação por drogas sistêmicas,</p><p>sugerindo a eficácia da estimulação local a</p><p>partir do intestino.</p><p>Além dos hormônios, a saúde intestinal</p><p>está fortemente ligada ao equilíbrio</p><p>microbiano</p><p>O crescimento excessivo de bactérias no</p><p>intestino delgado (SIBO) ou de fungos (SIFO)</p><p>pode causar sintomas como distensão</p><p>abdominal e má absorção de nutrientes,</p><p>enquanto no intestino grosso, um</p><p>microbioma diversificado fermenta fibras e</p><p>produz ácidos graxos de cadeia curta, como</p><p>o butirato, com efeitos anti-inflamatórios.</p><p>Essas interações microbiológicas</p><p>influenciam diretamente a progressão do</p><p>diabetes tipo 2, exacerbando a resistência à</p><p>insulina e diminuindo a produção de GLP-1,</p><p>o que agrava a disfunção pancreática e o</p><p>controle glicêmico. Nesse cenário, terapias</p><p>com análogos de GLP-1 emergem como</p><p>uma estratégia promissora para</p><p>melhorar o metabolismo da glicose e a</p><p>saúde intestinal.</p><p>Saúde Mental e Intestino</p><p>Compreender o intestino como órgão</p><p>endócrino e imunológico é fundamental</p><p>para o manejo de doenças crônicas e a</p><p>promoção da saúde mental e metabólica.</p><p>Ao explorar as interações entre</p><p>microbioma, eixo intestino-cérebro e</p><p>sistema endócrino, é possível</p><p>desenvolver tratamentos mais eficazes e</p><p>personalizados, reduzindo a dependência</p><p>de medicamentos.</p><p>Estudos mostram que o monitoramento do</p><p>HOMA-IR é crucial para detectar resistência</p><p>à insulina, e que o uso de inibidores da</p><p>bomba de prótons pode causar deficiência</p><p>de vitamina B12, afetando a saúde</p><p>neurológica. Além disso, a modulação do</p><p>TNF-alfa e a suplementação com ômega-3,</p><p>prebióticos e probióticos têm mostrado</p><p>benefícios na redução da inflamação, na</p><p>melhora da saúde mental e na regulação do</p><p>microbioma intestinal.</p><p>Para assegurar a integridade científica e a</p><p>precisão na formulação de probióticos, é</p><p>fundamental considerar as quantidades</p><p>adequadas das cepas bacterianas e</p><p>leveduras específicas. No caso das bactérias</p><p>do gênero Lactobacillus, as seguintes cepas</p><p>e suas respectivas concentrações são</p><p>frequentemente utilizadas:</p><p>Lactobacillus acidophilus - 2 ×10⁰ UFC</p><p>Lactobacillus casei - 2 ×10⁰ UFC</p><p>Lactobacillus crispatus - 1 ×10⁰ UFC</p><p>Lactobacillus curvatus - 1 ×10⁰ UFC</p><p>Lactobacillus delbrueckii subsp. bulgaricus</p><p>- 1 ×10⁰ UFC</p><p>Lactobacillus fermentum - 1 ×10⁰ UFC</p><p>Lactobacillus gasseri - 1 ×10⁰ UFC</p><p>Lactobacillus helveticus - 1 ×10¹ UFC</p><p>Lactobacillus johnsonii - 1 ×10⁰ UFC</p><p>Lactobacillus paracasei - 1 ×10⁰ UFC</p><p>Lactobacillus plantarum - 1 ×10⁰ UFC</p><p>Lactobacillus reuteri - 1 ×10¹ UFC</p><p>Lactobacillus rhamnosus - 1 ×10⁰ UFC</p><p>Lactobacillus salivarius - 2 ×10¹ UFC</p><p>No que diz respeito às Bifidobacterium:</p><p>Bifidobacterium adolescentis - 1 ×10⁰ UFC</p><p>Bifidobacterium bifidum - 2 ×10⁰ UFC</p><p>Bifidobacterium breve - 2 ×10¹ UFC</p><p>Bifidobacterium infantis - 1 ×10¹ UFC</p><p>Bifidobacterium lactis - 2 ×10⁰ UFC</p><p>Bifidobacterium longum - 1 ×10⁰ UFC</p><p>Além disso, outras importantes espécies</p><p>bacterianas e leveduras incluem:</p><p>Streptococcus thermophilus - 1 ×10⁰ UFC</p><p>Enterococcus faecium - 1 ×10⁰ UFC</p><p>Lactococcus lactis subsp. lactis - 4 ×10⁰</p><p>UFC</p><p>Saccharomyces boulardii - concentração não</p><p>especificada</p><p>Essas cepas, quando utilizadas em</p><p>concentrações adequadas, têm mostrado</p><p>eficácia em promover a saúde intestinal,</p><p>melhorar a digestão, fortalecer o sistema</p><p>imunológico e, em alguns casos, influenciar</p><p>positivamente o eixo intestino-cérebro,</p><p>oferecendo benefícios para a saúde mental.</p><p>Referências Bibliográficas</p><p>XOURAFA, Georgia; KORBMACHER, Melis;</p><p>RODEN, Michael. Inter-organ crosstalk</p><p>during development and progression of</p><p>type 2 diabetes mellitus. Nature Reviews</p><p>Endocrinology, [S.L.], v. 20, n. 1, p. 27-49, 16</p><p>out. 2023. Springer Science and Business</p><p>Media LLC.</p><p>BANASZAK, Michalina; GÓRNA, Ilona;</p><p>WOŰNIAK, Dagmara; PRZYSłAWSKI, Juliusz;</p><p>DRZYMAłA-CZYŜ, Sławomira. Association</p><p>between Gut Dysbiosis and the Occurrence</p><p>of SIBO, LIBO, SIFO and IMO.</p><p>Microorganisms, [S.L.], v. 11, n. 3, p. 573, 24</p><p>fev. 2023. MDPI AG.</p><p>LAM, Jameson R.; SCHNEIDER, Jennifer L.;</p><p>ZHAO, Wei; CORLEY, Douglas A.. Proton</p><p>Pump Inhibitor and Histamine 2 Receptor</p><p>Antagonist Use and Vitamin B12Deficiency.</p><p>Jama, [S.L.], v. 310, n. 22, p. 2435, 11 dez.</p><p>2013. American Medical Association (AMA).</p><p>http://dx.doi.org/10.1038/s41574-023-00898-1</p><p>http://dx.doi.org/10.1038/s41574-023-00898-1</p><p>http://dx.doi.org/10.1038/s41574-023-00898-1</p><p>http://dx.doi.org/10.3390/microorganisms11030573</p><p>http://dx.doi.org/10.3390/microorganisms11030573</p><p>http://dx.doi.org/10.3390/microorganisms11030573</p><p>http://dx.doi.org/10.1001/jama.2013.280490</p><p>http://dx.doi.org/10.1001/jama.2013.280490</p><p>http://dx.doi.org/10.1001/jama.2013.280490</p><p>Saúde mental: o</p><p>diamante do</p><p>profissional da saúde</p><p>na atualidade</p><p>Lorena</p><p>Tomazett</p><p>A saúde mental, conforme definida pela</p><p>Organização Mundial da Saúde (OMS), é um</p><p>estado de bem-estar que permite ao ser</p><p>humano desenvolver suas habilidades</p><p>pessoais, enfrentar os desafios da vida e</p><p>contribuir para a comunidade. No</p><p>entanto, a realidade da saúde mental no</p><p>mundo moderno é alarmante.</p><p>De acordo com a OMS, 1 em cada 8 pessoas</p><p>no mundo sofre de algum transtorno</p><p>mental, e, ainda mais preocupante, a</p><p>maioria dessas pessoas não busca</p><p>tratamento devido ao estigma e preconceito</p><p>associados às doenças mentais. Esse</p><p>estigma é tão forte que muitos se sentem</p><p>impossibilitados de falar sobre seus</p><p>sentimentos e angústias, silenciando-se por</p><p>medo do julgamento social.</p><p>O Papel dos Profissionais de Saúde na</p><p>Promoção da Saúde Mental</p><p>Profissionais de saúde precisam estar</p><p>cientes dessa realidade. A saúde mental é</p><p>a principal causa de morte entre jovens</p><p>adultos, com o suicídio figurando como um</p><p>dos principais motivos. Diagnósticos como</p><p>depressão e ansiedade aumentaram</p><p>significativamente após a pandemia,</p><p>reforçando a urgência de uma abordagem</p><p>mais compassiva e eficaz.</p><p>Adicionalmente, muitos permanecem sem</p><p>diagnóstico devido ao estigma. A escassez</p><p>de profissionais é alarmante, com metade</p><p>da população mundial vivendo em países</p><p>onde há apenas um psiquiatra para cada</p><p>200 mil pessoas. Isso torna a</p><p>conscientização e capacitação dos</p><p>profissionais de saúde ainda mais</p><p>importantes.</p><p>Pesquisas recentes indicam uma conexão</p><p>significativa entre a saúde mental e o</p><p>funcionamento intestinal, sugerindo que</p><p>transtornos como depressão e ansiedade</p><p>podem estar relacionados ao sistema</p><p>digestivo. Essa evidência ressalta a</p><p>importância de uma abordagem integral,</p><p>que considere os aspectos físicos, mentais,</p><p>espirituais e sociais do ser humano.</p><p>Para identificar sinais ou sintomas de</p><p>transtornos maiores, os profissionais</p><p>devem basear-se em teorias sólidas,</p><p>utilizar ferramentas diagnósticas e uma</p><p>rede de conselheiros, e estimular o</p><p>autoconhecimento.</p><p>Portanto, a saúde mental é um "diamante",</p><p>representando a integração completa do</p><p>ser. O verdadeiro "diamante" atualmente</p><p>é o profissional de saúde, que, ao</p><p>compreender todas as dimensões da</p><p>existência humana, pode ajudar o paciente</p><p>a refletir profundamente sobre a vida e</p><p>alcançar equilíbrio e bem-estar.</p><p>Este é o desafio e a missão dos profissionais</p><p>de saúde hoje: aprimorar-se continuamente</p><p>para conduzir os pacientes em uma reflexão</p><p>sobre a vida, promovendo a saúde mental.</p><p>Neurociência da</p><p>felicidade</p><p>Fabrício</p><p>Assini</p><p>As recomendações científicas para manter a</p><p>saúde física e mental incluem uma</p><p>alimentação equilibrada, a prática</p><p>regular de exercícios, uma boa qualidade</p><p>de sono, a redução do estresse e a busca</p><p>contínua pela felicidade. O</p><p>comportamento voltado para a felicidade</p><p>está fortemente associado a efeitos</p><p>biológicos positivos, evidenciando como a</p><p>adoção dessas práticas pode impactar</p><p>significativamente o bem-estar geral.</p><p>A busca pela felicidade pode gerar</p><p>tristeza?</p><p>A busca pela felicidade pode variar</p><p>dependendo de onde a procuramos.</p><p>Quando essa busca está focada na</p><p>comparação social, especialmente nas</p><p>redes sociais, pode ter um efeito</p><p>prejudicial. Comparar-se constantemente</p><p>aos outros pode levar à frustração e ao</p><p>descontentamento.</p><p>A verdadeira felicidade, por outro lado,</p><p>está mais relacionada ao estado de</p><p>espírito e ao sentimento de sucesso</p><p>pessoal, que vai além das aparências e</p><p>métricas superficiais.</p><p>Quais as bases biológicas da felicidade?</p><p>O cérebro recebe e processa impulsos do</p><p>meio externo, utilizando diferentes áreas</p><p>para integrar e regular as emoções.</p><p>A ínsula desempenha um papel crucial ao</p><p>integrar estímulos "top-down" (processos</p><p>cognitivos conscientes) e "bottom-up"</p><p>(respostas automáticas sensoriais) com</p><p>outras áreas límbicas do cérebro, facilitando</p><p>a resposta emocional.</p><p>Já o córtex cingulado anterior (ACC) é</p><p>responsável pelo controle inibitório das</p><p>emoções, ajudando a regular e suprimir</p><p>respostas emocionais indesejadas. O córtex</p><p>pré-frontal (PFC) é fundamental na</p><p>identificação de emoções positivas,</p><p>permitindo ao indivíduo reconhecer e</p><p>processar essas sensações. Finalmente, o</p><p>córtex orbitofrontal (OFC) avalia a</p><p>intensidade e a importância das emoções</p><p>positivas, ajudando a dimensionar essas</p><p>experiências emocionais.</p><p>Vias top-down e botton-up de controle do</p><p>comportamento</p><p>As vias bottom-up começam com a</p><p>informação sensorial que entra do</p><p>ambiente externo e é processada de forma</p><p>ascendente. Essa informação se move dos</p><p>receptores sensoriais periféricos, como</p><p>pele, olhos e ouvidos, para as áreas</p><p>superiores do cérebro, como o córtex. Esse</p><p>processo é geralmente rápido e automático,</p><p>fornecendo uma base imediata para a</p><p>percepção e a reação.</p><p>Em contraste, as vias top-down envolvem o</p><p>processamento de informações que</p><p>começa nas áreas superiores do cérebro,</p><p>como o córtex pré-frontal, e desce para</p><p>influenciar a interpretação e a resposta a</p><p>estímulos sensoriais. Esse processo é</p><p>guiado por experiências anteriores,</p><p>conhecimento e expectativas.</p><p>As vias top-down permitem o controle</p><p>consciente do comportamento, como</p><p>suprimir uma reação emocional ou tomar</p><p>decisões baseadas em metas de longo</p><p>prazo.</p><p>Existe relação entre interocepção e</p><p>prática clínica?</p><p>A interocepção possui uma ampla</p><p>aplicabilidade clínica, afetando desde o</p><p>manejo de doenças físicas até a saúde</p><p>mental e o bem-estar geral. Compreender e</p><p>utilizar a interocepção pode resultar em</p><p>tratamentos mais eficazes e personalizados,</p><p>melhorando significativamente a qualidade</p><p>de vida dos pacientes.</p><p>AGCCs e Ativação do Nervo Vago</p><p>Os ácidos graxos de cadeia curta (AGCCs)</p><p>estão entre as intervenções nutricionais</p><p>mais eficazes para ativar o nervo vago e</p><p>modular sentimentos por meio da</p><p>interocepção.</p><p>Os ácidos graxos de cadeia curta (AGCCs)</p><p>desempenham um papel crucial na</p><p>comunicação bidirecional entre o</p><p>intestino e o cérebro, conhecida como eixo</p><p>intestino-cérebro. Quando absorvidos pelo</p><p>intestino, os AGCCs ativam o nervo vago,</p><p>que é um dos principais canais de</p><p>comunicação entre o sistema digestivo e o</p><p>sistema nervoso central. Essa ativação do</p><p>nervo vago possui efeitos anti-</p><p>inflamatórios e pode influenciar</p><p>positivamente o estado emocional e</p><p>mental, promovendo uma sensação geral</p><p>de bem-estar.</p><p>AGCCs e Modulação de Sentimentos via</p><p>Interocepção:</p><p>A interocepção, que é a percepção interna</p><p>do estado fisiológico do corpo, é modulada</p><p>pela atividade do nervo vago e pelos</p><p>sinais gerados no intestino, como os</p><p>ácidos graxos de cadeia curta.</p><p>Esses ácidos graxos não apenas promovem</p><p>a saúde intestinal, mas também afetam a</p><p>regulação das emoções e o estado de</p><p>espírito. A presença de AGCCs pode</p><p>influenciar a produção de</p><p>neurotransmissores, como a serotonina,</p><p>que está diretamente associada à sensação</p><p>de felicidade e bem-estar.</p><p>Diminuição da Proteína C-Reativa</p><p>A prática de exercícios respiratórios</p><p>oferece benefícios significativos para a</p><p>saúde. Pacientes que realizam técnicas de</p><p>respiração regularmente têm mostrado</p><p>uma redução nos níveis de PCR (proteína C-</p><p>reativa), indicando uma diminuição da</p><p>inflamação sistêmica. Além disso, apenas 5</p><p>minutos diários de exercícios</p><p>respiratórios são suficientes para ativar</p><p>consistentemente o sistema nervoso</p><p>autônomo (SNA) parassimpático, o que</p><p>pode levar a uma redução significativa nos</p><p>níveis de ansiedade.</p><p>Bases neurais do carinho</p><p>O carinho ativa as vias interoceptivas,</p><p>responsáveis pela percepção interna do</p><p>estado fisiológico do corpo. Essa ativação é</p><p>crucial para reduzir o estresse, a ansiedade</p><p>e a depressão.</p><p>Como o Carinho Atua nas Vias</p><p>Interoceptivas:</p><p>Estimulação do Nervo Vago</p><p>Liberação de Ocitocina</p><p>Regulação Emocional</p><p>Redução dos Níveis de Cortisol</p><p>Comportamento Central</p><p>A felicidade em adultos está fortemente</p><p>ligada à saúde física e emocional, com a</p><p>solidão desempenhando um papel</p><p>significativo no envelhecimento celular,</p><p>evidenciado por telômeros mais curtos, que</p><p>indicam envelhecimento acelerado e maior</p><p>risco de doenças e mortalidade precoce.</p><p>Além disso, a variabilidade da frequência</p><p>cardíaca (HRV) reflete a saúde do sistema</p><p>nervoso autônomo, onde uma HRV alta</p><p>está associada a melhor regulação</p><p>emocional e menor estresse, enquanto uma</p><p>HRV baixa, comum em indivíduos solitários,</p><p>indica estresse crônico e menor capacidade</p><p>de adaptação.</p><p>Questionario Social Well-Being</p><p>O bem-estar social, geralmente avaliado por</p><p>questionários específicos, está associado a</p><p>vários benefícios para a saúde, incluindo a</p><p>redução de marcadores inflamatórios no</p><p>corpo. Pessoas que relatam um maior bem-</p><p>estar social tendem a ter níveis mais baixos</p><p>de leucócitos pró-inflamatórios. Além disso,</p><p>esses indivíduos apresentam concentrações</p><p>reduzidas de citocinas, proteínas que</p><p>desempenham um papel na mediação e</p><p>regulação da inflamação.</p><p>Referências Bibliográficas</p><p>JUTAGIR, Devika R.; BLOMBERG, Bonnie B.;</p><p>CARVER, Charles S.; LECHNER, Suzanne C.;</p><p>TIMPANO, Kiara R.; BOUCHARD, Laura C.;</p><p>GUDENKAUF, Lisa M.; JACOBS, Jamie M.;</p><p>DIAZ, Alain; LUTGENDORF, Susan K.. Social</p><p>well-being is associated with less pro-</p><p>inflammatory and pro-metastatic leukocyte</p><p>gene expression in women after surgery for</p><p>breast cancer. Breast Cancer Research</p><p>And Treatment, [S.L.], v. 165, n. 1, p. 169-</p><p>180, 30 maio 2017. Springer Science and</p><p>Business Media LLC.</p><p>CSIKSZENTMIHALYI, Mihaly; HUNTER,</p><p>Jeremy. Happiness in Everyday Life: The</p><p>Uses of Experience Sampling. Journal Of</p><p>Happiness Studies, [S.L.], v. 4, n. 2, p. 185-</p><p>199, 2003. Springer Science and Business</p><p>Media LLC.</p><p>http://dx.doi.org/10.1007/s10549-017-4316-3</p><p>http://dx.doi.org/10.1007/s10549-017-4316-3</p><p>http://dx.doi.org/10.1007/s10549-017-4316-3</p><p>http://dx.doi.org/10.1007/s10549-017-4316-3</p><p>http://dx.doi.org/10.1007/s10549-017-4316-3</p><p>http://dx.doi.org/10.1023/a:1024409732742</p><p>http://dx.doi.org/10.1023/a:1024409732742</p><p>Metanoia - A chave</p><p>está na sua mente</p><p>JB</p><p>Carvalho</p><p>Metanoia, uma palavra com origens</p><p>militares, evoluiu para representar uma</p><p>mudança profunda na forma de pensar.</p><p>Inicialmente, referia-se a uma mudança</p><p>estratégica e à adaptação em resposta a</p><p>novos desafios. Na Escola de Frankfurt, o</p><p>conceito foi associado à engenharia social,</p><p>sugerindo uma transição de um</p><p>racionalismo frio e enviesado para uma</p><p>consciência mais ampla.</p><p>Metanoia, portanto, é a libertação de</p><p>vieses e molduras que nos limitam, um</p><p>grito de liberdade contra as tiranias das</p><p>impossibilidades e dos determinismos</p><p>filosóficos.</p><p>Os Estágios da Competência e a</p><p>Transformação Pessoal</p><p>Durante essa jornada de transformação,</p><p>passamos por diferentes níveis de</p><p>competência. O primeiro estágio é a</p><p>incompetência inconsciente, onde não</p><p>sabemos o que não sabemos, um estado de</p><p>ignorância plena. O segundo estágio é a</p><p>incompetência consciente, quando nos</p><p>tornamos cientes das nossas lacunas de</p><p>conhecimento. Esse momento é crucial para</p><p>a autodescoberta.</p><p>O próximo passo é a competência</p><p>consciente, onde sabemos o que sabemos</p><p>e aplicamos esse conhecimento com</p><p>esforço deliberado.</p><p>É o estágio onde a prática e a repetição</p><p>moldam nosso comportamento de forma</p><p>consciente. Daniel Goleman, em seu livro</p><p>Foco, descreve como essas etapas nos</p><p>levam a um nível onde certos</p><p>comportamentos</p><p>se tornam</p><p>automáticos, gravados no "disco rígido" da</p><p>mente, permitindo-nos agir sem esforço</p><p>mental consciente.</p><p>A forma como nos vemos e internalizamos</p><p>o que aprendemos transforma tudo ao</p><p>nosso redor. Quando algo é</p><p>verdadeiramente aprendido, torna-se parte</p><p>de nossa natureza, um instinto. A ciência da</p><p>felicidade sugere que a verdadeira</p><p>felicidade vem de dentro, da satisfação</p><p>intrínseca ao ser. O que aceitamos como</p><p>verdade e internalizamos passa a guiar</p><p>nossas ações de maneira automática.</p><p>No entanto, há um risco na automatização:</p><p>se houver defeitos nas "gravações" que</p><p>fazemos, esses defeitos serão reproduzidos</p><p>em nossas ações. Muitos comportamentos</p><p>podem resultar de falhas no processo de</p><p>internalização, refletindo uma falta de</p><p>caráter ou distorções no entendimento.</p><p>Assim, a metanoia não é apenas uma</p><p>mudança de pensamento, mas uma</p><p>transformação profunda que exige</p><p>atenção e consciência em cada etapa,</p><p>garantindo que as "gravações" que fazemos</p><p>sejam verdadeiras e alinhadas com a</p><p>melhor versão de nós mesmos.</p><p>Se você não está satisfeito com a vida que</p><p>está vivendo, tenha esperança. O caminho</p><p>pode parecer incerto agora, mas fará</p><p>sentido no final. A metanoia é esse</p><p>processo de transformação, onde o</p><p>desconforto inicial e a incerteza são</p><p>etapas necessárias para uma mudança</p><p>significativa e duradoura.</p><p>No entanto, há um risco na automatização:</p><p>se houver defeitos nas "gravações" que</p><p>fazemos, esses defeitos serão reproduzidos</p><p>em nossas ações. Muitos comportamentos</p><p>podem resultar de falhas no processo de</p><p>internalização, refletindo uma falta de</p><p>caráter ou distorções no entendimento.</p><p>Assim, a metanoia não é apenas uma</p><p>mudança de pensamento, mas uma</p><p>transformação profunda que exige</p><p>atenção e consciência em cada etapa,</p><p>garantindo que as "gravações" que fazemos</p><p>sejam verdadeiras e alinhadas com a</p><p>melhor versão de nós mesmos.</p><p>O caminho pode parecer incerto agora, mas</p><p>fará sentido no final. A metanoia é esse</p><p>processo de transformação, onde o</p><p>desconforto inicial e a incerteza são</p><p>etapas necessárias para uma mudança</p><p>significativa e duradoura. O que parece</p><p>confuso hoje será revelado como parte de</p><p>um plano maior, uma jornada que, no final,</p><p>trará clareza e propósito.</p><p>Hipertrofia muscular -</p><p>conceitos e</p><p>aplicações prática</p><p>Paulo</p><p>Muzy</p><p>Para entender a hipertrofia, é</p><p>fundamental conhecer os marcadores</p><p>bioquímicos envolvidos no metabolismo</p><p>muscular em cada etapa do processo. No</p><p>esporte, esses marcadores, tanto de fase</p><p>aguda quanto crônica, são usados para</p><p>monitorar e avaliar como o corpo</p><p>responde ao exercício, às lesões teciduais,</p><p>ao estresse metabólico, aos processos</p><p>inflamatórios e à recuperação.</p><p>Eles fornecem uma visão ampla sobre a</p><p>condição física e a saúde dos atletas,</p><p>permitindo ajustes na carga de</p><p>treinamento, recuperação e estratégias</p><p>nutricionais. No entanto, é essencial que o</p><p>profissional de saúde reconheça a</p><p>individualidade de cada pessoa e como</p><p>certas alterações se manifestam em cada</p><p>indivíduo.</p><p>Marcadores agudos e crônicos na</p><p>hipertrofia</p><p>Vários marcadores indicam alterações</p><p>agudas em resposta a estímulos, sendo</p><p>crucial identificar quais exames realmente</p><p>revelam mudanças preocupantes. Na fase</p><p>aguda, pode-se observar elevações nos</p><p>níveis séricos de Proteína C-Reativa</p><p>(PCR), Creatina Quinase (CK),</p><p>Desidrogenase Láctica (DHL), entre outros</p><p>marcadores.</p><p>Embora níveis elevados desses</p><p>marcadores estejam associados à</p><p>resposta inflamatória aguda e lesões</p><p>musculares, os resultados dos exames de</p><p>sangue são sensíveis, mas podem ser</p><p>imprecisos. Isso ocorre porque as</p><p>alterações sanguíneas podem variar</p><p>conforme o tipo de estímulo, sua</p><p>intensidade e as características individuais</p><p>da pessoa avaliada, podendo refletir uma</p><p>resposta temporária ao estresse agudo.</p><p>Individualidade da resposta do</p><p>organismo</p><p>As respostas metabólicas para a</p><p>hipertrofia muscular dependem de fatores</p><p>individuais, como a composição corporal e</p><p>o nível de hidratação. Alguns indivíduos,</p><p>por exemplo, são classificados como "high</p><p>responders" devido à maior resistência e à</p><p>forma como respondem aos estímulos. Isso</p><p>reflete a correlação entre o</p><p>condicionamento físico de cada pessoa e</p><p>os efeitos metabólicos no organismo.</p><p>Além disso, avaliar a fadiga atual dos</p><p>atletas no momento dos exames é</p><p>essencial para compreender fatores como</p><p>diferenças de sexo, idade e composição</p><p>corporal de cada indivíduo.</p><p>Mecanismos endógenos de resposta e</p><p>marcadores expressos</p><p>Compreender como as especificidades</p><p>individuais influenciam a expressão de</p><p>marcadores é crucial para uma avaliação</p><p>precisa por parte do profissional. Por</p><p>exemplo, a creatina sérica pode apresentar</p><p>valores falsamente elevados em indivíduos</p><p>com maior massa muscular e função renal</p><p>normal. Conhecer o equilíbrio das enzimas</p><p>celulares é fundamental para entender a</p><p>relação entre as respostas do organismo e</p><p>sua adaptação ao exercício, visando a</p><p>otimização da hipertrofia muscular.</p><p>Referências Bibliográficas</p><p>DAMAS, Felipe; LIBARDI, Cleiton A.;</p><p>UGRINOWITSCH, Carlos. The development</p><p>of skeletal muscle hypertrophy through</p><p>resistance training: the role of muscle</p><p>damage and muscle protein synthesis.</p><p>European Journal Of Applied Physiology,</p><p>[S.L.], v. 118, n. 3, p. 485-500, 27 dez. 2017.</p><p>Springer Science and Business Media LLC.</p><p>BAXMANN, Alessandra Cala[Combining</p><p>Acute Accent]Bria; AHMED, Marion Souza;</p><p>MARQUES, Nata Lia Cristina; MENON,</p><p>Viviane Barcellos; PEREIRA, Aparecido</p><p>Bernardo; KIRSZTAJN, Gianna Mastroianni;</p><p>HEILBERG, Ita Pfeferman. Influence of</p><p>Muscle Mass and Physical Activity on Serum</p><p>and Urinary Creatinine and Serum Cystatin</p><p>C. Clinical Journal Of The American</p><p>Society Of Nephrology, [S.L.], v. 3, n. 2, p.</p><p>348-354, mar. 2008. Ovid Technologies</p><p>(Wolters Kluwer Health).</p><p>http://dx.doi.org/10.1007/s00421-017-3792-9</p><p>http://dx.doi.org/10.1007/s00421-017-3792-9</p><p>http://dx.doi.org/10.1007/s00421-017-3792-9</p><p>http://dx.doi.org/10.1007/s00421-017-3792-9</p><p>http://dx.doi.org/10.2215/cjn.02870707</p><p>http://dx.doi.org/10.2215/cjn.02870707</p><p>http://dx.doi.org/10.2215/cjn.02870707</p><p>http://dx.doi.org/10.2215/cjn.02870707</p><p>Prescrição magistral</p><p>para a saúde da</p><p>mulher</p><p>Ana Paula</p><p>Pujol</p><p>A deficiência de ferro é a condição</p><p>nutricional mais comum no mundo,</p><p>afetando 24% da população global e 30,2%</p><p>das mulheres. Os principais sinais dessa</p><p>deficiência são cansaço e fadiga excessiva,</p><p>que podem interferir na função da tireoide,</p><p>embora nem sempre causem</p><p>hipotireoidismo. O ferro é crucial para a</p><p>regulação do iodo, que é essencial para a</p><p>saúde da tireoide.</p><p>Deficiência de Ferro e Função Tireoidiana</p><p>Os hormônios tireoidianos são essenciais</p><p>para a produção de eritrócitos. Quando</p><p>há deficiência de ferro, pode ocorrer um</p><p>aumento nos anticorpos que afeta a</p><p>função da tireoide. Com a deficiência de</p><p>ferro mais acentuada, a produção dos</p><p>hormônios TPO, T3 e T4 diminui, assim</p><p>como a atividade das deiodinases, que</p><p>são enzimas necessárias para converter os</p><p>hormônios tireoidianos. Além disso, níveis</p><p>baixos de ferritina sérica podem</p><p>prejudicar ainda mais a função da tireoide,</p><p>agravando a deficiência de ferro.</p><p>Deficiência de ferro na pele e cabelos</p><p>A falta de ferro pode prejudicar a saúde</p><p>da pele e dos cabelos, uma vez que o ferro</p><p>é essencial para a síntese de colágeno,</p><p>necessário para a estrutura da pele, e para</p><p>o crescimento saudável dos fios de cabelo.</p><p>Deficiência de ferro e risco para</p><p>osteoporose</p><p>A deficiência de ferro é um fator de risco</p><p>crescente para osteoporose,</p><p>especialmente quando se torna crônica.</p><p>Cerca de 90% da proteína óssea total é</p><p>composta por colágeno tipo I, cuja síntese</p><p>depende diretamente de níveis adequados</p><p>de ferro. Além disso, o ferro atua como</p><p>cofator dos citocromos P450, que são</p><p>essenciais para ativar e desativar a vitamina</p><p>D, um nutriente crucial para a saúde óssea.</p><p>A falta de ferro, portanto, pode</p><p>comprometer tanto a estrutura do</p><p>colágeno quanto o metabolismo da</p><p>vitamina D, aumentando o risco de</p><p>osteoporose.</p><p>Cicatrização</p><p>Na deficiência de ferro, ocorre um</p><p>aumento na produção de hepcidina, um</p><p>hormônio que regula o metabolismo do</p><p>ferro</p><p>Esse aumento leva à retenção de ferro nos</p><p>macrófagos, células do sistema</p><p>imunológico,</p><p>o que pode reduzir a</p><p>disponibilidade de ferro para outros</p><p>tecidos. Como resultado, a cicatrização de</p><p>feridas pode ser comprometida, pois o</p><p>ferro é essencial para a regeneração celular</p><p>e a formação de novos tecidos.</p><p>Anemia na gestação</p><p>A deficiência de ferro durante a gestação</p><p>é um fator de risco significativo para</p><p>complicações como prematuridade, baixo</p><p>peso ao nascer, e aumento da mortalidade</p><p>perinatal e neonatal, além de impactar o</p><p>desenvolvimento cognitivo da criança,</p><p>resultando em dificuldades de</p><p>aprendizagem e memória. Monitorar e</p><p>suplementar os níveis de ferro,</p><p>especialmente quando os níveis de ferritina</p><p>começam a diminuir, é essencial para</p><p>prevenir essas complicações, mesmo antes</p><p>do aparecimento clínico da anemia</p><p>ferropriva.</p><p>Avaliação laboratorial de ferritina</p><p>A avaliação laboratorial da ferritina</p><p>sérica é o método mais confiável para</p><p>correlacionar os níveis de ferro com os</p><p>estoques na medula óssea, especialmente</p><p>na ausência de inflamações ou infecções. A</p><p>ferritina é considerada o padrão ouro na</p><p>avaliação da depleção dos estoques de</p><p>ferro no corpo. Quando os níveis de</p><p>ferritina estão baixos, todos os tecidos são</p><p>considerados deficientes em ferro, pois o</p><p>organismo prioriza o uso desse mineral</p><p>para a síntese de glóbulos vermelhos em</p><p>detrimento de outras funções essenciais.</p><p>Qual o valor ideal da ferritina?</p><p>O valor ideal de ferritina sérica deve ser,</p><p>no mínimo, acima de 40 µg/L.</p><p>No entanto, esse parâmetro está sendo</p><p>revisado, pois muitos estudos mostram que,</p><p>em muitas mulheres, níveis de ferritina</p><p>inferiores a 50 µg/L estão associados a</p><p>sintomas de deficiência de ferro, como</p><p>fadiga, queda de cabelo (alopecia) e</p><p>dificuldades de concentração. Manter a</p><p>ferritina dentro de um intervalo</p><p>saudável é crucial para prevenir esses</p><p>sintomas e garantir o bem-estar geral.</p><p>Tratamento</p><p>A suplementação de ferro oral pode</p><p>causar efeitos adversos gastrointestinais,</p><p>como dispepsia, náusea, dor abdominal,</p><p>constipação e diarreia. Esses efeitos são</p><p>provavelmente devidos às propriedades</p><p>oxidativas do ferro na mucosa</p><p>gastrointestinal. Aproximadamente 13-</p><p>20% dos pacientes experienciam esses</p><p>efeitos colaterais, o que pode reduzir a</p><p>adesão ao tratamento.</p><p>Além disso, o ferro não absorvido pode</p><p>causar irritação intestinal, inflamação e</p><p>disbiose, agravando o desconforto e</p><p>impactando negativamente a continuidade</p><p>da suplementação.</p><p>Regulação da absorção de ferro</p><p>A hepcidina é o principal regulador da</p><p>homeostase do ferro no organismo.</p><p>Quando os níveis de hepcidina estão baixos,</p><p>a absorção de ferro aumenta, permitindo</p><p>que o corpo aproveite mais desse mineral</p><p>dos alimentos ou suplementos. Em</p><p>contraste, níveis elevados de hepcidina</p><p>reduzem a absorção de ferro e a</p><p>reciclagem do ferro dos eritrócitos por até</p><p>24 horas, diminuindo a eficácia da</p><p>suplementação de ferro. Após esse período,</p><p>os níveis de hepcidina geralmente retornam</p><p>ao normal em cerca de 48 horas. Pessoas</p><p>obesas tendem a ter níveis cronicamente</p><p>elevados de hepcidina, o que pode reduzir</p><p>a absorção de ferro e levar a baixos níveis</p><p>de ferro no corpo.</p><p>Formas químicas</p><p>Existem várias formas químicas de ferro</p><p>utilizadas na suplementação, cada uma com</p><p>características distintas que afetam sua</p><p>absorção e tolerância:</p><p>Ferro Quelado1.</p><p>Sulfato Ferroso2.</p><p>Ferro Lipossomado3.</p><p>Ferro Quelado com Lipossomas4.</p><p>Ferro Sucrossômico5.</p><p>Inositóis</p><p>Os inositóis, especialmente o mioinositol</p><p>(MI) e o D-quiro inositol (DCI), são</p><p>fundamentais para a saúde ovariana. Em</p><p>ovários normais, a relação MI/DCI no</p><p>fluido folicular é de aproximadamente</p><p>100:1. No entanto, nas mulheres com</p><p>síndrome dos ovários policísticos (SOP),</p><p>essa relação é drasticamente reduzida para</p><p>0,2:1.</p><p>A suplementação diária com 2 gramas de</p><p>inositol pode ajudar a restaurar a função</p><p>ovariana, oferecendo uma taxa de sucesso</p><p>igual ou até superior à do citrato de</p><p>clomifeno, com um perfil de segurança</p><p>melhor devido à menor incidência de</p><p>efeitos colaterais.</p><p>Suplementação na SOP</p><p>Na suplementação para o tratamento da</p><p>síndrome dos ovários policísticos (SOP), o</p><p>mioinositol (MYO) sozinho já mostra</p><p>resultados satisfatórios. No entanto, sua</p><p>combinação com D-quiro inositol (DCI)</p><p>pode melhorar significativamente os</p><p>resultados. Essa combinação ajuda a</p><p>reduzir os níveis de insulina no sangue e a</p><p>restaurar os níveis de MYO nos ovários,</p><p>melhorando a qualidade dos oócitos. A</p><p>suplementação com 2 a 4 gramas de</p><p>mioinositol é benéfica, mas adicionar D-</p><p>quiro inositol potencializa ainda mais os</p><p>efeitos, oferecendo uma abordagem mais</p><p>eficaz para o manejo da SOP.</p><p>Referências Bibliográficas</p><p>LETE, Iñaki; MARTÍNEZ, Ainara; LASAGA,</p><p>Irene; CENTURIÓN, Eva; VESGA, Amaia.</p><p>Update on the combination of myo-</p><p>inositol/d-chiro-inositol for the treatment of</p><p>polycystic ovary syndrome. Gynecological</p><p>Endocrinology, [S.L.], v. 40, n. 1, 18 jan.</p><p>2024. Informa UK Limited.</p><p>http://dx.doi.org/10.1080/09513590.2023.2301554</p><p>http://dx.doi.org/10.1080/09513590.2023.2301554</p><p>http://dx.doi.org/10.1080/09513590.2023.2301554</p><p>Suplementação</p><p>inteligente para a</p><p>longevidade saudável</p><p>Pedro</p><p>Perim</p><p>A longevidade deixou de ser uma</p><p>tendência para se tornar uma realidade.</p><p>Em 2030, pela primeira vez na história, a</p><p>população com mais de 60 anos será maior</p><p>do que a de crianças e adolescentes.</p><p>Quando falamos de longevidade de</p><p>forma isolada, estamos apenas</p><p>considerando o aumento na expectativa</p><p>de vida.</p><p>No entanto, quando associamos</p><p>longevidade à saúde, estamos falando de</p><p>adicionar não apenas mais anos, mas</p><p>também qualidade de vida. Embora o</p><p>processo de envelhecimento possa</p><p>aumentar a predisposição a algumas</p><p>condições, associar o envelhecimento ao</p><p>desenvolvimento de Doenças Crônicas</p><p>Não Transmissíveis (DCNT) é um</p><p>equívoco.</p><p>Healhspan</p><p>Esse conceito é crucial, pois o desafio é</p><p>garantir qualidade nos anos adicionais de</p><p>vida. Pode-se dizer que há uma grande</p><p>lacuna (GAP) entre o aumento da</p><p>expectativa de vida e a qualidade de vida.</p><p>Saúde metabólica</p><p>Um dos maiores desafios atuais para os</p><p>profissionais de saúde é controlar a</p><p>inflamação crônica de baixo grau em</p><p>seus pacientes, especialmente</p><p>considerando que o nosso ambiente</p><p>favorece processos inflamatórios.</p><p>Pesquisas mostram que mais de 50% das</p><p>mortes são causadas por essa</p><p>inflamação.</p><p>Inflammaging</p><p>Esse conceito afirma que, com o avançar da</p><p>idade, o estado inflamatório do indivíduo</p><p>tende a aumentar. Isso ocorre devido à</p><p>produção exacerbada e natural de</p><p>citocinas pró-inflamatórias à medida que</p><p>os anos passam.</p><p>Peculiaridades fisiológicas do</p><p>envelhecimento</p><p>Alterações intestinais: A diversidade</p><p>de bactérias no intestino tende a</p><p>diminuir, e essa redução pode começar</p><p>a partir dos 45-50 anos.</p><p>Sono: A secreção de melatonina diminui</p><p>a cada década de vida, resultando em</p><p>disfunção do ciclo circadiano e aumento</p><p>dos riscos metabólicos.</p><p>Ossos: Com o avançar da idade, ocorre</p><p>perda de densidade óssea,</p><p>especialmente em mulheres pós-</p><p>menopausa.</p><p>Sistema nervoso central: A</p><p>performance cognitiva tende a declinar</p><p>com o envelhecimento, sendo mais</p><p>acentuada em mulheres após a</p><p>menopausa.</p><p>Gordura corporal: Com o</p><p>envelhecimento, o tecido adiposo se</p><p>torna mais propenso ao acúmulo de</p><p>gordura, levando à obesidade</p><p>sarcopênica e ao aumento da gordura</p><p>visceral.</p><p>Massa muscular: A perda de massa</p><p>muscular começa a partir dos 35-40</p><p>anos e se agrava a partir dos 60 anos.</p><p>Importância do músculo</p><p>Os músculos têm funções que vão além</p><p>da estética, e sua capacidade endócrina</p><p>merece destaque. Eles secretam citocinas</p><p>que atuam positivamente em diversos</p><p>órgãos e tecidos. Essas citocinas</p><p>promovem melhorias na saúde cerebral e</p><p>intestinal e podem reduzir danos causados</p><p>por Doenças Crônicas Não Transmissíveis</p><p>(DCNT). Por isso, o músculo pode ser</p><p>considerado a melhor poupança</p><p>metabólica para uma longevidade</p><p>saudável.</p><p>Resistência Anabólica</p><p>É a redução da capacidade do músculo de</p><p>gerar estímulos anabólicos. Para corrigir,</p><p>são necessárias as estratégias nutricionais e</p><p>suplementação são essenciais neste</p><p>processo</p><p>Adequação proteica: 1,4 a 1,8 g de</p><p>PTN/ kg e 0,3g x 4</p><p>Creatina: Eficiente no combate à</p><p>sarcopenia, a creatina também aumenta</p><p>a interação entre músculos</p><p>e ossos.</p><p>Além disso, ela age no sistema nervoso,</p><p>proporcionando benefícios cognitivos.</p><p>Intestino: Existe um eixo intestino-</p><p>músculo, que estabelece uma conexão</p><p>positiva entre a saúde intestinal e o</p><p>funcionamento do músculo esquelético.</p><p>Ômega 3: Contribui para a diminuição</p><p>de citocinas pró-inflamatórias, melhora</p><p>na cognição, e promove a saúde óssea e</p><p>muscular.</p><p>Controle da Inflamação</p><p>A inflamação influencia o comportamento</p><p>do músculo esquelético, pois o excesso de</p><p>citocinas inflamatórias ativa a via</p><p>bioquímica da ubiquitina-proteossoma, que</p><p>é uma via catabólica.</p><p>Estratégias</p><p>O consumo abundante de polifenóis e a</p><p>suplementação de Coenzima Q-10 são</p><p>estratégias importantes para promover a</p><p>saúde e combater o envelhecimento. O</p><p>resveratrol, por exemplo, ativa as vias da</p><p>sirtuína 1, promovendo adaptações</p><p>fisiológicas positivas. A cúrcuma, além de</p><p>ativar a sirtuína 1, reduz a expressão de</p><p>telômeros, o que pode contribuir para a</p><p>longevidade celular. A quercetina, por sua</p><p>vez, desempenha um papel fundamental no</p><p>combate a doenças cardiovasculares.</p><p>Referências Bibliográficas</p><p>FURMAN, David; CAMPISI, Judith; VERDIN,</p><p>Eric; CARRERA-BASTOS, Pedro; TARG, Sasha;</p><p>FRANCESCHI, Claudio; FERRUCCI, Luigi;</p><p>GILROY, Derek W.; FASANO, Alessio; MILLER,</p><p>Gary W.. Chronic inflammation in the</p><p>etiology of disease across the life span.</p><p>Nature Medicine, [S.L.], v. 25, n. 12, p.</p><p>1822-1832, dez. 2019. Springer Science and</p><p>Business Media LLC.</p><p>FRANCESCHI, Claudio; BONAFÈ,</p><p>Massimiliano; VALENSIN, Silvana; OLIVIERI,</p><p>Fabiola; LUCA, Maria de; OTTAVIANI, Enzo;</p><p>BENEDICTIS, Giovanna de. Inflammaging: an</p><p>evolutionary perspective on</p><p>immunosenescence. Annals Of The New</p><p>York Academy Of Sciences, [S.L.], v. 908, n.</p><p>1, p. 244-254, jun. 2000. Wiley.</p><p>http://dx.doi.org/10.1038/s41591-019-0675-0</p><p>http://dx.doi.org/10.1038/s41591-019-0675-0</p><p>http://dx.doi.org/10.1111/j.1749-6632.2000.tb06651.x</p><p>http://dx.doi.org/10.1111/j.1749-6632.2000.tb06651.x</p><p>http://dx.doi.org/10.1111/j.1749-6632.2000.tb06651.x</p><p>http://dx.doi.org/10.1111/j.1749-6632.2000.tb06651.x</p><p>Hidratação e</p><p>endurance: há espaço</p><p>para personalização</p><p>Paulo</p><p>Mendes</p><p>As principais funções da hidratação são</p><p>manter a temperatura corporal, a</p><p>osmolaridade sanguínea e o potencial de</p><p>ação funcional. Portanto, são importantes</p><p>para a regulação de temperatura funcional.</p><p>Durante a tentativa do corpo de manter a</p><p>homeostase funcional da temperatura, o</p><p>corpo passa por um processo de aumento</p><p>e diminuição de temperatura a fim de</p><p>manter esse equilíbrio térmico.</p><p>Durante o atendimento clínico, é necessário</p><p>ter uma percepção do local geográfico que</p><p>o paciente mora ou irá competir, para fazer</p><p>adequação de água e eletrólitos.</p><p>O hipotálamo anterior é responsável por</p><p>ganhar calor e o hipotálamo posterior</p><p>por perder calor, sendo esse órgão</p><p>responsável pelo controle da</p><p>temperatura do corpo. Dessa forma, em</p><p>temperaturas menores, o hipotálamo</p><p>sinaliza o sistema para direcionar o ganho</p><p>de calor, direcionando o sangue para o</p><p>sistema central do corpo, aumentando a</p><p>vasoconstrição.</p><p>No calor, o hipotálamo sinaliza uma maior</p><p>liberação de aldosterona e vasopressina,</p><p>direcionando o sangue para as</p><p>extremidades do corpo, levando à perda</p><p>de calor. Os atletas de endurance</p><p>tendem a perder em média 1,5 L de água</p><p>por hora, sendo necessário repor.</p><p>Integração das evidências científicas à</p><p>prática clínica</p><p>Se o atleta for fazer atividades físicas 90 min, deve-se</p><p>adotar a hidratação planejada a cada</p><p>hora. Além disso, é recomendado fazer o</p><p>monitoramento da coloração da urina,</p><p>instruindo o paciente.</p><p>Sabe-se que a perda de</p><p>aproximadamente 2% do peso corporal</p><p>total já é suficiente para comprometer a</p><p>performance durante os treinos.</p><p>Portanto, recomenda-se que o paciente seja</p><p>instruído a se pesar antes e depois do</p><p>treino e adicionar a quantidade de água</p><p>ingerida à perda total.</p><p>Logo, o paciente deve fazer: peso inicial -</p><p>peso final, e o profissional deve solicitar 3</p><p>aferições em momentos diferentes, para</p><p>assim, avaliar o risco de desidratação e</p><p>fazer a reposição hídrica adequada e</p><p>individualizada para cada paciente.</p><p>Entretanto, também existe a recomendação</p><p>da ACSM (2016) que recomenda, em dias de</p><p>prova, o consumo de 5-10 ml/kg de 2 a 4</p><p>horas previamente à prova. Logo, deve-se</p><p>repor o peso corporal perdido em 150%</p><p>para evitar a queda de rendimento</p><p>esportivo.</p><p>Referências Bibliográficas</p><p>HEW-BUTLER, Tamara; HUMMEL, Jed; RIDER,</p><p>Brian C.; VERBALIS, Joseph G..</p><p>Characterization of the effects of the</p><p>vasopressin V2 receptor on sweating, fluid</p><p>balance, and performance during exercise.</p><p>American Journal Of Physiology-</p><p>Regulatory, Integrative And Comparative</p><p>Physiology, [S.L.], v. 307, n. 4, p. 366-375, 15</p><p>ago. 2014. American Physiological Society.</p><p>http://dx.doi.org/10.1152/ajpregu.00120.2014</p><p>http://dx.doi.org/10.1152/ajpregu.00120.2014</p><p>http://dx.doi.org/10.1152/ajpregu.00120.2014</p><p>Obesidade: começa</p><p>no garfo ou no</p><p>cérebro</p><p>Roberta</p><p>Carbonari</p><p>O cenário atual do aumento nos índices</p><p>de obesidade deve-se a uma combinação</p><p>de fatores que vão muito além de hábitos</p><p>alimentares e estilo de vida. No contexto</p><p>histórico, observa-se que há uma grande</p><p>mudança nos hábitos cotidianos, a qual</p><p>impacta diretamente na saúde dos</p><p>indivíduos.</p><p>Como exemplo mais expressivo de como o</p><p>ambiente modula o comportamento das</p><p>pessoas, pode-se destacar a maior oferta</p><p>de alimentos ricos em gorduras e açúcar,</p><p>além do aumento da inatividade física e</p><p>do sedentarismo. Consequentemente, isso</p><p>vem gerando um agravamento dos</p><p>números de Doenças Crônicas Não</p><p>Transmissíveis.</p><p>Como fatores psicológicos interferem na</p><p>obesidade</p><p>O cérebro, por sua vez, regula o apetite,</p><p>o desejo por comida e a saciedade;</p><p>contudo, o estresse, as emoções e os</p><p>hábitos alimentares individuais podem</p><p>influenciar essas respostas e,</p><p>consequentemente, os padrões de</p><p>alimentação.</p><p>De fato, a comida ativa mecanismos de</p><p>recompensa no cérebro, que, por sua vez,</p><p>podem desencadear comportamentos</p><p>impulsivos em resposta a um desequilíbrio</p><p>mental, como o de comer em excesso ou</p><p>buscar alimentos altamente palatáveis, que</p><p>remetem a uma sensação de conforto.</p><p>A genética e o controle do</p><p>comportamento alimentar</p><p>Os fenótipos associados à obesidade,</p><p>portanto, promovem diferentes respostas</p><p>alimentares, bem como dificuldades para</p><p>adesão ao tratamento. Em outras palavras,</p><p>a percepção de saciedade, o tempo de</p><p>esvaziamento do estômago, a</p><p>autoestima e a satisfação corporal são</p><p>fatores intrínsecos à genética individual</p><p>que modulam o comportamento</p><p>Por fim, o engajamento do paciente no</p><p>tratamento da obesidade depende de</p><p>diversos fatores. O manejo da perda de</p><p>peso no indivíduo obeso deve levar em</p><p>consideração que, nem sempre, o</p><p>paciente alcançará a eutrofia com a</p><p>intervenção. Portanto, faz-se necessário</p><p>avaliar as características individuais</p><p>metabólicas e comportamentais do</p><p>paciente. Em suma, a abordagem em</p><p>relação à obesidade vai muito além de um</p><p>tratamento generalizado para perda de</p><p>peso.</p><p>Referências Bibliográficas</p><p>FILDES, Alison; CHARLTON, Judith; RUDISILL,</p><p>Caroline; LITTLEJOHNS, Peter; PREVOST, A.</p><p>Toby; GULLIFORD, Martin C.. Probability of</p><p>an Obese Person Attaining Normal Body</p><p>Weight: cohort study using electronic health</p><p>records. American Journal Of Public</p><p>Health, [S.L.], v. 105, n. 9, p. 54-59, set.</p><p>2015. American Public Health Association.</p><p>http://dx.doi.org/10.2105/ajph.2015.302773</p><p>http://dx.doi.org/10.2105/ajph.2015.302773</p><p>http://dx.doi.org/10.2105/ajph.2015.302773</p><p>http://dx.doi.org/10.2105/ajph.2015.302773</p><p>LOOS, Ruth J. F.; YEO, Giles S. H.. The</p><p>genetics of obesity: from discovery to</p><p>biology. Nature Reviews Genetics, [S.L.], v.</p><p>23, n. 2, p. 120-133, 23 set. 2021. Springer</p><p>Science and Business Media LLC.</p><p>LOCKE, Adam e et al. Genetic studies of</p><p>body mass index yield new insights for</p><p>obesity biology. Nature, [S.L.], v. 518, n.</p><p>7538, p. 197-206, 11 fev. 2015. Springer</p><p>Science and Business Media LLC.</p><p>http://dx.doi.org/10.1038/s41576-021-00414-z</p><p>http://dx.doi.org/10.1038/s41576-021-00414-z</p><p>http://dx.doi.org/10.1038/s41576-021-00414-z</p><p>http://dx.doi.org/10.1038/nature14177</p><p>http://dx.doi.org/10.1038/nature14177</p><p>http://dx.doi.org/10.1038/nature14177</p><p>O poder dos hábitos e</p><p>a complexidade da</p><p>mudança no</p><p>ambiente nutricional</p><p>Lu +</p><p>Lancha</p><p>Júnior</p><p>Os comportamentos são determinados</p><p>pelas experiências e escolhas</p><p>alimentares. Quando se fala em</p><p>comportamento alimentar, associa-se</p><p>diretamente às escolhas. No entanto, não</p><p>basta disseminar informação para</p><p>garantir a mudança de hábitos. Portanto,</p><p>é fundamental avaliar qual é a motivação do</p><p>paciente para a mudança.</p><p>Em 2050, teremos mais de 2 bilhões de</p><p>pessoas com mais de 60 anos no mundo e</p><p>cerca de 32 milhões de idosos no Brasil.</p><p>As principais causas de morte</p><p>atualmente estão associadas aos pilares</p><p>da medicina do estilo de vida, como</p><p>dieta, atividade física, tabagismo,</p><p>etilismo e estresse. Se evitados, esses</p><p>fatores poderiam prevenir 20 milhões de</p><p>mortes. Aristóteles já discutia o hedonismo,</p><p>onde as pessoas têm atitudes em busca do</p><p>prazer imediato, o que se reflete na</p><p>alimentação. A obesidade é, atualmente, a</p><p>5ª causa de morte.</p><p>O corpo humano, por sua vez, tenta</p><p>manter a homeostase, e isso não é</p><p>diferente quando se trata de garantir o</p><p>balanço energético. Dessa forma, o corpo</p><p>não é programado para manter o déficit</p><p>calórico, sinalizando a fome pelo</p><p>hipotálamo quando entra em déficit e</p><p>induzindo a pessoa a se alimentar.</p><p>Hoje, o profissional de saúde precisa</p><p>desenvolver habilidades que vão além da</p><p>prescrição e da dieta, garantindo que o</p><p>paciente se sinta acolhido por um</p><p>profissional que o enxergue de forma</p><p>integrada e individualizada.</p><p>Desafios da dieta para perda de peso</p><p>Atualmente, estudos mostram que 42% dos</p><p>adultos tentaram perder peso nos últimos 5</p><p>anos; no entanto, 50% teve um reganho de</p><p>peso em 1 ano e 75% não aderem a</p><p>programas de mudança de estilo de vida. O</p><p>grande desafio, portanto, é fazer com que o</p><p>paciente recupere a capacidade de refletir</p><p>sobre as escolhas que está fazendo, para</p><p>que, assim, possa decidir quais mudanças</p><p>deseja implementar. Esse processo, por sua</p><p>vez, não deve ser imposto pelo</p><p>nutricionista.</p><p>O profissional deve encorajar a</p><p>motivação e a mudança, o que garante</p><p>uma maior adesão à dieta por parte do</p><p>paciente.</p><p>O organismo possui uma série de</p><p>mecanismos fisiológicos para controlar a</p><p>ingestão de alimentos. Esse sistema é</p><p>complexo e seu entendimento é recente,</p><p>começando a ser esclarecido nos últimos 30</p><p>anos.</p><p>Nenhum desses mecanismos é cortical;</p><p>todos são subcorticais, agindo abaixo do</p><p>nível da consciência e tendo uma ampla</p><p>relação com o comportamento, o que</p><p>demonstra que interromper o consumo de</p><p>alimentos não é uma ação fisiológica</p><p>simples.</p><p>Pacientes que estão tentando emagrecer</p><p>geralmente possuem um locus de</p><p>controle externo, o que faz com que não</p><p>consigam assumir responsabilidades,</p><p>positivas ou negativas, acreditando que</p><p>tudo está fora de seu controle e,</p><p>consequentemente, sentindo-se</p><p>vulneráveis.</p><p>O consumo de alimentos e nutrientes é</p><p>determinado por um conjunto de fatores.</p><p>Não existe alimento ruim; sempre deve ser</p><p>avaliado o contexto, a quantidade e a</p><p>frequência do consumo de determinado</p><p>alimento. Portanto, o papel do</p><p>profissional também é ajudar o paciente</p><p>a não demonizar os alimentos, evitando</p><p>o ciclo de transtorno de consumo, culpa</p><p>e recompensa.</p><p>A ingestão de alimentos envolve sempre</p><p>um mecanismo complexo, que não deve</p><p>ser negligenciado. Logo, as ferramentas de</p><p>comportamento alimentar incluem "The</p><p>Five-Steps Collaboration Cycle", que envolve</p><p>empatia, escuta ativa, reflexões</p><p>perspectivas, não julgamento e presença</p><p>Referências Bibliográficas</p><p>LANCHA JUNIOR,; LANCHA JUNIOR,;</p><p>PEREIRA-LANCHA. Obesity: considerations</p><p>about etiology, metabolism, and the use of</p><p>experimental models. Diabetes, Metabolic</p><p>Syndrome And Obesity: Targets and</p><p>Therapy, [S.L.], p. 75, abr. 2012. Informa UK</p><p>Limited.</p><p>http://dx.doi.org/10.2147/dmso.s25026</p><p>http://dx.doi.org/10.2147/dmso.s25026</p><p>http://dx.doi.org/10.2147/dmso.s25026</p><p>PEREIRA-LANCHA, Luciana Oquendo;</p><p>KALLAS, Daniele; DAYAN, Paula Helena;</p><p>LANCHA JUNIOR, Antonio Herbert. Técnicas</p><p>de coaching de bem-estar na mudança do</p><p>estilo de vida no sistema público de saúde.</p><p>Estudos Avançados, [S.L.], v. 33, n. 95, p.</p><p>235-242, jan. 2019. FapUNIFESP (SciELO).</p><p>DAYAN, Paula Helena; SFORZO, Gary;</p><p>BOISSEAU, Nathalie; PEREIRA-LANCHA,</p><p>Luciana Oquendo; LANCHA, Antonio</p><p>Herbert. A new clinical perspective: treating</p><p>obesity with nutritional coaching versus</p><p>energy-restricted diets. Nutrition, [S.L.], v.</p><p>60, p. 147-151, abr. 2019. Elsevier BV.</p><p>http://dx.doi.org/10.1590/s0103-4014.2019.3395.0015.</p><p>http://dx.doi.org/10.1590/s0103-4014.2019.3395.0015.</p><p>http://dx.doi.org/10.1590/s0103-4014.2019.3395.0015.</p><p>http://dx.doi.org/10.1016/j.nut.2018.09.027</p><p>http://dx.doi.org/10.1016/j.nut.2018.09.027</p><p>http://dx.doi.org/10.1016/j.nut.2018.09.027</p><p>Parece mas não é:</p><p>desordens intestinais</p><p>similares à síndrome</p><p>do intestino irritável</p><p>Vania</p><p>Mattoso</p><p>Dentre os Distúrbios Intestinais Funcionais,</p><p>um dos mais comentados é a Síndrome do</p><p>Intestino Irritável (SII). A SII é um transtorno</p><p>gastrointestinal que afeta o funcionamento</p><p>do intestino. Não há uma causa exata</p><p>nem um exame definitivo para o</p><p>diagnóstico da SII; por isso, é necessário</p><p>avaliar os sintomas e as alterações para</p><p>se chegar a um diagnóstico.</p><p>Por ser uma desordem do eixo intestino-</p><p>cérebro, acredita-se que fatores como</p><p>estresse, dieta e alterações na microbiota</p><p>intestinal possam desempenhar um papel</p><p>significativo na manifestação da síndrome.</p><p>Fisiopatologia na SII</p><p>A inflamação pode manifestar-se de</p><p>maneira aguda ou crônica, gerando</p><p>alterações na função imunológica, na</p><p>microbiota intestinal, na sensibilidade e</p><p>permeabilidade da mucosa e até</p><p>prejudicando o processamento no</p><p>sistema nervoso central. Diante disso, as</p><p>intervenções dietéticas são de suma</p><p>importância para melhorar a qualidade de</p><p>vida do paciente.</p><p>Outras desordens intestinais</p><p>Com sintomas semelhantes aos da SII, a</p><p>intolerância à lactose é uma condição</p><p>digestiva muito comum, na qual o</p><p>organismo não é capaz de digerir a lactose.</p><p>Isso ocorre devido a uma deficiência de</p><p>lactase, a enzima responsável por</p><p>quebrar a lactose no intestino delgado.</p><p>Por outro lado, a Síndrome do</p><p>Supercrescimento de Fungo (SIFO) no</p><p>intestino delgado ocorre quando há um</p><p>desequilíbrio na microbiota intestinal,</p><p>permitindo que fungos como a Cândida</p><p>proliferem além dos níveis normais,</p><p>provocando uma série de sintomas e</p><p>problemas de saúde.</p><p>Também afetando o intestino delgado, a</p><p>SIBO (Supercrescimento Bacteriano no</p><p>Intestino Delgado) é uma condição em que</p><p>há um crescimento excessivo de bactérias,</p><p>podendo levar a uma série de complicações</p><p>gastrointestinais.</p><p>Diferente de outras desordens, mas com</p><p>algumas manifestações semelhantes, a</p><p>doença celíaca é uma doença autoimune</p><p>crônica que acomete o intestino delgado em</p><p>resposta ao consumo de glúten, uma</p><p>proteína encontrada no trigo, cevada e</p><p>centeio. Portadores de doença celíaca, ao</p><p>ingerirem o glúten, respondem</p><p>negativamente por meio do sistema</p><p>imunológico, que ataca o revestimento do</p><p>intestino delgado, resultando em</p><p>inflamação intestinal.</p><p>Além disso, a alergia sistêmica ao níquel</p><p>é uma condição em que o corpo</p><p>desenvolve uma reação alérgica ao</p><p>níquel.Essa condição é associada às</p><p>desordens intestinais por se manifestar de</p><p>forma sistêmica, afetando os sistemas</p><p>gastrointestinal, respiratório, dentre outros,</p><p>com reações adversas.</p><p>Com sintomas semelhantes aos da SII,</p><p>provocando, entre outros sintomas, forte</p><p>dor abdominal, a Endometriose é uma</p><p>desordem inflamatória que ocorre na região</p><p>pélvica, mas que se manifesta de forma</p><p>negativa no trato gastrointestinal, podendo</p><p>provocar inchaço abdominal, dores e outras</p><p>complicações.</p><p>Referências Bibliográficas</p><p>HALMOS, Emma P; GIBSON, Peter R.</p><p>Controversies and reality of the FODMAP</p><p>diet for patients with irritable bowel</p><p>syndrome. Journal Of Gastroenterology</p><p>And Hepatology, [S.L.], v. 34, n. 7, p. 1134-</p><p>1142, 4 abr. 2019. Wiley.</p><p>Borghini R, Donato G, Alvaro D, Picarelli A.</p><p>New insights in IBS-like disorders: Pandora's</p><p>box has been opened; a review.</p><p>Gastroenterol Hepatol Bed Bench. 2017</p><p>Spring;10(2):79-89.</p><p>PMID: 28702130; PMCID:</p><p>PMC5495893.</p><p>http://dx.doi.org/10.1111/jgh.14650</p><p>http://dx.doi.org/10.1111/jgh.14650</p><p>http://dx.doi.org/10.1111/jgh.14650</p><p>https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5495893/</p><p>https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5495893/</p><p>Emagrecimento</p><p>sustentável: a divisão</p><p>de fases como aliado</p><p>Nathercia</p><p>Percegoni</p><p>A obesidade e o sobrepeso promovem</p><p>uma inflamação celular de caráter</p><p>subclínico, causada pelo recrutamento de</p><p>macrófagos para o tecido adiposo, o que</p><p>leva à produção de citocinas</p><p>inflamatórias. Esse processo resulta em</p><p>uma série de respostas inflamatórias no</p><p>organismo, que podem culminar em</p><p>diversas complicações de saúde.</p><p>A obesidade é uma condição crônica e</p><p>complexa, resultante de múltiplos fatores.</p><p>Embora alguns possam argumentar sobre a</p><p>possibilidade de uma "obesidade</p><p>saudável", é importante destacar que a</p><p>inflamação associada ao acúmulo de tecido</p><p>adiposo é um processo gradual. Esse</p><p>estado inflamatório silencioso pode levar</p><p>tempo para se manifestar clinicamente, mas</p><p>eventualmente contribui para o</p><p>desenvolvimento de várias doenças e</p><p>complicações.</p><p>Pilares para reconhecer e tratar a</p><p>obesidade - Atlas Mundial da Obesidade</p><p>2024</p><p>R - Reconhecer que a obesidade é uma</p><p>doença</p><p>O - Monitorar a obesidade</p><p>O - Prevenir a obesidade</p><p>T - Tratar a obesidade</p><p>S - Criar sistemas de monitorização e</p><p>tratamento</p><p>O emagrecimento</p><p>O emagrecimento não é uma tarefa</p><p>simples. A perda de peso não ocorre de</p><p>forma linear; ela se dá em fases, cada uma</p><p>associada a diferentes alterações</p><p>metabólicas. Nesse contexto, o uso de um</p><p>método estruturado é essencial para</p><p>organizar os passos e procedimentos de</p><p>maneira personalizada, com o objetivo de</p><p>acelerar os resultados e atingir as metas</p><p>de forma eficaz.</p><p>Fase 1: Choque Metabólico</p><p>Na fase inicial do processo de</p><p>emagrecimento, ocorrem diversas</p><p>mudanças hormonais e fisiológicas que</p><p>afetam significativamente os resultados e a</p><p>capacidade de manutenção do peso</p><p>perdido.</p><p>Um dos primeiros efeitos é a queda nos</p><p>níveis dos hormônios tireoidianos T3 e</p><p>T4, que ocorre como resposta ao estímulo</p><p>do emagrecimento. Essa diminuição</p><p>hormonal pode reduzir a taxa metabólica,</p><p>influenciando a eficiência do processo de</p><p>perda de peso.</p><p>Além disso, durante essa fase, ocorre um</p><p>aumento da termogênese induzida pela</p><p>dieta, que corresponde a</p><p>aproximadamente 10% do gasto</p><p>energético total (GET). Essa resposta é o</p><p>esforço do corpo para equilibrar a perda</p><p>calórica inicial, aumentando o consumo de</p><p>energia e, consequentemente, ajudando na</p><p>queima de gordura.</p><p>Fase 2: Adaptação</p><p>Na Fase 2 do processo de emagrecimento, o</p><p>organismo começa a resistir à perda de</p><p>peso, desacelerando o metabolismopor</p><p>meio da alteração de diversos hormônios.</p><p>Durante essa fase, há uma diminuição nos</p><p>níveis de leptina, um hormônio</p><p>responsável por sinalizar a saciedade ao</p><p>cérebro, e um aumento nos níveis de</p><p>adiponectina, que está envolvida na</p><p>regulação do metabolismo de ácidos</p><p>graxos e da glicose. À medida que os</p><p>adipócitos (células de gordura) diminuem, a</p><p>produção de leptina cai, o que pode levar</p><p>ao aumento da fome e a uma adaptação</p><p>do gasto energético ao novo nível de</p><p>consumo calórico.</p><p>Para combater essa resistência e manter a</p><p>perda de peso, é fundamental modular a</p><p>saciedade. Isso pode ser feito por meio da</p><p>regulação do hipotálamo, que controla a</p><p>fome homeostática (fome fisiológica) e o</p><p>sistema de recompensa, associado à fome</p><p>hedônica (fome emocional ou prazerosa).</p><p>Nessa fase, entram em cena os peptídeos</p><p>intestinais, que atuam no eixo central,</p><p>ajudando a reduzir a fome.</p><p>No entanto, a nutrição pode desempenhar</p><p>um papel ainda mais significativo, utilizando</p><p>alimentos e nutrientes que influenciam</p><p>diretamente a modulação hipotalâmica,</p><p>ajudando a controlar a fome e manter o</p><p>emagrecimento de forma mais eficaz e</p><p>sustentável.</p><p>Fase 3: Resistência - Supere o Efeito Platô</p><p>Na Fase 3 do processo de emagrecimento, o</p><p>corpo entra em um estado de resistência</p><p>conhecido como efeito platô. Nessa fase,</p><p>há uma diminuição do gasto energético</p><p>total (GET) e do gasto energético associado</p><p>às atividades não relacionadas ao</p><p>exercício físico (NEAT), levando a um</p><p>equilíbrio entre a ingestão calórica e o gasto</p><p>energético. Esse equilíbrio faz com que a</p><p>perda de peso estagne, tornando mais</p><p>difícil continuar emagrecendo.</p><p>Para superar o efeito platô, é crucial mudar</p><p>a estratégia de emagrecimento. A escolha</p><p>da melhor abordagem deve ser</p><p>individualizada, levando em consideração</p><p>as características e necessidades específicas</p><p>de cada paciente. Portanto, uma anamnese</p><p>detalhada é essencial para entender o</p><p>perfil do paciente e determinar a estratégia</p><p>mais adequada, seja por meio de ajustes</p><p>na dieta, no plano de exercícios ou na</p><p>introdução de novos elementos que</p><p>possam estimular o metabolismo e</p><p>promover a continuidade da perda de</p><p>peso.</p><p>Fase 4: Manutenção - A Arte de Manter o</p><p>Peso, Garantir Saúde e Longevidade</p><p>Para evitar o ganho de peso após o</p><p>emagrecimento, é fundamental seguir um</p><p>programa de modulação hormonal e</p><p>monitoramento contínuo. Este programa</p><p>deve ser adaptado tanto para o curto</p><p>quanto para o longo prazo, garantindo a</p><p>eficácia na manutenção do peso perdido.</p><p>No curto prazo (até os primeiros 6 meses), o</p><p>foco deve estar no consumo adequado de</p><p>proteínas. A ingestão de proteínas ajuda a</p><p>preservar a massa muscular magra e</p><p>aumenta a sensação de saciedade, o que</p><p>pode ser crucial para evitar o ganho de peso</p><p>logo após a fase de perda.</p><p>No longo prazo, entretanto, a ingestão de</p><p>proteínas isoladamente não é suficiente</p><p>para manter o peso sob controle. É</p><p>necessário adotar uma abordagem mais</p><p>abrangente, que combine o consumo de</p><p>proteínas com fibras para melhorar a</p><p>digestão e a saciedade, além de um</p><p>monitoramento regular do peso e da</p><p>composição corporal. Além disso, a prática</p><p>de exercícios físicos regulares é essencial</p><p>para aumentar o gasto energético e ajudar</p><p>na manutenção do peso a longo prazo.</p><p>Por fim, é importante entender que a perda</p><p>de peso pode reduzir a depressão e os</p><p>transtornos alimentares. Um tratamento</p><p>planejado e supervisionado ajuda a</p><p>diminuir o risco de desenvolver transtornos</p><p>alimentares, como bulimia, compulsão</p><p>alimentar, comer emocional e a busca</p><p>obsessiva pela magreza.</p><p>Referências Bibliográficas</p><p>PEREZ-CAMPOS, Eduardo; MAYORAL,</p><p>Lauraperez-Campos; ANDRADE,</p><p>Gabrielmayoral; MAYORAL, Eduardoperez-</p><p>Campos; HUERTA, Teresahernandez;</p><p>CANSECO, Socorropina; CANALES, Franciscoj</p><p>Rodal; CABRERA-FUENTES, Héctoralejandro;</p><p>CRUZ, Margaritomartinez; SANTIAGO,</p><p>Almadolores Pérez. Obesity subtypes,</p><p>related biomarkers & heterogeneity. Indian</p><p>Journal Of Medical Research, [S.L.], v. 151,</p><p>n. 1, p. 11, 2020. Scientific Scholar.</p><p>http://dx.doi.org/10.4103/ijmr.ijmr_1768_17</p><p>http://dx.doi.org/10.4103/ijmr.ijmr_1768_17</p><p>As etapas de uma</p><p>consulta de sucesso</p><p>Thiago</p><p>Monteiro</p><p>No ambiente dos consultórios, o sucesso</p><p>vai além de oferecer um bom atendimento;</p><p>envolve proporcionar uma experiência</p><p>completa para o paciente, desde o primeiro</p><p>contato até o pós-consulta. A experiência</p><p>acumulada ao longo dos anos se reflete na</p><p>atenção aos detalhes, fundamental para</p><p>atrair consultas frequentes e,</p><p>consequentemente, alcançar um</p><p>faturamento significativo.</p><p>O faturamento é uma consequência</p><p>natural de um trabalho bem-feito. Quando</p><p>o foco está em proporcionar uma consulta</p><p>de sucesso, os resultados financeiros</p><p>surgem como reflexo desse esforço.</p><p>Mas o que caracteriza uma consulta de</p><p>sucesso? Tudo começa com a criação de</p><p>uma experiência única para o paciente,</p><p>que se inicia antes mesmo da visita ao</p><p>consultório. Desde o primeiro contato, seja</p><p>por telefone, e-mail ou redes sociais, é</p><p>crucial estabelecer empatia e conexão.</p><p>Quando o paciente se sente compreendido</p><p>e valorizado, começa a construir uma</p><p>relação de confiança com o profissional.</p><p>Durante a consulta, essa confiança precisa</p><p>ser reforçada. O paciente deve sentir que</p><p>está sendo atendido por alguém</p><p>competente, que entende suas</p><p>necessidades e está comprometido em</p><p>oferecer o melhor resultado possível. A</p><p>entrega de resultados concretos é o</p><p>próximo passo nesse processo. Um</p><p>diagnóstico preciso, um tratamento</p><p>adequado e</p><p>um acompanhamento eficaz</p><p>são essenciais para que o paciente perceba</p><p>que suas expectativas estão sendo</p><p>atendidas.</p><p>Além disso, a experiência do paciente não</p><p>termina na consulta. O boca a boca é uma</p><p>ferramenta poderosa, e um paciente</p><p>satisfeito naturalmente compartilhará sua</p><p>experiência positiva, atraindo novas</p><p>consultas. No entanto, todas essas etapas</p><p>— empatia, confiança, resultados e boca</p><p>a boca — são interdependentes.</p><p>Por isso, muitos pacientes não retornam</p><p>ao consultório. Se a experiência deles,</p><p>que deveria ser acolhedora e satisfatória</p><p>desde o início, não for plenamente</p><p>atendida, eles procurarão outros</p><p>profissionais na esperança de encontrar a</p><p>experiência desejada.</p><p>ETAPAS</p><p>Primeira etapa</p><p>No primeiro contato via WhatsApp:</p><p>Agradeça o interesse.</p><p>Explique como funciona o atendimento.</p><p>Informe o valor do investimento,</p><p>destacando o valor agregado da</p><p>consulta.</p><p>Agende a consulta.</p><p>Segunda etapa</p><p>Realize uma pré-anamnese com os</p><p>seguintes pontos:</p><p>Doenças.</p><p>Alergias/intolerâncias.</p><p>Medicamentos.</p><p>Exames de sangue.</p><p>Terceira etapa</p><p>Quebre o gelo, conecte-se com o paciente e</p><p>transmita confiança.</p><p>Quarta etapa</p><p>Compreenda o problema.</p><p>Evite julgamentos e proponha</p><p>mudanças graduais nos hábitos</p><p>alimentares.</p><p>Gere empatia.</p><p>Considere a vestimenta como um meio</p><p>de criar mais conexão com o paciente.</p><p>Quinta etapa</p><p>Perguntas essenciais durante a consulta:</p><p>Quando foi a última vez que você</p><p>consultou um nutricionista?</p><p>Já utilizou algum medicamento para</p><p>emagrecer?</p><p>Qual foi o peso máximo que você já</p><p>alcançou?</p><p>Como é a sua relação com a comida?</p><p>Sexta etapa</p><p>Montar a dieta na hora oferece vantagens</p><p>como:</p><p>Maior assertividade.</p><p>Adaptação das refeições à rotina.</p><p>Inclusão de alimentos que o paciente</p><p>gosta.</p><p>Variedade de cardápios personalizados.</p><p>Eliminação da necessidade de levar</p><p>trabalho para casa.</p><p>Sétima etapa</p><p>Motivação, acolhimento e</p><p>acompanhamento são cruciais:</p><p>O que acontece após a consulta é o que</p><p>mais importa. Demonstre preocupação</p><p>contínua com o paciente.</p><p>O acompanhamento pós-consulta é</p><p>fundamental para manter a motivação,</p><p>alcançar resultados e garantir a</p><p>fidelização dos pacientes.</p><p>Portanto, para garantir o sucesso do</p><p>consultório e a fidelização dos pacientes, é</p><p>essencial que cada etapa da jornada seja</p><p>cuidadosamente planejada e executada,</p><p>desde o primeiro contato até o pós-</p><p>atendimento. Somente assim é possível</p><p>transformar uma consulta em uma</p><p>experiência individualizada e alcançar um</p><p>faturamento consistente e elevado.</p><p>Proteínas e</p><p>metabolismo</p><p>humano: atualizações</p><p>sobre síntese e</p><p>recuperação</p><p>Rodolfo</p><p>Peres</p><p>A nutrição esportiva é essencial para todos,</p><p>exceto em algumas exceções médicas.</p><p>Como nutricionista, qual é o meu propósito?</p><p>Qual é o meu sonho com a nutrição?</p><p>Síntese Proteica e Hipertrofia</p><p>O músculo é um órgão endócrino,</p><p>portanto, está diretamente ligado à saúde. É</p><p>crucial manter uma boa reserva de saúde</p><p>óssea e muscular.</p><p>Esses conceitos vão além da estética,</p><p>focando na saúde em diversas condições</p><p>patológicas, destacando os benefícios da</p><p>musculação além da aparência física.</p><p>Recomendação Proteica</p><p>As recomendações proteicas variam entre</p><p>1,4 e 2,2 g de proteína por kg de peso</p><p>corporal, com uma ingestão de 20 a 40 gde</p><p>proteína por refeição, exceto na última</p><p>refeição do dia, que deve ser mais rica em</p><p>proteína devido ao jejum noturno. Para</p><p>processos de emagrecimento, recomenda-</p><p>se de 2 a 3 g de proteína por kg, com um</p><p>maior aporte de proteína sendo</p><p>compensado pela restrição de outros</p><p>macronutrientes.</p><p>Recentemente, recomenda-se uma maior</p><p>ingestão de proteína por refeição, entre 45</p><p>a 50 g, uma abordagem útil em casos de</p><p>jejum intermitente.</p><p>No entanto, aumentar a ingestão de</p><p>proteínas pode ser desafiador em planos de</p><p>emagrecimento, já que, para atingir 60 g de</p><p>proteína em uma refeição, seria necessário:</p><p>200 g de frango;</p><p>28 claras + 1 ovo inteiro;</p><p>75 g de whey protein isolado e</p><p>hidrolisado.</p><p>Somos o que comemos ou o que</p><p>absorvemos?</p><p>O primeiro passo para a síntese proteica é</p><p>a absorção adequada dos nutrientes, o</p><p>que depende de um intestino saudável.</p><p>Fatores que influenciam a saúde intestinal</p><p>incluem:</p><p>Espiritualidade;</p><p>Atenção plena na refeição;</p><p>Mastigação adequada;</p><p>Uso de banquinho para melhorar a</p><p>postura.</p><p>Se, mesmo após seguir esses passos, o</p><p>intestino não estiver saudável, pode-se</p><p>considerar a suplementação.</p><p>Estudo de Caso</p><p>Objetivo: Definição muscular</p><p>Perfil: Homem, 49 anos, 95 kg</p><p>Consumo proteico: 3,0 g/kg</p><p>Consumo de carboidratos (CHO): 2,0</p><p>g/kg</p><p>Consumo de lipídeos: 25% do total</p><p>calórico</p><p>Frequência alimentar: 5 refeições</p><p>diárias</p><p>Refeições antes e depois do treino:</p><p>Maior aporte de CHO</p><p>Condições do Paciente: Sem deficiências</p><p>de micronutrientes, sem inflamação ou</p><p>estresse oxidativo excessivo, saúde</p><p>intestinal e emocional equilibradas, sistema</p><p>imunológico adequado.</p><p>Dados Bioquímicos:</p><p>Ureia: 39 mg/dL</p><p>Triglicerídeos: 67 mg/dL</p><p>Glicose: 85 mg/dL</p><p>Testosterona: 1151 ng/dL</p><p>Creatinoquinase total: 496 u/L</p><p>TGO: 39 U/L</p><p>Conduta para Definição Muscular</p><p>1. Aumento das Proteínas: 3,0 a 3,5 g/kg,</p><p>fracionadas em 7 refeições, com 40 a 45 g</p><p>por refeição.</p><p>2. Carboidratos: 1,5 a 1,0 g/kg (não deve</p><p>ser inferior a 1,0 g/kg).</p><p>3. Lipídeos: 20% da energia total,</p><p>priorizando fontes de gorduras</p><p>poliinsaturadas e monoinsaturadas.</p><p>Aminograma e Proteínas</p><p>Fontes Animais: Entre 2 e 3 g de leucina</p><p>por porção, essencial para a síntese</p><p>proteica. Todos os aminoácidos são</p><p>necessários para a hipertrofia.</p><p>Veganos: Devem ser orientados sobre</p><p>aminogramas mais completos. O uso de</p><p>proteínas vegetais de alta qualidade é</p><p>uma estratégia para complementar</p><p>leguminosas.</p><p>Proteínas em Pó</p><p>30 g de Whey Protein Isolado: Rica em</p><p>leucina, isoleucina, e valina, além de</p><p>todos os aminoácidos essenciais, sendo</p><p>uma excelente fonte.</p><p>30 g de Mix de Proteínas Vegetais</p><p>(Ervilha e Arroz): Apesar de menores</p><p>quantidades, fornece um ótimo</p><p>aminograma, especialmente com uma</p><p>dose de 40 g.</p><p>30 g de Colágeno: Não possui um perfil</p><p>ideal de aminoácidos para síntese</p><p>muscular, mas é satisfatório para</p><p>objetivos estéticos. Pode ser combinado</p><p>com proteínas essenciais.</p><p>Quando Não Atingir a Necessidade</p><p>Proteica</p><p>1. Mix de Aminoácidos Essenciais</p><p>2. HMB</p><p>3. Cindura: Promissora, mas sem estudos</p><p>robustos até o momento.</p><p>Referências Bibliográficas</p><p>MURPHY, Robyn M.; WATT, Matthew J.;</p><p>FEBBRAIO, Mark A.. Metabolic</p><p>communication during exercise. Nature</p><p>Metabolism, [S.L.], v. 2, n. 9, p. 805-816, 3</p><p>ago. 2020. Springer Science and Business</p><p>Media LLC.</p><p>http://dx.doi.org/10.1038/s42255-020-0258-x</p><p>http://dx.doi.org/10.1038/s42255-020-0258-x</p><p>ARETA, José L.; BURKE, Louise M.; ROSS,</p><p>Megan L.; CAMERA, Donny M.; WEST, Daniel</p><p>W. D.; BROAD, Elizabeth M.; JEACOCKE, Nikki</p><p>A.; MOORE, Daniel R.; STELLINGWERFF,</p><p>Trent; PHILLIPS, Stuart M.. Timing and</p><p>distribution of protein ingestion during</p><p>prolonged recovery from resistance</p><p>exercise alters myofibrillar protein</p><p>synthesis. The Journal Of Physiology, [S.L.],</p><p>v. 591, n. 9, p. 2319-2331, 5 abr. 2013. Wiley.</p><p>A CHURCHWARD-VENNE, Tyler; PINCKAERS,</p><p>Philippe Jm; SMEETS, Joey Sj; BETZ, Milan W;</p><p>SENDEN, Joan M; GOESSENS, Joy Pb; GIJSEN,</p><p>Annemie P; ROLLO, Ian; VERDIJK, Lex B; VAN</p><p>LOON, Luc Jc. Dose-response effects of</p><p>dietary protein on muscle protein synthesis</p><p>during recovery from endurance exercise in</p><p>young men: a double-blind randomized</p><p>trial. The American Journal Of Clinical</p><p>Nutrition, [S.L.], v. 112, n. 2, p. 303-317,</p><p>ago. 2020. Elsevier BV.</p><p>http://dx.doi.org/10.1113/jphysiol.2012.244897</p><p>http://dx.doi.org/10.1113/jphysiol.2012.244897</p><p>http://dx.doi.org/10.1113/jphysiol.2012.244897</p><p>http://dx.doi.org/10.1113/jphysiol.2012.244897</p><p>http://dx.doi.org/10.1113/jphysiol.2012.244897</p><p>http://dx.doi.org/10.1093/ajcn/nqaa073</p><p>http://dx.doi.org/10.1093/ajcn/nqaa073</p><p>http://dx.doi.org/10.1093/ajcn/nqaa073</p><p>http://dx.doi.org/10.1093/ajcn/nqaa073</p><p>http://dx.doi.org/10.1093/ajcn/nqaa073</p><p>Estratégias</p><p>nutricionais para o</p><p>controle da</p><p>ansiedade</p><p>Daniel</p><p>Coimbra</p><p>Atualmente, muitos pacientes chegam aos</p><p>consultórios com diversos objetivos</p><p>estéticos e fisiológicos, como</p><p>emagrecimento, hipertrofia,</p><p>produtividade e performance. No entanto,</p><p>muitos também enfrentam</p><p>problemas</p><p>psicológicos subjacentes que não</p><p>reconhecem como a principal causa de seus</p><p>sintomas. No Brasil, estamos vivendo uma</p><p>epidemia de uso de medicamentos</p><p>ansiolíticos e auxiliares do sono.</p><p>O nutricionista, como profissional de</p><p>saúde, deve adotar uma abordagem</p><p>integrada, avaliando aspectos que</p><p>impactam a saúde mental, como a</p><p>qualidade do sono(através de exames</p><p>como a polissonografia) e o uso de</p><p>ferramentas como a Escala de Ansiedade</p><p>de Beck.</p><p>Medo e ansiedade são sentimentos</p><p>universais, mas quando associados a três</p><p>ou mais sintomas por seis meses ou mais,</p><p>podem indicar transtorno de ansiedade</p><p>generalizada. Esses sintomas incluem</p><p>inquietação, fadiga, dificuldade de</p><p>concentração, irritabilidade, distúrbios</p><p>do sono e tensão muscular.</p><p>O estresse é um dos principais fatores</p><p>desencadeantes da ansiedade.</p><p>O aumento do cortisol pode levar à atrofia</p><p>dos dendritos e à redução da densidade</p><p>das espinhas dendríticas no hipocampo e</p><p>no córtex pré-frontal, impactando tanto a</p><p>amígdala quanto o hipocampo. Essas</p><p>alterações fisiológicas fazem com que o</p><p>indivíduo aja de maneira mais emocional e</p><p>menos racional, exacerbando a ansiedade.</p><p>Interpretação de Exames Laboratoriais</p><p>A alfa-amilase salivar é um marcador útil</p><p>para identificar o estresse agudo. Estudos</p><p>indicam que a ansiedade influencia</p><p>diretamente o comportamento alimentar,</p><p>aumentando o comer emocional.</p><p>Pacientes que seguem uma dieta rica em</p><p>ultraprocessados, gordura saturada e</p><p>com alto teor calórico tendem a</p><p>desregular o ciclo circadiano e a liberação</p><p>hormonal, o que desajusta o relógio</p><p>biológico e intensifica a ansiedade.</p><p>Em termos de exames bioquímicos,</p><p>micronutrientes abaixo dos valores de</p><p>referência, níveis elevados de glicemia,</p><p>triglicerídeos altos e elevados níveis de</p><p>Apo A1 estão associados a depressão,</p><p>ansiedade e transtornos relacionados ao</p><p>estresse.</p><p>Alvos Terapêuticos</p><p>Em relação à alimentação, dietas como a</p><p>mediterrânea, vegetariana, anti-</p><p>inflamatória e o hábito de não pular o café</p><p>da manhã são recomendadas para prevenir</p><p>transtornos relacionados ao estresse e</p><p>melhorar a qualidade do sono.</p><p>O uso de psicobióticos, que são</p><p>probióticos benéficos para a saúde</p><p>mental, também pode ser indicado. Além</p><p>disso, os seguintes suplementos, com</p><p>benefícios cientificamente comprovados</p><p>para a redução de sintomas de ansiedade,</p><p>podem ser prescritos:</p><p>Magnésio</p><p>Zinco: participa da modulação de GABA</p><p>e NMDA; níveis baixos estão associados</p><p>a distúrbios cognitivos, emocionais e</p><p>comportamentais, além de redução da</p><p>plasticidade neuronal e da neurogênese.</p><p>Cobre</p><p>Manganês</p><p>Antioxidantes, como flavonoides, que</p><p>diminuem a neurotoxicidade, a</p><p>inflamação e os radicais livres (ROS).</p><p>Referências Bibliográficas:</p><p>AUCOIN, Monique; LACHANCE, Laura;</p><p>NAIDOO, Umadevi; REMY, Daniella;</p><p>SHEKDAR, Tanisha; SAYAR, Negin;</p><p>CARDOZO, Valentina; RAWANA, Tara; CHAN,</p><p>Irina; COOLEY, Kieran. Diet and Anxiety: a</p><p>scoping review. Nutrients, [S.L.], v. 13, n.</p><p>12, p. 4418, 10 dez. 2021. MDPI AG.</p><p>http://dx.doi.org/10.3390/nu13124418</p><p>http://dx.doi.org/10.3390/nu13124418</p><p>KRIS-ETHERTON, Penny M; PETERSEN,</p><p>Kristina s; HIBBELN, Joseph R; HURLEY,</p><p>Daniel; KOLICK, Valerie; PEOPLES, Sevetra;</p><p>RODRIGUEZ, Nancy; WOODWARD-LOPEZ,</p><p>Gail. Nutrition and behavioral health</p><p>disorders: depression and anxiety.</p><p>Nutrition Reviews, [S.L.], v. 79, n. 3, p. 247-</p><p>260, 24 maio 2020. Oxford University Press</p><p>(OUP)</p><p>NORWITZ, Nicholas G.; NAIDOO, Uma.</p><p>Nutrition as Metabolic Treatment for</p><p>Anxiety. Frontiers In Psychiatry, [S.L.], v.</p><p>12, p. 1, 12 fev. 2021. Frontiers Media SA.</p><p>http://dx.doi.org/10.1093/nutrit/nuaa025</p><p>http://dx.doi.org/10.1093/nutrit/nuaa025</p><p>http://dx.doi.org/10.3389/fpsyt.2021.598119</p><p>http://dx.doi.org/10.3389/fpsyt.2021.598119</p><p>Saúde mitocondrial e</p><p>fertilidade no mundo</p><p>moderno</p><p>Omar de</p><p>Faria</p><p>Prevalências da infertilidade</p><p>1 em cada 6 pessoas no mundo enfrenta</p><p>infertilidade.</p><p>17,8% da população em países ricos é</p><p>afetada pela infertilidade.</p><p>16,5% da população em países pobres</p><p>também enfrenta esse problema.</p><p>48 milhões de casais em todo o mundo</p><p>têm dificuldades relacionadas à</p><p>fertilidade.</p><p>180 milhões de pessoas globalmente</p><p>lidam com a infertilidade.</p><p>A maior prevalência de infertilidade</p><p>masculina ocorre entre 30 e 34 anos.</p><p>8 milhões de brasileiros enfrentam</p><p>problemas de infertilidade.</p><p>Um estudo de 1990 a 2019 mostrou</p><p>que, em 10 anos, 70% dos homens</p><p>podem ser inférteis. Vale ressaltar que a</p><p>Covid-19 pode contribuir para a</p><p>infertilidade, pois uma de suas sequelas</p><p>é o comprometimento da</p><p>espermatogênese.</p><p>Epigenética</p><p>As diversas interações com um meio</p><p>ambiente desordenado podem estar</p><p>contribuindo para o surgimento de muitas</p><p>doenças atuais. O Brasil está entre os três</p><p>países com menor prática de atividades</p><p>físicas</p><p>Um ambiente tóxico pode modificar a</p><p>genética, e fatores como estresse,</p><p>ansiedade, longas jornadas de trabalho,</p><p>exposição à luz artificial, poluentes, má</p><p>alimentação, falta de exercício e privação</p><p>de sono não apenas aceleram o</p><p>envelhecimento, mas também impactam</p><p>negativamente a saúde intestinal e</p><p>mitocondrial.</p><p>Para avaliar a saúde intestinal, exames</p><p>essenciais incluem coprológico funcional,</p><p>calprotectina fecal e o teste de intolerância</p><p>alimentar.</p><p>Programação metabólica para o</p><p>envelhecimento</p><p>Devido às alterações celulares e</p><p>moleculares, novas células estão sendo</p><p>programadas para se tornarem citotóxicas.</p><p>O processo inflamatório crônico, comum</p><p>em muitas pessoas, leva à instabilidade</p><p>celular, encurtamento dos telômeros e</p><p>disfunção mitocondrial. Como resultado,</p><p>ocorre um envelhecimento sistêmico</p><p>acelerado.</p><p>A qualidade mitocondrial é essencial para</p><p>a fertilidade de ambos os sexos. Tanto</p><p>homens quanto mulheres dependem de</p><p>mitocôndrias saudáveis para que os</p><p>processos reprodutivos ocorram</p><p>corretamente. Sem uma saúde</p><p>mitocondrial adequada, a formação do</p><p>embrião torna-se inviável.</p><p>O que fazer para trazer a fertilidade?</p><p>Para melhorar a fertilidade, é fundamental</p><p>adotar diversas abordagens.</p><p>Primeiro, técnicas dietéticas podem ser</p><p>aplicadas, como a restrição calórica e a</p><p>escolha de um estilo de vida saudável. A</p><p>suplementação dietética também</p><p>desempenha um papel importante. Além</p><p>disso, é crucial garantir uma saúde</p><p>intestinal adequada para assegurar uma</p><p>absorção eficiente dos nutrientes</p><p>essenciais.</p><p>Referências Bibliográficas</p><p>GERRITS, Trudie; KROES, Hilde; RUSSELL,</p><p>Steve; VAN ROOIJ, Floor. Breaking the</p><p>silence around infertility: a scoping review</p><p>of interventions addressing infertility-</p><p>related gendered stigmatisation in low- and</p><p>middle-income countries. Sexual And</p><p>Reproductive Health Matters, [S.L.], v. 31,</p><p>n. 1, p. 1, 22 fev. 2023. Informa UK Limited.</p><p>http://dx.doi.org/10.1080/26410397.2022.2134629</p><p>http://dx.doi.org/10.1080/26410397.2022.2134629</p><p>http://dx.doi.org/10.1080/26410397.2022.2134629</p><p>http://dx.doi.org/10.1080/26410397.2022.2134629</p><p>http://dx.doi.org/10.1080/26410397.2022.2134629</p><p>tenham vindo por recomendação médica.</p><p>Ademais, é essencial adquirir</p><p>conhecimento, inclusive fora dos casos,</p><p>como no exemplo do óleo de coco.</p><p>O óleo de coco ganhou destaque na mídia</p><p>algum tempo atrás, sendo considerado uma</p><p>boa opção para o emagrecimento. No</p><p>entanto, no campo educacional, o combate</p><p>ao terrorismo alimentar torna-se</p><p>essencial para desmistificar tais crenças.</p><p>Hoje em dia, sabe-se que muitas pessoas</p><p>utilizavam o óleo de coco de maneira</p><p>inadequada, especialmente quando</p><p>aquecido, o que aumentava a inflamação</p><p>devido ao seu baixo ponto de fumaça.</p><p>A Importância da Pesquisa e Aplicação de</p><p>Dietas</p><p>Outro ponto importante a ser analisado é</p><p>que o profissional pode utilizar suas</p><p>próprias condições e doenças para se</p><p>aprofundar mais nos estudos.</p><p>Isto é, um profissional que desenvolveu</p><p>diabetes pode procurar estudos e se</p><p>dedicar ao campo educacional,</p><p>considerando como a dieta cetogênica</p><p>pode ser uma opção de tratamento na</p><p>busca por alternativas.</p><p>Nesse cenário, a dieta mostrou uma</p><p>diminuição no HOMA-IR, HOMA-BETA e</p><p>insulina em aproximadamente 1 mês de</p><p>planejamento alimentar. Assim, deve-se</p><p>confiar naquilo que o nutricionista</p><p>prescreve e nos alimentos, pois estes</p><p>funcionam e curam. Depois de diversos</p><p>estudos, a Associação de Diabetes aceitou a</p><p>dieta cetogênica como uma alternativa para</p><p>a remissão do diabetes.</p><p>Benefícios do Café</p><p>Outro alimento importante que merece</p><p>destaque é o café, com seus polifenóis e</p><p>compostos como cafeína e vitaminas, que</p><p>têm se mostrado eficazes na redução de</p><p>gordura corporal.</p><p>Incluir o café de qualidade no pós-treino</p><p>pode ser recomendado, pois ele possui</p><p>ácido clorogênico e ação ansiolítica, desde</p><p>que seja de fontes adequadas, como grãos</p><p>de alta qualidade, e não dos tipos extra</p><p>forte ou tradicional.</p><p>A técnica dietética valoriza o ácido</p><p>clorogênico presente no café, que diminui</p><p>com o aumento da torra. Além disso, o café</p><p>extra forte pode esconder micotoxinas, que</p><p>são metabolizadas e excretadas pelo corpo</p><p>em 24 horas.</p><p>Saúde da Tireoide</p><p>Quando se trata de tireoide, o excesso de</p><p>sódio e condições como hipertireoidismo</p><p>exigem atenção constante para evitar</p><p>complicações, como o câncer. Hábitos</p><p>alimentares que incluem alimentos como</p><p>leite, laranja e caqui, além da dieta</p><p>mediterrânea rica em ômega-3, podem</p><p>ajudar a prevenir o câncer de tireoide.</p><p>Alimentos como chia, linhaça, peixe e azeite</p><p>de oliva extra virgem são fundamentais</p><p>para equilibrar as gorduras ômega-3 e</p><p>ômega-6.</p><p>A Conexão entre Alimentação, Ambiente</p><p>e Saúde</p><p>A glutationa, que deve aumentar a</p><p>atividade da GGT, é vital para combater o</p><p>estresse oxidativo, especialmente em</p><p>ambientes com fuligem e fumaça. A ciência</p><p>da nutrição está intrinsecamente ligada ao</p><p>que está acontecendo no mundo.</p><p>Alimentos como o abacate, com alta</p><p>concentração de fração lipídica, são</p><p>eficazes em condições inflamatórias. A</p><p>perda de um ente querido pode levar a</p><p>condições como artrite, e a nutrição pode</p><p>desempenhar um papel fundamental na</p><p>recuperação. A combinação de alimento,</p><p>nutrição e apoio familiar forma a base</p><p>dessa trajetória.</p><p>Referências Bibliográficas</p><p>ZHOU, Xiao-Ying; GUO, Kai-Heng; HUANG,</p><p>Shao-Feng; LIU, Rui-Ke; ZENG, Chun-Ping.</p><p>Ketogenic diet combined with intermittent</p><p>fasting: an option for type 2 diabetes</p><p>remission?. Nutrition Reviews, [S.L.], 12</p><p>mar. 2024. Oxford University Press (OUP).</p><p>http://dx.doi.org/10.1093/nutrit/nuae014</p><p>http://dx.doi.org/10.1093/nutrit/nuae014</p><p>http://dx.doi.org/10.1093/nutrit/nuae014</p><p>MERRILL, Jennifer D.; SOLIMAN, Diana;</p><p>KUMAR, Nitya; LIM, Sooyoung; SHARIFF,</p><p>Afreen I.; YANCY, William S.. Low-</p><p>Carbohydrate and Very-Low-Carbohydrate</p><p>Diets in Patients With Diabetes. Diabetes</p><p>Spectrum, [S.L.], v. 33, n. 2, p. 133-142, 1</p><p>maio 2020. American Diabetes Association.</p><p>KAUSHIK, Geetanjali. Effect of Processing on</p><p>Mycotoxin Content in Grains. Critical</p><p>Reviews In Food Science And Nutrition,</p><p>[S.L.], v. 55, n. 12, p. 1672-1683, 17 out.</p><p>2013. Informa UK Limited.</p><p>SHEN, Yi; WANG, Xian; WANG, Lu; XIONG,</p><p>Dandan; WU, Cailian; CEN, Liting; XIE,</p><p>Lianguang; LI, Xiangzhi. Modifiable risk</p><p>factors for thyroid cancer: lifestyle and</p><p>residence environment. Endokrynologia</p><p>Polska, [S.L.], p. 1, 13 mar. 2024. VM Media</p><p>Group sp. z o.o.</p><p>http://dx.doi.org/10.2337/ds19-0070</p><p>http://dx.doi.org/10.2337/ds19-0070</p><p>http://dx.doi.org/10.2337/ds19-0070</p><p>http://dx.doi.org/10.2337/ds19-0070</p><p>http://dx.doi.org/10.1080/10408398.2012.701254</p><p>http://dx.doi.org/10.1080/10408398.2012.701254</p><p>http://dx.doi.org/10.5603/ep.97258</p><p>http://dx.doi.org/10.5603/ep.97258</p><p>http://dx.doi.org/10.5603/ep.97258</p><p>Valéria Pascoal</p><p>Com 40 anos de experiência como</p><p>nutricionista, mesmo que você esteja</p><p>apenas começando nessa carreira, é</p><p>fundamental ter princípios éticos que</p><p>guiem suas decisões. Nada deve desviar</p><p>você do caminho certo. Haverá momentos</p><p>em que receberá propostas tentadoras, mas</p><p>dizer "não" em situações difíceis pode ser o</p><p>que realmente define seu percurso.</p><p>A Nutrição Acima do Negócio</p><p>A VP começou há 25 anos como uma</p><p>consultoria na área de nutrição. No início da</p><p>VP, uma empresa internacional a convidou</p><p>para participar do desenvolvimento de uma</p><p>linha de produtos. Nem todos os</p><p>alimentos são adequados para todas as</p><p>pessoas, e trabalhar com muitos produtos</p><p>significa que você pode não poder falar mal</p><p>de alguns. Neste caso, mesmo sabendo da</p><p>importância do contrato, o ideal é sugerir</p><p>que contratem outra pessoa.</p><p>Os nutricionistas devem se orgulhar de</p><p>sua profissão e aplaudir suas escolhas.</p><p>Assim, a nutrição deve ser maior que o</p><p>negócio e nunca deve ser subordinada a ele.</p><p>No entanto, existem mentes brilhantes no</p><p>marketing das multinacionais, e esse</p><p>marketing atinge pessoas e sociedades,</p><p>influenciando o consumo de alimentos</p><p>que fascinam especialmente as crianças.</p><p>Um exemplo é a Coca-Cola Brasil, que</p><p>afirma "matar a sede". A pergunta é: a sede</p><p>de quem está sendo saciada? É a fome de</p><p>uma mente iludida, uma fome que se</p><p>alimenta do que a mídia promove, e que a</p><p>sociedade deseja consumir. Infelizmente,</p><p>essa fome mental afeta pessoas próximas.</p><p>CSA Brasil: Sustentando a Vida e a</p><p>Agricultura</p><p>De um lado, temos os agricultores; do</p><p>outro, os consumidores. A CSA enfrenta</p><p>dificuldades em transmitir esse conceito às</p><p>pessoas. No Distrito Federal, está a maior</p><p>entidade de CSA do país. Precisamos dar</p><p>vida àqueles que plantam vida e produzem</p><p>alimentos. Ao sustentar produtores de</p><p>orgânicos, estamos dando vida.</p><p>"Quando se compartilha conhecimento, surge</p><p>uma pergunta importante: quem aprende</p><p>mais, quem ensina ou quem ouve?"</p><p>Dopamina e</p><p>alimentação: como</p><p>este neurotransmissor</p><p>afeta seus hábitos</p><p>alimentares</p><p>Samira</p><p>Lima</p><p>Ao imaginar-se saboreando sua sobremesa</p><p>favorita ao lado da pessoa que mais ama, no</p><p>seu lugar preferido no mundo, você</p><p>provavelmente sente uma sensação</p><p>agradável. Isso acontece porque seu</p><p>cérebro está liberando dopamina, um</p><p>neurotransmissor que age como</p><p>mensageiro químico, facilitando a</p><p>comunicação entre os neurônios.</p><p>Embora a dopamina seja amplamente</p><p>conhecida como o "neurotransmissor do</p><p>prazer", ela está mais diretamente</p><p>associada à motivação para buscar uma</p><p>recompensa do que ao prazer em si. Em</p><p>outras palavras, a dopamina nos impulsiona</p><p>a agir para alcançar algo que nos</p><p>proporcionará bem-estar.</p><p>Um estudo realizado com macacos ilustra</p><p>bem esse conceito. Os animais foram</p><p>treinados para apertar um botão dez vezes</p><p>sempre que uma luz se acendia, resultando</p><p>em uma recompensa: suco de maçã. Os</p><p>pesquisadores descobriram que o pico de</p><p>dopamina ocorreu durante a motivação</p><p>para receber o suco, e não no momento em</p><p>que o suco foi consumido. Isso demonstra</p><p>que a dopamina está mais relacionada à</p><p>busca pela recompensa do que ao prazer</p><p>experimentado ao recebê-la.</p><p>Dopamina e Motivação: Mais do que</p><p>Prazer</p><p>Embora a dopamina seja amplamente</p><p>conhecida como o "neurotransmissor do</p><p>prazer", ela está mais diretamente</p><p>associada à motivação para buscar uma</p><p>recompensa do que ao prazer em si. Em</p><p>outras palavras, a dopamina nos impulsiona</p><p>a agir para alcançar algo que nos</p><p>proporcionará bem-estar.</p><p>Um estudo realizado com macacos ilustra</p><p>bem esse conceito. Os animais foram</p><p>treinados</p><p>para apertar um botão dez vezes</p><p>sempre que uma luz se acendia, resultando</p><p>em uma recompensa: suco de maçã. Os</p><p>pesquisadores descobriram que o pico de</p><p>dopamina ocorreu durante a motivação</p><p>para receber o suco, e não no momento em</p><p>que o suco foi consumido. Isso demonstra</p><p>que a dopamina está mais relacionada à</p><p>busca pela recompensa do que ao prazer</p><p>experimentado ao recebê-la.</p><p>Atividades Cotidianas e Ciclos de</p><p>Dopamina</p><p>Ainda, a dopamina está envolvida em</p><p>diversas atividades que aumentam a</p><p>sensação de prazer, como comer</p><p>chocolate, usar redes sociais, jogar, assistir</p><p>pornografia ou fazer compras. Essas</p><p>atividades elevam os níveis de dopamina,</p><p>proporcionando uma sensação imediata de</p><p>prazer.</p><p>No entanto, esse aumento nos níveis de</p><p>dopamina pode levar a um ciclo vicioso.</p><p>Imagine chegar em casa cansado, rolando a</p><p>tela do celular ou pensando em alimentos</p><p>como pizza ou sorvete. Nesse momento,</p><p>seu cérebro já está liberando dopamina,</p><p>antecipando o prazer que está por vir.</p><p>Contudo, quando esses alimentos são</p><p>finalmente consumidos, os níveis de</p><p>dopamina começam a cair.</p><p>Hábitos Dopaminérgicos e Teoria do</p><p>Processo Oponente</p><p>Essa busca constante por picos de</p><p>dopamina pode levar ao que se chama</p><p>"hábitos dopaminérgicos". Nesse caso, o</p><p>corpo começa a regular esses altos e baixos,</p><p>tentando equilibrar os níveis de dopamina.</p><p>Porém, isso pode resultar em uma queda</p><p>brusca nos níveis de dopamina, abaixo do</p><p>normal, levando a sentimentos de</p><p>arrependimento, sofrimento e,</p><p>eventualmente, a uma dependência desses</p><p>estímulos.</p><p>Essa dinâmica é explicada pela "Teoria do</p><p>Processo Oponente", que afirma que "tudo</p><p>que sobe tem que descer". Quando os</p><p>níveis de dopamina aumentam</p><p>excessivamente, o corpo tenta compensar</p><p>essa elevação, gerando sentimentos</p><p>negativos na tentativa de retornar ao</p><p>equilíbrio.</p><p>O problema é que, nesse processo, os níveis</p><p>de dopamina podem cair mais do que o</p><p>normal, criando um ciclo de dependência e</p><p>uma busca contínua por estímulos</p><p>dopaminérgicos para restabelecer o prazer.</p><p>Neuroadaptação e Anedonia: O Excesso</p><p>de Prazer</p><p>Assim, a busca incessante por prazer pode</p><p>levar a um fenômeno chamado</p><p>neuroadaptação. Com o tempo, o corpo se</p><p>adapta aos estímulos dopaminérgicos,</p><p>desenvolvendo uma tolerância que faz com</p><p>que seja necessário consumir quantidades</p><p>maiores para atingir o mesmo nível de</p><p>satisfação.</p><p>É assim que hábitos como o consumo</p><p>excessivo de chocolate, álcool ou a</p><p>compulsão por redes sociais podem se</p><p>tornar problemáticos. O excesso de prazer</p><p>pode, eventualmente, levar à anedonia,</p><p>uma condição em que a pessoa perde a</p><p>capacidade de sentir prazer.</p><p>O desequilíbrio nos níveis de dopamina</p><p>está associado a várias doenças. Por</p><p>exemplo, baixos níveis de dopamina podem</p><p>levar à depressão, enquanto a ansiedade</p><p>pode resultar de uma disfunção na</p><p>sinalização dopaminérgica. A doença de</p><p>Parkinson, por sua vez, é caracterizada pela</p><p>degeneração dos neurônios que produzem</p><p>dopamina, resultando em sintomas</p><p>debilitantes.</p><p>Modulação do Sistema Dopaminérgico</p><p>Para modular o sistema dopaminérgico e</p><p>restaurar o equilíbrio, é essencial abordar o</p><p>estresse crônico, que eleva os níveis de</p><p>cortisol e prejudica a via mesocortical,</p><p>responsável pela recompensa tardia e</p><p>pela capacidade de adiar o prazer em prol</p><p>de objetivos de longo prazo.</p><p>Isso aumenta a dependência da via</p><p>mesolímbica, que está ligada ao prazer</p><p>imediato.</p><p>Portanto, é importante tratar o paciente</p><p>como um todo, considerando não apenas</p><p>os aspectos dietéticos, mas também os</p><p>fatores emocionais e físicos.</p><p>Exercícios, Sono e Técnicas de</p><p>Relaxamento</p><p>Estudos mostram que a prática regular de</p><p>exercícios físicos pode reduzir</p><p>significativamente os sintomas de</p><p>ansiedade, uma vez que o exercício</p><p>influencia positivamente o eixo HPA</p><p>(hipotálamo-hipófise-adrenal), contribuindo</p><p>para seus efeitos ansiolíticos.</p><p>Além disso, garantir uma boa qualidade de</p><p>sono é essencial, pois pessoas que dormem</p><p>mal tendem a buscar alimentos mais</p><p>calóricos para compensar a falta de energia</p><p>e prazer. Práticas como yoga, meditação e</p><p>técnicas de respiração também são</p><p>eficazes, pois aumentam os níveis de</p><p>GABA, um neurotransmissor que reduz a</p><p>ansiedade e a depressão.</p><p>Suplementação e Alimentação para a</p><p>Produção de Dopamina</p><p>Dessa forma, ao melhorar a produção de</p><p>GABA, é possível diminuir os impulsos por</p><p>alimentos palatáveis e alcançar um</p><p>equilíbrio emocional e físico mais saudável.</p><p>Para o manejo do estresse, uma alternativa</p><p>de prescrição pode incluir os seguintes</p><p>suplementos:</p><p>L-tirosina: 200 mg</p><p>Magnésio glicina: 150 mg</p><p>Prodesan (Vitamina B6): 10 mg</p><p>A posologia recomendada é consumir uma</p><p>dose duas vezes ao dia, uma pela manhã e</p><p>outra no final do dia. A L-tirosina, em</p><p>particular, tem evidências que indicam ser</p><p>benéfica para indivíduos saudáveis</p><p>expostos a condições situacionais exigentes,</p><p>ajudando a melhorar a resposta ao</p><p>estresse.</p><p>Para promover a produção adequada de</p><p>dopamina, é fundamental incluir certos</p><p>alimentos na dieta. Frango, aves, peixe,</p><p>gergelim, produtos à base de soja, legumes,</p><p>trigo, melancia, tomate e azeite são</p><p>especialmente benéficos, pois ajudam a</p><p>modular a L-dopa, um precursor essencial</p><p>da dopamina.</p><p>Peixes, ovos e spirulina são particularmente</p><p>eficazes em aumentar os níveis de</p><p>dopamina, podendo resultar em melhorias</p><p>significativas no sono, humor e memória.</p><p>Esses alimentos fornecem os nutrientes</p><p>necessários para a produção e regulação da</p><p>dopamina no cérebro.</p><p>Jejum de Dopamina</p><p>Além da modulação da dieta e dos</p><p>suplementos, o conceito de jejum de</p><p>dopamina pode ser uma abordagem eficaz.</p><p>Especialmente para lidar com questões</p><p>como falta de energia e déficit de</p><p>atenção, frequentemente associados à</p><p>exposição excessiva a telas e à</p><p>hiperestimulação dopaminérgica. A alta</p><p>exposição a estímulos dopaminérgicos pode</p><p>comprometer a capacidade cognitiva e levar</p><p>ao desânimo com outras atividades.</p><p>Como Fazer o Jejum de Dopamina</p><p>É possível iniciar o jejum de dopamina</p><p>retirando, uma vez por semana:</p><p>Uso de internet</p><p>Açúcar</p><p>Alimentos palatáveis</p><p>Jogos</p><p>Pornografia</p><p>Em uma fase avançada, é recomendável:</p><p>Retirar álcool, refrigerantes e comida</p><p>hipercalórica</p><p>Ler 10 páginas de um livro por dia</p><p>Beber 3 litros de água por dia</p><p>Realizar 15 minutos de atividade física</p><p>por dia</p><p>Manter um horário consistente para</p><p>dormir e acordar</p><p>Por fim, é essencial que o nutricionista</p><p>adote uma abordagem abrangente, que vá</p><p>além da prescrição dietética, considerando</p><p>a alta exposição à dopamina como uma</p><p>possível causa de problemas no consultório.</p><p>Referências Bibliográficas</p><p>SCHULTZ, W; APICELLA, P; LJUNGBERG, T.</p><p>Responses of monkey dopamine neurons to</p><p>reward and conditioned stimuli during</p><p>successive steps of learning a delayed</p><p>response task. The Journal Of</p><p>Neuroscience, [S.L.], v. 13, n. 3, p. 900-913,</p><p>1 mar. 1993. Society for Neuroscience.</p><p>http://dx.doi.org/10.1523/jneurosci.13-03-00900.1993</p><p>http://dx.doi.org/10.1523/jneurosci.13-03-00900.1993</p><p>http://dx.doi.org/10.1523/jneurosci.13-03-00900.1993</p><p>http://dx.doi.org/10.1523/jneurosci.13-03-00900.1993</p><p>STUBBS, Brendon; VANCAMPFORT, Davy;</p><p>ROSENBAUM, Simon; FIRTH, Joseph; COSCO,</p><p>Theodore; VERONESE, Nicola; SALUM,</p><p>Giovanni A.; SCHUCH, Felipe B.. An</p><p>examination of the anxiolytic effects of</p><p>exercise for people with anxiety and stress-</p><p>related disorders: a meta-analysis.</p><p>Psychiatry Research, [S.L.], v. 249, p. 102-</p><p>108, mar. 2017. Elsevier BV.</p><p>JAMES-PALMER, Aurora; ANDERSON, Ellen</p><p>Z.; ZUCKER, Lori; KOFMAN, Yana;</p><p>DANEAULT, Jean-Francois. Yoga as an</p><p>Intervention for the Reduction of Symptoms</p><p>of Anxiety and Depression in Children and</p><p>Adolescents: a systematic review. Frontiers</p><p>In Pediatrics, [S.L.], v. 8, 13 mar. 2020.</p><p>Frontiers Media SA.</p><p>http://dx.doi.org/10.1016/j.psychres.2016.12.020</p><p>http://dx.doi.org/10.1016/j.psychres.2016.12.020</p><p>http://dx.doi.org/10.1016/j.psychres.2016.12.020</p><p>http://dx.doi.org/10.1016/j.psychres.2016.12.020</p><p>http://dx.doi.org/10.1016/j.psychres.2016.12.020</p><p>http://dx.doi.org/10.3389/fped.2020.00078</p><p>http://dx.doi.org/10.3389/fped.2020.00078</p><p>http://dx.doi.org/10.3389/fped.2020.00078</p><p>http://dx.doi.org/10.3389/fped.2020.00078</p><p>Métodos de avaliação</p><p>da composição</p><p>corporal:</p><p>o básico</p><p>resolve</p><p>Valden</p><p>Capistrano</p><p>Existem pelo menos 6 motivos para</p><p>determinar a composição corporal:</p><p>Ponto de Partida: A avaliação inicial da</p><p>composição corporal oferece uma base</p><p>sólida para orientar decisões presentes</p><p>e futuras. Ela serve como referência para</p><p>acompanhar o progresso e ajustar as</p><p>intervenções conforme necessário.</p><p>Definição de Objetivos Realistas:</p><p>Compreender a composição corporal</p><p>facilita o estabelecimento de metas</p><p>realistas para alcançar um equilíbrio</p><p>saudável entre gordura corporal e</p><p>outros componentes do corpo.</p><p>Estabelecimento de Objetivos de</p><p>Curto e Longo Prazo: A análise da</p><p>composição corporal orienta o</p><p>estabelecimento de metas de saúde,</p><p>desempenho e reabilitação, ajudando a</p><p>criar um plano de ação mais eficaz tanto</p><p>a curto quanto a longo prazo.</p><p>Monitoramento de Mudanças</p><p>Corporais: Em programas de exercícios</p><p>ou reabilitação, especialmente para</p><p>indivíduos doentes ou atletas, é</p><p>essencial monitorar as mudanças na</p><p>composição corporal para avaliar a</p><p>eficácia das intervenções.</p><p>Necessidade de Mudança de Estilo de</p><p>Vida: A avaliação da composição</p><p>corporal pode identificar riscos</p><p>potenciais à saúde, destacando a</p><p>necessidade de mudanças no estilo de</p><p>vida para melhorar a qualidade de vida</p><p>e prevenir doenças.</p><p>Colaboração entre Profissionais de</p><p>Saúde: A determinação da composição</p><p>corporal facilita a colaboração entre</p><p>profissionais de saúde, permitindo uma</p><p>abordagem multidisciplinar para</p><p>oferecer orientações integradas sobre</p><p>treinamento, nutrição, reabilitação e</p><p>controle de peso.</p><p>Avaliar Gordura Corporal: O Básico</p><p>Resolve?</p><p>Na prática clínica, conseguimos avaliar</p><p>principalmente a massa gorda e a massa</p><p>livre de gordura, que inclui componentes</p><p>ósseos, musculares e residuais.</p><p>O DEXA é considerado o padrão ouro</p><p>para a avaliação da composição corporal.</p><p>Em comparação, a pletismografia tende a</p><p>superestimar a gordura corporal, enquanto</p><p>métodos como ultrassom, bioimpedância e</p><p>dobras cutâneas geralmente a subestimam.</p><p>Portanto, é importante não comparar os</p><p>resultados entre esses diferentes</p><p>métodos.</p><p>Por isso, é fundamental, ao utilizar esses</p><p>métodos, manter a consistência na</p><p>comparação dos resultados ao longo do</p><p>tempo, sempre utilizando o mesmo</p><p>parâmetro e ferramenta para monitorar a</p><p>evolução. Isso assegura uma avaliação mais</p><p>confiável e permite decisões mais</p><p>informadas na prática clínica.</p><p>Avaliar Gordura Visceral: O Básico</p><p>Resolve?</p><p>A gordura visceral, que se acumula ao redor</p><p>dos órgãos internos, é um importante</p><p>indicador de risco para diversas doenças</p><p>metabólicas e cardiovasculares. Avaliar</p><p>essa gordura com precisão é crucial para</p><p>um diagnóstico adequado e intervenções</p><p>eficazes.</p><p>Somente o DEXA e a ressonância</p><p>magnética podem medir com precisão a</p><p>quantidade de gordura visceral no corpo.</p><p>Outros métodos, como bioimpedância,</p><p>ultrassom e dobras cutâneas, não</p><p>conseguem distinguir entre gordura</p><p>subcutânea e visceral, limitando sua eficácia</p><p>na avaliação desse tipo específico de</p><p>gordura.</p><p>Avaliar Músculo Esquelético: O Básico</p><p>Funciona?</p><p>Não, o básico não é suficiente. Apenas a</p><p>ressonância magnética pode avaliar com</p><p>precisão tanto a massa residual quanto o</p><p>músculo esquelético. Em relação à massa</p><p>óssea, o conteúdo mineral pode ser</p><p>avaliado por DEXA ou ressonância</p><p>magnética, enquanto a massa óssea pode</p><p>ser estimada por meio dos diâmetros</p><p>ósseos.</p><p>Além disso, o conteúdo de glicogênio no</p><p>músculo, que varia conforme o momento</p><p>do treino, pode influenciar as medições</p><p>do músculo esquelético. Portanto, para</p><p>uma avaliação precisa e completa, métodos</p><p>avançados, como a ressonância magnética,</p><p>são indispensáveis.</p><p>Avaliar o Paciente Online: O Básico</p><p>Funciona?</p><p>Não, o básico não é suficiente. A solução</p><p>está na utilização da inteligência</p><p>artificial. O "Shaped" é uma ferramenta de</p><p>IA projetada para avaliação corporal que</p><p>fornece estimativas de percentual de</p><p>gordura com precisão comparável ao DEXA,</p><p>tornando-o uma ótima alternativa para</p><p>consultas online.</p><p>Em conclusão, a escolha da técnica para</p><p>avaliar a composição corporal deve</p><p>considerar o objetivo específico da medição.</p><p>Embora o DEXA seja amplamente</p><p>reconhecido como o padrão ouro por</p><p>fornecer medidas precisas de gordura</p><p>corporal, outros métodos também podem</p><p>ser valiosos na prática clínica.</p><p>Para monitoramento do percentual de</p><p>gordura ao longo do tempo em um mesmo</p><p>paciente, métodos como dobras cutâneas,</p><p>bioimpedância e ultrassom podem ser</p><p>considerados. No entanto, para medir a</p><p>densidade óssea, apenas o DXA é eficaz, e</p><p>para uma avaliação precisa da musculatura</p><p>esquelética, a ressonância magnética é a</p><p>mais recomendada. Em consultas online, a</p><p>inteligência artificial, como o "Shaped", pode</p><p>ser uma ferramenta útil para avaliação da</p><p>composição corporal.</p><p>Referências Bibliográficas</p><p>WAHL, Simone; DRONG, Alexander; LEHNE,</p><p>Benjamin; LOH, Marie; SCOTT, William R.;</p><p>KUNZE, Sonja; TSAI, Pei-Chien; RIED, Janina</p><p>S.; ZHANG, Weihua; YANG, Youwen.</p><p>Epigenome-wide association study of body</p><p>mass index, and the adverse outcomes of</p><p>adiposity. Nature, [S.L.], v. 541, n. 7635, p.</p><p>81-86, 21 dez. 2016. Springer Science and</p><p>Business Media LLC.</p><p>http://dx.doi.org/10.1038/nature20784</p><p>http://dx.doi.org/10.1038/nature20784</p><p>http://dx.doi.org/10.1038/nature20784</p><p>JOHNSON, Kelly E.; MILLER, Brian; GIBSON,</p><p>Ann L.; MCLAIN, Trisha A.; JUVANCIC‐</p><p>HELTZEL, Judith A.; KAPPLER, Rachele M.;</p><p>OTTERSTETTER, Ronald. A comparison of</p><p>dual‐energy X‐ray absorptiometry, air</p><p>displacement plethysmography and A‐mode</p><p>ultrasound to assess body composition in</p><p>college‐age adults. Clinical Physiology And</p><p>Functional Imaging, [S.L.], v. 37, n. 6, p.</p><p>646-654, 24 fev. 2016. Wiley.</p><p>BARANAUSKAS, Marissa N.; JOHNSON, Kelly</p><p>E.; JUVANCIC‐HELTZEL, Judith A.; KAPPLER,</p><p>Rachele M.; RICHARDSON, Laura; JAMIESON,</p><p>Scott; OTTERSTETTER, Ronald. Seven‐site</p><p>versus three‐site method of body</p><p>composition using BodyMetrix ultrasound</p><p>compared to dual‐energy X‐ray</p><p>absorptiometry. Clinical Physiology And</p><p>Functional Imaging, [S.L.], v. 37, n. 3, p.</p><p>317-321, 22 out. 2015.x Wiley.</p><p>http://dx.doi.org/10.1111/cpf.12351</p><p>http://dx.doi.org/10.1111/cpf.12351</p><p>http://dx.doi.org/10.1111/cpf.12351</p><p>http://dx.doi.org/10.1111/cpf.12351</p><p>http://dx.doi.org/10.1111/cpf.12351</p><p>http://dx.doi.org/10.1111/cpf.12351</p><p>http://dx.doi.org/10.1111/cpf.12307</p><p>http://dx.doi.org/10.1111/cpf.12307</p><p>http://dx.doi.org/10.1111/cpf.12307</p><p>http://dx.doi.org/10.1111/cpf.12307</p><p>http://dx.doi.org/10.1111/cpf.12307</p><p>O uso da tecnologia a</p><p>favor da experiência</p><p>na jornada do</p><p>paciente</p><p>Valentim</p><p>Magalhães</p><p>Nos Próximos 10 Anos: O que Não Vai</p><p>Mudar?</p><p>Nos próximos 10 anos, o mundo certamente</p><p>passará por muitas mudanças, mas Jeff</p><p>Bezos nos lembra que a questão mais</p><p>importante é entender o que não vai</p><p>mudar. Isso nos leva a refletir sobre as</p><p>transformações atuais, especialmente no</p><p>que diz respeito à experiência do paciente,</p><p>um aspecto crucial no contexto atual.</p><p>Quais os Fragmentos Deixados pelo</p><p>Caminho?</p><p>A experiência do paciente é,</p><p>essencialmente, a história que ele conta</p><p>sobre suas interações. Isso significa que</p><p>nossa percepção da realidade é</p><p>fragmentada. O conceito de experiência do</p><p>paciente foca na percepção dele,</p><p>destacando os pontos-chave que conectam</p><p>você ao paciente.</p><p>Quais os Pilares da Experiência do</p><p>Cliente?</p><p>A experiência do paciente não se resume</p><p>apenas ao resultado clínico, mas abrange</p><p>todo o percurso, desde o primeiro</p><p>contato até o acompanhamento</p><p>completo. Ela é moldada por quatro pilares</p><p>principais: personalização, engajamento e</p><p>suporte contínuo, eficiência e acessibilidade,</p><p>e feedback e ajustes constantes.</p><p>A tecnologia está presente em todos esses</p><p>pilares, facilitando a jornada do paciente.</p><p>Essa jornada envolve cinco passos</p><p>principais: reconhecimento da</p><p>necessidade, busca por soluções, interação</p><p>clínica (como consultas, exames e</p><p>prescrições), engajamento e, finalmente,</p><p>avaliação dos resultados.</p><p>Vivemos na era digital, onde o tempo não é</p><p>mais linear, mas exponencial. O mercado</p><p>exige inovação constante, e inovar não é</p><p>apenas sobre tecnologia, mas sobre</p><p>resolver problemas de maneira eficiente. O</p><p>mundo está cheio de brechas que podem</p><p>ser melhoradas (GAPs), e onde</p><p>há</p><p>necessidades não atendidas, sempre há</p><p>espaço para melhorias que tornam os</p><p>processos mais rápidos e humanizados.</p><p>Qual o Gap Hoje?</p><p>No mercado, a saúde tornou-se um novo</p><p>símbolo de status. Participar de um</p><p>Ironman, por exemplo, é visto como um</p><p>sinal de prestígio. O mercado global de</p><p>emagrecimento está repleto de tendências</p><p>e previsões. Embora a tecnologia digital,</p><p>como a IA, tenha contribuído</p><p>significativamente, o contato humano</p><p>continua sendo essencial para melhorar</p><p>os resultados.</p><p>Hoje, a liberdade financeira não é</p><p>conquistada de forma analógica, mas sim</p><p>por meio de tecnologia e inovação,</p><p>embora nem toda inovação seja</p><p>tecnológica. Na saúde, onde os desfechos</p><p>clínicos são fenômenos complexos, a</p><p>inteligência artificial pode ser uma</p><p>ferramenta poderosa, mas deve ser usada</p><p>com cuidado.</p><p>Estudos mostram que, em alguns casos, a</p><p>IA pode prescrever dietas mais eficazes</p><p>do que os profissionais humanos, mas</p><p>ainda existem questões, como a capacidade</p><p>da IA de entender nuances que apenas um</p><p>ser humano pode captar.</p><p>Mercado Global do Emagrecimento -</p><p>Tendências e Previsões</p><p>Uma das grandes questões é como integrar</p><p>a inteligência artificial (IA) de forma eficaz.</p><p>Embora a tecnologia digital tenha trazido</p><p>avanços significativos, o contato humano</p><p>ainda é crucial, especialmente no</p><p>tratamento de perda de peso. Pesquisas</p><p>recentes, incluindo estudos sobre chatbots</p><p>que atendem pacientes, levantam a questão</p><p>de se, no futuro, o atendimento poderá ser</p><p>totalmente feito por IA.</p><p>A combinação de IA e profissionais de saúde</p><p>para auxiliar na perda de peso é uma</p><p>abordagem promissora. A IA pode fornecer</p><p>dados precisos e personalizações eficazes,</p><p>enquanto os profissionais de saúde</p><p>oferecem o toque humano necessário para</p><p>interpretar esses dados de forma empática</p><p>e adaptada às necessidades individuais.</p><p>Alucinação da IA?</p><p>No entanto, a IA ainda enfrenta desafios e</p><p>pode cometer erros significativos. Por</p><p>exemplo, ao criar uma dieta vegana, uma IA</p><p>pode incluir produtos de origem animal,</p><p>como clara de ovos e iogurte grego, que</p><p>precisam ser corrigidos por um humano.</p><p>Além disso, houve casos em que a IA</p><p>demonstrou uma capacidade</p><p>surpreendente de acolhimento.</p><p>Em uma situação, um paciente relatou ter</p><p>engolido um palito de dente, e a IA</p><p>respondeu de maneira mais acolhedora</p><p>do que um médico humano. Esse exemplo</p><p>destaca tanto o potencial quanto as</p><p>limitações da IA na saúde.</p><p>É crucial contextualizar a IA, reconhecendo</p><p>que, apesar de suas capacidades, ela ainda</p><p>requer supervisão e ajustes humanos para</p><p>evitar erros e garantir que os pacientes</p><p>recebam o cuidado mais adequado e</p><p>humanizado possível. O futuro do</p><p>atendimento à saúde, especialmente no</p><p>campo do emagrecimento, parece estar na</p><p>colaboração entre IA e humanos,</p><p>garantindo que as intervenções sejam tanto</p><p>tecnológicas quanto empáticas.</p><p>Perda de Peso e Inteligência Artificial</p><p>O uso de wearables, como relógios</p><p>inteligentes, tem se tornado cada vez mais</p><p>essencial na área da saúde, trazendo</p><p>inovações significativas.</p><p>Esses dispositivos, que incluem pulseiras</p><p>que enviam relatórios de saúde</p><p>diretamente para os médicos e anéis de</p><p>monitoramento de sono, estão</p><p>revolucionando a forma como</p><p>monitoramos nossa saúde. Eles oferecem</p><p>uma maneira prática e contínua de coletar</p><p>dados importantes, permitindo uma</p><p>abordagem mais proativa e personalizada</p><p>no cuidado com a saúde.</p><p>Estamos em um momento de grandes</p><p>transformações, onde a capacidade de</p><p>adaptação e inovação determinará o</p><p>futuro. A tecnologia, especialmente a IA,</p><p>está mudando a maneira como</p><p>entendemos e tratamos a saúde, mas o</p><p>fator humano ainda é insubstituível na</p><p>criação de experiências significativas e bem-</p><p>sucedidas para os pacientes.</p><p>Infertilidade na visão</p><p>funcional: estratégias</p><p>de suplementaçã</p><p>Erica e</p><p>Domingos</p><p>Mantelli</p><p>A medicina integrativa desempenha um</p><p>papel crucial no tratamento da</p><p>infertilidade conjugal, abordando a</p><p>complexidade multifatorial dessa condição.</p><p>O conceito de infertilidade sem causa</p><p>aparente, que era amplamente aceito no</p><p>passado, tem sido desafiado por novas</p><p>evidências científicas</p><p>Essas evidências indicam a presença de</p><p>múltiplos fatores contribuintes, muitas</p><p>vezes não reconhecidos nas abordagens</p><p>tradicionais. Anteriormente, acreditava-se</p><p>que interromper o uso de anticoncepcionais</p><p>e iniciar a suplementação com ácido fólico</p><p>seriam medidas suficientes para a</p><p>concepção. Contudo, com o avanço dos</p><p>estudos científicos, ficou evidente que</p><p>essa visão simplista não é adequada para</p><p>atender às necessidades de saúde</p><p>reprodutiva da mulher.</p><p>A teoria de Barker</p><p>O início da vida no útero é crucial para</p><p>moldar a saúde futura de um indivíduo.</p><p>Alterações hormonais, déficits nutricionais e</p><p>vitamínicos, bem como distúrbios no</p><p>organismo materno durante o período pré-</p><p>gestacional, podem influenciar</p><p>significativamente o desenvolvimento fetal</p><p>e, consequentemente, a saúde ao longo da</p><p>vida.</p><p>A hipótese de Barker, por exemplo, sugere</p><p>que o ambiente intrauterino pode ter um</p><p>impacto maior na saúde futura do que o</p><p>ambiente pós-natal. Essa teoria destaca a</p><p>importância da nutrição adequada durante</p><p>a gestação para a prevenção de doenças</p><p>crônicas na idade adulta.</p><p>A epigenética, que estuda mudanças na</p><p>expressão gênica sem alterar a sequência</p><p>de DNA, desempenha um papel central</p><p>na gravidez. O ambiente ao qual a gestante</p><p>está exposta, incluindo fatores nutricionais,</p><p>estressores psicossociais e toxinas, pode</p><p>influenciar a programação epigenética do</p><p>feto.</p><p>Essas modificações epigenéticas podem</p><p>alterar a expressão de genes críticos</p><p>para o desenvolvimento e a saúde ao</p><p>longo da vida, sublinhando a importância</p><p>de um ambiente gestacional otimizado para</p><p>promover a saúde do feto.</p><p>O conceito de DOHaD (Developmental</p><p>Origins of Health and Disease) ressalta que</p><p>as origens de doenças crônicas na vida</p><p>adulta podem ser rastreadas até as</p><p>condições de saúde e nutrição maternas</p><p>durante a gestação. O DOHaD enfatiza que</p><p>adaptações do feto a condições adversas no</p><p>útero, como restrição de crescimento ou</p><p>exposição a estresse materno, podem</p><p>predispor o indivíduo a doenças como</p><p>diabetes tipo 2, hipertensão e obesidade na</p><p>vida adulta.</p><p>Diversas condições maternas durante a</p><p>gestação, incluindo distúrbios metabólicos e</p><p>hormonais, desempenham um papel crucial</p><p>no desenvolvimento da unidade feto-</p><p>placentária. Essas condições podem ter</p><p>consequências adversas para a saúde do</p><p>feto, manifestando-se em doenças</p><p>metabólicas, como diabetes, e disfunções</p><p>hormonais que perduram ao longo da vida.</p><p>A medicina integrativa, ao abordar esses</p><p>fatores de forma holística, visa otimizar a</p><p>saúde reprodutiva e fetal, contribuindo para</p><p>a redução de desfechos negativos e</p><p>promovendo a saúde integral desde a</p><p>concepção.</p><p>Existe Infertilidade sem Causa?</p><p>A abordagem científica da infertilidade</p><p>requer uma investigação minuciosa dos</p><p>hábitos de vida, avaliação endometrial,</p><p>possíveis trombofilias e uma análise</p><p>abrangente dos fatores emocionais, que</p><p>muitas vezes são subestimados. A síndrome</p><p>dos ovários policísticos (SOP) pode ser</p><p>significativamente controlada por meio de</p><p>uma dieta adequada, com evidências</p><p>indicando melhorias em mais de 80% dos</p><p>casos.</p><p>A endometriose, uma condição altamente</p><p>prevalente atualmente, necessita de uma</p><p>investigação detalhada que vá além da</p><p>dor pélvica, incluindo a avaliação da reserva</p><p>ovariana, alterações do colo uterino como</p><p>ectopias e inflamações, e a presença de</p><p>HPV. Doenças autoimunes, como aquelas</p><p>envolvendo células NK, e doenças</p><p>reumatológicas, além de alterações tubárias</p><p>e fatores masculinos, também devem ser</p><p>investigadas. Sem uma avaliação</p><p>abrangente, não se pode afirmar que a</p><p>infertilidade é sem causa aparente.</p><p>O primeiro passo na avaliação é a análise</p><p>dos fatores ambientais, como exposição a</p><p>mercúrio, cádmio e estrogênios</p><p>ambientais. A dosagem do hormônio</p><p>antimülleriano (AMH) deve ser sempre</p><p>considerada. A investigação de trombofilias</p><p>deve incluir exames como fibrinogênio e</p><p>eletroforese, entre outros.</p><p>Analogamente, assim como é necessário</p><p>analisar a qualidade da água de um aquário</p><p>antes de introduzir um peixe, o útero deve</p><p>estar em condições ideais antes</p><p>da</p><p>concepção.</p><p>O preparo pré-gestacional adequado,</p><p>incluindo suplementação personalizada e</p><p>individualizada, é essencial para melhorar</p><p>a qualidade ovular, manter níveis ideais de</p><p>vitaminas, minerais e hormônios, e garantir</p><p>uma programação metabólica fetal</p><p>adequada, além de reduzir complicações</p><p>obstétricas.</p><p>A nutrição desempenha um papel crucial na</p><p>saúde reprodutiva. Desde 1927, observa-se</p><p>uma perda de 20% nos nutrientes de</p><p>frutas, legumes, carnes e laticínios,</p><p>tornando a suplementação</p><p>personalizada importante em todas as</p><p>fases, desde a pré-concepção até a</p><p>gestação, pós-parto e amamentação.</p><p>Suplementações Importantes para a</p><p>Fertilidade</p><p>A suplementação de folato (vitamina B9) é</p><p>crucial e deve ser ajustada individualmente.</p><p>O folato é essencial para o fechamento</p><p>precoce do tubo neural, atuando na síntese</p><p>e metilação do DNA e na replicação celular.</p><p>Deficiências na enzima MTHFR, presente em</p><p>20-30% da população, podem levar a</p><p>anemia, trombocitopenia, defeitos do tubo</p><p>neural, paralisia dos membros inferiores e</p><p>anencefalia, sendo recomendado o uso de</p><p>metilfolato. Fontes naturais incluem nozes,</p><p>feijões, lentilhas, fígado e folhas verdes</p><p>escuras, mas é importante evitar o excesso</p><p>de folato.</p><p>O DHA (ácido docosa-hexaenoico), um</p><p>ômega-3 presente em todas as células do</p><p>corpo, é essencial para o desenvolvimento</p><p>cognitivo fetal, aprendizado, memória e QI,</p><p>além de prevenir déficit de atenção.</p><p>Estudos da Universidade de Tohoku, no</p><p>Japão, mostram que a deficiência de DHA</p><p>pode acelerar o envelhecimento das células</p><p>neurais fetais, resultando em altos níveis de</p><p>ansiedade futura. O DHA também reduz o</p><p>risco de alergias e combate a depressão</p><p>puerperal. Na neurogênese fetal, o DHA</p><p>compõe 60% do cérebro, sendo vital para a</p><p>formação das membranas das células</p><p>cerebrais e para a visão fetal. A dose</p><p>recomendada é de 1,5 g/dia, com fontes</p><p>primárias sendo peixes e algas, já que o</p><p>corpo humano não produz DHA</p><p>naturalmente.</p><p>A suplementação de ferro é fundamental</p><p>durante a gestação para prevenir anemia,</p><p>que compromete a produção de</p><p>hemoglobina e o volume sanguíneo. O ferro</p><p>é essencial para o sistema imunológico,</p><p>oxigenação e fluxo placentário. A deficiência</p><p>pode aumentar o risco de hemorragias,</p><p>parto prematuro, restrição de crescimento</p><p>fetal e insuficiência placentária.</p><p>Recomenda-se manter níveis de ferritina</p><p>acima de 75 ng/mL, utilizando ferro na</p><p>forma de quelato ou bisglicinato ferroso, ou</p><p>por via endovenosa, se necessário. Fontes</p><p>alimentares de ferro incluem feijão,</p><p>lentilhas, carnes vermelhas, grão-de-bico e</p><p>folhas verdes escuras.</p><p>A vitamina D, essencial durante a gestação,</p><p>melhora a qualidade ovulatória, previne</p><p>abortamentos e apoia a imunidade</p><p>materna, a saúde óssea fetal e a prevenção</p><p>de condições como pré-eclâmpsia e</p><p>diabetes gestacional. A suplementação com</p><p>colecalciferol é recomendada para manter</p><p>níveis adequados, enquanto o magnésio,</p><p>participante em mais de 300 reações</p><p>bioquímicas, é vital para a produção de</p><p>energia, o tônus muscular uterino e a</p><p>regulação da pressão arterial, com</p><p>deficiência associada a riscos como parto</p><p>prematuro e pré-eclâmpsia.</p><p>A vitamina A é fundamental para a</p><p>imunidade materna e o desenvolvimento</p><p>celular e ósseo do feto. Ela auxilia na</p><p>formação dos brotos dentários e na visão</p><p>fetal. A suplementação com retinol deve ser</p><p>feita com cautela, não excedendo 10.000 UI</p><p>diárias para evitar teratogenicidade. Fontes</p><p>de vitamina A incluem leite e derivados,</p><p>gema de ovo, fígado, laranja, mamão, couve</p><p>e vegetais amarelos. A vitamina C é</p><p>indispensável para a síntese de colágeno,</p><p>essencial para a saúde da pele e dos vasos</p><p>sanguíneos, além de aumentar a absorção</p><p>de ferro e fortalecer o sistema imunológico</p><p>da gestante, preservando a saúde bucal e</p><p>prevenindo a pré-eclâmpsia.</p><p>Referências Bibliográficas</p><p>DEWAILLY, et.al. The physiology and clinical</p><p>utility of anti-Müllerian hormone in women.</p><p>Human Reproduction Update, [S.L.], v. 20,</p><p>n. 3, p. 370-385, 14 jan. 2014. Oxford</p><p>University Press (OUP).</p><p>http://dx.doi.org/10.1093/humupd/dmt062</p><p>http://dx.doi.org/10.1093/humupd/dmt062</p><p>http://dx.doi.org/10.1093/humupd/dmt062</p><p>Saúde hepática e</p><p>inflamação: qual a</p><p>relação e como</p><p>podemos atuar</p><p>Priscila</p><p>Antunes</p><p>De acordo com o estudo "Global Burden of</p><p>Liver Disease: 2023 Update", as doenças</p><p>hepáticas estão em constante aumento.</p><p>No Brasil, o custo associado a essas doenças</p><p>é elevado, tornando a prevenção crucial,</p><p>com o nutricionista desempenhando um</p><p>papel fundamental nesse processo.</p><p>A inflamação é uma resposta protetora</p><p>do organismo a agentes agressores, sejam</p><p>eles químicos, biológicos ou físicos. Seu</p><p>objetivo é eliminar patógenos e estimular</p><p>processos de reparo orgânico. Toda</p><p>inflamação resulta de uma lesão tecidual.</p><p>Enquanto a inflamação aguda tem um</p><p>papel protetor, a inflamação crônica, que</p><p>resulta de estresse contínuo, pode servir</p><p>como um gatilho para o desenvolvimento</p><p>de doenças futuras.</p><p>O fígado desempenha diversas funções</p><p>essenciais, incluindo a produção e excreção</p><p>de hormônios, controle da imunidade,</p><p>detoxificação, síntese de fatores de</p><p>coagulação, produção de colesterol,</p><p>triglicerídeos, proteínas e glicose, além de</p><p>ser responsável pela absorção de ferro,</p><p>vitaminas do complexo B e vitaminas A, D, E</p><p>e K. O fígado também é fundamental na</p><p>produção de bile.</p><p>Quarteto da Desinflamação</p><p>O fígado é o centro da desinflamação no</p><p>corpo e desempenha um papel crucial na</p><p>imunidade. Ele atua como o órgão central</p><p>na desintoxicação e regulação imunológica,</p><p>sendo essencial para manter o equilíbrio</p><p>inflamatório do organismo. O intestino</p><p>também é fundamental nesse processo.</p><p>Uma microbiota saudável contribui para a</p><p>modulação da inflamação e fortalece o</p><p>sistema imunológico.</p><p>A tireoide, conhecida como a "bateria do</p><p>corpo", fornece a energia necessária para</p><p>o funcionamento adequado de todos os</p><p>sistemas corporais, incluindo o processo</p><p>de desinflamação. O baço, por sua vez, é</p><p>extremamente importante para a</p><p>imunidade, desempenhando um papel vital</p><p>na filtragem do sangue e na resposta</p><p>imunológica do organismo.</p><p>Sintomas (Isolados ou em Conjunto):</p><p>Acordar enjoado (como uma ressaca) e</p><p>sem apetite</p><p>Saburra amarela na língua (indicando</p><p>bile)</p><p>Despertar frequente entre 2h e 3h da</p><p>madrugada</p><p>Zumbidos nos ouvidos</p><p>Sede excessiva, especialmente à noite</p><p>Gosto ruim ou metálico na boca</p><p>Dores de cabeça e no corpo</p><p>Fadiga e cansaço constantes, sem causa</p><p>aparente</p><p>Múltiplas alergias</p><p>Presença de pedras na vesícula</p><p>Inchaço, principalmente nos membros</p><p>inferiores</p><p>Redução do apetite</p><p>Coceira difusa</p><p>Manchas roxas que surgem sem trauma</p><p>Acne e dermatites</p><p>Disbiose</p><p>Predominância estrogênica</p><p>TPM e alterações de humor</p><p>Hipersensibilidade</p><p>Esteatose hepática</p><p>Diante desses sinais, é crucial não esperar</p><p>que os exames mostrem alterações</p><p>significativas antes de iniciar a intervenção.</p><p>A intervenção nutricional deve ser</p><p>implementada antes que os sintomas se</p><p>manifestem, com o objetivo de prevenir o</p><p>agravamento do quadro.</p><p>Fogo e Fígado</p><p>O fogo é associado principalmente ao</p><p>fígado, mas também ao intestino</p><p>delgado, estômago, pâncreas e vesícula</p><p>biliar. O fígado desempenha um papel</p><p>central no equilíbrio do fogo, sendo</p><p>responsável pela digestão, metabolismo e</p><p>purificação do corpo.</p><p>Um desequilíbrio nesse "fogo" pode afetar o</p><p>fígado e, consequentemente, impactar todo</p><p>o sistema digestivo e metabólico. Isso pode</p><p>levar a problemas como distúrbios</p><p>digestivos, inflamações na pele,</p><p>sensibilidade ao calor, fome excessiva ou</p><p>redução do apetite, distúrbios sanguíneos,</p><p>desconforto nos olhos, odor corporal forte,</p><p>mentalidade excessivamente competitiva,</p><p>irritabilidade e raiva.</p><p>Zumbido no Ouvido e o Fígado</p><p>O zumbido no ouvido pode estar</p><p>relacionado ao fígado, especialmente</p><p>quando há sobrecarga desse órgão, que</p><p>pode causar desequilíbrios no estômago.</p><p>Na medicina tradicional, esse sintoma indica</p><p>um desequilíbrio no estômago e uma</p><p>sobrecarga no fígado. Na medicina</p><p>moderna, o zumbido no ouvido é</p><p>frequentemente associado à resistência à</p><p>insulina, que está intimamente ligada a</p><p>desequilíbrios no fígado.</p><p>Salvação Inflamatória: O Método 4S</p><p>Inflamação1.</p><p>Estresse Oxidativo2.</p><p>Glicação3.</p><p>Metilação4.</p><p>Como Aplicar?</p><p>A dieta mediterrânea é uma excelente</p><p>abordagem para promover a saúde de</p><p>forma geral. Ela inclui uma variedade de</p><p>alimentos que ajudam a equilibrar o</p><p>organismo, como legumes, verduras, frutas,</p><p>leguminosas, nozes, alho, alecrim, chá verde</p><p>e cúrcuma. Além disso, alimentos como</p><p>pistache, amêndoas, carne de porco, fígado,</p><p>frango e peixe são componentes</p><p>importantes dessa dieta, contribuindo para</p><p>a saúde metabólica e hepática.</p><p>Suplementos Recomendados:</p><p>Ácido Alfa Lipóico</p><p>Antocianinas (quercetina, extrato seco</p><p>de amora, açaí, resveratrol, romã,</p><p>berries)</p><p>Altix</p><p>Silimarina</p><p>Trans Resveratrol</p><p>Vitis Vinifera</p><p>Curcumina</p><p>Própolis Verde</p><p>Chlorella</p><p>Spirulina</p><p>Instrução: Escolha dois suplementos e</p><p>alterne entre eles a cada três meses para</p><p>maximizar os benefícios e evitar que o</p><p>organismo se adapte.</p><p>Referências Bibliográficas</p><p>CAI, Jingwei; RIMAL, Bipin; JIANG, Changtao;</p><p>CHIANG, John Y.L.; PATTERSON, Andrew D..</p><p>Bile acid metabolism and signaling, the</p><p>microbiota, and metabolic disease.</p><p>Pharmacology & Therapeutics, [S.L.], v.</p><p>237, set. 2022. Elsevier BV.</p><p>CAI, Hongwei; ZHANG, Rui; ZHAO,</p><p>Chuanhao; WANG, Yuzhuo; TU, Xiaoming;</p><p>DUAN, Weiwei. Associations of depression</p><p>score with metabolic dysfunction-associated</p><p>fatty liver disease and liver fibrosis. Journal</p><p>Of Affective Disorders, [S.L.], v. 334, p. 332-</p><p>336, ago. 2023. Elsevier BV.</p><p>HUANG, Yue-Ye. Cross-talk between the</p><p>thyroid and liver: a new target for</p><p>nonalcoholic fatty liver disease treatment.</p><p>World Journal Of Gastroenterology, [S.L.],</p><p>v. 19, n. 45, p. 8238, 2013. Baishideng</p><p>Publishing Group Inc.</p><p>http://dx.doi.org/10.1016/j.pharmthera.2022.108238</p><p>http://dx.doi.org/10.1016/j.pharmthera.2022.108238</p><p>http://dx.doi.org/10.1016/j.pharmthera.2022.108238</p><p>http://dx.doi.org/10.1016/j.jad.2023.04.093</p><p>http://dx.doi.org/10.1016/j.jad.2023.04.093</p><p>http://dx.doi.org/10.1016/j.jad.2023.04.093</p><p>http://dx.doi.org/10.3748/wjg.v19.i45.8238</p><p>http://dx.doi.org/10.3748/wjg.v19.i45.8238</p><p>http://dx.doi.org/10.3748/wjg.v19.i45.8238</p><p>Estratégias não</p><p>farmacológicas para</p><p>a manutenção da</p><p>massa muscular</p><p>Flávio</p><p>Cadegiani</p><p>A sarcopenia é uma condição</p><p>caracterizada pela perda progressiva de</p><p>massa e força muscular associada ao</p><p>envelhecimento. Esse declínio pode</p><p>impactar significativamente a qualidade de</p><p>vida, a mobilidade e a independência das</p><p>pessoas idosas. Para combater a</p><p>sarcopenia, é essencial adotar estratégias</p><p>não hormonais focadas no fortalecimento e</p><p>preservação da musculatura.</p><p>É importante diferenciar sarcopenia e</p><p>dinapenia. A sarcopenia refere-se à perda</p><p>de massa muscular, enquanto a dinapenia é</p><p>a perda de força muscular que pode ocorrer</p><p>mesmo sem uma redução significativa na</p><p>massa muscular. Ambas as condições</p><p>afetam a funcionalidade e o bem-estar.</p><p>Para manejar a sarcopenia, a prevenção da</p><p>atrofia muscular e a estimulação dos</p><p>mecanismos de hipertrofia são</p><p>fundamentais. A intervenção deve se</p><p>concentrar em práticas que promovam o</p><p>crescimento e a manutenção da massa</p><p>muscular.</p><p>Suplementos que potencializam a</p><p>construção muscular:</p><p>PeptiStrong</p><p>Urolitina A</p><p>Leucina</p><p>Ômega 3 (DHA + EPA)</p><p>Polifenóis (resveratrol, quercetina, etc.)</p><p>Ácido D-Aspártico</p><p>Bicarbonato</p><p>TWK10</p><p>Vitamina D</p><p>CoQ10</p><p>Velositol</p><p>HMB (Beta-Hidroxil-Beta-Metilbutirato)</p><p>Suplementos usados na construção</p><p>muscular:</p><p>Whey (concentrado, isolado, hidrolisado)</p><p>Proteína Vegetal (soja, ervilha, arroz</p><p>integral, milho, trigo, fava)</p><p>Proteína de grilo</p><p>Proteína de cogumelo</p><p>Caseína</p><p>Albumina</p><p>Creatina monoidratada</p><p>Leucina</p><p>Amilopectina</p><p>Glicose</p><p>Whey Protein: Este suplemento é</p><p>amplamente reconhecido por seus</p><p>benefícios na preservação e aumento da</p><p>massa muscular. O consumo de proteínas</p><p>em quantidades superiores a 1,6 g por kg</p><p>de peso corporal está associado a uma</p><p>redução na gordura corporal. Além disso,</p><p>estudos indicam que consumir mais</p><p>proteínas pela manhã pode favorecer a</p><p>perda de gordura.</p><p>Proteína de Ervilha: Pode ser uma</p><p>alternativa viável ao whey protein,</p><p>especialmente para quem prefere fontes</p><p>vegetais de proteína.</p><p>Colágeno: Estudos mostram que, em</p><p>comparação com o whey protein, este</p><p>último é mais eficaz na promoção da síntese</p><p>muscular.</p><p>Creatina: Contribui para o aumento da</p><p>massa muscular dos membros inferiores e</p><p>superiores.</p><p>Creatina com Lactoferrina: A eficácia da</p><p>creatina pode ser potencializada quando</p><p>combinada com lactoferrina, um peptídeo</p><p>que pode melhorar sua absorção e</p><p>utilização.</p><p>PNP-1 (PeptiStrong): hidrolisado de</p><p>flavonoides desenvolvido por inteligência</p><p>artificial que mostrou potencial para</p><p>aumentar a síntese proteica e a massa</p><p>muscular, reduzindo a degradação de</p><p>proteínas e a inflamação induzida pelo</p><p>exercício. Ele promove aumento de força,</p><p>melhora no desempenho esportivo e</p><p>hipertrofia, além de reduzir a perda</p><p>muscular. Estudos pré-clínicos indicam que</p><p>o PNP-1 aumenta a mTor e a expressão de</p><p>fibras musculares, mas estudos clínicos</p><p>apontam que, em termos de aporte</p><p>proteico, ele é inferior ao whey.</p><p>Urolitina A: Suplementos contendo</p><p>Urolitina A podem melhorar a massa e a</p><p>força muscular. Em altas doses, também</p><p>aumentam o desempenho físico e</p><p>promovem a mitofagia muscular.</p><p>Leucina: Este aminoácido é crucial para a</p><p>síntese proteica. A tirosina pode atuar como</p><p>um potenciador anabólico da leucina.</p><p>Dileucina: Formada pela combinação de</p><p>duas moléculas de leucina, a dileucina</p><p>apresenta uma ação anabólica superior à da</p><p>leucina isolada. Esses micropeptídeos têm o</p><p>potencial de desencadear uma "explosão</p><p>anabólica," promovendo um aumento</p><p>significativo na síntese muscular.</p><p>Ômega 3: Embora ainda esteja sendo</p><p>estudado, pesquisas indicam que o ômega 3</p><p>pode aumentar a síntese proteica e a força</p><p>muscular, especialmente em casos de</p><p>sarcopenia.</p><p>Estudos recentes revelaram que a dosagem</p><p>equivalente de EPA + DHA pode atenuar os</p><p>efeitos negativos na recuperação muscular</p><p>após danos induzidos por exercício,</p><p>comparado à suplementação de EPA ou</p><p>DHA isolados.</p><p>Conclusão</p><p>A abordagem inicial para o manejo da</p><p>sarcopenia deve focar em estratégias não</p><p>hormonais, incluindo treinamento físico</p><p>com diferentes estímulos para promover</p><p>danos musculares benéficos, essencial</p><p>para a recuperação e crescimento muscular.</p><p>É importante lembrar que o tratamento da</p><p>sarcopenia envolve não apenas o ganho de</p><p>massa muscular, mas também a melhoria</p><p>da função muscular e a promoção da saúde</p><p>geral do indivíduo.</p><p>Referências Bibliográficas</p><p>SARTORI, Roberta; ROMANELLO, Vanina;</p><p>SANDRI, Marco. Mechanisms of muscle</p><p>atrophy and hypertrophy: implications in</p><p>health and disease. Nature</p><p>Communications, [S.L.], v. 12, n. 1, 12 jan.</p><p>2021. Springer Science and Business Media</p><p>LLC.</p><p>TROMMELEN, Jorn; VAN LIESHOUT, Glenn</p><p>A.A.; NYAKAYIRU, Jean; HOLWERDA, Andrew</p><p>M.; SMEETS, Joey S.J.; HENDRIKS, Floris K.;</p><p>VAN KRANENBURG, Janneau M.X.; ZORENC,</p><p>Antoine H.; SENDEN, Joan M.; GOESSENS,</p><p>Joy P.B.. The anabolic response to protein</p><p>ingestion during recovery from exercise has</p><p>no upper limit in magnitude and duration in</p><p>vivo in humans. Cell Reports Medicine,</p><p>[S.L.], v. 4, n. 12, p. 101324, dez. 2023.</p><p>Elsevier BV.</p><p>http://dx.doi.org/10.1038/s41467-020-20123-1</p><p>http://dx.doi.org/10.1038/s41467-020-20123-1</p><p>http://dx.doi.org/10.1038/s41467-020-20123-1</p><p>http://dx.doi.org/10.1016/j.xcrm.2023.101324</p><p>http://dx.doi.org/10.1016/j.xcrm.2023.101324</p><p>http://dx.doi.org/10.1016/j.xcrm.2023.101324</p><p>http://dx.doi.org/10.1016/j.xcrm.2023.101324</p><p>http://dx.doi.org/10.1016/j.xcrm.2023.101324</p><p>SINGH, Anurag; D’AMICO, Davide; ANDREUX,</p><p>Pénélope A.; FOUASSIER, Andréane M.;</p><p>BLANCO-BOSE, William; EVANS, Mal;</p><p>AEBISCHER, Patrick; AUWERX, Johan;</p><p>RINSCH, Chris. Urolithin A improves muscle</p><p>strength, exercise performance, and</p><p>biomarkers of mitochondrial health in a</p><p>randomized trial in middle-aged adults. Cell</p><p>Reports Medicine, [S.L.], v. 3, n. 5, p.</p><p>100633, maio 2022. Elsevier BV.</p><p>PAULUSSEN, Kevin J.M.; ALAMILLA, Rafael A.;</p><p>SALVADOR, Amadeo F.; MCKENNA, Colleen</p><p>F.; ASKOW, Andrew T.; FANG, Hsin-Yu; LI,</p><p>Zhong; ULANOV, Alexander V.; PALUSKA,</p><p>Scott A.; RATHMACHER, John A.. Dileucine</p><p>ingestion is more effective than leucine in</p><p>stimulating muscle protein turnover in</p><p>young males: a double blind randomized</p><p>controlled</p><p>trial. Journal Of Applied</p><p>Physiology, [S.L.], v. 131, n. 3, p. 1111-1122,</p><p>1 set. 2021. American Physiological Society.</p><p>http://dx.doi.org/10.1016/j.xcrm.2022.100633</p><p>http://dx.doi.org/10.1016/j.xcrm.2022.100633</p><p>http://dx.doi.org/10.1016/j.xcrm.2022.100633</p><p>http://dx.doi.org/10.1016/j.xcrm.2022.100633</p><p>http://dx.doi.org/10.1016/j.xcrm.2022.100633</p><p>http://dx.doi.org/10.1152/japplphysiol.00295.2021</p><p>http://dx.doi.org/10.1152/japplphysiol.00295.2021</p><p>http://dx.doi.org/10.1152/japplphysiol.00295.2021</p><p>http://dx.doi.org/10.1152/japplphysiol.00295.2021</p><p>http://dx.doi.org/10.1152/japplphysiol.00295.2021</p><p>Estratégias especiais</p><p>para melhora da</p><p>performance</p><p>esportiva</p><p>Victor</p><p>Prieto</p><p>Maximizar a performance esportiva exige</p><p>uma abordagem multidisciplinar,</p><p>envolvendo nutricionistas, médicos e</p><p>educadores físicos. Essa colaboração é</p><p>fundamental para realizar uma avaliação</p><p>abrangente e personalizada, essencial para</p><p>alcançar resultados eficazes.</p><p>Uma das ferramentas importantes nesse</p><p>processo é a calorimetria indireta, que</p><p>analisa a troca de gases em repouso,</p><p>permitindo uma medição precisa da Taxa</p><p>Metabólica Basal (TMB). Com esses dados, é</p><p>possível prescrever uma dieta</p><p>personalizada, ajustar a proporção de</p><p>macronutrientes e avaliar condições</p><p>metabólicas específicas, como</p><p>hipotireoidismo, obesidade, desnutrição,</p><p>doenças crônicas e inflexibilidade</p><p>metabólica.</p><p>Combustível para o Exercício</p><p>Durante o exercício físico, o corpo utiliza</p><p>três vias metabólicas principais:</p><p>fosfagênica (ATP-CP), glicolítica e</p><p>oxidativa. Essas vias funcionam de forma</p><p>integrada, embora uma delas possa</p><p>predominar em momentos específicos.</p><p>O sistema ATP-CP é anaeróbio e aláctico,</p><p>predominando em exercícios explosivos</p><p>e de curta duração, fornecendo</p><p>rapidamente ATP a partir de reservas</p><p>intracelulares. O sistema glicolítico, também</p><p>anaeróbio, é dominante em esforços</p><p>máximos de até 90 segundos, produzindo</p><p>lactato como subproduto. Já o sistema</p><p>oxidativo é aeróbio, prevalecendo no</p><p>repouso e em atividades de baixa</p><p>intensidade e longa duração. Nesse sistema,</p><p>os ácidos graxos livres (AGL) são a principal</p><p>fonte de energia, enquanto os carboidratos</p><p>são usados quase exclusivamente pelo</p><p>cérebro.</p><p>Produção e Seleção de Substratos</p><p>Energéticos</p><p>A disponibilidade e a atividade enzimática</p><p>dos substratos energéticos determinam</p><p>como o organismo os seleciona.</p><p>Quando há escassez de ATP, o corpo</p><p>estimula a glicogenólise, o que explica a</p><p>hiperventilação observada após</p><p>exercícios intensos. Em contrapartida, em</p><p>situações de excesso de ATP, a entrada de</p><p>glicose nas células é limitada, favorecendo</p><p>processos como a lipogênese</p><p>(armazenamento de gordura) e a</p><p>gliconeogênese (produção de glicose a</p><p>partir de outras fontes).</p><p>Embora as células possam armazenar ATP,</p><p>a manutenção do metabolismo celular</p><p>depende da constante quebra e oxidação</p><p>dos substratos energéticos, garantindo um</p><p>fornecimento contínuo de energia para</p><p>todas as funções vitais.</p><p>Aeróbico em jejum (AEJ)</p><p>O AEJ (Aeróbico em Jejum) é um tipo de</p><p>treino realizado após um período</p><p>prolongado sem ingestão de alimentos,</p><p>geralmente durante a noite, de 10 a 12</p><p>horas.</p><p>Nessa condição, o corpo tende a utilizar</p><p>mais gordura como fonte de energia devido</p><p>ao baixo estoque de glicogênio, reduzindo a</p><p>necessidade de mobilização do glicogênio</p><p>muscular.</p><p>Entre os benefícios do AEJ estão o aumento</p><p>da biogênese mitocondrial, que melhora a</p><p>capacidade das células de produzir energia,</p><p>e a maior sensibilidade à insulina,</p><p>facilitando a utilização da glicose pelo</p><p>corpo. Além disso, há fortes evidências de</p><p>que o AEJ contribui para a melhora da</p><p>flexibilidade metabólica, permitindo ao</p><p>corpo alternar de forma mais eficiente entre</p><p>a queima de carboidratos e gordura.</p><p>O que Considerar Antes de Prescrever o</p><p>Aeróbico em Jejum?</p><p>Antes de prescrever o aeróbico em jejum, é</p><p>fundamental considerar alguns fatores para</p><p>garantir a segurança e eficácia da prática.</p><p>Deve-se levar em conta o tempo de jejum, a</p><p>duração e a intensidade do exercício a ser</p><p>realizado, além de avaliar se o indivíduo</p><p>possui experiência em treinamentos ou é</p><p>iniciante.</p><p>Fatores que Podem Prejudicar a</p><p>Performance Durante o Exercício em</p><p>Jejum</p><p>A performance pode ser prejudicada se o</p><p>exercício em jejum for realizado em</p><p>determinadas condições, como em</p><p>atividades de alta intensidade (acima de</p><p>85% do VO2 máximo), com duração</p><p>superior a 60 minutos, ou após períodos</p><p>prolongados de jejum (mais de 12 a 24</p><p>horas). Nesses casos, o corpo pode ter</p><p>dificuldade em manter os níveis de energia</p><p>necessários para um desempenho ideal.</p><p>Riscos associados ao Aeróbico em Jejum</p><p>Os principais riscos relacionados ao</p><p>aeróbico em jejum incluem maior risco de</p><p>catabolismo muscular, o que pode levar à</p><p>perda de massa muscular, além do</p><p>aumento da probabilidade de overtraining e</p><p>burnout</p><p>Train High, Sleep Low</p><p>Essa estratégia avançada de periodização</p><p>de carboidratos combina treinos de alta</p><p>e baixa intensidade com o objetivo de</p><p>aumentar os estímulos para a biogênese</p><p>mitocondrial e, assim, melhorar a</p><p>performance esportiva em atividades que</p><p>dependem predominantemente do</p><p>metabolismo aeróbico.</p><p>A abordagem consiste em realizar um</p><p>treino de alta intensidade no final da</p><p>tarde ou à noite, seguido por um período</p><p>prolongado de jejum até a manhã seguinte,</p><p>quando ocorre um treino de baixa a</p><p>moderada intensidade.</p><p>Essa estratégia maximiza os efeitos do</p><p>treinamento, promovendo maior</p><p>mobilização de gordura durante a</p><p>recuperação no sono e otimizando as</p><p>vias oxidativas, incluindo a biogênese</p><p>mitocondrial e a atividade das enzimas</p><p>oxidativas.</p><p>Portanto, para otimizar o desempenho dos</p><p>atletas, a equipe multidisciplinar deve</p><p>equilibrar diversos componentes do</p><p>treinamento. Além disso, são necessários</p><p>estudos com períodos de intervenção mais</p><p>longos e cenários de treinamento mais</p><p>próximos da realidade para obter</p><p>evidências mais conclusivas.</p><p>Referências Bibliográficas</p><p>VAN PROEYEN, Karen; SZLUFCIK, Karolina;</p><p>NIELENS, Henri; RAMAEKERS, Monique;</p><p>HESPEL, Peter. Beneficial metabolic</p><p>adaptations due to endurance exercise</p><p>training in the fasted state. Journal Of</p><p>Applied Physiology, [S.L.], v. 110, n. 1, p.</p><p>236-245, jan. 2011. American Physiological</p><p>Society.</p><p>AIRD, T. P.; DAVIES, R. W.; CARSON, B. P..</p><p>Effects of fasted vs fed‐state exercise on</p><p>performance and post‐exercise metabolism:</p><p>a systematic review and meta⠰analysis.</p><p>Scandinavian Journal Of Medicine &</p><p>Science In Sports, [S.L.], v. 28, n. 5, p. 1476-</p><p>1493, 23 fev. 2018. Wiley.</p><p>http://dx.doi.org/10.1152/japplphysiol.00907.2010</p><p>http://dx.doi.org/10.1152/japplphysiol.00907.2010</p><p>http://dx.doi.org/10.1152/japplphysiol.00907.2010</p><p>http://dx.doi.org/10.1111/sms.13054</p><p>http://dx.doi.org/10.1111/sms.13054</p><p>http://dx.doi.org/10.1111/sms.13054</p><p>Disbiose intestinal e</p><p>mulheres: os detalhes</p><p>que fazem a diferença</p><p>Denise</p><p>de</p><p>Carvalho</p><p>O intestino desempenha um papel crucial</p><p>na saúde da mulher, especialmente</p><p>quando consideramos o eixo intestino-</p><p>pelve. Essa conexão é importante devido à</p><p>proximidade dos órgãos na pelve, onde os</p><p>sistemas urinário, gastrointestinal e</p><p>reprodutor feminino compartilham o</p><p>mesmo espaço anatômico.</p><p>A proximidade entre esses sistemas</p><p>significa que um pode influenciar o outro.</p><p>Essa interação promove uma complexa</p><p>rede de comunicação hormonal, neural e</p><p>metabólica, afetando diretamente a saúde</p><p>da mulher. Portanto, alterações no</p><p>funcionamento do intestino podem</p><p>impactar profundamente outros sistemas,</p><p>influenciando desde a saúde reprodutiva</p><p>até o bem-estar geral.</p><p>Vias de Inter-Relação entre os Sistemas</p><p>Via Imune Peritoneal (Líquido</p><p>Peritoneal): O líquido peritoneal, presente</p><p>na cavidade abdominal, serve como um</p><p>meio de comunicação entre diferentes</p><p>sistemas. Microrganismos, metabólitos e</p><p>partículas do intestino podem se translocar</p><p>para esse líquido, influenciando</p><p>diretamente a resposta imune na região</p><p>pélvica. Assim, infecções ou inflamações no</p><p>intestino podem afetar outros órgãos, como</p><p>os sistemas reprodutor e urinário.</p><p>Via Hormonal Feminina: Os hormônios</p><p>femininos, como estrogênio e progesterona,</p><p>desempenham um papel crucial na</p><p>regulação dos sistemas reprodutor,</p><p>intestinal</p><p>e urinário. Flutuações hormonais</p><p>podem impactar a motilidade intestinal, a</p><p>permeabilidade da mucosa e a função do</p><p>trato urinário, estabelecendo uma</p><p>interconexão estreita entre esses sistemas.</p><p>Via dos Metabólitos Microbianos</p><p>(Intestinos): O intestino abriga uma vasta</p><p>comunidade de microrganismos que</p><p>produzem metabólitos com efeitos</p><p>sistêmicos. Esses metabólitos podem se</p><p>transferir para o líquido peritoneal,</p><p>influenciando a saúde pélvica ao afetar</p><p>processos inflamatórios, imunológicos e</p><p>hormonais. Assim, a composição e o</p><p>equilíbrio da microbiota intestinal podem</p><p>ter um impacto significativo na saúde dos</p><p>sistemas reprodutor e urinário.</p><p>Via de Modulação Imune</p><p>O funcionamento adequado do sistema</p><p>imunológico está intimamente ligado à</p><p>saúde intestinal, que desempenha um</p><p>papel crucial na maturação e regulação da</p><p>resposta imune, especialmente na cavidade</p><p>peritoneal e nos órgãos da região. O</p><p>processo de translocação, no qual</p><p>microrganismos e metabólitos do intestino</p><p>migram para o líquido peritoneal,</p><p>influencia diretamente a atividade</p><p>imunológica na pelve.</p><p>As mulheres possuem uma microbiota</p><p>intestinal que difere significativamente da</p><p>dos homens, o que impacta sua saúde</p><p>imunológica de forma única. Essa diferença</p><p>pode influenciar a predisposição a certas</p><p>condições de saúde.</p><p>Condições específicas da saúde feminina,</p><p>como endometriose e infertilidade, são</p><p>afetadas diretamente pela atividade</p><p>imunológica e pela saúde intestinal.</p><p>Estudos mostram que a disbiose intestinal,</p><p>ou desequilíbrio na microbiota, está</p><p>associada ao aumento da incidência dessas</p><p>condições.</p><p>Leaky Gut e Condições Femininas</p><p>A síndrome do intestino permeável, ou</p><p>"leaky gut," é uma condição em que a</p><p>barreira intestinal se torna</p><p>comprometida, permitindo que toxinas,</p><p>microrganismos e outras substâncias</p><p>passem do intestino para a corrente</p><p>sanguínea. Esse aumento na</p><p>permeabilidade intestinal, frequentemente</p><p>resultado de disbiose, tem implicações</p><p>significativas para a saúde feminina.</p><p>Quando a permeabilidade intestinal</p><p>aumenta, há maior translocação de</p><p>endotoxinas e outros compostos para a</p><p>cavidade peritoneal, o que pode</p><p>desencadear um aumento do estresse</p><p>oxidativo na região e uma resposta</p><p>inflamatória.</p><p>Esse ambiente inflamatório e de estresse</p><p>oxidativo pode afetar profundamente o</p><p>eixo hormonal feminino. A hiperexpressão</p><p>do estrogênio é uma possível consequência</p><p>desse processo, levando a um desequilíbrio</p><p>hormonal significativo. Com níveis</p><p>excessivos de estrogênio, pode ocorrer a</p><p>inibição da produção de progesterona.</p><p>Esse desequilíbrio hormonal pode estar</p><p>associado a várias condições femininas,</p><p>como endometriose, síndrome dos ovários</p><p>policísticos (SOP) e infertilidade.</p><p>Disbiose Intestinal e Hormônios</p><p>Femininos</p><p>A disbiose intestinal pode impactar</p><p>significativamente os hormônios</p><p>femininos, especialmente o metabolismo</p><p>do estrogênio. Após sua produção, o</p><p>estrogênio passa pelo fígado, onde é</p><p>detoxificado e preparado para eliminação,</p><p>principalmente através da bile, que o</p><p>transporta para o intestino delgado.</p><p>No intestino delgado, um grupo específico</p><p>de bactérias, conhecido como estroboloma,</p><p>desempenha um papel crucial nesse</p><p>processo. O estroboloma produz enzimas</p><p>codificadas pelo gene GUS (beta-</p><p>glucuronidase), que podem desconjugar o</p><p>estrogênio, tornando-o novamente ativo.</p><p>Esse estrogênio reativado pode ser</p><p>reabsorvido pelo corpo, afetando os níveis</p><p>hormonais gerais.</p><p>É importante notar que o estroboloma não</p><p>é intrinsecamente prejudicial. De fato, ele</p><p>realiza funções importantes, como auxiliar</p><p>na gestação e manter a barreira vaginal</p><p>fisiológica. No entanto, em casos de</p><p>disbiose, onde o equilíbrio bacteriano é</p><p>alterado, a atividade do estroboloma pode</p><p>ser exacerbada, levando a níveis elevados</p><p>de estrogênio circulante.</p><p>Via de Metabólitos Microbianos</p><p>Ácidos Graxos de Cadeia Curta:</p><p>Na disbiose intestinal, a produção de</p><p>ácidos graxos de cadeia curta (AGCC) é</p><p>significativamente reduzida. Esses AGCC</p><p>são essenciais para a saúde intestinal e têm</p><p>efeitos anti-inflamatórios potentes. A</p><p>diminuição dos AGCC durante a disbiose</p><p>contribui para um ambiente intestinal mais</p><p>inflamatório, o que pode agravar</p><p>condições de saúde, como a síndrome dos</p><p>ovários policísticos (SOP).</p><p>Aumentar a produção de AGCC em</p><p>pacientes com SOP pode ser uma estratégia</p><p>eficaz para ajudar a controlar essa condição.</p><p>Histamina</p><p>A disbiose intestinal pode impactar</p><p>significativamente a produção de histamina</p><p>e outras aminas biogênicas devido à</p><p>atividade de certas bactérias no intestino.</p><p>Algumas dessas bactérias podem</p><p>aumentar a produção de histamina, uma</p><p>amina biogênica que desempenha múltiplos</p><p>papéis no corpo, incluindo na resposta</p><p>imune e na regulação dos ciclos hormonais.</p><p>Além disso, a disbiose pode interferir na</p><p>função da DAO (d-amino-oxidase), uma</p><p>enzima crucial para a metabolização da</p><p>histamina. A DAO é expressa na mucosa</p><p>intestinal e, quando sua função é</p><p>comprometida, a degradação da histamina</p><p>é prejudicada, resultando em níveis</p><p>elevados de histamina no corpo.</p><p>Níveis elevados de histamina podem</p><p>desencadear um ciclo vicioso, onde a</p><p>histamina elevada pode aumentar os níveis</p><p>de estrogênio, e o estrogênio elevado, por</p><p>sua vez, pode elevar ainda mais a histamina.</p><p>Além dos efeitos hormonais, níveis elevados</p><p>de histamina estão associados a sintomas</p><p>físicos como dor muscular, dor nas</p><p>articulações, dor mamária e até sintomas</p><p>semelhantes aos da síndrome do pânico.</p><p>Sais Biliares</p><p>Os ácidos biliares, sintetizados no fígado a</p><p>partir do colesterol, são essenciais para a</p><p>digestão e absorção de gorduras</p><p>alimentares. Além de sua função digestiva,</p><p>eles atuam como moléculas sinalizadoras,</p><p>ligando-se a receptores específicos como o</p><p>receptor farnesoide X (FXR).</p><p>O FXR é um receptor nuclear que regula</p><p>processos fisiológicos importantes,</p><p>incluindo a homeostasia dos sais biliares, a</p><p>regulação da glicose, o metabolismo</p><p>lipídico, a resposta imunológica e a</p><p>sinalização da insulina.</p><p>Quando ocorre disbiose, a modificação</p><p>microbiana dos ácidos biliares é alterada,</p><p>resultando em um pool de sais biliares</p><p>desequilibrado. Esse desequilíbrio pode</p><p>impactar negativamente a ativação do FXR,</p><p>levando a disfunções na homeostasia dos</p><p>sais biliares, na regulação da glicose, no</p><p>metabolismo lipídico e comprometendo a</p><p>resposta imunológica e a sinalização da</p><p>insulina.</p><p>Microbiota Vaginal</p><p>A microbiota vaginal, uterina e urinária</p><p>desempenha um papel crucial na saúde</p><p>feminina, influenciando o desenvolvimento</p><p>de várias condições, como vaginoses,</p><p>endometriose, endometrites, miomas e</p><p>infecções urinárias.</p><p>A disbiose nessas áreas pode ocorrer</p><p>devido à translocação pélvica de</p><p>microrganismos, que acontece quando</p><p>há aumento da permeabilidade</p><p>intestinal, permitindo que bactérias e</p><p>outros patógenos migrem para a cavidade</p><p>pélvica. Além disso, a contaminação por</p><p>contiguidade, onde microrganismos do</p><p>intestino se espalham para os tecidos</p><p>adjacentes, também pode contribuir para a</p><p>disbiose nas regiões vaginal, uterina e</p><p>urinária.</p><p>A endocrinologia do</p><p>intestino - foco na</p><p>saúde mental</p><p>Murilo</p><p>Pereira</p><p>O intestino, muitas vezes subestimado na</p><p>prática nutricional, é um órgão endócrino</p><p>vital que vai além da simples digestão</p><p>dos alimentos. Conhecido como o</p><p>"segundo cérebro", o intestino desempenha</p><p>um papel crucial na regulação de</p><p>processos endócrinos e imunológicos,</p><p>produzindo hormônios como a secretina e o</p><p>GLP-1 (glucagon-like peptide-1).</p><p>Esses hormônios, secretados pelas células</p><p>enteroendócrinas do trato gastrointestinal,</p><p>são essenciais para a homeostase</p><p>energética, a secreção de insulina e o</p><p>controle da motilidade intestinal.</p><p>A função endócrina do intestino</p><p>estabelece uma conexão direta com o</p><p>cérebro através do eixo intestino-cérebro,</p><p>um sistema bidirecional de comunicação</p><p>que envolve o sistema nervoso central, o</p><p>sistema nervoso entérico, o sistema</p><p>imunológico e o microbioma intestinal.</p><p>Células Importantes no Trato</p><p>Gastrointestinal</p><p>A interação endócrina do intestino</p><p>envolve células especializadas que</p><p>respondem a nutrientes e estímulos</p><p>químicos no lúmen intestinal.</p><p>As células S, por exemplo, secretam</p><p>secretina em resposta</p>